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HISTÓRIA DA ARTE

Dulce América de Souza


Introdução ao
conceito de arte
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever a construção do conceito de arte.


 Reconhecer as diferenças entre belas artes e artes aplicadas.
 Definir a constituição da história da arte enquanto área do saber.

Introdução
Ao longo de toda a história, o homem produziu artefatos que auxiliaram
em seu trabalho e o ajudaram a vencer as limitações físicas apresentadas
pela natureza. Para dominar e aperfeiçoar o meio natural, o ser humano
produziu um número imenso de utensílios, ferramentas e artefatos. Estu-
dar essa produção torna possível a compreensão do processo civilizatório
ocorrido desde que o homem habitou a Terra. O ser humano também
produziu coisas que, embora não possuam uma utilidade imediata, sem-
pre estiveram presentes em sua vida e revelam a história da humanidade.
Esta produção — que permite que tenhamos conhecimento da visão do
ser humano frente ao mundo que o cerca: seu momento histórico, seus
desejos e a expressão de seus sentimentos — se refere às denominadas
“obras de arte”.
Neste capítulo, você estudará a construção do conceito de arte, de-
lineando as implicações culturais que o envolvem. A história da arte se
desenvolve nos limites daquilo que os autores consideram “conceito
restrito” de arte, pois contempla a produção realizada por artistas e le-
gitimada por instituições, teoria e crítica. As definições de belas artes e
artes aplicadas contribuem para a compreensão do fenômeno artístico e
sua conceituação, à luz de algumas bibliografias referenciais. Assim, você
compreenderá a relevância da história da arte para entender os fenôme-
nos que sustentam a diversidade da produção artística, com apoio dos
conhecimentos advindos da estética, da crítica de arte e da museologia.
2 Introdução ao conceito de arte

Construção do conceito de arte


Se buscarmos uma resposta objetiva e definitiva para o conceito de arte, nos
frustraremos, pois as definições podem ser divergentes e até contraditórias.
Inúmeros tratados de estética debruçaram-se sobre esse problema, buscando
situá-lo, com o intuito de definir o conceito. Ainda que sem definir claramente
o conceito de arte, identificamos algumas produções da cultura na qual estamos
inseridos como “arte”. O emprego do termo “cultura” é utilizado como um
conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e dos
demais valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente, caracterís-
ticos de uma sociedade (COLI, 2002).
Há um consenso sobre o nosso comportamento em relação à ideia de arte,
pois nossa atitude diante dela é de admiração.

É possível dizer, então, que arte são certas manifestações da atividade hu-
mana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura
possui uma noção que denomina solidamente algumas de suas atividades e
as privilegia (COLI, 2002, p. 8).

No entanto, nossa tranquilidade se desfaz quando nos deparamos com


objetos artísticos que não se conformam exclusivamente à apreciação admira-
tiva. Percebemos que, à noção sólida e privilegiada, o conceito de arte agrega
também limites imprecisos.
Exemplificamos a pluralidade do conceito de arte com dois ícones da arte
ocidental, ilustrados pela Figura 1. Não há dúvidas que a escultura Davi, de
Michelangelo, é uma obra de arte. Entretanto, quando nos deparamos com um
mictório de louça — absolutamente idêntico a todos os mictórios masculinos
do mundo inteiro — conservado no acervo de um consagrado museu, assinado
por R. Mutt e datado de 1971, nos sentimos automaticamente incomodados
em atribuir a esse objeto o mesmo status conferido a Davi, uma vez que esse
mictório não corresponde exatamente à ideia que temos de “arte”. Trata-se
da Fonte (1917), obra de Marcel Duchamp, um importante artista do século
XX, e sim, é arte. Investigando a construção do conceito ocidental de arte,
conseguiremos compreender o fenômeno representado pela Fonte e o status
de arte a ela concedido.
Introdução ao conceito de arte 3

Figura 1. Pluralidade da arte: Davi e Fonte.


Fonte: a) Gurb101088/Shutterstock.com; b) Fontaine-Duchamp (2008).

