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ADMINISTRAÇÃO DE SUPRIMENTOS DE
MATERIAIS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
HOSPITALAR: Um caso na cidade de Paulo
Afonso-BA
Paulo Afonso – BA
Junho / 2009
Luciana Pereira de Souza
ADMINISTRAÇÃO DE SUPRIMENTOS DE
MATERIAIS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
HOSPITALAR: Um caso na cidade de Paulo
Afonso-BA
Paulo Afonso – BA
Junho / 2009
Dedico esta monografia ao meu avô
materno, João Pereira Sobrinho, já
falecido, porém, jamais esquecido,
pelo exemplo de homem íntegro e
digno, onde me serviu de expiração
para toda a elaboração desta.
AGRADECIMENTOS
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO..................................................................... 14
1. Introdução........................................................................................... 15
1.1 Considerações Iniciais............................................................................. 15
1.2 Definição do Problema............................................................................. 23
1.3 Objetivos.................................................................................................. 24
1.3.1 Objetivo Geral....................................................................................... 24
1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................ 24
1.4 Justificativa.............................................................................................. 25
1.5 Estrutura do Trabalho.............................................................................. 26
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO...................................................................... 90
5. Conclusão........................................................................................... 91
5.1 Considerações Finais.............................................................................. 91
5.2 Limitações do Estudo............................................................................... 92
5.3 Sugestões para Futuras Pesquisas......................................................... 92
REFERÊNCIAS............................................................................................. 93
APÊNDICE.................................................................................................... 99
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Introdução 15
1. Introdução
1.1Considerações Iniciais
1
O termo “cadeia de suprimento” está relacionado à expressão proveniente do inglês Supply Chain.
2
A logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a
execução de todas as atividades de uma empresa.
Introdução 17
saúde no país entre 2002 e 2005 (17,8%). O setor público obteve as maiores taxas
anual de crescimento na região Nordeste (7% ao ano) e Sudeste (5,8% ao ano),
enquanto o setor privado cresceu mais no Centro-Oeste (15,2%) e no Sul (5% ao
ano).
Independentemente do segmento em que cada organização deseja atuar, é
necessário atentar para as exigências e modificações do mercado atual, visto que o
acompanhamento destas irá determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa.
As pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde, tanto buscando
a prevenção de doenças, como procurando o tratamento para elas e isso tem sido
evidenciado pela mudança de comportamento, pois as mesmas têm procurado com
maior freqüência pelos serviços de saúde.
Assim, é possível perceber hoje, um aumento significativo das organizações
de saúde. Barbieri e Machline (2006) relatam que a logística dos materiais assume
importância crescente nestas entidades. A supervisão de materiais na área de saúde
é mais complexa do que a de outros segmentos da economia.
No entanto, no contexto brasileiro, o serviço de saúde padece em analogia ao
vocabulário médico, de uma "infecção generalizada", e, por isso mesmo, depende
dos mais diversos esforços para promover sua recuperação. Boa parte dos
municípios brasileiros sequer possui um único hospital, motivo pelo qual não é raro
que pacientes se desloquem e até se instalem, por dias e meses a fio, submetendo-
se a tratamento em municípios vizinhos ou mais distantes de suas origens, o que
contribui para sufocar e estrangular, ainda mais, o sistema de atendimento. Isso
denota falta de uma gestão adequada na distribuição de recursos humanos, de leitos
e de medicamentos, de acordo com as carências de cada município (SILVA, 2006).
O sistema de saúde surge com o intuito de atender as necessidades de todo
e qualquer ser humano de diferentes partes do planeta, em relação a um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, em vez da mera ausência de doenças ou
enfermidades, porém Silva (2006) ainda descreve que esse sistema no Brasil vem
atravessando uma crise de largas proporções. Os problemas mais comuns
encontrados por essas instituições remetem-se a ausência de uma boa
administração logística, pois faz referência a tornar o serviço eficiente na área da
saúde, aperfeiçoar o atendimento, minimizar o tempo de ligação entre o pedido, a
produção e a demanda e controlar a aquisição de materiais de modo que o cliente
receba seus serviços no momento que precisar.
