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ÍNDICE

I COMO ESCREVER BEM................................................................................................. 01

II DESCRIÇÃO...................................................................................................................... 04

III NARRAÇÃO...................................................................................................................... 05

IV DISSERTAÇÃO................................................................................................................ 07

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I - COMO ESCREVER BEM


A originalidade
A boa redação deve apresentar idéias originais,
Não existe uma fórmula que desenvolva a habilidade diferentes, criativas. Convém evitar aqueles chavões, os
de escrever. É preciso, antes de tudo, muito esforço. Além clichês, e usar a própria linguagem. Isso você conseguirá
disso, existem caminhos que podem conduzir ao ato de se pensar, refletir. Não comece a escrever logo que o
escrever. Entre eles, destacam-se: professor lhe der o título da redação.

Leitura Fluência
O texto nasce do texto. Quem lê adquire vocabulário e Escrever é um ato natural; não tenha medo de
estruturas frásicas que usará na produção dos seus escrever; faça-o com naturalidade, deixando o texto fluir.
próprios textos. Além disso, a leitura, principalmente de Lembre-se de que depois você poderá corrigir eventuais
obras de ficção, desenvolve o potencial criador da erros.
imaginação humana. Quem lê acabará escrevendo bem. A
leitura traz o progresso da escrita. Clareza
A clareza reflete um pensamento objetivo. Ela evita
Diálogo que as pessoas expressem idéias ambíguas, que podem
Falar e ouvir são atividades que desenvolvem o gerar confusão ao receptor. Por isso, devemos usar
espírito humano, O diálogo é, portanto, importante para o palavras simples, porém corretas, e frases curtas, porém
desenvolvimento da capacidade intelectual. Através dele, bem estruturadas. A correção e a releitura do texto fazem
podemos obter boas idéias para escrever. com que a clareza esteja mais presente.

A observação da realidade Concisão


O bom escritor deve ter os olhos bem abertos para a A concisão torna o texto mais uniforme e, por isso,
realidade da vida. Essa realidade pode ser reproduzida mais claro para os receptores. Ela evita que o escritor caia
objetivamente, ou pode servir apenas para que, a partir na prolixidade, isto é, na expressão de vários pensamentos
dela, se possa criar uma nova realidade, usando de ao mesmo tempo, sem que as idéias fiquem bem
sensibilidade e imaginação. objetivas. Para isso, devemos ir direto ao assunto, sem
meias-voltas e frases supérfluas.
(fonte: Cloder, Rivas Martas & Mesquita, Roberto Meio. Técnicas e
Experiência Criatividade de Redação - Ed. Saraiva -1985).
Toda pessoa traz dentro de si a experiência que a vida
lhe deu. Use essa experiência de vida para produzir seus
textos. Escreva sobre assuntos que você conhece bem. Por AO REDIGIR NÃO SE ESQUEÇA
exemplo, se o tema solicitado envolver a juventude, DE:
escreva sobre você e seus amigos, pessoas que você 1 - Deixar uma linha em branco, após o título, separando-
conhece bem. Enfim, escreva sobre suas experiências o do início, dando-lhe aquele destaque.
pessoais, sobre o que a vida lhe ensinou.
É muito comum quando se pede um tema relacionado 2 - Enfatizar o título, usando letras maiúsculas iniciais
com preconceito racial o aluno escrever sobre os Estados com exceção das palavras de pequena extensão, como
Unidos, país que ele só conhece por informações de preposições, conjunções.
terceiros, deixando de lado tudo o que ele vivência sobre
o tema, na sua própria realidade. 3 - Usar letra maiúsculas inicial apenas na primeira
palavra, seja ela artigo, ou verbo, substantivo, preposição
Um certo conhecimento gramatical etc..
É impossível avaliar positivamente um texto onde
faltam acentos, sinais de pontuação e onde há erros de 4 - Usar ponto final ou aspas nos títulos, em se tratando
grafia, termos de gíria, impropriedade vocabular etc. de frases ou citações
Por isso, convém fazer um rascunho, onde se pode
escrever à vontade, reproduzindo as idéias livremente. 5 - A caligrafia deve ser nítida, clara, legível e bem
Depois, passa-se o texto a limpo, tomando o cuidado de proporcionada.
fazer as correções, para que a linguagem fique clara,
gramaticalmente correta, envolvente. Não se deve 6 - Focalizar o assunto em torno de uma só idéia
esquecer também dos parágrafos. fundamental, complementando-a com idéias acessórias ou
secundárias.
A organização do texto
Um planejamento, um projeto que anteceda o ato de 7 - Antes de iniciar a redação ou o trabalho, antes mesmo
escrever propriamente dito é de suma importância, pois do rascunho, fazer um esquema de um roteiro de idéias.
faz com que quem escreve organize as idéias e, assim,
possa redigir com mais segurança e desembaraço.
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8 - Indicar o "tópico frasal"(idéia núcleo) Nas primeiras 28 - Refletir, pensar, meditar antes de qualquer coisa
linhas da introdução. sobre os temas propostos e, principalmente, sobre o tema
escolhido antes de iniciar a redação.
9 - Evitar emprego repetitivo de idéias, palavras ou
expressões - a não ser que seja importante para a natureza 29 - Cuidar da parte gramatical: ortográfica, pontuação,
da redação acentuação gráfica, crase, colocação do pronome,
concordância, regência, vícios de linguagem...
10 - Evitar pormenores desnecessários, acumulações e
redundâncias. 30 - Estruturar a redação em três partes tradicionais:

