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PÓS GRADUAÇÃO:

Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

Arícia Mendes Ferreira


Nutricionista - Coordenação

@nutri.ariciamfe ariciamendes@hotmail.com
Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar
o Pós graduação:

Lato sensu: especializações e MBA


Stricto sensu: mestrado, doutorado e pós doutorado

Por que investir em especialização?

▪ Segurança no estabelecimento de condutas


▪ Atualização das diretrizes, protocolos e recomendações
▪ Compreensão do papel perante a equipe multidisciplinar
e segurança na discussão dos casos
▪ Diferenciação no mercado de trabalho
▪ Garantir ao paciente / cliente TN baseada em evidências

▪ Domínio na área de atuação / de interesse


Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

o Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

Formar profissionais capacitados para atuação na terapia intensiva


Interface entre áreas da saúde
Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

Especialidade:
Conjunto de competências específicas resultante do aprofundamento da
Ciência da Nutrição na dimensão biopsicossocial do indivíduo e da
coletividade

Caracteriza o núcleo de exercício profissional


Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

❑ CRN (2021): 23 especialidades

Educação Alimentar Nutrição Clínica em Nutrição Clínica em


e Nutricional Cuidados Paliativos Gerontologia

Gestão de Políticas Gestão de Políticas Nutrição na


Públicas e Programas Públicas e Programas Produção de
em Alimentação e em Alimentação e Refeições
Nutrição Nutrição Comerciais

Nutrição em Atenção Nutrição em Saúde Nutrição na


Primária e Saúde da de Povos e Produção e
Família e Comunidades Tecnologia de
Comunidade Tradicionais Alimentos e Bebidas

Nutrição em Nutrição Clínica em Nutrição Clínica em


Marketing Cardiologia Terapia Intensiva

Resolução n° 689, de 4 de maio de 2021


Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

o Seção II: do título de especialista


❖ Realização de prova da ASBRAN (responsável pela emissão de títulos e chancela do edital de outras
entidades em parceria do CFN)

❖ Condicionantes:
I) Ser nutricionista com, pelo menos, três anos de inscrição ativa em CRN
Exceção: pelo menos 2 anos de CRN + certificado de residência na área da especialidade
II) Atender aos requisitos do edital

Resolução n° 689, de 4 de maio de 2021


Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

o Duração: 18 módulos
o Horários das aulas: finais de semana

Início: 8 / 9 horas
Término: 18 horas

o Datas: último fim de semana do mês


o Exceções: feriados
Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

o Aulas ao vivo
o Gravação disponibilizada na plataforma
o Material didático para estudo

o Plataforma Moodle
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

o Acessar:
www.iespe.com.br
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI

Login: E-mail
Senha: CPF
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
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Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Nutrição Hospitalar aplicada à UTI
Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar

Módulos:
Introdutório, conceitos e aplicações da Nutrição Hospitalar
Dúvidas ?
Legislação - Paciente Crítico

• Papel de cidadão / cidadã


• Conhecer as “regras do jogo”
• Garantia da democracia e respeito aos direitos / deveres
• Fake news
Legislação - Paciente Crítico

Regulamenta a profissão de Nutricionista


Legislação - Paciente Crítico

Parágrafo único. É obrigatória a participação de nutricionistas em equipes multidisciplinares, criadas


por entidades públicas ou particulares e destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar,
executar e avaliar políticas, programas (...) direta ou indiretamente relacionados com alimentação e
nutrição (...)

BRASIL, Lei n° 8234, de 17 de setembro de 1991


Legislação - Paciente Crítico

Dispõe sobre a DEFINIÇÃO das áreas de atuação e suas atribuições


Legislação - Paciente Crítico

Resolução : RDC n° 7, de 24 de fevereiro de 2010

Art. 2º (...) visando à redução de riscos aos pacientes, visitantes, profissionais e meio ambiente
Art. 3º Esta Resolução se aplica a todas as Unidades de Terapia Intensiva gerais do país, sejam
públicas, privadas ou filantrópicas; civis ou militares

Infraestrutura física Gerenciamento de Riscos Processos de trabalho


(privacidade x monitorização; ≠ e Notificação de Eventos (evolução clinica, assegurado
áreas NEO x adulto x PED) identidade do paciente)
Adversos – indicadores

(...)
Legislação - Paciente Crítico

E o nutricionista?

