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FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO COM


HABILITAÇÃO EM MARKETING

Luciana Pereira de Souza

ADMINISTRAÇÃO DE SUPRIMENTOS DE
MATERIAIS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
HOSPITALAR: Um caso na cidade de Paulo
Afonso-BA

Paulo Afonso – BA
Junho / 2009
Luciana Pereira de Souza

ADMINISTRAÇÃO DE SUPRIMENTOS DE
MATERIAIS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
HOSPITALAR: Um caso na cidade de Paulo
Afonso-BA

Monografia apresentada ao curso


de Graduação da Faculdade Sete
de Setembro - FASETE, como
requisito para obtenção do título
de Bacharel em Administração
com Habilitação em Marketing,
sob a orientação da professora
Msc. Cynthia Marise dos Santos
Mattosinho.

Paulo Afonso – BA
Junho / 2009
Dedico esta monografia ao meu avô
materno, João Pereira Sobrinho, já
falecido, porém, jamais esquecido,
pelo exemplo de homem íntegro e
digno, onde me serviu de expiração
para toda a elaboração desta.
AGRADECIMENTOS

Durante esses quatro anos de vida acadêmica, muitas pessoas foram


importantes e bastante especiais em minha vida, além de vários momentos que vivi
que ficarão para sempre registrados em minha memória, esses bons e outros nem
tanto.
Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade dada em minha vida, pois
sem Ele nada seria possível. Ele me concedeu o privilégio de ter uma família
maravilhosa, capaz de me apoiar nas mais difíceis decisões que a vida nos propõe e
me incentivar sempre para que meus sonhos se tornassem realidade.
Painho, esse trabalho de conclusão também é dedicado a você, sem falar dos
agradecimentos que faço, pois com as bênçãos de Deus e com o trabalho concedido
por Ele, você me ajudou nessa formação, essa vitória é NOSSA. Mainha, não tenho
palavras para te agradecer, pois foram horas e horas escutando minhas
reclamações e pedidos de ajuda e opiniões sobre diversos trabalhos, sem falar nas
orações que eu sei que você sempre fez e faz todos os dias que eu saía de casa pra
ir a Faculdade.
Agradeço também ao meu irmão, Antônio Henrique, responsável por uma das
minhas maiores alegrias durante esses quatro anos de estudo juntamente com
minha cunhada Luciana, a chegada do bebê mais lindo do mundo, o meu querido e
amado tesourinho João Victor, pessoinha que deixa a titia doida de amor e
felicidade, capaz de modificar meus momentos de desânimo, e também agradeço
por ele ter me socorrido altas horas da noite, quando um bendito pen drive não abria
no meu computador e nele continha parte fundamental da minha monografia.
Uma pessoa bastante importante e significativa em minha vida também
merece ser citado, o meu noivo, Carlos Jatobá. Ele sempre esteve presente em
todos os dias do meu curso e sempre me apoiou nas horas que mais precisei, sem
falar nas ajudas que me deu na elaboração de inúmeros trabalhos. Ainda agradeço
pela paciência, que admito ter sido enorme, pois além das minhas TPM’s ainda
agüentou todo o meu estresse devido as minhas responsabilidades e compromissos
com os trabalhos da faculdade.
No decorrer dos anos também, vários colegas me fizeram companhia durante
todas as tardes, esses foram os meus colegas de classe, a eles agradeço os
momentos que passamos juntos e desejo muito sucesso a todos, aos que iniciaram
o curso mais por motivos superiores não concluíram e aos que ainda estão comigo
concluindo essa batalha.
Vale ressaltar e agradecer de coração a todos os meus professores e
educadores, Marcelo, Esdriane, Gercinaldo, Marconi, Luíz José, Ivanilza (já
falecida), Juliana, Paulo, Lígia, Ednaldo, Ícaro, Flávia, Wellington, Cléverson,
Valdélio, Francicleide, Luciano, Alessandro, Arthur, Renivaldo, Jardson, Renata,
Jacques e Leobson, que passaram por minha vida nesse período, contribuindo com
seus conhecimentos para agregar valor a minha formação profissional e pessoal e
que jamais serão esquecidos.
À minha querida e ilustríssima professora e orientadora Msc. Cynthia
Mattosinho agradeço em especial, pois desde os nossos primeiros encontros em
sala de aula quando ainda ministrava a disciplina Teoria Geral da Administração II,
percebi o seu compromisso e profissionalismo, além da determinação que sempre
demonstrou ter, passando assim uma imagem positiva e de segurança no que
desempenhava fazendo com que eu passasse a admira - lá e me identificasse com
ela. Agradeço também pela enorme paciência, prontidão e cordialidade com que
sempre me atendeu, transmitindo orientações valiosíssimas para a elaboração e
concretização desta monografia.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para o cumprimento deste
meu objetivo, muito obrigada!
A mão do sucesso profissional tem
cinco dedos: caráter, vocação,
talento, esforço e disciplina.

(Daher Elias Cutait)


RESUMO

O objetivo principal desta monografia é estudar a gestão de suprimento de materiais


dos serviços de saúde do Hospital Nair Alves de Souza, e descobrir quais os
problemas existentes na gestão de suprimento de materiais do mesmo. Para a
concretização do estudo, foram utilizadas diversas fontes de pesquisa, dentre elas,
pesquisas bibliográficas, pesquisa exploratória e descritiva, bem como a pesquisa
quantitativa e qualitativa, além da utilização da medição adaptada e estabelecida por
Wilken e Bermudez e a escala tipo Likert de cinco pontos. As investigações foram
conduzidas, por meio de dois formulários com 25 e 16 perguntas, em que todas
foram elaboradas a fim de obter respostas para o problema de pesquisa e os
objetivos propostos, estes foram respectivamente aplicados no hospital da cidade, e
direcionados para a gerente administrativa e para os acompanhantes dos pacientes,
com o equivalente a 1% do universo que freqüentam o hospital, totalizando uma
amostra de 100 entrevistados. Estes foram abordados no local durante o período de
01 de abril a 30 de abril de 2009. Assim este trabalho teve como principal
contribuição demonstrar a percepção do acompanhante em relação à gestão do
suprimento de materiais do hospital. Constatou-se com as análises que a ausência
de suprimento de materiais é o fator predominante que impede a realização eficiente
do atendimento prestado à sociedade.

Palavras-chave: gestão de suprimento, materiais, hospital


ABSTRACT

The main objective of this monograph be to study the supplement management of


materials of the services of health of the Nair Hospital Alves de Souza, and to
discover which the existing problems in the supplement management of materials of
the same. For the concretion of the study, diverse sources of research had been
used, amongst them, bibliographical research, exploratory and descriptive research,
as well as the quantitative and qualitative research, beyond the use of the
measurement suitable and established by Wilken and Bermudez and the scale Likert
type of five points. The inquiries had been lead, by means of two forms with 25 and
16 questions, where all had been elaborated in order to get answers for the
considered problem of research and objectives, these respectively had been applied
in the hospital of the city, and directed for the administrative manager and the
companions of the patients, with the equivalent 1% of the universe that frequent the
hospital, totalizing a sample of 100 interviewed. These had been boarded in the
place during the period of 01 of April the 30 of April of 2009. Thus this work had as
main contribution to demonstrate the perception of the companion in relation to the
management of the supplement of materials of the hospital. It was evidenced with the
analyses that the supplement absence of materials is the predominant factor that
hinders the efficient accomplishment it attendance given to the society.

Word-key: supplement management, materials, hospital


LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco


HNAS - Hospital Nair Alves de Souza
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SUS - Sistema Único de Saúde
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Amplitude de uma amostra tirada de uma população finita......... 57


Quadro 2 - Indicadores das atividades típicas de suprimento....................... 66
Quadro 3 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da
Administração de Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de
Seleção de Materiais..................................................................................... 67
Quadro 4 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da
Administração de Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de
Gestão de estoques....................................................................................... 67
Quadro 5 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da
Administração de Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de
Compras ou Aquisições................................................................................. 70
Quadro 6 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da
Administração de Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de
Armazenagem................................................................................................ 70
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 4.3 – Localidade dos Pacientes........................................................ 73


Gráfico 4.4 – Sexo dos Pacientes.................................................................. 74
Gráfico 4.5 – Faixa Etária dos Pacientes....................................................... 74
Gráfico 4.6 – Grau de Escolaridade............................................................... 75
Gráfico 4.7 – Renda Salarial (média) dos Pacientes..................................... 76
Gráfico 4.8 – Quantidade de vezes que o paciente já freqüentou o Hospital 77
Gráfico 4.9 – Divisões Hospitalar................................................................... 78
Gráfico 4.10 – Procura por algum outro hospital........................................... 79
Gráfico 4.11 – Tempo de permanência no Hospital...................................... 80
Gráfico 4.12 – Necessidade de ser medicado no Hospital ou do uso de
algum material............................................................................................... 80
Gráfico 4.13 – Necessidade de ser medicado ou do uso de algum material
e não houve o atendimento........................................................................... 81
Gráfico 4.14 – Quem era o profissional durante o atendimento.................... 82
Gráfico 4.15 – Quantidade de materiais e correlatos suficientes para o
atendimento................................................................................................... 82
Gráfico 4.16 – Nível de satisfação quanto ao fornecimento de materiais e
correlatos....................................................................................................... 83
Gráfico 4.17 – Nível de satisfação quanto ao atendimento dos
colaboradores................................................................................................ 84
Gráfico 4.18 – Nível de agilidade quanto ao atendimento............................. 84
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO..................................................................... 14
1. Introdução........................................................................................... 15
1.1 Considerações Iniciais............................................................................. 15
1.2 Definição do Problema............................................................................. 23
1.3 Objetivos.................................................................................................. 24
1.3.1 Objetivo Geral....................................................................................... 24
1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................ 24
1.4 Justificativa.............................................................................................. 25
1.5 Estrutura do Trabalho.............................................................................. 26

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO................................................... 28


2. Referencial Teórico............................................................................. 29
2.1 Cadeia de Suprimento............................................................................. 29
2.1.1 Logística................................................................................................ 32
2.1.1.1 Logística Hospitalar........................................................................... 37
2.1.2 Administração de Materiais................................................................... 40
2.1.2.1 Estoques............................................................................................ 41
2.2 Serviços de Saúde................................................................................... 43
2.3 Administração de Materiais nos Serviços de Saúde................................ 46

CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................ 51


3. Procedimentos Metodológicos............................................................ 52
3.1 Método Cientifico..................................................................................... 52
3.2 Delineamento da Pesquisa...................................................................... 53
3.3 Seleção da Amostra................................................................................. 56
3.4 Instrumentos de Coleta de Dados........................................................... 59
3.5 Análise dos Dados................................................................................... 62

CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS......... 64


4. Apresentação e Análise dos resultados.............................................. 65
4.1 Análise da Empresa Pesquisada............................................................. 65
4.2 Análise dos Resultados da Pesquisa de Campo em Relação às
Atividades Típicas de Suprimento do Hospital Nair Alves de Souza............. 65
4.2.1 Resultados............................................................................................ 66
4.3 Análise dos Resultados da Pesquisa de Campo em Relação aos
Acompanhantes dos Pacientes do Hospital Nair Alves de Souza................. 72
4.3.1 Resultados: Caracterização dos Respondentes................................... 73
4.3.2 Resultados: Caracterização do Atendimento e Serviços...................... 77
4.4 Considerações Finais das Análises dos Resultados............................... 85
4.4.1 Resultados da Obtenção dos Objetivos Específicos............................ 87
4.4.2 Sugestões de Melhorias....................................................................... 88

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO...................................................................... 90
5. Conclusão........................................................................................... 91
5.1 Considerações Finais.............................................................................. 91
5.2 Limitações do Estudo............................................................................... 92
5.3 Sugestões para Futuras Pesquisas......................................................... 92

REFERÊNCIAS............................................................................................. 93

APÊNDICE.................................................................................................... 99
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Introdução 15

1. Introdução

Neste capítulo, serão apresentadas as considerações iniciais deste estudo,


bem como o problema de pesquisa seguido dos objetivos e a justificativa da escolha
do tema.

1.1Considerações Iniciais

Atualmente, as organizações empresariais enfrentam cada vez mais desafios


importantes, desde aspectos estratégicos até condições operacionais que mobilizam
e afetam o ecossistema, produzindo conflitos na organização, nos colaboradores e
clientes, no âmbito de mercado e seus concorrentes (BERTAGLIA, 2003).
Vive-se a era de um mundo bastante globalizado, que exige para a
sobrevivência de qualquer negócio conquistar e, principalmente, manter clientes.
Alves (2008), afirma que essa realidade provocou profundas mudanças nas gestões
de negócios das empresas.
As exigências requeridas aliadas as novas necessidades dos clientes,
somadas às dinâmicas provocadas pela evolução cientifica e tecnológica, tem
forçado às empresas a assumirem novas posturas de competição. Nesse sentido, a
qualidade e a busca pela melhoria contínua são fatores que deixaram de ser apenas
uma diferença entre as companhias para se tornarem fator de sobrevivência no
mercado global. Esta nova abordagem obriga a uma mudança profunda nos
processos de gestão operacionais recentemente praticados, conjugando sinergias,
promovendo a eficiência e a eliminação dos desperdícios.
Ainda de acordo com Alves (2008), as organizações passam de uma
condição mais reservada para um enfoque mais amplo e mais abrangente, exigindo
novas formas de gerenciamento que sustentem estratégias de maneira contínua e
rentável e que permitam atender de modo mais criativo às necessidades dos
clientes, uma vez que apenas a eficiência não é capaz de traduzir os sentimentos
dos mesmos em resultados satisfatórios para as empresas.
Simões (2008) apresenta a diferença das gestões no campo da administração
pública e privada, quando na primeira os requisitos de gestão estão associados à
eficiência e eficácia na aplicação dos recursos, com vistas à transformação destes
em serviços para a sociedade, e na segunda, os indicadores que medem a boa
Introdução 16

gestão de uma empresa são notadamente financeiros, dados a necessidade de


sobrevivência no mercado de atuação, e remuneração dos investimentos dos
acionistas.
Para compreender os elementos-chave para uma adequada vantagem
competitiva, as organizações devem analisar as várias atividades executadas na
cadeia de suprimento1 e o modo como elas interagem na empresa. Ela se apresenta
como um novo modelo competitivo e gerencial às empresas (PIRES, 2007).
Pires (2007) advoga que cadeia de suprimento representa o conjunto de
atividades desempenhadas por uma organização desde as relações com os
fornecedores e ciclos de produção e de venda até a fase da distribuição final.
O perfeito entendimento da cadeia de suprimento tem sido reconhecidamente
um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem
o seu papel estratégico. A administração da cadeia de suprimento exige o
entendimento dos impactos que serão causados nas organizações, em seus
processos e na sociedade. Entendê-la não se limita, a saber, que a demanda afeta
todo o processo e que, portanto estimativas e pedidos devem ser bem elaborados
para satisfazer as necessidades de clientes e consumidores. Esse entendimento
está relacionado aos requerimentos provenientes dos consumidores, clientes e
fornecedores, às informações sobre como movimentar, manusear e armazenar os
produtos, como essas informações são usadas e como fluem no processo
(BERTAGLIA, 2003).
A lógica da cadeia remete a uma seqüência linear de processos e/ou
atividades executadas em uma ordem bem definida. Geralmente, o contato com o
cliente final é feito quase exclusivamente através do elo final da cadeia.
Sendo assim, a logística2 passa a ser um ponto bastante importante a ser
analisado, pois considera os vários elementos da cadeia de suprimento com o
objetivo citado acima, tornar as organizações mais eficientes e competitivas, com um
caráter de notoriedade no mercado, na medida em que se torna um elemento
decisivo nas estratégias de competitividade (ALVES, 2008).
Assim, nos serviços de saúde não é diferente, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística - IBGE, houve um considerável aumento nos serviços de

1
O termo “cadeia de suprimento” está relacionado à expressão proveniente do inglês Supply Chain.
2
A logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a
execução de todas as atividades de uma empresa.
Introdução 17

saúde no país entre 2002 e 2005 (17,8%). O setor público obteve as maiores taxas
anual de crescimento na região Nordeste (7% ao ano) e Sudeste (5,8% ao ano),
enquanto o setor privado cresceu mais no Centro-Oeste (15,2%) e no Sul (5% ao
ano).
Independentemente do segmento em que cada organização deseja atuar, é
necessário atentar para as exigências e modificações do mercado atual, visto que o
acompanhamento destas irá determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa.
As pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde, tanto buscando
a prevenção de doenças, como procurando o tratamento para elas e isso tem sido
evidenciado pela mudança de comportamento, pois as mesmas têm procurado com
maior freqüência pelos serviços de saúde.
Assim, é possível perceber hoje, um aumento significativo das organizações
de saúde. Barbieri e Machline (2006) relatam que a logística dos materiais assume
importância crescente nestas entidades. A supervisão de materiais na área de saúde
é mais complexa do que a de outros segmentos da economia.
No entanto, no contexto brasileiro, o serviço de saúde padece em analogia ao
vocabulário médico, de uma "infecção generalizada", e, por isso mesmo, depende
dos mais diversos esforços para promover sua recuperação. Boa parte dos
municípios brasileiros sequer possui um único hospital, motivo pelo qual não é raro
que pacientes se desloquem e até se instalem, por dias e meses a fio, submetendo-
se a tratamento em municípios vizinhos ou mais distantes de suas origens, o que
contribui para sufocar e estrangular, ainda mais, o sistema de atendimento. Isso
denota falta de uma gestão adequada na distribuição de recursos humanos, de leitos
e de medicamentos, de acordo com as carências de cada município (SILVA, 2006).
O sistema de saúde surge com o intuito de atender as necessidades de todo
e qualquer ser humano de diferentes partes do planeta, em relação a um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, em vez da mera ausência de doenças ou
enfermidades, porém Silva (2006) ainda descreve que esse sistema no Brasil vem
atravessando uma crise de largas proporções. Os problemas mais comuns
encontrados por essas instituições remetem-se a ausência de uma boa
administração logística, pois faz referência a tornar o serviço eficiente na área da
saúde, aperfeiçoar o atendimento, minimizar o tempo de ligação entre o pedido, a
produção e a demanda e controlar a aquisição de materiais de modo que o cliente
receba seus serviços no momento que precisar.
Introdução 18

Diante desse cenário, é preciso entender a abordagem logística num


processo como todo, desde a seleção até o consumo dos materiais. Para Pozo
(2004), sua função é principalmente ser o elo em um processo que pode começar
com um fornecedor e encerrar com um cliente em outra ponta da “cadeia”. Quando
bem utilizada, proporciona a empresa vantagem competitiva e maior fatia do
mercado. Além de estar ligada à agilidade com que ela irá manusear, armazenar,
deslocar, adquirir, controlar seus produtos e reduzir seus custos.
Pozo (2004) ainda menciona, que a logística é vital para o sucesso de uma
organização, pois é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das
empresas, tendo como meta a satisfação do cliente, de modo que ele receba seus
bens ou serviços no momento que desejar, com suas especificações predefinidas, o
local especificado e, principalmente, o preço desejado.
Para melhor entender a logística como um novo processo integrado de
administração dos recursos financeiros, materiais e de informação referente ao
pleno atendimento do cliente, faz-se necessário apresentar alguns conceitos sobre
esse fato. Segundo Pozo (2004, p.14):

A logística nas empresas estuda como a administração pode prover


melhor nível de rentabilidade no processo de pleno atendimento do
mercado e a satisfação completa ao cliente, com retorno garantido
ao empreendedor, através de planejamento, organização e controles
efetivos para as atividades de armazenagem, programas de
produção e entregas de produtos e serviços com fluxos facilitadores
do sistema organizacional e mercadológico. A logística é uma
atividade vital para a organização, trata de todas as atividades de
movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de
consumo final, assim como fluxos de informações que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de
serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

De acordo Bowersox3, (citado por ALVES, 2008, p. 14) a logística é única,


pois ocorre a todo instante no mundo. Poucas áreas de operações envolvem a
complexidade, a abrangência e o escopo geográfico característico da logística.

