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ISBN 978-85-5953-065-6
Editores
Fransmar Costa Lima
Lauro Fabiano de Souza Carvalho
Revisão técnica
Cesar Lima
Capa
Fabio Costa
CDD 142.78
CDU 141.32
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SALA 01 – DIA 24
SALA 02 – DIA 24
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SALA 02 – DIA 25
SALA 01 – DIA 26
SALA 02 – DIA 26
Hermes da Fonseca
RESUMO: Apesar de não ter uma vasta obra política aos moldes de Locke,
Rousseau e seu contemporâneo Marx, o pensador dinamarquês Søren
Kierkegaard fez algumas colocações acerca da política que podemos dividir
em três blocos. A primeira, comentando o papel do Estado no julgamento de
Sócrates no século IV a.C, primeiramente concordando com a visão de Hegel
de que o Estado ateniense era culpado pela morte de Sócrates, mas
ressaltando uma espécie de revolução no sentido negativo, ou seja, usando da
ironia para alienar o indivíduo do Estado, abalando as crenças e tradições. A
segunda, dentro do contexto do século XIX, principalmente nos aspectos que
antecediam as revoluções liberais de 1848 por toda a Europa: Kierkegaard
chegou até a escrever uma pequena resenha literária, que seria sua única obra
puramente política, bem como se encontrou com o rei Cristiano VIII. A
terceira, no final de sua vida, dentro de suas críticas violentas à Igreja
Dinamarquesa e a relação da mesma com o Estado, onde o filósofo acaba
consumindo sua própria vida defendendo uma radical opção individual no
Cristianismo ao contrário da institucionalidade que torna invisível a
subjetividade. Essas questões políticas de Kierkegaard foram interpretadas
até os dias atuais de diversos modos, até mesmo na perspectiva anarquista,
tornando aquele que é considerado o fundador do Existencialismo um leitor
crítico da modernidade.
IRONIA E VERDADE: UMA LEITURA DOS
ASPECTOS PARADOXAIS DA APOLOGIA DE
SÓCRATES (35E1)
Diego Dantas
RESUMO: Como nos diz Adam Kotsko, em Zizek and Theology, um dos
grandes desafios que sobrevém àqueles que pretendem estudar a teologia
zizekiana é compreender de que modo o filósofo esloveno pensa o Espírito
Santo. Isto acontece porque, para Zizek, Espírito Santo não é um conceito
inerte que, por meio de uma análise, pode ser descoberto; muito pelo
contrário, na perspectiva zizekiana, Espírito Santo designa o momento em
que o cristianismo passa a se constituir enquanto movimento, isto é, enquanto
trabalho de manter o Acontecimento-Cristo vivo, de modo que Espírito Santo
passa a designar a atividade de sustentar as consequências que a ressurreição
de Jesus produziu. Dessa forma, Espírito Santo é, grosso modo, a tarefa
incessante de manter Cristo ressurreto, um constante lembrar-se do
significado do sacrifício de Deus e, assim, agir de acordo com a transformação
que o Acontecimento-Cristo produzira. Essa noção parece dialogar com um
diagnóstico feito por Kierkegaard e que podemos encontrar num dos seus
escritos produzido em 1848, mas só publicado postumamente, em 1859.
Trata-se de “A Neutralidade Armada ou sobre a minha posição como um autor
cristão na Cristandade”. Nesse texto, o pensador dinamarquês diz que a
imagem ideal do ser cristão precisa ser posta como uma tarefa a ser feita e
não confundida com um conceito imediatamente dado. Seguindo nessa
esteira, o filósofo de Copenhague supõe que ser cristão só pode, ainda, ser
colocado como uma tarefa a se fazer porque aquilo que constitui o ser cristão
foi esquecido. Nesse sentido, o nosso objetivo é mostrar como tal diagnóstico
kierkegaardiano dialoga com a noção zizekiana de Espírito Santo,
apresentando alguns apontamentos dessa relação, a fim de indicar que, como
o próprio Zizek nos diz em diversos de seus textos, a sua posição acerca do
que significa ser cristão não difere tanto daquela do pensador dinamarquês.
ASSISTIR E SER ASSISTIDA: VIAS E LIMITES DE
UMA ESTÉTICA EXISTENCIAL, UM PERCURSO
POR ESCRITOS DE SØREN KIERKEGAARD