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Série Perfil de Projetos

Indústria de rações para peixes

Vitória,
Dezembro/1999
SUMÁRIO

Página

1. Apresentação...................................................................................... 3
2. Introdução ......................................................................................... 4
3. Enquadramento Técnico do Negócio ................................................ 5
4 . O Projeto .......................................................................................... 6
5. Mercado ............................................................................................. 11
6. Aspectos Econômicos e Financeiros ................................................. 12
6.1. Detalhamento dos Investimentos ................................................... 12
6.2 – Detalhamento do Fluxo de Produção e de Receitas ..................... 15
6.3 – Fluxo de Caixa do Empreendimento ............................................ 16
6.4 – Análise do Custo de Produção do Empreendimento .................... 16
7. Índices Financeiros do Empreendimento .......................................... 18
8. Incentivos e Fontes de Financiamento .............................................. 19

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1 APRESENTAÇÃO

Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que se
propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente
econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental
relevância para o bom desempenho do negócio.

A Série Perfil de Projetos tem como objetivo suprir de informações o empreendedor


disposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio ao
investidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cada
situação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e dar
as condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bem
estruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado.

Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à atividade,


previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas informações
relevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se pretende atuar,
contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e com consideráveis
perspectiva de sucesso.

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2 INTRODUÇÃO

O Estado do Espírito Santo, localizado na região sudeste do Brasil, possui cerca de 400 km
de costa, além de ser todo recortado por mananciais hídricos, formando as bacias
hidrográficas dos Rios: Itabapoana, Novo, Iconha, Beneventes, Santa Maria da Vitória,
Piraqueaçú, Doce, São Mateus e Itaúnas, onde próximo ao litoral formam-se extensos
estuários.

Apresenta também clima tropical, e vastas regiões com solos coesos, o que o potencializa
para o desenvolvimento da aquicultura tradicional, utilizando viveiros escavados ou
aterrados no solo. A piscicultura pode ocorrer em tanques-rede instalados em rios, riachos,
lagoas e represas, desde que sejam respeitadas as legislações para ocupação em águas
públicas, ou em raceways, que são cultivos intensivos, com alta densidade e renovação
constante de água.

Nos últimos dez anos a aquicultura cresceu muito em todo o Brasil, e em alguns segmentos
supera 30% ao ano. A piscicultura tem sido responsável por cerca de 50% desta produção, e
pode-se atribuir este fato, ao uso das espécies nacionais como pacu, tambaqui e seus
híbridos, ao desenvolvimento de tecnologias que permitem o cultivo da tilápia em larga
escala, e mais recentemente com a utilização de peixes como paiauçú, pirapitanga, matrinxã
e os surubins pintado e cachara.

O aumento nas áreas de produção, a necessidade de incremento na produtividade e o


desenvolvimento de técnicas de produção de peixes nativos fez com que os piscicultores
otimizassem sua produção, melhorando seus conhecimentos, principalmente no que tange a
qualidade de água e manejo nutricional e alimentar, consequentemente aumentando a
demanda por alimentos de melhor qualidade.

A qualidade da ração utilizada é fator primordial nos cultivos aquícolas, pois o animal
desnutrido não se desenvolve bem e ainda fica suscetível a enfermidades, ocasionando
perda de produção. Nesta linha, entende-se que o crescimento na produção de peixes que
ora ocorre no Brasil, é em grande parte proveniente do empenho dos fabricantes de ração,
que em curto período de tempo diversificaram seus produtos, fomentando assim o setor.

A ANFAR – Associação Brasileira de Fabricantes de Ração registrou até 1998, 32


fabricantes de rações para organismos aquáticos, e extra oficialmente este número pode
chegar ao dobro. A produção de ração para organismos aquáticos cresceu de 4.200
toneladas em 1992 para 80.000 toneladas em 1998.

Esta informação parece retratar que a comercialização de rações para pisciculturas tem-se
apresentado como um bom negócio, e consequentemente, atraído novos investidores para a
atividade.