Os aspectos em comum de produções tão distintas — como uma pintura


renascentista, uma catedral gótica ou um poema de Homero, por exemplo —
adquirem um conceito geral de arte no mundo Ocidental a partir do século
XVIII. É incontestável que, antes disso, a palavra “arte” já era utilizada para
designar habilidades especiais de algumas realizações: pintura, escultura,
música, teatro, etc (EAGLETON, 2005). Esse conceito geral de arte está
associado à noção do “belo” no Ocidente, decorrente dos conhecimentos da
estética, um ramo da filosofia.
Para Deleuse e Guattari (2010, p. 10): “A filosofia é a arte de formar,
de inventar, de construir conceitos”. Os conceitos têm a necessidade de ter
personagens conceituais que contribuam para a sua definição — os perso-
nagens ou os “objetos” da filosofia são, em grande parte, a arte, o artista e a
criação artística, seja esta de qualquer categoria: música, teatro, artes plásticas,
literatura. Sob esse aspecto, a filosofia da arte pode ser entendida como um
ramo da estética, uma vez que a atividade artística promove a emergência do
belo. A estética tem como objeto todas as poéticas, sejam elas de uma arte
compromissada ou não, realista ou idealista, naturalista ou lírica, figurativa
ou abstrata, douta ou popular.
4 Introdução ao conceito de arte

A função da arte modificou-se ao longo da história humana desde a sua


origem. O homem adequou à arte as mudanças ocorridas na sociedade, nos seus
costumes, na sua religiosidade, na sua forma de fazer política, de conceber a
ética. Na busca humana de fazer de seu espaço algo significativo, a arte sempre
teve, desde o início da humanidade, um papel essencial na compreensão do
universo, na relação dialética com a realidade, com os fenômenos e com a
sua imaginação lúdica. O homem sempre teve necessidade da arte, visto que
ela está extremamente ligada à sua humanidade. A arte está completamente
impregnada do universo humano (FISCHER, 2002).
Durante muito tempo, a validade da arte estava centrada na sua função na
sociedade, ou seja, a obra de arte só tinha validade mediante a função que ela
desempenhava dentro da sociedade. A arte emerge da vida e, por isso, vem
carregada de funcionalidade, porém esta não afeta em nada sua suficiência,
ou seja, sua autonomia. Fischer (2002) defende que a arte quer ser contem-
plada por leis que lhe são próprias, sem abdicar da totalidade dos seus valores
espirituais, sociais e éticos, de forma que toda a plenitude de significado e
de funções que a obra irradia advém, na verdade, da sua própria realidade
de arte. Assim, a obra não adquire validade pela função, e sim possui uma
função justamente por ser suficiente.
Quando enfocamos, por exemplo, a arte clássica, observamos que ela era
uma produção de arte que não era entendida em primeiro plano como arte,
“[...] mas como formas que se encontravam no meio religioso ou também no
mundano, como decoração do próprio mundo em seus atos de destaque: o
culto, a representação dos soberanos e outros” (GADAMER, 1985, p. 27).
O responsável pela independência do fato estético, frente à finalidade
utilitária da arte, foi o filósofo alemão Immanuel Kant (séc. XVIII), que o fez
a partir de sua expressão agradar desinteressado, ou seja, a arte deveria ter
validade e, entretanto, não ser incluída em objetivos puramente finalistas. As-
sim, a arte tem validade e funcionalidade dentro da sociedade porque ela é um
produto humano, gerado da vida, que emerge da vida, trazendo em si todos os
âmbitos da vida humana, podendo, portanto, ser significativa a cada um deles.
Gadamer (1985, p. 28) assim define o termo agradar desinteressado de Kant:
“Sem qualquer fim objetivo, sem qualquer expectativa de utilitarismo, o belo
preenche-se numa espécie de auto definição e respira na auto representação”.
Circundando a definição do conceito de arte, nos deparamos com a ne-
cessidade de fornecer uma resposta objetiva e clara para a pergunta: “O que
é arte?”. Embora não haja uma definição exata, objetiva e cientificamente
comprovada, o termo “arte” remete a dois conceitos básicos, segundo Ferreira
(2014, documento on-line):
Introdução ao conceito de arte 5

[...] um mais restrito, pois trata da arte como ‘obra de arte’, circunscrita na
história da arte, feita por artistas e na maioria das vezes localizada em insti-
tuições artísticas; o outro é mais amplo, pois concebe a arte como o conjunto
de atos criadores ou inovadores presentes em qualquer cultura humana.

