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SINOPSE

— Eles sequer tiveram algum tipo de formação para este trabalho?

— Sim. Eu gostaria de saber isso também. São alienígenas. O que os

torna qualificado para trabalhar conosco?

— Brad, não estou confortável com os Veslor por perto. Concordo com

o restante da equipe. Isso é besteira.

Abby ouviu os homens na equipe tática falando calmamente. Ela não

poderia ter escolhido um melhor momento para ver como Bradley Rogers

lidaria com a situação. Ainda se manteve escondida depois entrar para

evitar chamar a atenção, esperando por sua resposta.

— Temos que aguentá-los por agora. — Rogers respondeu com os

dentes apertados. — Mas isso não significa que precisamos gostar. Eu sei

que eu com certeza, não. É um insulto que os alienígenas comecem a usar

nossos uniformes. São malditos animais que andam sobre duas pernas.

Abby apertou os dentes e segurou a pasta com mais força. Seu olhar foi

para o canto, onde quatro Veslor estavam sentados. Quase trinta metros

separados da equipe humana de soldados de Rogers.


Abby aprendeu muito sobre os alienígenas que salvaram sua vida. Sua

amiga Vivian compartilhou muito sobre eles, como a excelente audição. Os

Veslor com certeza ouviam cada palavra falada contra eles. Não que isso

fosse óbvio, uma vez que pareciam inconscientes, aparentemente

ocupados limpando suas lâminas táticas.

Ela tentou não olhar demais para os Veslor. Mesmo sendo alienígenas,

tinham uma assustadora altura média entre um metro e oitenta a dois de

altura, com corpos musculosos e características levemente animistas. Ela

gostava intensamente de seus olhos felinos exóticos. A pele peluda muito

fina era de cor carvão. Tinham também uma leve aparência humanoide e

a capacidade de mudar para feras.

As orelhas pontudas eram muito bonitas.

— Eles acham que são bons. — Rogers continuou. — Eu deveria enviá-

los para a superfície durante a noite sem armas. Assim poderíamos ver o

eles fariam.

Sua equipe composta por sete humanos riu.

Abby avançou, furiosa. Estava fazendo uma visita surpresa apenas para

ver como Bradley Rogers liderava seus homens. Os dois encontros breves

que teve com o líder da equipe não foram bons. E o pior, ele não liderava
apenas uma equipe. Liderava outras equipes táticas também. Então

provavelmente estava vomitando essa mesma besteira para eles.

A primeira vez que se encontraram foi quando ele apareceu em seu

escritório para se encontrar com o comandante da Defcon Red. Flertou com

ela, pensando que fosse uma simples funcionária que poderia levar para

sua cama antes de agir como um idiota completo quando percebeu

exatamente quem ela era.

Ele voltou na manhã seguinte, sob o pretexto de querer se desculpar por

sua perda de compostura. Foi a pior tentativa que já viu. Ele muitas vezes

fez insultos velados sobre os eventos que ocorreram na Gorison Traveler.

Esperava que ele fosse ofensivo apenas com ela.

Agora ela sabia que ele era um idiota o tempo todo. Não eram apenas

as mulheres ou pessoas ricas com conexões ele mirava. Eram os alienígenas

também. Ela limpou a garganta bem alto enquanto se aproximava da

equipe e endureceu sua postura. E mascarou suas emoções.

Rogers virou o rosto para ela e seu lábio superior se curvou em

desgosto, seu olhar percorrendo-a das cabeça aos pés. — O que você quer?
— O Comandante Bill enviou os últimos relatórios do planeta. — Ela o

informou, estendendo a pasta selada. — Eu trabalho para ele agora,

lembra? Portanto, em outras palavras, estou fazendo o meu trabalho.

Ele aceitou a pasta e descaradamente olhou para seus seios. Não que ele

pudesse ver muito com sua roupa solta. Ela sabia que era apenas para

mostrar seu desprezo. Deixou seus sentimentos claro de que não gostava

dela... ou como ela ajudou a destruir a carreira do idiota que Rogers

admitiu ser um de seus heróis.

— Entregue. Você pode sair daqui. Tenho certeza o Comandante Bill

tem algo para você fazer.

— Como chupar seu pau. — Um da equipe murmurou.

Ela virou a cabeça, encontrando aquele que falou. Ergueu o olhar para

ele. — Não sou conhecia por chupar paus, Milts. Mas sim destruir carreiras

expondo idiotas que não estão em conformidade com os padrões da frota.

Isso inclui assédio sexual. Dizer coisas ofensivas cai nesta categoria.

Seu sorriso fechou e ele olhou para trás. Também parecia nervoso,

provavelmente, por ela saber seu nome.


Ela não terminou. — Talvez deveria sugerir ao Comandante um curso

de reciclagem para a sua equipe sobre a conduta adequada com as

mulheres em relação nas naves da frota?

— Não ameace meus homens. — Rogers disse. — Não queremos você

em qualquer lugar perto de nós.

Ela segurou o impulso de socá-lo. Em vez disso, ela se aproximou. —

Você não me dá ordens, Rogers. Mas lhe darei alguns conselhos amigáveis,

no entanto.

Rogers se aproximou, ainda a olhando.

— Os Veslor estão aqui porque a Terra Unida solicitou um grupo para

se unir a sua equipe. Todos aqueles que tomam as decisões e estão no

controle de suas carreiras e salários ficariam furiosos se os Veslor pedissem

para sair porque não querem lidar com suas besteiras tacanhas. Aposto que

seria rebaixado à limpeza de pisos em vez de ser responsável por todas as

equipes táticas da superfície. Por uma questão de fato, poderia estragar o

novo tratado de comércio entre as duas raças, o suficiente para que a Terra

Unida decida fazer de você um exemplo.

— Os Veslor têm uma vasta oferta de alimentos, que estão vendendo

agora em algumas das estações-sancionadas da frota. Isso os torna muito

importante. Não são apenas mais um bando de idiotas estúpidos vestindo


uniforme. Nós já temos muitos desses. — Ela tomou tempo para fazer

contato visual com cada membro de sua equipe antes de encontrar seu

olhar novamente. — Estrague tudo... e encontrará um jeito de ser da frota,

se tiver sorte acabará reparando linhas de esgoto em alguma estação de

Classe-B. Isso sim é um trabalho de merda.

O rosto de Rogers ficou vermelho e as mãos se fecharam em punhos dos

lados, os nós dos dedos ficando brancos.

— Além disso, se tirasse sua cabeça fora do traseiro o suficiente para

fazer alguma pesquisa, saberia que os Veslor não precisam

necessariamente de armas para matar... e se um deles morre, devido a

tristeza ficarão furiosos. É comum em sua cultura rasgar os corpos dos

responsáveis. Envie-os para o planeta sem armas e farei com que prendam

pessoalmente o responsável. Meu dinheiro está nos que voltarem.

Abby recuou alguns passos, recusando-se a dar-lhe a oportunidade de

atacá-la por trás. — Oh e eles podem ouvi-lo falar de onde estão.

Rogers empalideceu com as palavras dela e olhou com medo pela

primeira vez. Ele tinha razão para isso.

Ela virou a cabeça, olhando para os Veslor. Todos os quatro estavam a

olhando, não mais focados em sua tarefa. Ela piscou para eles, em seguida,

saiu do centro de treinamento com um sorriso nos lábios.


Ela passou pela nave e entrou no escritório do Comandante Bill, entrou

fazendo barulho para que soubesse que ela retornou.

Ele olhou sobre sua mesa. — Onde você foi?

— Entregar algo para você.

Ele suspirou. — Você deve enviar um entregador. Eles estão aqui para

isso. Temos dois atribuídos a este escritório.

— Eu gosto do exercício.

O Comandante Howard Bill era um amigo de longa data de seus pais e

ficou com ela durante a investigação sobre o que aconteceu na Gorison

Traveler. Ele comandava o Defcon Red, a maior nave de batalha da frota.

Ela apreciou quando ele não hesitou em contratá-la como sua assistente

pessoal quando pediu.

Sua última assistente recebeu uma oferta de trabalho primordial, a qual

não pode resistir.

Um pouco de culpa apareceu, mas Abby a ignorou. Afinal, a mulher

tentou entrar duas vezes na Colônia de Ribus, mas foi rejeitada. Foi fácil

para Abby pedir um favor a outro amigo da família. A assistente civil

anterior estava feliz agora e Abby tinha seu trabalho.


Ele se levantou. — Vamos almoçar.

— Eu tenho que lembrar que isso apenas alimentará o boato sobre nós

dormindo juntos. Essa é a melhor razão que eles dizem sobre me contratar.

Ele riu. — Uma mulher jovem, bonita como você querendo um bastardo

velho como eu? Não tenho tanta sorte. — Ele contornou sua mesa. —

Deixe-os fofocar. Nós sabemos a verdade. Além disso, gosto de sua

companhia mais do que a do pessoal do escritório e odeio comer sozinho.

Ela assentiu e eles caminharam lado a lado fora de seu escritório.

Ele se inclinou mais perto e abaixou a voz. — Quando é que você vai

confessar e dizer o motivo real por estar aqui?

Ela manteve o olhar à frente. — Eu não tenho ideia do que está falando.

Howard ficou em silêncio até que se sentou na sala de jantar dos oficiais,

à espera de um garçom para atendê-los. — Você é incrivelmente inteligente

para este salário risível, mas pediu para trabalhar comigo nesta nave. Não

precisa sequer de um trabalho, Abby. Eu sei que você já tem um trabalho

importante em D Corp. Não me entenda errado. Eu tenho sorte de tê-la

trabalhando ao meu lado. Agora conte-me a verdade.

Ela abriu um guardanapo de pano, dobrou-o sobre seu colo e olhou

para ele.
— Eu fui paciente e joguei seu jogo. Até pretendia comprar a desculpa

de que queria sair da Terra por um tempo devido ao assédio dos meios de

comunicação. Tem outros lugares e recursos à sua disposição, mas você

pediu para ser colocada aqui, em uma nave de batalha. Por que, Abby?

— A imprensa estava me perseguindo. Todos aqueles repórteres não

deixavam de exigir entrevistas. Começaram a enviar drones para o meu

apartamento, pairando fora minhas janelas apenas para pegar algo sobre

mim. Deixar a Terra foi uma coisa boa. Este é a nave com a segurança de

mais alto nível na frota. Não ousariam vir atrás de mim aqui.

Howard suspirou, olhando para ela com uma careta. — Abby, eu te

conheço toda sua vida. Você é como uma sobrinha para mim. E se acha que

seus pais não compartilharam histórias sobre como problemática pode ser,

pense novamente. Você está fazendo alguma coisa e quero saber o que é.

Estou velho, mas não sou tolo. Minha última assistente de repente tem uma

oferta de emprego dos sonhos na Colônia. Eu não mesmo não pude

conseguir isso por ela com as minhas ligações e tentei. Ela estava cansada

de viver no espaço e nesta nave e eu estava cansado de ouvi-la reclamar. E

de repente, do nada, eles entram em contato com ela e menos de uma hora

mais tarde, você liga para pedir para contratá-la. Soube imediatamente que

estava por trás disso. Confio em você, Abby, mas queria que fizesse o
mesmo comigo. Tudo o que estiver fazendo está sob minha permissão,

Porra, estou arriscando minha carreira.

Ela bateu a unha contra a mesa. — Bem. São os Veslor.

Sua expressão ficou tensa. — Eles? Sabe algo que eu não sei? Pedi para

que fossem atribuídos aqui. E se você descobriu algo, que eles não são

confiáveis, precisa me dizer.

— Não. Não é isso. — Ela se inclinou para frente. — É o oposto, na

verdade. Você sabe que alguns deles salvou minha vida.

— Sim. — Ele pareceu relaxar. — Eles embarcaram na Gorison Traveler

para lidar com os Ke'ters, você e sua amiga ajudaram a salvar vidas.

— Eu pressionei a Terra Unida para dar aos Veslor uma oportunidade

e falei com meus pais para pressionar alguns amigos de negócios para

apoiar uma aliança comercial. Tenho um investimento profissional e

pessoal nisso. O que eu não esperava era alguns deles serem convidados a

lutar por nós ou viver entre os humanos.

Howard relaxou mais. — Entendo. Você se sente responsável por eles

estarem aqui.

— Sim.
— Você quer se certificar que tudo corra bem e ao contrário dos Ke'ters,

a nossa confiança neles seja danificada. É uma menina doce.

— Não é exatamente isso. Confio nos Veslor. Minha amiga Vivian está

acasalada com um. Aprendi muito sobre eles como uma raça. Não confio

nos nossos.

Howard acenou com a aproximação do garçom, apontando que eles

precisavam mais alguns minutos. — O que você quer dizer?

— Eu vi como alguns membros da tripulação reagiram na Gorison

Traveler quando descobriram que os Veslor salvaram nossas bundas. E se

não os tivéssemos deixado sair antes de liberar a maior parte da tripulação

do bloqueio, provavelmente seriam atacados. Devido ao medo e

preconceito alienígena, puro e simples. Apenas quero ter certeza que

ninguém dê aos Veslor qualquer merda enquanto estão aqui. Eles

precisavam de alguém os cuidando. Quem melhor do que eu? E acontece

que estava certa em vir.

— Sobre o que você está falando?

— Bradley Rogers não quer que eles trabalhem conosco e fará tudo em

seu poder para fazê-los fracassar. Eu o ouvi ameaçando enviar os Veslor

até a superfície sem armas. Você não deveria ter atribuído os Veslor a ele.
Ele tem uma estrela em seu ombro, é um idiota sobre outras raças. Inferno,

ele é apenas um idiota.

— Porra. — Ele suspirou. — Ele é o melhor líder de equipe tática que

temos. Você deve ter ouvido mal.

— Não. Os membros da Equipe Um estavam reclamando sobre o

Veslor. Foi o momento perfeito para Rogers falar sobre a aceitação. Ele não

o fez. Em vez disso, começou dizendo que eram animais e fez a ameaça

sobre as armas. É um idiota que não pode ver o valor da equipe extra que

atribuiu a ele, simplesmente porque são alienígenas. Tenho certeza que ele

sabe que entrará em profunda merda, se alguma coisa acontecer com eles...

e eu estraguei tudo perdendo a cabeça.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Eu posso tê-lo enganado sobre como os Veslor reagiam à morte de

um dos seus e ele talvez agora acredite que podem rasgá-lo em pedaços

minúsculos, se fizer com que um deles morra por sabotar sua equipe.

Também destaquei a importância dos Veslor com seus suprimentos de

alimentos e que se foder com eles, terá sorte em trabalhar com esgoto em

alguma pequena estação fora da frota. Espero que minha ameaça o

mantenha na linha.
Howard riu. — Você é um diabinho. Gosto que não aceite merda de

ninguém.

— Eu aprecio muito a sua confiança, dando-me este trabalho. — Ela

nunca poderia agradecer o suficiente. Era importante cuidar dos Veslor.

Howard lhe permitiria fazer exatamente isso.

Ele parecia saber onde seus pensamentos estava. — Você e sua amiga

salvaram muitas vidas por trabalhar com os Veslor. Qualquer um que

seguiu a investigação deve sentir gratidão profusa por tomarem este risco.

Valeu a pena. Você e Vivian Goss são heroínas. Contratá-la foi fácil e

inferno, você é tão maquiavélica que não é engraçado. Além disso... seus

pais me pediram para ficar de olho em você dizendo sim ao seu pedido. —

Ele apontou um dedo para ela. — Eles sabiam que estava fazendo alguma

coisa.

— Eles estão preocupados com o estresse. Estive sob ataque desde que

destruí a carreira do Comandante Alderson e as carreiras daqueles idiotas

que o seguiram por esse caminho escuro. Ele queria me matar,

provavelmente, ainda quer. Eu o bloqueei para evitar destruir evidências

quando começou a mentir sobre quem era responsável por permitir os

Ke'ters bordo, tentando empurrar a culpa para os membros da tripulação

que morreram e a pobre Vivian. Apenas lamento que a frota decidiu não
apresentar acusações criminais contra ele. Não merecia clemência por seus

anos de serviço. Sua aposentadoria forçada deveria ser em uma cela de oito

por oito em vez do conforto da sua casa.

— Concordo. Ele deveria passar um tempo na prisão. Não foi apenas

estúpido por deixar os Ke'ters entrarem em sua nave, mas se recusou a

assumir a responsabilidade por suas ações. Eu também estou ciente de

alguns da frota não foram gentis com você depois do que aconteceu.

Alderson era respeitado, mas o perdeu.

— Estive na frota por mais de vinte e oito anos. Estou muito orgulhoso

de tudo que você fez enquanto estava na Gorison Traveler. Foi acima e

além. Todos os que sobreviveram tempo suficiente até o resgate chegar,

estão vivos por causa de suas ações e as de Vivian Goss. A verdade também

saiu por sua causa, em circunstâncias infernais.

Lágrimas encheram os olhos, mas ela piscou. — Obrigada. — Ela olhou

ao redor. — Onde o garçom foi? Eu não o vejo pairando sobre nós para

pegar nossos pedidos.

— Ele provavelmente está me evitando desde que reclamei do café da

manhã. Ovos mexidos não deve ter a mesma consistência que o café. Isso

me lembra, pedir um novo cozinheiro.


Ela balançou a cabeça. — Pare de ser tão exigente. O cozinheiro

provavelmente estava tendo uma péssima manhã. Faça esse pedido na

próxima semana, se a comida ainda estiver ruim, troque.

Ele riu. — Os assistentes são obrigados a seguir cegamente as ordens.

Ela torceu o nariz para ele. — Eu não sou realmente uma assistente, sou?

Você não deveria ter me contratado.

— Você me manterá sobre as pontas dos pés, Abby. Pode me manter

atualizado sobre tudo o que está fazendo?

— Sim.

— Obrigado por confiar em mim. Por isso, darei ao cozinheiro outra

chance.

Drak estava sentado com os homens na sala de treinamento e segurou

um rosnado. O líder da equipe humana precisava de uma boa surra.

Roth moveu a perna, batendo dele e chamou sua atenção. — Deixe-o ir.

— Ele murmurou.

— Rogers me irrita.
— O que você acha daquela mulher? — Perguntou Roer. — Ela era algo.

Drak lembrou dela piscando para eles e sua diversão retornou. — Ela

colocou o ser humano em seu lugar e o deixou com medo de nós. Quero

saber porque.

Roth encolheu os ombros. — Nosso líder da equipe humano não foi

gentil com ela.

— Ele não é bom para qualquer um de nós. — Acrescentou Maith. —

Lembre-me por que nos enviaram aqui.

— Para fazer bonito com os seres humanos. — Roth afirmou, tomando

um tempo para fazer contato visual com cada membro do seu grupo. — O

novo tratado entre nossos planetas é importante.

— Eu não entendo o porquê. São uma raça mais fraca e sua tecnologia

não é tão boa como a nossa. O que nosso povo consegue com este acordo?

— Maith suavemente rosnou.

— Negociações comerciais melhores. — Roth sussurrou. — Eles pagam

bem pela comida, nosso povo está vendendo em suas estações. Os Veslor

ganham dinheiro com isso. Os seres humanos também não causam a frota

tantos problemas, agora que não estão passando fome.


Maith bufou. — Nós somos guerreiros. Eu também não entendo porque

estamos aqui.

Drak silenciosamente concordou. Alguns de sua raça cultivavam

alimentos para vender a outras raças, mas principalmente, os Veslor eram

conhecidos como lutadores ferozes. Tinham uma reputação de ser fortes

aliados e não eram do tipo de conquistar planetas. Defendiam as espécies

mais fracas que viviam perto de seu sistema solar e estavam dispostos a

batalhar por injustiças. Mas a Terra unida parecia estar indo bem em lidar

com seus próprios conflitos. Ele não conseguia entender por que pediram

que se unissem.

— Nós faremos o que foi pedido, ajudamos os seres humanos com seu

problema na Colônia e tiraremos uma licença quando nossa ajuda não for

solicitada por mais tempo. Nosso rei ficará grato. Ele prometeu-nos a nossa

escolha de terras não reclamadas, uma vez que terminarmos aqui. Nosso

futuro será seguro quando envelhecemos e teremos uma propriedade. —

Roth disse. — Tenho a sensação de que iremos ao planeta muito mais cedo.

Drak sabia que era uma oferta generosa de seu rei. A maioria dos Veslor

precisavam comprar as terras não reclamadas se não quisesse voltar para

a família original. Ele definitivamente não queria voltar para onde nasceu

e cresceu. Ninguém na sua equipe queria.


Nenhum de seus familiares foram compreensivos com sua escolha para

se tornar um guerreiro e se unir a uma equipe fora do planeta. As poucas

visitas que fez para seus parentes de sangue não foram bem. Seus próprios

pais tentaram culpá-lo que ajudasse no cultivo de alimentos com eles e os

outros. Disseram que era mais seguro e ele era egoísta por deixá-los

preocupados.

Drak não era um agricultor. Era um soldado.

— Já tivemos um turno cedo e matamos muitos Cadia hoje. — Roer

resmungou seu descontentamento. — Devemos comer antes de irmos para

a superfície do planeta;

— Vamos encher nossas barrigas. — Roth concordou.

Drak ficou de pé, não querendo matar as criaturas que estavam

atacando os colonos do planeta. Matá-los enquanto dormiam era fácil, mas

turnos noturnos eram perigosos. Era quando os animais alienígenas

ficavam ativos. Foi estúpido da parte dos humanos construírem um grande

assentamento perto de onde os comedores de carne viviam. Era evidente

que não estudaram os aspectos biológicos do seu novo mundo antes de

tentar reivindicá-lo ... ou drasticamente subestimaram a ameaça.

O refeitório estava cheio de seres humanos quando sua equipe entrou.

Conversas foram interrompidas. Drak ignorou seus olhares. Entraram na


fila, encheram suas bandejas com alimentos e sentaram junto a uma mesa

longe dos outros. Não era como se alguém lhes pedisse para se juntar a eles

para as refeições. Ser diferente não era uma coisa boa em uma nave cheio

de seres humanos.

Começaram a comer quando um dos membros da equipe de humanos,

Fritz, se aproximou. Segurava uma bebida na mão e sorria, olhando para

Roth. — Rogers os enviará para a superfície no terceiro turno. Não se

atrasem. — Ele olhou ao redor. — Temos certeza de que podem lidar com

uma mudança, desde que acham que são bons demais. Estão por sua conta.

Drak não se surpreendeu. As equipes humanas pareciam preguiçosas

para ele.

Roth deu um aceno de cabeça, reconhecendo a ordem. — Terceiro

turno. Entendido. Tiggs será nosso piloto?

— Sim. — Fritz tomou um gole de sua bebida e arrotou.

— Teremos armas funcionando? — Drak não pode resistir a perguntar.

O rosto do homem ficou vermelho e ele o olhou. — A cadela estava

certa. Podem ouvir de longe. Rogers estava apenas brincando. Ninguém

mexeria com suas armas.


Roer comeu. — Você chama suas fêmeas de cadelas? Eu pensei que

apenas os animais fizessem isso.

— Como nós. — Acrescentou Maith. — Não foi assim que nos

chamaram? Animais?

Roth soltou um grunhido de advertência baixo, uma ordem para seus

homens ficarem quietos. Ele sempre tentava manter a paz.

— Nós normalmente não fazemos isso. — Fritz disse. — Mas Abby

Thomas é uma cadela. Você não sabe nada sobre ela. Ajudou a outra cadela

forçosamente a assumir o controle da Gorison Traveler. A única razão pela

qual ela não está apodrecendo na prisão é porque o Comandante Bill e

outros de alto nível querem fodê-la ou tem o rabo preso com a D Corp. Os

pais dela são donos. Nunca confie na cadela.

Drak sabia sobre a nave. Era a razão pela qual os seres humanos

assinaram um tratado de paz e comércio com o seu povo. Uma nave de

comércio Veslor pegou um sinal de socorro e foi por ajuda. Os Ke'ters

atacaram os seres humanos durante o vôo e mataram alguns.

— Ke'ters, certo? — Roer balançou a cabeça e fez um som de desgosto.

— Eles veem todos alienígenas como comida. Seu rei foi ingênuo para

permiti-los em uma de suas embarcações. Os Veslor quem limparam a

bagunça.
— Não temos um rei. — Fritz respondeu. — E que porra isso significa?

Vocês quem limparam a bagunça?

Drak levantou a bebida. — Os Veslor responderam ao pedido de

socorro e exterminaram os Ke’ters. Estudamos todos os detalhes do

conflito antes de vir para cá.

— Abby Thomas ajudou a outra cadela dando-lhe os códigos para

tomar o controle de toda a nave e manteve toda a tripulação trancada em

seus quartos, caso contrário, nosso povo os teria matado. — O rosto de

Fritz ficou ainda mais vermelho. — É sua culpa já que não precisávamos

de ajuda.

Roth lentamente ficou de pé. — A única razão para que muitos seres

humanos ainda estejam vivos é porque foram protegidos e os Ke'ters não

puderam alcançá-los. Um ser humano bloqueou toda a nave, colocando

barreiras de proteção entre a tripulação e o inimigo. Você está dizendo que

foi aquela fêmea que vimos antes?

Fritz parecia explodir, com o rosto uma máscara tão profunda de

vermelho. A cor desceu até o pescoço. Era fascinante para Drak olhar.

Talvez o homem precisasse de uma intervenção médica. Não seria uma

grande perda. O humano era desagradável.


— Ela era um deles. A força de segurança da Gorison Traveler poderia

ter lidado com aqueles Ke'ters da porra se não tivesse ficado trancada em

seus aposentos. Os feridos morreram desde que não puderam obter ajuda

médica.

Maith olhou para ele. — Feridos? Depois de uma mordida dos Ke'ters?

Fritz olhou para ele. — Sim. A cadela e sua amiga deveriam ter pedido

ajuda médica. Em vez disso, bloquearam toda tripulação em suas cabines.

Maith bufou em desprezo. — Você deveria saber mais sobre Ke'ters. Eu

sou um médico e lhe asseguro, se começaram a se alimentar dos seres

humanos, matá-los seria um ato de misericórdia.

— Que porra é essa? — Fritz deixou cair sua bebida e se lançou para

frente, com os punhos para cima. — Eu perdi um bom amigo naquela

maldita nave.

Roth se moveu rápido, ficando entre eles. — Os Ke'ters abrem os

abdomens de suas vítimas para atingir órgãos internos que acham mais

saborosos. Secretam um líquido conservante enquanto comem, o que

mantém suas vítimas respirando por horas ou dias, dependendo da raça.


— Os impede de sangrar e coloca seus corpos em quase uma condição

de êxtase, exceto que não estão dormindo... e sentem a dor. — Acrescentou

Maith.

— O processo permite os Ke'ters voltarem para terminar suas refeições

horas ou dias depois. — Roth informou o humano ignorante. — Eles

apenas comem o que está vivo. Após os órgãos, começam a comer a pele,

poupando o cérebro e o coração para o último. É uma terrível e angustiante

morte. Uma vez que começam a alimentação, já é tarde demais.

— E suas armas são ineficazes contra os Ke'ters. — Roer acrescentou.

— Isso é mentira! E se aquelas cadelas não tivessem trancado a

tripulação, os feridos poderiam ter sido salvos. — Fritz atraiu uma

multidão de seres humanos com seus gritos. — Elas se transformaram em

assassinas por fazer isso.

Maith balançou a cabeça. — Você está falando sobre a substituição de

órgãos e tecidos com transplantes, correto? Restaurar o que foi comido?

Não funcionaria. As secreções dos Ke'ters tornaria impossível. Pense em

um veneno de ação lenta ou mudança genética. Com secreções suficientes,

é apenas uma morte lenta para a vítima. E se os Ke'ters começaram a

alimentação, é tarde demais para salvar uma vida. Matá-los é uma

misericórdia. Seria acabar com o sofrimento das vítimas.


— O que está acontecendo aqui? — Perguntou um ser humano com um

uniforme de alto escalão, a julgar pela quantidade de metais posicionados

sobre a frente da jaqueta.

— Eles estão defendendo o que aconteceu na Gorison Traveler. — Fritz

gritou.

Roth deu um leve aceno de cabeça para o ser humano no comando. —

Nós estávamos explicando sobre os Ke'ters. Seu povo não foi exposto a eles

por muito tempo, mas o nosso lutou ao longo de décadas, desde que eles

começaram a nos atacar. São um flagelo contra qualquer raça que

encontram, procurando fontes de alimento viva. Ele acusou uma de suas

fêmeas nesta nave de assassinar as vítimas porque eles não puderam

receber ajuda médica imediata. Explicamos que não há como reverter esse

dano se uma vítima começou a ser comida pelos Ke'ters. Seria tarde

demais.

O ser humano com todas as decorações agarrou Fritz pelo braço. — Está

na hora de ir.

Fritz ficou mais vermelho, mas girou, caminhando em direção à saída.

O humano limpou a garganta. — Sinto muito por isso. Estou

familiarizado com o que aconteceu na Gorison Traveler e temos com seu

povo uma enorme dívida de gratidão. Sou Warren Dell. Não os


incomodarei com minha posição e título, desde que eu sei que vocês não

estão familiarizados com isso. Mas espero que este não seja um exemplo

de como estão sendo tratados nesta nave.

Roth, como um pacificador, ofereceu sua mão. — Eu sou Roth, líder

desta equipe. É um prazer conhecê-lo.

Warren Dell assentiu. — Venham a mim se tiverem quaisquer

problemas. Queremos que nosso esforço conjunto seja um grande sucesso.

Veslor são lutadores magníficos. É uma honra tê-lo no Defcon Red.

Drak queria listar suas queixas ao humano, mas permaneceu em

silêncio. Roth estava no comando e ele não compartilhou como estavam

sendo tratados, o que dizia tudo. Não iriam reclamar.

O ser humano se afastou e voltou a comer.

— Este é um trabalho ruim. — Maith murmurou. — Os seres humanos

nos odeiam.

— Nem todos os humanos são ruins. — Roth lembrou. — Este humano

que acabou de sair parece bom. A fêmea que nos defendeu também.

— Seria mais agradável se as equipes humanas que foram atribuídas ao

trabalho não se sentissem tão ressentidos. — Drak precisou apontar.


Em seguida, a imagem de Abby Thomas entrou em seus pensamentos.

Ele não achou que as humanas fossem tão atraentes quanto as fêmeas

Veslor, desde que pareciam indefesas e frágeis para ele, mas agora que

descobriu que a mulher foi uma das responsáveis por salvar as vidas

humanas no incidente na Gorison Traveler, mudou de opinião.

A informação a deixou muito atraente. Com certeza ela era muito

corajosa.
Abby observava as telas de segurança. Não havia qualquer lugar a

bordo da Defcon Red que ela não tinha permissão para olhar. Howard deu-

lhe acesso total. Ela já não precisava esconder seu verdadeiro motivo para

estar a bordo, tinha a permissão do Comandante para investigar o que

quisesse. Ele brincou que ela poderia cortar qualquer sistema, mas mesmo

assim não queria que ela rompesse alguma lei.

Ira apareceu quando viu o grupo de Veslor em direção a um ônibus de

transporte de espera. Ficou claro que estavam sendo preparados para o

vôo. Uma verificação rápida no nível quatro mostrou a Equipe Um ali, sem

uniforme. Ela estendeu a mão e bateu o link em seu ouvido.

Howard respondeu imediatamente. — O que foi, Abby?

— Eu sabia que Rogers iria puxar alguma merda. Adivinha quem está

prestes a ser enviado para a superfície sem os membros humanos de

STT01? Rogers e sua equipe estão em um bar ficando bêbados. Nenhuma

outra equipe de superfície está no compartimento de vôo para ir com os

Veslor.
O silêncio a saudou por um longo segundo. — Você está dizendo que

Rogers enviou nossos aliados para baixo sozinhos e à noite? Não há outra

equipe com eles?

— Sim. Estou em uma estação de controle assistindo as transmissões ao

vivo. O único membro da equipe humana no convés de vôo é o piloto. E os

deixará lá embaixo e voltará para nós. Tenho certeza de que não corre o

risco de colocar o ônibus perto de uma luta, já que é muito caro, caso sejam

danificados. Rogers deu-lhes armas, pelo menos. Apenas espero que elas

funcionem.

— Maldição! Vou impedi-los. —Ele cortou a comunicação.

O operador de controle próximo a ela virou a cabeça de onde estava

sentado, os olhos arregalados. Ela olhou para ele e encolheu os ombros. E

se alguém atua como um porco xenófobo, gritarei. Sem hesitação.

Ele olhou para frente novamente. Ela reprimiu um sorriso quando se

inclinou em direção a ele. — Por favor, posso ter o seu lugar por um

momento?

O operador fez uma pausa, mas depois saiu da cadeira. Ela acessou sua

estação, puxando a comunicação interna e conectado um link direto com a

sala de controle de vôo. Seus dedos voaram enquanto digitava uma ordem
para parar todos os voos enquanto o Comandante não chegava. Foi

recebida e confirmada.

Abby saiu do sistema, em seguida, se endireitou. Ela virou a cabeça,

vendo o operador na cadeira dela. Ela piscou.

— Como você fez isso? Estes sistemas não podem ser ligados dessa

forma. Apenas podemos fazer ligações verbais deste local seguro. Você

acabou de enviar uma mensagem do escritório do Comandante Bill.

— D Corp criou os programas e seus sistemas. Eu sei como vinculá-los.

Obrigada pela ajuda.

Ela se virou, deixando a estação de controle. O elevador mais próximo

ficava à sua esquerda. Rapidamente alcançou-o e foi para o nível dois. E de

jeito nenhum perderia os fogos de artifício.

Dezenas de pessoas da equipe de preparação do voo e de reparo

estavam no convés quando ela entrou na grande baía de transporte. Eles

lhe lançaram olhares estranhos, mas ninguém se aproximou dela para

perguntar o que estava fazendo lá. Significava que provavelmente a fofoca

se espalhou sobre quem ela era. Alguns olhares não eram simpáticos.

Abby ignorou e caminhou até a pequena sala que continha controle de

vôo. Era chamado tecnicamente de uma torre, mesmo que não fosse uma.
O cara sentado à mesa olhou para ela. — Posso ajudar? Esta é uma área

restrita.

— Eu sou Abby Thomas, assistente pessoal do Comandante Bill. Estou

autorizada. Você parou o ônibus prestes a decolar?

Ele deu um aceno de cabeça, sem parecer feliz. — Entrei em contato com

STT01. Rogers. Foi uma ordem sua que eles descessem. Ele está a caminho.

— Bom.

Ela odiava os títulos estúpidos dados ao pessoal das frotas. Bradley

Rogers, AKA idiota, chegaria em breve para descobrir por que o ônibus foi

impedido de sair.

Escutou o som alto de pegadas e ela se moveu pela porta, virando-se.

Howard usava a jaqueta da frota e suas botas, mas a calça era uma

vermelha e brilhante, mostrando que já estava de pijama. Ela escondeu seu

sorriso quando ele entrou.

— Onde porra está Rogers?

O controlador da torre de vôo empalideceu. — Em seu caminho, senhor.

Abby hesitou. — Posso? — Ela olhou para Howard e acenou para a

estação de recepção que controlava a baía de vôo.


Howard hesitou. — O que você quer procurar?

— Os registos de voo e membros da tripulação a bordo.

— Por quê?

— Uma suspeita. Você sabe que eu tenho bons instintos.

Howard suspirou alto e apontou para o controlador da torre. — Tire seu

traseiro daí.

O oficial de controle se levantou. Abby avançou, sentou e começou a

trabalhar. Ela puxou todos os logs de transporte da semana anterior,

procurou e observou os horários.

— Senhor.. — O controlador parecia nervoso. — Isso é sequer legal?

— Abby trabalha para mim e todas as informações sobre os malditos

computadores estão a minha disposição. Você está me questionando?

— Não senhor!

— Aos Veslor foram atribuídas treze viagens para a superfície apenas

nos últimos sete dias que estou verificando. Está seria a número quatorze.

Isso significa que estão em turnos duplos cada dia. — Abby anunciou,

sentindo-se furiosa. Ela puxou mais informações. — A Equipe Um foi com


eles em quatro viagens de superfície. As Equipes Quatro, Seis e Nove

estiveram com eles nas outras vezes.

Ela digitou mais e então se levantou. — Encaminharei todos os detalhes

para seu computador pessoal. Rogers os tem trabalhando em dois turnos

seguidos, dificilmente permite qualquer momento para dormir ou relaxar.

Eles não receberam um único dia de folga desde que chegaram na semana

passada.

Howard parecia prestes a explodir. Seu rosto ficou vermelho.

A preocupação bateu nela enquanto se aproximou dele e lhe tocou o

braço. — Respire. Não tenha um ataque cardíaco sobre mim.

Howard olhou por cima do ombro e ela virou-se para seguir o seu olhar.

Bradley Rogers estava sem uniforme quando entrou na torre de

controle. Ele viu o Comandante Bill e quase tropeçou em seus próprios pés.

Continuou adiante, no entanto. — Há algum problema? Fui notificado que

uma missão está parada.

— Que porra acha que está fazendo?

Abby se encolheu. Howard perdeu o controle, isso era ótimo. Ele ficou

cara a cara com o líder da equipe. — Eu confiei em você com os Veslor.

Informei-lhe o quanto era importante que fosse uma missão bem-sucedida.


Você está os fazendo trabalhar demais e agora está prestes a enviá-los para

o planeta sem qualquer apoio? À noite?! Esse é o momento mais perigoso,

quando duas equipes são sempre obrigadas a trabalhar juntas.

— Isso não é verdade. — Rogers balançou a cabeça. — Eles estão

mentindo.

— Abby!

Foi uma coisa boa que ela não era de fugir de confronto ou lidar com

idiotas enquanto se movia por trás de Howard para encarar Rogers. A

raiva brilhou em seus olhos quando seus olhares se encontraram.

Ela respirou fundo. — Você enviou os Veslor até o planeta treze vezes

esta semana. Quatorze, se contar a viagem abortada agora. Fez o trabalho

com quatro equipes diferentes e os mantendo sem qualquer backup. — Ela

fez uma pausa. — Você tem lhes dado dois turnos todos os dias, sem de

folga, uma vez que foram colocados sob o seu comando. Chequei todos os

logs de transporte dos sete dias anteriores e comparei a lista da tripulação

a bordo com os horários. Você está encurralado, Rogers.

— Sua...

— Não! — Howard gritou.


Rogers fechou a boca e olhou para o Comandante. Seu corpo endureceu

e ele colocou as mãos atrás das costas.

— Abby trabalha para mim. Ela é meus olhos e ouvidos no Defcon red.

É seu trabalho se certificar que minhas ordens sejam seguidas. Você é o

único que não está fazendo o que foi dito. Que porra estava pensando?

Responda. — Howard agarrou.

— Eles pediram por turnos extras, senhor.

Abby revirou os olhos. — Certo. Eles adoram trabalhar ao ponto de

exaustão, enquanto lutam contra gigantes e mortais alienígenas com cara

de cobra. Que acabará os matando. Pare com esta merda... não pediram

isso. Os Veslor não são idiotas. Eu apenas vejo um desses e está de pé bem

na minha frente, Rogers.

Howard fez uma careta. — Abby.

Talvez ela tivesse ido longe demais, mas estava com raiva. — Apena

não suporto besteiras quando ouço. Você é um mentiroso terrível, Rogers.

É patético.

Rogers perdeu a paciência. — Você não sabe de nada. Sequer está na

frota!
— Cale a boca. — Howard gritou. Ele virou-se para Abby. — Obrigado

por me avisar sobre isso. Lidarei com isso. Vá para cama. Você está de

folga.

— Sim. — Rogers murmurou. — Vá fazer o que você faz melhor. Ser

fodida.

— Rogers. — Howard disse com os dentes apertados. — Isso está fora

de conduta.

Abby forçou um sorriso. — Na verdade, você é o único fodido agora.

Apenas lamento não saber exatamente quantos regulamentos da rota que

você passou por cima por ser um idiota xenófobo. Estou de olho em você,

Rogers. Tudo que fizer, eu verei. Pense nisso na próxima vez que quiser

estragar tudo com nossos novos aliados. Duas palavras para se lembrar se

não parar com isso: tratamento de esgoto. Isso será o seu futuro.

Ela saiu da sala de controle e notou que um grande grupo de membros

da tripulação da frota se reuniram, assistindo ao show. Os quatro Veslor

também estavam ali, a observando.

Abby abaixou o olhar, pegando o ritmo e passou pela plataforma em

direção às portas que davam para fora do compartimento de transporte.


Ela chegou ao elevador e encontrou-se dentro sozinha, felizmente. Seu

corpo tenso relaxou. — Fazer amigos. — Ela murmurou. — O mesmo de

sempre.

Ela saiu no nível sete e chegou à sua cabine, entrando na sala iluminada.

Sempre mantinha as luzes acesas. Os saltos altos foram a primeira coisa

que tirou quando entrou em sua sala de estar em direção ao quarto. Ela

soltou o cabelo vermelho e balançou a cabeça, entrando no banheiro.

— Rogers não deixará isso barato, mas eu também não. Foi bom ter

decidido vir. Agora tenho aquele idiota encurralado. — Disse ela em voz

alta, falando sozinha. Era algo sempre fazia. Era um subproduto de todo o

tempo que passou a sós com computadores em vez de pessoas. — Ele com

certeza irá querer me monitorar na Terra e fazer varreduras por hora com

drones tentando encontrar novas maneiras de me espionar.

Ela rapidamente tirou as roupas e entrou no chuveiro, abriu a água

quente. Era bom ficar ali com os olhos fechados, deixando a água cair sobre

a pele, lavando o sentimento sujo que vinha cm cada confronto com

Rogers. Ela finalmente se forçou a mover, lavando seu corpo e cabelo.

