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CIÊNCIAS DA SAÚDE

Sessões temáticas

Análises Clínicas ........................................................................................................................................................ 491


Enfermagem e Envelhecimento.................................................................................................................................. 493
Modelo Animal A....................................................................................................................................................... 497
Bioética, Ensino Médico e Epidemiologia ................................................................................................................. 500
Clínica Médica A........................................................................................................................................................ 503
Práticas Pedagógicas em Educação Física.................................................................................................................. 506
Odontologia I.............................................................................................................................................................. 510
Tecnologia Farmacêutica A........................................................................................................................................ 513
Pneumologia A ........................................................................................................................................................... 517
Cardiologia A ............................................................................................................................................................. 519
Endocrinologia A ....................................................................................................................................................... 523
Promoção da Saúde A ................................................................................................................................................ 525
Biotecnologia.............................................................................................................................................................. 528
Enfermagem e Saúde A .............................................................................................................................................. 530
Psiquiatria A ............................................................................................................................................................... 533
Cirurgia....................................................................................................................................................................... 536
Ginecologia e Obstetrícia A ....................................................................................................................................... 538
Aspectos Biomecânicos da Atividade Física A .......................................................................................................... 541
Odontologia II ............................................................................................................................................................ 544
Toxicologia................................................................................................................................................................. 547
Cardiologia B ............................................................................................................................................................. 551
Bioquímica, Fisiologia e Genética Clínica A ............................................................................................................. 554
Nutrição A .................................................................................................................................................................. 556
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física A................................................................................................... 560
Assistência Farmacêutica ........................................................................................................................................... 562
Políticas e Práticas em Saúde e Enfermagem ............................................................................................................. 565
Endocrinologia B........................................................................................................................................................ 569
Clínica Médica B........................................................................................................................................................ 572
Psiquiatria B ............................................................................................................................................................... 574
Aspectos Fisiológicos da Atividade Física ................................................................................................................. 577
Odontologia III ........................................................................................................................................................... 580
Práticas de Enfermagem e Saúde Coletiva A ............................................................................................................. 583
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho A ..................................................................................................... 585
Cardiologia C ............................................................................................................................................................. 589
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física B................................................................................................... 592
Aspectos Biomecânicos da Atividade Física B .......................................................................................................... 594
Controle de Qualidade de Drogas, Fármacos e Medicamentos .................................................................................. 597
Enfermagem e Saúde B .............................................................................................................................................. 599
Clínica Médica C........................................................................................................................................................ 602
Endocrinologia C........................................................................................................................................................ 605
Nutrição B .................................................................................................................................................................. 608
Nutrição e Composição Corporal ............................................................................................................................... 611
Odontologia IV........................................................................................................................................................... 613
Tecnologia Farmacêutica B ........................................................................................................................................ 616
Clínica Médica D........................................................................................................................................................ 619
Ginecologia e Obstetrícia B........................................................................................................................................ 622
Pediatria A.................................................................................................................................................................. 625
Ciências da Saúde

Promoção da Saúde B................................................................................................................................................. 627


Fitoquímica A............................................................................................................................................................. 630
Fundamentos Teóricos e Tecnológicos da Assistência de Enfermagem A................................................................. 632
Ginecologia e Obstetrícia C........................................................................................................................................ 634
Modelo Animal B....................................................................................................................................................... 637
Otorrinolaringologia e Oftalmologia .......................................................................................................................... 640
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física C................................................................................................... 644
Odontologia V ............................................................................................................................................................ 646
Práticas de Enfermagem e Saúde Coletiva B ............................................................................................................. 649
Bioquímica, Fisiologia e Genética Clínica B ............................................................................................................. 652
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho B ..................................................................................................... 654
Pediatria B .................................................................................................................................................................. 656
Reabilitação ................................................................................................................................................................ 659
Fitoquímica B ............................................................................................................................................................. 662
Fundamentos Teóricos e Tecnológicos da Assistência de Enfermagem B................................................................. 664
Cardiologia D ............................................................................................................................................................. 666
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho C ..................................................................................................... 670
Pneumologia B ........................................................................................................................................................... 673
Performance................................................................................................................................................................ 675

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Ciências da Saúde

Sessão 1
Análises Clínicas

DETERMINAÇÃO DO PERFIL ELETROFORÉTICO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS.


001 Camila Peter, Fernando Thomé Kreutz (orient.) (ULBRA).
Com o advento da produção de anticorpos monoclonais, tornou-se de extrema necessidade um amplo e
rigoroso processo de controle de qualidade, no qual a presença do anticorpo é testada por diferentes técnicas, entre
elas o proteinograma. Dessa forma, esse trabalho objetiva a determinação do perfil eletroforético de anticorpos
monoclonais produzidos por hibridomas, para a especificação do controle de qualidade do produto intermediário. As
ascites, produto da inoculação de hibridomas em camundongos, foram impregnadas em membrana de acetato de
celulose e submetidas à eletroforese. As proteínas ficaram dispostas em diferentes bandas, pois a migração foi
determinada pelo ponto isoelétrico de cada uma delas. Sabe-se que os anticorpos possuem perfis próprios, podendo
apresentar-se como α2, β ou g-globulinas. Foram calculadas as razões entre as medidas percorridas pelo anticorpo e a
albumina, de pelo menos cinco lotes de ascites, com a obtenção das médias, desvio padrão e coeficiente de variação.
A partir desses dados, determinou-se o índice de retenção da proteína, o que possibilitou a padronização do
posicionamento de cada banda. Resulta, dessa forma, a definição do comportamento de cada anticorpo perante a
eletroforese, para o auxilio da definição de especificações de controle de qualidade de anticorpos monoclonais.

ESTUDO DA PATOGENICIDADE DE AMEBAS DE VIDA LIVRE DE ISOLADOS CLÍNICOS


002 E AMBIENTAIS. Lisiane Nichele Pereira, Karin Caumo, Claiton José Pens, Lua Ferreira Panatieri,
Marilise Brittes Rott (orient.) (UFRGS).
As amebas de vida livre (AVL) são protozoários que vivem principalmente no solo e em coleções de água. Os
gêneros Naegleria e Acanthamoeba são os de maior importância médica por provocarem infecções principalmente no
encéfalo e nos olhos do ser humano, tais como encefalite amebiana granulomatosa e ceratite amebiana. Estas
infecções são mais freqüentes em indivíduos imunodeficientes, entretanto podem ocorrer em indivíduos saudáveis
como usuários de lentes de contato. Isolados de Amebas de vida livre obtidos a partir de estojos de lentes de contato
e amostras de águas de piscinas de clubes da cidade de Porto Alegre serão avaliados quanto a sua patogenicidade por
métodos in vitro com o objetivo de diferenciar linhagens patogênicas de não patogênicas. De 81 amostras de estojos
de lentes de contato e 65 amostras de piscinas analisadas, 20 foram positivas para presença de AVL. Os isolados
serão submetidos a testes de tolerância à temperatura e osmotolerância (testes in vitro) para determinação da
patogenicidade. Para o teste de tolerância a temperatura placas serão incubadas a diferentes temperaturas (3°C, 37°C
e 45°C) e observadas diariamente por 10 dias avaliando a viabilidade das amebas. O teste de osmotolerância será
determinado a partir da inoculação das AVL em ágar não nutriente contendo 1M manitol. Dos 20 isolados de AVL
obtidos a partir de estojos de lentes de contato e piscinas muitos apresentam a possibilidade de possuirem potencial
patogênico. A importância de conhecer a distribuição e a virulêcia de AVL está em poder tomar medidas preventivas
para evitar epidemias.

EFEITOS DO TRATAMENTO COM FRUTOSE-1, 6-BISFOSFATO SOBRE A


003 TROMBOCITOPENIA E COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA NA SEPSE EXPERIMENTAL EM
RATOS. Henrique Bregolin Dias, Luciana Mello de Oliveira, Alessandra Bileski Magrisso, Melissa
Guerra Simões Pires, Terezina Paz Munhoz, Jarbas Rodrigues de Oliveira, Rafael Roesler (orient.) (PUCRS).
Introdução: A sepse é uma resposta sistêmica a uma infecção, que leva a uma reação inflamatória generalizada.
Existe uma íntima relação entre atividade pró-coagulante e pró-inflamatória. Anormalidades na coagulação são
comuns em pacientes com sepse. Pesquisas científicas têm se concentrado no desenvolvimento de substâncias que
ajam nas alterações da coagulação e na relação entre coagulação e inflamação. A frutose-1, 6-bisfosfato (FBP) é um
metabólito glicolítico de alta energia que tem demonstrado efeitos terapêuticos em um grande número de situações
patológicas, incluindo sepse. O objetivo desse estudo foi determinar o efeito do tratamento com FBP sobre a
trombocitopenia e alterações da coagulação provocadas pela sepse abdominal em ratos. Métodos: A sepse foi
induzida por perfuração do intestino. A contagem de plaquetas foi realizada em aparelho automatizado (Coulter ®
T890). A coagulação sangüínea (tempos de protrombina e tromboplastina parcial ativada) foram avaliados por kits
comerciais. Resultados: A sepse diminui contagem de plaquetas e aumentou os tempo de protrombina e
tromboplastina parcial ativada. O tratamento com FBP, na dose de 2g/Kg preveniu trombocitopenia e reverteu as
alterações nos tempos de protrombina e de tromboplastina parcial ativada até níveis normais. Discussão: O
tratamento com FBP apresenta efeitos protetores sobre a trombocitopenia e aumento dos parâmetros de coagulação
provocados pela sepse, e pode representar, futuramente, um tratamento para disfunção de múltiplos órgãos, principal
fator de risco para mortalidade na sepse. Os mecanismos para esses efeitos permanecem sobre investigação. Sendo
assim, sugerimos que FBP pode apresentar uma nova abordagem no tratamento de sepse, modulando tanto o sistema
inflamatório quanto a cascata de coagulação.

491
Ciências da Saúde

IMPACTO DA MULTIRRESISTÊNCIA BACTERIANA SOBRE O PERFIL DA UTILIZAÇÃO


004 DE ANTIBIÓTICOS NO HCPA. Juliana da Silva Winter, Thalita Jacoby, Rodrigo Pires dos Santos,
Ricardo de Souza Kuchenbecker (orient.) (UFRGS).
Introdução: a CCIH conserva um processo de vigilância sobre o uso racional de antimicrobianos. Essa política
estimula o uso de penicilinas e cefepime, restringindo o consumo de cefalosporinas de terceira geração,
carbapenêmicos e vancomicina. Estudos realizados mensalmente avaliam a taxa de medicamentos consumida por
paciente/dia (taxa de DDD). Objetivos: caracterizar o comportamento da prescrição de antimicrobianos em relação à
política do HCPA e a incidência de bactérias multirresistentes. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo de
janeiro 2005 a junho de 2007. A partir de uma classificação para bactérias multirresistentes, instituída no HCPA,
puderam-se qualificar as mesmas. Juntamente a essas informações foi obtido, mensalmente, o consumo de
antimicrobianos na instituição através da taxa de DDD (Dose Definida Diária). Resultados: foi observado um
aumento no consumo de Piperacilina+tazobactam e cefepime comparando-se as médias de DDDs em 2005-2006 com
2007: 1, 9 para 2, 7 e 3, 8 para 5, 5, respectivamente. Vancomicina, carbapenêmicos e ceftazidima permaneceram
com consumo constante no período. Analisando as tendências temporais dos germes multirresistentes observou-se
um aumento na taxa de infecção por gram negativos resistentes: ESBL produtoras, de 11, 0 para 17, 8
infecções/10.000 pac-dia; P. aeruginosa, de 4, 3 para 7, 2 infecções/10.000 pac-dia, Acinetobacter sp. de 1, 3 para 6,
7 infecções/10.000 pac-dia. Para o S. aureus houve diminuição na taxa de infecção (15, 5 para 12, 2/10.000 pac-dia).
Conclusões: observou-se um aumento de consumo de antibióticos contra as bactérias gram negativas, devido a um
aumento na incidência destas bactérias no ano de 2007. Apesar disto, esse aumento respeitou a política preconizada
pela CCIH na instituição

ALTERAÇÕES NA HEMOSTASIA DE PACIENTES FALCIFORME PODE ESTAR


005 ASSOCIADA A CARBONILAÇÃO DO FIBRIGÊNIO. Giovana Pujol Veeck, Vanusa Manfredini,
Luisa Lauermann Lazzaretti, Vanessa Duarte Martins, Aline Coghetto Baccin, Mara da Silveira Benfato
(orient.) (UFRGS).
Anemia Falciforme é uma doença hereditária, monogênica causada por uma mutação no gene b-da globina. A
hemoglobina S (HbSS) é uma variante decorrente da substituição de adenina por timina no códon (GAG-GTG)
codificando valina ao invés de ácido glutâmico na posição 6 da cadeia da b-globina. Essa modificação altera a
estrutura da molécula. Sob determinadas condições, como baixas tensões de oxigênio, pH ácido e temperaturas
baixas, há polimerização das moléculas de hemoglobina, levando a crises vaso-oclusivas. As espécies reativas de
oxigênio (EROS), são capazes de lesar componentes celulares como proteínas, lipídios e o DNA. No presente estudo,
foram analisadas 78 amostras de sangue de indivíduos, 30 (Hb AA), 28 (Hb AS) e 20 (Hb SS) de diferentes idades,
selecionados junto ao Centro de Apoio ao Portador de Anemia Falciforme (CAPAF-RS). Verificou-se o nível de
oxidação das proteínas plasmáticas e do hemolisado celular através do método do Carbonil. Os resultados mostram
um aumento significativo no nível de oxidação de proteínas plasmáticas dos doentes falciformes em relação aos
demais grupos. Não foi observada diferença significativa no nível de oxidação no hemolisado celular. Uma vez que o
fibrinogênio é a principal proteína envolvida na cascata da coagulação e estes indivíduos apresentam alterações
nesta, avaliou-se a capacidade de carbonilação do fibrinogênio in vitro. Para tal, uma solução de fibrinogênio foi
tratada com UVC e H2O2 à temperatura ambiente, por 1 h. Os dados obtidos mostram que o fibrinogênio submetido
ao tratamento acima carbonilou, sendo esta diferença significativa (P< 0, 05). Esses resultados sugerem que a
carbonilação plasmática nos pacientes HbSS pode contribuir para alterações na hemostasia.

ESTRESSE OXIDATIVO NA ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM INDIVÍDUOS


006 IDOSOS. Luísa Lauermann Lazzaretti, Aline Coghetto Baccin, Vanusa Manfredini, Vanessa Duarte
Martins, Mara da Silveira Benfato (orient.) (UFRGS).
O ferro é um elemento importante para processos metabólicos essenciais para a vida, entretanto sua deficiência
acomete principalmente idosos e crianças, causando anemia ferropênica que tem efeito negativo na qualidade de vida
desses indivíduos. Essa, por sua vez, é caracterizada por uma alteração na composição da hemoglobina, fazendo com
que os eritrócitos diminuam seu tamanho e composição, reduzindo sua sobrevida a qual pode ser explicada pela
geração de espécies reativas de oxigênio (ERO). Neste trabalho, foram avaliadas 35 amostras de sangue de pacientes
idosos (maiores de 65 anos) selecionados de Ambulatórios de Atenção Básica de Saúde da Região Norte do RS.
Destes, 17 pacientes apresentaram anemia ferropênica e hipertensão arterial primária e 18 pacientes apenas
hipertensão arterial primária, que foi considerado o grupo controle. Foi quantificado dano oxidativo em proteínas
plasmáticas e no hemolisado celular pelo método de carbonil e também avaliada a atividade das enzimas
antioxidantes: catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx). Não houve diferença significativa na atividade da GPx
e também não se observou oxidação em proteínas do hemolisado celular. Entretanto, os resultados revelam aumento
significativo na atividade da CAT nos pacientes com anemia ferropênica. O carbonil plasmático apresentou um
aumento significativo no mesmo grupo. Estes dados revelam o envolvimento de ERO no agravamento da anemia
carencial. Sendo assim, reforça-se a necessidade de diagnosticar e tratar esses pacientes precocemente, diminuindo a
magnitude dos efeitos da anemia na saúde do idoso. (Fapergs).

492
Ciências da Saúde

PERFIL BIOQUÍMICO E DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES


007 FENILCETONÚRICOS TRATADOS. Amanda Thomas Barden, Angela Sitta, Alethéa Barschak,
Marion Deon, Cristiane Matté, Mirian Sgarbi, Maiara Pigatto, Thatiana Terroso, Jurema de Mari,
Moacir Wajner, Carmen Regla Vargas (orient.) (UFRGS).
A fenilcetonúria é um erro inato do metabolismo do aminoácido fenilalanina (Fal), cujo tratamento é uma dieta
especial, restrita em proteínas e suplementada com outros aminoácidos essenciais (que não a Fal) e micronutrientes.
O objetivo do presente trabalho foi investigar os efeitos do tratamento dietético sobre parâmetros bioquímicos e de
estresse oxidativo em pacientes fenilcetonúricos. Os pacientes utilizados no estudo foram classificados em dois
grupos, um grupo com níveis adequados de Phe no sangue e outro com elevada Fal sérica. No soro de 20 pacientes
fenilcetonúricos tratados e de indivíduos saudáveis (controles), foram avaliados os parâmetros bioquímicos que
incluíram: glicemia, status protéico, perfil lipídico, função hepática e função renal. O perfil de estresse oxidativo que
incluiu o parâmetro de lipoperoxidação, espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), e a reatividade
antioxidante total (TAR) foi avaliado em soro de 14 pacientes e em controles. As concentrações de colesterol total,
colesterol HDL e colesterol LDL foram significativamente menores, enquanto os triglicerídeos foram
significativamente maiores no soro de ambos os grupos de pacientes fenilcetonúricos tratados. Ainda, os níveis de
uréia e creatinina estavam significativamente diminuídos no soro dos dois grupos de pacientes, em comparação ao
grupo controle. A medida do TBARS se mostrou significativamente aumentada, enquanto o TAR estava diminuído
nos dois grupos de pacientes, em relação aos controles. Nossos resultados mostram que o estresse oxidativo ocorre
em pacientes fenilcetonúricos tratados e que esse processo não está relacionado aos níveis séricos de Fal. Ainda, o
perfil lipídico e os parâmetros de função renal foram significativamente diferentes dos controles nos pacientes
fenilcetonúricos tratados, independentemente dos níveis sangüíneos de Fal, e por isso esses parâmetros devem ser
monitorados continuamente nesses pacientes.

Sessão 2
Enfermagem e Envelhecimento

QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS COM INCONTINENCIA URINARIA NA POPULAÇÃO


008 DE PORTO ALEGRE. Cibele Cardenaz de Souza, Juliana R Lovera Karin Viegas Márcia Welfer
Beatriz R L Santos Denizar A S Melo Mara R Knorst Thais L Rezende Antonio C Souza, Marion
Creutzberg (orient.) (PUCRS).
OBJETIVO: Verificar a prevalência de incontinência urinária (IU) em uma amostra de base populacional de idosos
de Porto Alegre, visando determinar se há diferença na qualidade de vida (QV) entre incontinentes e continentes.
MÉTODO: Estudo descritivo, transversal. Utilizados instrumentos para verificar o percentual de IU (Index de
Barthel e uma questão fechada) e a QV (WHOQOL-Bref) nesta população idosa. Os dados foram organizados e
analisados pelo SPSS 11.5, por estatística descritiva e inferencial. Os estudo foi desenvolvido com base nos
princípios bioéticos previstos na Resolução 196/96 do CNS-MS. RESULTADOS: Dos idosos que responderam ao
Index de Barthel (n=491), 24% apresentam IU, sendo que 20, 8% apresentam IU ocasional e 3, 2% são totalmente
incontinentes. Quanto à higiene pessoal dos que têm IU, 21, 3% tomam sozinhos as providencias de autocuidado e 1,
5% são dependentes para sua higiene. O impacto negativo da IU no escore total do Index de Barthel pode ser
verificado pela correlação inversa entre essas duas variáveis (r=-0, 542; p<0, 001). Diante da questão única sobre
perda urinária (n=310), 50, 3% referiram ser incontinentes. A associação entre sexo e incontinência, nos dois
instrumentos demonstrou prevalência significativamente maior nas mulheres (p<0, 001). Foi verificada a associação
entre a IU e a avaliação global da QV e avaliação global da saúde, observando-se escores inferiores nos idosos com
IU, com p=0, 007 e p=0, 001, respectivamente. DISCUSSÃO: Os resultados do estudo confirmam achados de outros
estudos, no que se refere à alta prevalência de IU entre mulheres idosas e a influência na QV. CONCLUSÂO: O
estudo permitiu identificar que a incontinência afeta muito a qualidade de vida dos idosos, indicando que o
planejamento e investimento em intervenções terapêuticas, com abordagens interdisciplinares, são necessárias e
imprescindíveis para melhoria da QV dessa população.

EVOLUÇÃO DA EXPECTATIVA DE VIDA, DE INDICADORES DE SAÚDE E


009 DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS NO PERÍODO DE 1991 A
2000. Thaise da Rocha Ferraz, Maria Izabel Ugalde Marques da Rocha, Cristiane Köhler Carpilovsky,
Aron Ferreira da Silveira, Marta Duarte, Elisangela Colpo, Ivana Beatrice Manica da Cruz (orient.) (UFSM).
Introdução: O RS possui a maior expectativa de vida do País. Porém, análises demográfico-econômicas mostram
uma situação heterogênea entre suas regiões. Santa Maria (SM) tem historicamente se destacado como referência na
área da educação e saúde no interior do Estado. Entretanto, as mudanças no cenário socioeconômico gaúcho podem
ter influenciado nas suas taxas de desenvolvimento relacionadas à saúde pública. Objetivos: analisar a evolução dos
indicadores de desenvolvimento de SM de 1991-2003 Metodologia: Estudo ecológico de série temporal baseado em
dados disponíveis no IBGE, DATASUS e Fundação de Economia Estatística do Rio Grande Sul no período de 1991
a 2003. As variáveis investigadas foram: expectativa de vida (EV) e IDESE (índice de desenvolvimento da FEE-RS).

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Ciências da Saúde

A EV foi estimada a partir do cálculo da tábua de vida utilizando fórmulas e critérios do IBGE. Resultados: SM
apresentou um crescimento médio de 1991-2003 de 3, 3 anos. Em 1991 (70, 4 anos) possuía uma EV inferior ao RS
(70, 7 anos). No período de 2000-03 superou a do RS em 1, 1 anos (SM, 2003=73, 7; RS, 2003=72, 6 anos). Ao
contrário, os índices de desenvolvimento do município apresentaram uma queda preocupante. Em 1991, SM possuía
um IDESE= 0, 74 e o RS= 0, 688 sendo o 3º Município mais desenvolvido. Em 2003 o IDESE de SM foi 0, 783 o
que a colocou na 23º posição sugerindo que no período não ocorreu crescimento em relação ao RS. No quesito saúde
em 1991 SM estava em 223º lugar caindo para 350º o mesmo ocorrendo com a educação (que caiu de 16º para 120º).
Análises do perfil epidemiológico e das taxas de mortalidade infantil também corroboram uma tendência à
desaceleração do desenvolvimento. Conclusão: os resultados obtidos possuem impacto significativo na e da saúde
pública nas taxas de desenvolvimento de SM.

IDOSOS DO DISTRITO NOROESTE DE PORTO ALEGRE/RS: ACESSIBILIDADE


010 GEOGRÁFICA E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO BÁSICA. Daiany Borghetti
Valer, Lisiane Manganelli Girardi Paskulin (orient.) (UFRGS).
A pesquisa em andamento é um estudo epidemiológico transversal, que utilizou dados obtidos no estudo sobre
fatores associados à qualidade de vida dos idosos, realizado por Paskulin (2006) a partir de inquérito domiciliar com
292 pessoas idosas acima de 60 anos, moradoras do Distrito Noroeste. Tem por objetivos verificar a acessibilidade
geográfica e a utilização dos serviços públicos de atenção básica à saúde nos seis meses anteriores ao inquérito, e
analisar a associação entre variáveis de interesse do estudo e a utilização dos serviços de atenção básica. A coleta de
dados foi feita mediante questionário com informações socioeconômicas, demográficas, de saúde e utilização dos
serviços. A análise foi realizada por meio do programa SPSS 12.0. Dos 292 entrevistados houve predomínio do sexo
feminino (67, 8%) e do grupo etário dos 70 aos 79 anos (42, 8%). Quanto à escolaridade, 43, 6% possuíam primário
completo. Utilizavam um serviço de atenção básica 49, 7% dos entrevistados, sendo que ter plano de saúde foi o
maior motivo citado (46, 9%) para não utilizá-lo, enquanto que os motivos principais para utilização dos serviços
foram a localização (28, 5%) e considerá-los bons (26, 5%). Em relação à acessibilidade geográfica, a maioria (91,
6%) dos que utilizavam um serviço de atenção básica considerava-o próximo, chegando ao local em até cinco
minutos (36, 3%). Ter menor escolaridade, se considerar doente, relatar problemas de saúde e ser dependente severo
nas Atividades da Vida Diária esteve associado de modo estatisticamente significativo à utilização dos serviços de
atenção básica. As demais variáveis investigadas não tiveram associação. A partir desses resultados será formulada a
discussão dos mesmos e conclusões. (PIBIC).

COMPARAÇÃO DA PREVALÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DE


011 IDOSOS RIO GRANDE DO SUL E DO AMAZONAS. Silvana Cruz da Silva, Rodolfo Schneider,
Maria Izabel Ugalde Marques da Rocha, Cristiane Köhler Carpilovisky, Aron Ferreira da Silveira,
Ivana Beatrice Manica da Cruz (orient.) (UFSM).
Introdução: a expectativa de vida saudável da população brasileira é de 56 anos de idade. Isto porque cerca de 50%
destes indivíduos já apresentam pelo menos uma morbidade não-transmissível, sendo a hipertensão arterial sistêmica
(HAS) a mais prevalente. Assim a HAS é um grande problema de saúde pública. Uma vez que o Brasil é um país
heterogêneo investigações da prevalência da HAS entre populações que residem em condições geográficas e
ambientais diferenciadas são relevantes. Objetivo: estimar e comparar a prevalência da HAS entre duas amostras
não-probabilísticas de idosos da comunidade provenientes dos Municípios de Gravataí-RS (G-RS) e de Itacoatiara-
AM (I-AM). Metodologia: estudo retrospectivo, observacional, não-probabilístico, realizado a pesquisa interativa de
idosos gaúchos e amazonenses com perfil socioeconômico cultural similar, implantada em 2003 e que envolve, hoje,
pesquisadores da UFSM, Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e PUCRS. Idosos de grupos de terceira idade
e/ou freqüentadores de centros sociais foram convidados a participar do estudo. A avaliação da pressão arterial
sistêmica foi conduzida segundo as orientações da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Resultados: foram incluídos
184 idosos (55 homens, 129 mulheres) de I-AM e 268 de G-RS (60 homens e 208 mulheres) com idade média de 70,
1±8, 1 anos e 70, 1±5, 7 anos, respectivamente. A prevalência de HAS foi menor nos idosos do Amazonas (I-
AM=35, 0%) do que nos gaúchos (G-RM= 54, 9%) ocorrendo diferenças significativas somente entre homens e
mulheres amazonenses (HAS em homens=29, 0% e mulheres=41, 0%). Conclusão: a prevalência da HAS foi
diferenciada entre os dois grupos sugerindo influências relacionadas ao ambiente e a aspectos étnicos que devem ser
mais bem investigadas.

IDOSOS, QUALIDADE DE VIDA E VOLUNTARIADO. Ana Paula Scherer de Brum, Liana Lautert
012 (orient.) (UFRGS).
O envelhecimento populacional é um fenômeno crescente no mundo. A conquista da velhice com
condições de saúde e do envelhecimento como uma experiência positiva, é um desafio que se configura para a
sociedade. Neste sentido acredita-se que algumas estratégias, tais como o desenvolvimento de trabalho voluntário,
possam contribuir para esta demanda. Assim esta investigação objetiva analisar a qualidade de vida de idosos que
realizam trabalho voluntário. Trata-se de um estudo transversal, do tipo ex post facto, desenvolvido junto à
Organização Não-Governamental - Parceiros Voluntários. A amostra compreendeu duas partes, a primeira formada
por 166 idosos que realizavam trabalho voluntário (IVs) e a segunda incluiu 33 idosos que não o realizavam (INVs).

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Ciências da Saúde

Para coleta dos dados foi utilizado o Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida – WHOQOL – bref. Houve
diferença estatisticamente significativa entre os escores do domínio psicológico dos IVs (77, 7 ± 12, 4) e dos INVs
(72, 6 ± 9, 6) e no domínio relações sociais (IVs 81, 4 ± 14, 1 e os INVs, 75, 6 ± 14, 1), com os primeiros
apresentando escores maiores de qualidade de vida. Na avaliação global, também se observou diferença
estatisticamente significativa entre os dois grupos, sendo que a média dos IVs foi de 81, 1 ± 14, 7 e o dos INVs foi de
75, 0 ± 14, 9. Nos escores dos domínios físico e meio ambiente, não se evidenciou diferença estatisticamente
significativa entre os grupos, efeito atribuído ao pareamento dos grupos. Acredita-se que atividades de lazer e grupos
de convivência são ferramentas para a promoção da saúde e da qualidade de vida. Considerando que estes elementos
estão presentes no voluntariado, acredita-se que poderiam influenciar estes idosos a pontuarem mais no WHOQOL –
bref. (PIBIC).

DIAGNÓSTICOS DE ENFEMAGEM E NECESSIDADES HUMANAS DOS PACIENTES


013 IDOSOS (NOTA PRÉVIA). Thanize Prates da Rosa, Elizane Giordani Lemos, Carolina Giordani da
Silva, Maria da Graca Oliveira Crossetti (orient.) (UFRGS).
A Organização das Nações Unidas considera o período de 1975 a 2025 como a Era do Envelhecimento. A velhice é
um período da vida em que acontecem mudanças importantes como a diminuição da função de vários órgãos, as
perdas cognitivas e os altos índices de doenças crônicas, condições que caracterizam o idoso como quem mais utiliza
os serviços de saúde. Este cenário exige dos profissionais de saúde o desenvolvimento de modelos de atenção e torna
imperativo conhecer o modo de ser e estar do idoso. Objetiva-se com esse estudo identificar os diagnósticos de
enfermagem e respectivas necessidades humanas prevalentes no idoso internado em unidades de clínica médica e
verificar a associação entre as variáveis demográficas e as variáveis diagnósticos de enfermagem e necessidades
humanas desses pacientes. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo, que terá como campo de estudo as
unidades de Internação de Clínica Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Constituirá a população
do estudo os prontuários de pacientes idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, internados nas unidades campo
de estudo, no período de junho a dezembro de 2006. A amostra será do tipo probabilística aleatória simples e
compreenderá 384 prontuários. As unidades de análise serão as listas emitidas pelo Sistema Informatizado de
Prescrição de Enfermagem do HCPA. Para processamento dos dados será utilizado o programa estatístico SPSS. A
análise será feita a partir de estatística descritiva e do teste de significância de X² (qui-quadrado) para se verificar a
associação entre as variáveis do estudo, seguida de discussão dos resultados, com base no referencial teórico próprio
do tema. Projeto aguardando parecer do comitê de ética da instituição campo de estudo - Grupo de Pesquisa e Pós-
Graduação do HCPA (GPPG/HCPA). Será assinado pelo pesquisador responsável o termo de responsabilidade para
manuseio de prontuário.

COMPORTAMENTOS DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS. Carla


014 Vendrame Basso, Liana Lautert (orient.) (UFRGS).
O último século foi marcado por grandes transformações socioculturais e tecnológicas, que repercutiram
no comportamento das pessoas e na forma de dispor a informação de saúde. A população idosa vivenciou essas
transformações ao longo dos anos, mas ainda não se sabe exatamente como influenciaram o comportamento de saúde
das mesmas. Acredita-se que muitos problemas de saúde desses idosos, talvez pudessem ter sido prevenidos ou
minimizados, caso tivessem adotado comportamentos considerados saudáveis ao longo de suas vidas; se intervenções
precoces fossem estabelecidas e aderissem a elas, e se oportunidades para fazer escolhas promotoras de saúde fossem
viáveis. O objetivo deste estudo é compreender como foram construídos os comportamentos de saúde de idosos.
Utiliza-se um desenho descritivo e interpretativo, com integração dos métodos quantitativos e qualitativos, que será
desenvolvido em duas etapas. O estudo esta sendo desenvolvido junto ao Projeto CELARI (Centro de esportes, lazer
e recreação do idoso) da ESEF/UFRGS (Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul),
em Porto Alegre. A amostra da primeira etapa foi composta por 125 idosos que aceitaram participar do estudo,
respondendo a um formulário e ao Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida – WHOQOL – bref.
Posteriormente, os idosos que alcançaram escores acima de um desvio padrão da média do WHOQOL – bref, estão
sendo convidados para uma entrevista sobre os seus comportamentos de saúde. O critério para definir o tamanho da
amostra desta segunda etapa, é o da saturação dos dados. Os resultados do WHOQOL – bref estão sendo analisados
por meio da estatística descritiva e dados das entrevistas serão submetidos à análise de conteúdo. Este projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS, com o parecer de nº 2006653.

AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DOR EM IDOSOS NA ADMISSÃO E


015 NA ALTA HOSPITALAR: APLICAÇÃO DE UMA ESCALA NUMÉRICA. César Fontoura de
Meneses, Thais Schossler, Thanize Prates da Rosa, Maria da Graca Oliveira Crossetti (orient.)
(UFRGS).
A “dor” é uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada à lesão real ou potencial dos tecidos,
podendo ser aguda ou crônica. Em algumas situações, proporciona sofrimentos desnecessários e nocivos tanto ao
estado físico quanto ao emocional do indivíduo. Através desta pesquisa busca-se avaliar a ocorrência do diagnóstico
de enfermagem “dor” através de escala de categoria numérica na admissão e na alta hospitalar do paciente idoso,
verificar se existe associação entre as variáveis sociodemográficas (Gênero, idade, nível socioeconômico, grau de

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Ciências da Saúde

instrução) e identificar as intervenções de enfermagem e terapêutica medicamentosa referentes a este diagnóstico na


admissão e na alta hospitalar. O método utilizado para a realização do estudo será a coleta de dados a partir dos
registros de enfermagem e prescrição médica contidos nos prontuários dos pacientes e aplicação da escala numérica
aos sujeitos do estudo na admissão e alta hospitalar. Os dados coletados serão registrados em um formulário
especifico atendendo aos objetivos do estudo. O período para a realização desta coleta será de agosto/2007 à
março/2008, nas unidades de emergência, internação clinica e cirúrgica de um hospital universitário. A população do
estudo compreenderá idosos (com idade igual ou superior de 60 anos) internados nas unidades no período da coleta.
A análise será feita através da estatística descritiva e do teste de significância quiquadrado para se verificar a
associação entre as variáveis demográficas, nível de intensidade de “dor”, intervenções de enfermagem e terapêutica
medicamentosa.

A DOENÇA DE ALZHEIMER E OS ESTÁGIOS VIVENCIADOS PELA FAMÍLIA NA


016 RELAÇÃO DO CUIDADO NO ESPAÇO DOMICILIAR. Larissa Zepka Baumgarten, Marlene Teda
Pelzer (orient.) (FURG).
Doença de Alzheimer é uma demência que ataca inicialmente o cérebro, a memória, o raciocínio e a comunicação
das pessoas, levando a uma deterioração mental das funções intelectivas. Este estudo objetivou analisar a sobrecarga
vivenciada pelos familiares cuidadores de idosos com doença de Alzheimer, refletindo acerca das possibilidades em
realizar intervenções que vislumbrem a promoção do seu auto-bem-estar e da sua saúde. Pesquisa qualitativa,
realizada num período de três meses, a partir de informações retiradas da literatura e da observação do que os
membros da comunidade “MAL DE ALZHEIMER - cuidadores”, do ORKUT - rede virtual de relacionamentos,
compartilham nesta buscou-se dados sobre as modificações ocorridas na vida do cuidador desde o surgimento da DA
no idoso, suas perspectivas em relação ao futuro, atividades de lazer e dificuldades relacionadas ao processo de
cuidar. A análise permitiu concluir a sensação de estar só, desamparado, submete os cuidadores a enorme pressão
psicológica que se acompanha de depressão, estresse crônico, queda da resistência física, problemas conjugais, entre
outros. No Brasil, foram criadas associações de Alzheimer, formadas por profissionais da área da saúde e familiares,
que tem como objetivo, proporcionar a melhoria das condições de vida aos portadores e seus familiares. Em Rio
Grande, foi criado em 2002 um Grupo de Ajuda Mútua, que desde 2003 funciona como uma sub-regional da
Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), promovendo encontros quinzenais com os familiares de idosos com
DA e do qual participam acadêmicos do Curso de Enfermagem da Fundação Universidade Federal do Rio Grande
(FURG). Logo, é importante que os cuidadores desfrutem destes serviços, pois podem compartilhar suas
experiências e sentimentos com os demais componentes do grupo e assim, buscar maneiras de manter uma vida mais
saudável, diminuindo o impacto advindo pelas demandas diárias do cuidar no seu cotidiano.

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE DE IDOSOS QUE REALIZAM TRABALHO VOLUNTÁRIO.


017 Karen Costa Carvalho, Luccas Melo de Souza, Liana Lautert (orient.) (UFRGS).
Este trabalho objetiva descrever as condições de saúde autopercebidas de idosos que realizam trabalho
voluntário.Os critérios de inclusão para participar do estudo foram: ter 60 anos ou mais; exercer atividade de trabalho
voluntário no município de Porto Alegre; aceitar participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Trata-se de um estudo transversal, analítico; desenvolvido junto à Organização Não-Governamental
Parceiros Voluntários, cuja sede situa-se em Porto Alegre. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEP/UFRGS), número 2.006.554. A amostra foi de 174 idosos, a
coleta de dados ocorreu no período de julho a dezembro de 2006, por meio de inquérito. Com relação aos resultados,
a idade média do grupo foi de 68, 1±5, 9, 87, 4% era do sexo feminino e 41% era casado. Destes idosos 54
consideram sua saúde como boa e 53 como ótima, ou seja, 68, 02% dos idosos a consideraram boa ou ótima. No
grupo 84, 5% referiu ser portador de alguma patologia, sendo que 25% apresentam três ou mais patologias
concomitantes, entre as quais 44, 8% informou Hipertensão Arterial Sistêmica, 36, 8% Reumatismo/artrose, 20, 7%
Gastrite/ulcera, 20, 7% Osteoporose, 13, 8% Doença Cardíaca, entre outras. Estes dados refletem os achados da
maioria dos estudos realizados com idosos no Brasil, os quais apontam as doenças crônicas não transmissíveis com
as mais prevalentes nos idosos. Quanto a depressão apenas 1, 14% apresentou escores compatíveis com esta
patologia, quando avaliados com a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15), valor menor do que o encontrado em
outras pesquisas brasileiras. Este dado sugere que idosos que realizam trabalho voluntário, por terem uma rede social
de apoio, estejam menos expostos ao risco de Depressão, conforme evidenciado em pesquisas internacionais. No
entanto a participação no voluntariado não interferiu nos percentuais de outras patologias.

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Ciências da Saúde

Sessão 3
Modelo Animal A

PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO TESTICULAR (ENDÓCRINA E REPRODUTIVA) EM RATOS


018 WISTAR APÓS CRIOPRESERVAÇÃO. Marcos Vinícius Ambrosini Mendonça, Ana Luiza Ferrari,
Helena Von Eye Corleta, Andre Kives Berger, Elizabeth Obino Cirne Lima, Eduardo Pandolfi Passos,
Edison Capp (orient.) (FFFCMPA).
A infertilidade em pacientes jovens é um dos paraefeitos indesejados da maioria dos tratamentos quimioterápicos.
Este estudo irá enfocar questões reprodutivas durante e após tratamento oncológico. Objetivo geral: verificar a
manutenção das funções endócrinas e reprodutivas após criopreservação e autotransplante homólogo de testículo.
Métodos: serão analisados 36 ratos machos Wistar (240-280g), provenientes do Centro de Pesquisas do HCPA, com
aproximadamente 45 dias de vida. Os animais serão distribuídos em grupos, aleatoriamente, da seguinte forma: G1 =
sham - (sem orquidectomia / n=4); G2 = castrado - (orquidectomia bilateral / n=4); G3 = quimioterapia + (n=4);
G3 até G7 = orquidectomia unilateral. Durante a quimioterapia (feita com Bussulfano), um dos testículos será
retirado e congelado de duas formas diferentes: uma forma em fatias e a outra forma como preparado de células com
2 diferentes crioprotetores (1, 2-Propanodiol - PROH ou dimetilsulfóxido - DMSO). Após 12 semanas (período da
quimioterapia), os testículos utilizados para cada grupo serão descongelados e autotransplantados no testículo
preservado (G 4, 5, 6, 7). Os níveis plasmáticos de testosterona total (TT), hormônio luteinizante (LH) e hormônio
folículo estimulante (FSH) serão comparados, entre os grupos de ratos com testículos transplantados (em fatias e
injeção de células) e controles positivo e negativo (sham e castrado). A presença de espermatozóides no ejaculado
será avaliada no lavado vaginal de fêmeas ooforectomizadas receptivas ao coito. As características histológicas do
tecido testicular transplantado serão analisadas através da coloração de hematoxilina-eosina e comparadas entre os
grupos.

CURVA DE PESO EM RATOS SUBMETIDOS A TREINAMENTO FÍSICO. Cora Albrecht


019 Corrêa, Kellyn C Kepler, Milena P Abegg, Elemara Frantz, Honório Sampaio Menezes (orient.)
(ULBRA).
INTRODUÇÃO: O treinamento físico rigoroso e sistemático resulta em uma variedade de adaptações
cardiovasculares, alterações morfológicas e funcionais, entretanto ainda não temos modelos experimentais eficientes
e padronizados para testes de esforço em animais e avaliação objetiva da curva ponderal. OBJETIVOS: Estabelecer
curva de peso para ratos em treinamento com teste de esforço. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo é experimental,
utilizando uma população de ratos Wistar adultos com 250-300g. O tamanho da amostra foi estabelecido em 40 ratos
divididos em cinco grupos de oito. Foram submetidos a esforço diário em esteira ergométrica durante 4 semanas. A
análise estatística realizada com Teste t de Student. RESULTADOS: O peso do grupo controle apresentou diferença
significativa entre o início e o final do período de teste de 4 semanas (p<0, 003), na primeira semana até a terceira
semana os ratos perderam peso (p<0, 01; p<0, 1; p<0, 5) e voltaram a ganhar peso na quarta semana de treinamento
(p<0, 04). CONCLUSÃO: O treinamento físico dos ratos produz emagrecimento nas primeiras 3 semanas e o ganho
de peso na quarta semana provavelmente se deve ao desenvolvimento muscular. Título: Curva de peso em ratos
submetidos a treinamento físico

EFEITO DA DESNERVAÇÃO RENAL SOBRE A FUNÇÃO CARDIOVASCULAR EM


020 MODELO ANIMAL DE DIABETES ASSOCIADO À HIPERTENSÃO. Martina Schaan de Souza,
Felipe Azambuja, Natália Leguisamo, Gustavo Grün, Maria Cláudia Irigoyen, Beatriz Schaan (orient.)
(UFRGS).
Introdução: Ratos com diabetes experimental não desenvolvem lesões nervosas. Estudos mostram que a desnervação
renal (DR) mimetiza a neuropatia autonômica em nível renal, mas a ausência de hipertensão impediu conclusões
definitivas de seu resultado sobre a função cardiovascular e renal. Utilizar ratos espontaneamente hipertensos (SHR)
adequaria melhor o modelo animal proposto. Objetivos: Avaliar o efeito da DR sobre variáveis cardiovasculares em
ratos SHR que foram tornados diabéticos por estreptozotocina (STZ). Métodos: Utilizados ratos machos SHR (240-
270g) injetados com STZ 50mg/kg diluída em tampão citrato ou apenas tampão. 30 dias após foi realizada a DR
cirúrgica, dividindo-os em 4 grupos: S, DR, DM, DM+DR. 15 dias após foi coletada urina de 24h (glicose, sódio,
creatinina). Os animais foram canulados para registro cardiovascular no dia seguinte. Resultados: Pesos iniciais
semelhantes entre os grupos, mas menores nos grupos DM e DM+DR vs. S e DR 30 dias após o uso de STZ.
Glicemia de 48h maior nos grupos DM e DM+DR vs. S e DR, assim como a glicemia de 45 dias. Diurese maior no
grupo DM+DR vs. DM, S e DR e maior no grupo DM vs. S e DR. Freqüência cardíaca maior no grupo DR vs. S,
DM+DR e DM, maior no grupo S vs. DM+DR e DM e menor no grupo DM em relação aos demais. Pressão arterial
média (PAM) elevada em todos os grupos e menor nos diabéticos, mas sem diferença estatística entre os grupos
desnervados ou não. Conclusão: A redução dos pesos dos diabéticos, além de maiores glicemias e diurese neste

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Ciências da Saúde

grupo configuram a adequação do modelo experimental de diabetes, assim como a elevação de PAM caracterizou a
hipertensão arterial. A DR não causou alteração nos níveis tensionais no modelo estudado. (Fapergs).

AVALIAÇÃO DO DANO OXIDATIVO EM ARTRITE INDUZIDA POR CFA EM RATOS


021 TRATADOS COM RC3095. Fernanda Veit, Patrícia Gnieslaw de Oliveira, Lidiane Isabel Filippin,
Priscila Lora, Claudia Cilene Fernandes Correia Laurino, Dinara Jaqueline Moura, Jenifer Saffi, João
Antônio Pêgas Henriques, Gilberto Schwartsmann, Norma Possa Marrone, Ricardo Machado Xavier (orient.)
(UFRGS).
Introdução: A Artirte Reumatóide é uma doença sistêmica inflamatória, iniciada na membrana sinovial com
infiltrado de linfócitos e macrófagos, que com suas atividades fagocitárias, irão determinar alterações bioquímicas no
metabolismo do oxigênio. Objetivo: Avaliar o dano causado pelo estresse oxidativo na musculatura estriada do
modelo experimental de artrite induzida por Adjuvante Completo de Freud (CFA) em ratos tratados com RC3095.
Materiais e Métodos: Utilizou-se 40 ratos machos Wistar (~250g) divididos em 5 grupos (n=8): CO (controle); SAR
(sham artrite); CFA (grupo artrite); CFA placebo (grupo artrite+placebo), CFA+RC3095 (grupo artrite+droga 0,
3mg/kg/dia). A artrite foi induzida com 150µL/animal de CFA injetado na base intraplantar da pata posterior
esquerda. Os animais foram eutanasiados no 15° dia após a indução e, retirados o músculo gastrocnêmio e a
articulação tíbio-tarsal esquerdas, para análise histopatológica e bioquímica. Para o estudo histopatológico utilizou-se
a coloração de HE e parâmetros visuais da gravidade da doença. Foi avaliado a lipoperoxidação pelo TBARS
(nmol/mgprot) no homogeneizado de tecido. Para análise estatística foi utilizado ANOVA one-way/Tukey.
Resultados e Conclusão: A histologia confirmou a presença de erosão cartilaginosa e óssea. Os parâmetros avaliados
foram: infiltrado de células inflamatórias, hiperplasia sinovial, formação de pannus, fibrose sinovial, erosão
cartilagem e erosão óssea. O grupo CFA apresentou maior índice de dano anatomopatológico e aumento de
peroxidação lípidica em relação aos controles e tratados. O grupo CFA apresentou forte correlação entre a
lipoperoxidação e índice de dano articular (r=0.9). O RC3095 possivelmente possui papel protetor sobre a
articulação, diminuindo a lipoperoxidação.

AVALIAÇÃO DA ANGIOARQUITETURA EM BOLSAS JUGAIS DE HAMSTERS COM


022 TUMOR QUIMICAMENTE INDUZIDO. Vinicius Faccin Bampi, Laura Beatriz Oliveira de Oliveira,
Maria Antonieta Lopes de Souza (orient.) (PUCRS).
Introdução: Angiogênese é o processo de formação de novos vasos sanguíneos a partir de uma rede vascular pré-
existente, sendo um processo fundamental para o crescimento e metastização de tumores. O rápido crescimento de
neoplasias induz a formação de uma vasculatura desordenada e de fluxo não convencional. A técnica de corrosão
vascular associada à microscopia eletrônica de varredura (MEV) consiste na moldagem do lúmen dos vasos com
resina de baixa viscosidade, seguida de corrosão, com solução alcalina, dos tecidos circunjacentes à resina
polimerizada. Objetivo: Avaliar as diferenças na angioarquitetura entre as bolsas jugais contra laterais de hamsters
sírios (Mesocricetus arautos), onde tumores foram induzidos com o mutagênico DMBA, diluído a 5% em acetona e
Opalescence® 10% (gel clareador dental), como promotor. Materiais e Métodos: A amostra constou de 15 animais,
divididos aleatoriamente em três grupos, que receberam tratamento em suas bolsas jugais por um período respectivo
de 55, 70 e 90 dias. A solução de DMBA o e gel clareador dental foram aplicados, respectivamente e alternadamente,
três e duas vezes por semana somente na bolsa jugal direita. A bolsa esquerda foi considerada como controle. Nos
dias 55, 70 e 90 os animais foram sacrificados e destinados a moldagem vascular manual com a resina Mercox®.
Após uma semana de polimerização, as bolsas foram dissecadas, corroídas com hidróxido de sódio e preparadas para
a técnica de MEV. Resultados: Todas as bolsas jugais direitas apresentaram formações tumorais com 55 dias de
tratamento com DMBA e Opalescence®. Análises iniciais por MEV dos espécimes demonstraram uma pobre
vascularização nas bolsas controle, enquanto as com tumor apresentaram uma rede de vasos que ocupava toda a
dimensão da bolsa. Foram freqüentemente evidenciadas neoformações vasculares do tipo brotamento e
intussuscepção. Alguns vasos arteriais e venosos apresentaram um padrão vascular tortuoso, percorrendo longas
distâncias em contato.

EFEITOS DO DANO OXIDATIVO NA INFLAMAÇÃO MUSCULAR AGUDA DE RATOS.


023 Bruna Borba Valiatti, Lidiane Isabel Filippin, Norma Possa Marroni, Cláudio Augusto Marroni,
Ricardo Machado Xavier (orient.) (FFFCMPA).
A injúria tecidual do trauma agudo está associada à produção de espécies ativas de oxigênio que, via dano oxidativo,
desenvolvem e agravam a lesão. O objetivo foi avaliar o papel do dano oxidativo no processo inflamatório muscular
induzido por trauma agudo e a ação do inibidor da óxido nítrico sintase, L-NAME. Utilizou-se 40 ratos, machos,
Wistar, 250g, divididos em dois tempos (24h e 7dias) cada um com 4 grupos (n=5):CO–controle; ST–sham trauma;
T–trauma; L-NAME–trauma e 2h depois dose única de L-NAME (100mg/kg em 1mL solução fisiologia, ip). O
trauma foi provocado com uma prensa manual, com energia de impacto de 0, 81J no músculo gastrocnêmio. Os
músculos foram retirados em 24h e 7 dias, para o estudo anatomopatológico e bioquímico. Na histologia utilizou
coloração de HE e picrossirius. Foi avaliada a lipoperoxidação (TBARS-nmol/mgprot) no homogeneizado de tecido.
Para análise estatística foi utilizado ANOVA seguida de teste Tukey para p<0, 05, com média±desvio padrão. A
histologia confirmou a presença de infiltrado inflamatório em 24h. No sétimo dia, observou-se diminuição do

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Ciências da Saúde

infiltrado e incremento do colágeno. Na avaliação do TBARS em 24h, CO(0, 29±0, 08); ST(0, 20±0, 08); T(2, 61±0,
82)*; L-NAME(1, 34±0, 27), com diferença (*p<0, 05) em relação aos controles e L-NAME. No 7° dia, CO(1, 59±0,
18); ST(1, 62±0, 19); T(1, 92±0, 20); L-NAME (1, 67±0, 33), sem diferença estatística entre os grupos. O grupo T
apresentou maior dano oxidativo, com aumento da LPO, demonstrando íntima relação com o processo inflamatório
agudo. O L-NAME reduziu a LPO e a deposição de colágeno no tecido observado no estudo anatomopatológico pela
coloração picrossirius. Com esses resultados podemos sugerir que o L-NAME parece modular o processo
inflamatório em modelo de trauma muscular agudo, reduzindo o dano oxidativo.

ANÁLISE DOS EFEITOS DA HIPOTERMIA IN SITU EM FÍGADOS DE RATOS


024 SUBMETIDOS A PRÉ-CONDICIONAMENTO ISQUÊMICO. Taís Burmann de Mendonça, Tomaz
de Jesus Maria Grezzana Filho, Carlos Otavio Corso (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: A interrupção do fluxo sangüíneo para o fígado e a reperfusão do mesmo provoca uma resposta
inflamatória seguida de danos hepatocelulares. Para atenuar tais danos, pode-se utilizar Hipotermia local. Além
disso, breves períodos de isquemia (Pré-condicionamento Isquêmico=PCI) também tornam o fígado resistente aos
danos de reperfusão. Até o momento, não existem trabalhos que avaliam o uso combinado do PCI e Hipotermia.
OBJETIVOS: Apresentar modelo experimental de isquemia e reperfusão hepática que utiliza Hipotermia e PCI.
Avaliar o estresse oxidativo, danos hepatocelulares e função hepática neste modelo. MATERIAL E MÉTODOS: 35
ratos foram divididos nos grupos: 1)Controle 2)Isquemia Normotérmica 3)Hipotermia a 26ºC 4)PCI
5)PCI+Hipotermia a 26ºC. Os ratos foram anestesiados e monitorados com PAM. A temperatura foi mantida entre
36-37.5ºC. Os lobos anteriores do fígado (70%) foram clampeados por 90 minutos e reperfundidos por 120 minutos.
Nos grupos com hipotermia, o fígado foi resfriado com solução gelada gotejada sobre os lobos isquêmicos. A
temperatura foi avaliada por um termômetro intra-hepático e mantida ao redor de 26ºC. Nos grupos com PCI, o
fígado foi submetido a 10 minutos de isquemia e 10 minutos de reperfusão antes da isquemia final. A bile produzida
foi coletada durante o procedimento para avaliar a função hepática. No final, o plasma foi congelado para análise das
transaminases e TP. O fígado, pulmões, rins e intestino foram removidos para análise histopatológica.
RESULTADOS: O trabalho encontra-se em andamento, na fase de experimentação. Efetuados 24 experimentos,
observou-se uma perda de 20% dos animais. CONCLUSÃO: Este modelo mostrou tolerância dos animais à isquemia
(90 minutos), reperfusão (120 minutos), PCI e Hipotermia com pequenas perdas.

MONITORAMENTO DO NÍVEL SÉRICO DE TRANSFORMING GROWTH FACTOR BETA 1


025 (TGF BETA 1) EM UM MODELO ANIMAL DE FIBROGÊNESE HEPÁTICA. Caio Flavio de
Bastiani Mello, Fernanda de Oliveira, Carolina Uribe, Mariah Resende, Sandra Vieira, Ursula Matte,
Themis Reverbel da Silveira (orient.) (UFRGS).
O Fator de Crescimento Transformante (Transforming Growth Factor Beta 1, TGF Beta 1) é uma citocina envolvida
em processos patogênicos cujo desfecho envolva fibrose. Muitos estudos apontam esta molécula como sendo uma
peça chave no desenvolvimento de fibrose hepática. O objetivo deste estudo foi monitorar os níveis séricos de TGF
Beta 1 em um modelo animal de fibrogênese hepática por Tetracloreto de Carbono (CCl4). Ratos Wistar de 2 meses
de idade e pesando entre 250 e 300g foram submetidos ao modelo de fibrose hepática por ingestão de CCl4
tetracloreto de carbono na proporção de 0, 25ml/kg em presença de restrição alimentar (16, 5 g de ração/rato/dia) e
fenobarbital (350mg/L) na água de beber, que foi oferecida ad libitum. Os animais foram sacrificados após 6, 10 e 12
semanas para coleta de sangue e tecido. Os níveis séricos de TGF Beta 1 foram quantificados por ELISA, utilizando
kit comercial. Os fígados foram analisados por coloração de hematoxilina-eosina. Foi observado aumento de TGF
Beta 1 na sexta e décima semana do modelo experimental. Na décima segunda semana, os níveis de TGF Beta 1
diminuíram, aproximando-se dos valores normais, apesar de os animais apresentarem cirrose bem estabelecida à
análise histológica. Estes resultados podem ser explicados pelo fato de que a cirrose leva à redução do número de
células que compõem o parênquima hepático e secretam essa citocina.

EFEITOS DO TREINAMENTO E DO DESTREINAMENTO FÍSICO EM RATOS


026 ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS. Natalia Motta Leguisamo, Natalia Motta Leguisamo,
Alexandre Machado Lehnen, Beatriz Schaan (orient.) (FFFCMPA).
Adaptações hemodinâmicas e metabólicas refletem os efeitos do treinamento (TF) e destreinamento físico (DF) ao
longo do tempo. Objetivo: avaliar efeito do TF e DF sobre pressão caudal, teste de tolerância insulínica (ITT) e
capacidade física (teste de esforço - TE) em ratos SHR. Metodologia: 32 animais SHR, divididos em treinados (T) e
treinados-destreinados (TD), com seus controles (CT e CTD). O treinamento consiste em 10 semanas de exercício
físico em esteira rolante; o destreinamento, em confinamento por 1 semana. Os animais são submetidos a
pletismografia de cauda (PC), teste de tolerância insulínica (ITT) e teste de esforço (TE), nos períodos basal (B),
final treinamento (FT) e final destreinamento (FD). A análise estatística é feita mediante ANOVA Duas-Vias post
hoc Tukey (p<0.05). Resultados: Para T e CT, respectivamente: PCB 193.52±7.83 e 184.85±9.07 mmHg, PCFT
152.12±9.84 e 189.67±14.16 mmHg; kITTB 3.87±0.40 e 3.95±0.75 %.min-1, kITTFT 4.82±0.36 e 4.1±0.76 %.min-1;
TEB 1.38±0.15 e 1.31±0.22 km/h, TEFT 2.43±0.25 e 1.27±0.31 km/h. Para TD e CTD, respectivamente: PCB
192.81±9.32 e 188.98±16.87 mmHg, PCFD 159.80±13.61 e 197.88±12.81 mmHg; kITTB 3.97±0.46 e 3.78±0.58
%.min-1, kITTFD 4.67±0.53 e 3.70±0.89 %.min-1; TEB 1.38±0.15 e 1.31±0.22 km/h, TEFD 2.06±0.29 e 1.20±0.18

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Ciências da Saúde

km/h. A PC acusou diferença significativas nos grupos T vs CT, assim como para TD vs CTD. A tolerância
insulínica reduziu com treinamento tanto para T vs CT como para TD vs CTD. O TE também produziu diferença, T
vs CT e TD vs CTD. O destreinamento foi suficiente para gerar perda de aptidão física para o grupo TD (FT:
2.40±0.11 e FTD: 2.06±0.10; p=0.002). Conclusão: o TF produziu um efeito significativo para os grupos T e TD na
PC, ITT e condição física. Entretanto, 1 semana de DF foi suficiente para reverter significativamente a condição
física, com queda de 14.16%, mas não para pressão caudal e tolerância insulínica.

Sessão 4
Bioética, Ensino Médico e Epidemiologia

PROGRAMA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE RISCOS E EVENTOS ADVERSOS


027 DO GRUPO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO
ALEGRE (PMAREA). Ana Paula da Silva Pedroso, Lucas Wollmann, Vanessa da Silva Fay, Liciane
da Silva Costa, Marcia Mocellin Raymundo, Jennifer Braathen Salgueiro, Jose Roberto Goldim (orient.)
(UNISINOS).
O Programa de Monitoramento e Avaliação de Risco e Eventos Adversos (MAREA) foi implantado no GPPG do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) desde 2001, e tem como objetivo a proteção do participante de
pesquisa, através do monitoramento e avaliação dos riscos e eventos adversos (EAs) ocorridos nas pesquisas clínicas.
O Programa MAREA recebe e avalia riscos e relatos de EAs dos projetos de Pesquisa Clínica aprovados pelo
CEP/HCPA. Esses EAs são acompanhados dos Formulários de Monitoramento e relato completo (relatório CIOMS).
Os relatos e formulários são cadastrados num banco de dados próprio do GPPG e posteriormente avaliados. Esse
processo tem como base as Boas Práticas Clínicas (Good Clinical Practice - GCP) e as Diretrizes e Resoluções
vigentes no Brasil. Para cada EA são analisadas a classificação, a conseqüência, a sua relação causal e previsibilidade
do mesmo. Estas informações são cotejadas com o Módulo de Risco, constituído a partir de dados do próprio Projeto,
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Manual do Investigador, com a finalidade de associar
os riscos descritos com os EA relatados. Se forem identificadas situações de risco para os participantes de pesquisa, o
pesquisador responsável é solicitado a esclarecer esses EAs e as medidas que estão sendo tomadas. Por fim, os
relatos de EAs, os formulários e o resultado do Processo de Monitoramento e Avaliação de EAs são reportados à
CONEP. De janeiro de 2001 a junho de 2007 foram avaliados e cadastrados no sistema 8.684 EAs. O PMAREA
avalia os riscos e a ocorrência de EAs nas pesquisas, e contribui para o monitoramento das pesquisas clínicas
ocorridas no HCPA. Objetiva-se maior interação entre GPPG/CEP e pesquisadores, e principalmente a proteção dos
participantes de pesquisa.

AVALIAÇÃO DE ENSAIOS CLÍNICOS QUANTO AO RISCO DE EVENTOS ADVERSOS.


028 Diana Monti Atik, Gabriela Marodin, Danielle Beheregaray Schulz, Jose Roberto Goldim (orient.)
(HCPA).
O processo de avaliação do risco tem como propósito prevenir os danos à saúde devido à exposição ao fármaco. O
risco elevado está diretamente associado com uma probabilidade maior de ocorrência de eventos adversos (EAs). De
acordo com a gravidade e probabilidade de ocorrência dos EAs, determina-se se o risco previsto é negligenciável,
tolerável ou intolerável. Portanto, a caracterização do risco representa um importante elo entre os dados científicos
obtidos nos diferentes estudos e as tomadas de decisões, ao monitoramento e à comunicação do risco. O objetivo
deste estudo é verificar os riscos de EAs previstos nos projetos de pesquisa da indústria farmacêutica, através da
análise do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), do manual do pesquisador e do projeto. Realizou-
se um estudo de casos incidentes, com unidade de observação nos EAs, através do levantamento de risco de projetos
de pesquisa farmacológica, com patrocínio privado, aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HCPA.
De 61 projetos analisados, identificou-se 8543 referências de riscos de EAs. Dessas, 1716 (20, 1%) são apresentadas
ao participante através do TCLE, porém não estão relatadas no manual do pesquisador e projeto. Apenas, 708 (8,
29%) referências de riscos estão descritas adequadamente no TCLE, projeto e manual, como informação
compartilhada e documentada, para o participante e pesquisador. As demais, 6119 (71, 6%) estão relatadas somente
para o pesquisador no manual ou projeto. Os riscos estavam quantificados, na sua maioria, apenas no manual. No
TCLE parte dos riscos estavam descritos, porém não quantificados. O projeto e manual são de acesso restrito ao
pesquisador. O participante tem acesso apenas ao TCLE. Somente o que consta no termo de consentimento é
transposto para o meio externo. Isso demonstra a importância da leitura atenta da documentação encaminhada para
avaliação pelo CEP visando à proteção ativa do participante.

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE COERÇÃO NO PROCESSO DE CONSENTIMENTO.


029 Lucas Wollmann, Julia Schneider Protas, Verônica Calleya Bittencourt, Caroline Albuquerque Moreira,
Carolina Fernandez Fernandes, Márcia Santana Fernandes, Jose Roberto Goldim (orient.) (UFRGS).
Fundamentação: no processo de consentimento, a voluntariedade é a possibilidade de escolher no seu melhor
interesse, livre de pressões externas. É importante diferenciar um valor ou crença pessoal de uma situação de

500
Ciências da Saúde

coerção. Objetivo: adaptar e validar uma Escala sobre Percepção de Coerção em Pesquisa, a partir de uma escala já
validada de Percepção de Coerção no Processo de Internação (Gardner W et al. 1993), e confrontar os resultados com
os estágios de desenvolvimento psicológico-moral dos participantes. Método: aplicação da Escala de
Desenvolvimento Psicológico-Moral (Souza, 1968), e da Escala de Percepção de Coerção em Pesquisa. A primeira
escala permite classificar os participantes em sete estágios progressivos de capacidade de tomada de decisão. A
segunda escala avalia a percepção de coerção que os indivíduos tiveram da pesquisa em saúde da qual participaram.
O resultado dessa escala varia de zero a cinco. Os instrumentos estão sendo aplicados em uma amostra piloto de 39
pacientes dos ambulatórios do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que já participaram de projetos de pesquisa. São
incluídos os participantes que aceitam o convite especificamente para este estudo através de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. As informações coletadas são armazenadas em bancos de dados, não
identificados, no sistema SPSS, versão 11. Serão realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais,
especialmente análises de regressão e de variância para verificar eventuais associações ou diferenças. O nível de
significância estabelecido é de 5% (P<0, 05). Resultados Preliminares: até o momento foram incluídos 34
participantes. Os resultados do desenvolvimento psicológico-moral variaram de 3 a 7, sendo que o nível 5 foi o
predominante, com 64, 7%. A percepção de coerção variou entre zero e quatro, sendo 44, 1% no valor zero, 17, 6%
no valor 1, 32, 3% no valor 2, 2, 9% nos valores 3 e 4. (BIC).

PERFIL E LETALIDADE DOS CASOS DE CÂNCER DE LARINGE ATENDIDOS NO


030 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE ENTRE 1998 E 2003. Márcio Eduardo Broliato,
Priscilla Ferreira, Claudete de Oliveira, Jair Ferreira (orient.) (UFRGS).
O câncer de laringe tem uma distribuição universal e representa cerca de 1% das neoplasias malignas. O objetivo do
estudo foi analisar as características dessa neoplasia nos pacientes atendidos em um hospital de referência. Para este
estudo de coorte histórica foram usados os dados do Registro Hospitalar de Câncer do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre, que registra todos os casos de neoplasias malignas diagnosticados a partir de 1998. Para a análise estatística
foi utilizado o programa Epi Info. Entre 1998 e 2003, foram registrados 277 (2, 7% do total) casos de câncer de
laringe. Tinha 86, 3% de homens e a idade média foi de 58, 7 anos. Em relação à topografia, 18, 4% acometeram
glote, 18, 4% supraglote, 0, 7% subglote, 6, 1% tinham localização sobreposta e 56, 3% não tinham localização
especificada. No diagnóstico histológico prevaleceu carcinoma epidermóide (91, 7%), seguido de adenocarcinoma
(2, 5%). A letalidade em 2 anos, entre 277 pacientes acompanhados por esse período, foi de 28, 5% e em 5 anos,
entre 159 pacientes acompanhados por esse período, foi de 37, 0%. O sexo feminino foi fator protetor para óbito em
2 e 5 anos (RR=0, 79; IC 95%: 0, 68-0, 92; p=0, 02 e RR = 0, 74, IC 95%: 0, 58-0, 94; p=0, 046; respectivamente).
Presença de metástase foi fator de risco para óbito em 2 anos (RR=1, 96; IC 95%: 1, 32-2, 92; p=0, 003). Não houve
diferença significativa entre as faixas etárias para sobrevida em 2 e 5 anos (p=0, 515 e 0, 386, respectivamente). Os
dados mostram uma incidência maior em homens e uma sobrevida baixa em 2 e 5 anos em relação à outros tumores.
Sexo feminino mostrou-se fator protetor e presença de metástase, fator de risco para a ocorrência de óbito. A partir
desse estudo, baseado em dados locais, pode-se aperfeiçoar o atendimento dos pacientes com câncer de laringe.

AVALIAÇÃO DO USO DE UM CYBERTUTOR NO ENSINO DA DERMATOLOGIA


031 COMPARADO A AULAS EXPOSITIVAS TRADICIONAIS. Cristiane Comparin, Mariana
Soirefmann, Juliana C Boza, Daniel P Strack, Felipe B Drews, Chao Lung Wen, Tania Ferreira Cestari
(orient.) (UFRGS).
Introdução: A telemedicina baseia-se na união dos recursos da telecomunicação e da informática aplicados à prática
médica, tendo importante atuação no ensino, treinamento ou avaliação do aprendizado médico. Para este fim, um
tutor eletrônico, ou cybertutor, tem o poder de auxiliar professores e alunos ao complementar o ensino tradicional,
disponibilizando conhecimento atualizado de forma interativa e gratuita através da internet. Objetivos: Determinar o
impacto do uso de um cybertutor como ferramenta de ensino em Dermatologia através da avaliação do desempenho
de acadêmicos de medicina da UFRGS. Materiais e Métodos: Um estudo randomizado, controlado e prospectivo está
sendo conduzido com alunos do 5º e 6º semestres da Faculdade de Medicina da UFRGS. Os alunos são
randomizados em dois grupos: o grupo 1 tem acesso ao conteúdo sobre Infestações durante uma hora, através do
cybertutor, enquanto o grupo 2 é submetido à aula expositiva sobre o mesmo tema. Imediatamente após, os alunos
completam uma avaliação com 15 questões de múltipla escolha. Para uma diferença de um ponto na média, com
poder de 80% e p< 0, 05, calculou-se uma amostra de 60 alunos. Resultados: Foi realizada a exposição do primeiro
grupo de alunos, com 16 acadêmicos do 6° semestre. A média de acertos alcançada no grupo do cybertutor foi de 11,
44 (+- 1, 67 DP), e a média do grupo da aula expositiva foi de 12, 71 (+-1, 25 DP). Na análise estatística parcial não
foi encontrada diferença significativa (p=0, 116) entre os dois grupos. Conclusões: Nesta análise inicial, a
comparação entre o conhecimento adquirido através do cybertutor e através da aula presencial não mostrou ser
estatisticamente significativa. Os resultados das novas exposições serão apresentados, a fim de confirmar os dados
obtidos. (PIBIC).

501
Ciências da Saúde

PREVALÊNCIA DE ANEMIA ENTRE CRIANÇAS POBRES DE PORTO ALEGRE. Carlos


032 Francisco Pereira do Bem, Alice Zelmanowiczi, Lucia Mariano da Rocha Silla (orient.) (UFRGS).

Introdução: a anemia é um problema de saúde pública com conseqüências para o desenvolvimento socioeconômico.
Dados da OMS apontam uma prevalência entre 40-50% de anemia entre escolares (80% ferropriva) de países não
desenvolvidos. Os efeitos da anemia em crianças são: depressão imunológica, déficits cognitivos e baixo rendimento
escolar. Objetivos: este artigo visa relatar a prevalência da anemia em crianças de seis meses a seis anos de idade das
classes C, D e E em Porto Alegre. Deseja-se confirmar estudos brasileiros que mostram uma prevalência de anemia
entre 40-50% nessas classes. Esta é uma subanálise do Projeto Criança Sem Anemia (Hemoamigos HCPA) realizado
entre julho e agosto de 2006. Métodos: as coletas foram realizadas em creches e centros comunitários. A equipe
obtinha previamente o consentimento dos pais para a coleta. Um entrevistador treinado aplicava um questionário
demográfico aos pais. Estudantes de medicina munidos material para assepsia e curativo, de lancetas
descartáveis(mesmas usadas para hemoglicoteste), e de Hemocue (aparelho que realiza fotoleitura de gotícula de
sangue mais reagente informando o nível de hemoglobina em mg/dl) aferiam a hemoglobina sérica com gota de
sangue da polpa digital. Os resultados foram estruturados e analisados em planilhas MSExcel. Resultados: 987
crianças (das classes C, D e E) de 6 meses a seis anos foram testadas para anemia. Dessas, 466 apresentaram valores
de hemoglobina abaixo do valor de referência da OMS (11mg/dL de 6 meses a 2 anos e 11, 5 de 2 a 6 anos). A
prevalência da anemia em crianças das classes C, D e E foi de 47, 3%. Conclusão: nossos resultados confirmam
estudos de prevalência nacionais e da OMS sobre anemia em crianças. Esses dados confirmam a urgência de
políticas em saúde que contemplem o problema.

POSICIONAMENTO FRENTE A DILEMAS ÉTICOS COM PACIENTES: COMPARAÇÃO


033 ENTRE GRADUANDOS E PÓS-GRADUANDOS. Laura Goergen Brust, Carolina Rocha Barone,
Paulo Antonacci Carvalho, Jose Roberto Goldim (orient.) (UFRGS).
Introdução: Os profissionais, em algum momento de sua carreira, confrontam-se com dilemas éticos. Profissionais e
estudantes da área da saúde necessitam, freqüentemente, tomar importantes decisões que afetam a vida de outros.
Objetivo: Avaliar as escolhas de estudantes de medicina frente a dilemas éticos em comparação às escolhas de pós-
graduandos na área da saúde. Material e Método: O estudo envolveu 152 universitários de medicina (idade média de
20, 2, DP=2, 2) e 162 pós-graduandos na área da saúde (idade média de 27, 6, DP=5, 3). O instrumento utilizado foi
um questionário contendo três dilemas éticos abrangendo os princípios de Justiça, com situações de merecimento,
necessidade e prognóstico; de Beneficência em relação à família, ao paciente e ao médico; e de Autonomia, referente
à escolha do médico e do paciente frente ao procedimento. Cada participante deveria assinalar apenas uma das
opções apresentadas para cada situação. Os dados foram obtidos de forma anônima. Resultados: Comparando-se as
respostas dos alunos de graduação com as dos alunos de pós-graduação, observou-se uma diferença significativa nas
respostas entre os grupos para todos os dilemas.Conclusões: Alunos de graduação e de pós-graduação têm escolhas
diferentes ao tomarem uma decisão que envolva dilemas éticos com pacientes.

ENCAMINHAMENTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA


034 EM PORTO ALEGRE, BRASIL. Rafael do Amaral Cristovam, Márcia Lorena Fagundes Chaves,
Gisele Silva de Moraes, Mathias Bressel, Tatiana Falcão Eyff, Lisiane Morelia W Acosta, Anelise
Martins Fracasso, Pablo Cambeses Souza, Anne Orgler Sordi, Michele Kreuz, Alessandro Finkelsztejn (orient.)
(UFRGS).
Introdução: No Sistema Único de Saúde do Brasil, os níveis de atenção primária à saúde (APS) inserem-se no
modelo hierárquico. Os casos de maior complexidade são encaminhados para os ambulatórios especializados do
nível secundário e hospitais terciários, como o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Objetivo: Determinar a
necessidade e a qualidade dos encaminhamentos para avaliação neurológica, no nível terciário em Porto Alegre.
Metodologia: Estudo transversal, realizado no Serviço de Neurologia do HCPA, durante a campanha promovida pelo
gestor municipal, denominada “Mutirão da Saúde”, nos meses de agosto a outubro de 2006. A população estudada
foi de 439 pacientes encaminhados pelos serviços de APS do município, constituindo uma amostra de conveniência.
O instrumento de pesquisa foi aplicado pelos pesquisadores aos médicos neurologistas após cada consulta. Este
estudo foi aprovado pela Comissão Ética em Pesquisa do HCPA. Resultados: Os encaminhamentos foram
considerados realmente necessários em 85% dos casos, com 53, 2% necessitando de exames complementares. As
hipóteses diagnósticas dos neurologistas se distribuíram em diversas patologias de complexidade variada. Os
sintomas mais prevalentes em ambos os sexos foram cefaléia e convulsão. A queixa de alteração de comportamento
se destaca no sexo masculino, principalmente em menores de 15 anos. Discussão: Apesar de verificarmos que 85%
dos encaminhamentos foram necessários, observamos que 41, 7% destes se referem a situações que usualmente não
precisariam ter sido encaminhados ao especialista (cefaléias benignas, depressão, fibromialgia, etc). As causas desta
incoerência podem ser: sentimentalismo ou compaixão pelo paciente, insegurança ou falta de autoconfiança, e a
reserva de mercado. Não há como provarmos a existência destas causas, mas devemos apontá-las e discuti-las no
nosso próprio Serviço e entre os neurologistas de nossa cidade.

502
Ciências da Saúde

ENSINO INTERATIVO DA DERMATOLOGIA ATRAVÉS DO CYBERTUTOR. Felipe Brum


035 Drews, Mariana Soirefmann, Cristiane Comparin, Melissa Blom, Chao Wen, Tania Ferreira Cestari
(orient.) (UFRGS).
Introdução: A inclusão digital médica é um aspecto importante na formação de acadêmicos de medicina na
atualidade. Entretanto, a grande quantidade de informação encontrada na internet frequentemente leva ao aluno
conteúdos imprecisos, que não contribuem para o seu aprendizado e que podem confundi-lo. Neste contexto, a
criação de um tutor eletrônico ou cybertutor em uma página na internet, contendo material didático embasado
cientificamente, favorece o aprendizado, pois guia o aluno de forma correta através do seu estudo.Objetivos:
Elaborar um cybertutor na forma de um programa multimídia para uso complementar no ensino da Dermatologia aos
estudantes de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).Materiais e Métodos: Para a
elaboração do cybertutor foram obtidas fotografias das lesões dermatológicas (sob consentimento informado dos
pacientes), elaborados casos clínicos didáticos e aulas ilustrativas. O Software Adobe Acrobat Dreamweaver foi
utilizado para edição e transferência das imagens digitais.Resultados: O cybertutor contém aulas na forma de
apresentações em slides, conteúdo em forma de texto e casos clínicos didáticos das doenças dermatológicas mais
prevalentes e relevantes ao conhecimento dermatológico dos estudantes da graduação, complementado com
orientações diagnósticas e terapêuticas, baseadas em evidências. Os alunos também terão a sua disposição um banco
de questões de múltipla escolha, comentadas e com hipertextos disponíveis relacionados a cada opção de
resposta.Conclusões: A disponibilização do conteúdo didático sobre Dermatologia através do cybertutor será de
grande utilidade no ensino da graduação em medicina da UFRGS, sendo o conhecimento dessas doenças de
fundamental importância para uma formação médica mais completa

PROPOSTA DE JOGO PARA ENSINO DO LEUCOGRAMA PARA ALUNOS DA DISCIPLINA


036 DE IMUNOLOGIA MÉDICA. Juliana Bohn Assmann, Atahualpa Cauê Paim Strapasson, Cynthia
Goulart Molina, Jeferson Nunes Ferri, Tiago Richetti, Tito Emílio Vanelli Costa, Andréa Abê Pereira,
Virgínia de Oliveira Rosa, Gustavo Brandão Fischer, Maria Lucia Scroferneker (orient.) (UFRGS).
O Leucograma é um teste muito utilizado na prática clínica. Seu resultado pode auxiliar na avaliação da situação
imunológica do paciente, bem como a presença de processos inflamatórios e infecciosos. O objetivo do jogo é fazer
com que o aluno da disciplina de Imunologia Médica consiga visualizar e diferenciar funções das células que estão
envolvidas nos processos acima citados. O jogo é composto por três (3) grupos de cartas: caso clínico, diagnóstico e
leucograma; cada grupo contém 18 cartas. Cada aluno recebe três (3) cartas, uma (1) de cada grupo. As cartas que
restaram após a distribuição inicial ficam à disposição dos jogadores, sobre a mesa, para as trocas desejadas. Em
cada jogo, podem participar de quatro (4) a oito (8) alunos, com um monitor ou professor assistente para orientação e
avaliação das justificativas. Em cada jogada, o aluno deve decidir se suas cartas podem pertencer a um mesmo
paciente, e então, justificar sua decisão. Se o aluno considerar que as cartas não poderiam ser do mesmo paciente, ele
deve trocar uma de suas três (3) cartas (ele escolhe o grupo) por outra do mesmo grupo, entre as cartas que estão
sobre a mesa. O jogador pode, novamente, analisar suas cartas e optar por apresentá-las ao grupo, justificando sua
avaliação do caso. Se o aluno tiver um jogo de três (3) cartas compatíveis com um mesmo caso clínico e justificar
adequadamente o caso, ele vence o jogo. Se o aluno não tiver um jogo de cartas compatíveis, ele passa a vez para o
próximo jogador. Se ele justificar ou apresentar um caso incorretamente, ele também passa a vez ao próximo
jogador. Para um maior aproveitamento do jogo, todas as jogadas devem ser discutidas com o grupo, possibilitando a
resolução de dúvidas e auxiliando na compreensão do tema. Acreditamos que o jogo do Leucograma é uma
ferramenta de ensino que possibilita a participação dos alunos na discussão deste tema essencial para a prática
médica.

Sessão 5
Clínica Médica A

APLICAÇÃO REPETIDA DA ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH MELHORA SUAS


037 PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS PARA O DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DAS
APNÉIAS-HIPOPNÉIAS OBSTRUTIVAS DO SONO. Magali Santos Lumertz, Denise Lerias
Alcântara, Neusa Sica da Rocha, Maria do Carmo Sfreddo Lenz, Denis Martinez (orient.) (FFFCMPA).
Introdução: A síndrome das apnéias-hipopnéias obstrutivas do sono (SAHOS) gera despertares repetidos e
sonolência excessiva diurna (SED). Para diagnóstico de SAHOS, exige-se concomitância de índice de apnéias e
hipopnéias (IAH)>5 AH por hora de sono e de um sintoma de transtorno do sono, em geral, sonolência. Entretanto,
SED é difícil de ser quantificada, não existindo teste diagnóstico que sirva como padrão-aúreo. A escala de
sonolência de Epworth (ESE), por sua simplicidade, tornou-se ferramenta auxiliar ao diagnóstico de SAHOS.
Objetivo: Avaliar se a acurácia da ESE para identificar SED em pacientes com suspeita de SAHOS melhora quando
a aplicação do teste é repetida. Materiais e métodos: Analisaram-se prospectivamente os resultados da ESE aplicada
em 936 pacientes, antes e depois de realizarem polissonografia (PSG) em laboratório do sono. Resultados: O escore
da ESE aplicada antes da PSG (ESE1) foi de 11±5 pontos e de 13±5 pontos pela manhã, depois da PSG (ESE2 - t

503
Ciências da Saúde

emparelhado= 23, 2; p= 0, 000). A variação do escore não é explicada por sexo, idade, nível educacional, queixas de
transtornos de sono ou resultados da PSG. As respostas que aumentaram mais em escore foram: cochilar após
almoço “sentado em silêncio” e “deitado” (ambas= 0, 4 ponto; p= 0, 000). Usando-se escore da ESE1, 54% dos
pacientes com ESE>10 apresentavam IAH>5 eventos por hora de sono, indicando SED (qui2=17, 1; p=0, 000).
Usando-se escore da ESE2, 76% dos pacientes com ESE>10 apresentavam IAH>5 eventos por hora de sono
(qui2=42, 3; p=0, 000). A razão de chance de se ter IAH > 5 quando ESE>10 passa de 2, 1 para 3, 2 na ESE2. As
propriedades psicométricas no modelo de Rasch foram melhores em ESE2. Conclusão: Aplicar a ESE em duas
ocasiões melhora as propriedades de medida da ESE para diagnóstico de SAHOS.

AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA SUBMETIDOS A


038 TRATAMENTO DIALÍTICO EM CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA: SOBREVIDA,
RECUPERAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL E QUALIDADE DE VIDA. Jordana de Fraga Guimaraes,
Cássia Morsch, Renata Heck, Antonio Balbinotto, Fernando Saldanha Thomé, Elvino Jose Guardao Barros (orient.)
(UFRGS).
Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) se refere a uma diminuição abrupta (1 a 7dias) e sustentada (> 24
horas) da função renal. Vários estudos têm demonstrado a influência da IRA na mortalidade de maneira
independente. Não dispomos, no nosso meio, de dados epidemiológicos relativos aos pacientes com IRA
hospitalizados no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Objetivos: Avaliar a mortalidade e os fatores prognósticos dos
pacientes submetidos à Terapia Renal Substitutiva (TRS) no CTI. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte
em que foram acompanhados todos os pacientes em TRS no CTI do HCPA durante o período de 01 de junho 2006 a
31 de maio de 2007. Um questionário padronizado do Serviço de Nefrologia, preenchido pelo médico assistente, era
destinado para cada paciente no momento em que este ingressava na TRS. Posteriormente, era realizada a revisão
dos pronturários para a busca de informações que eventualmente não tivessem sido coletadas. Resultados: Durante o
período estudado, 228 pacientes entraram em programa dialítico no CTI do HCPA, entretanto, houve uma perda de
12 pacientes, em que não possível localizar as variáveis que estavam em estudos. O tipo de insuficiência renal
responsável pela diálise foi: insuficiência renal aguda (IRA) em 143 indivíduos (66, 2%); insuficiência renal crônica
agudizada (IRCa) em 50 (23, 1%); a insuficiência renal crônica (IRC) em 15 (6, 9%) e o transplante renal em 8 (3,
7%). A etiologia mais freqüente da perda de função renal foi a sepse (76, 8%). Dos 216 pacientes, 135 (62, 5%)
evoluíram para óbito. Conclusões: A mortalidade dos pacientes com necessidade de TRS é muito elevada, ocorrendo
em aproximadamente 63% desses. A análise estatística comparando as características acima descritas com a
mortalidade, visando à obtenção dos fatores prognósticos ainda não foi realizada.

REJEIÇÃO AGUDA EM ENXERTOS RENAIS COM DISFUNÇÃO INICIAL. INFLUÊNCIA


039 DO PROTOCOLO DE IMUNOSSUPRESSÃO E DA COMPATIBILIDADE HLA. Henrique Mohr,
João Pedro Tedesco Garcia, Daniel Melchiades Silva, Luis Felipe Gonçalves, Roberto Ceratti Manfro
(orient.) (UFRGS).
Introdução: A disfunção inicial do enxerto (DIE) é uma condição freqüente em receptores de rim de cadáver;
associa-se a um elevado risco de rejeição aguda(RA), sendo um significativo fator de risco para nefropatia crônica do
enxerto (NCE). A NCE apresenta fatores imunológicos e não imunológicos como causas importantes do seu
desenvolvimento e permanece a principal causa de perda renal. O objetivo deste estudo foi analisar a influência da
terapia de indução com anticorpos na incidência de RA em pacientes com disfunção inicial de enxerto. Material e
Métodos: Análise retrospectiva de 218 pacientes transplantados renais com DIE. Os pacientes foram divididos em
três grupos de acordo com o regime imunossupressor inicial: 1(inibidor da calcineurina+antiproliferativo
+corticosteróide); 2(terapia de indução com anticorpo anti-receptor da interleucina 2+inibidor da
calcineurina+antiproliferativo+corticosteróide); 3(terapia de indução com anticorpos antilinfócitos T+inibidor da
calcineurina +antiproliferativo+corticosteróide). Resultados: 88 pacientes (40, 4%) apresentaram episódios de RA.
As porcentagens de RA nos grupos foram: 39, 2%, 39, 4% e 50, 0% para os grupos 1, 2 e 3 respectivamente (p=0,
62). O risco relativo para RA aumentou significativamente com o aumento no número de incompatibilidades
HLA(iHLA). Comparado com pacientes com duas iHLA (risco relativo = 1), o risco relativo para RA foi 6, 88
(95%CI: 2, 20-21, 51) para pacientes com 3 iHLA; 15, 82 (95%CI: 5, 18-48, 29) para pacientes com 4 iHLA e 18, 78
(95%CI: 6, 19-56, 95) para aqueles com 5 iHLA. Conclusão: Evidenciou-se incidências elevadas de RA em
transplantados renais com DIE, independente do regime de imunossupressão, verificou-se também que a iHLA
exerce um significativo papel na incidência de RA durante a DIE renal.

ASSOCIAÇÃO ENTRE LONGEVIDADE MATERNA, ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO


040 E LONGEVIDADE DA PROLE EM IDOSOS BRASILEIROS RESIDENTES NA ÁREA DE
ABRANGÊNCIA DO HCPA. Camila Simeoni, Roberto Luis Bigarella, Isabel Piazenski, Jeffrey Kaye,
Marcia Lorena Fagundes Chaves (orient.) (UFRGS).
Objetivos: Avaliar associação entre longevidade materna, envelhecimento cognitivo bem-sucedido e longevidade da
prole. Sujeitos e métodos: Estudo de coorte de 10 anos desenvolvido com idosos (>60 anos) residentes na área de
abrangência do HCPA. Desfechos principais na segunda entrevista foram desempenho cognitivo e status vital.
Variáveis independentes foram idades do pai e da mãe ao falecer e número de irmãos vivos e falecidos. Dos 211

504
Ciências da Saúde

participantes do estudo inicial localizados, 60 haviam morrido sendo entrevistados seus informantes colaterais. Foi
realizada nova avaliação em 99 dos sobreviventes localizados. Resultados: 74 sujeitos tiveram mães que viveram 60
anos ou mais (Grupo A) e 25 eram filhos de mães que viveram menos de 60 anos (Grupo B). Na primeira avaliação
há 10 anos, não houve diferença no escore do MMSE entre os grupos. Na segunda avaliação a pontuação foi de
27.91±2.3 pontos para grupo A e de 25.20±5.5 pontos para grupo B, havendo uma diferença média de 2.71 pontos
entre os dois grupos (p<0, 05). Incidência de demência também foi menor no grupo A (RR=0, 36; IC95%=0, 13 – 1,
00; P=0, 046). Não houve diferença na idade de falecimento do pai ou da mãe entre sujeitos que sobreviveram ou
foram a óbito no período do seguimento. Houve, entretanto, tendência de filhos de mães que viveram menos de 60
anos falecerem mais do que filhos daquelas que viveram mais de 60 anos (RR=0, 30; IC95%=0, 07 – 1, 19; p=0,
052). Houve maior número de mortes entre irmãos no grupo que foi a óbito e maior número de irmãos vivos no
grupo que sobreviveu (p<0, 01). Conclusões: Idosos cujas mães vivem mais de 60 anos têm menor declínio cognitivo
do que aqueles cujas mães falecem antes dos 60 anos, sugerindo que longevidade materna exerça efeito protetor.
Longevidade materna pode estar associada com longevidade da prole, embora sejam necessários novos estudos para
confirmar esta relação. (Fapergs).

O TEMPO DE EXPOSIÇÃO ÁCIDA NO ESÔFAGO É REDUZIDO PELA ELETRO-


041 ACUPUNTURA? Enrique Falceto de Barros, Antônio de Barros Lopes, Cristina Arruda, Carmen
Freitag, Paulo Roberto Stefani Sanchez, André Frotta Müller, Danton Pereira da Silva Júnior, Ricardo
Oppermann Thomé, Mirian Martelete, Sergio Gabriel Silva de Barros (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é a afecção crônica do esôfago e/ou órgãos adjacentes,
acarretando variados sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados – ou não – a lesões
teciduais; com prevalência de 5%-20% da população mundial. Estudos demonstram que a eletro-acupuntura (EA)
exerce amplo efeito no aparelho digestório, reduzindo o número de relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico
inferior, reduzindo a secreção e acelerando o esvaziamento gástrico. Esta pesquisa investiga a eficácia da EA no
controle da DRGE. Metodologia: Estudo piloto prospectivo de EA, aferido por pHmetria esofágica de 48h em 5
pacientes. Critérios de inclusão: Diagnóstico de DRGE, maiores de 18 anos, termo de consentimento assinado.
Critérios de exclusão: hérnia hiatal esofágica de grande porte, fundoplicatura prévia, infecção no local da EA.
Intervenção: No Dia 1, 3 aplicações placebo de EA por 20 minutos em Zusanli (joelho) e Neiguan (punho) com
agulhas de acupuntura horizontalmente coladas à pele e conectadas ao TENS (Transcutaneous Eletric Nervous
Stimulation) desligado. No Dia 2, 3 aplicações de EA por 20 minutos em Zusanli e Neiguan com agulhas
puncionadas verticalmente, conectadas ao TENS ligado em 3Hz a uma intensidade que suscite deQui (disestesia no
acuponto). Comparar-se-á o Tempo de Exposição Ácida no Esôfago (TEAE) do Dia 1 com o TEAE do Dia 2 para
avaliar eficácia da EA. Resultados Parciais: Completou-se a fase de coleta de dados. A análise preliminar dos dados
mostra que não houve diferença de TEAE entre Dia 1 (EA-placebo) e Dia 2 (EA). A análise estatística dos dados
encontra-se em finalização. Contribuição do Bolsista: Elaboração do protocolo; seleção e convite de pacientes;
aplicação de EA; análise dos dados. (PIBIC).

FREQÜÊNCIA DE GERMES MULTIRRESISTENTES EM CENTRO DE TRATAMENTO


042 INTENSIVO ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Lucas Magedanz, Thalita Jacoby,
Paula Guzatto, Leila Beltrami Moreira (orient.) (UFRGS).
A emergência de germes multirresistentes (GMR) em infecções hospitalares vem se tornando um problema de saúde
pública. A internação em Centro de Tratamento Intensivo (CTI) é considerada fator de risco para a aquisição deste
tipo de infecção. Este estudo tem o objetivo de avaliar a prevalência de germes multirresistentes no CTI adulto do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), caracterizando o perfil de sensibilidade dos microorganismos aos
antibióticos padronizados na instituição. Realizou-se um estudo ecológico, incluindo todos os exames culturais
positivos de pacientes adultos, internados no CTI, de julho de 2004 a dezembro de 2006. Para a classificação de
GMR seguiram-se os critérios estabelecidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do HCPA. Os
resultados foram analisados através de estatística descritiva (média, mediana, taxa). Foram incluídas 1933 culturas
positivas, sendo que 694 (35, 9%) apresentaram crescimento de GMR, envolvendo 13 espécies diferentes. A bactéria
mais freqüente foi o Staphylococcus aureus com 368 (19%) isolados, sendo resistentes à oxacilina em 279 (75, 8%).
Seguiram-se Pseudomonas aeruginosa (13, 7%) e Klebsiella pneumoniae (11, 5%), apresentando multirresistência
em 55, 5% e 60, 8% dos casos, respectivamente. O material no qual se verificou maior prevalência de GMR foi
escarro (56, 4%). Os microrganismos mais prevalentes isolados de pacientes do CTI do HCPA foram os esperados, e
cerca de um terço dos exames apresentaram GMR. A alta taxa de multirresistência encontra-se acima dos limites
inferiores relatados para o Brasil. O conhecimento do perfil de sensibilidade dos germes e das taxas de
multirresistência é, portanto, fundamental para a elaboração de estratégias eficientes para o controle dessas infecções.

505
Ciências da Saúde

O IMPACTO DA FIBROMIALGIA CONCOMITANTE NA AVALIAÇÃO DO HAQ E DO


043 DAS28 NOS PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE. Felipe Cunha Birriel, Aline Ranzolin,
Claiton Brenol, Jairo Guarienti, Marcele Rizzatti, Rodrigo Daoud, Paulo Franciscatto, Rafael Pereira,
Angela Massignan, Ricardo Xavier, Joao Carlos Tavares Brenol (orient.) (UFRGS).
Introdução. Em pacientes com Artrite Reumatóide (AR), o DAS28 (Disease Activity Score) e o HAQ (Health
Assessment Questionnaire) são importantes instrumentos utilizados para avaliar a atividade de doença e a capacidade
funcional, respectivamente. Alguns pacientes com AR têm Fibromialgia (FM) associada. Podendo os sintomas de
FM ter impacto nas avliações do HAQ e do DAS28 em pacientes com AR. Métodos. O presente estudo foi
conduzido em pacientes com AR atendidos no ambulatório de Reumatologia do HCPA entre 2006 e 2007. Todos
esses foram avaliados para FM pelos critérios do American College of Rheumatology (ACR) e submetidos às
avaliações de HAQ e DAS28. Resultados. Foram avaliados 257 pacientes com AR, sendo que 28 (10.9%) tinham
FM associada. Pacientes com AR e FM tiveram maiores escores de incapacidade funcional (HAQ 1, 23±0, 85) e de
atividade da doença (DAS28 5, 54±1, 11) quando comparados com pacientes com AR sem FM (HAQ 1, 95±0, 58 e
DAS28 4, 15±1, 48, respectivamente; p < 0, 001). Conclusão. Os valores do DAS28 e HAQ em pacientes com AR e
FM concomitante devem ser considerados com cautela, já que níveis de dor mais elevados podem levar a escores
finais mais altos, os quais, em alguns casos, podem indicar sintomatolgia da FM ao invés de atividade da AR.
(PIBIC).

ESCALA DE MOBILIDADE DE TRONCO - UMA MEDIDA PARA AVALIAR A RIGIDEZ EM


044 PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON. Raquel da Silva Townsend, Carlos Roberto de
Mello Rieder (orient.) (UFRGS).
Introdução: A rigidez é um dos sintomas mais incapacitantes na Doença de Parkinson (DP). Em muitos pacientes, a
rigidez axial se torna especialmente limitante, pois a mobilização prejudicada do tronco acarreta problemas de
marcha, equilíbrio/postura e dificuldades funcionais. Hodiernamente, há poucas ferramentas que analisem a
mobilidade de tronco em pacientes com rigidez, mas não avaliam todos os planos de movimento. Nesta medida,
propõe-se a criação da de Escala de Mobilidade de Tronco (EMT) para que se possa avaliar sagital, coronal e
transversalmente a rigidez de tronco. Objetivos: Criar e validar uma escala que avalie a mobilidade do tronco em
pacientes com DP, correlacionando-a com escalas já validadas na literatura para avaliação da DP (Hoehn e Yahrd,
UPDRS e Schwab) e verificar a concordância entre os examinadores da escala proposta. Metodologia: Pacientes com
DP do Ambulatório dos Distúrbios do Movimento do HCPA. Inicialmente, um dos avaliadores aplicou as escalas já
validadas na literatura. Após, este avaliador e um segundo marcaram simultânea e independentemente, os escores da
EMT (composta de 7 itens com movimentos do tronco nos planos sagital -extensão/flexão-, transversal –rotação- e
frontal -inclinação lateral-, todos realizados com o paciente sentado em uma cadeira sem apoio para os braços).
Resultados: foram analisados 98 pacientes. Encontrou-se forte associação entre os resultados da escala proposta e as
escalas Hoehn e Yahrd, UPDRS e Schwab (coeficiente de correlação de Pearson, respectivamente de: 0, 736, 0, 842
e –0, 786 / todos com nível de significância de 0, 01). Além disso, encontrou-se uma boa consistência interna do
instrumento (índice: Alfa de Cronbach de 0, 853). E houve ainda grande concordância entre os avaliadores (índice
Cronbach alfa: 0, 998).Conclusão: Nas avaliações preliminares a EMT mostra-se um instrumento simples, confiável
e capaz de auxiliar na avaliação das limitações de pacientes com DP.

Sessão 6
Práticas Pedagógicas em Educação Física

A SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO


045 SUPERIOR. Leonardo de Souza Miranda, José Hernandez (orient.) (UFRGS).
A simples observação do exercício da profissão de professor universitário em instituições públicas e
privadas pode revelar diferenças contextuais bastante nítidas entre estes ambientes que podem ter relação com a
saúde deste profissional. Esta pesquisa correlacional buscou investigar a relação entre a Síndrome de Burnout e o
exercício da docência no ensino superior de Educação Física em instituição pública e privada. Foram examinados 41
docentes de dois cursos superiores de Educação Física, sendo 20 da instituição pública e 21 da privada. Quanto ao
sexo dos sujeitos, 23 eram masculino e 18, feminino. A idade dos participantes variou de 27 a 54, com média de 41,
8 anos e desvio padrão de 6, 7. Para a coleta de dados foi utilizado o Maslach Burnout Inventory, que é composto de
22 itens subdivididos em três dimensões (Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização Pessoal). Os
professores responderam ao inventário individualmente, usando uma escala tipo Likert de cinco pontos, no próprio
ambiente universitário e, em alguns casos, através de e-mail. Os dados foram digitados no SPSS, versão 11, 5, e
analisados através de Coeficiente de Correlação de Pearson e Análise de Variância. Os resultados revelaram que o
grupo de professores de Educação Física da instituição pública apresentou escores médios significativamente
maiores (p <0, 05) em Realização Pessoal do que o grupo da instituição privada. Ainda, houve diferença estatística
significativa (p<0, 05) entre os escores médios de Despersonalização, indicando maior prejuízo para o grupo da área
privada. Além disso, não foram identificadas correlações significativas entre a idade, a carga horária e o tempo de

506
Ciências da Saúde

serviço com as dimensões do Burnout. Também não foram apuradas diferenças entre o sexo dos participantes.
Conclui-se que os contextos do ensino superior público e privado parecem afetar o trabalho do profissional de
Educação Física.

A INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS COMPLEMENTARES DAS AULAS DE


046 EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO MOTOR NA ADOLESCÊNCIA. Valéria Leal
Dutra Nunes, Elio Carravetta (orient.) (IPA).
Esta pesquisa foi realizada com o intuito de estudar a influência das atividades físicas complementares das aulas de
Educação Física no desenvolvimento motor em adolescentes, bem como a contribuição da maturação biológica no
desenvolvimento. Considerando atividade física complementar qualquer atividade física praticada, com orientação de
um profissional, em um horário diferente das aulas de Educação Física escolar. Participaram deste estudo 108 alunos
de uma escola privada de Porto Alegre, entre 14 e 17 anos de idade, 56 do sexo masculino e 52 do sexo feminino. Foi
avaliado três tipos de situações: (1) - Avaliação do desenvolvimento motor, (2) – Nível de maturação biológica -
sexual, e (3) – Questionário de hábitos de vida, e comparado os resultados dos testes de IMC, salto e arremesso entre
os grupos. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SPSS for Windows (versãoo 13.0) Observou-se que,
os alunos que praticam atividade física complementar apresentaram uma média maior no desempenho dos testes
comparados aos que não praticam atividade fisica complementar.

RELAÇÃO DOS ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO BIOLÓGICA COM O DESEMPENHO


047 MOTOR DE JOVENS DO SEXO MASCULINO EM IDADE PÚBERE. Roger Rocha da Silva, Elio
Carravetta (orient.) (IPA).
O presente estudo investigou a relação dos estágios de maturação biológica com o desempenho motor de meninos
púberes. Os objetivos deste estudo foram: analisar o comportamento do desempenho motor considerando os
diferentes estágios maturacionais de futebolistas federados e de escolares do colégio americano; comparar a eficácia
da idade cronológica e da idade biológica como fatores determinantes do desempenho motor e da divisão de grupos
de treinamento, mostrando se as mesmas são compatíveis; e estabelecer comparações do desempenho motor entre
alunos do colégio americano e futebolistas federados, considerando o aspecto da maturação biológica. Essa pesquisa
foi quantitativa e de caráter observacional exploratória descritiva. Como técnicas e instrumentos de pesquisa foram
utilizados os testes motores de agilidade, salto horizontal e velocidade 20 metros, sendo utilizada também a auto-
avaliação da maturação sexual através da análise da pilosidade pubiana. A amostra foi composta por 40 indivíduos,
sendo 20 escolares do colégio americano que não realizavam nenhuma espécie de treinamento fora a educação física
escolar e, 20 futebolistas federados. Todos do sexo masculino e com 14 anos de idade. Concluiu-se que houve uma
melhora do desempenho motor ao longo da evolução dos estágios maturacionais em todos os testes motores
utilizados nos dois grupos, porém, com um melhor desempenho motor dos futebolistas federados. O estudo
evidenciou também uma não compatibilidade das idades cronológica e biológica, onde a idade biológica mostrou-se
como um melhor fator determinante do desempenho motor e da divisão de grupos de treinamento.

AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS EM CRIANÇAS DE


048 PORTO ALEGRE: PRINCIPAIS DIFICULDADES. Barbara Coiro Spessato, Nadia Cristina
Valentini (orient.) (UFRGS).
As habilidades motoras fundamentais são a base do desenvolvimento dos movimentos especializados. A competência
motora parece ser importante para que se tenha um estilo de vida ativo e foi associada positivamente a intensidade da
atividade física e inversamente associada ao comportamento sedentário em criança (WROTNIAK, EPSTEIN, DORN
et al 2006). Objetivo: Identificar as dificuldades motoras específicas na realização de 12 habilidades motoras
fundamentais em crianças de 3 a 11 anos. Participantes: 578 crianças (Midade=8, 33 anos, DP= 1, 66), 296 meninos,
282 meninas provenientes de 34 estabelecimentos de ensino de Porto Alegre. O Test of Gross Motor Development -2
(ULRICH 2000) foi utilizado para avaliar 12 habilidades motoras fundamentais de locomoção e controle de objeto.
As crianças foram divididas em grupos etários de G5 a G10 sendo que o número corresponde a idade do grupo.
Resultados: Tukey post hoc testes no coeficiente motor, medida considerada pelo autor do teste (ULRICH 2000) o
mais adequado para detectar de forma abrangente os níveis de desempenho das crianças, evidenciam que as crianças
do G5, embora mais jovens (M= 84, 79 DP= 9, 66) demonstraram desempenho significativamente superior a todos
os demais grupos (G6 p=0, 000, G7 p=0, 000, G8 p=0, 000, G9 p=0, 000, G10 p=0, 000). Com relação as
dificuldades especificas as crianças não apresentam os seguintes componentes dos respectivos movimentos
fundamentais: corrida- 45 % flexão do joelho a 90 graus; galope- 85% posicionamento do braço; salto com um pé só-
89% pendulo; passada- 70% movimento dos braços; salto horizontal- 92% movimento dos braços; corrida lateral-
60% posicionamento do corpo adequado; rebatida- 60% rotação de tronco; quicar- 70% altura da bola adequada,
pegar- 40% fase de preparação, chutar- 70% posicionamento do pé de apoio, arremesso por cima do ombro- 65%
transferência de peso, rolar -65% transferência de peso.

507
Ciências da Saúde

A EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR. Paulo Tadeu Rodrigues


049 Baltezan, José Augusto Evangelho Hernandez (orient.) (UFRGS).

A Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo em que é responsável pela grande
maioria das escolas disponíveis à população, não contempla os alunos de sua rede de ensino com aulas de Educação
Física (EFI) nas séries iniciais. A realização deste estudo pretendeu reforçar a necessidade do trabalho do professor
de Educação Física. O objetivo desta pesquisa foi verificar a relação entre aulas de EFI e desenvolvimento
psicomotor de alunos da quarta série do Ensino Fundamental. Esta é uma pesquisa do tipo Ex Post Facto, a variável
independente foi Tipo de Escola (com aula e sem aula de EFI) e a dependente Fatores Psicomotores. Foram testados
40 alunos, 17 do sexo masculino e 23 do feminino, divididos igualmente entre as escolas públicas estaduais e
municipais. Utilizou-se a Bateria Psicomotora de Fonseca (1995) de forma reduzida com quatro fatores: Noções do
Corpo, Estruturação Espaço-Temporal, Praxia Global e Praxia Fina, subdivididos em vinte subfatores. Os dados
coletados foram digitados no SPSS, versão 11.5, e analisados através da técnica estatística Análise de Variância. Os
resultados revelaram diferenças significativas (p<0, 05) entre os escores médios do fator psicomotor Noções do
Corpo, sendo que estes foram mais elevados para os alunos das escolas municipais comparados com as estaduais. Na
tentativa de explicar estas diferenças foi abordada a ação do professor de EFI sobre os componentes das Noções do
Corpo: Sentido Sinestésico, Reconhecimento de Direita e Esquerda, Auto-imagem (face), Imitação dos Gestos e o
Desenho do Corpo. Ainda que esta investigação tenha limitações, espera-se que as evidências geradas sirvam para
estimular novas pesquisas e possam contribuir para sensibilizar a comunidade da Educação para o papel do professor
de EFI na estimulação do desenvolvimento psicomotor das crianças.

PERSPECTIVA INFANTIL SOBRE O CONCEITO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Cátia Parizotto,


050 Adriana Schuler Cavalli, Ariadne Altieri da Silveira, Erica Guedes dos Santos, Larissa Piazzetta Gysi,
Liliana Kologeski Camargo, Raquel Schutz, Sabrina Grosser da Costa, Dina Pettenuzzo Santiago
(orient.) (UFRGS).
Este estudo tem como objetivo avaliar o que evoca na lembrança da criança quando perguntada sobre o que é
educação física. A metodologia de corte qualitativo consiste em uma pergunta aberta, “o que é Educação Física para
você?”. As crianças foram entrevistadas individualmente sem indução do entrevistador e sem limite de tempo, sendo
utilizado um gravador e também anotadas as respostas por um outro pesquisador. A amostra deste estudo conta com
aproximadamente 51 crianças, sendo uma turma de jardim A e duas turmas de jardim B (crianças de quatro a seis
anos) da Creche Francesca Zacaro Faracco, participantes do Projeto de Extensão “Educação Física na Escola Infantil
Creche Ufrgs XIII”, no ano de 2006. Para a realização dessa pesquisa foi encaminhado aos pais e/ou responsáveis
das crianças o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” para a utilização das respostas. Os dados obtidos na
pesquisa foram transcritos com fidelidade conforme as informações gravadas e associados às anotações realizadas
durante as entrevistas. Após, as respostas foram sintetizadas, analisadas e categorizadas como Socialização,
Aprendizagem, Diversão/prazer e Atividades lúdicas/jogos. Através dos resultados encontrados, observamos que as
crianças da escola infantil Creche/UFRGS relacionam o conceito de educação física às suas experiências nas aulas da
creche e no centro natatório da ESEF, e por essa vivência é que conseguem defini-lo. Acreditamos estar realizando
um trabalho que propicia aos alunos o desenvolvimento da sua identidade e autonomia, através de aprendizagens
diversificadas, integradas e, principalmente, realizadas com satisfação e prazer.

VIVÊNCIAS NO MEIO LÍQUIDO: UM DIÁLOGO ENTRE PAIS, CRIANÇAS E


051 EDUCADORAS DA CRECHE UFRGS. Liliana Kologeski Camargo, Adriana Schuler Cavalli, Raquel
Schutz, Erica Guedes dos Santos, Sabrina Grosser da Costa, Ariadne Altieri da Silveira, Cátia Parizotto,
Larissa Piazzetta Gysi, Dina Pettenuzzo Santiago (orient.) (UFRGS).
Nos últimos anos há um crescente interesse por atividades físicas realizadas no meio líquido como sendo uma
alternativa de lazer. Estas são consideradas atividades físicas completas e com menos restrições quanto a sua prática,
figurando, portanto, entre as mais recomendadas. Paralelamente a essa procura as pesquisas nesta área também têm
aumentado, possibilitando uma maior conscientização sobre os benefícios desta prática. Com relação às crianças, é
importante que tenham desde cedo contato com o meio líquido para evitar futuras fobias em relação à água e para
melhor se ambientar a essa atividade física, podendo adotá-la como uma prática a ser desenvolvida futuramente, em
seus momentos de lazer. No ano de 2006 os integrantes do Projeto de Natação - Descobrindo o Movimento no Meio
Líquido XIII realizaram uma pesquisa de corte qualitativo com o objetivo de conhecer o nível de satisfação dos pais
e/ou responsáveis em relação ao projeto, assim como averiguar a motivação das crianças quanto a participação no
mesmo. A metodologia empregada neste estudo foi um questionário composto por oito perguntas abertas e fechadas,
as quais deveriam ser respondidas pelos pais e/ou responsáveis e entregues aos componentes do projeto. Os dados
obtidos na pesquisa foram sintetizados, analisados e categorizados de acordo com os objetivos desse estudo. Com
estes resultados pretende-se trabalhar sobre os pontos positivos relatados, bem como rever os pontos negativos
citados, com o intuito de promover melhorias no desenvolvimento do projeto.

508
Ciências da Saúde

A RELAÇÃO DA PROFESSORA/ALUNA COM NECESSIDADES ESPECIAIS NAS AULAS DE


052 EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA COMUM. Juliana Medeiros da Silva, Atos Prinz Falkenbach
(orient.) (IPA).
O presente estudo investigou a relação entre a professora e sua aluna com necessidades especiais nas aulas de
educação física de uma escola comum. O estudo é qualitativo e utilizou entrevistas semi-estruturadas com a
professora e observações com pautas definidas das aulas de educação física. A coleta de informações permitiu
destacar as seguintes categorias: a relação entre a professora e sua aluna com necessidades especiais nas aulas de
educação física e a formação na graduação como influência na relação da professora de educação física com a aluna
com necessidades especiais. O estudo evidenciou uma relação de ajuda entre a professora e a aluna com necessidades
especiais, tanto em nível pessoal como pedagógico, graças à sensibilidade demonstrada pela professora. A formação
inicial se encontra fragilizada e inadequada quando se trata de trabalhar com alunos com necessidades especiais,
porém a professora demonstrou estar receptiva, pois em todos instantes tentou favorecer a participação da aluna nas
aulas de educação física.

EDUCAÇÃO FÍSICA NOS CICLOS DE FORMAÇÃO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE


053 LAJEADO/RS: LIMITES E POSSIBILIDADES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA. Paulo Henrique
Cornelius, Fabiano Bossle (orient.) (UNIVATES).
O presente estudo buscou compreender o que pensam os professores de Educação Física que atuam nas escolas por
Ciclos de Formação na Rede Municipal de Ensino de Lajeado/RS sobre a sua prática pedagógica. Das dezoito
escolas desta rede, cinco possuem a organização por Ciclos de Formação. As opções metodológicas foram de
natureza predominantemente descritiva qualitativa. Dos nove professores de Educação Física que atuam nestas
escolas, foram entrevistados oito professores, contemplando quatro das cinco escolas. As informações foram
coletadas através de entrevista semi-estruturada. Também foi entrevistada uma coordenadora pedagógica que
participou do processo de implantação dos ciclos nesta rede de ensino, com a intenção de aproximar e articular as
informações dos professores com a fala de um profissional de uma equipe diretiva. Ao serem questionados sobre a
sua prática pedagógica nos Ciclos de Formação, os professores de Educação Física foram provocados a refletir sobre
quais os aspectos e como estes orientam sua atuação na complexidade do cotidiano escolar. Neste sentido, os
professores destacaram os seguintes aspectos como principais influenciadores de sua prática pedagógica: o
planejamento interdisciplinar e a atuação do coletivo de professores, que oferecem respaldo para a disciplina de
Educação Física; os interesses das turmas e as idades dos alunos, como forma de motivação para planejar e inserir
todos os alunos nas atividades; o espaço físico e os materiais didáticos disponíveis; e a avaliação diferenciada, que
para os professores entrevistados, é o ponto alto dos Ciclos de Formação, pela questão da não reprovação. Os
aspectos considerados pelos professores também se constituíram como limites e/ou possibilidades na percepção e
construção de sua prática.

AS EXPECTATIVAS E OS SABERES CONSTRUÍDOS PELOS PROFESSORES DE


054 EDUCAÇÃO FÍSICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO ALEGRE. Camilla
Holleben da Rocha, Mauren Ferraz Hernandes Kulmann, Vicente Molina Neto (orient.) (UFRGS).
O presente trabalho busca compreender que expectativas os professores de Educação Física da Rede Municipal de
Porto Alegre constroem em relação ao seu trabalho frente às recentes mudanças sociais e curriculares.A partir desta
perspectiva, procura entender que saberes são construídos na rotina escolar a partir da sua prática pedagógica.
Através de um estudo de caso etnográfico busquei informações através de observações sistemáticas, entrevistas semi-
estruturadas e análise de documentos.Utilizei estes instrumentos para contextualizar o problema de pesquisa.Partindo
dos referenciais teóricos e dos achados de outras pesquisas que nosso grupo de pesquisa realizou, desenvolvi uma
interpretação acerca dos dados obtidos.Até o momento é possível pensar que os professores constroem uma
expectativa durante a sua formação inicial diferente da realidade enfrentada nas escolas municipais.Esses docentes
entendem a importância de uma formação permanente mais voltada a sua prática pedagógica.As recentes
transformações como as mudanças na estrutura familiar e a implementação do currículo por ciclos impõem novos
obstáculos na rotina escolar.Os professores percebem que o seu trabalho está além dos conteúdos previstos no
planejamento anual das atividades.Problemas como os atritos que são constantes nas aulas fazem com que o
professor tenha que alterar seu planejamento e direcionar seu trabalho para a socialização dos alunos.Encontram
suporte para organizar seu trabalho a partir da sua experiência prática como professor.Para solucionar problemas, que
não foram contemplados na formação inicial recorrem à improvisação criando estratégias de ensino para atingir os
objetivos propostos.Pude perceber até então que os professores não valorizam os saberes construídos por eles na
escola.

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS AULAS DE EDUCAÇÃO


055 FÍSICA DO 2º E 3º CICLOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO ALEGRE.
Mauren Ferraz Hernandes Kulmann, Camilla Holleben da Rocha, Vicente Molina Neto (orient.)
(UFRGS).
Esta investigação aborda a avaliação do processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Educação Física do 2º e 3º
ciclos da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. Destacamos que esta pesquisa está inserida na perspectiva

509
Ciências da Saúde

investigativa do grupo Formação de Professores e Prática Pedagógica na Educação Física e Ciência do Esporte (F3P-
EFICE). Através de um estudo de caso etnográfico buscamos compreender a construção da avaliação do processo de
ensino-aprendizagem nas aulas de Educação Física do 2º e 3º ciclos da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre.
Durante o trabalho de campo, realizamos observações de caráter participante e registros em diário de campo no
contexto de uma escola desta Rede de Ensino. Realizamos, também, entrevistas semi-estruturadas com os
professores de Educação Física e analisamos documentos da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, da
Escola e dos professores deste coletivo docente. Após a triangulação das informações coletadas através das
observações no contexto escolar, das entrevistas semi-estruturadas com os professores de Educação Física e da
análise documental surgiram três categorias de análise: a) A avaliação como tema na formação inicial e contínua do
professor de Educação Física. b) Avaliação em Educação Física: dificuldades, limites e possibilidades. c) Avaliar,
medir e testar. O quê faz o professor de Educação Física em sua prática pedagógica? Na busca da compreensão da
avaliação nas aulas de Educação Física esperamos avançar significativamente nas interpretações de outros estudos
realizados sobre a prática pedagógica dos professores de Educação Física na perspectiva do ensino organizado por
Ciclos de Formação. (PIBIC).

Sessão 7
Odontologia I

EFEITO DO TEMPO DE IMERSÃO EM DIFERENTES MONÔMEROS PARA POLIMENTO


056 QUÍMICO NA MICRODUREZA SUPERFICIAL DE UMA RESINA ACRÍLICA. Fernando
Freitas Portella, Susana Maria Werner Samuel, Carmen Beatriz Borges Fortes (orient.) (UFRGS).
O objetivo do trabalho foi avaliar a influência do tempo de imersão em diferentes monômeros para polimento
químico, sobre a dureza da resina acrílica. Foram confeccionados 40 corpos de prova com a resina acrílica
polimerizada por energia de microondas (Onda Cryl®). O preparo e a polimerização da resina foram feitos de acordo
com as instruções do fabricante. O acabamento e polimento preliminar de todos os corpos de prova foi realizado com
fresa, pedra montada e lixas de granulação 400, 600 e 1000. Os corpos de prova foram divididos em quatro grupos de
10. O grupo G1 foi constituído pelos espécimes submetidos ao polimento químico convencional na polidora química
PQ 9000 utilizando o líquido Termotron (indicado pelo fabricante da polidora) durante 10s. O polimento do G2 foi
realizado da mesma maneira que o G1 reduzindo o tempo de polimento para 5s. No G3 o polimento foi realizado
com o líquido da resina Onda Cryl durante 10s. No G4 o polimento foi feito com o líquido da resina Onda Cryl num
tempo de 5s. A microdureza Knoop foi avaliada no NU Research Microscope. Foram feitas cinco endentações em
cada corpo de prova com carga de 100g, durante 25s. A partir da medida da diagonal impressa no corpo de prova
obteve-se o valor da microdureza. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística através do teste t para
comparar os diferentes tempos de maneira independente para cada líquido de polimento, com nível de significância
de 5%. Verificou-se que não há diferença na microdureza quando se faz o polimento nos diferentes tempos,
independente do líquido utilizado. A literatura mostra que o polimento químico por imersão por 10s provoca redução
da microdureza das resinas acrílicas. Este trabalho mostrou que mesmo a redução para 5s não consegue compensar
essa desvantagem.

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE FOTOINICIAÇÃO HIDROSSOLÚVEIS PARA


057 POLIMERIZAÇÃO RADICALAR DE ADESIVOS DENTINÁRIOS. Caroline Ely, Fabrício Aulo
Ogliari, Luis Felipe Schneider, Simonides Consani, Cesar Liberato Petzhold, Evandro Piva, Flávio
Fernando Demarco, Carmen Beatriz Borges Fortes, Susana Maria Werner Samuel (orient.) (UFRGS).
Os adesivos odontológicos, ao infiltrarem o tecido dentinário parcialmente desmineralizado, experimentam
separação de fase em função de seus componentes hidrófilos e hidrófobos. Os monômeros hidrófilos infiltram-se
mais profundamente na dentina úmida do que os hidrófobos. Na fase apolar, ficam todos os componentes hidrófobos,
incluindo catalisadores, como, por exemplo, a canforoquinona (CQ). Se a CQ não consegue infiltrar na fase aquosa,
ela não estará disponível para fotoiniciar os monômeros hidrófilos dissolvidos nesta fase. O presente estudo
desenvolveu sistemas fotoiniciadores hidrossolúveis para polimerização de metacrilatos, avaliando o grau de
conversão em tempo real de cada sistema. Um co-monômero constituído de Bis-GMA, TEGDMA e HEMA foi
utilizado como resina modelo. Como fotoiniciadores foram utilizados: canforoquinona-CQ (não hidrossolúvel) e
tioxantona-QTX (hidrossolúvel) e como co-iniciadores uma amina terciária (EDAB) e um sal de iodônio (DPIHFP).
Foram avaliados 9 grupos: CQ, QTX, CQ+EDAB, CQ+DPIHFP, QTX+DPIHFP, QTX+EDAB,
CQ+EDAB+DPIHFP, QTX+EDAB+DPIHFP, CQ+QTX+EDAB+DPIHFP. A cinética de conversão e a taxa de
polimerização (RP) foi avaliada por RT-FTIR, durante 30s de fotoativação. Foi identificada a necessidade de um co-
iniciador para a polimerização com CQ e/ou QTX. Independente do fotoiniciador, os co-iniciadores aceleraram a
reação e o uso concomitante de ambos determinou a maior RPmax. Os maiores valores de conversão após 30s de
fotoativação e de RPmax, foram obtidos quando CQ foi utilizada, demonstrando sua maior eficiência na geração de
radicais livres dentro das condições do presente estudo.Apesar de menos eficiente do que os sistemas contendo CQ, o

510
Ciências da Saúde

sistema ternário QTX+EDAB+DPIHFP demonstrou velocidade de conversão que pode auxiliar a polimerização de
adesivos dentinários, principalmente aqueles que experimentam separação de fase em meio aquoso.

O USO DA ENERGIA DE MICROONDAS NA POLIMERIZAÇÃO DA RESINA ACRÍLICA:


058 ENSAIO LABORATORIAL COM ÊNFASE CLÍNICA. Daniel Candido Haddad, Susana Maria
Werner Samuel, Cesar L Petzhold, Naira M Balzaretti, Carmen Beatriz Borges Fortes (orient.)
(UFRGS).
Após a introdução da energia de microondas no processo de polimerização da resina acrílica, muitas pesquisas vêm
sendo desenvolvidas com a finalidade de se obter melhorias nesse processo. Em vista disso, o objetivo desse trabalho
foi avaliar propriedades físicas, químicas e mecânicas de duas marcas comerciais de resina acrílica para microondas.
Foram confeccionadas 20 dentaduras, alocadas randomicamente para um dos quatro grupos: o G1 foi confeccionado
com resina VipiWave, seguindo as orientações do fabricante e o G2, da mesma resina, foi submetido a um ciclo curto
de 500W por 3 min. O G3, confeccionado com a resina OndaCryl, foi polimerizado segundo as orientações do
fabricante e o G4, da mesma resina, foi submetido ao ciclo curto. O grau de conversão de cada grupo foi analisado
segundo a técnica de microespectroscopia Raman. As variáveis energia de impacto, espessura, Tg, dureza, massa
específica e massa foram avaliadas de acordo com parâmetros internacionalmente reconhecidos. As médias (+ desvio
padrão) foram, respectivamente: G1, 2, 4+0, 19J; 3, 13+0, 05mm; 103, 98+1, 06ºC; 21, 86+0, 52; 1, 19+0g/cm3; 13,
42+0, 32g. G2, 1, 64+0, 08J; 3, 08+0, 04mm; 98, 6+1, 07ºC; 19, 58+0, 41; 1, 17+0g/cm3; 13, 69+0, 2g. G3, 2, 35+0,
17J; 3, 08+0, 04mm; 103, 8+0, 71ºC; 21, 89+0, 4; 1, 19+0g/cm3; 13, 57+0, 32g. G4, 1, 8+0, 14J; 3, 11+0, 04mm;
101, 1+0, 8ºC; 19, 81+0, 4; 1, 17+0g/cm3; 13, 72+0, 25g. O grau de conversão foi maior no ciclo do fabricante, para
as duas marcas comerciais. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo teste ANOVA com Tukey (95%).
Os resultados mostraram que os valores de energia de impacto, Tg, dureza e massa específica foram maiores no ciclo
do fabricante (p<0, 05), independente da marca comercial. Com base nos resultados deste trabalho pode-se concluir
que o ciclo recomendado pelo fabricante deve ser seguido, independente da marca comercial testada.

ANALISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE MOLARES COM PERFURAÇÃO DE


059 FURCA, SELADA COM MTA E RESINA COMPOSTA RETIDA A PINO DE FIBRA DE
VIDRO E CARBONO. Diego Isola Caminha, Julia Vinholes (orient.) (ULBRA).
O objetivo do presente estudo foi avaliar a resistência à compressão de molares com perfuração de furca, selada com
MTA e resina composta retida a pino de fibra de vidro e carbono. Foram selecionados 20 dentes molares humanos,
onde se realizou a abertura coronária e preparo químico mecânico do canal radicular. Em seguida, a região de furca
foi perfurada, e posteriormente selada com MTA, e os canais radiculares foram obturados. Neste momento dividimos
em 2 grupos de 10 dentes cada. O Grupo 01 foi cimentado pino de fibra de vidro, e no Grupo 02, pino de fibra de
carbono. Ambos foram cimentado com cimento resinoso Relix (3M), com o sistema adesivo dual All Bond 2 (Bisco)
e restaurados com a resina composta Charisma (Kulzer). Os corpos de prova foram incluídos em um cano de pvc
com resina de poliéster com simulação de periodonto, e realizado então o ensaio mecânico de resistência à
compressão na máquina de ensaio universal Wolpert® (mod. 12 TUZ M), com velocidade de 5mm/min. Este estudo
não permite provar que os dois matérias possuem resistências diferentes, pelo tamanho de amostras, porém há
indícios que o pino de fibra de carbono se comporta melhor.

A INFLUÊNCIA DA DESINFECÇÃO COM ÁCIDO PERACÉTICO NA RUGOSIDADE DE


060 UMA RESINA ACRÍLICA DE USO ODONTOLÓGICO. Gustavo Hoppen, Susana Maria Werner
Samuel, Carmen Beatriz Borges Fortes (orient.) (UFRGS).
As resinas acrílicas são amplamente utilizadas no meio odontológico, principalmente na confecção de próteses totais,
parciais e dispositivos interoclusais. Sabe-se que a rugosidade da resina é um fator de grande relevância na adesão de
bactérias e fungos. O objetivo deste trabalho foi avaliar se a utilização de ácido peracético (AP), nas concentrações
de 0, 2%, 1, 3% e 2, 0%, como agente desinfetante interfere na rugosidade de uma resina acrílica de uso
odontológico. Os corpos de prova (cp) foram confeccionados com a resina VIPI WAVE® (Dental Vipi Ltda) incolor,
com dimensões 30 mm x 10 mm x 3 mm, e polimerizados de acordo com as instruções do fabricante. Foram criados
quatro grupos, com 10 cp cada: G1 (controle), permaneceu 5 min imerso em água; G2, G3 e G4 permaneceram 5 min
imersos em AP 0, 2%, 1, 3% e 2, 0% respectivamente. Todos os grupos tiveram a rugosidade analisada antes da
imersão. A análise da rugosidade foi realizada com um rugosímetro digital, Rugosímetro SJ-201 (Mitutoyo-Japan),
no modo de contato contínuo, e com microscopia de força atômica, Nanoscope - modelo III a (Digital Instruments
Inc.), no modo de contato intermitente Tapping ModeTM. Os resultados obtidos com rugosímetro digital foram
submetidos à análise estatística ANOVA, complementada pelo teste Tukey, nível de significância de 5%. Os
resultados mostraram que para os grupos G1, G2 e G3 não houve diferença estatísticamente significativa entre o
antes e o depois da imersão. Já para o G4 foi possível observar um aumento significativo da rugosidade. O AP nas
concentrações de 0, 2% e 1, 3% pode ser utilizado para a desinfecção da resina acrílica sem interferir na rugosidade
do material. A análise com Microscopia de Força Atômica confirmou os resultados obtidos com o rugosímetro
digital.

511
Ciências da Saúde

AVALIAÇÃO IN VITRO DA RESISTÊNCIA AO DESGASTE DE DIFERENTES MATERIAIS


061 ODONTOLÓGICOS. Eduardo Schwartzer, Fabrício Mezzomo Collares, Altair Soria Pereira, Susana
Maria Werner Samuel (orient.) (UFRGS).
A importância clínica do desgaste dos materiais odontológicos é atribuída à restrição estética e funcional de
restaurações. Como as medições de desgaste in vivo são complicadas e consomem muito tempo, têm-se
desenvolvido métodos de determinação do desgaste através de métodos in vitro que ainda não possui um modelo
experimental definitivo. O ensaio de micro-abrasão utilizando a metodologia de “ball-cratering” é cada vez mais
difundido na comunidade científica e apresenta como principal vantagem a utilização de parâmetros cuidadosamente
controlados e reproduzíveis. O objetivo deste estudo foi avaliar o coeficiente de resistência ao desgaste de diferentes
materiais odontológicos em comparação com o esmalte dentário e validar o método de “ball-cratering” para o uso
odontológico. Espécimes cilíndricos com duas superfícies planas e paralelas entre si foram confeccionados em
esmalte bovino, resina composta, amálgama e resina acrílica com 6mm de diâmetro e 2mm de espessura. O ensaio
foi realizado em um tribômetro Calowear (CSEM Instruments Advanced Mechanical Surface Testing). Em cada
amostra foram feitas seis medições variando em 10, 20, 30, 40, 50 e 60 voltas. As crateras geradas foram medidas
através do software UTHSCSA ImageTool for Windows versão 3.0. Os valores de desgaste foram avaliados pelo
SigmaPlot versão 8.0 a partir do raio médio das crateras. O valor do coeficiente de desgaste dos materiais avaliados
seguiu o seguinte comportamento: o amálgama obteve o menor coeficiente de desgaste, seguido em ordem crescente
pela resina composta, esmalte e resina acrílica autopolimerizável. O método se encontra adaptado à avaliação do
desgaste de materiais odontológicos e tem entre suas vantagens a rápida avaliação do coeficiente de desgaste e a
padronização da análise mostrando-se uma ferramenta de grande valor no estudo do desgaste de materiais
odontológicos.

INFLUÊNCIA DA FASE DE PRENSAGEM NAS PROPRIEDADES DE UMA RESINA


062 ACRÍLICA DE USO ODONTOLÓGICO. Fernanda dos Santos Gatti, Susana Maria Werner Samuel,
César Liberato Petzhold, Carmen Beatriz Borges Fortes (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da fase de prensagem nas propriedades de uma resina acrílica
polimerizada por energia de microondas. A resina utilizada foi a Onda Crylâ, cujo fabricante recomenda que a
prensagem deva ser feita na fase fibrosa. A proporção e a manipulação da resina foram de acordo com as instruções
do fabricante. Foram confeccionados 10 corpos de prova com 10x64x3, 2mm para cada grupo, sendo que no G1 a
resina foi prensada na fase fibrosa e no G2 a prensagem foi na fase de massa. As propriedades avaliadas foram
Microdureza Knoop, resistência ao impacto Izod e temperatura de transição vítrea (Tg). O teste de resistência ao
impacto Izod foi feito de acordo com os requisitos estabelecidos na norma ASTM D-256. A temperatura de transição
vítrea (Tg) da resina acrílica foi determinada pela Calorimetria Exploratória Diferencial(DSC). A dureza dos corpos
de prova foi avaliada através dos ensaios de microdureza Knoop de superfície. A média dos resultados obtidos foi:
microdureza Knoop em G1=20, 23(±0, 77) e em G2=20, 61(±1, 14); a Tg em G1=103, 3(±0, 9) e em G2=103, 31
(±1, 07) e o Izod em G1=103, 61(±7, 29) e em G2=104, 68 ( ±6, 02). Os dados foram submetidos à analise estatística
do teste “t” Student para amostras não pareadas. Para o ensaio de resistência ao impacto Izod, microdureza Knoop e
Tg não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos (p>0, 05). Os resultados encontrados
neste estudo mostram que a resina pode ser prensada na fase de massa, diferente do preconizado pelo fabricante,
visto que não alterou as propriedades analisadas.

INFLUÊNCIA DO MEIO DE INCLUSÃO NAS PROPRIEDADES DE UMA RESINA


063 ACRÍLICA DE USO ODONTOLÓGICO. Nicole Flach, César Liberato Petzhold, Susana Maria
Werner Samuel, Carmen Beatriz Borges Fortes (orient.) (UFRGS).
O objetivo desse estudo foi avaliar a influência do meio de inclusão sobre as propriedades de uma resina acrílica para
polimerização em forno de microondas (Vipi Wave®). O gesso comum tipo II (Mossoró®) foi utilizado como grupo
controle (G1), por ser recomendado pelo fabricante. No grupo G2 foi utilizado o gesso especial - tipo IV - (Vel
Mix®). No grupo G3 foi utilizada a silicona de adição massa densa (Adsil®) como muralha ao redor da resina
acrílica e o restante da mufla foi preenchido com gesso comum. O proporcionamento e a manipulação dos gessos e
da silicona foi de acordo com as instruções dos fabricantes. Foram confeccionados 10 corpos de prova com 64 x 10 x
6, 2 mm de resina acrílica transparente para cada grupo e polimerizados de acordo com o fabricante. Foram avaliadas
a microdureza Knoop, a resistência ao impacto Izod e a temperatura de transição vítrea (Tg). A resistência ao
impacto foi avaliada de acordo com a norma ASTM D-256. A Tg foi avaliada por Calorimetria Explanatória
Diferencial (DSC). A dureza foi avaliada através do ensaio de microdureza Knoop de superfície. Os resultados
obtidos foram submetidos à análise estatística ANOVA. A média de resistência ao impacto Izod para os grupos G1,
G2 e G3 em J/m foi 102, 44 (± 8, 07), 103, 35 (± 4, 69) e 102, 57 (± 5, 74), respectivamente; a média da microdureza
para os grupos G1, G2 e G3 foi 22, 19 (± 1, 28), 22, 31 (± 0, 56) e 22 (± 0, 85), respectivamente; e a Tg em °C para
os grupos G1, G2 e G3 foi 103, 7 (± 0, 8), 103, 78 (± 0, 88) e 103, 95 (± 1, 22), respectivamente. Não foi encontrada
diferença estatisticamente significante entre os grupos para todos os ensaios (p>0, 05). Os resultados encontrados
mostram que o gesso especial e a combinação muralha de silicona com o gesso comum não alteraram as
propriedades analisadas.

512
Ciências da Saúde

INFLUÊNCIA DO PROPORCIONAMENTO ÁGUA/ETANOL DE UM ADESIVO


064 EXPERIMENTAL NA RESISTÊNCIA À MICROTRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES DE RESINA
COMPOSTA. Gabriel Zottele Cremonese, Fabrício Mezzomo Collares, Ulisses Bastos Campregher,
Eduardo Schwartzer, Susana Maria Werner Samuel (orient.) (UFRGS).
Tanto em termos histológicos como anatômicos, a dentina difere do esmalte dentário principalmente, por apresentar
grande quantidade de matéria orgânica, bem como canalículos que são preenchidos por água, necessitando um
sistema adesivo diferenciado, ou seja, que contenha um solvente que permita a chegada do adesivo a estes locais
sabidamente úmidos. Sabe-se que quanto maior a quantidade de solvente hidrofílico, melhor será a penetração do
adesivo nos canalículos dentinários favorecendo assim a adesão, no entanto a longevidade dessa adesão pode ser
comprometida em função da quantidade de solvente. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar a influência da
relação etanol/água do sistema solvente na resistência de união à dentina de um adesivo dentinário. A primeira etapa
concluída do trabalho foi a obtenção, com sucesso, dos adesivos experimentais com base na matriz de BisGMA
(65%) e HEMA (35%) associada ao sistema ativador/iniciador de Canforoquinona e DMAEMA. Para avaliar a
resistência de união da restauração será realizado o experimento de microtração para o qual foram sintetizados
adesivos experimentais nos quais variou-se a quantidade do sistema solvente água/etanol. Foram utilizados incisivos
centrais inferiores bovinos, que sofreram desgaste do esmalte vestibular para expor a dentina. Após a secagem
padronizada da dentina foi aplicado um primer por 10s e os adesivos experimentais. Logo após a fotopolimerização
destes, foi aplicada uma camada de um compósito restaurador comercial e os corpos de prova armazenados em água
destilada a 37°C, por seis meses. O dente foi considerado como unidade amostral e o resultado final da adesão será
gerado pela média dos valores obtidos a partir de quatro palitos de cada dente. Os resultados serão obtidos após o
período de armazenagem e apresentados por ocasião do Salão de Iniciação Científica da UFRGS. (BIC).

ALTERAÇÃO QUÍMICA DE MATERIAIS ODONTOLÓGICOS DE IMPRESSÃO PARA


065 IDENTIFICAÇÃO RADIOGRÁFICA. Angela Rigo, Maria Ivete Rockenbach, Nilza Pereira Costa,
Eduardo Gonçalves Mota (orient.) (PUCRS).
O objetivo deste estudo in vitro foi determinar se os materiais de moldagem de baixa radiopacidade, hidrocolóide
irreversível (HI, Jeltrate tipo II, Dentsply) e poliéter (IS, Impregum Soft, 3M Espe), podem ser alterados
quimicamente a fim de que se tornem suficientemente radiopacos para detecção radiográfica. Foram estabelecidos
oito grupos de acordo com o tipo de material e quantidade de radipacificador adicionado em peso. Para cada
material, dez amostras na espessura de 3mm e diâmetro de 6mm foram confeccionadas a partir uma matriz de PTFE.
Dois grupos controle foram estabelecidos e outros seis grupos com adição de 1Wt%, 5Wt% e 10Wt% de sulfato de
bário. Após o tempo de presa final, as amostras de foram dispostas sobre placas ópticas fósforo-ativadas do sistema
digital Digora de número 2. Para leitura da densidade óptica (pixels) óptica foram selecionadas duas áreas localizadas
em 6 e 12h em cada uma das imagens digitais, num total de 160 leituras. Foram observadas diferenças
estatisticamente significante quando os dados obtidos foram comparados com o teste ANOVA e Tukey (alpha=0,
05). Os resultados obtidos foram (pixel): HI controle 45, 24f (±7, 6), IS controle 54, 93e (±4, 45), HI 1Wt% 61, 54cd
(±5, 3), IS 1Wt% 66, 9bc (±5, 05), HI 5Wt% 67, 17b (±6, 01), IS 5Wt% 60, 43d (±6, 27), HI 10Wt% 85, 33a (±5, 53),
IS 10Wt% 84, 55a (±5, 14). A adição de sulfato de bário aumentou significativamente a radiopacidade dos materiais
testados (p<0, 05). A maior quantia em peso de sulfato de bário aumentou significativamente a radiopacidade dos
materiais de moldagem (p<0, 05).

Sessão 8
Tecnologia Farmacêutica A

A INFLUÊNCIA DA QUITOSANA NA ESTRUTURA DA BICAMADA E NO


066 COMPORTAMENTO MESOMÓRFICO DE LIPOSSOMAS DE FOSFATIDILCOLINA. Yasmine
Miguel Serafini Micheletto, Maria Lionzo, Omar Mertins, Adriana Raffin Pohlmann, Nadya Pesce da
Silveira (orient.) (UFRGS).
Lipossomas são estruturas coloidais formadas pela auto-organização de moléculas lipídicas (fosfolipídeos) em
solução, utilizadas como modelos de membranas biológicas com as quais possuem similaridade funcional e
estrutural. Neste trabalho, visando aumentar a estabilidade de lipossomas, os mesmos foram revestidos interna e
externamente com o polímero quitosana (CH) obtido a partir da hidrólise da quitina, que forma a carapaça de
crustáceos. A adição da CH ao lipossoma pode modificar as temperaturas de transição de fase (Tfase) características
da bicamada lipídica, bem como a espessura da mesma, a qual é formada pela fosfatidilcolina, levando a uma outra
estruturação molecular nestes sistemas. Para a preparação dos lipossomas utilizou-se a evaporação em fase reversa.
Investigou-se a Tfase dos lipossomas contendo CH (quitossomas-Q) e daqueles preparados na ausência de CH
(lipossomas-L). As técnicas experimentais empregadas foram o espalhamento de luz estático (SLS), o espalhamento
de raios-X a baixo ângulo (SAXS) e a microscopia óptica de luz polarizada (POM). A temperatura (T) variou entre
20 e 80°C. Paralelamente foram estudados os organogéis precursores dos Q e L. Observou-se que a presença da CH
aumenta a Tfase, indicando que os Q são mais estáveis, sob aquecimento, que os L. A análise da espessura da

513
Ciências da Saúde

bicamada indica que a mesma mantém-se mais estável a temperaturas maiores nos Q. Além disso, o aquecimento
ocasiona uma mudança nas propriedades ópticas do organogel. A presença de uma textura típica de mesofase no
organogel contendo quitosana, após aquecimento, denota mais estabilidade na organização fosfolipídica, causada
pela presença do polímero. (PIBIC).

