Ebook Menina Dos Sonhos

Fabiana Dutra - fabiana_cfeitosa@hotmail.com - CPF: 013.768.
153-46
Fabiana Dutra - fabiana_cfeitosa@hotmail.com - CPF: 013.768.153-46
Como tirar a cabeça das nuvens
e desfilar com os pés no chão

Copyright © Fabiana Bertotti, 2016
Copyright © Editora Parole, 2016
Todos os direitos reservados.
Preparação de texto: Fabiana Bertotti

Revisão: Francis Matos
Diagramação e Capa: André Luiz Nadaline
Imagem da Capa: Kim Farinha
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bertotti, Fabiana
Menina dos sonhos / Fabiana Bertotti. --
1. ed. -- Itu, SP : Parole, 2016.
ISBN 978-85-68134-03-0
1. Adolescentes (Meninas) - Atitudes

2. Adolescentes (Meninas) - Conduta de vida
3. Adolescentes - Comportamento 4. Meninas -
Conduta de vida I. Título.
16-05206 CDD-305.235
Índices para catálogo sistemático:

1. Meninas adolescentes : Conduta de vida :
Sociologia 305.235
2016
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Parole
www.editoraparole.com.br
atendimento@editoraprole.com.br

Quando penso em menina, penso nela, que
será para sempre a minha menina, não im-
porta quantos anos acumule, que envelhe-
ça ou fique gagá. Ela foi minha mais amada
boneca, com quem curtia brincar de casinha,
nos cabelos de quem eu inventava os mais lou-
cos penteados. Minha irmã amada, este livro
é para você. Cada passo da sua vida me im-
porta e importa também para Deus, o grande
doador e idealizador da sua existência e dos
seus sonhos. Vai, menina, voe alto!

9 Prefácio
13 Definição de sonho
17 Por que escolhi meninas?
20 Potencial de influência na vida
24 História da beleza
26 Vulnerabilidade social e cultural
34 Frustração quando não sabe sonhar
40 Descubra sua vocação e habilidades
51 Inimigos dos seus sonhos

65 Tem limão? Faça limonada!
73 Carente? Papo sério!
80 Realizando os sonhos
86 Hora de agir!
89 Estude mais, estude para valer
93 Rotina de uma sonhadora de sucesso
102 Agora é contigo, vai e arrasa!

E aí meninas, beleza?!?
(Mãe, pai...eu estou escrevendo o prefácio de um livro

da Fabi!!!Uhuuu!)
Quando fui convidada para escrever o prefácio deste

livro, me bateu um nervoso e veio um sentimento de
que a tarefa era maior do que a minha capacidade de
executá-la. Esse sentimento é familiar? Então, esta é a
primeira prova de que esse livro foi feito exatamente
para você, para mim.
Acabei topando o desafio e, para ser sincera, não tive

escolha, já que assinei um acordo me comprometendo
a ser mais resistente ao perseguir meus sonhos e fazer
menos mimimi. Já te adianto que é bem
provável que você venha a assinar esse acor-
do também! (Não diz para a Fabi que eu te

contei, beleza? Acho que era para ser uma surpresa).
Assim que finalizei a leitura, pensei: “Uau! Como eu

gostaria que alguém tivesse me dito tudo isso há dez
anos”! Isso teria feito uma grande diferença nas minhas
escolhas, porque no auge dos meus 13 eu estava viven-
do no olho do furacão, na “bad das galáxias”, a pior fase
da minha vida! Quem lê assim pode até imaginar uma
pobre garota órfã com uma doença degenerativa, mo-
rando de favor no porão de primos de terceiro grau. Na
verdade, não tinha nada disso. Pelo contrário! Mas essa
era eu, uma adolescente sendo adolescente, com direi-
to aos meus próprios dramas mexicanos a la Maria do
Bairro.
Eu sempre me dava desculpas para não realizar meus

sonhos, e me achava incapaz e sem oportunidades. Eu
era apenas a filha do pastor de uma igrejinha no interior.
Mas, hoje sei que eu não estava usando o limão para fa-
zer uma limonada, e sim usando-o como colírio! A Fabi
conta neste livro alguns exemplos de meninas e mulhe-
res que realmente tinham todos os motivos para desistir
da vida e, ao invés disso, deram a volta por cima, por
10

baixo ou pelos lados. Elas são tão fortes e eu também
quero ser uma pessoa forte. E você? Precisamos vencer
os inimigos dos nossos sonhos, mas não precisa ficar
com medo, tá? Nas páginas a seguir você verá algumas
dicas de como identificá-los e vencê-los. Chega! Isso é
tudo o que eu posso falar porque não quero acabar dan-
do spoiler logo no meu primeiro prefácio.
Quando eu pensei que este livro não poderia ser mais

a minha cara, a Fabi me vem falando de carência! Aí,
eu desabei. Com certeza, ela deve ter alguma coisa de
agente da Cia. Sério! Ela só poder ter investigado a mi-
nha vida.
Eu passei muitos anos me sentindo insegu-

ra porque eu era magrela e baixinha e meu
apelido era Olívia Palito. O que eu acho
uma injustiça, já que o amor dela era dispu-
tado pelo Popeye e pelo Brutus e eu não tinha ninguém.
Hoje eu penso: Desde quando isso é um problema? Não

é! Mas quando estamos carentes precisamos ter alguém
dizendo que somos lindas, para só então acreditarmos
nisso. Mas não precisamos provar nada para ninguém,
11

certo? Nesse livro há ótimas razões para você acreditar
em si mesma, porque ele foi feito especialmente para
nós, da Associação Ex-meninas Carentes Anônimas,
que acabei de inventar.
Sabe, depois de um tempo eu aprendi que quem faz a

princesa não é o príncipe, mas sim o Rei. Ele sempre
nos amará e enxergará como únicas, e está sempre cui-
dando de nós. Como prova desse cuidado, Ele coloca
pessoas no nosso caminho para nos ajudar, e a Fabi é
uma delas, que nos prova, através deste livro, que somos
as meninas dos sonhos de Deus! Essa leitura mostrará
que você tem asas e que pode alçar voos
altos.
Meu conselho? Aproveite a vista!
Youtuber cristã
12

DEFINIÇÃO
DE SONHO
V
ocê sabe o que é sonho?
Se der uma rápida olhada no

Google vai desde “fantasia, uto-
pia”, passa pelo “doce de pada-
ria” e ganha mais definições
dentro de “pensamentos que se tem dormindo”.
Bem, tudo isto é mesmo sonho, mas alguns im-
portam mais que outros, certo?
Não que o sonho de padaria, quentinho, com

aquele creme gostoso e cheio de açúcar de con-
13

feiteiro por cima não seja bom, mas é que ele não
nos leva muito além da elevação de glicose no
sangue, pele ruim e aquela barriguinha indesejá-
vel. Aquele que temos dormindo é interessante e
alguns botam até muita importância nisto, crian-
do ilusões quanto aos “sinais” que poderiam estar
recebendo ao sonhar com um elefante se equili-
brando no copinho de Danoninho... Será que é
uma profecia? Às vezes é só muita pizza antes de
dormir mesmo!
Acontece que entre as definições tem aquela que

sempre associamos com fantasia, utopia, coisa
difícil de alcançar, mas que nos embala em uma
alegria inebriante quando pensamos a respeito.
Inclusive, em alguns casos temos até vergonha de
compartilhar com os outros, pois nem sempre as
pessoas conseguem ver com nossa perspectiva,
nossos desejos mais íntimos, sejam eles grandes
ou pequenos. É destes que quero falar contigo,
cara leitora sonhadora. Dos sonhos que carre-
gamos no coração e que nutrimos de esperança
todos os dias, com uma foto, uma música, uma
14

pessoa, um cheiro e todos os gatilhos sensoriais
que deixam o tal do sonho sempre vivo.
Existem também aquelas coisas que matam sonhos

– é preciso ter cuidado, pois podem ser circunstân-
cias ou pessoas – e estão sempre ao nosso redor.
Não que eles não existam em nós mesmas, nas nos-
sas atitudes, nos hábitos que cultivamos, nas deci-
sões erradas e nas consequências que abrigamos. É,
você mesma pode estar matando seus sonhos sem
querer, querendo ou nem percebendo. E você não
quer mais isto, certo?
Sem falar que você quer ser uma pessoa dos sonhos,
alguém para quem se olha e brilha o olhar. Não que
alguém tenha que sonhar com você, não que é pre-
ciso viver para satisfazer outras pessoas, não que te-
nha que carregar peso a mais nesta jornada da vida,
cheia de altos, baixos, pontes, rios, buracos, nada
disso! Só que se parar por um instante vai se dar
conta de que você mesma vai querer olhar para si
e ver alguém que vale a pena ter por perto, aquela
pessoinha que ilumina tudo e todos e que, embora
15

tenha lutas, tem mais vitórias no saldo atual.
Bom, para você que sonha, que se alimenta de so-

nhos, que quer ser alguém dos sonhos... vale a céle-
bre frase de um grande sonhador:
Se você pode sonhar, você pode fazer!
Walt Disney
16

