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Projeto Político-Pedagógico

CEI - JOSÉ EDUARDO MARTINS JALLAD - ZEDU


2020

1-Identificação
Nome da Instituição: Centro de Educação Infantil José Eduardo Martins Jallad – CEI ZEDU
Endereço: Avenida Projetada S/N – Parque dos Poderes
CEP: 79.031- 901
Telefone: (67) 3314-1270 e (67) 3314-1271
Email: ceizedu@sed.ms.gov.br
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS)
Data de Criação: Decreto n° 2.286 de 31 de outubro de 1.983.
Sede própria
Turnos de funcionamento: Integral
Campo Grande – MS

1.1 OBJETIVO: Socializar o processo de construção e vivencias do Projeto Político da instituição como um
documento norteador das ações do CEI José Eduardo Martins Jallad – CEI ZEDU

2-Apresentação do Projeto Político Pedagógico


O Projeto Político Pedagógico (PPP) se constitui como um documento de ação intencional de forma a garantir a
organização política bem como nortear as ações de ensino desta unidade educativa. Além de ser uma exigência
legal, ela permite a revelação da identidade da Instituição, de suas concepções, de seus sonhos e metas para o ano
letivo vigente.
Cabe dizer, que um PPP não se resume a uma simples formulação de tarefas, é um documento formal, porém
acessível, possibilitando aos integrantes da comunidade escolar e externa um conhecimento a respeito da
instituição, bem como dos princípios educativos que norteiam as ações pedagógicas, e nossa concepção de
ensino, possibilitando direcionar de maneira crítica e consciente todas as ações pedagógicas na educação infantil.
Ponto a destacar é a compreensão da gestão da escola, a respeito desse documento, tanto na elaboração,
possibilitando participação ativa de toda comunidade escolar, como também no acesso, garantindo assim que não
se torne apenas uma exigência legal, mais um documento que garanta a formação de sujeitos críticos, ativos e
participantes, uma de nossas metas para o ano letivo é dialogar ainda mais com as famílias, visando o pleno
desenvolvimentos das crianças.
Ao encontro do pensamento de Veiga (1995) em “Projeto político-pedagógico da escola: uma construção
coletiva” considera que ao construir o PPP na escola, planejamos o que temos intenção de fazer na escola. “O
PPP é político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade, é Pedagógico,
no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos
e sua intencionalidade” (VEIGA, 1995, p.13).
Então, é preciso reconhecer a importância de uma construção coletiva efetiva, pois a instituição e
consequentemente as crianças, irão se beneficiar, pois dessa maneira podemos propiciar um ambiente significativo
ao aprendizado e desenvolvimento dos estudantes.
Ao ser elaborado coletivamente, pela comunidade e equipe pedagógica, administrativa e de manutenção, o PPP se
torna um importante instrumento para uma gestão democrática. No caso do Centro de Educação Infantil José
Eduardo Martins Jallad (CEI ZEDU), este documento procura garantir a valorização da criança como sujeito de
direitos e produtora de cultura, apontando caminhos, perspectivas e reflexões que contribuam para que ela
desenvolva integralmente sua identidade e tenha seu direito à infância garantida.
Vale ressaltar que o PPP está prescrito na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n°
9394/96). O Artigo 12 e seu inciso I expõem que “[...] Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas
comuns e as do seu sistema de ensino terão a incumbência de: I- elaborar e executar sua proposta pedagógica”
(BRASIL, 1996, p. 25).
A instituição de educação infantil deve ser considerada como espaço para apropriação de conhecimentos
produzidos, por meio de ações mediadas e planejadas intencionalmente pelos professores e coordenação
pedagógica, realizando assim um trabalho indissociável entre o cuidar e o educar.
Partindo desse pressuposto o PPP do CEI ZEDU foi elaborado dentro dos preceitos, como já citado, da LDB nº
9.394/96, do Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI), das Diretrizes Curriculares Nacional
para Educação Infantil (DCNEI) da Base Nacional Curricular (BNCC), no Currículo de Referência de Mato
Grosso do Sul e das normas legais vigentes da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul
(SED/MS), a qual expressa os anseios das crianças, pais, funcionários e comunidade, sendo um documento que
visa orientar o trabalho a ser realizado.
Enfatizamos que nossa concepção de criança, educação, ensino e aprendizagem vão ao encontro da Teoria
Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórica-Crítica pois estas se constituem em um método eficiente de leitura de
mundo e de análise da educação que se expressa numa Didática capaz de ser um instrumento significativo de
elaboração do conhecimento científico na perspectiva da transformação social. Uma teoria com fundamentos nos
estudos do psicólogo soviético Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), sendo ele um dos principais intelectuais.
Optamos por esta corrente teórica, pois Vygotsky destaca a importância do papel do educador e da intervenção
pedagógica na formação do sujeito.
Assim sendo, a criança é assumida como um ser social que adquire seu conhecimento na interação com o meio,
mediada pelo adulto que possui a responsabilidade de mediar os conhecimentos acumulados ao longo da história.
E é nesse viés que a escola, e neste caso o CEI ZEDU assume o papel fundamental no desenvolvimento do ser
humano, contribuindo para que a criança compreenda criticamente o contexto social e se perceba como cidadã.
Ao considerar que as relações de trabalho no interior de uma instituição de ensino deverão estar calcadas nas
atitudes de solidariedade, comunicação, cooperação, reciprocidade, responsabilidade, cidadania e participação
coletiva, a elaboração deste documento se pautou no constante diálogo, reflexão e avaliação de cada ação
educativa a ser desenvolvida.
Pontuamos também que um trabalho em educação consistente e de qualidade, requer uma política de
investimentos, de destinação de recursos e de viabilização de condições físicas e de recursos humanos e materiais.
Por fim, ressaltamos que a presente proposta foi elaborada para contribuir com o trabalho educativo diário com as
crianças pequenas, visto que a educação infantil passa a integrar definitivamente a etapa inicial da educação básica
(LDB n° 9394/96). Assim, com a publicação deste material esperamos contribuir de maneira democrática e
significativa para o enriquecimento e melhoria da prática pedagógica de nossos educadores e na qualidade de vida
e de aprendizagem de nossas crianças.

3-Missão
Nossa missão é proporcionar um ensino de qualidade que contribua para o desenvolvimento de cidadãos
conscientes, críticos e sensíveis, no qual a criança é o sujeito das nossas ações pedagógicas, visando o
conhecimento científico e a formação de indivíduos que sejam capazes de tomar decisões, que sejam felizes e
desenvolvam em sua totalidade as suas potencialidades como estudantes.
4-Visão
Que por meio da educação possamos transformar o caráter das ações humana, com atividades significativas e
contextualizadas, levando a criança a se apropriar de conhecimentos necessários à sua constituição como sujeito
histórico e cultural permitindo-lhe uma formação crítica que o possibilite ao longo do seu período na instituição
compreender, questionar, intervir, e transformar a realidade por meio dos conhecimentos adquiridos, entendendo
os fatos do cotidiano, além da sua aparência, isto é, em sua essência.

5-Valores
Nossa intenção é contribuir com uma ação educativa comprometida com a cidadania e formação democrática não
excludente, e também promover a formação do individuou como um todo, nos aspectos emocionais e cognitivos
promovendo o convívio com a diversidade cultural, hábitos, costumes, particularidades de cada um,
comprometendo-se assim, em abrir um espaço para a inclusão social, interação e brincadeiras, priorizando uma
infância saudável e feliz.
O CEI-ZEDU tem como objetivo geral o compromisso de propiciar uma mediação de conhecimento adequada e
responsável do meio familiar ao escolar nesta etapa da vida da criança, cuidando-a e educando-a, num ambiente
em que as formas de expressão, dentre elas as linguagens verbais e corporais ocupam lugar de destaque.

6-Histórico da Escola
Em 31 de outubro do ano de 1983 o decreto n°. 2.286 criou a “Creche do parque dos poderes”, inaugurada em
abril do ano seguinte, pelo então governador Wilson Barbosa Martins. No ano de 1989, no governo de Marcelo
Miranda a creche em questão foi ampliada e recebeu o nome de “Centro de Educação Infantil José Eduardo
Martins Jallad – CEI ZEDU” em homenagem ao neto do ex-governador Wilson Barbosa Martins, filho da ex-
deputada e conselheira do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul, Celina Jallad.
Atualmente a intuição atente 380 crianças tem como finalidade a guarda e a prestação de assistência social,
pedagógica, educativa, física, alimentar e de saúde para crianças de seis meses a cinco anos, (cinco anos, 11
meses e 29 dias), filhos dos servidores públicos lotados nas secretarias, agências, empresas, autarquias e
fundações, sediadas no Parque dos Poderes, no período do horário de trabalho.
No ano de 2017 a instituição foi premiada na 10ª edição do Prêmio Professores do Brasil com duas professoras:
Roberta Ortega Matheus e Joyce Almeida de Sena Carvalho, ambas as professoras participaram de uma
capacitação na Irlanda, apoiado pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
No ano de 2018 novamente fomos premiados na 11ª edição do Premio Professores do Brasil com a professora
Anielise Mascarenhas Guedes, a professora participou de uma capacitação no Canadá, também apoiado pela
Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os prêmios foram muito importantes
para afirmar o trabalho de qualidade que a equipe como um todo vem fazendo, afinal, são 35 anos de contribuição
para formação das crianças do nosso estado.
35 anos esses, que foram comemorados em 2019 com uma festa para nossas crianças, da qual participou e foi
homenageada a Fabiana Martins Jallad Bumlai. Irmã de José Eduardo, o ZEDU, como era carinhosamente
chamado e que empresta o nome ao Centro de Educação Infantil desde 1989, ela falou sobre a data: “É
emocionante esta homenagem para meu irmão. É um presente para toda família ele ser lembrado com tanto
carinho por todos. O que mais admirei, hoje, foi o olhar dos professores, o carinho que têm com as crianças,
tenho certeza que elas farão a diferença no futuro de nosso Estado”, disse Fabiana.

6.1-Diagnóstico
O CEI-ZEDU atende os filhos e filhas dos servidores públicos do Estado, lotados e em exercício nos órgãos do
Poder Executivo, sediados no Parque dos Poderes. Seu funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h e 15min
às 17h e 30 min., exceto para os servidores administrativos que encerram sua jornada de trabalho diária às
13h30min, condição que os permitem buscar seus/suas filhos/as no referido horário. Importante destacar que é
assegurada aos pais e/ou responsáveis tolerância para a entrada e para saída de 15 minutos.
Nosso ambiente fisco é amplo, cercado por uma área verde, com possibilidades de vivencias ricas, e
oportunidade de observar macaquinhos, quati, tiús entre outros animais que vivem no entornam do parque.
Temos acesso a TV Cultura, ao Museu do Marco, e ao teatro Rubens Gil de Camillo que favorece visitar
exposições e organizar passeios com as crianças.
As famílias são bastantes presentes e participativas, buscamos estar sempre abertos e propiciando por meio dos
nossos projetos a interação ente família e escola.
SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA E EDUCACIONAL DA COMUNIDADE

CARACTERIZAÇÃO SÓCIOECONÔMICA DOS NÚCLEOS FAMILIARES


Para aplicação do instrumento de pesquisa, trabalhamos com um universo de 373 pessoas (pais e/ou
responsáveis) que estariam aptos a responder o questionário, no entanto, após apresentado e solicitada a
participação da comunidade escolar, obtivemos o retorno de 260 questionários, sendo este quantitativo que
compôs a amostra.
Abaixo, apresentamos os quadros que exemplificam os questionamentos feitos a comunidade escolar, bem como a
resposta em relação a sua percepção em relação a satisfação com a unidade escolar e caracterização
socioeconômica.

