OGLOBO

QUINTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2017 ANO XCIII - Nº 30.719 Irineu Marinho (1876-1925) (1904-2003) Roberto Marinho RIO DE JANEIRO oglobo.com.br

CRISE SEM TRÉGUA

Lula e Temer na Justiça

_

A Moro, ex-presidente No STF, presidente

agora chama Palocci de pede a suspeição de
calculista e simulador Janot, mas é derrotado
Acusado pelo petista e homem forte de MÍRIAM LEITÃO
seu governo de ter feito um “pacto de
sangue” com a Odebrecht em troca de Vista do Planalto: CHICO Dia de ontem derrubou a tese de que
acusados são perseguidos. PÁGINA 22
propina, o ex-presidente Lula ontem
reagiu e chamou o ex-ministro Palocci MERVAL PEREIRA
de mentiroso, frio, calculista e simula- Recado do STF é que investigações vão
dor. Em depoimento ao juiz Sergio Mo- continuar, sob sua supervisão. PÁGINA 4
ro no processo em que é acusado de
ter recebido propina da Odebrecht por RICARDO NOBLAT
meio de um terreno e um apartamen- Mais um dia exemplar do período de
to, numa das seis ações em que é réu, grande turbulência política. PÁGINA 10
Lula negou as acusações, atacou o Mi-
ANCELMO GOIS
nistério Público e tentou desqualificar Ex-procurador é acusado de atuar a
as denúncias de Palocci. Também on- favor da JBS em outra delação. PÁGINA 14
tem, o presidente Temer foi derrotado
por unanimidade no Supremo, onde CARLOS ALBERTO SARDENBERG
os nove ministros presentes julgaram Defesas de Temer e Lula recorrem
que não há perseguição do procura- à tese do ‘rouba, mas faz’. PÁGINA 18
dor-geral da República, Rodrigo Janot,
contra o peemedebista. Temer pedia a LYDIA MEDEIROS
suspeição de Janot, que deverá apre- Tradicionais aliados do PT já
sentar nova denúncia contra o presi- não veem futuro com Lula. PÁGINA 2
dente sobre a delação da JBS e do do-
leiro Lúcio Funaro, operador do PMDB
preso pela Lava-Jato. Isso deve ocorrer EDITORIAL
antes do fim do mandato do procura-
dor, no domingo. A decisão do STF so-
‘Supremo apoia Janot
bre a validade das provas apresentadas em mau momento
pelos delatores da JBS foi adiada para a — Tempo nublando... de Temer’ PÁGINA 18
semana que vem. PÁGINAS 3 a 6

Outro dono Garotinho é

LEONARDO BENASSATTO/REUTERS

CARLOS GREVI

da JBS vai preso com

para a cadeia
Wesley Batista, presidente do
grupo J&F e irmão de Joesley
Batista, foi preso ontem pela
Polícia Federal. Os dois ir-
mãos — Joesley está preso
desde domingo — são acusa-
dos de terem usado informa-
ção privilegiada sobre a dela-
ção da JBS para ganhar di-
nheiro no mercado financeiro.
Com a transação, o lucro foi
de US$ 100 milhões. PÁGINA 10
tornozeleira
Condenado em primeira ins-
tância por compra de votos na
eleição de 2016, o ex-governa-
dor Anthony Garotinho foi pre-
so ontem pela PF. A medida
cautelar foi determinada por-
que Garotinho é acusado de
ameaçar testemunhas, destruir
provas e de ter tentado subor-
nar um juiz. Ele cumprirá pri-
são domiciliar e já está com tor-
Não escapou. O empresário Wesley Batista é levado em carro da PF, após ordem judicial Prisão domiciliar. O ex-governador chega a Campos nozeleira eletrônica. PÁGINA 12

PGR sabia de ação de Prisões devem acelerar Aliado de Geddel quer

Miller na JBS, diz PF PÁGINA 7
sucessão na empresa colaborar com a PF PÁGINA 21 PÁGINA 9

VITOR SILVA/SSPRESS/BOTAFOGO

ESPORTES SEGUNDO CADERNO

RIO SHOW
MARCELO THEOBALD

LIBERTADORES Rock in Rio AGORA NO SEU E-MAIL

BOTAFOGO E GRÊMIO
FESTIVAL
Suplemento ganha
newsletter com o
NÃO SAEM DO 0 A 0 melhor da programação

APOSTA NA
da cidade. PÁGINA 16
O Botafogo teve

DIVERSIDADE
poucas chances,
empatou com o
Grêmio no Engenhão
(0 a 0), e se classificará
Esforço. com empate com gols em Sétima edição do Rock in Rio
Roger chuta Porto Alegre. Na Sul-Americana, começa amanhã, com Lady
e é contido o Flamengo ficou no 0 a 0 com Gaga. Além da música, evento
por Bressan a Chapecoense. PÁGINAS 33 e 34 Alegria. Visitantes conhecem a nova Cidade do Rock: amanhã já tem show oferece mais espaço e opções.

2ª Edição • Preço deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro • R$ 5,00

2 l O GLOBO
segundocaderno@oglobo.com.br
LUIZ ANTONIO
SIMAS
| |
Zé e Cássio: dois cariocas
Minha tia Lita, alagoana radicada no Rio de
Janeiro, era católica, macumbeira, espírita
de mesa e getulista. Não via nisso qualquer
contradição e tinha em casa um altar com
retratos do Sagrado Coração de Jesus, do
espírito do Dr. Fritz e do Papa Paulo VI,
além de esculturas da Senhora Aparecida,
da Cabocla Jurema, de Getúlio Vargas, de
Seu Zé Pelintra e de São Longuinho. A
coroa dizia que os dois últimos eram os
seus protetores no dia a dia.
C
onheço versões variadas sobre a história de
Seu Zé Pelintra. A que escutei com mais fre-
quência foi a de que ele se chamava José de
Aguiar. Nascido no Cabo de Santo Agostinho,
Aguiar morou em Afogados da Ingazeira, foi para o
Recife e viveu na Rua da Amargura, perto da zona
boêmia da cidade. Caído de amores por Maria Lu-
ziara, que o desprezava, percorreu os sertões e
praias do Nordeste para esquecer o infortúnio. Es-
teve na Paraíba e em Alagoas.
Durante a peregrinação, Zé foi iniciado nos ritos
da Jurema Sagrada, a bebida oriunda das pajelan-
ças tapuias, por Mestre Inácio, iniciado no culto
pelos índios caetés. Após se encantar, Zé de Aguiar
baixou um dia no juremeiro José Gomes da Silva e
disse que era Seu Zé Pelintra, Príncipe da Jurema e
Mestre do chapéu de couro.
Quando desce como entidade do catimbó, Zé
Pelintra se apresenta com cachimbo de barro, ca-
misa branca ou quadriculada e calça dobrada
nas pernas, com um lenço vermelho no pescoço.
Trabalha descalço. Ao chegar ao Rio de Janeiro,
no embornal das crenças dos imigrantes nordes-
tinos atraídos para a cidade, Seu Zé se transfor-
mou. O mestre curador virou carioca e teve seu
culto incorporado pela linha da malandragem.
Há quem diga que foi morar na Lapa, farreou à
vontade e participou das rodas de batucada na
balança da Praça Onze. Abandonou as vestes de
juremeiro e baixa nos terreiros da Guanabara de
terno de linho branco, sapatos de cromo, chapéu
panamá e gravata vermelha. Malandramente, se
adaptou às circunstâncias.
E São Longuinho? A tradição diz que Cássio —
o verdadeiro nome dele — foi um soldado roma-
no presente na crucificação de Cristo. Diferentes
versões sobre o suplício de Jesus indicam que te-
ria sido ele o centurião que perfurou o crucifica-
do com uma lança (relíquia que teria sido encon-
trada nos tempos da Primeira Cruzada e está ex-
posta em Viena, na Áustria). O sangue de Cristo
respingou nos olhos do centurião, que naquele
momento foi tocado pela graça e se converteu.
Cássio passou a ser conhecido como Longinus —
latinização do grego lonke; lança.
Por ter aderido ao cristianismo e renegado o
poder de Roma, Longinus foi torturado e decapi-
tado em Jerusalém. Acabou canonizado pelo Pa-
pa Silvestre II, no ano de 999. Alguns relatos so-
bre a canonização afirmam que parte importante
da documentação do processo, em dado mo-
mento, se perdeu. O Papa teria rogado ao próprio
santo para que os documentos fossem encontra-
dos; o que acabou ocorrendo. Viria daí a fama
que o santo tem de atender aos que pretendem
encontrar bens perdidos.
São Longuinho ora é representado como um
centurião com uma lança, ora é representado
com uma lanterna acesa. Na cultura popular bra-
sileira de origem ibérica, Longinus virou Longui-
nho e estamos conversados. É popularíssimo en-
tre nós. O hábito de fazer uma promessa ao santo
para encontrar o que foi perdido é tiro e queda;
sei de ateus que não acreditam nem na própria
sombra, mas recorrem aos gritos e pulos na hora
do sufoco. Confesso que na adolescência me de-
cepcionei um pouco com São Longuinho. Louco
por futebol, prometi dar quinhentos pulos se
achassem a Taça Jules Rimet, surrupiada dentro
da sede da CBF. Derreteram a taça na maior cara
de pau e acabei admitindo que São Longuinho
não teve culpa no cartório.
O fato é que o mestre juremeiro virou malandro e
o soldado romano virou o popular santinho que
encontra objetos desaparecidos. Ambos traduzem
a fluidez e o dinamismo da cultura, o sarapatel de
referências cruzadas que marca a formação do ter-
reiro do Rio de Janeiro, o princípio de que forças vi-
tais distintas não são opostas e podem ser acumu-
ladas, e a capacidade humana de celebrar o misté-
rio do mundo escapando da miserabilidade dos
corpos domesticados pelo desencanto.
Rogo que o malandro nos conceda jogo de cin-
tura e proteção nas esquinas e que o santinho nos
permita encontrar a cidade desaparecida nas
brumas da insensatez, da rapinagem engravata-
da e do dogmatismo mais tacanho. Se assim for,
prometo dar meus pulinhos pra São Longuinho
(corro o risco de sofrer um estiramento, mas tá
valendo) e soprar um marafo de responsa pro
Seu Zé, dividindo a cangebrina com ele na esqui-
na mais próxima da minha casa. l
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª SAB
JOSÉ MARCUS FRED LUIZ ZÉLIA MARCIO
EDUARDO FAUSTINI COELHO ANTONIO DUNCAN TAVARES
AGUALUSA SIMAS D'AMARAL
l Segundo Caderno l
| Gente
Email: genteboa@oglobo.com.br e Blog: http://blogs.oglobo.globo.com/gente-boa/
‘PELADAS NÓS SOMOS
MAIS FORTES’
Atraso em voo quase tira Maria Ribeiro do
lançamento de revista para a qual posou nua
Clique. Jorge Bispo e Maria Ribeiro: “Revista sem anúncio de carro, sem piadas machistas”
Ginga. Joaquim Lopes e Matheus VK
A
s horas que antecederam o lan-
çamento da quarta edição da
revista de arte do fotógrafo Jor-
ge Bispo foram tensas para Maria Ri-
beiro, a protagonista desta edição da
publicação. Maria, que aparece nua
em 70 páginas, estava em Nova York
na véspera e seu voo de volta ao Brasil
atrasou nove horas e meia — o que fez
com que ela, o filho Bento, e a sobri-
nha Ana, tivessem que dormir no
chão do aeroporto de Atlanta, onde
fariam conexão.
l o dia assim, um uisquinho, uma fo-
Mas todo esse estresse não foi
capaz de tirar o bom humor
de Maria, que chegou ao La
Nave, no Planetário, pra-
ticamente direto do ae-
roporto — só deu tem-
po de deixar as malas em
casa e trocar de roupa.
l são de mundo. Gente
Roupa, aliás, é que menos
tem na revista. “Pronto. Po-
sei pelada. Amei. Agradeço
ao uísque, ao feminismo e a
você, Jorge. Peladas somos
mais fortes”, diz Maria no
texto que ela mesma escre-
veu para a publicação.
l de dança, com som
“Fiz de tudo para que
meus nudes vazassem:
perdi vários celulares,
usei redes de lanchonetes,
esqueci o laptop em dois ho-
téis, mas nada. Então eu achei
que não seria nessa vida que eu
faria essa transgressão. Essa, de
posar pelada”, continua a atriz,
que cita algumas outras pessoas
DOM que já posaram para a revista. “Já
FERNANDO tinha desistido quando meu ami-
GABEIRA go Jorge Bispo resolveu criar uma
revista. Uma revista só dele, sem a-
núncio de carro na contracapa,
Boa
CLEO GUIMARÃES
COM MARIA FORTUNA E FERNANDA PONTES
FOTOS DE MARCOS RAMOS
Casal. Marcelo Faria e Camila Lucciola
sem piadas machistas, com uma tira-
gem pequena, só gente legal. Legal e
gostosa, aliás. Bruna Linzmeyer, pra
quem eu poderia passar a vida olhan-
do, Kike e Mariana, com quem gostaria
de fazer uma peça e uma sauna, e Ma-
ria Flor, minha eu melhorada, minha
amiga, minha musa”.
l patrocinador há oito anos, o BNDES
Bispo define esta edição da revista co-
mo a mais “intimista”. “Maria pediu
para fotografar na minha casa, um
ambiente que ela conhece. Passamos
to. O extraordinário da simplici-
dade”, contou.
l
“Ela está no auge da beleza e
da expressão de quem é, co-
mo escritora, cronista,
atriz, cada vez mais à
vontade sobre sua vi-
com personalidade é
o que me interessa ter
à frente da minha câ-
mera”, continuou o
fotógrafo.
l U
A essa altura, o bar já
era uma grande pista
de Plínio Profeta e
Nanda Costa saraco-
teando na maior ani-
mação. Joaquim Lo-
pes também assumiu
as picapes tocando
“Malemolência”, de Ma-
theus VK. O cantor, aliás
estava lá e aproveitou
para fazer a coreografia
do clipe na pista.
Pretinho básico.
Nanda Costa: uma das
mais animadas na pista
Quinta-feira 14 .9 .2017
|
Rock in Rio 1
Por mais que queiram privacidade, os
artistas internacionais que vêm ao Rock in
Rio atenderam ao pedido da organização
do evento e, por questão de segurança,
descartaram a possibilidade de ficar em
casas alugadas durante sua estada na
cidade — a Joatinga, com seus casarões,
costuma ser uma das opções. Todos se
hospedarão em hotéis desta vez.
Rock in Rio 2
Os músicos do Maroon 5 estão no Fasano
e pegaram sua imensa legião de fãs de
surpresa; tinha só uns seis gatos pingados
na porta do hotel, ontem, quando os
primeiros integrantes chegaram. Lady
Gaga também está no hotel de Ipanema
— resta saber se ela vai repetir a dose e
enviar hambúrgueres para quem ficar de
prontidão lá embaixo, à espera de um
tchauzinho da janela, como ela fez da
última vez em que se hospedou ali. Foram
300 sanduíches para a turma do sereno.
Fergie, do Black Eyed Peas, optou por um
hotel menos badalado de Copacabana.
Rock in Rio 3
Em fim de semana de Rock in Rio e ArtRio,
a previsão é de lotação máxima na Marina
da Glória. Entre as embarcações que estão
chegando às águas cariocas estão a de
Luciano Huck, a da família Klabin, e os
iates do empresário José Isaac Peres, de
Rogério Andrade e o Lady Laura, de
Roberto Carlos.
Rock in Rio 4
Comandada pelo Laguiole, o restaurante
estrelado no Guia Michelin, a área VIP do
Rock in Rio servirá impressionantes dez
toneladas de comida por dia aos seus 5
mil convidados. A grande novidade será
uma estação de hambúrgueres artesanais
feitos na hora, na varanda. Os dois bufês
fixos terão quatro opções de saladas,
duas de carne, um peixe, uma massa e
uma opção de prato vegano por noite.
O provocador
Considerado pelo “The New
York Times” um dos cinco
artistas plásticos mais
provocadores e importantes
do mundo, o argentino León
Ferrari (foto) passa a ser
representado, no Brasil, pela Galeria Nara
Roesler, responsável por nomes comoVik
Muniz, Daniel Buren, Hélio Oiticica, Tomie
Ohtake, entre outros. O anúncio será feito
hoje na ArtRio, onde obras de Ferrari —
ganhador do Leão de Ouro da 52ª Bienal
Internacional de Arte de Veneza, em 2007, e
morto em 2013 — estarão expostas.
A cultura agoniza
Criado em 1961, o Festival Villa-Lobos,
que promove a obra de compositores
brasileiros através de concertos de
música sinfônica e popular, periga não
acontecer este ano. Seu principal
desclassificou o projeto de seu edital e
não bancará a 55ª edição do evento,
marcado para novembro. O motivo é
uma cláusula incluída no documento de
2017, exigindo outro incentivador via Lei
Rouanet além do próprio banco, que
arcaria com 70% do orçamento.
Segue a história
“O valor de outras fontes de recursos não foi
aceito. Esperamos dar continuidade na
parceria nos próximos anos”, lamenta
Andrea Alves, da Sarau, produtora do
evento. “A Prefeitura do Rio, depois de 10
anos de parceria, também declinou. Mas
ainda não entregamos os pontos”.
Curtinhas
Chico Batera faz show hoje na Julieta de Serpa.
Angèle Fróes reabre seu ateliê no Horto, sába-
do e domingo, das 11h às 19h.
A galerista Marcia Barrozo do Amaral apresen-
ta peças inéditas de Hilal Sami Hilal na ArtRio.
Tinoc lança mostra infantil de decoração hoje,
no CasaShopping, na Barra.
Maria Lynch lança o livro “Devires”, sobre sua
trajetória como artista, hoje, na ArtRio.
Leo Belicha, produtor radicado em Londres,
traz a festa Calígula, hoje, para o Joá.
Karina Ramil será jurada da “Mostra Competiti-
va Nacional” do Festival de Teatro Universitário.
Lula Duffrayer, da Conexão Rio, promove
ocupação artística com o tema “Os cariocas”, de
hoje a domingo, na Bhering.

OUTROS CARDÁPIOS
a CAFÉ DA MANHÃ
O Empório Jardim traz novi-
dades no cardápio do café da
manhã. Duas das recentes
opções são o ovo beneditino
servido no brioche com mo-
lho hollandaise e salmão de-
fumado (R$ 25,50) e o pan-
cake de banana com pecan e
agave (R$ 26,90). Rua Viscon-
de da Graça 51, Jardim Botâ-
nico. Telefone: 2535-9862.
a BROWNIES ARTESANAIS
Os brownies artesanais re-
cheados de doce de leite ou
brigadeiro (R$ 8,50) são as
novidades da Brigadeiros do
Tuíter. Para quem quiser co-
mer na loja, a dica é harmoni-
zá-los com o chocolate quen-
te, feito com pastilhas Calle-
baut e servido com brigadei-
ro preto na borda da xícara
l
ZONA SUL l O GLOBO 31
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Quinta-feira 14.9.2017
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8 l O GLOBO
Temer recebeu
propina de JBS
e Odebrecht,
afirma Funaro
Segundo delator, R$ 1 milhão em
escritório de Yunes pertencia ao
presidente e foi enviado a Geddel
CHICO OTAVIO, EDUARDO BRES-
CIANI E VINICIUS SASSINE
opais@oglobo.com.br
-BRASÍLIA-A delação do doleiro
Lúcio Funaro atinge em cheio o
Palácio do Planalto. O presiden-
te Michel Temer e seus princi-
pais assessores são acusados na
delação de terem recebido vul-
tosas somas de propina ao lon-
go dos últimos anos. O doleiro
afirmou ter buscado em 2014
uma caixa com R$ 1 milhão,
que seriam de Temer, no escri-
tório de José Yunes, ex-assessor
especial e amigo íntimo do pre-
sidente. Os recursos seriam par-
te de um acordo de caixa dois
com a Odebrecht. A quantia, se-
gundo o delator, foi remetida
para o ex-ministro Geddel Viei-
ra Lima, outro amigo íntimo do
presidente da República. O
acerto do caixa dois com a em-
preiteira foi feito, conforme a
delação, por Temer e pelo mi-
nistro da Casa Civil da Presi-
dência, Eliseu Padilha.
O depoimento esclarece o
episódio da caixa com R$ 1 mi-
lhão que apareceu no escritório
de Yunes. O amigo de Temer
deixou a assessoria especial da
Presidência da República de-
pois de vir a público a delação
de Cláudio Melo, ex-executivo
da Odebrecht, que afirmou ter
havido entre-
ga de dinheiro
vivo no escri-
Temer também foi
tório de Yunes
em São Paulo
acusado de ser
em 2014 como
parte de um
beneficiário de
acordo de do-
ação da em-
propina paga pela
preiteira acer-
tado com Te-
JBS para mudar
mer e Padilha.
Yunes, por sua
regras no Ministério
vez, procurou
o Ministério
da Agricultura
Público e afirmou ter recebido
uma ligação de Padilha para
que recebesse alguns “docu-
mentos” em seu escritório. No
entanto, um “pacote” teria sido
levado por Funaro, conforme a
versão de Yunes, que se disse
surpreendido.
Temer também foi acusado
pelo doleiro de ter sido benefi-
ciário de propina paga pela JBS
para obtenção de mudanças de
regras no Ministério da Agricul-
tura que favoreceram o frigorífi-
co. O então ministro da Agricul-
tura, Antônio Andrade (PMDB),
hoje vice-governador de Minas
Gerais, recebeu R$ 3 milhões
em propina, e outro R$ 1,5 mi-
lhão foi destinado ao ex-presi-
dente da Câmara Eduardo Cu-
nha (PMDB-RJ).
“Temer e Henrique Alves (ex-
presidente da Câmara) recebe-
ram parte dessa propina”, disse
o delator. “Essa distribuição foi
que mantinha a força política
de Cunha”, continuou.
Além das acusações contra
Temer, Funaro apontou o en-
volvimento dos dois ministros
mais próximos do presidente
em negócios ilícitos: Moreira
Franco (Secretaria-Geral) e Eli-
seu Padilha (Casa Civil). Funaro
contou que Moreira recebeu re-
cursos para viabilizar a libera-
ção de um empréstimo para
uma empresa do grupo Bertin
que tinha recebido multas da
Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) e não poderia
ter acesso ao crédito. Sobre Pa-
dilha, relatou o transporte de
l País l Quinta-feira 14 .9 .2017
CRISE SEM TRÉGUA
_
O QUE DISSE O DELATOR
Lúcio
O doleiro confessou ter
Funaro
atuado como operador para
políticos do PMDB e relatou
ter intermediado
pagamentos de propina e
repasses em doações
(Doleiro/operador
eleitorais financeiro)
PRINCIPAIS MENCIONADOS RELATÓRIO DA DELAÇÃO DE FUNARO
Michel Temer
(presidente)
Citado como beneficiário
de esquema de corrupção
em Angra 3 e de pagamen-
tos de propina da JBS e da
Odebrecht
recursos de caixa dois pagos pe-
la Odebrecht.
De acordo com Funaro, Mo-
Geddel Vieira Lima
reira atuou para a liberação de
(ex-ministro)
um crédito de R$ 300 milhões Recebeu parte de
para a empresa CIBE, do grupo
Bertin. Em troca, houve o paga- R$ 40 milhões
mento de comissão de R$ 12 em propina por intermediar
milhões, tendo o hoje ministro financiamento da Caixa
ficado com 60% dos recursos.
Funaro ficou com 15% e o ex-
presidente da Câmara Eduardo
Cunha com 25%. Segundo o de-
lator, Cunha fazia os repasses da
parte de Moreira e chegou a co-
Moreira Franco
(ministro)
brá-lo por atrasos. A empresa ti-
nha dificuldade em obter os re- Recebeu parte de
cursos por ter sido multada pela
Aneel por descumprimento de R$ 12 milhões
em propina do grupo Bertin
prazos contratuais de usinas
térmicas. Funaro procurou Cu- ao atuar para liberação de
crédito de R$ 300 milhões
nha perguntando se Moreira
podia ajudar e ouviu como res-
posta: “ó, dando dinheiro, o
Moreira faz qualquer coisa”.
Em relação a Padilha, além da
atuação no repasse para Yunes, Eliseu Padilha
o doleiro afirmou que advoga- (ministro)
dos ligados ao ministro, a Te-
mer, a Cunha e ao empresário Acertou pagamento de
Joesley Batista, da JBS, monito-
raram desde o ano passado a
R$ 10 milhões
da Odebrecht por meio de
possibilidade de que ele viesse caixa dois
a fazer um acordo de delação
premiada. O GLOBO obteve
anexo no qual o delator relata
como ocorreu o monitoramen-
to e confirma ter recebido di-
nheiro da JBS Henrique Alves
(ex-ministro)
enquanto es-
tava preso pa- Citado como parte do
ra que ficasse
em silêncio.
grupo que recebeu
Funaro tam-
bém detalha
R$ 33 milhões
em propina em 2012
diversos paga-
mentos feitos
de empresa de
Joesley Batista
a Cunha, Alves
e Geddel, to-
dos presos. Ele
estimou que
somente por
negócios na
Eduardo Cunha
(ex-deputado)
Caixa recebeu junto com os três
cerca de R$ 170 milhões em Recebeu propina ao
propina. “Os valores liberados intermediar
através de esquema na CEF fo- financiamentos da Caixa
ram em torno de cinco bilhões e negociar medidas
provisórias e convocações
de reais, sendo cerca de 170 mi-
à CPIs no Congresso
lhões de reais em propina”, afir-
ma Funaro em um dos anexos.
O Planalto, em nota, rebateu
as acusações contra Temer:
“Versões de delator já apontado
pelo Ministério Público Federal
como homem que traiu a confi-
Antônio Andrade
(ex-ministro)
ança da Justiça não merecem
nenhuma credibilidade. O cri- Recebeu
minoso Lúcio Funaro faz afir-
mações por ‘ouvir dizer’ ou in- R$ 3 milhões
ao atuar na mudança de
venta narrativas para escapar
regras no Ministério da
de condenação”. Agricultura para favorecer
O ministro Padilha disse que a JBS
não conhece Funaro e que
nunca esteve com ele. “Logo,
nunca tratou de nenhum as-
sunto aos quais ele se refere”.
Em nota, Moreira também se
pronunciou: “o papel aceita tu-
do. Trata-se de um delator pro-
fissional que terá que provar
nos autos as suas infâmias”.
Doleiro ajudou afilhados políticos do presidente
Também em nota, Eduardo
Cunha afirma que a delação
não trouxe provas e apenas cor-
Segundo delação, mo consta no anexo 9 da dela-
ção premiada do operador. O
de Skaf, presidente da Federa-
ção das Indústrias do Estado
Gabriel Chalita também foi ci-
tado por Funaro. Ele teria usa-
robora depoimentos de outros Skaf recebeu R$ 500 intermediador, mais uma vez, de São Paulo (Fiesp). Skaf rece- do por 11 vezes um helicóptero
colaboradores. l
mil, e Chalita usou foi o ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
beu 21,5% dos votos e foi der-
rotado por Geraldo Alckmin
do doleiro durante a campa-
nha a prefeito de São Paulo em
helicóptero 11 vezes segundo o relato de Funaro. (PSDB), reeleito em primeiro 2012, como mostra uma plani-
VEJA AS PRINCIPAIS Cunha, naquele ano, foi ao turno. Segundo o delator, “Tais lha elaborada por Funaro e
O doleiro Lúcio Funa-
-BRASÍLIA- escritório do doleiro e infor- valores foram debitados da que compõe o anexo 10 de sua
ACUSAÇÕES DO DOLEIRO ro disse ter enviado R$ 500 mil mou o pedido de Temer para conta que o colaborador man- delação premiada. O apoio à
AO PRESIDENTE em dinheiro vivo à campanha uma entrega de R$ 500 mil. O tinha com Cunha, o qual tinha campanha de Chalita também
Delação de Funaro complica de Paulo Skaf (PMDB) ao go- dinheiro deveria chegar a um sua própria compensação in- teria sido um pedido do presi-
situação de Michel Temer e de seus verno de São Paulo em 2014, escritório ligado ao marquetei- terna com Michel Temer”. dente Michel Temer, segundo
auxiliares mais próximos atendendo a um pedido do ro Duda Mendonça, que pres- Outro afilhado político de o delator. (Chico Otávio e Vini-
glo.bo/2wZZCaP presidente Michel Temer, co- tava serviços para a campanha Temer, o ex-deputado federal cius Sassine) l
Quinta-feira 14 .9 .2017 O GLOBO l 21
Economia
AÍLTON DE FREITAS MÁRCIA FOLETTO/13-7-2017
Contas que não fecham Sinais de melhora
PÁG. 23 PÁG. 24

SERVIDOR FEDERAL MAN VOLTA A

JÁ PODE ADERIR A PDV CONTRATAR NO PAÍS
Prazo vai até 31 de dezembro. Regras foram Fabricante de caminhões aumenta produção em
detalhadas pelo ministro do Planejamento (foto) Resende e abre 300 vagas, em investimento de R$ 1 bi

SOB PRESSÃO

Comando incerto
_

Prisão de Wesley deve acelerar mudança na JBS, mas família Batista controla conselho
DANIELLE NOGUEIRA E JOÃO SORIMA NETO
economia@oglobo.com.br
-RIO E SÃO PAULO- A prisão preventiva do presidente glo-
bal da JBS, Wesley Batista, ontem, joga em um mar
de incertezas aquela que é a maior processadora de
proteína animal do mundo, com faturamento de R$
170 bilhões. Os advogados de Wesley acreditam
que ele poderá ser liberado em poucos dias. Na ava-
liação do mercado, porém, independentemente do
desfecho na esfera jurídica, a detenção de Wesley
deve acelerar a troca de comando da companhia. O
problema é que a JBS não tem um plano claro de
sucessão, e, ainda que Wesley seja substituído, a
tendência é que os interesses da família prevale-
çam, uma vez que ao menos quatro dos oito mem-
bros do Conselho de Administração da companhia
são alinhados aos Batista.
Wesley foi preso na segunda fase da Operação
Tendão de Aquiles, da Polícia Federal, por insi-
der trading (uso de informação privilegiada no
mercado). Levantamento feito pelo GLOBO
mostra que os controladores da JBS venderam
R$ 483,8 milhões em ações da empresa nos me-
ses de abril e maio, evitando perdas milionárias
com a desvalorização dos papéis. A pena previs-
ta em lei para esse crime é de um a cinco anos
de prisão, além de multa de até três vezes do va-
lor lucrado com as transações.
A indicação de um possível
substituto de Wesley tem de ser
aprovada por maioria simples
no Conselho. Pelo estatuto da
empresa, o presidente do órgão
tem voto de qualidade, ou seja,
AS EMPRESAS em caso de empate, cabe a ele o
voto decisivo. Hoje, a presidên-
JÁ VENDIDAS cia do Conselho é ocupada por
PELO J&F Tarek Farahat, muito próximo
De chinelos a dos irmãos Batista e que, até
frangos, grupo pouco tempo, era presidente
enxuga ativos global de Marketing e Inovação
glo.bo/2x1stLQ da JBS. Wesley e José Batista
Sobrinho, ambos da família,
ocupam duas cadeiras no Conselho. Há ainda
Gilberto Meirelles Xandó Baptista, que estava
no comando da Vigor, empresa que pertencia
ao grupo J&F (controlador da JBS) e que foi ven-
dida à mexicana Lala.
— A prisão de Wesley é um problema para a JBS.
Em algum momento, o Conselho deve nomear um
substituto para ele, que não pertença à família Ba-
tista. Mas há uma tendência de os interesses dos
Batista prevalecerem. Eles são controladores e
mantêm alguma relação de proximidade com
membros do Conselho — avalia Marcelo López, só-
cio da gestora de recursos L2 Capital Partners. — O
grupo J&F também vive uma incerteza. As recentes
vendas de ativos (como Alpargatas e Vigor) são
condicionadas ao acordo de leniência da J&F. Se es-
se acordo der para trás, devido à prisão de seus exe-
cutivos, essas negociações não vingam. Acho im-
provável que isso aconteça, mas o risco existe.
O BNDES, que tem 21% da JBS, sendo seu maior
acionista individual, mas apenas um representante
no Conselho, teria pouca margem para influenciar
em uma eventual troca de comando. Os Batista têm
42% da companhia. Por isso, o banco de fomento
busca judicialmente vetar o direito de voto da famí-
lia em assembleia de acionistas, alegando conflito
de interesse. Qualquer mudança na presidência da
JBS tem de ser referendada em assembleia. Recente
decisão da Justiça suspendeu a assembleia de 1º de
setembro, na qual seria discutido o afastamento de
Wesley, e determinou que a disputa societária fosse
RAIOS X DA COMPANHIA
A JBS NASCEU COMO UM PEQUENO FRIGORÍFICO NO
INTERIOR DE GOIÁS E SE TORNOU A MAIOR EMPRESA DE
PROCESSAMENTO DE PROTEÍNA ANIMAL DO MUNDO
Faturamento em 2016 Dívida líquida em 2016
R$ 170 bilhões R$ 46,9 bilhões
NÚMERO DE
FUNCIONÁRIOS EM 2016 MAIS DE 235 MIL CONSIDERANDO-SE
BRASIL E EXTERIOR
Principais marcas no Brasil
Ativos vendidos
A JBS deu início a um processo de venda de ativos
para reduzir seu endividamento. Já foram vendidos:
Moy Park Operações no Mercosul
Um dos maiores processadores de A JBS vendeu suas operações em
frango da Europa. Foi vendido por Argentina, Paraguai e Uruguai para a
US$ 1,3 bilhão concorrente Minerva, por
para a Pilgrim’s Pride, empresa controlada US$ 300 milhões
pela própria JBS, localizada nos EUA
Quem é Wesley Batista
Um dos donos da JBS, Wesley Batista também é
presidente global da empresa e membro do seu
Conselho de Administração. Na avaliação do
mercado, era peça-chave na companhia porque
negociava com os bancos o alongamento da
dívida do frigorífico
Fonte: JBS e mercado Editoria de Arte
solucionada por arbitragem. Na terça-feira, sem sa- Operações da JBS, Gilberto Tomazoni, que já dirigiu
ber que o executivo seria preso, a J&F entrou com a Sadia. Tarek Farahat também é candidato, mas,
pedido de arbitragem na Câmara de Arbitragem do pelas regras do Novo Mercado (segmento da Bolsa
Mercado da B3 (ex-Bovespa). em que são negociados os papéis da JBS), ele não
No fim da tarde de ontem, houve reunião infor- pode acumular os cargos de presidente-executivo e
mal do Conselho de Administração da JBS, quando presidente do Conselho. Um nome de fora da em-
os conselheiros foram informados sobre a situação presa não está descartado, mas a preferência seria
dos controladores — além de Wesley, seu irmão, Jo- por um executivo que já conhece o frigorífico.
esley Batista, está preso desde domingo — e as ex- Em nota, o BNDES defendeu que um administra-
pectativas da defesa de ambos. Não houve qual- dor interino seja indicado pelo Conselho. O banco
quer deliberação sobre a sucessão de Wesley. Se a defendeu ainda que, qualquer que seja o desenro-
prisão do executivo não for revertida nos próximos lar dos fatos, para a preservação e sustentação da
dias, o Conselho, então, será convocado em caráter JBS, seria melhor que se iniciasse “uma renovação
oficial para decidir sobre um substituto. de seus quadros, inclusive com a abertura de um
Procurada, a JBS não comentou o assunto, mas processo seletivo para a escolha de um novo CEO
fontes ligadas à empresa avaliam que dois nomes para a empresa em caráter definitivo”. A prisão de
surgem como candidatos naturais para substituir Wesley foi recebida com certa surpresa pelo BN-
Wesley. O mais cotado é o do presidente global de DES. Mas a percepção do banco é que a detenção
corrobora a posição que vinha defendendo, de
afastar a família do dia a dia da JBS.
Por isso, o BNDES avalia que não deve mudar
de estratégia, e sim insistir no seu principal pon-
to: a proposta de que a própria JBS mova ação
contra seus controladores, que teriam causado
prejuízo à empresa devido a seu envolvimento
em esquema de corrupção. Isso automaticamen-
te afastaria Wesley do comando do frigorífico. Em
sua conta no Twitter, o presidente do BNDES,
Paulo Rabello de Castro, escreveu que “chegou a
hora de o BNDES resgatar os investimentos de to-
dos nós brasileiros na JBS”.
Para Andreia Cristina Bezerra, do Insper Direito,
embora os minoritários saiam fortalecidos na dis-
puta, eles terão de se submeter aos nomes indica-
dos pelo Conselho para substituir Wesley:
— O BNDES pode não concordar, mas fica sujeito
ao que for votado pelo Conselho. O ideal seria que o
escolhido fosse um nome do mercado, não ligado à
família, para melhorar a imagem da empresa.
Opinião semelhante tem Maurício Pedrosa,
sócio da gestora Arpa Investimentos:
— A empresa está no olho do furacão de uma
enorme crise de governança. Ela teve seu cres-
cimento baseado em hábitos que a sociedade
está descobrindo agora. Vai ter que renascer
com gestores diferentes.
BNDES QUER TROCA DEFINITIVA
Uma fonte próxima à empresa diz que o futuro
da JBS estava nas mãos de Wesley após a prisão
de Joesley. Foi Wesley que pessoalmente nego-
ciou com os bancos a rolagem de R$ 17 bilhões
em dívidas de curto prazo da companhia, em
junho. O empresário deu a garantia de que par-
te do dinheiro da venda de ativos seria usada
para amortizar os débitos com os credores.
Na empresa e no mercado, Wesley é tido como
bom administrador e negociador. Liderou o cres-
cimento da JBS e participou efetivamente dos
principais negócios do conglomerado. Nos EUA,
onde a JBS fincou sua bandeira em 2007, manti-
nha uma casa na cidade de Greeley, no Colorado,
onde costumava passar longas temporadas, após a
empresa ter adquirido a Swift e a Pilgrim’s Pride.
Com mandato até 2018, Wesley esperava sair
vencedor na disputa com o BNDES, manter-se no
cargo e concluir o plano de desinvestimento da
companhia, que prevê arrecadar R$ 6 bilhões.
Sua transição seria feita de forma natural, sem
que houvesse ruptura, como deseja o BNDES.
Mas a prisão preventiva, que ele não esperava,
atrapalhou essa estratégia e apressa sua sucessão.
— Neste momento, a presença da família no
comando da empresa acaba sendo ruim. O im-
pacto para as ações da companhia, a curto pra-
zo, é negativo e gera grande volatilidade — diz
Shin Lai, estrategista da Upside Investor.
Desde a operação Carne Fraca da Polícia Fede-
ral, em março, o valor de mercado da JBS acumu-
la queda de 24,16%, ou R$ 7 bilhões, para R$ 22,18
bilhões. Desde a divulgação da delação premiada
do grupo pelo GLOBO, em maio, a desvaloriza-
ção foi de 14,53%, ou R$ 3,76 bilhões.
Wesley não estava na mira do procurador Ro-
drigo Janot nem tinha sua delação ameaçada.
Mas acabou sendo preso por crime financeiro.
— Não ficamos surpresos com a prisão do
Wesley, mas sim pelo motivo. Pela primeira vez
alguém é preso por insider trading — disse Au-
rélio Valporto, vice-presidente da Associação
dos Investidores Minoritários do Brasil. l
Colaborou Rennan Setti

Papéis da empresa têm alta de 2,35%. Para analista, ‘ação é um cassino’

Bolsa sobe 0,33%
e registra novo
patamar recorde.
Dólar avança 0,31%
RENNAN SETTI
rennan.setti@oglobo.com.br
Apesar da prisão de Wesley Ba-
tista, as ações da JBS registraram
ontem alta de 2,35%. Em dia de
valorização do petróleo no mer-
cado internacional, a Bolsa re-
novou seu recorde histórico,
avançando 0,33%, aos 74.787
pontos. Na máxima do pregão,
atingiu 75.146 pontos — abaixo
do topo alcançado na véspera,
de 75.532 pontos. No câmbio, o
dólar comercial avançou 0,31%,
cotado a R$ 3,139.
— A JBS como existia acabou,
então a ação da empresa hoje é
literalmente um cassino. Não
dá para fazer preço a partir de
fundamentos — disse Adeodato
Volpi Netto, estrategista-chefe
da Eleven Financial Research.
— Mas, para o mercado, a pri-
são é uma mensagem positiva,
já que o crime de manipulação
e uso de informação privilegia-
da é sempre nocivo.
Wesley Batista foi preso na se-
gunda fase da Operação Tendão
de Aquiles, que apura o uso de
informações privilegiadas para
lucrar no mercado financeiro.
São investigadas a venda de
ações da JBS na Bolsa e a compra
de contratos futuros e a termo de
dólar antes da divulgação da de-
lação premiada dos sócios da
JBS, em 17 de maio, que provo-
cou fortes oscilações no merca-
do. Os sócios da empresa conse-
guiram se proteger e até lucrar.
Segundo um analista de corre-
tora, os anúncios de vendas de
ativos têm compensado o notici-
ário criminal associado à JBS:
— A empresa, mal ou bem,
está vendendo alguns ativos.
Mas todos os problemas en-
frentados nos últimos dias cer-
tamente atrapalharam um mo-
vimento que poderia resultar
em uma valorização maior.
Os investidores analisam o
cenário eleitoral do ano que
vem. O líder do PSD na Câmara,
deputado Marcos Montes, afir-
mou que o ministro da Fazen-
da, Henrique Meirelles, recebeu
com entusiasmo proposta de
candidatura à presidência em
2018. Meirelles, porém, negou
que seja pré-candidato.
— O Meirelles é um persona-
gem de que o mercado gosta e,
mal ou bem, tem tirado a eco-
nomia da pior fase, ainda que
não esteja brilhante — disse
um analista que preferiu não
ser identificado.
As ações ordinárias (ON, com
direito a voto) da Petrobras su-
biram 1,82%, a R$ 15,68, en-
quanto as preferenciais (PN,
sem voto) avançaram 1,08%, a
R$ 15,03. Depois de a Agência
Internacional de Energia (AIE)
e a Organização dos Países Ex-
portadores de Petróleo (Opep)
melhorarem suas previsões pa-
ra a demanda da commodity, o
barril do óleo tipo Brent avan-
çou 1,64%, a US$ 55,16. l
 BEM-VINDO
S São Paulo
CLÁSSICOS DO TEATRO DE GRAÇA P2
l

5 Dicas
ATRAÇÕES QUE VÃO PRENDER VOCÊ P4 l

Espanha
N O DISCRETO CHARME DE MENORCA P6
ão liberou geral. Tem gente que sabe l
que não pode, mas assume o risco e
traz do exterior até alimentos frescos,
como uma peça inteira de presunto ibérico.
Mas tem os que, desavisados, nem desconfiam
que as flores secas ou o pote de mel comprados
Alfândega
lá fora serão apreendidos, se flagrados pelos CUIDADOS E DICAS AO TRAZER ALIMENTOS P10 l

fiscais. Ao contrário do que muitos pensam, a

norma do Ministério da Agricultura de maio
de 2016, que aprovou a entrada no país de de-
rivados de carne e leite, entre outros produtos,
Serviço
manteve algumas proibições. E mesmo os libe-
rados têm de vir em apresentação e embala-
USE EM CASO DE FURACÕES P16
l

Emirados
gem que respeitem uma série de exigências.
Para garantir um retorno de viagem tranquilo
a nossos leitores, a repórter Carolina Mazzi
passou uma quarta-feira de agosto no Galeão
acompanhando o trabalho dos fiscais e pre- LOUVRE E GÔNDOLAS NO DESERTO P18
l

parou um guia sobre o que se pode ou não tra-

zer. O resultado está na principal reportagem
desta edição. Seja bem-vindo (a)!
Léa Cristina
EDITORA
@aclacviaja_ru
CAPA Arte de Carolina Cavaleiro. Acima, esteira onde os viajantes
têm suas malas fiscalizadas na área de Vigilância do Aeroporto In- Fiorde de Geiranger,
ternacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Foto de Renee Rocha Noruega
NA WEB
oglobo.com.br/boa-viagem
FACEBOOK facebook.com/BoaViagemOGlobo
TWITTER twitter.com/BoaViagemOGlobo

EXPEDIENTE
EDITORA Léa Cristina (lea@oglobo.com.br)
EDITORA ASSISTENTE Cristina Massari (cristina.massari@oglobo.com.br)
REPÓRTERES Eduardo Maia (eduardo.maia@oglobo.com.br)
e Carolina Mazzi (carolina.mazzi@oglobo.com.br) Envie sua foto
DIAGRAMADORA Fernanda Rossi (fernanda.rossi@oglobo.com.br) de viagem,
Redação 2534-5000 boaviagem@oglobo.com.br
Publicidade 2534-4310 publicidade@oglobo.com.br com as hashtags
Correspondência Rua Marquês de Pombal 25, 4º andar, Rio de Janeiro, #jornaloglobo
CEP 20.230-240/RJ. #boaviagemoglobo
12
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

BAIXO CENTRO A coluna divulga eventos da região. As informações devem ser enviadas até
dez dias antes da publicação para o e-mail baixocentro@oglobo.com.br
DIVULGAÇÃO

Maré do Amanhã INTERVENÇÕES URBANAS

Hoje e amanhã, o Centro

no Municipal
Cultural Banco do Brasil (Rua
Primeiro de Março 66.
Telefone: 3808-2007) recebe a
A Orquestra Maré do Amanhã terceira edição do projeto
faz sua estreia no Teatro Mu- Espaço Sideral. Haverá
nicipal (Praça Floriano s/n°, oficinas e debates
Cinelândia) neste domingo, relacionados a intervenções
às 11h30m. Trinta adolescen- urbanas, além de pocket
tes e jovens do Complexo da shows com Negro Léo e
Maré compõem o grupo, que Felipe Neiva (amanhã, às
tem formação camerística 19h30m). Entrada franca.
com violinos, violas, violonce-
los, contrabaixos e flautas. Sob
regência do Maestro Filipe ‘OS SETE GATINHOS’
Kochem, a orquestra apresen- Tonico Pereira estreia hoje, às
tará músicas dos Beatles, de 20h, no Teatro da Caixa
Tom Jobim, Roberto Carlos e Nelson Rodrigues (Avenida
Anitta, além das canções toca- República do Chile 230), a
das diante do Papa Francisco, peça “Os sete gatinhos”.
em junho, no Vaticano. O in- Quinta e sexta, às 20h; sábado
gresso custa R$ 1. e domingo, às 19h. R$ 40.
 ZONA SUL l O GLOBO 19
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m O u tubro
E
a Clivo
em
chega
Aperitivo.
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batata-doce
são duas das
opções para
acompanhar
os drinques ao
som de um IMPLANTES TOTAIS
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UNITÁRIOS MÚLTIPLOS os dentes e usam dentaduras)

Guilherme Azevedo, Sancho
Corá e Maurício Guimarães
se juntaram ao arquiteto Se-
bastian Gomez e abriram
em novembro do ano passa-
do, na Rua da Passagem, em
Botafogo, o Coordenadas
Bar. Havia, entre eles, a per-
cepção de que faltava no Rio
uma casa com espaço e som
de qualidade com uma pe-
gada independente. A mes-
ma sensação que gerou o
impulso para criar a festa.
— Queríamos um lugar que
pudesse ofertar shows autorais
de rock, pop e música indie.
Nada de banda cover, essa não
era a proposta. O vizinho do
Sancho conhecia o dono do
ponto, onde funcionava um
restaurante, e tínhamos vonta-
de de empreender. A crise der-
ruba uns, mas dá a oportunida-
de a outros — diz Caucotto, que
conta ter conseguido a casa por
um preço mais em conta.
A ideia inicial era abrir so-
mente o térreo do casarão,
mas o interesse de empresári-
os em investir em algo maior
fez com que os sócios sonhas-
sem mais alto. Por fim, o inves-
timento prometido não acon-
teceu. Mas, diante do planeja-
mento feito, eles resolveram
apostar no projeto maior com
a colaboração de amigos e co-
nhecidos. O projeto arquitetô-
nico coube ao próprio Gomez,
que também fez o mobiliário
da casa, com direito a material
reaproveitado. O resultado é
que o espaço de quatro anda-
res e 405 metros quadrados lo-
ta nos fins de semana.
Já contou com show da
banda 13.7, de Chico Chico,
filho de Cássia Eller e oferece,
na próxima quarta-feira,
uma apresentação com mú-
sicos do Nação Zumbi. A can-
tora Ana Cañas negocia para
tocar no local. l
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l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017
Família Nunes. Gabriel (à esquerda), Angela e Ricardo: pai, mãe e filho no Café Flamengo
A chance
que faz tudo
acontecer
Dono de uma loja de podologia
há 18 anos nos fundos de uma
galeria na Rua Senador Ver-
gueiro, no Flamengo — onde
funcionava o café Paradinha,
um dos negócios mais tradicio-
nais do bairro —, Ricardo Nu-
nes viu, ao longo dos anos, o es-
tabelecimento minguar até fe-
char definitivamente em 2016.
Acompanhou com tristeza o
fim do negócio, mas soube
identificar na vacância do pon-
to uma oportunidade.
Ciente de que o fim do café
era motivo de lamento da vizi-
nhança, saudosa pelas lem-
branças que o lugar guardava,
resolveu apostar e abrir no local
o Café Flamengo, um estabele-
cimento com a mesma propos-
ta, mas com qualidade superi-
or, já que o serviço prestado pe-
lo Paradinha nos últimos anos
tinha decaído. Sabia que não
podia decepcionar a clientela, e
por isso foi em busca dos forne-
cedores cujas delícias fizessem
os moradores das redondezas
novamente considerarem
aquele pedaço do bairro uma
extensão do lar. Hoje, com a
ajuda do filho, Gabriel Nunes,
vê com alegria que a missão foi
cumprida.
— No início ficamos receo-
sos, mas os moradores do Fla-
mengo têm isso de torcer pelo
o que abre aqui, de se sentirem
um pouco proprietários do ne-
gócio. E como todo mundo já
me conhece na área, vêm falar
comigo, dão sugestões, elogi-
am. O feedback é muito impor-
tante para nós — conta ele.
Por dia, são vendidos 180 ca-
FOTOS DE ANALICE PARON
Delícias.
Doces, bolos,
sanduíches
e saladas
compõem
o cardápio
do local
fezinhos e muitos, muitos pães
de queijo e quindins, além das
tortas e outras delícias que de-
coram as vitrines do estabeleci-
mento familiar. Em breve, um
chef vai renovar as opções de
saladas servidas no almoço.
— Buscamos sempre melho-
rar para gerar interesse. Uma
das nossas preocupações tam-
bém era em relação ao preço.
Precisava ser algo acessível pa-
ra não gerar, de cara, uma bar-
reira. Foi pelo menos um mês
pesquisando — diz Gabriel.
À frente da concorrida fes-
ta Coordenadas há quase
dez anos, Rodrigo Caucotto,
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31º BPM e luta pelo projeto Segurança Presente são
estratégias da região contra a violência PÁGS. 6 e 7
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12 l O GLOBO l País l Quinta-feira 14 .9 .2017

Justiça prende Garotinho pela segunda vez

Reclusão é justificada por ameaça a testemunhas; ex-governador foi condenado por compra de votos
MARCO GRILLO
marco.grillo@oglobo.com.br
O ex-governador do Rio Anthony Garoti-
nho (PR) foi preso ontem pela Polícia Fe-
deral (PF) e condenado, em primeira ins-
tância, por compra de votos nas eleições
de 2016, associação criminosa e supres-
são de documentos públicos. Ele vai
cumprir a prisão domiciliar, com torno-
zeleira eletrônica, em Campos dos Goyta-
cazes, no Norte Fluminense, aonde che-
gou ontem à tarde.
A sentença do juiz Ralph Manhães, da
100ª Zona Eleitoral de Campos, estabelece
duas decisões. A primeira é a medida cau-
telar que determinou a prisão domiciliar
imediata, pois Garotinho é acusado de
ameaçar testemunhas, destruir provas e
de ter tentado subornar o juiz Glaucenir
Oliveira, que esteve à frente da Operação
Chequinho durante um período — esse
caso é apurado em outro processo. Há
também a condenação a 9 anos, 11 meses
e 10 dias de prisão em regime fechado, pe-
los crimes relacionados diretamente às
fraudes no uso do programa Cheque Ci-
dadão com o objetivo de angariar votos
para candidatos a vereadores aliados. Essa
medida, no entanto, precisa ser confirma-
da em segunda instância para que a puni-
ção passe a valer.
“Não houve um simples esquema de
compra de votos, mas uma verdadeira
avalanche de crimes com a sangria do di-
nheiro público para a eleição de um grupo
político ligado ao ora réu (Garotinho)”, re-
gistrou o magistrado na decisão. “Não obs-
tante tratar-se de crime eleitoral, o que à
primeira vista poderia parecer um crime
simples e de menor importância, estamos
diante de crimes graves que envolvem
ameaças às testemunhas e autoridades,
supressão de documentos, destruição de
provas e utilização de funcionários públi-
cos para fins ilícitos”.
O juiz afirmou que o grupo do ex-gover-
nador ameaçou testemunhas “inclusive
com emprego de arma de fogo”. Em maio,
O GLOBO revelou que uma testemunha
havia relatado à PF que fora intimidada
Preso. Garotinho chega a Campos, levado por agentes da Polícia Federal: fraudes eleitorais e tentativas de atrapalhar o andamento do processo
por dois homens em uma moto.
O “esquema criminoso”, segundo a sen-
tença, despejou R$ 11 milhões — há notas
fiscais registrando as transações — dos co-
fres da prefeitura de Campos, então co-
mandada por Rosinha Garotinho — o ex-
governador ocupava a Secretaria de Go-
verno — em um cadastro paralelo do Che-
que Cidadão. Ao todo, 17.500 pessoas fo-
ram contempladas. De acordo com a Jus-
tiça, o mecanismo conseguiu eleger 11 dos
25 vereadores do município.
Garotinho foi apontado pela investiga-
ção, conduzida pela PF e pelo Ministério
Público do Estado do Rio (MP-RJ), como o
idealizador do esquema. Um formulário
foi criado e, à noite, cabos eleitorais dos
candidatos iam à prefeitura para recolher
os papéis, que eram levados para as bases
eleitorais de cada um. Após serem preen-
chidos pelos interessados, os formulários
eram levados de volta para a sede da ad-
ministração municipal.
GAROTINHO NEGA
Doze digitadores foram contratados espe-
cificamente para passarem ao computa-
dor os nomes dos beneficiários que iriam
compor o cadastro irregular. Os nomes
eram enviados por e-mail para a Trivale,
empresa responsável por inserir os crédi-
tos nos cartões do Cheque Cidadão. De-
pois, os cartões eram entregues para os
potenciais eleitores. O sistema todo opera-
CARLOS GREVI
va em paralelo ao mecanismo formal do
programa, que exige uma análise prévia
para que assistentes sociais avaliem se os
interessados preenchem os requisitos ne-
cessários, como a renda familiar. Não hou-
ve qualquer ato formal do governo autori-
zando a entrada dos novos nomes. No
mesmo período, a entrada formal de no-
vos beneficiários estava congelada.
A defesa de Garotinho chamou as alega-
ções de compra de votos de “suspeitas in-
fundadas”. O advogado do ex-governador
afirmou que a prisão domiciliar “tem a in-
tenção de privá-lo de seu trabalho na Rá-
dio Tupi e em seus canais digitais e, com
isso, evitar que ele continue denunciando
políticos criminosos importantes”. l
U
NO AR
OUVINTE FICOU SEM
SABER DE PRISÃO
O jornalista que substituiu o
ex-governador Anthony
Garotinho na apresentação do
programa na Rádio Tupi, no
momento em que foi preso,
afirmou aos ouvintes que ele saiu
por problemas na voz e por
“recomendação médica”.
No áudio, é possível ouvir a
entrada de Santos no comando
do programa “Fala, Garotinho” e
sua explicação sobre a saída
repentina do ex-governador.
— A vinheta não entrou
errada, não. Estou aqui de volta,
aqui na Rádio Tupi. Nosso
Garotinho até tentou, você viu,
ele até tentou fazer o programa
hoje, mas a voz foi embora.
Orientação médica é que ele
pare de falar — disse Santos.
Segundo ele, Garotinho teria
que cuidar da voz e voltaria no
dia seguinte para comandar o
programa. Percebendo que não
havia como garantir a
participação do ex-governador
no dia seguinte, Santos faz uma
ressalva:
— Tem aque se cuidar. Agora,
o marido que pertence à Rosinha
(Garotinho) vai se cuidar um
pouquinho para amanhã estar de
volta se Deus quiser. Quando
estiver bom, ja falei para ele
voltar quando estiver bom que a
gente vai cuidando aqui com
muito carinho.
No início do programa, Garotinho
também reclamou de problemas
na voz e disse estar muito
congestionado. (Jeferson Ribeiro)

Análise

As velhas práticas e o
Brasil de 2017
Acusação de compra de votos não é novidade para
Garotinho, que agora está em prisão domiciliar

:O design nos formatos mais criativos_ MAIÁ MENEZES

maia.menezes@oglobo.com.br
de uma certa aura de hero-
ísmo, ao se intitular repre-

E
A Semana Design Rio vai levar muito conteúdo e informação para uma das m dia de looping
de informações
mais badaladas áreas da cidade, o Píer Mauá. Participe. impactantes, mais
um em que o noti-
ciário político se confundiu
com o policial, um perso-
• Área de Convivência • Exposições nagem emblemático para
• Mercado Design Rio • Mercado Rio+Design os moradores do Rio res-
surgiu. Condenado pelo
juiz da 100ª Zona Eleitoral
de Campos por comandar
esquema de fraude eleito-
<Talks e Labs/> ral quando era secretário
de Governo do município
Aqui você vai aprender diferentes conceitos na prática. Serão diversos workshops e bate-papos com do Norte Fluminense, o ex-
governador e radialista An-
profissionais que vão ligar o público a diferentes processos criativos. thony Garoti-
sentante dos pobres, Ga-
rotinho se dizia persegui-
do cada vez que era acusa-
do de condutas não repu-
blicanas. Escorou sua po-
pularidade em programas
assistencialistas, como o
Cheque Cidadão — o mes-
mo que usou no esquema
de fraude identificado pe-
la Justiça de Campos —,
dos quais lançava mão
também nas campanhas,
para manter sua clientela
de eleitores. Não foram
poucos.
Garotinho já teve um pa-
tr imônio de

• Acessibilidade através do Design (Emoti Sounds + Lungo) • Design Thinking para Solução de Problemas do Dia a Dia
nho foi detido
no ar, no inter-
O ex-governador
• Criando seu Loguinho • Como Nascem as Ideias • Horta Automatizada • Favelografia • Kokedama valo de seu pro-
grama de rádio.
escorou sua
• [Re]inventa - LEGO® SERIOUS PLAY® • O Engajamento como Estratégia de Design e Inovação
• Oficina de Criação de Acessórios com Materiais Sustentáveis • Oficina Maker para Crianças • Realidade Virtual
Um sinal dos
nossos tempos.
popularidade em
• Visual Thinking • Entre outros Há quase duas
décadas, quan-
programas
Inscrições no local 1 hora antes do início da atividade. Programação completa no site. do chegou ao assistencialistas
comando do es-
tado, abrindo as portas do
Palácio Guanabara para a
De 28_09 a 01_10 Local: Armazém3 _Píer Mauá população, Garotinho já
trazia consigo os vícios da
velha política. Foi por meio
semanadesignrio.com.br Realização: deles, aliás, que cacifou vo-
tos de sua chapa, então um
/SemanaDesignRio /SemanaDesignRio /semanadesignrio leque amplo de alianças,
que chegou a incluir no-
mes como o do ex-governa-
Oferecimento: dor Leonel Brizola. Garoti-
nho transitou por legendas
de todos os matizes. De-
núncias sobre compra de
votos e cenas de clientelis-
mo explícito pululavam
durante o período em que a
família do ex-governador
Patrocínio: Participação: Parceria: Produção: reinou no Rio.
Investido por si mesmo
15 milhões de
votos pelo
país, dilapi-
dado pela
descober ta
de que usava,
na pré-cam-
panha que fez
à Presidên-
cia, em 2005,
recursos desviados do go-
verno do estado, coman-
dado à época por sua mu-
lher, Rosinha.
De volta ao berço, com o
poder encolhido, Garoti-
nho não abandonou os há-
bitos. Os indícios da Polí-
cia Federal apontam para
uma sistemática estratégia
de burlar a Justiça. Preso
pela segunda vez este ano,
na primeira, protagonista
de cenas de revolta ao ser
levado à prisão, o ex-go-
vernador é agora um ape-
nado. De tornozeleira, se-
rá vigiado dia e noite por
policiais. Não escapou do
Brasil de 2017. l

Equipe. Francisca Alda, a Chiquita (de verde) e Josimar Soares (de xadrez azul) comandam o restaurante Barraca da Chiquita, em Copacabana
nário e traçar metas e estratégi-
as para a expansão da empresa.
— A crise serve para te prepa-
rar, não para te render. Não se
pode mergulhar nela, se deixar
abater. Ao contrário. Ela funcio-
na como um despertar para a
gente trabalhar e se mexer
mais. Já passei por muitas cri-
ses ao longo dos anos e em to-
das elas, graças a Deus, tive
crescimento — defende a em-
preendedora.
Francisca trabalha com o
sobrinho, Josimar Soares, ad-
ministrador do mix de empre-
sas do grupo que ela lidera e
que, em breve, contará com
centro de distribuição e de
treinamento de pessoal.
— Temos que focar no la-
do bom e perguntar “o que
podemos melhorar ho-
je?”— diz Soares.
Os dois relatam que não fo-
ram poucas as críticas que
ouviram pela disposição em
abrir uma filial da Barraca da
Chiquita. “Vocês são malu-
cos?” foi uma das perguntas
que Francisca mais escutou.
— Estou feliz porque sei que
o momento é esse. Investir gera
emprego e renda, e quem está
trabalhando agora valoriza
mais isso — argumenta Fran-
cisca, que fez questão de abrir
uma loja bem colorida na Zona
Sul, assim como a do bairro im-
perial. — Quando escolhi esse
lugar, o vi como uma tela em
branco. Queria algo que ex-
pressasse o que nós somos, as
nossas raízes, a nossa Feira (de
São Cristóvão).
Não é só a decoração que
exalta a arte nordestina, com
peças originais de artesãos lo-
cais como Erivaldo e J. Borges
(além do espaço em homena-
gem ao humorista Chico Any-
sio), que remete ao que se en-
contra no Centro Luiz Gonzaga
Homenagem. Cantinho da Barraca da Chiquita reúne marionetes com personagens de Chico Anysio
de Tradições Nordestinas (no-
me do galpão onde se encon-
tram os restaurantes. Feira de
São Cristóvão é como o espaço
é conhecido popularmente). O
cardápio é exatamente o mes-
mo, assim como os preços. Os
shows ficam por conta de um
sanfoneiro, de segunda a sexta,
no período do jantar.
— Queremos dar um passo
de cada vez, firme, sem nos
apropriarmos de nada dos ou-
tros, contando a nossa história.
Temos orgulho de quem somos
e desejamos ser reconhecidos
FOTOS DE WANDERLEY QUEIROZ
por isso — apregoa Chiquita.
Também é resultado de es-
tudo e planejamento o Suk,
aberto na Avenida Nossa Se-
nhora de Copacabana e que
vive cheio de clientes em bus-
ca dos quibes, das esfirras
(abertas e fechadas) dos ke-
babs e das burrecas, disponí-
veis nos sabores tradicionais e
em opções exclusivas da loja.
A esfirra de queijo com da-
masco e o quibe de ricota de-
fumada, invenções do trio de
sócios Ilan Maierhoffer, Leo-
nardo Teichholz e Manuel Jú-
ZONA SUL l O GLOBO 17
Quinta-feira 14.9.2017l
nior, são três dos sabores mais
pedidos. À exceção de Manuel
Júnior, que já trabalhava no ra-
mo de alimentação e que en-
trou por último na sociedade,
Maierhoffer e Teichholz não ti-
nham experiência com gastro-
nomia e levaram pelo menos
dois anos estudando conceitos
e nomes até identificarem o fi-
lão da comida árabe. Foram os
dois que perceberam que não
eram muitos os restaurantes
na cidade que eram referência
nesta vertente.
— Queríamos um negócio
com operação enxuta. Percebe-
mos que investir em comida
árabe era uma boa ideia, mas
optamos por algo contemporâ-
neo, que fugisse um pouco dos
sabores que todo mundo co-
nhece. Deu certo — conta Tei-
chholz, que é designer e sem-
pre atuou no ramo da moda. —
O carioca torce pelo novo ne-
gócio. Mas existe uma peculia-
ridade: ele te dá a primeira
chance, mas não a segunda. Se
você falha, ele não volta.
Por isso, em busca da exce-
lência do serviço prestado, pe-
lo menos um dos três sócios
sempre está na loja, que não fi-
ca sem essa supervisão cuida-
dosa um segundo sequer. O re-
sultado é que, com apenas seis
meses, o Suk se prepara para
abrir a segunda loja, na Vis-
conde de Pirajá, em Ipanema.
— Nas projeções mais oti-
mistas pensávamos em abrir
uma nova unidade no período
de um ano — diz Teichholz.
Além dos sabores únicos, os
preços funcionam como um
diferencial da loja. A unidade
tem o mesmo preço que o pra-
ticado em outros árabes do Rio,
mas constam no cardápio
combos que oferecem bom
desconto a partir da compra de
dois salgados e uma bebida,
que pode ser o mate da casa. Os
sócios contam que, sem que
imaginassem, a bebida feita no
local se transformou em outro
fator de fidelização da clientela.
— Tentamos tirar do cardá-
pio e quase apanhamos —
conta Júnior.
Está em fase de testes mates
conjugados a sabores de frutas
para se diferenciarem ainda
mais da concorrência. l
Continua até a página 19
Quinta-feira 14 .9 .2017
Votos que valem cargos
Vereadores que apoiaram aumento do tributo foram favorecidos, e adversários acabaram punidos
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
luiz.magalhaes@oglobo.com.br
A fatura chegou. O prefeito Marcelo Crivella já co-
meçou a retribuir o apoio dado por 31 dos 51 vere-
adores ao projeto que muda as regras de cobrança
do IPTU a partir de 2018. Desde o dia 1º, o prefeito
faz mudanças no primeiro e no segundo escalões
para favorecer aliados e retaliar quem tinha cargos
no governo e não apoiou a proposta. As alterações
incluem a indicação de um político para assumir a
Secretaria municipal de Desenvolvimento Social e
Direitos Humanos e a divisão de uma subsecreta-
ria em duas. O mais cotado para ser o titular da se-
cretaria é o deputado estadual Pedro Fernandes
(PMDB), filho da vereadora Rosa Fernandes
(PMDB). Boa parte da dança das cadeiras ocorreu
no dia 1º, quatro dias antes de o projeto ser apro-
vado em discussão final. Pelo menos quatro verea-
dores perderam espaço: Teresa Bergher (a tucana
foi exonerada da Secretaria de Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos), Júnior da Lucinha
(PMDB), Carlo Caiado (DEM) e Chiquinho Brazão
(PMDB). Todos votaram contra o projeto.
Teresa deixou a secretaria ainda no fim de agos-
to, depois de antecipar que era contra o projeto
que previa aumento do imposto. Treze assessores
que ela havia indicado para postos estratégicos
da pasta também foram exonerados. Outros sete
deixarão seus cargos nos próximos dias. Na Câ-
mara de Vereadores, o troca-troca é comentado
abertamente pelos políticos. Mas, com exceção
de Teresa Bergher, poucos são os vereadores fa-
lam abertamente sobre o assunto.
— Estou chocada com o que aconteceu. Essa
troca de favores é um absurdo. Os vereadores
deveriam votar convictos sobre o que é melhor
para o Rio. O Ministério Público deveria ficar
atento a esse uso indiscriminado da máquina
pública. Independentemente deste episódio,
continuo a ter uma boa relação com Crivella.
Mas vou continuar votando conforme minhas
convicções — disse a vereadora.
IRMÃO DE VEREADOR PERDEU O CARGO
Júnior da Lucinha perdeu três cargos, que foram
redistribuídos. Entre eles, a direção do Centro Es-
portivo Miécimo da Silva, em Campo Grande,
que era ocupada pelo irmão do vereador, Thiago
Barros. Para o lugar dele, irá um nome indicado
pelo vereador Rogério Rocal (PTB), que votou a
favor do aumento do tributo. Graças ao apoio da-
do às alterações no IPTU, o vereador Dr. João Ri-
cardo (PMDB) também teve direito a fazer uma
indicação: ele conseguiu que a médica Carla Ca-
tisano, ex-chefe da emergência do Hospital Salga-
do Filho, no Méier, fosse nomeada para dirigir o
Hospital Lourenço Jorge, na Barra.
Nos próximos dias, a Subsecretaria de Esportes
e Lazer deverá ser dividida. A atual titular, Patrícia
Amorim, deve ficar responsável apenas pelas ins-
talações construídas para a Olimpíada na nova
Subsecretaria de Legado. Um servidor público in-
dicado por Dr. Jairinho (PMDB) e Thiago K. Ri-
beiro (PMDB) assumirá a gestão das vilas olímpi-
cas e de outros projetos da pasta.
Com as novas regras do IPTU, a prefeitura es-
pera arrecadar até R$ 600 milhões a mais por
ano. O reajuste, que, no caso de imóveis resi-
denciais, pode chegar, em média, a 70% em al-
gumas áreas da cidade, será repassado em duas
etapas: 50% em 2018 e o restante em 2019.
Para o cientista político Ricardo Ismael, da
PUC-RJ, Crivella repetiu no Rio uma tática adota-
da por governadores e presidentes da República:
trocar voto por apoio.
— Pode não ser ilegal, mas é moralmente
SIMONE CANDIDA
simone.candida@oglobo.com.br
A
lém do aumento do IPTU, parte dos
contribuintes cariocas terá mais
uma despesa pela frente. Ampara-
da por uma lei de 2001, a Comlurb
decidiu deixar de fazer a coleta de lixo de
condomínios comerciais e de uso misto que
produzem grande quantidade de resíduos. A
companhia alega que está apenas cumprin-
do à risca a lei de limpeza urbana nº 3.273,
que estabelece o recolhimento de até 120 li-
tros ou 60 quilos de lixo por contribuinte.
Desde março, 500 condomínios não residen-
ciais do Rio já foram notificados e informa-
dos que deverão contratar o serviço de em-
presas particulares credenciadas para fazer a
retirada, sob risco de multa.
CONDOMÍNIOS ESTUDAM IR À JUSTIÇA
Segundo Luiz Eduardo Abílio Bastos, diretor
de fiscalização da Comlurb, o objetivo da nova
medida é reduzir custos e diminuir em cerca
de 10% a quantidade diária de lixo coletado na
cidade, que atualmente é de cerca de nove to-
O GLOBO l 13
Rio
BARGANHA DO IPTU
_
questionável. E distancia ainda mais a popula-
O TOMA LÁ DÁ CÁ ção de certos políticos — disse Ismael.
O ex-prefeito e vereador Cesar Maia (DEM),
A DANÇA DAS CADEIRAS NA PREFEITURA que votou contra o IPTU, acha que Crivella con-
duziu mal o processo, ao afastar antigos aliados
devido à infidelidade em uma única votação:
A PRIMEIRA QUEDA QUEM VOTOU CONTRA O PROJETO E PERDEU CARGOS — A troca episódica de voto por cargo, como
ocorreu, mostra a fragilidade política do governo.
Isso só faz aumentar o poder de barganha dos ve-
readores na discussão de outros projetos. Se ele
perder seis votos, fica em minoria — disse Cesar.
Anteontem, Crivella ofereceu um almoço no
Palácio da Cidade para 30 dos 31 vereadores que
votaram com o governo, para agradecer o apoio.
No cardápio, bife de panela, arroz, feijão, farofa e
salada. Na sobremesa, cocada. À mesa, o assunto
de cargos não foi abordado. As negociações para
obter apoio foram costuradas em encontros indi-
viduais com pelo menos 36 dos 51 vereadores em
maio e junho. A redistribuição dos cargos foi ma-
Teresa Bergher Júnior da Lucinha Carlo Caiado Chiquinho Brazão peada com a ajuda dos vereadores. O GLOBO
(PSDB) (PMDB) (DEM) (PMDB)
Foi exonerada da Perdeu a direção do A Região A Supervisão procurou todos os citados. A maioria preferiu não
Secretaria municipal de Centro Esportivo Administrativa de Rio das Pedras comentar as indicações para cargos. Quatro con-
Assistência Social antes Miécimo da Silva, em da Barra deixou de não terá mais um firmaram que obtiveram nomeações ou perde-
mesmo da votação. Ela Campo Grande; a ser ocupada por nome escolhido ram cargos em razão da votação do IPTU, mas
deverá ser substituída Superintendência de seu aliado pelo vereador sob a condição de não serem identificados.
pelo deputado estadual Santa Cruz; e a Rosa Fernandes disse que, em sua história polí-
Pedro Fernandes Região Administrativa tica, jamais condicionou seu apoio à indicação de
(PMDB), filho da de Campo Grande aliados para cargos. Ela é uma das autoras de
vereadora Rosa uma emenda que isenta do IPTU os imóveis com
Fernandes (PMDB), valor venal de até R$ 55 mil. Rosa lembrou que,
que votou a favor
em 1999, quando houve uma revisão nas regras
do IPTU, ela aprovou emenda semelhante:
QUEM VOTOU A FAVOR DO PROJETO E GANHOU CARGOS — Essa emenda foi a única condição que colo-
quei para votar a favor do projeto. Fiz isso por en-
tender que existem famílias que realmente não
podem pagar, especialmente os moradores de
conjuntos habitacionais populares — disse Rosa.
VOTOS COM ‘CONVICÇÕES E ORIENTAÇÕES POLÍTICAS’
Filho de Rosa, Pedro Fernandes, por sua vez, ad-
mitiu que foi sondado por pessoas ligadas ao
governo, mas que o prefeito ainda não oficiali-
zou o convite. Esta semana, porém, o deputado
já teve um encontro com chefes de equipes das
coordenadorias de assistência social para se in-
Marcelo Rogério Rocal Vera Lins (PP) João Ricardo formar sobre a situação da pasta. A reunião foi
Sicilliano (PHS) (PTB) Poderá indicar um (PMDB) marcada pela superintendente regional de Irajá,
Ganhou a Supervisão Ganhou a direção do aliado para a Teria feito a Jocimara Theodoro da Silva Cardoso, indicada
de Rio de Pedras e Centro Esportivo coordenadoria indicacão para a para o cargo por Pedro e por Rosa. O bairro é re-
Administração Miécimo da Silva, em de saúde de direção do Hospital duto eleitoral da família.
Regional da Barra Campo Grande Madureira Lourenço Jorge — A Jocimara já foi coordenadora regional de
assistência social. Eu quis saber um pouco mais
sobre os problemas da pasta, caso realmente eu
seja convidado. Mas não me apresentei como
secretário — disse Pedro Fernandes.
O desafio da prefeitura agora é manter a base
conquistada unida, caso Crivella vete alguma das
emendas propostas pelos vereadores. Se o prefeito
vetar alguma emenda, ela deve passar por nova vo-
tação no plenário da Câmara. Procurado, Crivella
não quis falar. Por nota, a prefeitura disse entender
que os vereadores votaram de acordo com “convic-
ções e orientações políticas” e que se comprometeu
Célio Luparelli William Coelho Jairinho (PMDB) e Renato Moura a investir parte dos recursos obtidos com o aumen-
(DEM) (PMDB) Thiago K. Ribeiro (PDT) to de IPTU em saúde e educação. “A atual gestão
Ficará com o Parque Fará as indicações (PMDB) Vai escolher o
Pinto Telles e a para a Vila Olímpica Vão indicar para uma nome para a acredita que não haveria cargo que pudesse con-
Supervisão Regional de Santa Cruz e as nova Subsecretaria de Superintendência vencer os parlamentares a tomar uma decisão tão
da Praça Seca e supervisões regionais Esporte e Lazer a pessoa Regional de delicada como rever o cálculo do imposto durante
Vila Valqueire de Paciência e que vai cuidar das vilas Campo Grande um período de crise econômica”, diz o texto.
Santa Cruz olímpicas e tentar obter O líder do governo, Paulo Messina (PROS), tam-
recursos junto ao bém nega que tenha havido troca de cargos por vo-
ministro do Esporte, tos. Ele disse que técnicos da Secretaria de Fazenda
Leonardo Picciani ainda avaliam o impacto das emendas ao projeto
(PMDB), que é filho de do IPTU que foram aprovadas pela Câmara.
Jorge Picciani,
presidente da Alerj
— A barganha não aconteceu. Quem votou a
Editoria de Arte favor já pertencia à base — disse Messina. l
LIMPEZA URBANA
Batalha do lixo, agora, chega valor das taxas condominiais se a decisão da
prefeitura não for revertida. Segundo Debo-
rah, desde o início do ano, administradores
a condomínios comerciais de condomínios preocupados com a medida
vêm telefonando para a Abadi.
— Fomos até a Comlurb para tentar escla-
recer a cobrança, mas nunca recebemos ex-
Comlurb diz que deixará de recolher resíduos de grandes produtores, que plicações claras — reclamou.
A advogada Fátima Vieira da Silva, que é
representam 10% da coleta diária, para reforçar serviço em outras áreas síndica de um condomínio comercial na Rua
México, no Centro, recebeu a notificação há
20 dias e uma multa dez dias depois.
neladas. A decisão desagradou a síndicos e admi- o lixo domiciliar — explica Luiz Eduardo. — Vamos recorrer desta multa, pois temos
nistradoras de condomínios, que estudam entrar A presidente da Associação Brasileira de Ad- aqui 168 apartamentos, que produzem no
com ação na Justiça contra a medida. ministradores de Imóveis (Abadi), Deborah máximo quatro sacos de cem litros de lixo por
— A lei já existe e não é nenhuma novidade. Mendonça, criticou a decisão da prefeitura. Se- dia. Eu acho que esta interpretação da lei está
Com exceção de condomínios residenciais, a gundo ela, a entidade vai enviar um ofício à errada, porque nós pagamos junto com o car-
Comlurb não tem obrigação de coletar lixo de Comlurb pedindo explicações e, dependendo nê de IPTU uma taxa de coleta de lixo, no va-
grandes produtores. Neste período de crise, a em- da resposta, a Abadi estuda ir à Justiça. lor anual de R$ 838. Na mesma semana em
presa precisa otimizar seus gastos. O gari que es- — A gente entende que houve uma mudança que recebemos a notificação da prefeitura,
taria fazendo este serviço vai ser realocada para da interpretação da lei, porque eles estão consi- uma empresa de limpeza veio procurar o
outro. Não tem cabimento a Comlurb arcar com derando os condomínios como contribuintes condomínio para oferecer o serviço: querem
os custos de retirada e descarte de pneus, serin- responsáveis pela coleta de lixo. De fato, o res- cobrar R$ 4 por saco de lixo coletado. Não te-
gas, toneladas de papel e outros materiais que ponsável pela coleta é a unidade autônoma, não mos condições de ter mais este gasto, ainda
bancos, drogarias e lojas, que funcionam em ga- o condomínio — argumenta Deborah mais que já pagamos por ele à prefeitura —
lerias e prédios de uso misto, colocam junto com Ela acredita que poderá ocorrer aumento no reclama a síndica, que já recorreu da multa. l
 14
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

DIVULGAÇÃO/ENY MIRANDA
ELES TÊM MUITO A COMEMORAR

OBRIGATÓRIA
A Cia Atores de Laura celebra 25 anos
de existência levando, este mês, seis
das peças de seu repertório à Casa de
Cultura Laura Alvim, onde estreou em
1992. Nesses tempos bicudos, a trupe
aderiu ao financiamento coletivo e
brinda os investidores com mimos
que vão de oficinas teatrais a um
passaporte para assistir à toda a
PARADA
temporada, que começa dia 29.

