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PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS

Este manual é parte integrante da Revista Proteção - Edição 354 - Junho/2021.


Não pode ser vendido separadamente.

JUNHO / 2021 REVISTA PROTEÇÃO 1


PROTEÇÃO
de seu grau de exposição ao risco.

HIERARQUIA
Um aspecto bem importante é a es-

CONTRA QUEDAS
colha e a utilização de um Equipamen-
to de Proteção Individual. Conforme
estabelecido na NR 6, considera-se
EPI, todo dispositivo de uso individual
destinado a proteger a integridade
A COMPLEXIDADE DO TRABALHO EM física do trabalhador, sempre que as
ALTURA REQUER CONHECIMENTO PARA A medidas de ordem geral não ofere-
cerem completa proteção contra os
ESPECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados. A NR 35 possui uma série
Existem aspectos da Segurança das e compatíveis. As médias e grandes de aspectos a serem observados para
do Trabalho que são inegociáveis. A devem possuir um sistema de gestão prevenção de acidentes com quedas
correta proteção e utilização de equi- de SST com base referencial nacional de altura. A hierarquia da proteção a
pamentos aplicada aos trabalhos com ou internacional. Já as pequenas de- ser executada sugere o EPI como um
risco de queda em altura é um deles. vem buscar sistemas considerando a segundo estágio pois o EPC, se possí-
Não importa quantos procedimentos limitação de seus recursos. Contudo, vel, deve ser priorizado.
tenhamos e quantos planejamos. De independente do porte da organização Em um outro estágio desta hierar-
nada servirão se não estiverem cor- é essencial o comprometimento da alta quia, trabalhamos com a restrição de
retos e se não agirmos de acordo com direção e de todos os gestores.
SHUTTERSTOCK
eles. Todo trabalho em altura deve ser
planejado, organizado e executado por MEDIDAS
trabalhador capacitado e autorizado. Todos os prevencionistas sabem que
Planejado e organizado significa o índice de acidentes motivados por
que a empresa deve manter políticas quedas de trabalhadores é alto, e que
e práticas prevencionistas e que seu poderiam ser evitados se providências
comportamento deve passar de rea- fossem tomadas estabelecendo-se pro-
tivo para proativo. Ou seja, as ações cedimentos para trabalhos realizados
devem ser de antecipação e não de em estruturas ou equipamentos com
reação. Todo trabalho em altura deve desnível de mais de 2 metros, onde
ser precedido de seus devidos proje- possa haver risco de queda de pessoas.
tos e análises de risco. Com relação Conforme a complexidade e possibi-
aos procedimentos operacionais para lidade de perigo das tarefas a serem
as atividades em altura é igualmente desenvolvidas, o empregador deverá
importante que se façam as corretas adotar medidas de segurança, princi-
previsões de escolha dos EPIs. palmente nas etapas que antecedem o
A especificação dos EPIs, acessórios trabalho em altura.
e sistemas de ancoragem com carga, Os riscos de queda em altura exis-
conforto e eficiência bem como suas tem em vários ramos de atividades e
inspeções devem ser objeto de estudo em diversos tipos de tarefas, devendo
durante a fase de projeto e análise de sempre serem minimizados e evitados.
risco das atividades. Nunca se deve permitir o trabalho com
Da mesma forma é preciso conside- risco de queda sem a devida proteção.
rar a realidade de cada empresa para Na fase de planejamento devemos
definir as ações de SST mais apropria- elaborar análise da atividade e da expo-
sição do trabalhador verificando se po-