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No Espírito Santo, em função do potencial mencionado, já existe demanda para instalação
de fábricas de rações para peixes, podendo também, a mesma estrutura ser utilizada
também em rações para camarões.

3 ENQUADRAMENTO TÉCNICO DO NEGÓCIO

3.1 Tipo de Negócio

Fábrica de ração para peixes

3.2 Setor da economia

Secundário

3.3 Ramo da atividade

Agroindústria

3.4 Produtos a serem ofertados

Rações

3.5 Investimento previsto

Investimento Total .................................R$ 242.612,00


Investimento Fixo ..................................R$ 175.600,00
Investimento de Giro mensal .................R$ 62.255,00
Reserva Técnica .....................................R$ 4.757,10

3.6 Faturamento anual esperado

R$ 876.000,00

3.7 Índices de avaliação

Discriminação Especificação Resultado


Ponto de Equilíbrio % do faturamento 19,64
Valor Presente Líquido 15% 275.015,99
Taxa Interna de Retorno Em % ao ano 50,07
Tempo de Recuperação anos 2,50
Índice de lucratividade das Em % 8,20
Vendas

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4 PROJETO

4.1 Objetivo

O objetivo do presente é sintetizar informações que venham permitir ao investidor potencial


a analise da oportunidade de se implantar uma fábrica de ração para peixes, e/ou camarão,
decisão que deverá ser adotada de acordo com a disponibilidade física de insumos
existentes na região.

4.2 Requisitos de empreendedor

O empreendedor precisa reunir características que lhe permitam transformar boas idéias
em bons negócios. Para este processo de transformação tornam-se necessários
conhecimentos gerenciais e domínio das técnicas indispensáveis à condução do
empreendimento.

Aspectos fundamentais de um empreendedor:

- Criatividade: aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de


problemas.

- Liderança: capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades,


formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir ,
aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

- Perseverança: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar de


enxergar os limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em situações
adversas.

- Flexibilidade: poder de controle os seus impulsos para ajustar-se quando a situação


demandar uma mudança, rever posições estar aberto para estudar e aprender sempre.

- Vontade de trabalhar: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo e


envolvimento pessoal, um negócio é tocado com inspiração mas também com muita
transpiração.
- Auto-motivação: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seus
resultados.

- Formação permanente: capacidade de buscar um processo de permanente atualização


de informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências econômicas em todos
os níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais.

- Organização: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e


administrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meio

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ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas
mudanças.

- Senso crítico: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-os


friamente através de questionamentos que levem a indicações de possíveis alternativas
de solução.

- Visão global do negócio;

- “Capacidade de desaprender”: a evolução exige que o empreendedor tenha uma


capacidade de deletar da memória antigos conceitos e velhas tecnologias, para que esses
espaços possam ser preenchidos com conceitos modernos de gestão e novas
tecnologias;

- Visão sistêmica: os desafios das empresas em um cenário de mercado competitivo


exigirão que o empreendedor entenda do negócio proposto.

- Empreendedorismo: as empresas estão demandando profissionais dinâmicos que têm


coragem de correr riscos e também que não têm medo de cometer erros, que criem
novos empreendimentos e alavanquem o crescimento do negócio proposto.

4.3 Condicionantes locacionais

A fábrica de ração deverá estar localizada, preferencialmente em regiões agrícolas, com


vistas ao aproveitamento de subprodutos que poderão ser utilizados como ingredientes na
confecção das rações, e também esta localização deverá contemplar a proximidade de
mananciais hídricos de boa qualidade. Recomenda-se também, que a área em questão
possua energia elétrica, acesso aos grandes eixos viários e que apresente disponibilidade de
mão de obra.

