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Política

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Collor condenado pelo STF: veja as


principais provas que embasaram
acusações contra ex-presidente
Documentos, e-mails, registros de entrada, mensagens, planilha e relatos de
delatores sustentam a decisão

Por O Globo
25/05/2023 15h49 · Atualizado há 6 meses
:
O ex-presidente Collor — Foto: Jorge William

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou à prisão nesta quinta-feira o ex-


presidente Fernando Collor por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A
decisão é sustentada por acusações feitas, e posteriormente comprovadas,
por delatores da Operação Lava-Jato, bem como por e-mails, documentos
internos, uma planilha, registros de entrada em empresas e mensagens
trocadas entre os suspeitos.

· Por maioria: STF condena Collor por corrupção e lavagem de dinheiro em


caso da Lava-Jato

· De Fiat Elba à Casa da Dinda: relembre polêmicas envolvendo Collor,


condenado por corrupção pelo STF

As alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o voto do


relator, Edson Fachin, citam relatos de três delatores da operação,
comprovada posteriormente por outros elementos: o doleiro Alberto Youssef,
o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e o empresário Ricardo Pessoa, da
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UTC.

Veja imagens de Fernando Collor ao longo de sua carreira política

17 fotos

O ponto de partida da denúncia é a influência de Collor na BR Distribuidora. O


então senador era o padrinho político de diretores da subsidiária, de acordo
com Cerveró e Pessoa.
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·
Há 30 anos: A reação das ruas após Collor pedir para 'maioria' usar verde e
amarelo

Um dos itens citados é uma matéria do GLOBO de 2010, que revelava as


indicações de Collor. Na época, o então ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, e o líder do PTB (partido de Collor), Gim Argello, confirmaram a
informações.

'Ingerência em função do cargo'


As indicações também foram relatadas em um diálogo de Léo Pinheiro, ex-
dono da OAS e outro delator da Lava-Jato, em mensagens que foram
apreendidas. Em 2013, um interlocutor diz a ele que foram pedidos “os dois
cargos que eram do Collor” da empresa.

Além disso, a Polícia Federal apreendeu na casa de Collor documentos


relacionados à BR Distribuidora, como comunicações de empresas destinadas
à subsidiária. “Tal documentação demonstra a proximidade com a qual exercia
a ingerência sobre a BR Distribuidora em decorrência do cargo ocupado e da
influência política”, afirmou Fachin no voto.

· Corrupção: PGR pede condenação de Collor a 22 anos de prisão

A questão central da denúncia, por sua vez, é um benefício que teria sido
realizado em favor da UTC Engenharia. A empresa ganhou quatro contratos
em seis meses, e por isso teria pago R$ 20 milhões de propina a Collor, por
meio de seus operadores.
:
A vitória da UTC teria sido possibilitada de duas formas. Primeiro, a empreiteira
teve acesso aos orçamentos prévios da BR Distribuidora, o que lhe permitiu
apresentar uma proposta melhor. Ao mesmo tempo, empresas de menor
porte foram excluídas propositalmente da licitação, para evitar que
apresentassem propostas mais baratas. O relato foi feito por Pessoa.

Para comprovar esse favorecimento, a PGR usou principalmente um relatório


feito por um grupo de trabalho instituído pela própria BR no início da Lava-Jato.
A equipe identificou que as propostas apresentadas pela UTC tinham, em
diversos itens, a mesma variação percentual em relação à planilha de preços
da BR Distribuidora. Isso seria “estatisticamente inviável” e demonstraria
acesso privilegiado.

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Fernando Collor, alvo de ação no STF

O grupo também analisou documentos internos e e-mails que demonstram a


exclusão de algumas empresas do processo. As informações coincidem com a
delação de Pessoa.

Por fim, também há registros de entrada de Pessoa na BR Distribuidora em


cinco oportunidades, “em datas consideradas chaves”, em meio às
:
negociações, ainda segundo o relatório. Como contrapartida ao benefício, a
UTC combinou o pagamento de R$ 20 milhões, dividido da seguinte forma:
uma “entrada” de R$ 2 milhões e 20 parcelas de R$ 900 mil.

Pessoa apresentou uma planilha com um cronograma de pagamento, que


seria relacionado ao andamento das obras. A defesa dos réus contestou a
veracidade desse documento, mas tanto a PGR quanto Fachin consideraram
que há outros elementos que corroboram o relato.

· Collor pode ser preso imediatamente? Saiba o que acontece com o ex-
presidente após condenação no STF

Há registros de entrada de dois funcionários de Youssef — Rafael Angulo


Lopez, que também virou delator, e Adarico Negromonte Filho — na sede da
UTC, em datas que coincidem com o cronograma de pagamentos. Além disso,
foram apreendidos no escritório do doleiro oito comprovantes de depósitos a
Collor e uma transferência realizada para uma empresa da qual ele é sócio.

Os dois outros réus, acusados de serem operadores de Collor, Pedro Paulo


Bergamaschi de Leoni Ramos e Luis Amorim, também estiveram diversas
vezes no escritório de Youssef.

A defesa de Collor nega as acusações e diz que ele é inocente.


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