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Apostila Completa

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Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, para fins
não comerciais, desde que citada a fonte e que licenciem as novas criações sob termos idênticos.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da Universidade


Federal de Viçosa – Campus Viçosa

Pinto, Tainá Rodrigues Gomide Souza, 1982-


P659e Educação financeira para empreendedores populares
2021 [recurso eletrônico] : apostila completa / Tainá Rodrigues
Gomide Souza Pinto, Simone Martins [e] Fernanda Maria
de Almeida ; coordenador Marcelo José Braga -- Viçosa,
MG : IPPDS, UFV, 2021.
1 livro eletrônico ([121 p.]) : il. color.

Disponível em: http://www.mds.gov.br/ead/


ISBN 978-85-66148-17-6

1. Educação financeira. 2. Empreendedorismo. I. Martins,


Simone, 1969-. II. Almeida, Fernanda Maria de, 1984-. III.
Braga, Marcelo José, 1969-. IV. Brasil. Ministério da
Cidadania. V. Universidade Federal de Viçosa. Instituto de
Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável. III. Título.

CDD 22. ed. 332.024

Bibliotecária responsável: Alice Regina Pinto Pires CRB6 2523


Sumário
CARTA AO CURSISTA 6
APRESENTAÇÃO DO CURSO 7
MÓDULO 1 10
Conceitos iniciais da Educação Financeira 11
O que é Educação Financeira? 12
Quais são os fundamentos da Educação Financeira? 12
Aplicabilidade da Educação Financeira pelos empreendedores. 15
Conhecendo a Joana 16
A importância da educação financeira na vida da Joana 18
Resumindo 21
Que tal praticar um pouco? 22
Mensagem de conclusão do Módulo 1 23
Referências 24

MÓDULO 2 25
Apresentação do Módulo 2 26
O Plano Progredir 28
Os Parceiros do Plano Progredir 31
Empreendedorismo e Empreendedorismo Popular 33
Contribuições do Plano Progredir para o início do empreendimento 37
Resumindo! 41
Contribuições do Plano Progredir para o início do empreendimento de Joana 43
Mensagem de conclusão do Módulo 2 45
Referências 46

MÓDULO 3 47
Apresentação do Módulo 3 48
Planejamento Financeiro Para os Empreendedores 50
Controle Financeiro 62
Gasto e consumo 66
Resumindo 72
Mensagem de conclusão do Módulo 3 73
Referências 74
MÓDULO 4 75
Apresentação do Módulo 4 76
O Hábito de Poupar 85
Investimentos 87
3.1. O que é investimento? 87
Como investir? 92
Mensagem de conclusão do Módulo 4 95
Referências 96

MÓDULO 5 97
Apresentação do Módulo 5 98
Conceito de Microcrédito 99
5.2 Objetivo do Microcrédito 100
5.3 Quando utilizar um microcrédito 100
5.4 Como obter microcrédito 100
5.5 Uso consciente do microcrédito 101
Resumindo 104
Atividades de Fixação 105
Mensagem de conclusão do Módulo 5 106

MÓDULO 6 107
Apresentação do Módulo 6 108
Quais as diferenças entre Microempreendedor e MEI? 109
Quais as vantagens de ser MEI? 110
Como se formalizar como MEI? 112
Como o MEI pode acessar serviços financeiros? 115
Resumindo 117
Mensagem de conclusão do Módulo 6 118
Referências 119
Significado dos Ícones da
Apostila
Para facilitar seu estudo e a compreensão imediata do conteúdo apresentado, ao longo de
todas as apostilas, irá encontrar algumas figuras como as indicadas abaixo. Elas têm o objetivo de
chamar a sua atenção para determinados trechos do conteúdo, com uma função específica, como
apresentamos a seguir.

Texto-destaque: são definições, conceitos ou afirmações importantes às quais


deve estar atento.

SAIBA MAIS! Se você quiser complementar ou aprofundar o conteúdo apresentado


na apostila, tem a opção de links na internet, onde é possível acessar vídeos, sites
ou artigos relacionados ao tema.

5
Carta ao cursista
Olá, Cursista!!

Seja bem-vindo ao curso de Educação Financeira para Empreendedores Populares!

É um prazer ter você conosco para tratar de um tema fundamental: Educação Financeira!

Este curso é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva do Ministério
da Cidadania (SEISP/MC) do Governo Federal. Através do Plano Progredir, implementa ações
de incentivo ao empreendedorismo, qualifica o profissional e facilita o acesso ao mercado de
trabalho em todo o país.

Este curso foi preparado para você receber todo conteúdo necessário para avançar em seus
empreendimentos, podendo gerar emprego e renda. Utilize os conteúdos deste curso para o
seu crescimento pessoal e profissional.

A educação financeira é necessária para todas as pessoas e para as empresas. Saber como
lidar com o dinheiro lhe ajuda a planejar o futuro. Esse assunto foi incluído na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), o que significa que o tema foi considerado matéria fundamental e
deve fazer parte da grade curricular das escolas do ensino fundamental e médio em nosso país.

Para você que está inscrito no Cadastro Único e encontrou no Plano Progredir a oportunidade
de empreender, este curso se torna necessário. Você terá a oportunidade de aprender a
organizar as suas finanças, criando possibilidades de se desenvolver profissionalmente.

Bom curso!

Ministério da Cidadania

6
Apresentação do Curso
No curso de Educação Financeira para Empreendedores Populares teremos noções de
economia e finanças. Vamos também falar de dinheiro e de como o Plano Progredir poderá
ajudar você a empreender.

Falar de dinheiro nem sempre é fácil e confortável, principalmente quando o dinheiro


aparenta ser um obstáculo para conquistar a felicidade. Não tratar desse assunto é, “de fato”,
um impeditivo para a realização dos sonhos. Precisamos estar prontos para falar de dinheiro e
saber utilizá-lo. Para isso, é preciso entender como vivemos, como nos comportamos, quais são
os hábitos e habilidades, o perfil de consumidor, o perfil de investidor, os sonhos e objetivos.
Nos conhecendo melhor seremos capazes de nos organizarmos para que os objetivos sejam
alcançados.

Acredite, não importa o quanto você ganha ou o que você faz para ganhar dinheiro. Você e
todos nós nascemos com capacidade de aprender e de empreender.

Com os ensinamentos deste curso, somados à determinação e organização, e contando


com o apoio da rede de parceiros do Plano Progredir, você será capaz de realizar o que deseja.

Este curso lhe proporcionará conhecimentos necessários para que você possa entender
sobre finanças. Assim, poderá planejar o futuro e colocar em prática o empreendimento com
mais segurança.

Neste curso falamos dos comportamentos, buscando conhecer os caminhos para que o
dinheiro possa ser uma solução para os problemas e para o alcance dos objetivos.

Independente da idade, formação e profissão, a educação financeira gera benefícios. A


partir dos conhecimentos adquiridos, você poderá controlar os ganhos, planejar os gastos,
definir as metas e objetivos, podendo descobrir em você capacidades que lhe auxiliem a tomar
decisões mais acertadas.

Não tenha dúvidas de que quanto mais cedo você se conectar ao tema de educação
financeira, mais condições terá de alcançar os objetivos.

Este curso é uma das ações do Plano Progredir e visa contribuir para que as pessoas inscritas
no Cadastro Único encontrem uma nova fonte de renda. É um passo para o desenvolvimento
econômico mais justo, contribuindo para a diminuição da desigualdade social.

Neste curso, os temas serão apresentados em 6 (seis) módulos e para cada um deles foram
elaboradas apostilas.

Este documento é a primeira das 6 (seis) apostilas que devem ser lidas nesta sequência:

7
Apostila Módulo 1: Conceitos Iniciais sobre Educação
Financeira
Apostila Módulo 2: Plano Progredir
Apostila Módulo 3: Planejamento e Controle Financeiro
Apostila Módulo 4: Endividamento
Apostila Módulo 5: Microcrédito
Apostila Módulo 6: MEI e Microempreendedor

As apostilas são didáticas e foram preparadas com linguagem simples, possibilitando um


estudo autônomo e independente.

Atenção! O conteúdo das apostilas deve ser associado aos outros materiais
deste curso (vídeos de apresentação, aulas narradas, exercícios de fixação,
jogos interativos e podcasts) para que você obtenha um bom resultado no
seu estudo.

Nesta primeira apostila, iniciamos o curso com a compreensão dos conceitos básicos
da educação financeira, entendendo o seu significado, fundamentos e benefícios. Iremos
apresentar a aplicabilidade da educação financeira pelos empreendedores.

No segundo módulo, conheceremos o Plano Progredir, que é uma iniciativa do Governo


Federal. Teremos a oportunidade de compreender como o Plano funciona, quais são os
seus objetivos e ações, quais são os parceiros e como essa iniciativa pode auxiliar o início do
empreendimento.

No terceiro módulo, abordaremos especificamente o planejamento e o controle financeiro,


explicando a importância desses temas para os empreendimentos e a forma mais operacional
de colocar essas ferramentas em prática. Serão disponibilizados documentos para que você
possa realizar planejamento e controle financeiro durante o curso. Teremos espaço para
discutir temas importantes, como: concepção de dinheiro e suas variações ao longo do tempo
(juros, inflação e noções de cálculos financeiros); concepção de gastos; despesas; custos;
investimentos em negócios; e consumo.

No quarto módulo, abordaremos o tema endividamento, apresentando seu significado, o


entendimento do valor de juros e a importância do hábito de poupar. Também apresentaremos
os conceitos de investimento financeiro e formas de investir.

No quinto módulo módulo, trataremos do conceito de microcrédito e suas funções. Você


aprenderá quando utilizar o microcrédito e como obtê-lo.

Por fim, no nosso sexto e último módulo, conheceremos um pouco sobre


Microempreendedor Individual (MEI) e microempreendedores, entendendo o que são e as
diferenças entre essas duas modalidades.

8
Em cada uma das apostilas dos seis módulos que compõem este curso, você encontrará
atividades para fixar e praticar o conteúdo estudado. Também, terá acesso a uma breve
retomada do conteúdo, por meio do tópico “RESUMINDO”.

Você também encontrará sinalizado em cada apostila ou disponibilizado no Portal Virtual


do curso, exercícios ou jogos interativos, ambos para fixação do conteúdo. Após realizar a
leitura atenta de todos os tópicos apresentados, faça os exercícios propostos em cada unidade.

Neste curso, você também terá a oportunidade de conhecer a história da Joana, uma
mulher jovem e viúva, beneficiária do Programa Bolsa Família, que decidiu empreender e
buscou apoio da rede de parceiros do Plano Progredir. Esse é um caso de sucesso que poderá
inspirar e lhe auxiliará a compreender os temas abordados nas aulas. A Joana dará várias dicas
ao longo do curso.

Este curso foi previsto para ser realizado com carga horária total de 16 horas.

Para lhe ajudar a ter sucesso nos estudos, foi preparado um GUIA DE ESTUDOS que, assim
como o vídeo de apresentação, poderá ser acessado no Portal do curso.

Bons estudos e boa leitura!

9
Módulo 1
CONCEITOS INICIAIS DE
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Capítulo

1
Conceitos iniciais da
Educação Financeira
Como você sabe, educação financeira é um tema importante para o nosso sucesso pessoal
e profissional. Mas, o que é educação financeira? Quais são os seus fundamentos? Como ela se
aplica a um empreendimento?

Estas são as perguntas que responderemos neste módulo 1. Antes, refletiremos sobre
algumas questões que demonstram o comportamento e a relação dos brasileiros com dinheiro.

Você sabia que 67% dos brasileiros


não tem o hábito de poupar?1

Você sabia que 66,5% dos


brasileiros estão endividados?2

Você sabia que 2 em cada 10


brasileiros são vítimas de fraudes?3

Estes percentuais indicam que os brasileiros têm dificuldades para administrar o próprio
dinheiro. Isso acontece por falta de acesso aos conhecimentos que serão disponibilizados para
você neste curso.

Parabéns por buscar conhecer sobre finanças! A matrícula neste curso irá ajudá-lo a tomar
decisões que sejam boas para você, para a família e para o seu negócio. Os conhecimentos
adquiridos lhe auxiliarão a progredir.

Então, vamos compreender e aprender mais sobre educação financeira para que possamos
fazer melhores escolhas?

1
G1 Globo (2019): https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/26/67percent-dos-brasileiros-nao-conseguem-
poupar-dinheiro-aponta-pesquisa.ghtml Dados de 2019.
2
CNC (2021): http://www.cnc.org.br/editorias/economia/noticias/numero-de-brasileiros-endividados-em-2020-foi-o-
maior-em-11-anos.

³ Valor Investe (2019): https://valorinveste.globo.com/produtos/servicos-financeiros/noticia/2019/12/04/2-emcada-


10-brasileiros-foram-vitimas-de-fraudes-no-ultimo-ano.ghtmle R7 (2019): https://noticias.r7.com/economia/
dois-em-dez-consumidores-sofreram-fraude-financeira-no-ultimo-ano-28112019.

11
O que é Educação Financeira?

A educação financeira é importante para melhorar a vida das pessoas e para garantir o
sucesso dos negócios. É, portanto, essencial para o desenvolvimento econômico de um país.

Existe uma instituição que se chama Organização para Cooperação e Desenvolvimento


Econômico (OCDE), que foi fundada para estimular o progresso econômico mundial. A OCDE
publicou um documento com recomendações para os países da América Latina e Caribe sobre
a conscientização financeira e sobre a importância de adoção de boas práticas. Em 2005, a
OCDE definiu educação financeira, como sendo:

O processo pelo qual consumidores/investidores financeiros


aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos
financeiros. Por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento
objetivo, ela desenvolve as habilidades e a confiança para as pessoas
se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras,
a fazerem escolhas informadas, a saberem onde buscar ajuda, e
a tomarem outras medidas efetivas para melhoria do bem estar
financeiro. (OCDE, 2005)

Com este conceito da OCDE, é possível perceber que a Educação Financeira é a preparação
das pessoas para percorrerem os caminhos que as levam a realizar os seus sonhos de forma
mais segura. A preparação das pessoas é possibilitada por meio do acesso a conhecimentos,
tanto sobre si mesmos quanto sobre gestão de negócios. Conhecimentos que nos tornam
mais confiantes e nos encorajam a melhorar o bem-estar financeiro, como por meio dos
empreendimentos.

A educação financeira é, portanto, importante para:

• A proteção;
• Evitar caídas em armadilhas;
• Tomar decisões mais informadas e acertadas;
• Organizar o negócio; e
• Fazer o empreendimento prosperar.

Neste curso trataremos de alguns fundamentos que qualquer pessoa possa colocar em
prática. Assim, sendo possível a organização da vida financeira pessoal ou do empreendimento.

Quais são os fundamentos da Educação Financeira?

Algumas coisas são fundamentais quando se fala em educação financeira. Você irá se
surpreender ao perceber que muitas delas você já sabe ou já coloca em prática.

A educação financeira tem relação direta com o comportamento das pessoas e, por isso,
interessa a todos. Para ter sucesso com um empreendimento, é muito importante que os
gestores (no caso os empreendedores) tenham bons comportamentos a serem aplicados nos
negócios.

Mas, quais seriam estes comportamentos? Eles estão relacionados com os fundamentos da
educação financeira. Vamos entendê-los!

12
Separamos aqui cinco fundamentos que julgamos essenciais para tratar neste curso. Veja
na Figura 1 a seguir:

Planejar Controlar

Poupar
Sonhar

Investir
Figura 1: Fundamentos de Educação Financeira

Neste Módulo, faremos uma breve apresentação destes fundamentos. Nos demais,
aprofundaremos o conhecimento sobre eles e os colocaremos em prática.

13
Sonhar pode ter muitos significados, mas, neste curso, consideramos
como a capacidade que todos nós temos de desejar que algo
importante se realize. Vamos tratar o seu sonho como o negócio que
deseja criar ou fazer prosperar.

Planejar é a elaboração de um plano para transformar o sonho ou


uma ideia em realidade. É um plano que será executado para fazer o
seu negócio acontecer, é colocar em prática uma importante
ferramenta administrativa e é a preparação para alcançar um objetivo.

Controlar é outra função fundamental de administração. Significa ser


vigilante para fazer com que tudo dê certo ou para corrigir os erros que
possam ocorrer. Manter o controle dos gastos é fundamental para o
negócio ser um sucesso.

Poupar é economizar, é gastar o suficiente e guardar uma parte para


realizar mais sonhos ou para fazer com que seu objetivo possa ser
ainda maior. Poupar é um hábito. Planejar, organizar e controlar são
técnicas para poupar dinheiro. São fundamentais, porque ajudam a
manter o negócio no caminho certo.

Investir é a capacidade de utilizar, de forma inteligente, a parcela do


dinheiro que conseguiu economizar para gerar benefícios para você.
Investir é uma forma de não perder dinheiro e, mais do que isso, é
uma maneira de fazer com que o dinheiro trabalhe para você, agindo
a seu favor.

Você irá conhecer ou melhorar seu conhecimento sobre esses fundamentos ao longo do
curso. Tenha certeza de que todos eles serão úteis para tomar decisões mais conscientes, seja
na condição de consumidor ou na de empreendedor.

Ah! Também irá perceber o quanto é necessário separar as finanças pessoais das finanças
do seu empreendimento. Isso é fundamental para o seu negócio prosperar.

Agora que já conhece os fundamentos que serão trabalhados ao longo deste curso, que tal
conversarmos um pouco sobre como eles se aplicam a um empreendimento?

14
Aplicabilidade da Educação Financeira pelos empreendedores.

Os conhecimentos sobre educação financeira são fundamentais e úteis para uma boa
gestão dos empreendimentos.

Sabia que o tema Educação Financeira é tão importante


que faz parte de uma Estratégia Nacional?

É isso mesmo. Foram instituídos no Brasil a Estratégia


Nacional de Educação Financeira (ENEF) e o Fórum Brasileiro
de Educação Financeira (FBEF) com a finalidade de promover
a educação financeira, securitária (de seus seguros de vida,
saúde, etc), previdenciária e fiscal, o que contribui para ampliar
os conhecimentos sobre o tema e para que consumidores e
empreendedores possam tomar decisões mais acertadas.

É fundamental que os empreendedores tenham as noções básicas que serão tratadas


neste curso antes de fazer o seu negócio crescer.

As ferramentas de administração que foram apresentadas anteriormente (nos


fundamentos da educação financeira) são imprescindíveis para controlar as despesas do seu
empreendimento e consumir de forma consciente, cortar gastos, poupar, investir, multiplicar
os ganhos, permanecer e crescer no mundo dos negócios.

Mais do que ferramentas, você irá perceber que a educação financeira está relacionada
com o seu comportamento, tornando-se um hábito. Se você ainda não tem o hábito de aplicar
os conceitos da educação financeira no seu dia a dia, não se preocupe, você poderá adquiri-lo.

Agora que você já sabe o quanto o curso de


Educação Financeira é importante para auxiliar
os empreendimentos, vamos te apresentar a
Joana, uma empreendedora popular.

Veja a seguir:

15
Capítulo

2
Conhecendo a Joana

A Joana é uma mulher de 32 anos. Ela tem dois filhos, Carlos e José. O Carlos tem 8 anos e
o José 10. Os dois estudam numa escola pública bem próxima da casa alugada por Joana, na
Zona Leste na cidade onde vivem.

Joana trabalhava fazendo faxina para algumas famílias, que pagavam o valor justo pelo seu
trabalho. Antes de encerrar o serviço, ela sempre preparava um bolo para o café das famílias.
Joana é muito querida por todos e famosa por preparar bolos maravilhosos.

Nos últimos 12 meses, depois que a Joana ficou viúva, as pessoas que a contratavam para
as faxinas passaram a comprar os deliciosos bolos que ela preparava.

A Joana está inscrita no Cadastro Único e é beneficiária do Bolsa Família. Para manter a
casa e os filhos, contava apenas com esse benefício do governo, com o dinheiro das faxinas e
dos bolos. O marido não pagava previdência e ela não teve direito a uma pensão.

Com dois filhos ainda crianças, a situação de Joana não estava nada fácil, pois precisava
pagar aluguel, água, luz, gás, alimentação e gastos pessoais básicos de toda a família.

Joana tem muita gratidão por toda ajuda que recebeu das famílias que a contratavam para
as faxinas e do governo, mas ela estava enfrentando dificuldades e não conseguia mais manter
a qualidade de vida que desejava.

Foi diante desta dificuldade que Joana decidiu empreender. Ela pensou:

16
Se todos que compram meus bolos
gostam e pagam bem por eles, por
que não fazer para vender para
mais clientes?”

Foi então que a Joana resolveu empreender produzindo bolos. O problema é que ela não
tinha dinheiro suficiente para comprar batedeira, nem os tabuleiros e nem os equipamentos
básicos para confeitar. Ela tinha apenas um pouco de dinheiro que guardou na poupança
para uma situação de emergência, mas era uma quantia suficiente apenas para comprar os
ingredientes para os bolos.

Ela ficou preocupada porque sabia que algumas despesas da casa iriam aumentar, como
por exemplo, o gás e a água. Estava preocupada também porque tinha pouco conhecimento
sobre negócios e formas de crédito para um empreendedor com o perfil dela. Além disso,
ela tinha muito medo de se endividar. Joana sentiu a necessidade de contar com alguma
ajuda para começar. Ela sabia que teria apoio dos amigos, mas isso não parecia suficiente. Foi
quando ela soube da possibilidade de se cadastrar na plataforma do Plano Progredir, o Portal
Progredir. Então, teve a oportunidade de se qualificar e mudar de vida.

A Joana irá nos contar, ao longo desse curso, como foi sua experiência no uso do Portal
Progredir e como fez seu negócio funcionar. Assim, ela irá nos ajudar a compreender ainda
melhor cada conteúdo que iremos abordar neste curso.

No tópico seguinte você saberá um pouco mais sobre o quanto a educação financeira foi
importante na vida da Joana.

17
Capítulo

3
A importância da
educação financeira na
vida da Joana
Quando Joana decidiu empreender tinha o sonho de dar uma vida melhor para a sua
família, dar mais segurança, além do desejo de mostrar ao mundo seu talento como boleira.
Estes foram os motores que deram coragem para ela seguir e empreender.

Joana começou a se organizar para dar início ao seu empreendimento, ela ficou muito
insegura. Percebeu que não tinha nenhuma informação sobre negócios e questões financeiras.

