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Assim como, do ponto de vista do leitor, tenho certeza de a) A casa que comprei é toda de madeira.
que encontrarei companheiros de ideal, em relação a esse b) Toda a minha família descende de libaneses.
negócio de máquina de ler livros, dos quais aquele em que c) Sinto-me sempre mais disposto de manhã.
mais se fala é o já famoso Kindle. Para quem não gosta de
d) Eu não gosto de falar de política.
livros e apenas os usa porque precisa e não pode evitar, com
certeza terá utilidade. Para quem tem necessidade de ler notí- e) É muito triste saber que ainda há gente que morre de fome.
cias apressadamente, também. E, enfim, quebrará o galho de
uma porção de gente, em áreas que nem podem ser previstas
agora.
Mas, para quem gosta de ler como eu e vocês (se não gos-
tassem, não estariam lendo isto aqui, achariam coisa melhor Æ CONJUNÇÃO
para fazer sem muita dificuldade), as trapizongas que estão
criando para se ler já chegam causando perplexidade por uma 4. (CESGRANRIO – 2018) A palavra em destaque está empregada
razão elementar, que não pode deixar de ter ocorrido a quem de acordo com a norma-padrão em:
quer que haja pensado um pouquinho sobre o assunto. Antes a) Não há como resistir ao progresso tecnológico, mais pode-
dessa tremenda invenção, qualquer um podia pegar um livro mos conservar alguns hábitos antigos.
e lê-lo, tendo como equipamento indispensável no máximo, b) O acendedor de lampiões é um profissional que não existe
uns óculos. De agora em diante, se a moda pegar, isso acabará mas.
sendo inviável. Escapa-me à compreensão o progresso conti-
do num livro que requer um aparelho – e não tão baratinho c) A chama era acesa ao entardecer, mas apagada pela manhã.
assim – para ser lido, quando hoje não se precisa de nada, bas- d) As casas do subúrbio são simples, mais são lares para seus
ta saber ler. moradores.
[...] Quanto ao trabalho, principalmente mental, que o livro e) Certas mudanças são formidáveis, mais também são
dá ao leitor, pergunta-se: a idéia não era essa? Com certeza não assustadoras.
chegarei até lá(e), mas antevejo o dia em que o livro impresso
será apresentado como a última novidade.
João Ubaldo Ribeiro, in O Globo
Æ PREPOSIÇÃO
13. (CESGRANRIO – 2019) Leia o texto para responder às e) O MiniBar produzia 6.000 litros por mês. [produzia-se].
questões.
Texto II
Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé
Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidifica- Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)
dor e triturados. O líquido resultante é coado com uma peneira
de palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e 16. (CESGRANRIO – 2019) A concordância do verbo destacado
leite condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente. está de acordo com a norma-padrão em:
A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por a) A reclamação dos clientes de Diolino chegaram aos seus
seu filho Otaviano, parece trivial, mas a conhecida batida de ouvidos.
coco resultante não é. Afinal, não é possível que uma bebida b) Surgiu vários motivos para que as pessoas confraternizas-
qualquer tenha encantado um time formado por Jorge Amado sem com Diolino.
(diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mus-
sum, João Ubaldo Ribeiro, Angela Rô Rô, Wando, Vinicius de c) Eram os fregueses de Diolino privilegiados porque usu-
Moraes e Pelé (tomava dentro do carro). fruíam de uma bebida especial.
Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do d) Consumia-se bebidas dentro dos automóveis, sobretudo
estado, Diolino abriu seu primeiro estabelecimento em 1968, quando se queria o anonimato.
no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Locali- e) Diolino foi, em 1968, um pioneiro na arte de produzirem
zado em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar. batidas de coco e de limão.
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Æ ACENTUAÇÃO c) Haviam muitos anos que eu não levava caniços de pesca
para o quebra-mar.
17. (CESGRANRIO – 2019) Leia o texto para responder às d) Bastava apenas dois caniços de pesca para Ricardo.
questões.
e) O caniço dos pescadores eram os melhores da praia.
Texto III
Beira-mar
Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro
do Flamengo próximo ao Morro da Viúva, frente para o Pão de
Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos Æ CRASE
edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do
quebra-mar caniços de pesca moviam-se devagar, ao lento vai 20. (CESGRANRIO – 2019) Em qual das alterações feitas em “ain-
e vem do calmo mar de verão. Cercados por quatro ou cinco da fiel à boa técnica” o emprego do acento de crase NÃO está de
pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias acordo com a norma-padrão?
de dedo. a) ainda fiel àquela técnica.
Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas b) ainda fiel à toda técnica.
célebres, Ricardo deixara o carro em estacionamento de res-
c) ainda fiel à sua técnica.
taurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com
desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois d) ainda fiel à velha técnica.
metros na mão. A boa técnica ensina que o caniço deve ter e) ainda fiel à técnica de sempre.
no máximo dois metros e oitenta centímetros para a chamada
pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de
agulha metálica para transmitir à mão do pescador maior sen-
sibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz
para enganar peixes.
Æ ACENTUAÇÃO
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso
montar o caniço. Abriu a bolsa de utensílios. 21. (CESGRANRIO – 2012) O conjunto de palavras paroxítonas
Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura que deve receber acentuação é o seguinte:
entre quinze e dezoito centésimos de milímetro, ainda fiel à a) amavel – docil – fossil.
boa técnica. b) ideia – heroi – jiboia.
— Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e ten- c) onix – xerox – tambem.
sos: abertura do mercado, sobe e desce das cotações, situação
financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas na vida d) levedo – outrem – sinonimo.
relaxam mais do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e) acrobata – alea – recem.
e a paisagem marítima — costuma confessar Ricardo na roda
dos colegas da financeira onde trabalha.
LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado. 22. (CESGRANRIO – 2011) Em relação às regras de acentuação
gráfica, a frase que NÃO apresenta erro é:
A presença ou ausência de acento gráfico nem sempre se repe-
te quando uma palavra está no singular ou no plural. Quanto ao a) Ele não pode vir ontem à reunião porque fraturou o pé.
emprego do acento gráfico, a seguinte palavra se altera quando b) Encontrei a moeda caida perto do sofá da sala.
vai para o plural: c) Alguém viu, além de mim, o helicóptero que sobrevoava o
a) item. local?.
b) viúva. d) Em péssimas condições climaticas você resolveu viajar
c) açúcar. para o exterior.
Æ CRASE HELAL, R. Ciência Hoje, n. 314. Rio de Janeiro: SBPC e Instituto Ciência Hoje.
Maio de 2014. p. 18-23. Adaptado.
33. (CESGRANRIO – 2016) Assim como nas locuções a vapor e No trecho “Em um plano, temos o tão celebrado ‘futebol-arte’
a bordo, do Texto, também não há acento indicativo de crase glorificado como a forma genuína de nosso suposto estilo de
no seguinte texto de uma mensagem que está contextualizada jogo”, a palavra destacada é acentuada graficamente pelo mes-
entre parênteses: mo motivo pelo qual se acentua a palavra
a) Angu a baiana (cardápio de restaurante). a) além.
b) Peixe a moda da casa (cardápio de restaurante). b) declínio.
c) Sujeito a guincho (mensagem aos motoristas). c) ídolo.
d) Obras a frente (mensagem aos motoristas). d) países.
e) Bem-vindo a Bahia (mensagem aos motoristas). e) viés.
Æ ACENTUAÇÃO Æ CONJUNÇÃO
34. (CESGRANRIO – 2015) Leia o texto para responder às 35. (CESGRANRIO – 2015) A ideia veiculada pela palavra ou
questões. expressão destacada está corretamente explicitada entre col-
A pátria de chuteiras chetes em
O estilo de jogo e as celebrações dos torcedores são publi- a) “no plano organizacional, não enaltecemos determinados
camente reconhecidos no Brasil como traços nacionais. Em um aspectos, uma vez que eles falam de algo indesejado” [causa].
plano, temos o tão celebrado “futebol-arte” glorificado como a b) “Repetido diversas vezes e vendido para o exterior como uma
forma genuína de nosso suposto estilo de jogo, e o entusias- das imagens que melhor retrata o nosso país”[comparação].
mo e os diversos modos de torcer como características típicas c) “Não negamos a sua força nem sua eficácia simbólica, mas
de ser brasileiro. Mas, no plano organizacional, não enaltece- começamos a questionar o papel dessa representação”
mos determinados aspectos, uma vez que eles falam de algo [alternância].
indesejado na resolução de obstáculos da vida cotidiana. Nes-
d) “Observemos, no entanto, que ser um aficionado não signi-
se sentido, tais traços do famoso “jeitinho” brasileiro não são
fica necessariamente se valer do futebol como metáfora do
considerados como representativos do Brasil que idealizamos.
país” [condição].
Repetido diversas vezes e vendido para o exterior como
e) “estimulá-los despertando a população para um olhar
uma das imagens que melhor retrata o nosso país, o epíteto
mais crítico sobre o papel desse esporte na vida do
“Brasil: país do futebol” merece uma investigação mais cuida-
país?”[concessão].
dosa. Essa ideia foi uma “construção” histórica que teve um
papel importante na formação da nossa identidade. Interna-
mente a utilizamos, quase sempre, com um viés positivo, como
uma maneira de nos sentirmos membros de uma nação singu-
lar, mais alegre.
Æ ACENTUAÇÃO
Não negamos a sua força nem sua eficácia simbólica, mas
começamos a questionar o papel dessa representação na vira- 36. (CESGRANRIO – 2014) Leia o texto para responder às
da do século, bem como a atual intensidade de seu impacto no questões.
cotidiano brasileiro. Se a paixão pelo futebol é um fenômeno
Texto I
que ocorre em diversos países do mundo, o que nos diferen-
cia seria a forma como nos utilizamos dele para construirmos A torcida para que o carioca se anime e vá às compras
nossa identidade e conquistas em competições internacionais? Às 10h da última quarta-feira, um jovem vendedor do
Observemos, no entanto, que ser um aficionado não significa Mercadão de Madureira apontava para si a câmera do seu
necessariamente se valer do futebol como metáfora do país. smartphone.
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Adriano Silva, de 21 anos, posava entre bandeiras, cornetas No início do século XX, se generalizou a ideia da cidade como
e bandanas amontoadas nas prateleiras de uma das quase 600 instância pública. Até então, esta seria uma construção que resul-
lojas ao seu redor. Ao lado, um colega de trabalho se divertia tava de interesses específicos, de setores ou estratos sociais.
com a cena. Os dois tinham tempo de sobra, assim como os A mudança do milênio vê, contraditoriamente, a expansão
outros funcionários de um dos maiores mercados da cidade. de modelos urbanísticos e a ocupação territorial que se opõem
Apesar dos 80 mil visitantes diários, nenhum artigo temático à “condição urbana” – de certo modo fazendo retornar a cidade
da Copa do Mundo fora vendido naquela manhã. Faltam ape- à instância privada. Tal ambiguidade estabelece um patamar
nas 18 dias para o início do evento. Para quem vê os estoques para o debate sobre os rumos da cidade.
lotados, porém, a impressão é de que falta muito mais.
O sistema urbano brasileiro estava em processo de con-
O encalhe de produtos temáticos é uma realidade fami- solidação como instância pública, quando, a partir dos anos
liar — e temida — aos comerciantes. Tanto que eles tentam 1960, sofre inflexão importante. Razões externas ao urbanis-
desovar toda a sorte de artigos em verde e amarelo que per- mo influenciam no redesenho de nossas cidades.
maneceram no estoque da última Copa, no afã de amortecer
prejuízos de 2010. Exemplo disso é a grande caixa promocional A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em
detrimento do transporte sobre trilhos, então estruturador das
na entrada de uma das lojas, abarrotada de camisas 10 da sele-
principais cidades, é uma delas.
ção brasileira com o nome do jogador Kaká, a R$ 5. Kaká não
está no escrete brasileiro deste ano. Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas
décadas e dispõem a cidade como instância privada: os condo-
— Tem coisa aqui de 2006 — revela, em tom constrangido,
mínios fechados e os shopping centers. Ambos associados ao
Adriano. A expectativa é que as vendas alavanquem na primeira
automóvel, exaltam a segmentação de funções urbanas. A mul-
semana de junho. Caso contrário, o prejuízo será grande. De acor-
tiplicidade e a variedade, valores do urbano, ali não são consi-
do com o cálculo dos lojistas, eles terão de vender cerca de 70%
deradas. O importante para os promotores imobiliários e para
dos produtos até o final do Mundial, para não saírem perdendo.
os que aderem a tais propostas é a sensação de que o modelo
Mas a porcentagem, até agora, não ultrapassa a marca dos 5%.
é algo à parte do conjunto. Há uma explícita “rejeição à cidade”.
— O que mais tem saído é corneta e bandana. Mas, em rela-
Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão
ção a 2010, as vendas estão bem piores. Pelo visto, tem muita
do sistema urbano, as áreas informais adquirem relevo e, em
coisa que vai ficar aí por mais quatro anos — diz o vendedor.
alguns casos, passam a compor a maior parte das cidades. Isto
A TORCIDA para que o carioca se anime e vá às compras. O Globo. Rio de é, enquanto por um século e meio se concebe e se desenvolve
Janeiro, 25 maio 2014. Caderno 1, p. 18. a ideia da cidade como instância pública, uma parte maiúscula
dessa mesma cidade é construída em esforço individual como
A palavra que precisa ser acentuada graficamente para estar cor-
instância privada.
reta quanto às normas em vigor está destacada na seguinte frase:
MAGALHÃES, S. F. Cidade: desejo e rejeição. Revista Ciência Hoje. Rio de
a) Todo torcedor tem um sentimento especial em relação à Janeiro: ICH. n. 290, mar. 2012, p. 75.
seleção.
b) Muita gente do exterior vem ao Brasil para ver a Copa do O grupo em que ambas as palavras devem ser acentuadas de
Mundo. acordo com as regras de acentuação vigentes na língua portu-
guesa é
c) Há árbitros que costumam supor que são os principais
artistas do espetáculo. a) aspecto, inicio.
d) Alguns jogadores dizem nas entrevistas que eles sempre se b) instancia, substantivo.
doam nos jogos. c) inocente, maiuscula.
e) Os jornalistas de emissoras diferentes também se reunem d) consciente, ritmo.
ao final do trabalho.
e) frequencia, areas.
Æ ACENTUAÇÃO Æ ACENTUAÇÃO
38. (CESGRANRIO – 2013) Leia o texto para responder às 40. (CESGRANRIO – 2013) Leia o texto para responder às
questões. questões.
Texto Morar só por prazer
Cidade: desejo e rejeição O número de residências habitadas por uma única pessoa
A cidade da modernidade se configurou a partir da Revo- está aumentando velozmente no Brasil e no mundo. Morar
lução Industrial e se tornou complexa pelo tamanho territorial sozinho é um luxo que tem pouco a ver com solidão e segue
e demográfico, antes jamais alcançado, e pelas exigências de uma tendência generalizada em países desenvolvidos. Cada
infraestrutura e de serviços públicos. vez mais gente batalha para conquistar o seu espaço individual.
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Há quem diga que é coisa de eremita ou então puro egoís- — O patrão vai me desculpar, mas vamos ter de aumentar
mo, típico da “era moderna”. Chega-se até a falar na “ruína da o preço. De hoje em diante a pipa vai custar cinco mil cruzeiros.
família” e no “fim do convívio em comunidade”. Entretanto, o — Cinco mil cruzeiros por uma pipa d’água? Você está
crescimento no número de casas habitadas por uma só pes- ficando doido?
soa, no Brasil e no mundo, não significa necessariamente isso.
— Não estou não senhor. Doido está é o manobreiro, que
O antropólogo carioca Gilberto Velho, estudioso dos fenô- recebia dois e agora quer receber três.
menos urbanos, faz questão de enfatizar que a cultura que
— E posso saber que manobreiro é esse?
desponta não é marcada pelo egoísmo, mas sim pelo individua-
lismo. Embora os dois conceitos muitas vezes se confundam — Manobreiro desta zona, responsável pelo controle da
no linguajar informal, e até nos dicionários, para a filosofia, água. Eu vinha pagando dois mil a ele, mas agora ele quer é
o egoísmo é um julgamento de valor e o individualismo, uma três. Não sobra quase nada pra mim, que é que há?
doutrina baseada no indivíduo. E está ameaçando de abrir o registro se eu não pagar.
