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Poder Judiciário do Estado de Sergipe

18ª Vara Cível de Aracaju

Nº Processo 202111801968 - Número Único: 0060467-37.2021.8.25.0001


Autor: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SERGIPE
Réu: ESTADO DE SERGIPE E OUTROS

Movimento: Decisão >> Concessão >> Antecipação de tutela

Processo 202111801968(E)

Tipo: AÇÃO CIVIL PÚBLICA c/c TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO DE SERGIPE

Requerido: ESTADO DE SERGIPE, ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE (ADEMA),TERMOCLAVE


AMBIENTAL LTDA. EPP e LOC CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA

Decisão sobre Tutela de Urgência Antecipada

Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DE SERGIPE em face de ESTADO DE
SERGIPE, ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE (ADEMA), TERMOCLAVE AMBIENTAL LTDA. EPP
e LOC CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA, no qual pleiteia, em suma, a concessão de tutela de
urgência antecipada para: I) suspensão dos processos de licenciamento ambiental das CTR’s Itabaiana, Itaporanga
D’Ajuda e Estância e de quaisquer outros que versem sobre aterros sanitários, que tramitam na requerida ADEMA; II)
suspensão das licenças ambientais prévias, das licenças ambientais de instalação ou das licenças ambientais de
operação das CTRs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estância e quaisquer outras que versem sobre aterros sanitários;
III) suspensão de imediato dos serviços e obras de implantação das CTR’s (aterros sanitários) munidos de licença
ambiental de instalação eventualmente expedida pela requerida ADEMA; IV) suspensão de imediato das atividades
de funcionamento das CTRs (aterros sanitários) munidos de licença de operação eventualmente expedida pela
requerida ADEMA.

Relata que foi instaurado, inicialmente, no âmbito da 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Estância,
especializada na Curadoria do Meio Ambiente, do Requerente o Procedimento Administrativo (PA) n. 43.21.01.0003 a
partir do recebimento, em 12/01/2021, do Ofício n. 019/2021 – GAB/ADEMA convidando para audiência pública em
ambiente virtual com vistas a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) relativos ao pedido de licença ambiental para a implantação da Central de Tratamento de Resíduos
Sólidos (aterro sanitário) no Município de Estância por parte da requerida Loc Construções e Empreendimentos Ltda.
(Processo n. 2020/TEC/LP-0030).

Diz que foi expedido o Ofício n. 021/2021 para a requerida Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA),
solicitando informações sobre as medidas que estão sendo adotadas para acompanhamento/fiscalização das

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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medidas pertinentes ao cumprimento dos planos, metas e ações da Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Com a mesma solicitação, foi expedido o Ofício n. 022/2021 ao Consórcio Público de Resíduos Sólidos e
Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSENSUL).

Acrescenta que mesmo com essas diligências pendentes, a 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Estância,
especializada na Curadoria do Meio Ambiente, declinou sua atribuição para a 10ª Promotoria de Justiça dos Direitos
do Cidadão – 10ªPJDC (art. 1o, X, Resolução n. 007/2011 – CPJ/MPSE) sob o argumento de que a existência de
“lixões” é problema comum a outros municípios, assim como a concessão de licença ambiental para implantação de
aterros sanitários, o que configuraria dano regional (art. 93, II, do CDC).

Informa que a 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Estância, especializada na Curadoria do Meio Ambiente,
ainda cita a audiência extrajudicial de 12/02/2021 realizada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente,
Urbanismo e Patrimônio Social e Cultural junto com o 1º Ofício da Tutela Coletiva do Ministério Público Federal em
Sergipe (1ºOTC/MPFSE), o Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, o Consórcio
Público de Saneamento Básico do Sul e Centro Sul (CONSENSUL), o Consórcio Público de Saneamento Básico do
Baixo São Francisco (CONSBAF), o Consórcio Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC), o
Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU), a Superintendência Especial de
Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SERHMA), a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe
(AGRESE) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS), a fim de discutir o
andamento das deliberações dos consórcios públicos para implantação da Politica Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS) e obter esclarecimentos acerca dos processos de licenciamento ambiental de aterros sanitários (CTRs) nos
municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda e Itabaiana de forma independente pela iniciativa privada.

Acrescenta que em 01/03/2021, nova audiência extrajudicial foi realizada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio
Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Social e Cultural em conjunto com o 1ºOTC/MPFSE e a 10ª Promotoria de Justiça
dos Direitos do Cidadão – 10ªPJDC e a SEDURBS, a SERHMA, a AGRESE, a requerida ADEMA e a
Procuradoria-Geral do Estado de Sergipe (PGE/SE) que tratou de suposta obstrução as tratativas e ações realizadas
pelos consórcios públicos para implementação da Politica Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) em virtude do
andamento de processos de licenciamentos ambientais em favor da implantação de aterros sanitários pela iniciativa
privada nos municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda e Itabaiana. O Procurador do Estado Agripino Alexandre dos
Santos asseverou que o Estado de Sergipe tem como objetivo adequar-se ao novo marco regulatório de saneamento
básico (Lei n. 14.026/2020) sem abrir mão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Acrescentou que faltou uma
maior interlocução entre os integrantes da Politica Pública Estadual de Resíduos Sólidos, que as licitações para a
execução das obras dos aterros e estacões de transbordo serão feitas através dos Consórcios Públicos e sugeriu que
a requerida ADEMA faça a revisão dos licenciamentos ambientais para que estejam atrelados as condicionantes do
Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). Questionados sobre a compatibilidade entre o licenciamento ambiental
de um aterro sanitário privado no Município de Itabaiana e a previsão da construção pelos Consórcios Públicos de
uma estação de transbordo no mesmo município e de um aterro sanitário no Município de Frei Paulo, a AGRESE
afirmou que os Consórcios Públicos tem sido morosos na confecção dos seus termos de referência, que são a base
dos processos licitatórios, já que o Estado de Sergipe disponibilizou os estudos desde agosto/2019. Por fim, foi
entregue ao Diretor-Presidente da requerida ADEMA a Recomendação Conjunta n. 001/2021 para, com base no art.
5o, IV, c/c art. 6o, I, ambos da Resolução n. 001/1986 – CONAMA, que dispõe que o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) deve analisar os impactos ambientais do projeto nos planos e programas governamentais, sejam eles propostos
e em implantação na sua área de influência e sua compatibilidade por meio da discriminação dos impactos positivos
e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e
permanentes, o grau de reversibilidade, as propriedades cumulativas e sinérgicas e a distribuição dos ônus e
benefícios sociais, e no Princípio da Precaução, suspender as licenças de instalação jáconcedidas aos aterros
sanitários a serem implantado nos municípios de Itabaiana, Estância e Itaporanga D’Ajuda para submetê-las a
revisão de compatibilidade com as politicas setoriais, planos e programas governamentais estabelecidos pelo

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Governo do Estado de Sergipe, em especial as Manifestações Públicas de Interesse (PMI) lideradas pela AGRESE,
em consonância com as diretrizes dos Consórcios Públicos criados no Estado de Sergipe.

Destaca que recebido os autos pela 10ª Promotoria de Justiça dos Direitos do Cidadão – 10ªPJDC, foi tombado sob o
n. 05.21.01.0035. Foram realizados diversos oficiamentos, bem como diligências e audiências extrajudiciais no intuito
de esclarecer a regularidade das licenças emitidas sobre aterros sanitários por iniciativa privada, para que se
pudesse averiguar de fato qual município poderia ser coadjuvante na desconstrução da PNRS, prejudicando assim
todos os Municípios Consorciados.

Narra que, no tocante ao Município de Estância, de acordo com o cronograma disposto no “Anexo 01” do Ofício n.
124/2021 – CONSCENSUL, a elaboração do edital de consulta pública e da minuta de edital de licitação para a
concessão administrativa foi realizada entre os dias 06 e 26/04/2021, a elaboração de minuta do contrato de
concessão administrativa entre os dias 26/04/2021 e 17/05/2021, estando prevista a apresentação e discussão sobre
todos os documentos elaborados com a Câmara Técnica no dia 25/05/2021. Por fim, o processo de consulta pública
serárealizado entre os dias 15/05/2021 e 15/07/2021 consoante o “Anexo 01” do Ofício n. 124/2021 – CONSCENSUL
que levara “(...) ao publico a transparência das acoes que beneficiara o tratamento adequado e a destinação correta
dos RSU (...)” e, posteriormente, será iniciada “(...) a fase de LICITAÇÃO de um arranjo que não só beneficiara o
Município de Estância, mais sim toda a Região Sul e Centro Sul de Sergipe através de uma ação entre todos os
Municípios Consorciados e não em atividade isolada ou sem conhecimento publico.” Por intermédio do Ofício n.
079/2021 – GAB/ADEMA, a requerida ADEMA encaminha a Informação Técnica (IT) n. 49440/2021-1695 que afirma
que “(…) recebeu em 30/12/2020 da empresa LOC CONSTRUCOES E EMPREENDIMENTOS LTDA, atraves do
processo 2020/TEC/LP-0082, Licenca Previa para uma Central de Tratamento de Residuos – CTR Estancia,
acompanhado do Estudo de Impacto Ambiental, onde apos analise do processo foi emitida a Licenca Previa no
17/2021 (…) em uma area de 48,76 ha, localizada na Rodovia BR-101, Povoado Saco do Barbosa (...)”.

Ressalta que apesar de o Ofício n. 551/2021 – 10ªPJDC requisitar a requerida ADEMA cópia da Politica Estadual de
Resíduos Sólidos (PERS) e dos processos de licenciamento ambiental abertos para implantação de aterros sanitários
nos municípios de Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estância e informações técnicas que detalhem a suspensão das
licenças de instalação concedidas aos aterros sanitários a serem implantado nos municípios de Itabaiana, Estância e
Itaporanga D’Ajuda para submetê-las a revisão de compatibilidade com a PERS (art. 5o, IV; art. 6o, II, Resolucao n.
001/1986 – CONAMA) de acordo com a Recomendação Conjunta n. 001/2021 – MPSE/MPFSE, restringiu-se a
enviar a copia da Licença Prévia (LP) n. 017/2021 expedido em favor da requerida Loc Construções e
Empreendimentos Ltda. (CNPJ n. 04.214.147/0001-35) no Processo n. 2020/TEC/LP-0030.

