LIVRO 1 - NÃO DESPERDICE SEU TEMPO

SÉRIE:
NÃO DESPERDICE
SEU TEMPO!
P E D R O D O N G
© 2023 Editora Árvore da Vida
Palavra, vida e edificação - Evangelho de João – Livro 1
Título deste volume:

Não desperdice seu tempo!
1ª edição - setembro/2023 - 47.100 exemplares
Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.
Proibida a reprodução total ou parcial

deste livro sem a autorização escrita dos editores.
Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida
Editora Árvore da Vida

Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil
CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:
ARC - Almeida Revista e Corrigida

BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração
Capa: Wagner Costa | Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim

PREFÁCIO
Mais do que um simples devocional, o Alimento Diário é um guia
espiritual que o acompanhará diariamente em sua jornada de fé,
nutrindo sua alma e iluminando seu caminho. Este livro oferece,
para cada dia, uma porção da revelação da Palavra de Deus, com o
propósito de renovar, avivar e firmar sua mente, tornando-a frutífera
por meio da imersão na palavra profética.
Em cada página, você encontrará palavras de vida e edificação,
que conectarão sua vida e seu viver com a realidade do reino dos
céus, não importando em que estágio você se encontre em sua
jornada de fé.
Ao longo das páginas deste volume, você descobrirá os verdadeiros
tesouros da palavra profética destrancados e dispensados a nós, a
igreja, o Corpo de Cristo.
O Alimento Diário é mais do que um livro, é uma palavra que
nos governa e nos permite andar nos caminhos do Senhor a cada
dia. Esperamos que você encontre nestas páginas a inspiração e a
conexão espiritual que você procura, e que as mensagens proféticas
aqui contidas lhe sejam uma fonte constante de amor, luz, direção
e encorajamento.
Que o Alimento Diário seja uma bênção para você e uma
ferramenta para sua imersão diária na palavra profética! Essa
palavra vai dar um sabor especial a sua vida em todos os sentidos.
Os editores.
ASSIM QUE SE LEVANTAR...

antes de qualquer outra coisa, faça uma respiração da
vida, invocando profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos, tristezas e
pecados, e receba o Senhor Jesus como vida, alegria, paz e
encorajamento. Invoque: “ó Senhor Jesus!” várias vezes,
durante todo o dia.
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA
No livro do profeta Jeremias, lemos: “Quando a tua Palavra foi

encontrada, eu comi cada frase e as digeri em meu íntimo; elas me
nutrem dia após dia, são minha satisfação e júbilo maior; porquanto
teu Nome foi invocado sobre mim, isto é, pertenço a ti!” (15:16 KJA).
PARA SEU DESFRUTE INDIVIDUAL

A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. Comece a imersão exercitando o espírito, invocando o nome do
Senhor, orando, falando, cantando, louvando e proclamando gritos
de guerra (Ef 5:18; Is 42:13).
2. Transcreva cada ponto da porção de cada dia, falando enquanto
escreve.
3. De cada ponto, destaque as palavras-chave e se alimente de cada
frase, falando, repetindo, enfatizando e proclamando cada palavra
como se estivesse mastigando.
4. Baseado na revelação que você ganhar de cada frase, escreva seus
pontos-chave!
5. Transforme em oração cada ponto-chave e compartilhe com
alguém o que Deus revelou a você.
6. Resuma em forma de frase simples, verso, oração, cântico ou grito
de guerra a porção que mais tocou seu coração.
7. Tudo isso encherá você do Espírito e tornará sua mente frutífera
para receber a luz, a vida e a direção da palavra profética, e aplicá-
la em seu viver diário.
COMER E DIGERIR A PALAVRA TODO O DIA

PARA TER GOZO E ALEGRIA
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA
PARA O DESFRUTE COLETIVO

A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de juntos extrair as riquezas que
há na Palavra. Nós os chamamos de grupos familiares por terem
um caráter informal e de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. O grupo familiar pode ser formado por parentes, vizinhos ou amigos
que morem perto de você, ou por seus colegas de faculdade, escola
ou trabalho.
3. Leiam as passagens sugeridas para cada dia! Leiam com oração o
versículo proposto.
4. Compartilhem o ponto-chave de cada um e procurem aplicar essa
palavra à vida cotidiana. Tornem a palavra de Deus prática na vida
de vocês! Dessa maneira, todos participarão ativamente e serão
edificados mutuamente.
5. Procurem encher-se do Espírito falando entre vocês, com ênfase,
repetição, grito de guerra e oração em cima da palavra que
desfrutaram. Assim, todos serão supridos e desejarão cada vez
mais cooperar com Deus cumprindo Sua vontade – pregando
o evangelho do reino, praticando o “Posso orar por você?” e
divulgando a palavra às pessoas em todo lugar. Assim vamos
apressar a volta do Senhor.
6. Convidem pessoas para as reuniões da igreja, praticando o “Vem e
vê!”, para que também sejam supridas pelo Espírito e vida que há
na palavra.
7. Procurem incluir nos grupos pessoas de todas as faixas etárias:
crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas mais maduras.
Todos podem participar, alegrar-se, falar, funcionar, cantar,
proclamar palavras e frases que mais tocaram seu coração, porque,
afinal, a igreja é a realidade do Corpo de Cristo na terra, e somos
membros uns dos outros. Cada membro deve exercer sua função
no Corpo.
P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,

sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO
SEMANA 1: UMA VISÃO DE ÁGUIA – Acesso ao

vídeo da
(JO 1:1; 21:24-25) mensagem 1
Crer 100% na palavra do Senhor........................................................................... 7

O ministério do apóstolo Pedro............................................................................ 10
A igreja expande-se até os gentios....................................................................... 13
A conversão de Paulo e o início de seu ministério............................................... 16
A palavra que traz a revelação do mistério.......................................................... 18
O ministério de João: remendar redes ................................................................. 20
A sublimidade do Evangelho de João.................................................................. 22
SEMANA 2: NO PRINCÍPIO ERA A PALAVRA – Acesso ao

vídeo da
(JO 1:1-3)
mensagem 2
A Palavra.............................................................................................................. 24
Os quatro seres viventes....................................................................................... 26
Voamos juntos seguindo o Espírito...................................................................... 28
Governados por Cristo......................................................................................... 30
Seja simples e siga a direção do Espírito ............................................................ 33
Remir o tempo...................................................................................................... 36
Tomados de toda a plenitude de Deus.................................................................. 38
SEMANA 3: A ETERNIDADE E O TEMPO – Acesso ao

vídeo da
(JO 1:1-2; EF 1:9-10, 22-23; 5:15-17; 1 CO 15:24-28;
mensagem 3
AP 20:10, 14-15; 21:1-3)
O Evangelho de João nos leva para o alto........................................................... 40

A vontade de Deus .............................................................................................. 43
Procurar compreender qual a vontade do Senhor................................................ 46
Inculcar a Palavra no coração.............................................................................. 48
Jesus fez a vontade do Pai.................................................................................... 50
Vivendo no ritmo do céu...................................................................................... 53
O resultado do encabeçamento de Cristo............................................................. 55
SEMANA 4: A PALAVRA ESTAVA COM DEUS E A Acesso ao

vídeo da
PALAVRA ERA DEUS – (PV 8:22-31; JO 1:1-2; 17:21-23) mensagem 4
Sobe para aqui...................................................................................................... 57

Ide!....................................................................................................................... 59
Servir no ritmo do céu.......................................................................................... 61
Há Alguém no trono............................................................................................. 64
O poder da Palavra............................................................................................... 67
O Deus Triúno habita em mim............................................................................. 69
O Espírito da verdade........................................................................................... 71
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 110:3 KJA; Mt 18:3
Ler com oração:
“Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus:
é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus,
acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é,
a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em
vós, os que credes” (1 Ts 2:13).
CRER 100% NA PALAVRA DO SENHOR

Iniciamos agora uma nova série do Alimento Diário, baseada no
Evangelho de João, cujo tema é “Palavra, vida e edificação”. Nesse
evangelho, o encargo do Espírito é, além de relatos históricos,
apresentar o plano de Deus de relacionar-se com o homem por meio
da Palavra. Por meio de Sua encarnação, viver humano, morte e
ressurreição, Ele dispensa Sua vida para a edificação da igreja.
O título da mensagem desta semana é: “Uma visão de águia”. Antes
de começarmos a ver seu conteúdo propriamente dito e os escritos do
apóstolo João, mostraremos a importância da palavra profética para
o avanço da obra do Senhor. Discorreremos mais sobre o valor do
ministério do apóstolo Pedro e as dificuldades por ele enfrentadas.
Veremos também a razão pela qual Deus levantou o apóstolo Paulo,
quem era ele, como foi sua conversão e como seu ministério ajudou e
ajuda as igrejas até hoje. Por fim, apresentaremos os escritos de João,
sua história, o significado de seu ministério e como suas palavras
mudarão nossa visão.
Estamos muito felizes por tudo o que o Senhor tem feito atualmente.
Neste final dos tempos, cremos que Deus encontrou condições para
fazer Sua igreja cooperar com Ele, cumprindo Sua vontade e trazendo
Seu reino à terra. Nisso a palavra profética tem sido fundamental. A
igreja percebeu que a palavra profética é de suma importância para o
Uma visão de águia
avanço da obra do Senhor, indicando-nos a direção para nos levar a

fazer a obra de Deus na terra.
Os tessalonicenses acolheram a palavra do apóstolo Paulo “como
a palavra de Deus, como em verdade é” (1 Ts 2:13) e por isso a
palavra operou eficazmente neles. A revelação da palavra profética
é responsabilidade de Deus. Quando Deus a revela, cabe à igreja
cooperar com essa palavra, crendo. Quando a igreja crê, a palavra
opera e faz a obra de Deus. 7
Precisamos crer 100% na palavra do Senhor. Se houver 1% de dúvida
ou questionamento, a palavra não operará. Por isso, é importante
crermos 100% na palavra de Deus com a simplicidade de uma criança.
Vemos isso entre nossos adolescentes, que estão sendo abençoados
por crer na palavra de Deus e obedecer a ela 100%. É assim que a
palavra tem sido eficaz neles.
Adão e Eva, quando estavam no jardim do Éden, eram totalmente
simples e obedientes a tudo o que Deus falava. O falar de Deus era-
lhes vida, saúde e direção. A serpente, porém, veio colocar dúvida
sobre a palavra de Deus. Satanás colocou na mente de Eva só 1% de
dúvida ao perguntar: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda
árvore do jardim?” (Gn 3:1). Bastou uma pergunta, pois o inimigo
sabia que, apesar de Eva ser fiel e obediente a Deus, se conseguisse
colocar em sua mente apenas 1% de dúvida quanto à palavra de Deus,
estaria tudo acabado.
Ao aceitar a argumentação de Satanás, Eva começou a duvidar da
palavra divina, causando, então, a desconexão entre o homem e Deus.
Não permitamos que Satanás coloque em nós nem 1% de dúvida quanto
à palavra de Deus. Creiamos 100% em Sua palavra! Se identificamos
a palavra como vinda de Deus, não duvidemos nem questionemos,
mas vamos recebê-la com a simplicidade de uma criança (Mt 18:3).
Citamos novamente o exemplo de nossos adolescentes. Além de tudo
o que o Senhor nos deu nos últimos anos: a colportagem dinâmica,
as saídas para pregar o evangelho, a rede de cuidado das Mulheres
Conectadas e dos Homens de Oração, Ele também está levantando
um exército de adolescentes. Antes, nossos adolescentes eram uma
dificuldade para a igreja, pois não sabíamos o que fazer com eles.
Eles não se envolviam com as atividades da igreja e poucos tinham
apreço pela palavra do Senhor. Agora, porém, vemos Deus fazendo
um milagre neles!
A aurora está acontecendo em nossos dias. O amanhecer refere-se
à volta do Senhor e com isso Deus está cumprindo a promessa que
fez a Cristo: formar um exército de jovens santos (Sl 110:3 KJA).
Nossos adolescentes e crianças estão surgindo como gotas de orvalho,
compondo esse exército formidável. Eles são simples, obedientes e
estão amando a palavra profética, fazendo imersão e transcrição da
palavra, saindo às ruas para pregar o evangelho do reino e semear
livros. Além disso, eles também estão atraindo seus amigos e pessoas
8 próximas para acompanhá-los. Está acontecendo algo que nunca
tínhamos visto nem imaginado. Há pouco, soubemos que alguns grupos
familiares de Belo Horizonte, antes da reunião, saíram pelo bairro
procurando adolescentes nas ruas. Um grupo levou 23 adolescentes
para a reunião, outro levou 12. Antes, isso era algo impensável, mas
agora está acontecendo!
Esse é um dos milagres que o Espírito está operando em nossos
dias. Diante desses milagres, o que devemos fazer é cooperar com
o Senhor. Vamos buscar adolescentes nas ruas, os colegas de nossos
filhos, vizinhos, amigos e trazê-los à reunião. Se os levarmos para
uma reunião religiosa, não haverá interesse, mas se forem conduzidos
à imersão na palavra, eles tocarão na palavra que é espírito e vida,
e levarão um “choque” espiritual. Isso mudará sua vida e os fará
permanecer na igreja. A taxa de crescimento da igreja aumentará
muito daqui para a frente com a presença dos adolescentes. O que
precisamos é ser simples e obedientes à palavra de Deus.
Escreva a frase que mais tocou seu coração.
Destaque os pontos-chave dessa frase.
Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.
Leitura de apoio:
“Os grandes diamantes da Bíblia” – caps. 27-29 – Dong Yu Lan.
“A palavra profética na era do Apocalipse” - caps. 2 e 4 – Pedro Dong.
9
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 4:18-20; Jo 20:14; 21:4; At 2:1-9, 37-41; 10:44-48
Ler com oração:
“Disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando
ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?”
(Lc 24:32).
O MINISTÉRIO DO APÓSTOLO PEDRO

Estamos vendo quanto o Senhor tem feito em nosso meio
atualmente. Esta obra é de Deus, pois homem nenhum consegue
realizar este trabalho. Devemos adorar o Senhor, pedir-Lhe
simplicidade para crer em Sua palavra e arrepender-nos de
qualquer rebeldia, desobediência e dúvida quanto à palavra de
Deus. Somente assim poderemos cooperar com Ele para fazer Sua
vontade, espalhando o evangelho do reino por toda a terra habitada
e edificando a igreja.
Não fazemos parte de uma entidade religiosa, e sim somos
membros do Corpo de Cristo, um organismo vivo. Precisamos cada
vez mais dessa realidade entre nós. Não somos meramente pessoas
que se reúnem, mas somos membros do mesmo Corpo. Amamos
os membros porque amamos o Corpo. Não pode haver disputa
entre nós, nem ciúmes e invejas. Apoiamos uns aos outros, porque
queremos a edificação do Corpo de Cristo. É com esse sentimento
que abordaremos os escritos de João.
O Senhor nos tem dado revelações grandiosas pelos escritos de
Paulo. Não há dúvidas de que o apóstolo Paulo, em sua época, foi
escolhido por Deus para receber a revelação de Sua economia,
que é Seu plano para o homem. Quando estudamos os livros de
Efésios e Colossenses, pela misericórdia do Senhor recebemos
muitas revelações inéditas, porque Ele tem pressa em voltar. Após

tudo o que ganhamos do Senhor nesses dois livros, busquei Sua
orientação e direção sobre qual livro deveríamos estudar a seguir,
e a resposta foi os escritos do apóstolo João. Os escritos de João
têm uma característica especial. No entanto, para falar do ministério
de João, é preciso antes falar do ministério do apóstolo Pedro.
Deus levantou Pedro, juntamente com outros onze apóstolos, para
ministrar Sua palavra logo no início, quando a igreja foi gerada no
10 dia de Pentecostes.
Jesus é a Palavra viva que desceu do céu. Quando Ele falava a
palavra, esta realizava a obra de Deus. A palavra tem um lugar muito
especial na obra de Deus e os escritos de João nos mostram isso.
Jesus foi usado por Deus por meio do corpo físico até Sua morte.
Após Deus tê-Lo ressuscitado, Jesus recebeu um corpo de glória,
diferente daquele corpo carnal. Antes de Sua morte e ressurreição,
Jesus era reconhecido nesse corpo carnal, o primeiro corpo que
Deus Lhe dera, mas, depois de Sua morte e ressurreição, Ele
ganhou um corpo espiritual, ressurreto. O corpo espiritual não
tinha a mesma aparência do corpo natural. Por isso os discípulos
tiveram dificuldade de reconhecê-Lo quando Ele lhes apareceu
após Sua ressurreição. Os discípulos só reconheciam que era Jesus
quando Ele falava (Jo 20:14; 21:4), porque, ao falar, a palavra saía
com poder e lhes fazia arder o coração (Lc 24:32). A presença de
Jesus não está no que é físico, mas na palavra. Quando Jesus fala,
Sua palavra indica Sua presença. Dessa forma, se, ao ler este texto,
Jesus estiver lhe falando, você sentirá o coração arder, sentirá a
presença de Deus.
Jesus não podia continuar aparecendo indefinidamente. Era preciso
que Seus discípulos estivessem reunidos em Jerusalém para Deus
Pai cumprir Sua promessa de derramar Seu Espírito sobre toda a
carne. Isso aconteceu, primeiramente, no dia de Pentecostes, quando
o Espírito Santo foi derramado sobre aqueles cento e vinte galileus
reunidos em Jerusalém que creram em Jesus. O Espírito de Deus
desceu como línguas de fogo sobre cada um deles, batizando-os
para dentro do Corpo de Cristo. A partir daquele momento, a igreja
foi gerada, e Pedro passou a liderar os demais apóstolos, pois fora
comissionado por Deus com o ministério da palavra.
O ministério de Pedro é o de lançar redes, ou seja, ser pescador de
homens, como o próprio Senhor lhe disse ao chamá-lo juntamente com
seu irmão André, quando lançavam as redes para pescar (Mt 4:18-20).
Portanto o ministério de Pedro deu início à era da igreja. No dia de