11 - Procurar não repetir a mesma palavra seguidamente, a)Introdução (apresentação ou proposição disse
substituindo-a por outra de significado semelhante. Aristóteles) - "é o que não admite nada antes e pede
alguma coisa depois."
12 - Separar as diferentes idéias, em parágrafos distintos, Serve par situar o leitor dentro do assunto a ser
guardando-lhes a devida conexão. desenvolvido, não apresenta fatos ou razões, pois sua
finalidade é predispor o espírito do leitor par o que virá a
13 - Separar os núcleos de idéias ou centros de interesses seguir.
em parágrafos diferentes, guardando a conexão entre eles.
b)Desenvolvimento - conteúdo ou corpo é a redação
14 - Não usar abreviações, com : c/, p/, ñ/, s/, m/, q/, etc. propriamente dita. Nela vamos tratar do tema de maneira
decisiva, completa, apresentando os fatos, as idéias e as
15 - Escrever o número por extenso, como: dois, três, razões, exigidos pelo que foi apresentado na introdução.
oito, quinze, vinte... antes de substantivo funcionando
como adjunto adnominal. c)Fecho ou conclusão - disse Aristóteles: "O fim é o que
pede alguma coisa antes e nada depois"."
16 - Não se deve usar "gírias" a não ser que o nível de É o conjunto que encerra a redação, de tal modo que seja
linguagem exija. desnecessário aduzir-se algo mais.

17 - Evitar o uso de palavras estrangeiras e, se


31 - Revisar, ao final do trabalho, todos os aspectos
necessárias, colocá-las entre aspas.
anteriormente sugeridos.
18 - Utilizar frases curtas e períodos não muito longos,
como regra geral, para levar à clareza na exposição e não
torná-la cansativa. COMECE A REDIGIR: AÍ VÃO
19 - Se usar citações de outros autores, verificar que elas ALGUNS ESQUEMAS PARA VOCÊ:
sejam oportunas e significativas para o assunto a ser
desenvolvido. Coloque-as entre aspas. Titulo : ”Educação e desenvolvimento”

20 - Não utilizar expressões vulgares ou chavões. Introdução:


Modernização da Educação: adaptação do homem ao
21 - Ser objetivo no assunto exigido, com simplicidade no mundo contemporâneo.
estilo. Ser natural...
Desenvolvimento
22 - Usar palavras cujo significado domine amplamente, 1. Educação X estruturas arcaicas e tradicionais.
completamente. 2. Tecnologia e progresso.
3. A participação do governo nas promoções e
23 - Evitar o uso de imagens de mau gosto ou expressões reformas educacionais.
que constituem chavões e lugares comuns. 4. O despertar das nações subdesenvolvidas para o
progresso pela educação.
24 - Optar pela simplicidade de estilo, clareza de idéias e
objetividade na análise do assunto. Conclusão:
1. “A vontade prova-se na ação” — É preciso a
25 - Formar frases curtas, ao gosto do estilo moderno. consciência da renovação cultural.
2. É preciso reformar a mentalidade avessa às
26 - Distribuir harmoniosa e adequadamente as pausas ao mudanças.
longo da frase, pontuando-a devidamente.
Titulo: “A música popular brasileira’’
27 - Revisar com atenção a grafia das palavras
Introdução:

1. Retrospecto histórico: os grandes nomes da música

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de outros tempos. Holanda, Geraldo Vandré entre outros.
2. O sentido e objetivos da música de Noel Rosa, 4. O movimento tropicalista: Caetano Veloso e
Pixinguinha, Ataulfo Alves e outros. Gilberto Gil.

Desenvolvimento Conclusão:

1. A transformação da nossa música a partir de 1950; 1. O estágio atual de nossa música.


os influxos estrangeiros. 2. As pesquisas no terreno musical.
2. A bossa nova 3. Perspectivas futuras.
3. A música de protesto social: Chico Buarque de

II – DESCRIÇÃO O autor de uma descrição é indivíduo que observa


qualquer segmento da realidade e tenta reproduzi-lo
através de palavras.
DESCREVER É - Lembre-se de que, quando falamos de realidade
estamos nos referindo a um mundo concreto ou
DETALHAR – OBSERVAR – PINTAR –
inventado.
PORMENORIZAR – RETRATAR – SELECIONAR –
REPRODUZIR – CARACTERIZAR – SENTIR –
EXPERIMENTAR – FOTOGRAFAR – ENUMERAR – Observe os dois textos:
VISUALIZAR Fora, abria-se uma noite de luar como poucas. Cada
folha, cada detalhe do arvoredo se destacava e refletia
A descrição consiste na enumeração de no chão, nítido como em dia. Era até de espantar que
caracteres próprios dos seres (animados ou inanimados), não cantassem os pássaros. Num sereno cortejo, a lua
coisas cenários, ambientes e costumes sociais; de ruídos, atravessava o céu, seguida de um milhão de estrelas.
odores, sabores e impressões tácteis.

