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Um guia passo a passo sobre a Cirurgia Bariátrica.

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“O sucesso da cirurgia de obesidade não
está na técnica empregada e sim dentro
do próprio paciente, na sua vontade de
mudar e fazer diferente, deixando para trás
não somente vários quilos, mas também to-
dos os agravos à saúde e os transtornos à
qualidade de vida que a sua obesidade
lhe proporcionava.”

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Botafogo
Rua Visconde Silva, 52, salas 1105 / 1106 • Ed. Colégio Brasileiro de
Cirurgiões

Niterói
Rua Dr. Celestino, 122, salas 622 / 623 • Ed. Ioffices

Ilha
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Central de Atendimento
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Clínica Michel Menezes

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Diretor Técnico

Dr. Michel Menezes


CRM: 52.62733-0

Membro Titular da Sociedade de Cirurgia de Obesidade


Mestre em Cirurgia Abdominal pela UFRJ
Especialista em Cirurgia Geral e Videolaparoscópica
Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Especialista em Cirurgia Bariátrica pela SBCBM
Título de área de atuação em cirurgia de obesidade
Prêmio Amil de Medicina - Ganhador do 11o prêmio Amil de Medicina
com o Trabalho “Resultados da Obesidade X Tratamento Clínico”
Fellow of American College of Surgeons
Habilitado em Cirurgia Robótica

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Refletindo sobre a Obesidade ...
Atualmente, sabemos que a obesidade é uma doença de origem ge-
nética, agravada por diversos fatores, como: dieta inadequada, falta de
atividade física regular, stress, ansiedade, idade etc.
Como não podemos mudar a genética de um indivíduo, define-se a obe-
sidade como uma doença crônica e incurável.
Este conceito é muito importante para entendermos o sucesso do trata-
mento cirúrgico, ou seja, o objetivo é usar os mecanismos promovidos pela
cirurgia para na verdade colocar a obesidade “sob controle”.
Outro conceito importante é que uma doença que não foi curada e sim
controlada significa ter cuidado pela vida inteira.
Conclui-se que, para termos sucesso neste projeto, precisamos dos
mecanismos da cirurgia associados às alterações nos hábitos alimentares
e na prática regular de atividade física.

Classificação da Obesidade:

Utilizamos o Índice de Massa Corporal, o famoso IMC, como ferramenta


para classificar os diversos graus de obesidade.

Como calcular o seu Índice de Massa Corporal (IMC)?


Você divide o seu peso (em kg) por sua altura (em metros) elevada ao
quadrado. Por exemplo: IMC = 140 kg / 1.70m2 = 48.5.
Quando o valor da conta é igual ou superior a 40, define-se a obesi-
dade mórbida. Este termo não quer dizer que o paciente é muito obeso e
apenas traduzir os riscos que este grau de obesidade traz à saúde, como
o aparecimento de hipertensão arterial, AVC, infarto, diabetes, alterações
de colesterol e triglicerídeos, apneia do sono, problemas osteoarticulares e
até mesmo alguns tipos de câncer, como o de colo do útero.
Quando falamos em obesidade mórbida e risco de adoecer, não pode-
mos esquecer o quanto a qualidade de vida é afetada, fato este rotineira-
mente colocado pelos nossos pacientes durante as consultas individuais.

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Critérios de indicação do tratamento cirúrgico da
Obesidade:

Definitivamente, a cirurgia não está indicada para todo paciente porta-


dor de obesidade. Todas as sociedades médicas do mundo definiram em
consenso quais seriam os casos de obesidade elegíveis ao tratamento
cirúrgico. O Conselho Federal de Medicina e a ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) seguem os mesmos critérios:
1. IMC igual ou maior que 40, com ou sem doenças associadas.
2. IMC entre 35 e 40 (Obesidade Grau II) associada a pelo menos uma
das doenças:
• Hipertensão Arterial
• Diabetes
• Distúrbios do Colesterol e Triglicerídeos
• Problemas Osteoarticulares
• Esteatose Hepática (“Gordura no Fígado”)
• Síndrome da Apneia do Sono
3. Após o paciente preencher um dos 2 critérios de IMC descritos acima,
ele também deve apresentar obesidade instalada por mais de 5 anos
e insucesso nos diversos tratamentos clínicos por pelo menos 2 anos
para poder completar os critérios de indicação do tratamento cirúrgico.
4. Outros fatores importantes:
• Risco operatório aceitável. Idade entre 18 e 65 anos.

• Deve estar determinado a mudar seus hábitos alimentares e estar dis-


posto a longo acompanhamento clínico.

• Estar totalmente informado sobre todos os aspectos, positivos e nega-


tivos que compõem o tratamento cirúrgico.

• Pacientes psiquiátricos descompensados, especialmente aqueles


com quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados (risco
de suicídio) não devem ser operados.