As despesas da sua casa estavam aumentando e sem nenhuma sobra mensal (o total das
despesas era igual ao total que Joana recebia com as faxinas, vendas de bolo e benefício do
Programa Bolsa Família). Ela sabia que precisaria de ajuda para transformar o seu desejo e
necessidade de empreender em realidade.

Joana estava disposta a buscar informações e aprender o que fosse necessário para
empreender. Tinha um pouco de medo, porque alguns amigos tentaram e não conseguiram
administrar os recursos de forma correta. Uns ficaram endividados, outros foram vítimas de
fraude. Joana queria manter o sonho, mas sabia que era necessário dar passos mais seguros,
evitando ficar nas mãos de pessoas de má fé ou de não conseguir administrar o negócio.

Conversando com amigos, a primeira informação que Joana recebeu foi sobre a
possibilidade de conseguir um microcrédito. Mas, ninguém sabia explicar direito como fazer
para conseguir ou quais seriam as condições na contratação de um.

Os amigos estavam muito dispostos a ajudá-la. Percebendo a insegurança da Joana e a


necessidade dela de iniciar o negócio para conseguir cuidar da sua família com dignidade,
eles ofereceram alguns equipamentos que tinham em casa para que ela pudesse começar.
Um amigo, o Matias, emprestou uma batedeira muito potente. Já, a amiga Ana, emprestou
um liquidificador. Eles disponibilizaram o que tinham para que ela pudesse ter um ponto de
partida. Assim, Joana poderia começar a empreender sem se endividar e se o negócio desse
certo, ela pegaria o microcrédito!

18
A Joana ficou muito grata com o apoio que recebeu dos amigos e ficou ainda mais
animada a empreender. Apesar de continuar muito insegura, ela não se intimidou, pois tinha
formas de começar e estava determinada a melhorar a qualidade de vida da sua família.

Ao iniciar, Joana começou a pensar o negócio a partir do ponto de vista de uma possível
clientela. Depois, em todo o processo de produção de bolo. Ela se deu conta de que estava
diante de uma série de desafios para planejar o negócio e para produzir os seus bolos.

Para a produção dos bolos, o fogão da Joana já era velho e estava com defeitos. Na sua
cozinha faltava espaço para deixar as massas descansarem, antes de confeitar. Ela também
não possuía tabuleiros suficientes e nenhum acessório que pudesse ser usado para confeitar.
Joana costumava fazer uma cobertura de limão ou de chocolate, mas sabia que precisava
aprender novas técnicas de cobertura para ter sucesso com o seu negócio. Ah! Precisava
fazer uma pesquisa de mercado para saber se realmente a sua ideia era boa. Joana sabia que
somente os elogios das famílias que a contratavam não seriam suficientes para confirmar que
estava no caminho certo.

Parecia impossível para Joana começar um negócio, já que tudo exigiria dinheiro e tempo,
e isso ela não tinha no momento. Entretanto, não desistiu e seguiu em frente confiante com a
ajuda que recebeu dos amigos. Joana sabia que, para colocar em prática a produção de bolos,
teria que conhecer mais sobre a sua clientela e sobre negócios. Afinal, estava entrando para
um mundo que não conhecia.

Como Joana é beneficiária do Bolsa Família, um dia recebeu informações sobre o Portal
Progredir e se interessou em conhecer mais sobre essa ação. Percebeu que era uma rede
de parceiros que está à disposição de todas as pessoas inscritas no Cadastro Único e, então,
buscou compreender como cada parceiro poderia lhe ajudar.

Vamos lhe contar um pouco mais sobre isso no Módulo 2. Por enquanto, o importante é
dizer que o primeiro apoio da Joana foi buscar na rede de parceiros a sua qualificação.

Dentre as ações de qualificação, a Joana realizou o curso de Educação Financeira para


Empreendedores Populares. Ela queria entender: como lidar com dinheiro; quando e se
deveria pegar crédito; até quanto poderia se endividar; como evitar ser vítima de pessoas de
má fé; além de aprender a organizar o seu negócio e fazer com que ele funcionasse. Ela tomou
coragem, se inscreveu e foi em busca de conhecimentos que trouxeram muitos benefícios
para o seu negócio e para a sua vida.

Com o curso, Joana entendeu que educação financeira é importante para a todas as
pessoas, pois permite fazer uma análise de comportamentos, hábitos e colocar todo o
conhecimento em prática para realizar sonhos. Entendeu como lidar com dinheiro para
empreender, aprendeu algumas técnicas para conhecer a sua clientela, para saber se a ideia
de vender bolos realmente seria um bom negócio.

Nos próximos Módulos, vamos contar para você de maneira mais detalhada o que Joana
aprendeu e como ela aplicou os conhecimentos na realização do seu negócio. Nesse momento,
vamos apresentar de maneira geral alguns pontos que Joana destacou quando nos contou
sobre a importância da educação financeira para o sucesso de seu empreendimento.

Segundo Joana, ter recebido apoio da rede de parceiros do Plano Progredir foi essencial
para iniciar o seu negócio de forma correta. Aguardou o momento certo para começar e
buscou conhecimento para ter controle do dinheiro e de todo o seu negócio. Fez uma pesquisa

19
para saber se teria uma clientela e iniciou o seu negócio na própria cozinha, sem se endividar,
cuidando de separar as receitas (vendas) e despesas do negócio das receitas e despesas de sua
casa (pessoais).

Como resultado, em menos de um ano o seu negócio prosperou. Ah! Ela também
conseguiu recompensar os amigos que emprestaram equipamentos para iniciar o negócio.
Eles não queriam receber nada, mas ela fez questão de pagar o valor justo por cada
equipamento e de demonstrar toda a gratidão pela ajuda recebida.

Hoje, 5 anos após Joana começar um negócio informalmente, já é uma


microempreendedora e pensa em crescer mais. Ela continua a realizar cursos da rede de
parceiros do Plano Progredir para melhorar o seu negócio.

Ao perguntarmos para Joana o que destacaria como apoio recebido da Rede de Parceiros,
nos contou que o mais importante foi permitir que tivesse segurança e confiança para
empreender e lhe dar as condições essenciais, como o conhecimento adquirido.

Disse, também, que hoje conhece bem o seu negócio. E, para avançar, foi fundamental não
misturar as finanças pessoais com as do seu empreendimento.

Ao longo deste curso vamos conhecer mais detalhes desta história da Joana. Mas, já
podemos registrar que o seu sucesso foi devido à sua persistência e disposição para aprender.
Joana também adquiriu o hábito de poupar, mantendo o controle do seu negócio com
planejamento e organização.

20
Resumindo
Este módulo teve como objetivo apresentar a proposta do curso de Educação Financeira
para Empreendedores Populares. Um curso de apenas 16 (dezesseis) horas totais, com
conteúdo importante para você que é ou pretende ser um empreendedor popular.

Com os conceitos iniciais, foi possível perceber que falar de dinheiro é necessário para todas
as pessoas que desejam tornar um sonho ou necessidade em oportunidades de negócio. Para
isso, é fundamental manter um bom controle sobre o dinheiro, manter hábitos de consumo
consciente e não misturar as despesas pessoais com as despesas do seu empreendimento.
Você percebeu que os conhecimentos sobre questões financeiras são fundamentais para a sua
vida e já sabe que isso está relacionado com seu comportamento e atitude.

A história de Joana nos ajudou a entender a importância da educação financeira para


realizarmos sonhos. Joana é um exemplo de que todos têm condições de empreender e de
transformar seus sonhos em realidade. As ações disponibilizadas pela rede de parceiros do
Plano Progredir foram essenciais para Joana alcançar o sucesso com o seu negócio.

Para empreender, é possível contar com o apoio da Rede de Parceiros do Plano Progredir
e com ações que auxiliam você a tomar as decisões mais acertadas. Conheça melhor o Plano
Progredir no módulo 2.

Parabéns!

Está quase concluindo o Módulo 1.

Agora já sabe qual é a proposta do curso de


Educação Financeira para Empreendedores
Populares e conhece um pouco da história de
Joana

Não se esqueça de fazer o Exercício de Fixação


1 e ler a Mensagem Final para concluir.

21
Que tal praticar um pouco?
Vamos fazer uma revisão dos conceitos
iniciais sobre Educação Financeira para
Empreendedores Populares?

Começaremos por uma palavra cruzada. Procure no quadro abaixo as palavras que
correspondem aos fundamentos de Educação Financeira que serão abordados neste curso.

Sonhar, Planejar, Controlar, Poupar, Investir

Como informado no “Guia de Estudos”, está disponível no Portal Progredir um Exercício


de Fixação para este Módulo 1.

Não deixe de fazer o Exercício de Fixação 1 antes de seguir para o próximo módulo.

22
Mensagem de conclusão
do Módulo 1
Parabéns! Você chegou ao final desta apostila e com isso concluiu o Módulo 1 do curso de
Educação Financeira para Empreendedores Populares.

Foi um prazer acompanhá-lo até aqui.

Saiba que, o empreendedor popular, tem grande importância em nossa economia e,


portanto, receba os nossos agradecimentos!

Caso tenha ficado alguma dúvida, após assistir a aula narrada e realizar os exercícios de
fixação, não se preocupe, volte e leia esta apostila novamente.

Temos certeza de que, após uma nova leitura, você se sentirá seguro para continuar.

E se você chegou até aqui, assistiu a aula narrada, realizou os exercícios e não teve dúvidas,
é hora de seguir e aprofundar os seus conhecimentos sobre o Plano Progredir que está
disponível no Módulo 2.

Como você percebeu com a história de Joana, a Rede de Parceiros do Plano Progredir tem
muito a oferecer. As ações que estão disponibilizadas poderão lhe ajudar a administrar o seu
negócio para que seja um empreendimento de sucesso.

Lembre-se de ler o Guia de Estudos antes de iniciar o Módulo 2. Ele foi preparado para lhe
ajudar a ter sucesso na realização deste curso.

Até o módulo 2!

23
Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: janeiro de 2021.

BRASIL. DECRETO Nº 9.160, de 26 de setembro de 2017. Institui o Plano Progredir. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9160.htm. Acesso
em: janeiro de 2021.

OCDE/CVM - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico/ Comissão de


Valores Monetários. Recomendação sobre os Princípios e as Boas Práticas de Educação
e Conscientização Financeira. 2005. Disponível em: https://www.oecd.org/daf/fin/
financialeducation/[PT]%20Recomenda%C3%A7%C3%A3o%20Princ%C3%ADpios%20
de%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Financeira%202005%20.pdf. Acesso em: janeiro de 2021.

CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Releases. 2019. Disponível em: https://
site.cndl.org.br/em-cada-dez-brasileiros-sete-nao-conseguiram-poupar-dinheiro-em-
agostorevela-indicador-cndlspc-brasil/. Acesso em: fevereiro de 2021.

CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Notícias.


Disponível em: http://www.cnc.org.br/editorias/economia/noticias/numero-de-brasileiros-
endividadosem-2020-foi-o-maior-em-11-anos. Acesso em: fevereiro de 2021.

R7 - Notícias. Economia. Disponível em: https://noticias.r7.com/economia/dois-em-


dezconsumidores-sofreram-fraude-financeira-no-ultimo-ano-28112019. Acesso em: fevereiro
de 2021.

24
Módulo 2
PLANO PROGREDIR
Apresentação do Módulo
2
Olá!

Você está no mercado de trabalho? Está procurando emprego? Está interessado em estudar
e se qualificar? Tem um negócio em andamento? Tem uma ideia de negócio que pretende
colocar em prática? Se respondeu sim para qualquer uma destas perguntas, fique muito
atento a todo o conteúdo desta Unidade, pois o Plano Progredir pode lhe ajudar a alcançar o
que está buscando.

Neste Módulo, vamos conhecer melhor o Plano Progredir, saber de seus objetivos, alcance
e as formas como poderá utilizar dele para melhorar os seus conhecimentos, fortalecer
seu empreendimento ou para ingressar no mercado de trabalho. Também terá acesso a
informações sobre os parceiros que fazem parte do Plano Progredir.

Como já enfatizado, o Plano Progredir é uma iniciativa do Governo Federal, lançado em


2017 pelo Ministério da Cidadania, para beneficiar as pessoas inscritas no Cadastro Único em
todo o país.

Ainda que já conheça o Plano e já se encontre inscrito no Portal Progredir, esta unidade
é importante, pois mostra diversas ações pelas quais poderá se beneficiar ou poderá orientar
alguém do grupo familiar ou convívio que deseja empreender. Além disso, compreenderá o
significado de empreender e perceberá como o Plano Progredir poderá auxiliar o início do seu
empreendimento.

Este Módulo será apresentado da seguinte forma: primeiramente, trataremos do objetivo,


funcionamento, ações estruturantes, requisitos e parceiros do Plano Progredir. Em seguida,
considerando que o Plano é voltado para empreendedores populares, falaremos um pouco
do significado de empreender. Seguindo, abordaremos o empreendedorismo popular,
contemplando significados e a importância para o país. Fecharemos a unidade destacando as
formas como o Plano Progredir pode auxiliar o início de um empreendimento popular.

De forma resumida, veja na Figura abaixo o que irá encontrar neste módulo.

Como o Plano
O Plano Os Parceiros do Empreendedorismo Progredir pode
Progredir Progredir Popular auxiliar você a
empreender

Figura 1: Programa do Módulo 2.

Este Módulo tem duração de apenas 1 hora. Não se esqueça de ler o Guia de Estudos que

26
foi preparado para lhe auxiliar a aproveitar da melhor maneira o tempo dedicado à unidade.
Encontrará o Guia na Plataforma Virtual do Curso. Acesse e receba as nossas sugestões para
realizar as atividades do Módulo 2.

Lembre-se que para este módulo, além dos conteúdos disponibilizados nesta apostila,
deverá assistir a aula narrada e realizar os exercícios de fixação.

Com os exercícios de fixação terá a oportunidade de verificar se está preparado para seguir
em frente. Assim, orientamos que sejam resolvidos nos momentos indicados ao longo da
apostila ou após a sua leitura.

Já, para a aula narrada, nossa orientação é que seja assistida antes de continuar a leitura
desta apostila. Se ainda não assistiu, tudo bem, basta voltar e acessá-la no Portal.

Desejamos sucesso na realização deste Módulo 2 e em todo o curso de Educação Financeira


para Empreendedores Populares!

Boa leitura!

27
Capítulo

1
O Plano Progredir
O Plano Progredir é um plano de ações, uma iniciativa do Governo Federal, coordenada
pela Secretaria Nacional de Inclusão Social e Produtiva (SEISP) do Ministério da Cidadania.
Por meio do Plano, que reúne um conjunto de ações com o apoio de diversos parceiros, o
Governo Federal busca a geração de emprego e renda. O Governo Federal também busca
com o Plano fortalecer as ações de inclusão social e as ações produtivas, possibilitando que as
famílias adquiram autonomia financeira.

Isso mesmo! O plano é uma oportunidade para mudar a sua vida!

Para isso, o Plano Progredir reúne diferentes ações. Podemos citar: proporcionar qualificação
profissional; facilitar a inserção no mercado de trabalho; e, possibilitar acesso ao microcrédito
(caso seja algo necessário).

Este curso de Educação Financeira para Empreendedores Populares é uma das iniciativas
disponibilizadas no Portal do Plano Progredir. No portal EAD do Ministério da Cidadania você
irá encontrar um curso sobre como navegar no Portal Progredir.

Saiba Mais! No portal EAD do Ministério da Cidadania está disponível o


Curso de Navegação do Portal Progredir.

QUAIS SÃO AS AÇÕES DO PLANO PROGREDIR?

As ações do Plano Progredir estão agrupadas em três eixos estruturantes. Com elas,
o Governo Federal busca promover autonomia e independência socioeconômica para a
população. Estes três eixos de ações são:

• Apoio ao empreendedorismo;
• Intermediação para quem busca inserção no mercado de trabalho;
• Qualificação profissional.

28
Vamos compreender cada um dos EIXOS DE AÇÕES.

a) Apoio ao Empreendedorismo – além dos cursos de


qualificação para as pessoas que já possuem um negócio ou
que desejam empreender, são disponibilizadas assistências
técnicas e ações de inclusão financeira, como, por exemplo, a
facilitação do acesso ao microcrédito produtivo orientado.

Sabia que mais de 600 mil brasileiros já tiveram acesso a


esta forma de obtenção de crédito?

O valor disponibilizado já soma aproximadamente 2 milhões


de reais.

b) Intermediação para quem busca inserção no mercado


de trabalho – além de cursos profissionalizantes, poderá
cadastrar o seu currículo (utilizando uma ferramenta digital
disponível no Portal Progredir), para que as empresas parceiras
do governo possam acessá-lo na expectativa de contratá-lo.
Assim, por meio do Portal, poderá criar o seu currículo e
consultar as vagas de emprego disponibilizadas.

Sabia que mais de 68 mil empregos já foram gerados desta


forma?

Atualmente, são mais de 14 mil postos de emprego oferecidos


em plataformas online.

c) Qualificação profissional - é voltada para quem deseja


se especializar em algum assunto, com intenção de fazer parte
do mercado de trabalho. É voltada também para pessoas que
buscam empreender ou já são empreendedores e necessitam
adquirir conhecimentos e desenvolver técnicas para fortalecer
e dar sustentabilidade ao seu negócio.

Sabia que mais de 83 mil pessoas inscritas no Cadastro Único


já foram contempladas com os cursos, presencial ou à
distância?

Os cursos de qualificação profissional são muito importantes,


pois colaboram para fortalecer as capacidades individuais.

Em cada um dos eixos apresentados são disponibilizadas várias ações que podem ser
compreendidas como oportunidades para gerar emprego ou melhorar a sua renda.

Saiba Mais! Acesse o Portal Progredir para ter acesso a lista de ações
ofertadas.

29
Lembre-se!

As diversas ações são disponibilizadas em todo o território nacional pelo


Plano Progredir.

QUEM PODE SE BENEFICIAR DAS AÇÕES DO PLANO PROGREDIR?

Qualquer pessoa inscrita no Cadastro Único poderá ter acesso às ações do Plano Progredir.
As ações se destinam a profissionais das mais diversas áreas, não importando o nível de
escolaridade.

COMO É EXECUTADO O PLANO PROGREDIR?

O Plano Progredir é executado por meio de uma plataforma digital, o Portal Progredir. O
acesso é restrito aos usuários do Cadastro Único. Por meio desse Portal, o governo aproxima
as empresas privadas das pessoas que desejam voltar ou serem inseridas no mercado de
trabalho. Também são oferecidas ações de apoio às pessoas inscritas no Cadastro Único e que
desejam empreender.

É isso mesmo que você


entendeu! O Progredir
funciona como uma
rede, que aproxima,
conecta pessoas,
empresas e o governo
para juntos promover
o desenvolvimento
econômico no país.

O Plano Progredir, ao apoiar a promoção de condições dignas de geração de renda,


demonstra o seu comprometimento com a justiça social nacional e mundial. O Plano é,
portanto, uma demonstração de comprometimento do nosso país com a pauta mundial
de justiça social. É uma das maneiras de colaborar para o alcance dos objetivos voltados ao
desenvolvimento sustentável.

Agora que você já conhece melhor o Programa


Progredir, vamos conhecer os parceiros do
Plano. São Muitos. Veja a seguir.

30
Capítulo

2
Os Parceiros do Plano
Progredir
O Plano Progredir conta com uma rede de parceiros que estão comprometidos com a
geração de emprego e renda em nosso país, de forma mais justa. Nessa rede, o Ministério da
Cidadania funciona como uma ponte que possibilita a aproximação entre as pessoas em busca
de novas oportunidades, com os parceiros que oferecem vagas de emprego, qualificação ou
disponibilizam microcréditos.

QUAIS SÃO OS PARCEIROS DO PLANO PROGREDIR?

Os parceiros do Plano Progredir são órgãos ou entidades de direito público e privado


e empresas privadas. Eles se cadastraram para fazer parte de uma rede de colaboradores
apoiadores do Plano Progredir.

A Rede de parceiros conta com a participação não apenas de empresas, mas também de
prefeituras e suas secretarias de governo municipal; de governos estaduais e suas secretarias
de governo estadual; das universidades e dos institutos federais; dos equipamentos da
assistência social (como o CRAS e o CREAS), da educação e da saúde; Sistema S (Sebrae, Senac,
Senai, Sesi); instituições financeiras parceiras do Progredir; entre outros.

Chamamos de“Rede de Parceiros”, porque estão todos unidos para lhe ajudar a progredir. São
muitos os parceiros que fazem parte desta rede de apoiadores ao Plano. Todos desempenham
papel fundamental, pois são eles que viabilizam as oportunidades de qualificação, emprego e
crédito, disponibilizadas no Portal Progredir.

Saiba mais!Acesse o Portal Progredir para obter a relação dos parceiros do


Plano Progredir.

Quais são os Objetivos da Rede de Parceiros do Plano Progredir?

A rede de parceiros tem como objetivo proporcionar a todas as pessoas inscritas no


Cadastro Único oportunidades de qualificação profissional, emprego e acesso ao microcrédito.
Ou seja, a rede de parceiros está comprometida com os objetivos do Plano Progredir.

31
ATENÇÃO!

As ofertas de oportunidades (qualificação e emprego) deverão ser realizadas


pelos parceiros do Plano Progredir de forma gratuita. Eles não poderão
exigir nenhum tipo de compromisso de contrapartida para as pessoas que
se beneficiarão das oportunidades.

Que tal uma pausa para praticar um pouco?

Vamos ver como está a sua memória e se já compreendeu bem os propósitos do Plano
Progredir.

Como informado no “Guia de Estudos”, estão disponíveis no Portal Progredir Exercícios


de Fixação, para que possa testar os seus conhecimentos.

Façamos uma pausa, volte no Portal Virtual do curso e acesse o Exercício de Fixação 2, sobre
o Plano Progredir e a rede de Parceiros. Fazer o exercício é importante para fixar o conteúdo e
para avançar neste curso.

Agora que já conhece melhor os parceiros do


Plano Progredir e já fez o Exercício de Fixação
2, vamos seguir e conversarmos um pouco
sobre o Empreendedorismo Popular?

Veja a seguir.

32
Capítulo

3
Empreendedorismo e
Empreendedorismo
Popular
Empreender não é um privilégio de poucas pessoas, todos nós podemos fazê-lo.
Empreender é a capacidade que o ser humano tem de identificar problemas ou desafios e
desenvolver soluções para resolvê-los ou superá-los, investindo recursos para criar algo
positivo para si próprio, para a sua família e para a sociedade. Os problemas ou desafios são
percebidos pelo empreendedor como oportunidades para que ele possa criar algo que seja
novo e que tenha valor para ele e para outras pessoas.

