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Caderno de Revisão de Direito Civil
Caderno de Revisão de Direito Civil
Costumes
a) Costumes secundum legem: incidem
quando há referência expressa aos costumes no
texto legal. Quando da sua aplicação, não ocorre
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ber que é soropositivo, configuraria indevida so- exercida pelo próprio órgão ministerial, não
breposição de um direito individual (que, em si sendo necessária, portanto, nomeação de cu-
não se sustenta, tal como demonstrado) sobre o rador à lide.
interesse público, o que, data maxima venia, não
se afigura escorreito; VII - Recurso Especial impro- Jurisprudência
vido. (REsp 1195995/SP, Rel. Ministra NANCY AN- • Não há exigência de formalidade específica
DRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro MASSAMI acerca da manifestação de última vontade do indi-
UYEDA, TERCEIRA TURMA, DJe 06/04/2011)
víduo sobre a destinação de seu corpo após a
Tutela e curatela morte, sendo possível a submissão do cadáver ao
Tutela Curatela
procedimento de criogenia em atenção à vontade
Instrumento jurídico para Instrumento jurí-
manifestada em vida (STJ. REsp 1.693.718-RJ,
proteger a criança ou adoles- dico voltado para a 26/03/2019, Info 645).
cente que não goza da prote- proteção de uma • O transgênero tem direito fundamental subjetivo
ção do poder familiar em vir- pessoa maior de à alteração de seu prenome e de sua classificação
tude da morte, ausência ou 18 anos que, ape- de gênero no registro civil, não se exigindo, para
destituição de seus pais. sar de adulto, pos- tanto, nada além da manifestação de vontade do
A tutela é uma espécie de co- sui uma incapaci-
indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade
locação da criança ou adoles- dade prevista no
cente em família substituta. CC. tanto pela via judicial como diretamente pela via
administrativa. Essa alteração deve ser averbada à
Sobre a curatela... margem do assento de nascimento, vedada a inclu-
• Como é instituída a curatela? Para que a cu- são do termo 'transgênero'. STF. Plenário. RE nº
ratela seja instituída é necessária a instaura- 670422, 15/8/2018. Pode-se reconhecer no trecho
ção de um processo judicial, de jurisdição “vedada a inclusão do termo ‘transgênero’” uma
voluntária, regulado pelos arts. 1.177 a manifestação do direito ao esquecimento.
1.186 do CPC. Esse processo é iniciado por • No REsp 1.415.727-SC, o Min. Relator Luis Felipe
meio de uma ação de interdição. Salomão afirmou expressamente que, em sua opi-
• Legitimados. A ação de interdição deve ser nião, “o ordenamento jurídico como um todo – e
promovida: não apenas o Código Civil de 2002 – alinhou-se
✓ I - pelos pais ou tutores;
mais à teoria concepcionista para a construção da
✓ II - pelo cônjuge, ou por qualquer pa-
situação jurídica do nascituro, conclusão enfatica-
rente;
mente sufragada pela majoritária doutrina con-
✓ III - pelo Ministério Público.
temporânea”. P/ o Ministro, mesmo que se diga
• Situações em que o MP poderá ajuizar a ação que a personalidade jurídica se inicia com o nasci-
de interdição mento, ainda assim é forçoso concluir que o nasci-
✓ I - em caso de doença mental grave turo já deve ser considerado como pessoa. Caso
(independentemente dos demais legi-
contrário, não se vislumbraria nenhum sentido ló-
timados); ou
gico na fórmula “a personalidade civil da pessoa co-
✓ II - em qualquer outro caso de incapa-
cidade, se não existirem outros legiti- meça” (art. 2º), se ambas – pessoa e personalidade
mados (pais, tutores, cônjuge ou pa- civil – tivessem como começo o mesmo aconteci-
rente) ou, existindo, eles ficarem iner- mento.
tes ou se não puderem propor a ação • Info 921, STF. Inexistência do direito à indeniza-
(por serem incapazes). ção em razão da divulgação, no jornal, de imagem
➔ Dessa forma, o MP só propõe a ação do cadáver morto em via pública.
de interdição em caso de doença men- • Info 645, STJ. Não se exige que o indivíduo tenha
tal grave ou se nenhum dos outros le- deixado um documento escrito dizendo que dese-
gitimados propuser. java ser submetido à criogenia, podendo essa von-
✓ Se a ação de interdição for proposta por outro tade ser provada por outros meios, como a decla-
legitimado que não seja o MP, será necessária ração do familiar mais próximo.
a nomeação de curador especial? NÃO. Nas • 634, STJ. Dever de restituição do lucro da inter-
ações de interdição não ajuizadas pelo MP, a venção é o dever que o indivíduo possui de pagar
função de defensor do interditando deverá ser
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aquilo que foi auferido mediante indevida interfe- seus documentos brasileiros.
rência nos direitos ou bens jurídicos de outra pes- • Info 583, STJ. A morte do interditando no curso
soa. A obrigação de restituir o lucro da intervenção de ação de interdição não implica, por si só, a ex-
é baseada na vedação do enriquecimento sem tinção do processo sem resolução de mérito da
causa (art. 884 do CC). ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu
• O mero desejo pessoal não é motivo justificável curador provisório, tendo o espólio legitimidade
para a alteração do prenome. STJ, REsp para prosseguir com a ação de exigir de contas.
1728039/SC. • Info 571, STJ. A ordem de legitimados para o ajui-
• Info 627, STJ. É inadmissível a homologação de zamento de ação de interdição NÃO é preferencial.
acordo extrajudicial de retificação de registro civil • Info 555, STJ. Se a genitora, ao se divorciar, volta
de menor em juízo sem a observância dos requisi- a usar seu nome de solteira, é possível que o regis-
tos e procedimento legalmente instituído para essa tro de nascimento dos filhos seja retificado para
finalidade. constar na filiação o nome atual da mãe. É direito
• Info 627, STJ. É admissível o restabelecimento do subjetivo da pessoa retificar seu patronímico no re-
nome de solteiro na hipótese de dissolução do vín- gistro de nascimento de seus filhos após divórcio.
culo conjugal pelo falecimento do cônjuge. A averbação do patronímico no registro de nasci-
• Info 627, STJ. DIREITO AO ESQUECIMENTO. Ex- mento do filho em decorrência do casamento atrai,
cepcionalmente, é possível que o Judiciário deter- à luz do princípio da simetria, a aplicação da mesma
mine o rompimento do vínculo estabelecido por si- norma à hipótese inversa, qual seja, em decorrên-
tes de busca entre o nome da pessoa, utilizado cia do divórcio, um dos genitores deixa de utilizar o
como critério exclusivo de busca, e a notícia desa- nome de casado (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº
bonadora apontada nos resultados. 8.560/1992). Em razão do princípio da segurança
• Info 621, STJ. A representação cênica de episódio jurídica e da necessidade de preservação dos atos
histórico em obra audiovisual biográfica não de- jurídicos até então praticados, o nome de casada
pende da concessão de prévia autorização de ter- não deve ser suprimido dos assentamentos, proce-
ceiros ali representados como coadjuvantes. O STF, dendo-se, tão somente, a averbação da alteração
no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é ine- requerida após o divórcio.
xigível a autorização de pessoa biografada relativa- • Info 555, STJ. Nos moldes preconizados pelo STJ,
mente a obras biográficas literárias ou audiovisuais considerando que o nome é elemento da persona-
bem como desnecessária a autorização de pessoas lidade, identificador e individualizador da pessoa
nelas retratadas como coadjuvantes. A Súmula na sociedade e no âmbito familiar, conclui-se que o
403/STJ é inaplicável às hipóteses de representa- abandono pelo genitor caracteriza o justo motivo
ção da imagem de pessoa como coadjuvante em de o interessado requerer a alteração de seu nome
obra biográfica audiovisual que tem por objeto a civil, com a respectiva exclusão completa dos so-
história profissional de terceiro. brenomes paternos.