• Uso de álcool ou drogas ilícitas nos últimos 5 anos também contrain-


dica a realização do procedimento.

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Importância da equipe multidisciplinar:

Como dito anteriormente, a cirurgia não possui a capacidade de curar a


obesidade e, portanto, o paciente não precisa somente do cirurgião, mas
de vários profissionais para ter o suporte necessário e atingir o sucesso
neste projeto.
Completando a nossa equipe, temos o endocrinologista, a nutricionista
e a psicóloga.
É fundamental que todos os membros da equipe trabalhem dentro da
mesma clínica, sob a mesma conduta e filosofia de trabalho, conversan-
do um com o outro. Diversos trabalhos científicos provaram que este é o
modelo ideal para melhorar os resultados e por este motivo o paciente não
deve seguir o seu acompanhamento com profissionais fora da equipe.
Fazemos encontros anuais com toda a equipe multidisciplinar nos quais
discutimos e atualizamos as nossas condutas diante do que foi visto em
congressos e cursos no Brasil e no Exterior.
A equipe multidisciplinar inicia o acompanhamento já no período do pré
-operatório. O objetivo é avaliar cada caso, triar alguns problemas que po-
dem atrapalhar os resultados e preparar o paciente para o procedimento.
Cada profissional emite um laudo ao final das avaliações que é exigido
por todas as seguradoras no Brasil para a autorização da cirurgia.

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No período do pós-operatório, a equipe multidisciplinar se torna mais
importante que o próprio cirurgião, assumindo a maior parte das consultas.

O pré-operatório:

Todos os exames e avaliações no período de preparo pré-operatório


têm a intenção de detectar tudo aquilo que possa contribuir para atrapalhar
a segurança e o bom andamento da cirurgia, permitindo que possamos
corrigir ou melhorar antes e chegar ao momento do procedimento com o
máximo de segurança possível.
Você irá perceber que este preparo é muito individualizado (assim como
todo o acompanhamento per e pós-operatório), pois cada paciente é dife-
rente, com perfis de saúde, psicológicos e nutricionais diferentes, podendo
estender ou até mesmo encurtar esse período de pré-operatório, depen-
dendo da necessidade de cada um. Por este motivo, alguns pacientes tam-
bém podem necessitar do parecer de outros especialistas.
Por outro lado, este tempo dispensado a todos os exames e avalia-
ções também nos ajuda como um limitador da ansiedade. Sabemos que
todos os pacientes queriam ser operados no momento seguinte à primeira
consulta, porém o check-up conferido pelos exames e risco cirúrgico, um
preparo recheado de informações pela equipe multidisciplinar, o nosso site
e reuniões de grupo mensais fazem com que o paciente e seus familiares
cheguem ao momento cirúrgico seguros, tranquilos, conscientes e motiva-
dos, além de já ter planejado todo o período pós-operatório.
Oferecemos uma série de “Ferramentas de Informação” para todos os
pacientes e seus familiares, como este livreto, palestras mensais, nosso
site, encontros com pacientes operados há mais tempo, além da troca de
experiência entre pacientes nas salas de espera e consultas com a equipe.
Recomendamos fortemente que todos os pacientes e seus familiares
participem. Não tem custo algum e é aberto a todos. Informação também é
um dos segredos do sucesso deste projeto.

Como é o tratamento cirúrgico?

Todas as cirurgias são realizadas por videolaparoscopia, através de cin-


co pequenas incisões, os famosos “furinhos”. A cirurgia videolaparoscópi-
ca é um procedimento chamado de minimamente invasivo, mais delicado,

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promovendo um pós-operatório com menos dor, recuperação e retorno às
atividades habituais com mais rapidez, internação mais curta e com menos
complicações de ferida operatória, como seromas, infecção e hérnias.
Outro método de acesso é a cirurgia robótica. Assim como a videolapa-
roscopia, é um procedimento minimamente invasivo, através dos famosos
furinhos onde se acopla a plataforma robótica que consegue prover uma
melhor qualidade e estabilização de imagem, além de uma precisão dos
movimentos das pinças de trabalho bem superior à própria mão humana.
Ao contrário do que muitos imaginam, não é o robô que realiza a cirurgia e
sim o cirurgião que opera através da plataforma robótica.
Atualmente, apenas duas técnicas cirúrgicas representam quase a tota-
lidade das cirurgias bariátricas realizadas no mundo. Elas são conhecidas
como BYPASS e SLEEVE.
Todos os procedimentos cirúrgicos bariátricos devem ser realizados por
equipes bem treinadas, com habilitação específica e suporte multidiscipli-
nar adequado.