FILMES DE POLI(ETILENO-CO-METIL ACRILATO)/POLI (CAPROLACTONA TRIOL)


067 PARA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS. Karine Modolon Zepon, Valdir Soldi, Luiz
Alberto Kanis (orient.) (UNISUL).
Objetivos: Este trabalho teve como objetivo a preparação, caracterização e o estudo da aplicação em sistemas de
liberação controlada de fármacos de filmes de poli(etileno-co-metil acrilato)(EMA)/poli(caprolactona triol)(PCL-T).
Métodos: os filmes foram caracterizados por DSC, FTIR, MEV em seguida foram determinadas a influência destes
filmes sobre a cristalinidade e mecanismo de liberação dos fármacos cloridrato de diltiazem (DZ) e progesterona
(PG). Resultados: Análises de DSC, FTIR e de MEV indicam que os filmes de EMA/PCL-T variando em
concentração de 100/0 até 60/40 são imiscíveis. O DZ quando incorporado aos filmes de EMA/PCL-T sofre uma
redução progressiva de cristalinidade com a adição de PCL-T. A PG sofre uma redução da cristalinidade para
aproximadamente 5% com a adição de EMA, sendo que a PCL-T não promoveu maiores alterações na cristalinidade.
Os filmes EMA/PCL-T/DZ 60/20/20 e 50/30/20 seguem um mecanismo de liberação Anômalo e a quantidade total
de fármaco liberada é dependente do teor de PCL-T no filme e da temperatura do sistema. Para o sistema EMA/PCL-
T/PG todas as composições liberaram quase que a totalidade de fármaco incorporada em 48 horas, entretanto a
velocidade de liberação é dependente do teor de PCL-T, e os mecanismos de liberação do fármaco apresentam um
comportamento descrito por HIGUCHI nas composições 80/0/20 e 70/10/20, Caso II para 60/20/20 e anômalo para
50/30/20. Conclusão: Os resultados demonstraram que é possível alterar o perfil de liberação da PG e do DZ com
adição de PCL-T aos filmes de EMA, e que o processo de liberação é dependente da temperatura do sistema.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE EMULSIFICAÇÃO NA PRESENÇA DE CRISTAIS


068 LÍQUIDOS EM EMULSÕES NÃO-IÔNICAS. Andressa Garcia Felix Mellor, Angela da Rosa
Bassegio, Paula Kellermann, Vinicius Duval da Silva, Temis Weber Furlanetto Corte (orient.) (PUCRS).
Os cristais líquidos presentes em emulsões cosméticas podem aumentar a hidratação cutânea, controlar a velocidade
de liberação de substâncias ativas de uso tópico, e a estabilidade das mesmas. Variações na temperatura de
preparação das emulsões podem modificar as características físico-químicas de cada lote do produto. Portanto, o
objetivo deste trabalho foi verificar a interferência da temperatura de emulsificação na formação de cristais líquidos
em emulsões cosméticas de caráter não-iônico. Foram preparadas duas emulsões denominadas emulsão A e emulsão
B com a mesma composição com temperaturas de emulsificação de 65ºC e 80ºC, respectivamente. Foi determinada a
temperatura de inversão de fases para a emulsão através da medida da condutividade elétrica vs. o aumento da
temperatura. A observação de cristais líquidos nas estruturas das emulsões A e B foi realizada através de microscopia
óptica de luz polarizada, onde foram coletadas fotomicrografias (n=72). As imagens coletadas formam analisadas
com o programa Image-Pro PlusÒ4.5, permitindo a observação e a quantificação dos cristais líquidos nas emulsões.
Os resultados foram comparados através do teste t de Student (p<0, 05). Como resultado, obteve-se que a
temperatura de inversão de fases da formulação ocorreu na faixa de 80-82º C, a mesma em que foi preparada a
emulsão B. A análise qualitativa das fotomicrografias demonstrou que as emulsões A e B apresentaram cristais
líquidos, observados pela birrefringência em formato de cruzes de malta. Na análise quantitativa, a emulsão B
apresentou significativamente mais cristais líquidos em sua estrutura (p < 0, 05) que a emulsão A, sendo que o
número de cristais líquidos por mm3 foi, respectivamente, de 2182, 4 ± 534, 2 e 1533, 0 ± 195, 4. A partir dos dados
obtidos pode-se concluir que a temperatura de emulsificação pode interferir significativa na quantidade de cristais
líquidos da formulação e conseqüentemente em suas propriedade finais.

USO DA ALOE VERA EM PRODUTOS FARMACÊUTICOS E ANÁLISE DA ESTABILIDADE


069 FÍSICO-QUÍMICA DE CREME ANIÔNICO CONTENDO EXTRATO GLICÓLICO DESTA
PLANTA. Daniela Cristina Pereira, Ana Paula Zanini Frasson (orient.) (UNIJUI).
Mais de 300 espécies de aloe têm sido estudas, sendo a Aloe vera L. (Aloe barbadensis Miller, Família
Asphodelacea) a mais utilizada. Popularmente conhecida como babosa, possui grande aplicação na indústria
farmacêutica, para produção de diversos produtos, principalmente com ações hidratantes, cicatrizantes e
antiinflamatórias. O gel de Aloe vera possui em torno de 75 componentes entre vitaminas, aminoácidos, enzimas,
ácidos graxos, saponinas, complexos antraquinônicos e sais minerais. Promove ativação dos fibroblastos,
aumentando tanto a síntese de colágeno quanto de glicosaminoglicano, levando à reparação dos tecidos. Cremes
contendo Aloe vera são utilizados pela população local com diversas finalidades, como para o tratamento de escaras.
Por esse motivo faz-se necessária à avaliação de sua estabilidade, bem como a realização de uma revisão atualizada
da literatura. Amostras de creme contendo 1% de extrato foram preparadas e avaliadas quanto à estabilidade físico-
química, através da verificação das características organolépticas, pH, viscosidade e espalhabilidade. Como as
emulsões podem apresentar instabilidade, verificada através de modificações em suas propriedades físico-químicas é
importante avaliar sua estabilidade nas condições ambientais a que possa estar sujeita. Os resultados obtidos

514
Ciências da Saúde

indicaram que este creme deve ser armazenado à temperatura ambiente (15 a 30ºC), sob proteção da luz, calor e
umidade.

NANOEMULSÕES CATIÔNICAS COMO CARREADORES DE PDNA: CARACTERIZAÇÃO


070 DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS. Manoela Laux, Michelle Fraga, Bernardo Zandoná,
Ursula Matte, Helder Ferreira Teixeira (orient.) (UFRGS).
Nanoemulsões catiônicas (NEC) têm sido propostas como sistemas carreadores para ácidos nucléicos. O objetivo
deste estudo foi caracterizar as propriedades físico-químicas de NEC obtidas a partir de diferentes lipídeos catiônicos
e dos complexos formados com um plasmídeo comercial, o pTracerTM-CMV2 (pDNA). Para tanto, NEC compostas
de triglicerídeos de cadeia média, lecitina de gema de ovo e pelo lipídeo catiônico estearilamina (EA) ou oleilamina
(OA) ou DOTAP (DT) e água foram preparadas através do procedimento de emulsificação espontânea. As NEC
apresentaram-se monodispersas com diâmetro de gotícula e potencial zeta de cerca de 250 nm e +50 mV,
respectivamente. A complexação do pDNA com as NEC foi avaliada através do retardamento de migração do pDNA
em gel de agarose por eletroforese. Independente do tipo de lipídeo catiônico utilizado, a retenção foi total quando o
complexo NEC/pDNA apresenta uma relação de cargas [+/-]>0, 5. O diâmetro dos complexos foi adicionalmente
caracterizado por microscopia eletrônica de transmissão na relação de cargas [+/-]=2. As imagens obtidas
demonstram nanoestruturas esféricas de diâmetro similar ao observado antes da complexação. Em conclusão, este
estudo demonstra a complexação do pDNA com as NEC desenvolvidas, sem influência marcante do tipo de lipídeo
catiônico empregado.

COMPORTAMENTO DE EXTRATOS SECOS DE ACHYROCLINE SATUREIOIDES (LAM.)


071 DC. COMPOSITAE (MARCELA) NA GRANULAÇÃO POR VIA SECA. Sílvia Maria Piran,
Vinicius Claudino Bica, Pedro Ros Petrovick (orient.) (UFRGS).
A obtenção de comprimidos contendo alto teor de produtos secos vegetais tem sido objeto de estudos do Grupo de
Pesquisas Tecnologia de Produtos Farmacêuticos. As dificuldades apresentadas por estes extratos, que incluem
dificuldades de movimentação, baixa densidade e elevada higroscopia, associadas à reduzida dimensão de suas
partículas, indicam a granulação por via seca como estratégia mais apropriada para a sua transformação tecnológica.
O presente trabalho se insere em projeto de pesquisa que visa avaliar comparativamente o comportamento
compressional de dois produtos secos por aspersão, transformados em granulados pela técnica de compactação e
moagem. Os demais constituintes da formulação serão mantidos constantes. Os produtos secos são oriundos das
sumidades floridas de Achyrocline satureioides, extraídas com diferentes sistemas eluentes. Os produtos, após
caracterização, incluindo o doseamento dos marcadores quercetina, luteolina e 3-O-metilquercetina, por
cromatografia líquida de alta eficiência, serão adicionados de adjuvantes farmacêuticos, selecionados previamente,
misturados e transformados em briquetes em prensa mecânica, seguindo idênticos protocolos de produção. Estes
compactos serão avaliados antes de serem transformados em granulados, por moagem. Os granulados irão ser
submetidos à caracterização das suas propriedades de movimentação e de resistência mecânica, assim como de
aspectos estruturais macro e microscópicos, além da determinação da concentração dos flavonóides marcadores. Para
a análise granulométrica será empregado programa computacional de tratamento de imagens.

AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DA ESPUMA OBTIDA COM FRAÇÕES PURIFICADAS


072 DE SAPONINAS DE ERVA-MATE PELA FUNÇÃO DE WEIBULL. Janine Treter, George
Gonzalez Ortega (orient.) (UFRGS).
Introdução: A espumabilidade e estabilidade da espuma são duas propriedades importantes para a eficácia e
aceitabilidade de diversos produtos nas áreas da indústria farmacêutica, química e de alimentos. As saponinas são
substâncias tensoativas de origem vegetal e animal, as quais são capazes de produzir espuma persistente e abundante
em solução aquosa. Objetivos: o presente trabalho visa avaliar a espumabilidade e estabilidade de espumas obtidas
de soluções aquosas de saponinas de erva-mate e de tensoativos de referência, fazendo uso dos perfis de Volume de
Líquido Retido na espuma (VLR) e da função de Weibull de quatro parâmetros. Metodologia: A espuma foi gerada
por insuflação automática de ar: bomba de ar (50/60 Hz), fluxo 2 L/min, tempo de 20 segundos, volume de amostra
de 20 mL e coluna de vidro graduada (35, 5 cm x 3, 6 cm). Os produtos avaliados foram: extrato bruto de saponinas
de erva-mate (EXB), uma fração purificada desse (Fr.7090; PI 0501510-3 de 22/04/2005 UFRGS-INPI.),
laurilsulfato de sódio (LSS) e polissorbato 80 (Poli-80), em concentração 10 vezes a Concentração Micelar Crítica
(CMC). Os perfis de VLR foram monitorados em função do tempo, sob condições de temperatura e umidade relativa
controlados, e comparados utilizando a função de Weibull (4-parâmetros). Resultados e conclusões: Os quatro
produtos estudados apresentaram espumabilidade e padrões de estabilidade diferentes. A Fr.7090 mostrou
espumabilidade superior à do EXB e Poli-80, sendo similar à obtida com LSS. A estabilidade da espuma da Fr.7090
foi também superior às espumas do LSS e Poli-80, sendo pequena a diferença entre EXB e Fr.7090. A melhor
qualidade preditiva coube aos parâmetros a e b de Weibull.

515
Ciências da Saúde

CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE EXTRATOS SECOS DE UNCARIA TOMENTOSA


073 (UNHA-DE-GATO) OBTIDOS POR DIFERENTES PROCESSOS. Gustavo Luís Borré, Cabral
Pavei, George Gonzalez Ortega (orient.) (UFRGS).
Uncaria tomentosa (WILLD) DC. é uma espécie nativa da região amazônica peruana onde é popularmente conhecida
como “uña-de-gato”. Sua composição fitoquímica é dada basicamente por antocianos, alcalóides indólicos e
oxindólicos e triterpenos derivados do ácido quinóvico. Diversas propriedades farmacológicas são atribuídas à
espécie, podendo-se destacar as atividades imunoestimulante e antiinflamatória. Apesar do grande potencial
terapêutico apresentado pela planta, constata-se uma carência de estudos abordando o desenvolvimento tecnológico,
voltados a obtenção de produtos padronizados e eficazes. A obtenção de um extrato seco é ponto crucial neste
processo, pois permite aliar uma maior concentração dos constituintes fitoquímicos, maior estabilidade e melhores
características tecnológicas. Dentre os processos de secagem usualmente empregados estão à nebulização e a
liofilização, os quais resultam, devido às diferenças inerentes aos processos, em produtos com características
distintas. OBJETIVO: caracterizar e avaliar as diferenças entre extratos secos de U. tomentosa obtidos por
nebulização e liofilização. METODOS: Para tanto, cascas rasuradas de U. tomentosa foram maceradas em etanol
40%, em uma proporção droga/solvente de 10% (m/v). O extrato foi filtrado, concentrado, parte congelada e
submetida à liofilização, sendo o restante acrescido de dióxido de silício coloidal e/ou maltodextrina e,
posteriormente, secos por spray-drying. Os extratos secos obtidos foram avaliados quanto ao tamanho e forma das
partículas, parâmetros de densificação, ângulo de repouso, além da monitoração das frações alcaloídicas, visando a
caracterização tecnológica dos extratos obtidos. RESULTADOS: Os resultados referentes às etapas conclusivas do
trabalho se encontram em fase de obtenção.

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DE FRAÇÕES SAPONOSÍDICAS


074 OBTIDAS MEDIANTE EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA DE UNCARIA TOMENTOSA
(WILLD.) DC. Samuel Kaiser, Cabral Pavei, George Gonzalez Ortega (orient.) (UFRGS).
O crescente interesse pelas frações saponosídicas presentes em espécies de Quillaja e Ilex, devido aos potenciais
efeitos imunoadjuvantes, antivirais e como promotores de absorção, associados a suas propriedades físico-químicas,
incita à busca de novas fontes de saponinas. Uncaria tomentosa, popularmente conhecida como unha-de-gato, é uma
espécie nativa da floresta Amazônica e de outras regiões tropicais da América do Sul, tendo grande relevância sócio-
econômica. A análise de seus constituintes químicos demonstra majoritariamente a presença de alcalóides,
compostos fenólicos e derivados triterpênicos, sendo estes últimos ainda pouco explorados quanto a suas
propriedades biológicas e farmacológicas. Objetivo: O presente trabalho visa caracterizar do ponto de vista químico e
físico-químico as frações saponosídicas de cascas de U. tomentosa, obtidas por processo de extração em fase sólida
(PI 0501510-3, 22/04/2005), estabelecendo as bases necessárias para estudos biológicos e farmacológicos
subseqüentes. Metodologia: As frações saponosídicas obtidas serão submetidas as seguintes análises: pH, avaliação
macroscópica, e caracterização por CCD (gel de sílica GF254, CHCl3:EtOH:H2O; 40:40:5; v/v; anisaldeido-sulfúrico)
e CLAE, determinação da concentração micelar crítica e de outras propriedades tensoativas relevantes. Resultados: A
maior eficiência extrativa por maceração coube à mistura etanol:água (40:60 (v/v)). A separação por CCD permitiu a
distinção nítida de cinco manchas com reação positiva para triterpenos. As análises preliminares por CLAE
permitiram também estabelecer teores expressivos deste grupo de substâncias no caule. O processo de fracionamento
em fase sólida (polímeros e resina de permuta iônica) encontra-se em fase de desenvolvimento.

ANTRAQUINONAS EM RHAMNUS SPHAEROSPERMA SWARTZ, PLANTA NATIVA DO


075 RIO GRANDE DO SUL (RS). Kreesla Hurick Passos Kowalski, Luis Lima, Rodrigo Agnol, Sérgio
Bordignon, Gilsane Lino Von Poser (orient.) (UFRGS).
Antraquinonas são um importante recurso para o tratamento sintomático da constipação, sendo encontradas em
plantas como Rhamnus purshiana, entre outras. As cascas deste vegetal são tradicionalmente utilizadas por ter menos
efeitos adversos do que outras plantas contendo esse grupo de substâncias ativas. Considerando a existência no
estado do RS de espécies desse gênero, ainda não submetidas à avaliação fitoquímica objetivou-se, neste trabalho,
investigar a ocorrência de derivados antraquinônicos em novas fontes. Para tanto, foram realizados ensaios
qualitativos e análise cromatográfica em extratos de folhas e cascas dos ramos de Rhamnus sphaerosperma. Os
resultados obtidos após a realização da reação de Bornträeger e do desenvolvimento de cromatografia em camada
delgada, empregando sistema específico para derivados antraquinônicos demonstraram a presença desta classe de
compostos tanto nas cascas dos ramos quanto nas folhas do vegetal avaliado. A análise preliminar indica que a
maioria dos produtos está presente na forma de aglicona livre, sugerindo que este vegetal não é um bom substituto
para R. purshiana. Todavia, uma avaliação quantitativa das antraquinonas será desenvolvida na seqüência do estudo,
visando avaliar a possibilidade de utilização deste vegetal como laxante.

516
Ciências da Saúde

Sessão 9
Pneumologia A

MONÓXIDO DE CARBONO EXALADO COMO MARCADOR DE EXPOSIÇÃO AO


076 TABAGISMO: MÉTODO INDICADO PARA INDIVÍDUOS COM DPOC? Guilherme Oliveira
Petersen, Carolina Mariante de Abreu, Daniela Cavalet Blanco, Mariana Parode Bandeira, Flávia
Valladão Thiesen, Carlos Cézar Fritscher, Jose Miguel Chatkin (orient.) (PUCRS).
Introdução: A avaliação do monóxido de carbono exalado (CO-E) tem sido utilizada para confirmar o status
tabágico. Entretanto, este método pode não ser adequado para pacientes com DPOC. O objetivo do presente estudo
foi avaliar os níveis de CO-E em fumantes classificados conforme o grau de obstrução brônquica, buscando
estabelecer relação com a cotinina urinária (padrão ouro). Métodos: Em estudo transversal, foram incluídos
voluntários tabagistas de ambos os sexos. Os critérios de inclusão foram: caucasianos, sem história de atopia, sem
infecção respiratória e sem uso de corticóide nas últimas 4 semanas. Todos os voluntários preencheram o termo de
consentimento informado e o protocolo de investigação (dados demográficos e sobre hábito tabágico), realizaram
manobra para verificar os níveis de CO-E e coletaram urina para determinação da cotinina (HPLC). Os voluntários
foram classificados em 2 grupos, de acordo com os critérios do GOLD, para avaliar a correlação entre cotinina
urinária e CO-E. Resultados: Foram incluídos 235 tabagistas (média de idade 56, 4±10, 1, média do CO-E 19, 5±7, 7
e média da cotinina urinária 991±624). As correlações entre CO-E e cotinina urinária foram 0, 7, 0, 9 e 0, 6, para a
amostra geral, tabagistas GOLD 0-1 e tabagistas GOLD 2-3, respectivamente (vide Figura). Conclusões: Houve
adequada correlação entre o CO-E e a cotinina urinária na amostra estudada. Tal correlação foi mais fraca no grupo
dos indivíduos com DPOC mais grave (GOLD 2-3). É possível que o grau de obstrução brônquica tenha interferido
neste resultado. Estudos complementares são necessários para corroborar estes achados.

VALOR DOS ACHADOS CLÍNICOS E DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL PULMONAR PRÉ-


077 OPERATÓRIA COMO PREDITORES DE COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS PÓS-
OPERATÓRIAS. Majoriê Mergen Segatto, Renata Chaves, Carolina Bertoluci, André Luis Alvares
Lourenço, André Cerutti Franciscato, Marcelo Basso Gazzana, Sérgio Saldanha Menna Barreto, Marli Maria
Knorst (orient.) (UFRGS).
Introdução: A avaliação pré-operatória pode ser útil para identificar indivíduos com maior risco de morbidade e
mortalidade pós-operatória. Objetivo: Estudar a relação entre achados da espirometria e ocorrência de complicações
pulmonares pós-operatórias. Métodos: Estudo histórico de 521 pacientes que realizaram espirometria pré-operatória
e foram submetidos à cirurgia, no período de 2000 a 2004. Foram coletados dados funcionais, clínicos e cirúrgicos.
Resultados: Os pacientes apresentavam idade de 59, 5±14 anos, 65, 8% eram homens, 41% eram tabagistas ativos e
34, 7% eram ex-fumantes. O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foi de 76, 6±24, 6%.
Comorbidades clínicas estavam presentes em 73, 5% dos pacientes e DPOC em 29, 8%. Em 98 pacientes (18, 8%)
foram observadas complicações pulmonares pós-operatórias, sendo pneumonia a mais comum (9, 2% dos casos).
Quarenta e três pacientes (8, 3%) foram a óbito. Dos pacientes que realizaram cirurgia torácica, cardíaca, abdominal
superior, abdominal inferior e em outros locais as taxas de complicações pulmonares pós-operatórias foram,
respectivamente, 28, 4%, 28, 0%, 21, 3%, 13, 3% e 2, 9% (p≤0, 0001). A maioria dos pacientes com complicações
pulmonares pós-operatórias (66, 7%) foram classificados como ASA III e IV (p<0, 01), eram fumantes ou ex-
fumantes (p=0, 02) e 68, 4% tiveram o tempo de anestesia superior a 3, 5 horas (p≤0, 0001). O tempo de internação
variou nos pacientes sem e com complicações pulmonares pós-operatórias (15, 1±21, 7 dias e 27, 4±19, 5 dias; p<0,
001). Não houve associação significativa entre complicações pulmonares pós-operatórias e presença de
comorbidades clínicas ou DPOC, com VEF1 ou índice de massa corporal (p>0, 05). Conclusão: Os fatores mais
importantes associados com complicações pulmonares pós-operatórias foram o local da cirurgia, o tempo de
anestesia e a classificação ASA pré-operatória.

AVALIAÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS AO NÃO-CONTROLE DA ASMA BRÔNQUICA


078 EM PACIENTES AMBULATORIAIS. Diego Millán Menegotto, Angela Zanonato, Liana
Franciscatto, Fernando Soliman, Marcus Felipe Oliveira, Marcelo Coelho Patrício, Marcelo de
Figueiredo, Thaís Helena Gonçalves, Rosimary Ricarda Petrik Pereira, Paulo de Tarso Roth Dalcin (orient.)
(UFRGS).
Introdução: A avaliação sistemática do grau de controle da asma em resposta ao tratamento é fundamental no manejo
dessa situação. A identificação dos fatores associados com a ausência de controle da doença poderia contribuir para
uma intervenção mais eficaz na busca do controle da doença. Objetivos: avaliar o grau de controle da asma nos
pacientes em acompanhamento ambulatorial, buscando identificar fatores associados com o não-controle da doença.
Métodos: estudo transversal, prospectivo, em pacientes com diagnóstico de asma e em acompanhamento
ambulatorial. Foi realizada coleta dos dados clínicos por questionário e revisão da técnica inalatória. A avaliação da
gravidade da doença e do seu grau de controle foi de acordo com o proposto pela Global Initiative for Asthma
(GINA). Resultados: Foram estudados 116 pacientes, sendo que 63, 6% apresentaram asma não-controlada, 13, 6%

517
Ciências da Saúde

asma controlada e 21, 2% asma totalmente controlada. As variáveis que se associaram com o não-controle da asma
foram: sexo feminino (p = 0, 029), não utilização do corticóide inalado (p = 0, 034), uso do beta-agonista de curta
ação (p = 0, 001), técnica inalatória inadequada (p = 0, 014) e gravidade clínica da asma (p <0, 001). Na análise de
regressão, a variável que se associou de forma independente ao grau de controle da asma foi a gravidade cínica da
doença (p < 0, 001). Conclusões: Uma parcela significativa dos pacientes asmáticos em tratamento ambulatorial não
apresenta controle da doença. O principal fator associado ao não-controle da asma foi a gravidade cínica da doença.
Uso de corticóide inalatório e a utilização correta dos dispositivos inalatórios são aspectos passíveis de intervenção.
(PIBIC).

USO COMPASSIVO PARA IMPLANTE DE ÓRTESES DE SILICONE HCPA-1 EM


079 PORTADORES DE ESTENOSES TRAQUEOBRONQUIAIS BENIGNAS E MALIGNAS. Meiry
Dambrós, Patrícia da Silva Passos, Paulo Roberto Stefani Sanches, Gabriel Kuhl, Amarilio Vieira de
Macedo Neto, José Carlos Fraga, Hugo Goulart Oliveira, Rogerio Gastal Xavier (orient.) (UFRGS).
Introdução: O tratamento cirúrgico e endoscópico das estenoses de vias aéreas costuma ser problema difícil por
terem causas bastante complexas. O tratamento broncoscópico com órteses apresenta-se como alternativa terapêutica,
aplicável quando o tratamento cirúrgico está contra-indicado ou por falha deste. Objetivo: Permitir o uso compassivo
para implante da órtese HCPA-1 em traquéia e brônquios de humanos com alterações benignas ou malignas, que não
sejam consideradas suscetíveis de correção cirúrgica ou outro método alternativo, e que se constitua em medida
terapêutica de resgate ao risco de vida apresentado. Materiais e Métodos: Incluídos pacientes com mais de 16 anos,
ambos os sexos, originados do HCPA ou que a este tenham sido referenciados, com adesão por escrito ao Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pela Comissão de Bioética e Pesquisa do HCPA, permanecendo como
fator limitante a eventual indisponibilidade da órtese com tipo e diâmetro compatíveis. São acompanhados
clinicamente (com variáveis clínicas específicas), exames de imagem e broncoscopias. As órteses são implantadas
em bloco cirúrgico ou ambulatorial. Solicitada ao paciente ou familiar avaliação histopatológica nos casos de óbito
ou retirada da prótese. Resultados: Classificados em plenamente satisfatórios (abertura da luz traqueal ou bronquial >
80% do previsto), satisfatórios (de 50 a 79%) e pouco satisfatórios (< 50%), tabulando-se os dados relativos aos
resultados imediatos (< 1 semana), mediatos (até em 6 meses) e em longo prazo (> de 6 meses). Conclusões: Devido
ao início recente do projeto, os resultados e conclusões se mostram parciais até o momento.

APARELHO PORTÁTIL NÍVEL III PARA DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DA


080 APNÉIA/HIPOPNÉIAS DO SONO, ESTUDO DE VALIDAÇÃO. Luiz Felipe Teer de Vasconcellos,
Ana Cláudia Tonelli Oliveira, Sandro Cadaval Gonçalves, Miguel Gus, Erlon Oliveira de Abreu Silva,
Sandra da Costa Fuchs, Flavio Danni Fuchs, Denis Martinez (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Polissonografia (PSG) é padrão ouro para diagnóstico de Síndrome da Apnéia/Hipopnéia Obstrutiva
do Sono (SAHOS), mas é um método caro e trabalhoso. Objetivo: Comparar a acurácia do diagnóstico da PSG com
aparelho de monitorização respiratória portátil (MP) em pacientes com suspeita de SAHOS. Métodos: Pacientes
consecutivos foram submetidos, em ordem aleatória, a PSG e MP (Somnocheck, Weimman GmbH). MP foi
realizada no laboratório em confluência com PSG (MPlab), e em casa (MPcasa). Gravações foram codificadas para
assegurar cegamento. Índice de Apnéia e Hipopnéia (IAH) foi determinado pela PSG e estimadas pela MP.
Resultados: Em amostra de 158 PSG analisadas, 73% dos pacientes eram homens; média(DP) idade: 45(12) anos;
IMC: 30(6) Kg/m2; IAH: 31(29) episódios por hora. Obtivemos 149 comparações válidas com MPlab e 121
comparações válidas com MPcasa aplicada pelo paciente sem vigilância. Dados perdidos por problemas técnicos não
excederam 10%. Ponto de corte diagnóstico de IAH > 5 foi usado para estabelecer a acurácia e validação do MP.
MPlab comparada com PSG produz sensibilidade de 89, 1%, especificidade de 95%, LR+ de 17, 8 e LR- de 0.11.
Para a comparação de MPcasa e PSG, sensibilidade, especificidade, LR+ e LR- foram 91, 3%, 94, 1%, 15, 5 e 0.09
respectivamente. Coeficiente de correlação intraclasse foi 0.96 entre PSG e MPlab e 0.88 entre PSG e MPcasa.
Análise da curva ROC mostrou ótima sensibilidade e especificidade para prever IAH-PSG > 5 quando o ponto de
corte foi IAH-MPlab > 6 e IAH-MPcasa > 7. Conclusão: O aparelho de MP nível III demonstrou acurácia, tanto com
gravações em laboratório, quanto em casa, similar a encontrada em PSGs repetidas. MP fornece uma alternativa
adequada e barata para pacientes com suspeita de SAHOS, que não tem acesso à PSG.

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE UM VENTILADOR MODELO


081 TAKAOKA-NIKKEI EM SIMULAÇÕES COMBINADAS COM ALTERAÇÃO DA
COMPLACÊNCIA E RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA. Fernando Barreto Martens, Guilherme
Capeleto de Andrade, Juliano Oliveira Belato, Rodrigo Guellner Guedini, Sheila Beatriz Laurindo Bernardes, Paulo
R Sanches, Rogério Gastal Xavier, Elaine Aparecida Felix Fortis (orient.) (UFRGS).
A avaliação do desempenho para equipamentos médicos, mediante simulações clínicas, tem sido preconizada para
validação segundo normas técnicas nacionais e internacionais. Os ventiladores atualmente utilizados em anestesia
oferecem condições bastante similares aos praticados nas unidades de tratamento intensivo. Este estudo visa avaliar o
desempenho de um aparelho de anestesia com ventilador modelo Takaoka-Nikkei em fornecer os volumes correntes
(VC) programados frente a alterações simuladas de complacência (C) e resistência (R), com e sem uso do sistema de
absorção de CO2. O ventilador estando provido de sistema com absorvedor de CO2 (NCA) ou não (NSA), é

518
Ciências da Saúde

conectado a um pulmão-simulador para teste (Bio-tek). Os dados de VC são analisados, em relação aos pré-fixados,
em quatro condições fisiológicas pulmonares distintas: 1)C30 e R5; 2)C30 e R50; 3)C15 e R5; 4)C15 e R50.
Medidas satisfatórias quando há variação de ±10%. O ventilador em NCA, nas condições 1 a 4, liberou VC de ±5%
do ajustado. Já em NSR, mostrou distintas variações ao programado: na condição 1 liberou VC na ordem de -11,
25%; na 2, VC +2%; na 3, VC -10%; na 4, VC -30%. O ventilador em NCA apresentou níveis satisfatórios de VC
liberados em relação ao programado. O desempenho seria menos satisfatório em condições de baixa complacência.
Em NSA, apresentou desempenho satisfatório na condição 2, porém resultados de desempenho limítrofe nas demais.
O ventilador em NCA alcançou os critérios de validação nas condições propostas, porém isso não se observou em
NSA. A montagem do sistema sem absorvedor, como testada, em condições associadas de baixa complacência e alta
resistência, torna-o incapaz de manter liberação adequada de fluxos em condições assim consideradas adversas.

Sessão 10
Cardiologia A

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: IDENTIFICAÇÃO DE VALORES PREDITORES DE


082 HIPERTENSÃO EM UM ESTUDO DE COORTE DE BASE POPULACIONAL. Carolina
Medaglia Moreira, Fábio Cichelero, Gabriela Escobar, Leila Moreira, Sandra Fuchs, Mario Wiehe,
Flavio Fuchs, Miguel Gus (orient.) (FFFCMPA).
Introdução: A diversidade das populações investigadas, sobretudo em estudos transversais, e uso de variadas
definições, explicam a discrepância de valores de circunferência abdominal (CA) que identificam indivíduos sob
risco de desenvolver hipertensão arterial sistêmica (HAS). Objetivo: Identificar pontos de corte de CA com maior
probabilidade de desenvolver HAS.Delineamento: Estudo de coorte prospectivo.Métodos: 588 indivíduos
normotensos em uma coorte populacional. Aferiram-se dados demográficos, antropométricos, pressão arterial (PA).
Casos incidentes foram definidos por PA≥140/90 mmHg ou uso de fármacos anti-hipertensivos. A curva ROC foi
utilizada para discriminar indivíduos com risco de desenvolver HAS. Resultados: Os participantes tinham 38, 6 ± 14,
7 anos na avaliação inicial, 56, 8% mulheres e 90% brancos. Houve 127 casos incidentes de HAS no seguimento de
6, 0 ± 1, 7 anos. PA, idade e CA associaram-se independentemente a incidência de HAS. A área sob a curva ROC foi
de 0, 64 (95% IC: 0, 59-0, 69) para identificar casos incidentes de HAS. Os pontos de corte de CA que melhor
identificaram indivíduos com risco de desenvolver HAS foram de 80 cm para mulheres e 87 cm para homens. A
sensibilidade e a especificidade foram, respectivamente, 73, 5% (95% IC: 62, 0-82, 6%) e 62, 0% (95% IC: 56, 1-67,
7%) para mulheres e 54, 2% (95% IC: 41, 7-66, 3%) e 54, 9% (95% IC: 47, 9-61, 7%) para homens.Conclusão: Os
valores de CA que melhor identificam indivíduos sob risco de desenvolver HAS são menores que os recomendados
para populações norte-americanas e próximos aos de diretrizes internacionais para populações sul-americanas. O
desenho longitudinal deste estudo reforça o conceito de que o excesso de gordura abdominal é um fator de risco para
HAS, e que o risco inicia em baixos valores de CA.

EFEITO DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO SOBRE DIFERENTES ÍNDICES DE


083 VARIABILIDADE DA PRESSÃO SISTÓLICA AVALIADOS POR MONITORIZAÇÃO
AMBULATORIAL DE PRESSÃO ARTERIAL. Fernanda Farias Vianna, Miguel Gus, Patrícia
Guerrero, Carolina Medaglia Moreira, Vitor Magnus Martins, Luciano Bernardes Diettrich, Leila Beltrami
Moreira, Sandra Fuchs, Flavio Danni Fuchs (orient.) (FFFCMPA).
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, UFRGS A variabilidade da pressão sistólica (PAS) analisada
a partir da monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) e avaliada por desvio padrão da média (SD) ou
por sua variação no tempo, índice “time-rate, está associada a dano em órgão alvo. Não tem sido descrito o efeito de
agentes anti-hipertensivos sobre estas variáveis. Objetivamos investigar se a variabilidade de PAS na MAPA aferida
pelo SD ou índice “time-rate” é influenciada pela redução da PA com terapia anti-hipertensiva. Para isso, delineamos
ensaio clínico randomizado, duplo-cego, em paralelo, comparando amilorida e enalapril em pacientes com PA não
controlada em uso de hidroclorotiazida. A MAPA foi realizada no início e no término do estudo que teve duração de
3 meses e a variabilidade foi avaliada pelo SD e pelo “time-rate” que mede a velocidade de variação da PAS.
Comparou-se a variabilidade e PAS basais e finais através de MANOVA. Analisamos 36 pacientes em cada grupo.
Não ocorreram diferenças basais em relação à PAS, idade, variáveis antropométricas e na variabilidade. No início,
PAS do grupo enalapril foi 133, 4±9, 7mmHg, SD 12, 9 e índice 0, 52±0, 08mmHg/min; no amilorida PAS inicial foi
132, 8±9, 1mmHg, SD 12 e índice 0, 52±0, 08mmHg. Ao final do estudo a PAS ficou em 120±9mmHg no enalapril e
no amilorida em 123, 1±9, 4mmHg (P<0, 001). SD foi 12, 9 no enalapril e 12 no amilorida (P=0, 003). Já o índice
ficou em 0, 52±0, 14mmHg/min no enalapril e 0, 49±0, 07mmHg no amilorida (P=0, 33). Concluímos que a queda
da PAS nos grupos foi acompanhada de queda na variabilidade avaliada por SD, mas não por “time-rate”. Os efeitos
de diferentes agentes anti-hipertensivos sobre “time-rate” devem ser analisados independentemente dos efeitos sobre
a pressão arterial.

519
Ciências da Saúde

ESTUDO CLÍNICO DA CONSTRIÇÃO DUCTAL FETAL ASSOCIADA À INGESTÃO


084 MATERNA DE CHÁS CASEIROS E OUTRAS BEBIDAS RICAS EM POLIFENÓIS. Patrícia Ely
Pizzato, Paulo Zielinsky (orient.) (FUC).
Antecedentes: A inibição de prostaglandinas causa constrição ductal fetal (CDF). Foi formulada a hipótese de que o
consumo materno de bebidas ricas em polifenóis, como chá verde (CV), chá-mate (CM) e suco de uva (SU),
poderiam causar CDF, pelo seu efeito anti-inflamatório inibidor das prostaglandinas. Objetivos: Análise de
evidências clínicas que apontem para a corroboração desta hipótese. Métodos: Foi estudada uma coorte de 54 fetos
com diagnóstico de CDF, entre novembro de 2005 e março de 2007, nesta instituição. Para análise estatística foram
utilizados o teste de Wilcoxon e o teste exato de Fisher. Resultados: Em 41/54 fetos no terceiro trimestre com CDF
(76%), havia ingestão materna de bebidas ricas em polifenóis (CV, CM ou SU) pelo menos 3 vezes por semana, sem
exposição concomitante a anti-inflamatórios não esteróides. Trinta desses 41 fetos foram reavaliados, uma a 3
semanas após suspensão das bebidas. Destes, 29 fetos (96%) mostraram melhora ou resolução da CDF. Foi
observada diminuição na média das velocidades sistólica (1, 71 ± 0, 29 m/s para 1, 37 ± 0, 34 m/s, p=0, 0001) e
diastólica (0, 36 ± 0, 07 m/s para 0, 24 ± 0, 05 m/s, p =0, 0001), com aumento no índice de pulsatilidade (1, 70, ± 0,
41 para 2, 19 ± 0, 43, p=0.001) no ducto arterioso. Conclusão: A ingestão materna de substâncias ricas em polifenóis
é freqüente em fetos com constrição ductal e sua suspensão resulta em melhora na maioria dos casos.

O CONSUMO MATERNO DE BEBIDAS RICAS EM POLIFENÓIS INTERFERE NO FLUXO


085 DUCTAL E NA DIMENSÃO DO VENTRÍCULO DIREITO FETAL EM GESTAÇÕES
NORMAIS. Julia Schmidt Silva, João L Manica, Antonio L Piccoli Jr, Luiz H Nicoloso, Renato
Frajndlich, Honório Menezes, André Busato, Laura Hagemann, Marina Morais, Dirlene Melo, Tamara Beherens,
Janaina Huber, Marcelo Brandão da Silva, Patrícia Pizzato, Luciano Bender, Paulo Zielinsky (orient.) (FUC).
Antecedentes: Em estudos prévios, demonstramos clínica e experimentalmente que o consumo materno de chá verde,
chá-mate e derivados de uva, bebidas ricas em polifenóis, pode causar constrição ductal fetal pelo efeito anti-
inflamatório inibidor das prostaglandinas. Objetivo: Testar a hipótese de que em gestações normais a ingestão de
bebidas ricas em polifenóis interfere nas velocidades do fluxo ductal e nas dimensões do ventrículo direito (VD) em
relação ao esquerdo (VE). Métodos: Análise prospectiva de 140 fetos normais no terceiro trimestre avaliados por
Doppler-ecocardiografia. As mães responderam a um questionário sobre o consumo de bebidas ricas em polifenóis
durante a gestação. Foram utilizados teste t e qui-quadrado. Resultados: O grupo de 100 fetos cujas mães haviam
ingerido polifenóis mostrou maior média das velocidades sistólica [VS] (0, 96 ± 0, 23 m/s) e diastólica [VDi] (0, 17
± 0, 05 m/s) no ducto, assim como maior relação VD/VE média (1, 23 ± 0, 23) do que o grupo de 40 fetos cujas mães
não haviam consumido essas substâncias (VS=0, 61 ± 0, 18 m/s, P=0, 000, VDi=0, 11 ± 0, 04 m/s , P=0, 011,
VD/VE = 0, 94 ± 0, 14, P=0, 000). Houve correlação entre VS e relação VD/VE média (r=0, 64, p=0, 000). Houve
associação significante entre consumo materno de polifenóis e VS>0, 85 m/s (P=0, 000, RR=8, 26, IC 95% 2, 75-24-
81), VDi>0, 15 m/s (P=0, 000, RR= 2, 57, IC 95%1, 41-4, 69) e relação VD/VE>1, 1 (P=0, 000, RR=27, 6, IC 95%
3, 96-192, 01), independentemente da idade gestacional. Conclusão: As velocidades do fluxo ductal são mais altas e
a relação VD/VE é maior em fetos expostos à ingestão materna de polifenóis do que em fetos não expostos. Parece
claro que a resposta do fluxo ductal ao consumo de polifenóis durante a gestação não é um parâmetro categórico,
mas uma variável contínua dose-dependente.

INTERAÇÃO ENTRE OS POLIMORFISMOS DO GENE DA SUPERÓXIDO DISMUTASE


086 DEPENDENTE DE MANGANÊS (ALA16VAL, SOD2) E DO RECEPTOR 2 A DA
SEROTONINA (T102C, 5-HT2A) COM FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES.
Mariele Bevilaqua, Cristiane Köhler Carpilovsky, Maria Izabel Ugalde Marques da Rocha, Luis Carlos Bodanese,
Maria Gabriela Gottlieb, Pedro Antonio Schmith do Prado Lima, Marta Duarte, Ivana Beatrice Manica da Cruz
(orient.) (UFSM).
Introdução: Estudos epidemiológicos sugerem que riscos cardiovasculares clássicos explicam cerca de 60% dos
eventos coronarianos. Assim, a identificação de outros fatores de risco (genéticos ou ambientais) é de interesse para a
saúde pública, uma vez que as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo.
Investigações prévias e independentes têm sugerido que o genótipo VV do polimorfismo Ala16Val da SOD2 e o
genótipo TT do polimorfismo T102C do gene 5-HT2A estão associados a estas morbidades. Entretanto, análises de
interação entre estes polimorfismos na modulação de fatores de risco foram pouco exploradas. Objetivo: investigar a
interação do polimorfismo Ala16Val da SOD2 e T102C do 5-HT2A na modulação de variáveis biológicas de risco
cardiovascular em idosos. Metodologia: o estudo faz parte de um projeto (4-Vita) que investiga a interação SOD2/5-
HT2A e que engloba análise retrospectiva e prospectiva (populacionais e in vitro). A avaliação retrospectiva foi
conduzida do cruzamento de dois bancos de dados [Gottlieb et al. (Genet. Mol. Res 4: 691-703, 2005) e Prado-Lima
et al. (Am.J.Med.Genet. 128:90-3, 2004)] e os resultados são aqui apresentados a partir de análises estatísticas
univariadas. Resultados: avaliação incluiu 136 idosos (24 homens/112 mulheres, 67, 30+7, 11 de idade). Portadores
TT+VV apresentaram maior índice de massa corporal (IMC, p=0, 025), % de gordura corporal , p=0, 023), de
glicose (p=0, 006) e pressão arterial sistólica (PAS, p=0, 0001). Portadores C_+VV apresentaram níveis mais baixos
de MDA (dano oxidativo, p=0, 008), PAS (p=0, 05)e PAD (p=0, 046). Conclusão: os resultados sugeriram interação

520
Ciências da Saúde

dos genes na modulação de fatores de riscos cardiovasculares. O aumento do tamanho amostral são necessários para
confirmar os resultados obtidos.

EFICÁCIA DE AMILORIDA VERSUS ENALAPRIL COMO SEGUNDO FÁRMACO EM


087 PACIENTES COM PRESSÃO ARTERIAL
HIDROCLOROTIAZIDA: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COM MONITORIZAÇÃO
NÃO CONTROLADA COM

AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL. Vitor Magnus Martins, Patrícia Guerrero, Flávio Danni Fuchs,
Leila Beltrami Moreira, Carolina Bertoluci, Sandra Costa Fuchs, Miguel Gus (orient.) (UFRGS).
Introdução: muitos pacientes hipertensos necessitam de um segundo fármaco para atingir adequado controle de
pressão arterial (PA), mas há poucos estudos comparativos entre segundas opções. Objetivos: comparar a eficácia
anti-hipertensiva e efeitos metabólicos de amilorida com enalapril como segundo agente em pacientes com PA não
controlada com hidroclorotiazida (HCTZ). Materiais e métodos: em ensaio clínico randomizado, duplo-cego, 82
pacientes com PA não controlada sob tratamento com HCTZ 25 mg/dia foram randomizados para amilorida 2, 5-5
mg/dia (n=39) ou enalapril 10-20 mg/dia (n=43). Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) foi
realizada antes e após 12 semanas de tratamento. Pressão de consultório foi aferida na 4ª, 8ª e 12ª semanas. As doses
de amilorida e enalapril foram dobradas na 4ª semana e propranolol foi adicionado na 8ª semana se a PA de
consultório estivesse acima de 140/90 mmHg. Resultados: houve maior redução da PA com enalapril. Os deltas para
MAPA entre os grupos foram: 3, 6 ± 2, 2 (p = 0, 106), 3, 9 ± 2, 2 (p = 0, 084) e 1, 1 ± 2, 7 (p = 0, 661) mmHg para
PA sistólica de 24h, diurna e noturna, respectivamente, favorecendo enalapril. Para PA diastólica, os deltas foram 1,
7 ± 2, 0 (p = 0, 402), 3, 2 ± 1, 5 (p = 0, 039) e 1, 2 ± 1, 9 (p = 0, 532) mmHg, respectivamente. A PA sistólica de
consultório diminuiu mais, e mais rápido, no grupo enalapril (p = 0, 003). Mais pacientes tomando amilorida
necessitaram de propranolol para controle da PA (p = 0, 035). Os níveis finais de triglicerídeos foram maiores no
grupo amilorida (p = 0, 011). Potássio sérico aumentou 0, 3 mEq/L em média em ambos os grupos. Tosse foi mais
comum no grupo enalapril. Conclusão: enalapril é mais eficaz do que amilorida em reduzir a PA em pacientes em
uso de HCTZ com PA não-controlada. (PIBIC).

REPRODUTIBILIDADE DO TESTE DE INALAÇÃO ÚNICA NA DETERMINAÇÃO DA


088 ATIVIDADE QUIMIORREFLEXA PERIFÉRICA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA. Felipe Lahuski Schneider, Denis Martinez, Janini Vicenzi da Silveira, Elisa Nicoloso
Simões Pires, Jorge Pinto Ribeiro, Carine Cristina Callegaro (orient.) (UFRGS).
Introdução. A mensuração da atividade quimiorreflexa periférica apresenta valor prognóstico como preditor de
mortalidade na Insuficiência Cardíaca. O teste de Inalação Única é utilizado na determinação do quimiorreflexo
periférico em indivíduos saudáveis com coeficiente de variação entre 17 e 25%. Nossa hipótese, é que o teste de
Inalação Única é reprodutível para avaliar o quimiorreflexo periférico em pacientes com Insuficiência Cardíaca.
Objetivos. Verificar a reprodutibilidade do teste de Inalação Única na InsuficiênciaCardíaca. Métodos. Participaram
do estudo 7 indivíduos (56±3 anos) com insuficiência cardíaca (Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo = 33±3
%). O quimiorreflexo periférico foi determinado pela técnica de Inalação Única mediante a inspiração de 13% de
CO2 em um ciclo ventilatório. O teste foi repetido por 10 vezes com intervalos de 2 minutos. O coeficiente de
variação foi utilizado para determinar a reprodutibilidade intra-teste (realizados no mesmo dia) e entre-testes (dois
testes realizados com intervalo de 7 dias). Os dados foram expressos através da média e de erro padrão. Resultados.
A resposta do primeiro teste de Inalação Única foi de 0, 78±0, 12 L.min.Vol% e do segundo 0, 75±0, 13
L.min.Vol%. O coeficiente de variação intra-teste foi de 25±4% (16% - 36%). A resposta ao teste de Inalação Única
resultante do valor médio dos primeiros 5 testes realizados no primeiro dia foi de 0, 67±0, 19 L.min.Vol% e, após
uma semana, foi de 0, 75±0, 10 L.min.Vol%. O coeficiente de variação do teste de Inalação Única em diferentes dias
foi de 19±5 % (10% - 41%). Conclusão. Aparentemente o teste de Inalação Única é reprodutível, podendo ser
utilizado para determinar a atividade quimiorreflexa periférica em pacientes com Insuficiência Cardíaca.

O PAPEL DO POLIMORFISMO THR164ILE NO GENE DO RECEPTOR ADRENÉRGICO


089 BETA 2 (ADRB2) NA PATOGÊNESE, NAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E NO
PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Pedro Piccaro de Oliveira, Kátia Santos,
Diane Santos, Nidiane Martinelli, Anibal Borges, Rafael Seewald, Roberto Salvaro, Fábio Velho, Nadine Clausell,
Luis Eduardo Paim Rohde (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: Vários estudos têm demonstrado que o polimorfismo funcional C491T (Thr164Ile) no gene do
receptor adrenérgico beta 2 (ADRB2) pode estar envolvido na patogênese da insuficiência cardíaca (lC).
OBJETIVO: Analisar a associação entre o polimorfismo Thr164Ile no gene do ADRB2 e a presença de IC, em uma
coorte de pacientes ambulatoriais do RS. MATERIAIS E MÉTODOS: Até o momento, 208 pacientes com IC por
disfunção sistólica e 212 indivíduos controles doadores de banco de sangue foram genotipados para o polimorfismo
Thr164Ile. Curvas de sobrevida para morte de origem cardíaca súbita ou morte por progressão da IC foram criadas e
analisadas através dá curvas de Kaplan-Meier e estatística de log-rank. RESULTADOS: As freqüências genotípicas
obtidas para o polimorfismo Thr164Ile foram semelhantes entre pacientes e controles. Entre os pacientes com IC, os
homozigotos para o alelo Thr não diferiram dos portadores do alelo Ile em relação ao sexo, idade, etiologia, fração de
ejeção ventricular esquerda, prevalência de taquicardia ventricular não-sustentada ou uso de fármacos (p>0, 20 para

521
Ciências da Saúde

todas comparações). No entanto, os portadores do alelo Ile apresentaram um menor tempo de duração do complexo
QRS em eletrocardiograma de superfície, quando comparados aos homozigotos para o alelo Thr (p=0, 0161). Em
seguimento médio de 7, 4 anos, ocorreram 34 mortes por IC, todas em pacientes homozigotos para o alelo Thr.
Assim, todos portadores do alelo Ile (n=7) estavam vivos no final do acompanhamento. CONCLUSÕES: O alelo Ile,
embora com prevalência baixa, identifica pacientes com perfil elétrico cardíaco menos grave e prognóstico benigno.
Novos estudos com um tamanho amostral maior são necessários para a elucidação do papel deste polimorfismo na
patogênese da IC. (PIBIC).

ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO -1607 1G/2G DA METALOPROTEINASE DE MATRIZ 1


090 (MMP-1) COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE ETIOLOGIA ISQUÊMICA E INFARTO
AGUDO DO MIOCÁRDIO. Nidiane Carla Martinelli, Kátia Gonçalves dos Santos, Daiane Nicole
Silvello, Anibal Borges Pires, Pedro Oliveira, Rafael Armando Seewald, Roberto Gabriel Salvaro, Fábio Michalski
Velho, Nadine Clausell, Luis Eduardo Paim Rohde (orient.) (UFRGS).
Metaloproteinases de matriz (MMPs) são proteases que mantêm o equilíbrio entre síntese e degradação da matriz
extracelular e têm sido estudadas quanto ao seu papel na patogênese e prognóstico da insuficiência cardíaca (IC). O
objetivo deste trabalho é averiguar a relação do polimorfismo -1607 1G/2G, no promotor do gene da MMP-1, com
características clínicas de pacientes com IC. Pacientes com IC (n=199) e indivíduos controles doadores de banco de
sangue (n=127) foram genotipados para o respectivo polimorfismo por meio de PCR-RFLP. Os pacientes foram
subdivididos quanto à etiologia da IC em isquêmicos, idiopáticos ou hipertensos. Curvas de sobrevida para morte de
origem cardíaca (morte súbita ou por progressão da IC) foram criadas e analisadas através de curvas de Kaplan-
Meier e estatística de log-rank. As freqüências genotípicas foram semelhantes entre pacientes e controles (p=0, 79).
Da mesma forma, a freqüência do alelo 2G foi de 0, 51 em ambos os grupos. Ao analisarmos a etiologia da IC
quanto à presença do alelo 2G (1G/2G e 2G/2G), vimos que a freqüência de portadores deste alelo é maior nos
pacientes de etiologia isquêmica quando comparados com os de etiologia não-isquêmica (84% versus 69%,
respectivamente; p=0, 03). Da mesma maneira, os portadores do alelo 2G predominaram naqueles pacientes que já
tiveram algum IAM prévio (87% versus 71%, respectivamente; p=0, 04). Os genótipos avaliados não tiveram
influência na sobrevida dos pacientes (log-rank=0, 11). O polimorfismo no promotor do gene da MMP-1 não estava
associado com a susceptibilidade ou prognóstico da IC, porém mostrou-se mais freqüente em pacientes de etiologia
isquêmica, sugerindo que a presença do alelo 2G poderia ser um fator de risco para eventos isquêmicos agudos.

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: DIFERENÇAS NO PERFIL DE RISCO ENTRE OS


091 SEXOS COM A MESMA TAXA DE MORTALIDADE. Bruno da Silveira Colombo, Citânia L
Tedoldi, Silvia R R Vieira, Rogerio e G S Leite, Paulo R A Caramori, Simone Bernardes, Gustavo J
Dallegrave, Daniel F Camargo, Márcio W S Gomes, Elisa Grando, Waldomiro Carlos Manfroi (orient.) (UFRGS).
Pesquisas mostram que mulheres com IAM têm maior mortalidade intra-hospitalar do que homens devido a maior
idade do evento, comorbidades e menor uso de métodos de reperfusão. Nesses estudos, os dados foram obtidos de
registros escritos, em locais com diferentes métodos de tratamento e proporções de IAM com supradesnível ST
(SST) e sem supradesnível ST (SSST). Objetivo: Obter um melhor conhecimento das diferenças no perfil de risco e
de tratamento em locais com recomendações terapêuticas similares e que seguem orientações de guidelines, para se
obterem melhores desfechos no tratamento de pacientes com IAM. Métodos: Avaliaram-se dados do perfil de risco,
tratamento e desfechos de uma coorte intra-hospitalar de pacientes com IAM, em 3 hospitais acadêmicos de
referência, de Outubro de 2000 a Junho de 2006. Analisaram-se diferenças entre idade, perfil de risco, IAM SST e
SSST e terapia de reperfusão. Resultados: Dos 1213 pacientes, 70, 2% apresentaram IAM SST e 29, 8% SSST (p=0,
012); 64% eram homens, com média de idade de 59, 9+12 anos e 63.8+12.4 para mulheres (p<0, 001). Estas
apresentaram mais HAS, diabetes e hiperlipidemia e homens maiores índices de tabagismo e abuso de álcool,
ajustados para idade. A taxa de mortalidade (TM) foi 6, 5%, maior nos pacientes com mais de 65 anos (11.9% vs
3.3%;p<0.001) e não mostrou diferença estatisticamente significativa entre os sexos, ajustados para idade. Não houve
diferença entre os sexos no uso de tratamento conservador e de reperfusão. Conclui-se que, embora a mulher
apresente o evento isquêmico com idade superior e perfil de risco diferente do homem, a TM entre os sexos é
semelhante. Apesar da alta TM nos pacientes com mais de 65 anos, os dados apresentam uma TM intra-hospitalar
menor do que a observada na maioria dos grupos estudados.

522
Ciências da Saúde

Sessão 11
Endocrinologia A

HISTÓRIA MATERNA DE DIABETES NÃO ESTÁ ASSOCIADA COM PRESENÇA DE


092 COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DM TIPO 2. Eliza Dalsasso Ricardo, Rafael S Scheffel,
Caroline K Kramer, Lana F Pinto, Dimitris V Rados, Fernando K de Almeida, Érico Consoli, Jorge L
Gross, Luis Henrique Santos Canani (orient.) (UFRGS).
A presença de história materna de diabetes melito (DM) foi descrita como mais importante que a paterna para o
desenvolvimento do DM nos filhos. O objetivo desse estudo foi investigar a associação entre história materna de DM
e a presença de complicações crônicas ou síndrome metabólica em pacientes com DM tipo 2.Foi realizado estudo
transversal incluindo 1455 pacientes com DM tipo 2.A história familiar de DM foi investigada mediante
questionário. As complicações do DM [retinopatia (RD), doença arterial coronariana (DAC), neuropatia periférica
(NP), vasculopatia periférica (VP), acidente vascular encefálico e nefropatia diabética (ND)] foram avaliadas.
Síndrome metabólica foi definida de acordo com os critérios da OMS. História materna de DM estava presente em
464 pacientes (32, 3%), ausente em 713 (49, 1%) e era desconhecida para 273 (18, 7%).História paterna de DM foi
positiva em 255 (17, 6%) pacientes, negativa em 927 (63, 8%) e desconhecida em 235 (16, 1%). Entre os pacientes
com história familiar conhecida (n = 1182) a história materna de DM foi quase duas vezes mais freqüente que a
história paterna (39, 6% vs. 21, 5%, P <0, 05). Pacientes com história materna positiva de DM tinham uma
freqüência similar de complicações crônicas do DM, quando comparados àqueles sem história materna: RD (46% vs.
41, 7%, P = 0, 32), NP (31, 0% vs. 37, 1%, P = 0, 09), DAC (52, 7% vs. 52, 3%, P = 0, 94), VP (18, 9% vs. 23, 5%,
P = 0, 10), AVE (7, 7% vs. 8, 1%, P = 0, 90) e ND (51, 5% vs. 52, 5%, P = 1, 00.A prevalência de síndrome
metabólica em ambos os grupos também foi similar (70, 3% vs. 73, 5%, P = 0, 27).Em conclusão, pacientes com DM
tipo 2 têm mais freqüentemente história materna de DM, apesar de sua presença não ser associada com aumento da
prevalência de complicações crônicas do DM e síndrome metabólica. (PIBIC).

A INFLUÊNCIA DA VARIANTE T92A DA DESIODASE TIPO 2 NO TRATAMENTO DO


093 HIPOTIREOIDISMO. Bruno Netto, Erika Laurini de Souza Meyer, Márcia Khaled Puñales, Simone
Magagnin Wajner, Luis Henrique Canani, Ana Luiza Silva Maia (orient.) (UFRGS).
Cerca de 80% do hormônio tireoidiano ativo (T3) é derivado da desiodação periférica do pró-hormônio (T4) através
da ação das enzimas celulares iodotironina desiodase tipo I (D1) e tipo II (D2). Recentemente, uma variante no gene
que codifica a enzima D2, com troca de treonina por alanina no nucleotídeo 92 (D2 T92A), foi associada à
resistência insulínica em mulheres obesas e pacientes com diabetes tipo 2. Adicionalmente, dados obtidos no nosso
laboratório demonstraram que indivíduos homozigotos para o polimorfismo da D2 (AA) apresentam redução da
atividade enzimática quando comparados a indivíduos heterozigotos AT e homozigotos TT. O objetivo do estudo é
avaliar a influência da variante T92A da enzima D2 nas necessidades diárias de L-tiroxina em pacientes com
hipotireoidismo pós tireoidectomia total em uso de terapia de reposição. Foram avaliados 59 pacientes (média de
idade de 47, 31 ± 15, 55 anos, 77, 9% mulheres) provenientes do Ambulatório de Endocrinologia do HCPA. Dados
clínicos foram obtidos através de protocolo padrão, e amostras de sangue periférico foram coletadas para
determinação do genótipo e dosagens hormonais (TSH, T4, T4 Livre, T3).Trinta indivíduos (50, 8%) apresentaram
homozigose para o alelo T, 23 (38, 9%) eram heterozigotos AT, e 6 (10, 1%), homozigotos AA. Não observamos
diferenças na dose média de L-tiroxina diária entre os diferentes genótipos (AA 1, 78 ± 0, 41µg/kg, AT 1, 66 ± 0,
36µg/kg e TT 1, 63 ± 0, 35 µg/kg, P=0, 68). Quando controlada pelo TSH, a diferença de dose média/kg de L-
tiroxina entre os grupos também não foi significativa (TSH<0, 5, P=0, 16; TSH entre 0, 5 e 4, 5 P=0, 28 e TSH > 4, 5
P=0, 68). Conclusão: o polimorfismo D2 T92A não está associado à necessidade de maiores doses de reposição da L-
tiroxina em pacientes com hipotireoidismo.

TECIDO ADIPOSO VISCERAL E EXPRESSÃO DE PPARB/D E PPARG1-3: PAPEL NA


094 OBESIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA. Thais Ortiz Hammes, Josiane W Bortolotto, Rogério
Margis, Ângela C B Ferreira, Alexandre V Padoin, Cláudio C Mottin, Regina M Guaragna, Regina
Maria Vieira da Costa Guaragna (orient.) (UFRGS).
Introdução: O tecido adiposo (TA) é um órgão endócrino com múltiplas funções. O TA abdominal é composto por
diferentes depósitos anatômicos: TA subcutâneo e TA intra-abdominal. Este último é dividido em retroperitoneal e
visceral (TAV). Esses compartimentos apresentam diferenças metabólicas e endócrinas. Estudos sugerem uma
associação entre o excesso de TAV e as complicações metabólicas da obesidade, entre elas diabetes tipo II,
resistência à insulina e dislipidemia entre outros. Os PPAR (receptor nuclear ativador da proliferação de
peroxissomos) estão implicados na homeostase do metabolismo de lipídeos e carboidratos. São conhecidas 3
isoformas PPARa, PPARb/d e PPARg . A isoforma PPARb/d está envolvida com a lipólise enquanto o PPARg
relaciona-se com adipogênese. Objetivo: Analisar a expressão do mRNA de PPARb/d e PPARg1-3 no TAV de
indivíduos obesos (OB) (IMC>40 Kg/m²) e não-obesos (NOB) (IMC<30 Kg/m2) e relacionar com os padrões

523
Ciências da Saúde

bioquímicos e antropométricos dos OB. Metodologia: Foram obtidas amostras de TAV de 10 pacientes OB
submetidos à cirurgia bariátrica e NOB por cirurgia eletiva. Os dados bioquímicos e antropométricos dos OB foram
coletados em prontuário. O RNA total foi extraído pelo método de TRIzol e quantificado por PCR em tempo real
usando primers específicos. Resultados: No TAV de OB ocorreu uma diminuição (p=0, 094) na expressão de mRNA
de PPARb/d sem alterações na expressão do PPARg. Em OB, houve correlação negativa entre a expressão de
PPARb/d e níveis séricos de insulina (p=0, 03, r=-0, 9) e correlação positiva entre PPARg1-3 e a circunferência da
cintura (p=0, 03, r=-0, 9). Conclusão: Sugerimos que o aumento do TAV em OB pode ser o resultado do
desequilíbrio entre PPARg1-3 e PPARb/d implicando em obesidade central e resistência à insulina.

ASPIRINA EM BAIXA DOSE NÃO ALTERA A FUNÇÃO RENAL DE PACIENTES


095 DIABÉTICOS TIPO 2 MICROALBUMINÚRICOS EM USO DE ENALAPRIL. Renata Ortiz
Pedrini, Letícia Schwerz Weinert, Eduardo Guimarães Camargo, Jorge Luiz Gross, Sandra Pinho
Silveiro (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O uso de aspirina é recomendado no tratamento de pacientes com diabete melito (DM) e aumento
da excreção urinária de albumina (EUA), como estratégia de prevenção primária e secundária de doença
cardiovascular. No entanto, devido a ações antiinflamatórias, a aspirina pode ter efeito deletério sobre a função renal.
OBJETIVO: Avaliar efeitos da aspirina na EUA e na taxa de filtração glomerular (TFG) de pacientes com DM 2.
PACIENTES E MÉTODOS: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, cruzado, controlado por placebo. Dezoito
pacientes com DM 2 microalbuminúricos (EUA=30-300 mg/24 h), com idade de 56±9 anos, tempo de DM 16±7, 5
anos, 61% mulheres, em uso de enalapril dose fixa, receberam aspirina (300 mg/dia) ou placebo durante 8 semanas
(wash-out de 6 semanas). TFG foi avaliada pelo método 51Cr-EDTA e EUA por imunotubidimetria. Dezessete
pacientes eram necessários para detectar alteração de 30% na EUA (superior ao CV médio da EUA, α= 0, 05 e β= 0,
20). RESULTADOS: Após 8 semanas do uso de placebo ou aspirina, não se detectou diferença significativa,
respectivamente, em relação à TFG (108±34 vs. 111±47 ml/min/1, 73 m2; P=0, 90) e à EUA [57, 7 (8, 9-420, 0) vs.
63 (8, 2-272, 0) mg/24 h; P=0, 45]. Não houve diferença nos valores de pressão arterial (133±16/79±7 vs.
134±11/77±7 mmHg; P=0, 41), glicemia capilar (127±46 vs. 131±39 mg/dl; P=0, 67) e teste A1c (8, 0±1, 7 vs. 8,
6±1, 7%), após placebo e aspirina, respectivamente. Não houve efeitos de período (P=0, 41) ou carry-over (P=0, 49).
CONCLUSÃO: Aspirina em baixa dosagem não afeta a TFG e EUA de pacientes com DM 2 microalbuminúricos.

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA DOS ÁCIDOS GRAXOS (AG) SÉRICOS APÓS REFEIÇÃO


096 PADRÃO EM PACIENTES COM DIABETE MELITO (DM) TIPO 2 COM POLIMORFISMO
A54T DO GENE “FATTY ACID BINDING PROTEIN” (FABP2): RESULTADOS
PRELIMINARES. Oellen Stuani Franzosi, Jussara Carnevale de Almeida, Magda Susana Perassolo, Themis
Zelmanovitz, Luis Henrique Canani, Jorge Luiz Gross, Mirela Jobim de Azevedo (orient.) (UFRGS).
Alterações no perfil lipídico sérico no DM associam-se consumo de gorduras, resistência insulínica, inflamação e
disfunção endotelial. O gene FABP2 expressa uma proteína transportadora de AG dietéticos de cadeia longa na
mucosa intestinal. O polimorfismo A54T deste gene aumenta afinidade desta proteína pelos AG e associa-se à
hipertrigliceridemia. O objetivo desse estudo é comparar a resposta dos AG séricos após refeição padrão em
pacientes DM tipo 2 homozigotos para o alelo T (TT) do polimorfismo A54T, com a de pacientes homozigotos para
alelo A (AA). Após jejum (12h) os pacientes recebem refeição padrão (pão de forma com presunto, queijo e
manteiga; 7, 2kcal/kg; lipídeos=43, 4%; proteínas=22, 0%, carboidratos=34, 7%) e realizam dosagens séricas: tempo
0 - glicose, teste-A1C, perfil lipídico; 2, 4, 6 e 8h pós-refeição - AG em quilomicrons (ultracentrifugação; extração,
metilação e identificação por cromatografia gasosa), glicose, triglicerídeos (TG); tempos 0 e 8h - proteína C reativa
(nefelometria), fibrinogênio (ITM), endotelina-1 (ELISA). Dos pacientes selecionados, 11 pacientes TT e 15 AA
realizaram o experimento. Não se observou diferença (P>0, 05) entre gênero, etnia, idade, IMC, tratamento do DM,
cotas de carboidrato e doses de insulina ultra-rápida no início do teste comparando-se os dois grupos. A área sob
curva calculada para glicemia dos pacientes TT foi menor do que a dos pacientes AA (807, 6±117, 5 vs. 903, 7±114,
2mg.h/dL;p=0, 047), sem diferença na área calculada para TG [1626(600-2402) vs. 1433(845-3004) mg.h/dL;p=0,
919]. Valores de fibrinogênio, proteína-C-reativa e endotelina-1 iniciais e finais não foram diferentes nos pacientes
TT e AA. Avaliação das dosagens de AG séricos nas quilomicrons que estão sendo realizadas permitirão adequada
interpretação dos resultados.

AVALIAÇÃO PROSPECTIVA CLÍNICA E LABORATORIAL EM 851 CRIANÇAS


097 ATRIBUÍDAS POR BAIXA ESTATURA NA CLINICA DE ENDOCRINOLOGIA
PEDIÁTRICA. Joana Callai Schwerz, Leila Cp de Paula, Vanessa L Zen, Smile Becker, Mauro Antonio
Czepielewski (orient.) (UFRGS).
Crescimento é um indicador sensível de saúde infantil, estado nutricional e acompanhamento genético. Baixo
crescimento pode ser o primeiro e único sinal de doença crônica. Queda no crescimento deve ser investigada para
diferenciar variantes normais das doenças que requerem tratamento. O propósito deste estudo foi demonstrar a
importância da clínica e exame lógico, avaliar diferenças entre sexos e quantificar a prevalência do diagnóstico final
em 851 crianças avaliadas prospectivamente por baixa estatura no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil. Anamnese completa e exame físico foram realizados. Após

524
Ciências da Saúde

consentimento paterno por escrito era conduzida uma avaliação, com exames laboratoriais e idade óssea. Meninas
com baixa estatura sem diagnóstico claro foram submetidas à cariotipagem. Avaliaram-se 511 meninos e 340
meninas (p<0, 05). Os meninos eram mais jovens quando a família detectou o baixo crescimento. Mais meninos
(57% vs 38, 1%, p<0, 05) tinham altura normal ou baixa, mas saudáveis. A porcentagem de meninas (56, 2% vs 46,
3%, p<0, 05) com doença orgânica ou genética foi maior. Atraso puberal era mais comum em meninos (25, 7% vs
17, 1%). 71% das crianças tinham altura alvo abaixo do percentil 10. Anemia (25%) e verminose (20, 1%) foram
prevalentes. Foram diagnosticados poucos casos de doença celíaca (n=4), hipotireoidismo (n=16) e insuficiência
renal (n=5). Deficiência do hormônio de crescimento foi diagnosticada em 51 crianças, Síndrome de Turner em 41
meninas e outras doenças genéticas em 73 crianças. Em pacientes encaminhados por pediatra encontramos maior
incidência de problemas clínicos comuns. Este estudo lembra a importância de uma adequada avaliação basal antes
de qualquer exame endocrinológico. Nossos dados sugerem viés de sexo nas atribuições de baixa estatura,
provavelmente pela pressão social maior no crescimento dos meninos. (PIBIC).

CARACTERIZAÇÃO DA IODOTIRONINA DESIODASE TIPO 2 EM LINHAGEM


098 DERIVADA DO CARCINOMA MEDULAR DA TIREÓIDE. Iuri Martin Goemann, Erika L Souza
Meyer, Ana Luiza Silva Maia (orient.) (UFRGS).
A enzima desiodase tipo 2 (D2) catalisa a 5’-monodesiodação do T4, um passo essencial na ativação dos hormônios
tireoidianos. A D2 está presente em grande quantidade na glândula tireoidiana normal, sendo considerada como
possível marcador de diferenciação celular. Recentes estudos realizados em nosso grupo demonstraram que a D2 está
expressa no carcinoma medular da tireóide (CMT), um subtipo derivado das células C da tireóide. O objetivo desse
estudo foi caracterizar a D2 nas células TT, uma linhagem humana de CMT que apresenta uma mutação no proto-
oncogene RET. As células TT foram cultivadas em meio F12K e incubadas com os tratamentos específicos. A
atividade enzimática da D2 foi determinada em homogenados celulares utilizando T4 como substrato. O valor
aparente da constante de Michaelis (Km) para o T4 foi de 2.3 nM, similar ao encontrado no tecido tireoidiano normal
(2.5 nM). A incubação com DBT e forskolina aumentou significativamente a atividade da D2 (0.05 vs 0.13 vs 0.12
fmol T4/min/mg prot P=0.04 e P= 0.02, respectivamente). A atividade da D2 também foi induzida pela
dexametasona (0.10 vs 0.22 fmol T4/min/mg prot, P= 0, 001). Conforme esperado para essa enzima, a adição de T4
ou rT3 ao meio resultou em redução significativa da atividade enzimática (0.11 vs 0.7 vs 0.75 P<0.001 e P=0.02 fmol
T4/min/mg prot P<0.001 e P=0.02, respectivamente). Nossos resultados demonstram que a D2 se expressa em
grande quantidade em células derivada de CMT humano, preservando as características que apresenta em tecidos
não-neoplásicos. Esses resultados introduzem uma nova perspectiva quanto ao papel da desiodação local no controle
intracelular dos hormônios tireoidianos em tecidos neoplásicos. (PIBIC).

Sessão 12
Promoção da Saúde A

INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA NA POSTURA DE CEGOS. Igor


099 Fangueiro da Silva, Janice Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
A postura de um indivíduo é determinada por diversos fatores, destacando-se neste estudo, os sócio-
culturais e biológicos. Os aspectos sócio-culturais estão relacionados às atividades da vida diária (AVD’s) das
pessoas como andar, sentar, dormir, etc. Em relação aos aspectos biológicos, a visão atua, juntamente com o sistema
vestibular, no equilíbrio do individuo. O equilíbrio se relaciona à construção da estrutura corporal do indivíduo, ou
seja, a manutenção da sua postura, portanto uma diminuição no equilíbrio pode alterar essa postura. Tendo em vista
que as AVD’s e a visão atuam na estrutura corpórea dos indivíduos, este trabalho objetiva analisar que referências
uma pessoa cega utiliza para manutenção da sua postura e quais AVD’s atuam significativamente em suas mudanças
posturais. Os procedimentos metodológicos foram, a filmagem de algumas atividades da vida diária utilizando uma
câmera digital ‘Cannon PowerShot SD 200®’ e entrevista semi-estruturada. A análise foi feita em duas pessoas
cegas: homem com 50 anos de idade há 38 anos sem visão e mulher com 50 anos há 30 anos sem visão. Através da
análise parcial dos dados obtidos observa-se que a ausência de prática de exercícios entre os indivíduos sem visão,
prejudica ainda mais sua estabilidade postural dinâmica. Em suas AVD’s é notável a necessidade de adaptações em
objetos e ambientes para melhora postural, através de um trabalho de ergonomia. Durante a análise do andar dos
sujeitos pôde-se perceber que as bengalas têm um padrão de fabricação pré-definido o que pode prejudicar a postura
destes indivíduos pelo seu caminhar, além disso, há uma tendência dos sujeitos caminhar inclinando o corpo à frente,
principalmente a coluna cervical, ombros e cabeça que deverá ser observada em outras AVD’s ainda não analisadas.

O USO DA ELETROMIOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DA ATIVAÇÃO NEUROMUSCULAR


100 EM INDIVÍDUOS COM ESCOLIOSE. Elisandra Bassani, Monica de Oliveira Melo, Marcelo La
Torre, Maicon Pasini, Matheus Breyer, Claudia Tarrago Candotti (orient.) (UNISINOS).
O objetivo desse estudo foi verificar o potencial da EMG de superfície para a avaliação da eficiência neuromuscular
e da fadiga muscular localizada dos extensores lombares em indivíduos com escoliose. Vinte indivíduos divididos

525
Ciências da Saúde

igualmente em dois grupos, (1) grupo com escoliose e (2) grupo controle, foram submetidos a um teste de indução
dos músculos extensores lombares a fadiga, o qual constituiu da realização de uma contração voluntária máxima
isométrica (CVM), e realização de um teste com esforço a 80% da CVM. Foram coletados simultaneamente sinais de
força e eletromiográficos (sinal EMG). O sinal EMG foi processado no domínio da freqüência, sendo calculada a
mediana da freqüência (MF) e no domínio do tempo, através do cálculo do valor root mean square (RMS). Os dados
foram submetidos a uma análise de variança oneway para verificar as diferenças entre os dois grupos. Para verificar a
simetria entre os lados direito e esquerdo foi realizado o teste t pareado. O nível de significância foi 0, 05. Os
resultados demonstraram que indivíduos com escoliose apresentaram: (1) simetria de ativação neuromuscular entre
os lados, (2) significativamente menor eficiência neuromuscular e maior capacidade de resistir a fadiga e (3) valores
de força 42, 6% menores que os indivíduos do grupo controle. Os resultados sugerem que a EMG de superfície
corresponde a um efetivo instrumento de avaliação da eficiência neuromuscular e da fadiga muscular localizada em
indivíduos com escoliose.

EXERCÍCIO FÍSICO E HUMOR. Lucas Colla Oliveira, José Augusto Evangelho Hernandez (orient.)
101 (UFRGS).
O objetivo do presente estudo foi verificar se o exercício físico produz alterações nos estados de humor
dos praticantes do mesmo. Foi realizada uma pesquisa do tipo pré-experimental, as variáveis independentes foram
condições antes e após o exercício físico, tipo de exercício (anaeróbico e aeróbico) e sexo dos sujeitos. A variável
dependente foi humor. Foram avaliadas cento e vinte pessoas, sessenta homens e sessenta mulheres, igualmente
distribuídos entre exercícios do tipo anaeróbico e aeróbico. Os estados de humor foram avaliados pelo Profile of
Mood States-A (POMS-A). Os dados foram coletados em Academias, Associações e Clubes, sendo digitados no
SPSS, versão 11.5, e analisados através da técnica estatística Teste t de Student. Os resultados revelaram alterações
significativas (p<0, 05) entre as medidas antes e pós- exercício físico em todas as dimensões do POMS-A
(Ansiedade, Depressão, Raiva, Vigor, Fadiga e Confusão). Essas alterações do humor têm tido várias teorias, tanto
psicológicas como fisiológicas, que foram propostas para tentar explicar como o exercício físico pode exercer
influência sobre o bem-estar. O mais provável, é que a promoção do bem-estar psicológico, através do exercício
físico, seja decorrente da interação de mecanismos fisiológicos e psicológicos. Conclui-se que o exercício físico pode
contribuir de forma contundente para o aumento da qualidade de vida, pois pode trazer diversos benefícios
psicológicos ao indivíduo.

COMPORTAMENTO DA FORÇA MUSCULAR ATRAVÉS DE UM TREINAMENTO DE


102 FORÇA NO MEIO LÍQUIDO EM MULHERES JOVENS E SAUDÁVEIS. Andreia Silveira de
Souza, Carlos Leandro Tiggmann, Bruno Mastrascusa Rodrigues, Bianca Hirschmann, Luiz Fernando
Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
A proposta do presente estudo foi analisar a eficiência de 11 semanas de treinamento de força na água (TFA), na
força muscular em mulheres jovens e saudáveis. Vinte sujeitos foram divididos em dois grupos, grupo de
treinamento de força (GTF, n=13) e grupo controle (GC, n=7). Os voluntários participaram de um programa de
treinamento de força na água de 50 minutos por dia, dois dias por semana; o TFA consistia de 5 a 15 minutos de
aquecimento, 20 a 40 minutos de exercícios resistidos e 5 a 15 minutos de volta a calma, conforme o mesociclo. Foi
utilizada a percepção de esforço para o controle da intensidade durante o treinamento. A força máxima foi verificada
através do teste de uma repetição máxima (1RM) nos exercícios extensão de joelho (EXJ), flexão de joelho (FXJ),
adução (ADQ) e abdução de quadril (ABQ), supino (SUP), remada (REM) e elevação lateral de ombro (ELV). Os
dados demonstram que os sujeitos tiveram um aumento significativo de força muscular no GTF, o mesmo não
ocorrendo no GC. O GTF apresentou uma variação da força expressa em valores absolutos (kg) de 0, 63 à 10, 55 kg,
e obteve os seguintes valores médios de aumento de força relativa: EXJ 19, 74±24, 41%, FLJ 16, 70±12, 27%, ADB
15, 53±9, 44%, ABD 12, 57±7, 54%, SUP 25, 90±17, 84%, REM 12, 53±9, 54% e ELV 12, 73±9, 28%. Os valores
relativos de aumento de força oscilaram de 12, 53±9, 28% à 25, 90±17, 84% entre os exercícios do GTF, com uma
média de 16, 53±7, 28%. O GC teve valores relativos de mudança na força não significativos, que variaram entre –1,
39±4, 32% a 1, 33±5, 16% entre os exercícios, com uma média de 0, 25±0, 72%. Os resultados indicam que o TFA é
um método alternativo de treinamento para melhoria da força muscular em mulheres jovens saudáveis.

CORRELAÇÕES ENTRE ATRASOS MOTORES E SOCIAIS E A INFLUÊNCIA DE FATORES


103 AMBIENTAIS. Ricieli Zajonz, Nadia Cristina Valentini (orient.) (UFRGS).
Há evidências de que a criança considerada vulnerável a riscos para atraso no desenvolvimento pode
resistir aos efeitos negativos dessa exposição, desde que o ambiente onde esteja inserida forneça experiências
compensatórias. Em países como o Brasil, onde são inúmeras as condições sócio-econômicas desfavoráveis, medidas
preventivas ou de reeducação só terão significado com o conhecimento do ambiente onde a criança está inserida, e o
quanto do desempenho motor e cognitivo, bem como das relações sociais dessa criança estão afetados. Partindo desta
emergente necessidade contextual, este estudo destina-se a identificar crianças com atrasos motores e sociais e
correlacionar os achados a fatores de riscos ambientais, residentes em regiões periféricas de Porto Alegre, dessa
forma contribuindo como um aporte ao estudo do desenvolvimento infantil no que diz respeito aos grupos
vulneráveis, priorizando as ações protetoras de saúde coletiva. Até o presente momento, o desempenho motor de 43

526
Ciências da Saúde

crianças entre 06 e 18 meses de idade foi avaliado por meio da Alberta Infant Motor Scale, e 21 crianças
apresentaram atrasos motores, recebendo intervenção motora por um período de 12 semanas. Correlações foram
observadas quanto ao desempenho motor e oportunidades de estimulo no contexto familiar e com outros fatores de
risco (idade materna, número de filhos, escolaridade da mãe, amamentação e situação conjugal). Considerando-se
que o desenvolvimento é um processo dinâmico, cumulativo, dependente da interação de processos
biológicos/genéticos e ambientais, esse estudo possibilita além da identificação dos fatores de risco ambientais,
oferecer oportunidades de potencializar, por meio da intervenção, o desenvolvimento motor e social da criança nos
seus primeiros anos de vida.

DESENVOLVIMENTO DE UM ARCÔMETRO PARA AS MESURAÇÕES DAS


104 CURVATURAS SAGITAIS DORSAL E LOMBAR DA COLUNA VERTEBRAL. Fabiana de
Oliveira Chaise, Maicon Becker Dias, Tassia Silveira Furlaneto, Claudia Tarrago Candotti (orient.)
(UNISINOS).
A identificação de desvios posturais tem sido realizada utilizando-se métodos diretos, como o raio-X, e indiretos,
como a observação postural, os quais apresentam limitações, tais como a exposição radiológica e a subjetividade do
avaliador, respectivamente. Os objetivos desse estudo foram desenvolver um instrumento não invasivo, o arcômetro,
que permita a mensuração das curvaturas sagitais, dorsal e lombar, da coluna vertebral e verificar a repetibilidade das
medidas dos ângulos Cobb fornecidos pelo instrumento. A amostra foi composta por 25 voluntários saudáveis
divididos em dois grupos. No grupo testado (GT) um avaliador mensurou, com o arcômetro, as medidas das
curvaturas sagitais da coluna vertebral de 10 indivíduos em dois dias distintos, com uma semana de intervalo. No
grupo avaliador (GA) 15 avaliadores mensuraram um único voluntário uma única vez. Para as mensurações os
indivíduos permaneciam em postura ortostática, com os braços ao longo do corpo sendo demarcados os pontos sobre
os processos espinhosos de TI, LI, LV e acima de TXII. O avaliador, então posicionava as três hastes do arcômetro
no dorso dos indivíduos obtendo medidas lineares que, por trigonometria, forneciam os respectivos graus de Cobb
para as curvaturas torácica e lombar. Os resultados para a cifose demonstraram significativa correlação entre os dois
dias de avaliação (r=0, 781; p=0, 008) e baixo coeficiente de variação (VC= 0, 118) para as medidas obtidas pelo GT
e GA, respectivamente. Para a lordose foi encontrada significativa correlação entre os dois dias de avaliação (r=0,
838; p=0, 002) e alto coeficiente de variação (VC= 0, 773) para as medidas obtidas pelo GT e GA, respectivamente.
Este resultado sugere que o arcômetro permite medidas repetidas dos ângulos Cobb da curvatura sagital da cifose
dorsal, obtidas tanto em dias distintos quanto por diferentes avaliadores, e que necessita maior investigação para as
medidas da lordose lombar.

EFEITOS DO TREINAMENTO EM GINÁSTICA LOCALIZADA NO PERFIL LIPÍDICO DE


105 MULHERES OBESAS. Mariana Orsini Braga, Rochelle Rocha Costa, Luiz Fernando Martins Kruel
(orient.) (UFRGS).
Em vista do crescente número de mortes por doença arterial coronariana, o efeito protetor da atividade física sobre o
sistema cardiovascular tem sido o foco de inúmeros estudos. Entretanto, há uma lacuna acerca da relação entre o
treinamento resistido em ginástica localizada (GL) e o comportamento do perfil lipídico (PL), na população obesa.
Assim, esse estudo teve como objetivo analisar os efeitos do treinamento em GL no PL de mulheres obesas.
Compuseram a amostra 28 mulheres obesas (IMC>30Kg/m²), de 25 a 45 anos, 15 participaram de um grupo controle
(GC) e 13 de um programa de treinamento resistido(GT) realizado durante 9 semanas, com 3 sessões semanais de
GL, com 1h de duração. As aulas eram compostas por um aquecimento, 10 exercícios localizados e alongamentos.
Foram avaliadas as variáveis colesterol total (CT), HDL-C, LDL-C, triglicerídeos (TG) e a relação CT/HDL nos
momentos pré e pós-treinamento. Como análise estatística utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, o Teste t pareado e o
Teste t independente, de acordo com a normalidade dos dados, com p<0, 05 (SPSS vs 11.0). Como resultados, no GT
foram encontradas diferenças para todas as variáveis analisadas exceto para os TG. Por outro lado no GC não houve
diferença significativa entre os momentos em nenhuma das variáveis, com exceção dos TG nos quais verificou-se um
aumento. As reduções foram de 200, 62±39, 11 para 184, 92±28, 62 para CT; de 137, 69±32, 09 para 110, 31±21, 92
para LDL-C; de 4, 48±1, 00 para 3, 70±0, 90 para relação colesterol total/HDL e o incremento nos níveis de HDL-C
foi de 46, 23±12, 04 para 53, 15±16, 83. Assim, conclui-se que o treinamento resistido em GL foi eficaz ao
proporcionar modificações benéficas no PL podendo levar a redução do risco de doenças arteriais coronarianas na
população obesa.

A PRÁTICA DE SKATE E O DESENVOLVIMENTO CORPORAL. Davi Schilling, Révisson


106 Esteves da Silva, Gustavo Becker Delwing, Gerusa Rodrigues da Luz, Marcelo La Torre, Claudia
Tarrago Candotti (orient.) (UNISINOS).
No Brasil, embora o skate esteja em ascensão, poucos são os estudos voltados ao aprimoramento do desenvolvimento
corporal dos skatistas. O objetivo desse estudo é verificar a relação existente entre a prática do skate e o
desenvolvimento simétrico e equilibrado do corpo, a partir de testes de comprimento e força muscular dos membros
inferiores e pelve. Três indivíduos masculinos, que praticam skate há no mínimo seis anos, foram submetidos a três
protocolos de avaliação: (1) teste de contração voluntária máxima (CVM), de 6 segundos cada, com intervalos de 2
minutos entre elas, dos músculos flexores do joelho (FJ), extensores dos joelhos (EJ), extensores do quadril (EQ),

527
Ciências da Saúde

flexores plantares do tornozelo (FPT) e inclinadores do tronco (IT), utilizando uma célula de carga de 2000N e o
software Miograph; (2) teste de comprimento muscular (CM), realizado passivamente, dos flexores do quadril (FQ)
uni e biarticulares, EQ biarticulares, FPT biarticular, utilizando uma câmera digital e o software AutoCAD 2000®;
(3) marcação de pontos anatômicos bilateralmente, na postura ereta, e mensuração das alturas do ângulo inferior da
escapula (AIE), EIPS e linha poplítea (LP) utilizando um antropômetro. Médias, desvios padrões e diferenças
percentuais foram calculados para cada variável. Resultados preliminares indicam que: (1) existe assimetria de força
e comprimento musculares entre os lados direito e esquerdo do corpo, ou seja, que existe diferença percentual acima
de 5% tanto para a força dos FPT, EQ e IT, quanto para o comprimento muscular dos FJ, FPT, FQ e EJ; (2) existe
simetria entre as alturas do AIE, da EIPS e da LP, cujas diferenças percentuais foram inferiores a 1%. Esse resultado
sugere que a assimetria muscular não afetou a postura estática dos skatistas, no plano frontal.

Sessão 13
Biotecnologia

ESTUDO DA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE ERUCA SATIVA MILL EM


107 SIMULAÇÃO DE HIPERGRAVIDADE. Amanda Assunção Vieira, Marlise Araújo dos Santos
(orient.) (PUCRS).
Os experimentos em hipergravidade e microgravidade podem revelar os mecanismos envolvidos em animais ou
plantas, tecidos ou células em resposta as mudanças gravitacionais. O presente trabalho teve como objetivo estudar,
através do uso de uma centrífuga, o efeito da hipergravidade na germinação e crescimento da planta Eruca sativa
Mill, comumente conhecida como rúcula. A E.sativa é uma hortaliça herbácea anual, de porte baixo, possuindo
normalmente altura de 15 a 20 cm, com folhas verdes e recortadas, a qual se destaca entre as hortaliças pela sua
composição nutricional e propriedades medicinais. Através desta, cinco experimentos foram realizados em solo e
papel com água, sendo ao último, acrescentado determinação de fenólicos totais e corte histológico. Os resultados
obtidos mostraram que a germinação e o crescimento de sementes de Eruca sativa foram maiores quando estas são
expostas a hipergravidade. Os valores de concentração de fenólicos totais das amostras da centrífuga não foram
estatisticamente significativos quando comparado com as amostras controle. No corte histológico dos cotilédones da
rúcula foi percebida uma diferença na distribuição do óleo essencial, o qual instiga uma posterior quantificação. Os
resultados apresentados sugerem que o crescimento de plantas em simulação de hipergravidade pode ser uma
alternativa para minimizar um dos principais problemas enfrentados pela indústria farmacêutica e cosmética, pois em
um menor período de tempo com um baixo custo operacional tem-se um aumento na produção de matéria-prima
vegetal, com uma possível geração de extratos quantitativamente padronizados.

EFEITO ALELOPÁTICO DO ÓLEO ESSENCIAL DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS E


108 SCHINUS MOLLE SOBRE LACTUCA SATIVA. Mariana Ávila Nesello, Ana Cristina Atti dos
Santos, Gabriel Fernandes Pauletti, Luciana Atti Serafini (orient.) (UCS).
A alelopatia é o efeito direto ou indireto de uma planta sobre outra por meio de agentes aleloquímicos liberados no
ambiente, sendo que essa interação química pode interferir na germinação de sementes e no desenvolvimento de
outras plantas. Schinus terebinthifolius R. (aroeira-vermelha) e Schinus molle L. (aroeira-mole) são plantas nativas da
América do Sul, pertencentes à família Anacardiaceae. No Brasil ocorrem de PE e MG ao RS, e por apresentarem
ampla regeneração natural são encontradas em diversos tipos de vegetações. Visto que o estudo de plantas com
possível efeito alelopático é justificado pela necessidade do desenvolvimento de uma agricultura sustentável, o
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito alelopático do óleo essencial de diferentes exemplares de S.
terebinthifolius e distintos acessos de S. molle sobre aquênios de Lactuca sativa (alface). O óleo essencial, obtido por
hidrodestilação e emulsionado com Polisorbato 80, foi testado nas concentrações 0, 0, 1, 0, 25, 0, 5, 0, 75 e 1% (v/v),
sendo que a concentração 0% correspondeu à testemunha. O bioensaio foi realizado em caixas gerbox utilizando
papel germiteste como substrato, e a germinação foi conduzida em estufa, com duração de 4 dias. Os parâmetros
avaliados foram: porcentagem de germinação (%G), índice de velocidade de germinação (IVG) e comprimento
radicular (CR). O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado e os resultados foram submetidos a análise
estatística, utilizando-se o programa SPSS 11.5 for Windows. De maneira geral, para ambas as espécies de Schinus,
conforme aumentou a concentração de óleo essencial, ocorreu diminuição dos valores de %G, IVG e CR,
demonstrando efeito alelopático sobre os aquênios de alface. (CNPq).

EFEITO DE AGENTES ESTRESSANTES NO CRESCIMENTO E ACÚMULO DE


109 VALEPOTRIATOS EM PLÂNTULAS DE VALERIANA GLECHOMIFOLIA. Mariana Kliemann
Marchioro, Natasha Maurmann, Arthur Germano Fett-Neto, Sandra Beatriz Rech (orient.) (UFRGS).
Valeriana glechomifolia Meyer, planta nativa do sul do Brasil, produz valepotriatos, os quais são relacionados com
propriedades sedativas, ansiolíticas, fungicidas e antitumorais. Este estudo objetivou avaliar o crescimento e acúmulo
de valepotriatos em plântulas de V. glechomifolia cultivadas in vitro submetidas a tratamento com os agentes
estressores Cloreto de Sódio (NaCl), Polietilenoglicol 8000 (PEG) ou Cloreto de Alumínio (AlCl3). Plântulas

528
Ciências da Saúde

subculturadas a cada 2 meses em meio MS com 30 g/L de sacarose e 6 g/L de agar, mantidas em sala climatizada a
25 ºC e 50 µmol.m-2.s-1, e fotoperíodo de 16 h. Após 56 dias de cultivo foram transferidas para meios MS contendo
NaCl (0; 100 e 200 mM), PEG (0; 2 e 7%) ou AlCl3 (0; 30 e 60 mM, com pH ajustado para 4, 50) e mantidas sob a
condição de estresse por 4 dias. Foram analisadas 8 replicatas por tratamento, em 2 experimentos independentes,
sendo o aumento de biomassa avaliado pela determinação do Índice de Crescimento (IC = massa inicial - massa
final/massa inicial). Plântulas cultivadas nos meios contendo NaCl e PEG demonstraram inibição de crescimento, e
as cultivadas nos meios contendo AlCl3, apresentaram-se pouco sensíveis à presença de alumínio nas condições
examinadas, ocorrendo aumento do crescimento na dose de 30 mM. Plântulas liofilizadas foram extraídas com
clorofórmio, retomadas em metanol e a quantificadas por CLAE, na qual não houve diferença estatística quanto ao
acúmulo de valepotriatos nos experimentos com NaCl e PEG, embora tenha sido observada uma tendência de
aumento com 2% de PEG. Para experimentos com AlCl3, ocorreu maior acúmulo de diidrovaltrato nas plântulas
cultivadas com 30 mM e semelhante acúmulo de valtrato e acevaltrato entre todos tratamentos. Os resultados
sugerem pouco envolvimento da produção de valepotriatos de V. glechomifolia em resposta ao estresse hídrico e
salino, além de modulação diferencial destes metabólitos em presença de Alumínio. (PIBIC).

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS GENES DE RESISTÊNCIA A GENTAMICINA E


110 TETRACICLINA DO MICRORGANISMO ENTEROCOCCUS SPP. Christine Garcia Bierhals,
Bianca Almeida Gama, Ana Paula Frazzon, Pedro D’Azevedo, Jeverson Frazzon (orient.) (UFRGS).
As bactérias do gênero Enterococcus estão amplamente distribuídas na natureza, sendo que em seres humanos e em
animais, esses microrganismos são parte da microbiota normal do trato gastrintestinal, cavidade oral e trato
geniturinário. Esses microrganismos agem como patógenos oportunistas, particularmente em imunocomprometidos.
A importância dos Enterococcus como patógenos nosocomiais deve-se ao aumento considerável da resistência
adquirida aos antimicrobianos freqüentemente utilizados. Este trabalho tem como objetivo identificar
microrganismos do gênero Enterococcus e determinar a freqüência da resistência a níveis elevados de
aminoglicosídeos (gentamicina) e tetraciclina de isolados clínicos e alimentares. Os microrganismos foram isolados
de alimentos utilizando meio seletivo e método de coloração Gram, as amostras clínicas foram fornecidas pelo
Laboratório de Cocos Gram Positivo da FFCMPA. A identificação molecular do gênero Enterococcus foi realizada a
partir de colônias sugestivas utilizando a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) pesquisando a presença
do gene Tuf. Para as amostras que apresentaram resultados positivos, foi verificada a presença dos genes tet(M) e
aac(6’)-le-aph(2”)-Ia que conferem resistência aos antibióticos gentamicina e tetraciclina, respectivamente. Foram
isoladas 62 amostras alimentares e 40 clínicas pertencentes ao gênero Enterococcus. Das amostras de alimentos 18%
apresentaram resistência à tetraciclina e 19, 5% a gentamicina; para as clínicas a resistência foi de 46% à tetraciclina
e 23% a gentamicina. Com isso, constatou-se um grande número de linhagens resistentes a antimicrobianos
usualmente empregados, não somente em amostras clínicas, mas também em amostras de alimentos obtidos fora do
ambiente hospitalar, demonstrando a importância do uso correto e racional de antimicrobianos. (PIBIC).

IDENTIFICAÇÃO DE FATORES QUE AFETAM A PRODUÇÃO E ACÚMULO DE


111 SAPONINAS EM QUILLAJA BRASILIENSIS (A. ST.-HIL. &TUL.) MART. Anna Carolina Alves
Yendo, Juliane Deise Fleck, Fernanda de Costa, Caroline Rita Venturi, Arthur Germano Fett-Neto,
Grace Gosmann (orient.) (UFRGS).
Quillaja brasiliensis (Rosaceae) é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul. A espécie congênere chilena, Q.
saponaria, uma das principais fontes industriais de saponinas, é utilizada, entre outros, como imunoadjuvante em
vacinas. Tendo em vista que a fração de saponinas purificada a partir do extrato aquoso de folhas da espécie
brasileira, denominada QB-90, apresentou atividade adjuvante em vacinas experimentais contra herpesvírus bovino
tipo 1, estudos de propagação da planta foram realizados visando à obtenção de matéria-prima nacional com
potencial utilização industrial. Considerando que a produção de terpenos e metabólitos secundários podem responder
a estímulos ambientais como ataque de patógenos e herbívoros, e a fim de identificar possíveis fatores que afetam a
produção e o acúmulo destas saponinas em Q. brasiliensis, plantas cultivadas no laboratório foram tratadas com
ácido salicílico, ácido jasmônico, expostas a dano mecânico controlado e à luz ultravioleta B e C. Foram realizadas
amostragens ao longo do tempo, e os extratos obtidos foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência.
A aplicação de ácido jasmônico exógeno nas concentrações de 40 e 400 µM induziu a produção de QB-90, assim
como a exposição à luz UV-C. Observou-se uma tendência no aumento do conteúdo desta fração nas plantas
expostas a dano mecânico e à luz UV-B. Não foi verificada influência da aplicação exógena de ácido salicílico sobre
a produção de QB-90, nas condições empregadas durante o período do experimento. (PIBIC).

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SEMENTES DE


112 VITIS VINIFERA (VARIEDADE MERLOT) POR DIÓXIDO DE CARBONO SUPERCRÍTICO.
Ramone do Amaral Bertussi, Fabiana Agostini, Ana Cristina Atti dos Santos, Luciana Atti Serafini
(orient.) (UCS).
O cultivo de uva no RS é uma importante atividade econômica que gera cerca de 80.000 toneladas de resíduo/ano. O
resíduo, que contém de 10 a 12% de sementes, apresenta alto teor de óleo, rico em ácido linoleico. A tecnologia de
extração por fluido supercrítico (SFE), utilizando o CO2 como solvente, aparece como uma opção para a obtenção

529
Ciências da Saúde

dos óleos comestíveis presentes nas sementes de uva. Este processo apresenta vantagens sobre as técnicas
tradicionais de extração, como o elevado potencial de solubilização de compostos de médios e elevados pesos
moleculares, as baixas temperaturas de extração e a facilidade de separação solvente/soluto. Sendo assim, o objetivo
deste trabalho foi determinar as melhores condições para a extração de óleo de sementes de Merlot, visando
aumentar o valor agregado das sementes descartadas sob a forma de resíduos industriais, além de comparar o óleo
extraído com aquele obtido em Soxhlet. As extrações SFE foram realizadas em módulo de bancada HP7680T, onde
0, 5 g de sementes moídas foram submetidas à extração por 60 minutos, variando-se pressão, temperatura e fluxo de
CO2. As análises quali-quantitativas para a escolha dos melhores parâmetros foram baseadas em cromatografia
gasosa. As condições selecionadas foram 40°C, 200 bar e 0, 5 mL de CO2/min, obtendo-se 7, 73% de óleo. As
análises demonstraram a presença de 4 picos referentes aos ácidos palmítico (6, 85%), esteárico (4, 26%), oléico (14,
41%) e linoleico (74, 44%). Comparando-se este óleo com o obtido em Soxhlet, observou-se que com a SFE são
obtidos maiores teores de ácido linoleico, o tempo de processo é bastante inferior, além do fato de que a tecnologia
aplicada faz uso de um solvente totalmente atóxico.

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE ESPÉCIES DE


113 PTEROCAULON. Gabriela de Carvalho Meirelles, Gabriela Ferreira, Damiana Vianna, Gilsane Lino
Von Poser, Raquel Bridi (orient.) (UFRGS).
O gênero Pterocaulon é constituído de 18 espécies que ocorrem predominantemente na América do Sul. No sul do
Brasil, algumas espécies deste gênero, conhecidas como “quitoco” são utilizadas popularmente como
antiinflamatório e no tratamento de afecções de pele, tanto em humanos quanto em animais. Algumas substâncias
isoladas destas espécies têm sido avaliadas quanto as suas propriedades antimicrobiana, antiviral, citotóxica e
antioxidante. O presente estudo tem por objetivo avaliar a capacidade antioxidante in vitro de extratos brutos
metanólicos e de frações (n-hexano, diclorometano e metanol) de duas espécies de Pterocaulon nativas do Rio
Grande do Sul, Pterocaulon alopecuroides e Pterocaulon balansae. O material vegetal seco e moído foi submetido à
maceração com metanol para obtenção de extratos metanólicos brutos. Para obtenção das frações foram realizadas
sucessivas extrações com n-hexano, diclorometano e metanol. A atividade antioxidante foi avaliada através da reação
com o radical 2, 2 difenil-1-picril-hidrazil (DPPH·) utilizando a técnica bioautográfica em placas de cromatografia
em camada delgada. Verificou-se em todas as amostras testadas a presença de substâncias com capacidade
antioxidante, evidenciadas nas cromatoplacas pela presença de manchas amarelas sobre fundo púrpuro, resultantes da
redução do radical DPPH. Conforme determinado em estudos prévios, as frações hexânica e diclorometânica são
ricas em cumarinas, enquanto que a fração metanólica, de ambas as espécies, apresentam flavonóides como
compostos majoritários. Essas duas classes de substâncias têm reconhecida atividade antioxidante sendo,
provavelmente, responsáveis pela capacidade antioxidante observada. (BIC).

Sessão 14
Enfermagem e Saúde A

CONSELHOS POPULARES DE SAÚDE EM CRICIÚMA. Edilene da Silva Ghedin, Heliete Rocha


114 Dossantos (orient.) (UNESC).
Esta pesquisa teve por objetivo pesquisar as concepções de participação e de saúde dos conselheiros
vinculados aos Conselhos Populares de Saúde (CPS) no município de Criciúma. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
de campo em vinte e um conselhos do referido município, considerando-se esta uma amostra significativa dos
conselhos pesquisados. O instrumento de pesquisa utilizado caracterizou-se como uma entrevista semi-estruturada
que após o pré-teste foi aplicada aos conselheiros. As reflexões desenvolvidas no projeto, considerando as
concepções de saúde e de participação, conseguiram nortear a pesquisa. Considerando as contribuições de Pedro
Demo pode-se dizer que a maioria dos pesquisados não vê a participação no contexto de uma proposta
emancipatória. Deste modo, sugere-se a adoção de políticas claras de Educação em Saúde que abranja a formação de
conselheiros. As concepções de saúde em cada conselheiro pesquisado um aspecto é acentuado ou generalizado
dizendo que saúde é tudo. O olhar sob o conjunto das respostas dos pesquisados nos dá uma visão mais ampla.
sugere-se um trabalho formativo que investa em formação para os conselheiros trabalhando as concepções de saúde e
de participação dentro de um projeto de Reforma Sanitária.

VISÃO DOS DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES HOSPITALARES PRIVADAS SOBRE A


115 FUNÇÃO GERENCIAL DO ENFERMEIRO. Lílian Ottesen Righi, Lisara Carneiro Schacker
(orient.) (FEEVALE).
A função gerencial do enfermeiro é destacada na sua atuação dentro das instituições hospitalares, o bom desempenho
desta função viabiliza a sistematização da assistência de enfermagem e possibilita a excelência do cuidado prestado
ao paciente. O objetivo deste trabalho foi conhecer a visão dos dirigentes de instituições hospitalares privadas da
grande Porto Alegre e Serra Gaúcha sobre a função gerencial do enfermeiro. Desenvolveu-se um estudo exploratório,
descritivo, com abordagem qualitativa. A população do estudo foi constituída por dirigentes de instituições

530
Ciências da Saúde

hospitalares privadas da Grande Porto Alegre e Serra Gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul. Os sujeitos do estudo
foram seis dirigentes de diferentes instituições. O Projeto de Pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa
do Centro Universitário Feevale. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, realizadas em março de 2007,
utilizando-se um instrumento semi-estruturado. A análise dos dados se desenvolveu através da utilização dos
pressupostos de Bardin (1977). Evidenciaram-se os seguintes resultados: os dirigentes consideram que a função
gerencial sustenta a qualidade assistencial; as funções prioritárias do enfermeiro estão relacionadas à coordenação
das equipes, unidades de trabalho e assistência ao cliente; a liderança, relacionamento interpessoal e o conhecimento,
apontadas como as principais habilidades/competências gerenciais necessárias ao enfermeiro; referiram também que
o enfermeiro não está suficientemente capacitado para atuar gerencialmente. De acordo com os resultados
encontrados, nota-se a necessidade de um esforço conjunto, dos profissionais de enfermagem, das instituições nas
quais trabalham, bem como das faculdades de enfermagem, de desenvolvimento das questões relacionadas ao
gerenciamento, para o aprimoramento dos profissionais.

EDUCAÇÃO CONTINUADA: EVIDÊNCIAS OU CONTROVÉRSIAS EM CENTRO


116 CIRÚRGICO. Daniella Davila Rodrigues, Monandra Lompa, Karina Bordonal, Katia Paim, Solange
Guimaraes (orient.) (ULBRA).
INTRODUÇÃO: Sabemos que existem algumas posturas tomadas por profissionais que se perpetuam, sendo
necessário uma educação embasada cientificamente que seja capaz de promover a mudança de atitudes.
OBJETIVOS: Levantar evidências relacionadas ao comportamento da equipe cirúrgica e correlaciona-las com a
orientação por meio da educação continuada. METODOLOGIA: Estudo exploratório descritivo por meio de
observação em um bloco operatório de um hospital escola, com uma equipe multidisciplinar.
DESENVOLVIMENTO: Na nossa experiência em CC verificamos como grupos de pessoas agem de formas
diferentes, dependendo de diferentes formas de orientação de como comportar-se no ambiente cirúrgico. A educação
continuada deve ser encarada pela equipe como um instrumento para melhorar a qualidade da assistência prestada e
para o crescimento individual de cada profissional. O enfermeiro tem papel de educar, por isso é fundamental que
estes profissionais executem a tarefa de ensinar e reeducar a equipe do centro cirúrgico. RESULTADOS: Após a
análise da conduta dos profissionais que compõem a equipe multidisciplinar, observamos a falta do senso comum
frente às posturas adequadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Concluímos que as posturas observadas no CC do
hospital escola em questão são inadequadas conforme as recomendações científicas, porém não existe um incentivo a
educação. A educação continuada proporciona aos trabalhadores oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento
de habilidades em suas ações profissionais, contemplando as necessidades da instituição, mas também as suas
necessidades.

ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-RETROVIRAL DE CRIANÇAS COM AIDS E AS


117 CARACTERÍSTICAS FAMILIARES E SÓCIO-ECONÔMICAS. Marcelo de Castro Klu, Diego
Schaurich, Maria da Graca Corso da Motta (orient.) (UFRGS).
Este estudo tem por objetivo avaliar as facilidades e/ou dificuldades na adesão ao tratamento anti-retroviral da
criança com aids e a caracterização sócio-econômica familiar. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva de
caráter quantitativo.O contexto é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A população é constituída por familiares de
criança com adis, para estimar uma proporção de 94% de adesão ao tratamento, com uma margem de erro de 0, 10 e
confiança de 95%são necessários 68 pacientes. A coleta realiza-se por meio de um instrumento que aborda dados
referentes ao familiar e/ou cuidador, à criança com AIDS, ao serviço e ao tratamento anti-retroviral. Para análise,
utiliza-se a descrição das variáveis categóricas por freqüências relativas percentuais e quantitativas por média e
desvio padrão. As questões éticas estão assegurando os direitos dos participantes. Os dados preliminares revelam:em
relação à idade das crianças que20% é igual ou inferior a 3 anos, 13%entre 4 e 6 anos, 20%entre 7 e 9 anos e
47%entre 10 e 12 anos. Quanto ao número de administrações dos anti-retrovirais encontrou-se que 7%utilizam 1vez
ao dia, 53% 2 vezes ao dia, 20% 3vezes ao dia e 20% 4vezes ou mais diárias;em relação ao grau de parentesco do
cuidador constatou-se que 53%são mães, 20%são tias e 27% outros. Relacionado ao grau de instrução do cuidador
encontrou-se que 53% têm 1°grau incompleto, 20% tem 2°grau completo e 27% outros; referente a soropositividade
do cuidador constatou-se que 62% são portadores do HIV e 38% são soronegativos. Conclui-se que os dados ainda
são insuficientes para prever as facilidades e/ou dificuldades referentes ao uso dos anti-retrovirais pela criança,
entretanto os resultados preliminares apontam o baixo grau de instrução do cuidador como um preditor de baixa
adesão medicamentosa

VERIFICAÇÃO DA ADESÃO AOS MEDICAMENTOS ANTI-RETROVIRAIS EM CRIANÇAS


118 E ADOLESCENTES NOS MUNICÍPIOS DE PORTO ALEGRE E SANTA MARIA. Aline Goulart
Kruel, Maria da Graca Corso da Motta (orient.) (UFRGS).
Este é um projeto de pesquisa multicêntrico desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul e Universidade Federal de Santa Maria, financiado pela cooperação PN DST/AIDS do Ministério da
Saúde/UNESCO, tendo como objetivos avaliar o nível de adesão ao tratamento anti-retroviral em crianças e
adolescentes com AIDS e desvelar a percepção e a vivência, em relação ao tratamento anti-retroviral e à adesão, na
perspectiva da família, da criança e do adolescente que vive com AIDS, ambos nos municípios de Porto Alegre e

531
Ciências da Saúde

Santa Maria (RS).Trata-se de uma pesquisa de natureza comportamental epidemiológica, cuja população alvo são os
familiares e/ou cuidadores de crianças (de zero a 12 anos) e os adolescentes (de 13 a 19 anos). Haverá dois
momentos metodológicos: coleta de dados quantitativos referentes à adesão ao tratamento anti-retroviral de crianças
e adolescentes e coleta de dados qualitativos relacionados à temática desta proposta, tendo como meio para tal as
Dinâmicas de Sensibilidade e Criatividade (DSC) (CABRAL, 1999) que visarão, por meio de oficinas, compreender
algumas questões pertinentes à percepção e vivência do tratamento medicamentoso. As questões éticas e bioéticas
são preservadas de acordo com a Resolução 196/96 Conselho Nacional de Saúde. Na primeira etapa da pesquisa
realizou-se a construção do instrumento para a coleta dos dados quantitativos, o qual apresenta questões relativas ao
familiar/cuidador, à criança/adolescente, aos aspectos sócio-econômicos e psicológicos e dados clínico-laboratoriais.
Houve a elaboração de um folder contendo fotos de caixas, frascos e comprimidos dos medicamentos anti –
retrovirais, assim como foi produzido um manual para preenchimento dos instrumentos de coleta de dados com o
objetivo de auxiliar os coletadores.

EFEITOS DO TRABALHO EM TURNOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR REVISÃO


119 SISTEMÁTICA. Eunice Fabiani Hilleshein, Karine Kummer Gemelli, Liana Lautert (orient.)
(UFRGS).
Introdução: é crescente o número de serviços que funcionam no noturno, em turnos e em horários irregulares,
exigindo que os indivíduos alterem seu ritmo circadiano para adaptar-se a esse estilo de vida. Metodologia: revisão
bibliográfica sistemática com o fator em estudo: efeito do trabalho em turnos na saúde dos trabalhadores. Seguiu-se
os passos indicados pelo Centro Cochrane do Brasil, selecionando as publicações nas bases de dados Medline e
SciELO, utilizando-se, associados e/ou isoladamente, os unitermos Shift Work, Occupational Health, Occupational
Risk para investigações publicadas entre 2000 e 2007 e que estivessem disponíveis online pela internet. Resultados:
dos 117 artigos disponíveis, 81 foram excluídos por não serem pesquisas, restando 36; sendo 33 em inglês e 3
português. Foram realizados 6 nos Estados Unidos, 6 no Brasil, 3 na Suécia, 2 na Inglaterra, 1 na Croácia, 1 em
Portugal e 1 na França. 12 no Japão, 1 no Irã e 1 em Taiwan, 1 na Islândia e1 na Austrália, sendo 18, 9% estudos de
coorte; 70, 3% transversais e 10, 8% caso-controle. Os trabalhadores são profissionais da saúde(30, 6% enfermeiros,
5, 6% assistentes sociais e médicos), 27, 8% de indústrias/fábricas, 5, 6% que atuam em meios de transporte, 16, 7%
outras classes e 13, 9% sem definição profissional. As investigações abordam a qualidade do sono e estado de alerta
em 22, 2% dos artigos, cansaço em 11, 1%, exclusão social, dificuldade de relacionamento familiar e insatisfação no
trabalho em 13, 9%. Doenças cardiovasculares em 27, 8%, sintomas gastrointestinais em 11, 1%, risco de câncer de
próstata em 8, 3%, de mama em 2, 8% e 2, 8% outros. Conclusão: Os efeitos do trabalho em turnos vem sendo alvo
de diferentes estudos, no entanto os autores não puderam associar muitas alterações da saúde dos trabalhadores ao
trabalho em turno, devido ao uso de pesquisas transversais.

SERVIÇO DE INFORMAÇÕES SOBRE ERROS INATOS DO METABOLISMO (SIEM).


120 RESULTADOS DE 5 ANOS E 8 MESES DE UM SERVIÇO GRATUITO PIONEIRO NO
BRASIL. Cláudio Magalhães Dacier Lobato, Silvani Herber, Luciana Giugliani, Cristina Brinckmann
de Oliveira Netto, Maria Teresa Sanseverino, Lilia Refosco, Célio Rafaelli, Carolina Fischinger Moura de Souza,
Roberto Giugliani (orient.) (UFRGS).
O SIEM é um serviço telefônico gratuito, que presta informações para médicos e profissionais da saúde envolvidos
no diagnóstico e manejo de pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de um erro inato do metabolismo
(EIM). Considerando que, no seu conjunto os EIM são patologias freqüentes, mas pouco conhecidas em nosso meio,
o diagnóstico e manejo adequado são fundamentais para a saúde e o prognóstico dos afetados, assim como para o
aconselhamento genético das famílias. No período de Outubro de 2001 a Junho de 2007 foram realizados 1070
registros. Em 77% dos registros as ligações foram provenientes da região Sul e Sudeste do Brasil. Em 52% das
vezes, o contato foi realizado por pediatras, neonatologistas ou neuropediatras. Na maioria das vezes (85%), o
profissional procura apoio para diagnóstico e/ou manejo inicial do paciente. Dos 1070 registros, 646 (66%) tiveram a
investigação para EIM concluída, sendo destes 102 (16%) casos de EIM, 238 (37%) não EIM, 181 (28%)
inconclusivos, e 125 (19%) foram perdidos. Dos 102 casos com diagnóstico de EIM, 20 casos (19, 6%) eram
aminoacidopatias; 22 casos (21, 6%) eram de acidemia orgânica; 16 casos (15, 7%) DLD; 11 casos (10, 8%) doença
do metabolismo dos carboidratos; 10 casos (9, 8%) doença do metabolismo energético; 6 casos (5, 9%) doença dos
peroxissomos e 16, 6% outras categorias. Os dados mostram um elevado número de casos suspeitos de EIM sem um
diagnóstico conclusivo, provavelmente devido às dificuldades e falhas na investigação. Acreditamos na importância
do nosso serviço para proporcionar uma forma de investigação racional e o diagnóstico e manejo mais precoce,
evitando as graves seqüelas nos pacientes.

532
Ciências da Saúde

Sessão 15
Psiquiatria A

INGESTÃO ALIMENTAR E NÍVEIS SÉRICOS DE FERRO EM CRIANÇAS E


121 ADOLESCENTES PORTADORES DO TRANSTORNO DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE. Gabriela Lima Pedroso, Márcia Menegassi, Luis Augusto Rohde,
DÉFICIT DE

Elza Daniel de Mello, Carolina Benedetto Gallois, Betina Katz, Breno Matte, Fernanda Driemeier, Roberta Paula
Schell Coelho, Marcelo Schmitz (orient.) (UFRGS).
Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) tem sido considerado o transtorno
neurocomportamental mais freqüente em crianças, com prevalências entre 4 e 10%. Resultados iniciais de pesquisas
sugerem que intervenções nutricionais possam contribuir na abordagem terapêutica do transtorno. Dentre os
nutrientes que são utilizados nessas intervenções está o ferro, cuja deficiência pode acarretar em problemas
comportamentais. Esse mineral participa do metabolismo do neurotransmissor dopamina, sendo uma das coenzimas
para a sua síntese. Dados de estudos neurobiológicos indicam que a dopamina está envolvida na fisiopatologia do
TDAH. Assim, especula-se se há alguma ligação entre deficiência de ferro e o desenvolvimento do TDAH. A anemia
é considerada a doença mais prevalente em todo o mundo, especialmente a caracterizada por carência de ferro. A
confirmação desta associação pode resultar em importantes estratégias de saúde pública. Objetivos: Avaliar a
associação entre ingestão e níveis séricos de ferro no desenvolvimento do TDAH; comparar o perfil alimentar de
portadores de TDAH que fazem uso de metilfenidato com os que não fazem uso do medicamento em relação ao
grupo controle; comparar os exames bioquímicos relacionados aos níveis de ferro dos grupos citados. Métodos:
Jovens dos 3 grupos receberão avaliação diagnóstica por psiquiatras da infância e adolescência e realizarão exame de
sangue e parasitológico de fezes. Também responderão inquéritos alimentares - questionário de freqüência alimentar,
recordatório de 24h e registro alimentar de quatro dias. Resultados e conclusões: O trabalho está em fase final de
coleta de dados. Até a data da apresentação deste estudo, as análises estatísticas estarão concluídas e os resultados
encontrados serão discutidos.

INTERAÇÃO GENE X AMBIENTE (GXA): MODERAÇÃO DE UM POLIMORFISMO DO


122 GENE DO RECEPTOR 1A DA SEROTONINA (5HTR1A) NA RELAÇÃO ENTRE
TRANSTORNO DO PÂNICO (TP) E ESTRESSORES PRECOCES DE VIDA. Giovanni Abrahão
Salun Junior, Carolina Blaya, Priya Moorjani, Ana Carolina Seganfredo, Elizeth Heldt, Letícia Kipper, Jordan
Smoller, Gisele Gus Manfro (orient.) (UFRGS).
Introdução: recentemente observou-se uma forte tendência de desequilíbrio de transmissão do alelo G de um
polimorfismo (rs6295) localizado na região promotora do 5HTR1A C(-1019)G, entre indivíduos com eventos
traumáticos de vida, mas não em indivíduos sem eventos traumáticos, sugerindo uma interação GxA. Objetivo:
avaliar se o polimorfismo rs6265 do gene 5HT1A modifica o efeito dos estressores na infância associados ao TP na
vida adulta. Métodos: este estudo caso-controle avaliou 52 pacientes caucasianos com TP e 104 controles
caucasianos sem transtorno psiquiátrico. A caracterização de casos e controles foi realizada através do Mini
International Neuropsychiatry Interview (M.I.N.I.) por psiquiatras e psicólogos treinados. Os estressores precoces de
vida foram avaliados pelo Questionário sobre Trauma na Infância (QUESI). As amostras foram analisadas de forma
automatizada pelo espectrômetro de massa MassARRAY RT. A análise dos dados foi realizada através de modelos
de regressão logística, análise estratificada e procedimento de Mantel Haenszel(MH). Resultados: na análise
estratificada pela presença do alelo G (genótipos CG e GG) ou ausência do alelo G (genótipo CC) houve modificação
do efeito dos eventos traumáticos precoces no TP na vida adulta se considerarmos o Abuso Sexual (AS): ORBRUTO=2,
82(IC95% 1, 16 a 6, 83), ORCC=0, 48(IC95% 0, 051 a 4, 52), ORCG/GG=8, 25(IC95% 2, 17 a 31, 31), ORMH=3,
55(IC95% 1, 36 a 9, 25). O termo interação AS*alelo G permaneceu significativo na regressão logística após
controle de potenciais confundidores e dos efeitos dessas variáveis individualmente no desfecho. Conclusão:
desconsiderando as limitações inerentes a um estudo retrospectivo, os dados, se replicados, são as primeiras
evidências que os autores têm conhecimento de uma interação GxA no TP.

ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DA ESCALA FAST (FUNCTIONAL ASSESSMENT SHORT


123 TEST) PARA O PORTUGUÊS EM PACIENTES BIPOLARES. Fernanda Weyne Magnus, Alice
Cacilhas, Keila Maria Cereser, Ana Cristina Andreazza, Adriane Rosa, Eduard Vieta, Flavio Pereira
Kapczinski (orient.) (UFRGS).
Background: A FAST é um instrumento simples a auto-aplicável que avalia 6 áreas específicas do funcionamento:
autonomia, trabalho, cognição, finanças, relações interpessoais e lazer. Tais áreas são importantes no cotidiano,
assim é válida a avaliação de como o THB (transtorno de humor bipolar) afeta o funcionamento psicossocial dos
pacientes. A versão original em espanhol é validada na população psiquiátrica, mas não há versão disponível em
português. Objetivos: Validar a versão adaptada para o português da escala FAST em bipolares. Métodos: 100
pacientes com THB confirmado por SCID (Structured Clinical Interview for DSM-IV) e 100 controles sem história
pessoal ou familiar de THB, esquizofrenia ou desordens neurológicas pareados por sexo, idade e nível de instrução

533
Ciências da Saúde

foram avaliados com as escalas FAST, HDRS (depressão), HARS (ansiedade), YMRS (mania), GAF
(funcionamento global), Sheehan (incapacidade). Resultados: FAST demonstrou alta consistência interna (alfa de
Cronbach de 0.952). Validação concomitante mostrou correlação negativa altamente significativa com GAF em
pacientes e alta significância positiva com outras escalas aplicadas dentro dos grupos (p<0, 001). Avaliação teste-
reteste mostrou correlação significativa entre pacientes e controles (r=0; p=0, 001 em bipolares e r=0, 87; p=0, 001
em controles). Pacientes tiveram valores maiores em todas as áreas da FAST em comparação com controles
(autonomia: md+sd 2.68+2.93; trabalho: md+sd 8.98+6.67; cognição: md+sd 5.37+4.22; finanças: md+sd 1.92+2.08;
relações interpessoais: md+sd 5.10+4.43; lazer: md+sd 2.86+1.99; FAST total: md+sd 26.91+16, 27; p<0,
001).Conclusão: Resultados da FAST em português demonstram boas validade interna e relação com GAF,
parecendo um bom método de medida do funcionamento psicossocial no THB.

PANORAMA NACIONAL DO ENSINO DA PSIQUIATRIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO


124 DA MEDICINA. Patrícia Magali Simonaggio, Camila Ruschel Selbach, Carolina Belotto, Cláudia
Viña Coral, Fernanda de Paula Ramos, José Cássio do Nascimento Pitta, Marco Antonio Brasil, Miguel
Abib Adad, Rogerio Wolf de Aguiar, Alfredo Cataldo Neto (orient.) (PUCRS).
Objetivo: Traçar um perfil do ensino da psiquiatria nas escolas médicas brasileiras. Material e Métodos: Entramos
em contato com as 119 escolas médicas do país através de correio, telefone, fax e e-mail. Após seis tentativas
obtivemos 85 respostas, o que corresponde à 71% das escolas.Os endereços foram coletados no site da Associação
Brasileira de Ensino Médico (ABEM). Conclusão: O panorama Nacional encontrado foi: 1 a 5 professores (75, 3%)
com duas disciplinas de Psiquiatria (41, 2%), Carga horária total de 61-90 horas-aulas (25%), com enfoque
predominantemente psicodinâmico e clínico (58%), com aulas práticas em contextos clínicos gerais (62%), com
livros textos básicos (95%), com avaliação no final da disciplina (70%) e, com professores com as seguintes
titulações : 1 a 2 especialistas (55%), 1 a 2 mestres (45%) e, 1 a 2 doutores/ livres docentes (40%).

POLIMORFISMO VAL66MET DO FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO


125 (BDNF) E TRANSTORNO DO PÂNICO: ESTUDO CASO-CONTROLE. Jandira Rahmeier
Acosta, Carolina Blaya, Giovanni Salum Jr, Gisele Gus Manfro (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O Transtorno Pânico (TP) desenvolve-se por interação de fatores genéticos e estressores
biopsicossociais. Um gene candidato que vem sendo estudado nos diferentes Transtornos Mentais é o que codifica o
Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF). O BDNF possui um importante papel na sobrevivência neuronal,
diferenciação e plasticidade sináptica. Uma variação no códon 66 (rs 6265) foi relacionada à ansiedade em ratos, no
entanto dois estudos em amostras orientais não encontraram associação entre esse polimorfismo e o TP. O objetivo
desse estudo é pesquisar associação do polimorfismo Val66Met do BDNF no TP em um estudo de caso-controle.
MÉTODOS: Foram incluídos 136 pacientes caucasianos com TP de acordo com o diagnóstico pelo DSM-IV e 137
controles caucasianos. Foi extraído o DNA através de sangue periférico. A genotipagem do rs 6265 foi realizada
através da reação em cadeia da Polimerase, com posterior identificação através do espectrometrômetro de massa.
RESULTADOS: A freqüência do alelo A (Met) nos pacientes foi de 15, 5%, e no grupo controle 16, 9% (Qui-
quadrado = 0, 19, p=0, 65). Não houve também associação entre as freqüências dos genótipos. CONCLUSÃO: Não
houve associação entre o polimorfismo Val66Met e o TP, ratificando os estudos orientais. No entanto, é possível que
o pequeno tamanho amostral do nosso estudo não tenha poder de identificar um possível pequeno efeito desse gene
no TP. Além disso, é necessário avaliar as interações gênicas do BDNF entre o Val66Met com outros genes
candidatos. (PIBIC).

ÁLCOOL, NICOTINA E SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS: PREVALÊNCIA DE USO


126 PROBLEMÁTICO E ASSOCIAÇÃO COM FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E IDADE DE
PRIMEIRO CONSUMO DE ÁLCOOL: ESTUDO TRANSVERSAL COM ADOLESCENTES
MASCULINOS – AMOSTRA COMUNITÁRIA, SUL DO BRASIL. Mariana Gehlen Walcher, Luis Augusto
Rohde, Flávio Pechansky, Kênia Fogaça da Silveira, Pauline Ruaro, Thais Schaefer, Claudia Maciel Szobot (orient.)
(ULBRA).
Introdução: Há uma preocupação com o aumento da prevalência do uso problemático (UP) de substâncias
psicoativas (SPA) em adolescentes, além da precocidade da idade de primeiro consumo (IPC). Fatores sócio-
demográficos (FSD) influenciam o UP. Objetivos: Estimar a prevalência de UP em uma amostra comunitária de
adolescentes. Avaliar a associação de UP de SPA com IPC de álcool e FSD. Métodos: Estudo transversal (n=920) em
região metropolitana do Sul do Brasil. Adolescentes masculinos (15 a 20 anos), residentes em área de atuação de 4
Programas de Saúde da Família, foram entrevistados no domicílio, avaliando-se o uso de SPA (Alcohol Smoking and
Substance Screening Test - ASSIST). Os FSD e a IPC foram sistematicamente aferidos. Resultados: Idade média: 17,
37 anos (DP=1, 70). A prevalência de UP de nicotina foi 19, 4%; de álcool, 18, 1%; de maconha, 6, 3%; de cocaína,
3, 1%; e de inalantes, 1%. Na análise multivariada, os resultados foram ajustados para IPC de álcool e FSD.
Reprovação escolar esteve associada a UP de nicotina (RC=2, 62, p=0, 02, IC95%=1, 18-5, 80), álcool (RC=2, 16,
p=0, 048, IC95%=1, 00-4, 61) e substâncias ilícitas (RC=8, 78, p<0, 001, IC95%=2, 63-29, 31). Baixo nível
socioeconômico e menor IPC de álcool também estiveram associados a UP de substâncias ilícitas (RC=2, 07, p=0,
04, IC95%=1, 02-4, 21 e RC=0, 57, p<0, 001, IC95%=0, 47-0, 69, respectivamente). Conclusões: Nossos resultados

534
Ciências da Saúde

confirmam a alta prevalência de UP de SPA em adolescentes, bem como a associação entre uma menor IPC de álcool
e um maior UP de SPA ilícitas. A reprovação escolar pode ser um marcador de risco para UP de todas as SPA.
Nossos resultados ajudam na identificação de jovens em maior risco para UP de SPA, contribuindo na prevenção
primária em relação ao consumo das mesmas.

A EFETIVIDADE DO METILFENIDATO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E


127 ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
(TDAH). Rita de Cassia Borges Chapon, Guilherme Polanczyk, Carolina Gallois, Carolina Borowsky,
Henrique Lutdwig, Davi Dias, Luis Augusto Paim Rohde (orient.) (UFRGS).
Este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade do tratamento com metilfenidato a curto prazo (1 e 3 meses) em
crianças e adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Foram incluídos os 260
crianças e adolescentes diagnosticadas com TDAH e tratadas com metilfenidato entre agosto de 2001 e abril de 2004
no Programa de Déficit de Atenção/Hiperatividade (ProDAH) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que
retornaram após 1 ou 3 meses do diagnóstico inicial para reavaliação. Foi considerada como resposta ao tratamento a
redução de pelos menos 30% no escore da escala SNAP-IV nos momentos das reavaliações (1 e 3 meses) em relação
ao escore inicial. A taxa de resposta no 1o mês de tratamento foi de 48% e no 3o mês, 49%, sendo que 32% da
amostra apresentou resposta persistente ao tratamento e 25% permaneceu sem resposta ao longo do período de
acompanhamento. Entre os indivíduos sem resposta no 1o mês, 52% permaneceram sem resposta no 3o mês de
tratamento, 20% não retornaram para reavaliação e 28% obtiveram resposta na reavaliação subseqüente. A
efetividade do tratamento com metilfenidato em uma amostra de crianças tratadas em um ambiente clínico parece ser
menor do que a eficácia desta medicação relatada em estudos clínicos randomizados. O reconhecimento de
características demográficas e clínicas relacionadas à não resposta ao tratamento com metilfenidato no momento do
diagnóstico inicial pode permitir que estratégias auxiliares sejam implementadas no sentido de aumentar a
efetividade desta intervenção. (BIC).

RECONSULTAS AO PLANTÃO PSIQUIÁTRICO E AUSÊNCIA DE VAGAS – UM REFLEXO


128 DA REFORMA? Luis Claudio de Velleca e Lima, Jose Menna de Oliveira (orient.) (UFPel).
OBJETIVO: Discutir aspectos da reforma psiquiátrica à luz do número de reconsultas a um plantão
psiquiátrico e da ausência de leitos disponíveis para internação. MÉTODOS: Estudaram-se os registros nos livros de
ocorrência do Hospital Espírita de Pelotas, RS, durante o mês de abril de 2007, contabilizando o número total de
atendimentos, o número de reconsultas (retorno ao plantão naquele mesmo mês) e o número de registros referentes à
não-internação devido à ausência de leitos. RESULTADOS: Dentre 409 atendimentos, 67 (16%) foram reconsultas e
67 (16%) necessitavam de internação, que não se concretizou devido à ausência de leitos. DISCUSSÃO: tomando-se
as reconsultas ao plantão como um indicativo indireto da insuficiência de serviços ambulatoriais e hospitais-dia, e
tomando-se a ausência de leitos como um indicativo direto da ausência de recursos a nível terciário, a assistência
psiquiátrica na região estudada pode ser considerada gravemente comprometida. CONCLUSÃO: os presentes
resultados contribuem para a discussão sobre os rumos futuros da reforma psiquiátrica.

CORRELACAO ENTRE INTRUMENTOS QUE AFEREM SONOLENCIA DIURNA EM


129 PACIENTES DEPRIMIDAS. Fabiana Amaral Guarienti, Wolnei Caumo, Julio Carlos Pezzi, Liliane
Pinto Vidor, Cristiane Koplin, Mayara Mayer, Rebeca Correia, Maria Paz Loayza Hidalgo (orient.)
(UFRGS).
INTRODUÇÃO: O sono tem um papel importante não só na saúde física, mas especialmente na saúde mental. Sabe-
se que problemas com relação ao sono são muito freqüentes em pacientes deprimidos. Entretanto, poucos estudos
tem objetivado pesquisar o papel da sonolência diurna em transtornos de humor. OBJETIVOS: investigar o nível de
sonolência diurna, correlacionando-o com as escalas que aferem gravidade do transtorno depressivo. MATERIAL E
METODOS: foram entrevistadas 29 mulheres, de 26 a 54 anos, com media de 9 anos de estudo, portadoras de
transtorno depressivo recorrente diagnosticado através da SCID, que responderam a Epworth (escala Likert que
avalia sonolência diurna, propensão da pessoa a cochilar), além das escalas que avaliam sintomas depressivos,
Hamiltom (HAM), Inventário Beck para Depressão (BDI) e Escala de Montgomery-Asberg (MA). RESULTADOS:
os instrumentos de aferição para depressão mostraram correlação significante (MA e HAM: r=0.776; MA e BDI:
r=0.722; BDI e HAM: r=0, 79; p<0.001). Não foi observada correlação entre gravidade de sintomas depressivos e o
grau de sonolência diurna (HAM: r=0.13, p=0.54; BDI: r= 0.15, p=0.46; MA: r=0.05, p=0.80) CONCLUSÃO: É
sabido que existe marcada importância da insônia em transtorno depressivo. No entanto, baseado nesses dados
preliminares, podemos observar que a gravidade dos sintomas depressivos não necessariamente estão relacionados
com o grau de sonolência diurna.

INDICADORES INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES BIPOLARES EM EPISÓDIO


130 MANÍACO. Gabriel Rodrigo Fries, Ângelo Batista Cunha, Ana Cristina Andreazza, Keila Maria
Ceresér, Marina Concli Leite, Carlos Alberto Gonçalves, Flavio Pereira Kapczinski (orient.) (UFRGS).
Existe um interesse aumentado pela função do sistema imune e inflamatório nos transtornos de humor. Episódios de
humor estão associados a mudanças nos perfis de citocinas e proteínas de fase aguda como a proteína C-reativa

535
Ciências da Saúde

ultrassensível (hsCRP), assim como um aumento na proteína S100B, cujos níveis extracelulares aumentados estão
associados com dano cerebral. O presente estudo investigou os níveis séricos de hsCRP e S100B em pacientes
maníacos, deprimidos e eutímicos de transtorno bipolar e em controles saudáveis pareados. Foi realizado um ensaio
ultrassensível utilizando um método de aglutinação imunoturbidimétrica amplificado com partículas de látex e teste
de ELISA para verificar os níveis séricos de hsCRP e S100B, respectivamente. Para verificar a diferença entre
grupos nós usamos teste de ANOVA e pós-teste de Tukey. Os níveis séricos de S100B (0, 11±0, 03) e hsCRP (11,
81±9, 99) estiveram aumentados em pacientes bipolares maníacos (F=32, 11; df=112, 3; p=0, 011; F=64, 33; df=112,
3; p<0, 001), se comparados com pacientes eutímicos (0, 06±0, 03; 2, 14±2, 58 S100B e hsCRP respectivamente),
deprimidos (0, 08±0, 05; 2, 30±2, 23 S100B e hsCRP respectivamente) e controles (0, 04±0, 02; 1, 60±2, 24 S100B e
hsCRP respectivamente). Esses achados sustentam a hipótese de que o sistema inflamatório pode ter um papel no
curso do transtorno bipolar.

Sessão 16
Cirurgia

EFEITOS DE INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS PRÉ-OPERATÓRIAS EM


131 DESFECHOS PERIOPERATÓRIOS EM CRIANÇAS. Ana Paula da Rosa Rodrigues, Nadima
Vieira Toscani, Carlos Eduardo Batista Martins, Paula de Freitas Wildt, Mônia Elisa Werlang, Maira
Isis Stangler, Daniela Tchernin Wofchuk, Wolnei Caumo (orient.) (FFFCMPA).
A ansiedade pré-operatória e a ocorrência de sintomas mal-adaptativos são eventos bastante estressantes em
pacientes pediátricos. O midazolam é o medicamento mais usado para sedação de crianças, mas a cetamina, a
clonidina e melatonina são possíveis alternativas embora não esteja bem estabelecida a superioridade entre estes
fármacos. Nosso objetivo é comparar o efeito do midazolam, cetamina, clonidina e melatonina sobre a ansiedade pré-
operatória, agitação ao despertar e sintomas adaptativos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi desenhado um ensaio
clínico randomizado, duplo cego, em paralelo com controle ativo. A amostra é constituída por crianças da 2-6 anos
que se submeterão a cirurgia ambulatorial no serviço de cirurgia pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio
(ISCMPA). Os pacientes são randomizados de forma estratificada por idade e tipo de cirurgia em grupos de
tratamento. São avaliados o temperamento da criança, seu nível de ansiedade e a presença de sintomas mal-
adaptativos através de escalas validadas previamente. A análise estatística usará o teste ANOVA e de Kruskal-wallis,
acentando um p < 0, 05. RESULTADOS: Foram alocados no estudo 50 pacientes, tendo sido completada a avaliação
de 4 destes. Não havendo resultados significativos até o momento. DISCUSSÃO: Os dados provenientes do estudo
poderão auxiliar no manejo de crianças durante o período perioperatório, podendo assim minimizar o impacto de
procedimentos invasivos na ansiedade e no aparecimento de sintomas mal-adaptativos destas.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O USO DE COIL REVESTIDO COM COPOLÍMERO E


132 COIL NÃO REVESTIDO NO TRATAMENTO ENDOVASCULAR DOS ANEURISMAS
CEREBRAIS- MODELO EXPERIMENTAL. Pedro Salomão Piccinini, Gabriel Mossmann, Marco
Aurélio Grüdtner, Maria Isabel Edelweiss, João Elesbão, Adamastor Humberto Pereira (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: aneurismas da circulação cerebral são importante causa de mortalidade e morbidade. O tratamento
endovascular envolve “coils” inseridos no aneurisma, com trombose e subseqüente exclusão do aneurisma da
circulação, reduzindo o risco de ruptura; tem a vantagem de ser menos invasivo que o padrão-ouro (“clipping” com
grampos cirúrgicos). Estudos como o ISAT demonstraram superioridade de tratamento endovascular comparado à
cirurgia; a controvérsia sobre o melhor tratamento continua. Assim, surgiu um novo modelo de “coil” (Matrix),
revestido por platina, supostamente mais trombogênico, com exclusão mais completa do aneurisma. OBJETIVOS:
desenvolver modelo experimental de aneurisma cerebral em artéria de suínos, avaliar o processo de organização do
trombo e de formação de tecido fibrocelular com os “coils” revestidos (Matrix) comparados aos “coils” sem
revestimento (GDC). MATERIAL E MÉTODOS: foram utilizados 8 suínos da raça Large-White de 8 semanas com
peso aproximado de 30 kg. Sob anestesia geral, foi criado um aneurisma (com uso de veia jugular externa) em cada
artéria carótida externa (ACE), sendo realizada arteriografia para determinar a perviedade do aneurisma. Após 14
dias, foi realizada nova arteriografia e implantado “coil” endovascular. Cada suíno recebeu um “coil” GDC à
esquerda (controle), e um “coil” Matrix à direita (grupo intervenção). Após 14 dias, foi realizada eutanásia, sob
anestesia geral. Os aneurismas foram enviados para análise. RESULTADOS: Um dos suínos apresentou infecção na
região cervical após 14 dias, não sendo possível o implante dos “coils”. Em cinco animais, a fibrose estava mais
organizada (trombo branco) no lado em que foi usado o “coil” Matrix. Nos animais restantes, a reação fibrótica foi
semelhante dos dois lados. CONCLUSÃO: o modelo é reprodutível e eficiente para investigação de intervenções
endovasculares. Estudo em fase de análise morfométrica.

536
Ciências da Saúde

EFEITO DO GLUTAMATO MONOSSÓDICO NA PROLE DE RATAS WISTAR PRENHAS.


133 Vanessa de Paula Lopes de Almeida, Vinicius Von Diemen, Angélica Sauthier, Greyce Berton, Manoel
Roberto Maciel Trindade (orient.) (UFRGS).
Introdução: A obesidade tem etiologia multifatorial e é considerada um problema de saúde pública em alguns países
como os EUA, onde atinge cerca de 30% da população. Mesmo em níveis leves tem efeitos maléficos à saúde
estando associada a menor longevidade. O glutamato monossódico (GMS), agente flavorizante amplamente usado
em alimentos industrializados, tem sido investigado como possível causador de obesidade. Sabe-se que ele causa
lesão hipotalâmica em ratos quando administrado por via parenteral e consequentemente leva à obesidade, mas
pouco se sabe quando o GMS é administrado por via oral. Objetivo: Observar o efeito do GMS nos fetos de ratas
prenhas alimentadas com GMS em duas concentrações durante a gestação e a amamentação comparados com o
controle. Esse efeito será estudado através do peso e tamanho dos ratos recém nascidos e até o desmame com 21 dias.
Métodos: Serão utilizadas ratas Wistar prenhas alimentadas com ração com GMS à 20%, 10% e sem GMS,
formando 3 grupos, respectivamente. Haverá controle de consumo de ração e água durante todo o período do estudo.
No dia do nascimento e a cada 3-4 dias até o 21º dia de vida os ratos serão pesados e medidos (distância nariz-anus
em cm). Delineamento: Estudo experimental. Amostra: O tamanho da amostra foi calculado pelo programa PEPI
versão 4.0. Parâmetros utilizados: poder de 90%, erro alfa de 0, 05 para detecção de diferença mínima de 0, 5 desvio-
padrão entre os grupos. Análise Estatística: Será utilizado o teste t de student para amostras independentes para todas
as comparações descritas entre médias. Caso as médias não tenham distribuição normal, será utilizado o teste não
paramétrico de Mann-Whitney. Quando as comparações entre médias forem entre mais de 2 grupos, será utilizado o
teste ANOVA. Resultados: O projeto esta concluído e os dados em análise estatística.

