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Revisado em 11/04/2017
2 de 262
Autor:
CLC Sérgio Andrade dos Anjos
Revisão Pedagógica:
Pedagoga Maria Elisa Dutra Costa
Pedagoga Cleo Soares Fernandes Antunes
Revisão ortográfica:
Professor Luiz Fernando da Silva
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 10
METODOLOGI A – Como Usar o Material Didático .............................................. 11
UNIDADE 1 – TRANSPORTE DE PETRÓLEO E PRODUTOS QUÍMICOS POR NAVIOS.. 14
1.1 DESENVOLVIMENTO DOS NAVIOS PETROLEIROS E SUAS PRIMEIRAS CARGAS ..... 14
1.1.1 Tipos de navios petroleiros............................................................................................ 17
1.1.1.1 Navios de óleo cru...................................................................................................... 17
1.1.1.2 Navio para produtos escuros e claros......................................................................... 18
1.1.1.3 Navios dedicados. ...................................................................................................... 18
1.1.1.4 VLCC e ULCC............................................................................................................. 19
1.1.1.5 Navios-tanque de casco duplo.................................................................................... 20
1.1.2 Capacidade de sobrevivência........................................................................................ 20
1.2 DESENVOLVIMENTO DOS NAVIOS QUÍMICOS E SUAS PRIMEIRAS CARGAS ...... 22
1.2.1 Tipos de navios químicos. ............................................................................................. 22
1.2.2 Capacidade de sobrevivência dos navios químicos ..................................................... 24
1.2.3 Localização dos tanques de carga................................................................................. 25
1.3 TIPOS DE CARGA........................................................................................................... 26
1.3.1 Petróleo ……………………………………………............................................................ 26
1.3.2 Produtos Químicos ........................................................................................................ 28
1.4 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DAS CARGAS............................................. 31
1.4.1 Relação entre pressão de vapor e temperatura. .......................................................... 31
1.4.2 Transformações químicas ............................................................................................. 32
1.4.2.1 Estados de agregação ............................................................................................... 33
1.4.2.2 Ponto de fusão e ponto de ebulição ........................................................................... 33
1.4.2.3 Densidade absoluta do líquido.................................................................................... 34
1.4.2.4 Densidade relativa do líquido...................................................................................... 35
1.4.2.5 Densidade do vapor.................................................................................................... 35
1.4.2.6 Pressão de vapor........................................................................................................ 35
1.4.2.7 Pressão parcial........................................................................................................... 35
1.4.2.8 Viscosidade................................................................................................................. 35
1.4.3 Propriedades químicas das cargas . ............................................................................. 36
1.4.3.1 Estrutura dos hidrocarbonetos. .................................................................................. 36
1.4.4 Características específicas............................................................................................ 37
1.4.4.1 Limite de odor.............................................................................................................. 37
APRESENTAÇÃO
Vale destacar que o aquaviário capaz de identificar riscos e perigos e que apresente
pronta iniciativa nas emergências fará a diferença entre os demais e contribuirá com a
segurança das pessoas, do meio ambiente e da propriedade, considerando tanto o
próprio navio quanto sua carga e a circunvizinhança.
Procure tirar maior proveito de todas as informações contidas aqui e transformá-las
em conhecimento e aprendizagem significativa, não só em suas atividades laborais como
em seu cotidiano.
Bom estudo!
Propiciar ao aluno conhecimentos básicos necessários para realizar de forma segura suas
tarefas, atribuições e responsabilidades relativas às operações realizadas a bordo do navios-
tanque petroleiros e para produtos químicos, conforme estabelecido na regra V/1-2 da Convenção
STCW-78 e na tabela A-V/1-2-1 do Código STCW-78, como emendados Manila 2010.
2. Conteúdos da unidade
Leia com atenção o conteúdo, procurando entender e fixar os conceitos por meio dos exercícios
propostos. Se você não entender, refaça a leitura e os exercícios. É muito importante que você
entenda e domine os conceitos.
São questões que ressaltam a idéia principal do texto, levando-o a refletir sobre os temas mais
importantes deste material.
4. Autoavaliação
São testes que o ajudarão a se autoavaliar, evidenciando o seu progresso. Realize-os à medida
que apareçam e, se houver qualquer dúvida, volte ao conteúdo e reestude-o.
5. Tarefa
Dá a oportunidade de você colocar em prática o que já foi ensinado, testando seu desempenho
de aprendizagem.
Nesta Unidade, abordaremos os diferentes tipos de navios petroleiros e navios químicos e suas
primeiras cargas de petróleo e de produtos químicos. Apresentaremos as propriedades e
características das cargas, bem como a sua utilização. Para fundamentar esse assunto,
estudaremos sobre a importância das normatizações internacionais e nacionais no transporte
marítimo de petróleo e produtos químicos e as principais definições, nomenclaturas e abreviaturas
utilizadas.
Unidade 2: EQ UI P AM E NT O S D E C AR G A E M AN U S E IO D A C AR G A
Nesta Unidade, estudaremos sobre os equipamentos que constituem o navio, ou seja, o arranjo
geral dos navios, os tanques, redes e válvulas dos navios petroleiros e químicos, como são
separados dos espaços seguros para as pessoas, os locais onde a carga é armazenada e
transportada e como aplicar as técnicas de transportes, bem como o manuseio seguro da carga.
Nesta Unidade, abordaremos a segurança do transporte e das operações de carga dos navios
transportadores de petróleo e de produtos químicos, a correta identificação dos riscos e perigos
da corrosividade de determinadas cargas para a tripulação e para a estrutura do navio. O principal
objetivo é dar aos alunos conhecimentos suficientes para identificar esses riscos e perigos à
saúde e as principais formas de prevenir a poluição ambiental.
se não forem bem controlados, podem resultar em acidentes com sérias consequências para as
pessoas, meio ambiente e bens materiais. Logo, os profissionais precisam de treinamentos
adequados e cumprimento de procedimentos específicos para o desempenho de suas atividades
realizadas a bordo dos navios petroleiros e de produtos químicos.
V – Avaliação do material
Após a realização das tarefas e dos testes de autoavaliação o aluno poderá verificar seus
erros e acertos, bem como o seu desempenho, consultando os Gabaritos que se encontram na
Chave de Resposta, ao final deste material.
VI – Símbolos utilizados
Existem alguns símbolos no manual para guiá-lo em seus estudos. Observe o que cada
um quer dizer ou significa.
Este lhe diz que há uma visão geral da Unidade e do que ela trata.
Este lhe diz que há, no texto, uma pergunta para você pensar e responder a
respeito do assunto.
Este lhe diz que há uma tarefa a ser feita por escrito.
Este lhe diz que esta é a chave das respostas para as tarefas e os testes de
autoavaliação.
UNIDADE 1
A seguir, você verá um pouco da história e do surgimento dos navios petroleiros e suas
primeiras cargas. Vamos juntos construir novas aprendizagens que farão a diferença no mundo do
trabalho e no meio ambiente.
Há muito tempo, lá pelo ano de 1861, o embarque de óleo era feito em navios convencionais
dentro de barris, e o navio à vela Elizabeth Watts foi o primeiro petroleiro a cruzar o Atlântico, de
Filadélfia a Londres, com petróleo transportado em barris. Essas embarcações eram de madeira
e, portanto, não eram adequadas para transporte de produtos inflamáveis.
O navio Atlantic, em 1863, foi o primeiro navio a transportar óleo em seus porões e já
possuía casco de ferro. Como praticamente não se conheciam os riscos dessa carga para o ser
humano, a falta de segurança era muito grande.
Você sabia que o primeiro navio que se pode chamar de navio-tanque foi o Zoroaster? É
isso mesmo: e ele foi construído em 1878. Em 1886, foi construído o navio Gluckauf, cuja
utilização era especificamente para transporte de petróleo e já incorporava dispositivos de
segurança inerentes a um petroleiro.
Acomodações Acomodações
Duas longitudinais
Em 25 de abril de 1950, pelo Decreto n. 28.050, foi criada a Frota Nacional de Petroleiro
(FRONAPE), subordinada ao CNP. Em 3 de outubro de 1953, com a Lei nº 2004, foi criada a
Petróleo Brasileiro S/A. (PETROBRAS), à qual a FRONAPE foi anexada.
Sua expertise garante à Companhia os títulos de maior armadora da América Latina e principal
empresa de logística e transportes do País, atuando como elemento estratégico para impulsionar
o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
Como você pode ver, a história nos permite entender a evolução e as transformações dos
navios. Veja, a seguir, os tipos de navios petroleiros.
Usualmente, os petroleiros são classificados pelo produto que transportam ou pelo seu
porte.
Em geral, são navios de grande porte destinados ao transporte de óleo cru em grandes lotes
procedentes dos campos de produção, como a Bacia de Campos, até aos portos onde estão
localizados os terminais de petróleo e as grandes refinarias. Conheça um navio de óleo cru,
conforme demonstrado na figura 1.4.
Os navios que transportam produtos claros ou limpos são navios menores dedicados ao
transporte de produtos destilados, como a gasolina, o querosene e o óleo diesel, que são cargas
que contêm poucos resíduos.
Os navios que transportam produtos escuros ou sujos são navios similares em tamanho aos
de produtos claros e se destinam ao transporte de óleos combustíveis pesados e outros produtos
residuais.
Os navios transportadores de produtos escuros e claros podem alternar seu tipo de carga,
de claro para escuro ou vice-versa e até transportá-los simultaneamente, quando devem ser
seguidos os procedimentos corretos de limpeza dos tanques que suportem essa troca.
São navios empregados apenas para o transporte de determinado tipo de produto ou como
navios de estocagem ou aliviadores de plataformas. Observe esta descrição na figura 1.6, navio
de óleo cru aliviador com DP (dynamic position) e BLS (bow loading system).
Figura 1.6: Navio de óleo cru aliviador com DP (dynamic position) e BLS (bow loading system).
Os VLCCs e ULCCs transportam grandes quantidades de óleo cru. Os demais, por serem
de menor porte e terem menores calados, são mais versáteis na sua utilização.
Confira, na figura 1.7, ULCC Knock Nevis – antigo Jahre Viking – atualmente plataforma de
armazenamento.
Importante!
Importante!
Nas exigências de construção, os projetos dão aos navios que transportam
petróleo grande capacidade de sobrevivência para proteger o navio por
meio de espaços vazios e limitação do tamanho dos navios de maneira tal
que, se um acidente ocorrer, o derrame de óleo será limitado.
A limitação do tamanho dos tanques é uma exigência que se refere à construção dos
tanques de carga de todos os navios petroleiros e visa a limitar a quantidade de óleo que possa
escapar para o meio ambiente marinho, em caso de avaria nos tanques de carga. O comprimento
e a largura dos tanques são de tal forma que o escoamento hipotético do óleo para o mar seja
menor do que 40.000 metros cúbicos em caso de avaria causada por colisão ou encalhe.
Agora que você estudou sobre os diferentes tipos de navios petroleiros, que tal uma
parada para recordar o que aprendeu?
Tarefa 1.1
1.1.1) Como se classificam os navios petroleiros de acordo com a carga que transportam?
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Após a tarefa, está na hora aprender mais um pouco, você não acha?
Pois bem! Cada um de nós tem a sua história de vida e tudo que existe no mundo teve o
seu princípio. O surgimento dos navios, do transporte e das primeiras cargas também teve o seu
início, que ficou marcado por mudanças importantes, ou seja, a sua história. Você quer saber
mais sobre esse assunto? Estude a próxima subunidade.
Pense!
Você sabia que o transporte de cargas químicas teve início com o rápido
crescimento das indústrias químicas após a 2ª Guerra Mundial?
Então, confira!
O primeiro navio químico surgiu da conversão do petroleiro americano do tipo T-2, que havia
sido construído para a guerra. Na conversão, foram colocadas anteparas para proporcionar mais e
menores tanques, além da instalação de sistemas de redes e foram adicionadas mais bombas de
carga. A primeira conversão desse tipo foi feita, em 1948, no R.E. Wilson de 9.073 toneladas (grt).
Além dos navios convertidos, que eram navios químicos relativamente grandes, navios
menores especialmente projetados para o transporte de ácidos, como o ácido sulfúrico, foram
construídos no início dos anos 50, com tanques fabricados com ligas de aço, portanto, reforçados
para suportar cargas com densidades até 2.0 kg/litro.
Pelo alto grau de pureza e sensibilidade das cargas químicas, sujeitas à contaminação,
foram desenvolvidas técnicas para o revestimento dos tanques de aço doce.
Saiba que!
Algumas cargas químicas, pelo tipo de construção dos tanques e sistema de carga, podem
ser transportadas em determinadas espécies de navios petroleiros.
O IBC Code divide os navios químicos em três categorias: navios tipo 1, tipo 2 e tipo 3, de
acordo com a extensão do dano que eles possam causar ao meio ambiente marinho.
Portanto, o navio do tipo 1 é um navio químico planejado para o transporte de produtos que
apresentem os maiores perigos e os do tipo 2 e do tipo 3 para produtos de perigos
progressivamente menores. Consequentemente, o navio do tipo 1 deve sobreviver ao mais severo
padrão de avaria, e seus tanques de carga devem estar localizados na distância máxima prescrita
do chapeamento do casco.
Os navios químicos modernos possuem grande número de tanques e são projetados para
transportar uma grande variedade de cargas. Para isso, os tanques são divididos em tanques de
aço inoxidável, tanques revestidos com pintura epóxi ou silicato inorgânico de zinco. Cada tanque
está equipado com bombas de profundidade, ou bombas submersíveis e sistema segregado de
redes. Um sistema de lastro segregado é instalado para garantir que o lastro não contaminará a
carga.
Os navios químicos são engajados em dois tipos de comércio: dedicated trade (viagem
dedicada) ou parcel trade (viagem parcelada).
Viagem dedicada usualmente significa que o navio está dedicado para certos tipos de
produtos e transportam a mesma carga a cada viagem.
Isso pode significar menor custo, uma vez que pode não ser necessário preparar os tanques
para receber a carga seguinte, o que também significará menos riscos operacionais pelo menor
manuseio do sistema de limpeza e condicionamento dos tanques.
Os navios químicos sujeitos aos Códigos devem ser capazes de sobreviver a extensões
específicas de avaria, mantendo-se em equilíbrio estável que satisfaça os critérios dos Códigos
que estão abaixo relacionados.
1. o navio do tipo 1 deve suportar uma avaria em qualquer local no seu comprimento;
2. o navio do tipo 2 com mais de 150 metros de comprimento deve suportar uma avaria em
qualquer local no seu comprimento;
3. o navio do tipo 2 com 150 metros de comprimento, ou menos, deve suportar uma avaria
em qualquer local no seu comprimento, exceto nas anteparas que envolvem os espaços
de máquinas localizados à ré;
4. o navio do tipo 3, com mais de 225 metros de comprimento, deve suportar uma avaria em
qualquer local no seu comprimento;
5. o navio do tipo 3, com 125 m metros de comprimento ou mais, não excedendo a 225
metros, deve suportar uma avaria em qualquer local no seu comprimento, exceto nas
anteparas que envolvem os espaços de máquinas localizados à ré;
6. o navio do tipo 3, com comprimento inferior a 125 metros de comprimento deve suportar
uma avaria em qualquer local no seu comprimento, exceto quando envolver avaria nos
espaços de máquinas quando localizados à ré. Porém, a capacidade para sobreviver a
um alagamento nos espaços de máquinas deverá ser considerada pela Administração.
Ou seja: um navio do tipo 1 deve ser capaz de sobreviver a uma suposta avaria em qualquer
parte em seu comprimento, enquanto os dos tipos 2 e 3, dependendo do seu comprimento, devem
ser capazes de sobreviver a uma suposta avaria dentro de áreas específicas em seus
comprimentos.
Para refletir !
Então, veja!
A posição dos tanques de carga é especificada para cada um dos três tipos de navios sendo
os tanques divididos em tanques independentes, que não fazem parte da estrutura do casco do
navio, e tanque integral, que faz parte do casco do navio.
É importante destacar que os tanques do navio tipo 1 devem ser separados do costado
exterior por espaços vazios ou por outros tanques e devem estar localizados em áreas onde é
improvável ocorrerem avarias. Os tanques do navio tipo 2 também devem ser separados do
costado exterior por espaços vazios ou por outros tanques, enquanto no navio tipo 3 os tanques
podem estar próximos ao costado. Alguns navios possuem tanques centrais do navio tipo 1 ou 2 e
laterais do navio tipo 3.
Vamos a mais uma parada obrigatória para você testar o que aprendeu?
Tarefa 1.2
Com base no que você estudou até aqui, responda ao que se pede.
1.2.1) Quais são os tipos de comércio nos quais os navios químicos são empregados?
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Segundo o Dicionário web, carga é aquilo que é ou pode ser transportado por homem,
por animal, carro, navio, etc., ato de carregar. Nesse sentido, existem muitos tipos de
carga.
Dando prosseguimento aos nossos estudos, veremos, a seguir, um tipo de carga muito
cobiçada nos últimos tempos e que, por vezes, é o vilão nas catástrofes de poluição ao meio
ambiente. Portanto, cuidemos bem do nosso petróleo!
1.3.1 Petróleo
O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos que são constituídos, em sua maioria, de
hidrocarbonetos associados a pequenas quantidades de nitrogênio, enxofre e impurezas diversas,
mas que não alcançam 5%. A composição do petróleo varia de acordo com a formação geológica
do solo do qual é extraído.
PARAFÍNICOS:
constituídos, em sua maior parte, por hidrocarbonetos de cadeia aberta;
NAFTÊNICOS:
predomina em sua composição o ciclopentano, como hidrocarboneto em
cadeia fechada, sendo a matéria-prima ideal para a composição de
lubrificantes;
AROMÁTICOS:
sua característica é a predominância do benzeno em sua composição.
O processo inicial utilizado nas refinarias para separação dos componentes da fração de
óleo cru é a destilação. Esse processo se aplica para a separação dos hidrocarbonetos mais leves
dos mais pesados, entre seus pontos moleculares. Para um composto com um grande número de
átomos de carbono, utiliza-se um processo denominado craqueamento, em que essas moléculas
são divididas e têm seus átomos reorganizados.
Graças aos processos de craqueamento, do petróleo bruto, são retirados certos produtos
em muito maior proporção do que aquela fornecida pela própria natureza. Se tivéssemos que
depender da quantidade de gasolina extraída do petróleo bruto, jamais obteríamos o rendimento
necessário do precioso combustível para a movimentação dos nossos carros. O craqueamento
soluciona o problema, permitindo a obtenção do produto em maior escala.
As impurezas presentes no óleo cru, tais como o enxofre, oxigênio e outras, são
indesejáveis nos produtos, daí a necessidade da eliminação destas durante o processo de refino.
Os produtos escuros, assim chamados devido ao seu aspecto, são também conhecidos
como “sujos” devido aos resíduos e sedimentos que deixam nas anteparas e fundo dos tanques.
Lembre-se!
PETRÓLEO ÁCIDO: óleo cru que contém apreciável quantidade de sulfeto de hidrogênio
(gás sulfídrico) e/ou mercaptans.
Anote!
PETRÓLEO NÃO VOLÁTIL: petróleo cujo ponto de fulgor, determinado pelo método de
teste em vaso fechado, é igual ou maior do que 60ºC;
PETRÓLEO VOLÁTIL: petróleo cujo ponto de fulgor, determinado pelo método de teste
em vaso fechado, é menor do que 60ºC.
São exemplos de produtos transportados por petroleiros o óleo cru a gasolina o óleo diesel,
QAV (querosene de aviação), nafta, óleo combustível, etc.
As cargas transportadas pelos navios químicos estão listadas no IMO Bulk Chemical
Codes (IBC Code). Além dessas cargas, este tipo de navio também pode transportar vários
outros produtos líquidos que não são considerados como produtos químicos, tais como: sucos de
frutas, água, óleos vegetais e animais, produtos claros derivados do petróleo e óleos lubrificantes.
As cargas dos navios químicos podem ser divididas em quatro grupos distintos:
petroquímicos;
álcool e carboidratos;
óleos animais, vegetais e gorduras; e
produtos químicos inorgânicos.
solventes;
aromáticos; e
produtos refinados.
licores;
vinhos; e
melaço.
óleo de soja;
óleo de algodão;
óleo de girassol;
sebo; e
óleo de baleia.
Os produtos químicos inorgânicos são produtos que não têm origem orgânica, tais como:
ácido sulfúrico;
ácido fosfórico;
ácido nítrico; e
soda cáustica.
A maioria das cargas dos navios químicos pertence ao grupo dos petroquímicos. Abaixo
relacionamos algumas dessas cargas.
Está na hora de fazer mais uma pausa. Procure se alongar, beber um copo de água e,
em seguida, recordar o que estudou.
Tarefa 1.3
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É importante que você saiba que, o conhecimento das propriedades físicas e químicas
das cargas transportadas por navios-tanque auxiliam na identificação dos perigos e colaboram na
segurança do transporte e nas ações a serem tomadas em caso de emergência.
Vejamos então!
Estabelece-se uma situação de equilíbrio entre o líquido e seu vapor. Não se observa
nenhuma transformação macroscópica porque os dois fenômenos ocorrem ao mesmo tempo e
com a mesma velocidade.
Lembre-se!
A pressão atmosférica varia na razão inversa da altitude. Por causa disso, a temperatura de
ebulição de um líquido varia de lugar para lugar.
Pense!
Aprender a produzir o fogo talvez tenha sido a primeira transformação química realizada
pelo homem. Ao tentar queimar determinadas rochas e minerais, o homem percebeu que alguns
deles se transformavam, pela ação do calor, em novos materiais como, por exemplo, os minérios
de cobre. A argila depois de cozida perdia água e endurecia e esse fato permitiu a fabricação de
tijolos e utensílios para armazenar água e alimentos.
Veja, por exemplo, o que acontece com o açúcar de cana quando ele é aquecido em uma
panela durante o tempo necessário para queimá-lo. Antes do aquecimento, o estado inicial da
porção de açúcar apresenta-se como um sólido branco, com sabor doce, inodoro e solúvel em
água. No estado final, depois que o açúcar ficar completamente queimado, teremos um sólido
preto, amorfo, com sabor amargo, inodoro e insolúvel em água.
No estado sólido, a força de coesão é maior do que a força de repulsão fazendo com que o
corpo apresente forma própria e volume constante. No estado líquido, as forças de coesão e de
repulsão são aproximadamente iguais, fazendo com que o corpo não tenha forma própria, embora
mantenha o volume constante. No estado gasoso, a força de coesão é menor do que a de
repulsão, o que faz com que o corpo não tenha forma própria nem volume constante.
São propriedades físicas frequentemente usadas para identificar os vários materiais puros.
Já sabemos que os materiais são encontrados em três estados físicos que são definidos pela
temperatura em que eles se encontram.
Qualquer que seja a quantidade ou a procedência de uma substância pura, seu ponto de
fusão será sempre o mesmo. O ponto de fusão serve também para classificar os materiais em
duas categorias: as substâncias e as misturas.
Nas mesmas condições, se dois materiais puros têm pontos de ebulição diferentes, então
eles são materiais diferentes. Diferenciar materiais líquidos por meio da comparação de seus
pontos de ebulição é uma importante aplicação dessa propriedade.
Quando um material líquido é constituído de uma única substância, sua ebulição ocorre em
uma única temperatura, como, por exemplo, a água, a acetona, o éter, etc.
Anote!
Pense!
Veja, então!
É uma propriedade física empregada quando o ponto de fusão e o ponto de ebulição não
puderem ser usados para caracterizar as substâncias e diferenciá-las das misturas.
massa
Densidade = -----------
volume
É importante anotar:
É o peso do vapor comparado com o peso de igual volume de ar, ambos em condições
normais de temperatura e pressão. Assim, a densidade de 2,9 significa que o vapor é 2,9 vezes
mais pesado que igual volume de ar, sob as mesmas condições físicas.
1.4.2.8 Viscosidade
uma resistência ao escoamento, pode ser expressa e medida pelo tempo que o líquido leva para
escoar-se pelo gargalo de um frasco de dimensões pré-estabelecidas, ou seja, pelo tempo no qual
se escoa um dado volume. Assim, o grau de viscosidade tem o nome do idealizador do frasco ou
viscosímetro.
Nos Estados Unidos, usa-se o Saybolt Seconds Universal (SSU), para viscosidades médias
e Seconds Saybolt Furol (SSF), para viscosidades altas. Na indústria de automóvel, a viscosidade
dos óleos é dada em unidades SAE (Society of Automotive Engineers). A viscosidade de muitos
líquidos diminui com o aumento da temperatura.
As moléculas muito leves como as do metano, butano e propano são gases sobe condições
atmosféricas normais. As moléculas muito pesadas, como as do asfalto, são sólidas sob
condições atmosféricas normais. As moléculas intermediárias, tais como as do óleo diesel, são
líquidos sob condições atmosféricas normais.
O processo inicial utilizado nas refinarias, para separação dos componentes da fração de
óleo cru, é a destilação. Esse processo se aplica à separação dos hidrocarbonetos mais leves dos
mais pesados, entre seus pontos moleculares.
É a mais baixa concentração de gás ou vapor, comumente expressa em ppm, por volume
no ar, que uma pessoa pode perceber pelo odor. É um parâmetro que relaciona homem com a
carga.
Pequenas quantidades das cargas embarcadas são coletadas nos tanques dos navios e
acondicionadas em pequenos frascos, normalmente de vidro, os quais representam amostras das
cargas que serão enviadas aos laboratórios para análise de suas propriedades químicas e físicas.
Nos navios químicos, nas operações de carregamento, essas amostras são coletadas
quando a quantidade de carga atinge a altura de aproximadamente 1pé (30,48cm) do fundo do
tanque que é a altura (innage) suficiente para mergulhar o saca-amostras. No caso dos
Essa retirada de amostras é necessária para saber se a carga que está chegando ao tanque
está dentro de sua especificação e, caso positivo, o carregamento será continuado. No porto de
destino, antes do descarregamento, são retiradas novas amostras para saber se a carga chegou
dentro da especificação que foi entregue a bordo no porto de origem.
Esse óleo de origem fóssil, que levou milhões de anos para ser formado nas rochas
sedimentares, se tornou a principal fonte de energia do mundo moderno. Aqui no Brasil, a maior
parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do
que as dos demais países produtores.
O petróleo faz parte de diversos produtos do nosso dia-a-dia. Além dos combustíveis, ele
também está presente em fertilizantes, plásticos, tintas, borracha, entre outros.
Nas refinarias, o óleo bruto passa por uma série de processos até a obtenção dos produtos
derivados, como gasolina, diesel, lubrificantes, nafta, querosene de aviação.
Outros produtos obtidos a partir do petróleo são os petroquímicos. Eles substituem uma
grande quantidade de matérias-primas, como madeira, vidro, algodão, metais, celulose e até
mesmo as de origem animal, como lã, couro e marfim.
Saiba mais!
http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/
Ao longo dos anos, as cargas químicas líquidas apropriadas para o transporte por navios
têm aumentado gradativamente e hoje já somam centenas. A maioria destas cargas é
petroquímica e se constituem em matéria-prima para a fabricação de plásticos, borrachas e fibras
sintéticas, produto químico para a agricultura e para detergentes.
Tarefa 1.4
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1.5 NORMATIZAÇÃO
Um profissional que faz a diferença no mercado de trabalho tem que ter, além de
qualificação para o exercício da sua função, consciência cidadã e conhecimento da Legislação,
Regras e Convenções pertinentes a sua atividade. Em se tratando do transporte de cargas, como
o petróleo e produtos químicos por navios, nosso cuidado tem que ser redobrado, sobretudo as
nossas ações.
Vejamos, então!
A qualificação e o treinamento das pessoas envolvidas passaram a ser mais exigentes para
aumentar a segurança operacional e a prevenção da poluição, e essa qualificação é obtida
através de treinamentos que seguem o padrão mínimo que é exigido pela Convenção STCW
78/95 em seu Capítulo V.
O Brasil, como país signatário dessas convenções, as cumpre através da NORMAM 01, que
tem como propósito estabelecer Normas da Autoridade Marítima para embarcações destinadas à
operação em mar aberto, com exceção das embarcações de esporte e recreio, a menos que
esteja previsto nas Normas específicas para tais embarcações (NORMAM 03) e embarcações da
Marinha do Brasil.