3
BOWERSOX, Donald J. & CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da
cadeia de suprimento. Tradução Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto Ferreira das
Neves; coordenação da revisão técnica Paulo Fernando Fleury, Cesar Lavalle. São Paulo: Atlas,
2001.
Introdução 19

Tornar disponíveis produtos e serviços no local e instante em que são necessários é


o seu objetivo desde seus primórdios.
Para Barbieri e Machline (2006, p.3), “as atividades voltadas para administrar
o fluxo de materiais e de informações relacionadas com esse fluxo ao longo da
cadeia de suprimentos constituem o que genericamente se denomina logística.”
A logística dos materiais assume importância crescente nas entidades de
saúde. A necessidade de proporcionar um perfeito nível de atendimento aos
pacientes, sem ocorrência de qualquer falta de insumos, requerem extrema
proficiência por parte do gestor de materiais (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
Muitos são os termos empregados nesta monografia e para melhor
entendimento da relação existente entre eles é necessário mencionar Pires (2007),
quando este faz uma analogia com base na tradicional lógica da teoria dos
conjuntos4, e afirma que, a gestão de estoques está contida na administração de
materiais, esta por sua vez, pertence à logística, que por sua vez, é um subconjunto5
da cadeia de suprimento, onde um funciona como elo do outro. Assim, faz-se
necessário também esclarecer a utilização da nomenclatura cadeia de suprimento,
escolhida pela autora, quando for necessário referir-se ao termo, pois as
terminologias do mesmo divergem de autor para autor. De tal modo, torna-se
adequado a compreensão da amplitude que cerca os conceitos vistos nesta
monografia.
Tradicionalmente, o que se denomina administração de materiais consiste nas
atividades relacionadas com um dos segmentos desse fluxo, o segmento que
abastece ou supre a organização com os materiais, constituindo, desse modo, a
ligação entre a empresa e os seus fornecedores de materiais.
O objetivo fundamental da administração de materiais é determinar quando e
quanto adquirir, para repor o estoque. A formação de estoque é ponto crucial, induz
imediatamente à indagação “por que sempre há falta de materiais?”, queixas estas
que enfrentam dilemas e frustrações de procurar, ao mesmo tempo, manter o nível
operacional da empresa, suprir os consumidores por meio de adequado atendimento
e manter os investimentos em estoques em níveis ideais. Os problemas
relacionados com gerenciamento de estoques estão principalmente ligados à ação e

4
Teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das propriedades dos conjuntos.
5
Em teoria dos conjuntos, um conjunto A diz-se um subconjunto de um conjunto B se todos os
elementos de A estiverem em B.
Introdução 20

não a chegar a uma resposta. O que deve ser feito para controlar o equilíbrio e
estabelecer ações apropriadas? A fim de obter resposta para essa questão, é
necessária a formulação de outras indagações: Por que devemos ter estoques? O
que afeta o equilíbrio dos estoques que mantemos? Atingir o equilíbrio ideal entre
estoque e consumo é a meta primordial e, para tanto, a gestão se inter-relaciona
com as outras atividades afins (VIANA, 2002).
Ainda de acordo com o autor citado acima, a administração de materiais
coordena esse conglomerado de atividades, o que implica, necessariamente, o
estabelecimento de normas, critérios e rotinas operacionais, de forma que todo o
sistema possa ser mantido harmonicamente em funcionamento.
Pozo (2004) diz que, é notório que todas as organizações de serviço devem
preocupar-se com o controle de estoques, visto que desempenham e afetam de
maneira bem definida o resultado da empresa. Ele ainda assegura a importância da
correta administração de materiais, que pode ser mais facilmente percebida quando
os bens necessários não estão disponíveis no momento exato e correto para
atender às necessidades de mercado.
No caso dos hospitais, Barbieri e Machline (2006) afirmam que, os materiais
desempenham um papel importante, de modo que a sua administração se tornou
uma necessidade, independentemente do seu porte ou tipo. A administração de
materiais na área de saúde é mais complexa do que a de outros segmentos da
economia. A gestão eficiente de materiais exige por parte dos responsáveis
inúmeros e constantes esforços. Segundo Lima e Rodrigues (2009) em um hospital,
os gastos com materiais representam aproximadamente de 15% a 25% das
despesas correntes.
Assim, o termo controle de estoques é em colocação da necessidade de
estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter,
dentro de parâmetros econômicos.
Em organizações industriais, comerciais e de serviços, é importante distinguir
o abastecimento da distribuição física, pois os usuários dos materiais são diferentes
e possuem objetivos diferentes em relação a eles. Essa distinção é desnecessária
nas organizações hospitalares, pois praticamente só há cliente interno (os
solicitantes ou usuários dos materiais). Para Barbieri e Machline (2006), as
atividades típicas de abastecimento são, entre outras, as seguintes: seleção de
materiais, compras, recebimento de materiais, gestão de estoques, armazenagem,
Introdução 21

distribuição e atendimento aos usuários internos. Num hospital, as principais


atividades são as mesmas, com as especificidades que as questões hospitalares
requerem. Essas atividades podem ser agrupadas formando famílias de atividades
com objetivos comuns e inter-relacionadas. São elas: seleção de materiais; gestão
de estoques; compras ou aquisições e armazenagem.
Os autores citados acima advogam que uma gestão eficiente dos recursos
materiais pode dar uma contribuição importante para melhorar os serviços
hospitalares, na mesma medida em que reduz os custos desses recursos ao mesmo
tempo em que promove uma melhoria dos serviços prestados, ou seja, atender os
clientes com qualidade e menor custo envolvido com os materiais. A maneira pela
qual os materiais são administrados condiciona a capacidade das organizações de
atender aos seus objetivos. Quanto maior for à capacidade de uma organização em
gerir os materiais de forma adequada, maior será a sua capacidade de oferecer a
sua clientela bens e serviços de qualidade com baixos custos operacionais.
Para o atendimento das atividades hospitalares, é necessário evitar o excesso
e a falta de materiais, duas situações prejudiciais ao bom desempenho da
organização. A falta de materiais pode provocar a paralisação dos serviços, com
todos os problemas decorrentes. O excesso de materiais não é menos nocivo para
as organizações. De fato, materiais estocados em demasia consomem recursos que
poderiam ser mais bem aplicados em outras atividades da organização.
A administração de materiais deve, portanto, contribuir para ampliar as
condições da organização de atender as necessidades dos seus clientes em termos
de prazos, custos, flexibilidade e qualidade, obtendo o máximo benefício dos
recursos aplicados em materiais. Além disso, enfatiza a importância dos resultados
globais e não apenas otimizações parciais dos diversos segmentos envolvidos nos
fluxos de materiais. Vale dizer que ao cliente do hospital ou aos seus familiares
importa o atendimento integral desde a sua entrada no hospital até antes mesmo
quando da busca de informações. Esse freqüente contato com as pessoas e bens
materiais do hospital cria inúmeros momentos em que a falta do material apropriado
na quantidade certa compromete os serviços prestados pelos diferentes
profissionais envolvidos. Uma administração de materiais conduzida de modo
apropriado pode contribuir de modo decisivo para que os clientes do hospital não só
recebam um bom serviço, mas também tenham uma impressão muito favorável da
Introdução 22

qualidade dos serviços que ele presta, afirmam os autores Barbieri e Machline
(2006).
É importante ressaltar que, as organizações são constituídas de pessoas. A
cooperação entre elas é essencial para a existência da organização e o bom
desempenho da mesma.
O gerenciamento de produção é freqüentemente apresentado como um
assunto cujo foco principal está em tecnologia, sistemas, procedimentos e
instalações, em outras palavras, nas partes não humanas da organização, porém,
isso não é verdade. Ao contrário, a forma como os recursos humanos são
gerenciados tem impacto profundo sobre a eficácia de suas funções operacionais
(SLACK; CHAMBERS E JOHNSTON, 2002).
Segundo Durkheim6, (citado por TAMAYO, 1998, p. 01) pode se afirmar que a
realidade organizacional é constituída pelo pensamento coletivo, isto é, pelo
pensamento compartilhado pelos membros da organização.
Tamayo (1998) menciona que, o pensamento coletivo em uma organização
expressa a forma concreta como são representados a sua missão, as suas normas e
os seus objetivos.
O setor de saúde, como segmento prestador de serviços, cujas ações se
refletem profundamente na sociedade, deve adotar um método gerencial capaz de
possibilitar melhor desempenho com maior produtividade e qualidade dos serviços,
pois os fatores envolvidos no processo produtivo são os seres humanos, indivíduos
de maior importância, capazes de aumentar ou diminuir a produtividade, de melhorar
ou piorar a qualidade de um serviço e, ainda, de gerar maior ou menor lucro para as
organizações (LOPES E FILHO, 2003). Por outro lado, as organizações constituem
para as pessoas um meio pelo qual podem alcançar muitos e variados objetivos
pessoais, os quais não poderiam ser alcançados apenas através do esforço
individual (CHIAVENATO, 2003).
É cada vez mais perceptível, no âmbito das organizações, a preocupação
com o desenvolvimento de novas práticas administrativas capazes de resgatar os
fatores de motivação e satisfação no trabalho, objetivando a melhoria da qualidade
dos produtos e serviços para que sejam competitivos em um mercado cada vez mais
seletivo. A compreensão dos aspectos envolvidos com a motivação e a satisfação

6
DURKHEIM, M. La division sociale Du travail. Paris, Press. Universitaires de France, 1967.
Introdução 23

dos trabalhadores que atuam na prestação de serviços de saúde assume papel


extremamente relevante, assim evidencia reconhecer a necessidade do capital
humano dentro das organizações (LOPES E FILHO, 2003).
Nesse sentido, destacam-se os colaboradores das organizações, pois deles
dependem a realização de um serviço ágil, de qualidade e que atenda às demandas
populacionais, a partir de eficientes maneiras de gerenciamentos.

1.2 Definição do Problema

O cenário atual, pontuado por mudanças na organização produtiva tem


colocado desafios às empresas que, como resposta, são compelidas a alterar
processos, rotinas e filosofias. Para viabilizar tal intento, elas têm sido levadas a
buscar a reconfiguração de suas capacidades de leitura e tradução da dinâmica do
mercado. Tais capacidades são, por sua vez, fundamentalmente dependentes das
condições presentes no ambiente interno das organizações, as quais estimularão ou
inibirão, com maior ou menor intensidade, o empenho das pessoas em fazer uso de
suas competências individuais para animar novas conexões e, com isso, gerar
inovações e transformar dificuldades em oportunidades (SILVA E FLEURY, 2005).
Empresas inseridas em uma mesma cadeia de suprimento desenvolvem e
partilham competências organizacionais para viabilizar suas opções estratégicas.
Entender as necessidades do cliente é o fator principal para o sucesso da
organização e das soluções que ela apresenta em forma de serviço ou produto.
Para Bertaglia (2003), a cadeia de suprimento deve ser vista pelas
organizações como um processo integrado que permite obter vantagem competitiva
no abastecimento de serviços ou produtos para clientes e consumidores,
independentemente do lugar onde eles estejam.
Assim, as organizações de atenção à saúde desempenham atividades
complexas, assentadas sobre uma cadeia de suprimento que incorpora seqüências
de ações definidas para a geração de seus produtos. Não só os produtos oferecidos
em organizações de saúde são complexos e pressupõem elevada qualificação
profissional, mas os insumos utilizados em sua produção (INFANTE E SANTOS,
2007).
Monteiro e outros (2003) afirmam que a disponibilidade de insumos em
hospitais (materiais e medicamentos) é um fator de grande importância, pois a
Introdução 24

interrupção no fluxo pode refletir não só em perdas econômicas, mas também de


vidas humanas.
Sendo assim, materiais e logística são, juntamente com recursos humanos,
fatores críticos para o desenvolvimento de atividades de atenção à saúde e para a
excelência operacional da organização hospitalar, afirmam Infante e Santos (2007).
Irregularidade do abastecimento e a falta de materiais são problemas
freqüentes em serviços de saúde e que são expressos através de impactos
negativos sobre o desempenho da organização. Também são notórios por parte das
mesmas, os desperdícios e a má utilização de insumos e equipamentos, a escassa
qualificação dos profissionais da área de abastecimento e a pouca atenção ao
planejamento, ainda de acordo com os autores citados acima.
Diante do contexto abordado, surge a seguinte problemática: Quais são os
problemas existentes na gestão de suprimento de materiais dos serviços de
um hospital?
A proposta desta monografia é responder de forma clara e objetiva a este
questionamento, através de um estudo de caso realizado em um hospital da cidade
de Paulo Afonso-BA.

1.3 Objetivos

Para obter as repostas necessárias em relação ao problema de pesquisa,


foram estabelecidos os objetivos, estes geral e específicos, que correspondem
respectivamente à definição mais ampla do que se deseja estudar e uma definição
mais especifica do objeto em estudo, com o intuito de obter os resultados desejados.

1.3.1 Objetivo Geral

Realizar um estudo junto a um hospital da cidade de Paulo Afonso – BA, a fim


de analisar a gestão de suprimento de materiais do mesmo.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Identificar quais são os gargalos envolvidos na administração de materiais


dos serviços de saúde hospitalares;
Introdução 25

• Identificar as causas dos problemas na administração de materiais dos


serviços de saúde hospitalares;
• Analisar a atuação dos colaboradores na gestão de suprimento de materiais
dos serviços de saúde hospitalares;
• Identificar a percepção dos acompanhantes dos pacientes em relação à
gestão de suprimento de materiais do hospital em estudo;
• Propor sugestões de melhoria, se necessário, focadas na área de
administração de materiais.

1.4 Justificativa

A área temática da monografia em estudo foi escolhida a partir da afinidade


que a autora possui com os assuntos envolvidos sobre o tema, aliados a um fato
verídico vivenciado pela mesma, por motivos de uma má administração de
suprimentos dos recursos materiais hospitalares, além de se tratar de um assunto
com grande importância e desenvolvimento dentro do contexto da administração.
A escolha da empresa como objeto de estudo (estudo de caso), ser um
hospital, deu-se em virtude de ser considerado um ponto de referência na
necessidade de possuir uma eficiência nos seus insumos. A disponibilidade de
insumos em hospitais é um fator de grande relevância, pois a interrupção no fluxo
destes pode acarretar em perdas de vidas humanas.
As atividades voltadas para o fluxo de materiais nas organizações de saúde,
mais do que nunca, precisam ser planejadas, controladas e organizadas de maneira
para atender o cliente certo, com o material certo e nas quantidades e momentos
certos e nas melhores condições para a organização. A qualidade dos serviços se
relaciona de modo muito intenso com a qualidade dos materiais, pois para que um
serviço seja bem-feito é necessário que o material certo esteja disponível no
momento em que for necessário (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
As atividades de atenção à saúde são atividades complexas e pressupõem
elevada qualificação profissional. Vecina e Reinhardt7, (citado por INFANTE E
SANTOS, 2007, p. 946) estimam que:

7
VECINA, N. G. & REINHARDT, F. W. Gestão de recursos materiais e de medicamentos. Série
Saúde e Cidadania, vol. 12. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
2002.
Introdução 26

O sistema de materiais de um hospital comporte entre 3.000 a 6.000


itens adquiridos, na dependência do perfil das atividades
desenvolvidas pela organização, correspondendo às estimativas de
15% a 25% dos custos hospitalares nacionais.

Assim, é de suma importância reconhecer a necessidade do capital humano


no gerenciamento das organizações, processos produtivos e sistemas de apoio, pois
uma das maiores dificuldades encontradas reside no distanciamento dos recursos
humanos e outros sistemas atuantes nas unidades.
Este estudo terá grande relevância tanto para a comunidade (pacientes)
quanto para os profissionais envolvidos da empresa, transformando-se num
referencial de estudo sobre o tema abordado, podendo inclusive, servir como base
para a implantação de novas técnicas e gestões administrativas, bem como para o
desenvolvimento de estratégias que venham fortalecer o trabalho desenvolvido no
hospital da cidade.

1.5 Estrutura do Trabalho

A presente monografia inicia-se com um resumo de todo o trabalho, onde as


propostas e as conclusões do estudo são apresentadas de forma concisa.
Em seguida, consta o capítulo inicial, onde segue a introdução do tema,
estruturando-se da seguinte maneira: considerações iniciais; definição do problema
de pesquisa, o qual norteará a pesquisa; os objetivos, geral e específicos a serem
atingidos no decorrer do trabalho; a justificativa da escolha do tema a ser trabalhado,
e por fim, a presente estrutura do trabalho.
O segundo capítulo é constituído pela revisão da literatura, que irá servir para
a fundamentação teórica. Neste capítulo os assuntos mais relevantes sobre o tema
proposto, serão estudados detalhadamente, levando o leitor a obter um
conhecimento geral sobre o tema, bem como todos os assuntos relacionados a ele.
O capítulo 3 aborda todos os procedimentos metodológicos que descreve os
passos feitos pela autora para a efetivação da pesquisa e para o alcance dos
resultados.
O capítulo 4 é composto pelas análises dos dados obtidos, por meio da coleta
de dados, para assim chegar aos resultados da pesquisa.
Introdução 27

Por fim, o capítulo 5, este apresenta a conclusão do trabalho, refere-se às


considerações finais obtidas ao término do trabalho e pela pesquisa apresentada, as
limitações do estudo e sugestões para futuras pesquisas, tendo como complemento
as referências.
Descrito a estrutura desta monografia, a seguir será feita a revisão da
literatura que servirá como subsídio teórico para o desenvolvimento desta pesquisa.
CAPÍTULO 2
REFERENCIAL TEÓRICO
Referencial Teórico 29

2. Referencial Teórico

O presente capítulo propõe um estudo mais detalhado do tema proposto. Este


tem como finalidade fornecer o embasamento teórico necessário a contribuir para
uma análise mais aprofundada sobre o assunto. No entanto não caberia no escopo
deste recuperar a vasta e rica literatura a respeito do assunto abordado, mas trazer
alguns pontos importantes para a construção do referencial conceitual que dará
sustentação ao trabalho.