HOMENAGEM MAIS QUE MERECIDA

DIVULGAÇÃO/CLÁUDIA GALATEIA
CELEBRAÇÕES. A querida Liège
Monteiro (ao centro) é vista aqui
com seu marido, Luiz Fernando
Coutinho, e com as atrizes
Deborah Evelyn e Christiane
CHRISTOVAM DE CHEVALIER Torloni nos festejos pelo seu
christovam.chevalier@gmail.com aniversário, comemorado no
apartamento de Ricardo Rique. Ao
lado, a jornalista e apresentadora
Fabiane Pereira recebe o músico
Daniel Lopes e sua namorada, a
também escritora Thalita
Rebouças, no lançamento de
“Amador(A)”, livro de estreia de
Fabi, na Blooks de Botafogo
Pode ter o nome de Rogéria Barroso
Pinto o centro cultural que está sendo
reformado na cidade serrana de
Cantagalo, onde nasceu a artista, que
morreu semana passada. As conversas
envolvem o prefeito Guga de Paula, o
promoter Ronaldo Rosa e a agente
artística Romy di Vitti. Uma coisa é
certa: o local terá uma sala onde parte
do acervo de Rogéria ficará exposto.
HOMENAGEM MAIS QUE MERECIDA II
Sergio Roberto de Oliveira, que nos
deixou em julho, será o compositor
homenageado pela Bienal de Música
Contemporânea. O Duo Santoro vai
apresentar no evento uma das últimas
obras do artista, “Aos santos oro”,
composta para eles. O evento, em
outubro, é organizado pela Funarte.

Pelo direito ao prazer

Os diretores Pedro Nogh e
Hayla Barcellos encenam hoje
e no dia 25, às 21h, no Teatro
Solar de Botafogo (Rua Gene-
ral Polidoro 180. Tel.: 2543-
Pós-graduado em periodontia e implantodontia O Implante dentário de carga imediata 5411) o espetáculo “Sons de
pela Loma Linda University – Califórnia vermelho”. A peça reivindica a
é a colocação de um ou de todos os liberdade da mulher ao gozo
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Quinta-feira 14 .9 .2017
Lula reage a ‘pacto de sangue’
Ex-presidente agora diz que Palocci é ‘frio e calculista’; ex-ministro devolve acusações
CLEIDE CARVALHO, SÉRGIO ROXO,
GUSTAVO SCHIMITT E THIAGO HERDY
opais@oglobo.com.br
-SÃO PAULO E CURITIBA- Uma semana após Antonio
Palocci dizer que Luiz Inácio Lula da Silva fez
“um pacto de sangue” com a Odebrecht, o ex-
presidente mudou o tom e fez ataques contra o
companheiro de partido e antigo homem forte
do seu governo e da gestão Dilma Rousseff. Se,
no passado, o petista fez rasgados elogios a Pa-
locci, ontem, em depoimento ao juiz Sergio Mo-
ro, Lula classificou o ex-aliado como “frio e cal-
culista”. Disse ainda que o ex-ministro mente à
Justiça para tentar obter benefícios, mas que
não tem raiva dele, e sim pena.
— Eu conheço o Palocci bem. Palocci, se não
fosse um ser humano, seria um simulador. Ele é
tão esperto que é capaz de simular uma mentira
mais verdadeira que a verdade. É médico, cal-
culista, é frio — disse.
Lula acusou Palocci de ter mentido a Moro
para obter benefícios da delação premiada “ou
quem sabe ele queira um pouco do dinheiro
que vocês bloquearam dele”. Lula negou ter
conversado com o ex-ministro sobre o imóvel
comprado por R$ 12 milhões pela Odebrecht
para o Instituto Lula, tampouco sobre uma ofer-
ta de R$ 300 milhões da Odebrecht recebida do
empresário Emílio Odebrecht, já no fim de seu
governo, para seus projetos pessoais e políticos:
— Vi o Palocci mentir aqui esta semana (se-
mana passada). Ninguém no meu governo,
muito menos na minha casa, discutia comigo
qualquer coisa de Instituto. Porque dei uma or-
dem: não quero discutir o futuro do Lula antes
do dia 31 de dezembro de 2010. Quando eu dei-
xar a Presidência, vou discutir a minha vida.
Advogado de Palocci, Adriano Bretas rebateu.
— O ex-presidente Lula afirmou que Palocci
teria sido frio, calculista, dissimulado. Desejo
para ele os mesmos adjetivos — disse Bretas. —
Quando Palocci estava em silêncio, ele era inte-
ligente. Dissimulado é ele (Lula), que nega tudo
o que contraria ele. Alguém fala contra ele, é
mentiroso. Alguém apresenta um documento, o
documento não existe — completou.
Lula admitiu ter ficado preocupado com a “dela-
ção” do ex-ministro e afirmou que Palocci encerrou
o depoimento da semana passada de “forma ma-
gistral” ao dizer que falou com ele
sobre obstrução à Justiça. Num
dos vários momentos em que se
irritou, Lula disse que foi ele pró-
prio quem tirou o tapete da sala
OS PRINCIPAIS
para que “a podridão apareça”.
O ex-presidente contou ter
TRECHOS DO
ouvido “atentamente” o que
DEPOIMENTO
Palocci disse a Moro sobre o
encontro com Emílio.
Lula foi — A desfaçatez do compa-
interrogado por nheiro Palocci foi de tal magni-
Sergio Moro tude que ele inventou uma his-
glo.bo/2x06Sng tória de que o Emílio foi lá, foi
discutir um fundo que tinha si-
do criado (para financiar o PT), a manutenção
desse fundo, a manutenção da relação dele com
a Dilma — reclamou.
Ao se lembrar da acusação de que fizera um
“pacto de sangue”, Lula disse que Palocci usou
uma frase de efeito e que foi o ex-ministro quem
fez um “pacto de sangue com delatores, advoga-
dos e talvez com o Ministério Público”.
— Ele disse exatamente o que o PowerPoint que-
ria que ele dissesse — acusou Lula, referindo-se ao
material apresentado pelo procurador Deltan Dal-
lagnol, quando foi apresentada a denúncia relaci-
onada ao tríplex do Guarujá, que colocou Lula no
centro de uma organização criminosa.
Moro tentou interromper Lula, mas foi corta-
do pelo ex-presidente.
— Eu sei que hoje é meu dia de falar, não es-
tou aqui com bronca do Palocci — afirmou.
Um pouco mais adiante, Lula voltou ao tema:
— Eu não tenho raiva do Palocci, tenho pena.
Ele é um quadro político excepcional.
Já numa praça pública no centro de Curitiba,
onde fez um discurso para a militância depois
do depoimento, Lula bradou:
— Jamais mentiria para vocês. Eu prefiro a morte
do que passar para a História como mentiroso.
LULA ATRIBUI ALUGUEL A DONA MARISA
Ainda no depoimento, o ex-presidente atribuiu
à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu
neste ano, a responsabilidade por gerir o paga-
mento do aluguel do apartamento 121, vizinho
ao que é de sua propriedade, em São Bernardo
do Campo (SP), e gerir seu imposto de renda.
Apesar de haver um contrato de aluguel assi-
nado desde 2011 com Glaucos da Costamar-
ques, primo de José Carlos Bumlai e dono do
imóvel, o ex-presidente não pagou pelo aluguel
até o ano de 2015, ano em que as investigações
chegaram à Odebrecht. Executivos da emprei-
teira contaram ter comprado o imóvel para Lu-
la, o que explicaria a falta de pagamentos de
aluguel ao proprietário do imóvel no papel.
— Eu não tratava dos meus assuntos caseiros.
Inclusive quem fazia o acerto, juntava papelada
País
CRISE SEM TRÉGUA
_
Frente a frente. Ex-presidente Lula presta depoimento ao juiz Sergio Moro: “Eu não tenho raiva do Palocci, tenho pena”
MUDOU DE TOM: DE COMPANHEIRO A MENTIROSO
“Palocci é meu amigo, uma das
maiores inteligências políticas do
país. Ele está trancafiado, mas não
tenho nenhuma preocupação com
a delação dele”
26 DE ABRIL DE 2017
Lula, no Twitter
“O Palocci foi fundador do PT,
sindicalista, ministro da Fazenda,
deputado, ministro da Casa Civil.
É uma das figuras mais
inteligentes que este país tem.
Poucas vezes vi uma
pessoa ser tão respeitada
pelo empresariado”
25 DE ABRIL DE 2017
Lula, em entrevista à Rádio Cidade RN
“Você, Palocci, tem motivos para
se orgulhar. Se hoje estamos
vivendo uma boa situação
econômica, certamente todos nós
sabemos que, um pouco disso,
nós e o Brasil devemos a você.
Pela seriedade que você conduziu
o Ministério da Fazenda”
28 DE MARÇO DE 2006
Lula, na posse de Guido Mantega
para declarações de imposto de renda era mi-
nha querida esposa — disse Lula.
O contrato de aluguel foi assinado por Marisa.
Apesar de não terem sido feitos pagamentos en-
tre 2011 e 2015, tanto Glaucos quanto Lula re-
gistraram no imposto de renda pagamentos que
somaram cerca de R$ 200 mil. Durante o depoi-
mento, o ex-presidente disse que desconhecia a
inadimplência.
Lula negou ainda conhecer um contrato para
compra do imóvel pelo Instituto Lula, apreendi-
do na casa dele.
— Eu não sei o que encontraram na minha ca-
sa, doutor. Entraram seis horas da manhã, num
escritório na minha casa... faz exatamente 20
O GLOBO l 3
REPRODUÇÃO
| Opinião |
NORMALIDADE
O DIA de ontem pode ser visto
como atípico, devido à coincidên-
cia de agendas muito especiais
cumpridas em tribunais.
NÃO É sempre, afinal, que, enquan-
to um ex-presidente depunha como
réu (Lula, em Curitiba), o presiden-
te atual era tema de sessão do Su-
premo (a reclamação de Temer
contra suposta perseguição por
parte do procurador-geral).
TAMBÉM ONTEM, o ex-governador
fluminense Anthony Garotinho foi
preso, bem como o empresário
Wesley Batista, repetindo o que já
ocorrera com o irmão, Joesley, os
dois da JBS.
UM DIA cheio, de fato, mas compa-
tível com o momento por que passa
o país, de calibragem das institui-
ções, para que seja e continue a ser
aplicado o princípio republicano da
igualdade de todos perante a lei.
Petista volta a
“Eu conheco o Palocci bem. citar caso do
Se o Palocci não fosse um
ser humano, ele seria um tríplex do Guarujá
simulador. Ele é tão esperto Condenado a nove anos e meio
que é capaz de simular uma de prisão por corrupção, Lula
mentira mais verdadeira diz que caso foi invenção
que a verdade. É médico, -SÃO PAULO- Mesmo não sendo o objeto do
processo pelo qual o ex-presidente Lula
calculista, é frio” foi interrogado ontem, o tríplex do
Guarujá voltou a ser citado pelo petista
como uma “invenção” da imprensa.
Noticiado em 2010 pelo GLOBO como
“A única coisa que tem de propriedade da família Lula, o imó-
vel é classificado hoje pela Justiça como
de verdade ali é ele dizer uma das provas de que o ex-presidente
foi beneficiado por empreiteiras que
que está fazendo a delação operavam um esquema fraudulento
durante seu governo. Lula citou espon-
´porque ele quer os taneamente o caso ontem.
benefícios ou quem sabe — Eles (o MP) inventaram que o trí-
plex é meu porque O GLOBO disse.
queira um pouco do dinheiro Mas não é. E o senhor (juiz Sergio Mo-
ro) sabe disso. Eles (procuradores) in-
que vocês bloquearam dele” ventaram que o apartamento é meu. E
não é. Como inventaram a história de
que o sítio é meu, e não é. Ou seja, três
denúncias por ilação. Porque eles (pro-
“A desfaçatez do curadores) têm a ideia de tentar trans-
formar o Lula no PowerPoint deles.
companheiro Palocci foi Em 2010, O GLOBO publicou repor-
tagem informando que Lula era propri-
de tal magnitude etário do apartamento obtido por meio
da Cooperativa Habitacional dos Ban-
que ele inventou uma cários de São Paulo (Bancoop). Desde
história de que o Emílio então, Lula travou uma batalha para
tentar provar que a mulher dele, Marisa
(Odebrecht) foi lá (no Palácio Letícia, morta este ano, havia adquirido
uma cota do empreendimento, mas de-
do Planalto) discutir um sistido em seguida.
Quatro anos depois, a OAS reformou
fundo que tinha sido criado, o apartamento, gastando R$ 1,1 milhão
em obras, mobília e eletrodomésticos.
a manutenção desse fundo” Ainda em 2014, Lula visitou o prédio.
Fotos divulgadas posteriormente mos-
ONTEM traram Lula ao lado do presidente da
Lula, em depoimento a Sergio Moro empreiteira, Léo Pinheiro, que confir-
mou que Lula era, de fato, dono do
imóvel em delação premiada.
Em julho deste ano, Lula foi condena-
anos que moro naquela casa e 20 anos que não do pelo juiz Sergio Moro a nove anos e
entro naquele escritório. Eu diria que era quase seis meses de prisão pelos crimes de
um lugar de jogar tranqueira, de jogar papéis e corrupção passiva e lavagem de dinhei-
mais papéis. O fato de ter encontrado isso num ro. A acusação era justamente pela
escritório na minha casa não significa que eu te- ocultação da propriedade do tríplex.
nha conhecimento ou que eu tenha visto. Até Antes de todos os desdobramentos
porque não sou obrigado a acreditar que foi en- em relação ao apartamento, Lula ajui-
contrado na minha casa — disse Lula. zou processo na Justiça contra O GLO-
Moro perguntou se o ex-presidente Lula con- BO, mas perdeu. Em decisão unânime,
firmava ter visto o documento que havia sido já em segunda instância, a 14ª Câmara
apreendido na casa dele. Cível do Tribunal de Justiça do Rio de
— Tenho dúvida, depois do que estão fazendo Janeiro negou o pedido de indenização
comigo... Sou um homem que tenho muitas dú- por danos morais feito pelo ex-presi-
vidas hoje — respondeu. (Colaboraram Silvia dente. A defesa de Lula informou que
Amorim e Dimitrius Dantas) l recorreria ao STJ. l
 10
ALFÂNDEGA
Entrada
proibida
Saiba quais são os alimentos
que continuam proibidos de
entrar no país. E o que deve
constar da embalagem dos
que estão liberados
CAROLINA MAZZI
N
carolina.mazzi@oglobo.com.br
a Vigilância Agrope-
cuária do Ministério
da Agricultura (Vigi-
agro) do Aeroporto
Internacional do Ga-
leão, local onde as
malas com produtos de origem ani-
mal e vegetal são vistoriadas, o que
não faltam são olhares de decepção
de passageiros que perdem seus
FOTOS DE RENEE ROCHA
queijos, raízes e frutas. Numa quarta-
feira de agosto, um casal reclamava
dos € 200 gastos em frios que estavam
sendo recolhidos, enquanto a fiscal
explicava os motivos da apreensão:
— Os derivados de animais são per-
mitidos desde o ano passado, mas a
embalagem precisa ter diversas espe-
cificações que esta aqui não tem.
A profissional se referia à Instrução
Normativa 11 do órgão que, desde
maio de 2016, aprovou a entrada no
país de diferentes produtos, antes
 l
26 O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

ÁGUA NA BOCA
Antes da

DIVULGAÇÃO/TOMÁS RANGEL
refeição
ADALBERTO NETO
adalberto.neto@oglobo.com.br

S
e você também pensa logo na pasti-
nha de berinjela quando se fala em
antepasto, saiba que, em italiano, a
palavra quer dizer “antes da refeição”. Ou
seja, vale pizza branca, pão de alho, todo
tipo de frios, palitinhos de queijo, cebola...
Não deve, portanto, ser tratado como prato
principal. A não ser em uma ocasião, se-
gundo a personal diet Karen Rodrigues.
— Os antepastos servem para aguçar o
paladar e não para matar a fome. Na maio-
ria das vezes, são servidos alimentos sal-
gados. Numa reunião informal entre ami-
gos, não há problema oferecê-lo como úni-
ca opção de comida, mas, nesse caso, é im-
portante ter uma boa variedade para não
deixar os convidados passando fome —
aconselha Karen. l

Continua até a página 31

Fiammetta. O tortano servido na

casa consiste numa fatia de pão
artesanal feito com calabresa e
erva-doce e é gratinado com
mozarela (R$ 28,90)

BEBA COM MODERAÇÃO

 4

Prisões visitáveis
DAVID SCOTT HOLLOWAY/DIVULGAÇÃO/ARQUIVO

1
5 DICAS

Alcatraz, nos
Estados Unidos
Entre as antigas prisões visitáveis,
a mais famosa deve ser Alcatraz,
na Califórnia. Imortalizada no
cinema e por hospedar bad guys
como Al Capone, ela fica em uma
ilhota a 2,5km da costa de São
Francisco e funcionou até 1963. O
ingresso custa US$ 37,25 e inclui o
transporte a bordo de uma barca.
Vendas em alcatrazcruises.com.

PHILIPPE BERTHÉ/COMISSÃO DE MONUMENTOS NACIONAIS/DIVULGAÇÃO RYE-96/WIKIMEDIA COMMONS

3
Qasr, para
lá de Teerã
Um palacete real que
virou cadeia política. Essa
é a história do Museu da
Prisão Qasr, cujo prédio
foi erguido em 1790 em
Teerã e convertido em
casa de detenção pelo xá

2
Château d’If,
Concluído em 1529, o Château d’If foi uma
prisão por 400 anos, em uma ilha em
Marselha. Entre tantos detentos da vida real,
coube a um fictício dar fama ao castelo, o
Reza Pahlavi em 1929. E
2012, o espaço virou
museu, com visitas
guiadas por ex-detentos,
Conde de Monte Cristo, de Alexandre partidários da Revolução
na França Dumas. Ingressos: € 6. chateau-if.fr de 1979. qasr.ir

MÁRCIA FOLETTO/ARQUIVO LÉA CRISTINA/18-5-2017

5
A prisão do
‘Fim do Mundo’
Ushuaia, a cidade do “Fim do
Mundo”, nasceu a partir da
construção, em 1902, de uma
prisão que garantisse a sobe-
rania argentina na Terra do
Fogo. Fechada em 1947, hoje

4 Robben Island, ela sedia o Museu Marítimo e

do Presídio do Fim do Mundo,
na África do Sul que conta inclusive as histórias
dos presos, repre- sentados por
Ainda é possível ver a cela onde Nelson Mandela ficou bonecos em tamanho natural.
por 18 anos nessa isolada prisão nas proximidades da Ingressos a US$ 20.
Cidade do Cabo. 340 rands (R$ 81). robben-island.org.za museomaritimo.com.
 l
ZONA SUL l O GLOBO 27
Quinta-feira 14.9.2017

DIVULGAÇÃO/BERG SILVA
L’Ulivo.

DIVULGAÇÃO/JOSÉ RENATO ANTUNES

A seleção
inclui queijos,
embutidos,
berinjelas,
bruschetta,
suppli, feijão
com tomate
e pancetta
suína (R$ 76)

Julieta.
Berinjela, patê,
caponata,
queijo de
búfala e pães
compõem o
cardápio de
antepastos
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 Agora em
10
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

Ipanema

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Paz interior. A instrutora de ioga Elisa Gomes, a Lalita, ensina posição para a meditação durante o encontro

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Praça São Salvador, em Laran-
também em Laranjeiras.
A iniciativa, batizada de Yo-
mais alto! • 2 a 4 ANOS
DE GARANTIA* A instrutora de ioga Elisa Go-
jeiras. Lá, encontra dezenas de
moradores de rua no café da
ga de Rua e que existe há dois
anos, tem como missão difun-
mes, ou Lalita, como é conheci- manhã comunitário servido dir a prática entre aqueles que
• 40, 50 ou 60% de
www.somvital.com.br da no meio, há um ano, toda por voluntários. No local, ela não têm um lar. Lalita é uma
desconto no 2º aparelho
quarta-feira cumpre a mesma conversa, um a um, com po- das voluntárias do grupo, que
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meditar, toma o café da manhã ioga que oferece no mesmo dia ditação também às segundas-
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Quinta-feira 14 .9 .2017 l Economia l O GLOBO l 25

Conta inativa do FGTS foi usada Após três meses

em compras em 27% dos casos
Segundo pesquisa da FGV, parcela destinada ao consumo foi o triplo do previsto
MARCELLO CORRÊA
marcello.correa@oglobo.com.br
O percentual de brasileiros que usou o dinheiro do
FGTS para ir às compras é o triplo do que se previa
inicialmente. Segundo levantamento do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Var-
gas (Ibre/FGV), 27,8% das pessoas que sacaram
das contas inativas usaram os recursos para con-
sumo. O dado faz parte da Sondagem do Consu-
midor e foi repassado com exclusividade ao GLO-
BO. Em março, esta mesma pesquisa mostrou que
apenas 9,6% dos entrevistados diziam ter intenção
de usar os recursos para comprar bens.
A constatação reflete movimento já detectado em
indicadores da atividade econômica. No segundo
trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu
0,2%, impulsionado justamente pelo consumo das
famílias. O próprio IBGE, responsável pelo cálculo
do PIB, atribui aos recursos do FGTS parte desse
desempenho. Segundo a Caixa Econômica Federal,
25,9 milhões de brasileiros sacaram aproximada-
mente R$ 44 bilhões até o dia 31 de julho.
A pesquisa da FGV ouviu 2.047 entrevistados,
dos quais 22,5% disseram que alguém da família
teria sacado das contas inativas do FGTS. Apesar
do percentual destinado ao consumo ter sido
maior que o anteriormente estimado, a maior
parcela dos entrevistados ainda afirma ter usado
o dinheiro para pagar dívidas. Essa foi a preferên-
cia de 37,7%, ante 41,2% em março. Já a fatia dos
que dizem ter destinado o dinheiro para poupan-
ça ficou em 30%, contra 24% de março.
MAIS POBRES NÃO CONSEGUIRAM POUPAR
A maior surpresa veio da categoria “outros”, que en-
globa os indecisos. O estudo indica que quem não
sabia o que fazer com o dinheiro acabou mesmo in-
do às compras. Viviane Seda, coordenadora da
Sondagem do Consumidor do Ibre, explica que
parte da diferença entre o levantamento atual e o de
março ocorre porque a pergunta feita é um pouco
diferente. Mas os dados são comparáveis.
— Em março, perguntamos qual era o destino
prioritário para uso do FGTS. Quando a gente refez
de alta, setor de
serviços recua
Em julho, queda foi de 0,8%.
Para IBGE, segmento está em
recuperação lenta e gradual
Após três meses consecutivos de cres-
PARA ONDE FOI O DINHEIRO? cimento, o setor de serviços recuou
0,8% em julho, frente ao mês anterior,
ENTREVISTADOS USARIAM OS RECURSOS DAS CONTAS INATIVAS PARA: segundo a Pesquisa Mensal de Serviços
(PMS) divulgada ontem pelo IBGE. Es-
(Em %) QUITAR DÍVIDAS POUPANÇA CONSUMO OUTROS se foi o pior resultado para julho desde
que a série foi iniciada, em 2012. A últi-
ma vez em que o setor registrou perdas
MARÇO 41,2 24 9,6 13,3
foi em março, de 2,3%. Em junho, o vo-
lume de vendas havia tido uma alta de
JULHO 37,7 30 27,8 4,5
1,3%, e de 0,3% em maio.
Em relação ao mesmo mês do ano
passado, o setor também teve queda,
Divisão por renda da
sondagem de Julho de 3,2%, depois de recuar 3% em junho
e 1,9% em maio. Ao todo, o faturamento
Renda dos serviços acumula queda de 4% este
Até R$ 2.100 52,8 11,2 29,2 6,7 ano e de 4,6% em 12 meses.
Entre R$ 2.100 Em comparação com junho, o seg-
e R$ 4.800 42,2 21,4 32,5 3,9 mento de serviços prestados às famílias
foi o único a crescer, com alta de 0,9%.
Entre R$ 4.800 Os demais recuaram. A queda foi puxa-
e R$ 9.600 32,4 27,6 33,3 6,7
da principalmente pelo setor de outros
Acima de 23,4 50,4 21,3 5 serviços, que recuou 2,8%; serviços
R$ 9.600 profissionais, administrativos e com-
plementares, com -2%; transportes,
Fonte: Ibre/FGV Editoria de Arte
serviços auxiliares dos transportes e
correios, com -0,9%; e pela retração de
em julho, a gente perguntou qual é a proporção de pação é que, se esse descasamento (entre consu- 0,8% dos serviços de informação e co-
recursos que o entrevistado usou em cada um dos mo e investimento) perdurar daqui pra frente, municação.
itens. Na primeira, muitos dos que iam gastar prio- mesmo com algum retorno do mercado de traba- O resultado de julho mostra que o se-
ritariamente com poupança, por exemplo, também lho, a gente pode reacender a fogueira da inflação. tor de serviços ainda encontra dificul-
poderiam gastar com consumo — explica Viviane. É como andar com um carro sem passar a segun- dades para obter uma recuperação sus-
Ela avalia, no entanto, que o efeito da injeção de da marcha. Uma hora o motor queima. tentada, avalia o coordenador do IBGE,
recursos na economia, via consumo, só se susterá O levantamento da FGV também estimou o des- Roberto Saldanha.
se houver melhora do mercado de trabalho: tino dos recursos de acordo com a faixa de renda. — O setor de serviços vem num movi-
— À medida que o mercado de trabalho se re- A maior parcela dos que usaram o FGTS para con- mento lento e gradual de crescimento,
cuperar, melhora o consumo. Mas se demorar sumo está nos entrevistados com renda mensal num patamar parecido com o da econo-
muito tempo, não se sustenta. entre R$ 4.800 e R$ 9.600, na qual 33,3% afirmam mia em geral. Não vemos essa queda
O economista Fabio Bentes, da Confederação Na- ter gasto o dinheiro com compras. O percentual se (em julho) como uma reversão de ten-
cional do Comércio (CNC) tem visão semelhante. A mantém alto, contudo, em outras faixas de renda. dência, é um movimento pontual de
entidade estima que 25% dos recursos do FGTS fo- O peso da renda é mais evidente quando se queda. Para que o setor de serviços reaja
ram para o consumo. Melhor para as lojas. Mas ele analisa quem usou o dinheiro extra para pou- de maneira mais forte, será preciso uma
lembra que o investimento precisa voltar a crescer par. Só 11,2% dos mais pobres afirmam ter con- recuperação mais vigorosa da indústria,
para que a expansão do PIB seja sustentável: seguido guardar o recurso, enquanto metade que vem numa sequência de alta, mas
— Isso é bom para consumo, mas nossa preocu- (50,4%) dos mais ricos poupou. l ainda suave — disse Saldanha. l

DE VOLTA AO JOGO
MARINA BRANDÃO
marina.brandao@oglobo.com.br
Duelo de titãs: S8 x iPhone X rais, porém, há um consenso mais
bem delimitado entre os especialis-

S
e na corrida pela preferência
dos aficionados por tecnolo-
gia a Samsung estava à frente
da Apple desde abril, quando
a sul-coreana lançou seu modelo top
de linha S8, na terça-feira o jogo se
equilibrou com o anúncio do iPhone
X — a nova aposta premium da em-
presa fundada por Steve Jobs. Segun-
do analistas, a disputa é acirrada, com
vantagens pontuais de ambos os la-
dos em diferentes funcionalidades.
De maneira geral, porém, a Apple
apresenta melhor desempenho, apesar
de ter deixado a desejar no quesito ino-
vação, visto que diversas características
apontadas como novas pela empresa já
eram encontradas na concorrência. Pa-
ra Jackson Laskoski, diretor de tecnolo-
gia da ConexTI, a falta de surpresas le-
vanta dúvidas acerca do legado da em-
presa após a morte de Steve Jobs.
— Em muitos aspectos, o que a Ap-
ple fez na terça-feira foi elevar o iPho-
ne para o mesmo patamar da concor-
rência. Tirar o botão de início, ampliar
a tela, implementar o carregamento
sem fio… Nada disso é novo. O pró-
prio design dos celulares lembra mui-
to o da Samsung. E isso preocupa,
principalmente os que acompanha-
tas. Apesar de as especificações técni-
cas do modelo da Samsung serem su-
periores em diversos aspectos, como
Modelo da Samsung supera em configuração, mas lançamento da Apple ganha em performance resolução de tela, memória RAM e
núcleos de processamento, o fato de o
sistema operacional do iPhone ser
produzido pela própria Apple confere
ram a história de tradição de inovação mais unidade ao produto final.
da empresa — disse ele, destacando, po- Câmera Câmera — Menos importante do que a es-
CÂMERA
rém, o reconhecimento facial como uma dupla, TRASEIRA
dupla, pecificação técnica é a capacidade
das novidades da versão X. 12 MP 12 MP de integração do hardware com o
O reconhecimento dos rostos torna pos- software — explica Doria
sível não só o destravamento do telefone, Laskoski concorda:
CÂMERA
mas também a criação de emojis que re- 7 MP 8 MP — A relação do iPhone com o iOS é
DIANTEIRA
petem os mesmo movimentos faciais do muito suave, muito limpa, e o apare-
usuário. Apesar de a Samsung ter adotado lho acaba funcionando melhor, com
um tipo semelhante de tecnologia — que A11 Exynos melhor performance. A Samsung ain-
permite destravar o aparelho por meio do Bionic PROCESSADOR 8895 da luta com um sistema que não é de-
reconhecimento da íris —, o iPhone inau- la e, por isso, sai em desvantagem.
gura uma tendência de realidade aumen- A Samsung, porém, ganha no quesito
tada. Pelo menos, é o que defende o colu- iPhone X 6 NÚCLEOS 8 Galaxy S8 câmera. Para especialistas, as diferen-
nista do GLOBO Pedro Doria, lembrando ças são mínimas, mas as fotos do S8
que ela vai além dos emojis. têm melhor resolução, especialmente
— No quesito segurança, não há gran- em situações com pouca luz. Mas a no-
PREÇO DE PREÇO DE
des diferenças entre as tecnologias das LANÇAMENTO
3 GB MEMÓRIA RAM 4 GB LANÇAMENTO va tela do iPhone, de tecnologia Oled,
empresas, mas a quantidade de dados e promete mais qualidade na percepção
experiência que a Apple vai adquirir com das cores — apesar de se aproximar
o 3D é gigantesca. Bonequinhos que te co- 256 GB ou 128 GB ou muito da tela Super Amoled do S8.
64 GB ARMEZANAMENTO 64 GB
piam podem parecer bobos, mas mos- — São cores mais vivas, o que é
tram que a empresa caminha para um
US$ 999 (não aceita
INTERNO
(expansível
até
US$ 749 mais fácil de perceber em jogos. Mas
cartão de
mundo de realidade virtual, que é o futuro. memória) 256 GB) é uma diferença quase teórica — re-
Quando o assunto é configurações ge- sumiu Laskoski. l

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SILVIA AMORIM silvia.amorim@sp.oglobo.com.br
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Boa safra de
DIVULGAÇÃO
PELO MUNDO

peças com
entrada
franca

S
e você estiver andando pela
Avenida Paulista no fim de semana,
saiba que ali mesmo tem uma
oferta extensa de bons espetáculos
teatrais com entrada franca. O palco é o do
Teatro Sesi, dentro do prédio da Fiesp.
Tem drama, monólogo, comédia, musical
e vários outros gêneros à disposição. Um
dos destaques é a montagem de “A visita Em cena. Denise Fraga é a personagem título de
da velha senhora”, do suíço Friedrich “A visita da velha senhora”, em cartaz no Teatro Sesi
Dürrenmatt. A peça tem no elenco Denise
Fraga, Ary França, Tuca Andrada e um que as transportava para longe da guerra. bilheteria, que abre às 13h no sábado e às
grande elenco, que conta a história de uma Outra opção é “As conchambranças de 11h no domingo, também disponibiliza
milionária disposta a pagar uma fortuna Quaderma”, sobre um sertanejo astuto e alguns ingressos duplos no próprio dia.
para quem matar o homem que a sedutor que tenta sobreviver a custo de tirar Aproveite para chegar um pouco antes do
abandonou quando estava grávida. vantagem dos outros. À frente do elenco, espetáculo para apreciar o prédio,
Também de graça pode ser visto o Leonardo Brício e Debora Lamm. As projetado pelo ícone da arquitetura
espetáculo “O senhor das moscas”, que montagens ficam em cartaz até novembro. modernista Paulo Mendes da Rocha,
retrata o périplo de crianças inglesas de Para verificar as datas e horários, visite o site composto pela Galeria de Arte do Sesi-SP, o
um colégio interno, presas sozinhas em www.sesisp.org.br. Os ingressos também Teatro do Sesi-São Paulo e o Espaço
uma ilha deserta, depois da queda do avião podem ser reservados na internet. A Mezanino. Corre lá.

Design
Unindo Brasil
e Polônia
Um casarão tem servido
de opção para mostras
que fogem ao circuito
tradicional dos centros de
exposição da cidade. O
Museu da Casa Brasileira,
na Avenida Faria Lima
2.705, tem optado por
algumas exposições que
chamam a atenção de
um público disposto a
conhecer mais sobre
outras nacionalidades. Por
lá, até o dia 11 de outubro,
os frequentadores vão se
deparar com “Diálogo
Design: Polônia Brasil”,
uma série de eventos que
celebram a relação entre
DIVULGAÇÃO
Fachada. os dois países. Nos fins de
O Museu semana, a entrada é gratuita.
da Casa Nos demais dias, sai a R$ 10.
Brasileira Vale ainda deixar um tempo
para almoçar ali mesmo, no
restaurante que tem mesas
num amplo jardim da casa.
Gastronomia
Pizza ganha vários centímetros
DIVULGAÇÃO
Uma pizzaria está
propondo revolucionar o
jeito de se comer a
tradicional redonda em São
Paulo. São as pizzas
estufadas, populares nos
Estados Unidos e que
começam a ganhar adeptos
no Brasil. A massa tem
formato de torta, borda
fininha, alta e crocante e
cobertura que alcança A estufada. Pizza ganha
facilmente os cinco adeptos na capital
centímetros de altura. A
novidade é inspirada numa (Rua José Jannarelli 437,
experiência que existe em no Morumbi). Os sabores
Chicago há mais de 30 vão da tradicional
anos. A versão brasileira da margherita a opções com
pizza-torta é encontrada na cogumelos, javali ou
Casa da Pizza Estufada pepperoni.
B
l

DIVULGAÇÃO/GRACIETTE GRACE
2 O GLOBO l BARRA
Quinta-feira 14.9.2017

l a , a !
a
F ar r
B Água na Boca
Você pode tropeçar com a pimenta-rosa andando pela rua. Ou
degustá-la de diferentes formas, nas mesas da região — Pág. 10
Fala, Barra! As cartas encaminhadas aos Jornais de Bairro (Rua Marquês de Capa. A minicentral de monitoramento por câmeras
Pombal 25, 3º andar - CEP 20.230-240 e falabarra@oglobo.com.br) devem ser LEIA MAIS NOTÍCIAS instalada no 31º Batalhão (Recreio) por iniciativa da
assinadas e, assim como os e-mails, conter nome completo, endereço e telefone do Associação Comunitária Bairro Seguro (ACBS).
remetente. Quando o texto não for suficientemente conciso, serão publicados os DA BARRA FOTO DE ANTÔNIO SCORZA
trechos mais relevantes. oglobo.com.br/rio/bairros

OGLOBO BARRA DA TIJUCA, JACAREPAGUÁ, RECREIO, SÃO CONRADO, VARGEM GRANDE E VARGEM PEQUENA
Editor responsável: Milton Calmon Filho (miltonc@oglobo.com.br). Edição impressa: Lilian Fernandes (lilian@oglobo.com.br). Edição on-line: Ana Beatriz Marin (ana.marin@oglobo.com.br). Diagramadora: Jacqueline Donola. Telefo-
nes: Redação: 2534-5000, r. 5688. Publicidade: 2534-4355. Faturamento: 2534-5484. Crédito: 2534-5860. Jornais de Bairro na internet: oglobo.com.br/rio/bairros. Endereço: Rua Marquês de Pombal 25, 3º andar - CEP 20.230-
240 E-mail: falabarra@oglobo.com.br.
32 l O GLOBO Quinta-feira 14 .9 .2017

Esportes
TÊNIS
| Pit Stop | MICHAEL NOBLE/AP/30-8-2017

QUEM SÃO

Brasil
_ THIAGO MONTEIRO. Atual
116º do ranking, tem 23 anos
CELSO ITIBERÊ
celso.itibere@oglobo.com.br e soma duas vitórias e uma
_ derrota na Copa Davis.

Negócio em que todos ganham GUILHERME CLEZAR. Aos

Tudo indica que anúncios oficiais em cascata, 24 anos, é 244º do mundo e
importantes para a Fórmula-1, serão feitos neste perdeu o único jogo de simples
fim de semana em Cingapura. Primeiro, que a até hoje no torneio.
McLaren terá o motor Renault no ano que vem.
Segundo, que a Honda passará a fornecer seus Japão
V6 para os Toros. Terceiro, que o espanhol
Carlos Sainz assinou com a montadora francesa YUICHI SUGITA. Tem 28 anos,
e será o substituto de Jolyon Palmer. A é o 42º do ranking e soma 5
expectativa é que a novela que tomou conta dos vitórias contra quatro derrotas
na competição.
bastidores nos últimos meses tenha seu último
capítulo em Marina Bay.

E
GO SOEDA. Aos 33 anos, está
sse movimento daria tons mais precisos para em 139º no ranking da ATP.
o cenário de 2018. A Ferrari já confirmou Vet- No currículo, tem 23 vitórias
tel-Raikkonen. A Mercedes manterá Hamil- e dez derrotas.
ton e renovou por mais um ano com Bottas. Os Reds Favorito. O anfitrião Yuichi Sugita é o principal nome do confronto entre Brasil e Japão na Davis, que começa hoje
seguraram Ricciardo-Verstappen. A McLaren, com

Desafio
o novo motor, ficará com Alonso-Vandoorne. A Re- confronto de hoje, foram três

EMBALADO
nault passará a ter Hulkenberg-Sainz. A Haas reno- triunfos em dez partidas.
vou com Grosjean e Magnussen. Alguns times, po- Um ano mais velho, o gaúcho
rém, ainda fazem ajustes. Guilherme Clezar alcançou o
As mudanças a serem anunciadas, que aparente- melhor ranking em 2015
mente se resumem apenas a uma troca de motor, fo- (153º). Atualmente, é o 244º e, a
ram muito negociadas. A Renault há longo tempo es- rigor, só jogou Challengers este
tava interessada em Carlos Sainz, que usa seus moto- ano. No Brasil Open, em São
res nos Toros e trazia sempre boas informações técni- Paulo (fevereiro), perdeu, para
cas. Na negociação para a troca, seu argumento era de o argentino Guido Pella, o úni-
que poderia ser um “win-win business”, um negócio co jogo de ATP que disputou.
em que todos sairiam ganhando. Como?
1 — A Renault passaria a ter um cliente mais forte,
com mais capacidade técnica, receberia um piloto de
Em Osaka, Brasil inicia hoje repescagem da Davis contra o FORÇA NAS DUPLAS
grande futuro. A dupla Hulk-Sainz tem condições de
levá-la ao patamar dos Reds na briga pelo Mundial.
Japão. Principal nome dos anfitriões vive auge na carreira Se, nas simples, os anfitriões
carregam o favoritismo, nas du-
plas o cenário é inverso. Os mi-
2 — A McLaren ganharia competitividade e pode- neiros Marcelo Melo (3º) e Bru-
ria cumprir seu objetivo maior, o de segurar Don GUSTAVO LOIO da carreira, Rogério Dutra Sil- carreira. No início de 2017, era no Soares (12º) vão enfrentar,
Fernando das Astúrias. gustavo.loio@oglobo.com.br va (74º) foi preterido na pri- o 112º do mundo, e, após jogar amanhã, Ben Mclachlan (138º)
3 — Os Toros fariam gigantesca economia, porque re- meira convocação (por não ser uma sequência de Challengers e Yasutaka Uchiyama (461º).
ceberiam um Honda praticamente de graça e ainda te- Num duelo entre duas equipes especialista em quadra rápi- (torneios de menor expres- Recordista de convocações
riam ajuda financeira da montadora japonesa para de- desfalcadas, o Brasil inicia ho- da). Chamado, em cima da ho- são), embalou. (44), de vitórias nas simples
senvolver o carro. E contam com um reserva bom e ba- je, contra o Japão, em Osaka, ra, após a desistência de Tho- Em junho, conquistou na (46) e nas duplas (28) da histó-
rato para o lugar de Sainz: o campeão da GP2 no ano mais uma repescagem do Gru- maz, optou por priorizar o res- grama de Antalya, na Turquia, ria do Brasil na Davis, Thomaz
passado, Pierre Gasly. po Mundial (Primeira Divisão) tante do calendário. o único título da carreira. Des- Koch está com a delegação em
4 — A Honda, num ti- da Copa Davis. O primeiro du- Já os donos da casa não terão de janeiro, o japonês soma 13 Osaka. E demonstra otimismo:
me menos famoso e ANOTE elo de simples acontece às 23h três dos seus quatro principais, vitórias (em 23 jogos) em tor- — Posso garantir que a confi-
longe do chororô de GP de Cingapura (de Brasília, com transmissão todos lesionados. São eles: Kei neios da ATP, uma a mais que ança está em alta. A quadra e
Alonso, teria mais tran- do Sportv 3). Nishikori (14º), Yoshihito Nishi- têm, somadas, as duas apostas as bolas estão lentas, e a previ-
quilidade para desen- O Brasil, comandado por Jo- oka (123º) e Taro Daniel (129º). brasileiras nas simples. são é de pontos e jogos longos,
volver o motor e torná- AMANHÃ ão Zwetsch, não terá seus dois Ainda assim, o número 1 ja- Aos 23 anos, o cearense Thia- podendo ser decidido na parte
lo forte e confiável até o 5h30 - treino livre – Sportv principais nomes nas simples. ponês no confronto, Yuichi Su- go Monteiro (116º) alcançou, física — disse o ex-número 24
fim de 2018. 9h30 - treino livre – Sportv Thomaz Bellucci, segundo do gita, 42º, parece ser um perigo em fevereiro, o melhor ranking do mundo, empolgado por vol-
5 — Os Reds, donos país e 76º do mundo, está fora real e imediato. Aos 28 anos, o da carreira: 74º. Agora, soma 12 tar a viver o clima da Davis. —
dos Toros, acompanha- SÁBADO por lesão no tendão. Número 1 anfitrião atravessa a melhor fa- vitórias em 33 jogos este ano. Estou muito feliz por ter sido
riam a evolução do V6 7h - treino livre – Sportv do país e vivendo o melhor ano se e tem o mais alto ranking da Em quadras rápidas, como a do tão bem recebido. l
japonês e, caso ele se 10h - classificação – Sportv
torne competitivo, po-

BASQUETE
deriam adotá-lo em DOMINGO
seus carros em 2019. 9h - corrida – Rede Globo
6 — Sainz tornaria re-
alidade o sonho de pi-

Reforçado, Fla pensa na Liga Sul-Americana

lotar para uma equipe de fábrica.
A Force India é que sairá perdendo, porque terá dois
pilotos desiludidos. O mexicano Sergio Perez, que ne-
gociava com a Renault, ficou sem opção e só lhe resta
renovar contrato. E o francês Esteban Ocon, que fazia
acertos com a montadora francesa para se transferir
em 2018, vê seu futuro ameaçado. Nessa história, o pa- Time joga torneio nhece José Neto, que inicia sua
sexta temporada no Flamengo.
principais contratações foram
dos armadores Arthur Pecos,
pel mais difícil é o de Pascal Wehrlein. Ele vai perder a preparativo para a — Ainda esta- melhor sexto homem do últi-
vaga na Sauber para Charles Leclerc e seria o substituto
de Perez no carro cor de rosa. Ficou a pé. competição a partir de mos criando
essa equipe.
mo NBB, e David Cubillan, da
seleção venezuelana, e o ala-
_ amanhã, no Peru O foco está pivô americano MJ Rhett. O ti-
voltado para a Sul-Americana, me perdeu o armador Ricardo
Os touros também sonham EDUARDO ZOBARAN e essa viagem para o Peru vai Fischer, que se transferiu para
Cingapura está em festa. Seu GP festeja o décimo ani- eduardo.zobaran@oglobo.com.br nos fazer vivenciar uma com- o basquete espanhol. O NBB
versário, e a trajetória de imenso sucesso lhe valeu o petição internacional com começa em novembro.
apelido de Mônaco do Oriente. Faz sentido. Nos basti- Depois de ter a melhor campa- equipes de nível. — Não sei se o time é mais
nha da temporada regular do No Torneio Internacional de forte do que no ano passa-
DIVULGAÇÃO/FLAMENGO

dores, o número de negócios só é menor que o da cor-

rida de Montecarlo. A pista, numa área movimentada NBB, o Flamengo sofreu um Lima, o Flamengo vai enfren- do, mas é mais físico e
da cidade, apesar de enfeitada pela noite, é ondulada, baque nas quartas de final, tar a partir de amanhã o Bahía mais defensivo —
estreita, ladeada por muros e extremamente desafia- quando foi derrotado pelo Pi- Basket, da Argentina, Hebraica explicou o técnico.
dora. As ultrapassagens são difíceis e a temperatura nheiros e perdeu a chance de Macabi, do Uruguai, e Regatas Neto elogiou o ti-
nos cockpits, acima dos 40 graus, desafia a resistência e seguir na luta pelo quinto título Lima, do Peru. Com os amisto- me armado pelo
a concentração dos pilotos. brasileiro seguido. Para recupe- sos, o objetivo é chegar entro- Vasco, apontado co-
Dá para dizer, sem medo de errar, que o circuito de rar o terreno perdido, o rubro- sado e preparado para a dispu- mo um dos favoritos do NBB,
Marina Bay é o antípoda do Autódromo Nazionale de negro vive uma pré-temporada ta do Grupo A da Sul-America- que terá também o Botafogo.
Monza. A potência do motor conta menos que o diferente, mas já traça objetivos na, de 3 a 5 de outubro, em Em agosto, os times anuncia-
equilíbrio entre a cavalaria e o chassi. A atenção dos altos para a próxima edição da Chocó, na Colômbia. Os uru- ram que não jogariam o Esta-
engenheiros está concentrada em fluência e dirigibi- competição nacional. guaio do Hebraica Macabi dual por falta de quadras dis-
lidade. É fundamental acertar na dose da carga aero- — Todo ano é diferente. A também serão adversários na poníveis para clássicos:
dinâmica e conseguir boa tração nas curvas lentas. equipe foi mudando, nunca fi- competição, assim como o Ci- Nova cara. —O Vasco montou uma equi-
Os carros ficam perto do limite de duas horas para cou igual. O sabor sempre é di- marrones de Chocó e o argen- Arthur Pecos pe para disputar o título nacio-
completar as 61 voltas. Como o asfalto é muito irregular ferente, mas, dessa vez, é um tino San Martín de Corrientes. é um dos nal, e o Botafogo está se refor-
e o traçado tem 23 curvas, a volta em Cingapura é a se- pouco mais amargo — reco- Para a temporada, as três reforços çando para disputa da liga. l
gunda mais lenta da temporada, só atrás de Mônaco.
Teoricamente, os Ferrari são favoritos, e a Merce-
des jogará tudo na briga com a dupla Vettel-Raikko- Surfe
nen. Há, porém, um terceiro time forte nessa pista
do tipo “stop/start”: os Reds, que apostam na efici-
ência de seu chassi. Daniel Ricciardo está otimista: Medina é eliminado em Trestles
“Se não sofrermos penalidades por problemas téc-
nicos, o GP de Cingapura é nossa única possibilida- Um dos candidatos ao título entanto, nem teve tempo de
de de vitória nesta temporada. do CT de Trestles, na aproveitar a vitória. Na
O retrospecto dá razão ao australiano. Ele largou e
chegou em segundo tanto em 2015 como em 2016 e,
160 Califórnia, oitava etapa do
circuito mundial, Gabriel
abertura da quarta fase, ele
acabou derrotado por Adriano 160
no ano passado, fez a volta mais rápida, 1m47s187, GUANABARA (SHOPPING GUANABARA BARRA) Medina deu adeus ao evento de Souza, que já está nas PARK SHOPPING CAMPO GRANDE

recorde do circuito. l
Av. das Américas, 3.501
IRAJÁ Av. Monsenhor Félix, 1.154 e 1.160
ontem, ao ser eliminado, em quartas de final do evento. Estrada do Monteiro, 1.200
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Quinta-feira 14 .9 .2017 l País l O GLOBO l 7

CRISE SEM TRÉGUA

_
Notícias
CNC|Sesc|Senac
PF diz que PGR sabia da atuação
de Miller para negociar delação Benefícios da arbitragem empresarial
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC) realiza nesta quinta-feira o I Seminário de
Mediação e Arbitragem Empresarial, no Rio de Janeiro. O

Ministério Público nega e sustenta que houve confusão com leniência encontro reúne especialistas e autoridades para ampliar o
entendimento sobre como a mediação e a arbitragem podem
auxiliar nas questões de cunho empresarial, contribuindo
para a solução de conflitos de forma customizada, célere,
FABIO GUIMARÃES/8-9-2017
JAILTON DE CARVALHO confidencial e menos onerosa.
jailtonc@oglobo.com.br
Vitrine de talentos
-BRASÍLIA-Relatório da Polícia
Federal afirma que integrantes Depois de vencer

do grupo de trabalho da Ope-
ração Lava-Jato em Brasília sa-
biam que o ex-procurador
Marcelo Miller estava atuando
nas tratativas relacionadas aos
acordos de delação premiadas
dos executivos do grupo J&F,
entre eles Joesley e Wesley Ba-
tista, pelo menos desde 6 de
abril, um dia depois dele dei-
xar o Ministério Público Fede-
ral para atuar como advogado.
Desde o primeiro momento,
a PGR disse que Miller não
atuou na delação, e que ape-
nas apareceu no dia 11 de abril
em uma negociação sobre o
acordo de leniência. Miller
também nega ter participado
da delação. No relatório apre-
sentado pela polícia, os atos ci-
tados dizem respeito ao acor-
do de leniência.
No relatório, a Polícia Fede-
ral informa que Miller passou a
colaborar com os investigados
antes mesmo de deixar o Mi-
nistério Público Federal. O ex-
procurador teria dado orienta-
ções aos delatores sobre como
proceder diante de Sérgio Bru-
no. Logo depois de sair do Mi-
nistério Público, Miller teria
entrado num grupo no What-
sapp formado pelos irmãos
Batista, por Franciso de Assis,
Fernanda Tórtima e Ricardo
Saud, diretor de Assuntos Ins-
titucionais da J & F.
ORIENTAÇÕES PARA DELATAR
Com base nestas e em outras
informações sobre Miller, os
quatro delegados autores do
relatório põem em xeque o
acordo de delação dos executi-
vos da JBS. “Assinala-se que to-
das essas orientações, ora na
qualidade de procurador da
República, ora já como advo-
gado, determinaram o resulta-
do da delação visto afirmação
do próprio advogado dos ir-
mãos Batista de que em 07.04
houve um pré-acordo com a
aceitação pela PGR das condi-
ções impostas por esses inves-
tigados, em especial, a imuni-
dade”. Apesar de no relatório a
PF dizer que a participação de
Miller impactou toda a dela-
ção, os procuradores dizem
que a PF não tem qualquer
prova a respeito.
No relatório sobre os pedi-
dos de prisão dos irmãos Batis-
ta na Operação Tendão de
Aquiles, a polícia diz que uma
troca de mensagens entre os
Divulgação/Sesc
o Prêmio Sesc de
Literatura 2016 com
o romance Céus e
Terra, o jornalista
baiano Franklin de
Carvalho vê seu livro
como finalista do
Prêmio São Paulo
de Literatura, na
categoria estreante
com mais de 40 anos.
Outros dois escritores
revelados pelo
Prêmio Sesc também
concorrem como
finalistas, na categoria
estreante com menos
de 40 anos. Alexandre
Marques Rodrigues e
Mauricio de Almeida Capa do livro de Franklin de Carvalho
venceram o concurso na categoria Conto e agora estreiam
no mercado literário com os romances Entropia (Record) e
A Instrução da Noite (Rocco), respectivamente. Desde 2003,
o Prêmio Sesc de Literatura revela novos talentos da literatura
Sob suspeita. Ex-procurador Marcello Miller presta depoimento no MPF sobre ligação com executivos do grupo J&F nacional, dando oportunidade aos autores de ingressar no
mercado editorial. A premiação é a publicação e distribuição
advogados Francisco de Assis confusão entre leniência e dela- Marcelo Miller anunciou no do livro pela Editora Record, parceira do Sesc no projeto. Em
e Fernanda Tortima, responsá- ção premiada. Isto teria ocorri- fim de fevereiro que deixaria o janeiro de 2018 estarão abertas as inscrições para mais uma
veis pela defesa dos dois dela- do porque, na avaliação desses Ministério Público para traba- edição. Interessados podem acompanhar pelo site www.sesc.
tores, seria o indício de que au- investigadores, mais uma vez, a lhar na iniciativa privada. A com.br/premiosesc.
xiliares do procurador-geral PF teria ficado de fora do acor- portaria formalizando a exo-
Rodrigo Janot sabiam das su- do de delação premiada. neração é de 4 de março, as, Integração escola e comunidade
postas manobras de Miller nas por problemas burocráticos, só
negociações do acordo de de- PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES foi publicada no Diário Oficial Para comemorar o aniversário de Jacarepaguá, bairro do Rio
lação premiada. Confrontado com os trechos de 5 de abril. Pouco antes da de Janeiro onde está localizada, a Escola Sesc de Ensino Médio
“Tais mensagens revelam do relatório, investigadores ar- confirmação da exoneração, promove a 9ª edição do Aldeya Yacarepaguá. De 28 a 30 de
que membros da Procurado- gumentam que os advogados ele teria até pressionado pela setembro, o campus receberá espetáculos, shows, encontros,
ria-Geral da República tinham fazem referências exclusiva- publicação da portaria com o oficinas e até uma feira cultural com expositores do bairro. O
ciência de que Marcelo mente ao acordo de le- argumento de que viajaria pa- projeto reforça a integração da Escola com a comunidade do
Miller estava atuando niência, negociado ra os Estados Unidos. Numa entorno, por meio da articulação com agentes culturais locais
de forma indireta nas com a Procuradoria da conversa com um colega, che-
e de uma programação produzida exclusivamente por artistas
negociações da cola- República no Distrito gou a dizer que, durante a via-
boração premiada no Federal, e não com a gem, seria informado sobre o de Jacarepaguá. Entre as atrações estão o grupo Caipirando,
dia seguinte à sua saí- Procuradoria-Geral da nome do primeiro cliente que orquestra carioca de violas caipiras que proporciona uma
da efetiva do órgão”, diz CRONOLOGIA: O República. Pela lei, o defenderia. Até então, sabia-se viagem ao interior do Brasil por meio da sonoridade única de
documento de 82 pági- acordo de delação teve que ele iria trabalhar no Tren- suas violas e seus violeiros; um sarau com o Movimento Poesia
nas assinado pelos de- EX-PROCURADOR que ser negociado di- ch, Rossi e Watanabe, escritó- de Esquina, da Cidade de Deus; e o espetáculo Deslocamento
legados Victor Hugo E A DELAÇÃO retamente com a equi- rio que, logo depois, ficaria Social, com a Laso Cia. de Dança.
Rodrigues Alves Fer- Passo a passo pe de Janot, uma vez responsável por negociar a le-
reira, Edson Garutti, das suspeitas que entre os delatados niência da JBS. Inovação e tecnologia na educação
Melissa Maximino contra Miller estavam pessoas com Investigadores explicam
Pastor e Karina Mu- glo.bo/2vUtkkc foro privilegiado, entre ainda que Marcelo Miller ten- A inovação nas práticas educacionais como vetor para o
rakami Souza. eles o presidente Mi- tou, por duas vezes, participar começo de uma nova era na educação brasileira ganha amplo
Na troca de mensagens pelo chel Temer. O acordo de leni- de uma reunião com Sérgio espaço de discussão dentro do Congresso Internacional de
Whatsapp, Francisco de Assis e ência, por lei, é atribuição da Bruno e outros integrantes do Tecnologia na Educação, que chega à 15ª edição sob o tema
Fernanda Tórtima falam sobre primeira instância. grupo de trabalho na Procu- Educação e Tecnologia em Tempos de Mudança. O objetivo
uma viagem que Miller faria aos — Não quero crer que as con- radoria-Geral, mas não obte- é discutir não só a era digital, mas sobretudo ferramentas e
Estados Unidos no dia seguinte clusões desse relatório tenham ve sucesso. Na primeira reu- práticas inovadoras que possam trazer benefícios para os
à conversa, provavelmente 5 de algo a ver com as pretensões re- nião, em 11 de abril, Sergio sistemas de ensino brasileiro.
abril, logo depois de deixar o lativas à competência da Polícia Bruno pediu ao ex-procura-
Promovido pelo Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, em
Ministério Público, para tratar Federal para celebrar acordo de dor se retirar da sala porque o
do acordo de leniência da JBS delação — disse Janot, ao ser in- local seria reservado a discus- Pernambuco, o evento será realizado entre os dias 20 e 22 de
com o Departamento de Justiça formado sobre o conteúdo do são sobre acordo de colabora- setembro, no Centro de Convenções, em Olinda, reunindo
(DOJ) americano. relatório em que delegados fa- ção. Miller não poderia parti- nomes de peso do Brasil e do mundo no segmento. A
Para investigadores do grupo zem insinuações a dois investi- cipar porque já tinha trabalho programação variada é composta de mais de 20 palestras e dez
de trabalho, os delegados da gadores do grupo de trabalho no grupo de trabalho da Ope- oficinas, pelas quais devem passar mais de três mil congressistas
Polícia Federal fizeram uma da Lava-Jato. ração Lava-Jato. l de todo o País.
Em paralelo às palestras e oficinas, durante os três dias
de evento, os congressistas também podem participar do

E-mails e bilhetes aéreos revelam ação pela JBS Espaço do Conhecimento, que busca socializar resultados de
pesquisas científicas e produção de material didático com foco
em soluções inovadoras de ensino. Outra atividade extra no
evento é o Salão de Empreendedorismo, onde serão exibidos
e comercializados produtos e serviços associados à educação
No dia da exoneração gem para a viagem de ida e vol-
ta do ex-procurador aos EUA.
que tem que conversar o voo
todo. Pode ser próximo. Corre-
Os e-mails entregues pelo
escritório dentro deste proce- e tecnologia, como livros, artesanato, equipamentos de TI,
do MPF, Miller Esther e Miller viajaram jun- dor e do outro lado do corre- dimento revelam que ele já sistemas de gestão e cursos de capacitação.

viajou para os EUA a tos. Os dois deixaram o Brasil no dor", escreveu ela, no dia 30 de atuava como se fizesse parte
Divulgação/Senac

dia 5 de abril e retornaram de março, para a secretária. do escritório antes de deixar a

serviço da empresa
-BRASÍLIA- No dia em que sua exo-
neração do Ministério Público
Federal (MPF) foi publicada, 5
de abril, o ex-procurador Mar-
cello Miller viajou aos Estados
Unidos para fazer uma apresen-
tação relativa à JBS de classe
executiva, com passagem de va-
lor superior ao seu salário ante-
rior. O bilhete foi pago pelo es-
critório de advocacia que o con-
tratou. E-mails entregues pelo
escritório Trench, Rossi e Wata-
nabe à Procuradoria-Geral da
República (PGR) mostram,
além das passagens, Miller tra-
tando da apresentação que se-
ria feita a órgãos de controle
norte-americanos.
Um e-mail trocado por Es-
ther Flesch, ex-sócia do escri-
tório e responsável por contra-
tar Miller, com uma secretária
revela o pagamento da passa-
Washington no dia 7, de classe
executiva, pela United Airlines.
A secretária fez uma cotação de
preços no dia 30 de março e re-
passou à advogada, que optou
pelo voo direto, com o custo de
US$ 11,7 mil, o equivalente a R$
36,2 mil na data da viagem.
O salário de Miller como
procurador era de R$ 34,9 mil
bruto, já incluídos os benefíci-
os de auxílio-moradia, alimen-
tação e pré-escolar. Desconta-
dos imposto de renda e contri-
buição previdenciária, ele re-
cebia R$ 25,5 mil líquido.
Flesch autorizou a compra
da passagem, mas pediu que
eles não fossem colocados em
assentos juntos por não gostar
de “viajar muito colado nos co-
legas de trabalho".
“Sim, pode comprar. Não
gosto de viajar muito colado
nos colegas de trabalho. Inibe,
a pessoa fica sem jeito e acha
OUTRAS PASSAGENS E E-MAILS
A passagem para os Estados
Unidos não foi a única bancada
pelo escritório antes de Miller
fazer parte oficialmente da
equipe. O primeiro registro nos
documentos entregues pela
banca é de uma viagem realiza-
da no dia 13 de fevereiro, quan-
do ele nem sequer havia pedido
exoneração da Procuradoria.
Há registros ainda de outras
passagens de ida e volta entre
Rio e São Paulo pagas no mês
de março, quando Miller ainda
era procurador, apesar de já ter
pedido para sair.
A atuação do ex-procurador
para a JBS durante o período
em que ainda era procurador é
um dos motivos que levaram o
procurador-geral da Repúbli-
ca, Rodrigo Janot, a abrir o pro-
cedimento para rever a dela-
ção de executivos da empresa.
função no MPF.
Há, nos documentos, uma
série de e-mails trocados entre
Miller, Esther e Camila Stei-
nhoff, outra advogada da ban-
ca. Vários deles referem-se jus-
tamente à apresentação que
seria feita nos Estados Unidos.
No dia 1º de abril, Miller man-
da para as advogadas um esbo-
ço da apresentação. Horas de-
pois, Flesch responde com alte-
rações. No dia seguinte, ele res-
ponde com “ajustes e correções
Congresso em Pernambuco debate cenário de mudanças nos sistemas de ensino
bobinhos", nas palavras dele.
Também há registros de tro-
cas de informações entre Esther Acesse nosso conteúdo em:
e Miller sobre o plano de traba- www.cncnoticia.com.br
lho para a leniência da JBS com
o MPF e a cópia do contrato.
Miller, inclusive, alerta, no dia
16 de março, a advogada que a
JBS já tinha iniciado conversas
com a JBS sobre colaboração,
www.cnc.org.br www.sesc.com.br www.senac.br
informação que o escritório não
detinha. (Eduardo Bresciani) l
 BARRA l O GLOBO 11
l
Quinta-feira 14.9.2017

DIVULGAÇÃO/EDUARDO NEVES DIVULGAÇÃO/GRACIETTE GRACE

Aquecido.
No restaurante ONDE COMER
Lokau, o caldo
de legumes ALPENDRE
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Quinta-feira 14 .9 .2017 l Mundo l O GLOBO l 27

Irma dificulta ainda mais a Flórida investiga

recuperação econômica de Cuba
Danos a colheitas e infraestrutura e embargo dos EUA entravam reconstrução
-HAVANA- A economia de Cuba se depara agora com
outro entrave: os danos causados pela passagem
do furacão Irma. O país já enfrentava uma série
de empecilhos, como cortes de ajuda da Venezu-
ela, queda nas exportações e paralisação das re-
formas do governo. Além de deixar dez mortos, o
fenômeno natural mais forte a atingir o país em
mais de 80 anos acertou em cheio a infraestrutura
cubana, causando um colapso no sistema elétri-
co e causando prejuízos a plantações e instala-
ções turísticas no Norte do país. O custo da re-
construção e também das perdas de receita com
turismo e agricultura — setores que ajudam a
compensar parte da fraqueza econômica — se
soma aos obstáculos, enquanto a ilha se esforça
para pagar credores e fornecedores estrangeiros.
Cuba ainda enfrenta o embargo comercial
americano, renovado pelo presidente Donald
Trump horas antes do furacão. Com isso, o gover-
no terá de se virar para adquirir material de cons-
trução para o trabalho que será necessário, já que
o país permanece impedido de comprar de mul-
tinacionais que tenham negócios com os EUA.
AGRICULTURA PESA NOS COFRES PÚBLICOS
Além disso, Cuba não pode se unir ao Fundo
Monetário Internacional, nem ao Banco Mun-
dial e outras instituições regionais que conce-
dem empréstimos de infraestrutura.
— A probabilidade de a economia continuar
em recessão agora é muito maior — afirmou o
economista Pavel Vidal, ex-funcionário do Ban-
co Central cubano e hoje professor da Universi-
dade Javeriana de Cali, na Colômbia. — Com o
impacto nas instalações em lugares-chave e na
infraestrutura, o turismo perderá dinamismo.
A recente expansão do setor, com alta de 23% na
chegada de turistas estrangeiros no primeiro se-
mestre, ajudou a alavancar a economia. Dados ofi-
ciais indicam expansão de 1,1% do PIB (conjunto
de bens e serviços produzidos no país) no mesmo
período, após recessão em 2016. No entanto, o pa-
norama para a segunda metade de 2017 ficou mais
sombrio. O presidente Raúl Castro prometeu esta
semana que a infraestrutura turística vai ser recupe-
Futuro incerto. Moradores conversam em Isabela de Sagua, após o Irma; analistas apontam para volta à recessão
rada antes do começo da alta temporada no fim do
ano. Mas, após o Irma, os principais destinos turísti-
cos do Norte cubano — zona paradisíaca onde fi-
cam hotéis de quatro e cinco estrelas — ficaram
cheios de árvores e postes elétricos caídos, animais
mortos e imóveis destruídos. O furacão também
destruiu parte do aeroporto local, que recebe mais
de 485 mil passageiros ao ano.
Já os prejuízos do setor agrícola pesarão nos
bolsos do governo e reduzirão o fornecimento
de alimentos no curto prazo. Segundo a Azcuba,
estatal responsável pela produção de açúcar,
300 mil hectares de plantação de cana foram
afetados e 40% das fazendas, danificadas.
Mesmo com a antecipação de colheitas antes
do Irma, outras culturas, como banana e arroz,
AP/11-9-2017
foram prejudicadas, indicou Laura Melo, repre-
sentante do Programa Mundial de Alimentos
das Nações Unidas no país.
— Algumas destas áreas estavam já seriamen-
te afetadas pela seca — aponta.
O país precisará ainda reconstruir milhares de
casas, estradas, pontes, prédios públicos e as redes
elétrica e telefônica. O diretor técnico da União
Elétrica de Cuba, Lázaro Guerra, afirmou que a
maioria das usinas termelétricas no Norte viram
seus sistemas completamente interrompidos. A
recuperação seria “complexa e gradual”, indicou.
— Se este ano estimava-se um déficit orça-
mentário ao redor de 12%, isso sem dúvida terá
aumentado com essas perdas enormes — indi-
cou o economista cubano Omar Everleny. l
mortes em asilo
após furacão
Calor pode ter matado 8 idosos;
brasileiros ilhados no Caribe
chegam ao Brasil com a FAB
RENATA MARIZ
renata.mariz@bsb.oglobo.com.br
-BRASÍLIA E MIAMI- Autoridades de Hollywood,
na Flórida, informaram ontem que ao me-
nos oito moradores de um lar de idosos,
que ficou vários dias sem luz em decor-
rência do furacão Irma, morreram. O che-
fe de polícia Tomas Sanchez indicou que a
causa das mortes ainda está sendo investi-
gada, mas há suspeita de que o motivo se-
ria o calor causado pela falta de energia no
Centro de Reabilitação da cidade, que afe-
tou o sistema de refrigeração.
Cerca de 115 pacientes foram retira-
dos da instituição. O governador da
Flórida, Rick Scott, responsabilizou a
instituição pela segurança dos pacien-
tes e disse que agências do governo re-
gional também abriram investigações.
Em Los Angeles, várias celebridades
americanas participaram na terça-feira
da campanha televisionada “Hand in
Hand” (“De mão em mão”), que arreca-
dou mais de US$ 44 milhões às vítimas
dos furacões Irma e Harvey. Entre elas,
estavam Julia Roberts, Leonardo DiCa-
prio e Beyoncé.
ESTRANGEIROS TAMBÉM FORAM TRAZIDOS
Quatorze pessoas resgatadas no Caribe
após a passagem do furacão Irma, sendo
oito brasileiros, desembarcaram por vol-
ta de 1h35m de ontem na Base Aérea de
Brasília. Elas vieram a bordo de uma ae-
ronave da Força Aérea Brasileira (FAB)
que decolou da ilha de St. Martin. Além
dos brasileiros, vieram um americano,
dois venezuelanos e três holandesas.
Em nota no domingo, o Itamaraty in-
formou que 60 brasileiros estavam no
Caribe durante o Irma. O órgão não sa-
be quantos brasileiros ainda estão na
região caribenha afetada, mas desta-
cou que muitos conseguiram sair por
outros meios e dois decidiram ficar.
(Com agências internacionais) l
10
l O GLOBO l BARRA
Quinta-feira 14.9.2017