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4.4 Processo produtivo

4.4.1 O Fluxograma

PRODUÇÃO DE RAÇÃO PARA PEIXES

RECEPÇÃO DA MATÉRIA PRIMA

ARMAZENAMENTO

SELEÇÃO DOS INSUMOS NAS DIFERENTES FORMULAÇÕES

TESTES NOS INSUMOS

PESAGEM DOS INSUMOS

MOAGEM DOS INSUMOS

MISTURA DOS INSUMOS

PELETIZAÇÃO OU EXTRUSÃO

SECAGEM E RESFRIAMENTO

ARMAZENAMENTO DO PRODUTO FINAL

COMERCIALIZAÇÃO

4.4.2 Descrição do processo

O processo de confecção de rações para peixes consiste em etapas já retratadas no


fluxograma, e que a seguir serão detalhadas:

a) Recepção da matéria prima

As rações são confeccionadas a partir de diferentes ingredientes que deverão estar bem
condicionados, isentos de umidade e qualquer outro tipo de impureza que poderão
influenciar negativamente na qualidade do produto final.

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b) Armazenamento

Os ingredientes devem ser armazenados em cima de estrados de madeira localizados em


ambientes secos, limpos e com bom arejamento, com vistas em não permitir a penetração
de umidade. Os sacos com a matéria-prima deverão ser bem fechados de forma a não
permitirem a instalação de insetos e/ou micro-organismos nocivos à ração.

c) Seleção dos insumos nas diferentes formulações

Os ingredientes que podem ser utilizados sem restrição são: farinha de peixe, farelo
de soja e milho. Os principais subprodutos agrícolas utilizados com restrição são: farelo de
arroz, farinha de carne e osso, farinha de mandioca, farinha de resíduos de frango, farinha
de glúten, levedura, melaço, farinha hidrolizada de penas, farinha de sangue, sorgo, farelo
de trigo, farinha de trigo, farelo de algodão e farelo de amendoim.

Adicionados a estes ingredientes as rações formuladas para atender a piscicultura, deverão


também conter complementações nutricionais indispensáveis à condução do
empreendimento piscicóla, tais como, premix vitamínico e mineral, vitamina C, óleo, anti-
oxidante, estabilizante, conservantes microbianos, aglutinantes, atrativos, corantes e
pigmentos.

A formulação da ração vai depender do tipo de peixe escolhido, da fase do ciclo de vida e
do nível de exigência, em termos de nutrição, de cada espécie.
De posse destes conhecimentos pode-se balancear uma ração que venha atender plenamente
as necessidades de cada espécie de peixe explorada.

c) Testes nos insumos

Deverão ser utilizados somente ingredientes de conhecida procedência e qualidade para


que se tenha uma ração capaz de satisfazer aos objetivos da exploração piscícola , em
termos de produção e sanidade do produto. Para tal fim, uma unidade de testes, onde os
ingredientes serão analisados para verificação da suas composições, testando-se também a
presença ou não de patógenos, são medidas indispensáveis à garantia da qualidade do
produto final.

Variações indesejáveis na composição química das rações poderão gerar deficiência


nutricional nos peixes. As empresas precisam investir em um controle de qualidade
eficiente, visando trabalhar com margens de segurança relativamente estreitas contra as
deficiências nutricionais. Pois quando este controle de qualidade é falho, há necessidade de
se trabalhar com margens de segurança mais amplas, acarretando desta forma uma elevação
considerável dos custos.

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d) Pesagem dos ingredientes

Esta é uma fase muito importante na formulação das rações, isto porque quantidades
incorretas de determinados componentes irão comprometer a qualidade do produto final.
Dentro deste contexto, no caso específico de ração para peixes, não se pode de forma
alguma ignorar a fase de vida do público consumidor: alevino, juvenil ou peixe em fase de
crescimento.

e) Moagem dos ingredientes

A granulometria das farinhas e farelos empregados na fabricação de uma ração também


requerem atenção especial, isto porque, quanto mais finos os ingredientes utilizados,
melhor será a coesão obtida no produto final. Desta forma a operação de moagem reveste-
se de grande importância, no sentido de se obter uma granulometria bem fina.

f) Mistura dos ingredientes

Esta operação objetiva a distribuição uniforme dos nutrientes dentro da massa da ração.
Uma mistura mal efetivada poderá causar, em momentos diferentes, deficiências ou
excessos no atendimento das necessidades reais do cardume.