ENTREVISTADO-173
1. Grau de escolaridade:

ENSINO ENSINO
ENSINO MÉDIO PÓS-
SUPERIOR SUPERIOR OUTROS
COMPLETO GRADUAÇÃO
INCOMPLETO COMPLETO

14 17 55 84 03

2. Esfera do Poder Público Estadual ao qual pertence

NÃO
EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIÁRIO
INFORMADO

152 07 0 14

3. Quantidade de membros no núcleo familiar

(Dois) (Três) (Quatro) (Cinco) (Seis)

22 57 74 17 3

4. Número de filhos que estudam no CEI:


(Um) (Dois) (Três)

145 25 3

5. Você entende a importância da construção e implementação do Projeto Político Pedagógico:

Sim Não Parcialmente

141 8 24

6. Você participa das reuniões quando convocado?

Sim Não As vezes

152 1 20

7. Você procura a escola por iniciativa própria?

ALGUMAS
SEMPRE FREQUENTEMENTE NUNCA
VEZES

60 58 52 03

8. Participa nas decisões administrativas e pedagógicas?

ALGUMAS
SEMPRE FREQUENTEMENTE NUNCA
VEZES

24 46 62 41

7-Organização da Escola
O CEI-ZEDU atende hoje a 380 (trezentos e oitenta) crianças de 6 meses a 6 anos de idade. As salas de aula são
organizadas por níveis: Berçário I – A - (1 sala), Berçário II – A, B e C - (3 salas), Grupo I – A, B, C - (3 salas),
Grupo II – A, B, C - (3 salas) Pré I - A, B, C - (3 salas), Pré II - A, B, C - (3 salas). Sendo ao todo 16
(dezesseis) salas de atividades. Dessas, 2 (duas) não possuem banheiro.
A instituição de ensino está localizada dentro de uma reserva ecológica, e por isso, contamos com uma grande
área verde, canteiros e gramados.
Em relação às áreas de recreação o CEI- ZEDU possui 1 (um) campinho gramado e 2 (dois) parques de areia,
sendo 1(um) de zero a três anos, e 1(um) de quatro a seis anos. O pátio central é bastante amplo onde são
realizadas as aulas de Corpo, gestos e movimentos e também as festividades da instituição.
Contamos também com estacionamento interno.
O CEI-ZEDU conta com 1 (um) lactário, para o preparo das refeições das crianças dos Berçários I e II e uma
cozinha para o preparo das refeições dos Grupos I e II, Pré I e II. Possui, além disso, 5 (cinco) ambientes internos
onde se localizam as salas de Arte e Leitura, da direção, da coordenação pedagógica, da secretaria administrativa,
do almoxarifado. Existem também 1 (uma) sala para o atendimento da enfermagem. O espaço contempla ainda 2
(dois) banheiros sociais, 1 (um) depósito de merenda e 1 (um) de material pedagógico.
Fonte: arquivo pessoal da escola

CORPO DOCENTE /PEDAGÓGICO/TÉCNICO/ADMINISTRATIVO


CORPO DOCENTE
O papel do professor da Educação Infantil deve se constituir com ações integradas entre pais e/ou responsáveis e
a comunidade. Entendemos assim, que desde a rotina pedagógica com atividades como a hora do banho e das
refeições, das atividades com os campos de experiências, entre outras, os/as professores/as estabelecem um elo
de confiança e respeito mútuo com os pais e/ou responsáveis na busca do desenvolvimento pleno da criança, pois
deverão informar sobre qualquer questão que dificulte e/ou minimize tal desenvolvimento.
O trabalho realizado com crianças pequenas exige, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (RCNEI)

[...] que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao
docente cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde
cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas
áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação
bastante ampla do profissional que deve tornar-se, um aprendiz, refletindo
constantemente sobre a sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as
famílias e a comunidade, buscando informações necessárias para o trabalho que
desenvolve. (BRASIL, 1998, p. 41).
Assim, para atuar na Educação Infantil é relevante que o profissional tenha conhecimentos sobre o
desenvolvimento da criança, contemplando os aspectos cognitivos, afetivos, emocionais, sociais e motores. Além
de o docente ser um mediador entre o conhecimento e o sujeito que aprende, deve estabelecer relações de troca
de conhecimentos com ele, e lhe propor tarefas desafiadoras. Pois, como cita Marsiglia (2011, p. 36, grifo do
autor), “[...] o educador, como um parceiro mais experiente, é aquele que faz a mediação da criança com o
mundo de forma intencional, buscando as máximas possibilidades de desenvolvimento do indivíduo”
Nesse contexto, o trabalho do corpo docente no CEI -ZEDU pauta-se em atitudes de afeto, segurança,
interação, estimulação, brincadeira, respeito à diversidade, dentre outros, integrados à perspectiva de cuidar e
educar, sempre propiciando o contato com os conhecimentos acumulados ao longo da história.
O corpo docente é composto por 52 (cinquenta e duas) professores/as com habilitação em Educação Infantil e
dezenove assistentes de atividade educacionais. O Berçário I A é atendido por 4 (quatro) e 2 assistentes, o
Berçário II A, B e C é atendido por 4 4 (quatro) e 2 assistentes, Grupo I A, B e C é atendido por 4 (professoras)
professoras em cada turma e 1 (uma) assitente, o Grupo II A, B e C é atendido por 3 (três) professoras em cada
turma e 2 (duas assitentes), o Pré I A, B e C é atendido por 1 (uma) professora em cada turma e uma assistente e
o Pré II A, B é atendido por 1 (uma) professoras em cada turma e uma assistente e o Pré IIC por uma professora.
O CEI-ZEDU também apresenta em seu quadro 3 (três) professores corpo, gestos e movimento, sendo 2 (duas)
de educação física e uma de dança, 2 (dois) professores de traços, sons, cores e formas, sendo 1 (uma)
professoras de arte e um professor 1 (um) de música, que atende desde o berçário até a pré escola. Também
nosso corpo docente conta com 1 (uma) técnico de informatica responsável pelo planejamento da parte de
informática do Cei, temos também 3 (três) professoras de apoio para atendimento especializado, 6 (seis)
professoras de regência de hora atividade.

TURMA Equipe CEI ZEDU - 2019

Albert

Aline

BERÇÁRIO IA Márcia Volpe

24 Nilza

Suzianne

Zunilda

Adenizete

Adriana

BERÇÁRIO IIA Thalita

22 Eliana Martins

Gabriela

Thais

Maria Aparecida

Mariana
BERÇÁRIO IIB
Neide
20
Marinez

Letícia

Andréia Franke

Anielise

Elisângela
BERÇÁRIO IIC
20
Floriza

Karolainy

Nete

Rosely
GRUPO IA
Rosa
25
Zuleica

Naurilene

Cláudia

Natália

Eliana

GRUPO IB Márcia Teodoro

25 Maria Lucia

Raquel

Geiza (apoio)

Suellen
GRUPO IC
Rosalina
22
Vitiane

Beatriz

Kelly
GRUPO IIA
Lívia
25
Rosângela

Vanessa

Bianca

Arlene
GRUPO IIB
25
Rosangela

Vânia Ernesto
Leandra
GRUPO IIC
Maria José
26
Karine (apoio)

PRÉ IA Luciana

29 Glauce

Anailza
PRÉ IB
Leidiane
29
Sonilene (apoio)

PRÉ IC
Mônica
21

PRÉ IIA Aline

26 Maria Regina

PRÉ IIB
Regiane
29

PRÉ IIC
Elisa
17

Ana Paula

Diogo

Professores de Aula Extra Franciane

Marielly

Roberta

Mara

Paula

Joelma
Professores Regentes de
Hora Atividade
Helena

Emilene

Elaine

Joyce
Coordenação
Márcia

Direção Carla

DADOS REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DO CORPO DOCENTE


Em relação ao quadro de servidores que compõem o corpo docente, contamos com profissionais concursados,
cedidos e em contrato temporário (convocados), contamos ao todo com 52 pedagogos e 19 assistentes de
atividades educacionais para atendimento das nossas crianças, no entanto, para fins de amostra para quantificamos
os dados, serão considerados 50 docentes, visto que ocorreram casos de servidores que estavam afastados de
suas funções no período de coleta de dados. Incluindo as professoras regentes de sala, regentes de hora atividade,
professoras de apoio, educação física e arte.
Nas tabelas que seguem, apresentamos a caracterização do corpo docente e algumas questões discutidas sobre o
Projeto Político Pedagógico desta unidade escolar em reunião com nossa equipe de profissionais:
Assistentes de atividades educacionais:
1. Identificação
1.1 Turno de trabalho:

Matutino Vespertino

19 19

1.2 Tempo de trabalho na rede estadual de ensino:

5 a 10 5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 25 acima de 25
menos 1 ano1 até 5
anos anos anos anos anos anos

19

1. Tempo trabalho no CEI ZEDU:

menos 1 ano 1 até 5 5 a 10 anos 5 a 10 anos 10 a 15 anos 15 a 20 anos 20 a 25 anos

19

2. Vínculo empregatício com o CEI ZEDU:

Efetivo Cedido Convocado Regime de contrato


19

3. Nível de instrução educacional:

Ensino médio Ensino superior Ensino superior


Pós-graduação
completo incompleto completo

1 8 9 1

4. Na sua opinião o Projeto Político Pedagógico promove a participação de toda comunidade na organização
educacional?

Sim Não Parcialmente

15 4

5. Na sua opinião o Projeto Político Pedagógico e a autonomia que ele promove contribui com a definição da
identidade unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

16 3

6. A elaboração do Projeto Político Pedagógico fortalece a gestão unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

17 2

7. A elaboração do Projeto Político Pedagógico fortalece a gestão unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

17 1

8. A implantação do Projeto Político Pedagógico pode mudar a organização da unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

18 1

10.1 O compromisso dos professores e demais profissionais?

Sim Não Parcialmente

18 1

10.2 O ambiente de ensino?


Sim Não Parcialmente

19

10.3 O envolvimento dos pais?

Sim Não Parcialmente

18 1

a. A aprendizagem das crianças?

Sim Não Parcialmente

18 1

9. Existem espaços de diálogos, estudos e reflexões no cotidiano escolar?

Sim Não Parcialmente

14 5

Professoras Regentes:
1. Identificação
1.1 Turno de trabalho:

Matutino Vespertino

33 26

1.2 Tempo de trabalho na rede estadual de ensino:

5 a 10 5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 25 acima de 25
menos 1 ano1 até 5
anos anos anos anos anos anos

1 23 9 3 2 2 6

2. Tempo trabalho no CEI ZEDU:

menos 1 ano 1 até 5 5 a 10 anos 5 a 10 anos 10 a 15 anos 15 a 20 anos 20 a 25 anos

4 20 8 4 4 1 3

3. Tempo de docência (p/ professores) no CEI ZEDU:

5 a 10 10 a 15 15 a 20 acima de 25
1 até 5 20 a 25 anos
anos anos anos anos
25 8 2 2 3 2

4. Vínculo empregatício com o CEI ZEDU:

Efetivo Cedido Convocado Regime de contrato

9 34 2

5. Nível de instrução educacional:

Ensino médio Ensino superior Ensino superior


Pós-graduação
completo incompleto completo

19 30

6. Na sua opinião o Projeto Político Pedagógico promove a participação de toda comunidade na organização
educacional?

Sim Não Parcialmente

46 3

7. Na sua opinião o Projeto Político Pedagógico e a autonomia que ele promove contribui com a definição da
identidade unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

47 2

8. A elaboração do Projeto Político Pedagógico fortalece a gestão unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

47 2

9. A elaboração do Projeto Político Pedagógico fortalece a gestão unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

