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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS
Departamento de História

DISCIPLINA: HH211/HH165 HISTÓRIA E MEMÓRIA


PROFESSORA: SISSI VALENTE
ALUNO: NEY KAWAN DA SILVA

Elementos para uma antropologia política do ressentimento, HAROCHE, Claudine.


333 “Detenho-me nos mecanismos políticos que suscitam e encorajam, ou ao menos
toleram, um certo tipo de valores sentimentos, traços de personalidade, uma
mentalidade particular; e, para além disso, comportamentos físicos e psíquicos que
ao mesmo tempo criam, reforçam e revelam um clima, uma atmosfera, um estado
de espírito.”
334 Para analisar o ressentimento e sentimentos negativos é preciso trabalhar com
diversas disciplinas, tanto a psicologia social e a antropologia política, fora a
tentativa de dar valor a algo que não é inqualificável ou que não se apresenta de
maneira voluntária.
335 Alguns estudos de psicologia e mesmo processos sociológicos mostram presente
traços de ressentimento para a formação de nacionalismo. Strauss apresenta que o
niilismo alemão foi uma reação aos ideais de civilização moderna de outros países,
em que mesmo se pautando do moralismo da revolução francesa, ainda busca
anular o individual pelo coletivo
336 Fromm em 1941 também analisa o ressentimento presente na psicologia alemã,
tanto nas derrotas em guerras e na classe operária, e o encorajamento a submissão
pela força.
337 No pós-guerra e com a estrutura das classes médias abalada também atua no
psicológico geral, tanto o sentimento de prepotência aos outros e a queda de
privilégios.
“Fromm detém-se então no amor pelo poderoso, no ódio pelo fraco, componentes
tanto masoquistas quanto sádicos daquele tipo de personalidade encorajado pelo
nazismo: o desejo de submissão a um poder ilimitado.”
338 “Arendt formula, então, considerações morais, políticas e filosóficas que já havia
abordado antes, de forma fragmentária, em As origens do totalitarismo, a respeito
dos traços de personalidade do homem totalitário, ou seja, a submissão às regras,
os automatismo despojados de pensamento, a falta de classificação, a inutilidade.”
O mal também para Arendt aparece no vácuo de sentimento, o que faz os
indivíduos buscar pertencimento nos coletivos e nas regras de conduta
339 Para o totalitarismo segundo Arendt, tenha mais presença e preciso que o
indivíduo tenha total desinteresse em si próprio mas que esteja disposto a se
sacrificar pelo grupo e pela moral.
Elias analisa logo após esses autores a Alemanha, e ressalva que e muito fácil
buscar apenas um motivo para o todo, ainda mais em sentimentos de
pertencimento de indivíduos na sociedade ser tão abstrato.
340 “O ressentimento aparece então como uma resposta inconsciente, efeito longínquo
de uma angústia ignorada, recalcada, ligada ao sentimento ameaçador de uma
negação da existência.”
341 Elias apresenta que para os alemães pôs primeira guerra navegavam entre o
extremo de inferioridade a certas minorias para um pertencimento de
superioridade anterior à crise. E a uma divisão entre duas vertentes principais na
classe média, sendo a primeira humanista e de busca de seus próprios méritos, e a
segunda sendo a nacionalista na qual se colocava abaixo da nobreza.
342 O ressentimento surge logo após o sentimento de humilhação, e com a crescente
frustração faz perpetuar a raiva e o ressentimento, assim fazendo a divisão muito
mais visível entre a quem deve se rebaixar e a quais grupos os nacionalistas
deviam se diferenciar e sobrepor-se, principalmente os judeus.
343 PAra Elias o pertencimento e o orgulho dos grupos nacionalista vem após se
diferenciar dos demais e subjugar lhes como inferiores, na qual se inicia com o
esfarelamento do indivíduo pelo coletivo, e por se achar seu grupo superior aos
demais, na qual vem o ressentimento.
344 Em um dos seus focos para entender a Alemanha para Elias, e analisar a
autoestima da população e da classe média e a amargura, junto com a sua perda de
poder e de status e sua tentativa de retomar seu lugar aos outros.
345 “Eric Santner, sublinha que, para compreender o nazismo como um traumatismo
maciço, devemos “deslocar os termos do problema, passar assim de um problema
político e ético geral para as condições psicológicas e sociais de construção,
destruição e reconstrução das identidades individuais e coletivas. Esse tipo de
abordagem”, prossegue,”exige a capacidade e a vontade de aprofundar a questão
da angústia”.”

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