Introdução 18
3
BOWERSOX, Donald J. & CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da
cadeia de suprimento. Tradução Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto Ferreira das
Neves; coordenação da revisão técnica Paulo Fernando Fleury, Cesar Lavalle. São Paulo: Atlas,
2001.
Introdução 19
4
Teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das propriedades dos conjuntos.
5
Em teoria dos conjuntos, um conjunto A diz-se um subconjunto de um conjunto B se todos os
elementos de A estiverem em B.
Introdução 20
não a chegar a uma resposta. O que deve ser feito para controlar o equilíbrio e
estabelecer ações apropriadas? A fim de obter resposta para essa questão, é
necessária a formulação de outras indagações: Por que devemos ter estoques? O
que afeta o equilíbrio dos estoques que mantemos? Atingir o equilíbrio ideal entre
estoque e consumo é a meta primordial e, para tanto, a gestão se inter-relaciona
com as outras atividades afins (VIANA, 2002).
Ainda de acordo com o autor citado acima, a administração de materiais
coordena esse conglomerado de atividades, o que implica, necessariamente, o
estabelecimento de normas, critérios e rotinas operacionais, de forma que todo o
sistema possa ser mantido harmonicamente em funcionamento.
Pozo (2004) diz que, é notório que todas as organizações de serviço devem
preocupar-se com o controle de estoques, visto que desempenham e afetam de
maneira bem definida o resultado da empresa. Ele ainda assegura a importância da
correta administração de materiais, que pode ser mais facilmente percebida quando
os bens necessários não estão disponíveis no momento exato e correto para
atender às necessidades de mercado.
No caso dos hospitais, Barbieri e Machline (2006) afirmam que, os materiais
desempenham um papel importante, de modo que a sua administração se tornou
uma necessidade, independentemente do seu porte ou tipo. A administração de
materiais na área de saúde é mais complexa do que a de outros segmentos da
economia. A gestão eficiente de materiais exige por parte dos responsáveis
inúmeros e constantes esforços. Segundo Lima e Rodrigues (2009) em um hospital,
os gastos com materiais representam aproximadamente de 15% a 25% das
despesas correntes.
Assim, o termo controle de estoques é em colocação da necessidade de
estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter,
dentro de parâmetros econômicos.
Em organizações industriais, comerciais e de serviços, é importante distinguir
o abastecimento da distribuição física, pois os usuários dos materiais são diferentes
e possuem objetivos diferentes em relação a eles. Essa distinção é desnecessária
nas organizações hospitalares, pois praticamente só há cliente interno (os
solicitantes ou usuários dos materiais). Para Barbieri e Machline (2006), as
atividades típicas de abastecimento são, entre outras, as seguintes: seleção de
materiais, compras, recebimento de materiais, gestão de estoques, armazenagem,
Introdução 21
qualidade dos serviços que ele presta, afirmam os autores Barbieri e Machline
(2006).
É importante ressaltar que, as organizações são constituídas de pessoas. A
cooperação entre elas é essencial para a existência da organização e o bom
desempenho da mesma.
O gerenciamento de produção é freqüentemente apresentado como um
assunto cujo foco principal está em tecnologia, sistemas, procedimentos e
instalações, em outras palavras, nas partes não humanas da organização, porém,
isso não é verdade. Ao contrário, a forma como os recursos humanos são
gerenciados tem impacto profundo sobre a eficácia de suas funções operacionais
(SLACK; CHAMBERS E JOHNSTON, 2002).
Segundo Durkheim6, (citado por TAMAYO, 1998, p. 01) pode se afirmar que a
realidade organizacional é constituída pelo pensamento coletivo, isto é, pelo
pensamento compartilhado pelos membros da organização.