47 2

10. A implantação do Projeto Político Pedagógico pode mudar a organização da unidade de ensino?

Sim Não Parcialmente

48 1

10.1 O compromisso dos professores e demais profissionais?


Sim Não Parcialmente

48 1

10.2 O ambiente de ensino?

Sim Não Parcialmente

48 1

10.3 O envolvimento dos pais?

Sim Não Parcialmente

48 1

10.4 A aprendizagem das crianças?

Sim Não Parcialmente

48 1

11. Existem espaços de diálogos, estudos e reflexões no cotidiano escolar?

Sim Não Parcialmente

48 1

GESTÃO ESCOLAR
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Atuar na função da coordenação pedagógica é um desafio constante, pois, entre outras questões este profissional
também articula o Projeto Político Pedagógico - PPP com a dinâmica diária da unidade escolar.
Nesse sentido, a coordenação pedagógica é o elemento norteador e mediador entre o currículo e o trabalho
educativo a ser desenvolvido no âmbito da Instituição do Centro de Educação Infantil a fim de assegurar o cuidar,
educar e o brincar. Dessa forma, o Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, no exercício da competência
que lhe confere o art. 89, inciso VII, da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto na Lei n. 2.787, de 24
de dezembro de 2003 e o Decreto n. 13.770, de 19 de setembro de 2013, que dispõe sobre a estrutura de
funcionamento das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino. Do referido decreto referenda-se os art.28 e
29:
Art.28. A Coordenação Pedagógica, no âmbito escolar, é responsável pelo
gerenciamento, pela coordenação e pela supervisão das atividades relacionadas com o
processo de ensino e de aprendizagem.
Art. 29. A Coordenação Pedagógica será exercida por Especialistas de Educação ou,
temporariamente, por professor da unidade escolar, caso haja vaga disponível.
O Decreto n. 13.770, de 19 de setembro de 2013, estabelece no Capítulo XII, artigo 30, as atribuições do
coordenador pedagógico:

I - participar da elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP), do Plano de


Desenvolvimento da Escola (PDE) e do Regimento Escolar em estreita articulação com
as lideranças da escola;
II - elaborar e apresentar à Direção Escolar o Plano de Trabalho para o ano letivo;
III - coordenar as atividades do Conselho de Classe;
IV - propor e implementar ações voltadas à melhoria do desempenho dos estudantes;
V - utilizar os resultados das avaliações instituídas pela Secretaria de Estado de
Educação, como referência no planejamento das atividades pedagógicas;
VI - acompanhar e avaliar os resultados do rendimento escolar dos estudantes em
conjunto com os professores;
VII - analisar o desempenho dos estudantes com dificuldades de aprendizagem,
redefinindo estratégias com os professores;
VIII - assessorar técnica e pedagogicamente os professores, de forma a adequar o seu
trabalho às diretrizes da Secretaria de Estado de Educação, aos objetivos da unidade
escolar e às finalidades da educação;
IX - acompanhar e orientar, sistematicamente, o planejamento e a execução do trabalho
pedagógico realizado pelo corpo docente;
X - participar de programas de formação continuada que possibilitem o seu
aprimoramento profissional;
XI - coordenar e incentivar as práticas de estudos que contribuam para a apropriação de
conhecimento do corpo docente;
XII - participar efetivamente das decisões relacionadas à vida escolar do estudante;
XIII - elaborar e propor à Secretaria de Estado de Educação projetos, juntamente com a
Direção Escolar, que visem à melhoria da aprendizagem dos alunos;
XIV - desempenhar outras atividades pedagógicas correlatas.
Dessa forma, cabe ao Coordenador Pedagógico organizar-se no início do ano letivo em reunião com a sua equipe
para a apresentação de seu Plano de Trabalho.
Ressalta-se que o Projeto Político Pedagógico no Centro de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à
criança o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de
diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade,
à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.
Nesse sentido, a coordenação exerce uma função imprescindível, pois tem a tarefa de coordenar as ações do
coletivo com o objetivo de registrar os resultados do processo reflexivo e as decisões tomadas, garantir que os
encontros para as discussões, análises, reflexões e estudos não se percam no esquecimento, caso não sejam
sistematizados, organizadas e formalizadas com base no referendo do coletivo.
Assim, a coordenação pedagógica em seu sentido mais restrito deve garantir o diálogo como método para um
processo democrático e consistente, utilizando ações e estratégias que atendam a necessidade da comunidade
escolar.

CORPO TÉCNICO
Os serviços de apoio técnico operacional constituem-se do conjunto de funcionários que oferecem suporte às
atividades pedagógicas, culturais, sociais, de saúde e administrativas, desenvolvidas neste centro de educação
infantil. O corpo técnico é composto por, 1(uma) enfermeira, 3 (três) cozinheiras com 6 (seis) auxiliares. Os
serviços gerais como limpeza das instalações e do pátio são terceirizados, e contam com 6 (seis) funcionários,
temos também 2(duas) recepcionistas terceirizadas.

CORPO ADMINISTRATIVO
A equipe administrativa, composta por servidores da secretaria escolar e da recepção, é a responsável pelo
suporte ao funcionamento de todos os setores desta instituição de ensino, proporcionando condições para que
estes cumpram suas funções. O corpo administrativo é composto por 1 (uma) secretária e 2 (duas) assistentes de
atividades

Recursos materiais e tecnológicos disponíveis e sua adequação, móveis, equipamentos e material


didático.
Relação dos recursos materiais disponíveis de uso individual e coletivo:

Item Quant. Marca Tamanho Local Estado de conservação

Aparelho DVD 11 Tectoy - Berçário ao Pré II Bom Estado / Regular

Armários 56 - Variados Em todos ambientes Bom Estado / Regular

Enfermagem e
Bancos 32 - Pequenos Bom estado
Refeitório Infantil

Bebedouros 2 H2O é vida Grande Pátios Bom estado

Berço Completo 14 - Grande Berçários I Bom estado

Cadeira estofadas 40 - Grande Nos ambientes do CEI Bom Estado

Caixa de som 1 Wattsom Grande Recepção Bom estado

Caixa de som ativa 1 Selenium Médio Direção Bom estado

Câmera digital 1 Samsung Pequena Sala de leitura Bom Estado

Cantinho da leitura 16 - Variados Berçário ao Pré II Bom Estado

Carrinhos de bebê 7 Tubline Grande Berçário Bom Estado/Regular

Enfermagem, Berçário I
Colchões 380 - Variados Bom estado / Regular
ao Pré II

Coordenação, Direção,
Computadores de
14 Samsung Variados Secretaria, Salas dos Bom estado / Regular
mesa LCD
Professores

Encadernadora 1 Espiramatic Média Sala de Professores Bom estado

Depósito de materiais
Escada de alumínio 1 Allfort 8 degraus Bom estado
de limpeza

Estacionamento 1 Grande Pátio Bom estado

Depósito Cozinha /
Médio / Depósito Materiais
Prateleiras 16 - Bom estado
Grande Escolares / Depósito
Alimentos
Impressoras 2 Kyocera Médio e Coordenação e Bom Estado / Regular
Grande Secretaria

Depósito de materiais
Lavadora 2 Karcher Grande Bom estado
de limpeza

Lousa Digital 1 Sharp 50’ Sala de Leitura Bom estado

Maca 1 - Grande Enfermagem Bom estado

Consul / Depósito de materiais


Máquina de Lavar 2 Grande Bom estado
Brastemp de limpeza

Coordenação, Direção,
Mesa com Cadeira Enfermagem, Secretaria,
14 - Grande Bom estado
(Escritório) Sala dos Professores e
Recepção.

Mesa para professor 9 - Grande Berçário e Pré II Bom Estado

Refeitório Infantil /
Mesas 14 - Grandes Refeitório Professores / Bom estado
Depósito Limpeza

Berçário ao Pré II e
Mesas com cadeiras 74/294 - Pequeno Bom estado
pátio

Microondas 2 Electrolux Médio Refeitório Professores Novo/Regular

Areia /
Parque de brinquedos 3 Variado Pátio Bom estado
Gramado

Consul / Médio / Enfermagem, Refeitório


Refrigerador 7 Bom estado/Regular
Continental Grande Professores e Cozinhas

Secadora 1 Brastemp Grande Depósito Limpeza Bom estado

Som portátil com


2 Philco Pequeno Berçário II e Grupo I Regular
entrada USB

Philco, AOC,
Televisor LCD 16 32’ / 40’ Berçário ao Pré II Bom Estado / Novos
LG

Mondial/ Enfermaria,
Umidificador 19 - Coordenação, Berçário Bom Estado
Waterclear ao Pré II

EXISTÊNCIA DE SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL.


O CEI não possui salas multifuncionais, todas as crianças que possuem professores de apoio ficam em sala com as
demais crianças, embora não exista sala multifuncional, todas as atividades são pensadas e adaptadas dependendo
da necessidade real de cada criança.

7.a - Proposta de Trabalho para Medidas de Melhoria da Organização da Escola e do Desempenho


