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07
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara
224 p.
ISBN 85-7273-290-X
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização
expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
N
esta aula, você continuará o estudo sobre espaços vetoriais. Aprenderá que há di-
versas maneiras de se construir um mesmo espaço (ou subespaço). Nos concen-
traremos em conjuntos, chamados bases, que geram um espaço determinado e que
têm o menor número de elementos.
Por se tratar de uma continuação da aula anterior, esperamos que você saiba determinar
se um conjunto é subespaço vetorial de IRn e que tenha entendido bem o conceito de
combinação linear.
Você já aprendeu que eles são subespaços vetoriais de IR3 e que podem ser representados
em notação de conjuntos por
x + y
a + b
A = y : x, y ∈ R e B = b − c : a, b, c ∈ R .
x a+c
Quando acontece de um vetor v ser a combinação linear de outros, dizemos que o conjunto
{v, v1 , v2 , . . . , vk } é linearmente dependente. Caso contrário, o conjunto é linearmente
independente.
Exercício resolvido 1
Descubra se os conjuntos
1 0
1
−1
1
, e , ,
0 1 −1 1 1
Solução
Precisamos descobrir se as equações
1 0 0 1 −11
− 1 0
x +y = e x +y +z =
0 1 0 −11
− 1 1 0
é linearmente independente.
Agora, se temos x, y e z que satisfazem
1 −11
− 1 0
x +y +z = ,
−11
− 1 1 0
então
x−y+z 0
=
x+y+z
−x
− 0
admite outras soluções além da nula. Por exemplo, fazendo x = 1,
1, y = 1 e
0, temos uma solução, na qual nem todos os números são zero. Neste
z = 0,
caso, o conjunto
1 −11
− 1
, ,
−11
− 1 1
é dito linearmente dependente.
Então, o conjunto
0 1 1
−1 , 0 , 1
1 1 0
b) V = v1 , v2 , . . . , vn .
O exemplo mais simples de base aparece quando consideramos o IRn como um sub-
espaço vetorial e tomamos as colunas da matriz identidade de ordem n.
1 0 0
0 1 0
O conjunto
.. , .. , · · · , .. é chamado de base canônica de IR .
n
. . .
0 0 1
3 −4 −2
v1 = 0 , v2 = 1 , e v3 = 1 .
−6 7 5
Solução
A primeira coisa a se fazer é verificar se o conjunto é linearmente independente.
Para tanto, vamos tentar encontrar soluções para xv1 + yv2 + zv3 = 0. 0. Uma
solução dessa equação deve satisfazer
3 −44
− −22
− 33x
x − 44yy − 22zz 0
x 0 + y 1 + z 1 = y+z = 0 ,
−66
− 7 5 6x + 7y
−6x
− 7y + 5z5z 0
encontramos uma base de um subespaço de IR3 . Bastou, para tanto, eliminar um elemento
desse conjunto, obtendo
1
1
0 , 1 .
1 0
Porém, essa não é uma propriedade somente do referido exemplo. Ela se estende de
maneira geral sobre subespaços de IRn . Mas, antes de enunciar o teorema que trata dessa
propriedade, definiremos um novo termo a ser usado.
Se A = v1 , v2 , . . . , vp, então dizemos que os vetores v1 , v2 , . . . , vp são geradores
de A.
Observe que a definição anterior não especifica que esses geradores sejam únicos. As-
sim, podemos ter um mesmo subespaço de IRn com geradores diferentes.
Passemos agora ao teorema que estabelece uma relação entre geradores e bases.
Demonstração
Seja V = v1 , v2 , . . . , vp . Se v1 , v2 , . . . , vp são linearmente independentes, en-
tão podemos concluir que {v1 , v2 , . . . , vp } já é uma base de V . Se {v1 , v2 , . . . , vp } é
linearmente dependente, algum de seus vetores se escreve como combinação linear dos
outros. Digamos que vp é esse vetor. Então, existem a1 , a2 , . . . , ap−1 tais que vp =
a1 v1 + a2 v2 + · · · + ap−1 vp−1 . Mas, dado x ∈ V , temos
x = c1 v1 + c2 v2 + · · · + cp−1 vp−1 + cp vp =
Exercício resolvido 3
1 −3 −4
Sejam v1 = −2 , v2 = 5 , v3 = 5 e H = v1 , v2 , v3 .
−3
Determine uma base para H.
7 6
Solução
Seguindo o procedimento usado na demonstração do Teorema 1, precisamos
saber se existem constantes não nulas c1 , c2 , c3 tais que c1 v1 +
+cc2 v2 +
+cc3 v3 =
00.. Em outras palavras, estamos querendo saber se o sistema
1 − −33 −
−44 c1 0
2 5 5 c2 = 0
−33 7
− 6 c3 0
Resumo
Começamos a aula definindo o que são conjuntos linearmente dependentes e
linearmente independentes. Em seguida, vimos que um subconjunto linear-
mente independente de um subespaço vetorial V é chamado de base de V ,
se gera V . E, por fim, estabelecemos uma propriedade que qualquer conjunto
de geradores de um subespaço vetorial tem: todo conjunto de geradores de um
subespaço V contém uma base de V .
1) Determine quais dos conjuntos a seguir são bases para o IR2 ou IR3 . Dos conjuntos que
não são bases, determine quais são linearmente independentes.
1
1 1
a) 0 , 1 , 1 .
0 0 1
1
0 0
b) 0 , 0 , 1 .
1 0 0
1 3 3
c) 0 , 2 , −5 .
−2 −4 1
1 −2 0 0
d) −3 , 9 , 0 , −3 .
0 0 0 5
1 −4
e) 2 , −5 .
−3 6
1
−2 1 0
f) 1 , 1 , 2 , 1 .
1 5 3 0
2) Determine uma base para o conjunto dos vetores de IR2 na reta y = 3x.
4) Mostre que as colunas de uma matriz identidade de ordem n formam uma base para
IRn . Esta é chamada de base canônica do IRn .
6) Utilize as idéias da questão 5 deste exercício para mostrar que toda base de IRn tem n
elementos.
LAY, David C. Álgebra linear e suas aplicações. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e
Científicos Editora S. A., 1999.
Respostas da auto-avaliação
1) Basta montar uma matriz cujas colunas sejam os vetores dados. Escalonando a matriz,
teremos as colunas dos pivôs representando os vetores linearmente independentes. Depois,
é só verificar se os vetores linearmente independentes geram o IR2 ou o IR3 .
x 1 1
2) Os vetores da reta são do tipo =x . Logo, é uma base para
3x 3 3
esse subespaço.
4) Mostre que as colunas da matriz identidade são linearmente independentes e que qualquer
vetor de IRn pode ser escrito como combinação linear desses vetores.
5) a) Tome v um vetor qualquer não nulo. Mostre que sempre existe outro vetor em IR2
que não pertence a v.
b) Use a idéia da questão 1 deste exercício para mostrar que, dados 3 vetores quaisquer
de IR2 , um deles se escreve como combinação linear dos outros.