Esta é a segunda de uma série de reportagens sobre a forma demos atuar na tarefa, com conceitos
de selecionar os EPIs adequados.
simples como interferir na hierarquia
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movimento do trabalhador. Neste es- utilizados por trabalhadores quando recomendações normativas existentes
tágio faremos, provavelmente, uso de da existência do risco de queda. e assegurada sua compatibilidade com
um EPC ou de um EPI. Esta escolha todos aspectos da concepção geral do
deverá ser feita somente após a análise SISTEMAS projeto do local a ser instalado.
detalhada da atividade. No trabalho em A seleção do Sistema de Proteção Todos os dados relativos à sua con­
altura, sempre que possível, devemos Contra Quedas deve considerar a cepção devem descrever os compo-
optar pelo uso de proteção coletiva utilização de um SPCQ (Sistema de nentes que fazem parte do Sistema
- um sistema considerado ativo, pois Proteção Coletiva Contra Quedas). de Proteção Contra Quedas ativo que
não depende da ação do trabalhador. Na impossibilidade deste, ou sempre são fabricados, montados e instalados.
Equipamentos de restrição, que pre- que o SPCQ não ofereça completa Os aspectos mínimos a serem consi-
vinem a exposição do usuário ao risco proteção contra os riscos de queda, ou derados quando se pensa num SPIQ no
de um acidente com quedas, quando para atender situações de emergência, projeto e em sua utilização são:
constituídos por um equipamento do devemos adotar o SPIQ (Sistema de • Tarefas a serem realizadas pelo
tipo EPI, serão considerados passivos, Proteção Individual Contra Quedas). usuário (incluir previsão para um
pois dependem da ação do trabalhador É muito importante no SPIQ a pre- possível resgate);
para a ativação da proteção. visão e o detalhamento de todos os • Método de trabalho a ser desem-
É fundamental manter um programa elementos que farão parte da sua com- penhado pelo usuário;
de treinamento para trabalho em altura posição como: seleção, inspeção, uso/ • Previsão de requisitos necessários
atualizado junto a todos que trabalham limitações dos EPIs e, posteriormente, para inspeções, ensaios, reparações e
em altura. Os SPQ (Sistemas de Prote- o treinamento do usuário. possíveis manutenções;
ção Contra Quedas) são projetados por Durante a fase de projeto do siste- • Análise de risco da atividade que
profissionais habilitados e devem ser ma SPIQ devem ser seguidas todas as considere frequência, natureza e dura-
ção das tarefas de trabalho, bem como
riscos secundários e residuais;
• Avaliação da possibilidade de usu-
ários simultâneos;
• Previsão sobre o peso dos usuários
de um sistema ativo de proteção contra
quedas, identificando o maior peso de
usuário permitido no sistema, incluin-
do ferramentas e equipamentos;
• Estudo sobre exigência do nível
de competência do(s) usuário(s) na
utilização de EPI;
• Treinamento adequado a todos os
envolvidos com a atividade;
• Uso de materiais apropriados que
ofereçam a devida resistência às con-
dições ambientais adversas.
A complexidade do trabalho em
altura com EPI é grande exigindo o
aprofundamento no tema, principal-
mente pelos profissionais de SST,
uma vez que são estes que normal-
mente definem os procedimentos nas
empresas e para os contratados. Sua
responsabilidade é intrínseca quanto à
validação da análise de risco e medidas
de controle a serem adotadas, inclusive
na especificação do SPIQ, medida de
controle ainda predominante.
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al. Um cinto ideal para trabalho com