O conceito mais restrito surge em um contexto histórico-cultural delimitado


espacial e temporalmente, e é a partir dele que a história da arte se desenvolve,
uma vez que é balizada pelo contexto teórico e institucional legitimador, como,
por exemplo, museus, teatros e galerias de arte.
Ao conceito amplo, podemos associar a noção de “arte” como um adjetivo:
a arte da gastronomia, a arte da perfumaria, a arte da joalheria, por exemplo.
Muito mais do que um conceito, trata-se de uma concepção cotidiana que
se refere a contextos eruditos ou populares que não pertencem ao “mudo da
arte” (FERREIRA, 2014).
Há algumas possibilidades específicas do objeto artístico que permitem
classificar o conceito de arte. As chamadas definições estéticas destacam
como condição necessária a intenção de provocar experiências estéticas; as
definições institucionalistas se referem ao caráter condicional da legitimação
da obra pelas instâncias da teoria e da crítica da arte, cumprindo certas regras
e procedimentos; e as definições históricas identificam a relação das produ-
ções artísticas com uma determinada tradição histórica (ALMEIDA, 2014).
Arthur Danto (1924–2013), filósofo e crítico de arte norte-americano, é um
importante interlocutor sobre o conceito restrito de arte, e sua teoria se funda
na construção de uma definição de arte histórica e socialmente relacionada
com o mundo da arte. Danto (2010) não afirma que algo pode ser considerado
arte apenas pela afirmação do artista e pela legitimação por parte dos críticos
e curadores. O autor pressupõe que objetos ou eventos podem ser reconhecidas
como obras de arte por conter determinadas características que as coisas banais
não possuem. Em seus estudos, investiga quais são essas características e
como é possível fundamentar uma teoria que abranja todas as obras de arte,
de modo a diferenciá-las dos objetos comuns.
Corroborando com a teoria de Danto (2006), Mammi (2012) reconhece que
o conceito moderno de arte surge no Renascimento, porém seu significado
(da arte) tem a ver com algo atemporal e inesgotável. O autor concorda com a
perspectiva dantiana (relativa ao pensamento de Danto) de que tudo pode, em
um primeiro momento, ser arte. Não porque é legitimado pelo mundo da arte,
mas sim quando passa a desempenhar um papel fundamental na totalidade
da cultura: a possibilidade de gerar novas experiências significativas. Temos,
então, a visão atemporal e eminentemente significativa, ou produtora de
significados da arte, na qual o que conta é a atualização do que ela é a cada
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momento, mesmo provindo de um passado distante. É a sua capacidade de


inaugurar novos campos de experiência. Seu significado pertence ao agora.
Conforme defende Mammi (2012, p. 9):

Talvez seja próprio da obra de arte não pertencer a nenhum tempo específico
– ou talvez a todos, mas sempre como se proviesse de outro tempo, passado
ou futuro. Quem sabe um dia outra civilização, ou uma outra fase desta,
desvelará a valência artística de uma luta de Ali, ou de um número de dança
de Astaire. Uma obra de arte é um objeto que sobrevive à vida e à intenção
que a gerou, e a todos os discursos produzidos sobre ela. Nesse sentido, “o
que resta” é, simplesmente, sinônimo de “arte”.

A partir das vanguardas artísticas do século XX, a construção dos concei-


tos de arte se tornou complexa, volátil e subjetiva, inviabilizando definições
abrangentes o suficiente para dar conta de abarcar todas as experiências ou
linguagens da arte. A crítica e a teoria da arte estabeleceram parâmetros ex-
ternos (não mais relacionados apenas com a virtuosidade ou o domínio técnico
do artista, ou do conteúdo da obra) que pudessem definir o fato artístico, como:
o discurso que sustenta a obra, a consagração institucional e a resposta dos
especialistas e do público, por exemplo (ECO, 2004).
Uma possibilidade para contornar o dilema pode ser ancorada nos racio-
cínios de Wittgenstein (2000), que alega que compreender o conceito de arte
não é, necessariamente, ser capaz de defini-lo teoricamente. O importante é
saber usá-lo para reconhecer e elucidar obras de arte e para distinguir, diante
de novas experiências artísticas, aquilo que pode ser denominado arte ou
não. O autor sugere que essa definição se baseia na reflexão sobre a rede de
similitudes compartilhadas que identificam o pertencimento a uma mesma
família, que é a arte.