BRASIL, RDC n° 7 de 24 de fevereiro de 2010


Legislação - Paciente Crítico

Antes: RDC n° 07, 2010


• 1 enfermeiro : 8 leitos
• 1 tec. enfermagem : apoio assistencial
Legislação - Paciente Crítico

→ Dezembro 2019: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Consulta pública 753/2019: Modificação da RDC n° 7

Isenção da regulamentação de requisitos mínimos: incluindo recursos


humanos que compõem a equipe multidisciplinar

“Grande risco de redução da qualidade da assistência prestada”


Legislação - Paciente Crítico
Consulta pública 753/2019: Modificação da RDC n° 7
→ Janeiro 2020:
Manifestações de conselhos e associações contra essa consulta pública

Associação Brasileira de Fisioterapia


Cardiorrespiratória em terapia intensiva
Legislação - Paciente Crítico

• Março 2020 (12/03)

20/03/2020:

Decreto legislativo que


reconhece o estado de
calamidade pública no Brasil em
decorrência da pandemia do
Coronavírus
Legislação - Paciente Crítico

→ Atividades obrigatórias
Estabelecer e executar protocolos técnicos
Realizar triagem de risco nutricional e elaborar diagnóstico
Prescrever a dieta : TNE e TNO + realizar adequação
Avaliar quantitativamente a NP
Participar dos rounds
Monitorar evolução dos pacientes

→ Atividades complementares

Solicitar exames complementares


Prescrever suplementos, módulos, ingredientes, fitoterápicos
Realizar e divulgar estudos
Legislação - Paciente Crítico

→ Parâmetros numéricos mínimos:

Quantos pacientes de UTI você atende por dia ?

Resolução n° 663 de 28 de agosto de 2020


Paciente Crítico

Quem é o paciente crítico?

Comprometimento de um ou mais dos principais sistemas fisiológicos

Perda de sua autorregulação → necessidade assistência contínua


(sistema respiratório x IOT ; IRA X HD)

Constante vigilância e titulação contínua do tratamento MONITORIZAÇÃO

Instabilidade / intercorrência / descompensação

Respiratória Cardiovascular Neurológica Renal

Metabólica

RDC N° 7, de 24 de fevereiro de 2010; Crit Care Med 2016;


Paciente Crítico

Quem é o paciente crítico?

• UTI: área crítica destinada à internação de


pacientes graves
Demanda de atenção profissional
especializada, materiais específicos e
tecnologias necessárias
Tratamento + monitorização + diagnóstico

RDC N° 7, de 24 de fevereiro de 2010; Crit Care Med 2016;


Paciente Crítico

Parâmetros macro hemodinâmicos Parâmetros micro hemodinâmicos

Hipotensão Lactato
Dose nora x dobuta
Nível de consciência SVO2
Diurese
Paciente Crítico

Tratamento + monitoração + diagnóstico

RDC N° 7, de 24 de fevereiro de 2010; Crit Care Med 2016;


Paciente Crítico

Tratamento + monitoração + diagnóstico


Critérios de admissão

Portaria n° 895, de
Resolução CFM n°
31 de março de 2017
2156, de 2016
MS

SISTEMAS E DOENÇAS PRIORIDADES


Critérios de admissão

Doenças pulmonares e de vias respiratórias


Necessidade de ventilação mecânica invasiva ou
não-invasiva
Risco de falência respiratória e/ou obstrução de vias
aéreas
(Incapacidade de trocas gasosas -> IRpA / ICC, AVC, DPOC)
Necessidade de suplementação de oxigênio acima
de 40% (manter SpO2> 92%)
TQT recente (< 48h / C/S VM)
Lesão de vias aéreas superiores ou inferiores
(acidente, inalação CO)
TEP com instabilidade respiratória ou
hemodinâmica
(Tromboembolismo pulmonar; veias sistêmicas → leito
pulmonar)

Portaria n° 895 de 31 de março de 2017


Critérios de admissão
Doenças cardiovasculares
Choque
(Incapacidade do sistema circulatório fornecer nutrientes e O2 -> oferta x demanda)
Pós-ressuscitação cardiopulmonar
Síndrome coronariana ou aórtica aguda
Arritmias cardíacas que ameacem a vida, ou que tenham necessidade de cardioversão
elétrica ou uso de MP
IC com risco iminente de insuficiência respiratória ou necessidade de suporte
hemodinâmico
PO: intratorácicos, cardiovasculares ou endovasculares (eletivos ou de urgência)

