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Concreto Protendido e Pontes

Efeitos da Protensão

Michael Leone Madureira de Souza


michael.souza@ibmr.br

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Sumário

1 Introdução
2 Propriedade dos Materiais
3 Vigas de Concreto com Aços Especiais
4 Concreto Protendido

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1 Introdução

2 Propriedade dos Materiais

3 Vigas de Concreto com Aços Especiais

4 Concreto Protendido

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Introdução
Conceitos
Conforme a NBR 6118 o concreto simples está presente em
elementos sem quaisquer armaduras ou com quantidade inferior à
mı́nima. Por outr lado, o concreto armado depende da aderência
entre o concreto e a armadura, sem aplicação de alongamentos
iniciais antes da materialização dessa aderência.
O concreto protendido está presente em elementos nos quais parte
das armaduras é previamente alongada (protensão) com a finalidade
de, em serviço (ELS), reduzir as fissuras e deslocamentos e, no
Estado Limite Último (ELU), propiciar melhor aproveitamento de aços
especiais.
Armadura passiva (As ) não é pré-alongada (aços apresentados na
forma de barras ou fios). Já as armaduras ativas (Ap ) são
pré-alongadas para produzir forças de protensão (aços especiais
apresentados na forma de barras, fios e cordoalhas).
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Introdução
Conceitos

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Introdução
Conceitos

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1 Introdução

2 Propriedade dos Materiais

3 Vigas de Concreto com Aços Especiais

4 Concreto Protendido

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
A NBR 6118 estabelece classe C20, ou superior, ao concreto com
armadura passiva e a classe C25, ou superior, ao concreto com
armadura ativa. A classe C15 pode ser usada apenas em obras
provisórias ou concreto sem fins estruturais.
No caso especı́fico da resistência de cálculo do concreto, fcd , alguns
detalhes devem ser levados em consideração:
a) quando a verificação se faz em data j igual ou superior a 28 dias
adota-se a expressão

fck
fcd =
γc
onde o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito aos
28 dias de forma a confirmar o valor de fck adotado no projeto.

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
b) quando a verificação se faz em data j inferior a 28 dias adota-se a
fckj fck
expressão: fcd = ≈ β1 , onde β1 é a relação fckj /fck dada
γc γc
por:

1/2 ]
β1 = es [1 − (28/t)
onde
s = 0, 38 para concreto de cimento CPIII e IV;
s = 0, 25 para concreto de cimento CPI e II;
s = 0, 20 para concreto de cimento CPV-ARI;
t é a idade efetiva do concreto expressa em dias.

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
Exemplo: Para um concreto C30, qual o valor de fckj aos 7 dias com
os três tipos de cimento:
fck7 = β1 · fck , portanto:
1/2 ]
i) cimento CPIII e IV: s = 0, 38, β1 = e0, 38 [1 − (28/7) = 0, 684
fck7 = 0, 684 · 30 = 20, 52 MPa
1/2
ii) cimento CPI e II: s = 0, 25, β1 = e0, 25 [1 − (28/7) ] = 0, 779
fck7 = 0, 779 · 30 = 23, 37 MPa
1/2 ]
iii) cimento CPV: s = 0, 20, β1 = e0, 20 [1 − (28/7) = 0, 819
fck7 = 0, 819 · 30 = 24, 57 MPa

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Propriedade dos Materiais
Conceitos
Para os cenários onde fckj ≥ 7 MPa, as resistências à tração do
concreto com idade diferente de 28 dias são obtidas a partir das
mesma equações vistas anteriormente (Aula 1).
O módulo de elasticidade em uma idade menor que 28 dias pode ser
avaliado pelas expressões:
r
fckj

Eci (t) = · Eci
fck
r = 0, 5 para concretos com fck de 20 MPa a 45 MPa;
r = 0, 3 para concretos com fck de 50 MPa a 90 MPa;
Eci (t) é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma
idade entre 7 e 28 dias;
fckj é a resistência caracterı́stica à compressão do concreto na idade
em que pretende estimar o módulo de elasticidade, em MPa.
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Propriedade dos Materiais
Conceitos
Para os cenários onde fckj ≥ 7 MPa, as resistências à tração do
concreto com idade diferente de 28 dias são obtidas a partir das
mesma equações vistas anteriormente (Aula 1).
O módulo de elasticidade em uma idade menor que 28 dias pode ser
avaliado pelas expressões:
r
fckj

Eci (t) = · Eci
fck
r = 0, 5 para concretos com fck de 20 MPa a 45 MPa;
r = 0, 3 para concretos com fck de 50 MPa a 90 MPa;
Eci (t) é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma
idade entre 7 e 28 dias;
fckj é a resistência caracterı́stica à compressão do concreto na idade
em que pretende estimar o módulo de elasticidade, em MPa.
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Propriedade dos Materiais
Conceitos
Para análises no estado-limite último, podem ser empregados o
diagrama tensão-deformação idealizado ilustrado abaixo.