ÁGUA NA BOCA
DIVULGAÇÃO/JOÃO MARINHO

À brasileira. A caipirinha
de pimenta-rosa do
Alpendre é preparada com
maracujá, cachaça, gengibre
e pimenta-rosa (R$ 14)

Levemente picante
V
DIVULGAÇÃO/ROSITA CAFÉ
ocê sabia que na orla da
Barra e do Recreio exis-
te, em abundância,
uma iguaria muito utilizada na
culinária? Mais especificamen-
te, uma semente, a pimenta-ro-
sa, nativa do Brasil e que se
apresenta com diferentes graus
de ardência. Muitas vezes con-
fundida com mato ou praga,
ela está em toda a extensão do
país onde ainda existem vestí-
gios da Mata Atlântica, incluin-
do o perímetro urbano.
De sabor adocicado e pican-
te, a pimenta-rosa ainda de- Massa.
cora o prato. Alguns comen- O Rosita
sais podem até não perceber Café serve o
sua presença na primeira gar- escalopinho
fada, mas ela logo se faz sentir. de mignon
Nesta edição do Água na Bo- ao limão com
ca, o leitor pode conferir a ver- espaguete
satilidade do ingrediente, usa- na manteiga e
do em carnes vermelhas, pimenta-rosa
massas, caldos e drinques. l (R$ 44,50)
Quinta-feira 14 .9 .2017
Servidores federais já podem aderir a PDV
Prazo termina em 31 de dezembro. Quem optar pelo desligamento vai receber 1,25 salário por ano trabalhado
GABRIELA VALENTE
E MARTHA BECK
economia@oglobo.com.br
-BRASÍLIA- Em busca de reduzir
despesas para conseguir ree-
quilibrar as contas públicas, o
governo federal deu início ao
Programa de Demissão Volun-
tária (PDV) de servidores. On-
tem, além de divulgar as regras
para o desligamento, detalhou
a possibilidade de os funcioná-
rios públicos reduzirem a jor-
nada e também pedirem licen-
ça não remunerada. A estima-
tiva da equipe econômica é
poupar R$ 1 bilhão por ano.
Até o dia 31 de dezembro deste
ano, quem optar por abandonar
o serviço público pode aderir ao
programa. A estimativa é que
cinco mil pessoas tomem a deci-
são. Para incentivar a adesão, o
funcionário público receberá
1,25 salário por ano trabalhado,
além das demais indenizações
legais. O pagamento será feito
mensalmente, de acordo com o
tempo de serviço. Por exemplo,
quem trabalhou oito anos, vai re-
ceber dez salários (1,25 x 8), divi-
didos em dez meses.
Os cálculos levam em conside-
ração as gratificações dadas aos
servidores. Estão excluídos, en-
tretanto, alguns benefícios, como
auxílio-alimentação, auxílio-
transporte e adicional noturno.
Para algumas carreiras, o go-
verno limitou a quantidade de
pessoas que podem entrar no
PDV. São áreas consideradas
estratégicas, e o Ministério do
Planejamento teve a preocu-
pação de não desfalcar os qua-
dros. Entre elas, estão policiais
federais, auditores fiscais e até
Governo estuda repassar até 60% da Infraero para o setor privado
União teria poder de
veto quanto a pessoal
e investimentos via
‘golden share’
GERALDA DOCA E
MANOEL VENTURA
economia@oglobo.com.br
-BRASÍLIA- O governo pretende
abrir o capital da Infraero e po-
de repassar aos investidores
privados o controle da empre-
sa, com a venda de mais de
50% da fatia do Estado — o que
pode ser caracterizado como
uma privatização. Em contra-
partida, a União teria poder de
veto via golden share (uma
classe especial de ações retida
pelo poder público na organi-
zação societária) em decisões
Crise fiscal. O ministro Dyogo Oliveira afirmou que saída de servidores é única forma de reduzir gastos com pessoal
“Não estamos
responsabilizando o
servidor. Não se pode
culpar o servidor
pela crise fiscal”
Dyogo Oliveira
Ministro do Planejamento
relativas a investimentos e pes-
soal. Segundo o ministro dos
Transportes, Maurício Quin-
tella, a definição do modelo vai
depender da conclusão de es-
tudos de uma consultoria in-
ternacional contratada pela
estatal, que ficarão prontos em
90 dias.
— A abertura de capital pode
ser de 49% ou de 60%. A parte
privada pode ser majoritária.
Caso não seja, a Infraero conti-
nuará no comando. Haverá en-
trada de capital, o que vai permi-
tir novos investimentos e dinhei-
ro para poder fazer o custeio —
disse o ministro, após participar
de audiência na Câmara.
‘REARRANJO GERAL’, DIZ MINISTRO
Segundo Quintella, a Infraero
precisa passar por um proces-
so de reformulação adminis-
l Economia l
fiscais do trabalho. Nesses ca-
sos, apenas 5% dos servidores
podem entrar no programa. O
mesmo se dá com advogados
da União, procuradores, poli-
ciais rodoviários federais e ofi-
ciais e técnicos de inteligência.
O benefício, entretanto, não
será para todos. Para perito mé-
dico previdenciário e supervi-
sor médico pericial do INSS,
por exemplo, não há a possibili-
dade de adesão ao PDV.
Ao detalhar o programa de
demissão voluntária do gover-
no federal, o ministro do Plane-
jamento, Dyogo Oliveira, afir-
mou que incentivar a saída de
funcionários públicos é a única
trativa e reduzir o quadro de
pessoal. A folha de pagamento,
destacou, é muito pesada. A
Infraero tem, atualmente, cer-
ca de dez mil funcionários.
— A Infraero precisa de um
rearranjo geral — disse.
Ele lembrou que o governo
tem tomado medidas para sa-
near a empresa, como a extin-
ção do Ataero (adicional tarifá-
rio) para permitir que as recei-
tas fiquem no caixa da Infraero
— o que dá um ganho adicio-
nal de R$ 300 milhões por ano.
Além disso, houve o perdão de
R$ 1,8 bilhão de uma dívida
atrasada da estatal com a Uni-
ão referente ao Ataero.
Por outro lado, Quintella
admitiu que a retirada de ae-
roportos importantes, como
Congonhas, da rede da estatal
reduz a atratividade do ativo,
AILTON DE FREITAS
forma de reduzir o gasto com
pessoal. Ele frisou que, apesar
de essa despesa estar controla-
da em relação ao tamanho da
economia nos últimos anos,
cortar esse gasto é fundamental
para o ajuste fiscal. No entanto,
Dyogo fez questão de deixar
claro que a crise das contas pú-
blicas não é culpa do servidor.
De tudo o que o Brasil gasta,
12,6% vão para o pagamento
dos salários dos funcionários
públicos. Esse é um custo maior
que o de países desenvolvidos.
— Mas não estamos res-
ponsabilizando o ser vidor
pela crise fiscal. Não se pode
culpar o servidor pela crise
mas explicou que foi voto
vencido nessa discussão, di-
ante da necessidade fiscal da
União. Desde o início do pro-
cesso de privatização, em
2012, a Infraero passou a per-
der receitas e ficou com qua-
dro de pessoal ocioso.
O ministro afirmou, no en-
tanto, que, depois de segui-
dos prejuízos, a empresa re-
gistrará em 2017 resultado
operacional positivo entre R$
200 milhões e R$ 400 mi-
lhões. A venda da participa-
ção da estatal nos quatro ae-
roportos licitados nas pri-
meiras rodadas de privatiza-
ção (Brasília, Guarulhos, Ga-
leão e Confins) deve injetar
R$ 8 bilhões na empresa. A
estatal também tem uma fa-
tia em Viracopos (Campi-
nas), mas, como o operador
fiscal — frisou o ministro.
O Planejamento também
divulgou as regras para a re-
dução da jornada de trabalho
com queda proporcional do
salário. Os servidores da ad-
ministração pública federal
direta, autárquica e fundacio-
nal poderão requerer a redu-
ção da jornada de trabalho de
oito horas diárias e 40 sema-
nais para seis ou quatro horas
diárias e 30 ou 20 semanais.
Para incentivar a adesão, o sa-
lário, que ficaria menor em
proporção da carga horária,
terá um ganho. O servidor re-
ceberá meia hora a mais que o
contratado. Não há data limi-
te para fazer o requerimento.
Também nesse caso, peritos
do INSS e policiais federais fo-
ram excluídos do benefício.
AFASTAMENTO POR TRÊS ANOS
Servidores com filhos de até 6
anos de idade terão preferên-
cia. Em seguida, estão res-
ponsáveis pela assistência de
pessoa idosa, doente ou com
deficiência elencada como
dependente. Como terceiro
critério de desempate, será
escolhido o servidor com a
maior remuneração.
Outra possibilidade criada
pelo governo é a licença incen-
tivada sem remuneração. O
servidor poderá pedir o afasta-
mento por três anos do empre-
go. Há ainda a possibilidade de
prorrogar essa licença por ou-
tros três anos. O requerimento
tem de ser feito até o dia 31 de
dezembro do ano que vem. Pa-
ra incentivar, o governo dará
três salários no dia em que a li-
cença for concedida. l
devolveu a concessão para a
União, o governo só deverá se
desfazer da parte da Infraero
após o ativo ser relicitado.
PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS
Já no caso da Eletrobras, apesar
do otimismo do Ministério de
Minas e Energia — que espera
concluir a formatação das regras
para a privatização ainda este
mês —, integrantes da equipe
econômica avaliam, reservada-
mente, que será necessário pelo
menos mais três meses para fina-
lizar a chamada modelagem da
venda da estatal.
O governo corre contra o tem-
po para entregar a modelagem
da privatização neste ano e con-
cluir todo o processo no primeiro
semestre de 2018, para que a
venda da estatal não ocorra no
auge das eleições do ano que
O GLOBO l 23
U
ORÇAMENTO
DE R$ 8 BI A R$ 10 BI
SERÃO LIBERADOS
-BRASÍLIA- O ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira,
confirmou ontem que o governo
vai reverter uma parte do
contingenciamento do Orçamento
de 2017. Segundo ele, a ideia é
liberar entre R$ 8 bilhões e R$ 10
bilhões para gastos dos órgãos
públicos, que já estão perto de um
shutdown (paralisação completa)
por falta de recursos.
Para poder afrouxar o cinto, o
governo precisava do aval do
Congresso quanto à mudança da
meta fiscal do ano. Isso ocorreu no
início deste mês. O Legislativo
aprovou uma mudança na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO)
para que o resultado primário de
2017 passasse de um déficit de R$
139 bilhões para R$ 159 bilhões.
A alteração foi assinada ontem pelo
presidente Michel Temer.
— Nossa expectativa é que haja
um descontingenciamento parcial
dos R$ 45 bilhões no Orçamento.
Quando tratamos disso (revisão
da meta fiscal), deixamos claro
que haveria necessidade de
liberar recursos para manter o
funcionamento regular dos órgãos
públicos. O número deve ficar
entre R$ 8 bilhões e R$ 10
bilhões — disse Oliveira.
A reversão do
contingenciamento deve ser
anunciada até o fim da semana
que vem. (Martha Beck e
Gabriela Valente)
vem. O anúncio da privatização
foi feito em agosto. Para evitar va-
zamento, a decisão havia ficado
restrita a um seleto grupo no go-
verno. Só após a divulgação da
desestatização foi que o governo
iniciou de fato os trabalhos ne-
cessários para vender a empresa.
O governo ainda não tem cer-
teza de como fará o processo de
“descotização” de usinas hidre-
létricas — que está diretamente
ligado à privatização — nem co-
mo vai tirar Itaipu e as usinas
nucleares do complexo de An-
gra da empresa. Além disso, é
necessário fazer um estudo téc-
nico que demonstre quanto a
companhia vale, o total de seus
passivos e qual deve ser o per-
centual remanescente da União
na empresa após a desestatiza-
ção, entre outros pontos que
precisam ser afinados. l
14
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017
ÁGUA NA BOCA
Coco: gostoso de mastigar
ADALBERTO NETO
adalberto.neto@oglobo.com.br
O
coco é o tipo da fru-
ta que vale o traba-
lho que dá. A pessoa
mastiga, mastiga, masti-
ga... E parece que ainda há
muito o que mastigar. Mas
o danado é bom e faz bem
para a saúde.
— Todos os meus planos
alimentares têm coco, prin-
cipalmente no jantar. Incluo
cerca de 30 gramas, já que
muita gente tem compulsão
e necessidade de mastigar
alguma coisa à noite — con-
ta a nutricionista funcional
Daíza Viegas, especialista
em fitoterapia.
Segundo ela, o coco é um
alimento que ajuda a pes-
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coco. O doce
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soa a emagrecer.
— Ele dá a sensação de sa-
ciedade e ajuda no trânsito
intestinal, tanto pelo óleo na-
tural existente em sua com-
posição quanto pela riqueza
em fibras solúveis — diz.
A fruta, segundo a especia-
lista, não tem contraindica-
ção. Mas é preciso consumi-
la com moderação. — Apesar
de ser muito interessante nu-
tricionalmente, o coco é ca-
lórico. É legal não passar dos
30 gramas. Para guardar os
pedacinhos que sobram, sem
que fiquem melados, basta
colocá-los em um pote de vi-
dro com água. Isso ajuda a
manter o crocante da fruta — Camarão no coco.
destaca Daíza. l Por R$ 110, no Dida
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16
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017
Empreendedores. Manuel Júnior (à esquerda), Leonardo Teichholz e Ilan Maierhoffer comandam o Suk, especializado em comida árabe e que abrirá unidade em Ipanema
THALITA PESSOA
thalita.pessoa@oglobo.com.br
E
m meio ao cenário
de instabilidade fi-
nanceira, um gru-
po de empresários
mostra que é pos-
sível empreender e ter sucesso
conquistando rapidamente a
clientela ao apostar em negó-
cios originais. Gente que não
conta em seu quadro de funci-
onários com chefs estrelados
de grandes cozinhas internaci-
onais. Mas, graças a boas idei-
as e planejamento, os negóci-
os, inaugurados há até um ano,
rendem frutos tão favoráveis
que, em alguns casos, já dão
margem para planos reais de
abertura de filiais.
Presente na Feira de São
Cristóvão desde 1979, quan-
do ainda era realizada no en-
torno do Campo de São Cris-
tóvão (em disposição bem di-
ferente à de hoje, no Pavi-
lhão), a Barraca da Chiquita
abriu em julho, na Rua Santa
Clara, em Copacabana, a se-
gunda unidade do restauran-
te de comida típica nordesti-
FOTOS DE ANALICE PARON
Com sabor
na. Um food truck, inaugura-
do antes pelos proprietários
do estabelecimento, serviu
de laboratório para o desafio.
Em poucos meses de negó-
de sucesso
cio, a aceitação foi tão positi-
va que, nos fins de semana,
para comer no local é neces-
sária certa dose paciência —
justificada pelas delícias que
se serve — enquanto se espe-
ra com o nome na fila. Vale
Empresários miram no planejamento contra a crise e dizer que os gestores não fi-
zeram qualquer publicidade
encontram consumidores ávidos por negócios originais desde a inauguração.
— Nós quisemos sentir pri-
meiro a receptividade, ver os
moradores daqui chegando e
se apropriando do espaço. Eu
pensei que teria que fazer al-
guma ação (de marketing),
mas nem precisou. Eles en-
tenderam bem a nossa pro-
posta — conta Francisca Al-
da, a Chiquita, dona do esta-
belecimento.
Por isso, 2018 deve ver nascer
e trazer consigo outra Barraca
da Chiquita para a Zona Sul. O
plano é expandir o negócio de-
pois de muito estudo de merca-
do que identificou um nicho
possível de ser explorado: o de
comida farta e verdadeiramen-
te brasileira, de raiz.
Foram cursos e consultorias
Para a família. Clientes lotam a loja em busca dos salgados árabes feitos no próprio Suk, em Copacabana realizados para entender o ce-
 l
30 O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

ÁGUA NA BOCA
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Telefone: 2295-9096.
JULIETA
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mengo. Tel.: 2551-1278.
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Copacabana.
Telefone: 3576-7785.
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Avenida General San Martin
1.241, Leblon.
Telefone: 259-7696.
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4
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017

Quem tem amigos tem (quase) tudo

Festival mensal organizado por moradores do Grajaú recolherá donativos para Fernanda Salles, diagnosticada com ELA
MAURÍCIO PEIXOTO
MAURÍCIO PEIXOTO
mauricio.peixoto@oglobo.com.br

Comovido, um grupo de mo-

radores do Grajaú se uniu pa-
ra ajudar a anônima mais fa-
mosa do bairro: Fernanda
Salles, de 37 anos, mãe de
dois filhos. Em agosto, Fer-
nanda descobriu que era
portadora da Esclerose Late-
ral Amiotrófica (ELA), uma
doença degenerativa e incu-
rável. No próximo domingo,
moradores sensibilizados e
amigos de Fernanda farão o
“Festival da Fê” no espaço Vi-
la Musical, na Rua Sá Vianna.
A festa, com diversas atra-
ções , terá sua verba, entre in-
gressos e venda de itens (ha-
verá estandes de produtos
gastronômicos), revertida Todos juntos.
para o tratamento de Fernan- Fê Salles,
da, que gasta, em média, R$ sentada, com
1.500 com remédios que du- MC Duda do
ram apenas um mês. Borel e amigos
— Só tenho a agradecer a
todos. A melhor palavra para causa acabou chegando aos zes antes de participar, ainda edição mensal do festival, Estão todos muito sensibili-
expressar tudo isso é gratidão ouvidos dos MCs Willian e mais sabendo que ela é uma sempre com uma atração de zados com a história de Fer-
— emocionou-se ela. Duda do Borel, que partici- fã de carteirinha do funk funk clássico. MC Duda é um nanda — revelou o funkeiro.
Sabendo da paixão de Fer- parão da festa ao lado de DJs clássico. Acho que o Bob dos principais articuladores
nanda por funk antigo, o gru- e músicos convidados. Rum vai vir também — afir- da campanha. + INFO
po de amigos decidiu convi- — Eu fiquei porque a causa ma MC Duda. — Nós já formamos um Das 17h às 22h. Rua Sá Vianna
dar uma atração do gênero viralizou. Fiquei muito co- Os organizadores do even- grupo no WhatsApp só com 28, Grajaú.
para participar do festival. A movido e não pensei duas ve- to pretendem realizar uma essa turma antiga do funk. Ingressos:
l R$ 10.

‘Mostra de espetáculos’ Bazar do Tijolinho

Segue hoje a “Mostra de es-
petáculos” da sétima edição
do Festival de Teatro Univer-
sitário (Festu), em cartaz no
Teatro Cesgranrio, no Rio
Comprido. “Eu (quase) morri
afogada várias vezes”( R$ 30,
inteira, e R$ 15, meia) é a
atração de hoje, às 20h; Ama-
nhã, no mesmo horário, é a
vez de “Um bonde chamado
bocejo”; “Natasha, Pierre e o
grande cometa de 1812”, com
entrada franca, será encena-
da sábado, às 19h. “Parte de
nós”, com ingressos a R$ 5,
encerra a programação no
domingo, às 19h. Rua Santa
Alexandrina 1.011.
No fim de semana tem mais
uma edição do Bazar do Ti-
jolinho, com estandes de
moda, artesanato, gastrono-
mia, recreação e música ao
vivo. Sábado e domingo, das
16h às 22h, na Rua Vega 16,
Andaraí.
Feira na Afonso Pena
Amanhã, das 18h às 22h; e sá-
bado e domingo, das 14h às
22h, a Praça Afonso Pena rece-
be a terceira Tijuca Beer Festi-
val, feira gastronômica e de cer-
vejas artesanais. Um telão
transmitirá os shows do Rock in
Rio nos três dias de evento.
22 l O GLOBO l Economia l Quinta-feira 14 .9 .2017

miriamleitao@oglobo.com.br Análise

MÍRIAM Tendência da Bolsa é

LEITÃO
| |
COM ALVARO GRIBEL (DE SÃO PAULO)
estabelecer novos recordes
Projeções para Ibovespa no fim deste ano vão de 78 mil a 90 mil pontos
ANA PAULA RIBEIRO valorizam. Na visão de André — Traçamos um cenário de empresas neste ano veio da
ana.ribeiro@sp.oglobo.com.br Carvalho, estrategista do Bra- continuidade do ajuste fiscal e despesa menor com juros.
-SÃO PAULO- desco, o país está no início de outro de interrupção. No de Daqui para frente, virá da ex-

O
um ciclo de expansão que deve continuidade, temos um cená- pansão da economia, e vem

Os perseguidos Ibovespa, que é o

principal índice
de ações no Bra-
durar ao menos cinco anos.
— Os cortes nos juros, o con-
trole da inflação e a expectativa
rio benigno para o crescimento;
no outro, uma trajetória de au-
mento da dívida e do risco. A
crescendo a perspectiva de
recuperação econômica. O
boletim Focus, do Banco
O dia de ontem derrubou o argumento de todos sil, deve seguir a de reformas puxaram o Iboves- questão fiscal está no coração Central, já mostra isso, e
os acusados de que são perseguidos. O tendência de renovação de pa, que agora deve assumir uma dos desafios macroeconômicos também alguns indicadores
presidente Temer foi ao Supremo Tribunal recordes nos próximos me- trajetória mais su- do Brasil. Se aos — diz Marco Saravalle, ana-
Federal com sua tese de ser alvo de perseguição
ses. Ontem foi mais um — o
terceiro consecutivo — e, na
ave, mas ainda de
alta, em que dois Juros e inflação poucos ganhar-
mos confiança e
lista da XP.
Ele ressalta ainda que a
pelo procurador-geral. E seu agravo não foi
acolhido. O ex-presidente Lula e seus seguidores
avaliação de analistas, ainda
há espaço para uma valori-
temas vão predo-
minar: eleições e em queda e acontecer algo
que aumente as
Bolsa também se beneficia
dos juros menores — a Selic
continuam defendendo a teoria da perseguição.
Mas o fato é que ontem havia fatos acontecendo
zação mais forte do índice,
que deve encerrar no ano
recuperação da
economia. Esta-
expectativa de chances do ce-
nário de conti-
está hoje em 8,25% ao ano
—, que estimulam a migra-
contra pessoas em campos opostos na política.
em, no mínimo, 78 mil pon-
tos. Tudo isso apoiado na
mos no início de
um período de
reformas nuidade, o Ibo-
vespa pode che-
ção das aplicações da renda
fixa para a variável.
expectativa de confirmação crescimento do alimentam gar aos 85 mil Na avaliação de Pedro Pau-

O
dia começou com a prisão preventiva de Wes- da retomada do crescimen- PIB e dos lucros pontos já no final lo Silveira, economista-chefe
ley Batista decretada pela Justiça por insider
trading (informação privilegiada). Na mesma
to. Já uma consolidação do
cenário eleitoral, com uma
que, na nossa opi-
nião, vai ser muito
otimismo de 2017 — expli-
ca Carvalho.
da Nova Futura Corretora,
um cenário positivo no exte-
ação, seu irmão Joesley passou à prisão sem data para chance elevada de vitória de longo — diz. No caso da XP rior e a melhora dos riscos
terminar. É a primeira vez que alguém é preso no Brasil um candidato alinhado com O cenário do Bradesco, revi- Investimentos, o alvo para o políticos também ajudam o
por manipulação de mercado, e o fato inicia uma outra a agenda de reformas eco- sado no último dia 5, elevou de Ibovespa em 2017 já foi alcan- Ibovespa. “Mantemos nossa
frente de combate ao crime no país. Sempre houve ru- nômicas, pode levar o índice 73 mil para 78 mil pontos o çado. Agora, a corretora avalia estimativa de um Ibovespa
mores de compra e venda de ação por vários agentes a patamares ainda mais ele- Ibovespa ao fim do ano. No en- que até o fim do ano que vem é perto de 90 mil pontos até o
quando há uma grande operação de mercado. Investi- vados: de 85 mil a 90 mil tanto, a área de análise do ban- possível chegar aos 85.200 pon- fim do ano, puxada pela ma-
ga-se, mas ou não se chega a nenhum resultado ou o pontos, um ganho entre 14% co avalia que há 80% de chan- tos. Mas ganha força o chamado nutenção da inflação baixa,
suspeito recebe punição leve. Usar informação privile- e 20% em poucos meses. ces de vitória de um candidato “cenário ótimo”, em que a recu- pela queda dos juros, pela re-
giada para manipular o mercado ou ter lucro indevido Com o Produto Interno reformista, e à medida que es- peração econômica ganha força cuperação da atividade eco-
são crimes punidos pesadamente em países em que o Bruto (PIB) ganhando força, se cenário começar a ficar mais e o Ibovespa atingiria os 90.800 nômica e de cenário externo
mercado de capitais é levado a sério. A Polícia Federal e sobe também o lucro das em- claro, o alvo para o Ibovespa é pontos em dezembro de 2018. favorável”, afirma Silveira em
o MPF se basearam em relatórios da CVM e da PF que presas, e, com isso, as ações se atingir os 85 mil pontos. — A expansão do lucro das relatório. l
constataram a venda e compra atípica de dólar e ações.
O JBS, dias antes da divulgação da delação dos seus
donos, fez uma compra alta de dólar e vendeu ações. O
dólar disparou e as ações caíram, o grupo então recom-
prou as ações a um preço bem menor. Com as opera-
ções, eles tiveram um lucro indevido de US$ 100 mi-
lhões pelos cálculos da PF e do MPF. Essa foi a primeira
suspeita de que eles haviam quebrado as regras do
acordo de delação, porque quem assina uma colabora-
Estudo sugere contribuição maior de servidor
180 bi
ção premiada se compromete e não cometer mais ne-
nhum crime sob pena de perder os benefícios. En-
quanto assinavam a colaboração, a empresa já mani-
Para Raul Velloso, uma contribuição maior do
governo, para garantir a manu-
— Claro que poderia (incluir
todos os servidores no fundo de
pulava o mercado usando essas informações. A pena União, estados e tenção do fundo nas próximas pensão). Isso significa que mui-
de prisão, por ser inédita,
leva a outro patamar a re- U
municípios devem décadas. A vantagem é que a
despesa previdenciária deixa-
tos teriam muitas perdas em re-
lação ao que recebem, então te-
de reais é a previsão para o déficit
pressão ao crime de insi- Os pontos-chave criar fundo de pensão ria de pesar sobre o Orçamen- da Previdência do setor público ria que suavizar, para que al-
der trading. Eles ainda res- to e passaria a ser administra- guém que ganha R$ 5 mil não
pondem a processo na
CVM e podem ter que pa- 1 MARCELLO CORRÊA
marcello.correa@oglobo.com.br
da pelo fundo. _ passe a ganhar R$ 1.500. Um
dos mecanismos é aumentar a
Justiça tem combatido a

gar multas altas e que fo-
ram recentemente majo-
radas. Mas agora ficou cla-
ro para os espertos do
mercado que a Polícia Fe-
deral pode investigar, e o
crime, levar à prisão.
A coincidência do pre-
sidente Temer estar no
STF pedindo a suspeição
de Janot, no mesmo dia
em que o ex-presidente
corrupção sem distinção
partidária, e isso ficou mais
claro no dia de ontem
2 União, estados e municípios
Enquanto Temer foi ao STF
para se dizer perseguido,
Lula repetia a mesma tese
para Moro, em Curitiba
3
Prisão de Wesley Batista
Embora seja impopular, au-
mentar a alíquota de contribui-
ção dos servidores públicos de
pode ser uma saída para ameni-
zar, a curto prazo, o desequilí-
brio do sistema de aposentado-
rias e pensões. A avaliação é do
economista Raul Velloso, que
defende a criação de fundos de
pensão para funcionários pú-
‘PEGA O NEGATIVO E ZERA’
Hoje, estados como o Rio de
Janeiro já têm fundos comple-
mentares. No Rio, o fundo cria-
do em 2013, no entanto, só en-
globa servidores que ingressa-
ram no funcionalismo a partir
daquele ano. Velloso defende
que estados e municípios es-
tendam o sistema para todos
os funcionários, inclusive
aqueles que ingressaram no
15,5%
é o percentual da receita corrente
líquida de transferências (RCTL)
destinado a inativos e pensionistas
na cidade de São Paulo
_
alíquota da contribuição dos
aposentados e pensionistas.
Hoje, a alíquota incide somente
sobre a parcela que excede o te-
to do INSS. Poderia cobrar so-
bre tudo, como é feito sobre o
jovem do setor público — afir-
ma o economista.
FÓRUM DISCUTIRÁ INVESTIMENTOS
O Fórum Nacional ocorre
quatro meses após o país ver a

16,5%
Lula está de novo no ban- blicos, uma saída prevista na sistema antes da criação dos crise política se agravar com
co dos réus, mostra que inicia outra frente de Constituição Federal, porém de fundos. Perguntado sobre a os desdobramentos da dela-
ambos não têm razão de combate à corrupção, por difícil implantação, devido ao possibilidade de haver um ção da JBS. A última edição
se dizer perseguidos polí- manipulação de mercado desgaste político. questionamento judicial ao se ocorreu justamente em maio,
ticos. O que está em an- A ideia será debatida na pró- migrar os servidores antigos dias após a divulgação dos áu-
damento desde o começo da Operação Lava-Jato é xima edição do Fórum Nacio- para um novo sistema, ele afir- dios que colocaram o presi-
um processo de combate ao crime de corrupção. nal, evento organizado por Vel- mou que há amparo legal. é o percentual da RCTL destinado dente Michel Temer nas in-
O chefe da delegacia de crime financeiro, Vitor loso, que reunirá economistas, — A Constituição manda fazer a inativos e pensionistas no vestigações da Operação La-
Hugo Alves, explicou que, ao venderem suas ações prefeitos e governadores. Na — diz o economista, que avalia município do Rio, segundo va-Jato. Além da discussão so-
antes da delação para recomprar por preço menor, avaliação do especialista em os motivos que levaram o Rio a o economista Raul Velloso bre o equilíbrio das contas
os irmãos Batista empurraram o prejuízo para os contas públicas, a reforma da criar o fundo apenas para os no- públicas de estados e municí-
outros acionistas: Previdência não será aprovada vos servidores. — Apesar de a pios, o evento discutirá meca-
— Os Batista detêm 42% da JBS: a maior parte do neste governo. Diante da difi- Constituição mandar, o governo pelos recursos provenientes de nismos para destravar o in-
prejuízo portanto ficou com outros acionistas. O culdade em aprovar mudanças quer fazer ao menor custo possí- contribuições e por bens, direi- vestimento em infraestrutura,
BNDESpar, inclusive, que detém 30% da JBS. As de regras, os fundos de pensão vel, fazer devagar. Porque isso tos e ativos de qualquer nature- um dos gargalos para o cresci-
ações caíram até 37% e houve a maior desvaloriza- com contribuição suplementar envolve dinheiro. E ele (o gover- za, mediante lei que disporá so- mento econômico.
ção do dólar desde 1999, 9%. seriam uma saída para garantir no) não quer enfrentar o Judiciá- bre a natureza e administração Para Velloso, a principal mu-
Em Curitiba, o ex-presidente Lula chegou de car- o equilíbrio atuarial dos siste- rio, nem o Legislativo (poderes desses fundos”. Na prática, o sis- dança de cenário em relação
ro, em vez do avião do ex-ministro Walfrido dos mas — ou seja, fazer com que que precisariam aumentar a tema funcionaria de forma se- ao último encontro foi a mu-
Mares Guia. Seus seguidores acorreram em menor despesas e receitas se equili- contribuição para o fundo). To- melhante a fundos de pensão dança de perspectiva em rela-
número mas sustentaram a mesma tese de que Lu- brem a longo prazo. do ano, a lei manda que se cal- de empresas estatais, como Pe- ção à política econômica.
la é um perseguido político. Outro argumento une O dinheiro extra para pagar cule esse passivo atuarial. Como tros e Previ, que eventualmente — A política do (Henrique)
os defensores de Lula e Temer. No Palácio se diz aposentados e pensionistas não tem o equacionamento, so- aumentam a contribuição de Meirelles (ministro da Fazen-
que as acusações contra o presidente podem atra- não viria apenas da contribui- bra uma dívida. É como se fosse ativos e inativos para cobrir um da) se esgotou. Em maio, todo
palhar a recuperação econômica, em Curitiba um ção suplementar. Entrariam na uma brincadeirinha: publica-se rombo maior que o esperado. mundo achava que a reforma
dirigente da CUT sustentou o argumento, não se conta também ativos e recebí- para não fazer nada. Estou di- Na avaliação do economista da Previdência ia sair, que a
sabe baseado em que, de que cada prisão da Lava- veis. Entre as sugestões, está a zendo: pega o negativo e zera. da Fipe/USP Paulo Tafner, es- PEC do teto ia fazer efeito. O
Jato leva à perda de 22 mil empregos. criação de fundos lastreados O artigo ao qual Velloso se re- pecialista em Previdência, a que entrou no lugar foi a dis-
A monótona repetição dos acusados, quaisquer em imóveis do governo ou a fere é o 249, o qual prevê que, ideia é viável, inclusive para cussão da meta do déficit. Vai
que eles sejam, de que são vítimas de perseguição securitização da dívida tribu- para garantir o pagamento das servidores antigos, desde que se discutir se vai desajustar
do Ministério Público, do próprio Rodrigo Janot, tária. O lado das receitas é aposentadorias, é possível se garanta que as perdas sejam desse tamanho ou desse tama-
dos procuradores de Curitiba, ou do juiz Sérgio complementado ainda por “constituir fundos integrados minimizadas. nho — diz Velloso. l
Moro, foi sendo desmontada a cada nova etapa das
investigações. Hoje a Lava-Jato se expandiu por vá-
rias cidades e varas, está nas mãos de outras forças-
tarefas, decisões são tomadas por outros juízos. Co-
mo disse a presidente do STF, Cármen Lúcia, quem
conduz as investigações não são as pessoas, mas as LICITAÇÃO
instituições.
O dia ontem que levou à prisão o ex-governador CONCORRÊNCIA Nº 17/00007-CC
Anthony Garotinho mostrou mais uma vez que não AVISO DE LICITAÇÃO
INSTALAÇÃO DE COMPRESSORES E SERPENTINAS, SEM O
se trata de ataque a um partido, a um político, ou a A Casa da Moeda do Brasil – CMB comunica que realizará a seguinte licitação:
SERVIÇO DO OVERHAUL, NOS CHILLERS DA ESCOLA SESC.
uma empresa, mas do combate à prática que inun- - Registro de Preços por Pregão Presencial nº 0005/2017 – Aquisição de
Impressoras do Tipo Transferência Térmica, conforme condições, quantidades A ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO comunica a realização da licitação acima.
dou as relações entre o setor público e o setor pri- e exigências estabelecidas no edital e seus anexos, no dia 28 de setembro de O Edital está disponível no site: www.escolasesc.com.br (licitações).
vado e dominou a política brasileira. l 2017 às 10:00 horas. O Edital encontra-se disponível no seguinte endereço
eletrônico: www.casadamoeda.gov.br. E-mail: carlos.ferreira@cmb.gov.br c/c
_ dvli@cmb.gov.br.Tel. (21) 2184-2201 / (21) 2184-2284
oglobo.com.br/economia/miriamleitao CARLOS CESAR MARTINS FERREIRA
PREGOEIRO DESIGNADO
6
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017

Apenas uma promessa

Prevista para ser reaberta em maio, Vila Olímpica de Vila Isabel segue fechada
FOTOS DE MAURÍCIO PEIXOTO
MAURÍCIO PEIXOTO
mauricio.peixoto@oglobo.com.br

Prometido pela prefeitura pa-

ra maio, o retorno das ativi-
dades da Vila Olímpica Ar-
thur da Távola, em Vila Isa-
bel, não aconteceu. Quatro
meses depois, o espaço conti-
nua sem vida, e as atividades
esportivas ali realizadas se-
guem paralisadas. A água da
piscina, abandonada, está es-
verdeada.
Sem contrato de gestão
desde novembro, a vila che-
gou no primeiro trimestre a
reabrir com 30% do seu efeti-
vo de funcionários do muni-
cípio. Na ocasião, foram con- Paralisada. A Vila Olímpica de Vila Isabel Artur da Távola: atividades interrompidas
24 l O GLOBO l Economia l Quinta-feira 14 .9 .2017

MAN amplia produção em ANS faz ressalvas

a planos populares
Resende e abre 300 vagas Para agência, alguns do apenas que a ANS poderia
implementar as mudanças
Empresa investe R$ 1 bi em linha de caminhões para exportação pontos já estão em sugeridas. A exceção, segun-
uso. Mas relatório do Ligia, é o reconhecimento
da ausência de base legal para
MÁRCIA FOLETTO/13.7.2007 vê risco em reajustes que os planos ambulatoriais
deixem de garantir atendi-
IONE LUQUES mento para emergência:
ione.costa@oglobo.com.br — O que chama a atenção é a
emissão de um parecer pouco
ANA PAULA MACHADO As propostas do Ministério da fundamentado, pouco eluci-
ana.machado@sp.oglobo.com.br Saúde sobre os planos popula- dativo, insuficiente e ambíguo,
res preveem, em sua maioria, em um contexto de forte pres-
-SÃO PAULO- Ao anunciar o lançamento de práticas que já existem hoje no são para a mudança da Lei dos
uma nova linha de veículos, o maior mercado e, por isso, não preci- Planos de Saúde na Câmara.
projeto da empresa nos últimos dez sariam de norma específica. O grupo de trabalho se debru-
anos, a MAN Caminhões informou on- Esta é a conclusão do grupo de çou sobre as principais mudan-
tem que está contratando 300 funcio- trabalho formado por técnicos ças sugeridas pelo Ministério da
nários para sua fábrica em Resende, no da Agência Nacional de Saúde Saúde. Alguns deles, como a rede
Sul Fluminense. Inteiramente desen- (ANS) para analisar o projeto hierarquizada (com um profissi-
volvido no centro de engenharia da fá- do governo. O relatório era es- onal encarregado do acompa-
brica brasileira, a nova família de cami- perado para o fim de julho, nhamento e de todos os encami-
nhões, batizada de Delivery, chega ao mas só foi divulgado ontem. nhamentos do beneficiário na re-
mercado com versões de 3,5 a 13 tone- A agência, porém, viu com de) e o fator moderador, que au-
ladas de capacidade de carga, que são ressalvas a proposta de reajus- menta a coparticipação (o quan-
usadas para a distribuição urbana de tar os planos acessíveis com ba- to o usuário paga por cada proce-
produtos. O projeto todo, iniciado há se em “planilha de custo”, regra dimento feito), já são adotados
cinco anos, soma quase R$ 1 bilhão. diferente da hoje fixada pela em algumas modalidades de pla-
De acordo com o presidente da MAN, ANS. Segundo o grupo de traba- nos em vigor e não precisam de
Roberto Cortes, o desenvolvimento do lho, “se a recomposição de pre- mudanças nas regras vigentes, de
novo caminhão contou com a participa- ços se configurar um mero re- acordo com a ANS. O mesmo
ção de 380 engenheiros. A nova família de Retomada. Fábrica da MAN, em Resende: em junho, unidade voltou a trabalhar 5 dias por semana passe dos custos e do acontece com os prazos

R$ 1,5 bi
veículos será produzida, ao menos por risco do negócio para o máximos de atendimen-
enquanto, somente na unidade brasilei- a trabalhar cinco dias por semana, de- consumidor, sem esti- to. Contudo, a agência
ra, que se tornará a base para exportação. pois de ter reduzido a jornada na pro- mular as melhorias de observa que “eventuais
— Temos como alvo 30 países neste dução por quase dois anos. processos e os ganhos ajustes podem ser feitos
primeiro momento, em América Lati- de produtividade, a ao se avaliar o impacto
na, África e Oriente Médio, todos mer- É o total de recursos previstos no novo PRODUÇÃO DIÁRIA AUMENTA 20% ANS possui posiciona- PROPOSTA DO regulatório”. As con-
cados parecidos com o brasileiro — ex- ciclo de aportes iniciado este ano e que Além disso, para atender à demanda de mento contrário”. clusões da ANS serão,
plicou o executivo. exportações e às encomendas de gran- O relatório diz ainda GOVERNO É agora, encaminhadas ao
Cortes adiantou que, em novembro, o
deve se estender até 2021 des empresas, que voltaram às com- que, embora alguns POLÊMICA Ministério da Saúde.
novo modelo será apresentado no Mé- _ pras nos últimos meses, a montadora itens necessitem de Especialistas e Especialista em di-
mais detalhes e estu- médicos

30%
xico, mercado onde a companhia man- acordou com o Sindicato dos Metalúr- reito à saúde, o advo-
tém uma unidade de montagem em gicos de Resende a adoção de horas ex- dos sobre seus efeitos, criticam gado Rafael Robba
sistema CKD (que recebe os veículos tras na fábrica até dezembro, com três temas propostos nos glo.bo/2x1ZyYm considera o relatório
desmontados e os coloca no mercado). sábados de trabalho por mês. planos acessíveis, co- confuso, mas avalia
— Devemos enviar para o México os Assim, o ritmo de produção diário já mo atenção básica, copartici- que o texto sugere que as três
kits de peças do veículo para serem É o percentual da produção de caminhões passou de 107 unidades para 123 veícu- pação, diretrizes de uso, canais propostas do Ministério da
montados — acrescentou. los, um incremento de cerca de 20% já digitais de comunicação e se- Saúde para planos acessíveis
Segundo a companhia, dos funcioná-
e ônibus, feita em Resende, que deve ser considerando a nova linha Delivery. gunda opinião médica, já são não deveriam entrar no mer-
rios que estão sendo contratados, 200 exportada, num total de 8.500 veículos Esse movimento, segundo Cortes, prática no mercado. cado. Ele ressalta que o pró-
serão alocados nas linhas de produção confirma que está em curso uma leve A minuta dos planos popula- prio corpo técnico da ANS vê
de caminhões e ônibus, enquanto os retomada da atividade no país, como res, que propõe a criação de três uma série de fragilidades na
outros cem irão para o recém-criado R$ 1,5 bilhão até 2021 — afirmou Cortes. indicam os dados do PIB. Para ele, as modalidades — Plano Simplifi- proposta do ministério.
centro para atendimento a clientes das Atualmente, a unidade brasileira da vendas de caminhões no mercado bra- cado, Plano Ambulatorial + Na opinião de Patrícia Cardo-
marcas Volkswagen Caminhões e Ôni- fabricante de caminhões, que faz parte sileiro este ano deverão ser semelhan- Hospitalar e Plano em Regime so, coordenadora do Núcleo de
bus e MAN, o Customer Forum. do grupo Volkswagen, conta com 3.300 tes ao volume alcançado no ano passa- Misto de Pagamento —, foi re- Defesa do Consumidor (Nude-
funcionários. A empresa já chegou a ter do — em torno de 50,5 mil unidades: cebida com muitas ressalvas con) da Defensoria Pública do
FÉRIAS COLETIVAS ESTÃO DESCARTADAS 4.500 empregados em Resende, antes — Se empatar (com 2016), está bom. por entidades de defesa do con- Estado do Rio de Janeiro
Com a melhora no ritmo de produção da crise, que há três anos afeta dura- Até julho, a queda ainda era de 15% nas sumidor, por prever a possibili- (DPRJ), o relatório da ANS de-
da unidade e a nova área de atendi- mente o setor de veículos pesados. vendas. Não conseguiremos reverter dade de restrições de cobertura. saprova qualquer retrocesso
mento comercial, o presidente da MAN Além de sinais de reação no mercado esse quadro até dezembro. Agora, va- nos direitos dos consumidores.
afirmou que não haverá férias coletivas doméstico, as exportações têm ajudado mos entrar 2018 com uma perspectiva ESPECIALISTA VÊ PARECER AMBÍGUO — Entendo que, no que de-
na fábrica neste ano. na retomada da produção. Este ano, as diferente, com o mercado crescente, e Professora da UFRJ e membro pender da ANS, os consumido-
— Estamos confiantes de que as econo- vendas externas da MAN devem somar isso pode nos ajudar a manter um bom da Comissão de Políticas Pla- res continuarão com seus di-
mias do Brasil e da América Latina conti- 8.500 veículos, entre caminhões e ôni- nível de evolução. nejamento e Gestão da Asso- reitos preservados. Mas os pla-
nuarão a sua curva de retomada para os bus, representando cerca de 30% da Para o próximo ano, as perspectivas ciação Brasileira de Saúde nos estão batalhando no Con-
próximos meses e anos. Mantivemos produção total de Resende. são mais otimistas: de um aumento de Coletiva (Abrasco), Ligia Ba- gresso Nacional para aprovar
nossos investimentos e já iniciamos um Com isso, Cortes informou que, des- dois dígitos nas vendas de veículos pe- hia diz que o relatório em si mudanças — ressalta a defen-
novo ciclo de aportes, que somarão mais de junho, a unidade de Resende voltou sados, chegando próximo a 20%. l não tem novidades, sinalizan- sora pública. l

BOLSA DE VALORES: Informações sobre

Indicadores ÍNDICES INSS/SETEMBRO INFLAÇÃO CÂMBIO cotações diárias de ações e evolução dos
índices Ibovespa e IVBX-2 podem ser
BOVESPA SAL. MÍNIMO SAL. MÍNIMO Trabalhador assalariado IPCA (IBGE) DÓLAR obtidas no site da Bolsa de Valores de São
(FEDERAL)* (RJ)** Paulo (Bovespa), www.bovespa.com.br
Compra R$ Venda R$
Índice Variações percentuais
TR Abril +0,65% R$ 937 R$ 1.136,53 Salário de contribuição (R$) Alíquota (%)
(12/93=100) No mês No ano Últ. 12meses
Dólar comercial (taxa Ptax) 3,1337 3,1343 CDB/CDI/TBF: As taxas de CDB e CDI
10/09 0,0000% 11/09 0,0000% 12/09 0,0000%
Maio -4,11% R$ 937 R$ 1.136,53 Até 1.659,38 8 Paralelo (São Paulo/CMA) 3,06 3,27 podem ser consultadas nos sites de
Junho +0,29% R$ 937 R$ 1.136,53 Fevereiro 4809,67 0,33% 0,71% 4,76%
de 1.659,39 a 2.765,66 9 Diferença entre paralelo e comercial -2,35% +4,33% Anbima (www.anbima.com.br) e Cetip
Selic: 8,25% Julho +4,8% R$ 937 R$ 1.136,53 Março 4821,69 0,25% 0,96% 4,57%
de 2.765,67 até 5.531,31 11 Dólar turismo esp.(Banco do Brasil) 3,03 3,23 (www.cetip.com.br). A Taxa Básica
Abril 4828,44 0,14% 1,10% 4,08%
Agosto +7,5% R$ 937 R$ 1.136,53 Dólar turismo esp. (Bradesco) 2,92 3,33 Financeira (TBF) está disponível no site do
Correção da Poupança Setembro N.D. R$ 937 R$ 1.136,53
Obs: Percentuais incidentes de forma não cumulativa Maio 4843,41 0,31% 1,42% 3,60%
Banco Central (www.bc.gov.br). Para
(artigo 22 do regulamento da Organização e do Junho 4832,27 -0,23% 1,18% 3,00%
Até 03/05/12 A partir de 04/05/12 Obs: * O valor do salário mínimo a partir de 1º de Custeio da Seguridade Social). EURO visualizá-la, clicar em “Economia e finanças”
Agosto 4853,07 0,19% 1,62% 2,46%
janeiro de 2017 é de R$ 937. ** Piso para empregado e, posteriormente, em “Séries temporais”
DIA ÍNDICE DIA ÍNDICE doméstico, entre outros.
Compra R$ Venda R$

26/09 0,5000% 26/09 0,5000%

Trabalhador autônomo IGP-M (FGV) Euro comercial (taxa Ptax) 3,7282 3,7295 FUNDOS DE INVESTIMENTO:
27/09 0,5000% 27/09 0,5000% Para o contribuinte individual e facultativo, o valor da Índice Variações percentuais
Euro turismo esp. (Banco do Brasil) 3,5975 3,8423 Informações disponíveis no site da
28/09 0,5040% 28/09 0,5040% IMPOSTO DE RENDA contribuição deverá ser de 20% do salário-base.
Contribuição mensal mínima de R$ 187,40 (para o piso (8/94=100) No mês No ano Últ. 12meses
Euro turismo esp. (Bradesco) 3,47 3,95 Associação Brasileira das Entidades dos
Março 666,197 0,01% 0,74% 4,86% Mercados Financeiro e de Capitais
01/10 0,5000% 01/10 0,5000% IR NA FONTE SETEMBRO 2017 de R$ 937,00) e máxima de R$ 1.106,26 (para o teto de
02/10 0,5000% 02/10 0,5000% Base de cálculo Alíquota Parcela a deduzir
R$ 5.531,31) Abril 658,898 -1,10% -0,36% 3,37% OUTRAS MOEDAS (Anbima), www.anbima.com.br. Clicar em
R$ 1.903,98 Isento — Maio 652,758 -0,93% -1,29% 1,57% Cotações para venda ao público (em R$) “Fundos de investimento”
03/10 0,5000% 03/10 0,5000%
De R$ 1.903,99 a 2.826,65 7,5% R$ 142,80 Junho 648,409 -0,67% -1,95% -0,78% Franco suíço 3,25467 IDTR: Pode ser consultado no site da
04/10 0,5000% 04/10 0,5000% De R$ 2.826,66 a 3.751,05 15% R$ 354,80 UFIR UFIR/RJ Julho 643,766 -0,72% -2,65% -1,66% Iene japonês 0,0283850 Federação Nacional das Empresas de
05/10 0,5000% 05/10 0,5000% De R$ 3.751,06 a 4.664,68 22,5% R$ 636,13 Libra esterlina 4,14564 Seguros Privados e de Capitalização
Agosto 644,383 0,10% -2,56% -1,71%
06/10 0,5000% 06/10 0,5000% Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36 Setembro Setembro Peso argentino 0,183911 (Fenaseg), www.fenaseg.org.br. Clicar na
07/10 0,5000% 07/10 0,5000% Deduções: a) R$ 189,59 por dependente; b) dedução R$ 1,0641 R$ 3,1999 IGP-DI (FGV) Yuan chinês 0,479947
barra “Serviços” e, posteriormente, em
08/10 0,5000% 08/10 0,4690% especial para aposentados, pensionistas e Obs: foi extinta Índice Variações percentuais
Peso chileno 0,00501014
FAJ-TR. Selecionar o ano e o mês desejados
09/10 0,5000% 09/10 0,4690% transferidos para a reserva remunerada com 65 anos Peso mexicano 0,176862
ou mais: R$ 1.903,98; c) contribuição mensal à (8/94=100) No mês No ano Últ. 12meses Dólar canadense 2,57714
ÍNDICE DE PREÇOS: Outros indicadores
10/10 0,5000% 10/10 0,4690% Previdência Social; d) pensão alimentícia paga devido podem ser consultados nos sites da
11/10 0,5000% 11/10 0,4690% a acordo ou sentença judicial.
Obs.: Para calcular o imposto a pagar, aplique a
UNIF Março
Abril
654,709
646,573
-0,38%
-1,24%
0,12%
-1,13%
4,41%
2,74%
FONTE: MERCADO
Fundação Getulio Vargas (FGV, www.fgv.br),
12/10 0,5000% 12/10 0,4690% alíquota e deduza a parcela correspondente à faixa. Obs: A Unif foi extinta em 1996. Cada Unif vale 25,08 Maio 643,260 -0,51% -1,63% 1,07% do Instituto Brasileiro de Geografia e
Esta nova tabela só vale para o recolhimento do IRPF Ufir (também extinta). Para calcular o valor a ser Junho 637,079 -0,96% -2,58% -1,51% Obs: As cotações de outras moedas estrangeiras Estatística (IBGE, www.ibge.gov.br) e da
Obs: Segundo norma do Banco Central, os este ano. pago, multiplique o número de Unifs por 25,08 e Julho 635,198 -0,30% -2,87% -1,42% podem ser consultadas nos sites www.xe.com/ucc e
rendimentos dos dias 29, 30 e 31 correspondem ao A sexta parcela do IRPF de 2017 vence em 29 de depois pelo último valor da Ufir (R$ 1,0641). (1 Uferj www.oanda.com. Anbima (www.anbima.com.br)
dia 1º do mês subsequente. setembro, com correção de 4,34%. = 44,2655 Ufir-RJ) Agosto 636,714 0,24% -2,64% -1,61%

MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA

AVISO DE LICITAÇÃO
A Casa da Moeda do Brasil – CMB comunica que realizará a seguinte licitação: -
AVISO DE LICITAÇÃO
Pregão Eletrônico nº. 046/2017 160
Registro de Preços por Pregão Presencial Internacional nº 0014/2017 – Prestação
PREGÃO ELETRÔNICO – Objeto: Aquisição de postes de concreto e fibra
de Serviços de Análise de Durabilidade de Cadernetas de Passaportes, conforme SHOPPING NOVA AMÉRICA

160
condições, quantidades e exigências estabelecidas no edital e seus anexos, no dia
03 de outubro de 2017 às 10:00 horas. O Edital encontra-se disponível no seguinte
endereço eletrônico: www.casadamoeda.gov.br. E-mail: carlos.ferreira@cmb.gov.br
c/c dvli@cmb.gov.br. Tel. (21) 2184-2201 / (21) 2184-2284 ITABORAÍ (ITABORAÍ SHOPPING)
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CARLOS CESAR MARTINS FERREIRA IRAJÁ (VIA BRASIL SHOPPING) Rua Itapera, 500
PREGOEIRO DESIGNADO NOVA IGUAÇU Av. Nilo Peçanha, 639
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de vidro. Edital disponível no site: www.comprasnet.gov.br. Entrega das Av. Pastor Martin Luther King Jr, 126
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propostas: a partir de 14.09.2017 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br.
TIJUCA Rua Conde de Bonfim, 604
Abertura das Propostas: 26.09.2017 às 10h00 (horário de Brasília) no site:
DUQUE DE CAXIAS (PREZUNIC CENTER)
www.comprasnet.gov.br. Rua José de Alvarenga, 95
MARIO SERGIO GOMES DA CUNHA
Pregoeiro
 8
Heranças

FOTOS DE ALBERT STUMM/AP

Gim e
templos
de pedras
ESPANHA

O
s fenícios chama-
vam de “Nura”, ou
a Ilha do Fogo. A
lenda diz que na-
vegadores que passaram por
ali viam as fogueiras acesas
ao longo dos penhascos do
sul, que originalmente os ha-
bitantes usavam para se co-
municar. Resquícios desses
primeiros colonizadores —
tribos ibéricas que vinham
do continente na Era do
Bronze — ainda são visíveis
em mais de dois mil monu-
mentos de pedras espalha-
dos pela ilha.
A sociedade talayótica dei-
xou alguns templos, câmaras
funerárias e monumentos
que parecem versões meno-
res de Stonehenge. A visita a
alguns dos maiores aglome-
rados tem ingresso cobrado e
guias, mas há muitos outros
monumentos por lá que se-
quer são demarcados. Você
pode tropeçar neles — que
podem estar escondidos em
grama alta — enquanto ca-
minha por uma trilha. Reuni-
dos, formam um dos maiores
museus ao ar livre da Europa.
Os milênios que se segui-
ram trouxeram ainda mais
visitantes e invasores, inclu-
indo os gregos, mouros, fran-
ceses e catalães, mas nenhu-
ma dessas culturas estrangei-
ras deixou marca mais dura-
doura que a britânica. Eles
governaram a ilha intermi-
tentemente durante o século
XVIII e mudaram a capital,
de Ciutadella, que havia sido
fundada antes de os romanos
chegarem, mas foi destruída
no século XVI pelos turcos,
para Mahón.
A herança inglesa é notada
na arquitetura das casas de
Mahón e no comércio ativo
de gim. A destilaria de gim
Xoriguer é um lugar legal pa-
ra uma degustação antes do
jantar em Mahón. E eu vi gar-
rafas beach-friendly de frozen
gim e limonada caseira regu-
Na praia. Banhistas larmente à venda em uma
se refrescam na praia sorveteria em Ciutadella.
de Cala Mitjana,
em Menorca DA FAZENDA À MESA
Embora as praias tenham to-
Na cidade. Em da a atenção, muito da eco-
Mahón, rua com nomia de Menorca é agríco-
bares e sorveterias la, o que é evidenciado pelo
com mesas na fato de lá haver mais vacas
calçada, ao gosto que habitantes. Pequenas fa-
dos turistas zendas, separadas por muros
de pedras secas, cobrem as
montanhas acidentadas do
interior, produzindo uma in-
crível variedade de frutas (40
tipos de maçãs, por exem-
plo), além de azeite, vinho e o
delicioso queijo Mahón.
O queijo até chegou ao
meu sorvete de casquinha
servido pela Ambrosia, na
capital — não como cheese-
cake, mas com nacos de
queijo parecidos com o
cheddar, misturados ao sor-
vete de baunilha. De alguma
forma, deu certo.
A sensibilidade ecológica
de Menorca se faz notar em
restaurantes espetaculares
U
Para quando você for
DE AVIÃO. No inverno, várias
companhias aéreas oferecem
voos da Espanha continental
para e diversas capitais euro-
peias para Mahón.
DE BARCO. Com tempo bom, há
ferries noturnos de Barcelona.
Este é o jeito preferido de de
chegar para quem é da região.
PARA SE COMUNICAR. O espa-
nhol e um dialeto catalão cha-
mado Monorquin são os idio-
mas locais. Mas, muitos, espe-
cialmente para lidar com os
turistas de várias nacionalida-
des, falam inglês.
INFORMAÇÕES . Para informa-
ções sobre o destino, acesse o
site de turismo oficial
menorca.es; para hospeda-
gem: visitmenorca.com.
em cidades que têm vista pa-
ra portos naturais protegidos
por fortalezas prontas para a
batalha. Em Ciutadella, por
exemplo, tente o Es Tast de
na Silvia, o único restaurante
com certificação “Slow food”
nas Baleares. Lá, eles servem
porções atualizadas de pra-
tos locais como fideuá, uma
versão da paella de frutos do
mar com massa. Sobre o sa-
lão de jantar, um teto arquea-
do de pedra ostenta uma pla-
ca com o ano de 1704. l
 PASSAGEM PASSAGEM PASSAGEM
SANTIAGO ORLANDO LISBOA
a partir de
R$ 634
valor total por pessoa
com taxas
a partir de
R$ 1.764
valor total por pessoa
com taxas
a partir de
R$ 2.600
valor total por pessoa
com taxas

PAGUE
EM ATÉ 12X SEMJUROS COM TODOS
OS CARTÕES DE CRÉDITO
Passagem aérea internacional: os valores apresentados são por pessoa, de ida e volta, saindo do Rio de Janeiro, incluem taxas de embarque e/ou impostos e taxa de serviço e estão sujeitos a variação sem aviso prévio de acordo com
a companhia aérea. O valor da entrada corresponderá à primeira parcela da tarifa acrescida das taxas de embarque e/ou impostos e taxa de serviço. Válido para embarques na baixa temporada. Destino Santiago é operado pela Aerolíneas
Argentinas e como forma de pagamento são aceitos os cartões de crédito Visa, Amex, MasterCard e Diners. Destino Orlando é operado pela Delta e como forma de pagamento são aceitos os cartões de crédito Visa, Amex, MasterCard
e Diners. Válido para compras até 14/09/2017, embarques a partir de 12/09/2017 e retornos até 30/11/2017. Os pagamentos com cartão de crédito são sujeitos à aprovação do crédito de acordo com a administradora do cartão. Destino
Lisboa é operado pela Royal Air Maroc e como forma de pagamento são aceitos os cartões de crédito Visa, MasterCard e Diners. Os pagamentos com cartão de crédito são sujeitos à aprovação do crédito de acordo com a administradora
do cartão. Valores anunciados “a partir de”. Preços anunciados em reais convertidos ao câmbio referencial de US$ 1.00 = R$ 3,0908, do dia 11/09/2017, e serão convertidos com base no câmbio do dia do fechamento da compra. Preços
e condições sujeitos a disponibilidade e alterações sem aviso prévio, de acordo com os assentos promocionais nos voos, podendo, ainda, mudar segundo a data de saída, que é determinada exclusivamente pela companhia aérea. Demais
regras, formas de pagamento, condições para reembolso e cancelamento, consultar o site www.decolar.com ou nossa central de atendimento. Fotos e datas do buscador meramente ilustrativas. Valores anunciados são“a partir de”. Preços
e condições sujeitos a disponibilidade e alterações sem aviso prévio, de acordo com os assentos promocionais nos voos, podendo, ainda, mudar segundo a data de saída, que é determinada exclusivamente pela companhia aérea. Preços
e condições sujeitos a reajuste e disponibilidade sem aviso prévio de acordo com o fornecedor, datas de embarque, datas de reserva e câmbio do dia da compra. O parcelamento em até 12x sem juros refere-se aos produtos indicados com
esta modalidade, como: cia. aérea Aeroméxico e Aerolíneas Argentinas e sujeitos à aprovação do crédito de acordo com a administradora do cartão de crédito. A campanha“DecolarTUDO para sua viagem”refere-se aos produtos disponíveis
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FOTOS DE MAURICIO PEIXOTO
Descaso. Piscina está
sem manutenção
tratadas empresas responsá-
veis por segurança, limpeza e
manutenção da piscina. Po-
rém, moradores afirmam que
há quatro meses ela está to-
talmente fechada.
— Fizemos um protesto se-
mana passada. A vila olímpi-
ca é muito importante para o
bairro e para o Morro dos
Macacos — afirmou o mora-
dor Carlos Eduardo Santos.
Procurada pelo GLOBO-Ti-
juca, a subsecretaria de Es-
portes e Lazer afirmou que o
processo seletivo para esco-
lha da nova OS que irá gerir o
local termina nesta semana e
que até o final do mês as ati-
vidades voltarão. O órgão ne-
gou que os professores da
prefeitura descontinuaram o
trabalho iniciado no primei-
ro trimestre. A Secretaria mu-
nicipal de Saúde informou
que as piscinas da Vila Olím-
pica de Vila Isabel são vistori-
adas regularmente. l
TIJUCA l O GLOBO 7
l
Quinta-feira 14.9.2017
Jardim também sofre
A Vila Olímpica fica den-
tro do Parque Recanto do
Trovador, onde está loca-
lizado o antigo jardim zo-
ológico do Rio, outro es-
paço que mostra sinais de
abandono. O lago artifici-
al do antigo parque preci-
sa de limpeza; instalados
em 2011, os brinquedos
temáticos foram retirados
e atualmente o espaço
destinado a eles está va-
zio, com buracos que ser- Abandono. O lago do parque à espera de manutenção e limpeza
vem de criadouro para
mosquitos; as grades do clusive para ser um ponto tu- lurb informou que na ter-
campo de grama sintética rístico, assim, abandonado. ça-feira, dia 12, realizou a
estão com a base corroída Mas infelizmente as autori- limpeza geral do lago.
e o gradil tem várias aber- dades não se fazem presen- Acrescentou ainda que está
turas. tes na conservação do espaço fazendo uma vistoria no
— É muito triste ver um — afirma o morador Luiz An- parque para levantar os
espaço tão bonito desses, tônio Marques. ser viços de manutenção
com grande potencial, in- Por meio de nota, a Com- necessários. l
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cara final às músicas. Foi
mais demorado do que os
trabalhos anteriores, mas
muito mais intenso — ex-
plica Claudia.
O álbum começou a ser gra-
vado em 2015 e ficou pronto
no ano passado, segundo ela.
— As músicas abordam dile-
mas vividos nas relações con-
temporâneas e as tristezas e
alegrias da vida urbana — co-
menta a musicista. — As me-
lodias líricas se contrapõem a
harmonias áridas e arranjos
elaborados que transitam pe-
las mais diversas linguagens
musicais.
Enquanto na gravação do
disco a artista quis dedicar-
se exclusivamente à voz, na
apresentação de hoje ela
aparecerá cantando e to-
cando piano. Para isso, foi
preciso um trabalho extra
para aprender a tocar as
canções no instrumento.
No palco, Claudia estará
acompanhada por Marcos
Campello (guitarra) e Ro-
drigo Maré Souza (percus-
são). Também receberá as
cantoras Juçara Marçal e Ná
ZONA SUL l O GLOBO 7
Quinta-feira 14.9.2017 l
Ozzetti em participações
especiais.
— Mostraremos canções
inéditas minhas feitas em par-
ceria com a Bianca Gismonti
(sua companheira no duo Gis-
branco) e Chico César. Inclu-
sive, um novo disco do duo
também já estpa pronto e será
lançado até o fim do ano —
adianta a artista.
A relação de Claudia com a
música começou aos 5 anos,
quando a mãe comprou um
piano para estudar. Ela em-
barcou junto na empreitada e
não parou mais, fazendo ba-
charelado no instrumento e
mestrado em composição,
além de uma especialização
nos Estados Unidos.
— Ao mesmo tempo em
que me aprofundei nos estu-
dos clássicos e na teoria , eu
me apaixonei pela música
brasileira e mergulhei nesse
universo. Passei a fazer ofici-
nas de percussão em locais
como Monobloco e vários
outros cursos. O meu traba-
lho é uma mesclagem disso
tudo — conclui Claudia, hoje
com 36 anos. l

Monique Kessous no Espaço Furnas Cultural

A cantora e compositora Moni-
que Kessous se apresenta neste
sábado, às 20h, no Espaço Fur-
nas Cultural (Rua Real Grande-
za 219, Botafogo). No repertó-
rio, canções do terceiro disco
como “Dentro de mim cabe o
mundo”, além de sucessos da
carreira como “Coração” e
“Frio”. Entrada franca.

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ANALICE PARON
Sem conservantes. Esposito e as esfirras do Bibi: estrelas do menu
Tainá Barros, que se autointi-
tulam “entusiastas da boa
gastronomia”.
— Wurst significa embuti-
do em alemão. Lá é a terra
dos embutidos, mas oferece-
mos também alguns de ou-
tras origens, como italiana,
árabe e coreana — diz Júlio
Ferreti.
Entre as linguiças do cardá-
pio do Wursteria estão a Mer-
guez, comum na região do
Marrocos, feita 100% com car-
ne de cordeiro; a calabresa,
clássica italiana, de sabor
mais forte e picante e mais
grossa, em tamanho e textura;
a alemã Bratwurst, tradicio-
nal linguiça de porco de gosto
adocicado e forte, por conta
dos goles de cerveja ALE; e a
Kimchi pork, inspirada na co-
zinha coreana, preparada
com diferentes cortes suínos
e acelga fermentada. A única
salsicha da casa é a Frankfur-
ter, macia e produzida com
carne de bovinos da raça An-
gus. Ao todo são produzidos
por mês cerca de 200 quilos
de embutidos.
— Nossas linguiças e salsi-
chas são feitas com carnes
nobres. É um pouco mais ca-
ra a produção, mas a qualida-
de é muito melhor, sem dúvi-
da — diz Danilo Seraphim.
Para acompanhar os pratos
da casa há os picles e as con-
servas de pepino, nabo ama-
relo, cebola roxa, tomatinho
fermentado, rabanete, beter-
raba com raiz forte e acelga
fermentada. E, claro, o chu-
crute, uma conserva de repo-
lho bem tradicional na Ale-
manha.
Também tendo como pon-
to forte a produção de embu-
tidos, neste caso, apenas lin-
guiças, está o Enchendo Lin-
guiça, na esquina da Avenida
Engenheiro Richard com Rua
Barão do Bom Retiro, no Gra-
jaú. O restaurante é um dos
pioneiros do ramo no Rio de
Janeiro, e foi aberto em 2006
Embutido. Funcionário produz linguiça fina de pernil, base do principal petisco do Enchendo Linguiça
por Fernando Breschnik.
Anexa ao estabelecimento há
uma pequena fábrica, onde
são produzidas sete tipos de
linguiças: a de pernil fina; a
de pernil grossa; a de frango
com lemon pepper; a suína,
com azeitonas verde e preta;
a suína com tomate seco e pi-
menta calabresa; a de cordei-
ro; e a de coração de frango.
Por mês, são produzidos 800
quilos.
— A que eu mais produzo é
a linguiça fina pura de pernil
suíno, do petisco Croc, lin-
guiça envolta em uma batata
chips. É a matéria-prima pa-
MAURÍCIO PEIXOTO
Para
acompanhar.
As sete
conservas
produzidas
no Wursteria
ra o nosso petisco de maior
circulação — diz Breschnik,
que é formado em Processa-
mento de Carnes e Derivados
pelo Senai. — A ideia é botar
novas linguiças no cardápio e
produzir um petisco para o
próximo Comida di Buteco. É
um ramo que sempre pode
apresentar novidades.
Ele explica a diferença dos
embutidos ali produzidos
para os industrializados co-
muns e garante que o seu é
mais saboroso.
— Pelo que estudei e vi no
mundo dos embutidos, acre-
dito no seguinte: fora do Bra-
TIJUCA l O GLOBO 9
Quinta-feira 14.9.2017 l
ANALICE PARON
sil, o produto tem um valor
agregado, chegando a ser
mais caro que o quilo da car-
ne, por exemplo. Aqui, isso
não acontece. As grandes in-
dústrias produzem de tal for-
ma que um quilo de salsicha
é mais barato do que um qui-
lo de carne. Não é mistério
algum que há muita soja
dentro da formulação dos
embutidos nacionais. O que
se faz é aquilo que chama-
mos de Carne Mecanica-
mente Separada (CMS), que
consiste em pegar a carcaça
do animal (com um percen-
tual de proteína), passar num
moedor e depois numa cen-
trífuga, extraindo, dessa for-
ma, uma “pasta de carne”. Ou
seja, o que está ali é o resto do
resto. Na minha produção is-
so não acontece. Nós só usa-
mos a carne pura. Por isso ela
é mais saborosa — afirma.
O Villa Allegra Ristorante,
na Rua Uruguai 218, também
se destaca pela produção ar-
tesanal. Seis tipos de massas
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28 l O GLOBO l Mundo l Quinta-feira 14 .9 .2017

internacio@oglobo.com.br

GUGA
Uruguai: mulher de ex-presidente
CHACRA Mujica assume Vice-Presidência
Lucia Topolansky chega ao cargo após escândalo de corrupção inédito
MIGUEL ROJO/AFP

| |

Nobel da Vergonha
Uma Nobel da Paz, celebrada por líderes
como Barack Obama pela defesa dos direitos
humanos, é conivente com crimes contra a
Humanidade em Mianmar. Aung San Suu Kyi,
líder de fato do país, não fez nada para
encerrar o regime de apartheid no qual os
rohingyas não têm direito à cidadania e agora
fecha os olhos para a limpeza étnica
implementada pelas Forças Armadas.