g) Peletização ou extrusão

A escolha de um outro sistema de formatação final do produto dependerá da fase do ciclo


de vida do peixe, devendo ser observados fatores como pressão, umidade, tamanho da
partícula do ingrediente que poderão influenciar negativamente no valor nutritivo da ração.
De qualquer forma o processo de extrusão mostra uma série de vantagens sobre o de
peletização. As características de cada um destes sistemas ou processos utilizados na
fabricação de ração encontram-se discriminados na tabela a seguir:

TABELA 1 – Comparação dos processos de fabricação de ração de peletização e


extrusão.
PELETIZAÇÃO EXTRUSÃO
Dificuldade de produzir rações flutuantes Possibilidade de produzir rações que flutuam,
ou que afundem lentamente; afundam lentamente ou rapidamente;
Níveis de umidade máximos de 16 a 17%; Níveis de umidade até 55%;
O grau de cocção mais alto é de 50%; Grau de cocção do alimento é de 90% ou
mais;
Presença de bactérias no produto final; Ausência de bactérias no produto final;
Baixa estabilidade sem aditivos; Excelente estabilidade na água.
O produto se comprime e se forma mais Grande durabilidade do produto, graças a sua
fino; matriz interna.
Maior percentual de produtos fora do Baixíssimo percentual de produtos fora do
padrão. padrão.

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h) Secagem e resfriamento

Após confeccionadas as rações, as mesmas passam por um processo de secagem, e


resfriamento, quando então estarão prontas para serem embaladas.

i) Armazenamento do produto final e comercialização

Assim como os ingredientes as rações devem ser bem armazenados com os cuidados de não
adquirirem umidade nem tão pouco sofrerem qualquer processo de contaminação

5 MERCADO

5.1 Mercado alvo

O mercado alvo da presente proposta de se implantar uma fábrica de ração, inicialmente


será o Estado do Espírito Santo, que apresenta excelentes condições hídricas tanto em
termos naturais quanto artificiais e também apresentando uma pisicultura que vem se
desenvolvendo rapidamente e contemplando uma diversificação muito grande em termos de
espécie de peixe.
Outro ponto positivo a favor da instalação desta indústria no estado reside no fato de que
toda ração para peixe aqui utilizada é importada de outras unidades da Federação, o que
onera sobremaneira o custo final de produção de pescado, principalmente pelo custo do
transporte.
Num segundo momento visualiza-se outros mercados consumidores em outras unidades da
Federação, face às excelentes condições edafo-climáticas que o estado apresenta para a
produção da maior parte dos ingredientes que comporão a ração, o que seria fator positivo à
expansão deste tipo de indústria em terras capixabas.
É importante que se chame atenção para o fato de que existem instaladas no país fábricas
de ração que trabalham com um controle de qualidade apurado. Desta forma, qualquer
outra nova indústria congênere que venha a instalar deverá ter também perseguir um rígido
controle de qualidade, com vistas em aumentar o seu poder de barganha no mercado
competitivo.

5.2 Perspectiva do mercado

No Espírito Santo são vários os fatores que parecem justificar a instalação de indústrias de
ração com vistas à piscicultura dentre os quais pode-se destacar:

• Condições edafo-climáticas compatíveis com as necessidades das mais variadas


espécies de peixes, fator que já vem sendo observado por muitos empresários que já
ingressaram na exploração deste empreendimento;

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• A proliferação das construções de reservatórios de água com vistas, num primeiro
momento, à prática de irrigação de lavouras (café, mamão, horticultura e lavouras
brancas), tem propiciado ao empresário rural a possibilidade de exploração destas
reservas hídricas também com a piscicultura. Este fato também vem sendo observado
em vários outros estados da Federação;
• O estado apresenta excelentes condições internas de comunicação rodoviária e
encontra-se ligado às demais regiões do país por estradas asfaltadas o que viria facilitar
o transporte do produto, a custos mais baixos, tanto internamente quanto para outras
regiões;
• A captura do pescado exercida indiscriminadamente em ambientes naturais tem levado
a uma escassez cada vez maior dos peixes que tradicionalmente existiam em
abundância nos mananciais hídricos do estado, sendo que este fato tem incentivado o
empresariado local a investir na piscicultura implantada em meio artificial;
• A pesca é o segundo maior esporte em número de adeptos do país, perdendo apenas
para o futebol, fato que tem levado à instalação, em todos os estados da Federação, dos
“pesque e pague” que, por sua vez, constituem-se em novas unidades consumidoras de
ração.