Escolha acertada acesso por cordas, por exemplo, não


é o melhor cinto para trabalho em car-
regamento de caminhões e vice-versa.
Para selecionar os trabalhador. Vamos aos equipamentos!
elementos é essencial  Restrição de movimentação  Cinturão
estar atento a sua Previne que a queda aconteça. Se Sem este equipamento não temos
demanda e análise de risco existir dúvida de que possa ocorrer o um SPIQ. Ele pode ser apenas abdomi-
uso indevido e a técnica (que seria de nal, o que é cada vez menos presente
O SPIQ (Sistema de Proteção Indi- restrição), for de retenção de queda, no mercado. Inclusive vem sendo
vidual Contra Quedas) é formado por os equipamentos do SPIQ devem proibido em alguns países, restando
três elementos e sua função é de ligar ser adequados para a retenção. Para apenas a alternativa do cinto com-
a pessoa na estrutura. De forma bem trabalhos em telhados com telhas pleto paraquedista com abdominal.
simplificada, a pessoa veste o cinturão translucidas ou próximo as bordas é O paraquedista é o cinto preparado
e se conecta ao dispositivo de ligação importante que o SPIQ de restrição para a técnica de retenção de queda
que é fixado no ponto de ancoragem. esteja preparado para uma retenção que pode ter diferentes desenhos e
A sigla SPIQ veio com a atualização de queda caso algo saia errado. características:
da NR 35 em 2016 e hoje é a maior
representatividade do trabalho em  Posicionamento em altura Todo cinto paraquedista tem ao
altura juntamente com o EPI cinturão. Possibilita a execução de vários tipos menos um ponto “A” de retenção de
Importante dizer que apenas o cinto de ações em altura em que o traba- queda (marcação para a conexão a
sozinho não representa segurança em lhador precisa ter suas mãos livres um sistema de retenção de queda). O
altura. “De nada adianta o EPI contra para realizar a atividade ou quando o ponto “A” pode ser dorsal ou peitoral.
quedas se não estiver conectado a trabalhador é deslocado verticalmente Uma boa orientação para selecionar
uma ancoragem, ou se esta ancoragem como por exemplo para trabalho em qual o melhor para sua atividade está
não resistir aos esforços a que estiver espaço confinado. Em trabalhos em no Anexo E da NBR 16489 que orienta
sujeita”, orienta o Manual de Auxílio postes e em torres, a técnica de posi- sobre a melhor performance para cada
na Interpretação e Aplicação da NR cionamento é fundamental para gerar um deles em diferentes situações. Por
35 em seu Anexo II. produtividade e segurança e deve exemplo, para trabalhos em constru-
O processo de seleção do EPI mais sempre ser usada junto com a técnica ção civil o ponto dorsal é mais indicado
adequado para ser utilizado nas ativi- de retenção de queda. deixando o trabalhador com liberdade
dades em altura está muito alinhado à para atividades manuais a sua frente.
ABNT NBR 16489 - Sistemas e Equi-  Acesso por cordas
pamentos de Proteção Individual para Regulamentada pelo Anexo I da NR Pontos de posicionamento em um
Trabalhos em Altura - Recomendações 35 esta técnica sempre deve prever cinturão paraquedista podem estar
e Orientações para Seleção, Uso e um SPIQ de retenção de queda em presentes ou não. Os mais comuns
Manutenção. suas utilizações. Seu reconhecimento são laterais à cintura, um de cada lado,
não para de ganhar força no mercado para uso com talabarte de posiciona-
TÉCNICAS e são diversas as atividades que podem mento. Existem também os pontos de
Quando se fala em SPIQ temos se beneficiar dela. Trabalhos em facha- posicionamento frontal, na altura da
algumas técnicas apontadas na NBR das de prédios, em espaço confinado, cintura, usados por exemplo em traba-
16489 que são aplicadas dependen- em torres eólicas são apenas alguns lhos com acesso por corda, em espaços
do de cada situação. Para a correta exemplos das possibilidades do acesso confinados e para resgate. Os pontos
escolha dos equipamentos do SPIQ por corda. nos ombros podem ser alternativas
é preciso conhecer as características para entradas em espaço confinado,
destas técnicas: EQUIPAMENTOS especialmente se o acesso for muito
 Retenção de queda Qual o melhor equipamento? estreito e o trabalhador precisar ficar
Sempre estará presente quando o Para responder a esta pergunta é verticalizado.
trabalho tem risco de queda de dife- preciso saber mais detalhes sobre o
rentes níveis. A retenção de queda vai SPIQ conforme orienta a NBR 16489 Cinto passivo e cinto ativo é um
minimizar as consequências da queda, e sobre qual técnica deve ser utilizada. conceito que auxilia muito na escolha
programada para ser a menor possível Na verdade, não se pode generalizar do cinturão correto. Nos cintos ativos o
e garantir impacto abaixo de 6kN no e dizer que há um equipamento ide- trabalhador ficará suspenso pelo cinto,

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Proteção
em Altura.
Para ser
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descida e içamento em diferentes ati-
vidades como em espaços confinados.

