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CADERNO DE QUESTÕES
» CÓDIGO 42 «
GEOGRAFIA
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Este caderno tem um total de 50 (cinquenta) questões, distribuídas da seguinte forma:
Questões de 01 a 20: Língua Portuguesa;
Questões de 21 a 50: Conhecimentos Específicos.
Verifique se este caderno está completo.
Para cada questão são apresentadas cinco alternativas de resposta (a, b, c, d, e), sendo que o
candidato deverá escolher apenas uma e, utilizando caneta esferográfica azul ou preta,
preencher o círculo (bolha) correspondente no cartão-resposta.
As respostas das questões deverão, obrigatoriamente, ser transcritas para o cartão-
resposta, que será o único documento válido utilizado na correção eletrônica.
Verifique se os dados constantes no cartão-resposta estão corretos e, se contiver algum
erro, comunique o fato imediatamente ao aplicador/fiscal.
O candidato terá o tempo máximo de 04 (quatro) horas para responder a todas as
questões deste caderno e preencher o cartão-resposta.
NÃO HAVERÁ SUBSTITUIÇÃO, sob qualquer hipótese, deste caderno, nem do cartão-
resposta.
Não serão dadas explicações durante a aplicação da prova.
BOA PROVA!
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o Texto I e responda às questões de 01 a 15.
TEXTO I
Sobre técnicas de torrar café e outras técnicas
Ronaldo Correia de Brito
Já não existe a profissão de torradeira de café. Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que
trabalhavam nas casas de família, em dias agendados com bastante antecedência. As profissionais famosas
pela qualidade do serviço nunca tinham hora livre. Cobravam caro e só atendiam freguesas antigas. Não era
qualquer uma que sabia dar o ponto certo da torrefação, reconhecer o instante exato em que os grãos
precisavam ser retirados do fogo. Um minuto a mais e o café ficava queimado e amargo. Um minuto a
menos e ficava cru, com sabor travoso. “Pra tudo na vida existe um ponto certo”, diziam orgulhosas do
ofício, mexendo as sementes no caco de barro escuro, a colher de pau dançando na mão bem treinada, o
fogo aceso na temperatura exata.
Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: os que mexiam a cocada no tacho
de cobre, os que fabricavam o sabão caseiro de gorduras e vísceras animais, os que escaldavam a coalhada
para o queijo prensado, os que assavam as castanhas. Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os
orixás e caboclos, os iniciados sentem o instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto de atuação,
o transe que faz o santo descer e encarnar no seu cavalo.
Nenhum movimento é mais complexo que o de finalizar. Nele, estão contidos o desapego e a
separação, o sentimento de perda e morte. Sherazade contou suas histórias durante mil e uma noites,
barganhando com o esposo e algoz Sheriar o direito de continuar vivendo e narrando. Mil noites é um
número finito. O acréscimo de uma unidade ao numeral “mil” tornou-o infinito. Mil e uma noites se
estendem pela eternidade. Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém sem o
ponto final, Sherazade adiou o término e a morte. De maneira análoga, Penélope tecia um manto sem
nunca acabá-lo, acrescentando pontos durante o dia e desfazendo-os à noite. Também postergava o
momento. [...]
Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça. Conta a história
que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura. O xilogravador Gilvan
Samico me apresenta os mais de cem estudos e as provas de autor até chegar à gravura definitiva. Olha
para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões. Confessa os dias de
horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova definitiva, quando o trabalho é
considerado concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence.
Que valor possui o esposo de Sherazade, comparado à narrativa que a liberta da morte? Talvez
apenas o de ser o pretexto para o mar de histórias que a jovem narra ao longo de mil e uma noites. E o que
se segue a esse imaginário fim? O que ocupa a milésima segunda noite, supostamente sem narrativas? Eis a
pergunta que todos os criadores se fazem. O que se seguirá ao grande vazio? Deus descansou no sétimo dia
após sua criação. O artista descansa, ou apenas se angustia pensando se a criatura que pôs no mundo está
verdadeiramente pronta, no ponto exato de um grão de café torrado por uma mestra exímia?
Afirmam que a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo. Num estado de absoluta
concentração, arqueiro, arco, flecha e alvo se desprendem da energia do movimento e partem em busca do
ponto exato. Anos de exercício levam ao disparo perfeito. O escritor trabalha com personagens que o
obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os santos do candomblé. Sonha os sonhos do outro, numa
entrega do próprio inconsciente à criação. Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-
se na superfície e salvar-se; com a mão esquerda anota frases sobre ruínas. Nunca possui a técnica exata de
um arqueiro zen, nem a perícia de uma torradeira de café. Dialoga com a morte como Sherazade, mantém
a respiração suspensa, negocia adiamentos e escreve.
Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta, um editor
arranca papéis inacabados de sua mão.
Disponível em:
http://www.opovo.com.br/app/colunas/ronaldocorreiadebrito/2012/03/03/noticiasronaldocorreiadebrito,2794944
/sobre-tecnicas-de-torrar-cafe-e-outras-tecnicas.shtml Acesso em 12 jun. 2013. (Texto adaptado).
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IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
1. No TEXTO I, o autor
2. Ao afirmar que “Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém
sem o ponto final, Sherazade adiou o término e a morte.” (parágrafo 3), o autor do texto retrata
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça.”
(parágrafo 4)
b) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.”
(parágrafo 4)
c) “Confessa os dias de horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova
definitiva, quando o trabalho é considerado concluído e o criador experimenta a estranheza
diante do que não mais lhe pertence.” (parágrafo 4)
d) “Conta a história que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura."
(parágrafo 4)
e) “O escritor trabalha com personagens que o obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os
santos do candomblé.” (parágrafo 6)
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a) “Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que trabalhavam nas casas de família, *...+”
(parágrafo 1). O termo em destaque indica uma referência à expressão “freguesas antigas”
(parágrafo 1).
b) “Nele, estão contidos o desapego e a separação *...+” (parágrafo 3). O termo em destaque faz
referência a “nenhum movimento” (parágrafo 3).
c) “*...+ quando o trabalho é concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não
mais lhe pertence.” (parágrafo 4). O conectivo “e” indica uma progressão semântica que
acrescenta um dado novo.
d) “*...+ a jovem narra ao longo de mil e uma noites.” (parágrafo 5). O vocábulo em destaque
caracteriza uma referência mais específica em relação ao termo a que se refere: “Sherazade”.
e) “*...+ alguns chegando a cavalgá-lo *...+” (parágrafo 6). O termo destacado substitui a expressão
“santos do candomblé”.
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9. Em “Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os orixás e caboclos, os iniciados sentem o
instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto *...+” (parágrafo 2), as vírgulas utilizadas
11. O termo destacado em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na
superfície e salvar-se *...+” (parágrafo 6), pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) Porque
b) Para que
c) Porquanto
d) Contanto que
e) Ao mesmo tempo que
12. Os conectivos ou partículas linguísticas de ligação, além de exercer funções coesivas, manifestam
ainda diferentes relações de sentido entre os enunciados. Aponte, dentre as alternativas a seguir,
aquela em que a relação estabelecida pelo conectivo em destaque está CORRETAMENTE indicada
entre parênteses.
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica”. –
(Proporção).
b) “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-se;” –
(Consequência).
c) “Dialoga com a morte como Sherazade, [...]” – (Comparação).
d) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.” –
(Finalidade).
e) “Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta [...]” –
(Adversidade).
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13. Por vezes, a omissão de palavras ou expressões não acarreta alteração no sentido de orações ou
períodos, já que tal omissão pode ser depreendida do contexto. Há, dentre as alternativas a seguir,
uma ocorrência assim caracterizada. Aponte-a.
14. Analise as proposições a seguir, acerca da pontuação, e assinale (V), para o que for verdadeiro, e (F),
para o que for falso.
( ) No trecho “De maneira análoga, Penélope tecia um manto *...+", a vírgula é utilizada para
separar uma expressão adverbial disposta no início do período.
( ) Em “Dialoga com a morte como Sherazade, mantém a respiração suspensa, negocia adiamentos
e escreve.”, as vírgulas são utilizadas para separar orações coordenadas.
( ) Em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-
se; *...+”, não há razão linguístico-gramatical que justifique a presença da vírgula na sentença.
Assim, seu uso é facultativo.
a) V V F
b) V F F
c) F V F
d) V V V
e) F F V
15. A regência verbal em destaque na frase “mulheres que trabalhavam nas casas de família” é a
mesma do verbo destacado em
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TEXTO II
Capítulo I
16. Pelo disposto acima, é CORRETO afirmar sobre o Mestre José Amaro:
17. “É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de carregação. Eles não
querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o que quero”. A fala final
de Mestre José Amaro revela
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18. Atente para a seguinte passagem: “Eles não querem mais os trabalhos dele.”
