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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PROCESSO SELETIVO – Edital N. 07/2018.

Prova Objetiva – 09/06/2018

EXAME DE PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA

INFORMAÇÕES E INSTRUÇÕES:

1. Verifique se a prova está completa de acordo com as orientações dos fiscais.

2. A compreensão e a interpretação das questões constituem parte integrante da prova, razão pela qual os fiscais não
poderão interferir.

3. Preenchimento do Cartão-resposta Prova Objetiva:

• Preencher para cada questão apenas uma resposta.


• Preencher totalmente o espaço correspondente, conforme o modelo:
• Para qualquer outra forma de preenchimento, por exemplo, , o leitor óptico anulará a questão.
• Usar apenas caneta esferográfica de ponta grossa e tinta preta. Não usar caneta tipo hidrográfica ou tinteiro.

4. Conferir seus dados no Cartão-resposta da Prova Objetiva e assinar no local indicado.

5. Não haverá substituição do cartão-resposta em caso de rasuras ou emendas.

6. Orientações para o preenchimento do Cartão de redação:

• Não se identificar no Cartão de redação;


• Não assinar o Cartão de redação;
• Usar apenas caneta esferográfica de ponta grossa e tinta preta. Não usar caneta tipo hidrográfica ou tinteiro.
• Não usar caneta sobre textos a lápis.

7. O tempo disponível para esta prova é de 04 (quatro) horas, com início às 14h e término às 18h.
8. Você poderá deixar o local de prova somente depois das 15h e poderá levar sua PROVA após as 16h.

Início da prova: 14h.


Término da prova: 18h.

O Gabarito da Prova Objetiva estará disponível a partir das 17 horas do dia 29 de Junho de 2018, no endereço eletrônico:
<http://www.pucpr.br/comunidade/concursos/exame-de-proficiencia-em-lingua-portuguesa>.

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RESPOSTAS

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
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O texto a seguir serve de referência para as questões 1 e 2.

Reflexões sobre gênero e direitos humanos a partir do Plano Nacional de Políticas para
as Mulheres
Juciane de Gregori

Resumo: O presente trabalho, considerando a intersecção entre gênero e direitos humanos, pretende abordar a
linha de atuação voltada para o enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres, existente junto
ao Plano Nacional de Políticas Para as Mulheres (BRASIL, 2006a, 2008a, 2013). Para tanto, oferece uma análise
sobre cada versão do referido documento, avaliando a relação entre o Estado e as demandas de garantia de
direitos humanos das mulheres. Pode-se dizer que as políticas públicas na perspectiva dos direitos humanos
estão em um campo que ainda está em construção (VÁZQUEZ; DELAPLACE, 2004). As políticas públicas se
somam às políticas elaboradas pela Lei Maria da Penha (BRASIL, 2006b) e são estruturadas de acordo com
diferentes normas e instrumentos nacionais e internacionais de direitos humanos, visando à resolução da proble-
mática da violência contra mulher. Contudo, esse fenômeno segue como uma incógnita, presente não somente no
Brasil, como em vários países dotados de diferentes sistemas econômicos e políticos.

Palavras-chave: Gênero. Direitos humanos. Políticas públicas.

Fonte: Revista interdisciplinar de direitos humanos. UNESP - Bauru, v. 4, n. 2, p. 111-126, jul./dez., 2016 (7).
Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/ridh/index.php/ridh/issue/view/13.

1. Indique a alternativa que contém uma afirmação VERDADEIRA a respeito do conteúdo do texto.

A) Gregori apresenta a conclusão de um estudo realizado por ela a respeito das políticas públicas internacionais
relacionadas à violência contra a mulher.
B) O título do texto em questão, além de indicar o objeto de análise do estudo realizado, fornece um indicativo
sobre a conclusão a que a pesquisadora chegou.
C) Nesse estudo, a pesquisadora avaliou a trajetória do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, documento
elaborado por um órgão público da esfera federal.
D) Nesse estudo, Gregori comparou uma das versões do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres com a
Lei Maria da Penha.
E) O estudo realizado por Gregori revelou que nos países cujos sistemas econômicos e políticos são diferentes
da realidade brasileira, as políticas públicas para defesa da mulher são mais eficazes.