O que se descreve
COMO SE DESCREVE Todos os seres existentes no universo real físico e
psicológico ou no imaginário podem ser descritos. Veja-
A realidade que nos cerca e apreendida por nós através mos alguns exemplos.
dos sentidos. Esses sentidos podem ser comuns como a
visão, a audição, o tato, o olfato, o paladar, mas também
podem ser especiais, como o sentido de espaço, de • mundo físico:
formas, de harmonia, de equilíbrio, etc. A duquesa era uma grande pata branca, de penas alvas
Encontrando-se diante de um determinado ser, nossos e macias...
sentidos tentam captá-lo em sua totalidade. Quanto maior
for o senso de observação, a curiosidade e o senso de • mundo psicológico
análise do observador, tanto mais fiel à imagem que ele A bondade era morna e leve, cinerava a carne crua
obterá desse ser. guardada há muito tempo.
Os objetos impressionam nossos sentidos com maior ou
• mundo imaginário
menor intensidade, provocando sensações visuais, Eu sou a Moça Fantasma
auditivas, tácteis, olfativas ou gustativas, dependendo da que espera na Rua do Chumbo
o carro da madrugada.
situação. Eu sou branca e longa e fria,
Ao descrevermos o objeto percebido, deixamos trans- a minha carne é um suspiro
parecer tais sensações, principalmente quando se trata de na madrugada da serra.
descrições subjetivas.
Tipos de descrição:
Observe como no texto seguinte predominam as
sensações auditivas:
a) estática: descreve uma imagem sem movimento.
O rio era aquele cantador de viola, em cuja alma se
Ex.: Pousado sobre o galho, o pássaro sereno reverbera
refletia o batuque das estrelas nuas, perdidas no vacilo
em cores.
milenarmente frio do espaço... Depois ele ia cantando isso
de perau em perau. de cachoeira em cachoeira... b) dinâmica: descreve uma imagem com movimento.
Ex.: Reverberando em cores, o pássaro agitou as asas
O PONTO DE VISTA DE QUEM alçando um vôo sereno.
DESCREVE
e) objetiva: há uma percepção igual a todos os

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observadores e a linguagem é referencial. linguagem metafórica, sinestésica, impressionista.
Ex.: pracinha deserta, tamborim abandonado. Ex.: movimento macio, sedoso, rumor de coisas.

d) subjetiva: há o predomínio da conotação através da · Exemplo de descrição subjetiva de paisagem


apenas para tornar a árvore um ornamento vivo, entre os
muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das escadas e
PÔR-DO-SOL dos telhados em redor.
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que
‘A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam,
desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu
clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?
pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e
noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis,
entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas. com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias
Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero: uma que floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados
outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu
pastos maduros; e longe, entre o resto de luz que fugia de fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão
um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável
a brancura de um joão-grande, voando, sereno, quase sem efeito?
mover as asas, como numa despedida triste, em que a Mas, depois disso, aparecem várias [achadas, que se
gente também não sacode os braços... vão sobrepondo umas às outras, dispostas entre palmeiras
Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande e arbustos vários, pela encosta do morro. Aparecem
em tudo.” mesmo dois ou três castelos, azuis e brancos, e um deles
tem até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu,
pintor, como deixaria de pintar tão graciosos motivos?
TEXTO PARA ANÁLISE: Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos,
ao subirem do vale à montanha, possui uma riqueza
Se eu fosse pintor.. invisível, que a distância abafa e desfaz: por detrás dessas
paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro desses castelinhos de brinquedos, há criaturas que falam,
plano de trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins discutem, entendem-se e não se entendem, amam,
e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil
borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas perguntas e não sei se chegam a noite com alguma
pontas das asas. resposta.
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último
fechada, há pombos de cintilante alvura, e pássaros azuis plano, esse último recesso da paisagem. Mas houve
tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixá- jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano,
los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os viram ou inquieto, incerto, constantemente variável que é o
verão. pensamento humano?
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma
MEIRELES. Cecília. Ilusões do rnundo. Rio
delicada mangueira, ainda com moles folhas cor de
bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada de Janeiro. Nova Aguilar. 1976. p.17-8.
mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro,
que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali
Elementos narrativos:
O quê – o fato, a ação o enredo
Quem – personagens, protagonista/antagonista
III - NARRAÇÃO Como – modo como se desenrolou o fato, a ação
Quando – época
Onde – lugar
NARRAR É Porquê – causa, razão ou motivo
Por isso – resultado ou conseqüência.
SUGERIR – COMPOR – RECRIAR – INVENTAR –
ATUAR – REVELAR – SITUAR – IMAGINAR – Nem sempre todos estão presentes, mas quem e
DINAMIZAR – TESTEMUNHAR – CONTAR- que são essenciais para que uma narração aconteça.
EMOCIONAR – RELATAR – ENVOLVER – O ponto de vista é importante, pois mostra quem
SURPREENDER. conta a história

Narrar é representar fatos reais ou fictícios utilizando Foco narrativo.


signos verbais e não-verbais. - 1ª pessoa (eu, nós) relata o que vê e sente
- 3ª pessoa (ele, ela, eles) serve como testemunha

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Enredo Você já treinou o modo mais comum de narrar: aquele


- exposição, a complicação o clímax e o desfecho. em que a história se desenvolve linearmente, numa
seqüência de começo, meio e fim. É a seqüência narrativa
Tema e assunto mais tradicional e a mais utilizada no nosso dia a dia.
- decorrem do enredo Mas há outras maneiras mais criativas de fazer isso. É
- tema: interpretação que cada autor dá ao assunto claro que, se você for contar um fato a que assistiu como
- assunto: matéria ou objeto de que se trata. testemunha, perante um tribunal, deverá utilizar uma
seqüência lógica, linear. Os escritores, no entanto, que
Tempo têm o objetivo de provocar emoções no leitor, utilizam
- cronológico: é mensurável, material que segue a outros modos de narrar. Ás vezes, com uma simples
ordem cronológica, utiliza a explicação que independe de mudança da ordem narrativa, conseguem-se efeitos
tempo. surpreendentes.
- psicológico: não é mensurável, flui na mente das
personagens. Alguns exemplos:

