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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO BACHAREL EM MEDICINA VETERINÁRIA

RAFAEL SOUZA SILVA

HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM EQUINOS:


ASPECTOS CLÍNICOS, PATOLOGICOS E MÉTODOS DIAGNÓSTICOS

Boa Vista, RR
2018
RAFAEL SOUZA SILVA

HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM EQUINOS:


ASPECTOS CLÍNICOS, PATOLOGICOS E MÉTODOS DIAGNÓSTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como pré-requisito para obtenção de grau de
Bacharel em Medicina Veterinária pelo Curso
de Medicina Veterinária da Universidade
Federal de Roraima.

Orientador: Prof. Dr. Everton Ferreira Lima

Boa Vista, RR
2018
RAFAEL SOUZA SILVA

HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM EQUINOS:


ASPECTOS CLÍNICOS, PATOLOGICOS E MÉTODOS DIAGNÓSTICOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como pré-requisito para obtenção de grau de
Bacharel em Medicina Veterinária pelo Curso
de Medicina Veterinária da Universidade
Federal de Roraima. Defendido em 02 de julho
de 2018 e avaliado pela seguinte banca
examinadora:

______________________________________________
Prof. Dr. Everton Ferreira Lima
Orientador / Curso de Medicina Veterinária – UFRR

______________________________________________
Profa. Dr. Fernanda Carlini Cunha dos Santos
Curso de Medicina Veterinária - UFRR

______________________________________________
Profa. MsC. Lianna Ghisi Gomes
Curso de Medicina Veterinária - UFRR
Aos meus pais, José Raimundo da Silva e
Synara Souza Silva, por toda força, pelo
amor, pela dedicação e por todo incentivo
que me deram durante todos esses
anos.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dar forças durante essa jornada que percorri
durante toda a minha graduação. Tudo acontece com a sua permissão e a Ele devo
agradecimentos!
Quero agradecer grandemente meus Pais, José Raimundo da Silva e Synara Souza
Silva, por tudo que me proporcionou. Durante todo esse tempo, toda a minha dedicação e
esforço foram dedicados aos senhores, pois sei que esse sonho nunca foi só meu. Algumas vezes
na minha vida, escutei minha mãe falar “meu sonho é ter um filho formado”, então, nos
momentos difíceis durante minha graduação, lembrar dessa frase sempre me deu forças para
jamais desistir. Durante meu desenvolvimento, sempre me espelhei em meu pai, homem justo
e batalhador, que mesmo com seu jeito duro de ser, sempre deixou claro que luta ao meu lado.
Não posso deixar passar em branco a importância dos meus irmãos, Rôney Souza Silva
e Rodrigo Souza Silva, nessa caminhada. Mais que irmãos, são amigos, e sempre me deram
forças, as vezes até sem perceber. Saibam que sempre vou estar desposto a devolver toda a
ajuda que sempre me deram.
Parece que foi ontem que meu tio Roberto Carlos, com todos os conselhos que me
dava, perguntou se eu queria estudar e crescer na vida. Sabidamente eu respondi sim, e foi
visível toda a sua dedicação e preocupação com a minha formação profissional, esse é o motivo
que lhe agradeço enormemente. A minha tia Symone Souza Silva, agradeço por sempre está
disposta a me ajudar de alguma forma e por todo o carinho dado durante minha graduação.
Agradeço a minha Noiva, Emanuelly Medeiros Silva, por tudo que fez por mim. Foi
peça chave nessa conquista, sempre esteve ao meu lado, me incentivando, ajudando e não me
deixando cair quando pedras apareciam em meu caminho. Agradeço meus sogros pelas
contribuições e incentivos que me proporcionaram durante todo esse tempo.
Devo agradecimentos ao grupo “Pseudo Parceria”, formado pelos meus grandes
amigos, Matheus Melo, Caio Fernandes, Lucas Araújo, Raíssa Coutinho e Hayla Nakauth.
Mesmo com tantas diferenças culturais e religiosas, sempre nos entendemos, buscamos sempre
o crescimento do outro, e durante todo esse tempo, essa união foi a arma que usamos para
vencer grandes batalhas.
Agradeço grandemente meu Professor Orientador Dr. Everton Ferreira Lima, por toda
dedicação presenteada para que pudéssemos concluir meu Trabalho de Conclusão de Curso,
assim como todo o apoio dado durante minha graduação.
Agradeço toda a minha turma, por todos esses anos vencidos com louvor ao meu lado.
“Tendo amor e saúde da vida eu não reclamo,
amo a vida que levo, e levo a vida que amo! “
(Tião Carreiro)
RESUMO

A Hemorragia Pulmonar Induzida por Exercício (HPIE) é uma doença de alta prevalência, que
acomete principalmente cavalos atletas praticantes de provas de alta performance e que exigem
elevado esforço físico. Animais de corrida como os das raças Puro Sangue Inglês (PSI), Quarto
de Milha (QM) e American Trotter são expressivamente expostos a esse tipo de atividade,
apresentando alta suscetibilidade a ocorrência desta afecção. Diante do exposto, este trabalho
busca explanar informações sobre a HPIE por meio de revisão de literatura, utilizando como
referencial teórico livros, artigos nacionais e internacionais. Trata-se de uma enfermidade de
etiologia incerta, envolvendo variados fatores predisponentes. A etiologia mais aceita, julga ser
o aumento da pressão arterial pulmonar resultando em quebra da barreira capilar pulmonar, pelo
estresse provocado durante a atividade intensa, ocasionando extravasamento de sangue para o
meio extravascular. Entretanto, pode estar relacionada com outros fatores preexistentes,
agravando o grau de hemorragia nesses animais. Atualmente, a HPIE é uma das principais
preocupações na medicina equina esportiva, por causar perdas econômicas relacionadas ao
baixo rendimento atlético e por não ser diagnosticada, na maioria das vezes. O diagnóstico
clínico torna-se difícil, uma vez que a epistaxe apresenta-se como o sinal clínico de maior
clareza, não sendo expressada em muitos casos. O endoscópico é o principal aparelho utilizado
para o diagnóstico definitivo dessa doença, o qual permite visualização de todas as estruturas
das vias aéreas e por possibilitar a realização de lavados traqueais e broncoalveolares. A HPIE
por ser uma doença multifatorial, ocupa um dos postos das principais enfermidades da medicina
equina esportiva. Frente ao aumento expressivo de animais e competidores das mais variadas
provas equestres praticada no Estado de Roraima, é de suma importância promover discussões
sobre esta enfermidade, afim de alertar profissionais e acadêmicos de medicina veterinária do
Estado.