Pentecostes, Deus usou o ministério de Pedro para abrir a porta do reino
dos céus aos judeus que creram (At 2:1-9, 37-41).
Depois, na casa de Cornélio, Deus usou novamente o ministério de
Pedro para abrir a mesma porta do reino dos céus aos gentios que
ouviram a palavra e creram em Jesus. O Espírito Santo também os
batizou para dentro do Corpo de Cristo, assim como já havia batizado,
no dia de Pentecostes, os judeus que creram (At 10:44-48). Então os 11
gentios também foram introduzidos no Corpo de Cristo. Por essa razão
é que Paulo afirmou: “Não pode haver grego nem judeu, circuncisão
nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo
em todos” (Cl 3:11). Somos todos membros do Corpo de Cristo!

12
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 2:38, 41; 8:1; 11:19, 22, 25-26; 15:1, 5; Ef 2:8-9
Ler com oração:
“A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria,
edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do
Espírito Santo, crescia em número” (At 9:31).
A IGREJA EXPANDE-SE ATÉ OS GENTIOS

Assim que os judeus e os gentios creram na palavra do evangelho, o
Espírito Santo batizou-os para dentro do Corpo de Cristo. Isso também
aconteceu conosco no momento em que cremos. O passo seguinte é
ser batizado nas águas, como confirmação do batismo realizado pelo
Espírito Santo (At 2:38, 41). Pelo batismo nas águas, testemunhamos
de que somos membros do Corpo de Cristo e não mais pertencemos
ao mundo; somos um novo homem, vivendo em novidade de vida.
O apóstolo Paulo disse aos irmãos efésios: “Vós, que antes estáveis
longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (Ef 2:13). Esses
que estavam longe éramos nós, os gentios. Havia inimizade entre
judeus e gentios, mas agora Cristo “é a nossa paz, o qual de ambos
fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio,
a inimizade” (v. 14).
Sob a liderança de Pedro, a igreja, gerada no dia de Pentecostes,
avançou: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia
e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no
conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9:31). A igreja
expandiu-se por essas três regiões: Judeia, Galileia e Samaria.
Contudo depois houve uma grande perseguição contra a igreja
em Jerusalém. Estêvão foi apedrejado e martirizado pelos judeus.
Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia
e Samaria (At 8:1). A igreja havia se expandido por toda a Judeia,
Galileia e Samaria, mas o Senhor ainda não estava satisfeito. Com

a perseguição, os discípulos também “se espalharam até à Fenícia,
Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão
somente aos judeus” (11:19).
Eles pregavam o evangelho apenas para os judeus. Entretanto,
graças ao Senhor, alguns agiram de modo diferente: “Alguns deles,
porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia,
falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor 13
Jesus” (At 11:20). Os gentios também receberam a palavra e creram
no Senhor Jesus: “A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo,
se converteram ao Senhor” (v. 21). Assim surgiu a primeira igreja dos
gentios: a igreja em Antioquia. A igreja em Jerusalém enviou Barnabé
para cuidar da igreja em Antioquia (v. 22). Barnabé sabia que sozinho
não cumpriria esse comissionamento e foi até Tarso buscar Saulo.
Isso com toda certeza foi obra do Espírito Santo. Em Antioquia, Saulo
serviu junto com Barnabé e outros irmãos por um ano, vivendo a vida
da igreja e anunciando a palavra de Deus (vs. 25-26).
Não pode haver separação entre judeus crentes e gentios crentes,
pois, como são membros do mesmo Corpo, o relacionamento entre
eles deve ser orgânico. Mas, por causa do forte conceito judaico de
Pedro e da forte influência contrária dos de Jerusalém, Deus levantou
outro canal para levar o evangelho aos gentios: Paulo.
Esse conceito judaico de Pedro é visto em Atos 10: “Então, viu o
céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o
qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de
quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que
se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou:
De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum
e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não
consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto
foi recolhido ao céu” (vs. 11-16). Pedro deveria ter ponderado que
quem lhe dizia para matar e comer era Deus, mas o lençol foi recolhido
sem que Pedro comesse. Isso mostra sua dificuldade por causa de seus
conceitos judeus.
Em outro trecho, podemos ver os de Jerusalém reprovando Pedro,
e demonstrando a postura deles contra os gentios: “Chegou ao
conhecimento dos apóstolos e dos irmãos que estavam na Judeia
que também os gentios haviam recebido a palavra de Deus. Quando

Pedro subiu a Jerusalém, os que eram da circuncisão o arguiram,
dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste
com eles” (At 11:1-3). Aqui se trata de judeus crentes. Na igreja em
Jerusalém havia um partido muito forte defendendo o conceito de que,
para serem salvos, os gentios, além de crer no Senhor Jesus, também
precisavam ser circuncidados e guardar a lei de Moisés (At 15:1, 5).
Graças ao Senhor, o apóstolo Paulo deixou claro em suas epístolas que
é pela graça que somos salvos (Ef 2:8-9).
14
15
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 8:1; 9:1-2, 6-14, 17-30; 11:25-26; 1 Co 2:4-10; Gl 1:13; Cl 1:24-27
Ler com oração:
“Servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me,
agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2).
A CONVERSÃO DE PAULO E O INÍCIO DE SEU MINISTÉRIO

Em razão das dificuldades que o apóstolo Pedro enfrentava com
relação aos gentios, Deus levantou Saulo, anteriormente um ferrenho
perseguidor da igreja (Gl 1:13; At 8:1; 9:1-2). Foi tal pessoa que o
Senhor escolheu para enviar aos gentios. Portanto não devemos ter
preconceitos quando saímos às ruas para pregar o evangelho.
Paulo estava no caminho de Damasco, com autorização para prender
os que criam em Jesus, quando “subitamente uma luz do céu brilhou ao
seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo,
por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta
foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:3-5). Saulo perseguia os
que criam em Jesus, mas agora quem falava com ele era o próprio Jesus!
Ele percebeu que havia algo errado no que estava fazendo.
Sob a orientação do Senhor, Saulo entrou na cidade de Damasco,
temporariamente cego (At 9:6-9). O Senhor apareceu a Ananias em
uma visão e disse-lhe que fosse até Saulo e lhe impusesse as mãos
para que voltasse a ver (vs. 10-12). Ananias a princípio temeu, pois
conhecia a fama de Saulo e o que ele tinha vindo fazer em Damasco
(vs. 13-14). Mas o Senhor lhe disse: “Vai, porque este é para mim um
instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis,
bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe
importa sofrer pelo meu nome” (vs. 15-16). Aqui vemos claramente
que Deus escolhera Saulo para levar o evangelho aos gentios. Ananias
fez como o Senhor lhe ordenara, impôs as mãos sobre Saulo e este
voltou a ver e ficou cheio do Espírito Santo (v. 17). Depois se levantou,
foi batizado, comeu e ainda permaneceu em Damasco alguns dias com
os discípulos (vs. 18-19).
Agora que o Senhor havia apontado o caminho correto para Saulo, este
não quis perder mais tempo e começou a pregar nas sinagogas (At 9:20).
Entretanto ainda estava descoordenado e causou muito tumulto com sua
pregação. Por isso foi levado pelos discípulos para Tarso (vs. 21-30),
16 onde permaneceu até Barnabé chegar e levá-lo para servir na igreja
em Antioquia. Foi nessa cidade que os gentios que creram no Senhor
Jesus passaram a ser chamados de cristãos (At 11:25-26).
Depois de um tempo, o Senhor chamou Barnabé e Saulo: “Servindo
eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora,
Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13:2). O
Espírito Santo tem uma obra. Essa é a obra do ministério em que
estamos envolvidos. Nós hoje estamos fazendo a obra do Senhor, a
obra do Espírito Santo. Aqui vemos o início do ministério do apóstolo
Paulo em sua primeira viagem para levar o evangelho aos gentios junto
com Barnabé. Paulo tinha o ministério da palavra, primeiramente para
levantar igrejas, e depois para edificá-las (Cl 1:24-25a).
A palavra dispensação, em grego, é oikonomia, que é a administração
que Deus tem para a governança de Sua casa. A casa de Deus precisa
ter um encabeçamento. No Corpo de Cristo, quem encabeça é Cristo.
No entanto, Paulo recebeu de Cristo a incumbência de exercer a
governança de Sua casa. Continuando a leitura do versículo 25 do
capítulo primeiro: “que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno
cumprimento à palavra de Deus”. Numa tradução mais literal, a frase
seria “para completar a palavra de Deus”. Deus, em prol da igreja,
confiou a Paulo a incumbência de completar Sua palavra. Pode soar
um pouco forte a expressão “completar a palavra de Deus”, entretanto
significa completar a revelação da palavra de Deus. Paulo supria a
igreja com as revelações dos mistérios que recebera do Senhor
Jesus. Ele era o responsável por trazer a revelação de Jesus Cristo
à igreja. Tanto é que hoje as revelações da palavra profética provêm
principalmente das palavras de Paulo.
Tudo o que diz respeito a Deus é um mistério para o homem. Homem
nenhum saberá o que há no coração de Deus se Ele não o revelar.
Conhecer a Deus não depende da sabedoria humana (1 Co 2:4-10).
Precisamos de revelação, e Deus tem canais para revelar Seus mistérios.
Naquela época, Ele usou Paulo para isso (Cl 1:26-27).

17
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:2-8; Fp 1:5-6, 15, 17; 1 Tm 1:3-7
Ler com oração:
“Segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme
escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis
compreender o meu discernimento do mistério de Cristo” (Ef 3:3-4).
A PALAVRA QUE TRAZ A REVELAÇÃO DO MISTÉRIO

Paulo foi encarregado por Deus da governança de Sua casa (Ef 3:2).
A governança da casa de Deus está sempre relacionada com a palavra
e essa palavra tem de proceder da revelação do mistério de Cristo. Se
Cristo não revelasse Seu mistério, Paulo nada teria para ministrar à
igreja (vs. 3-5).
A revelação que Paulo recebeu refere-se às insondáveis riquezas de
Cristo, as quais são dispensadas mediante o ministério da palavra, ou
seja, a palavra profética (Ef 3:6-8). A palavra profética será necessária
até o Senhor voltar. Não temamos que ela possa se esgotar. Não
precisamos nos preocupar, pois quem revela a palavra a ser dispensada
é o Senhor. É preciso sim ser fiel para não proferir palavras próprias,
mas depender totalmente da revelação do Senhor, que dispensa Suas
insondáveis riquezas à igreja por meio de Seu canal.
As palavras de Paulo produziam a economia, a obra de Deus, na fé.
Ele deixou Timóteo em Éfeso para admoestar aqueles cujo ensinamento
na igreja era diferente do seu (1 Tm 1:3). Paulo era quem recebia a
revelação dos mistérios de Deus, era ele quem detinha a palavra profética
em sua época. Ele era o encarregado de dispensar à igreja as revelações
recebidas de Deus. Qualquer palavra que não provém da revelação do
mistério de Deus não é palavra profética. Como discernir? Se a palavra
não vem de Deus pelo canal certo, ela não produz a obra de Deus na
fé, mas promove discussões. Não queremos discussões na igreja, mas a

palavra que produz a economia de Deus na fé (v. 4).
Não visamos ter seguidores, fama ou benefício próprio. Tudo o que
fazemos visa produzir a obra de Deus. Alguns podiam acusar Paulo:
“Você está monopolizando a palavra de Deus! Somente você fala a
palavra que edifica a igreja, que faz a obra de Deus?”. Mas o apóstolo
Paulo não se deixava abater. Tudo o que ele falava era por amor ao
Senhor e à igreja, amor que procedia de um coração puro, de uma
18 consciência boa e de uma fé sem hipocrisia (1 Tm 1:5).
Ele ainda disse a Timóteo: “Desviando-se algumas pessoas destas
coisas, perderam-se em loquacidade frívola” (1 Tm 1:6). Loquacidade
frívola significa discursos eloquentes, porém vazios, que nada
produzem. Há muitos que falam bonito, mas na verdade têm segundas
intenções, querem angariar um grupo de seguidores. Falam bonito, mas
não sabem nem do que estão falando (v. 7). Não estamos preocupados
com isso, mas em produzir a economia de Deus na fé.
A preocupação de Paulo era o progresso do evangelho e que a boa obra
que Deus havia começado na igreja se completasse até o dia de Cristo
Jesus (Fp 1:5-6). A preocupação de um ministro de Cristo Jesus é fazer
a obra de Deus. Ele não se importa com sua própria obra. No entanto,
Paulo sofria com pessoas que pregavam o evangelho por inveja, porfia,
discórdia e até mesmo somente para lhe causar sofrimento (vs. 15, 17).
Paulo sempre se preocupou com a verdade. Ele disse aos gálatas:
“Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade? Os que
vos obsequiam não o fazem sinceramente, mas querem afastar-vos de
mim, para que o vosso zelo seja em favor deles” (Gl 4:16-17). Obsequiar
significa agradar com bajulações. Era o que alguns tentavam fazer com
os gálatas, para isolá-los da palavra da verdade que Paulo falava.
Não há nada mais sólido que a verdade. Lembro-me de que, há muito
tempo, fui à Argentina. Naquela época tínhamos muitas dificuldades
para imprimir os livros lá, por isso, precisávamos levá-los na bagagem
para suprir os irmãos. Na alfândega, o fiscal me perguntou: “Por que
você está levando isso?” Eu respondi: “É para alimentar os irmãos da
igreja”. Ele disse: “Fale sempre a verdade, porque a verdade é a coisa
mais sólida do mundo. Se você mentir ou falar qualquer coisa falsa, isso
um dia aparecerá. Fale a verdade, sempre a verdade”. Isso ficou gravado
em minha mente. Graças a Deus, Paulo sempre falou a verdade, e nós
também devemos sempre falar a verdade. Quem está do lado da verdade
nada teme, porque ela é a coisa mais sólida neste mundo.
19
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 4:21-22; Jo 1:1-3, 14; 1 Jo 4:17-19; 5:20
Ler com oração:
“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus
servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando
por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (Ap 1:1).
O MINISTÉRIO DE JOÃO: REMENDAR REDES