De acordo com a psicanalista Junia de Vilhena, ter uma — Abrir o registro? Que conversa é essa? Me explique isso
casa só para si é criar um espaço de individualidade, o que é melhor.
muito saudável para o crescimento pessoal de cada um, seja — Se o senhor não me pagar, eu não pago a ele. Ele deixa
homem, seja mulher, jovem ou adulto, solteiro, casado ou entrar a água e lá se vai por água abaixo o nosso negocinho.
viúvo. “Em muitas famílias não há espaço para o indivíduo. O
SABINO, F. Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 740.
sistema familiar pode abafar e sufocar. Não dá mais para idea-
lizar o conceito de família. Acredito que o aumento dos lares Tratando-se das funções sintáticas dos termos destacados do
unipessoais nos propõe uma reflexão: que tipo de família que- texto, pode-se afirmar que
remos construir?”
a) “O dono da fábrica..” – (l. 2) – objeto direto.
Junia lembra que nem sempre uma casa com dois ou
b) “..ter de aumentar o preço.” (l. 5) – sujeito.
vários moradores é um espaço de troca. Ser sociável, ou não,
depende do jeito de ser das pessoas. Morar sozinho não define c) “Você está ficando doido?” (l. 6) – adjunto adverbial de modo.
isso, embora possa reforçar características dos tímidos. Para d) “..e agora quer receber três.” – (l. 7) – adjunto adverbial de
os expansivos, ter um ambiente próprio de recolhimento pro- lugar.
picia a tranquilidade que lhes permite recarregar as energias e) “eu não pago a ele.” (l. 12) – objeto indireto.
para viver o ritmo acelerado das grandes cidades.
MESQUITA, R. Revista Planeta, ed. 477. São Paulo: Editora Três, junho de
2012. Adaptado.
Æ USO DO HÍFEN
Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)
50. (CESGRANRIO – 2012) Leia o texto para responder às
46. (CESGRANRIO – 2019) A frase em que a concordância nomi- questões.
nal do elemento em destaque se dá de acordo com as regras da Texto I
norma-padrão é:
O sonho do livre comércio acabou?
a) As lembranças e o saudosismo são dolorosas.
Era uma vez um mundo que negociava a abertura dos
b) As pessoas não deveriam ficar sós no final da vida. mercados. Ele ficou lá atrás, na década passada, e deu lugar à
c) Caixas de notebook não têm nada de encantadora. desglobalização
d) É desnecessário a tristeza causada por boas lembranças. O cidadão brasileiro que gosta de desfrutar o que há de
e) Temos de ficar em alertas para não sofrermos com o bom e barato na indústria mundial, de eletrônicos a vinhos,
saudosismo. passando por roupas e calçados, talvez não tenha percebido,
mas uma guerra se aproxima. Há séculos, ocorre um emba-
te entre os interessados em abrir mercados – por meio do
livre-comércio de bens e serviços entre países – e os interes-
sados em fechá-los. Nas últimas décadas, os advogados do
livre-comércio pareciam em vantagem, suficiente até para que
Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO) os protecionistas temessem o que chamavam de excessos da
globalização. Veio a crise, e os dois lados acreditavam que,
47. (CESGRANRIO – 2016) Leia o texto para responder às assim que ela fosse embora, retomariam a discussão do ponto
questões. em que haviam parado. Estavam errados. A crise, somada ao
O Bicho impressionante nível de agressividade e competência da China
Vi ontem um bicho Na imundície do pátio e de outros países asiáticos na conquista de mercados, mudou
as perspectivas para o restante do século XXI. O mundo deve-
Catando comida entre os detritos. rá se aproximar, nos próximos anos, não de um paraíso glo-
Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheira- bal das compras, mas sim de um campo minado de batalhas
va: Engolia com voracidade. comerciais intermináveis. Bem-vindo à era da desglobalização.
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Num cenário em que a crise e os países asiáticos mudam Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas
o jogo, as nações esquecem as negociações sobre abertu- que sofreu um acidente e não tinha como pagar a fisiotera-
ra comercial e passam a defender seus mercados contra os pia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações,
estrangeiros. Como resultado, todos perdem. Nas batalhas remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando
comerciais, usa-se, hoje, um arsenal variado, que inclui subsí- missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de
dios diretos a empresas selecionadas; barreiras que atendem Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamente. Surpresa! O
a supostos padrões ambientais mais elevados; e restrições às doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra
compras que os governos podem fazer. Ao todo, 122 medidas a parede. Ou se consultava ou eu não ajudava mais.
protecionistas foram adotadas pelos 20 maiores países do Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
mundo entre outubro de 2010 e abril passado, em compara- de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci
ção com as 54 no período anterior. o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído na história.
Em um relatório publicado no primeiro semestre, a OMC Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto
concluiu que o alto desemprego nos países desenvolvidos acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder
fortalecerá os que defendem o fechamento dos mercados e o salário, muita gente perde também a vergonha. Pior ainda. A
isolamento de produtos e trabalhadores estrangeiros. A des- violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados
globalização se torna um cenário assustador e cada vez mais em expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que
plausível. Se estivermos mesmo nesse caminho, quais as con- vão trabalhar.
sequências para o mundo? Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
CORONATO, M.; CÂNDIDO, K.; CORNACHIONE, D. Revista Época. São Paulo:
Abril. n. 697, 26 set. 2011. p. 64-70. Adaptado.
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos?
Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para
No Texto I, o termo destacado em “Nas últimas décadas, os votar. Como? Num mundo em que as notícias são plantadas
advogados do livre-comércio pareciam em vantagem apre- pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira.
senta hífen de acordo com as regras ortográficas da Língua Digo por mim. Já contaram cada história a meu respeito que
Portuguesa. nem sei o que dizer. Já inventaram casos de amor, tramas nas
novelas que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta
É necessário o emprego do hífen ao combinarmos os seguintes por que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a
elementos: trama. Respondo:
a) aero + espacial. — Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet. Duvi-
b) auto + defesa. dam. Acham que estou mentindo.
c) extra + conjugal. CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.
d) lugar + comum.
Considere o trecho “Depois vieram as mães e avós doentes.” A
e) micro + cirurgia. frase em que se emprega uma flexão do verbo destacado, de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, é:
a) Não sei o que fazer depois que vinherem as mães e avós
doentes.
b) Depois que as mães e avós doentes virem, faremos alguma
Æ CONJUGAÇÃO. RECONHECIMENTO E EMPREGO coisa.
DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS
c) Depois que eu vim, as mães e avós doentes ficaram curadas.
51. (CESGRANRIO – 2012) A respeito da ocorrência da forma ver- d) Depois, as mães e avós doentes tiveram vindo até aqui.
bal em destaque na frase do Texto I “Veio a crise, e os dois lados e) Talvez seja melhor ir depois de vierem as mães e avós
acreditavam que, assim que ela fosse embora, retomariam a doentes.
discussão do ponto em que haviam parado.” , considere as afir-
mações abaixo.
I. O verbo vir pode ser considerado um verbo irregular por- 53. (CESGRANRIO – 2011)
que apresenta alterações na flexão e no radical.
Sob Medida
II. O verbo vir serve de modelo para a conjugação de outros
verbos, como intervir e convir. Chico Buarque
III. O verbo vir, nesse trecho do Texto I, está flexionado na 3ª Se você crê em Deus
pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo.
Erga as mãos para os céus e agradeça
É correto o que se afirma em
Quando me cobiçou
a) I, apenas.
Sem querer acertou na cabeça
b) I e II, apenas.
No fragmento acima, passando as formas verbais destacadas
c) I e III, apenas. para a segunda pessoa do singular, a sequência correta é
d) II e III, apenas. a) crês, ergues, agradecei, cobiçais, acertais.
e) I, II e III. b) crês, ergue, agradece, cobiçaste, acertaste.
c) credes, ergueis, agradeceis, cobiçaste, acertaste.
d) credes, ergas, agradeças, cobiçais, acertais.
52. (CESGRANRIO – 2018) e) creis, ergues, agradeces, cobiçaste, acertaste.
O ano da esperança
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do 54. (CESGRANRIO – 2011) Considere as frases abaixo.
outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade.
I. A candidata___________a possibilidade de ingresso na
Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo.
empresa, quando soube do resultado do concurso.
Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que
era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos tam- II. Conquanto ele se________________a confirmar o fato, sua
bém. No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram posição foi rejeitada pela equipe.
as mães e avós doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser As formas verbais que, na sequência, completam corretamente
generoso. as frases acima são:
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a) entreveu, predisposse. d) Eu me sento bem na ponta do banco para que minha felici-
b) entreveu, predispusesse. dade comece.
c) entreviu, predispora. e) Eu ficava sentada bem na ponta do banco, e minha felicida-
de estava começando.
d) entreviu, predispusesse.
e) entreveu, predispusera.
Saímos para uma rua toda escura, recebendo a brisa da e) particípio passado.
pré-madrugada. E esperávamos o bonde. Até que lá de longe
ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem
na ponta do banco, e minha felicidade começava. Atravessar a 58. (CESGRANRIO – 2012) A forma verbal em destaque está
cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde empregada de acordo com a norma-padrão em:
mesmo o tempo começava a clarear, e uma luz trêmula de sol
a) O diretor foi trago ao auditório para uma reunião.
escondido nos banhava e banhava o mundo.
b) O aluno foi suspendido por três dias pela direção da escola.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo
campo com os bichos-de-pé: “Olhe, um porco de verdade!” gri- c) O réu tinha sido isento da culpa, quando nova prova incri-
tei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das minatória o condenou.
brincadeiras da minha família, que de vez em quando me dizia d) A autoridade havia extinto a lei, quando novo crime tornou
rindo: “Olhe, um porco de verdade.” a justificar o seu uso.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me e) Pedro já tinha pegado os ingressos na recepção, quando
tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como soube que o espetáculo fora cancelado.
promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser
feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito
infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
59. (CESGRANRIO – 2016) Leia o texto para responder às
LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo. São Paulo: Rocco, 1999, p. 175.
Adaptado.
questões.
O suor e a lágrima
O emprego dos verbos destacados no trecho “‘Eu me sentava Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No
bem na ponta do banco, e minha felicidade começava.” mostra dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste
as lembranças da narradora sobre um fato que ocorreu com ela
verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos
repetidas vezes no passado.
Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos.
Se, respeitando-se o contexto original, a frase mostrasse um Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem
fato que ocorreu com ela uma única vez no passado, os verbos nos aeroportos e em poucos lugares avulsos.
adequados seriam os que se destacam em:
Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de
a) Eu me sentaria bem na ponta do banco, e minha felicidade abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei
começaria. desolado de um reino desolante.
b) Eu me sentei bem na ponta do banco, e minha felicidade O engraxate era gordo e estava com calor — o que me
começou. pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabrican-
c) Se eu me sentasse bem na ponta do banco, minha felicidade te ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em
começaria. parte porque quando posso estou sempre de tênis.
13
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer
ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas rom-
Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com peram o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação,
ele enxugou o próprio suor, que era abundante. que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chama-
vam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlân-
Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movi-
tica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que,
mentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o
muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria
usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o
de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem
meu cromo italiano. ao mar: “Terra à vista!”
E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que,
ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um bri- havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitu-
lho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão des, o grande Vasco da Gama também avistara? De fato, em 22
brilhantes, tão dignamente suados. de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a
Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano
um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorje- Atlântico, um dos tripulantes empunhou a pena para anotar
ta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar nos em seu Diário: “Achamos muitas aves feitas como garções –
restos dos meus dias. e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas,
como aves que iam para terra.”
Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa.
Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por BUENO, E. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
(Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8
míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar seu
pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho huma-
A transformação da oração “[..] e quando veio a noite [..]” de afir-
no, salgado como lágrima. mativa para hipótese faz com que o verbo destacado se escreva
CONY, C. H. In: NESTROVSKI, A. (Org.). Figuras do Brasil – 80 autores em 80 como
anos de Folha. São Paulo: Publifolha. 2001. p. 319.
a) vir.
Em “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.”, o b) vier.
uso do pretérito imperfeito do indicativo busca c) vem.
a) estabelecer uma relação de causa e efeito. d) vêm.
b) contextualizar o tempo da narrativa. e) vim.
c) introduzir uma ambiência de suspense.
d) banalizar o calor que fazia no Rio.
e) projetar uma possibilidade.
Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS)
62. (CESGRANRIO – 2011) O verbo acabar apresenta-se com a
mesma regência com que aparece na linha 8 do Texto em:
Æ PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) O cantor mostrou muito talento e acabou aplaudido
entusiasticamente.
60. (CESGRANRIO – 2016) Em “No dia seguinte, os jornais diriam
b) As fortes chuvas acabaram com as plantações de grãos.
que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o
milênio.”, o pronome destacado c) Eles acabaram de saber que foram aprovados no concurso.
a) torna ambíguo o termo referido. d) Acabou por reconhecer que o adversário era superior.
b) marca a temporalidade do enunciado. e) A comemoração dos formandos acabou de madrugada.
c) afasta o leitor da narração.
d) descentraliza o foco narrativo.
e) introduz um caráter irônico ao texto.
Æ TERMOS INTEGRANTES (OBJETO DIRETO
E INDIRETO, COMPLEMENTO NOMINAL E
AGENTE DA PASSIVA)
Æ CONJUGAÇÃO. RECONHECIMENTO E EMPREGO 63. (CESGRANRIO – 2011) O verbo em destaque, retirado do Tex-
DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS to, tem seu complemento verbal explicitado em:
a) surgiram – em “muita quantidade”.
61. (CESGRANRIO – 2011) Leia o texto para responder às
b) refletia – as cores do entardecer.
questões.
c) reconheceram – de imediato.
Texto
d) sumissem – no horizonte.
UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA
e) restassem – dúvidas.
Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em
“muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um
mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reco-
nheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte:
chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas
ondulações formadas pelo avanço da frota imponente. Pouco
Æ FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES PESSOAIS
mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse ÁTONOS
sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta mari-
nha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa 64. (CESGRANRIO – 2010) Leia o texto para responder às
questões.
e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários
o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez Sonhos, ousadia e ação
eram rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas “que Albert Einstein (1879-1955), físico alemão famoso por
nascem pelos penedos do mar”. Para marinheiros experimen- desenvolver a Teoria da Relatividade, mencionou, durante sua
tados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra. vida, várias frases famosas.
14
Uma delas é: “Nunca penso no futuro. Ele chega rápido Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS)
demais”. Para um gênio como Einstein que vivia muito à frente
de sua época, tal frase poderia ter certo sentido. Mas também 66. (CESGRANRIO – 2019) Texto I
deixa claro que sua preocupação era agir no presente, no hoje,
Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos
e as consequências dessas ações seriam repercutidas no futuro.
O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da
Ainda utilizando frases do físico, mais uma vez ele quebra
um paradigma quando cita: “A imaginação é mais importante Região Portuária do Rio de Janeiro foi divulgado pela Prefeitura
do que o conhecimento”. Os céticos podem insistir em afirmar em 2001 e concentrou diferentes projetos, visando a incenti-
que o mais importante é adquirir conhecimento. No entanto, var o desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos
sem a criatividade nascida de uma boa imaginação, de nada bairros portuários da Saúde, Gamboa e Santo Cristo. Em mea-
adianta possuir conhecimento se você não tem curiosidade em dos de 2007, quando se iniciou esse estudo sobre o Plano e
ir além. seus efeitos sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido
O conhecimento é muito importante para validar a criativi- processo de ressignificação perante a cidade: nos imaginários
dade e colocá-la em prática, mas antes de qualquer ação existiu construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada
a imaginação, um sonho que aliado ao conhecimento e habilida- apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações
des pode transformar-se(a) em algo concreto. Já a imaginação “favelizadas”, despontando narrativas que positivavam alguns
criativa, sem ações, permanece apenas como um sonho. de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.
Ainda à frente de sua época e indiretamente colaboran- Dentro do amplo território portuário, os planejadores
do para os dias atuais, Einstein mais uma vez apresenta uma urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concen-
citação interessante: “no meio de qualquer dificuldade encon- trado investimentos simbólicos e materiais nos arredores da
tra-se a oportunidade”. Ou seja, mesmo em meio a uma cri- praça Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a
se, podemos encontrar oportunidades. Oportunidades aos avenida Rio Branco, via do Centro da cidade ocupada por esta-
empreendedores, aos inovadores, às pessoas e empresas que belecimentos financeiros e comerciais.
tiverem atitude e criatividade,(b) que saiam da mesmice, que
não se apeguem a fatos já conhecidos, mas busquem o novo, GUIMARÃES, R. A Utopia da Pequena África. Rio de Janeiro: FGV, 2014, p.
o desconhecido. 16-7. Adaptado.