Palavras-chave: Cavalos atletas. Endoscopia. Pressão arterial.


ABSTRACT

Exercise-Induced Pulmonary Hemorrhage (HPIE) is a disease of high prevalence, which mainly


affects athletes horses praticing high performance tests and require high physical exertion. Race
horses such as the English Thoroughbred (PSI) breed, Quarter Horse (QM) and Standardbreds
(trotters) are expressively exposed to this type of activity, presenting a high susceptibility to the
occurrence of this disease. Given the above, this work seeks to explain information about HPIE
through a literature review, using as theoretical reference books, national and international
articles and related websites. It is a disease of uncertain etiology, involving several predisposing
factors, affecting also animals of other breeds practicing the most varied sports activities. The
most accepted etiology is the increase in pulmonary arterial pressure, resulting in the rupture of
the pulmonary capillary barrier by the stress caused during intense activity, resulting in
extravasation of blood to the extravascular environment. However, the same in most cases, may
be related to other preexisting factors, aggravating the hemorrhagic condition in these animals.
Currently, HPIE is one of the main worries in equine sports medicine, causing economic losses
related to the low athletic performance of these horses and for not being diagnosed, in most
cases. Clinical diagnosis becomes difficult, since epistaxis presents as the clinical sign of
greater clarity, not being expressed in many cases. Endoscopy is the main device used for the
definitive diagnosis of this disease, which allows visualization of all structures in the airways
and for enabling tracheal and bronchoalveolar lavage. HPIE is a multifactorial disease, which
occupies one of the main diseases of equine sports medicine. In view of the significant increase
of animals and competitors of the most varied equestrian tests practiced in the State of Roraima,
it is extremely important to promote discussions about this disease, in order to alert veterinary
professionals and academics of the State.

Keywords: Horses athletes. Endoscopy. Blood pressure.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 11
2.1 HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO ....................... 11
2.2 ETIOLOGIA E PATOGENIA ............................................................................. 12
2.3 EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................. 15
2.4 PATOLOGIA (ACHADOS MACROSCÓPICOS E MICROSCÓPICOS)......... 16
2.5 DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 18
2.5.1 Exame clínico ..................................................................................................... 18
2.5.2 Exame endoscópico ........................................................................................... 19
2.5.3 Lavado broncoalveolar ..................................................................................... 20
2.5.4 Aspirado traqueal ............................................................................................... 21
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 23
REFERÊNCIA ................................................................................................... 24
9

1 INTRODUÇÃO

Os equinos foram animais que contribuíram grandemente no desenvolvimento do


Brasil, utilizados desde a época da colonização, os quais passaram por todos os ciclos
extrativistas, agrícolas e de mineração. Na atualidade, estes grandes animais são ferramentas
importantes nas atividades agropecuárias, esporte e lazer (SECANI; LÉGA, 2009). O território
brasileiro abriga o terceiro maior rebanho equino do mundo, compreendendo cerca de
5.577.539 milhões de animais, com 897.858 mil na região norte e 27.045 no Estado de Roraima
(IBGE, 2016). Sendo que a maior parcela do rebanho é utilizada principalmente nas atividades
rurais, no manejo de bovinos, em pequenas e grandes propriedades. Entretanto, cerca de 900
mil animais no Brasil são direcionados às provas equestres, com maior valor financeiro
agregado, movimentando em torno de R$ 7,5 bilhões ao ano e promovendo 3,2 milhões de
empregos diretos e indiretos (SECANI; LÉGA, 2009).
A seleção desses animais pelos seres humanos baseou-se nas suas aptidões de acordo
com o tipo de atividade a ser realizada. Os animais grandes e pesados foram direcionados para
atividades de força, ou para fins militares. Cavalos morfologicamente mais leves, foram
selecionados para realizar atividades que exigiam velocidade e resistência. Esta seleção
produziu raças capazes de realizar atividades de alta performance, como o Puro Sangue Inglês
(PSI), hábil para alcançar altas velocidades (63 km/h) por distâncias de 800 a 5000 metros, o
Quarto de Milha (QM) capaz de alcançar 88 km /h por distâncias de 400 metros e os árabes que
percorrem grandes distâncias diárias em atividades como o enduro (DUARDE, 2013).
O crescente uso desses animais em atividades desportivas culminou no aumento das
ocorrências de enfermidades nos diferentes sistemas orgânicos. Afecções ligadas ao sistema
locomotor passaram a ser frequentemente diagnosticadas (MACHADO et al., 2013), assim
como doenças respiratórias, gastrointestinais e envolvendo o sistema nervoso (ARANZALES;
ALVES, 2013; LARANJEIRA; ALMEIDA, 2008; PEREIRA et al., 2014; SILVA et al.,
2012b).
Dentre as doenças respiratórias, a hemorragia pulmonar induzida por exercício (HPIE)
é umas das diversas afecções que acometem o sistema respiratório, passando a ser diagnosticada
com frequência na medicina equina, com a introdução dos animais em provas equestres que
exigem grandes esforços físicos. PSI, QM e American trotter, selecionadas para provas de altas
velocidades e agilidade como as corridas, apresentam maior suscetibilidade a ocorrência de
HPIE. Entretanto, essa enfermidade pode ocorrer em animais de outras raças e que praticam
outras atividades, de menor intensidade, sugerindo variados fatores etiológicos. Diante dessa
10