Considerações Finais
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1.5) Por que algumas cargas de petróleo são chamadas de produtos escuros ou “sujos”?
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1.6) Quais as cargas que não são produtos químicos e são transportadas por navios
químicos?
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1.7) Quais são as cargas químicas inorgânicas transportadas pelos navios químicos?
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Parabéns!
UNIDADE 2
O navio, por si só, constitui o equipamento principal utilizado para armazenar e transportar
sua carga. Fazendo uma analogia, convido você a comparar simbolicamente o navio com um
grande armário, composto de muitas gavetas. Nessas gavetas encontramos diferentes
estruturas, equipamentos, tripulantes e as cargas. Imagine se essas gavetas estivessem
“bagunçadas” e “desorganizadas”, seria um verdadeiro caos e colocaria em risco a vida dos
tripulantes, do navio, do meio ambiente e comprometeria a carga, o que poderia acarretar grandes
prejuízos.
Portanto, é importante que você estude com muita atenção os assuntos que serão
abordados nesta Unidade, sobre os tipos de navios e os diferentes tipos e características das
cargas que estão autorizados a transportar, bem como os equipamentos instalados para
movimentar a carga, nas operações de carregamento e descarregamento, e as técnicas aplicadas
para que essa movimentação ocorra sem contaminações ou acidentes que levem a outras graves
consequências.
Fique atento, organize suas “gavetas mentais”, jogue fora os “lixos emocionais”, tais como
ansiedade, desatenção, indisciplina, medo, e substitua por coragem, tranquilidade, disciplina,
determinação e autonomia, que são combustíveis essenciais ao aluno na Educação a Distância.
Vejamos, então, o nosso primeiro assunto que trata do arranjo geral dos navios petroleiros e
químicos!
Saiba mais!
1) a parte de vante (proa), que compreende toda parte da estrutura do navio localizada
por ante avante da área de carga;
O passadiço poderá ser localizado sobre a área dos tanques de carga, quando necessário,
desde que seja utilizado exclusivamente para navegação e que seja projetado para ficar separado
por um espaço aberto a uma altura mínima de 2 metros acima da área da carga. Esse
espaço tem como finalidade proporcionar uma boa ventilação, e evitar acúmulo de gases
inflamáveis e/ou tóxicos.
As portas e vigias do camarim do leme (passadiço) são projetadas para assegurar que o
camarim do leme possa ser tornado rápida e eficientemente estanque a gases e a vapores. As
vigias, voltadas para a área de carga e para os bordos das superestruturas e estruturas existentes
no convés são do tipo fixo (que não se abrem).
acomodações é projetada de tal modo que seja capaz de minimizar a possibilidade de entrada de
vapores da carga nestes espaços.
Vale destacar !
Os espaços e zonas com perigo de gás são espaços ou zonas, dentro da área da carga,
onde podem ocorrer vazamentos de gás e que não estão equipados com sistemas aprovados
para garantir que suas atmosferas sejam mantidas em condições seguras durante o tempo todo.
Para refletir !
Você sabia que um espaço seguro de gás é um espaço que não faz parte da
área com perigo de gás?
É isso mesmo, porque, nos planos dos navios, essas áreas são identificadas como “espaço
com perigo de gás” e “espaço seguro de gás”.
Para salvaguardar as pessoas dos vapores perigosos das cargas emanados dos tanques de
carga pelo sistema de suspiros, os locais de captação de ar e as aberturas para as acomodações,
espaços de máquinas, de serviço e de estações de controle, são cuidadosamente dispostos de
forma a minimizar o risco de esses vapores entrarem nesses espaços.
As tomadas de ar, acessos e aberturas para esses espaços não podem facear a área da
carga e devem estar localizadas a uma distância de, pelo menos, 4% do comprimento do navio,
mas nunca inferior a três metros da face da superestrutura que está voltada para a área da carga.
Essa distância não precisa ser maior do que cinco metros. Nenhuma porta será permitida dentro
desses limites a não ser que sejam para um local que não dê acesso para as acomodações,
locais de trabalho e estações de controle, tais como: estações de controle de carga e paióis de
materiais.
As portas e janelas do passadiço podem ser localizadas dentro desses limites, desde que
possuam um projeto de fechamento rápido e que garanta vedação contra gases e vapores para o
passadiço.
Os tanques de carga e os slop tanks estão segregados das outras partes do navio através
dos cofferdams, espaços vazios, casas de bombas da planta de carga ou outras casas de
bombas, tanques vazios ou tanques de combustíveis.
A planta de carga, formada pelos sistemas de manuseio da carga, está instalada na área da
carga, completamente separada dos espaços das acomodações, espaços de máquinas e de
outros espaços seguros de gás. Quando a planta de carga está instalada fora da área da carga,
precauções de construção e operacionais são tomadas para prevenir que a carga ou vapor da
carga vaze para as áreas seguras de gás.
Nos espaços onde não é necessária uma entrada regular de pessoas, normalmente
classificados como espaços confinados, tais como os tanques de carga, os cofferdams, duplos
fundos e outros espaços com perigo atmosférico, deve haver meios de ventilação para garantir
atmosfera segura quando for necessária a entrada de pessoas nesses espaços. Geralmente, essa
ventilação é feita com ventiladores portáteis que funcionam com ar comprimido ou são hidráulicos,
funcionando com água do sistema de lavagem de tanques ou das redes de incêndio.
Lembre-se!
Lembrando-nos da metáfora das “gavetas” que devem estar organizadas, vejamos, agora
mais um compartimento do navio, que é a casa de bomba, que também deve obedecer a uma
organização para evitar os acidentes a bordo.
Os navios químicos, geralmente, são equipados com sistema de descarga individual onde
cada tanque possui bombas e redes independentes, ficando a casa de bombas para o sistema de
lastro e de lavagem de tanques, incluindo trocadores de calor, bomba dosadora de produtos de
limpeza e as válvulas e redes dos sistemas instalados.
Os projetos mais modernos contemplam navios químicos e de produtos que não possuem
casa de bombas, e todas as operações de carga são realizadas por sistemas instalados na praça
de máquinas e o sistema de lastro conta com bombas instaladas no convés principal, uma em
cada bordo.
Contudo, em alguns projetos ainda são encontradas bombas de carga dentro das casas de
bombas dos navios químicos.
De maneira geral, as casas de bombas devem possuir arranjos que garantam que todas as
pessoas transitem com segurança, sem obstáculos, o tempo todo, pelas escadas e plataformas
em todas as direções. O acesso a todas as válvulas dos sistemas deve ser fácil para uma pessoa
que esteja utilizando seu equipamento de proteção individual (EPI).
Na casa de bombas, deve haver um sistema permanente de resgate que possibilite içar uma
pessoa ferida por um cabo de resgate que possa fazer o trajeto até o topo, sem obstruções.
É importante que haja meios de drenagem da casa de bombas para o caso de possíveis
vazamentos através das válvulas ou das bombas de carga. Esse sistema de drenagem deve
permitir a operação fora da casa de bombas.
Continue sua jornada de estudos. Veja, agora, o nosso próximo assunto que trata da
segregação de cargas!
Os tanques que contêm carga ou resíduos da carga sujeitos ao Código IBC devem ser
segregados dos espaços das acomodações, espaços de máquinas e de serviços, e de tanques de
água potável e paióis de mantimentos, por meio de cofferdam, espaços vazios, casas de bombas,
casa de bombas de carga, tanques vazios, tanques de combustíveis ou outros espaços similares.
Vale destacar !
As redes de carga não devem passar por dentro das acomodações nem dos
espaços de máquinas ou de serviços ou outros que não a casa de bombas
de carga.
As cargas, seus resíduos e as misturas que contêm cargas que reagem perigosamente com
outras cargas, com resíduos ou com misturas, devem ser segregados de outras cargas por meio
de cofferdam, de espaços vazios, de casas de bombas, de tanques vazios ou de tanques
carregados com carga compatível.
As bombas devem ser independentes para cada tanque, assim como as redes e estas não
podem atravessar outros tanques que contenham essas cargas, a não ser que encapsuladas em
túneis. O sistema de exaustão de gases também tem que ser independente para cada tanque.
Que tal, depois de estudar sobre arranjo geral dos navios petroleiros e químicos,
testar seus conhecimentos?
Tarefa 2.1
2.1.1) Qual é a finalidade de ligar a ventilação ou extração antes da entrada em uma casa
de bombas?
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____________________________________________________________________________
2.1.2) Relacione as facilidades que devem ser encontradas nas casas de bombas.
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Prepare-se, agora, para conhecer um pouco mais sobre os navios petroleiros. Amplie
seu conhecimento sobre tanques, redes e válvulas.
Vamos lá!
O aço, que é uma liga facilmente encontrada ao redor do mundo e economicamente mais
barata é o tipo de material mais comumente utilizado na construção dos tanques e das redes
(tubulações) dos navios petroleiros.
O acesso de pessoas ao seu interior é feito através do domo do tanque, sendo necessário
cumprir os rigorosos procedimentos para entrada em espaços confinados. As escadas que levam
ao interior dos tanques iniciam no domo, e sua utilização deve ser cuidadosa e na maioria das
vezes é mais seguro descer de costas, segurando-se nos corrimãos.
Confira, a seguir, nas figuras 2.2 e 2.3, o Domo e a escada de acesso com visualização das
serpentinas no fundo do tanque.
Figura 2.3: Escada de acesso com visualização das serpentinas de aquecimento no fundo do tanque.
No interior dos tanques, dependendo da utilização do navio e da carga que está autorizado
a transportar, podem ser encontrados os seguintes equipamentos:
É importante você saber que os tanques de lastro segregado possuem sistemas de redes e
bombas totalmente independentes dos sistemas de carga e de combustíveis para garantir que o
lastro permaneça totalmente separado desses sistemas evitando contaminações da água de
lastro. Nas emergências e somente com a autorização do comandante, poderá ser feita a
interligação dos dois sistemas através de um carretel que permanece desconectado e pronto para
uso.
Observe as tomadas com flange das redes de carga e lastro e o carretel de interligação
dessas redes nas figuras 2.4 e 2.5.
Figura 2.4: Tomadas com flange da rede de interligação dos sistemas de carga e lastro.
Os resíduos são transferidos para o tanque de bombordo e deixados decantar para que os
resíduos mais limpos sejam transferidos pela válvula de interligação (balance valve) para o tanque
de boreste de onde serão bombeados para o mar através do monitor de lastro (ODME), sem
provocar poluição, ou para instalações de terra durante as operações nos terminais. Os resíduos
remanescentes no tanque de bombordo também deverão ser bombeados para o terminal.
Caso seja apenas um tanque, os resíduos devem decantar para que os resíduos mais
limpos sejam aspirados pelo fundo do tanque e descarregados para o mar através do monitor de
lastro.
Para facilitar a sua compreensão, veja a seguir alguns termos técnicos que até já foram
citados nesta Unidade mas merecem um detalhamento maior.
2.2.5 Cofferdam
2.2.8.1 Crossovers
Observe com atenção, conforme demonstrado na figura 2.7, o manifold com o braço
metálico conectado na crossover.
Pense rápido!
O sistema de carga pode ser individual em cada tanque de carga, ou comum a grupos de
tanques, podendo ser de diâmetros que variam normalmente de 4 a 36 polegadas, dependendo
do porte do navio e vazão nominal das bombas de carga, além de a espessura da parede da linha
variar de acordo com a resistência à pressão de trabalho.
Também encontramos petroleiros com três ou quatro linhas de carga aéreas, respectivas
drop lines e grupos de tanques de carga interligados entre si por duplo bloqueio de válvulas. O
número de bombas de carga depende do número de grupos de tanques existentes no petroleiro,
sendo possível utilizar, através de manobras de válvula, a bomba de carga de um grupo de
tanque em outro grupo, melhorando o tempo de operação ou manutenção de bombas.
Temos também petroleiros do tipo product (parcel) tanker, que são providos de uma
bomba do tipo de imersão por tanque de carga, além de linhas aéreas individuais, que são
interligadas a 3 ou 4 tomadas de carga do navio através de manobra de válvulas. Geralmente, as
bombas de carga são submersíveis, impulsionadas por sofisticado sistema hidráulico, além de
sofisticada automação para este sistema.
Lembre-se!
Todo navio petroleiro deve ter uma rede de descarga de lastro, ou água
contaminada por óleo proveniente dos tanques de carga para o mar,
obedecendo a parâmetros exigidos no Anexo I da Convenção MARPOL, e
respeitando as áreas geográficas descritas no mesmo Anexo I desta
mesma Convenção.
bomba de dreno;
edutor;
sistema self-stripping;
sistema vácuo-stripping; e
bombas autoescorváveis.
Contudo, o sistema de drenagem geralmente consiste em duas ou mais redes que servem a
todos os tanques de carga. Geralmente, esse sistema é separado do sistema de descarga
principal, mesmo que haja interligações, através das quais o sistema de drenagem pode ser
utilizado para drenagem e limpeza das linhas de carga.
Nos petroleiros dotados de bombas de carga principal do tipo alternativa, bomba de imersão
ou bombas com sistema de autoescorva, os sistemas de drenagem são eliminados para o
manuseio de carga.
As bombas de dreno são do tipo autoescorvadas, pois quando a bomba perde sucção, o
sistema de autoescorva elimina o gás ou ar aspirado pela bomba, fazendo com que ela volte a
aspirar a carga novamente, eliminando, assim, a submergência negativa durante a fase de
drenagem.
Você sabia que em alguns projetos não existem as linhas do sistema de drenagem e as
bombas de dreno do navio são usadas com as linhas de sucção de carga? É isso mesmo, logo,
implica um aumento do tempo de descarga do navio.
2.2.9.2 Edutor
Alguns navios também são dotados de edutores, que são utilizados para auxiliar a
drenagem dos tanques de carga. Os edutores utilizados em conjunto com as bombas de dreno
tornam a drenagem mais rápida e confiável. Eles dão maior contribuição por ocasião das limpezas
de tanques, pois reduzem o desgaste prematuro das bombas de carga e dreno, visto que borras e
cascalhos de ferrugem podem ser manuseados sem causar danos às válvulas e a impelidores das
bombas.
bocal;
tubo de mistura; e
difusor.
O propelente, gás ou líquido, flui através do bocal e entra no tubo de mistura. A
velocidade do propelente aumentará naturalmente, passando pelo bocal. Como
consequência, o líquido a ser bombeado é aspirado para dentro da câmera de mistura e
descarregado pelo difusor junto com o propelente.
Os sistemas de dreno empregados nos navios-tanque objetivam que, após a
descarga resulte um mínimo de remanescente a bordo, ou seja, que o máximo de carga
seja descarregada.
Benefícios de um edutor:
Em razão da eficiência de um edutor ser muito baixa, eles não são usados como bomba de
carga nos navios químicos, porém podem ser usados para manuseio de resíduos ou para
lavagem de tanques.
2.2.9.3 Self-stripping
A drenagem dos tanques é feita com a própria bomba de carga, aspirando de um extrator de
gás no qual é feito vácuo por meio de um sistema de ejetores, acionados a vapor, fazendo com
que o líquido flua do tanque para o extrator, evitando que a bomba perca a aspiração.
Amplie seu conhecimento. Observe atentamente as figuras 2.12, 2.13 e 2.14, pois elas
facilitarão a sua compreensão.
2.2.10 Válvulas
de esfera;
de retenção (ou portinhola);
globo; e,
válvula de alívio de pressão (de segurança).
Sabemos que as gavetas servem para guardar muitos utensílios e nos ajudam não só na
organização de nossa casa e escritório como fazem parte dos equipamentos do navio. Por falar
em gavetas, vejamos, então, as válvulas de gaveta que é o nosso próximo assunto.
1) no primeiro tipo, quando acionamos o volante para abertura, o setor roscado que é preso
ao disco de vedação da válvula faz com que um eixo se eleve acima do centro do volante, içando
internamente o disco de vedação, que se locomove internamente no corpo da válvula, permitindo,
assim, a passagem do fluido;
2) no segundo, o setor roscado fica embutido no centro da sede da válvula, que possui uma
rosca no topo e, à medida que o volante de acionamento é girado, faz com que o setor roscado
atue sobre esta porca içando o disco de vedação e o setor roscado utilizado na abertura fica
contido no interior do disco de vedação da válvula. Quando fechada, os anéis de vedação
existentes nas duas faces do disco de vedação são prensados contra dois outros anéis existentes
no corpo da válvula, proporcionando assim uma vedação eficaz. Os anéis de vedação existentes
no corpo da válvula e no disco de vedação são chamados de sede e contrassede,
respectivamente, e são de diferentes tipos de materiais, tais como bronze, aço inoxidável, entre
outros.
Figura 2.16: Válvula tipo gaveta instalada em rede de incêndio (posição aberta).
As válvulas do tipo borboleta são muito utilizadas nos modernos petroleiros. Têm a
vantagem de possibilitar uma rápida abertura ou fechamento, pois são constituídas de um disco
giratório bicôncavo no interior de uma cavidade esférica fixa em um eixo, que é ligado ao volante
ou a um atuador de abertura que proporciona a inclinação do disco, possibilitando uma perfeita
vedação quando fechada ou ângulos variáveis que vão de zero a 90 graus de abertura, o que
regula a passagem do fluido através dessa abertura.
São, portanto, válvulas de bloqueio e regulagem. A vedação é feita pelo contato entre a face
externa da circunferência do disco com anéis de selagem conhecidos como seat-ring.
Observe, a seguir, nas figuras 2.18 a válvula tipo borboleta, e na 2.19 a válvula tipo esfera.
Já as válvulas do tipo esfera diferem das borboletas porque, em vez de possuírem disco,
elas são dotadas de uma esfera vazada no mesmo diâmetro da tubulação e a vedação é feita com
anéis de teflon nas duas extremidades do corpo da válvula com a esfera. Essa esfera é
normalmente de aço inoxidável, para maior durabilidade dos vedantes de teflon.
Essas válvulas não se aplicam a casos em que se pretende variar a descarga, mas apenas
abrir ou fechar totalmente a passagem do fluido, e são fabricadas em aço inoxidável, aço-carbono,
bronze, etc. São comuns em diâmetros de até 6", de aço para pressões de até 70 kgf/cm2.
A válvula de retenção ou portinhola, tanto linear quanto angular, é uma válvula que
possui um disco preso a um eixo excêntrico fixado ao corpo da válvula, porém com movimento
rotacional do eixo livre e provido de um sistema tipo mola que a mantém fechada e só se abre
quando a força proporcionada pela passagem do fluido faz com que ultrapasse a pressão
exercida pela mola, causando a sua abertura.
Lembre-se!
Essas válvulas são caracterizadas, em sua maioria, pela forma de globo em seu corpo.
Permitem uma regulagem eficiente do fluido com desgastes mínimos por erosão, tanto na sede
como no obturador. Em contrapartida, oferecem elevada perda de carga, em virtude da brusca
mudança da direção imposta ao fluido.
Vantagens: permite o controle parcial do fluxo; abertura e fechamento mais rápido que da
válvula de gaveta; as características construtivas da sede-obturador permitem estanqueidade
total; manutenção favorecida pelo fácil acesso aos componentes internos sem remoção da válvula
da linha; e é aplicável em ampla faixa de pressão/temperatura.
Desvantagens: não admite fluxo nos dois sentidos e tem perda de carga elevada.
São empregadas em instalações que corram risco de colapso por excesso de pressão para
diminuir o efeito do golpe de aríete em determinadas ocasiões anormais de serviço, em refinarias,
indústrias químicas e petroquímicas e processos industriais em geral, instalações de gás, ar,
vapor e líquidos em geral, em condições extremas de temperatura e/ou pressão.
Vale destacar que as válvulas de alívio são obrigatórias quando o navio possui bombas de
deslocamento positivo. Essas bombas, por segurança, devem possuir uma rede que interliga as
redes de aspiração e de descarga, e nessa rede de interligação há uma válvula de alívio de
pressão regulável.
Hora de mais uma parada: aproveite para alongar e se hidratar, e em seguida, faça a
tarefa proposta para recordar o que aprendeu.
Tarefa 2.2
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Caro aluno,
Onde for aplicável, as seguintes considerações devem ser levadas em conta na seleção do
material de construção:
O projeto dos tanques de carga deve garantir uma boa drenagem e permitir facilidade de
limpeza em razão de:
quanto menor a quantidade de resíduo, maior a proteção ao meio ambiente uma vez que
será menor o descarte para o mar;
quanto menor a quantidade de resíduo, maior a quantidade descarregada, diminuindo a
chance de questionamentos por falta de carga nos portos de descarga; e
prevenção de contaminação da próxima carga quando houver troca de carga, uma vez
que a limpeza do tanque será beneficiada.
Dessa forma, no projeto do tanque está incluído, por exemplo, um pequeno reservatório
(poceto), onde fica localizada a bomba submersível e uma suave inclinação no piso do tanque,
possibilitando que o produto escoe em direção à bomba e à consequente melhor drenagem
mesmo com o navio em águas parelhas. Por esse motivo, não são necessárias manobras com
lastro ou com carga com objetivo de adernar o navio, para um ou outro bordo, para melhorar a
drenagem. Um trim de popa compatível, porém, será necessário uma vez que as bombas são
instaladas na parte de ré dos tanques.
Vale destacar !
O aço utilizado na construção dos tanques de carga pode ser atacado pela ferrugem,
tornando-os impróprios para as cargas químicas em razão da dificuldade de ser realizada uma
limpeza eficaz, o que acarreta contaminação da carga.
Para superar essa dificuldade, os tanques fabricados de aço doce são revestidos,
internamente, com tintas resistentes a determinados grupos de cargas químicas. O fabricante da
tinta utilizada fornece uma lista dos produtos químicos (coating resistance list) com os quais a tinta
é compatível e essa lista deve ser estritamente seguida.
Muitos navios-tanque para produtos químicos possuem tanques de pintura e tanques de aço
inoxidável. A pintura pode ser epóxi fenólico modificado ou silicato inorgânico de zinco.
O epóxi fenólico é um tipo de tinta bi-componente com alto teor de sólidos e grande
resistência a determinados produtos químicos enquanto que o silicato é uma tinta bi-componente
a bases de zinco de alta resistência a determinados produtos químicos cuja cura se dá pela
umidade e que dá aos tanques de carga uma aparência de aço.
É importante saber que os tanques de aço inoxidável podem ser folheados (constituídos de
uma camada de aço inox de cerca de 2mm de espessura, conhecida como CLAD) ou de uma
chapa sólida de aço inoxidável.
Alguns tipos de navios químicos possuem pequenos tanques cilíndricos, geralmente de aço
inoxidável, instalados horizontalmente no convés principal (figura 2.26), divididos em até três
tanques menores, independentes, cada um com sua própria bomba e sistema de redes, como é o
caso do navio da figura 2.24, em destaque a seguir.
Figura 2.24: Navio químico (Quixadá) com tanque de convés (deck tanks).
Para facilitar a sua compreensão, observe a seguir a figura 2.25 referente aos materiais dos
tanques de carga.
O aço inoxidável é resistente a quase todos os produtos químicos e somente será inoxidável
e resistente à corrosão se for apropriadamente manuseado e, por isso, as instruções dos
armadores ou dos fabricantes devem ser estritamente seguidas pelo pessoal do navio.
Esse material é uma liga de ferro e cromo também ligado ao níquel e ao molibdênio, que
apresenta propriedades físico-químicas superiores aos aços comuns, sendo a alta resistência à
oxidação atmosférica a sua principal característica.
O molibidênio é um metal que assim como o níquel é aplicado em ligas metálicas de aço
para endurecê-la e torná-la resistente a corrosão.
Na realidade, é aço oxidável, isto é, o cromo presente na liga oxida-se em contato com o
oxigênio do ar, formando uma película, muito fina e estável de óxido de cromo na superfície
exposta ao meio ambiente, que contém uma quantidade mínima de cromo de cerca de 11% em
massa.
Essa película, que é aderente e impermeável e que isola o metal abaixo dela do meio
agressivo, é chamada de camada passiva. Essa camada, apesar de estável, não é indestrutível e
exige cuidados especiais para manter inalteradas suas características originais. Tem a função de
proteger a superfície do aço contra processos corrosivos.
A aderência de impurezas nas chapas dos tanques de carga pode comprometer sua
resistência à corrosão, uma vez que estas evitarão o contato do cromo do aço com o oxigênio do
meio ambiente e a consequente degeneração da camada passiva de óxido de cromo, criando
portas de entrada da corrosão, danificando o material.
Vale destacar !
Contudo, caso venha a ocorrer dano na camada passiva, esta poderá ser reconstituída por
decapagem (pickling) e passivação.
Os filmes passivos são formados pelo contato do material com o meio ambiente em que se
encontre (água e ar) e pelo tratamento com soluções de ácido nítrico e também de ácidos menos
oxidantes como o ácido cítrico. Os filmes, quando obtidos por imersão em soluções de ácido
nítrico, são mais ricos em cromo e, por isso, apresentam grande resistência à corrosão. Esse
processo é o indicado para a reconstituição da camada passiva dos tanques de carga dos navios
químicos.
A passivação dos tanques de carga dos navios é feita por um processo que busca atuar
como se fosse a imersão do tanque na solução oxidante, uma vez que manterá suas chapas
molhadas com esta solução durante todo o tempo previsto para realização do processo. Esse
processo consta da recirculação da solução em circuito fechado e utiliza máquinas portáteis de
jato rotativo e a bomba do tanque para bombear a solução de volta ao tanque, num processo
contínuo. Vale destacar que a bordo esse processo é conhecido como rock and roll.
Uma vez que as soluções ácidas não removem óleos e graxas, eles devem ser removidos
antes da aplicação do processo de passivação, utilizando-se desengraxantes, desengordurantes
ou solventes adequados.
O teste que determina se um tanque necessita de passivação, pode ser feito com um
produto chamado cloreto de paládio (palladium chloride).
Lembre-se!
Pense rápido!
Você sabe quais são os passos que devem ser seguidos depois de efetuado
o teste que indica a passivação do tanque?
Deve ser efetuada para se verificar se o tanque ainda precisa ser lavado para a remoção de
quaisquer partículas sólidas ou de resíduos da carga anterior ou se há qualquer material
incompatível com os produtos que serão utilizados no processo.
O navio deve possuir um equipamento (geralmente uma curva de redução) que deve ser
instalado na descarga do tanque no manifold e em sua outra extremidade instalada a mangueira
da máquina portátil de limpeza, que será introduzida em uma das aberturas de lavagem do
tanque. Essa máquina deverá ficar em uma altura equidistante do teto, piso e anteparas, para
melhor atingir essas áreas e aumentar a eficácia do processo.
Deve ser adicionada água doce no tanque em quantidade suficiente para garantir sua
recirculação pela curva de redução e retorno ao tanque pela mangueira da máquina.
A bomba de carga deve ser acionada e sua velocidade regulada de forma que a
recirculação seja garantida com o funcionamento correto da máquina de limpeza. Não deve haver
vazamentos pelas conexões.
Usando, então, a bomba desse tanque, a recirculação poderá ser iniciada. Esse processo se
repetirá até que o último tanque previsto tenha sido tratado pela solução desengraxante.
Antes que se inicie o processo de passivação, todos os tanques devem ser lavados com
água doce, utilizando-se o sistema de limpeza de tanques.
Deve ser adicionada água doce suficiente para a recirculação e acionada a bomba do
tanque. Após verificação do funcionamento correto do sistema, o agente oxidante (geralmente
ácido nítrico) deverá ser adicionado ao tanque com o sistema em circulação, quando se considera
iniciado o processo de passivação. A solução será transferida de um tanque a outro até que todos
estejam passivados.
Ao término da passivação, todos os tanques devem ser lavados abundantemente com água
doce.
Após estarem os tanques drenados e secos, deve ser efetuado novo teste com cloreto de
paládio para verificar a reconstituição da camada passiva.
