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bebês
Diana Tubenchlak
Release por Equipe DIEI 2021
Convite inicial
Que tal começarmos lendo as imagens dos livro? Que tal iniciar uma conversa a partir dessas
questões norteadoras:
Ao mergulhar nos relatos e nas imagens, sentimos a profundidade de um trabalho pensado com delicadeza e
intencionalidade na mesma proporção.
“O leitor descobrirá que riqueza, beleza e potência podem emergir quando crianças pequenas têm
oportunidade de se expressar, o que pode ocorrer quando o educador valoriza a experiência real,
preparando ambientes e materiais apropriados para as pesquisas e construções dos miúdos.” (p.14)
O cenário das experiências que vamos encontrar é o de museus e centros culturais, no entanto, a nossa atenção pode
ser ao que temos de potencialidades em nossos espaços para propor aos bebês contextos investigativos com
materialidades, dessa forma as diferenças não se tornam muros que nos fecham, mas nos inspiram a criar dentro das
condições que temos e escolhas que fazemos.
Pedagogia e arte
construir uma cultura de ateliê
O olhar para arte na primeira infância tem se intensificado nas
instituições de educação infantil, assim como os educativos de museu
tem ampliado seu público alvo para bebês e crianças pequenas, uma Sabia que a pinacoteca de São Paulo
vez que essa é uma demanda que vem sendo trazida pelo próprio tem uma área de publicações que inclui
público adulto que frequenta os espaços e pede uma ambiente artigos voltados para o público infantil
acolhedor para crianças pequenas, assim como educadoras e no museu? Acesse gratuitamente e
educadores da primeira infância buscam formações em espaços baixe:
culturais. http://museu.pinacoteca.org.br/textos-
educativos/textos-de-referencia/
Uma das referências que Diana Tubenchlak aponta na apresentação é
a artista Anna Marie Holm que apresenta interações de bebês em
ateliê de arte no livro, que já pode ser considerado um clássico,
Baby-art: os primeiros passos com a arte.
Dessa forma, o livro inicia nos despertando para a urgência de uma Veja como foi a visita de Anna
cultura de ateliê que precisa habitar os espaços frequentados por Marie Holm ao Brasil em 2015
bebês e crianças. Vamos construir possibilidades? para o lançamento do livro Eco-
Arte e se inspire!
https://www.youtube.com/watch?v
=Y8kvHNZaTfQ
Concepções de infância e arte
No primeiro capítulo, Bebês e arte, encontramos
considerações sobre como nossa relação com a arte foi
construída em nossa experiência de vida desde muitos
novos e como enxergamos a relação dos bebês com o
mundo em suas múltiplas linguagens, pois é partir destas
que eles experenciam a arte.
Definir o que é arte contemporânea é uma tarefa bem complexa, mas podemos buscar referências em
alguns pesquisadores. Ronaldo Entler*, ao tratar da fotografia contemporânea, fala sobre essa dificuldade
uma vez que contemporâneo é tudo que acontece em seu tempo e não um conceito. Dessa forma, ele
chama de contemporânea não qualquer criação artística que tenha sido produzida de 1960 para cá, mas
uma postura diante do fazer artístico que não se limita em uma linguagem específica, mas expande as
fronteiras entre elas.
Você já olhou para uma obra e ficou em dúvida se é uma pintura, uma fotografia ou uma fotocópia? Ou se é
os três ao mesmo tempo? Essa é uma característica da postura contemporânea na arte, não se preocupar
com definições, mas transitar entre as linguagens desde que faça sentido ás questões que estão sendo
levantadas.
*Referência: http://www.entler.com.br/textos/postura_contemporanea.html
Isso é arte?
Outra consideração importante a trazer é a estranheza provocada por
algumas obras, quando nos perguntamos: “Mas, isso é arte?” Ou
afirmamos “Isso até eu faço.”
expressão. Esse olhar pode limitar nossa experiência, uma vez que as
obras de arte são criadas e apresentadas ao público a partir de
http://lounge.obviousmag.org/transfigurar/2012/09/
duchamp-que-estas-na-arte-nos-dada-a-fonte.html
questões que o artista quer discutir.
Sugestão de pesquisa
Você conhece essas duas obras? Que tal pesquisar para conhecer melhor seus autores e qual a discussão que eles trouxeram para a arte?