situação, torna-se difícil estabelecer protocolos terapêuticos e preventivos para combater sua
ocorrência (SULLIVAN; HINCHCLIFF, 2015; MUCCIACITO JÚNIOR, 2006; ART;
LEKEUX, 2005; MOREIRA, 2008).
O Estado de Roraima, nos últimos quatro anos, aumentou expressivamente a
importação de cavalos de outras regiões do país, associada ao aumento das modalidades
desportivas praticadas. Tratando-se de regiões geográficas diferentes, animais que
desembarcam no território roraimense são expostos a climas e relevos que diferem de sua terra
natal, podendo aumentar a predisposição à ocorrência de hemorragias pulmonares durante as
atividades. Diante dessa situação, a importância de alertar os profissionais Médicos
Veterinários sobre essa enfermidade, representa um fator relevante para nosso Estado.
O curso de medicina veterinária da Universidade Federal de Roraima prepara
profissionais para o mercado de trabalho e para pesquisa científica. Desta forma, levar
informações sobre enfermidades como a HPIE em cavalos atletas, pode despertar o interesse
dos acadêmicos em realizar estudos que visem estabelecer a prevalência e as particularidades
desta afecção, nos animais do Estado. Uma vez que sua ocorrência está associada a vários
fatores e por ser uma afecção de alta prevalência em cavalos atletas, este trabalho busca agrupar
informações sobre a etiologia e patogenia, epidemiologia, aspectos macroscópicos e
microscópicos, assim como os principais métodos de diagnóstico da doença, visando a
realização de pesquisa científica e a prática extensionista.
11

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HEMORRAGIA PULMONAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM EQUINOS

O sistema respiratório do cavalo é constituído anatomicamente, pelas narinas, coanas,


seios paranasais, laringe, traqueia, brônquios principais, brônquios segmentares, bronquíolos e
alvéolos. Divide-se este sistema em vias respiratórias de condução de ar para as unidades
fisiológicas, em vias respiratórias anteriores e posteriores, divididas a nível da borda caudal da
cartilagem cricoide (GONÇALVES; FEITOSA, 2014).
Alterações em partes desse segmento podem ocorrer por variados fatores, desde causas
infecciosas, processos neoplásicos, tóxicos, choques traumáticos ou causas parasitárias. Este é
um sistema de suma importância na performance desses animais, uma vez que são
frequentemente exigidos em atividades recreativas, de trabalho e práticas desportivas,
necessitando de capacidade respiratória e de troca gasosa eficiente. A crescente introdução dos
cavalos em práticas desportivas, trouxe muitas doenças associadas, onde a hemorragia
pulmonar induzida por exercício (HPIE) tem causado grandes prejuízos e gerado preocupações
por parte dos proprietários e professionais Médicos Veterinário (FERNANDES et al., 2011;
KOMMERS et al., 2005; SILVA et al., 2012b).
A hemorragia pulmonar induzida por exercício (HPIE) é uma doença de relevância
para equinos que praticam atividades atléticas de alta intensidade (SULLIVAN; HINCHCLIFF,
2015). Cavalos das raças de corrida como QM, American Trotter e PSI são as mais acometidas
(MUCCIACITO JÚNIOR, 2006), pois realizam atividades de alta velocidade (SULLIVAN;
HINCHCLIFF, 2015). A HPIE é considerada uma alteração muito importante para a indústria
de cavalos de corridas por ser uma condição de alta prevalência, está associada com a redução
do desempenho atlético dos animais, provocar uso amplo de furosemida como profilaxia da
HPIE em algumas jurisdições de corrida, e por gerar preocupações com o impacto na saúde
geral e bem-estar dos animais. Na última década, foram feitos avanços importantes na
compreensão do mecanismo de formação do processo e dos fatores de risco para sua ocorrência,
assim como o impacto da doença causado sobre o desempenho atlético dos animais
(SULLIVAN; HINCHCLIFF, 2015).
Os animais que apresentam epistaxe (sangramento através das narinas) são conhecidos
popularmente como cavalos sangradores há pelo menos 300 anos. Aqueles que sofreram
hemorragia pulmonar, sem apresentação clínica com extravasamento de sangue pelas narinas
são denominados sangradores ocultos, os quais permaneceram sem identificação até a década
12

de 80. Na maioria das vezes, o sangramento oculto ou não se correlacionou com a queda do
desempenho atlético dos animais. Em 1974, determinou-se que os pulmões eram a fonte da
hemorragia, entretanto, nesta década houve poucos avanços na compreensão dos casos de
hemorragias, visto que o diagnóstico se dava principalmente pelo histórico e sinais clínicos
como deglutições repetidas pós-prova, eventos de tosse após exercício, sons característicos a
auscultação broncotraqueal e epistaxe nos casos graves (MAGALHÃES, 2016).

