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EVELINA AUGUSTO SOQUIR DE AZEVEDO

RITA HILÁRIO BENTO

TEMA: RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO


Curva de Phillips

TRABALHO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO


HOSPITALAR
2º ANO 

UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO HOSPITALAR
CADEIRA DE MACROECONOMIA
TETE
2020
 

1
EVELINA AUGUSTO SOQUIR DE AZEVEDO

RITA HILÁRIO BENTO

TEMA: RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO


Curva de Phillips

 
 
Trabalho   de Revisão de Literatura apresentado à
Faculdade de Ciências de saúde para o propósito de
avaliação  como requisito parcial necessário para a
conclusão da cadeira de Macroeconomia do Curso de
Administração e Gestão Hospitalar.

Orientador: dr. António Moyongauare

TETE
2020
 
 
 
2
ÍNDICE
1. CAPÍTULO I.......................................................................................................................................4
1.1. Introdução....................................................................................................................................4
1.2. Objectivos....................................................................................................................................5
1.2.1. Objectivo Geral....................................................................................................................5
1.2.2. Objectivos Específicos.........................................................................................................5
1.3. Metodologia.................................................................................................................................6
2. CAPÍTULO II......................................................................................................................................7
2.1. RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO.................................................................7
2.1.1. Desemprego.........................................................................................................................7
2.1.2. Inflação..............................................................................................................................12
2.1.3. Curva de Phillips................................................................................................................13
2.1.3.1. Origen da Curva de Phillips...........................................................................................13
2.1.3.1.1. Figura 1: A curva de Phillips.........................................................................................14
2.1.3.2. Demanda Agregada, Oferta Agregada e a Curva de Philips...........................................15
2.1.3.3. Deslocamento da curva de Phillips: o papel das Expectativas........................................17
2.1.3.3.1. A curva de Phillips no longo prazo................................................................................17
2.1.3.3.1.1. Figura 2: A Curva de Phillips no longo Prazo............................................................17
2.1.3.3.1.2. Figura 3: Modelo de demanda e oferta agregada........................................................18
3. CAPÍTULO III..................................................................................................................................19
3.1. Conclusão..................................................................................................................................19
3.2. Referências bibliográficas..........................................................................................................20

3
1. CAPÍTULO I
1.1. Introdução
Dois indicadores do desempenho económico acompanhados atentamente são, a inflação e o
desemprego. Em nossa economia, os preços tendem a aumentar com o passar do tempo. Esse
aumento do nível geral de preços é chamado de inflação, (MANKIW, 2005). Desemprego é o
estado de quem não tem emprego1 ou uma situação em que há falta de trabalho 2. Alguns
comentaristas somaram a taxa de inflação e a taxa de desemprego para produzir um Índice de
miséria que se propõe medir a saúde da economia.
A taxa natural de desemprego depende de diversas características do mercado de trabalho,
como a Legislação do salário mínimo, o poder de mercado dos sindicatos, o papel dos salários de
eficiência e a eficácia da busca de empregos. Por outro lado, a taxa de inflação depende
principalmente do crescimento na oferta de moeda, que é controlado pelo banco central de cada
nação. No longo prazo, portanto, a inflação e o desemprego são problemas com pouca coisa em
comum, (MANKIW, 2005).
Se os formuladores de política monetária e fiscal expandem a demanda agregada e movem a
economia para cima ao longo da curva da oferta agregada de curto prazo, podem reduzir o
desemprego por algum tempo, mais apenas a custos de uma inflação mais elevada. Se os
formuladores de políticas contraírem a demanda agregada e movem a economia para baixo ao
longo da curva da oferta agregada de curto prazo, podem reduzir a inflação, mais apenas a custos
de um desemprego temporariamente elevado, (MANKIW, 2005, p.782).
A relação entre a inflação e o desemprego é um tópico que atraiu a atenção de (…)
economistas mais importantes dos últimos 50 anos. O pensamento relativo entre a inflação e o
desemprego desde os anos 50 está fortemente ligado a história da economia (…). (…) A relação
a entre a inflação e o desemprego se mantem no curto prazo, mas não se sustenta no longo prazo,
(MANKIW, 2005, p.782).
Pretende se com o presente trabalho de revisão de literatura descrever como funciona a
relação entre a inflação e o desemprego no curto e no longo prazo, assim como relacionar a curva
de Phillips e a demanda e a oferta agregada no curto prazo.