• Info 829, STF. São constitucionais o art. 28, § 1º e • Info 549, STJ. Configura dano moral indenizável a
o art. 30 da Lei 13.146/15, que determinam que as divulgação não autorizada da imagem de alguém
escolas privadas ofereçam atendimento educacio- em material impresso de propaganda político-elei-
nal adequado e inclusivo às pessoas com deficiên- toral, independentemente da comprovação de pre-
cia sem que possam cobrar valores adicionais de juízo.
qualquer natureza em suas mensalidades, anuida- • Info 547, STJ. É cabível indenização do DPVAT por
des e matrículas para cumprimento dessa obriga- morte do feto em acidente de trânsito.
ção. • Info 546, STJ. O uso, por sociedade empresária,
• Info 528, STJ. O brasileiro que adquiriu dupla ci- de imagem de pessoa física fotografada isolada-
dadania pode ter seu nome retificado no registro mente em local público, em meio a cenário desta-
civil do Brasil, desde que isso não cause prejuízo a cado, configura dano moral mesmo que não tenha
terceiros, quando vier a sofrer transtornos no exer- havido nenhuma conotação ofensiva ou vexami-
cício da cidadania por força da apresentação de do- nosa na divulgação.
cumentos estrangeiros com sobrenome imposto • Info 534, STJ. A pessoa jurídica de direito público
por lei estrangeira e diferente do que consta em
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não tem direito à indenização por danos morais re- que o conteúdo exibido seja capaz de individualizar
lacionados à violação da honra ou da imagem. Não o ofendido. A obrigação de reparação decorre do
é possível pessoa jurídica de direito público plei- próprio uso indevido do direito personalíssimo,
tear, contra particular, indenização por dano moral não sendo devido exigir-se a prova da existência de
relacionado à violação da honra ou da imagem. prejuízo ou dano. O dano é a própria utilização in-
• Info 533, STJ. É possível determinar, no âmbito de devida da imagem. STJ. REsp 794586/RJ.
ação de interdição, a internação compulsória de
quem tenha acabado de cumprir medida socioedu- 2. Pessoas jurídicas (40 a 69, CC)
cativa de internação, desde que comprovado o pre-
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enchimento dos requisitos para a aplicação da me-
dida mediante laudo médico circunstanciado, di- 46 47 48 49 50 51
ante da efetiva demonstração da insuficiência dos 52 53 54 55 56 57
recursos extra-hospitalares. 58 59 60 61 62 63
64 65 66 67 68 69
• Info 527, STJ. O STJ admite, a depender do caso
concreto, o chamado direito ao esquecimento.
• Info 516, STJ. O uso não autorizado da imagem de Teorias sobre a natureza jurídica
atleta em cartaz de propaganda de evento espor- Afirma que a PJ não é sujeito de direito.
tivo, ainda que sem finalidade lucrativa ou comer- Corrente Uma associação formada por um grupo
cial, enseja reparação por danos morais, indepen- negati- de indivíduos nada mais é que esses
dentemente da comprovação de prejuízo. Trata-se vista meros indivíduos considerados em seu
de hipótese de dano in re ipsa. conjunto (teoria da mera aparência).
PJ é sujeito com existência
• É possível alterar o registro de nascimento para Teoria da
ideal, fruto da técnica jurí-
nele fazer constar o nome de solteira da genitora, ficção
dica e desprovida de fun-
(Savigny)
excluindo o patronímico do ex-padrasto. STJ. 4ª ção social.
Turma. REsp 1072402-MG. Teoria da Contrapondo-se à anterior,
realidade entende que a PJ não é
• Ainda que se trate de pessoa pública, o uso não
objetiva fruto de ficção jurídica,
autorizado da sua imagem, com fins exclusiva- ou constituindo organismo
mente econômicos e publicitários, gera danos mo- Corrente
organiza- social vivo, com atuação
afirmati-
rais. Assim, a obrigação de indenizar, tratando-se cionista social. A PJ seria criada
vista (Beviláqua)
de direito à imagem, decorre do próprio uso inde- pela sociologia.
vido desse direito, não sendo necessário provar a Teoria da Intermediária entre as
realidade duas anteriores, afirma
existência de prejuízo. Trata-se de dano in re ipsa. técnica que a PJ tem existência
STJ. REsp 1102756-SP. ou jurí- real, embora seja criada
• Imagine a seguinte situação: marido e mulher se dica pelo Direito. Logo, tem
casaram e, no momento da habilitação do casa- (Ferrara) atuação social na condição
- 45, CC - de sujeito de direito.
mento, não requereram a alteração do nome. É
possível que, posteriormente, um possa acrescen-
tar o sobrenome do outro? SIM. É permitido incluir Desconsideração da personalidade jurídica
ao seu nome o sobrenome do outro, ainda que Origem
após a data da celebração do casamento. Vale res-
saltar, no entanto, que esse acréscimo terá que ser Inglaterra: Aaron Salomon vs Salomon Company.
feito por intermédio da ação de retificação de re- Conceito
gistros públicos, nos termos dos arts. 57 e 109 da
Afastamento temporário da personalidade da PJ,
LRP (Lei 6.015/73). Assim, não será possível a alte-
permitindo que os credores lesados possam satis-
ração pela via administrativa, mas somente em ju-
fazer os seus direitos no patrimônio pessoal do só-
ízo. STJ. REsp 910094-SC.
cio ou administrador que cometeu o ato abusivo
• A ofensa ao direito à imagem materializa-se com (superação episódica da personalidade jurídica =
a mera utilização da imagem sem autorização, lift the veil).
ainda que não tenha caráter vexatório ou que não
viole a honra ou a intimidade da pessoa, e desde
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personalidade jurídica e com capacidade proces- passivo por força da desconsideração (STJ, Info
sual mediante representação.” 544).
• É possível a desconsideração inversa da persona-
Jurisprudência lidade jurídica sempre que o cônjuge ou compa-
• Pessoa jurídica ostenta direito da personalidade? nheiro empresário valer-se de PJ por ele contro-
Pode sofrer dano moral? SIM! lada, ou de interposta pessoa física, a fim de sub-
✓ Súmula 227, STJ: A PJ pode sofrer dano moral. trair do outro cônjuge ou companheiro direitos ori-
✓ Art. 52, CC: Aplica-se às PJ, no que couber, a undos da sociedade afetiva. A legitimidade p/ re-
proteção dos direitos da personalidade. querer essa desconsideração é daquele que foi le-
• A instauração de incidente de desconsideração sado por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge
da personalidade jurídica não exige prova de ine- ou companheiro, sendo irrelevante o fato deste ser
xistência de bens do devedor (STJ, 08/05/2018). sócio da empresa (STJ, Info 533).
• Em caso de divórcio no qual se pede a desconsi-
deração inversa da PJ, deve-se incluir no polo pas- 3. Domicílio (70 a 78, CC)
sivo a pessoa que teria participado do conluio com 70 71 72 73 74 75
o cônjuge (STJ, 13/6/2017, Info 606). 76 77 78 79 80 81
• O art. 1.023 do CC, que trata da responsabilidade
subsidiária dos sócios da sociedade simples, não se
aplica às associações civis (STJ, 4/4/2017, Info 602).