1. SLEEVE
A gastrectomia vertical (gastrectomia em manga, gastrectomia longitu-
dinal, gastrectomia SLEEVE) é um dos novos procedimentos bariátricos
que tem recebido aceitação global, com excelentes resultados em múlti-
plos centros em vários países. Funciona com uma restrição gástrica, com
remoção de 70% a 85% do estômago, no sentido vertical. O paciente en-
tão, ao se alimentar, atinge sua saciedade mais precocemente.
Entretanto a ajuda da cirurgia não se restringe a este efeito mecânico de
“caber menos alimento”. Também observamos o aumento da produção de
hormônios intestinais, chamados “incretinas”, que auxiliam no processo de
emagrecimento, pois aceleram o metabolismo, diminuem a sensação de
fome no cérebro, aumentam o período e a saciedade entre as refeições e
atuam sobre doenças como a glicose e o colesterol.

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Vantagens:
Por se tratar de um procedimento somente sobre o estômago, não ex-
clui o intestino proximal do trânsito alimentar, portanto não interfere com o
sítio de absorção de algumas vitaminas como ferro, cálcio, zinco e vitami-
nas do complexo B.
Caso o paciente evolua com insucesso sem devida explicação, o SLEE-
VE permite uma segunda opção que é transformá-lo no BYPASS gástrico.
Praticamente não observamos a chamada Síndrome de Dumping (sin-
tomas como náusea, taquicardia, cefaleia, cólicas e diarreia que podem
ocorrer, isolados ou em conjunto, após comer alimentos doces ou muitos
gordurosos)
Desvantagens:

Método irreversível, uma vez que parte do estômago foi removida.


Apesar de não interferir na absorção de vitaminas, alguns pacientes por
comerem menos e não adequadamente podem necessitar da reposição do
polivitamínico exatamente igual ao BYPASS.
Não apresenta o mesmo resultado no controle do diabetes a longo pra-
zo como o BYPASS.
Deve ser evitado em pacientes com história de refluxo do esôfago, pois
pode piorar estes sintomas.

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2. BYPASS
Resumidamente, a técnica consiste em duas partes: a redução do es-
tômago em média a 20% da sua capacidade e a confecção de um desvio
intestinal (BYPASS). A parte do estômago vai ser responsável pela sacie-
dade precoce e a parte intestinal por reduzir a absorção de calorias e au-
mentar a produção de hormônios intestinais, as incretinas, assim como no
SLEEVE, que irão auxiliar no processo de emagrecimento.
No caso do BYPASS, um hormônio que aumenta muito a sua produção
é o GLP-1, hormônio responsável pela melhora do diabetes. Justamente
por este motivo, a técnica do BYPASS é a mais indicada para os portado-
res desta doença.
Muitos pacientes entendem que o desvio intestinal da técnica do
BYPASS funcionaria como uma “ligação direta”, promovendo diarreia fre-
quente logo após cada alimentação. Isto definitivamente não procede. O
desvio é bem pequeno diante do tamanho do nosso intestino e bem dis-
tante do intestino grosso (das fezes), portanto não promove alterações no
ritmo intestinal de cada paciente.

Reservatório Gástrico

Estômago residual

Alça alimentar

Enzimas digestivas

Órgãos digestivos

Canal comum alimentar

caminho do alimento
através do trato gástrico

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Vantagens:

Procedimento consagrado, realizado há mais de 50 anos, ainda hoje


é o procedimento mais realizado no mundo, com excelentes resultados
sustentáveis.
É uma cirurgia reversível uma vez que nada foi removido.
Mais efetivo a longo prazo no controle do diabetes.
É uma cirurgia naturalmente “antirrefluxo” e por este motivo indicada
para pacientes portadores desta patologia.

Desvantagens:

A parte intestinal, ao mesmo tempo que reduz a absorção de calorias


ingeridas, também leva à diminuição da absorção de algumas vitaminas
(ferro, vitamina B e cálcio são as mais comuns), tornando a suplementação
com polivitamínicos necessária por toda a vida.
Maior probabilidade de desenvolver Síndrome de Dumping.
Caso o paciente apresente um reganho de peso sem explicação, o res-
gate cirúrgico é mais complicado, uma vez que a cirurgia já é completa.

Comparando as técnicas: sleeve x bypass

Não é correto achar que a técnica do SLEEVE é menos “agressiva” que


o BYPASS apenas por não ter a parte intestinal e não promover a diminui-
ção de absorção de vitaminas. As duas técnicas são procedimentos de
alta complexidade.
Não é correto achar que o SLEEVE promove uma perda de peso inferior
ao BYPASS.
O resultado dependerá mais do paciente comprometido com o trata-
mento do que das técnicas. Podemos considerar o mesmo resultado.
Outro questionamento sobre a parte intestinal da técnica do BYPASS
seria a hipótese da diminuição de absorção de medicamentos. Apesar de
muita discussão e estudos controversos, poucos são os medicamentos
que “podem” ter sua absorção alterada como: Cumarínicos (Marevan) e o
Xarelto, utilizados para anticoagulação. Algumas medicações para contro-
le de pacientes transplantados e o anticoncepcional oral (este, apesar de

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nada comprovado, aconselhamos a troca, pois não podemos correr o risco
de engravidar desde o período de preparo pré-operatório até em torno de
18 a 24 meses de pós-operatório).
Existe uma tendência mundial a indicar o SLEEVE para pacientes jo-
vens, uma vez que terão uma longa vida pela frente e, se houver uma falha,
poderá ser oferecida a transformação para a técnica do BYPASS.
Evitamos indicar o SLEEVE para pacientes diabéticos, uma vez que na
parte intestinal da técnica do BYPASS é que se baseiam os mecanismos
de melhora da doença. Assim como para pacientes portadores de doença
do refluxo, como vimos anteriormente.

