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Curso de Matemática para Economistas, Capítulo 1 e 2, Funções, Álgebra Linear e Aplicações
Curso de Matemática para Economistas, Capítulo 1 e 2, Funções, Álgebra Linear e Aplicações
Junho de 1996
Curso de Matemática para Economistas
Capítulos I e ÍI
Funções, Álgebra Linear e Aplicações
Telefone: 55-21-552-5099
Fax: 55-21-536-9409
e-mail:
rubens@sede.fgvtj.br
Rubens Penha Cysne
Humberto Moreira
Junho de 1996
PREFÁCIO
Os autores objetivam, com este trabalho preliminar, bem como com aqueles que
lhe darão continuidade, na seqüência de composição de um livro de matemática para
economistas, registrar as suas experiências ao longo dos últimos anos ministrando
cadeiras de matemática nos cursos de pós-graduação em economia da Fundação Getulio
Vargas, da UFF (Universidade Federal Fluminense) e da PUC-RJ.
m
91 denota os números reais e n as n-uplas de números reais; 91+
o símbolo
equivale a números reais não negativos (onde se inclui o zero) e 91++ a números reais
positivos (onde não se inclui o zero). Esta simbologia estende-se às n-uplas: 91:
denota uma n-upla de números reais todos não negativos, e 91:+ uma n-upla de
números reais todos pOSItIVOS. Assim, ao denotarmos as n-uplas por
x = (x\,x 2 , ••• ,x n ), sendo cada Xi um número real (utilizaremos esta simbologia para
nos referirmos às coordenadas de x), a afirmativa x E 91:+ equivale a afirmar-se que
Xi > O para todo i = 1,2, ... , n.
(1.3)
2
a) la- bl <E
b)b-E<a<b+E
Demonstração:
1 2
la- bl < E~E> a- b e E> -(a- b) ~E> a- b e
3 4
-E<a-b~E+b>a e b-E<a~b-E<a<b+E
a) lal <E
b) -E <a<E
,-A-,,-A-,
I I I I
b-E a. b (fixo) b +E
3
(figura 1.1)
Norma Euclidiana
Da fonna mais abstrata possível, uma nonna (11 x 11 lê-se nonna de x) é uma
função real definida num espaço vetorial V real ou complexo, satisfazendo às seguintes
propriedades :
1) IIÂ.xll = I~ Ilxll para qualquer escalar  e qualquer x E V .
2) Se x 7: 0, Ilxll > O.
3) Ilx + yll :5; Ilxll + IIYII para quaisquer x e y E v.
D
Usualmente trabalhamos no espaço m com a mesma nonna euclidiana, dada
por:
2) Tal como no caso da função valor absoluto, a idéia da função nonna definida no m
n
4
X
1 - - -......
(figura 1.2)
Lógica
5
r x rx+2=4
I x+y la>b
Exemplo: Tennos: ~ cI> enunciado: ~ 7 <x
l{3,5,7}
,
lx2 -5x+6=O
Operadores:
o
juntor não (simbolicamente -): dado um enunciado p, pode-se formar o
enunciado - p, dito a negação de p. A tabela de valores lógico é dada a seguir:
p -p
V F
F V
6
v v
V F
F V
F F
V V V
V F V
F V V
F F F
1) Fez sol e Antônio foi à praia: podemos concluir que a afirmação acima não foi
falseada pelo experimento em questão.
2) Fez sol e Antônio não foi à praia: pode-se concluir que o enunciado acima é falso.
3) Não fez sol: neste caso não importa se Antônio foi ou não à praia, concluimos que
o enunciado acima é verdadeiro.
7
Assim, a tabela de valores lógicos da subjunção:
p q
v V V
V F F
F V V
F F V
p q
V V
V F
F V
F F
8
Quantificadores:
• 'dx(x E X ~ p{x})
.:3x(xEXeq{x})
• - :3x(x E X e r{x})
-:3xp<=>'dx-p
-'dxp<=>:3x-p
9
Observação: Em todo enunciado quantificado devemos esclarecer qual é o conjunto
onde as variáveis podem assumir valores. Este conjunto será chamado de conjunto
uruverso.
Conjuntos e Funções
Exemplos de Conjuntos:
A c B <=> V x (x E A => X E B)
e A ct. B <=> 3x(x E A e x!é B) (ou seja, A ct. B <=>- (A c B»)
1) NcZ e ZcQ
Exemplo: 2) 'I'
Ao
C
A , qualquer que seja
. .
o conjunto A
De fato, se cj> ex. A então 3 XE cj> tal que x E A, o que não ocorre, pois cj> vazio não
possui elementos.
10
Dado um conjunto A podemos pensar no conjunto de todos os subconjuntos de
A:P(A) = {B; B cAl chamado de conjunto das partes de A. É fácil ver que
4>, A EP(A).
i) Aucj>=A A~=4> (A
c
)" =A
ü)AuA=A AIlA=A AcB<=:>Bc cAC
üi)AuB=A<:>BcA AIlB=A<=:>AcB (AuB)" =Ac IlBc
iv) Au(BIlC) = (AuB)Il(AuC) AIl(BuC) = (AIlB)u(AIlC) (AIlB)" = A uB c
C
( a, b) = ( c, d) <:> a = c e b = d .
A x B = {( a, b); a E A e b E B}
11
Função
Tipos de Funções
Composição de Funções
12
A restrição de uma função f: A ~ B a um subconjunto A' c A é a função
~A':A' -> B definida por ~A'(x) =f(x}, \Ix EA'. Dado X:::> A, g:X -> B é a
extensão de f quando g A = f.
Família
Exemplos
1) I = {I, ... , n} : uma família em A neste caso é denominada uma n-upla em A, ou seja,
um elemento do cartesiano: A x. .. x A.
n-~
'-'"
2) I=~ uma família em A neste caso é denominada uma seqüência em A.
3) Podemos considerar uma família de conjuntos: (AJ ÀE1 ' onde A À é um subconjunto
de um mesmo conjunto universo U, para cada à E I . Define-se neste caso a reunião
desta família como u A À= {x;::I Ã E I com x E A À} e a interseção desta família como
ÀEI
nAÀ={X;XEAÀ, \/ ÃEI}.
ÀEI
13
Exercícios Resolvidos
Solução:
Segue da proposição 1.2 que
De (1) e (2), Ilbl-lall $; la - bl. De la - bl < E segue que Ilbl-lall < E e que
- E < Ibl-Ial < E. Somando-se lal a ambas as equações obtém-se a desigualdade
procurada.
Solução 2:Se x>S então f(x»2 pois Ix-31>2 e o termo Ix-si é sempre
positivo. Da mesma forma, se x < 3, f (x) > 2, pois Ix - Si > 2 e Ix - 31 > o. Por último,
para 3 $; x $; S teremos Ix - si = S-x elx - 31 = x - 3 (pela definição da função módulo).
Somando-se os termos obtém-sef (x) = S - x + x - 3 = 2. Assim, em qualquer caso,
f(x) ~ 2.
2
Solução 1: Elevando ao quadrado, e lembrando que Ixl = x 2, (2x-2)2 =(4x+3)2 ~
12x2 + 32x + S = O . Daí obtêm-se as raízes solução XI = - ~,X2 = - %. .
Solução 2: Caso 1: 2x-2 ~ O ~ x ~ 1 4x+3 > O
12x-21 = 2x-2, 14x+31 =4x+3
2x-2=4x+3 ~ x=-S/2
14
Caso 3: 2x - 2 < O ~ x < 1
4x + 3 < O ~ x < - 3 I 4
14x +31 = -4x -3,12x -21 =-2x +2
-4x -3=-2x +2 ~ x =-S/2
IS
Exercícios propostos
Sugestões:
a) Escreva as desigualdades 1.3 para c, para d, e em seguida some as desigualdades
membro a membro (o que é permitido). Em seguida observe que, pela proposição LI',
escrever-se -( lei + Idl ) :s; c + d :s; ( lei + Idl ) é equivalente a escrever-se Ic + di :s; lei + Idl·
b) Observe que ICdl2 = (cd)2e que tanto Icdl quanto Icl.ldl são não negativos
c) Repita b.
d) Ic - el = Ic - d + d - el
e) lei = Ic-d +dl
3) Seja Sn a soma dos n primeiros números naturais. Demonstre por indução que
S = n(n+I)
n 2
16
6) Define-se a distância entre dois vetores do 9t n x e y como d(x,y) = Ilx - yll. Calcule
a distância entre os vetores:
a) (1,2,3) e (5,6,7)
b) (0,0,0) e (1,2,3)
8) Sabendo-se que p => q é um enunciado falso, qual valor deve-se atribuir a r para
que o enunciado abaixo seja falso?