III. Embora não se refira a nenhum elemento textual anterior, o contexto possibilita a recuperação
do termo referente.
Está(ão) CORRETA(S):
a) III apenas
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
II. “É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a
organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência.”
III. “Modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma
forma de comunicação eminentemente interna.”
20. Pela própria natureza, a redação oficial deve apresentar uma linguagem que obedeça a critérios
específicos. Todas as características a seguir devem compor a redação oficial, EXCETO:
a) Impessoalidade e clareza.
b) Uso da linguagem padrão.
c) Tratamento linguístico formal.
d) Concisão e transparência de sentido.
e) Presença de conotação e da criatividade do emissor.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
» GEOGRAFIA | CÓDIGO 42 «
21. Relacione a coluna 1 com a coluna 2, de acordo com as características das correntes do pensamento
geográfico.
(1) Determinismo ambiental ( ) A diferenciação de áreas não é vista a partir das relações
entre o homem e a natureza, mas sim da integração de
fenômenos heterogêneos em uma dada porção da
superfície da terra.
(4) A nova geografia ( ) Trata-se da geografia cujo vetor mais significativo é aquele
calcado no materialismo histórico e na dialética marxista.
(5) A geografia crítica ( ) Focaliza as relações entre o homem e o meio natural, mas
não o faz considerando a natureza determinante do
comportamento humano.
A sequência CORRETA é:
a) 4, 1, 3, 5 e 2.
b) 3, 2, 4, 5 e 1.
c) 1, 3, 4, 5 e 2.
d) 1, 3, 5, 2 e 4.
e) 3, 1, 4, 5 e 2.
22. "A década de 1970 viu o surgimento da geografia crítica fundada no materialismo histórico e na
dialética. Trata-se de uma revolução que procura romper, de um lado, com a geografia tradicional e,
de outro, com a geografia teorético-quantitativa. Intensos debates entre geógrafos marxistas e não-
marxistas ocorrem a partir daquela década. No âmbito dos debates, o espaço reaparece como
conceito-chave."
(CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave da geografia. In: Geografia: Conceitos e Temas. 6. ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 23)
23. “Faz cerca de vinte anos que a 'globalização' se tornou uma palavra-chave para a organização de
nossos pensamentos no que respeita ao funcionamento do mundo [...]. A globalização pode ser
vista como um processo, como uma condição ou como um tipo específico de projeto político [...]. A
globalização é uma profunda reorganização geográfica do capitalismo *...+”.
(HARVEY, David. Espaços de Esperança. São Paulo, 2006 p. 79-84)
I. A onda de desregulamentação financeira começou nos Estados Unidos no início dos anos 1970
como reação forçada à estagflação que ocorria no nível doméstico e ao colapso do sistema de
comércio e troca internacional de Bretton Woods.
II. As ondas de profunda mudança tecnológica e de inovação e melhoria de produtos vêm
varrendo o mundo desde a metade dos anos 1960, gerando transformações recentes na
economia mundial.
III. O sistema da mídia e das comunicações e, sobretudo, a chamada “revolução da informação”
produziram algumas mudanças importantes na organização do consumo e da produção, bem
como na definição de desejos e necessidades integralmente novos.
IV. O custo e o tempo do transporte de mercadorias e pessoas também fizeram aflorar mais uma
dessas mudanças de ocorrência periódica na história do capitalismo, o que liberou todo o
sistema das atividades de restrições espaciais precedentes, permitindo rápidos ajustes de
localização da produção, do consumo, de populações, entre outros.
V. Diante das mudanças tecnológicas e da inovação, a circulação de mercadorias e pessoas permite
um baixo movimento na reorganização geográfica.
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I, II e III apenas.
d) I, II, III e IV apenas.
e) I, II, III, IV e V.
(Fonte: http//:www.google.com.br/imagens)
“Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo
arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas. Andam devagar, olhando para
trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam.
Expulsos do seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus
fados. Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo. Adelgaçados na magreira cômica,
cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos
abanando.”
(ALMEIDA, José Américo de. A bagaceira. 39ª Ed. Rio de Janeiro, 2004, p. 8)
a) As migrações seguem a mesma trilha do capital, ou seja, orientam-se para aquelas regiões onde
o capital está mais concentrado.
b) A migração compreende duas fases: a primeira, a saída do lugar de origem, chamada imigração,
e a segunda, que é a entrada no lugar a que se destina, chamada emigração.
c) O êxodo rural, transferência do habitante do campo para a cidade, é uma das formas de
migração interna.
d) As migrações internas são aquelas feitas dentro de um mesmo país. No Brasil, existem áreas
superpovoadas, de onde saem emigrantes, e áreas subpovoadas, para onde convergem
imigrantes. A área típica de emigração é o Nordeste.
e) O capitalismo determinante no modo de vida das pessoas, enriquece algumas poucas e
destinado à miséria de milhares de outras, causa concentração de terras, motivo para expulsão
do camponês.