Como escolhemos a técnica a ser realizada?

Como vimos, não existe a melhor técnica, a que seja indicada para
quem precisa perder mais peso ou para quem deseja perder peso mais
rápido. Isto tudo não é verdade. O resultado observado em ambas as téc-
nicas é exatamente o mesmo, desde que seja bem indicada e adequada
a cada caso.
Veremos mais à frente que os melhores resultados dependem mais da
forma como os pacientes conduzem o seu pós-operatório do que propria-
mente da técnica empregada.
Existe então a técnica mais adequada para cada caso. Notamos o gran-
de exemplo do diabetes na escolha do BYPASS. Outro grande exemplo
são os pacientes portadores de hérnia de hiato e esofagite no exame de
endoscopia ou que tenham muitos sintomas de refluxo. Estes também são
mais candidatos ao BYPASS, que é naturalmente uma cirurgia “antirreflu-
xo”.
Como vimo, o BYPASS também deve ser evitado em pacientes trans-
plantados e portadores de anemia crônica e de trombofilias (doenças pró-
trombóticas).
Então, na consulta final de agendamento do procedimento com o cirur-
gião, diante de todos os exames e laudos da equipe multidisciplinar é que
teremos dados para definir qual a técnica que estará mais indicada em
cada caso.
Neste momento, também é assinado o nosso termo de consentimento
informado, que faz parte do nosso código de ética médica, apenas forma-

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lizando que o paciente teve toda a explicação sobre a obesidade, alternati-
vas de tratamento, riscos e benefícios do tratamento proposto. Este termo
também é encaminhado aos seguros de saúde, assim como os laudos da
equipe multidisciplinar e o pedido de cirurgia no momento da autorização
do procedimento.
É muito importante que o paciente estude, pesquise e discuta as técni-
cas nas palestras, no nosso site, neste livreto, nas consultas com a equipe
e até mesmo entre pacientes, trazendo neste momento final seu entendi-
mento e dúvidas sobre a cirurgia definida para ele. Assim, ele saberá muito
bem o porquê de cada escolha.
Recomendamos fortemente que o acompanhante do paciente participe
deste processo de preparo pré-operatório, entenda tanto quanto o paciente
a ser operado todos os detalhes deste projeto da cirurgia bariátrica. Isto
tem melhorado bastante os nossos resultados a longo prazo.

Riscos da cirurgia de Obesidade

A operação tem riscos? Tem, sim! Toda operação tem riscos.


Quando falamos em risco de um procedimento cirúrgico, o principal fa-
tor é o próprio paciente a ser operado. Temos pacientes que, por exemplo,
utilizam medicações para tratar outras doenças que levam a uma menor
capacidade de cicatrização, mais risco de sangramentos, portanto apre-
sentam maior potencial de complicação para qualquer cirurgia que pre-
cisem fazer em comparação a pacientes que não são portadores de tais
patologias. Para minimizar este risco então, é fundamental a qualidade do
preparo pré- operatório.
Outro fator de risco é a própria obesidade, que promove alterações no
organismo dos pacientes que aumentam o potencial de complicação em
qualquer cirurgia que eles precisem fazer, não só a bariátrica. Isto exige
equipes com cirurgiões e anestesistas treinados, hospitais adequados etc.
Neste sentido é que os pacientes chamados superobesos (com IMC maior
que 55) necessitam perder em torno de 5 a 10 % do seu peso inicial, pois
os riscos deste grau de obesidade agora se refletem no risco da cirurgia.
A medicina não é uma ciência exata, e incontáveis fatores podem, even-
tualmente, comprometer nossos resultados, apesar de tudo ter sido bem-
feito. O mais importante neste caso é a experiência dos profissionais e a
capacidade de resolver as intercorrências no tempo adequado.

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A cirurgia de obesidade, apesar de ser um procedimento de alta com-
plexidade, apresenta risco de complicação inferior a 1%, em Centros Médi-
cos dedicados ao problema. Considerando apenas os pacientes de baixo
risco, estas cifras ficam próximas de 0.2%.