Saiba que esse teste pode ser efetuado em uma peça de aço inoxidável 316 L que tenha
sido deixada, antes do início da passivação, dentro de cada tanque, próximo ao topo, amarrada
com uma cabo de nylon, para que possa ser facilmente removida e levada para teste em local
seguro. Caso esse teste não satisfaça, deverá ser realizado de novo diretamente numa chapa
dentro do tanque.
8. Segurança:
Os ácidos utilizados nas soluções passivantes são perigosos e podem causar danos tanto
às pessoas quanto ao meio ambiente e devem, por isso, ser manuseados corretamente. As MSDS
dos produtos utilizados devem ser consultadas previamente para se saber os detalhes de seu
manuseio.
9. Meio ambiente
Veja a figura 2.26, que retrata o acesso (domo) de um tanque de carga em aço inoxidável
316 L.
Que tal mais uma parada para relaxar? Agora, antes de prosseguir para o próximo
assunto, teste o que estudou até aqui.
Tarefa 2.3
2.3.1) Quais são os principais tipos de revestimentos internos dos tanques de carga dos
navios químicos?
___________________________________________________________________________
As tintas utilizadas no revestimento interno dos tanques dos navios químicos constituem-se
de uma película protetora resistente aos produtos químicos. Os fabricantes dessas tintas
distribuem informações que indicam os produtos químicos aos quais suas tintas são resistentes.
Observe a seguir, na figura 2.27, os tipos de revestimentos dos tanques dos navios
químicos.
Tintas epóxi
As tintas epóxi modificadas (bicomponentes) são tintas com alto teor de sólidos e sua
aplicação resulta em alta espessura. São formuladas com pigmentos inibidores de corrosão e
aditivos tensoativos que conferem a proteção anticorrosiva às superfícies.
Essas tintas, por sua extraordinária aderência ao concreto e ao aço carbono e pela sua
grande impermeabilidade, são recomendadas para pintura de áreas sujeitas a respingos e
derrames contínuos de produtos químicos corrosivos, bem como para o interior de tanques de aço
carbono, utilizados no transporte e armazenamento de produtos químicos.
Além de boa resistência química, têm resistência aos raios ultravioleta muito superior
à das tintas epóxi e se caracterizam pela boa retenção de cor.
Observe na figura 2.28 o teto e anteparas de um tanque revestido com tinta epóxi.
A proteção catódica desta tinta é obtida graças ao alto teor de zinco na película seca, motivo
pelo qual são chamadas de "zincagem a frio". O filme formado é produto da reação da solução de
silicato de etila com o pigmento de zinco em pó e com o ferro do aço. Esta reação exige a
presença de umidade do ar e gás carbônico. Teores acima de 50% de umidade relativa do ar são
necessários para que a cura do filme destas tintas se processe com eficiência.
Lembre-se!
O filme curado é totalmente inorgânico e constituído por silício, zinco e oxigênio e por este
motivo apresenta resistência a altas temperaturas, além de ser inerte aos solventes em geral.
Os revestimentos de zinco não são recomendados para exposição direta a ácidos ou álcalis.
Como o navio já é construído e entregue pronto para o transporte das cargas para as quais
está autorizado a transportar, caberá ao comandante a responsabilidade pela correta nomeação
dos tanques para as diversas cargas programadas pela sua empresa.
Sempre que for necessário, o tratamento e a pintura dos tanques, e principalmente quando
for substituída completamente a pintura anterior, o comandante deve acompanhar e garantir que a
empresa contratada para tal, cumpra os procedimentos corretos, principalmente os relacionados à
umidade e espessura da película aplicada.
A figura 2.29, retrata o fundo de um tanque de carga revestido com silicato inorgânico de
zinco. Esse tanque já apresenta corrosão que está sinalizada para tratamento.
Figura 2.29: Fundo de um tanque de carga revestido com silicato inorgânico de zinco. (Os tubos que
aparecem fixados são serpentinas para aquecimento da carga.)
Lembre-se!
Peter Drucker
Algumas cargas de alto ponto de fusão precisam ser aquecidas para prevenir a solidificação
de certas cargas como o fenol ou manter a viscosidade abaixo de certos níveis durante a
descarga como no caso do sebo ou melaço, facilitando o trabalho das bombas. Os meios
utilizados a bordo para aquecimento dessas cargas são o vapor, a água quente e os óleos
térmicos.
Na utilização de serpentinas como meio de aquecimento, deve ser garantido que a carga
não entrará, através de possíveis furos, nas serpentinas e se direcionem paras as caldeiras ou
praças de máquinas, causando acidentes.
As serpentinas devem ser sopradas através dos dispositivos apropriados e mantidas vazias,
com flanges cegos, sempre que a carga não exigir aquecimento, principalmente quando a carga a
embarcar reagir com a umidade. Essa medida também previne que o condensado possivelmente
contaminado pela carga retorne para a praça de máquinas, o que poderia causar acidentes por
incêndio, explosão ou intoxicação. Portanto, fique atento e tome posse destas informações que
contribuirão para a sua segurança, da carga, da tripulação e do navio.
Antes de sua utilização, as serpentinas deverão ser testadas com o mesmo procedimento
de sopro para verificar se não houve nenhum vazamento de carga para o seu interior durante a
viagem. Se o teste indicar presença de produto, ela não poderá ser utilizada e deverá permanecer
isolada pelos flanges cegos até o reparo definitivo.
Pense!
Confira!
As serpentinas são instaladas em seções para possibilitar que sejam isoladas umas das
outras caso uma das seções tenha sofrido danos como furos, e o aquecimento da carga seja
continuado.
Óleos térmicos são largamente utilizados em sistemas de aquecimento, uma vez que suas
propriedades possibilitam maior eficiência e controle da temperatura desejada. São
hidrocarbonetos de características não carbonizantes, de longa vida útil em altas temperaturas,
baixo ponto de fluidez e baixa viscosidade à temperaturas ambientes e resistentes à oxidação.
Essas características dependem da capacidade do trocador de calor que varia conforme sua
aplicação.
Observe com atenção, as figuras 2.33, 2.34 e 2.35, pois elas facilitarão a sua compreensão
dos assuntos abordados neste tópico.
Figuras 2.34: Sistema de aquecimento de carga por trocador de calor no tanque de carga.
Veja a seguir, na figura 2.36, que retrata o sistema de exaustão de gases (ventilação)
Esse sistema deve possuir arranjos que impedem que a água entre nos tanques de carga e,
ao mesmo tempo, proporcionam que a descarga de vapores seja para cima em forma de jatos,
contribuindo para sua diluição com o ar atmosférico e a sua consequente sua dispersão. Existem
dois tipos de sistema de exaustão de gases dos tanques de carga: aberto e controlado.
Sistema aberto: é um sistema que não oferece restrições ao fluxo livre do vapor da carga,
exceto perdas pela fricção do vapor para dentro ou para fora do tanque durante uma operação
normal. Consiste em um suspiro individual em cada tanque ou pode ser combinado dentro de um
coletor ou de coletores comuns de exaustão. Nesse caso, deve-se observar a devida segregação
das cargas. Esse sistema somente poderá ser usado para cargas com ponto de fulgor superior a
60oC e que não representem riscos à saúde, quando inalados.
Vale destacar !
redes de descarga;
redes de ventilação (exaustão); e
redes de enchimento (drop lines).
A principal finalidade das redes de descarga é enviar a carga dos tanques, através da
bomba de carga, para o manifold do navio de onde seguirá para os tanques de terra.
As redes de enchimento servem para transferir a carga que vem de terra pelo manifold para
o tanque de carga.
A principal finalidade das redes de ventilação é liberar o vapor do tanque de carga para as
torres de ventilação.
A espessura das paredes das redes de carga deve ser tal que suportem pressões de projeto
de, pelo menos, 10 bars manométricos, exceto para redes com extremidades abertas que deverá
ser de 5 bars manométricos. A pressão máxima à qual o sistema pode ser submetido considera a
pressão mais alta que pode ser regulada qualquer válvula de alívio do sistema.
Os diagramas da figura 2.38 mostram dois sistemas de carga de navios, um com tanques
laterais e sistema de aquecimento de carga no convés com trocador de calor um em cada tanque
e, o outro, de um navio com tanques laterais e centrais sem sistema de aquecimento de carga no
convés.
Os sistemas de redes de carga devem ser submetidos a um teste hidrostático com pelo
menos 1,5 vezes a pressão de projeto. A experiência indica a utilização de ar comprimido,
conectando-se a mangueira de ar nos drenos das tomadas de carga, na posição mais favorável
ao trecho que se quer testar, mantendo-se as extremidades flangeadas ou as respectivas válvulas
fechadas que também farão parte do teste contra vazamentos.
O diagrama abaixo mostra um moderno sistema de lastro que consta de duas bombas
laterais instaladas uma em cada bordo, servindo cada uma a um grupo de tanques laterais,
embora o sistema permita ser interligado para que apenas uma das bombas possa trabalhar com
os dois grupos simultaneamente ou não, no caso de falha de uma delas.
Também são mostrados os pontos de aspiração do lastro dos tanques, evidenciando que a
rede de aspiração sai de um tanque, e o ponto de aspiração fica instalado em outro tanque. Esse
cuidado é necessário para possibilitar o esgotamento de um tanque no qual a válvula da rede de
lastro possa ter falhado.
Os mangotes de líquido e vapor usados nas transferências de carga devem ser compatíveis
com a carga e resistentes à sua temperatura. Quando sujeitos à pressão dos tanques ou à
pressão de descarga da bomba, deverão ser projetados para uma pressão de ruptura não inferior
a 5 vezes a máxima pressão a que o mangote poderá ser submetido durante a transferência de
carga.
Lembre-se!
Os mangotes devem ser marcados com a data do teste, sua máxima pressão
de trabalho e, se for usado em serviços que não sejam na temperatura
ambiente, sua máxima e mínima temperatura de serviço. A máxima pressão de
trabalho especificada não poderá ser menor do que 10 bars manométricos.
De uma boa inspeção visual devem constar as seguintes verificações descritas abaixo:
Essa inspeção só deve ser efetuada por pessoal experiente na identificação de defeitos uma
vez que busca identificar riscos de vazamentos operacionais.
Exemplo de teste:
Os mangotes, para que não se danifiquem nem apresentem falhas durante seu uso, devem
ser manuseados com cuidados tais que não sofram impactos, não sejam suspensos por apenas
um ponto, sendo necessário o uso de cintas apropriadas em lugar de simples estropos. Não
devem ser arrastados e devem ser evitados impactos em seus flanges.
Quando guardados, devem ser mantidos sobre os seus suportes especiais de proteção
existentes em áreas apropriadas. Não devem ser estivados, formando curvas acentuadas capazes
de danificá-los. Os mangotes que já tiverem sido usados nas operações do navio não podem ser
guardados em compartimentos exceto se estes espaços forem protegidos por um sistema de
combate a incêndio.
São muitas informações não é mesmo? Que tal mais uma parada para respirar um ar
puro, alongar e exercitar os neurônios?
Tarefa 2.3.1
2.3.1.1) Por quais motivos o projeto dos tanques de carga deve garantir uma boa drenagem
e permitir facilidade de limpeza?
____________________________________________________________________________
2.3.1.2) Quais cuidados operacionais devem ser tomados com as válvulas PVs antes das
operações de carga ou descarga?
____________________________________________________________________________
Caro aluno,
Estudar requer muita disciplina, coragem e responsabilidade. Portanto,
não desanime! Esta Unidade é extensa, mas está recheada
de conhecimentos importantes à sua prática!
Para garantir a segregação das cargas dos navios químicos, são utilizadas peças
removíveis no manifold, para unir tanques formando, assim, grupos de tanques contendo a
mesma carga, segregando-os dos demais que poderão formar outros grupos para outros tipos de
cargas. Também há possibilidade de carregamento de tanques individualmente com outras
cargas. Na segregação, também são empregadas válvulas com duplo bloqueio nos sistemas de
redes. Observe a figura 2.42.
2.3.4 Válvulas
As válvulas utilizadas pelos navios-tanque, de maneira geral, já foram vistas quando falamos
das válvulas utilizadas pelos navios petroleiros e suas aplicações nos navios químicos pouco
diferem.
As válvulas utilizadas nos navios químicos são fabricadas com os mais diversos tipos de
materiais, inclusive entre seus próprios componentes, porém devem ser resistentes ao produto,
sua temperatura e pressão de trabalho e são empregadas a bordo para controle de escoamento
ou bloqueio total do líquido. Os tipos mais comuns são as válvulas globo, as de membrana ou
diafragma, válvulas de gaveta, borboleta e esfera além das válvulas de alívio. As mais utilizadas
no sistema de carga dos navios químicos são as de gaveta, borboleta e esfera.
Como as válvulas de gaveta, as válvulas globo devem ter, entre a haste e o castelo, gaxetas
apropriadas, para garantir a estanqueidade. A peça que comprime as gaxetas tem o nome de
preme-gaxeta ou sobreposta. Essas gaxetas podem ser de seção quadrada ou circular e, nos
navios químicos, embora exista uma grande variação de materiais de fabricação, elas são
constituídas por fibras torcidas e trançadas de asbestos (amianto), algodão, raiom, náilon, juta,
rami e teflon, materiais esses impregnados com fluido viscoso (silicone) ou grafite, para melhor
aglutinação dos elementos e lubrificação.
Nas emergências, todas as bombas de descarga dos tanques de carga que estiverem em
operação poderão ser paradas por um sistema remoto de parada de emergência. Também
próximo a cada bomba há uma botoeira de parada de emergência para ser operada no local.
Pense!
Reorganize suas gavetas e siga em frente! Esse assunto é fundamental para sua
prática a bordo!
A aspiração das bombas de carga é influenciada pela posição na qual elas se encontram em
um sistema de descarga de líquidos. À posição relativa entre uma bomba e a superfície livre do
líquido de onde ela irá aspirar é chamada de submergência.
Essa submergência pode ser positiva ou negativa. A seguir vamos especificar esses dois
tipos de submergência.
Pense rápido!
Portanto, uma bomba centrífuga que esteja em condições de submergência positiva, não
necessita de escorva para poder entrar em funcionamento. Observe a figura 2.43, que demonstra
um Diagrama de uma bomba em submergência positiva.
Bombas centrífugas
As bombas centrífugas podem ser de eixo horizontal, eixo vertical e de eixo inclinado. As de
eixo horizontal e de eixo vertical são as mais comuns e aplicáveis a todos os fins. Amplie seu
conhecimento sobre este assunto. Veja as figuras: 2.45, 2.46 e 2.47.
É importante notar que toda a energia mecânica transmitida pelo rotor ao fluido se
transformará em calor, e o fluido se aquecerá e terminará vaporizando-se na bomba, que perderá
a aspiração e sofrerá avarias consequentes do atrito entre os anéis de desgaste;
Nas bombas centrífugas de pequeno porte, a escorva pode ser feita através de um copo
com válvula colocado na própria caixa da bomba, enchendo-se esse copo seguidamente com o
fluido que vai ser bombeado, utilizando-se balde, mangueira ou outro qualquer meio para o
enchimento.
Nas bombas de maior porte, a escorva é feita por outra bomba do tipo de deslocamento
positivo, porém de menor dimensão. Para evitar que o corpo da bomba fique vazio quando ela for
parada, a válvula de admissão da bomba deve ser sempre uma válvula de retenção.
No curso de recalque, o êmbolo força o líquido, empurrando para fora do cilindro, através da
válvula de recalque. Mantendo-se neste curso, é fechada a válvula de admissão devido à
diferença de pressão.
dessas bombas pode ser gerada através de sistema hidráulico ou por motor elétrico instalado no
convés.
Bombas submersíveis
A próxima foto mostra uma bomba submersível acionada com motor hidráulico agregado ao
seu corpo o qual, por sua vez, é impulsionado pelo sistema hidráulico (unidades hidráulicas)
instalado em compartimento próprio na praça de máquinas ou no convés principal.
Figura 2.50: Bomba centrífuga submersível de um sistema hidráulico FRAMO (dentro do tanque).
(Observe a inclinação do fundo do tanque para o poceto da boba)
Figuras 2.51: Descarga de uma bomba submersível de um sistema hidráulico FRAMO (no convés).
As bombas submersíveis são instaladas uma em cada tanque de carga, possibilitando que o
navio seja construído sem casa de bombas de carga, sem extensas linhas de aspiração, sem
válvulas de aspiração nem anteparas de penetração.
Com a eliminação da casa de bombas de carga, cerca de 500 m3 podem ser utilizados como
espaço de carga, além de ser eliminada uma área perigosa. As bombas posicionadas dentro dos
tanques também garantem que a perda de aspiração e a cavitação só poderão ocorrer no final da
descarga do tanque e, mesmo assim, em decorrências de descuido do operador.
Além de tudo isso, bombas submersíveis, uma em cada tanque, com seus sistemas de
redes e válvulas independentes, possibilitam total segregação dos vários tipos de cargas
nomeadas para carregamento.
Elas podem ser operadas remotamente no CCC ou no local onde estiverem instaladas. À
medida que são acionadas, o sistema hidráulico, automaticamente, atende a necessidade de
maior pressão hidráulica (caudal de óleo) para todas elas até o limite pré-ajustado. Confira a
figuras 2.52 -- Controle de bombas --, sistema hidráulico FRAMO.
As bombas submersíveis que equipam os navios químicos, por ocasião da drenagem, têm a
rotação reduzida de acordo com a especificação do fabricante de tal maneira a não permitir que o
líquido contido na coluna de descarga retorne para o tanque.
Observe a seguir na figura 2.53, que retrata o sistema hidráulico, cobrindo carga, lastro,
guinchos e hélices de proa.
Figura 2.53: Sistema hidráulico cobrindo carga, lastro, guinchos e hélices de proa.
Tão importante quanto aprender a respeito das bombas submersíveis é conhecer acerca
das bombas de profundidade! Fique atento!
Bombas de profundidade
Amplie seu conhecimento ainda mais sobre “bombas”. Veja as figuras 2.54, 2.55, 2.56 e
2.57.
Cavitação
Quando a pressão do fluido na linha de sucção adquire valores inferiores aos da sua
pressão de vapor, formam-se bolhas de vapor, isto é, a rarefação do fluido (quebra da coluna de
líquido), causada pelo deslocamento das pás do rotor da bomba, natureza do escoamento e/ou
pelo próprio movimento de impulsão do fluido.
Essas bolhas de vapor são arrastadas pelo fluxo e condensam-se, voltando ao estado
líquido bruscamente, quando passam pelo interior do rotor e alcançam zonas de alta pressão. No
momento dessa troca de estado, o fluido já está em alta velocidade dentro do rotor. Isso provoca
ondas de pressão de tal intensidade que superam a resistência à tração do material do rotor,
podendo arrancar partículas do corpo, das pás e das paredes da bomba, inutilizando-a com pouco
tempo de uso, com consequente queda de seu rendimento.
O ruído de uma bomba cavitando é diferente do seu ruído de operação normal, pois dá a
impressão de que ela está bombeando areia, pedregulhos ou outro material que cause impacto.
Na verdade, são as bolhas de vapor “implodindo” dentro do rotor.
Para evitar a cavitação de uma bomba, dependendo da situação, deve-se, quando possível,
sem prejudicar a vazão e/ou a pressão final requeridas no sistema, eliminar a cavitação,
trabalhando-se com a válvula na descarga da bomba ”estrangulada”. Porém, essa providência só
deve ser adotada em último caso, pois pode alterar o rendimento hidráulico do conjunto.
Preferencialmente, se for possível, a rotação da bomba deverá ser reduzida.
queda do rendimento;
aumento da rotação de eixo;
marcha irregular, trepidação e vibração das máquinas, pelo desbalanceamento que
acarreta; e
ruído, provocado pelo fenômeno de implosão das bolhas.
Efeitos da cavitação
Para reduzir a corrosão das bombas, utilizam-se, em sua fabricação, materiais que resistem
melhor aos efeitos da cavitação. Dentre esses, podem-se citar: ferro fundido, bronze, alumínio,
aço fundido, aço laminado, bronze fosforoso, bronze-manganês, aço-níquel, aço-cromo e ligas de
aço inoxidável especiais. As bombas que utilizam materiais químicos devem ser revestidas com
neoprene.
A queda de pressão desde a entrada do tubo de sucção até a entrada da bomba depende:
Bombas de recalque
2.3.7 Instrumentação
Todos os equipamentos elétricos instalados e mesmo os portáteis que são usados na área
com perigo de gás são aprovados para operar em atmosfera inflamável. Cada tanque está
equipado com um meio de medição que indique o nível de líquido no tanque e, para algumas
cargas, o tanque de carga deve possuir meios de medição da temperatura e um alarme de nível
alto da carga no tanque. Portanto, vamos apresentar, a seguir, os medidores de nível.
A maioria dos navios petroleiros utiliza sondas radar para a medição do espaço vazio dos
tanques de carga. A unidade mede a ulagem através de sinal de radar refletido pela superfície do
líquido. Esse equipamento envia um sinal eletrônico que é lido no centro de controle de carga,
podendo também informar a temperatura da carga e a interface do líquido. Confira nas figuras
2.58 e 2.59.
Alguns projetos utilizam sondas automáticas que funcionam com boias flutuantes guiadas
por cabos de arame presos ao fundo do tanque e suspensas por uma fita de aço perfurada, que
movimenta um dispositivo mecânico instalado no topo do tanque onde pode ser lida a altura do
espaço vazio em metros. Algumas vezes trazem um sistema eletrônico conectado de maneira que
a leitura também poderá ser feita no centro de controle de carga.
Figuras 2.61 e 2.62: Medidor de múltiplas funções (ulagem, temperatura e interface óleo-água).
At enção!
O nível do líquido no tanque de carga pode ser medido por sistema aberto,
restrito ou fechado. Os códigos de produtos químicos definem os sistemas
de medição de acordo com o tipo de carga transportada. O tipo de medidor
que deve ser usado está relacionado à construção do equipamento e à
quantidade de vapor da carga à qual o usuário estará exposto.
Os sistemas abertos são usados para medir os níveis de líquidos que têm moderada
toxicidade e inflamabilidade limitados ao do vapor do petróleo. O sistema restrito é usado para
medir produtos de relativa toxicidade e volatilidade cujo contato com a pele, porém, não seja
venenoso. Os sistemas fechados são para medição das cargas de maiores perigos.
Nível do tanque
cheio, se houver falha nos procedimentos normais de parada da operação de carregamento. Caso
isso ocorra, os operadores deverão tomar ações manuais de forma a parar imediatamente o
carregamento, evitando que o tanque transborde.
Esse sistema de controle de nível alto de enchimento possui alarme visual e sonoro
independente dos alarmes de controle de enchimento normal dos tanques. Esse alarme deve
possuir meios que possibilite ser testado antes do início do carregamento.
As exigências relativas às instalações elétricas são aplicáveis aos navios químicos que
transportam cargas que são inerentemente perigosas e, em razão de sua reatividade,
inflamabilidade ou efeitos corrosivos, possam causar danos ao equipamento elétrico.
As instalações elétricas devem ser tais que minimizem o risco de incêndio e explosão nos
produtos inflamáveis. Devem-se levar em consideração as características dos materiais
escolhidos para condutores, isolamentos, partes metálicas, etc., quando houver uma carga que
possa danificar esses materiais. Esses materiais deverão estar protegidos para evitar contato com
gases ou vapores perigosos.
Não poderão ser usados equipamentos elétricos, cabos e instalação elétrica nas áreas
perigosas, a não ser que estejam dentro dos padrões mínimos de segurança aprovados. Para os
locais não cobertos por essa padronização, os equipamentos, cabos, instalações elétricas e
materiais que não obedecem aos padrões mínimos, poderão ser instalados desde que baseados
em uma análise de risco que garanta um nível equivalente de segurança.
Dando sequência aos nossos estudos, vamos conhecer os tipos de equipamentos elétricos!
As áreas com risco de gás dos navios são consideradas perigosas devido à presença de
substâncias potencialmente explosivas.
Tarefa 2.3. 2
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Caro aluno
Certamente o gás inerte e o nitrogênio representam uma gaveta no
nosso grande navio. Sendo assim, vamos conhecer o conteúdo dessa
gaveta para continuar o seu processo de construção do conhecimento.
Para refletir !
Então, vejamos! O gás inerte é um gás ou mistura de gases que não contém oxigênio
suficiente para permitir que ocorra a combustão de hidrocarbonetos. A bordo, pode ser obtido da
combustão das caldeiras ou de geradores de gás inerte. Nos navios químicos e petroleiros, é
adicionado aos tanques de carga com a finalidade de prevenir incêndios. Por recomendação do
ISGOTT, o teor de oxigênio nos tanques de carga não deve ser superior a 8% em volume, para
garantir a eliminação de um dos lados do triângulo do fogo, o comburente.
O sistema deverá ser capaz de fornecer gás inerte com um teor de oxigênio não superior a
5% em volume na rede principal de gás inerte para os tanques de carga em qualquer taxa de
vazão exigida.
O gás inerte adicionado aos tanques de carga dos navios químicos, além de substituir o
oxigênio para prevenir incêndios e explosões, serve para proteger a carga contra a polimerização,
a oxidação e a umidade, prevenindo contra reações perigosas.
Nos navios modernos, equipados com sistema de gás inerte, o ar atmosférico que supriria
os tanques de carga é substituído pelo gás inerte que é injetado nos tanques de maneira forçada.
Para suprir as variações na taxa de descarga, a capacidade do sistema de gás inerte é pelo
menos 25% maior do que a capacidade máxima das bombas de carga. Se, durante uma operação
de descarga, a vazão exceder à capacidade do sistema de gás inerte em suprir de gás inerte o
espaço deixado pela carga, a vazão de descarga deve ser reduzida de forma que a pressão
positiva no interior do tanque seja mantida.
A composição do gás inerte produzido por um sistema gerador de gás inerte tem,
aproximadamente, a seguinte composição:
O sistema de gás inerte a bordo deverá ser capaz de manter uma pressão de, pelo menos,
0,07bar manométrico dentro dos tanques o tempo todo, para prevenir a entrada de oxigênio no
tanque. Entretanto, o sistema não poderá elevar a pressão dentro dos tanques além da pressão
de regulagem das válvulas de alívio de pressão.
Os navios químicos utilizam o gás inerte produzido por sistema gerador de gás inerte
(nitrogênio) por ser mais limpo, com percentual desprezível de fuligem, em detrimento ao gás
inerte produzido pelo aproveitamento dos gases da caldeira, uma vez que estes contêm
percentual superior de fuligem, que poderá vir a contaminar a carga.
Alguns navios possuem uma bateria de garrafas com nitrogênio pressurizado que compõem
um sistema interligado com derivações para a área da carga e distribuição aos tanques pelas
redes do sistema de ventilação, com capacidade suficiente para completar as perdas normais de
nitrogênio durante a viagem e, assim, manter o colchão protetor.
Vamos conhecer as formas de manuseio da carga dos tipos de navios estudados neste
Material!
A maioria dos navios petroleiros utiliza os gases oriundos da queima de óleo combustível
nas caldeiras para inertizar os tanques de carga. Esses gases são direcionados da descarga das
caldeiras para a torre de lavagem, onde são resfriados e eventuais resíduos retidos. De lá, são
canalizados para os ventiladores e através desses enviados para o tanque de selagem, no convés
principal, de onde seguem para os tanques de carga.
adicionar gás inerte em um tanque de carga vazio para reduzir o teor de oxigênio da
atmosfera do tanque a um nível que não seja possível uma combustão;
manter a atmosfera do tanque de carga designado para transportar produtos
inflamáveis, com um teor de oxigênio não superior a 8% por volume e com a pressão
positiva o tempo todo, no porto e em viagem;
eliminar a entrada de ar durante uma operação normal, mantendo o tanque com
pressão positiva o tempo todo; e
purgar um tanque de carga que contenha vapores inflamáveis, de forma que uma
desgaseificação posterior não venha criar uma atmosfera inflamável dentro do tanque.
Veja, a seguir, o sistema de gás inerte oriundo das caldeiras, conforme demonstrado na
figura 2.66.