(Disponível em:http//:www.levantepopulardajuventude.
blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html)
II. Apresenta um problema social da moradia que reflete a própria dinâmica do capitalismo pela
concentração de renda e da propriedade.
III. Critica os salários não compatíveis da maioria dos trabalhadores para a compra da mercadoria
(casa, apartamento).
IV. Evidencia a falta de alternativas sucessivas para uma parcela significativa dos trabalhadores, em
relação à moradia, resultando em ocupações organizadas pelos movimentos de moradia.
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II, III e IV.
28. A Copa do Mundo da FIFA Brasil de 2014 ocupa lugar de destaque como maior evento mundial
relacionado a um único esporte.
29. Observe os dois fragmentos abaixo. O primeiro, extraído de um texto jornalístico especializado, e o
segundo, extraído de um artigo científico:
Fragmento I
“Conter a desertificação que ameaça um bilhão de pessoas no planeta é a meta da ONU para a
próxima década. O plano de combate deve contemplar o semiárido no Nordeste e norte de MG, mas
os solos sem cobertura vegetal no pampa ficam de fora.”
(Disponível em: cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/10/proximo-alvo-desertificacao/)
Fragmento II
“Associado à seca, um passivo de caráter ambiental tem despertado a atenção da comunidade
científica e política brasileira nos últimos anos. Trata-se da desertificação, um tipo de degradação
que se processa em regiões de clima árido, semiárido e sub-úmido seco e que, segundo a CCD
(1994), está relacionada às mudanças climáticas e às atividades humanas.”
(TRAVASSOS, SOUZA e SILVA. Secas, desertificação e políticas Públicas no semiárido nordestino Brasileiro. OKARA:
Geografia em debate, v.7, n.1, p. 147-164, 2013)
No Brasil, a ameaça da desertificação costuma ser associada a duas regiões distintas – o semiárido
do Nordeste e os pampas gaúchos. Entretanto, o que se constata em cada uma dessas áreas são
fenômenos causados por fatores de natureza diversas. Sobre o fenômeno da desertificação, analise
as seguintes afirmações:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.
30. "A seca é um fenômeno explicável e previsível, segundo especialistas em climatologia (NIMER,
1989). As massas de ar equatorial dos dois hemisférios (Norte e Sul) se contrapõem na região
equatorial, criando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A ascensão de ar na ZCIT produz
uma zona de aguaceiros e trovoadas."
(CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo.Geoecologia: o clima, os solos e a biota. IN: Geografia do Brasil. 6. ed. Ed. USP, 2009, p. 178)
a) Devido à menor massa continental do hemisfério Sul e ao seu consequente ar mais frio, a ZCIT
conserva-se abaixo do Trópico de Capricórnio.
b) Nos meses de janeiro a abril, a ZCIT está ao norte do Trópico de Câncer, devido ao intenso
resfriamento do Ártico.
c) Nos meses secos, a região nordestina está sob domínio da Massa Equatorial Atlântica (MEA),
perde umidade nas regiões litorâneas, deixando o interior seco, salvo nas regiões serranas.
d) Nos meses secos, a região nordestina está sob domínio da Massa Tropical Continental (MTC),
perde umidade nas regiões litorâneas, deixando o interior seco, salvo nas regiões serranas.
e) A Frente Polar Atlântica (FPA) e a ZCIT não agem combinadas e seus percursos são feitos com
uma periodicidade que pode ser prevista pelo comportamento do clima global.
31. “É o automóvel um dos bens de consumo duráveis de maior valor entre os consumidos pelo
brasileiro, que faz de sua posse um referencial de status e prestígio social. O produto industrial,
muito mais do que um bem utilitário, é também um objeto de fascínio e sedução.”