2.2 ETIOLOGIA E PATOGENIA

O aumento da pressão capilar pulmonar, capaz de romper as barreiras vasculares a


nível capilar alveolar, é a principal causa da hemorragia em cavalos intensamente exercitados.
No entanto, a HPIE é associada a outras causas como paralisia laríngea, bronquiolite, pressões
vasculares e alveolares pulmonares exacerbadas durante o esforço físico, hipóxia alveolar, lesão
pulmonar preexistente e oclusões venosas por deposição de colágeno (ART; LEKEUX, 2005;
LÓPEZ, 2013; MUCCIACITO JÚNIOR, 2006; MOREIRA, 2008; SULLIVAN;
HINCHCLIFF, 2015). Além disso, está relacionada ao aumento da intensidade do exercício,
histórico de episódios anteriores de hemorragia, alta duração do treinamento, idade (comumente
atinge cavalos adultos), inflamação respiratória preexistente, arritmias cardíacas e obstrução
respiratória moderada a severa (SILVA, 2011).
No momento do exercício intenso, os cavalos sofrem de hipertensão induzida por
exercício, sendo uma característica específica em equinos. Nesse momento, a pressão arterial
pulmonar média chega a aumentar cerca de 3 vezes, de 28 mmHg em repouso para 84 mmHg
em atividade, com valores máximos descritos de 100 mmHg. Esses animais também
apresentam uma pressão atrial esquerda muito alta, necessária para promover rápido
enchimento do ventrículo esquerdo, com uma frequência cardíaca que pode chegar aos 240
bpm, contribuindo para quebra da resistência dos capilares pulmonares (ART; LEKEUX,
2005).
Desta forma, a HPIE ocorre devido a ruptura dos capilares alveolares, passagem do
sangue para o espaço intersticial e alveolar na primeira fase, seguindo para os brônquios e
traqueia. Na fase inicial, os capilares presentes na porção dorso-caudal são os mais afetados, já
a porção ventral raramente está envolvida (SILVA, 2011). Isto ocorre devido a característica
de direcionar o fluxo sanguíneo preferencialmente para as regiões dorsais dos pulmões (ART;
LEKEUX, 2005), a qual apresenta grande capacidade de redistribuição do fluxo sanguíneo, por
13

exibir propriedades elásticas, que diferem do restante do parênquima pulmonar e grande


densidade de capilares (VICCINO, 2007).
Em associação com o aumento da pressão sanguíneo bronquial e pulmonar, ocorre
vasoconstrição, acarretando em hipóxia, levando ao aumento da pressão transmural dos
capilares pulmonares (MOREIRA, 2008). Este fato, associado com a marcada diminuição da
pressão pleural e, consequentemente a da pressão alveolar, provocam a ruptura dos capilares
pulmonares que estão na gênese da HPIE (SILVA, 2011). Embora a HPIE prevaleça em animais
intensamente exercitados, ela pode ocorrer em animais durante exercícios menos intensos,
sugerindo a associação de outros fatores na patogênese dessa enfermidade (MICHELOTTO
JÚNIOR et al., 2010b).
No momento em que a ocorrência da hipóxia se torna grave, ocorre contração esplênica
afim de garantir o aumento da demanda de oxigênio. Tal fato, aumenta a viscosidade sanguínea,
secundária a mobilização eritrocitária, contribuindo com o aumento da resistência do fluxo de
sangue nos vasos, podendo de forma indireta aumentar a pressão intravascular nos pulmões.
Levando a um aumento expressivo da possibilidade de hemorragia decorrente do rompimento
de capilares saudáveis (MOREIRA, 2008; MIRANDA et al., 2011; SANTIAGO et al., 2013).
A ocorrência de hemorragia e não edema pulmonar, pode ser explicado pelo fato de
que os capilares pulmonares são sujeitos a variações de pressão frequente e cíclica, devido às
respirações e contrações cardíacas, respectivamente. Diante dessa situação, a pressão
transmural entre a circulação pulmonar e os alvéolos ou entre a circulação brônquica e alvéolos
é submetida a importantes, irregulares e súbitas variações, que pode levar a ruptura dos
capilares, em vez de edema pulmonar devido altas pressões de forma contínua (ART;
LEKEUX, 2005). Outra característica seria a capacidade dos vasos linfáticos de realizar a
filtração dos fluidos extravasculares, os quais não são sobrecarregados ao ponto de causar
deficiência na drenagem desses líquidos durante o exercício intenso. Além da maior frequência
e profundidade da respiração durante o exercício também pode ajudar a promover o transporte
linfático pulmonar (MANOHAR; HUTCHENS; CONEY, 1993).
Também estão relacionados com a HPIE a inflamação das vias aéreas, o estresse
oxidativo e o aumento de atividade do fator ativador de plaquetas. Além de ocorrer diminuição
da atividade dos macrófagos alveolares em cavalos com hemorragia pulmonar. Além do mais,
o leucotrieno B4 (LTB4) pode ser outro mediador envolvido na patogênese da HPIE, uma vez
que a ruptura do epitélio dos alvéolos e a exposição da membrana basal ativa macrófagos
alveolares, os quais apresentam abundantes LTB4 (BIAVA et al., 2006; LESSA et al., 2005;
MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2010b; SILVA et al., 2017).
14