Internação hospitalar e pós-operatório imediato


O hospital será definido no momento do agendamento da cirurgia, se-
gundo as opções de cada seguradora. Todos os hospitais em que opera-
mos dispõem de toda a estrutura necessária ao melhor atendimento ao
paciente obeso, inclusive com certificados de acreditação internacional.
No momento do agendamento da cirurgia, o profissional da equipe vai
orientar o cuidado pré-operatório necessário para cada paciente, como o
manejo de medicações utilizadas, dieta, horário de internação, lista de me-
dicações a serem prescritas na alta hospitalar e a data de retorno para
retirada de pontos juntamente com a nutricionista para evolução da dieta.
Entregamos um formulário padronizado da clínica para o paciente com to-
das estas informações.
O paciente não deve se esquecer de levar para o hospital todos os
exames, risco cirúrgico e laudos da equipe multidisciplinar organizados em
uma pasta, como se fosse um verdadeiro prontuário.
Ao chegar ao hospital, procederá a internação e a primeira visita será
do anestesista para a famosa “visita pré-anestésica”. Neste momento, o
profissional vai olhar todos os seus exames e laudos, questionará seu his-
tórico de possíveis cirurgias e alergias e vai explicar detalhadamente como
são a anestesia e o pós-operatório. Os nossos anestesistas são extrema-
mente experientes e especializados nos cuidados exigidos pelos nossos
pacientes. Em seguida, a enfermeira do setor fará o procedimento de ad-
missão para podermos chamar ao centro cirúrgico.
Seguimos a conduta chamada “Fast Track Bariatric Surgery” adotada
pelos serviços de cirurgia bariátrica mais experientes do mundo, tendo
como base uma série de medidas que permitem cirurgias mais rápidas,
pós-operatório imediato no quarto, deambulação e alta hospitalar precoce.
Tudo isto com vantagens comprovadas cientificamente sem comprometer
a segurança do paciente.
A cirurgia tem a duração média de 1 hora. Ao término da cirurgia, o pa-
ciente encontra-se totalmente acordado, falando e respirando espontanea-
mente, porém, como atualmente os pacientes retornam para o quarto e não
mais para o CTI, é necessário que eles permaneçam no centro cirúrgico,

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na unidade de recuperação anestésica, sob supervisão dos anestesistas
para a recuperação inicial da anestesia. Isto pode fazer com que o tempo
de permanência no centro cirúrgico seja muito maior, às vezes chegando
a duas ou três horas. Este detalhe sempre é lembrado aos familiares na
visita anestésica para que os acompanhantes permaneçam tranquilos.
Utilizamos o CTI como exceção, apenas para pacientes graves que neces-
sitarem de monitorização e acompanhamento médico contínuo no período.
Chegando ao quarto, o paciente pode ainda estar um pouco sonolento
da anestesista e por este motivo é mantida uma máscara de oxigênio por
um período de 2 a 3 horas até que o paciente esteja completamente acor-
dado. Também por este motivo, a cabeceira do leito é mantida elevada,
porém o paciente pode e até mesmo deve movimentar-se ativamente, pro-
curando a posição mais confortável possível durante o período.
Cabe também ressaltar que são prescritas medicações de rotina duran-
te todo o período de internação, mas também estão prescritas medicações
de “reserva ou SOS”, devendo ser solicitadas sempre que necessário para
garantir um pós-operatório confortável, apesar de o procedimento video-
laparoscópico costumar ser muito pouco doloroso.
Após estas 2 ou 3 horas da chegada ao quarto, o paciente está comple-
tamente acordado, a máscara de oxigênio é retirada e a partir deste mo-
mento é permitido que o paciente se levante e caminhe. Como o paciente
pode se locomover precocemente, ir ao banheiro etc., é que não utilizamos
sonda de urina, meias de compressão e drenos. Entendemos que o mais
importante é o paciente estar livre e confortável para caminhar, o que é
extremamente necessário para sua recuperação e prevenção de compli-
cações. A própria enfermeira ou o fisioterapeuta do hospital incentivará o
paciente a caminhar no momento ideal do pós-operatório.
Iniciamos a dieta no dia seguinte da operação, bem cedinho, indepen-
dentemente se o paciente operou pela manhã ou à tarde no dia anterior. É
a famosa dieta líquida, volume de 30ml e intervalos de 15/15 minutos. Após
algumas horas, com boa aceitação da dieta e com os parâmetros clínicos
normais, o paciente receberá alta hospitalar, geralmente ao final da manhã.
No momento da alta hospitalar, serão fornecidos a prescrição de medi-
camentos para casa, os cuidados com o curativo, o manejo das medica-
ções que já utiliza, além de atestados e orientações gerais.
Durante toda sua estadia no hospital, são realizadas visitas pelo cirurgião
ou eventualmente por algum membro da equipe cirúrgica, e em alguns casos
também pelo clínico da equipe.