POR QUE
ESCOLHI
MENINAS?
É
verdade que este livro e também o
curso on-line sobre o tema pode
ser lido, feito por garotos, por mu-
lheres mais velhas, por homens
adultos e até por vovôs. Mas eu
sonhei com você, garota! Quando pensei no tema,
nos dilemas, quando imaginei um rosto me vendo,
me lendo, sonhando comigo.... Acho que no fundo
escrevi este livro para mim, escrevi para a garota
que eu fui e que ainda me habita.
Lembrei-me de cada sonho que despertava o riso
17

ou o escárnio das amiguinhas, das vizinhas, até das
parentes ou das professoras na escola. Me vi com
meus 12 anos, falando inglês alto, no livro que
peguei emprestado na biblioteca, pois não tinha
condições de comprar. Falando tudo errado, mas
certinho me soava no coração; me via rodando o
mundo, conhecendo gente, vivendo outras vidas
que de um jeito ou de outro me deixariam cada vez
maior, pois a gente cresce, alarga, fica maior que
a gente mesma, quando deixa que as experiências
nos enriqueçam e não nos contentamos com nosso
mundinho.
Meu quarto, de cimento queimado e pintado de

amarelo no chão, que manchava minhas mãos e
meus joelhos toda vez que encerava obedecendo
minha mãe, era meu tapete mágico. Eu sentava ali
e, embora não fosse nada bonito, me abrigou com
meus sonhos.
Ali dormiam meu tio, que tinha vindo da Bahia

para tentar uma vida melhor, meu irmão menor e
eu. Eu sonhava com uma penteadeira como dos fil-
18

mes adolescentes que eu via, tipo Patricinhas de Be-
verley Hills. Totalmente fora de cogitação! No lugar
havia uma cômoda velha que minha mãe tinha ga-
nhado de alguém, com as gavetas que enroscavam
e derrubavam os potes vazios de perfume da Avon
que eu tinha salvado do lixo da vizinha. Também
tinha o pote azul de plástico do desodorante Alma
de Flores, meu pequeno luxo na pré-adolescência.
Então, não me leve a mal, este livro, o curso, tudo é

para você, mas também para mim, para caminhar-
mos juntas nesta estrada de sonhos, perspectivas,
planos e conquistas. Este caminho que costuma-se
chamar de vida. Pois cedo eu descobri o valor e o
privilégio de ser mulher. E queria te contar sobre
isto também, sobre sermos abençoadas de todas as
formas e só precisarmos ver isto melhor para ser
um tiquinho mais felizes, até nas nossas infelicida-
des banais.
19

POTENCIAL
DE
INFLUÊNCIA
NA VIDA
N
ão sei se já notou o quanto você
é importante e influencia tan-
ta gente! Se não, vou te dar uma
forcinha:
A mulher é talentosa com as pa-

lavras, é naturalmente mais carinhosa, tem uma
vantagem biológica para perceber coisas que os
homens não conseguem notar, e deu-se o nome
de sexto sentido a isto. Nosso vocabulário é maior,
nossos sentimentos mais intensos, nossas emoções
vibrantes. Influenciamos nosso namorado, nosso
20

AGORA, SE EU QUE NEM TE CONHEÇO JÁ
TE ACHO ESTA COCA-COLA TODA, TEMOS
QUE CONVERSAR SOBRE O VALOR QUE
VOCÊ MESMO SE DÁ, NÉ?! POIS BEM NES-
TA IDADE, NA ADOLESCÊNCIA, É QUANDO
MENOS NOS AMAMOS, MENOS NOS VALORI-
ZAMOS. E É SOBRE ISTO QUE PRECISAMOS
FALAR TAMBÉM!
marido, depois vamos ter filhos: podemos gerar

uma vida dentro da nossa barriga! Uau! Isto é in-
crível e será um laço indestrutível e inexplicável.
Também vamos influenciar esta nova

vida, para o bem ou para o mal. Ou seja, se é para
falar com alguém com potencial de mudar o mun-
do, fale-se para as mulheres. Se quer começar cedo
a ver este potencial florescer, destine-se às garotas!
21

Por isto eu acho você, leitora, uma audiência mais
do que qualificada, mais valiosa em todos os senti-
dos.
22

DICA
DA
FABI
Olhe-se com carinho e aprenda a elogiar a si
mesma no espelho. Não é para ficar metida,
mas é para reafirmar para si mesma que é bo-
nita, não importa o que digam. Inventaram um
tal de padrão de beleza e ninguém sabe direito
quem foi. Bom, se eu nem sei quem foi e nem se
dá para confiar nele, prefiro não me encaixar e
escolher sozinha o que é bonito. E tanta coisa
é bonita. Você é bonita, minha mãe é bonita, a
minha vizinha também é. Todo mundo é bonito
aos olhos de alguém. Comece sendo você mesma
sua maior fã.

HISTÓRIA DA
BELEZA
ESTE NEGÓCIO DE SER BONITA JÁ VARIOU
TANTO...
24

J
á foi ser gordinha, como as mu-
lheres pintadas por Boticcelli
Já foi ser fedida e peluda, como

as amantes dos reis e impera-
dores (eles até pediam para elas
não se lavarem antes de se en-
contrarem com eles. Eca!)
Já foi ter pele queimada de sol.
Já foi ser bem branca, com cara de doentinha.
Já foi ser esquelética.
Já foi ser morena tipo índia.
Já foi ter cara de drogada.
Ah, fala sério! Vamos acabar com estas modas to-

das e inventar a nossa.
25

VULNERABILIDADE
SOCIAL E
CULTURAL
J
ustamente por sermos tão impor-
tantes somos tão vulneráveis. É
que tem mais gente, nem tão legal,
de olho no que você tem de me-
lhor. As meninas são as maiores
vítimas de estupro e de abuso sexual dentro de casa
e, na maioria das vezes, por familiares e até pelo
próprio pai ou cuidadores legais. Elas também são
o maior número em outros tipos de violências físi-
cas e, lamentavelmente, poucos levam em conta a
violência verbal e emocional de que somos vítimas.
26

Xingar também dói, machuca e marca! Quando
crescemos um pouco, tentam nos convencer que
temos que entregar nosso corpo, nossos valores e
nossos sonhos para sermos aceitas no grupo, na
roda, no círculo mais legal. Daí, por não ter recebi-
do todo amor que queríamos, por não termos per-
cebido o quanto somos importantes, a gente cede e
sofre.
Não pense que está sozinha não, viu?! Sabia que eu

mesma já sofri muito com isto? Quando eu tinha
por volta de 10 anos, um vizinho muito perverso
queria que eu tirasse a roupa na casa dele e que dei-
xasse ele passar a mão no meu corpo e nas minhas
partes íntimas.
Eu não sabia que ele era mau, pois era amigo do

meu pai e eu brincava com a filha dele, 4 anos mais
nova que eu. Então levei um susto quando cheguei
um dia e ele disse que a menina estava dormindo e
que eu tinha que “brincar” com ele de outra brinca-
deira, pois ele brincava assim com uma amiguinha
minha.
27

Pensa no desespero que senti!! Eu sabia que alguma
coisa estava muito errada ali e a cara dele não era
nada amigável, mas eu só tinha 10 anos, era peque-
na, frágil e se fizesse algo de que ele não gostasse,
poderia me dar muito mal.
Tenho náuseas toda vez que lembro disso, pois a

sensação foi muito forte, tipo um soco no estôma-
go, daquelas que te fazem ter vontade de vomitar,
sabe? Eu só me lembro de orar e pedir muito a Deus
por uma saída, por um socorro, e tudo mudou em
questão de segundos, quando alguém bateu na por-
ta e eu pude fugir correndo dali, antes que ele tives-
se tempo de fazer alguma coisa comigo.
Desse dia em diante, nunca mais pisei naquela

casa, nem na varanda dele. Meus pais estranharam
eu não ir mais lá brincar e só ficar com a garota
quando ela vinha em casa, ou na casa de outros vi-
zinhos. Ele sempre me olhava esquisito e eu tinha
medo de contar isto para alguém, pois no fundo
achava que a culpa era minha, que eu tinha desper-
tado isto nele de alguma forma. Que bobagem, eu
28

era só uma criança, como poderia ter culpa de um
adulto louco, doente querer fazer coisas estranhas
comigo?
ELE SEMPRE ME OLHAVA ESQUISITO E EU
TINHA MEDO DE CONTAR ISTO PARA AL-
GUÉM, POIS NO FUNDO ACHAVA QUE A CUL-
PA ERA MINHA, QUE EU TINHA DESPERTADO
ISTO NELE DE ALGUMA FORMA. QUE BO-
BAGEM, EU ERA SÓ UMA CRIANÇA, COMO
PODERIA TER CULPA DE UM ADULTO LOUCO,
DOENTE QUERER FAZER COISAS ESTRA-
NHAS COMIGO?
29

Mas, se eu me livrei daquela situação, quase não es-
capei de outra, com 13 anos, no banheiro da biblio-
teca pública da minha cidade, Itu, em São Paulo.
Eu vinha da aula de piano e parei lá para pegar um
livro e trocar de blusa, antes de ir para o colégio.
Pensa só no susto que sofri quando estava saindo
do box e um cara empunhando uma tesoura estava
na minha frente, me ameaçando e mandando tirar
a roupa. Desesperador!
Eu só tive tempo de empurrar a porta e me trancar

de novo no box, sem saber o que fazer e como me
livrar daquilo. Era hora do almoço, não tinha nin-
guém por ali, e os banheiros ficavam fora do pré-
dio, nos fundos da garagem que dava para uma rua
movimentadíssima.
Não importava o quanto eu gritasse, ninguém me

ouvia. Daí resolvi me abaixar e olhar por baixo da
porta, depois de um tempo de silêncio. Dei de cara
com ele, sorrindo ameaçadoramente para mim.
Entrei em pânico e não saía mais grito, só urros de
terror, até que ele desistiu e foi embora e, depois
30

de um tempo, que me pareceu intermináveis horas,
alguém apareceu e me socorreu.
A polícia foi chamada, entrei numa viatura pela

primeira vez na vida e, numa busca pelas redonde-
zas, acharam o cara tentando se esconder no Mer-
cado Público, bem no centro. Fui para a delegacia,
chamaram meus pais, e ele foi preso - pois já tinha
matado uma garotinha, depois de estuprá-la, qua-
tro anos antes - e estava sob liberdade condicional.
Esta foi por pouco de novo, mas se eu consegui es-

capar de duas situações horríveis, minha amiga não.
Outra conhecida também não, e uma vez, já mais
velha e morando em um internato, numa daquelas
noites em que ficamos batendo papo até mais tarde,
das 11 meninas que estavam no meu quarto, oito já
tinham sofrido abusos, duas estupradas e só uma
nunca tinha vivido isto! É que no mundo em que
vivemos, coisas ruins acontecem até com pessoas
boas, mesmo que elas não tenham culpa de nada!
Por que estou te contando isto e abrindo o meu co-
ração?
31

É QUE NO MUNDO EM QUE VIVEMOS, COI-
SAS RUINS ACONTECEM ATÉ COM PESSO-
AS BOAS, MESMO QUE ELAS NÃO TENHAM
CULPA DE NADA!
Por dois motivos bem simples: se você nunca pas-

sou por nenhuma situação de perigo assim, para
que você tome cuidado, sempre desconfie de pes-
soas querendo se aproximar muito de você, sobre-
tudo se forem mais velhas e SEMPRE, SEMPRE,
SEMPRE ouça seus pais e as pessoas que te amam e
fazem de tudo por você.
É que a gente sabe quem nos ama de verdade, né?!