Tamayo (1998) menciona que, o pensamento coletivo em uma organização
expressa a forma concreta como são representados a sua missão, as suas normas e
os seus objetivos.
O setor de saúde, como segmento prestador de serviços, cujas ações se
refletem profundamente na sociedade, deve adotar um método gerencial capaz de
possibilitar melhor desempenho com maior produtividade e qualidade dos serviços,
pois os fatores envolvidos no processo produtivo são os seres humanos, indivíduos
de maior importância, capazes de aumentar ou diminuir a produtividade, de melhorar
ou piorar a qualidade de um serviço e, ainda, de gerar maior ou menor lucro para as
organizações (LOPES E FILHO, 2003). Por outro lado, as organizações constituem
para as pessoas um meio pelo qual podem alcançar muitos e variados objetivos
pessoais, os quais não poderiam ser alcançados apenas através do esforço
individual (CHIAVENATO, 2003).
É cada vez mais perceptível, no âmbito das organizações, a preocupação
com o desenvolvimento de novas práticas administrativas capazes de resgatar os
fatores de motivação e satisfação no trabalho, objetivando a melhoria da qualidade
dos produtos e serviços para que sejam competitivos em um mercado cada vez mais
seletivo. A compreensão dos aspectos envolvidos com a motivação e a satisfação
6
DURKHEIM, M. La division sociale Du travail. Paris, Press. Universitaires de France, 1967.
Introdução 23
1.3 Objetivos
1.4 Justificativa
7
VECINA, N. G. & REINHARDT, F. W. Gestão de recursos materiais e de medicamentos. Série
Saúde e Cidadania, vol. 12. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
2002.
Introdução 26
2. Referencial Teórico
8
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para
redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997.
Referencial Teórico 31
Porter9, (citado por PIRES, 2007, p. 54) advoga que para se compreender os
elementos-chave para uma vantagem competitiva devem-se analisar as várias
atividades executadas na cadeia de suprimento de uma empresa e o modo como
elas interagem. Essas atividades podem ser classificadas em atividades primárias e
atividades de apoio. As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física
do produto, na movimentação física, na venda, no serviço de pós-venda etc. E as
atividades de apoio são as que dão suporte às primárias e também a elas próprias.
O perfeito entendimento da cadeia de suprimento tem sido reconhecidamente
um fator de vantagem competitiva para as organizações que efetivamente entendem
o seu papel estratégico. A administração da cadeia de suprimento exige o
entendimento dos impactos que serão causados nas organizações, em seus
processos e na sociedade. Entendê-las não se limita, a saber, que a demanda afeta
todo o processo e que, portanto, estimativas e pedidos devem ser bem elaborados
para satisfazer as necessidades de clientes e consumidores. A cadeia de suprimento
está vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e aos
diferentes modelos de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para
as empresas de serviços (BERTAGLIA, 2003).
Todavia, nem sempre a cadeia de suprimento foi assim, com foco no
mercado, Pozo (2004, p.14) faz a delimitação no tempo citando que: ”Não o era 50
anos atrás e, também, foi pouco utilizada até os anos 70”.
Bertaglia (2003, p.4) afirma que:
9
PORTER, M. Competitive Advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free
Press, 1985. 557p.
Referencial Teórico 32
2.1.1 Logística
A logística é um campo fascinante. Não o era 50 anos atrás. Até os anos 50,
os mercados, bastante restritos, e locais, estavam em estado de tranqüilidade, e o
nível de serviço, a plena satisfação ao cliente não existiam. Filosofia dominante para
guiar as organizações e traduzi-las em fator de vantagem competitiva, também não
existia. As empresas fragmentavam a administração de atividades-chaves do pleno
nível de serviço. Isso resultava em enorme conflito de objetivos e de
responsabilidades para as atividades logísticas, acarretando um fraco atendimento
Referencial Teórico 33
10
CHRISTOPHER, Martin. Op. cit.
