PREGAR O EVANGELHO DO REINO B. Então o Senhor mostrou a Seus discípulos a necessidade de negar a si mesmo (Mt 16:24).
Essa é a vida da
Extrato da Mensagem 8 – A VIDA NORMAL DA IGREJA
Leitura Bíblica: Mt 16:24-27
I. O SERVIÇO QUE AGRADA A DEUS:
A. Pedro foi usado pelo Pai para revelar que o Senhor Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:17).
Pedro não havia recebido o Senhor como o Espírito, portanto, ainda era um homem anímico. Ele não
recebeu tal revelação por sua própria carne e sangue. Pedro tinha sua parte boa e má, assim como a árvore
do conhecimento. Quando Adão tomou daquela árvore, não foi fulminado (Gn 3:3). Mas certamente, a
morte entrou no homem (Gn 3:6). Não interessa quantos anos pudesse viver, eventualmente morreria, pois
tinha a morte em si.
B. Os descendentes de Adão também receberam essa natureza corrompida. Adão passou a viver de acordo
com sua alma, seu próprio conhecimento do bem e do mal. Caim, igualmente, se fiava por viver na parte
boa da alma, e assim servir a Deus (Gn 4:3). Como camponês, certamente se esforçou diligentemente para
apresentar algo a Deus. Seu irmão Abel também ofereceu uma oferta. Mas a oferta de Abel se baseava no
sacrifício de um animal. O Senhor se agradou de Abel e de sua oferta, mas não de Caim e sua oferta. Pelo
conceito anímico, aquele que se esforçou mais deveria receber maior recompensa. Por isso Caim irou-se
(Gn 4:4-5).
C. Abel cuidava de ovelhas. Seu trabalho era cuidar da alimentação delas. Ovelhas são animais limpos, isto é,
ruminantes e de casco fendido (Lv 11:3). Elas têm quatro compartimentos no estômago, assim cada
alimento é mastigado e digerido quatro vezes. Elas mastigam, levam o alimento a um compartimento do
estômago. Depois o trazem de volta à boca, misturam com saliva, mastigam mais, para digerir
completamente. Esse processo, chamado ruminar, é na verdade um símbolo de como devemos receber a
Palavra. Precisamos ruminar a Palavra com o fim de desfrutar Espírito e vida (Jo 6:63). É por isso que
tomamos a Palavra com oração, para ruminar a Palavra do Senhor (Ef 6:17-18).
D. Quando comeram do fruto da árvore do conhecimento, Adão e sua mulher se viram nus e cozeram folhas
de figueira para se cobrir. As folhas se secaram e Adão se escondeu, por temer a Deus (Gn 3:7-8). Deus
então sacrificou um animal a fim de cobrir a nudez do homem (Gn 3:21). Esse animal se tronou justiça para
Adão, isto é, cobriu a sua carne. Essa foi a justificação de Adão. Isso tipifica que o Senhor Jesus, por Sua
morte, nos justificou (1 Co 1:30; Hb 9:26). O sacrifício de Abel subia como um aroma agradável a Deus,
pois o reconciliava com Deus (Gn 4:; Ef 5:2). Por outro lado, o sangue derramado servia para cobrir os
pecados. O Senhor Jesus é o Cordeiro de Deus, que foi imolado por nós, desde a fundação do mundo (1 Pe
1:19-20). Seu sangue nos purificou de todos os pecados (1 Co 6:11). Assim, Cristo tornou-se a nossa
justiça, cobrindo toda a nossa vergonha.
E. A carne colocada no altar era queimada até tornar-se cinzas. As cinzas são o elemento mais puro. Toda
impureza foi queimada. Isso tipifica o fato de que o Senhor nos santificou (1 Co 6:11). Dessa maneira,
Deus nos aceita. Por isso somos reconciliados com Deus (2 Co 5:18). E quando nos tornamos limpos
novamente, podemos nascer de Deus. Esse é o evangelho da graça que pregamos.
F. Caim não aceitou a escolha de Deus. Era como se dissesse que Deus foi injusto. O resultado foi a ira. Teve
ódio de seu irmão, por isso o matou (Gn 4:8). Tudo isso veio da alma. Por isso, podemos dizer que a oferta
de Abel provinha da árvore da vida. A de Caim, no entanto, vinha da árvore do conhecimento, pois resultou
em morte. Mais tarde, Caim foi expulso da presença de Deus. Mesmo a parte boa da árvore do
conhecimento, o serviço que provém dessa árvore não pode ser aceito por Deus (Gn 4:13-14).
II. NEGAR A VIDA DA ALMA:
A. A igreja foi revelada diretamente por boca do Senhor Jesus. Entretanto, ela só surgiria de fato quando fosse
até Jerusalém, a fim de cumprir Sua obra redentora. Por isso, logo após revelar a igreja, o Senhor passou a
explicar aos discípulos a necessidade de ir a Jerusalém para sofrer e ser morto (Mt 16:21). Pedro chamou o
Senhor à parte e O repreendeu. Pedro tinha uma preocupação com o Senhor, não querendo que Ele sofresse.
No entanto, essas palavras partiram de sua alma. A morte do Senhor era necessária, para que Ele pudesse
ressuscitar e livrar-nos da morte. O amor natural de Pedro, que desejava impedir a morte do Senhor era um
estorvo para a salvação. Satanás tentou usar essa parte boa da alma de Pedro para impedir o Senhor. Por
isso o Senhor não repreendeu a Pedro, mas a Satanás (Mt 16:22-23).
igreja. Tudo o que fazemos na vida da igreja é seguir o Senhor. Não seguimos a home algum. Seguimos
Cristo! O Senhor acabara de revelar a igreja. A igreja seria gerada quando Ele fosse à cruz. Esse versículo
mostra, então, como viver a vida da igreja. O Senhor não se preocupou em apresentar muitos aspectos da
prática da igreja. Sua preocupação é que O sigamos. Para tal basta negarmos a nós mesmos.