Mesmo que finjamos que não, mesmo que brigue-
mos com elas. A gente sabe com quem pode contar.
Mas também queria falar contar tudo isto para di-
zer a você, que já sofreu isto de alguma forma, em
32

casa, na família ou na vizinhança: Não é sua culpa,
menina!! Você só era uma criança, não tem culpa
das coisas ruins que fizeram contigo e pode sim ter
uma vida nova de agora em diante; pode sim ser
“restaurada” depois de se sentir violada; pode sim
recomeçar e fazer algo diferente do que fizeram
contigo.
Eu acredito muito em Deus, sabia? Acredito que

Ele fez o mundo, me ama, e que Ele tem que lidar
com a guerra cósmica que Satanás provocou, e que
por causa disto tudo coisas ruins acontecem. Mas,
essas coisas vão acabar, pois Ele vai voltar e limpar
tudo. Contudo, mesmo antes dEle voltar, Deus vai
arrumando umas coisas bagunçadas na nossa vida,
e quando aceitamos que Ele tome conta de tudo fica
muito mais fácil resolver umas questões, entender
umas coisas confusas...
33

FRUSTRAÇÃO
QUANDO NÃO
SABE SONHAR
T
udo isto para te dizer que nada
do que tenha acontecido antes,
nada do que pode estar aconte-
cendo agora, nada do que você
acredite ser uma barreira, é de
fato um obstáculo para te impedir de alcançar seus
sonhos. E isto é preciso ser repetido toda hora para
a gente mesma, viu? É que temos o péssimo hábito
de nos colocar para baixo quando alguma coisa não
caminha como queremos, não anda no nosso ritmo
ou não reage como sonhamos. Calma, mocinha, o
34

mundo não gira em torno de você não, mas dá para
a gente pegar carona na rotação do Planeta sim, e
ajustar a velocidade, o trilho e a nossa maneira de
lidar com o que dá errado.
O que mais recebo são mensagens de meninas que

poderiam ser mesmo “dos sonhos” e decidem cul-
tivar pesadelos no lugar. São garotas que dizem as-
sim:
“Ah, já que
aconteceu isto (que
eu não queria), então
vou fazer isto (que eu “Eu queria que fosse
sei que não está assim (de um jeito), mas
certo).” já que não foi, vou jogar
tudo para o alto (sonhos
e princípios).”
“A pessoa fez
isto comigo (algo
ruim) então vou dar o
troco assim (sendo
pior ainda).”
35

Não sei se você consegue ver algo de errado neste
comportamento, mas eu não acho muito inteligen-
te abandonar todos os sonhos, as boas ações, o bom
caminho só porque algo errado aconteceu no meio
do percurso. Afinal, abandonar tudo vai te levar
para o destino que sonhou? Não!
Então pegue o primeiro atalho, corrija o trajeto,

recupere-se do pé na bunda, sacuda a poeira, dê a
volta por cima e volte a ser sua melhor amiga, sua
melhor versão, a Menina dos Sonhos. Pois sempre
haverá coisas chatas na vida, sempre existirão os
osbstáculos a transpor, as pessoas ruins de quem se
desviar, os hábitos maus para deixar.
Se esperamos sempre pelas boas coisas, por um ce-

nário perfeito, nunca vamos realizar nada na nossa
vida e viveremos uma existência vegetativa e frus-
trada, pois existe graça inclusive no levantar das
rasteiras que levamos, e esta é a maior qualidade a
ser cultivada todos os dias, viu, mocinha?!
Mas para continuar neste caminho você precisa es-

tar disposta a se doar um pouco mais, a usar as coi-
36

sas ruins como aprendizado e a não desistir com os
tombos. Topa? Se sim, vai ter que fazer um acordo
sério comigo!
37

Eu, ____________________________________ me
comprometo a ser mais resistente, a caminhar a
jornada dos meus sonhos, perseguindo cada um
dos meus objetivos, sem esperar que o mundo
gire ao meu redor, sem fazer mimimi se alguma
coisa não sair como esperado. Prometo também
tentar ser melhor, ao invés de cobrar que os
outros sejam como eu quero. Prometo reclamar
menos e fazer mais. Faço um compromisso agora
de cuidar da minha própria vida, focar mais
nos meus sonhos do que nos meus pesadelos,
valorizar mais as vitórias dos que os fracassos e
me cercar de gente e atitudes que me levem ao
meu sonho. Prometo parar de esperar tudo dos
outros e depositar minha esperança só em Deus,
lembrando também que Ele me deu liberdade
para decidir, mas que terei que lidar com as
consequências do que fizer.
E porque sou uma menina de palavra, assino e

faço um compromisso comigo mesma!
_________________________________________
assinatura – data

DICA
DA
FABI
Para o meu mural
“Sonhos são adoráveis. Mas são só sonhos. São fugazes,
efêmeros, bonitos. Sonhos não se tornaram realidade
só porque você sonhou. É o esforço que faz as coisas
acontecerem. É o esforço que cria mudança.”
Shonda Rhimes, Cineasta
“Quando você tropeçar, mantenha a fé. Quando for

nocauteado, levante rápido. Não ouça quem diz que
você não pode ou não deve continuar.”
Hillary Clinton, Política americana

DESCUBRA SUA
VOCAÇÃO E
HABILIDADES
T
odo mundo sabe fazer alguma
coisa. Às vezes mais de uma, e
em alguns casos muitas! Sabe
aquela pessoa da TV que canta,
atua, dança, pinta, escreve e tem
um monte de outras habilidades e a gente pensa:
que talentosa!? Pois é, pode ser você também.
Muitas vezes a gente nem dá muita bola para algu-

mas coisas que temos facilidade de fazer, justamen-
te por ser natural em nós, mas cobiçamos o talento
que outra pessoa tem de algo diferente do que sabe-
40

mos. Eu mesma já desejei ser muita coisa, mas na
prática fui percebendo que seria inviável, isto por-
que você pode gostar de algo, mas não de tudo o que
o envolve.
Um exemplo é eu querer ser agente da CIA, a agên-

cia de inteligência americana. Muitos zoam com
isto, pois já falei em vídeo algumas vezes, mas, real-
mente acho que daria uma boa investigadora, seria
uma espiã audaciosa e até me vejo em missões ul-
trassecretas.... Mas daí eu lembro que tem que ser
discreto, mentir, fingir ser quem não é, e nada de
redes sociais.... É, talvez não seja pra mim.
Por outro lado, embora não seja artista, tenho alguns

talentos nesta área e comecei cedo, pintando aqua-
rela na escola. Daí evoluí para guardanapo, aprendi
a fazer a barra de crochê e tudo! Mudei para tinta a
óleo em tela, pintei esculturas e... parei. Sim, enter-
rei meu talento que hoje poderia estar estampado
em galerias mundo afora. Tá, nem tanto talvez, mas
eu simplesmente deixei para lá uma habilidade que,
se cultivada, poderia ser um talento lindo.
41

Coisas como tocar piano, costurar e cantar, tam-
bém desfilaram por minha vida, mas fui esco-
lhendo outras coisas como falar em público, es-
crever... E, naturalmente, o que eu aperfeiçoei
ficou mais forte, e o que deixei de aprimorar foi
ficando cada vez menos relevante.
Por outro lado, sou capaz de errar operações ma-

temáticas simples como somar 6 + 4 (e tem um
vídeo no YouTube como prova!). Sim, é uma ver-
gonha, mas até que passa mais batido que esta:
sou especialista em me perder nos trajetos mais
básicos nas cidades que conheço e até em vilas
pequenas. Sou destas, sem nenhuma qualidade
no que diz respeito ao posicionamento geográ-
fico.
Ah, também sou meio zero à esquerda com habi-

lidades físicas e nunca fui a primeira da turma a
ser escolhida para jogar e compor os times, fos-
sem eles de vôlei, futebol ou mesmo de queima-
da. Até joguei handball na escola, mas só por falta
de opção mesmo. Do time, no caso.
42

Mas e você, é boa no quê?
Vale lembrar que não existe só uma área de conhe-

cimento e antes de tudo é preciso entender, e sa-
ber que dentro de uma área existem outras muitas
possibilidades. Atualmente, os educadores definem
estas como as quatro principais áreas do conheci-
mento:
Ciências Naturais, Ciências Humanas, Matemática

e Linguagem.
Parece pouco, mas neste desenho você pode ver que

ela abrange as matérias que estudamos na escola.
43

Ciências Exatas e da Terra
• Matemática
• Probabilidade
• Estatística
• Ciência da Computação
• Astronomia
• Física
• Entre outros

Ciências Biológicas
• Oceanografia
• Genética
• Botânica
• Zoologia
• Entre outros

Engenharias
• Engenharia Civil
• Engenharia Sanitária
• Engenharia de Transportes
• Engenharia de Minas
• Entre outros
44

Ciências da Saúde
• Medicina
• Nutrição
• Odontologia
• Farmácia
• Enfermagem
• Entre outros
Ciências Agrárias
• Agronomia
• Zootecnia
• Recursos Pesqueiros
• Medicina Veterinária
• Ciência e Tecnologia de Ali-
mentos
• Entre outros
Ciências Sociais Aplicadas
• Direito
• Administração
• Economia
• Arquitetura e Urbanismo
45