Referencial Teórico 34
podem ter são: entregas mais rápida de acordo com a demanda; redução dos custos
operacionais; aumento da produtividade; aumento no giro de mercadorias e redução
de estoques; e redução de perdas. A atividade logística deve ser vista por meio de
duas grandes ações que são denominadas de primárias e de apoio. A denominação
de atividade primária identifica aquelas que são de importância fundamental para a
obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado deseja,
são essenciais para a coordenação e para o cumprimento da tarefa logística. São as
seguintes: Transportes; Manutenção de estoques; e Processamento de pedidos.
Essas três atividades são fundamentais para cumprir a missão da organização,
(BALLOU, 1993):
2.1.2.1 Estoques
saídas. Quanto maior o número de entradas maior será o estoque, quanto maior for
as saídas, menor o estoque. O objetivo sempre será o da igualdade, onde a
velocidade de entrada é igual à velocidade de saída, sendo assim os estoques
nulos. Objetivo este que depende da integração dos setores dentro da empresa,
principalmente o de compras (entradas) com o de vendas (saídas), os quais passam
a ser função do planejamento e controle de produção.
Em si tratando de organizações de saúde, o sistema de materiais de um
hospital é bastante complexo e não está restrito à quantidade de variáveis ou ao seu
custo, é necessário considerar também a complexidade do seu processo produtivo.
O procedimento de produção do setor de saúde é uma das mais intrincadas
unidades de trabalho, porquanto ele constitui um centro de interação de várias
disciplinas e profissões, incorporando tecnologias, gerando um modelo assistencial
com uma variedade enorme de itens e graus de diversidade (SILVA, 2006).
Para Pozo (2004, p.40), a função de planejar e controlar estoques são fatores
primordiais numa boa administração do processo produtivo. Os objetivos do
planejamento e controle de estoque são:
• Almoxarifado de matérias-primas;
• Almoxarifado de materiais auxiliares;
• Almoxarifado de manutenção;
• Almoxarifado intermediário;
• Almoxarifado de acabados.
11
HULKA, B. & WHEAT, J. 1985. Patterns of utilization: a patient perspective. Medical Care
23(5):438-460.
12
WENNBERG JE 1985. On patient need, equity, supplier-induced demand and the need to assess
the outcome of common medical practices. Medical Care 23(5): 512-520.
Referencial Teórico 44
população total do país. O Nordeste, segunda região mais populosa, tem 47.250352
habitantes ou 28,1% da população nacional, e o Sul tem 25.033.302 habitantes, o
que representa 14,9% da população total do país.
Assim, o Brasil, país considerado em desenvolvimento, embora apresente
uma taxa de esperança de vida média de aproximadamente 67 anos e alguns
índices socioeconômicos de países desenvolvidos, possui indicadores sócio-
sanitários bastante contrastantes. O país ainda apresenta, em algumas regiões,
elevadas taxas de mortalidade infantil, e de coeficiente de mortalidade por doenças
infecciosas e parasitárias. O setor de saúde, como segmento prestador de serviços
e cujas ações se refletem profundamente na sociedade, deve adotar uma prática
gerencial apropriada capaz de alterar esse quadro mórbido e preocupante (LOPES
E FILHO, 2003).
No contexto brasileiro, os serviços de saúde padecem em analogia ao
vocabulário médico, de uma "infecção generalizada", e, por isso mesmo, depende
dos mais diversos esforços para promover sua recuperação. Boa parte dos
municípios brasileiros sequer possui um único hospital, motivo pelo qual não é raro
que pacientes se desloquem e até se instalem, por dias e meses a fio, submetendo-
se a tratamento em municípios vizinhos ou mais distantes de suas origens, o que
contribui para sufocar e estrangular, ainda mais, o sistema de atendimento. Isso
denota falta de uma gestão adequada na distribuição de recursos humanos, de leitos
e de medicamentos, de acordo com as carências de cada município (SILVA, 2006).
