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Projecto de Pesquisa
Projecto de Pesquisa
Stress é a condição que resulta quando as trocas (transações) pessoa/meio ambiente, levam o
indivíduo a perceber, sentir uma discrepância, que pode ser real ou não, entre as exigências de
uma determinada situação e os recursos do indivíduo, ao nível biológico, psicológico ou de
sistemas sociais. (Lazarus, 1984b).
E sendo assim, stress no desempenho de acordo com Cohen (1985), constata-se que pessoas
desempenham com menos eficiência tarefas que requerem tolerância à frustração, baixa
distração, precisão e percepção mais acurada e que os efeitos advém de uma ampla relação de
stressores imprevisíveis e sem controlo, como salário, barulho, frio, burocracia, situações
ergonómicas, discriminação, densidade espacial e sobrecarga de trabalho.
Este estudo será do tipo Quali- Quantitativo, pretende-se recorrer a pesquisa Bibliográfica e
exploratória, e a entrevista semi - estruturada.
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1.2 Contextualização
Desde a Pré-história, há o reconhecimento de que o homem sofria exaustão após o trabalho,
medo, exposição ao calor e frio, fome, sede, perda de sangue ou doença. Tais situações
deflagravam uma série de desfechos biológicos e psicológicos, conhecidos hoje como stress.
Nesse sentido, visto que as condições sociais, históricas e culturais influenciam na construção de
um corpo de conhecimento, é importante compreender a evolução do conceito de estresse ao
longo dos anos. Inicialmente, o estresse foi estudado pela Física e Engenharia e utilizado como
um termo técnico para designar forças que atuam sobre a mesma resistência, representando a
carga que um material pode suportar antes de romper-se.
Posteriormente, foi considerado sinônimo de fadiga e cansaço. Sobre isso, afirma-se que a
palavra stress é aplicada em diferentes áreas do conhecimento e com conotações distintas, desde
o stress físico de uma peça mecânica até o stress psicológico no ser humano. (Silva, 2018, p.
142).
O conceito de stress passou a ter relação com o conceito de força, esforço e tensão no século
XVIII e XIX. Nesse período, destaca-se a ocorrência da Revolução Industrial, caracterizada pelo
notável desenvolvimento econômico e deslocamento dos indivíduos do meio rural para o urbano
a fim de trabalhar nas fábricas, o que levou a modificações radicais nas condições de vida da
sociedade. No entanto, a miséria, o trabalho prolongado, as péssimas condições de moradia e de
alimentação persistiram.
Nó século XX, esse mecanismo descoberto por Claude Bernard foi denominado homeostase
orgânica por Walter Cannon. Tal conceito foi importante nos estudos desse período e,
posteriormente, deu suporte a Hans Selye para descrever o modelo biológico do stress.
Posteriormente, o Modelo Interacionista foi proposto por Lazarus e Folkman, considerando a
interação do ambiente, pessoa ou grupo como fundamental para o processo de estresse. (Silva,
2018, p. 142-143).
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Actualmente o fenómeno do stress laboral atrai cada vez mais atenções, pois é uma realidade do
mundo organizacional, realidade esta que acarreta inúmeras consequências. É neste sentido que
investigadores, clínicos, bem como responsáveis de Recursos Humanos se interessam por
compreender a problemática do stress laboral de modo a criar condições para que as suas
consequências negativas sejam minimizadas.
No entanto, mesmo assim pouco são os estudos que apresentaram os aspectos conceituais do
stress ao longo do tempo. Por isso, da pesquisa realizada constatamos que há poucos estudos
desenvolvidos nesta área, mas cremos que o cenário actual não é diferente do que foi dito
anteriormente.
Actualmente, despontam os estudos analíticos, visto que o estresse interfere na qualidade de vida
e saúde das pessoas, é importante que as pesquisas proponham intervenções para auxiliar no
gerenciamento dos stressores e, assim, minimizar os seus efeitos negativos em nível individual,
profissional e social. Portanto, a pesquisa tem como tema: Impacto do Stress laboral no
desempenho profissional dos funcionários da Hospital Militar de Maputo.