• A autonomia das entidades desportivas não é ab-
soluta. O art. 59 do CC é compatível com a autono-
mia constitucional conferida aos clubes pelo art.
217, I, da CF/88. (STF, 07/02/2017, Info 853).
• As cooperativas possuem natureza jurídica de
"sociedades simples", conforme determina o art.
982, § único, do CC. Se uma cooperativa quiser se
transformar em uma sociedade empresária, ela
não precisará primeiro ser dissolvida e liquidada p/
depois ser constituída uma nova PJ (sociedade em-
presária). Isso pode ser feito direto, ou seja, ao
mesmo tempo em que a cooperativa deixa de exis-
tir, ela passa a ser uma sociedade empresária, per-
mitindo-se que ela mantenha o mesmo n° do CNPJ.
Enfim, a alteração no CNPJ da razão social de soci-
edade cooperativa que modificou sua forma jurí-
dica não exige o prévio cancelamento de sua auto-
rização para funcionar e de seu registro (STJ,
20/8/2015, Info 568).
• O encerramento das atividades ou dissolução da
sociedade, ainda que irregulares, não é causa, por
si só, para a desconsideração da personalidade ju-
rídica prevista no CC (STJ, 10/12/2014, Info 554).
• Em execução proposta pelo credor contra a em-
presa devedora, se o juiz determinar a desconside-
ração e a penhora dos bens dos sócios, a PJ tem le-
gitimidade p/ recorrer contra essa decisão, desde
que o recurso seja interposto c/ o objetivo de de-
fender sua autonomia patrimonial, isto é, a prote-
ção da sua personalidade. No recurso, a PJ não
pode se imiscuir indevidamente na esfera de direi-
tos dos sócios ou administradores incluídos no polo
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Livro II - Bens
Jurisprudência correlata
• S. 619, STJ: A ocupação indevida de bem público
configura mera detenção de natureza precária in-
suscetível de retenção ou indenização por aces-
sões e benfeitorias.
• É possível reconhecer a usucapião do domínio útil
de bem público sobre o qual tinha sido, anterior-
mente, instituída enfiteuse, pois, nesta circunstân-
cia, existe apenas a substituição do enfiteuta pelo
usucapiente, não trazendo qualquer prejuízo ao Es-
tado. Precedentes. (AgInt no REsp 1642495/RO,
23/05/2017).
• Construção ou atividade irregular em bem de uso
comum do povo revela dano presumido à coletivi-
dade, dispensada prova de prejuízo em concreto”.
Senão vejamos: IV - A edificação particular está ir-
regularmente situada em bem de uso comum per-
tencente à União, lesando o direito da população
ao livre acesso à praia, fato que confi-
gura dano in re ipsa à coletividade, enseja o de-
ver de indenização à União independente-
mente da verificação de boa-fé do particular, e im-
põe a reparação do ilícito às custas do Recorrido.
(STJ, REsp 1681210/RN, 11/02/2019).
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timento);
sado; podem alegar (art.
2. MP; 177, CC). Só aproveita 4. Ilícito autorizante (ex: desforço imedi-
3. Juiz (deve!). aos que alegarem, ato na defesa da posse).
salvo solidariedade e
indivisibilidade. Abuso de direito
• Juiz não pode su- • Admite confirmação A responsabilidade civil decorrente do abuso de di-
Vício é sanável?
5. Preterida soleni- f. Fraude contra Distinção proposta por Agnelo Amorim Filho
dade que a lei con- credores
sidera essencial à Prescrição Decadência
validade Extingue a pretensão. Extingue direito potes-
6. Objetivo de frau- tativo.
dar a lei impera- Admite renúncia... • É nula a renúncia à
tiva • Expressa ou tácita, decadência LEGAL.
7. Lei taxativamente
• Depois que a pres- • Admite-se a renúncia
declarar nulo ou
crição se consumar, à decadência CONVEN-
proibir-lhe a prá-
tica sem cominar • Sem prejuízo de 3°. CIONAL.
sanção Juiz pode reconhecer de Juiz só pode reconhe-
Art. 167 do CC: simu- ofício. cer de ofício a deca-
lação dência legal.
CUIDADO: Ambas têm efeitos retroativos (ex Submete-se a... Não se aplicam os ca-
tunc). Art. 182, CC. Anulado o negócio jurídico, a) Impedimentos, sos de impedimento,
Efeitos
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Jurisprudência
• A separação de fato por tempo razoável mitiga a
regra do art. 197, I, do CC, segundo a qual “não
corre a prescrição entre os cônjuges, na constância
da sociedade conjugal”. STJ. 3ª Turma. REsp
1660947-TO, Min. Moura Ribeiro, 05/11/2019 (Info
660).
• Tanto a prescrição como a decadência prorro-
gam-se para o 1° dia útil seguinte, quando o termo
final ocorre durante o recesso forense. Na hipó-
tese em que o Tribunal suspenda, por força de ato
normativo local, os atos processuais durante o re-
cesso forense, o termo final do prazo prescricional
que coincidir com data abrangida pelo referido re-
cesso prorroga-se para o 1° dia útil posterior ao tér-
mino deste. A Corte Especial do STJ uniformizou o
entendimento de que o prazo decadencial para o
ajuizamento da ação rescisória prorroga-se para o
primeiro dia útil seguinte, caso venha a findar no
recesso forense, sendo irrelevante a controvérsia
acerca da natureza do prazo para ajuizamento da
ação, se prescricional ou decadencial, pois, em
ambos os casos, o termo ad quem seria prorro-
gado (EREsp 667.672-SP). REsp 1.446.608-RS, Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, 21/10/2014.
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Formas de extinção das obrigações essa teoria, se a parte devedora cumpriu quase
tudo que estava previsto no contrato (ex: eram 48
(a) pagamento, (b) compensação, (c) confusão e
(d) remissão de dívida. prestações, e ela pagou 46), então, neste caso, a
parte credora não terá direito de pedir a resolução
a) Pagamento do contrato porque, como faltou muito pouco, o
• Regra da intangibilidade do pagamento (313, desfazimento do pacto seria uma medida exage-
CC): credor não é obrigado a receber presta- rada, desproporcional, injusta e violaria a boa-fé
ção diversa. objetiva.
• Regra da indivisibilidade do pagamento (314, Desse modo, havendo adimplemento substan-
CC): credor e devedor não podem ser obriga- cial (adimplemento de grande parte do contrato),
dos a receber/pagar por partes. o credor teria apenas uma opção: exigir do devedor
• Regra do nominalismo (315, CC): dívidas em o cumprimento da prestação (das prestações) que
dinheiro são pagas no vencimento, em moeda ficou (ficaram) inadimplida(s) e pleitear eventual
corrente pelo seu valor nominal. indenização pelos prejuízos que sofreu.
• Cláusula de escala móvel (316, CC): é lícito Veja o clássico conceito de Clóvis do Couto e
convencionar o aumento sucessivo de presta- Silva: adimplemento substancial “constitui um a-
ções sucessivas. dimplemento tão próximo ao resultado final, que,
• Regra da satisfação imediata (331, CC): salvo tendo-se em vista a conduta das partes, exclui-se o
disposição legal ou convencional em contrá- direito de resolução, permitindo-se tão somente o
rio, credor pode exigir o pagamento imediata- pedido de indenização e/ou adimplemento, de vez
mente. que a primeira pretensão viria a ferir o princípio da
boa-fé (objetiva)".
b) Compensação
A origem desta teoria remonta o Direito Inglês
Duas pessoas são, ao mesmo tempo, credoras e de-
do séc. XVIII, tendo lá recebido o nome de "subs-
vedoras uma da outra.
tancial performance".
c) Confusão A teoria do adimplemento substancial é aco-
Na mesma pessoa se confundem as qualidades de lhida pelo STJ?
credor e devedor.