A
penas nas últimas semanas, com a intensifica-
ção do processo de limpeza étnica, ao menos
379 mil rohingyas foram expulsos de Mianmar
para Bangladesh, uma das nações mais pobres do pla-
neta, onde eles são abrigados em ilhas alagadas. Se-
gundo o próprio Exército do país, 40% das vilas habi-
tadas pelos rohingyas foram esvaziadas. Imagens
mostram que estão destruídas. Muitas foram queima-
das. Basicamente, um caso clássico de limpeza étnica
levada adiante pelos militares de Mianmar. Esperança ao governo. Lucia Topolansky e o marido Pepe Mujica (segundo à direita) com legisladores no evento de posse da nova vice-presidente uruguaia
A perseguição aos rohingyas não é nova. Existe des-
de antes de 1948, ano da independência da Birmânia, JANAÍNA FIGUEIREDO um filho pelo ex-presidente e mudança criou um clima de presidente Tabaré Vázquez de-
como era chamada Mianmar até 1989. Uma das pri- Correspondente sua mulher — por irregulari- otimismo no Uruguai, onde Lu- verão trabalhar juntos e isso,
meiras leis do país, que determinou quais seriam as janaina.figueiredo@oglobo.com.br dades durante a gestão como cia é vista como uma boa arti- de acordo com analistas, aju-
etnias oficiais, não incluiu os rohingyas. Estes não ti- presidente da petroleira estatal culadora política, hábil negoci- dará a reduzir a tensão entre o
nham direito à cidadania a não ser que provassem es- -BUENOS AIRES- Ela foi uma das prin- Ancap. A saída dele era espera- adora e a pessoa com mais in- chefe de Estado e Mujica. A re-
tar no país por ao menos duas gerações. Embora mui- cipais líderes do movimento dos da, mas sua renúncia, apresen- fluência sobre Mujica, peça- lação entre ambos sempre foi
tos fossem de famílias estabelecidas há séculos na re- tupamaros nas décadas de 1960 tada no fim de semana passa- chave no Parlamento. A ex- difícil e, na opinião de Daniel
gião, era difícil ter documentos aceitos pelas autorida- e 1970. Foi presa duas vezes — do, surpreendeu até mesmo a guerrilheira rebelde, que se en- Chasquetti, pesquisador da
des. Apesar destes obstáculos, alguns inicialmente na primeira fugiu e, na segunda, Frente Ampla. cantou com a Revolução Cuba- Universidade da República,
conseguiram a cidadania. Com a chegada dos milita- passou 13 anos atrás das grades na e rompeu com uma família Lucia funcionará “como uma
res ao poder em 1962, os rohingyas passaram a ser re- — e, desde a redemocratização OTIMISMO EM MEIO À CORRUPÇÃO tradicional e de classe alta uru- ponte entre os dois políticos de
gistrados apenas como estrangeiros. Em 1982, foi reti- do Uruguai, em 1985, foi depu- Foi um alívio para um governo guaia para unir-se ao movimen- maior peso no Uruguai”:
rada a cidadania de todos os rohingyas e eles se torna- tada e senadora pela Frente Am- que, segundo analistas, já está to tupamaro, hoje é uma con- — A nova vice-presidente
ram vítimas de um regime de apartheid. pla, no poder desde 2005. Com pagando um alto custo pela má gressista-estrela, com ótimas tem posições fortes e às vezes
O governo de Mianmar argumenta que os ro- uma trajetória política que co- administração da principal em- relações com os partidos con- se opôs ao Executivo, mas ago-
hingyas são bengaleses. O argumento é de que eles meçou na luta armada e conso- presa do país e por erros cometi- servadores da oposição. ra deverá estar mais alinhada e
não seriam originalmente da região. Mas sabe-se que lidou-se no Parlamento, Lucia dos por Sendic — entre eles, o de — O passado tupamaro de ser leal a Vázquez — afirmou.
muçulmanos viviam no que hoje é Mianmar desde o Topolansky, que também foi pri- ter gastado em torno de US$ 38 Lucia já faz parte da História. Lucia é quase sinônimo de
século XII. Quando os britânicos ocuparam o territó- meira-dama quando seu mari- mil com o cartão corporativo. Hoje, o que se espera dela é Mujica e representa o Movi-
rio, entre 1824 até a independência, mais muçulma- do, o senador José “Pepe” Muji- Para os uruguaios, o montante é que ajude o governo da Frente mento de Participação Popular
nos da Índia (incluindo Bangladesh e Paquistão) fo- ca (2010-15) assumiu o coman- inadmissível e somou-se a ou- Ampla a superar esta crise, (MPP), o mais importante den-
ram levados pelo Reino Unido para a então Birmânia do do Executivo, tornou-se uma tras irregularidades do ex-vice, deixar atrás a mancha da cor- tro da heterogênea Frente Am-
para trabalhar. Esta seria a justificativa para o apar- das dirigentes mais importantes filho de um líder tupamaro já fa- rupção, evitar novos conflitos e pla. Ela reflete, na visão de Os-
theid e, agora, a limpeza étnica. Isto é, Mianmar tenta de seu país. E ontem, em meio a lecido, como a afirmação — que mostrar uma imagem de união car Botinelli, diretor da empresa
encontrar uma justifica- um escândalo de corrupção iné- se descobriu ser mentira — de — opinou Adolfo Garcé, pro- de consultoria Factum e profes-
tiva numa polêmica U dito na história da esquerdista que tinha diploma universitário. fessor da Universidade da Re- sor da Universidade da Repú-
narrativa histórica para Os pontos-chave Frente Ampla, Lucia assumiu a Lucia e Mujica tentaram de- pública e autor de vários livros blica, “o que pensa e sente mais
cometer um crime con- Vice-Presidência. fender Sendic até o final, mas sobre os tupamaros. da metade da Frente Ampla”.
tra a Humanidade.
Ao longo destas déca- 1 Foi uma posse dolorosa para
o casal Mujica-Topolansky, já
sua situação tornou-se insus-
tentável num país com baixíssi-
Segundo ele, a nova vice-
presidente mantém boas rela-
— Lucia será uma vice-presi-
dente com todas as ferramen-
das de apartheid, cente- Nobel da Paz é conivente que Lucia, de 72 anos, chegou ma tolerância à corrupção. Por ções com todos os políticos: tas necessárias para fazer arti-
nas de milhares de ro- com crimes contra a ao cargo após o tribunal de éti- regras constitucionais, a sena- — Ela mesma conta que se dá culação política e beneficiar o
hingyas buscaram refú- Humanidade levados a ca da aliança governista ter dora passou a ocupar a Vice- bem com todos, e isso será bom governo Vázquez, em momen-
gio em outros países. cabo em Mianmar condenado o ex-vice, Rául Presidência e a Presidência do para o governo. tos de profunda irritação social
Mas a comunidade in-
ternacional avaliou que 2 Sendic — considerado quase Senado. Passada a tsunami, a A partir de agora, Lucia e o — assegurou Botinelli. l

talvez o cenário melho- Líder de fato do país, Suu

rasse com a chegada de Kyi decepcionou a todos ao

Trump tem sua 3ª chefe de Comunicação

Aung San Suu Kyi ao po- manter apartheid após
der. Nobel da Paz em “redemocratização”
1991 e filha do líder da
independência, ela 3
sempre havia lutado pe- Ela não controla o Exército, MANDEL NGAN/AFP
la democratização e a
defesa dos direitos hu-
mas, quando fala, culpa os
perseguidos rohingyas e os
Hope Hicks, de 28 a equipe da Hiltzik Strategies,
empresa do ramo em Nova York.
manos em seu país. Mas acusa de terrorismo anos, passa a ocupar Na infância e na adolescência,
a líder de fato de Mian-
mar decepcionou a todos. Não levou em consideração
direção do setor Hope chegou a atuar como mo-
delo, estrelando uma campanha
pedidos de Obama para tentar frear a perseguição aos permanentemente da Ralph Lauren.
rohingyas. Mesmo ignorado, o presidente eliminou as O anúncio que oficializou Ho-
sanções a Mianmar como prêmio para a suposta “re- -WASHINGTON- A diretora de Comu- pe na direção foi acompanhado
democratização”, sem levar em conta o apartheid. Esta nicação interina da Casa Bran- de outras nomeações. No lugar
postura errática do então presidente abriu espaço para ca, Hope Hicks, foi indicada on- dela ficará Mercedes Schlapp,
os militares se sentirem mais à vontade para imple- tem definitivamente para o car- estrategista republicana e ex-
mentar uma limpeza étnica, apoiada pela maioria da go. Ela é a terceira pessoa a ocu- colaboradora da Fox News. Jes-
população do país, que segue uma vertente mais extre- par o posto na gestão do presi- sica Ditto, outra integrante da
mista do budismo, chamada theravada. dente Donald Trump, depois de equipe de campanha de
Alguns rohingyas decidiram se armar e formar um Mike Dubke, que se demitiu em Trump, tem atuado como vice-
grupo paramilitar. Realizaram ataques contra as forças maio, e de Anthony Scaramuc- diretora de Comunicação e
de segurança de Mianmar, que respondeu com violên- ci, que teve uma passagem me- continuará no posto, segundo o
cia. O que era apartheid se converteu em limpeza étni- teórica no primeiro escalão. “New York Times”. Raj Shah, que
ca, com dezenas de milhares de rohingyas fugindo do Hope ocupava interinamente a participou da Comissão Nacio-
país diariamente, e pode levar até a um genocídio. diretoria desde agosto e desem- nal Republicana e era próximo
Embora não controle as Forças Armadas, Suu Kyi penhava simultaneamente sua a Spicer, foi promovido a vice-
optou por se calar ou, quando fala, acusa os ro- função original de assessora sê- porta-voz do governo.
hingyas de terrorismo e diz haver desinformação nior. Com a nomeação perma-
no Ocidente. Sua postura de conivência tem sido nente, ela migrará para o escri- CARGO INCONSTANTE
condenada ao redor do mundo. O governo de Do- tório da direção do setor. O governo Trump tem tido difi-
nald Trump tem criticado a perseguição aos ro- Próxima ao chefe de Estado, a culdade em encontrar um res-
hingyas. Mas condenar é pouco. Deveria restabele- jovem de 28 anos terá uma tare- ponsável fixo para a Diretoria de
cer as sanções equivocadamente levantadas por fa difícil numa Casa Branca on- Comunicação neste primeiro
Obama em 2016. O senador John McCain, herói de de a comunicação é marcada ano. Em dezembro, Jason Miller
guerra do Vietnã, defende corretamente a suspen- por desencontros e pelo ritmo decidiu não aceitar o cargo, dois
são da parceria militar com o regime de Mianmar dos tuítes — em estilo e tom Apoio emocional. Nova diretora exerce influência sobre entrevistas de Trump dias após ser indicado. Em segui-
até ser eliminada a limpeza étnica dos rohingyas. muito pessoais — do mandatá- da, Mike Dubke, o primeiro dire-
Como escreveram em carta aberta outros agracia- rio. Quando assumiu interina- O posto de diretor de Comuni- unir à campanha presidencial tor de Comunicação depois da
dos com o Nobel da Paz direcionada a Suu Kyi, mente, autoridades próximas cação fica menos exposto que o de Trump no ano passado, e aju- posse de Trump, em janeiro, dei-
“quantos rohingyas precisarão morrer; quantas mu- classificaram Hope Hicks como de porta-voz, a face diária que li- dou a moldar a plataforma de xou o cargo em maio, diante de
lheres rohingyas serão estupradas; quantas comuni- “intocável”, e disseram à emis- da mais diretamente com a im- comunicação do republicano frustrações dentro do governo.
dades serão destruídas antes de você levantar a sua sora CNN que ela é o apoio prensa no lugar do presidente. durante a disputa. Antes de mi- Scaramucci, do ramo finan-
voz para defender aqueles que não têm voz?”. l emocional de Trump. Até ocu- Desde a saída de Sean Spicer em grar para o serviço público, tra- ceiro de Nova York, chegou à Ca-
facebook.com.br/gugachacra par o cargo em agosto, ela esta- julho, Sarah Huckabee Sanders balhou como relações públicas sa Branca em julho, mas os xin-
instagram.com/gugachacra/ va quase sempre ao lado de ocupa o cargo. Hope mantém-se das Organizações Trump, sendo gamentos dirigidos ao então
twitter.com/gugachacra Trump em suas viagens, e man- discreta e até agora só tuitou três responsável por alguns negócios chefe de Gabinete de Trump,
tinha influência sobre quais en- vezes. de Ivanka Trump, filha do presi- Reince Priebus, numa entrevista
trevistas ele concedia. Ela foi uma das primeiras a se dente. Anteriormente, integrou precipitaram sua queda. l
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mentícios,
estão liberados
5kg por pessoa

No caso dos
vinhos e de-
mais bebidas
alcoólicas: até
12 litros por

H
á pouco mais de um ano
adicionados à lista de ali-
mentos que podem entrar
no Brasil, produtos lácte-
os (como queijos), derivados de car-
ne (como frios) e pescados precisam
obedecer a padrões de qualidade que
muitos ainda desconhecem. Uma re-
gra inicial que já elimina muitos pro-
blemas na alfândega: osso, como do
presunto, está fora de questão. Assim
como alimentos crus e artesanais.
A regra básica é que todos os pro-
dutos devem ter passado por algum
processo industrial para eliminar os
riscos sanitários. E todos embalados
com a devida identificação do produ-
tor, da fabricação e da validade. Com-
prar no supermercado e pedir para
embalar, mesmo a vácuo, significa
trazer mercadoria proibida, ressalta o
auditor Luis Felipe Reimann.
— O consumidor compra o produ-
to na parte de frios e pede para o mer-
cado embalar a vácuo. Nesses casos,
perdemos a identificação e não sabe-
mos se aquele alimento pode carre-
gar uma doença exótica — diz Rei-
mann, lembrando o caso da peste su-
ína africana, introduzida no Brasil na
década de 70. — Ela chegou através
de resíduo de bordo de uma aeronave
e, mesmo sendo rapidamente elimi-
nada, interferiu de forma negativa na
imagem da suinocultura nacional
por quase 20 anos.
Ainda sobre a apresentação da em-
balagem: as informações precisam
estar nos idiomas latino (português,
espanhol, francês, entre outros) ou
anglo-saxão (inglês, alemão, holan-
dês, por exemplo). E sobre a quanti-
dade dos produtos, o limite é de 10kg
por pessoa para os derivados de car-
ne, e de 5kg para os demais.
PESCADO, SÓ CONGELADO OU SALGADO
Na cesta de dúvidas dos viajantes, o
bacalhau é o item mais recorrente:
afinal, podemos trazer o peixe lá de
fora? Sim, mas anote aí: é preciso
que, como qualquer outro pescado,
ele esteja congelado ou salgado e a
embalagem precisa ter o selo do pro-
dutor, além de informações sobre os
ingredientes, a data de fabricação e a
validade. O peixe pode estar fracio-
nado, desde que o corte tenha sido
feito pelo fabricante.
É comum, diz Reimann, o viajante
tentar entrar no país — principal-
mente vindo de Portugal — com ba-
pessoa, além
Alfândega. calhau salgado, cortado no mercado de 12 litros que
O chefe da (como é costume se comprar aqui): podem ser
Vigiagro, Luis — Não entra bacalhau fracionado comprados no
Felipe Reimann: por um mercado. O consumidor deve free-shop
“É essencial estar ciente que é essencial termos
termos todas todas as informações de origem do
as informações produto na embalagem. Posso dedu-
na embalagem” zir que aquele peixe fracionado na
sacola transparente é bacalhau, mas
isso não é suficiente. Eu preciso do Produtos
selo do produtor atestando o que é, idênticos (com
como e quando foi feito. valor até
Atum, sardinha, salmão e qual- US$ 10, cada):
quer peixe em lata e em conserva po- máximo de
dem ser trazidos, desde que sejam se- 20 unidades
guidas as mesmas especificações pa-
ra a embalagem.
QUEIJOS QUE NÃO ESTÃO LIBERADOS
Os tipos Brie e camembert estão
proibidos, mesmo que venham na Produtos
embalagem correta. Isso porque são idênticos (com
produzidos a partir de maturação valor acima de
com menos de 60 dias — em alguns US$ 10, cada):
casos, levam apenas 21 ou 30 dias, no máximo de três
máximo, em processo. São chamados unidades
de baixa maturação ou de “massa
fresca” e, por isso, precisam de con-
servação de 2°C a 8°C, o que torna
impossível seu trasporte em condi-
ções adequadas até o Brasil.
14 l O GLOBO
Trans perde pensão
Com base na legislação que
beneficia, com pensão, filhas (e não
filhos) de militares, a Marinha
cancelou o benefício à filha transexual
de um militar após ela mudar de
nome e de sexo (de feminino para
masculino) oficialmente. A decisão foi
levada à Justiça. E, ontem, o juiz
federal Frederico Montedonio Rego
manteve o cancelamento da pensão
da filha do militar.
A primavera de Pezão
O pregão para escolher o consórcio
bancário (há três candidatos) que vai
emprestar R$ 3,5 bilhões ao Rio deve
ser realizado no dia 28. A grana, que
deve normalizar as contas do Estado,
está prevista para pingar na primeira
semana de outubro.
O rei da banana
Aliás, o CNJ praticamente livrou o
Rio de uma conta (em forma de
precatório) de, acredite, R$ 600
milhões. O credor é o espólio de
Pasquale Mauro, plantador de
bananas que virou dono de terras na
Barra e reclama indenização por causa
de uma desapropriação, em 1962, de
uma grande área no bairro. Prevaleceu
a seguinte decisão: os autores da ação
têm de provar que... realmente são os
donos daquelas terras.
A agonia Miller
A PGR também abriu investigação
para apurar o papel de Marcelo
Miller, que teria, ainda como
procurador, atuado a favor de Joesley
Batista, em outra delação, digamos,
capenga. A do ex-senador Sérgio
Machado, ligado a Renan Calheiros,
que presidiu a Transpetro.
À la Zózimo
E Luiza Trajano, hein?! Disse que o
Magazine Luiza descarta investir no
Rio por causa da violência. Logo ela
que tem dois apartamentos na Rua
Prudente de Morais, em Ipanema,
onde passa temporadas.
Hoje
na web
colaborar com o conteúdo do
GLOBO. glo.bo/1YJ2MIi
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O LIVRO DA ZEZÉ
Zezé Motta, a querida atriz e cantora, 73 anos, posa para a capa de sua
biografia, “Nos palcos da vida”, escrita por Cacau Hygino. O livro será lançado
no mês que vem, pela Cia Nacional. Aliás, a obra será adaptada para o teatro,
com a própria Zezé. O espetáculo deve percorrer o Brasil. Merece l
Polícia apura morte de psicóloga
em apartamento em Ipanema
Vítima, de 72 anos, estava com saco plástico na cabeça, segundo perícia
DAYANA RESENDE
dayana.resende@oglobo.com.br
Depois de quatro dias sem ser
vista por vizinhos e ir à acade-
mia de ginástica, uma de suas
paixões, a psicóloga Maria Lú-
cia Magalhães, chamada de
Malu pelos amigos, foi encon-
trada morta, ontem, dentro de
seu apartamento, na Rua Ba-
rão da Torre, em Ipanema. Aos
72 anos, Malu, que era pesqui-
sadora aposentada da Funda-
ção Getulio Vargas, chamava a
atenção pelo vigor físico, que
fazia com que parecesse bem
mais jovem. De acordo com
peritos, ela foi asfixiada — es-
tava com um saco plástico na
cabeça. O crime começou a ser
investigado pela Divisão de
Homicídios da Polícia Civil.
Moradores do prédio descre-
veram Malu como uma pessoa
reservada, que recebia poucas
visitas. “Nunca a vi com um
namorado”, disse um vizinho,
acrescentando que a psicóloga
era “muito educada”. Ela mo-
rou dez anos no edifício.
Ontem, ao saírem do aparta-
mento da psicóloga, parentes
não quiseram comentar o ca-
so. Moradores do prédio con-
taram que o crime foi desco-
berto pela manhã, por volta
das 6h, quando uma faxineira
chegou e, ao abrir a porta, se
deparou com móveis revirados
e a porta do quarto de Malu
entreaberta. Nervosa, ela pe-
diu ajuda a um porteiro, que
foi quem achou o corpo.
No domingo, Malu entrou no
edifício com várias sacolas de
supermercado. Ela não estava
acompanhada e não há registro,
segundo funcionários, de ima-
gens de suspeitos no local. Co-
mo não houve arrombamento
da porta de entrada do aparta-
Quinta-feira 14 .9 .2017
REPRODUÇÃO
‘Beijo no aslfato’
Este troféu — oferecido a Nelson Rodrigues, em 1961,
pela peça “Beijo no asfalto” — será levado a leilão, dia 21,
agora, por Andrea Diniz.
A estatueta, entregue pelo Círculo Independente de
Críticos de Teatro, representa, repare só, São Genésio, o
padroeiro do teatro e dos artistas. É feito em bronze com
base em madeira. Embaixo, há uma anotação à caneta.
O lance mínimo é de R$ 1 mil.
VERA DONATO
Banheiro VIP Sem livros
Seis defensores públicos do Estado do A Saraiva fechará a loja da Rua Sete de
Rio enviaram ofício ao defensor público- Setembro, no Centro. Não será a única.
geral, André Luís Machado de Castro,
pedindo a ele que volte atrás na decisão Será que vem?
de permitir a todos os servidores o uso
dos banheiros no edifício Menezes Côrtes Apontado como possível candidato ao
que eram exclusivos dos “doutores”. governo do Rio, em 2018, Bernardinho
Eles argumentam que “a isonomia que almoçou, ontem, com empresários, a
têm os defensores públicos não é com convite do presidente da Firjan, Eduardo
servidores e estagiários e, sim, com a Eugenio Gouvêa Vieira. Não confirmou
Magistratura e o MP, que possuem, em que se candidatará. E nem negou.
seus gabinetes, banheiros exclusivos”.
O defensor público-geral informou que Olha o Niskier aí, gente!
não voltará atrás.
A Escola de Samba Mocidade Unida,
Migrando para a Terrinha da Cidade de Deus, que homenageará o
acadêmico Arnaldo Niskier, escolherá
Veja como Portugal é mesmo o novo seu samba-enredo, domingo.
Eldorado brasileiro. A FGV abriu
mestrado em Gestão de Saúde com Conta salgada
disciplinas no Brasil e em Portugal. E a
defesa de dissertação será em... Lisboa. Um carioca tomou um susto, ontem,
Até agora, 80% dos inscritos disseram que quando, depois de almoçar no Gula Gula,
pretendem se mudar para o país europeu no Centro do Rio, percebeu na conta a
— o título de mestre valerá para a União cobrança de... três pacotinhos de sal, que
Europeia, pela ISCTE Business School. ele havia pedido para salgar a batata frita.
REPRODUÇÃO
Arte e sexo: a polêmica
Depois dessa “Queermuseu”, cancelada pelo Santander, em
Porto Alegre, após críticas de que algumas obras
promoveriam “a pedofilia e a zoofilia”, outra exposição pode
dar o que falar. Trata-se da mostra individual da artista Tomie
Kawakami Savaget, “Penínsulas”, que começa, dia 23, na
Galeria Modernistas, no Rio. São trabalhos — como a tela acima, que mostra um pênis
— que guardam inspiração no famoso “L’Origine du monde” (1866), de Gustave
Courbet (1819-1877), em que a vagina é posta como a origem do mundo.
Por falar na exposição...
Artistas organizam para amanhã, às 16h, em frente ao Santander, da Av. Rio
Branco, no Centro do Rio, um protesto contra o “avanço do fascismo” e a
“censura da exposição Queermuseu”.
ALEXANDRE CASSIANO
Barão da Torre. O prédio onde ocorreu o crime: vítima, descrita como uma pessoa muito educada, morava sozinha
REPRODUÇÃO DO FACEBOOK
uma academia de Ipanema, ruas do Humaitá.
ela se descreveu como uma — Malu era uma pessoa ex-
apaixonada por malhação. On-
tem, colegas da ginástica dis-
tremamente alegre e carinhosa.
Sempre foi uma mulher muito
seram que nada sabiam sobre
a vida privada de Malu. Eles
ativa, e tinha o carnaval e a aca-
demia como grandes paixões. É
também afirmaram que a psi-
cóloga frequentava o estabele-
difícil pensar que foi vítima de
tamanha brutalidade dentro da
cimento todos os dias, inclusi- própria casa. É revoltante. Seu
ve nos fins de semana. apartamento estava completa-
mente revirado, o que indica
“ALEGRE E CARINHOSA” que quem a matou buscava al-
Amiga de Malu há mais de dez go de valor. Espero que esse cri-
anos, a presidente da Associa- me bárbaro seja esclarecido o
Malu. Ex-pesquisadora da FGV ção de Moradores de Botafogo, quanto antes, e que o culpado
mento, investigadores acredi-
Regina Chiaradia, disse ter fi-
cado chocada com a morte da
pague pelo que fez — disse Re-
gina, acrescentando que Malu
tam que ela pode ter sido assas-
sinada por alguém que tinha
psicóloga. Regina contou que
Malu vinha evitando sair à noi-
tinha o hábito de viajar todos os
anos com amigas para Tranco-
uma cópia da chave ou que foi te, por medo da violência. As so, na Bahia.
autorizado pela vítima a entrar. duas se encontraram pela últi- Segundo a Divisão de Homi-
Na página de Malu no Face-
book, fica claro que ela tinha
ma vez no feriado da Indepen-
dência, quinta-feira passada,
cídios da Polícia Civil, imagens
de câmeras de segurança do
uma rotina marcada por ativi- durante uma reunião de parti- prédio de Malu e de outros edi-
dades físicas. Ao comentar um cipantes do Bloco de Segunda, fícios da Rua Barão da Torre
vídeo de um dia de treino em que, no carnaval, desfila pelas estão sendo analisadas. l
10
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017
Mão na massa. Funcionário na cozinha do Bibi usa máquina para fazer massa de lasanha no local
Produção
inclui bons
rótulos
Grande hit do cenário gastro-
nômico atual, a cerveja gour-
met está presente na lista da
produção artesanal na regi-
ão. O restaurante Mosto
Grão, que abriu em meados
de março na Rua Ibituruna
11, no Maracanã, produz em
seus bastidores três tipos da
bebida: uma cerveja IPA,
uma German Lager e uma Vi-
enna Lager. No total, são cer-
ca de 150 litros por mês.
— O nome da casa reflete a
nossa filosofia. “Mosto” é o
nome que se dá ao líquido
antes de passar pela fermen-
tação — explica um dos sóci-
os, Marcus Rocha, após deta-
lhar o processo de criação
das cervejas. — Não há qual-
quer automação no mecanis-
mo. Usamos um equipamen-
FOTOS DE MAURÍCIO PEIXOTO
to chamado de brew stand,
específico para a produção
de cervejas, em que se colo-
cam as panelas de uma ma-
neira que apenas a força da
gravidade atua para transfe-
rir o líquido de uma panela
para outra.
Entre os petiscos servidos
no local há pizzas, hambúr-
gueres e um croquete de
malte, no qual é aproveitado
o malte que resulta da pro-
dução da cerveja. Rocha pre-
tende produzir o pão que se-
Sem conservantes. Algumas das massas produzidas no Villa Allegra
‘
Não há rá oferecido na casa:
— A minha ideia é fazer um
qualquer curso para me especializar
na produção do pão. É claro
automação no que os hambúrgueres ficam
mecanismo. diferenciados quando os in-
gredientes são artesanais.
Usamos um O estabelecimento tam-
bém costuma organizar
equipamento workshops. Já foram realiza-
chamado brew dos quatro sobre produção
de cerveja artesanal, e, no
stand” dia 30, será oferecido o pri-
meiro sobre degustação, pa-
MARCUS ROCHA
ra iniciantes. l
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4 l O GLOBO l Segundo Caderno l Quinta-feira 14 .9 .2017

Os destaques de hoje na TV
FOTOS DE DIVULGAÇÃO
Curta!, 21h40m

Uma história
de amor
De Miguel Gonçalves Men- Lifetime, 22h50m Arte 1, 0h Bis, 19h TV Brasil, 21h30m
des, o documentário “José e
Pilar” mostra o cotidiano de
‘Desafio Brasil fashion’ ‘Arte 1 documenta’ ‘Na voz delas’ ‘Trilha de letras’
José Saramago (1922-2010) ao Estreia de hoje, o programa Dirigido por Amine Bouzia- Neste episódio, Joi (foto) O apresentador e escritor
lado da mulher, Pilar del Rio, acompanha o processo de ne, o documentário mostra a interpreta “Don’t speak”, do Raphael Montes (na foto, à
enquanto o escritor termina- criação de nove jovens esti- invasão do grafite na moda e No Doubt; Nina Oliveira faz esquerda) recebe a ensaísta e
va um de seus livros. listas, sob a orientação dos retrata a parceria de artistas a sua versão de “Essa moça escritora argentina Paula
veteranos Alexandre Herch- como Jon One, Nasty e Ken- tá diferente”; Kel do Nasci- Sibilia, que analisa o com-
Zean Bravo covitch, Lino Villaventura e ney Scharf com estilistas mento canta “Certas coisas”; portamento das pessoas
zean.bravo@oglobo.com.br Ronaldo Fraga. como Jean-Paul Gaultier. entre outros números. frente às redes sociais.

Horóscopo
POR CLAUDIA LISBOA

ÁRIES TOURO GÊMEOS CÂNCER LEÃO VIRGEM

(21/3 a 20/4)
Elemento: Fogo. Modalidade:
Impulsivo. Signo complementar:
Libra. Regente: Marte.
Ao permitir que a ansiedade tome
conta de nós, deixamos de investir
no presente, a única realidade que
de fato pode auxiliar o amanhã. É
tempo de agir com calma, fazendo
uma coisa de cada vez.
(21/4 a 20/5)
Elemento: Terra. Modalidade: Fixo.
Signo complementar: Escorpião.
Regente: Vênus.
O que costumava incomodar
passa agora a ser percebido de
forma mais leve e até interessan-
te, já que você vem se permitindo
renovar sua mente. É tempo de
libertar antigas percepções.
(21/5 a 20/6)
Elemento: Ar. Modalidade: Mutável.
Signo complementar: Sagitário.
Regente: Mercúrio.
Ao surgirem novas oportunidades,
procure recebê-las com a mente e
os braços abertos, usufruindo do
que a vida tem para lhe oferecer.
É tempo de aproveitar o momento
repleto de ânimo e disposição.
(21/6 a 22/7)
Elemento: Água. Modalidade:
Impulsivo. Signo complementar:
Capricórnio. Regente: Lua.
Os pensamentos nebulosos po-
dem ser assimilados quando
falamos sobre eles. É tempo de
botar em palavras aquilo que não
está bem resolvido, processando
informações confusas.
(23/7 a 22/8)
Elemento: Fogo. Modalidade: Fixo.
Signo complementar: Aquário.
Regente: Sol.
Se souber usar a intuição com a
mesma confiança com que enxer-
ga a vida, certamente conseguirá
explorar seu caminho com mais
sucesso. É tempo de iluminar a
alma para poder evoluir.
(23/8 a 22/9)
Elemento: Terra. Modalidade:
Mutável. Signo complementar:
Peixes. Regente: Mercúrio.
Se a sensação de dever cumprido
nunca chega, é sinal de que está
se sobrecarregando de tal forma
que não consegue aproveitar os
frutos do seu trabalho. É tempo de
pegar mais leve consigo mesmo.

LIBRA ESCORPIÃO SAGITÁRIO CAPRICÓRNIO AQUÁRIO PEIXES

(23/9 a 22/10)
Elemento: Ar. Modalidade:
Impulsivo. Signo complementar:
Áries. Regente: Vênus.
Aquilo que você faz como forma
de se sustentar deve agora ser
fonte não somente de renda,
como também de prazer. É tempo
de tornar o seu trabalho uma
realidade que transmite alegria.
(23/10 a 21/11)
Elemento: Água. Modalidade: Fixo.
Signo complementar: Touro.
Regente: Plutão.
Quando acumulamos tensões, o
emocional acaba procurando uma
via de expressão para liberar essa
energia. É tempo de investir em
atividades que o ajudem a canali-
zar a sua força positivamente.
(22/11 a 21/12)
Elemento: Fogo. Modalidade:
Mutável. Signo complementar:
Gêmeos. Regente: Júpiter.
Se deseja se desenvolver explo-
rando novos mundos, lembre que
não é preciso ir longe para viver
conhecimentos que o fazem
crescer. É tempo de achar sabedo-
ria nas mais simples experiências.
(22/12 a 20/1)
Elemento: Terra. Modalidade:
Impulsivo. Signo complementar:
Câncer. Regente: Saturno.
Por mais incansável que seja nas
suas próprias buscas, seja com-
preensivo quando os outros deci-
direm encerrar seus planos antes
de eles se realizarem. É tempo de
respeitar mais o jeito de cada um.
(21/1 a 19/2)
Elemento: Ar. Modalidade: Fixo.
Signo complementar: Leão.
Regente: Urano.
Ao se sentir desconfortável por
conta de uma crítica ou observa-
ção, perceba de que forma esse
incômodo pode ser útil para o seu
autoconhecimento. É tempo de
questionar os seus sentimentos.
(20/2 a 20/3)
Elemento: Água. Modalidade:
Mutável. Signo complementar:
Virgem. Regente: Netuno.
Se o entendimento não chega,
mesmo tentando perceber a razão
por trás de alguma questão, pro-
cure relaxar e se acalmar em vez
de lutar por essa compreensão. É
tempo de cobrar menos de si.

O CORPO É O PORTO André Dahmer QUADRINHOS DOS ANOS 10 André Dahmer

DUSTIN Steve Kelley e Jeff Parker ZITS Scott e Borgman

O QUE UMA LISTA DE DICAS MAS ELAS SbO TODAS TbO jBVIAS OLh, OLh, MALHA SÉRIO? ESTOU OUVINDO UM
Jh SEI DISSO...
VOCg ESTh ARMADILHA DE FINA DA RECEITA
ÀS VEZES ME PEGO PENSANDO DE QUE
Jh SEI DISSO... DESCONHECIDAS SOBRE QUE A LISTA NbO SERVE PRA NADA. IPOD DIFERENTE EM CADA ORELHA
LENDO? dDICAS DESCONHECIDASe -- SEI. INTERNET... FEDERAL.. QUE O MUNDO ESTÁ COMEÇANDO PLANETA VOCÊ DISSE
Jh SEI DISSO... IMPOSTO DE RENDA QUE ENQUANTO TEMOS ESSA CONVERSA
A SE MOVER MUITO RÁPIDO QUE VEIO?
Jh SEI DISSO... EU SALVEI DA INTERNET
PARA MIM. E,AINDA ASSIM,ESTOU QUASE
CHORANDO DE TÉDIO.

BICHINHOS DE JARDIM Clara Gomes URBANO, O APOSENTADO A. Silvério

Logodesafio Foram encontradas 28 palavras: 20 de 5 letras, 5

de 6 letras, 2 de 7 letras, 1 de 8 letras, além da
POR SÔNIA PERDIGÃO palavra original. Com a sequência de letras MI
foram encontradas 11 palavras.

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todas as letras contidas apenas no quadro maior.
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E M I
Com estas mesmas letras formar o maior número
possível de palavras de 5 letras ou mais. Achar
outras palavras (de 4 letras ou mais) com o auxílio
da sequência de letras do quadro menor. As letras
L A A E só poderão ser usadas uma vez em cada palavra.
Não valem verbos, plurais e nomes próprios.

liame, limiar, miada, mídia, mira, mirada, miríade, rami, remida.

ladeira, dadeira; liderada; REALIDADE. Com a sequência de letras MI: emir, ermida,
ideal, irada, ladra, leira, lerda, léria, líder, redil; alarde, aldeia, ardida, radial, redada;
Solução: aldeã, aérea, aleia, ardil, areal, areia, árida, dália, dedal, díada, díade, idade,

Expediente
EDITORA: FÁTIMA SÁ fatima.sa@oglobo.com.br l EDITORES ASSISTENTES: CRISTINA FIBE cristina.fibe@oglobo.com.br,
EDUARDO RODRIGUES earodrigues@oglobo.com.br, HELENA ARAGÃO helena.aragao@oglobo.com.br, NANI RUBIN
nani@oglobo.com.br l REDATORA: FLAVIA MARTIN flavia.martin@oglobo.com.br l DIAGRAMAÇÃO: ANDERSON BARBOZA E
LÍGIA LOURENÇO l TELEFONES: REDAÇÃO: 2534-5703 l PUBLICIDADE: 2534-4310 publicidade@oglobo.com.br l
CORRESPONDÊNCIA: Rua Marquês de Pombal 25, 4º andar. CEP 20.230-240
6 l O GLOBO l Segundo Caderno l Quinta-feira 14 .9 .2017

E
stive várias vezes em Saint
Martin, algumas delas an-
tes de 4 de setembro de
1995, outras depois. Na-
quele dia fatídico, um fura-
cão chamado Luis atingiu a
ilha e causou uma destrui-
ção nunca vista até então.
Eu mergulhava naquela época, e a Saint Mar-
tin francesa — onde nenhuma casa podia ser
construída acima da altura das palmeiras —
era o meu canto particular do mundo, um pe-
daço de ilha cheio de personalidade, fora do
circuito mais caro e badalado do Caribe.
A minha relação com a ilha começou quan-
do fiz 40 anos. Não vou dizer que entrei em
depressão porque seria um certo exagero,
mas estava convencida de que, daí em dian-
te, a minha vida seria um tédio, e isso não me
trazia nenhuma alegria. Decidi então gastar
todas as minhas economias numa grande ex-
travagância, e fui aprender a mergulhar no
Caribe. Cheguei a Saint Martin através de re-
comendações de uma internet ainda a vapor,
e passei um mês anfíbio de grande felicidade.
A ilha era tudo que os grupos que eu consul-
tara haviam prometido. Era excessivamente
turística e cheia de problemas na parte holan-
desa, que tinha vida noturna agitada, cassinos
e lojas duty free, mas parecia uma cidadezinha
do interior no lado francês, onde ainda havia
praias completamente desertas. Ao contrário
dos hotéis holandeses, os hotéis franceses
eram pequenos, bonitos e muito calmos; na
área de Grand Case havia restaurantes maravi-
lhosos, pilotados por chefs cansados da vida
parisiense. Com o tempo, descobri coisa ainda
melhor: pescadores que cozinhavam em casa
e serviam a comida em uma ou duas mesas
postas do lado de fora.
Blog: cronai.wordpress.com E-mail: cora@oglobo.com.br
CORA RÓNAI
PARAÍSO PERDIDO
Frequentei muito pouco o lado holandês. Às
vezes ia para Maho Beach ver os aviões pousan-
do acima das nossas cabeças: era sempre um
assombro observar a trilha de ondas que deixa-
vam no mar, e sentir o seu bafo quente de que-
rosone misturado com areia. Meus amigos de
Marigot faziam troça, e não entendiam por que
eu enfrentava o trânsito infernal da ilha para vi-
ver aquela experiência bizarra.
Quando as férias chegaram ao fim, fui embora
de coração partido. Estava apaixonada por
aquela vida descomplicada, em que as minhas
únicas preocupações eram as condições do mar
e, em raros momentos de sensatez, o dinheiro,
que estava acabando.
Eu viajava muito naquela época. Corriam os
tempos da bolha da tecnologia, e todo mundo da
área ia e vinha dos Estados Unidos como se fosse
na esquina. Saint Martin ficava a um pequeno voo
de distância de Miami e, sempre que eu podia, da-
va um jeito de encaixar o desvio no itinerário.
Muitos dos estragos do furacão Luis já esta-
vam consertados quando voltei depois da sua
passagem. Ainda havia sinais da destruição, so-
bretudo barcos encalhados se desfazendo na
maresia, mas quem não conhecesse o lugar de
antes não notaria grande coisa.
— O pior já passou — diziam os meus ami-
gos da ilha.
Mas o impacto que senti quando mergulhei!
Onde antes havia corais e peixes em profusão,
agora havia apenas areia, destroços e meia dúzia
de coraizinhos semidestruídos. Não consegui re-
conhecer nada daquele fundo de mar que antes
me havia sido tão familiar e tão querido, nada.
Voltei ainda algumas vezes até o fim dos anos
1990, mas a vida acabou me levando para outros
mergulhos e outros destinos. Saint Martin virou
uma saudade que às vezes me cutucava, e com
que eu brincava um pouco, antes de programar
viagens para outros lugares.
O que vão fazer as pessoas
para quem Saint Martin era
realidade? Como se
reconstroem vidas inteiras a
partir de tanta destruição?
______
A parte francesa de Saint Martin mudou muito
desde que a conheci. O fluxo de turistas cresceu,
o de imigrantes também: o último censo contou
gente de 70 nacionalidades diferentes entre seus
35 mil habitantes. Em 2007, ela ganhou novo sta-
tus político, com maior autonomia, mas nem to-
das as mudanças foram benéficas. A fiscalização,
por exemplo, antes muito rigorosa com as novas
construções, ficou mais frouxa; algumas praias
paradisíacas acabaram desfiguradas por edifica-
ções irregulares e resorts gigantescos, e mangue-
zais foram destruídos. O lado holandês, que tem
45 mil habitantes, também passou por mudan-
ças físicas e políticas, mas ficou mais robusto
economicamente e, nos últimos tempos, tinha
menos problemas sociais do que o lado francês,
que sofria com altos índices de desemprego e
desigualdade.
______
Não consegui dormir no dia em que o Irma
chegou a Saint Martin, e desde então penso
constantemente nela, e no quanto se perdeu
ali. Abro o computador e busco notícias, ví-
deos, imagens. Olho para as fotos que apare-
cem na internet e tento reconstruir as mi-
nhas lembranças no meio da devastação — a
marina de onde eu telefonava para o Brasil
toda revirada, as casinhas destelhadas, uma
loja que ficou de pé. As cenas voltam à minha
cabeça a partir desses vestígios, e com elas
voltam sensações, memórias e diálogos há
muito esquecidos.
Mas o que vão fazer as pessoas para quem
Saint Martin era realidade? Como se recons-
troem vidas inteiras a partir de tanta destrui-
ção? Como não se deixar vencer pelos es-
combros? Como retomar os negócios num
inferno quando o negócio é, justamente, o
paraíso? l

Cinema

Revelações fraternas Duas jovens num

jogo de espelhos
‘As duas Irenes’ é inspirado em brincadeira que ‘apontou’ segunda família do avô do diretor
DIVULGAÇÃO
ALESSANDRO GIANNINI Crítica
De São Paulo “As duas Irenes”
alessandro.giannini@sp.oglobo.com.br Direção: Fabio Meira. Onde: Espaço Itaú, Estação Net Rio,
Instituto Moreira Salles e outros. Classificação: 14 anos.

E
streia de Fábio Meira na direção de longas-
metragens, “As duas Irenes”, que chega ho- DANIEL SCHENKER
je aos cinemas, tem origem em histórias da segundocaderno@oglobo.com.br
família do cineasta e em uma simpatia popular

que usa um anel de casamento para saber quan-
tos filhos uma pessoa teve ou terá. Meira conta
que, em um desses encontros, quase todos os
presentes participaram do jogo, e os resultados
eram muito precisos para as famílias. Até chegar
ao avô dele, sobre quem recaiu o número de 18 fi-
lhos, quando em seu núcleo havia apenas sete ir-
mãos. Posteriormente, conversando com uma
das tias, ficou sabendo de outra família, com duas
irmãs que tinham nomes iguais.
— Eu era muito novo, tinha 13 anos — conta
o diretor e roteirista goiano.
— Só muito depois, quando
fiz o curso de roteiro com Ga-
briel García Márquez em San
Antonio de los Baños, em Cu-
ba, voltei a pensar nela e em
VEJA O TRAILER transformá-la em um filme.
Muitos dos personagens são
DO FILME inspirados no meu avô e nas
E confira o minhas tias. A história mostra
circuito de o que teria acontecido se uma
exibição delas tivesse ido atrás da ou-
oglobo.com.br/ tra família.
cultura No filme, Irene (Priscila Bit-
tencourt) descobre que o pai,
Tonico (Marco Ricca), tem uma segunda família
e que sua meia-irmã também se chama Irene
(Isabela Torres). Ela descobre onde vive a garota
e vai procurar saber quem é a irmã. Com perso-
nalidades opostas, uma mais tímida e a outra
mais descontraída, elas fazem amizade e cons-
troem cumplicidade.
Assim como as personagens são opostas entre
si, as atrizes que as interpretam também têm
personalidades conflitantes. Escolhidas por
meio de testes, elas foram selecionadas justa-
mente por isso. Meira conta que o processo du-
rou pouco mais de um ano:
— Nos exercícios de preparação, a Priscila fez
Irenes. Priscila Bittencourt (em primeiro plano) vai atrás da meia-irmã (Isabela Torres) no filme que estreia hoje
contenção e a Isabela passou um processo de
soltura. Quando ambas terminaram, e elas se
mostraram aliviadas, eu percebi que ia funcio-
nar. Nenhuma delas leu o roteiro completo, só
sabiam que tinham o mesmo pai, mas não sabi-
am onde a história ia dar. Fiquei feliz porque se
entregaram mesmo.
Premiado no último Festival de Gramado co-
mo melhor ator coadjuvante por sua atuação
como o pai das duas Irenes, Marco Ricca classi-
fica o personagem como um “bronco”:
— Faz um bom tempo que fiz o personagem
— diz o ator, que está no Recife, filmando “Pa-
terno”, de Marcelo Lordello, com roteiro de Mei-
ra. — Mas fiquei encantado com a forma como
ele se apresentou no roteiro, um cara amoroso
com as duas famílias e todas as suas filhas. Ten-
tei não fazer um julgamento moral, embora fi-
que claro que se trata de um cara muito rústico.
Depois, descobri que isso era mais comum do
que eu imaginava.
Orçado em R$ 1,2 milhão, “As duas Irenes” foi
filmado no interior de Goiás, em uma locação
que não entrega a localização e nem a época
precisa em que o filme se passa. A ideia era tor-
nar a história mais universal:
— A ideia era mostrar uma situação que se re-
pete em muitas famílias na América Latina e
que tem origem em uma cultura patriarcal da
região — diz o diretor. l
A
s duas Irenes têm 13 anos e o mesmo
pai. Em suas casas, a sobremesa mais
frequente é ambrosia. As semelhan-
ças terminam mais ou menos aí. Uma Irene
(Priscila Bittencourt) se mostra tímida, vive
com conforto e recebe educação tradicional
da mãe, Mirinha (Susana Ribeiro); a outra
(Isabela Torres) é extrovertida, conta com
menos dinheiro e se relaciona com a mãe,
Neuza (Inês Peixoto), de maneira informal.
O espectador acompanha a história pela
perspectiva da primeira Irene que, ao desco-
brir a família clandestina do pai, Tonico
(Marco Ricca), adota identidade falsa — Ma-
dalena, nome da empregada (Teuda Bara)
que trabalha na sua casa — e se aproxima da
segunda. A partir daí, as meninas estabele-
cem conexão cada vez mais forte.
Os universos contrastantes das Irenes são
valorizados pela direção de arte de Fernanda
Carlucci, minuciosa ao caracterizar as casas
das protagonistas, e pelos figurinos de Anne
Cerutti, que diferenciam com exatidão seus
perfis. Nesse longa de estreia como diretor,
Fabio Meira, responsável pelo roteiro, se cer-
cou de cuidados. Cabe elogiar a fotografia de
Daniela Cajías (os espelhos, constantes ao
longo da projeção, realçam a proximidade e a
oposição das Irenes) e a trilha sonora de Ed-
son Secco. O cineasta ainda extraiu ótimas in-
terpretações e escalou atores com carreiras
construídas no teatro de grupo — Teuda e
Inês no Galpão, Susana na Cia. dos Atores.
Com tantas qualidades, “As duas Irenes” foi,
não por acaso, contemplado, na última edi-
ção do Festival de Gramado, com os Kikitos
de roteiro, ator coadjuvante (Ricca) e direção
de arte, além do prêmio da crítica. l

HOJE
l O filme “Quase samba”
(2013), de Ricardo Targino, é
a atração do cineclube Cine
Popular, às 18h30m, no
Teatro Popular Oscar
Niemeyer (2620-6101), em
Niterói. O longa, que será
projetado na parede lateral
do teatro e em frente à orla,
conta a história de Teresa
(Mariene de Castro), cantora
de samba.
Agenda da semana
AMANHÃ dilemas e os diálogos SÁBADO, DIA 16 DOMINGO, DIA 17 SEGUNDA, DIA 18 TERÇA, DIA 19 no espaço até 1º de outubro.
l A 11ª edição da Baixada curriculares”, comandada l A Cinemateca do MAM l A mostra Reinventando l Dentro da programação l No ano em que a
Animada — Mostra por Gika Carvalho. Na (3883-5600) abriga uma Shakespeare é encerrada, da 1ª mostra Joias do Revolução Russa completa QUARTA, DIA 20
Ibero-Americana de Cinema sequência, acontece o sessão do longa brasileiro na Caixa Cultural Cinema Belga, que um século, a Caixa Cultural l A mostra Som: a História
de Animação apresenta, a debate “Afinal, o que é isso “Costinha e o King Mong” (3980-3815), com a acontece no Cine Joia de inaugura a mostra Rússia: que Não Vemos realiza, no
partir das 13h30m, no que é a animação?”, com (1977), de Alcino Diniz, às 16h. exibição dos Copcabana (2236-5624), um Quarto de Século Centro Cultural Banco do Brasil
Teatro Raul Cortez Leonardo Freitas Ribeiro e l A Escola Vaga-lumes longas-metragens “Ran” são exibidos os filmes “38 Através do Cinema, (3808-2020), às 19h, debate
(2771-3062), duas mesas de medição de Flávio Machado. (98959-0838) exibe, a partir (1985), de Akira Kurosawa, testemunhos” (2012), de composta por 16 filmes, com o curador Bernardo
discussão. A primeira é l O cineclube da Escola de das 20h, o longa “Eraserhead” às 15h, e “A herança” (1970), Lucas Belvaux, às 14h30m; ficções e documentários. O Adeodato e os cineastas
“Pedagogia da imagem: Cinema Darcy Ribeiro exibe o (1977), de David Lynch, e o de Ozualdo Candeias, às e “Nem o céu, nem a Terra” primeiro a ser exibido é o Eduardo Nunes e Marília
filmes de animação documentário “O olmo e a curta “The way to Shadow 18h. A segunda sessão terá (2015), de Clément longa “Algo melhor por vir” Rocha. Antes, às 16h30m, é
produzidos por jovens gaivota” (2014), de Petra Garden” (1954), de Stan comentários da Cogitore e Thomas (2014), de Hanna Polak, às exibido o longa “Sudoeste”
alunos da rede pública, os Costa, às 14h. Brakhage. pesquisadora Celina Sodré. Bidegain, às 16h30m. 19h. A mostra fica em cartaz (2011), de Eduardo Nunes.
 WILFREDO LEE/AP/8-9-2017
Portões. O parque Magic Kingdom foi fechado
durante a passagem do furacão Irma
Painel. Voos cancelados em Miami: companhias
aéreas têm obrigação de realocar o passageiro
remarcar a viagem para o
mesmo ou outro destino de
valor similar, sem nenhum
acréscimo no preço. E a em-
presa, seja companhia aérea,
agência de viagem ou hotel,
tem que acatar a decisão —
explica a coordenadora de
atendimento ao consumidor
do Procon do Rio de Janeiro,
Soraia Panella.
Ela ressalta que, mesmo
que o destino não tenha sido
atingido, mas esteja na área
afetada diretamente, é possí-
vel pedir o ressarcimento.
ASSISTÊNCIA É OBRIGAÇÃO
Mas e se o imprevisto aconte-
ceu durante a viagem, como
o caso de muitos brasileiros
que estavam no Caribe du-
rante o furacão Irma, agora
em setembro? Ou ficaram
presos em Bariloche pelas
fortes nevascas no final de ju-
lho, que provocaram fecha-
mento do aeroporto local?
— Nesses casos, o prejuízo
é dividido entre as partes,
porque o prestador de servi-
ço também foi pego de sur-
presa. Não há direito a ressar-
cimento, mas sim à assistên-
cia total ao cliente. As com-
panhias aéreas, por exemplo,
têm obrigação de colocar o
passageiro no primeiro voo
para casa, ou fornecer hospe-
dagem e alimentação en-
JOHN RAOUX/AP/10-9-2017
quanto isso. Se o consumidor
estiver num hotel, é essa or-
ganização que deve mantê-lo
em segurança durante o perí-
odo da reserva — diz Soraia.
Se o pacote foi comprado
via agência, esta também
precisa prestar todo o auxílio
no momento de crise. De
acordo com o presidente da
Associação Brasileira das
Agências de Viagem (Abav),
Edmar Bull, são comuns mu-
tirões de atendimento aos
clientes nesses casos. E que a
solução mais frequente é o
reagendamento da viagem
para outra data ou destino:
— Quem comprou o pacote
quer viajar e não esperar até
o ano seguinte. Por isso qua-
se não há cancelamentos.
Bull também orienta os
passageiros a prestarem bas-
tante atenção nas políticas de
cancelamento por condições
climáticas, comuns em par-
ques temáticos, companhias
de cruzeiros e resorts, por
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Preços e condições sujeitos à disponibilidade e alteração sem prévio aviso. Consulte nossas condições gerais no site www.pullmantur.com.br. Fotos meramentes ilustrativas.
17
_
exemplo. Os parques de Or-
BOA VIAGEM
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
lando fecharam devido à
passagem do Irma e oferece-
ram aos visitantes opção de
ressarcimento ou voltar ou-
tro dia. Os furacões também
provocaram cancelamentos
e remarcações em série de
cruzeiros de armadoras co-
mo a Royal Caribbean.
— Também é importante
contratar um seguro que cu-
bra eventos naturais, princi-
palmente quando o destino é
propício — lembra Bull.
DE OLHO NOS FURACÕES
O viajante precisa ficar atento
ao calendário, principalmen-
te no caso de furacões. A tem-
porada de ciclones tropicais
no Atlântico Norte vai oficial-
mente de 1º de junho a 30 de
novembro, mas, segundo o
Centro Nacional de Furacões
dos EUA, o pico acontece de
meados de agosto a meados
de outubro, com 78% das in-
cidências de tempestades. l
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 ZONA SUL l O GLOBO 15
Quinta-feira 14.9.2017l
DOS RELÓGIOS

DRZE
J GD
ULA ELA CARREGA LEGAL NO DENDÊ Em Ipanema com Alda Lemos há 30 anos de
N
ÃO/A Eliane Coelho é, além de cantora de
LGAÇ dedicação e profissionalismo.
DIVU
responsa, uma cozinheira de mão
cheia. A diva preparou um bobó de
camarão para parte da equipe de Vende - Conserta - Restaura
“Tosca”, que estrela este mês no Relógios e Joias antigas e novas Pulseiras e Baterias na hora
Municipal. André Heller-Lopes, Orçamento Grátis em Domicílio
diretor da montagem, o maestro Aos sábados horário diferenciado,
Marcelo de Jesus e Macarena de 9 as 18h. De 2ª a 6ª, de 9h as 19h.
Valenzuela, que divide o papel-título
com a anfitriã, foram alguns dos Rua Visconde de Pirajá, 281 sblj. 218 - Ipanema
Ofício que andava adormecido sortudos que provaram da iguaria. Tels: (21) 2521-0787 / 2522-4046
2267-3659 / 99612-3684 / 98281-6212
Anna Bella Geiger, diva e orixá das nossas artes, MATERNIDADE NOS DIAS DE HOJE www.casalealetictac.com.br

quebra este ano jejum de cinco décadas sem ilus-
trar um livro. A obra em questão é o infantil “A asa
da borboleta e outras sutilezas” (Bambolê), livro
de estreia da atriz e contadora de histórias Gisela
de Castro. Geiger é, aliás, a única artista a quem o
arredio J. D. Salinger (1919-2010) autorizou ilus-
trar a capa de uma edição do seu “O apanhador no
campo de centeio”. Coube ao saudoso Rubem Bra-
ga, então editor da obra no Brasil, convencer o co-
lega americano, que adorou a ilustração, diga-se.
Quem vem ao país pela primeira vez
é a escritora argentina Laura
Gutman, que tem muitas jovens
mães brasileiras entre seus leitores.
Ela é a primeira convidada do
“Encontros que inspiram”, que a
produtora Sensa promove, dia 16, às
9h, no Oi Casa Grande. Na ocasião,
Laura será recebida pelo pediatra
carioca Ricardo Chaves.

MERGULHO RÁPIDO
AO MESTRE, COM CARINHO
Pedro Luís vai homenagear
Luiz Melodia no seu novo
show, “Caseiro”, que apre-
senta, quarta, dentro do pro-
jeto “Luz do solo”, no Teatro
XP Investimentos.
NOTÓRIO SABER
O Departamento de Letras
da PUC está com inscrições
abertas para curso sobre ci-
nema francês, ministrado
pela professora Angela Per-
ricone. Imperdível.
O PRIMEIRO DE MUITOS
O médico William Tannure
estreia na literatura com
“Lobo e gelo”, que lança dia
20,às 19h, na Travessa de
Ipanema. A obra inicia a sé-
rie “O legado da ruína”.
Quinta-feira 14 .9 .2017 l País l O GLOBO l 11

CRISE SEM TRÉGUA

_

PGR oferece denúncia contra presidente do DEM

Caso está sob sigilo, mas PF atribui propina de R$ 2 milhões da OAS a Agripino por obra da Arena das Dunas
EDUARDO BRESCIANI
eduardo.bresciani@bsb.oglobo.com.br
O procurador-geral da
-BRASÍLIA-
República, Rodrigo Janot, de-
nunciou ontem ao Supremo
Tribunal Federal (STF) o presi-
dente do DEM, senador José
Agripino (RN), investigado em
inquérito no âmbito da Lava-
Jato. A denúncia está sob sigilo.
A Polícia Federal tinha conclu-
ído inquérito no mês passado
apontando a prática de crimes
de corrupção passiva e lava-
gem de dinheiro contra o sena-
dor por irregularidades envol-
vendo o financiamento da Are-
na das Dunas, estádio de Natal
na Copa do Mundo de 2014. O
relatório da PF atribui propina
de R$ 2 milhões da empreiteira
OAS ao senador.
A investigação tem por base
análise de mensagens de texto
extraídas do celular de José Al-
demário Pinheiro Filho, co-
nhecido como Léo Pinheiro,
ex-presidente da OAS. Ainda
fazem parte do inquérito infor-
mações prestadas pelo doleiro
Alberto Yousseff e por seu ope-
rador, Rafael Angulo Lopez,
em delação premiada. Segun-
do a investigação, o senador
recebeu recursos em espécie e
AILTON DE FREITAS/19-4-2016
Agripino. Novo alvo da PGR
doações eleitorais oficiais da
OAS em troca de ter ajudado a
empresa com apoio político
para a realização da obra e au-
xílio para obtenção de financi-
amento junto ao Banco Nacio-
nal de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social (BNDES).
Em nota enviada por sua as-
sessoria, Agripino “repudia os
fatos” e afirma que não consta
no inquérito “referência de pe-
dido ou recebimento de valo-
res em troca de qualquer tipo
de retribuição ou vantagem”.
Ressalta que as doações de
pessoas jurídicas eram permi-
tidas pela legislação.
Na nota, Agripino diz que,
apesar de defender o combate à
corrupção, “não aceita ações
que generalizam e maculam a
dignidade, a imagem e o capital
político de homens públicos”. l

Cabral: só Rei
Arthur pode
falar sobre
suas ações
Empresário é acusado de
comprar votos para
Olimpíada do Rio
JULIANA CASTRO
juliana.azevedo@oglobo.com.br

Em depoimento a autoridades
francesas e ao Ministério Púbi-
co Federal do Brasil, o ex-go-
vernador Sérgio Cabral
(PMDB) disse nunca ter feito
qualquer pedido para que o
empresário Arthur César de
Menezes Soares Filho, o Rei
Arthur, repassasse dinheiro a
membros do Comitê Olímpico
Internacional (COI) para que o
Rio fosse escolhido como sede
da Olimpíada de 2016. O ex-
governador afirmou não ter
ouvido qualquer pedido de
propina para que a capital flu-
minense fosse eleita e que ape-
nas o empresário pode respon-
der por suas ações.
No último dia 5, a força-tare-
fa da Lava-Jato no Rio defla-
grou a Operação Unfair Play,
que investiga o pagamento de
propinas de Rei Arthur a Ca-
bral e o repasse de recursos pa-
ra a compra de votos de mem-
bros do COI para que o Rio fos-
se escolhido como sede dos Jo-
gos Olímpicos. O empresário
teve a prisão decretada na
ação, mas está foragido.
De acordo com as investiga-
ções, um dos votos comprados
foi o de Lamine Diack, então
presidente da Federação Inter-
nacional de Atletismo. Segun-
do o MPF, uma empresa de Rei
Arthur transferiu US$ 2 mi-
lhões para Papa Diack, filho de
Lamine. Para as autoridades
francesas e brasileiras, tratava-
se de dinheiro para a compra
do voto do membro do COI. O
pagamento, segundo o MPF,
foi determinado por Cabral.
O peemedebista disse, no
depoimento obtido pelo GLO-
BO, ser amigo pessoal de Rei
Arthur, mas que o empresário
já era o maior prestador de ser-
viços do estado antes de sua
eleição para o governo e que
não foi a sua gestão que o al-
çou a essa posição. Cabral afir-
ma ainda que esteve com La-
mine Diack apenas uma vez e
que, na ocasião, estavam pre-
sentes outras autoridades. Ca-
bral declarou que Diack nunca
pediu nada.
O ex-governador disse não sa-
ber por que Rei Arthur poderia
pagar o membro do COI, que
nunca fez tal pedido ao amigo e
que o empresário não partici-
pou de qualquer etapa da cam-
panha do Rio. Ele disse que nun-
ca recebeu qualquer dinheiro de
Rei Arthur ou teve qualquer re-
lação contratual com ele.
Preso desde novembro de
2016, Cabral foi ouvido por qua-
tro autoridades francesas e dois
procuradores brasileiros, na se-
de do MPF, um dia depois da
Operação Unfair Play. No fim
do depoimento, disse que se es-
tá cometendo um erro histórico
com a Olimpíada do Rio. O
GLOBO não localizou a defesa
de Arthur Soares. l
8
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017
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mentos. Viajantes
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car atentos às re-
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bens de consumo em geral.
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posto, a soma de tudo que foi
comprado fora do país (aí es-
tão incluídos os alimentos),
deve ser de até US$ 500 (via
aérea ou marítima) ou US$
300 (por terra, rio ou lago). Se
ultrapassar, é preciso decla-
rar os bens e pagar imposto
de 50% do valor excedido.
No free-shop, é possível
gastar mais US$ 500, isentos
de imposto. Mas apenas pro-
dutos adquiridos no aeropor-
EDILSON DANTAS/AGÊNCIA O GLOBO/28-8-2017 15
_
BOA VIAGEM
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
to de chegada são considera-
dos. Segundo Ingrid Bucher
Guimarães, auditora da Re-
ceita, este é um dos erros
mais comuns:
— Muitas pessoas desem-
barcam em Paris, por exem-
plo, e compram no free-shop
de lá, acreditando que o gas-
to será somado à cota do
free-shop de retorno ao país.
Mas entra no limite de US$ Free-shop. Área o auditor determine a taxa- máximo são três. Livros, fo-
500 de compras no exterior. A de compras no ção. Também é preciso infor- lhetos e periódicos estão li-
cota do free-shop só vale pa- Aeroporto de mar valores em espécie supe- berados, sem limites.
ra compras no aeroporto de Guarulhos, em riores a R$ 10 mil ou o equi- Produtos de uso pessoal
chegada no Brasil. São Paulo valente em outra moeda. não são taxados. O limite, pa-
Há uma multa de 50% so- A quantidade máxima para ra entrada é de um relógio,
bre o valor do imposto se o a entrada de bebidas alcoóli- uma máquina fotográfica, e
passageiro fizer declaração cas é de 12 litros. Para artigos um telefone celular, por pes-
falsa ou inexata — o que in- idênticos de até US$ 10, a soa, independentemente do
clui quem não declara os quantidade máxima é de 20 valor. Computadores, note-
bens assim que chega e espe- unidades. Já para produtos books e filmadoras, como a
ra passar no Raios X para que iguais acima de US$ 10, o GoPro, não são isentos. l
Quinta-feira 14 .9 .2017
Aliado de Geddel diz à PF que
quer colaborar com investigação
Ferraz detalha como buscou mala com dinheiro para ex-ministro
VINICIUS SASSINE
vinicius.jorge@bsb.oglobo.com.br
-BRASÍLIA- Preso em razão das digitais em
pacotes de dinheiro apreendidos num
“bunker” em Salvador, o advogado
Gustavo Ferraz (PMDB) afirmou à Polí-
cia Federal (PF) que deseja colaborar
com as investigações. Ferraz deu deta-
lhes sobre como buscou uma mala com
notas de R$ 100 em São Paulo e disse
que se sentiu “traído” pelo ex-ministro
Geddel Vieira Lima (PMDB), também
preso preventivamente em Brasília em
razão dos indícios de que é o responsá-
vel pelos R$ 51 milhões encontrados na
capital baiana. Gustavo e Geddel são
aliados políticos e as digitais dos dois
foram encontradas em pacotes apreen-
didos. Agora, Gustavo vem se candida-
tando a implodir a parceria e a entregar
o que está por trás da maior apreensão
de dinheiro já feita no país.
O GLOBO revelou na edição de terça-
feira que o advogado admitiu em depoi-
mento à PF ter viajado a São Paulo em
2012, a mando do ex-ministro, para bus-
car quantias em espécie. Na ocasião,
Geddel era vice-presidente de Pessoa Ju-
rídica da Caixa Econômica Federal, no-
meado pela presidente Dilma Rousseff.
O episódio foi citado pela PF para emba-
sar o pedido de prisão preventiva da du-
pla — o dinheiro teria sido repassado
por um emissário do ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Agora, novas informações obtidas
pela reportagem mostram que Ferraz
detalhou essa busca das quantias. O
aliado de Geddel já prestou dois depoi-
mentos. No primeiro, foi genérico nas
afirmações. No segundo, acrescentou
detalhes e deixou evidente a intenção
Doleiros eram
os mesmos do
esquema de
Sérgio Cabral
Funaro recorria a Juca e
Tony para remessas de
dinheiro ao exterior
Dois doleiros que estão presos
acusados de participar do es-
quema do ex-governador Sér-
gio Cabral (PMDB) prestavam
IMPRIMA SEUS
serviços também para Lúcio
Funaro, apontado como ope-
rador do ex-deputado Eduardo MATERIAIS AQUI,
Cunha. Em anexos de sua pro-
posta de delação premiada,
NA KALUNGA VIA PARQUE
Funaro cita que usava Juca e
Tony, apelidos de Vinicius Cla-
ret e Claudio de Souza, respec-
tivamente, para fazer remessas
ao exterior e entrega de valores
no Brasil.
O delator contou que usou os
serviços de Tony de 1997 a 2016,
quando foi preso. Funaro disse
que o doleiro era seu maior for-
necedor de dinheiro e que o
ajudou a entregar valores a Cu-
nha e aos ex-ministros Henri-
que Alves e Geddel Vieira Lima.
O doleiro disponibilizava valo-
res rapidamente, segundo Fu-
naro, que declarou ter uma con-
ta-corrente junto a Tony e Juca,
aos quais se refere como sendo
alguns dos maiores operadores
de câmbio e logística de dinhei-
ro paralelo do Brasil.
Funaro afirmou que, no dia
em que foi preso, possuía um
saldo devedor de aproximada-
mente US$ 1 milhão em sua
“conta interna” junto aos dolei-
ros. O controle das transações
era feito por meio de planilhas.
Juca e Tony viraram réus na
Lava-Jato junto com Cabral. De
acordo com o MPF, eles opera-
cionalizaram o recebimento de
valores para o ex-governador no
exterior e no Brasil. Os dois fo-
ram presos em março deste ano
por determinação do juiz Mar-
celo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal do Rio. (Juliana Castro
e Chico Otavio) l
CRISE SEM TRÉGUA
_
Ex-amigos? Preso com digitais em pacotes de dinheiro, Ferraz (à direita) se sente traído por Geddel
de colaborar com a Justiça. Geddel, por
sua vez, ficou em silêncio.
Ferraz disse que buscou uma mala
num endereço em São Paulo, numa rua
de cujo nome não se lembrava, e que
achava que a bagagem seria leve, tendo
notado depois o peso. O advogado afir-
mou que entregou a encomenda na re-
sidência de Geddel em Salvador, sem
abri-la. Depois, em novo depoimento,
acrescentou detalhes: forneceu ele-
mentos do carro que usou, do imóvel
onde buscou o dinheiro e do avião que
o transportou, que já estaria preparado
no aeroporto para ele.
O aliado de Geddel afirmou que ele e
o ex-ministro abriram a mala em Salva-
dor e notaram a existência de diversos
pacotes de dinheiro. De Geddel ouviu
que as quantias iriam abastecer cam-
15 de setembro, às 10h
CARTÕES DE VISITA
PROMOCIONAIS
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l País l
REPRODUÇÃO FACEBOOK
panhas de candidatos do PMDB da Ba-
hia. Ele disse ter se sentido “traído” por
Geddel, pois não haveria destinação de
dinheiro para seu grupo político. De ja-
neiro até o dia de sua prisão, na sexta-
feira, Gustavo exerceu o cargo de dire-
tor-geral da Defesa Civil de Salvador,
nomeado pelo prefeito ACM Neto
(DEM). A Justiça autorizou a transfe-
rência dele do Presídio da Papuda para
o Núcleo de Custódia Militar, onde
também ficam advogados.
Por haver indícios de que o deputado
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão
de Geddel, tem ligação com o “bunker”
dos R$ 51 milhões, o juiz federal Vallis-
ney de Souza Oliveira encaminhou on-
tem o caso para análise do Supremo
Tribunal Federal (STF). Lúcio pode ser
acusado de lavagem de dinheiro. l
Inauguração
ESCRITÓRIOS
O GLOBO l 9
Funaro diz ter operado
pagamento a Picciani
Cinco milhões de lo, por um emissário de Piccia-
francos suíços foram
ni chamado “Milton”. Funaro
conta que foi chamado por Cu-
repassados por dono nha em 2014 para facilitar o re-
cebimento do repasse de Bara-
de empresa de ônibus
ta a Picciani. Na época, cinco
milhões de francos suíços cor-
MIGUEL CABALLERO respondiam a R$ 12,4 milhões
E CHICO OTAVIO (hoje, a conversão aponta para
opais@oglobo.com.br um montante de R$ 16,2 mi-
lhões). Os valores seriam usa-
As investigações sobre o es- dos por Picciani e pelo próprio
quema de corrupção envol- Cunha na campanha eleitoral
vendo os donos de empresas daquele ano, quando ambos se
de ônibus e políticos do Rio ga- reelegeram. O pagamento foi
nharam um reforço com a de- feito na Suíça, segundo Funa-
lação do doleiro Lúcio Funaro, ro, porque Barata exigiu que a
confessadamente um opera- transação fosse feita no país
dor de políticos do PMDB, co- europeu, para encobrir o paga-
mo o deputado cassado Eduar- mento da propina.
do Cunha. Em um dos anexos Funaro ofereceu ao MPF, co-
de sua proposta de delação en- mo provas para corroborar es-
tregue ao Ministério Público sa parte de sua delação, extra-
Federal (MPF), Funaro afirma tos de sua conta no Banco Audi
que, a pedido de Cunha, ope- e registros de contatos de Cu-
rou, em 2014, um pagamento nha no aplicativo de mensa-
de cinco milhões de francos gens “Wickr”.
suíços de Jacob Barata Filho a Em nota, Picciani chamou
Jorge Picciani, presidente da Funaro de “bandido” e disse
Assembleia Legislativa do Rio que Eduardo Cunha jamais in-
(Alerj), como antecipou a co- terferiu em suas campanhas.
luna Poder em Jogo, de Lydia “Não conheço esse bandido
Medeiros, no GLOBO. de nome Lúcio Funaro, nunca
O presidente da Alerj, diz o sequer o vi... Nunca recebi na-
doleiro, havia pedido ajuda a da de Lúcio Funaro ou de qual-
Cunha para receber o dinheiro quer um dos seus intermediá-
em reais, em espécie, no Brasil, rios, não conheço nenhum
já que não possuiria conta no “Tony” nem tenho assessor ou
exterior. Funaro então recebeu pessoa próxima de nome Mil-
um depósito de Barata em ton. Eduardo Cunha jamais in-
uma conta sua no Banco Audi, terferiu em minhas campa-
na Suíça, e afirmou que o di- nhas nem fizemos nenhuma
nheiro foi disponibilizado para dobrada em eleições”.
Picciani através do doleiro Os advogados de Jacob Barata
chamado Tony, que trabalhava Filho repudiaram o que chama-
para ele. Os valores foram reti- ram de “boatos sobre depoimen-
rados, ainda segundo Funaro, tos cuja existência ou eventual
em seu escritório em São Pau- teor é desconhecido da defesa”. l
Eike obteve
empréstimo
da Caixa com
ajuda de Cunha
Segundo Funaro, em
troca, empresário pagou
propina ao ex-deputado
Em um dos anexos de sua pro-
posta de delação premiada, o
doleiro Lúcio Funaro afirmou
que o ex-deputado Eduardo Cu-
Fotos meramente ilustrativas.
nha ajudou o empresário Eike
Batista a obter um empréstimo
junto ao FI/FGTS, da Caixa Eco-
nômica Federal, para um proje-
to da LLX na área portuária e
trens. De acordo com Funaro,
Cunha intermediou a operação
por meio de Fábio Cleto, ex-vice-
presidente da Caixa e agora de-
lator da Lava-Jato.
O operador afirmou que lera
uma troca de mensagens entre
Amaury Pires, diretor de Rela-
ções Institucionais do Grupo
EBX, e Fábio Cleto, sobre o
pleito da LLX junto à Caixa.
Funaro disse que, após a apro-
vação do financiamento, hou-
ve problema para o recebi-
mento de propina por meio de
doações das empresas de Eike,
mas que Cunha encontrou
uma solução para viabilizar os
pagamentos via Odebrecht, já
que a empreiteira era presta-
dora de serviços para a LLX
nas obras do Porto do Açu.
Funaro disse nunca ter co-
nhecido Eike, mas acompa-
nhou a operação via Eduardo
Cunha. No primeiro pleito de
Eike, o comitê não aprovou o
financiamento. O delator de-
clarou que foi com a ajuda do
ex-presidente da Câmara que a
solicitação do empresário aca-
bou sendo aprovada na Caixa.
Funaro contou que, embora
não tenha tomado conheci-
mento de como o pagamento
foi feito, a propina foi recebida,
porque o próprio ex-presiden-
te da Câmara confirmou o re-
cebimento. (Juliana Castro e
Chico Otavio) l
 ESPORTES NA WEB
glo.bo/2h3Vfrf

Indians superam
marca de time que
inspirou Brad Pitt
QUINTA-FEIRA 14.9.2017 2ª EDIÇÃO
oglobo.com.br

RICARDO MORAES/REUTERS

Botafogo Grêmio

0 0
Botafogo: Gatito Fernández, Arnaldo, Carli,
Igor Rabello e Gilson; Matheus Fernandes,
Bruno Silva, João Paulo (Rodrigo Lindoso) e
Léo Valencia (Marcos Vinicius); Pimpão
(Guilherme) e Roger.
Grêmio: Marcelo Grohe, Edílson, Bressan,
Kannemann e Cortez; Jaílson, Arthur,
Ramiro e Léo Moura (Rafael Thyere);
Fernandinho e Lucas Barrios (Everton).
Juiz: José Argote (VEN).
Cartões amarelos: Rodrigo Pimpão e
Matheus Fernandes.
Público pagante: 33.235 (36.034
presentes).
Renda: R$ 2.029.375,00.
Local: Nilton Santos.

ATUAÇÕES
aa B OTA FO G O
Gatito Fernández 7.
Atento. Defesa de puro reflexo em chute
de Arthur na etapa inicial.
Arnaldo 5.
Recuado. Recorreu às faltas em alguns
lances, e o Grêmio subiu às suas costas no
primeiro tempo.
Carli 7.
Salvou. Andou se estranhando com
Kannemann no ataque. Mas tirou, em cima
da linha, voleio de Fernandinho. Vai bem,
principalmente nas bolas aéreas, mas ainda
mostra dificuldade na saída de bola.
Igor Rabello 5.
Sem espaço. O atacante alvinegro Roger, que teve poucas chances no jogo, disputa uma bola pelo alto com os gremistas Bressan (à esquerda) e Edilson: empate sem gol e decisão em Porto Alegre Em apuros. Teve trabalho com o rápido
Fernandinho, especialmente nos primeiros

Libertadores
45 minutos.
sença física no meio-campo, porque Léo, Gilson 7.