2.1 Cadeia de Suprimento

O conceito da cadeia de suprimento começou a se desenvolver apenas no


início dos anos 90. Mesmo no âmbito internacional, o conceito ainda pode ser
considerado em construção, são poucas as empresas que já conseguiram
implementá-lo com sucesso. Existem inclusive alguns profissionais que consideram
a cadeia de suprimento como apenas um novo nome, uma simples extensão do
conceito de logística, ou seja, uma ampliação da atividade logística para além das
fronteiras organizacionais, na direção de cliente e fornecedores na cadeia de
abastecimentos (FLEURY, 1999).
O propósito do estudo consiste em mostrar que o conceito de gerenciamento
de cadeia de suprimento, enquanto relativamente novo, em verdade não é nada
mais que uma extensão da logística (CORONADO, 2007).
Assim, a partir de meados da década de 1990 muito se tem falado e tem sido
escrito sobre cadeia de suprimento. Seu surgimento tem sido muitas vezes
confundido, como citado acima com a logística, porém ela abrange um escopo maior
de processos e funções, podendo ser considerada a logística como um subconjunto
da cadeia de suprimento (PIRES, 2007). Francischini e Gurgel (2004) descrevem
logística como uma ferramenta estratégica utilizada para aumentar a satisfação do
cliente e elevar a competitividade da empresa, bem como a sua rentabilidade. Este
conceito também faz referência às considerações de Pozo (2004).
Deste modo, a expressão logística, pode ser definida como o processo de
planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de matérias-
primas, estoques de produtos semi-acabados, acabados e do fluxo de informações a
eles relativo, desde a origem até o consumo, com o propósito de atender aos
Referencial Teórico 30

requisitos dos clientes. Já a cadeia de suprimento refere-se à integração dos


processos que formam um determinado negócio, desde os fornecedores originais
até o usuário final, proporcionando produtos, serviços e informações que agregam
valor para o cliente (FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).
Slack; Chambers e Johnston (2002, p.415) mencionam cadeia de suprimento
como:

A gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio


de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos,
que produzem valor na forma de produtos e serviços para o
consumidor final. A cadeia de valor centra-se em dois objetivos –
chaves, satisfazer efetivamente os consumidores e fazer isso de
forma eficiente.

Christopher8, (citado por CORONADO, 2007, p. 84) define “a cadeia de


suprimento representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois
sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de
produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final [...]”.
Atualmente, grandes e pequenas organizações sejam governamentais ou
privadas, com ou sem fins lucrativos, vêem-se em um mercado competitivo onde
seus resultados podem determinar o nível de serviço levado aos seus clientes e/ou
usuários. Nesse contexto de qualidade de serviço prestado, a cadeia de suprimento
torna-se um diferencial competitivo (POZO, 2004). Na mesma passagem Pozo
(2004) segue discorrendo sobre o histórico da cadeia de suprimentos, e reafirma a
sua importância como diferencial competitivo conforme se verifica na citação a
seguir:

Com a evolução gradativa da cadeia de suprimento, desde o século


XX ao XXI, notam-se grandes diferenças em seu processo evolutivo,
diante disto, as empresas tendem a se portar no mercado com
desenvolvimento em evoluções, vindo a construir o seu diferencial
em relação às demais, minimizando assim o seu tempo de entrega e
atendendo com melhor qualidade os desejos e as necessidades dos
seus clientes.

8
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para
redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997.
Referencial Teórico 31

Porter9, (citado por PIRES, 2007, p. 54) advoga que para se compreender os
elementos-chave para uma vantagem competitiva devem-se analisar as várias
atividades executadas na cadeia de suprimento de uma empresa e o modo como
elas interagem. Essas atividades podem ser classificadas em atividades primárias e
atividades de apoio. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física
do produto, na movimentação física, na venda, no serviço de pós-venda etc. E as
atividades de apoio são as que dão suporte às primárias e também a elas próprias.
O perfeito entendimento da cadeia de suprimento tem sido reconhecidamente
um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem
o seu papel estratégico. A administração da cadeia de suprimento exige o
entendimento dos impactos que serão causados nas organizações, em seus
processos e na sociedade. Entendê-las não se limita, a saber, que a demanda afeta
todo o processo e que, portanto, estimativas e pedidos devem ser bem elaborados
para satisfazer as necessidades de clientes e consumidores. A cadeia de suprimento
está vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e aos
diferentes modelos de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para
as empresas de serviços (BERTAGLIA, 2003).
Todavia, nem sempre a cadeia de suprimento foi assim, com foco no
mercado, Pozo (2004, p.14) faz a delimitação no tempo citando que: ”Não o era 50
anos atrás e, também, foi pouco utilizada até os anos 70”.
Bertaglia (2003, p.4) afirma que:

A cadeia de suprimento corresponde ao conjunto de processos


requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a
concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos
para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e
consumidores os desejarem.

O conceito de cadeia de suprimento reforça o vínculo entre processos e


desempenho, o que inclui os processos internos de uma empresa e também os de
seus clientes e fornecedores externos. Uma necessidade registrada por um cliente
interno ou externo dá início a uma cadeia de suprimento (KRAJEWSKI, 2009).

9
PORTER, M. Competitive Advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free
Press, 1985. 557p.
Referencial Teórico 32

O gerenciamento da cadeia de suprimento é responsável pelo planejamento e


controle dos bens e serviços de uma organização, suas informações permitem uma
sincronia com a cadeia produtiva. Portanto recomenda-se que ao trabalhar com a
cadeia de suprimento se tenha bastante atenção, pois uma falha pode ocasionar
uma insatisfação para quem esteja adquirindo o produto ou serviço oferecido pela
organização.
Os objetivos da implantação de uma cadeia de suprimento poderão assim ser
resumidos, de acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.262):

• Parcerias - Compartilhar todas as iniciativas com os parceiros


da cadeia.
• Riscos - Compartilhar os riscos de fazer negócios.
• Resultados - Compartilhar os resultados da racionalização das
atividades.
• Informações - Compartilhar as informações mediante meios
adequados.
• Diferença - Evitar que algum elo da cadeia acumule perdas.

A cadeia de suprimento é uma ferramenta que se bem utilizada proporcionará


para as organizações frutos bem proveitosos.
Sendo o conceito da cadeia de suprimento muito amplo é necessário definir
alguns processos que podem ser considerados críticos para que o abastecimento de
uma cadeia seja eficaz. Esses processos podem ser desenvolvidos internamente
pela empresa ou por processos logísticos que assumem parte deles ou sua
totalidade (FRANCISCHINI E GURGEL, 2004).

2.1.1 Logística

A logística é um campo fascinante. Não o era 50 anos atrás. Até os anos 50,
os mercados, bastante restritos, e locais, estavam em estado de tranqüilidade, e o
nível de serviço, a plena satisfação ao cliente não existiam. Filosofia dominante para
guiar as organizações e traduzi-las em fator de vantagem competitiva, também não
existia. As empresas fragmentavam a administração de atividades-chaves do pleno
nível de serviço. Isso resultava em enorme conflito de objetivos e de
responsabilidades para as atividades logísticas, acarretando um fraco atendimento
Referencial Teórico 33

ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e


de ganho de vantagem competitiva (POZO, 2004).
Costa (2002) relata que desde a antigüidade o homem em sua sabedoria
intrínseca já exercia práticas logísticas, ele estocava produtos para sua
sobrevivência, e essa atividade já era considerada estratégica. No entanto, Pozo
(2004) afirma em suas teorias que a logística teve origem nas organizações
militares. As guerras eram longas e geralmente distantes, havendo a necessidade
de grandes e constantes deslocamentos de recursos, tais como, as tropas,
armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate, evidenciando a
necessidade de planejamento, organização e execução para essas tarefas.
Segundo Christopher10, (citado por CORONADO, 2007, p. 68):

“o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da


logística. Como precedente para a Guerra do Golfo, os Estados
Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantidades de
materiais a grandes distâncias, o que se pensava ser em um tempo
impossivelmente curto. Meio milhão de pessoas e mais de meio
milhão de unidades de materiais e suprimentos tiveram que ser
transportados através de 12.000 quilômetros por via aérea, mais 2,3
milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar – tudo
feito em questão de meses”.

Ao longo da historia do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas pelo


poder e pela capacidade da logística, ou pela falta deles.
Logística, denominação dada pelos gregos à arte de calcular, pela filosofia
conjunto de sistemas de algoritmos aplicados à lógica e pelos franceses parte da
guerra que trata do planejamento da realização de projeto e desenvolvimento, serviu
de parâmetro para os militares norte-americanos utilizarem como forma de designar
a arte de transporte e distribuição e fornecimento das tropas em operações. Seu
desenvolvimento deveu-se ao intuito de abastecer, transportar e alojar tropas,
propiciando que os recursos certos estivessem no local certo e na hora certa. Dessa
forma, esta doutrina operacional permitia que as campanhas militares fossem
realizadas e contribuía, como diferencial de vantagem, para a vitória das tropas em
combates. As forças armadas da América foram os primeiros a utilizar esse conceito
de logística, na Segunda Guerra Mundial (POZO, 2004).

10
CHRISTOPHER, Martin. Op. cit.
Referencial Teórico 34

Ballou (1993) apresenta a evolução da logística dividida em três períodos. O


primeiro trata do período antes do surgimento da Segunda Guerra Mundial; o
segundo inicia-se após a Segunda Guerra Mundial e se estende até 1970; já o
terceiro tem início em 1970 e se estende até os dias de hoje.
Quando a logística surgiu o seu enfoque era totalmente operacional
(armazenagem e transportes). O conceito foi evoluindo e a logística passou a ser
tratada como distribuição física. Começava-se a entender que armazenagem e
transportes estavam relacionados e que a operação logística envolvia as duas
coisas (CERVI, 2002).
Ainda de acordo com Cervi (2002), no Brasil, a incorporação da logística no
vocabulário empresarial ainda é um fenômeno recente. No entanto, têm-se
observado um avanço muito grande no uso da logística nos últimos anos.
Anteriormente era restrita apenas às empresas que operavam no comércio exterior,
hoje, no mercado globalizado, onde a tecnologia da informação está disseminada
em todo o planeta e a comunicação on-line permite a ligação simultânea em toda a
cadeia do comércio internacional, não se concebe mais nas empresas a ausência da
logística em suas operações.
Pozo (2004, p.13), define que:

A logística trata de todas as atividades de movimentação e


armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de
aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim
como dos fluxos de informação que colocam os produtos em
movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço
adequados aos clientes a um custo razoável.

A logística estuda como prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de


distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e
controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam
facilitar o fluxo de produtos. Ela é um assunto fundamental, visa diminuir o hiato
entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e
serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem (BALLOU,
1993).
A logística torna possível a disponibilização de produtos e serviços no local e
instante em que são necessários. Dentre os principais ganhos que as empresas
Referencial Teórico 35

podem ter são: entregas mais rápida de acordo com a demanda; redução dos custos
operacionais; aumento da produtividade; aumento no giro de mercadorias e redução
de estoques; e redução de perdas. A atividade logística deve ser vista por meio de
duas grandes ações que são denominadas de primárias e de apoio. A denominação
de atividade primária identifica aquelas que são de importância fundamental para a
obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado deseja,
são essenciais para a coordenação e para o cumprimento da tarefa logística. São as
seguintes: Transportes; Manutenção de estoques; e Processamento de pedidos.
Essas três atividades são fundamentais para cumprir a missão da organização,
(BALLOU, 1993):

• Transportes: o transporte é a atividade logística mais


importante simplesmente porque ela absorve, em média, de um a
dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma firma
moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas
matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.
• Manutenção de estoques: é a atividade para atingir-se um grau
razoável de disponibilidade do produto em face de sua demanda, e é
necessário manter estoques, que agem como amortecedores entre a
oferta e a demanda. O uso de estoques, como regulador de
demanda, resulta no fato de que, em média, ele passa a ser
responsável por aproximadamente um a dois terços dos custos
logísticos.
• Processamento de pedidos: é uma atividade logística primária.
Sua importância deriva do fato de ser um elemento critico em termos
do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes, em
relação, principalmente, à perfeita administração dos recursos
logísticos disponíveis. É também a atividade primária que dá partida
ao processo de movimentação de materiais e produtos bem como a
entrega desses serviços.

Para Ballou (1993), as atividades consideradas de apoio são aquelas,


adicionais, que dão suporte ao desempenho das atividades primárias. Essas
atividades de apoio são: Armazenagem; Manuseio de materiais; Embalagem;
Suprimentos; Planejamento; e Sistema de informação:

• Armazenagem: refere-se à administração do espaço


necessário para manter estoques.
• Manuseio de materiais: esta associada com a armazenagem e
também apóia a manutenção de estoques. É uma atividade que diz
respeito à movimentação do produto no local de estocagem.
Referencial Teórico 36

• Embalagem: um dos objetivos da logística é movimentar bens


sem danificá-los além do economicamente razoável. Bom projeto de
embalagem do produto auxilia a garantir movimentação sem
quebras. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento
encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
• Suprimentos: é a atividade que proporciona ao produto ficar
disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo sistema
logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de
fornecimento, da definição das quantidades a serem adquiridas, da
programação das compras e da forma pela qual o produto é
comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico.
• Planejamento: refere-se primariamente às quantidades
agregadas que devem ser produzidas bem como quando, onde e por
quem devem ser fabricadas. É a base que servirá de informação à
programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento
que permitirá o cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.
• Sistema de informação: É a função que permitirá o sucesso da
ação logística dentro de uma organização para que ela possa operar
eficientemente. São as informações necessárias de custo,
procedimentos e desempenho essenciais para correto planejamento
e controle logístico. Portanto, uma base de dados bem estruturados,
com informações importantes sobre os clientes, sobre os volumes de
vendas, sobre os padrões de entregas e sobre os níveis dos
estoques e das disponibilidades físicas e financeiras que servirão
como base de apoio a uma administração eficiente e eficaz das
atividades primárias e de apoio do sistema logístico.

A Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, a


movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos acabados e,
também, seus fluxos de informações através da organização e seus canais, de
modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura mediante atendimento
dos pedidos a baixo custo e a plena satisfação do cliente (POZO, 2004).
Segundo Bertaglia (2003), o objetivo clássico da logística é possibilitar que os
produtos certos, na quantidade certa, estejam nos pontos de venda no momento
certo, considerando o menor custo possível. O foco da organização é a gestão
correta da cadeia de abastecimento, que pode trazer a vantagem competitiva.
O processo de globalização da economia e a criação de grandes blocos
econômicos, nas últimas décadas, contribuíram para o aperfeiçoamento das
técnicas de logísticas no mundo, tornando efetivas as utilizações de tempo e de
lugar como forma racional de criar valor agregado às transações de mercado. Tem
sido pelas inovações nas práticas logísticas que as empresas de qualquer categoria
estão obtendo e mantendo suas vantagens diferenciais competitivas no mercado.
Isto se efetiva pelos efeitos positivos que as atividades de logísticas provocam nos
Referencial Teórico 37

índices de preços, custos financeiros, produtividade, custo de energia e, em


particular, na satisfação dos clientes (PEREIRA, 2002).
Sendo assim, e tomando como base os assuntos referentes ao tema desta
monografia, faz necessário adentrar em tópicos mais específicos destinados aos
suprimentos de materiais dos serviços do setor de saúde, assim a logística
hospitalar faz referência ao ponto e tem significativa importância para o estudo.

2.1.1.1 Logística Hospitalar

Por mais diferentes que sejam as organizações, todas utilizam materiais em


suas atividades, em maior ou menor grau. No caso dos hospitais, os materiais
desempenham um papel importante, de modo que a sua administração se tornou
uma necessidade, independentemente do seu porte ou tipo. As atividades voltadas
para administrar o fluxo de materiais e de informações relacionadas com esse fluxo
ao longo da cadeia de suprimento constituem o que genericamente se denomina
logística. Uma cadeia de suprimento é um conjunto de unidades produtivas unidas
por um fluxo de materiais e informações com o objetivo de satisfazer às
necessidades de usuários ou clientes específicos. A logística atua em todo o fluxo,
desde os fornecedores de materiais até a entrega de produtos aos clientes externos
à organização, incluindo a prestação de serviços pós-venda e pós-entrega, como a
assistência técnica e a prestação de serviços de garantia (BARBIERI E MACHLINE,
2006).
Barbieri e Machline (2006) afirmam que a logística dos materiais assume
importância crescente nas entidades de saúde. O elevado custo da manutenção dos
estoques, de um lado e, do outro, a necessidade de proporcionar um perfeito nível
de atendimento aos pacientes, sem ocorrência de qualquer falta de insumos,
requerem extrema proficiência por parte do gestor de materiais.
Ribeiro (2005, p.01) afirma que:

“um dos maiores desafios para o administrador hospitalar está em


atender adequadamente às necessidades da instituição [...]”. A
atividade do prestador de serviço em saúde é muito diferente na sua
responsabilidade de uma atividade industrial ou comercial [...]. Pode-
se em uma fábrica deixar de produzir algum item por falta de
componente e recuperar-se o atraso da produção no dia seguinte [...]
Não é o que ocorre com a atividade hospitalar. O nosso “cliente” está
Referencial Teórico 38

necessitando do medicamento naquele horário, ou para aquela


cirurgia imediata, ou ainda vem para atendimento emergencial que
não sabemos quanto ou o que poderá ser.

