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A crescente informalidade tem se destacado nos últimos anos e exerce um impacto

significativo na produtividade econômica do país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de


Ética Concorrencial (ETCO) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a economia informal
movimentou impressionantes R$ 1,73 trilhão durante um período de 12 meses encerrado em
julho de 2018. O Índice de Economia Subterrânea aponta que a economia informal representa
aproximadamente 16,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Empresas que operam de forma informal, a comercialização de produtos e serviços sem


emissão de nota fiscal e trabalhadores sem registro formal contribuem para uma cadeia que
prejudica a saúde econômica do país. Um aspecto crucial para entender o impacto da
informalidade é o da produtividade. Como explica Fernando Veloso, economista e pesquisador
da área de Economia Aplicada do FGV IBRE, “sob o ponto de vista da produtividade, o conceito
mais relevante é o de formalização da empresa. Empresas formais têm produtividade média
quatro vezes superior à das empresas informais”.

Os impactos da informalidade são diversos e se manifestam de maneira tanto negativa quanto


positiva. Do lado negativo, a evasão fiscal é um problema crítico, uma vez que a economia
informal frequentemente opera sem registro, evitando o pagamento de impostos e resultando
na perda de receita para o governo. Além disso, os trabalhadores informais frequentemente
carecem de acesso a benefícios sociais, como seguro de saúde, aposentadoria e licença
remunerada, aumentando a desigualdade e a vulnerabilidade. A desigualdade de renda
também é exacerbada, uma vez que os salários informais costumam ser mais baixos e
oferecem menos oportunidades de crescimento de carreira. A baixa produtividade é outra
característica associada à informalidade, frequentemente causada pela falta de treinamento e
tecnologia. A concorrência desleal também é uma preocupação, já que empresas informais
podem competir de forma injusta com empresas formais que cumprem regulamentações e
impostos.

Por outro lado, o mercado informal tem seus aspectos positivos. Ele desempenha um papel
importante na geração de empregos, especialmente em áreas com altas taxas de desemprego.
A flexibilidade do emprego na economia informal permite que as pessoas encontrem
oportunidades de trabalho sem as restrições comuns aos empregos formais. Além disso, a
informalidade demonstra resiliência em tempos de crise econômica, ajudando as pessoas a
sobreviver em períodos difíceis. Muitos empreendedores começam seus negócios no mercado
informal antes de formalizá-los, o que contribui para a inovação e o crescimento econômico.

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