(p ou q => r) => p e q
9) Usando a tabela dos valores lógicos, examinar a validade das conclusões:
i) - (q => p) =>- q ou r
ii) (-pouq)=>-(qou-r)
iii) - (- q ou r) => (q => p)
iv) q => (p ou r)
17
11) Identifique os enunciados verdadeiros e os falsos.
a) 3xp~(Vx(p~q))
b) 3x(pouq)~3x(peq)
c) Vxp~3xp
d) 3x(pouq)~3xpou3xq
e) 3 x (p ~ p ou q)
f) 3xq ~ Vx(p ~ q)
a) V x (x < x + 1) u=9t
b) Vx(2x 2 +3x+ 1 = o) U=N
c) 3x{x = O) U={O, I}
d) 3x 3y(x = 2y) U = {0,I,2}
e) Vx 3y(x+y=0) U=Z
f) Vx 3y(y > x) U= {0,I,2}
g) 3x 3y(x < y) U=Z
a) AuB=A~BcA
b) AnB=A~AcB
c) Au(BnC) = (AuB)n(AuC)
d) An(BuC) = (AnB)u(AnC)
~~-~u~-~=~u~-~n~
f) AcB~Bc cA c
g) (AnBY = A uB c
C
h) (AnBY = A uB C C
i) AcB~AnBC =0
18
li) Sejam f:A~B função, X, YcA, Z,WcB conjuntos
a) f(XuY) = f(X)uf(Y)
b) f(Xí'I Y) c f(X)í'lf(Y)
c) f(X)í'lf(Y) c f(Xí'I Y)
d) X c Y <:) f(X) c f(Y)
e) Z cW <:) f-l(y) C f-l(Z)
t) r- 1(CZ) = Cf- 1(Z)
g) f-l(ZUW) = f- 1(Z)uf- 1(W)
h) f-I (Zí'lW) = f- 1 (Z)í'lr- 1(W)
i) X~A e X~B
li) se Y ~ A e Y ~ B então Y ~ X
a) (AuB)xC=(AxC)u(BxC);
b) (Aí'lB) x C = (Ax C)í'I(Bx C);
c) (A-B)xC=(AxC)-(BxC);
d) AcA',BcB':::::>AxBcA'xB'
19
,
CAPITULO II
,
ALGEBRA LINEAR E APLICAÇOES
-
1) Espaços Vetoriais, Ortogonalidade, Autovalores e Autovetores
20
Dado x = (Xt>X2, ... ,Xn) E 91 n (O que significa dizer que x 1 ,x 2 , ••• ,x" são
números reais), y = (y I'Y 2' ···,Y ") E 91" , e a E 91, tem-se:
1) (x,y+z) = (x,y)+(x,z)
2)(ax,y) = a(x,y)
3)(x,y) = (y,x)
4) Se x;to 0, (x,x) > °
Desigualdade de Cauchy - Schwarz: Seja V um espaço vetorial real com produto
interno . Então:
21
I( x, y)1 ~ Ilxllllyll
onde Ilxll = ~(x,x)
Demonstração: Sejam A = Ilx11 2, B = I(x, y ~ e C = Ily112. Para todo real r, temos que
° ~ < x-ry, x- ry > = < x,x > -2r< x,y -> + r 2 < y,y >. Portanto,
2
A - 2 Br + Cr ~ 0, \I r E 9t Se C = 0, A ~ 2 Br, \Ir E 9t, logo B = pOIS caso °
contrário teríamos um absurdo fazendo r suficientemente grande (por exemplo r >
A/2B). Se C > 0, tome r = B/C na expressão acima obtendo então B 2 ~ AC.
°
Resumindo, B 2 ~ AC se C = (pois neste caso B = O) e B 2 ~ AC se C > O. Em
qualquer caso, obtém-se a desigualdade de Cauchy-Schwarz.
Dois vetores x e y num espaço vetorial com produto interno são ditos
ortogonais entre si se o seu produto interno é igual a zero. Assim, os vetores x = (0,1)
e y = (1,0) são ortogonais pois (x ,y) = 1.0 + 0.1 = O. Define-se projeção ortogonal de
um vetor y sobre um vetor x:;é{} como o ponto colinear ao vetor x de mínima distância
do vetor y. O desenho abaixo ilustra este ponto:
) x
22
(y -ExY,x)=(y -ar,x)=O
(y,x)
(y, x) = (
ax,)
x => a = -(- ) .
X,x
y(3,3)
x (3,0)
23
vetores é gerador do espaço vetorial V quando qualquer vetor de V pode ser escrito
como uma combinação linear de um subconjunto (finito) de vetores deste conjunto.
Por definição, uma base do espaço vetorial V é um conjunto gerador de V que seja
linearmente independente. Uma base ordenada é uma base cuja ordem de seus
elementos é bem definida, por exemplo, BI =; {(O, I), (I,O)} e B 2 = {(1,0),(0,1)}
representam duas bases ordenadas distintas de 9{2. Um espaço vetorial diz-se de
dimensão finita quando admite um gerador finito. Caso contrário, diz-se que o espaço
vetorial é de dimensão infinita. Nos espaços vetoriais de dimensão finita, a dimensão
do espaço é dada pelo número de vetores de qualquer uma de suas bases. Tal definição
é sempre precisa, pois o número de vetores de qualquer uma das bases de um espaço
vetorial de dimensão finita é sempre o mesmo. Se (vl>"" v p) é a base ordenada de um
espaço vetorial V sobre um corpo K, não é dificil mostrar que para cada vetor yEV
existem únicos al>'" a p E K tais que y = aI v 1+' ..+a p v p; (aI"'" a p ) serão chamados de
coordenadas do vetor y na base (v I, ... , v p) .
24
(X o -y, Xo - y) ~ (X o - y+a.(y- x), Xo - y+a.(y- x))
~ 2a.(X o -y,y-X)+a. 2(y-x,y-X) ~ 0, 'Vx e W, 'Va. e (0,1).
Teorema 1.2. Seja y um vetor do espaço vetorial 9l n , onde se define a função produto
interno euclidiano. Seja W o subespaço gerado pelos vetores supostos linearmente
independentes xI, X2 , ... , XP também pertencentes ao 9l n . Então, as coordenadas
a},a2, ... a p do ponto em W à mínima distância de y (denominada projeção ortogonal
de y sobre W) são determinadas pela equação matricial
Nesta equação, X é a matriz cujas colunas são os vetores XI' x 2, ... x p. Trata-se,
portanto, de uma matriz n x p ; X' (p x n) é a transposta de X; X'X é uma matriz p x p
e obviamente também a sua inversa, (X' X) -I. O símbolo ' sobre o vetor a indica que
a é um vetor coluna p x 1.
°
(y - EwY,x j ) = ~ (y -alx l - a2x2-···-apxp,xj)= °
(y,x j ) = aI (XI ,x j)+ a 2(x 2,x j )+...+a p(xp,x j)
25
A validade desta última equação para i = 1,2, ... , P é equivalente ao sistema:
I I········· I
I I I········· I
l(xl,x p) (x 2,x p) ... (xp,x p) J I········· I
l(xp,y)J
ou ainda, em notação matricial, e usando a simetria do produto interno euclidiano
(xj,X j ) = (xj'X j), "i/ I,j = 1,2, ... ,p.
(X'X) a = X'y
•
A matriz Z = X (X ' X rI X' acima é a matriz pela qual se deve pré-multiplicar
o vetor y de forma a obter-se o seu ponto à mínima distância (projeção ortogonal) no
subespaço W. Trata-se, por definição, da matriz, na base natural do 9ln , da projeção
ortogonal sobre o subespaço W. Esta matriz Z deve ser idempotente pois, como Zy já
é um ponto de W, a sua projeção ortogonal sobre W deve ser o próprio Zy (em outra
palavras, o ponto em W à mínima distância de um ponto que já está em W é o próprio
ponto). Assim, devemos ter
Z2y = Z(Zy) = Zy. De fato, Z2 = X(X' Xr l X' X(X' Xr l X' = X(X' Xr l X' =Z.
26
Se T é uma transformação linear do espaço vetorial em si mesmo diz-se
que T é um operador linear. No caso em que T leva vetores do espaço a elementos do
corpo no qual o espaço está definido diz-se que T é um funcional linear.
Seja V um espaço vetorial de dimensão finita e vI> v2 , ••. , VII uma base de V.
Fixada esta base ordenada, existe uma e apenas uma matriz representativa de qualquer
transformação linear T definida em V. A transformação linear T fica perfeitamente
determinada pelos valores que assume numa base qualquer de V (exercício resolvido
número 11). A matriz representativa (A) da transformação T na base (v I , V2' ... , Vn)
fica univocamente determinada pela regra:
n
27
V, acha-se a matriz representativa A de T nesta base e defina-se o polinômio
característico de T como f(c) = det (cl - A). Só resta um problema: será que f(c) assim
definido independe da escolha da base ordenada B tomada em V (e, consequentemente,
da matriz representativa de T)? A resposta é positiva, o que nos permite adotar este
procedimento.
Vejamos um exemplo dos pontos aqui discutidos. Para isto seja T um operador
linear em m 2 cuja representação, na base canônica ordenada (e p e2 ) do m2 , seja dada
pela matriz:
rI °
A=lo -d
l
onde (1,0) é um vetor solução para o sistema diferente de (0,0). Logo, (1,0) é um
autovetor associado ao auto-valor 1. Se procedermos de forma semelhante, com
c = -1 , concluiremos que (0,1) é um autovetor associado ao autovalor -1.