5.3 Clientes potenciais

- Lojas de produtos agropecuários;

- Lojas que comercializam rações;

- Lojas de produtos para aquariofilia;

- Grandes supermercados;

- Produtores de peixe.

6 ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS

6.1 Detalhamento dos investimentos

6.1.1 Planta de uma indústria de ração para piscicultura com capacidade de fabricação de
80 toneladas/mês ou 960 toneladas/ano.

a) Custos fixos anuais.

- Remuneração do encarregado (R$/ano) ................ 3.600,00


- Remuneração do contador (R$/ano) ..................... 1.800,00
- Energia elétrica e telefonia (R$/ano) ......................6.800,00
- Imposto ................................................................ 68.328,00
- Total ..................................................................... 80.528,00

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b) Investimentos em imóveis.

Os investimentos em imóveis no presente projeto são representados pela aquisição de


terreno e construção da base física para a indústria de ração conforme mostra a tabela 2.

TABELA 2 – Capital imobilizado em terra e construção civil.


DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANT PREÇO TOTAL
. UNIT. R$) (R$)
Aquisição de terreno m2 300 26,00 7.800,00
Galpão com divisões internas para
armazenamento de ingredientes, m2 200 160,00 32.000,00
laboratório de análises, fabricação e
armazenamento de ração
VALOR 39.800,00

c) Investimentos em equipamentos.

O conjunto de equipamentos necessários à unidade produtora de ração ora projetada consta


da tabela 3 a seguir:

TABELA 3 – Discriminação e valor dos equipamentos. Fábrica de ração para peixe.


Capacidade 80 toneladas por mês.
DISCRIMINAÇÃO QUANT PREÇO UNIT. PREÇO TOTAL
. (R$) (R$)
Balança digital com precisão de 0,01g 01 4000,00 4000,00
Balança digital com precisão de 0,1g 01 2500,00 2500,00
Microscópio binocular 01 1800,00 1800,00
Lupa 01 600,00 600,00
Aparelho de ar condicionado 7000 Btu´s 01 600,00 600,00
Freezer 210 l 01 800,00 800,00
Extrusora e adjacentes (conjunto) 01 125.500,00 125.500,00
VALOR 135.800,00

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d) TABELA 4. Custos variáveis referentes ao balanceamento de 960 toneladas de
ração em R$ 1,00.
DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANT. PREÇO TOTAL
UNIT. (R$) (R$)
Caixas plásticas 120 l n.º 10 80,00 800,00
Caixas plásticas 500 l n.º 5 150,00 750,00
Baldes plásticos n.º 5 5,00 25,00
Bandejas plásticas n.º 10 10,00 100,00
Escova grande n.º 10 3,00 30,00
Escova pequena n.º 10 1,50 15,00
Máscara facial n.º 3 50,00 150,00
Luvas de látex cx./24 12 24,00 288,00
Luvas de borracha n.º 12 5,00 60,00
Termômetro de 0 a 100º C n.º 3 50,00 150,00
Termômetro de máximo e mínimo n.º 3 20,00 60,00
Hipoclorito de sódio L 600 1,00 600,00
Formol L 36 10,00 360,00
Álcool etílico L 60 1,20 72,00
Jogo peneiras inox p/ granulometria n.º 2 300,00 600,00
Peneiras plásticas n.º 120 1,00 120,00
Jalecos n.º 5 20,00 100,00
Galochas n.º 5 10,00 50,00
Farinha de peixe Ton. 144 300 43.200,00
Farelo de soja Ton. 336 250 84.000,00
Milho Ton. 96 230 22.080,00
Farinha de glúten Ton. 24 150 3.600,00
Farelo de arroz Ton. 6 150 900,00
Farinha de carne e osso Ton. 12 300 3.600,00
Levedura Ton. 2,4 150 360,00
Farinha de resíduos de frango Ton. 24 300 7.200,00
Farinha de mandioca Ton. 24 200 4.800,00
Melaço Ton. 24 120 2.880,00
Farinha hidrolizada de penas Ton. 24 300 7.200,00
Farinha de sangue Ton. 24 300 7.200,00
Sorgo Ton. 36 180 6.480,00
Farelo de trigo Ton. 36 120 4.320,00
Farinha de trigo Ton. 36 400 14.400,00
Farelo de algodão Ton. 36 220 7.920,00
Farelo de amendoim Ton. 12 250 3.000,00
Premix vitamínico e mineral Ton. 19 5.000 95.000,00
Carboximetil celulose Ton. 9 3.500 33.600,00
Etoxyequin Ton. 1 125.000 125.000,00
Vitamina C Ton. 9 25.000 225.000,00
Custos fixos anuais R$ 80.528,00
Total R$ 786.598,00