SIM. Existem julgados adotando expressamente
d) Remissão de dívidas a teoria. Vale ressaltar, no entanto, que seu uso
• É o perdão da dívida. não pode ser banalizado a ponto de inverter a ló-
• Tem que ser aceito pelo devedor. gica jurídica de extinção das obrigações. O “nor-
Teoria do adimplemento substancial (DoD) mal” é que os contratos sejam cumpridos de forma
integral e regular. Diante disso, a fim de que haja
Num contrato, se uma parte descumpre a sua
critérios, o STJ afirma que são necessários três re-
obrigação, a parte credora terá, em regra, duas op-
quisitos para a aplicação da teoria:
ções:
a) a existência de expectativas legítimas gera-
1) poderá exigir o cumprimento da prestação
das pelo comportamento das partes;
que não foi adimplida; ou
b) o pagamento faltante há de ser ínfimo em se
2) pedir a resolução (“desfazimento”) do con-
considerando o total do negócio;
trato.
c) deve ser possível a conservação da eficácia
Além disso, tanto em um caso como no outro,
do negócio sem prejuízo ao direito do credor
ela poderá também pedir o pagamento de eventu-
de pleitear a quantia devida pelos meios or-
ais perdas e danos que comprove ter sofrido. Isso
dinários. STJ. REsp 1581505/SC, 18/08/2016.
está previsto no art. 475 do Código Civil:
Art. 475. A parte lesada pelo inadimple- 4. Inadimplemento (389 a 420, CC)
mento pode pedir a resolução do con- 389 390 391 392 393 394
trato, se não preferir exigir-lhe o cum- 395 396 397 398 399 400
primento, cabendo, em qualquer dos
401 402 403 404 405 406
casos, indenização por perdas e danos.
407 408 409 410 411 412
A teoria do adimplemento substancial tem por 413 414 415 416 417 418
objetivo mitigar o que foi explicado acima. Segundo 419 420 421 422 423 424
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Espécies
Confirmatórias Penitenciais
São previstas no con- São previstas no contrato
trato com o objetivo de c/ o objetivo de permitir
reforçar, incentivar que as partes possam de-
que as partes cum- sistir da obrigação e, se
pram a obrigação com- isso ocorrer, o valor das ar-
binada. ras penitenciais já funcio-
nará como sendo as per-
das e danos.
É a regra. Ocorre quando o contrato
estipula arras, mas tam-
bém prevê o direito de ar-
rependimento.
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais,
as arras serão devolvidas para a parte que as havia
dado. Poderão também ser utilizadas como parte do
pagamento.
Se a parte que deu as Se a parte que deu as arras
arras não cumprir o decidir não cumprir o con-
contrato: a parte ino- trato (exercer seu direito
cente poderá reter as de arrependimento): ela
arras. perderá as arras dadas.
Se a parte que recebeu Se a parte que recebeu as
as arras não executar o arras decidir não cumprir o
contrato: a parte ino- contrato (exercer seu di-
cente poderá exigir a reito de arrependimento):
devolução das arras deverá devolver as arras
mais o equivalente. mais o equivalente.
Além das arras, a parte As arras penitenciais têm
inocente poderá pedir: função unicamente inde-
• indenização suple- nizatória. Significa que a
mentar, se provar parte inocente ficará ape-
maior prejuízo, valendo nas com o valor das arras
as arras como taxa mí- (e do equivalente) e NÃO
nima; terá direito a indenização
• a execução do con- suplementar ¹.
trato, com as perdas e
danos, valendo as arras
como o mínimo da in-
denização.
¹ Súmula 412-STF: No compromisso de compra e
venda com cláusula de arrependimento, a devolu-
ção do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição
em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização
maior, a título de perdas e danos, salvo os juros
moratórios e os encargos do processo).
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5. Contratos em geral (421 a 480, CC) e) Estoppel: está relacionado com o direito inter-
nacional público. Trata-se de uma proibição do
421 422 423 424 425 426
comportamento contraditório em relação aos atos
427 428 429 430 431 432
de soberania. Estado não pode invocar uma causa
433 434 435 436 437 438
de anulabilidade, de extinção ou de suspensão de
439 440 441 442 443 444
um tratado se, após tomar conhecimento dos fa-
445 446 447 448 449 450
451 452 453 454 455 456 tos, tiver aceitado expressamente que o tratado é
457 458 459 460 461 462 válido ou continua em execução.
463 464 465 466 467 468 e) Duty to mitigate the loss – é o dever de miti-
469 470 471 472 473 474 gar o próprio prejuízo. É o dever que a vítima de um
475 476 477 478 479 480 evento danoso tem de evitar o agravamento do
próprio prejuízo.
Princípios contratuais
2. Força obrigatória (pacta sunt servanda)
1. Boa-fé
3. Liberdade, do qual decorre a autonomia pri-
Institutos correlatos
vada
a) Supressio (verwirkung) – é a supressão/perda
de um direito pelo seu não exercício no tempo, ou 4. Relatividade dos efeitos contratuais
seja, a falta de exercício de um direito gera a expec- 5. Conservação dos negócios jurídicos
tativa no outro de que o seu titular o tenha aban-
donado. É a interpretação da boa-fé objetiva + Vício Redibitório
abuso de direito. Ex. Art. 330. O pagamento reite- • O que é vício redibitório? Vício ou defeito oculto
radamente feito em outro local faz presumir renún- que torna a coisa imprópria para o uso a que se
cia do credor (supressio) relativamente ao previsto destina ou lhe diminui o valor.
no contrato. Para o credor ocorreu supressio, para • Ocorre nos contratos comutativos [aqueles que
o devedor ocorreu surrectio. Ex. Art. 330.CCB têm prestações certas e determinadas] e nas doa-
MPMS/2018: A aplicação dos institutos ções onerosas.
da supressio e da surrectio constituem figu- • A parte pode...
ras concomitantes, podendo ser comparadas a) Enjeitar a coisa
como verso e reverso da mesma moeda. b) Reclamar abatimento no preço (ação quanti
minoris).
b) Surrectio (erwirkung) – é o contrário da su-
pressio. É o surgimento de um direito em razão de • Prazos
Móvel 30 dias A partir da
uma conduta tolerada no tempo pelo outro contra-
Imóvel 1 ano entrega efetiva
tante. REGRA
Se já na posse, prazos reduzem da metade,
c) Venire contra factum proprium (exercício contando-se desde a alienação.
inadmissível da posição jurídica) – proibição do
comportamento contraditório (doutrina dos atos Móvel 180 dias ...da ciência, se
próprios): é a regra pela qual uma pessoa não pode vício só puder ser
Exceção
alterar seu comportamento/posição na relação ju- Imóvel 1 ano conhecido mais
rídica, procurando obter um ganho e prejudicando tarde.
a outra parte. Assim, se o agente tem um compor- Obs. comum: os prazos não correm no período de
tamento em um determinado sentido, não pode garantia, mas o adquirente deve denunciar o de-
depois agir no sentido oposto. Ex.: art. 180 do CC. feito nos 30 dias seguintes ao seu descumpri-
d) Tu quoque – é a regra que impede uma pessoa mento, sob pena de decadência.