28
Diagonalização de Formas Quadráticas
G~) e obter o mesmo valor para x'Ax ou x'A 'x, sendo a nova matriz A uma matriz
simétrica.
29
Para simplificar a análise, seja dada uma forma quadrática xj4x com x E 91 2 .
Temos então, x'Ax. = ~)X)2 +(~2 +~))X)X2 +~xi. Tomemos três configurações
rI Il '. .
terceira A =
II -d· No pnmetro caso, xj4x =
xi +2x; +2x)x 2 =(x) +X 2)2 +x; >0 para todo x:;tO. No segundo caso,
x' Ax = -x; - xi
< O para todo x:;t O. E, no terceiro caso, xj4x = xi - x; + 2x) x 2 ,
podendo ser negativa para, por exemplo, x = (xl, x2) = (1, -1) e positiva para
x = (x) , x 2) = (-1, -1).
30
seção, para uma matriz A simétrica e real nxn, que sempre é possível obter-se um
conjunto de autovetores ortonormais de A que seja uma base do espaço 9t n ; prova-se
também que os autovalores de A são todos reais). Neste caso a matriz B = Q'AQ é
uma matriz diagonal em que os elementos da diagonal são os autovalores (todos reais)
D
31
Exercícios resolvidos: Seção 1
1) Seja V o conjunto de todas as funções reais definidas em um conjunto não vazio X,
isto é, V = {f; f: X ~ m}. Dadas f, g e V, k em, definimos f + g e lif em V tais que
(f + g) (x) = f{x) + g(x) e (kf) (x) = kf (x) , \:Ix e X. Verifique que V com estas
operações é um espaço vetorial real.
Solução: Vamos verificar os axiomas que definem espaço vetorial. Observe que,
nestas verificações, utilizaremos sempre as propriedades de um corpo, do qual os
números reais são um caso particular ( ao se fazer f{x) +g(x)=g(x)+f{x) em (cl), por
exemplo).
cl) Sejam f, geV, então f+g, g+feV, e (f+g) (x) = f{x) + g(x) = g(x) + f{x) = (g + f)
(x), \:Ix eX, ou seja, f+ g = g + f
c2) Sejam f, g, h e V, tem-se que (f + g) + h e f + (g + h) são elementos de V por
definição, além disso, para todo x e X, «f + g) + h) (x) = (f + g) (x) + h(x) =
(f{x) + g (x» + h(x) = f{x) + (g(x) + h(x» = f{x) + (g + h) (x) = (f +
(g + h) ) (x). Assim (f+g)+h = f+(g+h).
c3) Seja O e V tal que O (x) = O, \:Ix e X. Para toda f e V temos (f + O) (x) = f (x) + O
(x) = f (x), \:Ix e X. Assim f + O = f
c4) Dado f e V, seja -f e V tal que (-f) (x) = -f (x), \:Ix e X. Segue-se que
(f+ (-f) (x) = f (x) + (-f (x) ) = O = O (x), \:Ix eX, ou seja, f+ (-f) = o.
dI) Para todo f eV, (1.f) (x) = 1. f(x) = f (x), \:Ix e X, logo 1.f= f
d2) Dados a, b em,f eV, temos que «ab) f) (x) = (ab) f (x) = a (bf(x» = a.(bf)
(x) = (a (bf) (x), \:Ix e X, donde (ab) f= a (bf).
d3) Dados a em, f,g eV, temos que (a (f+ g» (x) = a.(f+ g) (x) = a (f (x) + g
(x» = af(x)+ag(x) = (af) (x) + (ag) (x) = (af+ag) (x), \:Ix eX, ou seja, a (f+g)
= af+ ag.
d4) Dados a,h em, f eV, temos que «a +b) f) (x) = (a + b) f (x) = af(x) + bf(x) =
(af)(x) + (bf) (x) = (af+ bf) (x), ou seja, (a + b) f= af+ bf
Solução: (i) Dado (O, 0,1) em 3 , suponha que existam a,h em tais que (O, 0,1) = a
(1, O, 1) + b (1,3, O). Tem-se que
32
ra+ b = o
~ 3b=0
l a=1
ou seja, este sistema é imcompatível, pois não se pode ter ao mesmo tempo a = O e a =
1. Logo, não é possível escrever-se o vetor (O, O, 1) como combinação linear dos
vetores (1, O, 1) e (1, 3, O), donde se conclui que (1, O, 1) , (1, 3, O) não é gerador
(e, consequentemente, não é uma base) de ~3. O leitor mais familiarizado com
Álgebra Linear terá imediatamente recordado que para se formar um gerador de ~ 3
são necessários no mínimo três vetores.
(ii) Dado (x, y, z) E~3, tomemos a, b, c E~3 tais que (x, y, z) = a (1, 1, 1)
+ b (O, O, 1) + c(1, O, 1). Tem-se que
x=a+c
y=a
z=a+b+c
logo
a=y
b =z-x
c =x-y
Assim (x, y, z) = Y (1, 1, 1) + (z - x) (O, O, 1) + (x - y) (1, O, 1),
't(x,y,z) E~3, ou seja, {(1,1,1), (0,0,1), (l,0,1)} é gerador de ~3. Observe que se x = y
= z = O, então a = b = c = O, implicando que estes vetores são também linearmente
independentes e, consequentemente, formam uma base de ~ 3 .
33
(ü) Como cos2 t + sen2 t = 1, \ft e 91
tem-se que
2 2
4 cos t+4 sen t-1.4 = O, \ft e 91, ou seja, 4f+ 4g - 4h = O. Isto implica que {f,g,h}
éLD.
(iü) Sejam a,b,c e9t tais que af + bg+ ch = O, ou seja
t 2t
a e + b sen t + c e = O, \ft e 91. Sejam os seguintes "alores para t:
1) se t = O então a + c = O
2) se t = 7t então a e ll + c e 211 = O
11
3) se t = ~ então a e2 + b.1 + c ell = O
a = -c ~ c - ce = O ~ c(l- e
lr lr
) = O~ c = O~ a = O
Ir
a e 2 + b + c e lr = O ~ b = O
34
5) Seja T: V ~ V um operador linear de um espaço vetorial V sobre o corpo K.
Suponha que c E K é um autovalor de T. O autoespaço associado ao autovalor c é por
definição L (c) = {x EV;(T-cl)x=O}, isto é, L (c) = N (T - cl). Logo L (c) é
subespaço de V (ver exercício anterior). Cada matriz abaixo está associada a um
operador do espaço euclidiano na base canônica. Encontre todos os autovalores c E 9t
e uma base para L(c) em cada caso abaixo:
rIO
lo 1
°01
l
(i) A= (ii) B =
lo 1 lJ
Solução: (i) Seja c E9t autovalor de A, então
r c-100 l
det I c-I ° JI ° = => (c _1)3 = ° => c= 1
lo
° -1 c-I
Isto é, 1 é autovalor de A com multiplicidade 3. Com isto queremos dizer que o
polinômio característico é divisível por (x _1)3 e não é divisível por (x _1)4.
r(c-l)x=O
Seja (x,y,Z) E L(I) ~ ~ (c-I) y = °
l-y+(C-l) z=o ~y=O (poisc=l)
Assim L (1) = {(x,y,z) E 9t 3; Y = O}, ou seja, L (1) é o plano xz.
Neste caso {(l,O,O), (0,0,1)} éumabasedeL(I).
(ü) Seja c E 9t autovalor de B. Então
rC-2 -2l
det l-I c _ 3 = J ° 2
=> c - 5c + 4 = °=> c = 1 ou c = 4
°
Primeiro seja (x,y) E L(I). Tem-se que -x - 2y = o que implica x = -2y, e,
portanto, L (1) = { (x,y) E9t 2 ; X = - 2y }. É fácil ver que {(- 2,1)} é uma base de L
(1). Seja agora (x,y) E L(4). Então 2x - 2y = 0, ou seja x = y, donde L (4) =
{(x,y) E 9t 2 ; X = y} e {(1,1)} é uma base de L (4).
6) Seja Q uma matriz real quadrada de ordem n. Diz-se que Q é simétrica quando
n
Q = Q' (isto é, se Q = (qij) então qij = qji' Se para todo x E9t - {O},x'Q x > 0, diz-
se que Q é positiva definida. Dada Q matriz real de ordem n simétrica positiva definida,
prove que (x,y)Q = x'Q y define um produto interno em 9t n .
Prova: Vamos provar que (,) Q verifica as propriedades de produto interno:
n
1)(x,y +z)Q = x'Q(y +z) = x'Qy +x'Qz = (x,y)Q + (x,z)Q' Vx,y,z E9t •
n
2) (ax,y)Q = (ax) 'Qy =ax'Qy = a(x,y)Q' Va E9t, Vx,y E9t .
35
4) Se x Eut" - {O}, (X,X)Q = X'Q X>o (pois Q é definida positiva). Portanto, (')Q é
produto interno em ut D •
Solução: Inicialmente econtraremos uma base para W. Para isto, seja (X 1,X2,X3) EW.