Paulo cuidava das igrejas ministrando as revelações que, com um
coração puro, recebia do Senhor. Entretanto ele passou por muitos
sofrimentos causados por pessoas ambiciosas e orgulhosas, que visavam
apenas ao benefício próprio. Por isso ele disse aos presbíteros de Éfeso:
“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes,
que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão
homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”
(At 20:29-30). Paulo não estava competindo com ninguém, só estava
sendo fiel ao Senhor, executando a incumbência que o Senhor lhe confiara.
Por inveja e ciúmes, alguns queriam competir com ele e tomar seu
lugar. Tais pessoas são como lobos vorazes que, para alcançar seus
objetivos, não poupam nem mesmo o rebanho. Elas não se preocupam
se suas palavras negativas vão afetar os irmãos, fazendo com que
deixem o viver da igreja e voltem para o mundo. Esses lobos vorazes
queriam distrair os que ouviam a palavra profética de Paulo, para que
ouvissem somente as palavras deles, que não produziam a economia
de Deus na fé. Mas, graças a Deus, a verdade é forte! Hoje, entre nós,
o Senhor está eliminando toda palavra negativa, tornando-nos uma
igreja cada vez mais saudável.
Infelizmente, na época de Paulo, a igreja não deu total atenção à
palavra profética e acabou tolerando muitos ensinamentos diferentes,
o que abriu a porta a heresias. É aí que entra o ministério do apóstolo

João. Quando Jesus chamou João, ele estava com seu irmão Tiago
no barco consertando as redes (Mt 4:21-22). Isso indica que seu
ministério é o de remendar as redes.
Além dos ensinamentos dos judaizantes de Jerusalém e das ideias
gnósticas que já competiam com o ensinamento ortodoxo de Paulo,
surgiram outros ensinamentos heréticos, tais como o docetismo, que
pregava a heresia de que Jesus não veio em carne. Havia também os
20 que seguiam o ensinamento de Cerinto, um dos líderes do gnosticismo,
que negava a divindade de Jesus. É por isso que os escritos de João
são categóricos em afirmar que Jesus é Deus (Jo 1:1-3, 14; 1 Jo 5:20).
Portanto, no final do primeiro século, o apóstolo João foi o canal
escolhido por Deus para dar direção à igreja: “Revelação de Jesus
Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que
em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu
anjo, notificou ao seu servo João” (Ap 1:1). Esse versículo ressalta
como Deus dá a revelação a Sua igreja. Ele não a deu diretamente a
todos os santos, mas antes deu a Seus profetas. E antes de revelar a
Seus profetas, que são os mensageiros das igrejas, Deus primeiramente
revelou a João, a quem escolheu como o canal da palavra profética
naquele momento. João, então, trouxe a revelação a esse grupo de
profetas. Essa é a sequência da revelação na igreja.
O ministério de João não só abrange o aspecto de remendar redes,
mas também inclui o aspecto de conclusão da revelação divina.
O Evangelho de João foi o último dos quatro evangelhos. Nele, o
encargo do Espírito é, além de relatos históricos, apresentar o plano de
Deus de comunicar-se com o homem por meio da Palavra. Por meio
de Sua encarnação, viver humano, morte e ressurreição, Ele dispensa
Sua vida para a edificação da igreja.
As epístolas de João concluem as epístolas dos apóstolos, mostrando
que Cristo, a Palavra da Vida, visa introduzir a igreja na comunhão
divina com o Pai e com o Filho. O objetivo final de Cristo é tecer um
tecido de amor, onde a urdidura é o próprio Deus com Seu amor sendo
dispensado ao homem; e a trama é esse amor manifestando-se entre os
membros do Corpo (1 Jo 4:17-19).
Por fim, o livro de Apocalipse, escrito por João, é a revelação de
Jesus Cristo e conclui toda a Bíblia. Em Apocalipse, a revelação é
dada a conhecer não somente por palavras, como também por meio
de sinais com significados espirituais. Portanto a revelação que João
recebeu apresenta a conclusão da economia de Deus e de todas as
coisas, com a chegada da eternidade.
Ore de acordo com o conteúdo destacado acima. 21

SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Dt 32:11-12; Is 57:15; Ez 1:5-10; Mt 4:21-22; Lc 5:1-11; Jo 19:25-27
Ler com oração:
“Ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem
ele amava” (Jo 13:23).
A SUBLIMIDADE DO EVANGELHO DE JOÃO

O apóstolo João era nativo de Betsaida, na Galileia, situada à
margem ocidental do mar da Galileia, cidade que não ficava muito
longe de Cafarnaum, onde Jesus morava. Seu pai era Zebedeu e
sua mãe, Salomé. Sua mãe estava entre as mulheres que seguiam o
Senhor Jesus e O serviam com seus próprios recursos. Eles estavam
próximos à cruz durante a crucificação do Senhor. Ali João recebeu a
incumbência de cuidar da mãe de Jesus (Jo 19:25-27).
Zebedeu era um empresário do ramo da pesca. Ele e seus filhos - Tiago
e João - eram sócios de Pedro nessa empresa de pesca (Lc 5:1-11). Por
isso, é muito significativo o fato de Tiago e João terem deixado o pai e o
barco, seu sustento financeiro, para seguir Jesus (Mt 4:21-22).
Provavelmente João escreveu seu Evangelho em Éfeso, por volta do
ano 90 d.C., talvez antes de seu exílio na ilha de Patmos. Apocalipse,
por sua vez, foi escrito durante seu exílio. João se denominava “o
discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13:23). O Evangelho de João
destaca-se entre os três outros em vários aspectos. Sendo o último dos
evangelhos, ele relata o que não foi dito nos primeiros; enquanto os
outros três apresentam relatos históricos, João apresenta o mistério por
trás da história, permitindo-nos conhecer, por meio das revelações, as
profundezas espirituais.
No livro de Ezequiel, vemos a figura dos quatro seres viventes.
Cada um deles possuía quatro rostos: de leão, de boi, de homem e de

águia (1:5-10). Esses quatro rostos representam os quatro aspectos do
Senhor Jesus vistos nos quatro evangelhos. O rosto de leão refere-se ao
Evangelho de Mateus, no qual o Senhor Jesus é retratado como o Rei do
reino dos céus. Ele é o Leão da tribo de Judá, por isso o rosto de leão.
O rosto de boi refere-se ao Evangelho de Marcos. Nele, o Senhor
Jesus é retratado como um servo, mostrando que Jesus não para de
trabalhar, pregando o evangelho e curando os enfermos, como um
boi sendo usado para um serviço. Jesus é apresentado como alguém
22 que não tem vontade própria, antes, está sempre servindo como um
escravo. O rosto de homem refere-se ao Evangelho de Lucas, que
retrata Jesus como um Homem perfeito, o Salvador-Homem. Ali,
vemos vários relatos da vida de Jesus não encontrados nos outros
evangelhos, pois o foco de Lucas era mostrar Sua humanidade.
Por fim temos o rosto de águia, que se refere ao Evangelho de
João, revelando Jesus como Deus. Em Êxodo, a águia é uma figura
de Deus: “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre
asas de águia e vos cheguei a mim” (19:4). O Evangelho de João não
menciona genealogia, pois Jesus, como Deus, não tem princípio nem
fim de existência. Em Marcos também não aparece genealogia, pois
retrata o Senhor como um servo, um escravo sem importância.
Os escritos de João nos levam sobre “asas de águia”, para ver as
coisas lá do alto. Hoje nós somos a ninhada do Senhor (Dt 32:11-12).
Deus é essa Águia! Ele é o Alto (Is 57:15)! Subamos nas asas de Deus
e voemos para o alto, a fim de ver as coisas com visão panorâmica,
assim como Ele vê! Essa é a característica dos escritos de João, essa é
a visão com que seus escritos nos agraciam!
Vejamos o que João viu depois de ter escrito, fielmente, as sete cartas
às sete igrejas da Ásia Menor: “Depois destas coisas, olhei, e eis não
somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que
ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e
te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4:1). Esse
versículo nos mostra o motivo de o Senhor nos fazer entrar nos escritos
de João. Ele quer levar-nos lá para cima. E não quer que fiquemos
olhando para as coisas daqui de baixo.
Se olharmos para as coisas daqui de baixo, só veremos problemas,
oposição, ataques do inimigo, sofrimentos. O Senhor quer levar-nos
para cima, a fim de fazer-nos ver as coisas do alto, como Ele vê. Ele
está nos convidando: “Sobe para aqui”. Subamos nas asas de uma
águia e entremos nos escritos de João para ver as coisas lá do alto!
Jesus é o Senhor!

23
Leitura bíblica:
Gn 1:1; 28:10-17; Zc 12:1; Jo 1:1-3; Ef 1:10
Ler com oração:
“Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no
céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar
comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer
depois destas coisas” (Ap 4:1).
A PALAVRA
O tema desta semana é “No princípio era a Palavra”. O Evangelho
de João inicia-se na esfera celestial revelando que, na eternidade, no
princípio, Cristo já era a Palavra. Tal fato indica que o desejo de Deus
é comunicar-se com o homem, o único ser criado a Sua imagem e
semelhança, com o espírito dentro de si (Zc 12:1). Quando Cristo
transmite Sua palavra e o homem a recebe de coração aberto, Deus o
governa e preenche com a realidade espiritual. E o homem, então, não
questiona a direção de Deus, mas apenas segue o mover do Espírito e
passa a viver na dimensão celestial, servindo no descanso. Cada minuto
de quem vive assim é contado a seu favor para realizar a vontade de
Deus, que é fazer Cristo encabeçar todas as coisas (Ef 1:10).
A revelação completa do Evangelho de João está em seu primeiro
capítulo, que começa assim: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus” (v. 1). Podemos entender “Verbo”
como “Palavra”. Portanto tudo começa com a Palavra. O princípio
mencionado aqui no versículo não se refere ao início do tempo, como
em Gênesis 1:1. Em João 1:1, é o princípio na eternidade, revelando
que, antes mesmo de criar todas as coisas, Deus já havia feito de Seu
Filho, Cristo, a Palavra. E, desde então, o Deus insondável e infinito, que
habita a eternidade, deseja comunicar-Se com Sua criação por meio da
Palavra. Por isso Ele criou o homem a Sua imagem e semelhança, a fim
de relacionar-se com ele. Cristo é a Palavra. Ele se tornou carne e viveu
na terra trinta e três anos e meio. Morreu na cruz a fim de redimir-nos
com Seu sangue e resgatar-nos para Deus. Na cruz, de Seu lado também
saiu água, que representa a vida. Portanto a Palavra visa dispensar a
vida divina ao homem; ela é o veículo de transmissão da vida de Deus.
O objetivo desse dispensar é a edificação.
Sobre a edificação, vamos ler duas passagens da Bíblia. A primeira
está em João 1: “Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces?
24
Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando
estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és
o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que Jesus lhe respondeu:
Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas
do que estas verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo
que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o
Filho do Homem” (Jo 1:48-51). Essa passagem está relacionada com
a passagem do sonho de Jacó, registrado no capítulo 28 de Gênesis
(vs. 10-17). Partindo de Berseba, Jacó fugiu de seu irmão Esaú e
seguiu para Harã. Chegando a certo lugar para passar a noite, tomou
uma pedra por travesseiro, dormiu e sonhou. No sonho havia uma
escada, cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam
por ela. E o Senhor estava nela. Ao acordar, impressionado com a
visão, Jacó reconheceu que o Senhor estava naquele lugar e que ali
era a casa de Deus, a porta dos céus. Após levantar-se, Jacó tomou a
pedra e sobre ela entornou azeite, chamando aquela cidade de Betel.
Na ressurreição Jesus tornou-se o Espírito que dá vida, gerando a
igreja. Betel é a igreja, a casa de Deus, a porta dos céus! Hoje Jesus é
a escada de comunicação da igreja com o céu.
O ministério de João é um chamamento para o alto: “Sobe para aqui!”.
Jesus, o Filho do Homem, o próprio Verbo que se fez carne e se tornou o
Espírito que dá vida, é a escada que leva Sua igreja ao céu. Portanto na
igreja temos uma porta aberta no céu! Você não está alegre?
O tema geral de nosso estudo é “Palavra, vida e edificação”. A
Palavra visa transmitir vida, e a vida visa à edificação. A edificação
ocorre quando a igreja, por meio do Espírito, é levada ao céu. Hoje a
igreja vive no céu! Como somos abençoados por ter essa visão!

No princípio era a Palavra
Leitura de apoio:
“A palavra profética na era do Apocalipse” – cap. 4 – Pedro Dong.
“Fundamentos da fé cristã” – vol. 4 – lição 7 – Editora Árvore da Vida.
25
Leitura bíblica:
Ez 1:4-10; Ap 5:5
Ler com oração:
“O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança
de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam
relâmpagos” (Ez 1:13).
OS QUATRO SERES VIVENTES

Em mensagens anteriores, já vimos que os quatro seres viventes
descritos no livro de Ezequiel tinham a semelhança de homem. Cada
ser vivente possuía quatro rostos e quatro asas. A forma de seus rostos
era como de homem, leão, boi e águia (1:5, 10). Os seres viventes
representam a igreja trabalhada pelo dispensar da vida de Deus
mediante a Palavra, pois Cristo preenche a igreja com Sua vida divina,
até que Ele governe cada parte de Seu Corpo.
O Corpo de Cristo possui muitos membros: “Assim como o corpo é um
e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem
um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1 Co 12:12). Veja
que o versículo não diz “assim também com respeito à igreja”, mas
“assim também com respeito a Cristo”. Isso mostra que a vida de Deus
deve ser dispensada para preencher plenamente cada membro com o
próprio Cristo até torná-los como o Senhor. Deus precisa da igreja
totalmente preenchida e governada por Cristo para fazer a vontade de
Deus e terminar esta era.
Caro leitor, Deus conta com você! Por isso busque o Senhor para
que Ele habite em seu coração por meio da Palavra, a fim de preencher
cada parte de seu ser com a realidade espiritual, que é o próprio Cristo.
Deus deseja preenchê-lo até Sua plenitude. Assim você terá o aspecto
dos quatro seres viventes e estará apto para fazer a vontade do Senhor:
“O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança

de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam
relâmpagos” (Ez 1:13). Da mesma forma, nos últimos tempos, a igreja
está cheia do fogo do Espírito, dando a Deus liberdade para agir.
A igreja também precisa das quatro características dos seres
viventes: homem, leão, boi e águia. O homem é o representante de
toda a criação e foi o único ser criado à imagem e semelhança de
Deus, com o espírito. Como homens, precisamos servir o Senhor. E
26 também devemos ser como Cristo, o Leão da tribo de Judá (Ap 5:5),
o Rei do reino dos céus. Cristo é o Cabeça com toda a autoridade para
estabelecer o reino de Deus na terra. E essa autoridade foi entregue
à igreja. Além disso, como um boi, somos servos de Cristo. Assim,
não nos cabe questionar, mas sempre ser obedientes ao Senhor. Jesus
nunca reclamou das situações pelas quais passou na terra, mas foi um
servo calado e submisso. Ele é nosso modelo.
Atualmente estamos alegres com o viver da igreja. O evangelho tem
sido pregado, os adolescentes estão ganhando pessoas, e a igreja está
sendo revitalizada. Por onde passamos, somos bem recebidos com
gritos de guerra e imersão na palavra. Por causa disso, muitos pensam
que estamos exaltando-nos. Isso não é verdade. Somos apenas servos
e não buscamos louvores para nós mesmos.
No Evangelho de Lucas, vemos a postura de um verdadeiro servo:
“Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o
gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa?
E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me,
enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura,
terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado?
Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado,
dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos
fazer” (17:7-10).
Após o servo trabalhar o dia inteiro debaixo do sol, o senhor não
lhe agradeceu nem sequer o convidou para jantar consigo à mesa.
Pelo contrário, ordenou-lhe que preparasse a ceia e o servisse. Depois
disso, o servo poderia comer e beber. Da mesma forma, tudo o que
fazemos não visa ao reconhecimento próprio; fazemos porque somos
servos. Essa será nossa postura até a volta do Senhor. Aí sim, naquele
dia, desejaremos ganhar o galardão, que é reinar com Cristo. Hoje
somos servos e não temos direito a elogios.
27
Leitura bíblica:
Êx 19:4; Cl 3:1
Ler com oração:
“Assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem
nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com
o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos
e vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).
VOAMOS JUNTOS SEGUINDO O ESPÍRITO