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1.3 Problematização
Na fase da descoberta do tema, despertou-nos interesse o tema sobre Stress Laboral, pelo facto
de no interior de um transporte semi-colectivo encontrarmo-nos face a algumas reclamações em
relação as condições do trabalho no interior do Hospital Militar de Maputo (HMM), das quais
apontamos: falta de condições ergonómicas, sobrecarga de trabalho e salário que não
corresponde ao trabalho que é desenvolvido. Condições estas que eram responsáveis em levar os
funcionários a se submeterem a várias exigencias que necessitam de esforço para se adaptar.
Os funcionários ao perceberem que depois de dois (2) meses sem receber o devido salário e os
mesmos não tendo nenhuma esperança de poder recebê-lo todo de uma vez só, sentiram-se
obrigados a adaptar-se à aquela situação e isso pôde de alguma forma afectar no desempenho
profissional dos funcionários.
Obtivemos algumas dessas informações durante a nossa ida para o HMM pra fazer testes
médicos, e pra além disso, foi possivel notar que as bichas sao longas e os funcionários nao dao
conta.
Segundo o conceituado por França e Rodrigues, (2002, p. 27), stress pode ser entendido como
sendo “o conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação
que exige esforço de adaptação”.
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De acordo com as afirmações supracitadas, achamos que o desempenho profissional dos
funcionários desta instituição pode ser influenciado pelo stress laboral ao serem submetidos a
essas situações de adaptação.
1.4 Justificativa
De acordo com a European Agency for Safety and Healthat Work (EASHW, 2010), em 2002 o
custo anual do stress laboral na União Europeia (a 15 países) foi estimado em cerca de vinte mil
milhões de euros. Quase um em cada quatro trabalhadores é afectado pelo stress, sendo que
existem estudos que fazem referência ao stress como responsável por entre 50 a 60% dos dias de
trabalho perdidos. O stress é apontado como o segundo problema de saúde relacionado com o
trabalho que é mais notificado, afectando em 2005 cerca de 22% dos trabalhadores da Europa (ao
nível dos 27 países). É neste sentido que o número de pessoas que sofrem de doenças
relacionadas com o stress causado ou agravado pelo trabalho tende a aumentar.
De certa forma, os dados a cima apresentados são uma das razões que nos levam a desenvolver
este estudo, estudo este que pode servir de contributo para as organizações atentarem ao conceito
stress e poderem posicionarem-se devidamente de modo a se garantir que ele não afecte no
desempenho dos colaboradores o que posteriormente pode afectar a produtividade
organizacional.
Também o que nos motivou a escolha deste tema é o facto de ele trazer uma problemática nova e
reflete um assunto de extrema importância, o que nos deixa satisfeitos porquanto falaremos sobre
um assunto pouco falado em forma de monografia no interior da nossa faculdade.
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Por outro lado, motivou o desenvolvimento da presente pesquisa por termos constatado na fase
exploratória e do descobrimento da problemática do Stress laboral que, em conversas informais,
alguns funcionários do HMM, reportaram diversas ocorrências de stress que tem acontecido com
o envolvimento de diversos funcionários da mesma instituição nesse intervalo de tempo.
Para além das razões a cima indicadas, escolhemos também fazer essa pesquisa porque achamos
que os resultados poderão contribuir de forma bibliográfica e poderá também servir de contributo
social porque todo aquele que recorrer a este material pode estar ciente de que dentro das
instituições deve-se minimizar o que condiciona o stress laboral, para com isso garantir um bom
desempenho dos funcionários.
1.6 Hipóteses
Ho1: O Stress Laboral no HMM influencia positivamente no desempenho profissional dos
funcionários;
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
De acordo com Lazarus (1984b), o conceito stress é a condição que resulta quando as trocas
(transações) pessoa/meio ambiente, levam o indivíduo a perceber, sentir uma discrepância, que
pode ser real ou não, entre as exigências de uma determinada situação e os recursos do indivíduo,
ao nível biológico, psicológico ou de sistemas sociais.