Logo após o tanque de selagem, existe uma válvula de retenção (não retorno) na rede do
GI, também para evitar que o gás inerte retorne para a praça de máquinas. Essa válvula de não-
retorno deve sofrer inspeção e manutenção periódicas, pois o retorno de gás inerte para a praça
de máquinas poderá ocasionar acidente grave se o gás for inalado pelas pessoas que lá
trabalham. Se o gás que retornar for inflamável e inerte haverá risco potencial de incêndio e
explosão. O nível da água dentro do tanque de selagem deve ser mantido no limite correto para
que o selo funcione adequadamente.
Observação relevante!
Os navios dotados com SGI possuem um sistema para alívio dos gases dos tanques
de carga para evitar alta pressão ou vácuo excessivo dentro dos tanques,
acarretando avarias como explosão ou implosão.
As válvulas PV possuem duas derivações com válvulas que servem para proteger o tanque.
Uma para alívio de gases, quando ocorre excesso de pressão nas operações de carregamento; e
outra, para entrada de ar no caso de se formar vácuo excessivo durante as operações de
descarregamento. As pressões de abertura para alívio de pressão e para admissão de ar são
reguladas em mm/hg, cujos valores são marcados próximo às válvulas PV.
Logo após a abertura para alívio ou admissão de ar, a válvula retorna à posição original,
sendo por isso de fundamental importância que as válvulas estejam sempre perfeitamente
reguladas e atuando livremente, o que requer dela manutenção permanente.
Sua regulagem de abertura para alívio de gases é com pressão e vácuo superiores aos de
regulagem de abertura das PVs e só atuará caso estas falhem. Em caso de pressão ou vácuo
excessivo, o selo d’água se rompe, liberando a pressão dos tanques de carga e igualando a
pressão dos tanques à pressão ambiente, sendo, portanto, o último recurso para evitar avarias
nos tanques de carga por pressão ou vácuo excessivo.
Para que o vacuum-breaker atue, é necessário que os tanques de carga estejam com a
válvula individual de ligação com a rede principal do SGI aberta, pois, se isolado, o único meio de
alivio de gases do tanque será a válvula PV individual do tanque.
Um ruptor de pressão só trabalhará corretamente se estive cheio até o nível correto e com
líquido de densidade correta. Uma mistura de água com glicol (anticongelante) deve ser usada
para prevenir congelamento do líquido, quando navegando regiões muito frias. Evaporação,
ingresso de água do mar, condensação e corrosão deverão ser levados em consideração para a
manutenção preventiva. Conheça o funcionamento do ruptor de vácuo/pressão observando a
figura 2.70.
O mastro de ventilação está conectado à rede principal de gás inerte e é utilizado durante as
operações de carregamento ou lastro. São equipados com uma válvula de alívio e uma válvula de
parada possibilitando que seja isolado quando for necessário.
Observe atentamente a figura 2.71, que retrata o vacuum-breaker e na figura 2.72 o Master
Rise (Vent Rise).
Cada tanque de carga está equipado com um poste de purga cujo poste projeta-se para
dentro do tanque. Cada poste de purga possui uma tampa que, quando é aberta, permite que os
gases do tanque sejam expelidos. Para operar com segurança, na extremidade superior do poste
de purga há uma tela corta-chamas a qual deve ser mantida ìntegra e limpa. Veja na figura 2.73
Em navios que operam em circuito fechado, o vent-post é utilizado basicamente para alivio
de gases durante a inertização dos tanques. Em navios que não possuem SGI, o vent-post deve
ser usado durante as operações de carga e descarga para o alívio de gás ou admissão de ar.
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Pare e pense!
Em um tanque inertizado, não haverá atmosfera explosiva. Precauções devem ser tomadas
para, que durante a desgaseificação, a atmosfera do tanque não fique dentro da faixa explosiva.
A fuligem contida no gás inerte cria um perigo adicional numa atmosfera explosiva.
A purga consiste em ventilar o tanque com gás inerte, o que prevenirá contra a formação de
atmosfera explosiva. Nesse caso, a atmosfera estará segura contra incêndio, porém não segura
para as pessoas. Para o acesso de pessoas, o gás inerte deverá ser expulso pela introdução de
ar fresco do exterior através dos sirocos.
Atenção! Lavagem dos tanques certamente é uma gaveta muito importante para o processo
de “arrumação” do nosso grande armário! Atenção a esse assunto para que você possa “arrumar”
seu pensamento.
Mais uma parada obrigatória para refletir acerca dos assuntos que estamos estudando!
Exercitar é uma das melhores formas de aprender.
Tarefa 2.3.3
2.3.3.1) Como pode ser obtido gás inerte a bordo dos navios tanque?
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Não desista!
Continue aprendendo e navegando na Unidade 2!
Quando você planeja arrumar uma gaveta em sua casa, você precisa definir o objetivo
dessa ação. Logo, esse ato não é diferente de que quando tratamos das atividades a bordo. Por
isso, você sabe quais são os principais critérios que definem os procedimentos para
limpeza dos tanques?
Poderá ser utilizada água quente, água do mar, água doce, vapor d’água, água destilada ou
simplesmente ventilação. No processo de limpeza, poderão ser utilizados detergentes adicionados
à água, normalmente água doce. Em outras situações, podem ser utilizados solventes, como o
metanol ou o benzeno, que são pulverizados nos tetos, anteparas e fundo dos tanques. Roupas
de proteção apropriadas, inclusive de proteção respiratória, deverão ser utilizadas pelas pessoas
que farão esta operação.
As máquinas de lavagem de tanques tanto podem ser fixas ou portáteis. As portáteis são
conhecidas a bordo como máquinas de Butterworth, uma menção a um dos fabricantes, embora
também possam ser encontradas a bordo máquinas Cloud, outro fabricante desse equipamento.
As máquinas fixas dependem apenas da abertura das válvulas de água para seu
funcionamento, uma vez que estão permanentemente posicionadas nos tanques de carga.
As máquinas portáteis precisam ser introduzidas nos tanques através das aberturas de
lavagem, também chamadas de “bocas de lavagem de tanques”. As mangueiras dessas máquinas
devem ser primeiramente conectadas na rede de água de lavagem (prevenindo eletricidade
estática) e somente então introduzidas nos tanques. Se forem utilizados cabos para arriar estas
máquinas nos tanques, só deverão ser utilizados cabos de fibra natural.
Para maior segurança dessa parte do processo, são utilizados equipamentos chamados de
“camelos”, que são fixados nas bocas de lavagem e têm a função de guiar a mangueira e prendê-
la na posição (altura) desejada, além de cobrir a abertura de lavagem prevenindo contra respingos
para fora do tanque. Observe, na figura 2.76, a mangueira de água da máquina portátil de jatos
rotativos.
Para determinar cada altura que a máquina de limpeza ficará dentro do tanque, as
mangueiras precisam ser marcadas, normalmente a cada metro, para que se faça uma
correspondência com a profundidade do tanque e se posicione a máquina da maneira mais
favorável ao tipo de limpeza que se quer fazer.
A água utilizada para lavagem, normalmente, é a do mar, que é aspirada pelas bombas de
lavagem e levada ao convés principal pela rede de distribuição de água de lavagem. Ao longo
dessa rede, são instaladas tomadas para as mangueiras de lavagem, adequadamente
posicionadas, próximas aos tanques.
Para suprir a necessidade de lavar os tanques com a água potável, os navios possuem
tanques específicos para armazenar a quantidade de água necessária para essa limpeza. Esses
tanques estão interligados às bombas de lavagem através de redes permanentes.
A quantidade de água a ser armazenada deve ser corretamente calculada para que não
haja sobra excessiva ao término da limpeza e se constitua em peso morto diminuindo a
quantidade de carga a ser embarcada. Normalmente, essa sobra é descartada ou transferida para
os tanques de água da praça de máquinas para uso geral.
Alguns navios possuem um pequeno tanque de mistura onde é adicionado produto químico
específico para o resíduo que se quer lavar. Nele, está instalada uma bomba dosadora que faz a
sucção do produto e o injeta diretamente na rede de lavagem. Desse modo, a água que chega às
máquinas já contém o produto de limpeza que foi programado.
Esse processo é pouco utilizado a bordo, uma vez que a quantidade de produto químico de
limpeza pode ser muito grande, dependendo do número de tanques a ser lavados. Sendo
necessário o uso de produtos químicos, a opção mais eficaz e barata será a recirculação (rock
and roll), já mencionada quando tratamos de passivação de tanques.
A grande maioria dos resíduos de cargas químicas é transferida diretamente para o mar. Em
todos os casos, as Regras previstas no Anexo II devem ser cumpridas.
A lavagem de tanques de navios químicos envolve fases distintas que são divididas em:
pré-lavagem;
lavagem;
enxágue;
desgaseificação;
drenagem;
secagem; e
inspeções e testes.
Pré-lavagem
Os resíduos de determinadas cargas, caso não sejam pelo menos parcialmente retirados,
poderão dificultar o processo de lavagem posterior. A pré-lavagem é muito empregada após
descargas de certos óleos vegetais e, se não for efetuada, o óleo secará formando uma película
em todo o tanque, tornando-se de difícil remoção.
Lavagem
Enxágue
O enxágue tem por finalidade remover os resíduos dos produtos químicos utilizados na
limpeza e outros resíduos que ainda podem permanecer no tanque. É feito com água doce
através das máquinas rotativas ou, se for indicado, simplesmente pulverizada com bombas
portáteis caso a água doce armazenada a bordo não seja suficiente para uso em abundância.
Essa operação emprega um tripulante que descerá em um espaço confinado, e os procedimentos
para tal devem ser cumpridos.
Desgaseificação
A desgaseificação é necessária uma vez que um tanque estando lavado e enxaguado não
significa que esteja livre de gás e será necessário que o pessoal entre nos tanque para inspeções
e testes. Alguns navios estão equipados com ventiladores fixos. Os navios equipados com gás
inerte poderão usar os ventiladores da planta de gás inerte para esse fim.
Na falta de sistemas fixos ou por simples opção, poderão ser utilizados ventiladores
portáteis, movidos à água ou ar comprimido que são instalados nas bocas de lavagem de
tanques. Esses ventiladores são equipados com traqueias que são túneis de material plástico que
vão desde o ventilador até o fundo do tanque. Podem ser utilizados também como exaustores.
Quando ventilando, o ar atmosférico entra pelo ventilador, atravessa o túnel indo até o fundo e
saindo pelo domo do tanque. Quando em exaustão, o ar atmosférico entra pela boca do tanque, é
aspirado pela extremidade da traqueia e sai pelo próprio exaustor.
Drenagem
Não deve ser esquecido que as redes ficam com resíduos de água da lavagem e essa água
deve ser expulsa através de sopro com ar comprimido (blow) tanto para dentro dos tanques
quanto para as tomadas do manifold.
Secagem
Como determinadas cargas não toleram a umidade, nesse caso, os tanques deverão ainda
ser secos com a ajuda de trapos de boa qualidade (para não deixar resquícios) até que fiquem
completamente enxutos. A ventilação também poderá ser usada para melhorar a secagem.
Inspeção e teste
Para garantir que o tanque será aprovado pelas rigorosas inspeções que poderão ser
realizadas no terminal de carregamento, o imediato deve fazer inspeções visuais em busca de
resíduos que possam reprovar o tanque. Além da inspeção visual, deverão ser efetuados testes
de acordo com as exigências relativas à carga a ser embarcada.
A desgaseificação tem por objetivo deslocar o vapor da carga, gás inerte ou outros gases
com o ar atmosférico. Podem ser usados ventiladores fixos ou portáteis, que são movidos com
água, ar comprimido, vapor ou óleo hidráulico. Durante a desgaseificação, a atmosfera dos
tanques deve ser verificada regularmente, medindo-se o percentual de oxigênio e o valor em ppm
dos vapores da carga ou outros gases tóxicos. Os tanques de carga somente serão considerados
livres de gás quando o oxigênio estiver em 21% por volume e não contiver vapores de carga com
toxidade superior ao seu TLV.
Depois de estudar acerca da limpeza dos tanques, é conveniente aprender acerca dos
resíduos, certo?! Vamos continuar nosso estudo!
O que resulta de uma lavagem de tanques com água é uma mistura chamada de resíduos
(slop). Os tanques destinados a receber esse tipo de mistura são chamados de tanque de
resíduos (slop tank), que estão instalados na área da carga.
Anote!
São considerados resíduos (slops) todos aqueles provenientes das lavagens de tanques,
misturas oleosas das casas de bombas e praças de máquinas ou do tanque de resíduos.
Os navios químicos são equipados com tanques específicos, na área da carga, que fazem
parte do conjunto de tanques de carga, para receber os resíduos gerados a bordo. Porém,
qualquer tanque de carga pode ser nomeado para essa finalidade.
As informações relativas às cargas que serão manuseadas são essenciais para a segurança
do navio e da tripulação. Essas folhas devem ser mantidas em local público, a bordo, antes do
embarque dessas cargas, para conhecimento de todas as pessoas. As cargas não deverão ser
recebidas, se não houver disponíveis e suficientes informações para um manuseio e transporte
seguro. Essas informações são fundamentais para o plano de carregamento do navio.
As operações de carga dos navios químicos devem ser efetuadas com base em um plano
de carga previamente executado pelo imediato e aprovado pelo comandante. O cumprimento
sequencial e correto das ações previstas no plano de carga garantirá que a operação seja segura
e eficiente.
Obser ve!
Após as descargas e durante a viagem, é efetuada a limpeza dos tanques quando será
considerada qual a carga seguinte e os procedimentos de limpeza escolhidos que serão
adequados para condicionar os tanques a receber essa carga.
É importante que, depois de lavados, sejam efetuados testes nas chapas dos tanques pelo
próprio pessoal do navio, seguindo os mesmos critérios que serão adotados pelas firmas
inspetoras que farão as inspeções de tanques no terminal de carregamento, de modo que possam
ser evitadas reprovações de tanques e consequente limpeza adicional.
2.3.15.2 Carregamento
Informação importante:
Antes de iniciar o carregamento nos tanques que receberão cargas que apresentam
grandes riscos de incêndio, esses tanques serão purgados com nitrogênio, normalmente
proveniente do terminal, pela rede de carregamento, para que o ar seja removido e a atmosfera
que ficará sobre a carga não seja inflamável, formando um colchão de gás inerte (padding).
Durante a viagem, esse colchão de nitrogênio deverá ser mantido sobre essa carga. O navio
usará sua planta de nitrogênio ou utilizará o nitrogênio armazenado em garrafas mantidas a bordo
para essa finalidade.
Para garantir que as conexões sejam feitas corretamente, cada tomada de carregamento no
manifold do navio receberá uma identificação com o nome da carga que será carregada por esta
tomada, de forma que os mangotes ou braços de carregamento possam ser conectados
corretamente e carreguem o tanque com a carga conforme foi programado.
As cargas que apresentam grandes riscos à saúde são carregadas, utilizando as redes de
retorno de vapor, e quando esse vapor perigoso retornar, em circuito fechado, para o terminal. A
conexão para a rede de retorno de vapor está instalada no manifold, em ambos os bordos.
Sempre que necessário, as condições de trim, banda e estabilidade devem ser corrigidas,
podendo ser feitas manobras com lastro para isso.
A ulagem de cada tanque deve ser acompanhada para se verificar a quantidade da carga
embarcada e a velocidade de enchimento dos tanques. É necessário que as ulagens dos tanques
estejam diferentes entre si para que eles não atinjam a altura prevista ao mesmo tempo, o que
poderá acarretar transbordamentos. Dessa maneira, a válvula de cada tanque poderá ser fechada
de maneira segura e sem pressa. Próximo ao top (quando o líquido atinge o nível previsto) deve-
se pedir ao terminal que reduza a vazão de enchimento para que a válvula seja fechada com
segurança.
A condição da amarração do navio deve ser acompanhada para verificar se as espias não
estão ficando brandas ou com tensão excessiva, fazendo-se as correções necessárias.
At enção!
2.3.15.3 Descarregamento
Antes do início da operação de descarga, serão retiradas amostras da carga de cada tanque
e das linhas de carga para que sejam analisadas e seja comprovado que não sofreram
contaminação durante a viagem.
Os tanques que contiverem cargas que apresentam grandes riscos de incêndio deverão
descarregar com a introdução simultânea de gás inerte ou nitrogênio, para manter o tanque com
pressão positiva, evitando qualquer entrada de ar.
Anote!
tanques alinhados e descarregando ao mesmo tempo, algum dos tanques pode estar sendo
carregado através da própria bomba de descarga, devido à grande contrapressão existente no
conjunto de redes interligadas.
Próximo ao término da descarga de cada tanque, a rotação da bomba deve ser diminuída
para facilitar o esvaziamento máximo do líquido e o sistema de dreno deve ser utilizado.
A condição da amarração do navio deve ser acompanhada para verificar se as espias não
estão ficando brandas ou com tensão excessiva, fazendo-se as correções necessárias.
At enção!
2.3.16.1 Desgaseificação
Antes da entrada de pessoas nos tanques de carga, a atmosfera deverá ser avaliada para
se verificar o teor de oxigênio, gases de hidrocarbonetos e gases tóxicos. O teor de oxigênio
deverá ser de 21% por volume, o de gases de hidrocarbonetos deve ser menor do que 1% do LIE
e o de gases tóxicos abaixo do TLV para o tipo de gás existente na atmosfera dos tanques.
Em algumas situações, após a lavagem de tanques, pode ser necessária a remoção manual
de resíduos sólidos, o que acarretará a geração de mais gases de hidrocarbonetos, inclusive de
H2S. Precauções adicionais devem ser tomadas, tais como manter a ventilação contínua e o uso
de minidetectores de H2S.
Antes de se iniciar trabalhos dentro de tanques, deve ser expedido, por um químico
qualificado, um certificado de gas free (livre de gás). O fornecimento de gás inerte deve ser
interrompido e ser considerado que as anteparas adjacentes e redes no interior do tanque podem
representar fontes adicionais geradoras de gases de hidrocarboneto e, por esse motivo,
precauções devem ser tomadas.
óleo cru, caracteriza uma operação conhecida como COW e somente podem ser utilizadas as
máquinas fixas.
A limpeza de tanques é realizada para troca de produtos, para lastro limpo, docagem ou
outra situação que requeira a desgaseificação do tanque.
Algumas vezes, nas lavagens com água, são acrescentados produtos químicos para
aumentar a eficiência das limpezas, assim como também água quente poderá ser empregada. A
água é obtida de um aquecedor de água, que é parte integrante do sistema de limpeza de
tanques.
As máquinas de jato rotativo são movimentadas pelo acionamento das bombas, quando
recebem o líquido pressurizado, o que faz com que as máquinas girem em movimentos de rotação
e translação e, desse modo, o líquido que está sendo empregado, após um ciclo completo, atinge
todos os espaços do tanque. Alguns projetos preveem máquinas fixas programáveis. O tempo
para um ciclo completo é cerca de 60 minutos e o tempo total de uma lavagem depende do tipo de
resíduo que o tanque contém. Para os navios equipados com gás inerte, as máquinas
empregadas são do tipo fixa.
Para os navios equipados com gás inerte, a lavagem deverá ser realizada numa atmosfera
inerte, com um teor máximo de oxigênio de 8%, e com pressão positiva no interior dos tanques.
Para os navios sem sistema de gás inerte instalado, as lavagens de tanques, preferencialmente,
deverão ser realizadas numa atmosfera muito pobre, quando a ventilação prévia do tanque deverá
ser realizada para essa finalidade.
Navios que não têm SGI instalado utilizam máquinas de jato rotativo portáteis, que são
conectadas a uma das extremidades de mangueiras específicas. A outra extremidade dessa
mangueira será conectada à rede de lavagem ou à rede de incêndio. Somente depois de
conectada na rede escolhida é que a máquina poderá ser introduzida no tanque através da boca
de lavagem, como forma de evitar eletricidade estática. Para melhor eficiência, a máquina
trabalhará em três posições distintas: próximo ao fundo, no meio e próximo ao topo do tanque,
manobra esta realizada manualmente pela tripulação.
Lavagens de tanques com água resultam em mistura oleosa que, normalmente, será
transferida para o tanque de resíduos (slop tank). Depois de decantada, essa mistura poderá ser
descarregada para o mar, através do monitor de lastro (ODME - Oil Discharge Monitoring
Equipment), ou ser descarregada para os terminais, que devem possuir instalações de recepção
de misturas oleosas de navios-tanque.
No circuito fechado, a água é aspirada do slop de boreste e, após jateada no tanque através
das máquinas rotativas, é descarregada para o slop de bombordo. Os dois tanques de resíduos
são interligados por uma rede de nivelamento (balance valve), situada na parte inferior dos
tanques, para garantir que a água que é aspirada do slop de BE não contenha óleo, já que o óleo,
por ser mais denso que a água, ficará na superfície da mistura oleosa.
2.3.16.3 Lavagem de tanque com a própria carga (Crude Oil Washing – COW)
Os navios que transportam óleo cru são dotados de um sistema de limpeza de tanques
que utiliza a própria carga, cuja operação é chamada de “lavagem com óleo cru”, e é conhecida
pela sigla em inglês “COW”, que significa Crude Oil Washing. O objetivo é evitar o acúmulo de
resíduos existentes no óleo cru no fundo e nas anteparas dos tanques de carga, facilitando
limpeza posterior do tanque com água e, ao mesmo tempo, contribuindo para a descarga máxima
do óleo.
O sistema utiliza as mesmas máquinas fixas de limpeza de tanques com água. Veja a
Máquina fixa de limpeza, conforme demonstrada na figura 2.77.
circuito aberto;
circuito semiaberto; e
circuito fechado.
Para realizar uma operação COW, é necessário que a rede de COW seja pressurizada até
alcançar pressão suficiente para movimentar as máquinas de jato rotativo e jatear as paredes
laterais, teto e fundo com pressão capaz de soltar as partículas que estejam fixadas.
Normalmente, essa pressão é de 10 kg/cm2, correspondente à pressão de trabalho das redes. A
rede da COW deve ser pressurizada gradualmente, com inspeção visual para detectar possíveis
vazamentos.
Sendo esta operação considerada especial pela IMO, dada a sua complexidade e riscos, os
inspetores de segurança operacional dos terminais acompanham o início e o término dessa
operação, auxiliando para que todos os riscos sejam avaliados e controlados.
Para que as condições de segurança sejam garantidas durante o tempo todo em que o
navio estiver atracado nos terminais, é necessário que sejam cumpridas todas as normas e
procedimentos de segurança, que a comunicação seja eficiente e garantida por mais de um meio
de comunicação e que a cooperação entre o navio e o terminal seja a melhor possível.
As informações sobre a carga e como ela vai ser movimentada e distribuída deve ser do
conhecimento tanto do navio quanto do terminal, que trocam essas informações, logo que os
operadores do terminal embarcam para discussão da carta inicial com o imediato do navio.
Depois de atracado o navio, a amarração só deverá ser efetivada após ele estar
definitivamente posicionado em relação aos braços de carregamento, de maneira que não venha
a se deslocar, exigindo novo posicionamento.
Deve ser deixado pendurado, pelo lado de mar, um cabo de aço adequado, na proa e na
popa, para que o navio possa ser retirado do terminal caso ocorram determinadas emergências,
tanto a bordo quanto em terra.
As escadas de prático e de portaló devem ser recolhidas e estivadas no convés, como for
adequado. Não serão permitidas pequenas embarcações a contrabordo, mesmo a serviço, sem a
prévia autorização do terminal, em acordo com o navio.
As pessoas estranhas que precisam vir ao navio por interesses legítimos de trabalho a
bordo têm acesso permitido, porém controlado e, portanto, devem identificar-se no portaló. Só
depois dessa identificação, poderão ser autorizadas para falar com a pessoa de seu interesse e
orientadas com relação à segurança operacional e à proteção do navio (código ISPS), recebendo
os crachás com todas as informações necessárias que devem ser lidas atentamente.
Devem ser previstas ações para condições de mau tempo, quando deverão ser
estabelecidas situações de parada da operação e até a desatracação do navio, conforme a
gravidade.
Todos os embornais devem estar bujonados e bombas pneumáticas devem ser instaladas
para utilização em emergência, no caso de derramamento de líquido no convés, de forma a evitar
que atinja o mar.
Para operações com carga tóxica ou corrosiva, as pessoas de serviço devem portar
equipamentos de alerta de gases e roupas de proteção contra respingos químicos, inclusive
óculos de proteção.
De forma a evitar que os gases da carga entrem no espaço das acomodações, todas as
portas e vigias devem ser mantidas fechadas para que a pressão interna se mantenha positiva,
não permitindo que gases emanados do convés ou do terminal invadam esses espaços. Isso
poderá acarretar risco de incêndio, intoxicação ou desconforto pela característica da carga que
está sendo manuseada.
carregamento deve ser iniciado lentamente para que se possa ter tempo de corrigir anormalidades
inesperadas, para só então solicitar aumento de vazão até o limite acordado com o terminal.
Para navios equipados com sistema de gás inerte (SGI), a operação de carregamento só
poderá ser iniciada se o teor de oxigênio estiver com 8% em volume ou inferior, além de a pressão
do tanque estar positiva dentro dos limites pré-estabelecidos.
a casa de bombas deve estar com sua atmosfera segura, mantendo-se o sistema de
ventilação e/ou exaustão em operação contínua;
a vigilância no convés deve ser contínua para que sejam garantidas a ação e a
informação imediata no caso de anormalidades. O lado do mar também deve ser
inspecionado para verificar se não há óleo na água. Um homem deve estar nas
proximidades do manifold durante todo o tempo da operação;
caso haja acúmulo de água represada no convés, este deverá ser drenado como melhor
for conveniente, garantindo-se que, se houver resíduo oleoso, este não vá para o mar.
Para maior segurança operacional, a comunicação entre o navio e o terminal deve ser
garantida, quando deve ser acordado um meio de comunicação principal e outros alternativos
para cobrir falha eventual do primeiro.
Veja o que isso significa. VOC é a mistura de componentes finais mais leves (do metano ao
octano) contidos no óleo cru que pode ser liberado do óleo e derivados durante a produção,
processamento, carregamento, transporte, descarga e armazenamento. Além disso, compostos
voláteis inorgânicos, tais como o gás sulfídrico (H2S) e outros compostos de enxofre, (mercaptans)
também podem ser liberados juntamente com o VOC.
O sistema KVOC substitui a drop line convencional (linha de descida da carga no tanque)
por uma unidade destinada a eliminar a redução brusca de pressão, a qual está associada a
produção desses gases. É basicamente uma linha de derivação de maior diâmetro cujo volume
fica cheio de gases de hidrocarbonetos durante o carregamento, enquanto o óleo
desce em espiral ao longo do cilindro para o tanque, reduzindo a liberação de VOC. Entenda
melhor esse conceito observando, o Diagrama da penetração das drop lines para os tanques em
um sistema de carregamento convencional, na figura 2.78, e Penetração das drop lines para os
tanques em um sistema de carregamento convencional, na figura 2.79. Observe também o
Diagrama da penetração das drop lines para os tanques em um Sistema KVOC, na figura 2.80, e
a Penetração das Drop Lines para os tanques em um Sistema KVOC, na figura 2.81.
Figura 2.79: Penetração das drop lines para os tanques em um sistema de carregamento convencional.
Figura 2.80: Diagrama da penetração das drop lines para os tanques em um Sistema KVOC.
Figura 2.81: Penetração das Drop Lines para os tanques em um Sistema KVOC.
É importante saber:
No carregamento com o BLS, devem ser tomadas as mesmas precauções e devem ser
cumpridos os mesmos check-lists previstos para as operações convencionais além das
específicas ao sistema BLS propriamente dito.
A seguir, serão listadas as principais verificações que, em geral, devem ser efetuadas
imediatamente antes de iniciar o carregamento. São elas:
O sistema BLS possui dois tipos de parada de emergência, denominados Emergency Shut-
Down Device – ESD I e ESD II.
2.3.17.5 Operação Tandem com navios sem BLS (Bow Loading System)
Operações em Tandem também são efetuadas por aliviadores sem BLS, quando a conexão
do mangote é feita no manifold, o que envolve grande risco operacional uma vez que o mangote,
muito robusto e, por isso, muito pesado e de difícil manejo, é erguido por guinchos até as tomadas
para conexão. Observe as figuras 2.84 e 2.85.
