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CFCH Contra o Golpe

Olhamos aquelas imagens e nos perguntamos: “Que merda é essa?”


Não psicologizar o fascismo. Alguns elementos psicossociais para entender esse
processo.

Psicologia das Massas e a Análise do Eu (1921)


Freud inspirado em Le Bon (psicologia das massas)
• Humanos como animais de horda (vínculo com o líder. e não de “comunidade”
(vínculo mútuo).
• Grupo preponderantemente pulsional; predomínio da realidade psicológica.
• Instinto de contágio emocional
“Um grupo primário desse tipo é um certo número de indivíduos que colocaram um só e
mesmo objeto no lugar de seu ideal do ego(idealização) e, consequentemente, se
identificaram (identificação) uns comos outros em seu ego” (Freud. 1996). – Hipnose
seria um grupo de dois (paixão com a sexualidade reprimida).

A Teoria freudiana e o modelo fascista de propaganda (1951)


- Enfoque sistemático dos agitadores – repetição e escassez de ideias. Foco em meios
irracionais, pulsionais, inconscientes;
- O líder deve ser um super-homem e ao mesmo tempo se parecer com os seguidores:
“pequeno grande homem”: “A imagem do líder gratifica o duplo desejo do seguidor
em se submeter à autoridade e ser ele mesmo essa autoridade”.
- Ódio aos subalternos aos que estão fora do grupo;
- Apenas por pertencer ao grupo, o seguidor é mais puro, melhor e superior do que
aqueles que estão de fora. Além disso, acontece assim que qualquer espécie de crítica ou
tomada de consciência acaba sendo sentida como uma perda e, como tal, algo que
desperta raiva.
- “truque da unidade”: salientar as diferenças com os de fora e as similaridade com os de
dentro.
Será o destino da humanidade o autoritarismo ou individualismo?

Kurt Lewin (1890 – 1947)


Experimento com crianças e grupos autoritários e democráticos.
• Considerações:
a) Desempenho superior nos grupos democráticos;
b) As mudanças de posturas dos membros dos grupos tem relação com a atmosfera
grupal e não com características individuais;
c) Não se tende “naturalmente” a democracia;
d) As crianças se tornaram mais facilmente democráticas ou autoritárias?
Aprendizagem x imposição;
e) Propaganda e palestras não mudam os grupos. A atmosfera cultural de um grupo
muda com a mudança das relações de poder.
Seguinte: Análise institucional, Esquizoanálise...

- Personalidade autoritária (1950): autoritarismo disseminado pelos EUA.


Por isso, afirma Espinosa, não se destrói uma tirania eliminando o tirano, pois outros o
substituirão caso as relações servis não sejam destruídas. É preciso destruir as relações
que sustentam a servidão (Espinosa, 1957)

O que fazer?
Produzir atmosferas de democratização psicossocial:
Intelectual / cognitiva:
- Racionalidade como único potencial de resistência das massas. Tornar as pessoas
conscientes de seus inconscientes e seus efeitos.
Afetiva:
- O amor pode mudar a economia libidinal quebrando o “transe” do processo grupal.
- Superar a teia de afetos tristes
Enfim, o inimigo maior, o adversário estratégico: o fascismo. E não somente o fascismo
histórico de Hitler e Mussolini — que soube tão bem mobilizar e utilizar o desejo das
massas —, mas também o fascismo que está em todos nós, que ronda nossos espíritos e
nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos faz gostar do poder, desejar essa coisa
mesma que nos domina e explora (...). Não se apaixonem pelo poder.
“Não imaginem que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo se o que se
combate é abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga nas
formas da representação) que possui uma força revolucionária”.

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