1) PÂNICO DURANTE O ENTERRO, NO RIO


DISCURSOS
Quando as primeiras pessoas saíram correndo, durante
Para narrar um fato podemos empregar os seguintes o enterro de J.S.S, em Inhaúma, no Estado do Rio, o
discursos: pânico se generalizou e todos fugiram do local. Mas
1 – Discurso direto: o autor reproduz a fala da poucos sabiam por quê. Até o caixão foi abandonado no
personagem diretamente. chão, a poucos metros da sepultura e o cemitério, num
O discurso direto utiliza os verbos dicendi ou de instante, ficou vazio, depois de gritos, sustos e muita
elocução para reproduzir os fatos. Os principais verbos correria. Polícia e bombeiros, chegando, o mistério foi
dicendi são: afirmar, concordar, exclamar, interromper, esclarecido: quem colocara a multidão em pânico foi um
responder, perguntar, explicar. Os verbos de elocução amigo da família, que tocou “em algo mole”, em uma das
podem aparecer antes da falada personagem, depois da sepulturas.
fala e no meio da fala da personagem. Acontece que era uma casa de abelhas e de lá saiu um
enxame, enfurecido, atacando algumas das pessoas.
Exemplo: Depois, com as abelhas sob controle, o enterro foi
a – O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realizado. Mas os bombeiros ficaram no local até a noite,
realização de nossas vidas. matando outras abelhas.
b – João perguntou? Que tal o carro? (Jornal da Tarde, 02/05/1983.)

2 – Discurso indireto: o narrador conta com suas 2 - Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho,
próprias palavras o que a personagem disse. O autor do sertão de Pernambuco. Na soalheira do meio-dia, ele
funciona como testemunha e passa para o leitor o que estava na poeira do caminho, imaginando bobagem,
ouviu. quando passou um goro vigário a cavalo.
Exemplo: – Você aí menino, para onde vai dar essa estrada ?
A certo ponto de conversação, Glória disse que – Ela não vai não: nós é que vamos nela.
desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não – Engraçadinho duma figa! Como você se chama ?
a levei comigo. – Eu não me chamo não, os outros é que me chamam
de Zé.
3 – Discurso indireto livre: revela para o leitor o (Mendes Campos, Paulo. Para gostar de ler. 1ª. Ed. São Paulo, Ed.
mundoda personagem. A fala do narrador funde-se com a Ática, p. 93.)
da personagem.
Exemplo:
Saiu correndo pela porta afora. Se me pegam agora, Apresentamos, a seguir, algumas narrativas diferentes.
pensou, olhando assustado para trás, nunca mais saio O texto que segue é um exemplo de narrativa de fato
daqui. fictício.

Tipos de texto narrativo: conto, crônica, romance, TEMA PARA UM TAPETE


fábula, novela.
O general tem só oitenta homens, e o inimigo, cinco mil.
Na sua tenda, o general blasfema e chora. Então, escreve
O QUE SE NARRA um proclama inspirado que pombas mensageiras
De acordo com o conceito de narração, podem-se derramam sobre o acampamento inimigo. Duzentos
narrar tanto fatos reais como fictícios. infantes passam para o lado do general. Segue uma luta
A narração de fatos reais é o relato de ações praticadas que o general ganha facilmente, e dois regimentos inteiros
por pessoas. Ela é comum em livros científicos, livros de passam para o seu lado. Três dias depois, o inimigo tem
História, jornais, etc. só oitenta homens e o general tem cinco mil. Então o
general escreve outro proclama, e setenta e nove homens
COMO SE NARRA passam para o seu bando. Resta apenas um inimigo,