Então colocou um roupão e entrou no quarto, agarrando seu bloco de

dados pessoais para verificar mensagens.


Uma questão pessoal imediatamente melhorou seu humor e ela bateu a

mensagem. O rosto sorridente de Vivian apareceu. — Ei! Você deve estar

ocupada fazendo algo divertido desde que precisei deixar uma mensagem.

Ligue de volta quando tiver tempo livre para conversar. — Sua amiga fez

uma pausa quando algo bateu alto no fundo. Vivian se levantou da

almofada. — Não, Klad!

Abby riu quando um filhote de pantera alienígena de repente pulou

sobre a almofada onde Vivian estava. Os grandes olhos dourados do bebê

foram para ela. O filho de Vivian e Brassi era adorável, estava crescendo

rapidamente. Nenhuma criança humana crescia assim.

Vivian voltou sentou-se ao lado do filho, agarrando-o pela parte de trás

de sua nuca e puxando-o no colo, sua outra mão acariciando sua cabeça.

— Tanto por aquele vaso que eu gostava. Ele está aprendendo a pular.

Nada está a salvo de Klad. Estou feliz que ele tem a pele mais resistente

nesta forma. Brassi nunca me advertiu como energético nosso bebê seria.

Abby sentiu um pouco de inveja. Sua amiga parecia tão feliz.

— Adivinha? Estou grávida novamente! Nós descobrimos agora. —

Vivian riu. — E temíamos não ser uma raça compatível. Gostaria que você

me visitasse e conhecesse o seu próprio Veslor. Há cinco deles nesta nave

para escolher. Aumentei o interesse deles em seres humanos. Quem sabe?


Você pode encontrar o seu próprio alienígena sexy. — Ela sorriu,

lembrando Abby do método de mostrar interesse por uma mulher dos

machos Veslor. Vivian se inclinou mais perto da câmera. — Basta ter

cuidado, porque se falar sobre algum sexo bizarro, terá que aguentar

depois. — Vivian beijou a cabeça de seu filho. — Ligue de volta e vamos

conversar! Sinto sua falta!

A mensagem terminou. As outras mensagens eram em sua maioria de

negócios relacionados com Melissa, Mel para breve, sua assistente na Terra

e uma de suas melhores amigas. Um pouquinho de culpa veio à tona. Abby

deixou tudo para vir nesta missão. A pobre Mel concordou em administrar

seu escritório na Terra, mas havia certos aspectos que apenas Abby poderia

lidar. Alguns de seus clientes eram idiotas que exigiam lidar diretamente

com a filha dos proprietários. Aqueles eram encaminhado todos os dias

para Abby pessoalmente responder.

Deitou-se quando terminou, olhando para o teto, pensando sobre o

convite de Vivian. Uma vez, sonhou em se casar e ter filhos. Então a

realidade acabou com seus sonhos.

Os homens não queriam sair com ela por ser uma mulher opinativa.

Não. Eles olhavam para suas contas bancárias e conexões familiares.


Talvez devesse tirar umas férias para visitar a nave de comércio Veslor

onde Vivian vivia com seu alienígena. Com alguns deles gostosos que não

sabiam quem eram seus pais ou quanto dinheiro ela valia.

Drak repetiu a cena que testemunhou mais e mais em sua mente

enquanto estava deitado em sua cama. A fêmea humana ruiva com os

olhos verdes era feroz, sem medo e deu a Rogers inferno.

O beliche sob ele chiou. — Nós devemos dormir. Faça isso. — Roer

resmungou.

— Sinto muito.

— É a mulher com cabelo de sangue.

Drak ficou tenso.

— Eu estava ao seu lado enquanto observávamos Rogers entrar em

apuros, sei que ela o despertou. Meu nariz é muito bom. Seu óleo é algo

que eu não quero cheirar.

— Deixe-o em paz.

— A forma humana é perguntar a ela se quer que você sobre seu corpo.
— Eu não acho que isso seja verdade, Roer.

— Estive observando os machos e fêmeas na nave. As fêmeas sorriem e

tocam os machos. Eles tocam e sorriem de volta. Então o macho pergunta

se a mulher quer ir para sua cabine. Isso parece vago. Basta perguntar se

ela quer que você em cima dela. Então terá certeza que ela quer copular.

— Isso está errado. — Maith falou de sua cama de baixo. — Você

compra-lhes uma bebida, em seguida, sorri. Continue fazendo-a beber até

que ela concorde em ir para sua cabine.

— Nós não copularemos com fêmeas humanas. — Roth rosnou. — O

nosso rei nos disse para fazer amigos, mas para manter nossos eixos dentro

da calça.

Maith bufou. — Por que saímos de casa para isso? Apenas para ser

insultado, há fêmeas aqui para copular e tenho espaço de beliche para

compartilhar com todos vocês quando não me deixam dormir.

— Você deve pedir-lhe para levá-lo para sua cabine. — Disse Roer após

longos momentos de silêncio. — Eu me recuso a dormir no chão na sala de

estar para dar-lhe o quarto para copular.

— Eu ficaria para vê-los. — Maith meditou. — Puramente para fins de

aprendizagem.
— Silêncio. — Roth disse. — Ninguém irá copular e nós certamente não

ficaremos para olhar, nenhum de nós.

— Eu gostaria de saber como deixá-las oleosas. — Roer admitiu. —

Algumas fêmeas que lutam são atraentes para mim.

— Ninguém deixa uma humana oleosa. — Explicou Maith. — Você não

leu nada dos relatórios de Vivian para a nossa espécie sobre os seres

humanos do sexo feminino? Elas simplesmente dizem molhar quando estão

excitadas. Oleosas não é um termo atraente para elas.

Drak franziu a testa. — Há relatórios, Maith?

— Sim. Alguns de nossos machos ficaram interessados em fêmeas

humanas depois que o comerciante Brassi acasalou com um ser humano,

especialmente quando surgiram notícias de que ela teve seu filhote. Suas

mulheres são compatíveis conosco.

— Isso não parece possível. — Roer bufou. — A maioria delas parecem

muito pequenas e frágeis.

— Você não está atualizado com as notícias de nosso mundo então. Já

aconteceu. — Maith disse ele. — Brassi e a humana tem um filhote macho.

— Bah! Ela estava grávida antes de conhecê-lo.


— Não, Roth. Eu vi as imagens do filhote. Ele é um Veslor. Vivian faz

relatórios para os nossos machos, já que agora existe um interesse em

fêmeas ela. Ela realizou um trabalho de integração entre alienígenas e a

terra antes de se acasalar. A fêmea também, provavelmente, gostaria que

houvesse mais de sua espécie com ela e provavelmente compartilha

informações com os nossos machos para incentivá-los a acasalar com seres

humanos.

Drak sentia-se ainda mais atraído pela fêmea ruiva, ouvindo Maith

conversar. Ela poderia produzir-lhe filhotes se acasalada. — Será que estes

detalhes que Vivian deu sobre como fazer uma fêmea se interessar em

copular conosco tem mais informações?

— Não. — Disse Roth. — Não responda a isso, Maith. Não haverá

copular com as fêmeas nesta nave. Seus médicos vão querer nos assediar

por causa disso. Eles temem gravidezes acidentais em suas fêmeas. Nosso

rei ordenou que evitar copular.

O quarto que compartilhavam ficou em silêncio, mas Drak ainda não

conseguia dormir. A fêmea, Abby Thomas, defendeu sua equipe. Ela

também lidou com o macho desagradável encarregado de atribuir-lhes

deveres. O Comandante da nave gritou com Rogers e advertiu que se ele

fizesse algo assim novamente, iria prendê-lo.


Por que a fêmea os defendia? Qual era a razão para se levantar por eles

duas vezes? Drak queria descobrir.


— Não mesmo.

Abby ajustou o desconfortável traje espacial e franziu a testa

para Howard. — É meu dia de folga. É assim que eu gostaria de

passar.

Howard estava atrás da mesa. — É muito perigoso.

— Eu vim aqui para cuidar dos Veslor. Ler os relatórios... bem,

não confio neles. Rogers é um idiota com tendência a mentir e é ele

quem os escreve. Que melhor maneira de descobrir exatamente o que

os Veslor foram ordenados a fazer na superfície do que acompanhá-

los na missão?

— É muito perigoso, Abby.

— Você já disse isso. Notou este traje espacial em mim? — Ela

usou os nós dos dedos para bater contra o peito. — Armadura. É isso

que as equipes táticas de superfície usam. Eu também peguei o

capacete e as luvas. Eles estão na minha mesa. Apenas queria que

você soubesse onde estarei.


— Não, não a deixarei descer à superfície para combater esses

malditos insetos com cara de cobra. Seus pais nunca me perdoariam

se permitisse que algo acontecesse com você. Porra, eu nunca me

perdoaria.

— Quem disse alguma coisa sobre combate? Estarei ali apenas

para garantir que os Veslor estejam sendo tratados de maneira justa

enquanto estiverem fora desta nave.

— Não.

— Você já o aprovou. Estou oficialmente na missão como sua

observadora.

Howard a olhou boquiaberto.

Ela sorriu. — Você sabe como sou boa com esses sistemas. Está

realmente surpreso? Levei menos de cinco minutos para entrar em

contato com todos os associados deste turno para me adicionar,

mandar um traje tático para minha cabine no meu tamanho e pronto.

Saio em vinte minutos. Chegaremos ao planeta em seis horas. Até fiz

reservas para nós dois jantarmos mais tarde esta noite. Farei um

relatório completo pessoalmente.

— Abby... — Ele fez uma careta.


— Acompanharei os Veslor. Não estou preocupada e você

também não deveria ficar. Merda, todos ficaremos mais seguros se eu

estiver com eles. Rogers e idiotas como ele não se atreveriam a fazer

nada para sabotá-los comigo, conseguindo um assento na primeira

fila. Palavras-chave: sua observadora.

— Droga, Abby. Não gosto disso.

— Os ataques acontecem à noite no planeta. Eu escolhi

propositadamente ir com eles durante o dia por esse motivo. Fui

atenciosa com seus sentimentos. Os Veslor caçarão os Cadia enquanto

dormem. Não perdemos ninguém no turno do dia. É o período mais

seguro para eu ir. Essas criaturas são noturnas.

Howard suavemente murmurou algo.

— Eu não sou estúpida, nem quero morrer. Entre a armadura

que estou usando e a equipe Veslor, tudo ficará bem. Eu os vi em ação,

lembra? Eles mantiveram Vivian viva na Gorison Traveler. Eles se

recusaram a enviá-la pela nave para lidar com os Ke'ters. Eles a

colocam atrás deles para mantê-la segura, sempre. Farão o mesmo

comigo.
— Não acredito que estou pensando nisso. Seus pais nunca me

perdoarão se algo lhe acontecer. São como uma família para mim.

Então você também é..

Ela sorriu. — Já está resolvido. Vou. Obrigada. Sinto-me

honrada.

— Nossas equipes táticas da frota não são enviadas para lidar

com problemas planetários simples. Temos os mais difíceis e esses

malditos monstros mataram mais de cem colonos e perdemos um de

nossos homens até agora. Sem contar os outros que tivemos que

costurar em nossa la médica. Os Cadia são traiçoeiros, Abby.

— À noite. Não durante o dia. — Ela lembrou. — Eu fiz minha

pesquisa.

Ele suspirou. — Bem. É melhor ser seguro, dane-se.

— Acredito que os Veslor cuidarão de mim. Não tenho medo.

Howard ergueu as sobrancelhas.

— Os Veslor são altamente protetores com as mulheres. Um foi

designado para mim. Ficarei fora do caminho, se eles precisarem

lutar, estarei em segurança.


— É melhor que seja esse o caso. Vá antes que eu mude de idéia.

Apenas volte inteira.

— Prometo. Contarei todos os detalhes durante o jantar. Temos

uma reserva as sete na sala dos oficiais. Enviei um lembrete para você.

Ela saiu do escritório, pegou o capacete e as luvas da mesa e

prendeu-os no cinto. Então desceu até onde se encontraria com os

Veslor e a nave que os levaria a superfície.

O Defcon Red tinha quase três vezes o tamanho da Gorison

Traveler porque era uma nave de guerra. Tinha uma enorme área de

transporte que continha trinta naves. Havia também baías menores

estrategicamente colocadas ao redor para drones de combate. O

Defcon Red também foi construído para ser autossuficiente em caso

de guerra. Havia um jardim a bordo que podia cultivar comida

suficiente para sustentar os mais de dois mil funcionários da frota e

trezentos trabalhadores civis, se os embarques de suprimentos fossem

bloqueados. A maioria dos trabalhadores civis era designada para

tarefas de alimentação ou como ela, trabalho de escritório para oficiais

de alto escalão.
Sentiu-se tentada a ir até um dos cofres de armas para conseguir

algumas, mas Abby não foi treinada para usá-las. Em vez disso,

confiaria nos Veslor para mantê-la segura.

Ela entrou no compartimento de transporte para encontrar a

correria habitual de atividades. O turno do dia tinha muito mais

pessoas trabalhando do que na noite. Ela evitou esbarrar na tripulação

correndo para cumprir suas tarefas e foi para o controle de vôo. Era

um homem diferente no trabalho hoje. Ele olhou para cima e franziu

a testa.

— Posso ajudá-la? — Seu olhar percorreu o corpo dela e então

ele se levantou, pegando a arma presa à coxa. — Eu não a conheço.

— Eu sou Abby Thomas, assistente pessoal do Comandante Bill.

Estou aqui para observar a Equipe Tática Um e os Veslor hoje. Em

qual ônibus iremos e para onde exatamente?

Ele hesitou e sentou-se. — Fui avisado. — Ele limpou a garganta.

— Quer dizer, informado. Ônibus número seis. Você está dez minutos

adiantada, mas o piloto está a bordo, repassando os procedimentos

antes do voo. — Ele apontou. — À esquerda, em direção às portas do

espaço externo. Você não vai perder. Os números estão pintados nas

laterais.
— Obrigada. — Ela saiu do controle de vôo e seguiu para lá.

Cada ônibus tinha um nome, mas também foram numerados. Ela viu

o número seis e foi em direção a ele. Nenhum dos membros da equipe

de Rogers estava à vista. Nem os Veslor. A rampa para o ônibus não

estava guardada. Apenas subiu e entrou na área de passageiros.

Os transportes de batalha não eram nem de longe tão bons

quanto os de passageiros. Observou o interior despojado. Ninguém

sequer tentou fazê-los parecer particularmente acolhedores. Paredes

e vigas de metal, com alguns conduítes elétricos grossos e aparados.

Os assentos tinham fivelas, mas não estavam agrupados ao longo das

paredes. Em vez disso, estavam espaçados a alguns metros de

distância na área central, em fileiras.

Passos soaram atrás dela e ela se virou. Era um dos membros da

equipe de Rogers, Parker Tellis. Ela leu os arquivos de cada homem

da equipe tática designada para trabalhar com os Veslor. Ele nasceu

na Terra, não tinha irmãos e perdeu os pais quando adolescente. Ele

entrou na frota antes mesmo de se tornar legal. Provavelmente por

ser órfão, sem ninguém para interceder em seu nome. Era sua

responsabilidade supervisionar as armas da equipe.

Ele fez uma pausa na entrada, olhando para ela.


— Olá, Sr. Tellis. Perdoe-me por não usar sua designação de

frota, mas são muito longas. Por favor, me chame de Abby. Sou a

observadora de hoje.

— Estou ciente de quem você é. — Ele olhou para trás antes de

olhar para ela novamente. Sua expressão não era exatamente

amigável, mas seu tom não era depreciativo. — Rogers está irritado.

— Tenho certeza que está.

Seus lábios se curvaram um pouco nos cantos, mas ele mascarou

aquele sorriso rápido. — Ele não gosta muito de você. Especialmente

depois que o colocou em apuros com o Comandante.

— Bem, ele estava violando os regulamentos sobrecarregando os

Veslor. Manter Rogers feliz não é o meu trabalho, Sr. Tellis. É garantir

que as ordens do Comandante sejam seguidas.

Ele deu um leve aceno de cabeça. — O que ele estava fazendo

não era o certo. Mesmo que os alienígenas sejam ótimos lutadores. Eu

sei o que se sente ao ser tratado mal. Não tenho nenhum problema

com eles.

— Fico feliz em ouvir isso. — Ela olhou para longe dele. — Onde

posso sentar sem que alguém grite comigo por estar no lugar deles?
Os assentos estão atribuídos? Esta é minha primeira viagem de

batalha.

— O assento não está atribuído, mas evite a fila da frente da

cabine e a fila perto das portas. Rogers sempre senta na primeira fila

para ficar perto do piloto e os Veslor gostam de ficar perto das portas.

Eles são sempre os últimos a aparecer, mas os primeiros a sair caso

entremos em uma situação.

— Situação?

— Uma luta, Srta. Thomas. Eles disseram que foram treinados

dessa forma.

— Ah. Obrigada pelo esclarecimento. Chame-me Abby, por

favor.

— É melhor para mim se não a chamar pelo primeiro nome. Não

preciso de dor de cabeça para minha equipe.

Abby respeitava sua honestidade. Assentiu e atravessou a nave,

sentando-se na parte de trás, mais distante da porta aberta. Poderia

com o traje que usava, mas os assentos não pareciam projetados para

o conforto. O capacete preso ao cinto não ajudou quando ela se

prendeu e havia mais cintos de segurança do que o normal também.


Não apenas havia tiras para puxar sobre os ombros que se prendiam

a outra que envolvia sua cintura, mas também havia uma alça para as

coxas.

— Por que isso? — Ela levantou a longa correia, chamando a

atenção de Tellis.

Ele parou de checar o armário de armas. — É para evitar que

sejamos jogados por aí se estivermos voando em más condições

climáticas ou se estivermos em perigo. Você não está carregando

armas delicadas, no entanto. Suas pernas se agitam acidentalmente e

pode explodir uma arma.

— Obrigada. — Isso era sombrio. Ela observou enquanto Tellis

verificava as armas armazenadas na nave. Ele fechou o armário e

sentou-se na frente, longe dela.

Os outros membros da equipe tática começaram a chegar.

Rogers entrou atrás de sua equipe, encontrou seu olhar e sua boca

ficou em uma linha tensa. Ele não disse uma palavra embora. Em vez

disso, passou pela área de passageiros e entrou no cockpit,

provavelmente para checar com o piloto ou para evitá-la

completamente.
Os Veslor embarcaram por último. Alguns deles a viram,

imediatamente parecendo confusos. Ela imaginou que Rogers não os

informou de que estaria ali. Não seria uma surpresa. Rogers era um

idiota. Um deles, alto, cabelos pretos e olhos verdes brilhantes,

segurou o olhar dela. Ele passou pelos assentos perto da porta e

caminhou em sua direção, sentando-se à sua esquerda.

— Você é Abby Thomas.

Ela abriu um grande sorriso, feliz por falar com um dos Veslor.

— Sim. E você é Drak.

Ele pareceu surpreso enquanto se prendia no assento, ajustando

as muitas armas em seu corpo. — Como sabe meu nome?

— Eu vi seus arquivos. Não havia muito neles, no entanto. Sei

que não está acasalado, trabalha como mercenário para o seu planeta,

e sua equipe foi altamente recomendada. Também diz que você lutou

e venceu muitas batalhas pelo seu rei. A pessoa que escreveu seu

arquivo disse que vocês são os melhores dos melhores.

— Mercenário? — Ele lhe deu toda a atenção, agora que estava

preso. — Isso não é um assassino pago?


— É alguém pago para fazer um trabalho perigoso,

principalmente.

— Nós somos soldados.

Ele não gostava de ser chamado de mercenário. Ela fez uma nota

mental. — Entendido.

Seus brilhantes olhos verdes a lembravam de esmeraldas, se as

esmeraldas fossem em forma de olho de gato. Eram lindos. Sua pele

escura realmente deixava a cor mais espetacular. Ele tinha um rosto

bonito, para um alienígena. Ajudava o fato de serem muitos

semelhantes aos humanos.

Seus ouvidos pontudos a intrigaram. O mesmo com a textura de

sua pele. À distância, parecia um pouco como o dela, mas de perto

podia ver uma fina camada de pelos minúsculos. Sua amiga Vivian

disse que era pele e jurou que parecia veludo ao toque.

Ela percebeu que estava olhando rudemente e desviou o olhar.

— Por que você está aqui?

Abby encontrou seu olhar novamente. — Sou a observadora do

Comandante Bill. Ele quer saber o que vocês fazem na superfície.


— Caçamos os Cadia enquanto dormem. — Drak levantou a mão

e bateu no nariz. — Eles cheiram mal e são mais fáceis de encontrar.

— Abaixou a mão enluvada, apenas para levantar imediatamente,

puxando o traje perto de sua garganta.

— Você não gosta dos trajes? Percebi que nenhum de seu grupo

está usando armadura Veslor.

Os olhos dele se estreitaram. — Soube que estava na Gorison

Traveler.

— Sim. Sua armadura de corpo inteiro é resistente. Brassi e seu

grupo usavam enquanto lutavam contra os Ke'ters.

— Nós não fomos autorizados a trazer nossa armadura.

Ela fez uma careta. — Mas seus trajes são melhores do que

aqueles que usamos.

— Muito melhor e mais forte. Os nossos também são mais

confortáveis. Os seres humanos são menores. Esses trajes não se

encaixam bem.

Abby estava confusa. — A Terra Unida não permitiu que vocês

trouxessem sua armadura? Isso é estupido.


— Nosso rei não permitiu. Ele achou que seria muito tentador

para sua raça, querer estudá-los.

Isso fazia mais sentido. Era uma preocupação razoável. Abby

podia ver por que a decisão foi tomada. Os Veslor eram receosos com

sua tecnologia e temiam que quisessem tê-la para obter lucro. Ela

também não deixaria alguém da Terra emprestar sua armadura para

ser estudada e replicada. — Bem, espero que nosso povo chegar a um

consenso e termos um bom traje.

— Nossa armadora não é para venda ou comércio.

— Oh. — Isso a surpreendeu. — Mas é melhor do que a que

temos. Tenho certeza de que pagarão o preço que definirem.

— Nós não sabemos se podemos confiar em seu povo ainda.

Abby ficou pensando naquilo, mas não se ofendeu. —

Provavelmente é uma boa ideia. Não é como se os humanos tivessem

acolhido sua espécie de braços abertos. — Ela lançou um olhar para a

frente quando Rogers saiu da cabine. Ela abaixou a voz. — Existem

muitos idiotas como aquele.

Ele fez um barulho, como se estivesse bufando.

Ela sorriu, vendo diversão em suas feições.


— Sentei com você para fazer perguntas. Posso?

— Claro. Pergunte o que quiser, Drak.

— Por que nos defende?

— Isso é fácil. Os Veslor vieram em nosso socorro e passei horas

com eles na Gorison Traveler. Uma das minhas melhores amiga

também está acasalada com um. Vivian não é do tipo que mente para

mim. Posso ver o quanto ela ama Brassi e sua equipe. O filhote deles

é adorável, sou sua madrinha.

— O que é isso?

— Madrinha? É como uma promessa de que, se alguma coisa

acontecer com eles, farei o que for preciso para manter Klad a salvo.

Esse é o nome do filho deles. Eu com certeza faria isso. Mesmo que

significasse ter que me mudar para um dos seus planetas no sistema

solar Veslor para criá-lo. Apenas espero que nada aconteça com

Vivian ou Brassi. Ela está grávida novamente.

— Eles terão outro filhote?

Ela assentiu. — Sim.

O olhar dele a percorreu. — Acho isso difícil de acreditar.


— Por quê?

— Eu não quero incomodá-la por falar meus pensamentos.

— Eu sou difícil de ofender, não fico irritada facilmente. Vá em

frente.

Ele lambeu os lábios. Ela viu que a língua dele era escura em vez

de rosa. — É apenas... como fazemos para ter um filhote. É difícil

acreditar que uma de suas fêmeas esteja disposta a permitir isso uma

vez, mas certamente não duas.

Ela ponderou suas palavras. — Eu não tenho certeza se entendi.

Ele desviou o olhar. — Deveríamos parar de falar desse tópico.

Ela pensou no que Vivian disse em sua mensagem. Na época, ela

realmente não pensou nisso, mas agora sim. — É algo excêntrico.

Ele olhou para ela e seus olhos se estreitaram. — Excêntrico?

— Algo considerado não muito normal. — Ela se inclinou mais

perto. — O que é?

Ele olhou para a boca dela antes de olhar profundamente em

seus olhos. Os dele eram lindos. Ele se inclinou para mais perto. —

Você pode guardar um segredo, Abby Thomas? Não gostamos que os


outros saibam muito. Eles poderiam usar esse conhecimento contra

nós.

— Sim. Juro pela minha vida. — Ela queria dizer isso. — Eu não

quero que nenhum mal aos Veslor. Por isso que estou aqui. Estou

cuidando de vocês. Devo a sua espécie a minha vida.

Ele a observou, parecendo captar essas informações e analisá-las

por longos segundos. Então sua expressão se suavizou. — Nossos

corpos devem mudar para se tornar férteis. — Ele sussurrou, antes de

se endireitar, observando a reação dela às suas palavras.

Ela pensou sobre isso um momento antes de entender.

Ele queria dizer a outra forma. O animal do qual ouviu falar e

viu, já que Klad era na verdade mais animal do que um garoto de

verdade e permaneceria assim até que tivesse idade suficiente para

aprender a mudar. — Oh! — Ela respirou.

Aquele brilho divertido voltou aos seus olhos. Ele manteve a voz

baixa. — Vocês, fêmeas humanas, devem ser mais corajosas do que

eu pensava. Nossas fêmeas não ficariam nessa forma para ter um

filhote. As suas não tem escolha.


— Bem. — Ela riu, divertida. — Vivian é uma mulher corajosa.

Que tal esta forma em que você está? Não pode ter filhotes dessa

maneira?

Ele balançou sua cabeça. — Os Veslor não acasalados copulam

dessa forma, já que somos inférteis. Apenas pares acasalados têm

filhotes. É considerado errado de outra forma. É assim que somos.

— É bom saber.

Os motores do ônibus foram acionados e o barulho soou alto.

Eles também não tinham amortecedores de som nos ônibus espaciais.

Conversas adicionais começaram quando eles decolaram e deixaram

a plataforma. Em questão de minutos, a gravidade desapareceu

quando eles saíram da Defcon Red para se dirigir à superfície do

planeta.
Tobias era um planeta bonito. Abby percebeu por que foi

escolhido para se tornar uma colônia. Havia dois sóis em vez de um

e quatro luas. A paisagem estava cheia de amarelos, vermelhos e

verdes vívidos. Era de tirar o fôlego. A única desvantagem era o ar

parecer mais pesado em seus pulmões do que o normal.

Eles saíram do ônibus e ela notou que Drak se mantinha por

perto. Lembrou-se de como a equipe comercial protegeu Vivian. Um

deles ficou ao seu lado o tempo todo que ela esteve com eles

procurando pelos Ke'ters. Era possível que Drak fosse o Veslor que

cuidaria dela. Ela esperava que sim, já gostando dele.

A nave os deixou a quilômetros de distância dos prédios

reluzentes de prata que compunham o assentamento. Ela podia vê-lo

à distância. Estavam em uma área montanhosa com muitas rochas e

vegetação espessa. Na Terra, seria considerado um deserto.

A nave subiu ao céu e desapareceu. Depois que se foi, ficou

assustadoramente silencioso, com apenas a brisa leve para agitar as

plantas esparsas e coloridas. Pareciam secas, como folhas trituradas

quando balançavam.
— Coloque o seu capacete. — Drak ordenou, levantando o seu.

Ela o soltou do cinto. Era uma casca dura que se ligava ao

pescoço do traje. Uma pequena torção trancou-a no lugar com um

clique na cabeça. — O ar está ruim? Disseram-me para usar este traje.

Não é um dos oxigenados mais volumosos.

— Você vai respirar bem. Mesmo se houver uma tempestade de

vento. Há brânquias na lateral do capacete para deixar entrar ar fresco

e eles têm filtros para impedir a entrada de poeira. Você precisa usar

o capacete para proteger sua pele dos dois sóis. São fortes o suficiente

para causar queimaduras desconfortáveis. — Ele olhou para as mãos

dela.

Ela as olhou. — Coloquei as luvas quando saí do ônibus. Todo

mundo já estava usando.

— Bom. Vão protegê-la dos sóis e as plantas hostis.

— O que isso significa?

— Alguma vegetação aqui cortará sua pele se for tocada. Eles

podem detectar qualquer umidade, incluindo sangue e tentar acessá-

lo. Os caules tentarão sugá-lo automaticamente para a base da planta.


Ela olhou ao redor novamente, para a beleza da paisagem. —

Entendi. Bonita, mas não se esqueça que é perigosa.

— É assim na maioria dos planetas. Quanto mais bonito, mais

perigoso são os habitantes. Isso inclui animais e vegetação.

— Eu realmente não saberia. Precisei visitar uma tonelada de

planetas Colônias, mas nunca deixo os assentamentos. Normalmente,

estou lá para solucionar problemas do computador ou atualizar seus

sistemas operacionais. Um ônibus me deixa, mostra onde dormirei e

trabalho o tempo todo. Isso não me deixa tempo para explorar além

de qualquer edifício em que esteja. Janelas e portas de visualização

não são comuns em áreas com sistemas de computadores. Sou pega

logo após a conclusão do trabalho.

Rogers soltou um assobio alto. Ela viu todos os Veslor se

encolherem. Isso a fez encarar o líder da equipe, sabendo que ele tinha

o conhecimento de era difícil para os ouvidos sensíveis deles. Ela

catalogou a primeira reclamação mental que registrou em sua lista.

O idiota em questão subiu em uma pedra enorme e segurava um

rifle a laser.

— Vocês todos sabem o que fazer. Procure e destrua. — Seu

olhar pousou em Abby e ele fez uma careta. As máscaras nos rostos
eram claras, deixando suas feições à mostra. — Temos uma convidada

hoje, então a envolva em bolhas. Milts e Peters, ela é sua. Certifique-

se de que não se machuque. Não precisamos da dor de cabeça.

Essa notícia não deixou Abby feliz. Milts foi quem a confrontou

antes, não queria ficar com a equipe humana na superfície. Ela

imaginou que essa era provavelmente a razão pela qual Rogers a

queria com eles. Para deixá-la infeliz.

Drak se aproximou. — Eu protegerei a fêmea.

— Esse não é seu trabalho, Veslor. Eu dou as ordens. Milts e

Peters têm serviço de babá. Você usa esse nariz para nos encontrar

alguns ninhos para explodir no inferno e voltar.

Um dos outros Veslor se adiantou. Era o líder do grupo, Roth. —

Drak pode fazer as duas coisas. Somos protetores das fêmeas. Nos

sentiríamos melhor se ela ficasse com um dos nossos.

— O comandante Bill pediu que um Veslor fosse designado a

mim. — Informou Abby a Rogers.

Ele a olhou. — O comandante não está aqui. Eu estou no

comando. Este não é um serviço de namoro ou uma oportunidade

para você flertar. — Disse Rogers. — Isso é trabalho. — Ele voltou sua
atenção para Roth. — Apenas esqueça que ela tem peitos. Você está

com a frota agora. Não importa o que está entre as nossas pernas

quando estamos de serviço. Milts e Peters a têm. Você faz o seu

trabalho ou o mando de volta para a Defcon Red. Entendido?

Alguns dos Veslor rosnaram.

Abby foi à superfície para evitar problemas e não se tornar a

causa disso. — Está tudo bem. — Ela conversaria com o Comandante.

Rogers tinha uma péssima disposição e se recusava a ouvi-la. O

último era mais uma queixa pessoal, é claro.

Drak inclinou e tirou uma das armas menores de sua coxa e

virou-se para ela, ajoelhando-se ao seu lado. Ela ficou atônita quando

ele gentilmente segurou sua perna e prendeu a alça ao redor da parte

superior da coxa, apertando-a de acordo com o sulco ali.

Ele ficou de pé, segurando o olhar dela. — Use-a se necessário.

Ela olhou para baixo. Era um pequeno desintegrador. Parecia

quase uma arma em forma, se a arma fosse tão larga. — Eu nunca

disparei antes.

— Aponte e aperte o gatilho. Acerte a boca de um Cadia. Eles

respiram ar e isso os atordoará por alguns segundos enquanto


engasgam com o sangue da explosão. — Ele abaixou a voz. — Dispare

na máscara se a ameaça for humana. Não mata nesses trajes, mas os

cega temporariamente quando a placa da face fica presa. Corra após

o disparo. Venha diretamente para um de nós. Não ficaremos longe

de você, independentemente do que ele pedir.

— Obrigada. — As implicações a assustaram. Os Veslor também

não confiavam na equipe humana. Não é paranoia infundada se você

não é a única preocupada.

Abby acreditava firmemente nesse ditado.

— Que porra você está fazendo? — Rogers perguntou quando

viu a arma que Drak lhe deu e fez uma careta. — Não. Não quero que

ela atire em nós.

Drak se virou contra ele, colocando seu corpo entre ela e o líder

da equipe. — Ela não terá um motivo para atirar em você, verdade?

Está sugerindo que é uma ameaça para ela?

Rogers recuou, parecendo furioso. Ele olhou para Abby em

seguida. — Você não puxa o blaster do coldre. Entendeu?

— Eu ouço você alto e claro, Rogers.


Ele se virou. — Vamos colocar esse show de merda na estrada.

Vamos. Veslor, mexam o nariz!

Drak hesitou, seus olhares se encontrando. — Eu não estarei

longe.

— Obrigada.

Ele se afastou com os outros Veslor. Milts e Peters se

aproximaram. Ficaram de cada lado dela.

— Ande. — Ordenou Peters. — Espero que você não nos atrase.

Não queremos ser deixados para trás.

Ela revirou os olhos. — Estou em muito boa forma, muito

obrigada. — O peso do traje não era ruim e ela não tinha muitas armas

ou um pacote de suprimentos amarrados nas costas, como o outro

time. As botas grossas eram pesadas. Ela ficou grata por isso quando

o chão rangeu ao subir a colina, fazendo-a escorregar algumas vezes,

mas conseguiu não cair de bunda. Nenhum deles lhe ofereceu uma

mão. Isso não a surpreendeu.

Depois de um tempo, ela viu os Veslor tirarem seus capacetes,

farejando o ar. Mudaram de direção antes de colocar o capacete


novamente. Depois de uma curta distância, repetiram o processo.

Ficou claro que os capacetes encobriam o olfato.

Eles encontraram seu primeiro ninho vinte minutos depois.

Havia uma pequena caverna na colina que os Veslor apontaram. Ela

observou que a equipe de Rogers ficou muito longe e permitiu que

eles cruzassem a caverna sozinhos. Claramente, eram os únicos que

colocavam as cargas explosivas.

Isso a irritou, ver os humanos conversando e rindo enquanto

Drak e os outros trabalhavam. Ela se virou para Peters. — Os Cadia

acordam se ouvir som?

— Sim, acordam. Essas feras também são terríveis. Você precisa

ficar quieto enquanto eles dormem, plantar os dispositivos bem perto

e depois sair furtivamente. — Ele fez uma pausa. — Boom!

Ela pulou com seu grito alto. — O que diabos há de errado com

você? Acabou de dizer que eles podem acordar e ainda está gritando?

Ele sorriu. — Nossos grandes amigos podem lidar com isso se

alguns animais abrirem os olhos.

Milts gargalhou. — Sim. Um animal para outro.


— Malditos idiotas. — Ela murmurou, lançando olhares raivosos

para os dois.

— Você sabe tudo sobre isso, porra, não é? — Milts sorriu. —

Como é o Comandante na cama? Deveria tentar com um homem de

verdade em algum momento. — Ele a olhou.

Ela mostrou seu desgosto curvando os lábios. — Prenda a

respiração, Milts. Por favor. Seu rosto ficará tão azul quanto suas

bolas.

Ele a olhou novamente.

Ela revirou os olhos e se virou, observando a entrada da caverna

na encosta do outro lado de onde estava. Em minutos, os Veslor

saíram e mal limparam as pedras ao redor da entrada quando viu

Rogers levantar o bloco.

— Esconda. — Ele gritou.

Ela se abaixou quando os homens fizeram. A outra colina

explodiu, enviando detritos voando e poeira subindo do vale e para

baixo.

Abby ficou de pé, olhando para baixo. A princípio, havia muita

poeira para ver os Veslor, mas quando ficou mais nítido, ela os viu
deitados de barriga para baixo. Eles estavam muito perto da explosão

e poderiam ser gravemente feridos.

Seu temperamento tirou o melhor dela. Rogers deveria ter dado

ao grupo mais tempo para colocar distância entre si e a explosão. O

relatório dela no jantar não deixaria Howard feliz. Isso ela tinha

certeza.

Ela concentrou sua atenção nos Veslor. Eles se levantaram do

chão onde foram jogados. Podia ver as impressões de seus corpos na

terra. Isso significava que pousaram com força.

— Malditos idiotas. — Ela murmurou.

— O que foi? — Peters se aproximou.

— Você me ouviu. — Ela se recusou a olhar para ele, em vez de

olhar para os Veslor. Eles estavam se movendo bem, pareciam feridos,

mas se perguntou sobre os ouvidos sensíveis.

A equipe se moveu, uma hora depois, encontrando outra

caverna. Foi uma repetição do primeiro. Rogers e seus homens

ficaram por ali sem fazer nada enquanto os Veslor eram enviados

para dentro para plantar bombas.


O processo a enfureceu. Agora se arrependia de impedir que o

grupo de Roth fosse enviado sem uma equipe humana para ajudá-lo.

Provavelmente estavam melhor por conta própria.

Ela notou Rogers brincando com o bloco e isso a preocupou. E se

ele acionasse os explosivos enquanto os Veslor ainda os estivessem

plantando? Poderia dizer que foi um acidente.

Isso era outra coisa que ela pediria a Howard para mudar. A

pessoa com o detonador deve ser outra.

Rogers a pegou observando-o e abaixou o bloco. Ele disse algo

para dois de seus homens e eles a olharam, mas ela não estava perto

o suficiente para ouvir o que foi dito. Era uma aposta certa de que não

era algo lisonjeiro ou agradável.

Os Veslor finalmente saíram e o idiota explodiu a caverna com

eles muito perto dela novamente.

Desta vez ela não se abaixou, observando os Veslor. A explosão

os derrubou. Foi assim que eles acabaram deixando marcas no chão.

Poeira caiu da caverna, obliterando sua visão deles. Ela fervia

enquanto pequenos detritos caíam sobre ela. Estavam longe o

suficiente para que a explosão não os derrubasse, mas Abby ainda


sentia a onda de choque forte o suficiente para lhe dar um bom

choque.

Ela teria muito o que conversar com Howard. Seu temperamento

tomou conta e ela marchou para Rogers. Eles tinham mais quatro

horas do turno para terminar. Ele riu de algo que o homem à sua

esquerda sussurrou.

— Que porra você pensa que está fazendo?

Ele girou, parecendo surpreso. — Como?

— Pare com isso, Rogers. Você não detonaria estes explosivos

com seus homens tão perto e nós dois sabemos disso. Isso é engraçado

para você? Divertido? A vida deles está em suas mãos, seu idiota. O

que há de errado com você?

Seu rosto ficou vermelho de raiva. — Não me diga como fazer o

meu trabalho.

— Sua equipe entra na próxima caverna. Não eles.

— Foda-se, Thomas. Eu estou no comando aqui.

— Isso é realmente triste, pois você está sendo um idiota. Que

parte de tratar os Veslor como se você fosse seu próprio time não entendeu?
Essas foram as palavras em suas ordens. Eu sei, porque os li. Você está

me dizendo que detonaria os explosivos com sua equipe tão perto?

Ótimo. Quero ver isso na próxima caverna.

— Há algum problema? — A voz era mais profunda que a de

um humano e ela se virou, apenas para encontrar Roth e sua equipe

atrás dela. Eles se aproximaram mais rápido do que esperava.

— Tantos que estou perdendo a conta. — Ela olhou para Rogers.

— Estou aqui pelo comandante Bill. Olhos e ouvidos, Rogers. Sua

equipe entra em seguida. Você pode estar no comando, tecnicamente,

mas isso não será por muito tempo se não parar com essa besteira.

Entendido?

— Você quer assumir esta missão? — Rogers fervia, cuspindo

suas palavras.

— Eu faria um trabalho melhor que você. Pelo menos sou justa e

não quero que ninguém se machuque. São duas coisas que você faz.

— Puta do caralho. — Ele gritou. — Movam-se!

Ela o viu sair correndo e tentou se acalmar. Alguém gentilmente

agarrou seu braço e ela olhou por cima do ombro. Drak foi quem a

tocou. Sua equipe estava com ele.


— O que aconteceu? — Ele parecia preocupado quando falou.

— Ele está detonando os explosivos antes que vocês saiam

completamente para divertir a si e a sua equipe, fazendo-os sofrer a

onda de explosão. Está errado.

— Somos durões. — Roth encolheu os ombros.

Ela segurou seu olhar de olhos dourados. — Essa não é a

questão. Aposto que isso machuca seus ouvidos, no mínimo.

— Sim. — Roer admitiu.

— Essa merda vai parar. — Ela olhou para eles. — Sinto muito,

impedi vocês de ir para uma missão sem outra equipe. Estavam

melhor assim, verdade? As outras equipes os tratam assim também?

Eles deixam todo o trabalho para vocês?

Roth suspirou. — Nós não reclamamos.

— Deveriam. — Ela estava irritada.