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Voltando para casa

Após a alta hospitalar, não há mais a necessidade de curativos. As pe-


quenas feridas operatórias são lavadas durante o banho com água e sa-
bão, e, após secar, utilizar álcool 70% e deixar descobertas de curativos
até a retirada dos pontos, mais ou menos entre 10 a 15 dias de pós-ope-
ratório.
O paciente não deve ficar acamado ao chegar na sua residência. Como
dito anteriormente, a mobilização frequente e o caminhar são nossos maio-
res aliados na recuperação e prevenção de complicações. Tarefas simples
do lar, subir escadas, cozinhar estão autorizadas desde que o paciente se
sinta bem e seguro para tal atividade.
A alimentação da primeira semana é fornecida ao paciente e devida-
mente explicada na consulta com a nutricionista que antecede sua cirurgia.
O motivo da dieta em pequenos volumes, com frequência de 15 em 15
minutos, é permitir a alta hospitalar precoce do paciente. Devemos lembrar
que seu novo estômago está cicatrizando e não podemos exceder o volu-
me ou a consistência do alimento.
É importante cada paciente respeitar e perceber sua tolerabilidade.
Logo após a primeira semana de pós-operatório, é feita uma nova consulta
com a nutricionista, e nesta ocasião é evoluída a dieta, chegando por volta
de 15 dias o início da dieta pastosa e sólida.
Após 15 dias, o paciente poderá retornar à sua vida normal em todos
os aspectos: trabalho, estudo, afazeres habituais e também iniciar ativi-
dade física. Não há restrições a qualquer exercício. As atividades aeró-
bicas como caminhadas, natação, hidroginástica, esteira, bicicleta são as
mais indicadas. O mesmo para a musculação, que promove a manutenção
da massa magra (músculo) e o emagrecimento passa primordialmente a
acontecer em cima de gordura.
Desenvolvemos o projeto da Equipe Running da Clínica, incentivando
os pacientes a se juntarem ao nosso grupo nas corridas e caminhadas de
final de semana, sempre buscando os melhores resultados e a manuten-
ção do peso. O círculo de amizade criado favorece ainda mais e traz saúde
não só para os pacientes, mas para todos os familiares que ingressam
no grupo. Obtenha mais informações na central telefônica ou nas redes
sociais.
Também é importante lembrar que após este período de dieta líquida,

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ou seja, a partir de 15 dias de pós-operatório, não há mais restrição a
nenhuma medicação. Independente da técnica utilizada, o paciente pode
realizar qualquer tratamento medicamentoso, obviamente desde que seja
prescrito por um profissional da saúde.
O mesmo serve para todos os aspectos da nossa vida habitual, como
tratamentos de estética, tintura de cabelos, campanhas de vacinação, en-
fim, vida normal! O paciente operado não tem sua imunidade diminuída
como muitos leigos questionam.
O que é normal neste período:
• Temperatura mais elevada, até 37,8 não consideramos febre. Não há
necessidade de ficar medindo a temperatura.

• Tendência à prisão de ventre. A dieta é sem resíduos, então não temos


substratos para formar fezes. A nutricionista deixará orientação junto
ao cardápio caso a constipação esteja ocorrendo.

• Algum grau de fraqueza. Neste período, você está se recuperando de


uma cirurgia de grande porte, com alimentação restrita.
LEMBRE-SE:
Você terá acesso a toda a equipe desde o pré-operatório, e, mesmo em
casa, você estará amparado por toda a equipe. Nunca pense duas vezes
em ligar para os membros da equipe em caso de dúvida, mesmo as mais
simples, para que nada saia do esperado. Evite mensagens de celular e
e-mails se houver alguma urgência.
Caso tenha a orientação de retornar ao hospital, a referência sempre
será o hospital em que operou. Os hospitais em que trabalhamos estão
preparados para atender o paciente operado, têm profissionais acostuma-
dos a avaliar os pacientes e dispõem de todos os exames de que precisa-
mos. Hoje me dia, os hospitais são responsáveis pelos profissionais ca-
dastrados a trabalharem em cada unidade e não poderemos acompanhar
pacientes internados em outro hospital que não costumamos frequentar.

Pós-operatório tardio
O acompanhamento pós-operatório com todos os profissionais da equi-
pe é fundamental para o sucesso da cirurgia e o emagrecimento saudável.
Vários estudos têm demonstrado que os pacientes que se afastam da equi-
pe multidisciplinar neste período são aqueles que evoluem com os piores