2. Analise as afirmações, depois indique a alternativa CORRETA.

I. O texto em questão é um resumo ou abstract e seu propósito é antecipar ao leitor as informações centrais
sobre um estudo realizado por Gregori.
II. Gregori, nesse texto, reporta um estudo apresentado em artigo acadêmico divulgado em revista científica
disponível na web.
III. Os leitores previstos para o texto em análise são estudantes e pesquisadores estudiosos desse tema, de
diferentes áreas do conhecimento, uma vez que foi publicado em uma revista interdisciplinar.

A) Apenas I é verdadeira.
B) Apenas I e II são verdadeiras.
C) Apenas I e III são verdadeiras.
D) Apenas II é verdadeira.
E) As afirmações I, II e III são verdadeiras.

3. Considere a seguinte citação.

“É necessário que as mulheres tenham noção de seus direitos. É preciso, em primeiro lugar, informá-las que têm
direitos; em segundo, quais são e que elas podem exigir esses direitos; e, em terceiro, aonde ir para exigi-los. É
preciso ainda promover a educação em direitos não só para as mulheres, mas para toda a população. Precisamos
mostrar que nós, mulheres, não queremos acesso à Justiça porque somos vítimas, mas porque somos sujeitos de
direitos”.

Silvia Pimentel. Dossiê digital Direitos, responsabilidades e serviços para enfrentar a violência. Disponível em
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossies/violencia/violencias/acoes-direitos-e-servicos-para-enfrentar-a-violencia/
Acesso em 30/03/2018.
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A paráfrase que recria a citação com outras palavras, mantendo fidelidade ao conteúdo, é

A) Pimentel relata que as mulheres precisam de três tipos de informação: primeiro ter noção de direito; em segui-
da, ter informações sobre direito; e, por último, saber onde ir para reclamar esse direito, já que o acesso à
Justiça é somente para sujeitos de direito.
B) Segundo Pimentel, as mulheres precisam ter acesso a informações sobre seus direitos e saber onde requerê-
los; esse tipo de educação não se restringe a elas, mas deve se estender a todos; e, ainda, mulheres querem
justiça porque são sujeitos de direitos.
C) Para Pimentel, as mulheres ainda não têm noção de seus direitos: quais são, que podem requerê-los e onde
devem fazê-lo, já que pertencem à população, mas enquanto forem vitimizadas, estarão distantes do acesso à
Justiça e dos sujeitos de direito.
D) Pimentel alerta as mulheres de que precisam se informar sobre seus direitos: quais são, onde e como requerê-
los, caso contrário, a promoção de educação em direitos só atingirá a população ou os chamados sujeitos de
direitos, que desejam acesso à Justiça.
E) Conforme Pimentel, as mulheres e toda a população não recebem educação em direitos como deveriam,
sendo vítimas da falta de acesso à Justiça num país onde poucos são sujeitos de direitos.

Os excertos 1 e 2 foram selecionados do artigo de divulgação científica “Os dados sobre feminicídio no Brasil”,
publicado pela organização ARTIGO 19, que é uma organização não governamental de direitos humanos nascida
em 1987, em Londres, com a missão de defender e promover o direito à liberdade de expressão e de acesso à
informação em todo o mundo. Seu nome tem origem no 19º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos
da ONU.

4. Leia os dois excertos para responder a esta a questão.

Excerto 1
Além do contexto preocupante no que tange os índices de violência contra as mulheres, o Brasil é um país marca-
do profundamente pelo racismo. Como consequência, a violência atinge desproporcionalmente as mulheres de
acordo com a combinação de múltiplas formas de discriminação de gênero, raça, etnia, classe, orientação e identi-
dade sexual. Isso significa que as mulheres negras, ao estarem simultaneamente submetidas a opressões de
gênero e raça, são a maioria das vítimas em diversos indicadores de violência.

Excerto 2

Disponível em: http://artigo19.org/wp-content/blogs.dir/24/files/2017/12/Os-Dados-Sobre-Feminic%C3%ADdio-no-Brasil.pdf.


Acesso em 25 mar. 2018.

Assinale a alternativa CORRETA:

A) Os excertos 1 e 2 informam que a taxa de homicídios de mulheres negras aumentou 22%.