de se beneficiar do descumprimento de uma
norma jurídica por ela própria (geral ou individual). Evicção (447 a 457, CC)
O tu quoque deriva da regra pela qual ninguém • O que é a evicção? A evicção ocorre quando:
pode se valer da própria torpeza / da proibição de ➢ a pessoa que adquiriu um bem
uma pessoa se beneficiar do locupletamento ilícito. ➢ perde a posse ou a propriedade desta coisa,
➢ em razão de uma decisão judicial ou de um
ato administrativo
18
1 2 3 4 5 6
➢ que reconhece que um terceiro possuía di- 6. Contratos em espécie (481 a 853, CC)
reitos anteriores sobre este bem
481 482 483 484 485 486
➢ de modo que ele não poderia ter sido alie- 487 488 489 490 491 492
nado. 493 494 495 496 497 498
• Ocorre nos contratos onerosos. 499 500 501 502 503 504
• Tradicionalmente, afirma-se que a evicção ocorre 505 506 507 508 509 510
diante da perda da coisa. No entanto, a Min. Nancy 511 512 513 514 515 516
Andrigui explica que a evicção não se configura 517 518 519 520 521 522
523 524 525 526 527 528
apenas com a “perda da coisa” em si, mas sim com
529 530 531 532 533 534
a privação de um direito que incide sobre a coisa.
535 536 537 538 539 540
Esse direito pode ser não apenas sobre a proprie- 541 542 543 544 545 546
dade, mas também sobre a posse. Assim, ocorre a 547 548 549 550 551 552
evicção quando há privação do direito de proprie- 553 554 555 556 557 558
dade ou de posse sobre a coisa. E essa privação 559 560 561 562 563 564
pode ser total ou parcial. Daí a INCORREÇÃO do 565 566 567 568 569 570
571 572 573 574 575 576
enunciado cobrado no MPMS/18: “O direito de de-
577 578 579 580 581 582
mandar pela evicção supõe, necessariamente, a
583 584 585 586 587 588
perda da coisa adquirida em contrato oneroso, por 589 590 591 592 593 594
força de decisão judicial”. 595 596 597 598 599 600
601 602 603 604 605 606
Extinção do contrato 607 608 609 610 611 612
Terminologias 613 614 615 616 617 618
619 620 621 622 623 624
a) Resolução: inadimplemento. 625 626 627 628 629 630
b) Rescisão: invalidade (anulabilidade/nuli- 631 632 633 634 635 636
dade). 637 638 639 640 641 642
c) Resilição: ato de vontade, unilateral (nos 643 644 645 646 647 648
casos previstos em lei) ou bilateral (dis- 649 650 651 652 653 654
655 656 657 658 659 660
trato).
661 662 663 664 665 666
De acordo com o CC: 667 668 669 670 671 672
673 674 675 676 677 678
a) Distrato
679 680 681 682 683 684
b) Cláusula resolutiva
685 686 687 688 689 690
c) Exceção de contrato não cumprido
691 692 693 694 695 696
d) Resolução por onerosidade excessiva 697 698 699 700 701 702
703 704 705 706 707 708
Resolução por onerosidade excessiva
709 710 711 712 713 714
Teoria da imprevisão x teoria da base objetiva 715 716 717 718 719 720
721 722 723 724 725 726
Resolução por one- Teoria da base
727 728 729 730 731 732
rosidade excessiva objetiva do negócio
733 734 735 736 737 738
Surgida na França, no Surgida na Alemanha, tam- 739 740 741 742 743 744
pós 1ª Guerra. bém no pós 1ª Guerra. 745 746 747 748 749 750
É uma teoria subjetiva. É uma teoria objetiva. 751 752 753 754 755 756
Prevista no art. 478 do Prevista no art. 6º, V do 757 758 759 760 761 762
CC. CDC. 763 764 765 766 767 768
Exige a imprevisibili- Dispensa a imprevisibili- 769 770 771 772 773 774
dade e a extraordinari- dade e o caráter extraordi- 775 776 777 778 779 780
edade do fato superve- nário dos fatos superveni- 781 782 783 784 785 786
niente. entes. 787 788 789 790 791 792
Somente exige um fato su- 793 794 795 796 797 798
perveniente que rompa a 799 800 801 802 803 804
base objetiva. 805 806 807 808 809 810
Exige a extrema vanta- Não exige esta condi- 811 812 813 814 815 816
gem para o credor. ção. 817 818 819 820 821 822
19
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20
1 2 3 4 5 6
21
1 2 3 4 5 6
• Súmula 632, STJ: Nos contratos de seguro regidos gurado embriagado. A garantia de responsabili-
pelo Código Civil, a correção monetária sobre a in- dade civil não visa apenas proteger o interesse eco-
denização securitária incide a partir da contratação nômico do segurado tendo, também como objetivo
até o efetivo pagamento. preservar o interesse dos terceiros prejudicados. O
• Súmula 610, STJ: O suicídio não é coberto nos 2 seguro de responsabilidade civil se transmudou
primeiros anos de vigência do contrato de seguro após a edição do CC/2002, de forma que deixou de
de vida, ressalvado o direito do beneficiário à de- ser apenas uma forma de reembolsar as indeniza-
volução do montante da reserva técnica formada. ções pagas pelo segurado e passou a ser também
um meio de proteção das vítimas, prestigiando,
➔ É cabível a modulação dos efeitos do en-
assim, a sua função social.
tendimento da Súmula 610 do STJ no caso de
suicídio que tenha ocorrido ainda na vigência Em resumo:
do entendimento anterior, previsto nas Sú- ✓ Contrato pode prever a exclusão da cober-
mulas 105 do STF e 61 do STJ (o critério era o tura securitária em caso de embriaguez do
da premeditação: a) se o suicídio foi premedi- segurado.
tado: não cabe indenização; b) se o suicídio ✓ Mas essa cláusula é ineficaz contra tercei-
ros: a seguradora deve indenizar a vítima
não foi premeditado: cabe indenização). STJ.
inocente e depois, regressivamente, buscar
3ª Turma. REsp 1721716-PR, Min. Nancy An-
o ressarcimento em face do segurado cau-
drighi, 10/12/2019 (Info 662).
sador do dano.
• Súmula 537, STJ: Em ação de reparação de danos,
• A cláusula de não renovação do seguro de vida,
a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação
quando constituiu faculdade conferida a ambas as
ou contestar o pedido do autor, pode ser conde-
partes do contrato, assim como a de reajuste do
nada, direta e solidariamente junto com o segu-
prêmio com base na faixa etária do segurado, me-
rado, ao pagamento da indenização devida à ví-
diante prévia notificação, não configuram abusivi-
tima, nos limites contratados na apólice.
dade. STJ. 4ª Turma. REsp 1769111-RS, Min. Luis
• INFO 640, STJ. É abusiva a exclusão do seguro de Felipe Salomão, 10/12/2019 (Info 665).
acidentes pessoais em contrato de adesão p/ as hi-
póteses de: a) gravidez, parto ou aborto e suas con- • Em regra, é válida a cláusula de reajuste por faixa
sequências; b) perturbações e intoxicações alimen- etária em contrato de seguro de vida. Essa cláusula
tares de qualquer espécie; e c) todas as intercor- somente não será válida nos casos em que o con-
rências ou complicações consequentes da realiza- trato já tenha previsto alguma outra técnica de
ção de exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos. compensação do “desvio de risco” dos segurados
idosos, como nos casos de constituição de reserva
• INFO 640, STJ. A seguradora não pode recusar a
técnica para esse fim, a exemplo dos seguros de
contratação de seguro a quem se disponha a
vida sob regime da capitalização (em vez da repar-
pronto pagamento se a justificativa se basear uni-
tição simples). STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp
camente na restrição financeira do consumidor
632992/RS, Min. Maria Isabel Gallotti, 19/03/2019.
junto a órgãos de proteção ao crédito.
