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DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA: TIPOGRAFIA GOTHAM

UC: LINGUAGENS VISUAIS E TIPOGRAFIA

CURSO: DESIGN GRÁFICO

ALUNOS: MARCO ANTONIO - RA:820112876

LUANA OLIANO PIEDADE - RA: 820246963


Introdução

A fonte escolhida para o trabalho foi Gotham, uma das fontes mais conhecidas dos
últimos tempos, principalmente pelo seu desenho limpo e minimalista. Foi criada nos
anos 2000 pelo designer tipográfico Tobias Frere-Jones que se inspirou nas letras
encontradas nas placas de sinalização de Nova York. Essa fonte foi uma
encomenda da revista GQ que foi descrita como uma fonte fresca e absolutamente
direta. O criador queria que a fonte representasse a cidade de Nova York de forma
moderna e que fosse atemporal atendendo aos designers por um longo tempo, o
que deu super certo. Gotham tem grande influência das fontes tipográficas
desenvolvidas na Escola de Bauhaus, muito utilizada pelos gigantes da
comunicação e entretenimento, a Gotham foi e ainda é muito popular entre os
designers até os dias de hoje.
História da criação da tipografia Gotham

Publicada nos anos 2000, nos Estados Unidos, por Tobias Frere-Jones e Jonathan
Hoefler, Gotham é uma família tipográfica geométrica sem serifa, ela foi inicialmente
encomendada a fundição de tipos Hoefler & Co. (ou Hoefler & Frere-Jones); para a
revista GQ, o briefing afirmava que a direção da revista queria uma fonte sem serifa,
geométrica, masculina, nova e versátil.

Segundo seus criadores, sua fonte de inspiração veio de uma caminhada por Nova
York e das tipografias clássicas encontradas na sinalização, letreiros e
comunicações da cidade em meados dos anos 20, mas foi um edifício em particular
que inspirou Gotham diretamente: A sinalização do Terminal Rodoviário Port
Authority. O co-designer, Tobias Frere-Jones, disse: "Suponho que haja uma agenda
pessoal oculta no design para preservar aquelas peças antigas de Nova York que
poderiam ser destruídas antes de serem apreciadas. Tendo crescido aqui, eu
sempre gostei da 'velha' Nova York e suas letras."

O proprietário da Gotham, fundição de tipo Hoefler & Co., descreve o tipo da


seguinte maneira: “Todo designer admirou as letras sem sentido do vernáculo
americano, aquelas letras de tinta, gesso, néon, vidro e aço que figuram com tanto
destaque na paisagem urbana. Dessas origens humildes veio Gotham, um tipo de
letra que trabalhou duro para sempre.”

Além de ser pensada como um renascimento das letras vernáculas, amplamente


vistas na sinalização arquitetônica de Nova York, como muitos dos edifícios mais
proeminentes da cidade datam dos anos 20 e 30, ele também tem sua base no
estilo Bauhaus, Frere-Jones, um dos criadores, fez o seguinte comentário sobre a
fonte: “Não é o tipo de letra que um designer faria, mas o tipo que um engenheiro
faria”. Isso permitiu que a H&FJ cumprisse o briefing da revista GQ para uma fonte
que fosse “masculina” nova e ainda muito estabelecida.

Muitos associam a fonte Gotham com a cidade de Nova York, no sentido de que é
“quadrada e objetiva” como a arquitetura da cidade. Outra razão pela qual está
associada à cidade de Nova York é porque é uma das primeiras fontes geométricas
e modernas de fabricação americana.

Apesar de não ter nenhuma confirmação sobre isso, acredita-se que o nome da
fonte foi adotado devido aos geeks chamarem Nova York de "Gotham City" por
causa de suas raízes fortes e conexão com o que representa e onde foi projetada,
porém sem nenhuma conexão com o Batman.

As resenhas de Gotham se concentram em sua identidade como algo ao mesmo


tempo americano e específico da cidade de Nova York. De acordo com David
Dunlap do The New York Times, Gotham "evoca deliberadamente as letras
arquitetônicas em bloco, sem sentido e sem autoconsciência que dominaram a
paisagem urbana dos anos 1930 aos anos 1960." Andrew Romano, da Newsweek,
concorda. "Ao contrário de outras fontes sem serifa, não é alemão, não é francês,
não é suíço", disse ele. "É muito americano."