Como profissionais, precisamos ser flexíveis e multifuncio- No Texto I, no trecho “concentrou diferentes projetos” , o verbo
nais. Devemos deixar de nos conformarmos em saber execu- concentrar apresenta a mesma regência do verbo destacado em:
tar apenas uma atividade e conhecer várias outras, nas quais
com interesse e dedicação podemos ser diferenciados. Já as a) O cenário atual mostra um cenário bem diferente.
organizações devem encontrar, em uma nova realidade, novos b) Hoje, os bairros portuários do Rio parecem um cartão
usos de produtos e boas oportunidades para os mercados que postal.
passaram a existir.(c)
c) Agora os comerciantes confiam nesse bairro.
E para fechar este artigo com chave de ouro, cito outra
sábia frase de Einstein: “Algo só é impossível até que alguém d) Nas lojas para turistas, sobressaem anéis e pulseiras.
duvide e acabe provando o contrário”. Acredite, tudo é possível e) A Zona Portuária necessitava de muitas benfeitorias.
desde que seja dado o primeiro passo. Você pode realizar seus
sonhos se tiver confiança e lutar por eles. Poderá encontrar
novas oportunidades desde que olhe “fora da caixa” e seja o
primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguin- 67. (CESGRANRIO – 2018) A frase em que o verbo destacado
do ver.(d) apresenta a regência de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa é:
Para se chegar a uma longa distância é preciso, antes de
tudo, dar o primeiro passo. Parecia impossível o homem voar a) A população daquela região não aprovou às restrições
e ir à lua. Quem imaginou, 30 anos atrás, que poderíamos impostas pelos órgãos governamentais para a preservação
acessar milhares de informações em milésimos de segundos do meio ambiente.
através da Internet? Mas para estas perguntas, por mais óbvias b) As instituições financeiras costumam a diminuir as taxas
que sejam as soluções, faço das palavras de Einstein minha
de juros para favorecer as possibilidades de empréstimos
resposta: alguém que duvidou e provou o contrário.(e)
dos clientes.
CAMPOS, W. Disponível em: http://tbc.rosier.com.br/oktiva. net/2163/
nota/158049. Acesso em: 02 jul 2010. (adaptado)
c) O esportista lembrou-se que estava atrasado para o com-
promisso assumido, no dia anterior, durante o treinamento
O pronome relativo que difere dos demais, nos trechos listados da equipe.
abaixo, quanto à função sintática, é d) O ato de pesquisar envolve ao trabalho de coleta de dados
a) “..que aliado ao conhecimento e habilidades pode pelos estudiosos, resultando em benefícios para a ciência.
transformar-se..”. e) O escritor afeiçoou-se ao estudo da palavra, ao escutar, ain-
b) “..que tiverem atitude e criatividade,”. da nos primeiros anos de sua vida, as histórias lidas pela
c) “..que passaram a existir.”. mãe.
d) “..que ninguém está conseguindo ver.”.
e) “..que duvidou e provou o contrário.” .
68. (CESGRANRIO – 2018) Um dos aspectos fundamentais da
regência verbal é o uso adequado da preposição. A preposição
destacada está empregada de acordo com a norma-padrão em:
a) Não é bom descuidar-se com a leitura.
Æ ADVÉRBIO
b) Informei-lhe de que a biblioteca fecharia à tarde.
65. (CESGRANRIO – 2010) A palavra destacada em “Algo só é c) Ler textos literários implica em formar cidadãos
impossível..” pode ser substituída, sem alterar o sentido, por democráticos.
a) então. d) Perdoo a todos os vilões dos romances: sem vilões, sem
b) também. histórias.
c) apenas. e) Com um livro na cabeceira, quero chegar em casa o quanto
d) até. antes.
e) ainda.
15
69. (CESGRANRIO – 2018) A regência verbal da forma destacada b) O menino se lembrou que a mãe também amava o mar.
atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa c) O menino preferia o mar do que o rio.
em:
d) Não duvidava que o pai conhecesse bem o mar.
a) A eficiência energética que os jornais se referem como uma
e) Santiago Kovadloff queria muito bem ao filho.
das condições de sustentabilidade do planeta depende do
uso dos meios alternativos de produção de energia.
b) A melhoria da mobilidade urbana que as grandes cidades Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL
precisam pode ser obtida pela redução dos meios indivi-
duais de transporte automotor. 72. (CESGRANRIO – 2016) No que se refere à colocação pronomi-
c) O descarte de resíduos sólidos que algumas grandes nal, respeita-se a norma-padrão em:
empresas têm implementado deveria ser evitado e penali- a) Queria que admira-me-ssem na velhice.
zado por uma legislação mais rígida. b) Me seduziria poder ser jovem a vida toda.
d) O estudo sobre poluição sonora e seus efeitos sobre o bem- c) A aposentadoria, esperarei-a com ansiedade.
-estar humano que os planejadores urbanos necessitam
têm sido postergados sem justificativa. d) Nunca senti-me tão velho como hoje.
e) Os erros que os governos se arrependem e que foram e) Ninguém o observava com a mesma atenção que eu.
cometidos em nome do progresso produziram distorções
ambientais e sociais de grandes proporções.
Æ ADJETIVO
70. (CESGRANRIO – 2016) Texto II
Quando eu for bem velhinho — continuação 1 73. (CESGRANRIO – 2019) Texto I
Era um menino quando meu coração gravou essa música. Obsolescência programada: inimiga ou parceira do
Hoje, neste carnaval que acabou de passar pela minha calçada, consumidor?
eu, velhinho, apenas vi o bloco passar. Algo me diz que cada
Obsolescência programada é exercida quando um produto
um de nós pertence a muitos blocos. Uns nos são impostos;
tem vida útil(A) menor do que a tecnologia permitiria, motivan-
outros, como os de carnaval, são escolhidos. Dirse- ia que os
blocos impostos são opressivos e obrigatórios — como a casa, do a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomés-
os irmãos, a escola e até mesmo o país, a etnia e o gênero; ao ticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática(B).
passo que os escolhidos, como o bloco de carnaval figurado Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a com-
nesta música, são marcados por liberdade. Há uma verdade pra de um novo celular, ainda que o modelo anterior funcione
nisso, mas há também a ilusão que o carnaval brasileiro repre- perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista
senta muito bem. É que o escolhido e o obrigatório também como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adqui-
se confundem, pois muito do que é “escolhido” é determinado rir mais produtos sem realmente necessitar deles. No entanto,
por um “obrigatório” vivido com mais ou menos intensidade. traz benefícios, como o acesso às novidades.
Há quem transforme escolha em obrigação e quem faça o justo Planejar inovação é extremamente importante para melho-
oposto, diz o meu lado cinzento como esta quarta-feira, outro- ria e aumento da capacidade técnica de um produto num mer-
ra santificada — hoje parte de um longo e fantasioso feriado. cado altamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje
DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um
Adaptado. equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vis-
ta técnico, quando as empresas planejam um produto, já tem
A combinação coerente entre o pronome relativo e a preposi- equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma
ção em destaque está de acordo com a norma- padrão em: necessidade de sobrevivência no mercado.
a) O autor mostra a alegria a que tem direito todo folião Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos
carioca. quando um novo produto oferece características que os ante-
b) No carnaval em que o autor comentou, ele só viu o bloco riores não tinham, como o uso de reconhecimento facial(C);
passar. ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual
c) A música do passado pelo qual o bloco ele viu na calçada padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem
não era conhecida. os aplicativos atualizados. Outro sinal é detectado quando não
é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis,
d) O bloco passou pela calçada por cuja janela o autor estava
ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de
gostando.
carregamento ou tipos de cartão de um celular, por exemplo.
e) O carnaval acabou de passar pela janela com que o autor
Isso não significa que o consumidor está refém de trocas
olhava o bloco.
constantes de equipamento: é possível adiar a substituição
de um produto, por meio de upgrades de hardware, como
inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão,
71. (CESGRANRIO – 2016) pelo menos até o momento em que essa troca não compense
A função da arte financeiramente. Quanto à legalidade, o que se deve garantir
é que os produtos mais modernos mantenham a compatibili-
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-
dade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja
-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar,
forçado constantemente à compra de um produto mais novo
estava do outro lado das dunas altas, esperando.
se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência per-
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas altu- ceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas, como um
ras de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso,
de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu quando não está.
fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
É preciso lembrar também que a obsolescência programa-
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejan-
da se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um
do, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!
controle eletrônico de portão tem uma única função e pode ser
GALEANO, E. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002. p.12. usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular
tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído
O período em que a regência do verbo em destaque está ade- em um ano ou dois, dependendo das necessidades do usuá-
quada à norma-padrão é: rio, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais
a) O homem aspirava o mar como quem deseja o impossível. brilhante.
16
Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrô- a) O consumo de água potável será controlado quando um
nico(D). Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida número expressivo da população tiverem consciência da
na restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, sua escassez.
uma empresa não mais disponibilizar determinada função que b) O meio ambiente seria preservado se os dirigentes do pla-
era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, neta tivesse interesse na conservação das áreas verdes.
forçando a compra de um aparelho novo.
c) Os cientistas questionam por que somente 10% dos países
O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsoles- estão interessados em evitar a poluição da atmosfera.
cência programada trazem benefícios à sociedade, como itens d) Os consumidores ainda não perceberam que boa parte do
de segurança mais eficientes em carros e conectabilidade ime- gasto com energia elétrica poderiam ser economizados.
diata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que
membros de uma mesma família que moram em países dife- e) Uma das consequências da falta de água é que 80% das
cidades enfrenta períodos de seca que comprometem a ati-
rentes(E) podem conversar diariamente, com um custo rela-
vidade rural.
tivamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários
podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida,
com ajuda de dispositivos móveis.
RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou parceira do
77. (CESGRANRIO – 2018) A forma verbal destacada atende às
consumidor? Disponível em: https://www. gazetadopovo.com.br/opiniao/ exigências de concordância da norma-padrão da língua portu-
artigos/obsolescencia-programada--inimiga-ou-parceira-do-consumidor- guesa em:
5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/.Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.
a) A ocorrência de pressão alta nos moradores das regiões
próximas dos centros urbanos resultam do consumo de
Nos seguintes trechos do Texto I, o adjetivo destacado apresen-
água com uma grande quantidade de sal.
ta valor discursivo de avaliação subjetiva, em relação ao subs-
tantivo a que se liga, em: b) A usina de tratamento destinada a retirar impurezas dos
rios, lagoas e mares despoluem a água, evitando doenças
a) “um produto tem vida útil”
como a diarreia e o cólera.
b) “exemplos evidentes dessa prática.”
c) As árvores existentes ao longo dos leitos dos rios são funda-
c) “uso de reconhecimento facial” mentais para manter a vazão dos cursos d´água e evitar seu
d) “geração do lixo eletrônico” assoreamento.
e) “moram em países diferentes” d) Nos açudes próximos a grandes mineradoras, a concentra-
ção de bactérias e de toxinas tornam a água imprópria para
consumo humano.
e) Para que os consumidores tenham consciência do mau uso
que fazem da água, é essencial os estudos sobre a escassez
Æ SUJEITO de água.
d) As chuvas torrenciais e as ondas de calor são intensos em Igual a como quando eu passo no subúrbio Eu muito bem,
vindo de trem de algum lugar E aí me dá como uma inveja des-
certas regiões como consequência de mudanças no clima.
sa gente
e) As previsões dos cientistas e os estudos sobre a interação
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
entre as espécies realizadas ultimamente são importantes
para as futuras gerações. São casas simples com cadeiras na calçada E na fachada
escrito em cima que é um lar Pela varanda, flores tristes e
baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
76. (CESGRANRIO – 2018) A concordância verbal da forma des-
tacada atende às exigências da norma-padrão da língua portu- E aí me dá uma tristeza no meu peito
guesa em: Feito um despeito de eu não ter como lutar
17
E eu que não creio peço a Deus por minha gente É gente Æ FATOS DA LÍNGUA PORTUGUESA (PORQUE,
humilde, que vontade de chorar. POR QUE, PORQUÊ E POR QUÊ; ONDE, AONDE
SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. E DONDE; HÁ E A, ETC)
Intérprete: Chico Buarque. In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção:
Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia Brasileira de Discos, p1970. 1 83. (CESGRANRIO – 2018) A palavra ou a expressão destacada
disco sonoro. Lado 1, faixa 4. aparece corretamente grafada, de acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa, em:
A palavra trem e os termos que a ela se vinculam apresentam a) A história da energia mostra porquê até a invenção da
concordância dentro da norma-padrão em: máquina a vapor a prática de cortar árvores não prejudica-
a) Os clientes acharam pequenos o trem importado do país va tanto as florestas.
oriental. b) A utilização dos combustíveis fósseis aumentou por quê a
b) Não há mais trem suburbanos na cidade. indústria automobilística vem colocando grande número
de veículos circulando nas cidades.
c) Esses trem são tudo ultrapassado.
c) As pessoas deveriam saber os riscos de um apagão para
d) Houve um acidente com dois ônibus e dois trem. conhecerem melhor o por quê da necessidade de economi-
e) Um “trem bom”, no dialeto mineiro, é uma “coisa ótima”. zar energia.
d) Os tóxicos ambientais são substâncias prejudiciais por que
causam danos aos seres vivos e ao meio ambiente.
e) A energia está associada ao meio ambiente porque toda a
sua produção é resultado da utilização das forças oferecidas
Æ ORTOGRAFIA - CASOS GERAIS E EMPREGO DAS pela natureza.
LETRAS
80. (CESGRANRIO – 2018) A palavra grafada corretamente é: 84. (CESGRANRIO – 2018) A palavra ou a expressão destacada
aparece grafada de acordo com a norma-padrão da Língua Por-
a) baichela. tuguesa em:
b) chuchu. a) O aquecimento global pode afetar a sobrevivência da popu-
c) chícara. lação em muitas regiões por que água e comida já se mos-
tram escassas.
d) xamego.
b) O Dia Mundial do Meio Ambiente serve para nos lembrar o
e) machiche.
por quê de todos terem de contribuir para a preservação da
natureza.
c) O principal tema discutido entre governos e organizações é
a globalização, por que afeta a vida dos indivíduos.
Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL) d) Os especialistas defendem que o clima na Terra tem pas-
sado por ciclos de mudanças mas divergem sobre o porquê
81. (CESGRANRIO – 2014) O verbo em destaque está flexionado desse fato.
de acordo com a norma-padrão em: e) Os cientistas têm estudado o porque de as emissões de
gases poluentes na atmosfera estarem relacionadas às
a) Como haviam muitos interessados na viagem, foi feito um
mudanças climáticas.
sorteio.
b) Muitos turistas parecem não respeitar os limites de horário
impostos pelas agências. 85. (CESGRANRIO – 2018)
c) Existem pessoas que parecem estarem sempre à procura Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades
de roteiros de viagens. A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial
de 7 bilhões de pessoas. Desse total, parte cada vez maior vive
d) Convêm os turistas estarem conscientes das leis de cada
nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50% dos
localidade conhecida. habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois
e) Para os turistas, parecem não existirem lugares difíceis de terços da população mundial será urbana.
conhecer. No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total,
de acordo com o Censo 2010. É preciso, então, que questões
de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas.
82. (CESGRANRIO – 2012) Os alunos, em uma aula de Português, No passado, a noção de mobilidade era estreitamente
receberam como tarefa passar a frase abaixo para o plural e ligada ao automóvel. Hoje, como resultado, os moradores de
para o passado (pretérito perfeito e imperfeito), levando-se em grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com
congestionamentos insuportáveis, que causam enormes per-
conta a norma-padrão da língua.
das. Isso, sem falar no alto índice de mortes em vias urbanas
Há opinião contrária à do diretor. do país. Depreendemos daí que a dependência do automóvel
Acertaram a tarefa aqueles que escreveram: como meio de transporte é um fator que impede a mobilidade
urbana.
a) Houve opiniões contrárias às dos diretores / Havia opiniões
contrárias às dos diretores. É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviá-
ria e em sistemas mais eficazes e adequados de ônibus. Ao
b) Houve opiniões contrárias à dos diretores / Haviam opi- mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessí-
niões contrárias à dos diretores. veis, onde a maior parte dos serviços esteja próxima às mora-
c) Houveram opiniões contrárias à dos diretores / Haviam opi- dias e haja opções de transporte não motorizado para nos
niões contrárias à dos diretores. locomovermos.
d) Houveram opiniões contrárias às dos diretores / Haviam BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em: <http://www.
mobilize.org.br/noticias/2419/mobilidade-acessibilidade- e-deficiencias-
opiniões contrárias às dos diretores. fisicas.html>. Acesso em: 9 jul. 2018. Adaptado.
e) Houveram opiniões contrárias às dos diretores / Havia opi- Glossário:
niões contrárias às dos diretores.
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre
as diferentes zonas de uma cidade.
