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zação das mentes, e da conquista da autonomia pelos(as)
próprios(as) oprimidos(as), e os nexos mais profundos entre o legado
de ambos, especialmente no que diz respeito à Razão Revolu-
cionária, tanto em seu sentido político quanto em seu significado
gnosiológico, epistemológico e pedagógico.
9 788561 910853
PAULO FREIRE E
AMÍLCAR CABRAL
A descolonização das mentes
12-05324 CDD-306.43
Índice para catálogo sistemático:
1. Cabral, Amílcar : Sociologia educacional 306.43
2. Freire, Paulo : Sociologia educacional 306.43
Creative Commons
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Os autores
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PAULO FREIRE E
AMÍLCAR CABRAL
Razões Revolucionárias e a descolonização das mentes
José Eustáquio Romão1
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1. Razão e Revolução
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4. Observações finais
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1. A África e a radicalização do
pensamento de Freire
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Níger, uma língua com uma base africana e uma grande in-
fusão de palavras portuguesas. Dizem-me que é uma língua
capaz e muito flexível”.
Paulo Freire não pensava como Amílcar. Para ele, a
escolha do crioulo como língua oficial e nacional repre-
sentaria a possibilidade de criar uma sociedade nova. Ade-
mais, como sublinha Donaldo Macedo (2000, p. 84), o
uso da língua dos alunos “deve ser utilizada nos programas
de alfabetização se se quiser que a alfabetização seja parte
importante de uma pedagogia emancipadora”. Para Paulo
Freire, não era possível reafricanizar o povo, utilizando o
meio que os desafricanizou; ele entendia que o uso da lín-
gua portuguesa não era neutro, pois a língua reproduzia
valores colonialistas. Entre as anotações que o leitor Paulo
Freire fez nos livros de Amílcar Cabral, uma me chamou
particularmente a atenção: foi justamente aquela na qual
Amílcar Cabral defende o uso do português como língua
nacional. Escreve Amílcar Cabral no livro PAIGC: unidade
e luta (Cabral, 1974b, p. 214), sublinhada por Paulo
Freire: “o português (língua) é uma das melhores coisas que
os tugas nos deixaram, porque a língua não é prova de nada
mais senão um instrumento para os homens se relaciona-
rem uns com os outros: é um instrumento, um meio para
falar para exprimir as realidades da vida e do mundo” (Ca-
bral, 1974b, p. 214). Freire anota no pé desta página
do livro: “indiscutível equívoco de Amílcar”. No parágrafo
seguinte, Amílcar escreve: “se repararmos, por exemplo, na
gente que vive perto do mar, a sua língua tem muita coisa
relacionada com o mar; quem vive no mato, a sua língua
tem muita coisa relacionada com as florestas”. Paulo Frei-
re anota: “confusão entre língua e linguagem”. Ainda bem
que Amílcar Cabral (1974b, p. 58), no mesmo livro, elogia
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[...] o povo não luta por ideias, por coisas que estão na cabeça
dos homens. O povo luta e aceita os sacrifícios exigidos pela
luta, mas para obter vantagens materiais para poder viver em
paz e melhor, para ver a sua vida progredir e para garantir o
futuro dos seus filhos.
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E ainda:
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7. Educação e revolução
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CARTA DA PRAIA DE
CABO VERDE
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