B) Os excertos 1 e 2 comparam a taxa de homicídios entre mulheres negras e entre mulheres brancas.
C) O excerto 1 questiona a existência de indicadores de violência de gênero, de raça e de etnia.
D) Os dados presentes no excerto 2 confirmam o ponto de vista presente no excerto 1.
E) As informações presentes nos excertos 1 e 2 explicam que a violência atinge igualmente toda mulher.
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5. Leia o seguinte trecho de uma resenha crítica de livro.

A obra Reivindicação dos Direitos das Mulheres divide-se em 13 capítulos, tratando de vários temas, a
começar pela necessidade de provar que as mulheres são racionais, pois “o século XVIII ainda discutia sobre a
existência da racionalidade nas mulheres, excluindo-as da vida pública.” (MIRANDA, 2015, p. 14). Mary Wollstone-
craft investiga, entre outras coisas, as causas da degradação das mulheres, trata do casamento, da modéstia, da
moralidade, do dever dos pais, da educação nacional, etc. Ela também defende que as mulheres tenham represen-
tantes no Parlamento, numa época que sequer as mulheres tinham direito ao voto. Na introdução da obra, Mary
afirma que sua atenção maior se volta às mulheres de classe média.
Mary Wollstonecraft enfrentou vários escritores machistas de sua época. Um deles foi o filósofo Rousseau.
Para Ferreira (2009), Rousseau escreve ensaios nos quais a mulher tem um papel importante, mas ele também é
responsável por representar a mulher de modo inferior, principalmente em sua obra Emílio, na qual afirma, por
exemplo, que a mulher deveria ser educada para agradar o homem, ser útil a ele e cuidar dos filhos. Para Mary
Wollstonecraft, o modelo de mulher defendido por Rousseau é uma mulher fraca e submissa, sem personalidade.
Parece ser bem atual essa crítica, especialmente àqueles que defendem uma mulher “bela, recatada e do lar”. Um
dos pontos centrais das teses de Wollstonecraft é a ênfase em que a mulher exercite o seu entendimento, exercite
a razão.

FARHERR, J. Mary Wollstonecraft e os direitos das mulheres. Diaphonía, v. 3, n. II, 2017, p.171-172. Disponível em http://
e-revista.unioeste.br/index.php/diaphonia/issue/view/955 Acesso em 26/03/2018.

Verbos de dizer são usados para introduzir o discurso de outro autor em um texto. A alternativa que apresenta
somente verbos de dizer referentes à autora do livro, Mary Wollstonecraft, é:

A) investiga, trata, defende e afirma.


B) discutia, investiga, trata e exercite.
C) tratando, enfrentou, escreve e afirma.
D) provar, discutia, escreve e exercite.
E) tratando, discutia, defende e afirma.

6. O texto que segue é um fragmento da resenha intitulada “Mary Wollstonecraft e os direitos das mulheres”, de
Jaime Farherr.

A obra Reivindicação dos Direitos das Mulheres foi publicada em 1792 e recebeu influência da Revolução France-
sa. De acordo com Luis Felipe Miguel (2014), a imensa maioria dos revolucionários franceses não tinha interesse
ou era hostil aos direitos da mulher. Eles seguiam os passos do filósofo Rousseau, “maior inspiração filosófica
para a Revolução” (MIGUEL, 2014, p. 20). Mas em meio à Revolução Francesa, as mulheres apresentaram suas
reivindicações, cujo documento mais importante foi a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, escrita por
Olympe de Gouges. Apesar dos enormes méritos de Olympe de Gouges, o seu esforço, segundo Miguel, não
chegou à compreensão das raízes da opressão das mulheres. Esse resultado foi obtido pela filósofa Mary Wollsto-
necraft. Foi a promessa de emancipação dos homens feita na Revolução Francesa que levou Wollstonecraft a
sistematizar seu estudo sobre a necessidade de emancipar as mulheres e os obstáculos que deveriam ser enfren-
tados. Ela foi uma das principais representantes do chamado feminismo liberal, surgido no século XVIII e desen-
volvido no século XIX.

Fonte: FARHERR, J. Mary Wollstonecraft e os direitos das mulheres. Diaphonía, v. 3, n. II, 2017, p. 171. Disponível em: http://
e-revista.unioeste.br/index.php/diaphonia/article/view/18645/12268. Acesso em: 26 mar. 2018.