— Eu disse para se moverem. — Gritou Rogers. — Não é o

momento de descanso.
Drak estava preocupado com a fêmea. Abby não era alguém que

mantinha seus pensamentos em silêncio. Quando localizaram a

próxima caverna de Cadia, ela confrontou o líder da equipe humana,

discutindo com ele. Drak apreciava que ela os defendesse, mas não

gostava da maneira como os machos humanos demonstravam sua

raiva. Isso deixava seu grupo nervoso também.

— Sua equipe. — Abby gritou com Rogers.

— Eu estou no comando, não você, Thomas!

— Que tal ser justo? Eles os encontraram. Sua equipe pode

explodi-los. — Ela disse vermelha. — Ah sim e quem entra na maldita

caverna deve ter o detonador.

— Eles entram e eu detono os explosivos. Não me diga como

dirigir minhas equipes.

— Alguém deveria! Você é incompetente.


Drak se lançou quando Rogers deu um passo em direção a Abby

com a mão enluvada, como se estivesse prestes a golpeá-la. Roth

tentou agarrar seu braço, mas ele evitou.

Ele rosnou alto para o líder da equipe humana. Isso chamou a

atenção de Rogers e ele deu um passo para trás. Drak gentilmente

pegou o braço de Abby e a afastou.

— Você é uma fêmea muito agressiva. Não é o melhor momento.

— Ele a lembrou suavemente.

— Veslor, coloquem suas bundas nessa caverna. — Gritou

Rogers.

Abby se livrou de suas garras. — Não! Vou acabar com isso

agora. — Ela bateu a bota. — Certo? Chega. Você não os enviará para

outra caverna, para que possa explodi-los antes de saírem. Ha há.

Muito engraçado, idiota. Não mesmo!

— Você é um maldito civil. — Rogers tinha o rosto vermelho,

estava ofegante como se estivesse com dificuldade para respirar e dois

de seus homens agarraram seus braços. — Você não pode me dizer

como fazer o meu trabalho! Explodiremos rapidamente para impedir

que os Cadia sintam os cheiros e tenha tempo para fugir.


— Besteira! — Abby respondeu.

Roth ficou entre eles. — Todo mundo precisa se acalmar. — Ele

se virou para Rogers. — Ela tem razão. Está na hora de sua equipe

colocar explosivos. Você pode ficar com o detonador. Deveríamos

trabalhar juntos de forma justa. Isso é apenas lógico e razoável.

— Até um animal sabe disso. — Roer resmungou.

Os níveis de agressão aumentaram, mas Rogers pareceu

controlar seu temperamento. — Bem. Vamos acabar com essa troca

de merda. — Ele ordenou que os membros de sua equipe entrassem

na caverna.

Drak levou Abby para um local mais seguro. Ela parecia irritada.

Seus olhos verdes brilhavam de raiva, mas também pareciam

lacrimejantes, como se estivesse prestes a derramar lágrimas. —

Agradecemos seu apoio, mas Rogers não é um bom macho para

enfurecer. Ele não tem muito controle sobre seu temperamento.

— Eu me recuso a assistir silenciosamente ao acontecimento

novamente. É ultrajante! Não dizer nada significa ser parte de seu

comportamento. E se um de vocês se machucar? Eu me sentiria

completamente responsável porque permiti que acontecesse. Não sou

assim, Drak. Eu vejo uma injustiça ou alguém prestes a se machucar,


farei parar. Mesmo se tiver que enfrentar aquele idiota para gritar

com ele.

— Você é uma mulher doce.

Os olhos dela se arregalaram e então ela o surpreendeu rindo. —

Não sou. Minha assistente me chama de cadela que arrebenta bolas

em um bom dia. Mel trabalha para mim desde que formamos na

escola e crescemos juntas. Ela me conhece melhor do que ninguém.

— Que tipo de bolas você arrebenta e por quê?

Ela riu mais. — Hum, acho que você chama de saco de sementes.

Ele pareceu horrorizado.

Ela sorriu. — Não literalmente. É um ditado humano para

alguém que não tolera nada injusto. Estou acostumada a estar no

comando. Bem, principalmente. Dirijo equipes para a D Corp. E se

algo precisa ser instalado ou consertado, sou responsável por todas

as pessoas que fazem isso acontecer. Às vezes, eu pessoalmente

trabalho para clientes importantes para representar minha família.

— Meus pais estão mais interessados no lado criativo

atualmente. Eles sonham com o que queremos produzir a seguir e

lidam com os gênios superinteligentes que temos na equipe. Eles


constroem os sistemas e programas que os fazem funcionar. — Ela

virou a cabeça, encontrou Rogers e fez uma careta. — Eu atiraria na

bunda dele tão rápido que não seria engraçado. Então enviava uma

referência honesta a todas as empresas decentes por aí para poupar o

trabalho de descobrir que idiota incompetente ele é. Seria um favor

para eles. Chama-se blackballing1.

— Blackballing? Vocês humanos usam muitos termos estranhos.

Ela olhou para ele divertida. — Acho que sim. Blackballing

significa dizer que ele é um mau funcionário e não pode seguir as

ordens. Ninguém o contrataria.

— Isso faria dele um inimigo.

— Tenho certeza que já somos. Mas isso é com ele. É um idiota.

— Você precisa ter mais cuidado.

Ela sorriu. — Eu já ouvi isso antes. Não é realmente o meu estilo,

no entanto. Pode me chamar de mimada, mas não estou acostumada

a não dizer o que estou pensando. Sou uma Thomas. Somos

barulhentos e opinativos. Sou honesta. Meus pais não eliminaram

1O blackballing é uma rejeição em uma forma tradicional de votação secreta, onde uma bola
branca ou votação constitui um voto de apoio e uma bola preta significa oposição.
todos os principais concorrentes e tornaram a empresa número um

no negócio por serem tímidos. A primeira lição que meu pai me

ensinou foi nunca se esconder de idiotas. Ele me incentivou a

enfrentá-los sempre que discordasse de alguma coisa. Algumas das

minhas melhores lembranças são argumentos que ganhei. — Ela

sorriu. — E sim, estou admitindo que meu pai pode ser um idiota.

— Eu gosto disso em você. — Ele admitiu. Então olhou para

Rogers, que ainda parecia furioso. — Cuidado com isso.

— Eu sei. Mas ele me irrita porque é tão flagrante com suas

besteiras. Isso faz dele um idiota. Esses são os tipos mais perigosos de

homens. Sequer percebe que é um idiota. Homens como ele nunca

fazem.

— Não o confronte novamente. Eu me sentiria responsável se ele

perdesse a paciência e batesse em você. Não gosto de correr riscos

desnecessários, mas faria o que fosse necessário para mantê-la segura.

Ela assentiu. — Certo. Parece que somos muito parecidos.

Ele não tinha tanta certeza disso, mas Drak respeitava a fêmea.
Eles alcançaram uma enorme área plana com centenas de

buracos no chão. Cada um parecia maior, com cerca de um metro e

meio de diâmetro. — O que são aqueles? A Colônia fez perfurações

por aqui para testes minerais? Ou estão procurando água?

— São de Cadia adultos. — Informou Peters.

— Eles se enterraram na terra? — Ela olhou para os inúmeros

buracos. Estavam em todos os lugares que ela podia ver à frente deles.

— Fora. — Resmungou Milts. — As varreduras dessa área

encontraram um complexo labirinto de túneis de um enorme sistema

de cavernas subterrâneas. É onde esses filhos da puta se reproduzem.

Eles vêm à superfície à noite para caçar comida quando adultos.

Ela se virou, olhando a distância. O acordo ainda poderia ser

visto. Provavelmente estava a treze quilômetros de distância. Ela

apenas conseguia ver os pontos mais altos de alguns dos edifícios,

com os objetos brilhando contra eles. — Merda. Os colonos não

perceberam o quão perto estavam do terreno fértil de Cadia?

— Provavelmente não deram a mínima.


Ela olhou para Milts.

Ele encolheu os ombros. — Eles não lidam com essas malditas

coisas. — Nós sim. — Ele apontou. — Vê os ossos ali?

Ela seguiu o dedo enluvado. Perto de um dos buracos, havia de

fato ossos. Parecia ser de algum animal grande. — Aqueles?

— Nós achamos que essas coisas se escondem nos buracos à

noite, esperamos que as presas se aproximem o suficiente e

agarramos. Já viu as bocas daquelas feras feias? Grande e toneladas

de dentes. Podem comer uma pessoa inteira em cerca de quatro

picadas. Cospem os ossos de suas presas depois de devorar todo o

resto.

Ela estremeceu.

Peters acrescentou. — Além disso, com todos esses buracos, as

presas podem cair. Acho que fazem muitos de propósito para prender

alimentos.

— Eles são filhos da puta inteligentes. — Milts lançou um sorriso

para ela. — Cuidado para não ficar muito perto de um desses buracos.

Mandamos drones para ver se podemos explodir a caverna deles. Eles

cavam em ângulos estranhos. Pense em um túnel giratório. Isso é o


que todos os buracos que verificamos acabaram sendo.

Ocasionalmente, chegam a uma superfície plana, como se as coisas se

inclinassem um pouco, mas há labirintos que levam você cada vez

mais fundo.

— São íngremes demais para subir facilmente e os que

verificamos tinham um total de cento e cinquenta a cento e oitenta

metros de profundidade. O alcance do sinal do drone foi

interrompido antes de atingirmos as cavernas mais baixas, graças à

densidade da direção e das rochas. Todos os três drones foram

perdidos. Não temos certeza se os Cadia os destruíram ou eles

pararam de funcionar quando o controlador não pode enviar um sinal

para transportá-los mais. Você cai em um, não volta.

— Notável. — Ela disse. Não iria se aproximar de nenhum

daqueles buracos. — Os Cadia sempre aparecem quando o sol se põe?

Você acha que alguém está escondido nesses buracos agora,

esperando para pegar um de nós?

Diversão apareceu nos olhos de Milts. — Talvez.

Peters riu.
Abby revirou os olhos. Ela sabia que estavam tentando

propositadamente deixá-la com medo. — Aceitarei isso como não.

Porque estamos aqui?

— Jogamos todas as nossas bombas restantes por esses buracos

no final de nossos turnos. Nunca alcança a parte mais profunda da

onde se reproduzem, mas desaba alguns dos túneis que usam para se

aproximar do assentamento. Tenho certeza de que às vezes matamos

alguns deles também.

— E as cavernas que já explodimos?

— Os bastardos feios surgem desses buracos e usam as cavernas

para abrigos diurnos mais próximos da fonte de alimento, para

facilitar o ataque noturno. — Milts moveu a cabeça em direção ao

assentamento. — As pessoas devem ter um gosto bom para elas.

Continuam indo nessa direção e nos forçando a matá-los. As equipes

que enviamos aqui à noite ficam no topo dos muros que colocam pela

cidade, caso haja alguma tentativa de romper os portões. Isso

acontece, mas leva tempo. Nossas equipes começam a abrir fogo

contra os filhos da puta.

Um pensamento horrível ocorreu. — O que impede os Cadia de

entrarem no assentamento se eles podem cavar abaixo da superfície?


— Os engenheiros pensaram nisso quando construíram o

assentamento. Reforçaram todo o local, deixando impossível que as

bestas feias romperem. Eles não deveriam ter construído nada ali. Os

Cadia vivem no deserto. Algumas centenas de milhas a oeste teriam

colocado o assentamento na costa e em um terreno diferente.

— Então lutaríamos contra monstros marinhos. — Peters

murmurou. — Eles também os trouxeram aqui. Os Cadia são mais

domesticados do que aqueles gigantes assassinos. Vivem na água,

mas quando em terra, pensam que somos ótimos pratos. Estava no

nosso pacote de perguntas quando chegamos. Os colonos perderam

um grupo de doze exploradores acampados na praia. Não houve

sobreviventes, mas conseguiram filmagens do que aconteceu. Foi

nojento. Os monstros do mar gostam de pegar suas presas, espremer

até que sejam esmagadas em uma bagunça e depois comer a gosma

que resta.

Abby olhou ao redor para a beleza do planeta e de repente,

perdeu o apelo. As palavras de Drak voltaram para ela. Quanto maior

a beleza, mais perigosos os habitantes. — Fantástico.


Os Veslor chamaram sua atenção. Eles estavam espalhados, os

capacetes removidos, se aproximando de cada um dos buracos e

agachando. — O que eles estão fazendo?

— Cheirando para ver quais foram usados recentemente. Esses

são os que explodimos hoje antes de partir. É a melhor chance de

matar mais deles se estiverem próximos da superfície. Das explosões

passadas que desencadeamos, muitos desses buracos não levam a

lugar nenhum desde que desabaram no subsolo.

— Obrigada. — Ela estava agradecida por Peters ser decente o

suficiente para responder suas perguntas.

Os Veslor escreveram grandes marcas de X na terra perto de

alguns dos buracos, movendo-se sistematicamente para verificar cada

um. Abby sentou-se em uma pedra. O traje não tinha um sistema de

refrigeração e os dois sóis a estavam deixando quente. Também não

havia sombra no amplo espaço aberto. Suas babás ficaram próximas

até Rogers falar alto.

— Deixaremos os explosivos. Acho que temos objetivos

suficientes.

— Fique aqui. — Ordenou Milts.


— Claro. — Abby não ajudaria nesse tipo de trabalho.

Eles a deixaram em paz. Ela os viu abrir as mochilas e remover

os dispositivos semelhantes a granadas. A equipe os jogou pelos

buracos marcados.

Um dos membros se aproximou dela depois de bons dez

minutos. Era Tellis.

— E aí?

— Estou sem bombas. Entreguei a maior parte das minhas para

os Veslor nas cavernas. — Ele parou a cerca de um metro e virou as

costas, observando os dois times. — Thomas, tenha cuidado.

Ela ficou rígida. Não havia ninguém perto deles. — Por quê?

— Você irritou Rogers. — Ele fez uma pausa. — Ele causará

problemas para você.

— Não estou surpresa. Obrigada pelo aviso.

Ele ficou quieto por um minuto inteiro. — Homens mais velhos

como o Comandante têm muito orgulho. Eles não são gentis quando

sentem que alguém os fez de bobo.


— Eu não entendo o que você está tentando dizer. Apenas diga

o que realmente quer.

— Eu não quero que a pegue de surpresa. O ciúme pode ser uma

coisa feia. Rogers nos ordenou reclamar em nossos relatórios que você

esteve dando em cima de nós hoje. Ele acha que o velho a mandará

fazer as malas por embaraçá-lo, deixando claro que ele não está

mantendo você feliz na cama. Sabe o que eu quero dizer?

Ela revirou os olhos. — Não funcionará. Não estou dormindo

com o Comandante. Ele foi padrinho de casamento dos meus pais,

pelo amor de Deus. Howard é como um tio para mim. Eu o conheço

a vida inteira.

Ele olhou para ela. — Sério?

— Sério.

Ele desviou o olhar novamente. — Merda. Rogers está

determinado a mandar você embora.

Abby apenas riu.

Tellis virou o corpo para ela. — Você acha engraçado termos

recebido ordens para dizer essa merda?


— Sim. Howard também. Ele esteve em várias funções sociais

com minha família ao longo dos anos.

— Eu não entendo...

Ela se levantou da rocha. — Minha família vale bilhões. Todo

mundo na Terra sabe disso. Odeio eventos sociais porque é como uma

temporada aberta para mim. Todo homem com amor por dinheiro,

pensa que pode usar as conexões da minha família para avançar de

alguma forma. Minha família, incluindo Howard, gosta muito de me

ver esquivando-os. Eu nem namoro mais e não o fiz por anos. Meu

último namorado tentou me tirar alguns milhões. Aprendi que não

vale a pena perder tempo com ninguém. O Comandante sabe tudo

isso.

Agora Tellis ficou boquiaberto.

— Então, Rogers dizendo que estou dando em cima de todos

membros da sua equipe? É muito engraçado. Lembre-se daquele astro

principal no filme Guerra da Galáxia? Todo mundo viu o filme.

Ele assentiu.

— Meu último ex. Sem ofensas para você ou sua equipe, mas

Tony é muito gostoso. Ele gastou uma fortuna com cirurgiões


plásticos e tinha dois personal traines morando com ele o tempo todo.

Ele também era um idiota que pensou merecer dois milhões pelos

quatro meses em ficamos juntos. E se alguém deveria receber, seria eu

por aturar sua personalidade de merda e suas habilidades podres no

quarto. Por isso optei por ficar sozinha. Lição aprendida.

Tellis continuou a olhando com a boca parcialmente aberta.

— Deixe Rogers dizer o que ele quiser. Escreva seu relatório e

me acuse de assédio sexual. Você é fofo, Tellis. Pode até me citar sobre

isso. Mas não é meu tipo. Pode deixar essa parte de fora para evitar

problemas com Rogers e sua equipe. E como eu disse... obrigada pelo

aviso.

Ele assentiu e lhe deu as costas mais uma vez. — Eles estão quase

terminando.

— Bom. Precisarei de um banho e estou com fome. Vocês não

fazem pausas para as refeições aqui ou é outro golpe de Rogers me

fazer morrer de fome?

— Nós não carregamos comida. Atrai os Cadia.

Ela rapidamente tocou seu traje. — Merda. Material não selado,

certo?
Ele se virou, franzindo a testa. — Por quê?

— Eu meio que empacotei algumas barras de cereal e pacotes de

água. Nunca fico sem um lanche. Lema da vida. Sem mencionar, que

não tinha certeza se alguém se lembraria de trazer uma refeição para

mim.

— Você tem comida?

Ela se assustou, virando-se para ver que Rogers se aproximou

sem ela ouvi-lo. Ele se movia silenciosamente no chão crocante. —

Pacotes selados. Não muitos.

— Malditos civis. É por isso que você não deveria estar aqui,

Thomas.

— Bem, ainda estou viva e os Cadia estão dormindo.

— Mulheres fodidas. — Rogers Disse. Ele puxou o bloco e olhou

ao redor. — Hora de explodir esses túneis. Hadder? Dê o sinal!

Um dos homens ao longe pegou um dispositivo de comunicação

portátil. — Sim, senhor. Nele.

— Vamos passar por esta área para o outro lado. — Gritou

Rogers, saindo.
As equipes começaram a se afastar do assentamento. Tellis ficou

por perto, mas Milts e Peters ficaram ao seu lado. Todos precisavam

se desviar de buracos no chão.

— Por que não voltamos para a área montanhosa de onde

viemos? — Fazia mais sentido para ela do que caminhar mais fundo

na vasta área plana com centenas de buracos.

— Sempre perguntas, porra. — Murmurou Milts. — Ela nunca

cala a boca.

— O vento. — Respondeu Tellis. — Quando abrirmos os

buracos, causará uma grande nuvem de poeira. Vamos contra o vento

para garantir que o ônibus espacial tenha um tempo mais fácil de nos

detectar quando a poeira inicial baixar. Eles estarão aqui em cerca de

dez minutos. Precisamos caminhar por pelo menos cinco para sair da

área. Também existe o risco de que, quando as explosões

acontecerem, toda a área do solo ao redor deles possa desmoronar.

Isso já aconteceu uma vez antes. O ônibus vai pairar a alguns metros

do chão, já que é muito pesado para arriscar pousar tão perto de todos

esses túneis e nós subiremos a bordo.

— Entendi. Obrigada. — Ela esqueceu que havia labirintos de

túneis sob seus pés. Seu respeito pelo que as equipes táticas faziam
aumentou. Apenas não por Rogers. Ele deixava para os Veslor

fazerem o trabalho sujo de sua equipe.

Ela virou a cabeça, vendo cada um dos Veslor. Drak estava cerca

de seis metros atrás dela. Seus olhares se encontraram, mas ela olhou

para frente rapidamente, não querendo tropeçar ou cair em um

buraco.

Ela repassou mentalmente tudo o que planejava conversar com

Howard no jantar. As coisas precisavam mudar. Os Veslor estariam

mais seguros sem outra equipe humana. Isso a deixava com outros

problemas, no entanto. Como se o piloto acidentalmente não recebesse

o sinal de captação e ficassem presos na superfície durante a noite.

Então novamente, ela teria certeza de que isso não aconteceria.

Apenas seguia os turnos, certificava-se de que voltassem a tempo ou

haveria um inferno a pagar.

— Isso é longe o suficiente. — Gritou Rogers. Ele parou de andar

e se virou. — O ônibus espacial deve orbitar agora. Fiquem firmes.

Ela não sabia o que aquilo significava, mas uma rápida olhada

nos três homens mais próximos dela, Tellis, Milts e Peters, provou que

estavam apoiando as pernas. Para o que, ela não tinha certeza, mas
ela plantou as botas como eles e meio que se curvou um pouco para

imitar suas posições estranhas.

Rogers puxou o detonador de uma das muitas bolsas presas ao

traje e bateu nele, provavelmente detonando todos os explosivos. Ela

se perguntou se havia algum problema de sinal para alcançar os

dispositivos no subsolo, mas até agora não viu esse problema. Armas

não eram coisa dela, já que a D Corp não as fabricava.

— Pronto!

Esse foi o único aviso que ela recebeu, vindo de Rogers, antes

que houvesse um boom alto.

O chão debaixo dela sacudiu violentamente. Um movimento

pelo canto do olho fez Abby virar a cabeça. Poeira e detritos voaram

do chão onde as bombas explodiram. Subiu alto, se espalhou e rolou

na direção deles.

Uma parede de poeira nublada atingiu-os.

Alguém a sua esquerda agarrou seu braço de repente e a

empurrou. Ela tropeçou, tentando ficar de pé. Viu uma forma chegar

até ela e alguém a agarrou pelo outro braço. Olhou para cima, quase

certa de que era Tellis. Ele a segurava pelo pulso.


Uma dor aguda atingiu seu quadril, o que parecia uma bota

chutando-a e Abby voou.

O aperto em seu pulso aumentou, então Tellis caiu com ela.

Mas ele não caíram no chão imediatamente.

Em vez disso, caíram por alguns segundos aterrorizantes, depois

bateram em algo duro e deslizaram. A escuridão a cegou. O aperto

em seu pulso se soltou.

— Porra!

Era Tellis gritando. Ela bateu nele, então deslizaram novamente.

Seu corpo saltou, às vezes batendo em algo duro, mas ela sabia que

Tellis estava com ela. Seus grunhidos combinavam com os dela.

Finalmente terminou. Ela parou ao seu lado. A escuridão a

cercou; não conseguia ver nada.

Precisou respirar algumas vezes antes que pudesse falar. — O

que aconteceu?

— Esses filhos da puta empurraram você para um buraco! Eu

tentei agarrá-la antes. Peters me empurrou. Eles nos mandaram para

baixo.
As palavras de Tellis penetraram... e então a compreensão

apareceu. — Ah merda. Estamos nos túneis.

— Sim. — Tellis abaixou a voz. — Mataram nós dois.

— Precisamos sair.

Ele ficou em silêncio. — Nós não sairemos daqui.

Drak ficou parado até que a poeira começou a baixar e ele pode

ver melhor quando a brisa leve soprou. Quando explodiam túneis,

sempre enviavam muitos detritos ao ar. Verificou sua equipe. Todos

pareciam bem. Seu olhar foi para a área que explodiram ao longe. O

chão desmoronou em algumas seções e os buracos que miravam

agora eram muito maiores.

— Eu odeio isso. — Roer rosnou. — Meus ouvidos doem e não

me importo se eles disserem que existem filtros nesses capacetes.

Gosto da terra.

— Voltaremos em breve ao Defcon Red para tomar banho. —

Roth tirou a placa do capacete para limpar a sujeira.


— Oh, porra!

Drak virou-se para a equipe humana com o grito de Rogers. Ele

imediatamente procurou por Abby... mas não a viu. Drak se moveu

antes de pensar, correndo para onde viu a mulher pela última vez.

Milts e Peters estavam sem ela agora.

— Onde está a fêmea? — Drak chegou primeiro a eles.

Milts apontou para um buraco. — A cadela idiota tropeçou

quando a poeira chegou! Era como se ela não visse o buraco.

— Sim. — Peters assentiu. — O pobre Tellis tentou agarrá-la para

impedi-la de cair, mas ela o puxou. Os dois se foram antes que

pudéssemos reagir.

— Droga! — Rogers gritou, caminhando para encarar o buraco.

— Porra! O Comandante ficará irritado. — Ele girou, olhando furioso

para Milts.

Milts deu um passo atrás. — Acidente total, senhor. Ela tropeçou

direto no buraco do caralho! Não pude fazer nada. Aconteceu rápido

demais e a poeira nos cegou por segundos. Tellis tentou detê-la, mas

ela levou a bunda dele junto.


Drak empurrou Milts para fora do caminho e olhou para o chão.

Havia algumas marcas de arranhão perto do buraco. O acúmulo de

poeira tornava difícil ler exatamente o que aconteceu. Ele não sabia se

eles estavam dizendo a verdade ou não, mas Abby e Tellis se foram.

Ele olhou dentro do buraco ao lado. Cerca de um metro e oitenta,

viu a inclinação no túnel, a sujeira normalmente lisa que foi

perturbada como se o peso tivesse caído com força, mas não havia

sinal de nenhum humano.

— Saia do caminho. Gritarei para ver se eles de alguma forma

não foram longe.

Drak levantou-se e ficou no rosto de Rogers. — Você não gritará

nada. Atrairá qualquer Cadia se estiverem perto.

Roth, Maith e Roer correram para frente, circulando o buraco e

agachando. — Calma. — Ordenou Roth.

Apenas o vento soprava, fazendo um farfalhar suave no chão.

Minutos se passaram. Não ouviram nenhum som vindo do buraco.

Abby poderia gritar, mas Tellis estaria ciente do perigo de fazer

barulhos. Drak não sabia se isso era bom ou ruim. E se estivessem


muito machucados para tentar subir? Mortos? Ou poderiam ter

deslizado muito fundo no chão.

— Merda. — Murmurou Rogers. — Eu vejo o ônibus espacial no

céu.

Drak olhou para cima, vendo-o também. Um leve som veio a ele

em segundos, os motores do transporte. — Precisamos enviar uma

equipe de resgate.

Rogers balançou a cabeça. — É muito perigoso. Logo anoitecerá

e estes bastardos feios começarão a caçar. O melhor que podemos

fazer é voltar à primeira luz e enviar um drone para ver se estão vivos.

— Isso será uma perda de tempo. Eles serão comidos em breve.

Drak rosnou para Milts, não gostando do que o homem disse.

O humano levantou as mãos e deu um passo para trás. — Você

sabe que os Cadia podem despertar com as explosões que acabamos

de desencadear. Eles cavarão e rastejarão por tudo lá em baixo. Não

tem como Tellis ou Thomas sobreviverem, se a queda não os matou.

E de qualquer forma, somos todos conscientes de quão profundos

estes malditos túneis são, além de sinuosos. Eles batendo nas pedras

todo o caminho até onde quer que aterrissaram. Na melhor das


hipóteses, atingiram uma seção que entrará em colapso. Serão

enterrados e esmagados em vez de comidos vivos.

Drak não gostou do que ouviu.

— Enviaremos uma equipe à primeira luz com um drone para

procurar. — Rogers lançou outro olhar para Milts. — O maldito

Comandante não gostará de perdermos seu pedaço de bunda. Porra.

O que você estava pensando?

— Eu não fiz nada. — Negou Milts. — Pergunte a Peters. Porra,

Tellis era um dos nossos. Ele também se perdeu.

Drak olhou para Roth. — Eu vou atrás dela.

— Não, você não irá!

Ele ignorou Rogers.

Roth, ele se sentou. — É muito perigoso. Eles poderiam ter caído

tão fundo que chegaram à caverna de procriação. Os Cadia já teriam

atacado. O som dos explosivos deve ter despertado todos eles. Os

humanos não teriam chance de lutar contra eles. Nem mesmo temos

certeza da qualidade do ar no fundo.


— Os Cadia precisam de oxigênio para sobreviver, portanto a

qualidade do ar deve ser respirável. E ela é uma fêmea. Não posso ir

embora. Não irei. — Drak olhou para Roer. Ambos eram os que

assumiam riscos em sua equipe. — Gostaria de explorar as entranhas

deste planeta e provavelmente ver esses criadouros?

Roer sorriu. — Eu amo uma boa luta.

Roth parecia dilacerado, suas emoções pouco claras, mas Drak

conhecia bem o macho. Ele temia que morressem, mas também

entendia que seus homens não podiam deixar uma mulher morrer se

houvesse uma chance de resgatá-la.

— Eu disse que não. — Rogers se aproximou. — Voltaremos com

uma equipe de resgate e um drone para enviar pelo buraco e tentar

encontrá-los, com cordas para trazê-los à tona se estiverem vivos. O

ônibus está pairando. Precisamos ir agora. A luz do sol estará baixa

em quinze minutos. Nossas bundas precisam sair daqui.

Drak segurou o olhar de Roth. — Não ficarei sozinho. Dois de

nós, pelo menos, daremos aos humanos uma chance de

sobrevivência. Certifique-se de enviar uma equipe de resgate pela

manhã.
Roth olhou entre ele e Roer, assentindo. — Fique seguro e seja

inteligente. Não posso perder vocês dois.

Maith deu um passo à frente. — Iremos juntos. Três são melhores

que dois.

Drak olhou entre Maith e Roth. — Divisão igual no caso de

problemas. Você precisa garantir que a ajuda venha para nós.

Roth assentiu. — Pensamento sólido. Concordo.

Maith recuou, parecendo sombrio. — Entendido.

— Eu disse que não! — Rogers falou. — Você está me ouvindo?

Eu estou no comando!

Roth entregou suas armas, tirando-as de seu corpo. Maith

também. Roer e Drak as aceitaram.

— Cuidado. — Ordenou Roth. — Estaremos aqui à primeira luz

com um drone e cordas. Confie em nós.

Drak não tinha dúvida de que podia. — Estaremos esperando.

— Não! — Rogers gritou. — Todos partiremos no ônibus

espacial.
Drak virou-se para o líder da equipe humana de rosto vermelho,

olhando para ele. — Irei atrás da fêmea, mesmo que você não queira.

— Ele o empurrou para o lado, aproximou-se da beirada do buraco e

hesitou.

Havia uma boa possibilidade de morrer. Abby apenas tinha uma

pequena arma com ela, a que Drak lhe deu. Não faria mais do que

atordoar um Cadia para lhe dar tempo de fugir. Esses túneis

impediriam a fuga. Ela precisava de ajuda — e ele a daria.

Ele pulou, sabendo que Roer estaria logo atrás dele.


Abby sentou-se lentamente na escuridão. Ela não conseguia ver

nada e seu corpo doía. Tocou cegamente a lateral do capacete,

lembrando que tinha luzes. Os trajes não eram usados apenas para

equipes diurnas, mas também pelas equipes de elite.

A luz a cegou quando acendeu. Ela piscou algumas vezes e

quando seus olhos se ajustaram, viu apenas terra e pedra. Eles

estavam em uma pequena câmara, com cerca de um metro e meio de

altura, talvez dois metros de largura e aproximadamente três metros

de comprimento.

Tellis estava de barriga para baixo a alguns metros de distância.

Ele deslizou mais longe que ela. — Desligue isso.

— Precisamos ver. — Ela sussurrou de volta.

— Não, não precisamos.

Ela se virou, observando a pequena caverna. Dois buracos eram

visíveis. Aquele de onde obviamente caíram e outro a cerca de um

metro e meio à sua esquerda. — Atualmente estamos sozinhos. O que

é isso?
— Provavelmente um lugar de descanso dos feios bastardos.

Agora eles virão nos comer. — Ele sentou-se, verificando os braços.

— Você está sangrando?

— Estou ferrada, mas acho que nada está quebrado.

— Eu perguntei se você está sangrando.

Ela olhou para baixo, sem ver sangue em seu traje. Suas luvas

não pareciam molhadas. — Acho que não.

— Os Cadia sentem o cheiro de sangue. — Ele abaixou a voz

mais. — Como cães.

— Precisamos tentar sair. — Não havia espaço suficiente para

ficar totalmente de pé, mas Abby ficou de joelhos, movendo-se para

o buraco pelo qual caíram. O buraco inclinado de terra estava alguns

metros mais alto do que onde se ajoelhou.

— Não.

Ela olhou para Tellis. — Nós não podemos ficar aqui. Está é

única saída. Eu com certeza não quero tentar esse outro buraco.

Parece mais fundo, já que a luz mostrava uma parede de terra atrás

dela.
— A caçada dos Cadia é durante a noite e o ônibus estava prestes

a nos pegar para evitar ficar aqui depois do anoitecer. Nós estaremos

mortos se conseguirmos alcançar a superfície. Será ainda mais fácil

para os Cadia nos encontrarem e matar. Você viu todos aqueles

buracos do caralho. Acima de nós é onde eles saem à noite. — Ele

endireitou as pernas na frente. — Inferno, estamos mortos aqui. Estou

com bastante dor sem acrescentar nada. Milts e Peters nos mataram.

Apenas... fique em paz. E então atirarei em nós dois.

Ela olhou para ele horrorizada. — Não!

— Mantenha sua voz baixa. — Ele disse. — Melhor um tiro na

cabeça do que ser comido vivo. Acho que estamos perto de suas

cavernas reprodutoras. Caímos e deslizamos por um tempo. Isso

significa que estamos bem no fundo. E se eles nos pegarem, nos

arrastarem para um ninho dessas merdas, seremos despedaçados

pelos pequeninos. Já viu um vídeo de uma mamãe jogando um verme

para seus bebês? — Ele estremeceu visualmente. — Eu vi.

— Obrigada por essa imagem mental gráfica e horrível, da qual

poderia ter passado sem. — Ela sussurrou. — Mantenha sua arma no

coldre, Tellis. Não desistirei. Sobreviveremos a isso.


— Mesmo se chegarmos até amanhã sem ser encontrados pelos

Cadia, conseguirmos subir à superfície, você acha que a equipe que

estava conosco nos deixará viver? Você sabe o que Milts e Peters

fizeram.

— Você acha que as outras equipes podem terminar o trabalho?

Isso é insano! Também é assassinato a sangue frio. Está errado.

— Estou certo. Thomas, não sairemos disso. Rogers não deixará

seus amigos próximos serem assassinados. As outras equipes farão o

que Rogers pedir. É assim que somos treinados. Você não se volta

contra seus companheiros soldados e sempre cobre as bundas deles,

não importa o que.

— Parece que eles não fizeram isso por você. Está aqui comigo.

— Eu tentei salvá-la. Eles provavelmente viram isso como uma

traição.

Ela agradecia a Tellis por isso, mas também se sentia um pouco

culpada. Ele estava na mesma situação que ela por tentar fazer a coisa

certa. — Você acha que Rogers ordenou que eles me matassem?

Ele balançou sua cabeça. — Provavelmente não. É muito

estúpido quando você está perto. Isso é coisa de Milts, no entanto. Ele
viu uma oportunidade e a aproveitou. Faz essa merda o tempo todo.

Eu perdi a conta das brigas de bar que ele causou. Então, o restante

de nós o cobre, alegando que foi legítima defesa. Ele é sempre quem

dá o primeiro soco. E Peters faz o que ele pede. Ele é como o fantoche

de Milts.

— Não há imagens de câmeras de segurança nas barras para

provar o contrário?

Tellis fechou os olhos. — Somos treinados para procurá-las e

permanecer em pontos cegos. Torna-se uma segunda natureza.

Ninguém que ser pego por violar regras.

Ela esticou a parte superior do corpo, tentando subir no buraco.

A terra se desfez em seus dedos.

— Shush. — Tellis sussurrou. — Os Cadia tem uma audição

muito boa, lembra? Quer trazê-los diretamente para nós? E de

qualquer forma, não há motivo para escalar.

— Foi o que você disse. Ainda não desistirei. — Abby recostou-

se na cintura, olhando para o buraco. Subia cerca de 3 metros acima.

Seria uma escalada difícil, especialmente com a terra solta.


— Pelo menos espere até a manhã. E se não me deixar atirar em

você, uma das equipes poderá se realmente conseguir chegar à

superfície. É um caminho melhor do que ser comido.

Ela virou a cabeça, observando-o. Seus olhos ainda estavam

fechados e ele parecia pálido. — Você está bem?

— Acho que fraturei alguns ossos nas rochas ao descer. É por

isso que os túneis são tão retorcidos. Os Cadia cavam até atingir um,

depois precisam dar a volta. Sou mais pesado do que você, Srta.

Thomas. A gravidade é uma merda e também a dor em que estou.

Também acho que meu ombro está deslocado. Esses trajes são

projetados para sofrer algum dano, mas não para impedir que nossos

membros sejam torcidos enquanto caem repetidamente.

Ela rastejou em direção a ele. — Você tem um kit de primeiros

socorros? Um scanner? Fiz cursos de primeiros socorros. Isso foi há

alguns anos, mas tenho uma boa memória.

— Não. Mathews é o médico da equipe.

— Vamos tirar seu traje.

Ele abriu os olhos e agarrou suas mãos enluvadas quando ela o

alcançou. — Não! Eu disse, os Cadia caçam pelo cheiro. E não é


apenas o sangue que sentiriam. Os seres humanos se tornaram uma

excelente fonte de alimento desde que construíram aquele maldito

assentamento. Você abre um destes trajes e seremos o jantar.

Ela assentiu, entendendo o perigo.

Ele a soltou e fechou os olhos. — Apenas fique em silêncio e não

se mova.

Ela sentou-se ao lado dele, usando a pedra para se apoiar.

— E apague a porra da luz. Os Cadia poderão ver se chegarem

perto daqui. Então novamente, suponho que não importa. Eles têm

uma boa visão. Mas a luz realmente os cega.

— Você é muito positivo, Tellis. Alguém já disse isso? Eu o

chamarei de ceifador da esperança.

Ele bufou uma risada. — Ceifador, certo. É a morte. É apenas

uma questão de tempo. Espero que os Cadia nos encontre enquanto

estiver dormindo. Dessa forma, não verei isso chegando.

Abby não concordava. Ela queria ver o perigo se aproximando.

A arma presa à coxa ainda estava ali. Ela cuidadosamente puxou-a da

alça, estudando-a. Era primária. Havia até um tipo trava nela. Um


barril em uma extremidade, o gatilho na outra. Uma criança poderia

usá-la.

— Quantas armas você tem?

Tellis suspirou suavemente. — Não importa. Um ou dois tiros

não matam um Cadia. Você notou o tamanho do buraco em que

fomos empurrados? Essa é a circunferência de seus corpos. Os adultos

têm cerca de um metro e meio de diâmetro e talvez dois metros de

comprimento como enormes vermes gordos com uma boca

gigantesca. Há um revestimento duro na cabeça deles com sulcos

afiados. É como eles cavam. Você atira em um na boca, o único ponto

sensível que eles têm, se debatem com a dor, mas não os mata. — Ele

fez uma pausa. — Ele entrará em colapso nesta parte do túnel quando

atingirem o teto ou os lados. Nós seremos esmagados e eles

simplesmente desenterrarão nossos corpos para nos comer. Estamos

mortos, Srta. Thomas. A melhor coisa a fazer com essa arma é atirar

em si mesma.

— Durma. — Ela não queria ouvir mais nada. — Descanse.

Talvez você fique menos irritado depois de uma soneca.

Ele não disse nada. Abby olhou para o buraco do outro lado,

onde era mais fundo no chão. Era de onde provavelmente viria um


Cadia. Ela manteve um aperto firme na arma e sua luz direto naquele

local. Talvez se atirasse na coisa antes que entrasse, ela e Tellis

poderiam ter uma chance. Depois que ele dormisse, ela subiria

novamente. Embora provavelmente fosse melhor esperar até a manhã

para fazer isso enquanto as criaturas dormiam.

O silêncio foi subitamente quebrado por algumas pancadas e

Abby ficou tensa.

— Porra! — Tellis se endireitou ao lado dela. — Eles estão vindo.

Poeira cobriu o buraco em que caíram, em vez do que ela estava

olhando. Abby se virou, apontando sua arma para aquele lado e

freneticamente se afastou dele.

Tellis também puxou o seu blaster, mas em vez de apontar para

a terra que caia, ele o levou ao pescoço. Com a outra mão, levantou

um pouco o capacete.

Ela ficou boquiaberta. — O que você está fazendo?

— Atirando em mim mesmo. Prefiro morrer rápido do que ser

comido.

— Não se atreva!
Sua atenção mudou à medida que mais sujeira e detritos caíam

do buraco. Algo grande apareceu. Ela quase apertou o gatilho — até

perceber que eram botas.

Uma fração de segundo depois, um corpo colidiu com sua

pequena área. A pessoa atingiu o chão do pequeno túnel e outra veio

segundos depois.

Abby estava tão atordoada que quase derrubou a arma. O

segundo corpo pousou no primeiro. Eles resmungaram e alguém

rosnou.

— Você é pesado, Roer. Saia de cima de mim.

A pessoa em cima rolou para o lado. O primeiro se sentou e Abby

olhou para o rosto dele. — Drak! — Ela se lembrou de sussurrar, mas

queria gritar, muito feliz em vê-lo.

Ele sorriu. — Nós encontramos você.

Ela deixou a arma e se arrastou em sua direção. — Você veio

atrás de nós!

Seu olhar foi para o buraco, imaginando se os outros dois Veslor

estavam prestes a entrar. Seria um ajuste super apertado para todos


compartilharem o pequeno espaço escavado. Ninguém mais se juntou

a eles. Ela olhou para Drak.

— São apenas dois do nosso grupo por enquanto. Você está

ferida? — Ele se aproximou, seu olhar subindo e descendo pelo traje

dela.

— Eu estou bem. — Seu olhar foi para Tellis. Ele parecia

atordoado, mas abaixou a arma. Ele também não tirou o capacete. Ela

olhou para Roer. — Obrigada por vir atrás de nós. — Ela murmurou

antes de concentrar toda a atenção em Drak.