Barbieri e Machline (2006) ainda reforçam o pensamento de Ribeiro (2005)


quando descrevem que em organizações industriais, comerciais e de serviços, é
importante distinguir o suprimento da distribuição física, pois os usuários dos
materiais são diferentes e possuem objetivos diferentes em relação a eles.
É indispensável para o sucesso da logística hospitalar especialmente para os
hospitais de médio e grande porte, a existência de um eficiente sistema
organizacional em toda a cadeia de abastecimento hospitalar que é composta por
planejamento de materiais, almoxarifado, recebimento, compras, farmácia e
suprimentos do centro cirúrgico. Por sua vez, as práticas logísticas para que os
objetivos da atividade médico-hospitalar sejam alcançados devem estar apoiadas
em estratégias que colaborem para que as metas dessas empresas de saúde sejam
alcançadas (PEREIRA, 2002).
A qualidade dos serviços de uma organização se relaciona de modo muito
intenso com a qualidade da administração de materiais, pois para que um serviço
seja bem feito é necessário que o material certo esteja disponível no momento em
que for necessário. O que todas as organizações de serviço oferecem aos seus
clientes é um conjunto de bens tangíveis e intangíveis em diferentes proporções,
formando um pacote que a moderna administração denomina pacote produto-
serviço. Nos hospitais, esse pacote é formado pelos serviços médicos e correlatos e
pelos bens materiais, ou seja, pelos bens patrimoniais (instalações, equipamentos e
outros presentes no local e no prédio onde os serviços são prestados) e os bens
materiais que dão suporte aos serviços. A importância dos materiais que compõem
um pacote produto-serviço não se mede apenas pelo seu valor econômico, embora
no caso dos hospitais esse valor seja significativo (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
Na realização dos serviços, de modo geral, há uma fase em que os
prestadores do serviço e os usuários do serviço estão em estreito contato. Se o
material necessário para apoiar as atividades dos prestadores do serviço não estiver
presente ou não for suficiente ou adequado a essas atividades, o serviço como um
todo ficará comprometido.
Referencial Teórico 39

Barbieri e Machline (2006, p.06) esclarecem que num hospital, as principais


atividades típicas de suprimento podem ser agrupadas formando famílias de
atividades com objetivos comuns e inter-relacionadas. São elas: seleção de
materiais; gestão de estoques; compras ou aquisições e armazenagem.

• Seleção de materiais, envolvendo atividades de especificação


de materiais, padronização e definição de critérios para adotar novos
materiais e substituir os que estão sendo usados. O objetivo dessas
atividades é responder à seguinte pergunta: quais materiais devem
ser utilizados pela organização?
• Gestão de estoques, tendo entre as principais atividades a
realização de previsões da demanda e a montagem e operação de
sistemas de reposição de estoques. Após ter definido os materiais
que a organização pretende utilizar, as atividades dessa família
procuram responder às seguintes perguntas: quanto e quando
comprar?
• Compras ou aquisições, nessa família, encontram-se as
atividades voltadas para selecionar, avaliar e desenvolver
fornecedores, negociar com eles, acompanhar as compras etc.
Procuram responder às seguintes questões: como e de quem
comprar?
• Armazenagem, cujas atividades básicas são recebimento,
guarda preservação, segurança e distribuição aos usuários internos.
Essas atividades respondem às questões: onde localizar os materiais
estocados, como estocá-los e como entregá-los aos solicitantes?

Os materiais encontram-se em todos os momentos das atividades


hospitalares, desempenhando, portanto, funções essenciais independentemente dos
seus valores monetários. Desse modo, a importância dos materiais nas atividades
hospitalares e de saúde não se mede apenas pelo seu valor econômico, mas pela
sua essencialidade à prestação dos serviços a que dão suporte. Uma gestão
eficiente dos recursos materiais pode dar uma contribuição importante para melhorar
os serviços hospitalares, na mesma medida em que reduz os custos desses
recursos ao mesmo tempo em que promove uma melhoria dos serviços prestados,
ou seja, atender os clientes com qualidade e menor custo envolvido com os
materiais (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
A presente monografia estuda a administração de suprimentos de materiais,
estes aplicados aos serviços de saúde, como já citados. Vale ressaltar que a
veemência da mesma é aborda o estudo dos materiais com maior intensificação.
Referencial Teórico 40

2.1.2 Administração de Materiais

Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição


de produtos de forma racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar
todo o processo, visando à redução de custos e ao aumento da competitividade da
empresa. A logística surge como ferramenta fundamental a ser utilizada para
produzir vantagens competitivas e a administração de materiais para atender ao
moderno enfoque logístico. O sucesso do gerenciamento de materiais nas empresas
depende da aplicabilidade dos conceitos logísticos. (VIANA, 2002).
Para Viana (2002), o objetivo fundamental da administração de materiais é
determinar quando e quanto adquirir, para repor o estoque, o que determina que a
estratégia do abastecimento sempre seja acionada pelo usuário, à medida que,
como consumidor, ele detona o processo.
Francischini e Gurgel (2004, p. 05) definem administração de materiais como:

Atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais


eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das
especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto
terminado ao cliente.

A motivação da administração de materiais é satisfazer às necessidades de


sistemas de operação. A importância da boa administração de materiais pode ser
mais bem apreciada quando os bens necessários não estão disponíveis no instante
correto para atender às necessidades de produção ou operação. Boa administração
de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências
de operação, ou seja, o objetivo da administração de materiais deve ser prover o
material certo, no local de operação certo, no instante correto e em condição
utilizável ao custo mínimo (BALLOU, 1993).
A administração de materiais abastece ou supre a organização com os
materiais, constituindo o elo entre a empresa e os seus fornecedores de materiais.
Visa atender o cliente certo, com o material certo e nas quantidades e momentos
certos e nas melhores condições para a organização (BARBIERI E MACHLINE,
2006).
De tal modo, uma das mais importantes funções da administração de
materiais está relacionada com o controle de níveis de estoques. Todas as
Referencial Teórico 41

organizações devem preocupar-se com o controle de estoques, visto que


desempenham e afetam de maneira bem definida o resultado da empresa (POZO,
2004).

2.1.2.1 Estoques

Um dos grandes desafios enfrentados atualmente pelas organizações se


refere ao balanceamento dos estoques em termos de produção e logística com a
demanda do mercado e o serviço ao cliente. A gestão de estoques é elemento
imprescindível e deve ser administrada eficientemente, pois todas as organizações
mantêm estoques (BERTAGLIA, 2003).
O termo gestão de estoques, dentro da logística, é em função da necessidade
de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve
manter, dentro de parâmetros econômicos. Esses materiais e produtos que
compõem os estoques são: matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção,
material de escritório, material e peças em processos e produtos acabados. A
função principal da administração de estoques é maximizar o uso dos recursos
envolvidos na área logística da empresa, e com grande efeito dentro dos estoques
(POZO, 2004).
O controle de estoque, desde a antiguidade, já se tinha a necessidade de
uma adequada forma de utilização de sistemas e métodos, para obter melhorias nas
atividades desenvolvidas, pois ocorriam desperdícios e ausência de mercadorias,
ocasionando assim para a organização prejuízos e para os clientes insatisfação
devido o produto não está disponível.
Segundo Francischini e Gurgel (2004, p. 148):

Para o controle de estoque ser eficaz é necessário, portanto, que


haja um fluxo de informações adequado e um resultado esperado
quando a seu comportamento. Espera-se de um Administrador de
materiais que os usuários tenham fácil acesso aos itens estocados,
quando eles forem necessários para a elaboração de alguma
atividade na empresa, mas, por outro lado, o volume do estoque não
pode ser tão alto que comprometa a rentabilidade da empresa.

Demo (2005) afirma que os estoques têm a função de ponderar as entradas e


saídas de uma empresa, as quais oscilam, ora sendo maiores as entradas, ora as
Referencial Teórico 42

saídas. Quanto maior o número de entradas maior será o estoque, quanto maior for
as saídas, menor o estoque. O objetivo sempre será o da igualdade, onde a
velocidade de entrada é igual à velocidade de saída, sendo assim os estoques
nulos. Objetivo este que depende da integração dos setores dentro da empresa,
principalmente o de compras (entradas) com o de vendas (saídas), os quais passam
a ser função do planejamento e controle de produção.
Em si tratando de organizações de saúde, o sistema de materiais de um
hospital é bastante complexo e não está restrito à quantidade de variáveis ou ao seu
custo, é necessário considerar também a complexidade do seu processo produtivo.
O procedimento de produção do setor de saúde é uma das mais intrincadas
unidades de trabalho, porquanto ele constitui um centro de interação de várias
disciplinas e profissões, incorporando tecnologias, gerando um modelo assistencial
com uma variedade enorme de itens e graus de diversidade (SILVA, 2006).
Para Pozo (2004, p.40), a função de planejar e controlar estoques são fatores
primordiais numa boa administração do processo produtivo. Os objetivos do
planejamento e controle de estoque são:

• Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material


auxiliar, peças e insumos ao processo de fabricação;
• Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento
compatível às necessidades vendidas;
• Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para
eliminá-los;
• Não permitir condições de falta ou excesso em relação à
demanda de vendas;
• Prevenir - se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;
• Manter as quantidades em relação às necessidades e aos
registros;
• Fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao
planejamento de curto, médio e longo prazos, das necessidades de
estoque;
• Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em
conta os volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o
custo de venda do produto.

Ainda conforme Pozo (2004) existem diversos tipos ou nomes de estoques,


que podem ou não ser mantidos em um ou diversos almoxarifados. Usualmente, as
empresas possuem em sua organização cinco almoxarifados básicos, que são:
Referencial Teórico 43

• Almoxarifado de matérias-primas;
• Almoxarifado de materiais auxiliares;
• Almoxarifado de manutenção;
• Almoxarifado intermediário;
• Almoxarifado de acabados.

A razão de manter estoques está relacionada com a previsão de seu uso em


um futuro imediato. É praticamente impossível conhecer a demanda futura; torna-se
necessário manter determinado nível de estoque, para assegurar disponibilidade de
produtos às demandas, bem como minimizar os custos de produção, movimentação
e estoques (POZO, 2004).

2.2 Serviços de Saúde

O padrão de utilização de serviços de saúde de um determinado grupo


populacional é principalmente explicado por seu perfil de necessidades em saúde,
Hulka e Wheat11, (citado por TRAVASSOS E OUTROS, 2000, p.134). Está
condicionado também, por inúmeros outros fatores internos e externos ao setor,
relacionados tanto à forma como está estruturada a oferta de serviços Wennberg12,
(citado por TRAVASSOS E OUTROS, 2000, p. 134) quanto às preferências e
escolhas do usuário.
A disponibilidade, o tipo, a quantidade de serviços e recursos (financeiros,
humanos, tecnológicos), a localização geográfica, a cultura médica local, a ideologia
do prestador, entre outros, são aspectos da oferta que influenciam o padrão de
consumo de serviços de saúde (TRAVASSOS E OUTROS, 2000).
A população brasileira é de 172.385.826 habitantes, segundo dados do censo
de 2001 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, e encontra-se
irregularmente distribuída em um território de 8,5 milhões de Km2, com um
quantitativo de municípios em cada estado e em cada região muito variável. A região
mais populosa é o Sudeste, que concentra 71.662.769 habitantes (42,6% da
população total do país). As menos populosas são o Centro-Oeste, com 11.675.381
habitantes e o Norte, com 12.666.944 habitantes, respectivamente 6,9% e 7,5% da

11
HULKA, B. & WHEAT, J. 1985. Patterns of utilization: a patient perspective. Medical Care
23(5):438-460.
12
WENNBERG JE 1985. On patient need, equity, supplier-induced demand and the need to assess
the outcome of common medical practices. Medical Care 23(5): 512-520.
Referencial Teórico 44

população total do país. O Nordeste, segunda região mais populosa, tem 47.250352
habitantes ou 28,1% da população nacional, e o Sul tem 25.033.302 habitantes, o
que representa 14,9% da população total do país.
Assim, o Brasil, país considerado em desenvolvimento, embora apresente
uma taxa de esperança de vida média de aproximadamente 67 anos e alguns
índices socioeconômicos de países desenvolvidos, possui indicadores sócio-
sanitários bastante contrastantes. O país ainda apresenta, em algumas regiões,
elevadas taxas de mortalidade infantil, e de coeficiente de mortalidade por doenças
infecciosas e parasitárias. O setor de saúde, como segmento prestador de serviços
e cujas ações se refletem profundamente na sociedade, deve adotar uma prática
gerencial apropriada capaz de alterar esse quadro mórbido e preocupante (LOPES
E FILHO, 2003).
No contexto brasileiro, os serviços de saúde padecem em analogia ao
vocabulário médico, de uma "infecção generalizada", e, por isso mesmo, depende
dos mais diversos esforços para promover sua recuperação. Boa parte dos
municípios brasileiros sequer possui um único hospital, motivo pelo qual não é raro
que pacientes se desloquem e até se instalem, por dias e meses a fio, submetendo-
se a tratamento em municípios vizinhos ou mais distantes de suas origens, o que
contribui para sufocar e estrangular, ainda mais, o sistema de atendimento. Isso
denota falta de uma gestão adequada na distribuição de recursos humanos, de leitos
e de medicamentos, de acordo com as carências de cada município (SILVA, 2006).
Silva (2006) afirma que contribuir para a prestação dos serviços de saúde,
com vistas a torná-lo eficiente não é uma tarefa fácil. A saúde é um direito de todos
e um dever do Estado. O direito à saúde implica não apenas no oferecimento da
medicina curativa, mas também na medicina preventiva, dependente, por sua vez,
de uma política social e econômica adequadas. Assim, o direito à saúde
compreende a saúde física e mental, iniciando pela medicina preventiva,
esclarecendo e educando a população, higiene, saneamento básico, condições
dignas de moradia e de trabalho, lazer, alimentação saudável na quantidade
necessária, campanhas de vacinação, dentre outras.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE informam que
de 2002 a 2005, houve um aumento em 17,8% do número de estabelecimentos de
saúde no país. Em 2002, 146 cidades não tinham unidades de saúde e, em 2005,
apenas seis dos 5.564 municípios brasileiros não possuíam este tipo de
Referencial Teórico 45

estabelecimento. Nesse mesmo período, a terceirização cresceu em todas as


regiões, principalmente no Nordeste.
Para Travassos e outros (2000), o sistema de saúde brasileiro é constituído
por uma complexa rede de prestadores e compradores de serviços,
simultaneamente inter-relacionados, complementares e competitivos, formando uma
complicada multiplicidade entre o setor público e privado. Compõe-se por três
principais subsetores: o público, com serviços financiados e prestados pelo Estado,
nos seus diversos níveis; o privado (lucrativo e não-lucrativo), financiado por
sistemas de reembolso, que podem ser recursos públicos ou privados; e o de
seguros privados, financiados diretamente pelo consumidor ou pelas empresas
empregadoras (em geral de forma parcial), com diferentes níveis de preços e
subsídios.
O setor público está mais presente no Norte e Nordeste, no entanto quase
70% das unidades privadas atendem ao Sistema Único de Saúde - SUS. O hospital
referente ao estudo de caso desta monografia é caracterizado como hospital de
média complexidade, detém grande serviço de emergência com perfil de urgência
em cirurgia geral, clínica médica, ortopedia, pediatria e maternidade da microrregião
de Paulo Afonso - BA, com mais de 10 mil atendimentos por mês, para uma
população de 22 municípios dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e da
Bahia, é cadastrado no Ministério da Saúde como rede privada, porém 100% dos
seus usuários são do Sistema Único de Saúde - SUS.
O consumo de serviços de saúde é função das necessidades e do
comportamento dos indivíduos em relação a seus problemas de saúde, bem como
das formas de financiamento e dos serviços e recursos disponíveis para a
população. A Constituição brasileira de 1988 estabelece o Sistema Único de Saúde -
SUS com base na institucionalização da universalidade da cobertura e do
atendimento. O sistema foi implementado em 1990 e pode ser traduzido como
igualdade de oportunidade de acesso aos serviços de saúde para necessidades
iguais (LIMA, 2005).
Para tanto, é importante levar em consideração a complexidade dessa
atividade. As atividades de atenção à saúde são atividades complexas, assentadas
sobre uma cadeia produtiva que incorpora seqüências de ações definidas para a
geração de seus produtos, os chamados procedimentos. Cada procedimento
demanda uma variedade específica de insumos (bens) e processos de trabalho
Referencial Teórico 46

(serviços). Não só os produtos oferecidos em organizações de saúde são complexos


e pressupõem elevada qualificação profissional, mas os insumos utilizados em sua
produção são cada vez mais sofisticados e numerosos (INFANTE E SANTOS,
2007). As perversas desigualdades no acesso e utilização dos serviços, o mau
atendimento, as filas, a superlotação das emergências, a escassez de recursos nas
unidades de saúde, a falta de leitos hospitalares e a demora para a marcação de
exames são algumas das evidências da inadequação das atividades complexas e a
realidade dos serviços (LIMA, 2006).
Ribeiro (2005) afirma que um dos maiores desafios para o administrador
hospitalar está em atender adequadamente às necessidades da instituição. O
administrador hospitalar tem como missão atender e superar continuamente as
expectativas solicitadas. Os gestores de hospitais são compelidos a praticarem uma
administração profissional capaz de cumprir com eficiência, eficácia, efetividade e
principalmente, com economia, a missão das entidades que gerenciam, dentro da
legalidade.
Para isso, é necessário estabelecer diretrizes e ações, a fim de realizar um
trabalho por meio de pessoas para entregar o material certo ao usuário certo, no
momento e nas quantidades certas, observando as melhores condições para a
organização, complementam Barbieri e Machline (2006).

