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CONTROLE HISTÓRICO
Nº Histórico da
Revisão Data Elaboração Verificação Aprovação
Páginas alteração
Cláudia M. Marques
00 22/08/11 36 Emissão Inicial Luciana Soares Luciana Soares
Marcela M. Pereira
Cláudia M. Marques
01 16/10/12 36 Revisão Luciana Soares Luciana Soares
Marcela M. Pereira
Cláudia M. Marques Fernanda
02 03/02/14 42 Revisão Luciana Soares
Marcela M. Pereira Albuquerque
1- INTRODUÇÃO
Sabe-se que a ocorrência da desnutrição hospitalar é frequente na população
brasileira sendo responsável por um grande aumento da morbimortalidade. Um estudo
realizado pelo Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI) em
1996, encontrou uma prevalência de desnutrição hospitalar de 50%. Diante disso, a
avaliação nutricional é necessária para detectar a sua ocorrência visando manter e/ou
melhorar o estado nutricional contribuindo na redução do tempo de internação
hospitalar e a morbimortalidade.
O Hospital Evangélico possui aproximadamente 158 leitos, principalmente
ocupados pelas clínicas: nefrologia, cardiologia clínica e cirúrgica, ortopedia,
neurocirurgia, clínica médica, urologia e cirurgia geral. Aproximadamente 40 % dos
pacientes internados na instituição, encontram-se com risco nutricional. Desses
pacientes, cerca de 70% apresentam um quadro de desnutrição, 15% eutrofia, 8%
sobrepeso e 8% obesidade.
2- Objetivos
Estabelecer diretrizes para a realização da administração correta de Dietas
enterais, proporcionando mais qualidade e segurança aos pacientes submetidos a
este tipo de nutrição.
3- Classificação
• Leve;
• Moderada;
• Grave.
4- Lista de Siglas
ANVISA: Agência de Vigilância Sanitária;
BPPNE: Boas práticas de preparação de nutrição enteral;
BPANE: Boas práticas de administração da nutrição enteral;
CTI: Centro de Terapia Intensiva;
CTL: Total de linfócitos;
EMTN: Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional;
GET: Gasto energético total;
HE: Hospital Evangélico;
IBRANUTRI: Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar;
IMC: Índice de massa corporal;
NE: Nutrição Enteral;
TGI: Trato gastrointestinal;
TN: Terapia Nutricional;
TNE: Terapia Nutricional Enteral;
SNE/SNG: Sonda nasoentérica/nasogástrica;
VM: Ventilação mecânica.
em Nutrição Enteral ou Parenteral deverão ser avaliados em até 72 horas após o início
da terapia e reavaliados a cada 15 dias.
A avaliação Dietética é realizada para o conhecimento dos hábitos e
preferências alimentares, com o intuito de elaborar uma dieta individualizada,
conforme as necessidades do paciente, conforme formulário em anexo 04.
A avaliação Bioquímica é realizada através da verificação de exames
laboratoriais (albumina, hemograma, uréia, creatinina, entre outros).
O exame Físico trata-se da avaliação física do paciente da cabeça aos pés para
verificar sinais clínicos de deficiência nutricional.
Na avaliação Imunológica, a desnutrição protéico-calórica está associada a uma
queda da imunidade humoral e celular, o que auxilia na detecção de pacientes em
risco de sepse e de morte associada à infecção. Uma das formas de avaliar a
imunidade do indivíduo é através da Contagem Total de Linfócitos (CTL).
Estimativa de Peso:
Peso atual: é obtido em uma balança calibrada de plataforma ou eletrônica; o
indivíduo deve posicionar-se em pé no centro da base da balança, descalço e com
roupas leves.
Peso usual: é utilizado como referência nas mudanças recentes de peso ou quando
não há possibilidade de se medir o peso atual.