1
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/desemprego
2
https://conceito.de/desemprego

4
1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral


 Avaliar a relação entre a inflação e o desemprego

1.2.2. Objectivos Específicos


 Definir os conceitos de inflação e desemprego;
 Identificar a relação entre a inflação e o desemprego;
 Descrever a relação entre a inflação e o desemprego.

5
1.3. Metodologia
Para a concretização dos objectivos específicos deste trabalho utilizamos como metodologia a
pesquisa bibliográfica, pois o presente trabalho de pesquisa foi meramente de revisão de
literatura. Esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em manuais, artigos técnicos. O tipo
de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo, pois o que se pretende é descrever a
relação entre a inflação e o desemprego. A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a
seguinte: efectuou-se uma pesquisa bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam
assuntos ligados à economia, macroeconomia, desemprego, inflação, e relação entre a inflação e
o desemprego, fez-se também a consulta de artigos científicos, teses, dissertações, monografias,
pesquisas científicas, mais algumas explanações e definições de conceitos importantes utilizados
durante a pesquisa desse trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de
conhecer as actuais abordagens acerca da relação entre a inflação e o desemprego.

6
2. CAPÍTULO II
2.1. RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO
2.1.1. Desemprego
Emprego é o numero o numero total de pessoas corretamente empregadas. Desemprego é o
numero total de pessoas que estao ativamente a procura de emprego, mas não estao corretamente
empregadas, (KRUGMAN & WELLS, 2007, P.473).
O termo desemprego alude à falta de trabalho. Um desempregado é um indivíduo que faz
parte da população activa (que se encontra em idade de trabalhar) e que anda à procura de
emprego embora sem sucesso. Esta situação traduz-se na impossibilidade de trabalhar e, isto,
contra a vontade da pessoa.3
Quando um país enfrenta uma situação de desemprego isso afeta a sua produção econômica,
em outras palavras, ela é reduzida. E isso, inclusive, pode levar a um levante político. Segundo
convenções internacionais estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho, um
indivíduo é classificado como desempregado quando está sem trabalho, porém que tenha saído
em busca de emprego nas últimas quatro semanas.4
No entanto, os trabalhadores que estejam desempregados ainda precisarão manter pelo menos
o consumo que é essencial para sua subsistência. Economistas ainda classificam o desemprego
entre voluntário e involuntário. Sendo que o desemprego voluntário é quando um indivíduo
abandona seu emprego para ir em busca de outro. Já o involuntário é quando, por exemplo, um
indivíduo é demitido. Desemprego é sinónimo de desocupação5.
O desemprego é adotado como uma forma de mensurar a saúde econômica de um país.
Sendo que a medida mais utilizada é a “taxa de desemprego”, que se trata do número de
empregados dividido pelo números de pessoas empregadas (pessoas economicamente ativas).
Quando a taxa de desemprego está baixa isso indica que há um superaquecimento na
economia. Ou seja, quando a taxa de desemprego é baixa isso pode ser um sinal de que a
economia esteja sendo maximizada a produção e gerando impulso no aumento dos salários. Por
outro lado, quando a taxa é elevada, isso serve para indicar quando há dificuldades econômicas
num país, cidade ou estado6.

3
https://conceito.de/desemprego
4
Idem
5
Idem
6
Idem

7
Em cada país existem critérios para se realizar a medição da taxa de desemprego. Sendo que
as condições estruturais também diferem de país para país.
Perder o emprego pode ser um dos eventos económicos mais desoladores na vida de uma
pessoa. A maioria das pessoas conta com os ganhos de seu trabalho para manter seu padrão de
vida, e muitas obtém de seu trabalho não só renda, mas também um sentimento de realização
pessoal. A perda de um emprego significa um padrão de vida mais baixo no presente, ansiedade
em relação ao futuro e perda de auto-estima. Por essa razão, não é de surpreender que os
políticos em campanha eleitoral falem com frequência sobre como suas propostas politicas ir -ao
ajudar a criar empregos, (MANKIW, 2005, p.599).
Um país que poupa e investe uma parcela elevada de sua renda, por exemplo, desfruta de um
crescimento mais rápido de seu estoque de capital e de seu PIB do que um país semelhante que
poupa e investe menos. Um determinante ainda mais óbvio do padrão de vida de um pais o nível
de desemprego que normalmente ele enfrenta. As pessoas que gostariam de trabalhar, mas não
conseguem encontrar um emprego, não estão contribuindo para a produção de bens e serviços da
economia.
Embora um certo grau de desemprego seja inevitável em uma economia complexa, com
milhares de empresas e milhões de trabalhadores, o nível de desemprego varia substancialmente
ao longo do tempo e de país para país. Quando um país mantem seus trabalhadores o mais plenamente
empregados possível, atinge um nível de PIB maior do que se deixasse muitos de seus trabalhadores
ociosos, (MANKIW, 2005. P.599-600).
O problema do desemprego costuma ser dividido em duas categorias — o problema de
longo prazo e o problema de curto prazo. A “taxa natural de desemprego7” da economia refere-
se ao nível de desemprego que a economia apresenta normalmente. O “desemprego cíclico8”
refere-se as flutuações de ano para ano do desemprego em torno de sua taxa natural e este
estreitamente associado aos altos e baixos da atividade económica de curto prazo. O desemprego
cíclico tem sua própria explicação, que adiaremos ate depois de termos estudado as flutuações
económicas de curto prazo, mais adiante, (MANKIW, 2005, p.600).