Silva (2006) afirma que contribuir para a prestação dos serviços de saúde,
com vistas a torná-lo eficiente não é uma tarefa fácil. A saúde é um direito de todos
e um dever do Estado. O direito à saúde implica não apenas no oferecimento da
medicina curativa, mas também na medicina preventiva, dependente, por sua vez,
de uma política social e econômica adequadas. Assim, o direito à saúde
compreende a saúde física e mental, iniciando pela medicina preventiva,
esclarecendo e educando a população, higiene, saneamento básico, condições
dignas de moradia e de trabalho, lazer, alimentação saudável na quantidade
necessária, campanhas de vacinação, dentre outras.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE informam que
de 2002 a 2005, houve um aumento em 17,8% do número de estabelecimentos de
saúde no país. Em 2002, 146 cidades não tinham unidades de saúde e, em 2005,
apenas seis dos 5.564 municípios brasileiros não possuíam este tipo de
Referencial Teórico 45
males: a compra cara; o estoque excessivo; e a falta de material. Esses flagelos são
os dois primeiros, fatais para o hospital e, o terceiro, fatal para o paciente.
Segundo os autores citados acima, em si tratando dos estoques, esses são
constituídos de todo material mantido pela organização para atender a uma
demanda futura, está significa a quantidade de um bem ou serviço que as pessoas
estariam dispostas a adquirir sob determinadas condições. Estas podem ser
tendência que significa o padrão de crescimento, declínio ou estacionalidade da
demanda no curto prazo e sazonalidade que se refere às oscilações periódicas e
regulares ao longo da curva de tendência produzidas por fatos ou situações de
caráter repetitivo. Estoques são valores referentes a materiais existentes
relacionados com as atividades-fins da organização. Porém, materiais estocados em
demasia consomem recursos que poderiam ser mais bem aplicados em outras
atividades da organização. Já a falta do mesmo pode provocar a paralisação dos
serviços, com todos os problemas decorrentes, além de obrigar a organização a
incorrer em gastos adicionais para realizar compras urgentes que, via de regra, é
mais dispendiosa que as compras normais, e prejudicar a imagem da empresa.
Barbieri e Machline (2006, p. 08) relatam um esquema lógico de interação
entre os diferentes grupos que constituem a administração de materiais de um
hospital, e que serão descritos por todo texto, “primeiro, é necessário saber quais
materiais serão utilizados pela organização para depois decidir sobre quanto e
quando comprá-los, de quem comprá-los e como armazená-los e distribuí-los
corretamente aos solicitantes”.
A qualidade dos serviços se relaciona de modo muito intenso com a qualidade
da administração de materiais, pois para que um serviço seja bem-feito é necessário
que o material certo esteja disponível no momento em que for necessário, assim,
será medido o nível de serviço oferecido ao cliente pela organização. A expressão
nível de serviço pode ser entendida como a capacidade de uma organização em
oferecer produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades ou exigências dos
seus clientes; é a combinação dos objetivos da organização com a satisfação dos
seus clientes ou usuários. Para efeito da administração de materiais hospitalares, as
dimensões do nível de serviço são as seguintes: atendimento, pontualidade e
rapidez nas entregas, flexibilidade no atendimento aos clientes ou solicitantes,
prestação de informações aos solicitantes e qualidade da entrega. (BARBIERI E
MACHLINE, 2006).
Referencial Teórico 49
16
VECINA, N. G. & REINHARDT, F. W. Op. cit.
Referencial Teórico 50
3. Procedimentos Metodológicos
E por final a pesquisa do tipo descritiva “que tem por objetivo descrever
completamente determinado fenômeno”, Lakatos e Marconi, (2001, p. 188). Pode-se
notar que a esse tipo de pesquisa demanda maiores detalhes dos fatos e os dados
colhidos através dela são mais minuciosos e precisos.