A quarta característica dos seres viventes é o rosto de águia. O
Evangelho de João retrata Jesus como o Filho de Deus, representado
pela águia. Em Êxodo 19:4, o Senhor compara-se a uma águia que
carregou o povo de Israel sobre suas asas.
Como uma águia que voa em grandes alturas, Deus é o Alto e o
Sublime. Nosso corpo físico é limitado ao tempo e espaço, mas Deus
habita a eternidade e quer levar-nos sempre para além da dimensão
material. Após a ressurreição, Cristo vive assentado à destra do Pai e
deseja transferir-nos para essa mesma esfera. Em Colossenses vemos
que já morremos para as coisas terrenais e nossa vida está oculta com
Cristo, em Deus. Que grande maravilha!
Portanto a vida cristã não é para ser vivida na esfera terrena. Nesta
dimensão ficamos preocupados com o que comer, vestir, com contas
a pagar. Porém fomos chamados para viver na esfera de ressurreição.
Busquemos, portanto, as coisas lá do alto (Cl 3:1).
Voltando para o capítulo primeiro de Ezequiel, vemos que cada
um dos quatros seres viventes possui quatro asas. Das criaturas
representadas nos rostos dos seres viventes, a única que possui
asas é a águia: “Assim eram os seus rostos. Suas asas se abriam em
cima; cada ser tinha duas asas, unidas cada uma à do outro; outras
duas cobriam o corpo deles. Cada qual andava para a sua frente;
para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando iam. O
aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança
de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele
saíam relâmpagos, os seres viventes ziguezagueavam à semelhança
de relâmpagos” (Ez 1:11-14). As asas dos seres viventes estavam
todas conectadas. Assim, eles voavam coordenadamente. Da mesma
maneira, na igreja não agimos de forma isolada, mas fazemos tudo
em comunhão. Somos todos membros do mesmo corpo; logo, não
28
agimos individualmente, pois nosso único objetivo é fazer a vontade
de Deus.
Aquele que visa fazer a própria obra trabalha individualmente
e não confia no outro. Contudo, no Corpo de Cristo, para fazer a
vontade de Deus, precisamos uns dos outros. Por isso voamos juntos
e coordenadamente. Por outro lado, não voamos com quatro asas,
a fim de mostrar nossa capacidade. Com duas asas voamos e com
duas cobrimos nosso corpo, ocultando-nos. Então quem aparece é a
igreja, o Corpo de Cristo. Não é maravilhosa essa figura? Na igreja em
Sardes, as pessoas procuravam bons pregadores de lindas mensagens
bíblicas. Mas, na igreja em Filadélfia, tudo visa ao benefício do Corpo,
por isso não há exaltação de membros individuais, mas do Corpo.
Prosseguindo na leitura de Ezequiel: “Cada qual andava para
a sua frente; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam
quando iam” (1:12). Isso significa que, quando o Espírito me toca,
ando para a frente, segurando as asas dos outros três seres viventes.
Quando o Espírito conduz o outro ser vivente, ele vai para a frente, e
eu o acompanho, sem questionar o comando. Portanto os quatro seres
viventes, como um conjunto, nunca dão marcha a ré, nunca recuam.
Para fazer a vontade de Deus, devemos avançar e nunca recuar. O
inimigo tenta, de todas as maneiras, fazer-nos retroceder, todavia não
voltaremos atrás. Para onde o Espírito for, iremos com Ele!
Os quatro seres viventes eram como tochas de fogo e ziguezagueavam
como relâmpagos. Hoje os adolescentes na igreja estão pegando fogo
e incendiando os demais irmãos. Ardendo como brasas, ficamos
ziguezagueando, à procura dos que possuem o coração aberto à
Palavra. Há aqueles que não a compreendem, porque estão com o
coração endurecido, mas seguimos em busca dos que querem receber a
vida de Deus. Essa é nossa missão. Se tivermos a condição dos quatro
seres viventes, a igreja cumprirá rapidamente a vontade de Deus.
29
Leitura bíblica:
Ez 1:26
Ler com oração:
“Pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas
as coisas, o deu à igreja” (Ef 1:22).
GOVERNADOS POR CRISTO

Vimos nos dias anteriores sobre a visão de Ezequiel. Dando
continuidade ao trecho, temos: “Sobre a cabeça dos seres viventes havia
algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante que metia medo,
estendido por sobre a sua cabeça. Por debaixo do firmamento, estavam
estendidas as suas asas, a de um em direção à de outro; cada um tinha
outras duas asas com que cobria o corpo de um e de outro lado. Andando
eles, ouvi o tatalar das suas asas, como o rugido de muitas águas, como
a voz do Onipotente; ouvi o estrondo tumultuoso, como o tropel de um
exército. Parando eles, abaixavam as asas” (1:22-24).
Estamos em um grande momento no viver da igreja. Grandes
coisas o Senhor tem feito por nós, por isso estamos alegres. Quando
louvamos juntos o Senhor, é como se ouvíssemos o ruído de
muitas águas, a voz do Onipotente. Também ouvimos um estrondo
tumultuoso como o tropel de um exército. Somos hoje um exército
a fim de conquistar a terra para o Senhor. Mas isso não ocorrerá da
maneira tradicional e convencional. Somos gratos ao Senhor, pois
Ele mudou nossa história e a cada dia nos ensina uma nova maneira
de servi-Lo. Como os quatro seres viventes, ziguezagueamos cheios
do Espírito em busca de pessoas, para dispensar-lhes a vida de Deus.
Estamos, assim, cumprindo a vontade do Pai.
Observemos que os quatro seres viventes não atuavam de maneira
desordenada. Sobre eles havia um governo: “Veio uma voz de

cima do firmamento que estava sobre a sua cabeça. Parando eles,
abaixavam as asas. Por cima do firmamento que estava sobre a sua
cabeça, havia algo semelhante a um trono, como uma safira; sobre
esta espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um
homem” (Ez 1:25-26).
Portanto, sobre a cabeça dos quatro seres viventes, havia um céu,
e acima dele havia um trono, sobre o qual estava sentada uma figura
semelhante a um homem. Sabemos que esse homem é Cristo, o cabeça
30 da igreja. Há um governo na igreja. Não temos liberdade de agir por
conta própria, mas nos submetemos ao encabeçamento de Cristo, por
meio da palavra profética, e Ele comanda todas as coisas.
A figura do homem descrito em Ezequiel era “como metal brilhante,
como fogo ao redor dela [...]. Esta era a aparência da glória do
Senhor; vendo isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem
falava” (1:27-28). Que grande visão! Que sejamos encabeçados por
Cristo para fazer Sua vontade. Até o fim desta era, sejamos simples e
obedientes a Sua palavra a fim de ser governados por ela.
Já vimos que a igreja é o lugar onde temos acesso ao céu. Cristo é a
escada que nos conduz à esfera celestial. Essa é a realidade do sonho
de Jacó. João também viu uma porta aberta no céu e registrou esse fato
em Apocalipse: “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma
porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de
trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o
que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4:1).
Você consegue ver essa porta aberta? Se quiser vê-la, precisa sair
da esfera terrena e ser transportado para a esfera celestial. Na terra
só vemos dificuldades uns com os outros e criticamos tudo. Por isso
eleve seus olhos e atenda ao chamamento do Senhor, que nos diz:
“Sobe para aqui”. Se ficarmos com os olhos na terra, teremos a visão
de uma formiga, para quem tudo é difícil e complicado. Mas hoje o
Senhor quer mudar nossa sorte, dando-nos uma visão de águia, uma
visão privilegiada que enxerga tudo de cima. Do alto os problemas na
terra parecem insignificantes. É para esse lugar superior que o Senhor
deseja levar-nos.
Em Apocalipse também lemos: “Imediatamente, eu me achei em
espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e
esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe
e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no
aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro

tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco,
em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem relâmpagos,
vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são
os sete Espíritos de Deus” (4:2-5). É exatamente o que está escrito no
primeiro capítulo de Ezequiel (vs. 26-28).
Há quem diga que Deus não se importa com a situação do mundo
atual. Isso não é verdade. Deus não está alheio à situação do homem.
Ele arde com sete tochas, querendo espalhar o fogo sobre a terra. Por
meio dos sete Espíritos, Ele deseja purificar a terra da rebeldia para 31
estabelecer Seu reino. O Senhor envia os quatro seres viventes como
tochas de fogo para levar o evangelho do reino, a fim de encabeçar o
homem: “Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante
ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres
viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente
é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem
o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia
quando está voando” (Ap 4:6-7).
Exercitemos nosso espírito para sermos usados como tochas de fogo
que incendeiam as pessoas, levando-lhes a palavra profética, a fim de
que sejam governadas por Cristo. Cumpramos a vontade do Senhor!

32
Leitura bíblica:
Êx 19:4; Dt 32:9-12; Is 40:26-30
Ler com oração:
“Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas
os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas
como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”
(Is 40:30-31).
SEJA SIMPLES E SIGA A DIREÇÃO DO ESPÍRITO

O Evangelho de João começa levando-nos para a esfera celestial:
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra
era Deus” (Jo 1:1 KJA). A humanidade vive em um mundo hostil,
sujeita ao império das trevas. Contudo a igreja é a menina dos olhos de
Deus, e Ele a guarda assim como a águia, que estende suas asas sobre
os filhotes, levando-os sobre elas. Foi dessa maneira que Deus lidou
com o povo de Israel (Êx 19:4; Dt 32:9-12).
Isso nos mostra que o Senhor não quer ver-nos fatigados por fazer
Sua obra, utilizando nossos parcos esforços humanos. Essa não é a
maneira de servi-Lo. Se você, por fazer a obra de Deus, está deprimido
ou ansioso, é melhor repensar seu serviço. A maneira de fazer a vontade
do Senhor é ser simples e crer na palavra profética, permitindo que ela
faça a obra.
Servir a Deus é como servir sobre as asas de uma águia; Ele nos
leva, e apenas confiamos em Sua direção. Sem essa visão, eu estaria
em apuros, pois há muitos problemas surgindo de todas as direções.
Quantos ataques do inimigo se levantam! Se eu não servisse ao Senhor
sobre as asas de uma águia, provavelmente já teria sofrido síndrome
do pânico, angústias e até problemas cardíacos. Contudo não é assim
que desejo servir ao Senhor. Quero servi-Lo sobre Suas asas. Você
também pode servi-Lo dessa maneira.

O livro de Provérbios registra que o caminho da águia no céu é
incompreensível: “Há três coisas que são maravilhosas demais para
mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu [...]”
(30:18-19a). Ela não se cansa de voar, porque aproveita o vento para
estar em ascensão. Durante o voo, a águia não se esforça nem questiona
o caminho do vento, mas permanece apenas planando.
Da mesma forma, nosso Deus não se cansa nem se fatiga (Is 40:28).
Seu caminho não é como o nosso. Portanto sigamos o Espírito, assim
33
como a águia segue o caminho do vento, para estar na esfera celestial.
Infelizmente somos muito tolos e questionamos o caminho do
Senhor. Entretanto em Isaías lemos: “Porque os meus pensamentos
não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus
caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos
do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os
vossos pensamentos” (55:8-9).
Em vez de ficar analisando, permita que o Senhor o tire “da caixa”,
da maneira convencional de servi-Lo. Pare de criticar as ferramentas
utilizadas na igreja para o avanço do evangelho. Seja simples e siga
a direção do Espírito. O caminho do Espírito é como o caminho do
vento. Não conseguimos controlá-lo; logo, seja sábio deixando-se
levar por Seu mover.
Se ficarmos pensando em como a igreja atuava há dez anos, não
prosseguiremos. Reflita sobre o quanto o Senhor está avançando.
Enviamos colportores para a África, e a palavra profética tem sido
pregada nesse continente. Os irmãos ali têm experimentado o CEAPE
e a colportagem, os adolescentes e jovens têm-se alistado nas tropas
celestiais. E quem está fazendo essa obra senão o Espírito? Portanto
não limitemos o Senhor com nosso desejo de viver a vida da igreja da
maneira convencional.
Se estivermos sem forças para prosseguir, ergamos os olhos e
vejamos o universo criado por Deus com infinitas estrelas e corpos
celestes. Embora infinitamente numerosos, Deus os chama pelo nome
(Is 40:26). Nada escapa a Seu governo. Israel queixou-se a Deus de
que Ele não reconhecia a justiça do povo (v. 27). Agimos da mesma
maneira quando reclamamos de que Ele não reconhece nosso esforço
para servi-Lo. Entretanto somos apenas servos. Estamos aqui para
fazer a vontade do Pai, e não para avaliar Sua direção. Portanto

sejamos simples, dizendo “sim” e “amém” a Sua palavra.
Quando estiver cansado, o Senhor lhe dará vigor. Essa tem sido a
experiência de muitos de nós. Alguns já estão na maturidade, com a
idade avançada, mas estão cheios de força. Enquanto no mundo os
jovens se cansam e se fatigam, nossas forças são renovadas. Louvado
seja o Senhor!
Os colportores do PAC trabalhavam de segunda a segunda, então
foram orientados a tirar um dia na semana para descanso. Toda semana
34 recebem um grupo de pessoas para ser aperfeiçoado, o que não é uma
tarefa fácil. Mas esses irmãos estão sempre alegres e bem dispostos.
Eles não se cansam, porque esperam no Senhor e sobem como águias!
O mesmo acontece na casa de adolescentes. Na hora do descanso, os
adolescentes não querem parar, mas pedem para fazer colportagem.
Essa também pode ser sua experiência. Renove suas forças no Senhor!
35
Leitura bíblica:
Gn 1:1; Pv 8:23; Jo 8:58; Ef 5:15-17; Ap 20:10
Ler com oração:
“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração
sábio” (Sl 90:12).
REMIR O TEMPO
O Evangelho de João começa na eternidade: “No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (1:1). Já
vimos que “princípio” nesse versículo é “eternidade”. Essa palavra foi
registrada com o mesmo sentido nestas passagens:
“Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo,
de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90:2);
“E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu
tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17:5);
“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto
com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos
apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1 Jo 1:1);
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1:4).
Diferentemente “princípio”, no capítulo oitavo de Provérbios,
tem o mesmo significado de “sabedoria” (v. 23). Portanto Cristo, na
eternidade passada, era a Palavra, a Sabedoria de Deus. Ele existia
antes de qualquer criação (Jo 8:58).
Por outro lado, o “princípio” descrito no versículo de abertura do livro
de Gênesis (1:1) refere-se ao início da contagem do tempo, quando Deus
criou todas as coisas. O tempo é um mistério para filósofos e cientistas,
porque ele não volta. Não há como resgatar o tempo que já passou, o
que nos lembra que precisamos aproveitá-lo bem.

Mas, se o tempo teve início no primeiro capítulo de Gênesis,
quando findará sua contagem? Efésios mostra-nos que a vontade de
Deus é fazer Cristo encabeçar todas as coisas: “Fazer convergir nele,
na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do
céu como as da terra” (Ef 1:10). E isso precisa concretizar-se até o
final dos tempos. Portanto, quando Cristo encabeçar todas as coisas, a
contagem do tempo encerra-se. Isso significa que Deus criou o tempo
para fazer Sua vontade. Sendo assim, não podemos desperdiçá-lo com
36 coisas vãs.
Cada minuto é precioso para cumprirmos o desejo do Pai. Usemos
nosso tempo com sabedoria. Em vez de gastá-lo preocupando-nos
com os cuidados desta vida, aproveitemos toda oportunidade para ser
encabeçados por Cristo, obedecendo a Sua palavra (Ef 5:15-17).
Após o fim desta era, terá início a era do reino, que durará mil anos.
Na era do reino, ainda haverá a contagem do tempo, Cristo ainda não
terá encabeçado todas as coisas. Satanás será trancado em um abismo,
mas, no final do milênio, será solto e tentará provocar mais uma
rebelião, sem êxito. No final será lançado no lago de fogo, juntamente
com o Hades e a morte (Ap 20:10). Toda rebeldia e desobediência
serão lançadas para dentro do lago de fogo.
Enfim tudo estará debaixo do encabeçamento de Cristo! Nesse
momento a contagem do tempo findará, e surgirão novo céu e nova
terra: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva
adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará
com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles”
(Ap 21:1-3). Aleluia!

