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Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil

Sub-Secretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde


Gerência do Programa de Hipertensão

CONSULTA DE ENFERMAGEM

“É o conjunto de ações realizadas pela enfermeira, em uma sucessão ordenada,


para conhecer a situação de saúde da clientela e tomar decisões quanto à assistência a
ser prestada, visando mudanças favoráveis à saúde.” Campedelli MC

CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO E DIABETES

A atuação do enfermeiro nos programas de hipertensão e diabetes é da maior


relevância, por sua visão e prática global das propostas de abordagem não farmacológica
e medicamentosa, além de sua participação em praticamente todos os momentos do
contato dos pacientes com a unidade.
O enfermeiro geralmente é considerado pelo paciente como um profissional de
confiança no compartilhamento de seus problemas e questões de ordem física, social,
familiar, econômica e emocional. Participando ativamente do acolhimento poderá
identificar os casos de maior risco e garantir a qualidade da atenção.
A consulta de enfermagem está ligada ao processo educativo e deve estimular o
cliente em relação ao autocuidado. Representa importante instrumento de estímulo à
adesão aos programas de hipertensão e diabetes. Tal atividade é fundamental no
acompanhamento, sensibilizando o cliente sobre a sua condição de saúde e como seguir
o seu plano de tratamento.
A consulta de enfermagem deve ter sempre como foco principal os fatores de risco
que influenciam o controle da hipertensão e diabetes, ou seja, as mudanças no estilo de

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vida do paciente, incentivo a atividade física, a redução do peso corporal e o abandono do

tabagismo. Deve também estar voltada para Atualização das rotinas dos Programas,
prevenção de complicações com a manutenção de níveis pressóricos e glicêmicos
normais e controle de fatores de risco.

Atitudes do enfermeiro na Consulta de Enfermagem:

 Ser observador, atencioso e cortês com o cliente;

 Estar receptivo: ouvir atentamente demonstrando interesse em relação às


necessidades do cliente, suas preocupações e problemas.

 Ser resolutivo considerando as necessidades em saúde possíveis de serem


atendidos na unidade;

 Traçar estratégias que contemplem a utilização das rotinas de acordo com as


necessidades do cliente;

 Ser criativo, encontrando soluções de acordo com cada situação.

Fases da Consulta de Enfermagem para hipertensos e diabéticos:

1 – Coleta de dados
Coleta de informações referente ao cliente, família e comunidade, com o
propósito de identificar as necessidades, problemas, preocupações ou reações humanas
do cliente.

• Identificação do cliente (dados sócio-econômicos, ocupação, moradia, lazer e


religião);

• Antecedentes familiares e pessoais (agravos à saúde);

• Medicações em uso e presença de efeitos colaterais;

• Hábitos de vida:

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 Fatores de risco (tabagismo, alcoolismo, obesidade, dislipidemia, sedentarismo
e estresse);

 Alimentação;

 Sono e repouso;

 Higiene;

 Funções fisiológicas;

• Queixas atuais, principalmente as indicativas de lesão de órgão-alvo, tais como:


tontura, cefaléia, alterações visuais, dor precordial, dispnéia, paresia, parestesias e
edema e lesões de MMII.

• Percepção do cliente frente à patologia, tratamento e autocuidado;

2 – Exame físico

Checar:

• Aparência pessoal;

• Altura, peso corporal, cintura e IMC;

• Pressão arterial sentado e deitado;

• Freqüência cardíaca e respiratória;

• Pulso radial e carotídeo;

• Alterações de visão;

• Pele (integridade, turgor, coloração e manchas);

• Cavidade oral (dentes, prótese, queixas, dores, desconfortos, data do último exame
odontológico);
• Tórax (ausculta cardiopulmonar) e abdômen;

• MMSS e MMII (unhas, dor, edema, pulsos pediosos e lesões);

 Articulações (capacidade de flexão, extensão, limitações de mobilidade, edemas);

 Pés (bolhas, sensibilidade, ferimentos, calosidades e corte da unhas). Avaliar o


grau de risco dos pés de diabéticos (teste do monofilamento), registrando em ficha
própria que deverá ser anexada ao prontuário.

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3 – Diagnóstico

Interpretação e conclusões quanto às necessidades, problemas e preocupações do


cliente para direcionar o plano assistencial.

4 – Planejamento da Assistência

São estratégias para prevenir, minimizar ou corrigir os problemas identificados nas


etapas anteriores, sempre estabelecendo metas com o paciente. Sempre lembrar que o
ponto mais importante no tratamento é a educação do paciente, em especial, o diabético
devido as graves complicações da doença.