De acordo com Frere-Jones, Gotham não teria acontecido sem a comissão GQ. "O
humanista e o geométrico já haviam sido completamente implantados e
desenvolvidos por designers anteriores. Não achei que nada novo pudesse ter sido
encontrado lá, mas felizmente para mim (e para o cliente), me enganei."

Essa inspiração da paisagem urbana e engenharia básica perfeita, fizeram de


Gotham uma das fontes mais usadas no início do século XXI. Gotham é uma das
fontes geométricas sans serif mais recentes a conquistar o mundo.
Seus criadores e sua fundidora

Jonathan Hoefler

Jonathan Hoefler é o fundador da Hoefler & Co e criou fontes personalizadas para


a Rolling Stone, Harper’s Bazaar, The New York Times Magazine, Sports Illustrated
e Esquire. Para muitos, seu trabalho mais conhecido é a família de fontes Hoefler
Text, projetada para a Apple Computer e agora aparecendo como parte do sistema
operacional Macintosh.

Em grande parte autodidata, o processo de Hoefler ao projetar fontes começa com a


pesquisa em registros históricos e, em seguida, utiliza a linguagem de programação
Python para automatizar tarefas repetitivas.

Em 1997, o caminho de Hoefler se cruzou com o designer de tipos Tobias


Frere-Jones quando ambos estavam tentando comprar catálogos de fundição de
tipos alemães. Dois anos depois, Hoefler começou a trabalhar com Frere-Jones e,
de 2005 a 2014, a empresa operou sob o nome Hoefler & Frere-Jones como uma
parceria. Em 2000, a empresa, sob a direção de Tobias, projetou sua onipresente
fonte Gotham para a revista GQ, recebendo amplo reconhecimento por seu trabalho
que nos últimos 20 anos é uma das fontes de maior sucesso. Mas nada dura para
sempre.

Em janeiro de 2014, Frere-Jones processou Hoefler em US $20 milhões na


Suprema Corte de Nova York, acusando-o de enganá-lo. Frere-Jones afirmou que,
em 1999, Hoefler concordou em uma parceria verbal 50-50 que era legalmente
vinculativa. À luz do processo, Hoefler mudou o nome de volta para Hoefler & Co.
alegando que Frere-Jones tinha sido apenas um funcionário, citando um acordo de
que eles não eram sócios, mas “entidades independentes” e pediu ao tribunal para
encerrar o caso. Os fãs da fundição ficaram chocados com a notícia do processo
que foi encerrado em setembro de 2014.

Tobias Frere-Jones

Ao longo de 25 anos, Tobias Frere-Jones se estabeleceu como um dos principais


designers de fontes do mundo, criando algumas das fontes mais utilizadas, incluindo
Interstate, Poynter Oldstyle, Whitney, e a famosa Gotham, Surveyor, Tungsten e
Retina. Tobias recebeu um BFA em Design Gráfico da Rhode Island School of
Design em 1992. Ele ingressou no corpo docente da Escola de Arte da Universidade
de Yale em 1996 e lecionou nos Estados Unidos, Europa e Austrália. Seu trabalho
está nas coleções permanentes do Victoria & Albert Museum de Londres e do
Museum of Modern Art de Nova York. Em 2006, a Royal Academy of Visual Arts de
Haia (KABK) concedeu-lhe o Gerrit Noordzij Prijs por suas contribuições para o
design tipográfico, redação e educação. Em 2013, recebeu a Medalha AIGA em
reconhecimento por realizações excepcionais no campo do design.
Sua anatomia e variações

A fonte Gotham é leve e masculina, e tem uma estrutura muito geométrica. Seu
design não possui linhas desnecessárias. Há pouco contraste entre linhas grossas e
finas. Os tipos apresentam curvas circulares quase perfeitas. Tem uma altura x
particularmente grande, que vem até a metade entre as ascendentes e as
descendentes. Tipos como "E" ou "A" são um pouco maiores que o habitual.