Na visão de Lipp (1996, p. 124), o “estresse é uma reacção do organismo com componentes
psicológicos, físicos, mentais e hormonais que ocorre quando surge a necessidade de uma
adaptação grande a um evento ou situação de importância”.
Ainda o mesmo autor, defende que o stress pode, por um lado, ajudar o indivíduo a cumprir os
seus objectivos, estimulando assim umdesempenho positiva; por outro lado, se as exigências em
questão forem demasiado intensas, a situação de stress vai acabar por incapacitar o indivíduo,
tendo diversas consequências negativas no seu funcionamento. Na generalidade dos casos (e que
também será assumido ao longo deste trabalho) quando se utiliza o conceito stress está-se a fazer
referência ao distress (Negativo).
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2.3 Fases do Stress
Segundo Seyle (1965, citado Por Malagris & Fiorito, 2006), o processo de stress é constituído
por três fases: alerta, resistência e exaustão. O “alerta”, que consiste na primeira fase, acontece
quando o sujeito se depara com um estímulo ou fonte stressante, provocando um desequilíbrio
interno e, consequentemente acarreta características associadas, tais como, taquicardia,
respiração ofegante, picos de hipertensão e suores.
A segunda fase, que se designa por resistência, consiste na tentativa de recuperação por parte do
organismo depois do desequilíbrio da fase anterior. Se, por acaso, o equilíbrio (homeostase) não
for estabelecido novamente através da mobilização, o processo pode evoluir para a terceira fase –
exaustão.
Esta última fase caracteriza-se por um agravamento dos sintomas ocorridos na primeira fase. É
também de salientar que na terceira fase (exaustão) desencadeia um grande comprometimento
físico que se manifesta nas mais variadas doenças, (Lipp & Novaes, 1996; cit. Por Malagris &
Fiorito, 2006).
Segundo Carvalho & Serafim (2000, p.125), as causas que levam o indivíduo ao stress são:
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Ansiedade constante: quando o indivíduo apresenta um comportamento aflitivo ligado a
uma sensação constante de perigo.
Segundo Gomes (2006), perante estas três situações podem advir inúmeros tipos de reacções ao
nível emocional, cognitivo, comportamental ou fisiológico. Deste modo, o Stress Laboral pode
ser percebido como uma incapacidade do sujeito adaptar-se satisfatoriamente às constantes
mudanças e exigências impostas pelo seu trabalho. Neste sentido, as desordens relacionadas com
o StressLaboral devem ser consideradas como traumáticas, dado que as exigências do trabalho
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excedem por vezes as capacidades do profissional para continuar a cumprir e a manter os níveis
de rendimento considerados satisfatórios, (Gomes, 2006).
Quanto ao Stress relacionado com o trabalho, este pode ser entendido segundo Tattersall e
Farmer (1995), como uma incapacidade do indivíduo em ajustar-se às mudanças e exigências
colocadas pelo seu meio de trabalho.
Para França & Rodrigues (2002), o stress relacionado ao trabalho é definido como as situações
em que a pessoa percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador para suas necessidades de
realização pessoal e profissional, e também à sua saúde física e mental. Isto prejudica a interação
com o trabalho e com o ambiente, à medida que esse ambiente contém demandas excessivas a
ela, ou que não contenha recursos adequados para enfrentar tais situações.
Falta de estímulos: a falta de estímulos também pode resultar em stress. O risco de ataques
cardíacos, por exemplo, são significativamente maiores nos dois primeiros anos após a
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aposentadoria. Nesses casos a condição associada ao stress costuma ser o tédio, a sensação de
nulidade e/ou a solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona
situações estressantes. Em geral uma atividade pode se tornar muito gratificante quando possui
um significado especial ou quando desperta grande interesse. No trabalho, as atividades
medíocres, destituídas de significado, podem ser extremamente estressantes. As tarefas altamente
repetitivas ou desinteressantes também podem produzir stress.