Então (XI' x 2 , x 3 ) = (XI' x 2 ,-XI - x 2 ) = XI (1,0,-1) +x2 (O, 1, -1), donde conclui-se que
{(I,O,-I),(O,I,-I)} é gerador de We, por tratar-se de um conjunto de vetores LI, é
também uma base de W.
r, 1 ol
Tomemos X = l°
-1
IJ e y' = (1,0,1). Sabemos que a projeção dey sobre W é
-1
r2
X(X'XrIX' = ~ 'l-I
-1
1
EwY = 3" (1,-2,1)
8) Calcular o ponto à mínima distância do ponto (1,- 2, -3, -4) ao subespaço gerado
pelos vetores:
a) {(I,I,2,I), (1,4,2,3), (3,9,6,7)}
b) {{l,0,0,0), (O,I,O,O)}
Solução:
a) Sejam VI' = (1,1,2,1), v 2 '= (1,4,2,3), v 3 '= (3,9,6,7) e y' = (l, -2, -3, -4), W = L
(vI> v 2 ' v 3 ), ou seja, W é o subespaço gerado por vI> v2 e v 3 . Observe que v3 = VI + 2v2 .
Assim, W = L (vI> v2 ) com {VI' v2 } LI.
1 1
1 4
SejaX =
2 2
1 3
36
Xy= [-11]
-25 (XXr l Xy=-
66
1
[-30]
-43
73
l
i 202
Finalmente, EwY = X(X' Xr X'y = - 66 146
159
9) Dada a forma quadrática S(x) = x; + x~ + 3XI X 2 , i) ache a matriz simétrica A tal que
S(x) = x'Ax; ü)ache os autovetores de A e uma base do 91 2 formada por auto-vetores
ortonormais de A; li) sendo Q a matriz cujas colunas são dadas por estes autovetores
ortonormais, obtenha a matriz B = Q'AQ; iv) obtenha a forma quadrática
x'Bx = x'Q'A Qx, cujo contradomínio é o mesmo de x'Ax e classifique-a nos termos
discutidos no texto.
Solução:
rI
i) A= l3/2
°
IA - cIl = para c I = 512 e c2 = - I 12
Trabalhando inicialmente com c = CI , temos, fazendo (A - c/)x = 0,
r-3/2 3/2l rxll _ (01
l3/2 - 3/2J lx J -2 O)
b/2 3/2J lx J - ° 2
iv) x'Bx = 5/ 2x; - 1/ 2xi que, obviamente é uma forma quadrática indefinida. De fato,
° °
x'Bx> para (1,0) e x'Bx < para (0,1). Segue do que vimos no texto que a forma
quadrática x; xi
+ + 3X1X 2 é também indefinida (pois o contradomínio de x'Ax quando
x E9l 2 é o mesmo de x'Bx).
10) Seja V um espaço vetorial sobre K. Prove que a representação de um vetor yEV
numa base ordenada de V é única. Utilize este fato para justificar a inversibilidade da
matriz de Gram.
11) Prove que uma transformação linear em espaços de dimensão finita fica
unicamente determinanda pelos valores que assumem em uma base ordenada qualquer
do espaço.
que a matriz (aiiri=1 que representa o operador A na base canônica é tal que aij = aji ,
Vi, j E {I, ... , n}) onde (.,.) é o produto interno euclidiano do 9l ft . Então
i) todos os autovalores de A são reais.
ü) existe uma base ortonormal (ou seja, com vetores ortogonais e de norma
igual a um) do 9l ft constituída de autovetores.
Demonstração: Vamos estender o operador A:9lft -+ 9l ft para
n
38
n
então (x,y\ = La Ji
i=)
(observe que se x, y E m n então (x, y \ = (x, y)). Neste caso é fácil ver que:
n
a) (X,y)b = (y,X}b' 'ix,y EC
n
b) (X+y,Z)b = (X,Z)b +(y,Z)b' 'ix,y,z EC
n
c) (ax,y) = a(x,y), 'ix EC , 'ia EC
Temos também que vale (Ãx,y\ = (x, ÃY)b ' 'ix,y E c n • Seja agora I.. EC
uma raiz do polinômio característico de à que é o mesmo de A, visto que na base
{ep ... ,eJ de m n sobre m ou de C n sobre C os operadores A e à tem a mesma matriz
de representação. Tomemos também x E c n - {O} tal que Ãx = ÂX.
Logo Se
2
x={ap ... ,aJ entID (x,x\ = tlail e como x:;t Otemos que ai :;tO para algum
i=)
i=I, .... ,n, ou seja, laJ >0, logo (x,x):;tO. Portanto Â=Â,ouseja,ÂEm. E isso
demonstra (i).
39
Exercícios Propostos - Seção 1
1) Mostre que os conjuntos abaixo são espaços vetoriais sobre m com as operações
USU81S:
a)O próprio m 3
b) W = {x E m3 ;x] +x 2 +x 3 = O}
c)W = {x E m 3 ;x] +x 2 +x 3 = O e 2x] +x 2 +x 3 = O} e
d) W = {x E m 3 ;x] +x 2 +x 3 = O, 2x] +x 2 +x 3 = O e x] +x 2 +2x 3 = O}
6) No exercício anterior calcule os vetores x - Ewx para cada uma das projeções
yi
efetuadas. Definindo-se a norma de um vetor y E m n por (y~ + + ... + y;) 1/2, o que
você pode afirmar sobre cada uma das normas do vetor x - EwX nos quatro itens
anteriores?
40
a) Se x *- O, então Ilxll > O
b) para qualquer a E 91, Ilaxll = lal Ilxll
c) para qualquer vetores x e y, Ilx + yll ~ Ilxll + Ilyll
A'= 2
1 -2
1
1 Y\
1 Y2
J
(
O 5 -1 Y3
Qual a condição necessária para que o sistema tenha uma solução? A que
condição o vetor Y = (y \ , Y2, Y3) deve satisfazer para pertencer ao subespaço gerado
pelos vetores (1,2,0), (-2,1,5) e (1,1,-1)? E para pertencer à interseção de todos os
subespaços que contém estes três vetores? Estas três perguntas são equivalentes?
x+2y-4z-s= O
x+2y-2z+2r+ s= O
2x+4y-2z+3r+4s= O
11) Comente a seguinte proposição: "se x,y e z são vetores linearmente independentes,
x+y, y+z e z+x também são linearmente independentes".
41
2) Equações de Diferenças Finitas e Equações Diferenciais Lineares
com Coeficientes Constantes
(2.1)
1) Equação de ordem 1
axt+1 + bX t =O ab :t. O.
2 Diz-se que uma raiz rj de P(r) = a or2 + aI r o- I+. ..+a o = Oapresenta multiplicidade m quando P(r)
é divisível por (r - r)m mas não é divisível por (r - r)m+l.
42
2) Equação de Grau 2
ac:;t:O
Este terceiro caso nos remete ao problema de, uma vez tendo-se achado a solução de
(2.1) no campo dos complexos,obtê-Ia no campo dos reais. Tal passagem se dá:
a) Escrevendo-se os números complexos (a+ J3i) e (a- J3i) na forma polar
p (cos e + i sen e) e p (cos e - i sen e), onde p = (a 2 + 13 2) 1/2
e e = arc cos (a / (a 2 + (3 2)1/2)
Im
43
Nesta solução p\ cos e t e sen e t são números reais, enquanto que
k l + k 2 e (k l - k 2 )i são complexos. Tomando-se a parte real, obtém-se a solução de x t
no campo dos reais,
Xt = pt(A I coset+A 2 senet), (2.2)
onde AI =Re (k l + k 2 ) e A 2 =Re «k l - k 2)i)
Vejamos um exemplo numérico deste último caso. Para isto, seja a equação de
diferenças finitas Xt+2 - Xt+1 + x t = O com as condições iniciais dadas xo=l e x}=1/2 cujo
polinômio característico associado:
P( r) = r 2 - r + 1
Fazendo-se Xo = 1 e XI = 1/2
1-
- AI
Xt = cos (x / 3)t
Xt+1 = (1/2) cos (x / 3)t - (.J3 / 2) sen (x /3)t
Xt+2 = (-1/ 2)cos (x/ 3)t- (/3 / 2). sen (2x /3)t
44
2.2) Equações de Diferenças Finitas Lineares Nilo HomogênetlS
(2.3)
sendo j{t) uma função de t não identicamente nula. A sua solução geral obtém-se
somando-se à solução geral da equação homogênea correspondente (2.1 ) (que se
obtém fazendo-se j{t) = O em (2.3» uma sua solução particular. Isto decorre de dois
fatos facilmente verificáveis; a) se {y!} e {y;} são soluções de (2.3) , {y!.:... y;} I é
solução de (2.1) e b) se {Yr} I é uma solução qualquer de (2.3) e {y I} é uma solução da
equação homogênea correspondente, então {Y 1+ yr} I é uma solução de (2.3).
a x I+1+ b XI = f(t)
a)f(t)=k:toO
b)f(t) = ko + kt
Como as funções y(t) = 1 e y(t) = t são, pelo que vimos na seção anterior,
linearmente independentes, a igualdade acima exige, quando (a + b) :to O:
o leitor deve verificar por conta própria que quando a + b =Oa solução
particular a ser tentada é do tipo (So + St)t.