ABERTO
que atuava mais próximo a Roger, tem ca-
racterística mais ofensiva do que João Pau-
lo, habituado a fazer esta função. O time se
espaçava. A pressão sobre os volantes do
Grêmio — Arthur entre eles — era menor e
o Botafogo tinha raras recuperações de bo-
la que ligavam contra-ataques. Por outro
lado, escalar Lindoso, que iniciou no ban-
co, impunha outro problema: Jair ficaria
com três jogadores voltando de lesão jun-
tos em campo, já que esta também era a si-
tuação de Carli e de João Paulo.
RISCOS CALCULADOS NO FIM
Tanto que João Paulo sairia aos 20 minutos
Acordou. Foi tímido no apoio no primeiro
tempo. No início do segundo, sofreu um
pênalti ignorado pelo árbitro e foi presença
constante na frente.
Matheus Fernandes 5,5.
Oscilou. Uma jogada de efeito que
levantou a torcida na etapa inicial, mas seus
erros de passe irritaram.
Bruno Silva 6,5.
Quase. Bem no desarme. No primeiro
tempo, por pouco não abriu o placar ao se
antecipar à zaga.
João Paulo 6.
Sem gás. Apareceu bem, mas parece ter
cansado. Acabou substituído.
Rodrigo Lindoso 5,5.

Empate frustra, mas DNA mantém o Botafogo vivo contra do segundo tempo, por questões físicas. E
Léo Valencia não jogava mal. Dava opções
o Grêmio. Alvinegro precisará de eficácia para domar Arthur de profundidade pelos lados, assim como
costuma fazer Rodrigo Pimpão, que ontem
não jogou bem. E o time sente suas atua-
ções abaixo do padrão.
No segundo tempo, um Botafogo que
Compôs. Entrou em seu lugar e deu conta
do recado na contenção.
Léo Valencia 6,5.
Participativo. Deu opção pelos lados do
ataque, mas falhou na marcação a Arthur.
Acabou sacado no segundo tempo.
Marcos Vinícius 5,5.
E só. No pouco tempo em que ficou em

S
CARLOS EDUARDO MANSUR
carlos.mansur@oglobo.com.br
e fosse para empatar em casa,
que fosse sem gols. Afinal,
ainda que o Nilton Santos
cheio esperasse celebrar uma
vitória, o resultado permite
que, na semana que vem, em
Porto Alegre, o Botafogo vá à
semifinal da Libertadores
com um empate com gols. O
0 a 0 com o Grêmio deixa al-
gumas missões para o confronto da volta.
Se o placar retratou um jogo em que ra-
ramente o Botafogo encaixou seus con-
tragolpes em velocidade, a tarefa será en-
contrar os caminhos no Sul. Em tese, a
Arena do Grêmio levará o rival a permitir
mais espaços. Além disso, o jogo de on-
tem mostrou um Botafogo que, embora
não tenha ficado à vontade com a posse
de bola gremista, também não permitiu
ao adversário tantas chances claras, em-
bora uma em cada tempo tenha apareci-
do. Segurar a capacidade criativa do Grê-
mio será mais difícil daqui a uma sema-
na: Luan deve voltar. Mas, fundamental-
mente, será preciso evitar que Arthur se-
ja, de novo, o dono do meio-campo.
Quando Fernandinho arrancou pela
esquerda e levou perigo ao gol de Gatito
Fernández, parecia um sinal de que os
papéis habituais de Botafogo e Grêmio
iriam se inverter: os gaúchos buscando
contra-atacar, obrigando o time carioca a
ficar com a bola. Não foi bem o cenário,
mas tampouco foi bom para o alvinegro.
Sem abrir mão da bola, do controle, os
gaúchos, que tiveram 56% de posse na
primeira etapa e trocaram quase o dobro
de passes dos alvinegros, conseguiram ti-
rar o Botafogo de sua zona de conforto.
Ao acertar 91% dos passes, o Grêmio
mostrava-se cuidadoso com a posse de
bola para evitar perdas, impedir o jogo de
transições, o contragolpe. E forçado a
atacar uma defesa posicionada, o Botafo-
go se viu sem ideias na primeira etapa.
Uma roubada de Matheus Fernandes, o
volante que foi parar na área para finali-
zar com perigo, foi o melhor lance que o
Botafogo produziu antes do intervalo.
Justamente quando criou as condições
de que mais gosta para jogar. Ou no cru-
zamento de Gílson, que Bruno Silva
emendou rente à trave de Gatito.
O controle pendia para o Grêmio. E
quando se fala em controlar ações, ditar
ritmos, decidir quando acelerar e quan-
do cadenciar, fala-se em Arthur. Foi o do-
no do campo, governou o jogo. Acertou
todos os passes, distribuiu jogo, chegou a
arrancar driblando rivais para alcançar a
área e concluir.
O cenário coloca em debate a opção de
Jair Ventura por fazer de João Paulo um dos
dois volantes e escalar Léo Valencia. A sen-
sação é que o alvinegro tinha menos pre-
marcava melhor por se agrupar mais, tam-
bém conseguia pôr em prática seu jogo
mais direto. Ora em passes longos para
Pimpão ou Valencia, ora na ultrapassagem
de Gílson, que terminou em chute perigo-
so de Roger.
Jair ainda tentou lançar Marcos Vinícius
e Guilherme para ter saídas rápidas. O
Grêmio tinha mais a bola e Arthur ainda
escapava. Sua visão panorâmica do campo
lhe permitiu conduzir pelo centro e iniciar
a jogada do cruzamento de Léo Moura,
que segue jogando com categoria, e o chu-
te de Fernandinho, salvo por Carli quase
na linha. Do outro lado do campo, a esca-
pada de Guilherme, pensada por Jair, ter-
minou em finalização perigosa de Roger. A
esta altura, os times calculavam riscos, mas
há caminhos para o Botafogo buscar a va-
ga, que está longe de ter dono. Frio e fiel a
suas ideias, o Botafogo pode voltar de Por-
to Alegre classificado. Ainda que empatar
em casa deixe certa frustração no ar. l
campo, deu uma cabeçada sem perigo.
Pimpão 5.
Mal. Herói em outras partidas na
Libertadores, desta vez, decepcionou.
Guilherme 5,5.
Veloz. Entrou a poucos minutos do fim e
levou perigo em uma jogada pela esquerda.
Roger 6,5.
Pivô. Um dos que evoluíram na etapa final.
Uma bela tabela com Gilson no lance em que
o árbitro ignorou o pênalti. Depois, deu um
chute com bastante perigo.
Jair Ventura 6,5.
Cauteloso. Sua equipe teve dificuldade de
encaixar contra-ataques, mas soube segurar
o ataque adversário.
aa G R Ê M I O
Promissor. Arthur fez um jogo
praticamente perfeito.
aa A R B I T R AG E M
Falha. O venezuelano José Argote errou
ao não marcar pênalti em Gilson.

LIGA DOS CAMPEÕES

Um dia após Messi, Cristiano Ronaldo também brilha em vitória fácil
Craques se destacam na
primeira rodada. City de
Guardiola tem exibição
de gala na Holanda
Num dia, dois gols de Messi
pelo Barcelona. No outro, dois
de Cristiano Ronaldo pelo Real
Madrid. Ontem, o português
comandou a vitória sem so-
bressaltos do Real Madrid so-
bre o Apoel, do Chipre, por 3 a
0. Retrato de uma rodada que
manteve a rotina de imposição
dos favoritos.
Após demorar apenas 12 mi-
nutos para abrir o placar, com
Cristiano Ronaldo, o Real Ma-
drid só ampliou aos 11 do se-
gundo tempo, em novo gol do
português, este de pênalti. Ser-
gio Ramos fechou o placar.
Se o Real Madrid venceu
com a esperada facilidade, o
Manchester City, de quem
também se imaginava vitória,
foi além. Enfrentou o campeão
holandês, o Feyenoord, em Ro-
terdã, e, mais do que dominar
o jogo, deu um baile nos donos
da casa na goleada por 4 a 0.
A ciranda montada pelo time
de Guardiola no primeiro tem-
po atordoou os holandeses.
Fernandinho era o primeiro vo-
lante. Kevin De Bruyne e David
PAUL HANNA/REUTERS
Silva compunham o meio-cam-
po e, mais adiante, Bernardo
Silva atuava pela direita, Aguero
pelo centro do ataque e Gabriel
Jesus mais à esquerda. A partir
daí, a constante movimentação
criava trocas de passe, envolvi-
mento e chances de gol.
COUTINHO NO BANCO
Um deles, de Gabriel Jesus, num
primeiro tempo que acabou 3 a
0. Aguero e o zagueiro Stone,
com dois gols, fecharam o placar.
A rodada teve boa participa-
ção de atacantes brasileiros:
quatro deles fizeram gol. Além
de Jesus, Anderson Talisca, na
Lá dentro. Cristiano Ronaldo marca um de seus dois gols na vitória do Real vitória importante do Besiktas
sobre o Porto por 3 a 1, em Por-
tugal; e Taison, na vitória do
Shakhtar Donetsk sobre o Na-
poli, por 2 a 1, na Ucrânia.
Roberto Firmino, que perdeu
pênalti, marcou no empate do
Liverpool com o Sevilla em 2 a
2. Após a polêmica em torno
de sua tentativa de transferên-
cia para o Barcelona, Philippe
Coutinho só entrou no segun-
do tempo.
Em Wembley, o Tottenham
conquistou importante resul-
tado sobre o Borussia Dort-
mund. Com dois gols, Harry
Kane conduziu o time inglês à
vitória por 3 a 1. (Carlos Eduar-
do Mansur) l
Quinta-feira 14 .9 .2017 O GLOBO l 17
Dos Leitores
No site do GLOBO Autocrítica
_
REPRODUÇÃO JASON VOGEL DIVULGAÇÃO EDITORIA DE ARTE NA
_ EDIÇÃO DE ONTEM:

P. 2: “Conte algo que não

sei/‘Nossas carreiras são
como as estações do ano.’”
“Às vezes, me perguntam
como é ser uma mulher...”
Uso incoerente da vírgula ou
erro na colocação do prono-
País Carros Rio Show Cultura me pessoal oblíquo átono.
Certo (mais informal): “Às

FRENTE O FUTURO MUNDO ALÉM vezes me perguntam...”

Certo (mais formal): “Às

A FRENTE É AGORA DOS SONHOS DO ROCK vezes,

Assista ao depoimento do
ex-presidente Lula ao juiz
Sergio Moro sobre propina
da Odebrecht.
https://glo.bo/2x2OV9f
As cartas, contendo telefone e endereço do autor, devem ser dirigidas à seção Dos Leitores. O GLOBO, Rua Marquês de Pombal 25, CEP 20.230-240. Pelo fax, 2534-5535 ou pelo e-mail cartas@oglobo.com.br
_ _
GILMAR MENDES
a O ministro Gilmar Mendes exerceu
a função de presidente do Tribunal
Superior Eleitoral entre 29 de junho
de 2004 e 20 de fevereiro de 2006 e de
13 de fevereiro de 2014 até a
atualidade. Se o TSE tivesse sido sido
mais proativo e eficaz, talvez não
tivessem ocorrido as falcatruas nas
campanhas eleitorais e que geraram
os problemas que hoje obrigam PF,
MPF e tribunais de Justiça a
investigar, denunciar e julgar. Logo,
antes de criticar tais órgãos e seus
titulares, a Justiça Eleitoral deveria
ter executado melhor a parte que lhe
cabia.
APARECIDO FRANCISCO DE OLIVEIRA
RIO
_ _
a Gilmar Mendes criticou Fachin
dizendo que ele corre o risco de ver
seu nome e o da própria Corte
conspurcados. Chamou Janot de
desequilibrado, disse que o acordo
de delação fechado por ele com a JBS
foi um desastre e que o seu período à
frente da PGR foi gestão de bêbado.
Com que direito ele dispara mísseis,
e não flechas, grosserias e
indelicadezas contra todos que não
pensam como ele? Já imaginaram se
Gilmar fosse o relator da Lava-Jato no
STF? Nada teria prosperado e todos
estariam livres. Depois do Fora Lula,
Fora Dilma, Fora Temer, está na hora
do Fora Gilmar.
LUIZ SÉRGIO SILVEIRA COSTA
RIO
_ impiedade.”
TEMER
a Michel Temer já esperneou, viajou
para lugares a que não deveria ter ido
e a outros que ninguém queria que
ele fosse. Já desqualificou seus
delatores e todos os envolvidos na
missão de julgá-lo por seus atos.
Comprou votos para não ter sua
denúncia aprovada na Câmara,
recorreu a Pai de Santo. Fez de tudo,
menos se defender e provar com
fatos e argumentos consistentes que
é inocente. Em pouco mais de um
ano de governo, não conseguiu
recuperar nada, não imprimiu ritmo
à economia, não teve sequer a
capacidade de indicar pessoas
probas; ao contrário, loteou seus
ministérios a figuras como Geddel de
Oliveira... Usa a máquina federal
para poder se safar de algo que até o
Michelzinho sabe ser impossível —
provar sua inocência.
RAFAEL MOIA FILHO
BAURU, SP
Salão de Frankfurt mostra que
a revolução dos carros
elétricos e autônomos está
mais perto do que parece.
https://glo.bo/2vU3Tvh
| Cartas e e-mails
JOESLEY
a Nas gravações feitas por Joesley no
Jaburu, ele disse: “Aqui eu dei conta
de um lado do juiz...” e “Eu consegui
um procurador dentro da
força-tarefa”. Estes não foram
identificados até hoje. Agora foi dito
que esta gravação fora feita com a
ajuda de Marcelo Miller. Sabemos
que as flechas do PGR são de bambu
e não de fibra de carbono (mais
elaborada e cuidadosa). A
homologação também foi rápida e
descuidada. Alguém pensa que
Joesley, Marcelo, Saud e Janot falarão
algo diferente? Estariam apenas
confirmando a trama e as culpas.
OSWALDO CRUZ GRIBEL
MAR DE ESPANHA, MG
SÓCRATES
a Discreta lembrança aos ministros
do STF, retirada de “Apologia de
Sócrates”, escrito por Platão: “Mas,
independentemente da questão da
dignidade, não me parece justo,
atenienses, dirigir súplicas a um juiz
nem ser absolvido à custa de pedidos,
em vez de expor fatos e tentar
persuadi-lo. Pois o juiz não ocupa o
seu lugar para sacrificar a justiça ao
favor, mas para decidir o que é justo.
Ele jurou, não que favoreceria quem
lhe agradasse, mas que julgaria
segundo as leis. É por isso que não
deveis acostumar-nos nem
acostumar-vos ao perjúrio. Uns e
outros seríamos culpados de
VALMI P. PACHECO
RIO
_ travada por uma Constituição “me
LAVA-JATO
a Lembro que no colégio os fatos
eram demarcados por AC (antes de
Cristo) e DC (depois de Cristo).
Parodiando, hoje, em se tratando de
política e justiça, podemos dizer ALJ
(antes da Lava- Jato) e DLJ (depois da
Lava-Jato), tamanho o divisor de
águas que é a operação. Tomara que,
com a aprovação do projeto original
das Dez Medidas Contra a
Corrupção, o combate à corrupção
seja mais rigoroso e tenhamos o
Brasil com que sonhamos.
HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES
VILA VELHA, ES
_ co esses maníacos que atacam
PRISÃO ESPECIAL
a O povo brasileiro e nossas institui-
ções não podem aceitar prisão
A companhia canadense
Cirque Éloize apresenta
“Cirkopolis”, espetáculo com
malabarismos e acrobacias.
https://glo.bo/2w8zz4d
|
especial para nenhum delinquente
de colarinho branco sem nível
superior. Não custa lembrar que
quem rouba milhões/bilhões é
responsável direto por milhares de
mortes decorrentes da falta de
recursos que poderiam ter
amenizado os reais problemas nas
áreas de saúde, infraestrutura ,
educação, segurança pública. Os que
optaram voluntariamente pela
corrupção desmedida e suas
consequências perversas, crédulos
na impunidade reinante, não
merecem tratamento diferenciado.
Ao Estado cabe garantir a segurança
desses delinquentes no cárcere
comum como para qualquer outro
preso, e, se não for possível, resta
lamentarmos, que é o que temos
feito por décadas.
RENATO MURAD
SÃO PAULO, SP
_ CARLOS EDUARDO MARTINS RIBEIRO
AMAZÔNIA E OS ARTISTAS
a Sem tirar a motivação dos protestos
dos artistas, que foram até Brasília
em defesa da Amazônia, gostaria de
saber se alguns deles conhecem a
região, a realidade de quem vive lá e
as áreas de mineração. Usar o seu
status social para fazer algo
acontecer pode ser válido, desde que
sejam conhecedores dos dois lados
da moeda.
TERESA ABREU DE ALMEIDA
RIO
_ Direito na Uerj. Hoje sou funcionária
JUSTIÇA TRAVADA
a Imperam as badernas políticas e
jurídicas. O país clama pela justiça
engana que eu gosto”, produzida para
atender a uma corja com mandatos.
As interpretações ambíguas dos
parágrafos dessa Constituição
bizantina abusam da paciência do
povo que, obrigado, mantém esses
elegantes salafrários, de ternos bem
cortados, cabelos aparados, que
discutem poucas ideologias para
tantos partidos. Que Deus nos
proteja.
ANTONIO SERGIO MENEZES DOS SANTOS
RIO
_ afastado das ruas até que a
ALFINETE CONTRA ASSÉDIO
a Uma sugestão para coibir um pou-
mulheres com atos criminosos de
natureza sexual: minha bisavó
italiana, Colomba, nos ensinava a ter
sempre conosco um alfinete bem
pontudo e firme para nos defender
_ perguntam-me...”
P. 2: “Poder em jogo/‘Postal
Saiba quais são os gêneros do cerrado.” “Mas em versão
mais comuns no Rock in bem-humorada e tomando
Rio. Hard rock e heavy metal emprestado a matriz
estão no topo da lista. italiana, a Mãos Limpas.”
http://bit.ly/2xyNYHb Erro de concordância. Certo:
“...e tomando emprestada a
matriz italiana, a Mãos
Limpas.”
_
P. 4: “Parte da crise.” “O
escritório Trench Rossi
Watanabe, que demitiu...”
Erro no nome. Certo: “O
dessas pessoas, assim que elas escritório Trench, Rossi e
ousassem nos atacar. Deveríamos Watanabe,
_ que demitiu...”
enfiar o alfinete aonde desse. Posso
garantir que, se o golpe for certeiro, P. 6: “Temer: ‘Garantias
afastará o molestador. Devíamos estão sendo violentadas.’”
recorrer às redes sociais para “...e falou que, no Brasil,
divulgar estratégias como essa. pessoas quem ‘derrubar’...
IDA MUNIZ Erro de grafia (digitação).
RIO Certo: “...no Brasil, pessoas
_ querem ‘derrubar’ outras...”
_
GAROTINHO P. 7: “Janot: ‘Muitas pernas
tremem’ com o combate à
a Até quando vamos assistir a esse corrupção.’” “Nunca se viu
circo em volta de mais uma prisão do em toda a nossa História
ex-governador Antony Garotinho? tantas investigações...” Erro
Todos sabem que ele é um pilantra, de concordância. Certo:
que cometeu várias irregularidades “Nunca se viram em toda a
em eleições passadas, juntamente nossa História tantas investi-
com sua fiel esposa. Será que agora gações...”
_
vão prendê-lo mesmo? Aposto que
ele sera solto por ordem do TSE, que P. 8: “Miller teve passagens
sempre o abraçou. pagas por escritório quando
era procurador.” “...contra a
RIO JBS por improbidade por
_ questões concorrenciais.”
Repetição do “por”
ESCOLA RIO DE JANEIRO Melhor: “...contra a JBS por
improbidade em questões
a Foi com muito orgulho que li a concorrenciais.”
_
reportagem citando a Escola
Municipal Rio de Janeiro, no Jacaré, P. 8: “Miller teve passagens
entre as 15 melhores da cidade. pagas por escritório quando
Como ex-aluna, fiquei envaidecida. era procurador.” “O executivo
Me lembro dos ótimos professores, disse ser ‘mentira total’ as
da diretora, das atividades, das festas referências...” Falta de con-
e colegas. De lá, fui para o Pedro II, cordância. Certo: “O executi-
pois estava entre os cinco melhores vo disse serem ‘mentira
alunos da escola, e mais tarde cursei total’
_as referências...”
pública federal e devo muito a esta P. 9: “Ida a Curitiba foi de
magnífica escola, que me forneceu a carro.” “...para ter uma chega-
base para a minha formação. da ‘discreta’ na capital...” Erro
ANDRÉA DE S. NOGUEIRA MARQUES de regência. Certo: “...para ter
RIO uma chegada ‘discreta’ à
_ capital...”
_
GUARDA MUNICIPAL P. 11: “Como funcionava o
esquema.” Segundo quadro:
a Em atenção à carta do leitor Fer- “Procuravam eventuais
nando Anielo, a Guarda Municipal do irregularidades ou pendênci-
Rio esclarece que a postura da as, que, uma vez encontra-
equipe não condiz de forma alguma das, tornavam-se parâme-
com os preceitos da instituição, que tros...” Erro na colocação do
foi criada há 24 anos com a missão pronome pessoal oblíquo
de cuidar da cidade e auxiliar e átono [próclise obrigatória].
proteger o cidadão carioca e os “...encontradas, se torna-
turistas. Todos os guardas envolvidos vam parâmetros...”
já foram identificados e um deles está
sindicância, aberta pela Este é o resumo da crítica
Corregedoria, seja concluída. A realizada e supervisionada
Academia da Guarda promove cursos pelo professor Ozanir
frequentes para capacitar, atualizar e Roberti, sob a coordenação do
aperfeiçoar o efetivo com aulas de jornalista Aluizio Maranhão,
técnicas operacionais, abordagem e editor de Opinião do GLOBO.
relacionamento interpessoal, etc. A crítica completa é distribuída
MARIA BEATRIZ FAFIÃES todos os dias na Redação.
ASSESSORA DE IMPRENSA DA GUARDA LEIA A ÍNTEGRA DA
MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO COLUNA NA WEB
oglobo.com.br

Hoje no Há 50 anos 14 de agosto de 1967

Acervo O GLOBO
Seriam em São Paulo os Ônibus salta no abismo a
Isadora Duncan Frase Jogos Olímpicos de 1976 caminho de BH: 14 mortos
MORTE TRÁGICA HÁ 90 ANOS
Mito da dança, bailarina se enforcou em sua “Se tivéssemos O esporte brasileiro, que já organizou
com êxito um certame de futebol,
Num vôo de 35 metros de altura, após furar
o pneu dianteiro direito em uma curva do
echarpe, presa à roda do carro, em Nice.
nascido na África, dois mundiais de basquete masculino Viaduto das Almas, o ônibus-leito da Via-
UNE e um feminino, um mundial masculi- ção Cometa, que se dirigia para Belo Hori-

APOIO AO BRASIL NA 2ª GUERRA nos chamaríamos no e feminino de volibol, um mundial

Em 14/9/1942, congresso destaca “participação
patriótica” dos estudantes no esforço de guerra.
Grace Kelly
ADEUS À PRINCESA DE MÔNACO
Ex-atriz, preferida de Hitchcock, morreu em
14/9/1982 após acidente de carro que dirigia.
acervo.oglobo.globo.com
de pentatlo militar, um mundial de ju-
dô, e os Jogos Pan-Americanos, agora
Blacksnake” tem por objetivo patrocinar os Jogos
David Coverdale, vocalista
da banda Whitesnake,
Olímpicos de 1976, com sede em São
Paulo, que conta com um dos mais
completos parques esportivos do
Em 1985, explicando o nome do mundo. A grandiosidade do evento
grupo de hard rock britânico, que colocará o Brasil em constante obser-
mesclou no primeiro Rock in Rio vação, desde a oficialização de sua
metal com blues e suingue black candidatura.
zonte, procedente da Guanabara, proje-
tou-se ontem no abismo, causando a mor-
te de 14 de seus 17 ocupantes. Entre as víti-
mas fatais estão o irmão do Secretário de
Fazenda de Minas e os pais do pianista
Nelson Freire, um dos três sobreviventes.
Outro sobrevivente, que está passando
bem, é o engenheiro Paulo Richter, ex-pre-
sidente da Eletrobrás e diretor da Viação
Cometa. O pianista ia a Belo Horizonte pa-
ra dar dois recitais beneficentes de piano.
 l
22 O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017
ESTILO
Muito mais do que joias
JÚLIA AMIN
julia.amin@oglobo.com.br
De hoje a domingo, a
Marina da Glória rece-
be a 18ª edição do Joia
Brasil, evento que reúne
novos talentos da joalhe-
ria nacional e que ocorre
em paralelo à Feira de Design
do Rio. As 17 marcas exposito-
ras têm como missão apre-
sentar peças com desenhos
originais, geralmente de prata,
e ao mesmo tempo com pre-
ços não tão exorbitantes. Nas
próximas páginas, um pou-
quinho do que pode ser en-
contrado nos quatro dias de
exposição. As peças também
estão à venda nas lojas físicas
e virtuais das próprias marcas.
O uso de materiais inusita-
dos e de tecnologia é o ponto
forte da mostra. Um exem-
plo são as joias de Elisa Ka-
lumi, finalizadas com lúpu-
lo. Se na cerveja a substância
confere aroma e amargor, na
prata dá um aspecto fosco
interessante. A coleção de
Elisa faz, inclusive, alusões à
bebida (veja na página ao la-
do). Já Gabi Niskier dese-
Desde
1993
(*somente no cheque)
Ataulfo de Paiva 31 - Loja A Leblon - Tel.: 2239-6448
nhou peças
de ouro 18
quilates que são
produzidas por meio
da técnica de impressão 3D.
Um de seus brincos contor-
na a orelha sem que seja ne-
cessário fazer furo.
E se você acha que joia é
coisa de mulher, está enga-
nado. Marcelo Novaes apre-
senta sua marca masculina
cheia de personalidade, com
peças feitas de prata, com es-
malte e banho de ródio des- Sem furo.
gastado. O diamante negro é Brinco de ouro e
a assinatura do design. Além diamantes que Móveis. Brincos de
dele, Bruna Milam, do Milam atravessa a prata com banho em
Studio, tem joias sem gênero, orelha Gabi ouro MABO
para todos os gostos. l Niskier (mabostore.com.br),
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Continua na página 24 R$ 2.310
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FABRICAÇÃO PRÓPRIA
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Quinta-feira 14 .9 .2017 2ª Edição l Esportes l O GLOBO l 33

FUTEBOL
Flu encara LDU, velha
GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO

Chapecoense Flamengo

0 0
Chapecoense: Jandrei, Apodi, Douglas algoz, com casa cheia
Grolli, Fabrício Bruno e Reinaldo; Moisés
Ribeiro (Lucas Marques), Lucas Mineiro e
Canteros; Wellington Paulista, Alan
Ruschel (Luiz Antônio) e Túlio de Melo
(Penilla).
Flamengo: Diego Alves, Rodinei, Réver,
Tricolor conta com a FICHA DO JOGO
Juan e Pará; Willian Arão, Cuéllar, Berrío
(Lucas Paquetá), Diego (Éverton Ribeiro) e
torcida no jogo de ida
Everton (Vinícius Jr.); Guerrero.
Juiz: Gery Vargas (Fifa/Bolívia) das oitavas de final FLUMINENSE: Júlio César,
Cartões amarelos: Reinaldo, Fabrício Bruno,
Guerrero, Réver, Cuéllar e E. Ribeiro.
Público presente: 9.702.
da Sul-Americana Lucas, Nogueira, Renato
Renda: R$ 279.770,00.
Chaves e Leo Pelé;
Local: Arena Condá (SC). Orejuela, Wendel e
Na história do Fluminense, Sornoza; Gustavo Scarpa,
nenhum adversário estran- Wellington e Henrique
geiro é tão marcante quanto Dourado.
ATUAÇÕES a LDU, do Equador. E ne- LDU: Leonel Nazareno,
nhum também é tão trau- Narvaéz, Salaberry, Lucas
aa F L A M E N G O mático. Não à toa, a torcida de Lima e Chalá; Vega,
se mobilizou como poucas Betancourt e Intriago;
Diego Alves 4,5. vezes este ano para encher o Cevallos, Anderson Julio e
Instável. Uma boa defesa em chute de Maracanã, às 19h15m, onde Hernán Barcos.
Alan Ruschel. Mas foi mal nas reposições e os dois clubes ficarão frente JUIZ: Julio Quintana (COL).
errou uma rebatida perigosa. a frente pela primeira vez LOCAL: Maracanã.
Rodinei 4,5. desde as finais da Liberta- HORÁRIO: 19h15m.
Confuso. Tentou ser ofensivo, mas não dores de 2008 e da Sul-ame- TRANSMISSÃO: Sportv e
encontrou companheiros para articular Rádio Globo/CBN.
jogadas, e foi batido pela marcação. ricana de 2009, ambas ven-
cidas pelos equatorianos.
Réver 5,5.
Tropeço. Arão tenta se livrar da marcação: time rubro-negro teve atuação abaixo da média contra a Chapecoense Presença. Assustou numa cabeçada. No O time terá apoio em mas-

Sul-Americana
segundo tempo, mais exposto, teve sa das arquibancadas. Os se- esperamos é fazer pressão,
gar ao gol da Chapecoense. problemas no combate. tores Leste e Sul já estão es- porque é o que vamos sofrer lá
Alan Ruschel, jogando como Juan 5,5. gotados. E a venda continua — afirmou Henrique Dourado.

SAIU NO
meia-esquerda em seu primei-
ro jogo oficial como titular
após a sobrevivência ao aci-
dente aéreo na Colômbia, cri-
ou a melhor chance do primei-
ro tempo aos 40 minutos, em
finalização forte que Diego Al-
ves espalmou. Ruschel, no en-
Risco. Viveu o mesmo problema de Réver,
quando o Flamengo expôs a defesa a um
jogo de transições e lances de velocidade.
Pará 5.
Irregular. Mais contido, foi bem na
marcação em seu setor no primeiro tempo.
Os espaços apareceram no segundo.
Cuéllar 4,5.
Caiu. Desta vez, não encontrou boas
hoje. Na última parcial divul-
gada pelo clube, mais de 35
mil ingressos haviam sido
vendidos. A partida de hoje
já representa o recorde de
público do tricolor como
mandante em 2017. A marca
pertence ao Fla-Flu do dia 30
A festa nas arquibancadas vai
contar com papel picado,
balões e 250kg do tradicional pó
de arroz. Um reforço e tanto pa-
ra o time, que não contará com
o capitão Henrique, lesionado.
— Tenho certeza de que vai
estar bonito. Quando a torcida

LUCRO
tanto, tinha clara dificuldade
para ajudar na recomposição
defensiva. O problema é que
Berrío e Rodinei estavam em
noite pouquíssimo inspirada.
Depois do intervalo, o Fla-
mengo encontrou duas chan-
ces em lances aéreos, com seus
zagueiros Réver e Juan. Aos
poucos, no entanto, a Chape-
Flamengo faz pior exibição com Rueda e coense passou a ditar o ritmo
da partida. Aos 29, Diego Alves
sofre para segurar empate em Chapecó rebateu um chute de Penilla
nos pés de Reinaldo, que errou
opções de passe para iniciar as jogadas. de abril, pela decisão do Ca- do Flu comparece em peso,
Willian Arão 6. rioca (34.926 pagantes). nos empurra e ajuda muito —
Momentos. Uma boa escapada pela — O que a torcida e nós completou o Ceifador. l
direita e algumas tentativas de infiltração.
No mais, teve dificuldade na parte ofensiva.
Berrío 4.
Precipitado. Uma sucessão de escolhas
GALERA DO
GLOBO
equivocadas e erros técnicos, embora se
visse isolado na ponta.
Lucas Paquetá 6.
Tentou. Incomodou a defesa rival. Toni Platão
Diego 5,5.
Decepcionou. Não jogou bem e pareceu
irritado em campo. Errou acima do
habitual. Foi bem em duas cobranças de
HOJE É DIA DE FLUMINENSE

BERNARDO MELLO
bernardo.mello@infoglobo.com.br
Depois de uma atuação abaixo
da média, o Flamengo pode
até se considerar satisfeito
com o empate sem gols diante
da Chapecoense, ontem, na
Arena Condá. No jogo de volta,
pelo critério do gol fora de ca-
sa, qualquer igualdade dará
vaga aos catarinenses nas
quartas de final da Sul-Ameri-
cana — exceto um novo 0 a 0,
que leva a decisão para os pê-
naltis. Mas a impressão é que
rubro-negro, em vez de zerado,
poderia ter saído no prejuízo
na sua pior exibição sob co-
mando de Reinaldo Rueda.
No primeiro tempo, mesmo
com 65% de posse de bola, o ti-
me rubro-negro era estéril no
ataque. Guerrero foi a exceção
à regra, produzindo chances
isoladas: primeiro em uma bo-
la aérea aos 10 minutos, quan-
do sua finalização foi bloquea-
da por Moisés; depois, aos 15,
com um chute de longe que as-
sustou o goleiro Jandrei.
Embora vários titulares te-
nham sido poupados no fim de
semana, o time jogava numa
intensidade abaixo da exibida
no mata-mata da Copa do Bra-
sil. A questão física revelou-se
um problema ao menos para
Everton, que sentiu dores na
panturrilha esquerda e saiu
ainda no primeiro tempo.
O lado direito do ataque se
desenhava como principal ca-
minho para o Flamengo che-
o alvo. Canteros, que teve pas-
sagem apagada pelo Flamengo
há dois anos, deixou Luiz An-
tônio, outro ex-rubro-negro,
de frente para o gol aos 38. Die-
go Alves, desta vez, saiu-se
bem. Aos 41, o goleiro nada
poderia fazer em boa chegada
de Penilla, cara a cara, mas o
equatoriano chutou para fora.
STJD DENUNCIA RUBRO-NEGRO
Ontem, a procuradoria do Su-
perior Tribunal de Justiça Des-
portiva denunciou o Flamengo
pelos tumultos no Maracanã,
na final da Copa do Brasil, con-
tra o Cruzeiro. O julgamento
será no dia 18. O clube pode
ser punido com multa de até
R$ 100 mil e a perda de um a
dez mandos de campo, pena
que seria cumprida apenas na
próxima edição do torneio. l
H
bola parada.
Éverton Ribeiro Sem nota.
Nem suou. Entrou no fim.
Éverton 5.
Pouco tempo. Ficou 26 minutos em
campo, tempo para uma boa jogada e a
substituição por lesão.
Vinícius Junior 4,5.
Apagado. Precipitou-se ao cometer uma
falta desnecessária. Participou pouco.
Guerrero 6,5.
Isolado. Trabalhou muito para ser o pivô
e receber bolas de costas para o gol. Ainda
finalizou uma vez com perigo.
Reinaldo Rueda 4,5.
Preocupante. Seu trabalho é recente,
mas o time pareceu dar um passo atrás.
aa C H A P EC O E N S E
Perigosa. Conservador no início, o time
assustou em contragolpes no fim do jogo.
aa A R B I T R AG E M
Tranquilo. Gery Vargas não teve
problemas para controlar a partida.
oje é dia de torcer.
Não sou muito chega-
do nesse papo de vin-
gança, desforra. Tem uns dois
mil e quinhentos anos que
Heráclito, um daqueles gregos
de pensamentos antenados
da Antiguidade, disse que
nunca mergulhamos no mes-
mo rio duas vezes. E é isso
mesmo, aquelas águas passa-
ram e o rio é sempre outro.
Por mais que pensadores fu-
teboléricos da atualidade ten-
tem te convencer, uns até sin-
ceramente e outros apenas
defendendo os interesses co-
merciais que envolvem o
evento porvir, o Maracanaço
de 1950 não foi “vingado” em
1970. Nunca será. Você mais
novinho saiba que os 7x1 não
tem volta. Foi! Levanta, sacode
a poeira e dá a volta por cima.
O que é real é nosso retrospec-
to em casa contra eles extre-
mamente favorável com a bo-
la rolando, e o que teremos
hoje são noventa e mais al-
guns minutos de bola rolando.
As vendas antecipadas pres-
supõe casa cheia. A torcida fa-
rá a sua parte.
Espero que Abelão dê um
choque de 220v na rapaziada,
especialmente na defesa, que
tal qual a canção dos Mutan-
tes, anda meio desligada.
P.S. Muito estranha essa no-
tícia de subornos pra liberar
estádio envolvendo Flu e
América. Flu e América? Que
eu saiba é necessário dinheiro
pra subornar alguém.

Em Itaquera, Vasco tentará melhorar desempenho como visitante

Mesmo patinando,
Corinthians é o segundo
melhor mandante. Jean
pode ser novidade
Enfrentar o Corinthians em
Itaquera está longe de ser um
cenário agradável para o Vas-
co. O líder do Brasileiro é o se-
gundo melhor mandante da
competição, acumulando sete
vitórias, três empates e só duas
derrotas em seus domínios.
Para o Vasco, o desafio no
próximo domingo também
passa pelo seu próprio desem-
penho fora de casa, que não é
dos melhores: fez 11 pontos
em 11 jogos como visitante, o
sexto pior índice na Série A.
Mas as vitórias sobre Flumi-
nense e Grêmio, esta última já
sob o comando de Zé Ricardo,
deram novo ânimo ao Vasco.
Os cariocas se aproximaram
do G-6 e viram o Corinthians
patinar com três derrotas em
quatro jogos no returno, duas
delas em Itaquera.
— Nosso time está numa
crescente muito boa. Isso pro-
va que temos capacidade de
chegar na casa do adversário e
impor nosso ritmo de jogo —
apostou o volante Jean.
Jean conhece o Corinthians
por dentro: chegou ao clube
paulista em 2016 e, sem espaço
no time de Fábio Carille, foi
emprestado ao Vasco no co-
meço desta temporada. Seu re-
torno ao time titular no lugar
PAULO FERNANDES/VASCO
de Wellington, suspenso pelo
terceiro cartão amarelo, deve
ser a única alteração de Zé Ri-
cardo em relação ao time que
venceu o Grêmio por 2 a 0 no
último sábado.
Contra os gaúchos, o Vasco
adotou postura cautelosa e
preocupou-se, antes de atacar,
em não dar espaços na defesa.
A ideia é que o estilo se mante-
nha em Itaquera, e que a pres-
são de construir o resultado fi-
que com os anfitriões.
— O Corinthians vem de re-
sultados negativos e precisa
desses pontos. Precisamos sa-
ber administrar isso, sem ansi-
edade. Temos de fazer nosso
jogo, não o deles — disse Jean.
Embora seja o jogador de li-
Agente duplo. Emprestado pelo Corinthians, Jean deve reforçar o Vasco nha mais assíduo no Vasco
deste Brasileiro — já soma
1.805 minutos em campo, atrás
apenas do goleiro Martín Silva
no elenco vascaíno —, Jean
ainda não sabe se o futuro pas-
sa por São Januário em 2018.
Emprestado até o fim do ano,
ele tem uma cláusula de com-
pra em seu contrato, mas disse
que ainda não foi procurado
para tratar de renovação.
Jean garante, no entanto, que
seu desejo é permanecer. Re-
velado pelo Paraná, o volante
afirmou que a identificação
com o Vasco foi imediata:
— Aprendi a amar o clube.
Quando você entra em São Ja-
nuário, passa a entender a di-
mensão do Vasco. Criei um ca-
rinho muito grande, me tornei
vascaíno de coração. l

Botafogo x Atlético-PR 16:00 Euro League: Zulte Waregem x Nice 21:40 Libertadores: Jorge Wilstermann x
Destaques SPORTV 2 21:15 NFL: Houston Texans x Cincinnati River Plate
na TV 05:25 Fórmula-1: GP de Cingapura (treino Bengals FOX SPORTS 2
livre) ESPN + 13:55 Euro League: Hoffenheim x Braga
REDE GLOBO SPORTV 3 13:55 Euro League: Apollon Limassol x 16:00 Euro League: Hertha Berlin x
12:47 Globo Esporte 22:55 Tênis: Copa Davis — Japão x Brasil Lyon Athletic Bilbao
REDE BANDEIRANTES 02:00 Tênis: Copa Davis — Japão x Brasil 16:00 Euro League: Real Sociedad x 21:40 Sul-Americana: Independiente
11:00 Jogo Aberto ESPN BRASIL Rosenborg Santa Fe x Libertad
SPORTV 13:55 Euro League: Austria Viena x Milan FOX SPORTS ESPORTE INTERATIVO 2
18:30 Sul-Americana: Fluminense x LDU 16:00 Euro League: Vitesse x Lazio 13:55 Euro League: Atalanta x Everton 15:30 Europeu de Basquete (semifinal):
21:15 Campeonato Brasileiro Sub-20: ESPN 16:00 Euro League: Arsenal x Colônia Espanha x Eslovênia
13:55 Euro League: Villarreal x Astana
OBS.: Horários e programação fornecidos pelas emissoras.

Passagem fechada no Rock in Rio
Moradores da Avenida Olof Palme querem credencial para acessar via, que será interditada de madrugada nos dias de festival
LUCAS ALTINO
lucas.altino@oglobo.com.br
Os moradores da Avenida
Olof Palme estão acostuma-
dos com certos transtornos;
afinal, vivem ao lado de pal-
cos de grandes eventos da
cidade, como o Riocentro e
o Parque Olímpico. Como
era de se esperar, agora se
veem às voltas com o Rock
in Rio, que exigirá a interdi-
ção de vias próximas, inclu-
indo a própria Olof Palme. A
diferença em relação à últi-
ma edição do festival, e mo-
tivo de reclamações hoje, é
que, desta vez, não haverá
credenciais para seus car-
ros, e os moradores da via
precisarão apresentar com-
provantes de residência pa-
ra chegar em casa.
A Olof Palme será fechada
nos dias do evento entre as
23h50m e as 5h. Já a pista la-
teral da Salvador Allende,
também muito usada pelos
moradores, estará bloqueada
no sentido Estrada dos Ban-
deirantes das 11h às 5h, a
partir do condomínio Viver.
O esquema de tráfego foi
apresentado aos moradores
na semana passada.
— O lamentável é que o
bloqueio nas vias laterais só
serve para evitar estaciona-
mento irregular. Deveriam
BARRA l O GLOBO 3
Quinta-feira 14.9.2017 l
ANTONIO SCORZA
então interditar a partir da
Villa dos Atletas e liberar a
Olof Palme. Além disso, se
fornecessem adesivos, co-
mo antes, haveria menos
transtornos. No meu con-
domínio, são mais de mil
carros. Se todos tiverem
que mostrar comprovante
de residência para passar,
vai ser muito ruim — diz
Jairo Vieira, síndico do Bar-
ra Central Park.
Procurada, a Superinten-
dência da Barra disse que, no
entender da prefeitura, os
moradores da Olof Palme
não precisam de credencial,
pois a avenida só será fecha-
da de madrugada. l Transtorno. A avenida fechada na Bienal: motivo agora é o Rock in Rio
 TIJUCA l O GLOBO 3
l
Quinta-feira 14.9.2017

ANTES E DEPOIS
ARQUIVO/28-08-1978 ANALICE PARON

MUDANÇA RADICAL
NA PAISAGEM
Na foto à esquerda, tirada em
agosto de 1978, é possível ver
operários trabalhando na
construção do Viaduto Trinta e
Um de Março, que seria
oficialmente inaugurado no ano
seguinte. O elevado, que liga o
Catumbi à Avenida Presidente
Vargas e ao bairro do Santo
Cristo, foi feito para melhorar o
tráfego na região, que havia
aumentado bastante desde a
abertura do Túnel Santa
Bárbara, em 1963. Assim como
na construção para o túnel,
houve muitas desapropriações,
mudando a cara do bairro.
Repare que na época ainda
havia a fábrica da Brahma e não
existia a Passarela do Samba,
inaugurada em 1984.
OGLOBO
QUINTA-FEIRA 14.9.2017 Nº 1.849
oglobo.com.br

Reage, Rio!
Escola de idiomas oferece vagas gratuitas para alunos
de baixa renda da rede estadual de ensino Pág. 12

Fabricação
caseira Estabelecimentos que
produzem itens para
consumo próprio PÁGS. 8 A 10
6
l O GLOBO l BARRA
Quinta-feira 14.9.2017
Melhor não se aproximar. Com o aumento da sensação de insegurança, uso de cercas eletrificadas vem se disseminando no Jardim Oceânico e em outros pontos da Barra e do Recreio
Contra a violência
Moradores se unem para ampliar monitoramento por câmeras e reivindicar Segurança Presente
LUCAS ALTINO
lucas.altino@oglobo.com.br
A
mobilização dos
moradores do Jar-
dim Oceânico em
prol da implanta-
ção do programa
Segurança Presente não é novi-
dade. No fim do ano passado,
um grupo se articulou para ela-
borar o projeto, que ajudaria a
combater a violência no local,
em especial roubos de rua e in-
vasões a residências. Entretan-
to, seu alto custo, aliado à crise
do estado, tem sido um empe-
cilho. Uma nova oportunidade
surgiu em maio, com a aprova-
ção do Fundo Municipal de Se-
gurança e a autorização, pela
Câmara Municipal, de que 20%
dessa verba sejam empregados
nos programas do Segurança
Presente. Enquanto isso, outras
iniciativas avançam, como a
instalação de um braço da cen-
tral de monitoramento da Asso-
ciação Comunitária Bairro Se-
guro (ACBS) dentro do 31º BPM
(Recreio).
Conhecido pelo clima tran-
quilo e pelos prédios residen-
ciais de gabarito baixo, o Jar-
dim Oceânico convive com
picos de insegurança desde o
ano passado. Em novembro
de 2016, uma quadrilha que
vinha cometendo uma série
de invasões a residências foi
presa. Em maio deste ano, po-
rém, crimes dessa natureza
voltaram a ocorrer. Morado-
res também relatam aumento
expressivo de roubos de rua.
A primeira série de invasões,
ainda no ano passado, foi o
chamariz para que um grupo
de moradores se articulasse
para reivindicar a criação do
Jardim Oceânico Presente. Um
abaixo-assinado com oito mil
nomes foi feito, além de fóruns
e reuniões com políticos, polí-
cia, prefeitura, Fecomércio e
associações comerciais.
O projeto para o Jardim
Oceânico foi elaborado e
apresentado em dezembro de
2016. A previsão orçamentária
é de R$ 16 milhões por ano. No
entendimento de Barbara Go-
mes, uma das participantes do
movimento, o bairro não foi
preparado para o aumento do
fluxo de pessoas decorrente
das melhorias no sistema de
transporte público.
— Aqui virou ponto final de
metrô e BRT. O Jardim Oceâ-
nico é uma área de prédios
pequenos e ruas residenciais,
e isso chama a atenção dos
bandidos. Não queremos so-
ar preconceituosos ou elitis-
tas. O progresso é sempre
bem-vindo, mas precisa vir
acompanhado de estrutura.
O número de eventos e a cir-
culação de pessoas na região
aumentaram muito, enquan-
to o policiamento diminuiu.
Juliana Ache, uma das prin-
cipais vozes no movimento pe-
lo Segurança Presente, diz que
em Copacabana foi diferente:
— Lá, quando chegou o me-
trô, o policiamento aumentou,
inclusive com a implantação de
uma Unidade de Ordem Públi-
ca (UOP) da Guarda Municipal.
Uma vez elaborado o proje-
to para o Jardim Oceânico, fal-
tava resolver o financiamento.
Houve contatos com a Feco-
mércio, uma das principais
patrocinadoras dos outros
programas do Segurança Pre-
sente na cidade, mas a negoci-
ação não evoluiu devido à cri-
se financeira, o que fez min-
guarem também os recursos
públicos. A esperança agora é
o Fundo Municipal de Segu-
rança. Os recursos virão das
multas decorrentes de trans-
porte irregular e excesso de
barulho e das taxas de rebo-
que na cidade. O dinheiro será
investido na Guarda Munici-
pal, principalmente em equi-
pamentos, mas, ao sancionar
a lei, há duas semanas, a pre-
feitura aprovou a emenda feita
pelo vereador Carlo Caiado,
um dos membros do conselho
consultivo do fundo, que au-
toriza o uso de parte da verba
no Segurança Presente.
Após a sanção da lei, Juliana
se reuniu com o coronel Paulo
César Amêndola, secretário de
Ordem Pública e responsável
pela Guarda Municipal.
— Em janeiro, o Amêndola
veio aqui e prometeu opera-
ções para combater a desor-
dem e aumentar a segurança,
mas isso nunca aconteceu.
Em junho, eu fui até ele, e nos
Quinta-feira 14 .9 .2017
kogut@oglobo.com.br
PATRÍCIA
KOGUT
COM ANNA LUIZA SANTIAGO, RAFAELA
SANTOS E GABRIELA ANTUNES
ÚLTIMOS DIAS
O elenco de “Os dias eram assim” já
terminou de gravar a supersérie, mas
Daniel de Oliveira e Sophie Charlotte
foram convocados às pressas para
“sequências ultrassecretas”. O ator
teve cenas ontem. Já a atriz voltará
aos estúdios na segunda-feira, dia em
que a produção chega ao fim.
10
-
Para o capítulo de
anteontem de “A força do
querer”. Juliana Paes e
Elizangela brilharam. Dan
Stulbach e Carol Duarte
emocionaram demais.
Como está boa a novela de
0
Gloria Perez.
- incendiar os
Para os problemas técnicos
na estreia de “A fazenda”,
anteontem, na Record.
Roberto Justus e os peões
não se ouviam. O
apresentador, aliás, ainda
precisa se soltar um pouco.
Rumo ao Oscar
PARA
EVITAR
DEBATE
Brasil anuncia amanhã sua
aposta para disputar o prêmio,
e promete fugir de escolhas
que façam o jogo da Academia
FABIANO RISTOW
fabiano.ristow@oglobo.com.br
A
Academia Brasileira de Cinema
(ABC) anuncia amanhã, às 11h, o
longa que tentará uma vaga ao Os-
car de filme estrangeiro. Das 23 produ-
ções habilitadas — sete a mais do que
em 2016 —, qual será o escolhido? Uma
produção premiada, como “Gabriel e a
montanha” e “Como nossos pais”? Uma
dramédia de fácil digestão, como “Bingo
— O rei das manhãs”? Questionado so-
bre o perfil que a atual comissão do Os-
car procura, o presidente do comitê e vi-
ce-presidente da ABC, Jorge Peregrino,
ri, responde com um irônico “boa tenta-
tiva”, e se limita a dizer:
— Esse negócio de perfil não existe.
Vamos escolher o melhor filme.
A intenção é evitar uma polêmica co-
mo a que envolveu a escolha no ano
passado, quando “Pequeno segredo”,
de David Schürmann, desbancou o fa-
voritismo de “Aquarius”, de Kleber
Mendonça Filho, e foi indicado pelo
Brasil para concorrer à vaga ao Oscar —
do qual acabou ficando de fora. A deci-
são, no entanto, foi responsabilidade
da Secretaria do Audiovisual (SAV), li-
gada ao Ministério da Cultura.
Neste ano, pela primeira vez, a decisão
está a cargo da ABC. Anunciada em
agosto, a mudança, segundo o ministro
da Cultura, Sérgio Sá Leitão, foi feita para
aCorreção Diferentemente do que foi publicado na agenda de artes cênicas de ontem, o solo “A voz que resta” terá sessões na Casa Quintal na próxima semana, de sexta (22) a segunda (25).
A marola e a festa que se
estabelecem em torno do Emmy
Crítica
Um frenesi ronda o noticiá-
rio internacional de televi-
são com a aproximação do
Emmy (neste domingo). Co-
mo já acontece com o Oscar,
os bastidores da premiação
estão cada vez mais cheios
de lobbies. Não se sabe dizer
se eles são eficazes e influen-
ciam os votantes, só que vêm
ganhando força. Nos últimos
anos, o tom competitivo su-
biu muito. É que o Emmy ga-
nhou peso e importância e a
televisão passa por momen-
tos de glória, valorizada até
pelos que torciam o nariz pa-
ra ela.
O publicitário Richard Lica-
ta, consultor em premiações
por mais de 25 anos, fez a pri-
meira campanha em outdoors
para o Emmy quando traba-
lhava para o canal Showtime,
em 2006. Ele explicou à agên-
cia AFP que, de lá para cá, tudo
mudou: “Ganhar uma estatue-
ta nessa cerimônia é uma
SEGUNDA
ESPOSA
Emilio Dantas e
Carla Diaz
posam nos
bastidores de
“A força do
querer”. O
romance deles
promete
próximos
capítulos da
trama de Gloria
Perez
Personagem real. “Gabriel e a montanha”, de Fellipe Barbosa, foi premiado no Festival de Cannes
Pop. Inspirado na história do palhaço Bozo, “Bingo”, de Daniel Rezende, agradou a crítica e público
Drama. Elogiado em Berlim e premiado em Gramado, “Como nossos pais” também tem chance
“democratizar o processo de seleção”.
Peregrino descarta a hipótese de a trans-
ferência de função ter ocorrido por cau-
sa da controvérsia. Diz que a Academia
já pleiteava a responsabilidade.
— Acredito que essa não é a função do
governo. Há coisas mais importantes pa-
ra ele fazer — argumenta.
A questão é se a nova comissão detém
credibilidade. Peregrino admite ter rece-
bido críticas referentes à sua composição,
que conta com uma mulher e nenhum
representante da nova geração. Além de
Peregrino, a comissão é composta por
Paulo Roberto Mendonça, 69 anos, sócio-
diretor do Canal Brasil; a produtora Iafa
Britz, 46; os cineastas David Schürmann,
43, João Daniel Tikhomiroff, 67, e Miguel
Faria Jr., 72; e o roteirista Doc Comparato,
l Segundo Caderno l
grande promoção de marca e
uma medalha de honra”. Licata
se diz impressionado com a
qualidade das ações nas ruas
este ano. Uma delas, a mais co-
mentada, é a de “The hand-
maid’s tale”, favorita em várias
categorias. A plataforma de
streaming Hulu contratou de-
zenas de mulheres para passe-
arem pelas ruas de Los Angeles
vestidas com capas vermelhas
e chapéus. Rival da Hulu, a
Amazon está ocupando o
Hollywood Athletic Club, onde
promove exibições e debates.
Instalou também um bar te-
mático todo inspirado na série
“Goliath”. A Netflix, por sua
vez, fez uma espécie de galpão
em Beverly Hills. Lá, oferece
bebidas e montou uma área
destinada às pessoas que que-
rem posar para fotos com as
bicicletas das crianças de
“Stranger things”. Chama a
atenção ainda a campanha de
“The americans”, do FX: um a-
núncio na TV em que se vê
uma bandeira soviética tremu-
lando no Capitólio.
No mais, vem logo, Emmy.
ARQUIVO PESSOAL
FOTOS DE DIVULGAÇÃO
67. Peregrino explica a escolha:
— Pedimos aos integrantes da Acade-
mia que se candidatassem, mas muitos
não o fizeram, incluindo os mais jo-
vens. Eu adoraria ter na comissão gente
como o Fellipe (Barbosa, diretor de
“Gabriel e a montanha”) ou o Gabriel
(Mascaro, de “Boi neon”). Mas a Acade-
mia ainda tem poucos membros.
Peregrino diz não saber ao certo quan-
tas pessoas compõem a ABC, que equiva-
le à Academia de Artes e Ciências Cine-
matográficas americana. Diz que o nú-
mero fica entre 150 e 200, dependendo do
ano. Segundo ele, muita gente não quer
pagar a anuidade, de cerca de R$ 700.
— É uma contribuição. Também orga-
nizamos o Grande Prêmio do Cinema. A
gente cata dinheiro para se manter. l
O BAILE Eis a primeira foto do elenco e da equipe de “Deus salve o rei” reunidos
para o início do workshop da novela, nos Estúdios Globo. A trama
TODO dirigida por Fabrício Mamberti tem estreia prevista para janeiro
BIBI É ‘Master farm’
SUCESSO A estreia de “A fazenda”
desbancou o “MasterChef” e
Saiu a média ocupou o primeiro lugar
de audiência entre os assuntos mais
nacional de comentados do Twitter no
“A força do
querer” na
mundo. Na TV, marcou dez
pontos em São Paulo, três a
noite da menos que a edição
prisão de Bibi passada. No Rio, alcançou
(Juliana sete. Com o reality e a volta
Paes). A da Record às operadoras de
novela teve
seu melhor
TV paga em São Paulo, a
audiência noturna da
desempenho emissora subiu 29%,
no PNT, com passando de 6,6 para 8,5
41 pontos. pontos na comparação com
Além disso, a as quatro semanas
cada dez anteriores.
televisores,
seis estavam #volta
sintonizados
na novela de Houve ainda uma nota
Gloria Perez, cômica nos trending topics.
totalizando O nome de Britto Jr.
um público apareceu ali junto com
de 54,5 comentários do tipo: “Já que
milhões de é ‘A fazenda, nova chance’,
pessoas. por que não dar uma outra
oportunidade a ele?”.
ARTRIO TEM ATO
CONTRA A CENSURA
Na abertura para
convidados, galeristas
questionam o fim da
mostra ‘Queermuseu’
NELSON GOBBI
nelson.gobbi@oglobo.com.br
N
a abertura da ArtRio para
convidados ontem, gale-
ristas e curadores organi-
zaram um ato de repúdio ao
cancelamento, no último do-
mingo, da exposição “Queermu-
seu — Cartografias da diferença
na arte brasileira” no Santander
Cultural, em Porto Alegre. Sócio
da galeria A Gentil Carioca, Mar-
cio Botner levou uma obra de
Alexandre Vogler, uma bandeira
do Brasil com a maior parte co-
berta por luto, como forma de
simbolizar o posicionamento do
meio das artes visuais contra a
suspensão da mostra, após pres-
são de grupos no centro cultural
gaúcho e em redes socais contra
o que consideraram ofensivo e
blasfemo nas obras da coletiva.
— A obra do Alexandre é de
2017 e simboliza muito bem o
momento de intolerância que
vivemos, que culmina com es-
te caso — destaca Botner. — O
Santander Cultural se preocu-
Protesto. Botner (centro) exibe a obra de Vogler com galeristas e curadores
O GLOBO l 5
ARQUIVO PESSOAL
Terra à vista
Ney Latorraca vai fazer uma
participação em “Novo
Mundo” como pai de Anna
(Isabelle Drummond).
Às 21h
Zezé Motta será uma mãe de
santo em “O outro lado do
paraíso”, de Walcyr Carrasco.
Luta
O ex-lutador Wallid Ismail
aparecerá em “A força do
querer”. Ele é presidente do
Jungle Fight, maior evento
de MMA da América Latina,
e falará com Alan (Raul
Gazolla) e Jeiza (Paolla
Oliveira) sobre o seu
trabalho na exportação de
talentos do esporte.
NA WEB
patriciakogut.com
O mundo da televisão passa
por aqui. Visite.
pou em dar uma resposta de
ordem financeira, anunciando
a devolução do valor captado
para a mostra, mas não se pre-
ocupou com a reputação dos
artistas e da curadoria. Deve-
ria ter se colocado ao lado de-
les, desde o início.
Curador de arte brasileira do
Museu de Arte de São Paulo
(Masp), Rodrigo Moura la-
menta que a suspensão da
mostra tenha encerrado o es-
paço para o debate.
— Perdeu-se uma excelente
oportunidade para discutir
questões importantes, como
sexualidade, normatividade e
direito à diferença, temas que a
própria exposição havia levan-
tado — destaca Moura.
Presente à abertura para
convidados, a pintora Beatriz
Milhazes vê com preocupação
a interrupção da mostra.
— Não acompanhei o caso
por redes sociais, apenas pela
imprensa e por relatos de ami-
gos. Acredito que todos os ar-
tistas tenham de defender a li-
berdade na cultura, é justa-
mente para isso que desempe-
nhamos essa nossa função —
frisa a pintora. — A arte existe
para ser um lugar da liberdade
de expressão e de criação.
A ArtRio está aberta ao pú-
blico de hoje a domingo. l
LEO MARTINS
10 l O GLOBO l País l Quinta-feira 14 .9 .2017

CRISE SEM TRÉGUA

_

Wesley é preso por

REUTERS

manipular mercado
Presidente da J&F é acusado de operar na Bolsa e no
câmbio para lucrar em meio ao processo de delação
JULIANA ARREGUY FB, dos Batista, vendeu US$ lícia Federal continua suas in-
E MARCELO LOUREIRO 327 milhões em papéis da J&F vestigações. Primeiro, escreve
opais@oglobo.com.br antes de o acordo de delação o magistrado, há elementos
ser divulgado. Para evitar que concretos de que os dois exe-
-SÃO PAULO E RIO- A Polícia Federal as ações se desvalorizassem cutivos “teriam continuado a
cumpriu ontem mandado de antes do previsto, a própria JBS praticar delitos mesmo após a
prisão preventiva contra o só- comprou as ações. Elas, de fa- celebração de acordo de cola-
cio da holding J&F Wesley Ba- to, caíram depois. Como os Ba- boração premiada”.
tista, presidente executivo do tista controlam 42% do capital Na sequência, a PF relata que
grupo e irmão de Joesley Batis- da JBS, eles evitaram perdas, Joesley e Wesley “possuem
ta. Também ontem, a prisão de socializando o prejuízo com os considerável influência sobre
Joesley, antes temporária, foi demais acionistas e também as áreas política e econômica
convertida em preventiva, ou com os contribuintes brasilei- do país, inclusive com a prática
seja, por tempo indetermina- ros. A BNDESPar detém 21% de chantagens junto a autori- Nova fase. Presidente da J&F, Wesley Batista deixa prédio da Justiça Federal, em São Paulo, após o decreto de prisão

do. Os agentes ainda cumpri-
ram mandados de busca e
apreensão nas casas de ambos.
Os irmãos Batista são acusa-
dos de evitar um prejuízo de
R$ 138 milhões à JBS com a
compra e venda de ações, além
de terem lucrado US$ 100 mi-
lhões operando no câmbio
com informação privilegiada.
Eles previram a alta da moeda
americana quando o acordo
de delação de Joesley fosse di-
vulgado, em maio, o que de fa-
to ocorreu. O câmbio avançou
9%. As operações da dupla no
mercado futuro movimenta-
ram quase US$ 3 bi. O que os
irmãos ganharam com a infor-
mação privilegiada foi quase o
mesmo que a multa de US$
110 milhões estipulada aos ir-
mãos no processo criminal.
Em entrevista coletiva, dele-
gados da Polícia Federal expli-
caram a manobra. A empresa
do capital da companhia.
A operação Tendão de Aqui-
les, que prendeu Wesley, tam-
bém apura a intensa compra
de contratos de derivativos de
dólares entre 28 de abril e 17 de
maio por parte da JBS S/A, em
desacordo com a movimenta-
ção usual da empresa. A ope-
ração gerou ganhos decorren-
tes da alta da moeda norte-
americana após o dia 17.
SERVIDORES CORROMPIDOS
Os irmãos Joesley e Wesley Ba-
tista são acusados de chanta-
gear autoridades públicas e de
corromper mais de mil servi-
dores. As informações também
foram utilizadas para justificar
os mandados de prisão pre-
ventiva contra os dois. O juiz
cita três motivos para justificar
a necessidade de manter os ir-
mãos Batista presos por tempo
indeterminado enquanto a Po-
dades públicas”. Por fim, ele ci-
ta a facilidade com que os exe-
cutivos poderiam fugir do país,
principalmente, “após possível
revogação dos benefícios pre-
miais" concedidos pela Procu-
radoria-Geral da República
(PGR).
Na entrevista coletiva, o de-
legado Rodrigo de Campos
Costa, da Delegacia Regional
de Combate ao Crime Organi-
zado, afirmou que os irmãos
Batista corromperam mais de
mil servidores:
— Nós estamos diante de du-
as pessoas que se dizem crimi-
nosos confessos. Eles procura-
ram as autoridades e confessa-
ram que corromperam cente-
nas ou mais de mil servidores
públicos e agentes políticos —
afirmou o delegado.
Em nota, o advogado Pierpa-
olo Bottini classificou como in-
justa, absurda e lamentável a
R$ 138 milhões
É o valor do prejuízo que os irmãos Batista evitaram, de acordo com a
PF, com a compra e venda de ações no período da delação premiada
prisão de Wesley Batista:
“É injusta, absurda e lamentá-
vel a prisão preventiva de alguém
que sempre esteve à disposição
da Justiça, prestou depoimentos
e apresentou todos os documen-
tos requeridos. O Estado brasilei-
ro usa de todos os meios para
promover uma vingança contra
aqueles que colaboraram com a
Justiça”, disse, em nota.
NOTA AOS ACIONISTAS
Em comunicado direcionado
a seus acionistas, a JBS infor-
mou que tomou conhecimen-
to da detenção do seu diretor-
presidente, Wesley Batista. A
nota diz que “a companhia
ainda não teve acesso à inte-
gra dessa decisão e manterá
seus acionistas e o mercado
devidamente informados
acerca de tal tema.”
Joesley está detido em cará-
ter temporário desde domingo
por ordem do ministro do Su-
premo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin, depois que o
Ministério Público Federal
(MPF) pediu a prisão do em-
presário na sexta-feira.
O procurador-geral da Repú-
blica, Rodrigo Janot, entendeu
que Joesley e o diretor de Rela-
ções Institucionais do grupo, Ri-
cardo Saud, omitiram informa-
ções dos investigadores em sua
delação premiada, o que que-
braria as cláusulas do acordo de
colaboração. Em sua defesa, Jo-
esley destacou que a conversa
com Saud era “elocubração de
bêbados”.
Nos áudios, entregues no últi-
mo dia de prazo antes da homo-
logação do acordo de delação,
os dois conversam sobre como
se aproximar de Janot, citam mi-
nistros do STF e destacam a cer-
teza de que não seriam presos.
Joesley Batista e Saud se entre-
garam à PF no começo da tarde
de domingo, em São Paulo. Na
segunda-feira, foram transferidos
para Brasília. Na ocasião, os dois
entregaram os passaportes. l

U
TORNOZELEIRA ELETRÔNICA

PROJETO OBRIGA QUE PRESO PAGUE O EQUIPAMENTO

O ATUAL MOMENTO DO PAÍS
EXIGE QUE VOCÊ ESTEJA MAIS A Comissão de Constituição e
BEM INFORMADO. Justiça (CCJ) do Senado aprovou
ontem, em caráter terminativo,
POR ISSO, NÓS REUNIMOS projeto que altera a lei de
TUDO O QUE É RELEVANTE execuções penais e obriga
condenados monitorados com
EM UM ÚNICO APP. tornozeleira eletrônica a pagar o
custo e manutenção do
equipamento. O projeto é de
autoria do líder do PSDB no
Senado, Paulo Bauer (SC), e foi
relatado pela senadora Simone
Tebet (PMDB-MS). Se não tiver
recurso ao plenário do Senado, o
projeto vai direto para votação na
Câmara dos Deputados.
Segundo o Departamento
Penitenciário Nacional, os estados
gastam uma média mensal que vai
de R$ 167 a R$ 660,00 por preso.
A relatora avalia que cada detento
irá pagar uma média de R$ 350,00
a R$ 400,00, por mês, pelo
monitoramento, gerando uma
economia de R$ 23 milhões por
ano aos cofres públicos.
Atualmente cabe aos órgãos
públicos a compra e manutenção
das tornozeleiras para presos em
regime de prisão domiciliar.

Artigo

Temer perde outra. Lula

confronta Palocci
RICARDO NOBLAT Federal, destinada a examinar pedidos da defe-
noblat@oglobo.com.br sa de Temer em guerra aberta contra Rodrigo

U
fa! Mais um dia exemplar, o de on-
tem, do período de maior turbulên-
cia política vivido pelo país desde
que a Lava-Jato, ainda sem ser cha-
mada por tal nome, deu o ar de sua graça no iní-
cio do primeiro semestre de 2014, a poucos dias
da reeleição da presidente Dilma.
O presidente Michel Temer tomou o café da
manhã no Palácio da Alvorada com quase 20
ministros e líderes de partido para pedir pelo
amor de Deus que defendam o governo sempre
que ele for criticado. “Não me abandonem”, de-
ve ter pensado, mas não disse. Deu no mesmo.
O empresário Wesley Batista, irmão de Joes-
ley, um dos donos do Grupo J&F, foi preso em
São Paulo, acusado de ter-se beneficiado de in-
formação privilegiada. Os irmãos faturaram sua
própria delação, lucrando US$ 100 milhões
Conteúdo relevante para com a venda de dólares no mercado futuro.
todos os momentos do seu dia No Rio, o ex-governador Anthony Garotinho
(PR) sequer pôde terminar seu comentário ao
vivo na Rádio Tupi — foi preso por agentes fe-
derais, suspeito de trocar votos pela inclusão
de famílias no programa social Cheque Cida-
Destaques | Fácil de navegar | Últimas edições | Leitura off-line | Melhor experiência de leitura dão, em Campos dos Goytacazes.
Lula foi de táxi a Curitiba para depor pela se-
gunda vez ao juiz Sergio Moro. De táxi, não, de
carro. Faltou jatinho. Ou sobrou modéstia. Cin-
Cadastre-se em globomais.com.br e experimente 30 dias grátis co mil simpatizantes o recepcionaram — uma
mixaria. Estava sob o efeito perverso das con-
fissões recentes do ex-ministro Antonio Palocci.
A tão aguardada sessão do Supremo Tribunal
APRESENTADO POR
Janot, procurador-geral da República, infringiu
no fim da tarde mais uma derrota acachapante
ao governo. A Temer, para ser preciso.
O pedido de suspeição de Janot “por lhe
faltar isenção, imparcialidade” foi recusado
por unanimidade. A apreciação do pedido
de suspensão de uma eventual segunda de-
núncia de Janot contra Temer não foi con-
cluída. O que significa na prática que o pro-
curador poderá fazê-la. E o fará.
O ministro Gilmar Mendes, favorável ao se-
gundo pedido e à anulação das provas que
ampararam a primeira denúncia de Janot
contra Temer por corrupção passiva, não
protagonizou o show que se esperava dele.
Comportou-se com discrição. Cada um sabe
onde os calos lhe apertam.
A defesa de Temer plantou barulho. Colheu
reveses. Lula, em Curitiba, colheu parte do que
plantou ao longo de sua trajetória de político
que sempre viveu de obséquios. Tentou explicar
alguns deles. Embaraçado, chamou Moro de
“querido” e foi para cima do ex-ministro Palocci.
Chamou-o de “frio, calculista e dissimula-
do”. O advogado de Palocci deu-lhe o troco:
“Enquanto meu cliente mantinha o silêncio,
Lula dizia que ele era um homem inteligente.
Agora que ele começou a falar verdade, diz
que é tudo mentira, que ele é dissimulado.
Dissimulado é Lula”.
Ufa!. Que dia. Insuficiente para aplacar to-
da a agonia acumulada com o que se vê. Ha-
verá mais. Vida acidentada que segue. l
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do pagamento de entrada à vista e o saldo poderá ser pago em parcelas de acordo com roteiro, nos cartões Visa, Mastercard, Diners Club e Elo ou em cheques até um mês anterior ao início da data da viagem. Os pacotes internacionais foram
calculados com base em moeda estrangeira, onde US$ 1 = R$ 3,27 e € 1 = R$ 3,92 (em 08/09/2017), e deverão ser atualizados ao câmbio do dia no fechamento do pacote. Fotos meramente ilustrativas.