VALOR PREDITIVO DA DOSAGEM SÉRICA DO PSA, TESTOSTERONA TOTAL E LIVRE,


134 SHBG, PROTEÍNA C REATIVA E IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA PARA
CHLAMYDIA TRACHOMATIS COMO FATORES PROGNÓSTICOS NO CÂNCER DE
PRÓSTATA CLINICAMENTE LOCALIZADO. Marcos D'arrigo Mottin, Karin Marise Jaeger Anzolch,
Leonardo Winkelmann, Diego Baldissera, Renan Camargo, Melina Canterji, Jeruza Neyeloff, Walter Jose Koff
(orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata é a neoplasia maligna não-cutânea mais freqüente no sexo masculino, sendo
uma causa importante de morbimortalidade. A dosagem do antígeno prostático específico sérico, o PSA, ainda
representa, juntamente com o toque retal, as duas principais armas que se dispõe para o rastreamento da doença.
Estudos mais recentes, porém, têm questionado o valor do PSA como um sinalizador inequívoco da agressividade
desta neoplasia. Recentemente o comportamento biológico desta neoplasia tem sido associado às dosagens séricas de
testosterona e proteína C reativa. A presença de anticorpos contra Chlamydia trachomatis em títulos elevados pode
indicar exposição cumulativa à bactéria o que poderia, em tese, levar à agressão crônica de células e tecidos, como o
prostático. OBJETIVOS: Avaliar o potencial comportamento biológico das neoplasias malignas de próstata
submetidas à cirurgia radical, inferido através de um estudo detalhado das peças cirúrgicas (estagiamento
anatomopatológico criterioso), o correlacionado à dosagem sérica do PSA, da testosterona total, livre e SHBG, à
proteína C reativa e ao IgG para Chlamydia. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo com pacientes do
serviço de Urologia do HCPA sendo submetidos à prostatectomia radical a partir de julho de 2006. Está sendo
elaborado um banco para análise em SPSS. RESULTADOS: Estudo ainda em fase de coleta.

EFEITO DO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE


135 CIRURGIA ABDOMINAL. Lucas Homercher Galant, Luiz Alberto Forgiarini Junior, Gisele Kalata
Garcia, Maria Cristina dos Santos Baumgarten, Adriane Dal Bosco, Mariane Borba Monteiro,
Alexandre Simões Dias (orient.) (IPA).
Introdução: Complicações pulmonares são frequentes em pacientes submetidos à cirurgia abdominal no período pós-
operatório imediato, para minimizar os efeitos provocados pelo procedimento cirúrgico, preconiza-se uma
intervenção fisioterapêutica precoce. Objetivos: Avaliar o efeito do atendimento fisioterapêutico imediato na sala de
recuperação pós-operatória em indivíduos submetidos à cirurgia abdominal. Métodos: Este ensaio clínico
randomizado, composto por vinte e dois pacientes, divididos em dois grupos com onze indivíduos cada. O grupo 1
(G1) recebeu atendimento fisioterapêutico na sala de recuperação (SR) e posteriormente na unidade de internação e o
grupo 2 (G2) realizou o procedimento somente na unidade de internação. Todos foram avaliados no pré e no pós-
operatório, sendo mensurada a função pulmonar (espirometria), as pressões respiratórias máximas
(manovacuometria), o risco para complicações pulmonares pós-operatórias pela escala de PORT (Perioperative
Respiratory Therapy) e o tempo de permanência na SR. Utilizou-se o teste t Student, com nível de 5% (p < 0, 05*).
Resultados: Houve redução significativa na função pulmonar (CVF e VEF1 respectivamente em litros (L) no G2
quando comparado ao G1 em relação o período pré com o período pós-operatório* (G1 pré – 2, 7 ± 0, 55 e 2, 4 ± 0,
4; pós - 2, 27 ± 0, 5 e 2, 05 ± 0, 42; G2 pré – 2, 79 ± 0, 54 e 2, 59 ± 0, 32; pós - 2, 25 ± 0, 42 e 2, 03 ± ). Também
ocorreu mudança significativa na pressão inspiratória máxima, diminuindo o pós-operatório nos dois grupos, bem
como no tempo de permanência na SR no G1(220, 9 minutos) quando comparado ao G2 (309 minutos)*. Conclusão:
O atendimento fisioterapêutico no pós-operatório imediato de cirurgia abdominal demonstra ser uma alternativa
eficaz, pois reduziu o tempo de permanência na SR.

537
Ciências da Saúde

INFLUÊNCIA DA EJACULAÇÃO NOS NÍVEIS SÉRICOS DO ANTÍGENO PROSTÁTICO


136 ESPECÍFICO TOTAL E LIVRE. Diego Baldissera, Alberto da Costa Stein, Marcos André Sonagli,
Walter Jose Koff (orient.) (UFRGS).
Um método de melhora na acurácia do teste do PSA é identificar fatores outros que a presença de câncer que podem
causar o aumento dos níveis do PSA, entre eles: manipulações prostáticas, incluindo cistoscopia, biópsia prostática,
ressecção trans-uretral de próstata e condições benignas como prostatite e hiperplasia prostática benigna, todos
demonstrando aumento na concentração sérica de PSA. Entretanto outro fator associado à alteração dos níveis
séricos de PSA, em situações fisiológicas, é a ejaculação. Estudos publicados recentemente têm demonstrado
resultados conflitantes a respeito dessa alteração. Nosso estudo demonstrou que a ejaculação aumenta os níveis
séricos de PSA assim como o estudo de Jonathan D. et al. que apresentou um aumento do PSA Total, Livre
imediatamente após a ejaculação (período de 1h, 6hs e 24hs), sugerindo que a avaliação da dosagem do PSA total
24hs após a ejaculação poderia estar sendo erroneamente avaliada. Outros estudos porem, demonstram resultados
opostos: Axel H. et al. avaliando os níveis séricos de PSA em 100 pacientes entre 25 e 35 anos após 1h e 24hs
concluíram que não houve aumento significativo nos níveis de PSA. Juan Stenner et al. demonstrou que o PSA
retorna aos níveis basais em 12hs após a ejaculação. Contudo, concluímos que não devemos solicitar a dosagem de
PSA no primeiro dia após a ejaculação, nesses casos devemos atentar para possíveis valores erroneamente elevados
devidos à ejaculação. (Fapergs).

Sessão 17
Ginecologia e Obstetrícia A

COMPARAÇÃO ENTRE DUAS TÉCNICAS DE CARDIOTOCOGRAFIA DE REPOUSO EM


137 FUNÇÃO DO MOMENTO DE INTERRUPÇÃO DO EXAME. Luiza Cirolini, Viviane Alves
Machry, Luíze Nunes Bettanzo, Maria Luísa Budel, Liziane Soares Ferreira, Edson Nunes de Moraes
(orient.) (UFSM).
Introdução: A técnica para realização da cardiotocografia (CTG) de repouso pressupõe pelo menos 20 minutos de
teste, com a interrupção do mesmo quando o feto se mostrar reativo, isto é, duas acelerações transitórias da FCF.
Objetivo: Comparar dois grupos de resultados de CTG, com técnicas diferentes de interrupção do exame de
avaliação fetal. Material E Métodos: Estudou-se 209 gestantes submetidas à CTG de repouso no HUSM, no primeiro
semestre de 2007, destas 4 casos de gêmeos, excluídas da amostra. Compararam-se dois grupos G1 (n=108) e G2
(n=101) de CTG de repouso, em função do tempo total de exame, tempo de reatividade fetal, e diferença entre o
tempo total do exame e o tempo de reatividade fetal (delta tempo). Os testes com fetos não reativos eram submetidos
ao teste vibroacústico, não estudados no trabalho. Em G1 os critérios foram previamente estabelecidos, isto é, com
um resultado de feto reativo o exame deveria ser interrompido. Em G2 ficou a cargo do observador o momento de
interrupção do teste. Para a análise dos resultados utilizou-se o teste de Mann-Whitney considerando-se com um p<0,
05. Resultados: Observaram-se diferenças significantes entre G1 e G2 quanto ao tempo de exame (16, 6min±11,
1min e 30, 1min±15, 2min, respectivamente; p<0, 001), tempo de reatividade fetal (7, 59min±4, 04min e 12,
07min±18, 9min, respectivamente; p<0, 004), e delta tempo (4, 66min±4, 36min e 16, 84min±13, 4min,
respectivamente; p<0, 001). Conclusões: A utilização de critérios prévios de interrupção da CTG no momento da
reatividade fetal resultou em importante diminuição do tempo de exame, agilizando o serviço e propiciando maior
número de gestantes a serem atendidas; refletiu ainda, uma menor quantidade de papel de registro utilizada,
acarretando menores gastos hospitalares.

QUALIDADE DE VIDA E CÂNCER DE MAMA: UM ESTUDO CASO CONTROLE. Angélica


138 Dal Pizzol, Lenita Catan, Graziela Rech Artico, Fernanda Kreische, Dino de Lorenzi (orient.) (UCS).
O câncer de mama lidera os óbitos por câncer entre as mulheres. O tratamento implica em intervenções
freqüentemente mutiladoras que podem afetar a auto-estima da mulher, interferindo negativamente na sua qualidade
de vida e sexualidade. O estudo teve por objetivo avaliar a qualidade de vida e aspectos relacionados à sexualidade
de 80 mulheres tratadas por carcinoma primário de mama no Ambulatório de Mastologia da UCS, comparando-os
com um grupo controle sem neoplasia. A coleta de dados foi realizada mediante entrevistas entre 08/2005 a 05/2007.
A qualidade de vida foi avaliada através do Short-Form Health Survey e a sexualidade através do n° de relações
sexuais no mês anterior à entrevista e através de uma escala de 5 pontos tipo Likert. Tempo médio de conclusão do
tratamento foi de 23, 6 meses. Não se constatou influência significativa do câncer de mama e do seu tratamento no
número de relações sexuais, como na satisfação sexual. Quanto à qualidade de vida, com base no instrumento SF-36,
esta se mostrou significativamente mais deteriorada nos domínios relacionados à capacidade funcional, limitação
física, dor, aspectos sociais e esfera emocional entre as portadoras de câncer de mama. Não se observaram diferenças
significativas entre as mulheres que se submeteram a cirurgias com ou sem preservação da mama, a linfadenectomia
axilar, por sua vez, associou-se a pior qualidade de vida, em particular no que se refere a limitação física e
capacidade funcional. Os dados deste estudo indicam que o câncer de mama interferiu negativamente na qualidade

538
Ciências da Saúde

de vida e a sexualidade não variou. Além das intervenções clínicas e cirúrgicas, é recomendado o envolvimento
multiprofissional com vistas à redução das seqüelas físicas e emocionais.

SINALIZAÇÃO DA AKT/PKB EM MIOMAS E MIOMÉTRIOS. Mateus Reche, Rafael B Orcy,


139 Ilma S B Silva, Helena Eye Von Corleta, Edison Capp (orient.) (UFRGS).
Introdução:Miomas, tumores benignos do tecido muscular liso, podem causar desconforto, hemorragia,
dor pélvica, infertilidade e não raramente aborto. Fatores de crescimento estimulam a via Akt/PKB inibindo a
apoptose e estimulando o crescimento celular. A diminuição da apoptose em miomas já foi demonstrada pelo
aumentonto de Bcl2. Objetivo: Compar a expressão basal da Akt/PKB e seus substratos fosforilados em serina e
treonina em miomas e miométrios adjacentes de mulheres submetidas à histerectomia. Pacientes e Métodos:
Participaram deste estudo 12 mulheres que foram a histerectomia no Serviço de Ginecologia do HCPA. Foram
realizadas análises de proteínas das amostras por imunnoblot. Resultados: A expressão protéica da AKT/PKB foi de
1, 90 (0, 59- 4, 75) para miométrio e 3, 71 (0, 45- 7, 47) para mioma com p= 0, 68. GSK3ß foi de 30 (0, 11- 0.36)
para miométrio e 0, 63 (0, 47- 0, 91) para mioma com p=0, 004. Outros substratos também se mostraram mais ativos
nos miomas. Conclusões: A via da Akt/PKB está mais ativa nos miomas e a apoptose pode estar mais inibida pela
ação da GSK3. (CNPq).

EXPRESSÃO DE MUC1 NAS TUBAS UTERINAS DE MULHERES COM GRAVIDEZ


140 TUBÁRIA. Luiz Carlos Almeida da Silva, Maria Isabel Edelweiss, Gisele Silva de Moraes, Ricardo
Francalacci Savaris (orient.) (UFRGS).
Introdução:MUC1 é uma proteína expressa na superfície das células epiteliais da cérvice, endométrio e tuba uterina
(TU). Sua função inclui a lubrificação, a proteção do epitélio e atividade antiadesiva. Essa atividade é demonstrada
através da expressão da MUC1 em todos os níveis da TU, por todo o ciclo menstrual. Nas macacas Cebus apella, a
MUC1 é expressa na TU durante a fase folicular e secretora. A gravidez ectópica tubária (GET) não foi observada
nessa espécie de animais, apesar de longos períodos de observação em cativeiro. Objetivo: Determinar a expressão
da mucina MUC1 no epitélio tubário de mulheres com GET em comparação com as tubas normais. Material e
Métodos:Empregamos imunoistoquímica em material obtido de pacientes submetidas à cirurgia por GET (casos) e à
histerectomia total (controle) por condições benignas (não câncer). Resultados: Foram obtidos 9 controles e 9 casos,
3 com ruptura tubária e 6 com tubas preservadas. Os casos apresentaram uma idade média de 34, 2±1, 5, enquanto os
controles 34, 2 ±1, 5 (p=0.05). Não foi encontrada diferença entre os grupos, quanto a etnicidade. Todos os controles
expressaram MUC1 no epitélio tubário, enquanto o epitélio das tubas com GET apresentaram HSCORE médio de 1,
4±0, 2 (p=0, 0001). Discussão:Uma redução significativa na expressão foi observada nos casos, quando comparados
aos controles. Este achado sugere que a ausência de MUC1 pode estar relacionada à etiologia da GET. Um aspecto
importante desse estudo é o polimorfismo do número de repetições em tandem no ectodomínio da MUC1. O
anticorpo usado não pôde reconhecer alguns destes epitopos, dado um falso negativo. Todavia, podemos afirmar que
existe, no mínimo, uma diferença na glicosilação do ectodomínio da MUC1 nos casos de GET.

ANÁLISE DOS POLIMORFISMOS A307T E N680S DO GENE DO RECEPTOR DO


141 HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) EM MULHERES COM ENDOMETRIOSE E
INFERTILIDADE. Virginia de Oliveira Rosa, Gustavo Rodini, Clarissa Tabajara Moura, Cristian
Rafael Sloczinski, Greyce Berton, Cláudia Vina Coral, Camila Campos, Vanessa Genro, Joao Sabino Lahorgue da
Cunha Filho (orient.) (UFRGS).
A endometriose pode associar-se à infertilidade por diferentes mecanismo:alterações imunológicas, anatômicas,
uterinas, endometriais, entre outras. Como existe um razoável corpo de evidências relacionando as alterações do
receptor do FSH com o prognóstico reprodutivo e função ovulatória em mulheres e, sabendo que a endometriose
pode associar-se com anormalidades ovulatórias, propomos esta pesquisa. Nosso principal objetivo é um melhor
entendimento dos mecanismos envolvidos na infertilidade das mulheres com endometriose e a proposição de
tratamentos mais racionais e baratos, otimizando seus resultados. Para tal será realizado um estudo caso-controle
para o estabelecimento da prevalência do genótipo do receptor do FSH. Será determinada a freqüência alélica e
genotípica dos polimorfismos A307T e N680S no éxon 10 do gene do receptor do FSH na população de mulheres
inférteis com endometriose em comparação com um grupo controle de mulheres férteis sem endometriose. (PIBIC).

SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE DO EXAME FÍSICO E DA HISTÓRIA CLÍNICA NO


142 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ. Joao Valter Pires Junior, Luiz Carlos Almeida da Silva, Gisele
Silva de Moraes, Ricardo Francalacci Savaris (orient.) (UFRGS).
Introdução: Identificar a gravidez é de suma importância, pois as complicações relacionadas com a hemorragia
oriunda da gravidez ectópica rota ou do abortamento estão como as principais causas de mortalidade entre as
mulheres da América Latina. No nosso meio, não temos dados que demonstrem a acurácia da avaliação ginecológica
para diagnosticar a gravidez, e questionamos o valor do teste de gravidez na urina (TGU) como forma de
rastreamento para as pacientes com dor pélvica (DP) e/ou sangramento uterino anormal (SUA), em idade
reprodutiva. Material e Métodos: Estudo transversal, realizado na emergência do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA), em mulheres com idade entre 14 e 50 anos com DP e/ou SUA; excluindo aquelas com exames de

539
Ciências da Saúde

gravidez positivos, histerectomizadas, menopausadas ou sem telefone para contato. O avaliador realiza a consulta e
dá o seu parecer a respeito da possibilidade de gravidez. Em seguida é realizado o TGU. Os avaliadores são
ginecologistas contratados do serviço de emergência ginecológica, professores, residentes do primeiro ano (R1), do
segundo ano (R2) e do terceiro ano (R3) de residência em ginecologia e obstetrícia do HCPA. Resultados: A
porcentagem de concordância entre o avaliador e o teste de gravidez para contratados, professores, R1, R2 e R3,
foram, respectivamente, 70%, 100%, 100%, 75% e 100%. Em um dos casos em que não houve concordância entre o
avaliador e o teste, o sangramento era devido a um leiomioma uterino. Conclusões: Esses resultados parciais
mostram que ocorre discordância na avaliação da gravidez principalmente com os contratados e os R2. Além disso,
há eventos que podem confundir o diagnóstico clínico de gravidez. Todavia, esses dados aguardam atingir o número
de 196 casos para atingir poder estatístico.

ENSAIO CLÍNICO SOBRE O USO OU NÃO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA DO


143 ABORTAMENTO INFECTADO APÓS ALTA HOSPITALAR. Elton Sano Alves, Adriani Oliveira
Galão, Luiz Carlos Almeida da Silva, Gisele Silva de Moraes, Ricardo Francalacci Savaris (orient.)
(UFRGS).
Introdução: O tempo de tratamento da endometrite por aborto infectado ainda não está bem definido e não é baseado
em ensaios randomizados. A rotina do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HCPA preconiza o uso de
antimicrobianos intravenosos por até 48 horas afebril, seguido por medicação por via oral até completar 10-14 dias.
O Ministério da Saúde recomenda o uso intravenoso de antibióticos por 7 a 10 dias. Estudos em mulheres com
endometrite pós-cesárea demonstraram que não seria necessário prolongar o tratamento após a melhora clínica.
Objetivo: Verificar a equivalência do placebo com o uso de Doxiciclina e Metronidazol na cura do aborto infectado,
após a alta hospitalar. Justificativa: Um tempo mais curto de tratamento antimicrobiano em pacientes com aborto
infectado poderia ser usado, trazendo menos gastos ao SUS e menos incômodo às pacientes. Materiais e Métodos:
Estudo randomizado, prospectivo, duplo-cego com 2 braços. Objetiva-se alcançar 84 pacientes que tiveram
internação hospitalar por aborto infectado. Elas receberão o tratamento tradicional ou o abreviado até completar 10
dias de tratamento. Resultados Parciais: Já foram randomizadas 39 pacientes (20 para o tratamento A e 19 para o
tratamento B), entre Maio/2006 e Março/2007. A média de idade do Grupo A é de 32, 8±3, 3 anos e a do Grupo B de
24, 2±1, 4 (média±EPM), sem diferença estatística (p= 0, 08). Todas as pacientes apresentaram melhora clínica sem
a necessidade de uso adicional de antibióticos, nem de internação hospitalar. Conclusões: Os achados iniciais
demonstram que não há diferença entre o tratamento tradicional e o abreviado. Esses dados, contudo, ainda não
apresentam poder pelo n reduzido.

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO AVALIANDO O USO DO SISTEMA INTRAUTERINO


144 (SIU) COM LEVONORGESTREL ASSOCIADO AO ESTRADIOL VIA ORAL EM BAIXA
DOSE COMPARADO A UMA ASSOCIAÇÃO DE ESTRADIOL E DROSPIRENONA VIA
ORAL EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA. Viviane Renata Philipsen, Luiza Schvartzman, Júlia Marques
Rocha Azevedo, Carolina Castro Pereira, Luísa Franco Soriano, Ângela Massignan, Aline Nagatomi, Maria Celeste
Osorio Wender (orient.) (UFRGS).
O climatério sintomático, relacionado ao declínio da função ovariana, acomete a maioria das mulheres, prejudicando
a qualidade de vida. Apesar das polêmicas surgidas com estudos recentes, é consenso que a Terapia Hormonal (TH),
adequadamente empregada, traz benefícios à pacientes com climatério sintomático recente. Objetivo principal:
comparar efeitos endometriais da associação estroprogestativa de baixa-dose (estradiol 1mg/d e drospirenona 2mg/d)
à associação do estradiol 1 mg/d oral e SIU com levonorgestrel. Objetivos secundários: comparar espessura
endometrial, padrão de sangramento uterino, perfil lipídico, densidade mamográfica e adaptação das usuárias aos
dois tratamentos. Foram incluídas 30 mulheres pós-menopáusicas sintomáticas, com útero e sem uso de TH, as quais
foram submetidas a anamnese, exame físico global e ginecológico, além de exames complementares, conforme
rotina do ambulatório de climatério. Na ausência de anormalidades, as pacientes foram encaminhadas à histeroscopia
para avaliação e biópsia endometrial. Durante a randomização, determinou-se dois grupos: 1) Estradiol 1 mg/dia e
sistema intrauterino de levonorgestrel 2) Estradiol 1 mg/dia e drosperinona 2mg/dia. As pacientes são orientadas
sobre o preenchimento de diário para verificação de sangramento uterino e sintomatologia, e retornam ao
ambulatório após 1, 3, 6, 9 e 12 meses. A proposta atual é a prescrição individualizada, sem as indicações
preventivas anteriores e sem extrapolar resultados de estudos em determinado grupo etário para todas as pacientes. A
TH administrada nos regimes propostos neste estudo ainda não foi avaliada em mulheres no nosso meio, e tem
possíveis vantagens sobre os regimes utilizados hoje.

O IMPACTO DO TESTE ANTI-HIV ROTINEIRO DURANTE O PRÉ-NATAL NO TOTAL DE


145 DIAGNÓSTICOS DE HIV NAS MULHERES. Renata Müller Rosenthal, Denise Araújo de Freitas,
Mariângela Freitas da Silveira (orient.) (UFPel).
A epidemia do HIV vem aumentando entre as mulheres, especialmente entre as mais jovens. O rastreamento com
sorologia anti-HIV durante a gestação foi uma medida tomada para evitar a transmissão vertical do vírus. O presente
estudo visa evidenciar, entre mulheres com idade fértil e sorologia positiva, o impacto do diagnóstico de HIV durante
a testagem rotineira do pré-natal no total de diagnósticos em mulheres. Para isso, realizou-se um estudo retrospectivo

540
Ciências da Saúde

através da coleta de dados em prontuários das pacientes que entraram no serviço de Ginecologia do SAE/DST –
Pelotas, nos anos de 2005 e 2006. A coleta foi realizada por estudantes de medicina e os dados analisados no
programa SPSS 13.0. Foram incluídas no estudo 119 mulheres, as quais sabiam a data do seu diagnóstico. Dessas, 87
(73%) encontravam-se em idade fértil (16 aos 42 anos). Dentre as pacientes em idade fértil, 42% foram
diagnosticadas durante o pré-natal, sendo a prevalência tanto maior quanto menor a idade – 66, 7% em mulheres com
menos de 20 anos, 54, 3% de 20 a 30 e 25% em maiores de 30 anos (valor p de tendência = 0, 002). Embora o estudo
tenha uma limitação devido ao fato de que as mulheres diagnosticadas no pré-natal são mais prontamente
encaminhadas ao SAE, o exame anti-HIV no pré-natal mostrou-se de grande importância para o diagnóstico de HIV
em mulheres. Este rastreamento foi responsável por mais da metade do diagnóstico em mulheres jovens. O estudo
demonstra a importância da testagem para HIV no pré-natal e, ao mesmo tempo, mostra a necessidade de ampliar o
acesso ao teste anti-HIV para as mulheres jovens, independentemente da gestação.

Sessão 18
Aspectos Biomecânicos da Atividade Física A

AVALIAÇÃO DO SINAL ELETROMIOGRÁFICO DOS MÚSCULOS PÓSTERO-MEDIAIS DO


146 TRONCO DURANTE O MOVIMENTO SIMÉTRICO DE MANUSEIO DE CARGA DO SOLO.
Débora Cantergi, Fabia Milman Krumholz, Marcelo La Torre, Jefferson Fagundes Loss (orient.)
(UFRGS).
O objetivo do trabalho é verificar a existência de comportamento elétrico simétrico entre os músculos póstero-
mediais do tronco durante atividade simétrica de manuseio de carga. Foi coletado o sinal EMG de dezesseis
indivíduos com os eletrodos posicionados bilateralmente a três centímetros dos processos espinhosos da sétima
vértebra cervical, terceira, sexta e nona vértebras torácicas e primeira, terceira e quinta vértebras lombares. A carga a
ser manuseada foi calculada para cada indivíduo seguindo as orientações do Guia de Práticas de Trabalho para o
Manuseio de Cargas de NIOSH (1994), sendo determinada uma carga equivalente ao índice de levantamento de 1, 5.
A carga foi posicionada à frente do participante sobre uma plataforma com altura ajustável respeitando a
flexibilidade individual a fim de evitar alterações das curvaturas fisiológicas no plano frontal da coluna vertebral. Foi
solicitado aos participantes que mantivessem ritmo contínuo entre 12 e 20 segundos por execução. Para análise, o
sinal EMG dos gestos foi dividido em quatro fases (descida sem carga, subida com carga, descida com carga e subida
sem carga) e seus valores RMS normalizados pela contração isométrica voluntária máxima, realizada na postura em
decúbito ventral, de acordo com Konrad, 2005. Para certificar-se da simetria do gesto e identificar suas fases, foi
utilizada cinemetria, com marcadores posicionados sobre o processo espinhoso da primeira vértebra torácica e sobre
os ângulos inferiores das escápulas. Teste-t pareado foi utilizado para verificar diferenças estatísticas entre os lados,
em nível de 0, 05. Até o presente momento foram computados os resultados de três indivíduos e não foram
encontradas simetrias entre os lados direito e esquerdo.

AVALIAÇÃO DO TORQUE MÁXIMO E DA ARQUITETURA MUSCULAR APÓS A


147 IMOBILIZAÇÃO DO TORNOZELO. Luciana Corrêa Awdziej, Rafael Reimann Baptista, Fernando
Amâncio Aragão, Alessandra Quinteiro Galvão, Marco Aurelio Vaz (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da imobilização no torque máximo e na arquitetura do músculo
Gastrocnêmico Medial (GM) em indivíduos acometidos por entorse grau II da articulação do tornozelo. Nossas
hipóteses são de que o torque máximo dos flexores plantares, a espessura, o ângulo de penação e o comprimento de
fascículo muscular do GM estarão reduzidos no tornozelo com entorse quando comparado ao saudável (contra-
lateral), ao serem analisados pelo aparelho de ultra-sonografia. Três homens e quatro mulheres com idade 30, 00 ± 9,
54 e 35, 50 ± 5, 97 anos, 83, 87 ± 13, 62 e 62, 25 ± 11, 44 kg de massa corporal, 173, 33 ± 8, 02 e 160, 75 ± 6, 45 cm
de estatura, respectivamente, assinaram termo de consentimento informado para participação no estudo. Os
indivíduos foram submetidos a duas semanas de imobilização do tornozelo com uma tala gessada na posição neutra
(ângulo de 90º). O torque máximo de flexão plantar foi avaliado através de um dinamômetro isocinético (Biodex
System 3 Pro). A arquitetura muscular foi mensurada por ultra-sonografia através de um ecógrafo (Aloka SSD 4000),
tanto em repouso quanto durante a contração voluntária máxima. Durante o teste os indivíduos foram posicionados
sentados na cadeira do dinamômetro com o joelho mantido em aproximadamente 25º de flexão e o tornozelo na
posição neutra. Uma sonda de ecografia de arranjo linear com freqüência de amostragem de 7, 5 MHz foi
posicionada no centro do ventre muscular do GM e fixada por um adaptador externo preso ao segmento do sujeito
por faixas de velcro. Um teste-t de Student para amostras dependentes revelou uma redução do torque máximo do
tornozelo imobilizado comparado ao saudável (p<0, 01). As medidas de arquitetura do músculo GM e uma análise
mais detalhada do torque máximo estão sendo realizadas e deverão ser concluídas até agosto de 2007 para
apresentação dos resultados finais junto ao SIC em outubro de 2007.

541
Ciências da Saúde

RAZÕES DE TORQUE E ATIVAÇÃO EM INDIVÍDUOS IMOBILIZADOS APÓS ENTORSE


148 DE TORNOZELO - DADOS PRELIMINARES. Jeam Marcel Geremia, Alessandra Quinteiro
Galvão, Fernando Diefenthaeler, Flávio Antônio de Souza Castro, Marco Aurélio Vaz (orient.)
(UFRGS).
Razões de torque permitem avaliar o equilíbrio na capacidade de produção de força de grupos musculares
antagonistas. A imobilização articular produz hipotrofia muscular não-uniforme entre grupos antagonistas, alterando
esse equilíbrio natural. O objetivo deste estudo foi avaliar as razões de torque e ativação elétrica muscular em
indivíduos imobilizados após entorse de tornozelo. Os membros saudáveis e imobilizados de cinco sujeitos foram
avaliados em contração isocinética concêntrica máxima nas velocidades de 60°/s, 120°/s, 180°/s, 240°/s e 300°/s.
Ocorreu um aumento das razões de torque do membro imobilizado quando comparado ao lado saudável, decorrente
de uma redução no torque dos flexores plantares, sem alterações no torque dos flexores dorsais. Não foram
observadas diferenças nas razões de ativação dos grupos musculares antagonistas dos dois membros. Esses
resultados indicam que as alterações nas razões de torque ocorreram devido a hipotrofia da musculatura imobilizada,
sem influência da atividade elétrica no torque de grupos musculares antagonistas. (PIBIC).

CARACTERIZAÇÃO DOS ARCOS PLANTARES EM ESCOLARES OBTIDOS ATRAVÉS DO


149 PODOSCÓPIO ASSOCIADO À BIOFOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA. Queli
Franciela Dequi, Vanessa Martinelli Brauner, Renata Lenz de Brum (orient.) (ULBRA).
O objetivo do presente estudo foi identificar o tipo de arco plantar através do podoscópio associado à
Biofotogrametria computadorizada em escolares na faixa etária entre 07 e 14 anos. Foram instituídos como critério
de inclusão a faixa etária em que se encontravam os estudantes e estarem regularmente matriculados na instituição de
ensino. Foram excluídos da amostra os estudantes que não apresentaram o termo de consentimento livre e
esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis, estudantes portadores de patologias neuro-músculo-esqueléticas,
fraturas prévias em membros inferiores, doenças neurológicas congênitas, traumatismos crânio-encefálicos e demais
patologias que possam intervir no desenvolvimento normal do indivíduo. A amostra total foi de 130 estudantes,
sendo 58 estudantes do sexo feminino e 72 estudantes do sexo masculino, totalizando 260 pés. As imagens das
impressões plantares foram adquiridas através do podoscópio e posteriormente analisadas através da
Biofotogrametria computadorizada, utilizando o software AUTOCAD 2000. O protocolo para análise das imagens
foi o mesmo utilizado por STAHELI et al. (1987), determinando as impressões plantares que apresentavam valores
referentes a pés normais, cavos e planos. Para os valores estatísticos, foi realizada uma análise de freqüência e
análise estatística descritiva. Ao final da realização do estudo, pode-se concluir que a maioria dos pés são normais,
sendo os pés cavos a alteração com maior incidência nos estudantes que apresentaram impressões plantares fora dos
padrões de normalidade.

MODELO PARA QUANTIFICAÇÃO DAS FORÇAS MUSCULARES E ARTICULARES NA


150 COLUNA CERVICAL DURANTE O CICLISMO. Gustavo Becker Delwing, Maicon Pasini,
Marcelo La Torre, Ramiro Schaurich, Fabiana Chaise, Jefferson Loss, Claudia Tarrago Candotti
(orient.) (UNISINOS).
Considerando a escassez de pesquisas que relacionem as forças atuantes na coluna cervical com o ciclismo, este
estudo foi realizado para verificar a influência do posicionamento do indivíduo na bicicleta, durante a pedalada,
sobre a sobrecarga mecânica na coluna cervical. Foram avaliados nove indivíduos praticantes de atividades físicas
durante teste em bicicleta de competição acoplada a um ciclossimulador. O protocolo consistiu em pedalar na
cadência de 80 rpm, com uma relação de marcha de 53x17, em posturas diferentes, comuns no ciclismo. Para o
registro bidimensional das variáveis cinemáticas foram utilizados marcadores reflexivos colocados sobre pontos
anatômicos de referência na cabeça e coluna cervical e uma câmera de vídeo digital. Um indivíduo foi submetido a
exame radiológico da cabeça e coluna cervical, no plano sagital, em duas posições: ereta e em extensão cervical
máxima. Neste exame, marcadores de chumbo foram colocados sobre os mesmos pontos anatômicos do registro
cinemático, sendo esse procedimento necessário para estimar a localização do eixo de rotação e da inserção
muscular. Um modelo biomecânico bidimensional que considera os segmentos cabeça e pescoço como um segmento
único e rígido e a técnica da dinâmica inversa possibilitaram o cálculo das variáveis cinéticas. A análise estatística
consistiu na comparação dos valores médios e máximos das forças muscular (FMR) e articular (FAR) resultantes
obtidas nas posturas utilizando ANOVA one-way e post hoc de Bonferroni. Os resultados demonstram diferença
significativa (p<0, 05) entre as médias e os picos das FMR e FAR entre as posturas, sendo que quando os indivíduos
modificaram suas posturas da ereta para ataque a média das FMR e FAR aumentaram em quinze e oito vezes,
respectivamente.

ANÁLISE DO TORQUE DE RESISTÊNCIA DO EXERCÍCIO DE ROSCA DIRETA COM


151 BARRA E COM BANDA ELÁSTICA. Éverton Lopes Vogt, Gustavo Becker Delwing, Igor Felker,
Marcelo La Torre, Jefferson Fagundes Loss, Claudia Tarrago Candotti (orient.) (UNISINOS).
O treinamento de força tem sido baseado, tradicionalmente, em exercícios com pesos livres, nos quais a resistência
depende da gravidade e está condicionada à velocidade de execução. Com intuito de fomentar o treinamento de
força, bandas elásticas (BE) podem constituir uma alternativa interessante, pois a resistência oferecida pelas BE

542
Ciências da Saúde

independe tanto da gravidade quanto da velocidade de execução. Frente ao exposto, o objetivo deste estudo foi
avaliar o torque de resistência (TR) oferecido pelo exercício de rosca direta com utilização de peso livre e de BE. Um
indivíduo executou dois exercícios de flexão de cotovelo, um utilizando uma barra e outro uma BE como
implemento, sendo em ambos casos a força externa mensurada com uma célula de carga durante toda amplitude
articular. Para a análise dos dois exercícios, foi utilizado o modelo bidimensional de segmentos articulados. A força
muscular (FM) foi estimada a partir de uma única distância perpendicular média ponderada dos flexores do cotovelo
retirada da literatura. Os resultados demonstraram que a barra oferece maior TR nos ângulos iniciais do exercício
enquanto que a BE oferece um TR aproximadamente constante a partir dos 40° de flexão do cotovelo. Como a
exigência muscular tende a ser proporcional à demanda do exercício, a FM se comportou de forma análoga ao TR.
Em termos de magnitude, a BE proporcionou um TR 500% e uma FM 1600% maiores do que com a barra, no final
da amplitude de movimento. A análise biomecânica do exercício de rosca demonstrou que a utilização de pesos
livres oferece maior TR nos dois primeiros terços da amplitude de movimento (0° a 90°), enquanto que a BE oferece
maior TR no terço final (90° a 140°).

RELAÇÕES ENTRE O COMPRIMENTO DE COXA E A LOCALIZAÇÃO DA ZONA DE


152 INERVAÇÃO EM MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR. Felipe de Amorim Carvalho, Eduardo
Marczwski da Silva, Cristine Lima Alberton, Marcus Peikriszwili Tartaruga, Luiz Fernando Martins
Kruel (orient.) (UFRGS).
Muitos métodos têm sido sugeridos na literatura para o posicionamento dos eletrodos para o registro do sinal
eletromiografico. Na maioria desses métodos, a determinação da zona de inervação (ZI) do músculo de interesse é o
fator determinante para o correto posicionamento dos eletrodos. Porém localizar a zona de inervação de cada
músculo, não é uma tarefa fácil. Com o intuito de tornar esta tarefa mais simples, o objetivo deste estudo foi analisar
a relação entre o comprimento de coxa e a localização da zona de inervação de quatro músculos do membro inferior.
Vinte e oito mulheres foram submetidas à mensuração do comprimento de coxa e a estimulação elétrica para
localização da zona de inervação nos músculos Reto Femoral (RF), Vasto Lateral (VL), Semitendinoso (ST) e Bíceps
Femoral (BF). Para analisar as correlações entre o comprimento de coxa e a localização da principal ZI nos
diferentes músculos utilizou-se o coeficiente de correlação de pearson. Após, foi calculado o coeficiente de
determinação para verificar o quanto a variável de localização da principal ZI poderia ser explicada pelo
comprimento de coxa. Por fim, equações de regressão linear foram desenvolvidas para descrever as relações
existentes. Altos coeficientes de correlação (r) (RF = 0, 957, p>0, 001; VL = 0, 922, p>0, 001; ST = 0, 977, p>0, 001;
BF = 0, 906, p>0, 001) e determinação (r²) (RF = 0, 915; VL = 0, 851; ST = 0, 952; BF = 0, 821) foram registrados
entre o comprimento de coxa e a localização da principal zona de inervação nos diferentes músculos analisados.
Nossos resultados sugerem a possibilidade de medir o comprimento de coxa para a determinação indireta da zona de
inervação o que facilitaria a localização do sítio para o posicionamento de eletrodos de superfície na aquisição do
sinal eletromiográfico.

FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO NO SAPATEADO AMERICANO. Gabriela Castro dos Santos,


153 Luis Felipe Silveira, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (UFRGS).
O Sapateado Americano (SA) é uma modalidade de dança que se faz através de ritmos e sons produzidos
por movimentos de pés com o auxílio de tapitas de metal parafusadas nos sapatos. Preocupações a respeito da força
vertical amortecida pelas articulações dos membros inferiores são comuns no SA que, juntamente com outras
modalidades que também se utilizam de batidas dos pés contra o solo, pode ser prejudicial à saúde osteoarticular. O
objetivo deste estudo é analisar os picos máximos da força de reação sobre o solo de cinco elementos técnicos do SA.
Foi mensurada a força vertical com o solo de 10 execuções, realizadas por 10 bailarinos com no mínimo 4 anos de
prática, com auxílio de uma plataforma de força da marca AMTI, modelo OR6-5. Os dados foram analisados no
software MATLAB 5.3. Os cinco elementos técnicos do SA foram divididos em dois grupos: os que são executados
a partir de um salto (G1) e os que são executados com os pés em contato com o solo (G2), este grupo ainda é sub-
dividido, sendo (G2a) de baixa intensidade e (G2b) de alta intensidade. Os resultados parciais do grupo G1
apresentaram uma média do pico máximo de força de reação sobre o solo de 2, 4 vezes o peso corporal, com um
desvio padrão de 0, 2. O grupo G2a apresentou uma média do pico máximo de força de reação sobre o solo de 1, 1
vezes o peso corporal, com um desvio padrão de 0, 4. O grupo G2b apresenta um pico máximo de força de 3, 1 vezes
o peso corporal, com um desvio padrão de 0, 8. A partir dos resultados parciais podemos concluir que quando a
execução dos elementos técnicos parte de um salto (G1), há um padrão de força de reação sobre o solo independente
do elemento técnico, e quando os pés estão em contato com o solo (G2) não há padrões, sendo a força dependente da
intensidade expressa pelo sapateador.

AVALIAÇÃO CINEMÁTICA DO NADO CRAWL EM NADADORES NÃO-COMPETITIVOS.


154 Alexandre Travi, Flavio Antonio de Souza Castro (orient.) (UFRGS).
Objetivos: Avaliar o comportamento das vairáveis cinemáticas do nado: comprimento de braçadas (CB),
freqüência de braçadas (FB) e velocidade de nado (VN) em nadadores não-competitivos. Participaram do estudo
doze indivíduos saudáveis do sexo masculino, com idade média de 28, 7 ± 7 anos, todos alunos do projeto natação
aperfeiçoamento e condicionamento da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

543
Ciências da Saúde

Os participantes realizaram uma repetição máxima de 200 m nadando crawl, quando VN, CB e FB foram obtidos.
Foram cronometrados por dois avaliadores, para cada parcial de 50 m: (1) O tempo gasto para a realização de 10 m,
entre os 35 e os 45 m e (2) e o tempo referente à três ciclos completos de braçadas. Houve redução de CB,
concomitante à manutenção e, após, incremento de FB. O comportamento de CB e FB levou à redução de VN até a
terceira parcial. Na última parcial, o incremento de FB levou ao aumento significativo da VN. Foi encontrada
correlação negativa entre CB e FB. Parece que a fadiga foi a responsável por tal comportamento das variáveis
cinemáticas. Dessa forma conclui-se que indivíduos não-atletas apresentam o comportamento dos parâmetros
cinemáticos do nado de forma semelhante à nadadores competitivos. Em virtude disso, estes parâmetros se mostram
como uma ferramenta eficaz também para avaliação de nadadores não-competitivos. Palavras chaves: cinemática,
natação, não-atletas.

EFEITOS DE BANDAS ELÁSTICAS ANEXADAS NA CADEIRA EXTENSORA SOBRE A


155 FORÇA MUSCULAR CONCÊNTRICA DOS EXTENSORES DE JOELHO. Gustavo Henrique
Marquardt, Lara Elena Gomes, Everton Vogt, Lucas Dutra de Araújo, Artur Bonezi, Yumie Okuyama da
Silva, Monica de Oliveira Melo, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (UFRGS).
O torque de resistência (TR) oferecido pelo exercício realizado com velocidade variada na “cadeira extensora” (CE)
imprime aos músculos uma sobrecarga que tende a variar ao longo da amplitude de movimento (A.D.M.) devido à
aceleração/desaceleração da carga externa. Uma alternativa para minimizar os efeitos da aceleração sobre o exercício
e, consequentemente sobre a demanda muscular, é anexar bandas elásticas (BE) à máquina de musculação. Os
objetivos desse estudo foram: a) avaliar o TR oferecido pelo exercício realizado na CE, nas situações com e sem BE,
b) verificar os efeitos do TR sobre os músculos motores primários do movimento avaliado, em ambas situações.
Quatro BE foram acopladas na máquina de modo a fornecer resistência apenas no terço final do movimento. Um
sujeito executou seis repetições concêntricas do exercício de extensão de joelho na CE, partindo de 90º de flexão de
joelho até 0º, com carga de 40% de 1 RM. Foram registrados continuamente dados de força externa e ângulos
articulares utilizando um sistema de dinamometria e eletrogoniometria. Diagramas de corpo livre foram
esquematizados e equações de movimentos foram utilizados para o cálculo do TR e da força muscular resultante
(FMR). Os resultados demonstraram que o exercício realizado na CE sem BE apresentou comportamento do TR e da
FMR decrescente a partir de aproximadamente 80º graus da A.D.M. Ao anexar a BE, foi possível identificar que o
TR e a FMR apresentaram uma tendência de comportamento constante por toda A.D.M. A adição de uma resistência
elástica no terço final da amplitude de movimento possibilitou a manutenção do valor da carga estipulada, uma vez
que, minimiza os efeitos inerciais do movimento realizado com velocidade variada.

Sessão 19
Odontologia II

USO DE PIERCING EM BOCA POR ALUNOS DA UFRGS, PORTO ALEGRE. Andreas Rucks
156 Varvaki Rados, Anna Cecilia Moraes Chaves (orient.) (UFRGS).
O uso de piercing é secular mantendo-se usual na sociedade atual. Porém as intercorrências decorrentes
de sua colocação ou de seu uso são pouco relatadas. O objetivo deste trabalho é analisar a prevalência de usuários de
piercing em boca dentre os alunos da UFRGS ingressos em 2007/1. Será realizado um estudo observacional
transversal por meio do envio de um questionário eletrônico onde serão abordadas questões relacionadas com o perfil
do aluno, verificando se é usuário ou não de piercing, além dos cuidados técnicos e orientações recebidas no
momento da colocação do piercing em boca, assim como da ocorrência de complicações durante ou após a colocação
do aparato.

DOSIMETRIA CLÍNICA EM EXAME RADIOGRÁFICO PERIAPICAL UTILIZANDO


157 DIFERENTES COLIMADORES. Bárbara Capitanio de Souza, Marcelo Ekman Ribas, Juliana
Andréa Corrêa Travessas, Vania Regina Camargo Fontanella (orient.) (UFRGS).
Exames radiográficos odontológicos constituem a principal fonte de exposição da população à radiação ionizante
artificial, devendo empregar a dose mínima necessária para que se obtenha imagem de qualidade. Colimadores
retangulares têm sido propostos para reduzir a dose-pele e a exposição de órgãos críticos. Este estudo teve por
objetivo determinar a dose de radiação nas regiões do cristalino e da tireóide durante a realização de um exame
periapical completo, verificando se existem diferenças em função da forma e do tamanho do colimador utilizado. Foi
realizado um estudo piloto em um phantom com a realização de 5 exames periapicais completos em cada grupo, de
acordo com o colimador utilizado: 1 - circular convencional com 60 mm de diâmetro; 2 - retangular 24x32mm e 3 -
retangular 30x40mm. As condições de exame foram padronizadas para os 3 grupos. A aferição da dose foi realizada
por meio de dosímetros termoluminescentes (TLD-100), colocados nas seguintes posições: 1, cristalino - 14
radiografias do exame completo; 2, cristalino esquerdo - 6 radiografias do lado direito; 3, cristalino esquerdo - 6
radiografias dos mesmo lado e 4, tireóide - 14 radiografias. Foram utilizados serviços terceirizados de aferição de

544
Ciências da Saúde

dose de duas empresas diferentes com os quais não foi possível obter leituras de dose. Em parceria com o Instituto de
Radioproteção e Dosimetria (IRD), foi realizado novo estudo piloto com dosímetros mais sensíveis (TLD-100H).

EFEITOS DA INGESTÃO CRÔNICA DE ÁLCOOL NA REGENERAÇÃO DA GLÂNDULA


158 SUBMANDIBULAR DE RATOS – ASPECTOS MORFOLÓGICOS, EVIDENCIAÇÃO DE
MUCINAS NEUTRAS E COLÁGENO. Felipe Nör, Marcelo Dewes Hartmann, Dalva Maria Padilha,
Anna Christina Medeiros Fossati (orient.) (UFRGS).
A ingestão de álcool crônica ou eventual é atualmente um hábito de todas as populações. A literatura é abundante em
apontar seus efeitos nocivos ao organismo humano. Nas glândulas salivares são observadas alterações marcantes no
fluxo salivar, o que favorece a instalação de processos patológicos. Este trabalho visa verificar o efeito do álcool na
morfologia e diferenciação da glândula submandibular (GSM) durante a sua regeneração. Foram utilizados ratos
machos Wistar com 60 dias, submetidos ao consumo de álcool etílico 40º GL durante 45 dias (GT) e água ad libitum
(GC). Após, foram submetidos à excisão parcial do lobo esquerdo da GSM. Na atual etapa, foi observada a
regeneração aos 2 e 15 dias, quando procedeu-se à remoção da GSM e sua preparação histológica para H/E e para as
reações histoquímicas de PAS e Picrosirius. A partir de resultados parciais, observou-se, aos 2 dias em H/E, que o
GC apresentou intenso processo inflamatório, com uma maior evidência de estruturas ductais e rudimentos epiteliais
indiferenciados. O estroma apresentou-se mais organizado e com aspecto hiperêmico. No GT observou-se um quadro
menos intenso de todos esses parâmetros. A observação em PAS mostrou nesta época um início da citodiferenciação
em ambos os grupos. A análise em Picrosirius do GC e GT mostrou a presença tanto do colágeno do tipo I como do
tipo III no estroma entre as estruturas epiteliais. Aos 15 dias de regeneração, observou-se através da técnica de H/E
que parece haver uma maior concentração de macrófagos no GT em comparação ao GC, logo, a ingestão de álcool
parece estar associada à marginação destas células no processo de regeneração. O aspecto do parênquima sugere um
atraso na regeneração em relação ao GC.

INFLUÊNCIA DA TÉCNICA E DO MOMENTO DE REALIZAÇÃO DO PREPARO PARA


159 PINO NA CAPACIDADE DE SELAMENTO DO REMANESCENTE DE OBTURAÇÃO:
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA “IN VITRO”. Jules Renan Dutra Bemfica, Ângela Rezende
Gomes Rosa, Clarissa Fatturi Parolo, Maximiliano Schünke Gomes, Marisa Maltz, Fabiana Soares Grecca (orient.)
(UFRGS).
O objetivo deste estudo foi avaliar qual o melhor momento para confecção do espaço para retentor intraradicular, as
técnicas existentes e, destas, qual a mais indicada quando se refere à preservação do selamento apical, através da
avaliação da infiltração bacteriana. Para a análise, foram usados 66 dentes monorradiculares. Suas coroas foram
removidas e seus canais preparados através da técnica escalonada, sendo o hipoclorito de sódio a 1% a substância
irrigadora selecionada. Os dentes foram obturados usando-se a técnica de termoplastificação, com cones de guta-
percha e cimento AH Plus. Após a obturação, os dentes foram divididos em 5 grupos, dentre eles o grupo controle
negativo, onde os dentes não foram desobturados, sendo selados com Cavit, e o grupo controle positivo, cujos dentes
não foram obturados. O restante dos grupos sofreram diferentes técnicas de desobturação, usando-se broca LA
Axxes, instrumento aquecido ou solvente. Sendo desobturado imediatamente depois de completada a obturação, e 7
dias depois de completada a obturação. Todas as raízes tiveram suas superfícies externas impermeabilizadas,
respeitando-se a abertura cervical e os 3mm finais da porção apical. Para avaliar a possibilidade de microinfiltração
bacteriana, foi preparado um dispositivo deixando a porção cervical do canal preparado em contato com saliva
artificial contaminada com Enterococcus faecalis enquanto o ápice radicular ficou imerso em meio de cultura TSB. O
monitoramento dos resultados se deu diariamente durante 90 dias tendo como referência a turvação do meio de
cultura. Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significante entre os momentos imediato e
mediato, nem entre as diferentes técnicas de desobturação. No momento mediato, houve diferença estatística entre a
técnica com instrumento aquecido e solvente (p< 0, 05).

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS E DAS


160 CONDIÇÕES PERIAPICAIS DE DENTES TRATADOS POR ESTUDANTES DE
ODONTOLOGIA DE PORTO ALEGRE. Rubens Girardi Freitas, Régis Burmeister Santos, Déborah
Cogo, Fabiana Soares Grecca (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade dos tratamentos endodônticos e a condição periapical dos dentes
tratados por estudantes de Odontologia da UFRGS. A amostra deste estudo foi constituída de 100 dentes
radiografados com Raio-X periapical. Um total de 156 obturações endodônticas foram avaliadas. A qualidade dos
tratamentos endodônticos foi determinada através da relação do comprimento da obturação com a extensão do canal
e da qualidade da condensação do material obturador. Os canais foram classificados em subobturado, em obturados
no limite CDC, em obturados totalmente e em sobreobturado. A qualidade da condensação do material foi
classificada como adequada ou inadequada. A obturação satisfatória foi aquela que se mostrou bem condensada,
situando-se no limite CDC ou no nível do ápice radicular radiográfico. A obturação insatisfatória correspondeu ao
canal obturado no limite CDC ou com obturação total, porém mal condensado e ao canal subobturado ou
sobreobturado com condensação adequada ou não. A condição periapical foi classificada como tendo ou não
presença de lesão periapical. Dos 156 canais, 75 (48%) foram classificados como tendo qualidade de tratamento

545
Ciências da Saúde

satisfatória. De todos os canais, quarenta e três (27, 5%) deles estavam subobturados, setenta e dois (46%) possuíam
a obturação no limite CDC, vinte e quatro (15, 5%) a obturação completava totalmente o canal e dezessete (11%)
canais estavam sobreobturados. Com relação à condensação do material obturador, cento e oito canais (69%)
estavam bem condensados. Cento e um canais (64, 5%) não apresentaram lesão periapical.Apesar de uma má
qualidade de obturação endodôntica não confirmar um insucesso no tratamento endodôntico, é necessário que se
busque elevar o percentual de canais bem obturados.

BIOCOMPATIBILIDADE DE MATERIAIS OBTURADORES USADOS NA ENDODONTIA.


161 Gerson Arisoly Xavier Acasigua, Anna Christina Medeiros Fossati, Fabaina Soares Grecca (orient.)
(UFRGS).
O estudo teve o objetivo avaliar a reação do tecido conjuntivo de ratos, frente ao implante de tubos de polietileno
contendo cimento endodôntico AH Plus, cimento endodôntico do Sistema Real Seal, primer do Sistema Real Seal e
um tubo vazio como controle, nos períodos de 7, 15, 30, 60 e 90 dias. Para cada período utilizaram-se 6 ratos. Cada
animal submeteu-se à anestesia, tricotomia e realização de 4 incisões na região dorsal, divulsão do tecido subcutâneo,
criando-se 4 lojas cirúrgicas e introdução de um corpo de prova de cada grupo e sutura. Decorrido cada período
experimental, matou-se 6 ratos e realizou-se biopsia excisional das áreas com implantes. Os tecidos removidos foram
fixados em formol e processados histológicamente. As lâminas obtidas foram analisadas em microscópio,
observando-se a presença de células e eventos do processo inflamatório. Os dados obtidos foram submetidos ao teste
de Kruskal-Wallis e teste de Comparações Múltiplas. Por meio dos resultados observou-se que os 4 grupos
experimentais nos seus 5 períodos não apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto à presença de
macrófagos, gigantócitos, eosinófilos, neutrófilos e fibroplasia entre si. O cimento AH Plus nos períodos de 14 e 60
dias e o Sistema Real Seal no período de 90 dias apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto a um
maior infiltrado linfoplasmocitário em relação ao grupo controle.O cimento AH Plus no período de 7 dias apresentou
diferença estatisticamente significante quanto a um maior número de abscessos em relação aos demais períodos do
mesmo grupo. O primer do Sistema Real Seal no período de 14 dias apresentou diferença estatisticamente
significante quanto a um maior infiltrado linfoplasmocitário em relação ao período de 90 dias do mesmo grupo.

ESTUDO COMPARATIVO DE PERDA E REPARAÇÃO ÓSSEA ALVEOLAR EM


162 CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À CIRURGIA DE DESCOLAMENTO MUCOPERIOSTAL
EXPOSTOS E NÃO EXPOSTOS À RADIAÇÃO X. Roger Genezini, Heloísa Emilia Dias da Silveira
(orient.) (UFRGS).
OBJETIVOS: Avaliar a influência da radiação X na perda e reparação óssea alveolar em camundongos submetidos à
cirurgia de descolamento mucoperiostal, mensurando a área de exposição radicular e comparando-a ao longo do
tempo. METODOLOGIA: 72 camundongos Mus domesticus divididos em grupo teste e controle, foram submetidos
à cirurgia de descolamento mucoperiostal na região de molares inferiores do lado esquerdo. O grupo teste foi
irradiado em 0, 7, 14 e 21 dias após a cirurgia com doses de 0, 08 Gy ; o grupo controle passou pela mesma situação
de estresse, sem no entanto receber a radiação. Parte da amostra foi sacrificada 21 dias após o procedimento cirúrgico
para análise de perda óssea alveolar, período descrito como de máxima reabsorção. Outros foram sacrificados em 60
e 120 dias após a cirurgia. Decorrido os tempos pós-cirúrgicos previstos, as eutanásias foram realizadas por meio de
deslocamento cervical. e as mandíbulas discecadas, sob um estereomicroscópio, e todo tecido mole foi removido.
Após esta etapa, as mandíbulas foram coradas com azul de toluidina 1% para delimitar a área radicular exposta e,
posteriormente, posicionadas e fotografadas. As imagens foram inseridas no programa Image Tool 2.2 para
demarcação dos pontos previamente determinados e cálculo da área de exposição radicular. A média de perda óssea
nos grupos teste e controle em cada período será analisada através do teste estatístico “t” para amostras
independentes. Análises ao longo do tempo em cada grupo serão realizadas através de ANOVA (p≤ 0, 05).
RESULTADOS: Este projeto não apresenta ainda resultados finais ou parciais, tendo em vista o longo período
experimental. No momento estão sendo calculadas as áreas de exposição radicular.

ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA MICROBIOTA BUCAL. Gustavo Giacomelli Nascimento,


163 Luisa Schertel Cassiano, Elisabete Ulsenheimer Rojas, Sueli Teresinha Van Der Sand, Anna Cecilia
Moraes Chaves (orient.) (UFRGS).
A cavidade bucal é habitada por uma extensa gama de populações microbianas. Essas espécies microbianas, muitas
vezes, estão relacionadas às enfermidades mais prevalentes da cavidade bucal. Por essa razão, é importante o
conhecimento da microbiota bucal, ao passo que a etiologia de diversas patologias da boca é, diversas vezes,
microbiológica. Para análise da microbiota, foi utilizada saliva coletada de forma estimulada de 4 indivíduos do sexo
masculino, com idade superior a 40 anos. Após a coleta, foi determinado o pH e a capacidade tampão da saliva. De
cada amostra foi utilizado 500µL do fluido coletado para realizar uma diluição seriada até 10-5 em água peptonada a
0, 1%. As diluições 10-3 e 10-4 foram semeadas em placas de Petri, em duplicata, nos meios de cultura: TSA (Agar
tripticaseína de soja), PCA (Plate Count Agar) e Agar Sangue e após as mesmas foram incubadas por 48h a 37ºC. As
placas de Agar Sangue foram mantidas em câmaras de anaerobiose com anaerobac para redução do nível do O2. As
colônias semeadas no meio PCA foram contadas e 45 colônias, de cada paciente, foram escolhidas randomicamente e
esgotadas em meio TSA. O processo de identificação iniciou com a coloração de Gram e diferentes provas

546
Ciências da Saúde

bioquímicas, segundo Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology. Na identificação verificou-se predominância de


bactérias Gram positivas, em especial Streptococcus sp. (73, 1%, sendo 15% S.gp.milleri, 14, 2% S. mutans e 12, 5%
S. mitis). Também foram encontrados Bacillus sp. (3, 3%), Staphylococcus sp. (18, 2%), Enterococcus sp. (2, 5%),
Stomatococcus mucilaginosus (1, 7%) e Micrococcus sp. (0, 8%). Desta forma, a avaliação da microbiota bucal
presente na saliva de um grupo de indivíduos permite estabelecer um perfil microbiano do mesmo, além de
possibilitar posterior comparação com indivíduos pertencentes a grupos de risco, como câncer de boca.

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA MICROBIOTA BUCAL EM SALIVA ARMAZENADA EM


164 DIFERENTES CONDIÇÕES E TEMPERATURAS. Luisa Schertel Cassiano, Gustavo Giacomelli
Nascimento, Elisabete Rojas, Sueli Van Der Sand, Anna Cecilia Moraes Chaves (orient.) (UFRGS).
A saliva é utilizada em pesquisas, porém após a sua coleta, tanto a saliva como a microbiota presente na mesma
sofrem alterações. O presente estudo teve por objetivo determinar se o armazenamento de saliva em nitrogênio
líquido (N2L) e em freezer à -20ºC altera a microbiota bucal presente na mesma por um período de 3 meses. A
amostra foi composta por 4 indivíduos, dos quais coletou-se saliva estimulada. Para a contagem inicial dos
microorganismos presentes foram utilizados 500µL de saliva e o restante foi armazenado em 3 criotubos contendo
300 µL de saliva cada. Duas amostras foram congeladas com glicerol (N2L e a -20°C) e uma sem glicerol (N2L).
Após a coleta, os 500µL foram diluídos de forma seriada em água peptonada a 0, 1% até 10-5. As diluições 10-3 e 10-4
foram semeadas em placas de Petry, em duplicata, no meio PCA (Plate Count Agar). A seguir, as amostras foram
incubadas por 48h a 37ºC. As colônias foram contadas e expressas em Unidades Formadora de Colônia (UFC) Os
microrganismos foram inoculados em caldo nutritivo em meio BHI e congelados em tubos de Eppendorf com
glicerol a 15% para posterior identificação. As amostras descongeladas foram processadas da mesma maneira. Para
determinar a viabilidade dos microorganismos, foi considerado a média da contagem de UFC das placas de PCA da
mesma amostra, após a coleta e 3 meses de armazenamento e analisado com testes não-paramétricos. Não houve
diferença estatisticamente significativa (p>0, 05) na média inicial do número de UFC /mL (2, 0x106) com as médias
após o armazenamento em N2L com glicerol (4, 5x105 ), N2L sem glicerol (1, 5x105 ) e à -20°C (2, 1x105). No
entanto é possível se observar uma redução de um fator na escala logarítmica entre o tempo inicial e 3 meses de
armazenamento. Sugere-se que a saliva pode ser armazenada em N2L e à -20ºC por um período de até 3 meses, para
avaliação da microbiota bucal.

Sessão 20
Toxicologia

DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO


165 QUINOLÍNICO POR EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA ASSOCIADA A CROMATROGRAFIA
LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA. Renata de Oliveira Freiberger, Lilian de Lima Feltraco, Rejane
Giacomelli Tavares, Rafael Linden (orient.) (FEEVALE).
Introdução: O ácido quinolínico (AQ) é uma endotoxina, que em acúmulo no plasma pode contribuir para o
aparecimento de algumas desordens neurológicas, anemia, hipertensão, entre outras. O AQ é um metabólito do
triptofano, integrando a via das quinureninas. A excreção do AQ é principalmente renal e pacientes com insuficiência
renal (IR) usualmente possuem níveis plasmáticos elevados. A quantificação do AQ plasmático pode ser utilizada
como estratégia de avaliação da gravidade do quadro de IR e para o acompanhamento e prognóstico dos pacientes.
Objetivos: O trabalho visa o desenvolvimento e validação de um método de detecção e quantificação do AQ em
plasma, empregando a extração em fase sólida (SPE), para posterior análise por cromatografia líquida de alta
eficiência (HPLC). Metodologia: As amostras de AQ foram processadas por SPE empregando coluna de troca
aniônica forte (SAX). Previamente à extração, 2 mL de amostra foram diluídos com 4 mL de água. A coluna foi
condicionada com 2 mL de metanol e 2 mL de água. Posteriormente foi lavada com 2 mL de água e 2 mL de metanol
e seca sob vácuo. A eluição foi com 200 µL de ácido fosfórico 4M, em fluxo de 1 mL/min. A análise cromatográfica
empregou coluna Ace® 5 C18 (150 x 4, 6 mm, d.p. 5 µm) e fase móvel tampão fosfato pH 2.0 com fluxo de 0, 8
mL/min. Resultados Parciais: Foram obtidas recuperações entre 112, 75% (0, 2µM) e 101, 66% (3µM). O tempo de
retenção médio foi de 5, 6 minutos. O protocolo está sendo adaptado para amostras de plasma, objetivando reduzir a
quantidade de interferentes no eluato na extração. Considerações Finais: O método de extração foi adequado com
recuperações aceitáveis. Estamos trabalhando na validação do método cromatográfico.

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ANÁLISE GENOTÓXICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS


166 FOLHAS DE PIPER GAUDICHAUDIANUM KUNTH. Pâmela Portela da Silva, Valéria Flores
Péres, Renato Moreira Rosa, Virgínia Tamiosso, Elina Bastos Caramão, Jenifer Saffi (orient.)
(ULBRA).
Piper gaudichaudianum Kunth é uma planta encontrada predominantemente na Mata Atlântica, onde as folhas
frescas são utilizadas para aliviar a dor de dente. Com intuito de investigar aspectos da segurança de uso do óleo
essencial presente nas folhas, este trabalho avaliou a genotoxicidade do óleo, através do ensaio cometa em

547
Ciências da Saúde

fibroblastos de pulmão de hamster chinês em cultura (células V79), bem como caracterizou os seus constituintes. A
extração do óleo essencial foi realizada por hidrodestilação e a análise da sua composição química ocorreu em
equipamento de CG/EM (QP5050-A, Shimadzu), coluna OV-05 (60m x 0, 25mm x 0, 25mm), fluxo de 1, 0 ml / min
e a quantificação dos constituintes foi realizada através de normalização. Para a realização da análise genotóxica, as
células V79 foram cultivadas em meio DMEM com 10% de soro bovino fetal a 37ºC e atmosfera úmida contendo
5% CO2. Para o tratamento das células durante 2 horas em meio sem soro bovino fetal, o óleo foi dissolvido em
DMSO e testado nas concentrações 10-100 µg/ml. O ensaio cometa foi realizado em condições alcalinas (pH ≥13)
com 20 minutos de desnaturação e 20 minutos de eletroforese a 25V, 300 mA. Os danos ao DNA foram avaliados em
100 células. Cada tratamento foi realizado em triplicata e foram realizados três experimentos independentes. A
análise estatística utilizada foi Anova uma via seguida de Tukey. Resultados preliminares demonstraram que o óleo
essencial induz danos ao DNA detectados de maneira dose resposta em concentrações acima de 10 µg/ml. Em
relação a sua composição, o nerolidol (38, 13%) foi o constituinte majoritário, o qual pode ser o composto
responsável, pelo menos em parte, pela genotoxicidade encontrada.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS SOBRE A SAÚDE DA


167 POPULAÇÃO RURAL DO VALE DO TAQUARI (RS). Ana Cláudia de Souza, Alícia Deitos,
Andressa de Souza, Gabriela Laste, Rodrigo Hilgemann, Ionara Rodrigues Siqueira, Maria Paz
Hidalgo, Márcia Rosângela Wink, Luciana Carvalho Fernandes, Iraci Lucena da Silva Torres (orient.)
(UNIVATES).
A elevada utilização de agrotóxicos tem contribuído para o aumento das intoxicações ocupacionais, sendo um dos
principais problemas de saúde pública no Brasil. Considerando escassos estudos de base populacional sobre
características da utilização e intoxicações por agrotóxicos, esse estudo tem por objetivo avaliar a utilização de
agrotóxicos no Vale do Taquari – RS e seu impacto sobre a saúde dessa população. 10% dos municípios foram
selecionados aleatoriamente utilizando o programa EPI-INFO. Os dados foram obtidos em entrevista estruturada
aplicados nos municípios de Travesseiro, Westfália, Estrela, Dr. Ricardo, totalizando 1.196 entrevistas. Os dados
foram analisados pelo teste qui-quadrado, utilizando o programa SPSS. Observou-se que 80, 4% da população
estudada é exposta a agrotóxicos, com maior exposição dos homens (P< 0, 05). As principais atividades econômicas
são agricultura e pecuária; os tipos de agrotóxicos mais utilizados são os de faixa verde (44, 6%), sendo preparado
em casa ou no local de aplicação pelo próprio aplicador ou alguém da família. Somente 37, 6% dos aplicadores
utilizam equipamento de proteção. 63, 6% da população tem de 4 a 7 anos de estudo. Com relação a uso de
agrotóxicos e desfechos observou-se aumento significativo na prevalência de palpitação, lacrimejamento, visão
alterada, esquecimento, cefaléia, artrite, dor nas pernas, dor nas costas (qui-quadrado P<0, 05). Os resultados
encontrados evidenciam risco de agravos à saúde a que estão sujeitos trabalhadores rurais em contato com
agrotóxicos. Desta forma, observa-se à necessidade de que a informação sobre os riscos do uso inadequado de
agrotóxico seja adequadamente incorporada a políticas públicas de prevenção e saúde do trabalhador rural. (Fapergs).

AVALIAÇÃO ANTIOXIDANTE E ANTIGENOTÓXICA DO EXTRATO METANÓLICO DA


168 PLANTA COSTUS SPICATUS. Bruna Martins Schweinberger, Luciano Bonetti, Giovanni Cignachi,
Alexandre Ferraz, Marc Ritcher, Jenifer Saffi (orient.) (ULBRA).
A planta Costus spicatus Swartz, popular cana-do-brejo, é utilizada na fitoterapia principalmente contra afecções do
trato urinário. Apesar da grande utilização popular, esta planta carece de estudos que comprovem seu efeito
terapêutico, toxicidade e segurança. Em função disto, o objetivo desse trabalho foi verificar as atividades
antioxidante e antigenotóxica do extrato metanólico planta Costus spicatus. Para avaliação antioxidante in vivo,
utilizou-se linhagens de levedura S. cerevisiae deficientes em sistema de defesa antioxidante no ensaio de inibição de
crescimento, onde as linhagens foram pré-incubadas com doses crescentes do extrato por 16 h e após estriadas em
placa de YEPD contendo no centro um disco de papel de filtro com paraquat ou H2O2. Uma possível capacidade
seqüestradora de radicais OH· foi testada pelo ensaio in vitro da hipoxantina/xantina oxidase via HPLC. Para
avaliação genotóxica, foi realizado ensaio Cometa in vitro, onde se incubou sangue de roedor com diferentes doses
do extrato por 1 hora a 37ºC. Para avaliação antigenotóxica, as células foram tratadas com peróxido de hidrogênio 0,
25mM por 5 min. Os resultados demonstraram que o extrato metanólico possui ação antioxidante tanto em modelo in
vivo frente a danos provocados por paraquat e H2O2, quanto in vitro, onde reduziu a concentração dos ácidos
dihidroxibenzóicos, produtos da ação do radical OH· sobre o ácido salicílico. Também apresentou atividade
antigenotóxica na dose de 5mg/mL, que pode estar relacionada a uma possível ação antioxidante de compostos
polifenólicos presentes na planta, conforme verificado utilizando método de Folin-Ciocalteau para determinação de
polifenóis totais.

ANÁLISE MUTAGÊNICA E ANTIMUTAGÊNICA DE DIFERENTES EXTRATOS DA


169 PLANTA COSTUS SPICATUS EM LEVEDURA. Luciano Bonetti, Bruna Martins, Giovanni
Cignachi, Alexandre Ferraz, Jenifer Saffi (orient.) (ULBRA).
A Costus spicatus Swartz, popularmente chamada de “Cana-do-Brejo” é uma espécie nativa da América Latina,
encontrada em brejos e locais úmidos. Seu uso pela medicina popular é quase que exclusivamente para patologias do
sistema urinário. Em suas partes aéreas foram encontrados dois novos diglicosídeos flavônicos, a tamarixetina 3-O-

548
Ciências da Saúde

neohesperidosídeo e kaferídeo 3-O-neohesperidosídeo, os quais apresentaram atividade antiinflamatória, por


mecanismo inibitório da produção de óxido nítrico por macrófagos ativados. Apesar da grande utilização popular,
esta planta carece de estudos que comprovem seu efeito terapêutico, sua toxicidade e segurança. Em função disto, o
objetivo desse trabalho foi verificar as atividades mutagênica e antimutagênica da planta Costus spicatus in vivo,
através de ensaios biológicos com a levedura Saccharomyces cerevisiae. Utilizou-se a linhagem N123, a qual detecta
a mutação direta ou também chamada (forward), no locus da Canavanina. As células, crescidas até a fase
estacionária, foram incubadas com quantidades crescentes dos extratos durante 2 horas, sendo posteriormente
semeadas em meio contendo canavanina. Após 3 à 5 dias de incubação à 30oC, as colônias foram contadas. Para o
ensaio de antimutagênese, incubou-se a linhagem com 4mM de peróxido de hidrogênio (H2O2). Os resultados
demonstraram que os diferentes extratos não induzem mutagenicidade em linhagem N123 de levedura. Quando em
presença do agente oxidante, doses mais elevadas dos extratos hexano e clorofórmio foram capazes de reduzir de
forma significativa o número de revertentes, com relação ao tratamento apenas com H2O2, podendo-se sugerir que
este efeito antimutagênico encontrado seja devido a uma ação antioxidante dos compostos presentes nos extratos.

AGROTÓXICOS NO RS: DADOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO


170 PROBABILÍSTICO DE RISCOS DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS. Giovanna
de Carmen Puebla, Renata Pereira Limberger, Louise Marguerite Jeanty de Seixas (orient.) (UFRGS).
O objetivo desta pesquisa é construir um modelo probabilístico da contaminação de águas superficiais por
agrotóxicos, para apoio ao ensino na área de Toxicologia. Iniciou-se com um levantamento de dados sobre a
utilização de agrotóxicos no estado do Rio Grande do Sul. A coleta dos dados foi feita através de entrevistas com os
trabalhadores rurais, utilizando-se questionários pré-formulados. Foram recolhidas informações sobre as culturas
agrícolas de cada região; a quantidade de produtos utilizados e suas categorias; o destino das embalagens dos
agrotóxicos; uso de equipamentos de proteção individual pelos aplicadores; eventos de intoxicações e proximidade
de águas superficiais. Foram visitadas 256 propriedades em 40 municípios, em 17 regiões do estado. Esta etapa foi
realizada em parceria com o Laboratório de Análise de Resíduos do LACEN/FEPPS/SES. Os dados foram tabulados
em planilhas eletrônicas, de acordo com as regiões geográficas, e estão sendo analisados, com base em trabalhos
realizados pela FUNDACENTRO, FEEMA e publicados no Caderno de Saúde Pública. Na continuidade, será feita a
análise quanti e qualitativa dos dados, procurando identificar os mais significativos, isto é, aqueles que podem ser
considerados como evidências que aumentam a probabilidade de risco de contaminação em águas superficiais. Serão
utilizadas redes bayesianas para a construção de um modelo probabilístico computacional, com o apoio de
especialistas da área de toxicologia, para avaliar as relações de interdependência dos dados. Este modelo será
integrado ao ambiente de aprendizagem AMPLIA , e utilizado como apoio para a resolução de casos de estudo na
educação farmacêutica, na área da Toxicologia.

QUANTIFICAÇÃO DE MANGANÊS EM SANGUE TOTAL UTILIZANDO


171 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA. Tiago Muller Weber, Raquel Borges Pinto,
Themis Reverbel da Silveira, Ana Cláudia Reis Schneider, Pedro Eduardo Froehlich (orient.) (UFRGS).
Introdução: Elevadas quantidades de manganês (Mn) afetam a fertilidade nos mamíferos e são tóxicas ao embrião e
ao feto. Porém, como micronutriente, tem um papel importante em defesas antioxidantes e forma parte da superóxido
dismutase (MnSOD), que é frequentemente modificada em células cancerígenas. De acordo com a literatura,
concentrações de Mn no sangue de pacientes com cirrose de fígado apresentaram aumento significativo (34, 4 µg/L
contra 10, 3 µg/L nos controles; p=0·0004). Amostras de tecido cerebral revelaram concentrações mais elevadas do
Mn no núcleo caudado e no globo pálido. Sugere-se que na cirrose do fígado a falha na excreção biliar deste metal
conduz à sua sobrecarga e à acumulação cerebral do mesmo. O acúmulo do Mn em outros órgãos não é relatado.
Objetivos: Desenvolver e validar método utilizando a espectrofotometria de absorção atômica para quantificação de
Mn no sangue total. Material/métodos: Bolsas de sangue vencidas serão utilizadas na validação do método em
espectrofotômetro Perkin-Elmer (AAnalist300), equipado com forno de grafite. Padrão NIST de fígado bovino e
solução padrão de Mn (Merck) foram utilizado como controle. Os parâmetros validados foram linearidade;
seletividade; precisão, exatidão, limite de detecção e quantificação e robustez, conforme preconizado pelos códigos
oficiais. Resultados/discussão: o método apresentou linearidade (4-12 ng/l), especificidade, precisão (+ 15%),
exatidão (85-115 %) e robustez. O limite de detecção foi de 0, 85 ng/l e de quantificação foi de 2, 5 ng/l. De acordo
com os resultados obtidos o método proposto se encontra devidamente validado para ser utilizado como auxiliar de
diagnóstico em hepatopatias e encefalopatias.

ESTUDO DO CONTEÚDO DE SINEFRINA EM FRUTOS E FOLHAS DE ESPÉCIES DE


172 CITRUS (RUTACEAE) DE OCORRÊNCIA NO RIO GRANDE DO SUL. Mariana Fagundes
Limberger, Elisa Rupp Larentis, Amelia Henriques, Renata Pereira Limberger (orient.) (UFRGS).
A p-sinefrina é uma amina elusiva presente em pequenas quantidades em animais e em vegetais, especialmente
espécies de Citrus (KIM et al., 2001). Teve seu uso disseminado no mundo inteiro após a restrição a produtos
emagrecedores contendo efedra / efedrina pelo FDA (Food and Drug Admnistration) em 2004, devido a eventos
cardiovasculares adversos, sendo utilizada para perda de peso e ganho de massa muscular (BOUCHARD et al., 2005;
FIRENZUOLI et al., 2005). Assim como a efedrina, a p-sinefrina é estruturalmente relacionada a neurotransmissores

549
Ciências da Saúde

endógenos. Possui moderada atividade em receptores a-adrenérgicos (BROWN et al., 1988) e em menor grau, em b-
adrenérgicos, produzindo efeitos no metabolismo humano (CALAPAI, 1999). Entretanto, os dados sobre sua
segurança e eficácia são contraditórios (MORO, BASILE, 2000; FUGH-BERGMAN, MYERS, 2004;
DHARMANANDA, 2006). O uso de produtos a base de p-sinefrina tem sido associado a efeitos adversos
semelhantes àqueles relatados para efedrina (HAAZ, 2006; BOUCHARD et al., 2005). Dessa forma, este trabalho
teve como objetivo a determinação do teor de p-sinefrina em frutos e folhas de espécies citrus - C. aurantium Lin, C.
sinensis Osbeck, C. deliciosa Tem, C. limon Burm and C. limonia Osbeck - e a seleção e padronização de extratos
vegetais para realização de ensaios de toxicidade, os quais serão realizados posteriormente. Os resultados
encontrados até o momento estão de acordo com os relatados previamente para frutos de citrus coletados na China,
Japão e Itália, com quantidade de 0.001 g% a 0.3 g% para esta amina (Avula et al., 2005, Takei et al., 1999, Pellati et
al., 2002, Pellati et al., 2004, Mattoli et al., 2005, Pellati et al., 2005). Surpreendentemente, os níveis de C. deliciosa
observados apresentaram conteúdo maior do que o relatado (acima de 0.438 g%). (PIBIC).

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PONDERAL DE RATOS WISTAR TRATADOS


173 COM DUAS PREPARAÇÕES FITOTERÁPICAS CONTENDO SOJA [GLYCINE MAX (L.)
MERR.]. Juliano Mattos Rodrigues, Clarissa Hollebach, Lucas Hirtz, Fernanda Bastos de Mello, Joao
Roberto Braga de Mello (orient.) (UFRGS).
Atualmente, a medicina progride em todos os sentidos, e o interesse pela fitoterapia como opção terapêutica vem
crescendo dia a dia. Muitos princípios ativos de plantas medicinais ainda são pouco estudados, portanto, estudos de
toxicidade e avaliação da segurança e eficácia dos fitoterápicos são de extrema importância. Este estudo avaliou o
efeito das preparações fitoterápicas contendo Glycine max (L.) Merr. (soja), Isoflavine® e Soyfemme®, sobre o
desenvolvimento ponderal de ratos Wistar. Foram utilizados ratos Wistar, machos e fêmeas com 120 dias de idade,
divididos em 3 grupos constituídos de 32 animais (8 machos e 24 fêmeas): dois grupos teste que receberam 4,
3mg/kg, a dose terapêutica dos fitoterápicos Isoflavine® (GI) e Soyfemme® (GS) e um grupo controle tratado com o
veículo (GC) na dose de 10mL/kg. Os animais foram tratados diariamente, por via oral, com sonda oro-gástrica,
sendo os machos tratados durante 91 dias (70 dias antes do acasalamento e 21 dias durante o acasalamento), e as
fêmeas durante 35 dias (14 dias antes do acasalamento e 21 dias durante o acasalamento). A variação média de ganho
de peso das fêmeas durante o tratamento foi de 4, 4 g±1, 78 (GC), 3, 6g±1, 86 (GI) e 3, 2±1, 56 (GS). Nos machos a
variação média do ganho de peso foi de 19g±1, 38 (GC), 13, 8, g±1, 1 (GI) e 16, 2g±1, 23 (GS). Os resultados
obtidos da variação do ganho de massa corporal, consumo de água e ração e peso dos órgãos não diferiram
estatisticamente entre os grupos. Análise histopatológica e outros parâmetros avaliados não sofreram modificação.
Com base nos resultados obtidos, concluímos que as formulações fitoterápicas utilizadas, na dose recomendada pelos
fabricantes, não interferiram no desenvolvimento ponderal de ratos, nem em outros parâmetros vinculados à
toxicidade. (PIBIC).

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE REPRODUTIVA DE DUAS PREPARAÇÕES


174 FITOTERÁPICAS À BASE DE SOJA [GLYCINE MAX (L.) MERR.] EM RATOS WISTAR.
Lucas Hirtz, Clarissa Hollenbach, Juliano Mattos Rodrigues, Fernanda Bastos de Mello, Joao Roberto
Braga de Mello (orient.) (UFRGS).
O grande aumento do consumo sob a forma natural das plantas ou de preparações farmacêuticas representa um
perigo real para a saúde da população, já que muitos princípios ativos são pouco estudados. Este estudo avaliou o
efeito das preparações fitoterápicas contendo Glycine max (L.) Merr. (soja), Isoflavine® e Soyfemme®, sobre a
fertilidade de ratos Wistar. Foram utilizados ratos Wistar, machos e fêmeas com 120 dias de idade divididos em 3
grupos constituídos de 32 animais (8 machos e 24 fêmeas): dois grupos teste que receberam 21, 5 mg/kg, cinco vezes
a dose terapêutica dos fitoterápicos Isoflavine® (GI) e Soyfemme® (GS) e um grupo controle tratado com o veículo
(GC) na dose de 10mL/kg. Os animais foram tratados diariamente, por via oral, com sonda oro-gástrica, sendo os
machos tratados durante 91 dias (70 dias antes do acasalamento e 21 dias durante o acasalamento), e as fêmeas
durante 35 dias (14 dias antes do acasalamento e 21 dias durante o acasalamento). Foram avaliados parâmetros
reprodutivos, desenvolvimento ponderal de machos e fêmeas, consumo de água e ração e histopatologia dos órgãos.
A produção diária de espermatozóides foi de: 296, 3 x 106 ± 111, 6 (GC), 311 x 106 ± 33, 6 (GI), 295, 8 x 106 ± 42, 8
(GS). O número total de espermatozóides armazenados na cauda do epidídimo foi de 1878, 8 x 106 ± 184, 4 (GC) e
1807, 8 x 106 ± 198, 0 (GI) 1448, 3 x 106 ± 222, 3 (GS), não havendo diferença estatisticamente significativa entre os
grupos nesses parâmetros. O percentual de alterações morfológicas nos espermatozóides foi de 6% (GC), 28, 6%
(GI) e 19, 7% (GS) havendo diferença estatisticamente significativa entre GC, GI e GS no percentual de alterações
morfológicas (Qui-quadrado: p <0, 01). Com base nos resultados obtidos, concluímos que os fitoterápicos testados
interferem na morfologia espermática de ratos Wistar, quando usados na dose correspondente a cinco vezes a dose
terapêutica.

550
Ciências da Saúde

Sessão 21
Cardiologia B

MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL NO CONSULTÓRIO: ANÁLISE COMPARATIVA


175 ENTRE O ESFIGMOMANÔMETRO CONVENCIONAL E APARELHO AUTOMÁTICO
VALIDADO – ESTUDO MONITOR. Cláudia Jaeschke Schneider, Rafael da Veiga Chaves Picon,
Jeruza Lavanholi Neyeloff, Mariana Beltrami Moreira, Cristiane Koplin, André Luis Ferreira da Silva, Erlon
Oliveira de Abreu Silva, Felipe Costa Fuchs, Mario Wiehe, Miguel Gus, Leila Beltrami Moreira, Flavio Danni
Fuchs, Sandra Cristina Pereira Costa Fuchs (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: Equipamentos automáticos para medir a pressão arterial (PA) validados podem diminuir erro
introduzido pelo observador, mas essa hipótese ainda não foi avaliada na prática clínica. OBJETIVO: Avaliar a
concordância entre métodos empregados para diagnosticar hipertensão arterial (HAS) no consultório, utilizando a
monitorização ambulatorial da pressão arterial diurna (MAPA) como referência. MÉTODOS: Análise transversal de
76 pacientes com HAS, em uso de medicamentos anti-hipertensivos e com PA não controlada, arrolados para ensaio
clínico randomizado em ambulatório de referência, que realizaram 2 aferições de PA em 2 consultas consecutivas
com esfigmomanômetro aneróide e equipamento automático oscilométrico, Omron 705 CP, aleatoriamente. Também
realizaram MAPA, para estabelecer o método mais provável de estar incorreto em caso de discordância. Foram
consideradas anormais: MAPA com pressões médias diurnas sistólica ≥135 ou diastólica ≥85 mmHg e PA no
consultório ≥140/90 mmHg, medida pelo método aneróide (MA) ou oscilométrico (MO). RESULTADOS: Entre os
participantes, 67% eram mulheres, apresentavam 55, 7 ±14, 1 anos de idade e 58% eram brancos. Os participantes
tinham índice de massa corporal médio de 30, 4 ±5, 8 kg/m2 e 42% eram fumantes atuais ou pregressos. A
classificação da PA no consultório utilizando MA e MO mostrou discordância entre 13 pacientes (17, 1% da
população total, P < 0, 001). O MA classificou erroneamente 6 pacientes em relação a PA média na MAPA diurna, 2
apresentando fenômeno do avental branco (FAB) e 4 hipertensão mascarada (HM). Os outros 7 pacientes foram
classificados erroneamente pelo MO, sendo 1 com FAB e 6 com HM. CONCLUSÕES: A discordância entre
aferições de PA pelo MA e pelo MO foi elevada, mas não houve tendência a favor de um método.

AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM DOR TORÁCICA EM UNIDADE ESPECIALIZADA NO


176 SERVIÇO DE EMERGÊNCIA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E INDICADORES DE
QUALIDADE. Carolina Degen Meotti, Raquel Campani, Majorie Segatto, Cláudia Barth dos Santos,
Alissia Cardoso, Ana Paula Webber Rossini, Thiane Giaretta, Marcelo Coelho Patricio, Mariana Vargas Furtado,
Luiz Antonio Nasi, Carisi Anne Polanczyk (orient.) (UFRGS).
Introdução: Nos EUA, cerca de 4, 6 milhões de pessoas são atendidas por ano com sintomas de síndrome coronariana
aguda (SCA). Para melhorar a qualidade do atendimento destes pacientes, preconiza-se a criação de unidades
especializadas dentro dos serviços de emergência. Objetivo: Avaliar o atendimento dos pacientes com dor torácica e
SCA após a instalação da Unidade Vascular (UV) dentro do Serviço de Emergência de um hospital universitário.
Métodos: Coorte de pacientes consecutivos atendidos no Serviço de Emergência e encaminhados à UV com queixa
de dor torácica ou forte suspeita de SCA, de abril a setembro de 2006. Foi aplicado questionário padrão e os dados
foram comparados com estudo prévio à implementação da UV, realizado na Emergência da instituição, no período de
julho de 1999 a dezembro de 2001. Resultados: Foram avaliados 154 pacientes, 57% do sexo feminino, com idade
média de 63 anos. A prevalência de hipertensão foi de 87%, diabetes melito 36%, tabagismo 23% e cardiopatia
isquêmica prévia 69%. SCA foi diagnosticada em 62% dos pacientes, sendo 8, 4% com supra de ST. Dos pacientes
com diagnóstico de SCA, 70% realizaram cateterismo cardíaco, 36% ACTP e 8% revascularização cirúrgica. Em
relação ao destino dos pacientes, 52% receberam alta hospitalar, 39% foram internados em leito clínico e 9% em
UTI. Os desfechos angina recorrente, arritmias, insuficiência cardíaca e mortalidade, quando comparados com dados
de 2001, não mostraram diferença significativa. Já o tempo de permanência hospitalar teve uma redução de 9, 3 dias
em 2001 para 8, 3 em 2006. Conclusões: Os resultados demonstram que a implantação da UV reduziu o tempo
médio de permanência hospitalar, sem, entretanto, modificar a ocorrência de desfechos duros, indo ao encontro dos
dados encontrados na literatura.

MAIORIA DOS PACIENTES AMBULATORIAIS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E


177 ANEMIA NÃO APRESENTAM SÍNDROME CARDIO-RENAL. Laísa Bonzanini, Milene
Moelehcke, Gabriela Pilau de Abreu, Laís Pilau de Abreu, Dimitris Varvaki Rados, Luis Eduardo
Rohde, Luís Beck da Silva Neto, Nadine Oliveira Clausell (orient.) (UFRGS).
Introdução: Anemia é um achado comum em pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) e é associada a pior
prognóstico. A anemia em pacientes com IC é freqüentemente atribuída à concomitância de insuficiência renal (IR).
A literatura contemporânea tem focado em fármacos derivados da eritropoetina como candidatos ao tratamento desta
situação. No entanto, em nosso meio, a ocorrência de anemia ferropriva ou não-associada a IR é significativa.
Objetiva-se avaliar a prevalência de anemia nos pacientes com IC e função renal preservada em nosso meio.
Métodos: Estudo transversal retrospectivo de uma coorte ambulatorial de 514 pacientes com insuficiência cardíaca

551
Ciências da Saúde

acompanhados em clínica especializada de hospital terciário. Destes, 436 possuem dados sobre hemoglobina (Hb) e
creatinina séricas. Os pacientes foram categorizados em anêmicos (Hb≤12mg/dl) e não-anêmicos e em pacientes com
IR (creatinina >1, 5 mg/dl) ou sem IR. Resultados: A creatinina média dos pacientes anêmicos foi de 1, 6 ± 1, 5
md/dl enquanto a creatinina média dos pacientes não-anêmicos foi de 1, 2 ± 0, 5; p=0, 003. Os pacientes com IR
apresentavam Hb média de 12, 1 ± 2, 2 mg/dl; enquanto os pacientes sem IR apresentavam Hb média de 12, 9 ±1, 8
mg/dl; p=0, 002. 58% dos pacientes anêmicos tinham creatinina < 1, 5 mg/dl, e 50% dos pacientes tinham função
renal normal (creatinina < 1, 2 mg/dl). Conclusão: Na realidade brasileira, pelo menos a metade dos pacientes com
IC anêmicos não apresentam insuficiência renal. Salienta-se a importância desta concepção quando considerar
abordagens terapêuticas na anemia associada à IC.

CORRELAÇÃO ENTRE A FRAÇÃO DE EJEÇÃO E A CONDIÇÃO FUNCIONAL EM


178 PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Fábio Cangeri Di Naso, Juliana Saraiva
Pereira, Verlaine Lagni, Alexandre Simões Dias, Mariane Borba Monteiro (orient.) (IPA).
INTRODUÇÃO: A avaliação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), através do estudo
ecocardiográfico, é um importante método de diagnóstico em pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC). Estudos têm
demonstrado resultados controversos quanto à associação entre a FEVE e a condição funcional em pacientes com IC.
OBJETIVOS: Correlacionar a FEVE com variáveis funcionais em pacientes com IC. MATERIAIS E MÉTODOS:
Foi realizado um estudo observacional e transversal com coleta de dados de janeiro à julho de 2007. Foram avaliados
40 pacientes com IC Crônica (26 homens), pertencentes às Classes Funcionais I, II e III segundo a NYHA (New
York Heart Association). A média de idade foi de 58, 9 + 11, 77 anos. A FEVE foi obtida por meio de
ecocardiografia pelo método de Teichholz. A condição funcional foi representada pelas variáveis: distância
percorrida no teste da caminhada dos seis minutos (TC6’), classe funcional segundo a NYHA (CF) e domínio
referente à capacidade funcional do Questionário de Qualidade de Vida (SF-36). Para a análise estatística foram
utilizados os testes de correlação de Pearson para as variáveis contínuas e de Spearman para as variáveis categóricas
com nível de significância de 5% (p<0, 05). RESULTADOS: A FEVE média foi de 38, 50 + 14, 35%. A média das
variáveis funcionais foram 373, 79 + 107, 19 metros para a TC6’ e 47, 62 + 25, 91 para a pontuação do SF-36. A
FEVE apresentou correlação com a TC6’ (p=0, 028 e r=0, 351), com a CF (p=0, 008 e r=-0, 417) e com o SF-36
(p=0, 004 e r=0, 447). CONCLUSÃO: Quanto maior o comprometimento do miocárdio, menor a capacidade de
exercício, mais avançada a classe funcional e pior a qualidade de vida dos pacientes estudados.

UMA ÚNICA SESSÃO DE EXERCÍCIO SUBMÁXIMO AUMENTA O FLUXO SANGÜÍNEO


179 EM MEMBRO NÃO-EXERCITADO: UM POSSÍVEL MECANISMO PARA A ADAPTAÇÃO
ENDOTELIAL SISTÊMICA. Sheila Piccoli Garcia, Daniel Umpierre, Ricardo Stein, Carine Cristina
Callegaro, Ana Paula Corrêa, Felipe Brum Drews, Jorge Pinto Ribeiro (orient.) (UFRGS).
Introdução: Recentemente, o fluxo sangüíneo no membro inativo tem sido investigado como possível mecanismo da
adaptação endotelial sistêmica induzida pelo exercício. Objetivo: Testar hipótese de que o fluxo sangüíneo no
antebraço (FSA) e a dilatação mediada pelo fluxo (DMF) poderão estar aumentados após uma típica sessão de
exercício de membros inferiores. Métodos: A amostra foi composta por 10 sujeitos saudáveis (25±1 anos). Após teste
cardiopulmonar máximo, os indivíduos foram estudados em 2 condições experimentais, as quais ocorreram em dias
diferentes e ordem randomizada: 1) controle (25min de repouso sentado) ou, 2) sessão submáxima de exercício
(25min em cicloergômetro). A FC, PA, FSA e DMF (pletismografia de oclusão venosa) foram avaliados antes (pré-
intervenção) e após (imediatamente, 10, 30, 60min e 24h) cada condição experimental. Os dados foram analisados
por ANOVA two-way para medidas repetidas, e nível de significância foi P<0, 05. Resultados: Observou-se aumento
do FSA (imediatamente após: 4.2±0.4; 10min após: 3.2±0.2; 30min após: 2.8±0.2, em ml/min.100ml) e redução da
RVP (imediatamente após: 22±3; 10min após: 27±2; 30min após: 31±2, em unidades) até 30min após o exercício,
comparado à condição controle. Nos momentos 60min e 24h após o exercício, os valores do FSA e a RVP foram
semelhantes aqueles da sessão controle. Não ocorreram mudanças significativas na PAM e na DMF após 2 diferentes
intervenções. Conclusão: Uma única sessão de exercício aumenta FSA pós-exercício por até 30 minutos, o que
ocorre em presença de diminuição da RVP. Ainda que a DMF não tenha sido alterada após o exercício, os repetidos
aumentos de fluxo em regiões vasculares não-exercitadas podem ser um estímulo para a adaptação endotelial
sistêmica promovida pelo treinamento aeróbico.

REPRODUTIBILIDADE DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS E BNP SERIADOS EM


180 PACIENTES COM CARDIOPATIA ISQUÊMICA ESTÁVEL. Steffan Frozi Stella, Paulo Vicente
Sparano Camargo, Raquel Melchior Roman, Ana Paula Webber Rossini, Anderson Donelli da Silveira,
Andrese Gasparin, Carolina Meotti, Tiane Giaretta, Carisi Anne Polanczyk (orient.) (UFRGS).
Introdução: Recentes estudos têm demonstrado o papel da inflamação na formação, desenvolvimento e instabilização
da placa de ateroma. A estabilidade dos marcadores séricos que avaliam o sistema imune inato é um fator importante
para entender a sua aplicabilidade na prática clínica. Métodos: Estudo de coorte, em pacientes com cardiopatia
isquêmica estável, em acompanhamento em um ambulatório especializado de um hospital público. Os pacientes
foram incluídos consecutivamente e foi coletado sangue a cada consulta, com intervalo médio de 3-4 meses, durante
o período de um ano. Foram incluídos 118 pacientes e analisados os marcadores séricos (PCRus, interleucina (IL)-

552
Ciências da Saúde

10, IL-18 e BNP) em 2 coletas consecutivas. Para analise da flutuação dos marcadores foi empregado coeficiente de
correlação com dados contínuos e estatística Kappa para variáveis categóricas. Resultados: O tempo médio entre as
coletas foi de 133 ± 51 dias. O coeficiente de correlação da PCRus foi 0, 76 (p<0, 001), do BNP 0, 87 (p<0, 001), da
IL-10 0, 49 (p<0, 001) e da IL-18 0, 74 (p<0, 001). Na análise categórica encontramos 83% de concordância para a
PCRus (ponto de corte 3 mg/L; kappa 0, 60; p<0, 001), e 86% para o BNP (ponto de corte de 50pg/ml; kappa 0, 72;
p<0, 001). Conclusão: Neste estudo, os marcadores inflamatórios e o BNP demonstraram uma boa reprodutibilidade
em pacientes com cardiopatia isquêmica estável clinicamente. Apesar de não haver ainda uma aplicabilidade clínica
bem definida nesta população de pacientes, com estes dados podemos dizer que os resultados possuem uma boa
confiabilidade.

ESTUDO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS E TERAPIAS ELÉTRICAS EM PACIENTES


181 COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E PORTADORES DE CARDIODESFIBRILADOR
IMPLANTÁVEL. Laís Pilau de Abreu, Diego Chemello, Mauricio Pimentel, Vinicius Leite Gonzales,
Felipe Zanchet, Eliza Ricardo Dalsasso, Leandro Ioschpe Zimerman, Nadine Oliveira Clausell (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O cardiodesfibrilador implantável (CDI) reduz a mortalidade associada à Insuficiência Cardíaca
(IC), porém seu alto custo requer contínua reavaliação dos critérios de indicação e perfil de uso. Ensaio clínico
randomizado de prevenção 2ª mostrou taxa aproximada de choques de 10, 3%/ano em pacientes em uso de
amiodarona e beta-bloqueador, com taxa de choques inapropriados de 3, 3%/ano. OBJETIVO: Avaliar o padrão de
funcionamento do CDI em pacientes com IC, em acompanhamento ambulatorial e determinar o papel de 4
polimorfismos genéticos em identificar um perfil preditor de disparos apropriados. PACIENTES E MÉTODOS:
Pacientes ambulatoriais com IC e portadores de CDI há no mínimo 6 meses. Registro de variáveis clínico-
demográficas e interrogação padronizada da atividade do CDI. Coleta de 10 ml de sangue para análise dos
polimorfismos (Arg389Gly do receptor adrenérgico B1; C825T subunidade 3 da Proteína G; PlA1/A2 da Glicoproteina
IIIa; 4G/5G do PAI-1). RESULTADOS PARCIAIS: Analisados 32 pacientes, idade média de 57 ± 13 anos, 75%
homens, 44% com etiologia isquêmica e fração de ejeção média de 41± 12%. O CDI foi indicado para prevenção 2ª
em 91% dos casos. Do total, 13 estavam em classe funcional (NYHA) I; 15 em classe II e 4 em classe III. Cerca de
62% usavam amiodarona e 94% beta-bloqueador. O CDI foi acionado em 13 pacientes (média de 20 meses pós-
implante), com taxa de 22, 6% episódios de choque/ano e 3, 8% de choque inapropriado/ano. Os polimorfismos
serão analisados em conjunto ao final da coleta (n previsto 144). CONCLUSÃO: Em pacientes com IC em
acompanhamento ambulatorial, a taxa de utilização do CDI parece superior àquela relatada na literatura para
prevenção 2ª, o que poderia ser explicado pelo diferente padrão de uso de drogas antiarrítmicas nesse estudo.
(Fapergs).

EVENTOS ESTRESSORES E ESTADO EMOCIONAL SE ASSOCIAM COM CONSCIÊNCIA


182 DE HIPERTENSÃO ARTERIAL MAS NÃO COM REAL HIPERTENSÃO ARTERIAL:
RESULTADOS DE UM ESTUDO TRANSVERSAL DE BASE POPULACIONAL. Marina
Beltrami Moreira, Felipe Sparrenberger, Sandra C Fuchs, Leila B Moreira, Flavio Danni Fuchs (orient.) (UFRGS).
Introdução: Estresse pode ser causa de hipertensão arterial sistêmica (HAS), mas as evidências são incipientes.
Objetivos: Investigar associação entre eventos estressores e estado emocional com HAS. Métodos: Dados foram
coletados em estudo prospectivo transversal de base populacional. Fez-se avaliação domiciliar quanto a medidas
demográficas, antropométricas, pressão arterial (PA) e fatores de risco para HAS. HAS foi definida por PA ≥140/90
mmHg ou uso de anti-hipertensivos. Eventos estressores maiores no último ano foram investigados: morte de
familiar próximo ou amigo, desemprego, divórcio ou separação, migração, doença grave na família, acidente grave e
violência física. Estado emocional foi avaliado através da escala de faces. As associações foram ajustadas para
fatores de risco para HAS em regressão logística. Resultados: 1484 indivíduos com idade≥18 anos foram estudados.
600 (40.4%) tinham HAS, 571 (38.5%) sofreram pelo menos um evento estressor maior e 231 (15.6%) associaram a
emoção corrente a faces mais negativas. Não houve associação entre estressores e emoções com a prevalência de
HAS ou PA aferida após ajuste para fatores de confusão. A proporção de indivíduos que relataram HAS aumentou
em paralelo com pior estado emocional, mas não na proporção de indivíduos com PA ≥140/90 mmHg. Eventos
estressores se associaram com relato de HAS em indivíduos com PA normal e sem uso de anti-hipertensivos.
Conclusão: Eventos estressores e estado emocional não se associam com HAS na comunidade. Associação entre
esses e a consciência de HAS, mas não com PA aferida, sugere que relatos de associação entre estresse e HAS não
decorrem de efeitos de eventos estressores e estado emocional sobre a pressão arterial.

FRAQUEZA MUSCULAR INSPIRATÓRIA NÃO ALTERA O CONTROLE


183 QUIMIORREFLEXO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Elisa Nicoloso
Simões Pires, Denis Martinez, Felipe Lahuski Schneider, Janini Vicenzi da Silveira, Jorge P Ribeiro,
Carine Cristina Callegaro (orient.) (UFRGS).
Introdução. A hiperatividade simpática (HS), encontrada em pacientes com insuficiência cardíaca, pode estar
associada com mudanças no controle quimiorreflexo. Pacientes com fraqueza muscular inspiratória (FMI)
apresentam volume corrente reduzido, o qual poderia intensificar HS. A FMI pode estar associada com
hiperatividade dos quimiorreceptores periféricos. Objetivos. Verificar se a FMI está associada com a hiperatividade

553
Ciências da Saúde

dos quimioreceptores periféricos. Métodos. Participaram do estudo 14 indivíduos com insuficiência cardíaca, 7
(53±3 anos) portadores de FMI [Pressão Inspiratóra Máxima (Pimáx) < 70% do predito para idade e sexo] e 7 (55±3
anos) com força muscular inspiratória normal. O quimiorreflexo periférico foi determinado pela técnica de Inalação-
Única (IU) mediante a inspiração de 13% de CO2 em um ciclo respiratório. O coeficiente de variação do IU nesse
estudo foi de 19±5 %. Resultados. Indivíduos com FMI apresentaram pressão inspiratória máxima (Pimáx = 64±6
cmH2O) menor que os sem fraqueza (Pimáx= 114±7 cmH2O p <0, 001). O consumo de O2 de pico (VO2 pico) foi
similar entre pacientes com (23 ±2 ml.kg.min) e sem FMI (21± 2 ml.kg.min). A resposta ao IU foi similar em
pacientes com (0, 75± 0, 08 l.min-1. Vol %) e sem FMI (0, 76± 0, 16 l.min-1. Vol %). Não houve correlação entre a
resposta ao IU e a Pimáx. No entanto, o VO2 pico (r = 0, 58, p = 0, 034) foi diretamente associado à resposta ao IU,
enquanto o equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2) foi inversamente associado (r = - 0, 51, p = 0,
07).Conclusão. O quimiorreflexo periférico está associado ao consumo máximo de oxigênio e ventilação no pico do
exercício, mas não foi diferente entre os pacientes com e sem FMI nesta amostra.

EFEITO DA OBESIDADE CENTRAL NA ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA CARDÍACA


184 ISQUÊMICA E DISFUNÇÃO ERÉTIL. Ana Luisa Zacharias, Charles Riedner, Fernando
Bourscheit, Isadora Fregonese Antunes, Márcio Garcia, Marco Wainstein, Jorge Pinto Ribeiro, Ernani
Rhoden, Sandra Cristina Pereira Costa Fuchs (orient.) (UFRGS).
Disfunção erétil (DE) é o distúrbio sexual masculino mais freqüente, acometendo mais de 100 milhões de homens no
mundo. Verificou-se sua associação independente com coronariopatia, mas não há estudos que analisem obesidade
central. Objetivo: Avaliar o efeito da obesidade central sobre a associação entre DE e doença aterosclerótica
coronariana. Pacientes e Métodos: Estudo de casos e controles incluindo pacientes com 40 anos ou mais, suspeitos de
coronariopatia e indicação, pelo médico assistente, de realização de cineangiocoronariografia. Em fase de coleta de
dados. Pacientes que chegam à unidade de Hemodinâmica, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, são convidados
a participar do estudo e, aceitando, assinam consentimento escrito. Casos apresentam angiografia coronária com
lesões significativas (estenose acima de 50% em pelo menos uma artéria). Controles são identificados pela
angiografia coronária sem lesões significativas. Serão excluídos pacientes com insuficiência cardíaca,
cardiomiopatia, revascularização miocárdica prévia, insuficiência renal e neoplasia. DE é caracterizada pelo Índice
Internacional de Função Erétil, questionário recomendado pela Associação Urológica Americana para medir função
erétil. Obesidade central será detectada por antropometria, considerando-se: circunferência da cintura, índice cintura-
quadril e diâmetro abdominal sagital. Cálculo de tamanho da amostra baseou-se em p-alfa 5% e poder 80%,
estimando-se que para cada 5 pacientes com angiografia coronariana significativa haja 1 sem lesões significativas.
Entre os casos, espera-se que 45, 8% apresentem DE, o mesmo ocorrendo em 15, 8% dos controles, permitindo
detectar uma odds ratio de 4, 5, serão necessários 130 casos e 26 controles. Para avaliar o efeito independente da
obesidade central será necessário investigar 169 casos e 34 controles. Resultados: Até o momento foram incluídos 16
indivíduos. A previsão de conclusão da coleta dos dados é dezembro de 2008.

Sessão 22
Bioquímica, Fisiologia e Genética Clínica A

ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFIMO T102C DO RECEPTOR 2ª DA SEROTONINA (5-


185 HT2A) COM POLIMEDICAÇÃO EM IDOSOS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO. Juliana
Machado Bochi, Aron Ferreira da Silveira, Pedro Antonio Schmith do Prado Lima, Cristiane Köhler
Carpilovsky, Ivana Beatrice Manica da Cruz, Maria Izabel Ugalde Marques da Rocha (orient.) (UFSM).
Introdução: o sistema serotonérgico está envolvido com a modulação de diversas rotas metabólicas corporais sendo
de grande interesse farmacológico. Sua ação ocorre via 14 subtipos de receptores que inclui o receptor 5-HT2A. Tal
receptor é encontrado principalmente no sistema nervoso central, gastrointestinal e plaquetas. O polimorfismo
T102C neste receptor tem sido associado com diversas doenças. Associação entre o alelo C com doenças
neuropsiquiátricas e adição é descrita. Investigação recente sugere que os TT tendem a ser mais longevos do que os
TC e CC. Um questionamento em aberto é a possível associação deste polimorfismo com carga mórbida avaliada
através do consumo quali-quantitativo de medicamentos. Objetivos: investigar associação entre o polimorfismo
T102C com polimedicação (>3 medicamentos/dia) em idosos (>60 anos). Metodologia: o estudo será realizado em
duas etapas: análise retrospectiva e estudo caso-controle em participantes do Projeto 4-Vita desenvolvido em
comunidades universitárias do País. Os resultados retrospectivos são aqui apresentados utilizando o banco de dados
do estudo de Prado-Lima et al.(Am.J.Med.Genet. 128:90-3, 2004). Os dados foram estatisticamente analisados.
Resultados: 124 idosos foram investigados (23 homens, 111 mulheres) com idade média de 67, 3+7.1. Foi observada
associação positiva entre polimedicação e o genótipo (TT= 19, 6%, CC=30, 3% e TC=43, 3%, p=0, 05) e com o alelo
C (p=0, 04). A razão de chance de portadores de pelo menos um alelo C serem polimedicados foi 2, 63 (IC95% 1,
01-7, 03). As medicações associadas mais prevalentes foram para hipertensão e transtornos neuropsiquiátricos.
Conclusão: estudos farmacogenéticos complementares, principalmente em outras amostras populacionais são
necessários para confirmar estes achados.

554
Ciências da Saúde

TOXICIDADE GENÉTICA ASSOCIADA À ERVA MATE (ILEX PARAGUARIENSIS)


186 ATRAVÉS DO TESTE DE MICRONÚCLEOS POR BLOQUEIO DA CITOCINESE (CBMN)
EM LINFÓCITOS HUMANOS. Rafael José Vargas Alves, Viviane Souza do Amaral, Tiago Maeso
Hermes Montes, Honório Sampaio Menezes, Heloísa Helena Rodrigues de Andrade, Geraldo Pereira Jotz (orient.)
(ULBRA).
Alguns estudos epidemiológicos e clínicos vêm demonstrando que a erva-mate (Chimarrão) possa ter um papel no
desenvolvimento de algumas neoplasias do trato aéreo e digestivo. Entretanto, devido a alguns fatores de confusão
(fumo, álcool e dieta) não esta bem esclarecido qual é o verdadeiro papel da erva-mate na carcinogênese
(potencializador, mutagênico ou promotor). O teste de micronúcleo in vitro é uma importante ferramenta para a
Genética Toxicológica, sendo amplamente empregado na identificação do potencial genotóxico de agentes químicos
e físicos. Esse estudo tem como objetivo avaliar o potencial mutagênico da erva-mate em cultura de Linfócitos
humanos. O sangue periférico, com heparina, foi retirado de três doadores jovens para o cultivo de linfócitos. As
culturas foram tratadas com a infusão de erva mate ou água destilada (controle negativo), previamente esterilizada -
por filtração através de membrana (0, 22 mm). Foram utilizados: como controles aneugênico a vimblastina e como
controle clastogênico a bleomicina. Foram analisadas 3000 células binucleadas por doador. Não houve diferença
significativa na freqüência de micronúcleos (p=0, 479) nas diferentes concentrações da infusão de erva-mate:
1400µg/ml (0, 001 ± 0, 002), 700µg/ml (0, 0006 ± 0, 0015), 350µg/ml (0, 002 ± 0, 002), 175µg/ml (0, 002 ± 0, 003)
e Controle negativo (0, 001 ± 0, 001). Nossos resultados mostraram que não houve atividade aneugenica e
clastogênica na cultura de Linfócitos submetidos à infusão da erva mate.

ESFERÓIDES DE GLIOBLASTOMA MULTIFORME LIBERAM PROTEÍNA DE CHOQUE


187 TÉRMICO DE 70-KD (HSP70) DURANTE O CRESCIMENTO. Diógenes Moreira Heerdt, Telma
Viana Martins Kirst, Patryck Stangl Boschetti, Carolina Benelli de Souza, Judite Tais Silveira Fagundes
Lopes, Virginia Tamiosso, Denise Heidrich Faria, Daniel Pretto Schunemann, Andréa Pereira Regner, Ivana
Grivicich, Adriana Brondani da Rocha (orient.) (ULBRA).
Durante o desenvolvimento tumoral, a camada de células proliferativas atinge maiores dimensões dificultando o
fornecimento de oxigênio e nutrientes para as células da região central, ocasionando a morte das mesmas. A cultura
tridimensional de esferóides permite a diferenciação da massa tumoral em áreas de proliferação, diferenciação e
morte celular, fazendo deste modelo uma importante ferramenta no estudo das características de tumores de células
gliais. Os baixos índices de apoptose em células de glioblastomas (GBM) próximas a área central do tumor indica
resistência a morte induzida por estresse celular, o que pode ser explicado pela ativação de mecanismos de proteção.
As proteínas de choque térmico (Hsps) têm sua expressão aumentada em situações de estresse e dano celular. Neste
sentido, investigamos se o conteúdo de Hsp70 está associado ao crescimento do tumor. Com esse propósito,
examinamos o conteúdo de Hsp70 secretado em dois cultivos tridimensionais desenvolvidos a partir de amostras de
glioblastomas obtidas de ressecções cirúrgicas (UGBM1 e UGBM2). A morte das células foi observada após 2
semanas de cultivo através da liberação da enzima lactato desidrogenase (LDH). A análise morfológica das células
centrais, em ambos GBMs, revelou características típicas de necrose, e mesmo nos últimos estágios do crescimento
dos esferóides, não observamos um número expressivo de células apoptóticas. O aumento significativo na secreção
de Hsp70 foi observado em ambos os esferóides de GBM antes do aumento da liberação de LDH. A secreção de
Hsp70 aumentou 236% nos esferóides de UGBM2 em 14 dias, enquanto que nos esferóides de UGBM1 atingiu um
pico de 178% em 12 dias. A análise imunohistoquímica revelou aumento da concentração da proteína Hsp70 em
ambos esferóides. Desta forma, o aumento da secreção de Hsp70 das células de GBM acompanharam o aparecimento
das zonas de necrose durante o crescimento dos esferóides, sugerindo um envolvimento da Hsp70 no crescimento de
GBM. (CNPq).

EXPRESSÃO DO VEGF EM TÚNICA MÉDIA DE RAMOS ARTERIAIS HEPÁTICOS NA


188 ATRESIA BILIAR. Ana Raniele Rodrigues Linhares, Patrícia Turnes Edom, Jorge Luiz dos Santos,
Luise Meurer, Carlos Oscar Kieling, Ursula Matte, Andrea Lorentz, Themis Reverbel da Silveira
(orient.) (UFRGS).
Na Atresia Biliar (AB) mantém-se colangiopatia progressiva após a portoenterostomia (POE), levando a falência e
transplante hepáticos. A AB tem heterogeneidade clínica, pois um grupo de casos apresenta anomalia de lateralidade
(ALAT). Em 2005 descrevemos espessamento de túnica média (TM) em ramos arteriais hepáticos na AB,
progressivo, sugerindo anomalia vascular com remodelagem da TM, talvez associada à tal colangiopatia. O
transcriptoma na AB comparado com outras causas de colestase neonatal (OCN) mostrou sobre-expressão de
VEGF.Com o objetivo de avaliar a expressão do VEGF na túnica média de ramos arteriais hepáticos (TMA) na AB,
foram avaliadas biópsias em cunha parafinizadas obtidas na POE de 52 casos de AB, incluindo casos com (n=6) e
sem ALAT (n=46), marcadas por imunoistoquímica com VEGF (DAKO, 1:400, ABC-peroxidase). Biópsias de 8
OCN com idade semelhante e necropsias de 8 pacientes sem hepatopatia (SH) serviram de controles. Um patologista
“cego” quanto aos diagnósticos analisaram a expressão do VEGF na TMA. A extensão da fibrose foi semi-
quantificada por escore específico.O VEGF expressou-se mais em TMA na AB que nas OCN (P=0, 010) e nos SH
(P<0, 001). Não houve diferença entre as AB com e sem ALAT (P=0, 630), nem do grupo ALAT e controles. O

555
Ciências da Saúde

grupo sem ALAT, porém, diferiu de controles SH (P<0, 001) e OCN (P=0, 012). A expressão do VEGF em TMA,
ainda, correlacionou-se positivamente com a extensão da fibrose (r=0, 58; P<0, 001). A heterogeneidade da
expressão do VEGF em TMA na AB sugere que o insulto mórbido incide em diferentes momentos nos distintos
subgrupos da doença. (BIC).

CENTRO ESTADUAL DE REFERÊNCIA PARA DOENÇA DE GAUCHER: A EXPERIÊNCIA


189 DO RIO GRANDE DO SUL. Taciane Alegra, Paulo Dornelles Picon (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Doença de Gaucher (DG) ocorre por deficiência da enzima lisossômica
glicocerebrosidase, resultando em acúmulo de glicolipídios no sistema reticulo-endotelial . Caracteriza-se por
anemia, trombocitopenia, leucopenia, hepatoesplenomegalia e complicações ósseas. De acordo com o envolvimento
do sistema nervoso central divide-se em tipo I (não-neuronopática) e II ou III (neuonopáticas). O tratamento para
casos sintomáticos é reposição enzimática com Imiglucerase, medicamento de alto custo fornecido pelo Ministério
da Saúde (MS) e cuja dose varia de 10 UI/kg a 60 UI/kg conforme as manifestações clínicas do paciente. Materiais e
métodos: Buscando melhorar a assistência aos pacientes e otimizar a dose prescrita, foi implementado em 2003 o
Centro de Referência Estadual para Doença de Gaucher do Rio Grande do Sul (CREDG – RS), numa parceria entre o
MS, Secretaria Estadual de Saúde do RS e Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os principais objetivos deste são
centralizar o controle da Imiglucerase e acompanhar os pacientes com DG do RS, através de consultas periódicas
com médico geneticista e exames complementares. Resultados: Atualmente no estado 21 pacientes recebem o
tratamento, sendo todos acompanhados e monitorizados por equipe multidisciplinar no CREDG. A repercussão para
os pacientes foi positiva, demonstrada através da melhora progressiva ou estabilidade no quadro clínico e laboratorial
destes. Além disso, o consumo de Imiglucerase do estado foi reduzido de 400 (em 2003) para cerca de 250
frascos/mês (em 2007), permitindo economia aproximada de US$ 1, 172 milhões por ano, uma vez que frasco custa
para o MS US$ 651, 20. Conclusão: A evolução do Centro de Referência nestes três anos demonstra que é possível
manter a estabilidade clínica dos pacientes com DG através do tratamento com baixas doses por períodos
prolongados, permitindo assistência de qualidade aliada ao uso racional da terapia de reposição enzimática.

RESISTÊNCIA AO FLUOROURACIL ESTÁ ASSOCIADA AO AUMENTO DO CONTEÚDO


190 DA PROTEÍNA HSP70 EM LINHAGENS CELULARES DE CÂNCER DE CÓLON. Luciana
Brosina de Leon, Tatiane Von Werne Baes, Caroline Zanoni, Larissa Procópio Corrêa, Ana Paola
Baseggio, Priscila Rodriguez, Maitê Dória Gomes, Andréa Regner, Adriana Brondani da Rocha, Ivana Grivicich
(orient.) (ULBRA).
Embora provocando respostas de no máximo 20%, o uso do 5-fluorouracil (5-FU) ainda é uma opção de tratamento
para pacientes com câncer de cólon avançado. As respostas são consideradas insatisfatórias devido à resistência
intrínseca ou adquirida à droga. A proteína de choque térmico de 70 KDa (Hsp70) pode ter sua síntese aumentada em
resposta a danos celulares, como os induzidos por quimioterapia. O aumento da expressão da Hsp70 tem sido
associado com a citoproteção contra a apoptose. No presente estudo, nós investigamos se o conteúdo de Hsp70 está
associado à resistência ao tratamento com 5–FU. Para isto, as linhagens celulares de câncer de cólon HT-29 e SNU-
C4 foram tratadas com 5–FU e sua quimioresistência foi avaliada pelo método SRB. A indução da apoptose foi
quantificada por citometria de fluxo e quantidade de Hsp70 foi determinada pela técnica ELISA. A comparação dos
valores de IC50 mostraram que a linhagem HT-29 é mais resistente ao 5-FU, enquanto que a linhagem SNU-C4
demonstrou maior sensibilidade a esta droga. Além disso, o tratamento com 5-FU, aumentou a população
hipodiplóide em ambas as linhagens. Porém este aumento foi mais significativo na linhagem SNU-C4. Na linhagem
HT-29, o tratamento com 5-FU aumentou em 5, 5 vezes a concentração de Hsp70 após 12 horas. Após 24 horas, o
aumento dos níveis de Hsp70 foi de 2 vezes. Por outro lado, na linhagem SNU-C4, o 5-FU induziu um aumento de
Hsp70 de 2 vezes após 12 horas, e depois de 24h, não afetou significativamente o conteúdo de Hsp70. Estes dados
sugerem que o 5-FU induziu a síntese de Hsp70 na linhagem resistente levando a proteção e contra a indução de
apoptose pelo 5-FU.

Sessão 23
Nutrição A

AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DA SOJA GENETICAMENTE MODIFICADA E SUA PARENTAL


191 EM RATOS WISTARS. Elesiane Marcia Lazzaretti Piran, Janaína Guimarães Venzke, Julia Sampaio
Teixeira, Cristiani Charão, Simone Hickmann Flôres, Marco Antonio Zachia Ayub (orient.) (IPA).
A soja (Glycine max) é utilizada como fonte de óleo e proteína para rações animal e em produtos processados. A soja
geneticamente modificada (soja RR) foi desenvolvida para ser tolerante ao herbicida glifosato, visando permitir seu
uso no controle das ervas daninhas e possibilitando a sobrevivência da planta. O objetivo do trabalho foi avaliar o
aproveitamento da proteína da soja RR, em ratos, na fase de crescimento. Ratos wistars machos (n=30) recém
desmamados foram alimentados por 28 dias com rações preparadas segundo AIN-93, com 10 % das seguintes fontes
protéicas: caseína (controle), soja RR, soja convencional (parental), soja RR do produtor. Foi mantido por 14 dias

556
Ciências da Saúde

grupo aproteico. O consumo de ração e o controle de peso foram registrados a cada dois dias. Ração e água foram
fornecidas ad libitum. Fezes e urinas foram coletadas a partir do 8º dia de dieta até o final do experimento. Ao final
do experimento, foram determinados os pesos de rins, fígado, baço, e os seguintes parâmetros nutricionais: valor
biológico, utilização líquida de proteína, quociente de eficiência protéica, quociente de eficiência líquida protéica,
coeficiente de eficácia alimentar, teor de umidade das fezes. A determinação do nitrogênio foi realizada nas rações,
fezes e urina pelo método do micro-kjeldhal (AOAC, 1995). Os dados preliminares apontam que as rações contendo
soja RR, convencional e do produtor não diferem entre os grupos experimentais contendo soja. O consumo de soja
RR, do produtor e da convencional não afetou o crescimento em relação ao grupo controle. Não tem sido observadas
diferenças nos parâmetros nutricionais entre os grupos que receberam soja. A publicação destes resultados não
significa que este grupo de pesquisa endosse o uso de soja geneticamente modificada.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA CARNE MECANICAMENTE SEPARADA DE FRANGO E


192 DA PROTEÍNA ISOLADA DE SOJA TRATADA COM TRANSGLUTAMINASE. Carolina Elisa
Schneider, Claucia Fernanda Volken de Souza, Janaina Guimarães Venzke, Simone Hickmann Flôres,
Marco Antonio Zachia Ayub (orient.) (UFRGS).
A transglutaminase (TGase) é uma enzima que catalisa a formação de ligações cruzadas entre resíduos de lisina e
glutamina das moléculas protéicas. Essas ligações peptídicas e-(g-glutamil)lisil conferem alguns efeitos nas
propriedades funcionais das proteínas dos alimentos, tais como a melhora da textura e da elasticidade, e da
capacidade de gelatinização, de retenção de água e de reestruturação. A TGase apresenta uma ampla aplicação na
indústria alimentícia, como por exemplo, em produtos cárneos, sorvetes, iogurtes, queijos, gelatinas, farinhas, pães e
massas frescas. Existem inúmeros relatos sobre os efeitos das ligações e-(g-glutamil)lisil nas propriedades físicas e
estruturais das proteínas, porém em relação ao valor nutricional apenas a caseína tratada com TGase foi estudado.
Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito biológico da carne mecanicamente separada de frango (CMS)
e da proteína isolada de soja tratada com TGase ACTIVA TG®. Os 36 ratos wistars machos foram mantidos por 28
dias em gaiolas metabólicas, ciclo de 12 h claro/escuro, ad libitum para alimentação e água, com controle de
temperatura e umidade. Os ratos foram divididos em 6 grupos, conforme a dieta: aprotéica, caseína, CMS, CMS
tratada com TGase, proteína isolada de soja e proteína isolada de soja tratada com TGase. Avaliaram-se os seguintes
parâmetros: digestibilidade verdadeira, coeficiente de eficácia protéica (PER), coeficiente de eficácia líquida de
proteína (NPR), utilização líquida de proteína (NPU), conversão alimentar e eficácia alimentar. Os resultados
sugerem que as proteínas polimerizadas não possuem nenhum efeito adverso e podem ser absorvidas pelo organismo,
não alterando o valor nutricional dos alimentos.

ELABORAÇÃO DE UMA TABELA NUTRICIONAL PARA AVALIAR O CONSUMO


193 DIETÉTICO DE ÁCIDO GRAXO TRANS. Angela Cristine Bersch Ferreira, Josiane Woutheres
Bortolotto, Cláudio Cora Mottin, Maria Rita Cuervo, Regina Maria Vieira da Costa Guaragna (orient.)
(UFRGS).
Pesquisas têm incluído ácidos graxos trans(AGT) entre os fatores dietéticos de risco para doenças cardiovasculares
por estarem elevando o LDL e reduzindo o HDL. Segundo a OMS, o consumo de AGT não deve exceder 1% do total
de energia da dieta diária. Em estudo prévio, constatamos um elevado nível de AGT depositado no tecido adiposo de
indivíduos obesos(OB) e não obesos(NOB). Como este ácido graxo não é sintetizado pelo organismo, o seu depósito
reflete o consumo de produtos alimentícios ricos em AGT. Desta forma, pressupõe-se que a população ingere grande
quantidade deste na sua dieta. Países desenvolvidos já se preocupam com essa realidade e propõem campanhas de
redução de AGT nos alimentos enquanto que, no Brasil, até recentemente não era possível avaliar o consumo de
AGT na dieta. Sendo assim, propõe-se: 1-elaborar uma tabela de alimentos, indicando o conteúdo de AGT; 2-
determinar o consumo de AGT da população após aplicação de um questionário recordatório de 24h, tanto em
indivíduos OB(IMC>40kg/m2) e NOB(IMC<30kg/m2). A tabela de Excel contém mais de 500 alimentos dispostos
em 9 categorias: balas, chocolates, biscoitos, frios, congelados, pães, sorvetes, matinais e margarinas. Os alimentos
da tabela que apresentaram maior conteúdo de AGT foram as tortas salgadas congeladas, apresentando uma média de
2, 76g (DP 1, 6g) de AGT em apenas 1 fatia. Os questionários estão sendo aplicados na população descrita e os
cálculos de ingestão diária de AGT estão sendo efetuados. Concluímos que muitos produtos indicam que o conteúdo
de AGT não é determinado(ND) ou não contém(NC), pois a tabela nutricional é calculada em base a pequena
quantidade de produto. Desta forma, o valor tabulado é subestimado, apesar de ser indicado como ingrediente
gordura vegetal hidrogenada. (CNPq).

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO SOBRE PARÂMETROS


194 DE ESTRESSE OXIDATIVO EM INDIVÍDUOS TRAÇO FALCIFORME E PACIENTES
FALCIFORMES. Daiane Agostini Pezzini, Vanessa Duarte Martins, Vanusa Manfredini, Luísa
Lauermann Lazzaretti, Aline Coghetto Baccin, Giovana Pujol Veeck, Mara Benfato (orient.) (UFRGS).
A anemia falciforme (AF) é uma doença decorrente de uma mutação genética. Os indivíduos traço falciforme
(HbAS) são, muitas vezes, assintomáticos. Já os pacientes falciformes (HbSS) apresentam um quadro clínico muito
grave. A AF pode ser complicada por deficiências nutricionais. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da
qualidade da alimentação sobre parâmetros de estresse oxidativo em indivíduos traço falciforme e pacientes

557
Ciências da Saúde

falciformes. Para tal, sessenta pacientes foram selecionados e organizados em grupos de acordo com perfil
hemoglobínico: AA, AS e SS. Cada indivíduo recebeu mensalmente uma cesta básica adequada às suas necessidades
e às de seus familiares. As amostras de sangue foram coletadas antes e após 3 meses de tratamento. A atividade de
catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase (CAT, SOD e GPx) foi analisada como medida de defesa
antioxidante enzimática. O dano oxidativo em proteínas e lipídios foi avaliado pelas técnicas de carbonil e
malondialdeído (MDA), respectivamente. Antes do tratamento, os indivíduos SS apresentaram níveis de CAT
significativamente maiores em relação aos demais grupos, porém, estes valores foram semelhantes aos dos grupos
AS e AA na segunda coleta. Todos os grupos apresentaram redução significativa na atividade de GPx após o
tratamento, e os resultados da SOD não foram significativos. Não houve diferença significativa nos níveis de
carbonil, porém, os indivíduos AA tiveram diminuição significativa do MDA após o tratamento. Estes resultados
sugerem uma melhora no perfil oxidativo com a alimentação fornecida, sendo mais evidente no grupo normal.
Assim, uma alimentação adequada pode ajudar, mas não é o suficiente para proteger os doentes falciformes do dano
oxidativo proveniente da doença.

ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA ALIMENTAR


195 PARA CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS. Jaqueline Andrea Vidor, Daisy Lopes Del Pino, Carolina
Blachtein Lembert, Danielle Cohen, Fabiana Viegas, Laura de Brochado Corino, Patrícia Freitas
Mendonça, Rogerio Friedman (orient.) (IPA).
Os padrões dietéticos adotados por um indivíduo, família ou população determinam seu estado de saúde. Os
nutrientes podem atuar como protetores ou como coadjuvantes na ocorrência de doenças. O questionário de
freqüência alimentar (QFA) tornou-se o método dominante nos estudos epidemiológicos para avaliação do consumo
dietético, em especial para avaliar a relação da dieta com a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis. Não
há instrumento validado na língua portuguesa para a faixa pediátrica da população. Considerando-se a importância de
se conhecer os hábitos alimentares de crianças para realizar qualquer intervenção ou estudo do ponto de vista
nutricional, é necessário validar um instrumento seguro para crianças de 6 a 10 anos. OBJETIVO: Adaptar e validar
um QFA para escolares de 6 a 10 anos, do município de Porto Alegre. MÉTODOS: O estudo envolve escolares até a
quarta série de escolas públicas e particulares. A partir de um questionário de freqüência alimentar validado para
adolescentes, adaptou-se o mesmo para crianças de 6 a 10 anos. A avaliação da validade do QFA se dará através da
comparação dos resultados, obtidos com esse instrumento, em relação às médias dos resultados da aplicação de três
dias não consecutivos de um Recordatório 24h. RESULTADOS: O presente estudo está em fase de coleta de dados e
os resultados parciais serão apresentados.

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA NUTRICIONAL MEDIDA PELA TRANSFERRINA E PRÉ-


196 ALBUMINA SÉRICAS EM PACIENTES COM CÂNCER DE ESÔFAGO INTERNADOS NO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE/ RS. Ricardo Filipe Romani, Lea Teresinha
Guerra, André Ricardo Pereira da Rosa, Carlos Cauduro Schirmer, Richard Ricachenevsky Gurski, Cleber Dario
Pinto Kruel (orient.) (UFRGS).
A avaliação e a intervenção nutricional são indispensáveis nos pacientes com câncer de esôfago devido à alta
incidência de desnutrição de causa multifatorial. A pré-albulmina e transferrina séricas têm mostrado serem eficazes
indicadores de desnutrição e reabilitação nutricional. O objetivo deste trabalho será avaliar o resultado da intervenção
nutricional oral e/ou enteral, através da dosagem de transferrina e pré-albumina séricas em pacientes com câncer de
esôfago internados no Grupo de Cirurgia de Esôfago, Estômago e Intestino Delgado do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (GCEEID/HCPA). A amostra estudada será composta por todos os pacientes com câncer de esôfago que
internarem no GCEEID/ HCPA, no período de outubro de 2006 a agosto de 2007. O suporte nutricional oral ou
enteral será fornecido pelo Serviço de Nutrição e Dietética e adaptado conforme as necessidades nutricionais e
tolerância do paciente. A avaliação nutricional será realizada através das medidas antropométricas e das dosagens
séricas de transferrina e pré-albumina em até 48 horas de internação. Tais medidas serão repetidas no décimo quarto
dia de suporte nutricional. O trabalho está em andamento e os resultados já obtidos são ainda prévios. Houve
aumento significativo em relação aos níveis de transferrina e pré-albumina séricas após a intervenção nutricional
(p<0, 05 com intervalo de confiança de 95%). Os resultados preliminares têm demonstrado que houve melhora dos
níveis séricos de transferrina e pré-albumina após a intervenção nutricional. A utilização destes parâmetros mostra
ser importante para avaliar a condição nutricional e adequar o suporte aos pacientes, de maneira a melhorar a sua
evolução clínica. (BIC).

PREVALÊNCIA DE OBESIDADE ENTRE ADOLESCENTES, ADULTOS E IDOSOS EM UMA


197 AMOSTRA POPULACIONAL REPRESENTATIVA DA CIDADE DE PORTO ALEGRE.
Cristina Barbosa Frantz, Daila A Raenck da Silva, Camila V Raenck da Silva, Débora F do Canto,
Francisca Mosele, Andréia Gustavo, Maria Cristina Caneppele, Janice L Lukrafka, Leila B Moreira, Flávio D
Fuchs, Paula Stoll, Sandra Cristina Pereira Costa Fuchs (orient.) (UFRGS).
Introdução: Obesidade é prevalente, possui taxas crescentes e associa-se com morbimortalidade cardiovascular.
Acometia 8, 4% dos homens e 12, 3% das mulheres do sudeste brasileiro em 1997. Objetivo: Avaliar as prevalências
de sobrepeso, obesidade, e excesso de peso em amostra representativa de adolescentes, adultos e idosos de Porto

558
Ciências da Saúde

Alegre. Materiais e Métodos: Estudo transversal investigou adolescentes, adultos e idosos porto-alegrenses.
Participantes foram entrevistados no domicílio com questionário padronizado. Aferiram-se peso e altura e calculou-
se o IMC que foi categorizado em sobrepeso (25-29), obesidade (≥30) e excesso de peso (≥25 kg/m2). Para
adolescentes, utilizaram-se pontos de corte para IMC de acordo com sexo e idade, conforme recomendações
internacionais. Resultados: Entre 568 adolescentes, 1021 adultos e 562 idosos arrolados, não foi possível medir peso
ou altura de 21. Prevalências de sobrepeso, obesidade e excesso de peso nos adolescentes masculinos foram 15, 3%,
11, 0% e 26, 3%, respectivamente, e inferiores às detectadas entre as adolescentes femininas: 13, 2%, 6, 6% e 19,
9%. Entre os homens adultos 36, 2% apresentavam sobrepeso e 17, 0% obesidade, versus 30, 6% e 22, 1%,
respectivamente, nas mulheres. Taxas de excesso de peso foram similares, entre homens (53, 2%) e mulheres (52,
7%). Diferenças significativas foram identificadas em indivíduos idosos, com taxas mais elevadas de sobrepeso nos
homens (48, 9% vs. 39, 4%) e obesidade nas mulheres (34, 8% vs. 23, 0%), mas com taxas similares de excesso de
peso (71, 8% e 74, 2%, respectivamente). Exceto pelos idosos, as taxas de excesso de peso foram inferiores às
detectadas nos Estados Unidos, em 2002. Conclusões: As prevalências de excesso de peso foram elevadas em adultos
e adolescentes e muito elevadas e similares às americanas nos indivíduos idosos.

PAPEL DA DIETA “DASH” E SEUS COMPONENTES NA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA


198 DE PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2. Diane Cristina Fiaminghi, Tatiana Pedroso de
Paula, Jussara Carnevale, Thais Steemburgo, Valesca Dall Alba, Mirela Jobim de Azevedo (orient.)
(UFRGS).
Introdução: Em pacientes com diabete melito (DM) a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é duas vezes mais
freqüente e, além de importante fator de risco cardiovascular (CV), está associada às complicações crônicas
microvasculares. O tratamento da HAS inclui mudanças no estilo de vida e drogas anti-hipertensivas. Uma
alternativa de tratametno é a dieta “DASH”, que é rica em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura,
pobre em gordura saturada, colesterol e sódio e aumentada em potássio. Não existem estudos que avaliem os efeitos
da dieta “DASH” na PA de pacientes com DM. Objetivo: Avaliar em pacientes com DM tipo 2 a aderência à dieta
“DASH” e suas associações com a PA, controle glicêmico e lipídico, marcadores inflamatórios e de disfunção
endotelial e complicações crônicas do DM. Materiais e Métodos: Neste estudo transversal contemporâneo, 210
pacientes serão submetidos à avaliação nutricional (antropometria, avaliação de hábito alimentar, urina de 24h) e
clínica (PA, complicações micro- e macrovasculares, controle glicêmico e lipídico, marcadores inflamatórios e de
disfunção endotelial). Serão criados escores de aderência aos componentes da dieta “DASH”. As características
clínico-laboratoriais e os escores da dieta dos pacientes com e sem HAS serão comparados por teste T de Student ou
qui quadrado e a correlação dos escores com a PA, por coeficiente de correlação de Pearson. Para avaliar a influência
dos componentes da dieta “DASH” (variável independente) nos desfechos de interesse (variáveis dependentes) serão
realizadas análises multivariadas, ajustadas a possíveis fatores de confusão. Serão considerados estatisticamente
significativos valores de P <0, 05. O protocolo do estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do HCPA.

ANEMIA NO PRIMEIRO ANO DE VIDA ESTÁ ASSOCIADA À ANEMIA AOS QUATRO


199 ANOS DE IDADE. Anelise Damiani da Silva, Gisele Ane Bortolini, Marcia Regina Vitolo (orient.)
(FFFCMPA).
Esse estudo objetivou avaliar a evolução da prevalência de anemia entre crianças de 1 a 4 anos de idade. O estudo foi
realizado com 397 crianças pertencentes a uma coorte aninhada a um ensaio de campo randomizado do município de
São Leopoldo, as quais foram acompanhadas de 1 a 4 anos. Aos 12 meses e entre 3 e 4 anos foram feitas visitas com
aplicação de questionário e realização de hemograma. O diagnóstico de anemia foi determinado pelo nível de
hemoglobina(Hb) inferior a 11g/dL e volume corpuscular médio(VCM) inferior a 74fl. As análises dos dados foram
feitas no SPSS11.0. As prevalências de anemia no estudo foram, no primeiro e segundo exame, respectivamente, de
acordo com o parâmetro de avaliação, 63, 7% e 40, 4% (Hb<11) e 51, 2% e 32, 9%(VCM<74).Comparando Hb e
VCM, houve 80, 2% de concordância(p=, 000) aos 12 meses e 58, 6%(p=, 000) entre 3 e 4 anos. A proporção de
crianças que tinham anemia na primeira etapa e persistiam anêmicas na segunda foi estatisticamente significativa
(51, 3% por Hb e 48, 1% por VCM). A investigação dos determinantes de anemia aos 4 anos de idade mostrou que
as crianças que possuíam mães com ocupação remunerada, apresentaram menor risco de apresentar anemia( p=0,
011). Não foram encontradas associações com escolaridade, nem com a realização de novo exame de hemograma
após o diagnóstico de anemia aos 12 meses. Este estudo confirma que a maior proporção de crianças com anemia aos
doze meses vão apresentar anemia com quatro anos de vida, mesmo com diagnóstico e orientação para
suplementação com ferro. Dessa forma, sugere-se que a vigilância quanto a prevenção da anemia seja feita
continuamente até a idade escolar a fim de evitar os prejuízos futuros no desenvolvimento cognitivo.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E BIOQUÍMICA DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2. Ana


200 Rosa Bartelle, Katiuce Borges Sapata, Giovani Cunha dos Santos, Natália Jung, Rogério Friedman,
Alvaro Reischak de Oliveira (orient.) (UFRGS).
Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) representa 90-95% do total de casos mundiais de diabetes. Um bom
controle glicêmico e lipídico é fundamental para minimizar as complicações decorrentes da doença. Este controle
pode ser alcançado através da combinação de dieta, exercícios e medicamentos. Objetivo: Avaliar o consumo

559
Ciências da Saúde

alimentar e o perfil bioquímico de pacientes DM2 atendidos no Ambulatório de Pesquisa do HCPA. Materiais e
Métodos: Foram avaliados 30 pacientes com DM2 que realizaram exames bioquímicos (jejum de 12 horas) e
preencheram um registro alimentar de 3 dias (descrevendo todos os alimentos consumidos ao longo de 2 dias da
semana e 1 dia do final de semana) para a verificação do consumo alimentar. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do HCPA (06252) e todos os pacientes assinaram um Termo de Consentimento Informado. Para o
cálculo do consumo alimentar utilizou-se o programa de nutrição DietWin® e os resultados foram expressos em
média e desvio padrão. Resultados: Os pacientes apresentaram média de idade de 50, 57±6, 28 anos, tempo de
doença de 8, 03±5, 97 anos, massa corporal de 74, 88±9, 99 kg, estatura de 162±9 cm e IMC de 28, 51±3, 52 kg/m2.
Os resultados para colesterol total, HDL, LDL, glicemia de jejum, hemoglobina glicada e triglicerídeos foram: 187,
33±39, 41 mg/dL, 50, 70±13, 95 mg/dL, 107, 69±34, 90 mg/dL, 132, 47±31, 86 mg/dL, 6, 56±0, 95% e 144, 70±67,
56 mg/dL, respectivamente. O valor energético total (VET) foi de 2047, 96 ± 654, 51 Kcal/dia. Os percentuais dos
macronutrientes em relação ao VET foram de 48, 00±5, 36 % de carboidratos, 18, 12±3, 32 % de proteínas e 33,
88±5, 34 % de lipídios. O consumo de fibras foi de 25, 28 ± 10, 04 g/dia. Conclusões: Os pacientes apresentam bom
controle bioquímico, mas há inadequações no consumo alimentar em relação aos carboidratos e lipídios. Tanto o
controle bioquímico quanto o alimentar são importantes a fim de minimizar o surgimento e a progressão das
complicações decorrentes do diabetes.