Concepções teóricas
Na teoria Histórico-Cultural a educação e o ensino têm um importante papel na formação do sujeito, sendo
indispensável para o indivíduo se apropriar do saber historicamente acumulado na sociedade. Desse modo, a
educação:
[...] visa à qualidade do processo de ensino e de aprendizagem das crianças, em que o
trabalho educativo “é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo
singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens”. (SAVIANI, 2011, p.17).
Na teoria Histórico-Cultural a aprendizagem se dá por meio da mediação dos signos e dos instrumentos culturais
que se apresentam histórica e socialmente disponíveis, o ser humano não se desenvolve por meio de processos
naturais, mas sim, pelas diferentes interações em seu meio social, mediadas pelo outro.
Face ao exposto, a educação neste centro de educação infantil ao adotar a Teoria histórico-cultural, e a
Pedagogia histórico-crítica, coloca aos professores que nele atuam, um desafio de fazer-se sempre presentes no
cenário educativo, organizando o ensino, com o intuito de que os conhecimentos elaborados historicamente pela
humanidade sejam apreendidos por todas as crianças, desde o Berçário I até o Pré II.
Nesta linha de pensamento, além de garantir o acesso e a permanência da criança neste centro, temos o
compromisso de oferecer um serviço de qualidade, em prol do desenvolvimento infantil, formando sujeitos
conscientes do seu papel na sociedade.
CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Nossa concepção de criança, educação, ensino e aprendizagem vão ao encontro, como já mencionado, a Teoria
Histórico-Cultural e a Pedagogia Crítica. Um dos principais motivos pelos quais optamos por esta corrente teórica
é a valorização do Centro de Educação Infantil como instituição fundamental na formação social e no
funcionamento psíquico do ser humano.
Desse modo, concordamos com Marsiglia (2011) quando aponta a escola como:
[...] instituição social, cujo papel específico consiste em propiciar o acesso ao
conhecimento sistematizado daquilo que a humanidade já produziu e que é necessário às
novas gerações para possibilitar que avancem a partir do que já foi construído
historicamente. (MARSIGLIA, 2011, p. 10).
Também Saviani (2011, p. 15) com o mesmo entendimento afirma que:
A escola existe, [...] para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o
acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse
saber. As atividades da escola básica devem organizar-se a partir dessa questão. Se
chamarmos isso de currículo, poderemos então afirmar que é a partir do saber
sistematizado que se estrutura o currículo da escola elementar. Ora, o saber
sistematizado, a cultura erudita, e uma cultura letrada. Daí que a primeira exigência para o
acesso a esse tipo de saber seja aprender a ler e escrever. Além disso, é preciso
conhecer também a linguagem dos números, a linguagem da natureza e a linguagem da
sociedade. Está aí o conteúdo fundamental da escola elementar: ler, escrever, contar, os
rudimentos das ciências naturais e das ciências sociais (história e geografia humanas).
Pode-se constatar que ambos os autores, compreendem que o homem se torna homem ao se apropriar do
conhecimento elaborado e acumulado na história. Sendo assim, na instituição, é necessário que o processo de
socialização, ocorra com sujeitos de diferentes grupos, sendo eles sociais, culturais, econômicos e políticos, que se
encontram, trocam experiências, adquirem conhecimentos por meio da interação com outro, desenvolvem
habilidades e melhorem suas relações sociais.
Nesse sentido, a instituição é um espaço propício para que se efetive o desenvolvimento integral da criança, onde
o saber historicamente acumulado é transmitido de uma maneira planejada e sistematizada dando subsídios para
que a criança transite do conhecimento oriundo do senso comum ao conhecimento científico, isto é, daquele que
adquire em sua experiência para o que lhe será ensinado a partir de diferentes instrumentos utilizados pelo
professor (a).
PROPOSTA DE TRABALHO PAUTADA NA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
A Pedagogia histórico-crítica (PHC) formulada no final da década de 1970, por Dermeval Saviani (2011), surge
no meio educacional a partir de uma discussão sobre a necessária valorização da escola, do professor e
consequentemente do ensino. Tal discussão enfatiza a formação de cidadãos críticos e emancipados, que possam
por meio do conhecimento adquirido, via escola, compreender as contradições existentes na sociedade. Dessa
forma, nossa intenção vai ao encontro do que expõe Saviani (2011) em “[...] articular uma proposta pedagógica
cujo ponto de referência, cujo compromisso, seja a transformação da sociedade e não sua manutenção, a sua
perpetuação” (SAVIANI, 2011. p.93).
Loureiro (2014) fala que a educação escolar é voltada e direcionada para sujeitos críticos capazes de transformar
o ambiente e que possam absorver valores ambientais mais eficazes. De modo que não fique somente no papel seu
aprendizado, assim desenvolvendo um sujeito consciente.
Nesse viés, no intuito de se efetivar esse tipo de formação, o CEI ZEDU, apresenta como proposta um trabalho
embasado nos fundamentos da PHC (vide anexos). Para tanto, fez-se necessário, por meio do aporte teórico
utilizado, transpor esta pedagogia para o processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, a transposição se
materializa na aplicação de cinco passos para sua efetiva execução. São eles: a prática social inicial (ponto de
partida), a problematização, a instrumentalização, a catarse e a prática social final (ponto de chegada).
Destacamos que a intenção ao introduzir esta proposta foi ao encontro com nossa preocupação em garantir à
criança, não somente o acesso a esta instituição de ensino, mas também, o acesso ao conhecimento acumulado na
história da humanidade, pois acreditamos que é desta maneira que ela se humanizará.
Com esse raciocínio, nosso objetivo é propiciar à criança, desde o Berçário até o Pré II, os elementos culturais,
bem como instrumentalizá-la para que consiga se apropriar destes.
A ênfase dada ao desenvolvimento de uma educação escolar voltada a formação de sujeitos críticos e
transformadores, de modo que seja problematizadora, contextualizada e interdisciplinar, tendo em vista a
construção de conhecimentos, atitudes, comportamentos e valores pelos sujeitos escolares (LOUREIRO, 2014).
Cabe dizer que a PHC fundamentada no materialismo histórico dialético encontra-se em consonância com a
Teoria Histórico-Cultural destacando que para ocorrer o desenvolvimento do sujeito, deve haver interação com o
meio físico e social, porém sempre mediada pelo outro. Assim, enfatizamos mais uma vez, nossa concepção de
criança como ser histórico e cultural, protagonista de saberes e fazeres, bem como de professor como um
mediador ao longo do processo educativo.
Em face disso, a sala de aula e outros espaços de aprendizagem devem oportunizar momentos de cooperação, de
troca entre as crianças, levando em consideração a intervenção dos mais experientes sobre os que ainda não
amadureceram suas funções psicológicas superiores, auxiliando na construção de conceitos.
Penteado (1994) contribui com essa temática afirmando que escola é um local, onde professores e as crianças
exercem a sua cidadania, ou seja, comportam-se em relação a seus direitos e deveres de alguma maneira deixando
claro sua participação e colaboração com o meio ambiente, seja ele social, cultural, político ou econômico, no qual
a criança, se bem instruída pode ser determinante em sua comunidade de ensino.
Para transpor didaticamente a PHC no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, utilizamos o
aporte teórico do autor e professor Dr. João Luiz Gasparin (2012) que apresenta os cinco passos já destacados.
Deste modo, o primeiro passo denominado “Prática social inicial” (ponto de partida) está associado ao nível de
desenvolvimento atual da criança, que segundo Vygotsky é aquilo que ela consegue realizar sem a intervenção do
professor. Dito de outra forma é o que a criança já conhece sobre o assunto, ou conteúdo que lhe será
apresentado.
Com base nas colocações acima, neste passo:
Parte-se do saber, do conhecimento que os educandos já possuem sobre o conteúdo.
Na teoria vigotskiana, este estágio é o nível de desenvolvimento atual, no qual o aluno
com autonomia, resolvendo as tarefas diárias por si mesmo. Em outras palavras, a
aprendizagem do educando inicia-se bem antes da escola. (GASPARIN, 2012, p. 15).
Entendemos então, que o professor deverá levantar o que as crianças já sabem sobre determinado conteúdo,
bem como investigar o que eles gostariam e/ou precisam saber mais. Cabe ao docente anunciar os conteúdos e
mostrar que estes já fazem parte do cotidiano da criança, mas que ela ainda os entende de maneira caótica, no
senso comum. Concordamos com Gasparin (2012) quando cita que
[...] os conceitos cotidianos das coisas e das vivências são conhecidos pelas crianças
muito antes de serem estudados de maneira específica na escola. Esses conhecimentos
estão impregnados de grande experiência empírica. Por isso, para o estudo dos conceitos
científicos em aula, faz-se necessário, antes de mais nada, determinar ou tomar
conhecimento de qual a compreensão que as crianças possuem, no seu dia a dia, sobre
esses conceitos. (GASPARIN, 2012, p. 17).
O primeiro passo da PHC, isto é, a “prática social inicial” se refere à contextualização do conteúdo a ser
ensinado, mobilizando a criança para a aquisição do conhecimento científico. Dessa forma é necessário que cada
professor pense nos conceitos que devem ser apropriados pela criança, para que ela faça uso destes em sua vida
social.
O segundo passo proposto pela PHC é a “Problematização”, momento em que se discutem os problemas da
realidade e dos conteúdos. Conforme Saviani é a “[...] identificação dos principais problemas postos pela prática
social. [...] Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em
consequência, que conhecimento é necessário dominar" (SAVIANI, 2010, p. 80). Tal conhecimento se refere as
quais conteúdos as crianças precisam se apropriar.
A Problematização tem como objetivo selecionar os questionamentos levantados no primeiro passo (prática social
inicial) sobre determinado conteúdo. Estes questionamentos direcionarão o trabalho que será desenvolvido pelo
professor e pela criança. “A problematização é um elemento-chave na transição entre a prática e a teoria, isto é,
entre o fazer cotidiano e a cultura elaborada. É o momento em que se inicia o trabalho com o conteúdo
sistematizado”. (GASPARIN, 2012, p. 33).
Neste segundo passo, o conteúdo é questionado em relação à prática inicial, na busca pela resolução de
problemas que necessitam ser resolvidos no cotidiano da criança. Em outras palavras, “[...] a problematização é
um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o
conhecimento” (GASPARIN, 2012, p. 33).
O terceiro passo, a “Instrumentalização”, se inicia com o estudo do conteúdo a ser trabalhado. De acordo com
Gasparin (2012, p. 53) “[...] Esse é o momento do saber fazer docente-discente, em sala de aula, evidenciando
que o estudo dos conteúdos propostos está em função das respostas a serem dadas às questões da prática
social.”.
Na instrumentalização, a criança confrontará o conhecimento oriundo do seu cotidiano com o conhecimento
científico ensinado pelo professor, permitindo assim, seu contato com a realidade, por meio de diferentes
atividades, desde que contextualizadas. Marsiglia (2011, p. 81) pontua que neste momento, isto é, o da
instrumentalização pode envolver tarefas como: “[...] experimentação, sessões de discussão, leitura, artes e
também passeios e exibição de filmes”.
Em outras palavras, o professor propiciará subsídios teóricos para que a criança ultrapasse o conhecimento
trazido por ela do seu cotidiano, ou seja, vá além do seu entendimento sobre determinado conteúdo como se
apresentava no primeiro passo, na Prática Social Inicial. Ou como expõe Gasparin (2012, p. 52), é o momento de
“[...] confronto entre conhecimento cotidiano trazido pelos alunos e o conteúdo científico apresentado pelo
professor [...]”, o que significa “[...] que o educando negue o primeiro pela incorporação do segundo.
O quarto passo da PHC é denominado “Catarse” e corresponde a nova forma de compreensão da criança sobre
a prática social inicial. A criança passa a ter um novo “olhar” sobre o tema ou conteúdo ensinado.
De acordo com Saviani (2010), a Catarse é:
[...] a expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se
ascendeu. [...] Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados
agora em elementos ativos de transformação social. [...]. Daí porque o momento
catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo educativo, já que
é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a
passagem da síncrese à síntese; em consequência, manifesta-se nos alunos a capacidade
de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto era
possível ao professor. (SAVIANI, 2010, p. 81-82).
Dito de outra forma, a catarse, é o momento em que a criança expressará sua nova forma de compreensão da
prática social inicial, isto é, entenderá de maneira mais complexa o que lhe foi ensinado no início de uma unidade
de aprendizagem, por exemplo.
O último passo, denominado “Prática Social Final” (ponto de chegada) corresponde ao nível que as crianças
puderam alcançar após a mediação docente. Isso significa que o entendimento que tinham na prática social inicial
(ponto de partida) não é o mesmo neste quinto passo da PHC. Nesse momento é notória a importância do papel
do professor como mediador. Por esse motivo concordamos com Gasparin (2012) quando o autor aponta que:
A mediação realiza-se de fora para dentro quando o professor, atuando como agente
cultural externo, possibilita aos educandos o contato com a realidade científica. Ele atua
como mediador, resumindo, valorizando, interpretando a informação a transmitir. Sua
ação desenrola-se na zona de desenvolvimento imediato, através da explicitação do
conteúdo científico, de perguntas sugestivas, de indicações sobre como o aluno deve
iniciar e desenvolver a tarefa, do diálogo, de experiências vividas juntos, da colaboração.
É sempre uma atividade orientada, cuja finalidade é forçar o surgimento de funções ainda
não totalmente desenvolvidas. (GASPARIN, 2012, p.108).
E assim, podemos dizer que a mediação ao longo do processo de ensino e aprendizagem, fará com que a prática
social (ponto de partida) não seja a mesma na prática social (ponto de chegada).
Segundo Saviani (2005) não será a mesma “[...] se considerarmos que o modo de nos situarmos em seu interior se
alterou qualitativamente pela mediação da ação pedagógica; e já que somos, enquanto agentes sociais, elementos
objetivamente constitutivos da prática social, é lícito concluir que a própria prática se alterou qualitativamente. ”
(SAVIANI, 2005, p. 72-73).
Por fim, ressaltamos que ao introduzir este trabalho na educação infantil, contribuir-se-á na formação de sujeitos
críticos, conscientes, que entendam a realidade além do como ela se apresenta à primeira vista, isto é,
compreendendo os fatos sociais como decorrente da construção da humanidade. Em outras palavras, nossa
preocupação não se resume a apropriação do conhecimento pela criança, mas vai além, pois acreditamos que ela
precisa compreender o processo no qual determinado conhecimento foi produzido.

