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CURSO DE

REFRIGERAÇÃO E AR
CONDICIONADO
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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

EVAPORADORES
Funcionamento
Como já foi dito previamente, a finalidade de este
componente é que o líquido refrigerante possa ser
evaporado quando tira o calor do local onde en-
contram-se os alimentos e os produtos que devem
ser conservados.
A figura mostra os diversos estados físicos do lí-
quido refrigerante, ao longo do seu percurso no
interior do evaporador.
Antes de atingir esse componente, o refrigerante
encontra-se em estado líquido e sob alta pressão.
Logo depois da entrada no evaporador, aonde exis-
te certo tipo de restrição, ele perde pressão, po- 1. LIQUIDO EM ESTADO DE EBULIÇÃO SOB
BAIXA PRESSÃO
rém, mantêm-se no estado líquido. Esta queda de 2. GÁS OU VAPOR ÚMIDO
pressão faz com que o líquido passe ao estado 3. GÁS OU VAPOR SECO SATURADO
gasoso e devido ao calor da área, passa ao esta- 4. GÁS OU VAPOR AQUECIDO
do de ebulição.
Isto pode ser verificado pela formação de bolhas Cambios de estado del refrigerante
de ar, muito parecido com o estado d´água quan- en el interior del evaporador.
do ferve.
Enquanto o refrigerante mantêm o seu percurso, mesmo tipo de construção ou seja que é um re-
ele passa ao estado totalmente gasoso e leva servatório cilíndrico e o líquido mantêm o seu
consigo, agora, gotículas do líquido. nível mediante uma válvula do tipo bóia.
Esta mistura chama-se vapor úmido. Logo, o líqui- A bóia é instalada do lado do circuito de baixa
do vira-se, totalmente gasoso. pressão do sistema de refrigeração.
Nesta situação, ele começa a ser chamado gás Isto permite que o líquido entre na parte alta do
ou vapor saturado. evaporador de acordo ao nível interior.
A temperatura do gás saturado aumenta, pois ele As quatro quintas (4/5) partes do volume devem
têm facilidade de absorver o calor do local que deve ser mantidas cheias através da referida válvula. É
ser resfriado. Ao atingir uma temperatura superior evidente que a quinta parte que é preenchida com
á do gás saturado, denomina-se gás ou vapor aque- os gases formados pela ebulição.
cido. Estes evaporadores foram deixados de serem
usados, porém eles têm grande performance, pois
TIPOSDEEVAPORADORES toda a sua superfície interior está preenchida com
De acordo ás diversas aplicações do frio artificial o líquido.
e ás diferentes condições que devem ser atingidas Isto permite que a ebulição, ou seja a virada do
em função da temperatura e da umidade, existem estado líquido ao gasoso seja rápida e total. Desta
diferentes tipos de evaporador, sendo que sua gran- maneira, a troca de calor será ao longo de toda a
de diferença é a sua forma e construção. superfície externa do evaporador.
A sua classificação pode ser dividida em três tipos: Quando é utilizado amoníaco, a tubulação deve-
- alagado rá ser de aço.
- seco No caso de ser utilizado este tipo de evaporador
- semi-alagado. numa instalação industrial e quando a troca de calor
deve ser feita naturalmente, ao longo dos tubos
são instalados lâminas de metal formando uma
EVAPORADOR ALAGADO espécie de alhetas. Isto determina que a área de
Como diz o título, este tipo de evaporador perma-
troca de calor seja aumentada. Geralmente, no caso
nece totalmente cheio do líquido refrigerante e as
de uma instalação do tipo comercial ou do lar, a
suas formas são muito variadas. Todos eles têm o
tubulação não incorpora estas lâminas.

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EVAPORADOR SECO
Este tipo de evaporador contêm a quantidade ne-
EVAPORADOR TIPO ALAGADO
cessária de refrigerante, e reduz, assim, a quanti-
dade no líquido ao longo do sistema todo. Isto man-
têm um fluxo constante e contínuo do líquido, des-
de o ponto da expansão até a entrada do com-
pressor. A sua diferença com o anteriormente mos-
trado, é que o refrigerante encontra-se em estado
gasoso. Neste tipo de evaporador é utilizada a
válvula de expansão, a termostática ou tubo capi-
lar.
Nas geladeiras, ele é formado por um tubo contí-
nuo (serpentina) em forma de espiral. No interior
de esse espiral encontra-se a cavidade conhecida
como congelador e é aonde formam-se as pedras
de gelo.
Nas geladeiras mais modernas, esse congelador
é feito com chapas de aluminio.
Nas câmaras frigoríficas de uso comercial ou in-
dustrial, foi utilizada uma tubulação contínua de
cobre, porem, agora e devido aos custos de fabri-
cação, é feito com tubo de aço.
Depois de feito, o evaporador de aço é protegido
contra a corrosão.
Alguns evaporadores de unidades comerciais e
industriais, têm a superfície de troca de calor au-
mentada mediante chapas metálicas, conhecidas
como alhetas. CORTE DO MESMO
A montagem de estas abetas é feita mediante
um orifício no médio delas, com o seu diâmetro,
umas décimas inferior ao diâmetro do tubo. Ao ser
instalada a alheta, cada uma delas é mantida numa
distancia eqüidistante da outra.
Para garantir a distancia entre elas, elas são sol-
dadas ao tubo. As alhetas utilizam como material
para sua fabricação, o cobre, o zinco e o alumínio.
Na figura podem ser vistos dois tipos de evapora-
dores com tubos com alhetas.
Outro tipo de evaporador, utilizado nas geladei-
ras de uso no lar, é o feito com chapas.
Ele é formado com duas chapas, uma lisa e a
outra, ondulada. Forma-se o conjunto, montando
uma sobre a outra e logo e feita uma soldadura
contínua ao longo do seu bordo.
Isto garantirá a formação de uma passagem no
interior do conjunto assim montado.
Devido a que os evaporadores estão constante-
mente sob condições de umidade, o evaporador
feito com chapas, utiliza como material original, o
alumínio e o aço inoxidável.

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Evaporador semi-inundado
Es una variante de la anterior, pues por medio de tubos conec-
tados en paralelo a unos colectores distribuidores, permiten
una rápida y uniforme expansión del líquido refrigerante.
Están formados por varios tubos cuyos extremos inferiores
están conectados a un colector o tubo de diámetro mayor, don-
de está la entrada común del refrigerante líquido. El otro extre-
mo de cada tubo, desemboca en otro colector de diámetro ma-
yor que el anterior. Por él que se efectúa la aspiración. En este
tipo de evaporador, es de capital importancia que esté perfecta-
mente a nivel, a fin de que la distribución del líquido sea igual a
través de todos los tubos conectados en paralelo.
El sistema semi-inundado se aplica a los diversos tipos de
evaporadores nombrados anteriormente. En la figura se presen-
ta esquemáticamente un evaporador de este tipo.
En estos tres sistemas, el primer paso estriba en el control
de refrigerante líquido, que debe entrar en el evaporador con la
misma proporción que es absorbido por el compresor.
En los evaporadores de tipo seco o semi-inundado, el control
del refrigerante líquido se efectúa por medio de válvulas de
expansión (termostáticas o automáticas). En caso de que ten-
gan que manejarse cantidades muy pequeñas de refrigerante,
se hace por medio de difusores graduados o tubos capilares.

Evaporador de aire forzado


Está formado por un serpentín de tubo de cobre con aletas
adheridas en igual forma que el anteriormente descripto, como
semi-inundado. El conjunto, es montado dentro de una caja me-
tálica con un ventilador que establece, de esta forma, una circu-
lación de aire forzado. Esto aumenta considerablemente la ab-
sorción de calor y reduce, en consecuencia, la superficie del Evaporador seco de tubo con aletas.
evaporador que se necesitaría si fuera empleado el tipo de
circulación natural.
En algunos casos el evaporador se coloca fuera del recinto de
la cámara frigorífica, encerrado en un departamento anexo a la
misma, éste se comunica con la cámara por medio de dos gran-
des conductos, en uno de los cuales circula el aire en sentido
del evaporador a la cámara, y en el otro en sentido de la cámara
al evaporador, manteniéndose dicha circulación, mediante un
ventilador aplicado directamente sobre el evaporador encerra-
do en el departamento.
Esta disposición del evaporador, se adopta principalemente
cuando se trata de enfriar cámaras de cierta capacidad, a fin de
obtener una rápida y uniforme distribución del frío.

CAPACIDAD DE UN EVAPORADOR
Se denomina capacidad del evaporado a la cantidad de calo-
rías que puede absorber en una hora, y se expresa en kilocalo-
rías por hora (kcal/h).
Para obtener una transmisión óptima del calor a través de la
pared metálica del evaporador conviene que ésta sea delgada,
buena conductora del calor y que la diferencia de temperatura
sea grande.
La capacidad se calcula mediante la siguiente fórmula:
Q = S (t1 - t2) K
donde:
Q = Capacidad del evaporador en kcal/h
S = Superficie del evaporador en metros cuadrados (m 2)
t1 = Temperatura exterior del evaporador en grados
centígrados (ºC)
t2 = Temperatura de ebullición del refrigerante (ºC)
K = Coeficiente de conductividad que depende de la Evaporador semi-inundado de tubo liso.
forma de evaporador y del sistema.

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CAPACIDADE DE UM EVAPORADOR
É a quantidade de calorias que podem ser absor-
vida, em uma hora, e é expressado em kilocalorias
por hora (kcal/h).
Para obter uma transmissão ótima de calor atra-
vés da parede metálica do evaporador convêm que
ela seja fina, boa condutora do calor e que a dife-
rencia de temperaturas seja grande.
A capacidade é calculada mediante a seguinte
formula:

Q = S (t1 – t2) K
EVAPORADOR DE VENTILAÇÃO FORÇADA
Onde estes elementos são:

Q = capacidade do evaporador em kcal/h Vista do lado


S = superfície do evaporador em metros quadra-
dos (m2)
t1 = temperatura exterior do evaporador em graus
centígrados (ºC)
t2 = temperatura de ebulição do refrigerante (ºC)
K = coeficiente de condutividade que depende
da forma do evaporador e do sistema.

CÂMARA FRIGORIFICA COM O EVAPORADOR


NUMA SALA SEPARADA

VALORES DO COEFICIENTE (PARA EVAPORADORES) K


Con ventilação forçada
Evaporador Sem ventilação Velocidade em m/min
forçada
50 100 150 200 250

Tubos lisos 9,5 a 11,5 16 24 32 40 48

Tubos con alhetas 4,5 a 6,5 9 13 16 19 22

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A seguir mostramos um conjunto de tabelas que Para poder utilizar estas tabelas e a titulo de exem-
proporcionam dados úteis referente a tubos de aço, plo e para fazer o cálculo da superfície e o cumpri-
tubos com alhetas e tubos de cobre, todos eles mento do tubo, tomamos como exemplo um eva-
utilizados na construção de evaporadores porador do tipo serpentina.

TUBOS DE TUBOS DE AÇO PARA EVAPORADORES


Diâmetro Diâmetro Espesura Superficie Peso por
do tubo externo da parede externa metro
(em mm) (em mm) (em mm2)/m (em kg/m)

1/4" 13 2,5 0,040 0,62


3/8" 17 2,5 0,053 0,85
1/2" 21 3 0,066 1,25
3/4" 27 3,5 0,085 1,95
1" 33 3,5 0,104 2,45
1 1/4" 41 3,5 0,130 3,10

EVAPORADORES DE TUBOS COM ALHETAS


Dimensôes Separaçâo Superficie lateral
Diâmetro das alhetas ótima entre por metro
do tubo (em mm) alhetas (em mm) (m2/m)

1/2" 65 x 65 10 0,25
5/8" 75 x 75 12 0,30
3/4" 90 x 90 14 0,35
1" 100 x 100 16 0,40

EVAPORADORES DE TUBOS LISOS


Diâmetro Diâmetro Superficie Peso por
do tubo externo externapor metro metro
(em mm) (m2/m) (kg/m)

1/4" 7,5 0,0235 0,18


3/8" 10 0,0314 0,25
1/2" 12,5 0,0393 0,32
5/8" 16 0,0503 0,42
3/4" 20 0,0630 0,53

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Exemplo Solução do 2º caso

Calcular a superfície e comprimento necessário Segundo a tabela dos valores de K, o coeficiente


de um evaporador feito de tubo contínuo (serpenti- de condutividade para ventilação forçada com uma
na) de cobre liso de diâmetro ¾”. O tipo de venti- velocidade de 250 m/min e com tubos com alhe-
lação é natural e sua capacidade de evaporação tas, K = 22.
deverá ser de 30.000 kilocalorias por dia.
A temperatura de ebulição do refrigerante é de – 1.250
5º C e a temperatura do regime da câmara de 2º C. S = ———— = 8,10 m2
Fazer o mesmo cálculo com tubulação de cobre 7 x 22
com alhetas com ventilação forçada de 250 m/min.
Da tabela para os evaporadores com tubos com
alhetas, se obtêm:
Solução do 1º caso:
A superfície lateral por metro do tubo de ¾” com
Capacidade evaporativa por hora alhetas é de 0,35 m2, onde o comprimento neces-
sário de tubulação com alhetas de cobre de ¾” e
30.000 kcal/dia com sua superfície calculada é de 8,10 m2 deverá
= ————————— = 1.250 kcal/h ser:
24
Comprimento = 8,10/ 0,35 = 23 m
A diferença entre a temperatura do regime da Pode ser vista que a grande diferença entre as
câmara (2º C) e a temperatura de ebulição do refri- dimensões que têm o evaporador sem alhetas e
gerante (-5º C) é de 7º C. com ventilação natural e um evaporador de mes-
O resultado é: 2º C – (- 5º C) = 7º C. ma capacidade com alhetas e ventilação forçada.
Lembre-se que quando há dois signos de menos
(-) separadas por um parêntesis, quando ele é eli-
minado, troca-se pelo signo de mais (+).
Segundo a tabela dos valores de K, para tubos
lisos, usa-se o coeficiente de condutividade de 9,5
até 11,5. Aceitamos o 10.

Lembre que: Q = S (t1 – t2) K.


Q
Se retiramos o S, fica:S = —————
(t1 – t2) K

Q = capacidade do evaporador = 1.250 kcal/h


(t1 – t2) = 7ºC = diferença de temperaturas da
câmara e de ebulição do refrigerante.

1.250
Substituindo valores, temos: S = ——— = 17,85 m2
7 x 10

Segundo a tabela dos tubos lisos de cobre, a


superfície externa por metro de tubo de ¾” é de
0,063
17,85
O comprimento do tubo liso de ¾” = ——— = 282 m
0,063

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COMPRESSOR
É o elemento encarregado de aspirar o fluído re-
frigerante, em estado gasoso, que está vindo do
evaporador, comprimi-lo e enviá-lo ao condensador.
Os tipos de compressores utilizados na refrige-
ração são: de pistão, conhecidos como alternati-
vos e os rotativos.

Compressor de Pistão
É o tipo mais utilizado em geladeiras e nos equi-
pos comerciais ou industriais.
Cada revolução do eixo do compressor efetua um
ciclo completo ou seja, a sucção ou admissão e a
compressão ou descarga do fluído refrigerante.
Este tipo de compressor está formado por um
corpo ou bloco, um ou vários cilindros, virabrequim 1. CORPO
ou excêntrica, pistão, biela, cabeçote, válvulas (uma 2. EIXO (VIRABREQUIM OU EXCÊNTRICA)
de sucção e outra de descarga), volante, retento- 3. PISTÃO
res ou galhetas, juntas e válvulas de serviço. 4. BIELA
5. SUPORTE DAS VÁLVULAS
6. VÁLVULAS (SUCÇÃO E DESCARGA)
7. RETENTOR
8. CABEÇOTE
9. CÂRTER

COMPRESSOR DE DOIS PISTÕES, SISTEMA


ABERTO COM VIRABREQUIM

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Funcionamento
REFRIGERANTE GASOSO
Sucção: quando o pistão move-se para abaixo, é
DESDE O EVAPORADOR
criada uma zona de baixa pressão entre a cabeça
do pistão, o cabeçote do cilindro e a linha de su-
cção do evaporador. CABEÇOTE
Isto faz que o refrigerante, em estado gasoso,
entre nessa zona de baixa pressão, através da vál- VÁLVULA
vula que controla o fluxo do refrigerante que vêm DE CILINDRO
do evaporador, ou seja na linha da baixa pressão. SUCÇÃO
Ela recebe o nome de “válvula de sucção ou as-
piração”.
Compressão: ao subir o pistão comprime o refri-
ANÉIS DO PISTÃO
gerante que encontra-se no estado gasoso, aumen-
PISTÃO
tando sua pressão e temperatura. Ao mesmo tem-
po, este aumento de pressão abre a válvula de BIELA
descarga para que o refrigerante possa ser dirigido
ao condensador. VIRABRE-
As válvulas estão montadas do jeito que uma só QUIM
é aberta, enquanto a outra, é mantida fechada.
Quando o pistão desce, ele aspira outra carga de SUCÇÃO
refrigerante em estado gasoso e torna a comprimi-
lo,novamente, quando sobe. Assim, torna a oco-
rrer um novo ciclo. REFRIGERANTE COMPRIMIDO
A biela está unida na sua parte superior com o PARA O CONDENSADOR
pistão através de um passador. No outro extremo
da biela, ela está conectada com o virabrequim,
perfazendo a união biela-virabrequim.
Este arranjo permite que o movimento rotativo do
motor elétrico, gire o virabrequim e mediante a bie-
la, o movimento do pistão, transforma-se em alter- VÁLVULA DE
nativo. DESCARGA
O pistão têm uns anéis metálicos, chamados de
anéis do pistão e sua função é evitar que o refrige-
rante comprimido possa fugir pela folga existente
entre a parede do cilindro e a parede do pistão, na
direção do carter.
Ao mesmo tempo, essa vedação ou selagem, ga-
rante uma perfeita sucção na hora que o pistão
desce.
É bom lembrar que o alojamento do virabrequim
e da biela, conhecido como carter, está cheio de
óleo.
É possível fazer um resume do dito anteriormen- COMPRESSÃO
te: quando o pistão desce, produze-se uma zona
de baixa pressão na sua parte superior que abre a Quando o pistão sobe, a válvula de sucção é
válvula de sucção. fechada e o refrigerante começa a ser comprimi-
Isto permite a entrada do refrigerante que encon- do. Este aumento de pressão faz com que o a
tra-se em estado gasoso. A válvula de descarga válvula de descarga seja aberta e permita que o
permanece fechada, contra sua sede, devido á di- refrigerante, agora com pressão e temperatura
ferença de pressão. aumentadas, dirija-se para o condensador.

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COMPONENTES
Corpo do compressor: é um bloco de ferro fundi-
do de primeira qualidade, polido e sem porosida-
de. Ele têm uma ou duas partes. Neste caso, uma
é o cilindro e a outra, o cârter onde é instalado o
virabrequim e o óleo.
Quando é formado por uma peça só, ela incorpo-
ra uma tampa na sua parte inferior e assim, poder
ter aceso á biela e ao pistão.
A parede interna do cilindro é usinada, retificada
e polida com tolerâncias muito precisas. A parte
externa do cilindro está formada por alhetas e as-
sim poder melhorar a troca do calor gerado pelo
atrito do pistão e os seus anéis com o cilindro. Al-
guns fabricantes de compressores instalam no in-
terior do cilindro, camisas, com a finalidade de fa-
cilitar o serviço de manutenção. Na hora de retifi-
car o cilindro, é suficiente trocar o jogo completo
de pistão, anéis e camisa.
No cârter são instalados dois rolamentos no vira-
brequim ou na excêntrica. Alguns pequenos mode-
los, empregam o alojamento para instalar buchas
de bronze retificado.
COMPRESSOR COM DOIS PISTÕES
Quando o compressor é equipado com excêntri-
ca, geralmente, os rolamentos são instalados no
próprio cârter. Se no compressor é instalado um
virabrequim, um dos rolamentos está fixo nele e o
outro, na tampa lateral. É evidente que na hora de
montar o compressor deve ser verificado a perfeita
ajustagem do rolamento e sua sede.
Quando é equipado com buchas, elas são fabri-
cadas com uma espiral interna.
Isto garante que o óleo lubrificante se mantenha
no se interior, ou seja entre a face externa do vira-
brequim e a interna da bucha.
Nos modernos compressores, a fundição do blo-
co é feita de alumínio e seu uso está destinado as
unidades refrigeradoras dos veículos de transporte
de carga e também, no condicionamento do ar do
transporte individual.
FIGURA INFERIOR COMPRESSOR COM TAMPA
PARA O ALOJAR O RETENTOR OU GALHETA.

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Virabrequim: este componente é empregado seja mantido no cârter.


nos compressores da mesma maneira que nos Na hora da montagem da biela no virabrequim ou
motores dos automóveis. Sua construção é feita excêntrica, deve-se verificar que a ajustagem seja
com aço ou ferro forjado. a correta, pois se ela for muito “apertada” pode
Sua superfície de contato é perfeitamente retifi- causar um desgaste prematuro e um aumento no
cada e polida. Pode ser simples ou duplo, depen- consumo do motor e o evidente aumento da tem-
dendo se o compressor têm um ou dois pistões. peratura do compressor.
Quando ele é simples, incorpora um contra-peso e
se ele é duplo, esse dispositivo é eliminado.
O extremo aonde é instalado o retentor ou galhe-
ta, está perfeitamente usinado para poder garantir
assim, a selagem do cârter. Também, os extremos
onde é instalada a bucha é feita uma ranhura que
permite a estocagem de uma pequena quantidade
de óleo e garantir a lubrificação do componente.

FIGURA VIRABREQUIM

Excêntrica: está formada por um eixo que cons-


ta de um ou dois cames ou seja, as próprias ex-
cêntricas. Quando ela é simples, nos extremos da CONJUNTO PISTÃO E BIELA CONJUNTO PISTÃO E BIELA
mesma são instalados contra-pesos. Se ela é do PARA VIREBREQUIM PARA EXCÊNTRICA
tipo duplo, cada uma dos cames funcionam como
contra-peso. As superfícies de contato estão per-
feitamente usinadas e retificadas e o material utili- Pistão: normalmente ele é fabricado com fun-
zado na sua fabricação, é geralmente, a fundição dição de ferro, porém, nos modernos compres-
de ferro. sores que utilizam refrigerantes do tipo Freon 12
ou 22, e como eles trabalham a altas velocida-
des, ele é construído com liga de alumínio.Ele é
equipado com ranhuras aonde podem ser insta-
lados anéis que garantem a eliminação da folga
que existe entre o pistão e a parede do cilindro.
Os anéis são fabricados com fundição de ferro e
estão abertos num extremo.
EXCÊNTRICA Deste modo é possível a sua instalação no pis-
tão e sua ajustagem previa á montagem.
Biela: ela é de aço, porem, pode ser construí- Lembre-se que o calor gerado pelo atrito faz com
da em alumínio forjado.Os seus rolamentos são que eles aumentem o seu tamanho.
feitos de bronze ou material branco anti-atrito.
Como a velocidade do compressor e sua tempe-
ratura de trabalho é muito baixa, estes rolamentos
têm pouco desgaste, desde que o nível de óleo

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Válvula de descarga: este componente cumpre


duas funções: primeiro, mantêm o fechamento en-
tre o circuito de alta pressão e o de baixa, do siste-
ma. Isto acontece quando o compressor está pa-
rado, evitando assim o retorno do refrigerante.
A segunda função que deve garantir esta válvula
é a de permitir a passagem do refrigerante (descar-
ga) na hora que o pistão está subindo. Contudo,
ela deve fechar-se ao atingir o pistão o extremo
superior do seu percurso e começar a sua desci-
da.
DIFERENTES FORMAS DE VALVULAS DE DESCARGA
Existem diferentes tipos e formas de válvulas,
porém, sempre o material de sua construção é o
aço de elevada qualidade e deve fechar perfeita-
mente o orifício que encontra-se no suporte das
válvulas. Este componente é um platô de fundição
de ferro ou de aço, que permite alojar ás válvulas.
O perfeito fechamento é obtido com dois siste-
mas: um deles, aproveita a própria elasticidade da
válvula e o outro sistema, baseia-se na força que
exerce uma ou duas molas.

Válvula de sucção: ela é instalada no mesmo


platô que a válvula de descarga. Como pode o lei- DIFERENTES FORMAS DE VALVULAS DE SUCÇÃO
tor imaginar, elas trabalham em sentidos
opostos, ou seja que, quando o pistão
desce, a válvula é aberta e permite a en-
trada do líquido refrigerante vindo desde o
evaporador.

Cabeçote: ele é construído com o mes-


mo material que o bloco ou seja de fun-
dição de ferro e é instalado encima do pla-
tô das válvulas. No seu corpo são feitas
dois orifícios, um para a entrada do refrige-
rante na direção da válvula de sucção e PLATÔ DAS VÁLVULAS
outra, na saída do refrigerante, logo depois
da válvula de descarga.
Como este componente garante a com-
pressão gerada pelo compressor, ele é fixa-
do por parafusos que têm um alto torque
e evitam o vazamento pelas juntas existen-
tes entre o cabeçote e o platô e entre este
e a parte superior do cilindro.

CABEÇOTE

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Porta-galheta: um pequeno problema nos com-


pressores do tipo não herméticos é a perda ou va-
zamento de óleo pelo eixo que atravessa o cârter.
Esse problema é evitado através de um porta-gal-
heta ou selo, instalado no local.
Basicamente, este componente é feito em duas
partes: uma fixa ao próprio cârter e a outra, solidá-
ria com o eixo ou virabrequim.
Existem dois tipos de estes componentes, um
deles é do tipo de fole e o outro, do tipo diafragma.
O primeiro deles é um fole de cobre com paredes
muito finas com um dos seus extremos fixo entre a
tampa e o cârter do compressor e o outro extremo
está em contato permanente com uma bucha que
se mantêm no seu local pela força que exerce uma
mola.
O segundo tipo, ou de diafragma, é semelhante
ao de fole, e está apertada pela tampa do cârter e
o bloco do compressor. Na sua parte central, é ins-
talado um retentor de borracha que se mantém no
seu local pela força de uma mola contra um baten- A.FOLE
te do virabrequim. B.SUPERFICIE DE CONTATO
C.MOLA
Juntas: são utilizadas nas uniões do compres- D.VIRABREQUIM
sor, tais como união do cabeçote, platô, bloco, tam- E.BUCHA
pa do cârter, etc. Podem ser fabricadas com amian- F.JUNTA
to, tela metálica (Glioerit), papel-òleo, etc. E.TAMPA
PORTA-GALHETA

DIFERENTES FORMA DE JUNTAS

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VALVULA DE
SERVICIO
OPTATIVO
(Servicio) "C"

SISTEMA "B"

COMPRESOR "A"

TIPOS DE VÁLVULAS DE SERVIÇO DE UMA VIA DE DUAS VIAS

Válvula de serviço: é o elemento que permite,


durante a manutenção, o funcionamento do com-
pressor. Através dela podem ser feitas as seguin-
tes operações: criar o vácuo no interior do sistema
todo, carregar o sistema com o refrigerante, tirar o
compressor sem necessidade de descarregar o sis-
tema, etc. Através delas é possível medir a pres-
são nos circuitos de baixa e de alta, mediante
manômetros.
Existem dois tipos de válvulas: de uma via e de
duas vias.

Volante: ele é conectado ao virabrequim ou ex-


cêntrica, e gira o compressor mediante a transmis-
são de um jogo de polias e correias. O volante é
conectado ao eixo por uma chaveta e mantido no
seu lugar, por uma porca. Se ela fica frouxa, o vo-
lante pode gastar o eixo e produzir um barulho muito
característico. Alguns fabricantes aproveitam a for-
ma do volante para que os raios tenham a forma
de uma hélice e dessa forma, ao girar, ela imprime
um fluxo de ar que garante o arrefecimento do com-
pressor e também do motor. Lembre-se que o diâ-
metro de volante e da polia do motor determinam a
velocidade do compressor.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

UNIDADES HERMÉTICAS cilindro e o cabeçote que mantêm o platô das


válvulas. Quando o gás comprimido passa a um
São conhecidas sob este nome todos aquelas tubo abafador que tem a finalidade de amortecer
unidades de refrigeração que têm o motor elétrico o som provocado pelo bombeamento do compres-
e o compressor no interior de uma cápsula hermé- sor.
tica. Estas unidades são conhecidas, também como É importante destacar que nos equipamentos her-
unidades seladas e nas geladeiras familiares seu méticos, a válvula de sucção no está conectada á
nome é bocha. tubulação que vem do evaporador, senão que as-
Sua construção têm a finalidade de evitar o vaza- pira o gás que o referido tubo introduz na bocha.
mento do refrigerante e do óleo. Ela está totalmente cheia de refrigerante no esta-
A condição fundamental em este tipo de equipa- do gasoso.
mento é o uso de refrigerantes sem umidade, ou
seja muito puro e com óleo sem ácido, pois o com- Os equipos herméticos são selados. Normalmen-
pressor e o motor trabalharão em um local satura- te não se reparam.
do com vapores e a presença de água ou ácido
poderia afetar o bobinado do motor. A fiação elétri-
ca para fornecer corrente elétrica ao motor passam
através da cápsula, porém este sistema não apre-
senta problema ao fechamento, pois ela é fixa e
não móvel.
Também são eliminadas as correias e polias, pois
este sistema têm o compressor e o motor forman-
do um único conjunto. Todo isto representa que
para potências iguais, o equipamento hermético
têm dimensões menores que o equipamento aber-
to. Também pode ser considerado um consumo de
energia elétrica menor.
Estes motores funcionam com corrente alterna,
pois se fora utilizado motor de corrente contínua,
devera ser necessário utilizar um coletor e esco-
vas.
As vantagens dos equipamentos herméticos po-
dem ser as seguintes:

1. Eliminação do porta-galheta ou selo e os pos-


síveis vazamentos de óleo.
2. Funcionamento silencioso.
3. Menor consumo de energia elétrica.
4. Segurança por falta de partes móveis externas.

Funcionamento
No interior da carcaça ou cârter, com parede de
aço estampado de bom espessura, estão localiza-
dos os seguintes elementos: tubulação de sucção,
desde o evaporador, motor elétrico conectado ao
virabrequim ou excêntrica, biela e o pistão.
O virabrequim incorpora uma espécie de colher
para facilitar a lubrificação das partes internas e
móveis do motor.O pistão move-se no interior do

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COMPRESSORES SEMI-HERMÉTICOS
Estes compressores têm todas as vanta-
gens do equipamento hermético, porém
permitem a sua manutenção de forma
muito mais fácil, pois os seus componen-
tes estão á vista. Por esse motivo, eles são
conhecidos como compressores herméti-
cos accessíveis.
Em estes moto-compressores, o cârter ou
bloco é feito em fundição de ferro, e têm
no seu interior, o motor elétrico e o com-
pressor. O cabeçote é semelhante ao dos
compressores abertos e têm tampas para
atingir o seu interior.
Estes compressores e do mesmo jeito
que os herméticos, têm que ter cuidado
com a umidade, pois o motor está localiza-
do no seu interior.
Quando há uma falha de uma de suas
partes moveis ou por defeito do seu mo-
tor, é necessária a sua desmontagem e
limpeza do sistema todo, devido ao ácido
produzido no interior do compressor. Isto
evitará que o novo compressor possa ser
contaminado com o residual do compres-
sor danificado.
Tirando este pequeno inconveniente,
este tipo de compressor cresceu de forma
vertical nos unidades de refrigeração
atuais.
Recentemente, têm aparecido um tipo de VISTA EXTERNA E CORTE DE UM COMPRESSOR
compressor semi-hermético diferente ao SEMI-HERMÉTICO DE DOS PISTÕES
convencional, por ter o estator do motor
elétrico separado do circuito de refrige-
ração.
Isto representa uma especial vantagem pois fren-
te a um problema qualquer, não é necessária a
limpeza do sistema.

COMPRESSOR ROTATIVO.
Este tipo de compressor é utilizado nas geladei-
ras familiares com equipamento hermético.
Nele, os ciclos de sucção e de compresâo acon- riferia do cilindro, sob a pressão de uma mola.
tecem de forma simultânea pela rotação de uma Estes compressores são de medidas muito infe-
excêntrica que gira constantemente contra as pa- riores que os compressores com pistão e de po-
redes internas de um cilindro. tência idêntica. Seu funcionamento é muito silen-
No interior do compressor, os circuitos de alta e cioso, não têm vibrações e sua construção exige
de baixa estão separados por uma palheta que uma grande exatidão entre as peças e um material
encontra-se apoiada constantemente contra a pe- de primeira qualidade.

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Funcionamento
Comecemos com o compressor MOLA
SUCÇÃO PALHETA
vazio ou seja, sem gás.
Posição 1. O rolete começa o VÁLVULA DE
movimento no sentido da seta. DESCARGA
Posição 2. O rolete girou ¼ de
volta (90º) e começou a sucção
ROLETE
dos gases.
Isto acontece pelo aumento
do volume em cima do rolete.
Posição 3. O gás já ocupou a
metade do cilindro depois de
meia volta (180º).A válvula
não abre pois não há gás no cir-
cuito de alta (lado direito do role-
te).
Posição 4. Continua a sucção.
O gás ocupa as ¾ partes do ci-
lindro.
O rolete girou ¾ da circunferên-
cia (270º).
Posição 5. Já completou uma
volta. Os gases aspirados ocu-
pam toda a parte livre do ci-
lindro.
Posição 6. Começa um novo
ciclo. Os gases aspirados no ci-
clo anterior são comprimidos,
devido a uma redução do volu-
me do lado direito do rolete.
Posição 7. A compresâo e a
sucção continua. A válvula de
descarga é aberta por pressão.
Posição 8. A válvula de descar-
ga permanece aberta e todo o
gás dirige-se ao circuito de alta
pressão.

O rolete volta á posição 5 com-


pletando assim uma volta. A vál-
vula se fecha pois o rolete entre-
gou todo o gás correspondente
a esse ciclo (á direita de rolete).

COMPRESSOR ROTATIVO

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CONDENSADORES e o refrigerante fica saturado.


De A até B, fica compreendida a segunda zona.
O refrigerante, fica em estado líquido sob tem-
Funcionamento peratura constante e a entrega ao meio ambien-
te, que se encontra com temperatura inferior.
Conforme foi visto anteriormente, o condensa- Finalmente, a terceira zona vai de B até a saí-
dor é o elemento do sistema de refrigeração no da S. Neste ponto, o líquido resfria-se e tenta
qual se produz a condensação de vapor do refri- ficar com a mesma temperatura do meio
gerante, quando sai do compressor com alta ambiente.
pressão e alta temperatura. Estas três zonas podem variar sua tensão de
Durante esta transformação podem ser verifi- acordo com as condições de marcha da máquina
cadas 3 etapas perfeitamente determinadas. e da temperatura do meio ambiente onde encon-
Elas são: tra-se localizado o condensador.
Lembremos que a quantidade de calor que deve
1. O refrigerante entra no condensador com ser dissipada pelo condensador é
uma temperatura muito superior à do meio aproximadamente igual ao calor que o
ambiente e troca calor com ele. Diminui sua refrigerante absorve durante a sua ebulição no
temperatura até alcançar o valor correspondente evaporador mais a quantidade de calor da
ao gás saturado, sob alta pressão ou de compressão.
condensação estabelecida. Dito de outra maneira, cada unidade deve ter o
2. Quando o vapor do refrigerante atinge essa tamanho certo de condensador para a capacida-
temperatura, começa a segunda etapa, que con- de frigorífica. Se ele for perfeitamente dimensio-
siste em sua condensação, entregando o seu ca- nado, o condensador funcionará perfeitamente.
lor latente ao meio ambiente. É bom lembrar que
a sua temperatura é inferior à do refrigerante.
3. Finalmente, o refrigerante, quando está no TIPOSDECONDENSADOR
estado líquido, tenta igualar sua temperatura à
do meio ambiente, entregando calor sensível e Existem dois tipos: com esfriamento por ar e
passando à condição de líquido resfriado. com esfriamento por água.
Em cada condensador são encontradas três Os condensadores das geladeiras domésticas
zonas que aparecem na figura da página. são do tipo de esfriamento por ar e por convec-
Desde a entrada E até o ponto indicado com a ção natural.
letra A, temos a primeira zona. Os condensadores esfriados por água tem uma
Nela, o calor sensível passa ao meio ambiente capacidade de dissipação de calor muito superi-
or aos condensadores esfriados por ar, com o
mesmo tamanho.
O baixo custo e a simplicidade dos condensa-
dores esfriados por ar, permitem que sejam em-
pregados nas geladeiras domésticas.
Como foi dito anteriormente, a finalidade prin-
cipal do condensador é de entregar o calor do
gás refrigerante ao ar ou água, e esfriá-lo o sufi-
ciente para poder condensá-lo.
Quase todos os condensadores são feitos com
tubos de cobre, pois este metal é um bom con-
dutor de calor e pode, assim, transferir rapida-
mente esse calor ao ar ou à água.

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Os requisitos básicos que deve ter um con-


densador são os seguintes:

1. Máxima superfície de transferência do


calor.
2. Rápida passagem do refrigerante por
seu interior.
3. Mínima resistência à passagem do re-
frigerante para reduzir o trabalho do motor.
4. Localização que permita uma rápida tro-
ca do calor gerado.
5. Forma apropriada para evitar a forma-
ção de bolhas de ar na parte superior do
mesmo.

CONDENSADORESFRIADOPOR
AR
Os primeiros modelos de condensadores
foram feitos com uma serpentina de tubo de
cobre. O maior problema que ofereciam, era
o de apresentar uma circulação natural de
ar muito pobre, obrigando-se a ter uma gran-
de superfície, e compensar assim, sua baixa
performance. B
Este tipo de condensador, é utilizado nas
geladeiras, com pequenas variantes constru-
A
tivas, ou seja, uma serpentina com aletas,
depois substituídas por varetas soldadas.
Outro tipo de condensador utilizado em
geladeiras, está constituído, como pode ser
visto na foto B, por uma serpentina de aço
ondulada soldada numa chapa lisa.
Como ela é instalada na parte posterior
da geladeira, forma-se uma espécie de cha-
miné que permite o fluxo de ar. Isto é mos-
trado na foto C.
Devido a que estes condensadores estão
instalados na parte posterior do gabinete da
geladeira, é muito importante que entre o
condensador e as paredes exista um espa-
ço que permita a livre passagem do ar.

C
ENTRADA DE AR
COMPRESSOR

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Quando se trata de instalações maiores, o con-


densador a ser empregado, deve ser formado por
Tubo aletado
tubos com aletas e circulação de ar forçada. Esta
circulação consegue-se pela ação de um ventila-
dor ou ventoinha conectada a um motor conheci-
do como forçador.
Na figura inferior, apresenta-se uma unidade
condensadora equipada com uma unidade aber-
ta e um forçador.
O forçador de ar tem muita influência na troca
de calor do condensador refrigerado por ar. Nas
fotos da página ao lado, mostra-se um forçador
direcionando o ar sobre o condensador. As se-
tas indicam como o ar chega até ele, a grande
velocidade e sobre uma zona concentrada, dei-
xando os extremos do condensador com pouca
circulação de ar.
Na foto do meio, se pode ver a mesma instala-
ção, com a diferença de que o forçador retira o ar
através do condensador. Neste caso, a distribui-
ção de ar sobre a face do condensador será
uniforme, porém, não terá velocidade suficiente,
como na foto anterior. Parte do ar aspirado pelo
forçador não passa pelo condensador.
Na foto da direita, vê-se uma disposição que
retira o ar através do condensador de forma uni-
forme. Devido à proteção do condensador até o
forçador, muita pouca quantidade de ar deixa de CONDENSADOR COM TUBOS DE COBRE
passar através do mesmo. Este sistema produz E ALETAS DE ALUMÍNIO
excelentes resultados e pouco barulho.
Existem certas marcas de compressores que
em seus modelos maiores, e devido à estrutura
do condensador, os raios da polia são feitos em
forma de hélice e garantem assim, o resfriamento,
forçado, do condensador.
É de grande importância a escolha da localiza-
ção do equipamento onde exista uma boa circu-
lação de ar. A unidade deve estar muito bem ven-
tilada para que o ar frio do exterior possa substi-
tuir o ar quente que libera o condensador. Caso
contrario, isto aumentará a temperatura do es-
paço e diminuirá a capacidade frigorífica da uni-
dade. Na figura inferior, podem ser vistos alguns
exemplos de como deve ser instalada uma uni-
dade condensadora de um gabinete frigorífico in-
dicando as melhores disposições que podem ser
adotadas.
UNIDADE CONDENSADORA COM EQUIPAMENTO
ABERTO E FORÇADOR DE AR.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

RUIM POUCO EFICIENTE EFICIENTE

EXEMPLOS
DE
LOCALIZAÇÃO
DE UMA
UNIDADE

LOCALIZAÇÃO ACEITÁVEL LOCALIZAÇÃO IDEAL

LOCALIZAÇÃO DEFEITUOSA

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONDENSADORINSTALADO
AFASTADODOCOMPRESSOR

CONDENSADOR TIPO HORIZONTAL

a pressão normal de funcionamento.


A queda do rendimento ou performance que
produz esta alta pressão, pode ser confundida
com a não existência de ar no sistema. A limpe-
za do condensador deve ser considerada como
tarefa normal na manutenção que deverá ser fei-
ta em toda instalação frigorífica.
CONDENSADOR TIPO VERTICAL PARA SER
INSTALADO LONGE DO COMPRESSOR E COM
RESERVATÓRIO

No lugar de ser instalado junto ao compressor,


este condensador, de grande capacidade, mon-
ta-se à distância, procurando instalá-lo em locais
favoráveis, aonde exista uma boa circulação de
ar. Como é natural, estes condensadores podem
ser do tipo vertical ou horizontal, e devem incor-
porar seu próprio forçador que nestes casos deve
ser de grande potência.
Estes condensadores precisam incluir seu
respectivo reservatório de líquido refrigerante.

LIMPEZA
O condensador esfriado por ar deve manter-se,
sempre perfeitamente limpo. O pó e sujeira atu-
arão como isolante, evitando, desse jeito, que o
ar atinja os tubos e suas aletas, podendo redu-
zir a sua capacidade de resfriamento de 40% a
60%.
Pode ser verificado que a pressão de um con-
densador sujo, aumenta de 30 a 50 p.s.i., sobre

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONDENSADOR
ESFRIADOPOR
ÁGUA
Os condensadores es-
friados por água podem
ser divididos em:
- Tubos concêntricos
- De imersão
- Multi-tubos CONDENSADOR
- Evaporativo

O tipo de tubo concên-


trico, está formado por
dois tubos concêntricos
e de diferente diâmetro.
O refrigerante passa
entre ambos os tubos e
a água pelo interior do
tubo de menor diâmetro.
O tubo externo conecta-
se com a válvula de des- CONDENSADOR DO TIPO DE TUBOS CONCÊNTRICOS HORIZONTAIS
carga e o interno vai até
a tubulação que fornece
a água.
ENTRADA DO REFRIGERANTE
A água entra pela par-
GASOSO (QUENTE)
te inferior do condensa-
dor e sobe pela tubula- SAÍDA DE ÁGUA
ção. O refrigerante com- QUENTE
primido entra pela parte
superior do condensador
e circula em sentido con- ENTRADA DE
trário ao da água. ÁGUA FRIA
Pode-se adotar a dis- SAÍDA DO REFRIGERANTE
posição de tubos hori- LÍQUIDO (FRIO)
zontais como na figura
superior (A), com o con- SAÌDA DO REFRIGERANTE
densador de cabeçote
rosqueado, para limpar a
passagem da água, ou
através da serpentina SAÍDA ENTRADA
concên-trica, como D´ÁGUA D´ÁGUA
representa a figura
inferior (B).
ENTRADA DO REFRIGERANTE

CONDENSADOR DO TIPO DE TUBOS CONCÊNTRICOS EM


FORMA DE SERPENTINA.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

O condensador de
imersão, está forma- ENTRADA DO
do por um reservató- VAPORES DO REFRIGERANTE
REFRIGERANTE SAÍDA DO
rio, onde é instalada REFRIGERANTE
uma serpentina de
água com suas cor- SAÍDA DE
respondentes cone- ÁGUA
xões, de entrada e
saída. Ele tanto pode ENTRADA
trabalhar no sentido DE ÁGUA
horizontal como verti- SERPENTINA OU
cal. Deve-se ter a pre- REFRIGERANTE RESERVATÓRIO PESCADOR
caução de não utilizar LÍQUIDO
este tipo de conden- CONDESADOR DO TIPO DE IMERSÃO
sador em regiões
onde a temperatura
ambiente possa che- SAÍDA DE
gar aos 0ª C, pois a água pode congelar e ENTRADA DO REFRIGERANTE
GASOSO QUENTE ÁGUA QUENTE
estragar a serpentina, com a conseqüente
entrada de água no sistema.
O principal problema apresentado por
este tipo de condensador é a limpeza da
serpentina, que, por não possuir tampas
de inspeção, deve ser feita com a
passagem de ácido clorídrico ou outra
substância, em seu interior. SAÍDA DE REFRIGERANTE
O condensador tipo multi-tubo está for- LÍQUIDO
mado por um tubo cilíndrico feito de chapa ENTRADA DE
de aço e em seu interior, estão localizados ÁGUA FRIA
vários tubos que permitem a passagem de CONDENSADOR DO TIPO MULTI-TUBO
água.
Estes tubos são mantidos no local, atra-
vés de uma chapa soldada em seus extre-
mos e onde são instaladas tampas que per-
mitem a limpeza do seu interior.
Este tipo de condensador é muito utiliza-
do junto a compressores de grande capaci-
dade que usam o amoníaco como refrige-
rante.

VISTA DOS TUBOS

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Embora o seu emprego é relati-


vamente moderno, especialmen- VENTILADOR
te nas instalações de ar condici-
onado de grandes locais, o con- SAÍDA DE AR
densador evaporativo apresenta
uma grande eficiência, pois reduz
muito o consumo de água. ABAFADORES
Neste tipo de sistema, uma cor-
rente de ar criada por um ventila-
dor ou forçador, circula através do SURTIDORES DE ÁGUA
condensador da unidade corres- REFRIGERANTE
pondente. Este condensador tem CONDENSADOR QUENTE DO
REFRIGERANTE COMPRESSOR
seus tubos molhados por um jato
LíQUIDO DO
de água pulverizada. Ela é obtida CONDENSADOR
pela condensação da umidade do BOMBA
AR
ar que esfria o condensador e de- D'ÁGUA
canta num reservatório localiza-
do na parte inferior da unidade.
Para manter o nível constante
de água, utiliza-se, conforme mos-
tra a foto, uma bóia do tipo pes- BÓIA DETERMINA O
cador. Uma bomba de recircula- NÍVEL DE ÁGUA
ção é encarregada de levar a água
até o ponto mais alto e assim, ela ESQUEMA DE UM CONDENSADOR EVAPORATIVO
pode ser fornecida como chuva.
Em outras palavras, este tipo 5ºC.
de condensador, aproveita a pulverização da água As torres de resfriamento de água classificam-
e permite retirar grandes quantidades de calor se segundo o procedimento empregado para pro-
por litro de água. duzir a circulação de ar em seu interior em: at-
O volume de ar circulando não é tão importan- mosféricas, de convecção natural ou de convec-
te, pois com exceção do trabalho de movê-lo, não ção forçada.
existe custo nenhum. Estas últimas são as mais utilizadas na refri-
geração por ser de dimensões muito reduzidas,
permitindo, com o fluxo de ar que fornece o ven-
TORRES DE RESFRIAMENTO tilador, uma performance muito eficiente em re-
lação à quantidade de calor e às condições do
Como foi indicado anteriormente, para recupe- ambiente.
rar a água de condensação em unidades frigorífi- Na foto, mostra-se o aspecto físico de uma tor-
cas, uma das soluções mais empregadas é a tor- re deste tipo. Nela, apresentamos um corte onde
re de resfriamento, onde o ar atua como recep- pode-se ver o revestimento externo, geralmente
tor do calor que entra em contato com a água construído de placas de plástico ou aço protegi-
quente, vinda do condensador, e que volta a do contra a ferrugem. Estas chapas são monta-
resfriar-se quando entrega o calor à atmosfera. das sobre uma estrutura de ferro.
A quantidade de água evaporada é relativamen- O ar aspirado pelo ventilador, passa através
te pequena, pois para evaporar um quilograma das persianas de entrada de ar, e o complemento
de água à temperatura de funcionamento da tor- que pode ser formado por varetas de plástico ou
re, são necessárias 550 calorias, o que repre- madeira, formando uma treliça que é atingida com
senta a perda, por evaporação, de 1% de água por a água quente pulverizada pelos esguichos.
cada 5,5º C de resfriamento. Considera-se como
muito aceitável, um resfriamento de água de 3º a

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Em seu trajeto, o ar passa através do separa-


dor de gotas, formado, geralmente, por placas
de madeira que, ao mudar uma ou várias vezes o
sentido de fluxo, retêm as gotas de água, ofere-
cendo a mínima resistência à passagem do ar.
Por outro lado, a água, depois de atingir o com-
plemento e esfriar-se, fica depositada numa ba-
cia de cimento ou ferro, de onde ela pode ser
aspirada novamente até o condensador.
Na foto, mostra-se um modelo muito pequeno
de torre de resfriamento com ventilador lateral e
motor, na parte superior. Neste caso, a trans-
missão, entre o motor e o ventilador, é feita por
meio de polias e correias.

TUBORECEPTOR
Este cilindro receptor ou reservatório de líqui-
do, como mostra a foto, possui uma entrada (E) TORRE DE CONVECÇÃO OU TIPO FORÇADO
e uma saída (S).
Quando o tubo receptor é instalado na saída
do condensador, o refrigerante que chega no es-
tado líquido atinge a parte inferior, e o vapor, a
parte superior.
O pescador, que se localiza no fundo do recep-
tor, permite que somente líquido atinja o elemen-
to de expansão. Ele é chanfrado, a fim de evitar
a sucção de partículas estranhas, que possam
estar depositadas no fundo.
Esse tubo também é equipado com um filtro de
fina malha de cobre.
Os tubos receptores são utilizados nas unida-
des comerciais para armazenar o refrigerante,
quando necessitamos realizar uma manutenção
ou no caso ter que trocar algum componente,
que obrigue a deixar a unidade fora de serviço
por um longo período de tempo.
Como pode ser verificado na foto, em alguns
modelos, a saída está instalada na parte inferior,
eliminando-se assim, o pescador.
Outras unidades têm o pescador instalado na
posição horizontal, fixado à base da unidade con- 1. SAÍDA DE AR
densadora, obtendo-se assim, uma melhor dis- 2. ESGUICHO
tribuição dos elementos no sistema. 3. VENTILADOR
Estes reservatórios empregam-se nos tipos de 4. RESERVATÓRIO DE ÁGUA
compressor com condensadores refrigerados por 5. MALHAS DE REFRIGERAÇÃO.
ar ou água, em modelos com sistema de contra-
fluxo.
Nos condensadores esfriados por água, do tipo
de imersão ou multi-tubo, o próprio condensador
faz o serviço de reservatório de líquido.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

SEPARADOR DE ÓLEO ENTRADA


Como já foi visto anteriormente, os compres-
sores têm uma determinada quantidade de
óleo com a finalidade de lubrificar as partes
em movimento.
Quando o refrigerante é aspirado pelo com- VAPOR
pressor, arrasta certa quantidade de óleo e LÍQUIDO
juntos, percorrem o sistema, finalmente retor- SAÍDA
nando ao cárter.
Quando o referido óleo passa ao condensa- PESCADOR
dor junto com o refrigerante, e este é conden-
sado, mistura-se com ele e percorre o siste-
PARAFUSO
ma até atingir o evaporador.
Como no evaporador é realizada a ebulição SEM PESCADOR
do refrigerante, em baixa temperatura, seus PARAFUSO DE
vapores dissolvem-se com parte do óleo en- FIXAÇÃO
contrado no líquido e é arrastado até o com-
pressor. TUBO RECEPTOR COM PESCADOR
Quando o óleo atinge o compressor, ele cai
no fundo e, por um orifício, passa ao cárter.
Nas unidades de baixa potência, devido a
DESCARGA DO
seu tamanho menor, a lubrificação do compres- COMPRESSOR
sor não é tão crítica. Em compensação, nas
unidades de grande porte, com grandes radia-
dores com capacidade de reter grande quanti- DESCARGA DO
dade de óleo, a lubrificação pode ficar com- CONDENSADOR
prometida. Neste caso, a quantidade de óleo SUPERFÍCIE DE
no evaporador reduz a performance ou rendi- CHOQUE
DEFLETOR
mento frigorífico do sistema.
Para evitar estes problemas, é colocado, na
unidade, um separador de óleo localizado en- PESCADOR ÓLEO
tre a saída do compressor e a entrada do con-
densador. RETORNO DO ÓLEO
Um separador de óleo é um recipiente de AO COMPRESSOR
forma cilíndrica que possui duas malhas me-
tálicas, também cilíndricas, um defletor e uma COMPRESSOR
bóia.
ENTRADA DE GÁS COM ÓLEO

Funcionamento
O refrigerante, em estado gasoso e com alta GÁS LIVRE DE
ÓLEO
pressão, sai do compressor e entra no sepa-
rador, misturado como pequenas gotas de
óleo. Nele, o fluido se depara com um grande EVAPORADOR
espaço, perde a velocidade e é obrigado a
trocar o sentido de seu fluxo. Isto permite que RETORNO
DO ÓLEO CONDENSADOR
as gotículas de óleo, que têm o seu peso
específico superior ao do refrigerante, fiquem SEPARADOR DE ÓLEO
retidas nas paredes da malha metálica e
finalmente, caiam no fundo do recipiente onde SEPARADOR DE ÓLEO DE UM
o óleo será alcançado pelo pescador. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Para evitar que o fluido que entra saia direta- ser observado o corte de um filtro cilíndrico com
mente, e para reduzir a quantidade de óleo que os extremos feitos de tubos com rosca. Assim,
será eliminado, é instalado um defletor, onde se ele pode ser conectado à linha do sistema.
choca a mistura de refrigerante e óleo. Este últi- Em seu interior há uma malha metálica para
mo é decantado no fundo ou na parte inferior do reter as partículas estranhas ao sistema, depois,
separador, enquanto o vapor de refrigerante pros- está o elemento desumidificador, que ocupa a
segue até atingir o condensador. totalidade do recipiente e na saída encontramos
Antes de sair do separador, o vapor atravessa um outro filtro, com malha metálica menor que a
uma malha metálica, onde fica retido o exceden- primeira. Uma seta indica o sentido de fluxo do
te do óleo. O óleo que ficou no interior do sepa- refrigerante.
rador, sobe pelo pescador e abre uma válvula. Este elemento deve ser instalado na linha de
Isto permite a passagem do óleo ao cárter do líquido e, por isso, deve ser fixado antes do dis-
compressor através do tubo pescador. Quando positivo de expansão.
o nível desce, o pescador também desce, fecha O refrigerante passa através do filtro depois
a válvula e corta a passagem de óleo. de sair do condensador, no estado líquido. Se,
Como pode ser visto, tanto na saída do com- depois de condensado, ele contiver água, ela de-
pressor como no separador, temos a mesma verá ser retida pelo filtro e sua substância hi-
pressão. Como no cárter do compressor só temos groscópica.
baixa pressão, esta diferença de pressões per- As substâncias empregadas, geralmente, nos
mite a circulação de óleo do separador para o filtros são o cloreto de cálcio e a silica-gel.
cárter sempre que necessário.

FILTRODESIDRATADOR
Quando foi estudado o ciclo de refrigeração, foi
observado que o fluído refrigerante passa por
vários estados físicos ao longo do sistema. É evi-
dente que por isso, durante o trajeto que deve
percorrer o fluido, ele não pode
sofrer nenhum tipo de restrição.
Um tipo de restrição pode ser
ocasionada pela formação de gelo,
devido à umidade e a baixa tem-
peratura do refrigerante. A passa-
gem do refrigerante pode ser total
ou parcialmente reduzida e a con-
seqüência pode ser a diminuição
do efeito frigorífico do sistema. Por
isso, todo o sistema deve ter eli-
minada a umidade do ar na hora
de montar os componentes, por
meio de um jato de ar seco. Tam-
bém o refrigerante e o óleo devem
ser submetidos ao tratamento de
eliminação da umidade. Com a fi-
nalidade de proteger o sistema
contra a presença de água, são in-
corporados filtros que a retiram do
sistema. Na foto da página pode FILTRO

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

FILTRO RESERVATÓRIO
DESIDRATADOR DO LÍQUIDO CONDENSADOR

VENTILADOR

MOTOR

VÁLVULA DE
SERVIÇO DE
ALTA PRESSÃO
BASE

VÁLVULA DE
SERVIÇO DE BAIXA
PRESSÃO
COMPRESSOR

VALORES DO COEFICIENTE K (para condensadores)

Condensador de Sem ventilação forçada Com ventilação por ar forçado,


velocidade dada em m/seg.

1,5 2 2,5 3
m/s m/s m/s m/s

Tubos lisos 16 31 37 41 47
Tubos com aletas 8 16 19 20 24

TUBOS COM ALETAS PARA EVAPORADORES E CONDENSADORES

Tubos de Dimensões Separação Superfície lateral


das aletas ideal entre por m. Linear
e m mm aletas em mm em m2

1/2”………………… 65 x 65 10 0,25
5/8”………………… 75 x 75 12 0,30
3/4”………………… 90 x 90 14 0,35
1”…………………... 100 x 100 16 0,40

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

TUBOS DE COBRE PARA EVAPORADORES E CONDENSADORES LISOS

Tubo de Diâmetro Superfície Peso por


externo externa por metro linear
em mm metro linear em m2 em Kg.

1/4”………………… 7,5 0,0235 0,18


3/8”………………… 10 0,0314 0,25
1/2”………………… 12,5 0,0393 0,32
5/8”………………… 16 0,0503 0,42
3/4”………………… 20 0,0630 0,53

Para utilizar estas tabelas de forma prática abordaremos de modo simples o


cálculo da superfície e comprimento de um condensador.

Exemplos:
O evaporador de um sistema de refrigeração tem uma capacidade de 20.000 Kcal/dia; a
temperatura de ebulição do refrigerante empregado é de –5ºC e a temperatura
ambiente de condensação é de 15ºC.
1. Calcular a superfície e comprimento necessário de um condensador do tipo serpentina
formado por uma tubulação de cobre liso de ½” ventilado por uma convecção de ar
natural cujo fator “K” é de 16 e a superfície por metro linear (V.T. = valor tabela) é de
0,0393 m2.
2. Fazer o mesmo cálculo para um condensador de tubo aletado de igual diâmetro, ventilado
por uma convecção de ar forçado, cuja velocidade de ventilação é de 3 m/s. O valor do fator
“K” é de 24 e a superfície por metro linear (V.T. = valor tabela) é de 0,25 m2.

DESENVOLVIMENTO

Capacidade do condensador:

Q = 20.000 Kcal/dia · 1,28 = 25.600 Kcal/dia


Q = 25.600
24
Q = 1.066 Kcal/H
1. S = ?
L=?
Q = 1.066 Kcal/H
t1 = 15ºC
t2 = -5ºC
Tubo liso ½”
K = 16
Convecção
V.T.= 0,0393 m2
natural
S= Q
ATº · K

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Atº = t1 – t2
Atº = 15 – (-5)
Atº = 15 + 5
Atº = 20 · C

S = 1.066
20 · 16

S = 1.066
320

Tubo aletado ½” convecção


S = 3,33 m2 forçada 3 m/s

L= S S = 2,22 m2
V.T.

L= S
L = 3,33
V.T.
0,0393
L = 2,22
0,25
L = 84,7 m
L = 8,8 m
2. S = ?
L=?
Q = 1.066 Kcal/H
Atº = 20ºC
K = 24
V.T. = 0,25 m2

S= Q
Atº · K

S = 1.066
20 · 24

S = 1.066
480

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

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