A após breve contextualização, podemos continuar a leitura e observar Você conhece a artista "Chiharu
quais questões a autora traz quando encontra conexões entre o modo Shiota, a qual o CCBB trouxe em
2019 a exposição “Linhas da Vida“
que as crianças investigam o mundo e o modo como artistas
para São Paulo?
contemporâneos se relacionam com o fazer e com as materialidades. Ela
elabora os conceitos a exemplo das obras de Hélio Oiticica e Lygia Clark, Assista esse vídeo produzido pelo
educativo do museu. E observe a
artistas brasileiros que desenvolveram suas poéticas sobretudo com
preocupação da artista com os
grande consciência a respeito da multissensorialidade e da obra de arte processos de criação, com a relação
como um convite a participação do expectador. entre as materialidades e sua
expressividade.
Observe a apresentação da obra
Ao final, a autora levanta algumas questões importantes de serem “Transformando-se em pintura,
pensadas sobre a relação da educação infantil com a arte. Discuta com o 1994” quantas diferentes linguagens
grupo as suas percepções. foram envolvidas em sua criação?
https://www.youtube.com/watch?v
=mR28-9foh5s
A educadora como propositora e autora
No terceiro capítulo, Diálogos entre arte e pedagogia, a autora traz uma reflexão muito importante
sobre o papel da educadora referência quando tratamos da experiência e que bebês vivenciam
quando investigam materialidades a partir da perspectiva dos processos da arte.
Diana Tubenchlak ressalta a valorização o papel docente que não se ofusca diante do protagonismo
da criança que investiga, mas que permeia as ações criativas e autorais quando problematiza o
planejar e o fazer se enxergando como alguém que vivencia com a criança sem interferir e sem guiar
suas ações.
Criar e recriar novas formas de habitar
Ainda sob o olhar para o papel criativo e autoral de educadores, o quarto capitulo, Espaços e
materiais como escolha e autoria, se desdobra sobre as limitações que os espaços, por vezes nos
impõem, mas como sua transformação pode transgredir impossibilidades arquitetônicos que na ação
planejada, tornam-se desafios e potências criativas.
Como o espaço que você trabalha pode ter o que a autora chama de vocação do encontro?
Há também um olhar crítico e sensível para a atenção a cultura visual que as paredes da escola
carrega, as escolhas de brinquedos e materiais se relacionando a própria pesquisa pessoal e o
repertório de educadores
• Deslocamento do uso tradicional;
Sugestão de
• Reutilização;
• Relação com a natureza;
características • Atóxico;
dos materiais • Despertar da pesquisa e
curiosidade.
Os bebês veem
com as mãos
O quinto capítulo, A multissensorialidade, traz a
importância de não hierarquizar os sentidos e
pensar experiências diversas, nas quais os
bebês vivenciem o mundo com todo o corpo. A
autora apresenta duas propostas que planejou
para bebês em espaços como o da 32ª Bienal
de São Paulo, na qual ela buscou afinidades
entre a obra escolhida como pano de fundo
para a ação e as materialidades oferecidas aos
bebês no ateliê. E uma proposta no Instituto
Tomie Ohtake na qual também buscou
afinidades entre a obra e ação.
Um mergulho visual
O sexto capítulo, Experiências artísticas apresenta a documentação fotográfica de algumas
propostas artísticas que foram agrupadas a partir dos contextos investigativos:
TRIDIMENSIONALIDADE
LUZES
CORES
Observamos aqui a riqueza das propostas assim como da fotografia que ultrapassa a
função de um registro comprobatório e capta representações das ações e gestos das
crianças sem perder a atmosfera do ambiente proposto.
Aprendizados, pesquisas e inquietações
“Fui percebendo que tanto para os artistas contemporâneos como para as crianças, não
existem fronteiras entre categorias artísticas, áreas do conhecimento ou linguagens. A
música, as artes plásticas, o jogo dramático e a literatura não estão dissociados, pois são
escolhidos conforme o trabalho e a brincadeira pedem. Elas podem dançar enquanto
fazem arte, desenhar e cantar ao longo do jogo dramático. As crianças e os artistas
navegam livremente entre os vários territórios da linguagem, criando outras realidades.”