18
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pes- 90. (CESGRANRIO – 2011) A flexão de número dos substantivos
soas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, está correta em
A palavra destacada está grafada de acordo com as exigências a) florezinhas – troféis.
da norma-padrão da língua portuguesa em: b) salário-famílias – coraçãozinhos.
a) As cidades mais populosas têm estimulado, há alguns anos, c) os vaivéns – anães.
novos hábitos de vida para melhorar a mobilidade.
d) paisezinhos – beija-flores.
b) O aumento do número de carros, verificado a algum tempo,
tem causado grandes transtornos às populações urbanas. e) limãos – abdômenes.
20
Obedecem às regras ortográficas da língua portuguesa as a) A conversa franca sempre trás bons resultados na resolu-
palavras ção de conflitos familiares.
a) admissão, paralisação, impasse. b) Os pais devem proteger os filhos, senão podem ser respon-
b) bambusal, autorização, inspiração. sabilizados legalmente.
c) consessão, extresse, enxaqueca. c) Meu filho, ao longo da adolescência, sempre deixava a toa-
lha molhada encima da cama.
d) banalisação, reexame, desenlace.
d) Devemos educar nossos filhos afim de que possam se tor-
e) desorganisação, abstração, cassação.
nar boas pessoas na vida adulta.
e) Os filhos sempre perguntam porquê não podem ir aonde
quiserem sem o consentimento dos pais.
101. (CESGRANRIO – 2018) Assim como a palavra desfecho se
escreve com ch, a seguinte dupla de palavras se escreve corre-
tamente com esse dígrafo:
103. (CESGRANRIO – 2012) A frase em que todas as palavras
a) tó chico . fi chinha.
estão corretamente grafadas é:
b) coa char . a chatar.
a) A obra foi paralisada devido ao grande vazamento de água.
c) cheirosa . in chado.
b) Quando o assunto é fome, é impossível banalizar a discução.
d) ma chismo . chaveco.
c) A análise dos fatos levou a se considerar a excessão como
e) co cheira . dei char. regra.
d) Ao canalisar o rio que passava na cidade, grandes enxentes
aconteceram.
102. (CESGRANRIO – 2018) e) Não foi possível utilisar a metodologia programada para a
Carta aos meus filhos adolescentes execussão do projeto.
Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando
absurdamente cada um de vocês. Estarei sempre de plantão,
para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a mesma vontade 104. (CESGRANRIO – 2012) Texto I
de ajudar.
Indústria tem a maior queda desde abril
É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recai-
rá em nossos laços, uma casca de tédio grudará em nossos A maior concorrência com os produtos importados e a
olhares. Mas não durará a vida inteira, posso garantir. desaceleração do consumo no mercado interno fizeram a
produção industrial recuar 2% em setembro ante agosto. Foi
Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A ado-
a maior queda desde abril, quando caíra 2,3%. Em relação ao
lescência altera a percepção dos pais, tornei-me o chato daqui
mesmo mês de 2010, a produção industrial ficou 1,6% menor.
por diante.
O resultado veio abaixo das projeções de mercado, que espe-
Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de ravam baixas entre 0,6% e 1,5%.
cartõezinhos e cartas de vocês pequenos, colecionei na memó-
De acordo com o IBGE e economistas, a queda se inten-
ria as declarações de “eu te amo” da última década, ciente de
sificou em setembro. No mês, 16 dos 27 setores produziram
que não ouvirei nenhuma jura por um longo tempo.
menos. O destaque ficou no setor automotivo. Estoques em
A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacôni- alta e vendas em baixa derrubaram a produção de carros e
ca. É um período de estranheza, porém essencial e corajoso. caminhões em 11% em relação a agosto. Segundo o gerente da
Todos experimentam isso, em qualquer família, não tem como pesquisa, a queda do setor automotivo foi o principal respon-
adiar ou fugir. sável pelo recuo de 5,5% entre os bens de capital (máquinas e
Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguar- equipamentos) e de 2,9% entre os de consumo.
dar uma licença. Existe uma casa chaveada no interior de nos- A queda nas exportações de produtos em geral, fruto das
sa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte. Não posso incertezas nos países desenvolvidos, também contribuiu para
aparecer abrindo a porta de repente. Às vezes mandarei um esse quadro. Economistas também citaram a concorrência
WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando esti- com os importados, que ganharam espaço com a queda do
verem dentro do apartamento. Passarei essa vergonha. dólar.
Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de pre- Com esse resultado, renomadas consultorias e bancos
sente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um tudo bem. As con- começam a revisar a projeção do Produto Interno Bruto (PIB)
fissões não acontecerão espontaneamente. “Me deixe em paz”
deste ano. Apesar de outubro já apresentar uma melhora, ain-
despontará como refrão diante de qualquer cobrança.
da há um esforço de redução de estoques por parte da indús-
Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia tria, pois se criou uma expectativa maior do que efetivamente
de como, para mim também é uma experiência nova, tam- aconteceu.
pouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as suas
ROSA, B. Indústria tem a maior queda desde abril. O Globo, Rio de Janeiro,
prioridades. 02 nov. 2011, seção Economia, p. 24. Adaptado.
Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de
convergência para um abraço demorado. No Texto I, aparecem substantivos grafados com ç que são
Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. derivados de verbos, como produção, redução, desaceleração,
Perceberam os meus pontos fracos, decoraram os meus defei- projeção.
tos, não acreditam mais em minhas histórias, não sou a única Os verbos a seguir formam substantivos com a mesma grafia:
versão de vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no a) admitir, agredir, intuir
Google.
b) discutir, emitir, aferir
Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir
ao teste da diferença de idade e de geração. Espero vocês do c) inquirir, imprimir, perseguir
outro lado da ternura, quando tiverem a minha idade. d) obstruir, intervir, conduzir
CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em: https:// e) reduzir, omitir, extinguir
blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-fi lhos-
adolescentes.html. Acesso em: 10 jul. 2018. Adaptado.
A frase em que as palavras em destaque estão corretamente 105. (CESGRANRIO – 2011) Os vocábulos “discussão”, “atingimos”
grafadas é: e “empresa” são grafados, respectivamente, com ss, g e s.
21
São grafadas, respectivamente, com essas mesmas letras as A vírgula foi plenamente empregada de acordo com as exigên-
seguintes palavras: cias da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) a___ambarcar, o___eriza, requi___ito. a) A conexão é feita por meio de uma plataforma específica,
b) la___idão, impin___ir, irri___ório. e os conteúdos, podem ser acessados pelos dispositivos
móveis dos passageiros.
c) ob___ecado, here___e, he___itar.
b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito gran-
d) re___uscitar, gor___eta, parali___ar.
de, porém não é capaz de absorver uma presença maior de
e) can___aço, la___e, morali___ar. produtos vindos do exterior.
c) Depois de chegarem às telas dos computadores e celulares,
as notícias estarão disponíveis em voos internacionais.
d) Os últimos dados mostram que, muitas economias apre-
sentam crescimento e inflação baixa, fazendo com que os
Æ PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO,
juros cresçam pouco.
ASPAS, PARÊNTESES ETC.)
e) Pode ser que haja uma grande procura de carros impor-
106. (CESGRANRIO – 2018) A questão baseia no texto apresen- tados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e ver, se a
tado abaixo. importação vale a pena.
O vício da tecnologia
Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os
olhos voltados para uma exposição de novidades eletrônicas 107. (CESGRANRIO – 2018)
realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as inova- Memórias Póstumas de Brás Cubas
ções, estavam produtos relacionados a experiências de reali-
Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura
dade virtual e à utilização de inteligência artificial — que hoje
ilusão! Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer
é um dos temas que mais desperta interesse em profissionais
muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição mesma, um
da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tec-
conjunto de qualidades sólidas e finas, amorável, elegante,
nologia nos mais diversos segmentos.
austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De fresta
Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no que era, chegou a porta escancarada. Um dia confessou-me
evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma ansie- que trazia uma triste carcoma na existência; faltava -lhe a
dade tão grande para consumir produtos que prometem inova- glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que
ção tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a dormir em filas ele ouviu com aquela unção religiosa de um desejo que não
gigantescas só para ser um dos primeiros a comprar um novo quer acabar de morrer; então compreendi que a ambição dele
modelo de smartphone? Por que nos dispomos a pagar cifras andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias
astronômicas para comprar aparelhos que não temos sequer depois disse-me todos os seus tédios e desfalecimentos, as
certeza de que serão realmente úteis em nossas rotinas? amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford vida política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas, perfí-
(Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” por dias, interesses, vaidades. Evidentemente havia aí uma crise de
novos gadgets. De modo geral, em nosso processo evolutivo melancolia; tratei de combatê-la.
como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir neces- — Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode
sidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação da espé- imaginar o que tenho passado. Entrei na política por gosto, por
cie, tais como sexo, segurança e status social. família, por ambição, e um pouco por vaidade. Já vê que reuni
Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica em mim só todos os motivos que levam o homem à vida públi-
atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos ca; faltou-me só o interesse de outra natureza. Vira o teatro
melhores e superiores, ainda que momentaneamente, quando pelo lado da plateia; e, palavra, que era bonito! Soberbo cená-
surgimos em nossos círculos sociais com um produto que qua- rio, vida, movimento e graça na representação. Escriturei-me;
se ninguém ainda possui. deram-me um papel que.. Mas para que o estou a fatigar com
Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que isto? Deixe- me ficar com as minhas amofinações. Creia que
mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam par- tenho passado horas e dias.. Não há constância de sentimen-
tes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas quando tos, não há gratidão, não há nada.. nada.. nada..
uma pessoa muito religiosa se depara com um objeto sagrado. Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar,
Ou seja, não seria exagero dizer que o vício em novidades tec- parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não ser o eco de seus
nológicas é quase uma religião para os mais entusiastas. próprios pensamentos. Após alguns instantes, ergueu-se e
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais estendeu-me a mão: — O senhor há de rir-se de mim, disse
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro a libe- ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que me
ração de um hormônio chamado dopamina, responsável por mordia o espírito. E ria, de um jeito sombrio e triste; depois
nos causar sensações de prazer. Ele é liberado quando nosso pediu- me que não referisse a ninguém o que se passara entre
cérebro identifica algo que represente uma recompensa. nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram
dois deputados e um chefe político da paróquia. Lobo Neves
O grande problema é que a busca excessiva por recompen-
recebeu-os com alegria, a princípio um tanto postiça, mas logo
sas pode resultar em comportamentos impulsivos, que incluem
depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele não
vícios em jogos, apego excessivo a redes sociais e até mesmo
era o mais afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e
alcoolismo. No caso do consumo, podemos observar a situação
ria, e riam todos.
problematizada aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos
eletrônicos que nem sempre trazem novidade –– as atualizações ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas ; In: CHIARA, A. C. et alli
de modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte das (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.
vezes apresentam poucas mudanças em relação ao modelo ante-
rior, considerando-se seu preço elevado. Em outros casos, gas- Os sinais de pontuação contribuem para a construção dos sen-
ta-se uma quantia absurda em algum aparelho novo que não se tidos dos textos.
sabe se terá tanta utilidade prática ou inovadora no cotidiano. No fragmento do texto “Escriturei-me; deram-me um papel
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a con- que.. mas para que o estou a fatigar com isso?
ter os impulsos na hora de comprar um novo smartphone ou Deixe-me ficar com as minhas amofinações”, as reticências são
alguma novidade de mercado: compare o efeito momentâneo usadas para demarcar a
da dopamina com o impacto de imaginar como ficarão as fatu- a) interrupção de uma ideia.
ras do seu cartão de crédito com a nova compra. O choque ao
constatar o rombo em seu orçamento pode ser suficiente para b) insinuação de uma ameaça.
que você decida pensar duas vezes a respeito da aquisição. c) hesitação comum na oralidade.
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. Adaptado. d) continuidade de uma ação ou fato.
22
e) omissão proposital de algo que se devia dizer. Passamos ao largo. Tomamos distância. Fugimos. Deles,
108. (CESGRANRIO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sim. Mas, no mais fundo das nossas consciências adormecidas,
sinais de pontuação em: fugimos de nós. Os pobres, lixo da vida, estão lá
a) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi- — e nem nos acusam! — e nos lembram do outro lixo,
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião. aquele em que jogamos coisas ainda usáveis, sem pensarmos
que alguém naquela calçada podia fazer com elas uma roupa,
b) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra- um abrigo para o frio. Um farrapo de esperança digna. Fugi-
teiramente pela porta?. mos do beco onde algo chafurda nas latas de lixo, e come com
c) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou- se voracidade o que encontra. E não é um bicho, meu Deus. É um
tímida e arredia. na velhice, estava sempre alheia a tudo. homem.
d) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui- D’AMARAL, M. T. Rio de Janeiro, O Globo, 7 maio 2016. Adaptado.
to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos. No trecho “Que vivem dentro de um horizonte tão retraído que
nele não cabe um futuro que não seja a repetição da vida ruim.”
e) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
os elementos destacados estabelecem uma relação semântica
penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
de
cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
a) alternância.
b) explicação.
c) adversidade.
d) causa e efeito.
Æ CONJUNÇÃO
e) proporção.
109. (CESGRANRIO – 2016) Leia o texto para responder às
questões.
Os pobres 110. (CESGRANRIO – 2016) Em “Passamos ao largo. Tomamos
Todo o mundo conhece os pobres. Os despossuídos de distância. Fugimos. Deles, sim. Mas, no mais fundo das nossas
tudo, humilhados pela vida que lhes foi roubada. As gentes consciências adormecidas, fugimos de nós.” o conector desta-
tristes do mundo. As sem pão e sem beleza. As a que falta cado introduz uma
esperança. Que vivem dentro de um horizonte tão retraído a) quebra de expectativa.
que nele não cabe um futuro que não seja a repetição da vida b) causa da sequência anterior.
ruim. Para eles e seus filhos. E netos. Como se a pobreza fosse
c) dúvida sobre o enunciado.
genética e hereditária. Um fato da natureza. Ou um castigo de
Deus, dos que vão passando através de gerações. d) proporcionalidade de ideias.
Nada de natureza, nada de Deus. Pobreza não é castigo. e) consequência do pensamento antecedente.
É imposição. Ninguém tem na pobreza qualquer alegria. Os
catadores de lixo encontram nessa atividade o muito pouco
com que se sustentam e às suas famílias, quando elas tam- 111. (CESGRANRIO – 2011) Considere a sentença abaixo.
bém não estão enterradas na sujeira dos outros, selecionando
Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus.
coisas ainda aproveitáveis, sabe-se lá para quê. É o limite do
desespero. Salvar da aniquilação os rejeitos de vidas alheias, As duas orações do período estão unidas pela palavra “e”, que,
que, para quem está abaixo de todas as linhas da pobreza e além de indicar adição, introduz a ideia de
da dignidade, valem a própria vida. Urubus voam por cima dos a) oposição.
lixões. Aquelas montanhas são seus territórios de morte. Os b) condição.
que catam lixo disputam a vida com os urubus.
c) consequência.
Sei que separar o lixo é uma atividade ecológica e econo-
d) comparação.
micamente relevante. O inadmissível é que ela não seja feita
na recolha seletiva prévia do que ainda serve para algum fim e) união.
útil e do que está destinado à putrefação dos cadáveres. Os
catadores chafurdam em todas as porcarias para extrair delas
uma garrafa, uma tampa de sanitário, uma bota velha de um
só pé. Resgatam do naufrágio coisas tristes como eles, os joga-
dos fora por uma sociedade que desperdiça coisas como des- Æ TERMOS INTEGRANTES (OBJETO DIRETO
perdiça pessoas. Que joga fora o que não serve. Os pobres não E INDIRETO, COMPLEMENTO NOMINAL E
servem para uma sociedade que consome acima dos limites de
AGENTE DA PASSIVA)
uma vida comum. Ou servem: alguém precisa fazer o trabalho
sujo. 112. (CESGRANRIO – 2010) Não transforme o seu futuro em um
Penso num poema de Manuel Bandeira. Algo, um bicho passado de que você possa arrepender-se
certamente, remexia nas latas de lixo. “Quando achava alguma O futuro é construído a cada instante da vida, nas tomadas
coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade.” de decisões, nas aceitações e recusas, nos caminhos percorri-
E os olhos insones do poeta se estarreceram quando viu a ver- dos ou não. Esse movimento é feito por nós diariamente sem
dade da miséria: “O bicho não era um cão, não era um gato, percebermos e sem muito impacto, contudo, quando anali-
não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.” Esses sado em um período de tempo maior, ficam nítidos os erros
bichos são homens. São como eu e vocês, meus companheiros e acertos. Sabemos, internamente, dos melhores caminhos,
de sábado. São homens. entretanto, pelas inseguranças, medos e raivas(A), diversas
E a fome! Meu Deus, a fome! A nós ronca o estômago quan- vezes adotamos posturas impensadas que impactam pelo res-
do se espaça demais o intervalo entre as refeições. A barriga to da vida(B), comprometendo trilhas que poderiam ser melho-
dos pobres já não ronca. Seu vazio não tem o conforto da res ou mais tranquilas.
proximidade da próxima comida. São barrigas tristes. De dor Como podemos superar esses momentos? Como fazer
interna e de abandono. Deitados nos cantos dos edifícios, nas para evitar esses erros súbitos? Perguntas a que também que-
calçadas onde moram, estendem mãos sem esperança. “Para ro responder, afinal, sou humano e cometo todos os erros ine-
comer”, dizem. E nós passamos, tomando distâncias cautelo- rentes a minha condição, contudo, posso afirmar que o mundo
sas, pela ponta dos meios-fios. Podem ser perigosos. Estão não acaba amanhã e, retirando a morte, as decisões podem ser adiadas,
sujos. E cheiram mal. lembrando que algumas delas geram ônus e multas.