O uso de determinadas palavras ou expressões, chamadas de conectivos ou elementos coesivos, constitui uma
estratégia linguística para estabelecer relações de sentido em um texto. Com base no texto lido, observe as
relações de sentido estabelecidas pelos conectivos indicados e assinale a opção CORRETA:

A) Em Eles seguiam os passos do filósofo Rousseau..., “eles” se refere aos “direitos da mulher”.
B) Considerando-se que o pronome “cujo” indica uma relação de posse, deduz-se que, em “cujo documento mais
importante...”, o pronome se refere à expressão “Revolução Francesa”.
C) “Mas”, em Mas, em meio à Revolução Francesa... e “apesar de” em Apesar dos enormes méritos de Olympe
de Gouges... orientam o leitor para uma ideia de oposição.
D) Em o seu esforço, segundo Miguel..., o termo em destaque é um numeral, portanto refere-se ao fato de que
Miguel não foi o primeiro a tratar da questão dos direitos das mulheres.
E) “Ela”, em Ela foi uma das principais representantes do chamado feminismo liberal..., refere-se a Olympe de
Gouges.
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7. Para responder a esta questão, leia os excertos A e B da resenha que Farherr (2017) escreveu a partir da leitura
que fez da obra “Reivindicação dos direitos das mulheres”, de Mary Wollstonecraft.

A. A obra Reivindicação dos Direitos das Mulheres foi publicada em 1792 e recebeu influência da Revolução
Francesa. De acordo com Luis Felipe Miguel (2014), a imensa maioria dos revolucionários franceses não tinha
interesse ou era hostil aos direitos da mulher.

B. Eles seguiam os passos do filósofo Rousseau, “maior inspiração filosófica para a Revolução” (MIGUEL, 2014,
p. 20). Mas em meio à Revolução Francesa, as mulheres apresentaram suas reivindicações, cujo documento
mais importante foi a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, escrita por Olympe de Gouges.

FARHERR, J. Mary Wollstonecraft e os direitos das mulheres. Diaphonía, v. 3, n. II, 2017, p. 171. Disponível em: http://
e-revista.unioeste.br/index.php/diaphonia/article/view/18645/12268. Acesso em: 26 mar. 2018.

Nos itens a seguir, considere o emprego das citações sobre os excertos A e B:

I. Farherr (2017) emprega a citação indireta em A, parafraseando Miguel (2014); Farherr (2017) emprega a
citação direta em B, citando Miguel (2014).
II. Farherr (2017) emprega a citação direta em A, citando Miguel (2014); Farherr (2017) emprega a citação indire-
ta em B, parafraseando Miguel (2014).
III. Wollstonecraft emprega a citação indireta em A, parafraseando Miguel (2014); Wollstonecraft emprega a
citação direta em B, parafraseando Miguel (2014).

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Apenas II está correta.


B) Apenas III está correta.
C) Apenas I e III estão corretas.
D) Apenas I está correta.
E) Apenas II e III estão corretas.

8. Os textos que seguem, charge (texto 1) e tira (texto 2), servem de base para a questão.

Texto 1

http://domtotal.com/charge/2168/2018/03/dia-internacional-da-mulher/

Texto 2

https://foconoenem.com/igualdade-de-genero-em-debate-no-sec-xxi
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Com base nos textos lidos, considere as seguintes afirmações:

I. Na charge, quando o personagem troca a conjugação do verbo respeitar pelo verbo merecer, ele conclui uma
ideia: a de que as mulheres merecem respeito.
II. Tanto na charge como na tira, os personagens masculinos revelam comportamento não preconceituoso com
relação às mulheres.
III. Na tira, o menino comporta-se de maneira machista quando diz “Isso é papo de homem”.

Está(ão) CORRETA(S):

A) Somente I e III;
B) I, II, III;
C) Somente I e II;
D) Somente II e III;
E) Somente III.