Segundo Mattar (1999) a pesquisa descritiva é caracterizada por possuir um
objetivo definido, ser bem estruturadas e dirigidas para a solução de problemas ou
avaliação de alternativas de cursos e ações. Gil (1999) relata que ela tem como fator
principal descrever as características de uma determinada população ou fenômeno
para assim poder estabelecer possíveis relações entre variáveis. Ela tem como foco
o levantamento de opiniões sobre, atitudes e crenças de uma população sobre uma
determinada situação, fazendo-se assim necessária para a elaboração desta
monografia.
Malhotra (2001) acrescenta que a pesquisa descritiva serve para avaliar a
porcentagem de unidades numa população específica que exige determinado
comportamento, determinar as percepções de características de produtos,
determinar o grau até o qual as variáveis estão associadas e fazer previsões
específicas.
17
NOGUEIRA, Oracy. Pesquisa social: introdução às suas técnicas. São Paulo: Nacional, EDUSP,
1968.
Procedimentos Metodológicos 56
18
Fonte: TAGLIACARNE, G. , (citado por GIL, 1991, p.62).
18
TAGLIACARNE, Guglielmo. Pesquisa de mercado. São Paulo: Atlas, 1976.
Procedimentos Metodológicos 58
19
SELLTIZ, C. et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1965.
Procedimentos Metodológicos 60
• Perguntas Abertas:
20
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. A farmácia no hospital:
como avaliar? Brasília: Ágora da Ilha, 1999.
21
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
22
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Procedimentos Metodológicos 61
• Perguntas Fechadas:
• Perguntas Dicotômicas:
23
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
24
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Procedimentos Metodológicos 62
Este tipo de medição por escala “é muito utilizado quando se busca identificar
a atitude do indivíduo sobre uma determinada situação” Babbie25 (citado por
COSTA, 2007, p. 75) e indica o grau de concordância do respondente com a
situação proposta pelo pesquisador. Pede-se a certo número de pessoas que
manifestem sua concordância ou discordância, satisfação ou insatisfação em
relação a cada um dos enunciados, segundo a graduação de 1 a 5 (GIL, 1999).
O instrumento para a coleta de dados, disponível no apêndice – A, foi
composto por 4 (quatro) processos. Definiu-se um conjunto de indicadores por
setores pesquisados — seleção de materiais, gestão de estoques, compras ou
aquisições; e armazenagem — onde foram estabelecidas 25 questões por
formulário, cujos tipos já foram descritos acima. O instrumento disponível no
apêndice – B, foi dividido em 2 (duas) etapas, a primeira com perguntas sobre os
dados demográficos e a outra que visou mensurar dados sobre o atendimento e os
serviços prestados pelo hospital estudado, totalizando 16 questões.
O tópico seguinte visa informar os procedimentos adotados para a análise e
tabulação dos dados obtidos na pesquisa.
A análise dos dados é a fase final, é aquela que o pesquisador vai poder
entender o significado do que foi colhido na fase da coleta dos dados. Nessa fase
são utilizados procedimentos estatísticos que possibilitem criar gráficos, quadros e
tabelas que sintetizem as informações obtidas. “Tabelas ou quadros é um método
estatístico sistemático, de representar os dados em colunas verticais ou fileiras
horizontais que obedece à classificação dos objetos ou materiais da pesquisa”
(LAKATOS E MARCONI, 2001, p.169). Para muitos autores, tabelas e quadros são
sinônimos; para outros, a diferença refere-se ao aspecto da tabela ser construída,
utilizando-se dados obtidos pelo próprio pesquisador, enquanto que quadros são
elaborados tendo por base dados secundários, quando então necessitam indicação
da fonte. Os gráficos são figuras que servem para representação dos dados. O
25
BABBIE, E. Métodos de Pesquisa de Survey. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
Procedimentos Metodológicos 63
4.2.1 Resultados
Processo de Armazenagem
Indicadores
• Disponibilidade para a aquisição de medicamentos e correlatos
• Análise do espaço físico
• Supervisão da conferência de materiais
• Procedimento para localização do material
• Análise da distribuição
• Análise das dificuldades encontradas no ciclo do processo
26
Fonte: Adaptação Wilken e Bermudez (1999).
