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Determinantes da utilidade da informação financeira na tomada de decisão: a perceção

dos Contabilistas Certificados

1. Introdução

A contabilidade surge com a evolução da civilização e os seus progressos coincidem com

aqueles que caracterizam a própria evolução do ser humano (Sá, 1997). Com o seu

desenvolvimento, a contabilidade torna-se numa importante fonte de Informação Financeira

(IF) e com o progresso da atividade económica passa a ser encarada como uma ferramenta

essencial de apoio à gestão (Christensen, 2010).

Existem vários tipos de IF (fornecida pela contabilidade financeira e contabilidade) de gestão,

e cada stakeholder atribui diferente utilidade à mesma. De acordo com Auken, Aşcıgil e

Carraher (2014), as Demonstrações Financeiras (DF), que são uma representação estruturada

da posição financeira e do desempenho de uma entidade, fornecem informações importantes

para avaliar os impactos de vários fatores nas decisões anteriores ou futuras, como a liquidez,

as necessidades de financiamento, os atributos de risco, entre outros. Por outro lado, as

informações resultantes da contabilidade de gestão são uteis para o controlo das atividades

operacionais, para o planeamento de atividades futuras e para a avaliação do desempenho,

reduzindo a subjetividade na tomada de decisões (Costantin e Gornea, 2012).

O sucesso e a sobrevivência de uma empresa estão pendentes das decisões que o gestor toma

no dia a dia. Tomar decisões económicas acertadas só é possível se o gestor em causa analisar

a IF de forma a poder prever resultados futuros e melhorar a atividade corrente da empresa

(Amoako, 2013). Segundo Mom, Fourné e Jansen (2015), para as empresas superarem a

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instabilidade económica é necessário que o gestor analise a IF passada e presente de forma a

prever riscos futuros. A contabilidade (financeira e de gestão) assume, assim, um papel de

destaque no processo de tomada de decisão (Mihăilăa, 2014).

A literatura sugere vários fatores que determinam a utilidade da IF na tomada de decisão, uns

relacionados com a organização e outros associados às características individuais do gestor.

Frydman e Camerer (2016) argumentam que as decisões financeiras são as decisões mais

importantes de uma organização. Amoako (2013) afirma que a utilidade da IF (atribuída pelo

gestor) tem uma relação positiva com o desempenho e a sobrevivência da empresa pois para

uma boa tomada de decisão, o gestor precisa de um conjunto de IF completo, adequado e

atualizado, o que na maioria das empresas não está presente, tornando a tomada de decisão

arriscada (Culp, 2016). Em empresas de maior dimensão, as DF são mais completas, dadas as

normas aplicáveis havendo uma maior propensão a atender ou a exceder as expectativas dos

gestores em relação à utilidade da IF (Filzen e Peterson, 2015).

Por outro lado, as Pequenas e Médias Empresas (PME), quando comparadas às grandes

empresas, têm menos liquidez, apresentam fluxos de caixa mais voláteis, dependem de

financiamento de curto prazo e são mais propensas a enfrentar dificuldades e restrições

financeiras, fazendo com que as taxas de falências nas pequenas empresas ssejam

inaceitavelmente altas (İbicioglu et al., 2010). A causa dessa situação, segundo Amoako

(2013), pode estar relacionada ao facto de os gestores de microempresas atribuírem menos

importância à IF na tomada de decisões.

Segundo Florin (2014), a IF aumenta gradualmente à medida que a entidade desenvolve a sua

atividade, podendo os gestores de empresas mais antigas atribuir maior utilidade à IF. Já

Fujianti (2018) refere que o sucesso ou fracasso da empresa em atingir os seus objetivos

depende muito das caraterísticas de cada gestor. Para Carland e Carland (1991), salienta as

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diferenças nos traços de personalidade que existem entre gestores do sexo masculino e

feminino. Hendry, Sanderson, Barker e Roberts (2006) defendem que os gestores mais

responsáveis são muito diferentes dos gestores que também são os proprietários da empresa.

Há, no entanto, inúmeros fatores que podem influenciam a utilidade que o gestor atribui à IF.

No entanto, em Portugal não foram identificados estudos que analisem os determinantes da

utilidade da IF na tomada de decisões dos gestores. Neste contexto, esta investigação tem

como objetivo analisar, na opinião dos Contabilistas Certificados, se as caraterísticas

individuais do gestor (género e proprietário da empresa) e as caraterísticas da empresa onde o

gestor desenvolve funções (dimensão, normativo contabilístico aplicável, performance e

antiguidade) tem impacto na utilidade da IF na tomada de decisão.