• Demografia
• Ciência da Informação
• Entre outros

Ciências Humanas
• Filosofia
• Teologia
• Sociologia
• Antropologia
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46

Viu quantas possibilidades? E não acaba aqui, uma
vez que você pode gostar de duas ou mais coisas ao
mesmo tempo, e nada te impede de fazer mais de
uma coisa hoje em dia. No tempo dos meus pais,
você tinha que escolher uma faculdade ou uma car-
reira para a vida toda. E vamos combinar que a “a
vida toda” é muito tempo para a gente ter certeza
lá pelos 16 ou 17 anos, quando temos que prestar
vestibular.
Eu mesma tenho uma amiga que era professora, re-

solveu ser arquiteta e manda muito bem nas artes
em geral. Tenho outro que fez odontologia, é mode-
lo e ainda apresenta um programa na TV. Sem falar
de outra que é advogada e ama tirar foto, do mesmo
jeito que adora bater boca no tribunal. Ainda bem
que hoje é bem mais fácil você escolher algo, mudar
de ideia e ir para outra área, ou ainda somar tudo.
O complicado é que nem sempre a matéria que

você gosta na escola é um indicativo certeiro de que
profissão escolher, não é mesmo? Gostar de biolo-
gia não assegura o talento para ser médica, nem ser
47

boa em português vai fazer de você uma jornalista,
do mesmo jeito que ser um crânio em matemática
não é certeza de ser uma contadora ou mesmo pro-
gramadora no futuro.
Não é 100% certo, mas é um indicativo. Se você fez

o meu curso on-line já recebeu um teste vocacional
mais elaborado para ter uma noção do que pode
escolher em breve, mas, se ainda tem dúvidas, você
pode procurar um psicólogo especializado na área
para descobrir mais sobre suas próprias habilida-
des. É muito bom ter uma espécie de rumo, ainda
mais nesta fase da vida em que nos sentimos tão
perdidas.
48

Quais as matérias que mais
gosta na escola, por ordem de
preferência:
1. _________________________________________
2. ________________________________________
3. ________________________________________
4. ________________________________________
5. ________________________________________

DICA
DA
FABI
Nem toda matéria que você gosta na escola pode dar
a profissão dos sonhos, mas é um indicativo. Fique
atenta também ao que você gosta de fazer nas horas
vagas (não vale muito as horas no Snap e grupos de
WhatsApp, né?!). É que nossos hobbies dizem muito
sobre nossa personalidade e gosto.

INIMIGOS DOS
SEUS SONHOS
S
empre que penso em sonho, pen-
so automaticamente nas barrei-
ras para alcançá-lo. Talvez você
me ache pessimista, mas eu pre-
firo me chamar de realista mes-
mo. E sabe por que eu faço isto? Porque na maioria
das vezes eu sou minha maior inimiga e levanto
as maiores cercas entre mim e o meu sonho. Você
deve ser parecida comigo.
Agora que saí um pouquinho da adolescência,

pensei que isto ia mudar, mas que nada! Continua
51

igual. A gente cresce e continua botando nos outros
a culpa por algumas coisas que não conseguimos
conquistar.
No entanto, se formos bem honestas, olharmos no

espelho com justiça e fizermos uma lista daquelas
que só a gente vai ler; se anotarmos todos os reais
motivos que nos impedem mais de ser felizes que
realizar – e até mesmo estabelecer nossos sonhos
– vamos chegar à conclusão de que somos nossas
maiores sabotadoras. Mas não é só contigo não,
acontece com muita gente, e por isto mesmo temos
que nos proteger de nós mesmas. Alguns vilões são
clássicos e vou apresentá-los para não dizer que
não fui amiga e não contei do que vi no caminho
que já trilhei.
52

Monstro 1 – distração
N
a adolescência nossa cabeça (e
nossas células) estão fervendo, a
milhão e numa agitação só. Para
piorar, nesta geração estamos o
tempo todo com celular conecta-
do, internet em todos os lugares e cada vez menos
com tempo (e saco!) de pensar, parar, diminuir o
ritmo. É o Snapchat com seus vídeos e fotos rápi-
das, é o WhatsApp com sua urgência gritando por
53

nossa atenção – ou nós querendo gritar para o ou-
tro responder logo a mensagem – são os vídeos pi-
pocando na tela, as fotos no Instagram, os posts no
Facebook e ahhhhh!! Pára tudo que eu quero des-
cer!
Ufa! Pois é! Não é uma fase fácil para pensarmos,

mas se não fizermos o esforço, alguém vai pensar e
decidir por nós e não queremos isto, não é mesmo?
Um final de semana sem internet, acampando em
meio à natureza, um retiro espiritual, ou mesmo
algumas horas do dia, talvez uma caminhada sem
nada nem ninguém para te distrair, podem ser boas
ajudas contra a distração, este monstrinho que não
nos deixa pensar na nossa própria vida. Tente, será
ótimo!
54

Monstro 2 – armadilhas da mente
A
h, como nossa cabeça nos prega
peças! Sabia que eu queria mor-
rer quando era mais nova? Eu sei,
eu sei... Muitas garotas querem se
matar na adolescência e eu mes-
ma recebo dezenas de mensagens todos os dias, por
rede social e e-mail de garotas que se cortam, que
dizem que querem se matar, que a vida não faz sen-
tido e nem sonhos têm mais. Isto é horrível e não
55

tem como alcançar sonho se sua vida é um pesade-
lo.
Mas deixa eu contar sobre a minha vontade de mor-

rer porque, talvez, você se identifique. Assim, devo
confessar que não queria me matar, exatamente. É
que a ideia de sangue, machucado, dor... ui! Nada
disso era mesmo comigo. No fundo, nem morrer
eu queria. Hoje eu vejo que o que eu queria mes-
mo era escapulir dos problemas que eu achava que
eram grandes na época, e hoje vejo que eram enor-
mes porque meu tempo de vida – e experiência –
eram pequenos. Entende a comparação?
Quando a gente tem pouco tempo de vida, vamos

dizer uns 13 anos, não passou por muita coisa ain-
da. Daí algo ruim acontece, como o fim de um na-
moro, ou o garoto que gostamos nos dar o maior
fora, nossa amiga nos trair, nossa mãe brigar feio
com a gente, ou se somos xingadas na escola... en-
fim, coisas ruins.
Tudo isto parece horrível, até nos depararmos com

coisas piores: nossos pais perderem o emprego e a
56

casa onde moramos, alguém da família morrer por
causa de uma doença grave. Afinal, o que é o fim
do namoro comparado à morte do pai? O que é ser
xingado na escola comparado com ter que morar
embaixo da ponte? O que é ter uma amiga falsiane
comparado com estar com câncer? Nada! Mas não
sabemos que algo é “menos pior” até que tenhamos
algo realmente ruim.
Então, eu me imaginava deitada no caixão, cheia

de flores, mas sem nenhum arranhão, uma morte
tranquila e indolor, claro. Mas nos meus pensa-
mentos, eu ia ver quem falava bem ou mal de mim,
quem sentia minha falta de verdade, se aquele boy
gato que eu paquerava ia chorar ou se nem ia ficar
sabendo da minha morte. Quanta bobagem. Pois é,
eu era assim, uma boba mesmo, mas nossas boba-
gens são tão nossas, né?! Quando eu não pensava
em morrer, pensava em fugir de casa. Agora mes-
mo é que você deve estar pensando que sou uma
#revolts total, né?! Imagina só: fugir de casa porque
meu pai não deixava eu sair de noite, minha mãe
não deixava eu ficar com os meninos da escola,
57

porque meus pais me controlavam e cuidavam de
mim. Afe, que tonta eu era! E ia morar onde, me
diz? E as contas, a comida, quem ia comprar roupa?
A gente tem cada ideia nesta idade...
Pois é, mas se não cuidarmos dos nossos pensa-

mentos, eles ditam nossas ações e este monstrinho
devora nossos sonhos!
EU ME IMAGINAVA MORTA, NO CAIXÃO E
VENDO QUEM GOSTAVA OU NÃO DE MIM,
QUEM IA CHORAR OU FAZER PIADAS NO
MEU VELÓRIO. #QUEMNUNCA
58

Monstro 3 – casos de família
F
amília nenhuma é perfeita e sem-
pre tem um louco. Se a sua parece
perfeita e você não sabe definir
nenhum louco, talvez o problema
seja você! Brinks, #sqn.
É que alguns dos monstrinhos mais teimosos são

aqueles que lembram para a gente o tempo todo que
não podemos sonhar alto, querer algo bom, porque
viemos de algo muito ruim. Tenho uma amiga que
59

perdeu a mãe quando ainda era pequena e as pesso-
as diziam para as outras meninas que não deveriam
andar com ela, pois quem perde a mãe muito cedo
não dá boa coisa na vida. Olha que absurdo!! Outra
amiga minha nasceu de uma relação complicada.
A mãe dela tinha um caso com um homem casado
que queria, aliás, que a mãe dela abortasse, quando
descobriu a gravidez. A mãe não abortou, mas nun-
ca ligou muito para esta minha amiga, pois parece
que botava a culpa nela de ter perdido o homem
da sua vida. A minha amiga cresceu de lar em lar e
hoje é uma mulher incrível, realizada, estudou em
ótimas universidades e roda o mundo ajudando as
pessoas.
Enfim, um começo simples e humilde não define

seu futuro, sua disposição e vontade de mudar, de
ser melhor do que os que vieram antes de você fo-
ram. Eu mesma sou um caso assim. Não tão drás-
tico, é verdade, mas lembra que eu contei que eu
ficava falando inglês alto no quarto, lendo tudo er-
rado nos livros da biblioteca? Uma vez uma vizinha
chegou em casa e me viu falando daquele jeito, di-
60

zendo que eu ia viajar o mundo e aprender muito.
Sabe o que ela fez? Riu! Sim, riu na minha cara e
ainda debochou para a minha mãe, que sempre me
dava corda na imaginação. Acontece que ela só via
o que estava diante dos olhos:
Uma menina descabelada, pobre, numa ca-

sinha muito simples, filha de uma emprega-
da doméstica e de um trabalhador braçal. Os
dois semianalfabetos, contando os centavos
para dar de comer para os dois filhos peque-
nos que nunca tinham vestido uma roupa
nova na vida, e só sabiam o que era brinque-
do se ganhassem usado de alguém.
O cenário que ela via era este, pouco animador. Mas

o que eu via era diferente. Eu via com o coração
e meus sonhos estavam sempre na minha frente e
os passos até eles só dependiam de mim: estudar,
me preservar, aprender, não andar com más com-
panhias... Meus pais ainda não sabem ler bem ou
escrever direito, mas eu já viajei o mundo entrevis-
tando pessoas simples ou importantes, e agora você
61

está aí lendo o meu livro. Aliás, um dos meus vários
livros publicados. E eles ainda me dão a maior cor-
da na imaginação.
Vale a pena sonhar!
62