9. Leia o fragmento de texto apresentado a seguir:

A mulher e o Código Civil


No novo Código, as mulheres são vistas como cidadãs, sujeitas de direitos e deveres. Agora a mulher, ao casar
não apenas “assume a condição de companheira, consorte e colaboradora do marido nos encargos de família,
cumprindo-lhe velar pela direção material e moral desta” (art. 240 do Código de 1916), mas passa a exercer direi-
tos e deveres baseados na comunhão plena de vida e na igualdade entre os cônjuges.
Na ortografia, deixamos de ser, em todo o texto, uma “sombra” do homem, ou seja, quando se falava a palavra
“homem”, tínhamos de nos sentir incluídas na masculinidade que essa palavra encerra. O “homem” estava coloca-
do como o representante da humanidade brasileira e, com isso a “mulher” não necessitava usar sua voz, já que
possuía um representante legal, pré-estabelecido pela escrita.
Vários abusos foram excluídos. Mulher nenhuma tem mais que provar sua virgindade por ocasião do casamento,
para não ser rejeitada e devolvida à sua família, como nos filmes italianos do início do século passado. Nenhuma
mulher tem mais que provar “honestidade” para ter direito à herança paterna, quando sabemos que o termo
“honestidade” é representado, simbolicamente, de forma diferente para homens e mulheres. Para homens, essa
palavra desperta o sentimento de caráter público ilibado, e para as mulheres, o recato, comportamento íntimo
reservado.
Embora com muitas inovações favoráveis à igualdade de gênero, ainda temos algumas críticas a fazer. Essas
críticas não são apenas nossas; o próprio relator do projeto já apresentou emendas para a mudança de mais de
cem artigos. Alguns temas atuais e importantes para o ordenamento da vida das pessoas deixaram de ser
incluídos. Alguns ranços ainda permanecem e até mesmo retrocessos em pontos já consagrados por legislações,
jurisprudência e prática social. Alguns justificam essas falhas pelo grande lapso de tempo em que tramitou no
Congresso Nacional – 25 anos.
É bom lembrarmos que a mudança de nossa legislação civil não se deu de forma abrupta, apenas com o novo
Código Civil. Temos de fazer jus a muitas mulheres que, por mais de oitenta anos, tentaram ser colocadas no
mesmo nível legal dos homens.
Finalmente, a Constituição de 1988 deu à mulher os mesmos direitos e deveres na família. Afora as mudanças
legislativas, nossos tribunais também contribuíram para que as mulheres fossem equiparadas aos homens.
Através de decisões emblemáticas, alteraram várias práticas discriminatórias e serviram de inspiração para muitos
artigos da nossa nova legislação civil. [...]
Disponível em http://www.ufrgs.br/nucleomulher/direitos.php. Acesso em 02/04/18.

Analise as asserções da questão e indique a que for VERDADEIRA.

A) Existem pistas no texto que permitem ao leitor concluir que as inovações trazidas na nova versão do Código
Civil não trouxeram benefícios significativos à condição da mulher na sociedade.
B) A igualdade de gênero na sociedade brasileira deve-se ao novo Código Civil, pois esse documento foi o marco
inicial para a mulher conseguir equiparar-se ao homem.
C) Para o relator do projeto, o Código Civil necessita de emendas em mais de cem artigos para assegurar equi-
paração de gêneros, pois, há mais de 80 anos, as mulheres lutam pela igualdade de tratamento na legislação
civil.
D) O autor do texto considera que as falhas que o Código Civil apresenta devem ao fato de sua tramitação no
Congresso Nacional ter se prolongado durante 25 anos.
E) O texto apresenta algumas inovações favoráveis à situação legal da mulher e também indica a existência de
falhas no Código Civil em vigor, portanto trata-se de um texto no qual se apresenta um ponto de vista.
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10. O texto a seguir refere-se a dois comentários sobre o Código Civil Brasileiro:

A mulher e o Código Civil

Disposições gerais sobre o casamento

Com o casamento, se estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges.
Isto significa que mulheres e homens são iguais e ambos podem opinar sobre todas as questões da família. Com o
novo Código Civil, acabou a "chefia da sociedade conjugal" que era exercida apenas pelo homem.
[...]

Em caso de ausência

Para os casos nos quais um dos cônjuges esteja em lugar remoto ou não se saiba de seu paradeiro, esteja encar-
cerado por mais de cento e oitenta (180) dias, interditado judicialmente ou privado de consciência, mesmo que seja
temporariamente, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da
família, cabendo-lhe a administração dos bens, as responsabilidades com os filhos e todos os demais direitos e
deveres no casamento.

