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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS DO CABO - FACHUCA

PÓS-GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO E PREVIDENCIÁRIO

DOCENTE: GEORGE DEMÉTRIO

DISCENTE: MANOELE BARBOSA DA SILVA

Resumo: Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do


instrumento para definição de objetivos instrucionais

Na educação, decidir e definir os objetivos de aprendizagem significa estruturar, de forma consciente,


o processo educacional de modo a oportunizar mudanças de pensamentos, ações e condutas. Essa
estruturação é resultado de um processo de planejamento que está diretamente relacionado à
escolha do conteúdo, de procedimentos, de atividades, de recursos disponíveis, de estratégias, de
instrumentos de avaliação e da metodologia a ser adotada por um determinado período de tempo.
Na delimitação dos objetivos, de acordo com Vaughan (1980), é fundamental ter os objetivos
instrucionais cognitivos, atitudinais e de competências bem definidos que deve ser feito previamente
ao início da disciplina, mas infelizmente alguns desses objetivos podem não ser bem definidos e
outros podem ficar implícitos ao processo de aprendizagem e, muitas vezes, (re)conhecidos apenas
pelo educador. O educador pode ter expectativas e diretrizes para o processo de ensino que não são
oficialmente declaradas, mas que farão parte do processo de avaliação da aprendizagem. É notório
que é mais fácil atingir objetivos quando estes estão bem definidos, entretanto fica mais difícil, para
os discentes, atingirem o nível de desenvolvimento cognitivo, por não saberem exatamente o que
deles é esperado durante e após o processo de ensino.

Segundo Bloom (1944, 1972), muitas pessoas reconhecem que a capacidade humana de
aprendizagem difere de uma pessoa para outra e, por um grande período, acreditou-se que a razão
pela qual uma porcentagem de discentes obtinha desempenho melhor do que outros estava
relacionada às situações e variáveis existentes fora do ambiente educacional e que, nas mesmas
condições de aprendizagem, todos aprenderiam com a mesma competência e profundidade o
conteúdo. Entretanto, Bloom e sua equipe ao direcionar seus estudos, fizeram uma descoberta que
viria a ser de grande notoriedade no meio educacional: nas mesmas condições de ensino
(desconsiderando as variáveis externas ao ambiente educacional) todos os alunos aprendiam, mas
se diferenciavam em relação ao nível de profundidade e abstração do conhecimento adquirido
(BLOOM; HASTIN; MADAUS, 1971).

Essa diferença poderia ser caracterizada pelas estratégias utilizadas (que levariam ao estudo
de estilos de ensino e aprendizagem) e pela organização dos processos de aprendizagem para
estimular o desenvolvimento cognitivo. Naquele momento, o desenvolvimento cognitivo e sua
relação com a definição do objetivo do processo de aprendizagem foram a direção tomada
para a definição da taxonomia.

Krathwohl (2002), Bloom et al. (1956) viram a teoria de taxonomia como uma ferramenta que,
dentro outros pontos:

• Padronizaria a linguagem sobre os objetivos de aprendizagem para facilitar a comunicação


entre pessoas (docente, coordenadores etc.), conteúdos, competências e grau de instrução
desejado;
• Serviria como base para que determinados cursos definissem, de forma clara e particular,
objetivos e currículos baseados nas necessidades e diretrizes contextual, regional, federal e
individual (perfil do discente/curso);

• Determinaria a congruência dos objetivos educacionais, atividade e avaliação de uma


unidade, curso ou currículo; e

• Definiria um panorama para outras oportunidades educacionais (currículos, objetivos e


cursos), quando comparado às existentes antes dela ter sido escrita.

Todos os pontos citados são contribuições da taxonomia original e que, em alguns momentos,
justifica a sua popularidade, entretanto a taxonomia original tem sido utilizada para a
classificação de objetivos curriculares e para descrever o resultado de aprendizagem em
termos de conteúdo e discussão do que deve ser realizado com o conteúdo assimilado
(Driscoll, 2000).

Planejar uma disciplina ou um curso não é tarefa fácil, ainda mais para profissionais que não
tiveram o devido preparo didático e pedagógico para realizar esse tipo de atividade, realidade
que muitos docentes do ensino superior enfrentam com regularidade. A não realização de um
planejamento pedagógico adequado, que delimite conteúdo e escolha estratégias educacionais
eficazes, pode levar os docentes a enfrentarem alto grau de evasão em suas disciplinas, ou
mesmo uma ansiedade pessoal relacionada ao fato de perceberem que seus discentes não
estão atingindo o nível de desenvolvimento (cognitivo, de competência e de habilidade)
desejado.

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