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Agrupamento de Escolas de Ansião

Escola Básica e Secundária Dr. Pascoal José de Mello


Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA)
Sociedade, Tecnologia e Ciência
Núcleo Gerador(4): Gestão e Economia
Domínio de Referência(4): Usos e Gestão do Tempo - Tecnologia

Formadoras: Guilaine Jaria e Inês Anes Ano Lectivo


2010/2011

Competência Critérios de Evidência


 Actuar nos usos e na gestão do tempo, compreendendo que os diferentes elementos do sistema
Diagnosticar os impactos económico variam consoante os sectores de actividade e estão em permanente evolução ao
das evoluções sociais, longo do tempo.
tecnológicas e científicas
 Actuar tendo em conta as tecnologias existentes na gestão do tempo (por exemplo, o
nos usos e gestão do tempo.
transporte aéreo versus a vídeo conferência).
DR4
 Actuar ao nível da gestão do custo do tempo compreendendo a evolução ao longo da história e
tendo em conta factores diversos tais como o custo da hora de salário, encargos socais e
amortização de equipamentos, considerando uma vez mais as potencialidades da matemática
na simulação de situações alternativas tendo em vista a procura de soluções optimais.

Medição do tempo

O tempo astronómico foi objecto de observação desde o Neolítico e


teria como fundamento a previsibilidade do movimento dos astros (com
as excepções de estrelas cadentes, de cometas e de supernovas). Os
círculos de pedra da cultura megalítica, cuja origem remonta ao
Mediterrâneo oriental para depois, passado o estreito de Gibraltar, se
estender no arco atlântico até à Escandinávia, bem como as torres de
observação, desde Babilónia à Índia e também na América Central, são
testemunhos dessa ciência empírica e de sua provável liturgia.
Já no início do século XVII, Galileu Galilei, utilizando a luneta
astronómica, descobre os satélites de Júpiter, acontecimento excepcional, por revelar que há “mais mundos”
para além da nossa Terra. A sua obra Diálogo sobre os dois Principais Sistemas do Mundo (1632), o
geocêntrico e o heliocêntrico, encontra-se também fundamentada nessa grande descoberta observacional, de
grande alcance tanto teórico como prático. Com efeito, para além dos movimentos do sol, da lua e dos
restantes astros (devido ao próprio movimento da Terra) ser já utilizado para medir o tempo, o movimento
dos satélites de Júpiter (como um relógio fixado no céu) poderia agora também ser utilizado para medir o
tempo, e com vantagem, a de ser um tempo igualmente observável de qualquer ponto da Terra; esse seria
aliás um objectivo que Galileu (e outros) iriam prosseguir com vista ao aperfeiçoamento das técnicas da
navegação.
Mas a preocupação ou a necessidade de medir o tempo encontra-se documentada em outros artefactos, desde
a Antiguidade: relógios de água (clepsidras) ou de areia (ampulhetas) em que, num e noutro caso, um fluido
se escoa e um volume se mede ou que se esgota. Com origem igualmente remota, mas mais característicos
da nossa Idade Média, temos os relógios solares (gnomões), instrumento astronómico fixo ou portátil, e os
relógios de combustão (velas e candeias).
O relógio mecânico surge na Renascença, inicialmente com a função de indicador ou preditor de efemérides
astronómicas (século XV); converteu-se depois, gradualmente, em relógio com a função de marcar o

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compasso da hora, tornando-se por essa via instrumental na regulação da vida comunitária, primeiro na torre
do convento e da igreja ou na sede municipal (séculos XVI a XVII), mais tarde nas escolas e nas estações de
comboios, do telégrafo e dos correios (séculos XIX e XX). Mas entretanto, o relógio mecânico teve ainda
uma outra não menos importante evolução, esta como máquina de precisão, invenção humana da máquina
do mundo, e como tal deu origem (no século XVIII) a uma exuberante produção de planetários, autómatos,
relógios de sala, relógios de bolso e variados instrumentos científicos.
Todavia, o relógio mecânico teve antepassados longínquos. O computador astronómico de Antikythera
(Grécia século I AC, descoberto em 1901) é um artefacto surpreendentemente “moderno” quer pela
concepção quer pela realização; é um mecanismo analógico ou aritmético que ainda reflecte a influência da
astronomia Babilónica; pela sua raridade (exemplar único) demonstra que os artífices gregos dominavam a
técnica, mas que aquele instrumento ainda não tinha uma função. Um milénio mais tarde (século XI), os
calendários Islâmicos, instrumentos de cálculo que testemunhavam já a influência da astronomia grega
Ptolomaica, eram largamente divulgados.
O cronómetro ou relógio de precisão foi uma invenção de importância crucial para a navegação. Com
cronómetros, dois observadores arbitrariamente afastados um do outro podem conhecer o mesmo instante no
tempo, um “tempo universal”; era esta uma solução muito mais prática do que a vislumbrada por Galileu,
segundo a qual o “tempo universal” seria deduzido a partir da observação do sistema planetário dos satélites
de Júpiter. O cronómetro marítimo foi efectivamente desenvolvido na segunda metade do século XVIII,
tendo sido determinante para o domínio dos mares pela Inglaterra e pela França que primeiro os
desenvolveram e aplicaram com esse fim.
Para além da navegação, o cronómetro tornou-se num instrumento precioso para a cartografia e a geodesia
também. Dois séculos passados, segunda metade do século XX, o relógio de quartzo permitiria a
“democratização” do tempo certo, instrumental na imposição ou adesão a ritmos de vida e de trabalho mais
apressados. E o relógio atómico permitiria atingir ritmos com estabilidade superior à dos próprios astros;
hoje, mede-se com rigor o ritmo de rotação da Terra bem como o de pulsação de estrelas e os respectivos
retardamentos. E, utilizando estes relógios atómicos e satélites terrestres, dispomos hoje da possibilidade de
localizar com grande precisão um ponto à superfície da Terra, reconhecer a sua forma exacta, detectar as
suas lentas deformações. São o conhecido sistema de navegação por satélite GPS (Global Positioning
System, EUA), o GLONASS (Rússia) e o anunciado programa GALILEO, agora da União Europeia.

Fonte:http://www.eventos.uevora.pt/conhecimento_proibido/contributos/23_6_2003/Rui_Namorado_Rosa_
O_TEMPO_9_de_Maio_de_2002_publica%E7%E3o__1_.htm

Tarefa
Com base nos textos fornecidos e em pesquisas, elabore um powerpoint com o tema: a Medição do Tempo
ao longo da História até à actualidade.

Tópicos a desenvolver:
 Diferentes processos e tecnologias de medição do tempo (relógio de sol, estações do ano, relógio de pêndulo,
etc.).
 Evolução dos processos e tecnologias de medição do tempo (dos períodos de translação e rotação da Terra _
estações do ano, dia/noite _ ao período do pêndulo, ao período de oscilação de um cristal de quartzo ao período
de semi-transformação dos átomos de césio, etc.) e adequação dos modelos e de os adaptar às novas
circunstâncias.
 Relação entre novos processos e tecnologias usados na medição dos tempos e o acesso e uso de novos serviços
(por exemplo, os relógios atómicos e a relatividade para implementação do GPS, etc.).

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