Para que seja possível manter o perfeito alinhamento longitudinal entre o aliviador e a
FPSO, são utilizados rebocadores que usam longos cabos de aço (cerca de 300 metros)
amarrados à popa do navio. Veja a Operação Tandem com auxílio de rebocador na figura 2.86.
Devem ser tomadas as mesmas precauções e devem ser cumpridos os mesmos check-lists
previstos para as operações convencionais, além das específicas ao sistema de amarração e
conexão.
Durante o transporte da carga em viagem, para os navios equipados com gás inerte, a
pressão dos tanques deve ser verificada periodicamente e, se for necessário, os tanques deverão
ser complementados com gás inerte para manter o teor de oxigênio máximo de 8% e a pressão
positiva.
2.3.17.7 Descarregamento
Para os navios equipados com sistema de gás inerte (SGI), o teor de gás inerte nos tanques
deve ser mantido em 8% por volume ou inferior. Caso isso não possa ser garantido, a operação
não poderá ser continuada.
Para ampliar seus conhecimentos, estude o último assunto desta Unidade, que é a viagem
em lastro.
O tanque de resíduos (slop tanks) receberá os resíduos oleosos dos tanques de carga que
foram lastrados, além de resíduos oleosos dos próprios tanques de lastro. Esses resíduos
decantarão e a água limpa será descarregada para o mar através do monitor de lastro, que não
permitirá que quantidades não aceitáveis de óleo contaminem o meio ambiente marinho ou sejam
descarregadas para instalações em terra.
Na chegada aos portos de carregamento, o navio deverá ter somente lastro limpo uma vez
que o carregamento obriga a descarga do lastro para que toda a carga possa ser embarcada para
uma condição de carga total. Alguns carregamentos parciais, quando há carga em trânsito, podem
ser realizados sem a descarga de lastro. Muitas vezes o porto de destino exige que o lastro seja
substituído em alto-mar e há portos onde o deslastro não é permitido.
Considerações Finais
Dessa forma, após adquirir conhecimento ao estudar, refletir e exercitar acerca de todos
esses assuntos, começamos a arrumar as gavetas do nosso grande armário, que é o foco
principal do nosso estudo neste curso. Portanto, para mantermos o navio “arrumado”, com o
objetivo de transportar as cargas de forma segura e dentro dos padrões legais, precisamos
2.1) De modo geral como deve ser feita a lavagem dos tanques dos navios químicos?
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2.2) Demonstre o que você aprendeu e descreva as fases de lavagens de tanques dos
navios químicos.
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Parabéns!
UNIDADE 3
SEGURANÇ A OPERACIONAL
Carlos Drummond de Andrade, célebre poeta brasileiro que reinventou a literatura do século
XX com muita criatividade, ao escrever esses versos retratou a incomparável presença humana e
sua capacidade de renovar e refletir acerca de situações que, muitas vezes, mostram-se com alto
grau de dificuldade. Esse poema nunca esteve tão atual, visto que na sociedade contemporânea,
nos mais variados contextos da nossa rotina, o grande diferencial das situações vivenciadas está
na habilidade e perspicácia que o homem tem para resolver os problemas que se apresentam,
objetivando a sua segurança, das outras pessoas e do meio ambiente. Portanto, no ponto alto de
suas produções, Drummond retirou as pedras do meio do caminho da literatura, renovando-a,
reinventando-a e garantindo a qualidade da poesia brasileira. Isso ocorre também na segurança
do transporte e das operações de carga dos navios transportadores de gases liquefeitos que está
intimamente ligada à qualificação e experiência das pessoas envolvidas, o que permite a correta
identificação dos riscos e perigos inerentes a essa atividade.
envolvem apenas uma chance de perda, não existindo nenhuma possibilidade de ganho ou de
lucro, como é o caso dos acidentes que resultam em lesões pessoais.
Cabe lembrar que perigo é o agente que pode causar mal a alguém ou a alguma coisa
enquanto o risco e a possibilidade de um evento ocorrer agravado ou agraciado pela severidade
que isso representa. Todo risco ou perigo identificado deve ser prontamente tratado para que não
venha a se materializar em acidentes.
Portanto, as consequências dos acidentes são as perdas. Estas são identificadas como
lesões pessoais, poluição do meio ambiente, danos à propriedade e interrupções dos processos.
Assim, o manuseio das cargas dos navios petroleiros e químicos em todas as fases do
transporte cria perigos potenciais específicos. Conhecer as características dessas cargas, os
sistemas operacionais e de segurança dos navios é o melhor que fazemos para prevenir
acidentes.
Por esse motivo, vamos iniciar o estudo desta Unidade, que objetiva tratar da segurança,
conhecendo os principais riscos e perigos operacionais. Vamos lá! Temos que retirar as pedras do
nosso caminho para que a segurança seja garantida!
De toda essa atividade advêm os perigos e riscos que devem ser controlados para que não
se materializem em acidentes.
Os principais perigos que envolvem as diversas atividades dos navios-tanque podem ser
divididos nas seguintes categorias:
reatividade;
corrosividade;
saúde;
incêndio/explosão; e
meio ambiente.
As informações relativas às cargas que serão manuseadas são essenciais para a segurança
do navio e da tripulação e estão contidas nas publicações relativas a cada carga as quais são
conhecidas como FISPQ (Folha de Informação de Segurança de Produto Químico) ou, MSDS
(Material Safety Data Sheet). As ações a serem tomadas nas emergências relacionadas aos
principais perigos citados são facilmente identificadas nestas folhas.
As FISPQ das diversas cargas trazem informações substanciais para auxiliar na segurança
do transporte e armazenagem dos produtos, além de informações para auxílio nas ações de
mitigação de consequência, nos casos de acidentes.
Para que você se familiarize com as informações contidas na FISPQ, tomando, como
exemplo, o produto químico ácido nítrico diluído (60%), sobre o qual encontramos os seguintes
tópicos:
Quando houver dúvidas ou nos casos de acidentes com vapores tóxicos e/ou irritantes, o
tratamento médico profissional deve ser procurado. Deverá ser preparada uma lista com
informações sobre o acidente para ser levada com o paciente antes que este seja removido para o
hospital.
O pessoal de bordo deve estar familiarizado com a publicação IMO Medical First Aid Guide
for Accidents Involving Dangerous Goods (MFAG) – Guia de Primeiros Socorros em Acidentes
com Cargas Perigosas, que dá informações detalhadas sobre sinais, sintomas, primeiros socorros
e administração de antídotos.
As FISPQs devem ser mantidas a bordo em local público, antes do carregamento dessas
cargas, para o conhecimento de todas as pessoas que se encontrarem a bordo. As cargas não
deverão ser recebidas se não houver suficientes informações disponíveis para um manuseio e
transporte seguros, e essas informações são fundamentais para o plano de carregamento do
navio.
Vamos conhecer, agora, os principais riscos que podem atingir a tripulação e a estrutura do
navio durante as atividades a bordo.
3.1.1 Reatividade
Atenção especial deve ser dedicada à possibilidade de produtos químicos sofrerem reações
químicas durante o manuseio e transporte, fazendo com que seja criado um risco adicional.
Reações químicas podem produzir calor, acelerando a reação com liberação de grande
volume de vapor e/ou aumento de pressão, ou causar a formação de vapores inflamáveis e/ou
tóxicos inesperados.
autorreação;
reação com o ar;
reação com a água; e
reação com outros produtos.
Além disso, as cargas também podem reagir com outros materiais, tais como os da
construção dos tanques de carga, seus revestimentos e todos os materiais ou equipamentos
empregados no manuseio da carga.
Uma autorreação pode ocorrer no líquido, no vapor ou em ambos. Essas reações podem ser
provocadas pelo calor e pela presença de certos metais e outras cargas em pequenas
quantidades.
Alguns produtos químicos podem reagir com o ar e formar peróxidos, que são substâncias
oxidantes que, em contato com material combustível, podem causar incêndio e explosão.
Reações na carga líquida podem ser retardadas por acolchoamento (padding) – que
estudaremos mais adiante – ou utilização de pequenas quantidades de outras substâncias
químicas conhecidas como inibidores. As cargas que, na sua forma pura, possam sofrer
autorreação (que geralmente resultam em polimerização) somente poderão ser transportadas
inibidas, ou seja, se contiverem inibidores.
Os inibidores – que detalharemos mais adiante – adicionados aos líquidos geralmente não
retardam reações no vapor da carga dos espaços de ulagem. O deslocamento da atmosfera dos
espaços de ulagem com gás inerte retardará a reação do vapor. Criar um colchão de gás inerte ou
nitrogênio sobre a superfície do líquido no tanque pode ser um cuidado adicional mesmo que a
carga esteja inibida.
Portanto, destacamos a seguir as principais precauções gerais que devem ser observadas
para o carregamento e transporte das cargas autorreativas e das cargas que reagem
perigosamente com o ar:
carregados com cargas aquecidas nem manuseadas por redes que passem pelos tanques que
contêm essas cargas. Também é recomendado que o topo dos tanques de carga seja mantido
resfriado por borrifos de água, quando a temperatura ambiente estiver alta, para impedir reações
no espaço de vapor dos tanques; e
No entanto, quando for exigido que a carga seja inibida como condição para um transporte
seguro, as seguintes precauções adicionais devem ser tomadas:
4. devem ser tomados cuidados durante o manuseio dos inibidores uma vez que estes
podem apresentar perigos à saúde; e,
5. deve-se ter atenção com o sistema de ventilação dos tanques de carga, a qual pode vir a
ser bloqueada por produtos que se solidificam numa reação.
2. um cofferdam ou espaço vazio similar (pode ser um tanque de carga vazio), separando o
tanque dos tanques que contêm água;
3. redes dos tanques que contêm a carga devem ser independentes das redes de qualquer
tanque de água e não devem passar por dentro de tanques que contenham água e vice-versa, a
não ser que haja túneis por onde passem essas redes; e
4. sistemas de ventilação dos tanques que contêm a carga devem ser independentes dos
sistemas de ventilação dos tanques que contêm água.
Para saber se duas cargas são perigosamente reativas entre si, as FISPQ de ambas devem
ser consultadas juntamente com a Carta de Compatibilidades de produtos químicos. Se for
indicado que reatividade perigosa resultará de sua mistura, então uma separação dupla deverá
ser providenciada para prevenir uma possível mistura acidental. Para tal, indicamos abaixo os
principais pontos a serem observados:
1. uma casa de bombas, um cofferdam ou espaço vazio similar (pode ser um tanque de
carga vazio) entre os tanques com as cargas incompatíveis, ou um tanque carregado com uma
carga compatível com cada uma delas separando as cargas incompatíveis;
2. redes de carga independentes para cada tanque com as cargas incompatíveis e que não
passem por dentro dos tanques com a outra carga incompatível a não ser que as redes passem
por túneis ou sistema similar; e,
3. Sistema independente de ventilação para cada um dos tanques que contenham cargas
incompatíveis.
3.1.1.4 Polimerização
Inibidores são substâncias usadas para evitar uma reação química potencialmente
perigosa. Já os catalisadores são substâncias usadas para iniciar uma reação química ou mudar
sua velocidade sem que elas sejam quimicamente modificadas. Um catalisador que reduz a
velocidade da reação é conhecido como catalisador negativo.
Para prevenir essa reatividade, normalmente, a essas cargas, são adicionados inibidores e
passam à condição de “carga inibida”; e o terminal entrega a bordo um certificado para atestar
essa condição, o qual contém as seguintes informações:
Cargas autorreativas que não podem receber inibidores, são carregadas e transportadas
com um “colchão” de gás inerte (normalmente nitrogênio) na superfície do líquido no tanque.
Alguns navios possuem tanques de lastro segregado e esses tanques são utilizados
exclusivamente para lastro limpo. Para estes tanques, um sistema independente de redes e
bombas é instalado com o objetivo de evitar a contaminação da carga.
Os navios químicos são projetados de forma que cada tanque de carga tenha a sua linha de
carga independente desde o manifold até cada um dos seus tanques.
Antes de dar prosseguimento aos seus estudos, pense sobre o que você aprendeu até
agora e realize a tarefa proposta a seguir.
Tarefa 3.1
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3.1.2) Quais são os métodos utilizados a bordo para retardar reações químicas nas cargas
líquidas?
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Depois de parar e avaliar o que você aprendeu, vamos continuar o estudo, conhecendo os
perigos de corrosividade nos navios-tanque.
Determinadas cargas podem ser corrosivas para o tecido humano e até mesmo para a
estrutura do navio e seus equipamentos. Os líquidos corrosivos podem produzir gases inflamáveis
se tiverem contato com certos tipos de materiais.
Não esqueça!
Práticas de trabalho seguro deverão ser seguidas para evitar o contato com
cargas corrosivas, e roupas de proteção adequadas deverão ser usadas,
além de serem tomadas precauções adicionais durante o manuseio destas
cargas.
O gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (H2S), um gás inerente ao petróleo ácido, assim
como os produtos químicos inorgânicos como ácido sulfúrico, ácido nítrico e a soda cáustica são
substâncias altamente corrosivas para as pessoas e para as estruturas.
Para determinadas cargas corrosivas, os tanques e o sistema de carga são fabricados com
material especial, como o aço inoxidável 316L.
Você vai conhecer, agora, os perigos à saúde que podem ser causados em decorrência do
manuseio das cargas transportadas nos navios de petróleo e químicos. Afinal, conhecer é o
melhor caminho para evitá-los e assim, estamos tirando as pedras do caminho.
toxicidade;
asfixia;
deficiência de oxigênio; e
queimaduras químicas.
Conheça-os com mais propriedade a seguir, pois estes serão definidos e especificados nos
tópicos subsequentes.
3.1.3.1 Toxicidade
inalação;
ingestão; e
contato com a pele.
O perigo de inalação depende da volatilidade do líquido. Uma carga não volátil em sua
temperatura normal não produzirá vapor suficiente para se tornar perigosa, mesmo que a carga
seja inerentemente venenosa.
Os efeitos danosos dependem das propriedades físicas e químicas das cargas. Para as
cargas identificadas como venenosas, deve-se considerar que, se ingeridos, todos os venenos
são perigosos à saúde humana.
A absorção através da pele depende da natureza solvente da carga. Se a carga não puder
passar através da pele, não haverá perigo mesmo que o líquido seja venenoso. Muitos líquidos e
determinados vapores altamente tóxicos são muito perigosos, uma vez que são absorvidos
lentamente através da pele, distribuindo-se pela corrente sanguínea e causando o mesmo efeito
como se tivessem sido inalados ou ingeridos.
Essa absorção será facilitada se, na pele, houver cortes, arranhões ou outras pequenas
feridas, aumentando muito o perigo, mesmo que a substância seja pouco tóxica, resultando em
efeitos prejudiciais.
O odor de misturas de gases de petróleo é muito variável e, em alguns casos, pode inibir o
sentido do olfato, e essa é uma boa razão para enfatizar que a ausência de cheiro nunca deve ser
indício da ausência de gás.
A toxicidade dos gases de petróleo pode variar muito, dependendo dos principais
constituintes dos hidrocarbonetos contidos nos gases. Ela pode ser grandemente influenciada
pela presença de alguns dos componentes menos importantes, tais como hidrocarbonetos
aromáticos (por exemplo, o benzeno) e sulfeto de hidrogênio.
Visto que o TLV é uma indicação de como uma substância é tolerável durante o trabalho de
8 horas, dia após dia, com base numa jornada de 40 horas semanais, o corpo humano pode
tolerar durante curtos períodos concentrações um pouco maiores do que o TLV do produto.
Apresentamos na tabela 3.1, a seguir, os efeitos típicos em concentrações mais altas e suas
consequências:
Tabela 3.1
Muitos óleos crus que saem do poço têm nível alto de sulfeto de hidrogênio, porém, isto é
normalmente reduzido por um processo de estabilização antes que os óleos crus sejam entregues
ao navio. Entretanto, o grau de estabilização realizado pode, algumas vezes, ser reduzido
temporariamente, de modo que o navio-tanque pode receber uma carga de um óleo cru em
particular, com um teor de sulfeto de hidrogênio mais alto que o normal.
Alguns óleos crus nunca são estabilizados e sempre terão um nível alto de sulfeto de
hidrogênio. O sulfeto de hidrogênio pode ser encontrado em outras cargas, tais como nafta,
betume e gasóleo.
50 a 100 ppm Irritação dos olhos e trato respiratório após 1 hora de exposição
200 a 300 ppm Irritação marcante dos olhos e do trato respiratório após 1 hora de exposição
tonteira, dor de cabeça, náusea, etc. dentro de 15 minutos; perda de
500 a 700 ppm
consciência e possibilidade de morte após 30 a 60 minutos de exposição
700 a 900 ppm rápida perda de consciência com morte ocorrendo poucos minutos depois
1000 a 2000 ppm colapso instantâneo e parada da respiração
Tabela 3.2
O gás inerte é usado principalmente para controlar as atmosferas dos tanques de carga de
modo a prevenir a formação de misturas inflamáveis.
O principal perigo associado ao gás inerte é o baixo teor de oxigênio que ele contém, porém
nele também pode haver gases tóxicos. Uma vez que se trata de um gás incolor e mais pesado do
que o ar, ele pode se concentrar, formando bolsões invisíveis nas áreas inferiores dos
compartimentos que não possuam ventilação nem extração.
Os principais constituintes do gás inerte podem variar, e a tabela abaixo nos dá uma
indicação dos componentes de gás inerte típicos, expressos em porcentagem por volume.
Observe a Tabela 3.3.
Tabela 3.3
Os tanques de carga contendo uma atmosfera com gás inerte devem ser ventilados com ar
antes que alguém entre, não só para aumentar o teor de oxigênio de menos de 5% para 21% em
volume como também para diminuir suficientemente as quantidades de monóxido de carbono,
gases nitrosos e dióxido de enxofre.
A concentração deve ser reduzida abaixo do TLV de 25ppm pela diluição ou deslocamento
com ar. O envenenamento por monóxido de carbono é causado pela combinação do monóxido de
carbono com a hemoglobina do sangue, em vez do oxigênio, fazendo com que o sangue perca
sua capacidade de absorver o oxigênio nos pulmões. Isto resulta em sufocação interna, e a morte
ocorre quando 60 a 70% da hemoglobina tiver se combinado com o monóxido de carbono.
Os gases nitrosos que estão presentes no gás inerte, após ele ter passado através da torre
de lavagem, são o monóxido de nitrogênio (NO), também conhecido como óxido nítrico, e o
dióxido de nitrogênio (NO2), em concentrações com cerca de 0,02%, em volume correspondente a
200ppm. O TLV do monóxido de nitrogênio é de 25ppm e o do dióxido de nitrogênio é de 3ppm
em volume. Os gases nitrosos formam ácidos por meio de reação com a umidade do ar, podendo
destruir o tecido dos pulmões.
volatilidade da carga;
temperatura de manuseio; e
concentração do vapor emanado.
Cargas tóxicas não podem ser carregadas em tanques adjacentes a tanques carregados
com cargas comestíveis. Essas cargas devem ser separadas por espaços vazios estanques
(cofferdams), tanques de carga vazios, tanques que contenham carga não comestível ou casas de
bombas. Tampouco devem ser carregadas em tanques próximos das acomodações ou da praça
de máquinas.
Nos casos de asfixia, as pessoas reagem de forma diferente ante a deficiência de oxigênio,
porém, se o percentual de oxigênio cair a menos do que 16% por volume, qualquer pessoa sofrerá
as graves consequências resultantes dessa deficiência.
confusão mental;
perda dos movimentos musculares;
perda da consciência; e
parada respiratória.
sensação de embotamento;
a pele começa a ficar entorpecida ou insensível;
os movimentos tornam-se descontrolados ou confusos; e
o indivíduo entra numa fase emocional ou de excitação.
Quando ocorrerem acidentes causados por toxicidade e/ou irritação por vapores da carga,
um meio de tratamento médico imediato deve estar disponível e fácil de ser contatado. A correta
não socorra uma vítima se não estiver em segurança para fazer isso;
não tente fazer mais do que o necessário;
não demore em chamar alguém e informe o comandante;
não entre em espaços confinados a não ser que seja um membro treinado da equipe de
resgate. Cumpra os procedimentos de segurança previsto.
Deve-se sempre suspeitar da deficiência de oxigênio em espaços fechados que não foram
ventilados. Os riscos respiratórios dos espaços confinados relacionados à deficiência de oxigênio
geralmente são causados pela presença de vapores da carga, partículas em suspensão, fumaça
de soldas, névoas de tintas, fumaça oriunda da combustão de máquinas em operação, consumo
de oxigênio causado pela reação química como a oxidação exposta (ferrugem) e pela presença
de gás inerte.
Uma atmosfera contendo menos do que 10% de oxigênio por volume inevitavelmente
causará inconsciência. A rapidez para atingir o estado de inconsciência aumenta se a quantidade
disponível de oxigênio diminui e resultará em morte, a não ser que a vitima seja prontamente
removida para ar fresco e ressuscitada.
A entrada em espaços com deficiência de oxigênio não deve ser permitida sem o uso de
equipamento de respiração até que tais espaços tenham sido totalmente ventilados e o teste
indicar que o nível de oxigênio está em 21%.
Nessas condições, todas as operações que não as essenciais devem ser paradas e
somente o pessoal necessário deve permanecer no convés para tomar as precauções pertinentes.
As queimaduras químicas podem ser causadas pelo contato com alguns produtos químicos
como a soda cáustica e o ácido nítrico ou sulfúrico. Os sintomas por queimaduras químicas são
similares aos de queimaduras por calor ou frio, exceto que o produto pode ser absorvido através
da pele, causando efeitos tóxicos. As queimaduras químicas causam maiores danos,
particularmente, aos olhos, podendo acarretar cegueira. A área afetada deve ser lavada com água
fresca corrente usando o chuveiro de emergência do navio, por 10 a 15 minutos. Após esse
procedimento, a área afetada deve ser coberta com um material esterilizado. O tratamento
posterior é o mesmo para as demais queimaduras
Vamos a mais uma parada obrigatória para verificar o que você aprendeu! Exercitar é a
melhor forma de aprender!
Tarefa 3.2
3.2.1) De quais formas as cargas químicas tóxicas e corrosivas podem entrar em nosso
organismo?
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Vamos tratar os riscos iminentes de incêndio e explosão! Continue navegando, afinal, não
esqueça VOCÊ faz toda diferença!
Inflamabilidade significa a facilidade com que alguma coisa queima (entra em combustão)
causando fogo. A inflamabilidade e a combustibilidade são determinadas por meio de ensaios do
ponto de fulgor, que se aplicam a uma vasta gama de produtos como determinados produtos
químicos e os derivados de petróleo.
Os líquidos não podem queimar, a menos que estejam emitindo vapores inflamáveis. No
processo de queima, os gases de hidrocarbonetos reagem com o oxigênio do ar para produzir
dióxido de carbono e água. A reação libera muito calor para formar uma chama visível, que se
movimenta através da mistura de gás de hidrocarboneto e ar. Quando o gás acima do
hidrocarboneto líquido é inflamado, o calor produzido é normalmente grande o bastante para gerar
gás suficiente para manter a chama, e se diz que o líquido está queimando, porém, de fato, é o
gás que está queimando e sendo continuamente reabastecido pelo líquido.
3.1.4.2 Combustão
Para ocorrer uma combustão, é necessário que três elementos se encontrem ao mesmo
tempo e no mesmo lugar: combustível, oxigênio e fonte de ignição. Vapores inflamáveis e oxigênio
e/ou ar ao alcance de uma fonte de ignição, devem estar combinados na proporção
aproximadamente correta (dentro da faixa inflamável) para que uma combustão seja bem
sucedida. A combustão se mantém devido ao quarto elemento, a reação em cadeia, que torna a
queima autossustentável.
Portanto, oxigênio e fontes de ignição devem ser eliminados dos tanques, quando material
inflamável estiver presente na forma de vapor da carga. O vapor da carga e as fontes de ignição
devem ser eliminados do convés e de outras áreas com perigo de gás onde houver oxigênio.
Quando um vapor inflamável é misturado ao oxigênio, uma mistura explosiva pode estar se
formando. O petróleo gera facilmente vapores inflamáveis, sendo esses vapores o maior fator do
início de incêndios.
3.1.4.3 Incêndio
Um Incêndio é uma ocorrência de fogo não controlado que pode ser extremamente perigosa
para os seres vivos e as estruturas.
Você conhece as formas de classificação das diversas manifestações dos incêndios? Estas
classificações são de acordo com a proporção do incêndio e assim definidas:
princípio de incêndio;
pequeno incêndio;
médio incêndio;
grande incêndio; e
incêndios extraordinários (vulcões em erupção, bombas em uma guerra).
A introdução de gás inerte nos tanques de carga reduz o oxigênio a um nível onde não
haverá mistura inflamável. Esse valor não deve ser superior a 8% de oxigênio por volume.
Ficando a superfície do líquido coberta por um colchão de gás inerte pressurizado, evitará o
contato da carga com o oxigênio do exterior, evitando incêndio.
Quando o sulfeto de ferro é exposto ao ar, ele se oxida, voltando à condição de óxido de
ferro, com a formação de enxofre livre ou de gás dióxido de enxofre (SO2). Essa oxidação pode
ser acompanhada por uma considerável geração de calor, de tal forma que algumas partículas
podem tornar-se incandescentes. Essa oxidação exotérmica (que libera calor), acompanhada de
incandescência, é denominada oxidação pirofórica. O sulfeto de ferro pirofórico pode produzir
calor suficiente para causar a ignição de misturas inflamáveis de hidrocarbonetos.
Antes da introdução de plantas de gás inerte em navios, esse risco não era considerado,
uma vez que a atmosfera dos tanques de carga de navios convencionais, sem sistema de gás
inerte, possui oxigênio suficiente para evitar a formação do sulfeto de ferro pirofórico.
operação deve ser realizada de forma controlada, não admitindo a passagem da atmosfera do
tanque pela faixa de mistura inflamável.
3.1.4.4 Explosão
Uma mistura de gás de hidrocarboneto e ar não pode entrar em ignição e queimar, a menos
que sua composição esteja dentro de uma faixa de concentração conhecida como “faixa
inflamável”. O limite inferior desta faixa, conhecido como ”limite inferior de inflamabilidade” (LII), é
aquela concentração de hidrocarboneto abaixo da qual não existe gás de hidrocarboneto
suficiente para sustentar e propagar a combustão. O limite superior da faixa, conhecido como
“limite superior de inflamabilidade” (LSI), é aquela concentração de hidrocarboneto acima da qual
não existe ar (oxigênio) suficiente para sustentar e propagar a combustão. Confira a seguir na
figura 3.2.
At enção!
A tabela 3.4, a seguir, apresenta os limites de inflamabilidade para esses três gases:
Tabela 3.4
Quando o gás inerte é adicionado a uma mistura de gás de hidrocarboneto e ar, o resultado
é um aumento no limite inferior de inflamabilidade e uma diminuição do limite superior de
inflamabilidade da concentração. Esses efeitos estão ilustrados na figura 3.3 e devem ser
respeitados somente como um guia para entender os princípios envolvidos.
Figura 3.3: Faixa explosiva em relação à concentração de oxigênio e dos gases de hidrocarbonetos.
Uma vez que misturas de gás de hidrocarbonetos e ar são inflamáveis numa faixa
relativamente estreita de concentrações de gás de hidrocarbonetos no ar e que a concentração no
ar depende da pressão de vapor, seria possível, em princípio, desenvolver um teste de
inflamabilidade pela medição da pressão de vapor. Na prática, o grande número de produtos de
petróleo e a faixa de temperaturas em que eles são manuseados, têm impedido o
desenvolvimento de um teste simples para tal finalidade.
Vamos aprender, agora, acerca do Ponto de Fulgor que é considerado importante e preciso
nos testes de inflamabilidade!
Pense!
centelha inicia uma chama que se propaga pela superfície do líquido, indicando, assim, a
presença de uma mistura inflamável gás/ar acima do líquido. Essa mistura gás/ar corresponde,
com muita aproximação, ao limite inferior de inflamabilidade da mistura.