CURRÍCULO
Originária do latim curriculum, currículo significa corrida, caminhada, percurso. Fazendo uma relação com o
campo da educação, uma caminhada em prol da aquisição de conhecimentos necessários para o desenvolvimento
global do educando.
Um currículo para a educação infantil deve efetivar o atendimento da criança, levando em consideração suas
dimensões cognitivas, sociais, biológicas, lúdicas e culturais. Para tanto, faz-se necessário considerar no processo
de ensino e aprendizagem, o “cuidar” e o “educar”.
Bruner (1969) acredita assim como Vygotsky que o desenvolvimento intelectual da criança acontece mediante a
estímulos, tal desenvolvimento começa a existir por meio de armazenamento de vivências em seu meio ambiente,
sendo ele cultural, social, natural e político, esses acúmulos de informações contribuem para o desenvolvimento
intelectual e moral da criança.
Com fundamentação teórica na pedagogia histórico-crítica e na teoria sociocultural que tem como seus expoentes
o psicólogo russo Lev Vygotsky, este currículo está organizado em cinco linguagens, a saber: oral e escrita,
artística, natureza e sociedade, matemática e movimento, contemplando nesta última as disciplinas educação física
e dança.
Freitas (1996) afirma que “A construção das funções psíquicas da criança foi vinculada à apropriação da cultura
humana, através de relações interpessoais dentro da sociedade à qual pertence” (FREITAS, 1996, p.101).
Assim, no sentido de nortear o trabalho pedagógico visando uma educação de qualidade a equipe pedagógica do
CEI ZEDU elaborou este currículo. Este possui como base também o RCNEI (1998), que aponta a criança como
um sujeito histórico e cultural. E ainda que a construção do conhecimento infantil ocorra nas interações com as
pessoas a sua volta, fazendo uso do brincar como forma de expressão e manifestação de anseios e desejos bem
como de aprendizagem. Essa concepção vai ao encontro do exposto no RCNEI (1998) que compreende a
criança como:
[...] um ser humano completo, integrando as dimensões afetiva, intelectual, física, moral e
social, que, embora em processo de desenvolvimento e, portanto, dependente do adulto
para sua sobrevivência e crescimento, não é apenas um “vir a ser”; como um ser ativo e
capaz, impulsionado pela motivação de ampliar seus conhecimentos e experiências e de
alcançar progressivos graus de autonomia frente às condições de seu meio; como um
sujeito social e histórico, que é marcado pelo meio em que se desenvolve, mas que
também o marca. (BRASIL, 1998b, p. 8, grifo do autor).
Assim, a criança como ser humano completo precisa ser atendida, garantindo seu direito a uma educação de
qualidade, levando em consideração o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, indispensáveis para seu
desenvolvimento, a saber: o “cuidar” e o “educar”, sendo esses indissociáveis.

O CUIDAR
O cuidar na educação infantil é oportunizar condições para o pleno desenvolvimento da criança, compreendendo
suas individualidades, identificando e respondendo as suas necessidades. Cuidar significa, portanto, valorizá-la e
ao mesmo tempo ajudá-la em seu desenvolvimento.
[...] O cuidado está pautado na necessidade do outro. Isso significa que quem cuida não
pode estar voltado para si mesmo, mas deve estar receptivo, aberto, atento e sensível
para perceber aquilo de que o outro precisa. Para cuidar, é necessário um conhecimento
daquele que necessita de cuidados, o que exige proximidade, tempo, entrega.
(KRAMER, 2005, p. 82).
Diante do exposto, é necessário compreender o cuidar como parte fundamental e integrante da educação infantil.
Quem cuida precisa considerar as necessidades globais da criança e ao mesmo tempo seguir princípios que
contemplem a sua saúde e o seu bem-estar.
Para cuidar é preciso antes de tudo ter conhecimentos a respeito do desenvolvimento biológico, emocional e
intelectual das crianças, sempre levando em consideração as diferentes realidades socioculturais existentes no
espaço da educação infantil. Cuidar significa, portanto, criar um vínculo de confiança com o outro, levar em
consideração sua singularidade, atender suas necessidades, além de dar condições para que a independência e
autonomia ocorram.
Entendemos o cuidar como um direito da educação infantil que vai além dos momentos referentes a alimentação e
higienização da criança. Isso significa que todas as ações presentes na rotina diária deste centro de educação
infantil, como por exemplo, a hora de dormir, a organização dos brinquedos e/ou da sala de aula, sempre estará
presente o direito em questão, pois, será por meio dele também que a criança se tornará paulatinamente autônoma
na realização de suas tarefas.

O EDUCAR
A concepção de infância vem sofrendo transformações ao longo do tempo, hoje a criança é vista como um ser
histórico e social, que adquire conhecimentos por meio de sua interação com o mundo. Essa nova concepção
difere da maneira assistencialista na qual o docente tratava a criança priorizando apenas o cuidar.
A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está
inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É
profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. (BRASIL,1998, 1v, p.
21-22).
Assim, a instituição de educação infantil deve garantir que o binômio cuidar-educar seja garantido a todas as
crianças. Esta importante etapa da educação deve fornecer elementos da cultura que enriqueçam o seu
desenvolvimento e sua inserção social.
Nesse sentido, é importante que todos reconheçam que na instituição de educação infantil as crianças aprendem
por meio de brincadeiras, atividades diversificadas, situações pedagógicas planejadas e intencionais e
aprendizagens orientadas pelos adultos, visto que “[...] de acordo com os recursos de seu meio (ações intencionais
do adulto), se determinará o grau e a velocidade de seu desenvolvimento. ” (MARSIGLIA, 2011, p. 44).
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
e estar com outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

OBJETIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL


Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI) a prática da educação infantil deve se
organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes habilidades:
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em
suas capacidades e percepção de suas limitações;
Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem estar;
Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando
gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses
e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e
colaboração;
Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante
dependente e agente transformador do meio ambiente com atitudes que contribuam para a sua
conservação;
Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita), ajustadas às diferentes intenções
e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias,
sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados,
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação
frente a elas e valorizando a diversidade;
Dar oportunidade à criança de exercitar práticas democráticas, por meio de estímulos a livre expressão de
ideias e sentimentos, respeitando a individualidade de cada criança como pessoa humana e de livre arbítrio;
Possibilitar a formação de uma consciência social responsável, no sentido de desenvolver em cada criança,
a solidariedade, a lealdade e coletividade;
Garantir a educação escolar e o desenvolvimento das potencialidades dos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando a sua acessibilidade.
Pautados também na Base Nacional Comum Curricular, que prevê 6 (seis) direitos de aprendizagem para as
crianças da Educação Infantil, que são: Conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer, organizamos
nossa prática educativa. Levando em consideração a concepção de crianças que:
[...] observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamento e assimila valores e que
constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e
nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas
aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. (BNCC, p.36,
2018).
Para isso faz-se necessário intencionalidade em nossas ações e planejamento de todos os momentos.

O EU, O OUTRO E O NÓS


O conhecimento do mundo físico e social da criança tem relação com a vivência e o conhecimento de diferentes
manifestações sociais e culturais, a ampliação das experiências infantis com o mundo natural em seus diferentes
aspectos, e o contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo natural e social.
Também pode ser prática por meio das interações e relações interpessoais e intrapessoais. Pois, a identidade se
define, em nossa sociedade, pela consciência que uma pessoa tem de si mesma. Já a autonomia é reconhecida
como a forma de agir independente do ser humano frente a diferentes situações da vida.
A construção da identidade e autonomia se inicia nos primeiros anos de vida da criança, que por meio de
interações com seu meio social vai percebendo-se a si mesma e os outros como diferentes. Segundo o RCNEI:
Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem
estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o
reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam
valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias. (BRASIL, 1998,
p.11).
Na instituição de educação infantil, por ser um espaço de socialização, as crianças entram em contato com adultos
e outras crianças de várias origens socioculturais. Essa diversidade do ambiente escolar propicia o
desenvolvimento progressivo da autonomia.
O trabalho educativo pode criar condições para que a criança: se movimente pelo espaço escolar com
independência e autonomia, tenha autonomia para fazer escolhas nas diversas atividades, organize e cuide seus
pertences nos diversos momentos da rotina, coopere na organização da sala e cuide dos materiais de uso coletivo,
expresse verbalmente suas emoções e interaja harmoniosamente com seus pares e professores (as).
Ao ingressar na instituição de educação infantil, a criança passa a “alargar” seu universo inicial, que antes era
constituído somente pelo meio familiar, agora esse espaço é uma extensão da sua vida. Nesse novo ambiente, ela
começa a distinguir o seu “eu” com o das pessoas que a cerca. Atividades como: meu nome, minha idade, meus
amigos, minha família, a casa onde moro e entre outras, se constituem em excelentes oportunidades para que a
criança construa sua identidade.
Este campo de experiência não é trabalhado de maneira isolada, mas permeia todos os outro sugeridos para a
educação infantil, isto é, as experiências vivenciadasestão presentes em todos os campos de experiências.
CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
O movimento, parte integrante da vida, na educação infantil apresenta-se como um dos campos de experiência
necessários para a formação integral da criança, sendo esta uma linguagem que permite expressar sentimentos,
emoções e pensamentos, propiciando a interação com o meio social, e desta forma auxiliando a superar desafios
diários.
A interação com o meio deverá ocorrer sempre com a mediação do professor, por meio de diferentes
brincadeiras, jogos, atividades rítmicas, entre outros. A educação infantil, como um espaço de construção de
conhecimento, deve propiciar as crianças o contato com diferentes pessoas, objetos, fatos do cotidiano, porém
sempre com a orientação do professor, que agirá como um mediador entre a criança e o que ela precisa conhecer.
Para tanto, faz-se necessário que o professor, por meio de suas ações, ofereça a criança diversas formas para
interagir com o meio, bem como com os colegas da própria turma e de outras também.
Dessa forma, pensamos o movimento neste Centro de Educação Infantil, mediante extrema organização e
planejamento de diferentes atividades que possibilitem: explorar e conhecer as possibilidades de movimento do
próprio corpo e suas limitações. Adaptar progressivamente seu corpo de forma autônoma para a satisfação das
necessidades básicas e às situações cotidianas. Desenvolver a coordenação corporal na execução de diversas
formas de movimentos que envolvam deslocamentos. Experimentar situações de diferenciação de posturas e
atitudes corporais. Construir progressivamente a confiança nas possibilidades de movimentação do corpo.
Controlar e aperfeiçoar gradativamente o próprio movimento. Participar de brincadeiras que lhes proporcionem o
prazer e o controle sobre o corpo e movimento. Comunicar-se intencionalmente através de movimentos corporais.
Aprender a utilizar combinações de movimentos (andar e puxar, lançar e pegar, andar e quicar a bola, empurrar e
carregar, correr e lançar). Conhecer as potencialidades e limites do próprio corpo (força, resistência, flexibilidade,
coordenação motora). Vivenciar situações de exploração do corpo através de desafios (escalar, arrastar-se,
pendurar-se, balançar-se, equilibrar-se, subir, descer, rolar, girar, agachar).
Torna-se importante destacar a mediação direta do professor, pois este propiciará à criança interagir de forma
orientada, não somente nas brincadeiras, mas também, em outras situações que permeiam o processo educativo.
A função docente junto às crianças segundo Oliveira (2002),
[...] não pode descuidar das relações que elas estabelecem entre si nas diferentes
situações. Atos cooperativos, imitativos, diálogos, disputas de objetos e mesmo brigas,
entre tantos outros, são grandes momentos de desenvolvimento. Todas essas situações
são frequentes nas creches e pré-escolas, devendo os professores criar situações para
lidar positivamente com elas (OLIVEIRA, 2002, p. 141).
Nesse sentido, o/a professor/a durante as atividades como jogos, brincadeiras, entre outras relacionadas ao
campo aqui proposto, precisa compreender os momentos necessários para sua intervenção, pois somente assim, a
criança aos poucos conseguirá se apropriar do universo da cultura humana, da cultura corporal.
Sendo assim, conclui-se que o papel do professor se educação física não se limita a orientar as atividades, mas vai
além, apresentando à criança o maior nível de vivências possíveis. Onde faz-se necessário a constante interação
do docente, pois este tem a função de mediar todas as ações da criança com o objetivo de conduzir seu
comportamento, bem como seu pensamento frente aos diferentes desafios do cotidiano.

TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS


A música está nas diversas expressões humanas, e proporciona sensações afetivas, estéticas e cognitivas,
promovendo a interação e comunicação social, fazendo parte do contexto da educação. Para isso devemos
oportunizar as crianças a experiência com a vivência musical: melodia, harmonia e ritmo, manipulação e
experimentação de instrumentos (cordas, percussão, sopro) e canto (canto coral, canto em grupo, canto
individual) e suas possibilidades.
A experiência musical contribui para o desenvolvimento das diversas habilidades (psíquicas, motoras e sociais) e
abre porta para os outros saberes, tendo sua importância como fundamental para a capacidade de criação ao
longo da vida, a música traduz sentimentos e sensações através de criações musicais e eventos sonoros.
O contexto musical por si só é capaz de criar pontes entre sentimentos e estabelecer conexões com as linguagens
pedagógicas, gerando assim um ambiente lúdico da arte musical em parceria constante com a construção do
conhecimento.
Como linguagem universal a música é constituída de sons, ritmos, melodias, harmonia e faz parte do momento
histórico das diversas civilizações, utilizada como veículo de comunicação e educação encurtando assim as
distâncias culturais.
“A musicalização é um processo de construção do conhecimento que tem como objetivo
despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da
sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação,
memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização
e afetividade, também, contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de
movimentação” (BRESCIA, 2003,p.16).
Para isso, os Referenciais Curriculares Nacionais dividem os âmbitos entre o fazer musical e a apreciação musical:
O fazer musical compreende a estrutura proposta para se trabalhar a música por meio da improvisação,
composição e interpretação, diante disso, uma sugestão na qual o objetivo do trabalho com crianças de zero a três
anos, por exemplo, pode ser explorar e expressar o silêncio e os sons com o corpo e com materiais sonoros, por
meio de jogos e brincadeiras rítmicas e cantadas. Para crianças de quatro a seis anos, o objetivo é o conhecimento
das qualidades do som (altura, duração, intensidade e timbre) e suas variações, dos ritmos e suas variações, de
obras musicais e de jogos e brincadeiras que envolvam movimento e/ou improvisação musical.
A apreciação musical refere-se à ampliação de repertório por meio da audição e interação de diferentes músicas e
canções. Para crianças de zero a três anos, as propostas de audição das músicas devem estar atreladas aos
movimentos corporais e ser apropriadas à faixa etária. Tais atividades podem ser realizadas com músicas eruditas,
canções infantis, regionais, folclóricas etc., contanto que desperte o interesse nas crianças. Para a faixa etária dos
quatro aos seis anos, o objetivo é o trabalho com a variedade de gêneros musicais, culturas, etnias; com a letra da
música ou com os elementos nela contidos; e com informações sobre os compositores para dar início ao trabalho
de produção musical.
Por meio do trabalho da linguagem musical, podemos desenvolver a atenção; a concentração; a cognição, o afeto,
as habilidades motoras, as habilidades rítmicas, o autoconhecimento; a integração entre as crianças, a criatividade,
a capacidade em estabelecer relações, a memória visual e sonoro, a agilidade, a percepção e a discriminação
sonora, a sensibilidade, a ampliação de um repertório de qualidade e estimular o prazer e o interesse pelo
conhecimento e criação musical.
Sendo assim, uma proposta de educação musical para o CeiZedu deverá partir das características inatas das
crianças, para eficácia da pratica pedagógica. A musicalização consiste na construção do conhecimento no campo
sonoro, proporcionando experiências sensoriais com o objetivo de despertar o gosto musical, contribuindo para o
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, imaginação, memória, concentração, senso rítmico, do prazer de
ouvir música, da socialização, afetividade e respeito ao próximo, além de auxiliar na construção da consciência
corporal, trazendo benefícios para o processo de alfabetização e para o raciocínio lógico-matemático.
O objetivo da musicalização na infância é apresentar a música como elementos contribuintes para o
desenvolvimento e integração do ser, para a aprendizagem no desenvolvimento cognitivo/linguístico, nas
habilidades motoras relacionadas aos ritmos, auxiliando no controle muscular e equilíbrio da criança.
O professor tem o papel de ampliar o conhecimento musical da criança por meio de parlendas, jogos musicais,
cantigas de rodas, e os mais variados repertórios.
As atividades musicais não visam a formação de músicos, e sim, através da vivência e
compreensão da linguagem musical, proporcionando a abertura de canais, facilitando a
expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral
do ser. (BARRETO; CHIARELLI, 2005, p. 4).
Os (as) professores (as) podem utilizar diferentes recursos para o fazer musical, como por exemplo, trabalhar com
sucatas para a construção de instrumentos, com sons da natureza, com materiais escolares, e com o próprio corpo
da criança.
É necessário explicitar que a contribuição musical é essencial para o desenvolvimento do censo estético artístico
cultural das crianças do CeiZedu.
Este é um campo de experiência amplo e cheio de possibilidades, pois, “conviver com diferentes manifestações
artísticas, culturais e cientificas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por
meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens[...]. (BNCC, p. 39,
2018).
Visto que, absolutamente tudo o que nos rodeia e foi criado pela mão dos homens, todo mundo da cultura, a
diferença do mundo da natureza, todo ele é produto da imaginação e da criação humana. Isso justifica a
necessidade de trabalhar a arte na educação infantil como fonte de prazer, de instigar o conhecimento, de
possibilitar vivências que formarão “bagagem” importante para ações criadoras. A arte é uma atividade
relacionada estreitamente com a criação e, portanto, com a imaginação.
“ A inspiração é, na sua definição, conhecimento, cognição por meio da emoção...” (Mario Pedrosa, Forma e
percepção estética, p.52)
Segundo Vygotsky (1982) o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a perspectiva, a intuição e a cognição
devem ser trabalhadas de modo integrado visando o desenvolvimento das habilidades criativas das crianças que
são inatas, pois a criatividade humana não é exceção, privilégio de poucos gênios como é levado a crer.
Partindo dessa compreensão, as aulas de arte orientam-se segundo a perspectiva de Ana Mae Barbosa (1996),
que propõe a proposta triangular para o trabalho pedagógico: contextualizar, apreciar e fazer.

Crianças de 0 a 3 anos
O desenvolvimento dessa faixa etária nas aulas de arte acontece por meio das oportunidades de aprendizagem
oferecidas pelo mundo que as cerca. A oferta de diferentes materiais para as crianças é uma maneira de ampliar a
capacidade de expressão delas e contemplar as inúmeras possibilidades que se apresentam diante das atividades
que envolvem os sentidos. Ampliando a capacidade de explorar texturas, sabores, cheiros e cores de diferentes
formas. Este trabalho parte do princípio que, através da exploração de diferentes materiais os pequenos ampliam a
capacidade de expressão e o conhecimento do mundo. Os objetos e materiais disponibilizados a essa faixa etária
proporcionam experiências diversificadas e novas descobertas. Sendo assim, é relevante o trabalho com
sensações num sentido de fornecer estímulos para a aprendizagem das crianças.
O trabalho com materiais não convencionais, oferecem possibilidades que permitem transformar os objetos e os
espaços oportunizando uma experiência nova e enriquecedora a cada brincadeira, por vezes as crianças ficam
muito felizes ao brincar com cones, madeiras, condutes, elementos da natureza (terra, areia, sementes, pedras,
galhos). Diferente do brinquedo convencional esses materiais trazem o desafio de criar, de inventar e a criança
vivencia um ambiente que convida a investigar, a pesquisar, a refletir sobre o objeto e as possibilidades de ação
sobre ele.
E eles expiam a natureza, os artistas, a imagem de suas obras e começam a riscar, rabiscar, representar e
desenhar.

Crianças de 3 a 6 anos
A arte é um tema rico para trabalhar com as crianças, ajuda a levar os pequenos numa viagem pelo tempo. Levar
a uma reflexão sobre formas de produzir registros, descobrir cores retiradas da própria natureza, reconhecer
artistas, entender a necessidade do ser humano em registrar o que vive. Tudo isso utilizando o lúdico, o jogo
simbólico e a literatura infantil, para enriquecer essa descoberta. Conhecer artistas nacionais, internacionais e
regionais nos faz perceber a arte do passado ao presente. A arte como necessidade de registro de qualquer época
que seja.
Já dizia Ana Mae Barbosa sobre a leitura de imagens: “Em nossa vida estamos rodeados de imagens impostas
pela mídia, vendendo produtos, ideias, conceitos, comportamentos, slogans políticos etc. como resultado da nossa
incapacidade de ler essas imagens, nós aprendemos por meio delas inconscientemente. A educação deveria
prestar atenção no discurso visual. Ensinar a gramática visual e sua sintaxe através da arte e tornar as crianças
conscientes da produção humana de qualidade é uma forma de prepará-las para compreender e avaliar todo tipo
de imagem, conscientizando-as de que estão aprendendo com essas imagens” (BARBOSA, 1998, p.17)
Possibilitar às crianças dessa faixa etária observarem e fazerem a leitura de imagens variadas e de qualidade
possibilita: contextualizar, fazer e apreciar arte.
Ana Mae Barbosa, foi fundadora da Proposta Triangular que consiste em três abordagens para se construir
conhecimentos em arte: contextualização Histórica (conhecer a contextualização histórica), fazer artístico (fazer
arte), apreciação artística (saber ler uma obra de arte)
Durante as aulas de arte as crianças passam por este tripé da arte.
Nessa faixa etária é primordial manipular diferentes objetos e materiais artísticos explorando suas características,
propriedades e possibilidades de manuseio e uso; Ampliar as possibilidades de expressão e comunicação; Ampliar
o conhecimento de mundo que a criança já possui; Estabelecer contato com as várias linguagens artísticas;
Garantir o espaço da expressão individual; Proporcionar sensações de autoconfiança e estimular o gosto, o
cuidado e o respeito pelo processo de criação e desenvolver o trabalho em grupo.
A arte é um dos mais importantes instrumentos pedagógicos utilizados para a formação e o desenvolvimento da
criança, pois, possibilita a ampliação do seu conhecimento de mundo e de suas habilidades.
Por meio da arte a criança expressa diversos sentimentos (medos, alegrias, frustrações), visto que é um tipo de
linguagem que proporciona a livre-expressão de ideias a partir de seus elementos como linhas, pontos, cor, luz,
pintura, escultura, entre outros.
A arte é de extrema importância para a educação infantil, pois auxilia no desenvolvimento das habilidades
criadoras da criança. Por exemplo, ao utilizar a tela de pintura, uma folha ou até mesmo uma parede, a criança
amplia sua visão de mundo de forma espontânea, aprende a lidar com formas, cores, imagens, gestos e outras
expressões.
O objetivo da arte na educação infantil é de formar seres criativos e reflexivos, permitindo que a criança dialogue
com si mesma e com o mundo que vive, valorizando e respeitando a diversidade cultural.
A proposta do ensino de arte no CEI – ZEDU tem como proposta o trabalho de apreciar, refletir e produzir, o
professor passa a ser mediador focando na produção, na contextualização e na leitura de imagens, trabalhadas de
forma integrada com a criança.
Cabe ao (a) professor (a) oferecer estímulos para que a criança conquiste novos saberes, deixando que ela crie
seu próprio repertório através do estudo das obras de artistas regionais.
O (a) Professor (a) deverá ensinar procedimentos simples e gerais, como: cortar, desenhar, pintar, usar giz de
cera, pincel, tintas, etc. A criança aprende a apreciar e respeitar a própria produção e a dos seus colegas.
A arte tem que ser trabalhada de forma livre e espontânea, por meio de diversos suportes e texturas para que a
criança aprenda a soltar sua imaginação e criatividade, pois enriquece a potencialidade criadora do ser humano.

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO


O desenvolvimento da escuta, fala, pensamento e imaginação é um dos elementos importantes para que o ser
humano amplie suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. Aprender uma
língua não é somente aprender a falar e a escrever palavras, mas também os seus significados culturais, uma vez
que a língua guarda consigo toda a experiência histórica acumulada por um povo durante a sua existência, sendo
reconhecida aqui como um fenômeno histórico-cultural.
A linguagem diferencia o homem dos animais, os seres humanos, por meio da fala, do discurso, se comunicam,
trocam experiências, se expressam e defendem as suas opiniões, enfim são capazes de compreender o mundo e
produzir conhecimento.
[...] o humano é o resultado do entrelaçamento do aspecto individual, no sentido
biológico, com o social, no sentido cultural. Ou seja, ao se apropriar da cultura e de tudo
o que a espécie humana desenvolveu- e que está fixado nas formas de expressão cultural
da sociedade- o homem se torna humano. (RIGON et.al apudMarx, p. 15-16).
Na Educação Infantil, o campo de experiência escuta, fala, pensamento e imaginação deve contemplar o
envolvimento da criança em diferentes situações de comunicação, de escuta e de contato com os diversos
portadores de texto, em meio a um ambiente alfabetizador.
Assim, cabe ao professor da educação infantil propiciar situações de letramento, proporcionando as crianças
interações com materiais escritos num ambiente rico em estímulos das práticas de leitura e escrita.
O letramento é um termo recente que surgiu do consenso dos pesquisadores de que somente a alfabetização
(aquisição dos signos linguísticos) era insuficiente para a vida escolar e extraescolar das crianças. Era necessário
mais do que alfabetizar, isto é, era preciso alfabetizar e letrar os educandos. O letramento segundo Soares (2004,
p.1) “[...] é entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e
da escrita em práticas sociais”. Assim, estar alfabetizado e letrado, dentro dessa nova concepção, é usar
socialmente a capacidade de ler e escrever, compreender diferentes tipos de textos e símbolos que circulam na
sociedade, redigir e interpretar esses textos de maneira competente, enfim, fazer todo e qualquer tipo de uso da
leitura na e para além dos muros da escola.
Nesse contexto, consideramos que o processo de letramento, de construção da linguagem oral e escrita deve se
iniciar na educação infantil possibilitando a construção do conhecimento de forma lúdica e envolvente.