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acuado pelo exercito do general que espera em silêncio. avança até a tenda do general. Entra e aponta a espada
Transcorre à noite e o inimigo não passa para o lado do para ele. O exército do general se dissolve. Sai o sol.
general. O general blasfema e chora na sua tenda. Ao (Cortázar, Julio)
amanhecer, o inimigo desembainha lentamente a espada e
conjunto de fatos de uma história.
O início da história, chamamos de situação inicial , é
O texto narra fatos que realmente aconteceram, com o momento em que se relata e descreve uma situação
pessoas que existiram. O narrador não inventou os fatos qualquer. Logo no início do texto já se define o tipo de
nem as pessoas. narrador: 1ª ou 3ª pessoa, e os personagens que serão
os movimentadores da história. (Não existe narrador de 2ª
O mestiço Domingos Fernandes Calabar foi um dos pessoa).
primeiros a se oferecer como voluntário quando Matias de A partir desta situação inicial, cria-se um conflito,
Albuquerque preparava a resistência à invasão holandesa. momento em que o personagem principal está em apuros
Chegou a ser ferido em combate, mas desertou, por alguma situação inesperada. Este conflito pode ser
oferecendo seus préstimos ao governo holandês de Recife. psicológico, moral, religioso, econômico, amoroso, social,
Seu ato modificou o curso da guerra, estendendo-se além etc. e chega ao clímax: momento de tensão máxima na
dos limites iniciais. Já major do exército holandês, sofreu narrativa.
derrota em Porto Calvo. Preso, foi enforcado no dia 22 de Além destas fases, a narrativa apresenta ainda marcas
julho de 1635. de tempo, espaço e ação. O tempo é marcado através de
(Enciclopédia Delta, Rio de Janeiro, Ed. Três, p. 891) datas, épocas que caracterize o acontecimento. Seria
incoerente narrar uma situação que teria que se passar
durante a 1ª Guerra Mundial utilizando objetos e
NARRATIVA DO FATO REAL NUM RELATO vestimentas deste final de século, como celular, internet,
bombas controladas por radar ou roupas curtas, tinturas
Uma mulher não identificada pegou fogo em plena no cabelo, etc.
rua, sem razão aparente, no 9° caso de combustão espaço é descrito de acordo com o enredo. A história
espontânea de um ser humano registrado desde o século pode se passar dentro de uma casa, num parque, numa
XVIII. Para o legista Robert Stein, de Chicago, onde lanchonete, na igreja, na praia, etc. mas estes espaços
aconteceu o fato, deve ter ocorrido à presença de um estão inseridos em espaços maiores que são: a cidade, o
combustível ainda não identificado. estado, o país. De acordo com o espaço e o tempo é que
(Jornal da Tarde, 7/8/1982) descrevemos os costumes, a vestimenta, o corte de cabelo,
o modo de falar, enfim a cultura do(s) personagem(ns).
A sorte é que o professor é muito legal e não criou Seria incoerente escrevermos uma história que se passa no
drama, mas todo mundo sabia que Luís Sérgio fora o século passado, na praia por exemplo, e descrevermos
autor da arte: colocar fogo dentro da lata de lixo. Foi na uma personagem feminina de topless.
aula de matemática. Todo mundo começou a sentir cheiro A ação é o que dá movimento à história, à medida que
de queimado e, quando o professor virou, estava saindo os fatos vão ocorrendo à história vai caminhando para o
uma fumaceira danada da lata de lixo. Alguns mais desfecho.
metidos tentaram ajudar, trazendo água na concha da As personagens aparecem hierarquicamente, por
mão, mas isso serviu apenas para molhar o chão. O exemplo, existe o personagem principal: aquele que se
Alberto foi quem conseguiu apagar o fogo, pisando dentro sair da história ela pode existir. E os personagens
da lata. O Luís Sérgio lá na dele, no mundo da lua... Mas secundários, poderíamos chamá-los de auxiliares do
ficou por isso mesmo. personagem principal. Pois serão eles que irão contribuir
(Adaptação dos autores) para que ocorra o conflito com o personagem principal e
conseqüentemente o amigo(a), parentes desconhecido,
ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DA enfim qualquer pessoa que auxilie o personagem
NARRATIVA principal.
Com estes elementos podemos construir a narrativa de
O processo de construção de uma narrativa fictícia ou ficção, ou seja, a redação narrativa. Não limites de
literária apresenta diversas fases. parágrafos, e preza-se o discurso indireto livre nas
A princípio cria-se um título. A partir desse título narrativas modernas. Mas nada impede que se use o
constrói-se a história. Esta deve conter um enredo: o discurso direto ou indireto.
- Dia de prova

TEMAS SUGERIDOS O sucesso depende muito de nossa persistência.

- Acidente de trânsito (local, envolvidos e desfecho)


- Final de campeonato: Grêmio 3 x 3 Internacional

ARGUMENTAR – OPINAR - EXPOR, SINTETIZAR


IV - DISSERTAÇÃO – CONCLUIR – POSICIONAR-SE – QUESTIONAR –
DEDUZIR – CONVENCER – CONTESTAR –
DISCUTIR – JUSTIFICAR – CONCORDAR -
DISSERTAR É: EXPLICAR –INTERPRETAR - DISCORDAR –

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CRITICAR – DEBATER – ANALISAR - 6 - conclusão convincente
EXEMPLIFICAR. Quanto à estrutura da dissertação podemos afirmar:

Em meio a nossa experiência junto aos a) Introdução - informa claramente, de maneira concisa.
candidatos a exames para vestibulares e concursos , É a visão coesa do assunto. Deve ser breve e
pudemos constatar algumas dificuldades bastante generalizante:
freqüentes na arca da expressão escrita. Uma delas se Pode ser
refere à dificuldade mostrada pelo aluno em variar os 1 - uma afirmação
recursos de argumentação, toda vez em que se propõe a 2 - uma negação
3 - uma interrogação
discorrer sobre um assunto. O que se constata ao final da
4 - uma definição
leitura dos trabalhos é urna sucessão monótona de idéias
5 - uma citação
que se repetem e cuja sutil diferença se entreve na forma
de expressão. b) Desenvolvimento -
Para evitar tal situação, sugerimos ao candidato Apresenta cada um dos argumentos
que pratique novas maneiras de apresentar suas idéias, em ordenadamente, analisando com vagar as idéias
variedade e estilo:
exemplificando de maneira rica e suficiente o
pensamento.
Fazer uma dissertação consiste em defender uma
Bem definir é ter idéias claras e precisas, saber
idéia. A primeira coisa, antes de começar, é reconhecer a exatamente o que se quer dizer e encontrar expressões
diferença que existe entre um TEMA e um TÍTULO. adequadas. É decompor o pensamento ou o sentimento
O TEMA é assunto sobre o qual você irá em seus diferentes aspectos, sublinhar o essencial, indicar
escrever, ou melhor, a idéia que será defendida ao longo a nuance exala, não se contentar com a expressão vaga,
da sua composição, Não se pode esquecer de que o em uma palavra, pensar e falar com justeza. Entre todas as
TÍTULO é a expressão, geralmente, curta, colocada no diferentes expressões que podem traduzir um dos nossos
início do trabalho, ele é, na verdade, apenas uma vaga pensamentos, não há se não uma que seja boa. E não a
referência ao assunto que você abordará. encontramos sempre ao falarmos ou escrevermos. É
Para se fazer dissertação é preciso saber redigir verdade que ela existe, e que o homem deve procurar
com cuidado e coerência para convencer. Para tanto, é encontrá-la, para se fazer entender. Esta justeza e
imprescindível, desde o início: propriedade na expressão resultam muitas vezes como o
1 - determinar o assunto; fruto de um longo trabalho.
2 - estabelecer a finalidade;
3 - redigir um tópico frasal que seja à base do c) Conclusão - Resume todas as idéias apresentadas e
desenvolvimento; discutidas no Desenvolvimento, tomando uma posição
4 - desenvolver os elementos primordiais do tópico frasal sobre o problema apresentado na Introdução.
por um;
5 - encadeamento lógico e sintático específico, de modo SÍNTESE ESQUEMÁTICA
que se chegue a uma;
criatividade;
• Recursos a serem observados na correção e b. disposição ordenada de idéias;
adequação lingüística c. conexão entre as idéias;
d. divisão em introdução, desenvolvimento e
a. Frases curtas; conclusão.
b. Construção direta de frase;
c. Clareza;
d. Simplicidade; Forma
e. Eufonia, evitando:
- sucessão de palavras ásperas, a. Clareza, precisão e objetividade
- predomínio de consoantes fortes, b. Correção na estrutura da frase: regência,
- repetição de sons concordância, colocação
- seqüências de vogais semelhantes, c. Grafia e pontuação;
- abuso das orações adjetivas; d. Extensão vocabular;
f. acúmulo de idéias na frase; e. Concisão;
g. coerência nos recuos lingüísticos utilizados f. Autenticidade de estilo.
h. concordância verbal e nominal corretas;
i . regência verbal e nominal corretas; Aspecto
j. emprego correto a. margem
k. grafia, acentuação e pontuação corretas. b. parágrafos
c. caligrafia e limpeza
Conteúdo
a. Objetividade no enfoque do assunto: O PARÁGRAFO DISSERTATIVO
adequação, profundidade, coerência,