Talabartes de restrição
Geralmente são conectados a apenas
um ponto do cinturão e previnem que
o trabalhador atinja um local com risco
de queda. Podem ser sem regulagem,
com comprimento exato para impedir
o local com risco de queda ou podem
ser reguláveis. Muita atenção na esco-
lha deste talabarte: caso exista possi-
bilidade de que uma queda aconteça,
o SPIQ deve estar preparado para isto.

Talabartes retenção de que­da


O tipo de talabarte para retenção
de queda mais conhecido e usual é
duplo em formato de Y com 2 ganchos
de 55mm. Porém, este não é o único
tipo e conhecer o SPIQ pode ajudar a
selecionar o mais adequado.
Um talabarte simples em I pode ser
boa opção para um SPIQ em que o
trabalhador não precise/não deva se
desconectar do sistema. Por exemplo
e, neste caso, condições de ergonomia ção de movimentação/posicionamento. em alguns tipos de trabalhos com li-
e conforto serão importantes. Para um Para a escolha do equipamento cor- nhas de vida, em trabalhos com PEMT.
cinto passivo seu uso de forma ativa reto é muito importante diferenciá-lo Para atividades com conexão a ponto
não acontecerá sem que uma queda em sistemas com absorção de energia de ancoragem diretamente na estrutu-
aconteça. Desta forma, o passivo pode (forças abaixo de 6kN) e sem absorção ra em que o perfil tem mais de 55mm,
ser mais simples. de energia (não preparado para reten- um gancho de abertura maior pode ser
ção de queda). alternativa. Em torres de transmissão
Nenhum cinto “é confortável” e No caso de trabalhos de acesso por de energia isto é uma realidade.
para conhecer melhor sobre isto é corda, os sistemas de subida e des- Para trabalhos em que os pontos de
essencial realizar o teste de conforto e cida podem ser tidos como técnica ancoragem são conhecidos podem ser
ajuste do cinturão (NBR 16489, Anexo de posicionamento também, e neste utilizados conectores menores - um ta-
B). Um cinto pode ser confortável para caso, obrigatório atender ao Anexo I labarte com conectores pequenos em
pessoa de determinado biótipo e não da NR 35. alumínio pode ter um peso três vezes
para outra. Vale destacar que apenas menor do que um talabarte tradicional
ter um acolchoamento, não garante Talabartes de posicionamento com ganchos de aço com 55mm.
ergonomia. O teste de conforto e ajuste Podem ser com ou sem regulagem Já o talabarte retrátil é uma nova
é que vai mostrar isto. de comprimento. A regulagem ajuda tecnologia que gera grande mobilidade
O ideal é que o cinturão atenda às muito na ergonomia e produtividade. e pode ser um diferencial dependen-
características da técnica e atividade Trabalhos na indústria em geral ou do do SPIQ. O equipamento tem um
aplicada. Um cinto completo não vai na montagem de andaimes multidire- ensaio adicional e exigente de queda
garantir mais segurança. Ao contrário, cionais podem aproveitar as argolas sobre aresta. Pode ser usado para tra-
se o cinto tiver pontos de engate que laterais de posicionamento do cinturão balhos em PEMT e em telhados, como
não são usados, o trabalhador pode deixando o trabalhador com as mãos uma alternativa não à prova de tudo,
acabar fazendo uso indevido deste. livres para a atividade. mas sim, mais robusta.
Não podemos deixar de citar os sis-
 Dispositivos de conexão temas de posicionamento com suspen- Trava queda deslizante
Temos dois tipos de dispositivos de são total que deslocam o usuário junto Se divide em dois tipos:
conexão: retenção de queda, e restri- com a linha. Por exemplo, guinchos de • Trava queda sobre linha fle-

