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História da África

Docente: Gilvana Gomes Data:29/10/2021


Discente: Luiz Henrique da Silva Carvalho
Nota:
Questão 1
O racismo é uma experiência histórica – tanto para quem o pratica quanto para quem o
experimenta enquanto “vítima”. Essa afirmação implica em uma postura, principalmente,
para historiadores e historiadoras que precisam dotar a experiência do racismo de
especificidade temporal. De outro lado, autores(as) importantes do pensamento
contemporâneo construíram conceitos amplos de raça e racismo que permitem analisar e
interpretar as experiências do passado.
Com base no que se discutiu em aula e nos textos de Hannah Arendet, Achille Mbembe e
Kwame Appiah, apresente e discuta as interpretações desses intelectuais no que respeita aos
temas da raça e do racismo;
Valor: 10,0
Para Hanna Arendet o racismo é a concepção cientifica de que a humanidade é dividida em
raças, onde o racismo era “neutro”. O conceito de raças dava se por migrações que com as
diferenças climáticas e ambientais alteraram as composições genética (fenótipo e genótipo)
como tom de pele, cor dos olhos. Hanna entende que a teoria de raças é uma resposta
simples para problemas complexos, sendo o racismo criador de uma hierarquia de raças
tornando se supranacional e supraclassista usando como exemplo o genocídio judeu na
Alemanha nazista onde eram um povo com uma parcela considerável de ricos. Concluindo
que toda ideologia que se preza é mantida e aperfeiçoada como arma política e não como
doutrina teórica.
Achile Mbembe outro autor importante destaca que raça e racismo são resultados de uma
fraude intelectual da Europa, ou seja uma contradição do iluminismo e fazendo um paralelo
interessante de que o racismo precede a raça, sendo assim a raça tornou se uma forma de
explicar a atitude racista, ou seja uma forma de representação primária, não existindo como
fato natural físico, antropológico ou genético, não passando de uma ficção útil cuja a função
é desviar a atenção de conflitos considerados, sob outro ponto de vista mais genuínos.
Outros pontos importantes de Achile é a explicação da palavra “Negro” como posição
social, e não como cor de pele ou característica física, termo esse usado depois como negro
cor de pele referindo aos povos escravizados da África e por último a um negro raça. Esse
autor faz questão de explorar essa palavra e explicar que a desasujeitação ou seja a
oportunidade tirada aos africanos de criar um “laço histórico” perdendo a língua e vínculo
familiar, fez o negro utilizar dessa palavra como única forma de reforçar laços e se unirem a
frente política de escravidão. O autor sugere também que a raça não inventa esse termo ela
só o negativiza, porém atualmente há uma disputa esse a palavra negra.
Kwame Appiah cria uma metodologia para explicar o conceito de raça e racismo, iniciando com o
Racialismo que de característica biológica a humanidade pode ser considerado por traços em
comuns associados em manifestações físicas, como tom de pele e cor dos olhos, criando uma
essência racial, não sendo tão perigoso pois nesse conceito todos eram hierarquicamente iguais.
O Racismo Extrínseco parte do pressuposto que as diferenças entre os seres humanos têm uma
base racial incerta, as raças existem diferenças de ordem física e moral, considerando os negros
inferiores em inteligência, honestidade entre outros, tendo uma avaliação externa da raça ou seja
mobilizado para pensar o outro.
O Racismo intrínseco, onde as diferenças dos seres humanos tem uma base racial que é incerta,
porém há uma necessidade de aproximação de membros de uma raça criando uma solidariedade
racial de certa forma obrigando a adotar comportamentos, mobilizado para pensar a si mesmo,
como um tipo de consciência negra do negro, partindo da lógica de status moral racial uma
estrutura familiar
Questão bônus – você pode escolher responder ou não. Caso escolha responder, ela
poderá acrescentar até 3,0 pontos na sua média do semestre. Caso esteja confiante da
primeira resposta, não precisa responder à questão bônus. Leia o trecho a seguir:

“A segunda escrita apresenta alguns traços distintivos, que devem sucintamente recordar-se.
Em primeiro lugar, o esforço para instaurar um arquivo. [...] Esta escrita esforça-se, aliás, por
edificar uma comunidade que se forja a partir de restos dispersos em todos os cantos do
mundo. [...] A declaração de identidade característica desta segunda escrita provém, no
entanto, de uma profunda ambiguidade. Com efeito, ainda que se exprima na primeira pessoa
e de modo autopossessivo, o seu autor é um sujeito que vive a obsessão de se ter tornado
estranho a si mesmo, mas que procurará doravante assumir responsavelmente o mundo, dando
a si mesmo o seu próprio fundamento.” (MBEMBE, 2013, pp. 59, 60, 61)

Achille Mbembe aponta que a categoria Negro foi construída por dois grandes esforços
intelectuais. O primeiro, iniciado no século XV, teve como sujeitos de produção indivíduos
ligados à “província” europeia; o segundo, ocorreu a partir do final do século XVIII, quando
aqueles que foram definidos socialmente como negros assumiram a tarefa de responder à
questão: “Quem somos nós?”. Essa segunda escrita teve como protagonistas os
panafricanistas e os nacionalistas africanos.
A partir das discussões em sala de aula e dos textos descontrua criticamente a seguinte
afirmação: “Os pan-africanistas e nacionalistas africanos são racistas”. Valor: até 3,0
Os Pan africanistas são antirracistas, porém são praticante de um mundo baseado em raças,
do ponto de vista biológico não há como fugir do seu tempo, usando da metodologia do racismo
intrínseco, onde as diferenças dos seres humanos tem uma base racial que é incerta, porém há
uma necessidade de aproximação de membros de uma raça criando uma solidariedade racial de
certa forma obrigando a adotar comportamentos, mobilizado para pensar a si mesmo, como um
tipo de consciência negra do negro , partindo da lógica de status moral racial uma estrutura
familiar, assim como foi a apropriação da palavra “Negro” para os negros a partir da escravidão.

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