MAS, O QUE É EMPREENDEDORISMO?

Empreendedorismo é uma qualidade humana, uma característica de quase todas as


pessoas. É quando a pessoa transforma o sonho ou o desejo em uma ação nova. Isto é, a pessoa
que é empreendedora transforma uma ideia em ação, um sonho em realidade.

A pessoa empreendedora tem a coragem de colocar as suas ideias em prática e está


disposta a assumir riscos calculados para ter recompensas futuras.

EXEMPLO:

A Joana, numa situação de dificuldades,


decidiu colocar a sua ideia de produzir
bolos em prática. Com as vendas dos
bolos, ela melhorou a qualidade de vida
da sua família, além de contribuir para que
as pessoas pudessem comprar bolos de
qualidade e com preço justo.

33
O que você acha?

VOCÊ É UM EMPREENDEDOR?

Nós sabemos que sim e, por isso, está realizando este curso de Educação Financeira para
Empreendedores Populares. Assim, está buscando iniciar ou melhorar a gestão do seu negócio.

O empreendedor acredita no seu sonho e tem um propósito com ele. Também, porque já
teve a coragem de colocar a sua ideia em prática. É um empreendedor, porque está buscando
o apoio dos parceiros do Plano Progredir para fortalecer ou iniciar um negócio visando ter
sucesso com ele.

O empreendedor não nasce sabendo.


Por isso, é preciso se qualificar, buscando
mais conhecimentos como estes,
proporcionados pelo curso Educação
Financeira para Empreendedores
Populares.

No Plano Progredir existe um conjunto de ações para apoiar o empreendedorismo popular


e, assim, contribuir para a inclusão produtiva. Já iremos lhe apresentar as ações de apoio. Antes
disso, apenas vamos entender um pouco melhor o que é empreendedorismo popular.

O QUE É EMPREENDEDORISMO POPULAR?

Primeiramente, vamos entender o que significa ser popular. Ser popular é fazer parte da
massa comum, fazer parte de um povo.

O empreendedorismo popular é quando uma pessoa do povo, uma pessoa comum tem
a iniciativa de criar um negócio e utiliza os seus recursos para transformar a sua realidade,
melhorando assim, o ambiente social e econômico onde vive.

Muitas vezes o negócio se inicia a partir de uma dificuldade, como a perda de um emprego;
ou de necessidades, como complementar a renda em momentos de crise. Normalmente, surge
quando o empreendedor consegue visualizar oportunidades ao seu redor.

34
Se lembra da Joana que apresentamos no Módulo 1?

Foi no momento de dificuldade que ela percebeu que teria a oportunidade de


empreender produzindo e vendendo os seus deliciosos bolos.

Isto significa que o empreendedorismo é algo que todos podem alcançar.

O empreendedorismo popular está crescendo bastante, inclusive como alternativa ao


emprego formal e tem grande importância para o desenvolvimento do país. É muito relevante
para a economia do Brasil.

Segundo informações do SEBRAE Nacional, em 2019, os pequenos negócios foram


responsáveis por 72% da geração formal de emprego e renda. Nesse contexto, o
empreendedorismo popular é uma alternativa para dar autonomia às pessoas inscritas no
Cadastro Único.

QUAIS SÃO AS AÇÕES DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO POPULAR?

Para garantir sucesso com o seu empreendimento, é preciso organizar e planejar


o seu negócio. Além disso, é fundamental ter os recursos necessário para iniciar o seu
empreendimento.

Sabia que no Brasil a maioria das empresas fecham entre 2 e 5 anos de


atividade?

Pensando nisso, a rede de parceiros do Plano Progredir disponibiliza cursos de Educação


financeira, para que o empreendedor popular possa agir de forma consciente e iniciar um
negócio correndo menos riscos, utilizando os seus próprios recursos, de forma planejada e
orientada.

35
Atenção! Se você necessita iniciar um negócio e para isso precisa
financiar materiais ou equipamentos, saiba que os parceiros do Progredir
disponibilizam o microcrédito produtivo orientado, que se “bem orientado”,
pode ser bom para o seu negócio.

Todas as ações do Plano Progredir foram pensadas para ajudar quem está buscando
informações e recursos para começar a empreender ou melhorar o empreendimento. Tudo
isso para possibilitar a sua inclusão produtiva.

O QUE É INCLUSÃO PRODUTIVA?

A “inclusão produtiva” é a inserção de pessoas no mundo do trabalho. É primordial para


melhorar a economia do país e para diminuir a situação de vulnerabilidade econômica, como
é o caso das pessoas que se encontram inscritas no Programa Bolsa Família. Por isso, ela faz
parte de um dos objetivos do Plano Progredir.

Com este objetivo, os parceiros do Plano buscam disponibilizar oportunidades para ampliar
a parcela de renda familiar total, de maneira que as gerações futuras tenham mais qualidade
de vida. As principais ações de inclusão produtiva podem ser encontradas na lista de ações de
apoio ao empreendedorismo. Dentre elas, podemos citar os cursos de qualificação e a oferta
de microcrédito produtivo orientado.

Saiba Mais! Acesse o Portal Progredir para obter a lista das ações de apoio ao
empreendedorismo.

O QUE É MICROCRÉDITO PRODUTIVO ORIENTADO?

O microcrédito produtivo orientado é um tipo de financiamento disponibilizado para a


população inscrita no Cadastro Único. Ele deve ser utilizado em atividades empreendedoras.

As atividades empreendedoras podem ser de produção (quando é buscado transformar


uma matéria prima em produto); comercial (quando o produto comprado é o mesmo a ser
vendido); ou prestação de serviços (quando o negócio depende das próprias habilidades do
empreendedor).

ATENÇÃO!

O microcrédito produtivo orientado somente poderá ser utilizado na


atividade produtiva e é ofertado pela rede de parceiros do Plano Progredir,
por aqueles que são operadores de crédito, como os bancos.

Olá! A esta altura acreditamos que já consiga se


ver como um empreendedor popular. Vamos
então compreender como o Plano Progredir
poderá auxiliar o início de um Empreendimento.

Continue que está indo muito bem

36
Capítulo

4
Contribuições do Plano
Progredir para o início do
empreendimento
Como já sabe, as ações do Plano Progredir são orientadas para promover a autonomia da
população de baixa renda e, para isso, são organizadas em três eixos:

• Apoio ao empreendedorismo;
• Intermediação para quem busca inserção no mercado de trabalho;
• Qualificação profissional.

Quanto às ações de apoio ao empreendedorismo, estas são destinadas a todas as pessoas


inscritas no Cadastro Único e cadastradas no Portal Progredir. Estas são as pessoas que já
possuem um negócio e buscam o seu fortalecimento ou as pessoas que desejam iniciar um
negócio.

QUE TIPO DE NEGÓCIO PODERÁ SER APOIADO PELA REDE DE PARCEIROS DO


PLANO PROGREDIR?

O Plano Progredir conta com uma rede de parceiros que estão dispostos a apoiar
empreendimentos populares, sejam eles formais ou informais. O empreendimento pode ser
voltado para industrialização, comercialização ou mesmo para a prestação de serviços.

No módulo 6 deste curso de Educação Financeira para Empreendedores Populares, terá


a oportunidade de conhecer os benefícios da formalização de um negócio. Terá acesso às
possibilidades de formalizar o seu negócio como Microempreendedor Individual (MEI) ou
como Microempreendedor. Assim, caso já tenha um negócio informal e deseja formalizá-lo,
não perca esta oportunidade.

37
COMO O PORTAL PROGREDIR FUNCIONA PARA APOIAR O EMPREENDEDOR
POPULAR?

O Portal Progredir funciona como um canal de contato e de apoio a todas as pessoas inscritas
no Cadastro Único que estão buscando ampliar os seus conhecimentos ou empreender. O
Portal é importante por possibilitar a aproximação entre o poder público, as empresas e a
população que busca apoio em torno de um interesse comum: de promover emprego e renda
e contribuir para o desenvolvimento econômico no país.

Quem já é um empreendedor popular ou que deseja empreender, ao acessar o Portal


Progredir poderá indicar o seu interesse e fazer a opção entre:

• Opção 1
“Quero ser Empreendedor”
(para quem deseja iniciar um negócio)

• Opção 2
“Já sou empreendedor”
(para quem busca o fortalecimento do seu negócio)

Saiba Mais! Acesse o Portal Progredir para acessar a opção de seu interesse
e receber todas as informações sobre as ações para quem deseja ser
empreendedor e para quem já está empreendendo.

Após marcar e acessar a opção desejada, deverá preencher um questionário e autorizar o


governo (Ministério da Cidadania) a enviar os seus dados aos parceiros da rede.

COMO O PLANO PROGREDIR PODE AUXILIAR O INÍCIO DE UM


EMPREENDIMENTO?

Ao se cadastrar no Portal Progredir, todas as pessoas inscritas no Cadastro Único já estarão


diante de oportunidades que podem mudar a sua vida. O Plano Progredir poderá auxiliar das
seguintes formas:

• Acesso a cursos para ajudar você a administrar o seu negócio;


• Acesso ao microcrédito produtivo orientado.

Vamos conversar um pouco sobre cada um destes apoios.

38
No início de um empreendimento, muitas vezes o que temos é uma “boa ideia” que parece
inovadora. No entanto, não dispomos de informações suficientes para transformá-la em um
bom negócio.

Precisamos nos perguntar: o que é preciso saber para começar um negócio? Para que
possa tomar as decisões mais acertadas e melhor empreender o seu negócio, é preciso falar
de dinheiro, juros, planejamento, controle, técnicas de negócio, processos de produção,
endividamento e outros temas importantes.

Pensando nisso, a rede de parceiros do Plano Progredir oferece cursos que tratam de todos
os temas necessários, para poder tirar as suas dúvidas sobre o seu negócio, para empreender
com mais segurança. Estes cursos são gratuitos e têm potencial para colaborar para que tenha
sucesso com o seu empreendimento.

Saiba Mais! Acesse o Portal Progredir para obter a lista de cursos


disponibilizados.

A outra maneira disponibilizada no Portal Progredir para auxiliar os inícios de atividades


empreendedoras é a oferta de microcrédito produtivo orientado. A liberação do microcrédito
está condicionada ao preenchimento de um formulário e, com sua autorização, o Ministério
da Cidadania irá apresentar suas informações para os parceiros operadores de microcrédito.

Lembre-se: O microcrédito é disponibilizado pela rede de parceiros (bancos


e instituições financeiras) e NÃO pelo governo.

São os parceiros da rede do Plano Progredir que irão avaliar o seu perfil e estabelecer
contato. Eles irão definir se irão ou não conceder o microcrédito e o valor a ser disponibilizado.
Esse valor não poderá ultrapassar o máximo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN).

Lembre-se: A negociação para a disponibilização do microcrédito é entre


VOCÊ e o PARCEIRO do Plano Progredir, operador de microcrédito.

O microcrédito é uma forma de financiamento a ser paga no futuro, com base nas
condições estabelecidas com o operador de microcrédito. É primordial que tenha clareza
sobre as condições estabelecidas e a sua capacidade de pagamento. Também, é preciso estar
ciente de que todas as pessoas que buscam empreender estão dispostas a correr riscos de o
negócio dar certo ou não.

Este curso de Educação Financeira foi preparado para lhe ajudar a tomar a decisão certa
sobre a necessidade e o momento de contratação do microcrédito. É preciso estar sempre
atento.

39
ATENÇÃO!

O governo não incentiva você a fazer empréstimos ou financiamento,


(como é o caso do microcrédito produtivo orientado) e nem oferta recursos
financeiros. Assim, o Cadastro Único, o Bolsa Família e o Progredir não
concedem empréstimo e nem financiamento.

As ofertas de microcréditos para o empreendedor popular são de


responsabilidade dos operadores de microcrédito da rede de parceiros do
Plano Progredir.

40
Resumindo!
• O objetivo do governo com o Plano Progredir é promover a autonomia das famílias,
com geração de emprego e renda.

• Por meio das ações dos parceiros do Plano Progredir, é possível que as pessoas se
preparem para entrar no mercado de trabalho, para empreender ou para fortalecer o
seu empreendimento.

• Com as ações de qualificação, são proporcionados conhecimentos que favorecem a


inclusão financeira e no mercado financeiro.

• Os conhecimentos adquiridos nas ações de qualificação profissional são úteis


para preparar as pessoas para controlar melhor os seus recursos e seu patrimônio,
planejar seu futuro e tomar as melhores decisões. São úteis para que elas conheçam
o valor do seu trabalho, colaborando, assim, para o seu crescimento profissional e
desenvolvimento econômico do país.

• Fazem parte da rede de parceiros do Plano Progredir, as instituições públicas ou


empresas privadas que desejam colaborar para a geração de emprego e renda.

• As instituições parceiras não poderão cobrar qualquer valor das pessoas para oferecer
oportunidades a elas e nem poderão exigir qualquer tipo de compromisso.

• Você é livre para identificar e utilizar as ações que entenda como oportunidades para
melhorar a sua vida.

• A lista de parceiros do Plano Progredir está aberta para permitir que mais empresas e
instituições públicas possam fazer parte da rede de parceiros e aumentar as opções de
ações.

• O Plano Progredir dispõe de um conjunto de ações orientadas a apoiar o


Empreendedorismo Popular.

• O Empreendedorismo Popular é a capacidade humana de identificar oportunidades


nas diversas situações, inclusive nas dificuldades. Permite transformar o pensamento
em ação, gerando algo novo que seja capaz de influenciar o ambiente em que o
indivíduo está inserido.

• Para estimular a população inscrita no Cadastro Único a empreender, os parceiros do


Plano Progredir disponibilizam o Microcrédito Produtivo Orientado como forma de
promover a inclusão produtiva.

• O Microcrédito Produtivo Orientado é uma forma de financiamento do empreendimento


(industrialização, comercialização ou prestação de serviços) e não pode ser utilizado
para realizar pagamento de despesas pessoais dos empreendedores populares.

41
• A inclusão produtiva busca melhorar a situação econômica das famílias que precisam
aumentar a sua renda, de maneira que as futuras gerações não tenham que conviver
com a situação de pobreza.

• Apoiar o Empreendedorismo Popular é um importante eixo de ações disponibilizado


pelo Plano Progredir.

• Por meio do Portal Progredir, todas as pessoas inseridas no Cadastro Único têm a
oportunidade de se conectar com parceiros dispostos a lhes auxiliar no fortalecimento
do seu negócio ou no início de um empreendimento.

• São disponibilizados pelos parceiros da Rede do Plano Progredir, cursos como


educação financeira, empreendedorismo e inclusão digital, dentre outros. Também há
a possibilidade de contratação de microcréditos, cuja análise e decisão fica a cargo dos
parceiros operadores de crédito.

Parabéns!

Você está quase finalizando a Apostila do


Módulo 2.

Que tal conhecer um pouco mais a história de


Joana e saber como o Plano a ajudou.

42
Capítulo

5
Contribuições do Plano
Progredir para o início
do empreendimento de
Joana
Você já conhece a Joana e sabe que, depois que ela ficou viúva, passou a conviver com
muitas dificuldades, inclusive para garantir alimentação, pagar as contas de sua casa e da sua
família. O dinheiro que a Joana recebia das faxinas, somado ao que estava recebendo como
beneficiária do Programa Bolsa Família, já não eram suficientes para garantir o pagamento do
aluguel e o sustento de suas duas crianças.

Como também já sabe, toda a situação de dificuldade não impediu Joana de sonhar. Todos
os dias ela olhava para os seus filhos e pensava no quanto era importante fazer alguma coisa
para complementar a renda de sua família e deixar de viver em situação de pobreza.

Diante dessa situação de dificuldade, Joana resolveu agir. Foi quando ela teve a ideia de
aproveitar as suas habilidades para iniciar um negócio: produzir e vender bolos de qualidade
por preço justo.

Ela poderia ter pensado em outras soluções, mas escolheu a opção onde poderia ter mais
sucesso, afinal, todos já elogiavam os seus bolos e ela sabia que teria condições de vender. Ah!
Lembra? As próprias famílias que contratavam a Joana para as faxinas já estavam comprando
os bolos. Isso já era um bom sinal!

Mas, somente a ideia não é suficiente para começar um negócio. Um negócio exige saber
produzir, comprar, vender, poupar, negociar, planejar, dentre outras coisas. Joana sabia que
precisava compreender o mundo dos negócios para iniciar o seu empreendimento popular.

Como Joana é inscrita no Cadastro Único, um dia recebeu informações sobre o Portal
Progredir e se interessou em conhecer mais sobre o assunto. Percebeu que era uma rede de
parceiros e buscou conhecê-los e compreender como cada um deles poderia lhe auxiliar.
Contou isso para a amiga Ana, que estava lhe ajudando a pensar o seu negócio. Então, resolveu
fazer o curso para aprender a navegar e conhecer melhor o portal e o Plano Progredir.

Esse foi o primeiro passo da Joana. Ela e a sua amiga Ana fizeram o curso juntas, utilizando
um computador.

O curso foi muito importante. Com ele, Joana entendeu que para buscar apoio seria
necessário pensar um pouco melhor no negócio de bolos. Ela ainda não sabia dizer o que
precisaria, nem quanto dinheiro seria necessário para começar.

Foi então que a Joana tomou algumas decisões, com a ajuda da amiga.

43
Vamos conhecer as decisões da Joana:

1º 2º 3º
Decidiu que Decidiu que precisaria
precisaria contar com melhorar as suas
um financiamento no habilidades. A Joana
futuro, mas no início se matriculou em
Decidiu,
do negócio a Joana outro curso oferecido
primeiramente, buscar
utilizou os recursos por uma entidade do
mais conhecimento
próprios e, junto com Sistema S para
sobre o seu negócio e
a sua amiga Ana, fez aprender a fazer
sobre as questões
este curso de outros tipos de
financeiras;
educação financeira cobertura e aprender
para a embalar os bolos
empreendedores para entregar com
populares; segurança.

Joana tomou essas decisões e começou a agir. Inscreveu-se nos cursos e começou a
planejar o seu negócio.

Com conhecimento sobre juros, planejamento e endividamento, Joana finalmente


entendeu o que seria o microcrédito produtivo orientado. Mas, fez a opção por contratá-lo
somente no futuro.

Após fazer o levantamento de tudo que precisaria ela tomou a decisão de começar com a
pequena reserva que tinha e com os equipamentos que conseguiu com a ajuda dos amigos
Ana e Matias.

Ela começou de forma correta, organizando o seu negócio, conhecendo a sua clientela,
fazendo todo o controle, separando as receitas e despesas do seu empreendimento das
receitas e despesas de sua casa (pessoais). Como resultado, em menos de um ano, o negócio
prosperou.

Ao longo deste curso, vamos te contar com mais detalhes a história de Joana e como ela
aplicou o conhecimento adquirido para empreender seu negócio de bolos.

Ah! A Joana deixou umas dicas para todos nós! Estas dicas estão no podcast que você
poderá acessar na Plataforma do Curso.

Vamos ouvir o que a Joana tem a nos dizer?

Antes de seguir, vamos fazer mais uma pausa para ouvir o Podcast:

Dicas da
Joana
Que tal praticar um pouco mais?

Como informado no “Guia de Estudos”, estão disponíveis, na Plataforma Virtual, Exercícios


de Fixação para que você possa testar os seus conhecimentos. Fazer essa atividade será
importante para fixar o conteúdo deste módulo e seguir neste curso.

44
Mensagem de conclusão
do Módulo 2
Parabéns, você chegou ao final desta apostila e com isso concluiu o Módulo 2.

Foi um prazer acompanhá-lo até aqui!

Caso tenha ficado alguma dúvida após realizar os exercícios de fixação, não se preocupe,
volte e assista a aula narrada ou leia esta apostila novamente.

Temos certeza de que, após uma nova leitura, se sentirá seguro para continuar. Se chegou
até aqui, assistiu a aula narrada, realizou os exercícios e não teve dúvidas, é hora de seguir e
aprofundar os seus conhecimentos com temas que irão lhe ajudar a administrar o seu negócio.

Lembre-se de ler o Guia de Estudos antes de iniciar o Módulo 3. Ele foi preparado para lhe
ajudar a ter sucesso na realização deste curso.

Nos vemos no Módulo 3!

45
Referências
BRASIL. DECRETO Nº 9.160, de 26 de setembro de 2017. Institui o Plano Progredir. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/ D9160.htm. Acesso
em: janeiro de 2021.

BUENO, J. R. Mas afinal, o que é empreendedorismo? SEBRAE, 2019. Disponível em: https://
blog.sebrae-sc.com.br/o-que-e-empreendedorismo/. Acesso em: maio de 2020.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. O que é ser


empreendedor?. 2019. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/
o-que-e-ser-empreendedor,ad17080a3e107410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em:
maio de 2020.

PNMPO - Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado. Portal do Fundo de


Amparo ao Trabalhador. Programas e Ações. Brasília, DF: MINISTÉRIO DA ECONOMIA.
Disponível em: https://portalfat.mte.gov.br/programas-e-acoes-2/ programa-nacional-do-
microcredito-produtivo-orientado-pnmpo/. Acesso em: maio de 2020.

46
Módulo 3
PLANEJAMENTO E CONTROLE
FINANCEIRO
Apresentação do Módulo
3
Olá, alunos!

Com o Módulo 3 avançaremos ainda mais em nosso curso de Educação Financeira para
Empreendedores Populares.

Neste módulo, abordaremos o planejamento e o controle financeiro. Conforme vimos no


Módulo 1, esses são temas fundamentais para o sucesso financeiro de um empreendimento
e para as finanças pessoais e familiares. Estudaremos o conceito e as fases que envolvem o
planejamento e o controle financeiro.

As melhores possibilidades, agir e controlar as ações e os resultados delas. Então, veremos,


de forma prática, como fazer o planejamento e o controle dos gastos pessoais e/ou do
empreendimento.

Teremos também, um espaço reservado para entender sobre alguns termos que são muito
comuns em nosso cotidiano, mas que podem nos dizer muito mais do que imaginamos. Desse
modo, aprenderemos sobre gastos, despesas, custos, receitas, preços de venda, investimentos
e perdas. Bem como, a aprender a utilizá-los na prática.

Vamos, também, realizar o levantamento de nossos gastos e ganhos pessoais ou de um


empreendimento. Por fim, vamos refletir sobre o consumo consciente.

De forma resumida, veja na figura abaixo tudo o que trabalharemos neste módulo.