2.3 Administração de Materiais nos Serviços de Saúde

Materiais e logística são, juntamente com recursos humanos, fatores críticos


para o desenvolvimento de atividades de atenção à saúde e para a excelência
operacional da organização hospitalar, afirmam Infante e Santos (2007). Por mais
diferentes que sejam as organizações, todas utilizam materiais em suas atividades,
em maior ou menor grau. A disponibilidade de insumos em hospitais, materiais e
medicamentos, é um fator de grande importância, pois a interrupção no fluxo pode
refletir não só em perdas econômicas, mas também de vidas humanas. A obtenção
de insumos hospitalares é a forma pela qual o sistema hospital adquire esses
recursos com o objetivo de utilizá-los como entradas do sistema. Os principais
elementos envolvidos nesta atividade são a função compras do hospital, que aqui
será entendido como um elo entre a organização e o seu mercado fornecedor. Tem
por objetivo processar as aquisições de bens que a organização necessita. Nas
Referencial Teórico 47

organizações públicas, o processo de licitação é o modo pelo qual adquirem bens e


serviços. Nas organizações privadas, as questões relacionadas com as compras,
são as cotações. E a função vendas do fabricante de insumos (MONTEIRO E
OUTROS, 2003).
Em si tratando de organizações de saúde, um hospital é um sistema produtivo
que, como qualquer outro, pode ser representado por três elementos básicos:
entradas, processamento e saídas. As entradas são os recursos que serão
processados ou utilizados no processamento para produzir os serviços de saúde, ou
seja, os profissionais que trabalham no hospital, as instalações e equipamentos
médicos, os insumos hospitalares, materiais e medicamentos, e os pacientes
tratados e resultados de exames Slack13, (citado por MONTEIRO E OUTROS, 2003,
p. 01).
A administração de materiais na área de saúde é mais complexa do que a de
outros segmentos da economia, pois os medicamentos e materiais de enfermagem
amontoam a milhares; têm exíguo prazo de validade; requer conservação a baixa
temperatura; devem ser passíveis de rastreabilidade; são facilmente furtados;
apresentam-se sob as formas mais diversas, desde comprimidos até injetáveis; as
doses individuais devem ser diariamente prescritas, preparadas, baixadas dos
estoques, ministrados ao paciente e faturados sem omissão nem erro; e finalmente,
os resíduos contaminados devem ser removidos e incinerados com extremo
cuidado. Para escolher os materiais de acordo com as considerações expostas, é
necessário realizar em bases sistemáticas as seguintes atividades: especificação,
identificar materiais; simplificação, reduzir a variedade de materiais; padronização,
tornar obrigatório o uso de materiais especificados; classificação, criar classes ou
grupos de materiais para estabelecer instrumentos de gestão diferenciados,
classificação ABC14 e classificação XYZ15; codificação e catalogação é a atribuição
de símbolos aos materiais especificados (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
Para Barbieri e Machline, (2006) A logística dos materiais assume importância
crescente nessas entidades. A gestão eficiente de materiais exige por parte dos
responsáveis inúmeros e constantes esforços, e afasta do hospital três graves
13
SLACK, N. et al. (1997). Administração da Produção. São Paulo: Atlas.
14
A classificação ABC, é um procedimento que visa identificar os produtos em função dos valores
que eles representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à importância de cada
item em relação ao valor total considerado.
15
A classificação XYZ tem como critério o grau de criticalidade ou imprescindibilidade do material
para as atividades em que eles estarão sendo utilizados.
Referencial Teórico 48

males: a compra cara; o estoque excessivo; e a falta de material. Esses flagelos são
os dois primeiros, fatais para o hospital e, o terceiro, fatal para o paciente.
Segundo os autores citados acima, em si tratando dos estoques, esses são
constituídos de todo material mantido pela organização para atender a uma
demanda futura, está significa a quantidade de um bem ou serviço que as pessoas
estariam dispostas a adquirir sob determinadas condições. Estas podem ser
tendência que significa o padrão de crescimento, declínio ou estacionalidade da
demanda no curto prazo e sazonalidade que se refere às oscilações periódicas e
regulares ao longo da curva de tendência produzidas por fatos ou situações de
caráter repetitivo. Estoques são valores referentes a materiais existentes
relacionados com as atividades-fins da organização. Porém, materiais estocados em
demasia consomem recursos que poderiam ser mais bem aplicados em outras
atividades da organização. Já a falta do mesmo pode provocar a paralisação dos
serviços, com todos os problemas decorrentes, além de obrigar a organização a
incorrer em gastos adicionais para realizar compras urgentes que, via de regra, é
mais dispendiosa que as compras normais, e prejudicar a imagem da empresa.
Barbieri e Machline (2006, p. 08) relatam um esquema lógico de interação
entre os diferentes grupos que constituem a administração de materiais de um
hospital, e que serão descritos por todo texto, “primeiro, é necessário saber quais
materiais serão utilizados pela organização para depois decidir sobre quanto e
quando comprá-los, de quem comprá-los e como armazená-los e distribuí-los
corretamente aos solicitantes”.
A qualidade dos serviços se relaciona de modo muito intenso com a qualidade
da administração de materiais, pois para que um serviço seja bem-feito é necessário
que o material certo esteja disponível no momento em que for necessário, assim,
será medido o nível de serviço oferecido ao cliente pela organização. A expressão
nível de serviço pode ser entendida como a capacidade de uma organização em
oferecer produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades ou exigências dos
seus clientes; é a combinação dos objetivos da organização com a satisfação dos
seus clientes ou usuários. Para efeito da administração de materiais hospitalares, as
dimensões do nível de serviço são as seguintes: atendimento, pontualidade e
rapidez nas entregas, flexibilidade no atendimento aos clientes ou solicitantes,
prestação de informações aos solicitantes e qualidade da entrega. (BARBIERI E
MACHLINE, 2006).
Referencial Teórico 49

O sistema de materiais de um hospital registra de 3.000 a 6.000 itens de


consumo adquiridos com certa freqüência, representam um valor em torno de 15% a
25% dos orçamentos dos hospitais. Esses números mostram que a complexidade de
um sistema não está restrita à quantidade de variáveis ou ao seu custo, é
necessário considerar também a complexidade do seu processo produtivo. Existem
30 mil medicamentos registrados nas farmacopéias, em nível mundial. Considera-se
que existem 500 princípios ativos Vecina e Reinhardt16, (citado por INFANTE E
SANTOS, 2007, p. 946).
A preocupação com a logística hospitalar vem crescendo bastante, como já
mencionado, pois dela depende a alimentação e o abastecimento de todos os
pontos de distribuição de medicamentos e materiais médicos - hospitalares dentro
do hospital, as chamadas clínicas. A distribuição racional dos medicamentos
consiste em assegurar os produtos na quantidade e especificações solicitadas pelos
usuários de uma forma segura e no prazo estabelecido (YUK; KNEIPP E OLIVEIRA,
2006).
A administração de materiais tem por objetivo disponibilizar o material certo,
na quantidade certa e no tempo certo para o seu usuário. Em relação à escolha do
material certo, torna-se necessária a realização de um conjunto de atividades, aqui
denominadas genericamente de seleção e classificação de materiais. A seleção dos
materiais deve ser efetuada mediante uma administração que seja capaz de
explicitar as divergências e alcançar um razoável consenso entre os diferentes
atores envolvidos: usuários, compradores, farmacêuticos, almoxarife e diretor
financeiro (BARBIERI E MACHLINE, 2006).
Sob a denominação genérica de armazenagem entende-se as atividades
administrativas e operacionais de recebimento, armazenamento, distribuição dos
materiais e controle físico dos materiais estocados. As empresas fabris podem
atender praticamente a todas as suas atividades com dois tipos de armazenagem,
entretanto, os hospitais têm necessidade de mais locais de armazenagem em
decorrência das características diferenciadas dos bens materiais que utiliza. A
distribuição de medicamentos e de suprimentos farmacêuticos é efetuada mediante
requisições emitidas pelos postos de enfermagem (BARBIERI E MACHLINE, 2006).

16
VECINA, N. G. & REINHARDT, F. W. Op. cit.
Referencial Teórico 50

Assim, foram descritos todas as atividades típicas de suprimento de materiais


de uma organização de saúde hospitalar.
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Procedimentos Metodológicos 52

3. Procedimentos Metodológicos

O alcance de todo objetivo, por menor que seja, necessita de um


planejamento para alcançá-lo, ou seja, traçar de forma coerente os caminhos que o
levarão a sua conquista, e como fazê-lo.
A definição da metodologia é fator primordial para a concretização da
pesquisa, e deve descrever passo a passo como serão levantados os dados que
solucionarão a problemática e o alcance dos objetivos traçados, transmitindo cunho
científico possível de ser comprovado e compreendido pelos leitores, ressaltando
que todas as investigações utilizam algum tipo de metodologia (ROESCH, 2005).
Andrade (1999) relata que em muitas organizações são estabelecidas normas
para direcionar as ações dos colaboradores de acordo com os objetivos e padrões
da empresa, a esta “bússola” planejada de acordo com cada anseio, denomina-se
método.
Apesar de não haver uma fórmula exata e específica para se solucionar
problemas, deve-se conhecer a realidade, produzir objeto e/ou desenvolver
comportamentos, de acordo com Roesch (2005).
A metodologia trata a respeito dos estudos dos métodos, sendo considerada
como uma forma de conduzir uma pesquisa enfatizando quais as etapas que devem
ser seguidas num determinado processo.

3.1 Método Científico

O método assegura uma pesquisa, tornando-a cientifica. Andrade (1999)


conceitua método como o conjunto dos meios dispostos convenientemente para
alcançar um fim. Malhotra (2001) define pesquisa como “uma estrutura ou planta
para a realização do projeto de pesquisa. Ela detalha os procedimentos necessários
à obtenção das informações para estruturar ou resolver problemas de pesquisa”. E
Gil (1999) afirma que método científico é o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adotados para se atingir o conhecimento.
O estabelecimento de um método é uma estratégia para que a solução torne-
se clara e acessível a todos. Nessa perspectiva de um conhecimento ser previsto,
explicado e os fenômenos para seu alcance controlados, torna-o transferível e
verificável por outras pessoas, conferindo ao conteúdo característica científica, daí
Procedimentos Metodológicos 53

falar-se em método científico ou teoria da investigação, a qual afirmará, negará ou


condicionará hipóteses através da coleta de dados (ROESCH, 2005).
Segundo Lakatos e Marconi (2001), a ciência não pode existir sem o emprego
de algum método científico.

3.2 Delineamento da Pesquisa

O delineamento da pesquisa consiste em tornar o problema pesquisável,


determinando quem vai ser pesquisado e quais questões serão levantadas
(ROESCH, 2005).
Para Gil (1999, p.42) a pesquisa pode ser definida como um processo formal
e sistemático no desenvolvimento do método científico, que tem como objetivo
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos.
Assim, a metodologia utilizada na elaboração desta monografia foi
desenvolvida com base em pesquisas bibliográficas, pesquisa exploratória,
descritiva e na pesquisa quantitativo – descritivos e qualitativa.
Inicialmente foi realizado um levantamento dos dados secundários, estes
auxiliam os pesquisadores a entender melhor o problema a ser investigado, podem
vir a apresentar um novo entendimento sobre o problema, sugerindo e muitas vezes
até trás soluções que não haviam sido consideradas previamente. Com a análise
desses dados juntamente com os dados primários é possível encontrar também
dados similares que vem a dar ainda maior credibilidade às informações
(ANDRADE, 1999).
O levantamento de dados secundários anteriormente descritos foram através
de estudos já publicados sobre o tema, por meio de pesquisas bibliográficas, artigos,
monografias, dissertações, revistas científicas, anais de congressos da área, bem
como a internet.
De acordo com Gil (1999, p.65) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a
partir de material já elaborado. Propiciando assim o estudo “[...] de um tema sob
novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras” (LAKATOS E
MARCONI, 2001, p.183). Ela é desenvolvida com base nos materiais que já estão
disponíveis, como livros e artigos científicos possibilitando ao autor um maior
conhecimento e uma melhor abordagem sobre o tema a ser pesquisado. A pesquisa
Procedimentos Metodológicos 54

bibliográfica serve inicialmente para definir a situação atual do problema e quais as


contribuições e opiniões já existentes sobre o assunto. (LAKATOS E MARCONI,
2001).
Para o conhecimento mais aprofundado sobre o assunto na etapa inicial, foi
utilizada a pesquisa exploratória, esta segundo Gil (1999, p. 43) “tem como
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores”. É usada pelo pesquisador quando o mesmo não tem total domínio
sobre o tema ou situação a ser pesquisada, tornando-se muito útil nas etapas iniciais
do projeto dispondo ao pesquisador uma maior familiaridade e interação com o
problema em estudo. De acordo com Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa
exploratória trata de investigações de pesquisa empíricas que tenham o objetivo de
formular questões ou um problema com a finalidade de desenvolver hipóteses,
elevar a familiaridade do pesquisador com o ambiente a ser estudado ou até mesmo
modificar e esclarecer conceitos estudados.
Na fase exploratória foram levantadas informações preliminares dos dados da
pesquisa, obtendo idéias e esclarecimentos a fim de possibilitar o aperfeiçoamento e
entendimento do objeto de estudo, já que a mesma pode ser utilizada para aumentar
a familiaridade do autor para com o tema. Para tanto, utilizou-se a amostra não-
probabilistica por conveniência, onde esta amostra é selecionada de acordo com a
conveniência do pesquisador. Este tipo de amostra “consome menos tempo e é
menos dispendiosa” (MALHOTRA, 2001).
As pesquisas de campo utilizadas para responder as indagações feitas
durante a elaboração desta monografia foram à pesquisa quantitativo – descritivos e
a pesquisa qualitativa. Lakatos e Marconi (2001, p. 186) definem pesquisa de campo
como sendo “aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações [...]”. A
pesquisa quantitativo – descritivo tem a finalidade de fornecer dados para a
verificação de hipóteses caracterizando-se pela precisão e pelo controle estatístico
(LAKATOS E MARCONI, 2001), fazendo assim referencia ao formulário aplicado
com os acompanhantes dos pacientes. E a pesquisa qualitativa tem o objetivo de
obter resultados eficazes, além de buscar aspectos qualitativos no nível de serviços
prestados por um hospital na cidade de Paulo Afonso-BA, conforme atestado no
formulário aplicado que segue em anexo. Este destinado a gerente administrativa do
hospital, responsável também pela farmácia do local em estudo.
Procedimentos Metodológicos 55

Nogueira17, (citado por LAKATOS E MARCONI, 2001, p.212) define formulário


como sendo:
“uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados
resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo
preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as
observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua
orientação”.

Para Lakatos e Marconi (2001, p. 212):

O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação


social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter
informações diretamente do entrevistado. O que caracteriza o
formulário é o contato faca a face entre pesquisador e informante e
ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador, no
momento da entrevista.

E por final a pesquisa do tipo descritiva “que tem por objetivo descrever
completamente determinado fenômeno”, Lakatos e Marconi, (2001, p. 188). Pode-se
notar que a esse tipo de pesquisa demanda maiores detalhes dos fatos e os dados
colhidos através dela são mais minuciosos e precisos.
Segundo Mattar (1999) a pesquisa descritiva é caracterizada por possuir um
objetivo definido, ser bem estruturadas e dirigidas para a solução de problemas ou
avaliação de alternativas de cursos e ações. Gil (1999) relata que ela tem como fator
principal descrever as características de uma determinada população ou fenômeno
para assim poder estabelecer possíveis relações entre variáveis. Ela tem como foco
o levantamento de opiniões sobre, atitudes e crenças de uma população sobre uma
determinada situação, fazendo-se assim necessária para a elaboração desta
monografia.
Malhotra (2001) acrescenta que a pesquisa descritiva serve para avaliar a
porcentagem de unidades numa população específica que exige determinado
comportamento, determinar as percepções de características de produtos,
determinar o grau até o qual as variáveis estão associadas e fazer previsões
específicas.

17
NOGUEIRA, Oracy. Pesquisa social: introdução às suas técnicas. São Paulo: Nacional, EDUSP,
1968.
Procedimentos Metodológicos 56

3.3 Seleção da Amostra

Um dos fatores determinante para a obtenção dos dados é a seleção e


definição da amostra da pesquisa. A determinação do tamanho e universo da
amostra compreende dados que englobam a quantidade de pessoas a serem
entrevistadas, sexo, faixa etária, escolaridade, ou seja, é o grupo de pessoas no
qual será imprescindíveis para a obtenção das informações necessárias.
Deste modo, a amostra estudada, corresponde a 1% do total da população
que acompanhou os clientes – pacientes quando estes freqüentaram o hospital da
cidade de Paulo Afonso - BA no mês de abril, visto que não seria possível realizar as
entrevistas com os próprios pacientes, devido a muitos casos haver impossibilidade
pelo estado de saúde dos mesmos. Esta totaliza um número de 100
acompanhantes, indicador correspondente à quantidade de pessoas que procuraram
o hospital para serem atendidos por uma de suas especialidades (clinicas), visto que
o mesmo possui uma média de 10 mil atendimentos por mês, resultantes do
acolhimento de 22 municípios, além da cidade local, esta amostra pode ser mais
bem entendida através da visualização do quadro 1. E para uma segunda amostra,
outro formulário foi destinado à gerente administrativa do hospital, sendo esta
também responsável pela farmácia do hospital.
Para que os dados obtidos num levantamento sejam significativos, é
necessário que a amostra seja constituída por um número adequado de elementos.
Existem estatísticas que possibilitam estimar esse número. Assim, uma razoável
estimativa pode ser feita consultando-se o quadro 1. Esse quadro fornece o tamanho
da amostra adequada para um nível de confiança de 99% (que em termos
estatísticos corresponde a dois desvios-padrões). As várias colunas, por sua vez,
indicam o número de elementos a serem selecionados com as respectivas margens
de erro. O quadro 1 visa determinar a amplitude de uma amostra tirada de uma
população finita com margens de erro de 1%, 2%, 3%, 4%, 5% e 10% na hipótese
de p = 0,5. Coeficiente de confiança de 95,5%; p proporção dos elementos
portadores do caráter considerado. Sep é <0,5, a amostra pedida é menor. Neste
caso determina-se o tamanho da amostra, multiplicando-se o dado que aparece no
quadro por 4 [p(l -p)] (GIL, 1991).
Procedimentos Metodológicos 57

Quadro 1 – Amplitude de uma amostra tirada de uma população finita


Amplitude
da Amplitude da Amostra com as Margens de Erro Acima Indicadas
População
(Universo)
± 1% ± 2% ± 3% ± 4% ± 5% ± 10%
- - - - 222 83
1000 - - - 385 286 91
1500 - - 638 441 316 94
2000 - - 714 476 333 95
2500 - 1 250 769 500 345 96
3000 - 1364 811 517 353 97
3500 - 1458 843 530 359 97
4000 - 1538 870 541 364 98
4500 - 1607 891 549 367 98
5000 - 1667 909 556 370 98
6000 - 1765 938 566 375 98
7000 - 1842 949 574 378 99
8000 - 1905 976 480 381 99
9000 - 1957 989 584 383 99
10000 5000 2000 1000 488 383 99
15000 6000 2143 1034 600 390 99
20000 6667 2222 1053 606 392 100
25000 7143 2273 1064 610 394 100
50000 8333 2381 1087 617 397 100
100000 9091 2439 1099 621 398 100
0° 10000 2500 1111 625 400 100