37
Leitura bíblica:
Ef 1:22-23
Ler com oração:
“Assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados
e alicerçados em amor” (Ef 3:17).
TOMADOS DE TODA A PLENITUDE DE DEUS

Deus criou o tempo para nele poder realizar Sua vontade, que é
fazer Cristo encabeçar todas as coisas. Na prática isso ocorrerá por
intermédio da igreja, o Corpo de Cristo. O Senhor deseja encher de
Cristo cada membro do Corpo até a plenitude de Deus: “E pôs todas
as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o
deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche
em todas as coisas” (Ef 1:22-23).
A igreja tem a incumbência de fazer Cristo ser o cabeça sobre
todas as coisas. Que tremenda responsabilidade! Isso só será possível
se cada um de nós for encabeçado por Cristo. Por isso oremos ao
Senhor para que, por meio de Sua palavra, Ele retire de nós toda
desobediência e rebeldia.
Cristo encabeçará Sua igreja enchendo-a com Sua vida. Ele a encherá
a ponto de ela tornar-se o próprio Cristo. Completamente preenchida
pela vida divina, a igreja será usada para encabeçar todas as coisas.
Então permitamos que Cristo habite em nosso coração. Ele precisa
governar nossa mente, pois ainda temos liberdade para pensar no que
quisermos, deixando nossos pensamentos à solta. Nossas emoções
também precisam ser dirigidas pelo Senhor. É dessa forma que Ele
nos encabeçará.
A maneira prática de sermos governados por Cristo é por meio de
Sua palavra: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-

vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a
Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em
vosso coração” (Cl 3:16). Fazemos a palavra de Cristo habitar em
nosso coração mediante a imersão. Pela imersão na palavra profética,
inculcamos a própria vida de Deus em nós. E assim, dia a dia, Cristo
nos preenche, tornando-nos obedientes a Sua direção. Imersos
na palavra, quando Deus nos disser para sair e pregar o evangelho
fazendo colportagem, obedeceremos. Chegará o dia em que Deus verá
38 Seu desejo cumprido em nós por meio de nossa obediência. Ele, então,
punirá toda desobediência, “porque as armas da nossa milícia não são
carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando
nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de
Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e
estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a
vossa submissão” (2 Co 10:4-6). Tudo se sujeitará a Cristo!
Somos abençoados, pois recebemos a palavra como vida. Essa vida
edifica-nos e enche-nos de Cristo. Quando a igreja estiver plenamente
preenchida pela vida divina, Cristo encabeçará todas as coisas. O
Senhor finalizará o tempo, dando início à eternidade.
39
Leitura bíblica:
Gn 1:26; Mt 1:1; Lc 4:4; Fp 2:7; Tg 1:17
Ler com oração:
“Assim afirma o Alto e Sublime, Aquele que vive para sempre, e
cujo Nome é Santíssimo: Habito no lugar mais majestoso e santo do
universo” (Is 57:15a KJA).
O EVANGELHO DE JOÃO NOS LEVA PARA O ALTO

O título desta mensagem é “A eternidade e o tempo”. Por meio do
Evangelho de João, Deus deseja levar-nos sobre asas de águia para o
alto, a fim de enxergarmos tudo conforme Sua vontade, que é fazer todas
as coisas serem encabeçadas por Cristo. Por essa razão, Deus criou o
tempo, e cada segundo deve ser aproveitado para o cumprimento de
Sua vontade. Não podemos permitir nem mesmo que coisas legítimas
nos afastem da vontade de Deus, e a forma de evitarmos isso é encher-
nos de Cristo pela imersão na palavra. Estamos hoje nos preparando
para lutar a batalha de Armagedom, quando então o Senhor varrerá
todas as coisas negativas para dentro do lago de fogo. Depois disso,
reinaremos com Cristo e Ele por fim encabeçará todas as coisas.
O objetivo do Evangelho de João é levar-nos para o alto. Por isso
esse evangelho é representado por uma águia, retratando o Senhor
Jesus como Deus (Jo 1:1). O Evangelho de Mateus mostra Jesus como
o Rei do reino dos céus, da linhagem de Davi (Mt 1:1), que veio à
terra para estabelecer Seu reino. Deus Pai O escolheu para reinar
sobre todas as nações. O Evangelho de Marcos apresenta Jesus como
servo. Ele se tornou homem e assumiu a forma de servo (Fp 2:7), sem
genealogia nem direitos trabalhistas, para servir a Deus e ao homem.
O Evangelho de Lucas mostra Jesus como homem (Lc 4:4), criado de
maneira diferente de todas as outras criaturas, à imagem e semelhança
de Deus (Gn 1:26).

João fez questão de apresentar Jesus como o próprio Deus porque, no
tempo dos apóstolos, havia muita heresia entre o povo: alguns diziam
que Jesus não era verdadeiramente homem; outros diziam que Ele não
era Deus, mas homem somente. Entretanto João deixou claro que o
Senhor Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Por
isso seu evangelho leva-nos para o alto sobre asas de águia. Doravante
queremos ver as coisas olhando lá de cima como a águia e não com a
40 visão rasteira de formiga. Em outras palavras, queremos ver as coisas
como Deus vê. Ele quer levar-nos para o alto para vermos as coisas lá
do alto, conforme lemos: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à
direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da
terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com
Cristo, em Deus” (Cl 3:1-2).
Por isso logo no início do Evangelho de João está escrito: “No princípio
era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ele,
a Palavra, estava no princípio com Deus” (Jo 1:1-2 KJA). “Princípio”
nesse versículo não significa o início do tempo da criação, mas diz
respeito à eternidade. Na eternidade, a Palavra - o Filho de Deus - já
estava com o Pai. Cristo estava com Deus. Aqui está revelado que o
Filho e o Pai coexistem na eternidade, que a Palavra é Deus e o Filho
é Deus. Esse Evangelho dissipa qualquer dúvida acerca da deidade de
Jesus Cristo.
Já o “princípio” na abertura do livro de Gênesis refere-se ao início
do tempo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (1:1). Portanto,
a partir da criação, deu-se início à contagem do tempo. No “princípio”
citado por João, o tempo ainda não havia iniciado porque Deus habita
a eternidade e não está limitado ao tempo nem ao espaço.
Vemos isso em Isaías 57: “Porquanto assim afirma o Alto e Sublime,
Aquele que vive para sempre, e cujo Nome é Santíssimo: “Habito no
lugar mais majestoso e santo do universo; contudo, estou presente com
o contrito e humilde de espírito, a fim de proporcionar um novo ânimo
ao quebrantado de coração e um novo alento ao coração arrependido!”
(v. 15 KJA). Deus habita a eternidade, a dimensão onde o tempo não
passa, logo, Nele não há variação nem sombra de mudança (Tg 1:17).
Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Mas, no momento em
que começa a criar, Ele inicia a contagem do tempo. Como criaturas,
vivemos dentro desse tempo, que implacavelmente não volta. Por
A eternidade e o tempo
isso a Bíblia nos ensina a remir o tempo e não desperdiçá-lo, mas

aproveitar cada minuto.
Tudo o que Deus criou tem como propósito cumprir Sua vontade.
É comum os cristãos se perguntarem: “Qual é a vontade de Deus para
minha vida?”. Em Efésios, lemos: “Desvendando-nos o mistério da
sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de
fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas
as coisas, tanto as do céu como as da terra” (1:9-10). Esses versículos
trazem-nos luz a respeito da vontade de Deus, que para muitos ainda 41
é um mistério. Contudo Ele nos revelou que Sua vontade é colocar
todas as coisas, tanto as do céu como as da terra, sob o encabeçamento
de Cristo. Que permitamos a vontade de Deus cumprir-se em nós!
Somente desta maneira, aproveitaremos o tempo que Deus nos deu.
Leitura de apoio:
“Vida cristã 110%” – caps. 1 e 2 – Pedro Dong.
“A palavra profética na era do Apocalipse” – cap. 4 – Pedro Dong.
42
Leitura bíblica:
Ef 4:17-18
Ler com oração:
“Assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados
e alicerçados em amor” (Ef 3:17).
A VONTADE DE DEUS
Segundo o apóstolo Paulo, a vontade de Deus é que Cristo encabece
todas as coisas. Essa revelação é uma pérola e não podemos considerá-
la de maneira superficial. Em Efésios, o Senhor revela como ocorrerá
tal encabeçamento: “Pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser
o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a
plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (1:22-23). Deus
deu Cristo à igreja com um objetivo: o encabeçamento. Primeiramente
Cristo encabeçará a igreja e, por meio dela, encabeçará todas as coisas.
O versículo 23 diz que a igreja é “a plenitude daquele que a tudo enche
em todas as coisas”, mostrando que o desejo de Deus é que a igreja seja
plena de Cristo para que Ele a encabece.
Cada um de nós deve seguir individualmente este princípio: ter
Cristo como o cabeça que governa nossa vida. Sabemos que isso não
é fácil. Na Bíblia vemos, por exemplo, que o marido deve amar sua
esposa e ela deve ser submissa a ele: “As mulheres sejam submissas ao
seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da
mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo
o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo,
assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e
a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5:22-25). Esse é o ensinamento
que recebemos, e um bom cristão procura acatá-lo. Mas será que todo
marido ama sua mulher e toda mulher é submissa a seu marido? É

um ensinamento, mas não necessariamente uma realidade. Para ser
realidade na vida dos casais, eles precisam encher-se de Cristo, que é o
único meio de Ele encabeçar todas as coisas e fazer a vontade de Deus
enquanto ainda há tempo. O tempo só existe porque Cristo ainda não
governa sobre todas as coisas.
No capítulo terceiro de Efésios, lemos: “Segundo a riqueza da sua
glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu
Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, 43
pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3:16-17).
Cristo precisa habitar em nosso coração, o qual é composto das três
partes da alma mais a consciência, uma das partes do espírito. A alma
refere-se a nossa personalidade, nossas características, nossa pessoa,
que tem três partes: mente (pensamentos), emoção (sentimentos) e
vontade (decisões).
Por causa da queda do homem, antes de nos convertermos a Cristo,
vivíamos na vaidade dos pensamentos vãos que enchiam nossa mente
e das coisas que então habitavam em nosso coração: “Isto, portanto,
digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam
os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos
de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em
que vivem, pela dureza do seu coração” (Ef 4:17-18).
Graças a Deus, hoje nos convertemos a Cristo e, ao nos sujeitarmos
a Seu encabeçamento, permitimos que Ele faça morada em nossa
mente e tenha domínio sobre ela. Não deixemos nossos pensamentos
vaguearem, mas deixemos Cristo ser o conteúdo de nossa mente.
Convidemos o Senhor para entrar também em nossa emoção, pois
sem Cristo ela é frágil. Muitas pessoas têm problemas de ansiedade
e depressão por causa da fragilidade emocional. Por fim, convidemos
Cristo para entrar em nossa vontade, para não tomarmos decisões
sozinhos. Assim Cristo encabeçará a igreja e habitará em nosso
coração, “estando vós arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3:17).
É nessa esfera de amor que a edificação é realizada na igreja, pois
Deus está tecendo um tecido de amor entre nós. Deus é a urdidura, a
matéria-prima do tecido produzido à medida que nos relacionamos
com Ele e com os irmãos, com os quais podemos “compreender
[...] qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e
conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que
sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:18-19).

Evidentemente, sozinhos não conseguimos compreender as
dimensões de Cristo. Só temos tal compreensão quando, unidos em
amor a outros membros do Corpo, permitimos que Cristo habite
em nossa alma, a fim de encher-nos com toda a plenitude de Deus.
Devemos encher-nos completamente de Cristo. Para a igreja ser
encabeçada por Cristo, a nossa submissão a Ele deve ser total. Este
é o segredo! Assim como o marido não consegue amar a esposa o
tempo todo, nem ela consegue submeter-se a ele o tempo todo, nós
44 também temos dificuldade de ser submissos a Deus o tempo todo. A
única maneira de conseguir isso é estar plenos de Cristo. Louvado seja
o Senhor!
45
Leitura bíblica:
Cl 3:16
Ler com oração:
“Vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5:15-16).
PROCURAR COMPREENDER
QUAL A VONTADE DO SENHOR
Precisamos remir o tempo, porque estamos dentro do tempo, que
implacavelmente não volta. Sobre isso Paulo advertiu firmemente
os efésios: “Vede prudentemente como andais, não como néscios,
e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus”
(Ef 5:15-16). Para isso vamos aproveitar todas as oportunidades
que o Senhor nos dá, fazendo cada minuto de nossa vida valer a
pena. Não andemos como os insensatos, desperdiçando o tempo.
Os sábios não desperdiçam nem sequer um segundo, pelo contrário,
aproveitam-no. A expressão “como andais” nesse versículo significa
“como proceder”, “como se comportar”. Portanto fiquemos atentos!
Sejamos cuidadosos porque os dias são maus. Até mesmo não
fazer nada é andar como néscio, pois é deixar o tempo escoar
inutilmente. Nesse contexto, Paulo continua: “Por esta razão, não
vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade
do Senhor” (v. 17).
A vontade do Senhor é fazer Cristo encabeçar todas as coisas na
plenitude dos tempos. Quem não estiver sob o encabeçamento de
Cristo agora, estará desperdiçando seu tempo. Cada momento precisa
ser aproveitado para Cristo encabeçar todas as coisas. Efésios 5:18
diz: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito”. Esse vinho em que há dissolução é o vinho do

mundo, referente às coisas de nosso dia a dia. Pode estar relacionado
com os prazeres do pecado e até mesmo com coisas legítimas, como
cuidar da família, criar os filhos, estudar e trabalhar.
Não se permita ficar embriagado por essas coisas, tornando-se
insensato e insensível para com a vontade de Deus. Se dissermos que
não temos tempo para servir o Senhor, pois temos de cuidar da família
ou trabalhar, é sinal de que estamos embriagados. Deixar de lado as
coisas espirituais significa desperdiçar, perder tempo. A única maneira
46 de mudar esse quadro é enchermo-nos do Espírito.
Encher-se de Cristo é encher-se do Espírito. Encher-se do Espírito
ocorre momento a momento, ao passo que encher-se de Cristo é o
resultado do encher constante do Espírito. Compreende a diferença?
Encho-me constantemente do Espírito até Cristo preencher totalmente
meu ser. O versículo 19 nos diz como fazer isso: “Falando entre vós
com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos
e cânticos espirituais” (Ef 5). Só há uma forma de ficar cheio do
Espírito: pela palavra. Falar a palavra entre nós é uma maneira prática
de fazer Cristo habitar ricamente em nosso coração (Cl 3:16).
Na obra de Deus, a palavra é o elemento essencial para dar-nos
vida. No Evangelho de João vimos que “no princípio era a Palavra”
(1:1 KJA), pois a palavra é a maneira de Deus comunicar-se conosco.
Essa palavra é uma Pessoa, é o próprio Cristo! Quando alguém
recebe a palavra de Deus, recebe Cristo; quando alguém se enche da
palavra, ele se enche da pessoa de Cristo. Essa é a maneira prática
de Cristo encabeçar nossa vida! Por isso é importante imergirmos
na palavra. A palavra profética é muito importante neste momento,
porque é a palavra que Deus fala hoje, é a voz de comando para o
tempo presente. É o que Deus quer falar para a Sua igreja avançar e
Cristo encabeçar todas as coisas. Aleluia pela palavra profética!