Como o
Planejamento e
Planejamento Controle Gasto e Consumo Controle dos Gastos
Financeiro Financeiro Consciente e Receitas podem
auxiliar a atingir
sonhos

Figura 1: Programa do Módulo 3.

48
Este Módulo terá duração de 4 horas.

Se você ainda não leu o Guia de Estudos do Módulo 3, a nossa sugestão é que leia antes
de seguir. Ele foi preparado para lhe auxiliar a aproveitar da melhor maneira esta unidade,
inclusive com sugestões para realizar as atividades. Este guia está disponível no Portal Virtual
do Curso.

Lembre-se que, além dos conteúdos disponibilizados nesta apostila, você terá acesso à aula
narrada, aos modelos de formulários e exercícios de fixação. A aula narrada está disponível na
sala virtual do curso e os exercícios de fixação você encontrará ao final da apostila.

Boa leitura!

49
Capítulo

1
Planejamento Financeiro
Para os Empreendedores
Sabemos que muitas famílias passam por dificuldades financeiras. Tais dificuldades
decorrem, dentre outros fatores, de decisões erradas que acabam por comprometer todo o
orçamento familiar.

Nós todos devemos ter muito cuidado para não vivermos em um padrão de vida elevado
demais para a nossa renda familiar, um padrão de vida que não temos condições de manter.
Esse mesmo cuidado deve ser observado quando estamos falando de um empreendimento.
Assim, podemos evitar cometer erros financeiros que são verdadeiras armadilhas, pois podem
minar as possibilidades de um futuro promissor para família ou para o negócio.

Muitas vezes, deixamos de lado os assuntos que envolvem a parte financeira, por
entendermos que devemos focar no trabalho e acabamos vivendo um dia de cada vez. Outras
vezes, não pensamos nas consequências das nossas ações no futuro. Saibam que essas atitudes
podem gerar descontroles financeiros. A boa notícia é que podemos mudar isso ao planejar
melhor as nossas escolhas.

O primeiro passo para diminuirmos essas possibilidades de erros é realizar o Planejamento


Financeiro. Vale reforçar aqui que o planejamento é ainda mais essencial em contextos com
escassez de recursos. Isso torna imprescindível um orçamento estruturado, ou seja, é necessário
fazer a previsão dos ganhos e dos gastos.

Se você está empreendendo, é muito importante realizar um planejamento considerando


os objetivos familiares e os objetivos do empreendimento. Para isso, você deve estabelecer
metas de curto, médio e longo prazo.

Primeiro vamos pensar, o que é Planejamento financeiro?

Planejamento Financeiro é a preparação dos recursos necessários para alcançar um


objetivo, seja ele pessoal ou relacionado a um empreendimento. É a elaboração de um plano
com prioridades, metas e ações para transformar o sonho ou uma ideia em realidade.

O planejamento financeiro auxilia a gestão de um empreendimento tanto do ponto de


vista operacional quanto do ponto de vista estratégico, conforme a figura abaixo.

50
Operacional
- Registro
- Controle
- Auxilia tomada de
decisão

Planejamento
Financeiro

Estratégico
- Definição de objetivos e
metas

Figura 2: Vantagens do Planejamento Financeira

Do ponto de vista operacional, que se refere as atividades procedimentais do dia a dia,


o planejamento agrega muito, pois proporciona o registro e o controle das operações. Esse
registro e controle auxiliam na tomada de decisão, uma vez que fornecem informações
financeiras importantes.

Já do ponto de vista estratégico, que se refere às tomadas de decisões sobre quais


estratégias adotar, o planejamento ajuda a definir objetivos, diretrizes e metas do
empreendimento, uma vez que permite selecionar as melhores alternativas para os próximos
períodos.

O planejamento financeiro possui um ciclo com etapas que pode, ser ilustrado na Figura 3.

Objetivos e
Metas

Controle Estratégia

Execução
das Ações

Figura 3:Planejamento Financeiro

51
Na Figura 3 estão as etapas que constituem o planejamento. Você percebeu
que o controle faz parte do ciclo do planejamento financeiro? O processo de desen-
volvimento financeiro se inicia com a determinação dos objetivos e fixação das metas.
Posteriormente, segue-se com o estabelecimento das estratégias a serem utilizadas
para o alcance das metas e, em seguida, a execução das ações. Ao iniciar a execução
das ações, também se inicia a etapa de controle.
Vale destacar que o planejamento é contínuo. Enquanto o planejamento está
sendo executado e avaliado em um determinado momento, inicia-se um novo ciclo
com a elaboração do planejamento para o ano ou período seguinte, com base nas in-
formações geradas pelo controle. Veremos cada uma das etapas de maneira detalhada
a seguir.

Vamos começar pela etapa da Determinação dos Objetivos e das Metas.

O primeiro passo é colocar no papel, de forma muito clara, seus objetivos e o plano
de ação para alcançá-los. O estabelecimento desses objetivos, do plano de ações e
a estruturação do orçamento devem ser realizados por você, empreendedor, e pelos
demais colaboradores que participam do empreendimento.

Aqui tem uma dica importante: para que o planejamento seja eficaz, é preciso
determinar separadamente os seus objetivos pessoais e os objetivos relacionados
com seu empreendimento. Isso, porque não se mistura as finanças pessoais com as
finanças do empreendimento, como visto no Módulo 1.

Vamos ver se entendemos? Você e o seu empreendimento possuem objetivos


diferentes. Logo, cada um terá o seu próprio planejamento financeiro e controle.

O Primeiro passo para o sucesso: não


misturar as finanças pessoais com as
finanças do seu negócio!

Bom, agora que já sabemos que é importante separar as finanças, vamos adiante.

O próximo passo é colocar no papel os sonhos pessoais e os objetivos para o seu


empreendimento. É necessário colocar os objetivos no papel, pois isso nos torna mais
comprometidos com eles. Então, vamos colocar no papel os nossos sonhos? Vamos
colocar no papel os objetivos do nosso empreendimento?

52
Depois de estabelecidos os seus sonhos pessoais, vamos determinar os objetivos
do empreendimento, pensando em como esses objetivos podem auxiliar na realização
dos seus sonhos pessoais. Mesmo tendo a noção de que os nossos sonhos não se
confundem com os objetivos do empreendimento, sabemos que ao alcançarmos os
resultados esperados no empreendimento, conseguiremos realizar nossos sonhos.

Para isso, você precisa estabelecer metas que vão ajudá-lo a alcançar os objetivos
do empreendimento.

O que são as Metas?

As metas são objetivos previamente estabelecidas em números. Por exemplo: valores,


quantidade de produtos, receita de vendas, receita de prestação de serviços. São alvos a serem
concretizados, propiciando o alcance dos objetivos. Para estabelecer as metas é preciso que
você considere o curto, o médio e o longo prazo.

O curto período de tempo pode ser um, dois ou até 365 dias. Assim, uma meta de curto
prazo é aquela que deverá ser alcançada num período de 1 ano. Para estabelecer as metas de
curto prazo você vai pensar no que pretende alcançar ou como espera que esteja a situação
financeira do seu empreendimento daqui a 1 ano.

Já, o médio prazo normalmente correspondente a um período de 1 a 5 anos. Nesse caso,


você irá pensar no que pretende alcançar ou como espera que esteja a situação financeira do
seu empreendimento no intervalo de tempo de 1 a 5 anos.

Agora vamos compreender o que é longo prazo. Nesse caso, estamos diante de um período
mais longo de tempo, superior a 5 anos. Você irá projetar como espera que sua vida financeira
e seu empreendimento estejam daqui a, por exemplo, 6, 8, 10 ou mais anos.

Vamos ver isso na prática conhecendo um pouco da história da Joana. Vamos


saber como a Joana realizou esta etapa?

Logo que a Joana começou a fazer o curso de Educação Financeira, ela colocou em
práticas os primeiros ensinamentos. Pensou, refletiu, conversou com seus filhos e, juntos, co-
locaram no papel o sonho da família: ter uma melhor qualidade de vida. Sabemos que ter um
objetivo é identificar o que você deseja alcançar. Perceba que, no caso da Joana, sonhar foi
fundamental. Foi por ter sonhado que ela se preparou para definir o seu objetivo e as suas
metas.

53
No primeiro momento, Joana e os seus filhos se preocuparam em listar em um papel tudo
que imaginaram ser necessário para uma melhor qualidade de vida. Começaram anotando o
sonho da casa própria, das dívidas que precisavam quitar, a reserva de emergência, o sonho
de iniciar um empreendimento para vender os bolos, a moto para fazer as entregas dos bolos
com agilidade, a formação dos filhos, a viagem para visitar a família no interior e o computador.

Depois de colocar tudo no papel, ficou claro que o sonho da família era ter uma melhor
qualidade de vida. Esse passou a ser o grande objetivo da Joana e de sua família.

O próximo passo foi definir as metas. Ah! Para ter uma meta é preciso saber o que se
deseja alcançar, quando se quer chegar nesse resultado e quanto é necessário para alcançá-lo.
Sabendo disso, a Joana seguiu separando as suas metas em curto, médio e longo prazo. Vamos
ver então como ficou esse primeiro passo da Joana?

Sonho/Objetivo: Melhorar a qualidade de


vida da família

Metas de Curto Prazo – 1 Ano:


- Quitar dívidas –R$ 450,00
- Viagem - R$ 800,00 reais

Metas de Médio Prazo – 5 Anos:


- Reserva de emergência - R$ 5.000,00
- Computador - R$ 3.000,00
- Cursos profissionalizantes de confeitaria -
R$ 4.000,00

Longo Prazo – 10 anos:


- Casa própria - R$ 80.000,0

Como são várias metas, é preciso estabelecer as prioridades. Isso significa saber ao certo
o valor necessário para realizá-las, além de definir prazos que realmente possibilitem o
cumprimento de cada uma das metas. É importante verificar esse prazo com cuidado, pois você
precisa ter tempo suficiente, considerando suas possibilidades, para que não haja frustração.

Foi isso que a Joana fez. Veja que o empreendimento não está na lista dos sonhos da família
da Joana. Isso porque ela fez outro planejamento exclusivo para seu negócio de vendas de
bolos.

54
Para o empreendimento da Joana, ela colocou como objetivo abrir sua própria loja de
bolos. Como metas, ela estabeleceu o seguinte:

‘P lanejamento do Negócio’.

Curto Prazo – até 1 ano:


• Vender 10 bolos simples por semana;

Médio Prazo – de 1 a 5 anos:


• Vender 9 bolos confeitados e 25 bolos sim-
ples por semana; e

Longo Prazo – 8 anos:


• Vender de 42 bolos confeitados e 165
bolos por semana.
• Comprar uma moto para realizar as entre-
gas dos bolos.
• Uma loja física

Joana já alcançou grande parte das metas de curto e médio prazo. Se ela mantiver o
planejamento e controle financeiro, seguramente irá alcançar as metas de longo prazo
definidas para sua família e também para o seu empreendimento.

Agora, vamos fazer uma pausa para reflexão: você tem seus sonhos bem claros? Você tem
os objetivos do seu empreendimento estabelecidos?

Agora, vamos fazer uma pausa para


reflexão: você tem seus sonhos bem claros?
Você tem os objetivos do seu
empreendimento estabelecidos?

55
VAMOS PRATICAR?

COLOQUEM NO PAPEL OS SEUS OBJETIVOS E METAS PESSOAIS E OS


OBJETIVOSE METAS DO SEU EMPREENDIMENTO.

Use este formulário para praticar

SONHOS OBJETIVOS E METAS


FINANÇAS PESSOAIS FINANÇAS DO EMPREENDIMENTO
Objetivo: Objetivo:

Metas de curto prazo: Metas de curto prazo:

Metas de médio prazo: Metas de médio prazo:

Metas de longo prazo: Metas de longo prazo:

Ótimo, agora que você já sabe o que deseja e tem os objetivos e as metas bem estabelecidas,
é hora de pensar no seu plano de ação.

Para atingir seus objetivos, é necessário que você execute diversas ações. Para saber quais
ações deverão ser realizadas, é preciso saber como você está nesse exato momento e quais são
as suas condições para colocá-las em prática.

Então, tire uma ‘foto’ da sua vida para que você possa ter clareza da sua situação financeira
e do seu negócio. Inclua nessa fotografia as suas dificuldades e potencialidades. Sim, você tem
potencialidades! E garantimos que não são poucas.

Foto Financeira
Como
Receitas Valor (R$) Gastos Valor (R$)
pagou?

Salário 1500,00 Moradia 350,00


Venda de Produtos Alimentação 500,00
Auxílio Luz 100,00
Bicos Transporte 250,00
Renda Extra Água 50,00
- Saúde 40,00
- Dívida 150,00
- Outros

Receita Total: 1500,00 Gasto Total 1440,00


Resultado (Receita - Gastos) 60,00

56
Para tirar essa “foto” será preciso realizar um levantamento financeiro, ou seja, você deve
listar todas as suas receitas (ganhos) e despesas (gastos).

Vamos praticar mais um pouco. Coloque no papel todas as suas receitas (ganhos) e todos
os seus gastos, conforme a tabela a seguir. Responda às seguintes perguntas: qual é a minha
receita? Para onde vai o meu dinheiro? Atenção! É preciso anotar todos os gastos. Até mesmos
aqueles com valores baixos.

VAMOS PRATICAR?

LISTE OS SEUS GANHOS E GASTOS.

A partir do preenchimento da tabela a seguir, você saberá:

• Quanto de dinheiro recebe a cada mês;


• Quanto você tem gastado;
• Se está tendo um equilíbrio; e
• O quanto será preciso para equilibrar as contas para alcançar os sonhos.

Use este formulário para praticar

Receitas Valor (R$) Gastos Valor (R$) Como


Pagou?
Salário Moradia
Venda de Produtos Alimentação
Auxílio Saúde
Bicos Transporte
Renda Extra Beleza
- Lazer
- Dívida
- Outros
Receita Total Gasto Total

Resultado (Receita –
Gastos)

Tabela 1. Receitas e Gastos

Você está se conhecendo melhor e entendo como está a sua saúde financeira. Isso é muito
bom! Estamos avançando!

Você pode fazer isso em um documento/planilha eletrônica ou no papel.

57
Saiba Mais! Na plataforma está disponível um documento denominado
Receitas e Gastos que te auxiliará no levantamento de sua vida financeira.

Com o resultado da diferença entre receita e gastos você terá a noção do quanto “sobra”
no mês e poderá fazer um planejamento de gastos para os meses seguintes. Para isso,
coloque no papel todos os gastos fixos (gastos que você sempre terá de pagar, por exemplo
água, luz, alimentação, etc.). Verifique o quanto “sobra”. Essa sobra é o que você terá para os
outros gastos que acontecem no dia a dia (gastos variáveis), o que cobrirá as necessidades
que surgem ao longo do mês. Para definir a utilização correta dessa “sobra”, é importante
estabelecer prioridades e direcionar recursos para elas. Para isso, defina o quanto dessa sobra
será direcionada para cada prioridade estabelecida.

A Joana, por exemplo, fez este levantamento e verificou que, após a retirada dos gastos fixos,
sobram R$500,00 para passar o mês. Ela sabe que durante o mês outros gastos aparecem, mas
determinou as prioridades. Dessa forma, ela definiu que do valor que “sobra” após a dedução
dos gastos fixos, 30% iriam para moradia, 30% para alimentação, 10% para o transporte, 10%
para o lazer, 10% para saúde e 10% ela deixou para algum imprevisto.

Um ponto importante é que às vezes pensamos: o gasto com alimentação não seria fixo?
Na realidade, este tipo de gasto é recorrente, pois acontece sempre. No entanto, o quanto
gastamos com a alimentação não é fixo, pois temos que nos adequar às necessidades do dia a
dia, aos valores praticados no mercado.

Atenção! No momento em que você for anotar os gastos fixos, lembre-se de


listar o valor que será destinado para a reserva/investimento. Sim, este gasto
deve ser considerado fixo e ser garantido nos primeiros dias do mês, pois se
deixarmos para o final do mês não vai ‘sobrar’.

Ainda não acabou! Na verdade, apenas começamos. Agora, será preciso fazer o mesmo para
as contas do negócio. Lembra que você e o seu empreendimento são ‘entidades’ diferentes?
Então, precisamos fazer a ‘foto’ financeira do seu negócio. Vamos ver como isso é feito?

Se o empreendimento já está em andamento, você utilizará as receitas dos períodos


anteriores. Elas fornecerão o valor que você tem recebido com a venda dos seus produtos ou
com a prestação dos serviços. Será necessário, também, fazer um levantamento de todos os
gastos que envolvem o empreendimento. Após essa pesquisa, você irá verificar se o resultado
tem sido positivo ou negativo.

58
Agora, você já tem condições de saber, objetivamente, o quanto de receita precisa receber
e o quanto será preciso economizar. Assim, poderá criar uma tabela com a previsão do que
almeja, ou seja, um orçamento para o próximo período.

Se você ainda irá começar um negócio, procure fazer uma estimativa dos gastos para seu
empreendimento. A partir deles, conseguirá estabelecer a receita necessária para cobri-los e
ainda gerar lucro. No tópico 3.2 veremos quais são estes gastos e como calculá-los.

Saiba mais! Na plataforma tem um modelo de planejamento e orçamento que te


ajudará a desenvolver um bom planejamento.

Agora sim, sabendo claramente as metas e a situação financeira, você tem condições de
traçar estratégias que o levarão ao alcance das metas. Nessa fase, são definidas as ações e os
recursos necessários para concretizá-las.

E como ocorre o estabelecimento das estratégias?

A determinação e escolha das estratégias a serem realizadas pelo empreendedor são


realizadas a partir dos objetivos e das metas propostas. Cada objetivo e meta possuem a sua
própria estratégia a ser implementada, tais como: aumento do preço do produto, diminuição
do custo de fabricação do produto ou serviço prestado, aumento do número de unidades
vendidos, negociação das dívidas, dentre outras.

Um ponto importante, é que, no processo de determinação dos objetivos e metas, o


empreendedor também deve considerar o contexto econômico-financeiro em que está
inserido, bem como os desafios e potencialidades que esse cenário oferece. Para isso, algumas
perguntas devem ser feitas, tais como:

• Quais são as ações para cada meta?


• Considerando o contexto (economia, demanda pelo produto, época/estação do ano
etc.) é possível realizar tal meta?
• Quanto eu vou precisar empregar de recurso financeiro para alcançar essa meta?

Resumindo as informações expostas até aqui, podemos entender que os principais tópicos
a serem abordados em um planejamento financeiros são:

• Objetivos;
• Metas de curto prazo (até 1 ano), de médio prazo (1a 5 anos) e de longo
prazo (acima de 5 anos);
• Estratégias e indicadores que orientarão a execução das ações;
• Um quadro demonstrativo das receitas e dos gastos;
• A Previsão da realização das receitas e dos gastos necessários;
• As informações sobre as receitas de vendas e prestação de serviços nos
três últimos períodos anteriores ao planejamento em elaboração, e os
gastos realizados no período imediatamente anterior.

59
E quanto à participação dos clientes? Os clientes ou futuros clientes po-
dem participar desse processo de planejamento?
Claro que podem! Na verdade, é uma boa estratégia levantar as demandas dos clientes
ou possíveis futuros clientes no momento de planejamento. Isso pode ser feito por meio
de pesquisas feitas com questionários de papel ou de forma eletrônica, com o auxílio de
aplicativos específicos e redes sociais.

A técnica de planejamento que considera a opinião dos clientes possibilita que o seu
público-alvo participe da escolha dos produtos a serem ofertados no seu negócio. Assim, você
pode direcionar seus esforços para esses produtos escolhidos.

Temos uma história boa para contar sobre essa possibilidade. A Joana tem duas sobrinhas
jovens, Eduarda e Bruna. Elas decidiram empreender vendendo lingeries e pijamas. Para
conhecerem o comportamento de consumo das futuras clientes, elas criaram um formulário
em um aplicativo de internet gratuito e o enviaram para as pessoas conhecidas por meio
de redes sociais. Com as respostas obtidas elas puderam verificar que a venda online seria a
melhor forma de comercializar os produtos. Também, descobriram quais itens tinham maiores
demandas. Isso facilitou a formação do estoque e a definição das estratégias de venda.

Informe-se!
Procure saber mais sobre possibilidades de realizar
uma pesquisa com seus clientes ou futuros
clientes. Existem ferramentas que proporcionam
essa pesquisa nas redes sociais e internet.

60
Voltando às fases do processo de planejamento, agora é hora de executar as ações. A
execução das ações consiste na terceira etapa do processo, na qual as decisões e escolhas
realizadas no planejamento se transformam em fluxos de recursos financeiros.

Nessa etapa, os empreendedores executam as ações previstas no planejamento. Durante a


execução dessas ações, é importante sempre consultar o planejamento e monitorar a execução
do que foi planejado.

Vocês podem estar se perguntando: o planejamento tem que ser exato?

Exigir sempre a exatidão quanto ao planejamento financeiro f ugiria da realidade, pois não
é possível prever todas as eventualidades. Assim, o planejamento pode sim, vir a ser alterado,
a fim de contemplar novas metas, produtos ou serviços, gastos, mercados consumidores e
situações imprevistas, por exemplo.

O planejamento é muito importante, mas devemos sempre acompanhar o desempenho


das ações e verificar se estão obtendo o resultado esperado. Ou seja, é importante realizarmos
o controle das ações, verificando quais são os ajustes necessários para alcançarmos nossas
metas e objetivos. Assim, tanto o planejamento quanto o acompanhamento e controle das
ações são essenciais para o futuro do seu empreendimento.

Isso é o que veremos em nosso próximo tópico.

61
Capítulo

2 Controle Financeiro
Os procedimentos de controle são essenciais para o orçamento pessoal, familiar e para
as contas de todo empreendimento. Devemos dar uma grande atenção a esta etapa, pois
quando exercido adequadamente, o controle permite atingir resultados mais favoráveis com
menos desperdícios.

Mas, o que é controle financeiro?

Controle Financeiro se refere a um plano de organização. Trata dos procedimentos adotados


permanentemente, os quais protegem os seus bens (dinheiro, matéria-prima, equipamentos
etc.) ou o patrimônio do seu empreendimento.

Veja que a definição de controle se inicia o descrevendo como um plano de organização.


Isso significa que o controle deve estar envolvido no planejamento do empreendimento. É
ele que dará confiabilidade ao processo de gestão do negócio e oferecerá as informações
necessárias para as tomadas de decisão.

E o que são os procedimentos, métodos e medidas de controle?

Os procedimentos, métodos e medidas de controle são as formas de agir de forma


padronizada, para atender as atividades preestabelecidas de forma a garantir que sejam
desenvolvidas sempre da mesma forma.

Então, é importante que seja estabelecida uma rotina de controle das ações que afetam
as finanças. Além disso, deve se estabelecer métodos e medidas para o desenvolvimento do
produto ou prestação de serviços.

No caso da Joana, ela definiu os tipos de bolo que faria e os ingredientes necessários. Ela
desenvolveu suas receitas seguindo-as ao “pé da letra”, ou seja, adotando uma padronização de
procedimentos. Joana definiu, também, o dia da semana que faria as compras de mantimentos
necessários para os bolos. Sabendo que na quarta-feira o mercado tem promoção, ela definiu
que esse seria o dia para comprar os ovos e o leite. Tal procedimento é a definição do método
e das medidas estabelecidas por ela como rotina. Isso proporcionou a padronização dos
produtos, evitando desperdícios.

62
Outra medida de controle que deve ser colocada em prática é a restrição e controle de
acesso aos ativos. Isso significa resguardar ou manter em segurança os bens e matérias primas
utilizadas no processo de produção ou de prestação de serviços, preservando-os em lugar
adequado e restrito.

Também, deve-se realizar o controle de compra e utilização de insumos para que se possa
ter um melhor controle físico. Este controle da matéria-prima e mercadoria merecem atenção
especial. É o que chamamos de controle de estoque. Vamos a um exemplo para entender:

Se uma quantidade de matéria-prima foi adquirida especificamente para uso em uma


única encomenda de bolo, é fácil reconhecer o quanto de matéria-prima foi utilizada, não é?
Todos os ingredientes foram utilizados naquela encomenda.

Por outro lado, caso você tenha produção ou vendas contínuas, é importante que
seja realizado o controle de estoque. Com esse controle é possível visualizar o quanto foi
utilizado/vendido e o quanto ainda existe no estoque. Por exemplo, se você tem que comprar
ingredientes para fazer 50 bolos por semana, irá precisar gerenciar seu estoque de matéria-
prima para obter maior controle sobre a sua produção.

Como controlar o Estoque de Matéria-Prima?

Para auxiliar você a realizar o controle da matéria-prima utilizada na produção ou na


prestação do seu serviço, vamos deixar aqui um exemplo de como a Joana controlou seus
gastos para esse fim no mês de janeiro. Durante a produção de bolos ela utiliza ovos como um
dos ingredientes, ou seja, como matéria-prima. No mês de janeiro a movimentação desse item
ocorreu da seguinte forma:

• Dia 4 - Compra de 4 dúzias pelo total de R$ 60,00 (R$15,00 por dúzia)


• Dia 5 - Consumo de 2 dúzias (R$30,00)
• Dia 6 - Consumo de 2 dúzias (R$30,00)
• Dia 10 - Aquisição de mais 6 dúzias custando R$13,50 a dúzia (R$81,00)
• Dia 15 - Consumo de 5 dúzias (R$65,70)
• Dia 24 - Compra de 6 dúzias por R$ 14,00 cada (R$84,00)
• Dia 29 - Consumo de 5 dúzias (R$70,00)

Joana controlou seu estoque de ovos utilizando a tabela a seguir:

63
Tabela 2 – Controle de estoque

Compras Utilização Saldo Estoque


Preço Preço Preço
Dia Quantidade
Unitário
Total Quantidade
Unitário
Total Quantidade
Unitário
Total

4 4 15 60,00 4 15 60,00
5 2 15 30,00 2 15 30,00
6 2 15 30,00 - - 0,00
10 6 13,50 81,00 6 13,50 81,00
15 5 13,50 67,50 1 13,50 13,50
1 13,50 13,50
24 6 14,00 84,00 - - -
6 14,00 84,00
1 13,50 13,50
29 4 14,00 56,00
2 14,00 28,00

Total 16 225,00 14 197,00 2 14,00 28,00

Como você pode observar, a Joana foi realizando os registros na tabela de controle de
estoque. No final do mês, ela tinha todo o movimento de compra e utilização do ingrediente.

A coluna “Total” do campo “Utilização” apresenta o custo que ela teve com ovos no mês,
pois se refere aos ovos utilizados na produção dos bolos. No campo de “Compra”, ela consegue
observar os gastos referentes às compras dos ovos. E, no campo “Saldo Estoque”, Joana verifica,
dia a dia, a quantidade de produtos no estoque e seus valores.

No caso da Joana, a princípio, esse controle de estoque pode até parecer desnecessário,
visto que ela trabalha com poucos ingredientes. Pensem nas sobrinhas da Joana que estão
empreendendo na venda de lingeries e pijamas. Como são vários itens diferentes comprados
e vendidos a contagem física diária seria difícil. Nesse caso, pode ser interessante a utilização
desse modelo, pois o controle de estoque precisa ser mais detalhado.

Saiba Mais! Está disponível na plataforma do curso um documento


denominado Controle de Estoque que poderá lhe auxiliar na elaboração de
uma Tabela como a apresentada.

A conferência do que existe fisicamente com os registros também é uma medida de


controle. Ela tem a finalidade de monitorar ou averiguar se o que consta nos registros está de
acordo com a realidade.

Seguindo essa orientação, todo final de mês a Joana verifica se o que tem registrado no
estoque é o que realmente tem em seu armário de mantimentos. Verifica, ainda, se o que está
registrado no seu fluxo de caixa é o que possui de dinheiro em caixa.

A elaboração do fluxo de caixa do empreendimento é igualmente essencial, pois faz parte


do controle financeiro. É a partir dele que você irá registrar todas as entradas de recursos
(vendas) e todos os gastos. Ao final de cada período (orientamos para que seja feito todo mês),
você deverá comparar o que foi registrado no Fluxo de Caixa com o que realmente possui de
recursos.

Saiba Mais! Está disponível na plataforma do curso um documento


denominado Fluxo de Caixa, que lhe auxiliará nesse tipo de registro.

64
A partir de tudo que vimos até aqui, fica evidente a importância do controle. Ele garante
a continuidade do seu empreendimento e permite que você tenha os orçamentos (pessoal,
familiar e do empreendimento) em equilíbrio.

É importante que essas ações de controle sejam colocadas em prática periodicamente.


Com isso, você garantirá que o que foi planejado está sendo executado de forma segura e
equilibrada.

ATENÇÃO!

As ações de controle também devem ser colocadas no papel (ou em


planilhas). Muitas vezes, nós cometemos o erro de fazer os controles
mentalmente. Com isso, podemos esquecer ou deixar passar informações
importantes, o que gera erros e compromete nossa vida financeira.
Devemos sempre estar atentos à situação financeira pessoal e à do nosso
empreendimento. Conhecendo bem as nossas receitas e limites de gastos,
podemos buscar o consumo consciente. Trataremos desse assunto no
tópico 3.

65
Capítulo

3
Gasto e consumo
É importante termos em mente que o consumo deve ser realizado de forma consciente,
pois, se estamos consumindo, significa que também estamos gastando. Você sabia que
existem vários tipos de gastos?

Conhecendo as diferenças entre esses tipos, você vai entender que nem todo gasto é ruim.
Na realidade, alguns são necessários. De toda maneira, temos de nos mantermos atentos, pois
alguns tipos de gastos podem nos deixar mais distantes dos nossos objetivos.

Vamos entender um pouco mais refletindo sobre as seguintes questões:

Gastos, Custos e Despesas possuem o mesmo significado? Desembolso,


Investimento e Perda dizem respeito à mesma situação?

Não, esses termos não são sinônimos. Conhecê-los, nos auxiliará a tomar decisões relativas
à vida pessoal e ao empreendimento. Então, vamos lá!

Gastos correspondem à compra de algo, gerando um sacrifício financeiro para você ou


para o negócio. Esse sacrifício é representado por entrega de dinheiro ou promessa de entrega
(quando compra a prazo) e por diminuição do seu patrimônio (depreciação gerada pela
utilização de um equipamento).

O gasto pode ser um custo, uma despesa, um investimento ou uma perda. Para facilitar o
entendimento, preparamos uma figura sobre tais termos.

CUSTOS

PERDAS GASTOS DESPESAS

INVESTIMENTOS

66
Vamos decifrar esta figura? O gasto é todo desembolso pessoal ou do empreendimento.
Todo gasto será um investimento, ou custo, ou despesa ou perda.

Investimento é o gasto realizado para aquisição de algo que trará benefícios futuros. Como
exemplo, temos os equipamentos que a Joana adquiriu para produzir seus bolos: o liquidificador
e a batedeira. Nesse caso, ela incorreu em gastos. No entanto, esses equipamentos trarão
benefícios durante um bom tempo, visto que irão auxiliá-la na produção dos bolos. Perceba
que o gasto para a aquisição do liquidificador e da batedeira é, na verdade, um investimento.

Já, o custo é todo gasto utilizado na produção dos itens que serão vendidos ou na prestação
de serviços. De novo, para deixar bem claro, custo é todo gasto envolvido com a produção.
Outra característica do custo é que ele é um gasto que traz benefício momentâneo, mas que
não traz benefício no futuro. Vamos a um exemplo?

No caso da Joana, um custo seria, por exemplo, a matéria-prima utilizada na produção dos
bolos. Vamos pensar no gasto para a compra da farinha de trigo. Esse gasto é essencial para a
produção dos bolos, estando ligado diretamente à elaboração do produto que será vendido.
Vemos que a farinha proporciona um benefício. Porém, não é um benefício futuro, pois para a
produção de outro bolo é necessário comprar mais farinha de trigo. Nesse caso, o gasto é um
custo de produção. Viu como esse exemplo é diferente do liquidificador e da batedeira?

Um ponto importante para seu empreendimento, é que você tenha clareza sobre quanto
custa o seu produto ou serviço. Isso ajudará você a tomar decisões, tais como: definir o preço
de venda e determinar se algum produto vale a pena ser produzido ou não. Para ter o valor de
custo de seu produto ou serviço, é preciso que você saiba:

• Quanto gasta de matéria-prima;


• Quanto custa a sua hora de trabalho (é isso mesmo, você precisa ser remunerado na
elaboração do produto); e
• Quanto gasta com outros itens necessários para a produção ou prestação de serviço.

De forma bem objetiva, temos que o custo de um produto ou serviço será a soma dos
seguintes componentes:

67
Custo = Matéria-Prima + Mão de Obra
+ Outros Gastos

No caso da Joana, ela levantou os seguintes gastos com a produção dos bolos:

Quadro 1: Componentes do Custo do Produto/Serviço

Custos Valor ($)


Custo da Matéria-prima (farinha, ovos, açúcar, R$ 4,00 por bolo
óleo, fermento e chocolate em pó)
Custo da hora de trabalho da Joana R$ 9,37 por hora e cada bolo necessita
de 1 hora para produção
Outros custos envolvidos na elaboração do bolo R$ 1,13 por bolo
(gás e embalagem, por exemplo)
Custo total do Bolo R$ 14,50

Com essa informação, verificamos que cada bolo tem um custo de R$ 14,50. A partir
daí, Joana terá condições de determinar o preço de venda do bolo, verificando assim,
se essa produção é viável ou não, além de outras decisões a serem tomadas.

SAIBA MAIS! É muito importante ter mente que o seu esforço na elaboração de um
produto ou na prestação de um serviço deve ser recompensado. A remuneração
não deve ser confundida com o lucro. A ideia é que, para a produção você tem um
custo com o valor da mão de obra, que no caso é o seu trabalho. Esse valor deve
ser considerado no custo do produto ou serviço. Além dessa remuneração pela
sua mão de obra, você deve considerar também o lucro com a venda do produto
ou serviço. Caso você não remunere seu trabalho, o seu custo será menor, levando
a um preço de venda menor. Porém, o seu retorno também será menor. Então,
lembre-se: caso seja você quem faz o produto ou presta o serviço do seu negócio,
seu tempo empregado nessa atividade deve ser remunerado.

E como se calcula o valor da sua hora de trabalho?

Você pode estabelecer um salário si mesmo. Um valor que seja condizente com a
sua atuação. A partir daí, você deve dividir esse valor pelo número de horas que pretende
dedicar ao trabalho ao longo do mês. Além desse salário, você receberá parte do lucro do
empreendimento.

68
A Joana, por exemplo, definiu que receberia do seu empreendimento de bolos o valor de
R$ 1.500,00 de salário e que poderia se dedicar a esse ofício por 40 horas por semana. Dessa
forma, considerando que o mês tem 4 semanas, ela trabalharia 160 horas por mês. Logo, o
valor da sua hora é R$ 9,37 (R$ 1.500 ÷ 160 = R$ 9,37). Como ela dedica uma hora do seu tempo
para produzir cada bolo, cada um terá que ter, além do custo de matéria-prima, o custo da mão
de obra da Joana. Assim, cada bolo absorverá R$ 9,37 (valor do salário da Joana).

E as despesas? Também são gastos?

Voltando às explicações sobre os tipos de gastos, vamos falar um pouco das despesas.
As despesas são gastos necessários para a manutenção da atividade do empreendimento.
Entretanto, não estão envolvidos diretamente com a elaboração do produto ou com a
prestação de serviços, mas sim com o funcionamento do negócio. Um exemplo de despesa é
o gasto que você terá que realizar para vender o seu produto.

A Joana, por exemplo, tem que vender seus bolos. Vamos pensar que, para isso, ela queira
fazer uma embalagem bonita e charmosa. Percebam que o produto, o bolo, já está pronto,
mas a embalagem é algo necessário para vender esses bolos. Como se trata de vendas, os
gastos como as embalagens dos bolos são considerados despesas. Despesas são tudo que é
necessário para realizar as vendas. As despesas reduzem o seu lucro, mas são importantes
no processo de obtenção das receitas com vendas ou de prestação de serviços.

Já, as perdas não trazem benefício algum. São gastos realizados que não resultam em
mais receitas e não ampliam a produção, além de não trazerem benefício no longo prazo. Por
exemplo, se o leite que a Joana comprou para a elaboração dos bolos estragasse, esse produto
não traria benefício algum para a Joana. Assim, seria um tipo de gasto classificado como uma
perda. Outro exemplo: se a Joana compra uma assadeira que acredita ser útil na produção dos
bolos, mas que, por algum motivo, acaba não sendo utilizada. Isso também seria uma perda,
pois o gasto não trouxe benefício. Perdas são os gastos que devemos evitar. A ideia é que o
gasto traga algum benefício para você, sua família ou seu empreendimento. Assim, o que você
deve buscar é o consumo consciente.

O Que é o Consumo Consciente?

Agora que entendemos que existem diferentes tipos de gastos, podemos pensar em
gastar de forma consciente. Já vimos que nem todo gasto é ruim, afinal existem gastos que
nos proporcionam benefício momentâneo ou futuro. No entanto, até mesmo esses gastos
devem ser pensados e analisados.

A ideia é que possamos diminuir os gastos sem deixar de termos qualidade de vida,
não é mesmo? Para termos equilíbrio financeiro, precisamos distinguir o que é desejo ou
necessidade. Devemos focar nas necessidades, ou seja, o que nós precisamos é sempre buscar
o consumo consciente.

O que é consumo consciente? É pensarmos antes de realizar um gasto, refletindo sempre


da seguinte forma:

69
Eu preciso?
Eu tenho condições de realizar esse
gasto?
Eu realmente devo realizar esse
gasto?
Devo comprar?

Essas perguntas podem te ajudar a refletir não apenas sobre o seu consumo pessoal/
familiar, mas também sobre o consumo relacionado ao seu empreendimento. É bom deixarmos
claro o seguinte: o consumo consciente não significa deixar de consumir, mas significa escolher
o momento certo para consumir. Podemos nos fazer perguntas como:

• “eu posso esperar um pouco mais para comprar e economizar?”


• “se eu comprar (e trocar a marca de algum equipamento, por exemplo) irei
economizar?”

A ideia por trás de perguntas como estas é transformar o consumo em algo mais refletido,
analisado e planejado. Então, fique atento ao seu consumo. Controle suas contas, conforme
orientado anteriormente, utilize o fluxo de caixa e evite o desperdício.

Vamos a um exemplo da Joana: para os bolos, ela busca consumir conscientemente, do


seguinte modo: ao aquecer o forno, ela assa de uma vez todos os bolos que serão produzidos
naquele dia, economizando o gás de cozinha. Outra maneira que Joana encontrou para
consumir de forma consciente foi fazer pesquisas de preços para comprar os ingredientes
onde possuem as melhores promoções.

Antes de realizar um gasto, Joana sempre busca responder às perguntas que nos norteiam
para um consumo consciente. Para comprar um novo liquidificador, por exemplo, ela se
perguntou primeiro se precisava. A resposta foi que “não precisava”, pois tinha um que não era
novo e de última geração, mas que lhe atendia muito bem.

Em outro momento ela pensou em comprar uma batedeira nova. Fez novamente a
pergunta e, dessa vez, a resposta foi: “sim, era necessário!“ Ela precisava de uma batedeira
mais potente para fazer os confeitos dos bolos. Então, ela se perguntou se podia comprá-la. A
resposta era que não podia. Ela teria que esperar um pouco mais e juntar dinheiro para comprar
a batedeira. Nesse momento, Joana colocou como propósito a compra dessa batedeira. Ela
pesquisou e reservou o recurso para esse objetivo durante alguns meses. Só depois de ter o
dinheiro todo é que produto foi comprado. Ela ainda conseguiu um desconto de 10%, pois o
pagamento foi à vista e com o dinheiro em espécie.

70
Eu tenho condições
de realizar esse gasto?

Eu preciso?

Eu realmente devo
realizar essa compra?

Uma boa dica para o momento de decisão sobre a realização de um gasto é pensar em
termos do valor da sua hora de trabalho e no tempo que você precisa dedicar para receber
aquele valor. Reflita também sobre o quanto esse gasto contribuirá ou não para a realização
dos seus objetivos e metas.

Esses cuidados com o planejamento e o controle, aliados ao hábito de consumo consciente


que todos nós podemos adquirir, resultarão em benefícios pessoais e para o empreendimento,
diminuindo o risco de endividamento. Aliás, endividamento é o tema do nosso módulo 4.

71
Resumindo
• Neste módulo, aprendemos que o planejamento e o controle são necessários para a
vida pessoal e para o empreendimento;
• Compreendemos que é necessário o estabelecimento de objetivos, metas, ações e
medidas de controle que garantam um equilíbrio financeiro;
• Tivemos também contato com modelos de elaboração de planejamento e orçamento;
Conhecemos ferramentas que auxiliam no controle financeiro, como o controle de
estoque e fluxo de caixa;
• Vimos que o gasto é um sacrifício financeiro, mas que nem sempre é ruim, pois pode
trazer benefícios;
• Aprendemos que devemos evitar os gastos que não nos trazem benefício.
• Por fim, falamos do consumo consciente e sobre a necessidade de refletirmos sobre
algumas questões antes de gastarmos nosso dinheiro, evitando o endividamento.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

Reflita e tente responder as seguintes atividades para fixação do conteúdo aprendido.


Estas atividades não são avaliativas e você não precisa entregá-las.

1. O que é o planejamento financeiro?

2. O que é controle financeiro e quais medidas de controle podem ser adotadas?

3. Quais são as diferenças entre os termos gasto, investimento, custo, despesa e perda?

4. Quais as perguntas a serem respondidas para consumir de forma consciente?

72
Mensagem de conclusão
do Módulo 3
Parabéns, você chegou ao final da apostila do Módulo 3.

Foi ótimo apresentar a você informações tão importantes. Caso tenha ficado alguma
dúvida após assistir a aula narrada e realizar os exercícios de fixação, não se preocupe. Volte e
leia esta apostila novamente.

Temos certeza de que, após uma nova leitura, você se sentirá seguro para continuar.
Pratique os ensinamentos que você adquiriu neste módulo. Realize o planejamento pessoal
e do seu empreendimento, definindo as medidas de controle a serem adotadas e criando
estratégias para o consumo consciente.

E se você chegou até aqui, assistiu a aula narrada, realizou os exercícios e não teve dúvidas,
é hora de seguir para o Módulo 4.

Lembre-se de ler o Guia de Estudos antes de iniciar o Módulo 4. Ele foi preparado para lhe
ajudar a ter sucesso na realização deste curso.

Até o Módulo 4!

73
Referências
ARCURI, Nathalia. Me Poupe! 10 passos para nunca faltar dinheiro no seu bolso. Rio de Janeiro:
Sextante, 2018.

CHENG, A.; MENDES, M. M. A importância e a responsabilidade da Gestão Financeira na


Empresa. Caderno de Estudos,São Paulo, v. 1, 1989. DOI 10.1590/S1413-92511989000100002.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/cest/a/K537QpqPkNmpTf4CVsh5CPc/?lang=pt. Acesso
em: janeiro de 2021.

74
Módulo 4
ENDIVIDAMENTO, HÁBITO DE
POUPAR E INVESTIMENTO.
Apresentação do Módulo
4
Neste Módulo 4 abordaremos as temáticas: endividamento, poupança e investimento.
Inicialmente, explicaremos o que é endividamento, como evitá-lo e como lidar com esse
problema. Em sequência, refletiremos sobre a importância do hábito de poupar e como
podemos colocá-lo em prática. Por fim, trataremos sobre investimentos e suas diferentes
possibilidades.

Os conteúdos propostos neste módulo são importantes para manter as nossas contas em
equilíbrio e nos aproximar dos nossos sonhos. De forma resumida, veja na Figura a seguir tudo
o que trabalharemos neste módulo.

Endividamento Poupança Investimento

Figura 1: Programa do Módulo 4.

Este Módulo terá duração de 4 horas.

Se você ainda não leu o Guia de Estudos do Módulo 4, a nossa sugestão é que leia antes
de seguir. Ele foi preparado para lhe auxiliar a aproveitar da melhor maneira esta unidade,
inclusive com sugestões para realizar as atividades. Este guia está disponível na sua sala de
aula virtual deste curso.

Lembre-se que, além dos conteúdos disponibilizados nesta apostila, você terá acesso às
aulas narradas, exercícios de fixação e outras atividades disponíveis na

Boa leitura!

76
Capítulo

1
Endividamento
Vimos no Módulo 3 sobre as práticas de planejamento, controle e hábito de consumo
consciente. Praticadas em conjunto, são essenciais para alcançar o equilíbrio das contas
pessoais e de um empreendimento.

Sabemos que a realidade costuma ser bem diferente do ideal. Muitas pessoas podem estar
em situação financeira ruim e com dívidas, das quais não conseguem se livrar ou, na melhor
hipótese, apenas pagando as contas do mês com dificuldade.

