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Introdução

São os professores que organizam o processo de ensino-aprendizagem. Ou seja, é aos


professores que cabe a responsabilidade de organizar a sua própria actividade, que se
inicia com a planificação, seguindo-se a implementação do processo e a respectiva
avaliação do currículo.

A organização didáctico-pedagógica cumpre o papel de nortear as acções e actividades


do quotidiano escolar, uma vez que delineia, dentre outros, a configuração curricular, a
metodologia de ensino, os recursos didácticos e o processo avaliativo.
Factores condicionais dos planos de aula

Um plano de aula é um documento em formato digital ou analógico elaborado pelo


professor que especifica:

o tema da aula; o conteúdo a ser ensinado; seu objetivo; metodologia de aprendizagem


utilizada; método de avaliação.

Para quem vou ensinar? Quem são os estudantes? Quais as características (faixa etária,
grau de maturidade, conhecimentos prévios, habilidades adquiridas, contexto social em
que vivem (alunos trabalhadores com múltiplas jornadas de trabalho) (Ferraz, 2010).

Por que ensinar? Quais os objectivos da educação e da escola? Do módulo ou da aula?


Quais a competências a serem desenvolvidas?

Na educação, segundo Ferraz 2010, decidir e definir os objectivos de aprendizagem


significa estruturar, de forma consciente, o processo educacional para propiciar
mudanças de pensamentos, acções e condutas. Essa estruturação resulta do planeamento
directamente relacionado à selecção de conteúdos, de procedimentos, de actividades, de
recursos disponíveis, de estratégias, de instrumentos de avaliação e da metodologia a ser
adoptada no processo educativo, alinhados à formação das competências, de acordo
com o perfil profissional delineado pela escola.

O que ensinar? Qual o conteúdo requerido, seleccionado? Como integrar conteúdos e


outras áreas do saber (temas transversais, interdisciplinaridade)

Como ensinar? Quais os recursos didácticos disponíveis? Outros podem ser


providenciados/ construídos? Qual o período da aula (matutino, vespertino, nocturno)?
Como aproveitar os conhecimentos e experiências prévias? Quais estratégias utilizar?

Como verificar a aprendizagem? Como acompanhar o processo educativo? Quais os


critérios para definir o sistema de avaliação? Quais os métodos e tipos de instrumentos
de avaliação? Há coerência entre os métodos de avaliação e os objectivos delineados?
Consideram os resultados a serem alcançados? (Ferraz, 2010).
Plano de aula

De acordo com Tobase (s/d) o plano de aula está directamente relacionado ao plano de
ensino, mas descreve uma sequência didáctica a ser seguida para o desenvolvimento
integral e integrado da aprendizagem, diariamente, em cada aula ou actividade prática
(laboratório, estágio, visita). Facilita a visualização da dinâmica da aula ou actividade,
contribui para que outro docente possa utilizar-se desta referência, em caso de
impossibilidade ou ausência do docente responsável.

Planificação de uma aula

A planificação do professor é a principal determinante do que é ensinado nas escolas.


Se é verdade que um bom plano não é sinónimo de uma boa aula, também se poderá
afirmar que um mau plano não conduz, seguramente, a uma aula de sucesso, pois a
elaboração de um plano traça uma direcção de acção, um fio condutor susceptível de
orientar a acção, um sentido que permitirá confrontar o que é feito com o que se tinha
planeado fazer. Tendo em conta que a acção educativa põe em causa o presente e o
futuro do aluno, não se deverá encarar o ensino como um conjunto de práticas que se
desenrolam ao sabor do acaso e da improvisação (Vieira, 1993).

Características de um plano de aula

Segundo Cortesão (1989), um “bom plano” deverá ir ao encontro das seguintes


características: coerência, adequação, flexibilidade, continuidade, precisão, clareza e
riqueza.

Coerência: a concretização do plano deverá contribuir para a consecução das metas


propostas. Deverá apresentar uma adequada relação entre objectivos, competências,
conteúdos e estratégias.

Adequação: o plano deverá ir ao encontro do conhecimento que se tem da realidade


cognitiva, afectiva e social dos alunos. Deverá ter em conta os recursos e limitações
existentes na comunidade e as características do próprio professor, enquanto executante
do plano em questão.

Flexibilidade: o plano deverá permitir, de acordo com os interesses e questões do


momento, o reajuste e mesmo algumas alterações nos elementos previamente
planificados.
Continuidade: o plano deverá estabelecer uma sequência que ligue os vários momentos
da aula, não permitindo lacunas.

Precisão e clareza: o plano não deverá permitir várias interpretações, por este motivo
deverá incidir em indicações objectivas.

Riqueza: o plano deverá oferecer um leque variado de propostas (objectivos,


competências, estratégias, atividades, recursos). Para além dos aspectos anteriormente
focados, deverá haver preocupação na selecção das competências a desenvolver, na
selecção e articulação dos conteúdos, nos recursos, na avaliação das aprendizagens e no
tempo. São estas variáveis que intervêm no processo de ensino-aprendizagem e
permitirão ao professor actuar junto dos alunos de um modo mais efetivo (Cortesão,
1989).

Tipos de planificação

Cortesão (1989), classifica os planos em:

Planificação anual também dita (a longo prazo) – são os planos para todo o ano
lectivo; 

Planificação de unidade também dita (de médio prazo) – são os planos que
individualizam as unidades programáticas: conjunto de temas organizados em torno de
uma ideia central; e 

Planificação de aula ou núcleos de aulas também conhecida por planos a (curto prazo)
– são planos mais específicos, e estão directamente relacionados com a aula em si, são,
por isso, guias fundamentais para orientação e condução das lições.
Conclusão
Bibliografia

Cortesão, L, T, M. (1989). Avaliação Pedagógica II – Perspetivas de Sucesso. Porto:


Porto Editora.

Vieira, E. (1993). Desenvolvimento Curricular em Inglês. Autonomia e Aprendizagem


autodirigida. Lisboa: Texto Editora.

Tobase, L. (s/d) plano de aula. São Paulo.

Ferraz, A, B. (2010). Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das


adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gest. Prod.

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