Pesquisas mostraram uma lesão histológica recentemente identificada, denominada


remodelação veno-oclusiva, que prevalece na região dorso-caudal dos pulmões de cavalos
atletas. O termo refere-se ao remodelamento de pequeno diâmetro de veias pulmonares
intralobulares. Trata-se de deposição de colágeno em torno de veias pulmonares e marcada
hipertrofia muscular lisa e hiperplasia na parede das veias pulmonares, levando a mudanças nas
propriedades mecânicas dos vasos, com aumento da rigidez das veias pulmonares que
potencialmente apresentam consequências fisiológicas importantes. Teoriza-se que tal
estreitamento e oclusão da parede venosa, que essencialmente é considerada uma mudança
estrutural adaptativa causada por microlesões durante o exercício extenuante, aumente ainda
mais as pressões intravasculares dos capilares pulmonares favorecendo a ocorrência de HPIE
(BARBOSA, 2015; SULLIVAN; HINCHCLIFF, 2015).
Concentrações reduzidas de nitrito em fluidos de lavado broncoalveolar de cavalos
com HPIE podem estar relacionadas à hipóxia alveolar induzida por exercício (HAIE), a qual
pode ocorrer em cavalos após exercício de alta intensidade. A síntese de óxido nítrico é
dependente da oxigenação (MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2010a), sendo um vasodilatador
endógeno fundamental na regulação do fluxo sanguíneo a nível pulmonar e sistêmico (KINDIG;
ERICKSON; POOLE, 2000). A hipóxia alveolar induzida por exercício (HAIE) traz como
consequência a inibição da síntese de óxido nítrico. Assim, a hipoventilação pode causar
subsequente aumento adicional da pressão arterial. Entretanto, os mecanismos pelos quais o
óxido nítrico modula a permeabilidade dos capilares pulmonares ainda não é bem definida, uma
vez que a diminuição da pressão microvascular a nível pulmonar não impede e pode agravar a
HPIE (MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2010a).
Kindig, Erickson e Poole (2000) utilizando o vasoconstritor L-NAME, com a
finalidade de inibir a sítese de oxido nítrico, para diminuir a vasodilatação arterial pulmonar e
consequentemente a ocorrência de HPIE, obteve-se resultado contraditório, pois houve
aumento da doença. Eles acreditam que mesmo com uso do vasoconstritor induzindo a inibição
da sítese de oxido nítrico, o fator que pode ter predisposto ao aumento da doença está ligado a
ao aumento da resistência das veias pulmonares. Essa alteração induz ao aumento da pressão
hidrostática no leito arteriolar e capilar, provocando a hemorragia.
15

2.3 EPIDEMIOLOGIA

Em equinos atletas, principalmente aqueles submetidos a grandes esforços físicos,


como os cavalos de corrida, a ocorrência de hemorragia pulmonar é descrita de forma específica
como hemorragia pulmonar induzida por exercício (HPIE), a qual é diagnosticada clinicamente
por epistaxe. Logo, uma grande parcela dos casos de HIPE não são diagnosticadas, visto que,
um pequeno número de animais que sofrem de hemorragia a nível pulmonar apresenta a forma
clínico como epistaxe (BIAVA 2007; LÓPEZ, 2013).
Atualmente, considera-se a HPIE a principal preocupação na medicina equina
esportiva e causa da diminuição do rendimento atlético em cavalos (MUCCIACITO JÚNIOR,
2006). Esta enfermidade é identificada em praticamente todas as raças de cavalos usados para
corridas planas (SULLIVAN; HINCHCLIFF, 2015), sendo que animais de raças de corrida,
como o QM, American Trotter e PSI, são os principais acometidos. Entretanto, a HPIE pode
acometer todos as raças de cavalos atletas em atividade de alta performance sob as mais variadas
intensidades e formas de exercício, como por exemplos, provas de tambor, apartação, rédea,
laço, pólo, cross country (CCE), salto, corrida com obstáculos, tração e trotadores
(MUCCIACITO JÚNIOR, 2006).
Os cavalos Puro Sangue Inglês de corrida apresentam maior susceptibilidade quando
comparado com outras raças, pois apresentam pressão capilar pulmonar mais elevada, quando
estão em atividade intensa. De forma adicional, a seleção de cavalos para corridas, buscando
cada vez mais animais capazes de atingir altas velocidades, com maior eficiência de troca
gasosa, trouxe como resultado um débito cardíaco substancial e barreira alvéolo-capilar (BAC)
mais fina. Logo, de maneira geral, os capilares pulmonares muitas vezes não suportam o
estresse extremamente elevado exercido nas suas paredes, no momento em que a pressão capilar
se eleva durante o exercício (COSTA et al., 2004; MICHELOTTO JÚNIOR, 2010a).
A HPIE tem causado grandes prejuízos na equinocultura esportiva, pois gera custos
financeiros devido à queda do rendimento atlético dos animais, assim como a necessidade de
investimentos em medicamentos, atraso no preparo físico do animal e aumento do tempo de
estabilização após o exercício (BIAVA, 2011). Em um estudo realizado na Austrália, com 744
cavalos puro sangue inglês de corrida avaliados através do exame endoscópico, determinou-se
que cavalos com HPIE leve ou sem evidência de sangue nas vias aéreas superiores tiveram
quatro vezes mais chances de vencer e quase o dobro de probabilidade de disputar as três
primeiras colocações, quando comparados com animais que apresentaram HPIE moderada ou
grave (STACK, 2015).
16