No decorrer do procedimento administrativo tomou-se conhecimento da existênciade novos pedidos nos municípios
de Malhada dos Bois, Santa Luzia do Itanhy, Lagarto, Canindé do São Francisco, Japaratuba, Frei Paulo, Riachão e
Nossa Senhora do Socorro, para implementação de aterros sanitários privados.

Relata, ainda que através do Ofício n. 018/2021, o CONSBAJU afirmou que a Lei n. 6.977/2010 (Plano Estadual de
Resíduos Sólidos do Estado de Sergipe) e o Decreto n. 30.524//2017 (Plano Intermunicipal de Resíduos Sólidos da
Grande Aracaju) apoiam a implantação de aterros sanitários por meio de Consórcios Públicos, incluindo mecanismos
para incentivos a gestão consorciada dos resíduos sólidos, por isso foi firmado o Convênio de Cooperação Técnica
com a AGRESE no dia 27/08/2018 para apresentação de estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e
jurídica que subsidiara a licitação para a concessão da gestão de resíduos sólidos no arranjo territorial dos municípios
consorciados. Acrescenta que o relatório final desses estudos realizados no bojo do Procedimento de Manifestação

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de Interesse (PMI) foi concluído em Fevereiro/2021 e será entregue para aprovação em assembleia com os
municípios consorciados e buscar a melhor solução para a implantação da proposta apresentada através de uma
Parceria Publico Privada (PPP) que obedeça a todo o trâmite necessário (consulta pública, licitação, entre outros)
dentro da legalidade e dos princípios constitucionais. Então, conclui que a existência de implantação de 03 (três)
novos aterros sanitários de iniciativa privada com seus licenciamentos ambientais realizados de modo bastante
céleres nos municípios de Itaporanga D’Ajuda (CONSBAJU), Itabaiana (CPAC) e Estancia (CONSCENSUL) não
atenderão ao que disciplina a Lei 12.305/2010 (PNRS) no tocante ao fim dos lixões.

Diz que através do e-mail enviado no dia 18/06/2021, as 13h38min, pelo remetente <prse-gabinete1otc@mpf.mp.br>,
a 1ºOTC/MPFSE enviou os links para acesso aos arquivos digitalizados dos processos de licenciamento ambiental
encaminhados pela ADEMA no dia 02/06/2021 referentes a Central de Tratamento de Resíduos de Itaporanga
(Termoclave Ambiental LTDA EPP), a Central de Tratamento de Resíduos de Estancia (Loc Construcoes e
Empreendimentos Ltda. EPP) e a Central de Tratamentos de Resíduos de Itabaiana (Termoclave Ambiental Ltda.
EPP).

No decorrer da narrativa, informa que no dia 19/10/2021, foi juntada no PA n. 05.21.01.0035 a representação da
sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) em face da requerida ADEMA e da
requerida Termoclave Ambiental Ltda. EPP (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) por emitir licenças de operação a Centrais
de Tratamento de Resíduos (CTRs) nos municípios de Itabaiana (22/04/2021), Itaporanga D'Ajuda (21/06/2021) e
Santa Luzia do Itanhy (11/08/2021) desconsiderando a Recomendação Conjunta n. 001/2021 – MPSE/MPFSE
expedida em 27/05/2021, a Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e a Politica Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS) cujas diretrizes são estimular o gerenciamento compartilhado de resíduos sólidos, o que é feito no Estado de
Sergipe por meio de consórcios públicos. Porém, o licenciamento ambiental de 03 (três) aterros privados de baixa
capacidade foi realizado com Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) que não
mencionam a compatibilidade com o PERS apesar de a ADEMA ter participado ativamente do processo de
implementação da gestão compartilhada de resíduos sólidos por meio de consórcios públicos. Além disso, a
representação da sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) destaca a incomum
celeridade dada aos processos de licenciamento ambiental das CTRs dos municípios de Itabaiana, Itaporanga
D'Ajuda e Santa Luzia do Itanhy. A CRT Itabaiana precisou de pouco mais de 09 (nove) meses para obter a licença
de operação (08/07/2020 a 22/04/2021), já a CRT Itaporanga D'Ajuda de pouco mais de 07 (sete) meses. Afirma que
se trata de celeridade incomum que contou, inclusive, com a formação de um Grupo de Trabalho no seio da ADEMA
para conferir andamento aos referidos processos de licenciamento ambiental. Por outro lado, aduz que protocolizou
pedido de renovação de licença operacional da CTR Sergipe (Rosário do Catete) em 30/12/2020 e pedido de licença
prévia para implantação da CTR Sergipe em 26/09/2017 e ainda não obteve resposta satisfatória. Aponta, também,
ausência de publicidade nos processos de licenciamento ambiental das CRTs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Santa
Luzia do Itanhy em desconformidade com o disposto no art. 225, §1o, IV da CFBR/88, no art. 8o, I, da Resolução n.
237/1997 – CONAMA, na Resolução n. 009/1987 - CONAMA e na Resolução n. 021/2009 - CEMA.

Relata que houve a necessidade de integrantes da sociedade civil impetrarem os Mandados de Segurança nos.
202111800694 e 202110300510 para terem acesso, respectivamente, as cópias dos processos de licenciamento
ambiental das CTRs Itaporanga D’Ajuda e Itabaiana. Ainda assim, a sociedade empresária Estre Ambiental S.A.
(CNPJ n. 03.147.39 3/0014-7 3) afirma que as cópias dos processos de licenciamento ambiental estãocom os
documentos agrupados sem concatenação logica, o que gera duvida sobre a higidez formal quanto ao modo e ao
tempo por ausência de numeração e, em alguns casos, de autuação com capa.

A sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) afirma também em sua representação
que a sua principal concorrente no mercado de gestão de resíduos sólidos no Estado de Sergipe, a sociedade

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empresária Torre Empreendimentos Rural e Construção Ltda. (CNPJ n. 34.405.597/0001-76), possui as pessoas
naturais Soraya Machado Torres (CPF n. 332.574.695-00) e José Antônio Torres Neto (CPF n. 175.019.625-53)
como sóciosem comum com a requerida Termoclave Ambiental Ltda. EPP (CNPJ n. 10.395.362/0001-82). Da mesma
forma, a sociedade empresária Rádio Liberdade de Sergipe Ltda. (CNPJ n. 13.0005.491/0001-05) possui as pessoas
naturais Soraya Machado Torres (CPF n. 332.574.695-00) e José Antônio Torres Neto (CPF n. 175.019.625-53)
como sócios em comum tanto da requerida Termoclave Ambiental Ltda. EPP (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) como da
sociedade empresária Torre Empreendimentos Rural e Construção Ltda. (CNPJ n. 34.405.597/0001-76) constituindo
o que a representante sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) chama de grupo
econômico Torre. E a relevância deste fato para a representação da sociedade empresária Estre Ambiental S.A.
(CNPJ n. 03.147.393/0014-73) esta no fato de que a consultora ambiental Maria Gabriela Bispo Almeida (CPF n.
011.147.555-40), que exerce atividade empresarial por meio da Gabriela Almeida Consultoria Ambiental EIRELI
(CNPJ n. 37.021.558/0001-63), subscreveu os Relatórios de Impacto Ambiental (RIMAs) das CTRs da requerida
Termoclave Ambiental Ltda. (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) e comentarista técnica do programa “Ambiente e
Variedades” apresentados pelo diretor-presidente da requerida ADEMA, Gilvan Dias dos Santos, na sociedade
empresária Rádio Liberdade de Sergipe Ltda. (CNPJ n. 13.0005.491/0001-05). Relata igualmente a sociedade
empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) na representação que impetrou o Mandado de
Segurança n. 202190200729 em face das irregularidades procedimentais cometidas pelo Município da Barra dos
Coqueiros no Pregão Eletrônico n. 005/2021 por ter feito retificação no edital ao acolher impugnação administrativa e
ter prosseguido o processo licitatório sem publicação do edital retificado e ter retirado a exigência de licença
ambiental para tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos 01 (um) dia antes da sessão publica. Em
20/04/2021, a requerida Termoclave Ambiental Ltda. (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) foi declarada vencedora e foi
assinado o Contrato Público n. 045/2021 mesmo sem ter a licença de operação da CTR Itabaiana, balança de
pesagem em funcionamento e nem mesmo acesso de veículos. No dia seguinte (21/04/2021), entretanto, em pleno
feriado de Tiradentes, servidores da requerida ADEMA fizeram vistoria técnica na CTR Itabaiana e emitiram a
Licença de Operação (LO) n. 070/2021 em 22/04/2021.

Acrescenta que o juízo da 2a Vara Cível da Comarca de Barra dos Coqueiros concedeu tutela de urgência em
13/05/2021 no bojo do Mandado de Segurança n. 202190200729 suspendendo o Pregão Eletrônico n. 005/2021 e
todos os atos administrativos decorrentes. Embora o Município da Barra dos Coqueiros tenha cumprido a ordem
judicial suspendendo o Pregão Eletrônico n. 005/2021, contratou emergencialmente a requerida Termoclave
Ambiental Ltda. (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) através do Contrato Publico n. 050/2021/PMBC sem, de acordo com a
representação da sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73), realizar pesquisa de
preço e ressaltando que a CTR Itabaiana e 20Km (vinte quilômetros) mais distante que a CTR Rosario do Catete
implicando aumento de custos em virtude do transporte dos resíduos sólidos e só possuir capacidade de recebimento
de 2.000 toneladas/mês ao passo que o Municipio da Barra dos Coqueiros gera 2.100 toneladas de resíduos sólidos
por mês. Outro indicio de irregularidade administrativa apontada na representação da sociedade empresária Estre
Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) e a execução do Contrato Público n. 063/2020 firmado em 27/11/2020
com o Município de Nossa Senhora do Socorro para a coleta, transporte e

destinação final de 7.550 toneladas/mês de resíduos sólidos. Afirma a representante sociedade empresária Estre
Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) que houve constante inadimplemento das prestações pecuniárias por
parte do Município de Nossa Senhora do Socorro ate o envio de Termo de Rescisão Unilateral no dia 30/06/2021.
Entretanto, afirma que a rubrica

ornamentaria n. 1001.0000 da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos pagou R$ 20.381.068,12 (vinte milhões,
trezentos e oitenta e um mil, sessenta e oito reais e doze centavos) a requerida Torre Empreendimentos Rural e
Construção Ltda. (CNPJ n. 34.405.597/0001-76) entre Janeiro/2021 e Julho/2021 e iniciou o processo de contratação
emergencial no dia 14/06/2021 para destinação a CTR Itabaiana (Dispensa n. 007/2021/PMNNS) cuja Licença de
Operação (LO) n. 070/2021 foi emitida em 22/04/2021.