(SCARLATO. Francisco Capuano. Geografia do Brasil. (org.) Jurandyr Ross. São Paulo, Edusp 2009. p. 374.)
a) As multinacionais desse setor e todo o complexo empresarial que elas induziram a crescer,
inclusive indústrias petroquímicas e siderúrgicas, revelam o grau de dependência dos setores
nacionais aos multinacionais.
b) As empresas automotivas induziram o crescimento de vários outros ramos da indústria, tanto
das extrativas como das de transformação.
c) As empresas automotivas empregam direta e indiretamente centenas de milhares de
trabalhadores, fato que justifica a designação "de carro-chefe" da nossa indústria.
d) É prioritário, na indústria de transporte, o investimento em ônibus e tratores, e não em
automóveis.
e) O processo de integração técnica e empresarial permite considerar a concentração geográfica
de empresas como a Ford, a General Motors e a Volkswagen na grande São Paulo, com exceção
significativa da Fiat em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A charge apresenta uma crítica a um dos problemas urbanos no Brasil. Sobre a questão dos
impactos ambientais urbanos relacionados aos congestionamentos dos veículos nas cidades grandes
e médias, é INCORRETO afirmar:
a) O trânsito caótico e os transportes coletivos lotados, principalmente nos horários de pico, fazem
parte da rotina dos moradores das grandes e médias cidades brasileiras.
b) A questão dos transportes traz sérios prejuízos ambientais, sociais e econômicos à cidade e aos
seus habitantes.
c) O tempo perdido nos congestionamentos aumenta o nível de cansaço e estresse nos habitantes
da cidade.
d) A má qualidade do ar, decorrente da elevada emissão de poluentes, sobretudo dos veículos,
prejudica a qualidade de vida da população das grandes cidades.
e) As poucas áreas verdes existentes na cidade influenciam na adequada circulação dos veículos.
33. “A história das chamadas relações entre sociedade e natureza é, em todos os lugares habitados, a
da substituição de um meio natural, dado a uma determinada sociedade, por um meio cada vez
mais artificializado, isto é, sucessivamente instrumentalizado por essa mesma sociedade”.
(SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2004. p. 233)
34. Leia os dois fragmentos abaixo. O primeiro, extraído de um texto jornalístico de enfoque ambiental,
e o segundo, extraído de um livro.
Fragmento I
Lambe-lambes espalhados por quatro cidades marcam 25 anos do assassinato de Chico Mendes -
Notícia - 21 - dez – 2013.
(©Greenpeace/Brunno Marchetti)
"Desde a madrugada deste sábado (21), os moradores de São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e Campos
do Jordão estão se deparando com lambe-lambes com o rosto do líder seringueiro Chico Mendes,
espalhado por diversas regiões. Nos cartazes, a mensagem “Sempre presente”. (...) Vários pontos
emblemáticos e de alta rotatividade em São Paulo como a Avenida Paulista, Teatro Municipal, Ponte
Estaiada, Praça da Sé, Pátio do Colégio, cercanias de estações de metrô e centro velho, por exemplo,
estampam agora a homenagem a Chico Mendes."
(Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/25-anos-sem-chico-mendes/)
Fragmento II
“As denúncias internacionais a respeito dos desmatamentos na Amazônia foram estampadas em todos
os grandes jornais do mundo. Em 22 de dezembro de 1988, o líder seringueiro Chico Mendes foi
brutalmente assassinado, não sem antes de ter sido acusado pelos setores conservadores de estar a
serviço de agentes internacionais e contra o progresso de sua região.”
(GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001. p. 63)
A partir da leitura dos dois textos informativos acima e considerando outros conhecimentos sobre a
Amazônia, analise as afirmativas a seguir.
a) I apenas
b) I e II apenas
c) I e III apenas
d) I, II e III apenas
e) I, II, III e IV
35. "As grandes unidades ou macroformas do relevo brasileiro são geneticamente identificadas por
planaltos, depressões e planícies e são decorrentes de atividades tectônicas e climáticas que se
processam ao longo de milhões de anos."
(ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Novos Caminhos da Geografia. Ed. Contexto, 1999, p. 42)
II. Podem atingir altitudes de 2000 ou 3000 metros, caracterizando-se por relevos residuais
decorrentes de prolongados processos erosivos.
IV. São sustentados por estruturas e rochas diversas, podendo ser ígneas, sedimentares ou
metamórficas.
a) I apenas
b) I e II apenas
c) I e III apenas
d) III e IV apenas
e) I, II, III e IV
36. "A Geomorfologia tem um papel fundamental no diagnóstico e recuperação de áreas degradadas.
Essas áreas ocupam sempre alguma porção de uma encosta, o topo de uma chapada, o fundo de um
vale, a margem de um rio, parte de uma praia ou restinga, alguma falésia, enfim, alguma porção do
relevo terrestre que foi afetada por um dano ambiental, provocado pelo homem ou por causas
naturais."