23
No direito e na medicina isso é mais complexo(C), mas em Dependendo do contexto, o poder público formula polí-
muitas outras áreas isso é perfeitamente aceito. A máxima de ticas considerando o caráter provisório do trabalho informal,
que “não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje” justificando políticas de formalização com a crença de uma
não é tão máxima assim. Devemos lembrar que nada é abso- possível “erradicação” da informalidade.
luto, mas relativo.
Desse ponto de vista, a falta de um plano municipal para o
Uma coisa faz muito sentido nesse tema: não deixe entrar comércio ambulante nas grandes cidades é emblemática. Tra-
aquilo de que você tem dúvida; se deixar, limite o espaço. A
ta-se de um sinal que aponta que o comércio ambulante é visto
pessoa mais importante da vida é o seu proprietário, o nos-
so maior erro é ser inquilino dela, deixar entrar algo que se como política compensatória, reservada a alguns grupos com
acha errado ou não se quer é tornar-se inquilino do que é seu, dificuldades de entrada no mercado de trabalho, como defi-
pagando aluguel e preocupado com o final do contrato da sua cientes físicos, idosos e, em alguns países, veteranos de guerra.
vida. Não cometa esse erro. Entretanto, a realidade do comércio ambulante em São Paulo
A felicidade atual depende do passado, assim como a mostra que essa atividade é uma alternativa consolidada para
tristeza, a pobreza, a saúde e muitas outras coisas. Nunca uma parcela importante dos ocupados que não se enquadram
se esqueça disso, nunca. Torne mais flexível o seu orgulho, em nenhuma das três categorias acima. [...]
algo que hoje não deu certo, pode ser perfeitamente aplicá- Há políticas que reconhecem a informalidade como exce-
vel daqui a um tempo(D). O orgulho impede de você tentar de ção permanente do capitalismo e que acreditam que somente
novo. Não minta para você, essa é a forma mais rápida de se podem “gerenciá-la” ou “domesticá-la” se determinada ativida-
perder. Quando tiver dúvida, fale alto com você mesmo, escute de não gerar conflitos e disputas entre setores da sociedade.
as suas palavras e pense muito. É melhor ser taxado de louco
Nessa concepção, “gerenciar” a informalidade significa tolerá-
do que ser infeliz.
-la, limitando-a arbitrariamente a um número ínfimo de pes-
Aceite que erramos, mas lembre que cometer os mesmos soas que podem trabalhar de forma legalizada, deixando um
erros é burrice. O ideal é aprender com os erros dos outros; grande contingente de trabalhadores à mercê da falta de pla-
para que isso aconteça, observe o que acontece com o mun-
nejamento e vulnerável à corrupção e à violência. Esse perfil de
do ao seu redor, invariavelmente o seu problema já foi vivido
por outras pessoas. Você não foi o primeiro a cometer erros “gestão da exceção” delimita a inclusão de poucos e se omite
e, com absoluta certeza(E), não será o último. A observação é no planejamento para muitos. No caso de São Paulo, o núme-
o melhor caminho para um futuro mais tranquilo, mais equili- ro de licenças de trabalho vigentes, por exemplo, corresponde
brado, mais pleno. Temos que separar um tempo do nosso dia no ano de 2013 a apenas 2,5% do contingente total de traba-
para a reflexão e meditação. lhadores ambulantes. Em Nova York, apesar de toda a gestão
Utilize-se de profissionais especialistas, não cometa a militarizada e excludente, o percentual é de 20%.
bobagem de escutar amigos acerca de um problema, eles são Dentro desse raciocínio, “domesticar” a informalidade sig-
passionais e tendenciosos pelo nosso lado. Com eles, sentimo- nifica destinar ao comércio ambulante apenas alguns espaços
-nos seguros para imaginarmos soluções perfeitas que nunca na cidade, mas somente os que não confrontem a lógica de
se concretizarão. O fracasso nessas ideias geniais soluciona- reprodução do capital e, consequentemente, a imagem que se
doras dos seus problemas, tipo “seus problemas acabaram” quer manter dos espaços em valorização imobiliária. Não só
causam frustrações e raivas, sentimentos que atacam nossa
trabalhadores ambulantes, como catadores de material reci-
autoestima e podem prejudicar o resto de nossa vida. Cuidado
clável, moradores de habitações precárias e população em
com isso.
situação de rua são obrigados a ocupar espaços distantes dos
Por fim, tente ser feliz, tente amar, ajude as pessoas que vetores de reconfiguração urbana e dos megaeventos corpora-
precisam, seja bom. Nunca, mas nunca mesmo, machuque as
tivos e midiáticos. A “demarcação” de terras onde eles podem
pessoas de caso pensado, só por vingança ou maldade, esse é
estar, trabalhar ou circular passa a ser não uma política afirma-
com absoluta certeza o mais vil de todos os pecados que um
ser humano pode fazer. Quando machucar por outro motivo, tiva do direito à cidade, mas do deslocamento dessa população
arrependa-se e peça desculpas sinceras e tente nunca mais para longe das vistas do “progresso” e do “moderno”. [...]
machucar, tente com afinco. Evite criticar as pessoas; como Em resumo, a ausência de políticas de inclusão é em si
o mundo dá muitas voltas, um dia você pode ser o criticado. uma política. Em algumas das grandes cidades brasileiras, as
Aceite as pessoas como são, não tente mudá-las, seja humilde leis que regulam o comércio ambulante apenas aparentemen-
e aceite os seus erros. te servem para incluir, quando, na verdade, são instrumentos
Esses comportamentos não resolvem os problemas, mas de exclusão dos trabalhadores das ruas.
podem evitá-los. O nosso futuro pode ser um passado legal,
ALCÂNTARA, A.; SAMPAIO, G.; ITIKAWA, L. Comércio ambulante: sob
depende apenas de nós.
as franjas do sistema. Disponível em: http://www.cartacapital. com.br/
Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/33414/1/ sociedade/sob-as-franjas-do-sistema-o-comercio-ambulante-nas-grandes-
NAOTRANSFORME-O-SEU-FUTURO-EM-UM-PASSADO-QUE-VOCEPOSSA-SE- cidades-325.html. Acesso em: 26 dez. 2013. Adaptado.
ARREPENDER-/pagina1.html (adaptado) Acesso em: 9 abril/2010.
No trecho “deixando um grande contingente de trabalhadores
O termo destacado expressa uma circunstância de causa em à mercê da falta de planejamento e vulnerável à corrupção e à
a) “entretanto, pelas inseguranças, medos e raivas,” violência.”, o segmento introduzido pela expressão destacada
b) “..que impactam pelo resto da vida,” expressa uma circunstância de
c) “No direito e na medicina isso é mais complexo,” a) modo.
d) “pode ser perfeitamente aplicável daqui a um tempo.” b) dúvida.
e) “..e, com absoluta certeza,” c) finalidade.
d) proporção.
e) consequência.
Æ ADVÉRBIO
114. (CESGRANRIO – 2011) Texto
113. (CESGRANRIO – 2014)
Vista cansada
Comércio ambulante: sob as franjas do sistema
Definir uma política para a economia informal – ou mais Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada
especificamente para o comércio ambulante – significa situá-la coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última
em contextos de desigualdade, entendendo de que maneira ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem
ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimen-
funcional para a manutenção dos monopólios de poder políti- te. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
78 co e econômico. não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
24
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse a) O diretor pediu para mim fazer esse documento.
o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é b) No almoço, vou pedir um bife a moda da casa.
que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Expe-
rimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. c) A noite, costumo dar uma volta com o meu cachorrinho.
Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, d) Não dirijo a palavra aquelas pessoas.
já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é e) A prova consiste em duas páginas.
como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se
alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho,
117. (CESGRANRIO – 2011) Em qual dos pares de frases abaixo o
você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissio-
nal que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu a destacado deve apresentar acento grave indicativo da crase?
escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. a) Sempre que possível não trabalhava a noite. / Não se referia
Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma a pessoas que não participaram do seminário.
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de b) Não conte a ninguém que receberei um aumento salarial. /
falecer. Sua curiosidade aumentava a medida que lia o relatório.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não c) Após o julgamento, ficaram frente a frente com o acusado. /
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, Seu comportamento descontrolado levou-o a uma situação
o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse irremediável.
uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém
desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a d) O auditório IV fica, no segundo andar, a esquerda. / O bom
voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E funcionário vive a espera de uma promoção.
vemos? Não, não vemos. e) Aja com cautela porque nem todos são iguais a você. / Por
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos recomendação do médico da empresa, caminhava da qua-
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver dra dois a dez.
pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca
viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso
existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos.
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
RESENDE, O. L. Disponível em: http://www.releituras.com/olresende_vista.
Æ ACENTUAÇÃO
asp Acesso em: 21 dez. 2010. (Adaptado)
118. (CESGRANRIO – 2016) Texto
“... e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência.” Do fogo às lâmpadas de LED
“isso existe às pampas.”
Ao longo de nossa evolução, desenvolvemos uma forma
Quais as locuções destacadas que encerram, respectivamente, muito eficiente de detectar a luz: nosso olho. Esse órgão nos
as mesmas circunstâncias das destacadas nos trechos transcri- permite enxergar formas e cores de maneira ímpar. O que
tos acima? denominamos luz no cotidiano é, de fato, uma onda eletro-
a) Aos poucos, ele ia percebendo que não precisava mais dela. magnética que não é muito diferente, por exemplo, das ondas
/ Nada em volta causava mais surpresa. de rádio ou micro-ondas, usadas em comunicação via celular,
b) Saiu às pressas porque tinha um compromisso. / De vez em ou dos raios X, empregados em exames médicos.
quando, é preciso repensar as estratégias. Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem
c) Vá em frente que você encontrará o que procura. / De modo buscou o desenvolvimento de fontes de iluminação artificial.
algum aceitarei a proposta feita pelo meu superior. Os primeiros humanos recolhiam restos de queimadas natu-
rais, mantendo as chamas em fogueiras. Posteriormente, des-
d) Em breve, estarei terminando de escrever minha biografia.
cobriu-se que o fogo poderia ser produzido ao se atritarem
/ Trabalhou em excesso para apresentar seu projeto final.
pedras ou madeiras, dando o primeiro passo rumo à tecnolo-
e) A notícia chegou de súbito causando, assim, um gran- gia de iluminação artificial.
de impacto. / Hoje em dia, as pessoas pensam mais nelas
A necessidade de transporte e manutenção do fogo levou
próprias.
ao desenvolvimento de dispositivos de iluminação mais com-
pactos e de maior durabilidade. Assim, há cerca de 50 mil
anos, surgiram as primeiras lâmpadas a óleo, feitas a partir de
rochas e conchas, tendo, como pavio, fibras vegetais que quei-
mavam em óleo animal ou vegetal. Mais tarde, a eficiência des-
Æ CRASE ses dispositivos foi aumentada, com o uso de óleo de tecidos
gordurosos de animais marinhos, como baleias e focas.
115. (CESGRANRIO – 2018) De acordo com a norma-padrão, o
acento grave indicador da crase deve ser utilizado obrigatoria- As lâmpadas a óleo não eram adequadas para que áreas
mente em maiores (ruas, praças etc.) fossem iluminadas, o que motivou
o surgimento das lâmpadas a gás obtido por meio da destila-
a) As emissões de gases do efeito estufa têm ocasionado as
ção do carvão mineral. Esse gás poderia ser transportado por
principais mudanças climáticas no planeta.
tubulações ao local de consumo e inflamado para produzir luz.
b) As pesquisas de opinião mostram que, para os brasileiros,
O domínio da tecnologia de geração de energia elétrica e
a mudança climática é maior ameaça a população do que a
o entendimento de efeitos associados à passagem de corrente
violência urbana.
elétrica em materiais viabilizaram o desenvolvimento de novas
c) O aumento da temperatura do planeta é consequência de tecnologias de iluminação: lâmpadas incandescentes, com fila-
ações humanas tomadas a partir da Revolução Industrial, mentos de bambu carbonizado, que garantem durabilidade de
no século 18. cerca de 1,2 mil horas à sua lâmpada; e as lâmpadas halóge-
d) O Greenpeace trabalha para pressionar governos e empre- nas, com maior vida útil e luz com maior intensidade e mais
sas a diminuir as emissões de gases de efeito estufa. parecida com a luz solar.
e) O aquecimento global pode levar o planeta a situações irre- AZEVEDO, E. R.; NUNES, L. A. O. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto
versíveis para a humanidade. Ciência Hoje. n. 327, julho 2015, p. 38-40. Disponível em: http://cienciahoje.
uol.com.br/revista-ch/2015/327/ do-fogo-as-lampadas-led. Acesso em: 4 ago.
2015. Adaptado.
116. (CESGRANRIO – 2012) A frase redigida de acordo com a nor- Todas as palavras do grupo devem receber corretamente acen-
ma-padrão é: tuação gráfica em:
25
a) tranquilo, paciente, poetico. pichadores com mais de 40 anos —, ou porque ele selecionou
b) juri, nautico, inevitavel. algum sucessor para carregar o nome para a frente.
c) heroico, politico, item. Criado na cidade de São Paulo nos anos 80, o estilo mais
popular é chamado de pichação reta e é respeitado por todos
d) consciente, gratuito, facil.
os adeptos. É vandalismo, sim, com marca registrada.
e) presente, paises, inflamavel.
Mundo Estranho. S. Paulo: Abril, n. 147, dez. 2013, p. 46.
Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, b) as contradições existenciais do homem não lhe fazem
sentido.
é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção,
ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava c) o homem tinha atitudes de ameaça ao marciano.
ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para d) o homem e o marciano não teriam chance de travar qual-
que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novi- quer tipo de interação.
dades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas
e) o encontro na rua foi casual, tendo o marciano se assustado
por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada. com a aparência física do homem.
Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o
elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui
a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje.
Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar 125. (CESGRANRIO – 2010)
no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo Os antigos e a memória
motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito. Os antigos gregos consideravam a memória uma entida-
Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total des- de sobrenatural ou divina: era a deusa Mnemosyne, mãe das
preocupação com essa busca. Musas, que protegem as artes e a história. A deusa Memória
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e
a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se con- de relembrá-lo para a coletividade. Tinha o poder de conferir
imortalidade aos mortais, pois, quando o artista ou o historia-
centrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidia-
dor registram em suas obras a fisionomia, os gestos, os atos,
no e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é
os feitos e as palavras de um humano, este nunca será esque-
possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também.
cido e, por isso, tornando-se memorável, não morrerá jamais.
Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum Os historiadores antigos colocavam suas obras sob a prote-
proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado ção das Musas, escreviam para que não fossem perdidos os fei-
consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que tos memoráveis dos humanos e para que servissem de exemplo
foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se às gerações futuras. Dizia Cícero: “A história é mestra da vida”.
estar vivo. A memória é, pois, inseparável do sentimento do tempo ou da
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não percepção/experiência do tempo como algo que escoa ou passa.
se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não A importância da memória não se limitava à poesia e à
se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido história, mas também aparecia com muita força e clareza na
contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. medicina dos antigos. Um aforismo, atribuído a Hipócrates, o
Apenas fazem o melhor que podem. pai da medicina, dizia:
27
A vida é breve, a arte é longa, a ocasião é fugidia, a expe- Em relação às ideias apresentadas no parágrafo do Texto, é cor-
riência é traidora e o julgamento é difícil. O médico precisa reto afirmar que a(o)
estar sempre atento não só para fazer o que convém, mas a) experimentação é causa da ação.
também para conseguir a cooperação do paciente.
b) realização precede a ação.