47
Leitura bíblica:
Dt 6:6-9; Mt 7:21-23
Ler com oração:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21).
INCULCAR A PALAVRA NO CORAÇÃO

Já sabemos da importância da palavra profética como voz de comando
para Deus fazer Cristo encabeçar todas as coisas. Em Deuteronômio
6, o Senhor diz: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu
coração” (v. 6). A palavra profética é a palavra “que, hoje, te ordeno”,
é uma palavra de comando. O objetivo de Deus em proferir a palavra é
gravá-la em nosso coração. Por isso, por meio da imersão, precisamos
falar entre nós a palavra, até que ela seja impressa em nós.
No versículo seguinte, lemos: “Tu as inculcarás a teus filhos”
(Dt 6:7a). A palavra “inculcar” significa gravar ou imprimir algo.
Nesse contexto, quer dizer gravar a palavra no coração por meio
de seguidas repetições. Deus quer que a palavra seja inculcada em
nosso coração e também em nossos filhos. É exatamente por isso que
Ele tem usado os adolescentes. Eles ouvem a palavra e obedecem a
ela com simplicidade, transcrevendo e falando uns para os outros,
gravando-a no coração. Isso faz com que nossas reuniões sejam
cheias de Espírito e vida.
Deus tem feito milagres na vida dos adolescentes por intermédio de
Sua palavra. Eles não se envergonham de sair às ruas meia hora antes
das reuniões convidando mais adolescentes para ouvir a palavra. Nós,
adultos, nunca fizemos isso. Desde que me tornei um cristão, nunca fiz
o que eles fazem em 30 minutos. Eles não temem abordar as pessoas:
entram em todos os lugares e oram por todos. Conseguem parar uma

classe ou uma escola falando com simplicidade: “Nós viemos aqui
para orar por vocês!”. Além disso, fazem imersão na palavra e até
gritos de guerra com as pessoas. Por isso, se as reuniões da igreja em
sua cidade ainda “funcionam à manivela”, seja simples e peça ajuda
aos adolescentes. Leve-os para sua localidade, para sua região, e saia
com eles para convidar as pessoas nas ruas; faça também imersão na
palavra e gritos de guerra, e certamente a igreja será renovada.
Precisamos da simplicidade desses adolescentes para fazer a
48 vontade de Deus. Reitero: Você precisa ser encabeçado por Cristo!
Não pense em seu íntimo que você tem feito a vontade do Senhor.
No capítulo sétimo de Mateus, o Senhor Jesus nos adverte: “Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos,
naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não
temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos
demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes
direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que
praticais a iniquidade” (Mt 7:21-23).
Naquele dia, alguém pode chegar diante de Deus e dizer: “Senhor,
vivi toda a minha vida cristã ao Teu dispor. Fiz tudo com muito suor,
desgaste e fadiga. Preguei o evangelho, ajudei uma senhora idosa a
atravessar a rua, dei esmola aos pobres e fiz muitas outras coisas”. E
se depois de toda essa exposição, o Senhor responder: “Na verdade,
eu não te conheço.”? Aos próprios olhos, alguém pode fazer muitas
coisas boas sem ser a vontade do Senhor. A vontade do Senhor é fazer
Cristo encabeçar todas as coisas. A questão é: você remiu o tempo
para permitir Cristo encabeçar você e outros? Fazer a vontade do Pai
é trabalhar em prol do encabeçamento de Cristo. Hoje podemos fazer
isso por meio da imersão na palavra, dos gritos de guerra e da pregação
do evangelho. Assim, Cristo encherá você e, consequentemente, a
vontade de Deus será feita. Louvado seja o Senhor!

49
Leitura bíblica:
Ez 1:1-4; Jo 5:30; 6:38
Ler com oração:
“Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas
coisas” (Ap 4:1b).
JESUS FEZ A VONTADE DO PAI

Fazer a vontade do Pai sempre foi a prioridade do Filho. Enquanto
viveu como homem na terra, Jesus deixou isso bem claro (Jo 5:30;
6:38). Ele colocou a vontade do Pai até mesmo acima dos laços
familiares. No terceiro capítulo de Marcos, Jesus estava ensinando
quando Sua família veio procurá-Lo. Disseram-Lhe: “Tua mãe, teus
irmãos e irmãs estão lá fora à Tua procura!”. Ele lhes respondeu:
“Quem é minha mãe e meus irmãos? E, correndo o olhar pelos que
estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão,
irmã e mãe” (vs. 32-35).
O Senhor aparentemente foi ríspido com seus familiares, mas
naquele momento havia muitas pessoas ouvindo Sua palavra e
fazendo a vontade de Deus. Ele então aproveitou a oportunidade
para encabeçá-las. Jesus não desprezou Sua família, mas fez apenas a
vontade do Pai. Em todas as Suas obras, o Senhor foi modelo para nós.
Tudo o que fizermos tem de ser de acordo com a vontade de Deus. Até
mesmo coisas triviais, como almoçar, trabalhar para sustentar nossa
família, criar os filhos e tudo o mais deve ter como objetivo a vontade
de Deus, ou seja, o encabeçamento de Cristo.
Jesus pregava o evangelho do reino, pois a vontade do Pai era que Ele
percorresse “todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e

enfermidades” (Mt 9:35). O evangelho do reino é o evangelho que
leva o encabeçamento de Cristo às pessoas. Elas precisam saber que
Cristo quer governar sua vida. Não pregamos meramente para dizer:
“Se crer em Jesus, você irá para o céu. Se crer em Jesus, você evitará
o inferno e irá para o paraíso”. Não! O evangelho que pregamos é:
“Se crer em Jesus, você será governado por Ele”. Isso significa não
ter mais a liberdade que tinha antes de crer, pois Cristo será o Cabeça
de sua vida. Você tem coragem de pregar dessa forma? Esse é o
50 evangelho do reino.
Em Mateus 24, está escrito: “E será pregado este evangelho do reino
por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá
o fim” (v. 14). Tenha certeza disto: o final dos tempos virá somente
quando o evangelho do reino for pregado em todo o mundo! Em
outras palavras, quando as pessoas receberem esse evangelho e forem
encabeçadas por Cristo, então virá o fim. O tempo existe para isso. Às
vezes, o homem não entende a existência do tempo, o motivo de Deus
ter criado o homem. Para alguns, pode até parecer que Deus não tinha
propósito algum ao criar o mundo. Mas Deus é um Deus de propósito!
Ele está aguardando a igreja, está aguardando você. Subamos para o
alto para ver as coisas sob a perspectiva de Deus.
Precisamos ver o que João viu: “Depois destas coisas, olhei, e eis
não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz
que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui,
e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4:1).
Graças a Deus, podemos levantar os olhos e ver uma porta aberta no
céu. Somente a igreja pode vê-la, por meio da fé. João não só viu
uma porta aberta no céu, mas também ouviu uma voz dizendo: “Sobe
para aqui”. A igreja também recebeu esse convite, essa ordem. Hoje
podemos subir! A vontade de Deus é que subamos. Quando isso
acontecer, veremos o cenário no céu.
Ainda em Apocalipse, lemos: “Imediatamente, eu me achei em
espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado”
(4:2). Esse é o cenário do céu. Essa é a vontade de Deus. A primeira
coisa que João nos leva a ver lá no alto, sobre asas de águia, é um trono.
Esse trono não está vazio. Nele há alguém sentado e governando.
Reafirmamos que a vontade de Deus é Cristo governar todas as coisas.
O mundo, desde a rebelião de Satanás e a queda do homem, tornou-
se um caos, uma desordem total, pois está fora do governo de Deus.
Entretanto Deus quer novamente estabelecer a ordem no universo,
por meio da igreja. Para isso, o Senhor conta conosco, porque, em

primeiro lugar, a igreja precisa estar em ordem. Será que conseguimos
ver que Deus quer estabelecer Seu reino na terra e por isso Ele nos
incumbiu de pregar o evangelho do reino para levar o encabeçamento
de Cristo às pessoas?
Continuando, João viu que “ao redor do trono, há também vinte
e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos
de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem
relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de 51
fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4:4-5). Esse trono não
está em recesso, mas em plena atividade. Como vimos em Ezequiel,
os quatros seres viventes saíam de uma nuvem com fogo para todas as
direções, com relâmpagos, vozes e trovões. Do meio do fogo saía um
metal brilhante, o elétron (1:1-4). Isso mostra que o trono está cheio
de energia, que é espalhada por todos os lados. Deus está trabalhando
para colocar a terra em ordem e quer usar você no mesmo ritmo ativo
dos quatros seres viventes, agindo com diligência para alcançar toda
a terra.

52
Leitura bíblica:
Sl 110:3 KJA; Ez 1:10; Mt 24:21; 1 Ts 4:17; Ap 3:10; 4:7
Ler com oração:
“O mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que
faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 Jo 2:17).
VIVENDO NO RITMO DO CÉU

Observamos que Deus quer usar-nos no mesmo ritmo dos quatros
seres viventes, os quais agem com diligência para alcançar as pessoas
em toda a terra. Isso já está acontecendo, pois a volta do Senhor está
muito próxima. A promessa da chegada da aurora está se cumprindo.
O Salmo 110 cita um exército de jovens santos apresentando-se
voluntariamente para a batalha, como gotas de orvalho emergindo
da aurora (v. 3 KJA). Essas gotas de orvalho são os adolescentes, os
jovens e as crianças que o Senhor tem levantado para pôr um fim na
mornidão na igreja e acelerar Seu retorno.
O Senhor deseja colocar a terra no mesmo ritmo do céu. Por isso
tirou-nos daquela esfera convencional indiferente a Seu senso de
urgência. Muitos cristãos, acomodados em sua zona de conforto,
estão descontentes com isso. O fato é que esse é o ritmo do céu,
que tem urgência para colocar a terra em ordem e trazer o reino
de Deus. Deus tem alvoroçado a terra com “relâmpagos e trovões”,
simbolizando esses destemidos adolescentes que interrompem uma
partida de futebol para orar pelas pessoas, fazer gritos de guerra
e imersão na palavra. Este é o tempo final, portanto precisamos
cooperar com o Senhor.
Deus está acelerando tudo! Na época de Ezequiel, vimos que um dos
rostos dos quatro seres viventes era de águia (1:10); contudo, no tempo
de Apocalipse, no tempo do fim, essa águia não está parada, mas ela
voa (4:7) olhando de cima para baixo, sinalizando que o Senhor tem
pressa e devemos reagir com o mesmo sentimento de urgência para
cumprir Sua vontade. A Primeira Epístola de João afirma que quem
ama o mundo passará junto com ele; porém, quem faz a vontade do
Senhor, permanece eternamente (2:15-17). Como é importante fazer a
vontade de Deus! Ele mesmo criou todas as coisas para o cumprimento
de Sua vontade.
A igreja em Filadélfia ama a volta do Senhor e por isso tem o mesmo
ritmo do céu. Se o céu tem um desejo urgente de que a vontade do 53
Senhor se cumpra, a igreja em Filadélfia também o tem. Cremos que,
na conclusão desta era, a igreja em Filadélfia terá sido totalmente
encabeçada por Cristo. Então uma grande tribulação virá sobre a
humanidade (Mt 24:21), mas os que estiverem fazendo a vontade
de Deus serão vencedores. Isso revela que a igreja em Filadélfia
será poupada, pois esta é a promessa de Deus (Ap 3:10). Os cristãos
vencedores que estiverem vivos naquela época serão arrebatados, e os
que estiverem dormindo (mortos) serão ressuscitados. Eles virão com
o Senhor em Sua parusia, isto é, em Sua aparição pública (1 Ts 4:17).
Naquele momento, Jesus porá fim a toda confusão que há na terra,
e nós, os vencedores, voltaremos com Ele para a última batalha,
conforme lemos em Apocalipse: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo
branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja
com justiça [...] e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando
cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele
mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso” (19:11, 14-15). Esta é
a batalha de Armagedom. O anticristo e o falso profeta ajuntarão os
exércitos de dez reis e encurralarão o povo de Israel na cidade santa,
no vale de Cedrom. Então, o Senhor Jesus voltará. Ele pisará com
os dois pés sobre o Monte das Oliveiras: um pé ao norte e outro ao
sul; o monte será fendido e os remanescentes de Israel fugirão pelo
vale aberto.
Na batalha de Armagedom, o Senhor lançará dentro do lago de fogo
o anticristo e todo o seu exército rebelde (Ap 19:20). Então, ainda na
dimensão do tempo, virá a era do milênio, período em que Satanás
ficará aprisionado, e nós, os vencedores, reinaremos por mil anos com
Cristo no reino milenar (20:4).
54
Leitura bíblica:
Ap 20–21
Ler com oração:
“Convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo
dos pés” (1 Co 15:25).
O RESULTADO DO ENCABEÇAMENTO DE CRISTO

Após a batalha de Armagedom, virá o reino milenar, quando então os
vencedores reinarão com Cristo durante mil anos. Em Apocalipse 20,
lemos: “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os
mil anos” (v. 6). Esses bem-aventurados e santos referem-se àqueles
que fazem a vontade de Deus. No versículo seguinte, lemos: “Quando,
porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão”
(v. 7) e nesse momento ele seduzirá as nações, provocando a última
rebelião, mas depois será “lançado para dentro do lago de fogo e
enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso
profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos
séculos” (v. 10). Aqui se encerra a carreira de Satanás, mas isso só
acontecerá no fim do milênio.
“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de
fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo” (Ap 20:14). Vemos aqui
que até a morte será lançada no lago de fogo. Assim Deus limpará
o universo de toda a desobediência. Tudo o que não for encabeçado
por Cristo será lançado no lago de fogo e então terminará o tempo.
Quando Cristo encabeçar todas as coisas, o tempo deixará de existir,
pois não terá mais finalidade. O tempo ainda existe apenas para Deus
realizar Sua vontade.
O capítulo 21 de Apocalipse mostra a nova Jerusalém, assim descrita

por João: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira
terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva
adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará
com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles”
(vs. 1-3). A nova Jerusalém é a habitação de Deus com os homens.
Nela, todas as coisas estarão encabeçadas por Cristo e Cristo será 55
encabeçado por Deus. A expressão “e Deus mesmo estará com eles”
pode ser traduzida como “Deus-com-eles será o seu Deus” (BJ). Isso
quer dizer que Deus e os homens estarão totalmente unidos. Seremos
recebidos para dentro de Deus, em Cristo, por toda a eternidade. Não
é maravilhoso? Realmente vale a pena pregar o evangelho do reino
hoje e viver a realidade do encabeçamento de Cristo, bem como fazer
imersão na palavra para inculcá-la em nosso coração.
Na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, vemos que “então,
virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver
destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque
convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos
pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas
sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão
sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando,
porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho
também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que
Deus seja tudo em todos” (15:24-28). Cristo receberá o reino do Pai
para reinar durante mil anos, período ainda contado dentro do tempo.
Depois de reinar mil anos, Ele só poderá entregar o reino ao Deus e
Pai depois que Satanás for solto e por fim lançado no lago de fogo,
como também a morte.
Quando Satanás e a morte forem lançados no lago de fogo, os
principados e as potestades serão destruídos. Toda a desobediência e
resistência à autoridade de Cristo estarão eliminadas. Cristo, então,
entregará o reino ao Pai, pois “convém que ele reine até que haja
posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser
destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos
pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente,
exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as
coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se

sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja
tudo em todos” (1 Co 15:25-28). Louvado seja o Senhor!
56 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura bíblica:
Ez 1:5-7; Jo 1:1-2; Ap 4:6-8; 5:6, 8, 14; 6:1, 6-7; 7:11; 14:3; 15:7; 19:4
Ler com oração:
“Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas
coisas” (Ap 4:1b).
SOBE PARA AQUI

