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Vitória,
Dezembro/1999
SUMÁRIO
Página
1. Apresentação...................................................................................... 3
2. Introdução ......................................................................................... 4
3. Enquadramento Técnico do Negócio ................................................ 5
4 . O Projeto .......................................................................................... 6
5. Mercado ............................................................................................. 11
6. Aspectos Econômicos e Financeiros ................................................. 12
6.1. Detalhamento dos Investimentos ................................................... 12
6.2 – Detalhamento do Fluxo de Produção e de Receitas ..................... 15
6.3 – Fluxo de Caixa do Empreendimento ............................................ 16
6.4 – Análise do Custo de Produção do Empreendimento .................... 16
7. Índices Financeiros do Empreendimento .......................................... 18
8. Incentivos e Fontes de Financiamento .............................................. 19
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1 APRESENTAÇÃO
Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que se
propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente
econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental
relevância para o bom desempenho do negócio.
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2 INTRODUÇÃO
O Estado do Espírito Santo, localizado na região sudeste do Brasil, possui cerca de 400 km
de costa, além de ser todo recortado por mananciais hídricos, formando as bacias
hidrográficas dos Rios: Itabapoana, Novo, Iconha, Beneventes, Santa Maria da Vitória,
Piraqueaçú, Doce, São Mateus e Itaúnas, onde próximo ao litoral formam-se extensos
estuários.
Apresenta também clima tropical, e vastas regiões com solos coesos, o que o potencializa
para o desenvolvimento da aquicultura tradicional, utilizando viveiros escavados ou
aterrados no solo. A piscicultura pode ocorrer em tanques-rede instalados em rios, riachos,
lagoas e represas, desde que sejam respeitadas as legislações para ocupação em águas
públicas, ou em raceways, que são cultivos intensivos, com alta densidade e renovação
constante de água.
Nos últimos dez anos a aquicultura cresceu muito em todo o Brasil, e em alguns segmentos
supera 30% ao ano. A piscicultura tem sido responsável por cerca de 50% desta produção, e
pode-se atribuir este fato, ao uso das espécies nacionais como pacu, tambaqui e seus
híbridos, ao desenvolvimento de tecnologias que permitem o cultivo da tilápia em larga
escala, e mais recentemente com a utilização de peixes como paiauçú, pirapitanga, matrinxã
e os surubins pintado e cachara.
A qualidade da ração utilizada é fator primordial nos cultivos aquícolas, pois o animal
desnutrido não se desenvolve bem e ainda fica suscetível a enfermidades, ocasionando
perda de produção. Nesta linha, entende-se que o crescimento na produção de peixes que
ora ocorre no Brasil, é em grande parte proveniente do empenho dos fabricantes de ração,
que em curto período de tempo diversificaram seus produtos, fomentando assim o setor.
Esta informação parece retratar que a comercialização de rações para pisciculturas tem-se
apresentado como um bom negócio, e consequentemente, atraído novos investidores para a
atividade.
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No Espírito Santo, em função do potencial mencionado, já existe demanda para instalação
de fábricas de rações para peixes, podendo também, a mesma estrutura ser utilizada
também em rações para camarões.
Secundário
Agroindústria
Rações
R$ 876.000,00
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4 PROJETO
4.1 Objetivo
O empreendedor precisa reunir características que lhe permitam transformar boas idéias
em bons negócios. Para este processo de transformação tornam-se necessários
conhecimentos gerenciais e domínio das técnicas indispensáveis à condução do
empreendimento.
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ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas
mudanças.
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4.4 Processo produtivo
4.4.1 O Fluxograma
ARMAZENAMENTO
PELETIZAÇÃO OU EXTRUSÃO
SECAGEM E RESFRIAMENTO
COMERCIALIZAÇÃO
As rações são confeccionadas a partir de diferentes ingredientes que deverão estar bem
condicionados, isentos de umidade e qualquer outro tipo de impureza que poderão
influenciar negativamente na qualidade do produto final.
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b) Armazenamento
Os ingredientes que podem ser utilizados sem restrição são: farinha de peixe, farelo
de soja e milho. Os principais subprodutos agrícolas utilizados com restrição são: farelo de
arroz, farinha de carne e osso, farinha de mandioca, farinha de resíduos de frango, farinha
de glúten, levedura, melaço, farinha hidrolizada de penas, farinha de sangue, sorgo, farelo
de trigo, farinha de trigo, farelo de algodão e farelo de amendoim.