A prevalência de HPIE varia de acordo com o tipo e a intensidade do exercício


realizado, a população de cavalos examinados, os critérios utilizados para o diagnóstico da
HPIE (epistaxe, endoscopia ou evidência citológica da HPIE) e frequência de exames
(SULLIVAN; HINCHCLIFF, 2015).
Levando em consideração o sexo, não há diferença significativa entre machos e fêmeas
submetidos a exercícios intensos e posterior traqueobroncoscopia (BIAVA, 2007; MORAN,
2013; OTAKA, 2011). Quanto a idade dos animais, a ocorrência de hemorragias tende a ocorrer
com maior prevalência a medida que a idade avança, embora o período crítico esteja entre 3 a
4 anos de idade, por serem submetidos às provas de maior intensidade e correlacionando-se
com processos de cicatrização pulmonar no decorrer do tempo. Estudos indicam uma relação
direta entre a ocorrência de hemorragia pulmonar e velocidade alcançada, uma vez que animais
jovens que não foram submetidos a sua velocidade máxima não apresentaram HPIE
(MOREIRA, 2008).
Nos estudos de Otaka (2011), utilizando 44 cavalos adultos de pólo, 19 machos e 25
fêmeas mestiços da raça crioulo com PSI, com idades que variavam entre três e vinte e um anos
usados regulamente em jogos de pólo no Rio de Janeiro, 34,09% (15 animais) apresentaram
algum grau de HPIE, diagnosticados com uso do endoscópico. Tratando-se de uma atividade
de menor intensidade quando comparada com o turfe, os animais de pólo apresentam menores
graus de HPIE, visto que este esporte necessita menor atividade cardiorrespiratória dos animais.
Os fatores de risco para HPIE e epistaxe têm sido investigados em diversos estudos
com a raça PSI e cavalos de corrida American Trotter no Reino Unido, Austrália, Sul da África,
Brasil, Japão, Hong Kong e Estados Unidos. Embora alguns fatores de risco pareçam comuns
à HPIE e à epistaxe, eles não são idênticos. Por via de regra, quanto maior a velocidade atiginda
e a intensidade do exercício, maior a proporção de animais que apresentam HPIE e epistaxe.
Entretanto, cavalos competindo em corridas com obstáculos apresentam maior probabilidade
de apresentarem epistaxe do que cavalos competindos em corridas planas e retas (SULLIVAN;
HINCHCLIFF, 2015).

2.4 PATOLOGIA (ACHADOS MACROSCÓPICOS E MICROSCÓPICOS)

Os achados macroscópicos em pulmões de animais com HPIE incluem presença de


coloração escura, bilateralmente, simétrica, da pleura pulmonar, na região dorso-caudal,
conferindo ao pulmão uma consistência mais firme do que a fisiológico. Microscopicamente,
as lesões primárias consistem em bronquiolite, hemosiderofagia e fibrose do parênquima
17

pulmonar (WILLIAMS et al., 2008), falência dos capilares pulmonares com ruptura no
endotélio capilar e alveolar, edema intersticial e acúmulo de sangue na parede alveolar e nos
espaços alveolares (BIAVA, 2011), e neovascularização arterial brônquica (WILLIAMS et al.,
2008).
Sutherland (1966 apud O‘CALLAGHAN; PASCOE; TYLER, 1987) relatou rupturas
pleurais com presença de sangue na cavidade torácica em cavalos que sofreram epistaxe fatal.
O‘Callaghan, Pascoe e Tyler (1987) descreveram pulmões de cavalos com HPIE com áreas azul
escuro, azul-cinza ou marrom claro, subpleural em ambos pulmões de forma simétrica,
predominantes nas regiões dorso-caudais, que se estendiam das superfícies dorsais até o hilo
pulmonar. Outras alterações estavam relacionadas com o pulmão colapsado, o qual apresentava
áreas escuras, fisicamente mais densas, com aparência semelhante à do baço. Tais áreas durante
a inflação apresentavam maior resistência ao ar. Assim como hipertrofia das artérias brônquicas
nas áreas dos pulmões mais afetadas e perceptível aumento de tamanho e complexidade dos
principais vasos nas regiões manchadas dos pulmões.
Na pesquisa de Williams et al (2008), o qual buscou identificar e caracterizar as lesões
veno-oclusivas em pulmões de cavalos com HPIE, os achados macroscópicos mostraram ambos
pulmões de todos animais com numerosos focos marrom-escuro a azul-preto ao longo da pleura
pulmonar dorso-caudal. A microscopia indicou elevada ocorrência de espessamento dos septos
interlobulares e discretos focos no parênquima pulmonar marrom-preto-escuro. Também foram
achados hemossiderófagos dentro do lúmen dos bronquíolos, em torno de veias intralobulares,
assim como áreas de fibrose leve envolvendo um pequeno número de veias intralobulares,
feixes broncovasculares e nos septos interlobulares em menor grau (BARBOSA, 2015).
Lesões veno-oclusivas foram descritas recentemente como características
microscópicas da HPIE, identificadas em cavalos expostos a grandes esforços. Estas lesões,
caracterizadas principalmente pela deposição de colágeno, afetam veias pulmonares de pequeno
calibre (de 100 a 200 μm de diâmetro) (STACK, 2015). Essa alteração sempre está associada
com a ocorrência de hemossiderina e fibrose, sugerindo que o sangramento se origina de regiões
com remodelamento vascular, fibrose e acúmulo de hemossiderina, ocorrendo principalmente
na região dorso-caudal (BARBOSA, 2015; WILLIAMS et al., 2008).
18

2.5 DIAGNÓSTICO

2.5.1 Exame clínico

O diagnóstico e o tratamento das afecções respiratórias em animais são atividades


recorrentes e uma das principais atuações do Médico Veterinário na clínica de grandes animais.
São várias as patologias que podem acometer tal sistema, algumas necessitam poucos recursos
diagnósticos, enquanto outras somente são possíveis com a realização da necropsia. Na sua
grande maioria, as doenças são diagnosticadas através de exame semiológico, a partir da
identificação dos sinais clínicos, os quais devem ser interpretados corretamente e o mais
precoce possível, afim de facilitar o tratamento (GONÇALVES; FEITOSA, 2014).
Baixo rendimento atlético e a presença de epistaxe são os únicos sinais clínicos
associados com HPIE, sendo que o sangramento através das vias nasais superiores prevalece
em apenas 0,25 a 13% dos animais acometidos. A epistaxe pode ocorrer durante as provas ou
poucos minutos depois, sendo mais frequentemente observada quando o animal retorna para a
cocheira e abaixa a cabeça. Podendo ser uni ou bilateral. Entretanto, a diminuição no
rendimento atlético torna-se controverso na maioria das situações, pois muitos animais que
vencem provas equestres apresentam HPIE (AZEVEDO, 2016; BIAVA 2007; MICHELOTTO
JÚNIOR et al., 2007; SILVA, 2011).