26
WILKEN, Paulo Roberto Coelho & BERMUDEZ, Jorge Antônio Zepeda. Op. cit.
Apresentação e Análise dos Resultados 68
• Controle do fluxo 2 2
• Controle do abastecimento 2 2
• Investigação sobre a reposição de 2 2
tempo de cada pedido (Fornecedores
Externos)
• Utilização de programas 2 1
computadorizados
Total 16 13
Percentual 100 81,25
Resultado E B
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).
• Análise da distribuição 2 0
• Análise das dificuldades encontradas 2 2
no ciclo do processo
Total 12 5
Percentual 100 41,66
Resultado E I
Fonte: Dados coletados pela autora no dia 19 de abril de 2009. Resultados: 0-29% = insuficiente (I);
30-59% = regular (R); 60-89% = bom (B); 90-100% = excelente (E).
entre 36 a 45 anos. 8% têm entre 26 a 35 anos. 15% têm entre 16 a 25 anos e 10%
têm entre 0 a 15 anos.
Observando o gráfico 4.6 é possível afirmar que a maioria dos pacientes não
concluiu o segundo grau (56%) ou ainda estão cursando o mesmo (30%). 8 % do
total possuem terceiro grau incompleto. 3% dos pacientes já concluíram o terceiro
grau e apenas 2% dos pacientes possuem algum curso de especialização (títulos de
graduação).
Concluindo a análise do perfil dos entrevistados, o gráfico 4.7 detalha a renda
salarial (média) daqueles que freqüentaram o Hospital Nair Alves de Souza, no
período em que a pesquisa foi realizada.
Apresentação e Análise dos Resultados 76
maior veracidade quais são as divisões hospitalar onde existe maior rotatividade de
pacientes.
pacientes. 90% acham que o hospital não oferece a quantidade suficiente para que
seus serviços sejam desempenhados de maneira satisfatória e com qualidade, e
somente 10% da amostra responderam que acham a quantidade suficiente.
Durante a entrevista com a gerente, a mesma relatou que não existem índices
de atendimentos não realizados por falta de medicamentos e ainda afirmou que o
hospital possui um caixa reserva para situações de compras emergenciais, quando
não existe o material em estoque, para evitar possíveis imprevistos. Conforme a
gerente, os auxiliares de enfermagem são responsáveis pela conferência do material
existente em cada clinica e entrega de requisição no estoque da farmácia solicitando
o abastecimento dos materiais. Entretanto, de acordo com os acompanhantes estes
mesmos auxiliares de enfermagem são os profissionais que estão na maioria das
vezes presentes nos atendimentos da ausência de materiais, representando 85%
dos colaboradores.
Assim, 90% dos acompanhantes dos pacientes afirmaram que o Hospital Nair
Alves de Souza, não oferece a quantidade de materiais suficientes para a demanda
dos atendimentos, visto que representa um modelo de hospital de média
complexidade com atendimento para a cidade local e mais 22 municípios e
mostram-se insatisfeitos em relação a este indicador, com uma porcentagem de 75%
da amostra entrevistada. Também se apresentam insatisfeitos quanto ao
atendimento dos colaboradores com 40% do total da amostra e pouco satisfeitos
com o nível de agilidade nos serviços por eles executados, representando 38% dos
respondentes.
A insuficiência de materiais nos serviços de saúde surge ainda a partir do
inicio do ciclo dos processos, seleção de materiais, gestão de estoques, compras ou
aquisições e armazenagem, pois todas estas atividades devem ser devidamente
conduzidas de maneira minuciosa a fim de evitar erros e condições que
comprometam os serviços.