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xível que gera pequena mobilidade mento tem para uso e garantia de ser conhecida e compatível com sua
lateral, por exemplo, aqueles utili- segurança e produtividade, ainda é utilização. É o caso de trabalhos com
zados para trabalhos em andaime pouco usual no mercado. linhas de vida horizontais quando as
suspenso na construção civil, para Trabalhos em carga e descarga de cargas são muito elevadas e a carga de
trabalhos com vara de manobra caminhões são um dos principais usos trabalho segura pode não ser atendida.
quando existe um ponto de ancora- do trava queda retrátil. Trabalho em
gem a alguns metros do solo em que espaço confinado também pode ser  Dispositivos de ancoragem
é conectado e o trabalhador já sobe muito beneficiado com trava queda Para um sistema de ancoragem, a
protegido. Sua linha de ancoragem retrátil. escolha de um dispositivo pode não
pode ser em corda ou cabo de aço; Seu uso deve ser sempre acima da ser necessária. Isto pode acontecer
• Trava queda sobre linha rígi- cabeça, salvo se o fabricante garantir quando o trabalhador se conecta di-
da para, por exemplo, trabalho de ensaios que excedam sua característi- retamente na estrutura. Por exemplo,
acesso em escadas verticais fixas. ca básica de certificação. Por exemplo, nos trabalhos em torres metálicas,
Este tipo não tem mobilidade lateral; para trabalhos em telhados, quando a trabalhos de acesso por escadas fixas
sua linha de ancoragem pode ser em linha de vida fica próxima ao telhado, usando o degrau como ponto de an-
cabo de aço ou trilho. o retrátil terá uso horizontal preci- coragem (importante que este seja
sando ser testado para esta forma de garantido para mais de 6kN).
Um SPIQ que contempla um trava utilização. Caso um dispositivo de ancoragem/
queda deslizante precisa ter garantias equipamento precise ser selecionado
de que a linha de ancoragem e seu Conectores este pode ser dos seguintes tipos:
trava queda sejam compatíveis, como São muito presentes no SPIQ, ge- • tipo A: projetado para ser fixado
já é exigência da NR 35 e da NR 18. ralmente fazem parte de algum equi- em uma estrutura;
Consulte o fabricante do equipamento pamento, mas também podem ser • tipo B: temporário transportável;
sobre isto. utilizados de outras formas, como • tipo C: para ser utilizado como uma
conectando uma linha de ancoragem linha de ancoragem horizontal flexível;
Trava queda retrátil vertical a um ponto de ancoragem. • tipo D: para ser utilizado como uma
Visto o potencial que este equipa- Sua carga mínima de ruptura deve linha de ancoragem horizontal rígida.

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para que se possa utilizar as normas