7
Taxa natural de desemprego designa a taxa normal de desemprego em torno da qual a taxa de
desemprego flutua, (MANKIW, 2005, p.603).
8
Desemprego cíclico é o desvio do desemprego em relação à sua taxa natural, (MANKIW, 2005, p.603).
O desemprego cíclico consiste na falta de trabalho durante um momento de crise económica (isto é, de
recessão). Trata-se, em geral, de períodos não demasiado extensos em termos de tempo e que se revertem
a partir do momento em que se registam sinais de melhoria na economia.

8
Desemprego natural=desemprego friccional +desemprego estrutural

A designação natural não implica que essa taxa de desemprego seja desejável. Muito menos
que ele seja constante ao longo do tempo ou imune a política económica. Significa apenas que
esse desemprego não desaparece por si só nem mesmo no longo prazo . Quatro explicações
podem ser indicadas para a taxa natural de desemprego da economia: busca de emprego,
legislação do salario mínimo, sindicatos e salários de eficiência. O desemprego de longo prazo
não decorre de um único problema que tenha somente uma solução. Pelo contrário, ele reflete
uma serie de problemas relacionados. Como consequência, não é um caminho simples pare os
formuladores de políticas para reduzir a taxa natural de desemprego da economia e, ao mesmo
tempo, aliviar as dificuldades enfrentadas pelos desempregados, (MANKIW, 2005, p.600).
A Bureau of Labor Statistics (BLS), que faz parte do Departamento do Trabalho do Estados
Unidos, coloca cada adulto (pessoas com 16 anos ou mais) em três categorias:
 Empregado;
 Desempregado; e
 Fora da força de trabalho.
Uma pessoa é considerada empregada se trabalhou parte da semana anterior em um
emprego remunerado. Uma pessoa é considerada desempregada se estiver demitida
temporariamente, se estiver à procura de emprego ou se estiver aguardando para iniciar um novo
trabalho dentro de 30 dias. Uma pessoa que não se enquadre em nenhuma das duas categorias,
como estudantes em tempo integral, donas-de-casa ou aposentados, está fora da força de
trabalho (população não activa), (MANKIW, 2005, p.601).
Força de trabalho de um país é a soma do emprego e o desemprego. A força de trabalho
oficialmente não inclui os trabalhadores desencorajados, as pessoas que são capazes de trabalhar
mais desistiram de procurar emprego porque não acreditam que vão encontrar algum,
(KRUGMAN & WELLS, 2007, P.473). Segundo Mankiw (2005) O BLS define força de
trabalho (população activa)9 Como a soma dos empregados e desempregados:

Força de trabalho=Número de empregados+ Número de desempregados

9
Força de trabalho é o número total de trabalhadores, incluindo tanto os empregados quanto os
desempregados.

9
As estatísticas de trabalho não incluem informação sobre subemprego, o número de
pessoas que trabalha durante uma recessão10, mas recebem salários mais baixos do receberiam
durante uma expansão, devido ao menor numero de horas trabalhadas, empregos de baixos
salários ou ambas as coisas, (KRUGMAN & WELLS, 2007, P.473).