Cálculo do IMC:
6- Critério de Inclusão
Pacientes impossibilitados de ingerir alimentos pela via oral, seja por patologias
do trato gastrointestinal alto, por intubação orotraqueal, por distúrbios neurológicos
com comprometimento de nível de consciência ou dos movimentos mastigatórios e
para pacientes com ingestão por via oral inferior a 60% do gasto energético total
(GET) ou com previsão de jejum de 03 a 05 dias, pacientes em risco de desnutrição ou
desnutridos com pouca perspectiva de alimentação plena por via oral. Vantagens da
Nutrição Enteral:
• Menor risco de complicações em relação à nutrição parenteral;
• Menor incidência de complicações infecciosas;
• Manutenção do estado morfológico e funcional do trato gastrointestinal (TGI):
• Redução de translocação bacteriana
• Prevenção de atrofia de mucosa TGI;
• Possível redução na incidência de hemorragias digestivas;
• Melhor custo/benefício.
7- Critérios de Exclusão
• Obstrução intestinal total;
• Íleo paralítico ou hipomotilidade intestinal;
• Instabilidade hemodinâmica;
• Fístulas entero-cutâneas de alto débito (>500ml/dia);
• Diarreias intratáveis;
• Inflamação ou hemorragia grave do trato gastrointestinal.
9- Tratamento
Prescrição dietoterápica
Observações:
A equipe de enfermagem, responsável pelos últimos quatro parâmetros, deverá
estar atenta às seguintes particularidades:
Diarreia
Diarreia é a presença de três ou mais evacuações líquidas ou semilíquidas em
24 horas por dois dias consecutivos ou 3 evacuações de fezes líquidas volumosas em
12 horas (Lebak KJ, 2003).
A dieta enteral não é a causa mais comum de diarreia. Lembrar de antibióticos
e outros medicamentos (laxantes, sais de magnésio, xarope com sorbitol, dentre
outros), condições clínicas que predispõe a diarreia (uremia, doenças do trato
gastrointestinal, dentre outras), posicionamento da SNE (intestinal: aumenta o risco de
diarreia), infecciosa (clostridium), reavaliação do tipo da dieta enteral.
Vômitos
•
Manter decúbito elevado 30-45o
•
Suspender dieta enteral durante 6 horas,
•
Verificar estase conforme protocolo,
•
Se ausência de vômito/estase reiniciar dieta a 30 ml/h e progredir
gradativamente conforme tolerância e protocolo de progressão da dieta enteral,
•
Se necessário, considerar o uso de drogas procinéticas e/ou reposicionamento
da SNE em posição alternativa (duodeno/jejuno).
Distensão Abdominal
•
Avaliar o grau de distensão abdominal com o médico assistente/suporte
Nutricional,
•
Se distensão abdominal importante, suspender dieta enteral,
•
Medir estase conforme protocolo,
•
Se necessário, considerar o uso de drogas procinéticas e antigases,
•
Reiniciar dieta enteral a 30 ml/h após avaliação do médico assistente/suporte
nutricional,
Desmame da TNE:
•
Aguardar a avaliação do serviço de fonoaudiologia, liberação da via oral e
definição da consistência da dieta oral;
•
Aguardar prescrição médica para liberação da dieta oral;
•
Iniciar infusão de dieta enteral cíclica noturna por 12 horas (18:00 h às 6:00 H),
ofertando, 60% das necessidades nutricionais estimadas;
•
Quantificar a aceitação da dieta oral por 72 horas através do registro alimentar
e reduzir o volume da dieta enteral de 15 a 20 ml conforme o aumento da ingestão
calórica, conforme formulário em anexo 01;
•
Após atingir 60% a 75% das necessidades nutricionais estimadas por via oral
durante 3 dias consecutivos, suspender a dieta enteral e iniciar suplementação oral.