— Não precisa agradecer, Abby. Os outros foram no ônibus, mas

à primeira luz do dia, eles nos enviarão ajuda.

Tellis suspirou. — Não, eles não o farão. Vocês dois idiotas

acabaram de assinar seus próprios atestados de óbito.

Drak lançou-lhe um olhar interrogativo.

— Milts me empurrou para dentro do buraco. Tellis agarrou

meu pulso para tentar me impedir de cair e Peters o empurrou. — Ela

explicou rapidamente. — Tellis acha que Rogers nos deixará aqui

para morrer para nos impedir de contar a alguém. Ele vai querer
proteger seus dois companheiros de equipe de serem acusados de

tentativa de assassinato se sobrevivermos.

Roer riu. — Rogers não é páreo para o restante do nosso grupo.

Eles virão por nós.

Drak assentiu. — Sim.

— Rogers e as outras equipes não permitirão. — Protestou Tellis.

Drak manobrou seu grande corpo mais perto de Abby,

segurando gentilmente seu capacete. Ela se virou para encarar seus

lindos olhos. Havia uma expressão sincera em seu rosto.

— Nosso grupo fará o que for preciso por você, Abby. Mesmo

que seja preciso roubar um de seus ônibus espaciais e lutar contra os

humanos se tentarem detê-los. Agora, Roth está voltando para a

Defcon Red com Maith. Os machos entrarão em contato com nosso rei

para que ele saiba o que está acontecendo. — Ele lançou um olhar

irritado para Tellis. — Suspeitamos que não foi um acidente. Rogers

se recusou a permitir que eu protegesse Abby, ela se levantou por nós

e depois caiu em um buraco que sabia evitar. Veslor são muitas coisas,

mas nunca crédulos.


Drak continuou verificando Abby. Ela estava se movendo bem,

não parecia ter quebrado nenhum de seus membros e não havia

marcas em seu rosto. Ele queria remover o traje e o capacete dela para

verificar cada centímetro do corpo da fêmea, mas não era uma coisa

inteligente a se fazer. Eles estavam no ventre do território dos Cadia.

As criaturas caçavam pelo som e pelo cheiro no subsolo.

O homem humano ficou estranhamente quieto. Era possível que

ele estivesse dormindo ou gravemente ferido. Drak fez um gesto para

que Roer fosse vê-lo. Ele não queria se afastar de Abby. Ela estava

tentando esconder seu medo, mas sabia que o sentia. Nem uma vez

ela protestou por tocá-la ou ficar mais perto.

— Ele nos odeia. — Roer disse em Veslor. Os tradutores

humanos não sabiam sua língua. — Porque se importa?

— Ele tentou salvar a fêmea.

— Provavelmente. Os humanos acima disseram que ela o puxou.

Sua queda pode ter sido acidental. Seria instintivo agarrar quem
estava ao seu alcance para evitar uma queda. Sua fêmea parece ter

muita vontade, mas ela tem coração.

Drak não entendia a que Roer se referia. — Ela não é minha

fêmea.

Roer bufou uma risada. — Estamos aqui porque você estava

atrás dela, independentemente dos riscos. Quer a fêmea. Todos nós

sentimos o cheiro do seu óleo quando ela estava gritando com Rogers

no convés de vôo. Então você ficou acordado pensando nela. E olhe

agora, está mimando-a. Estou surpreso que não a tenha puxado para

o seu colo para segurá-la. Você faria se não fosse difícil.

Abby estendeu a mão e tocou o braço de Drak. Ele olhou para

ela.

— Porque estão rosnando? Eu não falo Veslor... e por que estão

conversando assim? — Ela lançou um olhar para Tellis antes de olhar

para ele, sussurrando: — Acha que ele é um perigo para nós?

Devemos pegar as armas dele?

— É uma boa pergunta.


Drak concordava com Roer. Ele não desviou o olhar de Abby,

mudando para o idioma dela. — Sinto muito. Nós usamos o Veslor

mais que o inglês.

— Claro que sim. — Ela sorriu. — Essa é a sua língua nativa. Seu

inglês é incrível, se ninguém o mencionou antes. Tem um implante na

cabeça que lhe ensinou?

Ele ficou surpreso que ela soubesse. Deve ter aparecido em seu

rosto.

— Minha amiga está acasalada com um Veslor, lembra? Brassi e

sua equipe têm os implantes, mas são comerciantes. É importante que

eles possam falar idiomas diferentes no trabalho. Os soldados

também os tem?

— Todos os Veslor que saem do nosso planeta ou aqueles que

lidam com outros alienígenas tem tradutores.

— Eles ensinam línguas automaticamente, correto?

Ele assentiu novamente. — Sim. Os downloads diretos de

idiomas são mais rápidos.

— Precisamos usar dispositivos para falar outros idiomas e

apenas os que são baixados para eles. Um fone de ouvido nos permite
ouvir as traduções e um dispositivo de garganta com um alto-falante

o transmite para outro idioma quando falamos. Ter um implante

permanente deve ser bem legal.

— É. — Ele desviou o olhar dela para estudar Tellis. O macho

parecia inconsciente, mas poderia ser um ato. — O que você acha? Ele

é confiável? — Ele perguntou a Abby.

— Eu não sei. — Ela sussurrou. — Ele queria atirar em nós dois.

Tem certeza de que não sairemos vivos disso.

A raiva o fez sufocar um rosnado. — Nós não morreremos.

— Fico feliz em ouvir isso. Então qual é o plano?

Roer falou antes que ele pudesse. — Esperamos até o sol nascer

e as criaturas dormirem. Então saímos. Enquanto isso, mataremos

qualquer coisa que tentar nos matar.

Drak assentiu. — Esse é o nosso plano.

Abby olhou para o buraco pelo qual todos caíram. — Será difícil.

Eu já testei escalar. A terra está solta e continuou caindo em mim

quando tentei subir.


Drak estendeu a mão e pegou a mão dela, encarando as luvas.

Abby tinha mãos pequenas, mas sem garras, ele sabia. Ele levantou a

sua, deixando suas garras se estenderem. Elas deslizaram das pontas

especialmente fabricadas das luvas, saindo facilmente pelas fendas.

Ele observou as feições dela de perto para ver se a assustou. Ela

não mostrava nenhum sinal de medo enquanto olhava suas garras.

Em vez disso, ela sorriu amplamente, parecendo animada

quando encontrou seu olhar. — Parece que foram feitas para escalar.

Ele riu. — Nós somos bons nisso.

— Somos bons em tudo. — Acrescentou Roer. — Lembre-se

disso, fêmea. Você também deve saber que estamos aqui porque Drak

se recusou a sair da superfície sem você. Ele estava determinado a

salvar sua vida.

Drak lançou-lhe um olhar de aviso.

Roer o ignorou. — Drak não leu os relatórios de Vivian para

aprender mais sobre vocês fêmeas humanas. Ele achou que não

houvesse necessidade, mas desde que o conheci, sua mente mudou.

Ele está extremamente interessado em conhecer tudo sobre você.


Drak rosnou baixinho, alertando o macho para ficar calado. Roer

fechou os lábios com um sorriso e Drak hesitantemente estudou as

feições de Abby. Ele esperava que ela não se afastasse dele ou se

sentisse ameaçada.

Em vez disso, ela encontrou seu olhar e sorriu novamente.

— Quando sairmos daqui, precisarei ser consolada. — Ela

sussurrou suavemente. — Eu não me importaria se você me

abraçasse.

Ela o surpreendeu.

Seus olhos verdes brilhavam com diversão. — Brassi fez isso por

Vivian depois de um evento traumático. Pareceu muito reconfortante.

— O sorriso dela se alargou.

Ele se sentiu excitado novamente e ficou agradecido pelo traje

que vestia. Roer o provocaria de outra maneira. Ele assentiu. — Seria

uma honra.

Roer bufou. — Leve-o para sua cabine, fêmea. Nosso espaço é

apertado. Não há privacidade.

Abby virou-se para olhar para Roer. — Apertado? Como assim,

vocês não têm privacidade?


Drak não gostava que ela olhasse para outro macho, agora que

sabia que ela era receptiva a ele. — Nossa cabine compartilhada tem

três quartos. Banheiro, uma pequena área de estar e dois beliches

empilhados onde nós quatro dormimos. É difícil para nossa equipe

viver dessa maneira.

Abby instantaneamente pareceu irritada. — Pediram assim?

— Nosso rei pediu que ficássemos juntos. Para a nossa proteção.

Apenas não achamos que seria um espaço pequeno.

— Maldito Rogers. — Ela murmurou.

— O que há de errado? — Drak se aproximou dela, gostando de

qualquer desculpa para fazê-lo.

— Parece que ele colocou vocês em uma cabine projetada para

uma pessoa e apenas colocou beliches ali, se eu estiver certa. Ele

atribui onde seus homens dormem na nave. Consertarei isso quando

sairmos daqui. Ele deveria ter encontrado quatro cabines uma ao lado

da outra. Ninguém no Defcon Red, incluindo civis, precisa dividir

uma, a menos que seja um casal ou algo parecido.

Roer rosnado. — Você está dizendo que cada um de nós deveria

ter seu próprio espaço para dormir?


— Sim. — Abby assentiu. — Rogers poderia ter pelo menos

designado vocês para uma suíte familiar. As maiores têm três quartos

e dois banheiros. Também há um espaço de escritório que pode ser

usada como quarto.

— Cale a boca. — Tellis gemeu.

Drak notou que o macho abriu os olhos e sua pele estava

estranhamente branca. Até seus lábios estavam pálidos.

Roer rastejou até ele. — Está ferido? Não sou médico, mas sou

bom em lidar com feridas.

— Tudo.

Roer virou-se para Drak. — Eu preciso tirar o traje dele para

avaliá-lo.

— Não! — Tellis protestou. — Apenas atire em mim. Eu não

quero ser comido.

Drak sabia que dependia dele decidir o que fazer. Pediu a Roer

para se juntar a ele no resgate de Abby. Isso o tornava responsável

pelas decisões difíceis.


— Faça isso, remova o traje. Ele não parece saudável. O risco é

necessário. Ele precisa de atenção médica.

Roer pegou a mochila e a abriu, removendo um scanner e um

pequeno pacote de medicamentos que cada um deles guardava.

Então alcançou Tellis.

O macho rolou para longe. — Não!

Seu grito foi alto.

Um estrondo soou à distância e Drak ficou tenso, pegando sua

arma. A sujeira se separou da parte de terra acima deles, que formava

o telhado do túnel. Abby agarrou seu braço e ele encontrou o olhar

dela.

Todos ficaram imóveis, quietos e o barulho estridente parou.

O silêncio não durou muito tempo. Mais sons vieram,

acompanhados de terra caindo ao longo das paredes e Drak pode

captar vibrações sob seu corpo. Os Cadia estavam se movendo na

terra ao seu redor, escavando.

O terror que ele viu nas delicadas feições de Abby o rasgou, se

inclinou para perto até que as placas do rosto ficassem pressionadas,

falando suavemente. — O buraco no qual você caiu não cheirava a


Cadia. Essa caverna pode não ser mais usada para alcançar a

superfície porque está em colapso. Fique quieta e em silêncio.

Ela o agarrou com mais força e assentiu.

— Eu não deixarei nada machucá-la. Tem meu voto.

As lágrimas nos olhos dela o fizeram querer fazer exatamente o

que Roer provocou. Ele adoraria puxar Abby para o colo para abraçá-

la. Não era a hora. Ela estava em perigo. Todos estavam. Os Cadia

estavam acordados e caçando comida.

Ele levantou a cabeça, apontando para Roer. Ele balançou a

cabeça, ajustando o corpo lentamente do macho humano lentamente,

sem fazer barulho. Ambos levantaram suas armas para atingir os dois

buracos.

E se algum Cadia tentasse entrar, a luta continuaria.


Abby acordou na escuridão e com medo, lembranças da noite

anterior retornaram instantaneamente. Ainda estavam na caverna, as

luzes apagadas e ninguém mais as acendeu.

E de alguma forma, ela dormiu.

Isso a surpreendeu.

A noite anterior foi aterrorizante enquanto os Cadia cavavam ao

redor deles, acima deles e até abaixo. A qualquer momento, podiam

ser atacados.

A certa altura, Drak fez sinal para ela se deitar. Ela tentou resistir,

mas ele colocou a mão em seu ombro, empurrando-a gentilmente até

que ficar contra ele. Provavelmente seria apropriado colocar alguns

centímetros entre eles, mas não o fez. Apenas a sensação da perna e

do quadril nas costas dela a fez sentir-se segura o suficiente para

relaxar e ela ficou surpresa por dormir.

Ela tentou rolar, mas seu corpo sólido estava pressionado contra

ela. Estava presa entre Drak e uma grande parede de pedra. O grande
Veslor a colocou ali ou ela se mexeu enquanto dormia. Bem, de

qualquer maneira, ele permaneceu perto. Era fofo.

Sua bexiga gritou, já que precisava muito ir ao banheiro. Na

noite anterior, ela ignorou. A última coisa que queria era tirar seu

traje. Isso a fez gemer.

— Shush. — Uma voz familiar murmurou. Drak se moveu atrás

dela e ela se sentou.

As luzes do capacete a cegaram quando as ligou novamente, mas

piscou algumas vezes, se ajustando rapidamente. Roer ainda estava

sentado onde ela o viu pela última vez, segurando a arma mortal.

Tellis permanecia de lado, de costas para eles, em frente a ela e Drak.

Uma fina camada de poeira e sujeira cobria sua forma imóvel.

Ela levantou o pulso e bateu com o dedo enluvado, olhando para

Drak.

Ele franziu a testa.

— Quanto tempo eu dormi? — Ela respirou as palavras, mesmo

que não pudesse ouvir qualquer estrondo e não mais terra caia do teto

ou das paredes. Estava estranhamente silencioso, como se as criaturas

não estivessem mais se movendo.


— Sete horas. — Ele a informou, quase sem emitir nenhum som.

Seria perto da manhã na superfície. A escuridão durava apenas

aproximadamente oito horas na estação do planeta. Ela procurou as

informações quando checou os turnos atribuídos aos Veslor.

Abby estava infeliz. Sua bexiga estava pronta para estourar e seu

estômago roncou de fome. Até seus lábios e garganta estavam

doendo. A sede era uma coisa terrível. O pior de tudo era que tinha

barras de água e energia escondidas dentro de seu traje, mas não

conseguia alcançá-las sem abri-lo.

Então teria que remover o capacete também. Não precisava de

um scanner para saber que a qualidade do ar piorou depois de toda a

poeira e sujeira que caiu sobre eles durante a noite. Os filtros

mantiveram tudo fora do capacete, mas até o ar que ela respirava

dentro do traje parecia mais pesado do que deveria ser.

Drak estendeu a mão e pegou a mão enluvada dela. Ela olhou

nos olhos dele e ergueu as sobrancelhas.

— Você está bem?

— Eu ficarei bem.
— Precisamos subir. — Ele apontou a cabeça em direção ao

buraco por onde todos entraram.

— Até onde você acha que é a superfície?

Drak hesitou. Então balançou a cabeça.

Ele não tinha certeza. Ela entendia isso. Houve muito

deslizamento, eles bateram nas paredes dos túneis e giraram, pareceu

uma eternidade até que ela parou quando eles pousaram. E se

tivessem caído tão fundo que a superfície não pudesse ser alcançada,

mesmo que escalassem o dia todo?

— O drone nos encontrará e eles enviarão cordas.

Ela assentiu, suas palavras dando-lhe esperança. Seu olhar foi

para Tellis e ela apontou para ele. Ainda não se moveu. Ela estava

preocupada.

Drak assentiu e soltou a mão dela, mudou de posição para ficar

em suas mãos e joelhos e se arrastou até o membro da equipe da frota.

Ela observou quando ele pairava sobre Tellis e de repente rolou o

macho de costas. Ele se inclinou para frente, mais perto do capacete e

rosnou baixo.

Roer levantou a arma e se moveu rápido, se aproximando.


O coração de Abby acelerou, imaginando o que estava errado.

Ela sabia que havia algo errado. Ambos os Veslor estavam

bloqueando sua visão agora e ela não podia ver muito... mas pelo que

podia ver, Tellis não se movia, mesmo com Veslor pairando sobre ele.

Roer sentou-se primeiro, então ele virou a cabeça, olhando para

ela, a raiva clara em seu rosto.

Drak cuidadosamente rolou Tellis de volta para o lado,

colocando-o longe dela, então ele recuou, retornando a Abby. Ele

sentou-se ao lado dela e agarrou sua mão.

Ela olhou para ele, apertando o estômago. — O que?

Drak também parecia irritado. — Ele selou as aberturas do

capacete.

Demorou alguns segundos para entender e quando o fez, Abby

sabia que a cor sumia de seu rosto. — Não...

Drak deu um aceno sombrio.

Abby se recuperou da notícia, incapaz de acreditar.

Os capacetes tinham duas aberturas nas laterais para permitir o

oxigênio e também funcionavam como filtros contra poeira e


contaminantes. E se as aberturas de ventilação fossem seladas

manualmente, nenhum novo oxigênio entraria no processo. Tellis

teria minutos de oxigênio antes que acabasse. Seu olhar foi para o

corpo imóvel.

Ele estava morto.

— Por quê? — Lágrimas encherem seus olhos.

Drak permaneceu calado.

Ela sabia, no entanto. Tellis tinha tanta certeza de que o resgate

não viria e mesmo que chegassem à superfície, as outras equipes os

matariam sob ordens de Rogers.

Ele escolheu morrer à sua maneira.

Não havia como selar acidentalmente os respiradouros. Ela

estendeu a mão livre e tocou uma na lateral do capacete. Havia três

pontos de pressão a, em seguida, as ripas de ventilação precisavam

ser empurradas manualmente cerca de uns três centimetros para selá-

las completamente. Foram projetados dessa maneira no caso de

toxinas no ar. As aberturas de ventilação podem ser seladas para dar

tempo ao usuário para encontrar oxigênio respirável.


Depois de vários minutos de silêncio, Roer chamou sua atenção

quando se ajoelhou, olhou dela para Drak e depois apontou a cabeça

em direção ao buraco.

Drak soltou a mão e assentiu. — Hora de ir, Abby.

O olhar dela permaneceu no corpo de Tellis.

— Não podemos levá-lo conosco. — Disse Drak gentilmente. —

Não temos cordas para arrastá-lo para trás e o peso seria difícil.

Ela odiava isso, mas ele estava certo. Tellis tomou sua decisão.

Na opinião dela, era ruim, mas não havia nada a fazer sobre isso

agora.

Abby ficou de joelhos e se arrastou em direção ao corpo.

Drak agarrou o tornozelo da bota e ela virou, olhando para ele.

Ele franziu a testa. — Eu não mentiria para você, Abby. Ele

fechou os respiradouros e morreu.

Ela levantou um dedo enluvado para indicar que queria um

momento. — Eu sei disso. Acredito em você. É uma coisa humana...

algo que preciso fazer.


Seus olhares se mantiveram por longos segundos antes que ele a

soltasse. Ela olhou para frente e rastejou o resto do caminho até Tellis,

agachando atrás dele. Abby estava feliz por não poder ver o rosto

dele. Sentou nas pernas e gentilmente colocou a mão enluvada no

ombro dele.

— Espero que você esteja com seus pais agora. Farei o meu

melhor para aqueles bastardos pagarem por deixá-lo com tanto medo

que perdeu a esperança. Eu prometo. Descanse em paz, Parker Tellis.

Você foi um bom homem que tentou me salvar. Nunca esquecerei

isso.

Ela o soltou e se virou, voltando para Drak. Roer foi ao buraco e

guardou a arma no coldre. Ele começou a subir e ela viu a terra

caindo, mas com certeza estava usando suas garras para cavar fundo

o suficiente, porque ele lentamente começou a se mover para cima.

Drak fez sinal para ela subir. Ela se arrastou, alcançou o buraco

e colocou as mãos enluvadas na terra inclinada, tentando subir. As

mãos dela deslizaram. Ela cravou os dedos mais fundo no solo, mas

ele ainda se desfez em suas mãos. Ela não conseguiu se controlar.

— Afaste-se.
Fez como Drak ordenou, saindo do caminho. Ele ajoelhou-se na

frente do buraco e levantou as mãos, as garras deslizando do alto das

luvas. As pontas afiadas tinham pelo menos alguns centímetros de

comprimento. Ele virou a cabeça, encontrando o olhar dela.

— Suba nas minhas costas e passe os braços ao meu redor. Um

por cima do meu ombro, outro por baixo e trave os dedos.

Ela percebeu que o buraco era largo o suficiente para permitir

isso, mas isso significaria que todo o seu peso estaria nele. Ela hesitou.

— Eu sou forte, Abby. Você é pequena. Faça isso. — Ele se

inclinou para frente, estendeu a mão e cravou as garras na terra. Elas

afundaram profundamente.

Abby precisou se agachar, já que o teto estava baixo, mas ela

colocou um dos braços sobre o ombro direito dele, deslizou a mão

esquerda sob o braço esquerdo e entrelaçou os dedos com força no

peito dele. Então apertou com força o corpo nas costas dele. Ele soltou

a mochila da noite anterior, o que foi uma coisa boa. Com os trajes,

não era exatamente confortável ou fácil agarrá-lo como estava.

Ele se levantou, indo mais fundo no buraco e começou a subir.

Seus pés deixaram o chão e ela agradeceu pelos Veslor terem

acendido as luzes. Esqueceu de fazer isso. Ela observou por cima do


ombro de Drak quando ele cravou mais alto com uma mão e os puxou

para cima, depois repetiu o movimento. A força dele a surpreendeu.

Ele fazia parecer fácil, embora ela soubesse que não era.

Ela olhou para baixo depois de um tempo, para a escuridão total.

O medo a inundou, pensando em como um dos Cádia poderia

esgueirar-se atrás deles. Ela desviou o olhar, olhando para cima. Era

aí que ela encontraria esperança.

Eles fizeram uma curva e Drak precisou rolar um pouco,

deixando Abby quase esmagada entre uma pedra e seu corpo. Ele

encontrou lugares para segurar e puxou mais alto.

Ele grunhia e rosnava frequentemente. E da sua parte, Abby

tentou ficar muito quieta e em silêncio. Seus braços e mãos doíam,

mas ela ignorou a dor. Certamente não reclamaria quando Drak

estava fazendo todo o trabalho real.

Os túneis eram como deslizamentos de terra, inclinando-se

levemente em alguns lugares, mas mais acentuados em outros. A

terra caia sobre eles, subindo à frente. Podia olhar para cima e ver a

luz dele. E se caísse, bateria neles. Todos poderiam acabar onde o

corpo de Tellis estava.


E de repente, os dedos de Abby escorregaram e ela ofegou,

caindo cerca de quinze centímetros por baixo de Drak. Ele

rapidamente abaixou um braço para agarrar seu traje e a impediu de

cair mais.

Ela ofegou, aterrorizada. A última coisa que queria fazer era

voltar para onde eles começaram.

— Eu peguei você. — Drak assegurou.

— Sinto muito.

— Abby. — Disse Drak calmamente. — Eu quero que você

deslize debaixo de mim.

Ela desejou poder ver o rosto de Drak. — Por baixo?

— Sim. Por baixo. Dessa forma, se você começar a cair de novo,

posso prendê-la no lugar. Manobre e segure meus ombros.

— Sinto muito... estou cansada e minhas mãos escorregaram.

— Você não foi feita para isso. Apenas queria que tivéssemos

cordas. Eu a amarraria a mim. Fique por baixo mim e agarre-se aos

meus ombros. E se escorregar, usarei meu peso para prendê-la na

parede.
Era difícil de manobrar a seu lado, segurando seus ombros em

seguida, ele levantou o suficiente para ela deslizar sob ele. Ela ajustou

o aperto, agarrando a parte superior dos ombros dele e se viu de

frente para o peito. Foi preciso muito esforço para segurá-lo, até o

capacete bater no de Drak.

Seus olhares se encontraram quando ela ficou nivelada com ele,

então colocou os braços ao redor de seu pescoço.

Ele sorriu. — Eu irei pressioná-la um pouco, mas o traje deve

protegê-la do meu peso.

— Obrigada.

— Tudo bem.

Ela assentiu, também envolvendo as pernas ao redor dos quadris

dele para mantê-las fora do caminho. Não foi fácil lidar com os fatos.

Ele olhou para cima, com o capacete ao lado do dela e cravou as

garras na terra sobre a cabeça deles. Um pouco caiu em seu capacete,

mas ela não disse nada enquanto ele os puxava mais alto. As costas

de seu traje se arrastavam contra a terra solta, fazendo ruído.


Abby fechou os olhos e se agarrou a Drak. Seus trajes colidiam

em todos os movimentos que ele fazia, mas estavam subindo.

Lentamente e era o que importava.

Eles finalmente pararam em uma parte menos inclinada do

túnel. O pobre Drak estava cansado. A ação o fez esmagá-la, mas ela

podia sentir a força com que estava presa entre ele e a parede.

Sua respiração parecia muito menos áspera quando o intervalo

acabou. Ele encontrou o olhar dela.

— Como você está, Abby?

— Eu preciso fazer xixi.

Os olhos dele se arregalaram.

Ela mordeu o lábio. — Eu sei. Posso usar o traje. É apenas...

— Eu fui usei o traje. Eles são projetados para isso.

— Você tem um nariz sensível. — Ela admitiu.

Ele sorriu levemente. — Os filtros mantêm a poeira afastada e

selam os aromas por dentro. Eu não saberia a menos que você me

dissesse. Esvazie sua bexiga, Abby. Todos nós fazemos isso durante

os longos turnos.
Ela assentiu. — Eu sei que é uma função natural do corpo. E o

processo tem uma área de contenção por esse motivo. Entendo. É

apenas... grosseiro. Você sabe? Eu não fui treinada para fazer esse tipo

de coisa. Além disso, uso calcinha sob meu traje.

— Roupa Íntima?

— Esqueça. Meu problema.

Ela precisou admitir silenciosamente que isso ajudou quando

soltou a bexiga. Ela imediatamente sentiu alívio. Era apenas nojento

saber que ela fez xixi na calcinha e agora estava molhado contra a pele

dela.

Um rosnado veio de cima. Drak olhou para Roer e depois para

ela. — Aguente. Está na hora de se mover.

A culpa retornou por prender Drak, carregando-a pelo túnel. —

Onde porra está o drone? Um já deveria estar aqui agora.

— Estou ciente. O sol nasceu há horas. Também não ouvimos

nenhum ruído de um ônibus.

— Você acha que pode ouvir isso?

Ele assentiu.
O medo começou a aparecer. E se Tellis estivesse certo?

Ela empurrou essa possibilidade de lado. Howard iria ao

inferno, garantindo que todos os esforços fossem feitos para resgatar

ela e os Veslor. Ele sabia que ela e Rogers não se davam bem. O

Comandante Howard Bill não era tolo. Não aceitaria a palavra de

Rogers em nada em que Abby estivesse envolvida, nem deixaria seu

destino nas mãos de um homem em quem não confiava.

Os Veslor continuaram subindo. Os braços de Abby doíam e ela

lutou contra as lágrimas. Entre fome, sede e músculos doloridos, a

situação era bastante infeliz. A única coisa que a impedia de explodir

em soluços era Drak. Ele não estava reclamando, nem um pouco,

então ela também não o faria. Abby se recusava a ceder a suas

emoções.

E de um segundo ao outro, ela ouviu um barulho estranho, Drak

congelou. A terra acima deles também parou de cair, indicando que

Roer parou de subir. O medo congelou a respiração em seus pulmões.

Fazia barulho suficiente para acordar um Cadia. Ela queria perguntar

a opinião de Drak sobre o que era aquele som, mas ficou quieta.

E de repente, ele soltou uma risada calma. O som a assustou.

— O que?
Ele levantou seu corpo do dela e deu-lhe um sorriso cansado,

mas amplo. — Drone.

Roer confirmou suas palavras. — Eu o vejo!

— Graças a Deus. — Abby murmurou, inclinando a cabeça. Ela

não podia ver o pequeno drone, mas quando ele se aproximou, ela

identificou o leve ruído do motor.

— Obrigado, porra! — Uma voz familiar ecoou. — Abby Thomas

está com você?

Roer respondeu. — Sim. Somos três sobreviventes. Envie cordas.

— Quem é esse? — Drak manteve a voz baixa.

— O Comandante Bill. — Ela piscou para conter as lágrimas. —

Ele veio. Sabia que ele não confiaria nosso resgate a Rogers. — Ela

disse suavemente. — Achei que ele enviaria alguém em quem

confiasse absolutamente que não estivesse em uma das equipes

táticas. Mas ele mesmo veio. —

O som do drone desapareceu.

Logo voltou com uma corda, conforme solicitado, mas eles

precisavam ser puxados um de cada vez. Roeu foi primeiro, já que


seu corpo bloqueava boa parte do canal acima deles. Drak a manteve

presa embaixo dele enquanto a terra caia à medida que Roer era

arrastado rapidamente.

— Nós iremos juntos. — Drak informou.

— Você quer dizer quando eles mandarem a corda novamente?

Ele assentiu. — Roer estava acima de nós para agir como sua

guarda, se encontrássemos hostilidade na superfície. Mas ficarei com

você o tempo todo. Não sabemos o que há lá em cima.

— O Comandante Bill está lá em cima. Ele não vai me machucar.

— Ficamos juntos, Abby. — Drak rosnou as palavras.

— Ok. — Ela não discutiria com ele.

O drone voltou com a corda. Foi ela quem a alcançou, já que

Drak tinha suas garras cravadas no túnel para impedir que

deslizassem de volta para baixo.

— Prenda na parte de trás do meu traje.

Ela se levantou para ver o que estava fazendo. Os trajes tinham

anéis na parte de trás, logo abaixo do capacete. Ela rapidamente o

prendeu na corda.
— Feito.

O drone pairava acima deles e Drak olhou. — Aperte bem.

Levarei Abby comigo.

O drone recuou e a corda puxou até ficar firme. Drak finalmente

arrancou suas garras da terra, abraçou Abby com força e depois rolou

de costas.

Então estavam sendo puxados para a superfície. Não foi tão

rápido quanto Roer, mas ainda se moviam mais rápido do que

quando escalavam. Logo ela viu a luz do dia e estava tão brilhante

que quase machucou seus olhos. Isso não importava. Estavam a

salvos.

O túnel achatou-se a cerca de um metro e meio do topo e ela

apertou Drak com mais força quando foram levantados

completamente na vertical. Uma armação com braços de cerca de três

metros de altura foi colocada sobre o buraco. O aparelho os levantou

e os balançou em terreno sólido.

Drak colocou-a gentilmente de pé quando pararam. Ela olhou ao

redor, vendo um grupo de cerca de quinze funcionários da frota. Seus

uniformes a surpreenderam — nenhum era tático. Nenhum deles


usava armadura, mas tinham chapéus e luvas de abas largas,

protegendo a maior parte de sua pele dos sóis brilhantes.

Então ela viu Howard. O pobre homem parecia um inferno. Ela

tinha certeza de que ele não dormiu, a julgar pela expressão abatida,

palidez gritante e a barba em seu rosto.

Drak deu um passo atrás dela. Um dos médicos da frota correu

para retirar o clipe do traje.

Abby correu para Howard. — Você veio por nós!

Ele agarrou as laterais do capacete com as duas mãos e a

encarou, quase como se ela não fosse real. — Você está ferida?

— Estou bem. Os Veslor me mantiveram viva. Eu disse que eles

o faria.

— Que porra aconteceu?

Ela não desviou o olhar quando disse: — Milts me empurrou.

Tellis me agarrou para me impedir de cair, mas Peters o empurrou.

Não foi um acidente.

Howard empalideceu mais.


— Tellis selou as saídas de ar do capacete durante a noite

enquanto dormíamos, esperando pela manhã. Ele tinha certeza de

que morreríamos mesmo se chegássemos à superfície. Ele disse que

as equipes garantiriam que nunca voltássemos para contar a ninguém

o que realmente aconteceu. — Lágrimas deslizaram pelo rosto dela.

Ele se sufocou, Howard. Quero que esses idiotas paguem por sua

morte!

— Jesus. — Howard a soltou e desviou o olhar. — Estou enjoado.

Eu nunca pensei que um deles tentaria matá-la. Estou...

— Surpreso. Eu sei. Também não esperava que um deles tentasse

me matar.

Ele segurou o olhar dela novamente. — Por que fariam isso? Eu

sei que você é um diabinho, mas porque tentar matá-la?

Por um breve segundo, ela não conseguiu encontrar o olhar dele.

— Eu deixaria a equipe em problemas pela maneira como trataram os

Veslor. Tellis disse que Milts provavelmente fez isso sem ordens.

Acho que ele estava com raiva. — Ela olhou de volta para ele. — Mas

Tellis também tinha certeza de que Rogers iria encobri-lo para

proteger seus companheiros de equipe.


Howard assentiu. — Conversaremos sobre isso mais tarde. Você

parece pálida e tenho certeza que está com fome.

Ela olhou para o pessoal no chão. — Você trouxe as equipes

médicas?

Howard concordou. — A maioria deles tem treinamento de

combate. Ordenei que todas as equipes táticas fossem contidas em

suas cabines enquanto essa missão de resgate estivesse em

andamento. Eu disse a mim mesmo que estava sendo paranoico ao

pensar que isso não passava de um acidente... mas sabia que Rogers

estava irritado com você.

Ela assentiu. — Onde estão os outros dois Veslor que retornaram

no ônibus para Defcon Red?

— Trancados em suas cabines também. Eles causaram uma

bagunça do inferno, mas eu disse que pessoalmente viria aqui com

apenas médicos em quem confiava para esse resgate. Eles entraram

em contato com seu rei, então é melhor eu levar seus homens de volta.

— Howard sorriu. — Ele é um bastardo duro que não teve escrúpulos

em me ameaçar. Gostei dele.

— Os Veslor são boas pessoas, Howard.


Ele assentiu. Então sua expressão ficou sombria. — Eu gostaria

de dizer o mesmo agora sobre meus próprios homens.

Abby se virou, encarando Drak. Ele estava a cerca de três metros

de distância, ao lado de Roer. Os médicos estavam conversando com

eles, provavelmente perguntando se estavam feridos.

Howard segurou o capacete novamente, fazendo-a virar. —

Você está ferida?

— Não. Eu mataria por um banho e uma refeição quente, no

entanto.

— Você terá os dois, então teremos uma longa conversa. Precisa

me contar tudo o que aconteceu, em detalhes.

— Com certeza o farei. Tellis cometeu suicídio e prometi que

garantiria que eles pagassem. Ele tinha tanto medo de seus próprios

colegas de equipe... e o que eles fariam se sobrevivêssemos.


Drak queria ficar com Abby quando o ônibus aterrissou em

Defcon Red, mas o Comandante foi inflexível quanto a tê-la verificada

na ala médica. O humano imediatamente ordenou que ela fosse com

seus médicos.

Abby o chamou antes de ser levado embora. — Durma um

pouco, Drak. Encontro você depois.

Ele precisou vê-la partir, infeliz por deixá-la fora de vista.

Roth abraçou Drak e depois Deu a Roer um abraço apertado

quando saíram do ônibus, felizes em vê-los. O Comandante Bill

permitiu que saíssem do confinamento para encontrá-los na chegada.

— Quero que vocês me digam tudo. Então poderá tomar um banho,

comer e dormir. — Ele rosnou para os dois.

— Depois que fizer uma varredura por ferimentos. — Maith os

abraçou a seguir.

— Nós não estamos feridos. Estou pronto para me limpar, mas

meu estômago pode esperar até depois que descanse. — Admitiu

Roer.
— O descanso é mais importante que a comida. — Concordou

Maith. — Mas tome banho primeiro. Vocês dois cheiram mal.

Drak assentiu. Ele suava muito no traje. A exaustão o atingiu,

agora que a adrenalina desapareceu desde que estavam de volta à

nave humana. Ele e Roer não dormiram nada. As horas passadas no

subsolo foram tensas, enquanto os Cadia se moviam ao redor deles

até finalmente adormecerem.

Roth e Maith ouviram Roer contar tudo o que aconteceu, desde

o momento em que pularam no buraco até o drone os encontrar

subindo em direção à superfície. Drak ficou feliz pelo macho se sentir

falante, já que não se sentia assim.

— Estou agradecido por vocês dois terem sobrevivido. — Roth

suspirou. — Eu me preocupei.

— Você se limpa primeiro. — Drak ofereceu a Roer quando eles

entraram na cabine.

Roer sorriu. — Esse era o meu plano. Eu o ajudei a conquistar

sua fêmea. É justo eu ser o primeiro.

— O que? — Roth entrou no caminho de Drak para o quarto de

dormir, ganhando sua atenção. — Sua fêmea?


— A fêmea concordou em deixar Drak abraça-la para confortá-

la de seu trauma. — Roer riu.

— Silêncio. — Drak rosnou. — Vá se limpar.

— Estou indo. — Roem caminhou para o banheiro.

— Não. — Roth balançou a cabeça. — Não haverá cópula com

fêmeas humanas. Você ouviu o que eu disse antes. Nosso rei me disse

que seus médicos podem perseguir as fêmeas por medo de engravidá-

las. Você não engravidará a fêmea com um filhote e estragará o

trabalho que estamos aqui para fazer pelo nosso rei.

— Não tenho planos de ter um filhote com Abby.

Roth relaxou. — Bom. — Ele deu um passo para trás.

— Mas copularei se ela concordar.

— Você não o fará. — Roth fez uma careta, balançando a cabeça.

Drak não estava disposto a discutir. Ele segurou o olhar de seu

líder. — Eu o farei. Tenho sentimentos por Abby. Você me negaria a

chance de descobrir se ela é minha?

Os traços de Roth se suavizaram. — Nós somos soldados.

Nenhuma fêmea quer se acasalar conosco. Não temos mais casa,


desde que deixamos o agrupamento familiar. Não posso voltar a

viver sob o domínio de Zorrgo. Ele sempre se sentirá ressentido por

não termos ficado. Eles perderam quatro machos fortes e saudáveis

quando saímos. Nós iriamos lutar e eu me sentiria profundamente

arrependido. — Ele fez uma pausa. — Ele ganhou seu lugar como

líder, mas não posso mais me submeter a ele. Não posso. E não desejo

liderar esse agrupamento. Eles se ressentem por substituir Zorrgo.

A simpatia brotou em Drak. Zorrgo era um bom macho, irmão

do pai de Roth. O Veslor mais velho era justo, sábio e ele ganhou

muito respeito. Perturbaria suas famílias se Roth desafiasse e

vencesse uma briga com o macho. — Sabíamos que nunca mais

poderíamos voltar a morar com eles uma vez que decidíssemos partir.

Eu nunca pediria que você voltasse.

Roth estendeu a mão e agarrou seu braço. — Soldados não se

acasalam.

— Você disse que nosso rei nos daria terras não reclamadas. Isso

muda tudo. Desde a primeira batalha que economizamos,

compramos nosso próprio território em outro lugar, mas levaria anos

mais para ganhar o suficiente para fazer isso.


Roth o soltou e recuou, surpreso por suas feições. — Você deseja

que nos instalemos em um planeta tão cedo? Ainda somos jovens e

fortes.

— Não estou pedindo a nenhum de vocês que desista do que

amamos. Abby não é como nossas fêmeas. Ela mencionou trabalhar

em outras colônias e está morando nesta nave. Viajar não é traumático

para ela ou para algo que é contra. Mas seremos dotados de terra

quando os humanos não nos quiserem mais aqui e devemos levá-la.

Podemos então gastar nossos fundos poupados para construir uma

casa mais cedo do que planejamos. Ainda travaremos batalhas para

receber pagamentos, mas também teremos um lar. Podemos ter os

dois, Roth.

Roth desviou o olhar, parecendo pensar nisso antes de encontrar

seu olhar novamente. — Você deixaria sua companheira e filhotes em

casa para lutar conosco? — Ele balançou a cabeça. — Não fará isso.

Seu coração não permitiria que você se separasse deles.

— Você está certo. Eu não faria se Abby já tivesse meus filhotes.

Não tenho certeza de que ela irá querer se tornar minha companheira

ou que eu gostaria que ela fosse. Precisamos descobrir isso primeiro.

Ela não pode engravidar por acidente. Poderíamos passar anos juntos
antes de ter filhotes. Ela pode querer viajar conosco. Entre trabalhos,

podemos viver em nossa nova casa. Isso nos ajudará a ajustar antes

de nos estabelecermos lá para sempre.

Roth inalou profundamente e soltou o ar.

— Eu gosto desse plano. — Afirmou Maith.

Drak virou a cabeça, esquecendo que o macho estava parado

perto dele. Ele ofereceu um sorriso. Maith sorriu de volta.

— Você também? Deseja encontrar uma companheira humana

também? — Roth fez uma careta.

— Provavelmente. Eu não sou contra. Nossas fêmeas não

acasalam conosco até que se estabeleçam em um planeta para sempre.

Mesmo assim, as chances são baixas de encontrar parceiros. Elas nos

consideram muito selvagens. Você deve admitir que podemos

acasalar com humanas sem ter filhotes imediatamente. Suas fêmeas

não mudam ou têm impulsos sexuais agressivos para desencadear os

nossos. No entanto, teríamos que ser gentis com elas. Eu não gostaria

de aterrorizar uma humana frágil, com minha forma de luta para

copular com ela. Ela ficaria traumatizada por toda a vida. Estimo que

levaria alguns anos a partir do momento em que encontrasse uma


companheira humana, para ela aprender a confiar em mim o

suficiente para montá-la dessa forma.