Segundo Mankiw (2005) O BLS define a taxa de desemprego11 como o percentual da


força de trabalho que está desempregado.
N ú mero de desempregados
Taxa de desemprego= ×100
For ç a de trabalho
Segundo Krugman & Wells (2007) a taxa de desemprego indica o quanto é fácil ou difícil
encontrar um trabalho na presente situação da economia. Ou seja, quando a taxa de desemprego
é baixa, quase todos que querem um emprego conseguem encontrar um. Quando a taxa de
desemprego é alta, é difícil encontrar trabalho remunerado.
Ex.: Em 2001 nos Estados Unidos da America, a população adulta era de 211.9 milhões,
135,1 milhões de pessoas estavam empregados e 6,7 milhões estavam desempregados. A forca
de trabalho era:
Força de trabalho=135,1+6,7=141,8 milhões
A taxa de desemprego era:
6,7
Taxa de desemprego= ×100=4.7 %
141,8
Há quatro maneiras de explicar o desemprego no longo prazo. A primeira explica o é que
leva algum tempo para os trabalhadores buscarem os empregos mais adequados. O desemprego
que resulta do processo de combinar trabalhadores com empregos por vezes chamado de
desemprego friccional12 e é frequentemente considerado como a explica o para períodos de
desemprego relativamente curtos, (MANKIW, 2005, p.607). O desemprego friccional
(igualmente chamado desemprego de transição ou de mobilidade) ocorre quando o empregado e
a entidade patronal não chegam a acordo. Se as condições de trabalho ou remuneratórias não
10
Recessão é o período de declínio da atividade económica, geralmente identificado com uma redução do
produto interno bruto em, pelo menos, dois trimestres consecutivos. Ou por outra, é a fase descendente do
ciclo económico caracterizada pela contração da produção e da procura, pela descida dos preços, etc.
11
Taxa de desemprego é o percentual da força de trabalho que está sem emprego.
12
Desemprego friccional o desemprego que surge porque leva algum tempo para que os trabalhadores
encontrem empregos que melhor se adaptem a suas preferências e habilidades, (MANKIW, 2005). Ou
seja, segundo Krugman e Wells (2007) deve são tempo que os trabalhadores gastam na busca de
emprego.

10
corresponderem às expectativas do trabalhador, este demite-se e parte à procura de outro
emprego. É uma forma provisória de desemprego e que tende a ser constante.13 O desemprego
friccional é, frequentemente, resultado de mudanças na demanda por mão-de-obra entre
diferentes empresas, (MANKIW, 2005, p.607). Segundo Krugman e Wells (2007) O desemprego
friccional existe mesmo quando o número de pessoas procurando trabalho é igual ao número de
empregos sendo oferecidos. O desemprego friccional não sinaliza um excedente de trabalho no
geral, mas sim em mercado específico.
As três próximas expelições do desemprego sugerem que o número de empregos
disponíveis em alguns mercados de trabalho pode ser insuficiente para dar emprego a todas as
pessoas que o desejam. Isso ocorre quando a quantidade de mão-de-obra ofertada supera a
quantidade demandada. Esse tipo de desemprego algumas vezes é denominado desemprego
estrutural14 e é frequentemente considerado para explicar longos períodos de desemprego. Esse
tipo de desemprego surge quando os salários estão, por alguma razão, fixados acima do nível que
traz a oferta e a demanda ao equilíbrio. Examinam-se três possíveis razões para a ocorrência de
um salário acima do salário de equilíbrio: a legislação do salario mínimo, os sindicatos e os
salários de eficiência, (MANKIW, 2005, p.607).
Uma razão pela qual as economias sempre registram algum desemprego e a procura de
emprego. A procura de emprego15 é o processo de ajustar trabalhadores com trabalhos
apropriados. Se todos os trabalhadores e todos os trabalhos fossem iguais, de modo que todos os
trabalhadores fossem igualmente adequados para todos os trabalhos, a procura de emprego não
seria problema. Os trabalhadores demitidos encontrariam rapidamente novos empregos
adequados. Mas, na verdade, as preferências e habilidades dos trabalhadores variam, os atributos
dos empregos variam e as informações sobre candidatos a empregos e empregos oferecidos se
disseminam lentamente entre as muitas empresas e famílias na economia, (MANKIW, 2005,
p.607)

13
https://conceito.de/desemprego
14
Desemprego estrutural é o desemprego que porque o número de empregos disponíveis em alguns
mercados de trabalho é insuficiente para proporcionar emprego a todos que o desejam.
15
Procura de emprego é o processo por meto do qual os trabalhadores encontram empregos apropriados,
dadas suas preferências e habilidades.