Qual a ajuda ou cooperação trazida pelo paciente ao médi-
co? Sua memória. O médico antigo praticava com o paciente a c) pensamento sucede a ação.
anamnese, isto é, a reminiscência. Por meio de perguntas, fazia d) sentimento antecede o pensamento.
o paciente lembrar-se de todas as circunstâncias que antecede-
e) aprendizado é consequência da experimentação.
ram o momento em que ficara doente e as circunstâncias em
que adoecera, pois essas lembranças auxiliavam o médico a
fazer o diagnóstico e a receitar remédios, cirurgias e dietas que
correspondiam à necessidade específica da cura do paciente.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2008, p. 138-139.
Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS)
“..Mnemosyne, mãe das Musas,” (l.1) e “..deusa Memória..” (l. 2) no
texto referem-se 127. (CESGRANRIO – 2012) Texto II
b) a mais de uma entidade grega. A maior parte dos sabores que sentimos ao provar alimen-
tos industrializados não vêm de ingredientes de verdade. Gos-
c) à capacidade humana de lembrar e de esquecer. to de cogumelos, coco ou morango, nesse caso, é resultado de
d) à arte e à técnica da reminiscência. combinações de ácidos, cetonas, aldeídos.
e) às protetoras das artes e da história. Além das substâncias químicas, extratos naturais também
entram na equação para dar sabor e aroma aos alimentos pro-
duzidos nas fábricas. Há 3 formas de tudo isso ir parar em um
produto. Quando você lê “aroma natural”, quer dizer que ele
126. (CESGRANRIO – 2010) Texto I
foi obtido por meio de processos físicos que usam matéria-pri-
O profissional holístico ma, retiram sua essência e aplicam no alimento. Se está escrito
Não nascemos profissionais, nos tornamos a partir de “idêntico ao natural”, foi criado sinteticamente em laboratório
um processo de crescimento, amadurecimento, vivências e para replicar essas moléculas encontradas na natureza. Por
experiências com determinadas áreas e atividades. Cada vez último, “artificial” no rótulo significa que os aromistas criaram
mais o mercado exige de nós a capacidade de atuarmos em moléculas que não existem na natureza, a partir das substân-
áreas que não são efetivamente de nossa preferência e pas- cias de laboratório.
sa a exigir flexibilidade para entender que podemos adquirir
novos conhecimentos, além de desenvolvermos habilidades e As sintéticas são as mais usadas por serem mais baratas.
atitudes importantes, de modo a contribuir para o processo Para se ter uma ideia, é necessário espremer uma tonelada de
de conquista da posição em que pretendemos estar no futuro. limões para obter cerca de 3 quilos do óleo essencial usado no
“aroma natural”. O processo encarece o produto e, por isso, é
O profissional holístico é composto de uma totalidade, em
menos comum nessa indústria. Ser artificial, porém, não signi-
que o pensar, o sentir e o querer são as energias básicas para
fica que o aroma faz mal à saúde. Antes de enviar as moléculas
a realização. O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir. Essa
esfera nos coloca em contato com a experimentação e conse- às fábricas de alimentos, elas passam por testes de toxicologia
quentemente nos leva ao aprendizado. em instituições independentes.
Cada atividade que realizamos faz parte de um quadro PONTES, F; AFFARO, Victor. Revista Galileu. São Paulo: Globo, out. 2011, p.
maior, onde as peças se completam e se somam ao alcance do 74-77. Adaptado.
objetivo final. São estágios nos quais se obtêm informações,
novo olhar, e se desenvolvem capacidades na direção da área Considere o comportamento do verbo em destaque, emprega-
ou profissão escolhida. do no Texto II, quanto à sua regência, em “para dar sabor e aro-
ma aos alimentos”.
Neste contexto, é importante que se compreenda a ideia
holística, o pensar sistemicamente, ou seja, entender que as O trecho do Texto II cujo verbo apresenta a mesma regência é:
ações, a existência e as demais ocorrências do dia a dia não são a) “Quando você lê ‘aroma natural’ ”
isoladas. Está conectado a outros acontecimentos ou à vida de
b) “ ‘artificial’ no rótulo significa que os aromistas”
outras pessoas e organizações. Pensar e agir sistemicamente
não são privilégios, mas, sim, necessidades, e cabem a todos, c) “que não existem na natureza,”
estejam atuando onde estiverem. d) “O processo encarece o produto”
Encare qualquer emprego, tarefa, apresentação ou outra e) “enviar as moléculas às fábricas de alimentos”
prática como uma licença para aprender. Faça muitas pergun-
tas, pense como cliente, observe o processo total do qual faz
parte e como ele pode ser melhorado. O importante é estar
engajado psicologicamente nas tarefas e conexões, e estar 128. (CESGRANRIO – 2011) Substituindo o verbo destacado por
aberto para aprender. Em outras palavras: o esforço faz a outro, a frase, quanto à regência verbal, torna-se INCORRETA
diferença. em:
As qualidades mais importantes para a construção de uma a) O líder da equipe, finalmente, viu a apresentação do projeto.
carreira de sucesso não são atributos congênitos como, por / O líder da equipe, finalmente, assistiu à apresentação do
exemplo, altura ou cor dos olhos, mas a flexibilidade, a tolerân- projeto.
cia à incerteza, a capacidade de levantar-se depois da queda. É
tornar-se um autoaprendiz, é encontrar o seu caminho com o b) Mesmo não concordando, ele acatou as ordens do seu supe-
coração, é usar o processo de autorreflexão e de uma revisão rior. / Mesmo não concordando, ele obedeceu às ordens do
constante de importantes verdades a respeito de nós mesmos. seu superior.
Redescobrir a estrada que percorremos ao longo da vida, ain- c) Gostava de recordar os fatos de sua infância. / Gostava de
da que você seja jovem. lembrar dos fatos de sua infância.
Certa vez, alguém perguntou a um velho se ele tinha cresci- d) O candidato desejava uma melhor colocação no ranking. / O
do naquela cidade. A resposta dele foi: “ainda não”. O processo candidato aspirava a uma melhor colocação no ranking.
de crescimento é contínuo, essa é a mensagem que nos ensina
a resposta do velho sábio. e) Naquele momento, o empresário trocou a família pela car-
reira. / Naquele momento, o empresário preferiu a carreira
OLIVEIRA, Â. O profissional holístico. Disponível em: http://www.rh.com.br/ à família.
Portal/Carreira/Artigo/6136o-profissional-holistico.html. Acesso em: 15 dez
2009. (com adaptações)
28
129. (CESGRANRIO – 2010) Segundo o registro culto e formal da As redes sociais, onde as ideias e as opiniões deveriam tra-
língua, a regência do verbo destacado está correta em fegar livremente, se transformaram num espaço policialesco
a) O homem lembrou-se a infância ao ver a criança. em que a crítica é substituída pela vigilância. A vigilância exige
convicções esféricas, maciças, impenetráveis, perfeitas. A vigi-
b) Depois de algum tempo, pagou o seu amigo o que devia.
lância deve adquirir aquela solidez própria da turba enfureci-
c) Boas ações implicam benefícios futuros. da, disposta ao linchamento.
d) Os inimigos aspiravam a derrota de alguém vulnerável. A Declaração dos Direitos Humanos, na esteira do pensa-
e) De um modo geral, respeitava aos princípios básicos da mento liberal e progressista dos séculos XIX e XX, imaginou que
ética. a igualdade e a diferença seriam indissociáveis na sociedade
moderna e deveriam subsistir reconciliadas, sob as leis de um
Estado ético. Esse Estado permitiria ao cidadão preservar sua
diferença em relação aos outros e, ao mesmo tempo, harmo-
nizá-la entre si, manter a integridade do todo. Mas as trans-
Æ ADJETIVO formações econômicas das sociedades modernas suscitaram
o bloqueio das tentativas de impor o Estado ético e reforça-
130. (CESGRANRIO – 2014) ram, na verdade, a fragmentação e o individualismo agressivo
A polêmica das biografias e “argentário”. Assim, a “ética” contemporânea não é capaz de
resistir à degradação das liberdades e sua transmutação em
A liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos
pelas demais prerrogativas dos cidadãos: honra, privacidade etc. arma de vigilância e de assassinato de reputações.
A jornalista Hildegard Angel fulminou no Twitter: “Num BELLUZZO Luiz G. A polêmica das biografias. Disponível em: http://www.
cartacapital.com.br/revista/771/a-polemica- -das-biografias-3204.html.
país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral as bio-
Acesso em: 24 nov. 2013.
grafias de bandeja pros grupos editoriais argentários”.
A controvérsia em torno das biografias é a prova da des- Considere o adjunto adnominal destacado abaixo.
ditosa barafunda institucional que atormenta o Brasil. Nos
“a mais alta aspiração do homem comum”.
códigos das sociedades modernas, aquelas que acolheram
os princípios do Estado Democrático de Direito, a liberdade Esse termo assume, no contexto, o papel de indicar o sentido de
de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais a) generalização.
prerrogativas dos cidadãos: a privacidade, a honra, o direito de
resposta a ofensas e desqualificações lançadas publicamente b) depreciação.
contra a integridade moral dos indivíduos. c) especificação.
Em 17 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos d) contradição.
Direitos Humanos afirmava: “O desprezo e o desrespeito pelos e) exaltação.
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram
a consciência da Humanidade e o advento de um mundo em
que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da
liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspiração do homem comum”.
Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da Æ LOCUÇÃO VERBAL
declaração. Naquela ocasião, percebi claramente que os fantas-
131. (CESGRANRIO – 2011) Texto
mas dos traumas nascidos das experiências totalitárias dos anos
1930 ainda assombram os homens, seus direitos e liberdades. A redescoberta do Brasil
Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel,
interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou o capitão-mor Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de
na sua correspondência – atenção! –, tampouco são toleráveis Caminha já estavam mortos havia mais de duas décadas,
ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à começaria a surgir em Lisboa a tese de que o Brasil fora desco-
proteção da lei contra tais interferências ou ataques. O cidadão berto(a) por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e historia-
(note o leitor, o cidadão) tem direito à liberdade de opinião e de dores oficiais da corte. [..]
expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência,
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio
por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas
reais descreveram(b) o descobrimento do Brasil com base na
É proibido proibir, assim como é garantido o direito de
chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão intrigante é
retrucar e processar. O presidente do Supremo Tribunal Fede-
que em nenhum momento o “piloto anônimo” faz menção à
ral, Joaquim Barbosa, sugeriu a imposição de pesadas penas
tempestade que, segundo os cronistas reais, teria feito Cabral
pecuniárias aos detratores “argentários” que se valem das ina-
ceitáveis demoras da Justiça. “desviar- se” de sua rota. Embora a carta de Caminha não
tenha servido de fonte para os textos redigidos pelos cronistas
No Brasil de hoje não impera a expressão livre das ideias,
oficiais do reino, esse documento também não se refere a tor-
mas predomina o que Deleuze chamou de Poder das Potên-
menta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o desapa-
cias. Já tratei aqui desse tema, mas vou insistir. Nos tempos da
recimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas
sociedade de massa e do aparato de comunicação abrigado na
grande mídia, as Potências estão desinteressadas em sufocar depois da partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente
a crítica ou as ideias desviantes. Não se ocupam mais dessa que esse navio sumiu “sem que houvesse tempo forte ou con-
banalidade. Elas se dedicam a algo muito mais importante: trário para poder ser”.
fabricam os espaços da literatura, do econômico, do político, Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Rela-
espaços completamente reacionários, pré-moldados e mas- ção do Piloto Anônimo parece revelar que tudo na viagem de
sacrantes. “É bem pior que uma censura”, continua Deleuze, Cabral decorreu na mais absoluta normalidade e que a abertu-
“pois a censura provoca efervescências subterrâneas, mas as ra de seu rumo para oeste foi proposital. De fato, é difícil supor
Potências querem tornar isso impossível”. que a frota pudesse ter-se desviado “por acaso” de sua rota
Nos espaços fabricados pelas Potências não é possível quando se sabe – a partir das medições astronômicas feitas
manter conversações, porque neles a norma não é a argumen- por Mestre João – que os pilotos de Cabral julgavam estar ain-
tação, mas o exercício da animosidade sob todos os seus dis- da mais a oeste do que de fato estavam. [..]
farces, a prática desbragada da agressividade a propósito de
Reescrevendo a História:
tudo e de todos, presentes ou ausentes, amigos ou inimigos.
Não se trata de compreender o outro, mas de vigiá-lo. “Estra- Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos
nho ideal policialesco, o de ser a má consciência de alguém”, episódios que cercavam o descobrimento do Brasil pudessem
diz Deleuze. começar a ser, eles próprios, redescobertos.
29
O primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por “Não me consta que já houvesse um ‘diferenciado’ negativa-
Pero Vaz de Caminha – que por quase três séculos estivera per- mente marcado.”
dida(c) em arquivos empoeirados. [..] O documento foi publi- A respeito da ocorrência da forma verbal houvesse, destacada
cado pela primeira vez em 1817, pelo padre Aires do Casal, no no trecho, teceram-se os seguintes comentários:
livro Corografia Brazílica. Ainda assim, a versão lançada por
I. A forma verbal houvesse, nessa estrutura, tem valor de
Aires do Casal era deficiente e incompleta [..]. A “redescoberta”
existisse, e se apresenta como verbo impessoal.
do Brasil teria que aguardar(d) mais algumas décadas.
II. O verbo haver, quando impessoal, transmite sua impes-
Não por coincidência, ela se iniciou no auge do Segundo
soalidade a auxiliares.
Reinado. Foi nesse período cheio de glórias que o país, enri-
quecido pelo café, voltou os olhos para a própria história. Por III. A forma verbal houvesse, nesse trecho, desempenha uma
determinação de D. Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico função de verbo auxiliar.
Brasileiro (fundado em 1838) foi incumbido(e) de desvendar os É correto o que se afirma em
mistérios que cercavam o descobrimento do Brasil. [..] a) I, apenas.
Ainda assim, a teoria da intencionalidade [..] e a tese da b) II, apenas.
descoberta casual [..] não puderam, e talvez jamais possam,
c) I e II, apenas.
ser definitivamente comprovadas. Por mais profundas e deta-
lhadas que sejam as análises feitas sobre os três únicos docu- d) I e III, apenas.
mentos originais relativos à viagem (as cartas de Pero Vaz de e) I, II e III.
Caminha, do Mestre João e do “piloto anônimo”), elas não são
suficientes para provar se o descobrimento de Cabral obede-
ceu a um plano preestabelecido ou se foi meramente casual.
133. (CESGRANRIO – 2010)
BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva,
A vista
1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 127-130. Adaptado.
Estava falando(a) ao telefone com um velho amigo, que
Sem prejuízo do sentido original apresentado no Texto, a forma mora há anos fora e com quem não tinha contato há muito
verbal que pode ser substituída pela locução ao lado é: tempo. Como tenho o costume de andar de um lado para
outro quando estou ao telefone (sem fio, claro), caminhei até
a) fora descoberto – tinha sido descoberto.
a janela e, meio distraída, me peguei olhando para o terraço
b) descreveram – tenham descrito. diante de mim, um estacionamento que vive repleto de carros.
c) estivera perdida – tem estado perdida. É uma visão que me desgosta, pois, no passado, quando o sho-
d) teria que aguardar – tivera que aguardar. pping vizinho ainda não tinha sido construído(b), toda a beleza
da Lagoa Rodrigo de Freitas se descortinava à minha frente.
e) foi incumbido – fora incumbido.
– Sabe de uma coisa que nunca lhe contei? – disse a meu
amigo. – Eu perdi a vista.
Houve alguns segundos de silêncio do outro lado do fio.