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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Relata ainda a sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) que precisou impetrar o
Mandado de Segurança n. 202188100916, tendo a 2a Vara Cível da Comarca de Nossa Senhora do Socorro deferido
a tutela de urgência suspendendo os efeitos do Termo de Rescisão Unilateral do Contrato Público n. 063/2020 e do
contrato publico firmado entre o Município de Nossa Senhora do Socorro e a requerida Torre Empreendimentos Rural
e Construção Ltda. (CNPJ n. 34.405.597/0001-76) e determinado a retomada da execução do Contrato Público n.
063/2020 com a devida obediência a ordem cronologica de pagamento na forma do art. 5° da Lei n. 8.666/1993.Em
virtude das irregularidades relatadas, a representante sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n.
03.147.393/0014-73) protocolizou reclamação na 2a Promotoria de Justiça Distrital de Nossa Senhora do Socorro
(Proej n. 58.21.01.0035), na 2a Promotoria de Justiça Distrital de Nossa Senhora do Socorro (Proej n. 80.21.01.0028)
e na 1a Promotoria de Justiça da Barra dos Coqueiros (Proej n. 04.21.01.0048).

Outro apontamento de indicio de irregularidade administrativa e realizado pela sociedade empresária Estre Ambiental
S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014- 73) no processo de licença ambiental da CRT Itabaiana.Relata que, em 13/02/2020,
a requerida Termoclave Ambiental Ltda. (CNPJ n. 10.395.362/0001-82) protocolizou requerimento de Autorização
Ambiental (AA) junto a i ADEMA para realização de terraplenagem (Processo n. 2020/TEC/AA-0034) apesar de o EIA
ter sido elaborado em Julho/2020. Isso representaria grave violação ao processo de licenciamento ambiental previsto
no art. 8oda Resolução n. 237/1997 – CONAMA, já que o serviço de terraplanagem sô poderia ter sido iniciado apos
a concessão da licença de instalação ao passo que a elaboração de EIA ainda pertence ao processo de
licenciamento ambiental para a licença prévia. Diz também que o art. 38 da Lei Estadual n. 8.497/2018 só permite a
emissão de Autorização Ambiental (AA) para empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental e
temporário, o que não é o caso de um aterro sanitário. Além disso, o Parecer Técnico – PT 23689/2020-3160 emitido
em 04/03/2020 no bojo do Processo n. 2020/TEC/AA-0034 constatou que “(...) a área encontra-se terraplanada, com
estradas internas para acesso aos redores do terreno (...)” e que “foi identificada a supressão de vegetação em áreas
de baixada do terreno sem a devida autorização do órgão (...)”. Porem, ainda assim a requerida ADEMA emitiu a
devida Autorização Ambiental (AA) sem abertura de processo administrativo sancionatório. Chama a atenção para
indícios de fracionamento do processo de licenciamento ambiental. Para chegar a esta conclusão, afirma que a CTR
Itabaiana recebeu a Licença de Operação (LO) n. 070/2021 com a condicionante n. 03 prevendo o recebimento de
uma quantidade media de 2.000 tonelada/mes. Entretanto, afirma que o Município de Itabaiana possuía um contrato
público com a representante com o objetivo de coletar, transportar e destinar de forma ambientalmente adequada de
2.200 tonelada/mes de resíduos sólidos. Por isso, em virtude da incapacidade de atender as necessidades do
Município de Itabaiana, a planta de situação da CTR licenciada prevê uma área para expansão e consequente
aumento de capacidade de receber resíduos sólidos.

Além disso, a representação da sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ n. 03.147.393/0014-73) elenca
uma série de graves falhas nos Relatórios do Estudo de Impacto Ambiental (RIMA) em desacordo com a Resolução
n. 001/1986 – CONAMA apontando, desde já, que não foram divulgados ao publico os Estudos de Impacto Ambiental
(EIA) pela requerida ADEMA. E a ausência de divulgação do EIA, por si só, trata-se de grave falha, uma vez que o
RIMA se limita a apresentar as conclusões daquele, o que impediu a total compreensão dos aterros sanitários (art.
9o, paragrafo único da Resolução n. 001/1986 – CONAMA). Quanto ao RIMA do CTR Itabaiana, relata que, de
acordo com os Relatórios Técnicos anexados, não foram apresentadas as compatibilidades com as politicas setoriais,
planos e programas do governo do Estado de Sergipe (art. 9o, I, Resolução n. 001/1986 – CONAMA), as alternativas
tecnológicas e locacionais (art. 9o, II Resolução n. 001/1986 – CONAMA), a descrição no projeto sobre o recebimento
e a segregação dos resíduos sólidos, o plano de inspeção e manutenção, o plano de emergência (art. 9o, II
Resolução n. 001/1986; NBR n. 13896/1997), as informações detalhadas sobre o tratamento e destinação de
efluentes (chorume), os dados de pesquisa de campo no diagnóstico ambiental da área de influência para verificação
de riscos concretos na regiao (art. 9o, III, IV e V, Resolucao n. 001/1986 – CONAMA), a concretude dos programas
de monitoramento e acompanhamento para viabilizar o controle externo e social (art. 9o, VII, Resolução n. 001/1986
– CONAMA) e geólogo e profissional de Ciência Social na composição da equipe técnica responsável pela confecção
do RIMA.

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2021002627022-41. fl: 6/23
Face todas as irregularidades constantes na representação da sociedade empresária Estre Ambiental S.A. (CNPJ
n. 03.147.393/0014-73) fora instaurado o Inquérito Civil (IC) n. 1.35.000.001153.2020-55, pelo 1o Oficio da Tutela
Coletiva (1oOTC) do Ministério Publico Federal em Sergipe (MPF/SE) por meio do Ofício n. 362/2021 –
MPF/PRSE/LNT.

Após expor sobre os fatos e o direito, requer concessão detutela de urgência antecipadapara determinar:

I)a suspensão dos processos de licenciamento ambiental das CTRs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estancia e
quaisquer outros que versem sobre aterros sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno
porte compartilhado, de pequeno porte individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de
triagem para coleta seletiva e aterros de resíduos da construção civil não relacionados a politica estadual de gestão
consorciada de manejo de resíduos sólidos construída desde 2009 por meio do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PGIRS), do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), dos Planos Intermunicipais de Resíduos
Sólidos (PIRSs) e dos estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e jurídica, dos projetos básicos e dos
projetos básicos e executivos elaborados no bojo dos Procedimento de Manifestação de Interesse (PMIs), que
tramitam na requerida ADEMA, incluindo os efeitos decorrentes daqueles já concluídos e daqueles que porventura
sejam objeto de supervenientes requerimentos, sob pena de multa diária (astreinte) no valor correspondente a R$
1.000,00 (um mil reais);

II)a suspensão das licenças ambientais prévias, das licenças ambientais de instalação ou das licenças ambientais de
operação das CTRs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estancia e quaisquer outras que versem sobre aterros
sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte
individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros
de resíduos da construção civil não relacionados a politica estadual de gestão consorciada de manejo de resíduos
sólidos construídadesde 2009 por meio do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), do Plano
Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), dos Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos (PIRSs) e dos estudos de
viabilidade técnica, econômico-financeira e jurídica, dos projetos básicos e dos projetos básicos e executivos
elaborados no bojo dos Procedimento de Manifestação de Interesse (PMIs), bem como de quaisquer outras licenças
e/ou autorizações delas decorrentes, ainda que a titulo de renovação, e daquelas que porventura sejam objeto de
supervenientes, sob pena de multa diária (astreinte) no valor correspondente a R$ 1.000,00 (um mil reais);

III)a suspensão de imediato dos serviços e obras de implantação das CTRs (aterros sanitários) munidos de licença
ambiental de instalação eventualmente expedida pela requerida ADEMA sob pena de multa diária no valor
correspondente a R$ 1.000,00 (um mil reais);

IV)a suspensão de imediato das atividades de funcionamento das CTRs (aterros sanitários) munidos de licença de
operação eventualmente expedida pela requerida ADEMA sob pena de multa diária no valor correspondente a R$
1.000,00 (um mil reais).

Requer, ainda, que sejamintimados nos termos do § 3o do art. 6o da Lei 4.717/65 c/c o § 3o do art. 17 da Lei
8.429/92 para, querendo, integrar o processo como litisconsorte facultativo ativo:

I) Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU), entidade autarquica (art. 41, IV,
CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 20.684.291/0001-91, localizada na Praca Bom Jesus dos
Navegantes, n. 10, bairro Centro, Laranjeiras, CEP.: 49.170-000;

II) Consórcio Público de Resíduos Sólidos e Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSCENSUL),
entidade autarquica (art. 41, IV, CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.530.168/0001-86,
localizada na Praca Joao Jose da Trindade, n. 69, bairro Industrial, Boquim/SE, CEP.: 49.360-000;

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2021002627022-41. fl: 7/23
III) Consórcio Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC), entidade autarquica (art. 41, IV, CC/2002;
art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.314.802/0001-43, localizada na Praca da Bandeira, n. 109B, Andar
01, CEP: 49530-000;

IV) Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco (CONSBAF), entidade autarquica (art. 41, IV,
CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.628.708/0001-69, localizada na Av. Joao Barbosa Porto,
n. 1829, bairro Bela Vista, Propria/SE, CEP 49.900-000;

Pleiteia que sejam o Município de Estância, o Município de Itabaiana e o Município de Itaporanga.