Roth bufou, mas a diversão curvou seus lábios. Ele levantou as

mãos. — Bem. Mas essas companheiras humanas terão que concordar

em viajar conosco. Certifiquem-se antes de reivindicar uma para a

vida. Ainda não estou pronto para me estabelecer em um planeta.

Mesmo recebendo terra como presente, nossos fundos não são

suficientes para durar para sempre. Temos mais batalhas para lutar.

Drak sentiu alívio. — Conversarei com Abby. Tenho certeza de

que ela concordará com esses termos se estiver disposta a se tornar

minha companheira.

— Primeiro precisa convencê-la a copular com você. — Maith

riu. — Isso não será fácil.

Roeu saiu do banheiro com uma toalha ao redor da cintura, a

pele molhada do chuveiro. — Oh, essa fêmea permitirá que Drak a

coloque de quatro. Eles se uniram. Minha preocupação é que ela

permita que ele mude e a tome imediatamente. Ela é uma fêmea

corajosa. Eles podem acabar com um filhote mais cedo do que Drak

pensa.

O orgulho encheu o peito de Drak. — Ela é especial.


Roth rosnou. — Sem filhotes. Concordo em construir uma casa

que possamos visitar, mas ainda somos lutadores nos próximos anos.

Filhotes significam ter que se estabelecer em um planeta.

— Isso não é verdade.

Todos eles olharam para Maith.

— Brassi e sua companheira humana, Vivian, têm um filhote.

Eles moram em uma nave comercial. Eu disse, li os relatórios dela.

Eles não se estabeleceram em um dos nossos planetas.

Isso lembrou Drak do que descobriu recentemente. — Esse casal

está tendo outro filhote. Abby é amiga da fêmea. Ela soube que a

amiga está grávida novamente.

Roth pareceu totalmente chocado. — Nenhuma fêmea permitiria

que seus filhotes fossem criados em uma nave!

— Nenhuma fêmea Veslor o faria. — Maith encolheu os ombros.

Os seres humanos são diferentes. Talvez não tenham os mesmos

instintos de nidificação de nossas fêmeas. Eu tenho muito a aprender

sobre eles. — Seu olhar foi para Drak e ele sorriu. — Também revisarei

a anatomia humana, já que alguém poderá se juntar ao nosso grupo

em breve. Eu me tornarei seu médico.


Roth foi até o lugar estranho que os humanos chamavam de sofá.

Ele sentou e encostou na parte de trás acolchoada. — A vida era muito

mais simples antes de aceitarmos este trabalho.

— Preciso me limpar. — Drak foi em direção ao banheiro.

— Bom. Você fede. — Roer sorriu, indo para o quarto de dormir

para descansar.

Drak riu, entrou no banheiro e começou a remover o resto da

armadura humana. Foi fácil tirá-lo e ele o jogou sobre o traje

descartado de Roer. Então entrou na água. Seus pensamentos

estavam totalmente focados em Abby. Ele dormiria e depois a

procuraria.

Ele ficou limpo, secou o corpo e enrolou uma toalha na cintura

para sair do banheiro. Maith esperava do lado de fora da porta. Roth

não estava mais ali.

— Ele deu um passeio para clarear seus pensamentos. Está

preocupado com o nosso futuro.

Drak suspirou. — Ele está chateado comigo.

— Irá se ajustar. Os seres humanos podem se reproduzir

conosco. Essa informação muda nossa perspectiva se somos atraídos


por suas fêmeas. Não precisamos desistir do futuro que

imaginávamos para estar com uma. Ele descobrirá isso. Agora durma.

Você verá a fêmea mais tarde.

Drak entrou no quarto de dormir. Estava apertado com os dois

conjuntos de beliches empilhados. Abriu uma das gavetas da parede

e tirou uma calça.

— Eu o invejo um pouco. — Roer disse suavemente.

Drak puxou o tecido pelas pernas e subiu no beliche depois de

apertar a cintura. As camas humanas eram pequenas demais para um

macho Veslor, mas o estofamento era pelo menos confortável. — Você

poderia encontrar sua própria humana.

Roer grunhiu. — Eu cuido delas. Você é bonito para um macho.

Eu não sou.

Drak riu, achando divertido o quase insulto. — Algumas delas

são corajosas, como você disse. Encontre uma dessas fêmeas.

Obrigado por me ajudar a salvar Abby.

— Sempre. Não somos sangue, mas somos irmãos.

Ele sorriu. Sua equipe sempre cobriu suas costas. Ele permitiu

que o sono o levasse.


Abby terminou o banho e vestiu um roupão. Ela ficou feliz que

o traje tático foi deixado para trás na área médica quando foi

examinada. Ela não queria nada fedido em sua cabine. Os médicos a

liberaram, deram-lhe um robe para vestir em sua cabine e a primeira

coisa que fez foi se limpar.

Estava a meio caminho de buscar comida quando alguém tocou

a campainha do corredor. O monitor ao lado da porta mostrava

Howard parado ali. Ela apertou o botão para abri-lo e ele começou a

entrar. Então hesitou quando a viu.

— Eu volto depois.

— Não. Está bem. Estou decente. — Ela se virou, caminhando

para a comida e pedindo chá e alguns doces de café da manhã. —

Espero que você não se importe de comer enquanto conversamos.

— Claro que não. Acho que perdi cinco anos da minha vida

quando o ônibus pousou e fui informado de que você ainda estava no

planeta.
Ela tomou um gole de chá. — Sinto muito. Também não foi

divertido para mim. Não posso dizer o quão feliz fiquei quando Drak

e Roer me encontraram.

— Ouvi dizer que você recebeu a liberação do Dr. Azzelle.

— Sim. O que acontecerá com Milts e Peters?

— A Equipe Um está bloqueada em suas cabines. Levei Rogers

para o meu escritório. Ele nega as acusações contra seus homens, é

claro. Ele jura que nunca fariam algo assim.

— Não estou surpresa.

— Ele está convencido de que você mentiu sobre o que aconteceu

para causar problemas a ele e seus homens.

Ela bufou, dando uma mordida na massa. Tinha um sabor

delicioso. Ela engoliu e acenou para a pequena mesa e cadeiras. Eles

sentaram. — Deixe-me adivinhar. É porque estou tão atraída pelo

idiota e isso é uma vingança por ele me recusar. Pensou que você me

mandaria embora, já que o envergonhei tanto. Você não pode ter sua

amante seduzindo seus homens.

A raiva curvou a boca de Howard. — Essa foi exatamente a

merda que ele falou, dizendo que toda a equipe queria apresentar
queixas contra você. Estou quase envergonhado por sua história

fraca. Pensei que a frota treinasse nosso pessoal para ser muito mais

inteligente.

— Então? — Ela terminou a comida e tomou um gole de chá.

— O problema é que é sua palavra contra a deles. Não há provas

e Tellis não pode confirmar sua versão dos fatos. O drone foi capaz

de prender uma corda ao seu traje e os médicos levantaram seu corpo.

Eles verificaram que ele cometeu suicídio, mas sentiu muita dor.

Tinha um ombro deslocado e seis ossos fraturados. Não tenho provas

para prender Darren Milts ou Morgan Peters por colocá-la naquele

buraco. Eles estão contando a mesma história, que você tropeçou.

Nenhum dos trajes é equipado com câmeras.

Abby estava furiosa, mas nada disso era uma surpresa. — Achei

que não seria tão fácil acertá-los.

— Eu me recuso a tê-los mais sob meu comando. Não apenas a

Equipe Um está confinada em suas cabines, mas também estou

transferindo suas bundas o mais rápido possível. Apenas queria que

fossem para um centro de detenção em vez de para outra missão.

— Eu sei que você fez o que pode. — Disse ela frustrada. — Pelo

menos eles não serão mais capazes de mexer com os Veslor. É ruim,
porque meus medos sobre esse assunto foram definitivamente

confirmados.

— Roth pediu para liderar sua própria equipe sem a assistência

da nossa. Concordei. Não seria justo terminar nossa associação com

os Veslor apenas por causa do que Rogers fez com eles. São aliados

sólidos e detectam os Cadia muito melhor do que nosso próprio povo.

Também substituí Rogers por Clark Yenna. Ele liderará todas as

equipes táticas por enquanto.

— Ele é confiável?

— Sim. Isso me leva à verdadeira razão pela qual vim falar com

você. — Howard se inclinou para mais perto. — Você deveria ir para

casa, Abby.

— Não.

Howard levantou as mãos. — Ouça. Por favor? Apenas ouça o

que tenho a dizer antes de discutir.

Abby apertou os lábios e assentiu. Ela devia isso a ele.

Ele colocou as mãos na mesa. — Você temia que houvesse

problemas para os Veslor e estava certa. Meus olhos foram abertos.

Escolhi Clark Yenna porque ele trabalhou comigo por doze anos. Está
perto de se aposentar e optou por pilotar em vez de liderar uma

equipe própria. Confio nele. Ele é justo, trabalhou no passado com

raças alienígenas e é um homem bom. Quando me sentei com ele

ontem à noite para pedir sua opinião quando você desapareceu e

compartilhei o que Rogers fez até agora aos Veslor, ele ficou irritado.

Ela gostou de ouvir isso. — Bom.

— As gerações mais velhas se orgulham dos membros de nossa

frota e de sua conduta. É pessoal quando eles fodem e não somos

tolerantes com essa merda. Clark estará atribuindo seus deveres aos

Veslor e se ofereceu para pilotá-los pessoalmente em todos os turnos.

Confio nele. Roth e eu também conversamos muito. Os Veslor não

reclamam. Descobri isso rapidamente. Mas expliquei que, ao não

falar, estava permitindo que os membros da frota criassem leis. Ele

prometeu ser mais próximo a partir de agora. Dei a ele uma linha

direta para entrar em contato comigo e compartilharemos algumas

refeições a cada semana a partir de agora, para ajudar a facilitar as

relações entre nosso pessoal. Acompanharei como eles serão tratados.

Ela olhou para ele enquanto segundos silenciosos passavam.

— Sua missão foi um sucesso. Você pensou que os Veslor

poderiam ser maltratados, eles foram, mas agora está sendo


consertado. — Ele limpou a garganta. — Não há mais motivos para

você ficar aqui.

— Sou grata por isso, mas ainda não vou para casa.

— Você quase morreu!

Ela balançou com a explosão emocional dele e o estudou mais de

perto.

— Você está cansado, Howard. — Ela estendeu a mão e tocou a

mão dele. — Estou realmente bem.

Ele virou a mão e agarrou a dela. — Claro que estou cansado!

Você acha que eu dormi sabendo que estava naquele planeta em

algum buraco com criaturas alienígenas que poderiam ter comido

você? Eu nem sabia se estava viva!

— Eu estou.

— Esse não é o ponto. — Ele falou. — Eu teria que dizer aos meus

dois amigos mais queridos que fodi tudo e não cuidei de você tão bem

quanto deveria. Minha carreira é minha vida. A única vez que me

casei, não durou dois anos e com certeza não queria ter um bebê

comigo. Eu a vi crescer como um pai orgulhoso, Abby. Você é a coisa

mais próxima que tenho de uma filha. — Lágrimas encheram seus


olhos. — Eu tinha certeza de que você estava segura aqui, que eu

estava a mimando, permitindo que tivesse o trabalho e que eu

passaria algum tempo precioso com você. A noite passada explodiu

tudo. Como poderia viver se tivesse morrido? Meus próprios homens

a empurraram para aquele buraco! E não posso prendê-los por isso,

porque não há provas.

Lágrimas encheram seus olhos também e ela apertou a mão dele

com mais força. — Lamento que você tenha passado por tudo isso,

Howard. E sou grata por você se importar. Sabe que também é minha

família.

— Você irá para a Terra, Abby. Fez inimigos com Rogers e sua

equipe. Eu os transferirei para outra nave, mas não será por algumas

semanas. Até o momento, nenhuma outra embarcação da frota se

aproxima. Não posso mantê-los confinados em suas cabines por esse

período de tempo sem apresentar queixa. Isso significa que eles

podem tentar se vingar de você, não permitirei isso.

— Eles não seriam tão estúpidos para tentar novamente.

— Discordo. Enviei uma mensagem para sua assistente algumas

horas atrás. Mel enviará um transporte privado para buscá-la. Eu não

contei a seus pais o que aconteceu ainda, são informações que eles
devem ouvir apenas quando puderem ver que você está bem com os

próprios olhos. Caso contrário, penas se preocuparão até você chegar

à Terra.

— Eu ficarei, Howard.

— Não, você não ficará.

Ela se inclinou sobre a mesa. — Ficarei.

— Você renunciará.

Ela balançou a cabeça. — Ainda não.

— Droga, Abby! — Ele puxou sua mão livre da dela. — Você está

demitida então.

Ela fez uma careta. — Você não quer dizer isso. Não dormiu.

Provavelmente também não comeu. Está estressado e precisa

descansar. Você se sentirá melhor depois.

— Você irá para casa, Abby.

— Eu, hum... fiz uma promessa a Drak.

Ele estreitou os olhos. — Um dos Veslor?


Ela assentiu. — Eu o deixarei me confortar depois da minha

provação mais tarde, depois que ele dormir um pouco. — Um sorriso

curvou seus lábios. — Talvez mais. Preciso estar aqui para ver o que

esse conforto leva. Você não quer ser um possível bloqueador de

romance, não é?

Ele ficou boquiaberto para ela, com os olhos arregalados.

— Ele pulou em um buraco para ir atrás de mim e pediu a outro

Veslor para ajudá-lo. Então me deixou dormir enquanto os dois

ficavam acordados a noite toda, me protegendo das feras. Drak

merece uma chance. E os meus pais estão sempre me dizendo que eu

deveria dar a eles alguns netos.

Ele piscou algumas vezes. — Você está falando sério?

— Sim.

— Um Veslor? — Ele continuava olhando incrédulo.

— Vivian está extremamente feliz com Brassi. Ela jura que ele a

trata melhor do que qualquer homem humano jamais poderia. Drak

não entende o dinheiro da Terra e sua tecnologia já é melhor do que

a que a D Corp faz. Então eu sei que ele não está interessado em mim

por nenhuma das razões que outros homens ficariam. Acho que ele
apenas gosta de mim. Ele até sabe que sou má. Você quer saber como

ele me chamou, mesmo depois que gritei com Rogers?

As sobrancelhas de Howard se levantaram.

— Doce. — Em sua expressão duvidosa, ela assentiu. — Sim.

Drak acha que sou uma mulher doce. Você já ouviu alguém usar essa

palavra na mesma frase com o meu nome, a menos que fosse, tipo,

seria legal se a cadela Abby quebrasse o queixo para que calasse a boca?

Howard balançou a cabeça, mas o humor brilhou em seu olhar.

— Drak arriscou sua vida pela minha. Eu tinha descartado os

homens, Howard, mas ele me fez mudar de idéia. Quero ver o que

acontece entre nós e isso significa que preciso ficar. Demita-me se for

necessário, mas por favor, não me expulse da Defcon Red. Dê-me

algumas semanas pelo menos para ver se isso pode ir a qualquer

lugar. Também... espere. Não se mexa. — Ela se levantou e correu

para o quarto, pegou o tablet e ligou.

Abby sentou- se e pegou algumas fotos de Klad. — Veja. Este é

o filho de Vivian e Brassi. Diga-me se ele não é o bebê mais adorável

que você já viu.

Howard olhou para as imagens. — Seus pais vão te deserdar.


Ela riu. — Ok, então a coisa toda sobre filhotes é diferente, mas

com relação aos netos, Klad não é fofo? Ele aprenderá a mudar para a

forma humana em breve. Esta é a outra metade deles. Você sabe que

Veslor são shifters.

Howard passou as imagens. — Ele é fofo.

— Desisti de pensar em ter filhos. Agora estou realmente

pensando em filhotes.

Howard levantou a cabeça e seus olhares se encontraram.

— Amor, tio Howard. Eu posso encontrar amor com Drak. Meus

pais vão se ajustar se isso acontecer. Nesse ponto, não acho que sejam

exigentes com quem me caso e com o tipo de filhos que terei. Eles

ficarão felizes porque não será um ator de ou algum idiota que me

quer apenas pelo meu dinheiro.

Ele soltou uma risada incrédula. — Você é um problema, Abby.

— Posso ficar?

Ele soltou o tablet e se endireitou na cadeira. — Você pode ficar,

mas não há mais missões na superfície. E precisa prometer que não

vai engravidar antes de ter certeza disso... Drak.


— Não tem problema. — Ela relaxou. — Obrigada. Agora

precisamos consertar o alojamento dos Veslor.

As sobrancelhas de Howard subiram novamente. — O que há de

errado com eles?

— Rogers deu a eles uma única cabine e colocou ali duas

beliches. Você pode imaginá-los dividindo um espaço desse

tamanho? — Ela acenou com a mão para sua cabine. Não era um lugar

espaçoso.

Howard começou a xingar.

Abby ficou de pé. — Eu vou me vestir e corrigir isso enquanto

você e os Veslor dormem. Descansei bastante com eles me vigiando a

noite toda. Vou me encontrar com a pessoa que designa cabines para

os civis para ver o que está disponível. Encontrarei uma cabine

familiar com três quartos e um escritório, se eles quiserem

permanecer juntos em um espaço ou quatro cabines uma ao lado da

outra.

— Eu posso pedir para Clark fazer isso. O trabalho dele agora é

cuidar deles.
— Você pode, mas eu gostaria de fazer isso sozinha. Dessa

forma, tenho certeza de que está resolvido.

Howard revirou os olhos, mas ele se levantou. — Bem. Estou

cansado demais para discutir com você.

— Obrigada!

Ele caminhou até a porta, mas depois se virou. — Merda. Mel

ainda enviará o ônibus para buscá-la.

— Lidarei com isso.

Ele suspirou, abriu a porta e foi embora. As portas se fecharam

atrás dele.

Abby abriu um link para comunicações e fez login. Demorou

quase uma hora para garantir um forte sinal à Terra, permitindo que

todos os satélites se alinhassem à posição atual de Defcon Red. Havia

vantagens em estar em uma das maiores naves militares da frota,

mesmo que essas vantagens levassem um tempo.

O logotipo da D Corp apareceu na tela, mas não foi o rosto de

Mel que se materializou.

— Srta. Thomas!
— Oi Nellie. Chame Mel. Eu preciso falar com ela rápido antes

de perdermos o link.

Ela mordeu o lábio inferior e se inclinou para frente, abaixando

a voz. — Hum, ela não está aqui.

Isso surpreendeu Abby. — Mel realmente tirou um dia de folga?

Chocante.

Nellie esticou o pescoço, olhando ao redor como se tivesse

certeza de que ninguém estava perto de sua mesa, então encontrou

seu olhar. — Ela está indo na sua direção.

— O que? Já? Levaria um dia inteiro para preparar uma viagem

como essa. — Abby quase deixou cair o tablet.

— Quando ela recebeu a ligação algumas horas atrás, exigindo

que enviasse um ônibus para recuperá-la... — Nellie olhou ao redor

novamente, inclinou-se para mais perto e sussurrou: — Ela imaginou

que você estivesse em apuros e o tempo era essencial. Sabe como Mel

pode ser determinada. Ela fez algumas ligações e saiu daqui a uma

hora.

A boca de Abby estava aberta. Ela fechou, engoliu e depois

assentiu. — Quem está cuidando do meu departamento?


Nellie se encolheu. — Eu estou. Quer dizer, fora do registro. Seus

pais realmente não entram nesta parte do prédio. Eu devo fingir que

Mel ainda está aqui.

— Que ônibus ela pegou?

— Arrow. Tenho certeza de que provavelmente já decolou.

— Merda! — Abby ficou atordoada novamente. — Mel roubou

o iate espacial dos meus pais? — Abby quase riu. — Ok. Entrarei em

contato com ela. Faça o que lhe disseram e hum, cubra-a.

Nellie pareceu aliviada. — Eu não vou decepcioná-la, Srta.

Thomas.

Abby deu um sinal de positivo e desconectou. Ela respirou

fundo e tentou sinalizar para Arrow. Foram necessários mais dez

minutos para que um rosto familiar aparecesse na tela.

— Srta. Thomas. — O capitão Perth era alguém que ela conhecia

bem. Ele trabalhava para os pais dela desde que ela era apenas uma

criança.

— Olá James. Ouvi dizer que você está a caminho da Defcon Red.
— Estamos nos preparando para voar agora, Srta. Thomas. —

Sua expressão mostrava sua ansiedade. Mallow disse que estava sob

suas ordens.

— Sim. — Ela mentiu. — Transfira para ela.

— Imediatamente. — Alguns segundos se passaram, então o

rosto de Mel apareceu.

— Abby! Oh, graças a Deus. — Mel sentou em uma cadeira na

mesa de uma das suítes. — Estou a caminho. Eu pedi a Jeffrey que

carregasse rapidamente toneladas de suprimentos. Ele conseguiu em

tempo recorde. Ele é um administrador incrível. Temos suprimentos

suficientes para acompanhar o Defcon Red por cerca de um mês, se é

isso que você precisa fazer para terminar sua missão secreta.

Abby lutou contra uma risada. — Você planejou tudo isso?

Mel assentiu. — Eu sabia que você não iria querer sair até ter

certeza de que os Veslor estivessem sendo tratados de maneira justa.

Disse que se tornaria o anjo da guarda deles. Eu sei que está decidida

a fazer isso. Cuidei de tudo. O escritório está sendo tratado.

— Eu ouvi. O que você estava pensando?

Mel empalideceu.
— Eu não estou irritada. — Abby rapidamente assegurou. —

Estou apenas surpresa. Você roubou o iate espacial dos meus pais?

Estou impressionada.

— Eu não roubei. — Mel ofegou, parecendo horrorizada. — Seus

pais compraram um novo e deram a você o Arrow. Eu deveria enviar

quando você quisesse voltar para casa. Depois do que aconteceu na

Gorison Traveler, bem... eles não a queriam em naves da frota

novamente para chegar aos locais de trabalho. Você tem sua própria

nave agora.

— Eles não me disseram.

— Era para ser uma surpresa. Acabaram de pegar a nova nave

há alguns dias e transferiram Arrow e a tripulação para você. — Mel

encolheu os ombros. — Também tenho todos os itens que você me

pediu para encomendar para sua amiga Vivian e a equipe de Brassi

carregadas do armazém. Está no compartimento de carga. Pensei, na

pior das hipóteses, se não pudermos ficar perto da Defcon Red,

poderíamos deixar seus presentes. Pode se animar ao ver Vivian e

Klad.

Abby ficou profundamente tocada. — Isso é tão fofo, mas eu

convenci Howard a me permitir ficar. Obrigada por conseguir um


vôo tão rápido. E por estar disposta a deixar a Terra por mim! Estou

chocada. Você odeia viajar.

— Eu faria qualquer coisa por você. — O corpo tenso de Mel

relaxou. — Direi ao Capitão Perth para abortar nossa viagem. Estou

feliz por não sermos necessários, afinal. Essas são ótimas notícias.

— Por que você não faz uma viagem, afinal? Quer dizer, já está

preparada para sair.

Mel empalideceu. — O que? Não!

— Você já admitiu ter meus presentes carregados no Arrow. Sem

mencionar, que nunca tira férias. — Abby ignorou como a boca de

Mel se abria e fechava, as palavras não saindo de sua boca. — Leve os

presentes para Vivian e meu afilhado. Acho que você gostará de

conhecer os Veslor.

Mel balançou a cabeça. — Não. A equipe esperará até que você

esteja pronta para voltar para casa, então você poderá ir sozinha. Eu

sei que está morrendo de vontade de segurar esse seu afilhado

adorável.

Abby não podia negar isso. — Você está certa. Mas quero que

você esteja a bordo quando eu não precisar de uma carona para casa
Visitaremos Vivian juntas. Eu realmente quero que você conheça os

Veslor.

— Você não está bancando a casamenteira comigo, certo?

— Eu não poderia fazer pior do que você sozinha. Uma palavra

para você: Nathan.

A amiga corou. — Mais uma vez obrigada por fazer está

verificação de antecedentes antes de eu ficar muito séria com ele.

— É para isso que os amigos servem. Salvá-la de trolls caçadores

de fortunas. Eu já tive muita experiência com eles. Você sabe disso.

— Eu não sou rica como você.

— Não, mas você também não é pobre. Sei muito bem que não

gasta um único crédito do fundo fiduciário que sua mãe deixou e

economiza a maior parte do que ganha. Seu sobrenome pode não ser

Thomas, mas você é da família. Também a faz um alvo, Mel. Eu

sempre a protegerei, assim como faz comigo. — Abby levantou o

punho e moveu o dedo mindinho. Era uma promessa silenciosa que

elas desde a infância. — Para todo o sempre.

Mel deu um sorriso genuíno e ergueu o punho, estendendo o

dedo também. — Para todo o sempre.


— Eu acho que um Veslor seria perfeito para você.

Mel balançou a cabeça, corando novamente. — Você não poderia

estar fazendo tudo isso agora, se eu não estivesse aqui para cobri-la

por longos períodos. Alguém precisa ficar na Terra. Isso significa que

não há companheiros alienígenas para mim, a menos que eles

queiram se mudar para cá em tempo integral.

Abby concordou silenciosamente. Mel era a única em quem

confiava para cuidar de seu departamento na D Corp. — Obrigada

por fazer isso. Como você está indo?

— Estou canalizando você.

Abby riu. — E se alguém pode, é você, já que me conhece melhor.

Está xingando os idiotas também? Eu pagaria para ver isso.

— Esse não é o meu estilo, mas preciso firme.

— Eu sempre soube que você tinha isso. Minha missão aqui

ainda não acabou, mas sei que a D Corp está em suas mãos muito

capazes. Obrigada Mel. Não posso agradecer o suficiente.

— Apenas me avise quando quiser ser pega e enviarei Arrow

para você.
— É melhor estar pronta quando o fizer.

Mel segurou o olhar dela.

— Isso é uma ordem.

A amiga revirou os olhos. — Bom.

Abby acenou e desligou a ligação.


Roth conversou com Drak e Roer uma vez que eles acordaram

horas depois sobre o que aconteceu enquanto eles passavam a noite

no planeta. O Comandante Bill discutiu muitas coisas com o líder de

sua equipe. A situação deles deveria melhorar e teriam um novo

macho humano para lhes atribuir tarefas. Quando deixaram a cabine

para jantar, Drak estava morrendo de fome.

Eles encheram suas bandejas de comida e sentaram-se à mesa

quando um homem de cabelos brancos em um macacão cinza se

aproximou deles. Parecia ser um humano mais velho, com algumas

rugas finas perto dos olhos e da boca.

Ele sorriu, olhando visualmente cada um deles. — Olá. Eu sou

Clark Yenna. Apenas me chame de Clark. Meus amigos o fazem e me

disseram que ficam mais confortáveis com a informalidade. Estou

assumindo o lugar de Bradley Rogers. Queria me apresentar e

informar que a segurança de vocês é minha prioridade número um.

A partir de agora, atribuirei tarefas a todas as equipes. Ninguém tem

permissão para lhe dar ordens, a menos que venham diretamente de


mim ou do Comandante Bill. E se alguém tentar, diga a eles para irem

para o inferno — é o que a Terra fala para se foder — e ignore-os.

Roth levantou-se e estendeu a mão na maneira de cumprimentar

a Terra. — O Comandante Bill falou de você.

O humano apertou firmemente o braço de Roth e sacudiu. — Ele

falou de você também e o tipo de tratamento desprezível que tiveram

que suportar até agora desde que foram designados aqui. — A raiva

assumiu o rosto do homem. — Eu gostaria de ser vinte anos mais

jovem. Derrubaria Bradley por como ele tratou todos vocês. Dá a

todos da frota um péssimo nome quando alguém quebra as regras e

tira proveito de sua posição para causar miséria a outras pessoas. Já

estou aqui há tempo suficiente para lembrar por que a frota foi

formada. Era para esse tipo de oportunidade, trabalhar com outras

espécies e construir alianças mais fortes. Alguns humanos pensam

que somos a raça superior, mas a verdade é que descobrimos que

somos pequenas batatas no esquema das coisas, uma vez que

chegamos ao espaço. Fico feliz em trabalhar com os garotos.

Roer limpou a garganta. — Os humanos acreditam que somos

jovens? Já nos chamaram de garotos antes. Estamos totalmente

amadurecidos.
Roth rosnou um aviso para ele.

Clark riu. — Sinto muito. Fala da Terra. Garotos é outro termo

que usamos para os homens da frota. Por exemplo, eu e os meninos

gostamos de beber cerveja. Esse tipo de coisa. Implica camaradagem. —

Ele olhou para todos eles novamente. — Vocês definitivamente são

adultos. E se fossem crianças, seriam os que chutariam a bunda de

todo mundo no parquinho.

Drak gostou do macho, apesar de não ter certeza do que todas

as suas palavras significavam. Parquinho era para jogos. Não brigas.

Ele não pediu esclarecimentos, no entanto. Os humanos eram

criaturas estranhas às vezes.

— Você gostaria de comer conosco? — Roth voltou a sentar-se.

Clark sentou-se, mas não pegou a comida. — Eu já comi, mas

adoraria conhecer todos vocês. E de agora em diante, também serei

seu piloto pessoal, além de ser o responsável por suas tarefas. Eu fui

um líder de equipe tática dos meus vinte a trinta anos, mas fiquei

velho demais para lutar. Minhas articulações doloridas estavam

chutando minha bunda mais do que qualquer inimigo que

enfrentava. Sou um ótimo piloto, no entanto. Não para ter minha

própria nave, sempre voo com o comandante Bill quando ele se


aproxima de alguma briga. Não que ele faça isso com frequência. Isso

é para pessoas mais jovens. Envelhecer é uma merda.

— Por quê? — Roer parecia confuso.

— As partes do corpo doloridas vêm com a idade nos seres

humanos. Então... eu deveria contar um pouco sobre mim. Eu nunca

fui casado... nenhuma mulher ficaria comigo por mais que alguns

meses. Estou na frota há vinte e seis anos. Quando fizer trinta anos de

serviço, vou me aposentar em uma bela e pequena Colônia que

escolhi. O clima é sempre agradável lá e tornou-se o lugar para onde

ir. — O humano sorriu. — Ouvi dizer que há muitas mulheres

solteiras também. Espero que alguma queira morar comigo quando

me estabelecer.

— Você quer encontrar uma companheira? — Drak perguntou.

Clark assentiu. — Isso é o que você chama de acasalamento,

certo? Nós não teremos filhos, no entanto. Completarei cinquenta

anos quando me aposentar. Isso também é para as pessoas mais

jovens. — Ele acenou em direção ao colo. — O equipamento ainda

funciona muito bem, mas não quero perseguir pequenos. É por isso

que quero encontrar alguém próximo à minha idade.


Roer se inclinou para mais perto. — Seu eixo para de funcionar

após uma certa idade? — Ele apontou para o colo para mostrar o que

queria dizer.

— Às vezes. — Clark riu. — Roer, hein? Nós chamamos isso de

pau. Os médicos podem resolver a maioria dos problemas, mas eu

não quero filhos. Tenho um irmão mais novo que tem sete. Ele parece

muito mais velho que eu. Acho que foi de perseguir e estressar para

criar dois meninos e cinco meninas.

— Isso é interessante. — Respondeu Roth.

— E vocês garotos? Algum de vocês quer uma companheira? Eu

li seus arquivos. Diz que atualmente estão solteiros.

Roth respondeu. — Trabalho como o nosso têm dificuldade em

encontrar parceiros.

— Por que isso? — Clark parecia genuinamente interessado.

Roer respondeu. — Somos lutadores que viajam com frequência.

Nossas fêmeas preferem machos que permanecem em um só lugar. É

importante que mantenham um lar estável para os filhotes. Elas

também acreditam que não é saudável movê-los de um lugar para

outro ou viver em naves no espaço.


— Isso é compreensível. — Clark assentiu. — Nós não somos tão

diferentes. Nenhuma mulher quis voar comigo também. É difícil para

elas. Querem ficar perto da família e tal. Aqui no espaço, é tudo sobre

o trabalho e a emoção das próximas tarefas.

Drak notou o momento em que Abby entrou no refeitório. Ela

olhou ao redor, encontrou o olhar dele e sorriu. Ele ficou de pé

quando ela se aproximou. Ela foi direto para ele e tocou seu braço.

— Eu disse que encontraria mais tarde.

Lembrou-se de suas maneiras. — Este é Clark Yenna, Abby.

Ela se virou para acenar para o outro humano. — Eu ouvi coisas

boas sobre você do Comandante.

— Você deve ser Abby Thomas. — Clark levantou-se e ofereceu-

lhe a mão. — É um prazer conhecê-la, Srta. Thomas. Que bom que

você conseguiu voltar em segurança.

Drak não gostou quando eles apertaram as mãos. Nenhum

macho deveria tocá-la, mas ele silenciou o rosnado que queria

explodir porque era um costume da Terra. Veslor não gostavam

quando outros machos tocaram uma fêmea na qual estavam


interessados e ela concordou em deixá-lo mostrar parte do corpo para

ela.

Roth lançou-lhe um olhar de aviso. Drak entendeu. Eles estavam

entre os humanos que não entendiam seus costumes. Ele acenou com

a cabeça para dizer que entendeu e não atacaria o macho. Clark não

estava desafiando o interesse de Abby por tocá-la. Mas isso não

significava que Drak gostasse.

Ele colocou o braço ao redor da cintura dela e sentou-se,

puxando-a para o colo. Isso deixaria claro para todos ao seu redor que

ele a reivindicou.

Abby lançou-lhe um olhar curioso, mas não protestou.

Clark olhou entre eles e arqueou as sobrancelhas brancas. Isso

criou rugas na testa.

— Drak e eu nos aproximamos. Ele salvou minha vida. — Abby

ajustou o corpo dela no colo dele, ficando mais confortável e depois

passou o braço em seu pescoço, apoiando a mão no outro ombro dele.

Sua expressão ficou séria quando ela ficou vermelha. — Devo avisar

que sou muito protetora com Drak e esse grupo. Howard jurou que

você é um homem bom em quem ele confia, mas saiba que observarei

tudo. É por isso que Rogers está na merda. Acredito em honestidade


franca, Sr. Yenna. Aqui está. Ele fodeu com eles. Eu explodi suas

bolas. Você fode com eles de qualquer maneira, eu me tornarei seu

pior pesadelo.

Os olhos de Clark se arregalaram, mas então ele riu. — Thomas,

gosto de você. É direta. Eu serei da mesma forma. Não sou nada

parecido com aquela bola de lodo. Ouvi o que Rogers fez, tudo. Minha

prioridade é manter esses garotos seguros e tratá-los de maneira justa.

Você tem a minha palavra, mas sinta-se livre para observar. Acho que

ficará impressionada.

— Você usa muitos termos de bolas. — Drak sussurrou.

Abby riu, virando a cabeça para sorrir para ele. Colocou seus

lábios muito perto dos dele. Ele olhou para eles, o desejo de prová-los

fortes, mas resistiu. Em vez disso, ele olhou nos olhos verdes dela.

Eram tão bonitos.

— Sim. — Ela olhou ao redor da mesa para seu líder, antes de

olhar para Clark novamente. — Vim ajudá-los a se situar em uma

situação de vida decente.

O rosto de Clark franziu quando ele olhou para Abby. — O que

há de errado com o atual?


— Você quer dizer a cabine de um quarto que eles foram

forçados a compartilhar desde que chegaram?

— Filho da puta. — Clark disse. — Você está brincando?

— Quem me dera. Passei algumas horas hoje no departamento

que atribui cabines. No registro, os Veslor foram designados para

quatro cabines diferentes, mas mostram apenas que eles acessaram

uma desde a chegada. Esse é o tipo de besteira que Rogers faz desde

então.

Abby olhou para Roth. — Marquei um tour para o seu grupo

para ver uma das suítes familiares não utilizadas no convés quatro.

Tem três quartos com dois banheiros. Há um cômodo usado para um

espaço de escritório. É do tamanho de um quarto, mas não tem

armário. Essa sala tem uma porta para privacidade, no entanto.

Também mostrarei quatro cabines individuais, se preferirem não

compartilhar espaços, como a área de estar e a cozinha. Dois deles

estão lado a lado e os outros dois estão do outro lado do corredor, mas

muito próximos. Ordenei que um dos oficiais de segurança me

encontrasse lá para mostrá-los a vocês. Infelizmente, é o melhor que

posso fazer por enquanto. Caso contrário, precisaremos de algumas


pessoas para disponibilizar quatro cabines lado a lado. Isso pode

levar alguns dias.

Drak apertou o braço ao redor da cintura de Abby, gostando da

sensação dela sentada nele e a tendo perto. Ela cheirava bem. Ele

também gostava que ela fosse feroz em defender seu grupo. Isso o

despertou imensamente. Tentou suprimi-lo, mas Roer franziu o nariz

quando o perfume de seu óleo atingiu o macho mais próximo dele.

Drak lançou-lhe um olhar de advertência para ficar calado. Os

humanos não podiam captar os aromas tão bem quanto eles. Ele não

sabia se as fêmeas gostariam de ouvir sobre isso.

Roer sorriu, mas não disse uma palavra.

— Vou acompanhá-los para ver a suíte e as cabines. — Clark se

levantou. — É meu trabalho cuidar desses garotos.

— Que porra é essa?

Drak virou-se para encarar um homem humano que parou ao

lado da mesa deles, olhando Abby em seu colo. Ele não gostava do

jeito que o homem a encarava. Isso o deixou com raiva. Ficou tenso e

o braço de Abby apertou suas costas.


— Vá em frente. — Clark disse para o homem. — Tenho certeza

que você tem coisas melhores para fazer do que agir como um idiota.

Já viu muitas mulheres sentadas no colo dos homens. Eles não estão

quebrando nenhuma regra. E se estiver entediado, posso encontrar

muita coisa para você fazer. Ouvi dizer que a jardinagem sempre

precisa de pessoas para limpar os recicladores de fertilizantes.

O membro da tripulação se afastou.

Drak estava confuso, mas Abby riu. — Acho que vou gostar de

você, Yenna.

— Pode me chamar de Clark.

— Abby. — Ela respondeu. Soltou Drak e se levantou. — Vou

levá-los para visitar suas novas opções de cabine. Sem ofensa, mas

posso resolver isso mais rápido do que você.

— É meu trabalho garantir que meus homens sejam cuidados. —

Protestou Clark.

— Você precisa passar pelos canais oficiais, o que significa

arquivar solicitações e aguardar aprovação para que sejam

transferidos de onde estão atualmente. Pode demorar alguns dias. Eu

apenas atravesso as besteiras e como assistente pessoal do


Comandante, ninguém me impede. — Ela sorriu e se moveu para o

lado de Drak. — E se fizer isso, será apenas uma questão de arrumar

seus pertences e mudar imediatamente.

Clark sorriu e balançou a cabeça. — Bem, merda. Você será útil

para ter por perto, Abby. Pode fazer alguma coisa sobre os transportes

nos quais voarei? Eu gosto dos modelos mais recentes. Não que não

possa pilotar nada nesta nave, mas é melhor que consigamos o

melhor.

Ela assentiu. — Farei isso acontecer, Clark.

Abby virou-se para Drak e começou a falar, mas depois encarou

Roth. — Você é o líder do grupo. Gostaria de visitar uma suíte familiar

e depois as cabines de um quarto?

Roth assentiu, ficando de pé. — Nós gostaríamos disso. Tem sido

difícil compartilhar uma área de dormir apertada. — Ele lançou um

olhar divertido a Drak, mas não disse o porquê.

Drak sentiu alívio.

Eles deixaram o refeitório. Drak notou a atenção dos humanos.

Clark disse que os veria de manhã cedo e que examinariam os

detalhes de seu próximo turno na superfície.


Uma vez que ficaram sozinhos com Abby e ela os levou ao

quarto nível, segurou a mão dele. Ele gostou. Os dedos dela pareciam

pequenos e frágeis.

Ela se dirigiu a Roth. — O que você acha de Clark Yenna? Bem,

se ele lhe der algum problema, trata-lo como Rogers, por favor, me

diga imediatamente.

Roth move a cabeça. — Prometi informar o Comandante Bill se

houver algum problema. Jantaremos juntos hoje.

— Ele me disse. — Abby apertou a mão de Drak, olhando para

ele. — Você dormiu o suficiente hoje?

— Sim.

— Fico feliz. — Ela olhou para sua equipe. — Mais uma vez,

muito obrigada por tudo que fizeram para me salvar. — Seu olhar se

fixou em Roth. — E para garantir que houvesse ônibus na superfície

após o sol nascer.

— Sempre mantemos nossa palavra. — Respondeu Roth com

voz firme.

As portas do elevador se abriram e Abby soltou a mão de Drak.

Ele sentiu falta de tocá-la. Ela puxou um pequeno bloco de dados de


um dos bolsos soltos e bateu nele, caminhando para a esquerda do

corredor. — O oficial de segurança deve estar esperando por nós à

frente. Ele tem acesso aos espaços que quero mostrar.


Abby recuou e observou os Veslor contemplarem a suíte familiar

de tamanho generoso. Pareciam impressionados. Apenas a sala

deveria ter o dobro do tamanho de sua cabine. Ela ficou grata por

haver algumas opções disponíveis. Parecia que Defcon Red não tinha

muitas famílias a bordo. A que ela escolheu era o maior modelo com

a opção de escritório fechado.

— Posso mudar o mobiliário de escritório e substituí-lo por um

quarto, se escolherem esta suíte. — Ela disse. — Não ter um armário

será um problema?

Roer sorriu para ela, mostrando muitos dentes. — Não. Há

muito espaço.

— Dois banheiros serão suficientes? — Ela preocupou-se,

querendo que fossem felizes.

Maith bufou. — Estamos compartilhando um. Dois é um luxo.