Garantindo a qualidade de 2020 como referência. Enquanto


isto não ocorre, os equipamentos se-
guem sendo certificados pelas normas
Cinturão e dispositivos  Informar ao OCP qual laboratório antigas de 2010.
pretende utilizar. Os equipamentos são
de conexão possuem selo enviados ao laboratório pelo OCP que ANCORAGEM
do Inmetro, mas os de irá identificar/lacrar os equipamentos O dispositivo de ancoragem não con-
ancoragem ainda não na fábrica do solicitante; ta ainda com certificação do Inmetro.
Entretanto, a Portaria 11.437, de 6 de
O selo do Inmetro certifica a qualida-  Uma vez aprovado em auditoria de maio de 2020, da Secretaria Especial
de dos equipamentos que compõem o qualidade e nos ensaios, o solicitante de Previdência e Trabalho em seu item
SPIQ e os ensaios devem atender aos recebe um certificado de autorização 2.4 diz que “todos os dispositivos de
RACs específicos. para uso do selo do Inmetro; ligação, extensão ou complemento
Como certificação compulsória o conexos a um EPI devem ser con-
selo Inmetro atende hoje a duas das  Auditoria de fábrica e novos en- cebidos e fabricados de forma que
três partes do Sistema de Proteção saios serão recorrentes para a manu- não diminuam o nível de proteção do
Individual Contra Quedas: ao cinturão tenção do selo. equipamento”, mostrando que há uma
e aos dispositivos de conexão. A outra importante fragilidade no SPIQ.
parte, que são os dispositivos de anco- Atualmente os laboratórios acredi- A prevenção gerada pelo SPIQ re-
ragem, ainda não tem esta cobertura. tados pelo Inmetro que atendem ao quer melhoria contínua, o que é dese-
Para que a certificação do Inmetro a escopo das normas técnicas para a jável que aconteça também na NR 35.
estes equipamentos seja possível há certificação dos equipamentos do tipo Enquanto isto não ocorre é recomen-
um passo a passo a ser seguido pelos cinturão e elementos de conexão são dável que ao escolher um dispositivo
fabricantes: Instituto Falcão Bauer e Instituto Lab de ancoragem você cobre de seu forne-
System - Pesquisas e Ensaios. cedor por ensaios de conformidade do
 Solicitar ao OCP (Organismo A NBR 16489 - Sistemas e Equipa- produto que está adquirindo. Ensaios
Certificador de Produto), por meio mentos de Proteção Individual para geram grande diferença em seu nível
do envio de memorial descritivo, a Trabalhos em Altura - Recomendações de proteção, e por isto, as devidas refe-
certificação de um modelo de produto e Orientações para Seleção, Uso e Ma- rências devem ser cobradas. Também
e suas versões; nutenção é muito importante para o as certificações internacionais, como o
usuário final, ou seja, para a empresa/ selo CE, são boas alternativas para se
 Ser submetido a uma auditoria profissional que for efetuar a compra ter melhor nível segurança no SPIQ.
inicial de qualidade que será feita dos EPIs. Confira no quadro Normas de en-
novamente depois de 18 meses (caso A certificação compulsória está regu- saios para EPIs contra quedas as
a empresa não tenha certificação ISO lamentada na NR 6 e na Portaria Inme- normatizações relacionadas a cada
9001 este período diminui para nove tro n.º 388/2012 ou RAC 388 como é equipamento.
meses); mais conhecido. Porém, esta portaria
precisa ser atualizada pelo Inmetro
Para saber mais:
Para selecionar o dispositivo correto para o seu SPIQ
consulte também o conteúdo da NBR 16489; o Manual
de Auxílio na Interpretação e Aplicação de Sistemas
de Proteção Contra Quedas; a NR 35, especialmente
o item 35.5 (Sistemas de Proteção Contra Quedas) e
seu Anexo II (Sistemas de Ancoragem).
Manual de auxílio a NR-35 - https://bit.ly/2SOBG9w
Guia de conscientização para trabalhos em altura
Animaseg - https://bit.ly/3ohojdJ
ABNT NBR 16489 - https://bit.ly/33G1d75

Conteúdo e colaboração técnica de


Andreia Kaucher Darmstadter - engenheira civil e de
Segurança do Trabalho
akdarmstadter@seconci-mg.org.br

Marcos Amazonas - especialista em NR 35, técnico de


Segurança do Trabalho, diretor técnico na AMZ Equipamentos
para Trabalho em Altura
amazonas@amzpro.com.br

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Este manual é parte integrante da Revista Proteção - Edição 354 - Junho/2021. Marcos Amazonas - especialista em NR 35, técnico de Segurança do Trabalho, diretor técnico
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