Existem muitos aparelhos diferentes para a medição do ponto de fulgor, porém, sempre se
enquadram em dois tipos. Em um deles, a superfície do líquido está permanentemente em
contato com a atmosfera enquanto o líquido é aquecido: o resultado de tal teste é chamado de
"ponto de fulgor em vaso aberto". No outro tipo, o espaço acima do líquido é mantido fechado,
exceto por breves momentos em que a chama ignitiva é introduzida através de um pequeno
orifício. O resultado desse tipo de teste é conhecido como "ponto de fulgor em vaso fechado".
Para um manuseio seguro, de acordo com suas características inflamáveis, as cargas estão
divididas em três grandes categorias de acordo com seu ponto de fulgor. São elas:
Os vapores das cargas inflamáveis e das cargas combustíveis podem entrar em ignição se o
líquido entrar em contato com uma superfície aquecida que esteja numa temperatura superior à
de seu ponto de ignição, mesmo sem a presença de uma chama ou centelha externas. Se houver
ignição, haverá aumento da evaporação, o que aumentará o perigo de incêndio.
calor direto;
centelhas;
energia química;
energia elétrica; ou
descargas eletrostáticas.
Como nem sempre é possível excluir esses dois fatores, precauções devem ser tomadas
para excluir ou controlar um dos dois. Como sempre haverá a expectativa de que gases
inflamáveis possam surgir nos compartimentos de carga, casas de bombas e área da carga, então
é essencial que todas as possíveis fontes de ignição sejam eliminadas desses locais.
Como nos camarotes, cozinhas e outras áreas dentro dos espaços das acomodações
existem fontes de ignição nos equipamentos elétricos instalados, além da presença de fósforos e
isqueiros, é necessário evitar a entrada de gases inflamáveis nesses espaços. Também na praça
de máquinas, onde é impossível evitar fontes de ignição naturalmente causadas pelos
equipamentos instalados, é essencial evitar a entrada de gases inflamáveis.
Gases inflamáveis e fontes de ignição também devem ser seguramente controlados nos
paióis, castelo de proa, paiol da amarra e outros compartimentos do convés.
Mesmo em navios com um sistema de gás inerte instalado e operado corretamente, todas
as precauções de segurança devem ser seguidas durante as operações de carga.
Alguns cuidados operacionais devem ser tomados antes e durante o manuseio das cargas.
Por esse motivo, destacamos a seguir os itens que são elementos que representam os riscos
potenciais de fontes de ignição a bordo. Vamos conhecê-los!
Pequenos aparelhos pessoais que funcionam com bateria, como relógios, aparelhos de
surdez e marcapassos não possuem fontes de ignição significativas capazes de constituir risco de
incêndio.
A menos que aprovados para uso em atmosfera inflamável, rádios portáteis, toca-fitas,
gravadores, calculadoras eletrônicas, câmeras com flash, telefones portáteis e pagers não
poderão ter autorização de uso no convés ou em áreas onde possa haver gás inflamável.
Tempestades elétricas
Combustão espontânea
Trapos de quaisquer espécies não devem ser guardados próximos a óleos, tintas, etc. nem
deixados no convés sobre equipamentos, redes, nem próximo destes. Se estiverem úmidos,
somente deverão ser guardados após secos. Se estiverem encharcados de óleo ou produtos
químicos, deverão ser lavados ou destruídos.
Alguns materiais manufaturados com fibras, quando umedecidos com água ou encharcados
de óleo ou produtos químicos, estão sujeitos a entrar em ignição mesmo sem a presença de uma
chama devido ao crescimento do calor pela oxidação. Esses mesmos materiais, quando em
contato com outros líquidos, como ácidos fortes, podem entrar em ignição ou ser destruídos pelo
ataque do produto químico O vapor de determinadas cargas químicas pode entrar em ignição e
queimar mesmo que seja misturado com o ar.
O fumo
Trabalhos a quente e trabalhos a frio somente deverão ser permitidos quando forem
rigorosamente controlados por um sistema de análise de risco e permissão de trabalho. Durante a
realização dos trabalhos a quente e a frio, as atmosferas das áreas perigosas devem ser
continuamente monitoradas com instrumentos capazes de alarmar automaticamente sempre que
for detectada a existência de vapores inflamáveis nas áreas monitoradas.
Cozinha
É essencial que o pessoal da cozinha seja instruído sobre as operações seguras dos
equipamentos lá existentes. Pessoas não autorizadas e sem experiência não devem utilizá-los.
Causa frequente de incêndio é o acúmulo de gorduras nos dutos e filtros da ventilação da
cozinha. Essas áreas precisam de inspeções frequentes para garantir que elas estão sendo
mantidas limpas. As fritadeiras devem estar equipadas com termostato para cortar a energia
elétrica em pré-determinada temperatura, prevenindo incêndios. Essa medida também deve ser
tomada em relação a outros equipamentos, para que não superaqueçam pois podem iniciar um
incêndio.
Roupas sintéticas
A experiência tem mostrado que roupas fabricadas com material sintético não elevam
significativamente o risco eletrostático sob as condições normalmente encontradas nos
petroleiros.
Antes da tarefa de bater ferrugem ou do uso de qualquer ferramenta elétrica fora da praça
de máquinas ou espaço das acomodações, encontrando-se o navio em viagem, o Oficial
responsável deverá estar seguro de que a área estará livre de gás durante todo o tempo em que
essas ferramentas estiverem sendo usadas e que uma permissão para trabalho a quente foi
emitida.
Ferramentas manuais
Ferramentas manuais somente deverão ser utilizadas para a finalidade específica para a
qual foi projetada. O risco de ignição do gás do petróleo por centelhas produzidas pelo impacto do
metal no metal durante um trabalho é pequeno. Porém, precauções devem ser tomadas para que
esse trabalho seja efetuado corretamente. Se o trabalho for realizado na área da carga, uma
permissão para trabalho a quente deve ser providenciada.
Ferramentas anticentelha
Alumínio
Um equipamento de alumínio não deve ser arrastado ou esfregado em aço, pois, isto deixa
uma crosta que, se estiver depositada sobre uma superfície enferrujada, pode, por impacto
subsequente, dar origem a uma centelha ignitiva. É recomendado, portanto, que as partes de
baixo das pranchas de portaló e outras estruturas de alumínio sejam protegidas com plástico
rígido, borracha ou ripas de madeira.
Autoignição
Perigos eletrostáticos
são de mesma intensidade, porém de sinais contrários. Portanto, o somatório dessas cargas é
nulo. As cargas elétricas assim geradas dão origem a cargas elétricas estáticas.
A eletricidade estática pode surgir quando líquidos ou gases são bombeados por tubulações
em altas velocidades. Os líquidos não condutores (acumuladores estáticos), as misturas de
líquidos, o dióxido de carbono e o vapor são fontes comuns de eletricidade estática quando estão
sendo manuseados. A geração de eletricidade estática normalmente aumenta com o aumento da
velocidade do fluxo.
É evidente que não haverá risco de ignição se não houver no local uma mistura inflamável.
Não são normalmente necessárias precauções contra eletricidade estática na presença de gás
inerte uma vez que esse gás impede a existência de mistura inflamável.
O risco eletrostático estará sob controle se todos os objetos metálicos forem mantidos
interligados eletricamente e aterrados corretamente à estrutura do navio. Diversas operações em
navios-tanque podem produzir o acúmulo de cargas elétricas e os cuidados têm que ser
observados.
Durante as medições manuais, quando se utilizam trenas metálicas, estas devem estar
aterradas à estrutura do navio. Durante as medições de temperatura através de termômetros
manuais ou na retirada de amostras quando se utiliza saca-amostra, os cabos utilizados para
introdução desses equipamentos no tanque devem ser de fibra natural, evitando-se cabos
sintéticos.
Se forem utilizados mangotes, estes devem estar testados para verificar sua continuidade
elétrica, assim como antes da utilização de mangueiras para operações de lavagem de tanques
com máquinas portáteis de jato rotativo. Além disso, antes da introdução dessas mangueiras nos
tanques, estas já devem estar conectadas nas tomadas da rede de suprimento de água para
lavagem. Se forem utilizados cabos para arriar essas máquinas portáteis, estes também devem
ser de fibra natural.
As fitas metálicas ou outros dispositivos utilizados para garantir a continuidade elétrica entre
flanges de redes, principalmente da rede de gás inerte que possui revestimento interno, devem
estar preservados e efetivamente interligando esses flanges.
1. o fluxo nas redes de enchimento de cada tanque não deve exceder a velocidade de 1
metro por segundo; e
2. somente quando o piso do tanque estiver coberto com a carga e a agitação do líquido
provocada pelo enchimento inicial tiver cessado, poderá ser autorizado aumento de vazão
conforme previsto no plano de carga e acordado com o terminal. Não deve ser permitida a
introdução no tanque de qualquer equipamento ou objeto metálico durante pelo menos 30 minutos
após o carregamento do tanque.
3. efetuar teste de condutividade elétrica nos mangotes e mangueiras das máquinas de jato
rotativo antes do uso que deve ser de 6ohm por metro;
4. antes de arriar e retirar as máquinas portáteis de jato rotativo dos tanques, as mangueiras
devem estar conectadas à rede do navio;
7. apesar das precauções acima descritas serem requeridas, principalmente para navios
sem gás inerte, como precaução adicional, as mesmas precauções deverão ser adotadas por
todos os navios mesmo os equipados com um sistema de gás inerte.
Aterramento
No passado, um cabo terra era tradicionalmente conectado entre o berço e o navio para
gerar um caminho alternativo para essa corrente. No entanto, em termos práticos, isso é ineficaz,
e o uso do cabo terra não é mais recomendado.
Para evitar a possibilidade de centelhas, juntas isolantes normalmente são colocadas entre
os flanges do braço de carregamento e o da tomada de carga do navio.
Para atingir esse objetivo, relacionamos abaixo atitudes preventivas que devem fazer parte
da postura de todas as pessoas embarcadas:
12. nos tanques de carga devem ser eliminados o oxigênio e as fontes de ignição
permanecendo tão somente a carga;
13. nos locais onde há oxigênio, elimine qualquer chance de fontes de ignição em área
onde possam ocorrer vapores da carga;
14. evite acumular trapos oleosos e outros materiais inflamáveis;
15. utilizar tinta alumínio em áreas com ferrugem pode gerar calor;
16. não faça ligações elétricas de emergência (gambiarras);
17. mantenha coisas que queimam longe das fontes de calor;
18. cuidado com o manuseio de líquidos inflamáveis e nunca os utilize para limpeza;
19. cuidado com o lixo pois papéis e aparas de madeira se inflamam facilmente;
20. cuidado com incêndio em sua própria roupa;
21. cuidado no manuseio de materiais de cozinha, tais como: fogões, cafeteiras, coifas,
torradeiras, chapas aquecidas, máquinas de gelo, batedeiras de bolo, liquidificadores,
máquinas de moer carne, etc.;
22. cuidado também com equipamentos de lavanderias, copas e refeitórios; e
23. cuidado com os aparelhos elétricos no seu camarote e evite fazer gambiarras elétricas
em seu interior. Lembre-se de que o navio tem eletricista qualificado.
Antes do carregamento, a secagem do tanque, algumas vezes com nitrogênio, pode ser
necessária para determinados tipos de cargas, principalmente as cargas higroscópicas (que
absorvem água), pois estas podem sofrer alterações na ocorrência de umidade.
Para que a prevenção dos perigos à saúde seja efetiva, toda a tripulação deve tomar, pelo
menos, as seguintes precauções:
controle rigoroso nas entradas em casa de bombas, tanques de carga e lastro, espaços
vazios e outros espaços confinados, cumprindo os procedimentos específicos para
entrada e permanência em espaços confinados;
usar roupas de proteção adequadas às tarefas;
descontaminar as roupas utilizadas em contato com as cargas depois do uso; e
monitorar continuamente a atmosfera dos espaços onde há serviços em andamento
contra vapores da carga e gases tóxicos.
O sistema de ventilação dos tanques de carga reduz o risco do vapor da carga ir para as
áreas sem risco de gás. Durante o manuseio das cargas, o vapor dessas cargas formado na
superfície do líquido é direcionado para a atmosfera através das linhas de ventilação até as torres
de ventilação. Esse sistema inclui válvulas de vácuo e pressão e válvula de alívio de alta
velocidade.
Desgaseificação
Antes que as pessoas entrem em qualquer tanque, a atmosfera deve ser verificada para se
saber o teor de oxigênio, de hidrocarboneto e de gás tóxico. Somente será considerado o espaço
livre de gás se o teor de oxigênio for de 21% por volume. Havendo vapores tóxicos provenientes
da carga, o valor aceito deverá ser inferior ao TLV verificado na MSDS do produto.
inertização;
medidas de prevenção à eletricidade estática;
colchão de gás inerte sobre a carga (padding);
segregação da carga e do sistema de redes;
uso de inibidores para evitar a polimerização;
condicionamento do tanque de carga (uso de agentes de secagem); e
revestimento e material dos tanques compatíveis com os produtos.
Vamos à resposta!
O gás inerte é utilizado nos tanques de carga, tornando-os seguros para proteger a carga
contra polimerização, oxidação e umidade e para evitar a entrada de ar (oxigênio), evitando
incêndio e explosão, embora esses tanques, mesmo na condição de inertes, nunca sejam seguros
para a saúde.
O gás inerte é produzido a bordo pelo tratamento das descargas de caldeiras ou plantas de
geração de nitrogênio ou gás inerte que funcionam com óleo diesel. O gás inerte oriundo das
caldeiras não pode ser utilizado em navios químicos uma vez que contém impurezas que
certamente contaminarão a carga. Observe também, com atenção, a figuras 3.8.
“Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma
de pequenas realizações”.
Vincent Van Gogh
Portanto, não desista!
As atmosferas dos tanques de carga devem ser avaliadas nas seguintes situações:
Cuidados adicionais devem ser observados após as lavagens de tanques quando for
necessário remover manualmente resíduos sólidos. Em geral, essa operação pode liberar mais
vapores de hidrocarbonetos para a atmosfera do tanque, tornando-a IPVS, motivo pelo qual o
processo de desgaseificação deve ser contínuo.
O sistema de gás inerte para um tanque selecionado para trabalhos ou inspeções deve ser
desligado.
É necessário que um certificado de gas free seja emitido por um químico qualificado antes
que se iniciem os trabalhos programados em um tanque de carga ou outros espaços confinados
onde se suspeita que a atmosfera possa ser IPVS.
Adicionalmente a esse certificado, para trabalhos a quente, uma Permissão para Trabalho
(PT) deverá ser emitida, uma vez que essa permissão relaciona cuidados necessários para a
execução segura da tarefa que será realizada, atuando de forma preventiva a acidentes do
trabalho.
At enção!
3.1.4.14 Acomodações
Hora de parar e verificar o que você aprendeu! Responda às questões abaixo sobre os
assuntos estudados até aqui.
Tarefa 3.3
___________________________________________________________________________
3.3.2) Considerando que o fumo não pode ser proibido a bordo, qual é a regra que deve ser
cumprida pelos fumantes?
___________________________________________________________________________
Poluição marinha, conforme definido pela United Nations Convention Lake, Ocean and Sea
(UNCLOS 1982), é a introdução pelo homem, direta e indiretamente, de substâncias ou energias
no meio marinho, incluindo os estuários, sempre que elas provoquem ou possam vir a provocar
efeitos nocivos, tais como:
O tráfego marítimo não agride tanto o meio ambiente, uma vez que não há
construção de rodovias, trilhos para trens, aeroportos ou a poluição sonora
provocada por eles. Não existe exaustão de gases sobre as propriedades,
não ocorre a destruição de florestas e há pouco distúrbio no habitat natural.
Agora que você está inteirado quanto à definição de poluição ambiental, vamos
caracterizar os tipos de poluição!
Vamos à resposta!
A poluição operacional é aquela causada por emissões para o meio ambiente resultantes
de atividades normais das empresas, cujas emissões devem ser controladas e
A poluição acidental é a poluição resultante de acidentes que ocorreram por motivos não
previstos e que devem ser investigados para que se possam tomar medidas que venham a evitar
sua repetição. A poluição acidental pode causar exposição aguda do trabalhador, trazendo danos
imediatos à sua saúde.
Os navios petroleiros podem poluir o ar, liberando vapores de hidrocarbonetos, gás inerte ou
ainda mistura de ambos através do sistema de suspiros (vent) dos tanques de carga,
principalmente em consequência de:
Quando o navio encontra-se navegando em mar aberto, não são adotados procedimentos
especiais para evitar liberação dos vapores de carga para atmosfera, além daqueles que levam
em conta as precauções de segurança para as operações realizadas a bordo.
a) formação de película sobre a superfície do mar que interfere na troca de oxigênio com a
atmosfera;
b) depósito dos constituintes mais pesados no fundo do mar, que interfere no crescimento
da vida marinha;
c) muitos elementos constituintes são tóxicos e podem penetrar na cadeia alimentar; e
d) o óleo na praia interfere no uso das praias como locais de lazer.
Além disso, o derramamento de óleo pode interferir com outros usos legítimos do mar, como
a piscicultura e a indústria da pesca.
Durante os últimos 25 anos, vem aumentando o interesse mundial pela poluição nos mares
do mundo. A maioria das fontes de poluição se origina em terra e é produto da indústria, descartes
do uso de pesticidas e herbicidas na agricultura e esgotos das áreas urbanas. Contudo, é muito
significante a quantidade de poluição causada pelo transporte por navios e pela atividade
marítima de maneira geral.
A maior causa de poluição por óleo advém de acidentes com petroleiros. Embora
comparativamente isso contribua com um percentual pequeno do que entra no mar a cada ano, a
consequência de um acidente pode ser desastrosa para o local do acidente, particularmente se o
navio envolvido for grande e o acidente ocorrer próximo da costa. Os naufrágios do Torrey
Canyon (1967), do Amoco Cadiz (1978), do Exxon Valdez (1989) e do Sea Empress (1996) são
exemplos.
A maior quantidade de óleo que entra no mar é resultado das operações normais dos
petroleiros que estão associadas às limpezas dos resíduos de carga nos tanques e a troca de
lastro que ocorre quando o navio vem de um porto de descarga para carregar novamente.
O óleo afeta o meio ambiente marinho quando forma uma película na superfície, interferindo
na troca de oxigênio entre o mar e a atmosfera; seus constituintes pesados encobrem o fundo do
mar alterando o crescimento da vida marinha. Muitos elementos constituintes são tóxicos e entram
na cadeia alimentar; e o óleo nas praias interfere no seu uso como local de diversão.
Com o aumento da poluição por óleo, foi tomada uma ação internacional com a adoção da
Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973. Em 1978, foi adotado
um protocolo com cláusulas específicas para petroleiros. Com este protocolo, a Convenção ficou
conhecida como MARPOL 73/78, com emendas adicionais em 1993 e 1996. A poluição marinha é
mais do que apenas poluição por óleo e o MARPOL 73/78 trata dessas diferentes categorias de
poluição. O Anexo I da Convenção trata da poluição por óleo.
O Anexo I da MARPOL contém regras relativas ao controle da poluição do mar por óleo
enquanto o Anexo II contém regras relativas ao controle da poluição por cargas líquidas nocivas
transportadas por navios ou resultados das lavagens de tanques dessas cargas.
os movimentos do navio devem ficar limitados por uma boa amarração. Durante as
descargas, quando o navio “subirá” pela diminuição do calado, a amarração deve ser
corrigida para que os cabos não solequem, afastando o navio do cais ou terminal, o que
pode ocasionar esforços nos mangotes ou braços de carregamento. Cuidados
adicionais devem ser tomados quando atracado em terminais instalados em canais
estreitos onde, na passagem de outros navios, a interação poderá ocasionar o
movimento do navio atracado acarretando danos à amarração.
todas as linhas de carga, conexões, drenos e válvulas devem ser mantidas em
observação principalmente no início das operações de carregamento e
descarregamento;
bandejas devem ser instaladas nos pontos onde podem ocorrer vazamentos, como na
área de conexão de mangotes ou braços metálicos;
At enção!
No que se refere aos navios petroleiros, a proteção do meio ambiente marinho é tratada
através dos seguintes assuntos:
construção;
equipamentos;
operação;
vistorias e certificados;
Livro de Registro de Carga;
procedimentos de controle; e
penalidades.
Nas exigências de construção, os projetos devem ser tais que evitem que a água de lastro
venha a ter contato com a carga, restringindo a geração de misturas oleosas e evitando sua
descarga para o mar. O projeto também dá aos navios que transportam petróleo grande
capacidade de sobrevivência para proteger o navio por meio de espaços vazios e limitando o
tamanho dos navios de maneira tal que, se um acidente ocorrer, o derrame de óleo será limitado.
As exigências referentes ao projeto dos equipamentos possibilitam ao navio cumprir com as
exigências operacionais. A Convenção MARPOL 73/78 não trata apenas das exigências
operacionais mas também dos meios para que a operação ocorra de acordo com essas
exigências.
Os padrões para construção de navios novos constam da regra 13F do Anexo I, onde é
previsto que todo navio novo de 5.000 toneladas de porte bruto e acima deve possuir casco duplo.
Nos navios petroleiros novos para transporte de óleo cru de 20.000 toneladas de porte bruto
ou mais e nos navios que transportam produtos de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais, deve
haver um sistema de lastro segregado (SBT) de suficiente capacidade e somente em
circunstâncias extraordinárias poderá ser considerado necessário colocar lastro nos tanques de
carga.
Navios construídos antes dessa data estão sujeitos a exigências menos rigorosas em
reconhecimento ao fato de que a instalação desse sistema poderá ser muito cara e impraticável.
Esses navios somente estarão obrigados a possuir um SBT se tiverem mais de 40.000 toneladas
de porte bruto, porém podem escolher entre operar com tanques dedicados para lastro limpo
(CBT), se for um navio de produtos; ou, se for um navio de óleo cru, deve estar equipado e operar
um sistema COW.
O tanque de resíduos deve ter capacidade adequada que garanta que os resíduos de
lavagem de tanques e outros resíduos possam ser retidos a bordo para separar o óleo da água e
subsequente descarga da água como parte do procedimento LOT (load on top).
Pelo menos um tanque de resíduos é exigido para navios de menos de 70.000 toneladas de
porte bruto e pelo menos dois para navios maiores. A capacidade do tanque de resíduos é
expressa em um percentual da capacidade de transporte de carga e depende do método de
limpeza de tanques que é empregado. Navios equipados com SBT e COW e navios combinados
podem ter tanques de resíduos menores. Os tanques de resíduos devem possuir arranjos que
facilitem a separação de água e óleo.
Os riscos de poluição que podem ser causados pelos navios químicos são minimizados pelo
cumprimento das regras existentes para a construção e equipamentos desses navios e das regras
para o manuseio das substâncias líquidas nocivas que transportam e dos resíduos dessas
substâncias.
A poluição causada pelas cargas pode ser minimizada por meio do cumprimento rigoroso e
correto dos procedimentos operacionais previstos no sistema de gestão da companhia e das
regras aplicáveis à prevenção e combate à poluição.
Descarga de substâncias líquidas nocivas no mar significa o descarte dos resíduos dessas
substâncias contidas na água de lastro dos tanques de carga, ou de água utilizada na lavagem de
tanques, ou de outras misturas contendo tais substâncias.
garantir uma mistura efetiva com a água do mar quando forem descarregadas para o
mar; e
sujeitar as descargas a limites, tais como: distância mínima de terra e mínima
profundidade.
Esses princípios são diferentes para as distintas categorias de substâncias e são mais
rigorosos quando as descargas tiverem que ser efetuadas nas áreas especiais. As áreas
especiais incluem a área da Antártica, do mar Báltico, do mar Mediterrâneo, do mar Negro, a área
do Golfo e do Golfo do Aden, do mar Vermelho e as águas do Noroeste europeu.
At enção!
Esse anexo, para efeito do descarte desses resíduos, divide as cargas nocivas dos navios
químicos em quatro categorias: “X”, “Y”, “Z” e “OS”. As cargas relacionadas na categoria “X”
representam maior perigo de poluição, enquanto as cargas relacionadas na categoria “Z”
representam o menor perigo de poluição.
Para que se possa evitar a poluição durante essas operações, medidas preventivas
devem ser tomadas, tais como:
O pessoal de serviço deve estar presente durante todo o tempo da operação, fazendo
inspeções regulares na área da carga, casas de bombas, na amarração do navio, cumprindo
procedimentos existentes para evitar a poluição.
Todos os eventos, para qualquer tipo de navio, onde aplicável, deverão ser lançados no
Livro de Registro de Carga ou no Livro de Registro de Óleo.
Tarefa 3.4
3.4.1) Quais os principais danos causados pelo óleo ao meio ambiente marinho?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
A Convenção MARPOL prevê, para a maioria dos navios-tanque, que seja implementado
um Plano de Emergência do Navio para Combate à Poluição (que já ocorreu), SOPEP (Ship
Oil Polutions Emergency Plan) ou SMPEP (Ship Marine Polutions Emergency Plan). O
SOPEP é aplicado aos navios petroleiros e o SMPEP aos navios químicos e aos navios gaseiros.
os procedimentos que devem ser seguidos para se informar uma poluição acidental;
uma relação de autoridades ou pessoas a serem contatadas nos casos de acidente de
poluição; e,
descrição das ações a serem tomadas pelos tripulantes para controlar a poluição.
Lembre-se:
Todos os esforços devem ser feitos para evitar que o óleo que derramou vá para o mar,
quando podem ser utilizadas bombas pneumáticas convenientemente instaladas que aspiram o
óleo derramado e o descarregam nos tanques de resíduos e/ou direcionar o óleo para tanques
pré-determinados, abrindo-se as válvulas chamadas spill valve.
Nos casos de poluição ou em qualquer situação de emergência que possa evoluir para
poluição, encontrando-se o navio em viagem, o comandante é obrigado a informar tal situação ao
Estado costeiro mais próximo de acordo com os procedimentos previstos no SOPEP/SMPEP de
cada navio. As informações iniciais fornecidas devem ser as mais precisas possíveis e não devem
minimizar a extensão do acidente.
As principais situações de emergência que podem evoluir para poluição do mar são:
incêndio;
abandono;
colisão/abalroamento;
encalhe;
água aberta;
perda de propulsão;
perda de governo e governo em emergência;
perda de energia; e
explosão/implosão.
Nos casos que requeiram assistência e salvamento, o Estado costeiro mais próximo ou os
centros de coordenação de busca e salvamento devem ser acionados pelo GMDSS, utilizando o
meio de comunicação mais apropriado.
Caso a situação de emergência ocorra com o navio atracado, o terminal deve ser
imediatamente informado, de acordo com os procedimentos definidos na carta inicial.
Também deve ser informada a Capitania dos Portos, o órgão ambiental e a própria empresa
através da pessoa designada, que é o contato estabelecido pelo sistema de gestão da
companhia, conforme prevê o código ISM.
O comandante também deve considerar utilizar o agente protetor do navio para obter auxilio
externo.
No relatório inicial, para um navio sinistrado que se encontre em viagem, conforme adotado
pela IMO, devem constar as seguintes informações:
É muito importante que haja uma coordenação eficiente estabelecida entre o navio e o
país costeiro de forma que sejam previamente discutidos e acordados os procedimentos de
mitigação escolhidos antes de sua implementação.
Considerações Finais
Nesta Unidade, estudamos os principais pontos acerca dos riscos e perigos das atividades a
bordo. Como vimos, esse assunto é de suma importância para sua formação, visto que, conforme
o poema de Drummond, os obstáculos sempre serão inerentes à nossa rotina; mas, certamente,
ter conhecimento acerca dessas possibilidades de riscos e perigos e as formas de evitá-los,
combatê-los e mitigá-los fará com que o homem (e, neste caso, você) seja o grande diferencial
durante as suas atividades.
Para solidificar o que você aprendeu durante esta Unidade, realize o teste de autoavaliação
proposto a seguir.
3.1) Quais são os principais perigos que envolvem as diversas atividades dos navios-
tanque?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3.7) Quais são os riscos do gás sulfídrico encontrado nas cargas de petróleo ácido?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
UNIDADE 4
Esse pensamento nos faz refletir sobre o quanto temos que ser responsáveis com a nossa
segurança pessoal, com a segurança do meio, e principalmente com a segurança dos outros para
evitar que os acidentes aconteçam em nossas atividades profissionais.