A família de fontes Gotham vem em 66 estilos, é suportada em 60 idiomas e é muito


versátil. Você pode encontrar Gotham nos seguintes pesos: Gotham thin, Gotham
Extra Light, Gotham Light, Gotham book, Gotham Medium, Gotham bold, Gotham
Black, and Gotham Ultra.

Gotham em uso

Embora tenha sido desenvolvido para um uso específico editorial, a licença


exclusiva da Revista GQ expirou em 2002 e Gotham foi posteriormente lançada
para uso público. Ela foi usada em todos os lugares por marcas como Tom Ford,
Chanel, Taco Bell, Netflix, Starbucks, Spotify e Twitter e até mesmo na campanha
eleitoral Barack Obama, o que popularizou mais ainda a fonte após as eleições,seu
uso foi muito bem planejado e consistente e não foi escolhida casualmente,
preparado para uma eleição do século XXI sendo desenvolvida para celulares, web
sites, e-mails, laptops, outdoors, redes sociais, anúncios impressos e comerciais.

Gotham funcionou perfeitamente para trazer um senso de modernismo e autoridade


para a campanha. Isso pode ser visto quando o slogan "MUDE PODEMOS
ACREDITAR" é definido na fonte. Muitos designers elogiaram a consistência da
mensagem na campanha e muitos se referiram a Gotham como a fonte de Obama.
Desde então, a fonte tem sido elogiada como a fonte que ganhou a eleição.

O icônico One World Trade Center o usa a fonte Gotham na pedra fundamental da
Freedom Tower para lembrar as vidas perdidas em 11 de setembro. A pedra angular
de 20 toneladas apresenta uma inscrição talhada em Gotham, a fonte atemporal
perfeita que representa a América. A Gotham também foi usada para o logotipo do
National September 11 Memorial & Museum.
Uma visão modernista, o logotipo enfatiza a palavra 'ONE' para transmitir a
mensagem sobre as melhores características do edifício e seu papel na área de
Lower Manhattan. A ênfase também representa que o OWTC é o edifício mais alto
do Hemisfério Ocidental e uma parte do horizonte da cidade de Nova York.

A fonte também foi utilizada em diversos logotipos famosos como:

No logotipo do spotify foi utilizada Gotham porém com pequenos ajustes feitos pelo
designer, que originalmente era uma fonte onde a letra “o” estava “saltitando” com
as três listras acima.
Antiga logo da dc comics também a utilizava.

Ao fazer a mudança da logo a maior alteração foi a tipografia, que tirou os ângulos
agudos para a fonte mais reta e objetiva, ganhando mais destaque junto com o
preto 100%, que antes era uma cor mais lavada.
Conclusão

Gotham é extremamente versátil e pode ser usado de muitas, muitas maneiras,


como vimos nos exemplos acima. Embora geralmente seja vista em logotipos, a
fonte é a escolha número um para marcas que procuram uma sem serifa
contemporânea. Mesmo que a fonte seja baseada na engenharia de caracteres
perfeita, ela também é um pouco humanística e isso lhe confere personalidade. De
certa forma, torna-se neutro, adaptável, fazendo com que ela possa ser usada para
uma infinidade de projetos de características distintas.
Bibliografia

https://kineticmc.com/the-font-of-the-decade-gotham/

https://web.archive.org/web/20030202095821/http://www.typography.com/catalog/go
tham/features.html

https://www.typography.com/fonts/gotham/overview

https://themorningnews.org/article/is-gotham-the-new-interstate

https://fontsinuse.com/typefaces/20/gotham

https://theoutline.com/post/7356/gotham-font-is-everywhere

https://frerejones.com

https://www.youtube.com/watch?v=Ow6ajKO0XsM

https://www.typography.com/blog/type-design-on-netflix

https://www.youtube.com/watch?v=wrOq6AKKYz8&t=26s

https://www.youtube.com/watch?v=CCOFdC3I_Io

https://www.youtube.com/watch?v=RPkgSS4uHKI

https://www.youtube.com/watch?v=fPW-6Y8QiVg

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