Figura 1 – Cavalo demostrando sangramento através das narinas (Epistaxe).

Fonte:https:/nouvellereseach.com/index.pnp/articles/443-
exercise-induced-pulmonary-hemorrhage-in-the-horse
19

Quando se trata de animais saudáveis e clinicamente estáveis, estes não demonstram


alterações relevantes ao exame clínico realizado antes das provas. Sendo que ocorre um
aumento nas frequências cardíaca e respiratória momentos depois do exercício intenso,
reestabelecendo as frequências basais em repouso, mesmos em animais que apresentaram
algum grau de HPIE (AZEVEDO, 2016; MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2007).
As principais ferramentas para o diagnóstico da HPIE tratam-se da realização de uma
boa anamnese afim de conhecer o histórico do animal, identificar os sinais clínicos, com uma
atenção maior voltada aos detectáveis à auscultação, embora exista grande dificuldade em obter
informações sobre processos hemorrágicos, a nível pulmonar, com a utilização desta técnica.
Desta forma, pode-se fazer uso de técnicas de diagnósticos complementares como o exame
endoscópico, lavado broncoalveolar e aspirado traqueal. Pois a presença de sangue nas vias
aéreas é basicamente o único sinal clínico da HPIE, manifestando-se como epistaxe (BIAVA
2007; GONÇALVES; FEITOSA, 2014).

2.5.2 Exame endoscópico

Para realização do lavado broncoalveolar, assim como lavado traqueal, a endoscopia


tem se mostrado a técnica de maior facilidade, assim como mais efetiva (BIAVA 2007;
FINGER, 2016; MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2007), além do que, o exame permite a
visualização direta de grande parte das vias respiratórias dos equinos, proporcionando a
visualização clara de porções das vias aéreas anteriores e posteriores, facilitando a definição de
suas alterações anatômicas, a detecção e graduação da HPIE e de muco nas vias aéreas (BIAVA,
2011).
O exame endoscópico é elemento essencial para o diagnóstico definitivo de HPIE. Este
deve ser realizado de 30 a 120 minutos ou de 60 a 120 minutos após o exercício, constituindo
o tempo necessário para que o sangue estravado a nível pulmonar atinja a traqueia (BIAVA
2007). O uso do endoscópio como exame diagnóstico é indicado em casos de presença de tosse,
corrimento nasal, epistaxes, dispneia durante o repouso e após o exercício, alteração dos ruídos
respiratórios e má performance desportiva (SILVA, 2011).
Além de permitir a visualização das estruturas e possíveis alterações das vias
respiratórias, o exame endoscópico permite estimar a severidade da HPIE pela visualização da
quantidade de sangue hemorrágico nas vias aéreas e, possibilita a coleta de material sendo
essencial na realização de lavados traqueais (MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2007) e lavados
broncoalveolares (BIAVA 2007).
20

A severidade da HPIE é estimada em graus de acordo com a quantidade de sangue nas


vias aéreas, a qual vai variar conforme a gravidade da hemorragia pulmonar. Muito dos
pesquisadores utilizam a classificação baseada no volume de sangue visualizado com auxílio
do endoscópico nas vias aéreas, seguindo as seguintes descrições (PASCOE et al.,1981 apud
COSTA et al., 2004);
✓ Grau 0: ausência de sangue visível
✓ Grau 1: traços de sangue na traqueia
✓ Grau 2: presença de filete de sangue na traqueia
✓ Grau 3: presença de sangue na traqueia em quantidade superior ao grau anterior
✓ Grau 4: presença abundante com acúmulo de sangue na traqueia
✓ Grau 5: hemorragia nasal e/ou presença de sangue abundante e acumulado na
traqueia até a orofaringe.
Embora o exame endoscópico seja amplamente utilizado para o diagnóstico direto da
HPIE, e permita grande visualização das estruturas do sistema respiratório, em algumas
situações o resultado pode ser falso negativo, principalmente em casos hemorrágicos leves.
Entretanto, seu uso para realizações de lavados traqueais e broncoalveolares e posterior coleta
de material por aspiração torna-se indispensável (BIAVA 2007; FINGER, 2016;
MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2007; SILVA et al., 2012b).

2.5.3 Lavado broncoalveolar

Através do exame citológico das vias aéreas posteriores realizado por meio do aspirado
traqueal, ou ainda mais importante, do lavado broncoalveolar, pode-se diagnosticar afecções do
trato respiratório em equinos (BIAVA 2007). O lavado broncoalveolar é de suma importância
no diagnóstico de animais com afecções difusas ou multifocais não infecciosas, dentre elas
incluem-se: HPIE, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença inflamatória das vias aéreas
(AZEVEDO, 2016).
O lavado broncoalveolar é uma técnica de alta sensibilidade quando o intuito é avaliar
os tipos celulares presentes no segmento de brônquio, bronquíolo e alvéolo, os quais constituem
as vias aéreas distais. Permite acesso a esses segmentos de forma segura e pouco invasiva,
possibilitando a coleta de amostras de áreas mais profundas das vias respiratórias (brônquios,
bronquíolos e alvéolos), por meio de infusão de fluido isotônico, o qual facilita a aspiração de
materiais e células (LESSA et al, 2007; RIBAS NETO et al., 2010)
21