Sessão 24
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física A

PERCEPÇÃO DO CORPO E ESTEREÓTIPOS VINCULADOS AO SEXO. Thaiguara Peçanha


201 Corrêa, José Augusto Evangelho Hernandez (orient.) (UFRGS).
É comum, no meio social, a influência de diversos estereótipos na determinação das relações humanas e
na própria constituição da auto-imagem dos indivíduos. Este estudo, de cunho exploratório-descritivo, buscou
investigar a auto e hetero-percepção de jovens acerca de formatos corporais. Todos os participantes eram alunos do
projeto Escola Aberta do Governo Federal. Foram abordados 68 pré-adolescentes e adolescentes com idades entre 10
e 15 anos (média 12½ e desvio padrão 1, 5), sendo 37 do sexo masculino e 31 do feminino. Foram tomadas as
medidas de peso e altura de cada um dos participantes durante a aula de Educação Física. Para identificar a hetero-
percepção dos sujeitos, lhes foram apresentados desenhos de corpos obesos de dois jovens de ambos os sexos.
Simultaneamente, os mesmos responderam a um questionário composto de três perguntas, especialmente construído
para esta pesquisa. Para identificar a autopercepção, foi perguntado como se sentiam com relação ao próprio corpo.
Após, foram calculados os Índices de Massa Corporal e analisadas as respostas ao questionário de cada um dos
indivíduos. Os IMCs foram classificados de acordo com a OMS em Baixo Peso, Normal, Sobrepeso e Obeso. Cada
resposta ao questionário foi classificada como positiva ou negativa. Em seguida, estes dados foram digitados no
SPSS, versão 11, 5, e produzidas estatísticas descritivas em tabelas cruzadas. A observação das freqüências revelou
percepções negativas dos participantes sobre os desenhos dos corpos endomorfos, principalmente do sexo feminino.
Constatou-se a presença do preconceito numa fase em que o indivíduo está começando sua vida social, ou seja, no
ambiente escolar.

A REPRESENTAÇÃO DE BELO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E BELEZA:


202 PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES. Danielle Miranda Lopes, Vera Lúcia Pereira Brauner, Sônia
Beatriz da Silva Gomes (orient.) (PUCRS).
Este estudo tem como objetivo compreender a representação de belo dos profissionais de saúde e beleza e,
especificamente, analisar essa representação na relação com a categoria profissional e com as questões de gênero.
Trabalharemos a partir de entrevistas semi-etruturadas com profissionais das áreas de educação física, estética,
medicina estética e cirurgia plástica, atuantes na cidade de Porto Alegre. Conceitos de Estética, Beleza e Belo,
filosofia, estudos de gênero, sociologia e estudos culturais servirão de suporte teórico para as análises. Apesar do
projeto estar em andamento, algumas entrevistas já foram realizadas o que nos permite uma aproximação a alguns
resultados ainda parciais. Neste sentido, podemos identificar que as representações de beleza das mulheres
entrevistadas são mais globais, não se restringem à forma física, são voltadas para a sensibilidade, bem como têm um
olhar mais transcendental da beleza; enquanto que as representações de beleza dos homens estão vinculadas a uma
beleza estanque na forma física, a um olhar racional sobre o corpo, está fragmentada. Os profissionais homens
também desassociam da beleza, conceitos como sexualidade e sensualidade as quais articulam com o contorno
corporal, a forma física. Até o momento, podemos depreender também, que as representações de belo também estão
reguladas pela construção cultural das características do ser homem como seres racionais, objetivos na sua visão das
coisas e do mundo; e do ser mulher, quando vemos uma representação de belo que remete à sensibilidade, a um olhar
mais comprometido com entender a beleza considerando aspectos do ser humano que podem estar para além da
aparência física. As considerações finais da pesquisa poderão ser apresentadas na data de realização do salão.

560
Ciências da Saúde

RELAÇÕES HISTÓRICAS NOS JOGOS DE MESA EM PORTO ALEGRE: TÊNIS DE MESA E


203 PING PONG. Guelle Juarez Duarte Ribeiro, Janice Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
O Tênis de Mesa e o Ping Pong são dois jogos de mesa muito semelhantes, cujas diferenças foram sendo
determinadas no decorrer da história dos esportes de mesa. O Tênis de Mesa consagrou-se ao ser oficializado
internacionalmente, enquanto que Ping Pong não alcançou o mesmo patamar. O objetivo do estudo é identificar as
diferenças entre o Tênis de Mesa e o Ping Pong estabelecendo relações locais entre as práticas, além de conhecer o
contexto histórico que permitiu a emergência e difusão dessas práticas em Porto Alegre. A metodologia do estudo
baseia-se na coleta e análise de fontes primárias e secundárias, que já foram agrupadas para a realização do “Atlas do
Esporte no Rio Grande do Sul”, como também, na gravação de depoimentos orais com ex-atletas e dirigentes
esportivos. A prática do jogo de mesa com raquete e bola inicia-se na Inglaterra em meados do século XIX. O
surgimento da marca Ping Pong ocorre em 1900, através do registro de patente de um jogo, cujo nome espalha-se por
diversos países, chegando ao Brasil e ao Rio Grande do Sul por intermédio de imigrantes europeus. No Estado, as
associações se espalham e ganham adeptos, sem manterem vínculos restritos com os donos da marca Ping Pong, mas
fazendo uso do nome já difundido, efetivando a fundação de uma federação em fins da década de 1940. Porém, a já
existente Federação Internacional de Tênis de Mesa, criada em 1926, faz das associações de Ping Pong não
reconhecidas oficialmente, levando a uma desqualificação desta prática perante o Tênis de Mesa em todo o globo.
Apesar disto, por décadas as associações de Ping Pong mantiveram suas atividades jogando com regras diferenciadas
das do mesatenismo. Inclusive em Porto Alegre, cidade onde houve um desenvolvimento paralelo destas
modalidades, com alguns jogadores transitando em ambas, tornando as práticas de mesa populares a partir da década
de 1940.

UM ESTUDO HISTÓRICO SOBRE A TORCIDA DO GRÊMIO ESPORTIVO RENNER -


204 "PAPÃO DE 54" (1931-1959). Lucas Guimarães Rechatiko Horn, Janice Zarpellon Mazo (orient.)
(UFRGS).
Papão! Papão! Papão! Campeão!. Este era o grito emergente da torcida do ‘Grêmio Esportivo Renner’, que pela
primeira vez vencia o Campeonato Estadual de Futebol em 1954. Em Porto Alegre, a rivalidade entre os torcedores
era polarizada entre dois dos mais antigos times de futebol fundados na capital: ‘Grêmio Foot-ball Porto Alegrense’
(1903) e ‘Sport Club Internacional’ (1909). De forma invicta, o “Papão de 54” superou a hegemonia de 25 anos dos
tradicionais campeões gaúchos. Mesmo com uma campanha vitoriosa, o clube encerrou suas atividades cinco anos
depois de obter o título no campeonato gaúcho, deixando seus fiéis torcedores “órfãos da arquibancada”. O objetivo
do presente estudo é identificar que representações e práticas culturais foram construídas pela torcida do “Papão de
54”, da fundação até o fechamento do clube de futebol (1931-1959). As principais fontes de pesquisa consultadas
foram: filme documentário sobre o ‘Grêmio Esportivo Renner’, Boletins das empresas Renner, Atlas do Esporte no
Brasil, Catálogo da Revista do Globo e Almanaque Esportivo do Rio Grande do Sul. Dentre os principais resultados
obtidos, evidenciaram-se a fundação do Departamento da Torcida (1946) que mais tarde veio a culminar com o
primeiro resquício de uma torcida organizada no clube. Além disso, foram encontradas diversas manifestações de
apreço dos torcedores “rennistas” com intuito de promover o desenvolvimento do clube. Portanto, a torcida do
‘Renner’ representou com grande ímpeto um consistente apoio ao clube, o qual passou a figurar como a terceira
maior força do futebol Porto Alegrense.

GEORG BLACK: APONTAMENTOS SOBRE A TRAJETÓRIA DE UMA LIDERANÇA NO


205 ASSOCIATIVISMO ESPORTIVO EM PORTO ALEGRE (1903 -1937). Gustavo Eichler, Janice
Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
A iniciativa de preservação e afirmação de elementos da cultura alemã no Rio Grande do Sul permitiu que alguns
imigrantes se tornassem líderes através de sua contribuição nesse processo. Dentre estas lideranças destacarei uma
que foi de grande importância para o esporte e a Educação Física, não apenas na cidade de Porto Alegre, mas
também no Estado: Georg Black. O objetivo deste estudo é recuperar a contribuição de Georg Black – apontado
como o “Pai da Educação Física no Rio Grande do Sul” – para o associativismo esportivo em Porto Alegre no
período de 1903 até 1937. Para alcançar o objetivo foram consultadas fontes primárias, como os relatórios anuais do
Turnerbund e fontes secundárias, como os livros comemorativos desta sociedade de ginástica. Até o presente
momento, constatou-se que o nome de Georg Black está fortemente associado com a introdução e a divulgação de
algumas práticas esportivas na Turnerbund (atual SOGIPA), como por exemplo, a ginástica e a esgrima. Também
nesta sociedade fundou o primeiro grupo de escoteiros do Brasil em 1913. Georg Black estendeu sua liderança para
além da Turnerbund, quando se tornou jogador de futebol do ‘Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense’.

A IDENTIFICAÇÃO DAS TORCIDAS DA DUPLA GRE-NAL COM O MODO DE TORCER


206 PLATINO. Vinicius Sant'ana Machado, Guilherme Machado Rebelo, Diego Masiero, Marco Paulo
Stigger (orient.) (UFRGS).
O início do século XXI foi marcado por algumas mudanças na maneira como as torcidas da dupla Gre-nal apoiavam
seus respectivos times. Incorporando elementos e costumes das hinchadas (torcidas) platinas, a Alma Castelhana
(atual Geral do Grêmio), e a Guarda Popular, do Internacional, se destacaram em meio ao cenário futebolístico
brasileiro e sul-americano por seu modo de torcer peculiar e inflamado. O que impulsionou este fenômeno de

561
Ciências da Saúde

identificação com o modo platino de torcer? Qual o significado, para estes indivíduos, desta forma particular de ser
torcedor? A partir destas questões, este estudo objetiva analisar os motivos que conduzem as torcidas da dupla Gre-
nal a se identificarem com as hinchadas platinas, a ponto de reproduzirem seu modo de torcer e seus costumes,
examinando a trajetória histórica dos povos platinos e as características socioculturais que os unem. Com base na
análise histórica e sociocultural dos dados coletados até o momento, pode-se concluir parcialmente que esta
manifestação provém da identidade cultural do povo gaúcho com os povos platinos, pela relação que estes países têm
com a formação territorial e ideológica do Rio Grande do Sul. Este estreitamento de costumes e valores criou uma
identificação do gaúcho com os povos platinos, em relação ao restante do Brasil, o que refletiu nos cantos das
torcidas quando do seu surgimento – muitos deles proferidos em espanhol. Outro objetivo do estudo é inquirir acerca
do regionalismo gaúcho, transposto para os gramados, seja na forma de torcer, jogar ou pensar o futebol. Para
delinear e contextualizar este sentimento, serão analisadas matérias jornalísticas publicadas pela imprensa gaúcha,
assim como serão realizadas entrevistas com personalidades diretamente ligadas ao futebol porto-alegrense.

OLIMPIÔNICOS ESPARTANOS E A EDUCAÇÃO ESPARTANA. Fabiano Basso dos Santos,


207 Maurício Lemieszek Schames, Ricardo Tezza, Nelson Schneider Todt (orient.) (UFRGS).
Os Festivais Pan-Helênicos eram as principais manifestações culturais da antiga Grécia. Entre eles
estavam os Jogos de Olímpia. Os participantes vinham de diferentes polis do mundo helênico e os vencedores eram
conhecidos como olimpiônicos. Desde 776 a.C. foram registrados os resultados destas competições e um fato chama
a atenção: o maior número de atletas campeões desses jogos era de Esparta. Deste fato surge o seguinte problema:
quais aspectos da educação espartana podem estar relacionados com o expressivo número de olimpiônicos
espartanos? Assim, o objetivo deste estudo é identificar aspectos da educação espartana que podem estar
relacionados com o expressivo número de olimpiônicos espartanos nos Jogos Olímpicos da Antigüidade. Os
pressupostos teóricos deste estudo baseiam-se na ‘Nova História Cultural’ (CHARTIER, 2000; BURKE, 2005;
PESAVENTO, 2004). Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, pautado em fontes primárias e secundárias. As etapas
do trabalho envolvem: levantamento bibliográfico, localização e compilação dos materiais úteis; seleção e
fichamento do material; classificação, análise, interpretação e crítica das informações coletadas. O ponto inicial da
pesquisa dá-se a partir da Grande Rhetra, código de leis instituído pelo legislador Licurgo (século VII a.C.). Os
resultados parciais indicam que a agoge (escola cívico-miltar), a syssitia (banquetes públicos), a syskania (barracões
de convivência) e a kripteia (serviço especial militar) são elementos da educação espartana que se constituem nos
aspectos de maior relação com o número de olimpiônicos espartanos. Este trabalho se justifica, em especial na área
da Educação Física, pela importância da identificação e compreensão de exemplos da história relacionados à
educação, atividade física e esporte.

Sessão 25
Assistência Farmacêutica

PERFIL DE CONSUMO DE MEDICAMENTOS EM UM GRUPO DE IDOSOS DE PORTO


208 ALEGRE/RS. Andreia Peres de Oliveira, Andréia Martins Specht, Aline Morgana da Silva, Patrícia
Keitke Paliosa, Christiane Colet, Tania Alves Amador (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional brasileiro é uma realidade social e política. Entre as demandas
associadas a essa realidade, destacam: a presença de múltiplas doenças, a situação econômica, os cuidados
permanentes, a freqüência e o tempo de internação hospitalar, a administração de vários medicamentos de forma
contínua, e as reações adversas a esses. OBJETIVOS: Descrever o perfil socioeconômico e o consumo de
medicamentos de um grupo de idosos do município de Porto Alegre/RS. METODOLOGIA: A pesquisa seguiu um
modelo de estudo transversal, e utilizou como instrumento de coleta de dados questionários estruturados. A
amostragem foi do tipo intencional, selecionando todos os indivíduos com 60 anos ou mais que aceitassem participar
da pesquisa no período de maio a junho de 2007. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra consistiu de 30
indivíduos. Entre esses, 86% eram do sexo feminino, com idade média de 74 anos, e renda familiar média de R$
6.318, 51. Quanto à escolaridade 56% concluíram o ensino superior e 40% apresentam ensino médio completo. Em
relação à saúde dos indivíduos na amostra, 21% estiveram hospitalizados no último ano, 90% possuem plano privado
de saúde. As doenças crônicas que mais afetam os entrevistados são a hipertensão arterial, hipercolesterolemia,
artrite/artrose e osteoporose. Todos os indivíduos utilizavam medicamento, sendo que 50% fazem uso de
polimedicação, com número médio de medicamentos de 4, 85. Houve 145 citações de medicamentos , entre eles, os
mais consumidos foram: paracetamol, alendronato de sódio, sinvastatina, cálcio com vitamina D e Ginko biloba.
CONCLUSÃO: Os dados encontrados neste estudo quanto ao número de medicamentos utilizados, classes
farmacológicas mais consumidas e as doenças crônicas mais freqüentes são semelhantes a outros estudos de base
populacional de idosos.

562
Ciências da Saúde

PREVALÊNCIA DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PRESCRIÇÕES DE


209 PACIENTES PEDIÁTRICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Mariane Martins da Silva,
Luciana dos Santos (orient.) (UFRGS).
Introdução: A prescrição de diversos medicamentos pode desencadear efeitos diferentes dos esperados pela presença
de possíveis interações medicamentosas. Estima-se que ocorram em 3 - 13% dos pacientes que recebem poucos
medicamentos, elevando-se para 20 - 82% quando são utilizados acima de 7 fármacos. Objetivo: Verificar a taxa e o
perfil das interações medicamentosas nas prescrições pediátricas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Método:
Realizou-se estudo descritivo, de 2005 a 2006. Incluiu-se pacientes entre zero a 12 anos, contendo prescritos acima
de 4 medicamentos. A análise das possibilidades de interações foi realizada através do Micromedex® e outras fontes,
em dias aleatórios, até alta do paciente. Resultados: Analisou-se 11181 prescrições de 3170 pacientes (média de 3,
5). Encontrou-se 6857 interações nas prescrições (média de 1, 9). Ampicilina e gentamicina apareceram em 220 (3,
2%) prescrições, diazepam e hidrato de cloral em 215 (3, 1%). A taxa foi 61, 3%, com média de 10 itens por
prescrição. Após análise, 1201 (5, 6%) interações foram clinicamente relevantes para determinados pacientes e
tiveram o horário de administração alterados com o intuito de minimizar os possíveis efeitos resultantes. Esta
intervenção foi realizada em conjunto com equipes médica e de enfermagem. Destas interações que resultaram em
intervenção, classificou-se 204 (17%) como graves, 672 (56%) moderadas e 325 (27%) leves. A prevalência de
interações em adultos é 49, 7%, sendo 3, 4% consideradas graves. Em pediatria, há breves estudos sobre prevalência
de interações com taxas de 32%. Conclusões: Utilização de programas informatizados, monitoramento
farmacoterapêutico e farmacêutico na equipe multidisciplinar são formas de melhorar a assistência terapêutica ao
paciente hospitalizado.

PROBLEMAS RELACIONADOS COM OS MEDICAMENTOS NOS PACIENTES HIV-


210 POSITIVOS EM TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO EM
HIV/AIDS DO SUL DO BRASIL. Marilia Cruz Guttier, Marysabel Pinto Telis Silveira, Tatiana
Vanessa Silveira Pereira, Cézar Arthur Tavares Pinheiro, Mariane Vecchi, Leila Beltrami Moreira (orient.)
(UCPEL).
INTRODUÇÃO: Trabalhos comprovam que a atenção farmacêutica (AF) aumenta a adesão aos anti-retrovirais
(ARVs), portanto, AF é importante no tratamento de pacientes com HIV-AIDS em uso de ARVs. AF auxilia a
prevenir, identificar e resolver os problemas relacionados com os medicamentos (PRMs), neste caso, com os ARVs.
OBJETIVO: Avaliar os PRMs através da AF em serviço especializado em HIV/AIDS no sul do Brasil. MÉTODOS:
Coorte de pacientes adultos, usando ARVs, acompanhados de junho/2006 a junho/2007 através da Metodologia
Dáder, mensalmente. Os ARVs foram identificados por cores e os pacientes receberam carteirinha com orientações
de uso dos medicamentos. RESULTADOS: Incluíram-se 141 pacientes, 65% homens, 39 anos (± 9, 38), renda
familiar mediana 1, 3 salários mínimos, 60% não completaram o ensino fundamental. Excluíram-se 4 e morreram 5.
Nove pacientes (6, 4%) esqueceram de tomar todas as doses dos ARVs por pelo menos um dia nos últimos 4 dias,
53% não seguem sempre as recomendações médicas, 11% esqueceram de tomar os ARVs no último final de semana
e a metade esqueceu alguma vez. O esquema mais usado foi Lamivudina + Zidovudina + Efavirenz (51%), 60% já
trocaram de esquema. O tempo de tratamento variou de 1 a 174 meses (56 ± 35). Foram resolvidos 40 dos 90 PRMs
identificados: 20 PRM1 (não usa medicamento que necessita); 30 PRM2 (usa medicamento que não necessita); 40
PRM3 (não efetividade); 4 PRM 4 (não segurança) e 42 (30%) pacientes foram encaminhados à consulta. Uso
incorreto de Didanosina foi identificado em todos os pacientes (10) usando este ARV além de 4 erros na dispensação
dos ARVs. CONCLUSÃO: Através da AF foi possível identificar, resolver e prevenir PRMs ressaltando a
importância do farmacêutico junto à equipe médica na promoção do uso racional de ARVs.

AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UNIDADE


211 BÁSICA DE SAÚDE. Adriana Rodrigues Machado, Liziane Maahs Flores, Maria Beatriz Cardoso
Ferreira, Isabela Heineck (orient.) (UFRGS).
A justificativa deste projeto se fundamenta, especificamente, na importância que a qualidade da prescrição médica
tem no uso racional de medicamentos e no contexto da atenção primária em saúde. O objetivo geral deste trabalho é
avaliar os indicadores de uso racional de medicamentos propostos pela Organização Mundial de Saúde. Trata-se de
um estudo transversal realizado a partir de entrevistas a 30 pacientes/mês da UBS Santa Cecília, na cidade de Porto
Alegre. Os indivíduos eram entrevistados em dias sorteados, logo após a consulta médica, por conveniência. Foram
realizadas 366 entrevistas durante o período de junho de 2006 até março de 2007. Os dados estão sendo armazenados
em banco de dados EpiData versão 2.1 e serão analisados por meio do Programa SPSS versão 14. Como resultados
espera-se estimar o número de medicamentos prescritos por meio de nome genérico, sua classificação terapêutica,
tempo de introdução no mercado e verificar se estes medicamentos estão presentes nas listas de medicamentos
essenciais RENAME, 2002 e OMS , 2005, além de sua disponibilidade no sistema público de saúde. Pretende-se
ainda, examinar o número de antibióticos e medicamentos injetáveis por prescrição e investigar a presença dos itens
considerados obrigatórios na prescrição. Os resultados obtidos podem contribuir para elaboração de estratégias para
promoção de um uso mais racional das terapêuticas propostas pelos profissionais de saúde e, conseqüentemente para
uma melhoria na qualidade do atendimento à saúde da população.

563
Ciências da Saúde

AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA PRESTADA POR SECRETARIAS


212 MUNICIPAIS DE SAÚDE DO VALE DO TAQUARI – RS: RESULTADOS PRELIMINARES.
Alícia Deitos, Ana Cláudia de Souza, Gabriela Laste, Anadressa de Souza, Rodrigo Hilgemann, Tiziane
Strapasson, Fernanda Marcolin, Luis César de Castro, Carla Kauffmann, Luciana Carvalho Fernandes, Iraci
Lucena da Silva Torres (orient.) (UNIVATES).
A Assistência Farmacêutica (AF) compreende um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e demais
profissionais de saúde, voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no nível individual como
coletivo. Considerando a inexistência de dados que demonstrem o nível da qualidade da AF prestada por Secretarias
Municipais de Saúde (SMS) no Vale do Taquari - RS (VT), este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade deste
serviço na região. Um estudo transversal foi desenvolvido nas Farmácias Públicas de Unidades Básicas de Saúde
(FPUBS) dos municípios. No período de março a julho de 2007 foram realizadas 1474 entrevistas com os usuários
das FPUBS em 11 municípios, utilizando-se questionário previamente testado, após assinatura do TCLE. Desses, 68,
9% são mulheres, sendo a idade média dos usuários de 45 anos. Verificou-se que 64, 1% dos entrevistados
apresentam o ensino fundamental incompleto e 75, 1% e renda familiar de 1 a 3 salários mínimos, 60, 5% dos
usuários utiliza a FPUBS uma vez ao mês. Foram prescritos 2, 4 medicamentos por receita sendo, em média 1, 8
obtidos na FPUBS e 12, 6% dos usuários não obtém os medicamentos. 86, 4% da população compram os
medicamentos não obtidos. 66, 0% dos usuários não recebem informação sobre armazenamento dos medicamentos e
54, 4% guardam os mesmos de forma inadequada. 60, 7% dos entrevistados não sabem quem entrega o medicamento
sendo que apenas um município possui profissional farmacêutico atuando nas SMS. Os resultados obtidos
demonstram escassez de informações no VT aos usuários. Podemos verificar que existem restrições ao acesso do
medicamento e salientamos que a maior parte da população entrevistada possui renda de 1 a 3 salários. Análises
complementares serão necessárias para verificar se a falha está na etapa de seleção e/ou programação e/ou na
utilização.

PERCEPÇÃO DE UMA BIC SOBRE ESTUDO DE ENSAIO-CLÍNICO. Taciana Agustini, Mauro


213 Silveira de Castro (orient.) (UFRGS).
No Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica, vários macro-componentes foram propostos, sendo
que no atendimento de prescrições tem-se no mínimo: dispensação de medicamentos, orientação farmacêutica e
seguimento farmacoterapêutico. O projeto de pesquisa Avaliação de Métodos de Atenção Farmacêutica objetiva
verificar o impacto de modelos de atenção farmacêutica em pacientes hipertensos não-controlados, comparando a
influência dos mesmos sobre pressão arterial e adesão ao tratamento, comparar a capacidade em identificar
Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM) e verificar a relação desses com reações adversas a
medicamentos, erros de medicação e queixas técnicas. O presente trabalho tem como objetivo relatar a percepção de
uma BIC frente a atuação do profissional farmacêutico durante o ensaio clínico realizado na farmácia da Unidade
Básica de Saúde Santa Cecília. A metodologia empregada consiste no relato do próprio caso. Até o presente
momento as observações indicaram uma relevante dificuldade no procedimento da abordagem de pacientes visto que
os mesmos, embora bastante interessados em participar do estudo, não compreendem a finalidade do mesmo na sua
totalidade. Durante a aplicação dos métodos de atenção farmacêutica ficou evidente a insuficiência de conhecimentos
práticos para a devida orientação dos pacientes bem como a dispensação de medicamentos. Os profissionais
farmacêuticos, portanto, possuem uma formação humanística deficiente resultando na falta de compreensão dos
pacientes e insegurança na prática da atenção farmacêutica.

AVALIAÇÃO DO PERFIL MEDICAMENTOSO E DA QUALIDADE DE VIDA DE


214 PACIENTES COM FIBROMIALGIA. Andressa Falavigna, Letícia Hoerbe Andriguetti, Ana Luiza
Ziulkoski (orient.) (FEEVALE).
A fibromialgia é uma síndrome músculo-esquelética dolorosa caracterizada por dor crônica e difusa em pontos
anatômicos específicos. Fadiga, distúrbios do sono e depressão podem estar associados à doença. A etiopatogenia é
desconhecida e acomete principalmente mulheres de 30 a 50 anos de idade. Devido à etiologia incerta e ampla
variabilidade de queixas clínicas, diferentes terapias medicamentosas podem fazer parte do tratamento, a fim de
diminuir os sintomas. O presente estudo tem como objetivo estabelecer o perfil medicamentoso e avaliar a qualidade
de vida de pacientes fibromiálgicos em tratamento com hidroterapia no Centro Universitário Feevale, assim como
avaliar suas funções hepática e renal. Foi utilizado um questionário estruturado para determinação da idade, gênero e
medicamentos usados. A qualidade de vida foi avaliada pelo Questionário do Impacto da Fibromialgia (QIF). Os
níveis sangüíneos de TGO, TGP e creatinina, usados para avaliar a função hepática e renal, foram determinados por
ensaios enzimáticos colorimétricos. Participaram do estudo 12 indivíduos com diagnóstico de fibromilagia, com
idade entre 30 e 60 anos, sendo 11 mulheres e 1 homem. As classes de medicamentos mais utilizadas foram os
antiinflamatórios não esteroidais (83%), antidepressivos tricíclicos (67%), antidepressivos inibidores seletivos da
recaptação de serotonina (50%) e benzodiazepínicos (50%). A maioria dos indivíduos utiliza polifármacos, no
entanto os valores de TGO, TGP e creatinina apresentaram-se dentro dos valores referência. Os resultados do QIF
indicaram que a fibromialgia tem impacto bastante negativo sobre a qualidade de vida destes indivíduos. O uso de
polifármacos indica a necessidade de monitoramento da dosagem de TGO, TGP e creatinina para evitar futuras
complicações.

564
Ciências da Saúde

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO VALE DO TAQUARI – RS: AVALIAÇÃO DO


215 SERVIÇO PÚBLICO EM MUNICÍPIO COM MAIS DE 50.000 HABITANTES. Rodrigo
Hilgemann, Alícia Deitos, Ana Cláudia de Souza, Gabriela Laste, Andressa de Souza, Tiziane
Strapasson, Fernanda Marcolin, Luis César de Castro, Carla Kauffmann, Iraci Lucena da Silva Torres, Luciana
Carvalho Fernandes (orient.) (UNIVATES).
A Assistência Farmacêutica (AF) envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas
constitutivas, a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica. Considerando a
inexistência de dados sobre a AF prestada no Vale do Taquari - RS (VT), este trabalho tem como objetivo analisar a
AF em município do VT com mais de 50.000 habitantes. Este estudo transversal foi desenvolvido na Farmácia
Pública de uma Unidade Básica de Saúde (FPUBS), no período de março a maio de 2007. Foram realizadas
entrevistas com os usuários da FPUBS, utilizando-se questionário semi-estruturado, totalizando 1% da população do
município. Os dados foram analisados utilizando o programa Epi-Info. A FPUBS possui um profissional
farmacêutico. Dos 676 entrevistados, 70, 4% são mulheres, com idade média dos usuários de 43, 1 anos, 58, 3% dos
entrevistados tem ensino fundamental incompleto. 76, 9% tem renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. A média de
medicamentos prescritos é de 2, 3, em média 1, 6 são obtidos no posto, 80% da população compra os que não obtém.
A maioria dos usuários não sabe quem dispensa os medicamentos (57, 2%), não recebe informação sobre
armazenamento (64, 3%), guarda os mesmos de forma inadequada (59, 2%). Em 32, 7% das entrevistas houve
prescrição de tratamento alternativo, como atividade física (41, 4%) e dieta (17, 6%). Nesta análise preliminar foi
possível verificar que existem restrições no município de Lajeado ao acesso ao medicamento, podemos sugerir uma
análise das etapas do ciclo de assistência farmacêutica referentes à seleção, aquisição e dispensação, a fim de
verificar a que se deve a discrepância entre o número de medicamentos prescritos e adquiridos.

PERFIL DE SAÚDE DO USUÁRIO DE FARMÁCIAS PÚBLICAS E PRIVADAS DO VALE DO


216 TAQUARI. Gabriela Laste, Ana Cláudia de Souza, Alícia Deitos, Andressa de Souza, Maria Beatriz
Cardoso Ferreira, Luciana Fernandes, Iraci Lucena da Silva Torres (orient.) (UNIVATES).
O problema da exposição aos agrotóxicos tem forte impacto no que diz respeito à Saúde Pública no Brasil visto ser
um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos. Esse estudo transversal objetivou determinar o perfil do
usuário de farmácias públicas e privadas no Vale do Taquari (RS) e associação entre exposição a agrotóxicos e
prevalência de doenças crônicas, no período de julho a setembro do ano 2005 em 3 cidades rurais com cerca de 2.000
habitantes, escolhidas aleatoriamente. Foi aplicado questionário semi-estruturado previamente testado em farmácias
privadas e públicas (Unidades Básicas de Saúde), totalizando 298 entrevistas Os dados foram analisados pelo qui-
quadrado; 74, 8% dos entrevistados residem na zona rural, e destes, 88, 2% são expostos a agrotóxicos. Houve
significativa associação entre relato de doenças na família (70, 1%) e expostos (P<0, 02), enquanto que essa
freqüência foi de 55, 3% entre não-expostos, razão de chances de 1, 89. Houve associação significativa entre
exposição a agrotóxicos e relato doenças orais ou neuropatias (P<0, 02). Quanto às doenças orais, nenhum dos
indivíduos não-expostos a agrotóxicos relatou a sua presença, enquanto 3, 7% dos expostos referiram tê-las. Os
indivíduos que relataram neuropatias apresentaram 2, 5 vezes mais chances de estarem expostos a agrotóxicos, em
comparação àqueles que não as relataram. Por outro lado, houve associação entre o relato de doenças neurológicas e
aquela exposição (P=0, 02), de modo que indivíduos que referiram essas doenças apresentaram aproximadamente 2
vezes mais chances de estarem expostos a agrotóxicos. Os resultados obtidos evidenciam risco de agravos à saúde
em trabalhadores rurais em contato com agrotóxicos, e demonstram a necessidade de promoção de medidas de
proteção à saúde dessa população.

Sessão 26
Políticas e Práticas em Saúde e Enfermagem

ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NA


217 CONCEPÇÃO DE ENFERMEIRAS. Taís Regina Rückert, Giselda Quintana Marques, Estela Regina
Garlet, Waleska Antunes da Porciuncula Pereira, Maria Alice Dias da Silva Lima (orient.) (UFRGS).
A enfermeira, por gerenciar o cuidado e fazer a ligação entre os demais profissionais e serviços, é uma profissional-
chave na assistência ao usuário vítima de violência. O estudo tem por objetivo analisar as concepções das
enfermeiras sobre a assistência ao usuário vítima de violência nas Unidades Básicas de Saúde, destacando os
instrumentos necessários e as dificuldades para a realização da atenção. Trata-se de um estudo que utiliza o método
qualitativo. A base de dados do Observatório de Causas Externas da Região Lomba do Pinheiro e Partenon, do
município de Porto Alegre serviu de referência para identificação do campo para realização do estudo. A coleta de
dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com enfermeiras. Na análise dos dados utilizou-se a
técnica de análise de conteúdo temático. Os dados foram classificados em categorias empíricas: entendimento das
enfermeiras sobre violência; identificação e encaminhamentos dispensados às situações de violência; o
enfrentamento do problema e as dificuldades no cotidiano. Os resultados indicam que as Unidades Básicas de Saúde

565
Ciências da Saúde

possuem importante papel na assistência e na prevenção da violência. O tipo de violência, idade e o sexo da vítima
definirão a assistência prestada e os encaminhamentos a esses usuários. As estratégias para o enfrentamento das
situações de violência dizem respeito à empatia, disponibilidade pessoal, saber científico, atenção e escuta dos sinais
e sintomas apresentados pelas vítimas. As condições necessárias para o trabalho são a estrutura dos serviços,
capacitação profissional, normas e protocolos de atendimento. O tempo do atendimento, as experiências pessoais e
de trabalho em equipe, são fundamentais na detecção precoce dos casos. Os resultados fornecem subsídios para a
qualificação dos processos de trabalho, visando à integralidade do cuidado na atenção às vítimas de violência.

SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM QUANTO À


218 EXPERIÊNCIA DE SER PESQUISADOR. Rosa Ladi Lisbôa, Rosângela Marion, Juliana Petri
Tavares, Carmem Lúcia Colomé Beck (orient.) (UFSM).
Este é um relato da experiência vivenciada por acadêmicas do Curso de Enfermagem de uma Universidade Federal
durante a coleta de dados do projeto “A Humanização na Percepção dos Enfermeiros da Rede Básica de Saúde de
Santa Maria” que visou identificar a percepção de 72 enfermeiros quanto à humanização da assistência. Para a coleta
de dados, foram capacitadas algumas acadêmicas a fim de obter clareza dos dados a serem pesquisados. Como
instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário com questões abertas e fechadas. Conforme Resolução
196/96, foi ressaltada a importância da participação de cada enfermeiro, além de assinado e recolhido o
consentimento livre e esclarecido dos participantes, garantido o anonimato e o desejo de participação ou não no
estudo. Assim, destacam-se algumas dificuldades encontradas pelas acadêmicas na coleta de dados: a distância entre
as Unidades da Rede Básica, que estão estrategicamente distribuídas em 21 Regiões Sanitárias; a indignação dos
enfermeiros, que expressavam descontentamento no que tange ao retorno dos resultados, além da desmotivação, pois
referiam que o questionário era extenso e cansativo. Os sentimentos das acadêmicas eram de insegurança, pois se
desconhecia como seria a receptividade por parte dos trabalhadores; e ansiedade, relacionada à devolução do
instrumento devidamente respondido. Contudo, para a satisfação das alunas, o índice de receptividade e colaboração
foi considerável. Desta forma, percebe-se que a maioria dos enfermeiros tem consciência da importância da pesquisa
em saúde. A experiência da coleta de dados propiciou amadurecimento acadêmico, despertando para a importância
da participação em pesquisas, bem como forneceu subsídios para outras pesquisas.

CONCEPÇÕES DE ENFERMEIRAS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SOBRE


219 ATENDIMENTO EM TENTATIVAS DE SUICÍDIO. Kelly Piacheski de Abreu, Eglê Kohlrausch,
Joannie dos Santos Fachinelli Soares, Maria Alice Dias da Silva Lima (orient.) (UFRGS).
O suicídio, devido aos seus crescentes índices, tornou-se um grave problema de saúde pública. As enfermeiras que
atuam nas unidades básicas de saúde podem agir com eficácia nas ações de prevenção desses agravos. O objetivo do
estudo é analisar as concepções das enfermeiras sobre o atendimento prestado a usuários que idealizam ou tentaram o
suicídio nas unidades básicas de saúde, destacando as ações desenvolvidas com esses usuários. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa. A base de dados do Observatório de Causas Externas da Região Lomba do Pinheiro e Partenon,
do município de Porto Alegre, serviu de referência para identificação do campo para realização do estudo. As
unidades foram selecionadas segundo o critério de notificação de ocorrências de suicídio e tentativa de suicídio. A
coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com enfermeiras. Na análise dos dados utilizou-
se a técnica de análise de conteúdo temático. Os dados foram classificados em categorias empíricas: ações;
encaminhamentos; trabalho de equipe; finalidade do trabalho; identificação da situação; dificuldades; conhecimento;
concepção sobre o atendimento e concepção sobre o suicídio. A prevenção e a manutenção da qualidade de vida dos
usuários são as finalidades do trabalho, entretanto são poucas as ações preventivas desenvolvidas. A situação é
identificada, principalmente, por familiares e agentes comunitários de saúde. Identificou-se dificuldade de acesso dos
usuários aos serviços de assistência à saúde mental. Os resultados indicam que as enfermeiras tiveram poucas
oportunidades de atendimento às vítimas de tentativa de suicídio. As dificuldades identificadas podem servir de base
para propostas de ações, visando à integralidade do cuidado na atenção primária à saúde. (BIC).

GRAU DE COMPLEXIDADE E NECESSIDADES DO CUIDADO DE ENFERMAGEM A


220 PACIENTES ONCO-HEMATOLÓGICOS DE UMA UNIDADE DE INTERNAÇÃO. Cristiane
Tobias Alcay de Mello, Rita Maria Soares, Ester Sangalli, Gérta Maria Stein, Vânia Matte, Liselena
Carvalho, Clarice Maria Dall Agnol (orient.) (UFRGS).
Estudo quantitativo, exploratório-descritivo, em que se propôs avaliar o grau de complexidade dos cuidados de
enfermagem a pacientes onco-hematológicos de uma unidade de internação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
RS, e verificar a prevalência a partir da categorização de cuidados mínimos, intermediários, semi-intensivos e
intensivos. A coleta de dados ocorreu em um recorte de tempo, entre março e junho de 2007, por meio da técnica de
observação e consulta documental em prontuários. Para a obtenção das informações e respectiva categorização,
adotou-se o Instrumento de Classificação de Pacientes validado por Perroca e Gaidzinski (2004). Os resultados
apontaram a prevalência de cuidados intermediários, seguidos de mínimos, semi-intensivos e intensivos,
contrariando a hipótese inicial de que estes últimos apresentariam um maior escore na situação-contexto. Também
ficou constatado que os pacientes onco-hematológicos demandam maior atenção da equipe de enfermagem em
aspectos relacionados à nutrição e hidratação, locomoção, cuidado corporal, eliminações e terapêutica. No entanto,

566
Ciências da Saúde

deparou-se com limitações do instrumento, principalmente por não captar as suscetibilidades dos pacientes onco-
hematológicos que sempre se encontram na iminência de apresentar importantes oscilações do quadro clínico,
mobilizando um padrão especializado de recursos humanos e materiais no atendimento. A partir dos resultados,
pretende-se gerar subsídios para tomadas de decisões gerenciais quanto ao cuidado de enfermagem e
dimensionamento de pessoal e propor uma adequação do instrumento a fim de aprimorá-lo, tendo em vista a
especificidade dos pacientes observados. (BIC).

ORIENTAÇÃO À SAÚDE DOS VIAJANTES: O PAPEL DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS EM


221 PORTO ALEGRE. Luiziane Paulo Silveira, Dirciara Souza Cramer de Garcia, Paulo Ricardo Santos
Nunes, Anna Paula dos Reis Mallet, Janaina Liberali, Clarice Maria Dall Agnol (orient.) (UFRGS).
Pesquisa qualitativa, exploratória-descritiva, com o objetivo de investigar junto a agências de viagens de Porto
Alegre, RS, sobre a prática de orientação à saúde dos viajantes, identificando as fontes de informação que servem de
suporte para estes serviços. A coleta de dados ocorreu entre junho e setembro de 2006, por meio de entrevistas semi-
estruturadas, gravadas em áudio. A amostra foi intencional, entrevistando-se dirigentes ou os representantes legais de
10 agências de viagens de Porto Alegre, com base na visibilidade pública que as mesmas usufruem perante a mídia
local. Evidenciou-se que as orientações aos viajantes concentram-se em exigências burocráticas e que as agências de
viagens, independente do porte, não conhecem as exigências legais mínimas sobre a única medida profilática
internacionalmente requerida dos viajantes com destino a países considerados endêmicos para a febre amarela.
Diante desse resultado, é proposto um material informativo / explicativo denominado Medidas profiláticas contra a
febre amarela: uma possibilidade de parceira com agências de viagens, contemplando aspectos inerentes à
imunização, tais como: caracterização da doença e formas de contágio, local de acesso para vacinação, prazos e
efeitos colaterais da vacina, fonte para consulta de informações atualizadas em saúde, documentação necessária para
aquisição do Certificado Internacional de Vacinação – CIV, entre outros aspectos. Com o delineamento deste
material, esboço que será submetido à apreciação dos órgãos competentes, pretende-se subsidiar um possível
encaminhamento junto a agências de viagem com vistas ao processo de informação aos viajantes quanto a medidas
que possam minimizar a exposição a riscos durante as viagens, no que se refere ao controle da febre amarela.
(PIBIC).

O TRABALHO EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSOCIAL: UMA ANÁLISE EM


222 ALFRED SCHÜTZ. Ana Carolina Lacerda Scheibler, Marcio Wagner Camatta, Cíntia Nasi, Jaco
Fernando Schneider (orient.) (UFRGS).
Este estudo teve por objetivo compreender o trabalho de uma equipe de saúde mental em um Centro de Atenção
Psicossocial – CAPS, embasado no referencial da sociologia fenomenológica de Alfred Schütz, como parte
integrante do projeto institucional denominado reforma psiquiátrica: concepções de uma equipe de saúde mental
sobre seu trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, trabalhada com a análise compreensiva de depoimentos. As
informações foram colhidas por meio de entrevistas, realizadas junto a oito participantes. Por meio da análise
fenomenológica construímos as unidades temáticas, ocorrendo uma aproximação com a compreensão de uma equipe
de saúde mental de um CAPS sobre seu trabalho, expressando a essência do fenômeno estudado. Dos depoimentos
coletados emergiram três unidades temáticas, analisadas por meio do referencial teórico de Alfred Schütz, onde nos
atemos especificamente aos conceitos de ação, motivação, trabalho, relevâncias e relacionamento social, trabalhados
pelo referido autor. Ao compreendermos o trabalho de uma equipe de saúde mental que atua em um CAPS
percebemos elementos significativos em seus discursos, onde o ser profissional da equipe aparece com um
conhecimento a priori pelo fato deste profissional possuir uma consciência, um saber latente, uma dedicação ao
trabalho, destacados nas unidades temáticas de comportamento social, relevâncias e relações interativas. Para a
captação da realidade do trabalho de uma equipe de saúde mental em um CAPS a fenomenologia se mostrou
adequada, pois o mundo social não deve ser aceito de forma ingênua, mas ser reconhecido como ambiente complexo
de atividades humanas, que para serem compreendidas devemos nos voltar ao ator dessas ações, ao sujeito do mundo
social.

CONCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE SAÚDE MENTAL SOBRE SEU TRABALHO NO


223 CONTEXTO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA. Jemina Prestes de Souza, Jaco Fernando Schneider
(orient.) (UFRGS).
O objetivo do estudo é compreender as concepções de uma equipe de saúde mental de um Centro de Atenção
Psicossocial sobre seu trabalho no contexto da reforma psiquiátrica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com análise
compreensiva de depoimentos de profissionais de saúde mental no CAPS – CAIS Mental – Centro, Porto Alegre, RS.
Os critérios para a inclusão dos participantes foram de serem membros da equipe de saúde mental do CAIS Mental –
Centro e terem disponibilidade para participar da pesquisa. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semi-
estruturadas com a seguinte questão norteadora: “Fale sobre o seu trabalho neste Centro de Atenção Psicossocial”. A
pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. A
análise fenomenológica foi permeada pelos pressupostos da reforma psiquiátrica e, em uma aproximação das
informações, identificamos treze unidades significativas. A equipe concebe que seu trabalho está em processo de
construção no contexto da reforma psiquiátrica, necessitando de rede de serviços, e que a gestão pública interfere na

567
Ciências da Saúde

organização e no processo de trabalho da equipe, que tenta atuar de maneira interdisciplinar com o plano terapêutico,
construído juntamente com os usuários do serviço. Os usuários do serviço são percebidos para além da doença, em
uma proposta de ressocialização, considerando a família no tratamento. E ainda, que o trabalho no CAPS desperta
interesse pela qualificação profissional. Consideramos que com o olhar compreensivo que o método fenomenológico
nos propicia e com o suporte das produções já desenvolvidas no contexto da reforma psiquiátrica, conseguimos
descortinar as concepções que os profissionais que atuam em um CAPS têm sobre o seu trabalho nesse serviço.

O CONHECIMENTO SOBRE HIV/AIDS DE PROFISSIONAIS DO SEXO DE UMA CIDADE


224 DO VALE DO SINOS-RS/ BRASIL. Márcia Birk, Priscila Wachs, Maria Teresa Cauduro (orient.)
(FEEVALE).
Introdução: hoje sabemos que não existem grupos de risco para transmissão do HIV, mas sim, situações de risco para
esta transmissão. A literatura enfatiza que quanto maior o conhecimento sobre determinado contexto, melhor será a
intervenção realizada nele, principalmente na área de prevenção. Objetivo: avaliar o conhecimento sobre HIV/AIDS
das profissionais do sexo de uma cidade do Vale do Sinos, RS/Brasil. Metodologia: o delineamento caracterizou-se
como transversal, com processo de amostragem consecutivo. Para a coleta dos dados utilizou-se uma entrevista
estruturada com 14 questões fechadas sobre HIV/AIDS, divididas em 5 domínios. A partir do consentimento
informado, realizou-se a coleta dos dados nas ruas da cidade pesquisada. Foram entrevistadas 31 mulheres
profissionais do sexo, na faixa etária de 18 a 38 anos (média de 26 anos). Resultados: De cada domínio, foram
destacadas as questões mais relevantes, que serão apresentadas a seguir. No domínio ‘conceito’, apenas 77, 4% (24)
confirmou que o HIV é o causador da AIDS e 64, 5% (20) considerou que a pessoa infectada pelo HIV nem sempre
apresentará os sintomas da AIDS. Na questão sobre a transmissão do HIV pela picada de mosquito, no domínio
´transmissão´, 7 (22, 6%) entrevistadas responderam incorretamente e 7 (22, 6%) não souberam responder. Ainda, 5
(16, 1%) entrevistadas marcaram a alternativa incorreta na questão sobre transmissão do vírus pelo sexo oral. Já no
domínio ´tratamento´, 90, 3% (28) acertaram a questão quanto a AIDS ter tratamento e 87, 1% (27) quanto a
existência de cura para AIDS. Houve 9, 7% (3) de erro na questão do domínio ´vulnerabilidade´ e 100% de acerto
nas questões do domínio ´prevenção´. Conclusão: percebe-se a necessidade de proporcionar esclarecimentos sobre
HIV/AIDS nesta população investigada.

AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: UMA CONTRIBUIÇÃO


225 PARA CONSOLIDAÇÃO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA. Eliane Lavall, Lisane Nery Freitas,
Christine Wetzel, Luciane Prado Kantorski, Jacó Fernando Schneider, Agnes Olschowsky (orient.)
(UFRGS).
Este estudo trata da avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial da Região Sul do Brasil (CAPSUL), serviços
substitutivos estratégicos no processo de consolidação da reforma psiquiátrica. Constitui-se de um estudo qualitativo
e quantitativo, cujas abordagens privilegiam as diferentes dimensões do objeto de avaliação, possibilitando uma
maior riqueza do conhecimento de como estão funcionando esses serviços. O Estudo de Avaliação Qualitativa
desenvolveu-se a partir de um referencial teórico-metodológico construtivista, responsivo com abordagem
hermenêutico-dialética, centrando-se no cotidiano dos serviços. A Avaliação de Quarta Geração, desenvolvida por
Egon G. Guba e Yvona S Lincoln e adaptada por Christine Wetzel é norteadora do processo teórico-metodológico da
pesquisa, tendo como instrumentos de coleta de dados: entrevistas com equipe, usuários e familiares e observação.
Essa etapa centrou-se em Centros de Atenção Psicossocial I e II de cinco municípios da região sul do país,
desenvolvida na forma de estudo de caso. Os critérios de seleção dos CAPS para avaliação qualitativa foram: tempo
de funcionamento do serviço e experiência; escolha intencional - a partir dos dados obtidos no estudo quantitativo da
estrutura e do processo e adequação à Portaria 336/2002; disponibilidade dos grupos de interesse em aderir à
proposta de avaliação. O método utilizado nesse estudo exige que a análise e a coleta de dados seja um processo
paralelo, um direcionando o outro. A análise final se baseará no Método Comparativo Constante que envolve a
identificação de unidades de informação e categorização. A aplicação da metodologia exposta de avaliação de um
serviço de saúde mental atende tanto ao objetivo de julgamento dessas práticas como de qualificação de sua
implantação.

INTERNAÇÃO EM UTI: EXPERIÊNCIA VIVENCIADA PELOS FAMILIARES. Priscila


226 Capoani, Dalva Maria Pomatti, Luiz Antonio Bettinelli (orient.) (UPF).
As características tecnológica e científica, da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), tornam evidente a
priorização de procedimentos técnicos de alta complexidade, importante para a manutenção da vida do ser humano,
tornando secundários outros aspectos. O ambiente da UTI significa para a família uma ruptura da interdependência
afetiva e emocional com o familiar internado, mas a família faz parte do processo. É necessário conhecer as questões
relacionadas com o significado dessa internação e suas implicações na vida e no cotidiano dos familiares. A presença
da família auxilia na manutenção dos laços afetivos e na recuperação da saúde do paciente. Estudo qualitativo,
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, objetivou compreender o significado da internação em UTI para os
familiares dos pacientes. Após assinatura do Termo de Consentimento Informado foram entrevistados 16 familiares
de pacientes internados na UTI geral de um hospital de ensino, no interior do RS. A análise temática permitiu a
construção das categorias: admissão na UTI; impacto do desligamento e a “impotência familiar”; pouco

568
Ciências da Saúde

acolhimento; a importância do suporte da espiritualidade; a falta de privacidade do paciente. Apesar de estudos que
mostram a necessidade da presença da família, junto ao paciente, parece não existir a devida preocupação com essa
prática. Os vínculos afetivos e emocionais são dimensões humanas importantes. O familiar pretende participar, de
forma ativa, de toda a evolução do estado de saúde e dos cuidados, sinalizando para repensar as questões da
privacidade e intimidade dos internados. Portanto é necessário ampliar a compreensão sobre a relação com os
pacientes e as mensagens emitidas pelos familiares para que assim se possa promover a humanização da assistência
na UTI.

Sessão 27
Endocrinologia B

RETINOPATIA DIABÉTICA ESTÁ ASSOCIADA À REDUÇÃO DA RESPOSTA DA


227 FREQÜÊNCIA CARDÍACA AO EXERCÍCIO. Lana Catani Ferreira Pinto, Caroline Kramer,
Cristiane Leitão, Mirela Jobim Azevedo, Fabiana Valiatti, Ticiana Rodrigues, Eliza Ricardo, Jorge Luiz
Gross, Luis Henrique Santos Canani (orient.) (UFRGS).
Pequenas alterações na homeostase pressórica já estão associadas à retinopatia diabética (RD), possivelmente por
disautonomia na regulação da pressão arterial. O objetivo desse estudo foi analisar a possível associação de RD com
disfunção autonômica cardíaca avaliada através da variabilidade da freqüência cardíaca (FC) durante
eletrocardiograma de esforço. Foram estudados 112 pacientes diabéticos (72 DM tipo 2; 40 DM tipo 1) sem
evidência de isquemia miocárdica em teste ergométrico (protocolo de Bruce) e avaliados por oftalmologista quanto à
presença de RD. O aumento máximo da FC durante o teste de esforço foi definido como a diferença da FC máxima
no pico do esforço e a FC em repouso e a recuperação da FC foi definida como a redução da FC em relação à FC no
pico do esforço 1, 2 e 4 minutos após o término do exercício. Qualquer grau de RD ocorreu em 30, 5% e 47, 5% dos
pacientes com DM tipo 1 e 2, respectivamente. Nos pacientes DM tipo 2 o aumento máximo na FC (?OR 0, 43;
IC95% 0, 22-0, 84; P = 0, 014)?, a recuperação da FC aos 2 minutos (OR 0, 47; IC 95% 0, 26-0, 82; P = 0, 009) e aos
4 minutos após término do esforço (OR 0, 35; IC 95% 0, 18-0, 68; P = 0, 002) foram associados com a presença de
RD, ajustados para teste A1C, duração do DM, pressão arterial sistólica, idade, excreção urinária de albumina (log) e
MET. O mesmo padrão foi observado nos pacientes DM tipo 1: para cada aumento de 10 bpm no aumento máximo
da FC durante exercício a chance de apresentar RD foi reduzida em 40% (OR 0, 60; IC 95% 0, 38-0, 96; P = 0, 03).
Estes achados correlacionaram-se com os resultados de testes cardiovasculares para avaliação de neuropatia
autonômica. Em conclusão, em pacientes com DM a RD está associada à menor variabilidade da freqüência cardíaca
durante o exercício, podendo esta associação refletir alterações precoces da função autonômica.

ASSOCIAÇÃO DO ENALAPRIL MAIS DIETA DE GALINHA: EFEITO A LONGO-PRAZO


228 EM PACIENTES COM DM TIPO 2 MICROALBUMINÚRICOS. Livia Zart Bonilha, Mariana
Bauer, Maíra P Perez, Bianca Alves da Silva, Tatiana de Paula, Vanessa D Mello, Themis Zelmanovitz,
Jorge Luiz Gross, Mirela Jobim de Azevedo (orient.) (UFRGS).
Os inibidores da ECA são indicados no tratamento de microalbuminúria. Demonstramos que a substituição da carne
vermelha da dieta usual por carne de galinha (DG) reduz a excreção urinária de albumina (EUA) e o colesterol em
pacientes com diabete melito tipo 2 (DM2) microalbuminúricos. O objetivo deste estudo foi avaliar se os efeitos
sobre a EUA e perfil lipídico da associação do enalapril com a DG são diferentes de cada um dos tratamentos
isolados. Os pacientes foram randomizados para DG [mais placebo ativo (verapamil ou hidralazina)] ou tratamento
com enalapril (10 mg/dia + dieta usual), por 12 meses. Após wash-out de 8 semanas, todos pacientes receberam o
tratamento combinado por mais 12 meses: enalapril + DG. Foram avaliados filtração glomerular, perfil lipídico,
controle glicêmico e índices nutricionais a cada 4 meses. EUA, pressão arterial, e adesão à dieta (registros
alimentares de 3 dias com pesagem de alimentos + uréia urinária 24h) foram avaliados mensalmente. Quatorze
pacientes completaram a DG, 16 o tratamento com enalapril e, até o momento, 12 pacientes o tratamento combinado.
Houve redução significativa da EUA após a DG [60, 6 (31, 2-125, 1) para 47, 8 (6, 2-146, 5) mg/min; P=0, 002],
após enalapril [52, 2 (22, 6-194, 3) para 23, 7 (4, 0-120, 3) mg/min; P=0, 003] e após o tratamento combinado [66, 8
(31, 1-196, 6) para 31, 7 (11, 7-113, 8) mg/min; P<0, 001]. O percentual de redução da EUA não foi diferente entre
os três tratamentos (p=0, 516): DG=52% (95%IC: -0, 10–52, 9), enalapril=48% (95%IC: -0, 2–63, 4) e tratamento
combinado=53% (95%IC: 33, 4–68, 0). O controle glicêmico, os índices nutricionais e a ingestão protéica não se
modificaram durante os tratamentos. Em conclusão, em pacientes DM2, a DG promove uma redução da EUA similar
ao enalapril, sendo que a combinação destes dois tratamentos não parece ter efeito aditivo até o momento.

569
Ciências da Saúde

GENÉTICA E RETINOPATIA DIABÉTICA PROLIFERATIVA: EVIDÊNCIAS DE


229 AGREGAÇÃO FAMILIAR EM PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2. Dimitris Rucks
Varvaki Rados, Carolina Degen Meotti, Marcele Rizzatti, Lucas Medeiros Burttet, Paula Blasco Gross,
Luís Henrique Santos Canani, Jacó Lavinsy, Jorge Luiz Gross, Mirela Jobim de Azevedo (orient.) (UFRGS).
Introdução: O papel de fatores genéticos na retinopatia diabética (RD) pode ser avaliado pelo estudo da agregação
familiar da RD, que é uma das principais complicações do diabete mélito (DM) tipo 2 e responsável pela maioria dos
casos de cegueira em idade produtiva. Objetivo: Avaliar a agregação familiar de RD através de estudo em irmãos.
Material e Métodos: Avaliou-se clinicamente, laboratorialmente e com fotografias de fundo de olho 127 famílias
com dois ou mais irmãos com DM tipo 2. Aleatoriamente, o primeiro irmão atendido foi denominado “probando”
(n=127) e os seguintes denominados “irmãos” (n=152). A RD foi graduada em ausente, não proliferativa leve, não
proliferativa moderada, não proliferativa grave e proliferativa. Resultados: Nos 279 pacientes avaliados a prevalência
de qualquer grau de RD foi 44% e RD proliferativa, 11.5%. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: irmãos com
probandos com RD proliferativa (n=19) e irmãos com probandos sem RD proliferativa (n=133). Não houve diferença
na idade, sexo, duração de DM, pressão arterial, controle glicêmico e lipídico entre os 2 grupos. Em regressão
logística, os fatores associados à presença de RD proliferativa no irmão (variável dependente) foram a RD
proliferativa no probando (OR 15, 92; IC95% 2, 80-90, 11; P=0, 002) e a nefropatia diabética no próprio irmão (OR
13, 67; IC95% 1, 27-146, 88; P=0, 031), ajustado para duração de DM, teste A1C e pressão arterial sistólica. A
agregação familiar ocorreu também para qualquer grau de RD (OR 3, 26; IC95% 1, 22-8, 74; P = 0, 019), porém este
achado não foi confirmado quando excluídos da análise os pacientes com RD proliferativa. Conclusão: Em pacientes
com DM tipo 2 brasileiros existe agregação familiar de RD, particularmente a forma mais avançada, a RD
proliferativa.

AVALIAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS SÉRICOS COMO MARCADORES BIOLÓGICOS DA


230 INGESTÃO DE GORDURAS DA DIETA DE PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2.
Tuane Fiorin Santolin, Miriam Bittencourt, Ana Luiza Santos, Juliana Vaz, Magda Perassolo, Jussara
Almeida, Jorge Gross, Mirela Azevedo, Themis Zelmanovitz (orient.) (UFRGS).
A composição de ácidos graxos séricos (AG), tem sido empregada como marcadora da ingestão de gorduras de
indivíduos normais. Inexistem dados sobre os AG séricos como marcadores de AG da dieta em pacientes com
Diabete Melito tipo 2 (DM2). Este estudo observacional visa avaliar a composição de AG nos lipídeos séricos como
marcadores da ingestão de gorduras e de alimentos selecionados em pacientes com DM2. Cento e dezoito pacientes
(66H; idade:60±10a) preencheram registros alimentares com pesagem por 3 dias (RA 3 dias) e realizaram a coleta de
urina de 24h no terceiro dia de registro, para estimativa da ingestão protéica através de uréia urinária para análise da
aderência. Após 4 semanas, foram entregues os RAs 3 dias, a urina de 24h e realizada a coleta de sangue para análise
dos AG nos lipídios totais (cromatografia gasosa). Observou-se correlação entre os AGP totais e o ácido linolênico
sérico e o seu conteúdo na dieta (r = 0, 368; P < 0, 001 e r = 0, 355; P < 0, 001 respectivamente). Também foram
observadas correlações entre os AG saturados (r = 0, 306; P < 0, 001) e ácido mirístico (r = 0, 348; P < 0, 001) e seus
conteúdos na dieta, assim como entre os monoinsaturados séricos (r = 0, 233; P = 0, 012) e o ácido palmitoléico (r =
0, 236; P = 0, 011) e seus conteúdos na dieta. Quanto às fontes alimentares de gordura, observou-se correlação entre
os AGP séricos e o seu conteúdo em óleos vegetais e margarinas (r = 0, 353; P < 0, 001), assim como entre os AGS e
o seu conteúdo em leites e derivados (r = 0, 211; P = 0, 023). Em conclusão, em pacientes com DM2 os AG séricos
apresentam correlação com sua ingestão alimentar podendo ser utilizados como marcadores biológicos do seu
conteúdo na dieta assim como de fontes alimentares selecionadas.

ACURÁCIA DA DOSAGEM DE TIREOGLOBULINA EM LINFONODOS CERVICAIS NA


231 DETECÇÃO DE METÁSTASES DO CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREÓIDE. André Borsatto
Zanella, Erika Laurini de Souza Meyer, Joíza Lins Camargo, Antônio Carlos Colar da Silva, Alceu
Migliavacca, José Ricardo Guimarães, Ana Luiza Silva Maia (orient.) (UFRGS).
O carcinoma diferenciado de tireóide (CDT) é responsável por 85% das neoplasias dessa glândula. Esse tipo de
tumor apresenta taxas de recorrência de 5, 4 a 13% e a dosagem da tireoglobulina sérica (sTG) é considerado o
método mais sensível para o diagnóstico precoce de metástases desses tumores. No entanto, 20% dos pacientes com
metástases em linfonodos (LFNs) cervicais apresentam sTG indetectável. A ultrassonografia (US) cervical assumiu
importante papel no seguimento desses pacientes, apesar da limitação desse exame, que é a baixa capacidade de
diferenciar LFNs benignos de metastáticos. A citologia obtida através da punção com agulha fina (PAAF) não é
diagnóstica em 8% dos casos. Recentemente, a dosagem da TG no lavado da agulha da PAAF, foi proposta na
diferenciação dos LFNs reacionais dos metastáticos. O presente estudo visa avaliar a acurácia da dosagem de TG em
LFNs cervicais para a detecção de metástases de CDT. Pacientes com diagnóstico de CDT, seguidos no Ambulatório
de Endocrinologia do HCPA, com linfadenomegalia cervical diagnosticada pela palpação e/ou US, serão submetidos
a PAAF para análise citológica e dosagem da TG no lavado da agulha. Todos serão encaminhados para
linfadenectomia cervical do(s) LFN(s) suspeitos. Até o momento foram incluídos 9 pacientes, com valores de TG no
lavado entre 5, 73 e 6 ng/ml, na vigência de sTG < 1 ng/ml. Apesar do número limitado de pacientes, os resultados
sugerem que a dosagem de TG no lavado possa auxiliar no diagnóstico de metástases de CDT.

570
Ciências da Saúde

DESEMPENHO DAS EQUAÇÕES BASEADAS NA CREATININA SÉRICA PARA AVALIAR A


232 EVOLUÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG) EM PACIENTES NÃO-
PROTEINÚRICOS COM DM TIPO 2 (DM2): 10 ANOS DE ACOMPANHAMENTO. Tatiana
Falcão Eyff, Márcia Murussi, Nádia Murussi, Jorge Luiz Gross, Sandra Pinho Silveiro (orient.) (UFRGS).
Introdução:Diretrizes de nefrologia recomendam o uso da equação do estudo Modification of Diet in Renal Disease
(MDRD) para estimar TFG e a Clínica Mayo recentemente desenvolveu uma equação quadrática (EQ), também
baseada na creatinina sérica (Crs). No entanto, sua capacidade para avaliar o curso da TFG não está ainda bem
estabelecida. Objetivo:Comparar a evolução da TFG medida pelo método de referência com a estimada pela equação
do MDRD e EQ em uma coorte de pacientes DM2 normoalbuminúricos (NO). Métodos:Foram acompanhados 65
DM2 NO (excreção urinária albumina < 20 m g/min), por 10±1 anos, 60% M, idade 54±7 anos. A TFG foi medida
com 51Cr–EDTA (método referência) e estimada pelo MDRD [TFG=186´(Crs)-1.154´ (idade)-0.203´(0, 742 fem)´(1, 212
negro)]; EQ [TFG=exp(1, 911+5, 249/(Crs)–2, 114/ (Crs)²-0, 00686´(idade)–0, 205(se fem.)]; Crs Jaffé, EUA de 24h
imunoturbidimetria. Resultados:Seis pacientes morreram, sete foram perdidos, e 2 desenvolveram macroalbuminúria
e foram excluídos. Entre os 50 reavaliados no seguimento, observou-se que a Crs foi mais elevada no basal do que no
final (1, 02±0, 24 vs. 0, 82±0.19 mg/dl, P=0, 0001). Comparada com a basal, a TFG final caiu significativamente
quando avaliada pelo método 51Cr–EDTA (121±22 vs. 97±25 ml/min/1, 73m2, P=0, 0001), e os valores basais foram
mais baixos que os finais quando estimada pelo MDRD (78±20 vs. 96±21 ml/min/1, 73m2, P=0, 0001) e pela EQ
(94±18 vs. 101±14 ml/min/1, 73m2, P=0, 002). O declínio mensal da TFG pelo 51Cr–EDTA foi de -0, 22±0, 21(P=0,
01). Pela equação do MDRD +0, 16±0, 19 (P=0, 0001) e pela quadrática +0, 06±0, 13 ml/min/mês (P=0, 002) não foi
observado declínio. Conclusões:A equação do MDRD e a EQ não foram capazes de identificar o declínio ocorrido na
TFG de pacientes com DM2 em avaliação prospectiva.

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO IMATINIB NA FUNÇÃO TIREOIDEANA. Murilo Anderson


233 Leie, José Miguel Dora, Bruno Netto, Gustavo Faulhaber, Felipe Torres, Lucia Silla, Laura Maria
Fogliatto, Ana Luiza Silva Maia (orient.) (UFRGS).
O Imatinib, um inibidor da atividade tirosina quinase (TQ), é a terapia de primeira escolha no tratamento da
Leucemia Mielóide Crônica (LMC). No entanto, fármacos pertencentes a essa classe possuem ação inibitória
também sobre proteínas TQ constitutivas, o que pode justificar seus efeitos adversos, como cardiotoxicidade e
alteração do metabolismo ósseo. Nesse sentido, estudos recentes demonstraram elevada incidência de
hipotireoidismo em pacientes tratados com o inibidor TQ Sunitinib, cujo mecanismo de ação se assemelha ao do
Imatinib. O presente estudo teve como objetivo avaliar se o uso de Imatinib está associado a alterações da função
tireoideana. Para isso, realizamos a avaliação do perfil hormonal e ecográfico tiroideano de pacientes com
diagnóstico de LMC em uso de Imatinib, acompanhados no ambulatório de Hematologia do HCPA. Pacientes com
disfunção tireoideana ou em uso de drogas interferentes sobre TSH, T4 e T3 foram excluídos do estudo. Foram
avaliados 55 pacientes, média de idade de 48±17, 7anos, dos quais 32(58, 2%) do sexo masculino. O tempo de
tratamento com Imatinib foi de 21, 7±16 meses e a dose diária de 469, 2±121, 3 mg. O perfil hormonal mostrou T4L
de 1, 25±0, 21 ng/dL, T3 de 99, 46±27, 57 ng/dL e TSH de 2, 38±1, 93 µUI/dL. O exame ecográfico mostrou volume
glandular de 8, 5±4, 4 cm3. Todos os parâmetros avaliados estavam dentro do limite da normalidade. Apenas 4
pacientes (8%) apresentaram valores de TSH discretamente acima do valor de referência. Não houve associação de
dose (r=0, 09 e p=0, 50) ou tempo de uso (r=-0, 06 e p=0, 64) de Imatinib a alterações nos níveis séricos de TSH ou
hormônios tireoideanos. Em contraste com o quimioterápico Sunitinib, Imatinib não parece estar associado à
alteração da função tireoideana.

INFLUÊNCIA DA ETNIA NOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS MICRO E


234 MACROVASCULARES EM PACIENTES COM DIABETES MELITO TIPO 2. Érico Augusto
Consoli, Caroline Kramer, Cristiane Leitão, Lana Pinto, Patricia Bolson, Juliana Boza, Sandra Silveiro,
Jorge Gross, Luis Henrique Santos Canani (orient.) (UFRGS).
A prevalência de complicações crônicas, no diabetes melito tipo 2 (DM2), é mais alta em pacientes pretos. A razão
para esse achado ainda é desconhecido. Para analisar o perfil de fator de risco cardiovascular de acordo com a etnia
em pacientes com DM2 sem nefropatia diabética, foi realizado um estudo transversal regional multicêntrico que
avaliou 780 pacientes. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica e laboratorial. Etnia foi auto-
declarada como branco (n = 585) ou preto (n = 195) de acordo com critérios adotados pelo IBGE. Os pacientes
pretos apresentaram níveis menores de triglicerídeos [115(35-892) versus 152 (34-1236) mg/dL; P<0, 001] e maiores
de colesterol HDL que os brancos (48, 3 ± 13, 5 versus 44, 8 ± 12, 1 mg/dL; P <0, 002). Pacientes brancos e pretos
não diferiram em relação ao controle glicêmico, aos níveis de colesterol total e LDL, aos níveis de insulina e ao
HOMA-IR; também não houve diferenças entre os grupos no que diz respeito a medicações em uso (estatina: 18, 5
versus 19, 3 %, P = 1, 000; fibratos: 1, 5 versus 0, 7 %, P = 0, 680; inibidores da enzima conversora de angiotensina:
39, 5 versus 43, 8 %, P = 0, 375; ácido acetilsalisílico: 29, 9 versus 27, 7 %, P = 0, 673). Em conclusão, não houve
diferença significativa na prevalência de fatores de risco cardiovascular clássicos entre os grupos étnicos. O estudo
de fatores de risco não-convencionais e de fatores genéticos pode elucidar os determinantes de piores desfechos
apresentados pela população afro-brasileira.

571
Ciências da Saúde

Sessão 28
Clínica Médica B

DISTÚRBIOS DO SONO APÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA. Humberto Luiz Moser


235 Filho, Gustavo Faulhaber, Claudia Astigarraga, Angela Paludo, Lucia Silla, Tania Weber Furlanetto
(orient.) (UFRGS).
Introdução: Nos últimos 10 anos, ocorreram importantes mudanças no transplante de células-tronco hematopoética
(TCTH). O conceito de transplante não-mieloablativo incorporou-se à pratica diária, e o advento do Imatinib mudou
drasticamente as indicações de transplante na leucemia mielóide crônica, gerando uma população distinta de
transplantados. Estudos de distúrbios de sono pós-TCTH remontam à década de 80. Objetivos: Estudar a prevalência
e fatores de risco associados a distúrbios de sono em uma população recente de transplantados. Métodos: Estudo
transversal incluindo pacientes submetidos a TCTH alogênico após 1 ano de transplante. Realizou-se questionário
relacionado a distúrbios de sono, de acordo com os critérios da DSM-IV-TR. Na avaliação de fatores associados, a
análise mutivariada foi efetuada utilizando-se modelo de regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de
distúrbios de sono foi de 26.2%, sendo insônia o diagnóstico mais freqüente. Esquema de condicionamento Bucy
(Bussulfan-Ciclofosfamida) foi fator de risco estatisticamente significativo na análise multivariada, com risco
relativo (RR) igual a 3.74 (IC95%: 1.1-12.6) p=0.03, assim como o sexo feminino, com RR=2.73 (IC95%: 1.0-5.7)
p=0.05. Idade foi fator de risco na análise univariada, com RR=1.04 (IC95%: 1.01-1.08) p=0.01. Outros fatores
estudados não foram significativos, tais como gênero, TCTH não-mieloablativo, doença enxerto contra hospedeiro
(DECH) aguda e crônica, tempo após transplante. Conclusão: Distúrbios de sono pós-TCTH são fenômenos
freqüentes. Condicionamento com esquema Bucy, sexo feminino e idade são fatores de risco para essas patologias.
(PIBIC).

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SEPSE, SEPSE SEVERA E CHOQUE SÉPTICO NO


236 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Marcos Maraskin Fonseca, Jonatas Fonseca
Conterno, Paulo Correa da Silva Neto, Roberto Robaldo, Tiago Bortolini, Davi Constantin, Ane
Canevese, Luis Antonio Nasi (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: Sepse severa e choque séptico permanecem como importantes desafios da prática clínica. As taxas
de mortalidade são elevadas e suas incidências estão aumentando mundialmente. OBJETIVO: Avaliar características
clínicas e epidemiológicas de pacientes internados na Emergência e UTI do HCPA com diagnóstico de sepse, sepse
severa e choque séptico. MÉTODOS: Estudo desenvolvido por equipe multiprofissional: Grupo da Sepse. Coleta de
dados realizada através da aplicação de escala de avaliação baseada nas normas do Instituto Latino-Americano para
Estudos da Sepse (Surviving Sepsis Campaign). Projeto delineado como estudo de Coorte, com acompanhamento
clínico por período de 28 dias. Avaliados, de abril a dezembro de 2006, um total de 121 pacientes. RESULTADOS:
Utilizando como parâmetro: BASES study verificamos semelhança entre idade média de pacientes, porém maior
variação de idade. A maioria dos nossos diagnósticos foram de origem intra-hospitalar, principalmente em
imunocompetentes, sendo os principais focos: infecções respiratórias, intra-abdominais e do trato urinário,
semelhante ao dados nacionais. Observamos alta freqüência de exames culturais e reposição volêmica agressiva,
apesar da freqüente manutenção da hipotensão por mais de 6 horas, associado ao elevado uso de vasopressores. É
relevante salientar a diferença da classificação diagnóstica; enquanto no resto do país há predomínio de sepse,
choque séptico e sepse severa, no HCPA a situação foi inversa, sendo mais prevalentes choque séptico, sepse severa
e sepse. CONCLUSÃO: Evidenciamos semelhanças relacionadas às características e ao perfil dos pacientes
acometidos pela sepse ao compará-los aos dados nacionais. Porém, nos surpreendemos com a alta prevalência de
diagnósticos de choque séptico e sepse severa no HCPA.

AVALIAÇÃO DO PAPEL DO FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE À INSULINA


237 TIPO I (IGF-1) NA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH: UM ESTUDO CASO-CONTROLE.
Jonas Alex Morales Saute, Laura Bannach Jardim, Andrew Chaves Feitosa da Silva, Gisele Hansel,
Diogo Souza, Alexandre Pastoris Müller, Alexandre Silva de Mello, Franciele Rachel Provin, Diogo Rizzato Lara,
Maria Luiza Saraiva Pereira, Ignacio Torres-Aleman, Luiz Valmor Cruz Portela (orient.) (UFRGS).
A ataxia espinocerebelar tipo 3 (SCA-3), também chamada de Doença de Machado-Joseph (DMJ), é o subtipo de
ataxia hereditária mais comum no mundo (30% das SCAs). Assim como para as demais SCAs, não há tratamento
que altere seu curso nem que alivie seus sintomas. O sistema do IGF-1 é extensamente encontrado em diversas
regiões do corpo, tendo importantes funções no tecido cerebral. Estudos mostraram que a indução de ataxia por
neurotoxinas causou redução nos níveis de IGF-1 em soro e liquor de roedores e que o tratamento com IGF-1
reverteu o déficit em tarefas de coordenação desses animais e em camundongos transgênicos com a mutação da
ataxina-1 (SCA-1). Também em modelos transgênicos, a akt e a GSK-3β – proteínas de sinalização intracelular do
IGF-1 - modularam a fosforilação das proteínas anômalas da SCA-1 e SCA-3. Em estudos clínicos, os níveis séricos
de IGF-1 estavam reduzidos em pacientes com SCAs, sem testagem genética, assim como a afinidade da IGFBP-1 e
IGFBP-3 (suas proteínas ligantes). Nosso objetivo é comparar os níveis séricos de IGF-1, IGFBP-1 e IGFBP-3 dos

572
Ciências da Saúde

pacientes com DMJ com o dos controles (n=50 por grupo), através de um estudo caso-controle. Correlacionaremos
esses níveis com idade de início da doença, número de repetições de trinucleotídeos CAG, duração da doença, graus
de envolvimento neurológico (escalas SARA e NESSCA) e estágio da doença. Além disso, avaliaremos a relação do
IGF-I com a presença ou não de manifestações depressivas (inventário de depressão de Beck) nos pacientes com
DMJ. Atualmente estamos com 37 pacientes que concluíram o protocolo, mas o material ainda não foi analisado. Os
resultados deste estudo podem ajudar em um melhor entendimento das SCAs e, orientar futuras pesquisas que visem
tratamentos para essas afecções.

PREVALÊNCIA DE METAPLASIA INTESTINAL EM DISPÉPTICOS FUNCIONAIS COM E


238 SEM INFECÇÃO PELO HELICOBACTER PYLORI. Gisele Silva de Moraes, Luiz Edmundo
Mazzoleni, Diego Uchoa, Luise Meurer, Rafael do Amaral Cristovam, Guilherme Becker Sander, Carlos
Fernando Francesconi, Natan Katz, Cynthia Goulart Molina, Alexandro Theil, Oscar Augusto Birkhan, Bianca
Spinder, Bianca Hocevar, Pedro Proença Guerrieri, Maria Isabel Albano Edelweiss (orient.) (UFRGS).
Introdução: A metaplasia intestinal é considerada um importante precursor de adenocarcinoma gástrico. Em países
orientais, é demonstrado que o Helicobacter pylori (H.pylori) é fator de risco para o desenvolvimento de metaplasia
intestinal, mas esta associação tem sido pouco estudada em países ocidentais. Metodologia: Pacientes com dispepsia
pelos critérios de Roma III foram submetidos à esofagogastroduodenoscopia, durante a qual foram realizadas 8
biópsias (antro, incisura e corpo) para avaliação histológica e teste rápido da urease para pesquisa do H. pylori.
Foram considerados com H.pylori positivos aqueles com positividade em ambos os métodos. As biópsias foram
avaliadas por patologistas padronizados e cegados para informações endoscópicas e clínicas, tendo sido utilizada a
Classificação de Houston. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre onde também foram realizados todos os procedimentos. Resultados: 341 pacientes dispépticos funcionais,
com idade média de 45, 8 anos, sendo 78% mulheres, foram analisados. A prevalência do H.pylori foi de 63, 6%. Foi
observada metaplasia intestinal em 13, 5% da amostra. A prevalência de metaplasia entre os H.pylori positivos foi
17, 4% e de 5, 4% nos H.pylori negativos (P=0, 002). A localização mais frequente da metaplasia intestinal foi no
antro gástrico. Conclusão: Foi observada uma maior prevalência de metaplasia intestinal em pacientes infectados
pelo H.pylori. Na amostra total, a prevalência de metaplasia intestinal foi inferior à encontrada em países orientais.

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SEPSE, SEPSE SEVERA E CHOQUE SÉPTICO NO


239 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Tiago Bortolini, Roberto Robaldo, Jonatas
Conterno, Davi Constantin, Paulo Neto, Ane Canevese, Marcos Fonseca, Gelline Haas, Luis Antonio
Nasi (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: Sepse permanece como importante desafio da prática clínica. As taxas de mortalidade são elevadas
e suas incidências estão aumentando mundialmente. OBJETIVO: Avaliar características de pacientes internados na
Emergência e UTI do HCPA com diagnóstico de sepse.MÉTODOS: Coleta de dados através da aplicação de escala
de avaliação baseada nas normas do Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse. Projeto delineado como
estudo de Coorte, com acompanhamento clínico por período de 28 dias. RESULTADOS: Verificamos, de acordo
com o BASES study, semelhança entre idade média de pacientes, porém maior variação de idade. A maioria dos
nossos diagnósticos foram de origem intra-hospitalar, principalmente em imunocompetentes, sendo os principais
focos: infecções respiratórias, intra-abdominais e do trato urinário, semelhante ao dados nacionais. Observamos alta
freqüência de exames culturais e reposição volêmica agressiva, apesar da freqüente manutenção da hipotensão por
mais de 6 horas, associado ao elevado uso de vasopressores. É relevante salientar a diferença da classificação
diagnóstica; enquanto no resto do país há predomínio de sepse, choque séptico e sepse severa, no HCPA a situação
foi inversa, sendo mais prevalentes choque séptico, sepse severa e sepse. CONCLUSÃO: Baseado nos dados obtidos,
evidenciamos semelhanças relacionadas às características e ao perfil dos pacientes acometidos pela sepse ao
compará-los aos dados nacionais. Porém, nos surpreendemos com a alta prevalência de diagnósticos de choque
séptico e sepse severa no HCPA, contrariando o perfil epidemiológico do restante do país. Logo, é de extrema
importância o desenvolvimento de protocolos baseados em estudos complementares para adoção de condutas
especializadas, visando diagnóstico e manejo precoce desta disfunção. Assim, evitando sua evolução clínica para
quadros de pior prognóstico, grande morbimortalidade e elevada prevalência em nosso meio.

FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE EM PACIENTES QUE NECESSITAM DE


240 VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UM CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Rafael Roberge Sens, Anelise S Wolmeister, Luciana Sehn, Rosana P
Cardoso, Adriana R Milani, Greice Machaco, Monica Ficanha, Mary C Bozzetti, Silvia Rr Vieira, Janete S Brauner,
Lea Fialkow (orient.) (UFRGS).
Introdução: Pacientes com Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) freqüentemente necessitam de Ventilação
Mecânica (VM). Esta condição é responsável por elevadas taxas de mortalidade. Conhecer os fatores de risco
associados à mortalidade em pacientes que necessitam de VM poderá melhorar abordagens terapêuticas. Objetivo:
identificar os fatores associados à mortalidade nos pacientes com IRpA em VM internados no CTI do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre. Materiais e Métodos: estudo de coorte com 1113 pacientes em VM por mais de 24 horas
arrolados entre março/04 a abril/07. Dados foram coletados diariamente durante o curso da VM por até 28 dias.

573
Ciências da Saúde

Resultados: A freqüência de VM foi de 46%, as taxas de mortalidade geral e específica foram de 23% e 51%,
respectivamente. A idade média (±dp) foi de 57±18 anos; 52% eram do sexo masculino; o escore APACHE II médio
foi de 22, 4±8, 3; 69% eram clínicos; 93% estavam em VM Invasiva; a duração média da VM foi de 10±7, 9 dias.
Uma análise multivariada identificou as seguintes variáveis independentemente associadas à mortalidade: (1) fatores
presentes no início da VM: idade (p<0, 001), DPOC (p=0, 03) e LPA/SARA (p=0, 02) como causas de VM,
insuficiências renal (p=0, 003) e hematológica (p=0, 009); (2) fatores ocorridos durante o curso da VM: LPA/SARA
(p=0, 004), sepse (p=0, 02), insuficiências renal (p<0, 001), hepática (p=0, 03) e cardiovascular (p=0, 01),
barotrauma (p=0, 006), uso de drogas vasoativas (p<0, 001) e duração da VM. Conclusões: a sobrevida de pacientes
em VM depende não somente de fatores presentes no início da VM, mas também do desenvolvimento de
complicações e do manejo destes pacientes. A identificação de fatores de risco poderá sugerir intervenções precoces
visando otimizar estratégias terapêuticas, as quais poderiam diminuir a mortalidade.

O IMPACTO DA FIBROMIALGIA CONCOMITANTE NA AVALIAÇÃO DO HAQ E DO


241 DAS28 NOS PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE. Vanessa Witter Zimmer, Aline
Ranzolin, Jairo Guarienti, Marcele Rizzatti, Ângela Massignan, Joao Carlos Brenol, Ricardo Machado
Xavier (orient.) (UFRGS).
Introdução. Em pacientes com Artrite Reumatóide (AR), o DAS28 (Disease Activity Score) e o HAQ (Health
Assessment Questionnaire) são importantes instrumentos utilizados para avaliar a atividade de doença e a capacidade
funcional, respectivamente. Alguns pacientes com AR têm Fibromialgia (FM) associada, uma síndrome definida por
dor crônica e difusa, astenia e alterações no sono. Esses sintomas de FM associada podem ter impacto nas avaliações
do HAQ e do DAS28 em pacientes com AR. Métodos. O presente estudo foi conduzido em pacientes consecutivos
com AR atendidos no ambulatório de Reumatologia do HCPA entre 2006 e 2007. Todos os pacientes foram
avaliados para presença de FM pelos critérios do American College of Rheumatology (ACR) e submetidos às
avaliações de HAQ e DAS28. Resultados. Foram avaliados 257 pacientes com AR, sendo que 28 (10.9%) tinham
FM associada. Não foram encontradas diferenças estatísticas para sexo, idade, duração de doença ou positividade
para o fator reumatóide entre os pacientes com AR com FM e com AR sem FM (tabela). Pacientes com AR e FM
têm maiores escores de incapacidade funcional (HAQ 1, 23±0, 85) e de atividade da doença (DAS28 5, 54±1, 11)
quando comparados com pacientes com AR sem FM (HAQ 1, 95±0, 58 e DAS28 4, 15±1, 48, respectivamente; p <
0, 001) (tabela) Tabela: Comparação entre pacientes com AR e AR associada à FM AR AR e FM p Nº de pacientes
229 28 Sexo feminino [nº(%)] 190 (83%) 27 (96, 4%) 0, 093 Idade média (DP), anos 55, 2 (12, 5) 59, 0 (12, 9) 0,
138 Duração da AR (DP), anos 13, 0 (8, 4) 13, 0 (10, 0) 0, 973 Fator Reumatóide positivo (%) 83, 4% 88, 8% 1, 00
Conclusão. Os valores do DAS28 e HAQ em pacientes com AR e FM concomitante devem ser considerados com
cautela, já que níveis de dor mais elevados podem levar a escores finais mais altos, os quais, em alguns casos, podem
indicar sintomatolgia da FM ao invés de atividade da AR.

Sessão 29
Psiquiatria B

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRIOS DE HORMÔNIOS TIREOIDIANOS EM PACIENTES


242 ESQUIZOFRÊNICOS. Dalton Wiggers Medeiros, Fabiano Alves Gomes, Tiago Crestana, Lucio
Caron, Aline Berger, Joana Palha, Clarissa Severino Gama, Paulo Silva Belmonte de Abreu, Maria Ines
Rodrigues Lobato (orient.) (UFRGS).
Na fisiopatologia da esquizofrenia destacam-se as recentes descobertas da interação entre fatores externos como
hormônios e vitaminas em diferentes receptores nucleares interferindo na transcrição de diversos genes regulando
seu desenvolvimento. Os hormônios da tireóide podem ser candidatos a esse papel. Neste contexto, este estudo tem
por objetivo avaliar o nível sérico de TSH, T4 e T3 de pacientes esquizofrênicos. Foram incluídos no estudo
pacientes com diagnóstico de esquizofrenia pelo DSM-IV atendidos no PRODESQ-HCPA e controles saudáveis.
Foram colhidos dados demográficos, clínicos e sobre o uso de medicações e obtidas amostras de sangue para
dosagem dos níveis de TSH, T4 e T3. Foram avaliados 68 pacientes, sendo 85, 3% homens, com média de idade de
35, 65±8, 5 anos e 38 controles, sendo 52, 6% homens. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com
a principal medicação antipsicótica em uso: clozapina (n=28); atípicos (n=19) e típicos (n=21). Quando analisados
em conjunto, não houve diferença estatística significante (p=0, 281) nos níveis de TSH de pacientes (2, 4±2, 9) e
controles (1, 9±1, 2); houve diferença (p<0, 001) nos níveis de T4 de pacientes (8, 1±1, 7) e controles (9, 5±1, 8);
houve diferença (p<0, 001) nos níveis de T3 de pacientes (102, 39±17, 72) e controles (129, 0±21, 3). Essas
diferenças não se alteraram quando foram excluídos os pacientes com uso atual ou prévio de lítio. Ao se comparar
cada grupo, não houve diferença nos níveis de TSH quando comparados ao controle (p=0, 495); houve diferença
entre os níveis de T4 do grupo de pacientes em uso de atípicos quando comparados ao controle (p<0, 001); houve
diferença entre os níveis de T3 dos três grupos quando comparados ao placebo (p<0, 001). Os dados sugerem
diminuição dos níveis de hormônios tireoidianos (forma ativa T3), em esquizofrênicos, independente do tipo de
tratamento antipsicótico. Tais alterações podem estar relacionadas a fisiopatogenia da esquizofrenia. (PIBIC).

574
Ciências da Saúde

ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPLICAÇÕES PERINATAIS E TRANSTORNO DE DÉFICIT DE


243 ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE - TIPO DESATENTO. Carolina Benedetto Gallois, Carla Ruffoni
Ketzer de Souza, Marcelo Schmitz (orient.) (UFRGS).
Introdução: A herdabilidade do transtorno de déficit de atenção / hiperatividade com predomínio de desatenção
(TDAH-D) é estimada entre 75 e 90%. O restante da variabilidade fenotípica (10-25%) depende de fatores
ambientais. Dentre estes, estão as complicações ocorridas durante a gestação, parto e período neonatal. A procura
pela associação entre TDAH e complicações na gestação ou no parto tem resultado em conclusões divergentes na
literatura. Objetivos: Avaliar (1) se fatores ambientais (complicações ocorridas durante a gestação, parto e período
neonatal) estão associados a manifestações clínicas no TDAH-D e (2) a correlação entre a intensidade dos fatores
ambientais e os escores atencionais. Métodos: A amostra deste estudo de caso-controle é proveniente de um projeto
de pesquisa que avaliou a associação de 5 genes candidatos + fumo durante a gestação com o TDAH-D. Como
mantivemos contato com estas famílias, temos a possibilidade de voltar a entrevistá-las sobre as variáveis
ambientais. As variáveis pré, peri e neonatais serão avaliadas com a mãe biológica. Os pacientes com TDAH-D serão
comparados com seus controles sem o transtorno através de análise de regressão logística condicional. Resultados e
conclusões: O trabalho está em fase final de coleta de dados. Até a data da apresentação deste estudo, as análises
estatísticas estarão concluídas e os resultados encontrados serão discutidos. (Fapergs).

ASSÉDIO MORAL EM FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS: RESULTADOS


244 PRELIMINARES. Luciana Jorge Valle, Clarice Mallmann, Vanessa Theobald, Karen Severo Madeira,
Elisa Schmidt, Stella Fiamenghi, André Bigolin, Lilian Palazzo (orient.) (ULBRA).
As mudanças verificadas na organização do trabalho têm se associado a uma pressão e aumento das exigências sobre
os trabalhadores. Como conseqüência, verifica-se o aparecimento situações de risco à sua saúde, como o assédio
moral. As conseqüências para a vítima são o desenvolvimento de patologias graves. No Brasil há uma carência de
estudos sobre o problema. Objetivos: caracterizar o assédio moral em um grupo de funcionários públicos municipais
e sua relação com aspectos do ambiente de trabalho. Metodologia: estudo descritivo com funcionários da prefeitura
de Canoas, de ambos sexos. Tendo amostra de 1000 sujeitos. A escolha dos participantes foi feita através de sorteio a
partir de seu número de registro. As variáveis estudadas foram as sociodemográficas e as relacionadas ao ambiente
de trabalho. Os dados apresentados dizem respeito aos primeiros 325 sujeitos entrevistados. Resultados: obteve-se
19, 3% de assédio moral testemunhado e 14, 9% de vítimas, não havendo diferença entre os sexos (p>0, 05). Quanto
menos o funcionário se sente valorizado (p<0, 002); quanto menos o ambiente é percebido como democrático (p<0,
001); quando mais freqüentemente as brincadeiras se convertem em grosserias (p<0, 001); quanto mais os
companheiros são vistos como pouco amigáveis (p<0, 008), formam grupos muito fechados (p<0, 001), fazem
fofocas ou calúnias (p<0, 001) e o trabalho é percebido como estressante (p<0, 01), maior é a taxa de vítimas de
assédio moral. Conclusões parciais: as características do problema é semelhante àquela verificada em outros países e
está associada a ambientes laborais percebidos como mais negativos. Assim, é necessário intervenções a fim de
prevenir o problema

TRANSTORNOS DEPRESSIVOS: UM NOVO CONSTRUTO PARA O SUBTIPO


245 MELANCÓLICO. Fernanda Lucia Capitanio Baeza, Marco Antonio Caldieraro, Marcelo Pio de
Almeida Fleck (orient.) (UFRGS).
O DSM-IV-TR trata a melancolia como um especificador do Episódio Depressivo Maior, considerando aspectos
como humor não reativo, anedonia, variação diurna dos sintomas, insônia terminal, culpa e alterações psicomotoras e
de apetite/peso. Em contraste, Parker et al. dividem os transtornos depressivos entre melancólicos e não-
melancólicos, onde a melancolia é vista como transtorno do humor e do movimento, diferindo do outro em causas e
tratamento. A partir do modelo teórico, Parker desenvolveu o CORE, um instrumento que avalia distúrbios motores
em pacientes deprimidos.Este estudo compara o diagnóstico de Episódio Depressivo Maior com características
melancólicas de acordo com DSM (avaliado através do MINI) com o modelo alternativo desenvolvido por Parker,
utilizando o CORE, que avalia características observáveis de não-interatividade, retardo e agitação psicomotora. Os
instrumentos foram aplicados em 71 pacientes em Episódio Depressivo Maior atendidos no PROTHUM-HCPA por
clínico treinado para os dois instrumentos. Resultados: A pontuação média no CORE foi de 6, 6 em pacientes
classificados como melancólicos pelo MINI, e de 4, 9 para aqueles sem características melancólicas, mas a diferença
não foi significativa (p =0, 17). Com o MINI como referência, a sensibilidade diagnóstica do CORE é de 36% e a
especificidade de 80%. Conclusões: O CORE não foi capaz de separar pacientes com depressão melancólica e não-
melancólica de acordo com o DSM-IV neste estudo, dada a baixa sensibilidade encontrada. Porém, há alta
especificidade. O resultado reforça a idéia de que o construto proposto por Parker representa um subtipo
clinicamente diferente do determinado pelo DSM, o que, segundo esta teoria, pode trazer mudanças no entendimento
da etiologia e tratamento da depressão melancólica.

575
Ciências da Saúde

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE COM PREDOMÍNIO DE


246 DESATENÇÃO: UM ESTUDO DE FARMACOGENÔMICA. David Sosa Dias, Mara Helena Hutz,
Tatiana Roman, Guilherme Vanoni Polanczyk, Lucia Pereira da Cruz Benetti, Cristian Patrick Zeni,
Luis Augusto Paim Rohde (orient.) (UFRGS).
Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um transtorno de saúde mental muito
comum em crianças e adolescentes, que se caracteriza por sintomas marcados de desatenção e/ou hiperatividade e
impulsividade. Em crianças em idade escolar a prevalência do transtorno no Brasil situa-se entre 3 a 6%, gerando um
enorme impacto na sociedade, considerando-se custo financeiro, estresse nas famílias, prejuízo nas atividades
acadêmicas e vocacionais, bem como efeitos negativos na auto-estima das crianças e adolescentes. Motivação:
Vários estudos sugerem fortemente a participação dos sistemas dopaminérgicos e noradrenérgicos na etiologia do
transtorno. Sabe-se ainda que a farmacoterapia é parte fundamental do tratamento do TDAH, independentemente do
subtipo. Objetivos: Avaliar a existência de associação entre os genes noradrenérgicos (ADRA2A, NET1 e DBH) e os
genes dopaminérgicos (DRD4 e DAT1) na resposta clínica ao metilfenidato no TDAH subtipo desatento. Verificar a
associação desses genes com a presença de eventos adversos durante o tratamento medicamentoso. Materiais e
Métodos: A partir de dados de dois outros estudos sobre a farmacogenômica do TDAH, um total de 59 pacientes
entre crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH do subtipo desatento foram arrolados a participar da
pesquisa. Os pacientes foram avaliados antes do uso da medicação, depois de 1 mês e 3 meses após o início do uso, a
partir da aplicação de escala objetiva (SNAP-IV), que mede níveis de desatenção. Resultados: Um efeito
significativo de melhora nos escores de desatenção, após um mês de tratamento com metilfenidato, foi detectado
naqueles indivíduos que possuíam o alelo G do gene ADRA2A (n=59; F=6.14; P=0.016). Conclusões: Indivíduos
com a presença do alelo G no polimorfismo –1291 C>G do gene ADRA 2A apresentam uma melhor resposta ao
tratamento com metilfenidato do que os indivíduos que não possuem o alelo G. (PIBIC).

PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS MENORES NA POPULAÇÃO DE SÃO


247 LEOPOLDO - RS. Daiane Colombo, Fernanda Souza de Bairros, Lisiane de Oliveira Borges, Marcos
Pascoal Pattussi (orient.) (UNISINOS).
Distúrbios Psiquiátricos Menores (DPM) são sintomas apresentados pelas pessoas os quais incluem condições como
depressão, ansiedade, distúrbios somatoformes e neurastenia. Este trabalho tem como objetivo estimar a prevalência
de DPM e testar sua associação com fatores sociodemográficos. Para tanto, foi realizado um estudo transversal de
base populacional com uma amostra aleatória de cerca de 1400 domicílios em 40 setores censitários da zona urbana
de São Leopoldo. Em cada domicílio, foi aplicado um questionário padronizado e pré-codificado ao adulto
responsável por este. A mensuração de tais (DPM) foi realizada com o Self-Report Questionnaire (SRQ-20). Este é
um instrumento constituído de 20 perguntas fechadas categorizadas em sim ou não. A presença de DPM é definida a
partir de 6 respostas positivas para homens e 7 para mulheres.Os resultados parciais referem-se a cerca de 500
entrevistas em 14 setores censitários. A análise dos dados foi realizada através do teste do chi-quadrado de Pearson e
de tendência linear. A maioria dos entrevistados eram mulheres (74%), de cor branca (87%) com idade entre 30 e 59
anos (60%). Quanto à situação econômica, quase metade dos entrevistados possuía renda mensal familiar entre 0 e 3
SM e 5 a 8 anos de escolaridade. A prevalência de DPM era igual a 39%(IC 95% 35 – 43%). Maiores prevalências
(p=0, 05) foram encontradas nas mulheres, nas pessoas com menor renda e menor escolaridade. Por exemplo,
observou-se que 47% das mulheres possuíam DPM enquanto esta taxa era igual a 18% nos homens. A prevalência de
DPM encontrada foi relativamente elevada. Além disso, os resultados sugerem que DPM parece ser fortemente
influenciado por gênero e por aspectos socioeconômicos dos entrevistados.

ESTUDO DE CONFIABILIDADE DA VERSÃO PARA O PORTUGUÊS DO INVENTÁRIO


248 NEUROPSIQUIÁTRICO (INP) EM PACIENTES DEMENCIADOS. Adelar Pedro Franz, Camila
Simeoni, Cássio Konrath, Gustavo Weiss, Renata Kochhann, Vanessa de Almeida, Cláudia Godinho,
Analuiza Camozzato de Pádua, Marcia Lorena Fagundes Chaves (orient.) (UFRGS).
Introdução: Sintomas neuropsiquiátricos ocorrem em 50 a 80% dos pacientes com demência de Alzheimer, agravam
a incapacitação e causam desgaste aos cuidadores. O INP é um instrumento de avaliação de sintomas
neuropsiquiátricos na demência. Avalia gravidade e freqüência de doze domínios sintomáticos (delírios, alucinações,
agitação, depressão, ansiedade, euforia, apatia, desinibição, irritação, comportamento motor aberrante,
comportamento noturno e apetite) e o grau de desgaste causado ao cuidador. Não há estudo de validação da versão
do INP para o português. Objetivo: Avaliar a confiabilidade teste/re-teste da versão para o português do INP numa
amostra de pacientes com demência de Alzheimer. Métodos: Uma versão traduzida e adaptada para o português do
INP foi aplicada em cuidadores de 36 pacientes com demência do tipo Alzheimer, atendidos no ambulatório de
Neurogeriatria do HCPA (teste). Uma segunda aplicação (re-teste) do INP foi realizada 3-6 dias após a entrevista
inicial, por um entrevistador do estudo, cego para o escore obtido inicialmente. A análise de correlação linear de
Pearson foi usada para medir a associação linear entre as duas avaliações. Resultados: Na amostra de 36 pacientes
(28 mulheres e 8 homens), a média ± desvio padrão foram de 78, 78 ± 7, 484 para idade; 5, 06 ± 4, 497 para
escolaridade e 7, 06 ± 6, 924 para Mini Exame do Estado Mental. Os coeficientes de correlação entre os escores
totais de freqüência X gravidade de sintomas (r=0, 859; p=0, 01) e de desgaste (r=0, 876; p=0, 01) causado aos
cuidadores entre as duas aplicações do INP foram significativos e fortes. Conclusões: A versão para a língua

576
Ciências da Saúde

portuguesa do INP demonstrou ser um instrumento confiável na aferição dos sintomas neuropsiquiátricos de
pacientes com demência de Alzheimer. A contribuição do bolsista na pesquisa constituiu na participação da revisão
bibliográfica, coleta e análise de dados.

AURICULOTERAPIA COMO MEIO DE CONTROLE DA ANSIEDADE EM


249 UNIVERSITÁRIOS EM ÉPOCA DE PROVA. Daniel Ferreira Bueno, Fernando Antonio de Mello
Prati (orient.) (IPA).
Introdução: Pelas poucas publicações presentes na literatura sobre o efeito da auriculoterapia na ansiedade tivemos
como objetivo avaliar a eficácia da auriculoterapia no controle da ansiedade em universitários em época de prova.
Materiais e Métodos: Estudo quase experimental, longitudinal com variáveis quantitativas. O estudo foi realizado no
Centro Universitário Metodista IPA, Porto Alegre-RS, com alunos da própria instituição. Para avaliar a ansiedade
dos alunos foi utilizada a Escala de Hamilton para a Ansiedade, onde o escore total vai de 0 a 56. A ansiedade foi
classificada em inexistente (escore menor que 5), suave (escore de 5 à 18), moderada (19 à 30) e severa quando
acima de 30. A escala análogo visual foi utilizada para o aluno auto-avaliar seu nível de ansiedade, e variou de 0 à
10. Foram realizados 3 encontros com o intervalo de uma semana entre estes, no primeiro foi realizado a verificação
do nível de ansiedade dos estudantes e aplicação da auriculoterapia, no segundo foi realizado a troca das sementes e
no terceiro foi realizado novamente a averiguação do grau de ansiedade dos acadêmicos. Resultados: 40 alunos
completaram o estudo, com uma média de idade de 20, 15 anos (DP= 4, 37). Antes do tratamento a média no escore
de ansiedade da amostra foi de 19 (ansiedade moderada) e caiu para 11(ansiedade suave) após a auriculoterapia (p <
0, 001). Nenhum paciente foi classificado com ansiedade inexistente antes da intervenção, e após a auriculoterapia 9
alunos não apresentaram ansiedade. O valor médio da escala análogo visual antes da intervenção era de 6, 33 (DP= 2,
35) e diminuiu para 4, 38 (DP= 2, 22) após o tratamento (p < 0, 001). Conclusão: A auriculoterapia se mostrou um
método eficaz para a diminuição da ansiedade em universitários em época de prova.

DANO AO DNA EM RATOS APÓS TRATAMENTO COM METILFENIDATO. Laura Stertz,


250 Ana Cristina Andreazza, Benício Noronha Frey, Samira Valvassori, Caroline Zanotto, Karin Gomes,
Clarissa Comim, Carina Cassini, Letícia Ribeiro, João Quevedo, Michael Berk, Carlos Alberto
Gonçalves, Flavio Pereira Kapczinski (orient.) (UFRGS).
Metilfenidato (MPH) é um psicoestimulante amplamente prescrito para o tratamento de Distúrbio de Atenção e
Hiperatividade (DDAH). Recentemente, alguns estudos têm chamado atenção para o potencial genotóxico do MPH,
mas os resultados têm sido contraditórios. Portanto, o presente estudo procura investigar o índice de dano cerebral e
de dano periférico ao DNA em ratos jovens e adultos após a exposição aguda e crônica de MPH. Nós utilizamos o
teste de eletroforese de célula única (Teste Cometa) para medir o dano recente ao DNA no hipocampo, estriado e
sangue total, e o Teste Micronucleus em amostras de sangue total. Nossos resultados mostraram que MPH aumenta o
índice de dano recente ao DNA em ratos jovens e adultos, o qual foi mais pronunciado com tratamento crônico e
maior no estriado em comparação ao hipocampo. Nem tratamento agudo nem tratamento crônico aumentaram a
freqüência de Micronucleus em ratos jovens ou adultos. Dano ao DNA periférico foi correlacionado positivamente
com dano ao DNA estriatal. Esses resultados sugerem que MPH pode induzir dano recente ao DNA centralmente e
perifericamente, mas esse dano recente pode ser reparado.

Sessão 30
Aspectos Fisiológicos da Atividade Física

RESPOSTAS CARDIORESPIRATÓRIAS DO EXERCÍCIO DE CORRIDA ESTACIONÁRIA


251 REALIZADO POR MULHERES EM DIFERENTES CADÊNCIAS NOS MEIOS AQUÁTICO E
TERRESTRE. Alessandra Silva Oliveira, Cristine Lima Alberton, Stephanie Santana Pinto, Marcus
Peikriszwili Tartaruga, Eduardo Silva, Eduardo Cadore, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O objetivo do presente estudo foi analisar as respostas de freqüência cardíaca (FC), consumo de oxigênio (VO2),
percentuais da FC (%FCmáx) e VO2 máximos (%VO2máx) do exercício corrida estacionária executado em diferentes
cadências nos meios terrestre (MT) e aquático (MA). A amostra foi composta por 12 mulheres aparentemente
saudáveis (idade: 22, 33±0, 57 anos) que participaram de duas sessões de avaliação. Na primeira sessão realizou-se
uma avaliação antropométrica e um teste máximo (VO2máx e FCmáx). Na sessão seguinte o exercício corrida
estacionária foi executado nos MT e MA (intervalo de 2 horas) nas cadências submáximas de 60, 80 e 100 bpm, cada
uma durante 4 min (intervalo de 5 min). Utilizou-se ANOVA fatorial por modelos mistos, post-hoc de Tukey e
correlação de Pearson, com p<0, 05 (SPSS 13.0). Como resultados, verificaram-se diferenças significativas entre os
meios para todas as variáveis (FC, VO2, %FCmáx e %VO2máx: p<0, 001), com valores superiores para o MT.
Diferenças significativas também foram observadas entre todas as cadências (FC, VO2, %FCmáx e %VO2máx: p<0,
001). O efeito de interação meio*intensidade foi significativo apenas para o %FCmáx (p=0, 041). As correlações entre
FC e VO2 (MA: r = 0, 857; p <0, 001 e MT: r = 0, 556; p<0, 001) e entre %FCmáx e %VO2máx (MA: r = 0, 860; p <0,
001 e MT: r = 0, 798; p<0, 001) demonstraram valores de coeficientes de correlação altos e significativos, em

577
Ciências da Saúde

especial para o MA. Esses dados sugerem que as variáveis aumentam linearmente com o aumento da cadência de
execução. Assim, as respostas cardiorrespiratórias do exercício corrida estacionária são menores no MA, porém
podem ser maximizadas com o aumento do ritmo de execução.

EFEITOS DE DOIS MÉTODOS DE TREINAMENTO RESISTIDO NO GASTO CALÓRICO


252 PÓS-EXERCÍCIO. Rodrigo Lavinas da Silva, Michel Arias Brentano, Luiz Fernando Martins Kruel
(orient.) (UFRGS).
O objetivo desse estudo foi verificar se a ordem de realização dos exercícios representada por dois diferentes
métodos de treinamento resistido (circuito e pré-exaustão) era capaz de aumentar o consumo de oxigênio excessivo
pós-exercício (EPOC) bem como a magnitude do gasto calórico representado por ele. Oito mulheres não-obesas e
destreinadas participaram do estudo. Foram realizadas duas sessões de treinamento resistido com 7 exercícios
realizados com cargas de 50 e 55% de 1RM, sem intervalo de recuperação entre as séries e com ordens de execução
diferentes. Antes e depois das sessões de treino, durante trinta minutos foi mensurado o consumo de oxigênio e o
EPOC. Foi realizado um teste t pareado para verificar se existiam diferenças significativas nas médias das variáveis
dentro dos dois métodos de treino e entre os métodos de treino (p ≤ 0, 05). Não houve diferenças significativas no
EPOC (p=0, 99), e o gasto calórico representado por eles foi de 34, 67 ± 29, 76 e 34, 77 ± 28, 15 Kcal para o método
do circuito e pré-exaustão, respectivamente. Os resultados do presente estudo indicam que a magnitude do EPOC no
treinamento resistido não está relacionada à ordem de execução dos exercícios. Entretanto este estudo mostrou que a
ausência de períodos de recuperação entre as séries pode influenciar a magnitude do EPOC, uma vez que
encontramos valores semelhantes a valores encontrados em outros estudos que utilizaram percentuais mais altos de
1RM, e também uma curva ultra-lenta do EPOC nos dois métodos de treino, curva esta normalmente encontrada em
sessões de maior intensidade. Esse estudo mostra ainda que é importante ter alguns cuidados metodológicos para que
se possa atribuir resultados a quaisquer métodos de treino. Palavras chave: GASTO CALÓRICO, MÉTODOS DE
TREINO.

CORRELAÇÃO ENTRE O ACÚMULO DE LACTATO SANGÜÍNEO E VARIAVÉIS


253 ANTROPOMÉTRICAS EM LUTADORES DE KUNG-FU WUSHU. Alexsander dos Anjos Ramos,
Rafael Reimann Baptista (orient.) (ULBRA).
O objetivo deste trabalho foi correlacionar o acúmulo de lactato sangüíneo após uma competição de kung-fu wushu
com as variáveis antropométricas de massa corporal (MC) e percentual de gordura (%G). As medidas foram feitas
durante a I Copa Latino Americana de kung-fu wushu, tendo este estudo sido aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da ULBRA. Participaram desta pesquisa nove atletas do sexo masculino, com idade média de 25, 97 ± 5, 33
anos, tempo de treinamento 8, 33 ± 3, 74 anos, MC de 72, 50 ± 8, 83 kg, estatura de 172, 64 ± 6, 80 cm e %G de 12,
49 ± 4, 26 %. A MC e a estatura foram medidas através de uma balança antropométrica e o %G foi calculado através
da técnica de dobras cutâneas pelo protocolo de Faulkner. O lactato foi coletado antes e depois de uma luta de kung-
fu ou após a apresentação de uma forma, seqüência de movimentos que simulam uma luta. Foi coletado sangue do
indivíduo a partir do lóbulo da orelha ou da polpa do dedo indicador e avaliada a concentração de lactato através de
um lactímetro. Através da correlação de Pearson calculada pelo pacote estatístico SPSS versão 10.0 foi possível
encontrar uma correlação negativa forte e significativa entre o acúmulo de lactato e a MC (r= -0, 75 e p=0, 019) e
entre o acúmulo de lactato e o %G (r= -0, 89 e p=0, 001). Os resultados sugerem que no kung-fu wushu atletas mais
pesados e com maior percentual de adiposidade acumulam mais lactato sangüíneo, indicando uma associação entre
estas características antropométricas e uma maior utilização do metabolismo anaeróbio durante a competição.

RELAÇÃO ENTRE CONSUMO DE OXIGÊNIO NO LIMIAR ANAERÓBIO E CONSUMO


254 MÁXIMO DE OXIGÊNIO EM CORREDORES E REMADORES DE RENDIMENTO. Debora
Dutra Beilke, Marcus Peikriszwili Tartaruga, Marcelo Coertjens, Rafael Reimann Batista, Leonardo
Alexandre Peyré Tartaruga, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
Estudos mostram fortes relações entre o consumo de oxigênio no limiar anaeróbio (VO2la) e o consumo máximo de
oxigênio (VO2máx) em diversos tipos de exercícios. Mas essa relação pode sofrer alterações de acordo com o
exercício e com a forma de determinação do VO2. O objetivo do estudo foi relacionar o VO2la e o VO2máx de
corredores (COR) e remadores (REM) de rendimento a partir da relativização do VO2 absoluto pela massa corporal
(MC), expoente alométrico (EA) e massa magra (MM). Dez COR (idade: 22, 3+10, 4anos; estatura: 174+8, 8cm;
massa: 61, 7+9, 3kg; VO2máx: 56, 3+3, 9ml.kg-1.min-1) e quinze REM (idade: 24+5, 4anos; estatura: 185, 5+6, 5cm;
massa: 83, 5+7, 2kg; VO2máx: 61, 2+3, 4ml.kg-1.min-1) realizaram um teste progressivo máximo. Para COR a
velocidade inicial foi de 10km.h-1, com incremento de 0, 5km.h-1 a cada 30s. Para REM a carga inicial foi de 150w,
com incremento de 50w a cada minuto. Para COR e REM o VO2máx e o VO2la foram determinados pela análise das
respostas ventilatórias. Para REM também foi utilizado o comportamento da curva de lactato vs potência. Foi feita
correlação de Pearson, com p<0, 05. Verificou-se boas correlações (r>0, 5) entre VO2la e o VO2máx nos COR em
todas as formas de expressão do VO2: MC e EA de 0, 968 (r=0, 70) e MM (r=0, 74). Baixas correlações foram
verificadas nos REM quando o VO2 foi determinado pela curva de lactato: MC e MM (r=0, 26) e EA de 0, 690 (r = 0,
07). Porém, quando o VO2 foi determinado pelas respostas ventilatórias, houve boas correlações: MC (r=0, 64), EA
de 0, 690 (r=0, 54) e MM (r = 0, 60). Os resultados mostram que a relação entre VO2la e o VO2máx de ambos os

578
Ciências da Saúde

grupos possuem o mesmo comportamento, independente da forma de relativização do VO2. Mas a forma de
determinação do VO2 pode ser uma variável importante na relação entre VO2la e VO2máx.

EFEITO DA MATURAÇÃO BIOLÓGICA SOBRE O CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E


255 LIMIARES VENTILATÓRIOS DE JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL. Taís Vasconcelos
Coimbra, Giovani dos Santos Cunha, Thiago Lorenzi, Katiuce Borges Sapata, Felipe Garcia Célia,
Maximiliano Isoppo Schaun, André Lopes, Alvaro Reischak de Oliveira (orient.) (UFRGS).
Introdução: Atualmente existe uma limitação de estudos sobre os efeitos da maturação biológica sobre as variáveis
cardiorrespiratórias de crianças e adolescentes O objetivo do estudo foi verificar o efeito da maturação biológica
sobre o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e limiares ventilatórios (LV1 e LV2) em jovens jogadores de futebol.
Métodos e Materiais: A amostra foi composta de 122 atletas, divididos em 3 grupos, pré-púbere (Pp), púbere (P) e
pós-púbere (PP) de acordo com os critérios de Tanner. O VO2máx, LV1 e LV2 foram determinados através de teste de
esforço máximo em esteira juntamente com ergoespirometria (MGC-CPX-D), sendo estes expressos nas formas
absoluta (ml.min-1), relativa (ml.kg-1.min-1) e alométrica (ml.kg-, 075.min-1). Os dados foram expressos por média e
desvio padrão, o nível de significância p<0, 05 e o tratamento estatístico foi realizado no SPSS 10.0. Resultados:
Foram encontradas diferenças significativas no VO2 absoluto entre os grupos no LV1, LV2 e VO2máx. O VO2máx
relativo não apresentou diferenças significativas entre os grupos no LV1 e VO2máx, mas apresentou diferenças no LV2
em favor dos grupos PP e P em relação ao grupo Pp. O VO2 alométrico apresentou diferenças significativas entre os
grupos, o LV1 e LV2 apresentaram diferenças em favor dos grupos P e PP em relação ao grupo Pp. As principais
variáveis explicativas para o VO2máx absoluto, relativo e alométrico eram a massa corporal e maturação biológica em
82, 8%, maturação biológica e massa corporal em 7, 5% e maturação biológica em 34, 1% respectivamente.
Conclusão: A maturação biológica tem um claro efeito sobre o VO2máx expresso nas formas absoluta e alométrica. A
expressão relativa parece não ajustar adequadamente o efeito da massa corporal em jovens jogadores de futebol,
obscurecendo os efeitos da maturação biológica sobre o VO2máx .

RESPOSTAS DO CONSUMO DE OXIGÊNIO EM EXERCÍCIOS DE BALLET, CONSUMO


256 MÁXIMO DE OXIGÊNIO E LIMIARES VENTILATÓRIOS DE BAILARINAS. Juliana Obino
Mastella, Josianne Rodrigues, Giovani dos Santos Cunha, Jerri Luiz Ribeiro, Alvaro Reischak de
Oliveira (orient.) (UFRGS).
Há poucos estudos sobre fisiologia da dança. Avaliar respostas do VO2 nos exercícios de ballet é importante para
conhecer suas demandas fisiológicas e propiciar uma diretriz para a aplicação de níveis adequados de treinamento.
OBJETIVOS: quantificar o VO2max de bailarinas e seus limiares ventilatórios (LV1 e LV2); descrever as respostas
do VO2 (ml.kg-1.min-1) em exercícios de ballet e relacioná-las ao VO2max, LV1 e LV2 das bailarinas. MÉTODOS:
12 bailarinas; 8 anos de prática; 18, 4±2, 5 anos; 57, 2±5, 2 kg, 163, 3±6, 9 cm; gordura corporal 16, 6±2, 8%.
VO2max, LV1 e LV2 foram determinados por teste progressivo em esteira. A sessão de ballet consistiu de
aquecimento e execução de 9 séries de exercícios específicos (pliés, tendus, jetés, rond de jambs, fondus, adágio,
grand battement, petit allegro e sautés). Os dados foram avaliados em um analisador de gases MGC/CPX-D. O ritmo
dos movimentos foi monitorado por um metrônomo. Intervalo entre as séries de 5 minutos. Resultados expressos em
média e desvio padrão. ANOVA One Way e Post Hoc Test Tukey foram utilizados. RESULTADOS: VO2max (40,
2±2, 2); VO2LV1 (17, 3±1, 8) e VO2LV2 (30, 6±2, 4).VO2 nos exercícios de ballet: tendu (17, 5±1, 8); plié (17,
6±1, 6); adágio (20, 3±2, 9); rond de jamb (21, 8±3, 1); fondu (22, 1±1, 8); jeté (22, 9±2, 0); sauté (24, 5±2, 4); petit
allegro (25, 3±3, 1) and grand battement (25, 8±2, 9). CONCLUSÃO: o VO2max sugere baixa potência aeróbia em
bailarinas. VO2 nos exercícios de ballet apresenta-se na seguinte ordem crescente: tendu, plié, adágio, rond de jamb,
fondu, jeté, sauté, petit allegro e grand battement. Em relação a LV1 e LV2, tendu e plié situaram-se próximo a LV1;
adágio, rond de jamb, fondu e jeté situaram-se entre LV1 e LV2; sauté, petit allegro e grand battemant situaram-se
próximos a LV2.

EFEITO DO EXERCÍCIO AGUDO EM CICLOERGÔMETRO NA LIPOPEROXIDAÇÃO DE


257 PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2. Maria Laura da Costa Louzada, Katiuce Borges Sapata,
Ricardo Rocha, Giovani Cunha dos Santos, José Cláudio Fonseca Moreira, Rogério Friedman, Alvaro
Reischak de Oliveira (orient.) (UFRGS).
Introdução: O aumento de estresse oxidativo tem sido observado em pacientes diabéticos podendo ser diagnosticado
pelo aumento da lipoperoxidação. Sabendo que o exercício agudo também é capaz de induzir um maior dano
oxidativo, o objetivo deste estudo é analisar os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) antes
e após uma sessão de exercício. Materiais e Métodos: Participaram deste estudo, 20 pacientes diabéticos tipo 2, com
média de idade de 51, 10±7, 11 anos e tempo de diabetes de 7, 70±5, 36 anos. Os voluntários compareceram ao
Laboratório de Pesquisa do Exercício em dois momentos: primeiramente para realização do teste máximo e
posteriormente para o teste submáximo. Os dois exercícios foram realizados em cicloergômetro com analisador de
gases MGC-CPX-D e monitoração da glicemia a da freqüência cardíaca. No teste máximo foram determinados o
consumo de oxigênio de pico (VO2pico) e limiares ventilatórios. O teste submáximo foi realizado no segundo limiar
ventilatório (LV2) com coleta de sangue antes e após o exercício para determinação dos níveis de TBARS. O estudo
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA (06252) e todos os pacientes assinaram um Termo de

579
Ciências da Saúde

Consentimento Informado. Para a análise dos dados, utilizou-se o pacote estatístico SPSS 12.0, com teste de
normalidade de Shapiro-Wilk e teste t pareado. Os resultados foram expressos em média + desvio padrão e a
significância adotada foi de p<0, 05. Resultados: Os voluntários apresentaram massa corporal de 76, 33±10, 24 kg,
estatura de 163±9 cm, IMC de 28, 65±3, 70 kg/m2 e percentual de gordura de 32, 70±10, 33%. O VO2pico
encontrado foi de 24, 48±8, 77 ml.kg.min-1 e o LV2 de 16, 45±4, 73 ml.kg.min-1. Não foram verificadas diferenças
no níveis de TBARS antes e após o exercício (43, 16± 16, 77 e 40, 20±14, 19 pmolMDA/mgProteína, p=0, 282).
Conclusão: O exercício realizado no LV2 não foi capaz de aumentar a lipoperoxidação dos pacientes diabéticos.

Sessão 31
Odontologia III

PERFIL DA ATENÇÃO ODONTOLÓGICA REALIZADA NOS PACIENTES ESPECIAIS DA


258 CASA DO EXCEPCIONAL SANTA RITA DE CÁSSIA, PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO
SUL. Luciana Dias Zanette, Andressa da Silveira Bez, Bruna Moog Ely, Rafaela Scalco, Natalia Morsch
Beier, Liliana Ganciné Copes, Daniel Demétrio da Silva, Marieli de Oliveira, Marcia Cancado Figueiredo (orient.)
(UFRGS).
Atualmente a Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia de fins filantrópicos, situada distante do centro de Porto
Alegre, na Estrada Martin Felix Berta nº 1423, Bairro Rubem Berta, abriga 49 crianças e adolescentes abandonados,
de idade variando dos 8 meses aos 22 anos, portadores de necessidades especiais por possuírem comprometimento
neurológico severo (94, 7% paralisia cerebral). São dependentes em suas atividades de vida diária, não apresentam
linguagem expressiva e não tem controle esfincteriano, sendo acometidos por freqüentes intercorrências respiratórias,
convulsões e, não possuem condições físicas e nem judiciais de saírem da Instituição para receberem o atendimento
odontológico convencional e, tão pouco preventivo e de manutenção de suas condições bucais. A proposição deste
estudo foi avaliar o perfil destes pacientes que foram atendidos no 1*semestre de 2007 pelos alunos de graduação,
relacionando o sexo, idade, laudo do médico responsável pelo paciente e o tratamento odontológico realizado nestes
pacientes. Como resultados observou-se: 47% do sexo feminino, 53% do masculino; idade: 0 a10 anos-32%, 11 a 20
anos-16%, 21 a 30- 39% e de 31 a 40-13% e, quanto ao tratamento realizado:100% higienização bucal;7%
exodontias; 49% higienização com fluorterapia; 23% aplicação da clorexidina, 15% RAP e 5% restaurações de ART
e 1% de resina composta. Conclui-se que a ação dos alunos de graduação nesta atividade extra-muro foi intensa e
proveitosa, uma vez que houve uma evolução de suas habilidades com relaçào ao tratamento odontológico realizado
nestes pacientes, tendo a possibilidade de se sentirem importantes para reabilitação dos mesmos, dispensando-lhes
atenção e carinho essenciais para o seu desenvolvimento e promovendo a sua inclusão social.

PERFIL DE ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DOS PACIENTES ESPECIAIS DO CENTRO DE


259 ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS (CEO/SUS) DA FACULTADE DE ODONTOLOGIA
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, BRASIL.
Andressa da Silveira Bez, Bruna Moog Ely, Luciana Dias Zanette, Rafaela Scalco, Natalia Morsch Beier, Liliana
Ganciné Copes, Daniel Demetrio da Silva, Ani Mari Lindner Heidrich, Nádia Martimiano, Marcia Cancado
Figueiredo (orient.) (UFRGS).
O atendimento odontológico para as pessoas especiais usuárias do SUS pode ser realizada através do Centro de
Especialidade Odontológica-CEO. Na FACODONTO/UFRGS vem ocorrendo desde janeiro de 2007este
atendimento realizado por alunos da graduação com a supervisão de professores, onde inclui o exame clínico/
diagnóstico, educação/prevenção e tratamento curativo.A proposição deste trabalho foi verificar após os seis meses
de funcionamento, o perfil dos pacientes especiais atendidos no CEO/SUS da FACODONTO/UFRGS, observando o
local onde viviam, idade, sexo, motivo da consulta, laudo/diagnóstico do médico responsável pelo paciente. Foi um
estudo de caráter transversal observacional, onde o instrumento para a coleta de dados foram os prontuários
odontológicos estruturados compostos por questões fechadas, sendo selecionados aleatoriamente para este estudo 4
questões e 41 pacientes especiais. Para análise dos resultados, utilizou-se de estatística descritiva, através do escore
dos percentuais dos achados. Os resultados demonstraram que 58% eram residentes em POA e 42% no interior;49%
do sexo feminino e 51% masculino e apresentando um diagnóstico médico variado:26% paralisia cerebral;26%
sindrômicos;16% retardo mental profundo;6% autista e 26% indefinidos; 37% deles procuraram o tratamento
odontológico para educação/prevenção e 63% por dor e outras necessidades.O CEO/SUS da FACODONTO/UFRGS
com o atendimento ao paciente especial reforça na eficácia da formação acadêmica. O atendimento odontológico ao
paciente especial é diferenciado e extremamente necessário por estar investindo na melhoria da qualidade de vida
destas pessoas.

580
Ciências da Saúde

AVALIAÇÃO CLÍNICA LONGITUDINAL DO PACIENTE ATENDIDO NA BEBÊ CLÍNICA


260 DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFRGS. Natalia Morsch Beier, Bruna Moog Ely,
Luciana Dias Zanette, Rafaela Scalco, Andressa da Silveira Bez, Liliana Ganciné Copes, Ani Lindner
Heidrich, Daniel Demétrio da Silva, Marcia Cancado Figueiredo (orient.) (UFRGS).
A Bebê Clínica é um programa de extensão universitária que visa o atendimento odontológico integral a criança até a
idade dos 3 anos. Este tem como proposta formar um aluno de graduação com o conhecimento sobre a
odontopediatria e áreas correlatas, relacionando sempre a 1ª infância para que ele possa ter condições de exercer uma
prática odontológica clínica voltada para a promoção da saúde, independentemente da natureza de suas ações
terapêuticas(invasiva ou não).Cresce a importância desta atuação nesta idade, tendo em vista que a cárie precoce da
infância(ECC) é um sério problema de saúde pública no Brasil.A nossa prioridade é a atenção às crianças de 0 a 1
ano de idade sem exclusões. A proposição deste trabalho foi avaliar o perfil dos bebês atendidos na Bebê Clínica da
FACODONTO/UFRGS, através da avaliação dos dados obtidos das fichas clínicas no inicio e final do tratamento do
bebê durante o ano de 2006, relacionado a presença de placa dentária, tipo de dieta e atividade de cárie por grupo
etário que variou de 0 a 1 ano, 1 a 2 anos, 2 a 3 anos e + de 3 anos de idade.Os resultados demonstram claramente a
efetividade deste programa, uma vez que confrontando os dados iniciais e finais observou-se um aumento de bebês
com um bom controle de placa bacteriana(39, 3%) e não fazendo o uso da dieta não cariogênica(47, 3%) e, a
diminuição de bebês cárie-ativos(53, 7%).Concluindo, atividades desta natureza devem ser contínua por capacitarem
os futuros CDs a atuarem no modelo de promoção de saúde com uma visão holística do bebê inserido no contexto
sócio/econômico/cultural, reforçando a atuação transdisciplinar na 1º infância; é necessário que a atenção
odontológica inicie no 1º ano de vida para diminuir a possibilidade da instalação de doenças bucais.A educação os
pais deixa-os motivados a participarem dos cuidados que garantirão a saúde bucal de seus filhos.

BIOQUÍMICA DO BIOFILME E PROGRESSÃO DA LESÃO CARIOSA IN SITU EM


261 ESMALTE E DENTINA DECÍDUOS COM DENTIFRÍCIO COM 500 PPM DE FLÚOR. Cecilia
Romero Meller, Adriela Azevedo Souza Mariath, Fernando Borba de Araujo (orient.) (UFRGS).
O trabalho visa avaliar a inibição da progressão da cárie em dentes decíduos utilizando um creme dental com menor
concentração de flúor. O dentifrício fluoretado é o principal meio de exposição ao fluoreto, sendo contra-indicado
para as crianças menores de 4 anos, para as quais existe o risco de fluorose. Para controlar o flúor ingerido, o uso de
dentifrícios de baixa concentração de flúor vem sendo sugerido. Ainda não são claras as evidências para o seu uso,
entretanto, estes produtos estão no mercado, são indicados ao público infantil e, portanto, merecem investigações.
Para a realização da pesquisa, ainda em andamento, foram selecionados 15 voluntários. Para cada um, foi
confeccionado um dispositivo intra-oral palatino removível, no qual blocos dentários (dois de esmalte e dois de
dentina) foram posicionados. A fase clínica foi realizada em três momentos de 14 dias: utilizando dentifrício de baixa
concentração (500 ppm), padrão (1100 ppm) e placebo (sem fluoreto). Ao final de cada etapa, os fragmentos de
dentes eram removidos para análises e novos blocos inseridos para a realização da fase seguinte. Desta forma, após
dois meses, os indivíduos finalizaram a seqüência de tratamento, in situ cruzado, triplo-cego e randomizado. Durante
o experimento, a utilização do aparelho era integral, e diariamente uma solução de sacarose era gotejada, a fim de
provocar a lesão cariosa a ser estudada.Um cronograma de trabalho foi realizado para a execução do mesmo. As
etapas seguidas foram: coleta de dentes, seleção dos participantes, preparo dos espécimes e dispositivos, estudo in
situ e análises laboratoriais, esta última em andamento. Serão realizadas as análises de biofilme dental, macroscópica
(clínica), densidade óptica, microscopia de luz polarizada e a microdureza do esmalte

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS MÉTODOS DE AFERIÇÃO DO ESPAÇO


262 PRESENTE NA ANÁLISE DA DENTIÇÃO MISTA. Isadora Luana Flores, Catiara Terra Costa,
Thalita de Lima, Fernanda Al- Alam, Priscila Martins, Manuela Silva, Maria Laura Menezes Bonow
(orient.) (UFPel).
O diagnóstico precoce define o melhor plano de tratamento. Na fase de dentição mista, por ser esta dinâmica e sujeita
a perturbações no seu desenvolvimento normal, eventos poderão resultar em diminuição do perímetro do arco e
diminuição do espaço para o correto alinhamento dos dentes permanentes. Modelos de gesso são utilizados para
determinar a relação entre quantidade de espaço disponível no arco alveolar (espaço presente) e quantidade de espaço
exigida para que todos os dentes se alinhem corretamente. Sendo assim, o objetivo do estudo é comparar dois tipos
de instrumentos utilizados para determinar o espaço presente na análise da dentição mista: por fio de latão e por
compasso de pontas secas, verificando se os dois métodos se equivalem, uma vez que existem diferenças logísticas
entre eles que determinam sua utilização no processo de aprendizagem na graduação. Para cumprir tal proposta,
foram efetuadas em trinta e cinco modelos de estudo do arco dentário inferior, de pacientes em fase de dentição
mista, a aferição do espaço presente pelos dois métodos. Através das medidas obtidas realizou-se análise estatística a
partir do gráfico de Bland-Altman, que é uma medida de concordância entre os métodos. Constatando-se que os dois
métodos são estatisticamente concordantes (concordância de 99, 4%). Posteriormente, através do Teste “t” de
Student pareado, com nível de significância de 5%, avaliou-se a diferença entre as medidas encontradas, verificando-
se que não houve diferença estatisticamente significativa pelo método compasso de pontas secas, porém pelo método
fio de latão houve diferença. Os resultados sugerem que os métodos: fio de latão e compasso de pontas secas são
equivalentes, porém para estudantes de Odontologia o método compasso de pontas secas é mais exato.

581
Ciências da Saúde

CONSUMO DE FRUTAS E VERDURAS: SUA RELAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL E


263 COM A SAÚDE BUCAL DE IDOSOS DE CARLOS BARBOSA/RS. Daiane Bernardi Machado,
Renato de Marchi, Maria Terezinha Antunes (orient.) (FFFCMPA).
O envelhecimento é um processo contínuo, natural, irreversível, e multifatorial, marcado por alterações fisiológicas
bastante difundidas. A população brasileira vem apresentando um aumento na expectativa de vida causado,
principalmente, por progressos tecnológicos, queda da taxa de fecundidade, avanço nos estudos relacionados à saúde
e melhora nas condições de saneamento básico (Araújo, 2000). Diante desta nova realidade, aumenta a necessidade
em conhecer-se o processo de envelhecimento e os fatores relacionados a ele, dentre os quais a alimentação (Brasil,
MS, 2005). Essa sofre influências relacionadas aos hábitos alimentares e às alterações fisiológicas. A saúde bucal,
incluindo a perda dentária, está associada a mudanças na preferência alimentar e à deficiência nutritiva em idosos
(Agudo, 2004). O presente estudo tem por objetivo identificar a relação existente entre a quantidade consumida de
frutas e verduras, a saúde bucal e o índice de eutrofia, em idosos independentes do município de Carlos Barbosa -
RS. O estudo é transversal e analítico com base populacional. A população analisada é composta por 450 idosos
saudáveis e independentes, de Carlos Barbosa, RS. As variáveis verificadas foram: peso, altura, IMC, consumo
alimentar e saúde bucal. O consumo alimentar foi investigado através da aplicação do instrumento Inquérito
Recordatório de 24 horas. Os resultados obtidos foram comparados ao recomendado pelo Programa “5 ao Dia”. O
nível de saúde bucal foi demonstrado pelo número de dentes dos idosos estudados. Os dados foram analisados
através do programa Epi-Info. Idosos que possuem boas condições de saúde bucal apresentam maiores percentuais de
eutrofia e de consumo de frutas e verduras.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO ODONTOLÓGICO NO DESEMPENHO DIÁRIO DOS


264 INDIVÍDUOS DE 50 A 74 ANOS EM PORTO ALEGRE/RS. Fernanda Hilgert Mallmann, Claides
Abegg (orient.) (UFRGS).
O envelhecimento da população vem ocorrendo tanto em países desenvolvidos como nos países em
desenvolvimento. O aumento da expectativa de vida tem aumentado a proporção de idosos na população, trazendo
uma preocupação crescente com a sua qualidade de vida. As doenças bucais estão relacionadas à dor e ao
desconforto, à perda de horas de trabalho, ao comprometimento da função social dos indivíduos. A cárie dentária e
doença periodontal, as duas principais doenças bucais, estão fortemente associadas com a idade, ocorrendo um
aumento de sua severidade e prevalência com o envelhecimento. O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto
odontológico no desempenho diário dos indivíduos, entre 50 e 74 anos, em dois Distritos Sanitários de Porto Alegre-
RS. Trata-se de um estudo analítico transversal, que será realizado em dois distritos sanitários (àquele com piores
indicadores e o com melhores indicadores), de Porto Alegre/RS. Será calculada uma amostra representativa da
população entre 50 e 74 anos destes distritos. Em cada domicílio, será sorteado apenas um indivíduo, utilizando-se
uma tabela de números aleatórios. Para a entrevista será utilizado um questionário estruturado com informações
socidemográficas e informações sobre a qualidade da saúde bucal. Esta pesquisa está sendo desenvolvida em parceria
com o grupo de pesquisa em Dental Public Health da University College of London. A pesquisa foi dividida em fases
que passaram desde a tradução e adaptação do questionário original do inglês para o português até questionários
pilotos com 150 pessoas entre 50 e 74 anos para comprovar a eficácia desse tipo de abordagem no Brasil. Ainda não
há resultados definitivos, os dados estão sendo colhidos e analisados no Epi Info que é um programa destinado a
análise epidemiológica. (PIBIC).

AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS EM UNIVERSITÁRIOS


265 PORTADORES DE DISFUNÇÃO TEMPOROMADIBULAR. Diogo Scalon, Cristiano Diniz
Campelo Silva (orient.) (ULBRA).
A disfunção temporomandibular é a denominação de um subgrupo de desordem de dor orofacial que apresenta
diversos sinais e sintomas. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a prevalência de sinais e sintomas em portadores
da disfunção temporomandibular (DTM). Foram avaliados 478 acadêmicos da Universidade Luterana do Brasil,
situada na cidade de Canoas, RS. No qual 316 universitários são portadores de DTM. Para atender os objetivos
propostos foi utilizada uma pesquisa descritiva que se constituiu em avaliar os sinais e sintomas de estudantes
universitários portadores de disfunção temporomandibular. Para a coleta dos dados utilizou-se o questionário de
Fonseca (1992). Após a determinação dos portadores de DTM, os sinais e sintomas da DTM foram comparados em
relação ao gênero. Os resultados indicam que há uma prevalência grande de universitários com DTM. A
porcentagem de mulheres com algum grau de DTM foi maior que nos homens. Os sinais e sintomas nas mulheres em
ordem de maior freqüência para a de menor foram: cefaléia, parafunção, tensão emocional, cervicalgia, ruídos na
ATM, má oclusão, fadiga muscular para mastigar, dor nos ouvidos ou ATM, dificuldade de abrir bem a boca e de
movimentar a mandíbula para os lados. Nos homens a ordem de maior para de menor freqüência foram: parafunção,
tensão emocional, cervicalgia, ruídos na ATM, cefaléia, má oclusão, dificuldade de abrir bem a boca, dor nos
ouvidos ou ATM, fadiga muscular para mastigar e dificuldade de movimentar a mandíbula para os lados. Conclui-se
que 66, 1% dos universitários são portadores de DTM, as mulheres (79, 5%) apresentam uma prevalência maior que
nos homens (49, 5%), o sintoma de maior prevalência no gênero feminino é a cefaléia (34, 9%) e no masculino é a
parafunção (25, 7%).

582
Ciências da Saúde

Sessão 32
Práticas de Enfermagem e Saúde Coletiva A

COMPARAÇÃO ENTRE O PRIMEIRO BANHO COM CLOREXIDINA E BANHO COM


266 SABONETE NEUTRO NA COLONIZAÇÃO DA PELE POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS
DO RECÉM-NASCIDO A TERMO. Laura Leismann de Oliveira, Renato Soibelmann Procianoy,
Débora Thompson Biasoli Franceschini, Maria Lúcia Kunrath Cunha, Maria Luzia Chollopetz da Cunha (orient.)
(UFRGS).
Os sabonetes anti-sépticos no banho foram utilizados para prevenir surtos de infecções por Staphylococcus aureus
quando os recém-nascidos permaneciam por longos períodos de tempo hospitalizados após o nascimento. Nos
últimos anos, os sabonetes suaves com pH neutro estão sendo usados no primeiro banho do recém-nascido a termo.
A extensão com que esse sabonete reduz a taxa de colonização da pele não é conhecida amplamente. Diante do
exposto, objetivou-se comparar as taxas de colonização da pele por Staphylococcus aureus entre recém-nascidos que
receberam banho com clorexidina e recém-nascidos que receberam banho com sabonete neutro. Realizou-se um
ensaio clínico randomizado cego com 112 neonatos que foram alocados em dois grupos conforme o tipo de banho.
Coletou-se três amostras de cultura da pele da axila direita dos neonatos, antes do primeiro banho, após 30 minutos
desse e após 24 horas do mesmo, de ambos os grupos. Constatou-se diferença significativa (P = 0, 017) entre os
grupos na cultura após 30 minutos do banho, e diferença significativa (P = 0, 021) entre os grupos na cultura 24
horas após o banho. O teste de MacNemer mostrou diferença significativa (P = 0, 001) entre a cultura antes e 24
horas após o banho, com aumento de prevalência de Staphylococcus aureus , dentro do grupo que utilizou Sabão
Neutro. Dentro do grupo que utilizou clorexidine não houve diferença significativa na colonização por
Staphylococcus aureus antes, depois de 30 minutos e 24 horas após o banho de admissão. O primeiro banho com
sabão líquido de clorexidina não apresentou diferença significativa na colonização por Staphylococcus aureus na pele
do recém-nascido por até 24 horas. Entretanto, no banho com sabão neutro ocorreu aumento significativo na
colonização para Staphylococcus aureus entre o momento após o nascimento e as 24 horas após o primeiro banho.

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM ADULTOS ATENDIDOS


267 EM AÇÃO COMUNITÁRIA DE SAÚDE. Fabio Schiavo Avila, Marion Creutzberg, Janete de Souza
Urbanetto, Valéria Lamb Corbellini, Andreia da Silva Gustavo (orient.) (PUCRS).
Introdução: A pressão arterial elevada confere riscos para o aparecimento de outras doenças. Em muitos casos é
assintomática, não sendo diagnosticada, a não ser em busca ativa de pacientes com elevação da pressão arterial ou
fortuitamente em exames clínicos realizados para outros fins. Objetivo: Determinar a prevalência de hipertensão
arterial sistêmica (HAS) da população adulta atendida em ações comunitárias de saúde. Materiais e Métodos: Estudo
transversal com 798 adultos ( 18 a 92 anos) atendidos em quatro ações comunitárias de saúde, em Porto Alegre,
promovidas pela Curso de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul entre maio e
junho de 2007. O ponto de corte para HAS foi de pressão arterial ≥ 140/90 mmHg. A aferição foi realizada com
aparelho digital por acadêmicos de Enfermagem. Foi utilizado a estatística descritiva para análise dos dados no
software SPSS 11.5. Resultados: A média de idade foi de 53, 31 anos com desvio-padrão 14, 9, sendo mais
prevalente o sexo feminino ( 55, 9%). A prevalência de hipertensos em uso de anti-hipertensivo foi de 32, 8%.
Desses 47, 7% não usaram o medicamento no dia anterior e no dia da aferição e 39, 3% apresentaram tanto a pressão
sistólica e diastólica ≥ 140/90 mmHg, no entanto, 27, 5% estavam com níveis pressóricos normais. Dos 521 adultos
que não usavam anti-hipertensivo, 44, 7% apresentaram níveis pressóricos ≥ 140/90 mmHg. Conclusão: Observou-se
uma grande prevalência de pessoas que poderiam ser classificadas com HAS no estágio I conforme a V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Logo, ações de rastreamento como estas realizadas possibilitam a orientação das pessoas
quanto à necessidade de buscar acompanhamento de saúde e monitorização dos níveis pressóricos.