Fonte: Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Disponível em: http://www.ufrgs.br/nucleomulher/direitos.php Acesso em 20/03/2018.

Em relação às palavras e expressões retiradas do texto sob análise, assinale a alternativa CORRETA:

A) No texto, a expressão “chefia da sociedade conjugal” refere-se ao exercício do homem como único chefe da
família, o que permanece no Código Civil atual.
B) Em caso de ausência de um dos cônjuges (pelos motivos citados no texto), o cônjuge presente deverá exercer
a direção da família com ”exclusividade”, o que significa afirmar que o outro estará excluído do exercício de
direção da família.
C) As palavras “encarcerado”, “interditado” e “privado”, empregadas no texto, indicam situações em que esse
cônjuge destituído de liberdade deverá responsabilizar-se pela direção da família.
D) A expressão “cônjuge” é empregada para referir-se a cada uma das pessoas ligadas pelo casamento. Por se
tratar de palavra masculina, indica apenas a pessoa do gênero masculino.
E) De acordo com o texto, o casamento estabelece a “comunhão plena de vida”, que se embasa na igualdade de
condições econômicas dos cônjuges.
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REDAÇÃO 1

O texto a seguir é a introdução de um artigo científico intitulado A discriminação da mulher negra no


mercado de trabalho e as políticas públicas, de Luciane Maria Trippia e Eduardo Milleo Baracat.

O mundo do trabalho tem sofrido mudanças, surgindo novas formas de organização, de reestruturação produ-
tiva, sob a influência e os impactos da globalização, surgindo, daí, novos desafios sociais, principalmente no tocan-
te aos processos de exclusão de grupos vulneráveis ao longo da história, como os negros, por exemplo.
O Brasil é considerado o país que concentra o maior percentual de população negra fora do continente africa-
no. A estimativa dessa população, no ano de 2005, era de 91 milhões de pessoas aproximadamente, segundo in-
formou a PNAD, representando, dessa forma, quase a metade da população no país. Contudo, tal proporção não é
verificada nesse mesmo compasso no mercado de trabalho, principalmente em relação à mulher negra.
A discriminação da trabalhadora negra é traduzida na forma desigual de acesso ao emprego, às posições de
ocupação no mercado de trabalho, nas diferenças salariais e nas atividades desenvolvidas. Ademais, há grande di-
ficuldade para mulheres negras concluírem os estudos, dificultando o acesso a melhores oportunidades de traba-
lho, e, assim, a uma condição financeira maior e melhor.
Ressalta-se que o processo de inserção da mulher no mercado de trabalho, contudo, adveio de visíveis e
acentuadas transformações em relação aos papéis e às funções atribuídas na sociedade em geral, o que pode ter
decorrido de alguns fatores como: o controle da natalidade, a busca de uma identidade feminina com o trabalho, o
acesso à educação e a própria subsistência. Mas, inegavelmente, marcado fortemente pela discriminação.
Compreendendo, todavia, as desigualdades de gênero e raça em relação à trabalhadora brasileira, como pro-
duto de um amplo e complexo processo de reprodução de iniquidades e hierarquias sociais, há que ser enfrentada
essa questão pelo Estado, o qual, uma vez que tenha chamado para si a responsabilidade pela organização social
e jurídica, deverá lançar mão dos meios que possui para resolver essa questão.
Dessa forma, emergem as políticas públicas como medidas estatais na tentativa de combater a desigualdade
simultânea de gênero e raça, no mercado de trabalho, por meio de ações dos Poderes Legislativos e Executivos,
mediante um conjunto de iniciativas, visando a intervir numa sociedade fundada em uma ilusória supremacia racial
branca.
Assim, objetiva o presente trabalho investigar em que medida os referidos Poderes desenvolvem políticas pú-
blicas, no âmbito federal, com vistas à inserção da mulher negra no mercado de trabalho. Para tanto, o artigo foi
dividido em três partes, contando com pesquisas nesse âmbito, mas sem a pretensão de exaurir todas aquelas
existentes no país. Ao final, buscar-se-á responder ao referido problema, com vistas a contribuir para uma socie-
dade racialmente consciente e igualitária.

TRIPPIA, L. M.; BACARAT, E. M. A discriminação da mulher negra no mercado de trabalho e as políticas públicas. Revista online Trabalho da
Mulher, 2014. Disponível em 14_trippia_luciane_discriminacao_mulher. Acesso em 30//03/2018.

