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Resenha crítica do capitulo 02 “O Laboratório Racial Brasileiro” do livro Nem

Preto e Nem Branco, Muito pelo contrário de Lilia Moritz Schwarcz, publicado
em São Paulo pela editora Claro Enigma.

Acadêmico: Luciel Sousa |Castro

O capitulo estudado “O Laboratório Racial Brasileiro” de Lilia Moritz Schwarcz,


destaca incialmente os teóricos darwinistas do século XIX, em que vinculavam a
grande ciência desse século, em instrumentos eficazes para julgar povos e culturas a
partir de critérios deterministas, essas teorias deterministas raciais surgiram por volta
do XVIII. Lilia afirma que o termo compreendia a ideia de grupos ou categorias de
pessoas conectadas por uma origem comum, não indicando uma reflexão de ordem
mais natural.

A autora salienta ainda, que o Brasil surgiu como um grande exemplo dessa ideia,
representando um verdadeiro “laboratório racial. Na referida obra é ressaltado
também, que o termo raça, no Brasil, nunca foi um termo neutro, mas associou-se
com a uma imagem particular do país, oscilando entre versões ora mais positivas, ora
mais negativas. Outro tema observado pela autora é a mestiçagem existente no país,
em que cita Nina Rodrigues, adepto das ideias de que as raças humanas
correspondiam a realidades diversas, fixas e essenciais, e, portanto, não passíveis de
cruzamento, acreditava que a miscigenação extremada era ao mesmo tempo sinal e
condição da degenerescência. A autora destaca estudos em que, Nina procurou fazer
de suas teses não uma questão pessoal, mas uma matéria de ciência. Lilia cita Tobias
Barreto e Sílvio Romero da Escola de Recife que se opuseram à tais ideias.

Outro tema abortado por Lilia, é os pós escravidão no Brasil, em que não passava de
uma realidade abstrata, tendo em vista que, sem nenhuma condição digna de meios
para sobreviver a população negra da época se via sujeita a condição precária e sem
os mesmos direitos da população branca.

Segundo a autora, por muito tempo perdurou no Brasil as teorias pessimistas com
relação à miscigenação, com ideias de que somente uma “nação branca” se toraria
próspera e desenvolvida, caso contrário seria a falência. foi somente a partir de 1930
que o mestiço foi se transformando definitivamente em ícone nacional, em um símbolo
de nossa identidade cruzada no sangue, sincrética na cultura, isto é, no samba, na
capoeira, no candomblé, na comida e no futebol. Redenção verbal que não se
concretiza no cotidiano: a valorização do nacional é acima de tudo uma retórica que
não encontra contrapartida fácil na valorização das populações mestiças e negras,
que continuam a ser discriminadas nas esferas da justiça, do direito, do trabalho e até
do lazer.

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