Uma batalha contra a depredação
Depois de uma série de atos de vandalismo no Parque Guinle, moradores querem instalar câmeras de vigilância no local
GABRIEL MENEZES
gabriel.menezes@oglobo.com.br
Há pouco mais de uma dé-
cada, um grupo de morado-
res vêm se dedicando de
forma voluntária a promo-
ver melhorias no Parque
Guinle, em Laranjeiras.
Desde então, eles têm con-
vivido com uma série de
atos de vandalismo, come-
tidos geralmente durante a
madrugada. O último ocor-
reu na semana passada,
quando parte do bromeliá-
rio criado pelo grupo há
cinco meses foi destruído.
O espaço, feito com a ajuda
de doações dos visitantes,
Rua Visconde de Pirajá, 605 Lj. G, K, H, I - Ipanema - RJ (Galeria do Cinema Estação Ipanema)
Telefones: (21) 2239-0046 / 2239-9597 • Fax: 2239-9342 • e-mail: infolight@infolink.com.br
foi tema de reportagem pu-
blicada GLOBO-Zona Sul
no mês passado.
— Quando chegamos de ma-
nhã para fazer as nossas tarefas
no parque, vimos a cena de
destruição. O sentimento é de
grande tristeza e revolta, mas
não vamos desistir. Já recons-
truímos o canteiro e faremos is-
so quantas vezes forem neces-
sárias — comenta a aposenta-
da Nedina Levy, uma das pio-
neiras nos trabalhos no local.
Segundo ela, o grupo dis-
cute agora a instalação de
câmeras de segurança para
fiscalizar a área durante a
madrugada, já que a cabine
da Guarda Municipal que
ZONA SUL l O GLOBO 3
Quinta-feira 14.9.2017 l
DIVULGAÇÃO/PABLO MENEZES
funciona nos fundos do Par-
que Guinle não tem sido su-
ficiente para deter a ação
dos vândalos.
— Esta não foi a primeira
vez que praticaram esses
atos criminosos aqui. Já des-
truíram o parquinho e as-
sassinaram um pato — des-
taca Nedina.
Os voluntários acabaram
de arrecadar verba para re-
construir uma ponte históri-
ca que existia no local. Assim
que o projeto estiver concre-
tizado, eles pretendem fazer
uma nova vaquinha para
conseguir dinheiro suficiente
para a instalação das câme-
ras de segurança. l Vandalismo. O bromeliário construído pelos moradores foi destruído
45
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Zona
QUINTA-FEIRA 14.9.2017 Nº 1.195
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Água na Boca
Os antepastos servem para aguçar
o paladar antes das refeições Págs. 26 a 31

Coragem e
organização
Empresários apostam em negócios originais alheios
à crise pela qual passa a cidade PÁGS. 16 a 19
18 l O GLOBO
Supremo apoia Janot em mau momento de Temer
A
poucos dias de deixar o cargo, o pro-
curador-geral da República, Rodrigo
Janot, recebeu o aval dos nove minis-
tros do Supremo presentes à primeira
parte da sessão de ontem, que rejeitaram o pe-
dido da defesa de Michel Temer para que ele
fosse declarado suspeito em investigações so-
bre o presidente. O ministro Edson Fachin, re-
lator do caso, votou contra e foi seguido pelos
demais.
Não surtiram efeito argumentos do advoga-
do Antonio Mariz, de Temer, como o de que o
uso da imagem das “flechas” que seriam dis-
paradas enquanto houvesse “bambu” indica-
ria uma intensa inimizade do procurador com
relação ao presidente, prejudicando, assim,
sua atuação como procurador. Não houve
concordância dos ministros.
Uma prova de que a corrupção é parte do cotidiano
N
ão fossem as estarrecedoras revelações
sobre corrupção feitas no âmbito da
Lava-Jato, que deixam os brasileiros
mais perplexos a cada dia, a notícia da
prisão de mais de 30 bombeiros fluminenses, acu-
sados de participar de um esquema de venda de
alvarás, poderia ter sido ainda mais estridente, por
se tratar de um fato gravíssimo. Segundo investi-
gações da Operação Ingenium (Engenharia, em
latim), que envolveu Ministério Público, Secreta-
ria de Segurança e Polícia Civil, o grupo cobrava
propina de estabelecimentos para que fossem li-
berados do cumprimento das normas de segu-
rança, que, em tese, deveriam valer para todos.
O esquema de propina envolvia bombeiros
lotados no setor de engenharia das unidades e
até comandantes de quartéis. Dois dos acusa-
dos eram assessores diretos do comandante-
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Temer e Lula, a mesma desculpa
A
CUT — a central sindical do
PT — descobriu a causa do
desemprego: a Lava-Jato. Foi
ao detalhe: cada preso da
operação desempregou 22 mil pesso-
as. Não, eles não estão de gozação. A
tese, digamos, foi defendida pelo se-
cretário de comunicação da central,
Roni Barbosa, em discurso de apoio a
Lula, ontem em Curitiba.
No mesmo momento, em Brasília,
no plenário do STF, o advogado Antô-
nio Mariz sustentava que a Procura-
doria-Geral da República “atrapalha
o país” ao apresentar denúncias de
corrupção contra o presidente. Isso
porque, alegou, a PGR “impede Te-
mer de trabalhar”. Chegou a pedir:
“Deixem o presidente em paz”.
Um defende Lula, outro defende
Temer, mas a tese, digamos, é exata-
mente a mesma — uma versão nova
do clássico “rouba mas faz”.
O pessoal da CUT diz que a Lava-Ja-
to paralisou grandes empreiteiras e
outras empresas, especialmente do
setor de óleo e gás, o que levou o país
à recessão e ao desemprego. Quer di-
zer com isso que, se não houvesse a
operação contra a corrupção, estaria
tudo bem: o PIB crescendo, os brasi-
leiros trabalhando, o PT no poder... e
os ladrões roubando sossegadamen-
te. (Esta última conclusão, claro, é
nossa.)
Como Lula representa aquele mo-
mento de expansão, denunciá-lo e
processá-lo é uma conspiração dos
que não querem o crescimento do
Brasil. Entre estes, certamente estão o
presidente Temer e seus associados.
Na versão Mariz fica assim: o país
PRESIDENTE
Roberto Irineu Marinho
VICE-PRESIDENTES
João Roberto
_ Marinho - José Roberto Marinho
OGLOBO
é publicado pela Infoglobo Comunicação e Participações S.A.
DIRETOR - GERAL: Frederic Zoghaib Kachar
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DIRETOR DE REDAÇÃO E EDITOR RESPONSÁVEL
Ascânio Seleme
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Quinta-feira 14 .9 .2017
OGLOBO
| Opinião |
Pedido da defesa de suspeição do ma quarta. Ao sair do STF, o ministro Celso de delação premiada.
Mello esclareceu que Rodrigo Janot, enquanto Cabe lembrar que na conversa com Temer
procurador é rejeitado, enquanto estiver no cargo — que transfere para Raquel nos porões do Palácio do Jaburu, gravada por
presidente tem sido atingido, de Dodge na manhã de segunda —, pode atuar Joesley, o empresário pede um substituto do
forma direita e indireta, por como procurador-geral. político baiano para tratar com ele assuntos
O presidente tem procurado capitalizar al- importantes representando o presidente. Re-
investigações e delações guns bons resultados que vêm sendo produzi- cebeu a indicação de Rocha Loures.
dos pela economia. Mas não tem sido fácil O poder destrutivo desta colaboração pode-
Na segunda parte da sessão, com a presença compensar os efeitos negativos de fatos que ria rivalizar com o de Lúcio Funaro, operador
do ministro Gilmar Mendes, que não esconde surgem de investigações e delações em curso. financeiro de Eduardo Cunha e de outros pee-
divergências com Janot e o Ministério Público A descoberta de malas e caixas com R$ 51 medebistas. Funaro fechou acordo de delação,
no encaminhamento da colaboração premia- milhões em dinheiro vivo, em um apartamen- e começam a surgir relatos na imprensa. Co-
da de Joesley Batista, foi iniciada a discussão to emprestado, com impressões digitais do ex- mo o de que Temer recebeu propina de con-
sobre a validade das provas oriundas dessa de- ministro Geddel Vieira em cédulas, tem im- trato da construção de Angra 3.
lação. pacto forte no Planalto. Pois, além de Geddel Janot deve deixar de ser fonte de dor de ca-
Não houve tempo de se começar a votação, e ter sido ministro do presidente, é um dos mais beça para Temer na segunda-feira. Mas há vá-
a presidente da Corte, Cármen Lúcia, encer- próximos a ele. Passou a pairar sobre o Palácio rias outras ameaças contra o presidente, inclu-
rou a sessão, que deve ser retomada na próxi- a possibilidade de Geddel fechar acordo de sive dentro da própria procuradoria. l
geral da corporação e secretário de Defesa Ci- Venda de alvarás por bombeiros vetado por falhas na prevenção contra incêndio
vil, Ronaldo Alcântara, que pediu exoneração e pânico, mas acabou liberado posteriormente.
do cargo depois que o escândalo veio à tona.
fluminenses chama a atenção para O escândalo dos bombeiros fluminenses chama
Segundo o Ministério Público estadual, as o fato de que a corrupção precisa a atenção para o fato de que a corrupção precisa
propinas variavam de R$ 750 a R$ 30 mil, de- ser combatida em todos os níveis. ser combatida em todos os níveis. A incestuosa re-
pendendo do tamanho do estabelecimento. A lação entre agentes públicos do alto escalão e em-
quadrilha teria atuado entre junho de 2015 e
Não se pode transigir com malfeitos presários inescrupulosos tem sido minuciosa-
outubro de 2016. Ao cumprirem os mandados mente escaneada pela força-tarefa da Lava-Jato.
de prisão, policiais constataram que alguns possam frequentar de forma segura estádios, Um avanço. Mas a verdade é que a corrupção é
dos servidores detidos na operação tinham boates, restaurantes, teatros, cinemas etc. Não negociada no atacado e no varejo. Do alto funcio-
padrão de vida incompatível com sua renda. custa lembrar a negligência que levou ao trágico nário público ao guarda da esquina. Espalha-se
Espera-se agora que sejam canceladas e revis- incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), por todos os lugares, mesmo os que pareceriam
tas todas as licenças concedidas de forma frau- em 2013, provocando a morte de 242 pessoas. insuspeitos, como quartéis da PM e do Corpo de
dulenta. Por um simples motivo. Isso envolve a De acordo com a força-tarefa da Operação In- Bombeiros. Não há que se falar em roubalheira
segurança dos cidadãos. Pessoas que pagam genium, um dos casos sob investigação é a libe- maior ou menor, mas em roubalheira. As autori-
seus impostos e taxas — inclusive a de incêndio ração do Estádio Giulite Coutinho, em Édson dades e a sociedade não podem transigir com os
— e acreditam que os bombeiros estejam exer- Passos, na Baixada, para jogos do Fluminense. malfeitos, quaisquer que sejam. Ou chegaremos
cendo seu papel de fiscalização, para que elas O lugar, com capacidade para 15 mil pessoas, foi ao ponto em que eles não mais surpreenderão. l
está voltando a crescer depois da re-
cessão do lulopetismo, essa recupera-
ção se deve ao presidente Temer, de
modo que não é hora de denunciá-lo.
Quem faz isso, como o procurador Ja-
not, só pode estar conspirando contra
o Brasil.
Mas como não se pode defender
publicamente a corrupção, cujas evi-
dências são arrasadoras, os dois lados
se desviam da mesma maneira: é coi-
sa dos outros.
Um dos vice-presidentes do PT, o
ex-ministro Alexandre Padilha, ga-
rantiu ontem que as malas e caixas de
dinheiro encontradas no incrível
apartamento de Salvador foram re-
sultado de corrupção feita no gover-
no Temer, e não quando Geddel Viei-
ra Lima, o dono ou fiel depositário da
dinheirama, foi ministro de Lula e di-
retor da Caixa Econômica na gestão Dizer que o país só avança Tanto sabem que já chegaram às te- Uma última palavra: dizer que o pa-
Dilma. Como pode saber disso? Deu ses mais ridículas. Essa de que cada ís só avança no “rouba mas faz” e que
uma olhada nas fotos e “descobriu”
no ‘rouba mas faz’ e que é preso da Lava-Jato gerou 22 mil de- é preciso ser tolerante com a corrup-
que as notas eram novinhas. preciso tolerar corrupção sempregados é o máximo da estupi- ção para preservar o progresso é co-
Argumento mais do que duvidoso. é como acreditar que todo dez. Mas o advogado Mariz, um ho- mo acreditar que todo mundo aqui é
Geddel ficou anos nas administra- mem culto, quase chegou a dizer que ladrão e que este país não tem futuro.
ções petistas e, na Caixa, controlava
mundo aqui é ladrão denunciar Temer traz de volta a re-
financiamentos de bilhões. Foi dali cessão e a inflação. PIADA?
que saiu o grosso da propina, dizem Do mesmíssimo modo, o pessoal de Diante disso, a estratégia que une to- Sei que muita gente não gosta de pi-
diversos delatores e testemunhas. O Lula está dizendo que Antonio Paloc- dos — de Lula a Temer, passando por ada numa hora dessas, mas é irresistí-
governo Temer tem pouco mais de ci — chefe de campanha de Lula e Aécio — é barrar a Lava-Jato para mini- vel. Por exemplo:
um ano, tempo parcialmente apro- Dilma, ex-ministro dos dois, grande mizar os danos. Ser réu, acusado, é Proposta da CUT contra o desempre-
veitado por Geddel, que está preso. chefe do PT por anos — “nunca foi ruim, mas ainda é melhor que preso. go: soltem todos os presos da Lava-Jato.
Mas isso não livra o PMDB, pois Ged- um verdadeiro petista”. A decisão do STF de ontem — de Dos amigos de Geddel: qual o pro-
del, membro histórico do partido, esta- Tudo considerado, está na cara que manter Janot e ressaltar a prerrogati- blema? A família sempre gostou de
va nos governos petistas como repre- há mesmo uma conspiração nacio- va da PGR de investigar e denunciar o guardar dinheiro vivo.
sentante de Temer. O que fazer? nal: contra a Lava-Jato. Claro que os presidente quando julgar necessário Garotinho deixou de apresentar seu
Tentar mostrar que Temer e o parti- atores dos dois lados sabem perfeita- — e as sucessivas ações recentes da programa de rádio por um problema
do não têm nada com isso. Ontem, o mente que houve grossa roubalheira. Lava-Jato indicam que não será fácil de voz — voz de prisão. l
PMDB formalizou o afastamento de Sabem também que não dá para en- acabar com a maior operação contra
Geddel Vieira Lima. ganar os eleitores por muito tempo. a corrupção. Carlos Alberto Sardenberg é jornalista
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 DIVULGAÇÃO/JAIME ACIOLI
de agosto e filmada. A atriz
Dalila Duarte encarnou o pa-
pel de uma noiva, fazendo
sua marcha pela aleia que vai
até o chafariz, no caminho
principal. Quem perdeu a
encenação ao vivo, pode as-
sistir as imagens, que são exi-
bidas no espaço.
— Na maioria dos ritos de
passagem, a água tem pa-
pel relevante. No casamen-
to, a presença dela pode ser
entendida como purifica-
ção, lavagem e preparo pa-
ra um novo momento da vi-
da — explica Benedicto,
que expõe pela terceira vez
no Museu da República.
O artista teve participa-
ção ativa na performance.
Enquanto a noiva interagiu
silenciosamente com os
expectadores a caminho do
chafariz, o véu de 30 me-
tros que ela usava passava
por uma máquina de escre-
“;Mesmo”. Mostra do artista Josias Benedicto foi feita a partir de uma performance ao vivo ver onde Benedicto datilo-
ZONA SUL l O GLOBO 5
Quinta-feira 14.9.2017 l
grafava os seus textos.
— Quando o véu já estava
quase todo escrito, a noiva
era finalmente libertada pelo
“fim” — explica ele.
Já Magalhães, professor ve-
terano da Escola de Artes Vi-
suais do Parque Lage (EAV),
apresenta exposição indivi-
dual após um hiato de sete
anos. Na mostra, ele aposta
nas cores preto, branco e cin-
za em composições mínimas
que dialogam sempre com o
vazio e os limites do suporte:
— Os trabalhos são todos de
pintura. Eles mesclam traços
feitos por mim com elemen-
tos prontos, como etiquetas
de papelaria — diz. l
+ INFO
Museu da República — Rua do
Catete 153. Tel.: 2127-0324.
De terça a sexta, das 10h ao
meio-dia, e das 13h às 17h;
sábado e domingo, das 13h às
18h. Grátis. Até 29 de outubro.
 16
SERVIÇO
O tempo
fechou.
E agora?
O direito do turista em casos
de furacões, terremotos e
outros fenômenos naturais
EDUARDO MAIA
eduardo.maia@oglobo.com.br
E
se um furacão cru-
zar o seu caminho
durante as férias? A
recente passagem
de quatro grandes ciclones
tropicais por Caribe, Flórida
e Golfo do México (nomea-
dos Harvey, Irma, Katia e Jo-
sé), além de um terremoto na
costa sul mexicana, traz à to-
na a pergunta: o que o turista
pode fazer se um fenômeno
natural acontecer durante ou
pouco antes de sua viagem e
quais são seus direitos?
De fato, furacões, terremo-
tos, tsunamis e nevascas in-
tensas, entre outras, aconte-
cem. Ainda assim, o consu-
midor tem direito a ressarci-
mento e remarcação da via-
gem antes do embarque.
— Se o cliente ainda não vi-
ajou, pode escolher entre re-
ceber o dinheiro de volta ou
4 l O GLOBO l País l Quinta-feira 14 .9 .2017

merval@oglobo.com.br CRISE SEM TRÉGUA

MERVAL
_

AUDIÊNCIA TENSA
PEREIRA ‘Querida’, não, senhor
Depoimento do ex-presidente Lula a Sergio Moro tem clima tenso, tons irônicos, provocações
e pedido de uma procuradora que exigiu tratamento impessoal do petista
| |
GERALDO BUBNIAK
GUSTAVO SCHMITT

A voz do STF E DIMITRIUS DANTAS

opais@oglobo.com.br
-SÃO PAULO-

E
A presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministra Cármen Lúcia, foi fundamental para ntre respostas inci-
desarmar os espíritos na sessão de ontem. A sivas, risos nervo-
sos e silêncios di-
ausência do ministro Gilmar Mendes e do ante de alguns
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, questionamentos, o ex-pre-
na primeira parte, em que foi tratado o pedido sidente Lula adotou a estra-
da defesa de Temer de suspeição de Janot, tégia de que a melhor defesa
permitiu que a discussão se desse em termos é o ataque no depoimento
de ontem. Visivelmente irri-
estritamente técnicos. Gilmar mesmo disse que tado, chamou a atenção o
assistiu de seu gabinete à sessão e, como não seu tom irônico em alguns
havia divergência, não se pronunciou. momentos. A postura do pe-
tista tornou tensa a maior

L
ogo no início, Cármen Lúcia também desar- parte da audiência.
mou uma pequena manobra do advogado de Em certo momento, Moro
Temer, Antonio Cláudio Mariz, que queria que advertiu Lula para não usar
os dois assuntos, suspeição e suspensão da segunda o tratamento “querida” ao
denúncia, fossem julgados ao mesmo tempo. responder às perguntas da Discurso. Depois do depoimento a Sérgio Moro, Lula participou de ato em Curitiba com militantes e sindicalistas
O advogado já antevia que o pedido de suspeição procuradora Isabel Cristina
não seria aceito e pretendia encurtar o julgamento. Groba Vieira, que acompa- feitas as perguntas. O imóvel em questão per-
Chegou a dizer que, se pudesse, desistiria da sus- nhava o interrogatório. De- Logo no início da audiência, tence a Glaucos Costamar-
peição, mas não conseguiu evitar que o plenário se pois da reclamação feita pe- Lula deixou transparecer a estra- ques, primo do pecuarista Jo-
manifestasse a favor do procurador-geral da Repú- la própria procuradora, Mo- tégia de atacar. Ao responder se sé Carlos Bumlai, que, segun-
blica, Rodrigo Janot, por unanimidade dos presen- ro disse ter se esquecido de queria falar na ação penal, o pe- do a Lava-Jato, teria atuado
tes: 9 a 0, já que o ministro Luís Roberto Barroso explicar que ele deveria usar tista afirmou que o processo era como laranja para ocultar a
também não estava no plenário.
Por fim, ao encerrar a sessão antes que o segundo
o tratamento protocolar ao
se dirigir às autoridades:
“Sr. ex-presidente, “ilegítimo” e “injusto”. Moro rea-
giu com indiferença e explicou o
propriedade.
O ex-presidente também
tema fosse julgado, a presidente do Supremo jogou
um balde de água fria para acalmar os ânimos de
— Sei que o ex-presidente
não tem intenção negativa
talvez o senhor rito da audiência. Perguntando
em seguida se Lula queria retifi-
tentou desqualificar a Pro-
curadoria-Geral da Repú-
seus pares, deixando para a próxima semana a dis-
cussão sobre se uma segunda denúncia deve ser
em utilizar esse termo “que-
rida”, mas peço que não uti-
esteja um pouco car outros depoimentos já feitos
à Justiça, o petista foi ríspido. Lula
blica e mirou o seu chefe,
Rodrigo Janot, ao lembrar o
sustada até que se encerrem as investigações sobre
as delações de Joesley Batista e seus executivos na
lize. Pode chamar de douto-
ra, senhora procuradora.
rancoroso, mas é a referia-se à acusação de que teria
recebido vantagens da constru-
episódio que levou à revisão
do acordo de colaboração
JBS, as quais o procurador-geral da República quer Em diálogo divulgado em oportunidade que o tora OAS no caso do tríplex do premiada com os executi-
rescindir com base em novos áudios. março de 2016 entre Lula e Guarujá. O petista então atribuiu vos do grupo J&F:
A nova denúncia, assim, pode ser apresentada Dilma Rousseff, o petista senhor tem” ao juiz o papel de acusador: — O MP é muito engraça-
sem problemas por Janot antes que ele saia do car- despediu-se da então presi- — Eu deveria mudar tudo do. Graças a Deus, como
go, na sexta-feira, mas dificilmente terá andamento dente dizendo “Tchau, que- Sergio Moro porque o senhor me acusou. Deus escreve certo por li-
antes que o pleno do Supremo decida a questão de rida”, frase muito usada por Juiz da Lava-Jato — Eu não acusei — rebateu o nhas tortas, as coisas agora
ordem que está em pauta. O relator da Lava-Jato no oposicionistas no processo magistrado. tão virando verdadeiras.
Supremo, ministro Luiz Edson Facchin, provavel- de impeachment. retrucou, dizendo que o petista Mais adiante, confrontado Nós estamos vendo o que
mente receberá a denúncia, mas não dará anda- Em outro momento, mais estava “rancoroso” com o MP com a denúncia do MP sobre o está acontecendo com Ja-
mento a ela, aguardando a decisão do Supremo. de uma hora após o início da em função das acusações. não pagamento de aluguel por not, com o Marcello Miller.
Não precisa nem sobrestá-la, basta que a analise audiência, Lula acusou o Mi- — Sr. ex-presidente, talvez o cinco anos de um apartamen- Em um outro momento,
com atenção, até a próxima sessão. nistério Público de fazer “su- senhor esteja um pouco ranco- to vizinho à cobertura onde Lula duvidou da isenção do
Mesmo que decidisse enviar a denúncia à Câma- posições e ilações” sobre a roso, mas é a oportunidade mora em São Bernardo, Lula juiz. Ele perguntou a Moro se
ra, o que pode fazer, pois não há decisão sobre o as- compra do apartamento vizi- que o senhor tem de — inter- reagiu com rispidez de novo. poderia falar aos seus netos
sunto que o impeça, seria um ato inócuo, já que a nho ao seu em São Bernardo rompeu Moro. — Nunca chegou qualquer que seria julgado de modo
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que do Campo e disse que a me- — Eu não estou rancoroso — reclamação de que o aluguel imparcial. Moro disse que
tem maioria governista, alegaria que não pode de- nor preocupação dos procu- retrucou Lula. não estava sendo pago — esbra- não cabia esse tipo de per-
cidir sobre o tema sem que o STF se pronuncie. radores era fazer provas para Ao que Moro respondeu: vejou Lula. — Eu tô cansado de gunta, mas respondeu “sim”.
O importante na sessão de ontem foi o comprome- sustentar as acusações. Moro — Então é natural que sejam mentira sem provas. (Colaborou Thiago Herdy) l
timento de uma maio-
ria firme do plenário, U
com nove ministros se Os pontos-chave
pronunciando a favor
da Operação Lava-Jato e
do trabalho do Ministé-
rio Público. Certamente
o ministro Barroso, que
1
O importante na sessão de
ontem foi o comprometimento
de uma maioria firme do
‘Pacto de sangue é entre Palocci e a Lava-Jato’
está em viagem nos Es- EDILSON DANTAS/20-7-2017
plenário a favor da Lava-Jato e
tados Unidos, seria o
décimo voto. do trabalho do MP Advogado de Lula mentados, que mostram que
ele perdeu a isenção para jul-
volta a dizer que o
A presidente Cármen
Lúcia salientou que não 2 juiz Sergio Moro é
gar o ex-presidente Lula.
Zanin relacionou, entre os
importa quem esteja à As investigações atos considerados ilegais pela
frente da Procuradoria- continuarão sob sua parcial nos casos defesa, a condução coercitiva
Geral da República: supervisão, mesmo com o de Lula, em março de 2016,
“Há instituições sólidas fim do mandato de Rodrigo CHICO PRADO interceptações de ligações e a
hoje no Brasil, o Minis- Janot, esse foi o recado chico.prado@sp.oglobo.com.br divulgação de conversas tele-
tério Público é uma de- mandado ontem pelo STF fônicas. Também em março
las. O Supremo não ao cidadão brasileiro -SÃO PAULO- Endossando os ata- do ano passado, em meio ao
permitirá que a mu- ques feitos pelo ex-presidente avanço da Lava-Jato que se
dança de um nome, o 3 Lula a Antonio Palocci, a defe- aproximava de Lula, numa
afastamento de um no- Eventuais acusações de sa do líder petista seguiu na dessas ligações a ex-presiden-
me, altere os rumos, Geddel contra Temer, de mesma linha e rebateu as de- te Dilma Rousseff informou a
porque as instituições quem é íntimo há 30 anos, clarações do ex-ministro. O ad- Lula que enviaria a ele um ter-
são mais importantes terão o mesmo efeito do vogado de Lula, Cristiano Za- mo de posse para nomeá-lo
que as pessoas, eviden- depoimento de Palocci nin Martins, afirmou que o Defesa. Cristiano Zanin: para ele, Palocci não tem compromisso com a verdade ministro da Casa Civil, mas
temente”, disse. sobre Lula único “pacto de sangue” que que o documento só deveria
Esse foi o recado existiria hoje seria entre Paloc- após o petista deixar o Planal- — Foi uma pergunta feita de ser usado “em caso de neces-
mandado ontem pelo Supremo Tribunal Federal pa- ci e a Operação Lava-Jato. Na to. forma espontânea, feita pelo sidade”.
ra o cidadão brasileiro, o da garantia de que as inves- semana passada, Palocci dis- Segundo o advogado de Lu- ex-presidente Lula e que, ao Horas depois, o diálogo foi
tigações continuarão, sob sua supervisão, mesmo se que Lula recebeu propina la, o depoimento de Palocci meu ver, revela a preocupação divulgado por Moro, decisão
com o fim do mandato de Rodrigo Janot, que será quando ainda era presidente, não despertou preocupação: dele com a falta de um julga- que gerou discussões sobre a
substituído pela procuradora Raquel Dodge na pró- em dezembro de 2010, final — Não preocupa, simples- mento justo, imparcial e inde- legalidade da ação.
xima segunda-feira, e com a provável substituição do do segundo mandato. mente porque o depoimento pendente. Então, se ele ali ti- Três meses depois, o então re-
diretor-geral da Polícia Federal, que está sendo coor- As benesses incluíam R$ do ex-ministro Palocci foi nha a oportunidade de fazer lator da Operação Lava-Jato no
denada pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim. 300 milhões destinados ao PT, prestado sem compromisso sua autodefesa, ele também Supremo Tribunal Federal
Como este nosso processo de crise política sofre um sítio em Atibaia, interior com a verdade, contém con- aproveitou essa oportunidade (STF), ministro Teori Zavascki,
reviravoltas a todo momento, a tentativa de poster- de São Paulo, e mais R$ 200 tradições internas com outros para, de forma espontânea, que morreu em janeiro, anulou
gar ou mesmo inviabilizar uma segunda denúncia mil por palestra feita pelo ex- depoimentos e porque nada apresentar essa questão, que a validade jurídica da escuta te-
acaba sendo, no atual cenário, mais prejudicial a presidente a partir de 2011, do que ele disse foi provado. E ele vem colocando de longa lefônica entre Dilma e Lula. l
Temer do que parecia anteriormente. hoje (ontem), o ex-presidente data e que coincide com a vi-
Com a possibilidade de seu ex-ministro Geddel Lula, quando perguntado so- são da defesa — disse Zanin.
Vieira Lima fazer uma delação premiada, quanto bre o assunto, respondeu que
mais demorar o processo na Câmara, pior para o por tudo isso que já ocorreu CONDUÇÃO COERCITIVA
governo, pois, mesmo que não estejam na denún- nos processos, a única hipóte- O advogado reiterou que a de-
cia de Janot, eventuais acusações de Geddel contra se possível de pacto de san- fesa já questionou, ao longo do
o presidente, de quem é íntimo há 30 anos, terão o gue é entre o ministro Anto- processo, a “independência do
mesmo efeito do depoimento de Antonio Palocci nio Palocci e a Lava-Jato — juízo” porque também “enxer-
sobre o ex-presidente Lula. Criarão um ambiente disse a defesa. Segundo Zanin, ga esse problema” e, por isso,
político que certamente afetará negativamente a
tramitação do processo na Câmara. l 160 não houve orientação para que
Lula questionasse Moro sobre
levantou a suspeição de Moro:
— É preciso ressaltar que o 160
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a imparcialidade do juiz da 13ª questionamento sobre a parci- AMÉRICAS SHOPPING Av. das Américas, 15.500
oglobo.globo.com/blogs/ Estrada do Mendanha, 555 Vara Federal de Curitiba, res- alidade do juiz Moro foi acom- BANGU SHOPPING Rua Fonseca, 240
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Quinta-feira 14 .9 .2017
Vacinas atrasadas
Dados oficiais mostram que 53% de crianças e adolescentes não estão com a caderneta em dia
ANA PAULA BLOWER
apaula.blower@oglobo.com.br
Mais da metade de crianças e adolescentes no
Brasil estão com o calendário vacinal atrasado, se-
gundo dados divulgados ontem pelo Ministério
da Saúde: 53% não têm a caderneta em dia, índice
que foi analisado por especialistas como um sinal
de alerta. O ano de 2016 teve a menor cobertura
vacinal da última década, o que contraria o histó-
rico do país de boa resposta às campanhas.
— Ao desagregar os dados, vemos bolsões,
locais com baixas coberturas. Se ao longo dos
anos isso persistir, corremos o risco de ver de
volta doenças que já não existem mais no Bra-
sil — afirmou Carla Domingues, coordenadora
do Programa Nacional de Imunizações do Mi-
nistério da Saúde.
Só este ano, na Europa, foram registrados ca-
sos de sarampo em países como Portugal, Fran-
ça e Alemanha. Até 22 de agosto, a Itália relatou
4.220 casos de sarampo, incluindo três mortes.
Na Venezuela, houve 324 casos de difteria e oito
de sarampo este ano, além de sete mortes regis-
tradas por difteria ano passado. Há vacinas para
todas essas doenças.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Imunizações, Renato Kfouri, reafirma que as co-
berturas vacinais no país são altas se compara-
das com o resto do mundo — em número de va-
cinas oferecidas, e também no alcance. Kfouri
atribui a queda da cobertura vacinal a uma “so-
ma de fatores”, tendo como principal o fato de as
pessoas não conviverem mais com doenças co-
mo sarampo e rubéola, muito menos com mor-
tes decorrentes dessas enfermidades.
— A demanda está influenciada pela sensa-
ção de risco, mas é uma pena que tratem a va-
cinação com a mentalidade de apagar incêndi-
os e não como forma de prevenção. Meningites
matam, diarreias hospitalizam — alerta o es-
pecialista.
CAMPANHA QUER ATINGIR 47 MILHÕES
Kfouri aponta ainda outras questões, como o
desabastecimento de vacinas, o horário de fun-
cionamento dos postos (durante a jornada de
trabalho dos pais) e a propagação de mitos na
internet. Mas ele não acredita que os movimen-
tos antivacina tenham impacto por aqui:
— O que existe mais aqui são os “hesitantes”:
pais que vão vacinar, leem uma informação
equivocada na internet e ficam inseguros. Al-
guns mitos disseminados nas redes sociais con-
tribuem para a queda da cobertura vacinal.
Este ano, a Campanha de Multivacinação do
Ministério da Saúde espera atingir mais de 47
milhões de crianças e adolescentes de até 15
anos, numa mobilização que vai até o dia 22 des-
te mês, com 13 vacinas para crianças e oito para
adolescentes disponíveis nos postos de vacina-
ção. Além das 143,9 milhões de doses de vacina
de rotina, outras 14,8 milhões de doses extras de
15 vacinas estarão disponíveis em 36 mil postos
fixos de vacinação.
— Pretendemos avançar ainda mais na cons-
cientização dos pais para a importância da vaci-
nação de crianças e adolescentes. A campanha
que lançamos hoje reforça que todos os dias são
dias de vacina. Só com essa conscientização é
que a população brasileira estará protegida de
uma série de doenças que são facilmente preve-
níveis apenas com vacinação — enfatizou o mi-
nistro da Saúde, Ricardo Barros. l
E m outubro de 2015, o Instituto Geográfico
e Histórico da Bahia (IGHB) devolveu ao
Terreiro Mokambo, de Salvador, uma ca-
deira de mando retirada de sua casa de origem
pela polícia, quase um século antes. O trono per-
tencera a Jubiabá, nome do caboclo incorporado
por Severiano Manuel de Abreu (1886-1937), que
acabou batizando também o babalorixá eterniza-
do em romance de Jorge Amado. País afora, a de-
cisão soou como capítulo final de perseguição —
simbólica e material — às religiões de matrizes
africanas, um enredo da idade do Brasil. Come-
çou no período colonial escravocrata, quando al-
cançou também indígenas, judeus e muçulma-
nos. Nunca mais parou. Ao longo dos séculos, al-
ternaram-se os algozes: portugueses, Igreja Cató-
lica, Estado, polícia, elite, líderes evangélicos,
movimento neopentecostal e, agora, chefes do
tráfico de drogas.
Entre julho e agosto, a Secretaria estadual de Di-
reitos Humanos do Rio atendeu 31 denúncias de
intolerância. Sete casos ocorreram em Nova Igua-
çu, na Baixada Fluminense, apenas nos últimos 15
dias. Em dois episódios, as vítimas afirmaram que
traficantes comandaram os ataques aos terreiros.
Os relatos não são inéditos. Em anos recentes, inici-
ados no candomblé e na umbanda têm sido amea-
çados, impedidos de vestir branco, usar fios de con-
tas, fazer celebrações e até de viver em comunida-
des do subúrbio carioca, como Cidade Alta e Morro
O GLOBO l 29
Sociedade
SAÚDE
_
PREVENÇÃO DEFASADA
Número de crianças que não foram vacinadas ou atualizaram a imunização (em milhões)
Ministério da Saúde convoca
47 milhões
de crianças e
RECÉM-NASCIDOS CRIANÇAS DE 15 MESES
adolescentes para
atualizar o calen- BCG TRÍPLICE / TETRA
dário vacinal. Destes, 53% estão com 0,76 0,71
(TUBERCULOSE) VIRAL** (2ª DOSE)
a caderneta desatualizada 1,1
HEPATITE B 0,95 DTP***
PNEUMOCÓCICA
E ROTAVÍRUS
0,47 HEPATITE 0,84
População em PENTAVALENTE* 0,32 POLIOMELITE 0,80
números 1º REFORÇO
POLIOMIELITE 0,79
CRIANÇAS ATÉ 18 MESES
29.544.556 CRIANÇAS DE 12 MESES
MENINGITE C 0,24
TRÍPLICE VIRAL
PNEUMOCÓCICA
0,15
Crianças 1º REFORÇO
0,47
menores de
10 anos
FEBRE AMARELA 1,1 MENINGITE C 0,18
1º REFORÇO
ADOLESCENTES
VACINA
2,9 milhões 3 milhões 5,9
17.463.169
MENINGOCÓCICA C
12 ANOS 13 ANOS
Adolescentes HEPATITE B 1,3
menores de
15 anos FEBRE AMARELA 1,3
*Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e doenças causadas por Haemophilus influenzae.
Fonte: Ministério da Saúde **Sarampo, caxumba, rubéola e catapora. ***Difteria, tétano e coqueluche. Editoria de Arte
Corpo a corpo
RON DAGAN
Boa informação é o melhor remédio
Um dos mais respeitados especialistas em doenças pneumocócicas do mundo, médico
israelense alerta para o avanço dos movimentos antivacinação também no Brasil
CESAR BAIMA Os movimentos antivacinação estão espalhados confuso. Nosso papel como profissionais de
cesar.baima@oglobo.com.br por todo o mundo, mas é preciso entender que saúde, portanto, não é só dar mais informações,
nem todos os pais que hesitam em vacinar seus fi- mas pegar o que as pessoas acham que sabem e
Os movimentos antivacinação estão se espalhan- lhos são de fato contra vacinas. Eles captam ideias mostrar a elas o que está certo ou errado.
do mundo afora, e isso é um perigo não só para dos movimentos antivacinação, ouvem falar, e têm
as crianças mas também para a população em dúvidas. Assim, é um importante papel seja das au- l Seria este esforço para passar boa informa-
geral, em especial indivíduos mais vulneráveis a toridades, associações ou dos profissionais de saú- ção para o público um tipo de “vacina” contra
infecções. Felizmente, porém, também há uma de ser capaz de entender como são as vacinas, co- a disseminação da antivacinação?
“vacina” contra o avanço destes movimentos: a mo funcionam, e explicar isso para população. Definitivamente é uma medida de prevenção.
boa informação. E é em defesa de esforços neste No Brasil, por exemplo, muitas pessoas têm um
sentido que trabalha o médico israelense Ron l É uma questão de educação então? nível educacional baixo, mas sabem da impor-
Dagan. Um dos mais respeitados especialistas Não, muitos dos pais hesitantes são pessoas com tância da vacinação. Mas acredite em mim: isso
em pneumonias e na epidemiologia de doenças bom nível educacional, mas que procuram na in- vai mudar. Haverá cada vez mais e mais pessoas
evitáveis com vacinas do mundo, Dagan partici- ternet e muitas vezes não obtêm a informação certa com melhor nível educacional que serão atraí-
pa esta semana, no Rio, do XX Congresso Brasi- ou não têm a oportunidade de uma conversa indi- das por estes movimentos. Então a hora é agora
leiro de Infectologia (Infecto2017) e faz um alerta: vidual com um profissional de saúde sobre o assun- de dar mais informação, conversar com as pes-
mesmo países com longa tradição pró-vacina- to. Hoje as pessoas querem mais informação. Elas soas, treinar os profissionais de saúde para ex-
ção, como o Brasil, não estão livres do crescimen- não acreditam mais cegamente na medicina ou nos plicar o funcionamento das vacinas e a impor-
to destes movimentos. sistemas de saúde. Temos uma nova geração acos- tância da vacinação de forma que quando estas
tumada a ter muita informação, mas o problema é novas gerações de brasileiros chegarem com su-
l Como o senhor vê o avanço dos movimen- que em meio a isso há muita desinformação. E as dúvidas e hesitações, elas terão as respostas
tos antivacinação pelo mundo? quando você tem muita informação, você acaba que querem e precisam. l
flo.coluna@gmail.com
FLÁVIA OLIVEIRA
das em 2011; quatro anos depois, 36; em 2016, 79. A
onda mais recente preocupa em particular porque
mistura religião e crime. De tão grave, deve sair do
papel a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de
Intolerância. “O que está acontecendo é absurdo.
Se há ligação do tráfico com igrejas, isso tem de ser
averiguado. O cristianismo foi perseguido no pas-
sado. Quem se diz cristão e discrimina pisa na pró-
pria história. É preciso que as igrejas evangélicas se
SOCIEDADE posicionem. Por muito tempo, todas demonizaram
Fé ameaçada
as religiões de matriz africana. Por racismo. O mo-
vimento neopentecostal soltou o monstro da into-
lerância, mas as igrejas tradicionais também são
responsáveis”, dispara o teólogo e pastor evangélico
José Barbosa Junior, fundador do movimento Jesus
Historicamente perseguidas por igrejas, Estado e polícia, religiões Cura Homofobia, contra a perseguição aos LGBTs.
afro-brasileiras enfrentam, agora, a intolerância e a violência do tráfico Sábado, líderes religiosos e da sociedade civil vão
discutir estratégias de enfrentamento no Ilê Omio-
juaro, terreiro fundado por Mãe Beata de Iemanjá,
do Dendê (Ilha do Governador). Na Maré, conjunto de ligiosos e apreendeu peças dos terreiros, caso da ca- morta em maio. “Vamos nos organizar para cobrar
16 favelas na Zona Norte, a liberdade de credo depen- deira de Jubiabá, na Bahia. No Rio, está de pé o movi- das autoridades ações efetivas contra o racismo re-
de do grupo armado que controla os territórios. Há lu- mento Libertem Nosso Sagrado, para reaver acervo ligioso. A situação hoje é mais complexa, porque
gares em que só uma religião é permitida, numa ver- sequestrado no passado e, até hoje, mantido no Mu- envolve o tráfico de drogas. Nossa ancestralidade,
são contemporânea, embora não católica, do Tribunal seu da Polícia Civil. Relatório da então Secretaria Es- nossa história estão em alto risco”, alerta o babalori-
da Santa Inquisição. pecial de Direitos Humanos da Presidência contabili- xá Adailton Moreira, líder da casa. Domingo, na
Embora o Brasil tenha a liberdade de credo garanti- zou as denúncias de discriminação e agressões relaci- Praia de Copacabana, será realizada a 10ª Cami-
da desde a primeira Constituição da República, de onadas à fé. Em 2011, o Disque 100 atendeu 15 casos; nhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Os cario-
1891, a intolerância e violência religiosas nunca deixa- em 2015, 556; ano passado, 759. As principais vítimas cas terão a chance de demonstrar empatia — ou o
ram de existir. O Código Penal de 1890 criminalizava são os filhos de santo. velho descaso — com a violação de mais um direito
práticas dos cultos afros. O Estado Novo perseguiu re- No Estado do Rio, a SDH contabilizou três chama- humano fundamental. Nunca foi tão urgente. l
T
MAURICIO PEIXOTO
2
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017

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Fala, Tijuca! As cartas encaminhadas aos Jornais de Bairro (Rua Marquês de Pombal
Mobilização e muito funk para curar Fernanda Salles
Festival mensal com clássicos do gênero recolherá donativos
para moradora do Grajaú que tem doença degenerativa — Pág.4
25, 3º andar - CEP 20.230-240 e falatijuca@oglobo.com.br) devem ser assinadas e, LEIA MAIS NOTÍCIAS Capa. Marcus Rocha, da Mostro Grão.
assim como os e-mails, conter nome completo, endereço e telefone do remetente. FOTO DE DIVULGAÇÃO/OSEIAS
Quando o texto não for suficientemente conciso, serão publicados os trechos mais DA TIJUCA BARBOSA
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OGLOBO ALTO DA BOA VISTA, ANDARAÍ, CATUMBI, ESTÁCIO, GRAJAÚ, MARACANÃ, MUDA, RIO COMPRIDO, PRAÇA DA BANDEIRA, TIJUCA, USINA E VILA ISABEL
Editor responsável: Milton Calmon Filho (miltonc@oglobo.com.br), Edição impressa: Elisa Torres (eli@oglobo.com.br), Edição on-line: Ana Beatriz Marin (ana.marin@oglobo.com.br), interino; Diagramadora: Jacqueline Donola Telefo-
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São
Cristóvão
 14
Flores, sementes e grãos
Produtos frescos e artesanais estão vetados

N
FOTOS DE RENEE ROCHA
o caso dos vegetais,
ALFÂNDEGA

que já eram libera-

dos antes da Ins-
trução Normativa
11, a regra básica é: nada de
sementes. Também não en-
tra nenhum produto fresco,
como frutas, flores e legu-
mes, por exemplo. Veja as re-
gras para entrar com deriva-
dos de vegetais no país. Ah,
sim, e a norma sobre embala-
gens é a mesma: toda merca-
doria precisa do selo do pro-
dutor e das informações so-
bre ingredientes, validade e
fabricação.

GRÃOS: RISCOS POTENCIAIS

Alguns grãos podem ser tra-
zidos desde que industriali-
zados e enlatados em conser-
va. O único que é permitido
com frequência é o arroz sem
casca. Os feijões e outros
grãos como a lentilha, grão
de bico, milho, quinoa e ou-
tros de características simila-
res são proibidos, por serem
potencialmente veiculadores
de pragas exóticas, cujos pre-
dadores não existem no Bra-
sil. O alerta é do chefe da Vi-
giagro, Luis Felipe Reimann:
— Uma embalagem de fei-
jão e um saco de milho vindo
de fora podem causar um da-
no sem precedentes aos cul-
tivadores brasileiros.
Na bolsa. Vegetal COGUMELOS E NOZES proibidas, mas tâmaras re- (12 litros ou 24 garrafas), só
FLORES, RAÍZES E MUDAS não identificado que Trufas e cogumelos estão li- cheadas, desde que sem ca- podem entrar no país respei-
As flores, raízes e mudas, chegou da China beradas no Brasil apenas em roço, são permitidas. tando as mesmas regras. Ou
sementes e organismos vege- conserva, e respeitando as seja: as embalagens precisam
tais em geral, assim como o Documento. regras de embalagem. Nada ALIMENTOS ARTESANAIS trazer as informações de pro-
próprio solo de outros países, Mais uma apreensão, de tentar trazer uma trufa Sanduíches caseiros, doces dução, como qualquer outro
têm seu ingresso proibido: mais um formulário branca recém-colhida dos artesanais, produtos colhidos alimento — não dá para tra-
— Um singela orquídea ou preenchido campos italianos: produtos em hortas e pomares ou zer uma garrafa de um vinho
uma rama de rosas podem, in natura, frescos, como vale qualquer alimento nestas artesanal, por mais gostoso
da mesma forma, veicular Alimento sempre lembrar, estão termi- condições são proibidos. que ele seja. a
pragas não existentes no pa- desidratado. nantemente proibidos. — Exatamente por não pas-
ís. Até porque, no caso espe- Embalagem sem Além das nozes, estão libe- sarem pelo controle e os pro-
cífico das flores, as pessoas informações do radas amêndoas e alimentos cesso industriais, não temos Serviço
que costumam transportá- produto são barradas semelhantes, desde que este- como rastreá-lo e, assim, per-
las querem trazê-las exata- jam sem casca e devidamen- demos um componente im- Vigilância Agropecuária do
mente porque elas não exis- te embaladas e processadas portante de segurança ali- Ministério da Agricultura
tem aqui ou são muito caras. industrialmente, com as in- mentar — acentua o chefe da (Vigiagro):
Mas não sabemos como uma formações do produto e selo Vigiagro. Aeroporto Internacional do
planta daqui reagiria em do fabricante. Galeão - Terminal 2.
contato com algum agente Castanhas, amendoim e BEBIDAS ALCOÓLICAS www.agricultura.gov.br
que, no seu local de origem pistache salgados também Vinho, cerveja, rum, entre Receita Federal:
pode ser inofensivo, que não são permitidos, desde que outras bebidas industrializa- Informações sobre produtos que
temos aqui — pondera Rei- embalados industrialmente. das alcoólicas, além da quan- podem entrar no país no site:
mann. As tâmaras com caroço são tidade máxima por pessoa receita.fazenda.gov.br
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Quinta-feira 14 .9 .2017
Paroquialismo
E
nquanto o capital se internaciona-
liza, as pessoas se retribalizam. Es-
taria havendo uma reação da paró-
quia contra o mundo. Poucos rea-
cionários se definiriam como fascistas, ou
“istas” de qualquer espécie. Como na ve-
lha piada: eu não sou racista, só tenho pa-
vor a negro, judeu, árabe ou a qualquer ou-
tro Outro. O racismo é uma filosofia, o pa-
vor ao outro é um atavismo, um raciocínio
intestinal. A paróquia acha que os empre-
gos do lugar devem ser para os do lugar, e
Progressistas conservadores
JOÃO LUIZ MAUAD
A
provada a reforma trabalhista possível, a
Procuradoria-Geral da República já tra-
tou de tentar melar a coisa, através de
uma Ação Direta de Inconstitucionalida-
de que pretende impugnar vários de seus avanços.
Na mesma toada, fiscais e juízes do trabalho pro-
metem dificultar ao máximo a vida de empresas e
trabalhadores que aderirem às novas regras.
Nada disso acontece por acaso. Sempre que al-
guma inovação é tentada no universo da econo-
mia e dos mercados em geral, forças retrógradas e
altamente ideologizadas não medem esforços pa-
ra travá-la. Basta olhar o empenho para enquadrar
o Uber e outras plataformas baseadas no sistema
de sharing economy dentro de um modelo de tra-
balho tradicional, com assinatura de carteiras, ho-
rários fixos etc.
Se a maioria de nós vê a inovação como boa e
criadora de valor, há setores da sociedade, treina-
dos numa cultura econômica altamente conserva-
dora, que enxergam quaisquer inovações como ví-
rus que tentam vencer os sistemas imunológicos
que eles passaram anos construindo e mantendo.
Quem já debateu com esquerdistas sabe que
poucas coisas são mais ofensivas para eles do
que a alcunha de “conservador”. Paradoxalmen-
te, entretanto, pelo menos quando o assunto é
economia, os autodenominados progressistas
são tão ou mais conservadores que o mais radi-
cal conservador.
Avessa aos riscos, a esquerda idealiza a econo-
mia como um sistema estático, bem arrumado e
imune a turbulências. Rejeita com todas as suas
forças a poderosa dinâmica do capitalismo liberal,
em que um complexo padrão de organização é ob-
tido a partir de uma aparente falta de planejamen-
to. Prefere modelos planificados, supostamente
bem planejados e perfeitamente harmônicos —
como se isso fosse possível.
Assim, entre outras políticas, eles defendem o
protecionismo, contra a globalização, subsídios e
incentivos fiscais para ajudar empresas estabeleci-
das, favorecem a ajuda governamental contra a fa-
lência de bancos e grandes empresas, defendem
rígidas regulamentações trabalhistas que protejam
os empregos a todo custo, a fixação das taxas de ju-
ros e de câmbio pelo governo e, não raro, até mes-
Pelo direito à verdade e ao luto
FLÁVIA PIOVESAN E
EUGÊNIA AUGUSTA GONZAGA
E
m virtude de recente acordo celebrado en-
tre o Ministério de Direitos Humanos e la-
boratório internacional na Bósnia (Inter-
national Comission on Mission Persons,
com vasta experiência de mais de 20 mil casos de
identificação humana no conflito da ex-Iugoslávia),
será feita a análise de DNA referente a 336 amostras
de ossadas de cem vítimas da vala clandestina de
Perus, no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo. As
amostras foram remetidas ao laboratório no último
dia 4 — data do então descobrimento da vala clan-
destina em Perus, com a exumação de mais de mil
sacos plásticos contendo ossadas de desaparecidos
políticos da ditadura.
Cabe ressaltar o extraordinário e pioneiro traba-
lho desenvolvido pelo Centro de Antropologia e
Arqueologia Forense, da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp). O objetivo é a identificação
de ossadas concernentes às vítimas do dramático
caso de Perus, observados rigorosos princípios ci-
entíficos, éticos e humanitários, a partir de convê-
nio envolvendo o Ministério de Direitos Huma-
nos, o Ministério da Educação, a Secretaria Muni-
cipal de Direitos Humanos e Cidadania de São
Paulo e a Unifesp, sob a liderança do Grupo de
Trabalho Perus. Após décadas, familiares de desa-
parecidos políticos poderão, finalmente, ter res-
postas sobre os desaparecimentos.
Em 11 de maio de 2016, o Estado brasileiro pro-
mulgou a Convenção Internacional para a Prote-
ção de todas as Pessoas contra o Desaparecimen-
to Forçado. Considerado crime de extrema gravi-
dade, o desaparecimento forçado envolve a pri-
são, a detenção, o sequestro ou qualquer forma
de privação da liberdade que seja perpetrada por
agentes de Estado ou com sua aquiescência, com
a ocultação do destino ou do paradeiro da pessoa
OGLOBO
VERISSIMO
_
que quem não teve a sorte de nascer num
país desenvolvido deve se resignar a ficar na
sua tribo. Uma lógica simples, uma lógica de
paróquia. Universalismo, direitos humanos,
solidariedade etc. são frases bonitas, mas
são frases mundanas. A paróquia fala outra
língua.
Culpem o meu coração mole, mas senti
pena do George W. Bush quando derruba-
ram as torres do World Trade Center, há 16
anos. Bush fazia um confortável governo
paroquial, enriquecendo os seus amigos e
desdenhando do resto do mundo. Não esta-
va lá para outra coisa. Apesar da economia
incerta, podia contar com oito tranquilos
anos na gerência da Fortaleza América, com
frequentes viagens ao Texas. Não precisava
Esquerda idealiza a economia como
um sistema estático, bem arrumado
e imune a turbulências. Rejeita
com todas as suas forças a poderosa
dinâmica do capitalismo liberal
mo o controle de preços. Não por acaso, inovações
que beneficiam os consumidores, diversificam o
capital e aumentam a produtividade são vistas pe-
los “progressistas” como perigosas ameaças.
Como bem descreveu Warren Meyer, os “pro-
gressistas” sentem-se tão oprimidos pelo aparente
caos do livre mercado como o homem primitivo se
sentia em relação ao seu ambiente natural. Assim
como este tinha medo de tempestades, terremo-
tos, secas e doenças, os “progressistas” sentem-se
desconfortáveis e amedrontados com a ascensão e
queda de empresas, recessões, instabilidade do
emprego, lucros de uns e perdas de outros.
desaparecida, privando-a, assim, da proteção da
lei. A Convenção demanda dos Estados o dever
de prevenir e combater a impunidade em casos
de desaparecimento forçado, consagrando o di-
reito de toda pessoa a não ser submetida a ele,
bem como o direito à justiça e à reparação. Afir-
ma, ainda, o direito de toda vítima de conhecer a
verdade sobre as circunstâncias de um desapare-
cimento forçado e o destino das pessoas desapa-
recidas, bem como o direito à liberdade de bus-
car, receber e difundir informações com este fim.
No contexto latino-americano,
os regimes ditatoriais
deixaram como marca a
brutalidade da prática do
desaparecimento forçado
O direito à verdade aqui apresenta uma dupla di-
mensão: individual e coletiva. Individual ao confe-
rir aos familiares de vítimas de graves violações o
direito à informação sobre o ocorrido, permitindo-
lhes o direito a honrar os seus entes queridos, reali-
zando o direito ao luto. Coletiva ao assegurar à soci-
edade em geral o direito à construção da memória
e identidade coletivas, cumprindo um papel pre-
ventivo, ao confiar às gerações futuras a responsabi-
lidade de prevenir a ocorrência de tais práticas. Para
a ONU, “o direito à verdade abrange o direito de ter
um conhecimento pleno e completo dos fatos ocor-
ridos, das pessoas que deles participaram, das cir-
cunstâncias específicas e das violações perpetradas
e sua motivação. É um direito individual que assiste
tanto às vítimas, com aos seus familiares, tendo ain-
da uma dimensão coletiva. Está estritamente relaci-
onado ao estado de direito e aos princípios de
transparência, responsabilidade e boa gestão públi-
ca em uma sociedade democrática”.
nem de uma política externa, quanto mais
de uma política externa inteligente. De um
dia 11 de setembro para o outro, foi sugado
para o mundo. Teve que trocar os simplis-
mos paroquiais por nuance, sofisticação, a
linguagem antiparoquial da diplomacia res-
ponsável. Só conseguiu a incoerência. Hoje
os Estados Unidos são presididos por Do-
A paróquia acha que os empregos
do lugar devem ser para os do lugar,
e que quem não teve a sorte de
nascer num país desenvolvido deve
se resignar a ficar na sua tribo
Da mesma maneira que os homens primitivos in-
ventaram deuses e mitos para tentar trazer ordem
ao caos, além de um sentimento de que alguém
controlava os eventos que eles não entendiam, os
“progressistas” confiam piamente nos governos, na
esperança de que alguém possa impor, de cima pa-
ra baixo, uma ordem estável aos mercados.
Ironicamente, embora os “progressistas” gos-
tem de ser vistos como indivíduos “dinâmicos”
e “descolados”, o dinamismo do capitalismo li-
beral é assustador para eles. Empresas nascem e
morrem, empregos vêm e vão, booms econômi-
cos são substituídos por recessões, tudo isso nu-
ma velocidade que os faz tremer como os nos-
sos ancestrais diante do trovão. Embora eles
não consigam travar completamente a marcha
do progresso, o fato é que provocam atrasos e
danos econômicos incomensuráveis. l
João Luiz Mauad é administrador e diretor do
Instituto Liberal
No contexto latino-americano, os regimes ditatoriais
deixaram como marca a brutalidade da prática do de-
saparecimento forçado. Basta atentar que a primeira
sentença proferida pela Corte Interamericana de Di-
reitos Humanos enfocou a violação do desapareci-
mento forçado. No caso Velásquez Rodríguez contra
Honduras, em 1989, a Corte condenou o Estado de
Honduras a pagar uma compensação aos familiares
da vítima, bem como ao dever de prevenir, investigar,
processar, punir e reparar as violações cometidas, em
virtude do desaparecimento forçado. A região ainda
convive com o inaceitável legado da prática do desa-
parecimento forçado de pessoas.
No Brasil, além de outros tantos graves casos,
destaca-se o emblemático caso de Amarildo de
Souza, ajudante de pedreiro e morador da Roci-
nha — desapareceu em julho de 2013, após ter
sido conduzido para averiguação pela polícia.
No México, dados registram mais de 26 mil de-
saparecidos, com destaque aos 43 estudantes
da escola de Ayotzinapa, desaparecidos em
Iguala, em 26 de setembro de 2014, estando o
caso sob investigação da Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos.
Para o estado democrático de direito, funda-
mental é combater a impunidade em casos de
desaparecimento forçado, prevenindo a sua
ocorrência. Essencial, ainda, é assegurar o direi-
to de conhecer a verdade sobre as circunstânci-
as de um desaparecimento forçado e o destino
das pessoas desaparecidas, honrando o direito
à verdade e o direito ao luto, como forma de ali-
viar o imenso sofrimento de familiares, dignifi-
cando o ritual dos vivos para com os mortos. l
Flávia Piovesan é professora de Direito da PUC/SP
e secretária Especial de Direitos Humanos; Eugênia
Augusta Gonzaga é procuradora regional da
República e presidente da Comissão Especial sobre
Mortos e Desaparecidos Políticos
O GLOBO l 19
nald Trump, a paróquia retrógrada em
pessoa.
O paroquialismo no Primeiro Mundo é
fatalmente uma regressão reacionária cau-
sada pela invasão dos refugiados (e no
mundo muçulmano pode ser um abismo
obscurantista). No nosso mundo, o paro-
quialismo tem outro sentido e, portanto,
outra cara. Aqui recuperar um sentimento
de nação é recuperar o paroquial no me-
lhor sentido, da valorização do próximo e
da sua humanidade próxima, em oposição
não a um Outro ameaçador mas ao univer-
salismo abstrato do capital financeiro, o
pior do mundo, e a uma elite sem consci-
ência, além da classe política que ela me-
rece. l
Redivisão
sem critério
RENATA GIL
O
TSE determinou recentemente
a extinção de quase mil zonas
eleitorais. O prazo final para a
implantação da medida se en-
cerra na segunda quinzena de outubro. As-
susta o tempo exíguo para a extinção, espe-
cialmente em razão da reforma política em
discussão na Câmara, que inclui modifica-
ções estruturais nas regras eleitorais, a se-
rem aplicadas em meio a esse processo de
desmanche da Justiça Eleitoral.
A justificativa de economia de recursos
públicos não foi até agora demonstrada pe-
lo TSE, que — em estimativa superficial —
não leva em consideração os custos dos
eleitores e do próprio cumpridor de dili-
gências dos cartórios eleitorais ao se deslo-
carem de uma localidade a outra, distante.
Quem realiza eleições são os Tribunais
Regionais Eleitorais, não o TSE, que apenas
disciplina o processo. A escolha dos locais
de votação, o treinamento de mesários, o
atendimento ao eleitor e a emissão de títu-
los são responsabilidades dos TREs. Por is-
so, a Constituição autorizou o legislador
complementar a dispor sobre a competên-
cia dos tribunais eleitorais e, assim, permi-
tiu que somente estes criem ou fechem zo-
nas eleitorais.
A criação de zonas eleitorais é precedida
de rigorosas visitas aos locais e estudos po-
pulacional (estimativa de crescimento e
migração) e de características locais. O
mesmo deveria ocorrer com a extinção,
que não pode ter como único critério o nú-
mero de eleitores por zona.
A excessiva objeti-
Fim de zonas vidade da resolução
ignora realidades do
eleitorais não país. No Rio — o es-
pode se basear tado mais afetado —
só no número tememos sérios pro-
blemas. Podem se
de eleitores reunir em apenas
uma zona eleitoral
moradores de comunidades com território
dominado por grupos criminosos rivais —
como o Complexo da Maré, com quatro
facções — ou de favelas vizinhas com ban-
didos adversários, como Fallet e São Carlos
e os morros da Coroa e do Fogueteiro, na
área central do Rio.
Na prática, isso excluirá do pleito os elei-
tores residentes em área dominada por um
grupo rival ao dos traficantes que contro-
lam a região onde estiver a zona eleitoral.
Quantas vezes não lemos nos jornais que o
morador inocente de uma localidade foi as-
sassinado por estar em área dominada por
criminosos de grupo rival ao de sua favela?
Em outro exemplo menos extremo, mas
também grave, municípios como Armação
dos Búzios e Arraial do Cabo estarão sub-
metidos a outra cidade, Cabo Frio, distante
e com um grande número de eleitores. A
fiscalização será reduzida, assim como o
deslocamento de eleitores das zonas extin-
tas, prejudicando a lisura da eleição e o su-
frágio garantido pela Constituição.
Há casos por todo o Brasil. Em Parai-
paba (CE), uma zona eleitoral criada em
2015 será extinta dois anos depois. Os
eleitores serão anexados à comarca de
Paracuru. Mas não há transporte públi-
co entre os municípios.
O fim de uma zona eleitoral afasta o juiz e
o promotor eleitoral da cidade. A fiscaliza-
ção do abuso de poder político e econômi-
co será severamente prejudicada. Não há
benefícios para a sociedade na decisão do
TSE em país com dimensão continental e
características regionais tão marcantes. Ao
contrário, a medida ameaça perigosamen-
te o exercício da soberania popular, exerci-
da pelo sufrágio universal, artigo funda-
mental da Constituição. l
Renata Gil é presidente da Associação dos
Magistrados do Estado do Rio de Janeiro e
vice-presidente institucional da Associação
dos Magistrados Brasileiros

O bem-estar na moda
O Rio das curvas naturais e
da valorização do corpo, te-
ma abordado em artigos e li-
vros como “Corpo, envelhe-
cimento e felicidade”, de Mi-
riam Goldenberg, se trans-
forma, aos poucos, na cidade
do culto à mente sã e à vida
saudável. Nas mídias sociais,
a alimentação funcional,
práticas como meditação e
ioga e a moda e a cultura fit-
ness ganham espaço, refle-
tindo uma mudança de com-
portamento que não passa
em branco. De olho nos ne-
gócios associados a esse life
style, diversas marcas apos-
tam em serviços e produtos
do segmento wellness, mer-
cado que movimentou cer-
ca de US$ 3 trilhões somen-
te este ano, segundo o bure-
au de tendências WGSN,
ultrapassando a gigante in-
dústria farmacêutica pela
Por isso uma força me leva a cantar... 
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primeira vez na história.
Na Zona Sul, o Shopping Le-
blon é um dos que colecio-
nam empreendimentos liga-
dos ao bem-estar. Primeiro
centro comercial do Rio a ter
um quiosque da Greenpeo-
ple, dos sucos naturais pren-
sados a frio, recebeu recente-
mente a primeira unidade ca-
rioca da Velocity, academia de
346 metros quadrados especi-
alizada em aulas de bike indo-
or que já virou febre em São
Paulo. É lá que funciona tam-
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sa Caudalie no Rio, outra mar-
ca de sucesso; a DNA Empó-
rio, especializada em alimen-
tos naturais, orgânicos e fun-
cionais; um quiosque da My-
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ZONA SUL l O GLOBO 21
Quinta-feira 14.9.2017 l
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Pugliesi.
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embaixadora na loja de Copacabana a nutricionista
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Velocity: musa degustação e dando dicas
fitness
de alimentação e nutrição.
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res e 870 metros quadrados, Sassami sustentável 600g
Almôndega 500g
com atividades esportivas e
de lazer voltadas exclusiva-
mente para o público infantil
como judô, balé, escalada, na-
tação e ginástica olímpica.
— O conceito de luxo sempre
foi associado aos produtos. Po-
rém, cada vez mais se deseja
um estilo de vida saudável e Hambúrguer
prazeroso. As pessoas investem bovino 360g Carne Moída Paleta
no bem-estar do corpo e da Hambúrguer 400g
Carne Moída Coxão Filé de
mente sem culpa. É algo positi- de frango 360g
400g truta
vo. O mercado detectou a ten-
dência e hoje oferecemos novi-
dades para esse público, inclu-
sive com uma sinergia natural
entre as operações. Frequenta-
dores da Velocity consomem
na Greenpeople ou no DNA Ovos brancos
Emporio, por exemplo — afir- sustentáveis
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S
FERNANDO LEMOS
2
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

Fala,
Zona
Sul! Ioga para moradores de rua
Projeto voluntário ensina prática da meditação ao ar
livre; aulas estimulam o autoconhecimento — Págs. 10 e 11

Fala, Zona Sul! As cartas encaminhadas aos Jornais de Bairro (Rua Marquês
de Pombal 25, 3º andar - CEP 20.230-240 e falazsul@oglobo.com.br) devem LEIA MAIS NOTÍCIAS Capa. Barraca da Chiquita, em Copacabana.
ser assinadas e, assim como os e-mails, conter nome completo, endereço e FOTO DE DIVULGAÇÃO/BERG SILVA
telefone do remetente. Quando o texto não for suficientemente conciso, serão
DA ZONA SUL
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publicados os trechos mais relevantes.

OGLOBO BOTAFOGO, CATETE, COPACABANA, COSME VELHO, FLAMENGO, GÁVEA, GLÓRIA, LARANJEIRAS, HUMAITÁ, IPANEMA, JARDIM BOTÂNICO, LEBLON, LEME, SANTA TERESA E URCA
Editor responsável: Milton Calmon Filho (miltonc@oglobo.com.br). Edição impressa e on-line: Ana Beatriz Marin (ana.marin@oglobo.com.br). Diagramadora: Jacqueline Donola. Telefones: Redação: 2534-5000, r. 5669/5576.
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20.230-240. E-mail: falazsul@oglobo.com.br

É dia de Couch Master
Senai Maracanã sedia hoje competição escolar de e-games. Para diretor
de empresa que organiza evento, jogos eletrônicos melhoram raciocínio
O Senai Maracanã recebe ho-
je a segunda edição do Cou-
ch Master, torneio intercole-
gial de esporte eletrônico do
Rio, promovido pela empresa
For Games. Já estão confir-
madas 11 equipes de escolas
diferentes, com no máximo
seis participantes.
Segundo Victor Prado, di-
retor da For Games, os jogos
eletrônicos podem melhorar
a coordenação motora, a ve-
locidade de raciocínio e a
atenção.
— Os games devem ser in-
centivados dentro do proces-
so educacional. É importante
reconhecer que os jovens de
hoje não aprendem em uma
estrutura linear. Eles apren-
dem tudo explorando, ten-
tando, mexendo, o que pode
ser alcançado com os games
na hora de aplicar o que foi
aprendido na aula. Por
exemplo, a ideia de imple-
mentar jogos para ensinar al-
goritmos e programação é re-
cente, mas, ainda assim, ob-
servou-se uma diminuição
na desistência e na reprova-
ção nos anos iniciais de cur-
sos de TI — explica Prado.
Ele acredita que, além de
formar potenciais atletas pro-
Couch Master. Competidores ligados, na edição do ano passado
fissionais, o estímulo ao inte-
resse dos jovens pelo mundo
dos games pode levar à movi-
mentação e ao desenvolvi-
mento do mercado no país.
— O e-Sport chegou para
ficar. É cada vez mais aceito
e incentivado como a práti-
ca esportiva deste milênio.
Seu potencial de aceleração
e desenvolvimento intelec-
tual já é fato consumado e,
não por acaso, os jogos digi-
tais são considerados a prin-
TIJUCA l O GLOBO 11
Quinta-feira 14.9.2017 l
Exibição de filmes na UVA
Em 2017 o Brasil comemora
100 anos da exibição do curta
morar, o curso de Design Gráfi-
co: Ilustração e Animação Digi-
“O Kaiser”, do cartunista Seth, a tal da UVA fará exibição de fil-
primeira exibição de uma ani-
mação nacional. Para come-
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- - (oi)

Encontro marcado nas quartas
Classificados no vôlei sub-18 masculino, Sistema Elite e Triângulo brigarão por vaga na semifinal
Quatro escolas avançaram às
quartas de final do vôlei
sub-18 não federado mascu-
lino do Intercolegial 35 anos,
em rodada no ginásio do
Sesc Tijuca. Depois de vence-
rem seus respectivos con-
frontos, o Sistema Elite de
Ensino, inscrito pela Tijuca, e
o Triângulo, de Bento Ribei-
ro, vão se enfrentar por uma
vaga na semifinal.
Com atuação inspirada, o
Triângulo não sofreu dez
pontos em nenhum dos dois
sets e derrotou por 2 a 0 o
Sul-Americano, de Jacare-
paguá (25 a 9 e 25 a 7). O téc-
nico João Victor não escon-
deu que tentou tirar o máxi-
mo de sua equipe diante de
um adversário que não ofe-
Apresentação:
Patrocínio: Apoio:
Realização:
ZONA SUL l O GLOBO 25
Quinta-feira 14.9.2017l
ARI GOMES
receu maiores resistências:
— Nós já tínhamos visto
que o nível técnico do opo-
nente estava bem abaixo do
nosso. O objetivo, a partir dis-
so, foi não errar e trabalhar
muito bem as jogadas. Assim,
poderemos nos sair melhor
quando enfrentarmos um ti-
me equivalente.
Com uma equipe renovada,
o Sistema Elite ganhou de 2
sets a 0 (parciais de 25 a 7 e 25
a 13) do Abeu Colégios, de
Belfort Roxo. O técnico Paulo
Romero admitiu que a sua
equipe terá mais dificuldades
nas quartas de final:
— O Triângulo tem tradi-
ção. A ideia é que o time mos-
tre crescimento para brigar
por uma vaga na semifinal. l
Cortada. O atacante do Triângulo (à esquerda) tenta vencer o bloqueio na vitória contra o Sul-Americano
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 l
20 O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

DIVERSÃO DIVULGAÇÃO/ANDRÉ STEFANO

Os anônimos
das metrópoles
A companhia de teatro Os
Satyros estreia hoje, às
20h30m, no Teatro Arena do
Sesc Copacabana (Rua Do-
mingos Ferreira 160. Telefo-
ne: 2547-0156), o espetáculo
“A trilogia das pessoas”, com-
posto por três peças. Cada
uma será apresentada duran-
J I TA E Á M te uma semana até 1º de ou-
PA I IR tubro. O projeto lança um
V T N S MP T olhar sobre os moradores
. N STRAR E I anônimos das grandes me-
trópoles que, apesar de te-
L I C E
rem diferenças abissais, aca-
I E RE , A L bam se encontrando e convi-
E A E AD FO , I vendo. De quinta a sábado,
A ORG I O. às 20h30m; e domingo, às
xp i s o a a em 2, n l
19h. Ingresso: R$ 25.
um s f co as ca cas de f s d
t l nd tes as e de us a m e . MARCOS RAMOS
i l
it
a do i stir
tas e a pri ei exp i
g lo
i
Amizade sólida e profunda
u s ac n ec e m nt d e pr is f Claudia Mauro e Édio Nunes encerram neste
in n c z o 2016. e s mi e c sc domingo a temporada de “A vida passou por
e i c sc r u e o u aqui” no Teatro Glaucio Gill (Praça Cardeal
a ist liza d ca ca e ra u Arcoverde s/nº, Copacabana). A peça conta a
o ola ol a m asc , ave , a i a , o história de uma profunda e sólida amizade
a c s e ra u com um qu e e. entre uma mulher e um homem de estratos
ro u i i s li c s sociais diferentes. Sexta e sábado, às 21h; e
r c co n mpree de o oa domingo e segunda, às 20h. Ingresso: R$ 30.
al d u o ve o e o Pro eto AJ i t be
n f se os ’s (r d i r i DIVULGAÇÃO/DALTON VALERIO
r l lida a q e r cri
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e a lta de op r unid e,
lh mais co ro tid
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.
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Pedro Luís: voz e violão
r d
Pedro Luís se apresenta na próxima quar-
e d do P oj o O Amb nta
ta-feira, às 21h, no Teatro XP Investimen-
tos, no Jockey Club (Avenida Bartolomeu
Mitre 1.110, Leblon). O show faz parte do
projeto “A luz do solo”, que marcou o ano
de 1985 e agora retorna aos palcos. A
ideia é promover shows intimistas, com
voz e violão. Ingresso: R$ 100.

Imóveis: venda
Administração: condomínio e locação Peça inspirada em Genet
Administração Online: O espetáculo “Deflora-te” fi-
CondNet / FolhaNet, LocNet, ca em cartaz no Centro Cultu-
ral Laurinda Santos Lobo
Remuneração do Saldo Credor (Rua Monte Alegre 306, Santa
Cursos Imersão e Intensivo - Um ano em 9 sábados Teresa) até o dia 30. A peça é
C p c :. N. r . C pac n , 3 4 B l - 0 5 inspirada em “O balcão”, de
a: aç ns Peña, 5 r l ja 2 AULAS PRÁTICAS E DINÂMICAS FOCO TOTAL NA CONVERSAÇÃO
Jean Genet, e é encenada em
Te 56 - 6 - 5 Tel.: (21) 2222-0804 diversos espaços da casa.
r : u bre , 23 - 14º and r - Te . 3 www.metropolisidiomas.com.br Sexta e sábado, às 19h. R$ 40.
w s m. om.b | palmar sa m@ alm a c m br
8
l O GLOBO l BARRA
Quinta-feira 14.9.2017
Classificação em duas frentes
Garriga de Menezes, de Jacarepaguá, avança no vôlei sub-18 não federado tanto no masculino como no feminino
O Garriga de Menezes, de Ja-
carepaguá, avançou em duas
frentes no vôlei do Intercole-
gial 35 anos. Sem perder ne-
nhum set, a escola se classifi-
cou nas categorias sub-18
masculina e feminina, em ro-
dada disputada no ginásio do
Sesc Tijuca.
As meninas mostraram su-
perioridade durante toda a
partida contra o Cesc, de No-
va Iguaçu, que não conseguiu
marcar mais de dez pontos
por set. Sem dar chances ao
adversário, o Garriga de Me-
nezes venceu por 2 a 0, com
parciais de 25 a 8 e 25 a 5.
Entre os meninos, a escola
de Jacarepaguá enfrentou um
pouco mais de dificuldade,
mas também conquistou a
classificação sem maiores
sustos, ao bater por 2 sets a 0
o Sesi Maracanã, com parci-
Apresentação:
Patrocínio: Apoio:
Realização:
ARI GOMES
ais duplas de 25 a 20.
Satisfeito com os resulta-
dos, o técnico do Garriga de
Menezes, Sergio Raja, reve-
lou que foi a primeira com-
petição da escola no ano. Ele
ressaltou a boa atuação da
equipe feminina e explicou
as dificuldades encontradas
pelo time masculino.
— As meninas consegui-
ram se organizar e tornaram
o jogo mais fácil. No masculi-
no, enfrentamos um adversá-
rio bem arrumado tatica-
mente e tivemos mais traba-
lho — analisa Raja.
Diante de um dos favoritos
ao título sub-18 não federado
masculino, o Sul-Americano,
também de Jacarepaguá, foi
derrotado por 2 sets a 0 pelo
Sistema Elite de Ensino, ins-
crito pela Tijuca, com parci-
ais de 25 a 9 e 25 a 7. l
Bloqueio. Dois jogadores do Garriga de Menezes tentam impedir o ataque na vitória sobre o Sesi Maracanã
O PROGRAMA SESC ESPORTE
OFERECE NOVAS TURMAS.
São mais de 2.350 vagas para crianças e jovens de 4 a 17 anos.
Buscando a transformação social por meio da prática de atividades físicas,
o Programa Sesc Esporte oferece diversas modalidades na
Iniciação e Formação Esportiva: natação, vôlei, basquete,
handebol, futsal, judô, caratê e muito mais.
Saiba mais nas Unidades Sesc ou em www.sescrio.org.br
 l
28 O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

ÁGUA NA BOCA
DIVULGAÇÃO/OSEIAS BARBOSA DIVULGAÇÃO/SERGIO PAGANO

Oliva Trattoria. A Burrata con Rucola e Prosciutto di Parma (R$ 59) é assinada pelo chef Rudy Bovo Amelie. A Le Procope leva queijo reblochon, figos e mel (R$ 30,90)

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UM DOS RESTAURANTES MAIS TRADICIONAIS DO CENTRO.
Pratos variados como a Costela mais conhecida do Centro, entre outros
pratos saborosos como: Polvo e arroz c/ brócolis, Costela suína e a famosa
cabeça de Cherne (sob encomenda) com acompanhamentos variados.
De segunda a sexta, das 11h às 16h.