Essa situação financeira ruim, de muitas dívidas, costuma ser o resultado de decisões
erradas que foram tomadas no passado. Uma pessoa com dívidas não planejadas corre o risco
de gastar mais do que recebe e, com isso, acaba gastando parte do que ganha pagando os
juros para quitar essas dívidas.

Falando em juros, você sabe exatamente o que é juros e quais os tipos de


taxas de juros que são utilizadas?

Juros ou taxa de juros pode ser definido como o valor do dinheiro ao longo do tempo. Se,
por exemplo, você compra um produto para pagar a prazo (em parcelas), pagará juros. Nesse
caso, por comprar e levar seu produto para casa hoje, sem pagá-lo à vista, você terá de arcar
com o custo do dinheiro, os juros. Se esse produto custa R$150,00 à vista e, para pagar com
prazo de um mês, ele passa a custar R$165,00, a diferença entre estes valores é de R$15,00.
Esse valor de R$15,00 corresponde aos juros.

Preço à vista = 150,00 Preço a prazo = R$165,00 Juros = 165,00 - 150,00 = 15,00

Então, podemos dizer que:

VALOR DOS JUROS = PREÇO A PRAZO – PREÇO À VISTA

A taxa de juros é a relação entre o valor pago de juros e o preço à vista, considerando o
período de tempo ou prazo para pagamento. No caso do nosso exemplo, a taxa de juros é
15/150 = 0,10 ou 10% ao mês, pois o prazo para pagamento foi um mês. Isto é:

TAXA DE JUROS = VALOR DOS JUROS ÷ PREÇO À VISTA

E, se você comprar um produto ou fizer um financiamento para pagar daqui a mais de um


período de tempo (dois, três ou mais meses)? Como pode calcular os juros?

Para responder a estas perguntas, precisamos conhecer os dois tipos de regimes de taxas
de juros: juros simples e juros compostos.

Os juros simples correspondem àqueles cuja taxa é calculada considerando o valor da


dívida ou capital inicial. Assim, pelo nosso exemplo, os juros serão calculados sempre sobre o
preço à vista do produto, que é R$150,00. Veja como calcular o valor total dos juros se a dívida
for paga daqui a três meses, com taxa de 10% a.m.:

77
Preço à vista Valor dos juros (J) - R$ Dívida (D) – R$
Tempo (mês) (PV) – R$ J = taxa * PV D = PV + J
0 150 0 150 + 0 = 150
1 0,10 * 150 = 15,00 150+ 15 = 165
2 0,10 * 150 = 15,00 150+15+15 = 180
3 0,10 * 150 = 15,00 150+15+15+15 = 195
TOTAL = 45,00

Para os juros compostos, também conhecido como juros sobre juros, o valor dos juros de
cada período é calculado sobre a dívida do período anterior e não sobre o preço à vista. Veja:

Preço Valor dos juros (J) - R$


Tempo à vista Dívida (D) – R$
J(mês atual) = taxa * D(mês
(mês) (PV) – D = PV + J
anterior)
R$
0 150 0 150 + 0 = 150
1 0,10 * 150 = 15,00 150+ 15 = 165
2 0,10 * 165 = 16,50 150+15+16,50 = 181,50
3 0,10 * 181,50 = 18,15 150+15+16,50+18,15 =
199,65
TOTAL = 49,65

Como podemos observar, se o prazo para pagamento da dívida for de um período (igual
ao expresso na taxa de juros – taxa de 10% ao mês (a.m.) e período igual a um mês), tanto faz
juros simples ou compostos. O valor que você pagará de juros é o mesmo. No caso do nosso
exemplo: R$15,00. Mas, se você pagar sua dívida em prazo maior que este, o total de juros pelo
regime de juros compostos (R$49,65) é maior que pelo de juros simples (R$45,00).

É importante dizer que o regime de cobrança de juros


mais comum é o regime de juros compostos ou de
juros sobre juros. Então, fique atento e avalie se vale a
pena comprar a prazo e pagar juros ou poupar para
comprar determinado produto no futuro e pagar à
vista! Fazer esta análise significa controlar suas
finanças!

Falando do empreendedor, a tarefa de controlar as finanças no intuito de evitar dívidas


é ainda mais difícil, pois sua renda é variável. Para você empreendedor, que possui renda
variável, varia de mês para mês, as orientações são as seguintes:

78
- Entenda a sua sazonalidade: você, melhor do que ninguém sabe qual é a
melhor e a pior época do ano para seu negócio, e como se preparar para
essas fases.. Potencialize seu esforço nos momentos bons, economize e
planeje para que não falte renda nos momentos difíceis do ano.

- Elimine os grandes gastos: prepare-se para ter um padrão de vida que você
consiga manter mesmo nos meses mais críticos do ano. Aqui vale aquela
velha dica ‘viva sempre em um degrau abaixo’, para isso elimine os grandes
gastos.

- Garanta a média: verifique o quanto você ganha por ano e dívida esse valor
por 12 meses. Utilize o valor encontrado como um padrão para preparar os
seus gastos mensais. Tenha consciência de que em alguns meses você não
conseguirá obter a renda necessária e precisará do ganho de outro mês para
compensar..

Você deve estar se perguntando:

Quem tem renda variável não pode se dar alguns prazeres?

A boa notícia é que sim, claro que pode! Para isso, você terá que ter gastos fixos mais
baixos e, com o que restar, poderá se dar alguns prêmios. A ideia é não contar com o dinheiro
que você não tem certeza se virá. Então a dica é: conte apenas com o dinheiro que você tem
a certeza que terá.

Lembre-se sempre de que, com equilíbrio e bom senso no uso do seu dinheiro, ele não
faltará.

No entanto, sabemos que imprevistos acontecem e que nos desequilibram financeiramente.


É justamente por saber disso que você precisa estar com as contas em dia. Se está com dívidas,
temos algumas dicas para lhe ajudar. Caso não seja a sua situação, tudo bem, é bom conhecer
estas recomendações para ajudar amigos e familiares e também para não se colocar em
situação de dificuldade.

Grande parte da população tem dificuldades para pagar todas as contas do mês e acabam
se endividando, trazendo sofrimento e angústia para esses lares. Porém, você deve tomar uma
atitude para resolver a sua situação financeira, se este for seu caso.

Então, vamos partir para a ação! Vamos decretar guerra às dívidas e, se for o seu caso, sair
do vermelho.

Como sair das dívidas?

Para que você dê uma guinada e consiga equilibrar suas contas, sugerimos alguns passos
que podem ser colocados em prática simultaneamente:

1 – Dar um basta nos gastos desnecessários

O primeiro passo é não continuar comprando o que não pode ter no momento. Além
disso, ter em mente que será preciso reduzir os gastos. Confira algumas sugestões para você
gastar menos:

79
- Evite as compras parceladas! Elas costumam ter juros e parcelas que comprometem o seu
orçamento mensal;

- Consuma menos energia elétrica. Otimize o uso do ferro elétrico. Diminua o termostato
da geladeira e o tempo de televisão ligada. Tire os eletrônicos da tomada quando não estão
em uso. Enfim, aquelas velhas dicas, que todo mundo conhece, mas que poucos colocam em
prática.

- Não compre nada que não seja uma necessidade básica;

- Substitua e faça compras de forma inteligente. Em vez de comprar produtos de marca


e mais caros, opte por aqueles que cumpram a mesma função, mas que sejam mais baratos;

- Não gaste com as atividades de lazer, além do planejado. Continue tendo momentos de
entretenimento, mas dê preferência àqueles que são gratuitos. Passeie no parque, faça uma
caminhada com os amigos. Use a sua criatividade!

Existem várias dicas para economizar. Procure se informar e não perca o foco. Faça uma
estratégia de guerra e siga por algum tempo, até que as contas estejam equilibradas.

2 - Levantamento das dívidas

Você saberia responder o quanto a sua situação financeira está comprometida?

Ainda que a sua resposta seja sim, é sempre importante listar todas as suas dívidas para
que saber ao certo se a sua situação financeira está comprometida ou não.

Liste todas as dívidas, desde aquelas mais simples e baratas até os empréstimos e
financiamentos mais altos. Se possível, coloque o valor da prestação, a taxa de juros, a data
prevista para término, o montante inicial da dívida e o quanto pagará por essa dívida no total.

80
VAMOS PRATICAR? COLOQUEM NO PAPEL AS SUAS DÍVIDAS.

Para que você possa fazer esse levantamento deixamos o modelo a seguir:

CONTROLE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS: MÊS XXXX

Nº DE
TAXA DE JUROS Nº TOTAL DE VALOR DAS Nº PRESTAÇÕES TOTAL A
DESCRIÇÃO CREDOR PRESTAÇÕES TOTAL PAGO
CONTRATADA PRESTAÇÕES PRESTAÇÕES EM ATRASO PAGAR
PAGAS
1                  
2                  
3                  
4                  
5                  
6                  
7                  
8                  
9                  
10                  

81
3 – Definição das prioridades de pagamento

Após o levantamento das dívidas, é importante estabelecer a ordem de prioridade para o


pagamento de cada uma delas. Você deve “atacar” primeiro as dívidas que têm a maior taxa
de juros.

Em seguida, elimine as que possuem a maior parcela/prestação, pois essas comprometem


o seu orçamento mensal e dificultam o pagamento das contas do mês.

4 – Levante o maior montante de recurso em pouco tempo

Agora que você organizou as dívidas e já sabe exatamente se há necessidade de regularizar


a sua situação financeira, é hora de agir.

Vamos deixar aqui algumas dicas para quem se encontra endividado. Se for o seu caso,
observe com atenção:

• Identifique todos os bens e itens que você possui e que não estão sendo utilizados e
venda-os. Faça dinheiro para quitar o que for possível.
• Além disso, você pode levantar renda extra realizando pequenos trabalhos. Pense em
algo que você possa fazer em seus horários livres.

Atenção! Esse montante extra que será levantado deverá ser utilizado para pagamento
de dívidas e não deve ser computado como ganhos para cobrir gastos do mês. A intenção é
diminuir o seu endividamento.

Esse passo é importante para melhorar a situação de endividamento. Você levantará um


dinheiro extra e dará uma virada em seu pensamento e na sua forma de tomar decisões

5-Negocie as dívidas

Nessa altura, você já deve saber qual é a sua situação financeira e, caso esteja com dívidas,
já possui a estratégia para poder obter renda extra. Agora é hora de usar o seu poder de
persuasão e negociar as dívidas com os credores.

Entre em contato com eles. Fale da sua intenção de pagar o quanto antes a dívida e peça
melhores condições de pagamento. Busque por descontos e diminuição da taxa de juros.

Caso a situação esteja realmente difícil e as parcelas estejam pesando muito no orçamento,
tente um prazo maior e com parcelas menores para que os valores estejam dentro das suas
possibilidades reais de pagamento.

Uma boa dica é trocar uma dívida cara, com taxas de juros mais altas, por outra mais barata
(juros menores). Avalie também essa possibilidade

6– Trace um plano para o pagamento das dívidas

Para você que está com dívidas que não comprometem o seu orçamento ou com que
sejam facilmente negociáveis, o importante é ter clareza do tamanho do seu endividamento e
o quanto terá que se esforçar para resolvê-lo. Faça um planejamento de pagamento de todos
os compromissos, considerando sempre as suas reais possibilidades.

82
ATENÇÃO!

Os empréstimos e financiamentos são opções que podem ajudá-lo alcançar seu


objetivo mais rapidamente. Em determinadas situações, eles podem ser necessários e
bem vindos.

Falaremos mais sobre as possibilidades de utilização de crédito no Módulo 5.

Porém, saiba que esse adiantamento terá um custo, ou seja, para que você consiga
antecipar seu sonho, terá que pagar mais caro por ele. Isso, porque você pagará juros
que, somados ao valor principal, elevarão o valor final do pagamento. Sobre essa
possibilidade, vamos ver o exemplo da Joana. Você deve se lembrar que ela avaliou
a possibilidade de comprar uma batedeira nova e mais potente. Depois de pesquisar
muito, verificou que a batedeira custava R$450,00. Como não tinha reservas, Joana
pesquisou as formas de pagamentos e meios de conseguir dinheiro para pagar depois.
A situação era a seguinte:

Parcelado Parcelado
À vista sem juros com juros
1 x 450,00 3 x 150,00 12 x 50,00
Total: R$ 450,00 Total: R$ 450,00 Total: R$ 600,00

À vista? Parcelado
sem juros?

Parcelado
com juros?

Vamos analisar as possibilidades:

• Se a Joana pagasse à vista, o valor cobrado seria de 450 Reais. Mas, lembre-se, ela não
tinha essa quantia;

• Se ela optasse por pagar em três parcelas de 150 Reais no carnê, a loja não cobraria
juros e o valor do liquidificador continuaria sendo 450 Reais;

83
• A terceira opção: a Joana ficou muito tentada com as parcelas de R$50,00, mas respirou
fundo e pensou: se optasse em pagar as 12 prestações de R$50,00, teria o acréscimo
em juros. Embora o valor da parcela caísse para R$50,00, o valor total do liquidificador
seria de R$600,00. Pensou no que poderia fazer com R$150,00 de juros! Viu o preço de
um conjunto de tabuleiros com formatos diferentes e, adivinhe? Custava R$150,00!

Veja bem! As parcelas do financiamento em 12 meses parecem pequenas, mas, quando


somadas e acrescidos os juros viram um bom dinheiro! A Joana optou, então, por esperar um
pouco mais para fazer essa compra à vista ou parcelado em três prestações.

As dicas para poupar serão apresentadas no próximo item.

Para avaliar as possibilidades e oportunidades, você pode fazer uma reflexão antes de
contrair uma dívida. Seguem algumas perguntas que podem ser feitas antes de tomar a
decisão:

• Tenho real necessidade de fazer essa dívida agora?


• Minha necessidade pode esperar?
• Tenho algum bem que posso vender para fazer frente a esse gasto?
• Qual a melhor alternativa de crédito para meu caso?
• O preço a mais que pagarei por conta dos juros valerá a pena?

Essa última pergunta nos chama atenção. Como dito anteriormente, quando contratamos
um empréstimo, pagamos a prazo. Logo, pagaremos também os juros. Afinal, ao obtermos um
crédito, os juros tornam o valor final mais caro.

Para saber quanto você gastará a mais com os juros ao utilizar o crédito, some todas as
prestações e taxas envolvidas. O valor total será o seu gasto por antecipar o seu consumo.

Ao optar por pagar um valor maior para alcançar mais rapidamente o seu objetivo, você
terá menos dinheiro para outras finalidades. Então, evite se endividar de forma não refletida e
planejada.

Com planejamento e disciplina você conseguirá alcançar seus objetivos, sem pagar um
preço alto demais por eles e sem perder o sono. Afinal, ficar endividado nos tira o sono, não é
mesmo?!

O ideal é economizar, utilizando o seu dinheiro de forma consciente, poupando para


conseguir realizar as compras sem a necessidade de crédito e endividamento.

Então, vamos entender um pouco mais sobre o hábito de poupar.

84
Capítulo

2
O Hábito de Poupar
Nessa altura do curso, você já se planejou e já possui a noção da situação financeira em
que se encontra. Provavelmente, está pensando no quanto gastou sem saber ao certo onde
aquele gasto o levaria. Possivelmente, você estava como muitos, gastando sem rumo.

Agora, com estas orientações e com as prioridades bem definidas, você já é capaz de evitar
os gastos que te afastam das suas prioridades. Gastar menos do que ganha é essencial quando
temos o propósito de atingirmos algo maior no futuro. É essencial pouparmos o quanto
pudermos.

Quanto antes começarmos a poupar, mais rápido conseguiremos alcançar nossas metas
e realizar nossos sonhos. É por isso que a definição de metas é tão importante. Elas nos darão
foco e propósito para o hábito de poupar.

E o que é poupar?

A resposta a essa pergunta é simples. Poupar é gastar menos do que ganhamos e reservar
o excedente financeiro para um propósito específico no futuro. É reservar a diferença entre
o que ganhamos e que gastamos. A Joana, por exemplo, teve força de vontade para poupar,
porque estabeleceu as suas metas.

O hábito de poupar nos ajuda a alcançarmos nossos objetivos, além de ser uma precaução
para situações imprevisíveis. Poupar também nos dá tranquilidade para quando chegar o
momento da aposentadoria. Sim, temos que pensar em como estaremos financeiramente
quando chegar a hora de aposentar.

Nesse curso já vimos algumas estratégias para que você atinja seu objetivo de poupar.
Entre elas, falamos da importância do planejamento, da definição de objetivos e metas, da
elaboração de um orçamento, de ser um consumidor consciente e de utilizar o crédito de
forma responsável.

Repare que tudo tem a ver com o ato de estabelecer prioridades. Ao fazer isso, o hábito de
poupar torna-se muito mais fácil. Para poupar é preciso manter o foco nas prioridades.

A dica é estabelecer um percentual da sua renda que será destinado para a sua poupança.
Pode ser um valor pequeno. O importante é que seja possível para você. É o que diz o ditado:
“de grão em grão a galinha enche o papo!”. Lembre-se que este valor deve ser considerado
como gasto fixo e reservado logo no início do mês. Caso contrário, corremos o risco de nunca
sobrar valor algum.

Agora, uma dúvida: e se não estiver sobrando nada? Essa pergunta pode estar passando
na sua cabeça. A resposta para ela é: faça sobrar! Diminua os gastos. Se isso já não for mais
possível, identifique uma forma de aumentar a renda e direcione esse valor extra para sua
poupança. Não tem fórmula mágica!

85
Se, ainda assim, você achar impossível poupar, lançamos um desafio. É um desafio
que durará 52 semanas. Durante esse período, você reservará pequenos valores que
irão aumentar conforme o passar do tempo. Você encontrará o arquivo Desafio – 52
semanas na sala de aula do Portal Virtual do curso. Vamos nessa?!

Sabemos que as necessidades e vontades de consumo aparecem e que o hábito


de poupar nem sempre é fácil. Uma boa dica aqui é saber a diferença entre preço
e valor. Quando você for realizar um gasto, pense como se estivesse realizando um
investimento e avalie se aquela compra realmente vale a pena, se o preço pago
corresponde ao valor oferecido.

Outra reflexão importante é se perguntar: “posso esperar para realizar este gasto
e optar por pagar à vista depois, com um bom desconto?”. A ideia aqui é utilizar o
tempo a nosso favor. Se possível, espere. Junte dinheiro para realizar o gasto de forma
consciente e em melhores condições. Garantimos a você que a sensação de alcançar
algo esperado é maravilhosa. Foi essa sensação que a Joana sentiu quando conseguiu
comprar sua batedeira à vista, depois de poupar durante algum tempo para fazer essa
aquisição.

No próximo item, abordaremos mais uma estratégia para ajudar as pessoas


que desejam poupar. Nela, você poderá utilizar os juros a seu favor, por meio dos
investimentos, que é a aplicação dos recursos que poupamos, com a expectativa de
obtermos uma remuneração por essa aplicação. Vamos lá?

86
Capítulo

3
Investimentos
Após colocarmos em prática os aprendizados deste módulo, especialmente as alternativas
para resolver problemas de endividamento e para poupar, nosso próximo passo é conhecer
uma interessante forma de obter rendimentos: investir.

Neste tópico, vamos apresentar a você o que é e quais as principais formas de investimento
financeiro. Este entendimento é de grande importância para aqueles que conseguiram
poupar/guardar algum dinheiro e que desejam alcançar ganhos por meio de aplicações dessa
poupança ou dinheiro.

Antes de investir, você deve se perguntar: para que vou investir? Para realizar um
investimento, além de possuir uma reserva destinada a isso, você deve ter um objetivo ou um
sonho. É exatamente para isto que os investimentos podem te ajudar.

Então, vamos conhecer um pouco sobre investimentos?!

3.1. O que é investimento?

O conceito de investimento se refere às diferentes formas de aplicações/


desembolsos que têm por objetivo a obtenção de ganhos, lucros ou retornos
futuros. Exemplos: conta poupança, títulos, ações, moeda estrangeira,
imóveis, equipamentos, etc.

Apesar de muitos acreditarem que investimento seja algo que só aqueles que possuem
muito dinheiro podem fazer, saiba que não é bem assim. Certamente, a maioria de nós
realiza ou já realizou algum investimento. Será que isto é verdade? Claro que sim! Montar um
pequeno negócio, comprar uma máquina ou equipamento, guardar dinheiro em uma conta
poupança e, até mesmo, dedicar tempo e recursos para plantar uma horta para produzir e
vender hortaliças, tudo isso é investimento.

Se você investir o seu tempo para plantar um canteiro de alface e então comê-las durante
as refeições, você estará realizando um investimento! Se produzir um tapete com retalhos para
utilizar na sua casa, você terá um retorno no uso do tapete (além de não gastar comprando
tapetes!). Isso também pode ser considerado um investimento. Resumindo, há diferentes
formas de se investir.

A Joana, por exemplo, investiu em um empreendimento para produção e venda de bolos.


Era um dos sonhos dela. Para isso, ela investiu tempo e dinheiro para alcançar seus objetivos.

Para entendermos melhor sobre os tipos e possibilidades de investimentos, temos de


conhecer como eles são classificados. Eles variam quanto à natureza; tipos de retornos ou
possibilidades de ganhos; quanto ao tempo necessário para se obter retornos; e quanto ao
risco do investimento.

Vamos começar pela natureza. Os investimentos podem ser classificados em operacionais


ou financeiros (Figura 1).

87
Equipamentos,
Operacionais máquinas, imóveis,
estoques, etc.

Investimentos

Aplicações em
poupança, títulos de
Financeiros capitalização, títulos do
governo, ações, etc.

Figura 2: Natureza dos investimentos.

Os investimentos operacionais tratam das aplicações em bens (ativos) que geram receitas
(ganhos) periodicamente, como no caso de equipamentos e imóveis. Um exemplo prático
seria o da compra de um apartamento (imóvel) no valor de R$180.000,00 (valor investido), que
gera receitas mensais de R$900,00 vindas do aluguel. Outro exemplo poderia ser a compra
de uma máquina de costura que, ao viabilizar a produção de mais peças de roupas, permite
maiores ganhos de uma confecção.

Já os investimentos financeiros, como o próprio nome indica, tratam das aplicações de


natureza financeira, tais como conta poupança, títulos, ações, fundos de investimento, letras
de crédito, previdência privada etc.