Para alcançar o objetivo proposto, este estudo assenta numa abordagem quantitativa e envolve

a aplicação de um inquérito online aos Contabilistas Certificados. Este inquérito é direcionado

aos profissionais da contabilidade pois são eles que preparam a IF das empresas e são capazes

de avaliar a utilidade da IF em função do tipo de informação que normalmente é produzida e a

que é efetivamente solicitada pelo gestor.

Este artigo está organizado da seguinte forma. Na primeira secção apresentamos os

fundamentos teóricos para este estudo que permitem formular as hipóteses de investigação e

desenvolver o modelo concetual. As secções seguintes destinam-se, respetivamente, à

metodologia e resultados e, a última, às conclusões desta investigação.

2. Revisão da literatura

A evolução da contabilidade em Portugal dá-se após o 25 de abril. Na altura da independência

foi criada uma comissão com o objetivo de estudar e elaborar um plano de contabilidade para
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as empresas portuguesas, tendo em vista o combate à evasão fiscal. A publicação do Decreto-

Lei n.º 47/77, de 27 de fevereiro, aprova o Plano Oficial de Contabilidade (POC) 77, contudo,

este normativo não era aplicado às instituições financeiras, às empresas de seguros e ao setor

público, cuja regulamentação foi efetuada através do desenvolvimento de planos setoriais

(Santos, 2010). Em 1 de janeiro de 1986, Portugal aderiu à UE e, com essa adesão, foi

necessário incluir na legislação portuguesa as 4ª e 7ª diretivas comunitárias. Foi em 1989 que

a 4ª diretiva foi incluída no normativo contabilístico português e essa alteração deu origem ao

POC 89. Posteriormente, com a incorporação da 7ª diretiva, o POC voltou a ser reformulado,

em 2 de julho de 1991, através da inclusão do Decreto-Lei 231/91 que transpôs para o direito

interno as normas de consolidação. O POC sofreu inúmeras alterações desde a primeira

edição de 1977 (Alves e Antunes, 2010). Assim, com Portugal já na UE, as Normas

Internacionais de Contabilidade (NIC) foram adotadas pela UE. Com o Regulamento (CE) n.º

1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho da UE, em 2005 tornou-se obrigatória a

aplicação das NIC nas entidades com títulos cotados em bolsa (Lourenço e Morais, 2004).

Após esta decisão, as DF das empresas eram preparadas e apresentadas em POC e de acordo

com as NIC, contudo estas não eram comparáveis por força de diferentes critérios de

reconhecimento e mensuração (Serrenho, Fernandes e Gonçalves, 2014). Devido a essa

divergência, a contabilidade em Portugal sofreu uma evolução positiva em 1 janeiro de 2010,

quando entrou em vigor o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aprovado

pelo Decreto-Lei 158/2009 de 13 de julho. Este revogou o antigo POC e, na opinião de

Marques (2011), foi um passo que permitiu a Portugal acompanhar o processo de

convergência internacional. O novo normativo nacional (SNC), adequado com as NIC

emitidas pelo International Accounting Standards Committee (IASC) e International

Accounting Standards Board (IASB) e adotadas pela UE, visa melhorar o relato financeiro

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(Almeida e Albuquerque, 2009). O SNC foi elaborado pela Comissão de Normalização

Contabilística (CNC) e é composto por diversos elementos: Estrutura Conceptual; Bases para

a Apresentação de Demonstrações Financeiras; Modelos de DF; Código de contas; Normas

Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF); Norma Contabilística e de Relato Financeiro

para Pequenas Entidades (NCRF-PE); Norma Contabilística e de Relato Financeiro para

Microentidades (NCRF-ME); Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do

setor Não Lucrativo (NCRF-ESNL) e Normas interpretativas. De acordo com Pires (2010),

para além da passagem do POC para o SNC, no plano fiscal foram introduzidos ajustamentos

ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), de forma a adaptar

as 11 regras de determinação do lucro tributável ao novo referencial contabilístico (Decreto

Lei n.º 159/09 de 13 de julho). O mesmo autor refere ainda que ao nível institucional, o

Decreto Lei n.º 159/09, de 13 de julho, alterou a estrutura e organização da CNC e a

passagem a Ordem Profissional do organismo que representa em Portugal a profissão de

Técnico Oficial de Contas, designados agora de Contabilistas Certificados.