D’Ajuda intimados nos termos do § 2o do art. 109 do CPC/2015 para, querendo, integrar o processo como assistente
litisconsorcial, bem como seja admitida a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (AGRESE),
CPNJ n. 23.083.433/0001-53, sediada na Avenida Marieta Leite, n. 301, bairro Grageru, CEP.: 49.027-190, como
amicus curiaenos termos do 138 do CPC/2015, uma vez que participou durante todo o trâmite do Inquérito Civil (IC)
n. 05.20.01.0083 apresentando, inclusive, abaixo-assinados dos moradores dos bairros atingidos pela alteração do
fluxo do trânsito na Rua Padre Nestor Sampaio.

Ao final, que seja a presente ação julgada procedente para o fim de:

I) Desconstituir por nulidade, definitiva e integralmente, os processos de licenciamento ambiental das CTRs Itabaiana,
Itaporanga D’Ajuda e Estância e de quaisquer outros aterros sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno
porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de
compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros de resíduos da construção civil em trâmite que não
estejam em consonância com o cronograma definido no Plano de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos de
Sergipe (PERGRS), no Plano Estadual Resíduos Sólidos (PERS) e nos Convênios de Cooperação Técnica firmados
com a AGRESE para a execução dos Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) e sem participação dos
Consórcios Públicos de Saneamento Básico (CONSBAJU, CPAC, CONSENSUL e CONSBAF),

II)Desconstituir por nulidade, definitiva e integralmente, licenças ambientais prévias, das licenças ambientais de
instalação ou das licenças ambientais de operação os processos de licenciamento ambiental das CTRs Itabaiana,
Itaporanga D’Ajuda e Estância e de quaisquer outros aterros sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno
porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de
compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros de resíduos da construção civil em tramite que não
estejam em consonância com o cronograma definido no Plano de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos de
Sergipe (PERGRS), no Plano Estadual Resíduos Sólidos (PERS) e nos Convênios de Cooperação Técnica firmados
com a AGRESE para a execução dos Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) e sem participação dos
Consórcios Públicos de Saneamento Básico (CONSBAJU, CPAC, CONSENSUL e CONSBAF), bem como seus
efeitos ou quaisquer outras licenças ambientais delas decorrentes, ainda que a título de renovação;

III)Condenar os Requeridos a se absterem de promover o licenciamento ambiental de qualquer outro aterros


sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte
individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros
de resíduos da construção civil no território do requerido Estado de Sergipe em inobservância ao cronograma definido
no Plano de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos de Sergipe (PERGRS), no Plano Estadual Resíduos
Sólidos (PERS) e nos Convênios de Cooperação Técnica firmados com a AGRESE para a execução dos
Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) e sem participacao dos Consórcios Públicos de Saneamento
Básico (CONSBAJU, CPAC, CONSENSUL e CONSBAF) sob pena de multa diária no valor correspondente a R$
1.000,00 (um mil reais);

IV)Condenar os Requeridos a, solidariamente, repararem ou recuperarem o meio ambiente em caso de danos


provocados pela instalação e/ou operação causados, direta ou indiretamente, pela atividade em si dos aterros

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte
individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros
de resíduos da construção civil por falha ou omissão nos seus respectivos processos de licenciamentos ambientais, o
que poderá

ser apurado em pericia técnica oportunamente, sob pena de multa diária no valor correspondente a R$ 1.000,00 (um
mil reais).

Com a inicial (fls. 04/163), juntou documentos de fls. 164/12222.

Intimados os entes públicos para se manifestarem acerca do pedido liminar, a ADEMA juntou peça em 03/12/2021
(fls. 12245/12259), aduzindo que nos Planos e Políticas não há, em nenhum momento, a vedação ao licenciamento
de aterros sanitários no estado de Sergipe de forma individualizada e por iniciativa privada, sendo os licenciamentos
apontados como irregulares pelo parquet, são de aterros sanitários privados, empreendimentos sem nenhum vínculo
com o poder público, com cunho estritamente econômico, equivalente ao Aterro da Estre Ambiental instalado em
2011. Afirma que tanto é legítima a instalação de aterros sanitários privados, que o próprio Consórcio de Saneamento
Básico do Baixo São Francisco (CONBASF), firmou acordo com a Estre Ambiental S/A para destinação Final de
resíduos em Rosário do Catete. Quanto ao tempo para emissão das licenças, não se trata de uma celeridade
incomum. Os procedimentos para emissão de licenças ambientas de atividades de destinação final adequada de
resíduos sempre teve seu curso comum e fases de Licença Prévia, de Instalação e de Operação. Quanto aos
supostos vícios na elaboração do EIA/RIMA, a ADEMA não vislumbra. Os estudos de impacto ambiental e seus
respectivos relatórios, seguiram como norte o termo de referência TREA-41974/2020-0106 emitido por esta autarquia.
Tanto a Termoclave Ambiental Ltda, nas CTRs de Itabaiana e Itaporanga d´ajuda, quanto a Loc Construções e
empreendimentos Ltda na CTR de Estância, seguiram cartesianamente o termo de referência emitido, não havendo o
que se falar em vício formal de validade. Frisa que pese a excelência dos trabalhos realizados pelos Consórcios, até
a presente data, após uma década de funcionamento, nenhum consórcio pediu licença à ADEMA para implantação
de CTRs (aterros). Ressalta que os CTRs de Itabaiana e Itaporanga, ora em litígio, já estão funcionando e recebendo
resíduos. Se a licença for suspensa, só o aterro (privado) da Sociedade Empresária ESTRE (autor de representação
ao Ministério Público) vai estar licenciado para receber. Assim, pleiteia o indeferimento da medida liminar pleiteada e,
na remota hipótese de deferimento da liminar, que seja designada audiência de justificação prévia, por se tratar de
matéria de alta relevância e interesse e saúde coletivos. Juntou documentos de fls. 12260/12293.

O ESTADO DE SERGIPE não apresentou manifestação, consoante certidão exarada em 07/12/2021 (fl. 12294).

Eis o que importa relatar.

Inicialmente, INDEFIRO o pleito de audiência de justificação prévia porquanto incabível na espécie, podendo,
em sendo o caso, ser possível aaudiência conciliatória se caso fosse plausível, o que entendo desnecessária
neste momento processual, dado o conjunto probatório existente de 12.068páginas, entre peça inicial e
documentos colacionados pela parte autora e oportunidade de manifestação da parte requerida, com a
juntada de sua peça de defesa prévia, somando-se aos autos um total de 12.293.

I – POLITICA ESTADUAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PEGIRS). LEI ESTADUAL


5.857/2006.

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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Conforme disposto no art. 2º, caput, da Lei Estadual 5.857/2006, aPEGIRSdeve atender aos princípios da integração
federativa (inciso I), do gerenciamento compartilhado dos resíduos sólidos(IX) e da justa distribuição dos ônus
decorrentes de sua aplicação (XI). Além disso, o art. 4º, II, estabelece como diretriz o estímulo a programas
destinados ao gerenciamento compartilhado de resíduos sólidos.

Do mesmo modo, dispõe que o gerenciamento integrado de resíduos sólidostem por finalidade a melhoria da
qualidade de vida da população e a busca alternativas com as quais seja possível o tratamento regionalizado na
gestão dos resíduos sólidos por meio de consórcios e alternativas específicas para cada região com a
implementação de gestão compartilhadade resíduos entre os municípios para seu tratamento e disposição final,
inclusive com o estabelecimento de incentivos para a garantia da sustentabilidade econômico-financeira da gestão de
resíduos sólidos por meio de mecanismos de custos compartilhados entre o poder publico e a sociedade civil (art. 9,
caput e inciso IV e VII).

II – MARCO LEGAL DE SANEAMENTO BÁSICO. LEI 11.445/2007, ALTERADA PELA LEI 14.026/2020.

A Lei 11.445/2007, alterada pela Lei 14.026/2020, denominada de “Marco Legal de Saneamento Básico”,
estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico (art. 1º),
considerando como parte da estrutura do saneamento básico o conjunto de serviços públicos, infraestruturas e
instalações operacionais de “limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos constituídos pelas atividades e pela
disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição manual e
mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana” (art. 3º, inciso I, alínea “c”).

Neste toar, dispõe o art. 3º-C que consideram-se serviços públicos especializados de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos as atividades operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização ou
reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e destinação final dos:

I – resíduos domésticos;

II – resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em quantidade e qualidade similares às


dos resíduos domésticos, que, por decisão do titular, sejam considerados resíduos sólidos urbanos, desde que tais
resíduos não sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma legal ou administrativa, de decisão
judicial ou de termo de ajustamento de conduta; e

III – resíduos originários dos serviços públicos de limpeza urbana, tais como:

a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades correlatas em vias e logradouros públicos;

b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sanitários públicos;

c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas águas pluviais em logradouros
públicos

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos;

e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras públicas e outros eventos de acesso aberto ao público; e

f) outros eventuais serviços de limpeza urbana.

Quanto àtitularidade dos serviços públicos de saneamento básico,esta é exercida pelo Municípios e o Distrito
Federal, no caso de interesse local; e pelo Estado, em conjunto com os Municípios que compartilham efetivamente
instalações operacionais integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, instituídas
por lei complementar estadual, no caso de interesse comum.(art. 8º).

Oexercício da titularidade dos serviços de saneamento pode ser realizado também por gestão associada,
mediante consórcio público ou convênio de cooperação, nos termos do art. 241 da Constituição Federal,
observadas as seguintes disposições:

I – fica admitida a formalização de consórcios intermunicipais de saneamento básico, exclusivamente composto de


Municípios, que poderão prestar o serviço aos seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia
intermunicipal;

II – os consórcios intermunicipais de saneamento básico terão como objetivo, exclusivamente, o financiamento das
iniciativas de implantação de medidas estruturais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza
urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais, vedada a formalização de contrato de
programa com sociedade de economia mista ou empresa pública, ou a subdelegação do serviço prestado pela
autarquia intermunicipal sem prévio procedimento licitatório.

Todavia, é facultativa a adesão dos titulares dos serviços públicos de saneamento de interesse local às
estruturas das formas de prestação regionalizada(art. 8º-A).

III – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS). LEI 12.305/2010. A POLÍTICA ESTADUAL DE
SANEAMENTO BÁSICO (PESB). LEI ESTADUAL 6.977/2010.