Portaria n° 895 de 31 de março de 2017


Critérios de admissão

Doenças neurológicas
Convulsões não responsivas ao tto ou com necessidade de infusão contínua de drogas
anticonvulsivantes
Inflamação aguda ou infecções meníngeas, cerebrais ou medulares graves ou com déficit
neurológico progressivo
Acometimento agudo e grave do sensório (RNC, Estado de Alerta)
TCE
Lesão anatômica e/ou funcional
Acidentes automobilísticos, quedas, agressões
Hemorragias (intraparenquimatosa, subaracnoide, subdural, extradural)

Endócrinas / eletrolíticas
Cetoacidose diabética
Crise tireotóxica (hiper / taquicardia >140bpm/ FA – FC irregular – sinais desorganzizados / febre /
sudorese/ tremores)
Distúrbios eletrolíticos graves (Na, K, Mg)

Portaria n° 895 de 31 de março de 2017


Critérios de admissão

Pós operatórios
Cirurgias de grande porte (cardíacas, TGI, neuro)
Cirurgias de médio porte com instabilidade hemodinâmica ou risco de falência
respiratória
Cirurgias de médio porte em portadores de comorbidades
Transplante de órgãos intracavitários
Politrauma com instabilidade hemodinâmica ou neurológica

Doenças gastrointestinais
Sangramento de TGI grave
Insuficiência hepática aguda levando ao coma
Pancreatite aguda grave

Portaria n° 895 de 31 de março de 2017


Critérios de admissão

Outros sistemas
Intoxicação exógena com risco de descompensação
Grande queimado ou queimadura com risco de comprometimento respiratório
Hipotermia → instabilidade
Sepse com critérios de gravidade
Quase-afogamento com instabilidade ou afogamento

Portaria n° 895 de 31 de março de 2017


Critérios de admissão

o Condição primária: instabilidade clínica


o Necessidade de suporte para as disfunções orgânicas, e monitoração intensiva

Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3 Prioridade 4 Prioridade 5

Resolução CFM N° 2156/ 2016


Critérios de admissão

Prioridade 1 Alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de


suporte terapêutico

Necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem


Prioridade 2 de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte
terapêutico

Necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade


Prioridade 3 de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica

Resolução CFM N° 2156/ 2016


Critérios de admissão

Necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem


Prioridade 4 de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção
terapêutica.

Doença em fase de terminalidade, sem possibilidade de recuperação.


Prioridade 5 Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI
Exceção: potenciais doadores de órgãos

❑ Ingresso: caráter excepcional → peculiaridades do caso, critério do intensivista

❑ Decisões: explícitas, sem discriminação

(Religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião
política, deficiência, ou quaisquer outras)

Resolução CFM N° 2156/ 2016


Critérios de admissão

❑ Admissão → acompanhamento multidisciplinar


Equipe multidisciplinar

Plantonista Diarista (médico


(médico/a) coordenador)

Fisioterapeuta Nutricionista

Fonoaudiólogo
Psicólogo(a)
(a)

Higiene e Auxiliar
limpeza administrativo

Técnicos
Enfermeiro(a)
A medicina intensiva é visceralmente
enfermagem multiprofissional
Equipe multidisciplinar

Rounds diários: assistência segura


Equipe multidisciplinar
PANORAMA UTI - BRASIL
Panorama : UTIs Brasileiras

Registro Nacional de Terapia Intensiva


Panorama : UTIs Brasileiras

AMIB + Epimed Solutions → criação do Registro Nacional de Terapia Intensiva


Objetivos:
• Caracterizar o perfil epidemiológico
• Compartilhar informações úteis na orientação e políticas de saúde e estratégias para
melhorar cuidado aos pacientes críticos no país
• Estimular uso de indicadores de qualidade e desempenho na gestão de UTIs

• Melhorar a qualidade da medicina intensiva


• Aumentar a segurança dos pacientes
➢ Indicadores semelhantes:
Reino Unido (ICNARC), Austrália e Nova Zelândia (ANZICS-CORE)
Panorama : UTIs Brasileiras