A FORMAÇÃO DE EDUCADORES EM SAÚDE NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:


268 CONCEPÇÕES DOS GRADUANDOS. Gilda Maria de Carvalho Abib, Juliana Silveira Colomé,
Dora Lucia Leidens Correa de Oliveira (orient.) (UFRGS).
A pesquisa analisou a formação de educadores em saúde na graduação em enfermagem segundo as concepções dos
graduandos. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, estruturado a partir de uma abordagem qualitativa. A
pesquisa foi desenvolvida junto aos Cursos de Graduação em Enfermagem da UFSM e da UFRGS e envolveu os
graduandos do último semestre dos respectivos cursos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas
individuais semi-estruturadas e os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática proposta por
Minayo(1994). A análise sugere que o preparo do aluno de graduação em enfermagem para o trabalho educativo em
saúde é permeado por concepções que mesclam pressupostos tradicionais e pressupostos mais modernos de educação
em saúde, sendo que estes últimos permanecem, em sua maioria, somente no campo da retórica. A dificuldade de
uma implementação prática destes referenciais ampliados, como o da promoção da saúde, é justificada pelo forte
predomínio do saber biomédico neste processo formativo, que se traduz principalmente em experiências curriculares
que objetivam instrumentalizar os alunos para ações educativas em saúde preventivistas, com ênfase em mudanças

583
Ciências da Saúde

individuais de comportamento e pautadas em saberes técnico-científicos. A pesquisa traz importantes subsídios para
a reflexão sobre a formação de enfermeiros-educadores e evidencia a possibilidade de transformação das práticas
destes enfermeiros no contexto da educação em saúde. Esta transformação deve ser orientada no sentido de propor
ações educativas em saúde que transcendam o campo da prevenção de doenças e se configurem como estratégias de
apoio a indivíduos e grupos para o desenvolvimento de uma postura crítica e propositiva na busca por melhores
condições de vida e, conseqüentemente, de saúde. (PIBIC).

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS ATENDIDOS PELA ENFERMAGEM NO


269 PROJETO PROTEGER. Nanucha Teixeira da Silva, Graziela Aline Hartmamm Zottis, Lucas de Lima
e Cunha, Marcelo Klu, Renato Zamora Flores, Simone Algeri (orient.) (UFRGS).
O Projeto Proteger, ação de extensão da UFRGS, trabalha com situações que envolvem violência contra crianças e
adolescentes e atende vítimas e agressores através de uma equipe multidisciplinar gratuita e integralmente. Objetivo:
traçar um perfil epidemiológico dos casos atendidos pelos acadêmicos de enfermagem inseridos neste projeto.
Através do conhecimento científico das variáveis coletadas, pode-se melhor compreender o fenômeno da violência e
aperfeiçoar a atuação dos profissionais de saúde neste contexto. Método: foram selecionados os casos atendidos
pelos acadêmicos de enfermagem no ano de 2006, totalizando 74 casos. Os dados foram coletados através de um
instrumento adaptado e analisados pelo método quantitativo. Para processar as variáveis foi utilizado o programa
SPSS v. 11.5. Resultados parciais: entre os motivos para atendimento, 51, 4% dos casos foram de relacionamento
intrafamiliar problemático, seguido de 39, 2% por dificuldades de aprendizagem, 23% para investigação de doença
genética, 20, 3% por negligência, 20, 3% por abuso psicológico, 12, 2 % por abuso físico, 9, 5% por abuso sexual e
2, 3 por outros motivos. Os percentuais se sobrepõem, pois ocorreu mais de um dos motivos em muitos casos. 66,
2% da amostra é composta por meninos. Os demais dados dizem respeito à idade, escolaridade e inserção no
mercado de trabalho dos pais e da criança/adolescente, e sobre a organização e funcionamento familiar. O estudo
encontra-se na fase de análise das variáveis. Conclusão: até agora, os resultados revelam que os profissionais de
saúde devem ter conhecimento e habilidades para acolher, identificar e cuidar de vítimas de violência. Visto que a
violência se fez presente em diferentes formas, faz-se imprescindível a capacitação do profissional durante sua
formação acadêmica. É a universidade o espaço que oportuniza a responsabilização social, ética e política para
atender esse tipo de caso.

A CLÍNICA DA ENFERMAGEM NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. Liriane Andrade


270 Motta, Eliane Moretto, Maristela Tagliari, Rejane Mocinho, Vilma Madaloso Petuco, Dalva Pomatti,
Denise Poletto, Monica Krahl, Bernadete Maria Dalmolin (orient.) (UPF).
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) propõe uma mudança no modelo de atenção à saúde, centrando-se na
família, no território, na integralidade e no trabalho em equipe. Este estudo objetiva conhecer o significado da
Consulta de Enfermagem (CE) na percepção de enfermeiros e usuários da ESF. Trata-se de um estudo exploratório
descritivo de abordagem qualitativa realizado nos municípios de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de
Saúde/SES/RS, com a Saúde da Família implantada até outubro de 2003. Participaram 38 enfermeiros e 104 usuários
de 32 municípios que atendiam aos critérios de inclusão. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-
estruturada e analisados pela técnica de análise temática. Embora não haja a identificação da nomenclatura Consulta
de Enfermagem, o encontro com o enfermeiro oportuniza ao usuário a avaliação das condições de saúde e do
contexto, possibilita o cuidado e as orientações para o auto-cuidado e busca fortalecer o vínculo, acolhendo as
demandas por meio da escuta. Os enfermeiros descrevem e reconhecem essa atividade como prioritária,
possibilitando estabelecer planos terapêuticos singulares, com acolhimento e vínculo. Na maioria dos municípios a
CE não está institucionalizada na prática dos serviços, acontecendo prioritariamente como “substitutiva”, “seletiva”
ou “secundária” à consulta médica. As análises preliminares evidenciam um processo contraditório no âmbito dos
serviços de saúde, em que os profissionais ampliam o cenário do seu “fazer”, sem contudo, modificar muitas das
concepções que sustentam seus métodos de trabalho, mantendo afastados tanto os enfermeiros quanto os usuários da
tão necessária integralidade.

PARTO NA MÍDIA IMPRESSA: TEMAS VEICULADOS EM JORNAL DIRIGIDO AO


271 PÚBLICO LEIGO. Lisandra Liska Roos, Rossano Sartori Dal Molin, Ana Lucia de Lourenzi Bonilha
(orient.) (UFRGS).
Introdução: A preocupação de profissionais de saúde sobre as escolhas das mulheres relacionadas aos tipos de parto
faz sentido, uma vez que no Brasil há um alto índice de cesáreas. Informações sobre parto normal podem estar
contribuindo para que a cesárea constitua-se como via de parto preferencial praticada nos hospitais. Desta forma, as
informações veiculadas na mídia têm um papel importante como formador de opiniões. Objetivo: Identificar os
temas presentes sobre parto em jornal de grande circulação. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo. Os
dados foram coletados no Jornal Diário Gaúcho durante o ano de 20005, que é impresso na capital do Rio Grande do
Sul. A pesquisa está em desenvolvimento e encontra-se na fase de análise de dados. O método da análise de conteúdo
temática seguirá a proposta de Minayo, porque este método possibilita uma descrição objetiva dos discursos para sua
investigação, a fim de obter as temáticas apresentadas no Jornal que irão atingir o objetivo do estudo. Considerações:
Conhecer as temáticas sobre parto, presentes na mídia impressa, que podem influenciar as mulheres nas suas

584
Ciências da Saúde

decisões, poderá oferecer maior embasamento aos profissionais para que estes possam fornecer suporte às escolhas
das parturientes. Pensa-se que o conhecimento das mulheres poderá contribuir para esclarecer e desmistificar eventos
que concorrem para que as mulheres se percebam como capazes de enfrentar o processo fisiológico de parturição.

A ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS LEVES PARA A QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-


272 NATAL. Joice Moreira Schmalfuss, Virginia Leismann Moretto, Jussara Mendes Lipinski, Lurdes
Maria Toazza Tura, Alberto Mantovani Abeche, Janine Schirmer, Ana Lucia de Lourenzi Bonilha
(orient.) (UFRGS).
Este estudo propõe-se a qualificar as ações dos profissionais de saúde que estão envolvidos na atenção pré-natal na
rede básica de saúde. Seus objetivos são promover a capacitação dos profissionais, com a adoção de tecnologias
leves e ações educativas no atendimento às gestantes, e avaliar o atendimento das mulheres que foram acompanhadas
por esses profissionais. A primeira etapa do estudo abrangerá a capacitação dos profissionais sob forma de oficinas e
realização de pesquisa qualitativa descritiva com análise de Minayo. Para a segunda etapa do estudo será realizado
ensaio controlado randomizado, que avaliará ações de intervenção pelo número de consultas de pré-natal e puerpério,
taxas de exames realizados no 1º, 2º e 3º trimestres de gestação e taxas de aleitamento materno até o 1º mês de vida
do bebê. O tamanho mínimo da amostra (n) é de 366 mulheres cadastradas no Sistema de Informações de Saúde do
Pré-Natal, sendo 183 pertencentes ao grupo experimental e 183 ao grupo controle. Para a amostragem aleatória
simples, será considerado um nível de significância de 5% (alfa = 0, 05) e um poder amostral de 80% (beta = 0, 20).
Para analisar as variáveis qualitativas será utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson e para as quantitativas, serão
utilizados o teste t-Student para amostras independentes e a análise de variância (ANOVA). Atualmente, o estudo
encontra-se em fase de desenvolvimento das oficinas para a capacitação dos profissionais. (BIC).

IDENTIFICAÇÃO DOS CUIDADOS NÃO-FARMACOLÓGICOS PRESCRITOS PARA


273 PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA RECÉM ADMITIDOS
NA EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Joelza Celesílvia Chisté Linhares,
Graziella Aliti, Marco Aurélio Saffi, Fernanda Bandeira Domingues, Solange Braun Gonzalez, Eneida Rejane
Rabelo da Silva (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) descompensada é evidenciada por sinais e sintomas de congestão e
seu tratamento envolve manejo farmacológico e não-farmacológico (NF). OBJETIVOS: Identificar os cuidados NF
prescritos e relacioná-los com os sinais e sintomas da IC descompensada apresentados por pacientes admitidos na
Emergência. MÉTODOS: Estudo de coorte contemporâneo. Foram incluídos pacientes internados por
descompensação da IC, classe funcional III e IV, conforme a New York Heart Association, de qualquer etiologia,
com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 45%, idade ≥ 18 anos, de ambos os sexos. RESULTADOS:
Foram incluídos 80 pacientes. A idade média foi de 66±14 anos, 84% brancos, 56% do sexo masculino, etiologias
prevalentes: hipertensiva (44%) seguida pela isquêmica (32, 5%) e FEVE de 29±8, 5%. Na admissão, os principais
sinais e sintomas apresentados foram: dispnéia (89%), cansaço (60%), edema (55%), dispnéia paroxística noturna
(84%), ortopnéia (51, 3%) e turgência da veia jugular (26, 3%). Quanto aos cuidados NF prescritos, restrição de sal
apareceu em 96% das prescrições; controle de peso em 37, 5%; controle de diurese em 25%; balanço hídrico (BH)
em 17, 5% e restrição hídrica (RH) em 15%. Somente 64% dos BH, 75% dos controles de diurese e 83% dos
controles de peso prescritos foram realizados. CONCLUSÃO: Apesar de o manejo NF ser preconizado no tratamento
da IC, este ainda não está totalmente incorporado nas prescrições médicas. Embora mais de 50% do pacientes
apresentassem algum critério de congestão, houve, nas prescrições médicas, pouco reflexo daqueles cuidados que
evitam a evolução da congestão e que guiam a terapêutica diurética (RH e controle de peso). Mesmo quando
prescritos, não foram realizados na sua totalidade pela enfermagem.

Sessão 33
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho A

INFECÇÃO RESPIRATÓRIA BAIXA EM CRIANÇAS: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS.


274 Renata Alampi, Laura Massuco, Cynthia da Cunha Rocha, Emerson Rodrigues da Silva, Otávio Sintra,
Eurico de Arruda Neto, Sandra Elizabete Vieira, Edison Durigon, Paulo Nader, Renato Tetelbom Stein
(orient.) (PUCRS).
Introdução: A infecção respiratória aguda (IRA) é causa importante de morbidade em todo o mundo, especialmente
em crianças menores de cinco anos de idade. A IRA contribui significativamente com a mortalidade nos extremos
etários da vida, principalmente devido à infecção respiratória aguda baixa (IRB). Todos os estudos já realizados
evidenciam a importância dos vírus como causa de IRA, porém existem poucos estudos mostrando a distribuição
sazonal de agentes virais causadores de doença respiratória baixa no Brasil relacionando o tratamento instituído e o
quadro clínico associado a cada um dos diferentes vírus respiratórios. Objetivos: Descrever o quadro clínico de
pacientes com IRB de 1 mês até 3 anos de idade, associando dados clínicos, radiológicos e laboratoriais. Comparar
dados de pesquisa viral e avaliar a adequação dos tratamentos realizados e preconizados pelos critérios da

585
Ciências da Saúde

Organização Mundial da Saúde. Métodos: Todas as crianças internadas por IRB em um período de um ano deverão
ser avaliadas com o registro do quadro clínico e terão material coletado para pesquisa de vírus respiratórios. Serão
preenchidos formulários padronizados com dados demográficos, história médica e familiar e descrição objetiva do
quadro clínico (presença de retrações, taquipnéia e oximetria de pulso). Os exames radiológicos serão avaliados por
radiologistas e classificados como pneumonia, bronquiolite ou normais. Será coletada secreção de nasofaringe obtida
através de aparato a vácuo. As amostras serão enviadas ao Laboratório de Virologia da USP (Ribeirão Preto) onde
será realizada PCR dos seguintes vírus: vírus sincicial respiratório, rinovírus, metapneumovírus e influenza. Será
preenchido protocolo de registro de alta, onde serão anotados dados do curso da doença no período de internação.

IDENTIFICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS EM NUTRIÇÃO DE ESCOLARES DO ENSINO


275 FUNDAMENTAL. Ana Paula Heck González, Francisca Maria Assmann Wichmann (orient.)
(UNISC).
INTRODUÇÃO Para promover hábitos alimentares saudáveis as pessoas precisam ter conhecimentos em nutrição
desde a infância, quando ocorre a consolidação dos mesmos, permanecendo praticamente inalterados ao longo da
vida. OBJETIVO Identificar os conhecimentos básicos de escolares sobre o tema nutrição em 2 turmas (A) e (B) do
ensino fundamental como estratégia de educação nutricional. METODOLOGIA Aplicação de um teste de
conhecimento com 10 questões fechadas de peso individual = 1, elaborado com questões sobre alimentos ricos em
gorduras/açúcares, grupo das carnes, leite/derivados, leguminosas, cereais, verduras/hortaliças; função das fibras,
cálcio, ferro e características de uma dieta equilibrada. Análise do conhecimento pelos pontos de corte: inadequado
(pontuação=0); insuficiente (pontuação≤ 4 questões) e adequado (pontuação › 6 questões). RESULTADOS Na turma
(A), 24 alunos participaram do teste, destes 83% atingiram o nível de conhecimento adequado e 17% insuficiente. Na
turma (B) o conhecimento adequado ficou em 47, 4% e insuficiente em 52, 6%, do total de 19 participantes. No
somatório das turmas (A+B), o nível de conhecimento adequado atingiu 67, 4% e o de conhecimento insuficiente,
32, 6%. CONCLUSÃO Os dados revelam um índice satisfatório em relação ao conhecimento dos grupos, podendo
indicar um meio importante para a adequação da dieta. Muitos autores relatam estudos buscando identificar
conhecimentos sobre nutrição, mas poucos sugerem uma estratégia padronizada de mensuração. A partir desta
investigação, pode-se sugerir a formulação de propostas de intervenção nutricional que concorram para a promoção
da saúde, visando estimular os alunos na adoção de hábitos alimentares mais saudáveis.

PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS


276 ATENDIDOS PELO PROGRAMA HIPERDIA NO CENTRO DE SAÚDE OLAVO DAS NEVES
DE OLIVEIRA MELO. Janaina Torres Botaro, Jaqueline Torres Botaro, Cecília Maria Alves de
Freitas (orient.) (UFAM).
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é considerado problema de saúde pública prevalente, oneroso e com potencial para
prevenção. Os objetivos da pesquisa foram verificar a prevalência do DM2 em idosos atendidos de janeiro-2004 a
dezembro-2005 pelo Hiperdia; analisar perfil sócio-demográfico; identificar estado nutricional pelo índice de massa
corpórea (IMC) e proporção da circunferência da cintura (CC); levantar fatores de risco e doenças concomitantes;
observar complicações freqüentes. Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, no qual foi realizado o
levantamento de dados secundários das fichas do Hiperdia. A população é formada por 220 idosos portadores de
DM2 atendidos pelo Hiperdia no Centro de Saúde Olavo das Neves da cidade de Manaus-AM. O tratamento foi
realizado pelo software Epiinfo versão Windows. A prevalência de DM2 foi de 71 (32, 27%) idosos. O sexo
feminino foi o mais acometido (71, 8%). Mediante o inquérito sócio-demográfico observou-se que a maioria dos
idosos possuía o ensino fundamental incompleto (40%). Trinta e nove (79, 6%) idosos convivem c/ companheira(o) e
filho(s) ou convivem c/ companheira(o), filhos e/ou outros familiares, o que mostra a existência de uma organização
familiar e de uma relação inter-geracional. Em relação ao inquérito clínico 69, 7% apresentaram CC > 102 cm para
homens e 88 cm para mulheres, 66, 1% estão acima do IMC esperado, e 72, 9% apresentaram PAS > 139 mmHg e
PAD > 89 mmHg. A hipertensão arterial foi o fator de risco mais comum (67, 6%). Oito (11, 3%) idosos
apresentaram como complicação mais freqüente o infarto agudo do miocárdio. Os resultados indicam a necessidade
de programas educativos junto às instituições, visando despertar nos sujeitos a busca de estilos de vida saudáveis, a
fim de prevenir o DM2.

CONDIÇÕES DE NASCIMENTO NAS MACRORREGIÕES DA SAÚDE DO RIO GRANDE DO


277 SUL: UM ESTUDO ECOLÓGICO ASSOCIADO À EPIDEMIOLOGIA DO CURSO DE VIDA.
Sinara Santos Jardim, Tiago Cippolat Antonini, Aron Ferreira da Silveira, Maria Izabel Ugalde
Marques da Rocha, Cristiane Köhler Carpilovsky, Ivana Beatrice Manica da Cruz (orient.) (UFSM).
Introdução: evidências populacionais têm sugerido que as condições de vida intra-uterina e ao nascer influenciam
não só a mortalidade infantil, mas também a suscetibilidade as morbidades crônico não-transmissíveis dos
indivíduos, em idades avançadas (> 60 anos), como é o caso das cardiovasculares (Hipótese de Barker). Assim,
indicadores como o peso ao nascer podem ser potencialmente utilizados para se estimar grupos populacionais com
maior risco de morbidade. Uma vez que o Rio Grande do Sul (RS) é o estado com expectativa de vida similar a de
países desenvolvidos, investigações sobre o padrão das condições de nascimento nas diferentes macrorregiões de
saúde são de relevância para a saúde pública gaúcha. Objetivo: investigar a evolução (1995 e 2005) das condições

586
Ciências da Saúde

dos nascidos vivos nas macrorregiões de saúde gaúchas utilizando o SISNAC-SUS. Metodologia: um estudo
ecológico foi realizado com todos os nascidos vivos em 1995 e 2000 registrados no SISNAC-SUS nas 07
macrorregiões de saúde do RS. Resultados: Um total de 09 variáveis indicadoras foi analisado com destaque para: (1)
Em 1995 a região Vales apresentava a maior taxa de nascimento a domicílio (2.02%).Porém, ocorreu queda geral
destes nascimentos em 2005 (0, 30%). (2) Em 1995 a região da Serra apresentou 8, 0% de prematuros enquanto que
em 2005 a região Centro-Oeste apresentou maior proporção de prematuros (1, 5%); (3) Houve aumento na
prevalência de recén-nascidos com valores de APGAR 1º minuto abaixo de 5, 0 nos intervalos estudados exceto para
a região centro-oeste; (4) ocorreu um aumento na prevalência de baixo peso (<2.500 kg) ao nascer em todas as
macrorregiões (0, 74%) nos intervalos de 1995 a 2005. Conclusão: os resultados sugerem ações específicas voltadas
para a qualidade das condições de nascimento.

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM


278 PORTO ALEGRE. Silvana Schneider, Aline Zils, Milena R Agostinho, Letícia Nolde Melo, Mônica M
C de Oliveira, Maria Eugênia B Pinto, Erno Harzheim, Bruce Bartholow Duncan (orient.) (UFRGS).
A Atenção Primária à Saúde (APS) é definida através de seus atributos:o acesso de primeiro contato, a
longitudinalidade, a integralidade, a coordenação da assistência e a orientação familiar e comunitária. No Brasil, a
estratégia de expansão da APS adotada pelo Ministério da Saúde desde 1994 é o Programa Saúde da Família (PSF).
Esta estratégia já conta com mais de 26000 equipes. Em Porto Alegre existem outros modelos de APS que
antecedem o PSF: Centro de Saúde Escola Murialdo, Serviço de Saúde Comunitária do Hospital Nossa Senhora da
Conceição (GHC), Unidades Básicas de Saúde tradicionais (UBS). Esse estudo busca avaliar e comparar a relação
entre a extensão dos atributos da APS na rede de atenção básica de Porto Alegre e seu impacto sobre a saúde da
população adulta.Consiste num estudo transversal de base populacional, com amostra de 3000 indivíduos moradores
na área de adscrição dos serviços de saúde selecionados. A avaliação é realizada por meio do Instrumento de
Avaliação da Atenção Primária (PCATool Adulto), internacionalmente reconhecido, aplicado a todos os adultos
residentes nos domicílios amostrados. A análise de 2605 usuários (86, 8% da amostra) revelou que dos 1325 adultos
adscritos nas áreas do PSF, 530 (40%) efetivamente utilizam a unidade como fonte de cuidado. Para os demais
serviços avaliados, a proporção de população adscrita que os utiliza como fonte de cuidado são 26, 5% nas UBS’s,
42, 6% nas unidades do Murialdo e 31, 8% nas unidades do GHC. O teste Qui-quadrado de Homogeneidade
apresenta um valor X2=32, 76 (p-valor <0, 001) indicando que estas diferenças são estatisticamente significantes ao
nível alpha de 0, 05. Considerando a utilização dos serviços de APS oferecidos em Porto Alegre concluímos que
existem diferenças entre eles e que estas podem estar associadas à qualidade dos serviços ofertados à população nos
diferentes modelos. (BIC).

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL NOS PROCESSOS DE TRABALHO DE


279 UMA EQUIPE MUNICIPAL DE SAÚDE DA 16ª REGIONAL DE SAÚDE – RS. Lúcia Adriana
Pereira Jungles, Ana Lúcia Bender Pereira, Glademir Schwingel, Ioná Carreno, Olinda Maria de
Fatima Lechmann Saldanha, Cassia Regina Gotler Medeiros (orient.) (UNIVATES).
A pesquisa avalia a aplicação do Planejamento Estratégico Situacional (PES) como uma metodologia de trabalho em
uma equipe de saúde de um município de pequeno porte, da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde. Busca conhecer a
realidade do município, seus pontos positivos e dificuldades para o planejamento e avaliação das ações em saúde,
capacitando, assim, para a resolução dos problemas locais. O estudo aplica o PES através da metodologia da
pesquisa-ação, onde há o envolvimento cooperativo de pesquisadores e participantes. Está sendo realizado em 2007,
conforme cronograma estabelecido entre os pesquisadores e os participantes, que são toda a equipe da Estratégia de
Saúde da Família. Os encontros estão ocorrendo no município e na UNIVATES. Durante todo o processo serão
observados, identificados e registrados os aspectos positivos e as dificuldades do município em planejar, executar e
avaliar ações em saúde, para posteriormente realizar a análise qualitativa destes dados. A equipe foi bastante
receptiva com a proposta do trabalho, e tem participado ativamente do processo, inclusive com a presença do
Secretário Municipal de Saúde nos encontros, que têm seguido os momentos do PES, conforme propõe Matus
(1996): momento explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE PRÉ-ESCOLARES MATRICULADOS EM ESCOLAS


280 PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL ATENDIDAS PELO PROGRAMA NACIONAL DE
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL E SANTA
CATARINA. Anize Delfino Von Frankenberg, Ana Rosa Bartelle, Ilaine Schuch (orient.) (UFRGS).
Introdução: estudos nacionais e internacionais apontam um período de transição nutricional com aumento nas
prevalências de sobrepeso e redução da desnutrição entre as crianças. Objetivos: considerando que a formação dos
hábitos alimentares acontece na infância, o presente trabalho pretende determinar o perfil nutricional de crianças em
idade pré-escolar (4-6 anos) matriculadas nas escolas públicas de educação infantil nos estados do RS e SC atendidas
pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), os resultados servirão para nortear as ações do programa.
Metodologia: trata-se de um estudo de delineamento transversal de base escolar. Para compor a amostra, os estados
foram divididos em regiões e dentro de cada uma foram selecionados dois municípios pólos a partir do critério de
número de matrículas. Será avaliada a prevalência de desnutrição e sobrepeso/obesidade numa amostra de

587
Ciências da Saúde

aproximadamente 4500 pré-escolares e descrito o estado nutricional da população estudada de acordo com variáveis
da criança: sexo, idade, cor da pele, local de moradia (rural e urbano), peso ao nascer, amamentação, número de
irmãos e idade gestacional e variáveis da mãe: escolaridade, idade e situação conjugal. Serão aferidas as medidas de
peso e altura. Os desfechos serão sobrepeso/obesidade e os déficits nutricionais de peso/altura, peso/idade e
altura/idade. O estado nutricional será avaliado segundo a população de referência do National Center for Health
Statistics – NCHS (para todas as crianças) e da Organização Mundial da Saúde – OMS (para crianças menores de 5
anos. Resultados: essa pesquisa ainda não apresenta resultados e as equipes de campo estão sendo treinadas. O início
da coleta de dados está prevista para o mês de agosto e a finalização do projeto ocorrerá no mês de dezembro de
2007.

ESTRESSE PSICOSSOCIAL E QUALIDADE DE VIDA NOS NÚCLEOS FAMILIARES COM


281 IDOSOS PORTADORES DA DOENÇA DE ALZHEIMER. Daniele Rocha Rodrigues, Leonia
Capaverde Bulla (orient.) (PUCRS).
A realidade mundial e brasileira demonstra um crescimento acentuado da população de idosos. Essa situação tem
propiciado a preocupação e conseqüente desenvolvimento de várias áreas da ciência na busca de encontrar o
entendimento do processo de envelhecimento. Dentre os problemas de saúde encontrados na velhice, a Doença de
Alzheimer tem apresentado um acentuado aumento em sua incidência. A patologia gera a perda gradativa da
capacidade cognitiva e independência, além de trazer sérias conseqüências para a família e para a sociedade. O
objetivo da pesquisa é avaliar a qualidade de vida, o nível de estresse dos cuidadores e o suporte social recebido,
realizando um estudo comparativo entre os dados coletados em fase anterior da investigação. Os instrumentos
utilizados são: o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida (WHOQOL); o Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos de Lipp (ISSL) e um roteiro de entrevista semi-estruturada. Dos 70 sujeitos participantes da fase
anterior, foram entrevistados 30. Dos dados analisados constatou-se que ao contrário da 1ª etapa a maioria dos
familiares não apresenta sintomas de estresse, desgaste e cansaço, pois os idosos estão em internados em clínicas, já
faleceram ou o tempo de cuidado é maior que 5 anos. Os familiares que participam de grupos de apoio trocam
experiências e buscam estratégias de enfretamento da doença. A maioria (80%) possui plano de saúde. Os demais
realizam o tratamento através do SUS ou dividem as despesas entre os familiares. Com relação ao apoio
governamental, 13% dos pacientes recebem medicação. A precariedade das redes de apoio ao idoso doente e sua
família, ocasiona a sobrecarga do cuidador. Tornando-se, assim urgente a criação de novas alternativas de suporte
social, além de uma maior socialização dos conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer e sobre os recursos
disponíveis.

A PREVALÊNCIA DE DOR EM MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES E SUA


282 ESTREITA RELAÇÃO COM O SEXO E IDADE DOS FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADE
CATÓLICA DE PELOTAS. Annelise Silva Reges, Mirelle de Oliveira Saes, Ingrid Borba Mühlenberg,
Patrícia Haertel Giusti, Raquel Krolow Santos Silva, William Peres (orient.) (UCPEL).
Lesão por Esforços Repetitivos ou Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho-LER/DORT é o nome dado para
distúrbios que atingem principalmente, mas não somente, membros superiores e inferiores de acordo com tipo de
ocupação a que cada trabalhador é submetido. Segundo relata Lima (2005), a magnitude e gravidade dos casos
diagnosticados nos centros de saúde coloca esse agravo como prioritário no campo da Vigilância à Saúde do
Trabalhador. A despeito da importância e interesse que tem despertado essa patologia, a literatura sobre o tema é
escassa. Este estudo, portanto, contribui para melhor compreensão dos fenômenos que envolvem as LER/DORT e as
determinações na relação saúde-doença, constatando a prevalência de dores referidas pelos funcionários da
Universidade Católica de Pelotas, de acordo com segmentos do corpo acometidos, relacionando com idade e sexo
dos entrevistados. Para tal, aplicou-se questionário adaptado do “QNSO” em 74 funcionários, de diversos setores da
instituição, dos quais 41 são do sexo feminino e 33 do masculino. Dentre os participantes, 18 têm idades entre 20-30;
24 entre 30-40; 20 entre 40-50 e 12 entre 50-60 anos. Utilizando o programa spss 8.0, realizaram-se testes para as
regiões dolorosas e se observou diferença significativa entre os sexos nas queixas de dor em mãos, punhos e dedos,
obtendo-se P=0, 025, e quadril e membros inferiores, P=0, 04. Dentre as faixas etárias, a que relatou maior
prevalência de dor foi entre 30-40 anos. Conclui-se no presente trabalho, através dos resultados parciais
apresentados, que funcionários da instituição analisada são acometidos de dor na fase mais produtiva da vida e que as
mulheres integram um grupo de risco relacionado ao sexo predispondo, assim, maior tendência ao adoecimento pelas
LER/DORT. Essas características, portanto, devem ser consideradas em programas de prevenção.

588
Ciências da Saúde

Sessão 34
Cardiologia C

INCIDÊNCIA DE ALTERAÇÕES ENZIMÁTICAS DURANTE TRATAMENTO


283 FARMACOLÓGICO PARA DISLIPIDEMIA. UM ESTUDO DE COORTE. Luciano Folador,
Cláudia Franzoi Fam, Fernanda Casarotto, Cláudia Schneider Jaeschke, Daniel Fiterman Molinari,
Paula Borges de Lima, Juliana Trindade Amaral, Andry Fiterman Costa, Paulo Dornelles Picon (orient.) (UFRGS).
Os efeitos adversos são infreqüentes durante tratamento com estatinas ou com fibratos. Eventualmente observa-se
aumento de enzimas hepáticas e/ou CK. Os mais graves, como hepatite, miosite e rabdomiólise, são observados
ainda mais raramente. Casos de rabdomiólise têm sido descritos com o uso da associação de estatinas com fibratos.
Objetivo: analisar a incidência de elevações enzimáticas em pacientes submetidos a tratamento farmacológico para
dislipidemia. Materiais e métodos: Pacientes em tratamento farmacológico para dislipidemia, acompanhados no
Centro de Dislipidemia e Alto Risco do Serviço de Medicina Interna HCPA – Centro de Referência da SES-RS, de
dezembro de 2004 até 01 de julho de 2007, foram submetidos à avaliação laboratorial do perfil lipídico,
transaminases e CK regularmente, de acordo com a avaliação médica de intervalo entre as consultas. Elevações
significativas foram definidas como elevação da CK acima de 10 vezes o limite superior da normalidade (LSN),
elevação superior à 3 vezes o LSN das transaminases. Resultados: Dos 271 pacientes acompanhados no ambulatório,
141 pacientes estavam em tratamento farmacológico para dislipidemia na primeira consulta. Nos exames de
seguimento, após continuidade com a terapia farmacológica para dislipidemia, foi observado um incremento de TGO
(23, 6 + 9, 3 x 27, 2 + 10, 2), TGP (24, 7 + 13, 2 x 30, 6 + 15, 5), GGT (40, 8 + 49, 2 x 45, 8 + 51, 9) e CK (132, 2 +
110, 7 x 179, 8 + 249), todos com significância estatística, porém, a elevação não foi considerada clinicamente
significativa na maioria dos pacientes. Elevação acima de 3 vezes o LSN para enzimas hepáticas e 10 vezes o LSN
para CK foi observado em 14 pacientes (14%): um paciente por aumento de TGO, 2 pacientes de TGP, 10 pacientes
de GGT e 1 paciente por aumento de CK. Conclusão: Embora o uso de hipolipemiantes orais acarrete em aumento de
transaminases e de CK, elevação significativa é rara.

VALOR DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS SERIADOS NA PREDIÇÃO DE EVENTOS


284 CARDIOVASCULARES NA CARDIOPATIA ISQUÊMICA ESTÁVEL. Ana Paula Webber
Rossini, Paulo Vicente Sparano Camargo, Raquel Melchior Roman, Anderson Donelli da Silveira,
Andrese Aline Gasparin, Steffan Frozi Stella, Carolina Degen Meotti, Thiane Giaretta, Carisi Anne Polanczyk
(orient.) (UFRGS).
Introdução: Recentes estudos têm demonstrado o papel da inflamação na formação e instabilização da placa de
ateroma, sendo sugerido que o desenvolvimento de um perfil pró-inflamatório precederia a ocorrência de eventos
cardiovasculares em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estável. Métodos: Estudo de caso-controle
aninhado a uma coorte de pacientes com DAC estável em acompanhamento ambulatorial. Os pacientes foram
incluídos consecutivamente e amostras de sangue foram coletadas a cada 4 meses. Casos foram indivíduos que
apresentaram evento cardiovascular (morte, síndrome coronariana aguda, acidente cerebral isquêmico, oclusão
arterial periférica e procedimento de revascularização) e controles foram pacientes consecutivos sem eventos, em
proporção de 1:2, após seguimento de 22±9 meses. Níveis séricos de PCRus, interleucina (IL) 10 e IL18 foram
medidos em 2 amostras seriadas, coletadas antes dos eventos. Resultados: Da coorte de 176 pacientes, 42 pacientes
tiveram desfecho cardiovascular (casos) e 76 pacientes foram selecionados para grupo controle. Os níveis de IL18
foram significativamente mais elevados nos casos (411±185 vs. 340±133pg/mL p=0, 037), na primeira amostra
avaliada. Níveis de PCRus (5, 4 vs. 5, 1mg/L), IL10 (7, 4 vs. 7, 2 pg/mL) e relação IL18/IL10 (66 vs. 61) não foram
diferentes entre os grupos em ambas as amostras analisadas. Na regressão de Cox, IL18 (HR 1, 75; IC95% 0, 89-3, 5;
p=0, 11) e a relação entre IL18/IL10 (HR 1, 97; IC95%1, 0-3, 8; p=0, 047) foram preditores de pior prognóstico.
Conclusão: Neste estudo, a IL18 e a relação IL18/IL10 correlacionaram-se com desfechos clínicos, reforçando a
hipótese de que o balanço entre citocinas pró e anti-inflamatórias possa ser um determinante de eventos na DAC
estável.

CONSEQÜÊNCIAS CARDIOVASCULARES DE DIABETES MELLITUS: RESULTADOS DE


285 UM ESTUDO LONGITUDINAL DE BASE POPULACIONAL DO SUL DO BRASIL. Jeruza
Lavanholi Neyeloff, Leila Beltrami Moreira, Sandra Cristina Pereira Costa Fuchs, Mario Wiehe, Rafael
Picon, Marina Beltrami Moreira, Flavio Danni Fuchs, Miguel Gus (orient.) (UFRGS).
Fundamento: A importância do diabetes mellitus (DM) como fator de risco cardiovascular é bem conhecida em
países desenvolvidos, mas pouco avaliada no Brasil. Objetivo: Estimar o risco de doença cardiovascular (DCV)
atribuível ao DM. Delineamento: Estudo de coorte. Amostra: Representativa dos adultos da região urbana de Porto
Alegre. Métodos: Aferiram-se, em entrevista domiciliar, medidas demográficas, antropométricas, de pressão arterial
e fatores de risco cardiovascular. Indagou-se sobre diagnóstico médico de DM. Determinou-se o estado vital de 982
pessoas (90% da amostra basal) em nova visita ou por registros hospitalares, atestado de óbito e necropsia verbal

589
Ciências da Saúde

com familiar. Identificaram-se episódios fatais e não-fatais de infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico,
insuficiência cardíaca e morte súbita. Calculou-se a razão de risco (RR) de DM para mortalidade e DCV em modelo
de regressão de Cox, ajustada para idade, sexo, cor da pele, fumo, uso de bebida alcoólica, pressão arterial e índice
de massa corporal. Resultados: A idade foi 43, 5 ±17 anos, 55, 3% eram mulheres. A prevalência de DM foi de 4, 1%
(IC 95% 2, 8-5, 3). O seguimento para os não-diabéticos foi de 5, 7 ±1, 5 anos e 4, 2 ±2, 1 anos para os diabéticos,
com mortalidade de 4, 1 /1000 persons-year (IC 95% 2.4−5.8) e 36, 0/1000 pessoas-ano (IC 95% 7, 7-64, 2)
respectivamente - RR ajustada = 3, 9 (IC 95% 1, 7-5, 9). A taxa de eventos cardiovasculares foi de 83, 9/1000
pessoas-ano (IC 95% 41, 9-126, 0) para DM e 9, 4/1000 pessoas-ano (IC 95% 6, 9-12, 0) para não-diabéticos - RR
ajustada = 4, 1 (IC 95% 2, 2-7, 5). O risco atribuível na população (RAP) do DM para mortalidade cardiovascular foi
1% e para eventos cardiovasculares totais foi 2%. Conclusão: DM é fator de risco DCV importante no sul do Brasil,
reproduzindo o cenário dos países desenvolvidos.

ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS RESPIRATÓRIAS E FUNCIONAIS NA INSUFICIÊNCIA


286 CARDÍACA. Juliana Saraiva Pereira, Fábio Cangeri Di Naso, Verlaine Lagni, Alexandre Simões Dias,
Mariane Borba Monteiro (orient.) (IPA).
INTRODUÇÃO: Alterações respiratórias podem ser determinantes para o desempenho funcional em pacientes com
Insuficiência Cardíaca (IC). OBJETIVO: Correlacionar a pressão inspiratória máxima (PImáx) e as variáveis da
função pulmonar com a capacidade funcional em pacientes com IC. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um
estudo observacional e transversal no período de janeiro à julho de 2007. Foram avaliados 40 pacientes com IC
Crônica (26 homens), sem doença pulmonar prévia pertencentes às Classes Funcionais I, II e III segundo a NYHA
(New York Heart Association). A média de idade foi de 58, 9 + 11, 77 anos. As variáveis respiratórias utilizadas
foram a pressão inspiratória máxima (PImáx), a CVF (capacidade vital forçada) e o VEF1(volume expiratório
forçado no 1º segundo). As variáveis funcionais utilizadas foram a distância percorrida no teste da caminhada dos
seis minutos (TC6’), a classe funcional da NYHA (CF) e o domínio referente à capacidade funcional do Questionário
de Qualidade de Vida (SF-36). Para a análise estatística foram utilizados os testes de correlação de Pearson para as
variáveis contínuas e de Spearman para as variáveis categóricas com nível de significância de 5% (p<0, 05).
RESULTADOS: A PImáx correlacionou-se com a TC6’ (p=0, 001 e r=0, 516), com a CF (p=0, 000 e r=-0, 527) e
com o SF-36 (p=0, 003 e r=0, 451). A CVF correlacionou-se de maneira moderada com a TC6’(p=0, 001 e r=0, 492)
e com a CF (p=0, 004 e r=-0, 450). O VEF1 apresentou correlação com a TC6’ (p=0, 001 e r=0, 515) e com a CF
(p=0, 02 e r=-0, 367). Não houve correlações entre as demais variáveis. CONCLUSÃO: Pacientes com maior força
muscular inspiratória e melhor função pulmonar apresentaram melhor capacidade funcional.

TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO DA DISLIPIDEMIA EM PACIENTES DE ALTO


287 RISCO CARDIOVASCULAR: TRATAMENTO COADJUVANTE SIM, TRATAMENTO
ISOLADO NÃO. Paula Borges de Lima, Ana Paula Gomes, Juliana Bohn Assmann, Juliana Trindade
Amaral, Cláudia Franzoi Fam, Dauana Pitano Eizerik, Andry Fiterman Costa, Paulo Dornelles Picon (orient.)
(UFRGS).
Introdução: O tratamento da dislipidemia baseia-se no LDL-alvo. O tratamento com estatinas é a base do manejo
farmacológico. A utilização de medidas não-farmacológicas (MNF) é, entretanto, coadjuvante fundamental e pode,
para alguns pacientes, ser suficiente para a obtenção destes alvos. Objetivo: Avaliar, no cenário de um ambulatório
de pacientes de alto risco cardiovascular, a taxa de resposta terapêutica adequada e obtenção das metas de LDL com
a utilização de terapia não-farmacológica. Materiais e Métodos: Os pacientes em tratamento no Centro de
Dislipidemia e Alto Risco do Serviço de Medicina Interna do HCPA - Centro de Referência da SES-RS, desde
dezembro de 2004 até 01 julho de 2007, foram avaliados através de exames de perfil lipídico e, com base nos
resultados destes juntamente com o perfil de risco cardiovascular, decidiu-se por tratamento não-farmacológico
exclusivo ou associar terapia medicamentosa. Reconsultas a cada 3 meses foram realizadas para reavaliação do
estado dos pacientes e da conduta. Orientações de MNF incluíram: alimentação saudável, prática de atividade física,
suspensão de tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas, controle do peso. Resultados e Discussão: Dos 270
pacientes em acompanhamento no ambulatório de dislipidemia e alto risco cardiovascular, 160 não estavam em
terapia farmacológica ao ingressarem no serviço. Destes, nenhum foi capaz de atingir as metas de LDL utilizando
apenas medidas não-farmacológicas. Isto provavelmente reflete o perfil dos pacientes encaminhados a este
ambulatório que se caracteriza por receber o encaminhamento de pacientes de alto risco e com níveis muito elevados
de lipídios. (Fapergs).

O POLIMORFISMO C(-260)-T DO PROMOTOR DO GENE DO RECEPTOR CD14 DE


288 MONÓCITOS ESTÁ ASSOCIADO COM ANGINA INSTÁVEL. Leticia Kramer Pereira, Gabriel
Zago, Alexandre C Zago, Emilio H Moriguchi, Liane Röhsig, Joice Shaak, Maria Clara Medina Correia,
Tissiana Schmalfuss, Ingrid Girardi, Clarice Alho, Germán Iturry-Yamamoto, Alcides Jose Zago (orient.) (UFRGS).
Introdução: Estudos mostram resultados controversos sobre a associação do polimorfismo C(-260)-T do promotor do
gene do receptor CD14 de monócitos, do processo inflamatório e da disfunção endotelial, com síndromes isquêmicas
coronarianas.Objetivos: Analisar a possível associação deste polimorfismo, do processo inflamatório e da disfunção
endotelial, com angina instável.Material e Métodos: Em estudo caso-controle, foram incluídos 176 pacientes (p.)

590
Ciências da Saúde

referidos para revascularização percutânea, divididos em dois grupos conforme o quadro clínico: grupo 1 – p. com
angina instável (n = 63) e grupo 2 – p. com angina estável (n = 113). Os p. foram genotipados por PCR e digestão,
com a enzima de restrição Hae III. Os níveis plasmáticos do fator de von Willebrand (FvW), um marcador de
disfunção endotelial, foram determinados por método imuno-turbidimétrico e da Proteína C Reativa ultra sensível
(PCR-US), um marcador de processo inflamatório, por nefelometria.Resultados. A freqüência dos genótipos estava
em equilíbrio de Hardy-Weinberg (teste do x2 = 0, 08). A regressão logística multivariada mostrou o genótipo TT
(OR = 2, 42 [IC 95%: 1, 06– 5, 51]; p = 0, 035), os níveis plasmáticos de colesterol total (OR = 1, 009 [IC 95%: 1,
00– 1, 017]; p = 0, 045), o uso de nitratos (OR = 2, 256 [IC 95%: 1, 067– 4, 77]; p = 0, 03) e o grau de estenose da
lesão culpada (OR = 1, 029 [IC 95%: 1, 005– 1, 055]; p = 0, 019), como as variáveis com valor preditivo para angina
instável, quando controladas para as demais variáveis.Conclusão. Neste estudo, o genótipo TT do promotor do gene
do receptor CD14 de monócitos está associado com angina instável. Por outro lado, níveis plasmáticos de PCR-US e
do FvW não tiveram valor preditivo para angina instável.

PREVALÊNCIA DA RESISTÊNCIA À ASPIRINA EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES


289 SUBMETIDOS À CINEANGIOCORONARIOGRAFIA. La Hore Corrêa Rodrigues Junior, Clara
Galinatti, Alfredo Metzger Filho, André Manica, Carlos Gottschall, Rogério Sarmento Leite (orient.)
(FUC).
Introdução: A aspirina (AAS) é droga com melhor custo-efetividade no tratamento das doenças cardiovasculares
(CV). Estudos demonstram a existência de resistência a ação deste fármaco determinando um maior risco CV a estes
indivíduos. Objetivos: Determinar a prevalência da resistência ao AAS em uma população de pcts submetida a
estudo hemodinâmico. Métodos: Incluídos 115 pcts , usuários de AAS há > de 2 semanas, que realizaram estudo
hemodinâmico no laboratório desta instituição. Coletadas amostras sanguíneas e avaliada a agregação plaquetária por
turbidimetria óptica com ADP e colágeno. Agregação maior que 70% com ambos os reagentes foram considerados
resistentes ao AAS. Resultados: Idade média de 61, 1 anos e 45, 2% dos pcts do sexo masculino. Dose média de
AAS foi de 155, 2 +/- 55, 7 mg (75 a 325mg). Tabagismo e DM foram encontrados em 30, 7% (35) e 31, 3% (36),
respectivamente. As médias (± DP) de agregação plaquetária foram 54, 61% (± 21, 01) com ADP e 45, 2% (± 25, 93)
com o colágeno. Dos pcts incluídos, 14 (13%) foram considerados resistentes à aspirina. Quando avaliada a presença
de salicilato sérico, apenas 7 pcts (7%) utilizavam AAS regularmente. Conclusão: Nesta amostra 13% dos pctes não
apresentam inibição esperada da agregação plaquetária. Estes achados da nossa população são semelhantes aos
encontrados na literatura, entretanto um maior número de indivíduos é necessária para avaliação deste fenômeno. É
importante ressaltar que mais de 50% dos pcts considerados inicialmente resistentes eram na verdade não aderentes a
terapia, informação esta fundamental na avaliação dos resultados e prognóstico do pcts.

AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CARDIOVASCULAR EM


290 FUNCIONÁRIOS DO HOSPITAL DE CLÍNICAS. Carolina Rocha Barone, Taís Burmann de
Mendonça, Julia Barbi Melim, Cristiane Zamboni, Jeruza Lavanholi Neyeloff, Maria Lucia Operman,
Helena Von Eye Corleta (orient.) (UFRGS).
Introdução Doenças cardiovasculares (DCVs) são causas prevalentes de mortalidade e de morbidade. Entre os
principais fatores de risco modificáveis estão tabagismo e alcoolismo, dislipidemia, hipertensão, sedentarismo e
obesidade. Diversas medidas antropométricas podem ser utilizadas para caracterizar sobrepeso ou obesidade, e a
medida da circunferência abdominal parece ser um excelente indicador para mortes causadas por DCVs. Uma
circunferência abdominal acima da média, demonstrando padrão de gordura andróide, aumenta em 23% os riscos
relativos ao infarto de miocárdio, em 38% as chances de falência cardíaca e em 17% o risco de morte. Objetivos
Avaliar a presença de fatores de risco para DCV em funcionários do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Materiais e Métodos Foram avaliados 146 funcionários do HCPA, em sua maioria auxiliares de enfermagem. Todos
assinaram termo de consentimento informado e responderam questionário sobre fatores de risco para DCV
(hipertensão, diabete melito, evento cardiovascular prévio, tabagismo e história familiar) e atividade física. Peso,
altura, pressão arterial e circunferência abdominal foram medidas com equipamentos do HCPA por estudantes
treinados. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do HCPA. Resultados 93, 9% dos entrevistados eram do sexo
feminino. 44%, 28%, e 28% trabalhavam no turno da tarde, manhã e noite, respectivamente. A média de idade foi de
40±7, 9 anos. 71% dos funcionários nunca fumaram, mostrando uma baixa prevalência de tabagismo. O IMC médio
foi de 27±5, 05, 11% dos homens e 43% das mulheres apresentavam circunferência abdominal acima do ideal (88 e
102cm, respectivamente). Apenas 19% se declaravam hipertensos, mas 85% apresentavam valores pressóricos acima
de 140/90 mmHg no momento da entrevista.

O PAPEL DA DEPRESSÃO, DO ESTRESSE E DOS EVENTOS VITAIS NAS SÍNDROMES


291 CORONÁRIAS AGUDAS. Bruno Schneider de Araujo, Patrícia Rivoire Menelli Goldfeld, Bruno da
Silveira Colombo, Elisa Grando, Laura Vargas Dornelles, Paula Vendruscolo Tozatti, Waldomiro
Carlos Manfroi (orient.) (UFRGS).
Introdução:Em estudo recém concluído, foram avaliados 1217 pacientes acometidos de infarto do miocárdio, em 3
hospitais universitários de referência com as mesmas condutas terapêuticas, visando a identificar dentre outras,
mortalidade intra-hospitalar. Ao contrário da literatura, não foram encontradas diferenças entre gêneros na forma de

591
Ciências da Saúde

tratamento e na mortalidade intra-hospitalar do infarto agudo do miocárdio (IAM). Os aspectos psicológicos, como
fator de risco para doença cardiovascular (DCV), não foram avaliados por questões técnicas. Um novo estudo para
avaliar a relação entre fatores psicológicos e eventos vitais foi programado. Objetivos: Avaliar os níveis de
depressão, estresse e a presença de eventos vitais estressantes em pacientes portadores de síndromes coronárias
agudas e correlacioná-los com gênero e com grau de comprometimento coronário. Materiais e Métodos: Estudo com
delineamento transversal com uma amostra de 1250 pacientes. Estão sendo entrevistados pacientes com doença
arterial coronária (DAC), submetidos a cateterismo cardíaco, na unidade de Hemodinâmica do Serviço de
Cardiologia do HCPA. Para a avaliação dos aspectos clínicos, são coletadas informações sobre dados pessoais,
incluindo fatores de risco para DAC, dados do exame físico e do cateterismo cardíaco. Para a avaliação da depressão
e dos eventos vitais, são aplicados o Inventário de Depressão de Beck (BDI)1, 2, a Escala de Avaliação de
Reajustamento Social3 e o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL)4. Resultados e Conclusões:
O trabalho está em fase de coleta de dados e ainda não apresenta resultados.

Sessão 35
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física B

A INSERÇÃO DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS MODERNOS: O PIONEIROISMO DA


292 DELEGAÇÃO DE 1920. Vicente Cabrera Calheiros, Silvana Vilodre Goellner (orient.) (UFRGS).
Esta pesquisa tematiza o processo de inserção de atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos Modernos. Tem
como recorte a Olimpíada da Antuérpia - Bélgica, realizada em 1920, um marco da participação brasileira neste
evento internacional, seja porque foi nossa primeira participação, seja porque conquistou medalhas mesmo diante da
inexistência de uma estrutura esportiva consolidada no país. Fundamentada na perspectiva teórica da história
cultural, as fontes privilegiadas para o estudo encontram-se na Coleção Olímpica do Centro de Memória do Esporte
que contém documentos textuais e iconográficos que narram essa participação. A partir dessas fontes analisamos o
contexto esportivo brasileiro do período tentando identificar como foi feita a seleção dos atletas, os motivos pelos
quais o Brasil se fez representar nesse evento, como aconteceu essa participação, enfim, narrar à história da inserção
brasileira nas Olimpíadas. Os dados oriundos do acervo Olímpico estão sendo analisados juntamente com outras
fontes tais como jornais da época, livros e registros sobre as Olimpíadas de 1920. A pesquisa encontra-se em sua fase
inicial, mas já é possível identificar o pioneirismo dos atletas que, sem incentivo governamental, arcaram com
praticamente todos os seus gastos. Merece destaque, ainda, a estreita relação entre os atletas e o Exército brasileiro
visto que vários deles eram militares, motivo que, em parte, explica a origem das medalhas conquistadas, todas
relacionadas à modalidades do tiro. Ciente de que o esporte constitui a identidade nacional esta pesquisa refere-se
também à cultura nacional visto que o esporte é uma de suas principais manifestações.

GRÊMIO ESPORTIVO FORÇA E LUZ: A EMERGÊNCIA DE UM CLUBE DE FUTEBOL DE


293 OPERÁRIOS EM PORTO ALEGRE (1921). Juliano da Silva Monteiro, Janice Zarpellon Mazo
(orient.) (UFRGS).
A descaracterização do futebol como um esporte de caráter excludente das classes menos favorecidas, a partir da
fundação de clubes esportivos nas empresas e nos bairros proletários do Rio Grande do Sul, em muito contribuiu
para o desenvolvimento e a evolução do futebol brasileiro. O trabalho aborda a trajetória de um clube de futebol de
significativa importância no cenário esportivo porto-alegrense a partir da década de 1920: o Grêmio Esportivo Força
e Luz. Esta associação de futebolistas reunia os trabalhadores da empresa ‘Companhia Força e Luz Porto-Alegrense’
fundada no mesmo período. O objetivo deste trabalho é o de recuperar a memória do Grêmio Esportivo Força e Luz
e compreender a sua contribuição para o associativismo esportivo do futebol gaúcho. Para tanto, serão consultadas
diversas fontes impressas, como a revista comemorativa de 79 anos do clube, o Almanaque Esportivo do Rio Grande
do Sul, a Revista do Globo, jornais, além de artigos sobre o futebol no Rio Grande do Sul. A análise preliminar das
informações coletadas sugere que o “Força e Luz” significou a organização de um espaço de interação social para os
trabalhadores praticarem o futebol em Porto Alegre, que desde o princípio do século XX estava restrito aos clubes de
elite da cidade.

REPRESENTAÇÕES DE CORPOS EM MATERIAIS PUBLICITÁRIOS DE ACADEMIAS DA


294 CIDADE DE PORTO ALEGRE. Christine Garcia de Souza, Silvana Vilodre Goellner (orient.)
(UFRGS).
No Brasil, desde os anos 80 do século XX, começou a desenvolver-se um mercado de trabalho bastante específico: as
academias de ginástica que, além dessa atividade corporal, oferecem muitas outras tais como musculação e variados
estilos de dança. Em Porto Alegre existe por volta de 300 academias, o que demonstra ser grande a oferta de práticas
relacionadas ao condicionamento físico, seja ela em busca de saúde, de melhorias estéticas ou de lazer. Tendo em
vista essa profusão de ofertas, esta pesquisa objetiva analisar os materiais de divulgação produzidos por algumas
academias da cidade, bem como relacioná-los com o trabalho que desenvolvem no que respeita as atividades
corporais e esportivas. Para tanto, entendendo que essas práticas produzem representações de masculinidade e

592
Ciências da Saúde

feminilidade, foram selecionadas propagandas que contenham impressas imagens corporais, buscando analisar quais
são as representações de corpos que circulam nesses materiais publicitários. Baseado nos estudos culturais e de
gênero coletou-se materiais de trinta academias, cujas estratégias de divulgação envolvam fachadas, outdoors e/ou
panfletos que exibam na sua composição fotos ou desenhos de corpo. É possível identificar, no material coletado,
que as mulheres em sua grande maioria são exibidas de forma a ressaltar aspectos vinculados a um jeito feminino de
ser (sorridentes e graciosas) e os homens em situações que exibam força e virilidade. (PET/ ESEF/UFRGS)

CANOTTIERI DUCCA DEGLI ABRUZZI: O PROCESSO DE NACIONALIZAÇÃO DO


295 ‘CLUBE DE REMO DOS ITALIANOS’ EM PORTO ALEGRE (1908-1963). Tiago Oviedo Frosi,
Janice Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo denominado “História Cultural do Associativismo
Esportivo no Rio Grande do Sul (meados do século XIX/meados do século XX)”, o qual busca recuperar e
compreender a constituição dos clubes esportivos na cidade. A pesquisa sobre o Club Italiano Canottiere Ducca degli
Abruzzi, fundado pelos imigrantes italianos e seus descendentes em Porto Alegre, tem como objetivo recuperar a
história desta associação e compreender a repercussão do processo de nacionalização do ‘clube de remo dos
italianos’ ocorrido no final da década de 30. Já havia clubes de remo na cidade que congregavam os imigrantes
alemães e seus descendentes e outros que majoritariamente reuniam os luso-brasileiros. A coleta de informações será
realizada em fontes impressas primárias e secundárias, bem como através de depoimentos orais de pessoas ligadas ao
Canottiere. Os resultados mostram que o Abruzzi foi o primeiro e único clube de remo organizado pelos ‘italianos’
na cidade de Porto Alegre, além de ter sido uma resposta à ‘xenofobia-esportiva’ dos descendentes de alemães na
cidade. Também percebeu-se que a onda de nacionalismo, devido às Grandes Guerras e a força que a Liga de Defesa
Nacional, na figura de Túlio de Rose (no período grande figura no clube) e a própria opinião pública, forçaram a
mudança do nome do clube para Clube de Regatas Duque de Caxias, e posteriormente ocasionaram a fusão do
mesmo ao Grêmio F.B.P.A.

ANATOMIAS DO DETALHE: UMA ANÁLISE SOBRE OS CORPOS DE ATLETAS


296 MASCULINOS DO FISICULTURISMO. Eduardo Pinto Machado, Lucas Guimarães Rechatiko
Horn, Carlos Figueiredo Alves, Cristiano Masera Philomena, Silvana Vilodre Goellner (orient.)
(UFRGS).
O fisiculturismo é um esporte que gradativamente tem aumentado o número de participantes. Colaboram para esse
interesse, a valorização contemporânea da aparência corporal e a vigorexia. Inicialmente denominado de culturismo,
tem suas origens no século XIX na Europa tendo como primeiro ícone Eugene Sandow, pioneiro na arte de desenhar
o corpo através do desenvolvimento e delineamento muscular. Fundamentada no aporte teórico da História Cultural
(Pesavento, 2004) e na perspectiva metodológica da análise de imagens paradas (Penn, 2002), esta pesquisa objetiva
verificar as diferenças apresentadas na aparência dos corpos de fisiculturistas homens ao longo do desenvolvimento
deste esporte. Para tanto traz como recorte para os dois principais eventos desta modalidade: o Mister Universo que
iniciou em 1950 e o Mister Olímpia existente desde 1965. Da análise das fotografias de atletas vencedores destas
competições é possível identificar que a anatomia muscular dos atletas foi-se alterando significativamente. Nos
primeiros concursos os vencedores apresentavam corpos harmoniosos com grande simetria entre os músculos
trabalhados. A partir dos anos 70 essa imagem sofre alterações: os detalhes na massa corporal passam a ser cada vez
mais evidenciados. As estrias das fibras musculares, as ramificações vasculares, o delineamento dos músculos
geraram o que alguns autores têm denominado de detalhe anatômico do corpo (Courtine, 1995; Fraga, 2001).
Pesquisas desta natureza tornam-se relevantes, porque ajudam a perceber que o corpo é uma produção cultural que, a
cada tempo e cultura, é significado de forma específica e distinta. No campo esportivo, permite identificar que os
usos das tecnologias aplicadas ao treinamento e ao corpo dos atletas alteram suas aparências cuja valorização longe
de ser universal é historicamente datada.

AS PROFESSORAS DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO RS DE 1940 A


297 1950: VOZES DO PASSADO. Camile Saldanha de Barros Bueno Romero, Silvana Vilodre Goellner
(orient.) (UFRGS).
Esta pesquisa aborda a inserção das mulheres como docentes na Escola Superior de Educação Física (ESEF) do RS.
Objetiva analisar como as mulheres que compunham os primeiros quadros de professoras desta instituição
construíram sua carreira profissional, primeiro como universitárias e, posteriormente, como professoras.
Fundamentada no aporte teórico-metodológico da história oral, esta pesquisa privilegia a memória dos sujeitos
entrevistados cientes de que seus depoimentos, ainda que sejam passíveis de questionamentos, são fontes importantes
de investigação. Como procedimentos metodológicos são utilizados os seguintes passos: Realização da entrevista,
Transcrição da entrevista, Conferência de fidelidade, Copidesque, Assinatura de carta de cessão de direitos autorais
ao Centro de Memórias do Esporte (ESEF/UFRGS), Catalogação, Disponibilização para consulta. Além das
entrevistas servirem como fontes privilegiadas desta pesquisa, os livros e atas que compõem o acervo da ESEF-
UFRGS onde é possível identificar as primeiras alunas e, assim, buscar maiores informações sobre as mesmas. O
recorte temporal escolhido está relacionado com os registros encontrados no acervo da ESEF que apontam ser o ano
de 1940 o que primeiramente formou mulheres. A pesquisa encontra-se ainda em andamento, no entanto, diante dos

593
Ciências da Saúde

dados empíricos já analisados é possível observar que as primeiras mulheres que freqüentaram a ESEF tiveram como
forte alicerce a identificação com o esporte e a grande vontade de romper com a resistência à inclusão feminina nas
atividades físicas que, conforme destacado na literatura era muito forte na época do estudo. Nesse sentido sua
inserção nesta instituição de ensino constituiu-se em um exercício de sociabilidade e de afirmação dentro do cenário
esportivo gaúcho.

A PRÁTICA DO TURFE EM PORTO ALEGRE: UM ESTUDO HISTÓRICO SOBRE SUA


298 EMERGÊNCIA E DECLÍNIO (1875/1910). Ester Liberato Pereira, Janice Zarpellon Mazo (orient.)
(UFRGS).
O presente estudo trata de uma prática esportiva que influenciou a formação sócio-cultural de Porto Alegre: o Turfe.
Faz parte de uma pesquisa mais ampla que aborda a história cultural do associativismo esportivo no Rio Grande do
Sul. O objetivo do estudo é compreender que fatores sócio-culturais favoreceram a emergência da prática do turfe na
capital do Estado do Rio Grande do Sul na segunda metade do século XIX, e o seu declínio no final da década de
1910. A coleta de dados foi realizada em fontes primárias e secundárias, bem como por fontes orais, que foram
submentidas a análise documental. Constatou-se que até o final do século XIX, houve a emergência de quatro
hipódromos em Porto Alegre, possivelmente devido a explosão demográfica, cultural e econômica, além do
progressivo interesse pelas atividades ao ar livre. Todavia, aliado ao desenvolvimento e urbanização da cidade,
nasciam os clubes de futebol, o cinema e o teatro, os quais gerariam um novo foco de interesse. Tais fatores podem
ter contribuído para a crise à prática turfística. Nesse sentido, surge a Associação Protetora do Turfe em 1907, que
contribuiu para que o Prado Independência, o único existente até o final da década de 1910, mantivesse suas
atividades no mesmo local. Em 1959 foi transferido para o Bairro Cristal, onde se encontra atualmente.

Sessão 36
Aspectos Biomecânicos da Atividade Física B

MODELAMENTO MATEMÁTICO DO CUSTO ENERGÉTICO DA CORRIDA DE


299 VELOCIDADE. Roberto Lampert Ribas, Thiago Corrêa Duarte, Elisandra Furlan de Lima Cmapos,
Carlos Coutinho, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (UFRGS).
Na tentativa de compreender os aspectos mecânicos e energéticos da locomoção, diversos estudos procuram
desenvolver modelos teóricos que proporcionem um avanço na compreensão do fenômeno. O objetivo deste estudo
foi construir um modelo matemático para predizer o custo energético de atletas de elite durante provas de velocidade.
As informações de entrada são as velocidades instantâneas a cada 10 metros, a estatura e a massa corporal dos cinco
finalistas da prova de 100 metros rasos do Campeonato Mundial de Atletismo de 1997. O modelo foi criado em
ambiente Matlab. A partir de um procedimento de interpolação foram estimadas as velocidades e acelerações
instantâneas durante toda a prova. O Custo energético (Cen) representa a energia despendida pelo atleta para realizar
os gestos motores durante a prova. Partindo do principio de que um corpo tende a permanecer em repouso até que
alguém ou algum objeto aplique uma força sobre ele, os atletas necessitam de uma força resultante diferente de zero
para conseguirem se deslocar no momento da largada. Para se obter essa força, gerando assim um deslocamento é
necessário um gasto energético muito alto, e essa energia varia de acordo com a massa e a inclinação do atleta em
relação ao solo, ou seja, cada atleta terá um custo energético diferente, pois possuem diferentes estaturas, massas
corporais e correm em diferentes inclinações, mudando assim a energia necessária para vencer a resistência do ar. O
maior Cen foi encontrado nos metros inicias de prova, devido a grande aceleração dos atletas. O Cen médio dos
cinco atletas durante a prova foi de 6, 827 J.Kg –1.m –1, esse valor revela que a média representa apenas 15, 47% do
Cen de pico, que ocorreu nos primeiros 10 metros da prova.. A construção do modelo mostra que o Cen é muito
elevado no início da prova e caí de maneira exponencial no decorrer do percurso.

CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA MUSCULAR E SINAL EMG DO QUADRÍCEPS FEMORAL


300 EM CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS E DINÂMICAS. Gerusa Rodrigues da Luz, Marcelo La Torre,
Davi Schilling, Everton Vogth, Claudia Tarrago Candotti (orient.) (UNISINOS).
O objetivo deste estudo foi correlacionar o comportamento neuromuscular com a força muscular resultante (FMR)
dos extensores do joelho, durante contrações isométricas e dinâmicas. Dez indivíduos fisicamente ativos foram
submetidos a dois protocolos de avaliação de força do quadríceps femoral direito: (1) protocolo isométrico, onde os
indivíduos realizaram duas contrações voluntárias máximas isométricas (CVMI) em três diferentes ângulos de flexão
de joelho (90°, 60° e 30°); (2) protocolo dinâmico, onde os indivíduos realizaram um teste de repetição máxima
(1RM) em uma cadeira extensora. Foram registrados simultaneamente sinais de força externa, ângulo e EMG durante
ambos protocolos. O sinal EMG foi analisado através do envelope RMS em janelas de 1s do tipo Hamming e
normalizado pelo valor obtido em 90º de flexão. A atividade neuromuscular dos extensores do joelho foi obtida a
partir da média ponderada pela área de secção transversa fisiológica de cada músculo. A FMR foi estimada a partir da
análise biomecânica do exercício de extensão de joelho, em ambos os protocolos, utilizando um modelo
bidimensional de segmentos articulados associado à técnica da dinâmica inversa. Os resultados preliminares de 4

594
Ciências da Saúde

sujeitos foram submetidos ao teste de correlação de Pearson que evidenciou, na situação isométrica máxima,
nenhuma correlação significativa e na situação dinâmica máxima, correlações fracas e significativas, tanto na fase
concêntrica (r=0, 282; p=0, 039) quanto na fase excêntrica (r=0, 341; p=0, 030) entre o valor RMS e a FMR dos
extensores do joelho. Estes resultados ainda são inconclusivos sobre a relação entre atividade elétrica e força
muscular.

RESPOSTAS NEUROMUSCULARES DO EXERCÍCIO DE CORRIDA ESTACIONÁRIA


301 REALIZADO POR MULHERES EM DIFERENTES CADÊNCIAS NOS MEIOS AQUÁTICO E
TERRESTRE. Natália Amélia da Silva Azenha, Cristine Lima Alberton, Eduardo Silva, Eduardo
Cadore, Marcus Peikriszwili Tartaruga, Stephanie Santana Pinto, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O objetivo do presente estudo foi determinar a amplitude do sinal eletromiográfico (EMG) dos músculos reto
femoral (RF), vasto lateral (VL), semitendinoso (ST) e porção curta do bíceps femoral (BF), expressos como
percentual da contração voluntária máxima (%CVM), no exercício de corrida estacionária em diferentes cadências
no meio terrestre (MT) e aquático (MA). A amostra foi composta por 12 mulheres aparentemente saudáveis (22,
33+0, 57 anos) que participaram de uma sessão de avaliação. Essa sessão iniciou com a coleta da CVM para cada um
dos músculos analisados. A seguir a corrida estacionária foi realizada nos MT e MA (intervalo de 2h) nas cadências
de 60, 80 e 100 bpm durante 4 minutos (intervalo 5 minutos) e no máximo esforço por 15 segundos. Utilizou-se
ANOVA fatorial por modelos mistos e post-hoc de Tukey, com p<0, 05 (SPSS 13.0). Como resultados, não foram
encontradas diferenças significativas entre as cadências submáximas, tanto no MT quanto no MA. Entretanto,
quando comparou-se essas cadências com o máximo esforço, encontrou-se diferenças significativas para ambos os
meios (p<0, 001). Já quando são comparados os MT e MA, verificaram-se diferenças significativas para os músculos
RF, VL e BF em todas as cadências, com o %CVM sempre maior no MT. Todavia, não encontrou-se diferenças
significativas entre os meios quando o exercício foi realizado no máximo esforço (p≤0, 029). Sendo assim, pode-se
afirmar que o exercício de corrida estacionária apresentou um EMG menor no MA para intensidades submáximas.
Já, quando o mesmo exercício foi realizado em uma velocidade máxima de execução, verificaram-se respostas
similares de EMG em ambos os meios e maiores quando comparadas com as cadências submáximas. Tais resultados
demonstram que, independente do meio, a velocidade máxima de execução obteve maior magnitude no EMG de
todos os músculos analisados.

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DO MOVIMENTO ESCAPULAR E RITMO ESCÁPULO-


302 UMERAL DURANTE A ABDUÇÃO DO OMBRO. Marcelo Peduzzi de Castro, Daniel Cury Ribeiro,
Joelly Mahnic de Toledo, Felipe de Camargo Forte, Kassiele Tais Rouch, Rodrigo Varella Milano,
Daniela Aldabe, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (IPA).
O movimento da escápula no tórax ocorre em três dimensões e a relação deste movimento com o movimento do
úmero é chamado de ritmo escápulo-umeral (REU). Na clínica, o REU é assumido como um índice de qualidade do
movimento do complexo do ombro. O objetivo do presente estudo é analisar em 3D o movimento escapular e o ritmo
escápulo-umeral durante a abdução do ombro. Para isso, 10 indivíduos (idade: 26, 2 ± 4, 1) saudáveis foram
analisados durante o gesto de abdução do ombro no plano coronal de maneira semi-dinâmica (posturas de 0º, 30º,
60º, 90º, 120º e 150º) por meio de videogrametria. O REU foi obtido por meio da razão entre variação do movimento
umeral e escapular. A orientação da escápula (média em graus e desvio padrão) na posição neutra (0º) de inclinação
posterior, báscula lateral e rotação externa (sinal negativo representa o movimento oposto) foi, respectivamente:
33.8(±12.7), -2.7(±9.5) e 15.7(±1); em 30º: 33.3(±12, 2), 4.8(±10.7), 13.7(±1.3); e, 60º: 32.4(±5.4), 12.3(±12.7),
11.6(±1.8); em 90º: 28.4(±6.2), 20.1(±10), 16(±2.7); em 120º: 29.3(±3.9), 29.2(±7.4), 11.3(±3.9) e em 150º:
16.5(±8.8), 30.4(±11), 10.3(±7.5). O REU de inclinação anterior foi: 3.4(±2.8), de báscula lateral: 2.6(±0.6) e de
rotação interna: 7(±47). Analisando os resultados, nota-se que há uma grande variabilidade do movimento escapular
entre os indivíduos. Entretanto, identifica-se um comportamento similar onde a escápula no início do movimento
encontra-se inclinada posteriormente, praticamente neutra em relação a báscula e em rotação externa. E a medida que
ocorre a abdução do ombro, a escápula inclina anteriormente de forma relativa, realiza uma báscula lateral e uma
leve rotação interna. Analisando o REU, nota-se que o movimento mais presente durante a abdução é a báscula
lateral, seguido da inclinação anterior e rotação interna.

RESPOSTAS ELETROMIOGRÁFICAS INDUZIDAS PELO ISOLAMENTO SOBRE OS


303 ELETRODOS DE SUPERFÍCIE E PELA IMERSÃO. Giane Veiga Liedtke, Cristine Lima Alberton,
Eduardo Marczwski da Silva, Eduardo Lusa Cadore, Marcelo Coertjens, Stephanie Santana Pinto, Luiz
Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O objetivo do presente estudo foi verificar alterações no sinal eletromiográfico (EMG) durante contrações
isométricas realizadas nos meios aquático e terrestre. Oito mulheres (23 ± 1 anos) realizaram contrações isométricas
voluntárias máximas em um dinamômetro isocinético para o registro do pico do torque dos extensores do joelho e do
sinal EMG do músculo vasto lateral (flexão do joelho em 90°) com e sem isolamento sobre os eletrodos de
superfície. Em seguida, outra contração voluntária máxima foi realizada contra resistência fixa nos meios terrestre e
aquático. Para a análise estatística utilizou-se o Teste-T pareado, com p<0, 05 (SPSS versão 11.0). Nenhuma
diferença significativa foi encontrada entre os valores rmsEMG para o vasto lateral nas situações com (0, 560 ± 0,

595
Ciências da Saúde

118 mV) e sem (0, 538 ± 0, 110 mV) isolamento (p=0, 306), para valores de pico de torque similares (p=0, 191). Os
mesmos resultados foram encontrados comparando os meios terrestre (0, 428 ± 0, 054 mV) e aquático (0, 388 ± 0,
105 mV) (p=0, 446). O uso de adesivos resistentes à água não alterou o sinal EMG. Além disso, não houve
diferenças nos valores rmsEMG durante a contração voluntária máxima realizada nos meios aquático e terrestre,
sugerindo que o meio não influenciou a amplitude do rmsEMG.

ANÁLISE DO TORQUE DE RESISTÊNCIA DO MOVIMENTO DE EXTENSÃO DE QUADRIL


304 REALIZADO NO CADILLAC: UM ESTUDO PILOTO. Lara Elena Gomes, Artur Bonezi, Gustavo
Henrique Marquardt, Everton Vogt, Lucas Dutra Araújo, Yumie Okuyama da Silva, Mônica de Oliveira
Melo, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (UFRGS).
No método Pilates, um dos exercícios para o fortalecimento dos extensores do quadril, tem sido comumente
realizado no aparelho Cadillac. No entanto, os critérios de escolha das variavéis que modulam a sobrecarga oferecida
pelo aparelho conta com a sensação subjetiva do aluno. No intuíto de fornecer critérios objetivos para a prescrição e
evolução desses exercícios, os objetivos deste estudo foram: a) avaliar o comportamento do torque de resistência do
movimento de extensão do quadril, e b) verificar os efeitos do torque de resistência sobre os músculos motores
primários do movimento avaliado. Para isso, um indivíduo executou 10 repetições do exercício, partindo de 90º de
extensão do quadril até 0º, sendo continuamente registrados valores de força externa e ângulos articulares, utilizando
sistema de dinamometria e eletrogoniometria, respectivamente. Como o aparelho permite diversas regulagens, foram
analizadas duas posições extremas, medidas verticalmente com relação ao solo: 1) posição alta (1, 40 m) e 2) posição
baixa (0, 70 m). Foram utilizadas duas molas com diferentes constantes elásticas, mola “amarela” (0, 04 kg/cm) e
mola “verde” (0, 13 kg/cm). Diagramas de corpo livre foram esquematizados e equações de movimentos foram
utilizados para o cálculo do torque de resistência e força muscular. Os resultados preliminares indicam que o
comportamento dos torques de resistência foram crescente-descrescente para todas as situações avaliadas, sendo que
o exercício realizado com a mola verde na posição alta, tende a apresentar um torque de resistência maior no final da
amplitude de movimento quando comparado ao inicío. Isso provavelmente gera diferentes respostas musculares, no
entanto até o presente momento, não foi possível estimar os efeitos dessa sobrecarga sobre a musculatura, uma vez
que a análise dos dados está em andamento.

PADRÕES RESPIRATÓRIOS E CINEMÁTICA DE NADO “CRAWL” EM NADADORES


305 UNIVERSITÁRIOS. José Guilherme Machado do Couto, Flavio Antonio de Souza Castro (orient.)
(UFRGS).
A fim de verificar a influência do lado da respiração e da freqüência respiratória sobre variáveis cinemáticas do nado,
11 nadadores universitários (dez homens e uma mulher) realizaram sete repetições de 25 m, nado crawl, em máxima
intensidade, variando o lado de respiração (preferência ou oposto ao de preferência) e também a freqüência
respiratória (a cada ciclo, a cada dois ciclos ou a cada três ciclos), escolhidas por sorteio, além de uma repetição sem
o gesto da respiração. O tempo (T), a velocidade média de nado (VN), a distancia média de ciclo (DC) e a freqüência
média de ciclo (FC) foram obtidos. As repetições foram gravadas no plano sagital com a utilização de videogrametria
em duas dimensões do nado crawl executado pelo nadador. Estatura, massa e envergadura foram mensuradas. A
análise estatística (p<0, 05) indicou que, em nadadores desse nível, a utilização do lado de preferência ou oposto ao
de preferência não influenciou os resultados das variáveis. Quanto à freqüência respiratória, não respirar e respirar
com menor freqüência foram capazes de proporcionar melhores valores cinemáticos para o nado crawl.

DIFERENÇAS NA CINEMÁTICA ESCAPULAR DURANTE A ABDUÇÃO DO OMBRO


306 DINÂMICA E “QUASE-ESTÁTICA”. Taiana Silveira Körbes, Marcelo Peduzzi Castro, Joelly
Mahnic de Toledo, Daniel Cury Ribeiro, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (IPA).
O movimento da escápula no tórax ocorre em três dimensões e é de fundamental importância para que a amplitude
de movimento do ombro seja completa. Mensurar o movimento escapular corretamente permite uma análise
cinemática mais detalhada e confiável, possibilitando uma melhor compreensão do complexo articular do ombro. O
objetivo do presente estudo é verificar as diferenças na cinemática escapular durante a abdução do ombro mensurada
de forma dinâmica e “quase-estática”. A posição da escápula de dez indivíduos saudáveis (idade: 26, 2 ± 4, 1) foi
mensurada durante o gesto de abdução do ombro no plano coronal de maneira dinâmica (de 0º a 150º de amplitude) e
“quase-estática” (abdução isométrica nos ângulos de 0º, 30º, 60º, 90º, 120º e 150º) por meio de videogrametria, a
partir das imagens de 5 câmeras de vídeo. A análise cinemática escapular foi realizada em 3 dimensões,
representando os movimentos de báscula, rotação e inclinação. Os resultados preliminares indicam que embora haja
um comportamento similar entre as duas medições, não há concordância entre os valores absolutos de cada medição
nas posições avaliadas. Por exemplo, nas posições 0° e 30° de abdução, a medição dinâmica aponta, respectivamente,
uma báscula de 11° e 10°, enquanto que a medição “quase-estática” apresenta uma báscula de 10° e 3°. A
movimentação da pele com relação às estruturas ósseas parece ser o principal fator desta diferença. Partindo do
pressuposto que a medição “quase-estática” apresenta melhor confiabilidade, e que os comportamentos de ambas as
medições são similares, talvez a correção de uma medição com base na outra possa ser feita no sentido de melhorar a
qualidade das medições realizadas.

596
Ciências da Saúde

AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DA MARCHA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS


307 ATRAVÉS DO ÍNDICE DA MARCHA DINÂMICA (DYNAMIC GAIT INDEX). Norma Vidal de
Alemar Rodrigues, Marta Saldanha Pedron Frizzo, Renata Lenz de Brum (orient.) (ULBRA).
OBJETIVO. Verificar se há risco de quedas em idosos durante a marcha, utilizando o teste de Índice da Marcha
Dinâmica ou Dynamic Gait Index (DGI), que é uma avalição clínica padronizada que ajuda a avaliar a habilidade do
sujeito de modificar a marcha em resposta à mudanças exigidas. SUJEITOS. Participaram do teste indivíduos com
AVDs independentes, que fizessem uso de órtese ou não, e que não tivesse doença neurodegenerativa, sendo um total
de nove idosos, moradores do asilo Lar Sagrada Família, na cidade de Montenegro – RS. Com idade variável entre
67 à 88 anos, com média de 79, 2 anos. CASUÍSTICA E MÉTODOS. Os dados foram colhidos no asilo Lar Sagrada
Família, onde ocorreu a aplicação do teste DGI, que é constituído de 8 tarefas funcionais que inclui: superfície plana,
mudanças na velocidade da marcha, movimentos horizontais e verticais da cabeça, passar por cima e contornar
obstáculos, giro sobre o seu próprio eixo corporal, subir e descer escadas. RESULTADOS. No total de 9 idosos, sete
apresentaram risco de quedas e comprometimento da marcha.O maior comprometimento da marcha foi a realização
das tarefas com movimentos horizontais e verticais da cabeça, passar por cima de um obstáculo, subir e descer
degraus. CONCLUSÃO. As atividades físicas realizadas desta população é considerada baixa, e isso resulta em uma
dificuldade de locomoção e equilíbrio durante a marcha, que se reflete no alto risco de queda, ficando assim, a
maioria dos idosos (78%) analisados neste trabalho, tendo maior probabilidade de risco de quedas.

Sessão 37
Controle de Qualidade de Drogas, Fármacos e Medicamentos

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO POR CROMATOGRAFIA


308 LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA PARA ANÁLISE DE FLAVONÓIDES DA VIDEIRA (VITIS
SP.). Renata Biegelmeyer da Silva, Maria Terezinha Kreinecker Dresch, Paulo Mayorga, Amelia
Teresinha Henriques (orient.) (UFRGS).
A videira é uma representante da família Vitaceae, cultivada em regiões de clima tropical, subtropical e temperado.
A uva, fruto da videira é muito utilizada para produção de doces, vinhos, passas e também para o consumo in natura,
porém outras partes desta planta não são muito utilizadas, ou até mesmo são descartadas. Visando um estudo mais
detalhado da videira, objetivou-se, neste trabalho, o desenvolvimento e a validação de um método analítico por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para análise de flavonóides presentes na planta. Para o
desenvolvimento deste, utilizou-se extratos de várias partes da videira. A análise cromatográfica foi realizada em
cromatógrafo Waters Alliance modelo 2695, com injetor automático e detector com arranjo de fotodiodos. Após
testes em diversas colunas e com vários tipos de fase móvel, foi utilizado um sistema de gradiente linear utilizando
como eluentes: água: TFA e acetonitrila: TFA, coluna de fase reversa C18 (4, 6 x 150 mm / 5 mm) e comprimento de
onda de 356 nm. O método desenvolvido foi validado conforme preconizado no guia para validação de métodos
analíticos da ANVISA e demonstrou ser específico, linear (r › 0, 99) e sensível devido aos baixos valores de limite de
detecção (3, 78 mg/mL) e quantificação (12, 61 mg/mL). A precisão foi demonstrada pelos valores de DPR intra e
interdias (inferiores a 2, 5%) e a exatidão pelo percentual de recuperação (98, 02%). A robustez foi demonstrada por
pequenas modificações no fluxo da fase móvel e no seu pH, sendo que os parâmetros avaliados não modificaram de
forma significativa os teores de flavonóides expressos em rutina. Assim, os resultados indicam que o método por
CLAE validado apresentou-se adequado conforme normas vigentes, podendo ser utilizado para análise de
flavonóides na videira. (PIBIC).

O USO RACIONAL DA ÁGUA NA ÁREA FARMACÊUTICA. Ramon Marx, Mayara Corrêa Lima,
309 Carmen Castro, Cynthia Isabel Ramos Vivas Ponte (orient.) (UFRGS).
Introdução: Atualmente, a discussão do uso racional da água é um item mandatório aos setores que a
utilizam. Na área farmacêutica, encontramos a água como matéria-prima sendo utilizada no setor acadêmico, em
farmácias de manipulação, indústrias farmacêuticas, laboratórios de análises clínicas e em alimentos. Sua aplicação
pode ter finalidades diferentes e, conseqüentemente, padrões de qualidade diferentes. A legislação sanitária
especifica características da água no setor farmacêutico, sendo determinantes e críticas para a produção e qualidade
da água as operações unitárias e equipamentos utilizados. Objetivo: Analisar as operações unitárias e adequação dos
equipamentos envolvidos no processo de produção e qualidade da água frente às normas específicas. Metodologia:
Levantamento das normas específicas, entrevistas e pesquisa de campo em diferentes setores, análise das operações e
equipamentos envolvidos nos sistemas e análises físico-químicas da água. Resultados: Encontramos para cada setor
as seguintes normas: indústria de medicamentos (RDC 210/03), laboratórios de análises clínicas (RDC 302/05),
farmácias de manipulação (RDC 214/06). Diferentes sistemas de obtenção de água foram encontrados, na academia,
em laboratório de análises clínicas e em hospital, envolvendo operações unitárias como filtração, deionização,
destilação, adsorção e osmose reversa. Para verificar a adequação dos equipamentos utilizados em relação à
qualidade da água obtida, estão sendo inicialmente realizadas análises físico-químicas da água. Os responsáveis pelos
sistemas mostraram-se preocupados com o baixo rendimento dos mesmos. Em continuidade, serão analisados outros

597
Ciências da Saúde

setores e está sendo proposto um grupo de trabalho para a discussão da adequação de operações e equipamentos para
o uso racional de água.

VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA


310 EFICIÊNCIA (CLAE) PARA DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DE ENTACAPONA EM
COMRPIMIDOS REVESTIDOS. Heloísa Mazotti Lopes Gonçalves, Clésio Soldatelli Paim, Martin
Steppe (orient.) (UFRGS).
A doença de Parkinson é uma síndrome neurodegenerativa, caracterizada por bradicinesia, tremor der repouso,
rigidez, tremor unilateral de um dos membros e anomalias dos reflexos posturais. A associação de levodopa e
carbidopa é a principal escolha para o tratamento da doença de Parkinson, bem como a utilização dos inibidores da
catecol-o-metiltransferase (COMT), como terapia adjuvante. A entacapona, principal representante dos inibidores da
COMT, tem a capacidade de inibir essa enzima e, assim, evitar o catabolismo da levodopa, evitando a formação de
3-O-metildopa. Na bibliografia pesquisada constam apenas referências que relatam à quantificação de entacapona em
fluidos biológicos por cromatografia líquida de alta eficiência e eletroforese capilar. Assim sendo, o objetivo desse
trabalho foi desenvolver e validar um método de quantificação da entacapona em comprimidos revestidos através de
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). As análises cromatográficas foram realizadas em cromatógrafo a
líquido Shimadzu em coluna ACE® octadecilsilano (250mm x 4mm, 5µm) e detecção em 305 nm. A utilização de
água pH 3, 0 (ajustada com ácido fosfórico 10%) e acetonitrila (65:35) mostrou-se adequada, proporcionando um
tempo de retenção reprodutível, de aproximadamente 6, 7 minutos, excelente eficiência, simetria (1, 1) e boa
resolução entre o fármaco e o produto de fotodegradação. Os resultados obtidos demonstram que o método apresenta
especificidade, linearidade (r = 0, 9998), precisão (repetibilidade e precisão intermediária), exatidão (98, 50%) e
robustez. Assim, o método desenvolvido pode ser utilizado para controle de qualidade de rotina de comprimidos
revestidos de entacapona.

VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA


311 EFICIÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DA TELITROMICINA NA FORMA FARMACÊUTICA
COMPRIMIDO REVESTIDO E ESTUDO PRELIMINAR DE SUA ESTABILIDADE. Alini Dall
Cortivo Lange, Lauren Vaucher, Elfrides Eva Scherman Schapoval (orient.) (UFRGS).
A telitromicina é o primeiro membro de uma nova família da classe dos macrolídeos, os CETOLÍDEOS. Foi
especificamente desenvolvida para o tratamento de infecções do trato respiratório, possui amplo espectro, com
atividade contra patógenos respiratórios comuns, incluindo infecções causadas por S. pneumoniae resistentes a vários
fármacos, em pacientes com mais de 18 anos (BALFOUR e FIGGITT, 2001). Por tratar-se de um produto novo e de
recente inclusão no mercado, não possui monografia em Código Oficial, não havendo registros para determinações
qualitativas e quantitativas deste fármaco na matéria-prima e em sua forma farmacêutica. Baseando-se nestes
aspectos, planejou-se o desenvolvimento e a validação de metodologia para determinação quantitativa de
telitromicina em comprimidos revestidos. Para isso avaliou-se a especificidade (através da verificação da
interferência dos excipientes e da formação de prováveis produtos de degradação em condições de estresse –
hidrólise ácida e alcalina, fotoquímica, oxidativa e térmica), linearidade, precisão, exatidão e robustez. Os resultados
obtidos demonstraram que o método é especifico frente à solução placebo e frente aos produtos de degradação
forçada (obtido pelo estudo preliminar da estabilidade do fármaco), linear (r=0, 9999), preciso (intradia: 101, 9; 100,
4; 100, 9% - DPR de 1, 04, 0, 23 e 0, 45 e interdia: 101, 06% - DPR 0, 75), exato (recuperação média de 100, 78%),
e robusto (sendo possível a quantificação do fármaco frente a pequenas modificações, como pH da fase móvel,
temperatura de análise e proporção da fase móvel). Pode-se então observar que o método por CLAE para
determinação de telitromicina em comprimidos revestidos é adequado para sua utilização no controle de qualidade da
forma farmacêutica analisada.

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO E DOSEAMENTO POR


312 VOLUMETRIA PARA O CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA EM FARMÁCIAS
MAGISTRAIS. Lucia Naomi Morimoto, Ana Maria Bergold (orient.) (UFRGS).
O consumo de medicamentos preparados em farmácias magistrais brasileiras é bastante elevado (73%). O cloridrato
de sibutramina monoidratado (SIB) está entre os anorexígenos mais prescritos; não possui uma metodologia oficial
para o seu controle de qualidade. Considerando tais aspectos, o presente trabalho objetiva o desenvolvimento de
métodos de identificação e doseamento para a SIB, praticáveis em farmácias magistrais. Utilizou-se quatro amostras
do fármaco, que foram identificadas através da técnica espectrofotométrica (IV), faixa de fusão (FF) – 2 métodos - e
cromatografia em camada delgada (CCD) e para o doseamento, a volumetria em meio não aquoso (VMNA). No
desenvolvimento da técnica CCD foram testados os parâmetros: concentração de SIB ideal (µg/placa), escolha do
padrão para comparação com dos valores de Rf, sistemas de fase móvel. Foi avaliada a reprodutibilidade do método
frente a outras amostras de SIB. Para cada amostra foram calculados o Rf e o Rx correspondente. Para o doseamento,
foram testados vários métodos por VMNA. Resultados da FF foram diferentes entre si. Na CCD, 30 µg/placa é a
concentração ideal de análise; etanol puro foi considerado o sistema eluente mais adequado e o padrão de trabalho
escolhido foi o cloridrato de diltiazem. Os resultados de Rf e Rx não apresentaram diferença significativa, indicando
que, a CCD é um método de identificação reprodutível e passível de ser realizado. Na VMNA optou-se por métodos

598
Ciências da Saúde

que utilizavam uma mistura de ácido acético glacial e anidrido acético como solventes por serem menos insalubres e
com menor toxicicidade ambiental, embora os teores encontrados entre os diferentes métodos testados por VMNA
não apresentassem diferenças significativas entre os seus resultados, demonstrando adequabilidade para a
quantificação do fármaco em questão.

MÉTODOS ANALÍTICOS APLICADOS AO CONTROLE DE QUALIDADE DO NOVO


313 ANTIFÚNGICO CLORIDRATO DE BUTENAFINA. Gabriela Bolfe de Oliveira, Alini Dall Cortivo
Lange, Nadia Maria Volpato (orient.) (UFRGS).
O cloridrato de butenafina foi introduzido na terapêutica, nos anos 90, para o tratamento de dermatofitoses
desencadeadas, principalmente, por Trichophyton sp. É um derivado benzilamina e atua bloqueando a biosíntese do
ergosterol, composto essencial para a membrana celular fúngica. No que se refere à análise quali e quantitativa do
fármaco, não há praticamente literatura disponível e nenhuma farmacopéia apresenta, até o momento, monografia
para o fármaco. Para garantir que um novo método analítico gere informações confiáveis, deve-se submetê-lo a uma
avaliação denominada validação, cada vez mais exigida pelas agências reguladoras sanitárias e comunidade
científica. Inicialmente, foram realizados ensaios de caracterização, como: faixa de fusão, solubilidade,
espectrofotometria no infravermelho e espectroscopia no ultravioleta. Face à característica de base fraca da
butenafina (grupo amina terciária), como primeiro método de análise, foi realizada a sua determinação por
titulometria ácido-base em meio não-aquoso. Foi utilizada solução volumétrica de HClO4 em ácido acético glacial
com determinação visual do ponto de equivalência. O cloridrato de butenafina apresentou fusão entre 212 e 220°C
com pico em 217, 5°C, determinado por DSC. O fármaco apresentou-se facilmente solúvel em metanol, solúvel em
etanol e ácido acético glacial, pouco solúvel em acetonitrila e muito pouco solúvel em água e acetona. O espectro no
UV mostrou dois máximos de absorção, em 223 e 284 nm, porém com diferente intensidade. Pelo método
titulométrico, a pureza média encontrada para o fármaco foi de 99, 73% com precisão inter-dia de 0, 47%. O projeto
encontra-se em andamento e a próxima etapa compreenderá o desenvolvimento e a validação de método
espectrofotométrico no UV para o cloridrato de butenafina.

Sessão 38
Enfermagem e Saúde B

A PRÁTICA NO USO DE CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFERICA (PICC) EM


314 NEONATOLOGIA. Elizane Giordani Lemos, Thanize Prates da Rosa, Carol Giordani da Silva,
Dionéia Sparremberger, Andréia Tompsen, Maria da Graca Oliveira Crossetti (orient.) (IPA).
Ao longo de décadas a assistência de enfermagem vem incorporando às suas atribuições novas técnicas buscando
aprimoramento dos cuidados avançando dia a dia responsabilidades com a preocupação de oferecer o melhor
resultado e menor risco ao paciente. Nesta busca, a melhor opção atualmente encontrada com durabilidade,
segurança aos pacientes hospitalizados e em home care é o Cateter Central de Inserção Periférica CCIP / PICC –
Peripherally Insertad Central Catheter. O objetivo deste estudo é apresentar, a comunidade acadêmica o uso do
cateter PICC em neonatologia e suas particularidades. O PICC é um dispositivo vascular de inserção periférica com
localização central, de lúmen único ou duplo. O termo central refere-se à localização da ponta do cateter que deve
estar no terço inferior da veia cava superior, o sua termoestabilidade permite a infusão dos medicamentos, como
drogas vesicantes e irritantes sem danificar veias. É de total importância para os neonatos que utilizam o cateter por
período de médio e longo prazo evitando com isso punções repetitivas e diminuindo o manuseio com recém-nascido.
Os profissionais envolvidos na inserção do cateter são amparados pela resolução do Conselho Federal de
Enfermagem 258/2001. A metodologia aplicada para a realização deste estudo foi através de referencial teórico
embasado nas práticas do cotidiano de trabalho de enfermeiros assistencial de uma Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. Espera-se através desse trabalho aprimorar os conhecimentos em relação ao PICC um avanço tecnológico
no que diz respeito à terapia intravenosa.

AVALIAÇÃO CLÍNICA SISTEMÁTICA E ESTIMATIVA DE CONGESTÃO DE PACIENTES


315 COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA REALIZADOS POR ENFERMEIRA, CARDIOLOGISTA
OU NT-PROBNP. Raquel Azevedo de Castro, Jaquelini Messer Sauer, Luis Eduardo Rohde, Nadine
Oliveira Clausell, Luis Beck da Silva Neto, Eneida Rejane Rabelo da Silva (orient.) (UFRGS).
Introdução: Devido às proporções epidêmicas da insuficiência cardíaca (IC), torna-se importante o treinamento de
enfermeiras para triagem de pacientes. O NT-ProBNP tem sido tradicionalmente associado à congestão. Objetivo:
Avaliar o desempenho diagnóstico de avaliação clínica sistemática e estimativa de congestão realizada por
enfermeira e comparar com avaliação do médico cardiologista e com NT-ProBNP.Métodos: Estudo transversal
prospectivo. Pacientes consecutivos alocados em clínica de IC foram submetidos a exame físico sistematizado
realizado por enfermeira e por médico independentemente. Obteve-se dados clínicos e escore de congestão. NT-
ProBNP foi coletado de todos os pacientes no momento do exame físico. Os escores de congestão obtidos por
enfermeira, por médico e níveis de NT-ProBNP foram analisados por correlação de Spearman. Resultados: Foram

599
Ciências da Saúde

incluídos 35 pacientes ambulatoriais com IC, idade de 54 ± 11 anos e fração de ejeção de 27 ± 9%, a correlação entre
os escores de congestão obtidos por enfermeira e por médico foi de rs= 0, 86; P=0, 0001. A correlação entre escore
de congestão pela enfermeira com NT-ProBNP foi de rs=0, 51; P= 0, 002 e a correlação entre o escore de congestão
pelo médico com NT-ProBNP foi rs=0, 56; P=0, 0009. A correlação entre achados clínicos como hepatomegalia
entre enfermeira e médico foi rs=0, 65; P <0, 0001; de turgência jugular entre enfermeira e médico foi rs=0, 80; P <
0, 0001; e de Ortopnéia (1-5) entre enfermeira e médico foi rs=0, 91; P=0, 0001. Conclusão: Uma avaliação clínica
sistemática e estimativa de congestão de pacientes com IC realizados por enfermeira parece ser factível e com boa
correlação com a avaliação médica cardiológica. As avaliações, de enfermeira e de médico tiveram correlações
semelhantes com o nível de NT-ProBNP.

FAMÍLIA E PACIENTE EM CUIDADO PALIATIVO: DISCURSOS DE CUIDADORES.


316 Fernanda Niemeyer, Helen Mendonça da Rosa, Miriam de Abreu Almeida, Maria Henriqueta Luce
Kruse (orient.) (UFRGS).
Cuidado paliativo é uma abordagem que aumenta a qualidade de vida de pacientes e suas famílias que enfrentam
problemas associados a doenças que ameaçam a vida (OMS, 2006). A idéia de organizar unidade de internação que
reúna os pacientes que necessitam desse tipo de cuidado motivou este estudo. O objetivo desta pesquisa é conhecer
os discursos de familiares sobre a experiência de acompanhar um familiar internado que esteja recebendo cuidados
paliativos. Pretende-se saber o que os familiares esperam do atendimento da equipe de saúde, bem como o que
poderia ser melhorado no ambiente hospitalar para ajudar a enfrentar esta situação. Trata-se de um estudo de caso
coletivo, com abordagem qualitativa. Foram entrevistados dez familiares de pacientes adultos internados em
unidades médico-cirúrgicas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que estavam fora de possibilidade de
tratamento, escolhidos através de busca ativa. A coleta de informações foi realizada através de entrevista semi-
estruturada, tendo como questões norteadoras: Fale sobre a experiência de acompanhar um familiar internado no
hospital. O que você espera da equipe de saúde? O que os profissionais poderiam fazer para ajudar a enfrentar esta
situação? O que poderia ser melhorado no ambiente do hospital? As entrevistas foram transcritas e os resultados
analisados segundo o referencial de Minayo (2000). A análise preliminar destas entrevistas possibilitou a construção
das seguintes categorias: família e família; família e equipe; família e hospital; família e religiosidade. Considerando
que estamos organizando um núcleo de cuidados paliativos na Instituição, a opinião dos familiares é muito
importante e servirá de base para a estruturação da unidade. (BIC).

EFEITOS DA OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO SOBRE MARCADORES


317 INFLAMATÓRIOS E EVENTOS CARDIOVASCULARES CLÍNICOS EM PACIENTES COM
DIABETE MELLITUS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO PERCUTÂNEA CORONARIANA.
Maria Karolina Echer Ferreira Feijó, Carmen Lazzari, Simone Fantin, Ana Luiza Zacharias, Patrícia Passos,
Raquel Campani, Marco Vugman Wainstein (orient.) (UFRGS).
A doença cardiovascular (DCV) é importante causa de morte em diabéticos, assim diabéticos têm maior risco para
DCV, pior prognóstico, menor sobrevida e pior resposta ao tratamento. A limitada terapêutica disponível em reduzir
complicações cardiovasculares entre diabéticos e o aumento da prevalência de Diabetes Mellitus (DM) na população
em geral associado a outros fatores, resulta em aumento de pacientes diabéticos que são submetidos à intervenção
percutânea coronariana(ICP). O desfecho clínico pós ICP entre pacientes com DM é menos favorável que o desfecho
nos demais, demonstrado pela maior taxa de reestenose após angioplastia por balão e stent. São conhecidos os efeitos
da insulina sobre o metabolismo dos substratos, no coração a insulina tem efeitos sobre a otimização dos substratos
pelos cardiomiócitos, sobre o aumento do fluxo coronariano, atua como anti-inflamatório, tem efeitos benéficos
diretos na sobrevida celular miocárdica e efeitos anti-oxidantes. Apesar da grande quantidade de estudos usando
infusões de insulina, não existem estudos pós ICP em diabéticos. Trata-se de um ensaio clínico randomizado não
cego, realizado com pacientes com DM tipo2 tratados com ICP com implante de stents metálicos objetivando avaliar
os efeitos metabólicos e sobre o estresse oxidativo em curto prazo e normalização da glicemia por período de 24h. O
grupo 1 receberá insulina endovenosa contínua imediatamente após o procedimento e o grupo 2 fará uso de insulina
subcutânea se glicemia capilar≥250. Até o momento foram incluídos 41 pacientes, com uma idade média de 60 anos;
predominantemente do sexo masculino (58, 5%), de cor branca (85, 3%) e com IMC médio de 29, 5. A média do
hemoglicoteste no momento da admissão foi de 141mg/dl.

O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FADIGA E O PACIENTE ONCOLÓGICO:


318 RELACIONANDO TEORIA À PRÁTICA. Juliane Porto Ercole, Priscila de Oliveira da Silva, Maria
de Lourdes Rodrigues Pedroso, Maria Isabel Pinto Coelho Gorini (orient.) (UFRGS).
O câncer tem grande incidência no Rio Grande do Sul sendo um problema de saúde pública, além do impacto por sua
taxa de morbidade. Para um efetivo cuidado ao cliente, a enfermeira deve elaborar um plano de cuidados e
diagnósticos de enfermagem de acordo com a anamnese e o exame físico que resulta nos diagnósticos de
enfermagem. A fadiga é um conjunto de sintomas: subjetiva, multifatorial que altera o âmbito físico, emocional e
cognitivo do paciente no desenvolvimento das atividades cotidianas, podendo ser causado tanto pela doença, quanto
pelo tratamento. Às vezes, pode ser avaliada sem critérios ou não percebida em sua devida relevância, prejudicando a
sistematização da assistência. A fadiga vem sendo estudada na última década, em seus conceitos e seu manejo

600
Ciências da Saúde

terapêutico, farmacológico ou não-farmacológico. Este trabalho tem como objetivo identificar nos prontuários de
pacientes adultos portadores de câncer a prescrição do diagnóstico de enfermagem “fadiga”, proposto pela taxonomia
da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), e suas intervenções, em um Hospital de Porto Alegre,
no qual estiveram internados, no ano de 2006. É um estudo transversal retrospectivo, a partir da busca de
informações de 396 prontuários impressos e eletrônicos. Os dados coletados sobre os Diagnósticos de Enfermagem
prescritos serão avaliados e comparados aos Diagnósticos de Enfermagem preconizados pela literatura. A análise
descritiva será feita utilizando freqüências absolutas e relativas para variáveis categóricas e média e desvio-padrão
para variáveis contínuas. As variáveis categóricas serão comparadas através do teste Qui-quadrado de Pearson e as
variáveis contínuas, com o teste t de Student para as amostras independentes. A pesquisa está em fase de coleta de
dados.

GUIA DE ORIENTAÇÕES SOBRE QUIMIOTERAPIA PARA PACIENTES COM CÂNCER E


319 SEUS FAMILIARES: UMA PROPOSTA EDUCACIONAL. Malviluci Campos Pereira, Carmen
Silva Cunha Birriel, Mirtes Loir Dornelles Soares, Maria Isabel Pinto Coelho Gorini (orient.) (UFRGS).
O câncer vem se destacando por sua magnitude e mostrando-se um evidente problema de saúde pública mundial. A
seleção do tratamento quimioterápico ambulatorial como enfoque deste estudo deve-se ao grande número de
pacientes com diagnóstico de câncer submetidos a essa terapêutica e pelo fato desta causar efeitos colaterais
desagradáveis e comprometedores. A partir de vivências no local a ser pesquisado percebemos a necessidade a
educação dos pacientes, bem como de seus familiares sobre o manejo correto desses sintomas, fato que motivou a
elaboração de um guia de orientações com base na literatura. O objetivo deste é promover a saúde através da
valorização e melhoria da qualidade de vida das pessoas, junto com seus familiares. Este estudo é de caráter
exploratório descritivo com abordagem quantitativa, para investigar sua eficácia na educação do paciente em
tratamento quimioterápico ambulatorial. O estudo está sendo realizado em um Hospital de Porto Alegre com
pacientes adultos que estão sendo submetidos a tratamento quimioterápico em nível ambulatorial acompanhados por
seus familiares. A amostra constitui-se de 45 pacientes e 45 familiares. Atualmente estamos avaliando a eficácia do
guia de orientações sobre quimioterapia no processo de ensino e aprendizagem destes. Utilizamos dois tipos de
questionários, sendo o primeiro um pré-teste, oferecido no início do tratamento com as devidas orientações e
esclarecimentos e o segundo um pós-teste realizado no próximo ciclo do protocolo de quimioterapia. Após o término
da coleta, os dados serão armazenados em banco de dados do Software SPSS (“Statistical Packge for Social Sciences
9.0) a serem analisados através de distribuição de freqüência simples e percentual, coeficiente de Pearson e testes: de
significância e Qui-quadrado.

IMPLEMENTAÇÃO DE UM LABORATÓRIO DE HEMODINÂMICA EXPERIMENTAL


320 PARA BIOPESQUISA EM MODELO SUÍNO. Joice Cristiane Benetti, Dr Jose Casco Raudales
(orient.) (ULBRA).
Introdução: O enfermeiro é um eterno aprendiz e um educador constante, pois está sempre inovando o seu
conhecimento teórico-científico. Há muitos desafios em sua profissão e através deles vem se especializando cada vez
mais com pesquisas científicas. É através da pesquisa que a história da saúde está se transformando, devendo-se isto
aos processos de investigação que sofre e, conseqüentemente, vem ampliando o mercado de trabalho. Objetivo:
Implementação de um laboratório de hemodinâmica experimental para biopesquisa em modelo suíno. Metodologia:
foi realizada uma pesquisa bibliográfica entre 1997 e 2006, na base de dados Medline; consultados livros de
hemodinâmica e doença arterial coronariana, bem como legislação pertinente entre outros “sites” selecionados.
Foram utilizadas como

AS PERCEPÇÕES DAS PUÉRPERAS DIANTE DA VIVÊNCIA DO ALEITAMENTO


321 MATERNO. Cleusa Maria Piano Allegretti, Clarice Fürstenau (orient.) (FEEVALE).
A amamentação auxilia no vínculo mãe/bebê por meio do contato epidérmico, troca de toques e olhares.
A sua prática possui uma série de benefícios tanta para a mãe quanto para o bebê, sendo essencial para o
desenvolvimento afetivo mãe/filho, proporcionando uma ligação emocional muito forte que servirá como base para
futuros relacionamentos de confiança com outras pessoas. O início da adaptação à maternidade causa na mãe
sentimentos de incapacidade, confusão frente às novas exigências levando-a a buscar apoio para atingir novos níveis
de conhecimento. Conhecer as percepções das puérperas diante da vivência do aleitamento materno é o objetivo
geral deste estudo. Foram entrevistadas oito puérperas após serem aprovadas nos critérios de inclusão. Para a coleta
de informações foram realizadas entrevistas individuais seguindo um roteiro semi-estruturado. A pesquisa foi
submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre tendo sido aprovada. Todas as entrevistas foram realizadas e gravadas após a assinatura do consentimento
informado e após serem fornecidos esclarecimentos às depoentes. Atendendo os princípios éticos foram utilizadas
siglas para referência às mães na análise e apresentação dos resultados. Os resultados obtidos foram sistematizados
por meio de Análise de Conteúdo de Bardin, segundo Minayo (2004) sendo identificadas e analisadas 4 categorias:
Os sentimentos em relação à amamentação, os responsáveis pelas orientações junto às mães, as orientações para o
ato de amamentar e a enfermagem e o auxílio no preparo da amamentação. A reflexão sobre os dados analisados

601
Ciências da Saúde

levou a considerar que o sucesso do ato de amamentar envolve um conjunto complexo de ações que resultam na boa
atuação dos profissionais da saúde.

Sessão 39
Clínica Médica C

IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DE CUIDADOS DE PACIENTES


322 IMUNODEPRIMIDOS – 5º SUL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, RS.
Bruno Ismail Splitt, Paula Stoll, Lucia Mariano Silla, Leila Beltrami Moreira (orient.) (UFRGS).
Introdução: Pacientes submetidos à quimioterapia (QT) ou à transplante de células-tronco hematopoéticas
apresentam alto risco de infecção. Febre em pacientes com neutropenia grave varia de 48-60%. Estratégias de
controle de infecção, como a criação de “ambientes protegidos” e a adoção de práticas apropriadas para o cuidado de
pacientes de alto risco, são efetivas na redução de infecções oportunistas em pacientes imunocomprometidos.
Objetivos: Avaliar o impacto da implantação da unidade de ambiente protegido – 5º Sul no Hospital de Clínicas de
Porto Alegre (HCPA) sobre a incidência de febre, prevalência de patógenos e perfil de sensibilidade, tempo de
internação, nº de antimicrobianos (ATB) prescritos e mortalidade. Métodos: Estudo de coorte prospectivo. A amostra
será composta por pacientes >18 anos, neutropênicos, internados no HCPA após criação da unidade, de maio/2007 a
julho/2008. Os dados serão comparados com a coorte de neutropênicos acompanhados entre março/2004 e
dezembro/2005. Resultados: No primeiro período foram acompanhados 151 pacientes (52, 6% homens), com idade
média de 44, 9 ±14, 9 anos. A principal doença de base foi leucemia (49, 5%) e a causa da neutropenia, uso de QT
(87, 9%). Os sítios mais freqüentes de infecção foram trato urinário (12, 1%) e cateter e pulmão (11, 1% cada) e os
patógenos isolados foram em maioria bacilos gram-negativos fermentadores (29, 9%). O tempo mediano de
internação foi 30 (23-38) dias e de ATB/ paciente, 5 (3-6). A taxa de mortalidade foi de 14, 2%. A coleta de dados do
segundo período está em andamento, tendo sido incluídos até o momento 22 pacientes.

LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (LLC): CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS,


323 DADOS CLÍNICO-LABORATORIAIS E RESPOSTA AO TRATAMENTO DOS PACIENTES
TRATADOS NO SERVIÇO DE HEMATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO
ALEGRE (HCPA). Tito Emílio Vanelli Costa, Stefânia Vieira, Cristiane Webber, Laura Maria Fogliatto, Ingrid
Mito, Lucia Mariano da Rocha Silla (orient.) (UFRGS).
Introdução: a leucemia linfocítica crônica (LLC) é uma doença resultante da proliferação clonal de células linfóides,
sendo a mais comum das leucemias. Com o surgimento de novas opções de tratamento, torna-se fundamental
conhecer as características dos pacientes locais, para que se revise e se planeje os esquemas terapêuticos adequados.
Objetivos: analisar retrospectivamente os dados demográficos, clinico-laboratoriais e resposta ao tratamento dos
pacientes dos pacientes portadores de LLC tratados junto ao Serviço de Hematologia do HCPA e comparar com as
estatísticas internacionais. Materiais e métodos: revisão retrospectiva dos dados existentes nos prontuários dos
pacientes atendidos no ambulatório de LLC, no período de janeiro de 1994 a julho de 2007. Resultados: foram
obtidos dados de 85 pacientes, sendo 48/85 homens e 37/85 mulheres. A idade média foi de 65, 08 e mediana foi de
65, 11 anos. No momento da análise 71/85 pacientes estavam vivos e 14/85 haviam morrido (9/14 mortes
relacionadas à progressão da doença e 5/14 por outras causas). Na data do diagnóstico os pacientes apresentavam um
valor médio de Hb 12, 38 g/dL, leucócitos 40229/mm3, linfócitos 31692/mm3, plaquetas 209000/mm3, albumina
4g/dL. 57/85 pacientes necessitaram tratamento. 43/57 pacientes foram tratados com clorambucil em primeira linha,
destes 17/43 obtiveram resposta completa (RC) ou parcial (RP). 29/43 necessitaram de tratamento de segunda linha e
10/29 obtiveram PC+RP. Quimioterapia de terceira linha foi necessária em 23/43 pacientes, obtendo RC+RP em
11/23. Conclusões: no Brasil, o protocolo de quimioterapia de primeira linha prevê o uso do clorambucil que
raramente leva a RC e RP. A necessidade de um segundo ou terceiro tratamento é comum. A resposta observada com
esquema de terceira linha foi superior, gerando a necessidade de refletir sobre as drogas utilizadas como primeira
linha nessa doença. (PIBIC).

ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL NO MANEJO DE PACIENTES DISLIPIDÊMICOS


324 COM ALTO RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES:
AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE (DADOS PRELIMINARES). Juliana Trindade Amaral, Paula
Borges de Lima, Ana Paula Gomes, Graziela Hünning Pinto, Luciano Folador, Dauana Pitano Eizerik, Vanessa
Chiaradia, Andry Fiterman Costa, Paulo Dornelles Picon (orient.) (UFRGS).
Introdução: A associação entre dislipidemia e o desenvolvimento de eventos cardiovasculares está bem estabelecida.
Ensaios clínicos já demonstraram diminuição na taxa desses eventos com redução do LDL-C. Observa-se, entretanto,
ainda uma baixa taxa de obtenção dos alvos de LDL-C, possivelmente por baixa adesão ao tratamento. Objetivo:
Avaliar o papel da abordagem multiprofissional, no controle lipídico dos pacientes em tratamento farmacológico, no
Centro de Dislipidemia e Alto risco (CDA) do Serviço de Medicina Interna do HCPA – Centro de Referência da
SES-RS, utilizando como controle o atendimento médico tradicional. Materiais e Métodos: Está em

602
Ciências da Saúde

desenvolvimento, desde dezembro de 2006, um ensaio clínico randomizado com pacientes em tratamento
farmacológico do ambulatório CDA. O paciente é randomizado para receber atendimento médico exclusivo ou
atendimento médico associado a atendimento por farmacêutico e nutricionista. O acompanhamento terá duração de
12 meses. Resultados: A randomização até o momento (n = 40) resultou em grupos semelhantes. O grupo
multiprofissonal é constituído por 9 homens e 11 mulheres, contra 10 homens e 10 mulheres do grupo médico
exclusivo, a média de idade foi de 63 anos no primeiro e 58 anos no segundo. O perfil de comorbidades mostrou
número semelhante de diabéticos, 5 no multiprofissional contra 6 no médico, hipertensos, 13 contra 14, portadores de
cardiopatia isquêmica, 7 contra 10 e igual de insuficiência cardíaca, 2 pacientes em cada. O perfil lipídico
previamente ao ingresso no estudo foi semelhante quanto ao colesterol total (210, 2 + 55, 3 x 210, 8 + 65 mg/dl),
HDL (49, 6 + 9, 5 x 53, 8 + 13, 5 mg/dl) e LDL (102, 2 + 33, 3 x 113, 5 + 37, 3 mg/dl). O nível basal de
triglicerídeos foi mais elevado no grupo médico exclusivo (428, 6 + 494, 2 x 213, 2 + 168, 6 mg/dl). Conclusões:
Esta análise preliminar permite inferir que a randomização está adequada e os grupos estão semelhantes, exceção aos
triglicerídeos.

MARCADORES SÉRICOS E ECOGRÁFICOS DE ATEROSCLEROSE PRECOCE EM


325 PACIENTES SUBMETIDOS A RADIOTERAPIA. Vinícius Leite Gonzalez, Marta Nassif Pereira
Lima, Felipe Soares Torres, Luis Eduardo Paim Rohde, Nadine Oliveira Clausell (orient.) (UFRGS)
INTRODUÇÃO: A radioterapia atua através de dano ao DNA mediado por radicais livres levando à ativação
inflamatória e potencial pró-trombogênico, ambos elementos importantes para o desenvolvimento de aterosclerose
em se tratando de dano vascular. Já foi demonstrado tardiamente, aumento da espessura da camada íntima-média da
carótida de pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço.OBJETIVO: Identificar o perfil temporal inicial
de marcadores de aterosclerose comparando pacientes com neoplasia de próstata e de cabeça e pescoço submetidos à
radioterapia. MÉTODO: Estudo de coorte. Serão incluídos pacientes iniciando tratamento curativo, entre 18 e 80
anos e Karnofsky Performance Status ≥ 70%. Serão avaliados níveis circulantes de endotelina-1, VCAM-1, fator de
Von Willebrand por método de ELISA e espessamento da camada íntima-média da carótida por ecografia vascular.
As medidas serão feitas antes, ao final e após 6 meses de radioterapia. RESULTADOS: CONCLUSÃO: Até o
momento, está demonstrado que radiação ionizante causa dano celular dentro do volume irradiado, promovendo
expressão de marcadores circulantes de ativação endotelial e inflamatória. Isto pode estar relacionado com dano
potencial a tecidos normais e desenvolvimento de complicações tardias, como aterosclerose. Identificação de um
grupo de pacientes sob maior risco de desenvolvimento e um melhor entendimento dos mecanismos de toxicidade
pela radiação podem auxiliar na prevenção e tratamento do dano ao tecido normal.

PERFIL CLINICO E LABORATORIAL DOS PACIENTES COM LUPUS ERITEMATOSO


326 SISTEMICO DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE. Angélica Sauthier, Tamara
Mucenic, Virginia de Oliveira Rosa, Vanessa Zimer, Odirlei Monticielo, Joao Carlos Tavares Brenol
(orient.) (UFRGS).
Os autores apresentam uma série de 282 casos de LES. A população em estudo representa os pacientes atendidos no
Serviço de Reumatologia do HCPA. Os pacientes incluídos foram diagnosticados segundo os critérios do Colégio
Americano de Reumatologia (ACR). Foram consideradas todas as alterações clínicas e laboratoriais que ocorreram
ao longo da evolução da doença, desde o início do acompanhamento no HCPA. O atual protocolo foi submetido às
Comissões Científica e de Ética do HCPA, sendo aprovado para sua realização A amostra foi composta de 282
pacientes, sendo 256 mulheres. A cor branca foi encontrada em 78, 4% das pacientes. A média de idade ao
diagnóstico foi de 32 anos.15, 2% são tabagistas, 27, 3% têm história de tabagismo, 67, 7% nunca fumaram e em 4,
6% pacientes não obtivemos esta informação.95, 3% apresentavam fator antinuclear (FAN) positivo. As demais
alterações imunológicas foram encontradas nas seguintes freqüências: 44, 7% anti-DNA positivo, 15, 6% anti-Sm
positivo, 20, 1% anticardiolipina positivo, 3, 2% anticoagulante lúpico positivo e 2, 5% VDRL falso positivo. A
manifestação clínica mais comum foi a artrite, com 78% dos pacientes, seguida de fotossensibilidade em 70, 1%,
rash malar em 48, 9%, nefrite em 44%, úlceras orais em 32, 3%, pleurite em 22, 3%, rash discóide em 14, 2%,
pericardite em 13, 8%, convulsões em 5, 3% e psicose em 4, 6%. Das manifestações hematológicas, a
leuco/linfopenia foi a mais encontrada, em 57, 4% das pacientes, seguida pela anemia hemolítica em 29, 4% e
plaquetopenia em 17, 7%. A terapêutica medicamentosa mais utilizada foi o glicocorticóide oral, em 89, 7% dos

603
Ciências da Saúde

casos, seguidos de drogas antimaláricas em 89, 3% pacientes e azatioprina em 39, 3%. A pulsoterapia com
glicocorticóide foi utilizada em 20, 5% casos e a ciclofosfamida em bolus em 29%.

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM PACIENTES COM REFLUXO ÁCIDO


327 PATOLÓGICO NA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NÃO-EROSIVA (NERD).
Roberta Reichert, Sergio Gabriel Silva de Barros (orient.) (UFRGS).
RACIONAL: Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) é diminuída na doença do refluxo gastresofágico
não-erosiva (NERD) mas a sua associação com refluxo ácido patológico é desconhecida. OBJETIVOS: Medir a
QVRS em pacientes com NERD e determinar a sua associação com refluxo ácido patológico. PACIENTES E
MÉTODOS: Pacientes com sintomas típicos e/ou atípicos compatíveis com refluxo gastresofágico e endoscopia
digestiva alta não-erosiva assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e responderam,
prospectivamente, ao questionário genérico SF-36 antes de exame por pHmetria esofágica prolongada. Refluxo ácido
patológico foi considerado positivo, quando o tempo de exposição ácida intraesofágica foi superior a 4, 2 % do
tempo total. Após exclusão de indivíduos que receberam medicações anti-refluxo e/ou antidepressivas nos últimos
180 dias, os escores do SF-36 foram comparados entre indivíduos com e sem refluxo ácido patológico e com os de
um grupo controle histórico da população geral. RESULTADOS: entre 179 indivíduos, 42 foram incluídos no estudo
e os seus escores no SF-36 não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre indivíduos com refluxo
ácido patológico (n=21) ou sem refluxo patológico (n=21) mas foram inferiores aos do grupo controle histórico em
cinco domínios. CONCLUSÕES: nesse estudo, a qualidade de vida relacionada à saúde em indivíduos com doença
do refluxo gastresofágico não-erosiva foi semelhante entre indivíduos com refluxo ácido patológico e não patológico
mas inferior ao de um grupo controle da população geral.

EFICÁCIA E TOXICIDADE DO TRATAMENTO DE MENINGITE CRIPTOCÓCICA COM


328 ANFOTERICINA B EM INFUSÃO CONTÍNUA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO. Juliana
Fernandez Fernandes, Diego Rodrigues Falci, Rodrigo Pires dos Santos, Valerio R Aquino, Eduardo
Sprinz, Marcelo Jeffmann, Carina Guedes Ramos, Ricardo Zimerman, Luciano Zubaran Goldani (orient.) (UFRGS).
Introdução: A criptococose é uma micose sistêmica freqüente em hospedeiros imunocomprometidos, especialmente
indivíduos vivendo com HIV/AIDS. A terapia ainda inclui a anfotericina B deoxicolato (AmB-d), tradicionalmente
administrada em infusões endovenosas diárias de 4 horas como pilar fundamental do tratamento anti-fúngico. O uso
clínico da AmB-d é problemático pela toxicidade. Nosso objetivo é aferir e comparar a eficácia clínica,
microbiológica e toxicidade no tratamento de indução da meningite criptocócica com AmB-d na administração por
infusão rápida (4 horas) e contínua (24 horas). Métodos: Um ensaio clínico randomizado não-cego em dois blocos de
16 indivíduos foi proposto, com pacientes selecionados nas unidades de internação do HCPA a partir da detecção dos
critérios de inclusão, comparando o uso de AmB-d em infusão rápida versus em infusão contínua em indivíduos com
AIDS e criptococose, avaliando a segurança e eficácia clínica e microbiológica. A análise será feita por intenção de
tratar. Resultados: Até o presente momento, foi incluído 1 (um) paciente no estudo. Dos dados já coletados sabemos
que o mesmo recebeu AmB-d contínua por 21 dias, 50mg/dia, não apresentou reações agudas à infusão, não
desenvolveu nefrotoxicidade ou toxicidade hematológica e negativou cultura com 21 dias de tratamento. O
diagnóstico foi feito pelo GRAM com a identificação das leveduras e confirmado por cultura. Conclusões: Nesta fase
do estudo ainda não é possível inferir sobre os resultados, devido ao pequeno número de indivíduos. As questões de
pesquisa a serem respondidas são se a infusão contínua de AmB-d, em pacientes com meningite criptocócica e
AIDS, é menos nefrotóxica do que a infusão rápida e se é tão eficaz microbiologicamente quanto a infusão rápida.
Nossa impressão é que a infusão contínua de AmB-d poderia diminuir a morbidade relacionada ao tratamento, ao
mesmo tempo mantendo-se a eficácia clínica e reduzindo a nefrotoxicidade. (PIBIC).

ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO HLA-G 14 BP COM ARTRITE REUMÁTÓIDE E


329 ARTRITE JUVENIL IDIOPÁTICA. Paulo Cerutti Franciscatto, Tiago Veit, Priscilla Vianna, Claiton
Brenol, José Artur Bogo Chies, Felipe Birriel, Ricardo Machado Xavier (orient.) (UFRGS).
OBJETIVOS: Investigar a influência do polimorfismo do gene bp 14 de HLA-G no curso de duas doenças
inflamatórias, Artrite Reumatóide (AR) e da Artrite Juvenil Idiopática (AJI). MÉTODOS: Os pacientes e os
controles eram genotipados para o polimorfismo do gene 14 bp por PCR com os primers específicos para o exon 8 do
gene de HLA-G e os fragmentos amplificados foram visualizados em gel de poliacrilamida de 6%. RESULTADOS:
106 pacientes com AJI, 265 pacientes com AR e 356 controles saudáveis foram genotipados para o polimorfismo do
14 bp. No grupo da AIJ, a idade média foi de 9, 3 anos (4-18) e a idade de diagnóstico foi de 4, 8 anos (1-16). As
pacientes femininas com AJI apresentaram uma freqüência mais elevada do alelo do 14bp em comparação aos
controles femininos (0.743 e 0.576, P< 0.001). Esta freqüência aumentada do alelo de 14bp foi observada em todos
os subtipos de AJI. Quanto aos pacientes com AR, a idade média foi de 58, 1 ± 12, 7 anos e a idade de início dos
sintomas e diagnóstico foi de 41, 62± 14, 17 e de 46, 63±13, 64 anos, respectivamente. A média do DAS28 foi de 4,
2±1, 3 anos, enquanto a média do HAQ foi de 1, 4±0, 7. Nos pacientes com AR nenhuma diferença nas freqüências
alélicas e genotípicas foram observadas entre pacientes e controles. Nenhuma correlação foi observada entre a
severidade do genótipo e da doença ou manifestações clínicas. CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que o alelo do
HLA-G -14 bp é um fator de risco para AJI, principalmente nas mulheres. Considerando que as diferenças

604
Ciências da Saúde

observadas com relação ao gênero, nós sugerimos que as diferenças hormonal podem interferir no desenvolvimento
de AJI. Considerando os pacientes com Artrite Reumatóide, nossos dados concordam com os resultados da literatura
e destacam as diferenças na etiologia da AR e da AJI. (PIBIC).

MORTALIDADE ASCENDENTE POR MELANOMA CUTÂNEO NO RIO GRANDE DO SUL.


330 Nádia Murussi, Miriam Peres, Laura Moreira, Fernanda Freitag, Juliana Amaral, Carolina Meotti,
Lucio Bakos (orient.) (UFRGS).
Introdução: O melanoma cutâneo vem se tornando um importante problema de saúde. No Brasil, nos últimos 3 anos,
sua incidência aumentou cerca de 25% e, no Rio Grande do Sul, cerca de 70%. O melanoma é a mais agressiva das
neoplasias cutâneas, mas a sobrevida dos pacientes tem aumentado consideravelmente, devido ao diagnóstico mais
precoce. Na década de 60, cerca de 60% dos pacientes morriam da doença, enquanto atualmente esse número
aproxima-se de 11%. Por isso, ressaltamos a importância da prevenção e detecção precoce da doença. Na literatura
brasileira, há escassas pesquisas sobre a mortalidade por melanoma. Objetivos: Este estudo visa a contribuir para um
melhor entendimento da epidemiologia do melanoma a partir do Rio Grande do Sul, Estado com uma das maiores
prevalências. Materiais e Métodos: Foi realizada análise dos registros de óbitos por melanoma entre 1980 a 2005. O
número de óbitos da população do Rio Grande do Sul foi obtido pelos Registros de Câncer de Base Populacional de
Porto Alegre/RS. Resultados: No Rio Grande do Sul, houve 3.063 óbitos entre 1980 e 2005, obtendo-se uma média
de 117, 8 mortes por ano, resultando em uma curva ascendente de mortalidade. O coeficiente de mortalidade por
melanoma nos homens foi maior do que nas mulheres nos 26 anos estudados. Porto Alegre acumulou 529 óbitos
entre 1980 e 2005. Entre os 10 municípios mais populosos do interior do Estado, o maior coeficiente de mortalidade
foi de 4, 26, no ano de 1992, em Novo Hamburgo, seguido de 3, 73, no ano de 2002, em Caxias do Sul. Conclusão:
No Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, os números de incidência e mortalidade têm aumentado de forma
expressiva nos últimos anos. Em função disso, procuramos chamar a atenção para a magnitude do problema.

Sessão 40
Endocrinologia C

EVOLUÇÃO DA ALBUMINÚRIA DE PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2 NORMO


331 E MICROALBUMINÚRICOS APÓS A SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DAS DROGAS
INIBIDORAS DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA). Carla Brauner Blom,
Alice Nunes, Isadora Rocha, Gabriela Seeger, Renata Farinon, Livia Boninlha, Jorge Luiz Gross, Mirela Jobim de
Azevedo, Themis Zelmanovitz (orient.) (UFRGS).
O benefício das IECA sobre a nefropatia diabética é inequívoco, mas não está claro o quanto este se mantém após a
suspensão destas drogas. No caso da redução da excreção urinária de albumina (EUA) ser perdida após a suspensão,
não é conhecido o tempo necessário para esta voltar aos valores basais. Este ensaio clínico randomizado e controlado
visa avaliar o efeito da retirada do IECA, utilizado por pelo menos 1 ano, sobre a EUA de pacientes com DM tipo 2.
Após o período de run-in [avaliação clínica, laboratorial e controle da pressão arterial (alvo<130/80mmHg)], os
pacientes foram randomizados para suspensão do IECA (substituição por verapamil, atenolol e/ou hidralazina) ou
grupo controle. A pressão arterial e EUA foram avaliadas após 2, 4 e 8 semanas. Foram avaliados 62 pacientes, 31 no
grupo de suspensão do IECA [27 normoalbuminúricos (EUA <30 mg/24h) e 4 microalbuminúricos (EUA 30-299
mg/24h)] e 31 no grupo controle (25 normo e 6 microalbuminúricos). No grupo de suspensão do IECA, quando
analisados apenas os pacientes microalbuminúricos, observou-se aumento da EUA após 4 [97 (38-783) mg/24h] e 8
semanas [145 (46–1820) mg/24h], quando comparadas com os valores basais [84 (31-160) mg/24h; ANOVA de
Friedman p=0, 026]. Nesse subgrupo observou-se um incremento da EUA de 23%, 99% e 90% após 2, 4 e 8 semanas
de suspensão do IECA, respectivamente. Não houve modificação da EUA nos pacientes normoalbuminúricos que
suspenderam o IECA, assim como no grupo controle ao longo do estudo. Durante o estudo, o controle glicêmico e
pressórico se manteve estável. Estes resultados sugerem que são necessários pelo menos 30 dias de suspensão dos
IECA para adequada avaliação da EUA na faixa de microalbuminúria de pacientes com DM tipo 2 sob tratamento
prolongado com esse medicamento.

DESEMPENHO DO IMC NO DIAGNÓSTICO DE SOBREPESO E OBESIDADE:


332 COMPARAÇÃO DE DOIS CRITÉRIOS INTERNACIONAIS. Alessandra Rosa Antunes, Bianca da
Silva Alves, Jaqueline Vidor, Muriel Alves Zingano, Rita Coelho Lamas, Bruna Franzoni, Fernanda
Karst, Rogerio Friedman (orient.) (IPA).
Devido ao aumento da prevalência da obesidade infantil no mundo, torna-se necessário o desenvolvimento de
métodos diagnósticos de baixo custo, praticidade e com classificação confiável. Objetivo: Avaliar a acurácia do
índice de massa corporal (IMC) como critério diagnóstico de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Porto
Alegre. Métodos: Avaliou-se 1225 escolares entre 6 e 11 anos, sendo 47, 8% meninos. Aferiu-se peso, estatura
pregas cutâneas triciptal e subescapular. O percentual de gordura corporal (%GC) e o IMC foram calculados. O
diagnóstico nutricional foi realizado segundo critérios da International Obesity Task Force (IOTF) e do Center of

605
Ciências da Saúde

Disease Control (CDC). Utilizou-se como padrão de referência o %GC. Calculou-se sensibilidade (SENS) e
especificidade (ESPE) e áreas sob a curva ROC (ASC) Usou-se um α de 0, 05. Resultados: A prevalência de
sobrepeso e obesidade em meninos foi de 20, 2% e 25, 6% (CDC), e 25, 5% e 14% (IOTF) e em meninas 15, 9% e
15, 6% (CDC) e 19, 1% e 11, 6% (IOTF), respectivamente. Para sobrepeso, o CDC teve menores valores de SENS
[76% e 78% (CDC) e 82% e 80% (IOTF) para meninos e meninas respectivamente] e maiores valores de ESPE que a
IOTF [93% e 97% (CDC) e 86% e 97% (IOTF) para meninos e meninas respectivamente]. Para obesidade, o CDC
teve menores valores de SENS [94% e 94% (CDC) e 100% e 98% (IOTF) para meninos e meninas respectivamente]
e maiores valores de ESPE que a IOTF [68 e 79% (CDC) e 44% e 73% (IOTF) para meninos e meninas
respectivamente]. As ASC foram altas e significativas para ambos os sexos (0, 95 IC95% 0, 93-0, 97 para meninos e
0, 98 IC95% 0, 97-0, 99 para meninas). Conclusão: Esses critérios não classificaram satisfatoriamente o estado
nutricional da amostra. O CDC apresentou melhor desempenho para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade. O IMC
foi um bom índice para avaliação de %GC em nossa amostra.

EFEITO A CURTO PRAZO DA SUSPENSÃO DO USO DE INIBIDORES DA ENZIMA


333 CONVERSORA DA ANGIOTENSINA EM PACIENTES COM DIABETE MELITO TIPO 2
MICROALBUMINÚRICOS. Jaqueline Driemeyer Correia, Mariana da Silva Bauer, Bianca da Silva
Alves, Maíra Pereira Perez, Themis Zelmanovitz, Rogerio Friedman (orient.) (UFRGS).
O uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) em pacientes com diabete melito tipo 2 (DM2)
microalbuminúricos parece conferir importante benefício à função renal, diminuindo a excreção urinária de
albumina. Este efeito nefroprotetor é tido como independente da redução da pressão arterial. Objetivo: avaliar o
efeito da retirada de IECA em pacientes com DM2 microalbuminúricos. Métodos: foram selecionados pacientes em
“run-in” de um protocolo de intervenção para avaliação do efeito da dieta na microalbuminúria. Esses indivíduos
suspenderam o uso de IECA para aferição dos valores reais de albuminúria. Nos hipertensos, o IECA foi substituído
por outro agente anti-hipertensivo. Foram avaliados a medida de pressão arterial (PA), a albuminúria, o perfil
lipídico, o controle glicêmico e o perfil antropométrico no início do estudo. As medidas de PA e microalbuminúria
foram repetidas no mínimo após seis semanas de suspensão do uso da medicação. Resultados: oito pacientes, com
idade média de 56, 8 + 10, 8 anos, sendo 62, 5% do sexo masculino, foram avaliados até o momento. Houve redução
significativa da PA média (PAM), após a retirada de IECA (106, 1 + 9, 37 para 84, 8 + 9, 54 mmHg; p<0, 001),
sendo o percentual de redução de 17, 6% (95%IC: 9, 4 - 31, 5). Os valores de albuminúria não se alteraram [de 75, 6
(13 - 235) para 59, 1 (21, 5 - 502, 9) mg/24h; p=0, 607]. Conclusão: A suspensão do uso de IECA em pacientes com
DM2 microalbuminúricos por um curto período de tempo não parece alterar a excreção urinária de albumina. A
amostragem está sendo ampliada para melhor entender os efeitos sobre albuminúria e PA.

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES DOSES TERAPÊUTICAS DE 131I NO


334 HIPERTIREOIDISMO DE GRAVES: QUASE-EXPERIMENTO COM CONTROLE
HISTÓRICO. Walter Escouto Machado, José Miguel Dora, Ana Luiza Silva Maia (orient.) (UFRGS).
A Doença de Graves (DG) é a principal causa de hipertireoidismo, afetando principalmente mulheres entre 40-60
anos. O iodo radioativo 131 (131I) tem sido cada vez mais utilizado como terapia de primeira escolha por ser
considerado um tratamento seguro, de baixo custo e de efeito rápido. Estudos desenvolvidos no Serviço de
Endocrinologia do HCPA demonstraram que na dose de 200µCi de 131I por grama de tecido, a taxa de falência a esse
tratamento foi de 15%. No entanto, análise mais criteriosa evidenciou bócio volumoso (≥50g) como principal fator
prognóstico de falência. Nesses pacientes, a falha terapêutica foi de 41%, enquanto que, em pacientes com bócio de
menor volume foi apenas 8% (p=0, 01). O objetivo do presente estudo é avaliar se o uso de dose maior de 131I
poderia melhorar a eficacia do tratamento. Serão incluídos pacientes atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do
HCPA com DG e bócio ≥50g estimado por ecografia. O 131I será utilizado na dose de 250 µCi/g corrigida pela
captação de 131I em 24hs (RAIU). Como controle histórico será utilizado o subgrupo de pacientes com DG e bócio
≥50g do estudo previamente citado. O desfecho primário avaliado será cura, definida como eutireoidismo ou
hipotireoidismo 01 ano após o tratamento. A comparação de taxa de cura será realizada utilizando-se o teste de X2,
considerando-se significativo p<0, 05. Até o momento, 06 pacientes (05 mulheres) já receberam o 131I. A média de
idade foi de 36, 5±9, 6 anos, o volume tireoideano 62±8, 7 cm³ e a RAIU 74, 7±14, 6 %. Os níveis séricos de tiroxina
foram 28, 1±6, 4 µg/dl e de triiodotironina 655±312 ng/dl. A taxa de cura não pode ser avaliada porque nenhum
paciente completou 1 ano de seguimento. (PIBIC).

EXPRESSÃO DA IODOTIRONINA DESIODASE TIPO 2 NO TECIDO MUSCULAR EM


335 HUMANOS. Natália Sônego Fernandes, Simone Magagnin Wajner, Ana Luiza Silva Maia (orient.)
(UFRGS).
Em humanos, a reação de monodesiodação do T4 no hormônio metabolicamente ativo T3 é catalizada pelas
iodotironinas desiodades tipo 1 e 2 (D1 e D2), sendo responsável por 80% do T3 circulante. Entretanto, o papel
relativo dessas desiodases na produção extratireoidiana de T3 não está totalmente esclarecido. Estudos recentes em
cultura celular indicam que a atividade da D2 no tecido muscular esquelético é a maior responsável pelo T3
circulante. No entanto, a determinação da atividade da D2 no músculo humano e sua regulação nos estados de
hipotireoidismo e hipertireoidismo ainda não foram completamente estabelecidas. O presente trabalho tem por

606
Ciências da Saúde

objetivo determinar a atividade da D2 no músculo humano, bem como avaliar sua regulação em estados de
hipotireoidismo e hipertireoidismo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do HCPA. Foram avaliadas 9
amostras de tecido muscular esquelético (coletadas durante procedimento cirúrgico e com consentimento do
paciente), a partir das quais foram extraídos microssomas. Os estudos de atividade enzimática utilizaram como
substrato 4nM de T4 frio e DDT 10mM como co-fator. O controle do experimento foi feito utilizando-se 500nM de
T4 frio para inibição completa da atividade da enzima. O Km da D2 no músculo foi o esperado para a enzima, e a
velocidade máxima (Vmax) variou entre 1 e 5, 3 fmol/min.mg.prot. A atividade da D2 estava significativamente
aumentada no hipotireoidismo e reduzida no hipertireoidismo, quando comparado aos indivíduos eutireoideos (2, 34
fmol/min.mg.prot; 0, 03 fmol/min.mg.prot; 0, 38 fmol/min.mg.prot, respectivamente, p< 0, 001). Esses resultados
estão de acordo com aqueles da cultura celular e sugerem que a D2 é a principal fonte de T3 nos estados de
hipotireoidismo e eutireoidismo em humanos. (Fapergs).

AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO SAZONAL DE 25- HIDROXIVITAMINA D3 SÉRICA E


336 INGESTÃO DIETÉTICA DE VITAMINA D EM PACIENTES COM BAIXA ESTATURA.
Fabiana Viegas Raimundo, Aline Lopes Bueno, Mauro Antonio Czepielewski (orient.) (UFRGS).
A vitamina D (Vit D) é um hormônio fundamental para a homeostase do cálcio e para o desenvolvimento ósseo e é
obtida através da dieta e exposição solar (radiação ultravioleta). Há evidências na literatura sobre baixo consumo
dietético e nível sérico de 25- Hidroxivitamina D3 [25(OH)D3] em crianças e adolescentes. A concentração de
25(OH)D3 sérica é um indicador clínico sensível para o status de vitamina D. Objetivo: Avaliar a variação sazonal
dos níveis séricos de 25(OH)D3 e ingestão dietética de Vit D em pacientes com Baixa Estatura (BE). Metodologia:
Pacientes com BE, atendidos no Ambulatório de Baixa Estatura do Serviço de Endocrinologia do HCPA, sem
doenças crônicas, endócrinas ou genéticas responderam a três recordatórios de 24h para estimar o consumo dietético
de vitamina D. O nível sérico de 25(OH)D3 foi avaliado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) no
Laboratório Fleury/SP. Resultados: No grupo estudado (n=58), verificou-se o consumo dietético de Vit D abaixo do
recomendado (5µg/dia) em 96, 6% dos pacientes e níveis limítrofes de 25(OH)D3 (20-30ng/ml). A 25(OH)D3 sérica
apresentou-se diferentemente nas estações do ano, sendo os seus níveis mais altos no verão (p<0, 05), relação não
verificada com o consumo dietético de Vit D. Conclusão: A 25(OH)D3 sérica variou apenas em relação às estações
do ano, devido a variação de incidência solar. Níveis séricos de 25(OH)D3 baixos sugerem a importância da Vit D
obtida através da dieta nos meses onde há uma menor incidência de radiação ultravioleta.

ASSOCIAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS SÉRICOS E A PRESENÇA


337 DA SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES COM DIABETES MELITO TIPO 2. Isadora
Rocha dos Santos, Joana Klein, Magda Susana Perassolo, Jussara Carnevale de Almeida, Thais
Stemburgo, Valesca D Alba, Miriam Bittencourt Moraes, Themis Zelmanovitz, Mirela Jobim de Azevedo, Jorge Luiz
Gross (orient.) (UFRGS).
A composição de ácidos graxos (AG) séricos tem sido relacionada à mortalidade cardiovascular. Em pacientes com
diabetes melito tipo 2 (DM2) e microalbuminúria foi demonstrado menores proporções de AG poliinsaturados (AGP)
séricos. No entanto, a relação entre a composição de AG séricos e a presença de síndrome metabólica (SM) não é
bem estudada. Este estudo transversal visou analisar a associação entre a composição de AG séricos e a presença de
SM e seus componentes em pacientes com DM2. Cento e vinte e cinco pacientes (62 homens; idade: 59, 6±10, 7
anos) foram submetidos à avaliação clínica, nutricional (registro alimentar de 3 dias com pesagem de alimentos) e
laboratorial. Foram avaliados: ácidos graxos em lipídeos totais séricos (cromatografia gasosa), índice HOMA,
albuminúria (imunoturbidimetria), controle glicêmico e perfil lipídico. Noventa e três pacientes (74, 4%)
apresentaram critérios para SM (critérios do NCEP) e foram divididos de acordo com o número de componentes da
SM (3 a 5 componentes). Observou-se uma diminuição progressiva da proporção sérica de AGP (P=0, 002) e um
aumento na proporção de AG monoiinsaturados (AGM) séricos (P=0, 001) de acordo com a presença ou não de SM
e também de acordo com o número de componentes da SM. Os pacientes com 5 componentes de SM apresentaram
proporções menores de AGP (34, 0 ± 4, 6%;P=0, 001) e maiores de AGM (26, 1 ± 3, 7%;P=0, 002) quando
comparados com pacientes sem SM (AGP:40, 0 ± 4, 7%;AGM:21, 9 ± 2, 7%) e com os pacientes com 3
componentes da SM (AGP:38, 6 ± 5, 1;AGM:22, 2 ± 3, 8%). A proporção de AG saturados não apresentou diferença
entre os grupos. Em conclusão, a SM está associada à presença de menores proporções de AGP e maiores proporções
de AGM séricos em pacientes com DM2, e esta relação está diretamente associada ao número de componentes da
SM.

607
Ciências da Saúde

Sessão 41
Nutrição B

COMPARAÇÃO ENTRE O PADRÃO DE CRESCIMENTO PROPOSTO PELA OMS 2006 E AS


338 REFERÊNCIAS DO NCHS DE 1977 E CDC 2000 NO DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL DE
CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS. Rafaela Macedo Nunes, Ilaine Schuch (orient.) (UFRGS).
Introdução:Acompanhar o crescimento é uma das melhores formas de monitorar o estado nutricional infantil. Para
tal, são utilizados valores de referência que podem se apresentar como curvas, determinando a posição de uma
criança em relação às demais de mesmo sexo e faixa etária. A Organização Mundial da Saúde (OMS) investiu na
construção das novas curvas de crescimento, que pela primeira vez, estabelecem como as crianças devem crescer.
Objetivo: Comparar o diagnóstico nutricional de crianças de 0 a 5 anos de idade, quando classificadas frente às
curvas do National Center for Health Statistics (NCHS) de 1977, Center for Disease Control and Prevention (CDC)
de 2000 e OMS de 2006. Metodologia:Dados de peso (kg) e estatura (cm) de crianças entre 0 e 5 anos que realizam
acompanhamento antropométrico em três Unidades Básicas de Saúde do Centro de Saúde Escola Murialdo, de Porto
Alegre, foram utilizados para classificação do estado nutricional nas três curvas propostas. O escore-Z foi utilizado
como parâmetro e o teste Kappa para análise estatística. Considerou-se +2DP e -2DP, respectivamente, para valores
acima e abaixo do recomendado nos índices de P/I, P/E e E/I. Resultados e discussão:As curvas do NCHS
apresentaram, na maioria dos índices, o maior número de crianças eutróficas. As curvas do CDC foram as que mais
variaram o diagnóstico nutricional das crianças e, as novas curvas da OMS apresentaram o menor número de
eutróficas em todos os índices. Ao comparar as curvas do CDC e da OMS, obteve-se o menor valor para Kappa
(indicando correlação moderada), enquanto que, nas demais comparações, os valores foram sempre maiores
(indicando correlações de moderadas a muito boas). Conclusão: Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas entre as curvas. Entretanto, pelos motivos apresentados, as novas curvas da OMS são o melhor
referencial para obtenção do diagnóstico nutricional infantil entre 0 e 5 anos.

CONSUMO ALIMENTAR DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO QUE PARTICIPARAM DO


339 EVENTO PROFISSIONAL DO FUTURO DA UNIJUÍ. Ivanice Ferreira Rocha, Ligia Beatriz Bento
Franz, Maristela Borin Busnello (orient.) (UNIJUI).
Introdução: O objetivo deste estudo foi analisar a dieta de um dia de estudantes do ensino médio que visitaram as
dependências da UNIJUÍ em um evento para futuros universitários (Profissional do Futuro), quanto ao número de
refeições e a composição da dieta. Metodologia: Estudo descritivo, no qual utilizou-se o recordatório alimentar de 24
horas, aplicado por acadêmicos do Curso de Nutrição. A análise qualitativa da dieta foi realizada tendo como
referência o Guia Alimentar para a População Brasileira (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) com auxílio do software
Epi info versão 3.3.2/2000. Resultados: Dos 44 participantes, 65, 9% eram do sexo feminino e 34, 1% era do sexo
masculino, sendo a idade média de 21 anos (±7, 02 meses). Verificou-se que 38, 6 % dos indivíduos realizavam até
quatro refeições/dia e 4, 5 % fizeram 6 refeições. As refeições mais negligenciadas foram os lanches. Nenhum
entrevistado consumiu seis porções de cereais conforme o preconizado pelo Guia Alimentar. O consumo de carnes e
derivados ficou acima do recomendado, pois 43, 2% dos participantes consumiram mais do que duas porções de
carne naquele dia. Ainda, 38, 6% não consumiram nenhum tipo de fruta, apenas 9, 1% consumiram três porções/dia.
Quanto ao consumo de verduras e legumes, 70, 5% dos participantes fizeram uma ou nenhuma ingestão de verduras
e legumes. Apenas 9, 1% consumiram três porções de leites e derivados. Observou-se a presença freqüente de
bebidas gaseificadas e guloseimas. Conclusão: Constatou-se excesso de consumo de açúcares e gordura, presença
insuficiente de cereais, frutas e verduras na dieta. Foi identificada diminuição do número de refeições diárias.
Propõe-se a discussão de dados deste estudo nas escolas, além da implementação de ações que promovam hábitos
alimentares saudáveis, como modificações na composição dos alimentos, redução de propagandas de alimentos
densamente calóricos, estímulo ao consumo de alimentos mais naturais.

REPRODUTIBILIDADE E VALIDADE DE UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA


340 INGESTÃO ALIMENTAR: ASPECTOS METODOLÓGICOS. Ruchelli França de Lima, Anelise
Fernanda Zanolla, Maria Teresa Anselmo Olinto (orient.) (UNISINOS).
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm aumentado sua prevalência nas últimas décadas e a Organização
Mundial da Saúde (OMS) situa dieta e nutrição entre as suas principais causas. A epidemiologia nutricional tem
como objetivo estudar a relação entre dieta e desfechos em saúde. Para isto, necessita dispor de instrumentos
reprodutíveis, válidos e economicamente viáveis. Reprodutibilidade indica o grau em que um instrumento é capaz de
produzir um mesmo resultado quando aplicado, nas mesmas circunstâncias, repetidas vezes. Enquanto que validade
refere-se ao grau com que um instrumento mede o que pretende medir. Entre os métodos disponíveis para avaliar
ingestão alimentar, o questionário de freqüência alimentar (QFA) é um bom instrumento por ter baixo custo e ser de
fácil utilização. Este estudo teve como objetivo testar a reprodutibilidade e validade de um questionário de
freqüência alimentar em uma mostra de 90 indivíduos adultos de 20 a 69 anos de idade, da região metropolitana de

608
Ciências da Saúde

Porto Alegre/RS. As variáveis sócio-econômicas e demográficas foram obtidas através de questionário padronizado,
pré-codificado e pré-testado. A avaliação antropométrica incluiu medidas de peso, altura e circunferência da cintura.
O consumo alimentar foi obtido utilizando-se 2 QFAs e 3 inquéritos recordatórios de 24 horas (IR24hs). A coleta dos
dados ocorreu em três momentos. A reprodutibilidade será avaliada comparando-se os dados nutricionais dos 2
QFAs, enquanto a validade do QFA será testada contra a média dos 3 IR24hs, utilizando-se coeficiente de correlação
de Pearson. A concordância entre os níveis de ingestão de nutrientes, definidos pelo QFA e média dos IR24hs
também será avaliada comparando-se as distribuições em quartis. As análises serão realizadas com o programa SPSS
versão 11.0 for windows. Especificamente, para a digitação do IR24h e QFA está sendo utilizado o Programa Nutwin
versão 1.5.2.51.

PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS NÃO-INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE


341 PORTO ALEGRE, RS. Betina da Gama Ettrich, Gabriela Penter, Luciana Ramos, Alessandra Pizzato,
Jose Roberto Goldim (orient.) (PUCRS).
Introdução: O processo fisiológico de envelhecimento traz consigo significativas alterações corporais, tornando os
idosos mais propensos a problemas nutricionais. Perda de peso involuntária e redução do apetite são comuns nesta
população. O padrão de gordura corporal se modifica, aumentando a adiposidade no tronco. Essas alterações
contribuem para o aumento da morbi-mortalidade dos idosos. Objetivo: Descrever o perfil nutricional de idosos não-
institucionalizados. Métodos: Realizou-se estudo transversal com idosos não-institucionalizados do município de
Porto Alegre-RS. Foi realizada avaliação nutricional através da antropometria (peso, altura, índice de massa corporal
(IMC) e razão cintura-quadril (RCQ)) e da Mini Avaliação Nutricional (MAN). Realizou-se análise descritiva dos
dados, tendo sido os resultados expressos na forma de média ± desvio-padrão e percentual. Foram respeitados os
aspectos éticos envolvidos na pesquisa com seres humanos. Resultados: Foram avaliados 142 idosos (98F/44M,
71±7anos). Observou-se em média: peso de 71, 2±14, 1kg, altura de 161±9cm, IMC de 29, 2±3, 4kg/m². Foram
classificados pelo IMC (OMS, 1998) como 1% magreza grau I, 34% eutrofia, 39% pré-obesidade, 19% obesidade
grau I, 5% obesidade grau II e 2% obesidade grau III. A RCQ classificou 51% das mulheres e 11% dos homens com
risco para doenças cardiovasculares. Pela MAN, foram classificados 13, 4% como risco de desnutrição e 0, 7% como
desnutridos. Conclusão: É imprescindível que a avaliação nutricional seja realizada de forma criteriosa e precoce,
buscando identificar idosos em risco nutricional. Através do conhecimento do estado nutricional destes idosos pode-
se intervir na prevenção de enfermidades e, conseqüentemente, na melhoria da qualidade de vida desta população.

ADEQUAÇÃO E CONHECIMENTO DO CONSUMO ALIMENTAR DE FORMANDAS DO


342 CURSO DE NUTRIÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IPA, PORTO
ALEGRE, RS. Muriel Alves Zingano, Ana Paula Trussardi Fayh (orient.) (IPA).
Introdução: Alunas do curso de nutrição tentam se aproximar ao máximo de uma alimentação correta e balanceada,
mas outros fatores, além do conhecimento nutricional, podem influenciar seu comportamento alimentar. O objetivo
deste estudo foi avaliar a adequação alimentar de formandas do curso de Nutrição do Centro Universitário Metodista
IPA, e a percepção que elas têm sobre a sua alimentação. Métodos: As formandas foram pesadas e medidas (balança
mecânica Filizzolla), e preencheram um questionário com perguntas fechadas acerca do conhecimento e percepção
de sua alimentação. Após, preencheram um recordatório alimentar de três dias, que foi posteriormente calculado com
auxílio do software DietWin Profissional versão 2.0 para Windows. Os dados foram estruturados e analisados com
auxílio do software SPSS versão 12.0. Para avaliar a adequação do consumo alimentar, utilizou-se teste t simples, e
para comparar a adequação alimentar com a percepção das alunas, utilizou-se o teste qui-quadrado. Os resultados
estão expressos em média + dp. Resultados: Os dados preliminares de dezoito formandas demonstraram que elas
ingerem uma menor quantidade calórica do que necessitam (1566, 11+468, 46 kcal e 2183, 63+181, 27 kcal,
respectivamente), consomem quantidades percentuais adequadas em macronutrientes, mas não atingem suas
necessidades de fibras (17, 67+6, 35g), ferro (10, 14+3, 16mg) e de cálcio (674, 76+250, 29mg). As acadêmicas
possuem conhecimento satisfatório sobre a adequação da sua alimentação. Conclusão: As formandas apresentam
alimentação adequada em macronutrientes, mas inadequada em calorias, fibras e micronutrientes. O conhecimento
sobre a inadequação não é suficiente para modificar o hábito alimentar destas acadêmicas.

FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS AO CONSUMO NÃO HABITUAL DE


343 FEIJÃO ENTRE ADOLESCENTES. Cristine da Silva Medeieros, Paula Dal Bó Campagnolo,
Marcia Regina Vitolo (orient.) (FFFCMPA).
Introdução: A adolescência vem sendo destacada como um período de risco para dietas deficientes em
micronutrientes e fibra alimentar. A Pesquisa Nacional de Orçamento Familiar demonstrou que o consumo de feijão
diminuiu bruscamente, sendo mais evidente na região Sul e na população com maior renda familiar mensal.
Objetivo: Avaliar fatores determinantes do consumo não habitual de feijão entre adolescentes. Metodologia: Foi
realizado estudo transversal com 722 adolescentes da cidade de São Leopoldo/RS. A amostra foi realizada por
conglomerados em 3 estágios. Foram obtidos dados sociodemográficos da família por meio de questionário.
Utilizou-se inquérito de freqüência alimentar e determinou-se como consumo não habitual de feijão a ingestão menor
que 4 vezes na semana. A análise estatística foi realizada por meio de regressão logística. Resultados: Os
adolescentes consumiam feijão, em média, 5, 24 dias na semana, sem diferença entre os sexos. O consumo não

609
Ciências da Saúde

habitual de feijão foi associado a maior faixa etária apenas entre as meninas (p= 0, 003). O consumo não habitual de
feijão foi associado à escolaridade materna maior que oito anos, renda familiar mensal maior que 3 salários mínimos,
e não ser filho único. Conclusão: O estudo confirma a hipótese que com a melhora da condição socioeconômica o
feijão deixa de fazer parte do hábito alimentar, sugerindo a substituição por outros alimentos com menor teor de fibra
e folato.

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS PAIS, QUANTO À


344 INGESTÃO DE VERDURAS E LEGUMES, SOBRE A ALIMENTAÇÃO DOS FILHOS. Laura de
Brochado Corino, Raquel Rau, Danielle Cohen, Nara Sudo (orient.) (IPA).
Uma dieta balanceada desde a infância favorece níveis ideais de saúde, crescimento e desenvolvimento intelectual,
além de prevenir as doenças crônico-degenerativas. O aumento da obesidade infantil tem sido atribuído ao baixo
consumo de frutas e hortaliças e ao aumento no consumo de calorias vazias. Os hábitos alimentares iniciam-se com a
bagagem genética e sofrem influências do meio (tipo de aleitamento, alimentos introduzidos e condição
socioeconômica), sendo a família o modelo para a aquisição dos hábitos da criança. Os alimentos doces são os
preferidos pelas crianças, mas devem estar equilibrados entre carboidratos, lipídios e proteína. Cálcio, ferro, zinco e
as vitaminas requerem atenção especial e reforçam a necessidade da ingestão de verduras e legumes. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a influência dos hábitos alimentares dos pais, quanto à ingestão de verduras e legumes, na
construção dos hábitos alimentares dos filhos. Foram realizadas 90 entrevistas, divididas entre 45 crianças e seus
respectivos pais, com perguntas sobre o consumo de verduras e legumes. Mostrou-se, às crianças, figuras de vegetais
para facilitar a identificação. Os resultados apontaram que 82, 22% das crianças repetem os hábitos alimentares de
seus pais. Houve correlação positiva (0, 6) entre o número de vezes que pais e filhos ingerem verduras e legumes na
semana. A freqüência entre pais e filhos que consomem verduras e legumes 7 vezes por semana foi de 60%. E o
nível de confiança da pesquisa foi de 90%. As autoras concluíram que fatores ambientais e o exemplo dos pais
durante as refeições exercem uma forte influência nos hábitos alimentares dos filhos. Assim, identificar e
compreender as inter-relações que determinam as escolhas alimentares das crianças é fundamental para uma correta
intervenção.

DETERMINAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES DE ESCOLA


345 PÚBLICA E PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS. Juliana Deoliveira
Rossato, Ana Lúcia de Freitas Saccol (orient.) (UNIFRA).
Existem práticas alimentares erradas, como a recusa alimentar, dietas excêntricas, regimes alimentares e omissão de
refeições. As necessidades nutricionais dos adolescentes muitas vezes não estão adequadas, no que diz respeito à
energia, muitas vezes com alto consumo de açúcares e gorduras e baixa ingesta proteínas, vitaminas e minerais. Este
projeto tem como público alvo, adolescentes do ensino médio de ambos os sexos, de idade entre 13 a 18 anos de uma
escola pública e uma escola particular do município de Santa Maria-RS. A pesquisa será realizada com 200
adolescentes, sendo 100 da escola pública e 100 da escola particular cursando o ensino médio de Santa Maria-RS.
Como forma de diagnosticar o perfil nutricional, em primeiro encontro, será aplicado um questionário com perguntas
abertas e fechadas, no qual determinará os hábitos dos adolescentes. Para a avaliação do estado nutricional, serão
utilizadas as seguintes variáveis: peso e altura. Com os dados coletados será calculado o percentil de acordo com
IMC (índice de massa corpórea) e idade. Após investigar os hábitos e necessidades dos adolescentes, em segundo
encontro, será ministrada uma mini-palestra. . A palestra terá duração de no máximo 45 minutos, abordará temas
como a importância de uma alimentação saudável, as necessidades nutricionais de carboidratos, proteínas, lipídios,
água de acordo com a faixa etária. Os dados serão tabulados e apresentados na forma de tabelas e gráficos,
possibilitando a determinação do perfil nutricional dos adolescentes.

PERFIL NUTRICIONAL E RISCO CARDIOVASCULAR DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA


346 INSTITUIÇÃO GERIÁTRICA DE SANTA MARIA-RS: ESTUDO EM ANDAMENTO. Tamirys
Pereira Cabreira, Marciele Lovatto Marcuzzo, Vanessa Ramos Kirsten (orient.) (UNIFRA).
Objetivo: Avaliar o estado nutricional de idosos institucionalizados em Santa Maria – RS. Métodos: Estudo de
caráter descritivo, em que foram avaliados até o momento 43 de 68 asilados, do sexo masculino, residentes em uma
instituição geriátrica de Santa Maria-RS. As variáveis antropométricas foram circunferências do braço, da panturrilha
e cintura, comprimento do braço e meia envergadura. Estas variáveis foram utilizadas para estimativa de peso e
altura de acordo com Rabitto (2006). O índice de massa corporal foi calculado através de peso e altura sendo
classificado de acordo com o IMC do idoso (LIPSCHITZ, 1994) e o risco cardiovascular através da circunferência da
cintura de acordo com OMS (1998). Estão sendo incluídos na amostra, idosos com 60 anos ou mais que aceitarem
participar da avaliação nutricional. Os dados preliminares são apresentados na forma de porcentagem simples.
Resultados: A média de idade dos idosos é de 71, 8 ± 8, 14 anos. De acordo com o IMC para idosos, cerca de 46, 5%
destes apresentaram sobrepeso, 39, 5% eutrofia e 14% estado de magreza. No que se refere à circunferência da
cintura 63% apresentam risco cardiovascular, sendo destes 33% risco muito elevado. Conclusão: A prevalência de
estado nutricional inadequado foi alta, considerando-se que aproximadamente 60% dos idosos avaliados apresentam-
se em risco nutricional, tanto pelo estado de magreza quanto pelo excesso de peso. Além disso, mais da metade da
amostra avaliada apresentou risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estas alterações do estado

610
Ciências da Saúde

nutricional são relacionadas com sérios agravos para saúde, o que ressalta a importância de intervenções
dietoterápicas com este grupo populacional.

PERFIL NUTRICIONAL DE PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA PRATICANTES


347 DE NATAÇÃO. Fabiana Simon Barreto, Flávio Santos, Nathália Schutz, Marcello Mascarenhas,
Marcelo Santanna, Cristina Panziera, Ana Paula Trussardi Fayh (orient.) (IPA).
A natação é um dos esportes individuais mais praticados por pessoas portadoras de deficiência (PPDs), pela
facilidade de locomoção no ambiente aquático. O aspecto nutricional é relevante para o desempenho esportivo e
qualidade de vida destes indivíduos. O objetivo deste estudo foi avaliar o estado nutricional de PPDs que praticam
natação no Projeto Paradesporto do Centro Universitário Metodista IPA. Foram avaliados sete PPDs devido a
amputações ou paralisia (4 homens e 3 mulheres) com média de idade 27, 28 + 5, 34 anos, que freqüentam aulas de 2
a 3 vezes por semana em um período de três meses. Foram medidas massa corporal e estatura (balança mecânica
Filizzolla), e quando estes procedimentos eram inviáveis foram utilizadas equações específicas para a estimativa
destas medidas. Os avaliados responderam um recordatório alimentar de 24 horas para o cálculo da ingestão calórica
e de macronutrientes. Os nadadores apresentaram uma média de peso de 71, 65± 22, 01 Kg, estatura média de 164,
85±10, 22 cm, e índice de massa corporal médio de 25, 71± 4, 88 Km/m². O consumo alimentar encontrado foi de
2901, 5+1085, 45kcal, tendo uma composição média de 60, 84±7, 34% de carboidratos, 19, 92+3, 53% de proteínas e
19, 23±7, 4% de lipídios do valor energético total (VET). A quantidade de proteínas por quilograma de peso (g/kg)
dos praticantes foi de 1, 81+0, 66 g/kg. Conclui-se que os PPDs apresentam peso acima do desejável e ingestão
nutricional desequilibrada, consumindo mais proteína e menos lipídeos que o desejável. Devido a grande
diferenciação dos dados torna-se necessário uma orientação nutricional individualizada para corrigir as inadequações
alimentares observadas, para a melhora do desempenho físico e da qualidade de vida.

Sessão 42
Nutrição e Composição Corporal

VERIFICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS NUTRICIONAIS DE ADOLESCENTES ATLETAS


348 E NÃO ATLETAS. Débora Wagner, Flavia Meyer (orient.) (UFSM).
O período da adolescência é caracterizado pelo aparecimento de alterações sociais, psicológicas e físicas,
podendo repercutir no comportamento alimentar e causar transtornos alimentares. Porém, os adolescentes atletas
podem estar mais interessados em manter uma dieta saudável ou serem influenciados por informações enganosas
sobre o efeito de determinados alimentos e suplementos sobre a sua forma física e desempenho. Este estudo
objetivou verificar os conhecimentos nutricionais de adolescentes atletas e não atletas. Participaram 14 adolescentes
atletas (12 meninas e 2 meninos) (AA) (16±1, 15 anos) e 14 adolescentes não atletas (8 meninas e 6 meninos) (NA)
(18±1, 2 anos). Os adolescentes responderam a um questionário contendo 20 questões fechadas e específicas sobre
nutrição. Nenhum dos 28 adolescentes entrevistados acertou todas as perguntas do questionário. Verificou-se que
para 4 questões, mais de 50% dos adolescentes forneceram respostas erradas e, somente 5 questões obtiveram o
acerto dos 14 AA e 3 foram respondidas corretamente pelos 14 NA. Não encontrou-se diferença estatisticamente
significativa entre os acertos de AA (p=0, 614) e NA (p=0, 909). Obteve-se uma média de 14, 64 (±1, 95) acertos
(73, 2 %) nos AA e 14, 14 (±2, 59) (70, 7 %) acertos nos NA, demonstrando que não houve diferença significativa
entre os grupos. Conclui-se que AA não possuem um maior conhecimento nutricional quando comparados com NA,
indicando que, mesmo com a prática de esportes, AA não apresentam um maior interesse em abranger seus
conhecimentos nutricionais e adotar hábitos alimentares mais saudáveis que possam beneficiar suas práticas de
atividade física. Logo, é necessário fornecer mais conhecimentos nutricionais para adolescentes.

PERFIL ALIMENTAR E CARDIORRESPIRATÓRIO DE JOGADORES DE FUTEBOL.


349 Vinicios Dias dos Santos da Silva, Katiuce Borges Sapata, Giovani Cunha dos Santos, Ana Rosa
Bartelle, Alvaro Reischak de Oliveira (orient.) (UFRGS).
Introdução: Várias demandas metabólicas são responsáveis pela necessidade de um consumo alimentar diferenciado
para atletas. Uma alimentação adequada é associada a um aumento do desempenho, tanto no período de treinamento
quanto em competições. O objetivo deste estudo foi analisar o consumo alimentar de jogadores de futebol de elite e
relacioná-lo com variáveis cardiorrespiratórias importantes para o desempenho no futebol. Material e Métodos: A
amostra foi composta por 60 jogadores das categorias de base do Sport Club Internacional com idade média de 15,
28±2, 49 anos, massa corporal de 66, 9± 0, 2kg e estatura de 172, 28±8, 28cm. O VO2máx foi mensurado através de
teste máximo com protocolo progressivo em esteira, concomitantemente com analise de gases através do
ergoespirômetro MGC-CPX-D. A freqüência cardíaca (FC) foi verificada através do freqüencímetro da marca Polar
S610. Para a verificação do consumo alimentar foi solicitado a cada atleta que preenchesse o registro alimentar de 3
dias, nos quais deveriam ser descritos todos os alimentos consumidos ao longo de 2 dias da semana e 1 dia do final
de semana. Para a análise dos dados utilizou-se o SPSS versão 12.0 e os resultados foram expressos em média e
desvio padrão. Resultados: O valor energético total (VET) das dietas dos jogadores foi de 3.284, 81±868, 5 kcal/dia,

611
Ciências da Saúde

com consumo de carboidratos de 494, 25±167, 73g (7, 67±3, 18g/kg), proteínas de 153, 23±36, 42g (2, 34 ± 0,
68g/kg) e lipídios de 78, 92±24, 59g (1, 29±0, 63g/kg). O VO2máx encontrado foi de 59, 36±4, 73 ml.kg-1.min-1 e a
FCmáx de 196±7, 2 bpm. Não foram verificadas correlações significativas entre o valor energético total da dieta e o
VO2máx (r= -0, 036), assim como entre o VET e a FCmáx (r= -0, 09). Conclusão: O valor energético total da dieta
mostrou-se adequado as necessidades nutricionais dos atletas, no entanto o consumo de lipídios ficou abaixo do
recomendado. As variáveis cardiorrespiratórias não apresentaram correlação com o consumo alimentar dos
jogadores.

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES: UM ESTUDO QUANTO À


350 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E DISLIPIDEMIAS EM ESCOLARES ENTRE 13 E 18
ANOS DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE PORTO ALEGRE. Fabiana Ferreira dos Santos,
Adroaldo Cezar Araujo Gaya (orient.) (UFRGS).
RESUMO A obesidade na adolescência é um fator preditivo da obesidade no adulto. A importância de se conhecer o
padrão de gordura e não somente o grau de obesidade relaciona-se com prognóstico de risco de saúde. Assim, neste
estudo foi averiguada a prevalência sobrepeso e dislipidemias, considerados fatores de risco para doenças
cardiovasculares, em escolares do Colégio IPA Americano, em Porto Alegre. A amostra foi composta por 48
estudantes entre 13 e 18 anos. Para caracterizar o sobrepeso, foi aferido o IMC através do peso/estatura². Para
investigar as dislipidemias foi efetuada uma punção arterial no dedo indicador. A amostra obtida foi analisada para a
determinação do colesterol sérico total , triglicerídeos e as HDL-C. A análise das coletas foi realizada de acordo com
os critérios do Laboratório Faillace/ 2006. Dos avaliados, 3 estudantes se enquadraram em baixo peso, 29 em peso
normal e 16 em sobrepeso, correspondendo, respectivamente, a 6, 3%, 60, 4%e 33, 3% do total.Apresentaram
alterações significativas indicativas de colesterol elevado os indivíduos com sobrepeso, 4, 2%, contra 2, 1% daqueles
com peso normal e 0% daqueles com baixo peso; e também quanto aos níveis de triglicerídeos: 6, 3% nos indivíduos
com sobrepeso contra 0% nos indivíduos normais e 2, 1% nos indivíduos com baixo peso. Quanto aos valores
encontrados nos níveis de HDL-c para normalidade, apresentaram uma certa proximidade nos grupos dos indivíduos
com sobrepeso e com peso normal, 25%e 29, 2%, respectivamente, mas nos níveis altos, há uma diferença
significativa, 6, 3% e 22, 9%.Com esses resultados foram realizadas as possíveis análises associativas com o Teste
do Qui-quadrado. Pôde-se constatar que há uma tendência em os escolares com sobrepeso apresentarem alterações
dislipidêmicas de risco para doenças cardiovasculares futuras, não significando a inexistência das mesmas naqueles
com baixo peso e peso normal.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


351 BRASILEIROS ATRAVÉS DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL. Ramiro Ruschel da Silva,
Daniel Carlos Garlipp, Felipe Martinetto, Ana Graebin, Adroaldo Cezar Araujo Gaya (orient.)
(UFRGS).
O presente trabalho faz parte de uma das áreas do Projeto Esporte Brasil (PROESP), e tem por objetivo descrever o
estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros de 7 a 17 anos de idade e verificar a associação entre o
estado nutricional e o sexo. O estudo contou com 73.281 crianças e adolescentes sendo 40.873 meninos e 32.408
meninas. Para verificar o estado nutricional calculou-se o índice de massa corporal (IMC), obtido através das
variáveis massa corporal e estatura (Kg/m2). Todos os indivíduos foram classificados conforme os critérios de Conde
e Monteiro (2006) para o IMC. Para a analise dos resultados foram consideradas ocorrências em valores percentuais.
O teste do Qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação entre as categorias do IMC e sexo. Os resultados
indicam que 2, 9% dos meninos e 4, 7% das meninas apresentam baixo peso, 75, 1% de meninos e 76, 7% de
meninas são considerados normais, 18, 6% dos meninos e 14, 4% das meninas apresentam sobrepeso e 3, 4% dos
meninos e 4, 2% das meninas foram classificados como obesidade. O teste Qui-quadrado indicou associação
significativa entre o sexo feminino e o baixo peso (p=0, 000 e valor ajustado = 13, 0) e entre o sexo masculino e o
sobrepeso (p=0, 000 e valor ajustado = 15, 1).

ADESÃO À DIETOTERAPIA DE PACIENTES COM RISCO DE DOENÇA


352 CARDIOVASCULAR ATENDIDOS NA CLÍNICA INTEGRADA IPA, PORTO ALEGRE - RS.
Tatiana Pizzato Galdino, Zilda Elizabeth Albuquerque Santos, Ana Paula Trussardi Fayh (orient.)
(IPA).
Introdução: Na Clínica de Nutrição/IPA, os pacientes realizam consulta nutricional gratuita, sendo avaliados e
orientados com dieta adequada ao seu estado nutricional. O objetivo deste estudo foi avaliar a adesão ao tratamento
dietoterápico dos pacientes com risco de doença cardiovascular (DCV) atendidos neste ambulatório e os motivos que
os levaram a desistir do tratamento. Métodos: Foi realizado o levantamento dos pacientes entre 18 e 70 anos que
realizaram sua primeira consulta nutricional no ano de 2006 e possuíam dois ou mais fatores de risco para DCV,
sendo: hipertensão, dislipidemia, diabetes ou hiperglicemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo e circunferência da
cintura. Um contato telefônico foi realizado, aplicando-se um questionário fechado com questões acerca dos motivos
do seu abandono e estimulando-os a retornar para seguir o tratamento. Após três meses, foi verificado seu retorno ao
ambulatório. Resultados: Dos 155 pacientes com risco de DCV, 87 (56,13 %) desistiram do tratamento nutricional
após a primeira consulta. Destes, obtivemos sucesso no contato telefônico com 56 (64,37 %). Em relação aos

612
Ciências da Saúde

principais motivos do abandono do tratamento, 24 pacientes (42,86 %) relataram falta de organização no seu tempo
ou doença na família, 14 (25 %) acharam a dieta difícil de ser seguida ou relataram falta de disciplina, e 9 (16,07%)
apontaram insatisfação com o ambulatório. Após o contato telefônico, apenas três (5,36 %) pacientes retornaram ao
ambulatório. Conclusão: Observou-se uma alta desistência do tratamento nutricional, e a presença dos fatores de
risco para DCV não foram suficientes para motivar a adesão dietoterápica. É necessário elaborar uma estratégia para
que os pacientes se organizem para seguir o tratamento, principal motivo apontado para a desistência.

PERFIL NUTRICIONAL DOS JOGADORES DE FUTEBOL DE CAMPO DA CATEGORIA


353 JUVENIL DE UM CLUBE DE PORTO ALEGRE. Priscila Azevedo Viero, Ilaine Schuch (orient.)
(UFRGS).
Introdução: O futebol de campo é um esporte de constante atividade intensa. Para manter bom desempenho, é
fundamental que a alimentação supra as necessidades energéticas e hídricas exigidas. Sendo atleta adolescente, os
cuidados alimentares são importantes para atingir o maior requerimento de nutrientes devido à fase de
amadurecimento corporal. Objetivo: Verificar a ingestão dietética em adolescentes jogadores de futebol de um Clube
de Porto Alegre. Metodologia: Para levantar dados da ingestão dietética, foi utilizado o Questionário
Semiquantitativo de Freqüência Alimentar (QSFA) auto-aplicável em uma amostra de 25 jogadores de futebol com
idade de 15 a 17 anos, do sexo masculino. Resultados: Segundo os resultados do QSFA, os alimentos mais
consumidos diariamente são arroz (76% dos atletas), feijão preto/marrom (80%), leite integral (75%), pães (64%),
carne cozida (52%), achocolatado em pó (52%) e água (91, 6%). Dos vegetais e frutas, apenas a alface (44%), o
tomate (32%) e a banana (48%) são consumidos diariamente. Refrigerante (24%), biscoito recheado (12%) e
preparações fritas (13, 6%) são ingeridos com menor freqüência. Conforme resultados parciais, o hábito alimentar
destes atletas reflete a alimentação básica da população brasileira. Está completa quanto aos macronutrientes,
contudo, o aporte de vitaminas e minerais pode estar prejudicado pelo baixo consumo de frutas e vegetais. A ingestão
diária de leite é importante para suprir a necessidade de cálcio para o crescimento e o consumo pouco freqüente das
guloseimas difere do hábito comum na adolescência. Considerações Finais: A partir dos dados apresentados é
possível inferir que estes adolescentes têm maior consciência da importância de uma alimentação saudável para
alcançar uma boa performance no futebol.

Sessão 43
Odontologia IV

QUANTIFICAÇÃO DAS REGIÕES ORGANIZADORAS NUCLEOLARES (NORS) EM


354 CÉLULAS DA MUCOSA BUCAL NORMAL SOB O EFEITO DO ÁLCOOL E FUMO: UM
ESTUDO CITOPATOLOGICO. Niandra Machado, Aline Segatto Pires, Isabel da Silva Lauxen,
Fernada Visioli, Vinícius Coelho Carrard, Márcia Gaiger de Oliveira, Pantelis Varvaki Rados (orient.) (UFRGS).
RESUMO: O objetivo desse estudo foi realizar uma avaliação citopatológica, por meio da técnica de AgNOR, a fim
de se observar a atividade proliferativa da mucosa bucal de indivíduos expostos aos carcinógenos bucais (fumo e
álcool), bem como, de pacientes com carcinoma espinocelular e leucoplasia . Trinta e um indivíduos do sexo
masculino, com idade superior a 30 anos, foram selecionados e divididos nos seguintes grupos: GCO (controle, n=5),
GAF (fumo e /ou álcool, n=9), GL (leucoplasia, n=10) e GCE (carcinoma espinocelular, n=7). Nos indivíduos do
GCO e GAF, a coleta citopatológica, foi realizada nos sítios anatômicos do lábio inferior, borda da língua e assoalho
de boca. Nos indivíduos do GL e GCE, a coleta foi realizada nas áreas adjacente e contra-lateral à lesão.
Considerando-se o GCO e GAF os resultados mostram menor atividade proliferativa na borda de língua quando
comparada ao lábio inferior e ao assoalho de boca independente da exposição ou não ao fumo/álcool. No GL houve
proliferação celular maior no sítio contra lateral à lesão quando comparado ao sítio adjacente. No GCE constatou-se
atividade proliferativa semelhante no sítio contra lateral à lesão quando comparado ao sítio adjacente à lesão. Com
base nos achados deste estudo confirma-se a tendência de observar um comportamento “sítio específico” da mucosa
bucal frente às agressões, porém não constatamos diferenças estatísticas nos grupos experimentais. (PIBIC).

DISTRIBUIÇÃO INTRA-BUCAL DA PROGRESSÃO DE PERDA DE INSERÇÃO: ESTUDO


355 DE PORTO ALEGRE. Fernando Silva Rios, Ricardo dos Santos Araújo Costa, Eduardo Gaio,
Marcius Comparsi Wagner, Alex Nogueira Haas, Cassiano Kuchenbecker Rösing, Rui Vicente
Oppermann, Cristiano Susin (orient.) (UFRGS).
Poucos estudos avaliaram a progressão de perda de inserção periodontal em populações da América Latina. O
objetivo do presente estudo foi avaliar a distribuição intra-bucal da progressão da perda de inserção periodontal em
diferentes grupos etários. Em 2006, 697 indivíduos dentados que haviam participado em 2001 de um levantamento
epidemiológico da região metropolitana de Porto Alegre foram re-examinados. A amostra foi composta de 296
homens e 401 mulheres, com idade média de 37, 6±15, 8 anos. Dados demográficos foram coletados por meio de
entrevista. Um exame periodontal completo foi realizado incluindo 6 sítios por dente em todos os dentes presentes.
Os entrevistadores e os examinadores foram treinados e calibrados. A progressão de perda de inserção média

613
Ciências da Saúde

aumentou progressivamente com a idade: 1, 14±0, 75mm para indivíduos <30 anos, 1, 99±1, 07mm para 30-49 anos,
e 2, 18±1, 23mm para ³50 anos. Esta diferenca foi estatisticamente significante (p<0, 001). Os dentes que
apresentaram a maior progressão de destruição periodontal foram os incisivos inferiores (0, 61±0, 90) e os molares
superiores (0, 49±0, 92). Os caninos superiores foram os dentes que menos perderam inserção ao longo dos 5 anos
(0, 28±0, 89). Para a arcada superior, as faces distais dos molares apresentaram a maior progressão (0, 59±1, 05). No
entanto, para a arcada inferior, as faces proximais dos incisivos tiveram as maiores perdas (0, 63±0, 99). Pode-se
concluir que a progressão da doença periodontal destrutiva é alta nessa população, sendo os indivíduos mais velhos o
grupo populacional mais afetado. Os incisivos inferiores e molares superiores são os dentes com maior risco de
progressão. Medidas de prevenção e tratamento das doenças periodontais são necessárias.

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS SUPRAGENGIVAIS DURANTE A


356 GESTAÇÃO. Luciana Dondonis Daudt, Carlos Heitor Cunha Moreira, Tiago Fiorini, Marta Liliana
Musskopf, Patrícia Weidlich, Rui Vicente Oppermann, Cassiano Kuchenbecker Rosing (orient.)
(UFRGS).
O objetivo deste estudo é avaliar as condições supragengivais durante a gravidez. Oitenta pacientes na faixa etária de
18 a 35 anos, até a 20ª semana de gestação, estão sendo selecionadas a partir da busca por atendimento pré-natal no
Hospital Materno Infantil Presidente Vargas em Porto Alegre. Mulheres com gravidez múltipla, apresentando
indicação de profilaxia antibiótica para exame odontológico e portadoras de aparelho ortodôntico fixo são excluídas.
Dois examinadores treinados e calibrados realizam o exame clínico em seis sítios de todos os dentes permanentes
erupcionados, exceto 3º molares. Este exame é realizado até a 20ª semana de gestação (exame 1) e entre a 26ª e 28ª
semanas gestacionais (exame 2). A presença de placa bacteriana está sendo avaliada através do Índice de Placa de
Silness e Löe (IP) e as condições gengivais, através do Índice Genvival de Löe e Silness (IG). A comparação dos
valores médios de cada parâmetro para cada paciente é realizada através de teste t para amostras dependentes. O
estudo encontra-se na fase de execução experimental. Os resultados parciais encontrados no exame de 26 pacientes
mostram que não há diferenças no Índice de Placa nos dois momentos gestacionais avaliados, sendo que a média de
IP no exame 1 foi de 1, 56 + 0, 41 e no exame 2 foi de 1, 39 + 0, 43. Da mesma forma, não houve alteração na
inflamação gengival avaliada pelo Índice Gengival e a média de IG no exame 1 foi de 1, 29 + 0, 14 e no exame 2 foi
de 1, 32 + 0, 14 exames. A partir dessa análise parcial, conclui-se que não há alteração na higiene bucal e na
inflamação gengival nos períodos gestacionais avaliados.

CONHECIMENTO E ATITUDES DE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA SOBRE O FUMO:


357 RESULTADOS PRELIMINARES. Juliano Vaz Amador, Daniel Candido Haddad, Marta Liliana
Musskopf, Cristiano Susin (orient.) (UFRGS).
O objetivo do presente estudo foi avaliar conhecimentos e atitudes de estudantes de odontologia do Rio Grande do
Sul sobre o fumo. Conforme metodologia proposta pela Organização Mundial de Saúde, uma amostra de 245
estudantes (22, 4 anos ± 3, 2; 66, 5% mulheres) cursando o 3o ano da graduação de 4 faculdades foram entrevistados
utilizando-se um questionário estruturado. Entre os estudantes 62% já experimentaram ao menos uma vez um
cigarro, sendo que 18.1% consumiram mais de 100 cigarros. Atualmente, dentre os alunos que fumaram mais de 100
cigarros 30% dos alunos fumam até 10 cigarros/dia, 20% fumam mais de 11 cigarros/dia e 50% parou de fumar.
Apesar de 63% acreditarem que os profissionais de saúde deveriam receber treinamento específico sobre as técnicas
de cessação do fumo, apenas 15, 7% já receberam treinamento formal. Apenas 27.2% recebeu instrução para
fornecer materiais educativos aos pacientes que desejam parar de fumar. A existência de produtos de reposição de
nicotina era conhecida por 83.5%, sendo que 37.2% sabia do uso de antidepressivos. 70% acreditam que os
profissionais de saúde são modelos de comportamento para seus pacientes e o público em geral. Conclui-se que
existe a necessidade de uma mudança no ensino de odontologia, sendo que maior enfoque deveria ser dado à
instrumentalização dos futuros cirurgiões-dentistas. Programas de cessação de fumo deveriam ser instituídos nas
escolas de odontologia propiciando oportunidades efetivas de combate ao tabagismo não apenas aos pacientes, mas
também aos estudantes.

ALTERAÇÕES NOS PARÂMETROS CLÍNICOS INFLAMATÓRIOS SUBGENGIVAIS


358 DURANTE A GESTAÇÃO. Daniela Elisa Miotto, Patrícia Weidlich, Carlos Heitor Cunha Moreira,
Tiago Fiorini, Marta Liliana Musskopf, Cassiano Kuchenbecker Rösing, Rui Vicente Oppermann
(orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo é avaliar as alterações dos parâmetros inflamatórios subgengivais durante a gravidez. Oitenta
pacientes na faixa etária de 18-35 anos, até a 20ª semana de gestação, estão sendo selecionadas a partir da busca por
atendimento pré-natal no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas em Porto Alegre. Mulheres com gravidez
múltipla, apresentando indicação de profilaxia antibiótica para exame odontológico e portadoras de aparelho
ortodôntico fixo são excluídas. Dois examinadores treinados e calibrados realizam o exame clínico em seis sítios de
todos os dentes permanentes erupcionados, exceto 3º molares. Este exame é realizado até a 20ª semana de gestação
(exame 1) e entre a 26ª e 28ª semanas gestacionais (exame 2). Os parâmetros inflamatórios subgengivais
profundidade de sondagem (PS) e sangramento e supuração à sondagem (SS) estão sendo avaliados. A comparação
dos valores médios de cada parâmetro para cada paciente é realizada através de teste t para amostras dependentes. O

614
Ciências da Saúde

estudo encontra-se na fase de execução experimental. Os resultados parciais encontrados no exame de 26 pacientes
mostram que não há diferenças na profundidade de sondagem nos dois momentos gestacionais avaliados, sendo a
média de PS no exame 1 foi de 2, 4 mm (+0, 2) e no exame 2 foi de 2, 6 mm (+ 0, 4). Da mesma forma, a freqüência
média de sítios com presença de SS foi semelhante nos dois exames, 57% no exame 1 e 56% no exame 2. A partir
dessa análise parcial, conclui-se que não há alteração nos parâmetros inflamatórios subgengivais nos períodos
gestacionais avaliados.

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE ESCOVAS DURAS E MACIAS QUANTO A


359 CICATRIZAÇÃO DE TRAUMATISMOS GENGIVAIS. Ana Karina Machado de Azevedo, Rui
Vicente Oppermann (orient.) (UFRGS).
Recessões gengivais, freqüentemente presentes na clínica odontológica, apresentam-se como problemas funcionais e
estéticos. Superfícies radiculares expostas por recessões gengivais podem ter como conseqüência surgimento de
cáries radiculares e sensibilidade, assim como, problemas estéticos. Vários estudos têm demonstrado a presença de
abrasões gengivais decorrentes da escovação. Baseando-se nesses estudos, pode-se antecipar que a utilização de
escovas duras produziria uma ação mais lesiva sobre os tecidos gengivais do que a utilização de escovas macias;
contudo, não se sabe se existe diferença no tempo necessário para cicatrização da gengiva traumatizada por cada um
dos tipos de escova. Portanto, o objetivo do presente projeto pesquisa seria observar o tempo necessário para
cicatrização das abrasões gengivais causada por escovas duras e macias. O presente estudo será cego, modelo de
boca dividida e ocorrerá durante um período de 24 horas. O estudo será realizado no ambulatório de periodontia da
Faculdade de Odontologia da UFRGS. Dez acadêmicos de Odontologia participarão deste estudo. Critérios de
inclusão são: Sistemicamente saudável, idade entre 18 e 30 anos e pelo menos 20 dentes presentes;Não estar
utilizando nenhum antibiótico/antiinflamatório há pelo menos 3 meses; Não portadores de aparatologia ortodôntica,
de próteses dentais, de implantes dentários e de abrasões, restaurações e/ou cavidades cariosas em cervical .Ausência
de sinais de periodontite; Não fumantes. Voluntários da pesquisa assinarão o consentimento livre e esclarecido.

DISPARIDADE ENTRE HOMENS E MULHERS NA PROGRESSÃO DA PERDA DE


360 INSERÇÃO PERIODONTAL: ESTUDO DE PORTO ALEGRE. Ricardo dos Santos Araujo Costa,
Fernando Silva Rios, Eduardo Gaio, Marcius Wagner, Alex Haas, Cassiano Rösing, Rui Oppermann,
Cristiano Susin (orient.) (UFRGS).
O presente estudo teve como objetivo comparar a progressão da perda de inserção periodontal entre homens e
mulheres, e avaliar o impacto de variáveis sócio-demograficas nesse parâmetro clínico. Foram reavaliados 697
adultos dentados (296 homens / 401 mulheres, 19-83 anos) oriundos de uma amostra representativa da região
metropolitana de Porto Alegre após 5 anos (2001-2006). Um exame periodontal completo (6 sítios por dente, todos
os dentes presentes) foi realizado por examinadores calibrados. Um questionário socioeconômico padronizado foi
aplicado por entrevistadores treinados. Os resultados foram estratificados quanto à idade, condição socioeconômica e
nível educacional. O percentual de homens apresentando progressão de perda de inserção ≥3mm em 2 dentes ou mais
(63, 5% vs. 50, 4%; p=0.001) e em 4 dentes ou mais (40, 5% vs. 32.9%; p=0.04) foi estatisticamente maior do que
mulheres. Quanto à extensão de progressão de doença, homens tiveram maior número de dentes com perda de
inserção ≥2mm (10, 3% vs. 8, 8%; p= 0.002), ≥3mm (5, 1% vs. 3, 9%; p< 0.001), ≥4mm (2, 0% vs. 1, 5%; p= 0.03)
do que mulheres. A relação entre a progressão da PI e o gênero foi modificada pela escolaridade, nível
socioeconômico e fumo. A ocorrência de perda de inserção ≥3mm em 4 dentes ou mais foi estatisticamente maior em
homens com 9 ou mais anos de escolaridade (39, 5% vs. 27, 0%; p= 0.03), com melhor nível socioecômico (43, 6%
vs. 29, 3%; p= 0, 02) e não-fumantes (55, 9% vs. 42, 3%; p= 0.009). Conclui-se que homens apresentaram maior
progressão de doença periodontal destrutiva do que mulheres, sendo que a educação, o nível socioeconômico e o
fumo modificaram essa ocorrência. Fica demonstrado, assim, que a disparidade da saúde periodontal entre os gêneros
deveria ser adequadamente abordada.

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE COLETA DE FLUIDO CREVICULAR


361 GENGIVAL. Fernanda Alencar, Sabrina Carvalho Gomes (orient.) (ULBRA).
O fluido crevicular gengival (FCG) expressa a condição clínica do processo saúde-doença periodontal,
sendo seu volume e composição importantes para o estudo da patogênese da mesma. A coleta do FCG usualmente é
feita por meio do Periopaper®, de difícil importação e custo elevado. Este estudo investigou um método alternativo
de coleta de FCG, comparando-o ao Periopaper ® (C). Tiras de papel absorvente (qualitativo, 80 gramas), com as
dimensões de C, foram obtidas (T). Com a seringa de Hamilton ® foram constituídas curvas-padrão, quantificadas
com o Periotrom ®, utilizando-se volumes crescentes de saliva (+0, 1µl), de 0.1µl até 0.8 µl. Para cada tempo de
avaliação (imediatamente, quinze e trinta segundos após a embebição, em semelhante temperatura) 3 curvas-padrão,
para cada grupo, foram geradas. As médias dos volumes foram comparadas (p≤0, 05). Não foram observadas
diferenças entre C (73.79±33.16) e T (64.63±31.52) imediatamente após e semelhanças foram mantidas em quinze e
trinta segundos (teste t, amostras independentes). Na avaliação intra-grupo (ANOVA), não houve diferença entre
imediatamente, quinze e trinta segundos, respectivamente para T e C. Conclusão: O método alternativo para coleta
de FCG mostrou-se semelhante ao Periopaper e intervalos de até 30 segundos, entre a coleta e a leitura em
Periotrom, não influenciaram as medidas.

615
Ciências da Saúde

PARÂMETROS DE ESTRESSE OXIDATIVO E ATIVIDADE PROLIFERATIVA NA MUCOSA


362 LINGUAL DE RATOS SUBMETIDOS AO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL: EFEITO DA
SUSPENSÃO DO CONSUMO DE ETANOL E DA SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA E. Aline
Segatto Pires, Vinicius Coelho Carrard, Marina Mendez, Isabel da Silva Lauxen, Cristiano Macabu Badauy, José
Claudio Fonseca Moreira, Manoel Santana Filho (orient.) (UFRGS).
Este trabalho avaliou o efeito consumo crônico de etanol sobre o estresse oxidativo e atividade proliferativa da
mucosa lingual de ratos, bem como o efeito da co-suplementação de vitamina E (Vit.E) e da suspensão do consumo
de etanol. Foram utilizados 48 ratos Wistar, fêmeas, com 3 meses separados em seis grupos: Álcool (GA, n=10),
Álcool Suspensão (GAS, n=10), Álcool/Vit. E (GAE, n=10), Controle (GC, n=6), Controle/Tween (GCT, n=6),
Controle/Vit.E (GCE, n=6). GC, GCT e GCE receberam ração padrão e água ad libitum. GA, GAS e GAE receberam
a mesma dieta, porém a água foi substituída por álcool etílico 40% (v/v). Após 2 meses, o GAS teve o álcool etílico
substituído por água. A Vit.E (200mg/kg) foi administrada por meio de gavagem para os animais GAE e GCE. GA,
GAS e GC receberam gavagem com solução salina e o GCT gavagem com o veículo da Vit.E. Após 4 meses, os
animais foram mortos e a língua foi removida. Analisou-se os parâmetros de estresse oxidativo e a proliferação
epitelial pela técnica de AgNORs. A atividade da SOD foi menor no GAS e no GAE em relação ao GC e GA. A
atividade da CAT foi maior no GAS quando comparada aos grupos GC, GA e GAE. Os níveis de TBARS foram
menores no GAS quando comparados aos do GC e GAE. Houve aumento da proliferação epitelial no GA em relação
ao GC e redução no GAS em relação a GA. GAE apresentou maior proliferação em relação ao GCE, mostrando que
a suplementação não apresentou efeito protetor frente à ação do etanol. Conclui-se que o aumento da proliferação
epitelial frente ao consumo de etanol ocorre por um mecanismo independente do desequilíbrio redox. A suspensão
do consumo parece atenuar o aumento da proliferação epitelial provocada pelo etanol, mas o desbalanço nas enzimas
antioxidantes pode trazer prejuízo à sinalização celular.

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE PROLIFERAÇÃO E DO DANO GENÉTICO EM CÉLULAS


363 DESCAMADAS DA MUCOSA BUCAL NORMAL ADJACENTE À CARCINOMAS
ESPINOCELULARES E EXPOSTA À CARCINÓGENOS (RESULTADOS PARCIAIS). Ana
Carolina Amorim Pellicioli, Luciana Adolfo, Isabel da Silva Lauxen, Fernanda Visioli, Anna Cecília de Moraes
Chaves, Pantelis Varvaki Rados (orient.) (UFRGS).
RESUMO: O objetivo do trabalho visa avaliar as alterações citopatológicas da mucosa bucal clinicamente normal,
por meio da quantificação de micronúcleos em pacientes expostos aos carcinógenos (fumo e álcool). Além disso,
realizará uma comparação dos raspados da mucosa clinicamente normal adjacente ao carcinoma espinocelular ou
adjacente às leucoplasias. Foram selecionados trinta e um indivíduos do sexo masculino com idade superior a 30
anos os quais foram divididos nos seguintes grupos: GC (controle, n=5), GAF (álcool e/ou fumo, n=9) GL
(leucoplasia, n=10) e GCE (carcinoma espinocelular, n=7). Nos pacientes do GC e GAF, a coleta citopatológica, foi
realizada nos sítios anatômicos do lábio inferior, borda da língua e assoalho de boca e os sítios anatômicos avaliados
no GL e GCE foram contra-lateral e adjacente à lesão. Até o momento foram avaliados os esfregaços de 17
pacientes, sendo GC=2, GAF=4, GL=7 e GCE=4 onde foram encontradas as alterações do tipo: micronúcleos,
broken eggs e cariorrexe, com tendência de aumento destas alterações nos grupos GAF, GL e GCE respectivamente.
Sem diferenças estatísticas. É possível concluir com base nos achados deste estudo que o dano genético é progressivo
para o aparecimento de lesão.

Sessão 44
Tecnologia Farmacêutica B

MICROPARTÍCULAS GASTRORRESISTENTES CONTENDO ALENDRONATO DE SÓDIO:


364 PREPARAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA
GASTRINTESTINAL. Evelise Rodrigues Assumpção, Leticia Cruz, Silvia S Guterres, Adriana Raffin
Pohlmann (orient.) (UFRGS).
O alendronato de sódio (AS) é um bisfosfonato inibidor da reabsorção óssea, usado principalmente no tratamento de
osteoporose pós-menopausa. Entretanto, a administração oral do AS tem sido associada a efeitos adversos no trato
gastrintestinal. Considerando a via oral, as micropartículas poliméricas (MP) têm sido amplamente propostas como
carreadores de fármacos para aumento da eficácia e/ou diminuição de toxicidade. Desta forma, esse trabalho teve
como objetivo principal a preparação e caracterização de MP gastrorresistentes contendo AS. As MP foram
preparadas a partir do polímero gastrorresistente Eudragit S100® (EUD) pela técnica de secagem por aspersão e
foram caracterizadas quanto ao tamanho (difração de laser), morfologia (microscopia eletrônica de varredura),
eficiência de encapsulação (método espectrofotométrico), rendimento da técnica de preparação, perfil de liberação in
vitro e gastrorresistência. Adicionalmente, foi realizada avaliação da tolerância gastrintestinal in vivo (TGI). As MP
foram obtidas com rendimento de 52%, apresentando eficiência de encapsulação do fármaco de 100% e diâmetro
médio de 20, 50 µm e span de 1, 89. A análise morfológica revelou que as MP apresentaram formato esférico

616
Ciências da Saúde

colapsado e superfície lisa. A avaliação do perfil de liberação in vitro em meio tampão fosfato pH 6, 8 mostrou que
quase 100% do AS foi liberado em 150 min. O teste de gastrorresistência em meio HCl pH 1, 2 mostrou liberação
insignificante após 4 h de experimento. A TGI mostrou um índice lesional (i.l) de 0, 51 para as MP contendo AS. Por
outro lado, a solução aquosa do fármaco apresentou i.l de 4, 48. Concluindo, as MP de EUD contendo AS foram
preparadas com sucesso pela técnica de secagem por aspersão demonstrando um efeito protetor das MP no estômago.
(Fapergs).

AVALIAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DE COMPRIMIDOS COM AUXÍLIO DE PROGRAMA DE


365 ANÁLISE DE IMAGENS. Lísias Rafael Ruppenthal, Bárbara Spaniol, Pedro Ros Petrovick (orient.)
(UFRGS).
A garantia da qualidade de processos e de produtos farmacêuticos passa obrigatoriamente pelo controle das
diferentes etapas que constituem seu ciclo tecnológico e do produto final obtido. Um dos itens críticos da produção
de comprimidos está ligado à distribuição uniforme de seus componentes, especialmente quando estes se encontram
na forma de granulados. Programas computacionais de análise de imagens podem ser empregados na avaliação das
superfícies de comprimidos, fornecendo dados adicionais sobre a uniformidade da distribuição das partículas que o
compõe. Este trabalho objetiva analisar comparativamente as estruturas superficiais das faces superiores e inferiores
de comprimidos contendo granulados de produto seco por aspersão de Phyllanthus niruri L., acrescidos de
adjuvantes farmacêuticos granulados, ambos com composição granulométrica similar, produzidos em máquina de
comprimir rotativa em diferentes condições de produção, através do tratamento de suas imagens fotográficas pelo
programa ImageJ, software livre que possibilita o cálculo de áreas, analisa distâncias e ângulos, bem como cria
histogramas de densidade. O programa trabalha pela análise dos pixels da imagem, transformando-os em unidades
métricas. Resultados preliminares demonstram que há diferenças significantes entre a composição das faces dos
comprimidos obtidos, indicando a existência de fenômenos de percolação durante a compressão. Busca-se agora
constatar se este fenômeno é dependente das condições de operação da máquina de comprimir rotativa.

OBTENÇÃO DE NANOCÁPSULAS E NANOSFERAS DE PHBHV COM TAMANHO


366 CONTROLADO. Luana Almeida Fiel, Fernanda Poletto, Maria Inês Ré, Sílvia Stanisçuaski Guterres,
Adriana Raffin Pohlmann (orient.) (UFRGS).
Poli(hidroxibutirato-co-hidroxivalerato) (PHBHV) é um biopolímero estudado como alternativa a polímeros
sintéticos na preparação de carreadores de fármacos. O tamanho e química de superfície dos carreadores
nanométricos são importantes para sua passagem por diferentes barreiras biológicas. Além disso, o diâmetro do
carreador pode influenciar na cinética de liberação do fármaco. No entanto, a solubilidade do PHBHV apenas em
solventes halogenados dificulta sua obtenção como nanopartículas (NP). Nossa hipótese é baseada na redução da
tensão interfacial empregando-se co-solvente que poderia reduzir o tamanho de partículas obtidas por emulsificação-
difusão. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi obter NP de PHBHV de tamanho controlado através de um
método de emulsificação-difusão modificado a partir de uma mistura binária de solventes na fase orgânica. Foram
preparadas nanosferas e nanocápsulas empregando-se as proporções de clorofórmio:etanol de 100:0, 70:30, 60:40,
50:50, 40:60 e 30:70 (v/v). O diâmetro foi determinado por espalhamento de luz dinâmico. A tensão superficial das
fases orgânicas foi determinada utilizando-se placa de Wilhelmy. A emulsão primária foi visualizada por
microscopia óptica. As menores partículas (253 a 493 nm) foram obtidas com 70 % de etanol na fase orgânica,
enquanto que as maiores (896 a 1568 nm) foram obtidas utilizando-se apenas clorofórmio. Os resultados de
microscopia óptica indicaram uma redução do tamanho de gotícula da emulsão primária com o aumento da
proporção de etanol. A tensão superficial das fases orgânicas apresentou uma relação linear com a concentração
molar de etanol c. A inclinação desta correlação foi denominada Beta. Uma relação exponencial foi estabelecida
entre Beta x c e o diâmetro das NP. Portanto, o emprego de etanol possibilitou a obtenção de NP de PHBHV de
tamanhos controlados.

TALIDOMIDA: VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO POR ESPECTROFOTOMETRIA


367 NO ULTRAVIOLETA E AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA COMPLEXAÇÃO COM
CICLODEXTRINAS. Karine Ferronato, Jadel Müller Kratz, Cláudia Maria Oliveira Simões, Helder
Ferreira Teixeira, Leticia Scherer Koester (orient.) (UFRGS).
A utilização da talidomida tem sido investigada para o tratamento de diversas doenças, entretanto, é descrito que o
fármaco é pouco hidrossolúvel (~ 50 µg/ml) e conseqüentemente apresenta uma absorção lenta a partir do trato
gastrintestinal. Dessa forma, a complexação da talidomida com ciclodextrinas (CDs) foi considerada como uma
alternativa interessante para aumentar sua hidrossolubilidade e, com isso, sua biodisponibilidade. Neste sentido, o
trabalho teve como objetivo, em sua primeira parte, desenvolver e validar um método analítico por
espectrofotometria no ultravioleta (UV) que permita quantificar a talidomida complexada e, a seguir, realizar estudos
preliminares de complexação do fármaco com alfa-, beta-, gama- e hidroxipropil-beta-CD. Na validação do método
foram avaliados a especificidade, linearidade, intervalo, precisão e exatidão. A especificidade foi demonstrada
através da varredura no UV de uma solução hidrometanólica de talidomida na ausência e presença de CDs,
mostrando que estas não absorvem no comprimento de onda utilizado (298 nm). O método mostrou-se linear (r2 > 0,
999) no intervalo de 20 – 100 µg/ml; preciso (precisão intra-dia < 0, 8 % e precisão inter-dia < 4, 9 %) e exato (97, 5

617
Ciências da Saúde

- 107, 5 %). Os estudos de complexação foram realizados por meio de delineamento fatorial 22, em que dois fatores:
A) tempo de agitação e B) razão molar fármaco:CD, foram avaliados em dois níveis: 6 e 24 h, e 1:1 e 1:4. Ao final,
observou-se que o tempo de complexação não teve influência significativa sobre os resultados (ANOVA, p<0, 05), e
que a maior proporção de CD (razão 1:4), aumentou significativamente a solubilidade do fármaco no caso da beta-
CD (~ 79 µg/ml), gama-CD (~ 60 µg/ml) e hidroxipropil-beta-CD (~ 76 µg/ml). Estudos subseqüentes vêm sendo
realizados com estas CDs com vistas a promover um maior incremento da solubilidade da talidomida. (BIC).

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO REOLÓGICA DE UM GEL NÃO-IÔNICO


368 PREPARADO A PARTIR DE SUSPENSÕES DE NANOCÁPSULAS CONTENDO
BENZOFENONA-3, REVESTIDAS OU NÃO POR QUITOSANA. Renata Vidor Contri, Nataly
Machado Siqueira, Adriana Raffin Pohlmann, Silvia Staniscuaski Guterres (orient.) (UFRGS).
A incorporação de filtros solares, como a benzofenona-3, em nanocápsulas (NC) pode determinar a retenção do filtro
na pele por um tempo prolongado, aumentando a proteção contra a radiação UV e diminuindo a toxicidade de tais
substâncias. Este trabalho tem por objetivo preparar e caracterizar reologicamente géis de Natrosol® preparados a
partir de suspensões de NC contendo benzofenona-3 revestidas ou não por quitosana (QTS), polímero bio-aderente
obtido a partir da desacetilação da quitina. As suspensões de NC contendo poli(ε-caprolactona), Miglyol 810®,
polissorbato 80, Epikuron 170® e benzofenona-3, foram preparadas pela técnica de deposição interfacial do polímero
pré-formado e caracterizadas quanto ao diâmetro, potencial zeta, pH, viscosidade, teor e taxa de associação. Foram
preparados géis de Natrosol®1% usando suspensões de NC em substituição à água e um gel sem suspensão de NC,
como branco. A análise reológica dos géis foi realizada em Viscosímetro Brookfield, DV-II+Pro. As suspensões de
NC revestidas e não revestidas por QTS, apresentaram valores de pH de 5, 5 e 6, 5, diâmetro médio de 177nm e
171nm respectivamente e valores de polidispersão menores que 0, 2 para ambos os tipos de suspensão. O potencial
zeta medido foi de -12mV para a formulação sem QTS e +20mV para a formulação com QTS, e foram observadas
viscosidades iguais a 1, 22cP e 2, 32cP respectivamente. Ambas as formulações apresentaram teores e taxas de
associação próximos a 100%. Os dados da análise reológica foram submetidos a um tratamento matemático, a partir
do qual foi observada mudança no comportamento reológico dos géis, que passaram de pseudoplásticos à plásticos
com a adição das NC. Pode-se observar, portanto, que a presença das NC nos géis de Natrosol® 1% modificou o
comportamento reológico dos mesmos. (CNPq).

INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMO SOBRE A CINÉTICA DE DISSOLUÇÃO DE


369 AMOSTRAS COMERCIAIS DE QUERCETINA. Mariana Petry, Greice Stefani Borghetti, Valquiria
Linck Bassani (orient.) (UFRGS).
A ocorrência de diferentes formas polimórficas para a quercetina, bem como a influência de polimorfismo sobre a
hidrossolubilidade deste flavonóide foram relatados por Borghetti e colaboradores (2006). Com base na premissa de
que a baixa solubilidade da quercetina em meio ácido pode estar relacionada com sua limitada biodisponibilidade,
administrada por via oral, o presente trabalho prevê a investigação da cinética de dissolução intrínseca, em meio
gástrico simulado, de diferentes amostras comerciais de quercetina, relacionando-a com sua forma polimórfica. A
cinética de dissolução intrínseca das amostras de quercetina será avaliada em células de fluxo, utilizando solução de
HCl 0, 1 M (pH 1, 2) como meio de dissolução e fluxo de 1 mL.min-1. O meio de dissolução e as células de fluxo
serão mantidos em banho termostatizado a 37 °C, coletando-se alíquotas em intervalos de tempo pré-determinados.
A massa de quercetina utilizada será determinada de forma a garantir a manutenção das condições sink durante o
experimento. O teor de quercetina nas alíquotas coletadas será medido por método desenvolvido por
espectrofotometria no ultravioleta em 372 nm e validado segundo os parâmetros de linearidade, precisão
intermediária, repetibilidade, especificidade e exatidão. Os perfis de dissolução intrínseca das amostras serão
avaliados plotando-se a quantidade de quercetina dissolvida em função do tempo. Os resultados serão expressos pela
média de três determinações. (CNPq).

NANOEMULSÕES CATIÔNICAS COMO CARREADORES DE PDNA: AVALIAÇÃO DA


370 TOXICIDADE EM CÉLULAS HEPG2. Bernardo Remuzzi Zandoná, Michelle Fraga, Manoela Laux,
Ursula Matte, Helder Ferreira Teixeira (orient.) (UFRGS).
Nos últimos anos, nanoemulsões catiônicas (NEC) têm sido consideradas como potenciais sistemas carreadores para
pDNA. Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo avaliar a toxicidade dos complexos NEC/pDNA em
células Hep G2, uma linhagem de células isoladas de carcinoma hepatocelular humano, através do ensaio de MTT
(brometo de [3-(4, 5-dimetiltiazol-2-il)-2, 5-difeniltetrazólio]). As NEC foram compostas de um núcleo oleoso de
triglicerídeos de cadeia média estabilizado por lecitina de gema de ovo e estearilamina (EA) ou oleilamina (OA) ou
DOTAP (DT) e água. Em uma primeira etapa, foram obtidos complexos formados entre NEC e um plasmídeo
comercial (pTracerTM-CMV2) na relação de cargas [+/-]=2, 0. Nesta condição, o pDNA foi protegido da degradação
pela enzima DNAse I. Após, os experimentos de citotoxicidade foram realizados utilizando-se 1.104 células e 0, 5
mg/mL de reagente MTT. Observou-se a redução progressiva da viabilidade celular (até ~ 20%), entre 10 e 500
mg/mL de fase interna, sem diferença entre as formulações contendo os lipídeos catiônicos EA ou OA. Em
contrapartida, na mesma faixa de concentração, a nanoemulsão contendo o lipídeo catiônico DT apresentou

618
Ciências da Saúde

viabilidade celular de cerca de 80%. Em conclusão, os resultados obtidos demonstraram o efeito do tipo de lipídeo
catiônico sobre a toxicidade dos complexos em células HepG2.

COMO ADJUVANTES FARMACÊUTICOS DE DIFERENTES PROCEDÊNCIAS PODEM


371 INFLUENCIAR A QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS. Maria Ramos
Volpato, Pedro Ros Petrovick (orient.) (UFRGS).
A qualidade de uma formulação farmacêutica não depende apenas da substância ativa e do processo de produção,
mas também dos adjuvantes. Embora os códigos oficiais estabeleçam requisitos mínimos de qualidade,
especificações de caráter tecnológico, imprescindíveis para o ciclo produtivo não são contempladas e podem
diferenciar-se de acordo com o fabricante. Para que formas farmacêuticas sólidas de dose unitarizada apresentem
desempenho terapêutico adequado, vários parâmetros ligados ao complexo farmacêutico devem ser considerados.
Como a precisão e a uniformidade de dose dependem do tamanho da partícula do fármaco e adjuvantes, entre outros
fatores, a granulometria dos pós deve ser adequadamente escolhida. Os estudos de movimentação destes pós
permitem conhecer de forma quantitativa as modificações devidas à incorporação de novos componentes e, também,
servem para orientar os procedimentos de produção. Assim sendo, foram analisadas as distribuições granulométricas
e as características de empacotamento e de empilhamento de adjuvantes comumente utilizados como material de
enchimento de formas farmacêuticas sólidas e de suas misturas. Foram avaliados amido, dióxido de silício coloidal,
estearato de magnésio, laurilsulfato de sódio e talco, provenientes de três diferentes fornecedores. Esses diferiram
estatisticamente em alguns parâmetros. Tais desvios influíram nas propriedades das misturas. Mesmo possuindo
indicativos de fluidez similares, as variações nos dados de ocupação de volume, imprescindível para a
reprodutibilidade da dose dos componentes ativos, comprometeria a qualidade dos produtos resultantes.

Sessão 45
Clínica Médica D

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FUNCIONAL DAS CÉLULAS “NATURAL KILLER” EM


372 INDIVÍDUOS NORMAIS E INDIVÍDUOS COM ANEMIA FALCIFORME. Bruna Blos, Paula
Bauer da Silva, Annelise Ribeiro da Rosa, Elvira Aparício Cordero, Liane Daudt, Andréia Sopelsa,
Maria Aparecida Lima da Silva, Lucia Mariano da Rocha Silla (orient.) (UFRGS).
As células Natural Killer (NK) são linfócitos grandes e granulosos que atuam no sistema imune, representando
aproximadamente 10 a 15% dos linfócitos circulantes no sangue. As células NK possuem atividade citotóxica capaz
de destruir certas linhagens tumorais e também células infectadas por vírus, parasitas e bactérias intracelulares. Além
disso, secretam citocinas pró-inflamatórias, que têm por função principal a ativação de macrófagos. Na citometria de
fluxo essas células se caracterizam por apresentar um fenótipo com expressão de CD56 e CD16. A depleção das
células NK pode induzir um aumento na suscetibilidade à infecção por alguns vírus e bactérias intracelulares. Na
Anemia Falciforme ocorrem fenômenos de vaso oclusão nos sinusóides do baço e fígado, levando às zonas de micro-
infarto. A lesão tecidual secundária a esse fenômeno parece ser responsável pelo aumento de infecções que esses
pacientes apresentam. Considerando que o baço e o fígado são órgãos com intensa presença de células NK o objetivo
deste trabalho é avaliar a atividade das células NK em pacientes com Anemia Falciforme (AF), comparando-a com a
atividade das células NK dos controles normais. Será realizado o Ensaio de Citotoxicidade do Cr51, onde a
suspensão de células mononucleares em diferentes concentrações de cada indivíduo terá sua atividade NK testada
contra células K562, mantidas em cultura e marcadas com Cr51. A análise será feita a partir da quantificação da
morte celular das células tumorais (células alvo) na presença das células efetoras. As contagens serão feitas em
contador gama. O estudo encontra-se em fase de estabilização da técnica.

INDICAÇÃO E ADESÃO A MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS NO TRATAMENTO DA


373 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTES ATENDIDOS NO HOSPITAL
INDEPENDÊNCIA - PORTO ALEGRE/RS. Ana Paula Marranghello Claro, Fernando Koichi Sakai,
Paulo Roberto Cardoso Consoni (orient.) (PUCRS).
Introdução: A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença
cardiovascular. Concomitantemente à terapia farmacológica, as medidas não farmacológicas como exercícios físicos,
restrição salina, redução ou abandono do álcool e do fumo, controle do peso e técnicas de relaxamento desempenham
importante papel coadjuvante para adesão e tratamento da hipertensão. Objetivo: Verificar a indicação e a adesão de
medidas não farmacológicas, como também, analisar se os médicos clínicos ressaltam tais medidas aos pacientes
hipertensos usuários do Hospital Independência. Materiais e Métodos: Desenvolveu-se um estudo descritivo,
transversal e não controlado através de um questionário com cinco questões, sobre conhecimento, aderência e
indicação de medidas não farmacológicas, em uma amostra de hipertensos atendidos nesse Hospital. Resultados:
Participaram do estudo um total de 138 pacientes, destes, 38 desconhecem qualquer medida não farmacológica.
Portanto, estes não responderam as questões referidas. Dentre os 100 pacientes que responderam as questões
obtivemos os seguintes resultados: como principal medida não farmacológica conhecida 88% relataram restrição

619
Ciências da Saúde

salina e 16% relataram redução ou abandono do álcool e do fumo. No segundo item, que refere as medidas seguidas
62% seguem exercícios físicos, 57% restrição de sal e 54% restrição de gordura. No terceiro item que refere se tais
medidas foram orientadas pelo seu médico 42% dos homens e 39% das mulheres afirmaram que sim. E no último
item avaliado (se na última consulta seu clínico lhe questionou a respeito de tais medidas) 19% dos homens e 17%
das mulheres referiram que sim. Conclusão: O presente estudo apontou que grande parte dos entrevistados seguia
mais de um tipo de medida não farmacológica. Entretanto, são poucos aqueles que são questionados pelo seu clínico
a respeito de tais medidas, além de 1/3 dos entrevistados desconhecerem qualquer medida não farmacológica.

INFLUÊNCIA DO CONTEXTO NA MEMÓRIA EPISÓDICA DE IDOSOS – DADOS


374 PRELIMINARES. Gustavo Vedana, Daiane Borba, Vânia Barragana, Andreine Ludwig, Joana Bisol
Balardin, Nadja Schröder, Elke Bromberg (orient.) (PUCRS).
Objetivo: Estudos prévios sugerem que a memória contextual dos idosos parece ser influenciada positivamente por
estratégias de codificação. Neste trabalho analisamos a relação entre diferentes contextos e estratégias de codificação
sobre a memória de idosos. Métodos: Trinta idosos codificaram incidentalmente 16 fotos de objetos alocados,
igualmente, em uma sala de estar e em um escritório. Metade dos participantes (grupo I) recebeu uma instrução
direta para vincular o objeto ao contexto (sala de estar ou escritório) e a outra metade (grupo II) recebeu uma
orientação inespecífica. Após um breve intervalo, foi realizado um teste de reconhecimento do item e outro do
contexto, no qual metade dos objetos permaneceu no mesmo contexto do treino e a outra metade em um contexto
diferente. Os voluntários eram livres de doenças ou medicações que comprometessem a atividade cognitiva,
depressão e demência (avaliados pelo GDS e MEEM). A análise dos dados (expressos como média+EP) foi realizada
pelo Teste-t (P<0, 05 estatisticamente significativo). Resultados: Os idosos do grupo I tiveram melhor desempenho
(74, 4+3, 06) em relação aos do grupo II (54, 11+4, 19) no reconhecimento dos contextos. Em ambos os grupos,
quando o contexto de apresentação do treino foi mantido no teste, os participantes obtiveram melhor desempenho
(group I= 74, 16+4, 79; grupo II=65, 83+6, 27) em relação à condição na qual houve modificação do contexto (grupo
I=54, 16+5, 12; grupo II=37, 5+5, 31). Conclusões: Os dados sugerem que a interferência do contexto parece ser um
processo cognitivo que opera independentemente da facilitação da codificação da informação em idosos.

QUALIDADE DE VIDA PRÉ E PÓS-DILATAÇÃO PNEUMÁTICA ESOFÁGICA EM


375 PACIENTES COM ACALÁSIA. Fernanda de Quadros Onófrio, Cristina Antonini Arruda, Helena
Ayako Sueno Goldani, Carmen Pérez de Freitas Freitag, Antonio de Barros Lopes, Sergio Gabriel Silva
de Barros (orient.) (UFRGS).
Introdução: A acalásia é um distúrbio motor esofágico que se manifesta por disfagia, regurgitação, dor torácica e
emagrecimento, interferindo significativamente na qualidade de vida. As atuais opções de tratamento não são
capazes de reverter a anormalidade fisiopatológica dessa doença. Pode-se avaliar a eficácia do tratamento usando
questionários de qualidade de vida relacionada à saúde. Objetivo: Comparar a qualidade de vida relacionada à saúde
pré e pós-dilatação pneumática esofágica em pacientes com acalásia. Métodos: 17 pacientes com acalásia
encaminhados ao Ambulatório de Doenças do Esôfago do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com indicação
clínica de dilatação pneumática esofágica responderam ao questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36-item
short form health survey), antes do procedimento, 30, 90 e 180 dias após. O SF-36 é composto por 36 questões
agrupadas em 8 domínios. Resultados: A média de idade foi 51 anos e 58% eram mulheres. Todos os domínios
(capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais
e saúde mental) apresentaram aumento dos escores após a dilatação pneumática, sendo estatisticamente significativo
(p<0, 05) para estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental 90 dias após e para vitalidade e
aspectos sociais 180 dias após. Conclusões: A dilatação pneumática esofágica, neste grupo de pacientes com
acalásia, esteve associada a uma melhora significativa na qualidade de vida relacionada à saúde.

A NEUROLOGICAL EXAMINATION SCORE FOR THE ASSESSMENT OF


376 SPINOCEREBELLAR ATAXIA. Andrew Chaves Feitosa da Silva, Christian Kieling, Carlos Roberlo
de Mello Rieder, Jonas Alex Morales Saute, Cláudia Rafaela Cecchin, Thaís Lampert Monte, Laura
Bannach Jardim (orient.) (UFRGS).
Objetivo: Ataxias espinocerebelares são um grupo de doenças autossômicas dominantes caracterizadas por um
conjunto heterogêneo de manifestações genéticas e clínicas. O propósito deste trabalho foi avaliar os achados
neurológicos das ataxias espinocerebelares, descrever e testar a praticabilidade, confiabilidade e validade de uma
escala de avaliação neurológica detalhada (NESSCA). Métodos: A NESSCA foi aplicada em pacientes com
diagonóstico molecular de ataxia espinocerebelar do tipo 3 (SCA 3) de clínicas neurogenéticas. A escala, baseada na
examinação neurológica padronizada, consistiu em 18 itens que renderam uma pontuação que variou entre 0 e 40. A
confiabilidade inter-avaliador e a consistência interna do instrumento foram investigadas, bem como uma análise dos
componentes principais e uma correlação com medidas externas. Resultados: 99 indivíduos de 58 famílias foram
avaliados. A confiabilidade inter-avaliador variou entre 0, 8 e 1, 0 através de itens individuais (p<0, 001);
consistência interna, indicada pelo alfa de Cronbach, foi 0, 77. A pontuação NESSCA foi significativamente
correlacionada com medidas objetivas da severidade da doença: estágio da doença (rho=0, 76; p<0, 001), duração da
doença (rho=0, 56; p<0, 001) e número de repetições de CAGs (rho=0, 30; p<0, 05). Discussão: a NESSCA é um

620
Ciências da Saúde

instrumento confiavél para avaliar déficits neurológicos distintos em pacientes com SCA 3. A pontuação global
correlacionaram-se com todas as variavéis externas testadas, mostrando a NESSCA ser uma medida detalhada da
severidade da doença, sendo clinicamente útil e cinetificamente válida. Estudos adicionais são necessários para
avaliar sua relação com outras escalas para ataxias recentemente desenvolvidas, bem como sua aplicabilidade em
avaliar outras SCAs.

REQÜÊNCIA DE SILICOSE EM EX-MINEIROS DE EXTRAÇÃO DE COBRE. Cleber Antônio


377 Nogueira Santos Júnior, Fernanda Luz, Volmar Stüker, Lucas Petersen, Honório Sampaio Menezes
(orient.) (ULBRA).
Freqüência de Silicose em Ex-mineiros de Extração de Cobre Cleber A. N. Santos Jr, Curso de Especialização em
Farmacologia e Toxicologia. Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. Email: hsmenezes@computech.com.br
Introdução: A silicose é um tipo de pneumoconiose conhecida desde a antiguidade, causada pela inalação de poeira
contendo sílica livre e cristalina, é extremamente tóxica para o macrófago alveolar devido a suas propriedades de
superfície que levam à lise celular. Objetivo: O objetivo deste estudo foi caracterizar o índice de prevalência de
silicose em ex-mineiros de extração de cobre e verificar os efeitos da exposição à sílica nesta extração. Metodologia:
estudo transversal, com 100 ex-mineiros de extração de cobre, os itens foram coletados através de entrevista pessoal,
dados clínicos ocupacionais e exames radiológicos. Na entrevista foi verificada a idade, sexo e o tempo de trabalho
na extração de cobre. Os exames foram realizados na Clidimagem-Clínica de Diagnóstico por Imagem no município
de Caçapava do Sul, os pacientes que já realizaram exame radiológico de tórax trouxeram estes para comparação. Os
mineiros assinaram um termo de consentimento para realização dos exames radiológicos o qual foi aplicado pelo
radiologista que os interpretou. Resultados: Entre os 100 ex-mineiros 35% são portadores de silicose, 11%
apresentaram alterações pulmonares que podem ter outras causas, como tuberculose, enfisema e doença
broncopulmonar obstrutiva crônica e 54% não apresentaram nenhuma alteração pulmonar. Conclusão: A alta
prevalência de silicose encontrada reforça a recomendação de suspender a exposição à sílica tão logo se tenha uma
radiografia sugestiva da doença.

SUPORTE ESTROMAL DE CULTURAS DE BAÇO: UM APOIO PARA A GERAÇÃO E


378 MANUTENÇÃO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS? Jóice Merzoni, Liane Daudt, Marina Carolina
Moreira, Elvira Alicia Cordero, Luiz Fernando Jobim, Fernanda Lindhal, Lucia Mariano da Rocha Silla
(orient.) (UFRGS).
Na vida adulta, a hematopoese acontece na medula óssea sendo o baço um órgão hematopoético auxiliar. Este é o
único órgão linfóide interposto na circulação sanguínea e devido a esta característica responde com rapidez aos
antígenos que penetram no organismo, sendo um importante filtro fagocitário e imunológico para antígenos solúveis.
As células dendríticas, encontradas no interior dos órgãos linfóides secundários e nos tecidos periféricos, são células
hematopoéticas responsáveis pela apresentação de peptídeos antigênicos aos linfócitos. O estudo do desenvolvimento
e da função das células dendríticas têm se mostrado difícil pela baixa quantidade destas células circulantes no
organismo humano. Estudos recentes têm demonstrado a geração de células dendríticas a partir do estroma derivado
de baço. Nosso objetivo é avaliar a importância do suporte estromal derivado de culturas de células hematopoéticas
oriundas do baço para a geração e manutenção de células dendríticas. As técnicas utilizadas foram a coloração
giemsa e a cultura celular de longo termo. Foram realizadas culturas celulares provenientes de 10 baços e 4 medulas
ósseas. Resultados parciais apontam que, corada ao giemsa, a porção não aderente das culturas de baço apresenta
células de baixa complexidade, com poucos grânulos intracelulares e algumas células com citoplasma vacuolizado,
características as quais não são encontradas em células dendríticas. Ao microscópio invertido, a porção estromal, por
volta do 15º dia, apresenta grande parte das células com morfologia fibroblástica. As culturas de medula óssea
iniciaram a aderência estromal e a formação de regiões de nicho celular por volta do 4º dia de cultura e as culturas do
baço somente ao 9º. Prosseguiremos com a realização da citometria de fluxo com anticorpos monoclonais Anti-
CD11c, CD11b, CD80, CD86 e MHC-II para caracterização destas células. (BIC).

DERIVAÇÃO DE ESCORE DE RISCO PARA MORTE, INFECÇÃO E PERMANÊNCIA


379 HOSPITALAR EM ADULTOS. Roberta Ferlini, Mariur Gomes Beghetto, Vivian Cristine Luft, Carísi
Anne Polanczyk, Elza Daniel de Mello (orient.) (UFRGS).
Objetivo: Avaliar a associação entre o estado nutricional e desfechos hospitalares, em adultos do Hospital de Clínicas
de Porto Alegre. Método: Entre outubro de 2005 e junho de 2006, 1002 adultos das unidades de clínica e cirurgia do
HCPA foram aleatoriamente incluídos e avaliados nas primeiras 72 horas da admissão. Foram considerados
desfechos: morte, infecção e longa permanência (LP) (acima do percentil 75 da especialidade). Foi utilizado o pacote
estatístico SPSS 10.0. O estudo foi aprovado pelo CEP do HCPA. Resultados: Pacientes que evoluíram para piores
desfechos hospitalares apresentaram pior estado nutricional (albumina < 3, 5g/dL, perda de peso > 5% em 6 meses,
linfócitos < 1500U/µL, desnutrição, pela ANSG, e IMC < 18, 5Kg/m2). Após ajuste para fatores de confusão,
pacientes desnutridos, pela ANSG, com valores de albumina (Alb) < 3, 5g/dL, ajustados para a presença de
comorbidades crônicas (CC) e de pior condição física apresentaram maior risco para morte. Os fatores independentes
de risco para infecção foram: Alb < 3, 5g/dL, presença de CC e uso de cateter venoso central. Desnutrição (ANSG),
Alb < 3, 5g/dL, comorbidades crônicas e agudas foram fatores independentes de risco para LP. Os valores dos

621
Ciências da Saúde

escores de predição tiveram relação ascendente com o aumento da incidência dos desfechos. A acurácia preditiva dos
escores, quando avaliados de forma contínua e dicotomizados foi semelhante. O escore de predição de óbito foi
acurado ao predizer infecção e LP, sendo de excelente sensibilidade e baixa probabilidade pós-teste negativa.
Conclusão: Variáveis clínicas e nutricionais foram preditivas de desfechos hospitalares clinicamente relevantes,
integrando escore aplicável na triagem de pacientes à hospitalização, ainda que haja necessidade de validação deste
escore.

Sessão 46
Ginecologia e Obstetrícia B

EFEITOS DE ESTRADIOL E TRIMEGESTONA NA ARQUITETURA E EEG DO SONO NA


380 MENOPAUSA. Júlia Marques da Rocha de Azevedo, Betania Huber, Denis Martines, Fernando
Freitas, Maria Celeste Osorio Wender (orient.) (UFRGS).
Introdução: Distúrbios de sono estão relacionados com o envelhecimento e, em mulheres, com o período da pós-
menopausa. Estudos mostram que os eles estão intimamente relacionados com os níveis hormonais, baixos níveis de
estrógeno e progestágeno e altos níveis de FSH. Há Evidências de que a estabilidade do sono (despertares e
eficiência) é influenciada pela menopausa, particularmente nas que apresentam fogachos, que estão relacionados a
despertares freqüentes e insônia cônica. Um contínuo distúrbio de sono pode levar a sintomas emocionais e
psicológicos comumente atribuídos à menopausa. Dessa forma, acreditamos que o uso da TH por curto prazo possa
melhorar a arquitetura do sono em mulheres pós-menopáusicas. Objetivo: Avaliar efeitos de estradiol com
trimegestona sobre a continuidade, a arquitetura, e o EEG do sono devido a efeitos diretos nos centros de sono.
Métodos: Estudamos 24 mulheres com insônia surgida com a menopausa e sem contra-indicações ao uso de terapia
hormonal (neoplasias, eventos tromboembólicos, IAM, AVE). Após entrevista inicial, explicação do protocolo e
assinatura do termo de consentimento, é entregue um diário do sono, que é preenchido durante uma semana. É feito
anamnese, exame físico e são solicitados exames laboratoriais (hemograma, EQU, provas de função renal e hepática,
glicose, TSH, FSH, estradiol, toxicológico para etanol e benzodiazepínico). As pacientes então se submetem a duas
noites de polissonografia (adaptação e triagem). Confirmada entãoa existência de insônia na polissonografia, as
mulheres são randomizadas (formato duplo-cego) para o grupo de tratamento (estradiol 1mg combinado com
trimegestona 0, 125 mg VO) ou de placebo. Elas recebem amedicação durante 28 dias, quando é então realizada
nova polissonografia. Resultados: Trabalho em andamento. Conclusão: Trabalho em andamento

FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO GENITAL POR PAPILOMAVÍRUS HUMANOS


381 ONCOGÊNICOS EM UMA POPULAÇÃO DE MULHERES ASSINTOMÁTICAS DE PORTO
ALEGRE. Carolina Casara, Rodrigo Fialho Viana, Sabrina Kahler, Cristine N Igansi, Viviane
Kubitschek, Luciane Calil Mylius, Daniela Montano Wilhelms, Mary Clarisse Bozzetti (orient.) (UFRGS).
A infecção por Papilomavírus Humanos (HPV) oncogênicos têm sido apontada como causa necessária para o
desenvolvimento do câncer cervical. Conhecer a distribuição destes tipos de HPV na população poderá ser útil na
classificação de grupos com maior risco para o desenvolvimento de neoplasia do colo uterino. Este estudo verificou a
presença dos HPVs oncogênicos 16, 18 e 31 em uma população de mulheres assintomáticas de Porto Alegre, bem
como a sua associação com as variáveis estudadas. Este é um estudo transversal envolvendo uma população de 1500
mulheres assintomáticas oriundas da zona norte de Porto Alegre. As participantes responderam a um questionário
padronizado e tiveram amostras do colo do útero coletadas para a realização do exame citopatológico e identificação
do HPV-DNA através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). A freqüência dos HPVs oncogênicos estudados é
descrita, bem como a sua associação com as variáveis estudadas através da Odds Ratio (OR) estimada por regressão
logística múltipla. A freqüência de HPV-DNA foi 23%, sendo que destes 34% eram HPVs oncogênicos (52% HPV
16). A infecção genital por HPVs oncogênicos mostrou-se associada com cor não branca (OR=1, 50; IC95%:1, 04-2,
36), parceiro com história de condiloma (OR=2, 48; IC95%:1, 14 - 5, 39), quatro ou mais parceiros sexuais ao longo
da vida (OR=1, 75; IC95%: 1, 10 – 2, 85) e idade ≥ 35 anos (OR=1, 73; IC95%: 1, 17-2, 57). O HPV 16 foi o mais
freqüente entre os vírus tipados, seguido pelo HPV 31. Esta informação é útil para o planejamento de vacinas para o
HPV, sejam elas profiláticas ou para tratamento. Assim, observamos que fatores como ter 35 anos ou mais, ser de cor
não branca, ter parceiros com história de condiloma e ter mais parceiros sexuais parecem estar mais presentes nas
mulheres com infecção genital por HPVs oncogênicos. Este aspecto é importante para orientar estratégias de
prevenção e vigilância relacionadas ao câncer de colo de útero em nosso meio. (CNPq).

GRAU DE CONCORDÂNCIA DIAGNÓSTICA ENTRE PATOLOGISTAS NA AVALIAÇÃO


382 DE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DO CARCINOMA DUCTAL “IN SITU”. Celia Nickel,
Fernando Schuh, Jorge Villanova Biazús, Maria Isabel Albano Edelweiss (orient.) (UFRGS).
O Carcinoma “in situ” de mama é uma entidade clinico-patológica que se apresenta com caráter biológico evolutivo
incerto cada vez mais diagnosticada devido ao emprego rotineiro da mamografia. O tratamento do carcinoma “in
situ” de mama pode variar segundo o potencial evolutivo da lesão e potencial de recorrência o que torna de

622
Ciências da Saúde

fundamental importância a existência de critérios bem definidos para a classificação destas lesões. Considerando que
o tratamento cirúrgico pode variar desde uma mastectomia até uma ressecção segmentar isolada ou associada a
radioterapia é muito importante que as bases diagnósticas tenham critérios objetivos e facilmente reprodutíveis na
prática diária. Poucos estudos têm examinado a questão da confiabilidade e reprodutibilidade dos diagnósticos
segundo os critérios das classificações propostas e as variações de concordância interobservador. O objetivo deste
estudo é determinar qual é a acurácia do diagnóstico e a reprodutibilidade de três classificações de carcinoma ductal
in situ - CDIS (classificação de Holland, Lagios e Van Nuys) comparando resultados inter-observadores (patologistas
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre). O estudo é do tipo transversal e segundo o cálculo da amostra são
necessários pelo menos 22 CDIS para análise pelos patologistas. Foram selecionados 43 casos com diagnóstico de
carcinoma “in situ” puro realizado no laboratório de anatomia patológica do HCPA e do departamento de patologia
da Universidade do Texas (M.D.Anderson Cancer Center) anteriores à data de 01/06/2006. Serão excluídos os casos
com componente invasor bem determinado. O fator de estudo é a análise destes três sistemas de classificação e o
desfecho é o grau de concordância inter-observador. O estudo encontra-se no momento em fase de análise de dados.

TESTOSTERONA ENDÓGENA ESTÁ ASSOCIADA COM ENDOTELINA-1 E PROTEÍNA C-


383 REATIVA ULTRA-SENSÍVEL NA PÓS-MENOPAUSA. Vitor Carlos Thumé Breda, Maria Augusta
Maturana, Francisco Lhullier, Poli Mara Spritzer (orient.) (UFRGS).
Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de morte em mulheres na pós-menopausa. Níveis de
androgênios têm sido associados a fatores de risco cardiovascular em mulheres na pré e pós-menopausa, e à
disfunção endotelial em mulheres hiperandrogênicas na menacme. Objetivos: Determinar se níveis de testosterona
associam-se com marcadores inflamatórios e de função endotelial, medidas antropométricas e perfil metabólico em
pacientes na pós-menopausa. Métodos: Incluídas 53 mulheres na pós-menopausa com no mínimo 1 ano de
amenorréia, excluídas diabéticas, tabagistas ou usuárias de terapia hormonal nos 3 meses que antecederam o estudo.
Realizada avaliação clínica e determinados os níveis de testosterona (T), globulina carreadora de hormônios sexuais
(SHBG), proteína C-reativa ultra-sensível (PCR-us), fibrinogênio e endotelina-1 (ET-1), e perfil metabólico e
antropométrico. As pacientes foram estratificadas em 2 grupos de acordo com a média dos níveis de testosterona.
Resultados: A média de idade foi de 55±5 anos, e a mediana de tempo desde a menopausa foi de 5, 5(3-8) anos. A
média de T foi 0, 49ng/mL. O índice de massa corporal e a circunferência da cintura foram significativamente
superiores no grupo com T≥0, 49ng/mL. A mediana de PCR-us foi superior no grupo com T≥0, 49ng/mL [1, 17(0,
175-2, 36) versus 0, 175(0, 175-0, 610)mg/L, p=0, 039]. Também a mediana de ET-1 foi superior em mulheres com
T≥0, 49ng/mL [0, 84(0, 81-0, 97) versus 0, 81(0, 74-0, 84)pg/mL, p=0, 023]. Foram observadas associações positivas
e significativas entre testosterona com PCR-us (r=0, 421, p=0, 008) e com ET-1 (r=0, 365, p=0, 024). Estas
correlações foram independentes do tempo de amenorréia e da obesidade central. Conclusão: Os resultados
demonstram uma associação positiva entre testosterona e marcadores de disfunção endotelial e sugerem que a
testosterona endógena, mesmo dentro de limites normais, pode ser parte de um perfil pró-aterogênico em mulheres
na pós-menopausa recente.

RESERVA OVARIANA EM MULHERES SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA


384 GONADOTÓXICA AVALIADA ATRAVÉS DO HORMÔNIO ANTI-MÜLLERIANO. Guilherme
Loureiro Fracasso, Laiza Fernanda Silveira Brose, Angela Marcon D Ávila, Edison Capp, Ilma Simoni
Brum da Silva, Helena Von Eye Corleta (orient.) (UFRGS).
Com o diagnóstico das neoplasias cada vez mais precoce, crianças e adolescentes melhoram seu prognóstico apesar
de alcançarem a vida adulta com um futuro reprodutivo muitas vezes comprometido, já que muitos quimioterápicos
são gonadotóxicos. Cerca de 10% das mulheres com câncer de mama(CaM) têm menos de 40 anos e das que se
submetem à quimioterapia, 30 a 50% evoluem para falência ovariana. Os testes atualmente utilizados para a
avaliação da reserva ovariana têm modestas propriedades preditivas, porém, o hormônio anti-mülleriano(HAM),
produzido pelas células da granulosa, vem sendo apontado como um novo marcador. O objetivo deste trabalho é
avaliar a reserva ovariana de mulheres com CaM submetidas à quimioterapia gonadotóxica com ciclofosfamida
através da análise dos níveis séricos de HAM e compará-los com os de FSH e inibina B e contagem de folículos
antrais, testes habitualmente utilizados. Recrutaremos 52 pacientes nos hospitais de Clínicas de Porto Alegre,
Moinhos de Vento e Nossa Senhora Conceição com CaM com 40 anos ou menos, ciclos menstruais regulares e
ausência de tratamentos antineoplásicos prévios. Estas serão avaliadas previamente à quimioterapia com coleta de
sangue e ecografia transvaginal, que serão repetidos após 2 e 6 meses do término da quimioterapia. Até o momento
recrutamos seis pacientes, sendo o sangue processado e congelado a -80ºC para análise por radioimunoensaio após
todas as coletas serem realizadas. A importância deste estudo está em colaborar com dados iniciais da literatura que
apontam o HAM como um marcador mais precoce e fidedigno para avaliação da reserva ovariana, sendo melhor
preditor de capacidade reprodutiva, tanto para mulheres que sofreram gonadotoxicidade como para aquelas cuja
idade pode ser o fator de declínio da fertilidade.

623
Ciências da Saúde

A EXPRESSÃO DOS MARCADORES BIOLÓGICOS (P16INK4A E KI67) EM LESÕES


385 CERVICAIS RELACIONADAS AO PAPILOMAVÍRUS HUMANO. Rodrigo Fialho Viana,
Douglas Westphal, Sabrina Kahler, Myllius Lc, Meurer L, Igansi Cn, Bozzeti Mc, Maria Isabel Albano
Edelweiss (orient.) (UFRGS).
Em 99% dos carcinomas cervicais observa-se a presença de Papilomavírus Humano (HPV), verificando-se uma
associação com infecção persistente por alguns tipos de HPV. Marcadores prognósticos imuno-histoquímicos
auxiliam a esclarecer e, podem complementar resultados citológicos controversos. A P16INK4a é uma proteína
supressora tumoral que controla a fosforilação de pRb, a qual está depletada pela oncoproteína E7 de HPV de alto
risco. O Ki67, é um antígeno de proliferação celular, expresso em todas as fases do ciclo celular, exceto em G0. Este
estudo tem como ojetivo verificar a expressão de p16INK4a, e Ki67 e relacionar estes achados com o grau histológico
de lesões cervicais. Foram analisadas, através de imunohistoquímica, empregando o anticorpo p16INK4a (Neomarkers
Ab-7, clone 16P07, cat#AP-9003, California, USA) e o anticorpo Ki67, clone MIB-1 (DAKO, Glostrup, Denmark)
biópsias de 144 pacientes atendidas em dois hospitais de Porto Alegre. Os resultados dos exames histopatológicos
corresponderam a 22%, 35% e 43% de mulheres com lesões de alto grau (LAG), baixo grau (LBG) e normais,
respectivamente. A expressão de P16INK4a aumentou com a gravidade da lesão (p c² para tendência linear <0.001).
Todas as LAGs tinham um padrão difuso de P16INK4a (p<0.001). Para o Ki67, o percentual de expressão observado
foi de 78%, 31% e 29% para LAG, LBG e com tecido normal, respectivamente. Uma associação significativa foi
observada entre P16INK4a e a presença de infecção genital por HPV de alto risco. Em 86% das biopsias houve
expressão dos dois marcadores (p<0.012). Conclue-se que lesões potencialmente ativas e mais graves parecem ter
uma maior expressão do antigeno de proliferação celular, bem como do inibidor da quinase dependente de ciclina
p16INK4a, indicando inativação do gene supressor tumoral pRb , característico de lesões displásicas ou neoplásicas.

BANCO REGIONAL DE DNA DE MAMA E OVÁRIO DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE


386 PORTO ALEGRE: ANÁLISE DO POLIMORFISMO R72P DO GENE TP53 EM MULHERES
COM CARCINOMA DE MAMA DUCTAL INVASOR. Luciana Grazziotin Rossato, Marcia Portela
Melo, Samuel Uez, Ana Cristina Bittelbrunn, Sandra Leistner-Segal, Carlos Henrique Menke (orient.) (UFRGS).
O carcinoma ductal (infiltrativo) invasivo corresponde a 70-80% dos carcinomas de mama. O gene supressor tumoral
TP53, localizado no braço curto do cromossomo 17 é expresso em níveis basais em células normais, sendo
observado maior expressão em células tumorais. Na população humana este gene é polimórfico, resultando na
substituição de prolina por arginina na seqüência protéica. Este polimorfismo, R72P, encontra-se no éxon 4 do gene
TP53. A forma Arg72 é considerada mais oncogênica. Cinqüenta e cinco pacientes com câncer de mama ductal
invasor, não submetidas à quimioterapia neoadjuvante prévia, acompanhadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
e incluídas no Banco de DNA e Tecidos de Mama e Ovário, foram avaliadas quanto à freqüência genotípica de tal
polimorfismo, sendo comparadas a uma população de 80 doadores do Banco de Sangue do mesmo Hospital. A
extração de DNA foi realizada a partir de 5mL de sangue periférico, através da técnica de precipitação de sais
(Miller, et.al., 1988), e o fragmento de interesse, foi amplificado pelo Método da Reação em Cadeia da Polimerase.
A identificação do polimorfismo foi feita através de digestão com a enzima de restrição AccII, clivando o fragmento
de 350pb em 191pb e 159pb na presença do alelo arginina; e, na presença do alelo prolina permanecendo com 350pb.
Dessa forma, encontramos 38, 75% indivíduos homozigotos para Arginina 72; 15, 0% homozigotos para Prolina 72 e
46, 25% heterozigotos na população controle, enquanto nos indivíduos com o carcinoma, esta proporção foi de 45,
45% homozigotos para Arginina 72; 12, 73% homozigotos para Prolina 72 e 41, 82% heterozigotos. Conclui-se que
não há diferença significativa na distribuição genotípica entre os pacientes com Carcinoma Ductal Invasor e
controles para um α=0, 05 (p=0, 735). SPSS versão 14.0. (PIBIC).

TRATANDO A MÃE E PROTEGENDO O BEBÊ. Andre Anjos da Silva, Camila Janke Lopes,
387 Cristina Netto, Alberto Abeche, Maria Teresa Sanseverino, Equipe Siat, Lavinia Schuler Faccini
(orient.) (UFRGS).
O uso de medicações na gestação é motivo freqüente de preocupação, por médicos e gestantes, pelo medo de causar
problemas ao bebê em desenvolvimento. Muitas vezes, a doença materna pode causar mais danos ao feto do que seu
tratamento farmacológico adequado. Neste trabalho apresentamos a experiência do SIAT (Sistema de Informação
sobre Teratógenos), um projeto de extensão gratuito da UFRGS, que desde 1990 fornece informação sobre os riscos
para o feto, relacionados ao uso de fármacos e doenças maternas. As consultas são feitas por telefone, fax ou e-mail.
Preenchemos uma ficha sobre o motivo da consulta e fatores de risco. É feita uma pesquisa em bancos de dados
atualizados e discute-se o caso com base nas informações coletadas. O SIAT é a primeira iniciativa nessa área na
América Latina. Sua atuação é muito importante tendo em vista o grande número de teratógenos, além da alta
prevalência de infecções congênitas no nosso meio. O SIAT tem dois objetivos principais: prevenção de defeitos
congênitos e aprofundamento do conhecimento a respeito da teratogênese em humanos. Nos 17 anos de
funcionamento, atendemos 7000 consultas feitas por médicos (45%) e pacientes (37%). Dessas, 64, 3% são sobre
gestações em andamento e 9, 2% são pré-concepcionais. Cerca de 60% das consultas vêm do RS e 30% do restante
do Brasil. Os motivos de consulta mais freqüentes são medicações psiquiátricas, uso de abortivos, antibióticos,
dermatológicos e estéticos, antiinflamatórios, radiação de procedimentos diagnósticos, além de exposições ao álcool
e fumo e exposições paternas. Para elaborar a resposta é importante considerar o período da gestação em que ocorreu

624
Ciências da Saúde

a exposição, o motivo do uso, a dose e o potencial teratogênico do agente em questão. A relação risco/benefício para
a mãe e o feto é fundamental na recomendação final enviada ao médico. A nossa conclusão é de que o SIAT presta
um serviço fundamental para médicos e pacientes, tornando a gestação mais segura e tranqüila.

EFEITO DA TERAPIA HORMONAL NA PRESSÃO ARTERIAL DE MULHERES


388 HIPERTENSAS: ESTUDO DE COORTE. Viviane Weiller Dallagasperina, Vinicius Possamai, Karen
Lisboa (orient.) (UPF).
Introdução As complicações cardiovasculares são as principais causas de mortalidade nas mulheres após a
menopausa. O objetivo deste trabalho é verificar a modificação da pressão arterial(PA), perfil lipídico e glicemia em
duas amostras de mulheres hipertensas, uma em uso de terapia hormonal e outra sem terapia hormonal (TH) ao longo
de 12 e 24 meses. Metodologia O delineamento do estudo constitui-se de uma coorte retrospectiva que avaliou
mulheres hipertensas na transição menopausal e menopausa, em uso de TH por via oral comparado a um grupo
controle sem TH. Foram avaliadas 110 pacientes do ambulatório de hipertensão e 64 do ambulatório de ginecologia
endocrinológica e climatério do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, no período de 1998 a 2006.As
variáveis do estudo foram modificação da PA, colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos, medicação anti-
hipertensiva e comorbidades associadas ao longo de 12 e 24 meses. Os critérios de inclusão foram seguimento maior
que 12 meses e excluíram-se pacientes hipertensas em uso de TH por via não oral, cardiopatas congênitas,
valvulopatas, e hipertensão secundaria. Utilizou-se teste de Mann-Whitney U e teste qui-quadrado para análise das
variáveis. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade de Passo Fundo e há apoio BIC da Fapergs e
Pibic da UPF. Resultados e discussões A pressão sistólica diminuiu no grupo das pacientes hipertensas sem uso de
TH comparados aos níveis tensionais das pacientes que usavam TH oral aos 12 e 24 meses (p= 0, 001). A alteração
da PA diastólica aos 12 e 24 meses não foi diferente no grupo das pacientes hipertensas com e sem TH (p= 0, 063).
Verificou-se em ambos os grupos acréscimo no número de medicações ao longo dos anos (p= 0, 002).

Sessão 47
Pediatria A

ALEITAMENTO MATERNO TOTAL E EXCLUSIVO EM CRIANÇAS DE ZERO A UM ANO


389 MATRICULADAS NO PROGRAMA DE PUERICULTURA DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
DA VILA MUNICIPAL, PELOTAS-RS. Carla Ribeiro Ciochetto, Camila Zuchetto, Carla Pohl Sehn,
Cristina Correa Kaufmann, Marilda Borges Neutzling (orient.) (UFPel).
A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês recebam exclusivamente leite materno durante os
primeiros seis meses de idade. O incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses tem sido um dos
principais objetivos do programa de puericultura da Unidade Básica de Saúde da Vila Municipal (com PSF), Pelotas-
RS. Além do monitoramento o programa é avaliado mensalmente desde 2003. As análises uni e bi-variadas são
realizadas no programa EPIINFO 6.0. A medianas encontradas para amamentação exclusiva ( 3 a 4 meses), apesar de
estarem aumentando, ainda são consideradas baixas e a duração da amamentação total (8 a 9 meses) também é
insatisfatória. Portanto, o estudo sugere que apesar do programa de puericultura ter causado impacto positivo sobre a
taxa de amamentação exclusiva, ainda se faz necessário maior investimento em educação em saúde e apoio ao
aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

AVALIAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DE PRÁTICAS


390 ADEQUADAS EM RELAÇÃO AO POSICIONAMENTO DO BEBÊ NO BERÇO. Danusa Graeff
Chagas Pinto, Roberto Mario Silveira Issler, Paulo José Cauduro Marostica, Adriana Rosa Milani,
Anelise Schifino Wolmeister, Bianca Fernandes Sarturi, Daniela Oliveira Pires, Luis Felipe Silva Smidt, Manoela
Chitolina Villetti, Mateus Breitenbach Scherer, Elsa Regina Justo Giugliani (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL) é definida como a morte no leito de um bebê menor de
um ano, sem motivo aparente e com necropsia inespecífica. A prevalência da SMSL no Brasil é estimada em 1, 5
/1000 bebês nascidos vivos. Sabe-se que o posicionamento do bebê no berço é um fator associado à mortalidade por
SMSL. Em diversos países do mundo as mães são orientadas para colocar seus bebês para dormir em seus berços em
posição supina (de barriga para cima), a qual se sabe que é protetora. Em nosso país, pouco é feito para a prevenção
da SMSL. Objetivos: Avaliar o impacto de uma estratégia educativa para promover conhecimentos e práticas
adequadas sobre posição correta do bebê no berço. Material e métodos: De setembro de 2005 a março de 2007 foram
alocadas 233 duplas de mães e recém-nascidos normais na Maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. As
mães e os bebês eram randomizadas para dois grupos. O grupo “casos” recebia uma orientação verbal e um folheto
sobre o posicionamento correto do bebe no berço. O grupo “controle” recebia a orientação rotineira da equipe de
profissionais da unidade. No 3º e 6º mês de vida do bebê era feita uma visita domiciliar, quando a mãe demonstrava,
através de um boneco-modelo, qual a posição que colocava seu bebê para dormir. Resultados: Após as análises
estatísticas, apenas a orientação recebida no hospital foi a variável que se mostrou significativa em relação à posição
do bebê no berço. Na visita de 3º mês, 43% das mães do grupo “casos” colocavam o bebê para dormir de barriga

625
Ciências da Saúde

para cima, contra 24% do grupo “controles” (p = 0, 009). As mães que receberam intervenção tinham uma chance 1,
6 vez maior de colocar seus bebês para dormir na posição supina do que as mães que receberam a orientação
rotineira da Maternidade do HCPA. Conclusão: Concluímos que a intervenção promoveu mudança de conhecimentos
e práticas das mães sobre como posicionar adequadamente o bebê no berço.

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE DEFEITOS CONGÊNITOS NO HOSPITAL DE


391 CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (PMDC): FREQÜÊNCIAS E FATORES DE RISCO. Mônica
Guzinski Rodrigues, Graziela Smaniotto Rodrigues, Diego Di Marco Ataides, Luíza Renck, Fairuz
Helena Souza de Castro, Cynthia Molina, Flávia Olwheier Pinheiro, Tahiana Marques, Vivian Fontana, Laura
Haggemann, Daniela Pires, Leonardo Mamarella, Mariah Lopes, Luciana Sehn, Gabriela Seeger, Júlio César
Loguercio Leite, Roberto Giugliani (orient.) (UFRGS).
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência ao nascimento de recém-nascidos com defeitos congênitos (DC) no Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e compará-la a da América Latina, obtida através do Estudo Latino-americano de
Malformações Congênitas (ECLAMC), além de analisar alguns fatores de risco associados a DC. MATERIAL E
MÉTODOS: Um estudo de coorte foi realizado de 1983 a 1985 e um estudo de caso-controle está em andamento
desde 1985. Todos os recém-nascidos vivos (RNV) e natimortos (NM) com mais de 500g foram avaliados através de
exame físico. Para cada RN com defeito congênito havia um RN seguinte, nativivo, do mesmo sexo como controle,
ambos submetidos a exame físico e ao preenchimento de questionários junto às mães. Ademais, as mães de NM
também respondiam a tal questionário. Os fatores de risco investigados foram: tabagismo, alcoolismo, Diabete
melito (DM) anterior à gestação, idade materna e gemelaridade. RESULTADOS: Total de malformados: coorte: 234;
caso-controle: malformados - 4112, controles - 4184. Nesse período, nasceram 84.545 RN no HCPA, sendo 83.114
RNV e 1.441 NM. Defeitos congênitos foram detectados em cerca de 5% dos RNV e 14, 1% dos NM. A análise dos
fatores de risco revelou o aumento discreto na ocorrência de DC e DM anterior à gestação, gemelaridade e idade
materna. CONCLUSÕES: A continuidade do estudo PMDC/ECLAMC é fundamental para o controle da prevalência
e de alguns dos fatores de risco para DC na nossa população. A monitorização permanente visa à implantação de
medidas públicas de saúde com o objetivo de reduzir a freqüência de defeitos congênitos na população, através da
prevenção primária e terciária.

AVALIAÇÃO DO APÊNDICE CECAL EM CRIANÇAS ATRAVÉS DA RESSONÂNCIA


392 MAGNÉTICA. Carol Fernandes Jerzewski Sotero da Cunha, Simone Valduga, Matteo Baldisserotto
(orient.) (PUCRS).
INTRODUÇÃO: A apendicite aguda é um problema clínico comum, sendo a causa mais freqüente de laparotomia
em crianças. A percentagem de apendicectomias desnecessárias em crianças até 8 anos de idade é 35 a 45%. A
identificação do apêndice anormal tanto na tomografia computadorizada (TC) como na ultra-sonografia (US)
definem o diagnóstico de apendicite. Caso o apêndice normal não seja identificado, a exclusão deste diagnóstico,
baseado exclusivamente nos métodos de imagem, não é possível. Até o momento não foi realizada nenhuma pesquisa
propondo a ressonância magnética (RM) como método diagnóstico por imagem complementar. OBJETIVOS:
Verificar a validade da RM na detecção do apêndice normal em crianças assintomáticas, bem como descrever suas
características. MÉTODOS: Foram avaliadas 47 crianças voluntárias assintomáticas com idade entre 8 e 18 anos. Os
exames de RM foram realizados no Hospital Universitário da Ulbra. RESULTADOS: A seqüência de RM que
identificou o apêndice normal em maior numero de casos foi a axi T2 FSE. A parede do apêndice mostrou isossinal
em todas as seqüências e o conteúdo interno hipersinal em todas as seqüências. O índice de detecção do apêndice
normal em nosso estudo foi de 47, 5% com intervalo de confiança IC 95% (31, 5 a 63, 9). A margem de erro foi de
16%.CONCLUSÃO: Neste estudo, o índice de detecção do apêndice normal através da RM foi menor que o índice
de detecção na US ( 86%) e semelhante ao índice da TC (51%), com a vantagem de que a RM não utiliza radiação
ionizante nem contraste endovenoso ou endoretal. Provavelmente, nos apêndices inflamados o índice de detecção
seja maior. Sendo assim, a RM parece ser um método promissor para avaliar os pacientes com suspeita de apendicite
em que o exame US foi inconclusivo ou não identificou o apêndice.

TENDÊNCIA SECULAR DA TAXA DE MORTALIDADE NEONATAL (TMN) EM PORTO


393 ALEGRE DE 1996 A 2005. João Leonardo Fracassi Pietrobeli, Pauline Zanin, Elisa Grando, Roberta
Perin Lunkes, Marilyn Agranonik, Clécio Homrich da Silva, Stella Maria Feyh Ribeiro, Marcelo
Zubaran Goldani (orient.) (UFRGS).
Introdução: A tendência secular da taxa de mortalidade neonatal, obtida nos sistemas de informação (SIM e
SINASC), carece de análise mais aprofundada no sentido de oferecer subsídios para implantação de estratégias em
saúde pública. Objetivo: Avaliar a tendência secular da taxa morte neonatal proporcional em Porto Alegre de acordo
com o peso ao nascer no período de 1996 a 2005. Metodologia: Foram utilizados dados de todos os nascidos vivos
(SINASC) e óbitos de crianças menores de um ano de vida (SIM) de 1996 a 2004, em Porto Alegre. A taxa de
mortalidade foi avaliada de acordo com o período da ocorrência do óbito neonatal precoce (até 6 dias de vida),
neonatal tardio (7-27) e pós-neonatal (28-364). A tendência para a taxa de mortalidade geral e suas componentes foi
verificada através do Teste Qui-quadrado para tendência. As análises foram realizadas com o software Stata versão
8.0. Resultados: A TMI geral apresentou tendência estatisticamente significativa de decréscimo (p<0, 001). Para as 2

626
Ciências da Saúde

componentes da TMN: tendência estatisticamente significativa de decréscimo para óbitos neonatais precoces (p<0,
001). Os óbitos neonatais tardios não apresentaram tendência significativa (p=0, 603). Conclusões: A mortalidade
neonatal mostrou tendência ao declínio, denotando uma melhora na qualidade do serviço de saúde, principalmente de
assistência ao parto. Uma vez que a mortalidade neonatal está mais relacionada à assistência pré-natal e no parto,
infere-se que a assistência à gestante melhorou em ritmo mais acelerado que a observada na assistência recém
nascido de risco. (Fapergs).

Sessão 48
Promoção da Saúde B

ADESÃO DE GESTANTES A HIDROGINÁSTICA. Daniela da Natividade, Diosele de Souza


394 Moura, Ilana Finkelstein, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
É considerável o número de mulheres que dão início ou continuidade a um programa de exercício físico
durante o período gestacional. O objetivo do presente estudo foi verificar e caracterizar o comportamento de
gestantes praticantes de hidroginástica quanto à adesão na atividade física. A amostra foi composta por 30 alunas de
um programa de hidroginástica para gestantes com idade média 32, 52 ±. 3, 25. Cada gestante respondeu a um
questionário que era constituído de quatro blocos (dados pessoais, dados pré-gestacionais, dados durante a gestação e
dados pós-gestacionais). Para análise foi utilizada estatística descritiva. Entre as 30 alunas, 66, 7 % praticavam
atividade física antes de engravidar, destas 55, 0% interromperam no primeiro trimestre, sendo 36, 4% por
recomendação médica, 18, 2% por dor lombar, 9, 1% por cansaço e 27, 3% por outros motivos. A idade gestacional
(IG) de ingresso foi de 18, 86 ± 6, 31 semanas. O principal motivo de escolha pela hidroginástica com 66, 7% foi que
“praticar atividade física é saudável para a mãe e bebê”. A IG de interrupção da hidroginástica foi de 33, 52 ± 5, 35
semanas, sendo 8, 3% por perda de líquido amniótico, 8, 3% por tonturas e náuseas, 16, 7% por dor na região púbica,
16, 7% por contrações uterinas, 8, 3% por sensação de falta de ar, 8, 3% por falta de tempo, 8, 3% por sistite, 8, 3%
por sinusite, 16, 7% por outros motivos. Após o parto, 40% não retornaram ao exercício físico e o principal motivo
foi falta de tempo para a prática (91, 7%). As que retornaram, 58, 4% foram após três meses do parto. Concluímos
que o tempo de pratica de hidroginástica é limitado a um curto período da gestação. O entendimento dos motivos que
levaram a este comportamento pode ser o início de um trabalho junto aos obstetras para mudar este perfil de
comportamento.

COMPARAÇÃO DO PADRÃO DE CONTATO TIBIOFEMORAL ENTRE INDIVÍDUOS


395 SAUDÁVEIS, INDIVÍDUOS COM LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR E
INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO
ANTERIOR. Francisco Xavier de Araujo, Caroline Bernardes, Luis Felipe Silveira, Gustavo Portella, Rafael
Candeia, Maurício Meurer, Jefferson Fagundes Loss (orient.) (UFRGS).
O Padrão de Contato Tibiofemoral (PCT) consiste no acompanhamento da variação de um ponto identificado na
menor distância entre os segmentos fêmur e tíbia, ao longo da realização de um gesto motor, sendo sensível para
avaliar os efeitos de translação e rotação típicos desta articulação. A determinação do PCT de indivíduos com ruptura
do ligamento cruzado anterior (LCA) permite uma compreensão da mecânica articular alterada, possibilitando a
construção de um diagnóstico correto e a elaboração de programas de reabilitação adequados. Sendo assim, o
objetivo deste estudo é comparar o PCT, de maneira dinâmica, em indivíduos saudáveis, indivíduos com ruptura do
LCA e indivíduos com reconstrução de LCA. Para isso, utilizando videofluoroscopia, foi analisado um exercício de
extensão de joelho no plano sagital, em cadeia cinética aberta, sem carga externa, em uma velocidade de 45°/s
monitorada por um feedback sonoro contínuo, realizado por 12 indivíduos saudáveis, 7 indivíduos com ruptura do
LCA e 5 indivíduos com reconstrução do LCA. O PCT foi obtido a partir da variação do ponto de contato
determinado pelo método descrito por Baltzoupoulos. Os resultados deste estudo são apresentados de forma parcial,
visto sua realização encontrar-se em andamento. O PCT nos indivíduos saudáveis apresentou um deslocamento
anterior ao longo da extensão do joelho, ou seja, o ponto de contato se afastou da extremidade posterior do platô
tibial, à medida que o joelho foi estendido, variando de aproximadamente 20% até 60% do comprimento
anteroposterior do platô tibial. Os resultados para os indivíduos com ruptura e reconstrução do LCA ainda não foram
obtidos. (BIC).

COMPARAÇÃO DA FORÇA MÁXIMA ENTRE DOIS MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO


396 AMOSTRAL. Mikaeli de Moura, Débora Wagner, Carlos Leandro Tiggemann, Luiz Fernando Martins
Kruel (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo foi comparar a força máxima (FM) entre sujeitos através de dois métodos: pelo seu histórico
recente (12 meses) de prática de exercícios físicos (HR) e pela sua força em relação à massa corporal magra (MCM).
Participaram do estudo 30 homens com idades entre 18 e 34 anos. A avaliação da FM foi determinada através do
teste e reteste de uma repetição máxima (1RM) nos exercícios supino plano (SUP) e pressão de pernas 45º (PP). A
MCM foi determinada a partir da subtração da massa de gordura (método de dobras cutâneas) da massa corporal

627
Ciências da Saúde

total. Foi considerada como força total (FT) a soma dos maiores valores dos testes de 1RM dos exercícios SUP e PP.
O índice de força (IF) foi calculado a partir da razão entre FT e MCM. A partir do HR 3 grupos foram formados,
com 10 sujeitos em cada grupo: grupo treinado (GT), indivíduos treinados em força (mínimo 3 vezes/semana); grupo
ativo (GA), sujeitos que se exercitavam regularmente (mínimo 3 vezes/semana), exceto musculação; e grupo
sedentário (GS), sujeitos que não realizavam nenhum exercício físico regular. A classificação dos sujeitos pelo IF,
agrupou 10 sujeitos em cada um dos 3 grupos: os de menor valor no grupo GME, os de valor intermediário no GIN, e
de maior valor no grupo GMA. Através do teste t não foram encontradas diferenças significativas (p < 0, 05) entre os
valores de 1RM para SUP e PP, entre os pares de grupos GS e GME, GA e GIN, e GT e GMA. Ainda, os resultados
indicam que entre os sujeitos do GS, 70% eram pertencentes do GME; no GA 60% eram do GIN; e entre os
indivíduos do GT 80% eram do GMA. Desta forma, concluímos que não existe diferença na FM quando
comparamos os sujeitos agrupados pelo HR ou pelo IF.

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONFORTO E DA EFICÁCIA DA CORRENTE SIMÉTRICA


397 BIFÁSICA NA PRODUÇÃO DE TORQUE DE EXTENSÃO DO JOELHO. Rafael de Oliveira
Fortuna, Fernando Amancio Aragao, Emerson Soldatelli Boschi, Marco Aurelio Vaz (orient.) (PUCRS).
Protocolos de Estimulação Elétrica (EE) são utilizados em programas de reabilitação para ganho de força. Entretanto,
existem controvérsias na literatura em relação aos parâmetros mais eficazes para o fortalecimento muscular. O
presente estudo identificou os parâmetros da corrente simétrica bifásica mais eficazes na produção de torque e mais
confortáveis em protocolos de fortalecimento muscular. Participaram do estudo 23 sujeitos saudáveis (13 ♂ e 10 ♀)
com idades de 26±8, 2 anos. Após um aquecimento, o torque máximo (Tmax) de extensão do joelho (90°) foi
determinado em um dinamômetro isocinético. Após a identificação do ponto motor dos extensores do joelho, os
sujeitos foram submetidos a uma sessão de EE com corrente simétrica bifásica, aplicada com 9 parâmetros distintos.
As combinações dos parâmetros de freqüência (50Hz, 80Hz e 100Hz) e de largura de pulso (200µs, 360µs e 500µs)
foram aplicadas em ordem aleatória, e mantidas por um período de 10 segundos com intervalo de 50 segundos.
Durante a aplicação da EE foram monitorados (1) a intensidade de corrente para produzir um torque equivalente a
10% do Tmax e (2) o nível de conforto pela Escala Analógica Visual de Dor. Análise de variância de dois fatores
(largura de pulso, freqüência) para medidas repetidas foi utilizada para determinar quais parâmetros dentre as 9
combinações aplicadas apresentavam menor intensidade de corrente e menor desconforto (nível de significância =
p<0.05, teste post-hoc de Bonferroni). Os resultados mostram que a largura de pulso de 500µs e as freqüências de
80Hz e 100Hz foram as que apresentaram menor intensidade de corrente para manter 10% do Tmax. Não foram
encontradas diferenças com relação ao desconforto. Conclusão: Correntes com maior largura de pulso e maiores
freqüências apresentam menor intensidade de corrente, o que possibilita o uso de intensidades maiores de EE para o
fortalecimento muscular.

REPRODUTIBILIDADE DO TESTE DE UMA REPETIÇÃO MÁXIMA EM SUJEITOS


398 SEDENTÁRIOS, ATIVOS E TREINADOS. Matheus Giacobbo Guedes, Carlos Leandro Tiggemann,
Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo foi verificar a reprodutibilidade do teste de uma repetição máxima (1RM), em diferentes
grupos de sujeitos, conforme seu histórico recente (12 meses) de prática de exercícios. Para tanto, participaram do
estudo 30 sujeitos, com idades variando entre 18 e 34 anos, divididos em três grupos de dez sujeitos: sedentários (que
não tivessem participando de nenhuma forma regular de exercícios físicos), ativos (que realizassem exercícios físicos
pelo menos três vezes por semana, exceto treinamento com exercícios resistidos (TER)) e treinados (que realizassem
TER regularmente, pelo menos três vezes por semana). Inicialmente os sujeitos foram submetidos a duas sessões de
familiarização, e em seguida, a duas sessões de testes de força máximos (1RM1 e 1RM2) nos exercícios supino plano
(SUP) e pressão de pernas 45° (LEG). Os exercícios foram randomizados entre os sujeitos e as sessões, o intervalo
entre as tentativas foi de 3 a 5 minutos, e o número máximo de tentativas não ultrapassou a 5. O intervalo entre as
sessões dos dois testes variou de 2 a 4 dias. A comparação entre os resultados dos testes e re-testes de 1RM em
ambos os exercícios, nos respectivos grupos, foi feita através do teste t pareado, e a associação entre os testes pela
correlação intraclasse (ICC), ambos com nível de significância igual a p < 0, 05. Os resultados mostraram que apesar
das correlações terem apresentado valores altos (de 0, 922 a 0, 997), os dados indicam haver diferenças significativas
do 1RM1 para o 1RM2 no SUP nos grupos treinado e sedentário, bem como nos grupos ativo e treinado para o LEG.
Além disso, variações individuais nos resultados entre 1RM1 e 1RM2 no LEG, foram de -5, 6% (10 kg) a 22, 5% (45
kg), e de 0% a 5, 6% (4 kg) no SUP. Portanto, os resultados sugerem que a utilização de apenas um teste de 1RM
parece não garantir a confiabilidade dos dados utilizados por pesquisadores e preparadores físicos na elaboração de
seus métodos de treinamento e pesquisa.

ANÁLISE DO DUPLO PRODUTO EM IDOSAS SUBMETIDAS A UMA SESSÃO AGUDA DE


399 EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO. Rafaela Siqueira, Jerri Luis Ribeiro, Maristela Padilha de Souza
Rabbo (orient.) (IPA).
Introdução: A estimativa de vida da população é crescente, e associado a essa demanda estão às doenças
cardiovasculares. A mudança do estilo de vida, como a pratica de exercícios físicos, dentre estes os resistidos, pode
interferir de forma positiva nessa relação. Algumas variáveis analisadas no exercício físico podem servir de base para

628
Ciências da Saúde

diagnóstico de risco de doenças cardiovasculares, como a freqüência cardíaca (FC) e o consumo de oxigênio pelo
miocárdio, chamado de Duplo Produto (DP). Objetivo: Esse estudo objetivou analisar o rendimento cardíaco, através
do DP, em idosas numa sessão aguda de exercício físico resistido. Métodos e resultados: A amostra, contendo nove
voluntárias, foi submetida a um pré-teste de 1RM para determinação da intensidade do teste, que foi de 50% de
1RM, realizados em três séries de dez repetições no aparelho de leg-press, sendo verificado a FC e pressão arterial
(PA) para avaliação do DP e suas possíveis correlações com a relação cintura e quadril (RCQ), índice de massa
corporal (IMC) entre outras variáveis. Os resultados demonstraram que tanto os valores do DP (19%, 19% e 23% nas
1ª, 2ª e 3ª séries respectivamente) como a FC (17%, 16% e 16% nas 1ª, 2ª e 3ª séries respectivamente) se mostraram
aumentados, em relação ao repouso. Os valores obtidos da pressão arterial sistólica mostraram-se aumentados (8%,
10% e 14% nas 1ª, 2ª e 3ª séries respectivamente) em comparação a recuperação, e a RCQ apresentou uma correlação
negativa com o teste de 1RM (-0, 73). Conclusão: Nossos resultados apontam que, nesta situação experimental, o
efeito hipotensor pós-exercício resistido, apresenta benefícios a população idosa. Sugerimos que a análise do DP
possa ser utilizada como uma ferramenta de segurança na prescrição de treinamento.

DESCRIÇÃO DO COMPORTAMENTO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM


400 ESCOLARES DE 7 A 14 ANOS. Cristina Barbosa Fonseca, Marcelo Faria Silva, Lisiane Torres,
Adroaldo Cezar Araujo Gaya (orient.) (UFRGS).
Diversos estudos realizados no âmbito da composição corporal de crianças e jovens em países em desenvolvimento
indicam a ocorrência de desnutrição e, ao mesmo tempo, o aumento da obesidade em relação às últimas décadas. A
compreensão do comportamento do índice de massa corporal (IMC) em escolares torna-se importante para realização
de intervenções voltadas à promoção de estilos de vida ativos. Nesta perspectiva o objetivo geral deste trabalho é
descrever, através de uma abordagem transversal, o perfil do comportamento do IMC em escolares de 7 a 14 anos do
Município de Parobé-RS. A amostra, do tipo aleatória por conglomerados, foi constituída por 1323 estudantes. O
protocolo utilizado está descrito na bateria do Projeto Esporte Brasil (Gaya, 2001). Para a análise criterial foram
apresentadas as freqüências relativas (valores percentuais), da ocorrência de estudantes que atingiram a Zona
Saudável de Massa Corporal (ZSMC), que ficaram abaixo e acima da ZSMC, tendo como referência os pontos de
cortes propostos por Sichiere e Allam (1996). A análise de variância, no interior de cada sexo, foi utilizada para
verificar as diferenças nas dimensões em cada idade. O teste post hoc utilizado foi o Dunnett’s C. O nível de
significância adotado foi de 5%. Os dados foram tratados a partir do SPSS for windows (versão 10.0). Os resultados
obtidos refletem o quadro complexo da realidade brasileira: houve ocorrência significativa de escolares na zona de
baixo peso (32% dos meninos e 36% das meninas) e observou-se, também, a ocorrência de escolares com
indicadores de sobrepeso e obesidade (11% para os meninos e 6% para as meninas). Quando os resultados foram
comparados entre os sexos verificamos que o comportamento dos índices de massa corporal se encontram muito
próximos, sendo que as meninas apresentam índices estatisticamente significativos mais elevados aos 11 e 14 anos.

COMPARAÇÃO ENTRE PROTOCOLOS PARA DETERMINAÇÃO DO LIMIAR


401 ANAERÓBIO EM CANOISTAS DE RENDIMENTO. Fabiana Fernandes Vaz, Marcus Peikriszwili
Tartaruga, Marcelo Coertjens, Caio Daniel Schmitt, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O limiar anaeróbio (LA) e a velocidade crítica (VC) têm sido utilizados na avaliação aeróbica e na prescrição de
exercício em diversas modalidades esportivas como: natação, ciclismo e remo. Entretanto, na canoagem, poucos
estudos têm utilizado a VC e o LA. O objetivo foi comparar e relacionar um método direto com um método indireto
para determinação da velocidade no LA. O método indireto correspondeu às VCs determinadas pelo coeficiente
angular da reta distância vs tempo, nas seguintes combinações: 200/500/1000; 200/500; 500/1000 e 200/1000m. O
método direto utilizado foi o lactato mínimo (LM), consistindo da análise da curva lactato vs tempo. Sete canoístas
entre 14 e 21 anos (massa: 64, 3+5, 7kg; estatura: 170+3, 2cm) percorreram as três distâncias, em intensidade
máxima de esforço, para a determinação das VCs. Após uma semana, foi determinada a velocidade no LA, através
do método do LM, onde os canoístas percorreram a distância de 200m em intensidade máxima de esforço e, em
cinco intensidades submáximas (50, 60, 70, 80 e 90%). O lactato foi coletado no 1º, 3º e 5º minuto após o máximo
esforço e um minuto após cada instensidade submáxima. Para comparação entre a velocidade no LA e as VCs foi
realizado o teste T pareado de Student e, para a verificação da relação das mesmas, o coeficiente de determinação
linear (r2), com p<0, 05. Não foram encontradas diferenças significativas nos valores de velocidade no LA e na VC
de 200/500m (r2=0, 39). Nas demais VCs, foram encontradas diferenças significativas: 200/500/1000m (0, 51),
500/1000m (0, 46) e 200/1000m (0, 52). O método indireto de determinação da VC em canoístas de velocidade, na
combinação de 200/500m, pode ser utilizado na predição da velocidade no LA, podendo ser considerado um índice
de avaliação e prescrição de treinamento.

629
Ciências da Saúde

Sessão 49
Fitoquímica A

EFEITOS DO EXTRATO ETANÓLICO DE OCIMUM SELLOI BENTH. EM


402 CAMUNDONGOS: PROPRIEDADES RELEVANTES AO TRATAMENTO DA DOENÇA DE
ALZHEIMER. Cláudia Vanzella, Paula Bianchetti, Sabrina Sbaraini, Manuela Barth, Eduardo
Miranda Ethur, Carlos Alexandre Netto, Ionara Rodrigues Siqueira (orient.) (UNIVATES).
Ocimum selloi Benth. (“alfavaca”, “manjericão”, Lamiaceae), espécie nativa do sul do Brasil, é utilizada
tradicionalmente como antiinflamatória e diurética. Estudos prévios em nosso laboratório demonstraram a atividade
antioxidante e anticolinesterásica in vitro desta espécie. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade
antiinflamatória e anticolinesterásica e o efeito sobre parâmetros de aprendizado e memória em camundongos do
extrato etanólico (EE) de O. selloi, bem como avaliar o potencial hepatotóxico. Folhas de O. selloi foram coletadas
em Lajeado, o EE foi obtido com etanol 90% e o solvente removido. Camundongos albinos machos foram expostos
(15 dias) à dieta suplementada com o EE (0, 01 e 0, 2%) ou dieta controle. Aos 12 dias, os animais foram submetidos
ao T maze. Os animais receberam dieta sem EE cerca de 14 horas antes da decapitação para evitar a determinação do
efeito agudo. Aos 15 dias, os animais foram decapitados, o plasma e as estruturas cerebrais congelados em N2
líquido. A atividade da acetilcolinesterase (AChE) foi avaliada no córtex frontal, hipocampo e estriado. Foram
determinados o conteúdo de albumina e de proteínas totais, as atividades de aspartato aminotransferase, alanina
aminotransferase e butirilcolinesterase no plasma. O EE de O. selloi (0, 01%) melhorou parâmetros de memória, mas
não inibiu a atividade da AChE, além de que, não alterou os parâmetros hepáticos analisados. Animais foram
administrados agudamente (i.p.) com o EE (50, 100 e 500 mg/kg) e avaliados no teste da formalina, onde o EE (500
mg/kg) demonstrou atividade significativa na segunda fase, que resulta da resposta inflamatória. As atividades
observadas do extrato etanólico de Ocimum selloi podem ser relevantes para o tratamento da Doença de Alzheimer.

ESTUDO QUÍMICO DE DIFERENTES VARIEDADES DE TREVO VERMELHO


403 (TRIFOLIUM PRATENSE L.) E ATIVIDADES BIOLÓGICAS. Cláudia Borges de Morais,
Graziele Pereira Ramos, Pedro Eduardo Fröehlich, Miguel Dall’Agnol, Jose Angelo Silveira Zuanazzi
(orient.) (UFRGS).
O trevo vermelho (Trifolium pratense L.) é uma importante leguminosa forrageira, que contém as isoflavonas
daidzeína, genisteína, formononetina e biochanina A, sendo as duas últimas encontradas em maiores concentrações
na planta. Estes compostos têm recebido muita atenção atualmente devido aos seus possíveis benefícios à saúde
humana. Este trabalho teve como objetivo a determinação e validação de método de análise de isoflavonas
(daidzeína, genisteína, formononetina e biochanina A) de extratos de folhas de trevo vermelho por cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE), e identificação e quantificação destas isoflavonas por CLAE de extratos de folhas
de 39 acessos Trifolium pratense obtidos no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O método
foi validado nos seguintes parâmetros: linearidade, repetibilidade, precisão intermediária, exatidão, especificidade,
limites de quantificação e detecção e robustez. As amostras foram preparadas a partir de folhas secas (FS) e
trituradas, que foram submetidas à hidrólise. A análise das amostras foi realizada por CLAE fase reversa, sistema
gradiente (acetonitrila:água) e comprimento de onda de 260nm. O teor de isoflavonas nos 39 acessos analisados,
expressos em µg/g de FS ± desvio padrão (%), variaram de 4, 26 ± 3, 52 a 102, 91 ± 7, 96 para daidzeína; 9, 52 ± 6,
41 a 334, 80 ± 5, 98 para genisteína; 452 ± 1, 53 a 28.548, 65 ± 3, 04 para formononetina; e 2.199, 02 ± 3, 61 a
15.670, 39 ± 1, 41 para biochanina A. O método foi considerado validado para todos os parâmetros propostos. O
resultado do doseamento é importante, pois nos mostra que é possível escolher acessos com menores teores de
isoflavonas para a utilização da planta como forrageira e acessos que possuem teores de isoflavonas maiores para
utilização como fonte de produção de isoflavonas. (PIBIC).

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES EXTRATOS DE PIPER


404 GAUDICHAUDIANUM KUNTH. Virgínia Tamiosso, Valéria Flores Péres, Pâmela Portela da Silva,
Marc Richter, Dinara Jaqueline Moura, Jenifer Saffi (orient.) (ULBRA).
O processo de envelhecimento está relacionado ao aparecimento de uma série de doenças degenerativas que
culminam com a morte do indivíduo decorrente das degenerações celulares, as quais podem ser em parte causadas
pelos radicais livres nos sistemas biológicos. Assim a pesquisa por agentes antioxidantes naturais que possam ser
utilizados para fins terapêuticos tem sido objeto de grande interesse nos últimos anos. Neste contexto, estudamos a
Piper gaudichaudianum Kunth, uma planta encontrada predominantemente na Mata Atlântica, onde suas folhas
frescas são utilizadas para aliviar a dor de dente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade antioxidante in
vitro, através de CLAE baseado no teste hipoxantina / xantina oxidase da planta moída e dos seguintes extratos:
etanólico (etanol 70%, maceração 10 dias); metanólico (70%, soxhlet) e aquoso (refluxo por 2 horas). Todos foram
liofilizados, dissolvidos em tampão e testados nas doses de 0, 1; 0, 25; 0, 50; 1, 0 e 2, 0 mg/ml. Uma dose de 10 µl da
xantina oxidase foi dissolvida em NH4SO4 para iniciar a reação. Os tubos tubos foram incubados por 3 h a 370C.
Após a incubação, 20 µl dessa mistura foi analisada no CLAE (Alliance-Waters) (Fase móvel isocrática: água/ácido

630
Ciências da Saúde

acético (96:4): metanol, fluxo 1ml /min, tempo de corrida de 30 min). O extrato que obteve o melhor resultado foi o
metanólico (IC50=1, 49 mg/ml), seguido do etanólico (IC50=1, 85 mg/ml), planta moída (IC50=1, 86 mg/ml) e
extrato aquoso (IC50=2, 15 mg/ml). Acredita-se que essa ação antioxidante seja devida à presença de polifenóis, já
que o extrato metanólico apresentou resultado positivo para fenóis na pesquisa fitoquímica. Iremos realizar o
doseamento de polifenóis totais e taninos totais em todos os extratos testados para podermos quantificar e relacionar
a quantidade destes compostos com a atividade antioxidante encontrada.

