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Medição do tempo
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compasso da hora, tornando-se por essa via instrumental na regulação da vida comunitária, primeiro na torre
do convento e da igreja ou na sede municipal (séculos XVI a XVII), mais tarde nas escolas e nas estações de
comboios, do telégrafo e dos correios (séculos XIX e XX). Mas entretanto, o relógio mecânico teve ainda
uma outra não menos importante evolução, esta como máquina de precisão, invenção humana da máquina
do mundo, e como tal deu origem (no século XVIII) a uma exuberante produção de planetários, autómatos,
relógios de sala, relógios de bolso e variados instrumentos científicos.
Todavia, o relógio mecânico teve antepassados longínquos. O computador astronómico de Antikythera
(Grécia século I AC, descoberto em 1901) é um artefacto surpreendentemente “moderno” quer pela
concepção quer pela realização; é um mecanismo analógico ou aritmético que ainda reflecte a influência da
astronomia Babilónica; pela sua raridade (exemplar único) demonstra que os artífices gregos dominavam a
técnica, mas que aquele instrumento ainda não tinha uma função. Um milénio mais tarde (século XI), os
calendários Islâmicos, instrumentos de cálculo que testemunhavam já a influência da astronomia grega
Ptolomaica, eram largamente divulgados.
O cronómetro ou relógio de precisão foi uma invenção de importância crucial para a navegação. Com
cronómetros, dois observadores arbitrariamente afastados um do outro podem conhecer o mesmo instante no
tempo, um “tempo universal”; era esta uma solução muito mais prática do que a vislumbrada por Galileu,
segundo a qual o “tempo universal” seria deduzido a partir da observação do sistema planetário dos satélites
de Júpiter. O cronómetro marítimo foi efectivamente desenvolvido na segunda metade do século XVIII,
tendo sido determinante para o domínio dos mares pela Inglaterra e pela França que primeiro os
desenvolveram e aplicaram com esse fim.
Para além da navegação, o cronómetro tornou-se num instrumento precioso para a cartografia e a geodesia
também. Dois séculos passados, segunda metade do século XX, o relógio de quartzo permitiria a
“democratização” do tempo certo, instrumental na imposição ou adesão a ritmos de vida e de trabalho mais
apressados. E o relógio atómico permitiria atingir ritmos com estabilidade superior à dos próprios astros;
hoje, mede-se com rigor o ritmo de rotação da Terra bem como o de pulsação de estrelas e os respectivos
retardamentos. E, utilizando estes relógios atómicos e satélites terrestres, dispomos hoje da possibilidade de
localizar com grande precisão um ponto à superfície da Terra, reconhecer a sua forma exacta, detectar as
suas lentas deformações. São o conhecido sistema de navegação por satélite GPS (Global Positioning
System, EUA), o GLONASS (Rússia) e o anunciado programa GALILEO, agora da União Europeia.
Fonte:http://www.eventos.uevora.pt/conhecimento_proibido/contributos/23_6_2003/Rui_Namorado_Rosa_
O_TEMPO_9_de_Maio_de_2002_publica%E7%E3o__1_.htm
Tarefa
Com base nos textos fornecidos e em pesquisas, elabore um powerpoint com o tema: a Medição do Tempo
ao longo da História até à actualidade.
Tópicos a desenvolver:
Diferentes processos e tecnologias de medição do tempo (relógio de sol, estações do ano, relógio de pêndulo,
etc.).
Evolução dos processos e tecnologias de medição do tempo (dos períodos de translação e rotação da Terra _
estações do ano, dia/noite _ ao período do pêndulo, ao período de oscilação de um cristal de quartzo ao período
de semi-transformação dos átomos de césio, etc.) e adequação dos modelos e de os adaptar às novas
circunstâncias.
Relação entre novos processos e tecnologias usados na medição dos tempos e o acesso e uso de novos serviços
(por exemplo, os relógios atómicos e a relatividade para implementação do GPS, etc.).
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