Vamos lá!
Vale anotar !
Veja, a seguir, as principais informações que devem constar nas folhas de informação de
segurança de produto químico. São elas:
composição da substância;
identificação de perigos;
medidas de primeiros socorros;
medidas de combate a incêndio;
medidas de controle para derramamento;
controle de exposição e proteção individual;
propriedades físicas e químicas;
estabilidade e reatividade; e
informações toxicológicas.
Para facilitar a sua compreensão, consulte no final deste material o Anexo 5: FISPQ do
produto hexano BR.
Vale destacar !
O Ponto de Fulgor (Flash Point) é a menor temperatura na qual uma substância libera
vapores em quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua superfície
propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.
Considerando que a temperatura ambiente em uma região seja de 25ºC e que ocorra o
vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15ºC, isso ignifica que o produto nessas
condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que
haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do
produto for de 30ºC, significa que ele não está liberando vapores inflamáveis.
Para dar continuidade ao nosso assunto, vamos relembrar alguns conceitos tratados na
Unidade 3. Vejamos: para um gás ou vapor inflamável queimar, é necessário que exista, além da
fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" de ar atmosférico (oxigênio) com gás combustível.
A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21%, em volume. Já a
quantidade de gás combustível necessário para a queima varia para cada produto e está
dimensionada através de duas constantes, são elas:
Concentrações de gás abaixo do LII não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se
excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Essa condição é chamada
de "mistura pobre".
Concentrações de gás acima do LSI não são combustíveis, pois, nessa condição, tem-se
excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, e isso é
chamado de "mistura rica".
2,1% 9,5%
MISTURA MISTURA
MISTURA RICA
POBRE INFLAMÁVEL
LII/LIE LSI/LSE
Figura 4.1: Componentes da faixa inflamável do propano.
Lembre-se:
Para pensar !
% de gás; e
% do LII.
É importante:
4.2.1.2 Tankscope
Até então, conhecemos as características dos vapores inflamáveis. Agora, vamos estudar
os princípios dos medidores de gases e sua importância nas operações.
Vamos lá!
Ambas as saídas do tubo de vidro devem ser quebradas imediatamente antes do uso. O
número de aspirações (bombadas) necessárias e a data de validade estão na bula que
acompanha os tubos. Estas também trazem uma lista constando os gases para os quais são
indicados.
A bomba deve ser checada para verificar e corrigir possíveis vazamentos uma vez que, caso
ocorram, acarretará aspiração de apenas pequenos volumes do gás que se quer medir. De outra
forma, se o corpo da bomba estiver rachado, entrará certa quantidade de ar, que não passou pelo
tubo, interferindo em uma medição precisa. Se essa situação ocorrer, a bomba deve ser
imediatamente substituída.
Cada sucção leva 100 cm3 de oxigênio para o instrumento. Confira na figura 4.6.
É importante que você saiba que o Analisador CMS é utilizado para monitorar a
concentração de gases ou vapores perigosos no local de trabalho, durante as operações do navio
e em espaços confinados. Fornece uma leitura eletrônica automática da concentração do gás.
Esse equipamento registra o resultado da medição óptico-eletronicamente, eliminando o fator
humano. Consta apenas do chip da substância e do equipamento analisador.
Figura 4.7: Analisador CMS. Figuras 4.8 e 4.9: Analisadores pessoais de H2S
e para 5 gases diferentes.
http://www.draeger.com/BR/pt/
Observe que os meios mais sofisticados para detectar oxigênio incorporam duas ou três
escalas e cada uma pode ser usada para um propósito diferente.
Por exemplo:
Deve-se ter cuidado para não derramar líquido dentro de um instrumento de medição de
gases, o que certamente resultará em erro ou em mau funcionamento.
Lembre-se de que:
Calibre sempre o equipamento de teste de gás antes de cada uso. O instrumento deverá ser
calibrado, usando o gás de calibragem, geralmente o pentano. As baterias devem ser verificadas
antes de cada uso. Observe na figura 4.11.
Tarefa 4.1
4.1.1) Relacione três informações que podem ser encontradas nas folhas de informação de
segurança (FISPQ) das cargas.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Confira, nas figuras 4.12 (a) e (b), os Equipamentos autônomos de proteção respiratória de
curta duração (EEBD).
(a) (b)
Figuras 4.12 (a) e (b): Equipamento autônomo de proteção respiratória de curta duração (EEBD).
Lembre-se que:
Dependendo do tipo de carga que o navio está autorizado a transportar (consta no Ship’s
Certificate of Fitness), esse equipamento deve estar disponível em todos os camarotes da
tripulação. Também pode ser disponibilizado de maneira preventiva durante as inspeções para
fornecimento do atestado de livre de gás dos espaços confinados.
Consta de uma máscara facial ligada a uma mangueira flexível (traqueia) de comprimento
máximo de 40 metros com a aspiração posicionada em atmosfera não contaminada, através da
qual o ar é fornecido com a ajuda de um fole ou de um ventilador. É um equipamento de simples
operação e manutenção e sua duração depende apenas da operação do fole ou do ventilador.
Entretanto, tem a desvantagem de limitar os movimentos do usuário em razão do peso da
mangueira, além de necessitar de grande cuidado para que a mangueira não fure ou se rompa.
Esse equipamento, na verdade, foi substituído pelas máscaras autônomas de circuito aberto
ou fechado e pelos respiradores de adução de ar tipo linha de ar comprimido, porém, ainda são
encontrados em alguns navios apenas como um equipamento opcional na falta destes.
Seu uso deve ser monitorado por rádio para possibilitar resgate em caso de necessidade.
É um equipamento que possui uma válvula projetada para manter leve pressão positiva
dentro da máscara, o que não garante que os gases perigosos vazem para dentro da máscara se
os cuidados necessários não forem tomados. Antes da entrada no espaço confinado, é necessário
ajuste correto da máscara à face do usuário e que seja previamente testada quanto à perfeita
vedação (teste de vedação). Testes efetuados indicam ser virtualmente impossível impedir
vazamento contínuo durante as operações em faces não adequadamente barbeadas.
A maioria dos conjuntos de máscaras de ar comprimido pode ser usada na versão linha de
ar, por meio da qual o cilindro de ar comprimido e a válvula redutora de pressão são colocados
fora da atmosfera contaminada e conectados à máscara facial e válvula de controle por uma
mangueira de ar. À custa da redução de seu raio de ação e da necessidade de um cuidado
adicional na condução da mangueira de ar, o usuário é aliviado do peso e do volume do cilindro
de ar. Assim, sua autonomia operacional pode ser prolongada pela mudança no arranjo dos
cilindros e pelo uso de grandes cilindros de ar de fornecimento contínuo.
É utilizado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração IPVS e em
ambientes confinados.
Veja, as figuras 4.15 e 4.16, os filtros e máscara facial inteira com filtro.
Figuras 4.15 e 4.16: Filtros e máscara facial inteira com filtro, respectivamente.
Esses filtros existem para um único tipo de gás ou para mais de um tipo de gás. Eles são
adequados somente para concentrações de gás relativamente baixas e, uma vez utilizados, não
há meio seguro de se avaliar a capacidade restante do filtro.
Além dos equipamentos de proteção individual básicos para as tarefas mais comuns a
bordo, os tripulantes que estiverem envolvidos nas operações de manuseio de carga deverão usar
equipamentos de proteção individual adequados aos perigos de cada operação. Esses
equipamentos, entre outros, constam de: aventais de PVC, luvas especiais com mangas longas e
calçados (resistentes às substâncias químicas), além de óculos e proteção facial contra respingos
químicos.
Os tipos de roupas de proteção variam desde as que oferecem proteção contra respingos
até as roupas completamente fechadas, com pressão positiva, que normalmente são incorporadas
ao capacete, luvas e calçados. Essas roupas também podem ser resistentes a baixas
temperaturas e a solventes.
É desejável que as roupas que oferecem proteção total sejam usadas quando se entrar em
espaços confinados que contenham gases tóxicos, tais como amônia, cloro, óxido de etileno,
óxido de propileno, VCM ou butadieno.
Lembre-se:
O equipamento de proteção individual adicional para produtos químicos deve ser usado
sempre em qualquer operação que ofereça perigo de contato das pessoas com as substâncias.
Devem ser regularmente inspecionados e mantidos prontos para uso imediato.
Os navios que transportam cargas tóxicas devem possuir pelo menos dois conjuntos
completos de equipamento de segurança que permitem a entrada do pessoal em um
compartimento com gás para que se possa trabalhar por, pelo menos, 20 minutos.
Pare e pense:
detectores de gás:
1. oxímetro;
2. explosímetro;
3. tankscop;
lanternas aprovadas;
sistema de comunicação (rádio) com bateria totalmente carregada; e
cabos salva-vidas e suspensórios de segurança.
Todos os tripulantes devem conhecer a localização desses equipamentos para não perder
tempo nas emergências.
Por falar em ressuscitadores, está na hora de você alongar, hidratar-se e recuperar o ânimo.
Agora, o que você acha de verificar o que aprendeu sobre esses assuntos?
Tarefa 4.2
____________________________________________________________________________
4.2.2) Qual é o cuidado que se deve ter com os cilindros de ar respirável utilizados em
treinamentos:
____________________________________________________________________________
Agora que você está mais animado e inteirado quanto aos equipamentos e dispositivos de
proteção, vamos aprender acerca das práticas e procedimentos para garantir um trabalho seguro.
Vamos lá!
A qualificação das pessoas para a prática da prevenção de acidentes deve sempre ser
levada em consideração na execução de qualquer tarefa. Essa qualificação é indispensável para
identificação e avaliação dos riscos e perigos, ou seja, as características agressivas em máquinas,
equipamentos, energias, matérias-primas, etc., das diversas atividades com possibilidade de
causar acidentes ou doenças ocupacionais.
Todo trabalhador precisa saber identificar os riscos e os perigos de sua atividade para que
possa se proteger no desenvolvimento de suas tarefas. Portanto, antes de iniciar uma tarefa,
identifique os perigos para que possa realizá-la de maneira segura. O risco de um acidente
ocorrer será maior ou menor conforme o próprio trabalhador souber se proteger dos perigos
identificados.
Pense rápido!
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente
para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
A atmosfera dos tanques deve ser avaliada sempre imediatamente antes de uma entrada
ser autorizada, durante as operações de inertização, desgaseificação e purga e para verificar uma
condição de tanque livre de gás (gas-free). Além disso, para controle de qualidade do produto, a
atmosfera do tanque deve ser avaliada para garantir que sua atmosfera não o contaminará.
Conheça, a seguir, as principais medidas técnicas de prevenção que devem ser adotadas
para entrar com segurança em espaços confinados:
a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não
autorizadas;
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
c) proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos
em espaços confinados;
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para
verificar se o seu interior é seguro;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos
trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço
confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os
trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se
as condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme,
calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de
radiofreqüência.
Anote:
Você sabia que as permissões de entrada também precisam garantir, após inspeção visual
que o tanque ou espaço confinado está “livre de líquido”? É isso mesmo! Os espaços que
contenham líquidos voláteis não podem ser considerados livres de gás.
Além do equipamento de proteção individual obrigatório para a tarefa que será realizada,
tais como, capacete, luvas, sapatos ou botas de segurança, etc., a entrada em espaço confinado
exige também:
1. acionar o alarme;
2. contatar a equipe de resgate e ativar o plano de resgate;
3. vestir o aparelho de respiração autônoma e a roupa de proteção; e
4. ninguém na equipe de resgate deverá retirar as máscaras para ajudar os acidentados.
Treinamento e exercícios frequentes com a equipe de resgate devem ser efetuados para
evitar erros ocasionais.
Nos navios tanques os serviços a quente não devem ser efetuados nas áreas com
risco de gás. É preciso garantir, durante todo o tempo, ausência total de resíduos oleosos,
materiais combustíveis e/ou misturas explosivas. Devem ser consideradas alternativas como
efetuar serviços a frio ou a remoção da peça para a oficina mecânica. Não se podem autorizar
trabalhos a quente se não é possível garantir condição adequada durante todo o tempo de
execução do serviço.
Precauções:
b) garantir que a atmosfera da área esteja com oxigênio de 20,8% (em volume) e o % de
LEL inferior a 1%;
c) para serviços a quente com o uso de equipamento de corte e solda oxiacetilênica e solda
elétrica, devem ser mantidos, próximo à área, equipamentos portáteis de combate a
incêndio, pronto para uso;
Trabalho a frio é qualquer trabalho em que não existe a possibilidade de ser gerada uma
fonte de ignição, porém oferece elevado risco ao indivíduo, ao meio ambiente e ao navio.
Nenhum trabalho deverá ser executado em nenhum equipamento ou fiação, nem nenhuma
caixa à prova de chama e à prova de explosão deverá ser aberta, nem as características
especiais de segurança proporcionadas com o equipamento padrão deverão ser reduzidas até
que toda a alimentação para o equipamento ou respectiva fiação tenha sido cortada. A "voltagem"
não deverá ser religada até que o trabalho tenha sido completado e as medidas de segurança
acima tenham sido restabelecidas inteiramente.
Os serviços de eletricidade só devem ser efetuados por pessoal qualificado e utilizando EPIs
e ferramentas com isolamento adequado às tensões envolvidas. A realização de serviços de
eletricidade em zonas perigosas deve ser precedida da emissão de uma PT para serviço a
quente.
Não desista!
Continue navegando na Unidade 4, que objetiva
tratar da sua segurança a bordo!
Continue estudando!
A responsabilidade e deveres para a conduta segura das operações enquanto o navio está
no terminal são compartilhadas em conjunto entre o comandante do navio e o representante do
terminal. Antes de as operações de carga e lastro iniciarem, o comandante, ou seu representante,
e o representante do terminal devem:
Os terminais podem querer emitir uma carta explicativa para o comandante de navios
visitantes, advertindo sobre as expectativas do terminal com relação à responsabilidade conjunta
para a condução segura das operações, e solicitando a cooperação e compreensão do pessoal do
navio-tanque.
A segurança das operações exige que todas as declarações relevantes sejam consideradas
e as responsabilidades e deveres associados para a conformidade sejam aceitos, conjuntamente
ou individualmente. Onde ambas as partes não estão preparadas para aceitar um dever
designado, um comentário deve ser feito na coluna denominada “observações” e deve ser
avaliado se as operações podem continuar.
Preste atenção!
A presença das letras “A”, “P” ou “R” na coluna intitulada “Códigos” indica o seguinte:
A declaração conjunta não deve ser assinada até que ambas as partes tenham verificado e
aceito suas responsabilidades e deveres designados.
Está na hora de dar mais uma parada, beber uma xícara de café, recobrar o fôlego depois
recordar o que aprendeu. Você não acha?
Tarefa 4.3
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____________________________________________________________________________
Vamos lá!
As normas de segurança e meio ambiente próprias dos terminais devem ser conhecidas e
cumpridas também pelas tripulações dos navios atracados.
Observação Importante!
O transporte de cargas inflamáveis sujeita o navio ao risco de incêndio uma vez que não se
pode eliminar totalmente a chance do líquido ou seu vapor escapar. A carga inflamável vai sempre
existir assim como o ar atmosférico na área da carga. Desse modo, só nos resta eliminar as
chances de fontes de ignição, para que não venha a surgir ao mesmo tempo de um vazamento de
gás ou líquido.
A energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma
chama. Iniciada a reação de oxidação, também denominada combustão ou queima, o calor
desprendido pela reação mantém o processo em atividade.
Para que haja fogo, é necessária a combinação de três elementos básicos: combustível,
oxigênio e temperatura. Estes elementos podem ser representados pela figura geométrica que
chamamos de “Triângulo do Fogo” confira na figura 4.24.
combustível;
comburente (oxigênio do ar); e
calor (temperatura de ignição).
Pense!
Para conhecê-los e aprender os procedimentos mais indicados para combater cada tipo de
incêndio, continue estudando!
A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem como a
situação em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para que possamos
escolher o método de extinção e o agente extintor adequados. A classificação adotada no Brasil
foi elaborada pela NFPA – National Fire Protection Association.
Saiba Mais!
CLASSE “A”
CLASSE “B”
São aqueles que possuem as características de queimar somente na sua superfície, não
deixando resíduos. O fogo alastra-se por toda sua superfície em grande velocidade. Necessitam
de grandes quantidades de oxigênio para seu desenvolvimento e geram bastante calor. Verificam-
se nos líquidos inflamáveis, como, por exemplo: óleo, querosene, graxas, vernizes, tintas,
acetonas, cera e gases como o butano, metano e propano. Veja a figura 4.26.
CLASSE “C”
CLASSE “D”
São aqueles que ocorrem envolvendo materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por
uma queima em altas temperaturas e de intensa luminosidade. Exemplo: magnésio, titânio,
zircônio, sódio, lítio, cádmio, etc. Confira na figura 4.28.
Para refletir !
Confira a resposta!
Uma mistura de vapor da carga e ar não entrará em ignição a menos que as proporções de
ambos formem a faixa inflamável. Os limites dessa faixa (LII e LSI), variam para cada carga. Nas
concentrações abaixo (mistura pobre) ou acima (mistura rica) desses limites, esses vapores não
entrarão em combustão. Porém, as concentrações acima do limite superior poderão ser diluídas
com ar até que entrem na faixa inflamável. Como bolsões de ar podem ser encontrados em
qualquer sistema, haverá sempre a possibilidade de que isso ocorra.
A maioria das fontes de ignição a bordo dos navios de gás tem sua temperatura superior à
temperatura de autoignição da maioria dos gases liquefeitos que transportam, que variam de
165oC para o acetaldehyde a 630oC para o methyl chloride.
As temperaturas das fontes de ignição mais comuns são: chama de um palito de fósforo e
de uma centelha elétrica cerca, de 1.100oC e a brasa de um cigarro de 300 a 800oC
As casas de bombas devem ser protegidas por um sistema fixo de combate a incêndio por
CO2, que deverá ser utilizado apenas para extinção de incêndios e nunca para inertização destes
espaços devido ao risco eletrostático. A quantidade de gás no sistema deverá ser suficiente para
liberar uma quantidade de gás igual a 45% do volume bruto da casa de bombas. Se os incêndios
nas cargas transportadas não puderem ser extintos com CO2 ou um meio equivalente, a casa de
bombas deverá ser protegida por um sistema de borrifo de água pressurizada ou por um sistema
de espuma de alta expansão. Isso poderá ser verificado no Certificado de Fitness para o
Transporte de Cargas Perigosas a Granel.
A
Papel, madeira, etc. SIM EXCELENTE
Material que deixa Apaga somente na Apaga somente na SIM REGULAR Apaga somente
Resfria, encharca e
brasa ou cinza, requer superfície. superfície. Abafa e resfria. na superfície
apaga totalmente
um agente que molhe
e resfrie.
B
Líquidos inflamáveis SIM EXCELENTE
(óleos, gasolina, SIM BOM Só em forma de
SIM EXCELENTE Produz um lençol
graxas, etc.) Requer Não deixa resíduo borrifo, saturando o SIM EXCELENTE
Abafa rapidamente. de espuma que
ação rápida de e é inofensivo. ar de umidade.
abafa o fogo.
resfriamento e
abafamento.
SIM EXCELENTE
C Não deixa resíduo,
NÃO
Equipamentos SIM BOM A espuma é
não danifica o NÃO
elétricos. Requer Não é condutor da condutora e SIM EXCELENTE
equipamento e não Conduz eletricidade.
agente não condutor corrente elétrica. danifica o
conduz
de corrente elétrica. equipamento.
eletricidade.
1-Abra a ampola de 1-Aperte o gatilho
1-Retire a trava de
gás (só nos (AGPD-10) ou abra
segurança;
aparelhos PQPI) 1-Vire o extintor a válvula da ampola
2-Segure firme o 1-Aperte o
2-Segure firme o com a tampa de gás (AGPI-10 e
punho difusor; gatilho;
punho difusor. para baixo; AGPI-75)
COMO OPERÁ-LO 3-Aperte o gatilho; 2-Oriente o jato
3-Aperte o gatilho. 2-Oriente o jato 2-Desenrole a
4-Direcione o jato para base do
4-Oriente o jato de para base do mangueira e abra o
para base do fogo fogo.
maneira a formar fogo. esguicho (AGPI-75)
fazendo uma
uma cortina de pó 3-Oriente o jato
varredura.
sobre o fogo. para base do fogo.
Pó químico seco e Espuma formada
SUBSTÂNCIA Dióxido de CO2 produzido pelo por bolhas
Água HALON 1211
EXTINTORA Carbono pó em contato com consistentes e
o fogo cheias de CO2
Romper a cadeia
EFEITO PRINCIPAL Resfriamento pela
Abafamento Abafamento Abafamento de transferência
DO EXTINTOR saturação
intramolecular
Anualmente ou
perda de peso da Anualmente ou
TEMPO DE EFETUAR Perda de peso
ampola além de Anualmente Anualmente medir a pressão
A RECARGA além de 10%
10% ou manômetro para "recarregar”
em "recarregar"
Tabela 4.1
Tudo o que foi estudado até aqui é muito importante no que diz respeito à prevenção dos
incêndios! Continue estudando e veja, a seguir, os métodos de combate a incêndios que são
essenciais à sua ação em casos de acidentes a bordo. Fique atento!
Sistema de água
A água é o mais conhecido e utilizado agente extintor devido à sua fácil disponibilidade,
eficiência e baixo custo. A água pode ser aplicada na forma de jato sólido, neblina de alta
velocidade ou de baixa velocidade (spray). Na forma de neblina, também pode proteger o pessoal
de combate do calor irradiado pelo incêndio.
Por ser excelente condutor de eletricidade, a água nunca deverá ser utilizada nos
incêndios da Classe C. Determinados produtos químicos reagem perigosamente com a água e por
esse motivo esta não poderá ser usada como agente extintor nos incêndios com essas
substâncias.
Sistema de espuma
O LGE é encontrado em concentrações que variam entre 1% a 6%. Existem três tipos de
espuma: o AFFF, que é um composto sintético; o AFP, que é uma proteína à base de flúor; e o
ARC, um composto resistente ao álcool desenvolvido para esses tipos de líquidos inflamáveis
solúveis em água. Observe um reservatório de LGE na figura 4.31.
A espuma é formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo-se num
verdadeiro cobertor que, ao ser aplicado, repousa sobre a superfície do material incendiado,
impedindo o contato com o oxigênio necessário para a continuação da combustão motivo pelo
qual é o melhor agente extintor indicado para incêndios da Classe B envolvendo líquidos
inflamáveis. Veja as figuras 4.31 e 4.32.
Vale destacar !
É o agente mais indicado para incêndios da Classe B, que envolvem líquidos inflamáveis.
Em razão de o pó químico ser um mau condutor de eletricidade, também poderá ser utilizado,
alternativamente, em incêndios da Classe C, podendo, contudo, danificar os equipamentos devido
aos resíduos que deixa sobre o material. Também pode ser utilizado em incêndios da Classe A,
dependendo do material combustível, embora não seja muito eficaz por não possuir propriedades
de resfriamento. Veja as figuras 4.33 e 4.34.
O pó químico seco tem baixo efeito resfriador e seu uso pode ser ineficiente em superfícies
metálicas quentes, quando o fogo poderá facilmente reiniciar. A reignição dessas superfícies pode
ser evitada pelo resfriamento com água previamente a ação de extinção das chamas com pó
químico seco.
não é tóxico;
é de baixo efeito resfriador;
não deve ser usado em equipamentos eletrônicos nem em painéis de controle.
Pó ABC
Esse tipo de pó atua da mesma maneira que o PQS, porém pode ser empregado nas três
classes de incêndio A, B e C, agindo por quebra da reação em cadeia e também por abafamento.
É um composto à base de fosfato de monoamônia, um produto largamente utilizado como
fertilizante agrícola.
Gás inerte (ou nitrogênio) é comumente usado em navios de gás e em terminais para a
inertização permanente dos espaços entre barreiras ou para proteger outros espaços relacionados
à carga. Esses espaços incluem os espaços vazios nos navios e os espaços fechados das plantas
em terra que são normalmente cheias de ar, mas onde gases podem ser detectados.
Em razão da baixa vazão na qual o GI pode ser fornecido, ele não é normalmente usado
para uma rápida inertização de um espaço fechado no qual esteja ocorrendo um incêndio. Por
essa razão, é utilizado o CO2 em garrafas com alta pressão através de múltiplas bocas de
descarga.
A extinção do incêndio por CO2 é feita pelo deslocamento do oxigênio até um nível no qual
uma combustão não se mantenha. Porém, é essencial que todo o pessoal seja evacuado antes de
o espaço ser alagado uma vez que é um agente asfixiante. A injeção de CO2 gera eletricidade
estática e sempre haverá o risco de ignição, caso seja disparado inadvertidamente ou como
prevenção em uma atmosfera inflamável.
Halon
Também existem os agentes halogenados, que são soluções alternativas ao halon. Trata-se
de substâncias do grupo dos “refrigerantes” e atuam sobre o fogo por arrefecimento e em parte
por inibição da reação em cadeia. Esses produtos contêm elementos ou compostos de flúor, cloro,
bromo ou iodo, mas, contrariamente ao que sucede com os halons, não induzem à degradação da
camada de ozônio.
Esses agentes são efetivamente muito eficientes, pelo que, relativamente aos gases inertes,
por exemplo, requerem um volume muito menor de gás para a instalação fixa, permitindo baterias
de cilindros menores, em espaços mais reduzidos. Por outro lado, o seu custo é muito superior ao
dos gases inertes.
Vale destacar !
é um inibidor de chamas;
pode ser usado nos incêndios em equipamentos elétricos e instrumentos;
deve ser usado em condições nas quais se espalhe, tais quais os espaços fechados; e
torna-se tóxico após sua decomposição no incêndio.
Embora os métodos de aplicação da água e mesmo espuma ofereçam boa proteção contra
o calor radiante, diminuindo a temperatura no local sinistrado, a proteção básica está diretamente
ligada à vestimenta. Na maioria dos modelos, os mais adotados são as capas de bombeiros
antichamas ou os conjuntos de calças e jaquetas também antichamas.
Você sabia que, na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas à base de algodão
antichamas oferece proteção significativa contra o calor irradiante de um incêndio? É isso mesmo.
Nesse caso, a opção correta é a utilização de macacão de algodão como vestimenta padrão a
bordo de navios-tanque, mesmo não tendo essa característica, contribui para essa proteção. As
roupas de baixo também devem ser de algodão uma vez que os materiais sintéticos poderão
queimar e grudar na pele quando submetidos ao calor.
Importante!
As botas devem ser compostas por um material especial resistente não só ao calor como
também aos produtos químicos. Devem ter cano alto, biqueira de aço, ser de material isolante,
solado antichamas e antiderrapante e, se possível, forração interior com isolante térmico.
Todos os navios deverão levar, pelo menos, duas roupas para combate a incêndio. Nos
navios-tanque, deverá haver mais duas roupas de combate a incêndio. A Administração poderá
exigir outros conjuntos de equipamentos pessoais e outros equipamentos de respiração,
considerando o tamanho e o tipo do navio.
Deverá haver duas cargas extras para cada equipamento de respiração exigido. Os navios
de carga que são dotados de meios adequadamente localizados para recarregar totalmente as
ampolas de ar com um ar livre de contaminação só precisam levar uma carga extra para cada
equipamento exigido.
Lembre-se:
A conexão internacional para terra deve estar sempre disponível para uso imediato.
Então, que tal mais uma parada? Vamos aproveitar que a informações estão recentes em
sua memória e verificar o que aprendeu!
Tarefa 4.4
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____________________________________________________________________________
Continue sua jornada de estudos. Lembre-se de que você é responsável por seus
atos! Vamos juntos estudar “reações a emergências”.
Provavelmente, você não saiba prever quando uma situação de emergência surgirá a bordo,
mas pode se prevenir, agir com cuidado, atenção e com responsabilidade. Contudo, se um sinistro
acontecer, a liderança do navio precisa ter um bom plano de emergência. Saiba como, estudando
a próxima subunidade.
1. Comando Central: esse grupo é liderado pelo Comandante ou Oficial mais antigo a
bordo, que atuará como coordenador geral da emergência.