DICA
DA
FABI
Uma boa maneira de reparar bem no seu valor é olhar
para a Bíblia. Eu sei que muita gente diz que Deus é
machista, que a Bíblia oprime as mulheres e um tanto
de blá, blá blá sem fim. Isto só mostra que não estudam
as Escrituras e não se esforçam nem um pouco para
ler nas entrelinhas.
Além de termos mulheres muito importantes no Ve-
lho Testamento, como a juíza Débora, que comandou
a nação, a rainha Ester, que mudou a história do povo
e outras tantas exemplo de fé e ligação com Deus como
Raabe, Rute, Sara, Ana... Temos também as atitudes
de Cristo para com as mulheres. Num tempo em que
elas não podiam aprender, ele as aceitou nas rodas de
ensino, fosse na cada de amigos, fosse na rua mesmo.
Foi para uma mulher que primeiro apareceu quando
ressuscitou e o carinho com que as tratou, numa so-
ciedade opressora, deu o recado para a galera daque-
le tempo: “não mexam com minhas meninas, eu fiz e
amo as mulheres!”
Então, florzinha, tome seu lugar no mundo, papel de
destaque!

Para o seu mural
“Quando Deus atua em nós, a vontade, sendo modifi-

cada e docemente inspirada pelo Espírito de Deus, de-
seja e age não por compulsão, mas responsivamente.”
Martinho Lutero, um dos pais da Reforma Protestante.
“Você pode escolher sofrer a dor da mudança, ou a

dor de continuar do jeito que está” Joyce Meyer, escri-
tora cristã.
“Cristo está pronto para nos libertar do pecado, mas

Ele não faz isso contra a nossa vontade.” Ellen White,
escritora cristã.

TEM LIMÃO?
FAÇA
LIMONADA!
B
om, você viu no capítulo anterior
que alguns monstrinhos são da-
nados para atrapalhar nossos so-
nhos e fazer parecer que somos
incapazes de ir além. Uma das
desculpas mais fortes é usar o que aconteceu como
pretexto. É o velho passado querendo roubar a cena
e atrapalhar nosso presente – em todos os sentidos.
A primeira coisa que precisa ficar clara na sua men-

te, menina dos sonhos, é que o seu passado não te
define. Nada de ruim que tenha acontecido até ago-
65

ra pode parar ou impedir todas as coisas boas que
podem acontecer daqui para a frente. Ficou enten-
dido? Se não ficou, repita no espelho até você acre-
ditar nisto do mesmo jeito que acredita que o sol
é quente, que a água molha e que Nutella é uma
delícia.
E para provar para você que nada de ruim ocorrido

antes pode definir o você de depois, vou te contar
algumas histórias, como a de Lizzie Velasquez. Tal-
vez você não a conheça de nome, mas certamente
já viu sua foto na internet, geralmente em sites ou
posts de zoeira atribuindo a ela o título de mulher
mais feia do mundo. Inclusive, se digitar esta úl-
tima frase no Google vai dar de cara com o rosto
magro dela, que nasceu com uma doença genética
desconhecida que a impede de ganhar peso.
Ela tem menos de 30kg e a saúde muito frágil. De-

pois de sofrer muito na infância e na adolescência,
com o bullying dos colegas por causa de sua apa-
rência, Lizzie venceu a depressão, começou a prati-
car o amor próprio e pensar positivo sobre a vida, e
66

usou justamente a sua imagem para uma megacam-
panha ao redor do mundo contra o cyberbullying.
Focada em ajudar as pessoas a recuperar a autoesti-

ma, ela nos mostra que a beleza vai muito além da
aparência, e hoje ela é superfamosa por ajudar os
outros, ganha dinheiro com palestras e já foi entre-
vistada nos principais programas de TV do mundo.
Aparência, aliás, era um problema na vida de Mela-

nie Gaydos, que nasceu com displasia ectodérmica,
um distúrbio que deforma o corpo e fez com ela se
sentisse a mais inadequada das criaturas. Não tinha
amigos na escola, não se sentia bonita nem aceita,
e tentou se matar várias vezes. Pense! Até que um
rapaz se aproximou e ela resolveu dar uma chance.
Ele não só conseguia ver beleza nela, como disse
que muitas pessoas veriam nisto algo exótico, e a
convenceu a fazer umas fotos profissionais. Não
é que o moço estava certo? De garota feia e desa-
jeitada, ela se tornou uma modelo internacional e
também atriz, protagonizando várias campanhas
publicitárias incríveis. Ela juntou toda a força que
67

tinha para se amar mais, se valorizar mais. Afinal,
ninguém mais poderia fazer melhor por ela do que
ela mesma.
Bom, mas se é para falar de passado horrível, talvez

você tenha que se preparar mesmo para a história
de Lauren Kavanaugh, uma moça que hoje tem 20
anos, mas que passou dos 2 aos 8 anos trancada num
armário da sua casa, sendo estuprada pelo padrasto
e surrada pela mãe, que a deixava sem comer, suja
de fezes e urina, e batia nela por pura diversão. Sim,
a mãe não tinha problemas mentais nem nada, só
era muito má mesmo.
Quando a polícia a encontrou, ela tinha um retardo

mental, era muito perturbada e não sabia nem sen-
tar numa cadeira ou segurar um lápis. Lauren tinha
tudo para ser a mais infeliz das criaturas, escolher
morrer ou justificar uma vida de fracassos, não
acha? Mas sabe o que ela fez? Se recuperou, acei-
tou ajuda, estudou, se aperfeiçoou e hoje se prepa-
ra para trabalhar na área de assistência social, aju-
dando crianças que passaram por situações difíceis
68

como a dela. Sabe o que é isto? Vontade de superar,
de fazer diferente, de ser dona da própria vida.
Se você não tem nenhuma doença incurável como

a Lizzie, se sua aparência não é deformada como a
da Melanie, ou se você não ficou 6 anos em cativei-
ro sofrendo horrores como a Lauren, talvez seja o
caso de pensar melhor nas desculpas que tem dado
a você mesma para não realizar os seus sonhos, não
acha?
TODA COISA RUIM TEM UMA LIÇÃO PARA
SER ENSINADA. TALVEZ VOCÊ NÃO GOSTE
AGORA, MAS PODE APROVEITAR ISTO PARA
EVITAR O MESMO ERRO NO FUTURO.
69

COMO VOCÊ OLHA O MUNDO? A MANEIRA COMO ENXERGAR-
MOS AS COISAS É UM HÁBITO, SABIA? TEM GENTE QUE SÓ
VÊ O CÉU CARREGADO DE NUVENS ESCURAS, NÃO IMPORTA
O QUANTO O SOL BRILHE E O CÉU ESTEJA AZUL. HOJE VOCÊ
VAI COMEÇAR UM EXERCÍCIO MUITO IMPORTANTE PARA A
SUA VIDA: PERCEBER E ANOTAR UMA COISA MUITO BOA DE
ALGUÉM OU DE UMA SITUAÇÃO. TODOS OS DIAS VOCÊ VAI
OLHAR PARA ALGO E TIRAR ALGO DE POSITIVO DALI, COMBI-
NADO?
70

Lista das desculpas que uso
para não fazer algo
71

Por que estas desculpas não são
suficientes?
72

CARENTE?
PAPO SÉRIO!
M
uitas meninas são muito caren-
tes e nem sabem direito o por-
quê. Se você não teve seu pai
por perto na infância, é grande
o risco de se apegar facilmente
aos homens que cruzarem seu caminho oferecendo
carinho e proteção, mas pode ser um risco enorme,
ainda mais se você ainda é muito nova, pois ele pode
ser um dominador e nunca deixar você ser quem é,
e aí com medo de perdê-lo você vai obedecer cega-
mente, mesmo sendo infeliz assim.
73

O problema da carência é que ela, muitas vezes,
leva a gente para coisas não tão legais, como namo-
rar muito cedo e com a pessoa errada, e nos achar-
mos inferiores e que, por isso, precisamos aceitar
qualquer um que nos deu uma migalha de atenção,
pois pensamos: “vai que não apareça mais ninguém
que me queira? ”
Sem falar que aumenta o risco de aceitarmos ex-

perimentar drogas, bebidas ou cigarros só para ter
sensações diferentes ou fazer parte do grupo. Daí,
quando nos damos conta, fizemos um monte de
coisa que nos arrependemos, mas vamos ficando
presas na areia movediça, sem conseguir sair.
Se você está assim, peça ajuda já! Não é feio pedir

ajuda, viu?! Estupidez é se esconder no erro tendo a
possibilidade de sair.
Se você não chegou numa situação assim, mas sabe

que isto existe, tenha um pacto com você mesma:
Nunca experimente drogas, nem bebida, nem ci-

garros. Seus amigos de verdade não vão te obrigar
74

a fazer algo que é ruim e, se te obrigarem não são
seus amigos de verdade. Caia fora!
Não transe com o cara só porque ele disse que você

tem que provar algo ou que não vai achar alguém
como ele ou melhor. Bom, diga para o bofe que se
ele te acha tão pouco assim, não é com ele que vai
deixar uma coisa tão preciosa como a virgindade,
mas sim para o cara lindo e maravilhoso que você
vai arrumar para casar. Saia batendo cabelo, des-
filando e dando tchauzinho de miss. Pode chorar
quando chegar em casa, mas daí é choro da vitória!
Quando a gente é criança não liga a mínima para o
que os outros estão falando ou apontando a nosso
respeito. A gente usa umas roupas idiotas só por-
que está com vontade, faz as dancinhas mais ridí-
culas para a mãe filmar e, enquanto todo mundo ri
da nossa cara, nos achando engraçadinhas, estamos
mesmo é nos achando a rainha diva do universo.
Você era assim, só não se lembra mais, porque se
Deus mantivesse as lembranças da infância, a gente
morreria de vergonha.
75