45
Como vimos acima, cada exemplo exigiu o estudo de dois casos; um no qual
a + b = O e outro no qual a + b * O. De fonna geral, esse processo pode ser abreviado
observando-se o seguinte teorema, muito útil no cálculo de soluções particulares:
Teorema 2.1. Se, na equação (2.3) ao Yt+n +a) Yt+n-) + ... +anYt = f(t),f(t) é da fonna
(k o + k) t + k 2 e + ... + kp t P )ct então existe uma solução particular da fonna:
a) (So + S) t + S2 e + ... + Sp t P
)ct , se c não é raiz do polinômio característico P(r), ou
b) (So + S) t + S2 e + ... + Sp t P
)tmc t , se c é raiz de multiplicidade m de P(r).
t
Observe que no caso (a) em que analisamos tínhamos sempre c = 1, pois k = k.l e
ko + kt = (ko + kt) l t . Assim a solução no caso (a) foi uma constante no caso em que 1
não é raiz do polinômio ar + b = O (o que ocorre se, e somente se, a + b O). Como *
no caso analisado a multiplicidade máxima possível de uma raiz é igual a 1 Gá que P(r)
é um polinômio do primeiro grau), no caso em que 1 era a raiz de P(r) (ou seja,
quando a+ b = O) bastou tentar-se a solução So. t l .1 t = So t. O mesmo procedimento foi
usado no exemplo b.
c) f(t) = k cose t
46
elevada, como por exemplo à equação a YH2 + b YHI + C Yt = f( t). Se f{t) é constante, a
solução particular será uma constante se o número 1 não for raiz de P( r) = ar 2 + br + c,
uma constante vezes t se 1 faz raiz de multiplicidade 1 de P(r) e uma constante vezes
e se 1 for raiz dupla de P(t). Da mesma forma, se f(t) = ko + k l t as soluções
possíveis, nos três casos analisados, são So + SI t, (So + SI t)t e (So + SI t) Se f(t) é e.
do tipo (ko + k l t) c\ sendo c um número real, as so1uções possíveis são (So + SI t) c t
se c não for raiz de P(r), (So + SI t) tc t se c for raiz de multiplicidade 1 de P(r) e
t
(So +SI t)ec se c for raiz dupla de P(r). Deixamos para o leitor a formulação e
resolução de exercícios numéricos a este respeito.
47
2.3) Estabilidade de Equações de Diferenças Finitas Linetll'es
t
k l rl + k 2 r;, quando b 2 - 4ac > O
(k l + k 2t)r\ quando b 2 - 4ac = O, ou
pt(A I coset + A 2 senet), quando b 2 - 4ac < O.
Em qualquer dos três casos, o sistema será estável se, e somente se, todas as
raízes do polinômio característico forem, em módulo, inferiores à unidade. Isto é claro
quando b 2 - 4ac ~ O e decorre, quando b 2 - 4ac < O, do fato de:
Teorema 2.2. Para que o trinômio de segundo grau P(r) =ar 2 + br + c, a> O,
apresente raízes rI e r2 com módulo inferior à unidade é necessário e suficiente que se
verifique o conjunto de restrições R:
1) P(l) = a + b + c > O
2) P(-1) = a - b + c > O e
3) c<a
48
Suponhamos inicialmente o caso em que b 2 - 4ac > O . Decorre de
Irll < 1elr21 < 1 que ambas as raízes do trinômio estão no intervalo (-1,1), e,
consequentemente o conjunto dos valores de r para os quais P(r)<O está contido em
(-1,1). De fato, P(r) pode sempre ser escrito sob a forma a(r-rIXr-r2), donde se
conclui que P(r)<O para ri < r < r2. Decorre daí que
P(l)=a+b+c>OeP(-l)=a-b+c>O. É imedÍato que a hipótese implica
Irl llr21= Irl r21< 1 e consequentemente Icl < lal, já que c/a é igual ao produto das raízes.
Como a>O, laI = ael~ < lal implica c<a. Se b 2 -4ac = Oerl é raiz única de P(r), segue
(como a>O) que P(r), =a( r - rl )2 > O para qualquer que seja r :;t: ri. Como Irll < 1 implica
ri :;t: 1e ri :;t: -1, segue que P(l »0 e P( -1) > o. A demonstração de que cla< 1 é idêntica
ao caso anterior, substituindo-se Irl llr21 por IrJ.
Por último analisemos o caso que b 2 - 4ac < O. Neste caso o trinômio
ar 2 + br + c não apresenta raízes reais. Segue que P(r»O para qualquer que seja r,
visto que sempre existe r tal que P(r»O (tome r = O e lembre que b 2 - 4ac < O com a >
O implica c >0 ) e que se, para algum r, P(r) fosse inferior a zero, pelo teorema do
valor intermediári04 P(r) apresentaria raízes reais. Segue que
P(1)=a+b+c>OeP(-I)=a-b+c>O. Por último, como por hipótese o trinômio
possui coeficientes reais, as raízes ri e r2 são complexas conjugadas e
2 2
h
IrlIIr2I= Irl1 = Ir21 = 1%1. Daí conclui-se, como Irll < 1, 1< 1 e a> O, que c < a.
t
a) 6Yt+4 + 7Yt+3 +Yt+2 = c , sendo P(r) = 6r 2 + 7r+ 1, P(I) = 6+ 7 + 1 = 14,
P(-1) = 6 - 7 + 1 = O, %= ){ < 1
49
cujo limite quanto t tende a infinito é diferente de zero.
c) 6Yt+2 + 6Yt+l + lYt =0, sendo P(r) = 6r 2 + 6r + I,P(I) = 13,P(-I) = 1 e c/a = 1/6 é
estável, pois satisfaz ao conjunto de restrições .
Trataremos nesta seção de sistemas homogêneos do tipo (onde a 12 :;t: ou a 21 ° :;t: O):
Xt+l = allx t + a 12 Yt (2.4)
Yt+l = a 21 x t +a 22 Yt
Nessa primeira abordagem, apresentamos a técnica de substituição, que nos
remete de volta à solução de equações de diferenças finitas de ordem mais elevada, e a
uma técnica alternativa, quando se substituem soluções pré-definidas no sistema
original objetivando-se determinar algumas condições a que a solução do sistema deve
satisfazer. Embora não abordemos o caso em que o número de equações é superior a
dois, a extensão de qualquer uma destas técnicas para este caso não apresenta
problemas. Na seção seguinte apresentaremos um método mais geral, que justifica o
segundo método aqui apresentado através da utilização de alguns resultados básicos da
álgebra linear.
No sistema acima, supõem-se dados os valores de Xo e Yo. A passagem ao caso
não homogêneo se dá nos mesmos moldes descritos na seção anterior.
O primeiro método de solução consiste (para a 12 :;t: O) em se tirar o valor de Yt
na primeira equação e na segunda (se a 12 = 0, opera-se desta forma com Xt na segunda
equação). Tem-se:
50
condições de estabilidade já conhecemos. A partir da solução para X t, obtém-se a
solução para Yt. Este método, embora simples, possui a desvantagem de uma solução
sequenciada, em que primeiro obtém-se a solução para uma variável e depois a solução
para a outra variável.
Um método alternativo, cuja intuição veremos na próxima seção, consiste em
se trabalhar de antemão com as soluções propostas
t
x t =Alr eYt =A2r\comAI :;tOeA 2 :;tO. Substituindo-se estas soluções em (2.4)
obtém-se
t t t
rAlr = allAlr +a 12 A 2r
rA 2r t = a 21 A lr t +a 22 A 2r t
ou ainda
r r - ali - a l2 l r A I l t rol
l-a 21 r-a 22 J lA Jr =loJ
Sabemos da Álgebra Linear que tal sistema possui solução (A I,A 2) :;t(0,0)
para todo r e se,somente se o seu determinante P(r) =
2
(r-aIlXr-a22)-aI2a21 = r -(alI +a22)r+alla22 -a 12 a 21 for igual a zero. Isto ocorre
quando r assume os valores rI e r2 das raízes do polinômio P(r). O leitor mais atento
perceberá de imediato a) que P(r) é o polinômio característico (em sua concepção
original apresentada na seção 1. 1) associado à matriz de coeficientes
r ali a l2 l
A =la 21 a 22 J
b) que rI e r2 são os autovalores de A, c) que (A I,A 2) pode representar o autovetor
associado ao autovalor r = rI ou r = r2 e d) a razão pela qual temos chamado os
polinômios P(r) associados às equações aOYt+" + aIYt+,,_1 +. ..+a"Yt , que vimos
tratando de polinômios característicos. Isto decorre do fato desta última equação (2.1)
ser sempre redutível a n equações de primeira ordem cuja solução (como acabamos de
ver) passa pela determinação das raízes do polinômio característico P(r) = det (A - rI)
sendo A a matriz dos coeficientes e I a matriz identidade n x n. Observe em particular
que o polinômio obtido pelo método de substituição
2
P(r) = r - (alI + a 22 )r + a ll a 22 - a l2 a 21 é exatamente o polinômio característico P(r) =
det (A - rI) do sistema de equações que lhe deu origem.