11
2.1.2. Inflação
O nível geral dos preços de todos os bens e serviços finais em uma economia, isto é, o
nível do preço do produto agregado, é conhecido como nível de preços agregados. Quando esse
nível de preços aumenta, dizemos que a economia experimenta inflação. Quando ela cai a
economia passa por deflação. Mas diferente da tendência ascendente do produto agregado, a
tendência ascendente de preços não é uma característica necessária de uma economia com bom
desempenho. Nem é necessariamente uma boa coisa, (KRUGMAN & WELLS, 2007, P.478).
Em economia inflação é o fenómeno económico caracterizado pela subida geral dos
preços de bens e serviços acompanhados por uma diminuição do valor do dinheiro.16 "A taxa de
inflação é o aumento no nível de preços. Ou seja, é a média do crescimento dos preços de um
conjunto de bens e serviços em um determinado período." 17. Taxa de inflação é variação ou
mudança percentual do índice de preços de determinado conjunto de bens e serviços ao longo de
um certo período de tempo, segundo Krugman e Wells (2007) essa taxa é negativa em caso de
deflação).
Os economistas medem a taxa de inflação, ou pela variação percentual no índice de
preços ao consumidor (IPC), ou pelo deflator do PIB ou por qualquer outro índice do nível geral
de preços. A inflação pode parecer natural e inevitável para alguém, mas na verdade não é algo
inevitável. Em períodos durante os quais a maioria dos preços cai — ocorre um fenómeno
chamado deflação. Uma taxa de inflação extraordinária elevada é chamada de hiperinflacção,
(MANKIW, 2005).
Tanto a inflação quanto a deflação pode causar problemas a uma economia, embora esses
problemas sejam mais sutis do que aqueles associados a recessão: a inflação desencoraja as
pessoas a manter dinheiro vivo porque o dinheiro perde valor ao longo do tempo. Quando o nível
geral dos preços está a subir, isso aumenta o custo de fazer compras e vendas para as quais é
exigido pagamento à vista. Em casos extremos, as pessoas param inteiramente de manter
dinheiro e passam a fazer troca directa de bens. A deflação pode causar problemas inversos.
Quando o nível geral dos preços está a cair, manter dinheiro vivo ganha valor com o tempo, pode
tornar-se mais atraente do que investir, isso pode aprofundar a recessão, (KRUGMAN &
WELLS, 2007, P.479).

16
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/inflação
17
http://g1.globo.com/economia/inflacao-o-que-e/platb

12
Os economistas consideram a estabilidade de preços, em que o nível de preços agregado,
se é que muda, está a mudar apenas muito devagar, com uma desejável. (Dizemos “mudando
lentamente”, em vez de “não mudando” porque muitos macroeconomistas acreditam que uma
taxa de inflação de 2% a 3% ao ano não prejudica quase nada e pode até fazer algum bem).

2.1.3. Curva de Phillips


A Curva de Phillips é a representação em um gráfico da relação de curto prazo entre
inflacao e demprego, segundo a qual a relação a inflação e o desemprego relacionam-se de forma
inversa. “Provavelmente a relacao macroeconomica mais importante seja a curva de Phillips”.
Essas foram as palavras do economista George Akerlof durante o discuro que fez ao receber o
Premio Nobel, em 2001, MANKIW, 2005, p.782).

2.1.3.1. Origen da Curva de Phillips


Em 1958, o economista nascido na nova Zelândia A. William Phillips publicou um artigo
no jornal britânico Economica. Neste artigo Phillips a existência de uma correlação negativa
entre a taxa de desemprego e a taxa de correlação. Ou seja, Phillips provou que anos com baixo
desemprego tendem a apresentar inflação elevada e anos com desemprego elevado tendem a
apresentar inflação baixa (Phillips examinou a inflação dos salários nominais em vez da inflação
de preços. Essas duas medidas de inflação costumem se mover juntas). Phillips concluiu que
duas importantes variáveis macroeconómicas – inflação e desemprego – estavam ligadas de uma
maneira que ainda não havia sido percebida anteriormente pelos economistas, (MANKIW, 2005,
p.783) & (KRUGMAN E WELLS, 2007, p.683). Segundo Mankiw (2005) embora a descoberta
de Phillips se baseasse em dados do Reino Unido, os pesquisadores logo estenderam sua
descoberta a outros países, Krugman e Wells (2007) outros economistas logo encontraram um
padrão similar entre a taxa inflação e a taxa de desemprego, isso é, a taxa de mudança no nível de
preços agregados. A relação negativa de curto prazo entre a taxa inflação e a taxa de desemprego é
chamada de curva de Phillips de curto prazo ou SRPC, (KRUGMAN E WELLS, 2007, p.683).
Dois anos depois de Phillips ter publicado seu artigo, os economistas Paul Samuelson e
Robert Solow publicaram um artigo na American Economic Reiew. No qual mostrava uma
correlação negativa semelhante entre os dados de inflação e desemprego nos Estados Unidos.
Eles raciocinaram que essa correlação surgia porque o baixo desemprego está associado a uma
alta demanda agregada que, por sua vez, pressionava para cima os salários e os preços em toda