Mas ainda bem que os adultos nos contam algumas
destas coisas depois que crescemos, e tem ainda os
vídeos e fotos para comprovar os micos homéricos.
Só que ao crescer e chegar na adolescência, uma das

primeiras coisas que fazemos é achar nossa turma,
enfrentar e discordar dos pais, como uma forma de
confirmar nossa individualidade. Queremos desco-
brir quem somos de verdade, sem a opinião e o ca-
bresto dos nossos pais e achamos os nossos amigos
os mais legais do mundo. Nesta hora, a maioria de
nós não quer chamar a atenção de jeito nenhum.
Queremos passar despercebidas, não é?!
Para ficarmos camufladas no grupo, na nossa roda

fazemos quase tudo igual: ouvimos as mesmas mú-
sicas, usamos as mesmas roupas, o mesmo corte
e cor de cabelo, curtimos as mesmas pessoas, as-
sistimos os mesmos youtubers e marchamos qua-
se como um exército, afinal, sair muito do pelotão
pode ser uma vergonha, e a gente não quer passar
vergonha, neah?
Só que ao mesmo tempo admiramos pessoas autên-
76

ticas, originais, verdadeiras e diferentes da maioria!
São os artistas, os escritores de livros legais (tipo eu,
né?!), a menina linda da internet que tem o cabelo
diferentão... bom, o diferente é legal, não é?!
Então você não precisa ser uma cópia do seu grupo

para ser legal e aceita. Se todo mundo fuma, seja
a diferentona que não quer fumar. Se tudo mundo
fala palavrão, vá na contramão e mostre que é super
hype ser educada. Se todas as amigas só falam de
homem e querem saber de balada ou de transar a
primeira vez, mostre que tem outra moda no ar, o
tal do “escolhi esperar”.
Vou contar um segredo do futuro: as pessoas tor-

cem o nariz a princípio, mas elas admiram, sabia?!
Elas falam que você é cafona, brega e boba, mas no
fundo admiram sua força de vontade, autenticida-
de e originalidade em sair um pouco do bando e
ser você.
Lembre-se dos seus sonhos e dos monstrinhos que-

rendo bagunçar seus planos!
77

DICA
DA
FABI
Dinheiro é uma das grandes ambições que a gente tem quando
é adolescente. Às vezes dá para trabalhar e ganhar uma grana,
mas outras não, e temos que nos contentar com a graninha que
os pais nos dão de vez em quando. Algumas têm mesada e po-
dem se planejar melhor, ou talvez tenham famílias abonadas e
o dinheiro não é tão difícil, mas com criatividade, cara de pau e
atitude, você pode conseguir o seu próprio dinheirinho.
Você pode vender as coisas que não usa mais em lojas e baza-
res on-line como Enjoei, MercadoLivre ou Ebay. Dá ainda para
fazer uma loja na garagem, juntar as amigas que têm coisas so-
brando que não usam, e fazer um bem-bolado que está super
na moda, com o tal do consumo sustentável. Pode até fotografar
suas peças de um jeito e postar nas redes sociais, oferecendo.
Outra opção que sempre funciona é vender comida. Eu super

caprichava no sanduíche natural e no bolo prestígio e fazia do
intervalo na escola (e até na faculdade) o momento de empre-
endedorismo. Minhas amigas traziam umas gostosuras que as
mães faziam, ou compraram salgados e doces e simplesmente
revendiam. Tudo mundo come e todo adolescente está sempre
varado de fome, ou seja, o mercado é garantido. Bota a vergo-
nha de lado e pense no que vai poder adquirir com o fruto do

seu trabalho.
Trabalho nas férias para ajudar parentes ou amigos, ou amigos

de parentes, também é uma boa. Eu sei que ficar vendo Netflix
o dia todo é uma tentação e por um tempo até cola, mas vamos
combinar que não agrega nada de útil à sua vida. Trabalhar
nas férias (já trabalhei no mercadinho do bairro, no açougue de
uma amiga, e de babá para a vizinha) te dá uma grana extra,
expulsa a chatice de não ter nada para fazer, no caso de viagem
em família não ser uma opção, e ainda dá uma experiência de
como será a vida adulta, mas bem de leve.
Talvez na sua casa não haja esta opção, mas lá em casa já

rolou uma graninha por atividades extras. Tipo: arrumar a
cama, varrer a casa ou lavar a louça eram obrigações diárias,
mas cortar a grama, tirar o entulho do quintal ou ajudar no
jardim poderiam render umas bonificações. Faça aí uma pro-
posta para seus pais e já providencie seu cofrinho.
Use o seu dom! Eu vendia os guardanapos que fazia, depois

vendi as telas e vendia até as roupinhas para bonecas que fa-
zia com a máquina de costura (de brinquedo) que ganhei aos
10 anos. É, contando assim estou parecendo uma turca, né?!
Sabe com é, a ocasião faz o ladrão, ou melhor, a necessidade

faz a atividade. Eu queria comprar meus livros, meus cremes,
minhas coisinhas e dei meus pulos para conseguir o que meus
pais não podiam me dar. Poderia ter ficado amarga, chora-
mingando e enchendo a paciência deles? Poderia, mas tam-
bém poderia criar vergonha na cara e ir atrás, né?! Escolhi a
segunda opção.

REALIZANDO
OS SONHOS
V
amos começar pelo começo e para
isto você precisa saber ao certo
qual o seu sonho (ou sonhos). Na
verdade, durante toda a vida tere-
mos sonhos e metas a atingir. E al-
gumas coisas vão mudando, conforme a experiência,
quando outros vão sendo acrescentados na caminha-
da. É normal que aquele sonho que se tinha aos cinco
anos, pareça tolo e inocente aos 12, e o que traçamos
como meta aos 13 soe infantil aos 18. Tá tudo certo!
A questão a deixar clara na mente é também o trilho.
80

Alguns princípios definidos muito cedo vão ajudar
a dar o norte das suas escolhas, pois assim como
não sabemos o dia de amanhã, não podemos prever
agora todas as oportunidades (e encruzilhadas) que
a vida oferecerá. E quando digo princípios, falo do
começo e básico mesmo, tipo: não roubar! Quando
eu decidi isto muito jovem ainda na minha vida,
morando num bairro com poucas influências boas,
eu via o que o ato de roubar fazia na vida das pes-
soas. E estou falando de roubar bicicleta, televisão,
tênis de marca e estas coisas. Via os ladrões da vila
chegando com as “mercadorias” e oferecendo para
os pais de família da área, muito abaixo do preço.
Bom, uma vez que você compra algo que foi rou-
bado, você estimula o ladrão, entra no trilho do
erro, você vira cúmplice de um crime e seus valores
morais, que já não eram aquela firmeza toda, ficam
ainda mais bagunçados. Uma vez que você os ba-
gunça, o próximo erro parece menos errado.
Então, eu ainda era muito nova quando escolhi

nunca roubar. Isto seria um trilho sobre o qual
81

minhas escolhas seriam feitas em diante. Não rou-
baria na prova da escola – usando respostas e co-
nhecimentos que não eram os meus – não roubaria
nos jogos do recreio, tirando vantagens dos colegas
quando fosse possível, não roubaria no troco na pa-
daria, quando a moça descuidadamente me desse o
dobro de volta e fosse muito tentador pensar “ah, a
culpa foi dela que devia ter prestado mais atenção”.
Claro que daí eu cresci, e eram outras escolhas

como não roubar no relatório da empresa, não
roubar ao pagar impostos (ainda que os ache ab-
surdos!), e por aí vai. Este princípio moral guia e
continuará guiando muitas das minhas decisões e
facilita muito a minha vida, pois eu sei o que fazer
quando chego num dilema.
Uma vez, numa situação profissional a proposta era

não registrar meus ganhos, para que o meu empre-
gador não precisasse pagar os impostos que lhe ca-
biam e assim eu receberia uma quantia a mais, pois
de mim também não seriam recolhidas as devidas
taxas governamentais. Dúvida? Não para quem já
82

tem o princípio claro, definido e exercitado. É que
também tem o fato que, de tanto você praticar de-
terminado princípio, ele vem automático nas deci-
sões da sua vida. Simples assim.
Outro princípio que me ajudou a decidir coisas im-

portantíssimas foi com relação à vida sexual. Vou
confessar que sempre tinha muita vontade e, quan-
do eu tinha uns 12 ou 13 anos me apaixonei por um
menino mais velho da minha rua e ui ui ui, que fo-
garéu que dá no corpo, né?! Em mim também deu.
Acontece que eu vi muito de perto o que o sexo
fora do casamento provoca nas famílias, no emo-
cional das pessoas e como destrói laços e relações
que poderiam ser promissoras. Nesta mesma épo-
ca no Brasil tinha começado a novela global cha-
mada Malhação, que se passava numa academia,
incentivava o culto ao corpo e uma vida um tanto
mais liberal para os jovens. Era o assunto nas nos-
sas rodinhas da escola e as meninas já começam as
primeiras confissões. Acontece que aquele negócio
de transar escondido, se preocupar com gravidez,
doença, a decepção de ser desprezada pelo boy logo
83

depois, a sensação de desprezo por si mesma... ai,
ai, ai.
Para completar a equação, eu sabia o quanto meus

pais prezavam a virgindade, sabia do sonho deles
me verem casando vestida de branco na igreja, o
valor da pureza e tinha sido ensinada desde peque-
na que agradar a Deus valia muito a pena. Bom,
claro que no fundo a decisão era minha, pois quan-
do a gente quer aprontar, pode mãe vigiar, pode
pastor condenar, pode pai surrar... a gente faz bem
o que quer. Mas decidi não fazer sexo antes do ca-
samento e isto me ajudou a focar mais nos estudos,
a escolher os amigos. Se era muito safado, só queria
ficar de conversa fiada ou era besteirento, saía da
minha roda. Ou eu é que saía. Já que queria manter
a pureza, não faria sentido ficar com meninos, sair
beijando um monte de boca, namorar cedo (pois ia
dar uma vontade doida de transar, etc). Por ter este
trilho claramente definido, outros foram se ajustan-
do aos meus parâmetros.
Por que toda esta introdução e até alguma repeti-
84