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS PROPRIEDADES ANTICOAGULANTES DE


405 SAPONINAS. Eduarda Schultze, Jorge Almeida Guimarães, Hugo Verli (orient.) (UFRGS).
Saponinas são glicosídeos de esteróides ou de terpenos policíclicos que formam espuma quando agitadas
na água. Esses compostos têm grande interesse farmacêutico devido a suas diversas atividades farmacológicas, tais
como antiinflamatória, anticarcinogênica, antiviral, anti-helmíntica e antitrombótica. A ação de saponinas sobre a
hemostasia já foi demonstrada tanto in vitro quanto in vivo, envolvendo a inibição de trombina, enzima envolvida na
conversão de fibrinogênio em fibrina. Tal inibição se dá pela interação específica de saponinas com o exosítio 1 da
trombina, região responsável pelo reconhecimento ao substrato fisiológico. Desta forma, o presente trabalho tem
como objetivo a caracterização molecular do reconhecimento entre uma saponina modelo e a trombina através de
cálculos de docking e dinâmica molecular (DM), empregando o pacote GROMACS e o campo de força
GROMOS96. Após a obtenção da topologia pela ferramenta Prodrg, foi identificada a principal conformação da
molécula em solução. Esta conformação foi em seguida complexada ao exosítio 1 da trombina através de cálculos de
docking empregando o programa Autodock. O complexo então obtido foi refinado por simulações de DM,
permitindo a identificação da provável conformação bioativa do ligante estudado. Adicionalmente, a metodologia
empregada permitiu a caracterização da contribuição específica de cada resíduo de aminoácido da enzima-alvo para a
complexação à saponina estudada. A partir da caracterização deste processo de reconhecimento molecular, cria-se
um importante modelo para o planejamento racional de novos agentes anticoagulantes e antitrombóticos através da
inibição da trombina empregando como arcabouço molecular produtos naturais.

QUANTIFICAÇÃO DE VALEPOTRIATOS POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA


406 EFICIÊNCIA (CLAE). Raquel Niemczewski Bobrowski, Luísa de Andrade Salles, Gilsane Lino Von
Poser (orient.) (UFRGS).
Plantas do gênero Valeriana como Valeriana. officinalis e V. wallichii são usadas no preparo de fitoterápicos, sendo
indicados como sedativos leves. No Rio Grande do Sul são encontradas nove espécies, que vem sendo avaliadas
qualitativa e quantitativamente, em nosso laboratório. Extratos obtidos a partir de Valeriana glechomifolia foram
analisados quanto ao teor de valepotriatos, substância essas, relacionadas à atividade farmacológica das espécies de
Valeriana. Através de um processo modificado de cromatografia em coluna, obteve-se uma fração diclorometânica
que foi submetida à cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para a quantificação dos valepotriatos
majoritários: valtrato, acevaltrato e diidrovaltrato. Até o momento, não foram determinadas as concentrações de cada
valepotriato, contudo através dos cromatogramas observou-se que há diferenças entre as áreas dos picos, das quais a
maior refere-se ao valtrato, seguida do acevaltrato e diidrovaltrato.

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ANTOCIANINAS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM


407 MYRCIANTHES PUNGENS (O. BERG) D. LEGRAND (GUABIJU). Juliana Maria de Mello
Andrade, Maria Rosana Ramirez, Maria do Carmo Bassols, Miriam Anders Apel, Amelia Teresinha
Henriques (orient.) (UFRGS).
O gênero Myrcianthes pertence à família Myrtaceae e apresenta cerca de trinta espécies, sendo que, três destas são
nativas do Rio Grande do Sul. Myrcianthes pungens (conhecida popularmente como guabiju) é uma planta que
apresenta frutos de coloração púrpura, levemente pilosos e polpa branca e doce, com 16° a 19º BRIX. Estes
apresentam compostos fenólicos como flavonóides e antocianinas. Frente a estes achados, o presente estudo teve
como objetivo a determinação do teor de antocianinas em um cultivar e duas seleções de guabiju, provenientes da
Estação Experimental Embrapa-Clima Temperado de Pelotas, Rio Grande do Sul (Gb, PL1 e PL2), visando avaliar o
teor de polifenóis e a atividade antioxidante. A metodologia empregada para extração e doseamento de antocianos foi
adaptada da Farmacopéia Européia (2002), utilizando a técnica de espectrofotometria na região do ultravioleta;
obtendo-se teores, expressos em cloreto de cianidina-3-glicosídeo, que variaram de 332 mg% a 513 mg%. A
atividade antioxidante foi determinada através da habilidade das amostras em seqüestrar o radical 2, 2-difenil-1-
picrilidrazila (DPPH), utilizando o método descrito por Calvin et al., 2002. O poder antioxidante total dos diferentes
extratos foi dependente das concentrações testadas, sendo que, foram obtidos valores entre 18% a 93%, calculados
em mg de antocianinas em relação à mg de Trolox. Esses resultados indicaram que os extratos de M. pungens
apresentam forte efeito antioxidante relacionado à quantidade de compostos fenólicos presentes. A partir desses
dados, pode-se sugerir que a ingestão dessa fruta poderia proteger o organismo frente a espécies reativas de oxigênio,
contribuindo para a melhoria da saúde, reduzindo o risco de adquirir certas doenças como o câncer, os problemas
cardiovasculares e, inclusive, prevenindo os efeitos do envelhecimento.

631
Ciências da Saúde

ISOLAMENTO DE ALCALÓIDES POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA A VÁCUO (CLV) EM


408 HIPPEASTRUM PSITTACINUM. Taís Lusa Durli, Amélia Terezinha Henriques, Letícia Balvedi
Pagliosa, Jose Angelo Silveira Zuanazzi (orient.) (UFRGS).
Introdução: As plantas da família Amaryllidaceae (gênero Hippeastrum) são ricas em alcalóides isoquinolínicos com
os quais estamos realizando estudos químicos e farmacológicos. Objetivos: isolamento de alcalóides da fração
CH2Cl2 de bulbos de H. psittacinum através da técnica de Cromatografia Líquida à Vácuo (CLV). Método: A CLV
foi realizada a partir da fração CH2Cl2 (2, 5g). Esta fração é resultante da extração ácido-base de bulbos de H.
psittacinum, os quais foram submetidos à trituração, maceração e filtração até a ocorrência da reação negativa frente
aos reagentes de precipitação de alcalóides (Mayer, Bertrand e Dragendorff). A CLV, por sua vez, consiste em uma
coluna contendo gel de sílica como fase estacionária e sistema eluente hexano, éter etílico, diclorometano, n-butanol,
acetato de etila, acetona, metanol, metanol+TFA. Em cinco das oito frações houve formação de precipitados,
indicando a presença de produtos isolados denominados HP1, HP2, HP3 e HP4. Essas frações foram metanol+TFA
(HP1), n-butanol e acetato de etila (HP2), metanol (HP3) e acetona (HP4). A identificação destes produtos foi
realizada por Espectroscopia na região do ultravioleta (UV/vis), Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e
Espectroscopia de RMN 1H e RMN 13C. Resultados: Na análise do HP1, apareceram bandas em 222 e 286nm e
tempo de retenção (TR) semelhante ao alcalóide tazetina (12min); na do HP2, bandas em 242 e 294nm e TR
semelhante ao alcalóide pretazetina (16min); para o HP3, bandas em 292 à 314nm e TR semelhante ao alcalóide
hippeastrina (8min); e para o HP4, bandas em 210 e 270nm e TR 5min. Conclusão: Os resultados foram confirmados
por RMN 1H e RMN 13C, correspondendo o HP1 à tazetina, o HP2 à pretazetina e o HP3 à hippeastrina. O HP4 está
em fase de identificação. (CNPq).

Sessão 50
Fundamentos Teóricos e Tecnológicos da Assistência de Enfermagem A

409
O BANHO DO PACIENTE PEDIATRICO NA TERAPIA INTENSIVA: UM ESTUDO
SEMIÓTICO. Gabriela Bottan, Dulce Maria Nunes (orient.) (UFRGS).
Este é um projeto de pesquisa qualitativa semiótica que pretende estudar e compreender o sentido do
discurso corporal que ocorre durante o procedimento de cuidado banho de leito em crianças restritas ao leito,
dependentes de ventilação mecânica, internadas em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), realizado
por Técnicas de enfermagem. A UTIP é um espaço hospitalar de alta complexidade, exige uma área física adequada
para circulação rápida do pessoal e de aparelhos, bem como profissionais especializados, treinados para atuar no
cuidado de crianças em estado grave de saúde. A relevância do estudo é o fato do banho da criança ser um momento
de interações que tornam claras as estruturas significantes, que modelam o discurso social e individual durante o
cuidado e é pouco abordado pela literatura científica de enfermagem. A escolha da semiótica da Escola de Paris,
como percurso metodologico, deve-se á sintonia entre a natureza do estudo e a temática, adequação dos
procedimentos em relação à característica dos materiais, possibilitando atingir o objetivo do estudo. Os participantes
da pesquisa serão duas crianças internadas na UTIP e dois técnicos de enfermagem que prestam cuidados à elas. O
instrumento utilizado será a ficha de observação e/ou filmagem seguida do preenchimento de um instrumento de
pesquisa. No dia anterior à realização da coleta das informações, as técnicas de enfermagem e pais da criança
receberão explicações pormenorizadas sobre os objetivos da pesquisa, sua participação e assinarão o Termo de
Consentimento Informado. As normas éticas serão desenvolvidas conforme Diretrizes e Normas Regulamentadoras
de Pesquisa em Seres Humanos (Resolução CNS 196/1996). Serão esclarecidos também que poderão negar-se a
participar do estudo ou desistir em qualquer das etapas propostas. Este estudo contribui para compreender o discurso
corporal da cuidadora da criança e o sentido relacional, interativo no processo do cuidado.

SINAIS VITAIS ATRAVÉS DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS: PRÁTICA


410 DE ENSINO MEDIADA POR COMPUTADOR. Raquel Yurika Tanaka, Ana Luísa Petersen Cogo,
Denise Tolfo Silveira, Vanessa Menezes Catalan, Eva Neri Rubim Pedro (orient.) (UFRGS).
O Laboratório de Ensino Virtual- Enfermagem (LEV-EnfI) da Escola de Enfermagem da UFRGS vem
desenvolvendo objetos de aprendizagem digitais (OAD) desde 2006. O LEVI-Enf desenvolveu seis OADs sobre o
tema sinais vitais direcionados para estudantes recém-ingressos no curso de graduação. Foi realizada uma pesquisa
em 2007, cujo o objetivo foi avaliar o processo de ensino-aprendizagem de sinais vitais na metodologia da
aprendizagem baseada em problemas com o apoio do computador. Trata-se de um estudo exploratório que integra as
abordagens qualitativa e quantitativa. O estudo ocorreu nas dependências da Escola de Enfermagem com 48 alunos
da disciplina de Fundamentos do Cuidado Humano I. O projeto de pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da UFRGS. A coleta de dados ocorreu através da aplicação de questionários que abordou o uso da
tecnologia, as práticas educacionais vivenciadas, o suporte ao educando e o alcance dos objetivos e entrevistas semi-
estruturadas com dez estudantes. As informações qualitativas foram processadas no software Nvivo 7.0® e os dados
quantitativos no software SPSS®. Os resultados apontaram que a avaliação da atividade proposta sobre sinais vitais
mediada por computador teve concordância por 17 alunos (39, 53%), 16 alunos (37, 20%) concordaram

632
Ciências da Saúde

parcialmente, um aluno (2, 32%) não teve opinião, cinco alunos (11, 62%) discordam e três (6, 97%) discordam
parcialmente. Oito alunos (18, 69%) que discordaram apontaram a aula presencial como um fator importante para
sua aprendizagem em vista de que se sentem inseguros e sem condições de buscarem por si próprio o domínio do seu
conhecimento. Considera-se positivo o desenvolvimento do projeto de aprendizagem proposto, que dinamizou o
ensino presencial. Salienta-se que para os alunos da primeira etapa do curso o ambiente virtual de aprendizagem
proporciona o desenvolvimento de habilidades na área da informática e na metodologia de resolução de problemas.

CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE MULHERES CUIDADORAS-LEIGAS: ESTRATÉGIAS À SUA


411 PROMOÇÃO DA SAÚDE. Joel Kuyava, Wiliam Wegner, Eva Neri Rubim Pedro (orient.) (UFRGS).
A situação das mulheres cuidadoras-leigas, acompanhantes de crianças hospitalizadas, representa nesse
estudo a visão das mesmas em relação à sua saúde assim como a qualidade da atenção dos profissionais a elas
dispensadas e das políticas públicas de saúde instituídas em ambiente hospitalar.. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa do tipo descritivo-exploratório e intervencionista desenvolvido em um hospital-escola na cidade de Porto
Alegre/RS, no período de fevereiro e março de 2007, que objetivou desvelar as concepções de saúde das mulheres
cuidadoras-leigas de crianças com câncer e explorar as concepções de cuidado dessas, proporcionando uma reflexão
entre a situação real e a ideal; a. Participaram nove mulheres cuidadoras-leigas de crianças com câncer
hospitalizadas. As informações foram coletadas por meio da técnica de Grupo de Focal, que foram organizadas e
codificadas com o apoio do software QRS Nvivo na versão 2.0 e analisadas mediante a técnica da análise temática
proposta por Minayo (2004). Das informações emergiram cinco categorias temáticas: As mulheres cuidadoras-leigas
e o contexto hospitalar; Múltiplo desempenho de papéis sociais: mulher/mãe/cuidadora e o contexto familiar; Saúde
como um valor: concepções e definições sob a ótica da cuidadora; A acompanhante e as percepções no ambiente
hospitalar; Estratégias para a promoção da saúde: direito de atenção/cidadania e a educação em saúde. Os resultados
apontaram para a necessidade de um (re)pensar os direitos do acompanhante, tanto por parte dos profissionais
envolvidos no cuidado como das próprias políticas de saúde, assim como instrumentalizar diversos segmentos
sociais-políticos-institucionais no (re)planejamento das ações em saúde., o que pode ser implementado desde a
formação profissional e nos serviços de saúde em geral.

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMEGEM DO PACIENTE COM CÂNCER COLORRETAL EM


412 TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO AMBULATORIAL. Priscila de Oliveira da Silva, Maria
Isabel Pinto Coelho Gorini (orient.) (UFRGS).
A quimioterapia é um dos tratamentos de escolha para o paciente com câncer colorretal. A enfermeira tem um papel
importante na avaliação e controle de muitos dos problemas experimentados pelo paciente que se submete à
quimioterapia, pois é ela que permanece com o paciente durante o tratamento, e quem melhor pode avaliá-lo,
intervindo adequadamente de acordo os problemas apresentados. O Diagnóstico de Enfermagem faz parte do
Processo de Enfermagem e seu estabelecimento pode contribuir para o aprimoramento da assistência prestada pelas
enfermeiras. Visando contribuir para Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na Unidade de
Quimioterapia Ambulatorial (UQA) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), o objetivo de estudo é
estabelecer os Diagnósticos de Enfermagem (DE) de pacientes com câncer colorretal em tratamento quimioterápico a
partir de suas necessidades humanas básicas alteradas. O estudo é baseado numa abordagem qualitativa caracterizado
pelo estudo de caso. Foram analisados 11 sujeitos que estavam iniciando tratamento quimioterápico ambulatorial no
período de 23 de março a 7 de maio, na UQA, do HCPA. O total de DE´s estabelecidos foram 23, dos quais 15 estão
relacionados às necessidades fisiológicas, entre eles os mais prevalentes foram: Risco para Infecção, Padrão do Sono
Perturbado, Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, Integridade Tissular Prejudicada e Alto
risco para Integridade da Pele Prejudicada; seis foram relacionados às alterações nas necessidades de proteção e
segurança, dos quais, DE Ansiedade estava presente em cinco pacientes; e por fim, dois foram relacionados às
alterações nas necessidades de estima, que são Imagem Corporal Perturbada e Impotência.

MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA PACIENTES E ACOMPANHANTES FRENTE À


413 CIRURGIA CORONARIANA. Giordana de Cássia Pinheiro da Motta, Márcia Flores de Casco,
Márcia Elaine Costa do Nascimento, Marta Giorgina Góes, Isabel Cristina Echer (orient.) (UFRGS).
A revascularização do miocárdio restaura o suprimento de sangue ao músculo cardíaco, criando um novo percurso
que contorna a área bloqueada da artéria coronária doente. O sucesso da cirurgia coronariana depende da prática de
cuidados e orientações ao paciente para recuperar e manter um estilo de vida saudável. Após um evento isquêmico,
os pacientes apresentam-se mais receptivos a aprender e a comprometerem-se com mudanças de hábitos e adesão ao
tratamento. Assim, este estudo objetiva elaborar um manual de orientações sobre as etapas da cirurgia coronariana e
cuidados com a saúde, destinado a pacientes e seus acompanhantes. Trata-se de um projeto de desenvolvimento em
que será elaborado um manual piloto com base em revisão bibliográfica e experiência profissional dos autores,
utilizando linguagem de fácil entendimento. O mesmo será distribuído, para qualificação, a uma amostra de
profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) especialistas no tema, pacientes que se submeteram à
cirurgia e familiares, sendo todos concordantes em participar do estudo. A qualificação consiste na leitura crítica do
material para avaliar seu conteúdo, o preenchimento de um questionário e uma entrevista. Após, os autores avaliam a
inclusão das sugestões pertinentes no texto, estruturam o layout e encaminham à gráfica. O projeto foi aprovado pelo

633
Ciências da Saúde

CEP/HCPA e pela Comissão de Pesquisa da EENF/UFRGS e encontra-se na fase de qualificação do manual piloto.
Acredita-se que manuais de orientação podem servir de subsídio para consulta frente a dúvidas e uniformizam as
orientações da equipe profissional aos pacientes e familiares. Com o estudo, pretende-se contribuir para a melhoria
da qualidade das orientações aos pacientes que serão submetidos à cirurgia coronariana e seus acompanhantes.
(CNPq).

POLÍTICA SOCIAL EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA: PERCEPÇÃO DE IDOSOS DE


414 ÁREA ADSTRITA A SERVIÇOS DE ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE. Juliana de Rezende
Lovera, Roberta Lingner da Rosa, Mariana Zettermann, Emil Albert Sobottka, João Feliz Duarte de
Moraes, Cibele Cardenaz de Souza, Beatriz Regina Lara dos Santos, Luis Felipe Pedroso Lopes, Carla Rosane Pinto
Medeiros, Maria Rejane Seibel, Marion Creutzberg (orient.) (PUCRS).
Objetivo: Identificar a percepção de qualidade de vida (QV) de idosos em área adstrita a serviços de atenção básica
em saúde de Porto Alegre; comparar a QV entre idosos de diferentes serviços de atenção básica. Método: Estudo
transversal. Foram incluídos 23 idosos da área de uma UBS e 25 idosos de um PSF. A coleta foi realizada por meio
de entrevistas com o instrumento WHOQOL Bref e 4 questões abertas. Os dados foram analisados por estatística
descritiva e inferencial pelo SPSS 11.5. Os dados qualitativos foram categorizados e quantificados. O projeto foi
aprovado pelos CEP da PUCRS e Secretaria Municipal de Saúde. Resultados: Foram encontradas diferenças
significativas entre os grupos nas facetas na capacidade de locomoção (p=0, 02) e no acesso aos serviços de saúde
(p=0, 002), indicando menor satisfação por parte dos idosos do PSF. A diferença de avaliação global da QV entre os
grupos não foi significativa (p=0, 662). Na avaliação dos dados qualitativos foi evidenciada diferença significativa
entre os grupos, na faceta cuidados à saúde (p=0, 036) e na espiritualidade (p=0, 012). Em ambas, os idosos do PSF
sentem maior influência na QV por esses aspectos. Nas diferentes facetas houve avaliação inferior pelos idosos do
PSF. Conclusões: Infere-se que a baixa avaliação dos idosos do PSF na locomoção relaciona-se à precariedade das
moradias e urbanização da região e, no acesso à saúde a insatisfação dos usuários do PSF está, possivelmente,
relacionada ao tipo de marcação de consultas, que ocorre por meio de fichas, levando os idosos e precisarem ficar em
filas durante a noite para conseguirem marcar suas consultas. Os idosos são claros que a dificuldade está na
organização do serviço, pois quanto à relação com a equipe ressaltam a humanização.

Sessão 51
Ginecologia e Obstetrícia C

GESTANTES TABAGISTAS, ALARMANTE INCIDÊNCIA! Joanine Andrighetti Sotilli, Clarissa


415 Borba, Diego Pereira, Fernando Scolari, Francine Ziquinatti, Loise Smaniotto, Renata Schulz, Roberto
Ribeiro, Rodrigo Sieben, Santiago Neto, Talita Silva, Amanda Pintos, Daniel Fuchs, Gabriela Cantori,
Graciele Noronha, Laura Brust, Marília Krüger, Rodrigo Huyer, Theo Faertes, Valquíria Schoreder, Guilherme
Fagundes, Moises Gerhardt, Patrícia Mello, Sheila Cardoso, Stephan Soder, Carla Vanin, Adriani Oliveira Galao
(orient.) (UFRGS).
Introdução: O tabagismo na gestação é problema mundial e traz conseqüências negativas para o binômio mãe-bebê.
Objetivo: o estudo propõe avaliar a prevalência do fumo entre as gestantes e conseqüências sobre os recém-nascidos
(RN). Materiais e métodos: Estudo prospectivo, transversal, de novembro-2006 a maio-2007 com puérperas do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Incluídas pacientes hígidas, com gestação a termo, sem qualquer
intercorrência. Excluídas pacientes que desenvolveram na gestação patologia relacionada a crescimento intra-uterino
restrito; gestações múltiplas, malformações uterinas e RN com anormalidades cromossômicas, malformações ou
infecção intra-uterina e dados incompletos. Variáveis contínuas: descritas por medidas de tendência central e
dispersão; variáveis categóricas: freqüências absolutas e relativas. As médias de peso entre os grupos: teste t de
Student e as complicações foram comparadas pelo teste Exato de Fisher. Estudo aprovado pelo GPPG-HCPA. Todas
assinaram termo de consentimento informado. Resultados: Incluídas 700 puérperas com 23% de tabagistas na
gravidez. No grupo fumante (GF) o número de gestações/ partos foi significativamente maior. Não houve diferenças
na taxa de abortamento entre os grupos. No GF 99% delas foram informadas que fumar fazia mal para o bebê,
embora somente 54% fizeram pré-natal. O número de bebês pequenos para idade gestacional foi significativamente
maior no GF, assim como o número de bebês gigantes para idade gestacional foi significativamente menor neste
grupo. À evolução do bebê, peso da placenta e Apgar não foi diferente entre os grupos. O peso do RN foi em média
165g menor no GF. Conclusões: Perfil da puérpera no HCPA: mulher não-branca, solteira ou sem companheiro, com
baixa escolaridade.

634
Ciências da Saúde

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE PRÁTICA DE HIDROGINÁSTICA AO LONGO DA


416 GESTAÇÃO NO COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E DA PRESSÃO
ARTERIAL, EM REPOUSO, DENTRO E FORA DA ÁGUA. Ana Carolina Kanitz, Roberta
Bgeginski, Ilana Finkelstein, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
O comportamento da freqüência cardíaca (FC) e da pressão arterial (PA) de gestantes em repouso tem sido estudada,
porém os estudos limitam-se a determinadas idades gestacionais e poucos avaliam a influência do exercício. O
objetivo deste estudo foi avaliar a influência do tempo de prática de hidroginástica ao longo da gestação no
comportamento da FC e da PA, em repouso, dentro e fora da água. Foram selecionadas 14 gestantes que ingressaram
em aulas de hidroginástica até a 22ª semana gestacional e permaneceram no programa até o termo. Elas foram
divididas em 2 grupos: o que iniciou as aulas entre 14-18 semanas (G1) e entre 19-22 semanas (G2). A FC, a pressão
arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD) foram verificadas em repouso no solo e na água uma vez
por mês até o final da gestação. A partir destas variáveis foi calculada a pressão arterial média (PAM) e a bradicardia
(FCsolo-FCagua). Realizou-se análise de regressão das variáveis ao longo da gestação para cada gestante, onde não
foram encontradas diferenças significativas e assim utilizou-se a média destes valores para comparar os dois grupos
com teste-t (p<0, 05). Os resultados demonstraram que o G1 apresentou valores significativamente mais baixos de
FCagua (G1:80, 6±8, 5; G2:84, 9±8, 5bpm), PASsolo (G1:99, 8±9, 3; G2:107, 7±10, 6mmHg), PADsolo (G1:62,
1±6, 5; G2:70, 5±8, 4mmHg), PADagua (G1:58, 1±7, 6; G2:69, 7±12, 0mmHg), PAMsolo (G1:74, 9±7, 4; G2:83,
2±8, 3mmHg), e PAMagua(G1:70, 2±7, 9; G2:76, 5±9, 5mmHg). A bradicardia apresentou valores mais altos para o
G1 (G1:17, 8±9, 8bpm; G2:12, 8±9, 5bpm). A FCsolo e a PASagua não apresentaram diferenças significativas.
Concluímos que a combinação do exercício físico e imersão podem resultar num comportamento mais baixo da FC e
PA ao longo da gestação e este efeito pode estar relacionado com o tempo de pratica de hidroginástica.

PRODUTO DA ACUMULAÇÃO LIPÍDICA VERSUS COMPOSIÇÃO CORPORAL POR DXA


417 NA AVALIAÇÂO DE OBESIDADE CENTRAL EM PACIENTES COM E SEM SÍNDROME
DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS. Fernanda Missio Mario, Mariana Toscani, Simone Radavelli, Poli
Mara Spritzer (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é a endocrinopatia mais freqüente em mulheres em idade
reprodutiva (5-10%), sendo caracterizada por hiperandrogenismo e anovulação crônica. Cerca de 60% das pacientes
com PCOS apresentam obesidade, principalmente central, associada à resistência insulínica e risco para diabete. Um
dos métodos mais precisos para avaliação da composição corporal é a absormetria de raio-X de dupla energia
(DXA), porém de alto custo na prática clínica. O produto da acumulação lipídica (LAP), que utiliza a combinação da
circunferência da cintura com os triglicerídeos em jejum, pode ser um marcador simples e seguro de obesidade
central. Objetivos: 1)Determinar a correlação do LAP com a DXA, na avaliação de adiposidade central; 2) analisar
LAP em função de variáveis metabólicas e hormonais em pacientes obesas com e sem PCOS. Metodologia: Foram
estudadas 37 mulheres obesas (24 com PCOS e 13 com Hirsutismo Idiopático (HI) com idade e IMC similares.
Foram realizados exame físico, avaliação da composição corporal e exames hormonais e metabólicos. Resultados e
conclusão: O LAP foi mais elevado no grupo PCOS comparado ao grupo HI (56, 43 (23, 88-83, 18) e 33, 35 (21, 08-
44, 47); p=0, 015), assim como o índice de androgênio livre, insulina, HOMA e percentual de gordura do tronco por
DXA (p<0, 05). Observou-se forte e significativa correlação entre LAP e gordura do tronco por DXA (r=0, 733 e
r=0, 841, p=0, 0001), e com o percentual de gordura total por DXA (r=0, 643 e r= 0, 852; p=0, 001). Quando
analisadas apenas as pacientes com PCOS, LAP apresentou correlação significativa com insulina em jejum (r=0, 514,
p=0, 01) ou HOMA (r=0, 504, p=0, 012). Em conclusão, o LAP mostrou-se bom marcador de obesidade central em
pacientes obesas com PCOS.

O RISCO DE DEFEITOS CONGÊNITOS NO USO GESTACIONAL DE INIBIDORES


418 SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA (ISRS). Lara Mombelli, Vitor Boschi, Juliano
Peruzzo, Lavinia Schuler Faccini (orient.) (UFRGS).
Os transtornos depressivos ocorrem com prevalência alta em mulheres durante a idade reprodutiva. O uso de
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) tem se difundido como uma alternativa terapêutica eficaz e
segura. Seu uso na gravidez, entretanto, é sempre motivo de preocupação tanto do médico como da gestante. O
objetivo deste trabalho foi avaliar prospectivamente consultas ao SIAT (Serviço Nacional de Informações sobre
Agentes Teratógenos) em decorrência do uso de ISRS durante a gravidez no período de Janeiro de 2003 a Dezembro
de 2006. Uma possível associação entre o uso de ISRS e a hipertensão pulmonar persistente no neonato em relatos na
literatura médica foi, entre outros, um grande incentivo à pesquisa. Os seguimentos das consultas foram realizados
pessoalmente ou através de telefonemas, e-mails e fax aos respectivos consulentes. Os dados colhidos foram
referentes ao resultado da gestação, às características da criança ao nascimento (peso, estatura, perímetros cefálico e
torácico, apgar no 1º e no 5º minutos), a possíveis complicações, intercorrências e malformações. Foram
consideradas perdidas as consultas nas quais não foi possível obter os dados, seja através das pacientes ou dos
médicos. Neste período foram registradas 157 consultas sobre o uso de ISRS na gravidez, das quais 54 seguimentos
foram bem sucedidos, 83 estão em andamento e 20 foram perdidos. Nenhuma malformação foi relatada. Apesar da
amostra ainda ser pequena, não há evidências de um risco teratogênico maior decorrente do uso deste grupo de
medicações durante a gestação. A literatura médica atual discute os riscos e benefícios dos tratamentos de transtornos

635
Ciências da Saúde

psiquiátricos na gravidez, mas a maioria destes aponta os ISRS como medicações de escolha para tratamento de
transtornos depressivos.

RESPOSTA IMUNOLÓGICA TH1 TH2 DO LÍQUIDO PERITONEAL EM MULHERES


419 INFÉRTEIS COM ENDOMETRIOSE. Cristian Rafael Sloczinski, Vanessa Krebs Genro, Cristina
Glitz, Fernando Freitas, Virginia de Oliveira Rosa, Greyce Berton, Clarissa Tabajara Moura, Joao
Sabino Lahorgue da Cunha Filho (orient.) (UFRGS).
A endometriose é uma doença presente em 10 a 15% da população feminina, sendo caracterizada por tecido
endometrial fora da cavidade uterina. Essa doença está fortemente associada à infertilidade e à dor pélvica crônica.
Pacientes com infertilidade e endometriose moderada ou severa apresentam um substrato anatômico para sua
incapacidade de gestar. Entretanto, na ausência deste substrato anatômico, são propostos vários mecanismos para a
etiologia da infertilidade de pacientes com endometriose mínima ou leve, sem haver, até o momento, uma definição
clara a respeito. Estudos recentes têm associado a endometriose com mudanças na imunidade humoral e celular.
Esses estudos sugerem que níveis elevados de inúmeras citocinas, bem como um desequilíbrio entre a produção de
citocinas Th1 e Th2 no fluido peritoneal de mulheres com endometriose, possam estar implicados no
desenvolvimento e progressão da endometriose e da infertilidade. Assim sendo, nosso objetivo é determinar através
da dosagem de interleucinas 12, 23 e 17 no fluido peritoneal de mulheres inférteis com endometriose mínima e leve,
se essa via imunológica tem papel significativo na patogênese da endometriose, tentando associar esse achado com a
infertilidade provocada por essa doença. Para tal, será realizado um estudo transversal, que se encontra em
andamento. Será formado um grupo de 45 mulheres inférteis com endometriose e um grupo de 45 mulheres
sabidamente férteis. Todas as mulheres realizarão videolaparoscopia, bem como farão uma coleta de sangue e de
líquido peritoneal. Serão analisados os resultados da dosagem das interleucinas entre os grupos, sendo considerados
estatisticamente significativos quando P<0, 05.

AVALIAÇÃO DO PRODUTO DE ACUMULAÇÃO LIPÍDICA (LAP) COMO ÍNDICE DE


420 RESISTÊNCIA À INSULINA EM PACIENTES HIRSUTAS COM E SEM A SÍNDROME DOS
OVÁRIOS POLICÍSTICOS. Igor Gorski Benedetto, Livia Silveira Mastella, Luiza Nunes Lages,
Denusa Wiltgen, Poli Mara Spritzer (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) caracteriza-se por anovulação crônica e
hiperandrogenismo, maior prevalência de resistência insulínica (RI) e risco aumentado para diabete. Os índices para
pesquisa de RI apresentam acurácia limitada. Um novo índice, recentemente descrito, utiliza medidas de cintura e
triglicerídeos – lipid accumulation product (LAP). Objetivo: Determinar a distribuição de freqüências percentuais do
LAP em relação com HOMA, em uma amostra de pacientes hirsutas com e sem PCOS. Metodologia: Realizado
estudo transversal com 76 mulheres hirsutas, sendo 47 pacientes com PCOS e 31 com hirsutismo idiopático (ciclos
ovulatórios e androgênios normais) (HI). Avaliadas variáveis antropométricas, hormonais e metabólicas. LAP
[(cintura – 58)x triglicerídeos (mmol/l)] foi estratificado em percentis e as pacientes classificadas como resistentes à
insulina se HOMA > 3, 8. Resultados: As pacientes com PCOS apresentaram maior freqüência de obesidade e
dislipidemia, e HOMA mais elevado que o grupo HI, mesmo corrigidos por IMC. Observou-se correlação
significativa entre LAP e HOMA, ajustado pelo IMC (r = 0, 34, p = 0, 033). 70% das pacientes PCOS tiveram LAP
igual ou acima do percentil 75 e consideradas apenas as obesas esse valor ultrapassa 95%. No grupo PCOS, 83% das
pacientes com HOMA > 3, 8 apresentaram LAP igual ou superior ao percentil 75 (p = 0, 007). Conclusão: LAP e
HOMA apresentaram forte correlação, havendo significativa proporção de pacientes com PCOS e resistência
insulínica com LAP mais elevado. Sugere-se, preliminarmente, que o índice LAP possa ser utilizado para
rastreamento de resistência insulínica em pacientes com PCOS. Estudos utilizando o clamp euglicêmico
hiperinsulinêmico como padrão ouro são necessários para estimar a acurácia do LAP.

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE DNA COM RESINA DE


421 SÍLICA PARA DETECÇÃO DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO. Viviane Kubiszewski dos Santos,
Sabrina de Matos Almeida, Cristine Nascente Igansi, Regina Bones Barcellos, Mary Clarisse Bozzetti
(orient.) (UFRGS).
Introdução: A infecção persistente por tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV) é a principal causa do
câncer de colo uterino. A detecção do DNA-HPV através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), método
sensível e específico, é de grande importância na identificação dos tipos virais. A etapa de extração e purificação dos
ácidos nucléicos em amostras clínicas é essencial para a remoção de agentes inibidores da PCR, presentes
principalmente nas amostras extraídas de urina. Objetivo: Aplicar uma técnica de extração e purificação de DNA,
utilizando resina de sílica, em amostras de urina, plasma sangüíneo e lavado cervical para detecção do HPV.
Metodologia: Para verificar a capacidade de extração e purificação pela resina nos diferentes meios, 05 amostras de
tampão TE, 17 de urina e 07 de plasma sangüíneo foram contaminados com DNA dos tipos oncogênicos HPV16, 18,
31 e 45 e com DNA da linhagem celular humana SiHa, oriunda de neoplasias cervicais positivas para HPV16. Para o
teste em amostras clínicas, foram utilizadas 18 amostras de lavado cervical, coletadas de mulheres participantes de
um estudo de coorte na Unidade de Saúde Jardim Leopoldina do Grupo Hospitalar Conceição. O DNA total extraído
de cada amostra foi quantificado e submetido à amplificação para o gene da β-globina humana utilizando-se o par de

636
Ciências da Saúde

primers GH20/PCO4 e para a detecção da região L1 do DNA do HPV com os primers consenso GP5+/GP6+. Os
produtos de PCR foram visualisados em gel de agarose sob luz UV. Resultados: A amplificação do DNA viral e
humano mostrou a capacidade de remoção dos agentes inibidores da reação de PCR pela resina de sílica nas amostras
testadas, permitindo a obtenção de quantidade e pureza de DNA suficientes para amplificação por PCR.

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA E DO ESTADO DE SAÚDE


422 AUTO-REFERIDO EM PUÉRPERAS ADOLESCENTES E NÃO ADOLESCENTES NO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Caroline Vieira Pinheiro, Alberto Mantovani
Abeche, Gabriela Martins Costa, Eduardo Pandolfi Passos (orient.) (UFRGS).
A gravidez na adolescência tem sido evento presente em todas as épocas e culturas ao longo da história da
humanidade. Dentre as repercussões maternas podemos citar problemas na gravidez e puerpério, abandono escolar e
repercussões psicossociais; e, para os filhos, baixo peso e prematuridade, déficit cognitivo e social e negligência na
infância. Um dos fatores que parece dificultar a sua prevenção é que, paradoxalmente, muitos adolescentes parecem
ter uma visão favorável da paternidade e da maternidade. O objetivo geral da pesquisa é o de investigar as
características demográficas, de qualidade de vida e do estado de saúde auto-referido das pacientes adolescentes
internadas no setor de Internação Obstétrica (puerpério) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, comparando-as
com as pacientes adultas internadas neste serviço. Até o momento, baseados nas respostas das puérperas obtidas nos
questionários, estamos alcançando o objetivo principal do projeto, que é a caracterização da mãe adolescente. Os
primeiros resultados indicam o que os pesquisadores já haviam encontrado na literatura existente: a falta de
perspectivas para o futuro, a indiferença familiar, a baixa renda e a baixa escolaridade compõem o perfil da gestante
adolescente. Porém, o padrão de aceitação da gravidez, apesar das dificuldades por que invariavelmente passam essas
adolescentes é ainda um ponto interessante e surpreendente, e que buscaremos entender nas próximas etapas da
pesquisa.Dessa forma, com a totalidade dos resultados a serem obtidos, esperamos compreender em detalhes o ponto
de vista dos adolescentes que se tornam pais e mães tão precocemente. Este conhecimento será essencial para
formular estratégias de assistência e prevenção da gravidez na adolescência. (BIC).

Sessão 52
Modelo Animal B

AVALIAÇÃO DA SOBREVIDA APÓS TRATAMENTO COM CÉLULAS DE MEDULA ÓSSEA


423 EM MODELO ANIMAL DE LESÃO HEPÁTICA AGUDA PROVOCADA POR
PARACETAMOL. Fabiana Quoos Mayer, Talita Giacomet de Carvalho, Maria Cristina Ramos
Belardinelli, Fernanda Pereira, Guilherme Baldo, Carlos Kieling, Marcos Duarte, Luise Meurer, Ursula Matte,
Themis Reverbel da Silveira, Roberto Giugliani (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: A lesão hepática aguda ocorre em seres humanos, principalmente devido a hepatites ou
intoxicações com substâncias químicas. Em muitos casos, o transplante de fígado é a única alternativa terapêutica.
Este trabalho teve como objetivos avaliar a sobrevida e o dano hepático causado por intoxicação com paracetamol
em ratos tratados ou não com células de medula óssea (CMO). METODOLOGIA: Foram usados 63 ratos Wistar
fêmeas, pesando entre 180 e 250 gramas, divididos nos grupos controle (sham, n=24) e tratado (CM, n=39). Os
animais foram mantidos 4 dias sob ingestão de fenobarbital (350 mg/L) recebendo após, injeção intraperitonial de
paracetamol na concentração de 1g/kg (0h). Foram coletadas amostras de sangue para medir alanina
aminotransferase (ALT) nos tempos 0, 24 e 72 horas. Essas medidas foram feitas pelo método de cinética enzimática.
Em 24h pós-lesão foi realizada cirurgia para injeção de CMO (1 x 106cel/mL) no grupo CM e de tampão fosfato
salina no grupo sham pela veia porta. As células foram extraídas de ratos machos por separação em gradiente de
Ficoll. Os animais sobreviventes foram sacrificados 72h após a injeção de paracetamol. RESULTADOS: A
sobrevida 72h após a lesão foi de 64% no grupo CM e de 33% no grupo sham, apresentando uma significância de p =
0, 02 (teste t Student). Em 72h, os níveis de ALT voltaram ao valor inicial no grupo CM, mas não no grupo sham,
porém sem diferença estatística significativa (testes Qui-quadrado e Exato de Fischer). CONCLUSÃO: No grupo
CM houve uma diminuição não-significativa nos níveis de ALT, que parece não ser o melhor marcador para avaliar a
recuperação da lesão. Os resultados mostram aumento na sobrevida no grupo CM, indicando um benefício do uso de
CMO. (BIC).

O PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO NA PRESSÃO ANAL ESFINCTERIANA DE RATOS


424 SUBMETIDOS À COLITE EXPERIMENTAL. Camila Zanella Benfica, Nélson Alexandre
Kretzmann Filho, Henrique Fillmann, Rodrigo Jimenez Jimenez, Suzana Llesuy, Marilene Porawski,
Norma Anair Possa Marroni, Claudio Augusto Marroni (orient.) (FFFCMPA).
O óxido nítrico (NO) apresenta amplo espectro de ações fisiológicas, como relaxamento da musculatura lisa e
envolvimento no processo inflamatório. Este estudo objetiva demonstrar o envolvimento do NO na colite
experimental através da avaliação de índices histológicos, de lipoperoxidação (LPO), da expressão da óxido nítrico
sintase induzível (iNOS) e da pressão anal esfincteriana. Foram utilizados 20 ratos machos Wistar, + 300g, divididos

637
Ciências da Saúde

em 2 grupos (n=10): controle (CO) e colite (CL). O grupo CL foi submetido à administração, via enema, de ácido
acético a 7% (3ml). O CO recebeu enema de solução salina. Os índices histológicos, macro e microscópicos, foram
analisados por escores de 0-4 (normal-colite intensa). A LPO foi avaliada pelas substâncias que reagem ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS, nmoles/mg de proteína) e a medida da expressão da iNOS foi realizada por Western Blot
(U.A.). Um aparelho de manometria anorretal foi utilizado para a medição da pressão anal esfinceteriana (cm de
H2O). Para análise estatística, ANOVA e Student-Newman-Keuls, sendo significativo p<0, 05*. Os índices
histológicos apresentaram significativa elevação no grupo CL em comparação ao CO, tanto na avaliação macro
(CO:0+0 CL:3.75+0.2*) quanto na microscópica (CO:0+0 CL:3, 0+0, 1*). O grupo CL apresentou aumento
significativo nos índices de LPO em relação ao CO (CO:0, 54+0, 02 CL: 0, 79+0, 04*). A expressão da iNOS foi
significativamente maior no grupo CL (CO:0, 22+0, 01 CL:0, 49+0, 03*) e a pressão anal esfincteriana
significativamente mais baixa no grupo CL (CO:68+3, 7 CL:30+4, 1*), em comparação ao grupo CO. Os achados
sugerem que a colite experimental resulta em aumento da LPO e da expressão da iNOS, o que aumentaria o nível de
NO e reduziria os níveis de pressão anal esfincteriana.

ANÁLISE HISTOLÓGICA DE LESÃO HEPÁTICA AGUDA INDUZIDA POR


425 PARACETAMOL EM MODELO ANIMAL TRATADO COM CÉLULAS DE MEDULA ÓSSEA.
Talita Giacomet de Carvalho, Fabiana Quoos Mayer, Maria Cristina Ramos Belardinelli, Fernanda
Pereira, Guilherme Baldo, Carlos Kieling, Marcos Duarte, Luise Meurer, Themis Reverbel Silveira, Roberto
Giugliani, Ursula da Silveira Matte (orient.) (UFRGS).
Introdução: A Insuficiência Hepática Aguda é resultante de necrose de hepatócitos com comprometimento da função
hepatocelular. Trabalhos têm mostrado a capacidade das células de medula óssea (CMO) em reverter quadros de
lesão hepática. O objetivo deste estudo foi analisar, através da histologia, o benefício do tratamento com CMO em
animais com lesão hepática induzida por paracetamol. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar fêmeas (180-
250g), divididos em grupo controle (sham, n=24) e tratado (CM, n=39). Todos foram submetidos a ingesta de
fenobarbital (350mg/L) por 4 dias e após, injeção intraperitoneal de paracetamol (1g/kg). CMO de ratos machos
foram purificadas por gradiente de FICCOL, marcadas com DAPI e injetadas no grupo CM (1x106 cel/mL) pela veia
porta. O grupo sham recebeu mesmo volume de tampão fosfato salina. Após 72h da lesão os animais sobreviventes
foram mortos em câmara de CO2 e o fígado retirado e fixado em formalina 10%. A análise histológica foi realizada
em microscópio óptico com lâminas coradas com Hematoxilina-Eosina. A presença de células com DAPI foi
observada em microscópio de fluorescência. A análise estatística foi feita por teste não paramétrico. Resultados: O
grupo CM apresentou maior índice mitótico e menos características de lesão hepática nos parâmetros analisados
(necrose, degeneração hidrópica, esteatose microgoticular e infiltrado inflamatório). A média de células com DAPI
detectadas no grupo CM foi de 23 células por lâmina. Conclusão: Apesar de apresentar uma tendência, os ítens
analisados não apresentaram diferença estatística significativa entre os dois grupos. Provavelmente isto ocorre devido
a grande variação de resposta à lesão ou ao tratamento. Estudos em um maior número de animais são necessários
para esclarecer essa questão.

COMPARAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE GLUTAMINA POR VIA INTRAGÁSTRICA E


426 INTRAPERITONIAL NO TRATAMENTO DA GASTROPATIA DA HIPERTENSÃO PORTAL.
Monica Wagner, Camila Moraes Marques Ávila, Douglas Simonetto, Sílvia Bona, Cláudio Augusto
Marroni, Norma Anair Possa Marroni (orient.) (ULBRA).
A hipertensão portal é uma complicação da cirrose, caracterizada pelo aumento do fluxo sangüíneo e/ou da
resistência vascular no sistema porta. É uma das principais causas de mortalidade entre pacientes cirróticos devido ao
quadro de hemorragia digestiva alta decorrente do surgimento de colaterais portossistêmicos, característica da
gastropatia da hipertensão portal. A glutamina é um aminoácido que atua em resposta a ação celular e ao sistema
imune, servindo como substrato para a glutationa. O objetivo deste trabalho foi comparar a ação da glutamina, por
via intragástrica e intraperitonial, em estômagos de animais com ligadura parcial de veia porta, avaliando a regulação
da pressão portal e o estresse oxidativo. Foram utilizados 24 ratos machos Wistar, pesando em média 300g, divididos
em 4 grupos: Sham Operated (SO); LPVP: ligadura parcial da veia porta; SO+G: a partir do 8º dia administração de
glutamina; LPVP+G: a partir do 8º dia administração de glutamina. No 15° dia foi verificada a pressão na veia
mesentérica dos ratos através de um polígrafo de pressão e os mesmos foram sacrificados. Foram avaliados níveis
séricos das enzimas de função hepática, quantificados valores de proteína e níveis de substâncias que reagem ao
ácido tiobarbitúrico (TBARS). Foi observado um aumento da pressão portal no grupo LPVP quando comparado ao
grupo controle (P<0, 05) e uma redução significativa da pressão portal no grupo LPVP+G se comparado ao grupo
LPVP (P<0, 05) em ambos tratamentos. Houve também um aumento dos níveis de TBARS no grupo LPVP quando
comparado aos grupos controles (P<0, 05). A glutamina, quando administrada por via intragástrica e intraperitonial,
reduziu os valores de TBARS no grupo LPVP+G. Em relação às enzimas hepáticas, não houve diferença. Este estudo
sugere que a administração de glutamina tanto por via intragástrica quanto intraperitonial em animais com LPVP
reduz o estresse oxidativo, diminuindo a pressão portal.

638
Ciências da Saúde

SÍTIO PARA O TRANSPLANTE DE ILHOTAS PANCREÁTICAS EM MODELOS


427 EXPERIMENTAIS:VIABILIDADE DO ACESSO INTRAPORTAL. Tássia Alicia Marquezan
Augusto, Patrícia Sesterheim, Carmem Silvana Araújo de Oliveira, Daniele Raul Rodrigues, Denise
Rovinski, David Saitovitch (orient.) (PUCRS).
O transplante de ilhotas pancreáticas representa estratégia de tratamento para o Diabetes Mellitus tipo 1(DM1).Há,
contudo, dificuldades que impedem a sua aplicabilidade clínica, tais como o local de implante dessas
células.Aprofundar o estudo sobre sítios de implante de ilhotas pancreáticas em modelos experimentais de diabetes é
o objetivo deste trabalho.Foram utilizados 10 animais da linhagem C57BL/6N diabéticos induzidos por
estreptozotocina para cada sítio de transplante e divididos em grupo controle(GC n=5) e grupo Transplante
experimental(GTx n=5). Foram considerados diabéticos os animais que apresentaram glicemia > 250mg/dL.Para o
isolamento e transplante das ilhotas, foram utilizados 3 pâncreas (3000 ilhotas) de animais sadios para cada receptor
do grupo experimental, digeridos em solução de colagenase.As ilhotas foram isoladas utilizando gradiente de
densidade Ficoll PA 400, conforme protocolo pré-estabelecido.A avaliação da eficiência do transplante de ilhotas
pancreáticas, tendo o espaço subcapsular renal como controle e o intraportal, é realizada através da mensuração da
glicemia e do peso corporal pré e pós-transplante.Reversão do diabetes é considerada quando a glicemia < 200mg/dL
por mais de 60 dias, após o transplante, em animal previamente diabético.O trabalho está em
andamento;apresentamos resultados preliminares:DM1 foi induzido com sucesso.Duas semanas após o transplante de
ilhotas pancreáticas via cápsula renal, a MÉDIA±DP das glicemias é de 534 ±91, não apresentando diferença
significativa entre os grupos dos animais transplantados e controles (p=0, 05) até o momento.Os transplantes via
intraportal estão em andamento.A continuação desse estudo utilizando modelos animais, pode auxiliar na descoberta
de novos sítios de implante para ilhotas pancreáticas, sua viabilidade clínica e suas restrições terapêuticas.

ESTUDO EXPERIMENTAL DO PAPEL DO CONSUMO MATERNO DE CHÁ VERDE, CHÁ


428 MATE E SUCO DE UVA NO DESENCADEAMENTO DE CONSTRIÇÃO DUCTAL FETAL.
André Krieger Busato, Antonio L Piccoli Jr, João L Manica, Luiz H Nicoloso, Honório Menezes, Renato
Frajndlich, Júlia Silva, Laura Hagemann, Marina Morais, Dirlene Melo, Milena Abeg, Marinez Barra, Marcelo
Alievi, Paulo Zielinsky (orient.) (ULBRA).
Antecedentes: A ingestão materna de anti-inflamatórios causa constrição ductal fetal, por inibição das
prostaglandinas. Chás caseiros, como chá verde (CV) e chá-mate (CM), assim como o suco de uva (SU), têm
polifenóis, especialmente o 3-galato-galocatequina e o resveratrol, com efeitos anti-inflamatórios por inibição da
ciclooxigenase-2. Objetivos: Testar a hipótese de que o consumo materno de CV, CM e SU causa constrição ductal
fetal. Métodos: Treze fetos de ovelhas (>120 dias) realizaram Doppler-ecocardiograma fetal (DEF) antes da
administração materna de doses concentradas de CV a quatro, CM a quatro e SU a cinco, como única fonte de
líquido. Uma semana após, um DEF controle foi realizado nos fetos sobreviventes. Análise morfo-histológica foi
realizada nos fetos não sobreviventes. As diferenças foram comparadas pelo teste de Wilcoxon. Resultados: Em 7
fetos sobreviventes (3 expostos a CV e 4 a CM), foram demonstradas evidências de constrição ductal, com aumento
da média das velocidades sistólica (0, 80 ± 0, 19 m/s para 1, 17 ± 0, 15 m/s, p=0, 018) e diastólica (0, 21 ± 0, 05 m/s
para 0, 31 ± 0, 01 m/s, p=0, 018) e da média da razão entre as dimensões dos ventrículos direito e esquerdo (1, 05 ±
0, 14 para 1, 43 ± 0, 23, p=0, 02), além de turbulência ductal, abaulamento septal esquerdo e regurgitação tricúspide
em todos os fetos que realizaram DEF de controle. Ocorreu 1 morte fetal no grupo recebendo CV. Todos os 5 fetos
expostos a SU morreram de ceto-acidose. A autópsia nos 6 espécimes mostrou dilatação ventricular direita e
evidências histológicas de constrição ductal (diminuição da razão dos diâmetros ductus/artéria pulmonar e aumento
da zona avascular).Conclusão: A ingestão de chá verde, chá-mate e suco de uva, ricos em polifenóis, no final da
gestação, causa constrição ductal fetal, o que deverá modificar a orientação dietética perinatal.

EFEITO DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS GFP+ DA MEDULA ÓSSEA


429 TRANSPLANTADAS EM RATOS COM EPILEPSIA AGUDA INDUZIDA PELO MODELO
LÍTIO-PILOCARPINA. Affonso Santos Vitola, Zaquer Suzana Munhoz Costa, Fernanda de Borba
Cunha, Michele Pedroso, Janine Rossato, Martin Cammarotta, Denise Cantarelli Machado, Ricardo Ribeiro dos
Santos, Jaderson Costa da Costa (orient.) (PUCRS).
Epilepsia é uma doença caracterizada por crises recorrentes e espontâneas, e cerca de 30% dos doentes são refratários
ao tratamento clínico. Trabalhos demonstrando o potencial de células tronco da medula óssea (CTMO) têm
incentivado o estudo destas como uma terapêutica às epilepsias de difícil controle. Métodos: Ratos machos Wistar
tiveram Status Epilepticus (SE) experimental induzido segundo o modelo do lítio–pilocarpina. Imediatamente após,
foram divididos em dois grupos, um recebendo solução salina (200µL e.v.) e outro, 107 CTMO EGFP+ (200µL PBS
e.v.). Como fonte de CTMO, foram usados camundongos transgênicos C57BL/6-EGFP, que tiveram seus ossos
longos removidos para a coleta das CTMO a serem transplantadas. Após 15 dias (período latente), os animais foram
filmados e foi feita a contagem das crises por 3 observadores independentes. Após, foram submetidos a testes de
memória espacial pelo labirinto de Morris. Outro grupo foi sacrificado para que seus tecidos fossem submetidos a
análises histológicas e eletrofisiológicas.Para verificar a migração celular, foram utilizados anticorpos para GFP,
GFAP, DAPI e Neu-N. Resultados: Os animais que receberam CTMO reduziram o número de crises epilépticas; as
CTMO migraram para as áreas lesadas e apresentaram marcadores específicos para neurônios, células gliais e

639
Ciências da Saúde

proteínas de filamento intermediário; a perda neuronal foi menor no grupo tratado com CTMO; os animais tratados
tiveram melhor desempenho de memória espacial e aprendizado, podendo-se correlacionar com a melhora no perfil
eletrofisiológico registrao por LTP.

DIATERMIA OVARIANA GUIADA POR ECOGRAFIA TRANSVAGINAL EM OVELHAS.


430 Danielle Yuka Kobayashi, Anita Mylius Pimentel, Edison Capp, Helena Von Eye Corleta (orient.)
(UFRGS).
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a desordem endócrino-metabólica mais freqüente em mulheres em idade
reprodutiva. Caracteriza-se por hiperandrogenismo clinico e/ou bioquímico, anovulação e ovários com múltiplos
folículos à ecografia. Quando existe infertilidade (por anovulação) o tratamento envolve a indução da ovulação.
Atualmente medicamentos como o citrato de clomifene, metformina e gonadotrofinas são utilizados para induzir a
ovulação, aumentando as taxas de gestação múltipla. A diatermia ovariana, realizada geralmente por via
laparoscópica, é o método cirúrgico para tornar o ciclo ovulatório. A possibilidade de provocar aderências pélvicas
pós-operatórias faz com que este procedimento seja menos utilizado. O desenvolvimento desta técnica com menores
riscos associados está sendo estudado. Objetivo: Estabelecer a técnica de cauterização ovariana por via transvaginal
utilizando ovelhas como modelo experimental. Método: A escolha do animal é explicada pela similaridade
anatômica do ovário comparado ao de mulheres. As ovelhas serão anestesiadas, será realizada ecografia transvaginal
e, em seguida, será acoplado o guia ao transdutor e a agulha de cauterização. Essa agulha foi confeccionada em aço
inox e possui, na única parte sem isolamento, a conexão para o eletrocautério. Será aplicada voltagem de 40 W por 2
s em 5 pontos do parênquima ovariano esquerdo e por 4 s no direito. Dois dias depois, as ovelhas serão abatidas e
serão coletados os ovários para análise. A lesão ovariana provocada pela cauterização será macro e
microscopicamente analisada. Resultados: Foi realizada ecografia transvaginal e punção ovariana em uma ovelha,
demonstrando ser possível a abordagem ovariana com a agulha desenvolvida. Conclusão: Este trabalho avaliará
experimentalmente uma nova abordagem para realizar diatermia ovariana. Espera-se contribuir para a promoção de
ovulação monofolicular em pacientes com SOP. (PIBIC).

Sessão 53
Otorrinolaringologia e Oftalmologia

COLESTEATOMAS ADQUIRIDOS: CORRELAÇÃO DA INFLAMAÇÃO COM ACHADOS


431 IMUNOISTOQUÍMICOS. Andreia Argenta, Cristina Dornelles, Letícia Petersen Schmidt Rosito,
Luíse Meurer, Ana Caroline Silveira de Farias, Alberto Treiguer, Simone Barreto Martens, Sabrina
Lima Alves, Sady Selaimen da Costa (orient.) (UFRGS).
Existem poucos dados clínicos e experimentais para se compreender como o colesteatoma inicia seu crescimento.
Acredita-se que a proliferação do tecido epitelial seria induzida pelas citocinas produzidas pela inflamação. À
otoscopia, pode ser aferido o grau de inflamação clínica. Objetivos: Verificar se há correlação entre a intensidade da
reação inflamatória na fenda auditiva com as enzimas promotoras da inflamação no colesteatoma, bem como com o
grau histológico de inflamação. Método: Estudo transversal. Avaliadas otoscopias digitais, com colesteatomas
coletados em cirurgia, entre 2003 e 2007. As otoscopias foram analisadas cegamente quanto à presença de
inflamação, sendo essa classificada como ausente, leve, moderada ou acentuada (0 a 3). O grau histológico de
inflamação foi aferido em lâminas de hematoxilina-eosina e classificado pela mesma escala da inflamação clínica.
Para imunoistoquímica foram utilizados os anticorpos CD31 (angiogênese), pela contagem de vasos marcados;
MMP2 e MMP9 (metaloproteinases), através do percentual de células marcadas e da intensidade imunorreativa. A
análise estatística realizada no SPSS, pelo coeficiente de Spearman, admitindo-se como estatisticamente
significativos P≤0, 05. Resultados: Amostras cirúrgicas de colesteatomas foram coletadas de 38 pacientes. O grau de
inflamação clínica foi de 2 (1 a 3), o grau de histológico de inflamação foi de 2(1 a 3); CD31 foi de 6(0 a 12);
MMP2citoplasmática foi de 0 (0 a 4); MMP2nuclear foi de 0 (0 a1); MMP9 foi de 0(0 a 4). Não encontramos
correlações entre as variáveis analisadas (P>0, 05). Conclusão: Não foi identificada correlação entre os graus de
inflamação clínica e histopatológica, o mesmo ocorrendo com a inflamação clínica e os marcadores
imunoistoquímicos.

COLESTEATOMAS ADQUIRIDOS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES


432 PEDIÁTRICOS E ADULTOS ATRAVÉS DOS MARCADORES CD31, MMP2 E MMP9. Simone
Barreto Martens, Cristina Dornelles, Luíse Meurer, Letícia Petersen Schmidt Rosito, Andréia Argenta,
Ana Caroline Silveira de Farias, Alberto Treiguer, Sabrina Lima Alves, Sady Selaimen da Costa (orient.) (UFRGS).
A quantificação da angiogênese e das metaloproteinases pode ser útil na avaliação do comportamento dos
colesteatomas, como marcadores de sua agressividade. Objetivo: correlacionar os marcadores CD31, MMP2 e
MMP9 com espessura da perimatriz, grau histológico de inflamação e idade do paciente. Método: Delineamento
transversal. Grupos pediátricos (até 18 anos) e adultos (a partir de 19 anos). Material fixado em formol a 10%,
preparadas cinco lâminas, de cada amostra, por técnicas histológicas habituais, observados: número de vasos

640
Ciências da Saúde

sangüíneos (CD 31), marcação com MMP2 e MMP9, número de células na matriz, espessura e inflamação na
perimatriz. Análise dos dados no SPSS através coeficiente de Spearman e teste de Mann-Whitney. Resultados: A
amostra contou com 120 colesteatomas, distribuídos igualmente entre os grupos: pediátrico (11, 77±3, 57 anos);
adulto (38, 29±14, 51 anos). CD31 pediátricos 7 (3 a 11), CD31 adultos 4 (0 a 10) (P=0, 07). MMP2 citoplasmática
pediátricos 1 (0 a 3), A MMP2 citoplasmática adultos 0 (0 a 1) (P=0, 006). MMP2 nuclear pediátricos 1 (0 a 2), A
MMP2 nuclear adultos 0 (0 a 1) (P=0, 038). MMP9 pediátricos 2 (0 a 4), A MMP9 adultos 0 (0 a 4) (P=0, 049). Ao
correlacionarmos o número de vasos sangüíneos e das metaloproteinases com a espessura da perimatriz e com o grau
histológico de inflamação encontramos correlações fortes, somente a MMP2 citoplasmática apresentou correlação
com a idade do paciente. Conclusões: A expressão aumentada das metaloproteinases possibilita, aos colesteatomas
pediátricos, maior grau de infiltração e de erosão óssea. Os colesteatomas pediátricos, por produzem mais
metaloproteinases, poderiam ser mais agressivos que os colesteatomas adultos.

COLESTEATOMAS ADQUIRIDOS: CORRELAÇÃO DO ESTADO DA CADEIA OSSICULAR


433 NO TRANS-OPERATÓRIO COM ACHADOS IMUNOISTOQUÍMICOS. Ana Caroline Silveira de
Farias, Sady Selaimen da Costa, Luíse Meurer, Letícia Petersen Schmidt Rosito, Simone Barreto
Martens, Andréia Argenta, Alberto Treiguer, Sabrina Lima Alves, Cristina de Carvalho Dornelles (orient.)
(UFRGS).
As lesões ósseas são as alterações teciduais irreversíveis mais prevalentes na otite média crônica colesteatomatosa.
Dentre outras enzimas produzidas nos colesteatomas, as metaloproteinases são as envolvidas nos processos de
remodelação óssea. A produção de metaloproteinases é estimulada pelo processo inflamatório. Objetivo:
correlacionar o grau de comprometimento da cadeia ossicular, visualizada no trans-operatório, com as
metaloproteinases e a angiogênese no colesteatoma. Métodos: Estudo transversal. Descrições cirúrgicas de 99
pacientes foram revisadas. Os colesteatomas foram coletados e fixados em formol 10% e preparadas lâminas para
imunoistoquímica com os anticorpos CD31 (angiogênese), aferidos no software Image Pro Plus, através da contagem
de vasos marcados; MMP2 e MMP9 (metaloproteinases), através do percentual de células marcadas e da intensidade
imunoreativa, observados em microscópio óptico. A análise estatística foi realizada através do coeficiente de
Spearman, sendo considerados como estatisticamente significativos os valores de P≤0, 05. Resultados: Havia algum
comprometimento da cadeia ossicular em 91 casos. O ossículo mais freqüentemente afetado era a bigorna, seguida
pelo estribo e pelo martelo. A imunoreatividade encontrada para o CD31 foi de 6 (0 a 11); MMP2 citoplasmática foi
de 0 (0 a 2); MMP2 nuclear foi de 0 (0 a1); MMP9 foi de 1 (0 a 4). Não encontramos correlações entre as variáveis
analisadas (P>0, 05). Conclusão: Os nossos achados indicam que é praticamente universal o acometimento da cadeia
ossicular na presença de colesteatoma, no entanto não foi encontrada correção entre a erosão ossicular e a quantidade
de metaloproteinases produzidas pelos colesteatomas. Também não encontramos correlação da angiogênese com o
dano ossicular.

COLESTEATOMAS ADQUIRIDOS: COMPARAÇÃO DA ANGIOGÊNESE E DE


434 METALOPROTEINASES ENTRE AS VIAS DE FORMAÇÃO. Alberto Treiguer, Sady Selaimen da
Costa, Luíse Meurer, Letícia Petersen Schmidt Rosito, Ana Caroline Silveira de Farias, Simone Barreto
Martens, Andréia Argenta, Sabrina Lima Alves, Cristina de Carvalho Dornelles (orient.) (UFRGS).
Os colesteatomas são lesões císticas da orelha média, freqüentemente (90 a 100%) destrutivas ao sistema
timpanossicular e estruturas do osso temporal. Usualmente são classificados com base na rota que seguem em sua
formação na fenda auditiva. Objetivo: Comparar a quantidade de angiogênese e de metaloproteinases, entre as vias
de formação, em colesteatomas adquiridos. Métodos: Estudo transversal, analisaram-se colesteatomas, coletados em
cirurgias otológicas, fixados em formol 10%, preparadas lâminas para imunoistoquímica com os anticorpos CD31
(angiogênese), aferido no software Image Pro Plus, através da contagem de vasos marcados; MMP2 e MMP9
(metaloproteinases), através do percentual de células marcadas e da intensidade imunorreativa, observados em
microscópio óptico. Análise estatística, realizada no SPSS, pelo teste de Kruskal-Wallis. Resultados: Dos 90
colesteatomas estudados, 39 eram epitimpânicos, 31 mesotimpânicos e 20 ambas as vias. O resultado da
quantificação de angiogênese foi: epitimpânicos 8 (4 a 12); mesotimpânicos 5 (0 a 9); ambas 4 (0 a 11). Quanto à
MMP2 citoplasmática foi: epitimpânicos 0 (0 a 2); mesotimpânicos 0 (0 a 2); ambas 0 (0 a 1). Para a MMP2 nuclear
foi: epitimpânicos 0 (0 a 1); mesotimpânicos 0 (0 a 1); ambas 0 (0 a 1). E a MMP9 foi: epitimpânicos 2 (0 a 5);
mesotimpânicos 1 (0 a 4); ambas 2 (0 a 4). Quando as análises imunoistoquímicas foram comparadas, entre as vias
de formação, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (P>0, 05). Conclusão: Não foram
identificadas diferenças imunoistoquímicas entre as diferentes vias de formação dos colesteatomas adquiridos, fato
que leva-nos a considerar que, independentemente da rota de crescimento seguida, os colesteatomas possuem
comportamento bioquímico semelhante.

QUAL O MELHOR MÉTODO DE VASOCONSTRICÇÃO DA MUCOSA NASAL PARA A


435 RINOSCOPIA? GOTA OU SPRAY NASAL? Rodrigo Pozzi Beilke, Marina Fainstauer, Rafaelli
Grossi, Pedro Demeneghi, Renato Roithmann (orient.) (ULBRA).
Rinoscopia antes e logo após a aplicação de descongestionante tópico sobre a mucosa nasal é um procedimento de
rotina em otorrinolaringologia. Contudo o melhor método de aplicação do descongestionante tópico no sentido de se

641
Ciências da Saúde

obter um efeito mais significativo e rápido nunca foi determinado. O objetivo deste estudo é determinar qual o
método, se sob a forma de gotas ou de spray, é o melhor para a descongestão tópica da mucosa nasal. Nove adultos
hígidos receberam ambos, oximetazolina sobre a forma de spray ou de gotas, com intervalo de uma semana entre os
testes e uma curva dose-resposta do volume nasal total 5, 10, 15 e 30 minutos pós-aplicação foi realizada. Rinometria
acústica foi utilizada para a determinação do volume nasal total. Ambas as formas induziram a uma significativa
descongestão nasal a partir dos 5 minutos até os 30 minutos. O spray de oximetazolina gerou um efeito mais intenso
e mais rápido na mucosa nasal em todos os tempos observados. Contudo esta diferença só foi significativa a partir
dos 15 minutos pós-aplicação. O spray de oximetazolina gerou menos desconforto aos participantes do que a forma
de gotas (ardência na garganta). O estudo nos permite concluir que a forma em spray da oximetazolina é a ideal e que
o tempo ideal de espera para a rinoscopia pós aplicação deve ser de 15 minutos.

AVALIAÇÃO PÓS-ALTA HOSPITALAR DE PACIENTES INTERNADOS POR EPISTAXE NO


436 HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO (HPS) DE PORTO ALEGRE - ESTUDO PILOTO. Marina
Faistauer, Rafaeli Grossi, Rodrigo Pozzi Beilke, Renato Roithmann (orient.) (ULBRA).
Introdução: Epistaxe é uma ocorrência comum em serviços de emergência. Há muitas formas de tratamento da
mesma sendo, o tamponamento nasal o mais utilizado na maioria dos serviços. No Hospital Municipal de Pronto
Socorro de Porto Alegre (HPS), vários pacientes, além de tamponados, permanecem hospitalizados até a resolução
do problema. Justificativa: O que ocorre com esses pacientes após a alta hospitalar não é conhecido. Objetivo:
Avaliar o desfecho da epistaxe nesses pacientes após a alta hospitalar. Material e métodos: Os prontuários dos
pacientes internados no HPS por epistaxe não-traumática de março de 2006 a março de 2007 serão revisados (n=86).
Neste trabalho, apresentamos os resultados do estudo piloto, com os primeiros 22 pacientes. Elaborou-se um
questionário detalhado, com especial atenção à forma de tratamento recebida no HPS, ao tempo de tamponamento e
de internação e a recidiva ou recorrência da epistaxe após a alta hospitalar. Resultados: Dos 22 pacientes, 13 eram
homens. A média de idade foi de 66, 73 anos + 13, 04. O tempo médio de internação foi de 2, 82 dias + 1, 18. Oito
pacientes apresentaram epistaxe após a alta, sendo que cinco retornaram à emergência, onde foram novamente
tamponados, mas sem internação. Um desses teve que retornar mais 2 vezes por recidiva de sangramento, sendo
controlado com tamponamento nasal. Não houve óbito. Os 8 indivíduos que apresentaram nova epistaxe após a alta
ficaram internados em média 1 dia a mais que os demais. Conclusão: Na amostra estudada, a recorrência da epistaxe
não parece ser incomum e os pacientes devem ser informados dessa possibilidade e da necessidade de tratamento
complementar após a alta. A análise de um maior número de pacientes nos permitirá aferir se o tratamento
empregado no HPS deve também ser revisado.

PERFIL DOS PACIENTES COM EPISTAXE NÃO-TRAUMÁTICA, ATENDIDOS NO


437 HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO DE PORTO ALEGRE, QUE NECESSITARAM DE
INTERNAÇÃO HOSPITALAR. Rafaeli Sagrilo Grossi, Marina Faistauer, Rodrigo Pozzi, Renato
Roithmann (orient.) (ULBRA).
Introdução: A epistaxe é definida como qualquer sangramento proveniente da mucosa nasal. Representa a urgência
otorrinolaringológica mais freqüente, com uma prevalência ao redor de 10 a 12%. O Hospital de Pronto Socorro de
Porto Alegre-RS (HPS-POA) atende diariamente vários pacientes com epistaxe. A rotina nesse hospital, em casos
selecionados, é o tamponamento nasal e a internação hospitalar. Isso requer, em alguns casos, permanência superior a
sete dias. Justificativa: É fundamental conhecer os pacientes com epistaxe de causa não traumática que necessitaram
de internação, para compreender quais são os indivíduos com maior risco de desenvolver epistaxe grave, bem como,
conhecer a história natural dessa enfermidade após o início de seu tratamento. Objetivo: O presente estudo tem o
objetivo de descrever o perfil de todos os indivíduos internados por epistaxe no HPS-POA no período março de 2006
a março de 2007 e confrontar esses dados com os apresentados na literatura. Materiais e Métodos: Estudo descritivo
transversal, com informações coletadas dos prontuários médicos de todos os indivíduos internados por epistaxe não
traumática de março de 2006 a março de 2007. Discussão/Resultados: Foram revisados 86 prontuários, a maioria dos
indivíduos era homens (58%). Aproximadamente a metade tem mais de 60 anos. Informações que estão de acordo
com a literatura. A causa mais comum de epistaxe grave é a HAS e está presente em aproximadamente 60% dos
casos. Outro causa importante de epistaxe grave é o uso de AAS, que foi evidenciado em 17, 4% dos indivíduos. O
tratamento preferido em casos mais severos foi o tamponamento nasal (89, 5%). O tempo de hospitalização durou em
média 3, 5 dias, ou seja, até que epistaxe tenha cessado e o tampão pudesse ser removido. A partir deste momento, os
pacientes são encaminhados para a rede pública para dar seguimento ao tratamento.

ESTUDO IMUNO-HISTOQUÍMICO DA ANGIOGÊNESE NOS MELANOMAS DE CORÓIDE.


438 Leonardo Leiria de Moura da Silva, Karina Bueno Salgado, Carlos Oswaldo Degrazia, Zélia Maria da
Silva Corrêa, Ítalo Mundialino Marcon, Lígia Maria Barbosa Coutinho (orient.) (FFFCMPA).
O melanoma da coróide (MC) é o tumor intra-ocular primário mais comum em adultos, correspondendo a
aproximadamente 85% dos tumores da úvea. Seu prognóstico está intimamente relacionado ao tamanho tumoral, ao
tipo histológico e ao seu padrão de crescimento. O CD105 (Endoglina) é uma proteína expressa em células
endoteliais, envolvida na angiogênese e no desenvolvimento vascular neoplásico, representando um potencial fator
preditivo do prognóstico de várias neoplasias. Contudo, não existem estudos envolvendo a expressão deste marcador

642
Ciências da Saúde

de angiogênese nos melanomas de coróide, tão pouco correlacionando tais dados com aspectos histológicos desta
neoplasia. O objetivo deste trabalho é determinar a densidade microvascular nos melanomas de coróide através da
expressão imuno-histoquímica do CD105. Foram estudados 15 casos de MC, com confirmação diagnóstica através
do exame histopatológico e imuno-histoquímico com o anticorpo HMB45. Quatorze casos foram submetidos à
técnica imuno-histoquímica utilizando o anticorpo CD105 (Novocastra, 1:50). A contagem vascular foi realizada
através da técnica de Chalkley modificada, a partir de hot spots previamente determinados. O número médio de
vasos por hot spot foi de 6, 24±2, 17 vasos em uma área tumoral correspondente a 0, 196 mm2. Seis casos
apresentaram baixa densidade microvascular (4, 00-4, 67), seis, densidade intermediária (6, 33-7, 67) e dois, alta
densidade (9, 67-10, 67). Todos os casos apresentaram lagos vasculares marcados, ou não, pela Endoglina. Os
resultados obtidos permitem concluir que a neoangiogênese está implicada em parte na patogenia dos melanomas de
coróide. Entretanto, por apresentar poucos vasos revestidos por endotélio, o emprego de terapias anti-angiogências
específicas parece ser limitado para o tratamento desta neoplasia.

INCIDÊNCIA, FATORES DE RISCO PARA A RETINOPATIA DA PREMATURIDADE E


439 TAXAS DE SOBREVIVÊNCIA ENTRE PRETERMOS DE EXTREMO E DE MUITO BAIXO
PESO NUMA UNIDADE DE NEONATOLOGIA NO SUL DO BRASIL. Alexandre Takayoshi
Ishizaki, Renato Soibelmann Procianoy, João Borges Fortes Filho (orient.) (UFRGS).
Objetivos Analisar a incidência e os fatores de risco para a retinopatia da prematuridade (ROP) além das taxas de
sobrevivência entre pretermos de extremo e de muito baixo peso de nascimento numa unidade de neonatologia no sul
do Brasil. Métodos Estudo de coorte, incluindo 352 crianças nascidas no HCPA entre out/2002 e dez/2006. Os
prematuros foram divididos em dois grupos de acordo com o seu peso de nascimento: o grupo de extremo baixo peso
(PEBP) agrupou bebês com PN ≤1000 gramas; o grupo de muito baixo peso de nascimento (PMBP) agrupou bebês
nascidos com ≥1001 gramas. Os principais fatores de risco perinatais para ROP foram analisados e comparados nos
dois grupos por análises uni e multivariada. Resultados Dos 352 prematuros incluídos, foram detectados 89 com PN
≤1000 gramas. A ROP em qualquer estadiamento evolutivo afetou 48.3% dos PEBP e 18.3% dos PMBP. Doença
limiar aconteceu em 21 pacientes, 15 deles nascidos abaixo de 1.000 gramas. Somente 2.3% dos nascidos com mais
do que 1.001 gramas atingiram doença tratável. Após análise univariada, a IG, o PN e uso de ventilação mecânica e
eritropoetina e o baixo ganho de peso no período perinatal estiveram associados com a ROP em toda a coorte. A
regressão logística confirmou a grande importância da idade gestacional e do baixo ganho de peso no período
perinatal como responsáveis por 40, 7% da explicação estatística para o surgimento da ROP entre os PEBP (R square
40, 7%). As taxas de sobrevivência entre PEBP e PMBP foram respectivamente 47.8% e 88.7% no período.
Conclusões Este estudo mostrou elevadas taxas de sobrevivência, alta incidência de ROP e uma maior necessidade
de tratamento entre PEBP nesta instituição. A IG e o baixo ganho de peso no período perinatal foram os fatores de
risco mais significativos no estudo

PREGAS DE CORÓIDE ADQUIRIDAS: UM SINAL DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA


440 IDIOPÁTICA. Marcele Osório Rizzatti, Daniel Lavinsky, Fabio Lavinsky, André Frutuoso, Jaco
Lavinsky (orient.) (UFRGS).
Introdução: Pregas de coróide podem ser causadas por diversas doenças oculares e orbitais subjacentes e
classificadas como idiopáticas quando nenhuma causa óbvia é encontrada. O objetivo foi determinar a associação
entre pregas de coróide adquiridas e hipertensão intracraniana (HIC)idiopática. Métodos: Série de casos
observacional. Três pacientes foram submetidos a exame ocular completo, ecografia por B-scan, angiografia
fluoresceínica (AF), tomografia de coerencia óptica (OCT) e exames de imagem por ressonância magnética, além de
avaliação neurológica, punção lombar e medida da pressão da abertura do líquido cerebrospinal (CSF). Resultados:
Três pacientes com o fundo de olho previamente normal desenvolveram pregas de coróide e ampliação do espaço
subaracnoide do nervo ótico identificada na ecografia. Avaliações clínicas e radiológicas identificaram a elevação da
HIC, sendo normal o CFS, sugerindo um diagnóstico de pseudotumor cerebral, que foi confirmado mais tarde. O
primeiro paciente desenvolveu as pregas de coróide primeiramente em um olho, e 4 anos após no outro olho. O
segundo paciente apresentou edema do disco óptico bilateral secundário a HIC. Após o tratamento, que reduziu a
pressão do CSF, identificou-se as pregas de coróide bilaterais por OCT, AF e fotografia do fundo de olho. O terceiro
paciente desenvolveu pregas de coróide em um olho, sendo que seu outro olho foi difícil avaliar devido a uma
cicatriz de corioretinite na mácula. Conclusões: As pregas de coróide adquiridas e a ampliação do espaço
subaracnoidal do nervo ótico podem ser sinais da HIC idiopática. Contudo este diagnóstico deve ser confirmado pela
punção lombar e excluído o diagnostico de tumor intracraniano. A redução da pressão do CSF nos primeiros dois
pacientes sugere que as pregas de coróide ou o edema de disco óptico podem depender do nível da pressao
intracraniana e podem ser pontos de um continuum de uma mesma a entidade clínica.

643
Ciências da Saúde

Sessão 54
Perspectivas Sócio-Culturais da Educação Física C

MULHERES GESTORAS DO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO NO RIO GRANDE DO


441 SUL: HISTÓRIAS A SEREM NARRADAS. Anna Maurmann, Silvana Vilodre Goellner (orient.)
(UFRGS).
A partir da crescente tendência de estudo na literatura esportiva e em outras áreas do conhecimento sobre a
participação feminina no esporte, esta pesquisa tem como finalidade analisar a trajetória de mulheres gestoras do
esporte de alto rendimento no Rio Grande do Sul (RS). Os objetivos traçados no presente estudo constituem-se em:
identificar a participação e a liderança feminina em organizações esportivas no RS; identificar a trajetória das
mulheres na gestão esportiva de alto rendimento no RS, revelando através das experiências delas, desafios e barreiras
que enfrentam para ocupar e se manter no campo da gestão. Fundamentada na abordagem teórico-metodológica da
história cultural e dos estudos de gênero a pesquisa privilegia como fontes de informações os arquivos das
Federações Esportivas do Estado. Além da análise desses documentos, realizaram-se entrevistas com as mulheres
que participaram ativamente dos cargos esportivos de gestão no esporte que estão sendo processadas de acordo com
os seguintes procedimentos metodológicos: identificação de personagens a serem entrevistados; elaboração de
roteiros; realização das entrevistas; processamento da entrevista (transcrição, conferência de fidelidade, copidesque,
pesquisa e leitura final). A pesquisa encontra-se em fase inicial, no entanto, pode-se afirmar as mulheres gestoras
gaúchas apontam uma série de dificuldades encontradas para chegarem até determinado posto e se para
permanecerem nele. Nesse sentido precisam negociar espaços de permanência e visibilidade o que se torna uma
tarefa cotidiana pois o universo da gestão esportiva ainda é marcado pela predominância masculina.

A EMERGÊNCIA DO ASSOCIATIVISMO ESPORTIVO EM TEUTÔNIA/RS (FINAL DO


442 SÉCULO XIX). Cecília Elisa Kilpp, Janice Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
O presente estudo aborda a construção do associativismo esportivo na cidade de Teutônia, Rio Grande do
Sul, no final do século XIX. O objetivo da pesquisa é recuperar a memória das primeiras associações esportivas
fundadas em terras teutonienses, bem como identificar como foram organizadas e quais as primeiras práticas
esportivas desenvolvidas por estas associações. Para tanto, foram utilizadas fontes primárias de pesquisa, composta
por documentos, fotografias e depoimentos orais, e fontes secundárias, composta por livros e artigos. A cidade de
Teutônia foi colonizada pelos imigrantes alemães, que chegaram ao Brasil após fugir da crise política, econômica e
social da Europa no século XIX. Os primeiros imigrantes alemães que se dirigiram para o Rio Grande do Sul, no dia
25 de julho de 1824, instalaram-se na real feitoria do Linho Cânhamo, Colônia de São Leopoldo. Os excedentes
populacionais de São Leopoldo migraram e fundaram outras colônias, dentre elas a Colônia de Teutônia, fundada em
1858. O início do associativismo em Teutônia ocorreu no período de 1868 a 1872 quando Karl Arnt, administrador e
primeiro comerciante da Colônia de Teutônia, constituiu a primeira comunidade evangélica e a primeira escola
comunitária. Nesta época, a fronteira do Rio Grande do Sul não era definitiva, sendo que seu território era um campo
de guerra. Este contexto facilitou a fundação da primeira associação esportiva de Teutônia, o Kriegerverein
(Sociedade de Guerreiros), em 1874, que depois se tornou o Clube de Tiro ao Alvo da Linha Clara. Por meio destas
associações, os imigrantes alemães preservaram sua identidade étnica e cultural, as tradições e costumes.

DROGAS E PRÁTICA DE LAZER DESPORTIVO NA CIDADE DE CANOAS: UM ESTUDO


443 EXPLORATÓRIO. Cristiano Neves da Rosa, Antonio Luis Carvalho de Freitas, Claudio Marques
Mandarino, Jose Geraldo Soares Damico (orient.) (ULBRA).
Esta investigação tem por objetivo identificar a associação entre jovens que já tiveram contato com drogas (CD) e
jovens que não tiveram contato com drogas (NCD) com a prática de lazer desportivo (PLD). A relação drogas e lazer
desportivo ainda é um debate pouco aprofundado no espaço acadêmico. No que tange a PLD, Elias (1992) comenta
que ela produz uma excitação, uma tensão agradável. Metodologia. Este estudo tem caráter exploratório. Foi
aplicado um survey no ano de 2006. A amostra foi composta de 2608 crianças e jovens com idades entre 10 e 24
anos que participaram do Mapa do Lazer Juvenil na cidade de Canoas/RS. Neste estudo separamos 1244 jovens com
idades entre 15 e 24 anos. Para verificar as associação das respostas foram utilizados para a análise freqüências e
percentuais e após aplicação do teste qui-quadrado com nível de significância <0, 05 para as respostas relacionadas a
PLD e CD. Resultados: Em relação aos jovens que fazem PLD, 18, 6% tem contato com maconha. Para aqueles que
não fazem, este valor ficou em 16, 6%. No contato com cocaína/crack os valores ficaram em 9, 2% para aqueles que
fazem PLD e 5, 9% para os que não fazem. Os dados não revelam uma associação que permita dizer que a PLD
impeça de maneira determinante o contato com drogas. Este resultado contradiz os objetivos expressos nos projetos
sociais de conteúdo desportivo propostos por instituições governamentais e não-governamentais. Porém, o resultado
desta amostra nos conduz a pensar em outras variáveis presentes, tais como, as opções de PLD que o bairro oferece,
local de moradia, as condições socioeconômicas e a estrutura familiar reforçam a questão das vulnerabilidades.
Conclusão: Neste sentido, fica aberto uma lacuna para novos estudos em um viés mais qualitativo e abrir discussões

644
Ciências da Saúde

sobre a inclusão de possíveis programas de trabalhos multidisciplinares que possam atender as diversas necessidades
da população juvenil.

ESTUDO HISTÓRICO DA PRÁTICA DE CAPOEIRA EM PORTO ALEGRE DESDE SUAS


444 PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES. Rodrigo da Costa Farias, Janice Zarpellon Mazo (orient.)
(UFRGS).
A capoeira é uma prática corporal desenvolvida por escravos afrodescendentes no Brasil. Seus movimentos
expressam situações de ataque e defesa desenvolvidos em colaboração com o companheiro de jogo, cada qual
tentando demonstrar habilidade superior à do outro. Atualmente é vivenciada na grande maioria das cidades
brasileiras. Em Porto Alegre, ela tornou-se um dos elementos da cultura esportiva e corporal da cidade, sem estar, no
entanto, devidamente documentado o processo ao qual originou a sua prática. O objetivo do estudo é reconstituir
como e quando ocorreram as primeiras manifestações da Capoeira em Porto Alegre. A justificativa para pesquisar a
construção desta prática corporal em Porto Alegre impõe-se pela carência de estudos que abordem o seu surgimento
nesta cidade. As questões de análise propostas para o referido trabalho buscam identificar os introdutores; primeiros
praticantes; as classes sociais envolvidas; os tipos de obstáculos que a capoeira enfrentou para se consolidar como
prática corporal. A coleta de informações é realizada através de depoimentos orais e análise de fontes impressas,
tanto primárias, quanto secundárias. As informações obtidas permitem inferir que a prática da capoeira em Porto
Alegre surgiu no final da década de 1960; que sua primeira aparição pública destacável foi através de um bloco
carnavalesco apresentado no ano de 1973; e que seu introdutor e primeiros praticantes, oriundos da classe média da
época, eram pessoas ligadas à Sociedade União Erechim (atual Nonoai Tênis Clube). As informações também
permitem inferir que Porto Alegre, quando comparada com outros centros urbanos da região sul do Brasil, teve papel
pioneiro na prática da capoeira.

MEMÓRIAS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO


445 FÍSICA DA UFRGS: DA IMPLANTAÇÃO A INSTITUCIONALIZAÇÃO (1991-2005). Caroline
Canabarro de Oliveira, Cecília Elisa Kilpp, Christine Garcia de Souza, Daniela Caetano da Silva,
Eduardo Machado, Igor Fangueiro da Silva, Julia Ribeiro de Oliveira, Lucas Guimarães Rechatiko Horn, Mariana
Mozzaquatro Jacques, Priscila Nicolao Mazzola, Rodrigo da Costa Farias, Tiago Oviedo Frosi, Cristiano Masera
Philomena, Paulo José da Silva Pflug, Janice Zarpellon Mazo (orient.) (UFRGS).
O objetivo deste estudo é descrever a trajetória do Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola de Educação
Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desde sua implantação em 1991, até a regulamentação pelo
Ministério da Educação através da Portaria n. 3385 de 2005. O PET é um programa do Governo Federal que tem
como objetivos promover a excelência acadêmica dos alunos de graduação, a melhoria no ensino superior e o
envolvimento dos discentes com a tríade ensino-pesquisa-extensão. Justifica-se a realização deste estudo histórico,
tendo em vista que ao longo de mais de 15 anos, o PET vem colaborando com a melhoria do ensino, não apenas dos
bolsistas, mas também na formação dos acadêmicos da ESEF. As questões norteadoras desta pesquisa buscam
identificar os bolsistas do grupo, quais seguiram carreira acadêmica, quais projetos foram desenvolvidos e quais dos
objetivos do programa estão sendo cumpridos pelo PET/ESEF. A coleta de informações foi realizada através do
recolhimento de depoimentos orais com ex-bolsistas e ex-tutores do PET/ESEF, como também, através da análise de
fontes escritas, relatórios, atas de reuniões e planejamentos. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios,
demonstrando que o PET/ESEF tem cumprido com seus objetivos. Ainda encontramos, ao longo da pesquisa, vários
bolsistas que atualmente são mestres, doutores e/ou professores universitários. Além disso, há ex-bolsistas exercendo
outras atividades que caracterizam a continuidade dos estudos e a importância que o PET propiciou nas suas vidas
acadêmica e pessoal.

REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO TERMO EDUCAÇÃO FÍSICA CONSTRUÍDA POR


446 MORADORES DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO SUL DO BRASIL. Marco Araújo de Assis, Vera
Beatriz Zart (orient.) (ULBRA).
As Representações Sociais têm ocupado um espaço importante e têm sido um instrumento fundamental para a
compreensão da complexidade e das aparentes discrepâncias e dicotomias que surgem no processo de conhecimento
de um dado fenômeno social, tendo como pressuposto fundamental o efeito do cotidiano em sua construção. O
presente estudo teve por objetivo conhecer a representação social do termo educação física construída por moradores
de um município da região Sul do Brasil, com o auxílio da Teoria do Núcleo Central. Os dados analisados foram
coletados por meio de pergunta aberta realizada em entrevista domiciliar direcionada a 75 sujeitos residentes em
cinco residências escolhidas aleatoriamente entre as integrantes das quinze microrregiões do orçamento participativo
municipal. As respostas foram digitadas no programa Word, mantendo a ordem de referência do entrevistado e, com
o auxílio da análise de conteúdo temática, foram agrupadas em 10 categorias. Utilizando os critérios de freqüência e
ordem de evocação, as respostas dos entrevistados foram agrupadas em quatro quadrantes, dos quais o superior
esquerdo representa as respostas mais frequentemente evocadas; o superior direito e o esquerdo inferior representam
as respostas evocadas com freqüência intermediária; e o quadrante inferior direito representa as respostas com
freqüência minimamente evocada. O núcleo central das evocações foi constituído pelo termo “saúde”, enquanto os
termos “esporte, exercício, fitness e estética” representaram o eixo intermediário das respostas e os termos

645
Ciências da Saúde

“condicionamento, prazer, ensino, caminhar e correr” constituíram os elementos periféricos da análise, de onde se
depreende que para os sujeitos amostrados o termo “saúde” é entendido como sinônimo de educação física.

SIGNIFICADOS DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE PARA CAMINHANTES DO PARQUE


447 HUMAITÁ. Igor Ghelman Sordi Zibenberg, Alex Branco Fraga (orient.) (UFRGS).
De um modo geral, a pesquisa analisa o impacto do processo de disseminação dos preceitos de uma vida
fisicamente ativa, especialmente a recomendação de trinta minutos de atividade física moderada, na cultura corporal
urbana. Visa captar significados atribuídos à atividade física e saúde pela população de caminhantes de Parque
Humaitá em Porto Alegre, onde a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SME) mantém o Programa Lazer e
Saúde. A pesquisa é de cunho qualitativo e está estruturada em três “camadas” metodológicas: a primeira é o
processo de escolha do parque, a segunda camada o mapeamento do parque a partir da visão das pessoas envolvidas
com a administração e a terceira camada o processo de construção do instrumento de pesquisa através do qual foram
entrevistados cem praticantes de caminhada, sendo 68 mulheres com idades que variam dos 18 aos 80 anos e 32
homens entre 21 e 80 anos. O fato de optarmos por um desenho teórico-metodológico em camadas nos levou a
estruturar a análise também dentro dessa mesma perspectiva. Das conclusões gerais da pesquisa cabe destacar que
boa parte dos entrevistados não apontou a caminhada como uma atividade física e poucos associaram a expressão
“acompanhamento” ao trabalho de orientação realizado pela SME, mesmo com a presença de profissionais de
Educação Física vinculados ao Programa Lazer e Saúde. A maioria dos caminhantes reportou que pratica caminhada
em função das recomendações médicas, tal constatação evidencia, por um lado, a influência do discurso médico em
outras áreas da saúde e, por outro, permite entender a atividade física como um conceito central ao processo de
medicalização das práticas corporais contemporâneas

RITMO E POESIA: JUVENTUDE E PREFERÊNCIA MUSICAL. Alexandre Bosquetti Kunsler,


448 Cristiano Neves da Rosa, Antônio Luís Carvalho de Freitas, Jose Geraldo Soares Damico (orient.)
(ULBRA).
A organização de jovens em torno de expressões relacionadas ao universo musical vem configurando-se como um
dos principais componentes dentro do contexto cultural do tempo livre dos/as jovens. O trabalho buscou evidenciar
as relações entre a preferência musical dos/das jovens na formação de identidades e sua relação na organização das
atividades de lazer. Os objetivos específicos foram identificar o papel desempenhado pelo gênero, raça/etnia e faixas
etárias jovens na configuração dessa realidade. Metodologia: Este estudo tem caráter descritivo exploratório. Foi
aplicado um survey no ano de 2006. A amostra foi composta por 2.608 estudantes do ensino fundamental e médio de
escolas públicas e de escolas privadas que participaram da pesquisa Mapa do Lazer Juvenil da Cidade de Canoas/RS.
Neste estudo separamos 2008 crianças e jovens com idades entre 10 e 24 anos. Sua composição foi realizada a partir
da configuração de uma segmentação da amostra que utilizou como critério de inclusão o estilo de música preferido
de cada um/a dos/as entrevistados/as. O estilo musical preferido foi aferido a partir de dezesseis estilos musicais
citados/as pelos/as próprios/as estudantes: música gaúcha, pagode, rap, funk, heavy metal/punk, pop rock, sertaneja,
evangélica, reggae, rock, black music, dance, gospel, MPB, axé e todas. As informações obtidas permitiram a
criação, de um banco de dados, que foi submetido à análise de freqüência através do programa estatístico SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences) para Windows, versão 11. Para verificar as freqüências predominantes,
utilizou-se a análise estatística percentual. Resultados: O estudo apresentou a impossibilidade de estabelecer relações
causais entre identidade e gênero, raça/etnia e faixas etária, uma vez que, essas relações se dão num processo
contínuo de construções culturais.

Sessão 55
Odontologia V

ESTUDO DAS RETENÇÕES DENTÁRIAS: TRANSFORMAÇÃO CÍSTICA DO FOLÍCULO


449 PERICORONÁRIO. Eliane Lucia Brolese, Francesca Bercini, Tais Weber Furlanetto de Azambuja
(orient.) (UFRGS).
A retenção dentária é um distúrbio da erupção que merece atenção pela possibilidade das complicações que podem
advir se os dentes permanecem retidos. Tivemos por objetivo verificar os fatores que podem estar relacionados às
transformações císticas do folículo pericoronário de terceiros molares. Realizamos um corte transversal, prospectivo
em pacientes com indicação precisa de remoção de terceiros molares retidos ou semi-erupcionados. A amostra foi
calculada considerando prevalência de 80% de folículos pericoronários e 20% de transformações císticas, para um
poder de 80%, com alfa de 5% (Altman, 1991). A metodologia incluiu: 1. Medição do espaço pericoronário
(Damante, 1987); 2. Trans-operatório: cavitação e conteúdo cístico, consistência do folículo pericoronário, remoção
juntamente com o dente e sua dimensão; 3. Determinação do diagnóstico presuntivo; 4. Exame histopatológico (HP)
do folículo pericoronário no Setor de Patologia da FOUFRGS. Em 205 terceiros molares obtivemos os seguintes
resultados: 70% referiram-se a terceiros molares inferiores e30% a terceiros molares superiores; os resultados dos HP
indicaram 94, 64% de folículos e 5, 36% de cistos dentígeros; as medidas radiográficas situaram-se entre 0, 4cm e 6,

646
Ciências da Saúde

9cm, ; em 4%dos casos evidenciamos conteúdo líquido e em 9% cavitação; em 83 % aconsistência da peça


operatória era fibrosa em 17% gelatinosa. Em 54, 54% dos casos de CD, os achados trans-cirúrgicos coincidiram
com os resultados HP e em 45, 46% houve discordância. CONCLUSÃO: A freqüência de ocorrência de CD foi de 5,
36% e seu diagnóstico definitivo deve estar baseado no HP. (Bolsista PROGRAD)

PRESERVAÇÃO DENTÁRIA ATRAVÉS DO TRATAMENTO ALTERNATIVO DE LESÕES


450 DE CÁRIE PROFUNDA BASEADO EM EVIDÊNCIAS BIOLÓGICAS. Maurício dos Santos
Moura, Juliana de Souza Rosa, Caroline Machado Weber, Alessandra Cristina Damo, Karina Podestá,
Juliana Jobim Jardim, Marisa Maltz Turkienicz (orient.) (UFRGS).
O objetivo do presente estudo é avaliar a efetividade de um tratamento alternativo de lesões profundas de cárie em
Serviços de Saúde. Participam desse estudo clínico randomizado multicêntrico indivíduos (9-50 anos) com lesões
profundas de cárie em molares permanentes, sem dor espontânea ou alteração radiográfica indicando lesão
periapical. Os pacientes foram randomizados em (1) grupo teste, onde são realizados remoção parcial de dentina
cariada e tratamento restaurador, e grupo controle, onde é realizado o tratamento expectante (remoção de dentina
cariada em duas etapas), e (2) de acordo com o material restaurador: amálgama ou resina composta. As seguintes
variáveis foram analisadas: idade, sexo, índice CPO-S, Índice de sangramento gengival, índice de placa visível,
número de superfícies da restauração, tamanho da cavidade, tempo de execução, informações com relação ao nível
socioeconômico, autopercepção em saúde bucal e acesso a tratamento odontológico (análise de regressão logística).
O sucesso dos tratamentos será analisado clínica e radiograficamente a cada 12 meses (curva de sobrevivência). As
restaurações serão avaliadas clinicamente seguindo o critério USPHS modificado. Quatro centros fazem parte do
estudo (Brasília, João Pessoa, Manaus e Porto Alegre), com 9 Unidades Executoras (13 cirurgiões-dentistas). Até
junho de 2007, 325 tratamentos foram executados, sendo 135 expectantes e 190 tratamentos teste, 148 restaurações
realizadas com amálgama e 172 com resina composta. A previsão é de que, até o final de julho, mais 75 tratamentos
sejam executados (n final = 400). Este estudo elucidará a possibilidade de restaurar lesões profundas de cárie em uma
única sessão. (PIBIC).

PREVALÊNCIA DE LESÕES DE CÁRIE PROFUNDA EM ESCOLARES DE PORTO


451 ALEGRE. Juliana de Souza Rosa, Maurício dos Santos Moura, Karina Podestá, Juliana Jobim Jardim,
Marisa Maltz Turkienicz (orient.) (UFRGS).
A cárie dentária é a maior responsável pela perda dentária em todas as idades. Na população brasileira existe uma
alta prevalência de lesões de cárie avançadas. O tratamento restaurador destas lesões pode resultar em exposição
pulpar, diminuindo a possibilidade de um tratamento conservador, aumentando a chance da necessidade do
tratamento endodôntico. Devido à restrita oferta do tratamento endodôntico no serviço público e seu alto custo, esta
situação é precursora da perda dentária de um expressivo contingente populacional. O presente estudo tem como
objetivo determinar a prevalência de lesões de cárie profunda passíveis de restauração direta em escolares de Porto
Alegre. Foram examinados 2085 escolares da rede pública do município de Porto Alegre em diversas escolas, com
idade entre nove e 19 anos. Os dados foram coletados através de um exame clínico realizado nas próprias escolas por
duas cirurgiãs-dentistas, utilizando iluminação natural e afastadores de língua. Foram registradas as lesões de cárie
avaliadas clinicamente como atingindo a metade interna de dentina, independente do número de superfícies
envolvidas, sem história de dor espontânea. No total, 1016 crianças do gênero masculino e 1069 do gênero feminino
foram examinadas. A prevalência de cárie profunda passível de restauração direta encontrada entre os voluntários
examinados foi de 4, 7%, sendo 51% no sexo feminino e 49% no sexo masculino. A maioria dos casos (66%) foi
encontrada em escolares na faixa etária de nove a 13 anos. Com base nos resultados encontrados, pode-se perceber a
necessidade de medidas de controle da doença cárie assim como de tratamentos exeqüíveis em nível de Unidade
Básica de Saúde. (Fapergs).

COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE DE AGENTES TÓPICOS DE FLÚOR EM BAIXA


452 CONCENTRAÇÃO NA DESMINERALIZAÇÃO DO ESMALTE BOVINO: ESTUDO IN SITU.
Morjana Eidelwein, Daniela Correia Cavalcante Souza, Lina Naomi Hashizume, Marisa Maltz
Turkienicz (orient.) (UFRGS).
A freqüência de aplicações tópicas de flúor em baixa concentração é importante no controle da atividade cariogênica.
O flúor dinamicamente importante é o que está presente na cavidade bucal participando diretamente dos processos de
DES-RE durante o processo carioso. Os estudos publicados não são conclusivos sobre o efeito adicional do flúor
disponível em soluções para bochechos associadas à escovação com dentifrício fluoretado (DF) no controle de lesões
de cárie. O objetivo do presente trabalho é avaliar in situ se o uso do bochecho com solução fluoretada associado ao
DF tem efeito adicional em inibir o processo de DES quando comparado ao uso de DF isolado. Dezesseis voluntários
foram divididos em 3 grupos, e fizeram uso de um dispositivo intra-oral contendo 2 blocos de esmalte bovino
hígidos, com dureza superficial conhecida, durante 3 fases experimentais de 14 dias cada uma. Foram testadas
diferentes freqüências de aplicação: (I) DF (1100 ppm) 2x/dia; (II) DF 2x/dia + solução fluoretada (225 ppm) 1x/dia;
(III) DF 3x/dia. Uma solução de dentifrício foi gotejada sobre os blocos durante a escovação. Todos os blocos foram
submetidos a um desafio cariogênico com solução de sacarose 20% 8x/dia. Após os tratamentos os espécimes foram
submetidos à análise clínica, a fim de registrar as características de coloração, brilho e textura. As análises de

647
Ciências da Saúde

microdureza do esmalte (superficial e em profundidade) e do conteúdo de flúor do esmalte (solúvel e incorporado)


estão em andamento. Baseado nos resultados do estudo espera-se obter evidência científica que embase uma melhor
indicação do uso de produtos fluoretados para o controle de cárie.

O DENTIFRÍCIO FLUORETADO E AS DIFERENTES FREQÜÊNCIAS DE REMOÇÃO DO


453 BIOFILME DENTAL NO CONTROLE DE LESÕES DE CÁRIE DENTAL. Camila dos Santos
Blanco, Marisa Maltz, Lina Naomi Hashizume (orient.) (UFRGS).
A presença de um biofilme dental cariogênico está relacionada ao desenvolvimento de lesões de cárie, sendo sua
remoção uma das formas preconizadas para o controle da mesma. Entretanto a literatura mostra-se escassa em
relação a estudos controlados sobre a periodicidade desta remoção e o efeito do flúor neste processo. O presente
estudo teve como objetivo avaliar diferentes freqüências de remoção do biofilme dental e a influência da cinética do
flúor na saliva no controle da cárie dental. Quinze voluntários utilizaram dispositivos mandibulares, contendo 4
blocos de esmalte bovino, sendo cada um submetido a uma freqüência de remoção do biofilme diferente: a cada 24
(G1), 48 (G2) e 72 (G3) horas, e sem remoção (G0). Todos sofreram um desafio cariogênico com solução de
sacarose 20%, oito vezes ao dia. O estudo foi duplo-cego e cruzado com duas fases de 21 dias, onde em cada fase o
voluntário escovou apenas seus dentes com dentifrício fluoretado (1100 ppmF) ou placebo. Após cada fase, os blocos
foram submetidos às análises clínica e de microdureza superficial (MS). A análise estatística foi realizada através de
ANOVA seguido do teste de comparações múltiplas de Tukey. Clinicamente, observou-se maior severidade das
lesões nos blocos tratados com placebo, apesar de não haver diferença estatística entre eles. Resultados similares de
MS foram observados em ambos os tratamentos (dentifrício fluoretado e placebo). O G0 mostrou maior porcentagem
de perda de dureza superficial quando comparado aos G1, G2 e G3, tanto no grupo placebo como no grupo com flúor
(p < 0, 05). Com estes resultados, sugere-se que perdas minerais superficiais severas são obtidas sem remoção
mecânica do biofilme não havendo diferença entre as freqüências de higienização testadas. (BIC).

AVALIAÇÃO DO QUADRO HISTOPATOLÓGICO DE LESÕES EM FORMA DE PLACA


454 BRANCA BIOPSIADAS NO SERVIÇO DE ESTOMATOLOGIA DO HOSPITAL SÃO LUCAS
DA PUCRS. Bruna Jalfim Maraschin, Cátia da Silva Benetti, Liliane Soares Yurgel (orient.) (PUCRS).
As lesões brancas constituem um grupo heterogêneo de lesões freqüentemente encontradas na mucosa bucal. A
história clínica da lesão branca e sua localização, auxilia no diagnóstico diferencial, que será confirmado somente
após o exame histopatológico. Este estudo tem como objetivos realizar um levantamento epidemiológico e descrever
os quadros histopatológicos das lesões brancas em forma de placa, biopsiadas no Serviço de Estomatologia Hospital
São Lucas da PUCRS. Foram selecionados os prontuários de pacientes submetidos a biópsias no período
compreendido entre 1979 e 2006 e registrados os dados referentes à idade, sexo do paciente, localização da lesão,
hábitos de tabagismo e consumo de álcool além do diagnóstico clínico. As lâminas com os diagnósticos
histopatológicos correspondentes foram igualmente selecionadas e avaliadas por três examinadores calibrados.Após
analisar 174 lâminas das biopsias desses pacientes foram encontrados os seguintes resultados histopatológicos: 97
pacientes apresentavam lesões sem displasias, 23 apresentavam Líquen Plano, 25 pacientes apresentavam lesões com
displasias, 23 pacientes apresentavam Carcinoma Espinocelular e 6 pacientes apresentavam Hiperplasia Epitelial
Verrucosa. Não houve associação entre os diagnósticos histopatológicos encontrados e uso contínuo de tabaco pelos
pacientes (c2, p=0, 199). Também não houve associação entre os pacientes com lesões brancas, o uso contínuo de
álcool e a presença de lesão maligna. (c2=1, 38; p=0, 710) Considerando as 174 lâminas examinadas, com aspecto
clínico semelhante de placa branca, foi encontrado 13% de carcinomas espinocelular e 55, 7% de lesões sem
displasia. Quarenta por cento das lesões diagnosticadas clinicamente como Leucoplasia Verrucosa Proliferativa
foram histologicamente confirmadas como lesões malignas.

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES CITOPATOLÓGICAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A


455 CLAREAMENTO CASEIRO COM PERÓXIDO DE CARBAMIDA A 15%. Ana Rosa de Toni,
Ricardo Losekan Paiva, Fabricio Collares Mezzomo, Susana Werner Samuel, Pantelis Varvaki Rados,
Luciana Adolfo Ferreira, Maria Cristina Munerato (orient.) (UFRGS).
O clareamento de dentes vitais tornou-se um dos mais populares procedimentos de ordem estética na Odontologia. O
peróxido de carbamida é o princípio ativo mais utilizado para clareamento caseiro, atuando como um agente
oxidante. Existem relatos associando o peróxido de hidrogênio com carcinogênese, genotoxicidade, citotoxicidade e
envelhecimento. Considerando a controvérsia existente na literatura e a escassez de estudos clínicos em humanos,
esta pesquisa objetiva avaliar a hipótese nula de que o protocolo de clareamento caseiro, realizado em 14 dias
consecutivos com peróxido de carbamida a 15%, não determina alterações na freqüência de micronúcleos em mucosa
bucal humana. Trata-se de um estudo piloto composto por 05 pacientes para cada grupo (G), sendo G I (controle), G
II (clareamento) e G III (clareamento e fumo). Foram contadas e analisadas, quanto à presença de micronúcleos,
2000 células por paciente, coletadas com citobrush e coradas com MGG. No G I foram encontrados 05 micronúcleos
na primeira coleta e 05 na segunda. Quanto ao G II, na primeira coleta foram observados 09 micronúcleos e na
segunda foram encontrados 24 micronúcleos. No G III, até o momento, foram analisados apenas dois pacientes, entre
eles foram encontrados 01 micronúcleo na primeira coleta e nenhum micronúcleo na segunda coleta. Diante destes
resultados parciais, podemos concluir que houve um incremento na freqüência de micronúcleos comparando G I e G

648
Ciências da Saúde

II, mas é necessário aumentar o número amostral para estabelecer a capacidade do peróxido de carbamida a 15% de
induzir micronúcleos em células da mucosa bucal. Quanto ao G III, os dados ainda são insuficientes para serem
analisados.

Sessão 56
Práticas de Enfermagem e Saúde Coletiva B

REGIMES DE VERDADES NOS DISCURSOS DOS EGRESSOS DOS CURSOS DE


456 GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL. Sarah Ceolin Stein, Denise
Teixeira de Mello, Beatriz Sebben Ojeda, Beatriz Regina Lara dos Santos, Isabel Cristina Kern Soares,
Olga Rosária Eidt, Valéria Lamb Corbellini (orient.) (PUCRS).
Introdução: As diversas demandas pautadas no ensino de Graduação em Enfermagem, a partir das Diretrizes e Bases
para a Educação, nos remetem, enquanto docentes, continuamente a refletir se os futuros profissionais de
enfermagem, dos Cursos de Graduação do Rio Grande do Sul (RS), estão sendo preparados para atender as
demandas do Sistema Único de Saúde, no Brasil, sejam elas sociais, econômicas, políticas, culturais, éticas, técnica e
tecnológicas. Esse projeto, que se encontra na primeira fase, é divido em duas etapas. A primeira realizada com
alunos egressos do Curso de Graduação da PUCRS. A segunda será com egressos dos Cursos de Graduação em
Enfermagem do RS, formados nos últimos dois anos. Objetivo Geral: analisar quais são os regimes de verdades que
perpassam no discurso dos egressos dos Cursos de Graduação em Enfermagem, do RS, no que se refere à relação
entre a formação, a práxis profissional e as Diretrizes Curriculares do Curso de Enfermagem. Objetivos Específicos:
Conhecer os cenários da Saúde de inserção dos profissionais egressos; Conhecer as práticas discursivas dos egressos
no que se refere à práxis profissional; Identificar, nos discursos dos egressos, aspectos do Curso de Graduação, que
contribuíram para o desenvolvimento de competências no início da vida profissional; Identificar nos discursos dos
egressos se o Curso de Graduação contemplou os princípios que norteiam as Diretrizes Curriculares. Material e
Método: pesquisa de abordagem qualitativa, baseada na Arqueologia e na Genealogia de Michael Foucault. A coleta
de dados foi realizada por meio de um questionário. Análise dos dados: os resultados foram analisados por meio da
análise de discurso de Michael Foucault. Resultados: A partir da análise dos dados, dentre os temas que emergiram,
na primeira etapa foram: As Diretrizes Curriculares e o Currículo de Enfermagem, Saberes e Práticas na Formação
Profissional, O Desafio de Gerenciar Pessoas, Materiais e Espaços Físicos. (Fapergs).

GERAÇÃO E GÊNERO NA CONSTITUIÇÃO DE SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE AOS


457 ACIDENTES E VIOLÊNCIAS ENTRE JOVENS DE PORTO ALEGRE. Marcele Peretto, Marta
Cocco, Marta Julia Marques Lopes (orient.) (UFRGS).
O estudo objetiva conhecer e compreender a morbidade por Causas Externas entre jovens na região Lomba do
Pinheiro/Partenon, do município de Porto Alegre, no período de 2002 a 2005. Trata-se de um estudo de morbidade,
híbrido, do tipo ecológico, baseado em uma série temporal. O instrumento local de registro serviu como base,
possibilitando ainda o georeferenciamento dos eventos. Utilizou-se para análise, o software SPSS 13.0 e o software
Map-Info. A tipologia das Causas Externas e as situações de vulnerabilidade construíram-se a partir das entrevistas
semi-estruturadas com 23 jovens, optando-se pela análise de conteúdo. Evidenciou-se 442 jovens vítimas de Causas
Externas, com predomínio em jovens do sexo masculino (64%). O domicílio configurou-se no principal local das
ocorrências com 45, 9%. Os acidentes domésticos, acidentes de esporte e lazer, acidentes com animais, violência
interpessoal e violência sexual estão entre as mais freqüentes. Constatou-se que os jovens são oriundos de famílias de
precária inserção socioeconômica identificada pela renda familiar, baixo nível de escolaridade dos pais, condições de
moradia, dificuldade de acesso aos bens de consumo; bem como, fragilidade das relações sociais na família e na
comunidade. A violência e os acidentes para esse grupo populacional fazem parte do cotidiano. Estabelecem relação
desses eventos com o consumo de álcool e drogas, hábito de fumar, dirigir em alta velocidade, condutas agressivas
ou violentas, testando os próprios limites; ainda, a potencialização dessas atitudes em grupos. Os achados apontam
para a necessidade de ações de saúde intersetoriais dirigidas aos jovens, famílias, escola, comunidade, entre outros
espaços de socialização como resposta às situações de vulnerabilidade, nas diferentes dimensões.

A MORBIDADE POR VIOLÊNCIAS E ACIDENTES NA DEMANDA DOS SERVIÇOS DE


458 ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DA REGIÃO LOMBA DO PINHEIRO E PARTENON/PORTO
ALEGRE. Joannie dos Santos Fachinelli Soares, Marta Julia Marques Lopes (orient.) (UFRGS).
No Brasil as Causas Externas (CEs) representam um problema de saúde pública de grande magnitude influenciando
no perfil de morbimortalidade da população. Este estudo tem como objetivos: traçar o perfil de morbidade por CEs,
sistematizando dados da demanda específica de cada serviço de atenção básica da região Lomba do Pinheiro e
Partenon/Porto Alegre, no período de 2002 a 2005; e avaliar a efetividade dos registros das CEs e a qualidade da
informação gerada, na perspectiva do planejamento local de ações de prevenção e promoção da saúde. Trata-se de
um estudo epidemiológico, de demanda, que integra o Observatório de Causas Externas na Atenção Básica de Saúde
do Município de Porto Alegre. Foi desenvolvido junto a 12 serviços de atenção básica de saúde e 1 equipe de saúde

649
Ciências da Saúde

mental sediada em um dos serviços. Os dados foram coletados através do formulário de registro e notificação de
atendimentos da demanda dos serviços e de notificações comunitárias. Processou-se a sistematização da totalidade
dos dados do período em um banco próprio, através de variáveis correlacionadas aos eventos. As análises foram
estruturadas a partir do software SPSS e do MAPINFO para o geoprocessamento dos eventos na base cartográfica
local. Os dados perfizeram um total de 1594 agravos no período, distribuídos nas diferentes unidades. As CEs
prevalentes na demanda foram as acidentais, definidas pelos acidentes em geral, as quedas entre os idosos e os
acidentes entre a população infantil. A partir do panorama geral elaborou-se o perfil de morbidade específico de cada
serviço. Identificou-se fatores agravantes desse quadro de morbidade relacionados às condições socioeconômicas, a
estrutura urbana precária e às condições dos domicílios. Identificou-se dificuldades relativas aos registros e
notificações dos eventos no que se refere a sua incompletude e impropriedade, prejudicando a elaboração de
estratégias de enfrentamento. Sugere-se adaptações. (PIBIC).

COMPETÊNCIAS DA ENFERMEIRA PARA O DESEMPENHO DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS


459 DE SAÚDE PÚBLICA. Miriam Fernandes Magalhães, Carla Daiane Silva Rodrigues, Lydia Chicar,
Regina Rigatto Witt (orient.) (UFRGS).
A noção de Funções Essenciais de Saúde Pública (FESP) tem sido aplicada aos sistemas de saúde às instituições
essenciais de saúde pública e à força de trabalho em saúde pública, neste último caso, agregando-lhe um significado
mais próximo à noção de capacidades ou competências (OPAS, 1998). A competência, ou habilidade de prestar
serviços profissionais específicos, quando utilizada na prática, na educação e na regulação, pode ajudar a definir o
papel da enfermagem e fornecer evidência do cuidado prestado (OMS, 2003). O objetivo desse estudo é validar um
referencial de competências desenvolvido na Organização Pan-Americana da Saúde para o desempenho das FESP. A
Técnica Delphi está sendo utilizada em três rodadas: a primeira e segunda já foram realizadas, tendo resultado no
referencial de competências que integra o instrumento do presente estudo. A terceira fase se constitui na presente
investigação. Os participantes (100) selecionados intencionalmente em dois grupos, um de enfermeiras e outro de
docentes serão contatados nos órgãos de administração da saúde e educação no nível federal, estadual e local e nas
organizações profissionais de enfermagem. A coleta de dados será realizada por via eletrônica. O plano de atividades
do bolsista inclui: revisão bibliográfica, contatos com os órgãos de administração da saúde e educação a fim de
localizar os sujeitos da pesquisa, auxílio na coleta de dados, organização de trabalhos para participação em eventos
científicos e de iniciação científica e participação na elaboração do relatório final e dos artigos científicos. O projeto,
aprovado pelo Comitê de Ética encontra-se em fase de coleta de dados.

MÉTODOS UTILIZADOS POR CUIDADORES NO COMBATE À PEDICULOSE: ANÁLISE


460 DAS PRÁTICAS E DIFICULDADES. Alessandra Tomazi Franceschi, Regina Rigatto Witt (orient.)
(UFRGS).
Crianças em idade escolar constituem um grupo suscetível à pediculose, uma ectoparasitose causada pelo pediculus
humanus capitis. As crianças infestadas podem apresentar baixo desempenho escolar por dificuldade de
concentração, conseqüência do prurido contínuo e distúrbios do sono. O controle efetivo das ectoparasitoses é um
desafio para a saúde pública, por causa da alta contagiosidade, de manejo inadequado e de negligência tanto da
população como dos profissionais de saúde. A compreensão errônea e conseqüente emprego de práticas equivocadas
dos pediculicidas, levam a resistência dos mesmos e reinfestação. Embora existam diversas medidas para o
tratamento da pediculose ao alcance da população, percebemos durante o projeto de extensão realizado na rede
escolar sobre o desenvolvimento de estratégias para o combate desta ectoparasitose, a dificuldade dos familiares de
escolares empregarem corretamente tais métodos. O presente trabalho consiste em um estudo descritivo, cujo
objetivo é conhecer quais são os procedimentos realizados pelos cuidadores de escolares para o controle da
pediculose em escolas da rede pública de Porto Alegre, bem como identificar suas dificuldades durante estas práticas.
A amostra do estudo é aleatória simples. Serão incluídos nesta todos os cuidadores de escolares matriculados na
educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental nas escolas Gustavo Armbrust e Itália. Para a coleta de
dados será utilizado um instrumento que será preenchido pelo próprio entrevistado. Outras variáveis estudadas serão
a idade da criança, o grau de escolaridade do cuidador, o sexo da criança e história de reinfestação. O projeto será
avaliado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem e pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul.

OFERTA E DEMANDA DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENÇÃO BÁSICA: QUESTÕES


461 PARA A ANÁLISE DA MOBILIDADE E FLUXOS DE USUÁRIOS EM MUNICÍPIOS DA
METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL. Juliana Maciel Pinto, Maria Alice Dias da Silva Lima,
Daniel Labernarde dos Santos, Deise Lisboa Riquinho, Maristela Correa Rodrigues de Lima, Jorge Luis Callai
Dalla Flora, Adriana Roese, Tatiana Engel Gerhardt (orient.) (UFRGS).
Este trabalho é parte do projeto “Fluxos e utilização de serviços de saúde: mobilidade e necessidades em saúde de
usuários e novos desafios para a integralidade em saúde pública”, que tem por objetivo caracterizar a rede de
serviços de saúde e a sua utilização, mapear os fluxos e identificar os itinerários terapêuticos dos usuários,
considerando suas prioridades e necessidades de saúde; busca também confrontar estes objetivos com os parâmetros
assistenciais da portaria 1.101/GM e do Plano Diretor de Regionalização do RS (PDR/RS). O presente estudo, faz

650
Ciências da Saúde

um recorte para analisar estes objetivos em relação aos serviços de Atenção Básica (AB), por meio de uma
abordagem quantitativa. A metodologia compreende a coleta de dados secundários do DATASUS, de 2000 a 2005 e
das estimativas populacionais para este período (IBGE), sendo a análise dos dados desenvolvida no software Excel.
Os resultados obtidos até o momento mostram que as divisões administrativas microrregionais, pactuadas a partir do
PDR/RS, não estão completamente implementadas, pois certos municípios ofertaram um número de consultas
extremamente alto em relação ao previsto nos parâmetros assistenciais, o que indica a possibilidade de estarem
ofertando consultas de AB a usuários de outros municípios. Ao mesmo tempo, observa-se que outros muncípios não
estão ofertando o número mínimo de consultas para a sua própria população. Tais procedimentos não estão de acordo
com o conceito de AB definido tanto pelo PDR, quanto pela NOAS. As informações obtidas ainda estão em curso de
análise e indicarão elementos essenciais para a continuidade da pesquisa.

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DAS COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO


462 ENFERMEIRO NO PROGRAMA/ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICIPIO
DA REGIÃO DA AMFRI-SC. Julieta Cristina Fernandes da Silva, Fabíola Schmitt da Silva, Gladys
Amélia Vélez Benito (orient.) (UNIVALI).
O Programa/Estratégia de Saúde da Família foi implantado em 1994 visando a mudança no modelo de atenção básica
com o intuito de reorganizar o sistema de saúde em vigor nos municípios. Esta pesquisa teve como objetivo
investigar o desenvolvimento das competências gerenciais no processo de trabalho do enfermeiro da equipe saúde da
família em um município da região da AMFRI-SC. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa que utiliza
o método descritivo e exploratório, com análise transversal dos dados, foi utilizada a amostragem por tipicidade ou
intencional. As competências (conhecimentos, habilidades, atitudes) gerenciais foram analisadas através de
categorias pré-definidas no instrumento validado no estudo. Em relação à dimensão do conhecimento é destacado o
conhecimento referente ao perfil epidemiológico da população de suas respectivas áreas de abrangência, o que é
essencial para o planejamento das ações em saúde. Na dimensão da habilidade os enfermeiros demonstraram possuir
habilidades para traçar estratégias de atuação baseados em seus conhecimentos e na identificação de problemas e
necessidades do indivíduo e comunidade, assim como possuíam habilidade para trabalhar e gerenciar a equipe de
Saúde da Família. Na dimensão da atitude os enfermeiros estavam sempre dispostos a acolher e valorizar as
necessidades de saúde das famílias e equipe. Assim acredita-se que esta pesquisa contribuirá para a formulação de
reflexões a serem analisados e discutidos pelos gestores e profissionais enfermeiros a fim de melhorar o seu processo
de trabalho, e assim contribuir com suas equipes adotando estratégias de educação permanente no contexto do seu
trabalho.

A IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO


463 HSL-PUCRS. Fernanda Boaz Lima Jacques, Ana Elizabeth Figueiredo, Valéria Lamb Corbellini,
Marla Tatiane Santos dos Santos, Vânia Ana Muniz, Janete de Souza Urbanetto (orient.) (PUCRS).
A Enfermagem, nos últimos anos, vem evoluindo na consolidação de conhecimento próprio, enquanto ciência e arte.
Este desenvolvimento está fundamentado em teorias de enfermagem e na sistematização da assistência de
enfermagem (SAE). Essa pesquisa faz parte da 1ª etapa do projeto que tem como objetivo geral implementar a SAE
por meio do processo de enfermagem nas suas 5 etapas e como objetivo específico classificar os registros de
enfermagem conforme as etapas do processo. O projeto de pesquisa está vinculado ao Grupo Interdisciplinar de
Pesquisa e Estudo de Promoção e Vigilância a Saúde da Faculdade de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição da
PUCRS. É um estudo de cunho descritivo, exploratório, retrospectivo, com abordagem quantitativa. A população
deste estudo foi composta por prontuários de pacientes internados nas diversas unidades assistenciais de um hospital
universitário de Porto Alegre, por 6 dias ou mais, nos meses de maio, abril, setembro e outubro. O projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição. Para a coleta de dados foi elaborado um instrumento que contempla os
dados de identificação da unidade avaliada, um check list contendo as etapas do processo de enfermagem, registros
de intervenção e procedimentos, realizados por enfermeiros e acadêmicos de enfermagem. A coleta de dados foi
realizada em 412 prontuários de pacientes. Os resultados, evidenciaram a insipiência da aplicação do processo de
enfermagem na instituição, já que em 99, 12% dos prontuários foi identificado ausência total de registros do
enfermeiro e de acadêmicos, nas etapas do processo de enfermagem. Com relação aos registros de enfermagem
relacionados a intercorrências e procedimentos, foram encontrados um total de 218 registros. Destes, 133 foram de
intercorrências e 85 foram de procedimentos de enfermagem. Esses resultados reforçam a necessidade da
implementação da SAE no referido hospital, visto que ainda é insipiente a documentação das ações de enfermagem
nesta instituição.

651
Ciências da Saúde

Sessão 57
Bioquímica, Fisiologia e Genética Clínica B

AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DE LESÕES MUSCULARES LOCALIZADAS TRATADAS


464 COM CÉLULAS DERIVADAS DE MEDULA ÓSSEA. Ricardo Riet Vargas Langenegger, Thiago
Farias Bujes, Ana Ilda Ayala Lugo, Marcelle Reesink Cerski, Elizabeth Obino Cirne Lima, João Luiz
Ellera Gomes, Eduardo Pandolfi Passos (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: As terapias celulares podem melhorar a qualidade da recuperação das lesões musculares e acelerar
o retorno do indivíduo às suas atividades habituais. Em 2006, MATZIOLIS et al mostraram resultados funcionais
promissores para o tratamento com auto-transplante de células de medula óssea (CMO) em ratos com músculo
lesionado por esmagamento; embora não tenham sido publicados resultados histológicos. Estudos semelhantes
sugeriram mecanismos pelos quais o tratamento seria efetivo. Acreditamos que a injeção de CMOs pode acelerar a
neovascularização e aumentar a relação [regeneração(músculo) / cicatrização(fibrose)] na recuperação dessas lesões.
OBJETIVO: Comparar resultados histológicos de lesões musculares tratadas com CMOs ou com placebo, focando
no grau de fibrose desenvolvido. MATERIAIS E MÉTODOS: Utilizaremos um modelo experimental de lesão
muscular localizada por esmagamento, estabelecido por nosso grupo e aprovado por comitê de ética. Serão utilizados
ratos Lewis – isogênicos – fêmeas com peso de aproximadamente 200g. Esses animais serão divididos em três
grupos: A- lesão tratada com CMOs; B- lesão tratada com placebo; C- não lesionado, referência como histologia
normal. Os grupos A e B serão tratados no sétimo dia após a indução da lesão muscular, e serão sacrificados no
vigésimo oitavo dia após a lesão. As células serão extraídas através de lavado de medula óssea de um animal doador,
sendo a fração mononuclear selecionada, quantificada e aplicada imediatamente nos animais do grupo A numa
solução de 200microL de DMEM com 1x106 células. Esta solução será injetada em pontos distribuídos em torno da
lesão. RESULTADOS: Atualmente, estamos em processo de indução da lesão e transferência de células. (PIBIC).

CORRELAÇÃO BIOQUÍMICA E GENES DA ROTA DO FOLATO EM FISSURAS ORAIS.


465 Michele Morales dos Santos, Sílvia Brustolin, Ana Paula Vanz, Camila Lemos, Miriam Neis, Temis
Maria Felix (orient.) (UFRGS).
Fissuras orais são anomalias congênitas devido à falha no desenvolvimento embrionário da face, decorrentes da
interação entre fatores genéticos e ambientais. As fendas orais mais prevalentes são fissura de lábio associada ou não
a fissura de palato (FLP) e fissura lábio palatina isolada (FPI). Estudos sugerem que o uso do ácido fólico
periconcepcional pode prevenir a recorrência de FLP. Este projeto tem como objetivo estudar fatores bioquímicos e
genéticos em mulheres de alto risco para FLP (afetadas por FLP ou mãe de afetados). Estas mulheres estão
participando de um ensaio clínico randomizado com duas diferentes doses de ácido fólico (0.4 mg ou 4 mg) no
Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A análise bioquímica consiste em dosagem de
ácido fólico sérico e eritrocitário, vitamina B12 e homocisteína plasmática antes e após a suplementação com ácido
fólico. Extração de DNA e análise de polimorfismos de genes relacionados a rota metabólica da homocisteína e
folatos serão pesquisados. Foram coletados até o momento amostra de 128 sujeitos. As dosagens bioquímicas estão
sendo realizadas, assim como extração de DNA. Pretendemos com os resultados deste trabalho entender questões
fundamentais sobre a ciência básica das fissuras orais, assim como contribuir para a prevenção das fendas orais em
grupo de alto risco que é candidato a intervenção nutricional. (Fapergs).

ANÁLISE DO BLOQUEIO DE RECEPTORES GRP POR UM ANTAGONISTA SINTÉTICO


466 SOBRE A PROLIFERAÇÃO DE GLIOMAS HUMANOS IN VITRO. Rodrigo Cruz Lima, Caroline
Brunetto de Farias, Luciana Otero Lima, Algemir Lunardi Brunetto, Gilberto Schwartsmann, Rafael
Roesler (orient.) (UFRGS).
Gliomas são a forma mais comum de tumores cerebrais malignos primários e são classificados em quatro graus
clínicos de acordo com a histologia, agressividade e invasividade. A aplicação do peptídeo liberador de gastrina
(GRP) estimula o crescimento de vários tipos de tumores, incluindo câncer de pulmão, pâncreas, próstata, ovário,
mama, colorretal, além de gliomas. O desenvolvimento de antagonistas seletivos para o receptor de GRP (GRPR) é
visto como uma possível estratégia no tratamento tumoral, já que as técnicas utilizadas na clínica médica, como
cirurgia, radioterapia e quimioterapia, são limitadas. Um exemplo de um novo agente anticâncer é o antagonista
sintético de GRPR, RC-3095 [D-Tpi6, Leu13 ψ (CH2NH) Leu14]. Em estudos in vitro anteriores, nosso grupo
demonstrou que o RC-3095 inibe a proliferação das linhagens tumorais gliais U-87MG, de humanos, e C6, de ratos.
O objetivo deste trabalho é a avaliação da expressão de GRPR, bem como os efeitos de GRP e RC-3095, na
linhagem celular humana derivada de glioblastoma, U-138MG. A expressão de GRPR foi detectada pela reação em
cadeia da polimerase (PCR) e pela técnica de imunohistoquímica, utilizando um anticorpo policlonal de GRPR. Para
a verificação de viabilidade celular foram utilizadas diferentes técnicas, tais como contagem por exclusão com azul
de tripan e o ensaio colorimétrico MTT. (PIBIC).

652
Ciências da Saúde

EXPRESSÃO DE VEGF EM DUCTOS BILIARES NA ATRESIA BILIAR. Andrea Longoni


467 Lorentz, Themis Reverbel da Silveira, Luise Meurer, Ursula Matte, Carlos Oscar Kieling, Ana Raniele
Linhares, Patrícia Turnes Edom, Jorge Luiz dos Santos (orient.) (UFRGS).
Introdução: Na Atresia Biliar (AB) mantém-se colangiopatia progressiva após a portoenterostomia (POE), levando a
falência e transplante hepáticos. A AB tem heterogeneidade clínica, pois um grupo de casos apresenta anomalia de
lateralidade (ALAT). Em 2005 descrevemos espessamento de túnica média (TM) em ramos arteriais hepáticos na
AB, progressivo, sugerindo anomalia vascular talvez associada à tal colangiopatia. O transcriptoma na AB
comparado com outras causas de colestase neonatal (OCN) mostrou sobre-expressão de VEGF. Objetivo: Avaliar a
expressão do VEGF nos ductos biliares (DB) de pacientes com AB. Material e métodos: Foram avaliadas biópsias
em cunha parafinizadas obtidas na POE de 52 casos de AB, incluindo casos com (n=6) e sem ALAT (n=46),
marcadas por imuno-histoquímica com VEGF (DAKO, 1:400, ABC-peroxidase). Biópsias de 8 OCN com idade
semelhante e necropsias de 8 pacientes sem hepatopatia (SH) serviram de controles. Um patologista “cego” quanto
aos diagnósticos analisou a expressão do VEGF nos ductos biliares. Realizou-se quantificação morfométrica da
espessura da túnica média (Esp) e do diâmetro luminal (DI) dos ramos arteriais hepáticos (n=450), calculando-se a
razão Esp / DI (REDI). Avaliou-se a extensão da fibrose (EF) por escore específico. Resultados e conclusão: VEGF
expressou-se mais em DB na AB que nas OCN (P=0, 020) e nos SH (P<0, 001). Não houve diferença entre as AB
com e sem ALAT (P=0, 188). O grupo sem ALAT, porém, diferiu de controles SH (P<0, 001) e OCN (P=0, 016). A
expressão do VEGF em DB correlacionou-se com a REDI (r=0, 32;P=0, 011) e com a EF (r=0, 52; P<0, 001). A
heterogeneidade da expressão do VEGF em DB na AB sugere que o insulto mórbido incide em diferentes momentos
nos distintos subgrupos da doença.

GEMCITABINA INDUZ RADIOSSENSIBILIDADE EM LINHAGENS CELULARES DE


468 CARCINOMA DE CÓLON HUMANO. Tatiane Von Werne Baes, Luciana Brosina de Leon, Ana
Paola Baseggio, Priscila Rodriguez, Maitê Dória Gomes, Andréa Regner, Adriana Brondani da Rocha,
Ivana Grivicich (orient.) (ULBRA).
O carcinoma de cólon é um dos tumores humanos mais freqüentes e a terceira causa de mortalidade relacionada ao
câncer no mundo. Embora a quimioterapia venha apresentando significativos avanços no tratamento da doença
metastática, as respostas ainda são insatisfatórias. Estes resultados justificam a avaliação de novas estratégias no
tratamento desta neoplasia. A gemcitabina é um potente agente indutor de sensibilidade à radiação ionizante em
tumores sólidos in vitro e in vivo. Neste estudo nós avaliamos se a gemcitabina pode aumentar a radiossensibilidade
em linhagens celulares de carcinoma de cólon humano. Com este objetivo, as linhagens celulares de carcinoma de
cólon humano HT-29, SW-620 e SNU-C4 foram expostas a: (1) gemcitabina (2) radiação ionizante (3) gemcitabina
seguido de radiação ionizante. Após 24 h as culturas foram avaliadas quanto ao efeito citotóxico pelo método SRB.
Os valores de IC50 para as linhagens HT-29, SW-620 e SNU-C4 foram próximos a 10, 13 e 3, 5 µM,
respectivamente. Demonstrando uma diferença de sensibilidade entre as linhagens. As linhagens não apresentaram
diferença de sensibilidade quanto ao tratamento com radiação ionizante. A dose que levou a inibição de 50 % do
crescimento celular nas 3 linhagens foi 5 Gy. Resultados preliminares sugerem que o tratamento gemcitabina seguido
de radiação ionizante sensibilizou as 3 linhagens celulares ao efeito da radiação. Atualmente estamos finalizando
estes estudos.

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA CLÍNICA DA HIPERMETILAÇÃO DO GENE TWIST NO


469 TUMOR COLORRETAL PRIMÁRIO. Carmela Nicolini, Rúbia Ruppenthal, Daniel Damin, Andréa
Damin, Cláudio Osmar Pereira Alexandre (orient.) (FFFCMPA).
A célula tumoral, pode apresentar hipermetilação na região promotora de certos genes, sendo este um dos
mecanismos que possivelmente explique a supressão da expressão destes durante a carcinogênese. A avaliação do
estado de metilação pode contribuir para a estratificação dos diferentes tipos ou estágios da evolução tumoral. O gene
Twist codifica um fator de transcrição que parece desempenhar um papel essencial no mecanismo de metástase
tumoral, regulando a expressão da E-caderina. Objetivo: Avaliar a metilação diferencial do gene Twist em pacientes
com e sem carcinoma colorretal (CCR) primário e estabelecer a associação deste evento com variáveis clínico-
patológicas destes pacientes. Métodos e Resultados: Amostra constituída de biópsias obtidas da mucosa de 48
pacientes sem CCR (controles) e da mucosa normal e do tumor primário de 78 pacientes com CCR (casos). DNA
genômico foi extraído e tratado com Bissulfito de sódio. Após, as amostras foram submetidas à MSP-PCR utilizando
primers para detectar ilhas CpG metiladas ou não-metiladas. Os resultados do grupo caso foram comparados quanto
ao sexo e idade do paciente, além da localização, diferenciação histológica e estadiamento tumoral. As freqüências
de metilação observadas foram de 50, 6%(39/78) e 27, 3%(21/78) no tumor primário e na mucosa normal dos
pacientes com CCR, respectivamente. No grupo controle nenhuma amostras apresentou hipermetilação do gene
Twist (0/48). Os resultados apontam uma correlação importante da hipermetilação de Twist com o baixo grau de
diferenciação histológica (p=0, 04) e o elevado grau de estadiamento (p=0, 001) tumoral. Conclusão: A
hipermetilação do gene Twist mostrou ser um evento freqüente no carcinoma colorretal (CCR) e está fortemente
associado à tumores pouco diferenciados e metastáticos. (CNPq).

653
Ciências da Saúde

Sessão 58
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho B

O DISCURSO DOS TRABALHADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE


470 SÃO LEOPOLDO (RS) SOBRE A HUMANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS. Raquel Brondísia Panizzi
Fernandes, José Roque Junges, Lucilda Selli, Natália de Ávila Soares, Marília Schreck de Lima,
Monalisa da Silva Pinheiro, Jose Roque Junges e Lucilda Selli (orient.) (UNISINOS).
A Política Nacional de Humanização é uma estratégia lançada pelo Ministério da Saúde visando a desfragmentação e
a desverticalização dos processos de trabalho. Baseada na perspectiva de rede, busca a construção coletiva de saúde e
prioriza a integralidade da atenção. Incentiva a interação entre profissionais e usuários, busca a autonomia e propõe
ações pautadas no acolhimento e no vínculo, intuindo o resgate da dimensão subjetiva e social. A pesquisa procura
compreender a Humanização sob o enfoque ético e introduzir a temática no discurso da bioética. Assim, busca
conhecer as interações discursivas dos trabalhadores de uma Unidade Básica de Saúde sobre a humanização como
eixo da ética dos serviços. O método utilizado é a abordagem qualitativa e matriz teórica a hermenêutica crítica.
Trata-se de um estudo de caso numa perspectiva explanatória, cuja coleta e análise dos dados é a discussão focal de
grupo e análise do discurso, respectivamente. A amostra, definida segundo critérios de competência, é composta por
12 membros da Unidade Básica de Saúde da Vila Campina em São Leopoldo, pois responde a critérios de unidade de
cuidados primários de saúde. Como hipóteses, supomos que a consolidação da estratégia de Humanização numa
unidade básica implica transcender práticas convencionais hospitalares, buscando uma visão ampliada de clínica que
inclua a dimensão subjetiva e social e promovendo novos modos de subjetivação tanto dos usuários quanto dos
trabalhadores, pois produção de saúde identifica-se com produção de subjetividade. A nova política preconiza um
cuidado contextualizado em oposição ao modelo biologicista, primando pela autonomia, diálogo, responsabilização e
co-gestão dos atores envolvidos e exigindo a construção conjunta e co-responsável de itinerários clínicos.

ESTUDOS MULTICÊNTRICOS SOBRE PRÁTICAS AVALIATIVAS EM SAÚDE:


471 AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA E INOVAÇÃO NA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE
CAXIAS DO SUL. Vinicius Lemos Postali, Alcindo Antonio Ferla (orient.) (UCS).
A atenção básica é o componente do sistema de saúde responsável pela inversão do modelo tecnoassistencial
biomédico hegemônico. O objetivo da pesquisa é analisar e avaliar práticas de integralidade na atenção básica,
evidenciando a produção de tecnologias capazes de induzir a reorganização da gestão e da atenção voltadas para o
Sistema Único de Saúde. A coleta de dados inclui bases secundárias, entrevistas e grupos focais com usuários do
sistema, trabalhadores e gestores. Os dados, preliminares, estão sendo analisados em quatro eixos: a situação do
sistema de saúde, gestão e organização dos serviços, conhecimentos e práticas dos trabalhadores e a organização de
linhas de cuidado. Em relação ao primeiro eixo, os dados descrevem o sistema de saúde de Caxias do Sul como pólo
regional, com alta concentração de serviços e atendimentos, de média e alta complexidade assistencial. Em relação
ao segundo eixo: existem mecanismos de participação dos trabalhadores, efetivos em instâncias de representação do
que de participação direta; utilização ainda incipiente da educação permanente em saúde para fortalecer a gestão e a
atenção na saúde; efeitos positivos de atividades de ensino com alunos da graduação no sistema; existência, embora
tênue, de mecanismos com participação do controle social na avaliação da atenção básica. Em relação ao terceiro
eixo, os achados indicam que: o acolhimento está sendo implementado na atenção básica com insuficiências a serem
superadas; ruídos nos processos de trabalho evidenciam falhas na gestão das equipes, capacidade de vínculo e
responsabilização limitado a determinadas unidades; persistem lacunas em relação à resolutividade em diversos
fluxos assistenciais. Em relação às linhas de cuidado, há evidências de inovação na linha de cuidado aos portadores
de sofrimento psíquico. Além daquelas relativas a cada eixo, outra conclusão possível até o momento aponta a
utilidade do conhecimento para a tomada de decisão na gestão do sistema de saúde.