(GUERRA, Antonio José Teixeira. Geomorfologia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 86)
37. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulga:
"O Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) 2014 visa a aumentar a visibilidade da
agricultura familiar e dos pequenos agricultores, focalizando a atenção mundial em seu importante
papel na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora
dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o
desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais."
(Disponível em: http://www.fao.org/family-farming-2014/home/pt/)
a) foi priorizada pelos governos ao longo da história e o agronegócio foi relegado ao segundo
plano na formulação das políticas agrícolas.
b) esteve relegada a segundo plano na formulação das políticas agrícolas, resultando na expulsão
acelerada de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo para as cidades.
c) esteve na pauta prioritária no plano da formulação das políticas agrícolas, resultando na fixação
de pequenos proprietários e trabalhadores rurais no campo.
d) diminui as grandes desigualdades sociais e apresenta uma concentração de renda equilibrada.
e) reduziu ao longo da história a fome dos brasileiros através da modernização das técnicas e a
valorização das terras agricultáveis.
"O padrão de distribuição espacial das chuvas em escala planetária mantém uma forte inter-relação
com as correntes marítimas, as zonas de temperatura, os ventos oceânicos e a dinâmica de baixa
atmosfera. Esse padrão também está condicionado às variações das estações do ano."
(adaptado: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil.
São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 73)
Tendo o mapa apresentado como referência, esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz
Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios e sobre eles é CORRETO afirmar:
40. O mapa abaixo destaca os únicos Biomas brasileiros considerados Hotspots de Biodiversidade: o
Cerrado e a Mata Atlântica.
A definição sobre os Hotspots da Biodiversidade passou por inúmeras alterações e recebeu críticas
sobre os critérios utilizados para a delimitação de áreas. O critério mais recente utilizado para
definir uma área como Hotspot de Biodiversidade é:
a) Deve ter perdido, pelo menos, 90% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1.000 espécies
de plantas endêmicas.
b) Deve ter perdido, pelo menos, 70% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1.500 espécies
de plantas vasculares (>0,5% do total do planeta) como endêmicas.
c) Deve ter perdido, pelo menos, 50% do seu habitat original e conter, pelo menos, 500 espécies
endêmicas.
d) Deve ter perdido, pelo menos, 95% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1000 espécies
de plantas vasculares (>0,3% do total do planeta) como endêmicas.
e) Deve ter perdido, pelo menos, 60% do seu habitat original e conter, pelo menos, 800 espécies
de plantas vasculares (>0,2% do total do planeta) como endêmicas.
41. "O Corredor de Biodiversidade é formado por uma rede de parques, reservas e áreas privadas de
uso menos intensivo, na qual um planejamento integrado das ações de conservação pode garantir a
sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas."
(Disponível em: http://www.conservation.org.br/como/index.php?id=10)
Sobre o Corredor de Biodiversidade, é CORRETO afirmar:
a) O corredor pode se estender por centenas de quilômetros e atravessar fronteiras nacionais para
incluir áreas protegidas, habitats naturais remanescentes e suas comunidades ecológicas.
b) A implantação de corredores de biodiversidade é a principal estratégia empregada pelos órgãos
para resolver a degradação ambiental, haja vista que a ação antrópica pouco contribui para a
degradação desses ambientes.
c) O desmatamento não provocou uma intensa fragmentação dos habitats, isto é, as florestas
tornaram-se ilhas de vegetação, cercadas por cidades ou áreas agrícolas.
d) A implementação de um corredor de biodiversidade não necessita de planejamento regional,
pois esta atividade demanda um tempo que poderia atrapalhar a recuperação dessas áreas.
e) O Corredor da Biodiversidade depende de uma decisão política e não da participação da
população, pois os interesses são apenas dos que detêm o capital, ou seja, as grandes empresas.
