Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
educação formal
Marcel Jardim Amaral1; Laís Braga Costa2; Vilmar Alves Pereira3.
Palavras-Chave: Racismo epistêmico, Afrocentrismo, Currículo.
Resumo: A composição do currículo, precisa trazer à tona as outras vozes, que por tantos anos foram
silenciadas, principalmente por não acessarem os espaços de poder frente à uma estrutura social
substancialmente racista, machista e classista. A discussão neste trabalho leva em consideração
especificamente o racismo epistêmico e a necessidade de descolonização do saber. O que se pretende
discutir neste trabalho, é a importância de que no currículo das instituições de ensino estejam
contempladas as narrativas de diferentes perspectivas epistemológicas. Nesse sentido, cabe a reflexão
se de fato os registros bibliográficos proporcionam acesso a diferentes tipos de conhecimento ou apenas
refletem uma narrativa que representa o pensamento hegemônico dominante. Se pode constatar por
meio da pesquisa bibliográfica que, o que possui o status de conhecimento científico, ou seja, que é
valorizado enquanto cultura, é uma versão contada majoritariamente por um único segmento da
sociedade: a branquitude. Desconsidera-se, portanto, a pluralidade da formação social brasileira, em
específico a formação étnica, para retratar diferentes perspectivas epistemológicas nos acervos que
compõem bibliotecas desde a educação básica ao ensino superior. Utiliza-se do método da pesquisa
social bibliográfica para a construção deste trabalho.
PRIMEIRAS PALAVRAS
1 Doutorando em Educação Ambiental pelo PPGEA na Universidade Federal do Rio Grande / FURG e
mestre em Educação pelo PPGEDU na mesma instituição de ensino.
2 Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social pela Universidade de Cruz Alta /
UNICRUZ.
3 Bolsista de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq – nível 2; Coordenador do Programa de Pós -
Graduação em Educação Ambiental / PPGEA, professor da Universidade Federal do Rio Grande /
FURG; mestre em educação pela UPF e doutor em educação pela UFRGS.
4 Terminologia recentemente relacionada pela Ecologia Cosmocena, em que as dimensões integradoras
do ser humano (biológicas, psicológicas, sociológicas, ambientais e espirituais) não são pensadas de
formas individuais, compondo assim um único sentido e relação.
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN
Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas – NEABI MOCINHA (Maria Cezarina Cardoso)
Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA/CAMPUS JAGUARÃO
inerentes a maus tratos que impugnados da razão de existência fazem parte da hoje
adjetivada minoria social, que vem reconquistando no mal do século sua soberania,
através da conscientização mundial da dívida histórica ainda não vencida com as
políticas reformistas internacionais estratégicas. A África e o Brasil – por exemplo;
apesar de vivenciarem processos escravagistas diferenciados, possuem relação
análoga, não apenas por terem sido diuturnamente saqueados e feitas colônias da
Europa, mas pelos furtos sofridos para além da materialidade, haja visto o monopólio
da razão na branquitude e a contribuição civilizatória sempre negada pelo opressor.
De lá para cá, a necessidade de descolonização é contínua e emergente, haja
visto que, os elementos ontológicos perseveram sendo fragilizados e/ou destruídos
pelas relações intersubjetivas que se de essência e intencionalidade colonizadora, visa
paradigmas diaspóricamente impregnados no imaginário social. Visto que para a
construção deste artigo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre as possibilidades
de denúncia ao racismo epistêmico e de perspectivas afrocentradas concordamos com
Gil (2002) do carater exploratório, diante a metodologia utilizada, classificando este
estudo como bibliográfico, pois;
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Míriam Cristiane; JESUS, Jayro Pereira de; SCHOLZ, Danielle. Paradigma da
afrocentricidade e uma nova concepção de humanidade em saúde coletiva: reflexões
sobre a relação entre saúde mental e racismo. Saúde debate [online]. 2015, vol.39,
n.106, pp.869-880. ISSN 0103-1104. http://dx.doi.org/10.1590/0103-
1104201510600030025. Acesso em: 10 abr. 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Tolerância. 5ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra,
2016.
GENNARI, Emilio. Em busca da liberdade: traços das lutas escravas no Brasil. 2. ed.
São Paulo: Expressão Popular, 2011.
NOGUERA, Renato. Ubuntu como modo de existir: elementos gerais para uma ética
afroperspectiva. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as
(ABPN), [S.l.], v. 3, n. 6, p. 147-150, fev. 2012. ISSN 2177-2770. Disponível em: <http://
abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/358>. Acesso em: 22 abr.
2019.
SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; LIMA, Graziela dos Santos. Pensando uma
Biblioteconomia afrodiaspórica. In: SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; LIMA,
Graziela dos Santos. (Orgs.). Bibliotecári@s negr@s: ação, pesquisa e atuação
política. Florianópolis: ACB, 2018. p. 89-104.
SILVA, Ana Célia da. A representação social do negro no livro didático : o que
mudou? por que mudou? Salvador : EDUFBA, 2011.