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resultados e apresentam o maior risco de reganho de peso ao longo da
vida. Podemos resumir o período em uma palavra “RESULTADO”.
A nossa equipe tem bastante carinho com este momento da cirurgia.
Desenvolvemos um fluxo de consultas consciente, seguindo um calendário
que crie facilidade de o paciente estar com a equipe somente em momen-
tos importantes e estratégicos do pós-operatório, evitando consultas des-
necessárias e aumentando a adesão ao projeto.
Nos primeiros 2 anos, quando ocorre todo o processo de emagreci-
mento, as consultas acontecem em média de 3 em 3 meses e a seguir vão
sendo espaçadas conforme os pacientes estiverem bem, até se tornarem
revisões anuais. Uma vez que não curamos a obesidade e sim a controla-
mos, não damos alta aos pacientes.
Criamos um cartão de consultas para nos auxiliar neste período, ou
seja, sempre que o paciente for avaliado por um profissional da equipe
sairá com a próxima consulta agendada, garantindo assim o melhor acom-
panhamento possível.
Enfim, o desejo da equipe é que o paciente tenha um pós-operatório
tranquilo, saudável, que compartilhe conosco as vitórias em relação à me-
lhora nas doenças associadas à obesidade e na qualidade de vida. Espe-
ramos que você aprenda a administrar com harmonia as três forças para
garantir o sucesso a longo prazo: a sua cirurgia, cuidados com a sua dieta
e atividade física.
O compromisso do paciente operado ao longo da vida é manter o resul-
tado e sempre lembrar do controle das vitaminas. Temos muitos pacientes
que necessitaram mudar de estado, plano de saúde e até mesmo de país.
O mais importante é sempre procurar manter o acompanhamento no novo
destino, lembrando que a briga contra a obesidade é para a vida inteira!
Queremos que sua vida aos poucos volte muito próximo ao normal, ob-
viamente reeducado, com novos hábitos e atitudes, e conte sempre com a
sua nova família – a nossa equipe!

Metas e resultados

É muito comum alguns pacientes questionarem a equipe sobre o seu


peso ideal e suas metas. Procuramos o chamado peso saudável, que repre-
senta o peso com que o paciente vai se sentir feliz, que suas expectativas
com a cirurgia foram alcançadas na busca pela saúde e qualidade de vida.
Esta meta e resultado então é o próprio paciente que passa para a equipe.

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O que normalmente observamos é uma perda de peso entre 70 a 90%
do excesso de peso, ou seja, não é perder todo o excesso de peso e atin-
gir o peso ideal. Alguns pacientes até chegam ou mesmo ultrapassam tal
ponto, mas definitivamente não é o normal.
Devemos ter algum cuidado ao avaliar resultados. Por exemplo, um pa-
ciente com uma limitação ortopédica, com impossibilidade de praticar ativi-
dade física, certamente não atingirá um resultado que poderia se pudesse
realizá-la.
Em outro ponto de visão, temos pacientes que foram obesos desde o
nascimento e até possuem receio de perder peso demais. É válido lembrar
que também podemos controlar a perda de peso, freando este processo
no momento que o paciente se sentir satisfeito.
Um dado interessante é que, quando os pacientes perdem em torno de
20 a 30% do seu excesso de peso, isto nos primeiros meses de pós-ope-
ratório, já temos um grande impacto na saúde. Neste ponto, já estamos
diminuindo ou mesmo retirando as medicações habituais de pressão, dia-
betes, colesterol, entre outros.

Dúvidas comuns

Queda de cabelos
Pode ocorrer entre o terceiro e o sexto mês de pós-operatório, mais co-
mumente visto em mulheres do que em homens. Diferente do que muitos
pensam, não decorre de alguma desnutrição ou falta de vitaminas. Ocorre
justamente neste período quando a perda de peso é mais intensa e a dieta
ainda está evoluindo.
Conhecemos este período e podemos previní-lo. Desde os primeiros
dias de pós-operatório, a nutricionista utiliza suplementos já visando este
momento e no terceiro mês de pós-operatório o endocrinologista avalia o
paciente com a primeira rotina laboratorial. Temos uma série de ferramen-
tas para lançar mão, caso seja necessário para que os pacientes atraves-
sem esta fase de forma controlada.

Cirurgia plástica Reparadora


A cirurgia plástica reparadora ganha este nome pois tem o objetivo de
recompor o contorno corporal ao final do processo de emagrecimento,
caso o paciente apresente algum excesso de pele. Por este motivo, os
seguros de saúde cobrem este tipo de cirurgia.

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Alguns critérios devem ser respeitados para o momento ideal da plásti-
ca reparadora, como: estar há mais de 3 meses com o peso estabilizado,
apresentar IMC menor que 30 e ter pelo menos 18 meses de pós-opera-
tório da cirurgia bariátrica. Sem respeitar estes critérios, temos resultados
desapontadores com a cirurgia, além de elevadas taxas de complicações.
No fluxo de pós-operatório, a consulta de 18 meses será com o cirurgião e,
se o paciente preencher estes critérios e os exames de acompanhamento
estiverem perfeitos, ele será liberado e encaminhado para o profissional da
especialidade cirurgia plástica.