13
economia, (MANKIW, 2005, p.783). A figura a baixo mostra um exemplo de curva de Phillips
semelhante a aquela observada por Samuelson e Solow.

2.1.3.1.1. Figura 1: A curva de Phillips


Taxa de inflação
(% ao ano)

6% …………………………B

2% …………………………………………..A
Curva de Phillips

0% 4% 7% taxa de desempego (%)


Fonte: (MANKIW, 2005).

Na figura, curva de Phillips ilustra a relação negativa entre a taxa inflação e a taxa de
desemprego. No ponto A, a inflação é baixa e o desemprego, é alto. No ponto B, a inflação é alta
e o desemprego é, baixo, (MANKIW, 2005, p.783). A curva de Phillips de curto prazo, SRPC,
tem inclinação para baixo porque a relação entre a taxa inflação e a taxa de desemprego, é
negativa, (KRUGMAN E WELLS, 2007, p.684).
Samuelson e Solow estavam interessados na curva de Phillips porque acreditavam que ela
poderia conter importantes lições para formuladores de políticas. Mais especificamente, eles
sugeriram que a curva de Phillips oferecia aos formuladores de políticas uma gama de possíveis
resultados económicos. Ao alterar políticas monetárias e fiscais para influenciar a demanda
agregada, os formuladores de políticas poderiam escolher qualquer ponto da curva. O ponto A
oferece inflação baixa e desemprego alto. O ponto oferece inflição alta e desemprego baixo. Os
formuladores de políticas poderiam preferir ter tanto baixa inflação quanto baixo desemprego,
mas os dados históricos resumidos na curva de Phillips indicam que essa combinação é
impossível. De acordo com Samuelson e Solow os formuladores de políticas se deparam com um
dilema (a palavra dilema esta a substituir a expressão inglesa Tradoff) entre inflação e
desemprego, e curva de Phillips ilustra esse dilema.

14
A lei de Okun nos diz que, quando PIB real for maior que o produto potencial, a taxa de
desemprego será mais baixado que quando o PIB real for inferior ao produto potencial. Assim,
aumentos no nível de preços agregados estão associados a aumentos no PIB real, o que, por sua
vez, leva a taxas de desemprego mais baixas, (KRUGMAN E WELLS, 2007, p.684.)
Segundo Krugman e Wells (2007) “a própria curva de Phillips de curto prazo é, no
entanto, muito intuitiva. Em geral, uma taxa de desemprego baixa corresponde a uma economia
em que há escassez de trabalho e de outros recursos, levando a preços crescentes. Mas, quando o
desemprego é elevado, a economia está longe do pleno uso da capacidade. Havendo excedente
de trabalho e de outros recursos, os preços cairão.

2.1.3.2. Demanda Agregada, Oferta Agregada e a Curva de Philips


A curva da oferta agregada de curto prazo parece implicar uma relação entre a mudança
na taxa de desemprego e a taxa de inflação, mas a curva de Phillips de curto prazo mostra uma
relação entre o nível da taxa de desemprego e a taxa de inflação. O ponto importante é que a
curva de Phillips de curto prazo é um conceito estreitamente relacionado, ainda que não idêntico,
a curva de oferta agregada de curto prazo, (KRUGMAN E WELLS, 2007, p.684.).
O modelo de oferta agregada e demanda agregada oferece uma explicação simples para a
gama de resultados possíveis descrita pela curva de Phillips. A curva de Phillips simplesmente
mostra as combinações de inflação e desemprego que surgem no curto prazo a medida que
deslocamentos na curva de demanda agregada movem a economia ao longo da curva de oferta
agregada de curto prazo, (MANKIW, 2005, p.783).
Um aumento da demanda agregada por bens e serviços leva, no curto prazo a uma maior
produção de bens e serviços e a um nível de preços mais elevados, maior produção significa
maior emprego e, portanto, uma taxa de desemprego menor. Alem disso, qualquer que seja o
nível de preços do ano anterior, quanto mais elevado for o nível de preços do ano corrente, mais
elada a taxa de inflação. Portanto deslocamentos na demanda agregada pressionam a inflação e o
desemprego em direções opostas no curto prazo, esta é uma relação que é ilustrada na curva de
Phillips, (MANKIW, 2005, p.784). Ex: imagine que o nível de preços medidos pelo IPC, seja
igual a 100 no ano 2019. As figuras abaixo mostram os dois possíveis resultados que podem
ocorrer no ano 2020. A figura (a) mostra os dois possíveis resultados usando o modelo de
demanda agregada e da oferta agregada. A figura (b) os mesmos dois resultados usando a curva
de Phillips.