Beco dos Barbeiros, 12 Lj A e B

Tel.: 2242-2234
SEGUNDO
CADERNO
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
oglobo.com.br
UM
BERNARDO ARAUJO E LIV BRANDÃO
segundocaderno@oglobo.com.br
O
, D O I S
test-drive, na noite de anteontem, não
deixa dúvidas: a Cidade do Rock virou
mesmo um parque temático da músi-
ca, como anunciava Roberta Medina, vice-
presidente executiva do Rock in Rio. A festa só
começa amanhã — com Lady Gaga como
atração principal e tributo ao samba no Palco
Sunset —, mas não param de pipocar ima-
gens de brinquedos, games e fogos. A estrutu-
ra do festival em 2017 ocupa uma área de 300
mil metros quadrados, mais do que o dobro
do espaço das três edições anteriores. E, den-
tro desse playground gigantesco, tem de tudo
— e para todos.
— Em dias de evento, teremos 20 mil funcio-
nários trabalhando — anuncia Roberta. — So-
mando as sete noites, 700 mil pessoas passa-
rão pela Cidade do Rock. Foram instalados
mais de 120km de cabos subterrâneos, 80 mil
metros quadrados de grama sintética. Quem
esteve aqui nas Olimpíadas vai esquecer que é
o mesmo lugar.
Além dos tradicionais palcos Mundo e Sun-
set, onde a música é protagonista — e de
montanha-russa, tirolesa etc. —, o festival
ainda abriga uma área dedicada aos games, a
Game XP. Grande aposta da edição, ela funci-
ona como um apêndice da nova Cidade do
Rock. Quem quiser saber apenas de games
pode simplesmente ignorar os shows (assim
Rock
District.
Novidade
em 2017
OGLOBO
j
com
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Rm
Ê S ,
a do
ve o começa pico,
Rio al, que que Olím cia’
festiv hã no Par ‘experiên
aman aposta na
como aqueles que forem exclusivamente pela
música podem nem tomar ciência do que
acontece na nova área). Ocupando as Arenas
Olímpicas 1 e 2, a atração dedicada aos jogos
eletrônicos traz um telão de 75 metros de
comprimento e 20 metros de altura, o maior
do mundo, que exibirá embates de jogos co-
mo “Just dance”, “Counter strike” e “Clash
royale” entre os principais competidores do
país. Para não perder o link com a música,
uma banda tocará temas de jogos ao vivo.
Na Arena Carioca 2, um grande fliperama,
com máquinas de Arcade gratuitas, é rodeado
por estandes de marcas do segmento com de-
gustação de jogos, nos moldes do que acontece
nas grandes feiras e comic-cons do gênero
mundo afora. Na área externa,
entre as duas arenas, foram
ROCK
montados brinquedos como o
“Mario Bros Le Parkour”, onde IN RIO
dá para fazer as vezes de perso-
nagem do famoso jogo, pulando sobre camas
elásticas; “Angry Birds”, para atirar passarinhos
enfezados em alvos pré-estabelecidos, e um cir-
cuito de “Assassin’s Creed Origins”, com cenário
que simula uma das fases do jogo. Ah, claro, es-
pere muitos cosplayers, aquelas pessoas que se
vestem à imagem e semelhança de personagens
de jogos, séries, quadrinhos e filmes, andando
por lá. Na terça-feira, eles já deram um alô.
— Quem não chegar cedo vai perder boa parte
da experiência — alerta Roberta.
Misturando música e “experiência”, como gos-
VA I !
tam de dizer ela e o pai, Roberto Medina, presi-
dente do Rock in Rio, a Rock Street ganhou um
primo, o Rock District. A primeira será dedicada
à África, com atrações vindas de países como o
Congo e o Marrocos, e o segundo, maior, terá
shows — de nomes como George Israel e e Jamz
— além de lojas.
PULSEIRAS NA CARIOCA SÓ ATÉ HOJE
O clima de Rock in Rio que a cidade já vive te-
ve até um momento retrô ao longo da sema-
na, com a multidão que foi à estação Carioca
do metrô para trocar ingressos por pulseiras
— afinal, é só com elas que se entra na Cidade
do Rock e se realizam operações como o
agendamento dos brinquedos. Quem não pe-
gou a pulseira pode retirá-la
até hoje na Carioca, ou mar-
car de resgatá-la na própria
Cidade do Rock a partir de
amanhã. Para isso, é preciso
acessar seu histórico de compras em rockin-
rio.ingresso.com e selecionar a data. A opera-
ção pode ser feita nos dias de show ou entre
segunda e quarta-feira da próxima semana.
Na Cidade do Rock, a produção promete um
evento fila-free: cada um se aproxima do Mega-
drop (nome cool para o bom e velho Cabum), da
roda-gigante ou da montanha-russa, encosta ali a
pulseirinha e marca seu passeio. O esquema tam-
bém vale para a melhor amiga de Jared Leto, o vo-
calista da banda 30 Seconds to Mars, que deu um
show à parte, fora do palco, em 2013, deslizando
MARCELO THEOBALD
Ensaio geral.
Fogos iluminam
a Cidade do Rock:
a partir da esquerda,
a torre da tirolesa,
o Palco Mundo, a área
VIP e a roda-gigante
pela tirolesa. Unindo vista privilegiada e adrenali-
na, a viagem pelo cabo soma 200 metros, diante de
toda a extensão do Palco Mundo. A dica é agendar
para o horário dos shows — como Leto fez (e tal-
vez faça de novo, já que ele volta como atração do
festival no dia 24).
Com maioria de ingressos vendidos para pes-
soas de fora da cidade pela primeira vez em sua
história, o Rock in Rio terá 64% de forasteiros e
36% de locais. Até agora, a ocupação dos hotéis,
para o primeiro fim de semana de festival, está
em 67%. No segundo fim de semana (contando
quatro dias de shows, contra três do primeiro)
há 77% de reservas ocupadas até o momento. A
estimativa da Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis, que considera os números positivos,
é fechar a taxa entre 85% e 90% — um pouco
mais do que em 2015, quando a média geral fi-
cou em cerca de 80%.
E atenção: até a noite de ontem, o site Ingres-
so.com ainda tinha entradas disponíveis para os
dias 15, 17 e 21 (a R$ 455, sem taxas). Fim da pas-
sagem de som. Amanhã tem show. l
ASSISTA A VÍDEO COM
DETALHES DA NOVA
CIDADE DO ROCK
Tire suas dúvidas sobre
o festival e conheça histórias
sobre edições anteriores
oglobo.com.br/cultura
20 l O GLOBO
Campanha prega o fim da caridade
para evitar mendigos em Ipanema
Em rede social, morador do bairro é orientado a não dar esmola ou comida
BRUNO ALFANO
bruno.alfano@extra,inf.br
Entre os poucos pertences de
André Vieira, de 38 anos, há um
exemplar de “O Dia do Chacal”,
de Frederick Forsyth. Ele nunca
ouviu falar do escritor, famoso
pelos romances de espionagem,
mas, deitado numa cama impro-
visada na Praça General Osório,
em Ipanema, diz que planeja ler
o livro, que encontrou no lixo, as-
sim que acabar um outro, de
Agatha Christie. André faz parte
da população de rua da região.
Mas, se depender de uma cam-
panha no Facebook, não recebe-
rá mais ajuda de ninguém. A pá-
gina Alerta Ipanema sugere que
os moradores do bairro não de-
em mais esmola ou ofereçam co-
l Rio l
mida. Eles devem até gritar para
impedir que qualquer pessoa fa-
ça caridade a mendigos.
Segundo o texto, os moradores
de rua não nasceram em Ipane-
ma e portanto só voltam, após
ações de recolhimento, porque
recebem guarida. “Pessoal, a Su-
perintendência da Zona Sul e a
Guarda Municipal do Rio de Ja-
neiro têm retirado estas pessoas
e encaminhado a abrigos, mas
vocês percebem que eles sem-
pre voltam? Não vão para Santa
Cruz, nem para Nova Iguaçu,
Campo Grande; eles vêm para
Ipanema. Por que será? Nascer
aqui eles não nasceram. Vêm
porque tem algo de bom. Esse
algo de bom são as pessoas que
dão esmola e comida”, argumen-
ta a página Alerta Ipanema. l
Quinta-feira 14 .9 .2017
GABRIEL DE PAIVA
Sem teto. André lê deitado em cama improvisada na Praça General Osório
Polêmica fez
moderador de
grupo apagar
postagem
Para presidente de
associação de moradores,
é preciso conscientizar
No post, a página Alerta Rio diz
que a gritaria constrange quem
ajuda moradores de rua. “Eu já
faço, mas preciso da ajuda de
vocês. Quando virem alguém
dando comida ou esmola, cha-
mem atenção, façam gritaria,
mostrem a todos que estiverem
passando, que aquela pessoa tá
contribuindo para que tenha-
mos mais mendigos nas ruas do
bairro. Só assim ficam constran-
gidos e param”, defende. O texto
é acompanhado da imagem de
um homem negro com uma pla-
ca em que diz estar nas ruas o
dia inteiro graças ao dinheiro de
esmolas.
Depois da repercussão, o
moderador da página Alerta
Ipanema, Pedro Fróes, apagou
a postagem. Ele diz ter sido ví-
tima de ataques virtuais. A po-
lêmica, no entanto, já tinha se
espalhado pelo bairro.
— A gente fica numa situação
complicada. Tem cada vez mais
gente debaixo da marquise. Tem
quem precise mesmo, dá para
ver isso. Mas tem gente que não
quer nada e fica pedindo —
pondera o morador Marcos Vi-
nícius dos Santos. — Quando eu
vejo criança, não dá para não
ajudar. Mesmo sabendo que, às
vezes, são as mães que as usam
para obter dinheiro.
Maria Amélia Loureiro, pre-
sidente da Associação de Mo-
radores de Ipanema, diz que é
preciso orientar os moradores
a não darem esmola. Mas ela
não acha que eles devem cons-
tranger quem ajuda.
— Eu acho que não tem que
fazer escândalo. Pode fazer uma
campanha para orientar e soli-
citar que não deem esmola. Se
quer ajudar, que ajude institui-
ção — disse, ponderando que o
problema social é grave. — Os
abrigos são péssimos. A gente
não está vendo vontade política
de resolver o problema. E tem
também a crise. Muita gente de-
sempregada na rua ou que tra-
balha em quiosque e dorme na
praça para não gastar dinheiro
de transporte.
SEGURANÇA TAMBÉM ATRAI
Nem André, que trabalha
montando barracas na praia e
há sete anos vive sob marqui-
ses, ficou alheio à polêmica.
— O lixo de Ipanema é ótimo
para livros — comenta.— Eu
entendo quem não quer dar di-
nheiro para morador de rua. É
verdade que nem todo mundo
usa bem o dinheiro. Mas dar co-
mida, eu não vejo problema.
André nasceu em Niterói e foi
para as ruas após se viciar em
crack, que hoje diz ter abando-
nado. Para ele, uma das vanta-
gens de Ipanema é a segurança:
— Aqui em Ipanema é me-
nos perigoso do que em ou-
tras partes da cidade. Só às
vezes que a gente sofre com
preconceito e com covardia.
O problema é quando os
playboys bebem e querem
bater na gente. l

Vôlei: duas vitórias para a Tijuca
Marista São José e Sistema Elite de Ensino se classificam às quartas de final da categoria sub-18 não federada masculina
Rodada positiva para duas
escolas da Tijuca no vôlei do
Intercolegial 35 anos. O Ma-
rista São José e o Sistema Elite
de Ensino venceram seus du-
elos, no ginásio do Sesc Tiju-
ca, e avançaram às quartas de
final da categoria sub-18 não
federada masculina.
O Sistema Elite não deu
chances ao Abeu Colégios, de
Belford Roxo, e ganhou por 2
sets a 0, com parciais de 25 a 7
e 25 a 13. O técnico Paulo Ro-
mero ressaltou que sua equipe
precisou driblar alguns percal-
ços para garantir a vaga.
— Estamos renovando par-
te da equipe e tivemos algu-
mas dificuldades para treinar
por conta do feriado e da se-
mana de prova — conta Ro-
mero. — A ideia é que haja
evolução para o próximo jo-
go, que será contra o Triân-
Apresentação:
Patrocínio: Apoio:
Realização:
TIJUCA l O GLOBO 17
Quinta-feira 14.9.2017 l
ARI GOMES
gulo, um colégio de tradição
— completa.
O Marista São José também
chegou à classificação com
vitória por 2 sets a 0. Inspira-
dos em quadra, os meninos
superaram o Cesc, de Nova
Iguaçu, com parciais de 25 a
19 e 26 a 24. O técnico Marcos
Redivo comentou a atuação
da sua equipe:
— Começamos bem, prin-
cipalmente no saque, mas ti-
vemos um momento ruim, e
o adversário aproveitou. Al-
ternamos bons e maus mo-
mentos devido à inexperiên-
cia, mas o importante foram
a garra e a busca pela vitória
até o fim da partida.
O Sesi Maracanã foi derro-
tado por 2 sets a 0 pelo Garri-
ga de Menezes, de Jacarepa-
guá, pela categoria sub-18
não federada masculina. l
Ataque. O jogador do Marista São José tenta o ponto diante do bloqueio duplo na vitória sobre o Cesc
O PROGRAMA SESC ESPORTE
OFERECE NOVAS TURMAS.
São mais de 2.350 vagas para crianças e jovens de 4 a 17 anos.
Buscando a transformação social por meio da prática de atividades físicas, o
Programa Sesc Esporte oferece diversas modalidades na Iniciação e Formação Esportiva.
Aulas de natação, vôlei, futebol society e muito mais.
Novas turmas também na Unidade Tijuca.
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4
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017
Resistência da arte
Com duas exposições na programação, Museu da República
tenta driblar a falta de verbas e manter-se como um polo cultural
GABRIEL MENEZES
gabriel.menezes@oglobo.com.br
A crise econômica tem feito
as verbas para a cultura caí-
rem drasticamente em di-
versos setores. No Museu da
República, no Catete — on-
de há uma galeria de arte —
não é diferente. Para driblar
a falta de recursos, a cura-
dora do espaço, Isabel San-
son Portella, vem apostan-
do em atrações que aprovei-
tam o acervo da instituição
e desenvolvendo pesquisas
dentro da reserva técnica.
— A crise afetou o Museu
da República de várias ma-
DIVULGAÇÃO
‘
neiras. O Ministério da Cul-
tura ainda não repassou o Apostamos
dinheiro para as autarquias
e o Instituto Brasileiro de
em atrações
Museus (Ibram) não trans- que usem o
feriu a verba de 2017 — diz
Isabel, que coordena tam- próprio acervo
bém a Galeria do Lago. para driblar a
Atualmente, o museu tem
duas exposições em cartaz e crise”
que podem ser visitadas até o ISABEL SANSON PORTELLA,
dia 29 de outubro: “,Mesmo”
(o título da mostra começa CURADORA
mesmo com uma vírgula), de
Jozias Benedicto, e “Pintu-
ras”, de João Magalhães.
A primeira foi desenvolvida
como uma performance para
o coreto, encenada no dia 26 “Pinturas”. João Magalhães expõe individualmente após sete anos
6 l O GLOBO l País l Quinta-feira 14 .9 .2017

CRISE SEM TRÉGUA

_

Temer é derrotado no STF, que mantém Janot

Em decisão unânime, plenário da Corte rejeita pedido de presidente e mantém PGR à frente de investigações
GIVALDO BARBOSA/13-9-2017
CAROLINA BRÍGIDO, ANDRÉ DE SOUZA
E RENATA MARIZ
opais@oglobo.com.br

-BRASÍLIA- O Supremo Tribunal Federal

(STF) manteve ontem o procurador-ge-
ral da República, Rodrigo Janot, à frente
de investigações contra o presidente
Michel Temer. Com isso, abriu cami-
nho para ele apresentar nova denúncia
contra o peemedebista ainda nesta se-
mana, a última de Janot no cargo. O ad-
vogado de Temer, Antonio Mariz, ale-
gou que o procurador-geral é parcial e
cultiva inimizade em relação ao presi-
dente. Por nove votos a zero, a Corte
negou o pedido. A decisão foi uma es-
pécie de aval do STF ao trabalho de Ja-
not, que foi elogiado por alguns dos mi-
nistros da Suprema Corte.
— Não há demonstração de haver
qualquer dúvida quanto à condução
(dos trabalhos por Janot) neste caso es-
pecífico — disse a presidente do STF,
Cármen Lúcia.
Celso de Mello, o mais antigo inte-
grante da corte, declarou que Janot
agiu contra “delinquentes”:
— Não posso deixar de reconhecer a
atuação responsável, legítima, indepen-
dente de Rodrigo Janot, que tem exerci-
do a chefia do Ministério Público da Uni-
ão com grande seriedade, atento aos
gravíssimos encargos que incidem sobre
o Ministério Público, notadamente em
situações que envolvem implacável e
necessária persecução estatal movida
em face de delinquentes que em contex-
to de criminalidade organizada atentam
contra o ordenamento positivo do Esta-
do brasileiro — disse o decano.
— Entendo que sua excelência, em
todo o curso do processo, agiu no estri-
to limite da sua representação instituci-
onal sem revelar desejo de vingança. O
procurador agiu no legítimo interesse
de sua instituição, com impessoalidade
— concordou Luiz Fux.
Na segunda parte da sessão, o STF jul-
garia um pedido da defesa para que Ja-
not só apresentasse eventual denúncia
contra Temer depois que terminar a in-
vestigação sobre os novos áudios dos de-
latores da JBS. Segundo Mariz, as provas
poderiam ser anuladas ao fim da apura-
ção e, portanto, não poderiam embasar
uma denúncia. Cármen Lúcia adiou o
julgamento antes mesmo de começar a
votação, quando os ministros ensaiavam
uma discussão mais acalorada sobre o
tema. A ministra alegou que já estava tar-
de para continuar com a sessão.
‘PRESIDENTE NÃO CONSEGUE TRABALHAR’
No início da sessão, Mariz disse que seu
cliente quer trabalhar, mas Janot não
deixava, pelo excesso de investigações
que propõe contra o peemedebista.
Mariz afirmou que, agindo dessa for-
ma, Janot ameaça Temer e proporciona
uma fase de insegurança e incerteza
para as instituições e para a sociedade.
Ele recomendou “comedimento” ao
procurador-geral. Mariz também afir-
mou que os ataques de Janot causavam
sofrimento a Temer, à mulher dele, aos
filhos e ao irmão que está doente.
Relator. Ministro Edson Fachin defende permanência de Rodrigo Janot à frente de investigações contra Temer durante sessão do plenário do STF
U quando declarou: “Enquanto houver
Palavra de especialista
A VISÃO DE: Silvana Battini, procuradora regional da República
INVALIDEZ DE PROVAS NÃO DERRUBA DENÚNCIA
Duas coisas diferentes são discutidas no STF.
Primeiro: a rescisão ou não do acordo de
colaboração. Segundo: caso rescindido o
acordo, se as provas trazidas pelo delator são
válidas. São decisões independentes. É
possível rescindir o acordo sem que as provas
sejam invalidadas, e é possível invalidar as
provas sem rescindir o acordo. Se o STF
considerar que as provas obtidas na delação
são nulas, tem que ver se uma eventual
denúncia contra Temer será embasada
— O presidente da República quer
trabalhar e não consegue, a todo mo-
mento vem uma nova denúncia. E
quando não é denúncia, é ameaça. É
preciso que haja comedimento por par-
te do Ministério Público, cautela, cui-
dado. Se está acusando um cidadão
brasileiro que é o presidente da Repú-
blica. É o homem que responderá pela
nação durante um ano e meio. Deixe-o
em paz! — disse o advogado.
O relator das investigações abertas a
partir da JBS, ministro Edson Fachin,
disse que a defesa de Temer não com-
provou a alegação de que Janot agiria
“Não posso deixar
de reconhecer
a atuação
responsável,
legítima,
independente de
Rodrigo Janot”
Celso de Mello
Ministro do STF
_
“Supostamente
não ter informado
fatos que poderiam
configurar
obstrução de
justiça não
traduzem
inimizade capital”
Edson Fachin
bambu, lá vai flecha”. Para Fux, a frase foi Relator da Lava-Jato
apenas uma metáfora para dizer que en- _
quanto houver indícios, ele apresentaria
pedidos de investigação. Para o ministro,
a frase não foi dita diretamente a Temer,
“O presidente quer
como alega a defesa do presidente.
— Frases de efeito são ditas a todo
trabalhar e não
exclusivamente nesta delação ou se terá
momento, não foi dita diretamente à
parte interessada — declarou Fux.
consegue, a todo
provas independentes. A regra é que a
invalidez das provas não alcança fonte
Os demais ministros presentes concor-
daram. Gilmar Mendes estava ausente
momento vem uma
independente, ou seja, provas cuja origem não
se confunde com as provas invalidadas ou que
na primeira parte da sessão. Luís Rober-
to Barroso estava em viagem agendada
nova denúncia.
teriam sido obtidas de qualquer forma. Se as
provas forem invalidadas, a denúncia cairá?
previamente aos Estados Unidos. Janot
também estava ausente. Ele foi represen-
E quando não
Não, porque a conversa no Palácio do Jaburu
nunca foi negada. Quando o presidente
tado pelo subprocurador-geral da Repú-
blica Nicolao Dino. Como Janot era alvo
é denúncia,
confirma até suas falas, isso se torna uma fonte
independente de demonstração dos fatos.
do pedido de impedimento, coube a ou-
tro integrante da PGR falar no caso.
é ameaça”
— Nada, absolutamente nada autori- Antonio Mariz
za a extração da conclusão de que ha- Advogado de Michel Temer
por perseguição e inimizade. Para sus- veria uma inimizade capital por parte _
tentar o pedido, a defesa fez várias ale- do procurador-geral da República em
gações — entre elas, o fato de Janot ter
apresentado um pedido de abertura de
relação ao senhor presidente da Repú-
blica — afirmou Dino.
“Não há
inquérito por obstrução de justiça sem
supostamente informar o ato que ca-
A presidente do Supremo aproveitou
a sessão para defender as investiga-
demonstração
racterizaria o crime.
— O fato do procurador-geral da Re-
ções, mesmo depois que Janot for subs-
tituído pela procuradora Raquel Dodge
de haver dúvida
pública supostamente não ter informa-
do fatos que poderiam configurar obs-
tomará posse na segunda-feira.
— Há instituições sólidas hoje no Bra-
quanto à condução
trução de justiça não traduzem inimi-
zade capital — afirmou Fachin.
sil e o Ministério Público é uma delas. O
STF não permitirá que a mudança de
neste caso”
A defesa também argumentou que, em nome altere os rumos, porque as insti- Cármen Lúcia
um congresso de jornalistas, Janot teria tuições são mais importantes do que as Presidente do STF
deixado clara a perseguição a Temer pessoas — disse a presidente do STF. l

Pedido para travar nova ação de Janot abre debate sobre provas da JBS
Antes mesmo do
voto de relator,
ministros divergem
sobre medida
-BRASÍLIA- Após o julgamento que
manteve o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, apto a
atuar nos processos que envol-
vem o presidente Michel Temer,
o Supremo Tribunal Federal co-
meçou a analisar um outro pe-
dido da defesa do peemedebis-
ta: suspensão de eventual de-
núncia contra o presidente até
que a integridade das provas
coletadas pela delação da JBS
seja analisada. O relator do ca-
so, ministro Edson Fachin, nem
mesmo chegou a apresentar
seu voto, mas uma avalanche
de questionamentos sobre o te-
ma já foram levantados.
Os ministros debateram des-
de a legalidade do pedido até a
própria validade das provas. O
julgamento está marcado para
que se viu ontem. O ministro
Marco Aurélio Mello apontou
até o pedido da defesa de Temer
como uma possível tentativa de
censura ao Ministério Público.
— Pela primeira vez, pleiteia-
se de forma cautelar, vamos ad-
mitir, que o Supremo, um órgão
do Judiciário, impeça a atuação
do Ministério Público.
Marco Aurélio classificou co-
mo “grave” o teor pedido que,
na visão dele, serve para “obsta-
culizar” o trabalho do MP. O mi-
nistro também questionou o fa-
to de a questão de ordem ter si-
do protocolada por Temer. Ao
que Fachin se explicou:
— A parte interessada pediu,
em petição encartada nos au-
tos, é que o relator suscitasse a
questão de ordem. Me sensibi-
lizei pela relevância do tema e
o trouxe ao plenário.
Marco Aurélio rebateu:
— Se pudéssemos admitir
direito subjetivo da parte para
suscitar questão de ordem, nós
não funcionaríamos mais em
Defesa. Antonio
Mariz representa
exigiu explicações da PGR so-
bre as suspeitas de que o ex-
o presidente procurador Marcelo Miller agiu,
Michel Temer
perante o STF
ainda no cargo, para orientar os
delatores da JBS. A cobrança
ocorreu quando o subprocura-
dor-geral da República Nicolao
Dino defendia a rejeição do pe-
dido de suspensão de novas de-
núncias feitas por Temer:
— O procurador-geral da Re-
pública foi ludibriado, foi en-
ganado. Houve omissão de in-
formações em relação à for-
mulação do acordo de colabo-
ração premiada — disse Dino.
Gilmar então o interrompeu:
— Ele foi enganado também
pelo procurador Miller?
— Eu vou abordar esse tema na
sequência — respondeu Dino.
— Isso é extremamente im-
portante para a discussão, para
o tribunal — rebateu Gilmar.
Dino afirmou que todas as
providências estão sendo to-
madas pela PGR para esclare-
cer os fatos suspeitos. O sub-
procurador citou as medidas
JORGE WILLIAM
do executivo Ricardo Saud, pa-
ra corroborar o empenho do
órgão no caso e defendeu que
isso não deve macular a prova:
— Estão sendo e serão extraí-
das consequências jurídicas
sérias. Passará inclusive pelo
crivo do STF. E esse é um fato.
Agora esse fato invalida a pro-
va decorrente?
Gilmar Mendes disse que o
envolvimento ilegal de Miller
já havia sido questionado a Ja-
not, em junho, quando o PGR
disse “que não tinha nenhuma
possibilidade, que ele tinha to-
do o controle sobre isso”. Dian-
te dos novos fatos, Gilmar co-
bra explicações: — Acho que a
PGR precisa esclarecer antes
da deliberação e inclusive da
denúnca que venha a oferecer.
Celso de Mello, na saída da
sessão, disse que o tranca-
mento de denúncias é de fato
“algo realmente extraordiná-
rio”, mas que ocorre na análise
de habeas corpus em que se
verifica situações excepcio-

se retomado na próxima quar- termos de produção. de busca e apreensão contra nais, como abuso de poder.
ta-feira, com a previsão de em- Já o ministro Gilmar Mendes Miller e executivos da JBS, (Renata Mariz, Carolina Brí-
bate entre ministros, só pelo entrou na seara das provas. Ele além das prisões de Joesley e gido e André de Souza) l
Quinta-feira 14 .9 .2017
OS DESTAQUES DE HOJE DA PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Exposição ‘Bodas de Caná’
Novo Portinari para o público
O Museu de Arte Moderna do Rio exibe a
partir de hoje o painel “Bodas de Caná”, pinta-
do entre 1956 e 1957 por Candido Portinari
(1903-1962), que integra a coleção do museu
desde maio deste ano. A pintura estava há 60
anos com a família de Francisco Clementino
de San Tiago Dantas (1911-1964), jornalista e
advogado que foi ministro das Relações Exte-
riores e da Fazenda nos anos 1960 e encomen-
dou a obra diretamente ao amigo pintor. Dan-
tas também foi vice-presidente do MAM por
duas ocasiões nos anos 1950, e era seu desejo
que a obra fosse legada à instituição. A trans-
ferência foi formalizada em testamento por
sua viúva, Edméa, e realizada por seus herdei-
ros sete anos após sua morte.
A restauração do painel em têmpera sobre
madeira durou três meses, após o delicado
processo de retirada e transporte da obra, do
apartamento da família na Avenida Epitácio
Pessoa, na Lagoa, diretamente para o museu.
Concerto Philip Glass
Um mestre em 80 anos de música
O compositor americano Philip Glass sobe
ao palco da Cidade das Artes, na Barra, para
apresentar espetáculo da turnê que come-
mora seus 80 anos, celebrados em janeiro.
Ao lado dos pianistas Ricardo Castro, Heloísa
Fernandes, Maki Namekawa e Jenny Lin, o
músico toca o conjunto de peças “Estudos
completos para piano”.
ONDE: Cidade das Artes. Av. das Américas 5.300, Barra (3325-
0102). QUANDO: Qui, às 21h. QUANTO: De R$ 20 a R$ 240.
CLASSIFICAÇÃO: Livre.
Show Luisa Lacerda & Quarteto Geral
Cinco décadas de ‘Ponteio’, grátis
No show “Ponteando”, a cantora Luisa Lacerda
divide o palco com o Quarteto Geral. O espe-
táculo gratuito celebra os 50 anos do III Festi-
val de Música Popular Brasileira, com ênfase
nas composições de Edu Lobo e na concepção
harmônica do Quarteto Novo. No repertório,
clássicos como “Ponteio” (Edu Lobo e Capi-
nan), grande vencedora do festival de 1967.
ONDE: Espaço Cultural BNDES. Av. República do Chile 100, Centro
(0800-7026337). QUANDO: Qui, às 19h. QUANTO: Grátis.
CLASSIFICAÇÃO: Livre.
.com.br VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR OU NAVEGUE PELO SITE:
l Segundo Caderno l O GLOBO l 3
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR
OU ACESSE NO SITE: rioshow.com.br
O Bonequinho viu -
AÇÃO
‘Feito na América’
Estreias da semana
DIVULGAÇÃO/RAFAEL ADORJÁN
A perseguição a qualquer custo ao “american dream”
oferece um manancial de histórias verídicas inacreditáveis
que rendem bons filmes. Neste, ótimo entretenimento
com boas doses de humor e aventura, é difícil não esta-
belecer uma conexão entre a aparição de Tom Cruise
pilotando um avião e seu personagem em “Top Gun”.
Marcelo Janot
COMÉDIA DRAMÁTICA
‘Columbus’
O espectador tende a sair sensibilizado desse filme de
Kogonada, centrado na interação entre dois persona-
gens solitários, atravessados por problemas familiares.
A crise emocional de ambos contrasta com a arquite-
tura modernista da cidade de Columbus e os espaços
fechados extremamente arrumados.
Daniel Schenker
DRAMA
‘Glory’
— A obra estava encaixada em um nicho na
parede da sala de jantar. Havia a preocupação O titulo “Glory” pode sugerir obra épica, mas é apenas
em retirá-la em segurança e com seu estado de a marca do relógio russo Slava (em tradução literal
conservação, que era surpreendentemente bom, para o inglês). Surpreendente que uma produção
com pouca perda de camadas pictóricas e sem Bulgária/Grécia — países modestos sob o prisma
sinais de umidade na parte posterior — observa cinéfilo — se revele uma sátira de certa originalidade.
Fátima Noronha de Salles, conservadora da Muito bom elenco.
equipe de museologia do MAM. Ely Azeredo
O painel de 1,7m por 4m se junta às outras dez
obras de Portinari do MAM (cinco do acervo do DRAMA
museu e cinco da coleção de Gilberto Chateau-
briand, em comodato no museu). “Bodas de ‘Até nunca mais’
Caná” retrata o primeiro milagre da vida pública
de Jesus, quando transforma a água em vinho
numa festa de casamento a pedido de sua mãe, A arte da performance e a representação física (e meta-
Maria. (Nelson Gobbi) fórica) do luto se misturam e se perdem na narrativa do
filme, sobre a confusão emocional que se abate sobre
uma jovem artista após a morte do marido. Benoît
ONDE: MAM. Av. Infante Dom Henrique 85, Aterro do Flamengo Jacquot brinca o tempo todo com as convenções dos
(3883-5600). QUANDO: Ter a sex, do meio-dia às 18h. Sáb, dom e filmes de suspense para manter a ideia de tensão.
feriados, das 11h às 18h. QUANTO: R$ 14 . CLASSIFICAÇÃO: Livre. Carlos Helí de Almeida
DRAMA
Evento Cirque Éloize ‘Deserto’
Misturas artísticas em circo canadense Ainda que o texto soe um pouco artificial na boca dos
Pense num circo e atores, essa adaptação, assinada por Guilherme Weber,
DIVULGAÇÃO/PATRICK LAZIC
reforce as doses de do livro “Santa Maria do Circo”, de David Toscana, abor-
teatro, dança, músi- da questões importantes — como a dificuldade de seguir
ca e humor. Assim é trabalhando com arte e a estrutura injusta da sociedade.
“Cirkopolis”, da Daniel Schenker
companhia cana-
dense Cirque Éloi- ANIMAÇÃO
ze, que estreia no
Vivo Rio. No espetá- ‘O que será de nozes 2’
culo, inspirado no
expressionismo
alemão e na obra de Já faz tempo que animações infantis abordam temas
Kafka, 12 acrobatas capazes de divertir também os pais. É o caso de “O
se rebelam contra a que será de nozes 2”, em que um dos personagens,
monotonia num um prefeito corrupto, irresponsável e arrogante, pode
mundo regido pela facilmente ser identificado com inúmeros políticos.
industrialização. Sérgio Rizzo
ONDE: Vivo Rio. Av. Infante Dom Henrique 85, Aterro do Flamengo TERROR
(2272-2901.) QUANDO: Qui e sex, às 21h. Sáb, às 16h e 20h. Dom, às
16h. Até domingo. QUANTO: R$ 50 (setores 2 e 3, frisa e balcão), ‘Amityville: o despertar’
R$ 120 (camarote B), R$ 150 (setor 1), R$ 180 (VIP) e R$ 200 (cama-
rote A e premium). CLASSIFICAÇÃO: Livre.
A melhor maneira de definir mais uma sequência
enfadonha da série de filmes de horror “Amityville” é
por meio do ditado popular “De boas intenções o
Show Soraya Ravenle e Marcelo Caldi inferno está cheio”. O diretor Franck Khalfoun entrega
um longa sem ritmo e com boas ideias desperdiçadas.
Sons brasileiros e latinos a R$ 10 Mario Abbade
Em show pelo projeto Funarte em Concerto, DOCUMENTÁRIO
a atriz e cantora Soraya Ravenle e o pianista,
acordeonista e arranjador Marcelo Caldi ‘A gente’
mostram repertório dedicado ao cancioneiro
popular brasileiro e latino, com obras de
Paulo César Pinheiro, Dori Caymmi, Lupicí- Falhas técnicas — principalmente na captação do som
nio Rodrigues e Guerra-Peixe, entre outros. direto, que tornam incompreensível a maior parte do que se
fala — tornam inaceitável esse documentário sobre o cotidi-
ano dos agentes penitenciários em um presídio do Paraná.
Interessa pela exposição do fracasso dos governos.
Ely Azeredo
BIOGRAFIA
‘Em defesa de Cristo’
O filme de Jon Gunn, que estreia hoje, não teve ses-
são para a crítica. No longa, que tem Faye Dunaway no
elenco, além de nomes como Mike Vogel e Erika Chris-
tensen, um jornalista investigativo se propõe a refutar
a existência de Deus depois que sua mulher se torna
ONDE: Teatro Glauce Rocha. Av. Rio Branco 179, Centro (2220- cristã. O filme é baseado no livro autobiográfico de
0259). QUANDO: Qui, às 12h30m. QUANTO: R$ 10. mesmo nome de Lee Strobel, que era um repórter
CLASSIFICAÇÃO: Livre. investigativo ateu e passou a ser um escritor cristão.
16 l O GLOBO l Rio l Quinta-feira 14 .9 .2017

O melhor da RIO SHOW AINDA MAIS PERTO

programação
DE
SSE
ACE QUER
L
QUA SITIVO
PO
DIS

da cidade no
seu e-mail
A partir de amanhã, o Rio Show
ganha uma newsletter semanal
com dicas e roteiro cultural
Depois de ganhar um novo
site, totalmente remodelado
e integrado às plataformas
do jornal, o Rio Show agora
também terá uma newsletter
semanal para chamar de sua.
A partir de amanhã, os leito-
res do GLOBO poderão rece-
ber no conforto da caixa de
entrada de seu e-mail, atra-
vés de seu computador, lap-
top, celular ou tablet, uma
seleção com os destaques da
programação cultural da ci-
dade. É o melhor do Rio ao
alcance da mão.
— Além de análise e conteú-
do de qualidade com rapidez
e profundidade, O GLOBO
oferece também serviço. E na
plataforma que os leitores
quiserem. É por isso que, de-
pois do novo site do Rio Show,
estamos lançando a newslet-
ter do suplemento, para levar
aos assinantes que nos presti-
giam o melhor da programa-
ção cultural do Rio com a
chancela do mais importante
guia de entretenimento da ci-
dade. É mais um canal para
quem busca a praticidade da
informação em todas as mídi-
as — resume Ascânio Seleme,
diretor de redação do GLOBO.
Para receber a newsletter
automaticamente, no seu e-
mail, todas as semanas, basta
entrar na primeira página do
site do GLOBO, clicar na cai-
xinha da newsletter e se ca-
dastrar. Assim, ao receber o
e-mail, o leitor poderá come-
çar a programar seus passei-
os de fim de semana com su-
gestões elaboradas pela
equipe especializada do Rio
Show, sempre antenada no
que há de mais bacana em
bares, restaurantes, salas de
cinema, casas de shows, mu-
seus, atrações infantis, tea-
tros e festas do Rio.
— Essa iniciativa é mais uma
facilidade para o leitor, que terá
acesso, em primeira mão, às no-
vidades do nosso recém-lança-
do site. A newsletter também é
prática porque resume o que ele
precisa saber para não ficar por
fora do que é destaque da se-
mana no lazer da cidade. E ao
mesmo tempo contempla dicas
mais escondidas, ao alcance só
de quem vive esse dia a dia da
programação — diz Inês Amo-
rim, editora do suplemento.
A nova experiência on-line
do Rio Show permite uma na-
vegação mais ágil pelas re-
portagens da revista, que
agora têm recursos como fo-
togalerias, vídeos, listas e
gráficos multimídia, além de
estarem conectadas com ou-
tros conteúdos do jornal so-
bre temas correlatos.
Cinema e gastronomia —
dois assuntos que, segundo
relatórios de audiência do
Rio Show, estão entre os mais
procurados pelos leitores —
ganharam papel de destaque,
com uma ferramenta de bus-
ca avançada, oferecendo di-
ferentes tipos de filtros. Na
hora de escolher a que filme
assistir, por exemplo, o leitor
pode procurar por título, gê-
nero (comédia, ação, drama,
terror, biografia etc.), cotação
do Bonequinho (para ver se
ele aplaudiu ou se foi embora
da sala), bairro ou sala de ci-
POR DENTRO DA NEWSLETTER
A reportagem de capa da revista impressa ganha
CAPA uma versão mais robusta no site, enriquecida com
fotogalerias, vídeos, receitas ou curiosidades.
As estreias de cinema também merecem
destaque. Além de links para as críticas dos
ESTREIAS Bonequinhos, o leitor pode ver o trailer e as salas
onde o filme está em cartaz.
As avaliações da crítica de gastronomia do
GLOBO, Luciana Fróes, que distribui seus famosos
GASTRONOMIA garfinhos, têm lugar garantido. Dicas de bares e
restaurantes, drinques, cervejas e roteiros de
comidinhas também estão no cardápio.
Os colunistas do Rio Show, titulares das colunas
COLUNISTAS Pé-Sujo, Pé-Limpo, Letras Garrafais e Giro
Carioca, marcam presença na newsletter.
Aqui, entram os principais destaques da
PROGAMAS programação cultural, de show a espetáculos
PARA SEMANA teatrais, exposições, festas, atrações infantis e
programas gratuitos.
Editoria de Arte
nema. Neste espaço de pes- tes cariocas e avaliou as casas impressa do Rio Show costu-
quisa, no qual é possível en- para o Guia Rio Show de Gas- ma oferecer, o site é um es-
contrar horários e salas de tronomia 2017. paço livre para o que houver
exibição, também está um Assim como no site, na de melhor na semana, indo
link para as críticas comple- newsletter os colunistas tam- de dicas de programas gra-
tas e para os trailers de todos bém têm destaque garantido. tuitos ao passo a passo de
A newsletter é os filmes em cartaz.
Em gastronomia, o leitor
Estarão ali a crítica de gastro-
nomia Luciana Fróes, o colu-
uns bons drinques. Um brin-
de à diversão. l
mais um canal vai contar com um banco de
dados com cerca de dois mil
nista Pedro Mello e Souza
(que fala de cerveja e vinho
para quem busca estabelecimentos. Assim co-
mo em cinema, é possível
no espaço Letra Garrafais),
Juarez Becoza (nosso especi-
BONEQUINHO DÁ SEU
a praticidade da buscá-los por bairro, especi-
alidade e avaliação crítica —
alista em botequins, da colu-
na Pé-Sujo), Marcella Sobral
PARECER PARA AS
ESTREIAS DA SEMANA
informação os famosos garfinhos. O site
também traz as cotações do
(titular da Pé-Limpo) e Ro-
nald Villardo (que escreve na
Leia as críticas e veja as salas onde
estão sendo exibidos os filmes que
Ascânio Seleme júri que visitou anonima- Giro Carioca). entram em cartaz hoje
Diretor de redação do GLOBO mente 200 bares e restauran- Além de tudo que a versão rioshow.com.br

Alerj contraria parecer do TCE e LONGE DA PRAIA

aprova contas de 2016 de Pezão Nada de sol na laje. Meninas

Votação aconteceu
com galerias vazias
Corrêa da Rocha definiu como
“imprestáveis” as contas do go-
verno e destacou que o diagnós-
fazem sucesso é na pista do BRT
ta corrente líquida estadual, co-
mo prevê a Constituição Fede-
ral. Em 2016, o governo dispo- Imagem de amigas se bronzeando
FABIANO ROCHA

por determinação da tico de desequilíbrio financeiro

presidência da Casa
Com as galerias vazias, por de-
terminação da presidência, que
alegou razões de segurança, a
do estado já foi reconhecido pe-
la Superintendência do Tesouro
Nacional, ao enquadrar o Rio no
Plano de Recuperação Fiscal.
— Não existe fundamento pa-
ra aprovar as contas de 2016 do
nibilizou 10,42% para o setor.
Em 29 de agosto, por votação em trecho fechado do Transcarioca,
apertada, de quatro a três, a Co- viraliza e já tem 9 mil curtidas
missão de Orçamento da Alerj
deu parecer favorável ao projeto
aprovando as contas. GERALDO RIBEIRO
geraldo.ribeiro@extra.inf.br

Assembleia Legislativa aprovou
as contas do governo estadual
de 2016, contrariando parecer
do Tribunal de Contas do Esta-
do (TCE). Foram 43 votos a fa-
vor da aprovação e apenas 21
contrários. Eram da oposição
todos os 11 deputados que, an-
tes de iniciar a votação, discuti-
ram o projeto de decreto legis-
lativo. Confiante no resultado
favorável, a bancada governista
permaneceu em silêncio. Do la-
do de fora, aproximadamente
50 representantes do Movimen-
to Unificado dos Servidores Pú-
blicos (Muspe) protestaram nas
escadarias do Palácio Tiraden-
tes, que foi cercado por policiais
militares.
As críticas da oposição foram
contundentes contra a aprova-
ção das contas e também contra
a proibição de acesso do públi-
co às galerias. No fim da sessão,
o deputado do PSOL Eliomar
Coelho exibia o cartaz “Galeria
vazia não é democracia”. Flávio
Serafini, do mesmo partido,
empunhava outro, com a men-
sagem “#foraPezão”.
Líder do PSDB, Luiz Paulo
governo — afirmou Luiz Paulo.
A deputada Enfermeira Reja-
ne (PCdoB) chorou ao dizer que
“a Casa tem de se envergonhar”.
No mesmo tom, Waldeck Car-
neiro (PT) ressaltou que a Alerj
estava dando um mau exemplo:
— A lei da calamidade finan-
ceira aprovada não autoriza o go-
vernador (Luiz Fernando Pezão)
a descumprir a Constituição. Au-
toriza apenas a descumprir a Lei
de Responsabilidade Fiscal
(LRF). Aplicar 12% da receita
(corrente líquida) na Saúde e 2%
na Faperj é obrigação constituci-
onal. O governador não pode es-
colher o que não vai cumprir.
Ao justificar o seu sim, o depu-
tado Paulo Melo (PMDB) alegou
que a votação era das contas do
governo e não da gestão:
— O ano de 2016 foi atípico. O
estado sofreu arrestos em suas
contas para pagar os outros po-
deres e dívidas com a União.
Em maio, o Tribunal de Con-
tas do Estado (TCE) recomen-
dou a reprovação das contas. O
principal motivo foi o repasse
de orçamento para a área da
saúde inferior aos 12% da recei-
SEPE FURA BLOQUEIO
Dos 70 deputados, 64 partici-
param da votação das contas.
Figueiredo (PROS) constava
como presente na Casa, mas se
ausentou no momento da vo-
tação. Jorge Picciani (PMDB) e
Cidinha Campos (PDT) estão
licenciados. Não comparece-
ram os deputados Lucinha
(PSDB), Danielle Guerreiro
(PMDB) e Bruno Dauaire (PR).
Com a proibição de acesso às
galerias, a coordenadora-geral
do Sepe, Marta Moraes, foi a
única integrante do Muspe que
conseguiu assistir à sessão. Ela
passava informações para os
manifestantes.
— Cheguei cedo para uma au-
diência sobre educação indíge-
na e fiquei. Estou desde as 10h
sem comer nada — contou ela.
Em nota, a Alerj informou
que a decisão da presidência
de não ocupar as galerias foi
tomada “por recomendação
da segurança, amparada em
informações de que poderia
haver protestos” e que “não ha-
veria como garantir a integri-
dade física” das pessoas. l
D
efinitivamente, laje é para os fra-
cos. Praia, então... Principalmente,
se ela fica a quilômetros de distân-
cia de casa. Em busca do bronzea-
do perfeito, Ingrid dos Santos, de 16 anos,
Laysa da Silva, de 14, Ana Carolina, de 16, e
Thacyane Peixoto, de 15, moradoras da co-
munidade Uga Uga, em Ramos, mostraram
toda a irreverência do carioca e, utilizando
biquínis feitos de fita isolante, recorreram à
pista do BRT Transcarioca para driblar a falta
de áreas de lazer e garantir uma cor para o ve-
rão. A imagem do quarteto, postada na inter-
net, viralizou, como mostrou a coluna de An-
celmo Gois no GLOBO, transformando as
adolescentes em celebridades instantâneas.
Sem medo de ser feliz, as meninas utiliza-
ram um trecho interditado para obras e fe-
chado com blocos de concreto, na Avenida
dos Campeões, próximo da Avenida Brasil,
para pegar o bronze, na manhã de terça-feira.
Um anônimo fez uma foto das adolescentes,
publicada no mesmo dia na página “Subur-
bano da depressão”, do Facebook. A repercus-
são foi imediata. Até o final da manhã de on-
tem, já havia mais de 9 mil curtidas e cerca de
2 mil compartilhamentos.
Ontem, o quarteto retornou ao local e sabo-
reou o sucesso momentâneo. Passageiros de
Ao sol. Com biquíni de fita isolante, grupo se bronzeia
ônibus colocavam a cabeça para fora da ja-
nela do coletivo para cumprimentá-las ou ti-
rar fotografias com celular.
— Vi vocês no Face — gritou um passageiro.
A repercussão surpreendeu as jovens.
— Fui acordada pelo meu namorado di-
zendo: “está famosa”. Ele me passou o celular
com a postagem. Mostrei para as outras me-
ninas e quando saímos na rua veio todo
mundo falar com a gente. No começo, fiquei
com vergonha, mas entendi que não fizemos
nada demais. A gente só queria se bronzear,
já que o verão está aí — contou Thacyane,
acrescentando que o lazer é barato. — Aqui
eu só gasto o dinheiro do refrigerante e o da
fita isolante, que, somando, dá uns R$ 15. E
ainda fica do lado de casa. l
 12
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017

Há mais de 70 anos acompanhando as tendências e

Qualificação para o
novidades, mantendo a tradição, bom gosto e qualidade
em seus serviços e atendimento. Transformamos a
vida dos nossos clientes com requinte, praticidade e
conforto para seus lares.
mercado de trabalho
Escola de idiomas oferece vagas gratuitas para alunos de baixa renda
da rede estadual de ensino; cerca de 4 mil jovens serão beneficiados
ANALICE PARON

Fábrica de Cortinas, Persianas, Trilhos Motorizados,

Rollux, Romana , Estofamento, Papel de Parede, Capas
de Sofá, Tapetes Persas, Móveis sob medida e réplicas
modelo Luiz XV, Luiz Felipe e Vitoriano

5% DE DESCONTO SOB ENCOMENDA

NA APRESENTAÇÃO DESTE

Clodoaldo Nascimento. Criador da rede Yes! concebeu o projeto para capacitar alunos de baixa renda
RODRIGO BERTHONE
rodrigo.berthone@oglobo.com.br
Em tempos de crise, toda
ajuda é bem-vinda e qual-
quer oportunidade de cres-
Cortinas Prontas (3m x 3m) a partir de R$ 150,00 cimento deve ser aproveita-
*Lavagem de Cortinas e Persianas da, principalmente por jo-
Grande variedade de tecidos nacionais e importados. vens que buscam qualifica-
ENTREGAS A PARTIR DE 8 DIAS ÚTEIS ção. Visando à capacitação
de alunos de baixa renda da
www.keramosdecoracoes.com.br rede estadual de ensino, o
curso Yes! Idiomas, em par-
keramosdecoracoes@gmail.com ceria com a Secretaria de
Estado de Educação, passa
Tels.: 2235-0079 / 2256-8557 a disponibilizar, a partir do
2255-5029 / 2255-9492 fim deste mês, vagas gratui-
tas no curso básico prepara-
Rua Barata Ribeiro, 625 A - Copacabana
tório de língua inglesa para
alunos de 22 municípios
fluminenses.
Com duração de quatro
meses, sendo duas horas de
aula por semana, o curso é
voltado para estudantes
com idades entre 16 e 18
anos, que serão seleciona-
dos pelas escolas estaduais.
As aulas serão em unidades
do Yes! próximas aos colégi-
os. Entre as instituições
contempladas estão escolas
da Grande Tijuca. A iniciati-
va se estenderá até setem-
bro do ano que vem, sendo
dividida em três fases.
— Ao todo, serão quase
quatro mil alunos beneficia-
dos. Teremos 1.300 alunos
em cada fase. A primeira, que
contemplará 90 colégios, vai
deste mês até dezembro. Ao
final, os alunos estarão aptos
a atender turistas ou traba-
lhar como agentes de viagem
— garante Clodoaldo Nasci-
mento, presidente da rede de
idiomas.
Idealizador do projeto, ele
diz que esta é sua contribui-
ção para a sociedade.
— A educação é a manei-
ra mais justa de criarmos
uma sociedade mais iguali-
tária. Se cada um fizer sua
parte, conseguimos sair da
crise — diz Nascimento,
que, na infância, estudou
no Colédio Estadual Barão
do Rio Branco, em Santa
Cruz, uma das escolas be-
neficiadas. l
Quinta-feira 14 .9 .2017 l País l O GLOBO l 5

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30 l O GLOBO l Sociedade l Quinta-feira 14 .9 .2017

RIO CIRCUITOS DIGITAIS

Sem limites para o mundo da tecnologia

_

Da segurança da informação ao esporte, especialistas apontam tendências na segunda edição do evento

FOTOS DE EDUARDO UZAL
MARIANA NICODEMUS
mariana.nicodemus.rpa@oglobo.com.br
MARTA BRANDAO SZPACENKOPF
marta.szpacenkopf@extra.inf.br

Adiantar como será o futuro em relação à tecnolo-

gia nas mais variadas áreas e refletir como as próxi-
mas mudanças podem afetar o dia a dia foram o
ponto de partida para a segunda edição do Rio Cir-
cuitos Digitais, evento realizado ontem pelo GLO-
BO no auditório do Sistema Fecomércio, no Fla-
mengo. “Games”, “O poder dos influenciadores di-
gitais”, “Segurança da informação” e “Fraudes na In-
ternet” foram alguns dos temas abordados. Para se
revezar ao microfone, foi convidado um grupo am-
plo de profissionais. A intenção foi proporcionar ao
público uma boa mistura, levando à discussão des-
de tendências imediatas e mais óbvias a assuntos
que entrarão em breve no radar das pessoas.
— Para O GLOBO,
que vive uma grande
TUDO O QUE FOI transformação digi-
tal na produção de
DISCUTIDO conteúdo, é impor-
NO EVENTO tante entender e in-
A cobertura completa dos centivar o debate so-
painéis e palestras bre as mudanças tec-
oglobo.globo.com /sociedade nológicas da socie-
dade em geral. Que-
remos oferecer ao leitor o panorama mais com-
pleto possível — afirmou o diretor de Redação
do GLOBO, Ascânio Seleme.
Para Alexandre Maron, editor-executivo de Pro-
dutos Digitais do GLOBO, o evento mostra que a
tecnologia não deve ser discutida isoladamente:
— Ela é uma representação da inteligência
humana, da sua criatividade e está se manifes-
tando e mudando todos os ramos da sociedade.
E isso toca desde os jovens que estão entrando
no mercado de trabalho aos mais velhos.
O evento é uma realização do jornal O GLO-
BO, apresentado pelo Sistema Fecomércio RJ,
por meio do Sesc RJ e do Senac RJ. l Em foco. O editor de Esportes do GLOBO Márvio dos Anjos media o bate-papo entre a colunista Maureen Flores e Rosana Fortes (em pé), gerente de marca do Nike Running Club

MUDANÇAS À VISTA EM TODOS OS SETORES

Games crescem e podem
chegar à Olimpíada
Um esporte que movimenta quase US$ 700 mi-
lhões por ano e mobiliza cerca de 300 milhões de
pessoas em todo o mundo, com ligas profissio-
nais, times famosos, ídolos internacionais e gran-
des eventos. Com o avanço da tecnologia e a di-
gitalização cada vez maior do cotidiano, os “E-
Sports”, competições organizadas de jogos eletrô-
nicos, se aproximam cada vez mais da estrutura e
do público dos esportes convencionais. No pri-
meiro painel do dia, “Entretenimento no mundo
digital: Games”, o gerente de Novos Negócios do
Esporte do Grupo Globo, Gustavo Freundenfeld,
afirmou que o mercado dos esportes eletrônicos
deve crescer 13% ao ano até 2019, com América
do Norte, Europa e Ásia liderando a indústria de
games. Apesar de a América Latina ainda ter bai-
xa relevância na área, movimenta cerca de US$
4,5 bilhões por ano, com o Brasil sendo respon-
sável por um terço desse valor.
— O Brasil é um mercado em formação, que
vem crescendo de maneira mais acelerada desde
2013 — disse, lembrando que metade da audiên-
cia apenas assiste as competições, sem jogar.
Para Priscila Queiroz, community manager
da Riot Games, empresa de jogos eletrônicos
com mais de dez anos de mercado e que atua
no Brasil desde 2012, o marco da aproximação
do esportes eletrônicos com os convencionais
no país foi a realização da final da competição
do game League of Legends no Maracanazi-
nho, templo do vôlei brasileiro, em 2014. Pris-
cila acredita ainda que, no futuro, os games
possam até mesmo chegar à Olimpíada. l
Influenciadores falam da
relação com o público
O fenômeno dos formadores de opinião nas redes
sociais foi o assunto debatido entre os produtores
de conteúdo digital Thiago Nigro, do canal de ví-
deos “O Primo Rico”, e Nick Ellis, blogueiro e editor
do Meio Bit, no painel “O poder dos influenciado-
res digitais”. Sob mediação de Luiza Baptista, do
TechTudo, os dois influenciadores falaram sobre
suas trajetórias na internet, a profissionalização
do meio e as particularidades da relação com
anunciantes e público. Para Thiago Nigro, especi-
alista em educação financeira com mais de 10 mi-
lhões de acessos em um ano e meio de canal, a
carreira de youtuber tem atraído a atenção de ca-
da vez mais jovens. Mas a profissão exige tempo,
dedicação e investimento financeiro.
— As pessoas acham que ligo a câmera e co-
meço a falar. Mas é um processo custoso e pro-
fissional, que começa com um brainstorm,
passa por roteirização, gravação e edição até
chegar à divulgação. É preciso encontrar uma
área de interesse e construir um caminho an-
tes de disseminar esse conteúdo — explica.
Nick Ellis, dos blogs Meio Bit, Digital Drops e
Blog de Brinquedo, lembra que, além de talento, é
necessário personalidade para conquistar o pú-
blico, e transparência, para mantê-lo. Segundo
ele, a principal forma de remuneração do produ-
tor de conteúdo digital ainda é a publicidade:
— Temos que lidar com o público com cari-
nho, atenção, coerência e, acima de tudo, verda-
de. É importante monetizar sobre o que você
acredita. Basicamente, é ganhar dinheiro para re-
comendar aquilo que você indicaria de graça. l
Inovação pode alcançar
do atleta ao espectador
Quando o assunto é esporte, a inovação digital
tem criado possibilidades ilimitadas, que vão de
melhorias na performance a mais interação
com os espectadores. Essas foram algumas das
conclusões do bate-papo que contou com a par-
ticipação de Maureen Flores, colunista do GLO-
BO, e Rosana Fortes, gerente de marca do Nike
Running Club (NRC), mediado pelo editor de
Esporte do GLOBO, Márvio dos Anjos.
A inovação no esporte, segundo Maureen,
acontece em três meios: através da performance,
que se aproxima da saúde e da prática de exercí-
cio; do engajamento, que faz fronteira com o en-
tretenimento, a indústria mais milionária; e da
integralidade no esporte, que se relaciona com o
anti-dopping. Para ela, a falta de políticas públi-
cas integradas e de investimento em formação
tecnológica são as maiores dificuldades para a
inovação esportiva no país. Durante o painel,
Maureen destacou algumas tecnologias que
pautam a inovação do esporte, como a realidade
virtual aumentada e a inteligência artificial:
— Estamos sendo monitorados 24 horas por
dia por essas empresas e a próxima discussão
que vamos ter é a quem pertencem todos es-
ses dados. Não há jurisprudência para isso.
A tecnologia também pode ser uma grande
aliada na hora de potencializar a prática de
exercícios físicos. Rosana Fortes mostrou co-
mo o aplicativo Nike Running Club (NRC) é
um aliado para quem quer introduzir a corrida
na rotina, permitindo a convergência entre o
mundo real e virtual através da interação. l
Hackers do Brasil estão
entre os mais criativos
A tecnologia viabiliza avanços em diversas áreas
de conhecimento, mas também acaba sendo o
motor para a aplicação de golpes on-line, ata-
ques cibernéticos e para a proliferação de links
maliciosos, que levam as pessoas a serem enga-
nadas na web. “Fraudes na internet” foi o tema
do painel que encerrou a segunda edição do Rio
Circuitos Digitais, e que contou com a participa-
ção de Emilio Simoni, gerente de segurança da
PSafe, e de Fidel Beraldi, gerente de riscos e
fraudes da Moip. A conversa foi mediada pela
editora-assistente do GLOBO Luciana Casemi-
ro, responsável pela Defesa do Consumidor.
Um tipo de ataque que vem crescendo no Bra-
sil, de acordo com Simoni, são as falsas promessas
de vantagens em jogos e serviços em troca do
compartilhamento de um link. Ele citou exemplos
como o golpe do FGTS, em que a vítima teria que
compartilhar um endereço com outras dez pesso-
as para consultar o saldo, além de um link falso de
personalização do WhatsApp que precisaria ser
compartilhado com dez contatos.
— Estamos sofrendo um boom de golpes que
envolvem falsas promessas. O Brasil tem a mai-
or quantidade de hackers do mundo e eles são
os mais criativos — disse Simoni.
Segundo Beraldi, gerente de riscos e fraudes da
Moip, o índice de perdas por fraude via e-com-
merce no Brasil só é menor do que o do México:
— Os hackers costumam agir em áreas de ris-
co, sistemas fracos, com brechas. Para combater
a fraude, a empresa que opera na internet preci-
sa ter uma plataforma de risco. l

A
relação das crianças e dos jovens
com a tecnologia e a importância do
estabelecimento do uso saudável e
benéfico dessas ferramentas foram
assuntos do primeiro “talk” do Rio Circuitos
Digitais, ministrado pela educadora Tania Za-
gury. Segundo Tania, todas as novas mídias
podem trazer complicadores para os consu-
midores mais jovens, situação que os adultos
devem estar alertas para combater. Para ela, é
papel de pais e educadores estimular apenas
o uso positivo da tecnologia, promovendo o
pensamento crítico das crianças e jovens e re-
gulando o tempo que essas atividades conso-
mem da rotina.
— Quanto mais nova a criança, menor deve
ser o tempo de uso da tecnologia e maior a su-
pervisão — explicou Tania.
Para combater os perigos que podem ser
trazidos pela tecnologia, o conselho de Tania
é que os pais e educadores não tenham pressa
em introduzir a criança ao mundo conectado.
INTERNET
Cuidado redobrado com dados
pessoais, crianças e jovens
—- A ideia é transformar o filho num espectador
crítico. Estudos mostram que quanto mais cedo a
criança é introduzida ao uso dessas tecnologias,
mais influenciável ela é e mais passível de pensar
de acordo com a tecnologia à qual é exposta.
Além de ser líder em disposição para fornecer
dados pessoais, o Brasil é o país mais vulnerável
a vazamento de informações. O alerta foi dado
pelo diretor do Instituto de Tecnologia e Socie-
dade do Rio de Janeiro (ITS-RIO), Carlos Affon-
so Souza, durante o talk “Segurança da informa-
ção”. Segundo Carlos Affonso, resultados de es-
tudos recentes mostram que brasileiros valori-
Na web. Tania Zagury diz que é necessário dar limites
zam pouco a privacidade e a segurança de
seus dados pessoais. Ele lembra que é impor-
tante estar atento não só às informações for-
necidas voluntariamente, mas a como esses
dados são coletados, armazenados, acessa-
dos e utilizados.
— Dados, especialmente os pessoais, são o
novo petróleo. São uma fonte de riqueza que
vai ser cada vez mais explorada — destaca.
Os cuidados em relação à segurança ciber-
nética devem ser ainda maiores na era da in-
ternet das coisas, na qual aparelhos como
carros e eletrodomésticos com conexão “con-
versam” entre si. O diretor do ITS-RIO cita o
exemplo da marca de televisores que avisou
aos compradores que “contassem segredos”
quando estivessem próximo ao aparelho,
pois o serviço de comando de voz exigia que a
TV “escutasse”. Outro caso é o da boneca que
conversa com a criança, um alerta para pais,
já que não se sabe até onde a gravação das
respostas podem chegar. l
 TIJUCA l O GLOBO 13
Quinta-feira 14.9.2017 l
As canções de Benito
ARQUI VO/GUSTAVO AZEREDO
Admirador de Benito di
Paula, o cantor e composi-
tor Marcello Furtado irá
prestar uma homenagem
ao compositor amanhã, às
19h30m, no Centro de Refe-
rência da Música Carioca
Artur da Távola (Rua Conde
de Bonfim 824, Tijuca), com
um espetáculo exclusiva-
mente composto por can-
ções emblemáticas, intitu-
lado “E se os meus retalhos J I TA E Á M
fossem de cetim?”. PA I IR
— O show relembrará V T N S MP T
momentos de uma carreira . N STRAR E I
construída com melodias,
L I C E
letras e harmonias apropri-
adas para uma época em I E RE , A L
que tais ingredientes eram E A E AD FO , I
fundamentais na conquista A ORG I O.
de um público acostumado Benito di Paula. Cantor Marcello Furtado homenageará o músico xp i s o a a em 2, n l
às músicas de qualidade e um s f co as ca cas de f s d
ao melhor da MPB — acre- positora e amiga de Furtado formações podem ser obti- t l nd tes as e de us a m e .
dita Furtado. Telma Tavares, e contará das pelo telefone 3238-3831, i l a do i stir g lo
O cantor estará acompa- com a participação especial pelo site <www.creferencia- it tas e a pri ei exp i i
nhado por um trio forma- do compositor e poeta Paulo damusicacarioca.blogspot- u s ac n ec e m nt d e pr is f
do de contrabaixo, piano e César Feital. .com> ou pela página do in n c z o 2016. e s mi e c sc
bateria. O show tem dire- Os ingressos estarão à ven- Centro Artur da Távola no e i c sc r u e o u
ção geral da cantora, com- da por R$ 20, inteira. Mais in- Facebook. l a ist liza d ca ca e ra u
o ola ol a m asc , ave , a i a , o
a c s e ra u com um qu e e.
ro u i i s li c s
DIVULGAÇÃO r c co n mpree de o oa
al d u o ve o e o Pro eto AJ i t be
n f se os ’s (r d i r i
r l lida a q e r cri
a r e a lta de op r unid e, d ia i
d e r lh mais co ro tid .

r d
e d do P oj o O Amb nta

Imóveis: venda
Administração: condomínio e locação
Administração Online:
MUITO CHARME
NO TTC CondNet / FolhaNet, LocNet,
Remuneração do Saldo Credor
Sábado, das 20h à 1h, o Tijuca Tênis Clube será pela página do Facebook “Baile Charme no Tijuca
palco do evento Charme Clube, comandado pelos Tênis Clube”, paga, das 20h às 21h, R$ 15, e
C p c :. N. r . C pac n , 3 4 B l - 0 5
DJs Loopy, Arthur (foto) e Cacau, que irão tocar o das 21h às 22h, R$ 20. Sem nome na lista, o a: aç ns Peña, 5 r l ja 2
melhor da black music, desde os hits mais antigos ingresso custa R$ 25. Rua Conde de Bonfim Te 56 - 6 - 5
aos mais atuais. Quem colocar o nome na lista 451. Mais informações pelo 3294-9300. r : u bre , 23 - 14º and r - Te . 3
w s m. om.b | palmar sa m@ alm a c m br
Quinta-feira 14 .9 .2017 l Rio l O GLOBO l 15
APRESENTADO POR

Deputado é

Pedro Kirilos / Ag. O Globo

MAURÍCIO NAHAS

acusado de
corrupção
no Detran
MP afirma que Coronel
Jairo e outras 40 pessoas
cobravam caixinha
de terceirizados
O deputado estadual Coronel
Jairo (PMDB) é acusado pelo
Ministério Público do Rio de
participação num esquema de
corrupção em postos do De-
tran. Ele e outros 40 suspeitos
foram denunciados numa
ação civil pública apresentada
ontem. De acordo com promo-
tores, o grupo movimentava
cerca de R$ 2 milhões por mês.
Coronel Jairo, segundo a de-
núncia, é uma espécie de dono
de alguns postos de vistoria,

Rock in Rio
principalmente na Zona Oeste,
seu reduto eleitoral. O deputado
teria viabilizado contratações de
funcionários para o Detran por
meio da Facility Gestão Ambien-

DOUTOR Julio Andrade, o médico Evandro, protagonista da
série “Sob pressão”, da TV Globo, está no Ensaio,
CHEIO DE da revista “Poder”, deste mês. À publicação, o
2017 aposta na
tal Ltda., empresa recrutadora
de mão de obra terceirizada pa-
ra órgãos do estado. Ainda de
acordo com o Ministério Públi-

ESTILO gaúcho fala sobre cinema, TV, fama, filhos, co, as pessoas escolhidas se vi-

acessibilidade
jardinagem e que adoraria fazer teatro novamente am obrigadas a contribuir com
uma caixinha. O dinheiro, afir-
mam promotores, era obtido
U GUSTAVO MIRANDA/10-12-2016 através de propinas, pagas em
Ponto Final troca da liberação de veículos ir-
regulares e de emissões indevi-
Organização espera que cerca de 1500 pessoas
No ar, ao substituir Garotinho, que acabara das de documentos.
de ser preso pela Polícia Federal, Cristiano A Justiça autorizou a quebra de
Santos, o locutor da “Rádio Tupi”, como se
sabe, disse que o ex-governador teve de
sigilo bancário de suspeitos e a
gravação de conversas telefôni-
com necessidades especiais circulem pela Cidade do Rock
deixar o programa por causa de um problema de... voz. cas. Coronel Jairo não foi encon- nos sete dias de evento
Um leitor da coluna, gaiato, não aguentou: “E teve mesmo.

trado para comentar o caso. O
De voz de prisão”. Com todo o respeito. Detran informou, em nota, que a
investigação, realizada entre 2011
e-mail: coluna.ancelmo@oglobo.com.br e 2013, foi deflagrada por sua cor-
Fotos: fotoancelmo@oglobo.com.br regedoria em parceria com a Po-
lícia Civil e o MP, e que já tomou
todas as medidas cabíveis. l
O
Rock in Rio 2017 irá ampliar a acessibi-
lidade do festival para todas as áreas da russa, que tem travas específicas, e a roda gigante,
Cidade do Rock. Além dos palcos, seto-
res de entretenimento e alimentação
tambémserãoadaptadospararecebercercade1500
pessoas com algum tipo de necessidade especial
que são esperadas ao longo dos sete dias de evento.
DesenvolvidopeloatletaThiagoAmaral,gerente
de Operações do Rock in Rio e cadeirante, o novo
Outros brinquedos adaptados são a montanha
com cabines para cadeirantes.
Pessoas com deficiência física poderão se lo-
comover pelos setores e estruturas da Cidade do
Rock com a ajuda de carrinhos de golfe equipados
com rampa de acesso para cadeira de rodas. Serão
nove unidades circulando de maneira gratuita e
constante.