O título desta mensagem é “A Palavra estava com Deus e a Palavra
era Deus”. Nela abordaremos a preocupação do apóstolo João em
nos levar para o alto, fazendo-nos ver que há um trono, e nele há
Alguém sentado, reinando. Desse trono saem relâmpagos, vozes
e trovões. Portanto o céu não está passivo, e com isso percebemos
que precisamos manter esse mesmo ritmo na terra. Uma maneira de
acelerar nosso ritmo na terra é a imersão na palavra profética.
O Evangelho de João começa assim: “No princípio era o Verbo”,
ou a Palavra. Ela estava com Deus e era Deus. O Evangelho de João,
como todos os seus escritos, nos leva para um plano diferente daquele
que costumamos ver nos outros evangelhos. Deus usou o ministério
de João, no final do primeiro século, para concluir os evangelhos (o
Evangelho de João é o último), as epístolas (as de João são as últimas)
e todas as Escrituras (Apocalipse é o último livro da Bíblia). Deus
anela levar Sua igreja a ter uma visão panorâmica, lá do alto, de tal
A Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus

forma que ela não permaneça apenas com a visão limitada da terra.
O ministério de João revela a nós, igreja de Deus, que temos uma
porta aberta nos céus, e que também há uma voz como de trombeta
dizendo: “Sobe para aqui”. Eis o convite de Deus a nós quando
entramos nos escritos de João (Ap 4:1). Entre os quatro evangelhos,
o de João é o que afirma que Jesus é Deus, daí ser simbolizado por
uma águia. Assim como a águia vê as coisas lá do alto do céu físico, o
Evangelho de João nos revela Jesus lá do alto, na dimensão espiritual
onde Deus habita. Por isso podemos olhar a Bíblia, a Palavra de Deus,
com a visão do alto.
O Evangelho de Mateus é representado por um leão, porque mostra
a biografia de Jesus como o Rei do reino dos céus, o Leão da tribo
de Judá, que veio para ser o Rei e governar as nações. O Evangelho
de Marcos é representado por um boi, ou novilho, indicando que Ele
veio para servir como um servo. Nosso Senhor Jesus é servo de Deus
e dos homens, e, como servo, nada reivindica para Si; só sabe servir. 57
O Evangelho de Lucas mostra o Senhor Jesus como um homem sem
defeito, com uma vida perfeita aqui na terra, capaz de realizar a obra
de Deus.
Antes de prosseguir no primeiro capítulo de João, precisamos falar
sobre o cenário no céu e os quatro seres viventes. Acredito que todos os
cristãos têm a preocupação de conhecer os quatro seres viventes citados
no primeiro capítulo de Ezequiel e em Apocalipse (4:6-8; 5:6, 8, 14;
6:1, 6-7; 7:11; 14:3; 15:7; 19:4). Quem seriam esses quatro seres
viventes? Onde e como eles atuam?
Os quatro seres viventes são o próprio Senhor Jesus. Mas Ele precisa
da cooperação da igreja. Em Ezequiel lemos que a planta dos pés deles
era como a de um bezerro, ou seja, eles têm pés de servo, de alguém
que serve (Ez 1:5-7). Sabemos que um serviçal quase não se senta,
mas fica em pé pronto para servir. Um garçom, por exemplo, costuma
permanecer de pé, disponível para servir, pois sentado não consegue
atender os clientes. Portanto vemos que os quatro seres viventes estão
sempre atuando de modo incansável para servir a Deus.
Leitura de apoio:
“O viver cristão nos tempos finais” – cap. 5 – Miguel Ma.
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – caps. 4 e 5 – Pedro Dong.
58
Leitura bíblica:
Sl 110:1; Mt 16:18-20; 28:18-20; Mc 16:15-20; Ap 1:12-15
Ler com oração:
“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”
(Mt 28:20b).
IDE!
Vimos que os quatro seres viventes, descritos em Ezequiel, têm pés
como de servo: “As suas pernas eram direitas, a planta de cujos pés
era como a de um bezerro e luzia como o brilho de bronze polido”
(1:7). Para nos ajudar a compreender a visão de Ezequiel, lemos em
Apocalipse que João, ao se voltar para ver quem lhe falava, viu “sete
candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho
de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma
cinta de ouro” (Ap 1:12-13). E como eram os pés de quem andava no
meio dos candeeiros? Eram “semelhantes ao bronze polido, como que
refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas” (v. 15).
Podemos ver, então, que os seres viventes têm os pés de alguém
que serve, como pés de boi, que não descansam, semelhantes aos
de nosso Senhor. Esses seres viventes, com rostos de homem, leão,
boi e águia, certamente se referem a nosso Senhor em Seus quatro
aspectos, retratados nos quatro evangelhos. Por um lado, os quatro

seres viventes são o próprio Senhor Jesus, mas, por outro, também
se referem a Sua igreja, pois, enquanto os quatro seres viventes se
movem, algo acontece na terra.
No meio dos sete candeeiros de ouro, como um filho de homem,
andava Jesus, que já tinha sido morto, porém Deus O havia ressuscitado
e elevado ao céu. Esse é o cenário em que há sete candeeiros de
ouro, representando as igrejas, e o Sumo Sacerdote, devidamente
paramentado com vestes talares, cuidando da edificação da igreja e
cumprindo a vontade de Deus de encabeçar tanto a igreja quanto todas
as demais coisas.
Após Sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos e deu-lhes as
últimas recomendações acerca da missão da igreja, que surgiria no dia
de Pentecostes (Mt 28:18-20). O capítulo primeiro de Efésios mostra
que Deus, quando ressuscitou Jesus com a suprema grandeza de Seu
poder, também O alçou ao céu e O fez sentar-se a Sua direita. Hoje
o Senhor Jesus está nas regiões celestiais, acima de todo principado, 59
potestade, poder, domínio, e de todo nome que se possa referir não só
no presente século, mas também no vindouro. E, para ser Ele o cabeça
sobre todas as coisas, tanto as do céu como as da terra, Deus O deu
à igreja (Ef 1:19-22). Cristo precisa da cooperação da igreja para pôr
todas as coisas debaixo de Seus pés. Nosso Senhor hoje está assentado
à direita de Deus (Sl 110:1) e tem uma tarefa a cumprir: edificar a
igreja (Mt 16:18). Jesus nos chamou e batizou, tornando-nos membros
de Seu Corpo, e agora precisa cumprir Sua tarefa.
O Senhor Jesus está ativo, edificando Sua igreja, e as portas do Hades
não prevalecerão contra ela. Quando a igreja for edificada, não restará
nada que seja contrário à vontade de Deus, ao encabeçamento de
Cristo. Porque, por nossa obediência, Deus punirá toda desobediência.
Nosso encabeçamento dará base para Deus varrer toda desobediência
da terra e do universo. O Senhor Jesus não só está assentado no céu,
mas também está comandando a igreja no trabalho de edificação:
“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”
(Mt 28:20b). Deus deseja fazer convergirem Nele todas as coisas na
dispensação da plenitude dos tempos. Mas como Cristo realiza a obra
de edificação da igreja? Por meio dos quatro seres viventes, os quais
são Ele mesmo mais a igreja cooperando com Ele.
Vamos cooperar com o Senhor! Ele nos deu a comissão de ir por
todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16:15). O
verbo aqui, além de imperativo, é ativo, é “ir”, não é “ficar sentado
ou parado”. O Senhor Jesus, depois de proferir essas palavras,
foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. Em seguida os
discípulos, tendo partido, pregaram por toda parte, cooperando com
eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais (vs. 19-20).
A igreja obedeceu. Para onde os discípulos partiram? Para as ruas,
onde estão as pessoas!
60
Leitura bíblica:
Ez 1:1, 4-6
Ler com oração:
“O fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam
relâmpagos, os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de
relâmpagos” (Ez 1:13b-14).
SERVIR NO RITMO DO CÉU

Estamos vendo vários testemunhos de pessoas que são abordadas
mais de uma vez nas ruas, por exemplo: “Eu estava nos Estados
Unidos, e uma pessoa me perguntou: ‘Posso orar por você?’. E agora,
no aeroporto de Guarulhos, novamente me fazem a mesma pergunta.
Vocês estão por toda parte!”. Realmente há irmãos que pregam por toda
parte, “cooperando com eles o Senhor” (Mc 16:20b)! Como vimos,
o Senhor não está somente sentado à destra do Pai, mas, quando a
igreja atua, agindo sob o comando de Cristo para fazer a obra de Deus,
Cristo desce e atua junto com a igreja.
Dessa forma, o Senhor coopera com a igreja e confirma a palavra
profética por meio de sinais. Isso é o que tem acontecido em
nossos dias. Muitos sinais, coisas sobrenaturais e milagres estão
acontecendo hoje.
Infelizmente os homens não entenderam isso. No tempo da igreja
em Tiatira, a palavra de Deus estava escondida. Na igreja em Sardes,
todos tinham a Bíblia aberta em suas mãos, mas a palavra ministrada A Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus
consistia em mensagens bonitas ou em palavras de defesa contra os
ataques. Eles não entenderam que toda palavra de Deus é um comando.
O Senhor não fala conosco meramente para que achemos Sua palavra
boa. Ele não quer esse tipo de avaliação nem está preocupado com
isso. Cristo, como cabeça, está dando a voz de comando para que se
execute a vontade de Deus toda vez que Ele fala. Por isso a palavra
profética é uma palavra de direção para executar-se a obra e cumprir-se
a vontade de Deus, que é fazer Cristo encabeçar todas as coisas.
Dessa forma, começamos a perceber que os quatro seres viventes
são Cristo e a igreja, mas não a totalidade da igreja. Se somarmos os
cristãos contemporâneos a nós, ou seja, os milhões que estão vivos
neste momento na terra, nem todos estão nesta luta, preocupados
em pregar o evangelho do reino. Por isso o Senhor chama a igreja
em Filadélfia. 61
Das sete igrejas de Apocalipse, as três primeiras já passaram
na história, e as quatro últimas permanecem em nossos dias e
permanecerão até a volta do Senhor. A igreja em Tiatira permanecerá
até a volta do Senhor; a igreja em Sardes, que surgiu no século XVI,
também permanecerá até Sua volta.
Na igreja em Filadélfia, finalmente, o Senhor chama os trabalhadores
da última hora para apressar Sua volta. Na igreja em Laodiceia,
estão aqueles que tiveram alguma visão de Filadélfia, no entanto
transformaram a palavra em meras doutrinas; são orgulhosos, acham
que sabem tudo e não precisam de nada, mas estão mortos, mornos
para com o Senhor.
Então, das últimas quatro igrejas, Deus está contando com a igreja
em Filadélfia. Por isso, em nossa geração, Ele nos chamou para ser os
trabalhadores da última hora, parte dos quatros seres viventes, com
vistas a realizar a obra de Deus. O Senhor precisa voltar; Sua segunda
vinda está às portas, e alguém precisa completar essa obra. Por isso
Deus conta conosco!
Estamos vendo agora o Evangelho de João, que veio levar-nos até o
alto, a fim de despertar-nos para ver qual é o cenário na dimensão de
Deus. Há um ritmo muito forte na esfera celestial, e nada está parado
ali. Ezequiel 1:1 corresponde ao encargo de João: “Se abriram os céus,
e eu tive visões de Deus”. Chegou a hora de o Senhor dar-nos Suas
visões. Portanto Ele se abre à igreja em Filadélfia porque é de Seu
interesse que vejamos o que acontece no céu e conheçamos seu ritmo,
a fim de que a terra esteja no mesmo compasso.
Ezequiel continua a descrever sua visão: “Olhei, e eis que um
vento tempestuoso vinha do Norte, e uma grande nuvem, com fogo
a revolver-se, e resplendor ao redor dela, e no meio disto, uma coisa
como metal brilhante, que saía do meio do fogo” (1:4). Sabemos que o
norte é onde está o trono de Deus. O vento tempestuoso é um vento que

vinha da parte de Deus, do terceiro céu. A nuvem não é escura, mas é
como uma nuvem de fogo a revolver-se, como labaredas de fogo bem
forte. Essa nuvem está em plena atividade de fogo, e seu resplendor
brilha ao redor dela. No meio disso, algo como metal brilhante saía do
meio do fogo, o eléktron, carregadíssimo de energia.
O céu está pronto, como que num ritmo frenético: “Do meio dessa
nuvem saía a semelhança de quatro seres viventes, cuja aparência era
esta: tinham a semelhança de homem. Cada um tinha quatro rostos”
62 (Ez 1:5-6a); e “o aspecto dos seres viventes era como carvão em
brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplendente por entre os
seres, e dele saíam relâmpagos, os seres viventes ziguezagueavam à
semelhança de relâmpagos” (Ez 1:13-14).
Tal cenário mostra o céu em plena atividade, porém na terra, por
dezenove ou vinte séculos, não foi possível ver o que acontece na
esfera celestial. Em termos de igreja, a terra vivia em outro ritmo,
quase parando. No tempo da igreja em Tiatira, praticamente tudo ficou
parado, e, no tempo da igreja em Sardes, havia uma linha dourada
da graça de Deus, e poucos promoviam alguma atividade dos quatro
seres viventes, mas não houve continuidade.
Graças a Deus, porém, chegou o momento da aurora e com ela as
gotas de orvalho! O Senhor está fazendo cair do céu, em todo lugar,
jovens e adolescentes. Já temos cento e catorze casas de adolescentes,
que aumentam a cada semana. Um exemplo mais recente ocorreu
em São José dos Campos, onde, na segunda reunião da Casa de
Adolescentes, havia trinta adolescentes, e muitos dos quais estavam
ali pela primeira vez. Isso é um milagre! Esse é apenas um caso, mas,
em várias cidades, toda semana chegam pessoas novas! O que está
acontecendo? Esses adolescentes estão movendo os mais velhos e,
de certa forma, obrigando os pais a entrar no ritmo dos quatro seres
viventes, levando suas famílias para a reunião, e fazendo imersão na
palavra, transcrição e gritos de guerra! Assim, como os quatro seres
viventes, eles não estão parados. Louvado seja o Senhor!

63
Leitura bíblica:
1 Co 15:24-26; Ap 4:2, 5
Ler com oração:
“Esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de
jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante,
no aspecto, a esmeralda” (Ap 4:3).
HÁ ALGUÉM NO TRONO
Vemos que os adolescentes estão incentivando as famílias, e, a
cada dia, novos adolescentes se levantam. Quem faz esse trabalho é o
Espírito! Como temos dito, as toras – que são os adultos – estão sendo
inflamadas pelos gravetos pegando fogo – que são os adolescentes.
Isso aumenta o ritmo na terra.
Os adolescentes estão ajudando a imprimir na terra o ritmo celestial.
Muitos acham boa a vida da igreja tradicional e convencional e não
querem sair dela. A terra, porém, precisa acompanhar o ritmo celestial,
ziguezagueando, porque o céu está cheio de energia, de fogo, como um
elétron pronto para a descarga de energia. Lamentavelmente este mundo
jaz no maligno. As pessoas estão escravizadas e apáticas debaixo do
império das trevas; a vida sem sabor leva muitos a desesperar até da
própria vida. Essa é a situação que encontramos na terra, e as pessoas
não querem saber de Deus. Há uma atmosfera isolante no mundo.
O Senhor hoje precisa de nós como os quatro seres viventes bem
carregados de energia, pois assim seremos capazes de romper com
essa atmosfera isolante. Se você estiver carregado de energia, imerso
na palavra e cheio do Espírito, ao aproximar-se de alguém e perguntar:
“Posso orar por você?”, a pessoa já receberá uma “descarga elétrica”.
Se contatar uma pessoa que não está interessada, não há problema;
basta fazer um ziguezague e ir para outra. Alguém estará interessado,
pois há aqueles que estão preparados para receber o Senhor.