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES


Neste campo devemos possibilitar as crianças na educação infantil experiências que as levem a uma progressiva
compreensão do mundo social e natural que as cerca. Oportunizando a criança explorar o meio ambiente,
estabelecendo relações entre os diversos elementos da natureza, adquirindo experiências, ampliando o prazer
pelas descobertas e pela pesquisa e desenvolvendo hábitos de uma vida sadia.
Uma das principais características que a criança apresenta na fase de seu desenvolvimento é a curiosidade. A
famosa fase dos “porquês” deve ser aproveitada pelo professor (a) que enquanto mediador (a) do processo de
ensino aprendizagem deve levar as crianças a pensarem sobre os fenômenos naturais, testarem suas hipóteses e se
envolver no desenvolvimento de atividades pedagógicas sobre o meio ambiente.
Assim, no CEI ZEDU será desenvolvido por meio de atividades e/ou projetos que despertem nas crianças a
conscientização de preservar o meio ambiente para a sustentabilidade. O referencial curricular nacional para a
Educação Infantil frisa que “[...] a elaboração de projetos é, por excelência, a forma de organização didática mais
adequada para se trabalhar com este campo, devido à natureza e à diversidade dos conteúdos que ele oferece e
também ao seu caráter interdisciplinar.”. (BRASIL, 1998, p.201), mas também pode ser trabalhado a partir da
proposta da PHC.
Como exemplos de temas que podem ser trabalhados com as crianças em todos os níveis de ensino destacaram:
os quatro elementos da natureza: ar, terra, água e fogo; Os Animais (do serrado); Plantas (medicinais e usadas em
nossa alimentação); Criar para brincar: Oficinas de brinquedos e jogos recicláveis; Resgate de tradições;
Reaproveitar para não desperdiçar alimentos, Projeto Alimentação saudável, Oficina de papel reciclado e coleta
seletiva do lixo.
Ainda neste campo de experiência, também está inserida o conhecimento matemático, a educação infantil é uma
etapa de ensino privilegiada para a construção de conceitos matemáticos. Desde cedo, as crianças os aprendem,
por meio de atividades espontâneas, e na escola pelas atividades intencionais planejadas pelo professor (a). Por
exemplo, se uma criança, em meio a uma brincadeira, separar seus brinquedos pela cor, tamanho ou forma, estará
aprendendo conceitos de classificação de uma maneira espontânea. Por esta razão, as crianças devem ser sempre
incentivadas a pensar conceitos matemáticos relacionando-os com a vida cotidiana, mas de forma alguma limitar-
se a ela.
Já em relação às atividades intencionais previamente planejadas, o professor (a), que é um mediador decisivo em
sala de aula, deverá sempre formar grupos com crianças que estão em diferentes níveis de conhecimento, para que
ocorra a interação entre elas, e uma auxilie a outra a superar suas dificuldades.
Cabe aqui destacarmos também a importância da utilização dos jogos no ensino da matemática, pois, estes, além
de terem uma função lúdica e educativa, auxiliam as crianças no desenvolvimento dos seguintes aspectos: amplia
os contatos sociais com seus pares, sai do egocentrismo, aprende a competir (ganhar e perder), desenvolve a
coordenação motora, entre outros.
Segundo Kishimoto (1999) o jogo como:
[...] promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas
práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de
situações de jogos pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais
a serem veiculados na escola, além de poder estar promovendo o desenvolvimento de
novas estruturas cognitivas. [...] A criança, colocada diante de situações lúdicas, aprende
a estrutura lógica da brincadeira e, deste modo, apreende também a estrutura matemática
presente. (KISHIMOTO, 1999, p.80).
Assim é indispensável que o professor (a) planeje vários tipos de brincadeiras e jogos que envolvam conceitos
matemáticos e que a sala de aula contenha recursos materiais em grande quantidade e variedade, como blocos
lógicos, trilha, quebra-cabeça, jogos de encaixe, dominós e entre outros, pois esses materiais possibilitarão à
criança a construção dos conceitos matemáticos, além de promoverem atenção, concentração, competência
motora, domínio operatório e entre outros.
Dessa forma, baseando-se no RCNEI (1998) destacamos os 3 (três) blocos a serem trabalhados no campo de
experiência da matemática. São eles: números e sistema de numeração, grandezas e medidas, espaço e forma.
Estes deverão auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico das crianças em situações diversas que propiciem a
troca e a interação entre elas.

7.1-Gestão Escolar
A direção desta instituição é nomeada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul
(SED/MS), sendo esta, a mantenedora deste Centro de Educação Infantil. No CEI-ZEDU, a função de direção é
exercida pela professora Carla Castro Rezende Diniz Brandão, nomeada no ano de 2017.
A gestão deste Centro vai ao encontro do que preconiza a LDB nº 9394/96, em seu artigo 3º, sobre os princípios
nos quais o ensino deve ser ministrado, sendo um deles destacado no inciso, VIII: a “[...] gestão democrática do
ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino; [...]” (BRASIL, 1996, p. 8).
Sendo assim, a gestão no CEI-ZEDU busca mobilizar e articular todos os sujeitos envolvidos no processo
educativo, incentivando a participação da comunidade escolar e propiciando condições para que as ações
realizadas se desenvolvam de maneira a alcançar a aprendizagem da criança. Assim, concordamos com Hora
(1997, p. 51) quando a autora assinala que a gestão democrática “[...] significa um processo político vinculado à
decisão da maioria, tomada pela maioria, em benefício da maioria.”.
Nesta linha de pensamento acreditamos que:
Na medida em que se conseguir a participação de todos os setores da escola, educadores, alunos, funcionários e
pais – nas decisões sobre seus objetivos e funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os escalões
superiores a dotar a escola de autonomia e de recursos. (PARO, 2001, p. 12).
Mediante o exposto, esta gestão ouve as diferentes propostas e opiniões apresentadas pela comunidade escolar,
oportuniza espaços para debates, exercendo seu papel democrático, pois, sua meta é agregar esforços para a
melhoria da educação das crianças.

7.2-Organização do Tempo e Espaço


A organização das atividades realizadas no CEI-ZEDU, se faz por meio de uma rotina planejada pelos
professores, desde o Berçário I até o Pré II, em parceria com a coordenação pedagógica com o intuito de
propiciar o desenvolvimento pleno da criança, seu bem-estar, bem como garantir um trabalho pedagógico
adequado na educação infantil. Nesta organização contempla-se os campos de experiências da educação infantil,
contemplando os seis direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-
se.
Nossa instituição funciona em tempo integral das 07h15min às 17h30min é assegurada aos pais e/ou responsáveis
tolerância para a entrada e para saída de 15 minutos. Atendemos crianças de 6 meses de idade aos 6 anos filhos e
filhas dos servidores públicos do Estado, lotados e em exercício nos órgãos do Poder Executivo, sediados no
Parque dos Poderes.
O Cei possui 16 salas de atividades, com espaços organizados e planejados pensando na autonomia e
aprendizagem das crianças, os espaços externos também são utilizados para promover momentos de brincadeira e
interação livre entre as crianças. Há também há um espeço do qual intitulamos de espaço sensorial, no qual é
organizado a cada 15 dias pelas professoras de berçário, materiais de exploração, com recursos não como
sucatas, caixas, mobiles, entre outros, privilegiando a manipulação e exploração dos bebês.
Nossa instituição atende 380 crianças, a matricula é feita via Central de matriculas, localizada na rua Joaquim
Murtinho - 2612, ao ter a vaga designada a secretária da instituição recolhe os documentos e finaliza o processo
no sistema, não há materiais específicos, as famílias são responsáveis apenas pelos materiais pessoais e de higiene
das crianças, os demais recursos, são mantidos pela Secretária de Estado de educação e por recursos doados
pelos pais a APM ou festas da instituição, que com o dinheiro arrecado retornam para benefícios à instituição e as
crianças, estipulados no plano de gestão.
8-Relações entre a Escola e a Comunidade
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 9394/96), em seu artigo 12, inciso VI, destaca que “[...] Os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência
de: articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a
escola; [...]” (BRASIL, 1996, p. 16, grifo nosso). E ainda assinala que uma das funções do professor é “[...]
colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade”. (BRASIL, 1996, p. 17).
Nesse sentido, o Centro de Educação Infantil José Eduardo Martins Jallad (ZEDU) busca por meio de diferentes
atividades essa articulação. Entendemos que, essa interação entre os dois é fundamental, já que o desenvolvimento
de crianças não acontece de maneira isolada nos diversos espaços que frequentam. Para isso, privilegiamos
projetos que oportunizem momentos que tragam a família para dentro da escola, ampliando o dialogo e o
entendimento do nosso trabalho como instituição, o que afirma nossa responsabilidade com a aprendizagem e
desenvolvimento das crianças. A sintonia entre família e escola possibilita que o desenvolvimento da criança e o
processo de aprendizagem sejam ampliados.
Não nos restringimos apenas as reuniões de pais, mas buscamos oportunizar momentos para agregar a parceria e
cooperação da família, priorizamos momentos como festas, momentos de recepção em que os pais possa ir até a
instituição brincar com seus filhos, contar histórias, projetos que as famílias possam compartilhar memorias, como
uma receita caseira, a instituição busca estar sempre de portas abertas para nossa comunidade.
Também há um espaço para atuação da APM da escola, muito parceira e presente em todas as decisões
tomadas, priorizando uma ação democrática das nossas ações.