132. (CESGRANRIO – 2011) Texto II Imaginei o que ele estava sentindo. Como me conhece desde
Palavra pejorativa adolescente, muitas vezes se debruçou na janela da minha sala
para apreciar, de dia ou de noite, aquela beleza toda: de dia, o
O uso do termo “diferenciada” com sentido negativo res-
espelho d’água com seus diferentes matizes, variando segundo
suscita o preconceito de classe
a hora e a estação do ano, e por trás a sinuosidade das monta-
“Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações nhas, do Sumaré ao Cantagalo, passando pelo paredão do Cor-
do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada.” As covado; à noite, o mesmo espelho, só que transformado numa
palavras atribuídas à psicóloga Guiomar Ferreira, moradora há miríade de luzes, os prédios acesos duplicados nas águas, ten-
26 anos do bairro Higienópolis, em São Paulo, colocaram lenha do ao fundo o paredão escuro – então quase invisível – das
na polêmica sobre a construção de uma estação de metrô na montanhas silenciosas. E mais as festas, os fogos, as noites de
região, onde se concentra parte da elite paulistana. Guiomar lua. E mais os domingos de regata, a água da Lagoa pontilhada
nega ser a autora da frase. Mas a autoria, convenhamos, é o de de velas brancas ou riscada pelos barcos a remo. E ainda, mais
menos. A menção a camelôs e usuários do transporte público recentemente, nos Natais, a árvore e seus brilhos, suas luzes
ressuscitou velhos preconceitos de classe, e pode deixar como mutantes, acendendo a água, deixando entrever no espelho
lembrança a volta de um clichê: o termo “diferenciada”. noturno as figuras minúsculas e curiosas dos pedalinhos. Todo
A palavra nunca fora usada até então com viés pejorativo um mundo de beleza que sempre atiçou minha imaginação,
no Brasil. Habitava o jargão corporativo e publicitário, sendo enquanto tentava pensar em como é a vida dos homens que
usada como sinônimo vago de algo “especial”, “destacado” ou dormem dentro daquela engrenagem, por entre os ferros que
“diferente” (sempre para melhor). sustentam milhares de pequenas lâmpadas.
– Não me consta que já houvesse um “diferenciado” nega- Tudo isso talvez estivesse passando na mente de meu
amigo naqueles segundos de silêncio – ou terá sido na minha
tivamente marcado. Não tenho nenhum conhecimento de
própria?
existência desse “clichê”. Parece-me que a origem, aí, foi abso-
lutamente episódica, nascida da infeliz declaração – explica O silêncio continuava. Meu amigo devia estar chocado. Eu,
Maria Helena Moura Neves, professora da Unesp de Araraqua- já nem tanto. Tenho procurado(c) me acostumar. Afinal, é bom
ra (SP) e do Mackenzie. ter um shopping tão pertinho, com teatro, cinemas, uma livra-
ria querida. A princípio, achava que jamais iria lá, mas aos pou-
Para a professora, o termo pode até ganhar as ruas com o
cos fui me conformando. Hoje até passeio por suas lojas, faço
sentido negativo, mas não devido a um deslizamento semân-
ali as compras de última hora, pela conveniência de ter tudo
tico natural. Por natural, entenda-se uma direção semântica
aberto até mais tarde – embora ainda continue sempre dando
provocada pela configuração de sentido do termo originário. preferência às lojas de rua.
No verbo “diferenciar”, algo que “se diferencia” será bom, ao
contrário do que ocorreu com o verbo “discriminar”, por exem- Com o passar dos anos, até já esqueci o inferno que foi
plo. Ao virar “discriminado”, implicou algo negativo. Maria a construção do shopping, o metralhar de mil britadeiras ao
Helena, porém, não crê que a nova acepção de “diferenciado” mesmo tempo, o som surdo do bate-estacas, o estalar dos
tenha vida longa. metais, a poeira fina, o cheiro de piche, o dia todo, de manhã
à noite, dia após dia, semana após semana, meses e meses,
– Não deve vingar, a não ser como chiste, aquelas coisas que um ano depois do outro. Foram sete anos. Sete anos, como
vêm entre aspas, de brincadeira – emenda ela. [..] no sacrifício do pastor que servia a Labão. Sete anos vendo a
MURANO, Edgard. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos. pedreira da minha infância sendo raspada, retalhada e final-
asp?codigo=12327. Acesso em: 05 jul. 2011. Adaptado. mente morta, sem piedade.
30
A pedreira aonde, no início dos anos 1960, eu ia com meu a) O fumo é nocivo à saúde – O fumo é danoso com a saúde.
irmão e seus amigos para soltar pipa. Se fecho os olhos, quase b) Apaguei todas as lembranças do passado – Apaguei todas
posso sentir o contato morno da pedra que guardava o sol, o
as memórias do passado.
cheiro do capim balançando ao vento. Mas tudo isso acabou,
paciência. O Leblon mudou, o mundo mudou, o que fazer? Não c) Ela é hábil para trabalhos manuais – Ela tem habilidade
gosto de saudosismo. Há tantas coisas boas por aí, não é? com trabalhos manuais.
Do outro lado do fio, meu amigo continuava mudo. E então d) Suas ideias não estão compatíveis com os meus interesses
falou: – Suas ideias são incompatíveis aos meus interesses.
– Você perdeu.. o quê? e) Tenho loucura por conhecer a Europa – Sou louco a conhe-
– Perdi a vista – repeti. – Acho que ainda não tinha contado. cer a Europa.
Ou tinha?
E só então me dei conta de que a frase guardava dois signi-
ficados: aquilo poderia querer dizer que eu perdera(d) a visão.
Isso explicaria(e) o silêncio prolongado dele. Então me apressei
a completar: Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)
– Estou falando do shopping que construíram aqui. Não dá
mais para ver a Lagoa da minha janela. 136. (CESGRANRIO – 2014) De acordo com a norma-padrão, a
Meu amigo riu, eu também. E acabamos falando daquele concordância entre os dois pares de vocábulos está adequada
provérbio chinês, do homem que, reclamando de não ter sapa- em:
tos, encontra um que não tem pés. Desliguei o telefone e dei a) pouco distraída – meio desligadas.
um suspiro. Que bom que só preciso de óculos para leitura. E
b) poucos distraídos – meios desligados.
quando quiser ver a Lagoa, ainda posso ir até suas margens e
encher os olhos. c) poucos distraídos – meia desligada.
SEIXAS, H.. In: Seleções, jun. 2009. d) pouco distraído – meias desligadas.
e) pouca distraída – meia desligadas.
Dentre as formas verbais destacadas, aquela que pode ser
substituída, no texto, pela alternativa apresentada à sua direita,
mantendo-se o sentido e a correção gramatical, é
a) “Estava falando..” – falei
b) “..tinha sido construído,”– foi construído Æ ACENTUAÇÃO
c) “Tenho procurado..”– procurei
d) “..perdera..”– tinha perdido 137. (CESGRANRIO – 2015) Leia o texto para responder às
questões.
e) “..explicaria..”– havia explicado
Cartilha orienta consumidor
Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com
o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas
Æ ORTOGRAFIA - CASOS GERAIS E EMPREGO DAS e reclamações mais comuns recebidas pelas duas entidades.
LETRAS O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (Sin-
dilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro
134. (CESGRANRIO – 2014) Leia o texto para responder às (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e
questões. consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de
Ando meio desligado dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a
Ando meio desligado cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção
Eu nem sinto meus pés no chão Olho e não vejo nada e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
Eu só penso se você me quer Eu nem vejo a hora de lhe Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de
dizer Aquilo tudo que eu decorei direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação
destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consu-
E depois o beijo que eu já sonhei Você vai sentir, mas..
midor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações
Por favor, não leve a mal mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio,
Eu só quero que você me queira Não leve a mal como pelo Procon-RJ.
BAPTISTA, A.; LEE, R.; DIAS, S. Ando meio desligado. Intérprete: Os Mutantes. “A partir da conscientização de consumidores e lojistas
In: MUTANTES. A divina comédia ou Ando meio desligado. Rio de Janeiro:
Polydor/Polyfar. p1970. 1 disco sonoro,
sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o cres-
cimento sustentável das empresas, tendo como base a ética, a
Lado 1, faixa 1 (3 min 2s). qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao con-
O seguinte par de palavras (verbo e substantivo a ele relaciona- sumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio,
do) está grafado corretamente: Aldo Gonçalves.
a) Escavar - excavação. Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprome-
tidas em promover mudanças que propiciem o avanço das rela-
b) Expulsar - espulsão.
ções de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca.
c) Expandir - espansão.
“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos
d) Explicar - esplicação. seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer
e) Estender - extensão. bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para
seus fornecedores.
Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.
Estou convencido de que tais objetos, embora inanimados, c) talvez saia vitorioso.
têm um pacto secreto com o demônio, para me atormentar: d) gostaria de sair vitorioso.
eles se escondem. e) quem sabe eu possa sair vitorioso.
Recentemente, descobri a maneira infalível de derrotá-
-los. Ainda há pouco quis acender um cigarro, dei por falta
do isqueiro. Em vez de procurá-lo freneticamente, como já fiz
tantas vezes, abrindo e fechando gavetas, revirando a casa fei-
to doido, para acabar plantado no meio da sala apalpando os
Æ CONJUNÇÃO
bolsos vazios como um tarado, levantei- me com naturalidade
sem olhar para lugar nenhum e fui olimpicamente à cozinha 148. (CESGRANRIO – 2014) O trecho do texto “não telefono para
apanhar uma caixa de fósforos. ninguém até que minha caderneta resolva aparecer.” pode ser
Ao voltar — eu sabia! — dei com o bichinho ali mesmo, na reescrito, mantendo-se o sentido original, da seguinte forma:
ponta da mesa, bem diante do meu nariz, a olhar-me desapon-
a) Não telefono para ninguém ainda que minha caderneta
tado. Tenho a certeza de que ele saiu de seu esconderijo para
resolva aparecer.
me espiar.
b) Se minha caderneta resolver aparecer, até telefono para
Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio
de casa sem chaves e bato na porta ao voltar; compro outro alguém.
maço de cigarros na esquina, uma nova caneta, mais um par c) Caso minha caderneta resolva aparecer, não telefonarei
de óculos escuros; e não telefono para ninguém até que minha para ninguém.
caderneta resolva aparecer. É uma guerra sem tréguas, mas d) Quando eu telefonar para alguém, minha caderneta vai
hei de sair vitorioso. [...] resolver aparecer.
Alarmado, confidenciei a um amigo este e outros pequenos
e) Só telefono para alguém quando minha caderneta resolver
lapsos que me têm ocorrido, mas ele me consolou de pronto,
aparecer.
contando as distrações de um tio seu, perto do qual não passo
de um mero principiante.
Trata-se de um desses que põem o guarda-chuva na cama
e se dependuram no cabide, como manda a anedota. Já saiu
à rua com o chapéu da esposa na cabeça. Já cumprimentou
o trocador do ônibus quando este lhe estendeu a mão para
Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL
cobrar a passagem. Já deu parabéns à viúva na hora do velório
149. (CESGRANRIO – 2014) Dentre os trechos retirados do texto,
do marido. Certa noite, recebendo em sua casa uma visita de
a alteração da colocação do pronome oblíquo está feita de acor-
cerimônia, despertou de um rápido cochilo e se ergueu logo,
dizendo para sua mulher: “Vamos, meu bem, que já está fican- do com a norma-padrão em:
do tarde.” [...] a) “a olhar-me desapontado.” – a me olhar desapontado
Contou-me ainda o sobrinho do monstro que sair com um b) “lapsos que me têm ocorrido” – lapsos que têm ocorrido-me
sapato diferente em cada pé, tomar ônibus errado, esque- c) “Trata-se de um desses” – Se trata de um desses
cer dinheiro em casa, são coisas que ele faz quase todos os
dias. Já lhe aconteceu tanto se esquecer de almoçar como d) “Contou-me ainda o sobrinho” – Me contou ainda o sobrinho
almoçar duas vezes. Outro dia arranjou para o sobrinho um e) “Já lhe aconteceu” – Já aconteceu-lhe
33
Æ PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO, c) extremamente desatento.
ASPAS, PARÊNTESES ETC) d) muito agressivo.
e) demasiado preguiçoso.
150. (CESGRANRIO – 2014) Considere o emprego do sinal de
dois-pontos no trecho do texto “e se ergueu logo, dizendo para
sua mulher: ‘Vamos, meu bem, que já está ficando tarde’.” Esse
sinal é empregado com a mesma função em: 155. (CESGRANRIO – 2014) O trecho “Certa noite [...] ‘já está
a) “não é distração: é memória fraca mesmo”. ficando tarde’” indica, no texto, que o tio era distraído porque ele
b) “para me atormentar: eles se escondem”. a) não deveria ter dormido durante a visita.
c) “Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio b) estava na própria casa, e não teria por que sair.
de casa sem chaves” c) tinha que demonstrar respeito em relação ao visitante.
d) “me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina” d) deixou de pedir a opinião da mulher sobre a hora de voltar
e) “Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava para casa.
identificando” e) precisava esperar algum tempo, depois de acordar do
cochilo, para ir embora.
Æ CRASE
Æ ADJETIVO
151. (CESGRANRIO – 2014) Os trechos à esquerda foram retira-
dos do texto, e as expressões em destaque foram substituídas 156. (CESGRANRIO – 2013) Leia o texto para responder às
por outras no feminino. O trecho em cuja reescritura o sinal questões.
indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão
100 Coisas
é:
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer
a) “dei com o bichinho ali mesmo” – dei com à boneca ali
antes de morrer, os cem lugares que você deve conhecer
mesmo
antes de morrer, os cem pratos que você deve provar antes
b) “confidenciei a um amigo” – confidenciei à amiga de morrer. Primeiramente, me espanta o fato de todos terem
c) “põem o guarda-chuva na cama” – põem à colcha na cama a certeza absoluta de que você vai morrer. Eu prefiro encarar
d) “Contou-me ainda o sobrinho do monstro” – Contou-me a morte como uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei
ainda à sobrinha do monstro obrigada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá
pra fechar por cinquenta em vez de cem?
e) “se achar o cigarro.” – se achar à cigarrilha
Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
também mostra, como imaginei, as cem coisas que a gente
precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu uma
angústia, pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ain-
Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL) da. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári, frequentar uma
praia de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso,
152. (CESGRANRIO – 2014) Que frase está de acordo com a nor- por exemplo), visitar um vulcão ativo, correr uma maratona
ma-padrão, no que concerne à concordância? [...].
a) O amigo lhe contou que aconteceu muitos fatos engraçados Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um
com o tio. plano de ação esquematizado, mas quem fica com as crian-
b) Cada um dos objetos do narrador cismam de atormentá-lo. ças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem patrocina essa
brincadeira?
c) Já deu dez horas no relógio e ainda não encontrei minhas
chaves. Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio
está acumulado em cinquenta milhões de reais. A maioria das
d) Fazia quatro meses que o amigo não encontrava o tio
pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam com a bola-
distraído.
da, responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um
e) Chegaram para uma visita inesperada o amigo, o tio e eu. carro, uma casa na serra, outra na praia, garantir a segurança
dos filhos e guardar o resto para a velhice.
Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite
para sonhar com mais criatividade. Arranje uma dessas listas
de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com as opções
Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO) [...]. Não pense tanto em comprar mas em viver.
153. (CESGRANRIO – 2014) No texto, o narrador afirma que os Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com
objetos que desaparecem são inanimados. Que trecho contra- a minha lista de cem coisas a evitar antes de morrer. É divertido
diz essa afirmação? também, e bem mais fácil de realizar, nem precisa de dinheiro.
a) “em aflitiva procura”. MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 122-123.
Adaptado.
b) “fui olimpicamente à cozinha”.
c) “a olhar-me desapontado”. No fragmento “fazer um safári, frequentar uma praia de nudis-
d) “hei de sair vitorioso”. mo, comer algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo),
visitar um vulcão ativo”, são palavras de classes gramaticais
e) “não falar mais no assunto”.
diferentes
a) “praia” e “ativo”
161. (CESGRANRIO – 2013) O trecho que indica a crítica da auto- e) Nós reouvemos os objetos roubados na rua. (reaver).
ra sobre as listas das “100 coisas” é: Orações reduzidas
35
164. (CESGRANRIO – 2012) A oração “envolvendo o número” O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que rece-
pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, pela bia a bola e a dominava, uma sonora vaia formada por gritos
seguinte oração: que imitavam o som de macacos vinha das arquibancadas, ces-
a) por envolver o número. sando em seguida, assim que outro jogador pegava na bola.
“A gente fica muito chateado, a gente tenta competir, mas
b) que envolviam o número. fica chateado de acontecer isso em 2014, próximo da gente.
c) se envolvessem o número. Infelizmente aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida
d) já que envolvem o número. na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui, em um país tão
próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)”, lamentou o
e) quando envolveram o número. jogador em entrevista após a partida.
Hostilizado, Tinga foi além. O meio-campista declarou que
preferia não ter conquistado nenhum título em sua carreira se
pudesse viver sem o preconceito. “Eu queria, se pudesse, não
ganhar nada e ganhar esse título contra o preconceito. Trocava
Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS) todos os meus títulos pela igualdade em todas as áreas”.
165. (CESGRANRIO – 2012) A frase em que a presença ou ausên- O episódio despertou a solidariedade até do presidente do
cia da preposição está de acordo com a norma-padrão é: arquirrival Atlético-MG. “Racismo na Libertadores? Me tiraram
o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!”, postou o diri-
a) A certeza que a sorte chegará para mim é grande. gente Alexandre Kalil no Twitter.
b) Preciso de que me arranjem um emprego.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/tinga-do-cruzeiro-e-
c) Convidei à Maria para vir ao escritório. alvo-de-racismo-na-libertadores. Acesso em: 25 fev. 2014.