Ergonomia: o conforto humano em seu trabalho deve ser sempre considerado, em se tratando de
stress. Não se deve privilegiar apenas as razões emocionais em relação ao stress, por ser este uma
alteração global do organismo. Deve ser considerado o conforto térmico, acústico, as horas
trabalhadas ininterruptamente, a exigência física, postural ou senso-perceptiva e outros
elementos associados ao desempenho profissional. A Ergonomia é o estudo de adaptação do ser
humano ao trabalho, a fim de adaptarem-se as condições de trabalho conforme suas
características físicas e limitações individuais e muitas vezes para esta adaptação, torna-se
necessário a adequação do ambiente de trabalho ao ser humano. (Rocha 2010).
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Ambientes hostis, em termos de temperatura, humidade do ar e contato com agentes agressivos à
saúde fazem parte da exigência física a que alguns trabalhadores estão submetidos. Atividades
que exigem posições antifisiológicas, repetitividade de exercícios danosos, e permanência
exagerada em atitudes cansativas fazem parte das exigências posturais a que são submetidas às
pessoas durante o trabalho.
Chiavenato (2005), apresenta uma síntese, no quadro apresentado acima, o qual demonstra as
consequências promovidas pelo estresse tanto para as empresas, quanto para os que dela fazem
parte, trazendo à tona a compreensão e conhecimento de que o stress pode suscitar sequelas
consideráveis. É perceptível as consequências estendidas ao aspecto físico e emocional do
indivíduo, além de reflexos organizacionais.
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2.10 Desempenho Profissional
De acordo com Mantovanini (2011) o desempenho profissional é a ação inerente à execução de
um cargo, uma tarefa ou uma função.
Campbell, (1993, citado por Bendasolli, 2012), define o conceito de desempenho profissional
como sendo um constructo comportamental, ou seja, como uma ação que é realizada pelo
indivíduo que contribui para o alcance dos objetivos organizacionais.
O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e habilidades.
Porém, o bom desempenho requer muito mais do que simplesmente aptidões e habilidades,
requer também motivação para trabalhar, o bom desempenho depende de quão motivado está o
empregado.
A motivação é um dos inúmeros fatores, que contribuem para o bom desempenho no trabalho. A
razão pela qual se focaliza tão insistentemente na motivação é que esta é mais facilmente
influenciável do que as demais caraterísticas das pessoas, como traços de personalidade,
aptidões, habilidades entre outras, (Spector, 2002).
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CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo apresentaremos a metodologia da pesquisa, que de acordo com Demo (1987), é
uma preocupação instrumental, que aborda o caminho para a ciência tratar a realidade teórica e
prática e centra-se geralmente no esforço de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos.
Para além disso, iremos igualmente apresentar o tipo de estudo, assim como iremos indicar as
técnicas e instrumentos de recolha de dados.
Pesquisa Exploratória
A pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a
torná-lo explícito ou a construir hipóteses, que para o caso deste estudo vamos querer analisar o
impacto do Stress Laboral no desempenho profissional e para tal vamos descrever a percepção
dos funcionários sobre o Stress, identificar os principais factores de Stress Laboral e por fim
relacionar os factores do stress laboral e seu impacto no desempenho profissional. Envolve
levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as
formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso, (Gil, 1991).
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é considerada mãe de toda pesquisa científica, os dados são obtidos a
partir das fontes escritas. Considera-se pesquisa bibliográfica, quando elaborada a partir de
material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e actualmente
com material disponibilizado na Internet, (Gil, 1991).
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Para este estudo será mais privilegiado o autor Selye (1974), considerado o pai da Stressologia.
Este autor atribuiu um significado específico à reacção de stress, definindo este conceito como
um “síndrome geral de adaptação”, e ainda privilegiaremos os autores França & Rodrigues
(2002), porque de acordo com eles, o stress relacionado ao trabalho é definido como as situações
em que a pessoa percebe seu ambiente de trabalho como ameaçador para suas necessidades de
realização pessoal e profissional, e também à sua saúde física e mental.