Belas artes e artes aplicadas


Em estreita relação com a cultura popular, as artes aplicadas (em alguns
autores encontraremos o termo artes decorativas) estiveram presentes em
todos os períodos históricos, em alguns momentos, inclusive, com status
semelhante às demais categorias de arte. Podemos exemplificar com o caso
da cerâmica grega ou da laca chinesa (Figura 2). Nesse caso, estamos falando
de culturas milenares que produziam seus utensílios do cotidiano artesanal
e artisticamente, perpetuando tradições dos seus antepassados, ou mesmo
inovando na utilização de materiais, técnicas e iconografia.
Introdução ao conceito de arte 7

Figura 2. Laca chinesa da Dinastia Ming (séc. XVI) e ânfora grega (500–450 a.C.).
Fonte: a) [Perlmuttlack], (2008); b) Kamira/Shutterstock.com.

As artes aplicadas se referem a modalidades de produção artística orientadas


para a vida cotidiana por meio da criação de objetos (peças, utensílios) úteis
ao homem. O termo artes aplicadas se refere a alguns setores da arquitetura,
do design, das artes gráficas, do mobiliário, entre outros, e traz oposição em
relação às belas artes. A instituição das academias de arte, cujos primeiros
registros datam do século XVI, foram decisivas para a mudança de status do
artista. A substituição da autoria — por meio figura do artista criador — pelo
trabalho realizado pelos artesãos de guildas e corporações medievais fez
surgir a ideia do artista como um estudioso teórico e intelectual. Recebendo
formação especializada nas academias, o artista se afasta do mero “fazer
técnico” e passa a representar as belas artes. Esse processo pode ser perso-
nificado por Michelangelo Buonarroti (1475–1564) (ARTES APLICADAS,
2017; GOMBRICH, 1999).
O termo belas artes passa a ser o sinônimo de arte acadêmica, esta-
belecendo a distinção entre arte e artesanato, artistas e mestres de ofício
(ou artesãos). Ao longo da história da arte, é possível verificar períodos ou
movimentos em que ocorrem afastamentos e aproximações entre as belas
artes e as artes aplicadas. Curiosamente, na arte moderna, podemos presenciar
os dois fenômenos simultaneamente: no primeiro deles, temos a figura do
artista como o principal crítico à industrialização em curso — que lançava
o artesanato numa crise inédita na história —, posicionando-se como um
intelectual arredio à produção industrial. Paralelamente, temos o surgimento
de movimentos que se apropriam da mesma produção industrial (p. ex.,
Deutscher Werkbund e Bauhaus), defendendo a ruptura da distinção entre
artista e artesão (ARGAN, 1998).
8 Introdução ao conceito de arte

A definição de belas artes foi incorporada ao vocabulário da crítica e da


história da arte no século XVIII, para denominar as tradições e regras aca-
dêmicas europeias, instituídas pela obra Les Beaux-Arts Réduits à un Même
Principe (As belas-artes reduzidas a um mesmo princípio), publicada em
1746, de autoria de Charles Batteaux (1713–1780). Logo, essas regras foram
normatizadas e detalhadas pela École des Beaux Arts (Escola de Belas Artes)
de Paris (BEAUX-ARTS, 2017). O conceito original de beaux arts (belas artes)
foi aplicado às consideradas “artes superiores”, de caráter não utilitário,
opostas às artes aplicadas e decorativas.
Segundo Werle (2009), na obra de Batteaux, a “imitação da beleza natural”
é considerada o princípio comum e definidor de poesia, pintura, música e
dança, consideradas pelo autor como belas artes. Essas categorias merecem a
distinção daquelas que combinam beleza e utilidade, como a arquitetura, por
exemplo, que, posteriormente, foi incluída entre as belas artes na enciclopédia
de Diderot (1751–1752). Segundo Werle (2009, p. 168), “[...] reduzir as artes a
um mesmo princípio implica simplificar as regras, tendendo-se à conveniência
do mais fácil ou do mais simples, uma vez que o modelo a ser imitado por
todas as artes é sempre o mesmo, ou seja, a natureza, em si, bela, boa e útil”.
Gombrich (1999) destaca que, embora a noção de beaux-arts remeta ao
século XVIII, já havia distinção entre “artes maiores” e “artes menores” na
Antiguidade Clássica, que separava as artes liberais, aquelas relacionadas
às atividades mentais, das “artes mecânicas”, que se referiam aos trabalhos
práticos e manuais. Também os gregos caracterizaram separações entre as
“artes superiores”, que são associadas aos sentidos considerados superiores,
como a visão e a audição, das “artes menores”, geralmente associadas aos
ofícios e ao artesanato.
No Renascimento, o pintor, arquiteto e teórico da arte Giorgio Vasari
estabeleceu distinções relacionadas às capacidades intelectuais específicas
dos artistas, sendo a atividade eminentemente artística definida como fruto
do trabalho reflexivo individual, que confere superioridade ao seu criador. A
essa definição liga-se o estabelecimento das “grandes artes”, todas aquelas
baseadas no disegno: pintura, escultura e arquitetura. As outras artes são,
então, consideradas inferiores, associadas ao artesanato (GOMBRICH, 1999).
Quando houve a distinção das artes maiores ou menores (séc. XVIII) a
partir de suas finalidades, designou-se que as artes aplicadas têm como fim
aquilo que é útil ao homem e às belas artes, sendo aquelas cuja finalidade é
o belo. “Com a ideia de beleza surgem as sete artes ou as belas-artes, modo
pelo qual nos acostumamos a entender a arte” (CHAUI, 2000, p. 406). O
Introdução ao conceito de arte 9