42. As massas de ar, mais especificamente aquelas que atuam em território brasileiro, exercem um
papel importante no comportamento das temperaturas. Assim, considere os mapas abaixo:
43. Observe o mapa com a classificação climática proposta por Arthur Strahler (1951):
A diversidade climática brasileira é uma das principais características que levam em conta a sua
localização com a maior porção do seu território na zona tropical caracterizado pelo predomínio de
temperaturas e umidades elevadas nesta porção. Com base na classificação climática informada no
mapa acima, assinale a alternativa INCORRETA:
a) No Brasil, o clima equatorial – quente e úmido e de baixa amplitude térmica - é típico da região
amazônica, na qual se desenvolve a floresta Amazônica – a maior da zona intertropical do globo
e a que apresenta maior biodiversidade.
b) O clima tropical litorâneo acompanha toda uma estreita faixa de terra localizada junto à costa
atlântica, estendendo-se aproximadamente de São Paulo ao Rio Grande do Norte.
c) O clima tropical é típico de toda a região Centro-Oeste, considerando que apenas os estados
desta região possuem este tipo climático, caracterizado pelas altas temperaturas, marcado por
duas estações bem definidas: verão quente e seco e inverno frio e úmido.
d) O clima semiárido caracteriza-se por ser o menos úmido do Brasil, cujo índice de chuva anual
varia entre 300 e 800 mm, correspondendo praticamente ao sertão nordestino, que é uma das
regiões semiáridas mais habitadas do mundo.
e) O clima subtropical é típico da região Sul do país. A maior latitude e atuação mais intensa da
massa Polar atlântica (mPa) na região são fatores que determinam um clima que apresenta
temperaturas muito baixas durante o inverno.
"Estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) indicam que existem atualmente no
Brasil pelo menos 680 mil pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de
deslizamento de terra ou inundações."
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-02/brasil-tem-680-mil-pessoas-morando-em-areas-de-risco)
45. "Após a Revolução Industrial, em virtude da degradação dos recursos naturais e da qualidade de
vida das populações, a sociedade começa a ter uma preocupação maior com o meio ambiente,
criando assim, a necessidade de estudos cada vez mais detalhados sobre a qualidade do ar e o clima
urbano. Dessa forma, iniciam-se as preocupações com a formação das ilhas de calor e o desconforto
térmico nessas áreas."
(BEZERRA, Maria Izabelly Lima & SANTOS, Joel Silva dos & AGUIAR, Ávilla Pessoa. Ilhas de calor: importância da vegetação na
amenização climática em João Pessoa\PB. In: Revista Brasileira de Geografia Física v.06, n.05 (2013) 1499-1516)
a) A formação do clima urbano não se relaciona diretamente com as diversas formas de uso e
cobertura do solo nem com o calor antropogênico emitido pelas chaminés das fábricas e pelos
veículos.
b) A cobertura vegetal exerce papel imprescindível na amenização climática local, influenciando
diretamente nas condições de conforto térmico local e na qualidade do ar.
c) O balanço de energia não altera os elementos do clima urbano, tais como: temperatura,
umidade relativa do ar, precipitação e direção dos ventos nas áreas urbanas, obedecendo
apenas sua dinâmica natural.
d) Os diferentes padrões de refletividade ou de albedos não são altamente dependentes dos
materiais empregados na construção civil. Percebe-se que, dependendo do albedo, menos
radiação será absorvida e menos calor será emitido pela superfície.
e) A arborização pouco influencia no comportamento das temperaturas no espaço urbano, pois as
áreas bastante arborizadas não interferem nas condições ambientais normais do meio urbano.
46. “O retorno do país ao regime de garantias democráticas (em 1945), interrompido pelos dez anos de
ditadura de Vargas, propiciou uma grande mobilização de massas camponesas na maioria dos
Estados brasileiros.”
(MORAIS, Clodomiro Santos de. História das ligas camponesas no Brasil. (Org.) João Pedro Stedile. São Paulo:
Expressão Popular, 2002. p. 11-14)
“A Liga Camponesa de Sapé iria ser o centro de todo o movimento camponês na Paraíba,
disseminando-se rapidamente por outros municípios da Zona da Mata e do Agreste. Sapé se
constituiu no centro de irradiação do movimento na Paraíba. A partir daí foram sendo criadas ligas
em outros municípios do estado.”
(MOREIRA, Emília de e TARGINO, Ivan. As ligas camponesas na Paraíba. Ruris, v, 5, n. 1, Março de 2011)
a) A primeira liga fundada na Paraíba foi a de Sapé, a partir da liderança de João Pedro Teixeira.
b) A primeira liga fundada na Paraíba foi a de Sapé, a partir da liderança de Margarida Maria Alves.
c) A Associação Paraibana de Imprensa (API) não desempenhou papel importante na sustentação
da luta camponesa.
d) A Associação Paraibana de Imprensa (API) desempenhou papel importante na sustentação da
luta camponesa, mas não se empenhou em favor dos trabalhadores rurais.
e) As agressões físicas e assassinatos de lideranças e de camponeses não foram outros
mecanismos utilizados pelo latifúndio para desarticular, pela força, o movimento das ligas
camponesas.