2. Grupo de Emergência: esse grupo tem a função de combater a emergência no local
onde esta ocorrer e geralmente é liderada pelo imediato;
3. Grupo de Apoio: esse grupo, sob a liderança de um Oficial, tem a função de suprir
necessidades ao grupo de emergência, incluindo prestar socorro.
4. Grupo de Máquinas ou Grupo Técnico: o Chefe de Máquinas ou um Oficial de
Máquinas mais antigo é quem lidera essa equipe cuja principal função é oferecer
auxílio na emergência, instruído pelo comando central.
Lembre-se!
Quando uma carga está sendo transferida, navio e terminal tornam-se uma unidade
operacional e é nessa situação que as chances de acidentes aumentam. Nessa circunstância, a
área do manifold, provavelmente, será a mais vulnerável.
O planejamento e a preparação são essenciais para que o pessoal possa enfrentar com
sucesso as emergências a bordo de navios-tanque.
4.6.2 Alarmes
O alarme geral de emergência consiste em sete ou mais sinais sonoros curtos seguidos de
um longo e deve ser soado nas seguintes situações de emergência:
incêndio;
colisão;
abandono;
encalhe;
homem ao mar;
rompimento de mangotes;
grandes derrames de carga ou escape de vapor; e
todas as outras situações de emergência que precisem de ações imediatas.
Existem ainda outros alarmes instalados para avisar as pessoas sobre falhas operacionais
ou situações que possam representar riscos operacionais, dentre os quais podemos citar a seguir:
alarme de gases;
alarme do sistema de carga;
falhas na planta de reliquefação ou nos sistemas auxiliares da planta;
falhas nos sistemas da praça de máquinas e espaços de máquinas;
descarga de CO2 para a praça de máquinas ou casa de bombas;
alarme do gás inerte; e etc..
pessoas desaparecidas;
colisão;
encalhe;
presença de água dentro nos espaços vazios e espaços entre barreiras;
vazamentos nos sistemas de contenção de carga;
rompimento nas conexões, redes ou derramamento de carga;
abertura das válvulas de alívio;
incêndios fora da área da carga;
vazamento de carga seguido de incêndio; e
incêndio nos compartimentos dos compressores ou de motores elétricos.
acionar o alarme;
localizar e informar a localização, a natureza da emergência e os possíveis perigos;
O tripulante que perceber uma situação de emergência deve acionar o alarme e informar ao
Oficial de serviço, que, por sua vez, alertará o grupo de emergência. As pessoas que se
encontrarem nas proximidades deverão tomar ações apropriadas, tentando controlar o incidente
até que a equipe de emergência chegue e assuma as ações.
Importante!
Caso ocorra sintoma por exposição ao vapor, o tratamento para a maioria dos casos é
remover a vítima para o ar fresco e fazer respiração artificial se a vítima tiver parado de respirar ou
estiver respirando de modo irregular.
Considerações Finais
No decorrer desta última Unidade você pôde identificar os cuidados que devem ser tomados
no manuseio das cargas perigosas derivadas do petróleo e de produtos químicos, avaliar a
atmosfera do tanque e dos equipamentos de medição, bem como relacionar os equipamentos e
os dispositivos de proteção que devem ser utilizados a bordo.
Certamente, durante esta viagem aprendeu também quais devem ser as práticas e os
procedimentos de trabalho mais seguro a bordo de navios petroleiros e de produtos químicos para
evitar os acidentes. Nesse sentido, em situações de emergências a bordo, o tripulante precisa ter
competência técnica, equilíbrio e reações corretas para saber resolver e resguardar a sua
segurança, a da carga, do navio, da tripulação e do meio ambiente.
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____________________________________________________________________________
4.3) Descreva os cuidados necessários que devemos tomar antes de usar um aparelho de
proteção respiratória de ar respirável comprimido.
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4.5) O que deve ser feito para prevenir acidentes antes de iniciar uma tarefa?
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4.7) Quais os riscos respiratórios que podem ser encontrados nos tanques de carga?
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Parabéns!
Você concluiu com êxito a Unidade 4
e demonstrou o quanto é responsável por seus atos.
Dalai Lama
Tarefas:
1.1.1) Navios de óleo cru – crud oil ships; navios de claros – products tankers; e navios de escuros
– dirty products.
1.1.2) São navios empregados apenas para o transporte de determinado tipo de produto ou como
navios de estocagem ou os navios aliviadores de plataformas.
1.2.2) É um navio planejado para transportar produtos com perigos muito severos para o meio
ambiente e para a segurança, os quais exigem medidas máximas de prevenção para impedir que
tais cargas escapem.
1.3.2) As cargas dos navios químicos podem ser divididas em quatro grupos distintos:
petroquímicos; álcool e carboidratos; óleos animais, vegetais e gorduras; e, produtos químicos
inorgânicos.
1.4.2) As amostras da carga são necessárias para saber se a carga que está chegando ao tanque
está dentro de sua especificação e, caso positivo, o carregamento será continuado. No porto de
destino, antes do descarregamento, são retiradas novas amostras para saber se a carga chegou
dentro da especificação que foi entregue a bordo no porto de origem.
Teste de autoavaliação:
1.1) Em geral são navios de grande porte destinados ao transporte de óleo cru em grandes lotes
procedentes dos campos de produção, como a Bacia de Campos, até aos portos onde estão
localizados os terminais de petróleo e as grandes refinarias.
1.2) Os navios transportadores de produtos escuros e claros são navios que podem transportar
tanto produtos claros quanto escuros e ainda podem alternar seu tipo de carga, de claro para
escuro ou vice-versa e até transportá-los simultaneamente. Nesse caso, devem ser seguidos os
procedimentos corretos de limpeza dos tanques que suportem essa troca.
1.3) Os navios químicos estão divididos em três categorias: navios tipo 1, tipo 2 e tipo 3, de
acordo com a extensão do dano que eles possam causar ao meio ambiente marinho.
1.4) Menor custo uma vez que nem sempre é necessário preparar os tanques para receber a
carga seguinte e menos riscos operacionais pelo menor manuseio do sistema de limpeza de
tanques.
1.5) Os produtos escuros são assim chamados devido ao seu aspecto e são também chamados
de “sujos” devido aos resíduos e sedimentos que deixam nas anteparas e fundo dos tanques.
1.6) Sucos de frutas, água, óleos vegetais e animais, produtos claros derivados do petróleo e
óleos lubrificantes.
1.7) São estas: ácido sulfúrico; ácido fosfórico; ácido nítrico e soda cáustica.
Tarefas:
2.1.2) De maneira geral, as casas de bombas devem possuir arranjos que garantam que todas as
pessoas transitem com segurança, sem obstáculos, o tempo todo, pelas escadas e plataformas
em todas as direções. O acesso a todas as válvulas dos sistemas deve ser fácil para uma pessoa
que esteja utilizando seu equipamento de proteção individual (EPI).
2.2.1) Os tanques de resíduos (slop tanks) são tanques destinados a receber os resíduos de
lavagens de tanques e os resíduos da praça de máquinas. Normalmente, são dois tanques
interligados entre si pela região inferior.
2.2.2) A diferença básica do sistema vacuo-stripping para o sistema self-strpping reside no fato de
que no sistema vácuo-stripping a extração do ar arrastado devido ao baixo nível no tanque de
carga em relação ao tanque separador (por onde a bomba aspira) é realizada por intermédio de
uma bomba de vácuo, e não por sistemas de ejetores, conforme o self-stripping.
2.3.1.1)
São estas:
quanto menor a quantidade de resíduo, maior a proteção ao meio ambiente, uma vez que será
menor o descarte para o mar;
prevenção de contaminação da próxima carga quando houver troca de carga, uma vez que a
limpeza do tanque será beneficiada.
2.3.1.2) As válvulas de vácuo/pressão devem ser postas na posição automática para trabalho
durante as operações. Além das inspeções normais, imediatamente antes das operações, devem
ser testadas para verificar se estão funcionando corretamente.
2.3.2.2) Uma bomba estará em condições de submergência positiva quando ela estiver em um
nível mais baixo do que o nível da superfície livre do líquido que ela tiver que bombear. Neste
caso, o corpo da bomba se encherá de líquido pela ação da gravidade tão logo sejam abertas as
válvulas que põem o corpo da bomba em comunicação com o líquido. Portanto, uma bomba
centrífuga que esteja em condições de submergência positiva não necessita de escorva para
poder entrar em funcionamento.
2.3.3.1) A bordo pode ser obtido da combustão das caldeiras ou de geradores de gás inerte que
queimam óleo diesel para obter o gás inerte.
2.3.3.2) O mastro de ventilação está conectado à rede principal de gás inerte e é utilizado durante
as operações de carregamento ou lastro para liberar o gás inerte que é deslocado para a rede
principal de gás inerte e daí para a atmosfera pelo mastro de ventilação, bem acima do nível do
convés.
Teste de autoavaliação:
2.1) Poderá ser utilizada água quente, água do mar, água doce, vapor d’água, água destilada ou
simplesmente ventilação. No processo de limpeza, poderão ser utilizados detergentes adicionados
à água, normalmente água doce. Em outras situações, podem ser utilizados solventes, como o
metanol ou o benzeno, que são pulverizados nos tetos, anteparas e fundo dos tanques.
2.5) A função do tanque de selagem é impedir que eventual retorno de gases inflamáveis ou gás
inerte retornem dos tanques de carga indo parar no compartimento do gás inerte ou na praça de
máquinas.
2.6) Queda do rendimento; Aumento da rotação de eixo; Marcha irregular, trepidação e vibração
das máquinas, pelo desbalanceamento que acarreta; e Ruído, provocado pelo fenômeno de
implosão das bolhas.
2.7) É um sistema que substitui a drop line convencional (linha de descida da carga no tanque) por
uma unidade destinada a eliminar a redução brusca de pressão a qual está associada a produção
dos gases VOC (mistura de componentes finais mais leves (do metano ao octano) contidos no
óleo, reduzindo a emissão desses gases contribuindo para maior aproveitamento da carga e
prevenção da poluição.
2.8) É um sistema que permite o carregamento de navios aliviadores pela proa (BLS-Bow Loading
System) que tem a função de amarrar o navio e conectar o mangote em plataformas equipadas
com sistema compatível denominado SDS (Stern Discharge System).
Tarefas:
3.1.2) Reações na carga líquida podem ser retardadas por acolchoamento (padding) ou utilização
de pequenas quantidades de outras substâncias químicas conhecidas como inibidores.
3.2.1) As cargas químicas tóxicas e corrosivas podem entrar em nosso organismo através de:
inalação;
ingestão; e
contato com a pele.
3.2.2) O TLV é uma indicação de como uma substância é tolerável durante o trabalho de 8 horas,
dia após dia, com base numa jornada de 40 horas semanais.
3.3.1) Inflamabilidade significa a facilidade com que alguma coisa queima, causando fogo.
3.3.2) Essa prática é restrita a locais pré-definidos que são claramente identificados.
Formação de película sobre a superfície do mar que interfere na troca de oxigênio com a
atmosfera;
depósito dos constituintes mais pesados no fundo do mar, que interfere no crescimento da vida
marinha;
muitos elementos constituintes são tóxicos e podem penetrar na cadeia alimentar; e,
o óleo na praia interfere no uso das praias como locais de lazer.
Teste de autoavaliação:
3.2) IMO Medical First Aid Guide for Accidents Involving Dangerous Goods (MFAG) – Guia de
Primeiros Socorros em Acidentes com Cargas Perigosas.
3.4) Inibidores são substâncias usadas para evitar uma reação química potencialmente perigosa.
3.5) Os catalisadores são substâncias usadas para iniciar uma reação química ou mudar sua
velocidade sem que elas sejam quimicamente modificadas.
3.6) A toxidade é a capacidade de uma substância causar dano ao tecido vivo, inclusive ao
sistema nervoso central, outras enfermidades como a cegueira ou, em casos extremos, a morte se
um gás ou líquido perigoso é inalado, ingerido ou absorvido através da pele.
3.7) A inibição do olfato, ser altamente tóxico e corrosivo e poder até causar óbito mesmo quando
inalado em baixa concentração.
3.8) O principal perigo associado ao gás inerte é o baixo teor de oxigênio que ele contém e a
possibilidade de conter gases tóxicos.
Tarefas:
4.1.2) A sensibilidade e a precisão dos detectores de gases e vapores inflamáveis podem ser
afetadas pela presença poeira, alto teor de umidade e temperaturas extremas.
4.2.2) Os cilindros de ar respirável, destinados aos treinamentos, devem ser marcados de forma
diferenciada para que apenas os cilindros totalmente cheios sejam utilizados nas emergências.
4.3.1) Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente
para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
4.3.2) Trabalho a frio é qualquer trabalho em que não existe a possibilidade de ser gerada uma
fonte de ignição, porém oferece elevado risco ao indivíduo, ao meio ambiente e ao navio.
4.4.1) São aqueles que possuem as características de queimar somente na sua superfície, não
deixando resíduos.
4.4.2) Da mesma maneira que o PQS, por quebra da reação em cadeia e também por
abafamento.
Teste de autoavaliação:
4.1) É a porcentagem de gases ou vapores na atmosfera volume que fica entre os limites (inferior
e superior) de inflamabilidade.
4.2) Consta de uma máscara facial ligada a uma mangueira flexível (traqueia) de comprimento
máximo de 40 metros com a aspiração posicionada em atmosfera não contaminada, através da
qual o ar é fornecido com a ajuda de um fole ou de um ventilador.
4.3) Ajustar corretamente à máscara a face do usuário e testar previamente quanto a perfeita
vedação (teste de vedação).
REFERÊNCI AS BIBLIOGRÁFICAS
____. International Code for the Construction and Equipment of Ships Carrying Dangerous
Chemicals in Bulk (IBC Code), como emendada.
____. International Convention for the Prevention of Pollution from Ships 73/78 (MARPOL
73/78), London.
____ International Convention for the Safety of Life at Sea 74/78, como emendada, London,
2004
____. International Convention on Standards of Training, Certification and Watchkeeping for
Seafarers STCW 1978 incluindo emendas Manila 2010.
____. Model Course 1.01 Tanker Familiarization, London, 2000 edition.
International Chamber of Shipping, Tanker Safety Guide (Chemicals),
ANEXOS
Os países membros das convenções acima têm suas provisões incorporadas às suas leis e
regulamentos nacionais. Os navios petroleiros são afetados por essas convenções, pelas leis
nacionais próprias e também pelas leis do Port State (Estado do Porto).
Para atender às exigências estruturais previstas na SOLAS 74, o navio petroleiro deve
possuir um Certificado de Segurança de Construção para Navio de Carga com o Suplemento para
petroleiro (Cargo Ship Safety Construction Certificate with the Oil Tanker Supplement).
Para atender às exigências referentes a equipamentos previstas na SOLAS 74, o navio
petroleiro deve possuir um Certificado de Segurança de Equipamento para Navio de Carga com o
Suplemento para Petroleiro (Cargo Ship Safety Equipment Certificate with the Oil Tanker
Suplement).
Para cumprir exigências referentes à construção e equipamentos previstas na Convenção
MARPOL 73/78, todo navio petroleiro deve possuir um Certificado Internacional para Prevenção
da Poluição por Óleo com o Suplemento “B” (International Oil Pollution Prevention Certificate with
Supplement B - IOPP Certificate).
Todo navio petroleiro com 500tpb ou acima deve cumprir também com os requisitos do
Código Internacional para Gerenciamento de Segurança (ISM Code).
Os Flag States (Estados das Bandeiras) são responsáveis pela emissão, verificação e
manutenção desses certificados, podendo delegar a outras instituições (as Classificadoras) a
emissão desses certificados em seus nomes.
As boas práticas são iniciativas voluntárias adotadas pelo mercado sem caráter obrigatório,
porém com a intenção de aumentar a segurança operacional. Como exemplo, podemos citar as
recomendações da International Chamber of Shipping (ICS), Oil Companies International Marine
Forum (OCIMF) e International Association of Ports and Harbors (IAPH).
Por diversas razões, os navios petroleiros podem causar poluição na costa e em alto-mar e
seus proprietários são os responsáveis pelo custo da limpeza e outros danos ao meio ambiente.
□ produtos que foram revisados e determinado que não apresentam risco à segurança nem
de poluição, que passaram a fazer parte do Capítulo 18 do Código IBC.
Os líquidos cobertos pelo Código IBC são aqueles que possuem pressão de vapor que não
ultrapassa a 0.28 Mpa (mega pascal) absoluto na temperatura de 37.8oC.
Sociedades Classificadoras
Para um navio que tenha sido projetado e construído de maneira apropriada com as Regras
de uma Sociedade Classificadora, será emitido um Certificado de Classe dessa Classificadora,
depois de sofrer uma vistoria de classe realizada pela própria Classificadora.
Tal Certificado não expressa nem pode ser interpretado como garantia de segurança ou de
perfeita condição de navegabilidade do navio. Ele representa apenas um atestado de que o navio
está de acordo com os padrões desenvolvidos e publicados pela Sociedade que emitiu seu
Certificado de Classe.
As regras das Classificadoras são desenvolvidas para contribuir com a resistência estrutural
e integridade de partes essenciais do casco do navio e seus apêndices, a confiança e
funcionamento dos sistemas de propulsão e governo, geração de energia e outros equipamentos
e sistemas auxiliares que tenham sido construídos e instalados a bordo para a manutenção de
serviços essenciais.
Anexo 3: Glossário
ANESTESIA: é a perda total de sensibilidade e consciência ou perda de força ou tato sobre uma
área limitada da pele.
ÁREA DA CARGA: é aquela parte do navio que contém o sistema de armazenamento da carga,
casa de bombas de carga e de compressores e inclui a área do convés sobre o comprimento e a
boca total do navio, que fica acima do sistema de armazenamento da carga.
ÁREA DE RISCO (Hazardous Area): uma área em terra que, para fins de instalação e uso de
equipamento elétrico, é considerada perigosa. Tais áreas de risco são classificadas em ZONAS
DE RISCO, em função da probabilidade da presença de uma mistura de gases inflamáveis.
ÁREA PERIGOSA (Dangerous Area): uma área num petroleiro que, para os fins de instalação e
uso de um equipamento elétrico, é considerada perigosa. É aquela na qual o vapor de carga pode
estar presente, contínua ou intermitente, em concentrações suficientes para criar uma atmosfera
inflamável ou uma atmosfera perigosa para as pessoas.
ATMOSFERA DEFICIENTE DE OXIGÊNIO: é uma atmosfera que contém menos do que 21% de
oxigênio.
AUTOIGNIÇÃO (Auto-Ignition): a ignição de material combustível, não iniciada por fogo ou por
centelha, quando a temperatura do material tiver sido elevada até um ponto em que uma
combustão espontânea ocorra e se mantenha.
AUTORREAÇÃO: é a tendência que um produto químico tem de reagir com ele mesmo,
comumente resultando em polimerização ou decomposição.
BOMBA DE RECALQUE (Booster Pump): é uma bomba usada para aumentar a pressão de
descarga de uma outra bomba (bomba de carga principal).
BORRIFO DE ÁGUA: é a água dividida em pingos grossos através de débito obtido por meio de
esguicho especial.
CALOR LATENTE DE FUSÃO: é a quantidade de calor necessária para mudar o estado físico de
uma substância de sólido para líquido sem variar a temperatura.
CATALISADOR: é uma substância que inicia ou varia a velocidade de uma reação sem que seja
quimicamente alterada.
CAVITAÇÃO: é um processo que ocorre dentro do impelidor de uma bomba centrífuga quando a
pressão na entrada do impelidor cai abaixo da pressão de vapor do líquido que estiver sendo
bombeado. As bolhas de vapor que são formadas entram em colapso, com uma força de impulso
considerável nas regiões de maior pressão no impelidor. Além do ruído característico, pode haver
avaria no impelidor.
CENTELHA INCENDIÁRIA: é uma centelha com temperatura e energia suficientes para produzir
a ignição de um gás inflamável.
CHAMA ABERTA (Naked Lights): chama ou fogo ao ar livre, cigarros, charutos, cachimbos ou
outros artigos de fumantes quando acesos ou quaisquer outras fontes de ignição não-protegidas,
equipamentos elétricos ou outros equipamentos capazes de produzir centelhas quando em uso, e
lâmpadas elétricas desprotegidas.
CICLO DE RELIQUEFAÇÃO TIPO CASCATA: é um processo por meio do qual o boil-off dos
tanques de carga é condensado em um trocador de calor, no qual o líquido circulante é um gás
refrigerante, tal como o freon 22. O gás refrigerante passa através de um condensador
convencional que é resfriado com água do mar.
COFFERDAM: é um espaço que isola duas anteparas ou conveses de aço que são adjacentes.
Esse espaço pode ser um espaço vazio ou um tanque de lastro.
DENSIDADE DO LÍQUIDO: é a massa por unidade de volume de uma substância sob condições
específicas de temperatura e pressão.
EFEITO DE FORMAÇÃO DE ONDAS: são formações de ondas que podem ocorrer na superfície
do líquido em um tanque de carga em decorrência dos movimentos do navio.
EFEITO TÓXICO AGUDO: efeito no homem resultante da exposição de curta duração a altas
concentrações de compostos ou vapores tóxicos.
EFEITO TÓXICO CRÔNICO: é o efeito cumulativo sobre uma pessoa ocasionado por exposições
prolongadas a baixas concentrações ou por exposições intermitentes a altas concentrações de
compostos ou vapor tóxico.
EFEITO TÓXICO SISTÊMICO: é o efeito de uma substância ou seu vapor sobre aquelas partes
do corpo humano com o qual ele não está em contato. Isso pressupõe que a absorção tenha
ocorrido.
ESPAÇO OU ZONA COM PERIGO DE GÁS: é um espaço ou zona dentro da área da carga que
não é preparado ou equipado com arranjos aprovados para assegurar que sua atmosfera seja
mantida em condições seguras durante todo o tempo, ou um espaço fora da área da carga
através do qual passa tubulação que possa conter produtos líquidos ou gasosos, exceto se forem
instalados arranjos aprovados para evitar qualquer escapamento de vapor do produto para o
interior da atmosfera deste espaço.
ESPAÇO SEGURO OU SEM PERIGO DE GÁS: é um espaço não designado como espaço com
perigo de gás.
GÁS INERTE (Inert Gas): é um gás ou mistura gasosa, como a dos gases das chaminés dos
navios, que contém um teor de oxigênio insuficiente para manter a combustão de hidrocarbonetos.
INFLAMÁVEL: o que é capaz de entrar em ignição e queimar no ar. O termo "gás inflamável" é
usado para indicar uma mistura de vapor e ar dentro da faixa inflamável.
INGESTÃO: é o ato de introduzir uma substância dentro do corpo humano através do sistema
digestivo.
INIBIDOR DE CARGA: é uma substância usada para prevenir ou retardar a deterioração da carga
ou uma reação química potencialmente perigosa. Uma carga que contém um inibidor é uma carga
inibida.
ISOTÉRMICAS: são as mudanças que um gás sofre através de uma série de variações de
pressão e/ou volume, sem mudar sua temperatura.
LÍQUIDOS CORROSIVOS: são líquidos que corroem os materiais normais de construção a uma
taxa muito excessiva. Geralmente, eles causam sérios danos ao tecido humano e aos olhos.
MANIFOLD: conjunto de tubulações (também chamadas “redes”) para recebimento de carga dos
terminais e distribuição nos tanques do navio. Também é por onde a carga dos tanques é
bombeada para os terminais nas operações de descarregamento;
MÁQUINAS DE JATO ROTATIVO: equipamento que ganha movimentos circulares sob a pressão
do líquido que está sendo utilizado sobre ele, lançando este líquido em fortes jatos constantes.
Destina-se à lavagem de tanques e operações COW;
NEBLINA DE ÁGUA: são gotículas muito finas de água, geralmente, debitadas em pressões
muito altas através de um esguicho de neblina.
OPERAÇÃO DE CARGA: significa qualquer operação a bordo do navio que envolva o manuseio
da carga líquida ou vapor de carga, incluindo a transferência de carga.
PERMISSÃO PARA TRABALHO (Work Permit): um documento emitido por uma pessoa
responsável, permitindo que um determinado trabalho seja feito durante um período de tempo
especificado em uma área definida.
PETRÓLEO (Petroleum): óleo cru (ou petróleo bruto) e seus derivados líquidos.
PETRÓLEO ÁCIDO (Sour Crude Oil): óleo cru contendo apreciável quantidade de sulfeto de
hidrogênio (gás sulfídrico) e/ou mercaptans (nota: nos manuais de segurança da PETROBRAS, o
óleo é considerado ácido quando o teor de H2S é superior a 5,4g/m3 ou excede 6.000ppm).
PETRÓLEO VOLÁTIL (Volatile Petroleum): petróleo cujo ponto de fulgor, determinado pelo
método de teste em vaso fechado, é menor do que 60ºC.
pH: é um indicador arbitrário da acidez de uma solução. Sua faixa prática varia de 0 a 14. O pH 7
indica neutralidade absoluta. O pH 1 representa acidez elevada (ácido sulfúrico) enquanto que o
pH 13 alcalinidade elevada (soda cáustica);
PLANTA DE GÁS INERTE (Inert Gas Plant): equipamento instalado especialmente para
produzir, resfriar, purificar, pressurizar, monitorar e controlar o fornecimento de gás inerte para o
sistema dos tanques de carga.
PONTO DE FLUIDEZ (Pour Point): a mais baixa temperatura na qual um petróleo permanece
fluido.
SISTEMA DE GÁS INERTE (Inert Gas System - IGS): uma planta de gás inerte é um sistema de
distribuição de gás inerte, juntamente com os dispositivos para evitar fluxo regressivo dos gases
da carga para os compartimentos de máquinas, os instrumentos de medição fixos ou portáteis e
os dispositivos de controle.
SISTEMA HERMÉTICO PARA GASES (Vapour Lock System): equipamento adaptado nos
tanques que permite a medição e amostragem da carga sem desprendimento de gases/pressão.
SULFETO DE FERRO PIROFÓRICO (Pyrophoric Iron Sulphide): sulfeto de ferro capaz de ter
uma rápida oxidação exotérmica, com incandescência quando exposto ao ar, incandescência
essa que é capaz de inflamar misturas combustíveis de ar/gás de hidrocarbonetos;
TELA CORTA-CHAMAS: é um dispositivo portátil ou fixo, feito de uma ou mais malhas de arame
resistentes à corrosão, usado para impedir que centelhas penetrem por aberturas do convés ou
para impedir, por um curto período de tempo, a passagem das chamas, embora permita a
passagem do gás.
TEMPERATURA CRÍTICA: é a temperatura acima da qual um gás não pode ser liquefeito apenas
por pressão.
TOMADAS DE CARGA: flanges das redes que recebem os mangotes ou braços nos terminais
para as operações com a carga.
TOP ou TOPS (Topping Off): operação de completar o carregamento de um tanque até uma
ulagem determinada.
TRABALHO A FRIO (Cold Work): trabalho que, ao ser executado, não possa gerar uma fonte de
ignição;
ULAGEM (Ullage): distância vertical entre a superfície de um líquido e o teto (ou uma marca de
referência) do tanque em que ele está contido.
VENENO: é uma substância muito tóxica que, se inalada, ingerida ou absorvida através da pele,
produz um efeito sério ou fatal.
Anexo 4: Abreviaturas
ISGOTT: International Safety Guide for Oil Tankers & Terminals – Guia Internacional de
Segurança para Petroleiros e Terminais;
MARPOL: International Convention for the Prevention of Pollution from Ships – Convenção
Internacional para Prevenção da Poluição Marítima por Navios;
OCIMF: Oil Companies International Marine Forum – Forum Marítimo Internacional das
Companhias de Petróleo;
SMPEP: Ship Marine Pollution Emergency Plan – Plano de Emergência do Navio para
Combate a Poluição por Óleo;
SOLAS: International Convention for the Safety of Life at Sea – Convenção Internacional
para Salvaguarda da Vida Humana no Mar;
SOPEP: Ship Oil Pollution Emergency Plan – Plano de Emergência do Navio para Combate
a Poluição por Óleo;