Manifesto das Sete Artes foi publicado em 1923, escrito pelo pesquisador
italiano Ricciotto Canudo, onde foi mencionado, pela primeira vez, o termo
“sétima arte” para se referir ao cinema.

Para Canudo, a obra cinematográfica era constituída por elementos das outras
expressões, como o som, da música; o movimento, da dança; a cor, da pintura;
o volume, da escultura; o cenário, da arquitetura; a representação, do teatro;
a palavra, da poesia. Enfim, uma síntese de outras artes; uma arte híbrida
(COVALESKI, 2012, p. 93).

Atualmente, as sete artes são as seguintes:

1. Música (som).
2. Artes cênicas (Teatro/Dança/Coreografia — movimento).
3. Pintura (cor).
4. Escultura (volume).
5. Arquitetura (espaço).
6. Literatura (palavra).
7. Cinema (audiovisual — contém artes anteriores, como a música para
trilha sonora, artes cênicas para dublagem, captura de movimentos,
pintura, escultura e arquitetura para o design e literatura, para roteiros)
(COVALESKI, 2012; CHAUI, 2000).

Posteriormente, outras categorias passaram a integrar a lista das belas artes:

8. Fotografia (imagem).
9. História em quadrinhos (cor, palavra, imagem).
10. Videogames (integra os elementos de outras artes).
11. Arte digital (integra artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e
programação).

Percebemos que, com exceção à fotografia, as demais categorias acrescidas


à lista representam o que chamamos de linguagem híbrida. Sobre o conceito
de hibridismo em arte, Santaella (2003, p. 135) destaca que:

Há muitas artes que são híbridas pela própria natureza: teatro, ópera, perfor-
mance são as mais evidentes. Híbridas, neste contexto, significa linguagens
e meios que se misturam, compondo um todo mesclado e interconectado de
sistemas de signos que se juntam para formar uma sintaxe integrada. Nesse
10 Introdução ao conceito de arte

território, processos de intersemiose tiveram início nas vanguardas estéticas


do começo do século XX. Desde então, esses procedimentos foram gradati-
vamente se acentuando até atingir níveis tão intricados a ponto de pulverizar
e colocar em questão o próprio conceito de artes plásticas.

As artes aplicadas ganham evidência em um cenário relativamente mais


recente, a exemplo do movimento Arts & Crafts, surgido na Inglaterra no fim
do século XIX. Seu principal teórico foi John Ruskin (1819–1900), e o expoente
artístico, Willim Morris (1834–1896). O movimento se inclina às reformas
sociais e reafirma a importância do trabalho artesanal diante da mecanização
decorrente da Revolução Industrial. Morris defendia que, ao conceito de belas
artes, deveria se associar o fazer artesanal, em que o artesão criava e produzia
a obra de forma colaborativa com outros artesãos. O Arts & Crafts dedica-se
à criação das artes manuais em plena era industrial, produzindo móveis e
padronagens exclusivas para têxteis e papéis de parede, comercializados até
os dias atuais, como ilustra a Figura 3 (ARGAN, 1998).