15
Figura (a): Modelo de demanda e oferta agregada Figura (b): A curva de Phillips
Nível de Taxa de
preços inflação
(% ao ano)
104 B Demanda
agregada alta 6% B
102 A
Demanda 2% A
Agregada baixa
0 7.500 8.000 Quantidade 0 4% 7% (taxa de des %)
(desemprego (desemprego produzida (a produção (a produção
de 7%) de 4%) é de 8.000) é de 7.500)
Fonte: (MANKIW, 2005) Fonte: (MANKIW, 2005).

Na figura (a), podemos ver as implicações para a produção e o nível de preços para o ano
2020. Se a demanda agregada por bens e serviços é relativamente baixa, a economia registará o
resultado A. A produção é de 7.500 e o nível de preços é de 102. Por outro lado, se a demanda é
relativamente alta, a economia registará o resultado B. a produção é de 8.000 e o nível de preço é
de 104. Por tanto uma demanda agregada mais elevada move a economia para um equilíbrio com
maior produção e com maior nível de preços, (MANKIW, 2005, p.784).
Na figura (b), podemos ver que esses dois resultados possíveis significam para o desemprego
e a inflação. Como as empresas precisam de mais trabalhadores quando produzem maior
quantidade de bens e serviços, o desemprego é menor com o resultado B do que com o resultado
A. Nesse exemplo, quando a produção de 7% para 4%. Alem disso, como o nível de preços é
mais elevado no resultado B do que no A, a taxa de inflação (varrição percentual no nível de
preços em relação ao ano anterior), também é mais elevada. Mais especificamente como o nível
de preço será de 100 no ano 2019, o resultado A tem taxa de inflação de 2% e o resultado B tem
taxa de inflação de 6%. Portanto podemos comparar os dois resultados possíveis para a economia
tanto em termos de produção e nível de preços (usando o modelo de demanda e oferta agregada)
quanto em termos de desemprego e inflação (usando a curva de Phillips), (MANKIW, 2005,
p.784-785).

2.1.3.3. Deslocamento da curva de Phillips: o papel das Expectativas


A curva de Phillips parece oferecer aos formuladores de políticas uma gama de possíveis
resultados de inflação-desemprego. Mas será que esse resultados se mantem ao longo do tempo?

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Os economistas enfrentaram essa questão no fim da década de 1960, pouco depois de Samuelson
e Solow terem introduzido a curva de Phillips no debate macroeconómico, (MANKIW, 2005).

2.1.3.3.1. A curva de Phillips no longo prazo


Em 1960, o economista Milton Friedman argumentava que uma das coisas que a política
monetária não pode fazer, a não ser por um período curto, era escolher uma combinação de
inflação e desemprego na curva de Phillips. Mais ou menos na mesma época, outro economista,
Edmund Phelps, publicou um artigo negando a existência, no logo prazo, de um tradeoff entre a
inflação e o desemprego, (MANKIW, 2005, p.785).
As opiniões de Friedman nas suas próprias palavras sobre o que o banco central pode
esperar realizar no longo prazo, implicam que os formuladores de políticas se deparam com uma
curva de Phillips vertical. Se aumenta a oferta da moeda lentamente, a taxa de inflação é baixa.
Se aumenta a oferta da moeda rapidamente, a taxa de inflação é alta. Em qualquer caso, o
desemprego tende para o seu nível normal, dominando a taxa natural de desemprego. A curva de
Phillips ao longo prazo ilustra a conclusão de que o desemprego não depende do crescimento da
moeda e da inflação no longo prazo, (MANKIW, 2005, p.786).
A curva de Phillips no longo prazo é, essencialmente uma expressão da ideia clássica de
neutralidade monetária “curva de oferta agregada de longo prazo vertical”, logo, a curva de Phillips
vertical no longo prazo e a curva de oferta agregada de longo prazo vertical, são dois lados da mesma
moeda, (MANKIW, 2005, p.785-787).
2.1.3.3.1.1. Figura 2: A Curva de Phillips no longo Prazo
Taxa de
Inflação Curva de Phillips no longo Prazo