O SNC entra em vigor em 2010 e visa proporcionar IF transparente, aumentar a sua

comparabilidade, contribuir para um bom funcionamento do mercado de capitais, reforçar a

liberdade de circulação de capitais no espaço da UE, contribuindo assim, para a utilidade da

contabilidade na tomada de decisões (Nunes, 2013).

Atualmente, a contabilidade, que é o processo de identificação, avaliação, acumulação,

análise, preparação, interpretação e comunicação de IF, apresenta-se útil para uma vasta

camada de utentes, os stakeholders da IF (Mihăilăa, 2014). Contudo, a IF, produzida pelos

contabilistas, para ser útil na tomada de decisões deve satisfazer algumas das diferentes

necessidades de informação dos stakeholders (investidores atuais e potenciais, empregados,

mutuantes, fornecedores e outros credores comerciais, clientes e Estado) (Macve, 2010).


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Segundo Auken et al. (2014), de uma forma genérica, pode-se sintetizar as necessidades dos

utentes das DF do seguinte modo: os investidores preocupam-se com o risco inerente ao

negócio e com a remuneração dos capitais investidos; os mutuantes interessam-se com a

avaliação do risco de incumprimento dos valores mutuados; os fornecedores e outros credores

comerciais têm interesse em avaliar o risco de cobrança dos créditos concedidos, o grau de

cobrança dos mesmos e a sua recuperação no tempo; os colaboradores e clientes evidenciam

interesse em avaliar a continuidade das operações da entidade; o governo e seus

departamentos visam obter informação relevante do ponto de vista estatístico, com a

finalidade de avaliar a afetação de recursos e regulação das políticas tributárias, e o público

tem interesse em obter informação específica sobre a entidade.

A IF representa a atividade financeira e económica de uma organização que em conjunto

formam uma base de informações para análise (Mukhametzyanov e Nugaev, 2016). De

acordo com Gencia, Sandu, Puscas e Mates (2016), a IF, como fonte básica de inteligência,

ajuda os utilizadores, internos e externos, a lidar com uma entidade económica que é prestada

através de um sistema de relatórios, cujo valor descritivo influência quem toma as decisões

em direção a uma determinada ação. Mukhametzyanoy e Nugaev (2016) reforçam que o

principal objetivo do uso da IF é reduzir a incerteza na tomada de decisões.

Para uma boa tomada de decisão, o gestor necessita da IF completa, adequada e atualizada,

caso contrário, a tomada de decisão torna-se arriscada (Culp, 2016). No caso das (PME), a

maioria não sobrevive para além dos primeiros meses de existência, facto que tem sido

justificado, em parte, devido à falta de IF e de uma boa gestão financeira (Amoako, 2013).

Com efeito e segundo Amoako (2013), atualmente existe escassez de estudos que analisam os

fatores que influenciam a IF na tomada de decisão e, que apesar da escassez, os existentes

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focam-se em microempresas e PME e apresentam resultados que apontam que a maioria dos

negócios tem uma gestão ineficiente e que os gestores, apesar de atribuir pouca importância à

IF, têm uma fraca habilidade para a gestão dos negócios, o que, consequentemente, leva à

perda do controlo nas situações operacionais do dia-a-dia, colocando a empresa numa situação

económica de risco.

A contabilidade, com a informação que produz, visa auxiliar todos os que tomam decisões,

independentemente de serem decisões operacionais, de financiamento ou de investimento no

âmbito da atividade económica de uma determinada empresa (Montesinhos, 1993). Assim, a

informação contabilística constitui uma ferramenta imprescindível para o sucesso das

atividades empresariais, pelo que esta deve estar disponível no sentido de dar resposta às

necessidades de informação dos vários utentes. Para Florin (2014), os Contabilistas

Certificados desempenham um papel importante, dado que a sua atitude e comportamento em

relação aos serviços prestados geram efeitos sociais e económicos (ao nível micro e

macroeconómico). Estes autores referem, ainda, que os investidores, credores, empregadores

e outros agentes socioeconómicos de diferentes sectores da comunidade financeira, incluindo

o governo, contam com os Contabilistas Certificados para prepararem IF exata e relatórios

precisos, de modo a obter uma gestão financeira eficiente e melhor apoio através de conselhos

competentes sobre diferentes aspetos relacionados com o negócio e questões fiscais. A

contabilidade e a gestão estão intrinsecamente ligadas e a boa condução dos negócios só é

possível se o gestor analisar eficientemente a IF produzida pelos Contabilistas Certificados

(Montesinhos, 1993).