A formulação da ração vai depender do tipo de peixe escolhido, da fase do ciclo de vida e
do nível de exigência, em termos de nutrição, de cada espécie.
De posse destes conhecimentos pode-se balancear uma ração que venha atender plenamente
as necessidades de cada espécie de peixe explorada.
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d) Pesagem dos ingredientes
Esta é uma fase muito importante na formulação das rações, isto porque quantidades
incorretas de determinados componentes irão comprometer a qualidade do produto final.
Dentro deste contexto, no caso específico de ração para peixes, não se pode de forma
alguma ignorar a fase de vida do público consumidor: alevino, juvenil ou peixe em fase de
crescimento.
Esta operação objetiva a distribuição uniforme dos nutrientes dentro da massa da ração.
Uma mistura mal efetivada poderá causar, em momentos diferentes, deficiências ou
excessos no atendimento das necessidades reais do cardume.
g) Peletização ou extrusão
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h) Secagem e resfriamento
Assim como os ingredientes as rações devem ser bem armazenados com os cuidados de não
adquirirem umidade nem tão pouco sofrerem qualquer processo de contaminação
5 MERCADO
No Espírito Santo são vários os fatores que parecem justificar a instalação de indústrias de
ração com vistas à piscicultura dentre os quais pode-se destacar:
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• A proliferação das construções de reservatórios de água com vistas, num primeiro
momento, à prática de irrigação de lavouras (café, mamão, horticultura e lavouras
brancas), tem propiciado ao empresário rural a possibilidade de exploração destas
reservas hídricas também com a piscicultura. Este fato também vem sendo observado
em vários outros estados da Federação;
• O estado apresenta excelentes condições internas de comunicação rodoviária e
encontra-se ligado às demais regiões do país por estradas asfaltadas o que viria facilitar
o transporte do produto, a custos mais baixos, tanto internamente quanto para outras
regiões;
• A captura do pescado exercida indiscriminadamente em ambientes naturais tem levado
a uma escassez cada vez maior dos peixes que tradicionalmente existiam em
abundância nos mananciais hídricos do estado, sendo que este fato tem incentivado o
empresariado local a investir na piscicultura implantada em meio artificial;
• A pesca é o segundo maior esporte em número de adeptos do país, perdendo apenas
para o futebol, fato que tem levado à instalação, em todos os estados da Federação, dos
“pesque e pague” que, por sua vez, constituem-se em novas unidades consumidoras de
ração.
- Grandes supermercados;
- Produtores de peixe.
6.1.1 Planta de uma indústria de ração para piscicultura com capacidade de fabricação de
80 toneladas/mês ou 960 toneladas/ano.
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b) Investimentos em imóveis.
c) Investimentos em equipamentos.
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d) TABELA 4. Custos variáveis referentes ao balanceamento de 960 toneladas de
ração em R$ 1,00.
DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANT. PREÇO TOTAL
UNIT. (R$) (R$)
Caixas plásticas 120 l n.º 10 80,00 800,00
Caixas plásticas 500 l n.º 5 150,00 750,00
Baldes plásticos n.º 5 5,00 25,00
Bandejas plásticas n.º 10 10,00 100,00
Escova grande n.º 10 3,00 30,00
Escova pequena n.º 10 1,50 15,00
Máscara facial n.º 3 50,00 150,00
Luvas de látex cx./24 12 24,00 288,00
Luvas de borracha n.º 12 5,00 60,00
Termômetro de 0 a 100º C n.º 3 50,00 150,00
Termômetro de máximo e mínimo n.º 3 20,00 60,00
Hipoclorito de sódio L 600 1,00 600,00
Formol L 36 10,00 360,00
Álcool etílico L 60 1,20 72,00
Jogo peneiras inox p/ granulometria n.º 2 300,00 600,00
Peneiras plásticas n.º 120 1,00 120,00
Jalecos n.º 5 20,00 100,00
Galochas n.º 5 10,00 50,00
Farinha de peixe Ton. 144 300 43.200,00
Farelo de soja Ton. 336 250 84.000,00
Milho Ton. 96 230 22.080,00
Farinha de glúten Ton. 24 150 3.600,00
Farelo de arroz Ton. 6 150 900,00
Farinha de carne e osso Ton. 12 300 3.600,00
Levedura Ton. 2,4 150 360,00
Farinha de resíduos de frango Ton. 24 300 7.200,00
Farinha de mandioca Ton. 24 200 4.800,00
Melaço Ton. 24 120 2.880,00
Farinha hidrolizada de penas Ton. 24 300 7.200,00
Farinha de sangue Ton. 24 300 7.200,00
Sorgo Ton. 36 180 6.480,00
Farelo de trigo Ton. 36 120 4.320,00
Farinha de trigo Ton. 36 400 14.400,00
Farelo de algodão Ton. 36 220 7.920,00
Farelo de amendoim Ton. 12 250 3.000,00
Premix vitamínico e mineral Ton. 19 5.000 95.000,00
Carboximetil celulose Ton. 9 3.500 33.600,00
Etoxyequin Ton. 1 125.000 125.000,00
Vitamina C Ton. 9 25.000 225.000,00
Custos fixos anuais R$ 80.528,00
Total R$ 786.598,00
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e) Estimativa do total de capital necessário.