9-Critérios e Formas de Avaliação de Aprendizagem


A avaliação é essencial em qualquer etapa da educação, pois se trata de um componente particularmente sensível
de qualquer proposta curricular e exige uma competência especial dos profissionais da educação (ZABALA,
2006; KRAMER, 2003).
O ato de avaliar deve ser uma atividade constante ao processo de ensino aprendizagem de forma que garanta
todas as especificidades dos estudantes durante o processo. A avaliação é um documento de caráter qualitativo
com dados relevantes, que auxilia o professor na tomada de decisões.
Segundo Zabala (2006), a cultura da avaliação está voltada para necessidade de documentação e registros no
cotidiano das escolas infantis, especialmente por parte dos docentes. No entanto, todos os registros devem servir
como instrumentos para momentos de reflexões, de forma que garanta ao docente uma inter-relação entre o fazer
pedagógico e o ato de avaliar e assim concluir que a avaliação é um elo significativo das ações cotidianas das
crianças.
Para Hoffmann, o processo avaliativo como base referencial ao fazer pedagógico dá-se pela abertura do professor
ao entendimento das crianças com quem trabalha, pelo aprofundamento teórico que fundamenta a curiosidade
sobre elas, pela postura mediadora (provocativa e desafiadora).
Nesta premissa, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em 20 de dezembro de 1996,
traz que a avaliação, no âmbito da educação infantil deve acontecer mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento, sem o objetivo ou interesse de promoção. O artigo 29, da referida lei, aborda que a educação
infantil, tem como base final o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual
e social, de modo a complementar a ação da família e da comunidade.
Sendo assim, a avaliação é um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de
aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças, com funções de
acompanhar, orientar, regular e redirecionar o processo educativo. Conforme as orientações da LDB no.
9394/96, Kramer (2003) explica que a avaliação tem por finalidade primordial a obtenção de informações e
subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e a ampliação de seus conhecimentos.
Sendo assim, este Centro de Educação Infantil elaborou fichas de avaliação da aprendizagem da criança, um
caderno de bordo e outro caderno de avaliação para registros diários, ou de momentos estabelecidos pelo
professor, com o objetivo de oportunizar aos professores, bem como aos pais conhecer o seu desenvolvimento
sendo possível, por meio deste instrumento propor constantemente as intervenções pedagógicas necessárias.
10-Acompanhamento do Processo de Ensino e Aprendizagem
A educação infantil em consonância com a concepção de infância apresentada pelo Ministério da Educação e
Cultura (MEC) indica novos rumos para as questões que envolvem a criança de 0 a 6 anos, em um contexto
integral. Esta que é um sujeito em desenvolvimento que aprende e se dispõe a conhecer o mundo, um sujeito
histórico que pertence a um grupo social e precisa instrumentalizar-se para modificar e reconstruir a realidade.
Como primeira etapa da educação básica, a educação infantil é a base para o desenvolvimento de hábitos e
atitudes das crianças, para novos aprendizados.
De um modo geral, para acompanhar os processos de ensino aprendizagem dos estudantes é necessário
abandonar aquela ideia de um professor que detentor de todo saber, e da visão conteudista. O primeiro desafio é
compreender que o professor é uma pessoa que apoia a criança, garante condições espaciais, materiais e
emocionais. É tirar o protagonismo do professor e o colocar na criança, e entender o que mais importa, é o
processo.
Para isso é necessário organizar bons instrumentos para identificar o que precisa ser observado. A partir daí,
buscar planejar atividades e observar se os objetivos de aprendizagem vão ao encontro do que se propôs a
realizar, essa deve ser a pauta para o olhar do pedagogo. Não é um olhar aleatório, ele precisa estar voltado à
proposta para avaliar, inclusive, se a maneira que ele propôs aquela situação garantiu efetivamente as condições de
aprendizagem, de desenvolvimento e de brincadeira. E essa observação que fará com que o adulto entenda as
manifestações das crianças.
Desse modo, o docente como mediador possui papel fundamental para o desenvolvimento da criança,
oportunizando experiências e conhecimentos necessários a sua constituição como sujeito histórico e social, pois,
“[...] o educador, como um parceiro mais experiente, é aquele que faz a mediação da criança de
forma intencional, buscando as máximas possibilidades de desenvolvimento do indivíduo”. (MARSÍGLIA, 2011,
p.36, grifo do autor).
Com a intenção de propiciar a criança conhecimentos cada vez mais desenvolvidos, Vygotsky (2005) aponta
como um dos seus conceitos mais importantes a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), caracterizando-a
como o espaço em que o professor deve atuar levando em conta o que a criança ainda não consegue resolver
com autonomia, mas que com a ajuda docente, ou de um colega mais experiente é capaz de solucionar.
A zona de desenvolvimento proximal é importantíssima no âmbito escolar, pois é nela que
ocorrem as intervenções de outras pessoas e do meio físico no desenvolvimento humano.
Portanto, a educação representada pelo professor, é aquele no qual a criança mantém
interações permanentes na escola, e este tem o dever de conhecer os níveis de
desenvolvimento dos alunos, oportunizando-lhe assim dirigir o ensino para estágios mais
avançados, direcionando os educandos para sua força potencial. (GASPARIN;
PETENUCCI, 2010, p. 8).
Importante ressaltar que o conhecimento de mundo nesta etapa é ampliado, e o que a criança já sabe, seus
conhecimentos cotidianos, devem ser levados em consideração pois, será a partir destes que alcançará o
conhecimento científico, isto é, aquilo que precisa saber para se situar e compreender o mundo em sua volta. Para
ultrapassar o conhecimento advindo da experiência e alcançar o conhecimento científico faz-se necessário a
intervenção pedagógica, a mediação docente.

10.a-Conselho de Classe
O CEI não faz conselho de classe, por ser uma instituição de educação infantil onde não existe critério de
promoção mediante avaliações, porém nossos planejamentos são feitos com todas as professoras divididas por
grupo de atuação, onde podem criar e discutir estratégias para melhorar o desenvolvimento da criança em relação
ao ensino/aprendizagem. O diálogo e o alinhamento entre professores, coordenadores pedagógicos e a direção
são fundamentais para que a escola consiga trabalhar na mesma direção visando mudanças positivas na prática
pedagógica e aprimorando as ações para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Por esse motivo, a
coordenação pedagógica acompanha as professoras nas discussões do planejamento, dando sugestões e se
necessário fazendo algumas intervenções para melhor aproveitamento do planejamento. Desta forma consegue-se
alinhar o pensamento e aprimorar a didática.

11-Indicadores de Qualidade
O Centro de Educação Infantil (CEI) José Eduardo Martins Jallad usa meios específicos como dados do Saeb
(Sistema e avaliação básica) para indicar a qualidade do ensino/aprendizagem, são eles extraoficiais como
feedback dos pais e professores, pesquisas qualitativas, além de reuniões com os pais e APM que zela pela
qualidade do ensino. Embora não exista nenhuma prova para a educação infantil para medir o desempenho da
criança, os professores estão atentos a todo processo pedagógico, avaliando por meio de observação e relatórios
individuais.
Os desafios encontrados neste processo, servem não apenas para alertar os profissionais sobre o trabalho
desenvolvido, assim como melhorar a qualidade desse ensino.

12-Formação Continuada
A formação continuada se constitui como um dos caminhos para a transformação da prática docente, tendo em
vista que este poderá se apropriar e/ou resgatar teorias que contribuam com seu fazer pedagógico. Ao falarmos
em teoria, expressamos nossa preocupação com tipos de formação que possam vir somente a contribuir com
saberes práticos, sem entender que a prática não acontece sem teoria e vice-versa. Sendo assim, nossa intenção
ao oportunizar momentos para a formação continuada dos professores do CEI-ZEDU é propiciar um aporte
teórico que auxilie na análise crítica das atividades trabalhadas com as crianças.
E com apoio do texto (DELORS, 1998), que sugere um ensino pautado nos quatro pilares do conhecimento:
aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver, o que reafirma o compromisso com o
desenvolvimento do indivíduo em todas as suas dimensões.
Então para isso, se busca em nossas formações estudar e discutir ações que priorizem atividades que possibilitem
maior autonomia do estudante, que o coloque como sujeito da sua aprendizagem.
Nesse viés, a formação continuada é uma condição para que o professor garanta a transmissão-assimilação do
conhecimento científico à criança. Pois, como assinala Saviani (2011, p. 17), o fim a atingir na educação escolar
“[...] é a transmissão-assimilação do saber sistematizado”, fortalecendo assim, um projeto social contra
hegemônico, isto é, que não coaduna com o esvaziamento teórico na formação do professor.
Face ao citado, entendemos de acordo com Arce (2000, p. 59-60) que a formação do docente deve fornecer-lhe
“[...] elementos para que possa ensinar as crianças, possibilitando-lhes enxergar a humanidade, seus anseios e
necessidades e não somente os seus próprios interesses imediatos”.
Conforme o Referencial para a Formação de Professores, a formação continuada é:
[...] um processo permanente de desenvolvimento profissional que deve ser assegurado a
todos. A formação continuada deve propiciar atualizações, aprofundamento das
temáticas educacionais e apoiar-se numa reflexão sobre a prática educativa, promovendo
um processo constante de auto avaliação que oriente a construção contínua de
competências profissionais. (BRASIL, 2002, p. 131).
Mediante o exposto, este Centro de Educação Infantil propicia momentos para que a formação continuada ocorra
de maneira com que todos os professores possam participar e assim, aprimorar seu conhecimento, pois é ele um
dos sujeitos responsáveis por introduzir a criança no mundo social.
Nossas estratégias para além das formações oferecidas e organizadas pelas SED – Secretária estadual de
educação é realizar na primeira segunda feira do mês um momento de estudo/formação com a equipe, na qual
onde estudamos um assunto elencado pela equipe, convidar Universidade entre outros parceiros para palestrar e
dividir experiências.
13-Avaliação Interna
PERCEPÇÃO E NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM O ATENDIMENTO, ESTRUTURA E SERVIÇOS
PRESTADOS NO CEI ZEDU
Para entender melhor como a comunidade escolar percebe o trabalho desenvolvido pela equipe de trabalho do
CEI, por meio dos serviços prestados, buscou-se identificar o nível de satisfação e percepção, bem como, a
verificação da satisfação com a infraestrutura ofertada e disponível.
A seguir, apresentamos as tabelas abaixo com os questionamentos e os quantitativos das respostas: Foram
devolvidos 173 questionários até o prazo estipulado.
1. Como você avalia o compromisso dos assistentes de atividades educacionais?

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

04 09 66 94

2. Como você avalia a comunicação diária via agenda entre pais e professores:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

0 09 77 87

3. Quando necessita resolver alguma pendência ou buscar informações na instituição, é tratado com
cordialidade, solidariedade e respeito pelos servidores?

Sim Não As vezes

114 0 59
4. Nível de satisfação com a direção escolar:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

0 12 49 112

5. Nível de satisfação com a coordenação escolar:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

1 02 74 95

6. Nível de satisfação com a secretaria escolar:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

0 01 81 91

7. Nível de satisfação com o corpo docente (professores):

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

0 02 60 111

8. Nível de satisfação com o serviço de recepção (recepcionistas):

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

02 03 50 118

9. Nível de satisfação com a enfermagem:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

01 05 57 110

10. Nível de satisfação com a Infraestrutura da Unidade Escolar:


POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

03 13 67 90

11. Nível de satisfação com a Alimentação oferecida aos estudantes:

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

01 03 66 103

12. Nível de satisfação com a organização da Unidade Escolar (horários de entrada e saída, eventos,
informações, recados, limpeza, entre outros):

POUCO MUITO
INSATISFEITO SATISFEITO
SATISFEITO SATISFEITO

0 12 50 111

13. Em sua opinião as ações de gestão e tomadas de decisão que são apresentadas nas reuniões de pais são
elaboradas e executadas de forma democrática:

Sim Não As vezes

112 2 59

14-Comissões de Elaboração do Projeto Político Pedagógico


Diretora: Carla Castro Rezende Diniz Brandão
Coordenadora: Joyce Almeida de Sena Carvalho
Coordenadora: Márcia Cristina Yassunaka
Corpo docente da Instituição
Assistentes de atividades educacionais
Presidente da APM: Telma Lúcia Imada Leal

15-Avaliação do Projeto Político e Equipe Responsável pela Aprovação


A avaliação do Projeto Político Pedagógico acontece de forma continuada, e o PPP é reavaliado ano a ano para
que possamos reconduzir os processos educativos que desenvolvemos de forma consciente, condizente. Para isso
devemos adotar uma postura de observação, analise reflexão das nossas práticas. Assim, como é feito pelos
professores/as para refletir e nortear suas ações pedagógicas em sala. A equipe também precisa constantemente
considerar seus documentos com passivos de observação atenta e mudanças elencadas necessárias, visando à
aprendizagem das crianças e não apenas resultados.
Então, por meio de questionários e reuniões de formação organizamos momentos para avaliar e discutir o PPP.
Também buscamos envolver pais e funcionários da instituição participando, dando sugestões e avaliando todo o
processo, para melhorias e adequações, para melhor atender o processo de desenvolvimento e aprendizagem das
crianças, caso seja necessária, para que todos os membros da instituição de educação infantil possam se sentir
pertencentes e abraçar a proposta que rege a política do CEI José Eduardo Martins Jallad.

16-Referências
ARCE, ALESSANDRA. A formação de professores sob a ótica construtivista: primeiras aproximações e alguns
questionamentos. In: DUARTE, N. (Org). Sobre o construtivismo: contribuições a uma análise crítica.
Campinas: Autores Associados, 2000. p. 41-62. (Coleção polêmicas do nosso tempo: 77).

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