C. O Senhor precisa que neguemos nosso ego, o “eu”. Pedro tinha muitas opiniões. Elas são a expressão do
homem natural, anímico. Por isso, para vivermos a vida da igreja, o Senhor não listou uma série de
atividades. Ele apenas nos pediu para rejeitar nosso ego, nosso próprio ponto de vista. Nossa alma é muito
perigosa. Podemos ser usados por Deus num instante, e logo em seguida ser usados por Satanás. Foi o que
aconteceu com Pedro. Portanto, o item principal do viver da igreja é colocar o ego, a vida da alma, na cruz.
Cada vez que o ego venha à tona, por meio das opiniões, precisamos tomar a cruz e matá-lo.
D. Se tentarmos preservar o ego, perdemos a salvação da alma. Mas, se perdemos o ego, a vida da alma,
achamos a salvação da alma (Mt 16:25). Pedro e os demais não poderiam praticar essa palavra, pois não
tinham alternativa. Só poderiam viver em sua alma. Mas quando o Senhor ressuscitou, tornou-se o Espírito
que dá vida (1 Co 15:45). Então, Ele entrou nos Seus discípulos como O Espírito (Jo 20:22). Assim surgiu
a igreja, o grupo de pessoas que vivem no Espírito.
E. Há muitos aspectos e verdades concernentes à igreja: a base da igreja, o governo da igreja, etc. O mais
importante, no entanto, é não trazer nossa vida da alma. Na alma, Satanás pode entrar e nos prejudicar. A
vida da igreja, no entanto, deve ser um lugar para recebermos vida e crescermos em vida. Por isso,
precisamos negar a vida da alma para que a vida de Deus possa crescer em nós. Por fim, ganharemos uma
salvação completa. Nosso espírito foi salvo como resultado da obra do Senhor em Sua primeira vinda (Ef
2:8). Nosso corpo será salvo quando Ele vier pela segunda vez. Receberemos um corpo incorruptível (1 Co
15:52).
III. PURIFICADOS PELO FOGO SANTO:
A. A vida da igreja é para negarmos a vida da alma. Podemos conquistar muitas coisas, mas se não negarmos a
vida da alma, não podemos ser plenamente salvos (Mt 16:26). ‘Ganhar o mundo inteiro’, nesse versículo,
não se refere apenas a bens materiais. Essa palavra foi falada aos discípulos, no contexto de negar a vida da
alma. Isso diz respeito à ambição. A obra dos discípulos na igreja poderia ser tão grande, a ponto de tomar
o mundo inteiro. Se não negassem a sua alma, porém, não poderiam ser salvos em sua alma.
B. O Senhor retribuirá a cada segundo as suas obras em Sua vinda (Mt 16:27). Isso se refere ao julgamento do
Senhor em Sua parousia, Sua vinda nos ares (1 Ts 4:17; Lc 21:27). Nossos pecados já foram julgados na
cruz. Quando os confessamos, o Senhor nos limpa completamente (1 Jo 1:9). Assim, o julgamento do
Senhor em Sua vinda não será concernente a pecados, mas com respeito à vida da alma. Por isso, a vida da
igreja é para expor a nossa vida da alma a fim de que tenhamos oportunidade de negar a vida da alma até
aquele dia.
C. As situações diárias devem conduzir-nos à presença do Senhor. Mas não devemos voltar-nos ao Espírito
apenas em situações de disciplina, com situações de sofrimento exterior (hb 12:6). Devemos aproveitar as
situações em que o Senhor nos expõe, as situações em que percebemos que nossa vida da alma se
manifestou, para nos arrepender, negar a nós mesmos e voltar-nos ao Espírito. Pedro referiu-se a essa
experiência como o fogo, usado para depurar-nos (1 Pe 1:6-7; 4:12). No Espírito temos o fogo santificador,
capaz de purificar-nos.
D. O Senhor preparou uma salvação completa para nós, a salvação para o nosso espírito, alma e corpo. Essa
salvação ser completada até a volta do Senhor (1 Pe 1:5). O caminho para efetuar a salvação da nossa alma
já foi aberto, foi revelado, por isso podemos exultar. É necessário passar por várias provações para que
nossa vida da alma seja queimada (1 Pe 1:6). A maior obra é eliminar a vida da alma para que a vida de
Deus possa crescer. Se formos depurados, então, restarão apenas os frutos do Espírito. Assim, na volta do
Senhor, poderemos receber louvor, glória e honra (1 Pe 1:7). Glória é participar do reino milenar. Honra é
reinar com o Senhor.
IV. SEGUIR O SENHOR:
A. Negamos a vida da alma a fim de seguir o Senhor. Ele está em movimento. Segui-Lo é seguir Seus passos.
Ele está entre os candeeiros (Ap 1:). Ele entrou além do véu, no Santo dos Santos. Ele também saiu para
fora do arraial (Hb 6:19-20; 13:13). Precisamos sair! Seguir o Senhor é sair para espalhar a Sua fragrância
 (2 Co 2:14). É assim que podemos negar a nossa vida da alma e lançar mão da imarcescível coroa da glória
(1 Pe 5:4).
B. Em cada ocasião, mesmo nas reuniões, precisamos voltar-nos ao espírito. Não podemos fazer nada de
acordo com a empolgação da alma.

(extrato não revisado pelo autor)