18
Fonte: TAGLIACARNE, G. , (citado por GIL, 1991, p.62).

A amostra segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 163), “[...] é uma porção ou


parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto
do universo”. O tamanho da amostra diz respeito à quantidade de pessoas que irá

18
TAGLIACARNE, Guglielmo. Pesquisa de mercado. São Paulo: Atlas, 1976.
Procedimentos Metodológicos 58

participar do estudo. Na ocasião o tipo de amostra que foi utilizada na pesquisa é a


amostra não-probabilística, pois “o pesquisador pode, arbitrária ou conscientemente,
decidir os elementos a serem incluídos na amostra” (MALHORA, 2001, p. 305).
A amostragem “tem como objetivo escolher uma parte (ou amostra), de tal
forma que ela seja a mais representativa possível do todo e, a partir dos resultados
obtidos, relativos a essa parte, poder inferir, [...] nos resultados da população total,
se esta for verificada” (LAKATOS E MARCONI 2001, p. 163).
Muitas vezes a obtenção de informações com um grande número de pessoas
é quase impossível, visto que este exige grandes somas de recursos e tempo. Por
isso, a amostra caracteriza-se como não-probabilística, pois o número da amostra foi
cuidadosamente selecionado apenas para uma parte do universo proposto. Para
fazer uma abordagem de uma amostra mais ampla, seria necessário o uso de uma
amostra probabilística. Ou seja, a pesquisa não poderia ser feita com o universo
(acompanhantes) que freqüentam diariamente o hospital, nem tampouco todos os
hospitais e clinicas da cidade de Paulo Afonso - BA devido aos empecilhos já citados
acima, como a falta de recursos e principalmente a falta de tempo, e também não a
todos os colaboradores que compõem o quadro funcional do hospital envolvido no
setor administrativo do mesmo.
As argüições ocorreram em horários pré-determinados pelo pesquisador de
acordo com sua conveniência, quando se tratou da amostra dos acompanhantes dos
pacientes, e o número da população-alvo da pesquisa foi definido de acordo com o
número de pessoas que freqüentaram o hospital, localizado na cidade de Paulo
Afonso - BA, no período de 01 de abril a 30 de abril. Quando a amostra foi em
relação à gerente administrativa do hospital, o horário foi determinado a partir da
disponibilidade de tempo da mesma. E como já foi apresentado anteriormente o
método de amostragem utilizado foi o de conveniência, que segundo Malhotra
(2001), o número de elementos é deixado a cargo do pesquisador, fazendo-se assim
ser conveniente utilizar uma amostra de 100 respondentes. O tamanho da
população tornou-se satisfatório para a obtenção dos dados necessários para a
conclusão da pesquisa, visto que o pesquisador procurou realizar uma pesquisa
focalizada nos acompanhantes dos pacientes que ali se encontravam no momento
da pesquisa.
Procedimentos Metodológicos 59

3.4 Instrumentos de Coleta de Dados

Na fase da coleta de dados são efetuados os contatos com os respondentes


da pesquisa, “[...] aplicando os instrumentos, registrando os dados, efetuada uma
primeira verificação do preenchimento dos instrumentos e enviados os instrumentos
preenchidos para a central de processamento dos dados” (MATTAR 1998, p. 15).
Como já foi dito anteriormente, a monografia teve como base os tipos de
pesquisa exploratória e descritiva. Na fase exploratória é onde se tem o primeiro
contando com a situação que será pesquisada para poder obter o conhecimento
sobre o objeto de estudo em questão, esta fase busca levantar os dados
preliminares da investigação, para assim obter idéias para um melhor entendimento
do tema, inclui a coleta, análise e interpretação de dados que não podem ser
quantificados. A fase descritiva caracteriza-se por oferecer definições sobre o tema a
ser investigado, atendendo a diversos objetivos da pesquisa com a descrição de
fenômenos ou características associadas com a população-alvo estimativa das
proporções de uma população que tenha certas características e descobertas de
associações entre variáveis (MALHOTRA, 2001 E COOPER, SCHINDLER, 2003).
De acordo com Malhotra (2001) pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição
de algo, normalmente características e funções do mercado. Os estudos descritivos
geralmente são desenvolvidos com base em questionário, entrevistas, formulários
ou até mesmo discussões em grupos. Mas para a obtenção dos dados para essa
pesquisa o método utilizado para a coleta foi o formulário, visto que este é um dos
instrumentos mais utilizados nas pesquisas exploratórias e descritivas.
A partir das informações encontradas na fase exploratória, e para ajudar na
busca dos resultados para com os objetivos da pesquisa, o formulário foi o
instrumento encontrado para que esses objetivos fossem alcançados.
Selltiz19, (citado por LAKATOS E MARCONI, 1991, p.212) define o formulário
como “uma coleção de questões”, ordenadas de perguntas que podem ser
classificadas como abertas (livres ou não limitadas), fechadas ou dicotômicas
(limitadas ou de alternativas fixas) e de múltipla escolha (perguntas fechadas com
mais de duas alternativas fixas). O formulário utilizado nesta pesquisa direcionado a
gerente administrativa do hospital, foi composto com perguntas abertas,

19
SELLTIZ, C. et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1965.
Procedimentos Metodológicos 60

fundamentadas em normas, critérios e rotinas operacionais Viana (2002) e pela


medição adaptada e estabelecida por Wilken e Bermudez20, (citado por NORONHA
E BORGES, 2002, p. 901), criada a partir das respostas obtidas durante a aplicação
do mesmo, somadas a uma entrevista semi-estruturada, pois a pesquisa não ficou
limitada apenas a ordem que estava escrito no papel. Para os acompanhantes dos
pacientes, o formulário continha perguntas abertas, fechadas, dicotômicas, múltipla
escolha e escala tipo Likert de cinco pontos, estes, serão apresentados brevemente
logo abaixo, de acordo com Lakatos e Marconi (1991):

• Perguntas Abertas:

Também chamadas livres ou não limitadas, são as que permitem ao


informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões.
Possibilita investigações mais profundas e precisas.

• Escala Wilken e Bermudez:

A sistemática utilizada para análise e interpretação dos dados foi adaptada de


Wilken e Bermudez21, (citado por NORONHA E BORGES, 2002, p. 901). Em
primeiro lugar determinou-se a existência total, a existência parcial ou a inexistência
de construção e utilização de cada um dos indicadores definidos como padrão pela
literatura científica e referenciados aos setores — seleção de materiais, gestão de
estoques, compras ou aquisições e armazenagem — da instituição hospitalar
pesquisada. A existência total, parcial ou a inexistência de construção e utilização
desses indicadores na gestão de medicamentos e correlatos na instituição
hospitalar, define a qualidade de gestão dessa organização. Adotando-se a mesma
sistemática de medição estabelecida por Wilken e Bermudez22, (citado por
NORONHA E BORGES, 2002, p. 901) definiu-se a seguinte escala de pontuação: 0
= indicador não existente; 1 = indicador parcialmente existente; 2 = indicador

20
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. A farmácia no hospital:
como avaliar? Brasília: Ágora da Ilha, 1999.
21
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
22
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Procedimentos Metodológicos 61

existente. Em segundo lugar, igualmente utilizando a escala definida por Wilken e


Bermudez23, (citado por NORONHA E BORGES, 2002, p. 901) fez-se a totalização
da pontuação obtida por cada um dos setores da instituição pesquisada — seleção
de materiais, gestão de estoques, compras ou aquisições e armazenagem — e
calculou-se o percentual alcançado. A escala de resultados definida por Wilken e
Bermudez24, (citado por NORONHA E BORGES, 2002, p. 901) e utilizada na
pesquisa tem a seguinte configuração: 0-29% = insuficiente; 30-59% = regular; 60-
89% = bom; 90- 100% = excelente (NORONHA E BORGES, 2002).

• Perguntas Fechadas:

Neste tipo de pergunta são fornecidas as possíveis respostas ao entrevistado,


sendo que apenas uma alternativa de resposta é possível. Esta foi utilizada na
primeira etapa do formulário, onde se tinha o objetivo de verificar os dados sócio-
demográficos dos respondentes, quando este foi destinado aos acompanhantes dos
pacientes.

• Perguntas Dicotômicas:

Este tipo de pergunta caracteriza-se por oferecer ao respondente apenas


duas possibilidades de resposta, sim e não. Esta foi utilizada a partir da segunda
etapa do questionário.

• Perguntas de Múltipla Escolha:

As perguntas de múltiplas escolhas permitem ao respondente escolher mais


de uma alternativa. Estas foram utilizadas também na segunda etapa do
questionário.

23
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
24
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Procedimentos Metodológicos 62

• Escala de Likert de Cinco Pontos:

Este tipo de medição por escala “é muito utilizado quando se busca identificar
a atitude do indivíduo sobre uma determinada situação” Babbie25 (citado por
COSTA, 2007, p. 75) e indica o grau de concordância do respondente com a
situação proposta pelo pesquisador. Pede-se a certo número de pessoas que
manifestem sua concordância ou discordância, satisfação ou insatisfação em
relação a cada um dos enunciados, segundo a graduação de 1 a 5 (GIL, 1999).
O instrumento para a coleta de dados, disponível no apêndice – A, foi
composto por 4 (quatro) processos. Definiu-se um conjunto de indicadores por
setores pesquisados — seleção de materiais, gestão de estoques, compras ou
aquisições; e armazenagem — onde foram estabelecidas 25 questões por
formulário, cujos tipos já foram descritos acima. O instrumento disponível no
apêndice – B, foi dividido em 2 (duas) etapas, a primeira com perguntas sobre os
dados demográficos e a outra que visou mensurar dados sobre o atendimento e os
serviços prestados pelo hospital estudado, totalizando 16 questões.
O tópico seguinte visa informar os procedimentos adotados para a análise e
tabulação dos dados obtidos na pesquisa.

3.5 Análise dos Dados

A análise dos dados é a fase final, é aquela que o pesquisador vai poder
entender o significado do que foi colhido na fase da coleta dos dados. Nessa fase
são utilizados procedimentos estatísticos que possibilitem criar gráficos, quadros e
tabelas que sintetizem as informações obtidas. “Tabelas ou quadros é um método
estatístico sistemático, de representar os dados em colunas verticais ou fileiras
horizontais que obedece à classificação dos objetos ou materiais da pesquisa”
(LAKATOS E MARCONI, 2001, p.169). Para muitos autores, tabelas e quadros são
sinônimos; para outros, a diferença refere-se ao aspecto da tabela ser construída,
utilizando-se dados obtidos pelo próprio pesquisador, enquanto que quadros são
elaborados tendo por base dados secundários, quando então necessitam indicação
da fonte. Os gráficos são figuras que servem para representação dos dados. O

25
BABBIE, E. Métodos de Pesquisa de Survey. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
Procedimentos Metodológicos 63

termo é usado para grande variedade de ilustrações: gráficos, esquemas, mapas,


diagramas, desenhos etc. (LAKATOS E MARCONI, 2001).
Uma vez que esses dados sejam manipulados e os resultados sejam obtidos,
é preciso seguir para o próximo passo, que é o da análise e interpretação dos
mesmos. (LAKATOS E MARCONI, 2001).
Com o término da etapa da coleta de dados através dos formulários, as
respostas contidas neles foram tabuladas e quantificadas a fim de obter um
percentual estatístico. Estes dados foram tabulados com a ajuda do programa Excel
2003, da Microsoft. Após a fase da quantificação dos dados e com a ajuda do
programa foram desenvolvidos tabelas e gráficos para facilitar na análise e
mensuração dos resultados.
Para a análise dos dados, o formulário destinado a gerente administrativa foi
dividido e identificado por quatro processos, atividades típicas de suprimento. Em
relação ao formulário dos acompanhantes dos pacientes, este foi dividido em duas
etapas, para assim facilitar a análise do pesquisador e compreensão do leitor.
CAPÍTULO 4
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
Apresentação e Análise dos Resultados 65

4. Apresentação e Análise dos Resultados

Neste capítulo serão apresentadas as informações obtidas nas pesquisas


feitas no Hospital Nair Alves de Souza na cidade de Paulo Afonso - BA, a fim de
obter um parecer sobre os objetivos proposto.

4.1 Análise da Empresa Pesquisada

O Hospital Nair Alves de Souza - HNAS é o grande serviço de emergência da


microrregião de Paulo Afonso - BA, com perfil de urgência em cirurgia, trauma,
clínica médica, pediatria e maternidade. Mesmo sendo de propriedade da
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, é cadastrado no Sistema
Único de Saúde - SUS como rede privada.
Como unidade de urgência, a prioridade no atendimento segue o critério da
gravidade. Sendo assim, primeiramente são atendidos os pacientes mais graves,
com risco de morte iminente e, em seguida, aqueles que não estiverem nessa
situação, por ordem de chegada.
A história do Hospital Nair Alves de Souza se confunde com a história da
CHESF e com o desenvolvimento da região. Em 1948, foi criado o posto de
Puericultura e iniciada a sua construção, oficialmente em operação desde 1949.
Recebeu esse nome em homenagem à esposa do então presidente da Companhia,
o engenheiro Alves Souza. Na época, o HNAS tinha como principal objetivo dar
suporte aos trabalhadores responsáveis pela construção das usinas de Paulo
Afonso. Quando foi construído, contava com uma enfermaria com 24 leitos e uma
equipe de 11 enfermeiros e três médicos.
Hoje, a média diária de atendimento é de mais de 300 pessoas, provenientes
não apenas de Paulo Afonso, mas de 22 municípios circunvizinhos.

4.2 Análise dos Resultados da Pesquisa de Campo em Relação às Atividades


Típicas de Suprimento do Hospital Nair Alves de Souza

A seguir apresentam-se os resultados referentes à pesquisa de campo


realizada no dia 19 de abril de 2009, com a gerente administrativa do hospital, esta
Apresentação e Análise dos Resultados 66

também é responsável pela farmácia do mesmo, a fim de obter informações acerca


do tema proposto desta monografia.

4.2.1 Resultados

A análise de resultados foi feita para cada um dos processos individualmente,


ou seja, seleção de materiais, gestão de estoques, compras ou aquisições e
armazenagem.

Quadro 2 – Indicadores das atividades típicas de suprimento


Indicadores da Administração de Suprimentos de Medicamentos e Correlatos
Utilizados para a Coleta de Dados
Processo de Seleção de Materiais
Indicadores
• Análise da seleção de materiais certos para o usuário e a organização
• Definição de critérios para adotar novos materiais
• Investigação sobre as variações de consumo
• Análise de prescrições não atendidas completamente por falta de
medicamentos

Processo de Gestão de Estoques


Indicadores
• Previsão da demanda
• Análise do estoque
• Análise dos fatores que geram rupturas de estoques
• Análise dos medicamentos que mais sofrem rupturas de estoques
• Controle do fluxo
• Controle do abastecimento
• Investigação sobre a reposição de tempo de cada pedido (Fornecedores
Externos)
• Utilização de programas computadorizados (Software)

Processo de Compras ou Aquisições


Indicadores
• Solicitação de parecer técnico sobre a compra de medicamentos
• Utilização de métodos de classificação para definição de prioridades de
compra
• Investigação do modo pelo qual irá adquirir a compra
• Investigação de quem são os fornecedores
• Análise de preço de produtos comprados
• Análise do prazo de entrega
Apresentação e Análise dos Resultados 67

Processo de Armazenagem
Indicadores
• Disponibilidade para a aquisição de medicamentos e correlatos
• Análise do espaço físico
• Supervisão da conferência de materiais
• Procedimento para localização do material
• Análise da distribuição
• Análise das dificuldades encontradas no ciclo do processo
26
Fonte: Adaptação Wilken e Bermudez (1999).

Abaixo, seguem os resultados das pesquisas, com seus respectivos


indicadores da administração de suprimento de medicamentos e correlatos de cada
setor.

Quadro 3 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da Administração de


Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de Seleção de Materiais
Indicadores Padrão Hospital
HNAS
• Análise da seleção de materiais certos 2 2
para o usuário e a organização
• Definição de critérios para adotar 2 2
novos materiais
• Investigação sobre as variações de 2 2
consumo
• Análise de prescrições não atendidas 2 0
completamente por falta de
medicamentos
Total 8 6
Percentual 100 75
Resultado E B
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).

Quadro 4 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da Administração de


Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de Gestão de Estoques
Indicadores Padrão Hospital
HNAS
• Previsão da demanda 2 2
• Análise do estoque 2 2
• Análise dos fatores que geram 2 2
rupturas de estoques
• Análise dos medicamentos que mais 2 0
sofrem rupturas de estoques

26
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Apresentação e Análise dos Resultados 68

• Controle do fluxo 2 2
• Controle do abastecimento 2 2
• Investigação sobre a reposição de 2 2
tempo de cada pedido (Fornecedores
Externos)
• Utilização de programas 2 1
computadorizados
Total 16 13
Percentual 100 81,25
Resultado E B
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).