Assim, o gestor desempenha um importante papel na empresa. Nas pequenas empresas, a

função do gestor é o de porta-voz, isto porque no seu dia-a-dia ele ocupa uma grande

quantidade de tempo em ações realizadas externamente, nomeadamente em reuniões com


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clientes, em negociações de financiamento, na identificação de novas oportunidades e na

estimulação de mudança na organização, enquanto os gestores das grandes empresas ocupam

o seu tempo a decidir quais as unidades organizacionais que necessitam de recursos e como

obtê-los (İbicioglu et al., 2010). Nestas empresas só um pequeno grupo é que toma as

decisões financeiras, normalmente o Chief Executive Officer (CEO) e outros diretores,

supervisionados pelo conselho de administração (Frydman e Camerer, 2016).

De acordo com Amoako (2013), os gestores de microempresas atribuem menor importância à

IF na tomada de decisão. No mesmo sentido, Özturk e Özçelík (2014) referem que os gestores

de empresas de maior dimensão, comparativamente com os gestores de PME, atribuem maior

importância às DF, como instrumento de apoio na tomada de decisões económicas. Neste

contexto, formulamos a primeira hipótese:

H1: Os gestores de empresas de maior dimensão atribuem maior utilidade à IF na

tomada de decisão.

Segundo Florin (2014), a IF, produzida pelos profissionais de contabilidade, aumenta

gradualmente à medida que a entidade desenvolve a sua atividade. O gestor, com base nos

dados recolhidos ao longo da atividade da empresa, pode tomar decisões relacionadas com as

atividades produtivas, comerciais e financeiras atribuindo assim maior utilidade à IF

produzida. Como nas empresas de maior dimensão as DF são mais completas, dado o

normativo contabilístico aplicável, há uma maior propensão para satisfazer ou superar as

expetativas dos gestores, no que diz respeito à utilidade da IF (Filzen e Peterson, 2015). Por

isso, neste estudo definimos a segunda hipótese:

H2: Os gestores de empresas com DF mais completas atribuem maior utilidade à IF na

tomada de decisão.

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As rápidas mudanças na tecnologia e no nível de globalização causam fortes mudanças no

cenário económico que levam a repensar como a empresa está a ser gerida e o que está por

trás de seu sucesso (Zehir e Özasahin, 2008). O modelo do processo decisão estratégica

proposto por Wheelen e Hunger (2004) identifica oito etapas num processo de tomada de

decisão estratégica, estando o primeiro relacionado ao desempenho atual da empresa.

Segundo Macve (2010), as IF fornecem indicação acerca do desempenho de uma empresa,

permitindo estabelecer comparações com o passado detetar desvios entre o desempenho real e

estimado e realizar projeções para o futuro. A utilidade atribuída à IF pelo gestor tem uma

relação positiva com o desempenho e a sobrevivência da empresa (Amoako, 2013). Assim,

para Macve (2010), os gestores de empresas com melhor desempenho atribuem maior

relevância à IF na tomada de decisão. Nesse contexto, formulamos a terceira hipótese.

H3: Os gestores de empresas com melhor performance atribuem maior utilidade à IF na

tomada de decisão.

Segundo Florin (2014), a informação produzida pelos profissionais de contabilidade aumenta

gradualmente à medida que a entidade desenvolve a sua atividade. Assim, o gestor, com base

nos dados recolhidos ao longo da atividade da empresa, pode tomar decisões relacionadas

com as atividades produtivas, comerciais e financeiras. Neste contexto formulamos a quarta

hipótese:

H4: Os gestores de empresas mais antigas atribuem maior utilidade à IF na tomada de

decisão.

Para Fujianti (2018), o sucesso ou o fracasso da empresa em alcançar os seus objetivos

depende muito do gestor, ou seja, das suas características pessoais. Segundo Amoako (2013),

as características individuais do gestor influenciam a utilidade que o mesmo atribui à IF. Por

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outro lado, Manning e Robertson (2010) sugerem que os gestores do género masculino e

feminino tendem a ser referenciados por diferentes estereótipos de género em diferentes

cargos. Cada gestor, independentemente do género, é único, no entanto, as mulheres tendem a

estar em desvantagem (Haynes, 2008). Estes resultados menos satisfatórios estão relacionados

a diferenças nos traços de personalidade que existem entre os gestores masculinos e femininos

(Carland e Carland, 1991). Neste contexto, formulamos a quinta hipótese:

H5: Os gestores do género masculino atribuem maior utilidade à IF na tomada de

decisão.

Santos, Dorow e Beuren (2016) referem que a tomada de decisão é baseada na experiência do

proprietário. O estudo de Serrasqueiro e Nunes (2004) mostra que o gestor é, na maioria das

empresas, o proprietário. Os autores sustentam ainda que o gestor proprietário tem tendência a

utilizar a experiência e a intuição, descurando a informação contabilística na tomada de

decisão. A maioria das empresas analisadas no estudo de Amoako (2013) é gerida pelo

proprietário ou por um parente próximo e, nestes casos, o gestor na tomada de decisões,

geralmente, não recorre à IF, o que pode condicionar o sucesso empresarial. O facto de as

empresas serem geridas pelo proprietário ou por um parente próximo, pode desvalorizar a

utilidade da IF, uma vez que são poucos os gestores que pedem IF adicional à obrigatória,

atribuindo assim, pouca utilidade à IF (Serrasqueiro e Nunes, 2004). Face ao exposto,

definimos a sexta e última hipótese de investigação:

H6: Os gestores que não são proprietários da empresa atribuem maior utilidade à IF na

tomada de decisão.

A figura 1 apresenta o modelo concetual e hipóteses de investigação.

Figura 1 – Modelo conceptual

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Caraterísticas da empresa:

Dimensão da empresa H1
Normas contabilísticas H2

Performance da empresa H3 Utilidade da


IF na tomada
Antiguidade da empresa H4
de decisões

Caraterísticas individuais dos gestores: H5

Género H6
Proprietário da empresa

3. Metodologia

3.1. Desenvolvimento e operacionalização do instrumento de medida

A operacionalização desta investigação assenta numa pesquisa quantitativa com base num

inquérito online aplicado aos Contabilistas Certificados. Este é direcionado aos Contabilistas

Certificados pois são eles que preparam a IF das empresas e são capazes de avaliar a utilidade

da IF em função do tipo de informação que normalmente é produzida e a que é efetivamente

solicitada pelo gestor. A aplicação do inquérito aos Contabilistas Certificados só foi possível

com a colaboração da Ordem dos Contabilísticas Certificados (OCC) que se disponibilizou a

publicar o mesmo online no seu site institucional. Desta forma foi possível recolher respostas

sem custos, em grande quantidade e de forma rápida e garantir a confidencialidade dos dados

(Bell, 2005).

O questionário inclui questões acerca das características individuas do gestor (género e

propriedade), da empresa onde o mesmo desenvolve funções (dimensão, normativo

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contabilístico aplicável, performance e antiguidade) e utilidade da IF na tomada de decisões.

Para medir o desempenho da empresa e a utilidade da IF atribuída pelo gestor utilizamos os

itens da tabela 1 que foram baseadas em vários autores e avaliadas numa escala de Likert de 5

pontos.

Tabela 1 – Itens do desempenho e utilidade da IF

Desempenho da empresa
Itens Autores
O volume de negócios aumentou nos últimos 3 anos
O negócio tem sido muito lucrativo.
A empresa expandiu a atividade nos últimos 3 anos.
Murphy, Trailer e Hill (1996)
A empresa aumentou a quota de mercado nos últimos 3 anos.
A dimensão da empresa aumentou nos últimos 3 anos.
O número de empregados aumentou nos últimos 3 anos.
Utilidade da IF
Itens Autores
O gestor da empresa para além das DF solicita outro tipo de IF.
Gouveia, Fernandes e Gonçalves
O gestor da empresa atribui elevada utilidade à informação (2015).
financeira.
O gestor da empresa dá a devida importância aos indicadores Jaffar, Selamat, Ismail e Hamzah
financeiros no processo de tomada de decisão. (2012)

3.2. Amostra e análise estatística dos dados

No período de 31 de maio de 2017 a 05 de julho de 2017, foram obtidas 200 respostas. No

entanto, foram eliminadas 43 observações pelo facto do inquirido não exercer atualmente a

profissão de Contabilista Certificado. A amostra final está representada por 157 Contabilistas

Certificados.

Neste estudo utilizamos uma amostra por conveniência e não probabilística, dado que

atualmente a OCC conta com mais de 70.000 Contabilistas Certificados inscritos.

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Na análise de dados utilizamos o programa estatístico IBM SPSS, versão 22. Em primeiro

lugar procedemos à preparação de toda a base de dados e restruturação da mesma.

Posteriormente, testamos as hipóteses formuladas no modelo teórico proposto, recorrendo

inicialmente à análise fatorial para unificar as diversas variáveis utilizadas para medir a

utilidade da IF e o desempenho da empresa (Bell, 2005). Posteriormente recorremos a testes

não paramétricos, designadamente o teste de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e o teste de

correlação ordinal de Spearman para testar as hipóteses formuladas pelo modelo (Bell, 2005).

). Nos testes utilizamos um nível de significância de 0.05.

4. Resultados

4.1. Características da amostra

Dos 157 Contabilistas Certificados inquiridos, a maioria é do género masculino (52,87%),

sendo 47,13% do género feminino. A maior parte dos Contabilistas Certificados inquiridos,

possui idade igual ou superior a 41 anos (68,15%), tendo o restante (31,85%) idade inferior.

Relativamente às habilitações literárias, 65,61% dos Contabilistas Certificados possuem

licenciatura, 20,38% mestrado, sendo que apenas 12,10% da amostra tem ensino secundário e

1, 91% o 9º ano. Nenhum inquirido possui o 4º ano, o 6º ano e o doutoramento. Neste estudo

verifica-se também que 100 (63,68%) dos 157 Contabilistas Certificados exercem funções

em mais do que uma empresa e apenas 57 (36,31%) exercem funções numa só empresa e que

18 (11,46%) dos Contabilistas Certificados inquiridos possuem experiência até 5 anos, 18

(11,46%) entre 6 a 10 anos, 23 (14,66%) entre 11 a 15 anos e 29 (18,47%) entre 16 e 20 anos

e 74,08% dos inquiridos exerce a função há mais de 10 anos.

4.2 Análise de dados

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Nesta subsecção serão analisadas as relações entre variáveis e testadas as hipóteses

formuladas nesta investigação.

De acordo com a tabela 2, para um nível de significância de 0.05 rejeita-se H0, pois p-

value<0.05. Desta forma conclui-se que há diferenças significativas entre a utilidade da IF

atribuída pelo gestor consoante a dimensão das empresas. Ao analisar as posições médias

conclui-se que são os gestores de PME e de grandes empresas que atribuem maior utilidade à

IF (com posição média de 121.33 e 181,83, respetivamente), sendo os gestores das

microentidades as que atribuem menor utilidade à IF (posição média=68.47). Neste estudo

suporta-se a H1 e conclui-se que o gestor de empresas de maior dimensão (PME e grandes

empresas) atribuem maior utilidade à informação que é fornecida pela contabilidade. Estes

resultados vão de encontro aos fundamentos de Özturk e Özçelík (2014).

Tabela 2 - Teste Kruskal-Wallis para a hipótese 1


Tipo de Entidade N Posição média
Utilidade da Microentidade 90 68,47
IF
PME 61 181,83
Grande Entidade 9 121,33
Total 157
Qui-quadrado 14,079
Df 3
Significância Sig. (2 ,003
extremidades)

Através do teste Kruskal-Wallis, para um nível de significância de 0.05 rejeita a H0, pois p-

value<0.05 (tabela 3). Ao analisar as posições médias concluimos que são os gestores de

empresas com DF mais completas que atribuem maior utilidade à IF (posição média=121,33).

Desta forma suportamos a H2 e verificamos que resultados vão ao encontro dos fundamentos

de Filzen e Peterson (2015).

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Tabela 3 - Teste Kruskal-Wallis para a hipótese 2

Aplica a Norma N Posição média


Utilidade da NCRF – Regime geral 51 75,42
IF
NCRF- PE 41 87,17
NCRF-ME 59 72,11
NIC 6 121,33
Total 157
Qui-quadrado 8.298
Df 3
Significância Sig. (2 extremidades) ,040

Para medir o desempenho das empresas procedemos à análise fatorial de forma a unificar num

fator vários fatores. A tabela 4 apresenta o resultado da análise fatorial.

Tabela 4 - Análise fatorial para a dimensão desempenho das empresas

Valores próprios iniciais Somas de extração de carregamentos ao quadrado


Componente Total % de variância % cumulativa Total % de variância % cumulativa
1 4,774 79,563 79,563 4,774 79,563 79,563
2 ,505 8,414 87,976
3 ,268 4,463 92,439
4 ,221 3,675 96,114
5 ,135 2,245 98,359
6 ,098 1,641 100,000
Matriz de componente Componente
1. O VN aumentou nos últimos 3 anos ,883
2. O negócio tem sido muito lucrativo ,855
3. A empresa expandiu a atividade nos últimos 3 anos ,929
4. A empresa aumentou a quota de mercado nos últimos 3 anos ,952
5. A dimensão da empresa aumentou nos últimos 3 anos ,938
6. O número de empregados aumentou nos últimos 3 anos ,784

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Da análise resultou uma variável que explica 79,6% da variância das 6 componentes iniciais.

Após a análise fatorial e de acordo com a tabela 5, o teste de Spearman, para um nível de

significância de 0,05, rejeita H0, pois p-value<0.05. Os resultados mostram uma correlação

fraca (R=33,7) mas significativa e positiva o que leva a concluir que gestores de empresas

com maior desempenho atribuem maior utilidade à IF. Assim, suportamos a H3, sendo os

resultados consistentes com os fundamentos de Louro (2007).

Tabela 5 - Correlações Spearman para a hipótese 3

Utilidade da IF Desempenho da empresa


Utidade da IF Correlação de Pearson 1 ,337**
Sig. (2 extremidades) ,000
N 157 157
Desempenho da empresa Correlação de Pearson ,337** 1
Sig. (2 extremidades) ,000
N 157 157
** A Correlação é significativa no nível 0,01 (2 Extremidades).

O teste de correlações de Spearman, para um nível de significância de 0.05, rejeita a H0 pois

p-value˂0.05 (tabela 6). Os resultados mostram uma correlação fraca (R=21,5) mas

significativa e positiva o que leva a concluir que gestores de empresas mais antigas atribuem

maior utilidade à IF e a suportar a H4. Desta forma concluímos que os resultados vão ao

encontro dos fundamentos de Florin (2014).

Tabela 6 - Correlações Spearman para a hipótese 4

Inicio de atividade Utilidade da IF


Inicio de atividade Correlação de Pearson 1 ,215**
Sig. (2 extremidades) ,007
N 157 157
Utilidade da IF Correlação de Pearson ,337** 1
Sig. (2 extremidades) ,007 157
N 157

** A Correlação é significativa no nível 0,01 (2 Extremidades).

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De acordo com a tabela 7, através da posição média do teste de Mann-Whitney, verificamos

que são os gestores do género feminino que atribuem maior utilidade à IF, contudo não é

significativo, visto que o p-value>0.05, logo não se rejeita a H0, pelo que os resultados não

são consistentes com os fundamentos de Gouveia et al. (2015).

Tabela 7 - Teste Mann-Whitney para a hipótese 5

Género do gestor da empresa N Posição média Soma de classificações


Utilidade da IF Feminino 31 83.52 2589,00
Masculino 126 77.89 9814,00
Total 157
U de Mann-Whitney 1813,000
Wilcoxcon W 9814,00
Z -,621
Significância Sig. (2 extremidades) ,535

A posição média de acordo com o resultado do teste de Mann-Whitney (tabela 8), indica que o

gestor que não é proprietário da empresa atribui maior utilidade à IF (posição média=96.64).

Os gestores que são proprietários da empresa atribuem menor utilidade à IF (posição

média=76.13). Com um nível de significância de 0.05, rejeita-se H0, pois p-value <0.05.

Assim, suportamos a H6, estando os resultados em consonância com os fundamentos de

Serrasqueiro e Nunes (2004).

Tabela 8 - Teste Mann-Whitney para a hipótese 6

O gestor é o proprietário da empresa? N Posição média Soma de classificações


Utilidade da Não 22 96,64 2126,00
IF
Sim 135 76,13 10277,00
Total 157
U de Mann-Whitney 1097,000
Wilcoxcon W 10277,00
Z -1,974
Significância Sig. (2 extremidades) ,048

17
Face ao exposto é possível concluir que apenas uma hipótese não é suportada neste estudo. A

tabela 9 resume o resultado do teste de hipóteses.