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
Os valores a serem adotados para os parâmetros εc2 (deformação
especı́fica de encurtamento do concreto no inı́cio do patamar plástico)
e εcu (deformação especı́fica de encurtamento do concreto na
ruptura)
* para concretos de classes até C50: εc2 = 0, 2% e εcu = 0, 35%
* para concretos de classes C55 até C90: ver item 8.2.10.1 da NBR
6118:2014.
Para o concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama
tensão-deformação bilinear de tração dado abaixo:

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Propriedade dos Materiais

Conceitos

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
Nos projetos de estruturas de concreto, em geral, são verificadas as
máximas tensões para cada situação de cálculo. Valores de referência:

Estado limite de compressão excessiva na protensão:


σmax ≤ 0, 5 a 0, 7 fckj
Estado limite último no cisalhamento: τv ≤ 0, 3 fcd
Estado limite último na torção: τt ≤ 0, 22 fckj

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
O diagrama tensão-deformação do aço e os valores caracterı́sticos da
resistência ao escoamento fyk , da resistência à tração fstk e da
deformação na ruptura εuk devem ser obtidos de ensaios de tração de
acordo com a NBR ISO 6892-1.
O valor de fyk para os aços sem patamar de escoamento é o valor da
tensão correspondente à deformação permanente de 0,2 %.
Para o cálculo nos estados-limite de serviço e último, pode-se utilizar
o diagrama simplificado ilustrado abaixo, para os aços com ou sem
patamar de escoamento.
Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de
elasticidade do aço pode ser admitido igual a 210 GPa.

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Propriedade dos Materiais

Conceitos

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Propriedade dos Materiais

Conceitos

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Propriedade dos Materiais

Conceitos
Os aços de armadura ativa são classificados de acordo com o valor
caracterı́stico da resistência à tração fptk e quanto à relaxação [CP] -
[RN ou RB]. De acordo com a NBR 7483 os aços mais usados são os
seguintes:
* Categoria CP 190: fpyk = 1710 MPa e fptk = 1900 MPa.
* Categoria CP 210: fpyk = 1890 MPa e fptk = 2100 MPa.
* Portanto: fpyk = 0, 9 · fptk .
Os aços das cordoalhas são produzidos na condição de Relaxação
Baixa [RB].

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Propriedade dos Materiais
Conceitos

O valor do módulo de elasticidade deve ser obtido em ensaios ou


fornecido pelo fabricante. Na falta de dados especı́ficos, pode-se
considerar o valor de 200 GPa para fios e cordoalhas.
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Propriedade dos Materiais
Conceitos
Para análises nos Estados Limites de Serviço (ELS) e Último (ELU),
pode-se utilizar o diagrama simplificado:

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Propriedade dos Materiais

Conceitos

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1 Introdução

2 Propriedade dos Materiais

3 Vigas de Concreto com Aços Especiais

4 Concreto Protendido

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Funcionamento Estrutural
Conceitos
Considerando-se uma viga de concreto armado submetida a ações
externas crescentes, é possı́vel analisar o equilı́brio estrutural:

Aumentando progressivamente as forças transversais F , a seção η-η


passará por diversas situações.
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Funcionamento Estrutural

Conceitos

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Funcionamento Estrutural

Conceitos

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Funcionamento Estrutural

Conceitos

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Funcionamento Estrutural
Conceitos
O cálculo do equilı́brio é feito de modo semelhante nas 3 situações. O
momento externo é equilibrado por um binário resistente interno.
Portanto:
R
Ncc = resultante de compressão = σcd dA ≈ Acc · σc
onde Acc representa a área de concreto comprimida e σc a tensão de
compressão atuante no concreto.
Nst = resultante tracionada (concreto fissurado) : Nst = As · σs
onde As representa a área da armadura passiva tracionada e σs a tensão
de tração atuante nas barras de aço.
Como a peça está em equilı́brio:
P
Fx = 0 → Acc · σc = As · σs
P
M = 0 → Ncc · z = Nst · z = Mz , onde z é o braço de alavanca.
Portanto, o momento externo é dado por: Mz = Acc σc z = As σs z
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Funcionamento Estrutural
Conceitos