Características das UTIs Internações nas UTIs participantes


• Tipos de internação (n)
• Distribuição geográfica • Tipos de internação (%)
• Hospitais, UTIs e leitos por região • Evolução temporal
• Tipos de hospitais por região
• UTIs participantes
• Leitos ativos participantes
• Evolução temporal dos hospitais UTIs e leitos
Características demográficas
participantes • Gênero dos pacientes
• Distribuição da idade
• Evolução por faixas etárias
Panorama : UTIs Brasileiras

Principais desfechos Uso de suportes invasivos


VM, Diálise, Aminas
Duração das internações
Taxa de mortalidade
Escore SAPS3, taxa de mortalidade, probabilidade de Comorbidades
óbito, equação geral, TMP (taxa mortalidade Mais frequentes
padronizada)

Categorias diagnósticas principais


Mais frequentes: internações clínicas
Internações cirúrgicas
Cirurgias eletiva
Cirurgia de urgência
Panorama : UTIs Brasileiras
Panorama : UTIs Brasileiras

3,6%
15%

12%
61%

7,4%

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI NEO / Pediátrica:

25-72: 2 aos 6 anos 73-120: 6 aos 10 anos 121 - 144: 10 aos 12 anos
Censo AMIB, 2020
Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI NEO/ Pediátrica:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI NEO/ Pediátrica

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI Adulto:

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

UTI NEO/ Pediátrica

Censo AMIB, 2020


Panorama : UTIs Brasileiras

Registro Nacional de Terapia Intensiva


PERFIL NUTRICIONAL NO PAÍS
Perfil nutricional

Criança yanomami (aldeia em Roraima)


Perfil nutricional : Desnutrição
• Epidemiologia e saúde pública:
• Entre 1996 e 1998:

• Realização: SBNEP (Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral)


• Estudo: multicêntrico, rede pública, 12 estados + DF, n= 4mil

WAITZBERG, D.L; et al. Hospital Malnutrition: the Brazilian survey: a study of 4000 patients; Nutrition, 2011
Perfil nutricional : Desnutrição
• Tempo média de permanência hospitalar :

Eutróficos: 6 dias
Desnutridos: 15 dias

▪ Causas:

Não observação da
ingesta alimentar

Intervenção cirúrgica em
pacientes desnutridos

Consciência reduzida Ausência de cálculo das


Manutenção da dieta zero
sobre a importância da TN necessidades energéticas

Ausência da TNE nos Rotatividade da equipe de


Retardo no início da TNE
pacientes críticos saúde (técnicos e enfermeiros)
Perfil nutricional : Desnutrição
• Entre 2011 e 2012 (15 anos depois):

• Estudo observacional, prospectivo, hospitais públicos, privados, mistos e filantrópicos


• N = 19.222 pacientes
• 53% sexo feminino e 47% do sexo masculino
• Idade média: 59,11 ± 19,39 anos
• Entre 2011 e 2012

Nutritional status of hospitalized patients in Brazil: analysis of 19,222 patients (BRAINS Study). Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 255-63
Perfil nutricional : Desnutrição

Média: entre adultos e idosos: 46.6% possui algum grau de desnutrição


Conclusões:
□ DPC continua altamente prevalente
□ Impacto na morbidade, mortalidade e tempo de hospitalização
□ Idosos são os mais afetados

Nutritional status of hospitalized patients in Brazil: analysis of 19,222 patients (BRAINS Study). Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 255-63
Perfil nutricional : Desnutrição

• Taxas de desnutrição hospitalar infantil variando de 7,5% a 45,6%


Perfil nutricional : Desnutrição

□ Desnutrição durante a internação


□ N= 1688 pacientes hospitalizados
Perfil nutricional : Desnutrição
• Dados em UTI:

Impacto do aporte proteico e do estado nutricional no desfecho clínico de pacientes críticos. Ver Brasileira de Terapia Intensiva, 2019.
Perfil nutricional : Desnutrição

Objetivos:
□ Caracterizar práticas atuais de nutrição clínica nas UTIs da América Latina
□ Avaliar se as práticas atuais atendem às exigências calóricas e proteicas em pacientes
em TN