ção? Para que você pense nisto. Definir logo os seus
princípios e trabalhar se guiando por eles vai te aju-
dar muito nas respostas que procuramos para os
dilemas que nos acompanham nesta fase da vida.
É tipo usar uniforme na escola. Você economiza
muito tempo e energia útil que estaria gastando es-
colhendo a roupa pelo humor, evento, matéria do
dia, briga com a amiga, etc. Como tem que usar
uniforme (às vezes horrendo) já sabemos que não
adianta perder tempo com o look do dia. E você
que não via utilidade no modelito da escola, hein?!
Com os princípios seguimos na mesma vibe. Pen-
se a respeito, planeje como colocá-los em prática e
siga vivendo, cada dia com uma crise a menos.
85

HORA DE AGIR!
C
omo alcançar seus sonhos, che-
gar lá, zerar o jogo, lacrar geral?
Comece definindo o sonho e aqui
vou te dar uma ajudinha. Escreva
aí os três grandes sonhos que você
tem. Desde aquele super mara que talvez demore um
pouco, pois é preciso tempo, idade, dinheiro e tal, até
aquele que depende basicamente de você. No nosso
curso on-line eu defini muitas possibilidades, mas
aqui é sua vez de escrever, deixar bem claro no papel.
Aliás, escreva aqui, mas pode destacar a página para
86

afixar em um lugar onde seus objetivos fiquem bem
visíveis. Uma outra ideia (minha preferida) é colo-
car esta página com essa arte fofa em um quadro, ao
lado da cama ou na mesa, na penteadeira, na porta
do roupeiro, espelho... Tem que ser num lugar que
você olhe todo dia. Bora lá pensar e planejar?
87

Meus sonhos são:
Para alcançá-los eu
preciso começar a
88

ESTUDE MAIS,
ESTUDE PARA
VALER
D
inheiro é uma das grandes am-
bições que a gente tem quando é
adolescente. Às vezes dá para tra-
balhar e ganhar uma grana, mas
outras não, e temos que nos con-
tentar com a graninha que os pais nos dão de vez em
quando. Algumas têm mesada e podem se planejar
melhor, ou talvez tenham famílias abonadas e o di-
nheiro não é tão difícil, mas com criatividade, cara
de pau e atitude, você pode conseguir o seu próprio
dinheirinho.
89

Você pode vender as coisas que não usa mais em lo-
jas e bazares on-line como Enjoei, MercadoLivre ou
Ebay. Dá ainda para fazer uma loja na garagem, jun-
tar as amigas que têm coisas sobrando que não usam,
e fazer um bem-bolado que está super na moda, com
o tal do consumo sustentável. Pode até fotografar
suas peças de um jeito e postar nas redes sociais, ofe-
recendo.
Outra opção que sempre funciona é vender comida.

Eu super caprichava no sanduíche natural e no bolo
prestígio e fazia do intervalo na escola (e até na fa-
culdade) o momento de empreendedorismo. Minhas
amigas traziam umas gostosuras que as mães faziam,
ou compraram salgados e doces e simplesmente re-
vendiam. Todo mundo come e todo adolescente está
sempre varado de fome, ou seja, o mercado é garanti-
do. Bota a vergonha de lado e pense no que vai poder
adquirir com o fruto do seu trabalho.
Trabalho nas férias para ajudar parentes ou amigos,

ou amigos de parentes, também é uma boa. Eu sei
que ficar vendo Netflix o dia todo é uma tentação e
90

por um tempo até cola, mas vamos combinar que não
agrega nada de útil à sua vida. Trabalhar nas férias (já
trabalhei no mercadinho do bairro, no açougue de
uma amiga, e de babá para a vizinha) te dá uma gra-
na extra, expulsa a chatice de não ter nada para fazer,
no caso de viagem em família não ser uma opção, e
ainda dá uma experiência de como será a vida adulta,
mas bem de leve.
Talvez na sua casa não haja esta opção, mas lá em

casa já rolou uma graninha por atividades extras.
Tipo: arrumar a cama, varrer a casa ou lavar a lou-
ça eram obrigações diárias, mas cortar a grama, tirar
o entulho do quintal ou ajudar no jardim poderiam
render umas bonificações. Faça aí uma proposta para
seus pais e já providencie seu cofrinho.
Use o seu dom! Eu vendia os guardanapos que fa-

zia, depois vendi as telas e vendia até as roupinhas
para bonecas que fazia com a máquina de costura (de
brinquedo) que ganhei aos 10 anos. É, contando as-
sim estou parecendo uma turca, né?!
Sabe com é, a ocasião faz o ladrão, ou melhor, a ne-
91

cessidade faz a atividade. Eu queria comprar meus
livros, meus cremes, minhas coisinhas e dei meus
pulos para conseguir o que meus pais não podiam
me dar. Poderia ter ficado amarga, choramingando
e enchendo a paciência deles? Poderia, mas também
poderia criar vergonha na cara e ir atrás, né?! Escolhi
a segunda opção.
92

ROTINA
DE UMA
SONHADORA
DE SUCESSO
V
amos combinar que este negócio
de que a ordem espontaneamen-
te surgiu do caos é meio difícil de
engolir, embora uma teoria acei-
ta por muita gente que não tem
uma explicação melhor para a criação do univer-
so, né?! Tinha caos mesmo, lá no comecinho, mas
daí teve Alguém que chegou, arrumou a bagunça,
criou uma rotina, ciclos que se repetiam, ordenou
as coisas e criou o mundo como conhecemos. Quer
dizer, bem melhor, mas daí tivemos um problemi-
93

nhas no meio do caminho e Ele vai consertar tudo
o que estragamos.
Se isto é verdade para o universo e a criação de

Deus, faz um baita sentido na sua vida daqui para
frente, viu?! Bora lá ordenar este caos aí? É que as-
sim: quando colocamos um pouco de rotina, al-
gumas atitudes pensadas no nosso dia-a-dia, cria-
mos alguns hábitos que depois praticaremos sem
maiores sofrimentos ou dramas. Se não acredita
em mim, vai ler estes livros best-sellers sobre as
grandes pessoas de maior sucesso no mundo. São
vários manuais que basicamente dizem a mesma
coisa: cultive hábitos certos e alcance seus sonhos
com segurança. Só porque sou muito legal, vou fa-
zer um resumão dos hábitos mais básicos que nós
precisamos colocar em prática todos os dias, não só
na adolescência, mas carregar para a vida.
- proatividade: Ser proativo é nativo para

muita gente, mas é algo a ser desenvolvido
naqueles que não têm isto naturalmente.
Isto significa que você vai atrás do que quer
94

e, no lugar de esperar sentada para algo
bom acontecer, você cria as suas próprias
oportunidades. Embora seja muito falado
por aí, parece que no meio dos cristãos esta
super característica é menosprezada, pois
muito acham que “esperar em Deus” é fi-
car o dia todo de braços cruzados esperan-
do um milagre. Ok, milagres existem, mas
muitos deles foram realizados para pessoas
que buscaram a Cristo, muito sucesso acon-
teceu quando as pessoas saíram da sua zona
de conforto e resolveu procurar solução
para seus problemas. Bom, treinar isto no
dia a dia é uma medida fundamental para
se alcançar um sonho.
- avalie-se: Muitas meninas, por insegurança

ou até mesmo por uma ideia vaidosíssima
de si mesma, não querem saber o que tem
de errado em si mesmas. Pode ser que sua
mãe te ache muito relaxada e viva falan-
do isto para você, mas no lugar de parar e
questionar: “será que sou mesmo relaxada
95

demais?”, você pensa: “ah, minha mãe é que
é muito chata, pois é absolutamente normal
largar minhas calcinhas sujas no banheiro,
ou molhadas e penduradas no chuveiro.” Se
for sincera e se avaliar vai descobrir suas
fraquezas e só assim terá a possibilidade
de melhorá-las. Respondona, preguiçosa,
reclamona, relaxada, superficial, excessiva-
mente vaidosa, pouco estudiosa, zero capri-
chosa... o que precisa ser mudado em você?
- escute mais e dê atenção a quem te ama: uma

coisa é certa, ninguém alcança nada sozinha
e é impossível ser feliz assim, na solidão. Es-
tarmos cercadas de gente que nos ama é a
melhor garantia para se chegar mais longe
nos nossos sonhos, mas para isto é preciso
falar menos e escutar mais. Não se trata de
escutar rapidinho para já começar a falar
em seguida, mas em escutar com atenção
para compreender a visão do outro. Isto é o
que mais falta nas discussões familiares, de
namoro, na escola ou mesmo entre amigas.
96