Escreva um resumo do texto lido, com mínimo de 10 linhas e máximo de 15 linhas. Nele, devem constar:

- a menção ao(s) autor(es) e ao texto-fonte;


- as principais informações, sem copiar o original nem expressar opinião pessoal.
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REDAÇÃO 1 – Rascunho

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MÍNIMO
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M ÁXIMO
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REDAÇÃO 2
Considere os textos 1 e 2 apresentados a seguir como motivadores para a sua produção de
texto dissertativo-argumentativo.

Texto 1:

“A mulher e o Código Civil

No novo Código, as mulheres são vistas como cidadãs, sujeitas de direitos e deveres. Agora a mulher, ao casar,
não apenas ‘assume a condição de companheira, consorte e colaboradora do marido nos encargos de família,
cumprindo-lhe velar pela direção material e moral desta’ (art. 240 do Código de 1916), mas passa a exercer direi-
tos e deveres baseados na comunhão plena de vida e na igualdade entre os cônjuges.
[...]
É bom lembrarmos que a mudança de nossa legislação civil não se deu de forma abrupta, apenas com o novo
Código Civil. Temos de fazer jus a muitas mulheres que, por mais de oitenta anos, tentaram ser colocadas no
mesmo nível legal dos homens.

Finalmente, a Constituição de 1988 deu à mulher os mesmos direitos e deveres na família. Afora as mudanças
legislativas, nossos tribunais também contribuíram para que as mulheres fossem equiparadas aos homens.
Através de decisões emblemáticas, alteraram várias práticas discriminatórias e serviram de inspiração para muitos
artigos da nossa nova legislação civil. “

Fonte: Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Disponível em: http://www.ufrgs.br/nucleomulher/direitos.php Acesso em 17/03/2018 Acesso em 20/03/2018.

Texto 2:

“A universalização da educação e o avanço da ciência e da tecnologia, nestes últimos vinte anos, foram extraordiná-
rios. Mas, apesar de também nas atividades científicas as mulheres terem aumentado sua participação, as conquistas
da ciência têm sido sempre creditadas ao gênio masculino. Na verdade, a inclusão das mulheres nas profissões cien-
tíficas tem se dado em ritmo mais lento do que em outras áreas e há uma tendência de as ciências exatas – matemá-
tica, física, engenharias – atraírem relativamente poucas mulheres. Mas, por outro lado, inegavelmente, as mulheres
estão presentes na produção do conhecimento no Brasil e, em certas áreas, como nas ciências humanas e sociais, a
presença feminina é inequívoca e sua atuação expressiva. Nas áreas ligadas à saúde, cresceu muito o número de
mulheres, e há importantes nomes femininos realizando pesquisas de relevância mundial.

Analisando as informações do banco de dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico


(CNPq) para a década de 1990, relativas à concessão das bolsas de produtividade na categoria mais alta 1A1,
Melo et alli (2004) verificaram que, em 1990, foram distribuídas 617 bolsas; dessas, apenas 18,5% foram
concedidas a mulheres. “

MELO, Hildete Pereira de.; RODRIGUES, Lígia M.C.S. Pioneiras da Ciência no Brasil. Universidade Federal Fluminense- CBPF SBPC/RJ.
Disponível em http://cnpq.br/documents/10157/6c9d74dc-0ac8-4937-818d-e10d8828f261 Acesso em 20/03/2018.

Tome como referência os textos motivadores lidos, bem como os conhecimentos construídos ao longo da sua
formação como um/uma estudante e cidadão/cidadã, e escreva um texto dissertativo-argumentativo, de 15 a 20
linhas, de modo a refletir sobre o seguinte tema:

A garantia dos direitos da mulher na sociedade contemporânea: avanços e desafios.

Ao elaborar o seu texto, você deve:

- respeitar a proposta de produção de texto dissertativo-argumentativo;


- posicionar-se quanto à temática, apresentando, no mínimo, dois argumentos para sustentar seu ponto de vista;
- em caso de uso dos textos motivadores, fazer paráfrase e indicar a autoria ou fonte;
- elaborar uma conclusão;
- colocar um título.
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REDAÇÃO 2 – Rascunho

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