Figura 3. Padronagem têxtil de William Morris.


Fonte: Young In/Shutterstock.com.
Introdução ao conceito de arte 11

Na esteira do movimento Arts & Crafts, o Art Nouveau emerge na Europa,


atenuando a fronteira entre arte e artesanato por meio da valorização dos
ofícios e trabalhos manuais. Os dois movimentos possuem filosofias distintas;
enquanto o primeiro tende a resistir à produção industrial, o Art Nouveau
apropria-se dos novos materiais do mundo moderno — como o ferro e o
vidro — e da racionalidade das ciências e da engenharia. Entretanto, os dois
movimentos mantêm em comum o desenho inspirado nas formas da natureza,
no qual a fauna e a flora são iconografias recorrentes. Argan (1998) destaca
que o interesse do movimento pautava-se na integração da arte, da lógica
industrial e da sociedade de massas. Visando a revalorizar a beleza (supos-
tamente perdida pela produção industrial em série) e dispô-la ao alcance do
público, a articulação estreita entre arte e indústria, função e forma, utilidade
e ornamento, passa a ser o objetivo dos artistas do Art Nouveau. A Figura 4
apresenta obras ícones do estilo: uma das entradas das estações de metrô de
Paris (realizada pelo arquiteto Hector Guimard) e uma luminária de Louis
Comfort Tiffany.

Figura 4. Ícones do Art Nouveau.


Fonte: a) Nikonaft/Shutterstock.com.; b) Tiffany Studios (2010).

Fundada na Alemanha por Walter Gropius, em 1919, a Bauhaus agregou


de forma definitiva arte, artesanato e indústria. Ao ideal defendido do artista-
-artesão soma-se a defesa da complementaridade das diferentes categorias
artísticas sob a coordenação da arquitetura e do design, reintegrando a ideia
das artes e dos ofícios medievais. Essas fortes conexões entre arte e indús-
tria consolidam as marcas características do que conhecemos como “estilo
Bauhaus”: objetos e mobiliário concebidos como arte, para serem produzidos
12 Introdução ao conceito de arte

em série, utilizando materiais advindos da produção industrial (em particular


o aço), conforme a cadeira de Mies van der Rohe (1886–1969), a “MR 20”,
criada em 1927, ilustrada na Figura 5 (ARGAN, 1998).

Figura 5. Cadeira MR 20.


Fonte: Thomas Hernandez/Shutterstock.com.

O Modernismo de 1922, no Brasil, concedeu lugar para às artes aplicadas


representadas por tapeçarias, móveis e objetos, com destaque para o móvel
brasileiro que manteve a tradição artística durante todo o século XX, com a
criação de cooperativas e empresas voltadas ao seguimento de móvel-arte,
como a Unilabor e a Hobjeto Móveis (ARTES APLICADAS, 2017).
No século XXI, presenciamos debates nos quais a dicotomia entre as artes
aplicadas e as belas artes são consideradas distorções da conceituação dos
fenômenos artísticos. Entretanto, as categorias fixas de arte continuam sendo
legitimadas pelas instituições e os espaços discursivos, muito embora seus
limites estejam cada vez mais tênues. Nesse sentido, vale exercitar a reflexão,
a leitura e a pesquisa constantes para a valiosa fruição das artes.

História da arte enquanto área do saber


A história da arte, a crítica e a teoria da arte, os museus, teatros, cinemas de
arte, as revistas especializadas, as salas de concerto e a vasta literatura são
todos instrumentos que instauram a arte em nosso mundo. Eles selecionam
o objeto artístico, apresentando-o e tentando compreendê-lo. Sem esses ins-
Introdução ao conceito de arte 13

trumentos, a arte não existe — ao menos para nós —, pois, assim como esta,
esses instrumentos específicos são indissociáveis da nossa cultura.
Historiadores de arte argumentam que a fruição da arte não é imediata,
espontânea, um dom. “Ela pressupõe um esforço diante da cultura” (COLI,
2002, p. 115). Para podermos ser tocados pela arte, é necessário estabelecer
um conjunto de relações e referências que nos permita adentrar nas frequentes
transformações dos objetos, conceitos e discursos artísticos. A arte é polissê-
mica, ambígua, mutável e complexa, portanto, não podemos aprender regras
de apreciação para o fenômeno artístico.
Um tema recorrente é a questão do gosto. Quando nos julgamos livres
para gostar ou não gostar de um objeto artístico, na realidade, estamos sendo
conduzidos pelo conjunto de elementos que possuímos para manter relação
com a cultura que nos envolve.