Um exemplo prático de investimento financeiro é uma aplicação de R$1.000,00 feita em


uma conta poupança em janeiro de 2020, que ao final de um ano se transformou em R$1.050,50.
O total de R$50,50 corresponde ao valor aproximado da remuneração da aplicação, ou seja,
os juros mais correção da inflação que ocorreu durante o ano. Vale dizer que a correção
monetária é uma forma de reposição do dinheiro investido de forma a compensar a inflação,
que é o aumento generalizado no nível de preços da economia.

Este rendimento da poupança parece pouco, não?! Nos próximos parágrafos vamos
entender o porquê da poupança remunerar tão pouco.

A partir deste ponto da apostila trataremos especificamente dos investimentos financeiros.


Agora que já sabemos do que trata essa modalidade de aplicação, podemos nos questionar:
como acontecem os ganhos (remunerações ou retornos) dos investimentos financeiros?

A resposta é que eles normalmente acontecem por meio de recebimento de taxas de


retorno ou de juros (Figura 2).

88
Taxas fixas
Ganhos,
retornos ou
remuneração Taxas variáveis
dos
investimentos
financeiros
Taxa com correção
monetária
Figura 3: Tipos de ganhos ou retornos dos investimentos financeiros.

• As taxas fixas são aquelas definidas previamente, no momento da contratação


do investimento. São chamadas fixas porque não se alteram durante o tempo de
investimento. Exemplo: um título de renda fixa que remunera 15% do valor investido
no final de um ano. Isso quer dizer que, para cada R$1.000,00, obtém-se como
remuneração o valor de R$150,00no fim de 1 ano (1.000 x 15/100 = 150).

• As taxas variáveis são definidas no final do tempo do investimento, ou periodicamente,


de acordo com algum indicador (Ex. Índice de Preços da Construção Civil - INCC). Ou
seja, o nome variável está relacionado ao desconhecimento sobre as taxas que serão
aplicadas ao final do investimento. Elas irão variar de acordo com o que acontecer em
termos de preços dos materiais de construção e outros valores que podem servir de
referência. Por causa disso, o valor ou taxa do retorno é incerto, ou seja, depende do
quanto o indicador de referência variou ao longo do tempo.

• As que remuneram com juros (remuneração do dinheiro ao longo do tempo) mais


correção monetária (ajustes financeiros para considerar o efeito da inflação) são aquelas
que repõem ao investidor a perda do valor do dinheiro ocasionada pela inflação. Um
exemplo são as aplicações em poupança. Além da taxa de remuneração básica, a
caderneta de poupança repõe ao investidor a desvalorização do capital que ocorreu
por conta da inflação ou aumento geral no nível de preços dos produtos e serviços.
Suponha que para as compras do mês em um supermercado gastava-se R$400,00 e, no
final de dois meses, passou-se a gastar R$416,00 pelos mesmos produtos da compra.
Neste caso, há indícios de uma inflação de 4% nos dois meses. Se estes mesmos
R$400,00 fossem aplicados na poupança, ao final de dois meses a remuneração seria
a taxa de rendimento da poupança (em média 0,5% ao mês) mais 4% de correção
monetária.

89
Janeiro Março

R$400,00 R$416,00

Quanto ao prazo para o retorno do capital investido e/ou obtenção da remuneração, estes
investimentos podem ser de curto (até um ano), médio (dois a cinco anos) ou longo (mais de
cinco anos) prazos – Figura 3.

Curto prazo
Maior liquidez e baixo risco
(até 1 ano)

Prazo/tempo Médio prazo Média a baixa liquidez e risco


dos (de 2 a 5 anos) moderado
Investimentos

Longo prazo
(mais de 5 anos) Baixa liquidez e alto risco

Figura 4 – Relação entre prazo de investimentos financeiros, liquidez e risco.

Geralmente, o prazo do investimento está diretamente relacionado com o risco (potencial


de resultado negativo ou prejuízo com o investimento) e, consequentemente, com o retorno
(ganhos ou perdas com o investimento).

Quanto menor o prazo do investimento, maior sua liquidez (nível de facilidade em que
o investimento pode se converter em dinheiro), menor o risco e menor o retorno. Este é o
caso do exemplo de investimentos em conta poupança, que podem ser sacados facilmente a
qualquer momento e, por isso, tem alta liquidez, porém baixa rentabilidade.

Por outro lado, quanto maior o prazo do investimento, menor sua liquidez e maior o retorno
ou rendimento esperado. Estes tipos de investimento, apesar de terem altas expectativas de
retorno, possuem maior risco, por não terem tantas garantias de retorno.

Um exemplo está na aquisição de ações de uma empresa. As ações são “papéis ou títulos”
que representam uma parte do capital ou valor de uma empresa. É como se fosse uma
pequena parte da empresa com a posse da qual você passa a ser sócio. No longo prazo, se a
empresa apresentar bom desempenho no mercado, a empresa passa a valer mais, suas ações
são valorizadas e, então, o retorno é proporcional a tal valorização. Por outro lado, se ocorrer
algo imprevisto e suas ações desvalorizarem, o retorno pode ser baixo ou até mesmo negativo.

Conforme o mencionado, pessoas dispostas a correr risco (propensas ao risco) costumam


buscar investimentos de maior rentabilidade e, consequentemente, maior risco. Por outro lado,
pessoas mais conservadoras ou avessas ao risco preferem investimentos de menor incerteza,
ou seja, menor risco de perda de dinheiro.

90
Exemplos de tipos de investimentos financeiros com baixo risco são:

Conta poupança;
Títulos de renda fixa como: Letras de Crédito
Imobiliário (LCI); Letras de Crédito Agropecuário
(LCA);
Certificado de Depósito Bancário (CDB);
Tesouro Direto Selic;
Fundos de Renda Fixa;
Títulos Públicos como o Tesouro IPCA+.

Exemplos de tipos de investimentos financeiros que demandam altos investimentos e


têm alto risco são:

Ações individuais de empresas, como as comercializadas em bolsa de valores;

Operações de Day trade (operações de curtíssimo prazo – geralmente um dia – cujo


objetivo é aproveitar condições específicas que podem ocorrer ao longo do dia;

Investidor-anjo de startups (empresas jovens geralmente ligadas à área de


inovação que tendem a crescer rapidamente);

Contratos futuros – referem-se ao comércio internacional de commodities


(produtos de qualidade e características únicas, como o caso de produtos agrícolas
– café em grãos, soja, carnes). Neste tipo de comércio o produto é comprado por
um preço fixo e, no fim do contrato, é vendido pelo preço de mercado;

Câmbio (compra de moeda estrangeira).

Antes de decidirem por qualquer tipo de investimento financeiro é muito importante que
vocês analisem as condições relacionadas ao prazo, taxas e impostos a serem pagas. É disso
que falaremos na próxima seção.

91
Capítulo

4
Como investir?
Inicialmente, a primeira coisa a dizer a você é que não existe uma fórmula mágica que
mostre como se deve realizar investimentos financeiros. O mais importante é refletir e analisar
sobre o que melhor se enquadra ao seu perfil e às suas possibilidades.

Nesse processo de reflexão e análise há alguns pontos que devem ser considerados na
hora da tomada de decisão:

• Devo investir ou não?


• Quanto posso investir?
• No que posso investir?

Então, vamos lá. Abaixo estão 6 pontos chaves cujas respostas certamente ajudarão nesta
decisão.

1. Avalie, para o seu caso, se as afirmativas abaixo são verdadeiras


a. Não tenho dívidas de altos valores e que comprometem boa parte do meu
orçamento familiar ou do meu negócio;
b. Tenho uma poupança ou dinheiro guardados para que eu possa usar como
segurança em eventuais problemas (doenças, imprevistos domésticos, etc.);
c. Estou disposto a abrir mão de usar o dinheiro a ser investido por um período de
tempo;
d. Tenho um trabalho ou uma renda fixa que me permite ficar tranquilo (a) em
utilizar o dinheiro no investimento.
2. Quanto de dinheiro eu tenho disponível para aplicar em um investimento financeiro?
3. Eu gosto de ter segurança e a certeza de poder reaver meu dinheiro investido sempre
que eu precisar?
4. Eu tenho pressa em ter o retorno do meu investimento?
5. Eu gosto de me arriscar se eu tiver a possibilidade de ganhar mais?
6. Eu gosto de me arriscar e tenho tempo para acompanhar como está o mercado
financeiro?
Vamos analisar as respostas e ver as possíveis decisões quanto às possibilidades de
investimentos?

Ponto chave (1): se para todas as afirmativas as respostas forem verdadeiras, você está no
caminho certo para realizar um investimento.

Ponto chave (2): mesmo com pouco dinheiro é possível realizar investimentos. Para
aplicações em conta poupança não há definição de valores mínimos, ou seja, você pode
depositar até R$1,00. Gastando um pouco mais, com R$100,00 você já pode investir no
Tesouro Direto (título público federal) ou Certificados de Depósitos Bancários – CDBs (é um
tipo de depósito ou título de renda fixa de longo prazo que os bancos oferecem para captarem
recursos).

92
Ponto chave (3) e (4): se suas respostas forem sim, significa que você não gosta de correr
riscos de perder dinheiro e quer tê-lo em mãos sempre que precisar (alta liquidez), ou seja,
você é um investidor conservador.

De todas as opções de investimentos financeiros, aplicações na poupança é o mais indicado,


pois permite o saque de dinheiro a qualquer hora. O ponto negativo é a baixa remuneração.
Caso seu rendimento (juros recebidos) seja alto (mais de 40 mil reais no ano), você pagará
imposto de renda sobre ele.

Caso você esteja disposto a abrir mão de um pouco de liquidez e não queira pagar imposto
de renda, os bancos costumam oferecer opções de investimento que oferecem rendimento
fixo e maior, como é o caso dos CDBs, Letras de Crédito Imobiliário - LCIs e Letras de Crédito do
Agronegócio - LCAs.

Ponto chave (5) e (6): se as respostas foram positivas para estes pontos, seu perfil é de um
investidor disposto a arriscar (investidor arrojado). Para este caso, os investimentos de longo
prazo são os mais indicados.

Neste grupo estão, dentre outros, os investidores de bolsa de valores (mercado de capitais),
que são pessoas que geralmente dedicam tempo para avaliar as oscilações, possibilidades,
oportunidades e riscos do mercado. Caso o investidor não conheça as ferramentas necessárias
ou não tenha tempo, ele pode contratar uma corretora para fazer este serviço.

Apesar de ser possível comprar ações gastando pouco dinheiro, o mais comum é o
investidor empregar maiores montantes de dinheiro e diversificar sua cesta de investimentos,
ou seja, aplicar em diferentes tipos de investimento como forma de diminuir as chances de
perdas ou baixos retornos.

O meio termo entre o investidor conservador e o arrojado é o moderado.

Conhecido e analisado seu perfil de investidor, o seu próximo passo deve ser visitar uma
instituição financeira (bancos ou corretoras, por exemplo) e avaliar as possibilidades de
investimentos compatíveis.

É importante estar atento aos detalhes relativos às remunerações ou ganhos efetivos. Além
da provável cobrança de impostos e taxas administrativas, deve-se levar em consideração
também quando você deseja resgatar o valor investido. Em alguns casos, se o investimento
for resgatado antes do terminar o prazo final, há cobrança de multas ou taxas, o que afeta
diretamente o rendimento final obtido. Se você não tem experiência, o ideal é começar devagar,
traçando pequenos objetivos de ganhos até atingir experiência e segurança suficientes.

No site da Comissão de Valores Monetários (CVM) do Ministério da Economia, há o portal


do Investidor (https://www.investidor.gov.br/index.html). Lá, você encontra dicas, guias e
maiores informações sobre o funcionamento do mercado financeiro, além de oportunidades
de cursos e treinamentos.

93
RESUMINDO

No módulo 4 entendemos um pouco mais sobre endividamento, verificamos


algumas práticas que podem auxiliar na diminuição das dívidas. Para tanto, devemos,
em um primeiro momento, listar as nossas dívidas, verificarmos as que são mais
problemáticas, negociarmos os pagamentos e identificarmos formas de pagá-las.

Vimos também algumas reflexões que devemos desenvolver para criarmos o


hábito de poupar. Verificamos que, para poupar, devemos definir um valor específico
a ser reservado no início de cada mês. Outra dica importante apresentada é utilizar o
tempo a nosso favor, utilizando-o para criar nossas reservas.

Por fim, falamos sobre investimentos, uma das alternativas para construir e proteger
seu patrimônio. Além de investir em negócios, compra de equipamentos e imóveis
(investimentos operacionais), você pode realizar investimentos financeiros.

Sobre o investimento financeiro, de acordo com o seu perfil de investidor, você


pode decidir se é melhor investir em contas

QUESTÕES PARA REFLEXÃO


Reflita e tente responder as seguintes questões para fixação do conteúdo aprendido. Essas
questões não são avaliativas e você não precisa entregá-las.

1. Quais são os passos para diminuirmos o endividamento?


2. Quais são as estratégias para colocar em prática o hábito de poupar?
3. Quais são os tipos de taxas de remuneração de investimentos financeiros? Quais as
diferenças entre elas?
4. O que é liquidez?
5. Qual a relação entre risco e liquidez de um investimento financeiro?
6. Analisando e respondendo os 6 pontos chave da seção 2, indique qual é o seu perfil de
investidor.

94
Mensagem de conclusão
do Módulo 4
Ótimo, você chegou ao final do Módulo 4! Com isso, já aprendeu a se livrar das dívidas, a
colocar em prática os hábitos de poupar e sobre possibilidades de investimentos.

Caso tenha ficado alguma dúvida, após assistir a aula narrada e realizar os exercícios de
fixação, não se preocupe, volte e leia esta apostila novamente.

Temos certeza de que, após uma nova leitura, você se sentirá seguro para continuar.

Pratique os ensinamentos que você adquiriu neste módulo. Liste suas dívidas, participe do
Desafio – 52 semanas e faça do quiz.

E, se você chegou até aqui, assistiu a aula narrada, realizou os exercícios e não teve dúvidas,
é hora de seguir para o Módulo 5.

Lembre-se de ler o Guia de Estudos antes de iniciar o Módulo 5. Ele foi preparado para lhe
ajudar a ter sucesso na realização deste curso.

Vamos para o Módulo 5!

95
Referências
ARCURI, N. Me Poupe! 10 passos para nunca faltar dinheiro no seu bolso. 1. ed.
Rio de Janeiro: Sextante, 2018. 176 p.

BACEN – Banco Central do Brasil. Caderno de Educação Financeira – Gestão de


Finanças Pessoais (Conteúdo Básico). 2013. Disponível em: https://www.bcb.
gov.br/content/cidadaniafinanceira/documentos_cidadania/Cuidando_do_seu_
dinheiro_Gestao_de_Financas_Pessoais/caderno_cidadania_financeira.pdf Acesso
em: janeiro de 2021.

CHENG, A.; MENDES, M. M. A importância e a responsabilidade da Gestão


Financeira na Empresa. Caderno de Estudos, São Paulo, v. 1, 1989. DOI 10.1590/
S1413-92511989000100002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cest/a/
K537QpqPkNmpTf4CVsh5CPc/?lang=pt. Acesso em: janeiro de 2021.

CVM – Comissão de Valores Monetários. Portal do Investidor, 2021. Disponível em:


https://www.investidor.gov.br/index.htmls. Acesso em: janeiro de 2021.

HOJI, M. Administração Financeira na Prática: guia para educação financeira


corporativa e gestão financeira pessoal. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2011. 168 p

96
Módulo 5
MICROCRÉDITO
Apresentação do Módulo
5
Neste módulo 5, continuaremos nosso curso Educação Financeira para Empreendedores
Populares. Definiremos e conheceremos os objetivos e possibilidades do microcrédito.

Iniciaremos com o conhecimento da definição e do funcionamento do microcrédito.


Veremos, também, quando decidir por utilizá-lo. Os aprendizados adquiridos nos Módulos
3 e 4 - Planejamento, Controle Financeiro e Endividamento - são muito importantes para nos
guiar nesta decisão.

Se entendermos que a melhor decisão é a tomada de um microcrédito, a sequência do


Módulo 5 vai nos mostrar quais procedimentos devemos seguir para adquiri-lo.

Por fim, faremos apontamentos e reflexões sobre o uso consciente do microcrédito.


Afinal, para todo tipo de empréstimo há pagamento de juros e taxas. Isso deve ser levado
em consideração em sua tomada de decisão. Na Figura 1 está o resumo de tudo que veremos
neste Módulo.

Conceito

Objetivos
Microcrédito

Quando utilizar

Como obter

Uso consciente

Este Módulo terá duração de 2 horas. Conforme nosso Guia de Estudos do Módulo 5,
após ler esta apostila, você deve:

• Assistir à aula narrada;


• Resolver os exercícios de fixação; e
• Resolver o jogo interativo.

As aulas narradas, os exercícios de fixação e o jogo interativo estão disponíveis no Portal


Virtual do Curso.
Bons estudos!

98
Conceito de Microcrédito
Antes de falarmos sobre Microcrédito, é fundamental sabermos o que é crédito.
Crédito são recursos (dinheiro) que você pode obter junto a instituições financeiras,
ou seja, bancos, financeiras, cooperativas de crédito, dentre outros. Geralmente, os
créditos são adquiridos para a aquisição ou financiamento de bens ou mesmo para
atender emergências. Há diferentes tipos de crédito (Figura 2), tais como:

Cheque especial

Cartão de Crédito
Tipos de Crédito

Empréstimos (pessoal e consignado -

R$
R$
R$

descontado diretamente na folha de R$

R$
pagamento ou benefício)

Financiamentos (imobiliário, de veículos,


máquinas, produtivo, etc)

Compras a prazo

Consórcios

Em outras palavras, podemos dizer que crédito é uma forma de antecipar para o
presente o consumo de algo que só seria possível ser feito no futuro, após você ter
poupado e acumulado o montante equivalente de dinheiro.

Se com o crédito há benefício pelo uso do dinheiro no presente, você terá de pagar
por isso. O dinheiro tem valor ao longo do tempo! Estes custos são cobrados por meio
de taxas e juros.

Além disso, é comum haver exigências de garantias para a instituição que concede
o crédito, pois ela corre risco de casos de não pagamento. As garantias exigidas
costumam ser fiadores, bens (imóveis e carros), além da prova de que o tomador do
crédito tem “nome limpo”, etc.

E, é por causa dos custos dos créditos que é relevante saber aplicar seus
conhecimentos sobre Endividamento (vistos no Módulo 4) e sobre Planejamento e
Controle Financeiro (vistos no Módulo 3). Assim, é possível analisar a real necessidade
do uso de crédito e a melhor modalidade de acordo com sua realidade financeira.

99
Mas, e em relação ao microcrédito? Ele tem a mesma definição do crédito?

O microcrédito é um tipo de crédito voltado para o financiamento de


atividades produtivas de pequenos empreendimentos ou negócios.

Seguindo a definição de uma cartilha do Banco Central do Brasil1, “microcrédito é


a concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e
microempresas sem acesso ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem
como oferecer garantias reais. É um crédito destinado à produção.”

Assim, se você pretende ser ou já é um pequeno empreendedor, tem a possibilidade de


utilizar o microcrédito produtivo para ampliar ou desenvolver seu pequeno negócio, comprar
equipamentos, mudar instalações, etc.

5.2 Objetivo do Microcrédito

Ao oferecer microcrédito, o Governo, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento


(BNDES), tem por objetivo incentivar os microempreendedores iniciar ou ampliar seus
negócios e, assim, contribuir para a geração e aumento da renda da população.

Exatamente por isso, as condições de pagamento costumam ser mais favoráveis, se


comparado a outras modalidades de crédito, como cheque especial e cartão de crédito. Assim,
as taxas de juros cobradas nesta modalidade de crédito são relativamente baixas – máximo de
4% ao mês já incluindo encargos e taxas. Os valores concedidos em operações de microcrédito
podem variar de R$300,00 a R$21.000,00. Os prazos e formas de pagamento dependem das
condições da linha de crédito.

5.3 Quando utilizar um microcrédito

Seguindo o que falamos anteriormente, microcrédito pode ser utilizado por um


microempreendedor quando não tem recursos ou dinheiro suficiente. Mas, ele deseja abrir ou
ampliar seu negócio.

O negócio pode ser ampliado com a compra de máquinas e equipamentos novos ou


usados, aquisição de implementos e insumos para produção, realização de obras e melhorias
das instalações, etc.

5.4 Como obter microcrédito

Nunca é demais repetir, para montar ou expandir seu negócio utilizando microcrédito,
uma das primeiras coisas a se fazer é elaborar o planejamento e controle financeiro. Isto inclui
definir em que o dinheiro será aplicado, qual o valor necessário, quais são os prazos possíveis
para pagamento, bem como os custos envolvidos.

Feito isso e verificado que é viável a solicitação de microcrédito, outro passo é identificar
se você ou seu empreendimento está dentro do perfil daqueles que podem ser beneficiados.
Estão nesse perfil:

• Pequenas empresas que possuem faturamento anual bruto de até 360 mil reais;
• Pessoas físicas que buscam iniciar um novo negócio ou ampliar os já existentes.
1 https://www.bcb.gov.br/content/publicacoes/outras_pub_alfa/microcredito.pdf

100
Estas pessoas podem ser qualquer trabalhador – artesão, cabeleireiros, cozinheiros,
pequenos produtores rurais, prestadores de serviços, etc.
• Pessoas jurídicas com inscrição de Microempreendedor Individual (MEI).
Então, se você ou sua empresa estão dentro do perfil para obter o microcrédito, é
necessário buscar uma instituição financeira ou agentes operadores que disponibilizam este
tipo de crédito.

Você pode conseguir microcrédito em cooperativas de crédito, bancos comerciais, bancos


de desenvolvimento e agências de fomento.

Cada instituição possui linhas específicas de crédito. Além disso, possuem as próprias
regras relacionadas à avaliação da capacidade de pagamento dos clientes, prazos, tempo,
custos (taxa de juros mais taxas administrativas) e garantias exigidas. Resta a você analisar
aquela que oferece a opção mais adequada para a sua realidade.

5.5 Uso consciente do microcrédito

O uso consciente do microcrédito está relacionado a um conjunto de análises que devem


ser feitas antes e durante o uso dos recursos.

Além de realizar o planejamento financeiro, tanto para o caso de novos empreendimentos


quanto para ampliação de negócios existentes, é fundamental avaliar os riscos e a real
necessidade da aquisição do microcrédito. Em alguns casos, pequenas mudanças na
administração ou gestão do negócio já seriam suficientes para a obtenção de economias
que podem ser utilizadas no lugar do crédito. Alguns exemplos são: alterar a forma de gerir
estoques, substituir matérias primas caras por similares mais baratas, otimizar o uso de
máquinas e equipamentos, etc.