Há uma porta aberta no céu, e João, ao ser chamado para subir,
viu um trono armado ali e nele alguém sentado (Ap 4:2). Ao sermos
levados para o céu, precisamos enxergar que ali há um trono que não
está vazio, mas há Alguém sentado nele. No universo há Alguém
governando: nosso Deus com Seu Filho Jesus Cristo, como o Cordeiro,
está assentado a Sua direita. Esse é o governo que encontramos no céu;
por isso, toda palavra que vem Dele é para governar, é uma palavra de
64 ordem, de comando.
Pela influência de Sardes, nós, cristãos, estamos muito acostumados
a ouvir doutrinas e mensagens para alegrar o coração, remover o
espírito abatido e proporcionar conforto. Contudo a palavra de Deus
é uma ordem para os quatro seres viventes executarem. Estamos na
terra para executar a vontade de Deus e não temos tempo a perder.
Nossos pés têm de ser como os de um bezerro, não podemos sentar
nem descansar. Vamos para a rua pregar o evangelho, encontrar
pessoas, cuidar delas e edificar a igreja. Esse é nosso trabalho, por
isso do trono não saem meramente vozes suaves, mas relâmpagos,
vozes e trovões (Ap 4:5).
Deus tem pressa, e devemos ter esse mesmo senso de urgência.
Na terra está tudo em desordem. Satanás acabou com este mundo,
que está cheio de morte, rebeldia e desobediência. Temos de pregar
o evangelho do reino, mas não da maneira tradicional, que não mexe
com ninguém. Precisamos ter a urgência das sete tochas de fogo, que
são os sete Espíritos de Deus. No céu há urgência! Arde no coração de
nosso Senhor Jesus cumprir, com a cooperação da igreja, cabalmente
Sua responsabilidade. Hoje Ele não está aqui fisicamente, mas está
aqui como o Espírito, como o outro Consolador, como o Espírito
da verdade. Ele está aqui cooperando conosco para os quatro seres
viventes fazerem a vontade de Deus.
O tempo só vai terminar quando a vontade de Deus for feita na terra:
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra

era Deus” (Jo 1:1 KJA). Esse “princípio” é a eternidade. Em Gênesis
1:1, temos o princípio do tempo, quando Deus começou a criar o céu e
a terra. Quando a igreja cooperar totalmente com Deus e encerrar a era
presente, os vencedores serão arrebatados até o trono de Deus. Então
virá a grande tribulação, e, no final dela, os vencedores virão na parusia
de Cristo, para participar da batalha de Armagedom. Derrotados,
o anticristo e seus exércitos serão lançados para dentro do lago de
fogo, toda desobediência será varrida, e Satanás será aprisionado. Em
seguida começará a era do reino milenar, em que Cristo reinará de fato.
No final do milênio, Satanás será solto, e lhe será permitido provocar
a última rebelião, para Deus poder limpar toda a contaminação do
universo. E esses rebeldes, juntamente com Satanás, serão, no final do
milênio, lançados no lago de fogo definitivamente. A morte, o Hades e
o inferno serão também lançados para dentro do lago de fogo. Depois
não haverá mais coisa alguma que não esteja encabeçada por Cristo.
Toda desobediência estará no lago de fogo. 65
Cristo entregará o reino a Deus Pai, e já não haverá mais
desobediência. Tudo estará debaixo do encabeçamento de Cristo,
e Deus estabelecerá Seu reino eterno, pondo fim ao tempo. Tudo
estará na eternidade. Quando Deus Pai receber o reino para Si, até
Cristo se sujeitará a Deus, e Deus será tudo em todos para todo o
sempre (1 Co 15:24-26).

66
Leitura bíblica:
Rm 8:9-11
Ler com oração:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo 1:1).
O PODER DA PALAVRA
No princípio era a Palavra. Na eternidade Cristo era a Palavra,
porque Deus, mesmo antes de ter criado todas as coisas, teve o desejo
de criar o homem, para que este fizesse Sua vontade. Entre todas
as criaturas, o homem foi criado com esse intuito, e para isso Deus
precisava comunicar-se com o homem. Por isso Cristo, o segundo da
Trindade, é a palavra. O Filho é o meio de comunicação entre Deus e
o homem que Ele criaria. O homem é o único ser entre toda a criação
que se comunica com palavras.
A palavra é o meio de comunicação para transmitir uma ideia ou
pensamentos, por isso Cristo é a Palavra, e nisso vemos que Deus quer
comunicar-se com o homem.
Mas há uma grande diferença entre a palavra como meio de
comunicação entre os homens e a palavra com que Deus se comunica
conosco. A palavra que você lê no jornal é apenas instrumento para
transmitir uma ideia, mas a palavra para Deus é Cristo. Então, quando

a palavra chega até você, ela não só comunica a ideia de Deus, mas
comunica o próprio Cristo a você!
A palavra profética é diferente das outras palavras, porque ela
transmite a ordem de Deus e transmite o próprio Deus. Fazer a imersão
na palavra de Deus é totalmente diferente de fazer a mesma coisa com
a palavra de um jornal, porque a palavra do jornal não transmite Deus.
Nossos adolescentes fazem a imersão, dormem e acordam com Deus
e transcrevem a palavra. Muitos deles estão tirando as melhores notas
na escola, porque a imersão na palavra os ajuda a fazer interpretação
de texto melhor. Eles podem até não ter muito conhecimento bíblico
hoje, mas, daqui a alguns anos, poderão estar a nossa frente, porque
não recebem a palavra como doutrina ou conhecimento, mas permitem
que esta seja inculcada neles.
Podemos exemplificar isso com a história da corrida da lebre e da
tartaruga. Talvez alguns menosprezem esses adolescentes. Talvez
sejam vistos como está escrito no primeiro capítulo de Deuteronômio: 67
não sabem distinguir entre bem e mal, nem a mão direita da mão
esquerda. Entretanto, com o tempo, essas “tartaruguinhas”, devagar e
sempre, com a imersão na palavra, transcrição e pregação do evangelho,
estarão cheias de Cristo habitando em seu coração e tomando conta de
sua mente, vontade e emoção. A palavra de Cristo habitando ricamente
neles lhes dará muito mais realidade espiritual. Por isso está na hora
de nós, adultos, entrarmos no mesmo ritmo. Vamos fazer imersão na
palavra. Vamos inculcar a palavra em nosso coração.
A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. O Pai e o
Filho coexistiam na eternidade passada. Só com a primeira oração:
“No princípio era a Palavra”, já vemos que a Palavra já existia na
eternidade. A segunda oração: “A Palavra estava com Deus” mostra
que o Pai e o Filho coexistiam na eternidade. E a terceira: “E a Palavra
era Deus” mostra que eles coexistem e são coinerentes, ou seja, Um
está no Outro. Então a Palavra era Deus.
O Pai e o Filho coexistem de eternidade a eternidade. Mas Eles
também estão Um dentro do Outro, ou seja, Um vive no Outro. Em
Romanos lemos: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (8:9). Assim, temos “o
Espírito de Deus” e temos “o Espírito de Cristo”. Temos também no
versículo 11 “o Espírito daquele que ressuscitou a Cristo Jesus dentre
os mortos” e “seu Espírito que em vós habita”: “Se habita em vós o
Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o
vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.
Temos o Deus Triúno habitando em nós!

68
Leitura bíblica:
Dt 8:7; Jo 14:1-16
Ler com oração:
“E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para
mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14:3).
O DEUS TRIÚNO HABITA EM MIM

O Pai, o Filho e o Espírito Santo coexistem e habitam em nós. Não
compactuamos com a doutrina triteísta de que Pai, Filho e Espírito são
três entidades distintas. Deus está em nós, por intermédio de Cristo,
mediante o Espírito Santo.
Em Deuteronômio está a descrição da boa terra: terra de ribeiros
de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e
das montanhas (8:7). Esse versículo mostra a riqueza da boa terra,
que são as águas. Quanto mais próxima da água, mais valorizada
é a terra. A riqueza da boa terra de Canaã consiste no fato de ela
possuir mananciais profundos de águas. Mas de nada adiantam esses
mananciais se não há comunicação com a superfície da terra. É
necessário que haja as fontes e os ribeiros. A fonte é a comunicação
do manancial profundo com a superfície, de onde jorra água,
formando os ribeiros, as correntes de água.
A riqueza da boa terra retrata a riqueza de Deus por meio de

Cristo. O manancial é Deus Pai; a fonte, o Filho, que é a Palavra, a
comunicação com a superfície, e o ribeiro, o Espírito. Deus é três para
poder fluir como água até nós. Podemos perguntar: quem está em nós
– o manancial, a fonte ou o ribeiro? A água está em nós! A água que sai
do manancial é a mesma que está na fonte e no rio. E essa água, como
o Deus Triúno, está em nós.
A distinção do Pai, do Filho e do Espírito existe justamente para
Deus, como o manancial, poder chegar até nós. Se não fosse por meio
do Filho, Deus Pai não teria como comunicar-se com o homem. O
Filho é a Palavra, que se fez carne, veio à terra como homem, morreu,
ressuscitou e tornou-se o Espírito, abrindo o caminho para o homem
recebê-Lo. Jesus viveu há dois mil anos, mas essa fonte continua
fluindo até hoje porque Jesus se tornou o Espírito, a fim de que o Deus
Triúno pudesse habitar em nós.
Os cristãos, em geral, têm esta dificuldade: “Eu devo orar ao Pai,
ao Filho ou ao Espírito?”. Isso não procede. Deus é um só. O Pai, o 69
Filho e o Espírito são um, são coexistentes e coinerentes – Um está
no Outro.
Em João 14, os discípulos estavam tristes porque sabiam que Jesus
iria morrer, e Ele os consolou, dizendo: “Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas
moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos
lugar” (vs. 1-2). Muitos cristãos interpretam esse versículo como se
Jesus fosse para o céu preparar um lugar, uma casa física.
Contudo a morada não é física: “E, quando eu for e vos preparar
lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu
estou, estejais vós também” (Jo 14:3). Onde Jesus estava? Que lugar
era esse? Esse lugar é em Deus! Jesus em carne não tinha como
receber os discípulos para dentro Dele. Primeiramente Ele deveria
morrer para realizar a redenção do homem, vertendo sangue para a
remissão dos pecados e água para o fluir da vida divina. Assim, somos
regenerados pelo Espírito e colocados, por meio de Cristo, em Deus.
Essa é a morada que Deus quer! Jesus iria levá-los ao Pai, e o caminho
seria aberto por Sua morte e ressurreição (vs. 4-6). Nossa relação com
Deus é sempre por meio de Cristo. Embora Cristo seja Deus, tudo é
por meio de Cristo.
O Pai e o Filho são um: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis
também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-
lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus:
Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido?
Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não
crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu
vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em
mim, faz as suas obras” (Jo 14:7-10). Ninguém viu o Pai, mas quem
vê o Filho vê o Pai. Essa é a coinerência: o Pai está no Filho, e o Filho
está no Pai. Um habita dentro do Outro. Fisicamente isso é impossível,

mas Deus é Espírito (vs. 11-16)!

70
Leitura bíblica:
Ez 1:4-14; Jo 14:20-23
Ler com oração:
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco” (Jo 14:16).
O ESPÍRITO DA VERDADE
Vimos anteriormente que Deus é o manancial, e o Filho, a fonte, o
caminho que nos leva ao Pai. Hoje veremos especificamente o Espírito.
Jesus, como homem, não tinha como estar para sempre com os
discípulos. Por isso Ele disse: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (Jo 14:16).
O outro Consolador é o Espírito da verdade, que nos leva para a
realidade, nos tira da mentira, da falsidade, das coisas vazias deste
mundo e nos preenche com Deus. O Espírito tem a função de nos levar
à realidade.
O mundo não pode receber o Espírito, porque não o vê nem o
conhece. Mas Jesus disse a Seus discípulos: “Vós o conheceis, porque
ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14:17). Quem habitava com
eles? Jesus. Perceba, querido leitor, que o verbo “habita” está no
presente do indicativo, e “estará”, no futuro.
Jesus estava no Pai, assim como o Pai estava Nele, e habitava com

os discípulos, mas também voltaria como o Espírito e estaria neles
(Jo 14:20). Quem “estará” nos discípulos é o próprio Jesus. Então
o Pai está no Filho; o Filho, no Pai; e o Filho é o Espírito. Um está
dentro do Outro. Quem vê a Jesus vê o Pai.
O desejo de Deus é introduzir o homem Nele (Jo 14:23). Não só
o Pai está no Filho, e o Filho está no Pai, mas Ele também quer,
por meio do Espírito, fazer morada em nós. Deus deseja colocar-nos
dentro da unidade do Deus Triúno de maneira orgânica. É a glória de
Deus que complementará a obra da unidade. Nossa glorificação é o
ápice dessa obra.
Em João 17, lemos: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me
tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em
mim (o Pai no Filho), a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como
também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou,
estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha 71
glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do
mundo” (Jo 17:22-24).
Jesus era a Palavra, que estava no princípio com Deus (Jo 1:1). No
princípio era a Palavra, a Palavra estava com Deus (coexistência), e
a Palavra era Deus (coinerência). Todas as coisas foram feitas por
intermédio Dele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Quando Deus
disse em Gênesis: “Haja luz”, bastou abrir Sua boca, e tudo se fez.
A obra foi feita, no início, pela palavra de Deus, e hoje é a mesma
coisa. Cristo executa a obra mediante Sua palavra. Quando fazemos a
imersão na palavra, inculcamos o próprio Cristo em nosso coração, e
essa palavra tem poder para nos transformar!
A igreja em Filadélfia está aqui para fazer a vontade do Senhor,
e para isso deve imprimir o ritmo do céu aqui na terra. Somos os
trabalhadores da última hora para cumprir essa missão.
Por séculos, o Senhor não conseguiu ter Sua igreja gloriosa. Deus
levou João até o céu para que ele visse esse cenário. Estamos no
final dos tempos, e Ele está conseguindo fazer com que a igreja em
Filadélfia coopere, como os quatro seres viventes (Ez 1:4-14), para
executar Sua vontade na terra.
Se você, querido leitor, ainda não consegue acompanhar o ritmo
que Deus vem imprimindo em Sua obra, peça ao Senhor: “Dá-me a
mesma sensibilidade e simplicidade, como a dos adolescentes. Dá-me
também a obediência deles. Eu também quero entrar nesse ritmo e
participar da obra de Deus aqui na terra. Não quero ficar alheio”. Jesus
é o Senhor!

72

LIVRO 1 - NÃO DESPERDICE SEU TEMPO

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Palavra, vida e edificação - Evangelho de João – Livro 1

Título deste volume:

1ª edição - setembro/2023 - 47.100 exemplares

Proibida a reprodução total ou parcial

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida

ARC - Almeida Revista e Corrigida

Capa: Wagner Costa | Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim

ASSIM QUE SE LEVANTAR...

No livro do profeta Jeremias, lemos: “Quando a tua Palavra foi

PARA SEU DESFRUTE INDIVIDUAL

COMER E DIGERIR A PALAVRA TODO O DIA

PARA O DESFRUTE COLETIVO

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,

SEMANA 1: UMA VISÃO DE ÁGUIA – Acesso ao

Crer 100% na palavra do Senhor........................................................................... 7

SEMANA 2: NO PRINCÍPIO ERA A PALAVRA – Acesso ao

SEMANA 3: A ETERNIDADE E O TEMPO – Acesso ao

O Evangelho de João nos leva para o alto........................................................... 40

SEMANA 4: A PALAVRA ESTAVA COM DEUS E A Acesso ao

Sobe para aqui...................................................................................................... 57

CRER 100% NA PALAVRA DO SENHOR

avanço da obra do Senhor, indicando-nos a direção para nos levar a

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

O MINISTÉRIO DO APÓSTOLO PEDRO

muitas revelações inéditas, porque Ele tem pressa em voltar. Após

Portanto o ministério de Pedro deu início à era da igreja. No dia de

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A IGREJA EXPANDE-SE ATÉ OS GENTIOS

Galileia e Samaria, mas o Senhor ainda não estava satisfeito. Com

que também os gentios haviam recebido a palavra de Deus. Quando

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Uma visão de águia

A CONVERSÃO DE PAULO E O INÍCIO DE SEU MINISTÉRIO

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A PALAVRA QUE TRAZ A REVELAÇÃO DO MISTÉRIO

fé, mas promove discussões. Não queremos discussões na igreja, mas a

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

O MINISTÉRIO DE JOÃO: REMENDAR REDES

o que abriu a porta a heresias. É aí que entra o ministério do apóstolo

coisas, com a chegada da eternidade.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima. 21

A SUBLIMIDADE DO EVANGELHO DE JOÃO

Cada um deles possuía quatro rostos: de leão, de boi, de homem e de

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

OS QUATRO SERES VIVENTES

“O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança