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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.2, n.1, p.

87-101, 2000 87
COMUNICADO TÉCNICO
ASPECTOS CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DA BANANA

Antonio Gilson Barbosa de Lima1, Silvia Azucena Nebra2, Marlene Rita de Queiroz3

RESUMO

Neste artigo os autores apresentam uma revisão sobre a banana. Neste trabalho são abordados os aspec-
tos científicos e tecnológicos da fruta. Várias informações da literatura sobre a composição química,
aproveitamento e técnicas de preservação, bem como sobre propriedades termo-físico-químicas são a-
presentadas. Dos resultados obtidos verificou-se que: a banana é composta basicamente de água, prote-
ína, carbohidrato rico em fósforo, além de um regular teor de cálcio, ferro, cobre, zinco, iodo, manga-
nês e cobalto, variando seus valores percentuais, segundo a variedade da fruta, sazonalidade e instru-
mentação utilizada; as principais técnicas de conservação são: enlatamento, congelamento, irradiação e
desidratação; as principais técnicas de aproveitamento são: álcool, fermentação, sucos, purês e banana-
passa; as propriedades térmicas da banana são afetadas pelas variações de temperatura, teor de umida-
de, composição química, porosidade e encolhimento. Dados de isortemas de sorção também são forne-
cidos.

Palavras-chave: banana, composição química, conservação, aproveitamento, propriedades, isotermas

SCIENTIFIC AND TECHNOLOGICAL ASPECTS OF THE BANANA

ABSTRACT

This is the second of two articles by the authors about an overview of banana. In this work the scien-
tific and technological aspects of the fruit are approached. Some literature information on chemical
composition, use and preservation techniques, as well as on thermo-physical-chemical properties are
presented. It has been verified from results obtained that: the banana is basically composed of water,
protein, rich in phosphor carbohydrate, besides a regular content of calcium, iron, copper, zinc, iodine,
manganese and cobalt, its percentile values changes according to the variety of the fruit, origin and
equipment used in the determination this parameters; the main conservation techniques are packing,
freezing, irradiation and dehydration; the main use techniques are alcohol, fermentation, juices, purees
and dry banana; the thermal properties of the banana are affected for the temperature changes, mois-
ture content, chemical composition, porosity and shrinkage. Sorption isotherms data are supplied too.

Keywords: banana, chemical composition, conservation, use, properties, isotherms

INTRODUÇÃO sição química, aproveitamento, técnicas de conser-


vação e propriedades termo-físico-químicas.
No primeiro trabalho (Lima et al., 2000), As bananas constituem-se em fonte impor-
apresenta-se uma breve revisão sobre o consumo e tante na alimentação humana pelo valor calorífico,
produção da banana no Brasil e no mundo. No energético e, principalmente, pelo conteúdo mine-
presente trabalho são abordados os aspectos cientí- ral e vitamínico que apresentam
fico e tecnológico da fruta, dando ênfase a compo-
________________
1
. Professor Doutor do Departamento de Engenharia Mecânica, CCT, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), CEP 58109-970, Cx. Postal 10069,
Campina Grande-PB, Brasil. Fone (083) 310-1317, e-mail: gilson@dem.ufpb.br
2
. Professora Doutora do Departamento de Energia, FEM, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), CEP13083-970 , Cx. Postal
6122,Campinas-SP, Brasil. e-mail: sanebra@fem.unicamp.br
3
. Professora Doutora do Departamento de Pré-Processamento de Produtos Agropecuários, FEAGRI, Universidade Estadual de Campinas (UNI-
CAMP), Campinas-SP, Brasil. e-mail: marlene@agri.unicamp.br
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Devido às suas características aromáticas, as bana- que diz respeito a composição química, proprieda-
nas têm recebido considerável atenção dos pesqui- des físicas, químicas e térmicas, bem como infor-
sadores, com mais de 350 compostos identificados. mações de trabalhos reportados na literatura refe-
Os maiores constituintes são os ésteres amil e éster rente a aproveitamento, técnicas de conservação e
isoamil de ácidos butírico, propiônico e acético. isotermas de sorção da fruta. Com esta pesquisa
Sob o ponto de vista tecnológico e comercial, de- pretende-se ajudar pesquisadores em futuros traba-
vido a grande variedade de vitaminas e nutrientes, lhos, principalmente no estudo de novas técnicas
o aproveitamento para consumo “in natura” e in- de conservação e modelagem e projeto de secado-
dustrial tem sido elevado. O processamento de res deste produto.
bananas para obtenção de produtos elaborados tem
sido direcionado para farinha de banana verde, Características da Fruta
farinha ou pó de banana verde e madura, cremes,
flocos, passas, purê, néctar, geleia, bananada, rapa- A banana madura apresenta 19% de açuca-
dura, balas, vinagre, vinho, banana-passa, licor, res e 1% de amido. O fruto é basicamente compos-
suco, bolo, torta e banana ao rum. Da planta, dos to de: água (70%); proteína (1,2%); carboidrato
restos dos cachos e das próprias bananas, obtém-se rico em fósforo (27%), apresentando regular teor
ainda fibra para fabricação de sacos para cereais, de cálcio, ferro, cobre, zinco, iodo, manganês e
palmito em salmoura, torta da casca de banana, cobalto, vitamina A, tiamina, riboflavina, niacina e
torta de engaço e torta de “coração”. Os restos da vitamina C (Simão, 1971). As Tabelas 1-3 apresen-
banana e dos cachos também têm sido usados na tam respectivamente, a constituição, o conteúdo de
alimentação animal, (Simão, 1971; Medina et al., vitaminas e o teor mineral aproximados da banana
1978; Marriott & Lancaster, 1983; Vitti e Ruggie- madura, segundo vários autores reportados na lite-
ro, 1984; Andrade, 1984; Moreira, 1987 e Tanaka, ratura. Como pode ser percebido, a banana madura
1996). apresenta uma grande diversidade de componentes
Apesar da grande importância deste produto e teor mássico, apresentando resultados diferentes
a nível mundial, os dados termo-físico-químicos da segundo os autores citados, provavelmente devido
banana, reportados na literatura, estão bastante à origem da fruta, variedade e instrumentação utili-
dispersos, o que dificulta o seu uso em futuras zada.
pesquisas. Diante do exposto, este trabalho tem por
objetivo apresentar um diagnóstico da banana no

Tabela 1 - Composição da banana madura


Referência
Jacobs (1951) (%) Mohsenin Moreira Macrae et al. Potter & Hotchkiss
Constituinte (1986) (1987)** (1993) (1995)
Fresca Seca (%) (g/100g) (g/100g) (%)
Proteína 1,2 3,6 1,6 1,1 1,1 1,3
Gordura 0,2 0,3 0,2 0,2 0,3 0,4
Fibra 0,6 1,7 0,50 0,3 3,4 ---
Cinza 0,84 2,5 0,90 1 --- 0,8
Amido --- --- 3,0 1 3,0 ---
Açúcar 19,2 --- 20,2 --- 16,2 ---
Sacarose --- --- --- 0,0122 --- ---
Glicose --- --- --- 0,0046 --- ---
Frutose --- --- --- 0,0035 --- ---
Sólido --- --- 27,54 --- --- ---
Sucrose --- --- 8,27 --- --- ---
Ácidos 0,39* 1,4* 0,41 --- --- ---
Água 74,8 23,0 --- 74,3 70,7 73,5
Carbohidrato 23,0 70,6 --- 23,5 --- 24,0
Nitrogênio --- --- --- --- 0,18 ---
* Ácido málico; ** “Nanica”

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Tabela 2 - Teor mineral da banana madura
Referência
Teor mineral Jacobs (1951) Moreira (1987)* Macrae et al. (1993)
(mg/100g) (mg/100g) (mg/100g)
Sódio --- 1 1,0
Potássio --- 881 350,0
Cálcio 8,8 29 7,0
Magnésio --- 31 42,0
Fósforo 28 29 28,0
Ferro 0,6 0,89 0,4
Cobre --- 0,10 0,16
Zinco --- 0,19 0,2
Enxofre --- 10 13,0
Cloro --- 118 79,0
Manganês --- 0,99 ---
* “Nanica”

A banana é um produto biológico altamente Aproveitamento e técnicas de conservação da


higroscópico. Os produtos higroscópicos têm a banana
propriedade de realizar trocas de água, sob a forma
de vapor ou líquido, com o ambiente que os envol- Uma das primeiras regras de processamento
ve, por absorção ou dessorção, considerando as de alimentos ou preservação é converter alimentos
características hídricas dos produtos e do meio que perecíveis tais como frutas e vegetais em produtos
o circunda. Sendo assim, a determinação das iso- estáveis que podem ser armazenados por longos
termas de sorção é de grande importância no estu- períodos de tempo, reduzindo desta forma suas
do da conservação de alimentos desidratados, em perdas. Vários processos tecnológicos têm sido
particular as bananas. O conhecimento das isoter- explorados em escala industrial para preservar
mas de sorção é essencial para um projeto adequa- frutas e vegetais, tais como, enlatamento, conge-
do de embalagens permeáveis e para estabelecer o lamento e desidratação, sendo esta última, a mais
teor de umidade que possibilite aumentar o “tempo antiga.
de prateleira”. Particularmente para bananas, dados Operações de desidratação têm sido usadas
de umidade de equilíbrio em várias temperaturas e por décadas em indústrias de processamento ali-
umidades relativas podem ser encontrados em tra- mentar e químico para uma eficiente preservação
balhos reportados na literatura. A Tabela 4 apre- dos produtos finais por longo período. O objetivo
senta algumas informações obtidas. básico é a remoção de água do sólido até o nível
onde os danos por microorganismos sejam evitados
(Drouzas & Shubert,1996).

Tabela 3 - Vitaminas existentes na banana madura


Referência
Vitaminas Jacobs (1951) Moreira (1987)* Macrae et al. (1993)
(mg/100g) (mg/100g) (mg/100g)
Carotene (A) 430 U.I 540-500 U.I.** 0,200
Tiamina (B1) 0,09 0,04-0,06 0,040
Riboflavina (B2) 0,06 0,06-0,08 0,070
Ácido nicotínico --- --- 0,600
Ácido Ascórbico (C) 10,0 0,10-0,11** 10,000
Vitamina E --- --- 0,200
Vitamina B6 --- --- 0,510
Folato --- --- 0,022
Pantotenato --- --- 0,260
Niacina 0,6 --- ---
* “Nanica”; ** Casca amarela

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A remoção de umidade previne o crescimen- Frutas e vegetais são submetidos a pré-
to e reprodução de microorganismos que causam tratamento para melhorar as características de se-
deterioração e minimiza reações oriundas de umi- cagem e reduzir efeitos adversos, durante o proces-
dades elevadas. Aliado a isto, está a redução de samento e subsequente armazenagem dos produtos.
peso e volume, que diminuem a embalagem, o Estes efeitos incluem: imersão em alcalinos; sulfi-
volume de armazenagem e custo de transporte do tação e cozimento parcial (blanching). Em geral, a
produto, à temperatura ambiente. desidratação de frutas e vegetais é normalmente
Vários métodos de desidratação de frutas acompanhada por secagem com ar quente ou crio-
tem sido reportados na literatura, tais como “explo- gênica. Desidratação em pedaços é um processo
sion puffing” e as secagens solar, com ar quente, lento e limites práticos de tempo de secagem obri-
com espuma, com microondas, por spray, por ci- gam a limitar o tamanho dos pedaços (Labuza,
lindro, criogênica e em leito fluidizado. Detalhes 1972, citado por Sullivan & Craig Jr., 1984). Com
de cada um destes métodos podem ser encontrados respeito à qualidade, o produto rehidratado apro-
em Holdsworth (1971), Masters (1972), Maltini & xima-se de um material fresco preparado, conven-
Giangiacomo (1976); Medina et al. (1978); Jaya- cionalmente, contudo, especialmente, o sabor é
raman & Das Gupta (1995), Lewicki & Lenart degradado pelo longo tempo de exposição a altas
(1995), Nijhuis et al. (1996) e Bonazzi et al. temperaturas, durante a secagem com ar quente
(1996). (Duckworth, 1966, citado por Sullivan & Craig Jr.,
1984).

Tabela 4 - Dados de isotermas de sorção de banana reportados na literatura


Método de secagem T (oC) UR (%) Tipo de Referência
isoterma
Liofilizada 21 0-80 A; D
Seca em cilindro rotativo 21 0-85 A; D
Seca em estufa a vácuo sem 27 0-85 A
pré-tratamento Teixeira Neto & Quast
Seca em estufa a vácuo 27 0-85 A (1977)
tratada com SO2
Com soja integral e seca em 24 0-80 A
cilindro rotativo
Seca em estufa com ar for- 48,9 47 D Gee et al. (1977)
çado
Seca em estufa com ar for- 25 5-80 A
çado Iglesias & Chirife (1978)
Seca por congelamento 25 5-80 A
Seca por congelamnto 25, 45 e 60 5-40 A Iglesias & Chirife (1976)
---- 25, 45 e 60 0-100 A Garcia et al. (1988)
---- 25 5-80 A Lomauro et al. (1985)
Seca em leito fluidizado e 25 0-90 A Luccas (1996)
estufa com ar forçado
Seca por congelamento 25, 45 e 60 10-80 A Iglesias & Chirife (1982)
e à vácuo
Seca por congelamento 45 30-75 D Iglesias & Chirife (1982)
e à vácuo
Seca por congelamento 10 0-80 A Iglesias & Chirife (1982)
Seca em estufa 50,60 e 70 11-70 Nogueira (1991)
---- 30 à 70 7,3 à 35,7 ---- Queiroz (1994)
---- 35 à 70 0-100 D Kenchaou & Maalej (1994)
Seca em estufa à vácuo 5, 22, 5-75 A Lima & Cal-Vidal (1983)
38 e 57
Seca em estufa 16, 25 e 35 5-85 D Adambounou & Castaigne
(1983)
Seca em estufa à vácuo 41 à 72 5-32 D Ben Mabrouk & Belghith (1994)
A - Adsorção; D – Dessorção
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Produtos secados por criogenia reidratam como processo de reutilização, pois não somente
rapidamente e são de melhor qualidade que os adiciona energia na forma de metano, como tam-
produtos desidratados por ar quente (Van Arsdel et bém resulta em efluentes altamente estabilizados,
al., 1973, citados por Sullivan & Craig Jr., 1984). quase neutros em pH e inodoros, possibilitando o
No entanto, a secagem é mais demorada e custosa. controle da poluição.
Um outro processo, o de “explosion puffing”, con- Baldensperger et al. (1985) estudaram a
siste em uma desidratação rápida por ar quente fermentação de sobras de bananas para serem utili-
(Eisenhardt et al., 1962, citados por Sullivan & zadas como ração de gado. Neste estudo, a produ-
Craig Jr., 1984). Esta técnica produz uma rehidra- ção de proteína foi calculada em 150% da obtida
tação mais rápida, retenção da textura e sabor ca- nas condições iniciais, passando de 6 para 18%,
racterísticos de alimentos frescos cozidos, e baixo por fermentação no estado sólido.
custo de processamento unitário. A economia no
tempo de secagem chega aos 40%. Sucos e purês
A técnica de preparar alimentos com umida-
A produção anual de frutas em todo o mun-
de intermediária tem conseguido considerável acei-
do está estimada em torno de 360 milhões de tone-
tação por produzir frutas processadas prontas para
ladas métricas ou 60 kg por pessoa. Menos da me-
comer, apresentando textura macia e sendo boa
tade desta quantidade é produzida pelos países
substituta de frutas frescas. Nesta técnica, as frutas
tropicais nas vizinhanças do Equador, embora a
contendo 20 a 50% de umidade são estabilizadas
maior parte da população esteja concentrada nestes
por uma combinação de aditivos parecidos com
países. Somente 15% das frutas são usadas para a
glicerol, açúcar e um antimicótico. Maiores deta-
produção industrial de sucos de frutas. Particular-
lhes do pré-tratamento podem ser encontrados em
mente, sucos de banana têm conseguido uma gran-
Ramanuja & Jayaraman (1980).
de aceitabilidade no mercado e tem ampliado o
A maior desvantagem concernente à seca-
comércio de exportação de bananas dos países das
gem convencional é a degradação térmica de im-
América Central e do Sul, como também da Ásia,
portantes substâncias nutricionais e de sabor. Para
(Korgo, 1996).
reduzir, significativamente, a perda dessas subs-
Nos últimos anos, devido à ação de algumas
tâncias, a secagem por vácuo é usada com grande
campanhas educacionais sobre as propriedades
sucesso. Neste caso, a remoção de água é acelerada
nutricionais das frutas e sucos naturais, foi desper-
e além disso, a transferência de calor para o sólido
tado um grande interesse de consumidores especi-
é diminuída, significativamente, devido à ausência
almente pelos sucos de frutas tropicais (Décio &
de convecção. Contudo, a maior desvantagem é o
Ladigianni, 1995).
alto custo da energia utilizada em tal aplicação. A
Purês de frutas são consumidos diretamente
seguir são apresentados alguns trabalhos referentes
como sobremesa ou alimento infantil e usados
a formas de aproveitamento e técnicas de preserva-
como ingredientes em alguns produtos como geléi-
ção da banana.
a, iogurte sabor de fruta e calda em conserva, bebi-
Álcool e fermentação das e itens de confeitaria. Kitson & MacGregor
(1982) estudaram a secagem de purê de frutas em
Bananas contêm muitos carbohidratos e secador de cilindros. Segundo os autores, este mé-
pouca quantidade de fibras, o que favorece a pro- todo é mais simples, mais rápido e provavelmente
dução de etanol. Segundo Hammond et al. (1996), o meio menos caro de produção de purês de baixa
o uso das sobras de banana para produção de eta- umidade.
nol parece muito promissor.
Na Índia, há mais de 18 mil indústrias de Banana-passa
processamento de alimentos que produzem uma
A banana seca ou banana-passa, é obtida da
grande quantidade de sobras de sólidos (Nand &
secagem artificial da banana bem madura. Geral-
Viswanath, 1989, citados por Bardiya et al., 1996).
mente é obtida da banana nanica ou nanicão. É um
Estas perdas são utilizadas de forma pouco econô-
produto industrializado em pequena escala, contu-
mica ou são descartadas como estão, causando
do dados numéricos do volume de comercialização
sérios problemas de poluição. A perda de banana
nacional não foram encontrados na literatura. O
depois de processada atinge os 33% (Vimal &
produto obtido é de coloração bem escura, consis-
Adsul,1976, citados por Bardiya et al., 1996). As
tência firme e sabor pouco persistente de banana.
sobras de processamento de frutas são altamente
Banana madura seca pode ser armazenada
biodegradáveis por serem ricas em matéria orgâni-
satisfatoriamente por mais de alguns anos sem
ca e possuirem elevado teor de umidade. A biome-
adição de conservantes. Presume-se ser devido ao
tanação de sobras de frutas é o melhor tratamento
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elevado teor de açúcares, que excede 50%. A utili- da até que a umidade da banana atinja cerca de 20-
zação de técnicas adequadas de secagem pode le- 25%(b. u.), sendo o seu controle realizado de ma-
var à obtenção de um produto de coloração clara, neira prática, pela observação da cor, consistência
consistência macia e de sabor e aroma agradáveis e teor de água do produto final (Medina et al.,
(Medina et al., 1978). 1978). No entanto, a companhia Hamey & Co.,
Marriott & Lancaster (1984) e Torrey (1983) citada por Bowkey et al. (1980), tem encontrado
apresentam vários métodos de preservação de ba- que, para produzir um produto de aceitável textura,
nanas e plátanos, entre os quais pode-se citar: se- mastigação e cor, as bananas devem ser secadas até
cagem solar, por congelamento, em estufa e com um teor de umidade de 14 a 15% (b.u.), usando
cilindro, com tratamento e sem ele. uma temperatura máxima de 60 oC, neste teor de
De acordo com Travaglini et al. (1993), a umidade, a atividade da água é de 0,55. Energia
banana é um sólido não-poroso, cuja umidade está solar tem sido usada para tal fim.
ligada à estrutura e, durante a secagem, o período Altemani (1976) reporta um estudo experi-
de taxa de secagem constante não é percebido. mental de coletores solares planos de convecção
Bansal & Garg (1987) recomendam que a natural. O sistema desenvolvido foi aplicado para
máxima temperatura para secagem de banana seja secagem de frutas, particularmente bananas intei-
de 70 oC, sendo que o teor de umidade inicial da ras, em metades cortadas logitudinalmente e em
mesma é geralmente de 80% (b. u.) e o final, re- rodelas (1 cm de espessura). Testes experimentais
comendado pelos autores, de 15% (b. u.). No en- foram realizados com temperaturas do ar na entra-
tanto, encontram-se na literatura vários estudos nas da da câmara, variando de 30 a 67oC. Segundo o
mais diversas condições de secagem. autor, a influência da geometria na taxa de seca-
Segundo Medina et al. (1978), as condições gem é nítida, sendo que as bananas cortadas apre-
ideais de secagem de banana em secadores tipo sentaram uma taxa de secagem sensivelmente mai-
túnel, considerando-se os fatores de qualidade e or do que às apresentadas para as bananas inteiras.
cor do produto, velocidade e temperatura do ar de Schirmer et al. (1996) investigando a seca-
secagem são: temperatura de 70 oC e velocidade gem de banana com energia solar, apresentam um
tangencial do ar de 3m/s. O tempo de secagem é de secador solar tipo túnel. Segundo os autores, a
cerca de 12 a 16 horas, quando a umidade relativa temperatura do ar de secagem na saída do coletor
exterior se situa entre 70 a 90%. No final da seca- solar variou de 40 a 65 oC durante a secagem, de-
gem, o teor de umidade do produto está em torno pendendo das condições climáticas e da hora do
de 25% (b. u), de acordo com a Resolução 12/78 dia, sendo que o processo demorou de 3 a 5 dias,
da CNNPA (1985). em comparação aos 5 a 7 dias necessários para a
Efeitos do calor sobre a polpa de banana têm secagem solar com ar natural. Aliado a esta vanta-
sido estudados por Holdsworth (1979), Ranganna gem, o produto apresentou alta qualidade em sa-
& Parpia (1979a) e Ranganna & Parpia (1979b). bor, cor e textura.
Nestes trabalhos, aspectos de descoloração e oxi- Nogueira (1991) e Nogueira & Park (1992)
dação são apresentados e discutidos. Um estudo estudaram a secagem de banana para obtenção de
minucioso sobre o efeito das condições e métodos banana-passa às temperaturas de 50, 60 e 70oC e
de secagem nas variações de cor da maçã, banana, velocidades do ar de secagem de 0,5; 1,0 e 1,5 m/s.
batata e cenoura foi dado por Krokida et al. Os dados experimentais foram ajustados usando o
(1998b). modelo difusional, assumindo forma cilíndrica e
Drouzas & Shubert (1996) investigaram ex- apresentaram resultados satisfatórios. Dados da
perimentalmente a secagem a vácuo de fatias de umidade de equilíbrio para as temperaturas citadas
banana, utilizando microondas como meio de a- e umidade relativa de 11 a 70% são fornecidos.
quecimento, e obtendo excelente qualidade do Ben Mabrouk & Belghith (1994), estudando
produto examinado por testes de gosto, aroma, a secagem de bananas, uvas e cenouras, propõem
cheiro e reidratação. uma solução analítica simplificada para o modelo
Garcia et al. (1988) estudando a secagem de de simulação de secagem a baixa temperatura. Os
fatias de bananas verde e madura, concluíram que experimentos foram realizados com temperaturas
o tempo de secagem em forno de microondas foi variando de 20 a 70 oC e velocidade do ar de 1,68 a
de 17 a 20 vezes menor que o obtido em um forno 5,59 m/s. Segundo os autores, a comparação dos
de tiragem forçada. Neste caso, a eficiência ener- resultados experimentais e analíticos apresentou
gética da secagem no forno de microondas foi de razoável concordância.
cerca de 30%. Queiroz (1994), Queiroz & Nebra (1995,
Bananas secas são estáveis à ação de micro- 1996 e 1997), reportam um estudo téorico-
organismos se o teor de umidade for menor que experimental da secagem de bananas na faixa de
23% (b. u.). Industrialmente, a secagem é conduzi- temperatura de 29,9 oC a 68,4 oC, umidades relati-
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va do ar de 35,7 % a 7,3 %, considerando o produ- Secagem com bomba de calor permite um
to como um cilindro infinito. Vários aspectos são ambiente de secagem controlável e melhor quali-
considerados, tal como encolhimento e efeitos dade dos produtos, com baixo consumo de energia.
convectivos na superfície da fruta. Nestes estudos, Prasertsan & Saen-saby (1998) realizaram experi-
são apresentados vários resultados numéricos da mentos de secagem de banana e madeira com
cinética de secagem e distribuição interna do teor bomba de calor na temperatura de aproximadamen-
de umidade do sólido, obtidos a partir da aplicação te 50oC. Num dos experimentos realizados, os teo-
do modelo difusional. Segundo os autores, o mode- res de umidade inicial e final da banana decresce-
lo mostrou-se adequado para solucionar problemas ram de 254,0 % (b. s.) para 26,6% (b. s.) num perí-
de secagem de fruta, apresentando resultados satis- odo de tempo de 50 horas. Neste estudo, aspectos
fatórios, quando comparado com a solução analíti- energéticos são discutidos e comentados.
ca e os dados experimentais. Para todos os casos Saca & Lozano (1992) investigando o efeito
estudados, o coeficiente de difusão e o coeficiente da “explosion puffing” dentro do processo de se-
de transferência de massa foram obtidos por ajuste cagem de fatias de banana, concluíram que a in-
com os dados experimentais, contudo nenhuma corporação deste fenômeno na desidratação, resul-
abordagem sobre a qualidade do produto após a tou em taxas de secagem e desidratação mais rápi-
secagem foi dada. das devido à formação de uma estrutura mais poro-
Brekke & Allen (1967) reportam em seu tra- sa. Testes analíticos para diferença de cor, densi-
balho que fatias de banana foram desidratadas por dade média, porosidade, parâmetros de rehidrata-
secagem com ar quente forçado, por cilindro rota- ção, etc. foram realizados para ambos os casos de
tivo e por congelamento. As amostras, ao final da secagem convencional com ar quente somente e
secagem, foram comparadas com produtos de ba- secagem convencional incorporando “explosion
nana produzidos comercialmente e a estabilidade puffing”.
dos produtos, mantidos nas temperaturas de 12,8; Kiranoudis et al. (1997) estudaram a cinética
23,9 e 37,8oC, foi estudada por um ano. Concluí- de secagem de 4 tipos de frutas: maça, pêra; kiwi e
ram que a 12,8oC, todos os produtos foram aceitá- banana. Neste trabalho, são apresentados resulta-
veis depois de um ano, contudo a temperaturas dos do teor de umidade de equilíbrio para várias
mais elevadas, este período é bem menor. Outras condições de secagem, bem como parâmetros da
conclusões sobre a qualidade do produto neste equação de GAB, que foram ajustados a partir dos
mesmo período são fornecidas. dados experimentais. Um modelo para descrever a
Luccas (1996) estudando a secagem de ba- transferência de umidade dentro do sólido durante
nanas, em leito fluidizado, desenvolveu um proces- a secagem também é reportado.
so em que rodelas do produto são submetidas a Villar (1999) estudando a secagem de bana-
uma velocidade de ar de 10 m/s a altas temperatu- na madura, com forma aproximadamente cilíndrica
ras, 110 a 150oC, por 15 e 6 minutos respectiva- e seção transversal uniforme, nas temperaturas
mente, seguido de secagem convencional por 5,5 variando de 50 a 80 oC, velocidade do ar na faixa
horas a 70oC e 1,25 m/s de velocidade de ar. Se- de 0,2 a 2,2 m/s e umidade absoluta do ar variando
gundo o autor, o produto final apresentou alto índi- de 0,0115 a 0,0172 kg de água/ kg de ar seco, em
ce de rehidratação, cor atraente, baixa densidade um secador de bandejas. A autora concluiu que: o
real e crocância, após comparação com a secagem efeito da velocidade do ar de secagem pode ser
convencional. Em ambos os casos, as rodelas de percebido para velocidades menores que 1,0 m/s;
banana foram pré-tratadas por 2 minutos em sus- para temperaturas a partir de 60 oC, o efeito desta
pensão de amido de mandioca gelatinizado na con- propriedade é pouco significativo, e que o aumento
centração 2%, à temperatura ambiente ( 25oC). da espessura da camada de banana diminui a taxa
May et al. (1998) realizando uma análise do de secagem, sendo que a taxa específica de seca-
comportamento da secagem de várias frutas e ve- gem não é influenciada significativamente para
getais, encontraram, durante a secagem de banana, espessuras entre 1,2 a 2,0cm. Estudos similares
em um analisador termogravimétrico, na tempera- foram conduzidos por Teixeira et al. (1997), Cou-
tura de 60 oC e velocidade do nitrogênio (gás de tinho et al. (1997) e Nunes Jr & Silveira (1997).
secagem) de 1,25 cm/s, um período de taxa cons- Lima (1999) desenvolveu vários modelos
tante. De acordo com os autores, o teor de umidade matemáticos bidimensionais, analítico e numérico,
crítico foi de 0,69 (b. s.). Ainda segundo os auto- para descrever a cinética de difusão de calor e/ou
res, a existência deste período de taxa constante massa em sólidos esferoidais prolatos (elipsoidais
deveu-se à baixa velocidade do gás, que é o maior de revolução). Como estudo de caso, estes modelos
fator determinante da presença ou ausência deste aplicados à secagem de bananas inteiras descasca-
período inicial. das, admitindo a existência de transporte de umi-
dade com encolhimento ou sem ele, com têmpera
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ou sem ela, com transporte de calor simultâneo ou Adambounou & Castaigne (1983) estudaram
sem ele, e ainda, considerando condições de con- a desidratação parcial por osmose de rodelas de
torno de equilíbrio ou convectiva na superfície da bananas a 65oC sob vácuo. As isotermas de sorção
fruta e coeficientes de transporte constante ou vari- indicam que as amostras de bananas secas (9,5%
ável. Vários resultados da cinética de secagem, de água) podem ser classificadas como produtos
distribuição de temperatura e teor de umidade altamente higroscópicos. Experimentos de desidra-
dentro da fruta e propriedades de transporte (difu- tação, usando osmose a 40 e 60oC, mostraram que
sividades térmica e de massa e coeficientes de o ganho de sacarose e a perda de água foram mais
transferência de calor e de massa) são apresentados rápidos a 60oC do que a 40oC, especialmente nos
e discutidos. primeiros 20 minutos do processo.
Mowlah et al. (1983) investigaram fenôme-
Banana desidratada osmoticamente nos de desidratação de cubos de bananas, utilizan-
do a lei de Fick aplicada à placa plana. Nesta pes-
A transferência de massa por desidratação
quisa foram testados cubos de banana, curadas em
osmótica tem sido objeto de intensa investigação.
vapor (blanched) e sem tratamento. Verificou-se
Desidratação osmótica é descrita como uma desi-
que a taxa de secagem foi aumentada no primeiro
dratação parcial de frutas, através do processo de
caso. As bananas foram desidratadas em ar quente
osmose que essencialmente envolve imersão de
a 60oC e 1,5m/s.
frutas por um dado período de tempo em uma so-
Sankat et al. (1992) estudaram a secagem de
lução de açúcar (Sankat et al., 1996). Enquanto a
fatias de bananas maduras frescas e desidratadas
água difunde da fruta para a solução, há um movi-
osmoticamente em soluções de açúcar. De acordo
mento simultâneo de açúcar da solução para a fru-
com os autores, as bananas tratadas apresentaram
ta. Neste processo, uma perda de água de 30 a 50%
taxas de secagem menor em comparação com as
do peso inicial da fruta é atingido, sendo este valor
apresentadas pelas bananas frescas e sem pré-
dependente da concentração da solução de açúcar.
tratamento. A secagem ocorreu no período de taxa
Depois deste pré-tratamento, a secagem conven-
decrescente e foi realizada de três formas: desidra-
cional (com ar quente) é necessária para produzir
tação osmótica; secagem com ar quente forçado e
uma variedade de produtos com características
secagem solar.
especiais como resultado deste pré-tratamento.
Panagiotou et al. (1998) apresentaram um
Sankat et al. (1996) investigando o compor-
modelo empírico de primeira ordem, para predizer
tamento da secagem com ar de fatias de banana
a perda de água e o ganho de açúcar durante a de-
desidratada osmoticamente e frescas, verificaram
sidratação osmótica de maçã, banana e kiwi. Se-
que a secagem de ambas ocorrem no período de
gundo os autores, o modelo se ajustou muito bem
taxa decrescente e que a velocidade do ar até 1,03
aos dados experimentais.
m/s não teve qualquer efeito na cinética. O efeito
Garcia et al. (1974a) realizaram um estudo
do tratamento osmótico foi que, o nível de açúcar
comparativo do processo de secagem osmótica de
nas fatias de bananas foi aumentado e ocorreu de-
banana, abacaxi e “papaya” com alguns métodos
créscimo do seu teor de umidade. Contudo, na
tradicionais: ar quente, vácuo, ar quente-osmose e
secagem convencional subsequente destas mesmas
vácuo-osmose. Neste trabalho, apresentam-se re-
fatias, a taxa de secagem foi diminuída. Apesar
sultados referentes a custo, qualidade do produto,
deste inconveniente, os produtos foram de boa cor
cor, acidez, teor de umidade e teor de SO2, antes e
e textura.
depois da secagem.
Rastogi et al. (1997) estudaram a secagem
de banana por desidratação osmótica e, assumindo * Banana irradiada
uma configuração cilíndrica para a banana e difu-
são Fickiana, calcularam o coeficiente de difusão Muitos métodos de preservação de alimentos
efetivo do produto para uma variação de tempera- constituem-se da combinação de dois ou mais mé-
tura de 25 a 35 oC. Um estudo semelhante foi con- todos convencionais. A combinação de tratamento
duzido por Mauro & Menegalli (1995). Nesta pes- radioativo com outros meios de preservação tem
quisa, considerando as fatias de banana como um sido usados. Farkas (1990) apresenta uma revisão
corpo bidimensional cilíndrico, o efeito do tempo de vários métodos combinados de preservação de
de exposição, concentração da solução e tempera- alimentos, bem como suas peculiaridades. Em
tura na concentração osmótica das fatias de bana- adição, o autor cita uma extensa referência sobre o
na, foi verificado. Dados para o coeficiente de assunto, onde consta, dentre várias frutas, a bana-
difusão efetivo em várias temperaturas são mostra- na. De acordo com o autor, no caso de bananas
dos. Similar investigação foi realizada por Walis- irradiadas para amadurecimento prolongado, utili-
zewski et al. (1997). zando tratamento com calor (ambiente úmido),

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incidência de podridão no fim da haste, foi reduzi- como aquelas qualidades e quantidades que são
da. importantes para o projeto de equipamentos e pro-
cessamento de alimentos. Incluem as propriedades
Propriedades Termo-Físico-Químicas da Banana reológicas, térmicas, de mudança de fase, elétricas,
químicas, colorimétricas e ópticas.
Propriedades de alimentos, do ponto de vista
da Engenharia de Processos, podem ser definidas

Tabela 5 - Propriedades térmica, física e correlatas da banana

Especificação Valor Referência


75,7 Sweat (1974)
75,0 Rao (1992)
76,0 (purê) Singh(1992)
76,0 Szczesniak (1983)
Teor de umidade (% b. u.) 74,8 Polley et al. (1980)
74,8 Woolrich (1966)
74,8 Mohsenin (1980)
76,0 ASHRAE (1993)
74,8 Potter & Hotchkiss (1995)
73,5 Marin et al. (1985)
Densidade( g/cm3) 0,98 Sweat (1974)
1,01-0,96 Finney Jr. et al. (1967)
Condutividade térmica (W/moC) 0,481 à 27oC Sweat (1974)
0,509* Marin et al. (1985)
3,684 Rao (1992)
Acima do ponto 3,346 Szczesniak (1983)
de congelamento 3,496 Mohsenin (1980)
3,349 Potter & Hotchkiss (1995)
Calor 3,349-3,558 Bleinroth (1984)
específico 1,905 Rao (1992)
(kJ/kgK) Abaixo do ponto 1,756 Szczesniak (1983)
de congelamento 1,758 Mohsenin (1980)
1,758 Potter & Hotchkiss (1995)
250,16 Rao (1992)
Calor Latente de Fusão 250,92 Szczesniak (1983)
(kJ/kg) 251,20 Woolrich (1966)
1,18 à 5oC (purê) Singh (1992)
Difusividade térmica 1,42 à 65 oC (purê) Singh (1992)
(m2/s).107 1,187 à 5 oC (purê) ASHRAE (1993)
1,2575 à 5,9oC Ansari & Afaq (1986a)
Módulo de elasticidade 0,85-2,27 Rao & Skinner (1986)
(MPa) 0,8 - 1,2 Mohsenin (1986)
-2,2 Polley et al. (1980)
Ponto de congelamento (oC) -0,8 Rao (1992)
-1,3 Potter & Hotchkiss (1995)
0,10258-0,11235 à 20 oC Mohsenin (1980)
Calor de respiração 0,07918-0,11878 à 15 oC ASHRAE (1993)
(W/kg de produção) 0,08798-0,21996 à 20 oC ASHRAE (1993)
5,6 Daza (1997)
pH 4,5-4,7 Mohsenin (1980)
4,58 Garcia et al. (1974b)

* Estimado por uma equação linear

Um grande número de referências tem sido alimentares (frutas, cereais, carnes, peixe, açúcar,
encontrado na literatura que fornece valores destas etc.) e seus derivados. Concentrando-se neste estu-
propriedades para um vasto número de produtos do, a Tabela 5 apresenta várias propriedades da
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banana, bem como suas respectivas referências, batata e cenoura, apresentaram as seguintes equa-
que serão úteis para este e futuros trabalhos. ções para as duas primeiras propriedades:
Propriedades reológicas de suco, purê e con-
centrado de banana podem ser obtidas em Charles 1 M
p (1)
& Tung (1973), Garcia et al. (1974b), Rao & Pa- 1 M
lomino (1974), e Jiménez & Durán (1979), e para
banana durante o amadurecimento, em Charles & s w
Tung (1973).
As propriedades térmicas dos produtos bio- 1 M
b (2)
lógicos são afetadas pelas variações de temperatura '
1 M
e teor de umidade, assim como pela sua composi-
ção e porosidade. Desde que no processo de seca- bM 0 w
gem o teor de água e temperatura do material po-
dem variar consideravelmente, pode-se esperar onde M é o teor de umidade médio (b.s.); éa
uma variação do valor da difusividade térmica
dentro do produto. Alem disso, muitos alimentos '
densidade e é o coeficiente de encolhimento. Os
são heterogêneos e, portanto, esta mesma difusivi- índices p, s, w, b e bM 0 referem-se a partícula
dade pode variar de um ponto para outro dentro do
mesmo produto. Estudos, nesse sentido, têm sido úmida; a partícula seca; a água; ao leito úmido e ao
conduzidos por Riedel (1969), citado por Singh leito seco, respectivamente. Segundo os mesmos
(1982), Kostaroupoulos (1979), citado por Sarava- autores, durante a secagem com uso de microon-
cos & Kostaroupoulos (1995), Sweat (1995), Nies- das, a banana encolheu 25%; na secagem a vácuo
teruk (1996), Rahman et al. (1997) e Lima (1999). 70% e na secagem por congelamento 80 à 90 %.
Krokida & Maroulis (1997) e Krokida et al. Especificamente para banana, os autores reportam
(1998a), estudando o efeito do método de secagem os valores dados na Tabela 6, para estes parâme-
na densidade média, densidade da partícula úmida, tros
volume específico e porosidade da banana, maçã,

Tabela 6 – Métodos de secagem e valores das densidades da partícula seca, da água, do leito úmido e coefi-
ciente de encolhimento
3 3
Tipo de secagem s (kg/m ) w (kg/m ) bM 0 (kg/m3) '

Convencional 1970 1020 1810 1,04


A vácuo 1940 980 630 0,90
Por microondas 1870 1060 1790 1,05
Criogênica 1880 1040 260 0,43
Desidratação osmótica 1670 1060 1330 1,04

A difusividade de massa é uma das mais im- obtidas por diferentes pesquisadores. Em todos
portantes propriedades de transporte, essencial para estes estudos, utilizou-se o modelo de difusão,
o projeto e otimização de processos de transferên- segundo a geometria utilizada e as considerações
cia de massa no interior de sólidos, tal como, seca- feitas em cada caso.
gem e desidratação osmótica. Esta propriedade tem Os valores da difusividade de massa obtidos
uma particularidade muito importante, em relação por meios numéricos ou analíticos dependem de
às propriedades térmicas: até o presente momento, muitos fatores tais como: tipo de modelo, conside-
não existe um equipamento que possa quantificá- rações adotadas em cada um, geometria adotada,
la. Sendo assim, os pesquisadores utilizam-se dos tipo de método numérico usado, e assim por diante.
métodos e modelos matemáticos (numérico ou Desta forma, os seus valores, evidentemente vari-
analítico) para sua determinação, por comparação am de caso para caso, mesmo relacionando-se com
direta entre os valores numéricos ou analíticos e os um mesmo experimento. A mesma dificuldade
experimentais, procurando minimizar o erro nesta existe com o coeficiente de transferência de calor,
diferença. quando ele é obtido com uma metodologia similar
A Tabela 7 apresenta alguns valores da difu- à utilizada na de transferência de massa.
sividade de umidade efetiva resultante da aplicação O valor da difusividade de massa obtido por
de alguns modelos e técnicas aos dados experimen- um modelo não deve ser usado em outro modelo,
tais de secagem e desidratação osmótica de banana, sob pena de a margem de erro entre os resultados
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experimentais e preditos, aumentar consideravel- pesquisa não tenha sido conduzida corretamente,
mente. De qualquer forma, a ordem de grandeza é ou métodos não-convencionais tenham sido usa-
a mesma em todos os casos, independentemente do dos, contudo isto não tem sido observado na práti-
modelo e considerações adotadas, a menos que a ca.

Tabela 7 - Difusividade de umidade de banana para várias temperatura e geometrias.

Geometria M** T D.10+10 Referência


(Consideração) (b. s.) (o C) (m2/s)
Pedaços
(Placa semi-infinita) 0,027 25 0,0251 Hong et al. (1986)
Inteiras descascadas 3,77 a 0,06 50 à 2,62 a Nogueira (1991)
(cilindro infinito) 70 6,53 Nogueira & Park (1992)
---- 3,50 a 0,01 20 à 0,003 a Kenchaou & Maalej (1994)
40 2,10
34,80
Fatias 2,10 a 60 (fresca 15 oBrix) Sankat et al. (1996)
(Placas) 0,20 8,80
(39oBrix)
Inteiras descascadas 3,43 a 29,9 a Queiroz (1994)
(cilindro infinito) 0,22 68,4 1,25 a 29,7 Queiroz & Nebra (1996)
Pedaços cilíndricos 2,64 a 1,85 25 à 8,50 a 24,30 Rastogi et al. (1997)
45
Início:3,20
Fatias a 2,39 35 a 1,60 a 4,80 Mauro (1992)
(cilindro finito) Final: 0,89 50 Mauro & Menegalli (1995)
a 0,28
Cubos 3,54 a 0,11 60 8,33 Mowlah et al. (1982)
Fatias 3,00 a 0,15 60 2,80 a 163,40 Garcia et al. (1988)
Fatias ---- 50 27,7 (60oBrix) Waliszewiski et al. (1997)
(Placa) 26,6 (70oBrix)
Inteiras descascadas 3,43 a 29,9 a Lima (1999)
(elipsóide) 0,22 68,4 0,93 a 34,28
**
A faixa de valores refere-se aos teores de umidade inicial e final da fruta.

CONCLUSÕES umidade e composição química. Contudo a porosi-


dade e, ate mesmo, a técnica de secagem utilizada
Muitos pesquisadores vêm estudando e pes- para desidratar a fruta, pode alterar seus valores.
quisando a cultura da bananeira e o seu fruto, a Verificou-se que os valores da difusividade de
banana. Dos resultados fornecidos na literatura, massa e de calor e coeficientes de transferência de
observou-se que a banana é composta basicamente calor e de massa obtidos por diferentes pesquisado-
de água, proteína e carbohidrato rico em fósforo, res dependem de muitos fatores, tais como: tipo de
além de vários outros componentes químicos tais modelo matemático usado e considerações adota-
como Cálcio, Ferro, Cobre, Zinco, Iodo, Manganês das em cada modelo; geometria considerada; tipo
e Cobalto, em menor escala. de método numérico usado; além de outros. Neste
Na tentativa de reduzir as perdas da fruta da sentido recomenda-se que o valor da difusividade
bananeira, várias técnicas de conservação e de de massa obtido por um modelo não deve ser usa-
aproveitamento são usadas. Entre as técnicas de do em outro modelo, sob pena da margem de erro
conservação podem ser citadas: enlatamento, con- entre os valores preditos e experimentais aumentar
gelamento, irradiação e desidratação, sendo esta consideravelmente.
última a mais utilizada. No que diz respeito às
técnicas de aproveitamento, podem ser citadas: AGRADECIMENTOS
álcool, fermentação, sucos, purês e banana-passa.
As propriedades de transporte da banana são Os autores agradecem à CAPES (Coordena-
afetadas, principalmente, pela temperatura, teor de ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-
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