Tabela 9 – Resultado do teste de hipóteses


Hipóteses Resultado
Hipótese 1 – Os gestores de empresas de maior dimensão atribuem maior utilidade à IF na Suportado
tomada de decisão.
Hipótese 2 – Os gestores de empresas que elaboram DF mais completas atribuem maior Suportado
utilidade à IF na tomada de decisão.
Hipótese 3 – Os gestores de empresas com melhor performance atribuem maior utilidade à Suportado
IF na tomada de decisão.
Hipótese 4 – Os gestores de empresas mais antigas atribuem maior utilidade à IF na Suportado
tomada de decisão.
Hipótese 5 – Os gestores do género masculino atribuem maior utilidade à IF na tomada de Não suportado
decisão.
Hipótese 6 – Os gestores que não são proprietários da empresa atribuem maior utilidade à Suportado
informação financeira na tomada de decisão.

5. Conclusões

A contabilidade evoluiu com desenvolvimento da civilização tornando-se uma importante

fonte de informação, dado que esta pode ajudar o gestor a tomar decisões e influenciar o

desempenho do negócio.

Em Portugal existe uma taxa de falências e dissoluções, abrupta, na sua maioria em PME e

microentidades. Esse facto é preocupante para a economia e, na generalidade, justifica-se pela

existência de gestão ineficiente. Para uma boa tomada de decisão é necessário utilizar e

analisar a IF que é fornecida pela contabilidade financeira e de gestão, de forma a analisar os

erros passados e prever decisões futuras. O objetivo deste estudo consiste em avaliar os

fatores que influenciam a utilidade da IF na tomada de decisão, na perspetiva do Contabilista

Certificado.

18
Este estudo desenvolve um modelo que visa avaliar os fatores determinantes da utilidade da

IF. Relativamente à empresa, um dos fatores que influencia a utilidade da IF na tomada de

decisões é a dimensão, pois os gestores de empresas de maior dimensão (PME e grandes

empesas) atribuem maior utilidade à informação que é produzida pela profissional de

contabilidade, dado que nestas empresas é necessário um controlo mais exigente. Os gestores

de empresas com melhor performance também atribuem maior utilidade à IF na tomada de

decisão, isto porque para obter bom desempenho o gestor necessita de utilizar a IF de forma a

tomar a melhor decisão (Auken et al., 2014; Costantin e Gornea, 2012). Os gestores de

empresas mais antigas e com DF mais completas atribuem similarmente maior utilidade à IF

na tomada de decisão, dado que possuem informação histórica da atividade desenvolvida ao

longo de vários anos e informação contabilística com maior detalhe em conformidade com o

normativo contabilístico aplicável. Relativamente às caraterísticas individuais dos gestores

concluímos que os gestores que não são proprietários da empresa, atribuem maior utilidade à

IF na tomada de decisões. Contudo, o género do gestor não influencia estatisticamente a

utilidade que este atribui à IF. Com base na revisão de literatura, identificou-se uma lacuna

relativa à escassez de estudos que identificam os fatores que tornam a IF útil à tomada de

decisão nas empresas Portuguesas. Neste contexto, esta pesquisa revela-se pertinente para o

desenvolvimento da literatura e para os profissionais na área da contabilidade dado que

fornece uma melhor compreensão dos fatores que determinam a utilidade da IF. Assim, o

estudo orientará o profissional de contabilidade quanto à importância que o gestor atribui à IF

em função das suas caraterísticas individuais e da empresa onde desenvolve funções.

Este estudo, como todos, apresenta algumas limitações nomeadamente ao nível da dimensão

da amostra. A utilização de uma amostra por conveniência limita a generalização dos

resultados. Outra limitação deve-se ao facto de o inquérito não ser aplicado diretamente ao

19
gestor. Nesta investigação optamos por aplicar o inquérito aos Contabilistas Certificados dado

que, por um lado, a resposta é mais fácil de obter e, por outro, estes detêm conhecimento

relativamente à utilidade que o gestor atribui à IF em função da IF que lhes é solicitada pelo

gestor.

Em termos de investigação futura, sugerimos a análise do impacto do efeito mediador da

utilidade da IF entre os diferentes fatores e o desempenho empresarial. A frequência com que

é solicitada a IF pode determinar a utilidade de IF, por isso, sugerimos como investigação

futura a inclusão desta variável na dimensão utilidade de IF na tomada de decisão. Sugerimos

ainda a aplicação deste estudo diretamente aos gestores, no sentido de se confrontar os

resultados obtidos.

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