Vocês se lembram da Joana? Quando iniciou seu negócio de bolos, ela aproveitava o forno
aquecido para assar todos os bolos que seriam vendidos no dia de uma única vez. Assim, ela
economizava gás. Ela também anotava tudo que gastava para fazer os bolos, ingrediente por
ingrediente. Assim, conseguia controlar os estoques e os custos de produção, pois ela ia ao
supermercado comprar itens para reposição apenas nos dias de promoção.

Enfim, o microcrédito só deve ser feito quando se esgotar todas as opções de obtenção de
economias e recursos alternativos, conforme mencionado. Se mesmo após esse processo de
economizar recursos, a decisão for pelo microcrédito, você deve avaliar com cuidado todas as
possibilidades e condições de crédito que as instituições oferecem.

Isto quer dizer que, antes de contratar o crédito, é importante:

1. Comparar as taxas de juros entre linhas de crédito e entre instituições que as


oferecem. Pequenas diferenças nas taxas podem resultar em boas economias em
relação ao valor total de juros pagos. Vale lembrar que o valor máximo de juros que
pode ser cobrado é 4% ao mês;

2. Avalie o valor e a quantidade de prestações. Primeiramente, veja se o valor da


prestação cabe dentro do seu orçamento. Posteriormente, veja quantas prestações

101
precisará pagar. Quanto maior o número de prestações, mais tempo o orçamento
ficará comprometido com o microcrédito. Além disso, muitas prestações resultam em
um maior valor total de juros pagos pela operação financeira.

3. Avalie o valor das taxas administrativas e seguros a serem pagos. Isto influencia o
chamado Custo Efetivo Total (CET) do empréstimo. Avaliando a proposta apresentada
pelo banco ou instituição financeira você saberá efetivamente quanto terá de custos
(juros mais taxas). Essa informação está expressa na taxa efetiva e não na taxa nominal.
É obrigação destas instituições apresentar qual é o CET da operação.

4. Desconfie de “ofertas imperdíveis”. Infelizmente, é comum o uso de estratégias para


conquistar o cliente. A maioria dessas ofertas imperdíveis escondem taxas ou custos
extras que, além de serem maiores, podem afetar seu orçamento. Por exemplo, ofertas
do tipo receba seu crédito hoje e só comece a pagar daqui a “3” meses escondem
os juros que são cobrados por estes 3 meses de carência e incluídos nos valores das
prestações. Esteja atento a isso!

5. Dê preferência a Instituições conhecidas ou pesquise sobre as desconhecidas.


Infelizmente, é importante ter atenção e não correr risco de cair em armadilhas e
fraudes. Se receber ligações telefônicas ou encontrar sites de instituições oferecendo
microcrédito com taxas abaixo das ofertadas no mercado, desconfie. Nesses casos, você
poderá correr risco de repassar seus dados ou informações pessoais a fraudadores e
criminosos. Além disso, desconfie de pedidos de dinheiro adiantado. O ideal é pesquisar
sobre a instituição. Se possível, veja na internet se há reclamações e denúncias sobre
tais instituições.

Para terminar, é importante dizer que o microcrédito deve ser destinado exclusivamente
para o negócio. Ele não pode ser utilizado para fins pessoais. Para entender melhor o porquê
disso, vamos conhecer o exemplo do tio da Joana, o Sr. Paulo.

O Sr. Paulo morava no campo e trabalhava como retireiro (aquela pessoa que
cuida e tira o leite das vacas). Como o patrão permitiu, ele resolveu comprar uma
vaca para que, com a venda do leite, pudesse ampliar sua renda. E assim aconteceu.
Satisfeito com o resultado, o Sr. Paulo resolveu contratar um microcrédito para
comprar quatro outras vacas. Assim, ele poderia ampliar ainda mais sua renda.
Entretanto, ao contratar o microcrédito, ele comprou duas em vez de quatro vacas
e utilizou o restante do dinheiro para gastos pessoais com a esposa. Infelizmente,
as duas vacas compradas não produziram o suficiente para pagar o microcrédito.
Com isso, Sr. Paulo ficou endividado e perdeu o seu carro, que tinha sido dado
como garantia para conseguir o microcrédito.

Como o exemplo do Sr. Paulo, fica claro que o recomendado é seguir o planejamento

102
e utilizar recursos financeiros de microcrédito exclusivamente para o negócio. O uso para
finalidades pessoais pode prejudicar o empreendimento e, inclusive, gerar perdas e prejuízos
para sua vida pessoal e familiar.

Você sabia?

Quem participa do Programa Progredir pode ser auxiliado na aquisição de


microcrédito produtivo orientado. Após seu cadastro no Programa, basta
responder a um dos Questionários “Quero Ser Empreendedor” ou “Já Sou
Empreendedor”. A partir de então, o Ministério da Cidadania enviará suas
informações aos parceiros do Progredir que são operadores de microcrédito
para que eles avaliem a proposta de financiamento do seu negócio.

Não é obrigatório ser Microempreendedor Individual (MEI) para ter acesso


ao microcrédito e outras ações ofertadas pelo Progredir, mas cada parceiro
do Programa que opera o microcrédito possui suas próprias normas.

Fonte: http://antigo.cidadania.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/
desenvolvimento-social/desenvolvimento-social/Progredir

103
Resumindo
Neste Módulo 5, aprendemos que o microcrédito é uma opção interessante para os
pequenos empreendedores que desejam iniciar ou ampliar um negócio. Vimos que esta linha
de crédito é oferecida com o objetivo de incentivar pequenos empreendedores e, assim,
contribuir para o aumento de sua renda.

Vimos também que, as taxas cobradas por estas operações de crédito são relativamente
baixas e as condições de pagamento costumam ser mais favoráveis do que as oferecidas por
créditos tradicionais.

Aprendemos sobre quando e como obter microcrédito. Vimos que é importante explorar
todas as possibilidades possíveis de conseguir economias e recursos antes de decidir
pela tomada do microcrédito. Afinal, apesar de o microcrédito oferecer boas condições, se
comparado a outras modalidades de crédito, ainda assim há custos.

Por fim, compreendemos a importância do microcrédito consciente. Além de planejamento


e controle financeiro, é importante comparar taxas, avaliar o valor e a quantidade de prestações,
avaliar o Custo Efetivo Total do crédito, desconfiar de “ofertas imperdíveis” e preferir instituições
conhecidas.

104
Atividades de Fixação
Reflita e tente responder as seguintes atividades para fixação do conteúdo aprendido.
Estas atividades não são avaliativas e você não precisa entregá-las.

1) Quais são os tipos de crédito oferecidos por instituições financeiras?

2) Quando devemos utilizar microcrédito?

3) Por que é importante realizar Planejamento e Controle Financeiro antes de contratar


microcrédito?

4) O que é microcrédito consciente?

105
Mensagem de conclusão
do Módulo 5
Você chegou ao final do Módulo 5, parabéns! Isso significa que você aprendeu o que é,
qual o objetivo, quando utilizar e como contratar um microcrédito. Além disso, você viu as
formas de realizar um microcrédito consciente.

Se após ler este material, assistir a aula narrada e realizar os exercícios de fixação ainda ficar
alguma dúvida, não se preocupe. Volte e releia esta apostila quantas vezes quiser.

Pratique os ensinamentos que você adquiriu neste módulo. Realize o Jogo Interativo que
está disponível na Plataforma Progredir.

E se você chegou até aqui, fez todas as atividades e não teve dúvidas, é hora de seguir para
o Módulo 6.

Lembre-se de ler o Guia de Estudos antes de iniciar o Módulo 6. Assim como os anteriores,
ele foi preparado para lhe ajudar a ter sucesso na realização deste curso. Vamos lá!?

106
Módulo 6
Microempreendedor
Individual (MEI)
Apresentação do Módulo
6
Olá, Cursista! Neste módulo 6 vamos dar continuidade ao nosso curso Educação Financeira
para Empreendedores Populares. Ao final da aula, você saberá o que é e como funciona o
cadastro de Microempreendedor Individual (MEI).

Iniciaremos com as definições sobre os conceitos de microempreendedor (microempresa)


e de MEI, realçando as diferenças entre as duas classificações. A partir de então, trataremos
de informações mais específicas para os profissionais MEI, tais como formalização, direitos e
responsabilidades.

Por fim, abordaremos como os MEIs podem ter acesso a serviços financeiros. Na Figura a
seguir, está o resumo de tudo que será aprendido neste módulo.

Diferenças entre Microempreendedor


e MEI

Como se formalizar
MEI

Direitos e responsabilidades

Acesso a serviços financeiros

Este Módulo terá duração de 2 horas. Conforme nosso Guia de Estudos do Módulo 6,
preparado para lhe auxiliar a aproveitar da melhor maneira esta unidade. Após ler esta apostila,
você deve:

• Assistir à aula narrada;


• Resolver os exercícios de fixação; e
• Resolver os exercícios interativos.

Aulas narradas e os exercícios interativos deste módulo estão disponíveis na sala virtual
deste curso e os exercícios de fixação estão no final da apostila.

Ah, ainda temos neste módulo o último episódio do podcast com as Dicas da Joana!
Nele, a Joana contará para vocês como se tornou MEI e também o porquê decidiu tomar um
microcrédito.

Bons estudos!!

108
Capítulo

1
Quais as diferenças entre
Microempreendedor e MEI?1
Antes de iniciarmos o conteúdo deste capítulo, é importante que você saiba não é
obrigatório ser MEI para se cadastrar no eixo de empreendedorismo do Plano Progredir.

Para começar, vamos entender o que é microempreendedor. Microempreendedor é


a pessoa que possui uma microempresa, ou seja, uma pequena empresa com registro do
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Como o próprio nome sugere, essa microempresa
deve empregar poucos funcionários e ter faturamento (soma do valor total das vendas dos
produtos ou serviços) anual relativamente baixo (até 360 mil reais).

O processo de abertura de uma microempresa requer um conjunto de procedimentos.


Dentre eles, estão a obtenção de alvarás com a prefeitura da cidade de origem; registros; e,
licenças. Com o início das atividades, é exigido a emissão de notas fiscais para todas as vendas
ou prestações de serviços.

Em relação à carga de impostos pagos, as microempresas geralmente optam pelo


Simples Nacional (Lei Complementar n.º 123/06). Este regime possui recolhimento de tributos
simplificado (Documento de Arrecadação do Simples Nacional – DAS), com taxas unificadas e
menores. Entretanto, é importante que vocês saibam que as microempresas também podem
optar pelos regimes de tributação Lucro Presumido ou Lucro Real, a depender do que for mais
vantajoso2.

Na categoria Microempreendedor Individual (MEI), os trabalhadores por conta própria


ou autônomos se formalizam como pequenos empreendedores. Por exemplo, cabeleireiro,
pedreiros, artesãos, eletricistas, bombeiros hidráulicos, manicures, vendedores de roupas ou
confeiteiras (como a Joana) podem se cadastrar como trabalhadores formais por meio da
inscrição como MEI.

1 Atenção cursista: você não precisa se formalizar como MEI para ter acesso ao eixo empreendedorismo
no Progredir. O objetivo deste módulo é apresentar o que é e como se formalizar como MEI, caso esta seja sua
escolha.
2 Para saber mais sobre os regimes Lucro Real e Lucro Presumido, acesse: https://www.sebrae.com.br/
sites/PortalSebrae/artigos/lucro-real-ou-presumido-qual-o-melhor,fac8a0b77d29e410VgnVCM1000003b74010aR
CRD.

109
MEI é um tipo de pessoa jurídica que foi criada com o objetivo de facilitar a formalização
do trabalho ao exigir menos custos e burocracia. Essa categoria jurídica foi instituída pela Lei
Complementar 128 de 19 de dezembro de 2008.

QUAIS OS REQUISITOS PARA MEI?

• Desenvolver atividades classificadas em algum código da CNAE (Classificação Nacional


de Atividades Econômicas)3;
• Faturamento anual máximo de 81 mil reais, com limite de tolerância de 20% (97 mil
reais de faturamento total);
• Não participar de outra empresa;
• Ter no máximo 1 empregado;
• Não possuir filial.

Quais as vantagens de ser MEI?

• Inscrição simples, rápida e gratuita;


• Obtenção de cadastro formal (CNPJ);
• Permite emissão de nota fiscal e utilização de meios de pagamento digitais;
• Não requer escrituração contábil;
• Permite participar de licitações e/ou oferecer produtos e serviços a órgãos públicos;
• Isenção de impostos federais e pagamento de taxas reduzidas de Imposto Sobre
Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
• Cobertura previdenciária (benefícios, aposentadorias, salário maternidade, auxílio
doença e pensões);
• Acesso digital a serviços e produtos financeiros com taxas diferenciadas.

ME
I

3 Para saber se sua atividade pode ser considerada para formalização como MEI, acesse um dos seguintes
sites: Concla IBGE - https://concla.ibge.gov.br/busca-online-cnae.html Receita Federal - https://receita.economia.
gov.br/orientacao/tributaria/cadastros/cadastro-nacional-de-pessoasjuridicas- cnpj/classificacao-nacional-de-
atividades-economicas-2013-cnae Portal do Empreendedor - https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/
empreendedor/quero-ser-mei/atividades-permitidas.

110
QUAIS OS CUSTOS OU TRIBUTAÇÃO QUE O MEI DEVE ARCAR?
O MEI é enquadrado na categoria Simples Nacional. A contribuição obrigatória e mensal
do MEI, que deve ser paga até o dia 20 de cada mês, compreende o pagamento de INSS mais
impostos (ICMS e ISS).

Veja os valores pagos mensalmente no Documento de Arrecadação do Simples Nacional


(DAS) para o MEI em 2021:

INSS (5% sobre o ICMS e


Atividade Total
salário mínimo) ISS
Comércio ou R$55,00 R$1,00 R$56,00
Indústria
Prestação de R$55,00 R$5,00 R$60,00
Serviços
Comércio e R$55,00 R$6,00 R$61,00
Serviços

Observação: estes são os custos para 2021, mas podem se alterarem ao longo do tempo. Para atualizações,
acesso o site: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=4

111
Capítulo

2
Como se formalizar
como MEI?
Você deseja se formalizar como MEI? Se sim, saiba que é um processo gratuito podendo
ser feito a qualquer momento, no portal do Empreendedor, do Governo Federal: https://www.
gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor.

Ao acessar este site, você verá a seguinte página:

Na página do Portal do Empreendedor, clique em “Quero ser MEI”.

Na nova janela, clique em “Formalize-se”, conforme apresentado a seguir:

Então, você será direcionado para a página https://sso.acesso.gov.br/login?client_


id=redesim.gov.br&authorization_id=17900342165 .

A Conta gov.br é um meio de acesso digital do usuário aos serviços públicos digitais. Esta
Conta garante a identificação de cada cidadão que acessa os serviços digitais do governo. Para
obtê-la, faça seu cadastro acessando o site: https://sso.acesso.gov.br/login?client_id=contas.
acesso.gov.br&authorization_id=178a3887c18 e clicando em “Crie sua conta gov.br”. Veja a
seguir:

112
Caso já tenha o cadastro, você já pode dar início à formalização como MEI. Para isso, tenha
em mãos os seguintes documentos:

• Registro Geral (RG)


• Cadastro de Pessoa Física (CPF)
• Título de Eleitor
• Endereço
• Número do último recibo da declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) –
se for o caso de pessoa obrigada a declarar.
Para se formalizar, acesse o Portal do Empreendedor, clique em “Formalize-se” e acesse
com sua conta gov.br:

Ao acessar sua conta, preencha todas as informações solicitadas no formulário digital e


conclua sua inscrição MEI. Pronto!

A partir de agora você terá acesso ao Documento de Arrecadação do Simples Nacional


(DAS) para contribuição mensal e demais serviços para MEI no Portal do Empreendedor. Para
tanto, basta acessar a área “Já sou MEI”. Veja Figuras apresentadas a seguir.

113
114
Capítulo

3
Como o MEI pode
acessar serviços
financeiros?
No Módulo 5 aprendemos sobre o que é Microcrédito, suas possibilidades e o seu uso
consciente. Vimos que é importante realizar planejamento e controle financeiro, avaliar
a real necessidade da tomada de crédito, bem como utilizar o microcrédito de forma
consciente. Com base nesse aprendizado e se você se tornou MEI, saiba que a partir de agora
pode ter acesso a produtos e serviços financeiros específicos para sua microempresa. Eles têm
por objetivo ajudar seu empreendimento crescer.

Estes produtos e serviços financeiros fazem parte de um programa do Governo chamado


Programa de Simplificação do Acesso a Produtos e Serviços Financeiros para os Pequenos
Negócios (CREDMEI - CREDMPE). Para mais informações, você pode acessar o site https://www.
gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/credito/credmei-credmpe.

De acordo com informações do Portal do Empreendedor, os MEIs possuem acesso às


seguintes soluções financeiras:

Conta corrente de pessoa jurídica, na qual você pode movimentar o dinheiro


do seu negócio;
Máquinas de débito e crédito, para facilitar a venda de produtos ou prestação
de serviços;
Antecipação de recebíveis, com as quais você recebe à vista os valores
vendidos no crédito;
Cartão de crédito ou débito empresarial;
Crédito para comprar mercadorias, insumos ou matérias-primas;
Crédito para comprar máquinas, equipamentos, móveis ou utensílios de
produção;
Crédito para ampliar o negócio;
Crédito para comprar veículo (carro, moto, etc.);
Seguros para proteger seu negócio ou sua família;
Investimentos.

Se após realizar seu planejamento e controle financeiro você avaliar que há necessidade
de realizar uma tomada de crédito, é possível optar por fazê-lo ou não. Se a decisão for SIM,
você poderá realizar a solicitação dentro do próprio Portal do Empreendedor (Figura a seguir).
No Portal, você também encontra a lista de instituições participantes. Mas, lembre-se, não é
necessário ser MEI para participar do Eixo Empreendedorismo de Plano Progredir.

115
Para terminar, no nosso terceiro Podcast teremos a última entrevista com a Joana. Ela irá
nos contar como se formalizou como MEI e porque decidiu tomar um microcrédito, além de
nos dar suas dicas valiosas. Não deixe de acompanhar essa história!

Você sabia?

Além do pagamento mensal das contribuições, faz parte das obrigações do


MEI realizar a declaração anual de faturamento do microempreendedor.
Ela é realizada anualmente, entre os meses de janeiro e maio. Para isto,
você precisará acessar DECLARAÇÃO ANUAL – DASN-SIMEI, no Portal do
Empreendedor. Acesse: https://portaldoempreendedor.me/declaracao-
anual

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) oferece


informações, cursos e materiais gratuitos como suporte para você gerenciar
e administrar financeiramente seu microempreendimento. Acesse: https://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae

116
Resumindo
Neste módulo 6, aprendemos quais as características do Microempreendedor e do
Microempreendedor Individual (MEI). Aprendemos ainda quais são os requisitos e custos para
se formalizar como Microempreendedor Individual, além de conhecer as vantagens dessa
modalidade de pessoa jurídica.

Vimos o passo a passo de como se formalizar MEI utilizando o Portal do Empreendedor


do Governo Federal. Por fim, aprendemos que os MEIs possuem acesso a serviços financeiros
especiais, tais como conta corrente de pessoa jurídica, máquinas de débito e crédito,
antecipação de recebíveis e diferentes linhas de crédito.

Atividades de Fixação

Reflita e tente responder as seguintes atividades para fixação do conteúdo aprendido.


Estas atividades não são avaliativas e você não precisa entregá-las.

1. Quais as diferenças entre Microempresa e MEI?

2. O que é preciso para ser MEI?

117
Mensagem de conclusão
do Módulo 6
Você chegou ao final do Módulo 6, parabéns!

Isso significa que você aprendeu o que é, quais as vantagens e como se inscrever
como Microempreendedor Individual. Além disso, você conheceu possibilidades de
serviços financeiros disponíveis para essa modalidade de pessoa jurídica.

Pratique os ensinamentos adquiridos neste módulo. Realize o Jogo Interativo


e ouça o último episódio do Podcast com as Dicas da Joana, ambos disponíveis no
portal EaD do Ministério da Cidadania.

Se chegou até aqui, fez as atividades de todos os Módulos e não teve dúvidas, você
está pronto para a próxima e última etapa do curso, que é o exame final! Mas antes,
de fazer o exame, faça uma revisão de todo o conteúdo apresentado no curso. Depois,
siga para o teste! Se for aprovado, significa que você concluiu seu curso de Educação
Financeira para Empreendedores Populares! Parabéns por esta vitória

Agora, vamos colocar em prática tudo o que aprendeu no curso!

118
Referências
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: https://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cartilha do


Microempreendedor Individual. 4ª Edição. (2020). Disponível em: https://www.sebrae.
com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/PB/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/Para%20
voc%C3%AA:%20MEI/cartilha-do-Mei-2020.pdf

PORTAL DO EMPREENDEDOR. Empresas & Negócios. Disponível em: https://www.gov.br/


empresas-e-negocios/pt-br

119
MINISTÉRIO DA CIDADANIA

MINISTRO DA CIDADANIA
João Roma

SECRETARIA EXECUTIVA
Luiz Galvão
_______

SECRETARIA DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DA INFORMAÇÃO


Ronaldo França Navarro

DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO

DIRETOR:
Bruno Baranda Cardoso

Coordenação-Geral de Disseminação

Coordenadora Geral:
Amaliair Cristine Atallah

Equipe Técnica:
Gustavo Vellozo Barreira
Helbert de Sousa Arruda
_______

SECRETARIA NACIONAL DE INCLUSÃO SOCIAL E PRODUTIVA


Delcimar de Oliveira Silva

DEPARTAMENTO DE INCLUSÃO PRODUTIVA

Diretora:
Thaís Amaral Moura

Coordenação-Geral de Empregabilidade e Empreendedorismo

Coordenador-Geral:
Manoel Eugênio Guimarães de Oliveira

Equipe técnica:
Cristiane Leyendecker de Lima

_______

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Elaboração/Desenvolvimento:
Tainá Rodrigues Gomide Souza Pinto – Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa
(UFV)
Simone Martins – Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Fernanda Maria de Almeida – Professora e Pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Revisão:
Carlos Henrique Guimarães Ribeiro - Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Projeto Gráfico e Diagramação:


Adriana Freitas - Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS/UFV)

© 2021 Ministério da Cidadania.


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fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
Esplanada dos Ministérios

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