• Indicadores de Eficácia:
Pacientes Internados
Diarréia_________ X 100
Pacientes Reavaliados
Pacientes Reavaliados
Pacientes Reavaliados
Novasouurce GC HP 4,5g/100
(Nestlé) ml. Dos
Sistema fechado 1L Indicado para pacientes: quais:
Normocalórica Diabetes tipo 1 e 2; Gorduras
Hipoglicídica Situações de hiperglicemia. 12g/100 6,4 totais:
Hiperprotéica ml g/1
1,14kcal/ 4,5g/100
Hiperlipídica 00
ml ml
Fibras solúveis (80%) Sódio ------ 130mg/100 ml 42% ml Gorduras
Hipossódica, isenta de Potássio ----- 129mg/100 ml
saturadas
sacarose, lactose, Osmolalidade ------320mOsm/Kg de água 22 :
glúten e gordura trans. % 0,6g/100
ml
36%
Isosource 1.5 Cal Indicado para pacientes: 1,5 15g/100 6,3g/ 6,7
Sistema fechado 1L Necessidades calóricas e Kcal/mL mL 100 g/100mL
Hipercalórica proteicas elevadas; mL
Hiperproteica Restrição hídrica; 41% 42%
Normolipídica Intolerância a grandes volumes. 17%
Hipossódica, isenta de Sódio ------ 100 mg/100 mL
sacarose, lactose e Potássio ------ 160mg/100mL
glúten. Osmalalidade ----- 320 mOsm/Kg de água
Osmolaridade ------ 330mOsm/L
Peptamen com Indicado para pacientes:
Prebio Terapia Nutricional precoce em 1,0kcal/ 12g/100 4g/ 3,9g/100
(Nestlé) pacientes críticos, com retardo de ml ml 100 ml
Sistema fechado esvaziamento gástrico e risco de ml
Compete ao enfermeiro:
• Orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à utilização e
controle da TNE.
• Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral.
• Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar,
ambulatorial e domiciliar.
• Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica.
• Assegurar a manutenção da via de administração.
• Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração.
• Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração.
Compete ao farmacêutico:
• De acordo com os critérios estabelecidos pela EMTN, adquirir, armazenar e
distribuir, criteriosamente, a NE industrializada.
• Participar da qualificação de fornecedores e assegurar que a entrega da NE
industrializada seja acompanhada de certificado de análise emitido pelo fabricante.
• Participar das atividades do sistema de garantia da qualidade, respeitando suas
atribuições profissionais legais.
• Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações para NE.
• Avaliar a formulação das prescrições médicas e dietéticas quanto à
compatibilidade físico-química droga-nutriente e nutriente-nutriente.
• Participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações
adversas e interações droga-nutriente e nutriente-nutriente, a partir do perfil
farmacoterapêutico registrado.
• Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da farmácia.
Compete ao Fonoaudiólogo
• Realizar avaliação dos órgãos fonoarticulatórios envolvidos no processo de
alimentação e avaliação funcional da deglutição;
• Detectar as dificuldades e causas da disfagia, orientando e estabelecendo o
tipo de tratamento fonaoudiológico;
• Estabelecer a consistência mais adequada dos alimentos para os pacientes
com disfagia;
• Determinar procedimentos, posturas e manobras que possam tornar a
deglutição mais eficiente e segura;
• Orientar o paciente, a família ou responsável sobre os cuidados e
procedimentos durante a alimentação;
• Determinar o momento adequado para a transição da dieta por sonda para a via
oral, em conjunto com o nutricionista e o enfermeiro.
• Lebak KJ, Bliss DZ, Kay Savik and Kathleen M. Patten-Marsh. What's New on
Defining Diarrhea in Tube-Feeding Studies? Clin Nurs Res.12: 174. 2003.
• Weijs PJ, Stapel SN, de Groot SD, Driessen RH, de Jong, Girbes AR, Strack
van Schijndel RJ, Beishuizen A. Optimal protein and energy nutrition decreases
mortality in mechanically ventilated, critically ill patients: a prospective observational
cohort study. JPEN J Parenteral Enteral Nutrition. Jan;36(1):60-8, 2012.
14- Fluxogramas
14.1 Fluxograma de Progressão da dieta Enteral:
ELABORAÇÃO
APROVAÇÃO