A solução prossegue tomando-se o autovalor rI e associando-se-lhe o
autovetor (A \1), A ~». Fazendo-se A \1) = 1 e utilizando-se a primeira linha do sistema
(AlI (oJ
( rI - A\A )r t =
2
° 12 2 2
r-a
obtém-se (r - a )A (I) = a A (I) e A (I) = I II O resultado
I II I a
12
.
51
implicitamente trabalhado até aqui), obtém-se combinando-se linearmente (por meio
- X -- A()) r)t , Yt -- A()2 r)t , X -- A(2)
2 as soIuçoes
d as constantes B ) e B) ) r2t e Yt -- A(2)
2 r2t·
t t
Tem-se, dados os valores de A ()) 'A)
(2)' 2
A () ' 2
A (2) (onde também se assume A(2)
) = 1),
Xt = B)r)t + B 2r;
r) - a)) t r 2 "'7 a)) t
Yt = B) . r) + B 2 . r2
a)2 a)2
As constantes B) e B 2 são encontradas a partir das condições iniciais Xo e Yo'
Quando r) e r2 são raízes complexas conjugadas, chega-se à solução real de X t e Yt
utilizando-se o mesmo processo descrito na seção (2.2). Escrevem-se as raízes sob a
forma polar, utiliza-se o teorema de Moivre e toma-se parte real da solução.
Vejamos agora como proceder quando o discriminante do polinômio
característico (ali +a22 )2 -4(a))a 22 -a)2a2) é igual a zero. Neste caso, devemos tentar
as soluções x t =(Ao+A)t)rt eYt =(Bo+B)t)r)t. Substituindo-se estas soluções
tentativas em (2.4),
donde se obtém:
(r) -a)))Ao+A)r)
Bo=------- (2.5)
a)2
B) = A)(r) -a ll )/a)2 (2.6)
a2 ) r)
Bo= Ao- B) (2.5')
T) - a 22 r) - a 22
a 2) A )
B)=--- (2.6')
r) - a 22
52
Um ponto importante a observar, no caso, é que as equações (2.5) e (2.6) são
equivalentes às equações (2.5') e (2.6'). Isto significa que o sistema acima detennina
B o e B I em função de Ao e A}. Substituindo-se tais valores nas soluções tentativas
Xt = (A o + A I)rlt e Yt = (B o + B I )rlt obtém-se a solução do problema. Para mostrar-
se a equivalência entre (2.5) e (2.6) e (2.5') e ,(2.6') observe que para r = r} o
polinômio característico P(r) = (r} - a ll )(r} - a 22 ) - a}2a2} se anula, ou seja,
(r} - all ) / a}2 = a 2} / (r} - a22 ). Isto mostra a equivalência entre (2.6) e (2.6'). Por
outro lado, substituindo-se (2.6') em (2.5') obtém-se
a21 A o rI a 21 A I
Bo=---
rI - a 22 rI - a 22 rI - a 22
alI + a 22
Mas como r é raiz única de P( r), rI = 2 ,donde se obtém que
r} - a ll = a 22 - r}. Utilizando-se este resultado na expressão acima obtém-se (2.5).
Alguns resultados relativos à estabilidade das soluções de um sistema de
equações de diferenças finitas são apresentados na seção de exercícios propostos.
53
o sistema homogênio Xt+1 = Axt ao caso em que x é um vetor n x 1 e A uma matriz
real n x n:
(I) _ (I) (2) (o)
Xt+1 - allx t +a l2 x t + ... +alox t
(2) _ (1) (2) (o)
Xt+1 - a 21 x t +a 22 x t + ... +a 20 x t
(2.7)
(2.8)
(2.9)
onde os cj's são univocamente determinados por (2.8) (visto que (vI> V 2, ... , v o) é uma
base ordenada do mO). Observe que este foi exatamente o resultado obtido no
primeiro caso da sub-seção anterior, em que A apresentava dois autovalores diferentes.
Uma pequena complicação na solução (2.9) pode ocorrer quando a diagonalização da
54
matriz exige que se trabalhe com autovetores complexos. A saída, como vimos em
subseções anteriores, está na utilização da fórmula de De Moivre e em tomar-se,
posteriomente a parte real da solução. Um exercício resolvido ao final desta seção
para o caso 2 x 2 apresenta uma mudança apropriada de base que simplifica este
procedimento. Quando os autovalores são reais, tanto os ci ' s quantos os Vi' s podem
considerar-se definidos sobre o corpo dos reais. Neste caso, a solução (2.9) é uma
solução real, nada mais tendo a se fazer. O caso em que a matriz A n x n não possui
autovetores linearmente independentes que gerem o espaço 9l n é deixado como
exercício.
onde (XI o ' x 2J' correspondente ao vetor de valores iniciais das variáveis XI e x 2 . Do
sistema acima temos:
55
onde {X:} t é a solução do sistema de equações de diferenças finitas (TI)
x t = Ax t_l , t = 1,2, ... tal que Xo = X o - x~.
Observações:
(i) No teorema acima não é importante qual solução particular estamos considerando
para (I).
(ü) Um procedimento similar pode ser feito para sistemas de equações diferenciais
lineares com coeficientes constantes, obtendo um teorema análogo neste caso. Os
detalhes ficam à cargo do leitor.
56
onde ao, aI' ... ao são constantes reaiS, com aoan:;t O. O processo de solução das
equações diferenciais lineares é bastante semelhante àquele que utilizamos para a
solução das equações de diferenças finitas. Ele se baseia nos seguintes passos:
2
d d
2) Equação de Segundo Grau: a 2 + b~+cy = O
de dt
2
Temos P(r) = ar + br +c e três casos a analisar:
57
cuja solução no campo dos reais obtém-se lembrando-se que e±idt = cos dt ± i sen dt.
Daí,
y(t) = e ct (k)e dit + k 2 e- dit )
y(t) = e ct (k) (cosdt +i sen dt) + k 2 (cos dt -i sen dt»
{
y(t)=ect(A)cosdt+A 2 sendt) (2.11) ,
onde, A) = Re(k) + k 2) e Re«k) - k 2)i), sendo que Re( k l + k 2 ) denota parte real do
complexo k) + k 2 ,o mesmo se dando em relação a (k) - k 2)i.
Vejamos um exemplo. Seja a equação diferencial
d 2y dy
de -dt"+Y = 0, y(O) = 0, y'(O) =1/2,
58
b) f(t) = ko + kt
Neste caso, fazendo-se y(t) = So + Slt e substituindo-se em a dy + by = f(t)
dt
obtém-se aS! + bS o + bS! t = ko + kt , o que implica
bS1 = k -+ SI = k 1b
k 2
a[;+bSo =ko -+So = (kob-ak)lb
Uma versão do teorema 2.1 para equações diferenciais ajuda muito na obtenção
de soluções particulares.
a) (So + Slt + S2t2 +. .. +SiP)e rt , se r não é raiz do polinômio característico P(r) ou,
b) (So + Slt + S2t2 + ... +Sip)tme rt , se r é raiz de multiplicidade m de P(r).
No caso, P(r) = r 2 -1, com raízes ± 1. Pelo teorema (parte b), devemos
tentar uma solução particular do tipo Sote', tendo em vista que no caso r = 1, que é
uma raiz de multiplicidade 1 do polinômio característico. Temos então
2
dy
dt P = S (e t + te t )
o d
'dt2 yP = So(e t + e t + te t ) , d 2yP 1de - yP = 2S oe t + Sote t - Sote t = 2S oe t .
Segue daí que So = 1/2, e que a solução particular é dada por yP(t)=(1/2)te'.
Observe que se tivéssemos tentado uma solução particular do tipo Soe' não teríamos
sido capazes de determinar So (qual a solução geral para a equação diferencial
apresentada?)
59
2.9) Estabilidade de Equações Diferenciais Lineares de Primeira e Segunda Ordem
dx
Tomemos inicialmente a equação de primeira ordem a d t + b x = f(t} .
dyd2
a--f+b-d +cy(t)=f(t) (2.12)
dt t
Por definição, como vimos, esta é dita estável, quando o limite da solução de sua
homogênea associada tende a zero quando t tende a infinito. Isto ocorre se, e somente
se ambas as raízes do polinômio característico p(x} = ax 2 + bx + c apresentam a parte
real negativa. O teorema abaixo estabelece condições a que os parâmetros a, b e c
devem satisfazer de forma a assegurar-se estabilidade.
Demonstração: Suponhamos que a solução seja estável. Temos então três casos
possíveis.
Caso 1: b 2 -4ac > O. Neste caso o fato da solução y(t} =hle r1t +h2 e r2t (com rI e r 2
reais distintos) ser estável exige rI e r 2 negativos. Isto implica rI + r 2 = -b / a < O e
rI' r2 = cla>O. Segue que a,b e c devem ter o mesmo sinal.
Caso 3: b 2 - 4ac < O. Tenha neste caso a solução y(t} = eht(KI coslK + K 2 senlK)
cuja estabilidade requer h<O. Mas h = -b /2a donde se conclui que b e a têm o
mesmo sinal. Por outro lado b 2 - 4ac < O implica aC>O.