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Importância do parágrafo:
OBJETIVO: Evidenciar a corrupção existente no
O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e Congresso Nacional a qual envergonha os filhos dessa
depois ajustar convenientemente as idéias principais de Pátria.
sua composição, permitindo ao leitor acompanhar o
desenvolvimento do raciocínio no decorrer do texto. TÓPICO FRASAL: A cada dia novos escândalos
O parágrafo deve desenvolver, eficazmente, uma políticos referentes à corrupção afrontam e escandalizam
única idéia núcleo e esse desenvolvimento ou, ainda, os eleitores brasileiros.
idéias secundárias, devem explicitar coerentemente a
idéia principal. DESENVOLVIMENTO:
1. Os corruptos e os corruptores
Como a dissertação se realiza no plano das idéias, é 2. A mola mestra do ato político; o dinheiro
um trabalho reflexivo que consiste em organizá-las numa
determinada linha de raciocínio. Essa linha de raciocínio
está estruturada em um parágrafo. Daí a importância da Diferentes possibilidades de organizar um
organização de um parágrafo e de conhecer quais são as tópico Frasal
partes que compõem um parágrafo dissertativo.
Tópico Frasal Interrogativo: apresentação do
parágrafo com uma pergunta direta ou indireta;
Elementos de estruturação dos parágrafos:
Tópico Frasal com Declaração Inicial: afirmação ou
1. O assunto: amplo e genérico deverá sofrer uma negação de algo logo de saída, para depois justificar ou
delimitação. fundamentar.
2. A delimitação do assunto: seleção e Tópico Frasal por Definição: inicia por definir algo,
organização das idéias que podem ser desenvolvidas em após é organizada a explicação;
relação ao assunto.
3. Objetivo: organizar o propósito (para quê ?) de Tópico Frasal por Alusão Histórica: remete a um
se discorrer sobre determinado assunto, dentro de fato histórico, lendas, tradições, para despertar a
determinada delimitação. curiosidade do leitor;
4. Após o objetivo chega-se à frase núcleo ou
tópico frasal o qual já foi explicado anteriormente. Tópico Frasal por Impacto: frase com dados
5. Desenvolvimento: explanação das idéias. surpreendentes para prender o leitor.
6. Conclusão: fechamento do parágrafo, nem todo
texto dissertativo apresenta conclusão dentro de cada
parágrafo. Qualidade do Parágrafo:

Observe o exemplo: 1. Unidade: uma só idéia predominante;


2. Coerência: relação entre essa idéia
ASSUNTO: A política no Brasil predominante e as secundárias;
3. Ênfase: idéia predominante aparece sob a forma
DELIMITAÇÃO DO ASSUNTO: A corrupção entre de oração principal, em posição de relevo.
os políticos no Congresso Nacional.
poderoso, nas antigas civilizações, em contraposição aos
princípios avançados da criminologia.
Exemplo Sugerido: 2. O advogado e sua importância como homem em
face do papel que desempenha: necessidade de princípios
Assunto: A Função Social do Advogado morais, éticos, que norteiam a sua conduta.
Estilo: Dissertação 3. Campos de atuação: conhecimentos e aplicação
das leis; atuação junto ao indivíduo experiência de volta,
Introdução: Conceito de função social tolerância e compreensão.

