José Joaquim Cesário Verde foi um poeta português, sendo considerado um
dos pioneiros, precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX. Nos seus poemas, descreve a cidade de lisboa, como sendo uma cidade industrializada, com construções elegantes e bairros modernos, com largos passeios públicos e ainda um local de confluência entre a vida urbana e o mundo rural. O sujeito poético assume uma atitude de deambulação e imaginação, nos seus poemas, descrevendo as paisagens e as gentes do seu tempo com distanciamento crítico. Este é um observador acidental que regista fragmentos de realidade, impressões sensoriais, recriando os instantâneos observados, por isso Cesário Verde assemelha-se a um pintor ou a um fotógrafo na criação de instantâneos quase cinematográficos. O sujeito parte do quotidiano trivial e, por ação da memória e dos sentidos, transfigura-o, tornando-o surpreendente e inesperado. Em suma, Cesário Verde, poeta do concreto, é um dos precursores do modernismo em Portugal que foi ostensivamente ignorado no seu tempo.