60
Reciprocamente, suponhamos que a,b e c apresentam o mesmo sinal. Então se
2
b -4ac>O 7)+72 =-b/a<Oe7)72 =c/a>O donde se conclui que r) <O,r2 <O.
Por outro lado, se b 2 - 4ac ~ O, -b / 2a < O e a equação será estável.
2
d d
Assim, por exemplo a equação ---f
dt
+ 2.J.... + y =O é estável,
dt
enquanto que
2 2
d y 2 dy O d y 2 dy O - -
de - dt + y = ou de + di - y = nao o sao.
61
Exercícios Resolvidos: Seção 2
I) Resolva ao seguintes equações de diferenças finitas:
Solução:
i) Primeiro resolveremos a equação homogênea Y1+2 + YI = O A equação característica
o
é r 2 + 1 = O, cujas raízes são i e -i . Como i = cos 90° + i sen 90° tem-se que
YI = k l sen 90° t + k 2 cos 90° t é a solução geral (real) desta equação, onde k l e k 2 são
constantes reais arbitrárias. Devemos agora tentar determinar uma solução particular
da equação não-homogênea. É natural tentamos uma solução do tipo
Y: = k; sen 9t + k; cos9t, onde9 = 60°, ou seja, queremos encontrar k t, k; tais que:
(kl' seno(t + 2) + k; coso(t + 2))+ kt senfk + k; cosfk = senfk, \:;/t,i.e,
kt(senfk cos20 + sen20.costO) + k;(cosfk cos20 - senBt sen20) + ktsenBt + k; cosfk = senBt,
onde usamos,
sen29 = senl200 = sen600 = J3 /2 e cos29 = cos1200 = - cos600 = -1/2.
k'-J3 k' = 1
Isto ocorrerá se, e só se { ~ 2 . Resolvendo este sistema devemos ter:
,,3 kt + k; = O
k; =1/ 2 e k; =-J3 / 2 .
Portanto a solução geral da equação não homogênea é dada por
1 J3
YI = KI sen900t+K 2 cos900t+-sen600t--cos600t
2 2
ü) Esta equação é equivalente a Y1+3 - 8y 1+2 + 21y 1+1 - 20y I = O cUJa equação
característica é dada por r 3 - 8r 2 + 21r - 20 = o. A dificuldade agora é determinarmos
as raízes desta equação, o que em geral não é tarefa fácil, embora exista uma fórmula
para determinar as raízes de um equação polinomial de grau 3. O método mais
utilizado na prática consiste em tentar-se descobrir uma raiz inteira para a equação.
Como o termo constante da equação é o produto das raízes da equação, devemos
tentar os divisores inteiros (negativos e positivos) de 20 como possíveis raízes da
equação. No caso acima o leitor pode verificar também que nenhum número negativo
62
é raiz (pois a equação substituída em um número negativo sempre é negativa); o leitor
também pode verificar que 1 e 2 não são raízes. Isto nos leva a considerar 4 como
candidato e neste caso somos bem sucedidos, isto é, 4 é raiz da equação acima.
Segue-se que 7 3 - 87 2 + 2lr - 20 = (7 - 4)(7 2 - 47 + 5) e 2+i e 2 -1 são
raízes de r 2 - 4 r + 5 = O como o leitor pode verificar facilmente. Como
2 +i = J5(2J5 / 5 +iJ5 / 5),segue-se que
t
queYt =K1(J5Ysen8t+K2 (J5Y cos8t+K3 4 éasolução geral da equação, onde
8 é tal que cose = 2J5 / 5 e sen e = J5 / 5 e K 1 , K 2 , K 3 são constantes arbitrárias.
a-65b
,
= 3+5i
2
a
3+5i
{ a+2b=--b
2
Resolvendo, obtemos (a,b) = u( -1 +5i,2), u :;t: o. Podemos escolher
e:
u = 1, Y1 = (-1 + 5i, 2). Analogamente no campo dos complexos é:
KI = Y; +{ -:ao - ~~) .
63
.J34 (
3+5i )
Escrevendo -2- = -2- cos w + isen w onde
3 - 5i)' = (.J34]'
-2- (cos wt - isen wt). Substituindo em (*) obtemos:
( -2-
(~ [Yocoswt+(Y; + 2:o)senwt]
3) O exercício a seguir deriva um resultado que pode ser utilizado na solução de
exercício como este que acabamos de abordar (exercício resolvido 2). Dada A matriz
quadrada real de ordem 2 com dois autovalores complexos conjugados, determine P
{VI' v2 } é (_: !). Logo p- I = [VI v 2 ], onde [VI vJ é a matriz quadrada de ordem 2
5 A barra (-) sobre a. significa o conjugado complexo deste número; o mesmo ocorrendo para V, só
que para os componentes deste vetor.
64
=
X"' Ax" onde A =(: -~)
{
Xo dado
Solução: É fácil ver que 1+ i J3 e 1- i J3 são os autovalores de A. Vamos calcular
e autovetor associado ao autovalor 1+ i J3. Queremos encontrar x E 9t 2
tal que
(A-(I+iJ3)I)x=O. Por exemplo X=(iJ3,I)=(O,I)+i(J3,O). Pelo exercício
anterior p-' = [ ~ ~], o que implica que P = [~ ~]. O exercício anterior nos
diz que
J3/
~ [COSO - seno]
P A p- I = [1 J3] = 2 /2 _
- 2 sen O O' onde O
_
- -60
o
-J3 1 -..J% ~
cos
,
E facil provar por indução que
[COSOO -seno]n
O =
[cosno -senno]
O O' "i/n E~.
sen cos sen n cosn
costO - sentO]
Logo PAlp- 1 = (PAP-I)I = 21 [ O O' "i/t E~, ou ainda,
sent cost
AI =2 1
p- I
costO - sentO]
P=2 1
[costO J3 sen tO] eXI=Alxo,"i/tE~
[ sentO costO - J3/3sentO costO
65
Exercícios Propostos: Seção 2
t
a) Yt+2 - 2Yt+l + Yt = 3
b) Yt+l - Yt = Yt_p sendo Yo = O'Yl = I
c) Yt+2 - Yt+l + 1/ 4Yt = 2, sendo, Yo = 4'Yl = 7
d) Yt -7Yt-l + 16Yt_2 -12Yt_3 = 2t
Xt+l + x t + 2yt = 24
a) { 2 _ 2 _ 9' com Xo = 10 e Yo =9
Yt+l+ x t Yt-
Xt+l = x t - Yt
d) { , com Xo = 1 e Yo = 2
Yt+l =xt + Yt
66
Referências Bibliográficas:
Bartle, R. G., "The Elements ofReal Analysis",New York, John Wiley and Sons, Inc.,
1976.
Cysne, Rubens Penha ''Notas de aula para o curso de Matemática f', EPGE, Mímeo,
dezembro, 1991.
Guidorizi, H.L., "Um Curso de Cálculo", Vols. 1,2,3,4, Editora Livros Técnicos e
Científicos - São Paulo.
Leithold, L., "O Cálculo com Geometria Analítica", Vol. 1 e 2, Segunda Edição,
Harper & Row do Brasil.
Lima, Elon L., "Análise Real", IMPA, CNPQ, Rio de Janeiro, 1989.
67
Simonsen, M. H., "Teoria do Consumidor", EPGE, Mimeo, 1988.
68
ERSAIOS ECORÔMICOS DA EPGE
2
233. COMMON CYCLES IN MACROECONOMIC AGGREGATES - João Victor Issler e
Farshid Vahid - Abril de 1994 - 60 pág.
234. BANDAS DE CÂMBIO: TEORIA, EVIDÊNCIA EMPÍRICA E SUA POSSÍVEL
APLICAÇÃO NO BRASIL - Aloisio Pessoa de Araújo e Cypriano Lopes Feijó Filho - Abril
de 1994 - 98 pág. (esgotado)
235. O HEDGE DA DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA - Aloisio Pessoa de Araújo, Túlio Luz
Barbosa, Amélia de Fátima F. Semblano e Maria Haydée Morales - Abril de 1994 - 109 pág.
(esgotado)
236. TESTING THE EXTERNALITIES HYPOTHESIS OF ENDOGENOUS GROWTH
USING COINTEGRATION - Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler - Abril de 1994
- 37 pág. (esgotado)
237. THE BRAZILIAN SOCIAL SECURITY PROGRAM: DIAGNOSIS AND PROPOSAL
FOR REFORM - Renato Fragelli; Uriel de Magalhães; Helio Portocarrero e Luiz Guilherme
Schymura - Maio de 1994 - 32 pág.
238. REGIMES COMPLEMENTARES DE PREVIDÊNCIA - Hélio de Oliveira Portocarrero de
Castro, Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, Renato Fragelli Cardoso, Sérgio Ribeiro da
Costa Werlang e Uriel de Magalhães - Maio de 1994 - 106 pág.
239. PUBLIC EXPENDITURES, TAXATION AND WELFARE MEASUREMENT - Pedro
Cavalcanti Ferreira - Maio de 1994 - 36 pág.