48. “Na primeira década do século XXI, mudanças na conjuntura do mercado de petróleo e na política
energética brasileira através do estímulo à agroenergia com destaque para a produção do etanol,
bem como o aumento do preço do açúcar no mercado internacional, têm sido responsáveis por
novas mudanças na organização da atividade canavieira com repercussões significativas sobre o
espaço agrário da Zona da Mata paraibana.”
(MOREIRA, Emília de e TARGINO, Ivan. Espaço capital e trabalho no campo paraibano. Revista da ANPEGE, v. 7, n. 1,
número especial, p. 147-160, out. 2011)
"O Brejo Paraibano, subunidade espacial fortemente individualizada dentro do Agreste, corresponde
a um "brejo de altitude" de encosta voltada para a ação dos ventos. Localizada no rebordo úmido
oriental da Borborema, esta unidade espacial distingue-se pelas favoráveis condições naturais nela
encontradas (clima úmido, solo férteis, hidrografia perene), as quais permitiram que a ocupação e a
organização do seu espaço agrário tivessem como suporte a atividade agrícola."
(MOREIRA, Emília de Rodat Fernandes. Processo de Ocupação do Espaço Agrário Paraibano. Textos UFPB. NDIHR. n0 24. Set/1990)
a) Sua área úmida e seus solos férteis tornam esta microrregião propícia para o desenvolvimento
de uma agricultura diversificada.
b) A produção do algodão, que teve início na região no começo do século XIX, já em 1817, se
tornou a base econômica de todo o Brejo. Com o declínio da atividade algodoeira, outras a
sucederam, originando os ciclos da cana-de-açúcar, do café e do sisal.
c) O Senhor de Engenho do Brejo era a figura mais importante da aristocracia rural, nascida com a
atividade açucareira, e possuía a mesma importância do Senhor de Engenho do Litoral, pois
ambos eram proprietários de grandes extensões de terras – os latifúndios.
d) A cana-de-açúcar desenvolvida no Brejo paraibano se destinava para atender à demanda das
ocupações das terras coloniais do Nordeste brasileiro, os sertões, e não para atender à
produção de açúcar para exportação.
e) A rapadura produzida no Brejo era vendida para os Sertões do Estado da Paraíba e do Rio
Grande do Norte. Os sertanejos vinham ao Brejo com comboios de burros que serviam para
transportar a rapadura.
(SOUZA, Bartolomeu Israel de; SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes; LIMA, Eduardo Rodrigues Viana de. Desertificação e seus efeitos na
vegetação e solos do Cariri Paraibano. Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 08, número 16, 2009. p. 219)
Embora no estado do Ceará exista outra região também conhecida como Cariri, as diferenças entre
essas duas são marcantes, pois, enquanto na Paraíba esta se constitui num conjunto de terras de
seca extrema, no estado vizinho domina uma umidade relativamente elevada para os padrões do
interior nordestino. Dentre outros aspectos que caracterizam o Cariri paraibano é INCORRETO
afirmar:
a) Do ponto de vista geomorfológico, os processos erosivos que atuaram nos Cariris Velhos,
determinando as suas formas de relevo, proporcionaram a elaboração de extensas superfícies
aplainadas presentes na área central do Planalto da Borborema.
b) O Planalto da Borborema, nessa região, caracteriza-se pelo predomínio de um relevo
semicolinoso. Entretanto, em sua porção sudeste, esse planalto encontra-se muito dissecado
pelos formadores da bacia hidrográfica do rio Paraíba.
c) Quanto ao aspecto climático, o elemento natural que mais chama atenção no Cariri,
destacando-se, particularmente, a pequena quantidade de chuvas que ocorre na região, o que
acaba influenciando o processo de desertificação que vem se estabelecendo em seu território.
d) A localização dessa região exerce papel fundamental na compreensão dos baixos índices
pluviométricos aí dominantes. O Cariri está situado no fim do percurso dos fluxos úmidos que
direcionam para o semiárido nordestino e em situação de sotavento, fazendo parte da diagonal
mais seca do Brasil.
e) O Lajedo de Pai Mateus tem aumentado seu ritmo turístico, utilizando sua paisagem natural
repleta de cactos, bromélias e canyons. Sua localização privilegiada no município de Taperoá
possui ainda inscrições rupestres feitas por índios que habitaram a região há três mil anos.