1. Considerações rápidas sobre a vida social e a


divisão de trabalho, desde os primeiros agrupamentos Conclusão: Qual a função social do advogado?
humanos.
2. A necessidade de o homem conscientizar sua Através de sua conduta como homem e profissional,
importância como ser participante da sociedade, através promovendo:
da atividade que desempenha.
3. Citação de pessoa abalizada que se pronuncie 1. O equilíbrio na interpretação das leis, dentro de
sobre o item introdutório, conceituando e ressaltando em um criterioso e atual conceito de justiça;
destaque o significado de função social. 2. A inclusão do homem em face dos direitos
individuais que a ele competem;
Desenvolvimento: O advogado e a sociedade 3. A orientação correta ao indivíduo, no
cumprimento de seus deveres sociais.
1. O julgamento arbitrário a cargo de um homem

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em Temer cerca de quatro meses.
COMPOSIÇÃO QUE SERIA APROVADA EM UM
CONCURSO (internet, 20/09/99)

Dissertação: A Punição e o Direito


(Aluno G.M. – então candidato ao vestibular de Direito) PARÁGRAFOS INCOERENTES:

« Muito se tem falado na facciosidade da justiça em Os seguintes parágrafos são incoerentes, ou porque os
face da pena. As opiniões sofrem invariantes, conforme o conectivos de transição (conjunções, locuções adverbiais
aspecto tempo-lugar. Na maioria das vezes, o homem se ou prepositivas) são inadequados às relações que se
coloca na posição de crítico arguto da atividade jurídica pretendia estabelecer, ou porque o que se diz no
no aspecto punição, legando-lhe posições não assumidas. desenvolvimento não se concilia com o que está expresso
Exemplo típico é a pena de morte. no tópico frasal; assinale a causa da incoerência e procure
Mas vejamos um histórico da humanidade, o homem reestruturar os parágrafos de maneira mais satisfatória.
precisou controlar o meio, a fim de elaborar uma I – Na verdade, a televisão é um passatempo
sociedade justa. Mesmo os povos bárbaros tinham leis mortificante, pois, além de proporcionar às famílias
que regiam a comunidade. Já no Antigo Testamento alguns momentos de distração, reduz-lhe o tempo que
temos um vivo depoimento, quando da desobediência de poderiam dedicar à conversa, que cada vez se torna mais
Adão e Eva. As conquistas e os costumes. Classificados rara entre pais e filhos. (Redação de aluno)
estes como leis de conduta moral, originaram mais tarde,
no declinar do Império Romano, o « Corpus Juris Civilis II – Imenso tem sido o progresso no século XX. A
», monumento máximo das ciências jurídicas. técnica, posta a serviço do homem, fornece-lhe meios
Na França, durante os reinados de Luís XIV e Luís eficazes para enfrentar a vida e amenizar-lhe as asperezas.
XV, o Direito sofreu as maiores deturpações. A pena era Somos forçados a reconhecer que uma séria de males
simplesmente comutada, sem qualquer provimento ou passaram a afligir a humanidade. (Idem).
lógica jurídica. O Rei era o Estado. Mas, apesar disso, o
anseio de justiça e a necessidade de punição aos culpados III – Desde os mais remotos tempos, o homem se
levou o povo francês às ruas, a clamar pelo Direito... Era sente fascinado pelo mar. Na antigüidade, muitos povos
a revolução Francesa, a primeira revolução sangrenta por singraram o Mediterrâneo em expedições, para a época,
questões sociais. O homem libertava-se dos horrores muito arrojadas. Foram eles os primeiros que se serviram
constantes das punições injustas e reivindicava igualdade das vias marítimas para trocas comerciais ou incursões de
e justiça. conquistas. ( Idem)
O tempo passou. Estamos em pleno século XX, o
século das grandes conquistas tecnológicas. Mas ainda os UNIDADE E COERÊNCIA: PARALELISMO
povos não conseguiram entender totalmente o significado SEMÂNTICO
da punibilidade e da justiça social. Os interesses
partidários e individuais procuram burlar a ciência do « As seguintes frases( parágrafos ou simples
Dura Lex, Sed Lex » . Contudo, o homem conseguiu em períodos), extraídas ou adaptadas, de redações de alunos,
alguns momentos que a justiça lhe valesse e o amparasse. carecem de unidade de coerência, por falta de paralelismo
Acontece apenas, que as leis não significam propriamente semântico, por associação de idéias desconexas, por
justiça; elas são apenas um caminho à punição justa e, ausência ou inadequação das partículas de transição ou
muitas vezes, são incompreendidas. por acumulamentos de informações. Identifique em cada
uma delas a causa da falta de unidade e de coerência, e
em seguida reestruture-as:
TEXTO DE APOIO
I - Para se ter uma idéia da disparidade de costumes
MISSÃO DE PAZ entre os povos, confronte-se a vocação mística e
espiritualista dos hindus como os burgueses materialistas
Os 51 militares brasileiros que vão SERVIR NA do Ocidente.
FORÇA MULTINACIONAL DE PAZ EM Timor Leste
iniciam nesta Segunda-feira a maratona aérea até Darwin, II - A França é um pais de grandes poetas e pintores,
na Austrália, e de lá para Dili, capital da ex-colônia ao passo que os alemães sempre se destacaram como
portuguesa. Não podem deixar Darwin sem tomar a músicos e filósofos.
vacina contra a encefalite japonesa, doença da região para
a qual não há vacina no Brasil. III – Não se deve falar mal dos ausentes nem adquirir
A despedida dos familiares está marcada para as 10:30 maus hábitos capazes de prejudicar a saúde.
horas, na Base Aérea de Brasília, em solenidade com a
participação do presidente Fernando Henrique Cardoso, IV – A casa é muito espaçosa, mas os móveis são
do ministro Elcio Álvares (Defesa) e do general Gleuber todos de jacarandá.
Vieira, comandante do Exército.
Depois da despedida, os militares do pelotão do
CLAREZA E COERÊNCIA
batalhão de Polícia do Exército seguem para o Rio, onde
recebem os armamentos pesados e iniciam a parte
internacional da viagem. O pelotão brasileiro deve ficar Faça o que for necessário para evitar a incoerência e/ou a
ambigüidade dos seguintes períodos.

