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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL FERNANDO FERRARI

“JUNTOS VAMOS NAVEGAR, JUNTOS VAMOS ESPERANÇAR.”

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS


Período: 03/11 a 12/11
Professor(a): Carolina de Cássia de Souza
9º ano/Componente Curricular: ARTE
Nome do aluno(a):__________________________________________________________________ Turma:__________
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DA(S) ATIVIDADE(S) PROPOSTA(S)
Conhecer, perceber e compreender a contribuição cultural da Arte de determinadas vanguardas artísticas e seus expoentes artistas.

Marcel Duchamp:
Foi um artista nascido na França (1887 – 1968), que ultrapassou a barreira do movimento
dadaísta e tornou-se um dos nomes mais marcantes da arte do século XX, influenciando a produção
de diversos artistas contemporâneos.
Duchamp iniciou a carreira com trabalhos cubistas e futuristas, para mais tarde passar a produzir
obras dadaístas. Foi nesse período, em que criou os readymades, trabalhos artísticos realizados a
partir de objetos industrializados. A palavra readymade pode ser traduzida como “algo já feito”,
“pronto”, “fabricado”.
Na verdade, seu primeiro readymade, A roda de bicicleta, data de 1913, mas não havia ainda
sido exposto.

Roda de bicicleta, de Marcel Duchamp. Readymade, 1913.

Na obra A fonte, o artista colocou um mictório invertido sobre uma base, assinou com o
pseudônimo R. Mutt e enviou a peça a um salão de arte, chocando todo o júri do evento. O evento
ocorreu em 1917, era um salão de artes da Sociedade de Artistas Independentes, em Nova York.
Duchamp fazia parte da sociedade, mas o júri não sabia que o objeto havia sido enviado por ele.
Qualquer artista podia participar do salão, desde que pagasse uma taxa. Apesar disso, seu urinol,
mesmo não sendo oficialmente rejeitado, foi suprimido da exposição, ficando escondido. O júri não
entendeu aquele objeto como algo a estar presente numa exposição de arte.

Fonte, de Marcel Duchamp. Readymade, 1917.

Com isso, Duchamp questionou os padrões da arte vigente até então e subverteu o significado
de um objeto do cotidiano, transformando-o em objeto artístico. Ao se apropriar de objetos prontos
e significá-los como obra de arte, Duchamp buscava romper com toda uma tradição que ele chamava
de “retiliana”, ou seja, relacionada à retina, à visão. Ele entendia que uma obra de arte podia estar
baseada numa atitude mental, desvinculada do puramente visual e do gesto artesanal do artista. Para
Duchamp, mais do que esculpir uma obra com materiais nobres e técnicas apuradas, o artista, o artista
deveria partir de um conceito original para criar seus trabalhos.
Depois de ter perdido o primeiro urinol com que fez a Fonte, Duchamp fez outros iguais, por
considerar que está na ideia e não no objeto em si a intenção do artista. Fonte foi uma provocação ao
mundo da arte e às convenções do que é considerado arte.
Duchamp costumava usar ironia e humor em suas obras, como escolher um urinol para mandar
para o salão, ou nomear suas obras com títulos de duplo sentido ou significados implícitos. Um
exemplo é a imagem da famosa Monalisa, pintura de Leonardo da Vinci (1452 – 1519), da qual
Duchamp se apropriou, lhe desenhando um cavanhaque e bigodes, em um cartão postal com a
reprodução da obra de Da Vinci. Duchamp fez várias versões desse mesmo trabalho, no qual o
intitulou com um conjunto de siglas, L.H.O.O.Q., que, quando lida em francês, soam como uma
expressão obscena.
Ele foi um dos artistas que mais influenciou a arte contemporânea, com sua atitude provocativa
aos meios tradicionais, no entanto, já tinha algumas décadas quando os artistas nos anos 1950 e 1960
passaram a revisitar suas ideias e propor novos caminhos para as artes.

L.H.O.O.Q., Monalisa de Marcel Duchamp. Lápis sobre postal (Readymade), 19,7 x 10,5cm, 1919.

Com os readymades de Duchamp, surgiu a Arte Conceitual, na qual as ideias dos artistas são
consideradas tão relevantes quanto a execução da obra. Na verdade, para os artistas conceituais a
obra em si pode ser somente a ideia, o próprio conceito, sem necessariamente precisar de uma obra
palpável, material ou executada. A ideia, o conceito por detrás da obra é o que importará na arte
conceitual. Por isso para conhecermos a arte conceitual ou a arte contemporânea (que veremos mais
adiante), é primordial o conhecimento sobre as obras de Marcel Duchamp.

UNOI, educação: arte. 9ª ano / obra coletiva. São Paulo: SIEDUC – Soluções Inovadoras em Educação Ltda., 2020.
BOZZANO, Hugo B.; FRENDA, Perla; GUSMÃO, Tatiane Cristina. Arte em interação. 1ª ed. São Paulo: IBEP, 2013. 512p.
PAZ, Octavio. Marcel Duchamp: ou o castelo da pureza. 3ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008. 104p.

Após ler o texto, para complementar o conteúdo, também assista aos vídeos indicados nos links
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=EcFJ-IUFh7M

https://www.youtube.com/watch?v=ENoB2b1Nd1Y
• Atividade:
Após ler o texto e assistir aos vídeos, responda as questões abaixo.
1) Explique o que são os readymades e o que significa a tradução desse termo.
2) O artista Marcel Duchamp iniciou seus trabalhos em quais movimentos artísticos?
3) Quando Duchamp enviou para o salão de artes o seu urinol, o que ele pretendia com isso? O
que aconteceu nessa exposição?
4) Quais eram as características das obras de Duchamp?
5) Qual movimento artístico surgiu a partir dos readymades de Marcel Duchamp e o que
importará para os artistas desse movimento?
6) Escreva quais itens você achou interessante sobre esse conteúdo, visto no texto e/ou no vídeo,
que não tenha sido abordado nas questões acima.

• A atividade deverá ser postada aqui na plataforma até dia 14 de novembro, no


domingo, às 23:59.
Boa tarefa!

Abraço!
Professora Carol

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