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Economia Informal

 De cada quatro pessoas empregadas no país em 97, uma vivia à custa
de atividade econômica desenvolvida no ambiente familiar. Segundo
pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o
número de brasileiros nessa situação em 97 atingiu 12,87 milhões de
pessoas.

Esse contingente integra o que o tituto classifica de "setor informal da


economia", embora um terço delas tivesse seus negócios regularizados,
e 7% dos empregados tivessem carteira assinada.

Essa significativa fatia do mercado trabalho contribuiu, segundo


estimativas preliminares do IBGE, com 8% do PIB (Produto Intro Bruto)
em 97.

O instituto usa o termo "empresas informais" mesmo para negócios


legalizados, apesar do entendimento comum de que informal é a
economia paralela, que escapa as estatísticas oficiais.

O IBGE usa o conceito de informalidade adotado pela OIT (Organização


Internacional do Trabalho) desde 93 . A constatação de que o setor
infomal contribuiu com, aproximadamente, 8% do PIB -o total de bens e
serviços produzidos no país- põe fim a uma crença de a participação dos
pequenos sócios informais gerava cifras muito maiores.

Em outubro de 97, diz o IBGE, eles movimentaram R$ 12,89 bilhões,


distribuídos por 9,478 milhões de empresas, cuja receita média foi de
R$1.405.

Mito

Segundo técnicos do IBGE,


levando-se em conta
apenas unidades
produtivas, sem atividades
ilegais e sonegações, o
mito do "PIB paralelo" cai.
"Fica clara a grande
importância do setor
informal para a geração de
postos de trabalho", disse
Ângela Jorge, diretora do Departamento de Emprego e Rendimentos do
órgão.

Essas 12,87 milhões de pessoas formam um contigente igual à soma


dos empregados na indústria de transformação e em serviços públicos
(militares e estatutários), segundo dados do IBGE.

Elas se concentraram em comércio, justamente a área com a maior


receita média mensal: R$ 2.219.

Para a especialista em economia informal Hildete Pereira de Melo,


consultora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o fato de
um quarto da população empregada do país pertencer ao setor informal
é "dramático". "A renda média é muito baixa. É um bolsão de pessoas
de baixa renda", diz.

O rendimento médio de um desempregado do setor informal, segundo o


IBGE, foi de R$ 240, em outubro de 97. Mas é uma realidade que muda
muito dependendo da região, do tipo de atividade, instrução etc.

Por exemplo: como empregados, pessoas de baixa instrução -a maioria


pesquisada- ganhariam, no máximo, dois salários mínimos

no mercado de trabalho (R$ 280). Como trabalhadores por conta


própria, têm um rendimento médio de R$ 400, ou de R$ 1.000, no caso
de pequenos empregadores.

Exemplo típico dessa população é Lindinalva de Assis, a Dinha, 48 anos,


que chega a empregar 22 pessoas no mercado informal do acarajé em
Salvador (BA). Mas não assina a carteira de trabalho da maioria dos
funcionários.

"As pessoas que trabalham comigo me ajudam a fazer o acarajé, o


abará, cortam salada e atendem clientes", revela a vendedora de
acarajé mais famosa da Bahia.

Em média, o comércio informal de Dinha registra um faturamento bruto


de R$ 65 mil por mês. O lucro médio é de R$13 mil mensais.

Dinha disse que paga entre R$ 150 e R$ 250 por mês aos seus
funcionários. "Em me sinto gratificada em ajudar no sustento de tantas
famílias", afirmou.
Os negócios informais estão concentrados sobretudo na região Sudeste
(47,5%), aparecendo o Nordeste em seguida, com 26%. O Norte ficou
com a menor fatia da distribuição das atividades informais pelo país:
5%.

A maioria (57%) desses empreendedores não nasceu nos municípios


onde trabalha. E optou pela informalidade pela perspective de ter o
próprio negócio, segundo o IBGE.

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