1.Quando o banco cental Inflação B


eleva a taxa de alta
crescimento da 2. … as o desemprego
oferta de moeda, permanece em sua taxa
a taxa de inflação Inflação A natural no longo prazo
aumenta… baixa

0 Taxa natural Taxa de desemprego


desemprego

2.1.3.3.1.2. Figura 3: Modelo de demanda e oferta agregada

Nível de

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preços oferta agregada
de longo prazo
1. um aumento na
oferta da moeda
2. … eleva P1 aumenta a demanda
o nível de agregada…
de preços… P2 DA2
Demanda
Agregada, DA1
0 taxa natural Quantidade
de produção produzida

mas deixa a produção e o desemprego em


sua taxa natural

Portanto tanto a curva de Phillips vertical no longo prazo quanto a curva de oferta
agregada de longo prazo vertical implicam que a política monetária influencia as variáveis
nominais (nível de preço e taxa de inflação), mas não as reais (produção e desemprego).
Independentemente da política monetária adoptada pelo banco central, a produção e desemprego
permanecem, no longo prazo, em suas taxas naturais. Todavia, a taxa natural de desemprego não
é necessariamente a taxa de desemprego socialmente desejável. Nem é constante ao longo do
tempo, (MANKIW, 2005, p.787-788).
Embora a política monetária não possa influenciar a taxa natural de desemprego, outros
tipos de política podem faze-lo. Para reduzir a taxa natural de desemprego, os formuladores de
políticas devem buscar politicas que melhoram o funcionamento do mercado de trabalho, como a
legislação do salario mínimo, a legislação relativa a negociação salarial, o seguro-desemprego, e
os programas de treinamento afetam a taxa natural de desemprego. Uma mudança politica que
reduzisse a taxa natural do desemprego deslocaria a curva de Phillips no longo prazo para a
esquerda. Alem disso, menor desemprego significaria que mais trabalhadores estão produzindo
bens e serviços, a quantidade ofertada de bens e serviços seria maior para cada nível de preço
dado e a curva da oferta agregada no longo prazo de deslocaria para a direita. A economia então
poderia desfrutar de um menor desemprego e maior taxa de produção para qualquer taxa de
crescimento da moeda e de inflação dada, (MANKIW, 2005, p.787-788).

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3. CAPÍTULO III
3.1. Conclusão
Para responder os objectivos específicos do presente trabalho, concluímos que inflação é o
fenómeno económico caracterizado pela subida geral dos preços de bens e serviços
acompanhados por uma diminuição do valor do dinheiro. Desemprego é o numero total de
pessoas que estao ativamente a procura de emprego, mas não estao corretamente empregadas. A
relação entre a taxa inflação e a taxa de desemprego é negativa porque tem inclinação para baixo
e inversa porque quando há baixo desemprego tende a apresentar inflação elevada e quando há
desemprego elevado tende a apresentar inflação baixa. A Curva de Phillips é a representação em
um gráfico da relação de curto prazo entre inflacao e demprego, segundo a qual a relação a
inflação e o desemprego relacionam-se de forma inversa.

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3.2. Referências bibliográficas
 Desemprego in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2020. [consult. 2020-05-02 22:26:25]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/desocupação
 Inflação in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2020. [consult. 2020-05-02 23:16:52]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/inflação
 KRUGMAN, Paul & WELLS, Robin. Introdução à economia. Tradução Helga Hoffmann. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
 MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia, 2005. Tradução Allan Vidigal Hastings. São Paulo:
cengage Learning, 2009.
 MENDES, Carlos Magno…[et al.]. Introdução à economia. 3 ed. rev. amp. – Florianópolis :
Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2015.
 OLIVEIRA, Carlos Miguel. Introdução à economia. Março, 2008.
 SILVA, Francisco G. da & MARTINELLI, Luís Alberto Saavadra. Introdução à economia. Curitiba-
Pr, 2012.

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