Quanto a titularidade, aLei Estadual 6.977/2010, que dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento Básico
(PESB) estabelece como objetivo assegurar a regionalização, consistente no planejamento, regulação, fiscalização e
prestação dos serviços de saneamento em economia de escala e pela constituição de convênio ou consórcios
públicos integrados pelo Estado e por Municípios de determinada região (art. 5o, inciso VII). Prevê, também que o
ESTADO apoie o planejamento para a universalização do serviço público de manejo de resíduos sólidos através da
oferta de meios técnicos e administrativos aptos a viabilizar a regulação e a fiscalização, sendo autorizado a
celebração de convênio com os municípios visando a gestão associada através de consócios públicos (art. 7o, §1o, I
e II, Lei Estadual n. 6.977/2010 – PESB).

Já a Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê que o manejo dos resíduos sólidos
realizado através de consórcios públicos formados por municípios com semelhanças regionais, geográficas,
econômicas e socioculturais, além de garantir a sustentabilidade econômico-financeira e a viabilidade técnica desse
serviço público, permite que se alcance o interesse comum de alcançar eliminação dos lixões (art. 54, Lei n.

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Conferência em www.tjse.jus.br/portal/servicos/judiciais/autenticacao-de-documentos. Número de Consulta: 2021002627022-41. fl: 11/23
12.305/2010). Neste toar, prioriza o acesso aos recursos da União destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à gestão de resíduos sólidos aos Estados que instituírem microrregiões (art. 16).

IV – PLANO ESTADUAL DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERGIPE (PERGRS).


ESTADO SE SERGIPE, APOIO DO MP E DA FUNDAÇÃO DE APOIO À EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO DE SERGIPE (IFS). TERMO DE COOPERAÇÃO. CONVÊNIO 440079572007000005 FIRMADO
EM 2009. PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS.

Face o marco legal do saneamento básico e plano estadual de gestão integrada de resíduos sólidos, o Estado de
Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hidricos – SEMARH (art. 30, Lei
Estadual n. 7.116/2011; art. 22, Lei Estadual n. 7.950/2014), atualmente incorporada na Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade – SEDURBS (art. 24, Lei Estadual n. 8.496/2018), e com apoio do
Ministério do Meio Ambiente (MMA) através do Convênio n. 44007957200700005 e da Fundação de Apoio a
Educacao e ao Desenvolvimento Tecnológico de Sergipe (IFS) por meio de termo de cooperação, iniciou os trabalhos
de elaboração do Plano Estadual de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos de Sergipe (PERGRS) em 2009.

O objetivo era diagnosticar os resíduos sólidos na escala territorial dos 75 (setenta e cinco) municípios sergipanos,
compreendendo as áreas urbanas, os povoados e os assentamentos rurais sergipanos, e propor uma regionalização
dos serviços de gerenciamento num horizonte temporal de 20 (vinte) anos correspondendo, assim, aos anos de 2010
a 2029.

Após a coleta de todos os dados necessários e utilizados os critérios de estudos prévios de regionalização existentes
no Estado de Sergipe, de quantidade de lixo gerado, de urbanização e crescimento urbano e do contingente
demográfico, das vias de acesso e a distância,da escala de abrangência territorial,das experiências informais de
prestação regionalizada, da densidade demográfica municipale do interesse prévio de gestão associada, a equipe
técnica do PERGRS propôs a definição de 04 (quatro) consórcios territoriais de saneamento básico para o Estado de
Sergipe, pela quantidade de entes federativos associados, pelo grau de homogeneidade e pelo nível de tensões e
conflitos semelhantes, identificados como Agreste Central, Sul Sergipano, Grande Aracaju, Baixo São Francisco.

Foram realizadas diversas reuniões conjuntamente com Estado e Municípios, criado um Comitê Diretor, Grupo de
Sustentação, tudo para elaboração conjunta do PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERGIPE (PERS)
emconsonância com os princípios e as diretrizes preconizadas pelo Marco Legal de Saneamento Básico – Lei de
Saneamento Básico (Lei n. 11.445/2007), pela Politica Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/2010), pela
Politica Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PEGIRS (Lei Estadual 5.857/2006) e pela Politica
Estadual de Saneamento Básico - PESB (Lei Estadual 6.977/2010).

Com base no Plano de Regionalização de Gestão de Resíduos Sólidos (PRGRS) e estabelecido no Plano Estadual
de Resíduos Sólidos de Sergipe (PERS) e as metas estabelecidas no PNRS, os municípios sergipanos se
associaram em 4 consórcios: Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU), Consórcio
Público de Resíduos Sólidos e Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSCENSUL), Consórcio
Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC), e Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo
São Francisco (CONSBAF), com o objetivo de eliminarem lixões por intermédio da gestão associada do serviço
público de coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos ligado a inclusão social e a emancipação
econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
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O Consórcio Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC) foi formado pelos municípios de Areia
Branca (Lei Municipal n. 018/2011), Campo do Brito (Lei Municipal n. 300/2011), Carira (Lei Municipal n. 734/2011),
Cumbe (Lei Municipal n. 241/2011), Divina Pastora (Lei Municipal n. 111/2013), Frei Paulo (Lei Municipal n.
459/2011), Itabaiana (Lei Municipal n. 1.454/2011), Macambira (Lei Municipal n. 554/2011), Malhador (Lei Municipal
n. 348/2011), Moita

Bonita (Lei Municipal n. 385/2011), Nossa Senhora Aparecida (Lei Municipal n. 038/2011), Nossa Senhora das Dores
(Lei Municipal n. 180/2011), Pedra Mole (Lei Municipal n. 162/2011), Pinhão (Lei Municipal n. 310/2011), Riachuelo
(Lei Municipal n. 547/2011), Ribeirópolis (Lei Municipal n. 624/2011), São Domingos (Lei Municipal n. 237/2011), São
Miguel do Aleixo (Lei Municipal n. 191/2011), Santa Rosa de Lima (Lei Municipal n. 104/2011) e Siriri (Lei Municipal n.
169/2011).Ou seja, cada um desses 20 (vinte) municípios subscreveram o protocolo de intenções ratificado
posteriormente mediante leis municipais, adquirindo personalidade jurídica de Direito Publico inscrita no CNPJ sob o
n. 15.314.802/0001-43.

Por sua vez, o Consórcio Público de Resíduos Sólidos e Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano
(CONSENSUL) foi formado com a subscrição de 16 (dezesseis) municípios ao protocolo de intençõesque foram
ratificados por leis municipais da seguinte forma: Arauá (Lei Municipal n. 610/2012), Boquim (Lei Municipal n.
803/2017), Cristinápolis (Lei Municipal n. 712/2017), Estância (Lei Municipal n. 1.925/2017), Indiaroba (Lei Municipal
n. 547/2017), Itabaianinha (Lei Municipal n. 982/2017), Lagarto (Lei Municipal n. 651/2015), Pedrinhas (Lei Municipal
n. 161/2017), Poco Verde, Riachão do Dantas, Salgado (Lei Municipal n. 720/2017), Santa Luzia do Itanhi (Lei
Municipal n. 887/2015), Simão Dias, Tobias Barreto, Tomar do Geru (Lei Municipal n. 666/2017) e Umbaúba (Lei
Municipal n. 710/2017)25. Consequentemente, o Conscensul adquiriu personalidade jurídica de Direito Publico nos
termos do art. 6o, I, da Lei n. 11.107/2005, sendo inscrito no CNPJ sob o n. 15.530.168/0001-86.

Já o Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco (CONSBAF) foi implantado com a
associação pública de 25 (vinte e cinco) municípios: Aquidabã, Brejo Grande, Canhoba, Canindé do São Francisco,
Capela, Cedro de São João, Feira Nova, Gararu (Lei Municipal n. 594/2014), Graccho Cardoso, Ilha das Flores, Itabi,
Japoatã, Malhada dos Bois, Monte Alegre, Muribeca, Neópolis, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de
Lourdes, Pacatuba, Poco Redondo, Porto da Folha, Propriá, Santana do São Francisco, São Francisco e Telha. Os
municípios de Amparo do São do Francisco, Japaratuba e Pirambu decidiram não assinar o protocolo de intenções
para integrarem o CONSBAF. Então, com o firmamento do protocolo de intenções pelos demais 25 (vinte e cinco)
municípios e posterior ratificação por lei municipais, o CONSBAF adquiriu personalidade jurídica de Direito Publico
nos termos do art. 6o, I, da Lei n. 11.107/2005, sendo inscrito no CNPJ sob o n. 15.628.708/0001-69.

Por fim, o Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU) foi composto por 11
(onze) municípios: Aracaju, Barra dos Coqueiros (Lei Municipal n. 779/2013), Carmópolis (Lei Municipal n.
1.016/2012), General Maynard (Lei Municipal n. 080/2013), Itaporanga D’Ajuda (Lei Municipal n. 507/2013),
Laranjeiras (Lei Municipal n. 975/2012), Maruim (Lei Municipal n. 511/2015), Nossa Senhora do Socorro, Rosário do
Catete, São Cristóvão (Lei Municipal n. 202/2014) e Santo Amaro das Brotas (Lei Municipal n. 455/2012). Tendo os
municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Rosário do Catete optado por não aderirem ao consórcio público
, os demais municípios subscreveram o protocolo de intençõescom posterior ratificação por leis municipais. Como
consequência, o CONSBAJU também adquiriu personalidade jurídica de Direito Publico nos termos do art. 6o, I, da
Lei n. 11.107/2005, sendo inscrito no CNPJ sob o n. 20.684.291/0001-91.

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Ato contínuo, em 2013 se iniciou o processo de construção dos Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos (PIRSs),
com contratação da sociedade empresária M&C Engenharia e Construções Ltda Contrato Público n. 011/2015para
fornecer consultoria. Através do Decreto Estadual n. 30.524 de 17/02/2017, todos os Planos Intermunicipais de
Resíduos Sólidos (PIRSs) foram homologados.