168. (CESGRANRIO – 2014) Leia o texto para responder às a) apontar a visão crítica do autor sobre a temática.
questões. b) resumir a ideia central contida na notícia.
TINGA, DO CRUZEIRO, É ALVO DE RACISMO NA c) destacar a derrota do Cruzeiro para o Real Garcilaso.
LIBERTADORES d) deslocar a atenção do leitor para o resultado da partida.
Jogador entrou no segundo tempo da derrota para o Real e) desconstruir a ideia de que há preconceito no futebol.
Garcilaso, do Peru. A cada vez que tocava na bola, gritos da
torcida local imitavam o som de macacos
O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando 171. (CESGRANRIO – 2014) No texto, o uso da expressão nominal
em Huancayo, no Peru, o atual campeão brasileiro perdeu para “jogadores celestes” tem por finalidade
o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em uma
a) enaltecer as qualidades do time do Cruzeiro frente ao Real
partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas
Garcilaso.
apontaram a altitude, o gramado ruim e as péssimas condições
do estádio como fatores que os prejudicaram. Mas nenhum b) apresentar a solidariedade do periódico para com o jogador
dos adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os vítima de racismo.
cruzeirenses do que uma demonstração de racismo por parte c) induzir o leitor a se compadecer do Cruzeiro em virtude do
da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga. acontecido.
36
d) garantir a clareza do texto no que toca ao estabelecimento Estou acostumado à perfidez e à ingratidão humanas, mas
de laços coesivos. sempre se falou bem do caráter das aves em geral e dos sabiás
e) eximir o Real Garcilaso da responsabilidade sobre a atitude em particular. O sabiá costuma ser fiel à sua árvore, como
racista dos torcedores. Aguinaldo foi até o fim. Estaríamos então diante de mais um
exemplo do comportamento herético das novas gerações?
Os sabiás de hoje em dia serão degenerados? Eu teria dado
algum motivo para agravo ou melindre? Ou, pior, haveria uma
172. (CESGRANRIO – 2014) No trecho do texto “Aqui, em um país possível esposa de Armando Carlos sido mais uma vítima do
tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)”, o pronome mico canalha que também mora na mangueira? Bem, talvez se
destacado faz referência tratasse de algo passageiro; podia ser que, na minha ausência,
a) às atitudes racistas da torcida peruana. para não ficar sem plateia, Armando Carlos tivesse temporaria-
mente transferido sua ribalta para o oitizeiro. Mas nada disso.
b) à tristeza do jogador frente ao racismo. À medida que o tempo passava, o concerto das dez também
c) à inexistência de atos racistas na Alemanha. soando distante e o mesmo para o recital do meio-dia, a ficha
d) ao espanto acerca da origem do racismo. acabou de cair. A mangueira agora está reduzida aos sanha-
ços, pessoal zoadeiro, inconstante e agitado; aos cardeais, cujo
e) ao descaso da torcida do Cruzeiro. coral tenta, heroica mas inutilmente, preencher a lacuna dos
sabiás.[...]
RIBEIRO, J. U. O Globo, 14 fev. 2010. (Adaptado)
173. (CESGRANRIO – 2014) No último parágrafo do texto, a cita-
ção da fala do presidente do Atlético-MG A reescritura da sentença “Embora nunca se tenha aposentado,
já mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituído,”
a) assinala a rivalidade entre Cruzeiro e Atlético-MG.
só muda seu sentido em:
b) ressalta o caráter condenável da atitude da torcida peruana.
a) Mesmo que nunca tenha se aposentado, já mostrava sinais
c) inocenta o Real Garcilaso da postura racista dos torcedores. de cansaço e era cada vez mais substituído.
d) contradiz a fala do Jogador Tinga sobre o preconceito b) Apesar de nunca ter se aposentado, já mostrava sinais de
sofrido. cansaço e era cada vez mais substituído.
e) destitui o Atlético-MG da responsabilidade sobre o ato dos c) Já mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituí-
peruanos. do, mas nunca se aposentou.
d) á mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituí-
do, ainda que nunca se tivesse aposentado.
e) Já mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituí-
do porque nunca se aposentou.
Æ CONJUNÇÃO
174. (CESGRANRIO – 2010) Leia o texto para responder às ques-
tões. Considere o texto abaixo para responder à questão
O sabiá político Æ PONTUAÇÃO (PONTO, VÍRGULA, TRAVESSÃO,
Do ano passado para cá, o setor canoro das árvores, aqui ASPAS, PARÊNTESES ETC.)
na ilha, sofreu importantes alterações. Aguinaldo, o sabiá titu-
lar e decano da mangueira, terminou por falecer, como se 175. (CESGRANRIO – 2010) Em “Mas não havia engano.”, o sinal
vinha temendo. de pontuação que NÃO pode substituir o ponto (.) é
Embora nunca se tenha aposentado, já mostrava sinais a) vírgula ( , ).
de cansaço e era cada vez mais substituído, tanto nos saraus b) ponto e vírgula ( . ).
matutinos quanto nos vespertinos, pelo sabiá-tenor Armando
c) dois pontos ( : ).
Carlos, então grande promessa jovem do bel canto no Recôn-
cavo. Morreu de velho, cercado pela admiração da coletividade, d) travessão ( – ).
pois pouco se ouviram, em toda a nossa longa história, timbre e) reticências ( .. ).
e afinação tão maviosos, além de um repertório de árias incri-
ticável, bem como diversas canções românticas. [...] Armando
Carlos também morava na mangueira e, apesar de já adivinhar
que o velho Aguinaldo não estaria mais entre nós neste verão,
eu não esperava grandes novidades na pauta das apresenta- Æ CRASE
ções artísticas na mangueira. Sofri, pois, rude surpresa, quan-
do, na sessão alvorada, pontualmente iniciada às quinze para 176. (CESGRANRIO – 2010) O sinal indicativo da crase deve ser
as cinco da manhã, o canto de Armando Carlos, em pleno vigor aplicado em qual das sentenças abaixo?
de sua pujante mocidade, soou meio distante. a) Ele é um cavalheiro a moda antiga.
Apurei os ouvidos, esfreguei as orelhas como se estives- b) Estarei na ilha a partir de amanhã.
sem empoeiradas. c) O sabiá é admirado devido a seu belo canto.
Mas não havia engano. Passei pelo portão apreensivo d) Daqui a uma hora se iniciará o recital.
quanto ao que meus sentidos me mostravam, voltei o olhar
e) O pomar fica próximo a uma horta.
para cima, vasculhei as frondes das árvores e não precisei pro-
curar muito. Na ponta de um galho alto, levantando a cabeça
para soltar pelos ares um dó arrebatador e estufando o peito
belamente ornado de tons de cobre vibrantes, Armando Carlos
principiava a função.
Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO)
Dessa vez foram meus olhos incrédulos que tive de esfre-
gar e, quando os abri novamente, a verdade era inescapável. 177. (CESGRANRIO – 2010) As “..importantes alterações.” a que se
E a verdade era – e ainda é – que ele tinha inequivocamente refere o autor são:
se mudado para o oitizeiro de meu vizinho Ary de Maninha, a) a morte inesperada de Aguinaldo e sua substituição por
festejado e premiado orador da ilha [...]. Armando Carlos.
37
b) a qualidade inigualável do canto de Aguinaldo e a tristeza da 182. (CESGRANRIO – 2015) Leia o texto para responder às
coletividade dos pássaros. questões.
c) a escolha de Armando Carlos de não substituir Aguinaldo Moeda digital deve revolucionar a sociedade
na mangueira e sua mudança para outra árvore. Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada
d) a decisão de Armando Carlos cantar um dó e não árias como e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistên-
Aguinaldo. cia através do escambo, organizado em locais públicos, decor-
rendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar
e) o fato de Armando Carlos ter escolhido um oitizeiro e não
do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os
uma mangueira, como Aguinaldo havia feito em vida.
povos já dominavam a navegação, o comércio internacional se
modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito
de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como las-
178. (CESGRANRIO – 2010) Analise as afirmativas a seguir, sobre tro elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou
os animais da ilha. bronze, metais preciosos desde sempre.
I. Os pássaros compõem uma organização de que não faz A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra
parte o mico. e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade
de riqueza acumulada tão grande que transformaria o pró-
II. O comportamento das aves serve de base à comparação prio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em
do autor com o dos seres humanos. Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo
III. Só o Armando Carlos se mudou de árvore; os outros sabiás mundo. A grande inovação na época foi o mecanismo de com-
permaneceram na mangueira. pensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um
banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor
Conforme o texto, é(são) correta(s) a(s) afirmativa(s)
de determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma
a) I, apenas. quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser trans-
b) II, apenas. portada entre continentes. Essa ordem de pagamento, hoje
reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem
c) I e II, apenas.
como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra
d) II e III, apenas. de câmbio, amplamente usada pela burguesia em transações
e) I, II e III. financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são
três as suas principais características: a cartularidade, a auto-
nomia e a abstração.
Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa
179. (CESGRANRIO – 2010) O autor sofreu “rude surpresa,” por-
pequena exegese para refletirmos que não importa a forma
que não esperava que
como a sociedade queira se organizar, ela é sempre motivada
a) Armando Carlos cantasse com tanto vigor. por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a neces-
b) a sessão alvorada se iniciasse tão cedo. sidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da
evolução da sociedade da informação, inicialmente revolucio-
c) algum sabiá ainda cantasse na mangueira.
nada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450,
d) suas orelhas estivessem empoeiradas. que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circu-
e) o canto do sabiá soasse tão distante. lação de grandes volumes de informação, e, recentemente,
o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras
culturais, transformando o mundo em uma aldeia global, seria
impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua
180. (CESGRANRIO – 2010) A “..função.” mencionada no texto se moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo
refere a para afirmação de sua identidade cultural.
a) voar. Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no
b) cantar. mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resu-
midamente, é uma moeda virtual que pode ser utilizada na
c) encher o peito.
aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mun-
d) empinar a cabeça. do virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor,
e) fazer vibrar as penas. sem cártula, e, portanto, sem lastro, uma aberração no mundo
financeiro, que, não obstante isso, tem valor.
No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está
prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações come-
çam a acenar com a possibilidade de aceitar bitcoins na com-
Æ COLOCAÇÃO PRONOMINAL pra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente
adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moe-
181. (CESGRANRIO – 2018) O pronome destacado foi utilizado da válida, estará dado o primeiro passo para a criação de um
na posição correta, segundo as exigências da norma-padrão da mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta
língua portuguesa, em: relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as
portas para novos serviços nas estruturas que se formarão não
a) Quando as carreiras tradicionais saturam-se, os futuros somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas —
profissionais têm de recorrer a outras alternativas. refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como em novos
b) Caso os responsáveis pela limpeza urbana descuidem- campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa
-se de sua tarefa, muitas doenças transmissíveis podem nova moeda.
proliferar. Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas
c) As empresas têm mantido-se atentas às leis de proteção outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao lon-
ambiental vigentes no país poderão ser penalizadas. go da história, posto que ainda é possível trocar mercadorias,
emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros
d) Os dirigentes devem esforçar-se para que os funcioná-
títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os ins-
rios tenham consciência de ações de proteção ao meio
trumentos se renovaram e se tornaram mais sofisticados, fato
ambiente. que constitui um desafio para o mundo do direito.
e) Os trabalhadores das áreas rurais nunca enganaram-se a
AVANZI, D. UOL TV Todo Dia. Disponível em: http://portal.tododia.uol.com.
respeito da importância da agricultura para a subsistência br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-
da humanidade. sociedade.php. Acesso em: 09 ago. 2015. Adaptado.
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A colocação do pronome destacado atende às exigências da b) O avanço dos serviços bancários e sucesso das moedas vir-
norma-padrão da Língua Portuguesa em: tuais, ocorridas nos últimos anos, oferecem aos usuários
a) Os clientes mais exigentes sempre comportaram-se bem conectados experiências prazerosas.
diante das medidas favoráveis oferecidas pelos bancos. c) O aumento do uso dos cartões fornecido por vários bancos
b) Efetivando-se os pagamentos com moedas virtuais, representa um dos elementos mais importantes e caracte-
os clientes terão confiança para utilizar esse recurso rísticos na área financeira do século XX.
financeiro.
d) A construção estratégica de curto e médio prazos, compatí-
c) Os usuários constantes da internet não enganam-se a res- vel com os padrões de competitividade do mercado bancá-
peito das vantagens do comércio on-line. rio, tornou os mecanismos de prevenção mais eficientes.
d) É preciso observar que a população interessa-se pelas for-
e) As tecnologias de mobilidade e a competência dos funcio-
mas de aprendizagem condizentes com a sua cultura.
nários são característicos da rede bancária na atualidade.
e) Os turistas tinham organizado-se para viajar quando as
condições econômicas melhorassem.
GABARITO
Æ REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL (CASOS GERAIS) 1 C 33 C
198. (CESGRANRIO – 2018) A regência do verbo destacado está 2 E 34 D
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua por- 3 E 35 A
tuguesa em:
4 C 36 E
a) Para ganhar espaço no mercado imobiliário, os bancos
costumam a ampliar prazos e limites e baratear o financia- 5 C 37 A
mento da casa própria. 6 D 38 E
b) O planejamento econômico é fundamental para o sucesso
7 C 39 D
de um empreendimento familiar, o que envolve ao ato de
pesquisar as melhores oportunidades disponíveis. 8 D 40 A
c) Antes de se comprometer com a aquisição de um imóvel 9 B 41 B
acima de sua renda, recomenda-se ao comprador que pes-
10 C 42 E
quise melhores condições de mercado.
11 C 43 E
d) A inadimplência ocorre quando o cidadão não acata às
cláusulas que determinam os prazos dos empréstimos 12 E 44 B
bancários.
13 A 45 A
e) Grande parte das pessoas que se candidatam a emprésti-
14 E 46 B
mos bancários aspiram a construção da casa própria.
15 B 47 B
16 C 48 C
17 D 49 B
Æ CRASE 18 C 50 D
19 B 51 B
199. (CESGRANRIO – 2018) De acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é 20 B 52 C
obrigatório na palavra destacada em: 21 A 53 B
a) Os pais, inseguros na sua tarefa de educar, não percebem
22 C 54 D
que falta de limites e superproteção comprometem a for-
mação dos filhos. 23 C 55 E
b) A indisciplina nas salas de aula aumentou a partir do 24 E 56 B
momento em que as mídias divulgaram a necessidade de
25 B 57 B
dar maior liberdade aos estudantes.
c) A atenção e a motivação são condições que levam a pessoa a 26 D 58 E
pensar e agir de forma satisfatória para desenvolver o pro- 27 C 59 B
cesso de aprendizagem.
28 B 60 B
d) As famílias e as escolas encontram-se, na atualidade, frente
29 C 61 B
a jovens com quem não conseguem estabelecer um diálogo
produtivo. 30 D 62 E
e) As escolas chegaram a etapa em que os professores estão 31 C 63 B
cada vez mais com dificuldade para exercer o seu impor-
32 B 64 D
tante papel de ensinar.
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65 C 117 D 169 A 185 D
66 A 118 B 170 B 186 E
67 E 119 D 171 D 187 B
68 D 120 A 172 A 188 C
69 C 121 C 173 B 189 A
70 A 122 C 174 E 190 B
71 E 123 E 175 A 191 E
72 E 124 B 176 A 192 A
73 B 125 A 177 C 193 E
74 B 126 E 178 C 194 D
75 B 127 E 179 E 195 C
76 C 128 C 180 B 196 A
77 C 129 D 181 D 197 C
78 E 130 A 182 B 198 C
79 E 131 A 183 D 199 E
80 B 132 C 184 C 200 C
81 B 133 D
82 A 134 E
83 E 135 B
ANOTAÇÕES
84 D 136 A
85 A 137 B
86 C 138 E
87 A 139 A
88 A 140 D
89 D 141 C
90 D 142 A
91 B 143 B
92 C 144 E
93 C 145 C
94 E 146 B
95 C 147 A
96 B 148 E
97 D 149 A
98 D 150 D
99 B 151 B
100 A 152 D
101 C 153 C
102 B 154 C
103 A 155 B
104 D 156 A
105 B 157 C
106 C 158 A
107 A 159 C
108 E 160 C
109 D 161 A
110 A 162 B
111 C 163 E
112 A 164 B
113 A 165 B
114 D 166 C
115 B 167 A
116 E 168 D
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