□ Metodologia : observacional, transversal, retrospectivo


□ Países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá e Peru
□ Elegíveis: adultos gravemente enfermos em UTI → NE ou NP

□ Amostra: 1053 pacientes de 116 hospitais


79.9% NE ; 9.4 NP; 10.7% NE + NP

VALLEJO, K.P; ei l. Current clinical nutrition practices in critically ill patients in latin America: a multintional observation study. Critical Care, 2017
Perfil nutricional : Desnutrição
Resultado:
74.1% algum grau de DPC (ASG)

Alcance de metas energéticas:


• 59.7% dos pacientes atingiram >90% da meta calórica no dia 1
• 40.3% déficit calórico de -688,8 ± 455,2 kcal (DP)

Conclusão:
Nas UTIs América latina: desnutrição é altamente prevalente
O déficit calórico atinge 40%dos pacientes

VALLEJO, K.P; ei l. Current clinical nutrition practices in critically ill patients in latin America: a multintional observation study. Critical Care, 2017
Perfil nutricional : Desnutrição
• Impactos :

Risco aumentado de Dificuldade de cicatrização Aumento do risco de lesão


infecção de feridas por pressão

Aumento do tempo de Aumento do risco de Pior prognóstico


permanência hospitalar morbimortalidade clínico

Aumento do risco de
readmissão na UTI (2x
eutróficos)

Maior chance de
reabordagem cirúrgica
(deiscência de FO)

Maior tempo de
permanência hospitalar

Correia MITD, Perman MI, Waitzberg DL. Clin Nutr. 2017 Aug;36(4):958-967
Perfil nutricional : Desnutrição

Importante problema de saúde


pública em países
industrializados e emergentes

Condição altamente prevalente,


subdiagnosticada e não tratada

Necessidade de políticas públicas


para melhorar o atendimento
nutricional; diagnóstico de
desnutrição/ risco nutricional
precoce.
Perfil nutricional: Obesidade
▪ Doença endócrino metabólica, crônica, poligênica, etiologia multifatorial

Genéticos Desequilíbrio nutricional Ambientais

Hormonais (controle central de saciedade – efeito insuficiente de leptina Amamentação /Introdução


no hipotálamo) alimentar/ infância

Comportamentais
AF, rotina, tabus, privação do sono
** Reduz a secreção de leptina e aumenta níveis de grelina / ** Melatonina regula síntese e ação da insulina – regulação
da expressão do GLUT 4 → deficiência : resistência a insulina, intolerância a GLI
OBESIDADE
• Impacto :

Papel da obesidade na fisiopatologia das doenças / 60 associadas 12 tipos de CA


Perfil nutricional: Obesidade
• Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico

Dados científicos são essenciais


para o desenho e
implementação de políticas
públicas (abril /2019)
Perfil nutricional: Obesidade
□ Obesidade x inflamação

EXCESSO DE PESO + HIPERTROFIA DOS ADIPÓCITOS


COMPRESSÃO VASOS SANGUÍNEOS
HIPÓXIA CELULAR E MORTE ADIPÓCITOS
QUIMIOTAXIA DOS MACRÓFAGOS E INDUÇÃO DE GENES PRÓ INFLAMATÓRIOS
CASCATA DE RESPOSTA INFLAMATÓRIA + ANGIOGÊNESE
AUMENTO CRÔNICO TNF-ALFA, IL-6, PCR
Perfil nutricional: Obesidade
• Impacto:

Resistência a insulina Citocinas inflamatórias Aumento da demanda ptn

Dificuldade de mobilização Sarcopenia

Preconceito

CASTRO, A.M., CONCHA, L.E.; MELENDEZ-PANTOJA, C.A. Low grade inflammation and its relation to obesity and chronic degenerative diseases. Revista Medica Hospital Gen Mex,
2017
Perfil nutricional: Obesidade

Impacto da obesidade em pacientes com doença crítica traumática

□ Dados prospectivos: 1.167 pacientes em UTI


□ Variáveis: taxa de infecção, tempo de permanência no hospital e na UTI e mortalidade

• Resultados:

Obesos 2x mais risco de infecção CS, trato urinário ou respiratória

7,1 vezes mais chance de óbito


Sarcopenia em UTI
• Redução da capacidade funcional da massa muscular e da força física
• Diminuição da massa muscular e aumento massa adiposa
• Alteração:

Mobilidade, vitalidade, qualidade de vida e aptidão cardiorrespiratória

Ressonância magnética de quadríceps


Massa muscular (cinza clara) e gordura subcutânea
(cinza escura)
Sarcopenia em UTI
• Obesidade sarcopênica : menor sobrevida
Sarcopenia em UTI
• Trajetória metabólica da sarcopenia:

Sarcopenia Pacientes oncológicos,


associada a aumento ICC, cirrose hepática,
do tecido adiposo DPOC, DRC,

Independente do diagnóstico nutricional


Biolo, G; Cederholm, T. Muscle contractile and metabolic dysfunction is a commom feature of sarcopenia of aging and chronic diseases: from sarcopenia obesity to cachexia; Clin Nutr. 2014
Fraqueza adquirida na UTI
• Fraqueza difusa envolvendo musculatura dos membros e músculos respiratórios

• Incidência: 30 a 60%
• Etiologia: SRIC (síndrome da resposta inflamatória sistêmica) + DMO (disfunção múltipla de órgãos)

• Atraso no desmame ventilatório; Aumento do tempo na UTI e internação hospitalar; amento da


mortalidade
Resposta ao trauma
• Paciente crítico x atleta de alto rendimento
• Score de quantidade de glicogênio muscular (Ultrassonografia)

Wischemeyer e San Millan ; Critical Care 2015; 16:S6


RESPOSTA AO TRAUMA
Resposta ao trauma

Comprometimento de um ou mais dos principais sistemas fisiológicos → perda de sua


autorregulação → necessidade assistência contínua

Resposta orgânica ao trauma?

• Trauma: lesão

Extensão

Intensidade Perturbações locais e Desequilíbrio da


sistêmicas homeostase
Gravidade

Excede limites físicos /


orgânicos de tolerância

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA AO PACIENTE VÓIMA DE TRAUMA: Diretrizes clínicas. Versão: 2018


Resposta ao trauma

DESEQUILÍBRIO DA HOMEOSTASE

Resposta neuroendócrina, metabólica e Resposta ao estresse


imunológica complexa

• Intencional x não intencional

• Conceito de homeostasia : (Cannon, 1929 – “luta ou fuga”)

□ Manutenção da constância / estabilidade


do meio interno

□ Equilíbrio das funções do organismo e sua


composição química

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA AO PACIENTE VÓIMA DE TRAUMA: Diretrizes clínicas. Versão: 2018


Resposta ao trauma

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA AO PACIENTE VÓIMA DE TRAUMA: Diretrizes clínicas. Versão: 2018


Resposta ao trauma

Resposta neuroendócrina
Metabólica
Imunológica

Resposta harmônica: estabilização → cura


Excessiva → desequilibrada → bloqueio/ falência orgânica → óbito
Resposta ao trauma

Liberação de adrenalina e noradrenalina (catecolaminas)

• Neurotransmissores (auxiliam na condução do impulso nervoso)


• Luta x fuga (aumento FC e FR -> auxilia na perfusão)

Adrenalina (80%) e Noradrenalina (20%)

□ Noradrenalina: vasoconstrição ; aumento da atividade cardíaca (força de contração)


□ Adrenalina : efeitos metabólicos

Elevação da TMB (taxa metabólica Redução da síntese


basal –kcal) de insulina **

Estímulo a gliconeogênese
(síntese de glicose a partir de aminoácidos
e glicerol)

Catabolismo muscular / desnutrição / risco de LPP/ cicatrização

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Resposta ao trauma
□ Gliconeogênese:
Síntese de glicose a partir de compostos
não glicídicos

Lactato, aminoácidos e glicerol

□ Situações de jejum / catabolismo / trauma


• Fígado (essencialmente) + rins
• Via metabólica essencial a vida

Cérebro (120g/dia)
Hemácias Suprimento
Medula renal contínuo de
Cristalino glicose
Córnea ocular

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Resposta ao trauma

Resposta harmônica: estabilização → cura


Excessiva → desequilibrada → bloqueio/ falência orgânica → óbito
Resposta ao trauma

Eixo hipotalâmicos e pituitária (hipófise)