240. A NOTE ON POLICY, THE COMPOSITION OF PUBLIC EXPENDITURES AND
ECONOMIC GROWTH - Pedro Cavalcanti Ferreira - Maio de 1994 - 40 pág. (esgotado)
241. INFLAÇÃO E O PLANO FHC - Rubens Penha Cysne - Maio de 1994 - 26 pág. (esgotado)
242. INFLATIONARY BIAS AND STATE OWNED FINANCIAL INSTITUTIONS - WaIter
Novaes Filho e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Junho de 1994 -35 pág.
243. INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO ESTOCÁSTICA - Paulo Klinger Monteiro - Junho de
1994 - 38 pág. (esgotado)
244. PURE ECONOMIC THEORIES: THE TEMPORARY HALF-TRUTH - Antonio M.
Silveira - Junho de 1994 - 23 pág. (esgotado)
245. WELFARE COSTS OF INFLATION - THE CASE FOR INTEREST-BEARING MONEY
AND EMPIRICAL ESTIMATES FOR BRAZIL - Mario Henrique Simonsen e Rubens
Penha Cysne - Julho de 1994 - 25 pág. (esgotado)
246. INFRAESTRUTURA PÚBLICA, PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO - Pedro
Cavalcanti Ferreira - Setembro de 1994 - 25 pág.
247. MACROECONOMIC POLICY AND CREDffiILITY: A COMPARATIVE STUDY OF
THE FACTORS AFFECTING BRAZILIAN AND ITALIAN INFLATION AFTER 1970-
Giuseppe Tullio e Mareio Ronci - Outubro de 1994 - 61 pág. (esgotado)
248. INFLATION AND DEBT INDEXATION: THE EQUIVALENCE OF TWO
ALTERNATIVE SCHEMES FOR THE CASE OF PERIODIC PAYMENTS - Clovis de
Faro - Outubro de 1994 -18 pág.
3
249. CUSTOS DE BEM ESTAR DA INFLAÇÃO - O CASO COM MOEDA INDEXADA E
ESTIMATIVAS EMPÍRICAS PARA O BRASIL - Mario Henrique Simonsen e Rubens
Penha Cysne - Novembro de 1994 - 28 pág. (esgotado)
250. THE ECONOMIST MACIDAVELLI - Brena P. M. Femandez e Antonio M. Silveira -
Novembro de 1994 - 15 pág.
251. INFRAESTRUTURA NO BRASIL: ALGUNS FATOS ESTILIZADOS - Pedro Cavalcanti
Ferreira - Dezembro de 1994 - 33 pág. (esgotado)
252. ENTREPRENEURIAL RISK AND LABOUR'S SHARE IN OUTPUT - Renato Fragelli
Cardoso - Janeiro de 1995 - 22 pág.
253. TRADE OR INVESTMENT ? LOCATION DECISIONS UNDER REGIONAL
INTEGRATION - Marco Antonio F.de H. Cavalcanti e Renato G. Flôres Jr. - Janeiro de
1995 - 35 pág.
254. O SISTEMA FINANCEIRO OFICIAL E A QUEDA DAS TRANFERÊNCIAS
INFLACIONÁRIAS - Rubens Penha Cysne - Janeiro de 1995 - 32 pág. (esgotado)
255. CONVERGÊNCIA ENTRE A RENDA PER-C APITA DOS ESTADOS BRASILEIROS -
Roberto G. Ellery Jr. e Pedro Cavalcanti G. Ferreira - Janeiro 1995 - 42 pág.
256. A COMMENT ON "RATIONAL LEARNING LEAD TO NASH EQUILffiRIUM" BY
PROFESSORS EHUD KALAI EHUD EHUR - Alvaro Sandroni e Sergio Ribeiro da Costa
Werlang - Fevereiro de 1995 - 10 pág.
257. COMMON CYCLES IN MACROECONOMIC AGGREGATES (revised version) - João
Victor Issler e Farshid Vahid - Fevereiro de 1995 - 57 pág.
258. GROWTH, INCREASING RETURNS, AND PUBLIC INFRASTRUCTURE: TIMES
SERIES EVIDENCE (revised version) - Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler -
Março de 1995 - 39 pág.(esgotado)
259. POLÍTICA CAMBIAL E O SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE
PAGAMENTOS - Allais do Seminário realizado na Fundação Getulio rargas 110 dia 08 de
dezembro de 199-1 - Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995 - 47 pág. (esgotado)
260. ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA ENTRADA DE CAPITAIS - Anais do Seminário
realizado na Fundação Getulio Jargas no dia 08 de dezembro de 199-1 - Rubens Penha
Cysne (editor) - Março de 1995 - 48 pág. (esgotado)
261. DIFICULDADES DO SISTEMA BANCÁRIO COM AS RESTRIÇÕES ATUAIS E
COMPULSÓRIOS ELEVADOS - Anais do Seminário realizado na Fundação Getulio
Jargas no dia 09 de dezembro de 199-1 - Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995 -
47 pág. (esgotado)
262. POLÍTICA MONETÁRIA: A TRANSIÇÃO DO MODELO ATUAL PARA O MODELO
CLÁSSICO - Anais do Seminário realizado na Fundação Getulio rargas 110 dia 09 de
dezembro de 199-1 - Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995 - 54 pág. (esgotado)
263. CITY SIZES AND INDUSTRY CONCENTRATION - Afonso Arinos de Mello Franco
Neto - Maio de 1995 - 38 pág. (esgotado)
264. WELF ARE AND FISCAL POLICY WITH PUBLIC GOODS AND INFRASTRUCTURE
(Revised Version) - Pedro Cavalcanti Ferreira - Maio de 1995 - 33 pág. (esgotado)
4
265. PROFIT SHARING WITH HETEROGENEOUS ENTREPRENEURIAL PROWESS -
Renato Fragelli Cardoso - Julho de 1995 - 36 pág.
266. A DINÂMICA MONETÁRIA DA lllPERINFLAÇÃO: CAGAN REVISIT ADO - Fernando
de Holanda Barbosa - Agosto de 1995 - 14 pág.
267. A SEDIÇÃO DA ESCOLHA PÚBLICA: VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DE
REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS - Antonio Maria da Silveira - Agosto de 1995 - 24 pág.
268. A PERSPECTIVA DA ESCOLHA PÚBLICA E A TENDÊNCIA INSTlTUCIONALIST A
DE KNIGHT - Antonio Maria da Silveira - Setembro de 1995 - 28 pág.
269. ON LONG-RUN PRICE COMOVEMENTS BETWEEN PAINTINGS AND PRINTS -
Renato Flôres - Setembro de 1995 - 29 pág. (esgotado)
270. CRESCIMENTO ECONÔMICO, RENDIMENTOS CRESCENTES E CONCORRÊNCIA
MONOPOLISTA - Pedro Cavalcanti Ferreira e Roberto Ellery Junior - Outubro de 1995 - 32
pág. (esgotado)
271. POR UMA CIÊNCIA ECONÔMICA FILOSOFICAMENTE INFORMADA: A
INDETERMINAÇÃO DE SENIOR - Antonio Maria da Silveira - Outubro de 1995 - 25 pág.
(esgotado)
272. ESTIMATING THE TERM STRUCTURE OF VOLATILITY AND FlXED INCOME
DERIVATlVE PRICING - Franklin de O. Gonçalves e João Victor Issler - Outubro de 1995
- 23 pág. (esgotado)
273. A MODEL TO ESTIMATE THE US TERM STRUCTURE OF INTEREST RATES -
Antonio Marcos Duarte Júnior e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Outubro de 1995 - 21
pág. (esgotado)
274. EDUCAÇÃO E INVESTIMENTOS EXTERNOS COMO DETERMINANTES DO
CRESCIMENTO A LONGO PRAZO - Gustavo Gonzaga, João Victor Issler e Guilherme
Cortella Marone - Novembro de 1995 - 34 pág. (esgotado)
275. DYNAMIC HEDONIC REGRESSIONS: COMPUTATION AND PROPERTIES - Renato
Galvão Flôres Junior e Victor Ginsburgh - Janeiro de 1996 - 21 pág.
276. FUNDAMENTOS DA TEORIA DAS OPÇÕES - Carlos Ivan Simonsen Leal - Fevereiro de
1996 - 38 pág. (esgotado)
277. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE UMA OpçÃO E ARBITRAGEM - Carlos Ivan
Simonsen Leal - Fevereiro 1996 - 55 pág.
278. SUSTAINED GROWTH, GOVERNMENT EXPENDlTURE AND INFLATION - Pedro
Cavalcanti Ferreira - Fevereiro 1996 - 38 pág.
279. REFLEXOS DO PLANO REAL SOBRE O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO -
Rubens Penha Cysne e Sérgio Gustavo Silveira da Costa - Junho 1996 - 23 pág.
280. CURSO DE MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS, CAPÍTULOS I E lI: FUNÇÕES,
ÁLGEBRA LINEAR E APLICAÇÕES - Rubens Penha Cysne e Humberto de Athayde
Moreira - Junho 1996 - 75 pág.
000077230
5
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