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e) Estimativa do total de capital necessário.

- Capital fixo .............................................................................................. R$ 175.600,00


- Capital de giro mensal ............................................................................... R$ 65.549,80
- Reserva técnica (2% do somatório do capital fixo e capital de giro) .......... R$ 4.823,00
- Necessidade total de capital ...................................................................R$ 245.972,80

Utilizou-se o capital de giro mensal por ser de fato este o período do primeiro retorno dos
investimentos realizados, sendo que a estimativa constante do item “d” foi feita para um
período de um ano com vistas à estruturação do fluxo de caixa que é anual, envolvendo um
período de dez anos.

6.2 Detalhamento do fluxo de produção e receitas.

O fluxo de produção de uma indústria de ração é diário e no presente caso trabalhou-se com
uma produção anual pelos mesmos motivos já explicitados no item “e” anterior, isto é,
fluxo de caixa que é anual por um período de dez anos. A tabela 5 mostra a composição da
receita bruta por ano estimada para o presente projeto.

6.2.1 Estimativa de produção e de receita bruta anual.

TABELA 5 – Quantidade produzida de ração e valor por fase do ciclo de vida e hábito
alimentar.
Tipo de peixe Fase ciclo de Quantidade de Preço venda Receita Bruta
vida Ração ton./ano R$/ton. R$/ano
Onívoro Alevino 134,4 850,00 114.240,00
Juvenil 201,6 750,00 151.200,00
Crescimento 336,0 600,00 201.600,00
Carnívoro Alevino 86,4 1.700,00 146.880,00
Crescimento 201,6 1.300,00 262.080,00
Total --- 960,00 --- 876.000,00

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6.3 Fluxo de caixa do empreendimento

Para elaboração do fluxo de caixa foram adotados os seguintes critérios:

a) Vida útil, para análise financeira , de dez anos;


b) As receitas foram estimadas considerando a fabricação de ração para peixes conforme
seu ciclo de vida.

TABELA 6 – Investimentos, valor residual, receitas, despesas, fluxo de caixa, fluxo de


caixa descontado e saldo em R$ 1,00. Fábrica de ração para peixes com produção de
960 toneladas por ano.
Valor Fluxo de Fluxo
Ano Investimentos residual Receitas Despesas Caixa Descontado Saldos
-
0 175.600,00 175.600,00 -175.600,00 175.600,00
1 876.000,00 786.598,00 89.402,00 77.740,87 -97.859,13
2 876.000,00 786.598,00 89.402,00 67.600,76 -30.258,37
3 876.000,00 786.598,00 89.402,00 58.783,27 28.524,89
4 876.000,00 786.598,00 89.402,00 51.115,88 79.640,78
5 876.000,00 786.598,00 89.402,00 44.448,59 124.089,37
6 876.000,00 786.598,00 89.402,00 38.650,95 162.740,32
7 876.000,00 786.598,00 89.402,00 33.609,52 196.349,85
8 876.000,00 786.598,00 89.402,00 29.225,67 225.575,52
9 876.000,00 786.598,00 89.402,00 25.413,63 250.989,15
10 7.800,00 876.000,00 786.598,00 97.202,00 24.026,85 275.015,99

Valor Presente Líquido (VPL) .................................................................. R$ 275.015,99

Taxa Interna de Retorno (TIR) ................................................................. 50,07 % a.a.