Drak caminhou até ela e olhou nos olhos dele. Ele sorriu. — Nós

gostamos. É muito melhor do que a que tínhamos. Ficarei no quarto

sem o armário.
— Não. — Objetou Roth. — Nós lhe daremos o quarto com

banheiro privativo.

— Por que ele conseguiu isso? — Roer perguntou. — Pensei que

você ficaria ali, já que é o líder;

Roth apontou a cabeça em direção a Drak e Abby, logo Roer

assentiu.

Ela franziu o cenho para Drak.

Ele limpou a garganta. — Isso nos dará mais privacidade, já que

você concordou em passar um tempo comigo.

Aquilo era doce. Ela sentiu as bochechas esquentarem um pouco,

mas não disse nada. Parecia que seu grupo estava ciente de sua

atração compartilhada e aprovava.

— Eu ficarei no quarto sem o armário. — Maith ofereceu. — Eu

ganho uma cama grande como as outras?

Abby desviou sua atenção de Drak para responder. — Sim. Os

moradores anteriores tinham filhos adolescentes, já que não há camas

de solteiro nos quartos. Isso pode ser desconfortável para pessoas

altas.
— Estamos cientes. — Roer se aproximou. — Nossos pés ficavam

pendurados nos beliches.

Ela interiormente amaldiçoou Rogers mais uma vez. Ele

realmente fez de tudo para deixar os Veslor infelizes a bordo da

Defcon Red. Não sentia nenhuma simpatia por ele ou sua equipe por

ter sido transferida para outro cargo. Ficaria ruim no registro de

serviço deles, pelo menos. — Querem ver as cabines de um quarto?

Roth caminhou até ela. — Não. Nós gostamos daqui. Atende às

nossas necessidades.

Ela não os culpava por querer ficar juntos depois do inferno que

enfrentaram até agora. — Pedirei a troca de móveis para o escritório

agora. Eles saberão o que fazer. Ela pegou o bloco, enviando a

mensagem. A resposta veio rápida. — Farão isso agora. Acho que

estarão aqui em uma hora. Isso lhes dará tempo para recuperar seus

pertences e retornar. Ficarei aqui para permitir o acesso, caso ainda

não tenham voltado. Também atualizei o sistema. Esta suíte familiar

é oficialmente de vocês! A partir de agora, os bloqueios de

digitalização funcionarão para vocês quatro. Eu os deixarei acessar

sua outra cabine pelas próximas vinte e quatro horas enquanto se

mudam.
— Apenas levará alguns minutos. — Informou Roth. —

Podemos fazer as malas rapidamente e voltar imediatamente.

Abby virou-se para o oficial de segurança. — Obrigada. Você

está dispensado. Não veremos as outras cabines.

O membro da tripulação assentiu e saiu.

Drak se aproximou do lado de Abby. — Esperarei com você.

Roer, pode arrumar meus pertences e trazê-los?

O homem sorriu. — Sim.

Abby observou os três Veslor partirem e ergueu o queixo para

olhar Drak. Eles estavam sozinhos... e ela pensou nele o dia todo.

Esperou o computador de bordo alertá-la de que ele deixou sua

cabine e foi para o refeitório.

Não que queria admitir ter feito isso. Parecia esquisito.

Drak sorriu para ela. — Obrigado por nos dar a cabine.

— É aqui que deveriam ter ficado desde o começo. Rogers é

realmente um idiota.

Ele a olhou, sem responder.


Abby não estava exatamente desconfortável com o silêncio, mas

sentia-se curiosa sobre o que ele estava pensando. Decidiu apenas

perguntar. — Você está quieto. O que está acontecendo dentro da sua

cabeça?

— Quero confortá-la, mas não tenho certeza se você realmente

quis dizer aquilo.

— A coisa de mostrar o peito para mim? — Ela sorriu. — Eu

realmente gostaria disso.

Um rosnado baixo saiu dele. Foi sexy. Especialmente quando

aqueles olhos verde esmeralda dele se estreitaram e ele lambeu os

lábios, seu olhar descendo para a boca dela. Ela esperava que ele

quisesse beijá-la. Guardou o bloco de dados no bolso e estendeu a

mão, gentilmente colocando as mãos no peito dele. Ele era musculoso

e se sentia muito firme sob a camisa que vestia.

— Planejei pesquisar sobre suas fêmeas depois que acordei,

antes de comer, mas não tive tempo.

— O que você quer saber? Basta perguntar.


— Não tenho certeza se você quer copular comigo ou apenas

espera que a abrace. Não há confusão com Veslor. Você é humana, no

entanto e eles geralmente são confusos.

Ele era tão sexy. — Copular, hein? Como as mulheres da sua raça

informam se elas estão interessadas em mais do que em serem

abraçadas?

Ele hesitou. — É mais fácil mostrar a você. Eu não vou machucá-

la. Permitirá?

— Sim. Permitirei. Confio em você.

Ele estendeu a mão e pegou uma das mãos dela ainda em seu

peito. — Venha comigo.

— Precisamos ficar aqui para deixar entrar os moveis novos.

— Eles podem esperar minha equipe retornar. Eles serão

rápidos. A maioria das nossas coisas ainda estão em sacos. Havia

apenas um armário.

Ela o deixou levá-la para o quarto principal, fechando a porta

atrás deles. Então ele trancou. Drak soltou a mão dela, seu olhar

aquecido percorrendo o corpo dela. — Remova o bloco de dados e

qualquer outra coisa dos seus bolsos.


Seu coração acelerou e ela sorriu. — Tudo bem. — Ela o

removeu, seu crachá de identificação e o spray de proteção que ela

começou a carregar, quando percebeu que alguns membros do grupo

a odiavam. Ele viu o pequeno frasco enquanto ela se movia para a

mesa de cabeceira, colocando os itens lá.

— O que é isso?

— Spray de proteção. Derrubará uma pessoa se espirrar em seu

rosto. Quase os derruba quando eles respiram, mas não exatamente.

Também machuca a pele, caso vejam e tentem prender a respiração.

É não-letal.

— Por que você carrega?

— Muitas mulheres fazem. — Pelo menos ela sim. — Eu não

estou treinada para usar armas. Alguns homens podem ser perigosos.

O spray pode derrubá-los se isso acontecer.

Ele rosnou baixo. — Seus machos atacam as fêmeas com

frequência suficiente para que seu povo crie algo assim?

— Infelizmente, às vezes acontece. E não sou particularmente

apreciada. — Ela queria mudar de assunto rapidamente e se


aproximou dele. — Mostre-me como suas fêmeas permitem que você

saiba que estão interessadas nessa... cópula.

Isso pareceu suavizar sua raiva. — Não tenha medo. Eu não a

machucarei.

Isso a excitou, imaginando o que ele faria. Ele recuou um pouco

e depois olhou seu corpo novamente, fazendo um barulho baixo.

Então ele se aproximou, a rodeou e roçou seu corpo contra o dela

levemente. Ele parou atrás dela, fungou e abaixou a cabeça,

acariciando seu pescoço com o nariz enquanto um novo som vinha

dele.

Era um ronronar baixo.

As mãos dele estavam sobre ela a seguir, passando por cima de

sua roupa na cintura e nas costas. O toque foi firme quando ele a

acariciou, ela jurou sentir o leve golpe de garras. Ele era gentil

embora. Lembrou-se dele mostrando-lhe aquelas garras na caverna

quando estavam presos. Eram obviamente retráteis. Poderia ter

rasgado suas roupas, mas não o fez. Seu corpo respondeu, seus

mamilos ficando duros e borboletas enchendo sua barriga. Estava

muito excitada.
Drak a soltou quando parou na frente dela. — Uma fêmea

atacaria um macho agora, dizendo que ela também está interessada.

— Por que atacar? Como?

— Ela tentaria levá-lo ao chão. Revidamos sem machucá-la e a

prendemos embaixo de nós. É um teste para garantir que somos mais

fortes que a mulher e dignos.

— E se ela é mais forte e derrubá-lo?

— A fêmea rejeitaria copular com ele. Ela se afastaria com

decepção.

— Uau. Isso é áspero. Homens que dominam uma mulher

podem fazer sexo com ela?

— Sim. Ela deixou seu interesse conhecido. É por isso que nossas

fêmeas sempre se aproximam dos machos e não o contrário.

— Tudo depende deles, então?

— Mostramos interesse primeiro pela aparência, cheirando se

estiverem próximas e pela linguagem corporal.

— Como você acabou de me mostrar?


— Não. Os machos não tocam as fêmeas até depois de se

aproximarem. — Ele recuou mais e passou o olhar quente por seu

corpo. Era puramente sexual. Então ele sorriu de forma o suficiente

para mostrar os dentes, expandindo seu peito impressionante. —

Estou dizendo que estou interessado.

Abby sorriu. — Sou um aprendiz rápida. Vamos ver como me

saio, expressando que estou interessada em copular com você. Mas

vou pular o rosnado, já que não sou um Veslor.

Surpresa cruzou seu rosto.

Ela caminhou até ele, contornou-o, roçando seu corpo contra o

dele lentamente. Um ronronar baixo veio dele quando ela alcançou

suas costas. Ele era alto demais para cheirar seu pescoço ou cutucá-lo

do jeito que ele fez com ela, mas colocou as mãos nele, passando-as

pelo quadril e pelas costas. Ela cravou as unhas o suficiente para fazê-

lo sentir através da camisa. Inalou seu cheiro. Ele cheirava muito bem

e ela gemeu.

Seu corpo inteiro ficou tenso e esse som de ronronar ficou mais

profundo. Era sensual e a excitou mais. Ela se moveu ao redor dele,

certificando-se de continuar roçando seu corpo. Uma vez que ficou de

pé na frente dele, deixou as mãos tocarem no peito dele, sorrindo.


— A cama está ali. Você terá que se aproximar se quiser que eu

lhe dê um empurrão forte o suficiente para derrubá-lo. Bem, se puder.

Você é grande.

Ele não riu ou sorriu de volta. — Isso é o mais longe que vamos

seguir com os hábitos de acasalamento Veslor. Não lutarei com você,

Abby. Você pode se ferir. Tire sua roupa. Não quero rasgá-las.

Ela gostou dele exigir, já que muitas vezes precisava tomar a

iniciativa em um relacionamento. E aquela voz profunda a deixava

tão molhada. Ela estendeu a mão, abrindo a blusa. Tirou os sapatos

enquanto se despia.

Drak curvou-se, tirando as botas e empurrando-as para o lado.

Ele tirou a camisa em seguida.

A visão de seus braços musculosos, peito e parte superior do

corpo a deixou sem fôlego. Ele era o melhor corpo que já viu. Ela mal

podia esperar para tocá-lo para ver o quão suave era a fina camada de

pelos.

Soltou o sutiã, encolheu os ombros e pegou as calças. Foi mais

fácil. Ela também tirou a calcinha, mas Drak colocou as mãos na frente

da cintura, ainda de calça.


— O que há de errado? — Ela esperava que ele não mudasse de

ideia. Não era que queria.

— Eu vi um de seus machos sem calça. Veslor são diferentes.

— Eu sei.

Suas feições endureceram e um rosnado baixo saiu dele. —

Como? Que macho se exibiu para você?

Ela se perguntou se ele estava com ciúmes. E se sim, isso era fofo.

— Ninguém. Sou amiga de Vivian, lembra? Ela está acasalada e

compartilhou alguns fatos comigo. Incluindo algumas diferenças

físicas entre homens humanos e Veslor nesse departamento.

Suas feições se suavizaram. — Sinto muito. Minha equipe sabe

do meu interesse em você. Eu queria saber se alguns dos Veslor

comerciais que você conheceu lhe ofereceu conforto.

— Nenhum deles fez. Vi Brassi confortar Vivian, no entanto. A

coisa do abraço. Eles não estavam fazendo sexo. — A atenção dela se

concentrou no peito dele. — Você tem um físico mais musculoso do

que ele.

Ele sorriu então. — Nós somos soldados. Eles são comerciantes.

Todos os Veslor podem se defender, mas minha equipe se orgulha de


sua força e resistência durante uma batalha. Isso tende a nos dar

músculos extras.

— Eu aprecio os resultados visuais. — Ela admitiu.

Drak desabotoou a calça e a empurrou para baixo. Ele fez isso de

uma maneira que escondeu o que estava expondo, dobrando quase

pela metade. Ele era certamente flexível. Gostava disso também. Ele

levantou o rosto para observá-la enquanto levantava os pés para

mover a calça ao redor dos tornozelos — e então lhe lançou um sorriso

travesso. Havia um brilho provocador em seus olhos verdes.

Ele se endireitou depois, exibindo seu corpo com ousadia.

Abby apenas conseguia pensar em três palavras.

Ótima. Visão. Sempre.

E de repente, também fez sentido o motivo pelo qual Brad

Rogers e sua equipe odiavam os Veslor tão profundamente. Talvez

viram os novos membros da equipe nus. Nenhum deles poderia

ganhar um concurso de medição de pênis com um Veslor. Drak não

era grande em comprimento, mas também circunferência. Algumas

mulheres podiam se assustar com isso... mas não ela. Abby estava

pronta para o desafio.


Ela se aproximou de Drak. Seu coração batendo forte e ela queria

colocar as mãos sobre ele.

— Eu não quero assustá-la. — Ele rosnou suavemente. — Eu

tomarei cuidado...

— Eu sou muito corajosa... e não sinto medo no momento. —

Abby sorriu para ele. — Eu sei que você não me machucará. Mostre-

me como Veslor copulam.

Ele a alcançou, suas mãos curvando-se ao redor de seus quadris.

— Não. Você é muito delicada. Serei gentil com você. Somos capazes

disso.

— Mas nem sempre?

Ele hesitou. — As companheiras grávidas de Veslor são tratadas

com muito carinho pelos machos. A cópula nem sempre é agressiva

com os machos e fêmeas da minha raça.

— Ok. — Enquanto ele a tocava, Abby ficava mais confortável.

Ela colocou as mãos no peito dele, amando a sensação dos pelos

aveludado, como suspeitava que seria. Era tão macio contra as pontas

dos dedos e as palmas das mãos, mas sob aquela superfície fina havia

um Veslor musculoso e sólido. — Veslor se beijam?


— Podemos. Eu já vi alguns usarem a língua no bar.

— Descrição precisa, eu acho.

Ele a surpreendeu, levantando-a do chão e carregando-a para a

cama. Então a abaixou com ele. — Conversar está me matando. Eu

preciso de você, Abby.

Ela estendeu a mão e segurou o rosto dele, amando a sensação

de sua pele. Ele era extremamente masculino, mas sentia tão suave

quanto veludo ao toque leve. Ela lambeu os lábios e foi para a boca

dele. Ele a encontrou no meio do caminho, suas bocas se unindo.

Ela pode tê-lo beijado, mas ele aprendeu rapidamente, tornando-

se o mais dominante.

Seu corpo esquentou rápido e começou a doer nos lugares certos.

Uma de suas mãos começou a vagar e explorar seu quadril e

finalmente, segurou um de seus seios. Ele rosnou enquanto explorava

o monte macio, passando a ponta do polegar sobre o mamilo. Ficou

bem duro e ele se afastou para olhá-la.

— Normal. — Ela ofegou, querendo beijá-lo novamente, puxou

seu rosto.
Ele se soltou e se abaixou um pouco, ajustando seu corpo maior

para prendê-la debaixo dele. Manteve as pernas entrelaçadas com as

dele, ela sentiu o peso grosso, quente e duro de seu pênis contra sua

coxa.

Sua boca tocou o mamilo e ele chupou suavemente.

Ela passou os dedos nos cabelos dele, gemendo.

Ele ficou um pouco mais agressivo, um pouco mais áspero. Ela

gostou ainda mais.

— Sim!

Drak fez aquele barulho ronronante, apenas que agora ela podia

sentir as vibrações que causavam através de seu corpo, uma vez que

estava pressionado contra o dela. Ele soltou o seio e soprou um hálito

quente. Seu mamilo frisou ainda mais.

Ele começou a passar a boca e a língua para baixo, pelas costelas

até o estômago. Então ele levantou seu corpo. — Abra para mim.

A ordem rude a fez abrir instantaneamente suas coxas. Ela

estava disposta a mostrar a ele tudo o que quisesse ver. Ela também

estava curiosa e esperava ter a chance de ver seu corpo mais de perto.

Mas faria isso depois.


Ele se abaixou ainda mais, ajudando-a ajustar as pernas

enquanto as curvava um pouco, expondo seu sexo a ele.

Ela realmente esperava que nada que ele visse o desligasse. —

Eu sou muito diferente das suas mulheres?

— Menor. Rosa. — Ele rosnou as palavras. — Muito interessante.

Adoro seu perfume quando está excitada. Está muito molhada.

— Eu preciso de você, Drak.

Drak levantou a cabeça, seu olhar impressionante fixando no

dela. — Você me quer?

— Sim.

Ele a surpreendeu quando de repente se afastou, rolou-a de

bruços na cama e a arrastou até o fim. Houve um barulho alto quando

ele ficou de joelhos no chão, mas logo estava atrás dela. Abby se viu

inclinada sobre a cama com o grande Veslor atrás dela.

— Eu serei gentil.

Sem preliminares estendidas. Isso desapontou-a um pouco, mas

não reclamou. Definitivamente estava pronta para o sexo. Ele agarrou

seus quadris, ajustando-a um pouco mais alto para que seus quadris
estivessem firmemente na curva onde a cama terminava. Ele usou a

perna para separar a dela alguns centímetros. Soltou o quadril com

uma mão e deslizou entre eles.

Então ela sentiu seu pau roçar sua fenda.

Sabia que estava molhada. Ela realmente queria Drak, mas

nunca esteve com um homem assim.

Ele lentamente avançou, pressionando contra a abertura. Então

empurrou.

Abby agarrou o lençol, se movendo. Ele era grande. Grosso.

Muito duro. E não houve resistência. Não com ela tão molhada. Foi

um ajuste apertado quando seus corpos se uniram.

Drak soltou seu quadril e agarrou o lençol também. Suas garras

saíram. Ela vislumbrou-as, feliz por ser a cama sentindo-as em vez de

sua pele — graças a Deus. Brincar com sangue não era uma forma de

preliminares que a interessavam.

Aquele som de ronronar que ele fazia se tornou um estrondo

alto.

Ele empurrou mais fundo em seu corpo. Algo roçou seu clitóris,

assustando-a. Parecia estranho, rígido, mas molhado também.


Drak congelou quando ela o fez.

— Estou machucando você?

Ela mal o entendeu. Suas palavras eram mais como um rosnado.

— Não.

— Estou dentro.

Um pouco de gratidão passou por sua mente, sabendo que seu

corpo podia lidar com alguém do tamanho dele. Então ele se afastou

e empurrou de volta. O que quer que tenha tocado seu clitóris

esfregou contra ele. Os olhos de Abby se arregalaram quando ele

começou a mover suavemente seus quadris contra sua bunda,

transando com ela profundamente. Um gemido de puro prazer saiu

dela. Ela apertou o lençol com mais força.

— Sim!

Ele abaixou o peito sobre as costas dela, apertou mais contra ela

e efetivamente a prendeu embaixo dele. As mãos dele procuraram as

dela, cobrindo-as. Suas garras ainda estavam fora, mas não a tocou

com elas. Ele começou a se mover mais rápido, o barulho ronronando

mais alto.
O êxtase fez Abby ficar irracional. Drak sobrecarregou seus

sentidos com prazer. Seu pênis era perfeito, atingindo todos os pontos

— oh deus— que existiam dentro de sua vagina, enquanto algo

acariciava seu clitóris ao mesmo tempo.

Seu clímax a atingiu com uma força quase brutal.

Drak perdeu o controle quando Abby gritou seu nome, seu

corpo se contraindo sob o dele e sua fenda apertando sua vara em um

nível quase doloroso. Ele nunca sentiu algo tão bom. Montou-a ainda

mais, liberando sua semente. Enterrou o rosto contra ela e apertou os

dentes para evitar morder, embora o desejo estivesse ali. Derramou

mais semente, o prazer suficiente para quase fazê-lo explodir.

Ele se recuperou rapidamente. Abby era pequena e ele estava

sobre ela, provavelmente esmagando sua parte superior do corpo

com a dele. Levantou um pouco para aliviar a maior parte do peso.

Os dois respiravam ofegantes. Seu saco de sementes pulsava, mas de

uma forma boa.


— Abby? — Ele murmurou, roçando um beijo em seu ombro. —

Eu machuquei você?

— Oh, porra, não. — Ela ofegou. — Você me arruinou para

outros homens.

O alarme o atingiu e ele soltou as mãos dela, gentilmente usando

os dedos para segurar seu queixo, enquanto se inclinava para olhá-la.

Ele precisou afastar alguns fios de cabelo do rosto dela. Seus lindos

olhos verdes pareciam sonolentos, mas um grande sorriso curvou

seus lábios.

Ele se forçou a acalmar. Ela não ficaria feliz se a machucasse. —

O que isso significa, que a arruinei?

— Melhor sexo de todos os tempos.

Ele sorriu de volta. — Sim, foi.

Ela moveu a bunda contra os quadris dele. — Você ainda se sente

extremamente duro. Acho que Veslor não amolecem logo após o sexo.

Quero dizer cópula. Eu sei que você gozou. Pude sentir.

— Estou dentro de você. Não vou amolecer até separar nossos

corpos.
— Não. — Ela se esticou, moveu um pouco e estendeu a mão

para colocar a mão sobre a dele. — Você se sente bem exatamente

onde está. Quero fazer isso novamente assim que recuperar o fôlego.

Eu tenho uma pergunta, no entanto.

— Pergunte-me qualquer coisa.

— O que foi isso contra meu clitóris? Você tem um segundo pau

lá em baixo? Um para entrar e outro embaixo para esfregar contra

mim?

Levou alguns segundos para entender o que ela queria dizer. —

É meu yunce.

— O que é isso?

Drak hesitou. — Eu não queria contar, já que sei que seus machos

não têm um.

— Nós tivemos realmente um ótimo sexo. — Ela acariciou sua

mão e sorriu para ele novamente. — E se estiver com medo de me

assustar, pare. Isso não acontecerá.

— Temos um saco de sementes. Seus machos também têm um,

mas eles os chamam de bolas. Eu tenho... cartilagem que protege meu


saco de sementes em uma luta na frente e nas costas. Foi isso que você

sentiu. O de cima.

— Seja o que for, eu gostei. — Ela piscou.

Ele riu. — Fico feliz.

Ela mexeu a bunda contra ele novamente. — Recuperada. E

quanto a você? Pronto para fazer isso novamente?

— Sim. — Drak começou a se mover. Era tão bom se perder em

Abby. Havia tanto prazer.

Ele queria ficar com ela. Não havia dúvida em sua mente.

Quaisquer que fossem as diferenças que eles tinham, estava motivado

a ignorar.
Abby esticou-se, sentando-se na cama. O corpo quente que a

envolveu por trás enquanto dormia se foi. A luz do banheiro estava

acesa, a porta aberta, mas nenhum som vinha de lá. Ela olhou para a

cama desarrumada, sentindo-se decepcionada. Drak a deixou

sozinha.

Ela silenciosamente se chamou de idiota. Esperava acordar com

Drak ainda na cama. Eles fizeram sexo várias vezes antes de puxarem

os lençóis para ir dormir. A exaustão a derrubou.

Uma olhada no relógio na mesa de cabeceira lhe disse que era de

manhã. Dormiu sem acordar até aquele momento.

Apenas esperava que Drak não tivesse fugido para evitar a

manhã seguinte.

As roupas que ela deixou as pressas no chão do quarto dele

provavelmente estariam amassadas. Ela teria que fazer a caminhada

da vergonha de volta para sua cabine sozinha.

Ele tentaria evitá-la agora? Arrependeu do que fizeram juntos?


— Droga. — Ela suspirou, saindo da cama e entrando no

banheiro. Um olhar no espelho a fez recuar. Seu cabelo estava uma

bagunça selvagem e sua boca parecia um pouco inchada. Drak a

beijou muito entre o sexo.

Ele também a curvou, tomando-a por trás todas as vezes. Parecia

ser a sua posição sexual de escolha, mas ela não sugeriu mudar desde

que essa coisa de yunce era muito boa.

Ela tomou banho rapidamente, percebendo que foi usado

recentemente, pois o espaço ainda estava úmido antes de ligá-lo. Uma

vez limpa, secou e enrolou uma toalha ao redor do corpo.

Sua mente foi para outras possibilidades de por que acordou

sozinha. Talvez tiveram uma mudança na missão. Talvez os Veslor

não soubessem que era educado acordar uma mulher para lhe dizer

que precisava sair. Talvez ele não gostasse de acordar com alguém.

— Isso é o que você ganha por fazer sexo com um alienígena. —

Ela sussurrou, indo para suas roupas descartadas e pegando-as. —

Uma tonelada de perguntas e respostas insuficientes.

A porta atrás dela se abriu, ela se endireitou e girou. Drak entrou

usando calça preta larga que caíam baixo nos quadris e segurava uma
bandeja. O cheiro de comida a atingiu. Ele sorriu quando chutou a

porta fechada atrás dele.

— Você está acordada. — Ele foi direto para ela. — Eu fui buscar

comida. Tenho certeza que você deve estar com tanta fome quanto eu.

Comi antes de virmos aqui ontem, mas não sabia se você o fez.

Ela deixou cair a roupa e olhou para o que estava na bandeja.

Dois pratos cheios de café da manhã. Havia omeletes, bacon, torradas

e batatas fritas... alimentos tipicamente apreciados pelos seres

humanos. O cheiro de café disse o que havia dentro das duas canecas

escuras. — Estou faminta.

— Bom. — Ele foi para cama e colocou a bandeja no meio,

sentando-se ao lado dela.

Ela sentou-se do outro lado. — Isso foi tão gentil da sua parte.

Você foi ao refeitório? Isso não é do distribuidor de comida. — Ela

olhou para os pés descalços dele.

— Não. Eu pedi para Roer para ir. Ele se sentiu mal por mim.

Ela inclinou a cabeça, pegando uma das canecas. Estava quente

o suficiente para que tivesse que soprar. — Por quê? — Ela tentou se
preparar emocionalmente, caso ele dissesse que se arrependia da

noite anterior.

Ele sorriu, em vez disso. — Roth está irritado comigo.

Ela tomou um gole de café. — Ah? Tive a impressão de que ele

estava bem comigo passando a noite com você. Afinal, eles lhe deram

esse quarto.

— Ele está. Isso pode ser estranho para você, mas... os seres

humanos são principalmente solitários. Como uma equipe, não

somos. Ele tem algumas preocupações sobre estarmos juntos.

Abby se preparou mentalmente para ouvir algo que poderia ferir

sentimentos. — Ok. Quais são?

Ele hesitou.

— Gostaria que o que compartilhamos fosse mais do que apenas

ontem à noite, Drak. Como você está com relação a isso?

Ele segurou o olhar dela. — Quero isso.

Abby abriu a boca.

Uma risada profunda veio dele. — Eu pensei que você iria rir.

Entendo o que significa. Quero mantê-la na minha vida e na minha


cama. — Todo o humor deixou sua expressão. — Sinto-me possessivo

e se você fosse um Veslor, teria acasalado com você ontem à noite. É

onde eu... estou.

Ela tomou outro gole de café. — Então isso é sério entre nós.

Sinto-me assim.

— Você concorda em ser minha companheira? — Seus olhos

brilharam com uma emoção que ela não conseguia ler.

— Precisamos nos conhecer um pouco melhor primeiro, mas

estou aberta para que isso aconteça no futuro.

Sua expressão se fechou. — Compreendo. Os humanos são

muito mais lentos em tomar essas decisões.

— Sim. Então, quais são as preocupações de Roth?

— Nós somos soldados.

— Eu sei disso.

— Nós viajamos frequentemente. As fêmeas Veslor não. É quase

instintivo para queiram construir uma casa em um planeta e

permanecer nele por toda a vida. Roth teme que se acasalarmos, você
exigirá que se estabeleçam em um planeta. Isso significaria não

fazermos o que amamos.

Abby pensou em suas palavras. — Viajo muito a trabalho. Eu o

faço há anos. Estou no Defcon Red agora porque queria estar aqui.

Não quero permanecer nesse ramo para sempre, mas não estou muito

apegada a viver na Terra. Para ser sincera, acho que você e sua equipe

seriam infelizes lá. Eu não pediria que você se mudasse para lá se

acasalássemos. Posso fazer o meu trabalho de qualquer lugar. Meu

departamento está atualmente sendo administrado por uma das

minhas melhores amigas. D Corp contrata pessoas boas.

— Você estaria aberta a viajar como minha companheira?

— Sim.

— Roth ficará aliviado.

Ela não pode deixar de sorrir. — E você?

Ele ficou solene. — Quero você como minha companheira. Doerá

profundamente deixar minha equipe, mas companheiros vêm

primeiro.

— Eu nunca pediria que você se separasse deles. Graças a Vivian,

entendo o quão próximos os grupos são e que são importantes um


para o outro, talvez até mais do que uma família típica. Vocês vivem,

trabalham e envelhecem juntos.

— E filhotes? Você quer ter se acasalarmos?

Ela o observou. — Roth quer saber ou é você que está

perguntando?

— Ambos. Eu gostaria de ter filhotes com você, mas não

imediatamente. Este trabalho atual me preocupa por causa do quanto

os humanos não gostam de nós. Eu me preocuparia que eles fossem

um perigo para você e nosso filhote quando eu não estiver por perto

para protegê-lo. Roth está preocupado com o futuro do nosso grupo,

se algum de nós escolher uma companheira.

— Por quê?

— Pela razão que falei. As fêmeas Veslor não viajam. Elas se

aninham em um só lugar, em um planeta e criam seus filhotes.

— Certo. — Ela deixou o café e pegou um garfo, começando a

comer. — Eu gostaria de ter filhos. Ou filhotes. Acho que Klad é o

bebê mais fofo que já vi. Esse é o filhote de Vivian e Brassi. Eles fazem

funcionar vivendo em Brar. Pelo que ouvi, sequer é uma nave muito

grande. Concordo em não ter um filhote imediatamente. Acredito


firmemente em um casal que passa alguns anos juntos antes de

aumentar sua família.

Ele começou a comer, observando-a de perto. Abby sabia que

havia algo mais em sua mente. Ela engoliu e limpou a garganta.

— O que mais? Apenas diga, Drak. Precisamos ser honestos se

formos um casal. Isso é muito importante para mim. Meus pais são

felizes porque sempre conversam e são abertos sobre como se sentem,

o que pensam e é isso que faz o relacionamento deles funcionar.

Quero a mesma coisa.

— Eu também. Vai incomodá-la viver com minha equipe?

— Não. Acho bem legal. Eu gosto de Roth se metendo em nossos

assuntos? Na verdade, não. Mas entendo. Suas decisões afetam todos

eles. Respeito isso. Parte de mim até anseia isso. Meus pais e eu somos

próximos, mas a verdade é que não os vejo pessoalmente com

frequência. Eles estão ocupados. Também estou ocupada. É bom

pensar em ter uma família morando conosco o tempo todo, se

acasalarmos. Mas fico feliz por termos um pouco de privacidade.

Seu corpo tenso relaxou. — Eles se tornariam seu grupo se

acasalássemos.
— Eu sei. Vivian explicou essa parte também. Ela ganhou vários

irmãos quando acasalou com Brassi. Seu grupo também ajuda com

Klad.

— Sim. Eles amariam nossos filhotes como se pertencessem a

eles.

— Acho que a única razão pela qual Vivian me pediu para ser

madrinha de Klad foi que ele teria uma mulher por perto, se alguma

coisa acontecesse com ela. Nenhum dos amigos de Brassi se acasalou.

Ela me disse que me ajudariam a criar Klad e ficou claro que eles

viriam como um pacote.

Ele inclinou a cabeça.

— Eu não levaria Klad para viver na Terra. Ficara com o grupo

de Brassi.

Ele franziu a testa. — Nosso acasalamento pode interferir nos

deveres de madrinha.

— Espero que parte do grupo de Brassi se acasale em breve. Eu

sei que um deles realmente quer encontrar uma humana.

Um rosnado baixo saiu dele e seu aperto no garfo ficou mais

forte.
— O que eu disse que o deixou com raiva?

— O macho provavelmente quer você. Ele não pode tê-la.

Ciúme novamente. — Eu sei que você disse que se sente

possessivo comigo. Bem, me tem. Estou aqui. — Ela apontou a cabeça

em direção ao resto da cama e aos lençóis bagunçados. — Eu me sinto

muito reivindicada depois da noite passada.

Toda a raiva desapareceu e ele sorriu. — Você está. — Ele

rapidamente ficou sério. — Eu não gosto quando outros machos

tocam em você.

Ela se lembrou de quando conheceu Clark Yenna. — É por isso

que você me colocou no seu colo ontem? Mostrar sua reivindicação?

Ela jurava que Drak corou. — Sim.

— É uma coisa boa que gostei de sentar no seu colo então. — Ela

piscou. — Entendi. Não preciso apertar a mão de ninguém, se isso faz

você se sentir assim. Um aceno funcionará a partir de agora. Posso me

comprometer com isso. Presumo que seja nos dois sentidos? Você não

vai tocar em outras fêmeas, certo?

— Você é a única fêmea para mim.


Ela sabia que os Veslor se comprometiam por toda a vida, não

trapaceava e ele disse que queria que ela se tornasse sua companheira.

— Bom. Nós temos isso resolvido, pelo menos. Existem outras coisas

que dizem respeito à Roth?

— Principalmente, ele teme que você me faça deixar nosso grupo

ou exija uma moradia em um planeta se acasalarmos. Lutar é o que

amamos. É o que fazemos. Um dia pararemos, mas temos muitos anos

pela frente antes de economizar o suficiente para ficar

financeiramente bem pelo resto de nossas vidas. Quero que você

tenha certeza de que sempre posso cuidar de você, Abby. Você nunca

deixará de ter algo como minha companheira.

Abby ficou quieta, não querendo lembrá-lo de que, se eles se

acasalassem, o dinheiro nunca seria um problema para ele ou seu

grupo novamente. Esse era mais um aspecto que gostava em Drak.

Ele não parecia entender o quanto ela valia. Apenas a queria.

Ela cavou em sua comida, terminando a maior parte. Drak

limpou o prato. Não a surpreendeu que ele tivesse um enorme apetite,

considerando que precisava alimentar seu corpo musculoso. — Que

horas você tem que trabalhar hoje? — Ela olhou para o relógio. —

Tenho uma reunião com Howard em breve.


— Vamos nos encontrar com Clark em algumas horas.

— Eu provavelmente deveria me vestir e ir para minha cabine

então. Não posso encontrar exatamente o Comandante com as roupas

de ontem.

— Eu vou acompanhá-la até lá.

Abby gostava que ele fosse tão atencioso. — Apreciaria isso.

Drak ficou de pé, olhando para ela. Ele parecia pensar em

alguma coisa, provavelmente queria dizer algo, mas não o fez.

— O que você está pensando agora? Conte-me.

— Eu gostaria que você dormisse aqui a partir de agora.

Abby conseguiu impedir que sua boca se abrisse. — Você quer

que venha morar com você?

— Sim. Você precisa garantir que somos bons juntos antes de

concordar em se tornar minha companheira. A melhor maneira é você

morar comigo.

Ela terminou o resto do café e se levantou, olhando para ele. —

Que tal se trouxer algumas roupas aqui e dormirmos juntos à noite?

É quase como morar juntos e admito, quero muito repetir a noite


passada. — O olhar dela caiu para frente da calça dele. — Eu nunca

tive a chance de dar uma boa olhada em você aí em baixo. Esse é o

plano está noite.

Ele se aproximou e segurou o rosto dela com as mãos para beijá-

la. Não era profundamente apaixonado, mas foi doce. Ele se afastou,

seu olhar fixo no dela. — Estou ansioso por isso. Configurei seu acesso

a está suíte. Dessa forma, poderá vir quando quiser.

Ele estava basicamente dando a ela uma chave para sua cabine.

— Eu farei isso hoje. Também lhe darei acesso a minha cabine.

Ele sorriu, soltando seu rosto. — Vou pensar em você enquanto

estivermos separados.

— Tenho a sensação de que pensarei em você também. Vou me

vestir. Você provavelmente precisa de calças, botas e vestir uma

camisa. Caso contrário, vamos atrair alguns olhares enquanto me

acompanhar até minha cabine.

— Eu não quero que você vá.

— Também não quero ir, mas ambos temos responsabilidades. É

a vida.
— Eu apenas trabalho em um turno de sete horas todos os dias.

Roth conversou com Clark Yenna mais cedo.

— Você irá para o planeta?

— Sim.

— Clark voará com vocês?

— Sim.

Ela ficou aliviada. — Estarei esperando quando voltar.

— Aqui?

— Sim.

— Bom.

Ele se afastou, indo até a bolsa grande que ela não notou até

então. Não apenas ele buscou o café da manhã, mas pegou seus

pertences com Roer enquanto ela dormia.

Ela se curvou, pegou as roupas do chão novamente, deixou a

toalha e se vestiu rapidamente.


Abby chegou cinco minutos atrasada para a reunião. Howard

estava sentado atrás de sua mesa, com uma careta no rosto enquanto

lia algo em um bloco de dados.

— Problemas?

Ele olhou para cima e suspirou. — Apenas pequenos

aborrecimentos.

— Você não deveria ter demitido sua assistente pessoal. Já está

pronto para voltar atrás?

— Abby...

— Eu disse que ficarei. Posso muito bem ajudar no trabalho. Pelo

menos, deixe-me fazê-lo enquanto Drak está em um turno. Caso

contrário, ficarei entediada.

Ele colocou o bloco de dados no chão. — Você não estava na sua

cabine ontem à noite. Eu parei para verificar.

— Não. — Ela sentou-se. — Passei a noite com Drak. Ele e seu

grupo amaram a suíte familiar que encontrei para eles.


— Clark me informou. — Ele se recostou mais na cadeira, seu

olhar a observando. — Você dormiu com Drak? Surgiram problemas?

Sem trocadilhos.

— Você realmente quer que eu responda a isso?

— Sim. Ontem de manhã você me mostrou fotos de uma criança

Veslor, dizendo que quer um. Não acho que esteja muito fora de linha

me preocupar com o que aconteceu entre você e Drak. Ele é um

alienígena. Sou responsável por você, afinal.

Abby agradecia por se importar com seu bem-estar. — Sem

problemas. Fizemos totalmente a ação. Você quer saber a classificação

dele em uma escala de um a dez?

Howard fez uma careta novamente. — Não. Apenas queria ter

certeza de que você não precisa ir ao médico. Ou conversar com

alguém da equipe devido a um trauma mental.

Ela riu. — Estou absolutamente bem.

— Não tenho tanta certeza de que estou. No momento, estou

agradecido por você não ser minha filha. Seria ainda mais

desconfortável ter essa conversa.

— Foi tudo bem. Drak me pediu para morar com ele.


Howard ficou boquiaberto.

— Os Veslor não precisam de muito tempo quando encontram

uma companheira.

— Merda. — Howard pareceu totalmente chocado. — Seus pais

vão desmaiar. Você está acasalando com ele? Não acha que é um

pouco precipitado?

— Não imediatamente. Eu disse a ele que precisava de mais

tempo antes de assumirmos esse compromisso ao longo da vida. Os

Veslor não têm divórcios. É até que a morte os separe. Fiz as malas da

noite para o dia e planejo dormir com ele novamente.

Howard corou. — Eu não precisava saber disso.

— O ponto é que estamos juntos. Ficarei no Defcon Red. Você

quer que eu trabalhe enquanto os Veslor estão em turnos? — Ela

olhou para o bloco de dados descartado. — Isso é algo que posso

lidar?

Howard seguiu seu olhar. — Eu estava procurando possíveis

candidatos para substituí-la. Não estou satisfeito com as opções

disponíveis. Parece que terei que pedir um novo assistente. Pode

levar semanas para serem transportados para cá.


— Ainda bem que não vou embora. — Ela se levantou. — Vou

fazer a bola rolar para encontrar um bom substituto para você, antes

dos Veslor partirem. Alguma ideia de quanto tempo eles ficarão no

Defcon Red?

Howard hesitou. — A situação no planeta abaixo não será

resolvida a qualquer momento. Não podemos abandonar os colonos.

Eles seriam aniquilados em questão de semanas se não estivéssemos

enviando equipes lá para eliminar a ameaça. Pensamos em meses, se

não mais.

— Então não há pressa para encontrar um substituto para mim.

— Ela sorriu. — Você gostaria de um café? Vou trabalhar.

Howard suspirou. — Tenho uma reunião em dez minutos com

alguns chefes de departamento. Eles sempre nos alimentam. Estou

bem.

— Existe algo que você precisa levar?

— Não. São apenas eles me atualizando. Eu ouço. Desta vez, não

tenho que estudar relatórios para qualquer falha.

— Então, é um bom dia para eles. — Ela piscou. — Estarei na

minha mesa. — Ela caminhou até a porta.


— Abby?

Ela virou.

— Você tem certeza sobre Drak?

— Sim. Ele é incrível.

— Então fico feliz por você e espero que funcione. Seus pais, no

entanto...

— Eles ficarão emocionados ao descobrir que me apaixonei por

um homem que me ama por mim. Eles sempre disseram que apenas

queriam que eu fosse feliz. Estou feliz.

— E a D Corp? Estou certo de que seus pais esperam que você

tome as rédeas quando se aposentarem.

— Ambos são viciados em trabalho. Isso não acontecerá tão

cedo. Resolverei isso mais tarde. Meu departamento pode lidar com

qualquer coisa enquanto eu estiver fora. Você sabe quantas viagens

de trabalho eu faço todos os anos para colônias ou estações espaciais?