As expressões anteriores demonstram que a capacidade resistente da


viga depende da geometria e dos materiais aqui representados por σc
(concreto) e σs (aço).
Mantidas constantes as áreas Acc e Ast e o braço de alavanca z
(aproximação por raciocı́nio), conclui-se que a eficiência da viga
aumentará com σc e σs .
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Funcionamento Estrutural

Conceitos
Teoricamente a melhoria das resistências dos materiais concreto e aço
implicaria em elevados valores de Mz . Como Mz = Mz (F ) a viga
apresentaria grande capacidade para as ações externas F aplicadas.
Na engenharia o funcionamento real das seções resistentes determina
que as tensões sejam mobilizadas quando os materiais se deformam
(translações e rotações das seções transversais planas). Sendo assim,
é necessário observar os diagramas tensão-deformação dos
materiais concreto e aço.
No concreto a melhoria da qualidade (e da resistência) não implica
aumento de deformações. A resistência caracterı́stica será atingida,
independentemente de seu valor, sempre que a deformação εc atingir
0,2 %, mantendo-se constante até 0,35 %.

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Funcionamento Estrutural

Conceitos

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Funcionamento Estrutural

Conceitos
O aço apresenta um
comportamento linear para
tensões menores do que a de
escoamento, qualquer que seja
a qualidade do material.
Portanto, a mobilização de
altas tensões somente será
possı́vel com deformações
linearmente correspondentes.
A mobilização do escoamento
do CP 210 em relação ao
CA-50 exigirá uma deformação
3,97 vezes maior.

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Funcionamento Estrutural

Conceitos
Nas seções de concreto com
armadura aderida e mobilização
passiva do aço, a deformação
da seção transversal exigirá a
fissuração do concreto no
entorno do aço tracionado.
O controle das fissuras em
serviço vai definir o limite
máximo de deformação do aço.

Portanto, o controle da fissuração, ou seja, do amior valor de εs (ou


da tensão σs ) é o que vai determinar a categoria do aço a ser
utilizado passivamente nas seções de concreto armado.

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Controle da Fissuração
Conceitos
Segundo a NBR 6118 é possı́vel controlar a fissuração através da
limitação da abertura estimada wk das fissuras. O valor caracterı́stico
da abertura das fissuras wk , determinado na região de envolvimento
das armaduras, é o menor entre os obtidos pelas expressões:
 
φi σsi 3 σsi φi σsi 4
wk = 12,5·η1
· ·
Esi fctm ou w k = ·
12,5·η1 Esi ρri + 45
φi é o diâmetro da barra da armadura passiva;
η1 é o coeficiente de conformação superficial (1,0 para barras lisas e
2,25 para nervuradas);
σsi tensão de tração na armadura, calculada no estádio 2;
Esi módulo de elasticidade do aço;
ρri é a taxa de armadura passiva, ou ativa aderente, em relação a
área englobada pela influência da armadura Acri ;
fctm resistência média à tração.
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Controle da Fissuração

Conceitos

Observação: cada barra tem uma área de influência (envolvimento)


que atinge uma extensão de 7, 5 φi a partir de seu centro.

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Controle da Fissuração

Conceitos
Na viga abaixo, armada com 6φ20 mm de aço CA-50, qual é o valor
limite de σsi para wk = 0, 2 mm.

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Controle da Fissuração
Conceitos
Dados: φi = 20 mm, η1 = 2, 25, Esi = 210 GPa.
π · 22
Área da armadura passiva As = 6 · Aφ = 6 · → As = 18, 8 cm2
4
Área de influência da armadura passiva
Acri = 21 · (7 + 7, 5 · 2) → Acri = 462 cm2
As 18, 8
Taxa da armadura passiva ρri = = → ρri = 0, 0409
Acri 462
Como não foi informado
  de concreto só é possı́vel usara 2ª equação.
o tipo 
φi σsi 4 20 σsi 4
wk = 12,5·η1 · Esi ρri + 45 → 0, 2 = 12,5·2,25 · 210.000 0,0409 + 45
σsi = 413, 6 MPa
A fissuração impede a utilização de tensões no aço superiores à
σsi = 413, 6 MPa. Isso significa a utilização do CA-50, uma vez que
fyd = 435 MPa, próximo ao valor limite calculado.
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1 Introdução

2 Propriedade dos Materiais

3 Vigas de Concreto com Aços Especiais

4 Concreto Protendido

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos
Para resolver o problema da fissuração surgiu o concreto protendido.
Nele a armadura é previamente tensionada provocando uma
compressão no concreto.
A protensão, em geral, será imposta às regiões onde a fissuração
ocorre com mais frequência, ou seja, as regiões tracionadas.
O aparecimento de tensões passivas na região de envolvimento só
acontecerá após a descompressão da seção, quando da entrada das
cargas de serviço/utilização da estrutura.