Com o prosseguimento, foram realizadas os Processos de Manifestação de Interesse (PMI), ficando definidos os
cenários para alocação dos aterros sanitários. No território do Consórcio Público de Resíduos Sólidos e
Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSENSUL) ficou prevista a construção de Centrais de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos nos municípios de Lagarto e Estância. E estas unidades são compostas por
Usina de Triagem, Usina de Compostagem e Unidade de Processamento de Resíduos de Construção Civil e
Demolição (RCD). Além disso, foi prevista a construção de um Aterro Sanitário Classe II no Município de Boquim.

Já no território do Consórcio Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC), os estudos de


viabilidade técnica, econômico-financeira e jurídica concluíram pela construção de uma Central de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos no Município de Itabaiana e um Aterro Sanitário Classe II no Município de Frei Paulo.

No que se refere ao Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU), ficou prevista a
construção de uma Central de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e um Aterro Sanitário Classe II ambos no
Município de Laranjeiras.

Por fim, no Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco (CONSBAF) e afirmado que as
áreas para viabilização da alocação dos aterros sanitários precisam de estudos posteriores. Entretanto, já foi exposto
que a equipe técnica do Plano Estadual de Regionalização de Resíduos Sólidos (PERGRS) propôs a construção
de 02 (dois) aterros compartilhados com sedes nos municípios de Monte Alegre de Sergipe e Propriá, 06 (seis)
aterros sanitários compartilhados de pequeno porte e 02 (dois) aterros sanitários individuais de pequeno porte em
virtude da quantidade considerável de municípios de pequeno porte consorciados.

Com planejamento realizado pelo requerido Estado de Sergipe desde 2009 mediante a elaboração do Plano de
Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos de Sergipe (PERGRS) e do Plano Estadual Resíduos Sólidos
(PERS), o apoio na constituição do CONSBAJU, do CPAC, do CONSENSUL e do CONSBAF, o firmamento de
Convênios de Cooperação Técnica com a AGRESE e a execução de Procedimentos de Manifestação de Interesse
(PMIs) permitiram que a fase de licitação para a concessão do serviço público de manejo de resíduos sólidos nos
territórios dos referidos consórcios ficasse muito próxima.

Situados nos fatos e marcos legais e temporais, passo a análise da tutela de urgência antecipada propriamente dita.

V – TUTELA ANTECIPADA. POSSIBILIDADE DE DESFAZIMENTO DOS CONSÓRCIOS. OFENSA AOS


PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ, LEALDADE, PRECAUÇÃO, PUBLICIDADE, INTEGRAÇÃO FEDERATIVA E
GERENCIAMENTO COMPARTILHADO

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Como se sabe, a concessão da tutela provisória de urgência antecipada requerida em caráter incidental,
consubstanciada na forma de cominação de preceito de facereou non facere, pressupõe a demonstração de
probabilidade do direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, além da probabilidade de
inexistência do perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, consoante prescreve o art. 300 do CPC e seus
respectivos parágrafos.

Desta feita, a tutela específica antecipatória dá a possibilidade de antecipação da providência de mérito, desde que
haja, concomitantemente, os requisitos indispensáveis ao seu deferimento, com o objetivo de entregar ao autor a
própria pretensão deduzida em juízo ou seus efeitos.

Na condição de instituto que preconiza tutela de urgência, visa dar concretude ao princípio da inafastabilidade do
controle jurisdicional, assegurando-se com isto o direito à tempestividade da tutela jurisdicional.

O saneamento compreende o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o manejo
de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Além de fundamental para a dignidade
humana, o acesso universal ao saneamento configura premissa básica de saúde pública e agrega benefícios ao meio
ambiente, ao mercado de trabalho e à produtividade de uma economia. Sua essencialidade foi reconhecida pela
Organização das Nações Unidas, ao declará-lo um direito humano essencial para o gozo pleno da vida e de todos os
outros direitos humanos (Res. A/RES/64/292 da ONU).

Quanto à probabilidade do direito (ou fumaça do bom direito),tem-se, em linhas gerais, que para o cumprimento
da Política Nacional de Resíduos Sólidos foram realizados diversos estudos e audiências para elaboraçãodo Plano
Estadual de Resíduos Sólidos, com a formação de consórcios públicos entre os municípios, estando em fase próxima
licitação para consecução dos objetivos, após 12 anos de tratativas, de um total almejado de 20 anos, e, em 2021, a
ADEMA, de forma individual, concedeu licenças ambientais para as empresas Termoclave Ambiental Ltda e LOC
Construções e Empreendimentos Ltda para construção de Centrais de Tratamento de Resíduos Sólidos (CTRS), nos
municípios de Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Santa Luzia do Itanhy e Estância, urbes que, diante do acima narrado,
são de cruciais importância para a implementação dos planos intermunicipal de resíduos sólidos (PIRS’s) e Plano
Estadual de Resíduos Sólidos(PERS). Tal afirmativa se estende, também, aos novos pedidos dos municípios de
Malhada dos Bois, Santa Luzia do Itanhy, Lagarto, Canindé do São Francisco, Japaratuba, Frei Paulo, Riachão e
Nossa Senhora do Socorro.

Dos documentos juntados aos autos, tem-se que houve o oficiamento ao Superintendente do Consórcio Público
de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSCENSUL), Superintendente
do Consórcio Público do Agreste Central (CPAC) e Superintendente do Consórcio Público de Saneamento
Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU) para que prestassem informações técnicas que detalhem se as licenças
de instalação concedidas aos aterros sanitários a serem implantados nos municípios de Itabaiana, Estância e
Itaporanga D’Ajuda podem, de algum forma, impactar negativamente na Política Estadual de Resíduos Sólidos
quanto à compatibilidade e se os projetos básico para deflagração das licitações das estações de transbordo e dos
aterros sanitários já estão prontos.

Em resposta, a CONSCENSUL informou “que NÃO possui nenhuma informação sobre qualquer tipo de implantação
de Aterro Sanitário no Município de Estância por parte da iniciativa privada, como também NÃO reconhece a

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existência de EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) de alguma empresa nesse
ramo de atividade, pois o Município de Estância faz parte deste Consórcio Público (CONSCENSUL) e todas as ações
e medidas sobre a temática Resíduos Sólidos é levada para as Assembleias Gerais Ordinárias – AGO, com os
Prefeitos e Secretários Municipais de Meio Ambiente presentes, decidindo assim ações para serem definidas para a
solução dessa problemática relacionada a Resíduos Sólidos Urbanos. O ato de construir um Aterro Sanitário em um
Município Consorciados sem a comunicação para ambos (Município e Conscensul), desconstrói toda a Politica de
Resíduos Sólidos já consolidada e em atividade através dos seus PERS – Plano Estadual de Resíduos Sólidos e
PIRS – Plano Intermunicipal de Resíduos Sólidos” (fl. 200/201). Na mesma linha de resposta seguiram os outros
Consórcios.

Ora, não se está aqui a questionar quanto à possibilidade ou não de destinação de resíduos sólidos pelos Municípios
de forma individual, por iniciativa privada, diante da autonomia municipal, ou através de gerenciamento integrado de
resíduos sólidos por microrregião através dos consórcios públicos intermunicipais. Até porque, conforme delineado
alhures, há previsão para as duas formas, sendo, todavia, estimulado gerenciamento integrado visando a
sustentabilidade econômico-financeira e a viabilidade técnica do serviço público a ser prestado.

O que se observa da análise dos autos é que aqui se busca impedir que as ações individuais dos municípios
consorciados e empresas, até então sem justificativas constantes nos autos, prejudiquem a existência dos consórcios
que buscam a solução de forma integrada há mais de 12 anos e estão na iminência da fase de licitação.

Ademais, observa-se que a 10ª Promotoria de Justiça do Direitos do Cidadão, integrante do Ministério Público
Estadual, em seu munus constitucional, persegue sustar prejuízos ou danos, que se mostram indiciariamente
existentes, com as autorizações para as empresas privadas sejam dadas sem a cautela de observar todas as
disposições normativas constantes no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), Plano Estadual de
Resíduos Sólidos (PERS), Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos (PIRSs) e estudos de viabilidade técnica,
econômico-financeira e jurídica, dos projetos básicos e dos projetos básicos e executivos elaborados no bojo dos
Procedimento de Manifestação de Interesse (PMIs), o que poderá trazer impactos imensuráveis ao meio ambiente
das regiões em que estão instalados os CTRS.

Ressalte-se, ainda, que a ADEMA participou de forma efetiva das tratativas atinentesà formação dos consórcios,
visando buscar conjuntamente a melhor forma de gestão dos resíduos sólidos com menor impacto ambiental,
esclarecendo quanto ao modo e compartibilidade de descarte de cada região. Portanto, conduzir-se contrariamente à
Politica Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) viola não somente os princípios da boa-fé objetiva e da lealdade,
sendo este traduzido por meio de cooperaçãoe da confiança, como também os princípios da precaução, da
publicidade, este inerentes ao direito administrativo, e, por fim, da integração federativa e do gerenciamento
compartilhado, ambos insertos no art. 2º, caput da Lei Estadual 5.857/2006, Estado de Sergipe. Unidade federativa
do qual a referida autarquia pública ADEMA é integrante da administração indireta. Ressalte-se que mencionados
princípios foram referendados pelo marco legal regulatório constante da Lei Federal 11.445/2007, alterada pela Lei
14.026/2020 denominada ‘Marco Legal de Saneamento Básico”.

Por sua vez, o interesse coletivo também deve prevalecer sobre o individual, que neste caso configura-se como o
interesse de toda a população dos municípios prejudicados por possível desfazimento dos consórcios, em detrimento
de interesse individual do particular, do município consorciado que se individualizou e da população deste município
em face dos circunvizinhos.

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Observo que embora haja alegação de suposta irregularidade nos procedimentos administrativos da ADEMA, devido
à agilidade de concessão das licenças, tal análise, por óbvio, necessita de instrução probatória bem como exercício
do contraditório, que o caso requer.

Como já ressaltado, os princípios que norteiam administração pública, em suas várias vertentes, foram
desobedecidos e aqui destrincha-se, mediante as ações colacionadas nos autos, em sede de cognição sumária.