O Quadro 3 contém os indicadores definidos para determinar a administração


no processo de seleção de materiais do hospital.
Pode-se observar que, dos quatro indicadores analisados, apenas um não foi
pontuado. A gerente administrativa afirmou que no hospital em estudo não existe
índices de atendimentos não realizados por falta de medicamentos, pois tudo é
conduzido com muito cuidado e atenção para que não existam falhas, e que poderia
ser um ponto descartado para ser analisado. A mesma avaliou todos os demais
indicadores referentes à administração de suprimento de medicamentos e correlatos
no setor de administração de materiais e afirmou que a instituição apresentava todos
os itens com qualidade, responsabilidade e eficiência no processo.
A análise da seleção de materiais certos para o usuário e a organização é
feita no Hospital Nair Alves de Souza a partir da padronização de materiais, capaz
de tornar o uso obrigatório de materiais especificados pelo serviço médico. A
definição de critérios para adotar novos materiais surge a partir da necessidade do
uso de algum material que não exista na padronização dos mesmos, no entanto
essa definição é sanada a partir da substituição da compra de um medicamento
existente na lista de padronização por um que apresente a mesma fórmula, por isso
a gerente relata que não existem números de prescrições não atendidas
completamente por falta de materiais, além de o hospital possuir uma reserva nos
seus orçamentos para compras emergenciais. Em relação à investigação sobre as
variações de consumo, estas são feitas de acordo com épocas sazonais,
verão/inverno e de acordo com períodos de festejos na cidade e regiões
circunvizinhas.
Como resultado geral foi possível observar que o setor de seleção de
materiais no hospital estudado obteve 75% do total de pontos levados em
Apresentação e Análise dos Resultados 69

consideração pela pesquisadora, para que a administração de suprimento de


medicamentos e correlatos fosse considerada excelente (100%). Assim, em função
do resultado encontrado, a administração de suprimento de medicamentos e
correlatos do setor de seleção de materiais do Hospital Nair Alves de Souza foi
avaliada como boa, de acordo com as respostas da gerente administrativa da
instituição.
Com relação ao setor de gestão de estoque do hospital pesquisado, os dados
estão apresentados no Quadro 4. Pode-se observar que, dos oito indicadores
analisados, apenas um não foi pontuado.
No indicador previsão da demanda, o estoque é previsto a partir de épocas
sazonais, verão/inverno, quando há uma maior incidência respectivamente de
pessoas expostas ao calor também propensas ao comprometimento da saúde e
quando há um aumento do período chuvoso acarretando algumas doenças
relacionadas ao clima, além dos períodos de festejos na cidade e regiões
circunvizinhas como já mencionados anteriormente. A análise do estoque é feita
diariamente através de requisições por escrito encaminhadas pelos auxiliares de
enfermagem ao departamento da farmácia, solicitadas por cada supervisor das
clinicas. Em relação aos fatores que geram rupturas de estoque, a gerente relata
que podem ser consideradas as quebras de medicamentos durante a retirada dos
mesmos para direcioná-los as clínicas ou mesmo durante a higiene do local,
desvios, esquecimentos e/ou falta de atenção na apresentação da requisição, falha
na alteração da baixa do estoque, situações emergenciais fora do previsto e ainda a
extensão de patologias por período superior ao calculado. Em si tratando dos
medicamentos que mais sofrem essas rupturas, a gerente não relatou com
especificidade, visto que alegou ser o conjunto de medicamentos e correlatos como
todo, não sendo necessária a consideração destes, por isso foi o único indicador não
pontuado. O controle do fluxo de materiais do hospital é executado, através do
número de requisições somadas a cada departamento e o controle do
abastecimento do estoque é feito trimestralmente, levando em consideração o
primeiro indicador já citado e o histórico de pedidos anteriores. A investigação sobre
a reposição de tempo de cada pedido (fornecedores externos) é efetuado a partir do
contrato realizado de acordo com o fornecedor através de licitação, acordado
durante um ano e com solicitação de materiais e correlatos a cada três meses,
realizando pedidos adicionais em caso de urgência. E por último a utilização de
Apresentação e Análise dos Resultados 70

programas computadorizados (software) que já existe no hospital, porém o mesmo


não dispõe de ferramentas atualizadas e eficientes para o andamento dos trabalhos
realizados na instituição, tornando assim um indicador parcialmente existente.
Como resultado geral do conjunto dos oito indicadores analisados, pode-se
observar que o setor de gestão de estoque obteve 81,25% do total de pontos
levados em consideração pela pesquisadora para que a administração de
suprimento de medicamentos e correlatos no setor de gestão de estoques fosse
considerada excelente (100%). Assim, em função dos resultados encontrados os
setor de gestão de estoques do hospital pesquisado foi avaliado como bom.

Quadro 5 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da Administração de


Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de Compras ou Aquisições
Indicadores Padrão Hospital
HNAS
• Solicitação de parecer técnico sobre a 2 2
compra de medicamentos
• Utilização de métodos de classificação 2 0
para definição de prioridades de
compra
• Investigação do modo pelo qual irá 2 1
adquirir a compra
• Investigação de quem são os 2 0
fornecedores
• Análise de preço de produtos 2 2
comprados
• Análise do prazo de entrega 2 0
Total 12 5
Percentual 100 41,66
Resultado E R
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).

Quadro 6 - Resultado da Pesquisa Utilizando Indicadores da Administração de


Suprimento de Medicamentos e Correlatos no Setor de Armazenagem
Indicadores Padrão Hospital
HNAS
• Disponibilidade para a aquisição de 2 0
medicamentos e correlatos
• Análise do espaço físico 2 0
• Supervisão da conferência de 2 2
materiais
• Procedimento para localização do 2 1
material
Apresentação e Análise dos Resultados 71

• Análise da distribuição 2 0
• Análise das dificuldades encontradas 2 2
no ciclo do processo
Total 12 5
Percentual 100 41,66
Resultado E I
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).

Os dados do setor de compras do hospital pesquisado são apresentados no


Quadro 5. É possível observar que, dos seis indicadores analisados, três receberam
pontuação, estes são: solicitação de parecer técnico sobre a compra de
medicamentos; investigação do modo pelo qual irá adquirir a compra; e análise de
preço de produtos comprados. Observou-se que a solicitação de parecer técnico é
um indicador que se destaca como existente, pois dele depende a autorização da
compra dos medicamentos e correlatos do hospital, a ser encaminhada ao setor
responsável pela compra. A investigação do modo pelo qual irá adquirir a compra é
um indicador que está passando por processo de modificação, apresentando assim
no hospital diferentes modalidades de compra por materiais, o que pode acarretar
em dificuldades financeiras e na administração dos procedimentos. O hospital possui
a modalidade de compra por pregão e a por registro de preços, processos que
surgem a partir da licitação. No que diz respeito à análise de preço de produtos
comprados, o hospital realiza controles através de planilhas sobre os valores de
compras anteriores, para manter uma média fixa no orçamento, assim, um material
que for solicitado pelo serviço médico e não constar na padronização de
medicamentos é automaticamente substituído por outro que esteja incluso na lista.
Segundo a gerente administrativa isto acontece para que o acréscimo do material
não exceda os custos em relação à compra.
Como resultado geral do conjunto dos seis indicadores analisados, pode-se
observar que o setor de compras obteve 41,66% do total de pontos levados em
consideração para ser avaliado como excelente (100%). Assim, em função dos
resultados encontrados no setor de compras do hospital pesquisado foram avaliados
como regular.
O nível da administração de suprimento de medicamentos e correlatos no
setor de armazenagem pesquisado é apresentado no Quadro 6. Observa-se que dos
seis indicadores analisados três receberam pontuação, a supervisão da conferência
Apresentação e Análise dos Resultados 72

de materiais; o procedimento para localização do material; e a análise da


distribuição. O primeiro indicador pontuado refere-se à conferência de todos os
medicamentos e correlatos que chegam ao hospital. Estes são devidamente
conferidos pelos almoxarifes que são supervisionados por um coordenador da
farmácia hospitalar, juntamente com um farmacêutico. Em si tratando do
procedimento para localização do material, a instituição possui um programa
computadorizado, no entanto como já citado o mesmo apresenta falhas e não possui
ferramentas atualizadas necessárias para o desenvolvimento do trabalho, o que
reflete ser caracterizado como indicador parcialmente existente. Em si tratando da
analise da distribuição de materiais, esta é feita de acordo com as necessidades de
cada clinica.
Como resultado geral do conjunto dos seis indicadores analisados para o
setor de armazenagem da instituição, pode-se observar que ele obteve 41,66% do
total de pontos levados em importância para que fosse considerada excelente
(100%). Assim, em função dos resultados encontrados, o setor de armazenagem do
hospital pesquisado foi avaliado como regular.
Contudo, é necessário relatar que durante a aplicação do formulário, as
informações eram dadas pela gerente da instituição mesmo quando não solicitadas
pela pesquisadora. Assim, foi possível explanar todos os indicadores e agrupar
informações sobre todos eles, fazendo referência à literatura cientifica. A gerente
administrativa do Hospital Nair Alves de Souza, discorreu em todos os momentos da
entrevista e preenchimento do formulário, que o hospital é uma instituição de
referência em atendimento e serviços prestados a comunidade, pois garante a
excelência nos atendimentos prestados.

4.3 Análise dos Resultados da Pesquisa de Campo em Relação aos


Acompanhantes dos Pacientes do Hospital Nair Alves de Souza

A seguir apresentam-se os resultados referentes à pesquisa de campo


realizada entre os dias 01 a 30 de abril de 2009, com os acompanhantes dos
pacientes do hospital, estes responderam o formulário com base nos pacientes que
os mesmos acompanhavam, a fim de obter informações acerca do tema proposto
desta monografia. Para facilitar a compreensão do leitor, as questões foram
Apresentação e Análise dos Resultados 73

divididas em duas etapas: dados demográficos e atendimento e serviços prestados,


conforme segue abaixo.

4.3.1 Resultados: Caracterização dos Respondentes

A seguinte pesquisa contou com uma amostra de 100 respondentes, a


primeira etapa visa analisar localização dos pacientes, sexo dos pacientes, faixa
etária dos pacientes, grau de escolaridade dos pacientes e renda salarial (média)
dos pacientes, a fim de delinear o perfil dos entrevistados. O gráfico a seguir,
detalha a porcentagem correspondente da localização dos pacientes.

Gráfico 4.3 – Localidade dos pacientes

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

Analisando o perfil dos pacientes, nota-se que há um percentual maior de


pessoas que residem na cidade de Paulo Afonso-BA (74%), do que os que residem
nas regiões circunvizinhas (26%).
Apresentação e Análise dos Resultados 74

Gráfico 4.4 – Sexo dos pacientes

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

Considerando o perfil dos pacientes, nota-se que há um percentual maior de


mulheres (88%) do que homens (12%). No entanto, mesmo com a predominância do
maior número de pacientes ser do sexo feminino, ambos contribuíram igualmente
para que a pesquisa obtivesse maior legitimidade.

Gráfico 4.5 – Faixa etária dos pacientes

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

Observa-se que a idade dos pacientes variam entre 0 à superior de 56 anos.


48% dos pacientes estão acima de 56 anos. 12% têm entre 46 a 55 anos. 7% têm
Apresentação e Análise dos Resultados 75

entre 36 a 45 anos. 8% têm entre 26 a 35 anos. 15% têm entre 16 a 25 anos e 10%
têm entre 0 a 15 anos.

Gráfico 4.6 – Grau de escolaridade dos pacientes

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

Observando o gráfico 4.6 é possível afirmar que a maioria dos pacientes não
concluiu o segundo grau (56%) ou ainda estão cursando o mesmo (30%). 8 % do
total possuem terceiro grau incompleto. 3% dos pacientes já concluíram o terceiro
grau e apenas 2% dos pacientes possuem algum curso de especialização (títulos de
graduação).
Concluindo a análise do perfil dos entrevistados, o gráfico 4.7 detalha a renda
salarial (média) daqueles que freqüentaram o Hospital Nair Alves de Souza, no
período em que a pesquisa foi realizada.
Apresentação e Análise dos Resultados 76

Gráfico 4.7 – Renda salarial (média) dos pacientes

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

De acordo com a amostra da pesquisa, a renda predominante referente à


maior parte dos pacientes está na faixa de 0 a 2 salários mínimos com 47%, seguido
de 3 a 5 salários mínimos com 25%. 18% dos pacientes possuem renda entre 6 a 8
salários mínimos. 7 % possuem entre 9 a 11salários mínimos e somente 3%
possuem renda acima de 12 salários mínimos.
Apresentação e Análise dos Resultados 77

4.3.2 Resultados: Caracterização do Atendimento e Serviços

A segunda etapa da pesquisa visa analisar segundo os acompanhantes dos


pacientes, as condições do serviço prestado pelo Hospital Nair Alves de Souza em
relação ao atendimento e suprimento de suas atividades, a fim de obter informações
suficientes para o estudo desta monografia.
O gráfico a seguir, detalha a porcentagem correspondente ao número de
vezes que o mesmo paciente esteve no hospital em estudo.

Gráfico 4.8 – Quantidade de vezes que o paciente já freqüentou o hospital

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

Observando o gráfico 4.8 é possível conclui que a maioria dos pacientes já


estiveram no hospital entre 3 a 5 vezes, correspondendo a um total de 48%. Há
também um grande número de pacientes que já estiveram na instituição entre 6 a 8
vezes, totalizando 20%, seguido de 18% que já estiveram entre 9 a 11 vezes. Foi
possível observar também, que os pacientes que já freqüentaram o hospital acima
de 12 vezes correspondem ao mínimo da amostra, com 4% e os que freqüentaram
apenas até duas vezes correspondem a 10% do total.
A partir desta análise nota-se que existe um fluxo bastante significativo de
pacientes e que deve ser mencionado, em relação à procura pelos serviços médico
do Hospital Nair Alves de Souza. Assim, o gráfico 4.9 logo abaixo, identifica com
Apresentação e Análise dos Resultados 78

maior veracidade quais são as divisões hospitalar onde existe maior rotatividade de
pacientes.

Gráfico 4.9 – Divisões hospitalar

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O Hospital Nair Alves de Souza apresenta algumas divisões nos seus


atendimentos médico, tais como: clínica médica, pediatria, maternidade, centro
cirúrgico e ortopedia. O gráfico 4.9 delineia a rotatividade de pacientes em cada
divisão. A clinica médica representa 32% dos atendimentos realizados no hospital. O
centro cirúrgico apresenta 29%, seguido dos serviços de ortopedia. 9% da amostra
pesquisada referem-se à pediatria e 4% a maternidade do hospital em estudo.
De acordo com as análises dos gráficos 4.5, referente à faixa etária e 4.8
referente à quantidade de vezes em que o mesmo paciente já freqüentou o Hospital
Nair Alves de Souza, em relação ao gráfico 4.9, é possível relatar que a amostra da
divisão clínica médica com 32% de freqüência, representa 48% dos pacientes
inclusos na faixa etária acima de 56 anos e 48% do número de rotatividade dos
mesmos no hospital.
A razão relatada pelos acompanhantes dos pacientes por estarem no
momento no hospital, vão de um simples mal estar até complicações
comprometedoras do estado de saúde, incluindo internamentos e cirurgias,
evidenciando a necessidade de diversos medicamentos e materiais no hospital.
Apresentação e Análise dos Resultados 79

Gráfico 4.10 – Procura por algum outro hospital

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.10 analisa o número de pacientes que antes de procurar o


Hospital Nair Alves de Souza esteve em outra instituição de saúde. 81% dos
entrevistados responderam que somente procuraram o atendimento médico do
hospital em estudo, devido à ausência de recursos financeiros e condições de se
deslocarem para outras localidades, enquanto que 19% da amostra relataram que já
haviam buscado os serviços de outras unidades de saúde, desse total alguns
procuraram por serviços particulares e outros pelos serviços públicos de outro
hospital localizado também na cidade de Paulo Afonso-BA, porém em outro bairro
que difere do hospital estudado.
Apresentação e Análise dos Resultados 80

Gráfico 4.11 – Tempo de permanência no hospital

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.11 apresenta o período em dias, que o paciente já precisou


permanecer no hospital. 32% dos pacientes já precisou permanecer de 2 a 5 dias.
28% já permaneceu apenas 1 dia. 17% ficou internado no hospital cerca de 6 a 9
dias, seguido de 13% dos pacientes de 10 a 13 dias e 10% da amostra permaneceu
internado por acima de 14 dias no hospital.

Gráfico 4.12 – Necessidade de ser medicado no hospital ou do uso de algum


material

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril


Apresentação e Análise dos Resultados 81

Conforme o gráfico 4.12 referente à necessidade do paciente ser medicado


(medicamento via oral e/ou via local) e necessidade do uso de algum material
(gases, algodão), 99% da amostra responderam que já utilizaram esses serviços,
enquanto que apenas 1% disseram que não foi necessário.

Gráfico 4.13 – Necessidade de ser medicado ou do uso de algum material e não


houve o atendimento

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.13 apresenta o total da amostra de pacientes que precisou ser


atendido em um determinado momento no Hospital Nair Alves de Souza.
78% da amostra, disseram que já precisou ser atendido e, no entanto não
houve esse atendimento por falta do material na instituição. Dentre os casos, foram
mencionada ausência de materiais de primeiros socorros, medicamentos de via local
(injeções, soro), medicamentos via oral (comprimidos), quando esses já se
encontravam internados no hospital e medicamentos cirúrgicos, a ponto da cirurgia
ser cancelada por conta da deficiência de material.
Em alguns casos, o atendimento foi simplesmente suspenso, enquanto que
em outros, o colaborador do hospital pediu ao acompanhante do paciente que se
deslocassem a uma farmácia a fim de adquirir o medicamento. Contudo, 22% dos
pacientes não passaram por tal situação.
Apresentação e Análise dos Resultados 82

Gráfico 4.14 – Quem era o profissional durante o atendimento

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

A partir da análise feita do gráfico 4.13, o gráfico 4.14 apresenta os


profissionais envolvidos no momento do atendimento da ausência de materiais. 85%
correspondem aos auxiliares de enfermagem. 10% da amostra correspondem aos
enfermeiros e 5% aos médicos do Hospital Nair Alves de Souza.

Gráfico 4.15 – Quantidade de materiais e correlatos suficientes para o atendimento

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.15 apresenta o resultado da questão referente à disponibilidade


da quantidade necessária de materiais e correlatos para o atendimento dos
Apresentação e Análise dos Resultados 83

pacientes. 90% acham que o hospital não oferece a quantidade suficiente para que
seus serviços sejam desempenhados de maneira satisfatória e com qualidade, e
somente 10% da amostra responderam que acham a quantidade suficiente.

Gráfico 4.16 – Nível de satisfação quanto ao fornecimento de materiais e correlatos

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.16 apresenta o índice de satisfação em relação ao fornecimento


de materiais e correlatos no Hospital Nair Alves de Souza. 75% da amostra
mostraram-se insatisfeitos com o hospital. 15% estão pouco satisfeitos e 10% do
total da amostra estão satisfeitos.
Apresentação e Análise dos Resultados 84

Gráfico 4.17 – Nível de satisfação quanto ao atendimento dos colaboradores

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril

O gráfico 4.17 apresenta os níveis de satisfação dos


pacientes/acompanhantes em relação ao atendimento dos colaboradores do
hospital. 40% do valor da amostra apresentam insatisfação quanto ao atendimento
dos profissionais do hospital. 32% apresentam-se pouco satisfeitos e 28%
apresentam índice de satisfação.

Gráfico 4.18 – Nível de agilidade quanto ao atendimento

Fonte: Pesquisa realizada no período de 01 de abril a 30 de abril


Apresentação e Análise dos Resultados 85

Assim, concluindo as análises o gráfico 4.18 apresenta o nível de agilidade no


atendimento do hospital segundo os entrevistados.
38% consideram o serviço como pouco satisfeito, 29% consideram
insatisfeito. 21% do total da amostra avaliam o serviço como indeciso e 12% afirmam
que o nível de agilidade dos serviços do Hospital Nair Alves de Souza são
satisfatórios.
Terminada as análises das questões propostas nos formulários aplicados, o
próximo tópico será composto das considerações finais dos resultados obtidos nas
análises, a fim de mensurar dados para responder o problema de pesquisa e os
objetivos propostos nesta monografia.