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM UM GRUPO DE FUNCIONÁRIOS DE


472 UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO RIO DOS SINOS. Débora Schneck,
Flavia Porto Wieck (orient.) (FEEVALE).
Introdução: A prevalência de sobrepeso e obesidade está aumentando mundialmente de forma alarmante, sendo
considerada o maior problema de saúde pública deste século. Objetivos: Verificar a prevalência de sobrepeso e
obesidade em um grupo de funcionários de uma instituição de ensino superior do Vale do Rio dos Sinos.
Metodologia: Os dados foram obtidos de um número de 36 funcionários, de ambos os sexos, com idades entre 23 e
58 anos. O estudo foi desenvolvido baseado na verificação de dados antropométricos, bem como na análise do
consumo alimentar habitual da população em estudo. Na avaliação antropométrica foi utilizado uma balança, um
estadiômetro, uma fita métrica e um adipômetro e os dados para análise do consumo alimentar foram coletados
através de um questionário de freqüência alimentar. Resultados: Verificou-se que a prevalência de sobrepeso foi de
41, 7% e de obesidade 22, 2%. A obesidade abdominal esteve presente em 86, 1% da amostra. Observou-se também
que a distribuição de gordura corporal e a classificação do IMC possuem uma relação de dependência significativa,
uma vez que, quanto maior o IMC, maior o índice de distribuição de gordura andróide. Também foi observado que

654
Ciências da Saúde

quanto maior o IMC, maior o percentual de gordura corporal. Não foi verificada correlação significativa entre a
classificação do IMC e a freqüência do consumo alimentar, mas percebeu-se uma correlação entre a classificação do
perímetro abdominal e o consumo de batata. Considerações finais: Podemos concluir que as prevalências de
sobrepeso e obesidade encontradas neste estudo foram altas e confirmam os níveis epidêmicos que este problema tem
assumido em todo o mundo.

QUALIDADE DE VIDA E SUPORTE SOCIAL NO NÚCLEO FAMILIAR DE IDOSOS COM


473 ALZHEIMER. Potira dos Santos, Gabriele Borges Valêncio, Daniele Rocha Rodrigues, Leonia
Capaverde Bulla (orient.) (PUCRS).
A realidade mundial e brasileira demonstra um crescimento acentuado da população de idosos. Essa situação tem
propiciado a preocupação e conseqüente desenvolvimento de várias áreas da ciência na busca de encontrar o
entendimento do processo de envelhecimento. Dentre os problemas de saúde encontrados na velhice, a Doença de
Alzheimer tem apresentado um acentuado aumento em sua incidência. A patologia gera a perda gradativa da
capacidade cognitiva e independência, além de trazer sérias conseqüências para a família e para a sociedade. O
objetivo da pesquisa é avaliar a qualidade de vida, o nível de estresse dos cuidadores e o suporte social recebido,
realizando um estudo comparativo entre os dados coletados em fase anterior da investigação, o grande foco nessa
etapa será o estudo envolvendo a rede de suporte social utilizada pelo idoso e por sua família. Os instrumentos
utilizados são: o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida (WHOQOL); o Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos de Lipp (ISSL) e um roteiro de entrevista semi-estruturada. Dos 70 sujeitos participantes da fase
anterior, foram entrevistados 30. Dos dados analisados constatou-se que ao contrário da 1ª etapa a maioria dos
familiares não apresenta sintomas de estresse, desgaste e cansaço, pois os idosos estão internados em clínicas, já
faleceram ou o tempo de cuidado é maior que 5 anos. Os familiares que participam de grupos de apoio trocam
experiências e buscam estratégias de enfretamento da doença. A maioria (80%) possui plano de saúde. Os demais
realizam o tratamento através do SUS ou dividem as despesas entre os familiares. Com relação ao apoio
governamental, 13% dos pacientes recebem medicação. A precariedade das redes de apoio ao idoso doente e sua
família, ocasiona a sobrecarga do cuidador. Tornando-se, assim urgente à criação de novas alternativas de suporte
social, além de uma maior socialização dos conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer e sobre os recursos
disponíveis.

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COLETIVA E FORMAÇÃO DO ALUNO DE


474 SERVIÇO SOCIAL. Lenise Maria Karasek Ribas, Jaqueline Monteiro, Maria Isabel Barros Bellini
(orient.) (PUCRS).
Esta pesquisa pretende articular a educação permanente em saúde e a formação do assistente social. Apontando
pontos de convergência entre o ensino do Serviço Social e a perspectiva da educação permanente. Considerando que
a saúde é área de formação e prática para o Serviço Social reitera-se o compromisso com a formação do assistente
social e o exercício das práticas de saúde executadas na rede de saúde pública, espaço este que servirá como o campo
de pesquisa para realização deste projeto. OBJ. GERAL Compreender o processo da educação permanente através da
articulação entre Faculdade de Serviço Social e a Escola de Saúde Pública, a fim de contribuir para formação do
profissional do Serviço Social na perspectiva das políticas públicas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS. - Identificar como
o tema Saúde Coletiva é abordado no currículo da FSS/PUCRS, a fim de preparar o acadêmico para práticas de
saúde. - Identificar como os profissionais da ESP compreendem a Educação Permanente em Saúde Coletiva, a fim de
socializar esse conhecimento. -Identificar possibilidades de articulação entre FSS/PUCRS e ESP a fim de fortalecer
parcerias e contribuir na formação do aluno de Serviço Social. METODOLOGIA:O estudo utiliza abordagem
quantitativa e qualitativa, com descrição dos fatos e fenômenos de determinada realidade.Método dialético crítico.
Instrumentos: Pesquisa documental e Entrevista semi- estruturada com análise de conteúdo. PÚBLICO ALVO:
Direção e Profissionais da ESP, Coordenadores e Representantes das Coordenadorias de Saúde, Coordenador do
curso de graduação , Docentes e alunos da FSS/PUCRS. Resultados: Pesquisa em andamento, realizada a pesquisa
bibliográfica, contatada a instituição parceira, elaborado o roteiro da entrevista. Bibliografia: TEIXEIRA, Sonia
Maria Fleury. Reforma Sanitária: em busca de uma nova teoria. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

ACIDENTES E VIOLÊNCIAS COM IDOSOS E A ARTICULAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS.


475 Nadine Gavski, Ana Luíza Trois de Miranda, Heloísa Barrili, Marisa Camargo, Patrícia Krieger Grossi
(orient.) (PUCRS).
Introdução: O resumo versa sobre o estudo de natureza interinstitucional, envolvendo o Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Violência da Faculdade de Serviço Social da PUCRS e o Núcleo de Doenças e Agravos Não-
Transmissíveis do Centro Estadual de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.
Objetivo: Identificar a relação entre a notificação dos acidentes e violências com idosos e a articulação da rede de
serviços em Caxias do Sul e Guaíba/RS, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de políticas de educação em
saúde e prevenção de acidentes e violências. Metodologia: Pesquisa quanti-qualitativa que utilizará o Relatório
Individual de Notificação de Acidentes e Violência (11/2001 – 07/2007); entrevistas com idosos atendidos nos
serviços de saúde por situação de acidentes e/ou violências (01/2007 – 06/2007); entrevistas com
familiares/cuidadores; grupo focal com idosos; e, questionário para os serviços de saúde divulgando a notificação dos

655
Ciências da Saúde

acidentes e violências. Os dados serão submetidos à análise de conteúdo com base em Bardin (1977). Resultados
parciais: Conforme dados do RINAV, até junho de 2007, 66% dos serviços de saúde de Caxias do Sul estavam
notificando acidentes e violências; e, em Guaíba 36% dos serviços de saúde. No primeiro trimestre de execução da
pesquisa, realizou-se um encontro de sensibilização com representantes dos serviços de saúde e Conselhos
Municipais do Idoso para divulgação da proposta, construção de parcerias e validação de técnicas e instrumentos de
coleta de dados. Conclusões: O encontro permitiu mapear a rede de atenção ao idoso existente em Caxias do Sul e
Guaíba/RS, identificando suas dificuldades e possibilidades no atendimento das demandas dos idosos e na efetivação
dos seus direitos fundamentais.

A SAÚDE DO TRABALHADOR NO MERCOSUL: UM ESTUDO NA REGIÃO FRONTEIRIÇA


476 DO RIO GRANDE DO SUL COM A ARGENTINA E O URUGUAI. Jaqueline de Moraes da Silva,
Ana Lúcia Suares Maciel, Keli Regina Dal Prá, Rosângela Almeida da Silva, Jussara Maria Rosa
Mendes (orient.) (PUCRS).
O projeto apresenta uma proposta de pesquisa que pretende investigar a Saúde do Trabalhador em cidades
brasileiras, fronteira do MERCOSUL, no estado do Rio Grande do Sul. É um estudo qualitativo que tem como
objetivo geral investigar como se efetiva o direito à saúde do trabalhador nos municípios brasileiros do estado do Rio
Grande do Sul que fazem fronteira com o Uruguai e a Argentina, países integrantes do MERCOSUL. A metodologia
utilizada será composta, inicialmente, de uma pesquisa documental às informações disponíveis sobre os acidentes de
trabalho contidas nas CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho) emitidas pelas empresas ao INSS/RS; e em um
segundo momento as informações serão complementadas através de entrevistas semi-estruturadas com os secretários
de saúde dos municípios e trabalhadores de algumas cidades do estado do Rio Grande do Sul fronteiriças com a
Argentina e o Uruguai.

PREVALÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES E


477 MORTE EM 10 ANOS DE ACORDO COM O ESCORE DE RISCO DE FRAMINGHAM EM
UMA POPULAÇÃO CARENTE DA CIDADE DE PORTO ALEGRE. Bianca Nunes Stoll,
Marcello Mascaremhas (orient.) (IPA).
Introdução: Nos últimos trinta anos vem se observando uma elevação na mortalidade por Doenças Cardiovasculares
(DCV) devido ao aumento da prevalência dos fatores de rico. A elevação das lipoproteínas VLDL, LDL-c,
hipertensão e tabagismo corroboram para a formação da placa aterosclerótica na camada íntima dos vasos,
contribuindo para o desenvolvimento de DCV. Objetivo: Verificar a prevalência de fatores de risco cardiovasculares
em uma população carente de Porto Alegre/RS. Classificar estes indivíduos de acordo com o escore de risco de
Framingham para cálculo do risco absoluto de infarto e morte em 10 anos. Métodos: A população em estudo (N=80)
foi submetida à punção sangüínea, verificação de parâmetros antropométricos e a aplicação de um questionário.
Foram analisados valores séricos de colesterol total (CT), LDL-c, HDL-c e triglicerídeos (TG). Resultados: Os
parâmetros lipídicos como o CT (300±104, 25mg/dL), TG (268, 41±111, 31mg/dL) e HDL-c (37, 87±6, 89mg/dL)
demonstraram uma prevalência para risco coronariano (p<0, 05). Do total, 62, 5% apresentaram valores de CT e
LDL-c acima do normal, 45% valores de HDL-c diminuídos e 59% trigliceridemia. De acordo com o escore de risco
de Framingham, 48% das mulheres apresentaram risco absoluto para o desenvolvimento de DCV em 10 anos (%) <1,
32% obtiveram valores iguais a 1 e 20% das mesmas >1. O risco <1 ou igual a 1 foi observado em 57% dos homens
e 42% obtiveram risco >1%. Tabagismo ocorreu em 39% dos casos, HAS em 53, 4%. Conclusão: Concentrações
elevadas de CT, LDL-c e níveis baixos de HDL-c estão relacionados com o estilo de vida da população em estudo.
Fatores de risco para DCV devem ser identificados o mais precocemente para que sejam adotados programas
preventivos de saúde a fim de promover melhora na qualidade de vida.

Sessão 59
Pediatria B

IMPACTO DA GEMELARIDADE SOBRE AS TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL NO


478 MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE. Roberta Perin Lunkes, Elisa Grando, Pauline Zanin, Marilyn
Agranonik, João Leonardo Fracassi Pietrobeli, Stella Maria Feyh Ribeiro, Clécio Homrich da Silva,
Marcelo Zubaran Goldani (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: RNs gemelares têm maior risco de parto prematuro, baixo peso ao nascimento, anormalidades
congênitas e complicações obstétricas, apresentando maiores taxas de mortalidade infantil. A incidência de gestações
múltiplas tem aumentando, principalmente devido ao uso de estimulação ovariana e fertilização In Vitro, podendo
estar influenciando as taxas de mortalidade infantil. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da gemelaridade
sobre a taxa mortalidade infantil no período de 1996 a 2004 na cidade de Porto Alegre. MATERIAIS E MÉTODOS:
Estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de
Informação sobre Nascidos Vivos da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
RESULTADOS: A mortalidade infantil diminui significativamente no período, passando de 16, 4 em 1996 para 13, 5

656
Ciências da Saúde

em 2004 (p< 0, 001). Contudo, taxa de mortalidade entre os gemelares permaneceu constante no período. Através de
uma análise seqüencial o impacto da gemelaridade sobre os três componentes da mortalidade infantil (neonatal
precoce, neonatal tardio, pós-neonatal) durante o período estudado não foi significativo. CONCLUSÃO:
Inicialmente, apesar da redução significativa ao longo do período estudado, Porto Alegre apresenta taxas de
mortalidade infatil altas quando comparadas com países desenvolvidos. Nota-se uma tendência distinta entre as taxas
de mortalidade de RNs gemelares e únicos. A não redução da mortalidade entre os gemelares e a tendência de
aumento de sua participação no total de gestações pode futuramente impactar negativamente as taxas de mortalidade
infatil em Porto Alegre.

FATORES DE RISCO PARA MORTALIDADE INFANTIL EM PORTO ALEGRE DE 1996 A


479 2004. Pauline Zanin, Roberta Perin Lunkes, Elisa Grando, João Leonardo Fracassi Pietrobeli, Marilyn
Agranonik, Stella Maria Feyh Ribeiro, Clécio Homrich da Silva, Marcelo Zubaran Goldani (orient.)
(UFRGS).
O peso ao nascer é forte preditor da morbimortalidade infantil, porém poucos os estudo avaliaram os fatores de risco
para mortalidade infantil utilizando os atuais bancos de dados acessíveis na Secretaria Municipal de Saúde. Objetivo:
fatores de risco em Porto Alegre considerando diferentes faixas de peso ao nascer. Metodologia: Foram utilizados
dados de todos os nascidos vivos (SINASC) e óbitos de crianças menores de um ano de vida (SIM) de 1996 a 2004,
em Porto Alegre. As variáveis analisadas foram: peso ao nascer, número de consultas pré-natal, idade e escolaridade
materna, tipo de parto e hospital, número de nascidos vivos, sexo do RN, idade gestacional e taxa de desemprego;
avaliada na mortalidade neonatal precoce, neonatal tardia e pós-neonatal. Resultados: O aumento no risco de
mortalidade infantil foi observado nas crianças com peso ao nascer <2500g nos 3 estratos avaliados, assim como em
nascidos com idade gestacional menor que 37 semanas, ambos repercutiram menor impacto sobre a morte pós-
neonatal; já as crianças nascidas do sexo masculino apresentaram um risco mais significativo na mortalidade pós-
neonatal O número de consultas pré-natal interfere de modo inversamente proporcional na mortalidade infantil e
apresenta um impacto maior na morte neonatal precoce. Filhos de mães com idade menor que 21 anos apresentaram
maior risco de morte nos períodos neonatal tardio e pós-neonatal. O parto cesáreo não alterou de modo significativo
à mortalidade neonatal precoce e pós-neonatal. Conclusão: Os resultados do estudo demonstraram que o baixo peso
ao nascer, o número reduzido de consultas pré-natal, e a idade gestacional menor que 37 semanas foram as variantes
que mais influenciaram de forma negativa a mortalidade neonatal precoce e tardia e pós-neonatal.

INCIDÊNCIA DE LESÃO DE LARINGE POR INTUBAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA


480 INTENSIVA PEDIÁTRICA E ESTUDO DOS FATORES DE RISCO. Fernando Barcellos do
Amaral, Mariana Magnus Smith, Paulo Roberto Antonacci Carvalho, Gabriel Kuhl, Mariana Michellin
Letti, Cíntia Pessin, Paulo Jose Cauduro Marostica (orient.) (UFRGS).
A entubação prolangada em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP) é uma realidade. A presença do tubo
endotraqueal na laringe representa um corpo estranho na via aérea podendo gerar lesões na forma de estenose. A
literatura mostra grande variabilidade nos resultados de incidência, bem como define uma série de possíveis fatores
de risco. O objetivo do presente estudo é determinar a incidência de lesões de laringe por intubação na UTIP do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre e identificar possíveis fatores de risco. Os pacientes foram incluídos sob os
seguintes critérios: idade de zero a quatro anos, entubação para ventilação mecânica por mais de 24h e autorização
dos pais ou responsáveis para participação no estudo. Não poderiam participar do estudo os pacientes que
apresentassem estridor prévio ou doença laríngea conhecida, história de entubação endotraqueal, presença ou história
de traqueostomia e pacientes considerados terminais. Após a extubação os pacientes foram submetidos a
fibronasolaringoscopia e classificados em dois grupos frente a alterações agudas: ausentes ou leves (grupo 1) e
moderadas ou graves (grupo 2). Foram incluídos 49 pacientes, ocorrem 14 óbitos e ao final 35 pacientes passaram
pela avaliação de lesões agudas. Desses, 21 (60%) tiveram exame normal ou alterações leves(grupo 1) e 14 (40%)
tiveram alterações moderadas ou graves (grupo 2). As lesões agudas tiveram alto índice de resolução espontânea. Já
a incidência de lesão crônica no grupo 2 foi de 28%. Laringomalacia adquirida foi diagnosticada em 31, 4% e em 5,
7% dos casos foi obstrutiva, levando a falha de extubação e necessidade de manejo cirúrgico da via aérea para
extubação.

ALTERAÇÕES DO METABOLISMO PÓS-PRANDIAL DE LIPÍDIOS, CARBOIDRATOS E


481 MARCADORES INFLAMATÓRIOS EM ADOLESCENTES OBESOS E COM SOBREPESO.
Flavia Gabe Beltrami, Bianca Coletti, Vera Lucia Portal, Tiago Jeronimo Santos, Allana Andreolla,
Mariana Burin, Caroline Abrantes, Shana Hastenpflug, Lucia Campos Pellanda (orient.) (FFFCMPA).
Introdução: As alterações metabólicas no metabolismo pós-prandial em crianças e adolescentes têm sido sugeridas
como um importante fator que contribui para a origem da cardiopatia isquêmica no futuro. Objetivos: Descrever o
metabolismo pós-prandial de lipídios, carboidratos e marcadores inflamatórios em adolescentes obesos ou com
sobrepeso e adolescentes não obesos após sobrecarga alimentar. Material e Métodos: Estudo prospectivo do tipo
exposto-controle. População: 44 adolescentes de 12 a 18 anos com IMC > P.90 para a idade e 44 adolescentes com a
mesma idade mas < P.90. Todos com trigliceridemia de jejum normal (<150 mg/dl). Estes foram submetidos a uma
coleta de sangue em jejum e a duas coletas de sangue após 4 e 6 horas de sobrecarga alimentar para medida de

657
Ciências da Saúde

glicemia, colesterol total, HDL, triglicerídeos, insulina, lipoproteína lípase, transaminases, fibrinogênio, bilirrubina,
leucócitos, proteína C reativa. Todos responderam a um questionário estruturado e realizaram exame físico.
Resultados: 40 adolescentes já participaram das coletas, 18 deles com sobrepeso. A amostra tem a seguinte
caracterização: 67% de componentes do sexo feminino, 69% brancos, idade média de 14, 5 + 1, 7 anos, peso médio
66, 7 + 20, 9 Kg, altura de 1, 62 + 0, 1 m e escolaridade de 7, 07 + 1, 6 anos. Desses adolescentes, 54% tem história
familiar positiva para diabete melitus, 69% para hipertensão arterial, 57% para obesidade, 35% para acidente
vascular cerebral e 35% para infarto agudo do miocárdio. Uma análise entre os dois grupos revelou diferença
significativa apenas em relação ao HDL colesterol ( p = 0, 04). Conclusões: Apesar de a amostra total ainda não estar
concluída, há evidências que sugerem uma associação entre obesidade e alterações no metabolismo pós-prandial
desses adolescentes.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE CRÂNIO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM


482 DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA E RELAÇÃO COM TEOR SANGUÍNEO DE MANGANÊS.
Ana Flor Hexel Cornely, Pedro Froehlich, Eduardo Pitrez, Maurício Anes, Ana Cláudia Schneider,
Tiago Muller Weber, Lucia Gonçalves, Themis Reverbel da Silveira, Raquel Borges Pinto (orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: Alteração na ressonância magnética (RM) de crânio com hipersinal em T1 nos gânglios da base é
freqüente em adultos hepatopatas crônicos e parece estar associada com níveis elevados de manganês (Mn)
sanguíneo e ter papel importante na patogênese da encefalopatia hepática. OBJETIVOS: Avaliar a presença desta
alteração na RM de crânio em crianças e adolescentes com hepatopatia crônica e relacioná-la com os níveis de Mn
sanguíneo. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal controlado com 39 indivíduos (abril de 2006 a março de
2007): 16 cirróticos (14a2m±3a2m), 8 com hipertensão porta (HP) (12a±3a8m) do Setor de Gastroenterologia
Pediátrica do HCPA e 15 controles sem hepatopatia (14a5m±3a11m). Diagnóstico de cirrose foi definido por exame
físico, exames complementares e/ou biópsia hepática. Etiologia da cirrose: HAI(8), AVB(5), deficiência de alfa1-
antitripsina(1), PFIC(1) e criptogênica(1). Gravidade da cirrose pelo critério de Child-Pugh: A(14), B(1) e C(1). A
causa da HP foi: TVP(4), FHC(3) e idiopática(1). O Mn no sangue foi quantificado por espectrofotometria de
absorção atômica. Presença de hipersinal em T1 foi avaliada através da RM de crânio. Obtido termo de
consentimento informado e aprovação pelo Comitê de Ética. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Nível de Mn
sanguíneo nos controles: 15, 64±6, 61mg\\L, nos cirróticos: 26, 23±14, 56mg\\L (p=0, 045) e em HP: 30, 66±13,
09mg\\L (p=0, 025). Alteração na RM foi visualizada em 8/16 cirróticos, 8/8 com HP e em nenhum controle. O nível
de Mn no sangue dos hepatopatas com RM normal foi de 18, 45±8, 38mg\\L e nos com RM alterada de 32, 24±13,
10mg\\L (p=0, 021). Observou-se hipersinal em T1 em 100% dos pacientes com HP e em 50% dos cirróticos, mesmo
naqueles com doença de leve intensidade, que foi correlacionado com os níveis de Mn sanguíneo.

HELICOBACTER PYLORI EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Camila Teixeira Pereira,


483 Juliana Ghisleni de Oliveira, Letícia Remus Moraes, Carlos Oscar Kieling, Sandra Maria Gonçalves
Vieira, Cristina Targa Ferreira, Helenice Breyer, Helena Goldani, Ismael Maguilnik, Luise Meurer,
Themis Reverbel da Silveira (orient.) (UFRGS).
Introdução: O Helicobacter pylori (HP) é provavelmente o agente de infecção crônica mais comum em seres
humanos. A prevalência da infecção varia conforme a localização geográfica, condições sócio-econômicas e idade.
Objetivos: Descrever a freqüência de infecção por HP em menores de 18 anos submetidos à
esofagogastrodoudenoscopia (EGD) no HCPA. Materiais e métodos: Pesquisa no AGH identificou EGDs entre 2000
e 2005. Foram revisados os resultados dos exames anátomo-patológicos da biópsias (Bx) de mucosa antral gástrica.
Na análise histológica foram utilizadas as colorações por hematoxilina-eosina e Giemsa. Os dados foram
apresentados em freqüência, média e desvio-padrão, empregou-se teste t e qui-quadrado, p<0, 05. GPPG 03-393.
Resultados: Em 6 anos 879 pacientes submeteram-se a 1190 EGDs, nas quais foram realizadas 630 Bxs (569
pacientes). 52% eram do sexo feminino. A idade variou de 4 meses a 17 (8+-4, 8) anos. A maioria tinha menos de 10
anos de idade (61, 7%). A freqüência de HP foi de 17%. A densidade do HP foi baixa em 43%, moderada em 40, 2%
e alta em 16, 8%. Não houve diferença na freqüência de HP entre os sexos. A média da idade foi significativamente
(P=0, 000) superior naqueles com HP+ (10, 0+-4, 3 vs 7, 6+-4, 8 anos). Houve uma significativa (P=0, 000) maior
freqüência de HP com o aumento da faixa etária: 6, 8% até 5, 20, 7% de 5 a 9, 23, 2% de 10 a 14 e 25% de 15 a 17
anos. A positividade para HP foi relacionada com a presença de gastrite crônica (P=0, 000), mas não com hiperplasia
folicular linfóide (P=0, 061), atrofia (P=0, 107) e metaplasia (P=0, 278). Conclusões: A infecção por HP é comum
nas crianças, particularmente nas maiores de 5 anos e nos adolescentes, estando relacionada com a presença de
inflamação crônica da mucosa gástrica. (PIBIC).

658
Ciências da Saúde

Sessão 60
Reabilitação

RESULTADOS PRELIMINARES DOS EFEITOS DA TERAPIA MANUAL EM MULHERES


484 COM CERVICALGIA CRÔNICA: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO. Fábio
Franciscatto Stieven, Simone Ladeia Serafim, Rodrigo Laner Blauth, Carla Itatiana Bastos de Brito
(orient.) (IPA).
A cervicalgia crônica é uma condição dolorosa e incapacitante que acomete principalmente mulheres. O objetivo
deste estudo foi verificar a eficácia de técnicas miofasciais (pompage e energia muscular) e articulares (mobilização
e manipulação articular) em mulheres com dor cervical crônica, analisando a amplitude de movimento (ADM) com
um flexímetro, intensidade dolorosa via escala análoga visual (EAV) e a incapacidade através do questionário Índice
de Incapacidade do Pescoço (IIP). As pacientes foram randomizadas através da escala de números aleatórios e
alocadas em um dos dois grupos do trabalho. Até o momento participaram 14 indivíduos do sexo feminino, sete no
grupo de tratamento miofascial (G1) com média de idade 24, 57 anos e sete no grupo articular (G2) com média de
idade 23, 85 anos. O tratamento foi executado em duas sessões semanais, com 40 minutos cada, durante três
semanas. A avaliação foi realizada por um examinador cegado. As pacientes do G1 apresentaram melhora na flexão
cervical de 60, 0º para 66, 5º e no G2 de 47, 14º para 63, 42º; na extensão houve mudança de 64, 00º para 73, 42º no
G1 e de 68, 71º para 66, 57º no G2; na rotação cervical houve mudança de 70, 98º para 81, 35º no G1 e no G2 de 62,
85º para 77, 14º; na inclinação lateral o G1 aumentou de 39, 5º para 46, 57º e o G2 de 38, 21º para 41, 57º. Quanto
aos dados da EAV o G1 apresentou melhora de 4, 92 para 1, 15 cm, o G2 de 4, 11 para 0, 5 cm, em média. Na
avaliação da incapacidade, o G1 obteve melhora de 16, 00 para 7, 0 pontos, e o G2 melhora de 12, 71 para 5, 85
pontos. Os resultados preliminares deste estudo sugerem que ambas formas de tratamento beneficiam de forma
semelhante as ADM’s e contribuem para diminuição da dor e incapacidade. Este ainda estudo terá sua amostra
aumentada e passará por análise estatística.

VARIAÇÕES POSTURAIS E DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO EM PORTADORES DE


485 SÍNDROME DE DOWN ATRAVÉS DA BIOFOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA,
APÓS TRATAMENTO QUIROPRÁTICO, NA REGIÃO SACROILÍACA. Débora Berti, Luis
Costa Cantera (orient.) (FEEVALE).
A Síndrome de Down é uma alteração cromossômica que acarreta a má formação da cadeia de DNA, causando uma
série de anomalias congênitas nos portadores desta síndrome, anomalias estas que podem atingir qualquer parte do
corpo, causando uma compensação corporal constante para que o portador da síndrome mantenha-se em homeostase.
O acometimento da articulação sacroilíaca devido à estas alterações congênitas causa, durante o período de
crescimento do portador da síndrome de Down, uma fixação desta articulação, resultando em compensações
posturais e de amplitude de movimento. O presente trabalho teve, como objetivo, verificar estas variações posturais e
de amplitude de movimento, pré e pós-tratamento quiroprático, através do método de avaliação biofotogrametria
computadorizada. Com os dados obtidos na avaliação pré-tratamento e na reavaliação pós-tratamento e submetidos a
análise gráfica, observou-se que o tratamento quiroprático alterou a postura e a amplitude de movimento nos
portadores de síndrome de Down, o que resultará na não fixação da articulação sacroilíaca, evitando assim futuras
cirurgias para a liberação da mesma, e as compensações posturais e de amplitude de movimento, e que a
biofotogrametria computadorizada foi um método muito eficaz de avaliação para este achado.

EFEITOS DE UM PROTOCOLO DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES COM


486 VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO. Cláudia
Adegas Roese, Fernanda Kusiak da Rosa, Augusto Savi, Alexandre Simões Dias, Mariane Borba
Monteiro (orient.) (IPA).
Introdução: A fisioterapia respiratória (FR) pode alterar a mecânica pulmonar em pacientes que estão em ventilação
mecânica invasiva (VMI), porém não existem resultados consistentes sobre os efeitos das técnicas utilizadas.
Objetivo: Avaliar o efeito de um protocolo de FR sobre a mecânica pulmonar em pacientes que estão em VMI.
Métodos: Ensaio clínico randomizado com pacientes em VMI por no mínimo 48 horas com tubo orotraqueal. Os
indivíduos foram randomizados em dois grupos: grupo intervenção (GI), o qual foi submetido a protocolo de FR, ou
grupo controle (GC), onde foi realizada apenas aspiração endotraqueal. Foram mensuradas as seguintes variáveis:
complacência pulmonar dinâmica (Cdyn), resistência do sistema respiratório (Rsr), volume de ar corrente e volume
minuto; também foram avaliados os parâmetros cardiorespiratórios de freqüência cardíaca, pressão arterial, e
saturação periférica de oxigênio. Todas as variáveis foram avaliadas antes da realização dos protocolos,
imediatamente após, trinta e cento e vinte minutos após sua aplicação. Resultados: A Cdyn aumentou
significativamente nos momentos 30 e 120 minutos no GI em comparação com o momento pré respectivamente (de
54±20 mL/H2O para 59±24 mL/H2O; para 58±23 mL/H2O; p<0, 05). A Rsr reduziu no GI em relação ao momento
inicial no momento 30 minutos (11±3cmH2O/L/seg para 10±2cmH2O/L/seg; p<0, 05). No GC não foram encontradas
alterações significativas na mecânica pulmonar. Na análise intergrupos, a Rsr foi significativamente menor no GI

659
Ciências da Saúde

quando comparada com o GC no momento 30 minutos (10, 7 ± 2cmH2O/L/seg vs 13, 8 ± 5cmH2O/L/seg; p<0, 05),
entretanto no momento pré, já apresentavam diferença estatística entre si. Conclusão: No GI houve melhora nos
valores de Cdyn e Rsr. Essa melhora não foi observada no GC que realizou apenas aspiração endotraqueal.

EFEITOS DE UM PROGRAMA DOMICILIAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA CAPACIDADE


487 FUNCIONAL, NA FORÇA MUSCULAR VENTILATÓRIA E NA QUALIDADE DE VIDA DE
PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA. Valesca da Costa Pontes,
Mariane Borba Monteiro (orient.) (IPA).
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma desordem caracterizada pela obstrução crônica
do fluxo aéreo, geralmente, lenta, progressiva e não totalmente reversível. Seu tratamento tem como principais
objetivos: melhora da dispnéia, da tolerância ao exercício e da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar os efeitos de um
programa exercícios físicos domiciliar na capacidade funcional, na força muscular ventilatória, na função pulmonar e
na qualidade de vida de pacientes com DPOC. Métodos: A amostra foi composta de 18 indivíduos com DPOC, os
quais participaram de um programa de exercícios domiciliar para membros superiores e membros inferiores, durante
8 semanas, realizado na freqüência de 5 dias por semana, durante 30 minutos. As avaliações foram compostas de
entrevista, espirometria, manovacuometria, teste de caminhada de seis minutos (TC6) e questionário de qualidade de
vida. Resultados: A média dos valores da distância caminhada no TC6 antes e após o programa de exercício foi de
483metros (m) e 527m, respectivamente, sendo o aumento estatisticamente significativo (p<0, 001). A força
muscular ventilatória e a função pulmonar não alteraram significativamente. A pontuação total do questionário do
Hospital Saint George na doença respiratória correspondeu à 49, 28% antes e à 44, 06% após o treinamento, do
máximo de pontos possíveis, com significância estatística (p<0, 001). Conclusão: Houve aumento estatisticamente
significativo (p≤0, 05) na capacidade funcional e na qualidade de vida dos indivíduos portadores de DPOC que
realizaram o PE domiciliar. A função pulmonar e a força muscular ventilatória obtiveram mudanças não-
significativas estatisticamente, pós-treinamento. Descritores: DPOC, exercício físico, qualidade de vida, capacidade
funcional.

ABORDAGEM DO TRATAMENTO QUIROPRÁTICO PARA PACIENTES COM SÍNDROME


488 DO DESFILADEIRO TORÁCICO. Diego Piegas Simoni, Nara Isabel Gehlen (orient.) (FEEVALE).
Este trabalho foi desenvolvido na disciplina de Observação Clínica I, cursada no sexto semestre do Curso
de Quiropraxia do Centro Universitário Feevale. Objetiva o tratamento da patologia “Síndrome do Desfiladeiro
Torácico” mediante o uso da quiropraxia. Esse trabalho justifica-se pela contribuição que a quiropraxia pode trazer
para o tratamento da “Síndrome do Desfiladeiro Torácico”. Destaca-se, como metodologia, o estudo de caso, sendo
utilizada a anamnese do paciente bem como verificação de seus sinais vitais, exame físico, análise postural,
verificação dos reflexos profundos, testes ortopédicos da região cervical, torácica e lombar. A paciente investigada
possuía 41 anos, trabalhava como vendedora e apresentava um quadro de dor na região cervical com irradiação para
membro superior direito. Os sintomas apresentados, provavelmente, eram conseqüência de seu trabalho, uma vez que
ficava muitas horas em pé e geralmente carregava peso. Para o tratamento foram utilizadas as técnicas de ajuste dos
protocolos Gonstead e Thompson. Como resultados, podemos observar que houve melhora no quadro de dor da
paciente bem como redução de seus sintomas após o tratamento quiroprático.

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR NA FORÇA MUSCULAR


489 RESPIRATÓRIA E PERIFÉRICA, DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DE CAMINHADA
DE 6 MINUTOS E QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
PNEUMOPATAS CRÔNICOS – RESULTADOS PRELIMINARES. Patrícia Aline Disiuta, Letícia Pinto Krás
Borges, Simone Ladeia Serafim, Michele Frantzeski, Roberta Schlossmacher, Max Willian Rusch, Joyce Silva,
Andréia Passuelo Oliveira, Carine Regina Guimarães Machado, Laís Crisitina Rizzo, Gilberto Bueno Fischer,
Daniele Ruzzante Rech, Janice Luisa Lukrafka (orient.) (IPA).
Crianças e adolescentes com doenças pulmonares crônicas costumam apresentar piora progressiva da função
pulmonar, o que compromete suas atividades e qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de
um programa de Reabilitação Pulmonar na força muscular respiratória, na força muscular periférica, na distância
percorrida no teste de caminhada de 6 minutos e na qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de pneumopatia
crônica. A amostra foi composta por nove pacientes, com idade entre oito e 17 anos, que realizaram avaliação
médica, nutricional e os seguintes testes: Microespirometria, Manovacuometria, Questionário de Qualidade de Vida
(PEDsQL), Teste de uma Repetição Máxima e Teste de Caminhada de 6 Minutos. O programa foi desenvolvido duas
vezes por semana, durante 12 semanas. Cada atendimento foi composto por alongamentos iniciais de membros
superiores e inferiores, treinamento muscular respiratório e periférico, alongamentos finais e higiene brônquica
sempre que necessário. A cada oito sessões, os pacientes eram reavaliados conforme os testes realizados na linha de
base. Todos os participantes apresentaram incrementos na força muscular respiratória (variação média da PImáx =
38, 64% e da PEmáx = 25, 3%), na força muscular periférica (variação média em extensores de joelho = 8, 61 kg; em
flexores de joelho = 6, 22 kg; em extensores de cotovelo = 3, 22 kg e em flexores de cotovelo = 3, 77 kg), bem como
incremento da distância percorrida no Teste de Caminhada de 6 minutos (variação média = 131, 6 m). Quanto ao
PEDsQL, todos os pacientes apresentaram melhora na pontuação na maioria dos domínios avaliados. Os resultados

660
Ciências da Saúde

sugerem que um programa de Reabilitação Pulmonar pode trazer diversos efeitos positivos às crianças e adolescentes
pneumopatas crônicos.

AS LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DA MULHER MASTECTOMIZADA ESTÃO


490 RELACIONADAS COM O ATRASO NA PROCURA DO ATENDIMENTO
FISIOTERAPÊUTICO? Claudiane Pedrina de Oliveira, Cesar Augusto Teixeira, Patricia Steinner
Estivalet (orient.) (FEEVALE).
O câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais freqüente na população feminina, com uma estimativa de
48.930 casos novos para o ano de 2006 no Brasil. O tratamento do câncer de mama, especificamente a mastectomia,
resulta em conseqüências psicológicas e físicas para as mulheres, sendo fundamentalmente necessário a atuação de
uma equipe multidisciplinar. A Fisioterapia desempenha um papel indispensável na melhoria da qualidade de vida do
paciente, através da independência funcional, retorno as atividades de vida diária, prevenção de complicações e do
bem estar físico e emocional do paciente. Sabendo-se da importância da fisioterapia para esta população, foi feito um
estudo que teve por objetivo determinar o tempo que a paciente mastectomizada leva para iniciar o atendimento
fisioterapêutico após a cirurgia, verificando a queixa principal no momento da avaliação fisioterapêutica.
Participaram do estudo 42 mulheres mastectomizadas, avaliadas e atendidas no Projeto Fisioterapia nas Alterações
Dermatofuncionais do Centro Universitário Feevale, entre 14/09/2000 a 28/05/07. Nos resultados da análise
observou-se que o tempo entre a cirurgia e a avaliação fisioterapêutica variou entre 20 dias a 18 anos. Também foi
observado como queixa principal nestas pacientes dor e limitação funcional, subseqüente da dor. O fisioterapeuta
pode intervir, desempenhando um papel importante na prevenção de seqüelas, fazendo parte integrante da equipe
multidisciplinar, diminuindo o risco de complicações no período pós-operatório e integrando-as novamente a
sociedade. Mulheres em pós-operatório de câncer de mama que fazem tratamento fisioterapêutico imediato
recuperam suas funções mais cedo, sentem-se mais seguras e apresentam menos dificuldades no processo de
reabilitação.

INTERVENÇÃO FISIOTERÁPICA EM LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS


491 DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS. Carolina Cortez
Balreira Trindade, Beatriz Corrêa Braga, Cleci Redin Blois (orient.) (UCPEL).
O presente estudo investigou a ocorrência de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) em intérpretes e surdos que
utilizam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em duas instituições de ensino da cidade de Pelotas/RS, e teve
como objetivo geral verificar a importância da atenção fisioterápica aplicada a estes grupos de indivíduos. A
metodologia utilizada apresentou características quantitativas e qualitativas e o estudo foi constituído por uma
amostra de 24 alunos surdos e 8 intérpretes de LIBRAS. Os dados foram coletados através de questionário,
entrevista, escala visual analógica de dor e intervenção fisioterápica. Nos resultados observou-se que 100% dos
intérpretes manifestaram dor, confirmando a relação da atividade ocupacional desenvolvida com aparecimento de
LER e a necessidade de uma atenção fisioterápica. Em relação à população surda não houve relato de dor. Pode-se
concluir que a Fisioterapia tem um importante papel na atenção preventiva e curativa de indivíduos que utilizam
LIBRAS.

A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA CORPORAL NO TRATAMENTO


492 FISIOTERAPÊUTICO EM INDIVÍDUOS ESCOLIÓTICOS ADULTOS. Deisirê Eckert, Cristine
Helena de Mello, Carla Itatiana Bastos de Brito (orient.) (IPA).
Introdução: A escoliose é definida como uma deformidade tridimensional (Ferreira et al, 2001). Está relacionada a
uma modificação da consciência corporal, a qual proporciona a posição correta do corpo em relação ao meio.
Considerando que o tratamento fisioterapêutico baseia-se em estímulos proprioceptivos e que esses, por sua vez,
alteram o estado da musculatura corporal, a reorganização postural se faz fundamental no tratamento da escoliose
(Bass, 2006). Objetivo: Verificar a relevância da consciência corporal após o tratamento fisioterapêutico em
indivíduos escolióticos adultos. Métodos: Estudo do tipo qualitativo, com variáveis quantitativas, sendo a
amostragem de conveniência, realizado no período de agosto de 2006 a abril de 2007 no Centro Universitário
Metodista IPA de Porto Alegre. Foram selecionados seis indivíduos adultos com diagnóstico de escoliose idiopática.
Após a seleção, foram submetidos à avaliação postural, avaliação da consciência corporal, avaliação da satisfação
postural e ao tratamento fisioterapêutico com duração de seis meses. Resultados: De uma forma geral, na escala de
satisfação postural houve melhora da percepção postural. Além disso, houve melhora na conscientização corpórea
visualizada através dos depoimentos dos indivíduos. Considerações Finais: Através desse estudo, percebe-se a
importância da consciência corporal no tratamento fisioterapêutico em indivíduos com escoliose
idiopática.Referências: DANIELSSON, J. A., et al. Radiologic Findings and Curve Progression 22 Years After
Treatment For Adolescent Idiopathic Scolios. Rev. Spine Vol 2, nº5, pg. 516-525;2001. PIRET, S.; BÉZIERS, M. M.
A Coordenação Motora: Aspecto Mecânico da Organização Psicomotora do Homem. 2.ed., São Paulo: Summus,
1992

661
Ciências da Saúde

Sessão 61
Fitoquímica B

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE TRICHILIA


493 CATIGUA, HETEROPTERYS APHRODISIACA E GUAZUMA ULMIFOLIA. Laura Bauermann,
Maria Rosana Ramirez, Ana Lucia Aboy, Amelia Teresinha Henriques (orient.) (UFRGS).
Nesse estudo, foram analisadas três plantas popularmente utilisadas como afrodisíacas, consideradas adaptógenas:
Trichilia catigua A. Juss (Meliaceae) (catuaba), Heteropterys aphrodisiaca O. Mach. (Malpighiaceae) (nó-de-
cachorro) e Guazuma ulmifolia Lam. (Sterculiaceae) (mutamba). O presente trabalho objetivou a avaliar a ação
antioxidante frente ao radical 2, 2’-difenilpicrilhidrazila (DPPH). Para o teste de DPPH foi preparado extrato
hidroalcoólico (40%) a partir das cascas secas de catuaba e mutamba e raízes de nó-de-cachorro e avaliado por
espectrofotometria do UV. A partir do extrato inicial das três amostras, foram preparadas cinco concentrações
variando de 0, 25 a 2 mg/ml para todas. Os resultados obtidos indicam para os extratos de catuaba os valores variam
de 27 mg% a 82 m% e para mutamba os valores obtidos variaram de 2 mg% a 83 mg%, quando comparado com
Trolox. Para o nó-de-cachorro não foi observado efeito antioxidante. Esses resultados indicam que tanto a catuaba
quanto a mutamba apresentaram forte atividade inibidora da formação de radicais livres, justificando sua inclusão no
grupo de plantas consideradas adaptógenas, uma vez que estes estão envolvidos em diversos processos fisiológicos.

AVALIAÇÃO DO TEOR DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM PLANTAS ACLIMATIZADAS


494 DE HYPERICUM POLYANTHEMUM KLOTZSCH EX REICHARDT. Jéssica de Matos Nunes,
Mariana Kliemann Marchioro, Ana Paula Machado Bernardi, Gilsane Lino Von Poser, Sandra Beatriz
Rech (orient.) (UFRGS).
Espécies do gênero Hypericum apresentam como metabólitos secundários majoritários compostos fenólicos, estando
essas substâncias relacionadas a muitas atividades biológicas comprovadas a essas plantas. H. polyanthemum,
espécie nativa do sul do Brasil, vem recebendo destaque devido às propriedades atribuídas a seus extratos e
substâncias isoladas. Este trabalho objetivou quantificar o teor de fenólicos totais em extrato bruto metanólico de
diferentes partes de H. polyanthemum aclimatizada cultivada a campo em progressivos estágios de cultivo ex-vitro.
Plantas micropropagadas foram transferidas para substrato, mantidas em sala climatizada a 25 °C e 50 µmol.m-2.s-1,
durante 30 dias e, posteriormente, transplantadas para terra e cultivadas a campo na Faculdade de Agronomia da
UFGRS. A partir do surgimento dos primeiros botões florais (14 semanas), as plantas foram coletadas
quinzenalmente durante o período de 14 a 24 semanas, sendo divididas em partes vegetativas (ramos e folhas) e
reprodutivas (botões fechados, botões abertos com pétalas amarelas visíveis, flores, flores senescentes e frutos). Após
liofilização e extração do material vegetal, os extratos secos foram ressuspendidos em metanol e analisados pelo
método fotocolorimétrico de Folin-Ciocalteau modificado. A análise de compostos fenólicos demonstrou que, tanto
nas partes vegetativas como nas reprodutivas, a produção destas substâncias atingiu valor máximo em 18 semanas de
cultivo, com teores de 204, 18 ± 15, 47 EQ/g e 142, 10 ± 0, 45 EQ/g, respectivamente, ocorrendo uma diminuição
dos mesmos nas semanas subseqüentes. Em relação às diferentes partes reprodutivas do vegetal, as flores
apresentaram maior acúmulo de substâncias fenólicas (215, 08 ± 2, 70 EQ/g). Conclui-se que a propagação in vitro e
posterior cultivo a campo não alterou a capacidade biossintética da espécie. (Fapergs).

ISOLAMENTO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DE HYPERICUM POLYANTHEMUM E


495 AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE LARVICIDA FRENTE A BOOPHILUS MICROPLUS. Juliana
Schulte Haas, Vera Sardá Ribeiro, Gilsane Lino Von Poser (orient.) (UFRGS).
Hypericum polyanthemum é uma espécie vegetal nativa do Rio Grande do Sul que vem apresentando interessantes
atividades biológicas. Estudos anteriores mostraram a presença de benzopiranos (cromenos), flavonóides e derivado
de floroglucinol. Os benzopiranos isolados desta planta apresentam estrutura semelhante à de outros cromenos com
atividade inseticida e acaricida, podendo ser os responsáveis pela atividade frente a larvas do carrapato Boophilus
microplus, previamente determinada. para o extrato hexânico. Neste trabalho foi avaliada a ação destes compostos,
isoladamente, frente a larvas de B. microplus, verificando-se e que os três produtos testados - 6-isobutiril-5, 7-
dimetóxi-2, 2-dimetil-benzopirano (HP1), 7-hidróxi-6-isobutiril-5-metóxi-2, 2-dimetil-benzopirano (HP2) e 5-
hidróxi-6-isobutiril-7-metóxi-2, 2-dimetil-benzopirano (HP3) - foram ativos. Maior atividade foi determinada para
HP1, que apresentou forte efeito larvicida em todas as doses testadas. No desenvolvimento deste trabalho foram
também obtidos outros compostos da fração hexano. Os dados espectroscópicos preliminares indicam tratar-se de
uma xantona e de uma acetofenona, esta ultima de estrutura inédita.

INVESTIGAÇÃO QUÍMICA DOS ALCALÓIDES DA ESPÉCIE HIPPEASTRUM PAPILIO


496 (RAVENA) VAN SCHEEPEN. Kelly Bueno da Silva, Jean Paulo de Andrade, Amélia T Henriques,
Jose Angelo Silveira Zuanazzi (orient.) (UFRGS).
A família das Amarilidáceas contém alcalóides de grande potencial farmacológico, conhecidos no Brasil como
açucenas. As principais atividades relatadas destes alcalóides são antiviral, antitumoral, antiinflamatória e sobre o

662
Ciências da Saúde

sistema nervoso central. Este trabalho baseia-se na investigação química em alcalóides da espécie H. papilio
(Ravena) Van Scheepen. Foram coletados bulbos, raízes e partes aéreas da espécie que foram submetidas,
separadamente, à extração ácido-base, utilizando os solventes diclorometano (CH2Cl2), n-butanol (N-ButOH) e HCl
como reagente ácido para a obtenção de extratos enriquecidos com alcalóides. A extração ácido-base forneceu as
frações denominadas CH2Cl2A, CH2Cl2B e N-ButOH, com rendimentos de 1, 05%, 4, 49% e 31, 26%
respectivamente para o extrato de bulbos e 2, 30%, 2, 26% e 43, 06% respectivamente para o extrato de partes
aéreas. Além disso, foi realizada a extração ácido-base utilizando H2SO4 como reativo ácido, para comparação dos
perfis alcaloídicos. Após ressuspensão da fração CH2Cl2 B de bulbos houve intensa precipitação e o precipitado foi
separado; o mesmo ocorreu com a mesma fração de raízes. Submeteu-se o sobrenadante da fração CH2Cl2 B de
bulbos à cromatografia em coluna, em sistema gradiente, com os solventes CH2Cl2, MetOH e TFA. Após a análise
das frações por cromatografia em camada delgada obteve-se 2 compostos isolados, que estão sendo submetidos a
identificação por ressonância magnética nuclear .Foi realizada uma segunda coluna cromatográfica, a fim de
aumentar o rendimento das frações e melhorar a resolução cromatográfica. Adicionou-se maior quantidade de extrato
CH2Cl2 B e maior quantidade de sílica, aumentando assim a eficiência da coluna. Obteve-se muitas frações com
perfis semelhantes à primeira coluna, dentre eles, 4 compostos isolados, com características de alcalóides, que estão
sendo submetidos a elucidação estrutural (RMN), assim como os precipitados da fração CH2Cl2 B de bulbos e raízes.

PERFIL FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS


497 EXTRATOS DE SOLIDAGO CHILENSIS. Jacqueline Hastenteufel Dias, Francieli Três Griza,
Giovanni Cignachi, Jenifer Saffi, Alexandre de Barros Falcao Ferraz (orient.) (ULBRA).
No corpo humano ocorrem muitos processos fisiológicos e bioquímicos geradores de radicais livres. A
superprodução destes radicais podem levar ao desenvolvimento de desordens neurodegenerativas, câncer, doenças
cardiovasculares, inflamação crônicas, etc. Uma importante estratégia na busca de novos fármacos é pesquisar
produtos de origem vegetal para prevenir o desenvolvimento de patologias causadas a partir de radicais livres. Na
busca de fontes de antioxidantes naturais, muitas plantas medicinais têm sido estudadas quanto as suas atividades
antioxidante e captadora de radicais. Solidago chilensis Meyen (Asteraceae), conhecida como erva-lanceta, é nativa
do Sul do Brasil, sendo utilizada popularmente como diurética, cicatrizante, analgésica, para tratar inflamações e
distúrbios gastrointestinais. O uso popular e a escassez de estudos biológicos motivaram estudar a atividade
antioxidante desta planta. Extratos brutos (EB), clorofórmicos (EC) e frações butanólicas (FB), foram preparados por
maceração (1/10; m/v), a partir das flores, folhas e raízes, e concentrados em evaporador rotatório. A atividade
antioxidante, foi analisada nas concentrações de 50 a 500 mg/mL pelo ensaio de sobrevivência in vivo com linhagens
de Saccharomyces cerevisiae proficiente e deficientes no sistema de defesa antioxidante (SOD, sod1, sod2 e
sod1sod2). Utilizou-se ANOVA (Teste de Dunett), na análise estatística, sendo considerados significativos os
resultados com P<0, 05. Quanto aos resultados, EB e FB demonstraram efeito antioxidante, sendo que as flores e
folhas de S. chilensis apresentaram maior capacidade antioxidante do que as raízes. A partir dos ensaios
fitoquímicos, verificou-se a presença de cumarinas, saponinas e flavonóides. Com base nos dados obtidos e da
literatura, sugere-se que os flavonóides sejam os prováveis responsáveis pelo efeito antioxidante.

ANÁLISE FITOQUÍMICA DE BACCHARIS USTERII. Gisele Barbon, Simone Quintana de


498 Oliveira, Thais Brizolara Ferreira, Grace Gosmann (orient.) (UFRGS).
Baccharis usterii é uma espécie nativa do sul do Brasil, cujas partes aéreas são utilizadas na medicina
popular como diurético e digestivo. Em trabalhos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa foram
verificadas as atividades antioxidante e antimicrobiana para o extrato n-BuOH desta espécie. Visando o isolamento
de substâncias para posterior caracterização química e determinação das atividades biológicas acima referidas, o
extrato foi inicialmente fracionado em Sephadex LH-20 empregando-se como fase móvel metanol, obtendo-se duas
frações, denominadas fração fenólica e terpênica, respectivamente. Estas frações foram submetidas a processos
distintos de separação cromatográfica, ou seja, cromatografia em coluna com diferentes adsorventes e cromatografia
em camada delgada preparativa. A partir da fração fenólica foram isoladas duas substâncias denominadas BuF1 e
BuF2 posteriormente caracterizadas através de RMN de 1H e 13C, espectroscopia no UV e espectrometria de
massas, como derivados do ácido quínico. Da fração terpênica foi isolada uma substância codificada como BuT1
cuja elucidação estrutural encontra-se em andamento.

663
Ciências da Saúde

Sessão 62
Fundamentos Teóricos e Tecnológicos da Assistência de Enfermagem B

CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM - VALIDAÇÃO DE


499 INDICADORES POR ENFERMEIROS. Deborah Hein Seganfredo, Adele Kuckartz Pergher, Débora
Vianna Eckert, Sofia Louise Santin Barilli, Débora Francisco do Canto, Margarita Ana Rubin
Unicovsky, Miriam de Abreu Almeida (orient.) (UFRGS).
Introdução: Os Sistemas de Classificação consistem em terminologias padronizadas empregadas nas etapas de
diagnóstico, intervenções e resultados do Processo de Enfermagem (PE). O Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HC) utiliza classificação apenas para os diagnósticos de enfermagem, sendo meta estudar a Classificação dos
Resultados de Enfermagem (NOC) para futura implantação. A NOC compreende os resultados que descrevem o
estado, comportamentos, reações e sentimentos do paciente em resposta ao cuidado prestado. Objetivo: Validar, por
enfermeiros peritos, os indicadores dos resultados Autocuidado: Banho, Autocuidado: Higiene, Autocuidado:
Atividades de Vida Diária; Autocuidado: Higiene Oral selecionados da NOC. Método: Trata-se de um estudo de
validação, descritivo e quantitativo, realizado no HC com enfermeiros peritos de unidades de internação que cuidam
de pacientes adultos submetidos à Artroplastia Total de Quadril (ATQ). Para coleta dos dados utilizou-se um
instrumento contendo escalas Likert para cada resultado. Utilizou-se estatística descritiva para análise dos dados. Os
indicadores foram apontados como indicadores principais provisórios, indicadores secundários provisórios e
indicadores descartados. Projeto aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da UFRGS e pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do HC. Resultados: Dos 34 indicadores propostos pela NOC para os quatro Resultados
de Enfermagem pesquisados, 2 (6%) foram considerados indicadores principais provisórios, 22 (65%) indicadores
secundários provisórios e 10 (29%) foram descartados pelos peritos. Considerações Finais: Os indicadores principais
provisórios e secundários provisórios estão sendo utilizados na segunda etapa da pesquisa “Resultados de
Enfermagem no Cuidado Corporal em Pacientes Ortopédicos – Viabilidade da NOC em um hospital universitário”,
na qual está sendo observado o banho de pacientes submetidos à ATQ e monitoradas suas evoluções.

CUIDADOS PRESCRITOS PARA PACIENTES ORTOPÉDICOS ASSOCIADOS À


500 CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NIC: VALIDAÇÃO DO
MAPEAMENTO. Adele Kuckartz Pergher, Débora Francisco do Canto, Sofia Louise Santin Barilli,
Miriam de Abreu Almeida (orient.) (UFRGS).
Na prática profissional da enfermeira a metodologia empregada na organização do conhecimento e do cuidado
denomina-se Processo de Enfermagem. Este é desenvolvido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) em 5
etapas, sendo que a etapa de prescrição de cuidados não segue um sistema de classificação padronizado. A
Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) visa desenvolver uma linguagem uniformizada que possibilite
a articulação com outros sistemas de classificação, como a North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA), já implantada no sistema informatizado no HCPA. Este estudo validou o mapeamento realizado em
projeto anterior, em que foram identificados os Diagnósticos de Enfermagem prevalentes em pacientes ortopédicos–
Déficit no Auto-Cuidado: banho e/ou higiene, Mobilidade Física Prejudicada e Risco para Infecção – e mapeadas as
prescrições de enfermagem relativas a eles, associando-as com as intervenções e atividades da NIC. A validação foi
realizada por enfermeiras peritas segundo a Técnica Delphi, que possibilita obter consenso de grupo acerca de um
fenômeno; os aspectos éticos foram respeitados. Em uma primeira rodada foram enviados 32 instrumentos para
peritas de todo o país; dessas, 26 retornaram o material respondido. Dos 52 cuidados enviados para validação, 31
atingiram o nível de concordância de 70% estabelecido no estudo e 21 foram remapeados e enviados para nova
avaliação. Ao final do estudo, contamos com a participação de 22 peritas. Apenas o cuidado “Orientar paciente”
referente ao DE Déficit no Auto-Cuidado: banho e/ou higiene não atingiu 70% de concordância. Considerou-se o
término do estudo por não haver novas possibilidades de mapeamento. A utilização dessa Classificação no sistema
informatizado do HCPA trará maior respaldo teórico aos cuidados prescritos pelas enfermeiras e favorecerá a
realização de pesquisas, contribuindo com a melhoria da qualidade de ensino e assistência de enfermagem.

VIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM -


501 EXPERIÊNCIA NA COLETA DE DADOS. Débora Vianna Eckert, Deborah Hein Seganfredo,
Débora Francisco do Canto, Adele Kuckartz Pergher, Sofia Louise Santin Barilli, Margarita Ana Rubin
Unicovsky, Miriam de Abreu Almeida (orient.) (UFRGS).
Este trabalho é um relato da segunda etapa da Pesquisa “Resultados de Enfermagem no Cuidado Corporal em
Pacientes Ortopédicos – Viabilidade da Nursing Outcomes Classification em um Hospital Universitário”,
desenvolvida no Hospital de Clínicas de Porto Alegre com pacientes submetidos a Artroplastia Total de Quadril. A
Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC) é direcionada à avaliação da eficácia das intervenções de
enfermagem e possui uma linguagem padronizada para os resultados de enfermagem. A NOC sugere cinco
resultados para o Diagnóstico Déficit no Autocuidado: Banho e/ou Higiene, cada um deles contendo uma lista de

664
Ciências da Saúde

indicadores e uma escala Likert de mensuração. Na primeira etapa foram validados, por enfermeiros peritos, 24
indicadores de quatro resultados escolhidos para os pacientes do estudo. É um relato de experiência sobre a coleta de
dados da segunda etapa do estudo, onde é aplicado um instrumento contendo os indicadores selecionados pelos
peritos na primeira etapa. A coleta é realizada em dois momentos, no primeiro dia de pós-operatório e 48 horas após,
mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Consiste em observar o paciente durante o
banho, a higiene oral, uma refeição e na ambulação, registrando sua evolução em uma escala Likert (1= dependente;
2= não participa; 3= necessita de pessoa auxiliar; 4= independente com mecanismo auxiliar; 5= completamente
independente) para cada um dos indicadores. Dos 21 pacientes cadastros na pesquisa, foram incluídos apenas aqueles
com dois momentos de observação e cujo intervalo foi respeitado. Foram excluídos 7 pacientes por vários motivos:
antecipação do banho ou em turno diverso daquele combinado com a equipe de enfermagem, ter permanecido na
Sala de Recuperação recebendo o 1º banho nesta unidade, entre outros. Conclui-se que as dificuldades encontradas
nesta fase estão principalmente relacionadas com falhas de comunicação ou por necessidades dos pacientes.

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DÉBITO CARDÍACO DIMINUÍDO E VOLUME


502 EXCESSIVO DE LÍQUIDOS: VALIDAÇÃO CLÍNICA EM PACIENTES COM
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA. Nátali Pedroso Rodrigues, Quênia Camille
Martins Barth, Joelza Celesílvia Chisté Linhares, Graziella Badin Aliti, Eneida Rejane Rabelo da Silva (orient.)
(UFRGS).
Introdução: Os diagnósticos de enfermagem (DE) devem estar diretamente ligados as suas características definidoras
(sinais e sintomas), uma vez que a validação clínica de um DE é obtida por meio da anamnese e exame físico do
paciente no ambiente clínico real. Objetivo: Validar clinicamente as características definidoras dos DE Débito
Cardíaco Diminuído e Volume Excessivo de Líquidos em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada
(ICD). Métodos: Estudo transversal contemporâneo de validação clínica dos DE por meio de questionário baseado no
exame físico sistematizado e direcionado a pacientes com ICD, aplicado por duas enfermeiras peritas em cardiologia.
Resultados: Dados preliminares da inclusão de 31 pacientes no período de jan/07 a jun/07 mostraram idade média de
60±14 anos; 53% do sexo masculino; fração de ejeção média de 28%±9, 2; 62, 5% em classe funcional III e 37, 5%
em classe funcional IV, conforme New York Heart Association. De acordo com a taxa de fidedignidade (R) entre as
peritas, as características definidoras para Débito Cardíaco Diminuído foram: fadiga (R=1), dispnéia (R=0, 9),
dispnéia paroxística noturna (R=0, 8), ganho de peso (R=0, 8), som B3 (R=0, 8). Para Volume Excessivo de
Líquidos foram: fadiga (R=1), edema (R=0, 9), ortopnéia (R=0, 9), refluxo hepatojugular (R=0, 9), ganho de peso
(R=0, 8), dispnéia (R=0, 8), congestão pulmonar (R=0, 8). Conclusão: O exame clínico realizado por peritas em
cardiologia mostrou fidedignidade no reconhecimento das características definidoras maiores (R>0, 8) para a
validação dos dois DE que mais caracterizam os pacientes com ICD e nos quais se baseiam as intervenções de
enfermagem. (BIC).

MODIFICANDO O CONTEÚDO DE VITAMINA K DA DIETA PARA OTIMIZAÇÃO DA


503 ANTICOAGULAÇÃO ORAL CRÔNICA: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO. Christiane
Wahast Ávila, Michelli Cristina Silva de Assis, Luis Eduardo Rohde, Eneida Rejane Rabelo da Silva
(orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: A instabilidade da terapia da anticoagulação oral crônica (ATC) tem sido um problema devido ao
risco de hemorragias e trombose. O controle da ATC é realizado pela monitorização do tempo de protrombina e pelo
International Normalized Ratio (TP/INR). As causas da instabilidade da ATC são múltiplas, podendo incluir pobre
adesão, interação com outras drogas e alterações ou inconstâncias dietéticas da vitamina K, uma vez que esta
interage com os derivados cumarínicos. OBJETIVO: Apresentar os resultados preliminares do impacto de
modificações dietéticas de vitamina K sobre os níveis de estabilidade da ATC. MÉTODOS: Ensaio clínico
randomizado. Foram incluídos pacientes (pctes) do ambulatório de ATC com INR fora do nível terapêutico. Os pctes
alocados para o grupo intervenção receberam orientações para diminuir pela metade (se INR “baixo”) ou duplicar (se
INR “alto”) a ingesta de vitamina K na dieta. Os pctes alocados para o grupo controle receberam orientações para
diminuir ou aumentar a dose do anticoagulante conforme protocolo. A estabilidade da ATC foi considerada pelo
percentual dos valores de INR no nível terapêutico durante os 3 meses de seguimento. RESULTADOS: Foram
incluídos preliminarmente 114 pctes, 57 no grupo controle e 57 no grupo intervenção, a idade média foi 56, 7±13
anos, 60 (52, 6%) masculinos, 40 (35, 1%) utilizavam ATC por fibrilação atrial crônica. O percentual de estabilidade
da ATC para os pctes do grupo intervenção foi de 53, 7%± 28, 5% e 49, 1%±28, 8% para o grupo controle (P=0, 39).
CONCLUSÃO: Dados preliminares demonstram que não houve diferença na estabilidade da ATC entre os pctes que
receberam orientação para modificar a ingesta de vitamina K e os pctes que tiveram a dose do anticoagulante
modificada.

RECONHECIMENTO DOS SINAIS E SINTOMAS DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA


504 E O TEMPO DE PROCURA POR ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA. Raquel Lutkmeier, Catia
Simone Teixeira, Carisi Anne Polanczyk, Eneida Rejane Rabelo da Silva (orient.) (UFRGS).
Introdução: Nos EUA, a cada ano, 4, 6 milhões de pacientes procuram os serviços de emergência com sintomas de
Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Muitos tratamentos para SCA são tempo-dependente e iniciados precocemente

665
Ciências da Saúde

reduzem mais eficientemente as taxas de morbi-mortalidade. Objetivos: Descrever o intervalo de tempo entre o início
dos sinais e dos sintomas de SCA e a procura por atendimento médico.Métodos: Estudo transversal para avaliar o
intervalo de tempo entre o início dos sinais e dos sintomas de SCA e a procura por atendimento médico. Incluem-se
pacientes ≥ 18 anos e com diagnóstico de SCA. Resultados e Conclusões: De janeiro 2006 a março 2007 incluiu-se
77 pacientes, com idade 64 (± 12) anos, 54, 5% do sexo masculino. Destes, 58, 4% reconheceram os sinais e
sintomas como sendo um evento cardíaco. O tempo para a tomada de decisão em buscar auxílio médico foi de 40
(10-240) minutos e o tempo de apresentação a um serviço de emergência foi de 150 (60 – 375) minutos. Os
indivíduos que se deslocaram por meio de carro decidiram procurar auxílio e também chegaram mais cedo quando
comparados aos que se deslocaram por meio de ambulância ou outros meios. Os que moram sozinhos decidiram
buscar auxílio mais rápido, porém demoraram mais para chegar a um serviço de emergência. Os que têm renda maior
que 3 salários mínimos demoraram mais para procurar ajuda, porém chegaram mais rápido. Correlacionando a idade
e o tempo de decisão em buscar ajuda, os idosos tendem a demorar mais. Os dados apresentados referentes a 50% da
amostra não permitem uma conclusão definitiva. Com estes resultados provavelmente, poderemos desenvolver e
implementar estratégias para ajudar os pacientes a reconhecerem os sinais e sintomas de um evento cardíaco e
diminuir a demora na procura de ajuda médica.

REGISTROS DE ENFERMAGEM EM SAÚDE OCUPACIONAL: ELEMENTOS DO CUIDADO


505 AMBULATORIAL. Vanessa Menezes Catalan, Carla Patrícia Almeida de Oliveira Stüker, Denise
Tolfo Silveira (orient.) (UFRGS).
Os sistemas de informação são instrumentos usados para processar os dados e produzir a informação. Sendo o
cuidado, o foco de atenção da enfermagem, seus profissionais são responsáveis pela produção e gerenciamento de
informações que influenciam direta e indiretamente a qualidade e o resultado dos serviços prestados. Assim, o
presente trabalho tem como objetivo identificar os elementos do cuidado de enfermagem presentes na consulta de
enfermagem em saúde ocupacional do ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Trata-se de um
estudo descritivo retrospectivo com dados ainda parciais que foram categorizados e tratados pelo Excel e SPSS para
análise descritiva (freqüência e percentuais). No estudo foram selecionados 106 prontuários, nos quais foram
identificados 777 registros de enfermagem. Os dados mais freqüentes dos elementos da saúde ocupacional, foram
“situação atual do trabalho” (25, 2%), “tipo de atividade atual” (20, 8%), “sintomas da doença atual” (86, 5%) e
“tratamento atual” (63, 3%). Os elementos de diagnóstico de enfermagem estavam presentes em 92, 3%. Dentre as
intervenções de enfermagem, foram encontrados dados de “orientações para a melhoria da informação sobre o
processo da doença ou dano e para o autocuidado” (95, 4%), dados de “orientações sobre educação em saúde” –
alimentares (56, 6%) e atividade física (35, 7%) – dados de “orientações sobre o atendimento às medidas de
promoção, proteção e reabilitação ocupacional” (35, 5%). Os dados parciais apresentados permitem considerar que a
falta de dados específicos na enfermagem e a falha no registro da documentação de enfermagem nos achados deste
estudo podem estar relacionadas à falha dos profissionais em acordar um conjunto de dados claro, definido, validado,
confiável e padronizado para inclusão.

Sessão 63
Cardiologia D

ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO DOS RECEPTORES BETA 1-ADRENÉRGICOS


506 E A RESPOSTA CARDIORRESPIRATÓRIA AO EXERCÍCIO EM PACIENTES COM
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA. Osmar Mazetti Junior, Carine Cristina Callegaro,
Daniel Umpierre, Ana Paula Corrêa, Lucas Marini, Andréia Biolo, Luis Eduardo Paim Rohde, Nadine Clausell,
Ricardo Stein, Sheila Piccoli Garcia, Jorge Pinto Ribeiro (orient.) (UFRGS).
Introdução. O polimorfismo do códon 389 (Arg389Gly) pode modificar a função do receptor beta1-adrenérgico. O
genótipo que codifica a Arginina (Arg 389) associa-se a ganho de função do receptor.Nossa hipótese é que pacientes
com genótipo Arg389 apresentam maior performance cardiorrespiratória, resposta vasodilatadora ao exercício e
menor ativação ergorreflexa. Objetivos. Determinar a influência do polimorfismo do códon 389 na resposta
cardiorrespiratória e ergorreflexa ao exercício.Métodos. Participaram do estudo 24 indivíduos com Insuficiência
Cardíaca. A performance cardiorrespiratória foi determinada por teste cardiopulmonar, resposta vasodiladora ao
exercício pelo fluxo sangüíneo do antebraço (FSA) contra-lateral ao exercitado isometricamente por 3 min, resposta
ergorreflexa pela variação do FSA contra-lateral ao submetido a 2 min de isquemia, após exercício isométrico. A
amostra será de 247 pacientes para detectar, entre os genótipos, como significativas (p<0, 05) diferenças no consumo
de oxigênio de pico (VO2pico) de 3, 2 ml.kg.O2.min e poder estatístico de 90%.Resultados. Pacientes com genótipo
Arg389 (n=16, 56±3 anos) não diferem dos Gly389 (n= 8, 59±8 anos) quanto ao VO2 pico (Arg389=19, 9±1; Gly389
=20, 5±2, p=0, 3). Entretanto, pacientes com genótipo Arg389 apresentam maior resposta vasodilatadora ao exercício
que pacientes Gly38. A atividade ergorreflexa é semelhante entre os genótipos. Não houve correlação entre o VO2 pico
e a atividade ergorreflexa.Conclusão. Aparentemente pacientes com genótipo Arg389 apresentam maior resposta
vasodilatadora ao exercício. A performance cardiorrespiratória e atividade ergorreflexa não são influenciadas pelo

666
Ciências da Saúde

polimorfismo do códon 389. Os dados somente poderão ser considerados conclusivos quando a amostra for
ampliada.

EFETIVIDADE DA PRESCRIÇÃO MÉDICA DE TERAPIA NÃO-FARMACOLÓGICA SOBRE


507 O PERFIL LIPÍDICO. Claudia Franzoi Fam, Luciano Folador, Juliana Trindade Amaral, Ana Paula
Gomes, Paula Borges de Lima, Andry Fiterman Costa, Paulo Dornelles Picon (orient.) (UFRGS).
Está demonstrado o papel da terapia nutricional na prevenção e no tratamento das dislipidemias. Redução na ingestão
de colesterol, ácidos graxos trans, adequação do consumo de carboidratos e aumento da quantidade de fibras são
medidas recomendadas. A prática de exercícios físicos constitui medida auxiliar para controle das dislipidemias pois
promove redução dos níveis plasmáticos de TG, aumento dos níveis de HDL-C. Objetivo: Analisar o impacto da
indicação médica dessas medidas sobre o perfil lipídico de pacientes hiperlipidêmicos. Materiais e métodos:
Pacientes encaminhados ao Centro de Dislipidemia e Alto Risco do Serviço de Medicina Interna do HCPA – Centro
de Referência da SES-RS, entre dezembro de 2004 e 01 de julho de 2007, foram submetidos a uma avaliação inicial
do perfil lipídico. Após estratificação de risco, os pacientes foram orientados pelos médicos sobre medidas não-
farmacológicas de dieta, exercício físico e redução de peso para controle da dislipidemia. Nova consulta e exames
laboratoriais foram realizados após 3 meses para avaliar as mudanças nos lipídeos. Nesta análise, pacientes que já
estivessem sob tratamento medicamentos para controle da dislipidemia foram excluídos. Resultados: Dos 271
pacientes acompanhados no ambulatório, 160 não estavam em uso de terapia farmacológica na primeira consulta e
foi-lhes prescrita terapia não-farmacológica. A idade média foi de 59 anos e, em sua maioria, mulheres brancas.
Ocorreu uma redução no colesterol total (232, 2 + 62, 9 x 220, 7 + 63, 5, P = 0, 007), LDL (129, 8 + 47, 2 x 120, 8 +
44, 6, P = 0, 003) e não-HDL (181, 7 + 57, 9 x 162 + 83, 2, P = 0, 029). Não foi observada redução estatisticamente
significativa nos triglicerídeos (287 + 522 x 274 + 526, P = 0, 33). Conclusão: A prescrição de medidas não-
farmacológicas de maneira isolada apresenta efeito hipolipemiante significativo, embora de pequena magnitude.

COMPORTAMENTODO FLUXO VENOSO PULMONAR DURANTE O CICLO


508 RESPIRATÓRIO FETAL. Marina Resener de Morais, Paulo Zielinsky (orient.) (UFRGS).
Introdução: Os movimentos respiratórios fetais têm influência na circulação fetal. Sua presença indica
um sistema nervoso intacto, refletindo o bem-estar fetal. Períodos prolongados de apnéia estão associados com
retardo do crescimento intra-uterino e índices de Apgar menores. Objetivo: Avaliar o índice de pulsatilidade da Veia
Pulmonar (IPVP) em fetos na presença de movimentos respiratórios fetais (MRFs) e em períodos de apnéia.
Métodos: Foram examinados 22 fetos de forma seqüencial e não intencional, na presença de MRFs . O grupo
controle era composto dos mesmos pacientes examinados em apnéia fetal. Foi avaliado o fluxo na veia Pulmonar nas
fases sistólica, diastólica e pré-sistólica e o IPVP. Foram consideradas as medidas realizadas em apnéia fetal e na
presença de MRFs, após cinco ciclos, correspondentes à média de 3 aferições. Os dados foram comparados pelo teste
“t” bicaudal de Student para amostras independentes, com nível de significância de 0, 05. Resultados: Os 22 fetos
avaliados apresentaram idade gestacional média de 28, 9 ± 2, 9 semanas. Na avaliação realizada nos fetos em apnéia
as médias das velocidades sistólica, diastólica e pré-sistólica foram, respectivamente, de 0, 35 ± 0, 08 m/s; 0, 26 ± 0,
07 m/s; 0, 09 ± 0, 03 m/s. Na avaliação realizada na presença de MRFs as velocidades sistólica, diastólica e pré-
sistólica foram, respectivamente, de 0, 33 ± 0, 1 m/s; 0, 28 ± 0, 08 m/s; 0, 11 ± 0, 04 m/s. O IPVP médio, nos fetos
em apnéia, foi de 1, 25 ± 0, 23, e na presença de MRFs foi de 0, 97 ± 0, 2. Observou-se diferença estatística
significativa entre as médias da onda pré-sistólica, em apnéia e na presença de MRFs, com p = 0, 012; e no IPVP,
com p ≤ 0, 0001. Conclusão: Foi demonstrado aumento da complacência ventricular durante a presença de MRFs,
com IPVP menores.

PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS DO SONO E ASSOCIAÇÃO COM HIPERTENSÃO


509 ARTERIAL SISTÊMICA EM AMOSTRA REPRESENTATIVA DA POPULAÇÃO ADULTA DE
PORTO ALEGRE. Juliana Santos Varela, Sandra C Fuchs, Paula Stoll, Miguel Gus, Flavio D Fuchs,
Leila Beltrami Moreira (orient.) (UFRGS).
Apenas 5% dos casos de hipertensão arterial (HAS) têm causa identificada. Uma delas é SAHOS (Síndrome apnéias-
hipopnéias obstrutivas do sono), caracterizada por episódios recorrentes de parada do fluxo respiratório durante o
sono. Objetivos: Descrever a prevalência de distúrbios do sono na população adulta de Porto Alegre e avaliar sua
associação com HAS. Métodos: Estudo transversal, com amostra aleatória por conglomerados de adultos de Porto
Alegre entrevistados nos domicílios, incluindo aplicação do questionário Berlin para identificação de distúrbios do
sono. Realizaram-se 4 aferições de pressão arterial utilizando equipamento automático validado (OMRON CP-705).
Definiu-se hipertensão por valores ≥140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos. Resultados: Avaliaram-se 1718
participantes, de 18 a 90 anos (48, 6 ± 19, 2), 40, 3 % homens, índice de massa corporal (IMC) 26, 6 ± 5, 3 kg/m2 e
com 9 ± 4, 8 anos de escolaridade. Ronco foi referido por 59, 9% dos entrevistados, sendo mais prevalente entre
homens (67, 7% vs 58, 9% p< 0, 001). A prevalência de HAS entre os participantes com história de ronco foi de 44,
9% e de 30, 5% entre os que afirmaram não roncar (p<0, 001). Em todas as faixas etárias, ronco foi mais freqüente
entre homens (p<0, 001). Houve associação positiva com a idade e com IMC (p<0, 001).Conclusão: A prevalência
de história de ronco na população adulta de Porto Alegre é alta e está associada com HAS. Ronco foi mais freqüente
entre os homens e aumentou com a idade e IMC. (PIBIC).

667
Ciências da Saúde

AVALIAÇÃO TEMPORAL DA FUNÇÃO CARDÍACA 48 HORAS, 7 E 28 DIAS PÓS-INFARTO


510 AGUDO EXPERIMENTAL EM RATOS. Rafael Darol Dall’Alba, Andréia Cristiane Taffarel,
Gabriela Nicolaidis, Angela Maria Vicente Tavares, Luis Eduardo Rohde, Nadine Oliveira Clausell
(orient.) (UFRGS).
INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio (IAM) pode levar à disfunção ventricular e conseqüente insuficiência
cardíaca (IC). Contudo, a curva temporal das alterações funcionais que ocorrem com a progressão da doença, ainda
podem ser mais bem exploradas. OBJETIVO: Definir a curva temporal da função ventricular através da análise da
fração de ejeção (FE) em um modelo experimental de IAM, em ratos Wistar. MATERIAL E MÉTODOS: Foram
utilizados animais com 60 dias de vida (n = 10/grupo) divididos em 6 grupos: Controles Sham (CS) 48h, 7 e 28 dias
(S-48h, S-7d, S-28d); IAM 48h, 7 e 28 dias (IAM-48h, IAM-7d, IAM-28d). A técnica de indução do infarto consistiu
de oclusão da artéria coronária descendente anterior com tórax aberto e ventilação mecânica. Foram realizadas
avaliações ecocardiográficas: basal (C1), e após 48h, 7 e 28 dias (C2). Os resultados são expressos através de
média±DPM e comparados por ANOVA e teste t de Student, para um p<0, 05. RESULTADOS: Houve redução da
FE no grupo IAM-48h (C1: 69, 31±6, 23% vs C2: 59, 56±6, 25%) (p<0, 001). Nos grupos IAM-7d (C1: 79, 4±2% e
C2: 41, 4% ± 14%) (p<0, 001) e IAM 28d (C1: 70±2, 9% e C2: 47, 21±9, 2%) observou-se perfil similar. A FE
também foi menor comparando-se o grupo IAM-48h (C2: 59, 6±6, 2%) vs S-48h (C2: 71, 01±2, 64%) (p<0, 0001).
Essa queda se mostrou mais acentuada entre os grupos S-7d (C2: 74, 8% ± 7, 3) e IAM-7d (C2: 41, 4% ± 14). De
forma semelhante houve queda no grupo IAM-28d (C2:47, 2% ± 9, 2) vs S-28d (C2:76, 1% ± 6, 8). CONCLUSÃO:
Os dados mostram que a FE observada nesta janela temporal, embora com uma discreta queda precoce em 48h, se
estabiliza aos 7 dias permanecendo idêntica àquela encontrada aos 28 dias, quando a IC já está estabelecida. (PIBIC).

ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXTENSÃO DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA CORONARIANA


511 E APNÉIAS DO SONO. Natan Katz, Felipe Costa Fuchs, Paulo Peroni Pellin, Karina Biavatti, Sandra
Costa Fuchs, Marco Wainstein, Denis Martinez, Jorge Pinto Ribeiro, Flavio Danni Fuchs (orient.)
(UFRGS).
Introdução: A síndrome de apnéia-hipopnéia obstrutiva do sono (SAHOS) caracteriza-se por obstrução repetitiva da
via aérea superior, geralmente resultando em queda da saturação e despertar. Está presente em torno de 1 a 10 % da
população. Apesar de achados clínicos como ronco e hipertensão arterial, ou mesmo resultados laboratoriais, como
estado de hipercoagulabilidade, já estarem estabelecidos como fatores de risco para doença aterosclerótica, inexistem
estudos epidemiológicos investigando a relação entre SAHOS e desfechos primordiais de aterosclerose. Materiais e
Métodos: Estudo de casos e controles incluindo pacientes com idade entre 35 anos e 60 anos, com suspeita de doença
arterial coronariana e indicação, pelo médico assistente, de realização de cineangiocoronariografia está em fase de
coleta de dados. Pacientes que chegam à unidade de Hemodinâmica, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, são
convidados a participar do estudo e, aceitando, assinam consentimento escrito. Casos (angiografia coronária com
lesões significativas) e controles (exame sem lesões significativas) respondem a um questionário padronizado, é feita
avaliação antropométrica e solicitada polissonografia para detectar apnéia/hipopnéia. Análise estatística e cálculo do
tamanho da amostra: Estima-se que cerca de 30% dos pacientes submetidos à cinecoronariografia apresentem
coronárias livres de obstruções focais significativas e índice de apnéia-hipopenéia (IAH) superior a 10
episódios/hora, e que o IAH seja 20 a 30% maior nos pacientes com pelo menos uma estenose acima de 50%
(angiografia coronária com lesão significativa). Estima-se que amostra mínima, de 28 controles e 40 casos, permita
obter correlação de 0, 34. Esta correlação foi observada entre pressão arterial sistólica e IAH em estudo realizado em
nosso serviço. Resultados: Até o momento foram incluídos 34 pacientes e o estudo terminará em 12/2008. (BIC).

FLUXO PELO ISTMO AÓRTICO NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO VENTRICULAR


512 DIÁSTÓLICA EM FETOS DE MÃES DIABÉTICAS. Luciano Pereira Bender, Laura Hagemann,
Renato Frajndlich, Luiz Henrique Nicoloso, Dirlene Melo, João Luiz Manica, Antônio Piccoli Junior,
Júlia Silva, André Busato, Marina Resener, Paulo Zielinsky (orient.) (FUC).
Introdução: O istmo aórtico (IA) é responsável pelo direcionamento do fluxo para a artéria cefálica e demais artérias
que irrigam as partes superiores do organismo e para a aorta descendente e a circulação umbilical durante a vida
fetal. Pode-se observar fluxo anterógrado sistólico e diastólico através do IA. Em situações de insuficiência
placentária, pode haver um fluxo diastólico reverso, com conseqüente redução do fluxo pelo IA e com débito do VD
aumentado. Estudos prévios deste grupo com fetos de mães diabéticas observaram alterações em parâmetros de
função diastólica relacionadas à diminuição da complacência do VE decorrente de hipertrofia miocárdica septal. Essa
alteração permite inferir que o fluxo pelo IA pode apresentar-se alterado. Objetivo: testar a hipótese de que o índice
de fluxo ístmico (IFI) é menor em fetos de mães diabéticas do que em fetos controles de mães normais. Materiais e
Métodos: Foram avaliados 56 fetos de mães diabéticas (grupo I) e 45 fetos controles (grupo II) submetidos à
ecocardiografia. O IFI foi obtido por Doppler pulsado e calculado (VTIs+VTId/VTIs). As médias dos grupos foram
comparadas pelo teste de Mann-Whitney, com alfa crítico de 0, 05. Resultados: A idade gestacional média foi de 31,
62±3, 23 semanas no grupo I e 29, 09±3, 30 semanas no grupo II (p=0, 000). Houve diferença significativa entre os
grupos na média do IFI (1, 19±0, 87 e 1, 27±0, 75, p=0, 000) e na VTId (0, 018±0, 009 e 0, 025±0, 007, p=0, 000).
Ajustando-se os grupos para IG, as diferenças permaneceram com a mesma significância. Conclusão: O IFI é

668
Ciências da Saúde

significativamente menor em fetos do grupo I. A diminuição da complacência do VE devido à hipertrofia miocárdica


poderia ser responsável pelo aumento da impedância ao fluxo que se dirige ao IA, com conseqüente diminuição do
seu índice.

VALOR PREDITIVO DA HIPOTENSÃO POSTURAL NO TESTE DE INCLINAÇÃO. Luis


513 Felipe Silva Smidt, Marina Resener de Morais, Juarez Neuhaus Barbisan (orient.) (UFRGS).
Base teórica: Existe uma fraca correlação entre variáveis clínicas de pacientes com síncope e o resultado
do Teste de Inclinação ( TI ). Hipotensão Postural ( HP ) é uma das causas frequentes de síncope que pode ter um
valor preditivo no resultado do TI. Delineamento: Estudo transversal. Objetivo: Estabelecer o valor preditivo da HP
no resultado positivo do TI. Material e métodos: Pacientes sob investigação de síncope de etiologia indeterminada
submetidos de forma consecutiva ao TI, no período 2/10/2001 e 27/12/2006, foram avaliados em relação ao resultado
do teste e presença de HP. Foi considerado HP uma diminuição da Pressão Sangüínea Sistólica ( PSS ) em 20 mmHg
ou da Pressão Sangüínea Diastólica ( PSD ) em 10 mmHg com 3 minutos de posição ortostática. O protocolo do
exame consistiu de uma fase passiva seguida de uma provocativa com isoproterenol. Resultados: De 722 pacientes
que realizaram o TI, 417(58%) eram do sexo feminino, com idade média de 43±22 anos. Desses, 309 (43%)
positivaram o teste. Dos 80 (11, 1%) pacientes que apresentavam HP, 60 (75%) positivaram o TI contra 249 (39%)
dos que não apresentavam HP (P< 0, 001). Entre as mulheres, 199 (48%) positivaram contra 106 (35%) dos homens
(P= 0, 001). A idade foi estratificada em quartis (2-22, 23-42, 43-62, 63-90). Houve maior chance dos 2 primeiros
quartis (P=0, 001 e P<0, 05), terem resultado positivo, em relação ao último (OR 2;IC 95% 1, 3 a 3, 2 e OR 1, 74;IC
95% 1, 1 a 2, 7). Quando realizada a análise multivariada por regressão logística, a HP (OR: 6; IC 95%: 3, 5 a 10, 5)
e o sexo feminino (OR:1, 8; IC 95%: 1, 3 a 2, 5) mantiveram-se predizendo o resultado positivo no TI ( p<0, 01 ).
Conclusão: A HP tem forte correlação com o resultado positivo do TI. O sexo feminino e a idade em favor dos mais
jovens também influem na positividade. (CNPq).

CARACTERÍSTICAS PREDISPONENTES À DOENÇA CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS


514 E ADOLESCENTES DE UMA POPULAÇÃO CARENTE. Carine Lampert, Bianca Stoll, Rochele
Quadros, Alex Araújo, Marcello Mascarenhas (orient.) (IPA).
Introdução: A literatura evidencia forte correlação entre a presença e extensão de doença cardiovascular (DCV) e de
seus fatores de risco no estágio inicial da vida, acometendo principalmente populações de baixa renda. O principal
fator de risco que acomete crianças e adolescentes é a obesidade, que quando adquirida na infância tende a persistir
na idade adulta e na maioria das vezes é acompanhada de hipercolesterolemia. Objetivo: Avaliar a correlação entre
perfil lipídico, parâmetros antropométricos, e condições socioeconômicas de crianças e adolescentes. Materiais e
Métodos: Os voluntários (n=200) da faixa etária de 6 a 16 anos são participantes do bairro Restinga/PoA, sendo
submetidos à punção periférica, investigação de estilo de vida, condição socioeconômica e verificação de dados
antropométricos. Analisaram-se os níveis de colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), LDL-colesterol (LDL-c) e
HDL-colesterol (HDL-c). A correlação de Spearman foi utilizada para verificar associações entre as variáveis
biológicas, dados antropométricos e condição socioeconômica. Resultados: Houve moderada correlação entre IMC e
CT (r =0, 50; p<0, 05), TG e HDL-c (r=0, 42; p<0, 05) e forte correlação entre CT e LDL-c (r=0, 90; p<0, 01). Os
resultados demonstraram 35% dos indivíduos com sobrepeso e 81% com renda familiar inferior a um salário
mínimo. Conclusão: As crianças carentes apresentaram sobrepeso e correlação com níveis lipídicos acima dos
recomendados para a faixa etária. Portanto, é de suma importância a promoção de programas de prevenção primária
precocemente, principalmente em populações carentes às quais o acesso à assistência à saúde é escasso, a fim de
evitar a exposição a fatores de risco de DCV e auxiliar na redução dos custos com saúde pelo Sistema Único de
Saúde.

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DEPRESSÃO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA


515 CARDÍACA ATENDIDOS EM NÍVEL AMBULATORIAL NO HSL-PUCRS. Liana Franciscatto,
Luiz Carlos Bodanese (orient.) (PUCRS).
Introdução: Depressão é comumente mal reconhecida em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), podendo piorar
o prognóstico da doença de base e um maior dispêndio de recursos financeiros. Objetivo: Reconhecer o perfil
epidemiológico de depressão nos pacientes atendidos por ICC nos ambulatórios de IC e de Medicina Interna do
HSL-PUCRS. Método: Análise transversal de uma população de pacientes adultos com diagnostico clínico de IC
pelos critérios de Framingham acompanhados no ambulatório de IC e de Medicina Interna do HSL-PUCRS. O
rastreamento de depressão consistiu do preenchimento de questionários padronizados: o Inventário de Depressão de
Beck (IDB) e o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSGG). Avaliaram-se características demográficas,
comorbidades, quadro clínico e funcional cardiológico e uso de medicações. Teste exato de Fisher e qui-quadrado
foram utilizados para a análise das variáveis. Resultados: Foram estudados 47 pacientes de outubro/2006 a
abril/2007; destes a prevalência de depressão foi de 25, 5%. Houve diferença entre os grupos com depressão maior
(DM) e isentos de depressão (ID) para as seguintes variáveis: sexo feminino (DM: 66, 6%; ID: 31, 4%; p=0, 04),
classe funcional ICC/NYHA (classe I DM: 0% e ID: 29, 4%; II DM: 25% e ID: 52, 9%; III DM: 66, 7% e 17, 6%; IV
DM: 8, 3% e ID: 0%; X2=14, 882, p=0, 002), taxa de internação últimos 6 meses (DM: 50%, ID:11, 4%; p=0, 01),
diabetes mellitus (DM: 41, 7%; ID: 11, 4%; p=0, 035), nitratos (DM: 33, 3%; ID:5, 7%; p=0, 030), antidepressivos

669
Ciências da Saúde

seletivos recaptação serotonina (DM: 33, 3%; ID: 0%; p=0, 003). Conclusão: Há uma maior prevalência de
depressão maior entre os pacientes do sexo feminino e portadores de diabetes mellitus. Os pacientes com depressão
têm uma maior taxa de internação hospitalar nos 6 meses prévios à entrevista, além de uma classe funcional de IC
mais elevada.

Sessão 64
Saúde da Comunidade e Medicina do Trabalho C

USO DE ÁLCOOL E VIOLÊNCIA DOMICILIAR: UM ESTUDO NO RIO GRANDE DO SUL.


516 Xênia Maria Tamborena Barros, Maristela Ferigolo, Taís de Campos Moreira, Helena Maria
Tanhauser Barros (orient.) (FFFCMPA).
No Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas participa consideravelmente dos cenários e situações de violência
domiciliar. O presente estudo é parte do II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil,
organizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) (2005), sendo analisados
dados do Rio Grande do Sul (RS). Objetiva-se relacionar a violência domiciliar ao uso de álcool. Foi utilizado um
delineamento transversal. A população alvo incluiu moradores sorteados com idade entre 12 e 65 anos. A
amostragem selecionada foi a de conglomerado de 3 estágios, foi estipulada a realização de 24 entrevistas para cada
setor censitário. Este constitui a menor unidade para a qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
fornece informações socioeconômicas. O sorteio dos entrevistados foi através da técnica de Kish (1967). O
questionário utilizado foi do SAMHSA (Substance Abuse and Mental Health Services Administration). Foram
realizadas 454(100%) entrevistas em municípios com mais de 200 mil habitantes no RS. Destes, 402(89%) fizeram
uso na vida de álcool, 175(39%) relataram alteração no comportamento em função do uso de álcool. Referente aos
atos violentos ocorridos no domicílio sob o efeito do álcool, evidencia-se, violência psicológica 78(45%), física
30(17%) e sexual 1(0, 5%). Especialistas concordam que drogas e álcool freqüentemente têm papel importante nas
atividades violentas, mas seu papel específico não está claro. Em função disso é de extrema importância conhecer os
problemas e as populações afetadas, com fins de auxiliar na criação de novas e eficazes intervenções para melhorar a
saúde da população do RS.

POLITICAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA ÁREA DA AIDS E SEU IMPACTO


517 NAS PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES DE SEXUALIDADE DE ADOLESCENTES: OS
CASOS DE BRASIL E MOÇAMBIQUE. Patricia Maria Barros Thomas, Marcos Renato Benedetti,
Fernando Sffener, Ricardo Kuchenbecker, Emídio Vieira Salomone Gune, Sandra Manuel, Daniela Riva Knauth
(orient.) (UFRGS).
Em 20 anos o HIV/SIDA tornou-se uma pandemia responsável por bilhões de óbitos. Em 2006 cerca de 39, 4
milhões de pessoas vivem com o vírus e 63% deste total encontra-se na África Subsaariana. Estes números, somados
a historia política dos países africanos, explicam o grande influxo de organizações internacionais desenvolvendo
trabalhos de cooperação especialmente em prevenção e assistência ao SIDA. Moçambique é um exemplo: após sua
independência em 1975 e 16 anos de guerra civil subseqüentes, vivencia hoje grande aporte de ajuda estrangeira a
fim de promover o desenvolvimento do país. Contabiliza-se 109 mil novos casos de HIV por ano, 60% constituído
por jovens entre 15 e 24 anos de idade, motivo que orienta o foco dos programas de cooperação na prevenção do
HIV entre jovens. Somada à baixa participação da sociedade civil, fruto inerente de sua historia, a resposta do país à
epidemia atrelou-se ao capital internacional, cujos programas em geral partem de premissas universais e
desconsideram aspectos locais de cultura e socioeconômicos. Diferentemente, a resposta brasileira à epidemia aliou-
se à construção do SUS, processo iniciado com a redemocratização da sociedade; promovendo controle social, a fez
exercer poder decisório na gestão dos recursos. Em cooperação horizontal Brasil e Moçambique trocam experiências:
moçambicanos conhecem estratégias brasileiras de participação e controle social enquanto brasileiros estudam a
relação entre organizações internacionais e sociedade moçambicana. Através da etnografia, em entrevistas e
observação participante, pretendeu-se compreender estas relações, seus determinantes, em termos de concepções de
saúde e sexualidade, na construção de políticas de prevenção ao HIV/SIDA entre jovens. Analise dos dados está em
andamento.

PERFIL DOS USUÁRIOS DO RESTAURANTE COMUNITÁRIO DE CAXIAS DO SUL.


518 Zulmara Aparecida Moura Reisdorfer, Zulmara Reisdorfer, Aline Guerra, Clarice Cardoso da Costa,
Ana Luiza Alves, Cristina Fabian (orient.) (N.A.).
O objetivo da pesquisa foi descrever o perfil dos usuários do Restaurante Comunitário de Caxias do Sul. Para tanto,
conduziu-se um estudo de demanda e a amostra foi representada por 338 usuários de 19 a 59 anos de idade que
almoçavam no restaurante nos meses de junho e julho de 2006. Foram aplicados questionários com questões sócio
econômicas, demográficas, presença de diabete e hipertensão arterial sistêmica referida e medida, além disso, foi
realizada avaliação antoprométrica pré-prandial dos usuários utilizando dados de peso, altura e circunferência da
cintura, coletados no local por alunos do Curso de Nutrição previamente treinados. Os dados foram digitados no Epi

670
Ciências da Saúde

info 6.04 com dupla entrada e analisados no SPSS versão 13.0. A idade média dos usuários foi de 39, 77 anos (DP=
11, 30 anos), sendo que a maior parte destes eram do sexo masculino (64, 8%). Com relação a escolaridade a maioria
dos usuários cursou no máximo oito anos de estudos (72, 2%). Quanto à classe econômica, 87, 9% pertenciam a
classe D e E. Observou-se um elevado percentual de sobrepeso e obesidade, 57, 4% da amostra, sendo que as
mulheres apresentaram maior prevalência de obesidade, 40, 7% (p<0, 001). Com relação à circunferência da cintura
43% das mulheres apresentaram risco para Doença Cardiovascular (CC ≥88cm), enquanto que a maioria do homens
avaliados (73%) apresentam valores normais (CC < 94cm). O Restaurante Comunitário alcança seus objetivos,
atendendo população de baixa renda. Entretanto os resultados descritos evidenciam a necessidade de ações de
educação nutricional voltadas para prevenção e controle de sobrepeso e obesidade, a fim de evitar possíveis riscos de
Doenças Crônicas não transmissíveis.

RESILIÊNCIA NA POPULAÇÃO DE SÃO LEOPOLDO. Lisiane de Oliveira Borges, Fernanda


519 Bairros, Daiane Colombo, Marcos Pascoal Pattussi (orient.) (UNISINOS).
Resiliência é um conjunto de processos sociais e psicológicos que nos impulsionam a enfrentar situações
difíceis e recuperar a auto-estima após uma grande mudança. O estudo tem como objetivo conhecer a situação de
resiliência na população de São Leopoldo, correlacionando-a com aspectos sociodemográficos. Para tanto, foi
realizado um estudo transversal de base populacional com uma amostra aleatória de cerca 1200 entrevistas em 40
setores censitários da zona urbana de São Leopoldo. A aferição da resiliência foi baseada na escala desenvolvida por
Wagnild & Young. Para a análise dos dados, foi criada uma variável categórica (alta, moderada e baixa resiliência)
com base nos quartis da distribuição.Para os resultados utilizamos 500 entrevistas em 14 setores. A maioria dos
entrevistados eram mulheres (73, 6%), de cor branca (87, 3%) com idade entre 30 e 59 anos (59, 6%). Quanto à
situação econômica, quase metade dos entrevistados possuía renda mensal familiar entre 0 e 3 salários mínimos e 5 a
8 anos de escolaridade. A média de escore de resiliência para essa população era igual a 96, 3 (IC 95%= 95, 5 - 97,
1). A resiliência estava estatisticamente associada (p≤ 0, 05) com as variáveis sexo, escolaridade e renda. Maiores
níveis de resiliência foram encontrados entre os homens e nas pessoas com maior renda e escolaridade. Além disso,
as taxas de alta resiliência eram significativamente maiores nos entrevistados com alta renda e escolaridade (33 e 32,
8% respectivamente) quando comparados com aqueles com baixa renda e escolaridade (14 e 16, 2%
respectivamente). De modo geral pode-se dizer que a média de resiliência encontrada foi relativamente alta e que os
resultados sugerem que a resiliência parece ser fortemente influenciada por gênero e por aspectos socioeconômicos
dos entrevistados. (Fapergs).

CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS NOS DISTINTOS CENÁRIOS DA SAÚDE FACE A


520 HUMANIZAÇÃO. Natália de Ávila Soares, Marília Schreck de Lima, Monalisa da Silva Pinheiro,
Raquel Brondísia Panizzi Fernandes, Jose Roque Junges e Lucilda Selli (orient.) (UNISINOS).
A Humanização caracteriza-se como uma política transversal do Ministério da Saúde que supõe a extrapolação dos
diferentes núcleos de saber/poder na produção de saúde, pautada pela integralidade. Diz respeito tanto à atenção
primária quanto a hospitalar, com o intuito de oferecer atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos
com acolhimento e cuidado. Este trabalho relaciona duas pesquisas. Objetiva-se captar os aspectos convergentes e
diferenciais entre o discurso dos trabalhadores sobre a estratégia de humanização desenvolvida nos serviços de
atenção básica e hospitalar. A metodologia é qualitativa a partir de estudo bibliográfico acerca do referencial teórico
dos projetos, uma vez que estes se encontram em fase inicial. Como hipóteses, acredita-se que existam cuidados
diferenciados: O cuidado realizado no hospital é pontual, exige afastamento do cotidiano, criando uma situação de
controle da doença. Caracteriza-se pelo tempo curto de internação e por uma avaliação dos resultados em curto
prazo. Já o cuidado na unidade básica é processual, pois reflete situações reais do cotidiano. A atenção ocorre em
tempo longitudinal, concentrando-se na autonomia dos sujeitos frente aos procedimentos propostos e nos resultados
em longo prazo. Diante das características específicas de cada um dos locais, a humanização traz como essencial à
utilização do conceito de Clínica Ampliada, estendendo o compromisso com o sujeito e seu coletivo, estimulando as
diferentes práticas terapêuticas e co-responsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção
de saúde. Nesse sentido, de maneira diferenciada na atenção básica e/ou hospitalar, a humanização pede um olhar
clínico ampliado para que a produção de saúde seja sempre também construção de subjetividade.

A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO DE PORTO


521 ALEGRE/RS SOBRE AS IMPLICAÇÕES DA ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO NAS
PRÁTICAS DE SAÚDE. Monalisa da Silva Pinheiro, Raquel Brondísia Panizzi Fernandes, Natália de
Ávila Soares, Marília Shreck de Lima, Jose Roque Junges e Lucilda Selli (orient.) (UNISINOS).
O avanço no campo da saúde acompanhado pelo desenvolvimento de tecnologias de média e alta complexidade
reforçou a fragmentação e a verticalização dos processos de trabalho, gerando um descompasso nas relações entre os
profissionais e os usuários dos serviços de saúde. Esse modo de conhecimento opera uma divisão entre natureza e
homem, isto é, a redução do humano ao biológico e do biológico ao físico. Neste processo a cultura humanista
assume um aspecto secundário e os profissionais da saúde encontram-se à margem para lidar com a dimensão
subjetiva da pessoa. A estratégia Humaniza SUS surge como uma Política Nacional de Humanização, visando
resgatar essa dimensão humana das práticas de saúde pautadas pelo princípio da integralidade. A pesquisa tem por

671
Ciências da Saúde

objetivo “Conhecer a percepção dos profissionais de um hospital de média e alta complexidade sobre as implicações
da estratégia de humanização nas práticas de saúde”. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como
enfoque teórico da investigação a fenomenologia, como delineamento do tipo de estudo a pesquisa explanatória,
usando o instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, e como tratamento dos dados a análise do
conteúdo. Na análise das informações coletadas busca-se apontar a humanização como eixo da ética das práticas de
saúde a partir da compreensão de humanização dos profissionais. Dentro deste contexto, nosso pressuposto é de que,
pactuação tecnológica, resultou na substituição da assistência baseada no fator subjetivo, por uma supervalorização
do modelo biomédico, que acaba por enfatizar o diagnóstico e a cura. Desta forma, o espaço para produção de
subjetividade, entre o profissional e os usuários dos serviços de saúde, acaba se tornando insuficiente.

UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELAS GESTANTES DA COORTE DE NASCIMENTOS


522 DE PELOTAS - RS DE 2004. Camila Abreu Rodrigues, Aloisio J D Barros, Andrea Bertoldi (orient.)
(UNISINOS).
O uso de medicamentos por gestante deve ser considerado um problema de saúde pública uma vez que existem
inúmeras lacunas no conhecimento sobre o uso de medicamentos e suas conseqüências ao feto e gestante. Esta
pesquisa descreve o uso de medicamentos de acordo com características sócio-demográficas das gestantes da coorte
de nascimentos de Pelotas no ano de 2004. Todas as mães de bebês nascidos em hospitais na cidade de Pelotas no
ano de 2004 foram entrevistadas sendo aplicado um questionário explorando condições socioeconômicas,
ambientais, demográficas, história reprodutiva e assistência pré-natal. A coleta de dados relativa aos medicamentos
referiu-se aos medicamentos utilizados pelas mães durante a gestação. O desfecho “utilização de medicamentos” foi
definido como o uso de pelo menos um medicamento durante a gestação. As variáveis independentes analisadas
foram: situação conjugal, cor da pele, idade, renda familiar, fumo na gestação, local de realização do pré-natal,
trabalho durante a gestação, atividade física e escolaridade. Realizou-se análise bruta dessas variáveis com o
desfecho, utilizando-se teste do qui-quadrado e nível de significância de 5%. Foram estudadas 4.287 mães sendo que
92, 6% usaram algum medicamento durante a gestação. O uso de medicamentos foi maior nas mães que não
fumaram durante a gestação, que viviam com companheiro, com cor da pele branca, mais ativas, entre 20-34 anos,
com renda familiar maior, que fizeram o pré-natal no sistema público de saúde, que trabalharam durante a gestação e
as com maior escolaridade.

CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DOS TRABALHADORES RURAIS DO


523 MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS. Elenise Daiane Budel Casalini, Dione de Marchi, Rosana Andréa Righi
Matte, Iara Endruweit Battisti, Magda Caino Teixeira Reis, Simone Eickhoff Bigolin (orient.) (UNIJUI).
INTRODUÇÃO: no município de Ijuí-RS, 14, 44% dos seus habitantes residem no meio rural e a economia deste
está centrada na agricultura, portanto a saúde dos trabalhadores do campo é fundamental para a continuidade do
desenvolvimento agrícola. OBJETIVOS: avaliar a flexibilidade dos trabalhadores, detectar as queixas de dor ou
desconforto, identificar os riscos para doenças cardiovasculares e as patologias relacionadas com a atividade
ocupacional. METODOLOGIA: a coleta dos dados foi realizada no período de novembro de 2006 à março de 2007
junto aos grupos estruturados pelo projeto Vida Rural, uma iniciativa de diferentes instituições do município que
desenvolve ações no meio rural. Deste projeto participam um total de 421 sujeitos, no entanto, foi possível realizar a
pesquisa com 309 sujeitos de 22 localidades do meio rural de Ijuí. Como instrumentos utilizou-se um questionário, a
medida da distância dedo-solo, a relação cintura-quadril e o protocolo de dor e desconforto do Corlett.
RESULTADOS: a mão-de-obra é familiar em 84, 79% da amostra e a idade média desta é de 47, 74±15, 25 anos,
sendo composta por 88% de pessoas do gênero feminino. Quanto à flexibilidade, 121 sujeitos alcançaram o solo, 144
sujeitos apresentaram déficit médio de 11, 9±6, 69cm e 44 sujeitos apresentaram uma excelente flexibilidade com
média de 7, 45±4, 05cm além do solo. Dos sujeitos, 78, 32% apresentaram algum episódio de dor nos últimos seis
meses. A relação cintura-quadril teve média de 0, 93cm para os homens e 0, 84cm para as mulheres, indicando que
ambos os gêneros não estão apresentando risco para doenças cardiovasculares. CONCLUSÃO: os resultados
apresentados são parciais, e apontam para a importância do diagnóstico das condições de saúde dos trabalhadores
rurais, assim como para a necessidade do desenvolvimento de programas de atenção à saúde dos trabalhadores do
meio rural.

672
Ciências da Saúde

Sessão 65
Pneumologia B

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DOS VENTILADORES NIKKEI


524 (TAKAOKA) E FUJI MÁXIMUS (TAKAOKA) EM SITUAÇÕES DE ALTERAÇÕES DE
COMPLACÊNCIA E RESISTÊNCIA. Sheila Beatriz Laurindo Bernardes, Rodrigo Guellner Guedini,
Guilherme Capeleto de Andrade, Juliano Oliveira Belato, Fernando Barreto Martens, Paulo Sanches, Rogério
Gastal Xavier, Elaine Aparecida Felix Fortis (orient.) (UFRGS).
A avaliação comparativa do desempenho de equipamentos de uso médico, frente a situações clínicas simuladas, é
desejável pela eventual necessidade da manutenção do bom desempenho, mesmo em situações adversas. O presente
trabalho visa comparar o desempenho dos ventiladores Nikkei e Fuji Maximus, ao fornecer os volumes correntes
(VC) programados, frente a alterações de complacência (c) e resistência (r), com e sem uso do sistema de absorção
de CO2. Os aparelhos de anestesia com ventiladores Nikkei e Fuji Maximus foram montados em sistemas com
absorção de CO2 (NCA e FCA), sem absorção de CO2 (NSA e FSA) e conectados a um pulmão teste (Bio-tek). Os
dados do pulmão teste foram analisados em quatro diferentes condições: 1 (c30 r5); 2 (c30 r50); 3 (c15 r5); 4 (c15
r50). O ventilador FCA, na condição 2, apresentou VC 27% menor que o NCA e, na 4, 36% menor. Na simulação 2,
o FSA ficou 25% menor que o NSA e, na 4, 38, 5% menor, sendo estes muito aquém dos valores programados. As
demais simulações mantiveram-se dentro de um limite satisfatório de 10%. Os ventiladores testados apresentaram
baixos níveis de desempenho quando submetidos a condições de resistência alteradas (condições 2 e 4), sendo que o
ventilador Fuji Maximus apresentou o pior desempenho, principalmente quando configurado sem absorção de CO2.O
ventilador mecânico Fuji Maximus demonstrou um desempenho muito inferior ao esperado quando submetido a
condições de resistência e complacência alteradas, comparado com o ventilador Nikkei nas mesmas condições,
principalmente quando configurado em sistema sem absorção de CO2. Dessa forma, aconselha-se precaução no seu
uso em sistema sem absorvedor de CO2, em condições de baixa complacência e alta resistência associadas, pois foi
incapaz de fornecer os volumes programados.

AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE USO DOS DISPOSITIVOS INALATÓRIOS EM PACIENTES


525 ASMÁTICOS. Angela Zanonato, Diego Milan Menegotto, Liana Franciscatto, Fernando Soliman,
Marcus Felipe Oliveira, Marcelo Coelho Patrício, Marcelo de Figueiredo, Thaís Helena Gonçalves,
Paulo de Tarso Roth Dalcin (orient.) (UFRGS).
O corticóide inalatório (CI) é a principal medicação para o tratamento de manutenção da asma e a técnica inalatória
adequada é fundamental para o controle da doença. Objetivos: avaliar a técnica de uso dos dispositivos inalatórios no
tratamento de manutenção da asma. Métodos: estudo transversal, prospectivo, em pacientes com diagnóstico de asma
e em acompanhamento ambulatorial. A coleta dos dados clínicos foi realizada por questionário padronizado aplicado
após consulta ambulatorial. Os pacientes foram testados quanto às etapas de utilização de seus dispositivos
inalatórios pelos membros da pesquisa. Resultados: Foram estudados 116 pacientes, sendo que 61(52, 6%)
realizaram a técnica inalatória correta em todas as suas etapas. O uso correto da técnica inalatória se associou com a
renda familiar (técnica inadequada mais freqüente com a renda familiar menor, p = 0, 21), com o tipo de dispositivo
inalatório (técnica inadequada mais freqüente com o uso do aerossol dosimetrado do que os dispositivos em pós, p <
0, 001). Não foi observada associação da técnica inalatória com sexo, idade, grau de instrução nem função pulmonar
(p > 0, 05). Conclusões: Uma percentagem significativa de pacientes asmático utiliza incorretamente os dispositivos
inalatórios, sendo os erros mais freqüentes com a utilização do aerossol dosimetrado e em pacientes com renda
familiar mais baixa. Os achados evidenciam a necessidade de programas educativos em asma.

O EFEITO DE UM PROGRAMA EDUCATIVO DE CURTA DURAÇÃO NO MANEJO DA


526 ASMA. Marcelo de Figueiredo, Liana Franciscatto, Diego Milan Menegotto, Angela Zanonato,
Fernando Soliman, Marcus Felipe Oliveira, Thaís Helena Gonçalves, Paulo de Tarso Roth Dalcin
(orient.) (UFRGS).
Introdução: O processo educativo é fundamental para o manejo da asma. Os programas convencionais de educação
em asma possuem uma duração prolongada e abrangem um número restrito de pacientes. As evidências da
efetividade de programas de curta duração são precárias. Objetivo: Avaliar o efeito de um programa educativo de
curta duração sobre o manejo ambulatorial da asma. Métodos: Estudo de coorte, antes e depois de um programa
educativo de curta duração, em pacientes com asma, atendidos ambulatorialmente. Os dados clínicos foram
registrados utilizando questionário padronizado. Foi realizada medida do pico de fluxo expiratório (PFE). O grau de
controle da asma foi aferido de acordo com o proposto pela Global Iniative for Asthma (GINA). Todos os pacientes
receberam uma orientação educativa de curta duração, imediatamente após o atendimento ambulatorial de rotina. Em
reconsulta de rotina, os pacientes foram avaliados novamente. Resultados: Nessa análise preliminar, 31 pacientes
completaram a avaliação. Na consulta inicial, apenas 13 pacientes utilizavam os dispositivos inalatórios corretamente
em todas as etapas, enquanto na reavaliação 21 pacientes utilizavam adequadamente (p=0, 936). A medida do PFE

673
Ciências da Saúde

inicialmente foi de 53, 6% do previsto e de 58, 5% na reconsulta (p= 0, 073). Na avaliação inicial, a asma foi
totalmente controlada em 1 paciente, controlada em 4 e não controlada em 26, enquanto na reconsulta foi totalmente
controlada em 7, controlada em 3 e não controlada em 21 (p=0, 190). Conclusões: Nessa avaliação preliminar, não se
observou efeito significativo de um programa educativo de curta duração sobre o uso correto dos dispositivos
inalatórios, a medida do PFE e o grau de controle da asma. É necessário estudar um número maior de pacientes
analisando os efeitos desse programa de acordo com a gravidade da doença, forma de aquisição da medicação, grau
de instrução e nível sócio-econômico.

FATORES LIMITANTES DO USO EFETIVO DO CORTICÓIDE INALATÓRIO NO


527 TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO DA ASMA. Fernando Soliman, Diego Milan Menegotto,
Angela Zanonato, Liana Franciscatto, Marcus Felipe Oliveira, Marcelo Coelho Patrício, Marcelo de
Figueiredo, Thaís Helena Gonçalves, Rosimary Ricarda Petrik Pereira, Paulo de Tarso Roth Dalcin (orient.)
(UFRGS).
O corticóide inalatório (CI) é a principal medicação para o tratamento de manutenção da asma. A identificação dos
fatores associados a sua não utilização na prática ambulatorial poderia contribuir para uma intervenção mais eficaz
na busca do controle da doença. Objetivos: avaliar o uso efetivo do CI no tratamento de manutenção da asma e
identificar fatores associados com a sua não utilização. Métodos: estudo transversal, prospectivo, em pacientes com
diagnóstico de asma e em acompanhamento ambulatorial. A coleta dos dados clínicos foi realizada por questionário
padronizado aplicado após consulta ambulatorial. Resultados: Foram estudados 116 pacientes, sendo que 104 (89,
7%) relataram estar usando efetivamente o CI e 12 (10, 3%) relataram não usar. Os pacientes que não estavam em
uso de CI eram mais jovens que o grupo em uso (42, 1 ± 17, 1 versus 50, 0 ± 14, 9 anos; p = 0, 014). Não houve
associação do uso de CI com a renda familiar (p = 0, 122) nem com o grau de instrução (p = 0, 316). Houve
associação entre uso de CI e forma de adquirir a medicação (p = 0, 008), sendo que 8 (66, 7%) dos pacientes sem uso
de CI deveriam adquirir a medicação pelo posto de saúde. Ainda, o não uso de CI se associou com o grau de controle
da asma (p = 0, 026), sendo que os 12 pacientes sem uso de CI estavam com asma não-controlada. Conclusões: Uma
percentagem significativa de pacientes ambulatoriais não utiliza efetivamente o CI e a dificuldade de adquirir a
medicação no sistema público parece ser um fator determinante na obtenção da medicação. O fato desses pacientes
se apresentarem com doença não controlada, aponta para a premência de medidas que facilitem a disponibilização do
CI.

CORRELAÇÃO ENTRE O TESTE DA CAMINHADA DOS SEIS MINUTOS E O TESTE DO


528 DEGRAU EM PACIENTES COM DISTÚRBIO VENTILATÓRIO OBSTRUTIVO. Patrícia da
Silveira Bavaresco, Luiz Alberto Forgiarini Junior, Rafaelle Rocha da Silva, Mariane Borba Monteiro,
Alexandre Simões Dias (orient.) (IPA).
Introdução – A capacidade submáxima de exercício avalia a capacidade funcional do indivíduo, e pode ser
mensurada pelo Teste da Caminhada dos Seis Minutos (TC6M) e pelo Teste do Degrau (TD). Objetivo –
correlacionar parâmetros do TC6M e TD em pacientes com Doença Ventilatória Obstrutiva. Metodologia – este
estudo foi de caráter randomizado cruzado. A amostra foi composta por 28 indivíduos de ambos os sexos que
estavam em acompanhamento no ambulatório de Pneumologia do Complexo Hospitalar Santa Casa. Todos os
indivíduos realizaram os dois testes funcionais de forma randomizada, onde mensurou-se pré e pós-teste a Dispnéia e
a Fadiga de Membros Inferiores através da Escala de Borg (0 – 10). Também mensurou-se a distância percorrida
(DP) no TC6M e a quantidade de passos completos (QPC) no TD. A Saturação Periférica de oxigênio (SpO2) foi
analisada através de um oxímetro de pulso portátil. Para a análise dos dados foi utilizada a Correlação de Pearson
com nível de significância de 5%. Resultados – Nos períodos pré e pós-teste foram encontradas correlações entre o
TC6M e o TD nas seguintes variáveis: SpO2 pré-teste (r = 0, 959; p< 0, 01) e pós-teste (r = 0, 887; p <0, 01). A
Fadiga de Membros Inferiores apresentou pré (r = 0, 713; p< 0, 01) e pós-teste (r = 0, 757; p< 0, 01) e a Dispnéia
pré-teste foi de (r = 0, 670; p< 0, 01) e pós-teste (r = 0, 599 e p< 0, 01). Nas demais variáveis avaliadas não
encontrou-se correlações significativas. Conclusão – pode-se concluir que os pacientes que realizam o TC6M e o TD
possuem comportamentos fisiológicos semelhantes, no entanto não encontrou-se correlações significativas entre a
DP e a QPC.

AVALIAÇÃO DO TESTE DO DEGRAU EM PACIENTES COM DISTÚRBIO


529 VENTILATÓRIO OBSTRUTIVO. Michele Hagi Frantzeski, Patrícia da Silveira Bavaresco, Rafaelle
Rocha da Silva, Mariane Borba Monteiro, Alexandre Simões Dias, Adriane Dal Bosco (orient.) (IPA).
Introdução – Atualmente o Teste do Degrau (TD) é apontado pela Global Initiative for Chronic Obstructive Lung
Disease (GOLD) como um tema de pesquisa futura, pois possui uma metodologia reprodutível e barata em
comparação a outros testes físicos para pneumopatas crônicos. Objetivo – avaliar o desempenho de pacientes com
distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) durante a realização do teste do degrau. Materiais e Métodos – o estudo teve
caráter observacional e transversal, foram incluídos 10 pacientes com DVO que estavam em acompanhamento no
Ambulatório de Pneumologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (G1) e foram pareados por idade
e sexo com 10 indivíduos hígidos (G2). Os indivíduos foram submetidos ao teste do degrau onde avaliou-se as
seguintes variáveis: Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2), Freqüência Cardíaca (FC), Freqüência Respiratória

674
Ciências da Saúde

(FR), Pressão Arterial Sistólica (PAS), a Escala de Borg modificada (0-10). Também foi mensurado a Quantidade de
Passos Completos (QPC) e calculado o trabalho (W). Para análise estatística utilizou-se a Correlação de Pearson,
considerando um nível de significância de 5%. Resultados – Houve correlação significativa entre a QPC e W (r = 0,
786; p< 0, 01) no grupo G1, e (r = 0, 878; p< 0, 01) no G2. Nas demais variáveis avaliadas não encontrou-se
correlações significativas. Conclusão – pode-se observar que quanto maior a capacidade ao trabalho maior a
quantidade de passos completos.

Sessão 66
Performance

IDENTIFICAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES TIPOS DE SAQUE COM A


530 EFICÁCIA DA RECEPÇÃO EM JOGOS DE VOLEIBOL DE ELEVADO RENDIMENTO. Dênis
Ronaldo Gonçalves de Oliveira, Jose Cicero Moraes (orient.) (UFRGS).
A análise de jogo é um processo fundamental para direcionar o treinamento técnico e tático nos jogos desportivos. O
presente estudo, na modalidade de voleibol, teve a finalidade de verificar a relação dos tipos de saque utilizados com
a eficácia da recepção. A amostra intencional corresponde a 780 seqüências de jogo, extraídas do Campeonato
Gaúcho Masculino Adulto do RS – Divisão Especial - 2005. Os dados foram coletados com auxílio de uma câmera
de filmagem posicionada no fundo da quadra e centralizada. As observações atenderam aos requisitos de fiabilidade
intra e interpessoal exigidos nos padrões científicos. Nos procedimentos estatísticos, recorreu-se à estatística
descritiva, a freqüências, percentagens, e aos testes do Qui-quadrado e de Monte Carlo para a análise de associações
entre variáveis. O nível de significância adotado foi de 5%. O estudo mostrou que houve associação estatisticamente
significativa entre a variável tipo de saque e a eficácia da recepção, como também entre o tipo de saque e a eficácia
do saque. Do mesmo modo associam-se significativamente a zona de recepção e a eficácia da recepção. Já a zona de
saque associa-se significativamente com a zona de recepção e também com a variável tipo de saque. O estudo
evidencia uma preferência pela zona de saque 1 e o saque viagem potente apresenta-se como o serviço mais
utilizado, sendo uma tendência atual do voleibol de alto rendimento. A zona de recepção central distante foi a que
favoreceu a melhor qualidade da recepção e a zona de recepção fundo, foi a que ocorreu o maior número de pontos
direto.

PROJETO ESPORTE BRASIL: DESEMPENHO DE DUAS MANIFESTAÇÕES DE FORÇA


531 MUSCULAR EM ESCOLARES BRASILEIROS. Rodrigo Soares Rodrigues, Gabriel Gustavo
Bergmann, Fernando Camargo Braga, Eraldo dos Santos Pinheiro, Adroaldo Cezar Araujo Gaya
(orient.) (UFRGS).
A força muscular é uma capacidade importante tanto para a saúde quanto para o desempenho esportivo. Este estudo
tem por objetivo descrever o desempenho nos testes de forca-resistência abdominal, força explosiva de membros
superiores e inferiores de escolares brasileiros. Para isto foram selecionados 74156 escolares, sendo 32800 meninas e
41356 meninos com idade entre 7 e 17 anos de todos os estados do país. Os dados foram retirados do banco de dados
do PROESP-BR no ano de 2007. Para avaliação da força-resistência abdominal (FRA) foi utilizado o teste “sit-up”
(abdominais/minuto). A forca explosiva de membros superiores (FMS) foi verificada através do teste de arremesso
de medicineball de 2 Kg. A forca explosiva de membros inferiores (FEI) foi medida através do teste de salto
horizontal. Todos os testes foram realizados conforme PROESP-BR (2002). Quanto a FRA os meninos apresentam
um aumento dos níveis dessa capacidade até os 16 anos quando apresentam uma tendência a estabilização. As
meninas demonstram um aumento linear da capacidade até os 15 anos quando apresentam uma queda no
desempenho. Na FES, até os 12 anos os dois sexos apresentam desempenho semelhante, com um notável aumento
para os meninos a partir dessa idade, e um aumento discreto com tendência a estabilização a partir dos 15 anos para
as meninas. Quanto a FEI, os meninos apresentam aumento de desempenho ao longo das idades. Já as meninas
apresentam um crescimento em menor magnitude e uma tendência à estabilização e declínio a partir dos 13 anos.
Conforme os resultados, podemos concluir que as meninas têm menores níveis de forca do que os meninos em todas
as idades nos três testes, com diferenças mais acentuadas a partir dos 12 anos, quando os meninos aumentam
bruscamente seus níveis de força, e as meninas mantêm, ou até mesmo diminuem o ritmo de ganho.

EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO PROFILÁTICA DE IBUPROFENO NA PERFORMANCE DE


532 NADADORES FUNDISTAS EM TESTES DE 1500M. Tatiane Gorski, Eduardo Ramos, Luiz
Fernando Martins Kruel (orient.) (UFRGS).
Em eventos esportivos de longa duração a tolerância à dor pode ser determinante na performance; talvez por isso o
uso de antiinflamatórios não-esteroidais, entre eles o Ibuprofeno (Ibu) seja tão difundido nessa população, seja como
parte do tratamento de lesões, seja na prevenção / atenuação da dor durante o esforço. Como não foram encontrados
na literatura estudos sobre os efeitos da administração de Ibu no desempenho de nadadores fundistas, o objetivo deste
estudo foi verificar a interferência do seu uso profilático na performance de nadadores fundistas em testes de 1, 5km
de nado crawl. Nove nadadores de fundo realizaram 2 testes de 1, 5km de nado crawl: um deles, 1 hora após a

675
Ciências da Saúde

administração de Ibu (T_Ibu), e outro 1 hora após a administração de placebo (T_Pla), em duplo-cego. A cada 50m
foram aferidos comprimento de braçada (CB), freqüência de braçada (FB) e velocidade parcial (VP), em uma zona
de 15m demarcada na piscina. Aferiu-se a lactacidemia (Lac) 10min antes do aquecimento (Lac1) e 1min após o
término dos testes (Lac2), cuja ordem foi randomizada, com intervalo de uma semana. Utilizou-se estatística
descritiva, ANOVA two-way de medidas repetidas, post-hoc de Bonferroni e teste T de Student pareado, executados
com o software SPSS 13.0, com p<0, 05. O comportamento de VP, CBr e FBr foi similar ao longo dos dois testes,
sem diferenças significativas entre T_Pla e T_Ibu. Os valores de Lac2 foram maiores que os de Lac1 nos dois testes,
mas o comportamento de Lac não diferiu entre T_Pla e T_Ibu; os valores de Lac1, bem como os de Lac2, foram
similares nas duas situações. O tempo total de T_Ibu foi menor do que o de T_Pla. Assim, mesmo sem diferenças no
comportamento das variáveis cinemáticas e da Lac, os resultados foram melhores sob efeito de Ibu do que de Pla.

CARACTERIZAÇÃO DO ATAQUE: UM ESTUDO NO VOLEIBOL DE ELEVADO


533 RENDIMENTO. Nathan Oliveira de Melo, Fabiana Santos Noll, Thiago dos Santos Barbosa, Jose
Cicero Moraes (orient.) (UFRGS).
O campo da Análise do Jogo busca identificar o processo evolutivo nos Jogos Desportivos desde o aspecto físico,
técnico e tático. O Voleibol é uma das modalidades que mais evolui universalmente, daí o interesse em estudar as
variáveis que mais interferem e influenciam seu desenvolvimento no âmbito competitivo. O estudo teve por objetivo
investigar se existe relação entre a marcação de ponto, o erro e a continuidade da jogada, com a zona em que o
ataque é realizado e a respectiva posição (no rodízio) do levantador no campo de jogo. A amostra constitui-se de
seiscentas seqüências ofensivas (levantamento e ataque) após recepção do saque, extraídas de sete jogos do
Campeonato Gaúcho adulto masculino. Variáveis de estudo: 1) posição do levantador no campo de jogo (1, 2, 3, 4, 5
ou 6}; 2) zona da quadra em que ocorreu o ataque - cinco zonas de ataque na 1ª linha e três zonas na 2ª linha (ataque
do fundo); 3) eficácia do ataque: ponto, continuidade da jogada ou erro (ponto para o adversário); 4) função do
jogador atacante. Na coleta tilizou-se uma câmera de filmagem posicionada no fundo da quadra e centralizada. As
observações atenderam aos requisitos de fiabilidade intra e interpessoal exigidos nos padrões científicos. Nos
procedimentos estatísticos, recorreu-se à estatística descritiva, a freqüências, percentagens e inferencial, e aos testes
do Qui-quadrado e de Monte Carlo para a análise de associações entre variáveis. O nível de significância adotado foi
de 5%. O estudo mostra que dos ataques efetuados, 54, 9% pontuaram para a equipe atacante, 29, 5% houve
continuidade da jogada e 15, 6% a equipe atacante cometeu erro, dando ponto para o adversário. A maior incidência
de ponto foram na zona 4 (35, 25%) e na zona 2 (14, 8%). O estudo revelou que houve associação estatisticamente
significativa entre a variável posição do levantador e zona de ataque nos três indicadores de eficácia.

A RELAÇÃO ENTRE A CLASSIFICAÇÃO NOS JUGS - JOGOS UNIVERSITÁRIOS


534 GAÚCHOS DE 2007 E A MOTIVAÇÃO PARA O ESPORTE NO FUTEBOL MASCULINO E
FUTSAL MASCULINO E FEMININO. Rafael Nascimento Pereira, José Augusto Hernandez, Lucas
Fajardo Vilela, Cristiano Masera Philomena, Ângelo Machado Ronconi, Carlos Figueiredo Alves, Giovanni
Francioni Kuhn, Rafael Krás Borges, Victor Schnorr, Felipe Gonçalves Louzada, Marcelo Goerg, Rogerio da
Cunha Voser (orient.) (UFRGS).
A motivação tem sido um dos fatores, freqüentemente, relacionados aos resultados das competições esportivas. A
presente investigação buscou relacionar a classificação final na competição e os fatores motivacionais para a prática
do esporte em atletas universitários. O estudo caracterizado por uma pesquisa correlacional, teve como amostra
composta de 260 atletas, sendo 97 do futebol, todos do sexo masculino e 163 do futsal, sendo 128 do sexo masculino
e 35 do feminino. A idade dos participantes variou entre 17 e 36 anos, média 22, 3 + 3, 1. O instrumento utilizado foi
o questionário de Gill, Gross e Huddleston (1983) composto de 30 questões, divididas em 8 categorias (busca de
status; orientação à equipe; forma física; liberação de energia; desenvolvimento de habilidades; busca de afiliação;
busca de diversão e outros/situacionais- interesse dos pais e amigos, convivência com treinadores e uso de
aparelhos). Os participantes responderam o questionário baseados numa escala tipo Likert 3 pontos: muito
importante, mais ou menos importante e nada importante. Os dados coletados foram analisados pelo SPSS versão
11.5, através da técnica estatística de Coeficiente de Correlação de Pearson. Os resultados revelaram uma correlação
estatística (p<0, 05) entre as variáveis: classificação final nos Jogos Universitários Gaúchos - JUGS de 2007 e o fator
motivacional Orientação à Equipe. Sendo que as equipes com melhor classificação tenderam a apresentar escores
médios mais elevados em motivos relacionados ao trabalho em equipe. Na conclusão, os resultados corroboraram
com estudos anteriores em que o foco dos atletas na tarefa esteve relacionado com os resultados positivos nas
competições.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO EM PISTA E


535 CAMPO NO DESEMPENHO FÍSICO DE ATLETAS DE FUTEBOL JUVENIL. Thiago Corrêa
Duarte, Roberto Ribas, Adroaldo Cezar Araujo Gaya (orient.) (UFRGS).
No decorrer de sua evolução, o futebol vem sendo ensinado e treinado de diversas maneiras. Enquanto desporto, o
futebol pode ser caracterizado como um sistema dinâmico de causalidade não linear, ou seja, complexo e caótico.
Com isso, faz jus a uma metodologia de treino adequada, que assegure a treinabilidade dessa imprevisibilidade e
aleatoriedade dos fatos. O presente estudo visa avaliar e comparar dois métodos de treinamento no desempenho

676
Ciências da Saúde

físico de atletas de futebol juvenil. Esta pesquisa foi aplicada a uma amostra de 44 atletas de futebol, divididos
igualmente em dois grupos: Grupo 1 (treinamento em pista) e Grupo 2 (treinamento em campo). O treinamento físico
foi dividido em dois métodos diferentes: tiros de 800m (treinamento em pista) e mini-jogos (treinamento em campo);
sendo que cada grupo realizou apenas um dos dois treinamentos. Porém, foi empregado o mesmo treinamento
técnico-tático para ambos. Todos os atletas foram avaliados antes e após um período de treinamento de quatro
semanas, sendo que o treinamento físico era realizado duas vezes por semana. Para avaliar e comparar o desempenho
físico dos atletas foram utilizados os testes de campo: Yo-Yo Test (VO2 Máx); Rast-Test (Potência Máxima e Índice
de Fadiga) e Salto Horizontal (Potência dos membros inferiores). Os resultados obtidos, nesse estudo, mostraram
diferença significante apenas na variável VO2 Máx entre os Grupos 1(56, 41± 1, 68 ml.kg-1.min-1) e Grupo 2 (57, 85 ±
1, 61 ml.kg-1.min-1). Verificando, com isso um maior aumento dessa variável no grupo que foi utilizado os mini-
jogos. Não obstante, não havendo diferença entre os dois grupos, sugere-se que o treinamento específico (mini-jogos)
seja o melhor método para se aperfeiçoar o desempenho físico do atleta de futebol juvenil. Pois, esse método possui
as mesmas características do jogo de futebol. Contendo, com isso, uma gama de objetivos num mesmo exercício e
não apenas um, o aprimoramento físico.

EFEITO DO TREINAMENTO DE NATAÇÃO NA VELOCIDADE CRÍTICA E NA


536 PERFORMANCE DE NADADORES RECREACIONAIS. Marcos Franken, Carlos Leandro
Tiggemann, Luiz Fernando Martins Kruel (orient.) (UFSM).
A velocidade crítica (VC) tem sido apontada como um bom indicador de avaliação da performance aeróbia e da
predição do limiar anaeróbico na natação. Assim, este estudo teve como objetivo verificar o efeito do treinamento de
natação na VC e na performance de nadadores recreacionais. Participaram do estudo 10 indivíduos de ambos os
sexos, com média de idade de 39, 5±9, 2 anos. Todos com uma experiência de pelo menos um ano com natação, e já
realizavam treinamento a 2 meses no projeto. Para a determinação da VC foram realizados tiros máximos nas
distâncias de 50, 100, 200 e 400 metros nado “crawl”, registrando-se os respectivos tempos (T50, T100, T200 e
T400), tanto para pré como para pós treinamento. Os tiros foram realizados em ordem aleatória durante as sessões de
treinamento, sendo uma tentativa por sessão, com no mínimo 48 horas de recuperação. O treinamento constou de 6
semanas, com 2 sessões semanais, e 45 minutos/sessão. A distância semanal média foi de 3000 metros, sendo a
intensidade do treinamento controlada e mantida abaixo do limiar anaeróbio. Os dados foram analisados através da
estatística descritiva e do Teste t de Student para amostras pareadas, com nível de significância 5%. Foram
encontradas melhoras estatisticamente significativas para os resultados, tanto da VC (pré=0, 75±0, 11 m/s e pós=0,
77±0, 11 m/s; p<0, 01), quanto para os resultados de performance nos T50 (pré=47, 70±11, 18 s e pós=44, 90±8, 96
s; p<0, 05), T100 (pré=115, 10±21, 47 s e pós=108, 70±19, 57 s; p<0, 01), T200 (pré=250, 60±42, 07 s e pós=241,
40±43, 08 s; p<0, 01) e T400 (pré=519, 20±82, 98 s e pós=504, 80±77, 20 s; p<0, 01). Com isso, pode-se concluir
que o treinamento de natação realizado foi suficiente para alterar positivamente a VC e a performance do grupo
estudado.

RAIVA EM ATLETAS JOVENS. Lucas Correa de Camargo, José Augusto Evangelho Hernandez
537 (orient.) (UFRGS).
Níveis de raiva elevados podem acarretar vários problemas de execução no esporte, de prejuízos para os
adversários, além de conseqüências nocivas para próprio atleta. A finalidade desta pesquisa foi evidenciar as
possíveis relações entre a raiva e a idade dos atletas, além disso, verificou diferenças sexuais relacionadas com o
humor e modalidades desportivas. Foi realizada uma pesquisa quantitativa do tipo Levantamento. Participaram 125
atletas jovens provenientes de escolinhas esportivas de futebol, basquetebol e voleibol, com idade entre 10 e 18 anos.
Os participantes da pesquisa responderam ao State-Trait Anger Expression Inventory (STAXI) criado por Charles
Spielberger e adaptado para o Brasil como Inventário de Expressão de Raiva Traço-Estado por Spielberger e Biaggio
(1994). Os dados foram analisados pelo SPSS, versão 11.5, com técnicas Estatísticas Descritivas, Análise de
Variância e Coeficiente de Correlação de Pearson. Os resultados mostraram que os participantes do sexo feminino
tiveram escores médios significativamente maiores (p<0, 05) nas subescalas do STAXI do que os do masculino,
excetuando-se a subescala Controle da Raiva. Estas diferenças de estilos de resposta no instrumento parecem
contrariar a possibilidade delas emergirem dos processos de socialização que contribuem para os estereótipos
referentes aos gêneros. Além disso, a idade dos atletas apresentou correlação estatística positiva (p<0, 05) com o
Controle da Raiva, sugerindo que quanto maior a idade o indivíduo, maior o seu controle sobre a raiva.
Possivelmente esta relação possa ser explicada considerando a raiva como um sentimento humano primitivo que,
gradativamente, pode ser controlado através da educação e socialização do indivíduo. No entanto os resultados deste
estudo não podem ser generalizados devido às limitações metodológicas desta pesquisa.

677
Ciências da Saúde

A COMPARAÇÃO DA MOTIVAÇÃO PARA O ESPORTE ENTRE ATLETAS


538 UNIVERSITÁRIOS DE FUTEBOL E FUTSAL MASCULINO. Giovanni Francioni Kuhn, Jose
Augusto Hernandez, Rafael Nascimento Pereira, Cristiano Masera Philomena, Lucas Fajardo Vilela,
Angelo Machado Ronconi, Rafael Kras Borges, Victor Schnorr, Felipe Gonçalves Louzada, Carlos Figueiredo
Alves, Marcelo Goerg, Rogerio da Cunha Voser (orient.) (UFRGS).
Dentre várias temáticas que compõem os estudos da Psicologia do Esporte, seja no alto rendimento, na formação ou
numa simples participação em atividades físicas, talvez a motivação esteja entre as mais importantes e necessárias. A
presente investigação buscou comparar os fatores motivacionais para a prática do esporte entre atletas universitários
do futebol e futsal masculino. O estudo caracterizado por uma investigação descritiva, teve como amostra composta
de 225 atletas, sendo 97 do futebol e 128 do futsal. A idade dos participantes variou entre 17 e 34 anos, média 22, 3 +
3, 0. O instrumento utilizado foi o questionário de Gill, Gross e Huddleston (1983) composto de 30 questões,
divididas em 8 categorias (busca de status; orientação à equipe; forma física; liberação de energia; desenvolvimento
de habilidades; busca de afiliação; busca de diversão e outros/situacionais- interesse dos pais e amigos, convivência
com treinadores e uso de aparelhos). Os participantes responderam o questionário baseados numa escala tipo Likert 3
pontos: muito importante, mais ou menos importante e nada importante. Os dados coletados foram analisados pelo
SPSS versão 11.5, através da técnica estatística de Análise de Variância. Os resultados não revelaram diferenças
estatísticas significativas (p<0, 05) entre os escores médios dos grupos comparados. Desta forma, conclui-se que as
semelhanças na cultura do futebol e futsal tenham influenciado nestes resultados.

A COMPARAÇÃO DA MOTIVAÇÃO PARA O ESPORTE ENTRE ATLETAS


539 UNIVERSITÁRIOS DE FUTSAL MASCULINO E FEMININO. Carlos Figueiredo Alves, José
Augusto Evangelho Hernandez, Cristiano Masera, Rafael Nascimento Pereira, Ângelo Ronconi,
Giovanni Kuhn, Lucas Vilela, Felipe Louzada, Marcelo Goerg, Rafael Krás Borges, Victor Schnorr, Rogerio da
Cunha Voser (orient.) (UFRGS).
Dentre várias temáticas que compõem os estudos da Psicologia do Esporte, seja no alto rendimento, na formação ou
numa simples participação em atividades físicas, talvez a motivação esteja entre as mais importantes e necessárias. A
presente investigação buscou comparar os fatores motivacionais para a prática do esporte entre atletas universitários
do futsal masculino e feminino. O estudo caracterizado por uma investigação descritiva, teve como amostra
composta de 163 atletas, sendo 128 do sexo masculino e 35 do feminino. A idade dos participantes variou entre 17 e
36 anos, média 21, 8 + 2, 8. O instrumento utilizado foi o questionário de Gill, Gross e Huddleston (1983) composto
de 30 questões, divididas em 8 categorias (busca de status; orientação à equipe; forma física; liberação de energia;
desenvolvimento de habilidades; busca de afiliação; busca de diversão e outros/situacionais- interesse dos pais e
amigos, convivência com treinadores e uso de aparelhos). Os participantes responderam o questionário baseados
numa escala tipo Likert 3 pontos: muito importante, mais ou menos importante e nada importante. Os dados
coletados foram analisados pelo SPSS versão 11.5, através da técnica estatística de Análise de Variância. Os
resultados revelaram que as atletas do futsal feminino obtiveram escores médios significativamente (p<0, 05) mais
elevados do que os do sexo masculino para as seguintes categorias: busca de status; liberação de energia;
desenvolvimento de habilidades; busca de diversão e outros/situacionais - interesse dos pais e amigos, convivência
com treinadores e uso de aparelhos. Na conclusão, cogita-se da possibilidade da personalidade da mulher envolvida
com o desporto apresentar alguma diferença do padrão convencional, contudo se sugerem novas investigações para
comprovar esta hipótese.

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