Pesquisa Quali-Quantitativa.
Tanto a pesquisa qualitativa quanto a quantitativa têm por preocupação o ponto de vista do
indivíduo: a primeira considera a proximidade do sujeito, por exemplo, por meio da entrevista;
na segunda, essa proximidade é medida por meio de materiais e métodos empíricos (Knechtel,
2014).
A pesquisa qualitativa está mais ligada à essência e descrição do objeto, do que à sua
quantificação, ou seja, faz referência à dimensão da intensidade, sem grande ênfase à extensão,
se preocupando mais com a qualidade, o melhor, e não com a quantidade, o maior. Nesse
sentido, segundo Knechtel (2014), a pesquisa qualitativa é complexa, permite diversidade e
flexibilidade, abrigando tendências diversas apoiadas também em raízes filosóficas. Quando um
pesquisador se interessa por dimensionar, avaliar determinada aplicação de uma técnica ou ainda
introduzir uma variável, ele recorre ao estudo quantitativo. Ao passo que, se deseja observar o
fenômeno ligado ao Stress Laboral, buscando entendê-lo de forma completa e integral, o
pesquisador recorre à pesquisa qualitativa.
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Para a realização das entrevistas, optaremos pela elaboração de um instrumento designado guião
de entrevista. O instrumento foi construído de forma semi-estruturada, que de acordo com
Triviños (1987), a entrevista semi-estruturada parte de questionamentos básicos, suportados em
teorias que interessam à pesquisa, podendo surgir hipóteses novas conforme as respostas dos
entrevistados. O mesmo será construído desta forma com base nos objectivos específicos da
pesquisa que foram previamente definidos.
3.4.2 Amostra
A amostra é o subconjunto do universo. É a parcela convenientemente selecionada do universo
ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse
universo ou população (Gil 2008, p. 90).
Sendo assim, a amostra será de 16 pessoas.
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Considerações finais
A existência de inúmeros acontecimentos indutores de stress, a constatação de diferenças
individuais quanto à adaptação ou vulnerabilidade a situações de Stress conduziu às mais
diversificadas abordagens relativamente ao estudo do Stress. Uma das formas de abordagem do
Stress incide no tipo de acontecimentos que funcionam como estímulos indutores de Stress.
O trabalho pode, eventualmente, ser sentido como uma pressão porque as condições de trabalho
são sentidas como insuficientes; as funções exercidas podem exigir um esforço suplementar, que
a juntar às horas despendidas no horário normal de trabalho, produzem um efeito cumulativo,
que excedem as capacidades intelectuais, emocionais e/ou físicas do sujeito; a empresa ou o
posto de trabalho pode ter sofrido avanços tecnológicos que o profissional tem dificuldade em
acompanhar por incapacidade ou por falta de formação, acabando por perder o controlo que
tinha, até então, no seu trabalho; o profissional pode ainda considerar que as funções e as
responsabilidades que lhe foram atribuídas são uma sobrecarga de trabalho porque são
excessivas para o tempo que lhe foi atribuído; pode, ainda, considerar que as tarefas a executar
excedem a sua competência técnica ou intelectual. Tentando abreviar, quer se trate de funções,
tarefas ou actividades afectas ao profissional, as mesmas, ultrapassam a capacidade percebida
para responder adequadamente às suas exigências.
Um segundo factor de Stress centra-se no papel que o profissional desempenha na organização.
Neste caso, o profissional pode sentir que o papel que lhe foi atribuído está cheio de
ambiguidades. Esta percepção pode dever-se a insuficiente informação ou a informação
inadequada devido, muitas vezes, à falta de clarificação e de precisão por parte da organização
ficando, o próprio, sem saber com exactidão, que funções e responsabilidades lhe foram
atribuídas a fim de que possa corresponder favoravelmente em termos de desempenho.
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