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos
A deformação final da armadura ativa εp será a soma de duas
deformações: ∆εpi na protensão e ∆εp no funcionamento passivo
(limitado pela fissuração das armaduras fora das bainhas), ou pela
própria armadura ativa aderente.

εp = ∆εpi + ∆εp
A tensão final σp = σp (εp ), neste modelo de funcionamento, atingirá
os valores desejados na utilização da peça protendida, justificando o
bom uso dos aços especiais de alta resistência.

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

A mobilização das altas tensões σp decorrentes das deformações ∆εpi


(pré-alongamento) e ∆εp do funcionamento ”passivo” da armadura
protendida está demonstrada nas próximas ilustrações:

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

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Aspectos do Concreto Protendido
Conceitos
O elemento mais importante do concreto protendido é a força de
protensão que é o resultado do pré-alongamento da armadura ativa.
A protensão representa um sistema construtivo no qual o aço é
tensionado dentre de limites, com o máximo aproveitamento da
resistência do material, observando a segurança operacional do
processo.
A NBR 6118 recomenda para a tensão σpi da armadura de protensão
na saı́da do aparelho tensor (macaco) que não sejam ultrapassados os
seguintes valores:
* Pré-Tração
a) σpi = 0, 77 fptk e 0, 90 fpyk para aços RN;
b) σpi = 0, 77 fptk e 0, 85 fpyk para aços RB;
* Pós-Tração
a) σpi = 0, 74 fptk e 0, 87 fpyk para aços RN;
b) σpi = 0, 74 fptk e 0, 82 fpyk para aços RB;

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos
Exemplo: Calcule o valor da força de protensão para uma cordoalha
φ = 15, 2 mm de aço CP 190 RB, na pós-tração.

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos
Exemplo: Calcule o valor da força de protensão para uma cordoalha
φ = 15, 2 mm de aço CP 190 RB, na pós-tração.

Para o aço CP190RB, tem-se que: fptk = 1900 MPa e fpyk = 1710 MPa.
Então verificam-se:
σpi = 0, 74 · 1900 → σpi = 1406 MPa.
σpi = 0, 82 · 1710 → σpi = 1402 MPa (adotado).
Para calcular a força na cordoalha basta aplicar a definição de tensão:
Pi 1402
σi = → Pi = σi · Aφ = kN/cm2 · 1, 434 cm2
Aφ 10
Portanto, Pi = 201 kN.

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Efeitos da Força de Protensão
Conceitos
A protensão pode ser entendida como uma força normal externa que
comprime as seções de concreto. Nas seções não fissuradas os efeitos
são equivalentes aos de uma flexão composta normal, na maioria
das vezes com uma única excentricidade.

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
As tensões normais da protensão na fibra genérica y são dadas por:
Np Np · ep · y
σcy, Np = + , onde y = distância em relação ao C.G.
Ac Ic
As tensões máximas ocorrem nas fibras extremas superior e inferior da
seção transversal.
 
Np Np · ep
Fibra superior (tração): σc, sup Np = +
Ac Wc, sup
 
Np Np · ep
Fibra inferior (compressão): σc, inf Np = +
Ac Wc, inf

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Efeitos da Força de Protensão
Conceitos
Em função da posição de Np , comandada pela excentricidade,
podemos ter dois tipos de protensão:
* Protensão centrada: ep = 0
Com a força de protensão aplicada no C.G. da seção transversal tem-se
Np
uma situação de compressão uniforme σc, Np = .
Ac
* Protensão excentrica: ep 6= 0
Com a força de protensão excêntrica ep variando dentro da seção
transversal, a situação será de flexão composta normal com tensões
máximas (+ e -) nas fibras extremas superior e inferior.
A escolha da posição da protensão deve ser conduzida caso a caso em
função dos carregamentos do projeto.
As tensões limites a serem observadas pela protensão, isoladamente
ou em conjunto com outras solicitações, serão definidas de acordo
com os critérios especificados na NBR 6118 para os três casos de
protensão: completa, limitada e parcial.
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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Exemplo: Considerando a viga detalhada abaixo, de concreto com
fck = 40 MPa, submetida aos carregamentos de ação permanente
g = 15 kN/m e outra variável q = 12 kN/m, dimensione o valor da
força de protensão, com cabo reto, considerando as seguintes
condições:
1) protensão centrada (ep = 0)
2) protensão excêntrica (ep = 0, 3 m constante)

Adote como premissas de projeto de que: a) não são permitidas


tensões de tração e b) compressão máxima no concreto deve ser de
0, 6 · fck .
Dados da seção transversal: Ac = 0, 16 m2 ; Ic = 0, 00551 m4 ;
Wc, sup = 0, 02319 m3 e Wc, inf = 0, 01520 m3 .