STJ. 3ª Turma. REsp 1816750-SP, Min. Paulo de
• IMPORTANTE. INFO 639, STJ. A cláusula que ex- Tarso Sanseverino, 26/11/2019 (Info 663).
clui a cobertura securitária para o caso de acidente
de trânsito é ineficaz perante terceiros. No con- 6.16. Constituição de renda
trato de seguro de automóvel, é lícita a cláusula • Contrato pelo qual uma pessoa se obriga para
que exclui a cobertura securitária para o caso de o com outra a uma prestação periódica, a título
acidente de trânsito (sinistro) ter sido causado em gratuito.
decorrência da embriaguez do segurado. No en-
tanto, esta cláusula é ineficaz perante terceiros 6.17. Fiança
(garantia de responsabilidade civil). Isso significa • Contrato pelo qual uma pessoa garante satisfazer
que, mesmo que contrato preveja a exclusão da co- uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
bertura em caso de embriaguez do segurado, a se- não a cumpra.
guradora será obrigada a indenizar a vítima (ter- • Contrato escrito.
ceiro) caso o acidente tenha sido causado pelo se- • Não admite interpretação extensiva: logo, não
abrange acessórios e honorários advocatícios.
23
1 2 3 4 5 6
24
1 2 3 4 5 6
27
1 2 3 4 5 6
ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma Como se calcula o valor da indenização?
oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar
Como o próprio nome do instituto sugere, a inde-
um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos
nização será medida pela perda da chance que a ví-
danos causados. Em outras palavras, o autor do ato
tima possuía, e não pelos lucros que deixou de au-
ilícito, com a sua conduta, fez com que a vítima per-
ferir em razão do evento danoso.
desse a oportunidade de obter uma situação futura
melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se não o
dano causado, mas sim a chance perdida. Resumo
• Frustração de uma legítima e esperada ex-
É adotada no Brasil? Quais os requisitos? pectativa de se obter uma vantagem.
SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ, que exige, no • Chance perdida deve ser séria, real, atual e
entanto, que o dano seja certa (dentro de juízo de probabilidade).
a) REAL, • “Terceira categoria”: não se confunde com
b) ATUAL e dano emergente, tampouco com lucro ces-
c) CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, sante.
e não mera possibilidade, porquanto o dano po- • Indenização é pela chance perdida, não
tencial ou incerto, no espectro da responsabili- pelo lucro que o sujeito deixou de auferir.
dade civil, em regra não é indenizável (REsp • STJ já admitiu (caso das células tronco).
1.104.665-RS, Min. Massami Uyeda, 9/6/2009).
Teoria do desvio produtivo
Em outros julgados, fala-se que a chance per-
dida deve ser REAL e SÉRIA, que proporcione ao le- Caso concreto: Demora excessiva para atendi-
sado efetivas condições pessoais de concorrer à si- mento bancário:
tuação futura esperada (AgRg no REsp 1220911/RS). a) Dano moral individual: em regra, NÃO! Salvo
se associada a outros constrangimentos;
O STJ considerou que a teoria da perda de uma
b) Dano moral coletivo: SIM! Teoria do desvio
chance pode ser utilizada como critério para a apura-
produtivo.
ção de responsabilidade civil ocasionada por erro mé-
dico. Nesse caso... É cabível indenização por danos morais em caso de
✓ A perda da chance consubstancia uma mo- demora excessiva para atendimento na fila do
dalidade autônoma de indenização; banco?
✓ Nesse específico caso, o médico não res- • DANOS MORAIS INDIVIDUAIS. O simples fato de
ponde pelo resultado em si (a morte da paci- a pessoa ter esperado por atendimento bancário
ente), mas, isto sim, pela chance de que pri- por tempo superior ao previsto na legislação muni-
vou a paciente. cipal não enseja indenização por danos morais. No
✓ A chance, em si mesma considerada, é bem entanto, se a espera por atendimento na fila de
autônomo e perfeitamente reparável. banco for excessiva ou associada a outros constran-
✓ Daí afirmar-se que é direto o nexo causal en- gimentos, pode ser reconhecida como provoca-
tre a conduta (o erro médico) e o dano (lesão dora de sofrimento moral e ensejar condenação
gerada pela perda do bem jurídico autô- por dano moral. STJ. REsp 1647452, 26/02/2019.
nomo: a própria chance).
• DANO MORAL COLETIVO. O descumprimento da
Qual a natureza do dano? lei municipal que estabelece parâmetros para a
adequada prestação do serviço de atendimento
Trata-se de uma terceira categoria (não é dano
presencial em agências bancárias é capaz de confi-
emergente, nem lucro cessante). A teoria em ques-
gurar dano moral de natureza coletiva. A violação
tão visa à responsabilização do agente causador
aos deveres de qualidade do atendimento presen-
não de um dano emergente, tampouco de lucros
cial, exigindo do consumidor tempo muito superior
cessantes, mas de algo intermediário entre um e
aos limites fixados pela legislação municipal perti-
outro, precisamente a perda da possibilidade de se
nente, afronta valores essenciais da sociedade,
buscar posição mais vantajosa, que muito prova-
sendo conduta grave e intolerável, de forma que se
velmente se alcançaria, não fosse o ato ilícito pra-
mostra suficiente para a configuração do dano mo-
ticado. (REsp 1190180/RS, Min. Luis Felipe Salo-
ral coletivo. A instituição financeira optou por não
mão, j. 16/11/2010).
28
1 2 3 4 5 6
adequar seu serviço aos padrões de qualidade pre- mesmo que os pais provem que não foram negli-
vistos em lei municipal e federal, impondo à socie- gentes.
dade o desperdício de tempo útil (teoria do des-
vio produtivo) e acarretando violação injusta e in- Responsabilidade civil do Estado
tolerável ao interesse social de máximo aprovei- Condutas comissivas
tamento dos recursos produtivos, o que é sufici-
ente para a configuração do dano moral coletivo. A Condutas omissivas
condenação em danos morais coletivos cumprirá A responsabilidade civil do Estado por condutas
sua função de sancionar o ofensor, inibir referida omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a
prática ilícita e, ainda, de oferecer reparação indi- negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de
reta à sociedade, por meio da repartição social dos causalidade (MPMS/2018).
lucros obtidos com a prática ilegal com a destina-
ção do valor da compensação ao fundo do art. 13 Indenização (944 a 954, CC)
da Lei 7.347/85. STJ. REsp 1402475/SE, Min. H.
Concorrência de culpas
Benjamin, 09/05/2017. STJ. REsp 1.737.412/SE,
Min. Nancy Andrighi, 05/02/2019 (Info 641). Diante da sentença penal condenatória que tenha
reconhecido a prática de homicídio culposo, o juízo
Responsabilidade do incapaz (928, CC) cível, ao apurar responsabilidade civil decorrente
do delito, não pode, com fundamento na concor-
Art. 928. O incapaz responde pelos
rência de culpas, afastar a obrigação de reparar,
prejuízos que causar, se as pessoas
embora possa se valer da existência de culpa con-
por ele responsáveis não tiverem
corrente da vítima para fixar o valor da indenização
obrigação de fazê-lo ou não dispuse-
(MPMS/2018 – base legal: art. 945, CC).
rem de meios suficientes.