Custo de Oportunidade Anual(Cop) .......................................................... 15 % a.a.

Tempo de Recuperação do Capital(TRC) .................................................... 2,5 anos

6.4 Análise do custo de produção do empreendimento

O custo de produção é um importante indicador para que o empreendedor possa


inferir sobre a competitividade de seu processo produtivo. Há várias medidas de custos de
produção. Neste perfil, foram utilizados os conceitos de custos variáveis, custos fixos,
custos operacionais e os respectivos custos unitários de produção.
Os custos variáveis relacionam-se com o capital circulante empregado no processo
produtivo, ou seja, insumos e serviços. Inicialmente, estimou-se o custo variável total por
ano, a partir da média dos valores considerados no fluxo de caixa durante o horizonte do
investimento.
Os custos fixos estão associados ao capital imobilizado no investimento, os quais
compreendem os dispêndios efetivados para formação da lavoura e equipamentos de

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irrigação e investimentos em terra. Os valores foram distribuídos ao longo do horizonte do
investimento, para estimar o custo fixo anual.
O custo operacional total é, aqui, definido como sendo a soma do custo variável
total e o custo fixo total.
Os custos unitários anuais são representados pelos custos totais anuais divididos
pela produção média anual. São eles: O custo variável médio, o custo fixo médio e o custo
operacional médio.
O custo variável médio é obtido pela divisão do custo variável total pelo volume
médio de produção.
O custo fixo médio é obtido pela divisão do custo fixo total pelo volume médio de
produção.
O custo operacional médio é obtido pela soma do custo variável médio e o custo
fixo médio.
O custo operacional médio por tonelada de ração foi estimado em R$ 837,66.
Considerando o preço médio da ração produzida de R$ 912,50, tem-se um lucro
operacional médio, por tonelada, de R$ 74,84, o que reforça a boa lucratividade desse
empreendimento.

As especificações das várias formas de capital e de custos com seus respectivos valores são
mostradas na tabela 7.

TABELA 7 - Capital e indicadores de custos de produção

Especificação Valor(R$)

Capital Fixo Total 175.600,00


Capital Circulante Total ( 10 anos) 7.865.980,00
Custo Variável Total por Ano 786.598,00
Custo Fixo Total por Ano 17.560,00
Custo Operacional Total por Ano 804.158,00
Receita Bruta Anual 876.000,00
Receita Líquida Anual 71.842,00
Índice de lucratividade Anual (%) 8,20
Custo Variável Médio por Ano(R$/ton) 819,37
Custo Fixo Médio por Ano (R$/ton) 18,29
Custo Operacional Médio por Ano(R$/ton) 837,66

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7 ÍNDICES FINANCEIROS DO EMPREENDIMENTO

7.1 Ponto de nivelamento

O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui definido


pelo nível de produção (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece a gerar
lucros. Na formulação matemática este ponto é encontrado pela divisão dos Custos Fixos
por ano pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis anuais, indicando o
percentual da receita operacional líquida necessário para remunerar os custos fixos. Para o
presente perfil, o ponto de nivelamento foi estimado em 19,64%, mostrando o baixo nível
de comprometimento das receitas anuais na remuneração dos custos fixos anuais do
empreendimento.

7.2 Valor presente líquido

O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade de
15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando o desejo do
empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A partir da
determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou descontado) de
todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então somados para
encontrar o Valor Presente Líquido.
VPL do investimento foi estimado em R$ 275.015,99, para um módulo de produção
de ração de 960 toneladas por ano, significando que os resultados obtidos remuneram o
valor do investimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem aumentar o valor da receita
da empresa daquelas importâncias, o que indica a viabilidade desse empreendimento.