Feedback

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Resposta ao trauma

Cortisol (aumentado)
• Hormônio corticosteroide (esteroides)
• Síntese: parte superior da glândula adrenal / suprarrenal → córtex
• Diretamente envolvido na resposta ao estresse
• Pico : 12 horas após o trauma ; mantém elevado até 3 semanas
• Efeitos metabólicos:

Mobilização da musculatura esquelética

Inibição da síntese proteica

Resistência a insulina → hiperglicemia

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Resposta ao trauma

Glucagon

• Hormônio produzido pelas células alfa-pancreáticas


• Agonista da insulina
• Efeitos metabólicos
Estimula a glicogenólise (degradação do glicogênio)

Estimula a lipólise (degradação dos triglicerídeos)


Resposta ao trauma

Insulina

• Hormônio anabólico
• Células beta-pancreáticas
• No paciente crítico:

Redução na secreção

Aumento na excreção urinária

Dificuldade de anabolismo
(construção muscular)
Hiperglicemias
Redução na tolerância a reposição de
glicose
Resposta ao trauma

Resposta harmônica: estabilização → cura


Excessiva → desequilibrada → bloqueio/ falência orgânica → óbito
Resposta ao trauma

Inflamação / sistema imunológico: citocinas e mediadores

• Polipetideos, glicoproteínas
• Trauma, necrose, bacteremia

Microcirculação: inflamação, isquemia, necrose hemorrágica


TNF- Mediador primário efeitos sistêmicos endotoxina: anorexia, febre,
ALFA taquipneia, taquicardia e hipotensão
Dose baixa: febre, neutrofilia, anorexia, liberação de ACTH
(corticotrófico – cortisol), glicocorticoides e insulina
IL-1 Dose alta: induz hipotensão, leucopenia, lesão tecidual e morte
semelhante ao choque séptico, inibição síntese colágeno
Atravessa a barreira hematoencefálica e inicia síntese de PGE no
hipotálamo ocasionando aumento da temperatura corporal (aumento
IL-6 TMB)
Pirogênica

• (↑) Obesidade: tecido adiposo / adipocinas (leptina, resistina, adiponectina)

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Guyton, 2017; Medeiros, A.C, 2017
Resposta ao trauma

Resposta harmônica: estabilização → cura


Excessiva → desequilibrada → bloqueio/ falência orgânica → óbito
Resposta ao trauma

Comportamentais

• ↓ grelina, ↑ colecistocinina e peptídeo YY → anorexia (alteração comportamental tardio


ao estresse)

Resposta neuroendócrina, metabólica, Imunológica

MEDEIROS, A.C.; FILHO, A.M.D; Resposta metabólica ao trauma. Journal of Surg Cl Res – Vol. 8 (1) 2017
Guyton, 2017; Medeiros, A.C, 2017
Resposta ao trauma
Resposta ao trauma

Estado nutricional e
comorbidades prévias tem
impacto na
morbimortalidade da
doença crítica

• Resposta hiper inflamatória aguda inicial → controle da inflamação → recuperação


• Resposta inflamatória inicial limitada → recuperação ou óbito
• Depressão prolongada da resposta imunológica → imunossuprimido → óbito
Resposta ao trauma

Multicêntrico
3017 pacientes

↑mortalidade em 90 dias

Mc Clave S.A. et al. J Parenter Enteral Nutr. 2016; 40 (2): 159-211


Paciente crítico

Aumento
de TMB
Aumento
Absorção de T°
deficiente corporal

Ingestão RESERVAS Alterações


insuficiente/ CORPORAIS metabólicas
(músculo esquelético)
jejum

Cicatrização
Processo
de feridas
inflamatório
Medicações e
procedimentos

Paz LS, Couto AV. Avaliação nutricional em pacientes críticos: revisão de literatura. BRASPEN J. 2016;31(3):269-77 / McClave SA, et al. Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support
Therapy in the Adult Critically Ill Patient. Society of Critical Care Medicine. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2016;40(8):1200
FASE DA RESPOSTA
CRITÉRIOS DE ESTABILIDADE
MACRO E MICROHEMODINÂMICA
QUADRO CLÍNICO
ESTADO NUTRICIONAL DO PACIENTE
Obrigada !
@nutri.ariciamfe
ariciamendes@hotmail.com

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