A menina fala, fala, fala.... daí a outra parte
no problema dá sua opinião, é solenemen-
te ignorada e a outra continua falando, sem
chances de compreender o lado do outro.
Sabe aquela história de calçar os sapatos da
outra pessoa, para entender o que ele sente
ao anda por aquele caminho? Então, é isto!
E vale muito nas conversas com pai e mãe,
viu? Tenta!
- cuide da sua saúde: Você é jovem ainda, tem

muita disposição (ou não) e acha que doen-
ças, morte, e problemas de saúde só aconte-
cem com gente velha, caindo aos pedaços, e
que comer bem é comer tudo o que se quer
como se não houvesse amanhã. Tolinha! Vai
se entupindo de lanches fast-food, doces,
refrigerantes e frituras e depois reclama que
não consegue estudar direito, dormir direi-
to, a pele é feia, o cabelo é seboso, a barri-
ga chega antes de você nos compromissos
e seu ânimo, aff, deixa para lá... Pois bem,
pessoas mais realizadas e mais propensas a
97

realizar os seus sonhos cuidam do que colo-
cam para dentro do seu corpo. Você já ou-
viu falar que seu corpo é um templo, certo?
Talvez não tenha dado muita bola para isto,
mas é uma verdade bíblica, inclusive. Para
uma boa clareza mental, tomar boas deci-
sões, enxergar corretamente as coisas e as
emoções, uma alimentação equilibrada é a
base!
- movimente-se: E já que falamos de templo,

de saúde e de alimentação, um outro pon-
to desta mesma fórmula é o exercício físico.
Na minha época de escola, tínhamos que
fazer atividade física pelo menos três vezes
na semana e, embora tivéssemos preguiça,
isto contava para a nota do semestre. Tam-
bém era possível brincar na rua, jogar vôlei
e handball no campinho do bairro e nadar o
rio da vizinhança. Só que a violência é uma
preocupação diária nas grandes cidades e
mesmo nas menores, as famílias parecem
cada vez mais propensas a prender seus fi-
98

lhos dentro de casa e, com internet, televi-
são e videogames mais acessíveis, estamos
todas mais paradas do que nunca. Acontece
que nosso corpo é uma máquina das mais
complexas que quanto mais se movimenta,
melhor fica. E 30 minutinhos por dia para
pular corda, treinar com vídeos do YouTu-
be ou mesmo sair correndo feito uma musa
fitness pelo bairro, todas temos, né?!
- ouça conselhos antes de fazer algo: Nem

adianta vir com aquela frase clássica de que
se conselho fosse bom não se dava, vendia.
Ou ainda a célebre “pedi pizza, não a sua
opinião”. Não mesmo! A Bíblia fala que na
multidão de conselhos há sabedoria, ou
seja, em ouvir várias opiniões, sobretudo de
pessoas mais velhas e mais sábias está uma
boa chance de não cometermos os mesmos
erros que elas. Mais ainda, nos tiram a des-
vantagem da inexperiência. É que quando
somos jovens, adolescentes ainda, nossa vi-
são de mundo é um pouco pequena, já que
99

não vivemos muitas coisas. E às vezes que-
remos fazer algo, grandioso ou não, que vai
nos prejudicar muito na vida. Parar um ins-
tante para ouvir a opinião de duas ou três
pessoas mais sábias e mais experientes é
um uma espécie de seguro contra acidentes,
sabe? Tente mais isto do que choramingar
quando der tudo errado por fazer as coisas
só do seu jeito!
100

DICA
DA
FABI
Deus criou você, sonhou contigo e planejou coisas incríveis
para a sua vida. Mas como Ele sabia que você poderia se dis-
trair por aí e bagunçar um pouco as coisas, ele deixou um es-
pacinho específico na sua mente e no seu coração, para você
preencher com Ele, a chave do seu equilíbrio e felicidade. Está
sentindo que algo falta para sua vida ser boa, já tentou colo-
car de um tudo aí, mas não adiantou? Tenta Deus, seu Cria-
dor...

AGORA É
CONTIGO, VAI E
ARRASA!
I
nvestimos nosso tempo conversando, nos
atualizando sobre as coisas que nos impor-
tam no mundo, mas ninguém pode fazer
nada melhor para você do que você mesma.
Esta é a realidade que muitas de nós não
gostamos de encarar, pois parece tudo grande e di-
fícil para nossos ombros frágeis. Acontece que você
já sabe: você não é nada frágil!
Toda vez que pensar em desistir, em se abandonar

ou que você não vale muita coisa, lembre-se que
você pode estar sendo sabotada por suas próprias
102

emoções. Verifique se não está na TPM e, se estiver,
respire fundo, ouça uma boa música, ore a Deus
e espere passar. Se achar que as coisas não estão
dando muito certo já tem algum tempo, e não tem
mesmo com quem conversar, procure ajuda de ver-
dade. Joga a real para seus pais, procure um aconse-
lhamento ou agende já a terapia. Contudo, dê uma
lida nas anotações (e se ainda não tem o hábito de
anotar a vida, comece já!) para ver se estas ondas
de desânimo estão mesmo mais profundas e fre-
quentes ou se você, como todo mundo, está apenas
vivendo os altos e baixos da vida.
Você tem sonhos, Deus tem sonhos para você e,

embora o mundo pareça difícil e escuro às vezes,
não se apavore nem sofra antes do tempo, ok?! Eu
tinha uma amiga que desistia de um encontro com
um potencial namorado se o boy dissesse que não
gostava de alguma comida que ela gostava. A lógi-
ca? Na cabeça doida dela era assim:
“Ele não gosta de cebola, e eu amo cebola, meus pais

também. Vamos nos casar, ter filhos e ele vai odiar a
103

minha comida com cebola, vai criticar a minha mãe,
vou defender meus pais, vamos brigar mais ainda,
gritaremos um com o outro, ele vai ficar bravo, me
agredir, nosso filho verá a cena e ficará transtornado.
Nos separaremos de forma litigiosa, meu filho nunca
vai se recuperar, começará a usar drogas, beber, vai
pegar AIDS na rua, morrerá infectado e eu acabarei
sozinha e doente num asilo qualquer. Logo, não vou
me encontrar com ele.”
Sim, ela é louca! Ela e você, se é do tipo que sofre

antecipado, cria episódios e temporadas inteiras na
sua cabeça, como se fosse roteirista de série norte
-americana. Ser prevenida e sábia é uma coisa, ou-
tra é criar um monte de minhocas e achar que sua
cabeça é mesmo terra fértil para elas se procriarem.
Ora bolas, se ainda é solteira ou está namorando,
vai deixar de aceitar uma boa promoção, uma bolsa
de estudos para outra cidade, estado ou país só por-
que sonha em ter uma família, cuidar dos próprios
filhos em casa e não decepcionar o marido? Fala
sério! Você nem tem o filho ainda para decidir. De
fato, nem o marido, nem o namorado. Então, agar-
104

re as oportunidades que te aparecem e, se não apa-
recerem, corra atrás delas para ser muito melhor do
que é hoje, para ser um sonho de mulher para você
mesma.
Ah, uma última dica de amiga: preste muita aten-

ção às paixões! É que o coração sacode de um lado
para o outro, agita nosso corpo e tira o cérebro do
lugar. Daí algumas não conseguem pensar direito
e se esquecem dos melhores critérios para se esco-
lher um bom companheiro para a vida. Não tem a
ver com dinheiro nem com aparência, muito me-
nos em popularidade nas redes sociais. Olhe para
o caráter, a vontade de estudar e trabalhar, o jeito
como lida com os pais e se tem temor a Deus. Estes
atributos são sementes férteis que a vida dará conta
de fazer crescer e prosperar. Combinado?
Agora é viver um dia de cada vez e, se por acaso

cair, levantar e continuar a jornada em busca dos
seus sonhos. Não importa se vai rápido ou devagar,
o importante é continuar.
Sonhe, menina!
105

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Preparação de texto: Fabiana Bertotti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

1. Adolescentes (Meninas) - Atitudes

Índices para catálogo sistemático:

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17 Por que escolhi meninas?

20 Potencial de influência na vida

26 Vulnerabilidade social e cultural

34 Frustração quando não sabe sonhar

40 Descubra sua vocação e habilidades

51 Inimigos dos seus sonhos

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73 Carente? Papo sério!

89 Estude mais, estude para valer

93 Rotina de uma sonhadora de sucesso

102 Agora é contigo, vai e arrasa!

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(Mãe, pai...eu estou escrevendo o prefácio de um livro

Quando fui convidada para escrever o prefácio deste

Acabei topando o desafio e, para ser sincera, não tive

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Assim que finalizei a leitura, pensei: “Uau! Como eu

Eu sempre me dava desculpas para não realizar meus

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Quando eu pensei que este livro não poderia ser mais

Eu passei muitos anos me sentindo insegu-

Hoje eu penso: Desde quando isso é um problema? Não

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Sabe, depois de um tempo eu aprendi que quem faz a

Meu conselho? Aproveite a vista!

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Se der uma rápida olhada no

Não que o sonho de padaria, quentinho, com

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Acontece que entre as definições tem aquela que

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Existem também aquelas coisas que matam sonhos

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Bom, para você que sonha, que se alimenta de so-

Se você pode sonhar, você pode fazer!

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Lembrei-me de cada sonho que despertava o riso

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Meu quarto, de cimento queimado e pintado de

Ali dormiam meu tio, que tinha vindo da Bahia

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Então, não me leve a mal, este livro, o curso, tudo é

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A mulher é talentosa com as pa-

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TE ACHO ESTA COCA-COLA TODA, TEMOS

QUE CONVERSAR SOBRE O VALOR QUE

VOCÊ MESMO SE DÁ, NÉ?! POIS BEM NES-

TA IDADE, NA ADOLESCÊNCIA, É QUANDO

MENOS NOS AMAMOS, MENOS NOS VALORI-

ZAMOS. E É SOBRE ISTO QUE PRECISAMOS

marido, depois vamos ter filhos: podemos gerar

Também vamos influenciar esta nova

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