O lavado broncoalveolar pode ser realizado até 21 dias após a ocorrência da HPIE, o
qual é realizado através da introdução às cegas de sonda flexível com balão na sua extremidade,
com posicionamento em um dos brônquios e insuflação do balão. Posteriormente, faz-se a
introdução e imediata recuperação de 100 ml de solução fisiológica isotônica, processamento
da amostra coletada em cito centrífuga para confecção das lâminas, realização da coloração
especial Azul da Prússia nas lâminas e posterior graduação da hemorragia pelo escore total de
hemossiderina. Sendo que o animal que apresentar escore superior a 25 é positivo para HPIE
(FINGER, 2016; RIBAS NETO et al., 2010).
Hemossiderina é a redução do grupamento heme de eritrócitos fagocitados após a
hemorragia pulmonar, formando os hemossiderófagos. Estes deixam os pulmões lentamente e
podem ser detectados no lavado broncoalveolar após vários meses, mesmo em animais que não
estão em atividade. Embora a presença dessas células seja uma forma de diagnosticar a HPIE,
elas podem ser encontradas em outras condições clínicas, tais como insuficiência cardíaca
esquerda, pleuropneumonias, broncopneumonias e pneumonia por aspiração (LESSA et al,
2007; RIBAS NETO et al., 2010).
Ademais, o lavado broncoalveolar permite a obtenção de amostras para estudo
citológico, estudo de função ou atividade celular e determinações bioquímicas como, dosagens
de imunoglobulinas, enzimas e surfactantes (AZEVEDO, 2016). Em animais sem alterações
referente ao sistema respiratório, o lavado apresenta predominantemente macrófagos
alveolares, linfócitos, mastócitos, um pequeno número de células epiteliais ciliadas, não ciliadas
e eosinófilos, também podem estar presentes células basofilóides (LESSA et al., 2007). O
número de células epiteliais e seus tipos apresentam variações de acordo com a ponto de
aspiração e podem estar presentes poucos neutrófilos. Cavalos com HPIE apresentam elevação
significativa na porcentagem de eosinófilos no lavado broncoalveolar, assim como uma
tendência, embora não significativa, de elevada contagem de células epiteliais (AZEVEDO,
2016). Podendo ocorrer um aumento na concentração de proteínas totais, indicando aumento
da permeabilidade da barreira alvéolo-capilar (MICHELOTTO JÚNIOR et al., 2010b).

2.5.4 Aspirado traqueal

A técnica de aspirado traqueal foi introduzida primeiramente na medicina humana com


o intuito de colher amostras do trato respiratório para análises bacterianas e citológicas,
passando a ser intensamente utilizado na Medicina Veterinária, desde a década de 70, após
algumas adaptações, possibilitando a utilização das amostras em avaliações de cavalos com
22

diferentes afecções respiratórias, incluindo as doenças respiratórias crônicas (MICHELOTTO


JÚNIOR et al., 2007; SILVA et al., 2012a).
Embora o lavado broncoalveolar seja o método mais indicado para colheita de material
quando o intuito é realizar avaliações citológicas do trato respiratório inferior, o mesmo indica
um repouso de 24 a 48 horas posterior à colheita, sendo um fator limitante quando se pensa em
cavalos atletas em atividade constante, como os de pólo. Desta forma, o lavado traqueal é uma
opção para o diagnóstico de HPIE, o qual não necessita de repouso após a sua realização
(SILVA et al, 2012a). A coloração de Romanovski permite adequada visualização de todos os
tipos celulares, porém pode haver um baixo número de hemossiderófagos devido à baixa
especificidade dessa coloração. Esta pode ser substituída por azul da Prússia, facilitando a
visualização de pigmentos de hemossiderina em lavados traqueais (MICHELOTTO JÚNIOR
et al., 2007).
Silva et al. (2012a) utilizando a coloração azul da Prússia, detectou presença de
hemossiderófagos em 100% dos animais estudados, posterior ao lavado traqueal. Isto
demonstra que a avaliação citológica do sistema respiratório para a HPIE, deve ser realizada
por métodos semi-quantitativos, visto que apenas a presença dessa célula não possibilita a
caracterização e quantificação da intensidade da hemorragia.
23

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A HPIE é uma doença multifatorial que afeta principalmente cavalos atletas de alta
performance, ocupando um dos postos das enfermidades de maior importância para a medicina
equina esportiva, por causar perdas econômicas atreladas a queda de rendimento atlético.
Decorrente da sua incerteza etiológica, necessidade de métodos diagnósticos complementares
e por possuir alta prevalência, muito ainda deve ser estudo para compreender com clareza sua
etiologia e as principais formas de tratamento. Atualmente, a grande maioria dos autores
acusam o aumento da pressão capilar pulmonar e subsequente rompimento do mesmo como
sendo a principal causa de sua ocorrência, embora muitos afirmarem a associação com fatores
causais preexistentes.
O conhecimento da enfermidade representa um fator importância para os profissionais
e acadêmicos de Medicina Veterinária do Estado de Roraima, uma vez que é crescente a
utilização de cavalos em provas de corrida, três tambores, vaquejada e team roping nessa região.
O aumento no número de animais e competidores resulta em maior competitividade, expondo
os cavalos a esforços físicos cada vez mais elevados. Tal fato, consequentemente, aumenta a
predisposição dos animais a sofrerem de HPIE, assim como o aumento do número de animais
nas competições pode arvorar a casuística desta doença. Logo, alertar os profissionais Médicos
Veterinários sobre esta afecção, contribui para a manutenção do bem-estar e sanidade dos
animais do Estado.
24

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