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I – Chegando à estação, já o trem partia. 12. A violência
13. A paz
II – Olhando do alto do Corcovado, a baía da Guanabara 14. Poluição: preço do progresso
constitui um espetáculo deslumbrante. 15. Um sonho
16. A família
III – Falando sinceramente, a vida é uma fome de tédio.
17. Computador e a vida moderna
IV – Saindo de casa, o fogão ficou aceso. 18. O analfabetismo no Brasil
19. A ética na política
V – Para não ser mordido o cão deve ficar acorrentado. 20. A confiança é valor moral inegociável
22. “quando vejo um militar”
VI – Desde os três anos, meu pai já me ensinava a ler. 23. Ser sargento”
24. A crise energética
VII – Passando em frente ao cinema, os cartazes me
chamaram a atenção.
AMPLIE SEU VOCABULÁRIO MAS NÃO
CONFUNDA O SENTIDO DAS PALAVRAS!
TEMAS SUGERIDOS
É, o vocabulário pode ser grande. Mas você não
1. Democracia pode confundir por exemplo, incidente com acidente ou
2. O homem como agente social acender com ascender. Para que tal não aconteça em suas
redações, saiba que:
3. O homem e a máquina
4. A importância da matemática Homônimas – são palavras que se igualam na
5. Corrupção pronúncia ou grafia, embora traduzam significados
6. Alguns problemas brasileiros diferentes: cesta e sexta são palavras homônimas.
7. Ecologia
8. A importância da televisão Parônimas – são palavras parecidas, mas com
sentidos diferentes. São parônimas as palavras acidente
9. A devastação das nossas florestas
(choque, colisão) e incidente (desavença, irregularidade).
10. A poluição dos nossos rios
11. Os computadores e a vida moderna
Convém destacar alguns parônimos e homônimos,
Como estes: Cassar – anular, tornar sem efeito.

Acender – ligar, inflamar, acionar. Cadafalso – patíbulo, lugar de execução.


Ascender – subir, elevar-se. Catafalco – estrado metálico que sustenta o

Acento – inflexão de voz; sinal gráfico. Censo – levantamento estatístico; recenseamento.


Assento – lugar ou móvel onde sentamos. Senso – juízo, razão.

Acerto – combinação, ajuste; forma correta. Cessão – doação, ato de ceder, entregar.
Asserto – afirmação, assertiva. Sessão – reunião; tempo de duração da atividade
pública.
Acessório – avaliar, dar preço. Seção – repartição, divisão, forma antiga: secção.
Assessório – que assessora (cf. assessor).
Chácara – sítio, granja.
Apreçar – avaliar, dar preço. Xácara – forma narrativa em verso (popular).
Apressar – apurar, acelerar.
Comprimento – extensão em linha, distância.
Arrear – colocar os arreios no animal. Cumprimento – saudação, ascendo; ato de cumprir.
Arriar – baixar, descer.
Consertar – combinar, ajustar; harmonizar (música).
Atuar – agir, representar. Consertar – reparar, emendar; arranjar as coisas.
Autuar – processar, lavar os autos.
Conjetura – suposição, hipótese.
Boça – cabo de atracação (náutica) Conjuntura – situação, conjunto de circunstâncias.
Bossa – aptidão, jeito.
Deferir – conceder, aprovar.
Bucho – estômago dos mamíferos e dos peixes; Diferir – adiar, transferir, diferenciar.
Buxo – arbusto ornamental.

Caçar – perseguir, capturar ou matar animais Degradar – aviltar, rebaixar, humilhar.


selvagens. Degredar – banir, exilar.

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Descrição – exposição, ato de descrever.


Discrição – qualidade do que é discreto; reserva.

Descriminar – absolver, inocentaram tirar a culpa.


Discriminar – separar, discernir, distinguir.

Despensa – lugar onde se guardam as provisões.


Dispensa – ato de dispensar, isenção.

Dessecar – enxugar completamente.


Dissecar – cortar, dividir em partes, examinar.

Emergir – vir à tona, elevar-se.


Imergir – afundar, submergir.

Emigrar – sair de, abandonar um país ou região.


Imigrar – entrar em, ingressar num país ou região.

Eminente – elevado; importante, destacado.


Iminente – prestes a ocorrer, próximo, imediato.

Esperto – astucioso, vivo, sagaz.


Experto – experiente, perito.

Flagrante – evidente, manifesto; no ato.


Fragrante – aromático, perfumado.

Incerto – vago, impreciso, duvidoso.


Inserto – inserido, introduzido.

Incipiente – iniciante, principiante.


Insipiente – ignorante, insensato.

Indefeso – sem defesa, vulnerável.


Indefesso – infatigável, laborioso

Infligir – aplicar (pena, castigo); submeter.


Infringir – transgredir, violar, desrespeitar.

Inerme – desprotegido, sem defesa.


Inerte – imóvel, desacordado.

Interseção – corte, ponto de cruzamento.


Intercessão – ato de interceder, intervir.

Óptico – relativo à visão.


Ótico – relativo ao ouvido (cf. otite)

Prescrever – determinar, fixar, reafirmar.


Proscrever – proibir, condenar, banir.

Prescrito – determinado, fixado.


Proscrito – banido, fora da lei.

Ratificar – confirmar, manter, reafirmar.


Retificar – corrigir, emendar, alterar.

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