7.3 Taxa interna de retorno

É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de
remuneração anual do empreendimento. A Taxa Interna de Retorno do investimento foi de
50,07% ao ano. Significa que o empreendimento apresenta uma taxa de retorno sobre o
investimento inicial superior à taxa média de atratividade do mercado. Em síntese, o
projeto é considerado viável e com boa taxa de rentabilidade.

7.4 Payback período ou tempo de recuperação descontado

Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido


calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença é que seu cálculo é
realizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima de
atratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem deste indicador sobre o
simples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo.
Assim, o Tempo de Recuperação do Capital (Descontado) desse investimento é de 2,5
anos , indicando o período de tempo que seria suficiente para a recuperação do capital
investido nesses empreendimentos.

18
7.5 Índice de lucratividade das vendas

É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de


Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do Lucro
Líquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. O índice de lucratividade das vendas
foi estimado em 8,20%.

TABELA 8 - Resumo dos Índices Financeiros da produção de ração.

Discriminação Especificação Resultado

Ponto de Equilíbrio % do faturamento 19,64


Valor Presente Líquido 15% 275.015,99
Taxa Interna de Retorno Em % ao ano 50,07
Tempo de Recuperação anos 2,50
Índice de lucratividade das Em % 8,20
Vendas

8 INCENTIVOS E FONTES DE FINANCIAMENTO

8.1 Incentivos fiscais potenciais

Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos do


FUNRES - Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado de
Incentivo Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedade
anônima, requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis com
este tipo de empreendimento. A disponibilidade de recursos FUNRES para micro e
pequenas empresas é para financiamentos, conforme explicado em seguida.

8.2 Fontes de financiamento potenciais

As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente


não apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fonte
básica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassados
por bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas não
diferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa básica de
juros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano.

A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que é


operada pela maioria dos bancos públicos( Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e também
pelos bancos privados.

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No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ,
orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o valor de
R$ 25.000,00.

A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento.

8.2.1 BNDES/Automático

Agente Operador

Operado por Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados.


Objetivo

Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos


novos de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giro
associado ao investimento fixo.

Beneficiários

Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades da


administração pública direta e indireta, e demais entidades que contribuam para os
objetivos do Sistema BNDES.

Itens Financiáveis

Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes;


máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequeno porte
poderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais para
revenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro associado
ao investimento fixo. Despesas pré-operacionais.

Condições Operacionais

Limite Máximo: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano.


Participação: Equipamentos nacionais ou importados: até 100%.
Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas de
desenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está limitada a
50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do Patrimônio
Líquido Ajustado do BANDES, o que for menor.
No caso de Bancos privados não há esta limitação. Neste caso, o financiamento será
analisado de acordo com os interesses e reciprocidades apresentados pelo Banco.

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Prazo

O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento do


empreendimento, da empresa ou do grupo econômico.

Taxas de Juros

Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP.


Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP.
IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação.
Custo de Análise de Projeto: Isento.

Garantias

Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados


como garantia deverão ter seguro.
Pessoais: Aval ou fiança de terceiros.

8.2.2 FUNRES/PROPEN/MIPEQ

Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Agente Operador

Somente o Bandes.

Objetivo

Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos


setores industrial, agro-industrial, de comércio e serviços, visando implementar política de
geração de empregos e renda.

Beneficiários

Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual,


relativa ao último exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão da
receita, da mesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados,
observados os seguintes parâmetros:

a. Micro empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e
tenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e serviços;

b. Pequenas empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e até
750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a 49, no
caso de comércio e serviços.

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Itens Financiáveis

Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do
investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e
equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados.

Condições Operacionais

Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador.


Participação: Até 80% do total financiável, condicionado à política de risco do BANDES.
Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses.
Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP.
Obs: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela de
Ressarcimento de Custos, com exceção das micro empresas.
IOF: Isento.

Utilização do Crédito

Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físico-


financeiro do empreendimento.

Forma de Pagamento

Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período da


carência, trimestralmente.

Garantias

Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os


bens dados em garantia deverão ter seguro.

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