Os profissionais envolvidos no desenvolvimento das atividades acima devem
estar atentos a execução do trabalho, além do planejamento de todas as etapas do
mesmo. Identificar os gargalos envolvidos na gestão de suprimento e as causas
desses problemas evita situações emergenciais.
O Hospital Nair Alves de Souza apresentou insuficiências na gestão de
suprimento de medicamentos e correlatos, no entanto durante a entrevista com a Srª
gerente administrativa do hospital foi levantado todos os fatores que poderiam
resultar em tal fator, transportes, manutenção de estoques, processamento de
pedidos, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, suprimentos,
planejamento e sistema de informação. No entanto, a mesma contrapôs que não
Apresentação e Análise dos Resultados 87
mereciam ser citados, pois eram índices releváveis visto que não havia situações
registradas por ausência de atendimento.
hospital em estudo, quando este foi atingido a partir da realização da tabulação dos
dados do formulário aplicado com os mesmos, apresentando um índice de
insatisfação representado por 75% da amostra pesquisada.
E por fim, o quinto objetivo propor sugestões de melhoria, se necessário,
focadas na área de administração de materiais, foi alcançado quando a autora
sugeriu um maior planejamento das atividades típicas de suprimento do hospital,
além de treinamentos específicos para os profissionais e colaboradores envolvidos
no setor pesquisado.
5. Conclusão
Referências
ALVES, Osildo. UTI só em 2009. .Net, Paulo Afonso, junho 2008. Seção Notícias.
Disponível em: < http://www.pauloafonsonoticias.com.br/internas/read/?id=716>.
Acesso em: 13 maio 2009.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª Ed. São Paulo:
Atlas, 1991.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
LIMA, Juliano de Carvalho. História das lutas sociais por saúde no Brasil. .Net,
Niterói, abril 2006. Seção Trabalho necessário. Disponível em:
<http://www.uff.br/trabalhonecessario/Juliano%20TN4.htm>. Acesso em: 13 maio
2009.
LIMA, Leonardo Tibo Barbosa. Um novo modelo para o serviço público de saúde
brasileiro. .Net, Rio de Janeiro, setembro 2005. Seção Doutrina. Disponível em: <
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7351>. Acesso em: 13 maio 2009.
LOPES, Mônica Cristina & FILHO, Gilsée Ivan Regis. A Motivação humana no
trabalho: o desafio da gestão em serviços de saúde pública. Itajaí, Universidade
do Vale do Itajaí, 2003. v. 1. 135 p.
APÊNDICE – A
Senhor (a) gostaria de contar com a sua colaboração para preencher este formulário
de pesquisa, elaborado por mim, Luciana Pereira de Souza, aluna do VIII período de
Administração - FASETE, que tem como objetivo analisar a Administração de
suprimento (medicamentos e materiais) do Hospital Nair Alves de Souza, na cidade
de Paulo Afonso – BA, este se refere ao meu trabalho de conclusão de curso, sob a
orientação da mestra Cynthia Mattosinho, professora da instituição.
Entrevistador: Data: / /
Entrevistado: Setor/Departamento:
Processo:
O que é feito?
Quem executa?
Apêndices 101
Onde é executado?
Quando é executado?
Como é executado?
Fornecedores internos
Clientes internos
Dificuldades/gargalos
Sugestão de melhoria
Medidas/indicadores de desempenho
Treinamentos indicados
APÊNDICE - B
Senhor (a) gostaria de contar com a sua colaboração para preencher este
questionário de pesquisa, elaborado por mim, Luciana Pereira de Souza, aluna do
VIII período de Administração - FASETE, que tem como objetivo analisar a
Administração de suprimento (medicamentos e materiais) e o atendimento dos
colaboradores do Hospital Nair Alves de Souza, na cidade de Paulo Afonso – BA,
este se refere ao meu trabalho de conclusão de curso, sob a orientação da mestra
Cynthia Mattosinho, professora da instituição.