A boa-fé objetiva, a lealdade, e a publicidade, se caracterizaram com a demonstração de que não houve a ciência
aos pares, a dizer os demais integrantes municípios de todos os consórcios e respectivos gestores, a AGRESE, a
SEDURBS, a SERHMA, PGE/SE, nem pelos municípios consorciados e beneficiados pelos aterros individuais, nem
pela ADEMA, de todas as fases dos procedimentos de concessão de licença ambiental de aterros sanitários CTRS
individuais e privados, excito, pelo que consta, a última relativa ao município de Estância, que, salvo melhor juízo,
ainda não se encontra operando. Aqui não se entra nem na hipótese de comunicação aos Ministérios Público
Estadual e do TCE, que diante da documentação dos autos, durante todos esses 12 anos, tem participado da
evolução da implementação da política estadual de resíduos sólidos.

Ainda, falando sobre os mesmos princípios, podemos citar os dois processos judiciais 202111800694 e
202110300510, mandados de segurança, impetrados para acesso aos processos de licenciamentoambiental da
CTRS de Itaporanga d”ajuda e Itabaiana.

Estes dois fatos, por ora bastam, para exemplificar a caracterização do descumprimento dos princípios acima.

Adentrando no princípio da precaução, inerente ao direito ambiental, temos que a autarquia requerida ADEMA,
integrando há muito tempo as diretrizes básicas e evolutivas do PERS, bem como do PIRS’s, não se ateve a missão
básica de sua existência, qual seja, o equilíbrio quanto a proteção do meio ambiente, uma vez que desconsiderou os
demais aspectos existentes sobre os aterros sanitários como deixou antever nas informações prestadas, em que frisa
que os consórcio, apesar da excelência dos seus trabalhos, após uma década de funcionamento, nenhum deles
pediu licença à ADEMA para implantação de CTR’s (aterros) desconsiderando informação básica do programa que
prevê limite prazal de 20 anos, não se podendo exigir com a sua dimensão a mesma aferição acaso fosse de um
único consórcio, por exemplo.

Por fim, e não menosimportante, o descumprimento dos princípios da integração federativa e do gerenciamento
compartilhado, ambos insertos no art. 2º, caput da Lei Estadual 5.857/2006. Ora, conforme discorrido nos autos, não
há qualquer impedimento legal para que a implementação do saneamento ocorra mediante iniciativa pública ou
privada. O STF já se manifestou sobre a matéria, julgando o mérito, mas ainda sem a publicação do acordão.

Ocorre que desde 2006, em vanguarda o Estado de Sergipe e seus municípios, em quase sua totalidade, vem
protagonizando o cenário, optando pela realização de gerenciamento compartilhado, com distribuição das atribuições
e competência entre microrregiões, cominstituição de consórcios públicos, firmados por protocolo de intenção, não
sendo possível, a esta altura, ou seja, depois de mais de 15 anos, os seus atores simplesmente desconsiderarem
todos os impulsos realizados no período, na forma como relatado nos autos ocorrido e sequer se proceder a uma

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correta, clara, pública, com observância do contraditório e ampla defesa, instrução processual, de modo a se elucidar
os pontos obscuros trazidos à lume, com as três concessões individuais de aterros sanitários e quiçáaquelas outras
que porventura venham a ser fornecidas, conforme narrado na exordial e seus 12.000 documentos que a
acompanham.

Esclareça-se aqui que a manifestação da autarquia requerida ADEMA não elucidou quanti satisa razão dentro dos
princípios que uma autarquia pública de natureza ambiental com o histórico acima analisado, que necessitaria para
deferir mencionadas licenças de aterros CTR’s, mormente porque os resíduos sólidos já estão sendo recolhidos em
local de tal jaez, ao menos é o que espera com a licença anteriormente concedida pela mesma.

Aqui não se tenha como argumento a informação alocada pela mencionada autarquia de que somente a empresa
que procedeu a representação junto à parte autora – Sociedade Empresária ESTRE (autor de representação junto ao
MP) vai se encontrar licenciada para receber os resíduos acaso suspensas as demais licenças. Primeiro porque este
argumento, ao que parece, não é condizente com as diretrizes que devem reger um autarquia pública, cuja matriz é o
bem estardo meio ambiente e dignidade do ser humano. Segundo porque tal fato já vem ocorrendo desde 2011, sem
irresignação, e com os trabalhos, ao que parece, dos consórcios públicos sendo evoluídos, inclusive, estando agora
na iminência da fase licitatório, sendo este momento atual, sim, anômalo para concessão das licenças ambientais de
instalação e operação individuais por órgão público da administração indireta, que tem por mote a preservação e
fiscalização com o meio ambiente e com as normas que regem a matéria, ou seja, O CUMPRIMENTO DOS
PRINCÍPIOS ACIMA DISCORRIDOS E MACULADOS.

Cabe, ainda asseverar julgamento recente do STF proferido na ADI 6492 acerca da alegação de
inconstitucionalidadedos dispositivos da Lei 10.426/2020, na qual se aduziu que“a legislação impugnada pode criar
um monopólio do setor privado nos serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário, em prejuízo da
universalização do acesso e da modicidade de tarifas, vez que a necessidade de lucro das empresas privadas seria
incompatível com a vulnerabilidade social da população que reside nas áreas mais carentes desses serviços,
notadamente os pequenos municípios, as áreas rurais e as periferias das grandes cidades”, tendo o Plenário
posicionado-se que o pedido de inconstitucionalidade éimprocedente, bem como o das outras ADI correlatas 6356,
6583 e 6882, mantendo-se in totumos termos da legislação questionada.

Entretanto, em sede liminar, passo a transcrição de alguns trechos elucidativos sob o tema sub examine, referente ao
saneamento básico, na ADI 6492:

[…] A Constituição Federal expressamente estabelece, de um lado, a competência privativa da União para instituir
diretrizes para o saneamento básico (art. 21, XX) e para instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos (art. 21, XIX) e, de outro, a competência comum aos entes para promover a melhoria das condições do setor
(art. 23, IX). A par dessas previsões, são implicados ao saneamento diversos outros temas que competem a todos os
entes, o que fundamenta a atribuição ao Sistema Único de Saúde da participação na formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico (art. 200, IV).

Em que pese o saneamento seja tradicionalmente reconhecido como serviço público de interesse local, o que confere
titularidade aos municípios (art. 30, V, da CRFB), por vezes o interesse comum determina a formação de
microrregiões e regiões metropolitanas para a transferência de competências para Estados (art. 25, §3º, CRFB) ou o
estabelecimento pela União de critérios técnicos de cooperação - mormente quando os Municípios, isoladamente,
não detêm condições de prestar o serviço em todas as suas fases de forma eficiente e com a melhor relação
qualidade e custo para o consumidor (BARROSO, Luís Roberto. Saneamento básico: competências constitucionais

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da União, Estados e Municípios. Revista de Informações Legislativas. Brasília a. 38 n. 153 jan./mar. 2002, pp.
265-267). Sobre o tema, este Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de se manifestar na ADI 1842, quanto à
instituição de região metropolitana para saneamento básico e repartição constitucional de competências. À ocasião, o
Plenário destacou que a Federação atual exige a gestão compartilhada entre os entes em prol de se promover
direitos e eficiência estatal. Confira-se, in verbis:

“Ação direta de inconstitucionalidade. Instituição de região metropolitana e competência para saneamento básico.
Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei Complementar n. 87/1997, Lei n. 2.869/1997 e Decreto n.
24.631/1998, todos do Estado do Rio de Janeiro, que instituem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a
Microrregião dos Lagos e transferem a titularidade do poder concedente para prestação de serviços públicos de
interesse metropolitano ao Estado do Rio de Janeiro. (...) 4. Aglomerações urbanas e saneamento básico. O art. 23,
IX, da Constituição Federal conferiu competência comum à União, aos estados e aos municípios para promover a
melhoria das condições de saneamento básico. Nada obstante a competência municipal do poder concedente do
serviço público de saneamento básico, o alto custo e o monopólio natural do serviço, além da existência de várias
etapas – como captação, tratamento, adução, reserva, distribuição de água e o recolhimento, condução e disposição
final de esgoto – que comumente ultrapassam os limites territoriais de um município, indicam a existência de
interesse comum do serviço de saneamento básico. A função pública do saneamento básico frequentemente
extrapola o interesse local e passa a ter natureza de interesse comum no caso de instituição de regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3º, da Constituição Federal. Para o
adequado atendimento do interesse comum, a integração municipal do serviço de saneamento básico pode ocorrer
tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, empregando convênios de cooperação ou consórcios públicos,
consoante o arts. 3º, II, e 24 da Lei Federal 11.445/2007 e o art. 241 da Constituição Federal, como
compulsoriamente, nos termos em que prevista na lei complementar estadual que institui as aglomerações urbanas.
(...) 5. Inconstitucionalidade da transferência ao estado membro do poder concedente de funções e serviços públicos
de interesse comum. O estabelecimento de região metropolitana não significa simples transferência de competências
para o estado. O interesse comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má condução
da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo o esforço do conjunto, além
das consequências para a saúde pública de toda a região. O parâmetro para aferição da constitucionalidade reside
no respeito à divisão de responsabilidades entre municípios e estado. É necessário evitar que o poder decisório e o
poder concedente se concentrem nas mãos de um único ente para preservação do autogoverno e da
autoadministração dos municípios. (...)” (ADI 1842, Relator LUIZ FUX, Relator p/ Acórdão: GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 06/03/2013, DJe 16-09-2013) Em relação à gestão compartilhada do saneamento,
merecem ser citadas as lições doutrinárias do Ministro Ricardo Lewandowski, para quem a autonomia assegurada
aos Municípios pela Constituição “não poderia atuar como um bloqueio, por parte das comunas, à concretização de
outros valores constitucionais atinentes ao federalismo contemporâneo, hoje cooperativo, em especial à prestação
tempestiva e eficaz das funções públicas de interesse comum” (LEWANDOWSKI, Ricardo. Titularidade das funções
de interesse comum nas regiões metropolitanas e nos entes territoriais assemelhados. Revista Justiça e Cidadania.
Fev. 2015).