Pontos importantes:

 Tem que objetivar resultados concretos e mensuráveis.

 Buscar estratégias para estimular a mudança de comportamento por parte do


paciente, pois a adoção apenas de medidas de orientação não é suficiente para
que esses pacientes mudem seu comportamento. O envolvimento da família é
importante neste processo.
 Estimular o seguimento do tratamento (Adesão) e o autocuidado em todos os
encontros com o cliente.

Implementação:

• Promover um ambiente tranqüilo e confortável respeitando a privacidade do cliente;

• Orientações sobre:

 a doença e envelhecimento;

 medicamentos em uso (indicação, doses, horários, efeitos colaterais);

 alimentação. Se necessário, encaminhar para nutricionista para plano alimentar;


 controle de hábitos de vida não saudáveis (fumo, estresse, bebida alcóolica e
sedentarismo);
 percepção de presença de complicações;

 sinais de hipoglicemia em diabéticos;


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 cuidados com os pés em diabéticos. Consulte o folder em anexo para
orientações sobre cuidados com os pés;
• Encaminhar os diabéticos com alterações nos pés para outros profissionais
conforme fluxo estabelecido para o atendimento ao pé diabético;
• Solicitar e avaliar os exames previstos no protocolo;

• Encaminhar a outros profissionais, se necessário;

• Estimular a prática de atividades físicas de acordo com a limitação de cada cliente;

• Estimular a participação da família;

• Estimular a participação em grupos disponíveis dentro e fora da Unidade.

Cuidados adicionais para os diabéticos em uso de insulina:

 Ensinar e supervisionar o auto-monitoramento da glicemia capilar;

 Orientar sobre insulinas (conservação, manipulação, doses, locais de aplicação


e aplicação).

5 – Avaliação

 Determinar o quanto as metas de cuidados foram alcançadas;

 Observar as mudanças a cada retorno à consulta.

Para orientação e planejamento da agenda, sugerimos seguir a portaria abaixo que


regulamenta a produção de consultas do enfermeiro:

 Portaria nº 1.101, do Ministério da Saúde, de 12 de junho de 2002, que


estabelece os parâmetros assistenciais do SUS, preconiza como
capacidade de produção para o enfermeiro 03/consultas/hora e para o
médico 04/consultas/hora, não fazendo distinção entre a consulta nova e
consulta de seguimento.

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Em complementação, segue lista com as leis que garantem a execução das
atividades do enfermeiro em programas de saúde:

 LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986 (regulamentada pelo Decreto 94.406/87).


Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras
providências.

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:

I - privativamente:

.......

i) consulta de enfermagem;

II - como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de


saúde;
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em
rotina aprovada pela instituição de saúde;
.......

 Resolução do COFEN 159/1993: A consulta de enfermagem deve ser


obrigatoriamente desenvolvida na assistência de enfermagem. É uma atividade
privativa do enfermeiro que utiliza componentes do método cientifico para identificar
situações de saúde/doença, prescrever e implementar medidas de Enfermagem que
contribuam para promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação
do indivíduo, família e comunidade.

 Resolução COFEN 272/2002: A Sistematização da Assistência de Enfermagem


compõe-se de Histórico de Enfermagem (compreendendo a entrevista), exame físico,
diagnóstico de Enfermagem, prescrição e implementação da assistência e evolução de
enfermagem.

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PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO ENFERMEIRO:

 Legislação Federal

 Lei Federal 7.498/86. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da


Enfermagem. Esta legislação determina que o Enfermeiro, na condição de
integrante da equipe de saúde, pode prescrever medicamentos estabelecidos em
programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde (Art.
11, Inciso II, Alínea “c”).
 Decreto Federal 94.406/87. Regulamenta a Lei 7.498/86. A prescrição de
medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em
rotina aprovada pela instituição de saúde, pode ser realizada pelo Enfermeiro, na
condição de integrante da equipe de saúde (Art. 8º, Inciso II, Alínea “c”).

 Portaria MS/GM 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de


Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

 Manuais de Normas Técnicas do Ministério da Saúde

 Resoluções COFEN

 Resolução COFEN 271/2002 (revogada pela Resolução COFEN 317/2007).


Regulamenta ações do Enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e
requisição de exames.

SOLICITAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES:

 Legislação Federal

 Portaria MS/GM 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de


Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

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 Manuais de Normas Técnicas do Ministério da Saúde.

 Resoluções COFEN

 Resolução COFEN 195/1997. Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e


complementares por Enfermeiro.

 Resolução COFEN 271/2002 (revogada pela Resolução COFEN 317/2007).


Regulamenta ações do Enfermeiro na consulta, prescrição de medicamentos e
requisição de exames.

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