Gostar ou não gostar não significa possuir uma sensibilidade inata ou ser
capaz de uma fruição espontânea – significa uma reação do complexo de
elementos culturais que estão dentro de nós diante do complexo cultural que
está fora de nós, isto é, a obra de arte (COLI, 2002, p. 117).

Ressaltamos que a obra de arte é constituída por elementos culturais in-


tensamente mais necessários do que os elementos materiais que a constituem
— embora os elementos constitutivos, ou o meio, sejam essenciais à arte. Os
meios materiais estão assentados em um pressuposto anterior: a transformação
da matéria em uma expressão cultural. Lembre-se, aqui, da Fonte de Duchamp,
uma manipulação exemplar para compreender que a arte não é o mictório,
mas o gesto que o colocou no museu.
A história da arte tem um papel importante, e até impactante, para o conhe-
cimento, não só relacionado à linguagem e à produção artística, mas ao mundo
que nos cerca. Ela nos conduz ao domínio da compreensão dos fundamentos
que sustentam a articulação da arte diante da diversidade da produção artística.
O campo do conhecimento da história da arte é perpassado por conjecturas
da estética, da crítica de arte e da museologia. Eles interferem nos conceitos
e nas abordagens metodológicas, principalmente a respeito das mudanças de
estatuto da obra de arte e dos conceitos pertinentes. A historiografia da arte
é apoiada pelo pensamento estético, tendo sido um conhecimento basilar aos
interessados e estudiosos da arte.
De forma sucinta, a historiografia estuda o trabalho do historiador de
arte, propondo uma visão crítica a respeito da produção historiográfica e
delineando metodologias baseadas na crítica produzida (EPPLE, 2006).
14 Introdução ao conceito de arte

O mundo da arte possui um componente reflexivo: artistas, teóricos, críticos


e historiadores desenvolvem pensamentos e conceitos sobre o objeto artístico.
Podemos aprender muito sobre uma obra, ou sobre um conjunto de produções
artísticas, a partir da análise desenvolvida pelos historiadores.
A escolha dos fatos ou a forma de reportá-los é o elemento definidor de
cada corrente historiográfica, estando sujeitas, então, a diferentes perspectivas,
motivações ou ideologias. A questão temporal também é significativa, como
destaca Marins (2016, p. 399):

Obviamente, a distância temporal do historiador até seu objeto de estudo


também nos oferece uma visão da possível corrente historiográfica adotada
e dos motivos para essa escolha. Apenas essa análise já nos poderia fornecer
valorosas informações, tanto sobre quem estuda quanto sobre o que estuda.

Toda produção da história da arte converge para a elucidação da história


da humanidade, desde os tempos mais remotos. Como fruto da relação entre
o homem e o mundo, a arte tem sido o instrumento pelo qual a humanidade
expressa suas necessidades, crenças, desejos e críticas. As representações
artísticas nos fornecem conhecimentos facilitadores para a compreensão da
história dos povos de cada período.
A História da Arte emerge de forma sistematizada no século XVIII, por
meio da obra História da arte da Antiguidade (1764), de Johann Joachim
Winckelmann (1717–1768), contemporânea ao surgimento dos museus e da
Estética (disciplina da filosofia). Afastando-se dos critérios normativos clás-
sicos, o autor introduz a autonomia na disciplina História da Arte (KERN,
2004). A partir de então, temos acesso a uma ampla produção bibliográfica
que analisa e explica de que forma o ser humano representa o seu meio social.
Enquanto área do saber, é possível conceder protagonismo ao aspecto social
da arte, pois, segundo Fischer (2002), a arte é originada de uma necessidade
coletiva. Neste processo de produção de significados coletivos, a arte somente
tem sentido quando sua representação for uma representação social. Nessa
concepção, Coli (2002, p. 90) complementa: “No passado, e ainda hoje, os
objetos artísticos possuíram funções sociais e econômicas que permitiram
sua constituição e seu desenvolvimento”.
Em meio a inúmeras tecnologias existentes no mundo contemporâneo, os
processos de transformação da sociedade são agenciados também pela arte, em
suas múltiplas manifestações. Fischer (2002) evidencia o papel da arte como
agente de transformações sociais, afirmando que é indispensável que o artista
Introdução ao conceito de arte 15