Utilizou-se o capital de giro mensal por ser de fato este o período do primeiro retorno dos
investimentos realizados, sendo que a estimativa constante do item “d” foi feita para um
período de um ano com vistas à estruturação do fluxo de caixa que é anual, envolvendo um
período de dez anos.
O fluxo de produção de uma indústria de ração é diário e no presente caso trabalhou-se com
uma produção anual pelos mesmos motivos já explicitados no item “e” anterior, isto é,
fluxo de caixa que é anual por um período de dez anos. A tabela 5 mostra a composição da
receita bruta por ano estimada para o presente projeto.
TABELA 5 – Quantidade produzida de ração e valor por fase do ciclo de vida e hábito
alimentar.
Tipo de peixe Fase ciclo de Quantidade de Preço venda Receita Bruta
vida Ração ton./ano R$/ton. R$/ano
Onívoro Alevino 134,4 850,00 114.240,00
Juvenil 201,6 750,00 151.200,00
Crescimento 336,0 600,00 201.600,00
Carnívoro Alevino 86,4 1.700,00 146.880,00
Crescimento 201,6 1.300,00 262.080,00
Total --- 960,00 --- 876.000,00
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6.3 Fluxo de caixa do empreendimento
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irrigação e investimentos em terra. Os valores foram distribuídos ao longo do horizonte do
investimento, para estimar o custo fixo anual.
O custo operacional total é, aqui, definido como sendo a soma do custo variável
total e o custo fixo total.
Os custos unitários anuais são representados pelos custos totais anuais divididos
pela produção média anual. São eles: O custo variável médio, o custo fixo médio e o custo
operacional médio.
O custo variável médio é obtido pela divisão do custo variável total pelo volume
médio de produção.
O custo fixo médio é obtido pela divisão do custo fixo total pelo volume médio de
produção.
O custo operacional médio é obtido pela soma do custo variável médio e o custo
fixo médio.
O custo operacional médio por tonelada de ração foi estimado em R$ 837,66.
Considerando o preço médio da ração produzida de R$ 912,50, tem-se um lucro
operacional médio, por tonelada, de R$ 74,84, o que reforça a boa lucratividade desse
empreendimento.
As especificações das várias formas de capital e de custos com seus respectivos valores são
mostradas na tabela 7.
Especificação Valor(R$)
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7 ÍNDICES FINANCEIROS DO EMPREENDIMENTO
O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade de
15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando o desejo do
empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A partir da
determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou descontado) de
todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então somados para
encontrar o Valor Presente Líquido.
VPL do investimento foi estimado em R$ 275.015,99, para um módulo de produção
de ração de 960 toneladas por ano, significando que os resultados obtidos remuneram o
valor do investimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da receita
da empresa daquelas importâncias, o que indica a viabilidade desse empreendimento.
É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de
remuneração anual do empreendimento. A Taxa Interna de Retorno do investimento foi de
50,07% ao ano. Significa que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre o
investimento inicial superior à taxa média de atratividade do mercado. Em síntese, o
projeto é considerado viável e com boa taxa de rentabilidade.
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7.5 Índice de lucratividade das vendas
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No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ,
orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o valor de
R$ 25.000,00.
8.2.1 BNDES/Automático
Agente Operador
Beneficiários
Itens Financiáveis
Condições Operacionais
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Prazo
Taxas de Juros
Garantias
8.2.2 FUNRES/PROPEN/MIPEQ
Agente Operador
Somente o Bandes.
Objetivo
Beneficiários
a. Micro empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e
tenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e serviços;
b. Pequenas empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e até
750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a 49, no
caso de comércio e serviços.
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Itens Financiáveis
Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do
investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e
equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados.
Condições Operacionais
Utilização do Crédito
Forma de Pagamento
Garantias
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