[…]

Ora, já não é de hoje que os diversos setores concedidos são prestados pela iniciativa privada, cabendo ao Estado
ditar os moldes da prestação via regulação, com a chancela do Supremo. Além de expressa previsão constitucional
de outorga de serviços públicos essenciais, a Ordem Econômica tem por base os princípios da livre iniciativa e a livre
concorrência, sobretudo quando em benefício de uma prestação mais adequada de um serviço público que demanda
investimentos vultosos, de longo prazo e de baixo retorno político. A ampliação da participação do setor privado no
serviço de saneamento e resíduos sólidos figura dentre as principais propostas de especialistas, ao lado do
fortalecimento dos entes reguladores e do desenvolvimento institucional dos prestadores públicos. É o que decorre
da identificação de alguns dos desafios enfrentados pelo saneamento básico, como “a necessidade de atrair mais
recursos para o setor, de dar mais celeridade e de distribuir melhor os investimentos; o fato de as empresas privadas
não terem seu acesso a recursos restrito pelos normativos aplicáveis ao setor público e não estarem sujeitas ao
processo licitatório, fatores que contribuem para sua eficiência”; e de que “boa parte dos prestadores públicos
enfrenta problemas relativos à capacidade técnica e de gestão” (CAPANEMA, Luciana; PIMENTEL, Letícia B.
“Saneamento e resíduos sólidos”. In: FERRARI, Marcos Adolfo R. (Org.) O BNDES e as agendas setoriais:
contribuições para a transição de governo. Rio de Janeiro: BNDES, 2018. p. 31-43). Para além de uma deferência

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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técnica à especialização do setor e do experimentalismo democrático, que protege novas iniciativas em escolhas
regulatórias, é a urgência de políticas voltadas a sanear uma situação socioeconômica de aviltante gravidade que
afasta a concessão na cautelar no presente caso. É inegável que o desenho normativo do marco regulatório de um
setor tão sensível a todos os brasileiros não pode ser isento a um controle social e jurídico rigorosos, sobretudo
diante dos imperativos constitucionais de universalização, adequação e eficiência. Nada obstante, em um juízo
perfunctório, inerente à sede cautelar, os compromissos regulatórios a serem assumidos pelo setor não parecem
violar a Constituição Federal, senão justamente promover o acesso a condições mínimas de dignidade como água
potável e a tratamento de esgoto. [….].

No tocante ao perigo da demora (periculum in mora), embora se encontre intrinsecamente desenvolvido na


análise do fumus boni iuresacima, por amor ao debate, cabe ressaltar que não há qualquer dificuldade em enxergar a
sua existência, uma vez que já existia estação de transbordo onde conduzia todos os resíduos e, portanto, não se
está a falar de lixões a céu aberto que cause dano à saúde pública. Ao contrário, os consórcios públicos se
encontram em fase licitatória, o que significa dizer que se mantendo as licenças de instalação e operação já
concedidas, ou por conceder individuais, como reiteradamente citada nos autos, a irreversibilidade, ESTA SIM, SERÁ
PLAUSIVELMENTE FULMINANTE, INCLUSIVE PARA TODOS OU QUASE TODOS OS CONSÓRCIOS, DADO QUE
MUNICÍPIOS CHAVES OU DE CRUCIAIS IMPORTÂNCIAS NOS CONSÓRCIOS ESTÃO PROTAGONIZANDO
SEUS CTR’S (ATERRO SANITÁRIO).

Estas, por si só, as razões que falam por si para que a prudência do Poder Judiciário adentrando excepcionalmente
na ingerência e autonomia de outros poderes, deve ser observada e executada. O caso em comento é de atuação do
Judiciário, ao menos nesse momento de consignação sumária, suspendendo os serviços conforme abaixo
determinado, o que não impedirá que, no decorrer da lide, quiçá, colacionando-seoutras provas inversas, possa a
decisão ser revista.

Desse modo, por todo o acima exposto DEFIRO O PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA e
determino:

I)a suspensão dos processos de licenciamento ambiental das CTRs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estancia e
quaisquer outros que versem sobre aterros sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno
porte compartilhado, de pequeno porte individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de
triagem para coleta seletiva e aterros de resíduos da construção civil não relacionados a politica estadual de gestão
consorciada de manejo de resíduos sólidos construída desde 2009 por meio do Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PGIRS), do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), dos Planos Intermunicipais de Resíduos
Sólidos (PIRSs) e dos estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e jurídica, dos projetos básicos e dos
projetos básicos e executivos elaborados no bojo dos Procedimento de Manifestação de Interesse (PMIs), que
tramitam na requerida ADEMA, incluindo os efeitos decorrentes daqueles já concluídos e daqueles que porventura
sejam objeto de supervenientes requerimentos, sob pena de multa diária (astreinte) no valor correspondente a R$
1.000,00 (um mil reais) até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

II)a suspensão das licenças ambientais prévias, das licenças ambientais de instalação ou das licenças ambientais de
operação das CTRs Itabaiana, Itaporanga D’Ajuda e Estancia e quaisquer outras que versem sobre aterros
sanitários, sejam estes compartilhados, de pequeno porte, de pequeno porte compartilhado, de pequeno porte
individual, áreas de triagem e transbordo, pátios de compostagem, galpões de triagem para coleta seletiva e aterros
de resíduos da construção civil não relacionados a politica estadual de gestão consorciada de manejo de resíduos

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em 09/12/2021 às 16:11:45, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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sólidos construídadesde 2009 por meio do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), do Plano
Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), dos Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos (PIRSs) e dos estudos de
viabilidade técnica, econômico-financeira e jurídica, dos projetos básicos e dos projetos básicos e executivos
elaborados no bojo dos Procedimento de Manifestação de Interesse (PMIs), bem como de quaisquer outras licenças
e/ou autorizações delas decorrentes, ainda que a titulo de renovação, e daquelas que porventura sejam objeto de
supervenientes, sob pena de multa diária (astreinte) no valor correspondente a R$ 1.000,00 (um mil reais) até o limite
de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

III)a suspensão de imediato dos serviços e obras de implantação das CTRs (aterros sanitários) munidos de licença
ambiental de instalação eventualmente expedida pela requerida ADEMA sob pena de multa diária no valor
correspondente a R$ 1.000,00 (um mil reais) até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);

IV)a suspensão de imediato das atividades de funcionamento das CTRs (aterros sanitários) munidos de licença de
operação eventualmente expedida pela requerida ADEMA sob pena de multa diária no valor correspondente a R$
1.000,00 (um mil reais) até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

Outrossim, determino, ainda que:

a) INTIMEM-SE COM URGÊNCIA a parte autora MINISTÉRIO PÚBLICO DE SERGIPE, por via eletrônica, bem como
a parte requerida – os entes públicos ESTADO DE SERGIPE e ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
(ADEMA) pela via eletrônica e também pessoalmente por mandado; assim como por mandado os entes privados
TERMOCLAVE AMBIENTAL LTDA. EPP e LOC CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA.

b) INTIME-SE em 24h (vinte e quatro horas) o Pelotão Ambiental da Polícia Militar do Estado de Sergipe
(PPAmb), através do seu oficialresponsável, bem como, por cautela, tambpem o Comandante Geral de Policia
do Estado de Sergipe, acerca da desta decisão de tutela de urgência antecipadapara o fim de fiscalizar o
cumprimento das medidas concedidas nos itens I a IV acima;

c) INTIMEM-SE, nos termos do § 3o do art. 6o da Lei 4.717/65 c/c o § 3o do art. 17 da Lei 8.429/92 para, querendo,
no prazo de 15 dias, manifestar interesse deintegrar o processo como litisconsorte facultativo ativo:

I) Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju (CONSBAJU), entidade autarquica (art. 41, IV,
CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 20.684.291/0001-91, localizada na Praca Bom Jesus dos
Navegantes, n. 10, bairro Centro, Laranjeiras, CEP.: 49.170-000;

II) Consórcio Público de Resíduos Sólidos e Saneamento Básico do Sul e Centro Sul Sergipano (CONSCENSUL),
entidade autarquica (art. 41, IV, CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.530.168/0001-86,
localizada na Praca Joao Jose da Trindade, n. 69, bairro Industrial, Boquim/SE, CEP.: 49.360-000;

III) Consórcio Público de Saneamento Básico do Agreste Central (CPAC), entidade autarquica (art. 41, IV, CC/2002;
art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.314.802/0001-43, localizada na Praca da Bandeira, n. 109B, Andar
01, CEP: 49530-000;

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IV) Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco (CONSBAF), entidade autarquica (art. 41, IV,
CC/2002; art. 2o, I, Decreto n. 6.017/2007) com CNPJ n. 15.628.708/0001-69, localizada na Av. Joao Barbosa Porto,
n. 1829, bairro Bela Vista, Propria/SE, CEP 49.900-000;

d) INTIMEM-SE o Município de Estância, o Município de Itabaiana e o Município de Itaporanga D’Ajuda, nos termos
do § 2o do art. 109 do CPC/2015 para, querendo, no prazo de 15 dias, se manifestar quanto ao interesse de integrar
o processo como assistente litisconsorcial.

e) ADMITO a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (AGRESE), CPNJ n.


23.083.433/0001-53, sediada na Avenida Marieta Leite, n. 301, bairro Grageru, CEP.: 49.027-190, como amicus
curiaenos termos do 138 do CPC/2015, uma vez que participou durante todo o trâmite da formação dos consórcios
públicos, sendo que os atos trazidos aos autos não só possuem natureza estrutural para serviço público essencial,
como também regulamenta as relações jurídicas de delegação de atividades prestacionais a particulares, sendo que
esta magistrada se beneficiará com a pluralidade de percepções, informações e dados, para melhor compreender os
contornos da controvérsia. Proceda-se a intimação da referida agência para, em 15 dias, ter ciência da aceitando e
querendo, adentar na qualidade de amicus curie.

f) Por fim, deixo para determinar o ato citatório após as intimações e manifestações das partes elencados nos
itens “c” a “e” acima, para evitar tumultosprocessuais desnecessários.

g) INTIMEM-SE AS PARTES DESTA DECISÃO, conforme acima determinado.

Aracaju (SE), 09 de dezembro de 2021.

Christina Machado de Sales e Silva

Juíza de Direito

Assinado eletronicamente por CHRISTINA MACHADO DE SALES E SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju,
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SILVA, Juiz(a) de 18ª Vara Cível de Aracaju, em 09/12/2021, às 16:11:45, conforme
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