se aproprie da liberdade que lhe é concedida através da pulsão criadora para


mostrar que o mundo é passível de ser mudado. A função social do artista é
ajudar a mudar o mundo, e o historiador deve relatar essa possibilidade. O com-
promisso de “educar” a sociedade, é, portanto, de ambos: artista e historiador
podem contribuir para um desfrute e uma compreensão apropriada da arte.
A arte contemporânea estabelece rupturas às categorias fixas de arte (p.
ex., teatro, pintura, escultura), desencadeando mudanças que não se enqua-
dram nos critérios da historiografia tradicional: “[...] o historiador observa
a pluralidade, a fragmentação, a mudança de estatuto da obra e a função
assumida pelos artistas de reinterpretarem o passado” (KERN, 2004, p. 7).
As categorias da arte contemporânea — como happenings, performances e
instalações — vinculam-se a outras categorias artísticas, incorporando suas
linguagens e apresentando uma diversidade de propostas que inviabilizam
determinar exatamente seus contornos.

A obra do artista plástico contemporâneo, arquiteto e cineasta chinês Ai Weiwei (1957)


é intimamente ligada à condição humana, com fortes referências autobiográficas.
Weiwei é ativista dos direitos humanos, combate o sistema governamental do seu
país e repudia a opressão exercida pelos regimes ditatoriais em todo o mundo, ex-
pressando essas questões urgentes da sociedade em projetos arquitetônicos, textos,
documentários, clipes, músicas e instalações. A pluralidade de linguagens e o hibridismo
da arte contemporânea podem ser exemplificados pela obra do artista. Após visitar
com sua equipe 40 campos de refugiados em 23 países, Ai Weiwei desenvolveu
um documentário, séries fotográficas e a imensa instalação inflável “Lei da Jornada
(Protótipo B)”, que representa os barcos usados para a fuga de refugiados (Figura 6).

Figura 6. Lei da Jornada (Protótipo B), Ai Weiwei. OCA, Parque Ibirapuera, SP, 2018.
16 Introdução ao conceito de arte

Diante desse cenário, vivenciamos também as conexões das práticas ar-


tísticas com outros campos do saber e demais manifestações culturais que
acentuam os questionamentos da história da arte. Kern (2004) destaca que, na
atualidade, a história da arte tende a repensar o modelo científico de origem
romântica, na qual o sujeito era considerado o articulador e criador do sentido
social, mencionado por Fischer (2002), e postula:

Hoje, a importância reside no mundo social, no papel que a arte exerce neste
mundo, no estatuto da obra, nas suas funções e propriedades estéticas. Quan-
do necessário, o historiador descentraliza o sujeito e trabalha com atores
anônimos para diagnosticar melhor a função da arte frente aos fenômenos
coletivos, às estruturas mentais e ao imaginário de diferentes grupos sociais
(KERN, 2004, p. 7).

O historiador desloca o debate centrado exclusivamente no sujeito e analisa


os atores anônimos envolvidos, a fim de diagnosticar a atuação da arte frente
aos fenômenos coletivos, às estruturas mentais e ao imaginário dos diferentes
grupos sociais. A história da arte abandona o foco na história das obras, nas
formas e nos artistas e passa a abordar de uma forma abrangente a cultura
produzida e geradora de expressões e sentidos de mundo.
A história da arte concebe, na atualidade, que as dimensões dos sentidos
se originam nas esferas culturais; no entanto, deve enfrentar as mudanças de
paradigma ocorridas, repensando suas teorias e metodologias. A historio-
grafia contemporânea está em construção, e historiadores e filósofos da arte
se empenham em buscar soluções epistemológicas para a complexidade das
inquirições que a arte contemporânea apresenta. Esse processo dinâmico e
mutante vem sendo objeto de estudo, no sentido de iluminar o objeto artístico
inserido na complexa rede de relações por ele estabelecidas.

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