Pessoa por ele Jurisprudência correlata
Incapaz
responsável
Subsidiária: porque A responsabilidade é substi- Jurisprudência em teses STJ, edição 125
apenas ocorrerá quan- tutiva, exclusiva e não solidá- 1. A fixação do valor devido à título de indeniza-
do os seus genitores ria ção por DANOS MORAIS deve considerar o mé-
não tiverem meios para ▪ Se o ato ilícito foi prati-
todo bifásico, que conjuga os critérios da valori-
ressarcir a vítima. cado por um incapaz, o
responsável por ele irá res- zação das circunstâncias do caso e do interesse ju-
Condicional e miti-
gada: porque não po- ponder de forma principal; rídico lesado, e minimiza eventual arbitrariedade
▪ Ademais, não há obriga- ao se adotar critérios unicamente subjetivos do jul-
derá ultrapassar o limite
ção da vítima lesada de gador, além de afastar eventual tarifação do dano.
humanitário do patri-
propor a ação em litiscon-
mônio mínimo do in- 7. O abandono afetivo de filho, em regra, não gera
sórcio contra o responsá-
fante. dano moral indenizável, podendo, em hipóteses
vel e o incapaz (não há li-
Equitativa: a indeniza- tisconsórcio necessário excepcionais, se comprovada a ocorrência de ilícito
ção deverá ser equâ- neste caso). civil que ultrapasse o mero dissabor, ser reconhe-
nime, sem a privação do ▪ A vítima pode até propor cida a existência do dever de indenizar.
mínimo necessário p/ a contra o incapaz e seu res-
sobrevivência digna do 8. Não há responsabilidade por dano moral decor-
ponsável, mas o litiscon-
incapaz. sórcio será simples e facul- rente de abandono afetivo antes do reconheci-
tativo. mento da paternidade (logo, o dano moral não
ocorre desde o conhecimento da gravidez –
Responsabilidade por ato de terceiro (932, MPSC/2019).
CC) 9. O prazo prescricional da pretensão reparatória
• É objetiva (art. 933, CC) e solidária (art. 942, § de abandono afetivo começa a fluir a partir da mai-
único, CC). oridade do autor.
• A responsabilidade civil dos pais por danos causa- Outros julgados
dos por filho menor que estiver sob sua guarda e
• O ajuizamento de sucessivas ações judiciais, des-
companhia é objetiva (teoria da substituição),
providas de fundamentação idônea e intentadas
com propósito doloso, pode configurar ato ilícito
29
1 2 3 4 5 6
1
(CORRÊA, Rogério. Você sabe o que é Sham Litigation? Disponí-
vel em: https://sollicita.com.br/Noticia/?p_idNoti-
cia=13665&n=voc%C3%AA-sabe-o-que-%C3%A9-sham-litigation?).
30
1 2 3 4 5 6
Livro III – Direito das coisas • STJ: “são duas situações que devem ter tratamen-
tos bem distintos: aquela em que o particular in-
1. Posse (1196 a 1224, CC) vade imóvel público e almeja proteção possessória
1196 1197 1198 1199 1200 1201
em face do ente estatal e a disputa possessória en-
1202 1203 1204 1205 1206 1207 tre particulares no tocante a bem público. No úl-
1208 1209 1210 1211 1212 1213 timo caso, é possível o manejo de interditos
1214 1215 1216 1217 1218 1219 possessórios, em que pese a posse dos litigantes
1220 1221 1222 1223 1224 estar situada em bem público". (AgInt no REsp
1324548/DF, DJe 18/08/2017).
Classificações da posse • Súmula 637-STJ: O ente público detém legitimi-
Direta e indireta (1197, CC) dade e interesse para intervir, incidentalmente,
na ação possessória entre particulares, podendo
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que
deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se
tem a coisa em seu poder, temporaria-
mente, em virtude de direito pessoal, ou
for o caso, o domínio. Corte Especial. 07/11/2019.
real, NÃO ANULA a indireta, de quem
2. Direitos reais (1225 a 1510-E, CC)
aquela foi havida, podendo o possuidor di-
reto defender a sua posse contra o indi- 1225 1226 1227 1228 1229 1230
reto. 1231 1232 1233 1234 1235 1236
1237 1238 1239 1240-A 1240 1241
Justa e injusta (1200, CC) 1242 1243 1244 1245 1246 1247
Justa é a posse NÃO... 1248 1249 1250 1251 1252 1253
1254 1255 1256 1257 1258 1259
• Violenta
1260 1261 1262 1263 1264 1265
• Clandestina 1266 1267 1268 1269 1270 1271
• Precária 1272 1273 1274 1275 1276 1277
# MPMS/2018: A posse de boa-fé funda-se em da- 1278 1279 1280 1281 1282 1283
dos psicológicos, em critério subjetivo. Já na posse 1284 1285 1286 1287 1288 1289
1290 1291 1292 1293 1294 1295
justa ou injusta, o critério de análise é objetivo
1296 1297 1298 1299 1300 1301
(CORRETO). 1302 1303 1304 1305 1306 1307
Boa-fé e má-fé (1201, CC) 1308 1309 1310 1311 1312 1313
1314 1315 1316 1317 1318 1319
É de boa-fé a posse em que o possuidor ignora o
1320 1321 1322 1323 1324 1325
vício ou o obstáculo que impede a aquisição da 1326 1327 1328 1329 1330 1331
coisa. 1332 1333 1334 1335 1336 1337
1338 1339 1340 1341 1342 1343
Efeitos da posse 1344 1345 1346 1347 1348 1349
• Em caso de invasão parcial de um terreno, a ação 1350 1351 1352 1353 1354 1355
correta é a de reintegração da posse. 1356 1357 1358 1359 1360 1361
1362 1363 1364 1365 1366 1367
Questões de prova 1368 1369 1370 1371 1372 1373
• MPBA: A posse, no Direito Brasileiro, está limi- 1374 1375 1376 1377 1378 1379
tada ao uso e fruição da coisa, retirando-se do pos- 1380 1381 1382 1383 1384 1385
suidor o direito de sequela. A assertiva é INCOR- 1386 1387 1388 1389 1390 1391
1392 1393 1394 1395 1396 1397
RETA:
1398 1399 1400 1401 1402 1403
✓ Art. 1196 do CC: Considera-se possuidor
1404 1405 1406 1407 1408 1409
todo aquele que tem de fato o exercício, 1410 1411 1412 1413 1414 1415
pleno ou não, de ALGUM DOS PODERES 1416 1417 1418 1419 1420 1421
inerentes à propriedade (a lei não limita, 1422 1423 1424 1425 1426 1427
portanto, aos poderes de uso e fruição). 1428 1429 1430 1431 1432 1433
✓ Art. 1197 do CC: [...] podendo o possuidor 1434 1435 1436 1437 1438 1439
1440 1441 1442 1443 1444 1445
direto DEFENDER A SUA POSSE contra o in-
1446 1447 1448 1449 1450 1451
direto. Logo, o possuidor tem direito de se-
1452 1453 1454 1455 1456 1457
quela. 1458 1459 1460 1461 1462 1463
31
1 2 3 4 5 6
1464 1465 1466 1467 1468 1469 CUIDADO: a sequela não é um princípio do direito
1470 1471 1472 1473 1474 1475
real. É uma característica que decorre dos princípios da
1476 1477 1478 1479 1480 1481
aderência e do absolutismo. O direito de sequela signi-
1482 1483 1484 1485 1486 1487
fica o direito de perseguir a coisa onde quer que ela se
1488 1489 1490 1491 1492 1493
1494 1495 1496 1497 1498 1499
encontre.