Corpo de Bombeiros promete rever licenças projeto prevê melhorias nas áreas já existentes
perto dos palcos e no transporte, mas também a
criação de novas instalações.
— A área do evento este ano é muito maior,
então é essencial facilitar essa mobilidade —
comenta Amaral.

concedidas por meio de esquema de propina — Criamos um conceito para a acessibilidade,

Ministério Público
investiga comerciantes
que teriam dado dinheiro
para grupo de oficiais
ELENILCE BOTTARI
elenilce@oglobo.com.br
O Corpo de Bombeiros solicitou
ontem à Corregedoria Geral
Unificada (CGU) os documen-
tos da investigação que levou a
Justiça a decretar a prisão de 36
pessoas, incluindo 30 oficiais da
corporação, na Operação Inge-
nium, realizada na terça-feira.
Eles são acusados pelo Ministé-
rio Público estadual de terem
montado um esquema de co-
brança de propinas de até R$ 30
mil para liberar estabelecimen-
tos comerciais do cumprimento
de normas de segurança. O
escândalo levou o coronel Ro-
naldo Alcântara a pedir exone-
ração dos cargos de comandan-
te do Corpo de Bombeiros e de
secretário da Defesa Civil. Ago-
ra, a corporação pretende revi-
sar todas as licenças concedi-
das para verificar se estão de
acordo com as regras de pre-
venção contra incêndio.
Preso. Um dos bombeiros esconde o rosto ao ser levado para uma delegacia
de Aguiar, que eram assessores
especiais de Ronaldo Alcântara.
De acordo com o Grupo de Ação
Especial Contra o Crime Organi-
zado (Gaeco) do Ministério Pú-
blico, os dois nomeavam os co-
mandantes dos quartéis envolvi-
dos no esquema.
EMPRESAS ERAM INDICADAS
Também faziam parte da orga-
PABLO JACOB/12-9-2017
assinado pela proprietária de
uma das empresas de serviços
de prevenção contra incêndios
envolvidas no esquema. Agora
estamos levantando os comer-
ciantes que efetivamente pa-
garam propina para a libera-
ção das licenças. Vamos verifi-
car também em que casos
houve corrupção de servidores
— afirmou Correa.
que poderá também ser usado em outros festivais
e eventos — comenta Amaral.
Se preferir circular de maneira autônoma, o
cadeirante tem ainda a opção de “turbinar” sua
experiência. Uma parceria com a Kit Livre irá dis-
O projeto de público PNE (Pessoas com Necessi- ponibilizar, também gratuitamente, itens que se
dades Especiais) é bem abrangente. Ele prevê assis- acoplam às cadeiras de rodas, transformando-as
tência diferenciada aos deficientes físicos, auditi- em um triciclo elétrico fácil de dirigir. Mas e se
vos,visuaiseintelectuais,mastambémagestantes, a cadeira quebrar durante o show? A Oficina de
idosos, lactantes, pessoas com Reparo de Cadeiras de Rodas
mobilidades reduzidas e obesos. ficará aberta durante todo o
É preciso apenas identificar seu festival, preparada para fazer
tipo de necessidade no cadastro “Criamos um conceito consertos.
da pulseira de acesso. O centro de serviço PNE, uma
Entre as novidades para este para a acessibilidade, espécie de central de apoio, con-
ano está o Espaço Sinta o Som, que poderá também tará com um lounge de acesso
que promete oferecer uma expe- ser usado em outros livre a esse público. Gestantes,
riência inovadora e única para idosos e lactantes, por exemplo,
o deficiente auditivo. Com ca- festivais e eventos” podem ir até o local para ama-
Thiago Amaral,
pacidade para receber até 20 mentar ou mesmo descansar.
pessoas, essa plataforma será gerente de Operações do O espaço tem até uma área re-
montada bem próxima às caixas Rock in Rio e cadeirante servada para as necessidades
de som do evento. A ideia é per- de cães-guia.
mitir que, ao sentir a vibração da música, a pessoa Além disso, serão instalados pisos táteis, mapas
tenha a sensação do ritmo. Também estarão por ali e placas em braile e dez banheiros acessíveis.
intérpretes de Libras, língua de sinais, traduzindo As plataformas PNE também serão atendidas
algumas das músicas tocadas pelas bandas. por um serviço de delivery exclusivo, evitando
Para receber os cerca de 150 cadeirantes que são a necessidade de ir até o balcão de alimentação.
esperados por dia, as plataformas elevadas que já De acordo com Amaral, o festival colocará à
eram instaladas em frente aos palcos vão aumentar disposição gratuitamente uma pequena frota de
de tamanho. Além de garantir a segurança, elas vans adaptadas. Elas possuem capacidade para
permitem uma melhor visibilidade dos shows que transportar até quatro cadeiras de rodas e seis
acontecem no Mundo (principal palco do evento) passageiros por viagem. Sairão de dois pontos
e no Sunset. de encontro, no Shopping Metropolitano e no
Na área de entretenimento, o acesso à tirolesa, Terminal Olímpico de BRT, até uma entrada es-
uma das grandes atrações do evento, foi facilitado pecial pelo estacionamento da área VIP.
com o uso de uma cadeira de rodas específica para O acesso livre ao estacionamento exclusivo e
subir degraus. gratuito será permitido apenas para quem tiver
— O arranjo em espiral da escada não permite cartão de estacionamento especial ou compro-
um elevador, então a tirolesa não era acessível — var com um laudo médico a lesão que causou a
explica Amaral. dificuldade de locomoção grave.
Divulgação

Ontem, o número de manda- nização bombeiros lotados no Os documentos das investi-

dos de prisão cumpridos che-
gou a 34. Depois da detenção de
32 suspeitos, o coronel da reser-
va Rodrigo Vallin de Barros se
juntou ao grupo ao desembar-
car de um voo no Aeroporto In-
ternacional Galeão-Tom Jobim.
Em seguida, Evandro Bezerra
Costa Ferreira, oficial da mesma
patente, se entregou na Central
de Garantias da Polícia Civil. De
acordo com a Secretaria de Se-
gurança, os dois acusados que
estão foragidos são um tenente-
coronel e um empresário.
Entre os suspeitos presos estão
os comandantes dos quartéis de
Duque de Caxias, Nova Iguaçu,
Irajá, Copacabana, Campinho e
Jacarepaguá. Também foram de-
tidos sete oficiais da reserva e os
coronéis José Augusto da Cunha
Bandeira e Ricardo Luiz Ferreira
setor de engenharia dos quartéis
— eram eles que, nas vistorias
dos estabelecimentos, busca-
vam eventuais irregularidades e
pendências para exigir propina.
Advogados e empresários for-
mavam um terceiro núcleo do
esquema, intermediando o pa-
gamento. Pelo menos 20 imó-
veis comerciais teriam se benefi-
ciado da venda de licenças.
Segundo o promotor Fábio
Correa, do Gaeco, em muitos ca-
sos, os estabelecimentos eram
obrigados a contratar empresas
especializadas em projetos con-
tra incêndio indicadas pela or-
ganização criminosa.
— Realizamos buscas em vá-
rias empresas que serviam co-
mo intermediárias do esque-
ma. Com um dos oficiais pre-
sos, encontramos um cheque
gações também serão compar-
tilhados com a Tutela Coletiva
do Ministério Público, que irá
analisar a possibilidade de
anulação das licenças conce-
didas pelo esquema.
De acordo com a força-tarefa
da Operação Ingenium, o Flu-
minense é investigado por su-
posto pagamento de propina
para a liberação do Estádio Giu-
lite Coutinho, em Edson Passos,
no ano passado. A delegada Re-
nata Araújo disse, numa entre-
vista coletiva, que uma conver-
sa telefônica entre um repre-
sentante do clube e um oficial
do Corpo de Bombeiros foi gra-
vada com autorização judicial.
Em nota, o Fluminense desta-
cou que jamais se valeu de práti-
PRODUZIDO POR
cas ilegais ou de vantagens inde-
vidas junto a órgãos públicos. l
2 l O GLOBO Quinta-feira 14 .9 .2017

Página 2
Conte algo que não sei Poder
_
| |
em jogo
‘O tablet é a chupeta desta geração’ _

Andrea Bellingall, psicóloga especializada em educação infantil

Carioca viveu dois anos na Inglaterra, onde começou a trabalhar no ensino para crianças; para ela, o uso excessivo de tecnologia prejudica o desenvolvimento _
FERNANDO LEMOS
LYDIA
_ MEDEIROS
“Comecei a dar aulas de
inglês para crianças, me
encantei com esse universo
e resolvi fazer Psicologia. Há
A pressão do futuro
20 anos, trabalho na área de Lula abriu o coração ontem, diante do juiz Sergio
educação e, como estou Moro, exibindo imenso ressentimento com o seu
sempre em contato com os ex-ministro Antonio Palocci. Estranhamente,
pais e as famílias, vejo a poupou o patriarca Emílio Odebrecht, que no
transformação ao longo primeiro semestre apresentou ao Ministério
desses anos todos. Mudou Público uma detalhada delação, indicando o
muita coisa, mas vejo 2017 caminho das provas sobre fatos considerados
muito melhor que 1980.” suspeitos, agora confirmados por Palocci. O
_ ex-presidente segue no papel que escolheu
ENTREVISTA A: desde o início da Lava-Jato, o de vítima. E arrasta
consigo o PT. Seus tradicionais aliados já
PAULA FERREIRA
paula.ferreira@infoglobo.com.br discutem alternativas à esquerda para a eleição
de 2018, inclusive com correntes petistas. Esses
“companheiros” já não veem futuro com Lula.
_

Mesa cheia
Michel Temer jantará com Donald Trump em
Nova York segunda-feira. Estarão lá também os
presidentes de Colômbia e Peru. O convite pode
l Conte algo que não sei. qual finalidade. Nessa fase da parte dos filhos? criança não tem essa demanda. ser interpretado como gesto de atenção com a
Uma pesquisa com crianças infância, é importante a socia- Hoje, o tablet é a chupeta des- A partir de 2 anos pode-se até América do Sul. Na agenda dos quatro países, há,
de 3 a 5 anos mostrou que 66% lização, a interação. ta geração, e o smartphone é o mostrar o caminho, trazer coi- entre outros, um tema relevante e urgente: a crise
delas conseguiam lidar com novo cigarro dos adultos. Se o sas pedagógicas ricas para o venezuelana. Mas também pode ser visto como
jogos de computador, 47% l Qual o reflexo disso nas fu- adulto fica sem celular, ele pira. universo da criança. É impor- desprestígio para o Brasil ter de dividir a mesa
eram capazes de usar os turas gerações? E a criança, infelizmente, está tante deixar que a escola seja com outros dois países. Faltou diplomacia.
smartphones, mas só 14% sa- As crianças estão se acostu- indo pelo mesmo caminho. É um espaço onde a criança brin- _
biam amarrar o próprio sapa- mando a ter as coisas muito moeda de troca: “Eu te dou o ta- que. Eu sei que, em casa, ela vai
to. A criança precisa crescer, prontas e de maneira rápida. Is- blet para você ficar quieto”. As ter a tecnologia, diferentemente Mão pesada
primeiro ser criança, se tornar so gera crianças pouco toleran- tecnologias estão interferindo de 20 anos atrás. Acho que po- Quatro meses depois da divulgação da gravação de
forte emocionalmente, para tes. Não estão usando a capaci- muito no desenvolvimento da de-se introduzir a tecnologia, Joesley Batista com Michel Temer, é a seguinte a
depois dominar um computa- dade que têm de pensamento e criança. Por isso, acho comple- mas não dentro da escola. situação da holding J&F, que controla o grupo JBS:
dor. Se ela não sabe amarrar o criação, por conta do uso exces- tamente desnecessário levar a os donos, os irmãos Batista, dormem na cadeia; as
próprio sapato, como vai do- sivo da tecnologia. Freud fala tecnologia para o ambiente es- l Mas a escola não deve ter o empresas enfrentam nada menos que uma dezena
minar uma máquina? Isso é no princípio do prazer versus o colar. É um espaço onde as cri- papel de ensinar as crianças de processos administrativos na CVM, uma CPI no
uma realidade séria. da realidade. Quando somos anças trabalharão habilidades a usarem esses recursos de Senado e numerosos requerimentos de informações
pequenos, vivemos só no prin- como correr, pular, jogar bola. maneira saudável? na Câmara; a Polícia Federal continua vasculhando
l Houve uma mudança de cípio do prazer, queremos tudo As crianças, hoje em dia, não Fala-se sobre a importância todos os contratos com bancos públicos e privados;
prioridades? naquele momento e, depois, estão sabendo perder, porque, de não ficar o tempo todo na os ativos empresariais têm pedidos de bloqueios
Acho que as pessoas aprovei- aprendemos que a vida não é no jogo eletrônico, se perdem, frente do computador. Não pre- apresentados pela Advocacia-Geral da União e pelo
tam o momento tecnológico assim. Estamos formando cri- elas começam de novo. cisamos trazer o jogo eletrônico TCU. “É o peso da mão invisível do governo Temer”,
que estamos vivendo, que é de anças que só querem o princí- para sala de aula. Já tive crian- diz um observador no Congresso.
transformação, para fazer com pio do prazer. Não aceitam o l Privar as crianças do contato ças que, em vez de virar a pági- _
que ele pareça algo totalmente não. Isso está ligado à tecnolo- com a tecnologia não é colo- na do livro de história, ficavam
positivo. Pode ser positivo em gia, que dá tudo muito fácil. cá-las à parte da realidade? apertando, como se fosse tablet. Suspeitas confirmadas
alguns aspectos, mas não em Acho que dentro da escola Não sabiam manusear o livro. O O Ministério Público Federal afirmou ontem que
todos. Temos que tomar cuida- lA maneira como os pais li- não há necessidade desse con- mundo está muito tecnológico, os irmãos Batista, da JBS, lucraram US$ 100
do. Temos que ver como a tec- dam com a tecnologia pode tato. De 0 a 2 anos não vejo a então vamos mostrar para a cri- milhões com operações no mercado usando
nologia está sendo usada, para influenciar o mau uso por menor necessidade, porque a ança uma coisa diferente. informações privilegiadas de sua delação. Em 18
de maio, as movimentações suspeitas da dupla no
mercado foram noticiadas nesta coluna.
MARCELO THEOBALD _
O GLOBO Novo herói
Por Dentro O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho
(PMDB), virou sensação ontem depois de se referir
_
ao ministro tucano Antonio Imbassahy com
palavrões. Articulador político do governo, o
Plantão de rock tucano anda em baixa. Deputados se queixam de
emendas não liberadas e nomeações não
efetivadas, mesmo depois de o plenário ter livrado

A
mudança é radical. De mar o leitor sobre as condições Michel Temer de uma denúncia de corrupção.
cenário e de fuso. A partir de acesso à Cidade do Rock, as Ramalho recebeu parabéns de vários colegas, que
de amanhã, parte da aventuras dos artistas, as me- contavam a ele problemas com Imbassahy.
equipe do GLOBO se transfere lhores opções de alimentação, _
para a Cidade do Rock e aden- os brinquedos mais legais e os
tra as madrugadas para acom- shows que estão empolgando Voz do povo
panhar todas as atrações do muito ou pouco. Consulta feita pela Câmara na internet mostra que
Rock in Rio. O agito não aconte- — É meu quarto Rock in Rio a população quer a votação do projeto que acaba
ce só lá. Quem fica na Redação em campo, mas o desafio este com o Estatuto do Desarmamento. É o resultado,
embarca em rotina parecida e ano é bem maior. Primeiro por- parcial, obtido por meio da plataforma Pauta
segue apurando mais sobre o que nossa cobertura online não Na roda-gigante. Em sentido horário, Liv, Pedro, Giovanni e Theobald Participativa, lançada por Rodrigo Maia (DEM). Ele
assunto e atualizando o site e o para de crescer, tanto no site do promete levar a plenário os temas mais votados em
jornal impresso com informa- GLOBO quanto nas redes soci- dias sociais), Giovanni Sanfilip- festa, que segue pelos próximos duas semanas. A pesquisa revelou ainda que, na
ções vindas do front. São sete ais. E, depois, porque a Cidade po (do vídeo) e Marcelo Theo- dias. área da saúde, a proposta vencedora é a que
dias em que repórteres, críticos do Rock este ano tem o dobro bald (fotografia). — A cada edição fica mais di- amplia a cobertura de planos de saúde. Na política,
e editores do Segundo Caderno do tamanho da anterior — con- Mas ninguém precisa esperar. fícil para o corpo — brinca o o fortalecimento da participação popular.
ganham reforços de todo o jor- ta a repórter LIV BRANDÃO, que O site do jornal já está cheio de crítico SILVIO ESSINGER, que vai _
nal, do Esporte à Economia. já gastou um bocado de sola de vídeos, infográficos e textos com cobrir seu quinto Rock in Rio:
Nossas equipes de vídeo, foto, sapato anteontem, testando o dicas e curiosidades sobre o festi- — Mas é pisar no gramado e ‘Não conheço Funaro’
texto, edição e arte estarão a novo espaço ao lado de Pedro val. E o Segundo Caderno de ho- ouvir a primeira guitarra que a O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ)
postos desde cedo para infor- Willmersdorf (da equipe de mí- je traz mais um “esquenta” da gente esquece tudo. l enviou a seguinte nota à coluna: “Não conheço
esse bandido de nome Lúcio Funaro, nunca
sequer o vi. Como infelizmente a delação está em
segredo de Justiça, não tive acesso a ela. Mas, se
Leia também ele disse o que a coluna relata, ele mente. Nunca
recebi nada de Lúcio Funaro ou de seus
_
intermediários, e nem Eduardo Cunha interferiu
em minhas campanhas. A vontade de me
Sociedade Economia Rio envolver não pode ser maior que a verdade.”
Ministério da Saúde diz que 53% MAN Caminhões contrata 300 Crivella corta cargos e pune _
das crianças estão com calendário trabalhadores em Resende para vereadores infiéis na votação de ‘História falsa’
de vacinas incompleto PÁGINA 29 ampliar produção PÁGINA 24 mudanças no IPTU PÁGINA 13 A defesa de Jacob Barata Filho, em nota à coluna,
afirma que “repudia os boatos sobre depoimentos
Mundo cuja existência ou eventual teor é desconhecido da
Conselho Nacional de Educação PDV do governo federal vai até ONU cobra imediato fim da violência defesa”. E reitera “é falsa e caluniosa a história
alegadamente narrada pelo delator”. A coluna faz
autoriza o uso do nome social em 31 de dezembro e tem restrições em Mianmar, de onde 379 mil uma correção: ao contrário do que foi publicado
escolas de educação básica PÁGINA 31 para carreiras estratégicas PÁGINA 23 rohingyas já foram expulsos PÁGINA 26 aqui ontem, Jacob Barata Filho não preside a
Fetranspor. Ele é, sim, o mais influente empresário
do setor de ônibus na entidade.

Loterias MEGA-SENA 1.967 LOTOFÁCIL 1.559 QUINA 4.480

Com Amanda Almeida
l
O leitor deve checar os resultados em agências oficiais e no
site da CEF porque, com os horários de fechamento do jornal, l
13 l30 l32 l
03 l04 l05 l
06 l07 l
09 l
10 l
11 l
04 l 25 l
26 poderemjogo@oglobo.com.br
os números aqui publicados, divulgados sempre no fim da
noite pela CEF, podem eventualmente estar defasados. l l l
39 46 54 l l l l l l l
14 16 18 19 20 23 25 l l
42 61
 fgv.br/mba-rio

Conheça os cursos da unidade Barra.

Início das aulas em setembro.
 6
l O GLOBO l ZONA SUL
Quinta-feira 14.9.2017

O voo solo de

DIVULGAÇÃO/JULIANA CASTELO BRANCO

uma artista versátil
Pianista Claudia Castelo Branco lança novo disco em
que deixa o instrumento de lado apenas para cantar

‘
GABRIEL MENEZES O disco traz 11 canções
gabriel.menezes@oglobo.com.br As músicas feitas por Claudia em par-

Conhecida por sua atuação

como pianista em projetos
como Pianorquestra e Duo
Gisbranco, a musicista
Claudia Castelo Branco,
moradora de Botafogo,
queria há tempos fazer um
trabalho completamente
diferente do usual. Daí sur-
giu o disco “ Você na nu-
vem”, seu primeiro trabalho
solo, que será lançado hoje
numa apresentação no
Centro de Referência da
Música Carioca Artur da Tá-
vola, na Tijuca, às 19h30m.
abordam ceria com o compositor
Marcos Campello. O dife-
dilemas vividos rencial está no fato de ela
não ter tocado piano du-
nas relações rante o processo de com-
contemporâneas posição, podendo dedicar
toda a sua atenção à voz e
e as tristezas e às letras das músicas.
alegrias da vida — Esse projeto foi uma
grande novidade do início
urbana” ao fim. O processo de com-
posição, por exemplo, foi
CLAUDIA CASTELO BRANCO muito peculiar. O Marcos
chegou com a letras e eu ti-
nha as melodias. Então, fo-
mos, juntos, fundindo to-
dos os elementos e dando a CD. Novas canções de Claudia têm melodias líricas e harmonias áridas

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 4
l O GLOBO l BARRA
Quinta-feira 14.9.2017

Aumento de IPTU
mobiliza entidades
Medida pode elevar em até 63% o valor do imposto na região, que hoje é a
de maior inadimplência na cidade; associações ameaçam pagar em juízo
MÁRCIA FOLETTO/19-5-2017

J I TA E Á M
PA I IR
V T N S MP T
. N STRAR E I
L I C E
I E RE , A L
E A E AD FO , I
A ORG I O.
xp i s o a a em 2, n l
um s f co as ca cas de f s d
t l nd tes as e de us a m e .
i l a do i stir g lo
it tas e a pri ei exp i i
u s ac n ec e m nt d e pr is f
in n c z o 2016. e s mi e c sc
e i c sc r u e o u
a ist liza d ca ca e ra u
o ola ol a m asc , ave , a i a , o
a c s e ra u com um qu e e.
ro u i i s li c s
r c co n mpree de o oa
al d u o ve o e o Pro eto AJ i t be
Avenida das Américas. Segundo estimativa da Fecomércio, imposto pode ter até 63% de aumento na via
n f se os ’s (r d i r i
r l lida a q e r cri
ÁRION LUCAS dados da Secretaria munici- descartado que tomemos
a r e a lta de op r unid e, d ia i
arion.lucas@infoglobo.com.br pal de Fazenda, embora Bar- medidas drásticas, como
d e r lh mais co ro tid .
ra, Recreio e Vargens repre- uma grande mobilização pa-
Aprovado pela Câmara no sentem 17% das inscrições ra fazer depósito do paga-
r d
último dia 6, o projeto de lei municipais, pagam um terço mento do IPTU em juízo.
e d do P oj o O Amb nta
que altera o IPTU na cidade de todo o valor arrecadado O presidente da Câmara
gera indignação entre enti- pelo município. Comunitária da Barra, Delair
dades da região da Barra, A Barra é também o bairro Dumbrosck, afirma que a
que prometem questionar a com o maior montante em dí- prefeitura não estabeleceu
decisão. Seus representan- vidas de IPTU, em razão do diálogo com a população an-
tes afirmam que as taxas crescimento exponencial nas tes de definir as novas regras
atuais já são desproporcio- últimas duas décadas. O valor para o imposto. Ele conta que
nalmente elevadas em com- acumulado chega a R$ 1,8 bi- nas próximas semanas as
paração com as do restante lhão, de acordo com a Procu- principais associações da ci-
Imóveis: venda do município. Assim, a me- radoria Geral do Município. dade se reunião, a fim de or-
dida sobrecarregaria ainda Para Claudio Magnavita, vi- ganizar ações de protesto:
Administração: condomínio e locação
mais os contribuintes dessa ce-presidente da Associação — Vamos começar uma
Administração Online: área do Rio. Comercial e Industrial da Re- campanha contra os verea-
CondNet / FolhaNet, LocNet, Segundo pesquisa realiza- gião Transoeste do Recreio dores que aprovaram essa
da pela Fecomércio, imóveis (Acir Transoeste), o projeto medida e chamar a atenção
Remuneração do Saldo Credor localizados na Avenida das de lei pode gerar ainda mais das pessoas, para que se
Américas podem chegar a ter inadimplência: lembrem de cada um deles.
C p c :. N. r . C pac n , 3 4 B l - 0 5 63% de aumento no valor do — Em vez de ajudar, a pre- Os políticos se esqueceram
a: aç ns Peña, 5 r l ja 2 IPTU — em média, o imposto feitura cria mais obstáculo. de que haverá eleições da-
Te 56 - 6 - 5 subirá até 36% em toda a ci- Mas nunca as entidades esti- qui a pouco, mas estamos li-
r : u bre , 23 - 14º and r - Te . 3 dade. Atualmente, indicam veram tão unidas. Não está gados nisso. l
w s m. om.b | palmar sa m@ alm a c m br
 ZONA SUL l O GLOBO 11
Quinta-feira 14.9.2017 l
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CHILE PINOT
ESPANHA NOIR
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42,00
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ISLA NEGRA
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Introspecção. Elizabete (de amarelo) e outros moradores de rua durante aula de ioga no Parque Guinle CHILE BCO 39,90
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PIEDRA
CARMÉNÈRE
Paris, na Glória, no mesmo ções de Lalita, seria mais difícil mangioma), já não fica mais tão E SAUV.
BLANC 39,90 CHILE
horário, e serve comida vege- se manter serena em meio à si- inchado como antes, ele se tor- ESPIRITU
tariana aos presentes. tuação de vulnerabilidade por na mais suave. DE CHILE
— A receptividade da popu- não ter um lugar onde morar. Lalita deixa claro que as SAUV. 39,90
BLANC
lação de rua tem sido muito — Melhorou tudo (desde que aulas não são exclusivas pa-
boa e natural. A relação funcio- comecei a fazer a ioga): a parte ra os moradores de rua e diz
na de igual para igual. Busca- espiritual e a material. Eu me que este contato ajuda a po- ITÁLIA
mos o que há em comum entre sinto mais calma, mesmo em pulação sem lar. PRIMITIVO PORTUGAL
nós, não o que nos afasta. Eles situação de rua, que é algo que — Nós poderíamos esperar MATURO ESTEVA
FERREIRINHA
relatam encontrar sentimentos me deixa um pouco desnortea- um movimento hostil, um cli- 49,90
de paz e tranquilidade, acho da — diz ela, que tem um he- ma pesado, mas não acontece. 85,00
que por tirarmos o foco do que mangioma no É uma forma de ESPANHA
está faltando financeiramente rosto, que incha lidar com o pro- BAYANEGRA
TEMPRANILLO
— comenta Lalita, que costuma quando fica ner- VÍDEO: DO blema (da pobre-
49,90
ter turmas de 15 a 30 pessoas. vosa. — Quando za). O que acon-
Na rua há um ano e meio, Eli- estou muito ansi- ACORDAR À tece com o mora-
CHILE
ORIGEN
zabete Miguel, de 60 anos, esti- osa, faço os exer- AULA DE IOGA dor de rua pode- ARGENTINA CHARDONNAY
ma participar do projeto há seis cícios de respira- Quando Lalita ria acontecer NORTON E CARMENERE
MALBEC
meses e diz ser aluna assídua. ção para me acal- e Elizabete se encontram com qualquer 39,90
48,00
Segundo ela, sem as orienta- mar. Então (o he- https://glo.bo/2gZWrw0 um — resume. l

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crianças a partir de 4 anos.
ALONGAMENTO DE CÍLIOS E
No espaço, estarão disponí- MICROPIGMENTAÇÃO DE SOBRANCELHAS BEBA COM MODERAÇÃO

veis figurinos, acessórios e

maquiagens para os partici-
pantes criarem seu próprio
visual. Eles também pode-
rão jogar Guitar Hero e Rock
Band nos consoles PlaySta-
tion. Haverá ainda oficina
de palhetas. Diariamente,
do meio-dia às 21h, na pra-
ça de eventos do piso L 1. A
entrada é gratuita mediante
inscrição no local.
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ANTONIO SCORZA
prometeram que a operação
começaria em até 14 dias, o
que também não se concreti-
zou. Sobre o fundo, ele disse
que o fato de o Jardim Oceâ-
nico já estar mobilizado é um
facilitador para que sejamos
uma das primeiras áreas a re-
ceber o investimento para o
Segurança Presente — conta.
Moradora do Jardim Oceâ-
nico há cinco anos, Barbara
diz que a região mudou. Para
ela, o Segurança Presente se-
ria um complemento neces-
sário ao trabalho da polícia.
— Já temos tudo mapeado.
As pessoas estão há quase um
ano esperando pelo projeto,
então certamente haverá bas-
tante apoio — diz ela, salien-
tando a boa relação entre mo-
radores e o 31º BPM. — Sem-
pre que solicitamos, eles nos
atendem. Os problemas são o
efetivo pequeno e a estrutura
precária. O Segurança Presen-
te poderia compensar isso.
Procurada, a Secretaria de
Ordem Pública afirmou que o
Fundo Municipal de Segurança
deve começar a receber recur-
sos no fim de novembro. Se-
gundo a pasta, os 20% destina-
dos ao Segurança Presente de-
penderão de complemento
vindo da iniciativa privada para
que novos programas sejam
implementados.
Paralelamente, outros proje-
tos relacionados à segurança
são desenvolvidos na região.
Lançada em novembro, a cen-
tral de monitoramento da Asso-
ciação Comunitária Bairro Se-
guro ganhou uma reprodução,
em menor escala, inaugurada
na quarta-feira da semana pas-
sada dentro da sede do 31º
BPM. No local ficarão dois poli-
ciais e, temporariamente, um
profissional da ACBS atuando a
partir das informações forneci-
das pelas câmeras ao vivo. A sa-
la de monitoramento funciona-
rá 24 horas. Para o comandante
Sergio Schalioni, a iniciativa vai
facilitar o serviço da polícia.
— Vamos conseguir maior vi-
sualização do cenário na rua, o
que ajuda em fechamentos de
áreas, cerco em caso de ocor-
rências de delito e observação
de manifestações, melhorando
o trânsito e o emprego de poli-
ciamento. Isso além de monito-
rar nosso próprio patrulha-
l
BARRA l O GLOBO 7
Quinta-feira 14.9.2017
mento e flagrar delitos.
Segundo Schalioni, o efeti-
vo atual do 31º BPM, de 560
homens, atende relativamen-
te bem às demandas da regi-
ão. Como os moradores, ele
destaca a união entre o bata-
lhão e a sociedade civil e diz
que alguns problemas têm si-
do amenizados graças a ela.
— Temos 200 veículos, e ago-
ra estamos conseguindo man-
ter 80% deles circulando. Já até
chegamos a 100%, o que é raro.
As parcerias com a comunida-
de têm sido uma marca do nos-
so comando — diz.
Apesar de câmeras e monito-
res chamarem a atenção, as
imagens de rua não são a parte
mais relevante do trabalho feito
pela central da ACBS. O coorde-
nador técnico da associação,
Rodrigo Taveira, diz que eles
servem, na verdade, para vali-
dar as informações recebidas.
— Trabalhamos a partir de
análises. Nosso monitor é um
analista de informação, não de
imagem. Ele peneira tudo o que
está disponível nas redes soci-
ais, inclusive em páginas de veí-
culos de imprensa, órgãos pú-
blicos e grupos de bairros.
Quando temos a percepção de
que algo está acontecendo, va-
mos verificar, pelas câmeras. É
bem comum confirmarmos al-
go antes do 190 — explica.
A central do 31º BPM é uma
versão filtrada da principal: os
policiais recebem informações
já pré-apuradas. Atualmente, o
sistema da ACBS reúne 50 câ-
meras, entre públicas e de con-
domínios, e a perspectiva é que
o número chegue a 80 em bre-
ve. Taveira diz que o principal
trunfo é a integração com a PM:
— A polícia vive escassez de
recursos; se oferecemos tecno-
logia, há um ganho enorme. O
contato da sociedade com os
agentes fica mais imediato. Um
porteiro, por exemplo, que ob-
servar uma movimentação sus-
peita pela câmera de seu prédio
poderá nos contatar, e nós avi- Instalamos em todo Rio e Grande Rio
saremos a polícia na hora.
A ACBS vai lançar, neste se- TELEVENDAS: 2523-3232
mestre, aplicativos que potenci-
alizem a eficácia do projeto. Por
Compre também pela internet
meio de um deles, qualquer www.mundifiltros.com.br
pessoa poderá relatar a ocor-
rência de um crime. Outro ser-
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virá para que usuários troquem SHOWROOM EM IPANEMA
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Espaguete pupunha
O espaguete pupunha ao mo-
lho de gemas caipiras, creme de
leite, queijo curado, azeitonas
pretas desidratadas e cogume-
los frescos (R$ 62) é a novidade
do cardápio do O Navegador
(Av. Rio Branco 180, 6º andar).
DIVULGAÇÃO/BEL CORÇÃO
Lançamento de CD
A cantora, compositora e vi-
olonista Zanna faz show de
lançamento de seu primeiro
CD hoje, às 21h, no Solar de
Botafogo (Rua General Poli-
doro 180. Telefone: 2543-
5411). No repertório, além
de todas as faixas do álbum,
batizado com o seu nome,
estão incluídas canções co-
mo “Caso sério”, de Rita Lee
e Roberto de Carvalho, e
“Toada”, de Claudio Nucci e
Zé Renato. Zanna ainda di-
vidirá o palco com a cantora
Jane Duboc na música “Ali-
ce”. R$ 50.
‘Atravessando o espelho’
A Galeria Patricia Costa, no
Shopping Cassino Atlânti-
co (Avenida Atlântica
4.042, loja 226, Copacaba-
na. Telefone: 2227-6929)
exibe a exposição “Atraves-
sando o espelho”, com
obras da paraense Cláudia
Porto. A curadoria é de
Luiz Ernesto e Bruno Mi-
guel. De segunda a sexta,
das 11h às 19h; e sábado,
das 11h às 17h. Em cartaz
até o dia 28. Grátis.
ZONA SUL l O GLOBO 13
l
Quinta-feira 14.9.2017 CENTRO DE ACUPUNTURA
CHINESA
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Prof. Liu com 40 anos de
PÓS-EXPEDIENTE experiência e Professora Cheng
CONGRESSO SOBRE FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA E BEBÊS Jane acupunturistas conhecem as
Nestes sábado e domingo, o hotel Vila Galé (Rua Riachuelo mais antigas terapias chinesas.
124, Lapa) recebe a terceira edição do Newborn Carioca,
congresso especializado em fotografia de família e A ACUP
PUN
NTUR RA AUXXIILIA
I NOS TRA ATAM
MENTOS:
recém-nascidos. A programação inclui palestras, feira aberta * COLUNNA * LOMB BARR * CER
RVICALL
de fornecedores e exposição dos vencedores do 1º Prêmio
Newborn Carioca. Inscrições em newborncarioca.com.br.
* JOEL
LHO * TEN NDINITE * ETC.
Está com dores? Excesso de peso?
REINVENTANDO SHAKESPEARE
Termina neste domingo a Mostra de Cinema Reinventando • ACUPUNTURA A TRA ADICIONAL: auxilia em
Shakespeare na Caixa Cultural Rio de Janeiro (Avenida tratamentos dos problemas de coluna (cervical e
Almirante Barroso 25. Tel.: 3980-3815). Ingresso: R$ 4. lombar), ombro, joelho, tendinite, nervo ciático,
dor de cabeça.
RIO MUSIC MARKET 2017 • ACUPUNTURA A com 5.000 anos de Medicina
Hoje é o último dia do Rio Music Market 2017 no Centro Chinesa também auxilia nos tratamentos de insônia,
Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Praça coração, pressão alta, diabetes, hemorroida, mau
Tiradentes 69). Ingressos a partir de R$ 150. Informações funcionamento do intestino, prisão do ventre,
sobre a programação no site http://riomusicmarket.com.br/. menopausa, stress, depressão, ansiedade, gravidez,
estômago, tonteira entre outros.
• EMAGRECIMENTO: a Acupuntura do
Emagrecimento é uma técnica eficaz, segura e
confiável.
• ACUPUNTURA A FACIAL: proporciona
rejuvenescimento facial, redução de rugas e papos.
• ACUPUNTURA
A AURICULAR
Acupunturista
rof Cheng
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Prof. Liu - Certificado
Certificado pela (WF CMS)
World Federation of nº 00671
Chinese Medicine
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(WF CMS)
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Barra: Av. das Américas, 500, Bl 08 , Portaria C
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Oriente Médio Louvre e gôndolas no deserto? Em passando por clássicos de Da Vinci.

A arquitetura, assinada por Jean
Cobertura. Com
projeto de Jean
Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados

Paris e Árabes Unidos, duas atrações

prometem levar um pouquinho de
Europa para as margens do Golfo
Nouvel, é uma atração à parte, com
destaque para a cobertura abobadada
que permite a entrada de luz natural.
Nouvel, o museu
Louvre Abu Dhabi
abrirá em 11 de

Veneza no Pérsico. Dez anos após anunciado o

museu Louvre Abu Dhabi abrirá suas
portas em 11 de novembro no Distrito
Arrojado também é o projeto do resort
flutuante The Floating Venice, que
pretende reproduzir o ambiente de
novembro
Gôndolas. Barcos

estilo dos
Cultural da Ilha Saadiyat. Com 600
obras compradas pelo governo do
emirado e mais 300 emprestadas por
Emirados
instituições francesas (como o D’Orsay
e o próprio Louvre original), o museu
tem um acervo universal, que abrange
Veneza na costa de Dubai. O conjunto italianos conectarão
de ilhas artificiais, conectadas por as ilhas artificiais do
canais e gôndolas importadas da resort The Floating
Venice, em Dubai
cidade italiana, terá 414 acomodações,
12 bares e restaurantes e capacidade
para três mil pessoas. Serão quatro

Árabes
desde peças produzidas no Oriente setores, sendo um debaixo d’água, com
Médio há cinco mil anos, a obras quartos e um spa subaquático. As
contemporâneas de Ai Weiwei, construções devem começar em 2018.

Vistos Aviação I Aviação II

Mudanças para China e Qatar
Um acordo entre os governos de
Brasil e China aumentou o tempo de
validade do visto de turista para
viajantes de ambos os países, que a
partir de 1º de outubro será de cinco
anos, com com múltiplas entradas e
período de estada de 90 dias,
renováveis por até outros 90 dias, a
cada 12 meses. Até o momento, o
documento tem validade de três
meses. Assim, o Ministério do
Turismo quer atrair para o Brasil os
chineses — só em 2016, 130 milhões
de turistas daquele país viajaram
pelo mundo, e apenas 50 mil deles
escolheram o Brasil como destino.
Já para quem planeja visitar ou
apenas passar pelo Qatar, a notícia é
ainda melhor. Desde 9 de agosto o
país do Oriente Médio, sede da Copa
de 2022, não exige mais visto de
turista para brasileiros. O visitante,
ao chegar no aeroporto de Doha —
hub para diversos destinos da Ásia
— ganha uma permissão de 30 dias
de estadia, renováveis por mais 30.
Anuncie
21 2534.4310
11 3266.7888
Voo Rio-Roma Gol ligará SP a
será diário Jericoacoara
A partir de 29 de outubro, o
voo Rio-Roma da Alitalia,
que atualmente acontece
três vezes por semana,
passará a ser diário. Durante
o primeiro mês os horários
continuam os mesmos: a
saída do Galeão acontece às
14h50m, com chegada em
Roma prevista para as
6h55m (horário local). A
partir de 29 de novembro, a
decolagem no Rio será às
17h05m com pouso na
capital italiana às 7h (hora
local). Outra mudança é em
relação ao avião. Sai o B777
para 293 passageiros e entra
o A330, com 254 assentos,
sendo 18 em executiva e 17
em econômica premium.
Mais uma companhia aérea
confirmou operação regular
para Jericoacoara. A partir
de 6 de dezembro a Gol terá
voos diretos entre São Paulo
e a praia no Ceará, duas
vezes por semana, operando
nos dois terminais paulistas.
Às quartas, o voo G3 4832
decolará de Guarulhos às
10h05m e pousará às
12h35m. No mesmo dia, o
voo G3 4831 deixará o Ceará
às 13h10m, com pouso às
17h50m. Aos sábados, o voo
G3 9612 sairá de Congonhas
às 10h30m, com chegada às
13h. Às 13h30m, o voo G3
9613 deixará Jericoacoara e
chegará a São Paulo às 18h.
Tarifas em voegol.com.
Quinta-feira 14 .9 .2017 l Sociedade l O GLOBO l 31

Tempo
TEMPERATURA SOL E LUA Nasc. 5H50 Cheia Ming. Nova Cresc.
> 28º 25º/28º 21º/24º 18º/20º 15º/17º 9º/14º 5º/8º 2º/4º < 2º Poente 17H47 05/10 13/09 20/09 27/09

PREVISÃO Sol Nublado Nublado Pancadas Nublado Chuvas e Geada MARÉ Hora BAIXA 4h58m 12h33m BAIXA 17h51m 21h21m
parcialm. de chuva c/ chuvas trovoadas Altura 0,4m ALTA 0,9m 0,5m ALTA 0,7m

29°
Macapá Fortaleza
BRASIL RIO Porciúncula
16° Previsão
ZONA
SUL
ZONA
NORTE
ZONA
OESTE
SENSAÇÃO
TÉRMICA/RIO
PROBABILIDADE
DE CHUVA
Boa Vista 25° / 36° 24° / 32° Tempo instável com risco de A forte massa de ar seco que Bom Jesus do 30°
23°/ 34° Natal
temporais em todo o Rio cobre o Sudeste deixa o Itabapoana 17° HOJE 16°/33° 15°/35° 16°/35° 17°/35° Baixa
São Luís 23° / 31°
Belém Grande do Sul. Sol e tempo ensolarado em todo o 32°
AMANHÃ 18°/36° 17°/38° 17°/38° 18°/38° Baixa
Manaus 25°/ 35° João 17°
Itaperuna NORTE São Francisco 31°
24° / 34° pancadas de chuva no leste estado. A temperatura fica de Itabapoana 19°
24° / 34° Pessoa Santo Antônio 31°
do Nordeste e em quase todo amena, mas sobe rápido de Pádua
SÁBADO 17°/30° 16°/32° 17°/31° 18°/32° Baixa
Porto Velho 23° / 30° 17°
22° / 36°
Teresina Recife o Norte. Sol, calor e ar seco ainda pela manhã e faz calor. 32° São João 31° DOMINGO 16°/31° 15°/33° 16°/32° 16°/33° Baixa
22° / 38° nas demais áreas do país. A umidade cai à tarde. São Fidélis 32° da Barra 18°
22° / 29° 18° Campos
Rio Branco Palmas Maceió
19° SEGUNDA 18°/32° 17°/34° 17°/34° 17°/34° Baixa
25° / 40° Santa Maria 29°
22° / 34° 21°/ 28°
30° Paraíba SERRANA Madalena 14° TERÇA 19°/33° 18°/35° 18°/35° 19°/35° Baixa
Brasília Salvador Aracaju 17° do Sul Nova 24°
Cuiabá Friburgo12°
25° / 40° 15° / 28° 21° / 27° 23°/ 28° 28° Visconde 32°
25°
Teresópolis
QUARTA 20°/34° 19°/36° 19°/36° 21°/36° Baixa
Valença 32°
Vitória 10° de Mauá 15°
14° Casimiro 32° Macaé
Campo Grande 33° Volta de Abreu 20° 19°
17° / 27°
24° / 38° 33°
Resende 15° Redonda Barra 35° Cachoeiras Rio das 32°
Belo Horizonte Petrópolis de Macacu
15° do Piraí 16° Ostras 19°
16° / 30° 33° Barra 24° 30° Silva Jardim
Goiânia
15° Mansa 35° Duque 13° 31° 30° Praias - Impróprias: Flamengo, Ondas - Ondas por volta de Ventos - Vento de norte a
18° / 34° Rio de Janeiro SUL 18° Búzios
15° / 35° 15° de Caxias LAGOS 21°
31°
19° Botafogo, Pepino e Barra 1,0m. Ondulação de leste/sud- leste/nordeste, entre 10km/h e
33° Araruama (Quebra-Mar e Pepê). este. Melhores locais: Grumari, 30km/h, com rajadas de até
São Paulo Mangaratiba 35° Rio de 19° Cabo Frio 30°
17° Janeiro Niterói
16° / 32° Angra 15° 33°
Maricá Saquarema 19° Prainha e canto do Recreio. 50km/h.
33° 32° 31°
dos Reis METROPOLITANA 17°
Porto Alegre Florianópolis Curitiba 17° 20° 20° informações: Inea informações: Ricosurf
33°
17° / 30° 19° / 31° 15° / 31° Paraty
17°

Conselho Nacional de Educação Obituário

_

Almir Veiga de Oliveira,

aprova nome social em escolas aos 82 anos. Fotógrafo
Menores poderão recorrer à Justiça caso seus pais discordem da mudança
ÁLBUM DE FAMÍLIA
Apaixonado por
esportes, ele participou
PAULA FERREIRA
BARBARA LOPES/10-8-2017 da cobertura de três
paula.ferreira@infoglobo.com.br Copas do Mundo
RAPHAEL KAPA

A
raphael.kapa.rpa@infoglobo.com.br
paixão pela fotogra-
O Conselho Nacional de Educação fia, pelo esporte e pelo
(CNE) aprovou de forma unânime o Flamengo sempre
parecer que autoriza o uso de nome so- acompanharam a car-
cial nas escolas de educação básica. A reira do fotógrafo Almir Veiga de
partir da resolução, os colégios passa- Oliveira. Com passagens pela
rão a ter uma normatização sobre co- revista “O Cruzeiro”, pelo “Jornal
mo devem proceder na utilização da do Brasil” — onde trabalhou por Almir. Registro de ídolos do futebol
denominação pública de travestis e mais de 20 anos — e pelo GLO-
transexuais. Mas, para isso, a medida BO, o fotógrafo, que passou a trabalhar devido a algumas se-
ainda precisa ser homologada pelo Mi- maior parte da carreira regis- quelas que limitaram seus mo-
nistério da Educação (MEC). trando os grandes momentos do vimentos, permaneceu acom-
Além de autorizar a requisição do no- futebol carioca no Maracanã, ti- panhando de perto o fotojorna-
me social por alunos maiores de 18 anos nha no olhar apurado e na capa- lismo, lendo e interpretando as
— o que, segundo o órgão, já acontece cidade de captar detalhes suas fotos de jornais e revistas. Para
em 24 estados do país — a normativa per- marcas registradas. Ao longo da ele era particularmente duro fo-
mite que menores de idade também soli- carreira, Almir participou da co- tografar as derrotas do Flamen-
citem o direito por meio de seus repre- bertura de três Copas do Mun- go, mas também teve a alegria
sentantes legais. O conselho orienta que, Nacional. Direito que Victor conseguiu no Colégio Pedro II virou norma a ser aprovada pelo MEC do, duas Olimpíadas e dos Jogos de registrar as maiores conquis-
caso os pais ou responsáveis se neguem a Pan-Americanos de Caracas, na tas do time. Na final da Liberta-
fazer a solicitação, a escola encaminhe o pasta em abril deste ano. Venezuela, e também registrou dores de 1981, foi o único fotó-
aluno para a Defensoria Pública, para A decisão sinaliza uma revisão do importantes momentos históri- grafo brasileiro que registrou o
que possa exigir judicialmente o direito. conteúdo da Base Nacional Comum cos fora do esporte, como a Re- soco do Anselmo, do Flamengo,
Matrículas com o uso de nome social, co- | Opinião | Curricular (BNCC) — que irá nortear os volução Sandinista da Nicará- no Mário Soto, zagueiro do clu-
mo a de Victor Oliveira no Colégio Pedro currículos das escolas de todo país — gua, em 1979. be chileno Cobreloa. A maior li-
II, narrada pelo GLOBO em agosto, cres-
ceram 395% em dois anos. APOIO no que tange o respeito à diversidade.
IMAGENS DE CONQUISTAS
ção que me deixou foi a de sem-
pre aproveitar a vida ao máxi-
“O respeito à diversidade, à dignidade DECISÃO PODE PAUTAR BASE NACIONAL Segundo sua filha, a psicóloga mo, com muita paixão.
da pessoa humana, os direitos da criança e RECENTE ESTUDO da OCDE confir- Em abril, o próprio MEC retirou do texto Márcia Oliveira, Almir era movido Almir passou seus últimos
do adolescente e os direitos educacionais ma a preocupante situação do ensino final entregue ao CNE termos como “ori- pelo encantamento em fotografar quatro anos de redação no GLO-
consagrados na Constituição, na Lei de médio brasileiro. Um dado: aqui, 41% entação sexual”, mas a aprovação da re- os grandes momentos do esporte BO, e mesmo após a aposenta-
Diretrizes e Bases, no Estatuto da Criança dos estudantes abandonam a escola solução sinaliza uma possibilidade para e ídolos como Zico, Roberto Dina- doria, trabalhou como fotógrafo
e do Adolescente e no Plano Nacional de sem se formar, o dobro do índice mé- o tema voltar. Um dos artigos da nova re- mite e Rivelino, fosse nos clássicos da Confederação Nacional do
Educação advogam pela possibilidade do dio dos 13 países restantes avaliados. solução afirma que as escolas deverão cariocas ou em jogos da seleção Comércio, e participou como ex-
nome social também para menores de assegurar em suas propostas curricula- brasileira. Entre os registros guar- positor de eventos como a expo-
idade, sem prejuízo do desenvolvimento ALÉM DE lembrar a gravidade do res as diretrizes para coibir qualquer dis- dados com maior carinho estão a sição de urbanismo Expo 98, em
de campanhas educativas e outras medi- problema, o estudo serve de apoio à criminação em função da orientação se- conquista do Campeonato Mun- Lisboa. De acordo com sua filha,
das para sanar a violência contra travestis, reforma deste ensino recém-aprovada. xual e da identidade de gênero. dial Interclubes pelo Flamengo, o único desejo profissional não
transexuais e outras orientações sexuais Para Toni Reis, da Aliança Nacional em 1981, e a sequência de fotos da realizado por seu pai foi não ter
nas escolas brasileiras”, escreveu Ivan Si- LGBTI e um dos requerentes deste pe- maratonista suíça Gabrielle An- viajado a Cuba.
queira, relator nesta decisão. dido ao CNE, a decisão ganha destaque dersen, que superou dores fortís- Aos 82 anos, Almir, que mor-
Em entrevista ao GLOBO, Siqueira ar- Queremos pacificar essa questão colo- no momento atual: simas para completar a maratona reu ontem de falência múltipla
gumentou que a medida é urgente para cando uma norma nacional — afirma. — Isso mostra que ainda existe racio- nos Jogos Olímpicos de Los Ange- dos órgãos e estava prestes a
evitar que mais jovens abandonem a O uso do nome social é uma reivindi- nalidade no país em uma época de cen- les, em 1984. completar 60 anos de casado,
escola devido à discriminação. cação antiga do movimento LGBT. A sura e perseguição. É o órgão máximo — Meu pai era uma pessoa deixa mulher, filha e dois netos.
— A gente não pode deixar que a eva- expectativa é que o texto seja encami- da educação brasileira, com professo- extremamente sagaz e apaixo- Ele será enterrado hoje, às 11h,
são escolar e os casos de violência con- nhado para o MEC ainda nesta semana. res renomados. Essa resolução não tira nada pela vida — conta Márcia. no Cemitério São Francisco
tinuem em função da sexualidade das De acordo com membros do Conselho, o direito de ninguém, só inclui o de — Mesmo após um AVC, em Xavier, no Caju. O velório co-
crianças e de sua identidade de gênero. a demanda teria partido da própria uma parcela que não é contemplada. l 1999, ele, que já não podia mais meça às 8h. l

MARIA COELI PERDIGÃO BAPTISTA COELHO

Missa de 7º dia
MARIA DA GLÓRIA SAVINO PORTUGAL
Avisos Fúnebres Murilo Portugal Filho, Maria Olímpia Feteira Gonçalves Portugal, filhos
A família convida para Missa de 7º dia
e e netos, Flavio Savino Portugal, Virginia Pires, filhos e netos, Sergio
da nossa queria Maria Coeli, a ser realizada
Religiosos Savino Portugal, Livia Ramos, filhos e netos e Marcelo Savino Portugal,
no dia 16 de setembro, sábado, às 9h, na capela
Suzana Coccaro e filhos, comunicam o falecimento de sua querida e
da Igreja da Ressurreição, em Ipanema. inesquecível mãe, sogra, avó e bisavó GLORINHA, ocorrido ontem,
e informam que o velório ocorrerá hoje, 14.09.2017, das 09 às 14h, na
Capela 3 do Cemitério de São João Batista - Rio de Janeiro.

2534-4333 Desembargador
ISMENIO PEREIRA DE CASTRO
Em sua homenagem a viúva Cristina e seus filhos Anik e
João Felipe manifestam o pesar de 7 anos da sua ausência.
R$ 1.173,00 R$ 1.584,00 Com a certeza de que foi recebido por Deus.
R$ 1.564,00 R$ 2.112,00
Saudades Eternas.
R$ 1.955,00 R$ 2.640,00
Plantão sábado / domingo R$ 2.346,00 R$ 3.168,00
2534-5501 R$ 3.128,00 R$ 4.224,00
R$ 3.910,00 R$ 5.280,00
R$ 5.474,00
WALDELEU BRITO
R$ 7.392,00
R$ 6.256,00 R$ 8.448,00
R$ 4.692,00 R$ 6.336,00 Falecimento
R$ 7.038,00 R$ 9.504,00
R$ 8.211,00 R$ 11.088,00 Sua esposa e filhos comunicam seu falecimento ocorrido dia 13
R$ 11.730,00 R$ 15.840,00 de setembro e convidam para o velório que acontecerá HOJE,
quinta-feira, 14 de setembro, no Cemitério Parque da Colina, das
• Para outros formatos consulte: - , de 2ª a 6ª feira, das 8 às 20h.
8:00 às 13:00 horas - Niterói.
• a: u Marq d P bal, , Nov , 2ª a 6 ra, das .
• Plantão final de semana / feriados: 2534-5501, Sábado, das 10 às 17h.
Sábado, das 10 às 16h para demais dias. Domingo, das 16 às 19h.
Pagamento à vista somente em dinheiro ou cheque.
26 l O GLOBO
Nada de paz para Suu Kyi
Inação de líder birmanesa em violência contra rohingyas expõe seu governo frágil e leva a críticas
Medo da violência. Rohingyas atravessam Baía de Bengala em busca de refúgio em Bangladesh: crise já expulsou 379 mil muçulmanos de Mianmar em menos de um mês
-NAYPYIDAW- Os prêmios Nobel da Paz Desmond Tu-
tu e Dalai Lama foram apenas alguns dos que criti-
caram a líder birmanesa, Aung San Suu Kyi, pela
crise que já expulsou 379 mil muçulmanos ro-
hingyas de Mianmar e deixou ao menos mil mor-
tos em menos de um mês. Mas a governante de fa-
to do país — também laureada com a mesma hon-
raria em 1991 — preferiu, até agora, o silêncio e a
omissão. Ontem, cancelou sua participação na As-
sembleia Geral da ONU e, novamente pressionada
a falar, disse que fará, na próxima semana, um pro-
nunciamento à nação sobre reconciliação nacio-
nal e paz. Enquanto isso, o Conselho de Segurança
da ONU continua pressionando seu governo: on-
tem, exigiu por unanimidade que sejam dados
“passos imediatos” para pôr fim à atual onda de vi-
olência, iniciada após rebeldes rohingyas ataca-
rem postos de polícia em 25 de agosto.
Ao fim da primeira reunião a portas fechadas so-
bre o êxodo da minoria, o secretário-geral da ONU,
António Guterres, exortou o governo de Suu Kyi a
paralisar as operações militares contra os ro-
hingyas, que fogem para Bangladesh por causa dos
abusos e da violência. Dias antes, a ONU já havia
denunciado um “exemplo clássico de limpeza étni-
ca” em curso em Mianmar. Questionado novamen-
te sobre o assunto, Guterres foi enfático:
— Quando um terço da população rohingya pre-
cisa fugir do país, você poderia encontrar uma pa-
lavra melhor para descrever a situação? — respon-
deu o funcionário à pergunta de um jornalista.
Em seu primeiro discurso à Assembleia Geral
da ONU como líder do país, há exatamente um
ano, Suu Kyi defendeu os esforços do governo
para resolver a crise. Ontem, no entanto, seu
Gabinete anunciou que ela não compareceria à
reunião por “ameaças de segurança, represen-
tadas pelos insurgentes e de seus esforços para
restaurar a estabilidade”.
‘GOVERNO ESTÁ ENTRANDO EM PÂNICO’
A crise expõe o frágil equilíbrio entre as relações en-
tre a ex-dissidente e o poderoso Exército birmanês,
que governou o país por mais de cinco décadas a
partir de 1962. Seu título formal é de “conselheira
do Estado” — cargo criado para contornar uma
cláusula na Constituição, especificamente contra
ela, que proíbe pessoas com cônjuge ou filhos es-
trangeiros de ser presidente. E apesar de Suu Kyi ser
também ministra das Relações Exteriores, os milita-
res mantêm o controle de três ministérios vitais: As-
suntos Internos, Defesa e Assuntos da Fronteira, o
que significa que também controlam a polícia.
Em sua única declaração oficial a respeito da
crise, durante uma conversa telefônica na sema-
na passada com o presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan, ela denunciou a “desinformação” sobre
os rohingyas e defendeu a ação do Exército, cau-
sando estranhamento entre diplomatas.
— Em vista do pouco acordo entre os militares
e Suu Kyi, é surpreendente que suas mensagens
sejam semelhantes — disse um diplomata, sob
condição de anonimato, ao “Guardian”.
E, por conta de seu quase silêncio, após décadas
de adulação, a ex-prisioneira política — que passou
15 anos em prisão domiciliar antes de sua Liga Na-
cional pela Democracia vencer as eleições em 2015
— agora se encontra no centro da ira global. Seu
rosto novamente aparece em cartazes em protestos
em todo o mundo, mas desta vez com críticas raivo-
Mundo
CRISE DE REFUGIADOS
_
Ira mundial. Muçulmanos indianos protestam contra omissão da líder birmanesa sobre a crise de refugiados
MINORIA PERSEGUIDA
CERCA DE 380.000 MUÇULMANOS ROHINGYAS FUGIRAM PARA BANGLADESH
DESDE 25 DE AGOSTO, SEGUNDO A ONU, E AO MENOS MIL FORAM MORTOS
Rohingyas
Uma das minorias étnicas mais perseguidas
do mundo, os muçulmanos rohingya são um
povo sem Estado. Há seculos vivem em
Mianmar, país majoritariamente budista,
mas não fazem parte dos 135 grupos locais
oficialmente reconhecidos.
Falam um dialeto própria e, desde 1982, têm
a cidadania negada pelo governo. Por
décadas vêm fugindo — sobretudo para
Bangladesh, Malásia, Índia, Nepal e EUA —,
onde quase sempre enfrentam condições de
vida precárias.
ÁREAS AFETADAS PELA VIOLÊNCIA DESDE 25/08
IMAGENS DE SATÉLITE MOSTRAM
INCÊNDIOS ENTRE 25/08 E 4/09
Fontes: AFP, Human Right Watch, OIM, ONU, Reliefweb, ERCC, autoridades de Mianmar
sas. Uma tentativa, malsucedida, de revogar seu
Prêmio Nobel da Paz conseguiu centenas de milha-
res de assinaturas na semana passada. Mas 12 reci-
pientes do Nobel pediram que a ONU intervenha
em Mianmar.
— O governo está entrando em pânico — opi-
nou outro diplomata. — Ela se sente atacada e
está defendendo seu país.
Internamente, o tema é espinhoso: grande par-
te da população birmanesa concorda com a visão
oficial de que os rohingyas não são cidadãos de
Mianmar, mas imigrantes ilegais do Bangladesh.
A comunidade internacional, no entanto, conde-
na o êxodo forçado com veemência. A ONU já pe-
diu US$ 77 milhões para ajudar os rohingyas, que
Quinta-feira 14 .9 .2017
REUTERS/11-9-2017
Análise
Terroristas ou
defensores da
liberdade?
Militantes que lutam pela causa
rohingya podem estar contribuindo
para continuação do conflito
MAX BEARAK
N
as últimas duas semanas e meia, a
costa entre Mianmar e Bangladesh
se tornou uma área de miséria e
sofrimento incompreensíveis.
As Nações Unidas dizem que 379 mil
pessoas do Mianmar, a maioria perten-
centes ao grupo étnico rohingya, fugiram
para acampamentos em Bangladesh. Elas
estão escapando do que vários observado-
res internacionais dizem ser uma campa-
nha liderada pelos militares de Mianmar
para varrer essa minoria (grande parte de-
la islâmica) do país, praticando assassina-
tos, estupros e queimando cidades.
Apesar das evidências, o Exército e o go-
verno de Mianmar dizem que não estão ata-
cando os civis, mas sim um grupo terrorista
que afirma proteger os rohingyas, quando na
verdade seriam militantes da criação de um
Estado muçulmano no país. A situação faz
AP/11-9-2017 lembrar uma frase: o terrorista de um lado
pode ser o defensor da liberdade de outro.
Os rohingyas têm sido definidos como o
povo mais indesejado do mundo e, sem dú-
vida, precisam de proteção. Por décadas,
eles encararam perseguições e tiveram a ci-
dadania negada em Mianmar, de maioria
budista. Com as mudanças democráticas
acontecidas em 2011, acabando com meio
século de domínio militar, muitos na comu-
nidade internacional acreditaram que o go-
verno protegeria a minoria étnica.
Suu Kyi, líder do governo, no entanto, não
tem controle direto sobre os militares. Além
disso, ela concorda com a crença, mantida
por vários no país, de que a maioria dos ro-
hingyas é composta de imigrantes ilegais de
Bangladesh, apesar das evidências de que
estão em Mianmar há várias gerações. Até
há pouco tempo, cidadãos de Bangladesh
achavam o mesmo, afirmou um rohingya
chamado Mohammed Yunus ao “New York
Times” no início do ano. “Eles nos xinga-
vam de diferentes maneiras, mas agora têm
ideia de que somos perseguidos.”
Essa noção espalhou-se, especialmente
entre muçulmanos no mundo todo. Ban-
gladesh tem agora 750 mil refugiados ro-
hingyas, e o governo em Daca recente-
mente classificou o caso como genocídio.
FINANCIAMENTO EXTERNO AOS REBELDES
Segundo investigação feita pelo Internati-
onal Crisis Group (ICG), o suplício dos ro-
hingyas também inspirou indivíduos ricos
do Paquistão e da Arábia Saudita a finan-
BANGLADESH
ciarem uma insurgência armada. A mili-
COX’S BAZAR tância rohingya, que era conhecida como
Harakah al-Yaqin, agora se chama Exército
Rohingya de Salvação de Arakan, ou Ersa.
TAUNGPYOLETWEA MIANMAR
UKHIA PA DA KAR TAUNG Dinheiro e armas são fornecidos por gru-
pos de expatriados rohingyas vivendo no Gol-
fo Pérsico. O relatório do ICG diz que a Ersa
MAR ZI tem um crescente apoio entre os rohingyas,
BUTHIDAUNG mas a recente repressão de Mianmar foi de-
MAUNGDAW sencadeada por um ataque coordenado pela
organização em vários postos de fronteira no
país. O ataque matou ao menos 12 oficiais no
mês passado. No domingo, a organização de-
RAKHINE ZAY DI PYIN
clarou um cessar-fogo, esperando aliviar a
REGIÃO ACOLHE POR crise humanitária, mas o governo de Mian-
VOLTA DE 1,1 MILHÃO RATHEDAUNG
DE MUÇULMANOS mar recusou-se a negociar com eles.
ROHINGYAS CHEIN KHAR LI
N 10km Os rohingyas continuam bastante impo-
pulares em Mianmar, mas os ataques do
Editoria de Arte Ersa só servem para avalizar a posição do
governo. Com o Exército de Mianmar tra-
fogem em caravanas de famílias com crianças, tando todos os homens rohingyas como
idosos e animais. Mais da metade deles são meno- possíveis terroristas e bloqueando a ajuda
res de idade: cerca de 1.100 crianças chegaram so- humanitária, a espiral de perseguição e
zinhas ao país, de acordo com o Fundo das Nações militarização só cresce.
Unidas para a Infância (Unicef). Além disso, o pe- Após os ataques do Ersa aos postos de
ríodo de monções, que traz fortes chuvas e inun- fronteira, vilarejos ainda estão em chamas
dações, torna a viagem ainda mais perigosa. em Rakhine, e agora há mais rohingyas vi-
— Algumas mulheres do grupo me perguntaram: vendo em campos de refugiados em Ban-
“Onde estão os seus pais?” Eu respondi a elas que gladesh do que em todo Mianmar. Alguém
não sabia — contou um menino de 10 anos. — deve perguntar: estaria o Ersa ajudando
Uma mulher me disse: “Vamos cuidar de você.” ou atrapalhando os rohingyas? l
Segundo uma autoridade da ONU, será preci-
so o aumento das operações humanitárias para Colunista do “Washington Post”
reagir à crise migratória. Bangladesh já indicou
estar sobrecarregado com os rohingyas. l

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fone: 0800-600-0995).
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entre 13h e 21h30m, conferênci-
as gratuitas sobre o mercado de
trabalho no setor audiovisual.
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lestras do editor Tasso Dourado,
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ALBERT STUMM MENORCA

BOA VIAGEM
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
Da AP

O
boaviagem@oglobo.com.br

s habitantes costu-
mam dizer que Me-
norca se resume a
três palavras: água,
fogo e pedra. Os três
elementos essenci-
ais da ilha espanhola estão reunidos
em Cova d’en Xoroi, caverna natural
que abriga um lounge encravado no
meio de um penhasco. À medida que
o sol mergulha no Mediterrâneo, en-
cantando a clientela, ondas batem
nas rochas de calcário clareadas pelo
sol. Ao cair da noite os funcionários
acendem tochas e o estonteante e
descontraído mirante se transforma
em um animado night club.
Embora a descrição da cena possa
soar veranil como um frozen mojito, o
programa se repete todas as noites
também no outono, quando Menor-
ca se mantém tão sedutora como na
alta temporada. Até meados de outu-
bro, ainda está quente o suficiente
para se aproveitar praias espetacula-
res. A água fica morna até o outono, e
após o verão paga-se a metade do
preço cobrado por atividades como
aluguel de barco com um capitão ex-
clusivo. Apenas planeje-se e confira
as condições climáticas — vento e
temperatura — antes do passeio.
E há muito mais a descobrir nessa
ilha além de sol e mar de águas cris-
talinas. Mahón e Ciutadella são cida-
des vibrantes e, nessa época, você
poderá tê-las só para você.

NATUREZA PRESERVADA SEM MULTIDÕES

Menorca é a mais oriental das Ilhas
Baleares, um arquipélago entre a Es-
panha e a Itália que inclui as mais fa-
mosas Maiorca e Ibiza. As três desfru-
tam de invejável clima ameno em ce-
nário de cartão-postal, mas Menorca Praia. Com águas calmas
vem em um pacote sem multidões ou e rasas Cala Mitjana tem cavernas
superfaturados night clubs. E conse- e rochedos que podem ser
guiu manter um estilo mais calmo e explorados de snorkel
discreto, restringindo seu desenvol-
vimento a poucos resorts com prédi- Mahón. Os prédios coloridos
os baixos. marcam a arquitetura de influência
Toda a ilha (de 700km²) foi declara- britânica na capital de Menorca
da reserva da biosfera pela Unesco
em 1993, e como resultado, a maior Na escarpa e ao pôr do sol.
parte das 125 praias que contornam Bar e mirante Cova d’en Xoroi fica
seu litoral tem muito pouco ou, até, movimentado pouco antes de se
nenhuma construção. Na costa sul, transformar em night club
trilhas para caminhadas partem de
estacionamentos e serpenteiam por Noite. Construções históricas
barrancos arborizados até as praias. e restaurantes à beira-mar
A fina areia branca de Cala Mitjana é em Ciutadella
cercada por penhascos, e a água cal-
ma e rasa torna mais fácil explorar ca-
verna e rochedos de snorkel. No nor-
te, Cala Cavalleria é mais fácil de che-
gar, mas não menos conservada. a

Já os queijos de maturação longa —
esta informação não costuma estar
na embalagem dos produtos (por is-
so a atenção redobrada — ou de
“massa dura”, como Grana padano,
peccorino, Gouda, parmesão e
queijo do Reino são, desde que em-
balados de forma correta, permitidos
no país. A embalagem precisa ser ori-
ginal do fabricante (lembre-se, fraci-
onamento no supermercado não va-
le, mesmo se for a vácuo), com infor-
mações de ingredientes, fabricação e
validade.
Segundo Reimann, a diferença está
no fato de que os queijos de longa
maturação têm tempo suficiente para
perder a umidade:
— Esses tipos de queijo normal-
mente dispensam a conservação em
temperatura de 2°C a 8°C.
Queijos produzidos a partir de leite
cru ou não pasteurizado, como o Ser-
ra da Estrela, (informação está no
rótulo) estão vetados. Neste caso, há
ausência do processamento térmico
(que submete o leite a altas tempera-
turas, eliminando agentes nocivos ao
consumidor como os bacilos da tu-
berculose). Demais laticínios (sub-
metidos ao processo de calor) são
13
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BOA VIAGEM
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
DIVULGAÇÃO/VIGILÂNCIA
O TEXTO permitidos, como doce de leite, cre-
me de leite e manteiga. Nunca é de-
A vácuo. Aparentemente
bem protegidos, queijos e
DA EMBALAGEM mais lembrar, reforça Reimann: devi-
damente identificados pelo fabrican-
frios sem especificações na
embalagem são barrados
DO PRODUTO te, com os ingredientes e datas de fa-
bricação e validade. Carne. Até mesmo
produtos crus são
PRECISA EMBUTIDOS SÓ EMBALADOS A VÁCUO
No caso de salames, presuntos e de-
encontrados na mala
dos viajantes
ESTAR EM mais embutidos, a entrada está libe-
rada. Para estes alimentos, é necessá- Idioma. Produtos com
ALGUM rio embalagem a vácuo do fabricante
e, claro, com as tais informações exi-
embalagens em idiomas
não-ocidentais são
IDIOMA gidas na embalagem. Osso e qual-
quer carne fresca não podem entrar.
apreendidos
LATINO OU MEL: ITEM QUE MAIS SURPREENDE
Presunto ibérico.
Qualquer alimento com
ANGLO-SAXÃO Não é permitida a entrada de mel no
país, sob qualquer apresentação ou
embalagem. Isto porque, explica o
osso está proibido
chefe da Vigiagro, lá fora o produto
pode ter sido feito por dezenas de es-
pécies de abelhas diferentes — sendo
que a disseminação de muitas delas,
exóticas no Brasil, pode causar dese- NO GALEÃO, A
quilíbrio ambiental e acabar com a
produção nacional. ROTINA DE UM
Ou seja, o mel pode conter pragas DIA APREENSÕES
tóxicas para as abelhas daqui. A Auditor fiscal mostra o que pode
apreensão dos potinhos é uma das e não pode entrar no país
que mais surpreendem o viajante. a oglobo.com/boa-viagem
OGLOBO
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
oglobo.com.br

Barrados
na Alfândega
Saiba como evitar os erros mais comuns
na hora de trazer alimentos para o Brasil
8
l O GLOBO l TIJUCA
Quinta-feira 14.9.2017
Bom é feito em casa
Estabelecimentos gastronômicos investem em confecção própria e em produtos exclusivos
Nas mãos. Grãos de malte são a base da produção das três cervejas do Mosto Grão: por lá são fabricados cerca de 150 litros de IPA, German Lager e Vienna Lager por mês
MAURÍCIO PEIXOTO
mauricio.peixoto@oglobo.com.br
“N
unca vi nada igual
a essa esfirra. É a
melhor que já co-
mi. Sem palavras”. A frase é da
aposentada Sônia Dutra,
uma das várias clientes fiéis
ao menu do Bibi Massas —
Especialidades Italianas. O
segredo do sucesso e do gran-
de movimento? Fabiano Es-
posito, proprietário do esta-
belecimento, diz que “não há
mistério”. Basta seguir o passo
a passo do patriarca da famí-
lia, diz Esposito, referindo-se
ao seu pai, Luigi, um italiano
de mão cheia: “É uma massa
como qualquer outra, que le-
va ovo, manteiga, farinha,
água e sal”.
Mas há algo mais, é claro. E
a diferença é que tudo o que
é oferecido ali tem fabricação
própria, artesanal, sem con-
servantes, com sabor e textu-
ra diferenciados. Assim co-
mo a massa do Bibi, vários
estabelecimentos gastronô-
micos da região prezam a
produção caseira, abastecen-
do suas cozinhas com itens
que fazem deles espaços
muito disputados pelo públi-
co amante da boa mesa.
Inaugurado em 1972, na es-
quina mais movimentada do
Polo Gastronômico da Rua
Uruguai, o Bibi, na Rua Ge-
neral Espírito Santo Cardoso
50-B, tem um preparo de 600
quilos de massas por mês. Da
sua fornada saem massas de
salgados (entre esfirras, coxi-
nhas, empadas e risoles) que,
segundo Esposito, são os car-
ros-chefe da casa, além de
massas cruas de lasanha, ta-
lharim, pizza, pastel, ravióli,
nhoque e canelone. Tudo fei-
to por uma equipe de quatro
cozinheiros, funcionários da
casa há décadas.
— Sem dúvida o que mais
sai são os salgados, princi-
palmente as esfirras, que
também batem o recorde de
elogios dos clientes. A produ-
ção é alta, pois as massas têm
durabilidade de três ou qua-
tro dias, e é preciso renová-la
sempre. Sem conservante, a
comida é outra coisa. Muito
mais saborosa. E com essa
equipe que já está acostuma-
da, tudo fica mais fácil —
DIVULGAÇÃO/OSEIAS BARBOSA
conta Esposito.
Menos tradicional que o
Bibi, mas já um grande su-
cesso do público tijucano, o
Wursteria, aberto em dezem-
bro do ano passado, na Rua
Uruguai 397-B, oferece pro-
dutos da gastronomia alemã
e tem inspiração na cozinha
de rua. Sete tipos de conser-
vas, feitos lá mesmo, são as
estrelas do cardápio, além de
embutidos, como quatro ti-
pos de linguiças e um de sal-
sicha, feitos em um fábrica
contratada pelos sócios Da-
nilo Seraphim, Julio Ferretti e
 6

Água, fogo e pedra,

mas pode
ESPANHA

chamar de
Menorca
Ilha mais oriental das Baleares mostra as belezas do Mediterrâneo
em versão mais discreta que suas vizinhas famosas Maiorca e Ibiza
FOTOS DE ALBERT STUMM/AP
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liberação só vale se eles estiverem em
embalagem com uma série de especi-
ficações: todos precisam ter o selo do
fabricante, informações sobre seus
ingredientes, datas de validade e fa-
bricação. Fora desse padrão, vários
deles continuam sendo apreendidos.
Alguns permanecem terminante-
mente proibidos. São eles: qualquer
mel, queijos de baixa maturação, co-
mo o Brie, ou feitos a partir de leite
Mel. Totalmente proibido, seja
qual for a embalagem, produto é
alvo de apreensão constante
Raios X. Programa
colore os objetos de acordo
com sua densidade. O
laranja indica que o
conteúdo está ok
Bacalhau. Os pescados
estão em 4º lugar entre
os alimentos que chegam
ao país em condições
irregulares
Frutos. É comum
a chegada de produtos
não identificados em
voos da Ásia
cru, como o Serra da Estrela. Alimen-
to crus ou frescos, em geral, também
não podem entrar no país. Exemplo?
Linguiça ou fruta. Bacalhau sem
identificação do produtor, não salga-
do ou não congelado, também não
está liberado. Embutidos, como sala-
mes, não podem ser trazidos se não
estiverem embalados a vácuo.
No ranking do Aeroporto Internaci-
onal do Rio, os mais confiscados são
os alimentos frescos, como as frutas,
seguidos pelos frios, como linguiça e
11
_
BACALHAU
BOA VIAGEM
QUINTA-FEIRA 14.9.2017
SEM A
IDENTIFICAÇÃO
DO PRODUTOR,
NÃO SALGADO
OU NÃO
CONGELADO,
TAMBÉM NÃO
ESTÁ LIBERADO
presunto. Os queijos e os pescados
(como bacalhau) estão, respectiva-
mente, nos terceiro e quarto lugares.
Mas a grande maioria por conta da
embalagem inadequada.
O auditor fiscal Luis Felipe Rei-
mann, chefe da Vigiagro no Galeão,
ressalta que ainda há muita desinfor-
mação sobre o assunto. E explica os
motivos pelos quais a fiscalização
precisa manter tanto zelo:
— Entram em nosso país muitas
pragas e bactérias, maléficas tanto
para o ser humano, como para a agri-
cultura. Há vários exemplos na Histó-
ria, como a vassoura-de-bruxa, que
acabou com a plantação de cacau no
país por anos, e a gripe suína, que di-
zimou o rebanho suíno no Estado do
Rio. Essas pragas podem ter sido
transportadas por alguns indivíduos,
como os que desembarcam em aero-
portos e portos do país.
ATENÇÃO NA HORA DA COMPRA
Mesmo alimentos que já podiam ser
importados continuam sendo
apreendidos. Caso dos cogumelos em
conservas, que podem ser trazidos,
mas que acabam sendo recolhidos
justamente porque chegam em em-
balagens que desrespeitam a lei.
O fato é que, para não ser surpreen-
dido na alfândega, melhor verificar
cuidadosamente, na hora da compra,
se a embalagem do produto está se-
guindo as normas exigidas.
— Uma dica que funciona é o turis-
ta lembrar de conferir se a embala-
gem do produto que vai comprar lá
fora traz as mesmas informações, em
relação a produto e fabricante, que
encontramos no Brasil. Se tudo se en-
caixar, provavelmente o passageiro
não terá problemas na fiscalização,
quando chegar — diz Reimann.
Para tirar essa e outras dúvidas, pre-
paramos um guia. Confira a seguir. a