Gravidez
A gestação só é aconselhada após 18 a 24 meses de pós-operatório.
Assim como a cirurgia plástica reparadora, no momento adequado, o pa-
ciente vai ter a liberação da equipe para engravidar.
Um detalhe importante é que desde o momento que o paciente decidir
por este projeto, ou seja, desde a primeira consulta com a equipe, deve
adotar medidas contraceptivas conversando com seu ginecologista. Não
há explicação para o paciente que está ingressando neste projeto correr
o risco de engravidar, o que vai levar a resultados insatisfatórios além do
risco de abortamento precoce.
Por outro lado, muitos pacientes têm a impressão de que a gravidez em
pacientes bariátricos tem risco aumentado e é justamente o contrário, des-
de que ocorra a partir do momento adequado. Pacientes emagrecidos di-
minuem bastante o risco de hipertensão, diabetes e eclampsia durante a
gravidez, além de menor problema técnico na hora do parto.

Reganho de peso
Muitos pacientes e familiares questionam por que alguns conhecidos
operados estão evoluindo com reganho de peso. Será que a cirurgia per-
deu o efeito? Será que o estômago dilatou?
A resposta é não! Devemos lembrar que o paciente bariátrico é portador
de obesidade, doença crônica e incurável. Mesmo com a ajuda da cirurgia,
a obesidade não é curada. Como vimos, a cirurgia não consegue trabalhar
sozinha ... depende também dos cuidados de dieta e da regularidade da
atividade física.
O que observamos na maioria das vezes é que o paciente por algum
motivo da vida perdeu o foco que vinha tendo, aos poucos deixa a ativida-
de física de lado e não segue mais nenhum controle de dieta. Neste caso,

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não há milagre e o paciente aos poucos vai reganhando o peso e perdendo
o resultado atingido.
Um agravante neste caso é que o paciente fica envergonhado de retor-
nar à equipe para obter ajuda e acaba piorando ainda mais o problema.
Devemos na verdade cuidar bem da nossa cirurgia, e estar perto da
equipe, pois o processo de resgate é bastante complicado e muitas vezes
infrutífero.

Outros procedimentos bariátricos


Ainda é comum alguns pacientes e familiares perguntarem sobre o ba-
lão intragástrico e a gastroplastia endoscópica. Estes são procedimentos
realizados por endoscopistas e apresentam resultados desapontadores. A
maior prova disto é que os seguros de saúde não pagam por estes trata-
mentos, uma vez que não têm resultados comprovados.

Pontos de reflexão antes da cirurgia


A experiência de vários anos trabalhando em cirurgia bariátrica nos fez
reunir alguns pontos-chave de reflexão para os candidatos à cirurgia atin-
girem o sucesso na sua busca de saúde e qualidade de vida:
É preciso um planejamento de tempo! O resultado da cirurgia depende
de dedicação, das mudanças no hábito alimentar e de exercícios. Deve-
mos planejar o tempo para estar com a equipe nas consultas programadas
e os períodos para atividade física, pois só assim chegaremos ao melhor
resultado.
É preciso um planejamento financeiro! Sim, teremos alguns custos a
mais na compra da dieta, do polivitamínico e até mesmo nos deslocamen-
tos para as consultas.
Entender a obesidade como uma doença crônica e incurável e que mes-
mo com a ajuda da cirurgia devemos cuidar durante toda a vida.
Entender que a cirurgia não é a solução mágica e não é um caminho
“mais fácil”, como escutamos com frequência.
Não estamos fazendo cirurgia plástica. A cirurgia bariátrica é para tratar
uma doença chamada obesidade e suas comorbidades.
Ter a certeza de que o sucesso está em você, no foco de usar a cirurgia
para atingir a saúde e qualidade de vida, pois o procedimento não obriga o
paciente a fazer dieta ou ir à academia.

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Considerações finais

É muito importante também que o candidato ao projeto de cirurgia ba-


riátrica e seus acompanhantes estejam bem informados e familiarizados
com a cirurgia e o tratamento. É importante também que desenvolvam con-
fiança e afinidade com a equipe multidisciplinar, pois, como vimos, é um
acompanhamento para toda a vida.
Fornecemos todas as ferramentas de informação possíveis e estamos
abertos às dúvidas e aos questionamentos para apenas caminharmos
para o sucesso. Estude, pesquise, traga suas dúvidas às consultas indi-
viduais e palestras, programe-se ... são conselhos fundamentais para a
busca do sucesso.
Estamos preocupados com o ser humano e não apenas com o estôma-
go operado. Procuramos o melhor resultado incansavelmente e para isso
nos atualizamos, melhoramos nossos processos frequentemente, sempre
em busca de oferecer o que há de mais moderno e adequado a cada pa-
ciente de forma individual.
Este é o nosso compromisso!

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Dr. Michel Menezes é membro titular da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Central de Atendimento e Marcação de Consultas


(21) 2286-6443
de segunda a sexta, das 8h às 18h

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