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Curso de Agro-negócios
4 ano, I semestre
Economia Agraria
Análise critica do PROAGRI II
Discentes: Docente:
Ângelo Sales Doutor Nelson Maria Rosário
Arlete Rungo
Brígida Chissano
Denio Machiana
Sharmila Nhaliginga
Contextualização
PROAGRI II
A primeira fase do Programa do Governo para o sector Agrário (PROAGRI I), consistiu fundamentalmente na
reforma institucional e modernização do sector.
Com o fim do PROAGRI I, foi desenhada a segunda fase do programa (PROAGRI II: 2006 - 2010), planificada
para começar em janeiro de 2005, sendo o primeiro ano para resolver questões operacionais e de procedimento
pendentes e o arranque efectivo em 2006. Em 2007, o orçamento inicial do PROAGRI II foi revisto em baixa de
270 milhões para 200 milhões de dólares, na sequência de restruturações feitas no Ministério da Agricultura
durante o primeiro Governo de Armando Guebuza.
Cont…
O PROAGRI II visava contribuir para uma melhor segurança a alimentar e redução da pobreza, através de apoio à
pequenos agricultores, ao sector privado, às agências governamentais e não governamentais no sentido de alimentarem a
produtividade agrícola, agro-indústria e marketing dentro dos princípios de exploração sustentável de recursos naturais,
isto é, garantir a transformação da agricultura de subsistência numa agricultura cada vez mais produtiva com vista à
produção de excedentes e o desenvolvimento de um empresarial eficiente e competitivo, baseado nas leis de mercado.
(i) ao nível do sector familiar, desenvolver a agricultura e o uso dos recursos naturais com vista a melhorar das suas vidas,
(ii) ao nível do sector comercial, estimular o crescimento da agricultura e o uso dos recursos naturais para a assegurar a
produção doméstica e
(iii)garantir o maneio sustentável dos recursos naturais de modo a trazer benefícios económicos, sociais e ambientais
(acesso, segurança de posse e direitos), baseados em acções de conservação.
Cont…
c) Encorajar e promover a evolução de grupos de agricultores e de associações e as suas parcerias com as agências
apropriadas do sector público, privado e das ONG’s, como provedoras de serviços e/ou com empresas parceiras; e
d) Traduzir essas melhorias em benefícios directos, tangíveis e significativos em termos de benefícios e impacto,
sendo a maior prioridade dada a aceleração da implementação de intervenções directamente produtivas ao nível
dos pequenos e médios agricultores e dos agregados.
Cont…
Serviços financeiros: Formular e implementar um plano para os produtores familiares que necessitam destes serviços;
Vias de acesso (estradas): Melhorar este factor, importante constrangimento do desenvolvimento agrário ao nível
provincial e distrital;
Mercados: estimular o estabelecimento de mercados dos principais insumos, produtos agrícolas e serviços relacionados;
Acesso a tecnologia: desenvolver uma efectiva investigação e uma rede de extensão o Organização dos produtores:
desenvolver e implementar um programa sustentável para os grupos de produtores
Ambiente de negócio: Criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do negócio dos pequenos produtores;
Maneio sustentável: garantir o uso de florestas e fauna bravia com base nas premissas de maneio sustentável.
Análise Crítica
O PROAGRI II como descrito na contextualização é um projecto que apresentava suas bases na gestão de
recursos e seu pleno acesso pelos produtores, o que por dever esperava-se um aumento na produção e
produtividade. Em seu objectivos, pode se verificar que os recursos naturais constituem um factor em comum,
infelizmente, este factor teve o término no papel, de forma integral estes recursos nunca foram geridos de forma
eficiente, pelo contrário, Moçambique é ainda considerado um dos países abundantes em recursos naturais
propícios para o desenvolvimento, porém com uma agricultura precária e má gestão destes recursos.
Uma das suas estratégias para alcance dos objectivos traçados é a formulação e implementação de um plano
para os produtores familiares que necessitam destes serviços financeiros, em contraste, o factor financeiro
sobretudo no ramo agrário constitui um grave problema e um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento da
agricultura em Moçambique.
Análise Crítica
A outra estratégia esta virado a questão de infra-estruturas que ainda constitui um grave problema
para os agricultores (poucos que conseguem expor o produto no mercado) escoarem os seus
produtos, de outro lado, uma das questões que poderia solidificar o contraste dos objectivos traçados
da realidade vivida é a questão das tecnologias, o projecto visava desenvolver uma efectiva
investigação e uma rede de extensão e organização dos produtores, desenvolvendo e
implementando um programa sustentável para os grupos de produtores, no entanto, este projecto
muito menos que o previsto não gerou mudança alguma no que diz respeito ao uso de tecnologias
por parte dos produtores e o programa não garantia sustentabilidade alguma, como prova, até nos
dias de hoje certifica-se que não houve mudança tecnológica sobretudo no ramo agrário.
Análise Crítica
O PROAGRI II apresenta a Extensão Agrária e inclusão dos diversos níveis de produtores (com enfase nos
produtores familiares) como uma das funções nucleares do Ministério da Agricultura investida de grande
importância para a provisão de outros serviços agrários a nível central, provincial e, principalmente, ao nível
distrital, em desfoque deste objectivo, alguns produtores familiares nem tinham o conhecimento da existência
do projecto.
Com a implementação da segunda fase de PROAGRI esperava-se uma correção dos graves problemas
insatisfeitos na fase inicial (PROAGRI I), pelo contrario, cada projecto é mais uma família de imperfeições, de
outro lado, há tudo para convergir na visão de Gemo (2011), “O PROAGRI II nunca chegou a ser aprovado e
portanto nunca foi adotado”, infelizmente, o período compreendido entre 2007 e 2010 foi caracterizado, mais
uma vez, por uma " formulação intensa de políticas e de estratégias, sem foco no aumento da produção e
produtividade agraria.
Análise Crítica
Apesar da Estratégia do PROAGRI II ter procurado corrigir falhas de concepção do PROAGRI I, com a sua
ênfase sobre o papel das associações de agricultores, na planificação distrital participativa, assim como na
provisão de serviços orientados pela procura por parte de intervenientes múltiplos, com a coordenação e gestão
feita ao nível distrital, as evidências no terreno mostram que o país ainda está longe de conseguir a
operacionalização de tal visão (desconcentração, participação comunitária e coordenação entre sectores).
Outra lacuna a destacar é que a Estratégia do PROAGRI II não conseguiu tornar efectivo o estabelecimento de
um Sistema Nacional de Extensão Agrária para facilitar a transformação do sector da agricultura de pequena
escala através da inovação agrária, nos termos da Política de Extensão Agrária.
FIM