Dezenas. Trabalhar via comunicação com a Terra é normal para mim.

Essa é a única razão pela qual estou aqui agora.

— Bem.
Ela foi até a mesa e sentou-se, examinando as mensagens

recebidas para o Comandante as priorizar, logo ele partiu para a

reunião.

Os pensamentos de Abby continuavam se afastando para Drak.

Ela poderia fazer uma viagem a uma das estações de controle para

garantir que Clark Yenna estivesse realmente pilotando com eles.

Sua missão ainda não terminou. Ela cuidaria dos Veslor. Agora,

sua motivação para fazê-lo aumentou mil vezes. Nada poderia

acontecer com Drak. Ela não deixaria, agora que se encontraram.


Abby terminou de responder às mensagens da D Corp e da mesa

onde trabalhara em sua cabana naquela noite. Mel apenas enviou a

ela os clientes prioritários que exigiram a resposta de um Thomas.

Alguns deles eram idiotas elitistas que pensavam que apenas

receberiam um serviço de qualidade de um dos proprietários. Ou no

caso dela, a filha dos proprietários.

Clark Yenna entrou em contato com Abby para que ela soubesse

que o grupo Veslor passaria um segundo turno no planeta. Com a

Equipe Um retirada da rotação, eles eram necessários. Assustou-a que

Drak estivesse na superfície lutando com aqueles animais à noite. Os

Cadia estariam procurando comida. Sua equipe protegeria os

assentamentos e os colonos que vivem lá.

Abby se levantou e entrou no quarto, guardando algumas

roupas em uma de suas malas. A distração não ajudou a diminuir sua

preocupação. Tão durão quanto os Veslor eram, Drak poderia se

machucar. Ele era um lutador, no entanto. Sabia disso antes de decidir

se envolver com ele.


— Basta lidar com isso. — Ela murmurou. — Você gosta dele

como é.

Clark prometeu avisar quando ele buscasse a equipe na

superfície. Ela manteve seu dispositivo de comunicação próximo.

Abby tinha toda a intenção de encontrar Drak dentro da suíte quando

voltasse. Ela terminou de arrumar as malas e levantou a maleta,

deixando sua cabine.

Alguns membros da equipe lançavam olhares estranhos

enquanto passava por eles indo para o elevador. Abby os ignorou.

Não era assunto deles porque ela estava carregando tantas roupas.

Foi ao nível para o qual Drak se mudou e saiu do elevador, quase

batendo em um guarda de segurança.

Ele franziu o cenho, olhando para a mala dela. — O que há nisso?

— Algumas das minhas roupas.

O olhar dele foi para o rosto dela. — Não fui informado de uma

mudança de cabine. Quem é você?

Ela colocou a mão no bolso e retirou sua identificação. — Abby

Thomas, assistente pessoal do Comandante Bill.


Ele bloqueou o caminho dela, levantando o dispositivo de

comunicação enquanto lia a identificação dela.

— Você não encontrará um pedido de alteração de cabine. Estou

passando alguns dias com meu namorado. Estou rompendo o

protocolo da frota andando com uma mala?

Ele fez uma careta. — Não. É apenas incomum. É meu trabalho

investigar.

Ela queria revirar os olhos, mas absteve-se. — Bem, agora você

sabe quem eu sou e o que estou carregando. — Ela tentou contorná-

lo, mas ele a bloqueou novamente.

Agora ela estava irritada.

— Eu preciso verificar isso.

— Sério? — Ela abaixou a identificação e colocou a mala no chão.

— Vá em frente. Apenas não toque minhas roupas íntimas. Isso seria

assustador. — Ela deu um passo para o lado para dar-lhe espaço.

— Com quem você ficará? — Ele se ajoelhou, abrindo a mala

dela.
— Isso não é da sua conta. Sou um funcionário civil. Eu não

tenho que responder a você, a menos que esteja violando leis, o que

certamente não estou.

Ele olhou dentro da mala aberta e a fechou, ficando de pé. —

Responda à pergunta ou a levarei à segurança.

Seu temperamento aumentou. — Deixe-me adivinhar. Você não

é meu fã. — Ela se aproximou, lendo o nome na identificação que

estava anexada ao seu uniforme. — Você é amigo de Bradley Rogers

ou alguém da Equipe Um? Ouça bem, Mercer. Tenho coisas melhores

para fazer do que ficar aqui com você.

Seus olhos se estreitaram e sua boca pressionou em uma linha

apertada, mas ele saiu do caminho dela. Abby levantou a mala e olhou

de volta. — Diga a seus amigos da segurança que não tolerarei ser

assediada. — Ela caminhou em direção à unidade da família.

— Fazendo amigos, como sempre. — Ela murmurou.

Ela alcançou a nova suíte dos Veslor além de uma curva no

corredor e colocou a palma da mão no scanner de fechadura. Abriu

para ela.
Um movimento pelo canto do olho a fez virar a cabeça. O

segurança a seguiu pelo corredor. Ela resistiu ao desejo de expulsá-lo,

ao invés de apenas entrar e deixar a porta fechar.

A segurança não poderia substituir os bloqueios deste conjunto.

Ela se certificou disso. Somente Howard tinha autoridade, além dela

e os Veslor. Ela sequer adicionou Clark Yenna. Não até que ela tivesse

certeza de que ele era confiável.

As luzes se acenderam automaticamente na grande sala de estar.

Ela foi até o quarto de Drak, abriu a porta e caminhou até o armário

para desfazer as malas. Tinha ainda espaço no armário. Dez minutos

depois, ela vestiu o pijama e se deitou na cama com um bloco de

dados para ler um livro.

Horas se passaram.

Abby continuou olhando para o dispositivo de comunicação,

preocupando-se cada vez mais.

Quando outras quatro horas se passaram, ela saiu da cama,

andando de um lado para o outro. Drak e o grupo já deveriam ter

voltado. Ela amaldiçoou, finalmente ligando para Clark.


Ele respondeu imediatamente. — A Colônia está sob forte ataque

está noite. Todos os pilotos foram obrigados a parar e aguardar o

amanhecer para reunir suas equipes.

— Quem deu essa ordem?

— Comandante Bill.

— Você tem certeza de que foi ele? Não algum idiota brincando

com suas ordens?

— Falei diretamente com Howard. Eu também não gosto disso.

Eles estão lá por dois turnos consecutivos e agora estão entrando em

três. Estou no ônibus agora, pronto para descer para buscá-los se eles

ligarem ou precisarem de ajuda.

— Ok. Obrigada por me avisar. — Ela desconectou e andou mais

um pouco, antes de decidir ligar para Howard.

— Eu sei do que se trata, Abby. Sinto muito, precisei manter os

Veslor lá embaixo a noite toda. Clark já mastigou minha bunda,

reclamando sobre como seus meninos devem estar exaustos agora. A

Colônia está sob forte ataque, mais do que o habitual.

— Por que?
— Eu não sei. — Howard parecia estressado. — Eles costumam

receber meia dúzia daqueles malditos Cadia tentando superar suas

defesas. Esta noite, tiveram pelo menos quatro dúzias daqueles

malditos vermes tentando romper as barreiras. Mandamos outra

equipe há três horas para ajudar.

— Quantas equipes estão lá embaixo agora?

— Três. Normalmente, temos duas e apenas uma equipe para o

terceiro turno, para cobrir as paredes dos assentamentos. Desde que

começamos a bombardear as cavernas e buracos próximos,

reduzimos o número deles e assumimos que os demais tinham que

viajar mais para chegar ao assentamento, já que agora atacam

algumas horas depois do anoitecer.

— O que mudou?

— Nenhuma ideia. Roth e os outros dois líderes de equipe

disseram que as criaturas são menores em tamanho do que o normal,

então talvez este seja um ciclo de criação para os Cadia.

Ela digeriu essa informação. — Como se uma estação de criação

tivesse ficado pequena e agora os jovens grandes o suficiente para

caçar saíram à procura de comida?


— Essa é uma teoria. Também tenho a equipe científica

trabalhando até tarde esta noite, tentando descobrir isso. Há muito

sobre essas criaturas que não conhecemos. Os malditos colonos não

fizeram muita pesquisa sobre o que vivia ali antes de construir o

assentamento. Malditos civis.

— Ok.

— Clark está em espera dentro de seu ônibus espacial para voar

para a superfície à primeira luz. Ele se recusou a voltar para sua

cabine até recuperar a equipe.

Isso fez Abby se sentir melhor. — Por favor, atualize-me se

piorar lá em baixo.

— As equipes estão segurando as barreiras. — Howard fez uma

pausa. — Roth realmente parecia animado com isso.

— Eles gostam de lutar. — Ela apenas esperava que nenhum dos

Veslor ficassem feridas, especialmente Drak. — Definitivamente me

atualize e se ouvir algo ruim, por favor, me avise.

— Eu prometo, Abby. Eu sei o que Drak significa para você.

Sinto muito, precisei tomar a decisão de mantê-los lá a noite toda. No

entanto, Roth os ofereceu.


Isso também não a surpreendia. — Bom. Vou manter meu

dispositivo de comunicação ao meu lado.

— Nós dois iremos. Será terceiro turno longo. Tente dormir um

pouco. — Ele desconectou.

Abby entrou no banheiro e se preparou para dormir. Não que

ela acreditasse que dormiria muito. Agora com Drak e seu grupo em

perigo na superfície.

Drak bufou uma risada, vendo Roer abrir fogo contra um Cadia

deslizando em direção à parede alta em que estavam. Ele gritou, se

debatendo ao ser atingido. Roer agarrou uma granada, rosnou alto

em advertência e lançou-a com força.

Todos eles agacharam atrás da borda elevada da parede, se

escondendo. A explosão foi seguida por pedaços de Cadia atingindo

a parede. Drak contou até três antes de se levantar, limpando os

respingos de sangue do braço que usou para proteger o painel do

capacete. A criatura estava imóvel, a frente dela uma bagunça de

sangue.
— São seis para mim. — Anunciou Roer. — Há outro.

Drak seguiu o olhar de seu grupo, vendo movimentos no escuro

vindo na direção deles. Estava mais abaixo na parede de onde eles

estavam. — Onde estavam escondidos? Hoje limpamos esta área.

— Eles estão ficando mais espertos em se esconder. — Gritou

Maith. — Ou mais determinados a matar os humanos por comida e

dispostos a viajar distâncias mais longas.

Roth abriu fogo, fazendo-o gritar de dor. Então o líder deles

lançou uma granada no Cadia enquanto a boca permanecia aberta.

Todos se abaixaram, logo antes de explodir. Um grande pedaço da

criatura pousou ao lado de Drak. Ele se afastou da parede.

Ao longo do longo dia e noite, seus pensamentos continuaram

indo para Abby. Drak queria contatá-la quando seus turnos foram

prolongados, mas Clark Yenna prometeu enviar uma mensagem, em

vez de fazê-la ir a uma estação de controle para falar diretamente com

ele. As comunicações do planeta para a nave eram limitadas em suas

habilidades.

Ela provavelmente se preocupava com ele, considerando sua

longa ausência.
— Quatro contam para mim. — Rosnou Roth.

— Não sinta ciúmes. — Provocou Roer. — Preciso ter um cheiro

melhor, já que a maioria deles chegou à minha seção do muro.

Drak riu. — Eles não podem nos cheirar nesses trajes, apesar de

você tirar o máximo proveito de suas queixas.

— Eu seria uma boa comida. — Continuou Roer. — Mas sou

habilidoso demais para permitir que eles me matem.

— Silêncio, vocês dois. — Ordenou Roth.

Drak se concentrou na escuridão, procurando qualquer

movimento. Ele ficou agradecido por não sentir o cheiro da morte que

estava presente em tantos corpos das criaturas abaixo. Não seria

sensato tentar mover os corpos dos animais até que o sol nascesse. O

chão não era seguro além dos muros. Os Cadia podiam sair da terra

sem aviso prévio.

— Você acha que sua fêmea está irritada?

Drak fez uma careta para Roer. — Não. — Ele se concentrou

novamente em sua tarefa de procurar movimento.

— Você deseja estar com Abby em vez de conosco.


Maith fez um barulho de garganta grunhindo. — Qualquer um

de nós prefere estar com uma fêmea do que nesta parede.

— Todos nós devemos encontrar fêmeas humanas.

— Não, Roer. — Interveio Roth. — Nós não devemos. Nosso rei

ficará com raiva o suficiente quando descobrir que Drak copulou com

um humano.

— Nosso rei não está aqui e provavelmente nunca viu um ser

humano. — Roer respondeu. — Ele não deveria ter nos enviado para

morar em uma nave com fêmeas não acasaladas se não quisesse que

fossemos atraídos por uma.

— Estamos aqui para lutar. — Roth fez uma pausa. — As fêmeas

humanas não são agressivas o suficiente para serem atraentes para a

nossa espécie.

— Isso não é verdade. — Drak rosnou. — Abby é muito atraente

para mim.

Maith andou um pouco mais perto de Drak na parede. —

Concordo. Também acho as humanas atraentes. Houve algum

problema em copular com sua Abby?


— Não. Não vou compartilhar detalhes íntimos, mas não apenas

é possível, como é extremamente prazeroso. — Drak entendia a

pergunta de Maith. Ele era o médico deles, afinal. — Para nós dois.

— É difícil para mim acreditar nisso. — Roth suspirou alto. —

Onde está o desafio? É extremamente excitante quando uma fêmea

nos faz provar que somos dignos dela. Os seres humanos são muito

frágeis.

— Abby é muito excitante. — Assegurou Drak.

— Você precisou ser gentil, correto?

Drak não gostou do tom de desaprovação de Roth. — Sim.

Melhorou a experiência. Em vez de focar em mantê-la presa a mim,

tentando evitar ferimentos durante a cópula normal, pude me

concentrar no prazer que senti. Também foi um desafio.

Roth bufou incrédulo.

— Eu não lhe contaria mentiras. Ser gentil o suficiente para não

causar nenhuma dor ou hematoma a Abby foi mais um desafio do

que uma exibição normal de dominância. Foi um ótimo teste para

minhas habilidades permanecer no controle.


— Eu gostaria de testar minhas habilidades com uma fêmea

humana. — Roer rosnou suavemente.

— Chega de conversa sobre cópula. — Roth ordenou. — Estamos

aqui para lutar.

— Atualmente não há Cadia atacando nossa seção de paredes.

— Destacou Maith. — É um bom momento para conversar. Não há

humanos perto. Eu não conheci nenhuma fêmea no Defcon Red que

me interessasse para copular, mas isso pode mudar se continuarmos

neste trabalho por um longo período de tempo. Drak, quais são as

diferenças físicas entre as fêmeas humanas e Veslor?

— Não estou confortável em discutir o corpo nu de Abby. — Ele

admitiu. — Você é nosso médico, Maith. Fale com médicos humanos

para obter essa informação. Eles fizeram muitas perguntas sobre nós.

— Você espera que eu entre na área médica e peça para ver

exames visuais de uma das fêmeas? — Maith resmungou. — Isso os

alarmaria.

Drak escondeu um sorriso. — Leve-me com você se fizer isso.

Quero ver as expressões deles.


— Eu o proíbo. — Rosnou Roth. — Pare de pensar em fêmeas

humanas.

— Nós podemos fazer as duas coisas. — Assegurou Drak. Ele

olhou para o céu, notou as poucas estrelas aparecendo. Abby estava

lá em cima, esperançosamente em sua cama e ele não podia esperar o

sol voltar para ela.


Abby acordou quando algo apitou alto. Ela sentou-se

rapidamente, confusa sobre onde estava, até perceber que era o

quarto de Drak. Ela pegou o dispositivo de comunicação. — Abby

aqui.

— É Clark. Descerei para buscá-los. Eles não estão feridos.

— Obrigada. — O alívio atingiu Abby com força. O piloto estava

finalmente voando para o planeta para pegar os Veslor.

— Eles estarão com fome e precisarão de chuveiros.

— Estou trabalhando nisso. Por favor, traga-os de volta com

segurança.

— Certo. Clark desligando.

Ela deixou o aparelho e saiu da cama em que dormia, sem se

preocupar em puxar as cobertas na noite anterior. Uma rápida ida ao

banheiro para escovar os dentes e usar o banheiro e voltou ao

dispositivo de comunicação. Quando terminou de fazer ligações, se

vestiu rapidamente.
Quinze minutos depois, a porta da suíte bateu. Abby olhou para

o monitor, feliz por ver dois civis em uniformes de serviços de

alimentação. Ela abriu a porta, acenando para eles entrarem. — Muito

obrigada.

— Obrigado pela grande gorjeta que você nos pagou para fazê-

lo.

Abby estava feliz por eles terem concordado em entregar

comida. A última coisa que o grupo precisava era ir ao refeitório ou

comer os poucos itens que os alimentos distribuídos mantinham em

estoque em todos os níveis da nave. Os dois homens empurraram o

carrinho e saíram rapidamente. Abby levou tudo para a mesa de

jantar e começou a levantar os pratos cobertos, colocando um diante

de cada cadeira. Então, encontrou canecas nos armários da cozinha

para o café que estava nas duas grandes garrafas.

O olhar dela continuou indo para porta. Cada minuto que

passava parecia uma eternidade. Até que finalmente abriu — e Drak

foi o primeiro a entrar. Ela provavelmente não deveria ter corrido

para ele, mas estava preocupada.

Um grande sorriso dividiu seu belo rosto e ele a pegou,

levantando-a. Ela o abraçou pelo pescoço.


— Você está seguro!

Drak riu. — Senti sua falta, Abby.

— Isso é nojento. — Um homem resmungou.

Abby levantou a cabeça, olhando por cima do ombro de Drak

quando o resto de seu grupo entrou. Foi Roer quem falou. Ele riu da

expressão dela. — Todos nós precisamos de um banho. Você não

deveria tocá-lo ainda, Abby.

Roth fungou. — Sinto cheiro de comida.

Abby se mexeu e Drak a colocou de pé, mas a segurou pela

cintura. — O café da manhã foi entregue. Eu pedi muito. Está tudo

em cima da mesa, então fiquem à vontade.

— Devemos tomar banho primeiro. — Roth olhou ansioso para

a mesa.

— Não, não precisam. — Protestou Abby. — Sou humana. Não

tenho o seu olfato e você não fede para mim. Por favor, coma

enquanto está quente.

Roth encontrou seu olhar e sua expressão se suavizou. — Nós

apreciamos isso.
— Ela é uma cuidadora. — Roer foi em direção à mesa. — Você

me ouviu, Drak? Acasale com ela.

— Eu ouvi. — Drak deu a Abby um leve aperto, sorrindo para

ela. — Planejo fazer isso.

Abby encontrou seu olhar e viu o desejo de acasalar ali. — Vá

comer. Conte-me sobre a sua noite.

— Você não quer ouvir nada disso. — Roer se sentou à mesa,

levantando a cúpula do prato na frente dele. — Muita carne. Boa

escolha, Abby! — Ele começou a comer.

Ela caminhou com Drak para a mesa. Ele foi o último Veslor a se

sentar. Os outros três já estavam comendo. Ela não hesitou com a

ansiedade deles, lembrando o quão faminta ficou depois de ter

passado a noite no planeta. — Eu posso servir café.

— Não precisa. — Drak levantou a cúpula em seu prato, mas

hesitou. — Por que não há um prato para você?

— Eu não como uma refeição pesada logo de manhã. — Ela saiu

do lado dele para caminhar até o dispensador de alimentos, pegando

bolinhos e chá.
Todos os quatro olharam para o pequeno prato que ela segurava

quando se sentou ao lado de Drak, fazendo-a sentir-se um pouco

constrangida. — O que?

— Você está comendo apenas um pedaço grosso de pão? —

Drak pareceu confuso.

— É de maçã. Eu ficaria doente se comesse mais do que isso tão

cedo e me sentiria horrível pelo resto do dia. Eu como muito a tarde,

se isso ajuda.

— Você precisa comer mais.

Ela apenas balançou a cabeça para Drak. — Ouvi dizer que os

Cadia estavam agindo de maneira estranha.

— Muitos atacaram. — Maith se serviu de café, cheirou-o com

curiosidade e tomou um gole. — Não estávamos em perigo.

— Estávamos em um muro alto. — Acrescentou Roer. — Nós os

matamos antes que pudessem bater nas barreiras para tentar romper.

— Algum deles conseguiu?

Roth balançou a cabeça. — Tínhamos três equipes, além de

dezenas de humanos que vivem no assentamento ajudando. Eu


esperava mais um desafio, mas são fáceis de matar se você jogar

pequenas bombas dentro de suas bocas.

Abby parou de comer. Oh. Sim. Isso funcionaria com certeza.

— Clark precisou nos lavar com espuma de limpeza quando

chegamos ao compartimento de transporte, levou nossos trajes para

serem limpos. Não queríamos deixar os humanos com mais medo,

atravessando a nave com sangue por todos nós.

— Silêncio, Roer. — Repreendeu Roth. — Você vai alarmar a

fêmea.

— Estou bem com esse tipo de coisa. — Ela prometeu. —

Enquanto nada desse sangue seja de nenhum de vocês. — Ela olhou

para Drak. — Você tem certeza de que não se machucou?

— Estou ileso. Estamos com fome, precisamos de um banho e

dormir seria bom. — Ele a observou. — Você ficou acordada a noite

toda? Parece cansada.

— Não dormi bem. Espero que você não se importe, mas tirei o

dia de folga. Pensei em dormir com você.

Drak sorriu. — Gostaria disso.


Roer riu. — É bom que tenhamos nossos próprios quartos e as

paredes sejam grossas.

Abby corou. As paredes eram à prova de som, felizmente.

Nenhum dos seus amigos os ouviria se fizessem sexo.

Todos terminaram de comer e Drak a levou para o quarto antes

de virar em direção ao chuveiro. — Eu serei rápido.

Ela assentiu, observando-o entrar no banheiro. Era tentador

segui-lo. Ela hesitou por cerca de um minuto antes de fazer

exatamente isso. A porta não estava trancada quando testou. A água

já estava caindo no chuveiro e as roupas descartadas de Drak estavam

no chão.

— Como você se sente em ter alguém para lavar suas costas?

Ele abriu a porta do chuveiro. — Eu apreciaria isso.

O olhar dela deixou o dele lentamente percorrer seu corpo

molhado e nu. — Você é tão sexy e seus músculos tão grandes. — Ela

olhou muito tempo para seu eixo duro. — Eu recebo o pacote

completo com você, Drak.

— Venha aqui comigo.


Ela rapidamente se despiu e se juntou a ele. Drak deslizou as

mãos pela cintura dela e a levantou, fazendo-a ofegar de surpresa

quando se viu presa contra parede. A boca dele desceu sobre a dela e

ela o beijou de volta. Seu corpo respondeu com força total, lembrando

exatamente como seria bom quando ele estivesse dentro dela.

Abby gemeu contra sua língua e subiu as pernas, envolvendo-as

na cintura. Sua carne molhada estava um pouco escorregadia, mas

Drak a segurou firmemente, mantendo-a no lugar enquanto

continuavam se beijando.

Ele finalmente se separou, os dois respirando forte. — Eu quero

leva-la para cama. Não aqui. Sua pele é tão delicada.

— Eu não ligo! Possua-me agora.

Ele rosnou baixo. — Não me tente a perder o controle, fêmea.

Ela sorriu para ele de brincadeira. — Mas seria divertido.

Ele gentilmente a abaixou na frente dele, ela moveu o queixo,

encarando seu pênis. Ele era grande, grosso... e a barriga dela tremeu.

— Eu quero muito você agora.

— Eu quero você também.


Ela alcançou cegamente o sabonete em uma prateleira e

derramou um pouco na mão. — Pelo menos, deixe-me aliviar.

— Eu não entendo. Ensaboando?

— É lubrificação.

— Eu crio a minha.

Ela hesitou, encarando seu pênis. Líquido claro vinha da cabeça

do seu eixo. Ela usou um dedo para roçar suavemente. Parecia

escorregadio ao revestir sua pele. Ela sorriu. — Agradável.

Ela deixou o sabonete e enxaguou a mão. Então gentilmente

agarrou seu eixo. O líquido claro que ele criava parecia melhor do que

sabonete ou loção. Para testar, ela acariciou. Ele estava certo. Não

havia atrito seco. Um gemido profundo veio de Drak e quando ela o

olhou, seus olhos esmeralda estavam como fendas.

— Você tem sua própria lubrificação. Isto é tão legal.

— Suas mãos são agradavelmente macias.

— Apenas espere. — Ela começou a acariciá-lo mais rápido,

apertando levemente a circunferência espessa de seu pênis. Ele

pareceu gostar, pelos sons que fez.


Drak virou-se devagar e encostou as costas na parede, abrindo

um pouco as pernas. Ela observou o estômago dele ficar tenso, os

músculos se acumulando ali em ondulações. Ele era o homem mais

sexy de todos os tempos. Apenas olhar, tocar, a excitava o suficiente

para doer. Ela levou a mão à base, sentindo algo duro ali.

Abby ajoelhou-se.

Drak respirou fundo, ofegando. — O que você está fazendo?

— Estou o conhecendo aqui, lembra? — Nesse nível, ela podia

ver o que tocava. Sentiu-se fascinada com seu yunce. Era levemente

curvo, uma barreira sólida que parecia manter suas bolas e pênis

separados. Ela passou as pontas dos dedos sobre ele. A textura era

irregular, a curva inclinada levemente em direção a sua parte traseira.

Ela deslizou a ponta do dedo por cima e entrou em contato com

algo grande e quente, assim soube que eram suas bolas.

Drak gemeu. — Extremamente sensível. Quando estou excitado,

meu yunce se separa. É a única vez que meu saco de sementes é

exposto.

— Entendi. Terei cuidado.


Ele tinha uma bola grande. Parecia inchada e muito quente.

Outra yunce estava atrás, também curvado. Agora ela entendia —

quando não estava inchado, as duas peças o cobriam totalmente.

— Entendi o que você quer dizer agora.

Ele rosnou. — Estou prestes a perder o controle.

Ela sorriu, agarrou seu pênis com as duas mãos novamente e

lentamente se levantou. Abby pressionou contra ele, prendendo

aquele comprimento duro entre seus corpos enquanto ela o

acariciava. Ele definitivamente precisava de duas mãos para se

masturbar. Pelo menos as delas.

Ele jogou a cabeça para trás e abriu a boca quando começou a

ronronar profundamente, fazendo o som que ela amava. O eixo dele

pulsou em suas mãos, crescendo ainda mais, logo ele gozou. Ela olhou

para baixo, observando. Não era claro, mais uma substância

completamente branca.

Drak de repente puxou as mãos do eixo dele e ficou sob a água.

Ele a puxou para debaixo do spray com ele, lavando sua semente dos

dois.

— Cama agora! — Ele rosnou as palavras.


— Ok.

— Vá. Terminarei rápido. Quero você com as pernas abertas.

Abby não precisou ser avisada duas vezes. Ela o aliviou, mas

estava sofrendo com a necessidade. Saiu do chuveiro, secou

rapidamente e quase correu para cama. Drak adorava cobri-la, então

pegou alguns travesseiros, jogou-os no chão ao lado e ajoelhou-se.

Depois encostou na cama.

A água no banheiro foi desligada. Ela não se incomodou em

fechar a porta. Drak saiu segundos depois, com o cabelo ainda

molhado. Ela o observou por cima do ombro e amou a maneira como

ele rosnou, a paixão claramente estampada em seus traços. Ele caiu

atrás dela, agarrou seus quadris e a empurrou um pouco mais alto no

colchão. Então entrou nela.

Ela estava molhada e pronta.

Abby apertou o lençol enquanto ele lentamente empurrava nela.

Drak entrou profundamente, até que aquela coisa de veludo foi

pressionada contra seu clitóris. Então ele começou a transar com ela

rápido e profundamente.

Gemidos saíram de sua garganta. — Sim!


— Você é perfeita. — Drak rosnou, prendendo-a sob seu corpo

maior, os lábios pressionados perto de sua orelha. O ronronar

profundo em seu peito começou a vibrar pelas costas. O clímax

aumentou rapidamente, até que ela gritou seu nome.

Ele continuou prolongando seu êxtase, até que ela gozou pela

segunda vez. Foi quando o sentiu segui-la. Ele abaixou a cabeça,

pressionando mais seu ombro e ela sentiu as pontas afiadas dos

dentes morderem.

Abby estremeceu. Ele não rompeu a pele — ela esperava — mas

foi quase doloroso.

Ele ficou ali, seu eixo enterrado profundamente dentro dela.

— Estou sangrando? — Ela realmente não se importava muito,

já que não doeu quando os dentes dele liberaram sua pele.

— Não. Sinto muito. Não sei por que fiz isso.

Ela virou a cabeça, recuperando o fôlego. — Veslor mordem

quando acasalam? Vivian não mencionou isso para mim.

Ele balançou a cabeça, segurando o olhar dela. — Nós mudamos.


Isso a chocou. — Eu pensei que fosse apenas quando quisessem

ter um filhote.

— É também como nos acasalamos. É por isso que apenas casais

acasalados têm filhotes.

Lembrou-se dele dizendo isso no ônibus quando eles

conversaram pela primeira vez. — Oh.

— Eu teria que mudar para fazer de você minha companheira.

Isso a assustava um pouquinho. Ela não viu um Veslor adulto

mudado, mas viu Klad desde o nascimento. Ele era tão fofo, tanto

quanto poderia ser um bebê pantera alienígena, mas um de tamanho

normal... ela duvidava que Drak parecesse adorável.

Drak ajustou seu grande corpo sobre o dela, colocando seu rosto

mais perto. — Eu não machucaria você.

— Posso ver você mudado? Hum, quando não estiver dentro de

mim?

O conflito apareceu em suas feições. — Mudamos para nos

proteger. Os níveis de agressão devem ser altos para se transformar.

— O olhar dele disparou para a boca dela. — Ou para acasalar. Não é


algo que fazemos com facilidade. Emoções intensas motivam a

mudança.

— Entendo. — Ela lambeu os lábios.

— Eu quero que você seja minha companheira, Abby.

— Eu preciso de mais tempo, Drak.

Ela jurou ver a dor brilhando nos seus olhos antes que ele

desviasse o olhar. — Eu entendo. — Ele se afastou lentamente,

evitando seu olhar. — Precisamos dormir.

Abby deitou na cama, puxando as cobertas e se sentindo

culpada. Os Veslor não eram humanos, as duas raças eram muito

diferentes. Ela desejou que essas diferenças não machucassem Drak,

mas algo tão sério como acasalamento não deveria ser apressado.

Drak entrou no banheiro e voltou com uma toalha úmida. Ela

corou um pouco quando ele limpou entre suas coxas, mas não

protestou. Então ele se deitou na cama ao lado dela, abrindo os braços.

— Eu quero abraçá-la.

Ela se encolheu contra o lado dele, usando o peito dele como um

travesseiro. — Eu não estou rejeitando você, Drak. Juro. A coisa toda

do sexo mudado é intimidadora.


— Compreendo. Os humanos consideram isso excêntrico.

Ele estava usando a palavra que usou antes. — Sim.

— Eu sei que você é minha companheira, Abby.

Ela assentiu contra ele. — Eu estou me apaixonando por você

também.

Ele passou o braço ao redor da cintura dela, puxando-a ainda

mais contra o seu lado. — Meu coração e corpo já pertencem a você.

Ele era um homem incrível. Ela sabia disso. Não a queria porque

ela era uma Thomas da D Corp. Ele a achava doce, quando todo

mundo a considerava uma vadia. Ele até admitiu que a amava, ao

estilo Veslor. E o sexo era incrível.

Ela também sabia que arriscaria sua vida pela dela. Pulou no

buraco Cadia para ir atrás dela na superfície do planeta.

— Apenas... me dê um pouco mais de tempo.

— Eu lhe darei qualquer coisa, minha Abby.

Ela fechou os olhos, ouvindo o batimento cardíaco constante

debaixo da orelha. — Durma, grandão. Você deve estar exausto.


— Eu tenho outro turno esta noite. Protegeremos os colonos

quando o sol se por. Posso não voltar até o sol nascer de manhã, se

muitos deles atacarem novamente.

O medo revirou seu estômago.

— Estarei seguro, minha Abby. Os muros ao redor do

assentamento são altos. Nós somos os melhores. Mataremos os Cadia

antes que eles possam entrar.

— Eu sempre me preocuparei com você.

— Eu gosto do que você faz, mas sou um soldado Veslor.

— Você é totalmente durão.

Ele riu. — Eu sou forte.

— Durma. — Ela bocejou. — Estou cansada também.


Abby montou uma estação de trabalho em cima da mesa no

quarto de Drak depois que ele saiu para o turno da noite para proteger

os colonos. As horas passaram devagar. Ela respondeu a todas as

mensagens que Mel enviou da D Corp, antes de fazer uma ligação de

longa distância. Demorou quase meia hora para chegar a nave

comercial Brar, mas o rosto sorridente de Vivian encheu a tela.

— Abby!

— Estou tão feliz por realmente falar desta vez e não ter que

deixar mensagens uma para a outra.

— Você recebeu a última?

— Você está grávida novamente. Parabéns!

— Obrigada. Estamos todos muito animados. Klad ainda não

entende muito bem, mas assim que tiver um irmão para brincar ficará

feliz.

— Eu sei exatamente o que isso exige agora.

Vivian arqueou as sobrancelhas.


— Sexo mudado. — Abby sussurrou, piscando para ela.

A amiga corou. — Sim.

— Garota corajosa.

Vivian riu. — Eu tenho um companheiro gostoso. Brassi pode

me convencer de qualquer coisa. E obviamente, realmente quero dizer

isso. Então, como está sua missão? Como são os Veslor? Os rapazes

disseram que os lutadores tendem a ser solitários. Eles não devem ser

os mais amigáveis dos Veslor. Provavelmente por causa dos altos

níveis de agressão que precisam ter nessa linha de trabalho. Espero

que a tripulação humana em Defcon Red esteja se comportando ou

pelo menos com muito medo de dar a eles alguma merda.

— Houve alguns problemas, mas as coisas estão melhores agora.

— Estou feliz que você decidiu estar aí então. Pensei que fosse

louca. Quer dizer, já tem um trabalho. Ser assistente pessoal de um

Comandante deve ser chato para você. Eu não sou muito fã de

superiores depois do que aconteceu com Alderson.

— Conheço Howard, lembra? Ele não é um idiota. Foi assim que

consegui o emprego. Ele conheceu meus pais antes mesmo de se

casarem.
— Certo. Eu lembro. Que tipo de problemas surgiram?

— Não foi por isso que liguei. Posso lidar com idiotas. Eu preciso

de respostas, em vez disso.

— Tudo bem. — Vivian parecia curiosa enquanto se aproximava.

— E aí?

— O nome dele é Drak. Ele é um dos Veslor e estamos juntos.

Excitação fez Vivian sorrir e pular em seu assento. — Isto é tão

legal! Conte-me tudo!

— Você sabe que essas ligações não duram muito. Especialmente

quando os satélites estão desalinhados. Depois, enviarei uma

mensagem mais longa, detalhando como nos conhecemos. No

momento, tenho perguntas e estou desesperada por sua ajuda. Drak

é ótimo... mas ele quer acasalar.

— Uau! Isso é maravilhoso! Você disse sim? Os Veslor são

incríveis! Eu lhe disse que você deveria conhecer um. Apenas

esperava que fosse com alguém do grupo de Brassi para que

pudéssemos viver juntas.

— Bem, sinto muito isso. Eu gosto muito de Drak. Ele disse que

precisa mudar para nos tornarmos companheiros. Estou um pouco


assustada com isso, Vivian. Como foi? Machucou? Brassi foi duro?

Deus... eu tenho muitas perguntas!

— Brassi nunca me machucaria. Até mudado. Eu entendo

porque você está hesitante em tentar, no entanto. Além disso,

algumas pessoas — e com isso quero dizer humanos — ficariam

horrorizados se descobrissem como os Veslor se acasalam. Você pode

dizer bestialidade? Tenho certeza que a maioria acharia isso. Quer

dizer, eles são alienígenas. Não são animais. Mas ainda assim.

Algumas pessoas estão decididas a pensar que são.

— Isso não está me ajudando, Vivian.

— Sinto muito. — Sua amiga suspirou. — Fiquei grávida de Klad

quando casei com Brassi. Isso é algo que aprendi. O controle da

natalidade humano não funciona com eles quando estão em outra

forma. Super esperma. Penetra profundamente. — Ela se abaixou e

tocou sua barriga. — Nas duas vezes em que Brassi mudou, bum,

fiquei grávida.

Abby amaldiçoou suavemente. — Ainda não estou pronta para

ter um filhote. Quero passar um tempo com Drak primeiro e ser um

casal antes de aumentar nossa família.


— É uma coisa de cheiro que acontece quando mudam. Como a

semente deles não apenas engravida você, mas também faz algo para

mudar seu DNA ou algo assim.

Essa notícia a surpreendeu.

— Não que eu possa mudar agora ou ter pelos. Nada esquisito.

Mas todo mundo diz que depois que nos acasalamos, eles podem

perceber as coisas apenas cheirando. Como se meu corpo gritasse:

pertence a Brassi e cheira como ele.

— Entendi.

— Mas espere ser atropelada. — Vivian esfregou a barriga

novamente. — Como eu disse, super semente. Eles não são férteis com

as duas pernas, mas mudados, é como se tornassem máquinas de bebê

se fizerem sexo.

Abby franziu a testa. — Esta não é a notícia que eu queria ouvir.

— Melhor ser avisada, certo? Klad foi uma grande surpresa para

mim, mas estava sem trabalho e bem... animada para me tornar mãe

quando o choque passou e percebi que Brassi não estava irritado. Ele

estava ainda mais animado do que eu.


O movimento do canto da tela chamou a atenção de Abby. O

olhar dela se afastando deve ter alertado Vivian. Ela virou a cabeça.

— Ei, apenas o homem que eu queria ver. Venha aqui, Vassi. — Ela

olhou para cima. — Ele é médico e sabe tudo sobre os Veslor.

Obviamente.

Vassi se agachou ao lado de Vivian e sorriu. — Olá, Abby

Thomas. Você está a caminho de nos visitar?

— Não, sinto muito. Estou namorando um Veslor e procurei

Vivian para obter respostas para algumas das minhas perguntas.

Os olhos de Vassi se arregalaram. — Um dos lutadores?

— Sim.

Ele fez uma careta. — Eles não formam laços com fêmeas. Evite

o macho.

Isso era novidade para Abby. — Bem, Drak quer acasalar.

A surpresa arregalou os olhos de Vassi ainda mais, até ele

parecer quase cômico.

— Eu não quero engravidar agora, no entanto. Existe alguma

maneira de acasalar sem o sexo mudado? Vivian acabou de me dizer


que é um acordo já feito e é assim que a sua espécie forma um vínculo

de união. Existe outra opção?

Vassi ficou em silêncio por um momento, parecendo pensar. —

Você poderia ir a um médico para ser esterilizada.

Abby balançou a cabeça. — Quero ter filhos. Apenas não agora.

— Entendi. — Ele esfregou a mandíbula. — Alguns de nossos

casais que desejam se acasalar, evitam ter filhotes. É raro, mas houve

casos. Os machos colocam seu cheiro em suas fêmeas até que

completem fisicamente o acasalamento. Acalma os desejos do macho

o suficiente para ajudá-lo a ser paciente e deixa outros machos

saberem que ela pertence a ele.

Abby ficou aliviada com a opção. — Seu cheiro?

Vassi olhou para Vivian.

— Apenas diga a ela. É a Abby. Ela não vai surtar se for algo

estranho. Seja franco.

Vassi encontrou seu olhar. — Os machos deixam suas sementes

nas coxas das fêmeas e esfregam seu corpo contra ela até que ela

cheira fortemente a ele.


— Oh. — Abby riu. — Entendi.

— A fêmea carrega seu perfume dessa maneira. Outros machos

sabem assim que ela já tem companheiro. Também apazigua o desejo

de completar o acasalamento do macho, já que ela tem um forte cheiro

dele.

— Obrigada. — Abby disse. — Eu ficaria bem com isso. Apenas

não estou pronta para um filhote. Ainda. Pretendo ter alguns, no

entanto. Talvez daqui a um ano. Pode me chamar de egoísta, mas

quero um tempo com Drak antes de aumentarmos nossa família.

— Você é viciada em trabalho. — Vivian acusou de brincadeira.

— Admita. A idéia de ter um bebê com todas as coisas que você faz

seria difícil. Quer dizer, você disse que ainda está trabalhando para a

D Corp enquanto está no Defcon Red, fazendo o que estiver fazendo

lá.

— Isso também. — Abby precisou admitir.

Vivian de repente franziu a testa. — O que seus pais pensarão

sobre Drak? Quer dizer, eles prepararam você a vida inteira para

assumir a empresa, certo? Drak está disposto a se mudar para Terra?

E seu grupo? Eu disse que eles vêm como um pacote.


— Eu lembro. Não pediria para eles fazerem isso. Meus pais me

querem feliz e isso não significa que preciso morar na Terra para

ajudar a administrar a empresa. Posso fazer isso de qualquer lugar.

Quanto a Drak ser um Veslor, honestamente, eles ficarão em êxtase

desde que realmente me ame e eu o amo. O que não é um problema.

Eles podem ficar um pouco surpresos, mas tenho fé que eles o

aceitarão. É um bom homem.

A tela começou a ficar estática.

— Parece que nosso tempo acabou, a menos que você queira

esperar os satélites se realinharem. — Vivian falou rapidamente. —

Estou tão feliz por você e Drak, Abby!