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
De forma a simplificar a resolução não serão considerados os coeficientes
de combinações de cargas estabelecidos pela NBR 6118.
Como a viga é bi-apoiada os momentos fletores máximos ocorrem no meio
do vão:
g · l2
Mg, max = = 15 · 82 /8 = 120 kN.m
8
q · l2
Mq, max = = 12 · 82 /8 = 96 kN.m
8

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão centrada, ep = 0

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão centrada, ep = 0
Tensões normais na seção central:
120
Devido g: σc, inf = = 7894, 7 kPa (tração)
0, 0152
120
σc, sup = = 5194, 8 kPa (compressão)
0, 0231
96
Devido q: σc, inf = = 6315, 8 kPa (tração)
0, 0152
96
σc, sup = = 4155, 8 kPa (compressão)
0, 0231
Np
Devido Np : σc = (compressão) em toda viga
0, 16
Convenção: tração positivo (+) e compressão negativo (-)

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos

Verificando a condição a) (tração nula)


Np
+ 7894, 7 + 6315, 8 = 0 → Np = −2273, 7 kN (compressão) Ok!
0, 16
Verificando a condição b) (0, 6 · fck = 0, 6 · 40000 = 24000 kPa)
2273, 7
σc, sup = − − 5194, 8 − 4155, 8 = −23561, 2 kPa
0, 16
| − 23561, 2| kPa < 24000 kPa Ok! Caso contrário, o que fazer?

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão centrada, ep = 0
Tensões normais na seção do apoio:
0
Devido g: σc, inf = =0
0, 0152
0
σc, sup = =0
0, 0231
0
Devido q: σc, inf = =0
0, 0152
0
σc, sup = =0
0, 0231
2273, 7
Devido Np : σc = = 14210, 6 (compressão)
0, 16
Verificando a condição b)
| − 14210, 6| kPa < 24000 kPa Ok! Caso contrário, o que fazer?
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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão excêntrica, ep = 0, 3 m

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Efeitos da Força de Protensão
Conceitos
Protensão excêntrica, ep = 0, 3 m
Tensões normais na seção central:
120
Devido g: σc, inf = = 7894, 7 kPa
0, 0152
120
σc, sup = − = −5194, 8 kPa
0, 0231
96
Devido q: σc, inf = = 6315, 8 kPa
0, 0152
96
σc, sup = − = −4155, 8 kPa
0, 0231
Np 0, 3 · Np
Devido Np : σc, inf = − − (em toda viga)
0, 16 0, 0152
Np 0, 3 · Np
σc, sup = − + (em toda viga)
0, 16 0, 0231

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos

Verificando a condição a)
Np 0, 3 · Np
+ + 7894, 7 + 6315, 8 = 0 → Np = −546, 8 kN Ok!
0, 16 0, 0152
Verificando a condição b)
546, 8 0, 3 · 546, 8
σc, sup = − + − 5194, 8 − 4155, 8 = −5636 kPa
0, 16 0, 023
| − 5636| kPa < 24000 kPa Ok! Caso contrário, o que fazer?

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão excêntrica, ep = 0, 3 m
Tensões normais na seção do apoio:
0
Devido g: σc, inf = =0
0, 0152
0
σc, sup = =0
0, 0231
0
Devido q: σc, inf = =0
0, 0152
0
σc, sup = =0
0, 0231
546, 8 0, 3 · 546, 8
Devido Np : σc, inf = − − = −14209, 6 kPa
0, 16 0, 0152
546, 8 0, 3 · 546, 8
σc, sup = − + = 3683, 8 kPa
0, 16 0, 0231
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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos
Protensão excêntrica, ep = 0, 3 m
Verificando a condição a)
σc, sup = 3683, 8 kPa. Tração > 0, Não Ok!
Pode ocasionar fissuras imprevistas.
Verificando a condição b)
σc, inf = −14209, 6 kPa
| − 14209, 6| kPa < 24000 kPa Ok!

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Efeitos da Força de Protensão

Conceitos

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

Figure: Viga bi-apoiada com pós-tração.

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

Figure: Viga em balanço com pós-tração.

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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

Figure: Viga contı́nua com pós-tração.

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Aspectos do Concreto Protendido
Conceitos

Figure: Pórtico em balanço com pós-tração.


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Aspectos do Concreto Protendido

Conceitos

Figure: Viga bi-apoiada com pré-tração.

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