1500 1501 1502 1503 1504 1505
1506 1507 1508-A 1510-B 1510-C 1510-D Direito de propriedade
1510-E
Abuso
Normas correlatas Configuram abuso do direito de propriedade os
atos emulativos como também aquele que exerce
Lei do Parcelamento do Solo Urbano
o poder/dever de propriedade, sem dar-lhe função
Os compromissos de compra e
venda, as cessões ou promessas de social e econômica (MPMS/2018).
cessão poderão ser feitos por escri-
Usucapião
tura pública ou por instrumento par-
ticular, de acordo com o modelo de-
positado na forma do inciso VI do art. 15
Sem justo título e boa-fé
18 e conterão, pelo menos, as seguin- Extra- anos
Art. 26 ordinária
tes indicações: 10 Moradia habitual ou obra/serviços pro-
§ 6º, Os compromissos de compra e anos dutivos
venda, as cessões e as promessas de 10
Com justo título e boa-fé
cessão valerão como título para o re- anos
gistro da propriedade do lote adqui- Ordinária • Imóvel adquirido onerosamente
rido, quando acompanhados da res- 5
• Registro cancelado
pectiva prova de quitação. anos • Moradia habitual ou investimentos
• Até 50 hectares
Usucapião
Princípios 5 • Tornando-a produtiva
especial
anos • Tendo nela moradia
a) Princípio da taxatividade (da tipicidade ou rural
• Não ser proprietário de outro imóvel
do numerus clausus) • Até 250 m²
Usucapião
O direito real assim é qualificado porque a lei de- 5 • Utilizando-a como moradia
especial
anos • Não ser proprietário de outro imóvel
termina (art. 1225, CC). Obs. Pode existir direito urbana
• Direito reconhecido uma só vez
real fora do art. 1225 do CC: o que se exige é que a
3
LEI o qualifique como tal. Usucapião Com justo título e boa-fé.
anos
de bem
b) Princípio da aderência (da especialização ou móvel 5
Sem justo título e boa-fé.
da inerência) anos
• Posse direta, com exclusividade
No exato momento em que se adquire um direito • Imóvel urbano de até 250 m²
real, a coisa adere ao seu titular. Por força da ade- • Propriedade dividida com ex-côn-
Usucapião
rência, a pessoa titulariza todas as prerrogativas e 2 juge/companheiro que abandonou o
conjugal
as restrições que lhe são inerentes. Da aderência, ou familiar
anos lar
os romanos já retiravam o poder de reaver a coisa • Utilização como moradia
• Não ser proprietário de outro imóvel
de quem injustamente a detenha – direito de rei- • 1 só vez
vindicação (1228, caput, CC). • Núcleos urbanos informais
Usucapião
• Área total dividida pelo n° de possui-
c) Princípio do absolutismo Coletiva 5
dores menor que 250 m² por possuidor
A ideia é a oponibilidade erga omes do direito real: (Art. 10, L. anos
10.257)
• Possuidores não sejam proprietários
todos devem respeito ao direito real. de outro imóvel (urbano ou rural).
Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o
d) Princípio da publicidade (ou da visibilidade) pedido de reconhecimento extrajudicial de
Usucapião
Para que o direito real tenha oponibilidade, faz-se usucapião, que será processado diretamente
Adminis-
perante o cartório do registro de imóveis da
necessário que ele seja publicizado: trativa
comarca em que estiver situado o imóvel usu-
a. Registro, se bens imóveis, (Art. 216-A da
LRP)
capiendo, a requerimento do interessado, re-
b. Tradição, se bens móveis (ideia da traditio presentado por advogado, instruído com ata
do direito romano) notarial, planta e memorial descritivo [...].
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1 2 3 4 5 6
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1 2 3 4 5 6
39
1 2 3 4 5 6
Curatela
• A senilidade, por si, NÃO autoriza a proteção ju-
dicial da curatela no caso de abrigamento asilar
(MPMG/18).
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1 2 3 4 5 6
Herança jacente x Herança vacante • Em regra, testador não pode estabelecer ina-
lienabilidade, impenhorabilidade ou incomu-
Herança jacente Herança vacante
É aquela que não É a fase seguinte, quando a nicabilidade sobre os bens da legítima.
conta com herdeiro falta de herdeiros conheci- ✓ Exceção: se houver...
conhecido. dos é confirmada. A decla- ▪ Justa causa,
ração de vacância ocorre 1 ▪ Declarada em testamento.
ano depois da 1ª publica-
ção dos editais na forma da Direito de representação
lei processual.
• Ocorre na linha descendente, nunca na li-
nha ascendente.
2. Sucessão legítima (1829 a 1856, CC)
• Na linha transversal, só há direito de represen-
1829 1830 1831 1832 1833 1834 tação em favor dos filhos do irmão falecido
1835 1836 1837 1838 1839 1840 (sobrinhos).
1841 1842 1843 1844 1845 1846
1847 1848 1849 1850 1851 1852 Sucessão do cônjuge x sucessão do compa-
1853 1854 1855 1856 1857 1858 nheiro
Ordem de vocação hereditária • No sistema constitucional vigente, é inconstituci-
onal a distinção de regimes sucessórios entre côn-
Herdeiro Concorre com cônjuge? juges e companheiros, devendo ser aplicado, em
Sim, salvo nos regimes “ex-
ambos os casos, o regime estabelecido no art.
tremos”:
1.829 do CC/02. STF. RE 878.694/MG, 26/10/2018.
Descendentes a) Comunhão universal,
b) Separação obrigatória • O companheiro homoafetivo ocupa, na linha su-
c) Comunhão universal s/ bens cessória, a mesma condição jurídica do cônjuge
particulares. (MPMG/2018).
Ascendentes Sim, SEMPRE!
Cônjuge Jurisprudência
Sobrevivente
Colaterais • A fixação de determinado valor a ser recebido
Até o 4° grau mensalmente pelo herdeiro a título de adianta-
mento de herança não configura negócio jurídico
Direito real de habitação processual atípico na forma do art. 190, caput, do
• Cabe ao cônjuge e ao companheiro (segundo CPC/2015. O acordo firmado entre os herdeiros
a doutrina). para autorizar a retirada mensal dos valores não é
• Independe do regime de bens. um acordo puramente processual. Isso porque o
• “...desde que seja o único daquela natureza a seu objeto é o próprio direito material que se dis-
inventariar”. Entende-se que a expressão re- cute e que se pretende obter na ação de inventário,
fere-se ao imóvel destinado à residência da fa- ou seja, a divisão do patrimônio do autor da he-
mília (e não a qualquer imóvel). rança. O que se está fazendo, portanto, é simples-
• O direito real de habitação não se extingue... mente antecipar a fruição e uso do direito material.
▪ se o beneficiário se casar novamente. STJ. 3ª Turma. REsp 1738656-RJ, Min. Nancy An-
▪ se o beneficiário comprar outro imóvel. drighi, 03/12/2019 (Info 663).
• Não há cobrança de aluguel pelos coproprie-
Questões de prova
tários.
• MPMG/2017: Na sucessão ab intestato (sem tes-
Herdeiros necessários tamento), é presumida a vontade do autor da he-
• C.A.D. rança. CORRETO.
• Pertence-lhes a metade dos bens da herança:
a legítima = bens existentes na abertura da
3. Sucessão testamentária (1857 a 1990,
sucessão + bens colacionados – dívidas – des-
CC)
pesas do funeral. 1857 1858 1859 1860 1861 1862
1863 1864 1865 1866 1867 1868
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