— Eu também. Obrigada. — Abby olhou para Vassi. — Obrigada

pela opção alternativa de sexo mudado e acasalamento. — Ela olhou

para Vivian novamente. — Felicite Brassi sobre sua gravidez. Aposto

que esse bebê será tão fofo quanto Klad. E ele vai adorar ter...

Mais estática obscureceu a tela e a conexão foi perdida. Abby

suspirou, frustrada. As chamadas de longa distância eram um

pesadelo no espaço profundo. Ela se levantou da mesa e se

espreguiçou. Havia muito em que pensar. Uma coisa era certa, no


entanto. Não queria perder Drak e seu coração estava decidido a ficar

com ele.

As informações que descobriu com Vassi continuavam

circulando em seus pensamentos. Estava disposta a permitir que Drak

colocasse seu cheiro nela para apaziguar seu desejo de torná-los

companheiros. Era um ciclo razoável. Ela o amava.

Drak acabaria conseguindo exatamente o que queria. Ela estava

disposta a se comprometer com ele.

— Eu posso acasalar com ele, mas não quero ter um filhote. —

Ela meditou, andando pela sala. — Desisti de encontrar alguém para

passar minha vida. Não quero perder Drak. — Ela fez uma pausa,

girou e andou novamente. — Amo o grandalhão. Ele já está sob a

minha pele. — Ela parou no lugar, levantando a mão para empurrar

o cabelo para trás enquanto continuava a argumentando consigo

mesma. — É assustador pular nisso tão rápido? Sim. Mas Abby

Thomas, porra. Eu tenho bolas de aço e meu sexy Veslor vale a pena.

Ela sorriu enquanto se decidia. — Contarei a Drak quando ele

voltar de manhã. — Mas o nervosismo a atingiu imediatamente. — E

se ele não quiser fazer a coisa do cheiro? E se não for suficiente?

Merda! — Ela começou a andar novamente.


Então parou quando outro pensamento ocorreu. Roth estava

preocupado com o fato deles terem um filhote e ela pedir a Drak que

deixasse o grupo ou exigisse que morassem num planeta. O grupo

poderia ajudar. Ela poderia usar os argumentos razoáveis de seu líder

para vender a Drak a ideia.

— Sou uma Thomas. Vender ideias é a nossa coisa. E nós somos

bons nisso. Posso convencer totalmente Drak.

Um sinal sonoro acordou Abby e ela se sentou rapidamente,

agarrando seu dispositivo de comunicação. O relógio ao lado dele na

mesa de cabeceira dizia que era o meio da noite. Ela bateu, esperando

que fosse Clark. Rezava para que não fossem más notícias.

— Abby aqui. Eles estão bem, Clark?

— É o Dr. Jordon Havers. O Comandante Bill sofreu uma

emergência médica. Você precisa vir imediatamente.

Abby ofegou, tirando as cobertas e saindo da cama. — O que

aconteceu? Ir para onde? Ele está em sua cabine?


— Ele conseguiu enviar um alerta. O guarda que respondeu

pegou uma equipe e ele foi transferido para a ala médica. Minha

equipe ainda está fazendo testes, mas parece que ele sofreu um

derrame. Está chamando-a, Srta. Thomas.

Lágrimas a cegaram o suficiente para quase bater na parede, em

vez de entrar no armário. Seu ombro bateu com força. — Estou a

caminho.

— Por favor, apresse-se. — Afirmou o médico, antes de

interromper a ligação.

— Não, não, não! — Ela acendeu a luz e pegou a roupa mais

próxima, tirando a camisola e se vestindo. Então pegou seu

dispositivo de comunicação, conectando-o a Clark Yenna. Ele não

respondeu. Ela precisou deixar um recado.

— É Abby. Acabei de receber uma ligação da ala médica. É

Howard. Eles acham que ele teve um derrame. — Ela ofegou. Estou

indo para lá agora. Por favor, informe Drak e o manterei atualizado

sobre a condição de Howard assim que souber mais. — Ela desligou,

enfiando o dispositivo no bolso.

Fez uma rápida viagem ao banheiro, onde ela o usou e escovou

os dentes. Ela apenas prendeu o cabelo em um rabo de cavalo


bagunçado, sem se preocupar em escová-lo primeiro. Saiu correndo

da suíte, apenas percebendo a caminho do elevador que esqueceu de

calçar sapatos e pegar seu crachá de identificação.

Isso não importava. Chegar a Howard sim.

Naquela noite, ele não encontrou nenhuma outra equipe.

Apertou o botão para levá-la ao nível da ala médica enquanto batia o

pé descalço no chão de metal, desejando que os elevadores se

movessem mais rapidamente. Quando as portas finalmente se

abriram, ela correu pelo corredor. Os médicos estavam do outro lado.

Odiava como os corredores se curvavam para fazer as pessoas se

sentirem como se a nave fosse mais aconchegante e não tão grande.

Um tiro direto seria mais rápido. No próximo corredor, ela bateu em

um corpo sólido e grunhiu. — Sinto muito.

Ela olhou para cima, esperando ver um guarda de segurança.

Apenas que não era.

Bradley Rogers se moveu rápido, agarrou-a pelo braço e a girou.

Uma das mãos dele cobrindo a boca dela.

Um momento de choque passou e ela começou a lutar, tentando

libertar a boca para gritar.


Então alguém estava ali, agarrando-a também. Ela virou apenas

o suficiente para ver o rosto de seu segundo agressor. Era Darren

Milts. Ele os rodeou e juntos, os homens a levantaram, carregando seu

corpo para dentro de uma sala próxima, as portas se fechando atrás

deles. Os dois a soltaram, impedindo sua fuga.

Ela recuou, olhando para onde estavam. Não era uma cabine,

mas uma espécie de grande área de armazenamento com enormes

caixas empilhadas em fileiras separadas, espaço criando corredores

entre cada uma.

Ela olhou para Rogers. — Que porra você pensa que está

fazendo? Saia do meu caminho. A ala médica está me esperando. Que

merda é essa?

Bradley Rogers cruzou os braços sobre o peito, olhando de volta

para ela. — Você quer dizer a ligação que recebeu? Nenhum médico,

sua puta.

O medo a inundou.

— O Comandante provavelmente está dormindo em sua cama,

como a maioria da tripulação está a essa hora. — Darren Milts passou

o olhar pelo corpo dela, a raiva deixando seu rosto mais feio do que o
normal. — Temos um acerto com você, vadia. Vão nos transferir! Sabe

o que isso fará com nossos registros de serviço?

Ela estava assustada, irritada com o que fizeram — e pior,

irritada consigo mesma isso. Por outro lado, quem pensaria que iriam

planejar algo tão maligno? — Há câmeras em todos os lugares. A

segurança descobrirá rapidamente que vocês dois me agarraram. Não

podem se safar disso. Saia do meu caminho agora.

— Câmeras que estão passando por dificuldades nesse nível. —

Uma voz atrás dela provocou.

Ela olhou por cima do ombro, vendo Morgan Peters sair de trás

de uma das pilhas de caixas.

Ele sorriu friamente para ela. — Temos amigos na segurança.

Lembrou-se daquele que verificou sua mala. Abby se moveu um

pouco para manter todos à vista e mudou seu foco de volta para

Rogers. Ele era o encarregado de seus homens. — Não funcionará.

Você não derrubou todas as câmeras. Confie em mim, eu sei. A

maioria das naves de frota possuem tecnologia D Corp. Existem

câmeras escondidas em todos os níveis. Mesmo que você tenha

conseguido colocar todas as câmeras off-line nesse nível, as câmeras


de elevação estão em um sistema separado. E ninguém na segurança

tem permissão para apagar os backups. Eu mesmo cuido disso.

— Haverá provas de que você estava aqui comigo. Que não

estavam em suas cabines. Pense nisso antes de fazer algo do qual se

arrependerá. Você e sua equipe serão os primeiros que procurarão se

algo acontecer comigo. Deixe-me ir e esquecerei isso.

A mandíbula de Rogers flexionou.

— Ela está mentindo. — Milts resmungou.

Abby o ignorou. — Você ordenou que Milts me empurrasse

naquele buraco, Rogers? Aposto que sim. É estúpido demais para ser

idéia de alguém além dele. Não aceite conselhos dele. Eu não estou

mentindo. Não há como você se safar disso. Apenas me deixe ir e

darei minha palavra que ninguém nunca ouvirá sobre isso.

— Ela não fará isso. — Disse Peters.

Abby manteve o foco em Rogers, sabendo que o atrair era sua

única esperança. — Pense nisso. Você sabe o que é pior do que ser

transferido? Ser acusado de assassinato. Suponho que foi o que

planejou para mim. Sua vida terminaria. Sem trabalho. Sem naves

militares confortáveis. Inferno, ser demitido da frota é a menor das


suas preocupações. Você será condenado à morte. Você e eu não nos

damos bem, mas ainda não acredito que pediu para Milts me matar.

Ele é um idiota. Tellis me contou isso enquanto estávamos presos no

subsolo. Você está sempre tendo que limpar a bagunça dele, certo?

Como todas aquelas brigas de bar que ele começa?

— Sua puta de merda! — Milts gritou, dando um passo em sua

direção com os punhos fechados.

Rogers agarrou seu braço, detendo-o, sua voz baixa. — Não.

Isso deu a Abby esperança. — Vamos chamar isso de uma má

decisão. Fico feliz que o Comandante Bill esteja saudável. Entendo

que está com raiva de mim, mas honestamente... — Ela olhou para

Milts. — Foi ele quem tentou me matar. Ser transferido para outra

nave é muito melhor do que ser acusado de assassinato. — Ela

segurou o olhar de Rogers. — Dou minha palavra, como Thomas, que

esquecerei isso. Apenas deixe-me sair daqui.

Rogers balançou a cabeça, liberando Milts. — Eu não acredito

em você.

Seu batimento cardíaco disparou com força. — Pense nisso,

Rogers! Eu não quero morrer. Estou muito motivada. Você não fez

nada para justificar uma sentença de morte. — Ela olhou ao redor


brevemente, sem ver nenhuma câmera na área de armazenamento. —

Você pode dizer que queria conversar comigo. Não tenho uma marca

em mim. — Ela encontrou seu olhar novamente. — É sua palavra

contra a minha se eu tentar apresentar queixa. Milts se safou tentando

me matar porque era a minha palavra contra a dele. A mesma coisa

acontecerá aqui. Três versões de como foi simplesmente uma a

conversa amigável. Apenas me deixe andar. Nenhum dano, nenhuma

falta. Por que me daria ao trabalho de mencionar isso? Isso não me

deu nada antes.

— Estamos sendo transferidos. — Milts disse.

— Mas não acusados de tentativa de assassinato. — Abby

lembrou. — Você não está em uma cela, está?

— Eu não gosto disso. — Peters se aproximou.

Abby se virou um pouco mais, determinada a não ficar de costas

para Peters.

Foi quando ela percebeu que ele tinha uma arma presa à cintura.

— Tínhamos um plano, droga! A cadela precisa morrer!

— Cale a boca, Milts! Estou pensando. — Rogers estendeu a mão

e esfregou a ponta do nariz.


Abby o observou de perto. Ele parecia inseguro sobre o que

fazer. — Apenas me deixe sair, Rogers e esquecerei tudo.

— Ela é uma puta rica e fodia o Comandante! Ele expulsará toda

nossa equipe se ela contar a ele sobre isso. Já precisamos ficar em

nossas cabines, a menos que estejamos no maldito refeitório. — Disse

Milts. — Essa merda vai nos arruinar! Ninguém vai se dar ao trabalho

de tirar imagens de outros níveis. Ela é cheia de merda!

— Eu não estou fodendo Howard. Ele é o melhor amigo dos

meus pais e foi o padrinho deles de casamento. Eu cresci chamando-

o de tio Howard. E sim. — Abby disse com firmeza. — Eles checarão

as câmeras e farão uma investigação completa, se alguma coisa me

acontecer. Você entendeu isso? Eu sou como uma filha para Howard

Bill.

— Foda-se! — Rogers recuou um passo, esbarrando na porta. —

Isso é uma mentira!

Abby balançou a cabeça. — Não é. Fui assediada pela imprensa

na Terra depois do que aconteceu com o julgamento da Gorison

Traveler. Howard me deixou vir aqui para me afastar deles. — Ela fez

uma pausa. — Tio Howard.


Rogers jogou a cabeça para trás e soltou uma série de maldições,

terminando com: — Estamos tão fodidos!

— Você pode me deixar...

— Cala a boca! — Rogers avançou e a empurrou com força. —

Você arruinou nossas malditas vidas! Estamos ferrados de qualquer

maneira! Milts está certo. Estaremos fodidos quando o Comandante

descobrir que viemos atrás de você, independentemente de matá-la

ou não.

Abby tropeçou e caiu de bunda. Rogers estava de pé sobre ela,

parecendo pronto para matá-la com as próprias mãos. Foi quando ela

soube.

Ele não a deixaria sair daquele depósito viva.

— Eu não contarei a ninguém!

— Eu não acredito em você. — Ele se virou, pisando forte no

chão enquanto caminhava entre ela e a porta. — Mudança de planos.

Precisamos fazer parecer um acidente. Violência não intencional,

porque ela irrita todo mundo. Deixe-me pensar.

Abby não morreria sem brigar. Ela não tinha sapatos ou spray

de proteção. Apenas o cérebro... mas isso teria que ser suficiente.


Peters se aproximou, observando o líder e aguardando ordens.

Milts olhou para ela, um brilho em seus olhos que lhe dizia qualquer

plano que Rogers tivesse, ele gostaria de vê-la morrer.

— Eu acho que ficarei doente. — Ela avisou, sua voz alta

enquanto fazia sons de vômito. Ela rolou, ficando de joelhos— depois

usou essa posição para se lançar em Peters.

Com uma mão fechada, ela bateu nele, jogando-o contra a lata

de lixo. A outra mão agarrou a arma dele.

Ficou livre quando ele soltou um grito feminino.

Abby empurrou seu corpo já desequilibrado o mais forte que

pode e passou por ele, virando levantando a arma. Peters bateu no

chão, curvando-se em uma bola pela dor que ela causou. Milts e

Rogers os encaravam, congelados.

Isso durou uma fração de segundo. Então os dois alcançaram

suas costas.

Abby disparou enquanto corria para trás de um dos grandes

caixotes.

Ela não tinha certeza se acertou um deles, mas eles devolveram

fogo, atingindo a parede perto dela e de um dos caixotes.


Alarmes estridentes soaram. O disparo de armas os acionava, era

assim dentro de todas as embarcações da frota. O som ensurdecedor

abafou o que os homens estavam fazendo enquanto ela corria ao

redor de um caixote, tentando desesperadamente encontrar um lugar

para se esconder.

Apenas precisava permanecer viva até que a segurança

respondesse a esses alarmes. Felizmente, eles não seriam amigos da

Equipe Um. Mesmo se estivessem, não corriam o risco de ficar com

seus amigos por causa da mentira.

Isso ou eles ajudariam o trio a matá-la.

Ela chegou atrás de uma pilha de caixas perto do fundo da sala,

ofegando e disparou sem olhar quando ouviu barulho nas

proximidades. E de jeito nenhum colocaria a cabeça por trás dos

caixotes para levar um tiro no rosto.

Lágrimas encheram seus olhos, mas ela as piscou. Nunca teria a

chance de dizer a Drak que queria ser sua companheira. Eles não

teriam um futuro para planejar os filhotes que queriam se ela não

sobrevivesse.
O fogo do laser atingiu a parede perto dela, fazendo- a gritar. Ela

jogou a arma ao redor da caixa e atirou às cegas, esperando acertar

alguma coisa.

Então se lembrou do seu dispositivo de comunicação no bolso.

Abby atirou novamente e usou a mão livre para retirá-lo.

Seu primeiro pensamento foi ligar para Howard. Ele mandaria

ajuda. Ela abriu o dispositivo, exigindo verbalmente que ele

conectasse a chamada. Simplesmente não tinha certeza se o fez ou

não; os alarmes eram altos demais para serem ouvidos.

— Howard? Espero que você possa me ouvir! Estou em um

depósito da ala médica. Uma sala cheia de caixas. Estou com Rogers,

Milts e Peters! Howard?! Por favor, envie ajuda!


Drak soltou o cinto de segurança e se levantou. Foi uma boa

noite. Os Cadia pareceram ter aprendido a lição. Apenas alguns

atacaram o assentamento logo após o anoitecer. Tudo ficou em

silêncio por tanto tempo, que decidiram que eles não precisavam

permanecer na superfície até o sol nascer. Clark os pegou e voou de

volta para a Defcon Red.

— Eu pensei que houvesse mais lutas com esse trabalho. —

Reclamou Roer. — Explodir não é legal. É muito fácil.

— Silêncio. — Ordenou Roth. — Estamos ajudando os humanos.

Por isso nosso rei nos enviou.

— É chato. — Maith suspirou. — Mas receberemos uma parte de

terras. É nisso que eu penso.

Clark Yenna saiu da seção piloto e sorriu para eles. — Com fome,

garotos? Querem comer antes de ir para suas cabines?

— Quero ir para Abby. Você não a acordou, não é? — Drak não

queria que ela pedisse a outros humanos que lhes trouxessem comida,

como fez antes. Ela estava exausta quando eles foram para a cama,
adormecendo rapidamente quando a aconchegou em seus braços. Ela

precisava descansar, para não ficar acordada preocupada com ele ou

com seu grupo.

Clark balançou a cabeça. — Você disse que queria surpreendê-

la. Eu fiz o que você pediu. Não dei um pio.

— Um pio? — Maith abriu a porta do ônibus, pisando na rampa

abaixada. — Isso é uma piada humana?

— É como falam na Terra que não contaremos nada. — Clark os

seguiu para fora do ônibus. — E o restante de vocês? Prontos para

comer? Eu estou. Drak pode ter uma mulher, mas somos solteiros. A

comida é um substituto decente para o sexo.

Roer bufou. — Eu não concordo. Copular é mais prazeroso do

que comer.

— Depende do que você come. — Argumentou Roth.

Maith lançou um olhar para o líder. — Faz muito tempo que uma

fêmea desafiou você.

Clark emitiu um sinal sonoro e ele pegou o dispositivo de

comunicação. Ele abriu... então parou de andar e franziu a testa. —


Recebi uma mensagem da sua mulher, Drak. — Ele apertou um botão

e a mensagem de Abby tocou em voz alta.

Drak ficou preocupado. Ele sabia que Abby se importava

profundamente com o Comandante Bill. — Eu vou para ala médica.

Por favor, ligue para Abby para que ela saiba que estou a caminho. —

Ele correu para tirar o traje rapidamente.

O dispositivo de comunicação de Clark apitou novamente. Ele

olhou surpreso pelo interlocutor. — Comandante?

— Onde você está? — A voz do homem era quase gutural, as

palavras saíram gritadas.

— Baía de ancoragem. Acabamos de desembarcar. O que...

— Os Veslor ainda estão com você?

— Sim. — Howard empalideceu. — O que há de errado?

— Abby está sob ataque! No nível seis, armazenamento três, eu

acho. Estou lutando com minha segurança pessoal.

Drak perdeu a cabeça ao ouvir essas palavras. Ele correu em

direção à saída, nem mesmo olhando para trás para ver se o seu grupo

seguia. Sabia que eles o fariam.


Alguns humanos estavam no corredor do lado de fora. Drak

empurrou-os para o lado e alcançou o elevador. Ele entrou, seu grupo

se amontoando com ele. Clark Yenna estava correndo na direção

deles, mas estava muito longe. Os seres humanos eram muito mais

lentos. Drak apertou o botão do nível seis.

— Esperem!

Drak ignorou a ordem de Clark, fechando as portas. O elevador

começou a se mover.

Roth olhou para ele. — Removemos nossas armas e não temos

detalhes do que está acontecendo.

Drak já havia rasgado a camisa e se curvou, arrancando a bota.

— Eu sou uma arma. Ela é minha companheira!

O grupo de Roth começou a se despir, tirando a calça. Todos

saíram correndo do elevador quando as portas se abriram no nível

seis. Alarmes altos soavam, luzes vermelhas piscando. Drak não sabia

o que queriam dizer. Talvez houvesse uma brecha no casco. Ele não

se importava. Encontraria Abby, mesmo que morresse procurando

por ela. Correu pelo corredor, deixando suas garras deslizarem da

ponta dos dedos e da ponta dos dedos dos pés para obter melhor
tração para correr mais rápido. Abriu a primeira porta no corredor e

quase atropelou dois homens em uniformes de segurança.

Ele pegou um, esquecendo que suas garras estavam fora. Sangue

jorrou nos braços do humano. — Onde fica o armazenamento três?

O homem estava claramente apavorado, não conseguia falar,

então o outro humano respondeu. — Por aqui. Siga-me. — Ele saiu

correndo.

— Desligue esse alarme. — Roth gritou com o humano.

Drak rosnou, liberando o humano que ele segurava e odiando o

quão lento eles se moviam quando foi forçado a conter sua

velocidade. Eles chegaram ao segundo corredor e o homem jogou seu

corpo contra a parede, apontando. — Lá.

Isso era tudo o que Drak precisava ouvir. Ele entrou, o som

ecoando na sala cavernosa, ensurdecedor para seus ouvidos sensíveis.

O alarme era muito mais alto ali do que no corredor. Era tentador

cobrir seus ouvidos, mas não o fez. Abby era tudo o que importava.

Ele rugiu, o som foi abafado pelos alarmes. Sua fêmea estava ali

em algum lugar; ele sentia o cheiro dela. Abby estava com medo. Isso

o enfureceu ainda mais, forçando sua mudança. Alguém morreria.


Ele inalou, usando o nariz, já que seus ouvidos eram inúteis.

Seus olhos aguçados viram um macho humano se escondendo atrás

de uma caixa com uma arma na mão. Ele não os viu entrar. Drak não

podia ver seu rosto, mas o macho disparou, apontando para o canto

de trás.

Matar.

Drak atacou, mas mesmo quando saltou para o macho, notou o

equipamento de segurança.

Ele curvou as garras, atingindo o macho com seu peso. Ele foi

jogado no caixote e imediatamente ficou imóvel quando os dois

caíram no chão. Drak afastou a arma da mão do macho inconsciente.

Ele viu outro atirando do canto. Aquele também usava uma

roupa de segurança — mas o macho olhou para trás, diretamente para

ele.

Raiva fez Drak rugir novamente. Ele conhecia aquele humano.

Era Milts. O macho que empurrou Abby para dentro do buraco dos

Cadia.

Ele correu para o macho.


Milts empalideceu, sua boca se abrindo quando ele se virou para

disparar contra Drak.

Os Veslor se moviam mais rápidos.

Drak saltou, garras estendidas de forma letal e atingiu o corpo

do macho.

Os alarmes foram desligados, mas os gritos do humano debaixo

dele, sendo esmagado e triturado, tomaram seu lugar. Parou

rapidamente. Drak arrancou a pata da carne do macho e passou as

garras em sua garganta para garantir que ele não vivesse mais.

Um choque agudo e doloroso atingiu sua perna por trás. Ele

soltou Milts e virou a cabeça.

Conhecia aquele humano também. Bradley Rogers. O macho

atirou nele. Apenas raspou, algo que curaria rapidamente, mas o

irritou.

Drak abriu a boca, rugindo para ele e mostrando as presas

mortais. Ele estava pronto para atacá-lo, mas Roer o venceu. Rogers

nunca o viu chegando.


Um segundo, ele estava lá, preparando-se para disparar contra

Drak novamente; no outro, estava gritando e morrendo sob a fúria

quadrúpede de Roer.

Roth correu até ele e fez um gesto com o corpo em direção ao

fundo da sala. Então saltou alto, indo para o topo de uma pilha de

caixas. Drak ignorou a dor na perna e pulou mais, pousando em uma

caixa. Era fácil pularem de uma caixa para outra.

O fogo do laser soou novamente, apenas um tiro. Ele foi para o

próximo caixote, preparando-se para atacar o inimigo — mas quando

olhou para baixo, Abby estava encolhida atrás dele. Ela estava como

uma bola apertada, encostada no caixote e enquanto ele observava,

ela levantou a mão atirando cegamente.

Drak levantou a cabeça, vendo Roth no outro caixote. Seu líder

também podia ver Abby desse ângulo. Drak deu um pulo,

aterrissando entre a parede e o caixote. Ele caiu a centimetros de Abby

e retraiu as garras.

Ela ofegou, movendo a arma na direção dele. Ele usou uma pata

para prender delicadamente a arma contra a caixa.


Os olhos de Abby se arregalaram quando o olhou— então ela o

surpreendeu se jogando contra seu corpo. O braço livre dela envolveu

seu pescoço grosso.

— Drak! Estou tão feliz em vê-lo!

Ele gentilmente soltou a arma com a pata. Abby se afastou e

abraçou-o com o outro braço, colando-se ao corpo dele. Ele tentou

recuar, lembrando que matou Milts. Tinha sangue por toda a frente.

Abby se recusou a deixá-lo se afastar, agarrando-se a ele com mais

força.

Um corpo pesado pousou perto deles. Drak virou a cabeça,

vendo Roth se transformar. Seu líder agachou.

— Você deve soltar ele, Abby. Ele precisa se acalmar antes que

possa voltar e ele está derramando sangue em você. Todos os machos

que estavam aqui com você estão mortos ou inconscientes. Está

segura.

— Eu não me importo. — Ela balançou a cabeça

descontroladamente contra a garganta dele. — Eu pensei que

morreria! Eu te amo, Drak. Não quero voltar à vida que tinha antes

de conhecer você.
Ele acariciou sua cabeça, ronronando. Drak tentou mudar, mas

não conseguiu. Roth estava correto. Ele estava muito excitado. Olhou

para o líder do seu grupo.

— Eu lidarei com os humanos e encontrarei roupas para nós.

Você consola sua fêmea. — Roth levantou-se, desaparecendo ao redor

da caixa.

Drak continuou ronronando, esperando que estivesse ajudando

Abby a se acalmar. Ela acariciou a nuca dele, finalmente levantando

o rosto para longe dele. Ele encontrou seu olhar enquanto ela o

olhava.

— Uau, eu queria ver você mudar... e é totalmente foda.

Ele mostrou suas presas.

Abby riu. — Perigoso. — Então ela soltou o pescoço dele e

estendeu a mão, segurando delicadamente. — Eu aceito todo você.

Levará mais tempo até que eu esteja pronta para fazer coisas

excêntricas com você.

Ele entendeu, dando um leve aceno de cabeça.

— Obrigada por ter vindo me resgatar.


Ele desejou poder falar e tentou se transformar novamente.

Naquele momento foi capaz, sentindo sua pele formigar. Então os

ossos estalaram.

Abby o soltou, avançando depois. Ele acabou de mãos dadas e

joelhos diante dela. — Você ficou viva o tempo suficiente para eu te

alcançar. É muito corajosa.

— Desesperada. — Ela olhou para as mãos. — Por favor, diga-

me que este sangue pertence a esses idiotas.

— Milts.

— Você me trouxe o sangue do meu inimigo... — Ela ofegou. —

Tem uma piada aí em algum lugar e depois rirei disso. Logo depois

do banho e talvez ficar um pouco bêbada. Talvez muito bêbada.

Haviam três deles. Rogers, Milts e Peters. Você conseguiu pegar todos

eles?

— Eu nocauteei um, pensando que poderia estar aqui para

ajudar, mas não disposto a arriscar deixá-lo consciente, caso quisesse

prejudicá-la. Eu matei Milts e Roer lidou com Rogers. Ele não

sobreviveu.

Abby assentiu.
— Você está em choque.

Maith deu a volta no caixote. Amarrou uma lona ao redor da

cintura nua e estendeu outra. — O melhor que pudemos encontrar.

Os humanos parecem desconfortáveis ao ver nossos grandes eixos.

— Bem, se todos vocês forem como Drak aqui no departamento

de tamanho, isso se chama inveja. Não desconforto. — Abby riu de

repente. — Acho que estou um pouco histérica.

Drak se levantou, pegando a lona de Maith. O macho mostrou-

lhe como prendê-la com pequenos laços presos na parte superior. Ele

então se abaixou, pegando Abby em seus braços. — Vamos tomar um

banho e verificarei cada centímetro do seu corpo. Está ferida em

algum lugar?

Ela colocou os braços ao redor do pescoço dele. — Estou bem.

Juro. Deixarei você me carregar porque é super forte e minhas pernas

parecem borracha.

Drak a carregou pelos corredores de caixas em direção à saída.

Muitos humanos esperavam ali, junto com Roth e Roer. O primeiro

humano que ele derrubou estava algemado, segurado por guardas.

Clark Yenna estava no rosto do macho, gritando com ele.


— Eu o mandaria para fora uma câmara de ar se dependesse de

mim, seu imbecil! — Ele disse com o polegar levantado. — Leve esse

lixo para uma cela. Você é uma vergonha, Peters!

Drak realmente gostava do seu novo líder de equipe e piloto.

O Comandante Bill entrou correndo na sala, vestindo roupas de

dormir. O humano mais velho os viu. — Abby!

— Estou bem, Howard. Tenho meu próprio grupo Veslor que

salvou o dia. — Abby descansou a cabeça no ombro de Drak. — Drak

está apenas me carregando porque quero segurá-lo.

O Comandante avançou na direção deles. Drak fez uma pausa,

observando o macho se aproximar, mas sabia que não representava

nenhuma ameaça para sua fêmea.

O Comandante Bill olhou furioso para os agentes de segurança

pelos quais passou. — Como porra isso aconteceu?

Um deles abriu a boca.

— Cale-se! Investigue e não deixe que aconteça novamente! — O

Comandante Bill os encarou. — Abby, eu...


— Nem comece se suas próximas palavras tiverem algo a ver

comigo saindo da Defcon Red. Meu companheiro está trabalhando

para você, o que significa que ficarei.

Drak sorriu, sentindo orgulho.

— Você acasalou? — O Comandante Bill ofegou.

— Ainda não, tecnicamente, mas o faremos. — Afirmou Abby

calmamente. — Estou tão feliz que você não teve um derrame, mas

apenas quero ir para casa. Com isso, quero dizer o quarto de Drak.

Nos encontraremos amanhã para o almoço, ok?

O Comandante abriu a boca, fechou-a e suspirou. — Bem. Você

é tão mandona. Assim como sua mãe.

— É por isso que meu pai a ama tanto.

O Comandante riu. — Ela é a única pessoa que pode aturá-lo.

— Isso também. — Abby sorriu para Drak. — Vamos para casa.

— Dê-lhes uma escolta. — O Comandante gritou. — Certifique-

se de que nada mais aconteça. Quero que o restante do Time Um seja

trazido para entrevistas, descubra se sabiam o que esses três idiotas


estavam planejando. Além disso, devem ficar confinados o tempo

todo em suas cabines.

Drak saiu da sala, ignorando os três humanos que os seguiam.

Seu grupo ficou na frente dele. Eliminariam qualquer ameaça, se fosse

apresentada.

— Você tem o melhor momento. — Abby sussurrou. — Eu não

sabia quanto tempo mais poderia aguentar. O maldito blaster estava

ficando sem carga.

Drak sentiu raiva novamente e as pontas dos dedos latejaram,

suas garras querendo se estender. Ele resistiu desde que segurava

Abby. — Como a levaram lá?

— Eu... dormi. — Ela admitiu. — Um médico ligou, mas depois

de ouvir suas vozes novamente, percebi que era Peters. Pelo menos

eu acho que foi. Não que isso importe. Eles montaram uma armadilha

e eu caí nela.

— Não quero que você vá a lugar nenhum sem um de nós a

partir de agora.

Ela suspirou, esfregando a bochecha contra a pele dele. —

Duvido que alguém vá mexer comigo quando souberem como vocês


abriram Milts e Rogers. Olhei para aqueles corpos quando você estava

me carregando por eles.

Ele fez uma careta. — Você não deveria ter visto isso.

— Melhor eles do que eu. Acredito firmemente no karma e sinto

tristeza zero por eles estarem no chão.

Eles entraram no elevador. Ficou lotado com os humanos perto

deles. Drak garantiu que ele mantivesse seu grupo entre eles e sua

fêmea. Ele quase perdeu Abby. Isso não era aceitável. Faria qualquer

coisa para mantê-la segura.

— Você me chamou de companheiro. — Disse ele calmamente.

Abby levantou o queixo e seus olhares se encontraram. — Eu

quero isso. Conversei com a Vivian. O cunhado dela estava lá. Ele é o

médico dos Veslor comerciantes. Fiz algumas perguntas a ele.

Maith se virou, franzindo a testa. — Sou médico. Você deveria

me perguntar se tiver alguma dúvida.

Drak lançou-lhe um olhar de aviso. — Ela os conhece há mais

tempo. Não tenha esse tom com minha companheira.


Maith suspirou. — Certo. Estou no grupo dela, agora que ela é

sua. Pergunte-me qualquer coisa.

Abby apontou para os humanos na frente. — Mais tarde.

Todos ficaram em silêncio. As portas do elevador se abriram e

Drak a levou para a suíte. Roth se recusou a permitir que os machos

humanos entrassem. Eles fizeram seu trabalho e escoltaram o grupo

até sua cabine. Mesmo isso não sendo necessário.

Drak carregou Abby até o banheiro, colocando-a gentilmente de

pé. Ele arrancou a lona, deixando-a cair e ligou o chuveiro. Abby se

despiu, entrando com ele. A água lavou o sangue dos dois. Ele a

puxou de seus braços, segurando-a.

— Você está tremendo.

— Foi uma noite traumática. Falando nisso, você está em casa

mais cedo do que esperava. Estou tão feliz por isso.

Ele a levantou, apenas querendo ficar mais perto e a abraçou com

força. — Quero acasalar com você. Por favor diga sim.

— Eu não estou pronta para fazer o sexo excêntrico, Drak... mas

você já ouviu falar sobre como um homem coloca seu cheiro em uma

mulher se eles querem esperar para engravidar?


Ele assentiu.

— Vivian disse que ficou grávida enquanto acasalava com

Brassi. Eu não quero ter um filhote agora. O que você acha? Eu já sou

sua companheira no meu coração, Drak. — Ela olhou nos olhos dele.

— Sou sua. Podemos fazer a coisa do cheiro? Isso também não deixará

Roth feliz?

Ele pensou sobre isso. — Ele ficará aliviado se esperarmos para

ter um filhote.

Abby segurou seu rosto. — E quanto a você?

— Eu ficaria bem com isso, desde que você seja minha.

— Eu sou toda sua. Cem por cento. Quero o cheiro do meu

companheiro.

Ele se sentiu confuso.

— Piada. Ignore. Fico um pouco boba depois de um estresse

extremo. Tiroteios com idiotas se enquadram nessa categoria. Quero

seu cheiro, mesmo que isso signifique ter sua semente na minha pele

como se fosse loção. Parece um bom lubrificante.


Os humanos o confundiam, mas ele sorriu. — Não será muito.

Vou me esfregar contra você depois do banho.

— Então, sue comigo. Ótimo. Espero que seja depois do sexo. Eu

posso lidar totalmente com isso.

Ele soltou a cintura dela e desligou a água, abaixando-a. — Eu

quero abraçar agora.

— Eu quero isso também.

— Você é meu coração, Abby. Pertenço a você.

— Você é meu coração... e esse corpo é todo seu. — Ela sorriu. —

Por toda a vida.


— O que eu disse? Klad não é o bebê mais fofo de todos os

tempos? — Abby baixou o bloco de dados com uma foto de seu

afilhado.

A mãe dela sorriu na tela. — Sim.

Seu pai estava sentado ao lado da mãe no sofá, na casa deles na

Terra. Ele não estava sorrindo. Em vez disso, a preocupação enchia

seus olhos verdes.

— Vamos, pai. Drak me trouxe o sangue do meu inimigo,

lembra? Ele rasgou o peito daquele idiota por tentar me matar. E se

isso não for digno de um Thomas, o que será?

Pequenas linhas apareceram ao lado de seus olhos e ele abriu um

pequeno sorriso. — Você tem um ponto.

— Eu sei. Drak também não tem ideia de quanto valemos. E quer

ouvir algo fofo? Ele e seu grupo juram constantemente que terão
trabalhos suficientes para garantir que eu sempre tenha tudo o que

precisar. Eles terão terras doadas por seu rei Veslor para construir

uma casa quando quiserem se aposentar, mas precisam ganhar

dinheiro para viver.

Sua mãe riu. — Isso é tão fofo.

— Eu sei, certo? — Abby sorriu.

O pai dela revirou os olhos. — Acho que você não mencionou

que é dona de um iate espacial? Também temos três casas de férias

em outros planetas e dois apartamentos de luxo em estações espaciais.

— Não. — Abby encolheu os ombros. — Será uma boa surpresa

quando esse trabalho terminar e deixarmos o Defcon Red. Pedirei

para Arrow nos levar para o próximo trabalho. É melhor eu dizer à

tripulação para estocar mais carne. Os Veslor realmente comem

muito.

— Estamos felizes por você. — Disse sua mãe. — Gostaríamos

apenas de conhecer esse Drak e seu grupo.

— Bem, você acabou de comprar um novo iate espacial. Venha

passear. Sabe onde estamos. Howard adoraria ver vocês dois

também.
O pai dela se inclinou para frente. — Drak a trata bem?

— Você não tem ideia. — Abby sorriu. — Ele é protetor e gentil.

Eu sei que ele quer ter um filhote, mas me disse que está disposto a

esperar até que eu esteja pronta.

— Quando será isso? — Sua mãe arqueou as sobrancelhas. —

Não estamos ficando mais jovens e agora estaremos perseguindo um

filhote energético em vez de um bebê humano.

Os pais dela se entreolharam. — Mais exercícios na academia. —

Disseram em uníssono.

Abby amava os dois. — Estamos pensando no próximo ano.

Ficaremos no Defcon Red por mais alguns meses, pelo menos. No

momento, queremos passar algum tempo juntos. Confie em mim, esse

homem vai me engravidar no futuro. Eu mostrei fotos dele, não

mostrei?

Sua mãe sorriu. — Sim, você fez.

Seu pai bateu no ombro de sua mãe. — Ei. Eu era bonito. Tinha

muitos músculos.

— Claro que sim, querido. — Sua mãe se inclinou para trás e

rapidamente balançou a cabeça negativamente.


Abby riu. Seu pai rapidamente virou a cabeça, exatamente

quando sua mãe começou a assentir.

— Ok, vocês dois. Preciso ir. Drak estará em casa em breve e

tenho mensagens de alguns de nossos clientes exigentes para

responder.

Seu pai ficou sério. — Você tem certeza de que ainda quer

trabalhar para nós? Não criamos esta empresa para fazer você se

sentir sobrecarregada.

— Estou perfeitamente feliz trabalhando na D Corp. Encontrei

para Howard um ótimo assistente, que chegará aqui em um ônibus

na próxima semana. Então ficarei entediada se não tiver algo para

fazer. Mel realmente me ajudou. Ela tem sido incrível. Pode lidar com

qualquer coisa que precisa na Terra.

— Bem, se você tem certeza. — Sua mãe a estudou de perto.

— Tenho certeza.

— O que aconteceu com aquele outro homem que tentou

machucá-la? — O temperamento de seu pai dela aumentou um

pouco; ela podia ouvir na voz dele.


— Peters enfrentará um julgamento. Um homem de sua equipe

morreu quando me empurrou naquele buraco, pelo qual ele será

acusado, juntamente com tentativas contra a minha vida por me atrair

para aquele depósito. Howard acha que receberá vinte anos e uma

dispensa desonrosa da frota se sobreviver por tanto tempo na prisão.

Ele é um idiota, então tenha isso em mente. Os outros membros da

equipe juraram não saber de nada. E de qualquer maneira, Howard

os manteve presos em suas cabines até dois dias atrás, quando foram

enviados para a Defcon Red. Problema resolvido.

— Alguém está lhe dando problemas por acasalar com um

Veslor?

— Nenhum mamãe. A atitude por aqui mudou muito. Os idiotas

que costumavam provocar os Veslor não incomodam agora.

Seu pai sorriu. — Eles não querem ser despedaçados ou dar uma

desculpa ao seu companheiro para lhe levar o sangue deles.

Abby sabia que seu pai entenderia. — Exatamente. Meu

companheiro é durão.

— Faremos uma viagem. — Prometeu sua mãe.


— Deixe-me saber quando virão e me assegurarei que o grupo

solicite algum tempo de folga.

Abby terminou a ligação antes que o link se perdesse, depois

entrou na sala principal da suíte. Ela acrescentou alguns toques

caseiros nas últimas semanas. Os homens não se queixaram das

almofadas grandes e confortáveis para descansar. Ela notou

imediatamente que não eram grandes fãs do sofá.

A porta se abriu quando estava indo tomar uma xícara de chá e

Drak foi o primeiro a entrar. Ele sorriu, indo direto para ela. — Senti

sua falta.

Ela abriu os braços e o encontrou no meio do caminho, deixando-

o erguê-la em um abraço de urso. — Também senti sua falta.

Ele esfregou o rosto no pescoço dela, inspirando profundamente.

— Apenas como eu.

Ela riu. — Cheiro de companheiro, hein? Você me cobriu bem

antes do turno da manhã começar. Como foi com a bomba?

Roth passou por eles. — Nós gostamos de trabalhar por conta

própria. Muitos Cadia morreram hoje.

Roer parou ao lado deles. — Foi chato.


— Sempre reclamando. — Maith murmurou. — Eu estou com

fome. Vamos comer.

Abby olhou para todos os homens de sua vida, abraçando seu

companheiro. Ela já esteve sozinha, desistindo dos homens... mas

nunca mais. No que dizia respeito às missões, está foi a melhor.

Ela pode ter começado como um anjo da guarda, vigiando-os.

Mas agora eles cuidavam dela.

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