4.4 Considerações Finais das Análises dos Resultados

Após analisados os resultados obtidos nas fases da coleta de dados,


percebe-se que houve uma discrepância entre as respostas da gerente
administrativa do Hospital Nair Alves de Souza e a dos acompanhantes dos
pacientes que se encontravam no momento da pesquisa.
Em relação à amostra dos pacientes, a maioria deles reside na cidade de
Paulo Afonso – BA, são do sexo feminino, possuem idade superior a 56 anos, não
concluíram o segundo grau e recebem cerca de 0 a 2 salários mínimos por mês.
Estes pacientes já estiveram em média de 3 a 5 vezes no hospital em estudo e
freqüentaram cerca de 32% dos atendimentos da clinica médica. Os motivos
relatados pelos acompanhantes dos pacientes de estarem no hospital variam de um
simples mal estar até internações e cirurgias de risco que comprometam o estado de
saúde do paciente, necessitando de estarem internados por cerca de 2 a 5 dias.
A necessidade de ser atendido pelos serviços médicos da instituição é
notável, quando cerca de 81% dos entrevistados procuraram apenas o hospital em
estudo, evidenciando grade demanda dos serviços . Dentre esta amostra, 99% dos
pacientes já precisaram ser medicados ou atendidos a partir do uso de materiais da
instituição, no entanto, 78% dos pacientes já precisaram dos serviços e tiveram suas
necessidades de atendimento não realizadas, pela ausência de materiais no hospital
ou precisaram deslocar seus acompanhantes para providenciar o medicamento,
quando estes afirmaram muitas vezes não possuírem recursos financeiros para a
compra, o que implica na distorção das respostas dadas pela gerente do hospital.
Apresentação e Análise dos Resultados 86

Durante a entrevista com a gerente, a mesma relatou que não existem índices
de atendimentos não realizados por falta de medicamentos e ainda afirmou que o
hospital possui um caixa reserva para situações de compras emergenciais, quando
não existe o material em estoque, para evitar possíveis imprevistos. Conforme a
gerente, os auxiliares de enfermagem são responsáveis pela conferência do material
existente em cada clinica e entrega de requisição no estoque da farmácia solicitando
o abastecimento dos materiais. Entretanto, de acordo com os acompanhantes estes
mesmos auxiliares de enfermagem são os profissionais que estão na maioria das
vezes presentes nos atendimentos da ausência de materiais, representando 85%
dos colaboradores.
Assim, 90% dos acompanhantes dos pacientes afirmaram que o Hospital Nair
Alves de Souza, não oferece a quantidade de materiais suficientes para a demanda
dos atendimentos, visto que representa um modelo de hospital de média
complexidade com atendimento para a cidade local e mais 22 municípios e
mostram-se insatisfeitos em relação a este indicador, com uma porcentagem de 75%
da amostra entrevistada. Também se apresentam insatisfeitos quanto ao
atendimento dos colaboradores com 40% do total da amostra e pouco satisfeitos
com o nível de agilidade nos serviços por eles executados, representando 38% dos
respondentes.
A insuficiência de materiais nos serviços de saúde surge ainda a partir do
inicio do ciclo dos processos, seleção de materiais, gestão de estoques, compras ou
aquisições e armazenagem, pois todas estas atividades devem ser devidamente
conduzidas de maneira minuciosa a fim de evitar erros e condições que
comprometam os serviços.
Os profissionais envolvidos no desenvolvimento das atividades acima devem
estar atentos a execução do trabalho, além do planejamento de todas as etapas do
mesmo. Identificar os gargalos envolvidos na gestão de suprimento e as causas
desses problemas evita situações emergenciais.
O Hospital Nair Alves de Souza apresentou insuficiências na gestão de
suprimento de medicamentos e correlatos, no entanto durante a entrevista com a Srª
gerente administrativa do hospital foi levantado todos os fatores que poderiam
resultar em tal fator, transportes, manutenção de estoques, processamento de
pedidos, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos,
planejamento e sistema de informação. No entanto, a mesma contrapôs que não
Apresentação e Análise dos Resultados 87

mereciam ser citados, pois eram índices releváveis visto que não havia situações
registradas por ausência de atendimento.

4.4.1 Resultados da Obtenção dos Objetivos Específicos

Depois de estabelecidos os objetivos específicos, alguns passos foram


adotados para que houvesse a identificação e a obtenção dos mesmos na instituição
de saúde hospitalar Nair Alves de Souza, conforme citados anteriormente.
No que diz respeito ao objetivo identificar quais são os gargalos envolvidos na
administração de materiais dos serviços de saúde hospitalares, a autora o alcançou
quando ainda durante a idéia inicial de desenvolvimento desta monografia através
de um fato verídico presenciou no hospital a ausência de um medicamento solicitado
pelo médico responsável pelo atendimento, a uma auxiliar de enfermagem e a
mesma relatou a ausência da medicação, assim a pesquisadora decidiu aprofundar
o caso e estudar o que resultaria essa ausência.
O segundo objetivo proposto foi identificar as causas dos problemas na
administração de materiais dos serviços de saúde hospitalares, este foi atingido a
partir do estudo da logística, assim aplicando o mesmo no hospital estudado e
identificando que a instituição detém algumas falhas nos processos que dificulta a
administração, dentre elas a ausência do planejamento dos materiais necessários a
serem utilizados pela organização de maneira precisa, a ausência do planejamento
de quem comprar, incluindo a análise da localização do fornecedor e a distância
deste a cidade que se encontra o hospital, além da análise dos preços dos produtos
e o prazo de entrega dos materiais.
No que se refere ao objetivo analisar a atuação dos colaboradores na gestão
de suprimento de materiais dos serviços de saúde hospitalares, este foi alcançado a
partir do estudo do formulário respondido pela gerente do hospital, quando a mesma
relatou que os profissionais envolvidos na área estudada só recebem treinamentos
quando ingressam na organização, independentemente do trabalho realizado e da
maneira como é realizado, sendo necessária a observação intensa desses
profissionais que deles dependem todo o funcionamento da administração e
utilização dos materiais e correlatos do hospital.
O quarto objetivo proposto refere-se a identificar a percepção dos
acompanhantes dos pacientes em relação à gestão de suprimento de materiais do
Apresentação e Análise dos Resultados 88

hospital em estudo, quando este foi atingido a partir da realização da tabulação dos
dados do formulário aplicado com os mesmos, apresentando um índice de
insatisfação representado por 75% da amostra pesquisada.
E por fim, o quinto objetivo propor sugestões de melhoria, se necessário,
focadas na área de administração de materiais, foi alcançado quando a autora
sugeriu um maior planejamento das atividades típicas de suprimento do hospital,
além de treinamentos específicos para os profissionais e colaboradores envolvidos
no setor pesquisado.

4.4.2 Sugestões de Melhorias

Diante do estudo realizado no Hospital Nair Alves de Souza é possível propor


algumas sugestões de melhorias, para a gestão de suprimento de materiais do
hospital, a fim de obter maior eficiência no processo e qualidade nos atendimentos,
evidenciando a percepção satisfatória da população no que diz respeito aos serviços
prestados pela instituição.
A análise da seleção de materiais certos para o usuário e a organização
precisaria ser cuidadosamente avaliada, pois seria necessária a realização de um
levantamento das patologias existente na região, bem como o fornecimento dos
medicamentos e correlatos em quantidades suficientes para os atendimentos das
especialidades descritas no perfil do hospital, levando em consideração a
necessidade de tais materiais dispostos para realização dos serviços. A definição de
critérios para adotar novos materiais passaria a existir a partir do planejamento
visando situações emergenciais, além da investigação sobre as variações de
consumo por medicamentos e correlatos.
Em relação à análise e acompanhamento dos estoques, seria necessária a
implantação de um programa computadorizado atual e com ferramentas capazes de
conectar-se com todos os computadores do hospital, estabelecendo assim um
sistema de redes interligadas, capazes de fornecer informações diretamente entre
clinicas e os devidos setores, de acordo com os serviços realizados.
A utilização de métodos específicos que definem a prioridade de compras,
tais como a classificação ABC e XYZ, facilitariam respectivamente um procedimento
que visa identificar os produtos em função dos valores que eles representam e, com
isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à importância de cada item em
Apresentação e Análise dos Resultados 89

relação ao valor total considerado e o grau de criticalidade ou imprescindibilidade do


material para as atividades em que eles estarão sendo utilizados. A partir da decisão
de compra realizada, é necessária a investigação de quem são os fornecedores,
pois alguns fatores merecem ser considerados na hora da compra, como: distância
entre comprador e fornecedor, transportes, processamento de pedidos, embalagem,
prazo de entrega e o preço, que senão analisados contribuem para prejuízos nas
instituições, vale ressaltar que o Hospital Nair Alves de Souza não considera este
indicador.
É necessária também uma avaliação parcial antes da reposição dos estoques
quanto ao espaço disponível, pois a superlotação do local contribui para danos
financeiros e de teorização de medicamentos e correlatos, pois o espaço que o
hospital dispõe é menor do que a demanda dos medicamentos e correlatos.
Por fim, a autora sugere treinamentos a cada três meses, de acordo com o
abastecimento e pedidos de medicamentos e correlatos, específicos para os
colaboradores que trabalham no setor de suprimento de materiais do hospital, a fim
de capacitá-los para melhor rendimento e satisfação no desempenho de suas
funções.
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO
Conclusão 91

5. Conclusão

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais da pesquisa, as


sugestões para futuras investigações relacionadas ao tema bem como as principais
limitações desse estudo.

5.1 Considerações Finais

A conclusão desta monografia refere-se aos objetivos geral e específicos


traçados pela autora, os quais nortearam todo o estudo. A monografia apresentou os
conceitos de logística, mais especificamente sobre a gestão de suprimento de
materiais.
Gerenciar uma organização é muito mais do que executar atividades
administrativas. A análise interna do gestor da instituição, não é garantia da
obtenção da eficácia e eficiência. Os colaboradores das organizações precisam
desenvolver suas atividades em contínua interação, para a garantia e o alcance do
sucesso na instituição.
A partir da logística, a gestão de suprimento de medicamentos e correlatos
realiza um trabalho por meio de pessoas para entregar o material certo ao usuário
certo, no momento e nas quantidades certas, observando as melhores condições
para a organização.
Neste contexto, este estudo buscou analisar a gestão de suprimento de
materiais em um hospital da cidade de Paulo Afonso – BA. Diante desses dados a
pergunta de pesquisa “Quais são os problemas existentes na gestão de suprimento
de materiais dos serviços de um hospital?” Foi respondida.
Contudo, verificou-se ainda, que os processos da gestão de suprimentos de
materiais do hospital Nair Alves de Souza não satisfaz plenamente a real
necessidade da população de Paulo Afonso - BA, devido ao fato de ter sido
comprovado a ausência dos medicamentos em muitos casos de atendimento, o que
origina a insatisfação dos pacientes em relação ao hospital. Segundo os
entrevistados, 78% dos pacientes não receberam atendimentos médico pela
ausência de materiais na instituição.
Assim, tendo apresentado as considerações finais deste estudo, a seguir
serão comentadas as principais limitações desta investigação.
Conclusão 92

5.2 Limitações do Estudo

É de grande importância ressaltar as limitações acontecidas durante a


realização desta monografia.
Um fator que tornou a pesquisa limitada foi o fato da não abertura em relação
à pesquisa com todos os funcionários do setor de administração de suprimento de
materiais e correlatos do hospital e o acompanhamento do mesmo por um
determinado período, a fim de analisar e vivenciar na prática a efetivação das
atividades de suprimento, além de ausência de dados específicos do Hospital Nair
Alves de Souza.
O fator tempo também contribuiu bastante com as limitações desse estudo,
pois a pesquisa precisou ser bastante detalhada e analisada com atenção.
Em se tratado de um estudo criterioso, a autora sentiu algumas dificuldades
em relação à busca de literaturas confiáveis, visto que em relação ao assunto
abordado muitas das referências tiveram que ser buscadas em pela Internet, devido
à carência bibliográfica sobre o tema em estudo.
Tendo apresentado as limitações deste estudo, o tópico seguinte descreve as
sugestões para a realização de futuras pesquisas.

5.3 Sugestões para Futuras Pesquisas

A autora propõe um estudo que aborde todas as instituições de saúde da


cidade de Paulo Afonso - BA, com o intuito de reunir um maior número da amostra
pesquisada.
Fica também como sugestão a realização de um estudo mais aprofundado
que identifique todo o sistema e atividades de uma instituição de saúde.
REFERÊNCIAS
Referências 94

Referências

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APÊNDICES
Apêndices 100

ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA


FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
Credenciado pela Portaria MEC-206/2002-DOU. 29/01/2002
Avenida Vereador José Moreira, 1000 – Centro
48601-180 – Paulo Afonso – Bahia

APÊNDICE – A
Senhor (a) gostaria de contar com a sua colaboração para preencher este formulário
de pesquisa, elaborado por mim, Luciana Pereira de Souza, aluna do VIII período de
Administração - FASETE, que tem como objetivo analisar a Administração de
suprimento (medicamentos e materiais) do Hospital Nair Alves de Souza, na cidade
de Paulo Afonso – BA, este se refere ao meu trabalho de conclusão de curso, sob a
orientação da mestra Cynthia Mattosinho, professora da instituição.

FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS DESTINADO AO


COLABORADOR E/OU GESTOR DA FARMÁCIA
FORMULÁRIO: IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS – ATIVIDADES TÍPICAS DE
SUPRIMENTO: SELEÇÃO DE MATERIAIS; GESTÃO DE ESTOQUES; COMPRAS
OU AQUISIÇÕES; E ARMAZENAGEM.

Entrevistador: Data: / /

Entrevistado: Setor/Departamento:

Cargo: Formação escolar:

Tempo que trabalha na empresa:

Tempo que trabalha na função:

Processo:

O que é feito?

Quem executa?
Apêndices 101

Por que é executado?

Onde é executado?

Quando é executado?

Qual o período a ser executado?

Como é executado?

Existem métodos para ser executado?

Fornecedores internos

Clientes internos

Dificuldades/gargalos

Sugestão de melhoria

Medidas/indicadores de desempenho

Treinamentos indicados

Tecnologia de informática atual e desejável

Registros envolvidos/ Documentação

Metas de desempenho atuais

Metas de desempenho desejáveis


Apêndices 102

ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA


FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
Credenciado pela Portaria MEC-206/2002-DOU. 29/01/2002
Avenida Vereador José Moreira, 1000 – Centro
48601-180 – Paulo Afonso – Bahia

APÊNDICE - B
Senhor (a) gostaria de contar com a sua colaboração para preencher este
questionário de pesquisa, elaborado por mim, Luciana Pereira de Souza, aluna do
VIII período de Administração - FASETE, que tem como objetivo analisar a
Administração de suprimento (medicamentos e materiais) e o atendimento dos
colaboradores do Hospital Nair Alves de Souza, na cidade de Paulo Afonso – BA,
este se refere ao meu trabalho de conclusão de curso, sob a orientação da mestra
Cynthia Mattosinho, professora da instituição.

QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ACOMPANHANTES DOS PACIENTES


- Dados demográficos

1) Localização dos pacientes: __________________________________________

2) Sexo dos pacientes: Masculino ( ) Feminino ( )

3) Faixa etária dos pacientes:


( ) 0 à 15 anos ( )16 à 25 anos ( ) 26 à 35 anos ( ) 36 à 45 anos
( ) 46 a 55 anos ( ) acima de 56 anos

4) Grau de escolaridade dos pacientes:


( ) Não concluiu o 2º grau ( ) 2º grau completo
( ) 3º grau incompleto ( ) 3º grau completo
( ) Cursos de especialização

5) Renda salarial (média) dos pacientes:


( ) 0 à 2 salário mínimo ( ) 3 à 5 salários mínimos
( ) 6 à 8 salários mínimos ( ) 9 à 11 salários mínimos
( ) acima de 12 salários mínimos
Apêndices 103

- Atendimento e serviços prestados

6) Quantas vezes o paciente que você acompanha esteve no hospital?


( ) 0 à 2 vez ( ) 3 à 5 vezes ( ) 6 à 8 vezes ( ) 9 à 11 vezes
( ) acima de 12 vezes

7) Em qual divisão do hospital ele costuma ser atendido?


( ) Pediatria
( ) Maternidade
( ) Centro cirúrgico
( ) Clinica médica
( ) Ortopedia

8) Procurou algum hospital, posto ou clinica antes de vir ao Nair Alves de


Souza?
( ) Sim; Qual?; Por quê?_______________________________________________
( ) Não; Por quê? ____________________________________________________

9) Por quanto tempo precisou permanecer no Hospital Nair Alves de Souza?


( ) apenas 1 dia ( ) 2 a 5 dias ( ) 6 a 9 dias ( )10 a 13 dias
( ) acima de 14 dias

10) O paciente que você acompanha já precisou ser medicado ( medicamento


via oral e/ou via local) ou do uso de materiais ( gases, algodão) no Hospital
Nair Alves de Souza?
( ) Sim ( ) Não

11) Alguma vez, o paciente que você acompanha necessitou de medicamento e


não foi atendido? Em caso da resposta ter sido positiva, por qual razão? Qual
foi a justificativa dada pelo colaborador do hospital?
( ) Sim ( )Não
Por qual razão?_______________________________________________________
Justificativa?_________________________________________________________
Apêndices 104

12) Quem era o profissional durante o atendimento?


( ) Médico ( ) Enfermeiro ( ) Auxiliar de Enfermagem

13) Em sua opinião, o Hospital Nair Alves de Souza, dispõe da quantidade


necessária de materiais e correlatos para o atendimento dos pacientes?
( ) Sim ( ) Não

14) Qual o nível de satisfação quanto ao fornecimento de materiais e


correlatos?
( ) Satisfeito plenamente ( ) Satisfeito ( ) Indeciso ( ) Pouco satisfeito
( ) Insatisfeito

15) Qual o nível de satisfação quanto ao atendimento dos colaboradores?


( ) Satisfeito plenamente ( )Satisfeito ( ) Indeciso ( )Pouco satisfeito
( ) Insatisfeito

16) Como você avalia a agilidade no atendimento do hospital?


( ) Satisfeito plenamente ( ) Satisfeito ( ) Indeciso ( ) Pouco satisfeito
( ) Insatisfeito

Muito Obrigada pela sua Participação!

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